Universidade do Estado do Rio de Janeiro - SR1 - CAIAC - Proiniciar Março de 2013 - Ano I ♦ nº 5 A UERJ e as Cotas Dando sequência à serie de entrevistas realizadas com os diretores de Centro da UERJ, o PROINICIARCOMUNICA conversou com o Professor Mario Sergio Alves Carneiro, do Centro Biomédico. O CBIO reúne as Unidades ligadas à saúde: Faculdades de Ciências Médicas, de Enfermagem, de Odontologia, Institutos de Biologia Roberto Alcântara Gomes, de Medicina Social e de Nutrição, além das Unidades Docente-assistenciais Hospital Universitário Pedro Ernesto, Policlínica Piquet Carneiro e dois núcleos temáticos - de Estudos da Saúde do Adolescente (NESA) e de Pesquisa e Atenção ao Uso de Drogas (NEPAD). Página 02 Faculdade de Odontologia | Maria Fátima de Mattos Participe do 1º Circuito PROINICIAR no dia 7 de março, onde algumas Oficinas oferecidas pelo CAIAC estarão apresentando seus trabalhos através de painéis e demonstrações. Venha e aproveite!! Informe-se na página 04. Já visitou nossa página: www.caiac.uerj.br O que achou? Fale conosco!! Sugestões de entretenimento: Você, que gosta de se sentir em comunhão com a natureza, quer uma dica abençoada? Conheça a Pista Cláudio Coutinho ou, como prefiro chamála, Caminho do Bem-te-vi. Se você já a conhece, certamente concordará com o que passo a descrever. Página 04 Nossos Alunos Contam Sua História Fazendo História O PROINICIARCOMUNICA compartilha com vocês a história de Jefferson Rodrigues de Oliveira, atualmente cursando o Doutorado em Geografia – PPGEO UERJ, com foco na área de Geografia Cultural e Geografia da Religião. Saiba mais sobre o percurso de Jefferson na página 3. Espaços do Aluno e do Funcionário Sassaricando - e o Rio inventou a marchinha - Em cartaz no Imperator Centro Cultural João Nogueira. Ele relembra marchinhas de carnavais do Rio antigo, com uma orquestra espetacular e um grupo de atores que canta ao vivo, dando um show de interpretação. As canções são assinadas por nomes famosos como Noel Rosa, Lamartine Babo, Haroldo Lobo e Braguinha. É sucesso desde 2007, tendo sido visto por, aproximadamente, 240 mil espectadores. Relembrar as noites boêmias e as brincadeiras de Carnaval onde só era preciso ter espírito de folião contagia. Apesar de longo é imperdível e indicado para todas as idades. Janaína Pires das Neves Sobre o Sistema de Reserva de Vagas UERJ Professor Mario Sergio Alves Carneiro Mario Sergio Alves Carneiro | Foto fornecida pelo entrevistado Educação custa dinheiro. Seja público ou da iniciativa privada é sempre um investimento a médio ou longo prazo,nem sempre o mais atraente para quem quer resultados imediatos. Infelizmente, no Brasil, ainda não se chegou a um ponto no qual a educação pública supra as necessidades dos seus cidadãos, seja em número ou qualidade das instituições de ensino. O resultado não podia ser diferente: em uma sociedade marcadamente desigual, só tem educação aquele que pode comprar. O sistema é bem simples, de uma educação como produto. Frequentemente, não basta que o candidato seja formado por uma boa escola e que estude por si só. Ele procura cursos preparatórios para o vestibular, cuja finalidade é, mais do que fornecer um reforço conteudístico, treinar seus alunos para realizar os exames de qualificação e garantir sua aprovação na instituição de sua preferência. Em um mundo ideal o sistema de cotas seria desnecessário. Ele funciona como paliativo, para “remendar” as lacunas deixadas na educação básica da população. Como toda ação afirmativa, não é fim em si mesmo. É parte, portanto, de um plano maior, que busca garantir igualdade verdadeira de oportunidades, esvaziando-se de sentido ao ser interpretado ou aplicado isoladamente, e precisando