UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS CIÊNCIAS ECONÔMICAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS GUSTAVO RAUPP PLANEJAMENTO DE UMA EMPRESA PARA COMERCIALIZAÇÃO DE COMPONENTES PARA CALÇADOS ATRAVÉS DA ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE NEGÓCIO São Leopoldo 2004 2 UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS CIÊNCIAS ECONÔMICAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS GUSTAVO RAUPP PLANEJAMENTO DE UMA EMPRESA PARA COMERCIALIZAÇÃO DE COMPONENTES PARA CALÇADOS ATRAVÉS DA ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE NEGÓCIO Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS. Orientador: Prof. Dr. Cláudio Reis Gonçalo São Leopoldo 2004 3 AGRADECIMENTOS A toda minha família, que me incentivou e concentrou forças para esta conquista. A minha amada Fernanda, pelo amor e carinho e compreensão quanto a minha ausência e sempre me motivando. Ao professor orientador Dr. Cláudio Reis Gonçalo, pela sua dedicação e interesse pelo assunto, e aos demais professores e colegas, que contribuíram na minha formação. A Metalúrgica Daniel, que possibilitou o meu crescimento profissional e contribuiu nas despesas. Enfim, agradeço aos amigos e a todos que de uma forma ou de outra colaboraram com a realização deste trabalho e acima de tudo de minha formação acadêmica. 4 EPÍGRAFE VIDA “Há momentos na vida, em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá- la. Sonhe com aquilo que você quiser. Vá para onde que você queira ir. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos. Tenha felicidade bastante para fazê- la doce. Dificuldades para fazê- la forte. Tristeza para fazê- la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz. As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos. A felicidade aparece para aqueles que choram. Para aqueles que se machucam. Para aqueles que buscam e tentam sempre. E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por sua vida. O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado. A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar, duram uma eternidade. A vida não é de se brincar porque em pleno dia se morre”(Clarice Lispector). 5 RESUMO O tema deste trabalho focaliza-se no desenvolvimento de um Plano de Negócios para uma empresa de varejo no ramo de componentes para calçados, utilizando os conceitos de administração geral. O objetivo geral do trabalho é elaborar um Plano de Negócios pra abertura de uma empresa de componentes para calçados, na cidade de Novo Hamburgo. Desta forma a ferramenta do Plano de Negócios visa minimizar os riscos e estabelecer um guia para o sucesso do empreendimento. O método utilizado é o estudo de caso com a estratégia de pesquisa exploratória quantitativa não probabilística, através de pesquisas com potenciais clientes do setor coureiro calçadista do Vale dos Sinos e Vale do Paranhana, além de análises qualitativas das entrevistas com concorrentes da cidade de Novo Hamburgo e parceiros do empreendimento proposto. Ao final do trabalho elaborado, com base nos resultados obtidos, verificou-se que o Plano de Negócios é uma ferramenta que muito auxilia para o planejamento de uma empresa. Pois nele foi possível planejar a empresa de acordo com sua atividade e o ambiente onde ela estará inserida, e por fim fazer o estudo da viabilidade financeira para abertura do negócio. PALAVRAS-CHAVE: Empreendedorismo, Plano de Negócios, Setor Coureiro Calçadista, Varejo, Componentes para calçados. PERÍODO: 2004/2 6 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.............................................................................. 13 Contextualização.............................................................................13 Definição do Problema ....................................................................15 Objetivos ........................................................................................16 Justificativa.....................................................................................17 Estrutura do Trabalho......................................................................18 1 – REVISÃO DE LITERATURA ................................................ 20 1.1 Empreendedorismo....................................................................20 1.1.1 Características do Empreendedor ............................................................... 24 1.1.2 O Processo Empreendedor ......................................................................... 26 1.1.3 Compensações e Desvantagens do Empreendimento ................................ 30 1.1.4 Oportunidades de Negócio ......................................................................... 31 1.1.5 Fatores de Sucesso para Criação de uma Pequena Empresa ...................... 34 1.1.6 O futuro do empreendedorismo .................................................................. 39 1.2 Plano de Negócio ......................................................................39 1.2.1 Conceituando o termo Plano de Negócios ................................................. 40 1.2.2 A quem se destina um Plano de Negócios ................................................. 43 1.2.3 Etapas do Plano de Negócios ..................................................................... 44 2- PLANO DE NEGÓCIO PROPOSTO........................................ 51 2.1 Página Introdutória ....................................................................51 2.2 Resumo Executivo.....................................................................52 2.3 Análise Ambiental e Industrial...................................................53 7 2.3.1 Macroambiente ........................................................................................... 54 2.3.2 Ambiente Setorial....................................................................................... 57 2.3.3 Estratégia Competitiva ............................................................................... 59 2.3.3.1 Diferenciação ..................................................................................... 60 2.3.3.2 Menor Custo....................................................................................... 61 2.3.3.3 Especialização com diferenciação ou de menor custo ....................... 62 2.3.4 Análise de SWOT ....................................................................................... 62 2.3.5 Previsão do Ambiente ................................................................................ 63 2.4 O Empreendimento...................................................................64 2.4.1 Forma de Propriedade ................................................................................ 64 2.4.2 Missão ........................................................................................................ 67 2.4.3 Visão........................................................................................................... 67 2.4.4 Objetivos e Metas ....................................................................................... 69 2.4.5 Localização................................................................................................. 69 2.5 Plano de Marketing....................................................................70 2.5.1 Produto ....................................................................................................... 72 2.5.2 Preço........................................................................................................... 72 2.5.3 Praça (canais de distribuição)..................................................................... 73 2.5.4 Promoção e Propaganda............................................................................. 74 2.5.5 Segmentação de Mercado........................................................................... 75 2.5.6 Projeção de Venda...................................................................................... 76 2.6 Plano Organizacional.................................................................76 2.6.1 Equipe de Gestão........................................................................................ 77 2.6.2 Estrutura Organizacional............................................................................ 77 2.6.3 Organograma .............................................................................................. 78 2.6.4 Sistema de Informação Gerencial .............................................................. 79 2.7 Plano Operacional .....................................................................79 2.7.1 Infra-estrutura ............................................................................................. 80 2.7.2 Layout......................................................................................................... 81 2.7.3 Fluxograma ................................................................................................. 81 2.7.4 Parcerias e Terceirizações .......................................................................... 82 2.8 Plano Financeiro........................................................................82 2.8.1 Investimento Inicial.................................................................................... 83 2.8.2 Demonstrativos Financeiros ....................................................................... 84 2.8.2.1 Fluxo de Caixa ................................................................................... 84 2.8.2.2 Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE) ............................. 85 2.8.3 Análise de Investimentos ........................................................................... 85 2.8.3.1 Payback.............................................................................................. 86 2.8.3.2 Taxa Interna de Re torno (TIR)........................................................... 87 2.8.3.3 Valor Presente Líquido (VPL) .......................................................... 88 2.9 Apêndice...................................................................................89 3 – MÉTODO ................................................................................. 91 8 3.1 Delineamento da Pesquisa..........................................................91 3.2 Unidade de Análise....................................................................93 3.3 Plano e Técnica de Coleta de Dados...........................................95 3.4 População-Alvo.........................................................................97 3.5 Tamanho da Amostra.................................................................98 3.6 Técnica de Análise de Dados .....................................................99 4- ANÁLISE DOS DADOS DAS PESQUISAS.......................... 101 4.1 Pesquisa com Clientes ............................................................. 101 4.2 Pesquisa com Concorrentes...................................................... 119 4.3 Entrevistas com Parceiros ........................................................ 121 5- CASO: PLANO DE NEGÓCIO DA CIA. DOS ENFEITES LTDA............................................................................................ 124 5.1 Página Introdutória .................................................................. 125 5.2 Resumo Executivo................................................................... 126 5.3 Análise Ambiental e Industrial................................................. 127 5.3.1 Análise Macroambiente............................................................................ 128 5.3.2 Análise Setorial ........................................................................................ 129 5.3.3 Estratégia Competitiva ............................................................................. 131 5.3.4 Análise de SWOT ..................................................................................... 132 5.3.4.1 Oportunidades .................................................................................. 133 5.3.4.2 Ameaças........................................................................................... 133 5.3.4.3 Pontos Fortes.................................................................................... 133 5.3.4.4 Pontos Fracos ................................................................................... 134 5.3.5 Previsões do Setor .................................................................................... 134 5.4 O Empreendimento.................................................................. 135 5.4.1 Forma de Propriedade .............................................................................. 136 5.4.2 Missão ...................................................................................................... 136 5.4.3 Visão......................................................................................................... 137 5.4.4 Objetivos e Metas ..................................................................................... 137 5.4.5 Localização............................................................................................... 139 5.5 Plano de Marketing.................................................................. 141 5.5.1 Produto ..................................................................................................... 142 5.5.2 Preço......................................................................................................... 144 5.5.3 Praça (canais de distribuição)................................................................... 144 5.5.4 Propaganda e Promoção ........................................................................... 145 5.5.5 Segmentação de Mercado......................................................................... 145 9 5.5.6 Projeção de Vendas .................................................................................. 146 5.6 Plano Organizacional............................................................... 148 5.6.1 Equipe de Gestão...................................................................................... 149 5.6.2 Estrutura Organizacional.......................................................................... 150 5.6.3 Organograma ............................................................................................ 151 5.6.4 Sistema de Informações Gerenciais ......................................................... 152 5.7 Plano Operacional ................................................................... 153 5.7.1 Infra-Estrutura .......................................................................................... 153 5.7.2 Lay Out ..................................................................................................... 154 5.7.3 Fluxograma ............................................................................................... 155 5.7.4 Parcerias ................................................................................................... 155 5.8 Plano Financeiro...................................................................... 157 5.8.1 Investimentos Iniciais............................................................................... 157 5.8.2 Demonstrativos Financeiros ..................................................................... 159 5.8.2.1 Fluxo de Caixa ................................................................................. 160 5.8.2.2 Demonstrativo do Resultado do Exercício - DRE .......................... 162 5.8.3 Análise de Investimentos ......................................................................... 163 5.8.3.1 Payback............................................................................................ 164 5.8.3.2 Taxa Interna de Retorno (TIR)......................................................... 164 5.8.3.3 Valor Presente Líquido (VPL) ......................................................... 165 5.9 Apêndice................................................................................. 166 5.9.1 Questionário da pesquisa com Clientes.................................................... 166 5.9.2 Roteiro da entrevista com Concorrentes .................................................. 167 5.9.3 Roteiro da entrevista com Parceiros ......................................................... 167 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................. 168 BIBLIOGRAFIA .......................................................................... 172 ANEXO 1 - Pesquisa de Clientes...................................................................... 175 ANEXO 2 - Roteiro Entrevista com Concorrentes .......................................... 178 ANEXO 3 - Respostas das Entrevistas com Concorrentes .............................. 179 ANEXO 4 – Roteiro Entrevista com Parceiros ................................................ 182 ANEXO 5 - Respostas das Entrevistas com Parceiros..................................... 183 ANEXO 6 – Dados de Novo Hamburgo ........................................................... 186 10 LISTA DE FIGURAS Figura 01 Desemprego 14 Figura 02 Aspectos do Processo de Empreender 29 Figura 03 Incentivo para Empreender 30 Figura 04 As doze etapas para Construção do Plano de Negócios 45 Figura 05 Modelo de Plano sugerido por Hisrich e Peters 46 Figura 06 Modelo de Plano sugerido por Longenecker, Mopre e Petty 47 Figura 07 Modelo de Plano sugerido por Dolabela 47 Figura 08 Modelo de Plano sugerido por Dornelas 48 Figura 09 Modelo de Plano de Nwgócios Proposto 49 Figura 10 Exemplo de Página Introdutória 52 Figura 11 Análise Macroambiente e Setorial 55 Figura 12 O Caráter Futurístico da Visão Organizacional 68 Figura 13 Demonstrativo de Resultado de Exercício 86 Figura 14 Fórmula do Valor Presente Líquido 89 Figura 15 Projeto do Trabalho de Pesquisa 93 Figura 16 Tipos de Produtos 102 Figura 17 Costume de Compra 103 Figura 18 Fatores de Decisão de Compra em Fabricantes 104 Figura 19 Fatores de Decisão de Compra em Distribuidores 105 Figura 20 Satisfação com os Fabricantes 106 Figura 21 Satisfação com os Distribuidores 107 Figura 22 Localização Ideal 108 Figura 23 Preferência de Atendimento 109 Figura 24 Aspectos na Relação de Escolha do Distribuidor 111 Figura 25 Fabricantes Indicados por Clientes 112 Figura 26 Distribuidores Indicados por Clientes 113 11 Figura 27 Localização dos Clientes Questionados 114 Figura 28 Capacidade de Produção por Dia em cada Cliente 115 Figura 29 Valor Gasto com Componentes Metálicos por Cliente 116 Figura 30 Resumo de Ocorrências dos Clientes Pesquisados 118 Figura 31 Análise dos Concorrentes 120 Figura 32 Página de Rosto do Plano de Negócio da Cia. dos Enfeites 125 Figura 33 Foto Sala Comercial 1 141 Figura 34 Foto Sala Comercial 2 141 Figura 35 Foto Ilhoses, Tachas e Rebites 142 Figura 36 Foto Fivelas e Enfeites 143 Figura 37 Projeção de Vendas 2005 147 Figura 38 Projeção de Vendas 2006 148 Figura 39 Projeção de Vendas 2007 148 Figura 40 Organograma Cia. dos Enfeites 151 Figura 41 Layout Cia. dos Enfeites 155 Figura 42 Fluxograma Cia. dos Enfeites 156 Figura 43 Investimentos Iniciais Cia. dos Enfeites 158 Figura 44 Custos Fixos e Variáveis 159 Figura 45 Fluxo de Caixa 161 Figura 46 Demonstrativo do Resultado de Exercício – DRE 162 Figura 47 Índices Financeiros 163 12 LISTA DE TABELAS Tabela 01 Desenvolvimento da Teoria do Empreendedorismo e do Termo Empreendedor 21 Tabela 02 Características Perfis Adaptadores e Inovadores 26 Tabela 03 Modelos de Propriedade 66 Tabela 04 Os fatores de Localização Industrial e Comercial 70 Tabela 05 Análise dos Parceiros 122 Tabela 06 Setor Coureiro-Calçadista 129 13 INTRODUÇÃO Contextualização O Conceito de Empreendedorismo (traduzido livremente do inglês entrepreneurship, originada da palavra francesa entrepreneur) tem sido bastante difundido durante os últimos anos no Brasil, isso porque nos últimos anos, após várias tentativas de estabilização da economia e da imposição advinda do fenômeno da globalização, muitas empresas tiveram que procurar alternativas para manter-se no mercado. Uma das conseqüências foi o aumento do índice de desemprego (figura 01), provocando que muitos ex- funcionários começassem a criar seus próprios negócios e outros arriscassem sua estabilidade de funcionário público ou privado, em busca de independência. 