Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo 1-Locação de Obras 1.1 – Introdução: A locação da obra é o processo de transferência da planta baixa do projeto da edificação para o terreno, ou seja, os recuos, os afastamentos, os alicerces, as paredes, as aberturas , eixos dos elementos estruturais etc. A locação fixa a obra dentro do terreno observando suas dimensões e termos definidos no projeto arquitetônico e/ou estrutural como princípio. Na fase de execução da locação da obra deve-se adotar o máximo rigor possível. A presença de um profissional nesta fase deve ser constante e é recomendável o acompanhamento da construção do gabarito e plotagem dos pontos. Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo 1-Locação de Obras 1.1 – Introdução: Deve-se ter em mente que os elementos de locação deverão permanecer na obra por um tempo razoável, até que se possa transferir para a edificação os pontos de referência definitivos. O Gabarito consiste na cravação de caibros( 8x8 ou 5x8 ou 3x3), em intervalos de 2,0m de tal maneira que fiquem em torno de 1,0 m acima do terreno, em todo contorno da obra(locação tabeira) ou em determinados trechos(locação por cavaletes) com um coroamento de tábuas devidamente niveladas. O gabarito deve ser construído de maneira a formar uma figura geométrica de cantos o mais próximo possível de 90 graus e também fora da projeção do corpo da obra, para que não atrapalhe os serviços. Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo 1-Locação de Obras 1.1 – Introdução: 90 ° 1.2. – Processos de locação(gabarito): 1 - Locação por cavaletes; 2 – Locação por tábua corrida (tabeira). Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo 1.2.1 – Locação por cavaletes A locação por cavaletes é indicada para obras de menor porte – garagens, barracões e ampliações - e com poucos elementos a serem locados. Nesse tipo de locação, os alinhamentos são definidos por pregos cravados nos cavaletes constituídos de duas ou três estacas cravadas diretamente no solo e travadas por uma travessa nivelada pregada nas estacas. ha Lin lo n (ny ) Est a c a o u p o nt a le t e 2” x2” p re g o . . . . . . rip a o u t ra v e ssa 1” x2” (e m níve l) De ta lhe A • Vantagem: utiliza menos quantidade de material (estacas e tábuas). Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo figura 1- Locação utilizando cavaletes. Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo fotos de obras que utilizam locação por cavaletes. Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo fotos de obras que utilizam locação por cavaletes. Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo fotos de obras que utilizam locação por cavaletes. Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo • Desvantagem: A grande desvantagem dos cavaletes por serem isolados é a dificuldade de se perceber deslocamentos provocados pela circulação de equipamentos e operários, resultando com isso alinhamentos e locações fora do previsto. Fig.2- Estaca Broca Fig.3 – Bate-estaca Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo 1.2.2 – Locação por tábua corrida A locação por tábua corrida, também chamada de tabela ou tabeira, é indicada para obras com muitos elementos a serem locados. Consiste em contornar toda a futura edificação com um cavalete contínuo constituído de estacas e tábuas niveladas e em esquadro (polígono em esquadro). Figura4- Croqui de locação da obra por tábua corrida. Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo Depois de definidas as linhas do gabarito, sempre que possível distânciadas 1,20 m ou mais da futura construção, fincam-se no solo os pontaletes que darão rigidez ao cercado, devendo desde já ficarem alinhados e nivelados. OBS.:Para uma maior garantia (obras de maior vulto) convém concretar a base das estacas(pontaletes), aguardando pelo menos 24 horas para dar continuidade à locação. No caso do terreno apresentar uma inclinação acentuada a locação pode ser feita com gabaritos em degraus (patamares), sempre em nível e esquadro. Futura c onstruç ã o ~1,20 m Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo 40 a 50 cm Após a fixação dos pontaletes, estes devem ser serrados com o topo ficando no nível desejado. Para nivelar o gabarito pode ser através de: - nível eletrônico a laser; - ou em obras menores um nível de mangueira, constituído de uma mangueira transparente (cristal) de 12 a 15 mm de diâmetro, cheia de água limpa e livre de bolhas de ar no interior; - Outro método de transferir o nível é esticando uma linha entre os pontaletes e pregando uma tábua nivelada com nível de bolha, logo abaixo da linha. (não é muito preciso mais serve para marcações preliminares) - Partindo de um ponto definido no primeiro pontalete, transfere-se o nível para A B os demais pontaletes. níve l d e m a ng ue ira níve l de bolha linha . . . . Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo Procedimentos que antecendem a locação da obra: - o terreno deve estar limpo (capinado) e, preferencialmente, na cota de arrasamento das fundações (estacas ou sapatas). - é necessário conseguir a referência inicial que pode ser um ponto definido no terreno e um rumo ou uma parede de construção vizinha. A referência mais comum em obras urbanas é o alinhamento predial(frontal) que geralmente é marcada por equipe de topógrafo da prefeitura ou por empresa prestadora de serviços contratada pela município. - estudar os projetos. - providenciar todos os equipamentos e ferramentas necessários; Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo Equipamentos e ferramentas necessárias para se realizar a locação de uma obra: - teodolitos e níveis; nível de mangueira; trena metálica de 30 metros (jamais usar trena de lona, plástico ou metro de madeira); linhas de nylon; nível de pedreiro; Prumo; Arame; tinta esmalte (cores vermelha e branca), marreta, martelo e pregos etc. Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo 1.3. Seqüência genérica para a locação de obra a) Conferir a referência e limitar o terreno a partir do alinhamento, marcando os limites do terreno; b) Marcar uma das faces (pode ser a testada do terreno, por constituir uma linha bem definida, paralela ao meio fio) do gabarito a 1,2 metros da futura construção (1,2 a 1,5 m), considerando como a obra vai ficar no terreno (recuo - o alinhamento frontal recuado em 3 metros, a partir do alinhamento predial(depende do código de obras da cidade).; 3 a fa st a m e nt o la t e ra l A fa st. la t e ra l 4 20 16 18 10 13 . . Se qüê nc ia pa ra loc a ç ã o da obra • Se g uir a o rd e m c re sc e nt e d o s a lg a rism o s (p o nt o s); • p o nt o s 17. 18, 19 e 20 d e ve rã o e st a r no s vé rt ic e s d e 4 t riâ ng ulo s re t â ng ulo s 12 14 18 3m . 5 7 1 9 recuo frontal comprimento da construção profundidade do terreno 15 La rg ura d a c o nst ruç ã o 17 . . 11 4 m 5m 6 19 8 A linha m e nt o p re d ia l 2 m e io -fio p a sse io rua Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo c) Confeccionar a face escolhida com estacas ou pontaletes (3"x3") espaçados de 1,5 a 3,0 metros e alinhados rigorosamente por uma das faces (esticar uma linha de nylon). d) Depois de consolidados no terreno, os pontaletes devem ser nivelados (nível de mangueira), cortados no topo a uma altura de 100 a 120 cm do solo e ter pregado na sua face interna tábuas (de boa qualidade) de 1"x6" (pode ser 1"x4") devidamente niveladas; e) A partir da primeira face, marcar e confeccionar as demais faces do gabarito, usando triângulos retângulos, 90° (gabaritos) para garantir a ortogonalidade do conjunto (esquadro), conferindo sempre até travar todo o conjunto com mãos-francesas e contraventamento, se necessário; f) Pintar o gabarito, preferencialmente, com tinta esmalte branca (pode ser látex); Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo g) Dependendo do método de locação utilizado ou da existência de projeto de locação, faz-se a marcação no topo da tábua interna colocando pregos em alturas diferentes(ou de diferentes diâmetros) para identificar eixos, faces laterais de paredes etc. Marcar na tábua a linha de pilares com tinta esmalte vermelha por exemplo; 3 a fa st a m e nt o la t e ra l A fa st . la t e ra l 4 20 16 18 10 13 . . Se qüê nc ia pa ra loc a ç ã o da obra • Se g uir a o rd e m c re sc e nt e d o s a lg a rism o s (p o nt o s); • p o nt o s 17. 18, 19 e 20 d e ve rã o e st a r no s vé rt ic e s d e 4 t riâ ng ulo s re t â ng ulo s 12 14 18 3m . 5 7 1 9 recuo frontal comprimento da construção profundidade do terreno 15 La rg ura d a c o nst ruç ã o 17 . . 11 4 m 5m 6 19 8 A linha m e nt o p re d ia l 2 m e io -fio p a sse io rua Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo Marcar todos os pontos de referência na tábua sempre usando trena metálica e efetuar a conferência (mestre, engenheiro ou arquiteto). Um bom método de conferência é o inverso, ou seja, voltar do último ponto marcado, fazendo o caminho inverso da locação; i) A marcação consiste em estabelecer um eixo (x ou y), e, pelo teorema do triangulo retângulo estabelecer o outro eixo, para ser criado um ângulo reto e definir a condição de eixos cartesianos. h) Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo j) Com duas linhas de nylon n.80 (preferência arame de aço recozido n.18) esticadas a partir das marcações do gabarito e no cruzamento das linhas transferir as coordenadas das estacas (sapata ou elemento que venha a ser executado) para o terreno, usando um prumo de centro (250 g) marcar o ponto exato da estaca (centro), cravando um piquete (pintado de branco); Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo k) No caso de haver movimentação de equipamentos pesados (bate-estacas, máquinas e caminhões) proceder a cravação com um rebaixo em relação ao terreno e marcar o local do piquete com cal ou areia, remarcar sempre que ocorrer dúvida em relação a locação do piquete; l) Colocar proteções e avisos da existência do gabarito para evitar abalroamento e deslocamentos que possam por em risco a exatidão do controle geométrico da obra. Alertar para que não utilizem o gabarito como andaime, apoio para materiais, passarelas etc. Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo Foto- Gabarito tabeira Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo Foto- gabarito tabeira Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo Foto- Gabarito tabeira Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo Foto- Gabarito tabeira Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo Termos utilizados na locação de obras Cota de arrasamento ou de respaldo – é a cota da face superior das estacas ou sapatas. Esquadros - são gabaritos ou triângulos retângulos, com lados de 30, 40 e 50 cm, ou 60, 80 e 100, ou ainda, 90, 120 e 150 cm,. Para esquadros maiores podese usar trenas com lados de 3, 4 e 5 metros ou mais. Piquetes – pequenas estacas de madeira que servem para marcar o local de execução de um elemento estrutural. Pontos notáveis – são pontos de referência iniciais, como por exemplo: alinhamento de parede de edificação vizinha, alinhamento predial, marco topográfico, árvore, poste etc. RN – é referência de nível, ou seja a cota 0,0. Tecnologia das Construções IV aula 3 - Prof. Ederaldo Azevedo Termos utilizados na locação de obras Testemunhos – são marcos de concreto que geralmente marcam a existência de um piquete para realizar conferências no gabarito. Tolerância – é o erro admitido nas marcações (até 3 mm no lado maior do esquadro de 5 metros). Triangulação – verificação do esquadro com os triângulos retângulos.