estar vinculado a outras medidas, que visem garantir educação de boa qualidade e acesso a todos. Essa forma de inclusão social é, naturalmente, controversa. Muito se fala em uma suposta institucionalização do racismo. Outras críticas têm relação a um preparo pior dos alunos cotistas em relação aos não-cotistas, que diminuiria a qualidade do curso. A essas críticas, a única resposta possível é encarar os resultados práticos. O que se percebe é que, apesar de um esforço inicial maior, os alunos cotistas conseguem acompanhar o ritmo do curso, demonstrando que quaisquer defasagens de conhecimento podem ser sanadas, e que não constituem obstáculos intransponíveis. O vigor que muitos desses alunos, dentre os quais, alguns que veem em uma formação universitária uma chance para uma vida melhor, apresentam é evidência em si mesmo, e serve de combustível para ajudá-los a vencer distâncias. O papel da universidade não se limita meramente a apresentar a reserva de vagas – ela precisa acolher o aluno, prevenindo que haja uma evasão por motivos que não tenham natureza acadêmica. A educação universitária é dispendiosa, e a existência de bolsas de permanência ajuda a reduzir gastos com xérox e materiais. O restaurante universitário da UERJ, o famoso “bandejão”, também significa uma diminuição de gastos com alimentação, e há, ainda, um desconto de 50% no preço de passagens de ônibus para alunos beneficiários de ações afirmativas em unidades de Ensino Superior. Em um país como o nosso, com disparidades tão pungentes, é fundamental que se contribua a uma igualdade de pontos de partida, sem a qual nunca haverá igualdade de oportunidades real. E é bom lembrar que as cotas são benéficas não só aos cotistas, mas à universidade como um todo, que comporta uma diversidade maior de experiências e pontos de vista mais do que positiva no que tange à produção de conhecimento, ao invés de prender-se à visão de uma mesma parcela privilegiada da população, como antes. Concluindo, o sistema de cotas representa um avanço, por reconhecer uma desigualdade e tentar diminuí-la, mas não uma solução. Ele ainda utiliza um tipo de discriminação, a chamada “discriminação positiva”, e tende para uma suavização de um problema, mas não consegue erradicá-lo, porque não ataca a sua raiz. As maiores críticas do sistema de cotas são justamente que o problema da educação, no Brasil, jaz não no ensino superior, mas na educação de base, e, embora um bom paliativo para seus efeitos, as cotas nada fazem por ele. Amplos investimentos na área de educação como um todo, mas especialmente nos segmentos iniciais, para que, no futuro, não seja necessário haver um sistema de cotas seria aconselhável. Uma educação pública sólida, que garanta a todos um bom preparo, em pé de igualdade é o ideal a ser atingido. Nessas condições, o ingresso no ensino superior poderia ser feito tomando por critério as aptidões individuais e o mérito. É um investimento a longo prazo, e possíveis problemas poderão ser enfrentados com persistência e dedicação, principalmente quando os ganhos são tão grandes. Finalmente fica a imagem comovente da alegria dos pais desses alunos durante a cerimônia de formatura, um momento que marca uma conquista que dificilmente seria alcançada sem a introdução do sistema de cotas no Brasil. Errata: Informamos que o nome correto do projeto do qual a aluna Gipsy da Silva Ramos faz parte, através da parceria do PROINICIAR, com a Inserção em Práticas Acadêmicas é: “Restauração de dentes Tratados Endodonticamente”, coordenado pelo Professor Carlos Eduardo Sabrosa. A matéria foi publicada no número 4 do PROINICIARCOMUNICA. 