14 Pessoal Ocupado Assalariado Média Móvel Trimestral 2001-2004* (base: janeiro 2001 =100) 101 101 100 100 99 99 98 98 97 97 96 Mar 01 Mai Jul Set Nov Jan 02 Mar Mai Jul Set Nov Jan 03 Mar Mai Jul Set Nov Jan 04 Mar Fonte: IBGE/DPE/Coordenação da Indústria * Série com ajuste sazonal Figura 01: Gráfico Desemprego Fonte : site http:// www.ibge.gov.br, acessado em 10/04/2004. Construir e ter o seu próprio negócio é muito mais do que ser seu próprio patrão; é muitas vezes um sonho. Ter seu empreendimento é trabalhar tendo que assumir todos os desafios de um mercado globalizado, onde as empresas precisão estar sempre inovando e melhorando seus processos. Segundo Dolabela (1999), as altas taxas de mortalidade das novas empresas no Brasil chega a cerca de 90%. Isto demonstra que muitos desses empreendedores abrem seus negócios porque acham que vai dar certo, ou porque têm um pequeno conhecimento do produto que está vendendo ou produzindo, e esperam estar certos de que o mercado absorverá sua oferta, deixando de lado a importante tarefa de planejar o novo empreendimento. Uma das ferramentas, que pode auxiliar o novo empreendedor no planejamento deste novo empreendimento, é o chamado Plano de Negócios. Siegel (1993), classifica o plano de negócio como um instrumento que serve perfeitamente 15 para a formalização de todo conjunto de dados e informações sobre o futuro empreendimento. Definição do Problema A elaboração de um plano de negócio auxilia para uma melhor compreensão das dificuldades e oportunidades na implantação ou expansão de um negócio. Este novo negócio se elaborado através de uma estrutura previamente planejada dito como plano de negócio, terá mais chances de alcançar o sucesso, prevendo antecipadamente os riscos a serem anulados. O mercado calçadista, no qual o novo empreendimento pretende atuar, é um mercado com muita concorrência. Esta concorrência se dá tanto entre os fabricantes de calçados quanto entre as empresas que fornecem componentes para confecção do mesmo. No mercado de fabricação de calçados, as empresas criam as chamadas coleções, as quais variam rapidamente durante o ano. Além das coleções para as diversas estações do ano, atendendo o mercado interno, várias destas empresas ainda produzem sapatos para exportar, criando outra necessidade quanto aos materiais. Tendo esta grande diversidade de coleções, o fabricante de calçado necessita de empresas que desenvolvam materiais conforme suas necessidades técnicas e de maneira rápida, pois acionam suas compras somente com a sua produção de calçados vendida. A necessidade de agilidade no processo como um todo, faz com que as empresas que fornecem os componentes para os fabricantes, sejam ágeis na sua 16 produção ou trabalhem com estoques, caracterizando um mercado sob encomenda caso o produto e as quantidades não estejam disponíveis em distribuidores. Sendo assim, define-se o problema da seguinte forma: Como elaborar um plano de negócios para criação de uma empresa na cidade de Novo Hamburgo, que comercializará componentes para calçados? Objetivos Objetivo Geral Elaborar um plano de negócios para abertura de uma empresa de componentes para calçados, na cidade de Novo Hamburgo. Objetivos Específicos • Fazer a análise Ambiental e Setorial para o novo empreendimento; • Definir o empreendimento; • Elaborar o Plano de Marketing do negócio; • Definir o Plano Organizacional da empresa; • Estruturar o Plano Operacional para a organização; • Fazer o Plano Financeiro do empreendimento. 17 Justificativa Com a insegurança atual da economia e do emprego em empresas privadas muitas pessoas buscam o sonho de empreenderem em um negócio próprio, pensando que depender de si próprio é mais seguro que depender dos outros. Este trabalho de pesquisa tem grande importância no contexto empresarial pois aborda um tema muito ostentado no momento: o empreendedorismo. Todo empreendedor pretende começar seu negócio de uma forma segura e sem grandes riscos, e para isso, deveria saber a importância e o significado de se montar um plano de negócios (documento que reúne informações sobre as condições, características e as necessidades do futuro empreendimento) para que seja um facilitador durante sua caminhada. Para o meio empreendedor com este trabalho procura-se disponibilizar informações e caminhos à serem seguidos para criação e obtenção de sucesso na implementação de novos projetos e negócios. Através de pesquisa e experiências que serão mencionadas ter-se-á conhecimento de alguns riscos e erros cometidos que deve-se prevenir para que não hajam surpresas. Com esta pesquisa pretende-se destinar ao meio acadêmico, informações e passos à serem seguidos para a abertura de um empreendimento e para a construção de um plano de negócios. Salienta-se toda importância do embasamento teórico de um curso de administração de empresas que é fundamental para a ligação entre as funções de empreender e administrar. 18 Em relação ao interesse pessoal, esta é uma pesquisa de total importância pois tem o real interesse de analisar ao máximo o ambiente e a atividade que está sendo pretendida com a criação do negócio próprio. Estrutura do Trabalho Desta forma, este trabalho objetiva analisar, através da elaboração de um plano de negócio, a potencialidade existente para o sucesso de um novo empreendimento que comercializará componentes para calçados, visando diminuir os riscos de fracasso e melhor planejando suas ações. Para tanto, o trabalho será dividido em três capítulos distribuídos da seguinte forma: No primeiro capítulo iremos abordar os temas empreendedorismo e plano de negócio e respectivamente o processo de empreender, o empreendedor, fatores para criação do empreendimento, o futuro do empreendedorismo, etapas e à quem se destina um plano de negócios. No segundo capítulo será apresentado o referencial teórico de um plano de negócio, detalhando o conceito de todas as etapas delineadas através do plano proposto pelo pesquisador, nas quais destacamos: página introdutória; resumo executivo; análise ambiental e industrial; o empreendimento; plano de marketing; plano organizacional; plano operacional; plano financeiro e apêndice. No terceiro capítulo é apresentada a metodologia utilizada para a realização desta pesquisa e do estudo do caso, que terá como conseqüência a elaboração do plano de negócio para o empreendimento proposto. 19 O quarto capítulo apresentar as informações obtidas através dos dados das pesquisas realizadas com o mercado onde o negócio será inserido. Esta pesquisa envolve fornecedores, clientes e concorrentes. Já o quinto capítulo apresenta o planejamento deste empreendimento proposto, através do plano negócio específico desenvolvido pelo pesquisador. Este plano tem como sustentação , o referencial teórico mencionado anteriormente, as análises das pesquisas executadas e a experiência do pesquisador e seu sócio no empreendimento planejado. Após os cinco capítulos mencionados acima, serão apresentadas as considerações finais sobre o Plano de Negócio do empreendimento proposto. 20 1 – REVISÃO DE LITERATURA 1.1 Empreendedorismo O tema empreendedorismo mesmo sendo um das áreas em que mais se pesquisa e publica ainda não é considerada uma ciência, pois não existem padrões que possam garantir que haverá um empreendedor de sucesso. Apesar de todo esse interesse, uma definição concisa e internacionalmente aceita ainda não surgiu. Segundo Hisrich e Peters (2004) o desenvolvimento da teoria do empreendedorismo é paralelo, em grande parte, ao próprio desenvolvimento do termo (ver tabela 01). A palavra entrepreuner é francesa e, literalmente traduzida, significa “aquele que está entre” ou “intermediário”. Conforme Hisrich e Peters (2004), o entendimento do empreendedoris mo pode ser feito da seguinte forma: o empreendedorismo é o processo dinâmico de criar mais riqueza. A riqueza é criada por indivíduos que assumem riscos em termos de patrimônio, tempo e/ ou comprometimento com a carreira ou que provêem valor para algum produto ou serviço. O produto ou serviço pode ou não ser novo ou único, mas 21 o valor deve algum modo ser infundido pelo empreendedor ao receber e localizar as habilidades e os recursos necessários. Tabela 01 Desenvolvimento da teoria do empreendedorismo e do termo empreendedor Origina-se do francês: significa aquele que está entre ou estar entre. Idade Média: participante e pessoa encarregada de projetos de produção em grande escala. Século XVII: pessoa que assumia riscos de lucro (ou prejuízo) em um contrato de valor fixo com o governo. 1725: Richard Cantillon – pessoa que assume riscos é diferente da que fornece o capital. 1803: Jean Baptiste Say – Lucros do empreendedor separados dos lucros de capital. 1876: Francis Walker – distinguiu entre os que forneciam fundos e recebiam juros e aqueles que obtenham lucro com habilidades administrativas. 1934: Joseph Schumpeter – o empreendedor é um inovador e desenvolve tecnologia que ainda não foi testada. 1961: David McClelland – o empreendedor é alguém dinâmico que corre riscos moderados. 1964: Peter Drucker – o empreendedor maximiza oportunidades. 1975: Albert Shapero – o empreendedor toma iniciativa, organiza alguns mecanismos sociais e econômicos, e aceita riscos de fracasso. 1980: Karl Vésper – o empreendedor é visto de modo diferente por economistas, psicólogos, negociantes e políticos. 1983: Gifford Pinchot – o intra-empreendedor é um empreendedor que atua dentro de uma organização já estabelecida. 1985: Robert Hisrich – o empreendedor é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as conseqüentes recompensas da satisfação econômica e pessoal. Fonte : Hisrich e Peters (2004, p.27). Segundo Hisrich e Peters (2004. p. 29) a definição de Empreendedorismo é: “o processo de criar algo novo com valor dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psíquicos e sociais correspondentes e recebendo as conseqüentes recompensas da satisfação e independência econômica e pessoal”. No relatório Global Entrepreneuship Monitor 2002, divulgado em novembro 2002, o brasileiro ficou entre os sete povos mais empreendedores do mundo. Nesse relatório define-se: como empreendedores todos aqueles envolvidos 22 no estabelecimento de novas atividades ou proprietários e administradores de empresas com no máximo três anos e meio de existência¹. Segundo Dornelas (2001) muitas são as definições, mas talvez uma das mais antigas e que talvez a que melhor reflita o espírito empreendedor seja a de Joseph Schumpeter : “O Empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos materiais”. (SCHUMPETER apud DORNELAS, 2001, p.37) Segundo Hisrich e Peters (2004, p. 26), “Empreendedor é o indivíduo que arrisca e dá início a algo novo”. Para Dornelas (2001. p. 37), Empreendedor é: Aquele que detecta oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ele, assumindo riscos calculados. O mesmo Dornelas (2001) transcreve que: em qualquer definição de empreendedorismo encontra-se, pelo menos, os seguintes aspectos referentes ao empreendedor: • Iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz. • Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa transformando o ambiente social e econômico onde vive. • Aceita assumir os riscos e a possibilidade de fracassar. ____________________________________________________________________ ¹ Fonte de uma pesquisa internacional coordenada pelo Babson College, dos EUA e pela London Business School. BENEVIDES (2002). 23 Já Oliveira (1995), associa o empreendedor a capacidade de administrar situações novas e de assumir os riscos decorrentes das decisões tomadas. Da mesma forma, Oliveira (1995, p.193), conceitua executivoempreeendedor. Como sendo: ... aquele que assegura a força de alavancagem da empresa e a consolidação de novos projetos estrategicamente relevantes através da otimização da capacidade de inovação e renovação. “Empreender é muito mais que desenvolver um produto, prestar um serviço ou criar uma empresa - é algo que envolve todo sistema de vida da pessoa” (FILION, 2000, p. 18). “Existem muitas formas de empreender, cada um poderá escolher a sua ou até mesmo passar de uma para outra. O leque das opções vai de empresa familiar ao trabalho autônomo, das empresas cooperativas ao empreendimento social (terceiro setor) e diversas formas geradas através das terceirizações” (FILION, 2000, p. 23). A partir destas definições, pode-se entender que: - Empreendedorismo, trata-se de atos e comportamentos das pessoas empreendedoras; - Empreendedor, o indivíduo que transforma conhecimento, nascido de um sonho e da identificação de uma oportunidade, em riqueza. Além, de muito trabalho, o empreendedor deverá ter diversas características comportamentais para a realização deste empreendimento. Diante deste contexto, tem-se como objetivo deste capítulo abordar alguns pontos importantes que cont ribuem para o sucesso dos empreendimentos. 24 1.1.1 Características do Empreendedor Empreendedores são pessoas que perseguem o benefício, trabalham individualmente ou coletivamente. Podem ser definidos como indivíduos que inovam, identificam e criam oportunidades de negócios, montam e coordenam novas combinações de recursos (funções de produção), para extrair os melhores benefícios de suas inovações num meio incerto. Neste sentido, as principais funções de um empreendedor em relação à sua empresa são: • Procurar a descobrir novas informações; • Traduzir estas informações em novos mercados, técnicas ou bens; • Procurar e descobrir oportunidades; • Avaliá-las; • Levantar recursos financeiros necessários para a empresa; • Desenvolver cronograma e metas; • Definir responsabilidades de administração; • Desenvolver o sistema motivacional da empresa; • Gerar liderança para o grupo de trabalho; • Definir incertezas ou riscos. A personalidade do empreendedor tem um impacto decisivo na nova empresa. Nas primeiras etapas de desenvolvimento, a debilidade e o vigor da empresa são também as do empreendedor. A personalidade de empreendedor configurará a imagem da empresa, os valores e o comportamento social do negócio. 25 Um aspecto importante para caracterizar o empreendedor é sua capacidade e estilo de resolver problemas. Há várias formas para identificar o modo como as pessoas enfrentam e resolvem diversas situações que vivenciam. Uma delas é a caracterização dos indivíduos em relação a dois perfis antagônicos, conhecidos como Adaptadores e Inovadores. Para descrever estes estilos de resolução de problemas, deve-se relacioná-los com alguns aspectos que sejam facilmente percebidos. Portanto, se toma como referência os seguintes aspectos: A estratégia, é a forma utilizada para enxergar e enfrentar o problema. Trata-se da maneira como os indivíduos estabelecem o mecanismo para resolver o problema em relação ao conhecimento adquirido e suas habilidades. Os resultados correspondem aos tipos de soluções geradas a partir das estratégias adotadas. Em geral, se diferenciam pela forma encontrada para resolver o problema em relação à situação anterior. As preferências, referem-se ao tipo de situações que os indivíduos estão mais motivados a se envolverem, e estão associadas diretamente às exigências relacionadas à criatividade e às condições existentes para exercê-las. A adaptação diz respeito à maneira como os diferentes indivíduos se desenvolvem numa determinada situação, em relação às normas e procedimentos estabelecidos. A imagem se refere à percepção que um indivíduo de um estilo, tem de um outro individuo que esta no estilo oposto. Uma descrição mais detalhada dos diferentes estilos para resolver problemas é apresentada na tabela 02 abaixo: 26 Tabela 02 – Características Perfis Adaptadores e Inovadores Características Adaptadores Inovadores Estratégia Tornam os problemas como dados e geram formas para desenvolver soluções melhores, buscando alta eficiência imediata. Redefinem o problema relatando as restrições previamente definidas, inventando soluções que hl es pareçam melhores. Resultados Geram boas idéias que são suficientes para resolver o problema estabelecido, porém as vezes erram por usar inadequadamente os modelos existentes. Preferência Preferem situações bem estruturadas e são melhores para incorporar novos elementos para a política existente. Produzem múltiplas idéias triviais e que parecem inadequadas para outros, porém freqüentemente contém enfoques para resolver problemas anteriormente não tratados. Preferem situações não estruturadas para usar novos dados na reestruturação das políticas e estão dispostos a enfrentar grandes riscos. Adaptação Melhoram o que funcionando, porém, tempos de mudança, dificuldade para fugir papéis estabelecidos. está em tem dos Aumentam a flexibilidade em tempos de mudança, porém tem dificuldade para trabalhar com formas organizacionais rotineiras. Visto pelos inovadores como confiáveis, rotineiros, previsíveis, e restritos pelo sistema. Considerados pelos adaptadores pouco confiáveis, pouco práticos, arriscados, criadores de discórdias e agressivos. Imagem Fonte : Buttner & Gryskiewicz (1993) Apud (Lezana, 2002, p. 34 e 35). 1.1.2 O Processo Empreendedor A decisão de tornar-se empreendedor pode ocorrer aparentemente por acaso, cada vez mais pessoas pensam em iniciar um negócio por si mesmas, mas estão aguardando a oportunidade certa para isso. Outras estão tão estabilizadas em suas carreiras que tendem a ficarem “enclausuradas” no emprego assalariado. Segundo Loongenecker, Moore e Pitty (1997), a educação experiência fazem parte da preparação necessária para a maioria e a dos 27 empreendedores. Embora os requisitos variem com a natureza e as exigências de um negócio especifico, certo tipo de “know-how” é exigido. “O processo de decisão de empreender diz respeito à decisão de tornar-se um empreendedor abandonando a atividade atual” (HISRIC e PETERS, 2004. p. 30) Os mesmos, Hisrich e Peters (2004), colocam que a percepção do empreendedor em relação, o que é desejável iniciar uma nova empresa, é resultado da cultura, da subcultura, da família, dos professores e dos colegas de uma pessoa. Desta forma, considera-se, que a cultura que valoriza um empreendedor, que obteve o sucesso em seu negócio, dará mais incentivos para elaboração de novos empreendimentos, do que uma cult ura que não valoriza o empreendedores. No processo de empreender, Dornelas (2001) questiona, se é possível ensinar empreendedorismo. E transcreveu seu estudo da seguinte forma: “Até alguns anos atrás, acreditava-se que o empreendor era inato, que nascia com um diferencial e era predestinado ao sucesso nos negócios. Pessoas sem essas características eram desencorajadas a empreender. Hoje em dia, esse discurso mudou e, cada vez mais, acredita-se que o processo empreendedor pode ser ensinado e entendido por qualquer pessoa e que o sucesso é decorrente de uma gama de fatores internos e externos ao negócio, do perfil do empreendedor e de como ele administra as adversidades que encontra no dia-a-dia de seu empreendimento. Os empreendedores inatos continuam existindo, e continuam sendo referências de sucesso, mas muitos outros podem ser capacitados para criação de empresas duradouras” (DORNELAS, 2001, p.38). Para os novos empreendedores apenas o ensino do empreendedorismo não garante que eles poderão ser novos mitos, no entanto, com o ensino de empreendedorismo se espera, uma melhora na qualificação de novos empresários, das empresas e na maior geração de riqueza ao país. Já Hisrich e Peters (2004), destacam que as habilidades exigidas dos futuros empreendedores podem ser classificadas em três áreas principais: habilidades 28 técnicas, habilidades de administração de empresas e habilidade empreendedoras pessoais. § As habilidades técnicas abrangem redação, atenção, apresentações orais, organização, treinamento, trabalho em equipe e know-how técnico. § As habilidades administrativas das empresas incluem áreas envolvidas no início, o desenvolvimento e a administração de qualquer empresa. As habilidades para a tomada de decisões, marketing, administração, finanças, contabilidade, produção, controle e negociação são essenciais no lançamento e desenvolvimento de um novo empreendimento. § As habilidades empreendedoras pessoais destinguem um empreendedor de um gerente. As habilidades incluídas nessa categoria são o controle interno (disciplina), capacidade de arriscar-se, espírito de inovação, persistência, liderança visionária e orientação para mudanças. Segundo Degen (1989), antes de prosseguir com um novo empreendimento, é importante verificar se o futuro empreendedor dispõe de respostas positivas para todos os cinco pré-requisitos necessários determinados pelo autor para iniciação do novo empreendimento. Estes pré-requistos são os seguintes: 1) Conceito do Negócio; 2) Conhecimento; 3) Contatos; 4) Recursos e 5) Encomendas. 29 Hisrich e Perters (2004. p. 53) conceituam o processo de empreender da seguinte forma: “Processo através do qual um novo empreendimento é criado por um empreendedor”. Da mesma forma Hisrich e Peters (2004), apresentam o processo de empreender através de quatro fases distintas: (1) identificação e avaliação da oportunidade, (2) desenvolvimento de um plano de negócio, (3) determinação de recursos necessários e (4) administração da empresa resultante. Conforme figura 02. Identificação e avaliação da oportunidade Criação e dimensão da da oportunidade Desenvolvimento do plano de negócios Título Sumário Determinação dos recursos necessários Recusos existentes do empreendedor Valor real percebido da oportunidade Resumo executivo Ausência de recursos e fornecedores disponíveis Variáveis -chaves para o sucesso Risco e retorno da oportunidade 1.0 Descrição do negócio 2.0 Descrição do setor 3.0 Plano de marketing 4.0 Plano financeiro 5.0 Plano de produção 6.0 Plano de organização 7.0 Plano operacional 8.0 Resumo Apêndice (Anexos) Acesso aos recursos necessários Indefinição de problema exis tente e potencial Oportunidade versus Habilidades e objetivos pessoais Situação competitiva Administração da empresa Estilo administrativo Implementação de sistemas de controle Figura 02 : Aspectos do Processo de Empreender Fonte : Hisrich e Peters (2004, p. 55) Diante dos conceitos de empreendedorismo, empreendedor e de alguns fatores do processo de empreender entende-se que o indivíduo que deseja empreender deve ter habilidades, coragem e acreditar (autoconfiança) na sua idéia e em seu empreendimento. 