2 Nossos Alunos Contam Sua História Fazendo História Jefferson Rodrigues de Oliveira Estudei no CEI de Quintino, na FAETEC, durante os anos de 2001 a 2003, e, sempre que possível, fazíamos trabalhos que nossos professores passavam, na UERJ. Sempre pensava que seria um sonho poder um dia estudar na UERJ. E quem diria que esse sonho iria se realizar. No ano de 2005, consegui passar no vestibular da UERJ pelo sistema de cotas, e no segundo semestre daquele ano, comecei a minha sonhada graduação. Assim que entrei na UERJ, pelo sistema de cotas, ganhávamos uma bolsa mensal de, acredito, R$190,00. Sempre ouvia dizer na UERJ que os cotistas não conseguiam tirar boas notas, e que muitas vezes ficariam atrás dos alunos que tiveram grande destaque no vestibular. Porém ao longo dos anos de graduação, percebi que tal afirmação não era válida. Sempre, desde o início, me interessei em participar de eventos acadêmicos, participava de defesas de monografia e dissertação de mestrado e ficava fascinado com tudo aquilo. No segundo semestre da faculdade saí da bolsa do sistema de cotas e consegui uma bolsa de Estágio Interno – EIC UERJ, e desenvolvi, durante um ano, várias atividades voltadas para a linha da geografia urbana, mas desde o início tinha interesse de participar de algum trabalho que focasse a religião. Depois de um ano de bolsa, tive que sair para me dedicar um pouco mais à graduação. Devido a problemas financeiros, surgiu a oportunidade de uma nova bolsa PIBIC-CNPq, onde desenvolvi, durante um ano, uma pesquisa sobre o livro “Geografia da Fome” de Josué de Castro. Ainda não me sentia tão feliz, pelo fato de querer desenvolver uma pesquisa em religião. Após minha saída da bolsa PIBIC-CNPq, surgiu, pelo Proiniciar, uma bolsa de incentivo à graduação chamada bolsa BIG – FAPERJ. Então, procurei a Professora Zeny Rosendahl e lhe falei que gostaria muito de desenvolver uma pesquisa cujo tema fosse Geografia e Religião. Ela me aceitou e entrei no NEPEC – Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Espaço e Cultura, coordenado por ela e pelo Professor Roberto Lobato Corrêa (UFRJ); percebi que minha vida tinha dado uma volta em 360º; comecei a produzir, participar de seminários, eventos acadêmicos no Rio e em outros estados, participei de comissões organizadoras dos Simpósios do NEPEC, que esse ano completa 20 anos de fundação. Durante todo esse processo, dentro de mim cresceu a vontade de ser pesquisador. Saí da bolsa BIG, e consegui uma bolsa PIBIC-UERJ, no NEPEC. Consegui chegar ao final da graduação, defendi minha monografia sobre a temática que eu tinha escolhido para estudar com o título “Cidade da Fé Carismática: Canção Nova em Cachoeira Paulista, SP”. No final de 2009, comecei a estudar e a me preparar para a prova do mestrado - uma nova fase iria começar em minha vida,e aquele pensamento que às vezes nos aflige “será que vou conseguir”me rondava. Bem, fiz a prova, passei em 8º lugar na colocação geral e em 2º lugar na minha linha de pesquisa. No ano de 2010, comecei a fazer o meu tão sonhado mestrado, sob a orientação da minha querida orientadora Zeny Rosendahl. Então, no ano de 2009, participei da minha última SEMIC, Semana de Iniciação Científica da UERJ e meu projeto/apresentação tinha sido classificado para receber a Menção Honrosa e, assim concorrer ao prêmio de Iniciação Científica. O resultado veio no ano de 2010, quando já tinha conseguido passar no mestrado e, no dia da premiação, me lembro até hoje, a Capela Ecumênica da UERJ, lotada, com a presença de vários professores, nosso reitor Professor Ricardo Vieiralves de Castro, assim como as sub-reitoras e demais departamentos. Para minha surpresa, ganhei o prêmio de Iniciação Científica da UERJ, ficando em primeiro lugar de todas as Ciências Humanas com a