30 1.1.3 Compensações e Desvantagens do Empreendimento Os indivíduos são atraídos para o empreendimento por inúmeros incentivos poderosos, ou recompensas (figura 03). Essas recompensas podem ser agrupadas, visando a simplicidade, em três categorias básicas: lucro, independência e um estilo de vida prazeroso. COMPENSAÇÕES DE UM EMPREENDIMENTO LUCRO Liberação dos limites de pagamento padronizados para trabalho padronizado INDEPENDÊNCIA Libertação da supervisão e regras de organizações burocráticas ESTILO DE VIDA PRAZEROSO Libertação da rotina, monotonia e empregos não-desafiadores Figura 03: Incentivos para empreender Fonte : Longenecker, Moore e Petty (1997. p. 7) Os empreendedores esperam um retorno que não só os compensará pelo tempo e dinheiro investidos, mas também os recompensará pelos riscos e pela iniciativa que assumiram ao operar seus próprios negócios. A liberdade para trabalhar independentemente é outra vantagem de um empreendimento próprio. Sua importância como fator motivacional é considerado como um dos primeiros motivos na criação de um negócio próprio. Porém, a independência não garante uma vida fácil. Os empreendedores freqüentemente falam da satisfação pessoal que sentem em seus próprios negócios. Alguns chegam a referir-se ao próprio negócio 31 como “diversão”, Longenecker, Moore e Petty (1997). Parte deste prazer deriva da independência descrita anteriormente, e parte aparentemente vem da natureza peculiar da atividade, do papel do empreendedor nos negócios e das oportunidades do empreendedor para prestar serviços. Embora as compensações de empreendimento sejam tentadoras, também há desvantagens e custos associados ao negócio. Começar a operar um negócio próprio exige, muito trabalho, longas horas e muita energia emocional. A possibilidade de fracasso nos negócios é uma ameaça constante aos empreendedores, e ninguém garante o sucesso nem concorda em tirar um proprietário de uma situação financeira difícil. Concluindo, ninguém gosta de perder dinheiro ou seu tempo, mas essa é sempre uma possibilidade para alguém que inicia o próprio negócio. Na seqüência deste capitulo, objetiva-se conhecer além desse, alguns outros fatores que possam contribuir para o sucesso do empreendedor em seu novo empreendimento. 1.1.4 Oportunidades de Negócio Talvez um dos maiores mitos a respeito de novas idéias de negócios é que elas devem ser únicas. O fato de uma idéia ser ou não única não importa. O que importa é como o empreendedor utiliza sua idéia, inédita ou não, de forma a transformá- la em uma oportunidade de produto ou serviço que faça seu empreendimento crescer. 32 Entretanto, idéias são diferentes de oportunidades. Boas idéias não são necessariamente oportunidades e não saber distinguir uma da outra, é uma das causas de insucesso entre os empreendedores iniciantes. Segundo Degen (1989, p. 23), Oportunidades de negócios podem ser encontradas em todos os lugares e sob as mais diversas formas, exigindo predisposição e criatividade por parte do empreendedor. Através da predisposição, o futuro empreendedor aprende a observar e avaliar negócios, e através da criatividade ele começa associar as observações dos mais diversos tipos de formas de empreendimentos. Para toda e qualquer oportunidade de negócio, deverá ser elaborado um plano para verificação e certificação da viabilidade do projeto, antes de fazer o investimento. Conforme Dolabela (1999, p.66), essas são algumas características de oportunidade. • Ela deve se ajustar ao empreendedor. Algo que é uma oportunidade para uma pessoa pode não ser para outro, por vários motivos (knowhow, perfil, individual, motivação relações ,etc) • É um alvo móvel. Se alguém a vê, ainda há tempo de aproveitá-la. • Um empreendedor habilidoso dá forma a uma oportunidade onde outros nada vêem, ou vêem muito cedo ou tarde. • A oportunidade é uma fagulha que detona a explosão do Empreendedorismo. • Há maior quantidade de idéias do que boas oportunidades de negócios. 33 • Características da oportunidade: é atraente, durável, tem uma hora certa , ancora-se em um produto ou serviço que cria ou adiciona valor para o seu comprador. A identificação de oportunidades e sua validação são tarefas difíceis. Na maioria das boas oportunidades não aparecem de repente. Hisrich e Peters (2004) comentam que existem algumas fontes que são freqüentemente proveitosas como: consumidores e associações de classe, membros do sistema de distribuição e pessoas especializadas. Caso existam oportunidades proveitosas obtidas através deste tipo de informação, isso não descarta a necessidade de ser feita a verificação e avaliação desta oportunidade. Um dos fatos que ocorre com grande freqüência é o candidato a empreendedor ter uma idéia brilhante dirigida a um mercado que ele conhece muito pouco, ou nunca atuou profissionalmente. As chances de sucesso nesses casos são mínimas. Procure criar negócios em áreas que você conhece, e que já tenha alguma experiência, já trabalhou, ou tem sócios que já trabalharão no ramo. Degen (1989, p. 17-18) identificou três etapas para criação de um negócio próprio. Cada etapa possui fases detalhadas isoladas, que juntas, irão formar um passo a passo descritivo do negócio. 1- Identificar a oportunidade de negócio: - Identificar oportunidades - Coletar informações 2 - Desenvolver o conceito do negócio: - Desenvolver conceito 34 - Identificar riscos - Procurar experiências similares - Reduzir riscos - Avaliar potencial lucro e crescimento - Definir estratégia competitiva 3 - Implementar o empreendimento: - Elaborar o plano de negócio - Operacionalizar o negócio Concluindo, oportunidade é uma idéia que está vinculada a um produto ou serviço que agrega valor ao consumidor, seja através da inovação ou da diferenciação. Ela tem algo de novo e atende a uma demanda dos clientes, representando um nicho de mercado. Ela é atrativa, ou seja, tem potencial para gerar lucros, surge em um momento adequado em relação à quem irá aproveitá- la – o que a torna pessoal – é durável e baseia-se em necessidades insatisfeitas. Após a introdução do tema empreendedorismo, seus conceitos e definições, o processo de empreender, as compensações e desvantagens do empreendimento e a oportunidade de negocio, a seguir, serão mencionado os fatores de sucesso para criação de uma pequena empresa. 1.1.5 Fatores de Sucesso para Criação de uma Pequena Empresa O êxito ou fracasso das empresas de pequena dimensão tem se constituído numa das grandes preocupação nos meios políticos, acadêmicos e 35 empresariais. Os motivos não são apenas os altos índices de mortalidade empresarial, após muito tempo em declínio, o número de empresas está crescendo e as unidades de pequenos negócios são tendência na atualidade. Muitas expectativas são depositadas nestas pequenas unidades, porque elas geram novos empregos e contribuem para uma melhor e mais eficiente economia. Ao mesmo tempo, é preocupante o número de empresas que fracassam nos primeiros anos de vida. Pesquisas atuais buscam explicar por que umas empresas sobrevivem e outras fracassam. São três os fatores que afetam a sobrevivência de uma nova empresa: Características do meio ambiente da empresa. Características estruturais e estratégicas do novo negócio. Características individuais do empreendedor. a) Características do meio ambiente da empresa: Os fatores externos à empresa são os macroeconômicos e do ambiente. Afetam a vida da empresa, porém não podem ser modificados pelo empreendedor. Podemos observar como os fatores externos influenciam na vida da empresa, tomando como base o enfoque da localização e das atividades produtivas. Segundo esse enfoque, as características do ambiente podem ser classificadas da seguinte forma: Demanda • demográficas: população, taxa de crescimento, pirâmide populacional, estratificação social, distribuição espacial, etc. 36 • comunicações: acesso a outros mercados, transportes. • setoriais: características e importância relativa ao setor primário, secundário e terciário. Existência de sub-setores com tradição na região e que representem um mercado potencial de bens e serviços intermediários, sub-contratação, etc. Distribuição espacial das atividades produtivas. • mercado: tamanho e segmentação, canais de distribuição. Localização espacial e evolução. Oferta • insumos: matérias-primas e semi-acabadas, quantidade e qualidade dos fornecedores dos diversos bens e serviços, prazos, etc.; • relações intra-empresariais: existência da diversificação da indústria e serviços que possam facilitar a implantação e o desenvolvimento de atividades relacionadas à demanda de fornecimento, subcontratação, assessoria, etc. Fatores de Produção • recursos naturais: energéticos, minerais, agrícolas, paisagísticos, etc.; • recursos humanos: pessoal empregado nas diferentes qualificações profissionais, sistemas de formação que permitam a atualização destes recursos humanos; • recursos científicos e técnicos: disponibilidade de recursos científicos e tecnológicos. • capital: existência e diversificação das fontes de financiamento; 37 • terrenos e prédios industriais: existência de distrito industrial e instalações já construídas. Possibilidade de construção em prazos curtos e baixo custo; • infra-estrutura: redes de transporte, água, gás, eletricidade, esgotos industriais, etc.; Outras características regionais • administração central, regional e local: orientação às atividades produtivas, impostos regulamentações que afetam a atividade produtiva; • clima; • facilidades comunitárias: moradia, hotéis, restaurantes, meios de comunicação, etc,; • aspectos educacionais; • aspectos culturais e de prestígio. b) Características estruturais e estratégicas do novo negócio: Os fatores internos à empresa são os quais intervém diretamente no funcionamento da organização e que podem ser modificados por ela. Para agrupar os fatores internos de sucesso são usados os subsistemas empresariais clássicos apresentados a seguir: • direção e gestão: formas de organização, direção, planejamento e controle empresarial; 38 • produção: sistema de produção, tecnologia, qualidade, fornecimento, engenharia, projeto de produtos e processos, gama de produtos, etc.; • recursos humanos: qualificação da mão de obra, sistema de remuneração, sistema de recrutamento e seleção, sistema de formação interna, etc.; • finanças: estrutura financeira, origem dos recursos, administração financeira, sistemas de controle; • comercial: sistemas de comercialização, preços, distribuição, assistência técnica, estudo de mercado, níveis de exportação, etc. c) Características individuais do empreendedor: Os fatores relacionados ao empreendedor interferem diretamente no processo de criação e desenvolvimento das empresas. As habilidades, necessidades, conhecimento e os valores, são os mais importantes. Os fatores de sucesso adquirem maior ou menor relevância de acordo com o estágio da empresa. O êxito de uma empresa se origina quando há um equilíbrio nos fatores acima citados. A empresa, o ambiente e o empreendedor, são três variáveis que se influenciam mutuamente. Apesar da diversidade de fatores que levam as pequenas empresas ao sucesso, quase todos estão ligados à figura do empreendedor. O fracasso de uma empresa é um processo de aprendizado doloroso e traumático para o empreendedor, pois estão envolvidos muitos recursos próprios e de terceiros, como energia e entusiasmo. 39 Concluindo a abordagem sobre o tema empreendedorismo, o próximo tópico falará de seu futuro. 1.1.6 O futuro do empreendedorismo Como evidencia-se pelas várias definições, o termo empreendedorismo significa coisas diferentes para diferentes pessoas e pode ser visto sob perspectivas conceituais diferentes. Contudo, apesar das diferenças, existem alguns aspectos comuns: riscos, criatividade, independência e recompensa. “Uma coisa está clara: o futuro do empreendedorismo parece brilhante. Estamos vivendo na era do empreendedor, com o empreendedorismo sendo endossado por instituições educacionais, unidades governamentais, sociedade e corporações. A educação empreendedora nunca foi tão importante em termos de cursos e pesquisas acadêmicas” (HISRICH e PETERS, 2004, p.41). O ensino do empreendedorismo, para a formação de novos empreendedores potenciais, é parte essencial de qualquer tentativa de fortalecimento que é tão importante para o bem estar econômico de um país. 1.2 Plano de Negócio Atualmente é preciso que o empreendedor conheça um pouco de tudo: técnicas de administração, comunicação, finanças, custos, recursos humanos, informática, marketing, publicidade e propaganda, legislação, qualidade e também estar ligado nas transformações do mercado e nunca se esquecer de reservar uma parte do seu tempo para estudar e buscar novos conhecimentos. 40 O planejamento do novo negócio é uma função estratégica, entretanto, na maioria das vezes, acaba sendo colocado em segundo plano pelos empresários. É comum que eles priorizem o lado operacional e esqueçam do estratégico. Poucos sabem o que é um Plano de Negócios, porque deve ser feito e para que serve. O principal objetivo de se elaborar um Plano de Negócio é orientar o empreendedor com relação às decisões estratégicas do negócio antes de iniciar o seu empreendimento. Para Longnecker, Moore e Petty (1997), o plano é em certo sentido a “primeira criação” do empreendedor. Isso porque, em qualquer coisa que construímos a primeira é mental e a segunda é concreta. 1.2.1 Conceituando o termo Plano de Negócios O conceito de plano de negócios conforme os autores a baixo de uma forma geral destacam plano de negocio, como sendo, um documento para auxiliar o empreendedor na validação de seu empreendimento. Para Dornelas (2001, p.96) Plano de Negócio é um documento usado para descrever um empreendimento e o modelo de negócios que sustentam a empresa. Segundo Longnecker, Moore e Petty, (1997, p.161) Plano de Negócios é um documento contendo a idéia básica de todas as considerações relacionadas ao início de um novo negócio. 41 Já para Dolabela: (2000, p.164) O plano de negócio, é antes de tudo, o processo de validação de uma idéia, que o empreendedor realiza através do planejamento detalhado da empresa. Muito semelhante à todos conceitos anteriores o conceito de Hisrich e Peters (2004, p. 210) para plano de negócios é o seguinte: O plano de negócio é um documento preparado pelo empreendedor em que são descritos todos os elementos externos e internos relevantes envolvidos no início de um novo empreendimento. No livro, O Segredo de Luísa, Dolabela (1999) detalha o conceito do plano de negócio nos seguintes tópicos: • É uma forma de pensar sobre o futuro do negócio: aonde ir, como ir mais rapidamente, o que fazer durante o caminho para diminuir incertezas e riscos. • Descreve um negócio: os motivos da existência da oportunidade de negócio, como o empreendedor pretende agarrá- la, e como buscar e gerenciar os recursos aproveitá-la. • É mais um processo do que um produto. É dinâmico, vivo, e deve ser sempre atualizado. • Não deve ser confundido com a empresa. Não é o negócio, mas a sua descrição. O plano de negócios pode indicar que o empreendimento tem grande potencial de sucesso, mas também pode dar evidências de que o empreendimento é irreal, que 42 existem obstáculos jurídicos ou legais instransponíveis, que os riscos são incontroláveis, ou que a rentabilidade é aleatória ou insuficiente para garantir a sobrevivência da empresa ou do novo negócio. Pode sugerir, também, que o empreendimento deve ser adiado. • É um instrumento de negociação interna e externa para administrar a interdependência com sócios, empregados, financiadores, incubadoras, clientes, fornecedores, bancos, etc. • É um instrumento para a obtenção de financiamentos, empréstimos, de persuasão de novos sócios, controle interno, integração da equipe e envolvimento dos empregados e colaboradores. Quando pessoas falam de Plano de Negócio, pensam em geral só em informações financeiras e de marketing, como projeções, definição de mercado-alvo etc. Porém, existem outros tipos de informações tão ou mais importantes do que essas que devemos desenvolver através dos quatro tipos interdependentes de informação, conforme abaixo: • Sobre quem vai criar a empresa; • Sobre a oportunidade de negócio e sua exploração; • Sobre o contexto ou a situação na qual a oportunidade de negócio é percebida e será explorada; • Sobre os riscos e os lucros decorrentes da iniciativa. Um bom “Plano de Negócio” dependerá de como o empreendedor traduzirá esses passos realizados racionalmente em um documento que sintetize e 43 explore as pontencialidades de seu negócio, bem como os riscos inerentes a ele. Sendo assim o plano de negócio se torna uma ferramenta para o empreendedor expor suas idéias em uma linguagem que os leitores do plano de negócios entendam e, principalmente, mostre viabilidade e probabilidade de sucesso em seu mercado. Esta é uma ferramenta aplicável tanto para lançamentos de novos negócios quanto para empresas já existentes. 1.2.2 A quem se destina um Plano de Negócios O plano de negócios elaborado como instrumento para criação de um novo empreendimento se destina em primeira instância para o próprio empreendedor. O mesmo plano pode ser aprimorado e focalizado par uma área distinta para atender o objetivo pretendido pelo empreendedor. Hisrich e Peters (2004) mencionam os funcionários, investidores, banqueiros, investidores de risco, fornecedores, clientes, conselheiros e consultores como possíveis leitores de um plano de negócios. Estes objetivos incluem como destino do plano de negócios tanto o público interno como externo do empreendimento. Segundo Dornelas, vários são os públicos-alvos de um plano de negócios, dentre eles, pode-se citar: Mantenedores das incubadoras (Sebrae, universidades, prefeituras, governo, associações etc.): para outorgar financiamentos a estas. Parceiros: para definição de estratégias e discussão de formas de interação entre as partes. Bancos: para outorgar financiamentos para equipamentos, capital de giro, imóveis, expansão da empresa etc. Investidores: empresas de capital de risco, pessoas jurídicas, bancos de investimentos, “angels”, BNDES, governo etc. Fornecedores: para negociação na compra de mercadorias, matéria-prima e formas de pagamento. A empresa internamente : para comunicação da gerencia com o conselho de administração e com os empregados. Os clientes: para a venda do produto e ou serviço e publicidade da empresa. Sócios: para 44 convencimento em participar do empreendimento e formalização da sociedade. (DORNELAS ,2001 p. 98-99) Dolabela (1999, p. 81), cita da seguinte forma os “clientes” do plano de negócios: O próprio empreendedor; Sócio e empregados; Sócios em potencial; Parceiros em potencial (distribuidores, representantes); Órgãos governamentais de financiamento, bancos capitalistas de risco (para obtenção de recursos de qualquer fonte); Grandes clientes atacadistas, distribuidores e Franqueados. Já Longnecker. Moore e Petty (1997, p. 163) dizem que: Os investidores e empregados são os usuários primários, embora não sejam os únicos, de plano de negócios. Quase todos que começam um negócio enfrentam a tarefa de levantar fundos financeiros par suplementar economias pessoais. O plano é o “cartão de visitas” do empreendedor. Entende-se então, que o plano a ser elaborado deve estar bem organizado e dividido em etapas bem elaboradas para que seja bem compreendido pelo leitor e que o mesmo compre a idéia a qual está sendo submetido. 1.2.3 Etapas do Plano de Negócios As seções que compõem um plano de negócios geralmente são padronizadas para facilitar o entendimento. Cada seção do plano tem um propósito específico. Segundo Berle e Kirschner (1995), para construir um Plano de Negócio podemos seguir 12 etapas rápidas e fáceis (Figura 04). Etapas quais podem ser 45 agrupadas em 4 áreas de foco: A Empresa, O Plano Financeiro, Análise de Mercado e Estratégia de Marketing. 1 – Introdução ao Plano de Negócios; 2 – Identificação da Empresa; 3 – Objetivos; 4 – Descrição da Empresa; 5 – Seu Mercado; 6 – Concorrência; 7 – Administração; 8 – Pessoal; 9 – Ponto; 10 – Informações Financeiras; 11 – Mantendo Registros; 12 – Checklist de Diversos (Apêndice). Figura 04: As doze etapas para construção do Plano de Negócio Fonte : Berle e Kirschner,1995, p.13. Todo plano de negócios deve ter um índice do conteúdo, este, sempre é divido em seções, porém o título de cada seção pode diferenciar-se de autor para autor. assim como os conteúdos de cada seção, que pode ser suprimido e abordado separadamente ou junto com outra seção. Segue abaixo estruturas sugeridas pelos autores: Hisrich e Peters (vide fig. 05), Longnecker, Moore e Petty (vide fig. 06), Dolabela (vide fig. 07) e Dornelas (vide fig. 08). 46 Estrutura do Plano de Negócios - Hisrich e Peters (2004) 1 – Página Introdutória 1.1 Nome e endereço da empresa 1.2 Nomes e endereços dos dirigentes 1.3 Natureza do negócio 1.4 Declaração do financiamento necessário 1.5 Declaração do caráter confidencial do relatório 2 – Resumo Executivo Sintetização do Plano de Negocio 3 – Análise Ambiental e Industrial 3.1 Perspectiva e tendências futuras 3.2 Análise dos concorrentes 3.3 Segmentação de mercado 3.4 Previsão do setor 4 – Descrição do Empreendimento 4.1 Produto (s) 4.2 Serviço (s) 4.3 Dimensão do negócio 4.4 Equipamento pessoal do escritório 4.5 Histórico dos empreendedores 5 – Plano de Produção 5.1 Processo de fabricação 5.2 Planta física 5.3 Maquinário e equipamento 5.4 Nomes de fornecedores e matérias-primas 6 – Plano de Marketing 6.1 Preço 6.2 Distribuição 6.3 Promoção 6.4 Previsão de produtos 6.5 Controles 7 – Plano Organizacional 7.1 Forma de propriedade 7.2 Identificação de sócios e principais acionistas 7.3 Autoridade dos diretores 7.4 Histórico da equipe administrativa 7.5 Funções e responsabilidades dos membros da organização 8 – Avaliação de Riscos 8.1 Avaliação dos pontos fracos de negócio 8.2 Novas tecnologias 8.3 Planos contingentes 9 – Plano Financeiro 9.1 Demonstrativo de resultados pro forma 9.2 Projeções de fluxo de caixa 9.3 Balanço patrimonial pro forma 9.4 Análise do ponto de equilíbrio 9.5 Origens e aplicações de recursos 10 – Apêndice 10..1 Cartas 10.2 Dados de pesquisa de mercado 10.3 Leasings ou contratos 10.4 Lista de preços de fornecedores Figura 05: Modelo de Plano Sugerido por Hisrich e Peters Fonte : Hisrich e Peters (2004, p. 218) 47 Estrutura do Plano de Negócios - Longnecker, Moore e Petty (1997) 1 – Resumo Executivo Visão geral do plano de negocio 2– Descrição Geral da Empresa Descreve o tipo da empresa e fornece sua história, se ela existir 3 – Plano de Produtos e Serviços Descreve o produto e/ou serviço e aponta quaisquer aspectos singulares 4 – Plano de Marketing Mostra quem serão seus clientes e que tipo de competição você enfrentará. Esboça sua estratégia de marketing. 5 – Plano Gerencial Identifica os investidores ativos, a equipe gerencial e os diretores. Cita a experiência e competência que possuem 6 – Plano Operacional Explica o tipo de manufatura ou sistema operacional que você usará. 7 – Plano Financeiro Relata as necessidades financeiras e de fontes de financiamento e projeção de receitas, custos e lucros do negócio. 8 – Plano Jurídico Mostra o tipo proposto de constituição jurídica da empresa. 9 – Apêndice Fornece materiais suplementares ao plano. Figura 06: Modelo de Plano Sugerido Por Longnecker, Moore e Petty Fonte : Longnecker, Moore e Petty (1997, p.170-171) Estrutura do Plano de Negócios - Dolabela (1999) 1– Sumário Executivo 2 – A Empresa 2.1 Missão 2.2 Objetivos da Empresa 2.3 Estrutura Organizacional e Legal 2.4 Currículos da Equipe Dirigente 2.5 Plano de Operações 2.6 As Parcerias 3 – O Plano de Marketing 3.1 Análises do Mercado (setor, oportunidades e ameaças, clientes, segmentação, concorrência e fornecedores). 3.2 Estratégias de Marketing (o produto, a tecnologia, vantagens competitivas, preço, distribuição, promoção e propaganda). 4 – Plano Financeiro 4.1 Investimentos Iniciais 4.2 Projeções dos Resultados 4.3 Projeções de Fluxo de Caixa 4.4 Projeções de Balanço 4.5 Ponto de Equilíbrio 4.6 Análise de Investimento (TIR, Payback, VPL) Figura 07: Modelo de Plano Sugerido Por Dolabela Fonte : Dolabela (1999, p.144 e 145) 48 Estrutura do Plano de Negócios - Dornelas (2001) 1 – Capa 2 – Sumário 3 – Sumário Executivo 4 – Descrição da Empresa 4.1 Descrição dos produtos e serviços 4.2 Previsão de lançamentos de Novos Produtos e Serviços 5 – Produtos e Serviços 5.1 Análise do Setor 5.2 Definição do Nicho de Mercado 5.3 Análise de Concorrência 5.4 Diferenciais Competitivos 6 – Mercado e Competidores 6.1 Estratégia de Marketing (preço, produto, praça e promoção) 6.2 Canais de Distribuição 6.3 Projeção de Vendas 7 – Marketing e Vendas 7.1 Análise das Instalações 7.2 Equipamentos e Máquinas Necessárias 7.3 Funcionários e Insumos Necessários 7.4 Processo de Produção 7.5 Terceirização 8 – Análise Estratégica 8.1 Estrutura Organizacional 8.2 Assessorias Externas 8.3 Equipe de Gestão 9 – Plano Financeiro 9.1 Balanço Patrimonial 9.2 Demonstrativo de Resultado 9.3 Fluxo de Caixa 10 – Anexos Figura 08: Modelo de Plano Sugerido Por Dornelas Fonte : Dornelas (2001, p. 118) Na hora de optar pelo plano a ser colocado em ação o empreendedor deve analisar ambas opções, dependendo da sua necessidade, condição econômica ou conveniência, deverá decidir entre um modelo, ou adaptar um para sua necessidade. Na comparação dos quatro modelos descritos acima, ambos modelos são convenientes e satisfatórios para o planejamento de uma empresa tradicional, podendo-se notar que existe uma pequena diferença entre os modelos de Hisrich e Peters para o modelo de Dornelas e o de Longnecker, Moore e Petty e, esta pequena diferença se encontra basicamente na denominação das seções propostas nos planos. 49 Baseado em Hisrich e Peters (2004), Dolabela (1999), Dornelas (2001), e Longnecker, Moore e Petty (1997), define-se a seguinte estrutura de Plano de Negócio para este trabalho (vide fig. 09). Estrutura de Plano Proposta pelo Pesquisador 1 - Página Introdutória 2 - Resumo Executivo 3 - Análise Ambiental e Industrial 3.1 Análise Macroambiente 3.2 Análise Setorial 3.3 Estratégia Competitiva 3.4 Analise de Swot 3.5 Previsões do Setor 4 – O Empreendimento 4.1 Forma de Propriedade 4.2 Missão 4.3 Visão 4.4 Objetivos e Metas 4.5 Localização 5 – Plano de Marketing 5.1 Produto 5.2 Preço 5.3 Praça 5.4 Promoção e Propaganda 5.5 Segmentação de Mercado 5.6 Projeção de Vendas 6 – Plano Organizacional 6.1 Equipe de Gestão 6.2 Estrutura Organizacional 6.3 Organograma 6.4 Sistema de Informações Gerenciais 7– Plano Operacional 7.1 Infra-estrutura 7.2 Lay Out 7.3 Fluxograma 7.4 Parcerias 8 – Plano Financeiro 8.1 Investimentos Iniciais 8.2 Demonstrativos Financeiros (Fluxo de Caixa, DRE) 8.3 Análise de Investimentos (Payback, TIR, VPL) 9- Apêndice Figura 09: Modelo de Plano de Negócio Proposto Fonte : Pesquisador 50 Esta proposta apresentada pelo pesquisador através da figura 09, foi definida de forma que o plano, pudesse de forma clara apresentar todas as tarefas consideradas essenciais dentro de suas respectivas seções. Estas seções da forma a qual foram propostas atendem por completo todas as visões que o empreendedor deve analisar ao planejar o seu plano de negócio. Pode-se diferenciar no plano proposto em relação aos demais, a existência de uma seção, para o plano organizacional e outra para o plano operacional, destacando-se no plano organizacional as atividades humanas relacionadas ao quadro efetivo, e no plano operacional o fluxograma de tarefas e parcerias para tender aos clientes. 51 2- PLANO DE NEGÓCIO PROPOSTO 2.1 Página Introdutória Conforme Hisrich e Peters: “A página introdutória é o título ou página de rosto que oferece um breve resumo do conteúdo do plano de negócio”. (HISRICH e PETERS, 2004, p. 217) A página introdutória estabelece o conceito básico que o empreendedor está tentando desenvolver. Os investidores consideram esta parte como muito importante, pois é possível determinar a quantidade de investimento requerido sem que seja necessário ler todo o plano (ver fig. 10). A página introdutória deve conter o seguinte: § O nome e endereço da empresa. § O nome do empreendedor, número do telefone, número do fax, e- mail, endereço do site, se houver. § Um parágrafo descrevendo a empresa e a natureza do negócio. 52 § O volume de financiamento necessário. § Uma declaração de caráter confidencial do relatório. KC CLEANING SERVICE OAK KNOLL ROAD BOSTON, MA 02167 (617) 96900100 www.cleaning.com Co-Proprietárias: Kimberly Peters, Christa Peters Descrição da Empresa: Essa empresa fornecerá serviços de limpeza sob contrato para empresas de pequeno e médio porte. Os serviços incluem limpeza de pisos, carpetes, cortinas e janelas; varrer, tirar pó e lavar. Os contratos terão um ano de duração e determinarão os serviços específicos e prazos para a execução. Financiamento: O financiamento inicial requisitado é um empréstimo de 100 mil dólares a serem pagos em seis anos. A dívida cobrirá espaço para escritório, equipamento e material para o escritório, dois veículos alugados, propaganda e custo de vendas. Este relatório é confidencial e de propriedade das co-propietárias mencionadas. É dirigido somente ao uso pelas pessoas a quem for transmitido, e qualquer reprodução ou divulgação de seu conteúdo sem consentimento prévio por escrito da empresa são proibidas. Figura 10:Exemplo de Página Introdutória Fonte : Hisrich e Peters (2004, p.219). 2.2 Resumo Executivo A finalidade de um resumo executivo é estimular o interesse do investidor em potencial, para que leia todo o plano. Tanto Hisrich e Peters (2004), como Longnecker, Moore e Petty (1997), caracterizam o resumo executivo da seguinte forma: O Resumo executivo deve sintetizar em duas ou três páginas, os pontos importantes do plano de negócios, dando ênfase ao conceito do negócio, ao produto, ao mercado, à estratégia competitiva e aos principais dados financeiros. 53 Esta seção do plano de negócio é preparada depois que todo plano foi redigido. Sendo limitado em até três páginas, é importante que o empreendedor averigúe o que é mais relevante para o público-alvo a quem o plano é direcionado. 2.3 Análise Ambiental e Industrial É importante colocar o novo empreendimento em um contexto adequado ao se realizar primeiramente uma análise ambiental para identificar tendências e mudanças, que podem influenciar no novo empreendimento. Segundo Hisrich e Peters (2004, p. 219) análise ambiental é a "Avaliação de variáveis externas incontroláveis que podem ter impacto sobre o plano de negócios”. Exemplos de fatores ambientais citados pelos autores são: Economia, Cultura, Tecnologia e Preocupações Legais. Segundo Wright, Kroll e Parnell (2000), toda empresa está inserida dentro de uma complexa rede de forças ambientais, na qual são afetadas por tendências e sistemas políticos, econômicos, tecnológicos e sociais. Estas forças formam o macroambiente das empresas e suas mudanças geram oportunidades e ameaças para as organizações. Todos fatores externos citados por Hisrich e Peters (2004), são geralmente incontroláveis. Entretanto, como indicado, a consciência e a avaliação desses fatores pelo uso de algumas fontes identificadas podem oferecer forte embasamento para a oportunidade, a ser de grande valor no desenvolvimento da estratégia de marketing apropriada. Quando a avaliação do ambiente estiver 54 completa, o empreendedor deve fazer uma análise industrial que se concentrará nas tendências específicas do setor. Análise Industrial, segundo: Hisrich e Peters (2004, p. 220), significa: “Verificar as tendências industriais e estratégias competitivas”. São exemplos de fatores para análise industrial: demanda do setor, concorrência e mercado específico. Para Wright, Kroll e Parnell (2000, p. 47) o ambiente industrial é: “Um grupo de empresas que produzem ou oferecem serviços concorrentes”. O mesmo autor coloca que a estrutura desse ambiente influencia na intensidade da competição entre as empresas que dele fazem parte, impondo algumas restrições em suas operações e oferecendo oportunidades para que as empresas bem administradas obtenham vantagens sobre seus concorrentes. As análises ambiental e industrial, também podem ser chamadas de análise macroambientais e setoriais (ver fig. 11). A seguir , serão abordados os conceitos das forças dentro do macroambiente e do ambiente setorial. 2.3.1 Macroambiente Forças Político-Legais, tanto para Hisrich e Peters (2004) quanto para Wright, Kroll e Parnell (2000), são normas que as empresa devem seguir para poder produzir e comercializar seus produtos, dentro dos padrões estabelecidos e conformidade com as normas e leis existentes. Exemplos dessas forças políticolegais são: • Proteção contra existência de monopólio e cartel; 55 • Impedimento de métodos injustos de concorrência, tais como prática enganosa de publicidade, de vendas e de fixação de preços; • Fixação de valores mínimos de salário, remuneração por horas complementares, férias, garante os direitos do trabalhador e proíbindo o trabalho infantil; • Estabelecimento de normas de segurança em produtos e embalagens; • Fiscalização de operações de comercio a fim de proporcionar igualdade a todos participantes. Macroambiente Forças políticolegais Ambiente Setorial Poder de barganha dos compradores Ameaças de entrada Intensidade da rivalidade entre concorrentes existentes Forças econômicas Organização Pressão de produtos substitutos Figura 11: Análise Macroambiente e Setorial Fonte : Wright, Kroll e Parnell (2000, p.48) Forças tecnológicas Poder de barganha dos fornecedores Forças sociais 56 As forças econômicas, segundo Wright, Kroll e Parnell (2000), são todas variações que ocorrem com o aumento ou diminuição do PIB (Produto Interno Bruto), bem como as elevações e quedas das taxas de juros, da inflação e do valor do dólar. Essas mudanças podem trazer tanto ameaças como oportunidades para o negócio. Hisrich e Peters (2004) concordam com os fatores citados e complementam com mais alguns fatores como: taxa de desemprego por área geográfica e renda disponível. Seguindo a análise macroambiental, temos as forças tecnológicas como outro fator que influencia externamente no negócio. Segundo Hisrich e Peters (2004) avanços na tecnologia são difíceis de prever. Wright, Kroll e Parnell (2000. p,54), consideram as forças tecnológicas da seguinte forma: melhoria e inovações cientificas, alterações tecnológicas nas operações de uma empresa. Novos produtos e serviços, avanços tecnológicos em computadores, robótica, lasers, rede satélite, fibras óticas, etc... Outra perspectiva de mudanças tecnológicas apresentadas por esses autores é a substituição de produtos por outro que faça a mesma tarefa. Exemplos dessa mudança incluem a substituição das canetas-tinteiras pelas do tipo Ballpoint, dos aviões a propulsão pelos jatos e das máquinas de escrever pelos processadores de texto de computadores. Para completar as quatro forças macroambientais, encontramos as forças sociais. Wright, Kroll e Parnell (2000, p. 55), definem forças sociais da seguinte forma: “Tradições, valores, tendências sociais e expectativas que uma sociedade tem em relação às empresas”. 57 As tradições são as práticas sociais que atravessam décadas ou até mesmo séculos, exemplo o Natal e a Páscoa. Os valores referem-se aos conceitos que a sociedade tem em maior valia. As tendências sociais representam diversas oportunidades e ameaças ou restrições para as empresas. Essas tendências variam rapidamente e vão ao encontro com os interesses dos stakeholders. Exemplos dessas tendências são: cuidados com a saúde, necessidades diárias de alimentação rápida (fast foods) e leis (venda bebidas alcoólicas na beira de estrada). Incluso nas forças sociais Hisrich e Peters (2004. p. 220), destacam as mudanças de atitude, como “Compre o que é de nosso país”, ou tendências nas áreas de segurança, saúde e nutrição, como também a preocupação com o meio ambiente, fatores que influenciam na construção do plano de negocio. 2.3.2 Ambiente Setorial Toda empresa opera dentro de um ambiente especifico denominado ambiente setorial. Neste ambiente a empresa deve analisar cinco questões que ajudaram a verificar as tendências industriais e a estratégia competitiva. Baseado no estudo de Michael E. Porter, as cinco forças básicas destacadas por Wright, Kroll e Parnell (2000. p. 60), dentro do ambiente setorial são as seguintes: • Ameaça de novos concorrentes. • Intensidade da rivalidade dos concorrentes. • Ameaça de produtos ou serviços substitutos. • Poder de barganha de compradores. 58 • Poder de barganha de fornecedores. Essas cinco forças posicionadas a favor de seu empreendimento, proporcionou- lhe uma possibilidade de competir de forma eficaz no mercado. Segundo Wright, Kroll e Parnell (2000), a entrada de novos concorrentes aumenta a oferta de produtos no mercado, e caso esse mercado não esteja em rápida ascensão, causará uma menor lucratividade e uma maior briga por uma fatia de mercado. Para esses autores, existem dois fatores que dificultam a entrada de novas empresas: são as barreiras de entradas e a retaliação por parte de concorrentes existentes. A rivalidade entre concorrentes existentes intensifica-se quando: “uma ou mais empresas de um setor detectam a oportunidade de melhorar sua posição, ou sentem uma pressão competitiva das outras. Essa manifestação manifesta-se na forma de cortes de preços, batalhas publicitárias. Introdução de novos produtos ou reformulação dos já existentes e melhorias no atendimento aos clientes e nas garantias” (WRIGHT, KROLL E PARNELL, 2000 p.64). A pressão dos produtos substitutos, surge a partir de empresas que criam novos produtos ou das empresas de outro segmento, que através de alternativas, atingem satisfatoriamente as necessidades do cliente oferecendo produtos e serviços que diferem em características específicas. Exemplos: fitas de vídeo VHS por DVD, o cinema por canais de TV a cabo especializados em filmes. O poder de barganha dos compradores como força setorial mencionada por Wright, Kroll e Parnell (2000), acontecem quando compradores podem diminuir a lucratividade dos vendedores aumentando a qualidade ou quantidade dos produtos, colocando uma empresa contra outra na oferta do produto. 59 Algumas circunstâncias que dão poder ao comprador: • Comprar grandes quantidades em relação ao total de vendas do setor. • Ter nos produtos que os compradores adquirem uma porcentagem significativa de seus custos. • Comprar produtos padronizados e sem diferenciação. • Vender com um bom preço. Lucros baixos criam pressão para que eles reduzam seus custos com compras. • Possibilidades de verticalização em seu abastecimento. (torna-se seu próprio fornecedor). • Ter acesso a muitas informações. De acordo com os autores Wright, Kroll e Parnell (2000), os fornecedores podem comprometer o desempenho de empresas que não são capazes de repassar o aumento de custos para seus próprios preços. As condições que permitem os fornecedores atuarem desta forma espelham as condições que tornam os compradores poderosos. Com intenção de analisar por completo o ambiente onde a empresa estará se inserindo, a seguir será apresentado o estudo das estratégias competitivas, análise de SWOT e as previsões do setor. 2.3.3 Estratégia Competitiva Conforme Degen (1989), a estratégia competitiva tem como objetivo conseguir vantagens competitivas em relação aos concorrentes , nos fatores de 60 sucesso, ou seja, as forças que determinam a concorrência, controláveis pelo futuro empreendedor. Para isto o autor faz uma adaptação das estratégias competitivas popularizadas por Michael Porter em Competitive Strategy, de 1980. Ou seja das três estratégias competitivas de Porter. (diferenciação, menor custo e escopo), Degen apresenta quatro estratégias possíveis: diferenciação; menor custo; especialização com diferenciação; e especialização com menor custo. A seguir serão descritas as características de cada uma das estratégias competitivas apresentadas por Degen (1989): 2.3.3.1 Diferenciação Na estratégia competitiva de diferenciação, o empreendedor procura destacar seu negócio em relação aos dos concorrentes, em um ou mais fatores de sucessos que são valorizados pelos clientes. A recompensa pela vantagem competitiva, criada pela diferenciação, é poder ganhar mais pelos produtos ou serviços do que seus concorrentes. Entretanto o autor salienta a importância de que qualquer estratégia de diferenciação só existe se for percebida como tal e valorizada pelos clientes. Além disso, eles devem estar dispostos a pagar o preço maior necessário para cobrir, com vantagem, os custos desta diferenciação. 61 2.3.3.2 Menor Custo Já na estratégia competitiva de menor custo, o empreendedor precisa ganhar maior eficiência operacional no seu negócio em relação aos seus concorrentes, o que possibilita a prática de menores preços mantendo a especificações do produto e a qualidade do mesmo, ou a opção do mesmo preço por algo a mais nos produtos. As possibilidades de conseguir vantagens competitivas de menor custo variam de segmento para segmento. Elas podem decorrer por razões de escala, experiência, localização (tanto para venda dos produtos, como para compra de materiais), tecnologia exclusiva, sinergia com outros negócios e outros fatores mais. Entretanto Degen (1989), salienta que esta estratégia exige alguns cuidados especiais e algumas análises rotineiras do mercado. Na implementação de uma estratégia de menor custo para um negócio, o empreendedor precisa analisar cuidadosamente os seus fatores de sucesso, afim de verificar se não está sacrificando vantagens competitivas e qualitativas valorizadas pelos clientes, em troca de vantagem competitiva de menor custo. A estratégia de menor custo é desaconselhada nos casos em que ela é adotada por muitos concorrentes disputando o mesmo mercado, já que esse tipo de disputa acaba degenerando em guerra de preços, na qual todos os concorrentes saem perdendo. Nesse caso, o empreendedor que quer Ter sucesso procura uma estratégia de diferenciação para fugir dessa guerra de preços e manter sua lucratividade. (DEGEN, 1989, p.122) 62 2.3.3.3 Especialização com diferenciação ou de menor custo Através da especialização, o empreendedor escolhe um segmento do mercado e desenvolve uma estratégia de diferenciação ou de menor custo para atender exclusivamente a esse segmento. Completando a definição de Degen: “A idéia é conseguir, através da especialização, vantagens competitivas no segmento de mercado escolhido, o que não seria possível para todo mercado” (DEGEN, 1989, p. 122). 