pesquisa em Geografia da Religião, sobre a Comunidade Católica Canção Nova, recebendo o prêmio “Professora Fernanda Margarida Barbosa Coutinho”- 19 SEMIC / 21 UERJ SEM MUROS. Terminei em fevereiro de 2012 o Mestrado Acadêmico pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia, PPGEOUERJ, e neste ano de 2013, darei início ao meu Doutorado também pelo mesmo programa. E já se vão quase oito anos de grandes histórias, conquistas e realizações. Atualmente continuo no NEPEC, como Professor e Pesquisador voluntário, desenvolvendo pesquisas na linha Geografia e Religião, participando também como membro do Apoio Técnico Operacional do Periódico Espaço e Cultura, que é o 3º Periódico a nível mundial a privilegiar a cultura em suas diferentes facetas de sua dimensão espacial, contribuindo assim para a difusão da Geografia Cultural no Brasil. Valeu a pena poder relatar um pouco da minha vida acadêmica e poder observar que quando a pessoa tem um objetivo, tem uma perspectiva e sonhos, ela pode realizar tudo. No meu caso, consegui chegar agora ao doutorado, e agradeço muito a minha família por todo apoio e incentivo, a minha orientadora, Professora Zeny Rosendahl, que acreditou em mim, em minha capacidade acadêmica, e principalmente a Deus por tudo que consegui até hoje. 3 Sugestões de entretenimento: O Caminho do Bem-te-vi fica localizado no sopé de um dos mais belos cartões postais do Rio de Janeiro, o Pão de Açúcar, na Praia Vermelha. Ora, este local já é um mergulho delicioso e belo na natureza delicada e inebriante, por si só. Lá você é envolvido pelo marulho das ondas, gritinhos dos micos que brincam, pelo aroma da mata. Fica a seu critério o que fazer além de desfrutar desta recarga natural de energia, só de se estar ali: correr, Caminho do Bem-te-vi | Maria Fátima de Mattos caminhar, ler, observar a natureza, meditar, namorar...enfim, o cardápio de delícias é muito grande. Há, ainda, para os mais afoitos, a possibilidade de escalar o próprio Pão de Açúcar, fazer trilhas. Com relação aos visitantes extasiados, temos desde bebês até idosos, daqui, de todo o Brasil e do mundo. Não há como não se apaixonar, é muito bonito e energizante! Como se pode ver, até os miquinhos param para apreciar a natureza! Viver no Rio é estar de férias todos Caminho do Bem-te-vi | Maria Fátima de Mattos os dias e esse jeito carioca de ser, feliz e leve, contagia e inebria quem nos visita. Dê uma oportunidade aos seus sentidos e visite o caminho do Bem-te-vi – ah, e depois me conte se exagero ao dizer que se trata de um pedaço do paraíso na terra. Mande seu comentário para [email protected] 1º CIRCUITO PROINICIAR: MOSTRA DE OFICINAS 7 DE MARÇO 13:00 às 18:30 CENTRO CULTURAL DA UERJ Programação Salão 2 Início: 13:00 Ritmos do Brasil: 13:00 Princesas do Nilo: 13:20 Auditório Cartola Construindo Autonomia na Produção Escrita Acadêmica: 13:40 A Informática no cotidiano Acadêmico: 14:10 Cine Debate em ação: 15:00 Sala 04 Yoga: 15:30 Caminhos do Corpo: 16:30 Salão 2 Jazz Dance: 16:50 Viagem pelo Brasil: 17:00 Hall da COART: EXPOSIÇÃO Desenho e Customização Pintura Livre Italiano Produção de Texto Acadêmico Construção de Fantoches e Máscaras Reitor: Ricardo Vieiralves Vice-reitor: Paulo Roberto Volpato SR1: Lená Medeiros de Menezes CAIAC/PROINICIAR: Maricelia Bispo Edição de texto: Maria Fátima de Mattos Reportagem: Maria Fátima de Mattos Projeto Gráfico e Editoração: Rodrigo Nascimento Fotografia: Luiz Claudio Lopes Ribeiro e Maria Fátima de Mattos Tiragem: 1000 exemplares Impressão: Gráfica Uerj Contato: (21)2334-0970 e [email protected] Página da CAIAC: www.caiac.uerj.br PROINICIARcomunica é uma produção da Coordenadoria de Articulação e Iniciação Acadêmicas - CAIAC 4