2.3.4 Análise de SWOT Considera-se o seguinte conceito para Análise de SWOT : “Análise de SWOT é uma análise que tem por finalidade cotejar os pontos fortes e fracos de uma empresa com as ameaças e oportunidades oferecidas pelo ambiente”. (WRIGHT, KROLL e PARNELL, 2000, p. 123). SWOT, em inglês ou PFOA em português, significam: potencialidade (pontos fortes), fragilidade (pontos fracos), oportunidades e ameaças. Esta análise é muito importante para o empreendedor, pois pode identificar as qualidades positivas e as melhorias necessárias dentro da organização, adequando-as com as oportunidades e desviando das ameaças apresentadas pelos concorrentes e pelo ambiente. 63 2.3.5 Previsão do Ambiente A previsão do ambiente pode ser feita por várias técnicas: “análise de séries temporais, previsões por julgamento, cenários múltiplos e a técnica Delphi”, (WRIGHT, KROLL e PARNELL. 2000. p.75-77), Embora sejam técnicas os mesmos autores salientam que estas devem prever mudanças e tendências futuras mas não são totalmente garantidas. Wright, Kroll e Parnell, descrevem as técnicas da seguinte forma: A análise por séries temporais tenta examinar os efeitos de tendências selecionadas (tais como crescimento da população, inovações tecnológicas, mudanças de renda pessoal disponível ou mudanças no número de fornecedores) sobre variáveis como custo, vendas, lucratividade, participação de mercado de uma empresa ao longa de determinado número de anos. Na previsão por julgamento uma empresa pode empregar seus próprios funcionários, clientes, fornecedores ou sindicato como fonte de informação qualitativa sobre tendências futuras. Com a técnica de cenários múltiplos o administrador formula várias descrições alternativas de tendências e eventos futuros. A técnica de Delphi, utiliza questionários que serão enviados a especialistas no assunto em questão, recebe-os de volta e formula um resumo com as respostas. Envia novamente ao especialista um novo questionário junto a este resumo. Esse processo responder e receber um feedback para depois responder de novo, continua até atingir um consenso. (2000, p.75-78). 64 Após analisar o macroambiente, o ambiente setorial, montar a estratégia competitiva, estruturar o SWOT e fazer as previsões do ambiente , o empreendedor deverá definir as questões referente ao empreendimento. 2.4 O Empreendimento Esta seção do plano de negócio começará com a forma de propriedade definida para a empresa e com a declaração da missão do novo empreendimento. Esta declaração descreve a natureza do negócio e o que empreendedor espera conquistar com o empreendimento. Após a declaração da missão, será elaborada à visão, os objetivos e metas, e a localização do negócio. Segundo Dornelas (2001), esta é a seção do plano em que deve se apresentar um breve resumo do empreendimento, sua história, e sua situação atual. Enfatizando as características únicas do negócio e mostrando como ele pode satisfazer ao cliente. 2.4.1 Forma de Propriedade Segundo Hisrich e Peters (2004) existem três formas legais básicas de formação de empresa. Essas três formas de empresas são as de propriedade individual, sociedade e corporação. Os mesmos autores definem cada uma das formas legais da seguinte maneira: 65 Propriedade Individual é a forma de empresa com um único proprietário que tem responsabilidade ilimitada, controla todas as decisões e recebe todos os lucros. Sociedade é quando são dois ou mais indivíduos com responsabilidade ilimitada que reuniram recursos para serem proprietários de uma empresa. Corporação é a entidade legal separada dirigida por acionistas com responsabilidade limitada.(HISRICH e PETERS, 2004, p. 281) Na propriedade individual, o proprietário é aquele que inicia o negócio. Ele tem total responsabilidade pelas operações. Em uma sociedade, pode haver alguns proprietários gerais e alguns proprietários limitados, já nas corporações a propriedade é resultado da participação nas ações. Dornelas (2001), destaca algumas exigências legais para funcionamento da empresa: • Registrar a empresa nos órgãos competentes (junta comercial ou cartório, receita federal, fazenda estadual, prefeitura, etc.); • Solicitar alvará de funcionamento; • Emitir notas fiscais; • Recolher os tributos devidos; • Entregar as informações sócio-econômicas exigidas. Para maior entendimento dos tipos de mostrar fatores que diferenciam cada forma: propriedades, a tabela 03 irá 66 Tabela 03: Modelos de Propriedade Fatores Propriedade Individual Propriedade Individual. Responsabilidade dos proprietários Indivíduo é responsável pelas obrigações da empresa. Custos para Apenas os das iniciar o taxas para negócio registro do nome da marca. Sociedade Corporação Nenhuma limitação no número de sócios. Na sociedade geral, os indivíduos são responsáveis pelas obrigações da empresa. Na sociedade limitada, os sócios são responsáveis pela sua quantidade de contribuição no capital. Contrato social, custos legais e taxas menores para registro do nome da marca. A sociedade limitada requer um contrato mais abrangente, com maiores custos Nenhuma limitação no número de acionistas. A quantidade de contribuição de capital é o limite da responsabilidade do acionista. ContinuiA morte dissolve A morte ou saída de um dos sócios dade da a empresa. termina a sociedade, a menos que no empresa contrato social estipule o contrário. Na sociedade limitada, a morte ou saída de um dos sócios limitados não têm efeito sobre a continuidade. O sócio limitado pode retirar capital depois de seis meses após notificação. Transferên- Completa O sócio geral pode transferir sua cia de liberdade para participação somente com o participavender ou consentimento dos sócios gerais. ção transferir qualquer parte do negócio. Exigências de capital Capital levantado Empréstimos ou novas contribuições somente por dos sócios exigem mudança no empréstimo ou contrato social. aumento da contribuição do proprietário. Controle O proprietário administrati toma as decisões vo e pode agir imediatamente. Todos os sócios têm igual controle, e a maioria decide. Na sociedade limitada, só os sócios gerais têm controle do negócio. Distribuição de lucros e prejuízos Depende do contrato social e do investimento dos sócios. O proprietário é responsável e arca com todos os lucros e prejuízos. Atrativida- Depende da de para capacidade do levantaproprietário e do mento de sucesso da capital empresa. Dependa da capacidade dos sócios e do sucesso da empresa. Fonte : Hisrich e Peters (2004, p. 282) Criada somente por estatuto. Artigos de incorporação, taxas de registros, impostos e taxas para os estados em que a corporação está registrada para operar o negócio. Maior forma de continuidade. Morte ou saída do(s) proprietário(s) não afetam a existência legal da empresa. A mais flexível. Os acionistas podem vender ou comprar ações à vontade. Algumas transferências de ações podem ser limitadas por contrato. Na S Corporation, a ação pode ser transferida somente para pessoa física. Novo capital levantado pela venda de ações ou de títulos ou por empréstimos (débito) em nome da corporação. Na S Corporation, só há uma classe de ações limitadas a 35 acionistas, A maioria dos acionistas tem maior controle do ponto de vista legal. Controle diário nas mãos da administração, que pode ou não ser constituída dos principais acionistas. Os acionistas podem dividir os lucros, recebendo dividendos. Com a responsabilidade limitada dos proprietários, é mais atraente como oportunidade de investimento. 67 2.4.2 Missão Para Chiavenato (1999), a missão de uma organização significa a razão de sua existência. É a finalidade ou o motivo pelo qual a organização foi criada e para o que ela deve servir. O autor declara como deve ser a missão da empresa da seguinte forma: A definição da missão deve responder a três perguntas básicas: Quem somos nós? O que fazemos? E Por que fazemos o que fazemos? (CHIAVENATO, 1999, p.247). A missão envolve os objetivos essenciais do negócio e esta geralmente focalizada no atendimento das demandas da sociedade, do mercado e do cliente. O autor salienta que cada organização tem a sua missão especifica. A missão deve estar escrita, todos devem conhecê- la, pois é ela que diz para onde a organização pretende ir. Para tanto, a missão deve ser objetiva, clara, possível, e sobretudo, impulsionadora e inspiradora. 2.4.3 Visão Conforme Chiavenato (1999), a visão é a imagem que a empresa tem a respeito de si mesma e seu futuro. Toda organização deve ter uma missão de acordo com os recursos que dispõe, relacionamentos que deseja manter, o que quer fazer para satisfazer as necessidades dos clientes, como atingirá os objetivos organizacionais e, por fim, aproveitar oportunidades, sobreviver e crescer no mercado. atravessar desafios e 68 O termo visão para o autor, geralmente é utilizado para descrever um sentido de futuro e as ações necessárias para um sucesso. Conforme abaixo na figura 12 : Visão Estado desejado pela organização daqui a cinco anos. Metas Estado atual da organização no ano corrente. Figura 12: O Caráter futurístico da visão organizacional Fonte : Chiavenato (1999, p.265) O autor ainda complementa: “A visão pretende estabelecer uma identidade comum quanto aos propósitos da organização, a fim de orientar o comportamento dos membros quanto ao futuro que ela deseja construir. ...A visão só é atingida quando todos dentro da organização – e não apenas alguns membros dela – trabalham em conjunto e em consonância para que isso ocorra efetivamente” (CHIAVENATO, 1999, p. 253). Finalizando podemos dizer que a falta de uma visão de uma organização pode desorientar a orga nização e seus membros, quanto as suas prioridades. 69 2.4.4 Objetivos e Metas Segundo Chiavenato (1999), objetivos e metas são conceitos comuns em nossa sociedade. Um objetivo é um futuro resultado desejado que pretende-se tornar realidade. Os objetivos são resultados específicos que se pretende alcançar em um determinado período de tempo. Enquanto a missão define qual é o negócio da empresa e a visão proporciona uma imagem de que a organização quer ser, os objetivos estabelecem resultados concretos que se deseja alcançar dentro de um específico prazo de tempo. Já as metas são ações específicas mensuráveis que constituem os passos para se atingir um objetivo. Dessa forma um objetivo pode ter várias metas separadas que juntas deverão atingir o objetivo maior. 2.4.5 Localização A localização do negócio pode ser vital para o seu sucesso, especialmente se é uma loja, ou se envolve um serviço. Assim, a ênfase na localização no plano de negócio está relacionada ao tipo de negócio. Segundo Chiavenato (1995) a escolha do local para sediar a empresa, depende de vários fatores e diferentes para cada tipo de empresa. A tabela 04 mostra, fatores distintos para dois tipos de localização. A localização ideal ou ótima é aquela em que todos os fatores ou quase todos eles são satisfeitos total ou parcialmente. Dornelas (2001) diz que, a 70 localização pode ser considerada uma tarefa de marketing, pois em muitos casos diferencia os serviços prestados pela sua empresa com os de seu concorrente. Tabela 04 - Os fatores de localização Industrial e Comercial Localização Industrial Localização Comercial • Proximidade de Mão de Obra • Proximidade dos clientes • Proximidade de Matérias-Primas • Facilidade de acesso • Proximidades de Mercados • Facilidade de transporte • Facilidade de Transporte • Facilidade de estacionamento • Infra-estrutura energética • Infra-estrutura recreacional • Tamanho do local • Adequação do local • Incentivos Fiscais • Baixos custos imobiliários condominiais Fonte : Chiavenato, (1995, p.78) Assim como a localização, a infra-estrutura (que será vista dentro do plano operacional) também deve ser levada em conta na escolha do local, pois deve atender as necessidades atuais do negócio e as de planejamento a curto prazo. Nesta parte do plano cabe, então, ao empreendedor descrever sua escolha, e o que o levou a escolher este local, quais foram as outras opções, se possível pode incluir a cópia da planta, fotos ou desenhos do local na seção de anexos. 2.5 Plano de Marketing Nessa seção, deve-se descrever as decisões estratégicas de marketing (4P´s) adotadas pela empresa e também a projeção das vendas. e 71 Segundo Richers (1983) apud Dolabela (1999, p.147-148), as atividades de marketing são basicamente divididas em quatro áreas, conhecidas como os “4 As”. Análise (consiste em compreender as forças que atuam no mercado em que a empresa opera ou pretende operar no futuro), Adaptação (é a atividade responsável pelo ajuste da oferta da empresa – ou seja, as suas linhas de produtos/serviços), Ativação (é o conjunto de medidas destinadas a fazer com que o produto atinja os mercados pré-definidos e seja adquirido pelos compradores, com a freqüência desejada) e Avaliação (Atividade que se propõe a exercer controles sobre processos de comercialização e de interpretação dos resultados). A finalidade básica do marketing é detectar oportunidades de mercado ou demandas inadequadamente satisfeitas pelas ofertas existentes, seja da própria empresa ou de seus concorrentes e preencher esses nichos com o mínimo de recursos e custos operacionais, em troca de uma desejável receita. Para Hisrich e Peters (2004, p. 223), plano de marketing descreve as condições de mercado e estratégias relacionadas ao modo como os produtos e serviços serão distribuídos, de preço e de promoção. O plano de marketing é uma das tarefas ou até a mais importante das tarefas a serem executadas. Kotler (1996) conceitua marketing da seguinte maneira: “Marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros”. (KOTLER, 1996, p. 25) O plano de marketing deve ser revisto anualmente pelo empreendedor, e deve ser visto como o mapa para as tomadas de decisões de curto prazo. 72 2.5.1 Produto O produto é um elemento do mix de marketing e indica uma descrição do produto ou serviço a ser comercializado no novo empreendimento. Segundo Hisrich e Peters (2004), a definição de produto ou serviço pode considerar mais do que as características físicas, envolvendo a embalagem, a marca, preço, garantia, imagem, atendimento, prazo de entrega, características, estilo e muitos outros fatores. Segundo Dornelas (2001), o produto a ser inserido no mercado deve atender as necessidades do seu público-alvo escolhido. Para isso a empresa deve diferenciar o produto com os de seu concorrente, criando novas variações, opcionais, kits, peças individuais, etc. 2.5.2 Preço Segundo Hisrich e Peters (2004), determinar o preço a ser praticado em um produto ou serviço é uma das decisões mais difíceis no plano de marketing. Um produto com qualidade e componentes caros exigirá um alto preço a ser praticado a fim de manter a imagem adequada. Conforme palavras do mesmo autor: O empreendedor também terá de considerar muitos outros fatores, como custos, descontos, frete e aumento de preço. O problema de estimar o preço, com freqüência está associado à difícil tarefa de estimar custos, já que eles se refletem quase sempre na demanda, a qual, por si só, já é difícil de projetar. (HISRICH e PETERS, 2004 p. 251). Hisrich e Peters observam que a pesquisa de marketing pode trazer a informação de um preço no qual considera-se que o cliente esteja disposto a pagar e 73 outro fator que pode auxiliar na definição do preço é ter conhecimento dos preços praticados por seus concorrentes. Para Dornelas (2001) o preço é uma arma que a empresa pode usar para agir no mercado. O preço praticado pela empresa pode criar demanda, segmentar o mercado, definir a lucratividade e a penetração do produto no mercado. Ele ainda salienta que o preço interfere na imagem do produto e no consumidor que irá consumi- lo. 2.5.3 Praça (canais de distribuição) Hisrich e Peters (2004), consideram a praça ou distribuição um fator útil aos consumidores, isto é, torna o produto conveniente para compra. Os canais de distribuição, a localização e o número de intermediários devem estar de acordo com o público a ser atingido. No inicio de um empreendimento o autor comenta que o empreendedor deve considerar a Internet, a mala direta e o telemarketing como meio de distribuir o produto ou serviço. Já para Dornelas (2001), os canais de distribuição envolvem as diferentes maneiras que a empresa pode adotar para levar seus produtos até o consumidor. As características dos produtos/serviços interferem diretamente nos canais de distribuição que podem ser adotados pela empresa. Bens de consumo imediato, geralmente, são disponibilizados ao consumidor através de varejistas ou distribuidores e atacadistas. Já os bens de capital de grande porte, os bens de maior valor agregado, utilizam venda direta através de uma equipe de vendas. Podendo ainda haver uma mescla dos dois tipos de distribuição. 74 2.5.4 Promoção e Propaganda Segundo Dolabela (1999, p. 192), a promoção, no âmbito de marketing, é todo e qualquer esforço realizado para persuadir as pessoas a comprarem determinado produto ou a utilizarem determinado serviço. Pode englobar os seguintes tipos: Propaganda: Qualquer forma paga e impessoal de apresentação e promoção de bens, serviços ou idéias, por um patrocinador identificado. Publicidade: qualquer forma não paga e impessoal de divulgação de bens, serviços ou idéias e de noticias comercialmente significativas. Venda Pessoal: Apresentação oral em um diálogo com um ou mais compradores em perspectiva, com propósito de realização de uma venda. Promoção de Vendas: Atividade de marketing destinada a estimular, desenvolver ou facilitar a venda de um serviço ou produto. Engloba amostras, cupons, descontos, prêmios, brindes, sorteios e concursos. Merchandising: esforço de venda ou de apresentação do produto, como, por exemplo, a utilização de degustadores, Stands ou Displays. Mala-direta: Qualquer tipo de propaganda enviada pelo correio. A maladireta não deve ser enviada de forma aleatória, já que tem como pré-requisito um banco de dados atualizado sobre o público potencial do produto. 75 2.5.5 Segmentação de Mercado Segundo Hisrich e Peters (2004) e Dolabela (1999), a segmentação de mercado é quando a empresa divide o mercado em parcelas mais homogêneas possíveis, com objetivos de formular suas estratégias de marketing. Conforme Dolabela existem três variáveis básicas de segmentação: Variáveis geográficas: analisam as diferentes localidades onde os elementos de mercado são encontrados. Variáveis demográficas: dizem respeito à idade, sexo, renda, grau de escolaridade, etc. Variáveis psicográficas: referem-se aos indivíduos e seus diversos aspectos, como estilo de vida, atitudes, personalidade, padrões de comportamento. (1999, p. 166). Hisrich e Peters (2004, p. 248), além de considerarem as variáveis geográficas, demográficas e psicográficas, em sua segmentação, também utiliza a situação de compra como variável para segmentação. As variações de compra são apresentadas da seguinte forma: • Benefícios desejados com o produto (característica do produto); • Uso do produto (freqüência do uso); • Condições de compra (tempo disponível e finalidade do produto); • Consciência da intenção de compra (familiaridade do produto e disposição para comprar). 76 A definição do mercado-alvo é fundamental para embasar as decisões estratégicas de marketing, do plano operacional e das projeções de vendas. 2.5.6 Projeção de Venda Uma boa forma de fazer projeção de vendas é projetando mensalmente em forma de planilha, as quantidades que se pretende comercializar, levando em conta todos os fatores externos e internos. Exemplo: sazonalidade do setor, férias dos empregados, tendência de mercado, etc. Chiavenato (1995), coloca que para melhorar o controle das equipes de vendas e das regiões onde a empresa atua, as projeções podem ser divididas por territórios ou por regiões. Estas projeções devem ter como base, históricos de vendas, informações de tendência de mercado, concorrentes e outras empresas. Já Dornelas (2001, p. 152), comenta que a projeção de vendas deve ser baseada na analise feita sobre o mercado, na capacidade produtiva da empresa e na estratégia de marketing definida por ela. Este autor, declara a projeção de vendas um documento fundamental para o plano de negócio, pois esta projeção avalia de uma forma a viabilidade do novo empreendimento. A projeção além de ver se existe insuficiência do mercado, serve para ajudar no planejamento da produção, estoque e recursos humanos. 2.6 Plano Organizacional O plano organizacional é uma das questões que tem va lor diferenciado para o investidor, pois nesta parte o empreendedor apresentará a os responsáveis pelo 77 empreendimento, como será a estrutura de trabalho, seu organograma e a maneira que as informações são geradas e administradas. Este valor maior sobre esta etapa do plano, é explicado pelos investidores da seguinte forma: toda organização por mais preparada e organizada, dependerá de seus administradores e seu sistema de controle para alcançar o sucesso. 2.6.1 Equipe de Gestão As empresas no início de suas atividades, têm no empreendedor, o executor da maioria das atividades. Essas atividades geralmente envolvem toda parte administrativa financeira, vendas e algumas vezes também a produção. Desta forma fazem com que não exista hora para que essas tarefas sejam executadas. Segundo Longenecker, Moore e Petty (1997), a equipe de gestão inclui gerentes e outra pessoas-chaves que dão a uma empresa sua direção geral. O mesmo coloca que a qualidade do gerenciamento de uma empresa é reconhecida como vital em sua operação eficaz. Dornelas (2001), coloca que o curriculum vitae dos empreendedores muitas vezes é a segunda parte do plano a ser visto por investidores. Isso por que sem uma equipe de primeira linha, será difícil concretizar o plano por completo. 2.6.2 Estrutura Organizacional Segundo Chiavenato (1999, p. 367), a estrutura organizacional é a maneira como as atividades da organização são divididas, organizadas e 78 coordenadas, constitui a arquitetura ou formato organizacional que assegura a divisão e coordenação das atividades dos membros da organização. Para o autor, existem dois tipos de estrutura a especialização vertical e a especialização horizontal. A primeira conduz aos níveis de hierarquia, e a segunda, às áreas de departamentalização. Chiavenato (1999), coloca que a função administrativa de organizar conduz necessariamente à criação da estrutura organizacional, esta estrutura pode ser definida como: • O conjunto de tarefas formais atribuídas às unidades organizacionais – divisões ou departamentos – e às pessoas. • As relações de subordinação, incluindo linhas de autoridade, responsabilidade pelas decisões, número de níveis hierárquicos e amplitude do controle administrativo. • O desenho de sistemas para assegurar coordenação eficaz entre as pessoas ao longo das unidades organizacionais. 2.6.3 Organograma Segundo Chiavenato (1999), o organograma constitui a representação gráfica da estrutura organizacional. É composto de retângulos (que são unidades organizacionais, como orgãos ou cargos) e de linhas verticais e horizontais (que são as relações de autoridade e de responsabilidade). Para entendimento do gráfico, é definido que os retângulos representam como as atividades são agregadas em unidades, como divisões, departamentos, 79 seções e equipes. As linhas mostram a estrutura administrativa, isto é, como as pessoas se reportam umas às outras e como os retângulos se relacionam entre si com a hierarquia. 2.6.4 Sistema de Informação Gerencial O sistema de informação utilizado dentro da empresa é definido como um conjunto de dados que trabalham juntos, para planejar, controlar, coordenar e desenvolver análise do processo a ser resolvido. Os sistemas de informações gerenciais, mais especificamente em relação estratégica, auxiliam os executivos a tomarem decisões e também a terem sempre um visão imediata dos principais indicados e objetivos da empresa, expondo de forma clara seu status no momento da consulta ou histórico desejado. Sistemas integrados de gestão, internet, bancos de dados, e outros mais são utilizados pelas empresas de forma que agilizarem seus processos. 2.7 Plano Operacional Para Chiavenato (1995), nesta parte do plano o empreendedor deverá descrever a maneira como a empresa opera, ou seja: com que materiais, com que informações, com que máquinas e equipamentos, com que métodos e processos de trabalho. Segundo Longenecker , Moore e Petty (1997), o plano operacional é a descrição das normas e procedimentos que a equipe desempenhará. 80 Já para Hisrich e Peters (2004), é nesta parte do plano que o empreendedor deverá descrever todo o processo de fabricação. Se parte desse processo de fabricação, ou todo ele, tiver que ser sub-contratado, o plano deverá descrever os serviços, terceirizados, incluindo localização, razões para seleção, custos ou qualquer contrato que tenha sido fechado. Desta forma conclui- se que o empreendedor deverá nesta parte do plano, apresentar as atividades planejadas para o empreendimento em seu processo produtivo. 2.7.1 Infra-estrutura A infra-estrutura necessária para o novo negócio, deve ser bem planejada, pois esta infra-estrutura é um critério fundamental na hora da escolha do local de onde a empresa pretende se instalar. Essa infra-estrutura consiste no prédio ideal, máquinas e equipamentos necessários, meios de comunicação, acesso de transporte, recursos humanos e outras necessidades para funcionamento da empresa. Segundo Chiavenato (1995), toda esta infra-estrutura será responsável pela capacidade instalada pela empresa. Esta capacidade conforme o autor é o potencial que a empresa possui para produzir produtos ou serviços com as suas instalações, máquinas e equipamentos. 81 2.7.2 Layout Segundo Longenecker, Moore e Petty (1997), o arranjo das instalações físicas, de modo que torne eficiente a execução das operações, como sendo um layout adequado a ser seguido pela empresa. Para Chiavenato (1995), a palavra layout significa: dispor, ordenar e esquematizar. O desenho de um layout, assemelha-se a uma planta baixa de uma residência. Para que o layout seja definido corretamente, o empreendedor deve prestar a atenção se o empreendimento, estará voltado a fabricação (cuja preocupação básica são as operações de produção) ou para o varejo (cuja preocupação básica é o tráfego do cliente). 2.7.3 Fluxograma O fluxograma serve como instrumento para melhorar o entendimento das tarefas a serem executadas pela empresa. Esse melhor entendimento se dá pelo motivo que o fluxograma é apresentado em forma de figura, com símbolos diferenciados para cada tarefa a ser executada. Desta forma, o empreendedor ao longo do tempo poderá analisar o cumprimento das atividades e poderá fazer melhoras continuas no fluxo das atividades. 82 2.7.4 Parcerias e Terceirizações Essa etapa do plano é onde o empreendedor deve descrever os terceiros ou parceiro de seu negócio, colocando seus serviços e benefícios ao negócio. Segundo Dolabela (2000), as parcerias mas também chamadas “alianças estratégicas”, são conexões estabelecidas com organizações ou pessoas com o objetivo de agregar valor e qualidade aos produtos e serviços. Elas envolvem colaboradores na busca de objetivos comuns e geração de benefícios para todas as partes envolvidas. Um exemplo de terceirização é a comum tarefa de assessoria jurídica e contábil, citadas por Dornelas (2001). 2.8 Plano Financeiro Esta parte do plano de negócio é muito importante, pois além de ajudar no planejamento ele é exigido para obtenção de capital com investidores. O plano financeiro deve mencionar a quantia necessária para o empreendimento e se o plano de negócio é economicamente exeqüível. Gitmann define o planejamento financeiro da seguinte forma: O Planejamento Financeiro é um aspecto importantíssimo para o funcionamento e sustentação da empresa, pois fornece roteiros para dirigir, coordenar e controlar suas ações na consecução dos seus objetivos. Existem dois aspectos-chave do planejamento financeiro, o de caixa e o de lucro. O primeiro envolve a preparação do orçamento de caixa da empresa, por sua vez, o de lucro é normalmente realizado por meio de demonstrativos projetados, os quais não apenas são úteis para fins de planejamento financeiro interno, como também são comumente exigidos pelos credores atuais e futuros. (1997, p.588). 83 Segundo os autores Hisrich e Peters, o plano financeiro deve conter: Projeções dos principais dados financeiros que determinam a exeqüibilidade econômica e o comprometimento financeiro necessário. (2004, p. 224). No plano financeiro dentro do plano de negócio proposto pelo pesquisador será mencionado o investimento inicial, os demonstrativos financeiros, o ponto de equilíbrio da empresa, os indicadores financeiros e a analise de investimentos. 2.8.1 Investimento Inicial Os investimentos iniciais do negócio é o valor necessário para abrir o novo negócio, neste valor estão inclusas as despesas referentes à estrutura e à fabricação dos produtos pela empresa. Dolabela (1999), menciona três tipos de gastos para compor o investimento inicial: As despesas Pré Operacionais, compostas pelos gastos que possam ocorrer antes que a empresa esteja funcionando. Ex: Pesquisas, Registros, etc... O investimento fixo, é composto pelo patrimônio da empresa e que pode ser vendidos, quando necessário, e pelo ativo imobilizado. Ex: Aquisição e instalação de máquinas e equipamentos, obras e reformas; moveis e utensílios, veículos, aparelhos eletrônicos e de informática, salas e galpões, etc. Capital de giro inicial, refere-se aos alugueis, salários e encargos, telefone, luz, água, matérias-primas, materiais de escritório, limpeza, etc. São 84 posteriormente cobertas pelas receitas, mas no início cabe ao empreendedor desembolsar. 2.8.2 Demonstrativos Financeiros Os demonstrativos financeiros do negócio servem para auxiliar ao empreendedor controlar com está a situação financeira do seu empreendimento. No plano proposto serão usadas as seguintes ferramentas para ajudar o empreendedor: Fluxo de Caixa e o DRE (Demonstrativos de Resultado do Exercício). 2.8.2.1 Fluxo de Caixa Chiavenato (1995), denomina fluxo de caixa, os ativos circulantes que constituem o capital da empresa que gira até que se transforme em dinheiro dentro de um ciclo de operações, que varia de empresa para empresa. Este ciclo inclui desde a compra de matérias-primas e o pagamento do pessoal até o recebimento pela venda do produto e ou serviço ao cliente. Dornelas (2001) coloca que ao analisar o fluxo de caixa, o empreendedor poderá por exemplo: ver a viabilidade de vender a prazo, oferecer descontos, fazer estoques aproveitando preços promocionais de matérias-primas. Dolabela (1999), define o fluxo de caixa como uma ferramenta que controla entradas e saídas de recursos financeiros no caixa da empresa. Hisrich e Peters salientam a importante diferenciação entre fluxo de caixa e lucro da seguinte forma: 85 Fluxo de caixa não é a mesma coisa que lucro. O lucro é o resultado de subtrair as despesas do volume de vendas, enquanto o fluxo de caixa é resultado da diferença entre a efetiva quantia recebida e os pagamentos de caixa. O caixa flui somente quando pagamentos efetivos são recebidos ou feitos. As vendas não podem ser vistas com caixa, porque uma venda pode ser feita hoje, mas o pagamento será feito depois de 30 dias. Além disso, nem todas as contas são pagas imediatamente. (HISRICH e PETERS, 2004, p.267) 2.8.2.2 Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE) Segundo Dornelas (2001), DRE é uma classificação ordenada e resumida das receitas e das despesas da empresa em determinado período. Da receita total obtida devem ser subtraídos impostos, abatimentos devoluções, resultando na receita líquida. Desta receita se reduz o custo dos produtos, chegando-se ao lucro bruto. Daí se tira as despesas operacionais, e calcula-se os impostos chegando ao lucro líquido ou prejuízo no período. Chiavenato (1995), apresenta o DRE como um demonstrativo financeiro que serve para exp andir com clareza o resultado que a empresa obteve através de receitas e despesas no exercício social Na figura 13, a seguir teremos o modelo de DRE apresentado por Hisrich e Peters (2004). 2.8.3 Análise de Investimentos Antes de investir o próprio dinheiro ou até mesmo de terceiros, é muito importante que o empreendedor saiba avaliar qual é o tempo que ele precisará para ter retorno em seu investimento, e quais taxas estão sendo aplicados. Para isso 86 existem técnicas que são capazes de apresentar estes números tão importantes para quem esta investindo. Estes índices são uns dos primeiros valores observados pelos investidores. Receita de Vendas (-) Custo dos Produtos Vendidos (=) Lucro Bruto Despesas Operacionais Despesas de Vendas Propaganda Pagamentos e Salários Material de Escritório Aluguel Serviços Seguros Impostos Juros Depreciação Diversos (-) Total das Despesas Operacionais (=) Lucro (Prejuízo) antes dos Impostos (-) Imposto de Renda (=) Lucro (Prejuízo) Líquido Figura 13: Demonstrativo de Resultado do Exercício Fonte : HIsrich e Peters (2004, p.265). 2.8.3.1 Payback Segundo Longenecker, Moore e Petty (1997), Dornelas (2001) e Gitmann (1997), o payback define-se como o tempo exato necessário para retorno do capital investido, utilizado as informações de entrada de caixa. 87 Gitmann (1997), destaca que este tipo de análise é bastante utilizado, pois é simples em seu cálculo e atraente em considerar fluxos de caixa ao invés de lucros contábeis. Entretanto o autor aponta alguns problemas na utilização deste método. São eles: ignora valor do dinheiro no tempo, exige um período limite arbitrário, ignora fluxos de caixa após data limite, e não deve ser utilizado em projetos de longo prazo. Dornelas (2001), cita que: quanto menor for o tempo para recuperar o investimento, ou seja, quanto menor for seu prazo de payback, mais atraente será o investimento. Como regra de decisão , aceita-se o projeto de investimento que tenha período de payback igual ou inferior ao período de payback padrão de empresa do mesmo segmento. 2.8.3.2 Taxa Interna de Retorno (TIR) Longenecker, Moore e Petty (1997, p. 585), definem a TIR como a taxa de retorno que uma empresa espera obter em um projeto. Conforme Gitmann (1997), a TIR é a taxa de desconto que iguala o valor presente das receitas de uma empresa ao investimento inicial referente a um projeto, resultando, deste modo, em um valor um valor presente liquido igual a zero. A TIR serve para se aceitar ou rejeitar o projeto, da seguinte forme: se a TIR for maior que o custo de capital, aceita-se o projeto, mas se for menor, rejeita-se o projeto. Esse critério garante que a empresa esteja obtendo, pelo menos, a sua taxa requerida de retorno. 88 Dornelas (2001), explica que para calcular a TIR deve-se descobrir a taxa de desconto que fornece o valor presente líquido igual a zero. Quando isso ocorre, o valor presente dos futuros fluxos de caixa é exatamente igual ao investimento efetuado. Assim, a TIR é obtida da formula do VPL igualando-se essa a zero e procurando-se o valor para taxa de desconto, que nesse caso será a TIR do projeto. 2.8.3.3 Valor Presente Líquido (VPL) Conforme Gitmann, o conceito do VPL é: “Valor presente liquido é uma técnica sofisticada de análise de orçamentos de capital, obtida subtraindo-se o investimento inicial de um projeto do valor presente das entradas de caixa, descontadas a uma taxa igual ao custo de capital da empresa” (GITMANN, 1997, p.329). Para medir o VPL de um projeto, Dornelas (2001), comenta o seguinte: faz-se uma estimativa do valor atual para os futuros fluxos reais que estarão sendo gerados pelo projeto, e deduz-se o investimento inicial. Para isso, descontam-se os futuros fluxos de caixa após imposto para seu valor presente, e depois se subtrai o investimento inicial. A critério de decisão, o VPL sendo positivo, o projeto é viável, pois o valor presente dos futuros fluxos de caixa é maior que o investimento inicial. Caso contrário o projeto deve ser rejeitado. O VPL é calculado da seguinte forma: 89 F1 F2 + VPL = (1 + K)¹ F3 + (1 + K)² Fn + ... + (1 + K)³ n - INV (1 + K) VPL = Valor Presente Líquido Fn = Fluxo de caixa após imposto no ano t N = Vida do projeto em anos K = Taxa de desconto (taxa de retorno exigida para o projeto) INV = investimento inicial Figura 14: Fórmula do Valor Presente Líquido Fonte : Dornelas, (2001, p.172) 2.9 Apêndice O apêndice ou anexo, do plano de negócio geralmente contém material de consulta que não é necessário no texto do documento. As referências a qualquer documento do anexo devem ser feitas no próprio plano. Carta de clientes, distribuidores ou serviços terceirizados são exemplos de informações que podem ser incluídas no anexo. Qualquer documento de informação, dados secundários ou dados primários de pesquisa usados para sustentar as decisões do plano, também podem ser incluídos. Com a conclusão deste capítulo, de embasamento teórico científico suficiente para auxiliar o empreendedor na elaboração do Plano de Negócio proposto para o empreendimento, verifica-se a importância de se ter uma estrutura aonde são projetadas as ações do empreendimento. 90 Essas ações bem projetadas e estudadas dentro deste planejamento, servem como guia na condução do negócio e como premissas básicas para o empreendedor obter um bom recurso com investidores. 91 3 – MÉTODO Neste capítulo de metodologia, descreve-se como a pesquisa foi realizada, para a finalidade do desenvolvimento do plano de negócio para a empresa Cia. dos Enfeites Ltda. Ou seja, será apresentados o delineamento da pesquisa, a unidade de análise, a técnica de coleta de dados e também a técnica de análise de dados. 3.1 Delineamento da Pesquisa A estratégia de pesquisa a ser utilizada neste projeto é o estudo de caso, com base em pesquisa exploratória, pois pretende-se analisar profundamente os passos necessários para criação de um novo empreendimento. O estudo de caso, de acordo com Yin (2001, p. 33), é um método que abrange tudo, com a lógica de planejamento incorporado abordagens específicas à coleta de dados e à análise de dados. Gil (1996), afirma que a pesquisa exploratória proporciona maior familiaridade com o problema, objetivando torná- lo mais explícito. O objetivo destas pesquisas é o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições. 92 A pesquisa qualitativa, segundo Roesch (1999), é apropriada para a avaliação formativa, quando se trata de melhorar a efetividade de um programa, ou plano, ou mesmo quando é o caso da proposição de planos, ou seja, quando se trata de selecionar as metas de um programa e construir uma intervenção. Porém, não é adequada para avaliar resultados de programas ou planos. Baseado nas definições de Gil (1996), o pesquisador classifica esta pesquisa como exploratória, pois segundo o autor este método é bastante flexível com o problema , na idéia de torná- lo mais explícito ou permitindo a construção de hipóteses. Possibilitando a consideração de diversos fatores relativos ao caso estudado, este método considera: 1) Entrevistas com pessoas que têm ou tiveram experiências com o caso pesquisado; 2) Análise de conteúdo que estimulem a compreensão do assunto; 3) Levantamento bibliográfico como referencial na análise do caso. A figura 15, apresenta o projeto do trabalho de pesquisa desenvolvido pelo pesquisador. 93 Introdução, Contextualização e Objetivos do Trabalho Levantamento e Revisão da Teoria pretendida Pesquisa com Clientes Elaboração do Plano de Negócios proposto para a Cia. dos Enfeites Pesquisa com Concorrentes Pesquisa com Parceiros Análise da pesquisas e Formatação do Plano do Negócios da Cia. dos Enfeites. Análise de Viabilidade do empreendimento e Considerações Finais do Trabalho de Pesquisa Figura 15: Diagrama Geral do Projeto do Trabalho de Pesquisa Fonte : Dados da Pesquisa 3.2 Unidade de Análise Segundo Gil (1996), o primeiro passo em um estudo de caso, refere-se a delimitar a unidade que represente o estudo de caso. Para o autor, esta unidade, pode ser uma comunidade, uma família, uma pessoa, um conjunto de relações ou processos, ou até mesmo uma cultura. A unidade de análise deste trabalho é a futura empresa que foi idealizada através do plano de negócios, e comercializará componentes para calçados, em futura sede a ser localizada no município de Novo Hamburgo. O Plano de Negócio da empresa em questão concentrou sua coleta de dados direcionada em: 94 1) Trinta empresas fabricantes de calçados ou bolsas que utilizam os mesmos produtos oferecidos pela Cia. dos Enfeites Ltda. O número de empresas entrevistadas corresponde aproximadamente 8% do total das empresas fabricantes de calçados instaladas, na região do Vale dos Sinos. 2) Três concorrentes que trabalham com revenda de componentes metálicos e estão localizados em Novo Hamburgo, segue no próximo capítulo a análise destas entrevistas (item 4.2). 3) Também foram realizados cinco contatos com fornecedores, sendo: - Um fornecedor de enfeites e fivelas em zamac, aço e latão; - Dois fornecedores de rebites, botões e ilhoses; - Um fornecedor de serviço de acabamento galvânico; e - Um especializado em tachas e pregos de aço e latão. Alguns destes fornecedores estão localizados em Novo Hamburgo e os que não estão, possuem um representante na região, facilitando as negociações. 4) Entidades do setor calçadista da região do Vale dos Sinos, sendo investigadas: ACI-NH/EV/CB (Associação Comercial da Indústria de Novo Hamburgo, Estância Velha e Campo Bom) e a Assintecal (Associação das Indústrias de Componentes para Calçados). 95 3.3 Plano e Técnica de Coleta de Dados Segundo Roesch (1999, p. 159), a entrevista é uma das técnicas mais utilizadas nas pesquisas de caráter qualitativo. A entrevista em profundidade requer habilidade do entrevistador. “Seu objetivo primário é entender o significado que os entrevistados atribuem a questões e situações em contextos que não foram estruturados anteriormente a partir de suposições do entrevistador”. Para elaboração do plano de negócios da Cia. dos Enfeites , foram realizadas entrevistas com: fornecedores e concorrentes e investigação através de questionários junto aos clientes. Além desses, também foram coletados dados secundários em órgãos municipais e associações comerciais, além de pesquisas de caráter bibliográfico. A maneira na qual as informações foram coletadas é descrita da seguinte forma: - Primeiramente o pesquisador focou-se na tarefa de coletar dados secundários que possibilitassem um embasamento em assuntos tais como: Empreendedorismo e Plano de Negócios e suas particulariedades. Estes dados foram coletados através de livros, artigos, sites e material acadêmico. - Em segundo momento, o pesquisador buscou coletar informações de caráter primário para entender mais sobre as necessidades e oportunidades quanto às expectativas de futuros clientes. Estes dados primários foram colhidos através da aplicação de questionários, estruturados em 14 questões sendo algumas de caráter qualitativo (na busca de identificar demanda e nível de satisfação com o mercado 96 atual), e algumas questões de cunho quantitativo que visam saber a preferência de atendimento e localização a ser disponibilizado pela Cia. dos Enfeites. À elaboração do instrumento de pesquisa, foi facilitado, tanto pelo acesso a questionários de pesquisas com clientes e mercado já executados pela empresa onde o pesquisador trabalha, e também por questionários de estudos acadêmicos, além da experiência de 6 anos do pesquisador e 16 anos de seu sócio, no mercado em que pretendem atuar. Foram elaborados três roteiros de entrevistas conforme (anexos A, B e C), e estes aplicados da seguinte forma: Clientes: os questionários destinados aos possíveis clientes, foram executados em 17 de Setembro de 2004 até 04 de Outubro de 2004, por meio eletrônico (e- mail) para 4 possíveis clientes e aplicação direta do questionário a 26 pessoas ligadas ao setor de compras ou diretores das respectivas empresas. Sendo que a aplicação foi feita pelo próprio pesquisador e seu sócio, de forma profissional e ética, sem interferir nas opiniões expressadas pelos entrevistados. Além do questionário aplicado com os clientes, foi usada a internet para se obter dados referenciais das empresas pesquisadas. As empresas que fizeram parte desta amostra, foram consideradas pelo pesquisador como sendo dez de pequeno porte, doze de médio e oito de grande porte que fabricam calçados e bolsas para todo o mercado interno nacional e também atuam com exportações para diversos países. A região do Vale do Sinos, a qual a Cia. dos Enfeites irá atuar, concentra 77% das indústrias de calçados de todo estado, sendo que 30% está em Novo Hamburgo. 97 Concorrentes: Durante o mesmo período também foram realizadas as entrevistas estruturadas com os concorrentes. As entrevistas foram satisfatórias, mas chamou a atenção à sensação de desconfiança e retração por parte dos entrevistados, quanto à exposição de resultados, e quem seriam seus possíveis concorrentes. Já quanto as suas estratégias, a situação mercado e os produtos trabalhados pelas empresas, foram explanados sendo de grande valia para se analisar o setor pretendido pelo pesquisador. Fornecedores: Com estes foram realizadas entrevistas não-estruturadas. Os contatos executados, através das entrevistas, com os fornecedores foram proveitosos, pois as propostas de trabalho e as parcerias pretendidas tiveram uma boa receptividade por parte dos parceiros sendo possível obter algumas informações sobre os concorrentes. 3.4 População-Alvo Como público-alvo da pesquisa de clientes, ficou definido e foram entrevistadas empresas que pertencem à carteira de clientes atuais do sócio do pesquisador, empresas clientes da empresa na qual os sócios possuem vínculos. E empresas vinculadas a uma companhia de exportação na qual o pesquisador tem relações facilitadas por familiares. Objetivando um resultado não tendencioso, a escolha foi feita de forma aleatória e não probabilística, respeitando alguns pré-requisitos definidos pelos sócios, afim de, retratar da melhor forma possível o potencial cliente: Pré-requisitos : 98 - O cliente deve ser da Região do Vale dos Sinos ou Vale do Paranhana; - O cliente deverá ter sua situação de crédito regularizada. - Deverá ser fabricante de calçados ou bolsas e acessórios. 3.5 Tamanho da Amostra Segundo Malhota (2001), a maioria dos projetos de pesquisa de marketing tem como objetivo obter informações sobre características ou parâmetros de uma população. A população é a soma de todos os elementos que compartilham um conjunto de características comuns, conformando o universo para o problema de pesquisa. Já a amostra é um subgrupo de uma população, selecionado para participação de um estudo. A definição do tamanho da amostra utilizado nesta pesquisa, foi estabelecida utilizando a técnica de amostragem não-probabilística por conveniência. Segundo Malhota (2001) e Kotler (1996), a técnica de amostragem não-probabilística busca uma amostra de elementos convenientes de acordo com o interesse do pesquisador. O mesmo Malho ta (2001), comenta que de todas as técnicas de amostragem, esta é a que menos tempo consome e a menos dispendiosa. Pois as unidades amostrais são acessíveis, fáceis de medir e cooperadoras e podem ser usadas para pesquisa exploratória para geram idéias, intuições, ou hipóteses. 99 Considerando as atividades do pesquisador, o tamanho da amostra da pesquisa com clientes foram definidas em 30 unidades, que corresponde aproximadamente a 8 % das empresas fabricantes de calçados do Vale dos Sinos. Este número definido, é considerado aceitável se for analisado o possível volume de mercadorias negociáveis nos primeiros anos pela Cia. dos Enfeites. 3.6 Técnica de Análise de Dados A técnica utilizada para a análise dos dados, para o ramo de atividade do empreendimento, foram a de extração e seleção de informações que dizem respeito ao potencial de mercado objetivado pela empresa. Para a análise dos dados referentes a fornecedores e à concorrência será empregada a técnica de análise de conteúdo. Roesch (1999) afirma que esta técnica tem o propósito que contar a freqüência de um fenômeno e procurar identificar relações entre os fenômenos, sendo que a interpretação dos dados se socorre de modelos conceituais definidos à priori. Para os dados coletados através do questionário de clientes, será executada uma análise quantitativa em algumas questões e qualitativa no questionário como um todo, com o objetivo de elaborar um plano de negócios para o novo empreendimento. Os dados quantitativos abordados nos questionários de clientes versaram sobre: - Utilização e volume de compras, por parte da empresa, nos componentes metálicos. 100 - Capacidade de produção e localização da empresa. - Sugestão de localização para a Cia do Enfeites. - Habitualidade de solicitação de novos desenvo lvimentos, ou aquisições de modelos já criados. - Satisfação das empresas para com os fabricantes de componentes e distribuidores. Já os dados qualitativos, analisados pelo pesquisador, através do feedback dos questionários referem-se: - Fatores que levam o cliente a comprar de fabricantes ou distribuidores de componentes. - Preferência de atendimento, aos aspectos considerados importantes em um distribuidor. - Receptividade de um novo distribuidor com as características propostas e considerações expressadas pelos clientes em relação ao mercado. 101 4- ANÁLISE DOS DADOS DAS PESQUISAS Neste quarto capítulo serão apresentados a analisados os dados obtidos na aplicação do questionário com os clientes (Anexo 1), nas entrevistas feitas com concorrentes (Anexos 2 e 3), e nas entrevistas com os fornecedores (Anexos 4 e 5). 4.1 Pesquisa com Clientes Esta análise, que vai ser apresentada, segue o que foi proposto anteriormente, (item 3.5) utilizando a investigação com trinta clientes do mercado calçadista da região do Vale dos Sinos e Vale do Paranhana. O período de aplicação do questionário foi de 17 de setembro de 2004 à 04 de outubro de 2004. A primeira questão do questionário, abordou sobre a utilização de componentes metálicos na fabricação de calçados e bolsas pelas indústrias fabricantes. O resultado foi muito satisfatório pois 100% dos pesquisados responderam que utilizam os componentes metálicos em seus produtos. Inicialmente podemos dizer que o mercado é 100% consumidor, porém a generalização destes resultados não podem ser feitos pois as técnicas para seleção 102 desta amostra não foram tão minuciosamente calculadas, não permitindo assim a sua generalização. Entretanto esse resultado sugere que poder-se-á ter trinta potenciais clientes. Na segunda questão, busca-se identificar o tipo de produto procurado pelos fabricantes de calçados e bolsas. Os resultados podem ser visualizados abaixo, de acordo com o número de ocorrências para cada tipo de produto procurado, sendo apresentada as opções de modelos novos de produtos e modelos já existentes. Desta forma os valores podem passar de trinta ocorrências, pois pode-se identificar empresas que utilizam dois tipos de produtos questionados. Tipo de Produtos 23 25 20 15 13 10 5 0 Modelos Novos Modelos Existentes Figura 16: Tipos de Produtos Fonte : Questionário de Pesquisa de Clientes Verifica-se que 64% das ocorrências referem-se a produtos já desenvolvidos. Resultado considerado promissor já que a Cia. dos Enfeites focará sua atuação em modelos de produtos à pronta-entrega e já existentes. Com a terceira questão, procura-se saber o costume das empresas sobre a maneira que adquirem os seus metais. Da mesma forma da questão anterior o número 103 de ocorrências pode ser superior a trinta pelas mesmas condições anteriores. Segue, abaixo, o gráfico com as ocorrências mencionadas pelos clientes. Costume de Compra 17 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 12 11 5 1 Atende os Fabricantes Atende os Distribuidores Vai até o Fabricante Vai até o Distribuidor Outros Figura 17: Costume de Compra Fonte : Questionário de Pesquisa de Clientes Percebe-se com esta questão, que o costume de compra entre as empresa questionadas, está bem distribuído, porém, pode-se destacar com o maior número de ocorrência o atendimento ao fabricante, seguido pelo costume do fabricante de calçados ir até os distribuidores ou até os fabricantes de metais. O baixo número de ocorrências em relação ao atendimento dos distribuidores, tem o reflexo do mercado, onde a maioria dos distribuidores existentes não possui atendimento externo mas sim, somente em seus estabelecimentos. Esta oportunidade, existente no mercado, pretende ser aproveitada pela Cia. dos Enfeites. A quarta questão tem a intenção de descobrir os fatores de decisão de compra dos questionados, junto aos fabricantes de componentes metálicos, comparando-os com os mesmos fatores, questionados na questão 5, em relação à decisão de compra nos distribuidores. Os resultados obtidos por estas questões 104 seguem abaixo, conforme figura 18 para os fabricantes e conforme figura 18 para os distribuidores. Nas figuras a seguir o número apresentado será a média do grau de importância dos fatores mencionados na pesquisa, em uma escala de 1 a 7, sendo 1 mais importante e 7, menos importante. Esta média é direta, de forma que houve a soma do grau de importância para cada fator e posteriormente feita a divisão por 30, correspondendo ao número de questionários aplicados. Fatores de Decisão de Compra em Fabricantes 6,63 5,77 4,83 3,60 2,67 2,97 Lo ca liza çã o Ag Pr eç ilid o ad ed aE ntr eg Fo a rm a de Pa ga m en to At en dim en to 1,53 Q ua lid ad e Ind ica çã o 7,00 6,00 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 Figura 18: Fatores de Decisão de Compra em Fabricantes Fonte : Questionário de Pesquisa de Clientes Através destes questionários foi identificado (fig 18) que o principal fator, que influência os entrevistados referente a sua decisão de compra em fabricantes de metais, é: a Qualidade, seguida do Preço, Agilidade de Entrega e Atendimento. 105 Já analisando (fig 19), que refere-se ao gráfico dos fatores que influenciam os questionados em relação a sua decisão em comprar de distribuidores, o fator mais importante é a Agilidade de Entrega, seguida pela Qualidade e empatados na terceira posição o Atendimento e o Preço. Fatores de Decisão de Compra em Distribuidores 6,30 4,73 3,63 5,40 3,63 2,60 Lo ca liza çã o Ag Pr eç ilid o ad ed aE ntr eg Fo a rm ad eP ag am en to At en dim en to 1,67 Qu ali da de Ind ica çã o 7,00 6,00 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 Figura 19: Fatores de Decisão de Compra em Distribuidores Fonte : Questionário de Pesquisa de Clientes Portanto, as conclusões, em relação a estes fatores mencionados pelos possíveis clientes foram interpretados da seguinte forma: Os clientes que procuram um fornecedor para desenvolver ou comprar seus componentes metálicos, fazem a opção de comprar de um fabricante, quando necessitam obter um produto personalizado ou em grandes quantidades, visando qualidade e preço, pois os fabricantes não possuem, os custos dos produtos prontos pois fabricam sob encomenda baixando o preço de venda. Quanto à entrega dos produtos o prazo é considerado razoável e quanto ao atendimento, este é satisfatório (conforme resultado da próxima questão abordada pelo questionário). 106 A análise da questão 5, que se refere aos distribuidores, permite-se concluir que os clientes procuram um distribuidor quando necessitam em primeiro lugar, de agilidade de entrega, em segundo, de qualidade e empatados em terceiro lugar, o atendimento e o preço. Os clientes acrescentam que procuram o distribuidor pela disponibilidade de estoque, pelos produtos tradicionais oferecidos e conhecimento dos fabricantes porém, compreendem a diferenciação do preço em relação ao fabricante, mas não abrem mão de um bom atendimento. A questão 6, refere-se à satisfação do cliente em relação ao atendimento e a importância dispensada à sua empresa por parte dos fabricantes de componentes metálicos. Através da figura 20 pode-se constatar que 60% dos pesquisados estão entre muito satisfeitos e satisfeitos em relação ao atendimento e importância dada pelos fabricantes, já uma minoria de 40% dos clientes questionados, manifestaram-se com o conceito de razoável e insatisfeitos com o atendimento e importância dada por estas empresas. Segue figura 19: Satisfação com os Fabricantes 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 17 10 2 1 Muito Satisfeito 0 Satisfeito Figura 20: Satisfação com os Fabricantes Fonte : Questionário de Pesquisa de Clientes Razoável Insatisfeito Muito Insatisfeito 107 Infere-se através deste dado pesquisado, que a entrada de uma nova empresa na situação de fabricante, terá maiores dificuldades para enfrentar a concorrência, devido os clientes já estar, na maioria, satisfeitos com seus fornecedores. A questão 7, possuí a mesma intenção da questão anterior, porém diferencia-se pois mede à satisfação do cliente em relação ao atendimento e a importância dispensada à empresa dele por parte dos distribuidores de componentes metálicos. Através da figura 21, pode-se observar que, diferente dos resultados obtidos com a satisfação em relação aos fabricantes, o percentual das empresas satisfeitas com o atendimento e a importância dispensadas a sua empresa pelos distribuidores é inferior aos 60% conquistados pelos fabricantes. Sendo mais exato tem-se, somente 46,66% entre muito satisfeitos e satisfeitos, e os demais 53,33% sentindo-se razoável e insatisfeitos com os distribuidores. Segue figura 21 Satifação com os Distribuidores 13 14 11 12 10 8 5 6 4 2 1 0 0 Muito Satisfeito Satisfeito Figura 21: Satisfação com os Distribuidores Fonte : Questionário de Pesquisa de Clientes Razoável Insatisfeito Muito Insatisfeito 108 Com a satisfação do cliente atingindo somente 46,66% com os distribuidores e a Cia. dos Enfeites pretendendo seu ingresso neste tipo de empresa, identifica-se que, se a empresa prezar pelo atendimento ao cliente e transpassar sua importância para o negócio, a empresa poderá ter boa receptividade no mercado, pois a fatia de clientes que demonstram não estarem satisfeitos é maior do que os que estão. A localização para o distribuidor poderá ser fundamental para seu sucesso. Por isso a questão 8, tratou de obter dos clientes qual a localização que os mesmos consideram mais adequada para a instalação da Cia. dos Enfeites. Sendo Novo Hamburgo o pólo de componentes para calçados, e a intenção do pesquisador em montar sua empresa nessa cidade, foram destacados cinco perímetros definidos mais a opção aberta como possibilidades de localização. O resultado do local, onde os clientes consideram mais adequada a instalação da Cia. dos Enfeites é apresentado na figura 22 abaixo. Localização Ideal 11 12 10 8 8 6 6 4 1 2 2 2 0 Centro Av. Sete de Av. Vitor Setembro Hugo Kunz Figura 22: Localização Ideal Fonte : Questionário de Pesquisa de Clientes Bairro Canudos Av. Nações Unidas Outras 109 Através dos resultados obtidos com a pesquisa de localização adequada conforme a opinião dos clientes, temos a avenida Victor Hugo Kunz, o centro da cidade e a avenida Nações Unidas como os locais mais sugeridos pelos pesquisados. Dessa forma o pesquisador e seu sócio estarão analisando, além de salas comerciais e prédios disponíveis, a proximidade com vias de acesso ao estabelecimento, e a disposição de outros estabelecimentos comerciais, inclusive concorrentes. A nona questão, pertencente ao questionário feito aos clientes, possibilita o pesquisador identificar o tipo de atendimento preferido pelos clientes em relação ao atendimento de um distribuidor. A preferência de atendimento, expressada pelos clientes, é visualizado na figura 23, de forma que os valores apresentados são a média exata da soma das ocorrências e dividida por 30 que refere-se a quantidade de questionários aplicados. Desta forma, a média que estiver mais próxima de 1, corresponde a maior preferência do cliente ao tipo de atendimento desejado, e a média que estiver mais próxima de 4 será caracterizada a menor preferência em relação ao atendimento. Preferência de Atendimento 3,50 3,20 3,00 2,67 2,83 2,50 2,00 1,50 1,27 1,00 0,50 0,00 Atendimento PróAtivo Atendimento Passivo Figura 23: Preferência de Atendimento Fonte : Questionário de Pesquisa de Clientes Contato Telefônico Mala-Direta 110 Conforme as ocorrências vistas acima, concluímos que a preferência dos clientes está focada ao vendedor ir ao encontro dele. Porém a situação de somente esperar por contatos telefônicos do fornecedor não o deixa satisfeito, pois estes clientes se predispõem em eles mesmos procurar o fornecedor só quando necessitam, desde que recebam um bom atendimento. Para atender estes clientes em suas empresas a Cia. dos Enfeites pretenderá ter dois representantes, sendo um destes, um dos sócios como vendedor externo, prestando toda atenção às necessidades dos clientes e atendendo-as de forma ágil e eficiente. E também procurará prioriza r o atendimento disponibilizando ótimos atendentes para atender os clientes que se deslocarem até a loja. A questão 10, tem como objetivo saber quais os aspectos considerados mais importantes para o cliente em relação a sua escolha entre os distribuidores de metais. Esta questão é importante para analisar a situação da Cia. dos Enfeites perante os seus concorrentes, e auxiliará em importantes decisões que a Cia. dos Enfeites deverá tomar em relação ao seu serviço, produto e localização. A importância dada na escolha do distribuidor teve os seguintes itens relacionados: 1) o fabricante dos produtos ofertados pelo distribuidor; 2) a disponibilidade de entrega dos produtos; 3) o atendimento oferecido pelo distribuidor; 4) o horário de funcionamento e 5) a localização em que esta o distribuidor. Ver figura 24: O gráfico representa a média alcançada por cada item levando em consideração o aspecto de escolha do distribuidor pelo cliente, considerando-se que 1 representou o maior nível de importância, e 5 o menor nível de importância. 111 Aspectos na relação de escolha do Distribuidor 4,17 4,13 Horário Diferenciado Localização 4,50 4,00 3,50 2,77 3,00 2,50 2,00 2,33 1,53 1,50 1,00 0,50 0,00 Fabricante dos Disponibilidade Produtos de Entrega Atendimento Figura 24: Aspectos na Relação de Escolha do Distribuidor Fonte : Questionário de Pesquisa de Clientes Com o resultado da questão 10 (fig 24), infere-se que, para o cliente escolher seu distribuidor, primeiramente leva em consideração o aspecto da agilidade de entrega, em segundo aspecto a garantia da qualidade oferecida pelo fabricante, por terceiro, o atendimento como aspecto de decisão, seguido pela localização e, por último, pelo horário de funcionamento diferenciado. Desta forma para a Cia. dos Enfeites, analisa-se: a) A localização da Cia. dos Enfeites poderá estar entre as três localizações as mais citadas na questão 8, e não necessariamente na que teve maior número de ocorrências; b) A escolha dos fornecedores deverá ser um fator importante pois os clientes buscam marca e produtos reconhecidos; 112 c) O estoque deverá estar sincronizado com a moda pois o cliente necessita de agilidade de entrega e a empresa não poderá ter estoque de produtos obsoletos; d) Um ótimo atendimento é um dos aspectos considerados pelos clientes e pode tornar a Cia. dos Enfeites reconhecida no mercado. A questão número 11 foi aberta aos clientes, para que pudessem ser citados três fabricantes de componentes metálicos e também três distribuidores desses produtos, que eles indicariam para outras empresas. Esta questão teve a finalidade dos sócios conhecerem melhor quais são as opções que os clientes buscam, entre fabricantes e distribuidores, quando necessitam de metais e, quem serão os futuros concorrentes da Cia. dos Enfeites. Nas figuras 25 e 26 segue o resultado das citações feitas pelos clientes questionados. Fabricantes Indicados 25 23 20 15 8 10 5 10 9 2 5 4 1 5 2 1 4 Figura 25: Fabricantes Indicados por Clientes Fonte : Questionário de Pesquisa de Clientes Ar lyx Re ute r L Me LV tal va n Da nie Me l tal jet Al Me tero tal sin os Do V Cr om ale a Po nto sino do s Me Me tal tal b Me urgo tal pa mp a 0 3 113 Distribuidores Indicado 18 9 9 5 1 2 1 1 1 1 1 MR Ae ra l Fiv ela s Pe rg Me on tal sin os Me ga ss e Co mc Fiv al elp las t Re sto ke SL C -P OA 1 MC Dan iel R en fei tes Alt ero 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 Figura 26: Distribuidores Indicados por Clientes Fonte : Questionário de Pesquisa de Clientes Como podemos ver através desta questão do questionário, existe um grande número de fabricantes e distribuidores neste segmento, são 13 o número de fabricantes citados e 12 os de distribuidores, entre estes distribuidores existem alguns que são fabricantes e os outros que só trabalham com revenda de produtos. A experiência dos sócios neste mercado possibilita colocar que o número de empresas fabricantes e distribuidores citados representam, aproximadamente 30% do total de empresas deste setor na região. A análise da questão 11, fortalece a decisão de escolha por parte da Cia. dos Enfeites pelo fabricante que poderá acarretar em parcerias de produtos a serem vendidos. Além de fortalecer a decisão sobre fornecedor de seus enfeites e fivelas, esta questão foi base para escolha dos concorrentes a serem entrevistados. As questões 12 , 13 e 14, do questionário aplicado nos clientes, tem a intenção identificar a localização das empresas destes clientes pela região, apresentar 114 a capacidade de pares que podem produzir diariamente e qual é o montante gasto com componentes por estas empresas mensalmente. Com as informações destas questões a empresa poderá fazer a previsão de vendas e organizar a região de atuação do representante e do sócio que farão as vendas externas. Conforme a figura 27 abaixo, constata-se que existe uma boa concentração de empresas que estão situadas em Novo Hamburgo, mas os municípios de Campo Bom e Sapiranga também apresentaram um bom número de empresas dentro desta amostra. Localização dos Clientes Questionados 14 12 11 12 10 8 6 6 4 1 2 0 0 Estância Velha, Campo Bom ou Novo Hamburgo Ivoti ou Dois Sapiranga Irmãos Vale do Paranhana Outra Figura 27: Localização dos Clientes Questionados Fonte : Questionário de Pesquisa de Clientes Quanto à necessidade de saber a capacidade produtiva do setor, a pergunta 13 do questionário, buscou identificar a quantidade produzida diariamente pelos clientes da amostra. O resultado desta questão nos apresentou a quantidade de 2.100.000 pares em média por mês, somando a produção média de cada uma das empresas pesquisadas. 115 Esse número parece ser bem expressivo, mas pode ser bem mais, pois corresponde, somente, a soma da capacidade das 30 empresas questionadas, as quais são enquadradas conforme dito no item 3.3, sendo 10 de pequeno porte, 12 de médio porte e somente 8 de grande porte. Desta forma, os sócios acreditam na possibilidade de que a Cia. dos Enfeites possa almejar negócios num volume bem desafiador atendendo a urgência do mercado. A figura 28, apresenta a capacidade de produção diária de pares de calçados ou bolsas de cada empresa questionada. Quantidade de pares fabricados por dia em cada cliente 14 12 12 10 10 8 6 4 4 De 5.001 à 10.000 Acima de 10.000 4 2 0 Até 1.000 De 1.001 à 5.000 Figura 28: Capacidade de Produção por dia em cada Cliente Fonte : Questionário de Pesquisa de Clientes O montante de 2.100.000 pares por mês na soma de todos os clientes é resultante da seguinte análise: foi considerado que as 10 empresas que marcaram que sua produção é de até 1.000 pares dia, fazem na média 500 pares cada uma, e foi multiplicado por 20 dias que corresponde a um mês; nas 12 empresas que marcaram que fabricam de 1.001 à 5.000 pares foi utilizado a média de 2.500 pares para cada empresa e também foi feita a multiplicação por 20 dias referindo-se a um mês; nas quatro seguintes empresas foi usado a média de 7.500 pares por dia e multiplicados 116 pelo período de um mês e por fim as empresas que tem a produção acima de 10.000 pares, nestas foi considerado a quantia de 10.000 pares dia e também multiplicados por 20 dias. Com a intenção de quantificar financeiramente o valor total gasto por estas empresas na fabricação deste pares, mencionados na análise acima apresentada, e tornar este resultado uma informação importantíssima, pois trata-se de valores que a Cia. dos Enfeites poderá ter participação assim que iniciar suas atividades. Na figura 28, que correspondente a questão 14 do questionário, onde as empresas fizeram referência ao valor gasto por elas mensalmente com as compras de componentes metálicos, foi usada a mesma técnica de análise com valores médios por empresa utilizado na questão 13. Desta forma o resultado do valor médio gasto por mês somando todos clientes ficou em R$ 465.000,00. Segue abaixo figura 29: Valor mensal gasto com componentes metálicos 16 15 14 12 10 8 6 6 6 3 4 2 0 Até R$ 10.000 Entre R$ 10.001 à R$ 20.000 Entre R$ 20.001 à R$ 40.000 Acima de R$ 40.001 Figura 29: Valor Gasto com Componentes Metálicos por Cliente Fonte : Questionário de Pesquisa de Clientes Conforme o gráfico acima, vemos que exatamente 50% dos clientes gastam até R$ 10.000,00 por mês e os outros 50% gastam mais de R$ 10.000,00 e entres estes 60% que tem o valor dos gastos mensais acima de R$ 20.000,00. Como 117 apenas um exemplo de um possível faturamento, considera-se que a Cia do Enfeites absorvesse apenas 15% deste montante, somente considerando esta amostra, projetase valores aproximados de R$ 69.750,00 mensais. Pela experiência dos sócios como funcionários de um fabricante de componentes, e também pelo conhecimento do setor calçadista, considera-se a utilização de metais em calçados como sendo um fator quase obrigatório pelos fabricantes de calçados, sofrendo somente a influência da moda que dita a utilização de metais da seguinte forma: do pouco ao muito metal e nunca do pouco a nada de metal. Além das 14 questões, entre qualitativas e quantitativas, foi aplicado uma questão aberta para que o entrevistado pudesse expressar sua opinião sobre a receptividade do mercado a um novo distribuidor de componentes metálicos, sendo que este estará focado em atender o cliente com produtos a pronta entrega, tendo seu diferencial no custo e no atendimento e, oferecendo ainda, um serviço de criação e aplicação dos produtos. O questionário contou ainda, com um espaço para manifestações do pesquisado quanto ao mercado, quanto às necessidades de sua empresa e suas expectativas frente a um novo distribuidor de enfeites metálicos. Como síntese da questão que pedia a opinião dos clientes sobre a receptividade do mercado, esta foi positiva quanto à aceitação desde que a empresa preze pela qualidade dos produtos oferecidos, tenha um bom preço e um bom atendimento, sem esquecer do principal que é a agilidade de entrega. Na segunda questão que estava aberta para qualquer colocação, tivemos os seguintes fatores destacados: - A capacidade de pesquisa dos distribuidores. 118 - Produtos inovadores e de qualidade. - Rapidez nos desenvolvimentos. - Disponibilidade de amostras. - Observar riscos à saúde e ao meio ambiente. A seguir mostra-se um resumo das ocorrências apontadas pelos futuros clientes (ver fig.30): Resumo de ocorrências dos clientes pesquisados Localização dos Clientes Estância Velha, Ivoti ou Dois Irmãos Campo Bom ou Sapiranga Novo Hamburgo Vale do Paranhana Ocorrência 6 11 12 1 Quantidade de pares fabricados por dia Até 1.000 pares Entre 1.001 e 5.000 pares Entre 5.001 e 10.000 pares Acima de 10.000 pares 10 12 4 4 Valor gasto mensalmente com metais Até R$ 10.000,00 Entre R$ 10.000,00 e R$ 20.000,00 Entre R$ 20.001,00 e R$ 40.000,00 Acima de R$ 40.000,00 15 6 6 3 Quanto aos Produtos Utilizam componentes Desenvolvem novos modelos Compram modelos existentes 30 23 13 Satisfação com os fabricantes Muito Satisfeito Satisfeito Razoável Insatisfeito Muito Insatisfeito 1 17 10 2 0 Satisfação com os distribuidores Muito Satisfeito Satisfeito Razoável Insatisfeito Muito Insatisfeito 1 13 11 5 0 Preferência de localização para Cia dos Enfeites Centro Av. 7 de Setembro Av. Vitor Hugo Kunz Bairro Canudos Av. Nações Unidas Outra 8 1 11 2 6 2 Figura 30: Resumo de ocorrências dos clientes pesquisados Fonte : Questionário de Pesquisa de Clientes 119 4.2 Pesquisa com Concorrentes A entrevista com concorrentes, conforme definida no capítulo anterior (item 3.3), teve sua aplicação no mesmo período em que foram aplicados os questionários com clientes. A escolha dos concorrentes a serem entrevistados foi definida pelo pesquisador, primeiramente pela possibilidade ser recebido, segundo por estas empresas estarem em Novo Hamburgo, terceiro por acreditar que estes tenham diferentes sistemas de trabalho e, por fim, por saber que são reconhecidos no mercado em que atuam. Confirmando as expectativas do pesquisador, houve uma boa receptividade em todos os concorrentes, onde foi possível coletar boas informações. Também foram confirmados os diferentes tipos de trabalho em cada um, e o mais válido foi saber através da análise dos questionários de clientes que os três concorrentes pesquisados estão entre os cinco mais citados como distribuidores indicados pelos clientes. Através das entrevistas com os concorrentes, pode-se analisar que todos os concorrentes comercializam os mesmos tipos de produtos que a Cia. dos Enfeites pretende comercializar. Outra similaridade entre os concorrentes é o fato de que todos foram funcionários de fabricantes de componentes, antes de iniciarem o empreendimento. A seguir (fig. 31), uma análise sobre as empresas concorrentes entrevistadas: 120 Análise dos Concorrentes Concorrente A Tempo de Mercado : 20 anos Produtos: Tachas, pregos e parafusos. Fivelas e enfeites. Cravos, Ilhoses, rebites e ganchos. Pontos Fortes: pronta entrega, prazo pagamento, preço e tempo de mercado. Pontos Fracos: não ter os produtos expostos na loja. Perspectivas do mercado: Perspectiva boa, crescimento de fabricação de calçados e tendência da moda positiva para os próximos anos. Concorrente B Tempo de Mercado: 10 anos Produtos: Produtos de fixação em geral: Ilhoses, rebites, botões, ganchos, botões magnéticos, botões de pressão, cravos e maquinas para aplicação. Pontos Fortes: Marca e pronta-entrega. Pontos Fracos: Estoque com banho definido e falta de espaço para a exposição das máquinas. Perspectivas do mercado: Crescimento de no mínimo 2 anos, pois a tendência esta favorável e os sapatos e bolsas estarão com muito metal. Concorrente C Tempo de Mercado : 23 anos Produtos: Ilhoses, rebites, botões, argola e fivelas. Pontos Fortes: os produtos ofertados e o preço. Pontos Fracos: Desatualização dos produtos e falta de vendedores. Perspectivas do mercado: Aumento, porém comenta que todo início de ano é fraco depois aumenta. Está tendo maior consumo pois estão surgindo mais empresas de calçados. Figura 31: Análise dos concorrentes Fonte : Dados da Entrevista com Concorrentes Também, pode-se analisar que cada concorrente tem sua forma de atuar no mercado e considera ter diferentes diferenciais para com seus concorrentes. O concorrente “A”, possui um bom volume de estoque, não expõe seus produtos na loja, atua com representantes externos de vendas, tem capacidade de desenvolver novos produtos, mantêm-se atualizado com as tendências de moda e considera como seu diferencial: prazo de entrega, forma de pagamento, preço e tempo de mercado. 121 O concorrente “B”, é um especialista em produtos de um determinado fabricante. Deste fabricante, ele possui um volume razoável de estoque, tem catálogos dos produtos, não mantém expostos os produtos, e sua venda externa é feita diretamente pelo sócio. O desenvolvimento dos produtos é possível, porém demorado. Considera como seu diferencial: marca e diversidade dos produtos com volume razoável para entrega imediata. O concorrente “C”, é o mais antigo dos entrevistados e pareceu estar distante do mercado. Não possui nenhum tipo de atendimento externo, seu quadro de pessoal possui somente os dois sócios. Os produtos têm estilo padrão e alguns estão fora de moda. Não oferece desenvolvimento de produtos e a estratégia de atendimento é de acordo com a oferta de produtos estocados (tipo supermercado). Considera como seu diferencial: ter produtos tradicionais e ter bom preço. 4.3 Entrevistas com Parceiros Os parceiros (fornecedores), para o novo empreendimento estão subdivididos de acordo com a linha de produtos ou serviços prestados sendo conforme já mencionado no capítulo de metodologia (item 3.2): Tem-se: um fornecedor de enfeites e fivelas em zamac, aço e latão; outros dois fornecedores de rebites, botões e ilhoses; um fornecedor de serviço de acabamento galvânico; e outro especializado em tachas e pregos. Segue abaixo na tabela 5, informações dos futuros parceiros e uma análise dos mesmos. 122 Com a análise de conteúdo das entrevistas com os parceiros da futura Cia. dos Enfeites, os sócios certificaram-se que terão condições de ingressar e diferenciar–se no mercado em que pretendem atuar. As parcerias que serão formadas possibilitarão a diferenciação de seus produtos com os concorrentes, oferecendo qualidade e um bom preço. A consignação de mercadoria por parte do fornecedor também foi abordada na entrevista, e teve receptividade, pois possibilita que o fornecedor produza um maior volume sem gastar tempo com setup´s de máquina, reduzindo o seu custo e, muito importante, não comprometendo o capital do distribuidor. Tabela 05 : Análise dos Parceiros Parceiros Metalúrgica Daniel Produtos Localização da Empresa Prazo de Entrega Eberle Fivelas e Enfeites de Zamac, Novo Hamburgo Aço ou Latão. Rebites, Botões, Arruelas, Caxias do Sul Ilhoses e itens para fixação Rebites, Botões, Arruelas, Ilhoses e Tachas São Paulo 14 Dias Baxmann Tachas, Pregos e Percevejos. Banho Galvanicos, Pinturas e Vernizes Blumenau 10 Dias Prayon Franci Galvânica Campo Bom Desenvolve Novos Produtos Negocição de Preço 7 Dias Sim 60 Dias Sim. Exige quantidade mínima. Desconto de 60% da Tabela Desconto de 35% da Tabela Sim. Exige quantidade mínima. Desconto de 50% da Tabela Sim. Negocia Quantidades Máximo de Sim. 48 Horas Desconto de 50% da Tabela Preço especial para maiores volumes Fonte : Dados da Entrevistas com Parceiros A tabela com a análise dos parceiros apresenta a situação em que a Cia. dos Enfeites terá uma escolha definida do seu parceiro, de acordo com cada produto que pretende comercializar. Os parceiros ao considerarem a fidelidade com os produtos e o volume de vendas projetado para o negócio, concederão descontos diferenciados ao que praticam diretamente com fabricantes de calçados. 123 A oportunidade de desenvolvimentos de novos produtos, é um dos fatores para escolha destes parceiros juntamente com a proximidade das empresas ou de um representante das mesmas. O fato destas empresas serem reconhecidas por seus produtos dentro do setor calçadista, foi considerado na decisão de escolha da parceria. Após analisar os parceiros, os concorrentes e os clientes, observou-se que: a) o mercado está aberto a novas empresas que tenham agilidade e inovação; b) a concorrência tem seus pontos fracos e fortes, pois cada empresa apresenta sua maneira de trabalhar e seu foco em diferentes linhas de produtos e; c) os fornecedores possibilitam parcerias com retorno para os dois lados. 124 5- CASO: PLANO DE NEGÓCIO DA CIA. DOS ENFEITES LTDA O Plano de Negócio que será apresentado neste documento estará focado no desenvolvimento do caso da Cia. dos Enfeites Ltda, que poderá ter o seu nome pré-estabelecido alterado, por ainda não ter sido encaminhado à junta comercial. O roteiro da apresentação do Plano de Negócios da Cia. dos Enfeites, segue a estrutura definida pelo pesquisador no capitulo 1, (item 1.2.3 Etapas do Plano de Negócios), onde foram apresentadas estruturas de diversos autores. Porém, baseado no modelo de Hisrich e Peters (2004) e Dornelas (2001), o plano do pesquisador diferencia-se na existência de uma seção exclusiva para o plano organizacional e outra para o plano operacional. O mesmo plano definido no capítulo 1, foi detalhado conforme suas etapas e conteúdo pertinentes no capítulo 2 deste trabalho. 125 5.1 Página Introdutória O modelo a seguir, é o modelo que conforme Hisrich e Peters (2004), deve conter, o nome e endereço da empresa, nome dos empreendedores, uma breve descrição da empresa e a natureza do negócio, o volume financeiro necessário e a declaração do caráter confidencial do relatório. Segue a baixo (fig 32) a página de rosto para o plano de negócio da Cia. dos Enfeites Ltda. CIA. DOS ENFEITES LTDA AV. NICOLAU BECKER, 947 CENTRO, NOVO HAMBURGO-RS (51) 527 3529 www.ciadosenfeites.com.br Co-Proprietários: Gustavo Raupp e Otávio Granke Descrição da Empresa: Essa empresa comercializará componentes metálicos para fabricação de calçados, bolsas e acessórios, sob a condição venda a varejo. A venda terá o foco em produtos que estejam disponíveis no estoque da loja, mas possibilita o desenvolvimento de novos modelos com os fornecedores parceiros. A diferenciação do serviço prestado incluirá a consultoria no desenvolvimento de modelos de calçados e no atendimento. Financiamento: O recurso inicial necessário pela empresa será coberto 100% pelos sócios do empreendimento. Este investimento inclui os gastos com instalações, móveis e utensílios, estoque inicial, despesas fixas e variáveis do primeiro mês e outras mais. Este relatório é confidencial e de propriedade dos co-proprietários mencionados. É dirigido somente ao uso pelas pessoas a quem for transmitido, e qualquer reprodução ou divulgação de seu conteúdo, sem consentimento prévio por escrito da empresa são proibidos. Figura 32: Página de Rosto do Plano de Negócio da Cia. dos Enfeites Fonte: Dados da Pesquisa 126 5.2 Resumo Executivo A Cia. dos Enfeites Ltda será inaugurada no dia 10 de janeiro de 2005, sua localização será na Avenida Nicolau Becker, 947, no centro da cidade Novo Hamburgo, RS, na região do Vale dos Sinos. A empresa terá sua forma jurídica constituída através de uma empresa de caráter societária empresarial limitada, tendo como sócios os senhores: Gustavo Raupp e Otávio Granke, que respectivamente possuem partes iguais correspondentes a 50% desta sociedade. Desta forma as decisões serão tomadas em comum acordo entre os sócios. Com sua atividade, a Cia. dos Enfeites busca atender o mercado coureirocalçadista, oferecendo componentes metálicos para utilização na fabricação de calçados, bolsas e acessórios. Os mix dos produtos que será comercializado pela empresa são: fivelas e enfeites de zamac, aço e latão, ilhoses e rebites de alumínio, latão e aço, tachas de ferro e aço e arruelas e argolas de ferro e latão. A estratégia competitiva da Cia. dos Enfeites, para entrar e se tornar um distribuidor reconhecido no mercado, será a de atender o cliente superando suas expectativas através de produtos com qualidade e de fabricantes renomados no mercado, com agilidade de entrega superior a qualquer concorrente, com serviço de consultoria gratuita no desenvolvimento de modelos de calçados, sem elevar o preço dos produtos. No mercado de componentes, apesar do grande número de concorrentes e estes estarem concentrados em Novo Hamburgo, existem boas perspectivas de negócio. Foram observadas estas perspectivas através das análises das entrevistas 127 com clientes, concorrentes e fornecedores, onde foi constatado que a não satisfação com os distribuidores supera os 50%, que os concorrentes estão trabalhando de diferentes formas junto aos clientes e também, que todos os clientes da amostra utilizam componentes metálicos. Com estas e outras informações analisadas neste plano observa-se que existe um mercado receptivo a um novo empreendimento. As questões financeiras da Cia. dos Enfeites estão sendo estruturadas de forma a estabelecer seus custos fixos e variáveis mensais em R$ 6.280,00 para o primeiro ano de atividade. Sua projeção de faturamento é de R$ 1.351.150,00 para o primeiro ano de operação. O investimento necessário para iniciar as atividades tem seu montante estipulado em R$ 67.180,00. Os indicadores financeiros projetados para os trinta e seis primeiros meses de atividade, da Cia. dos Enfeites, apresentaram resultados empolgantes. O período de Payback, em qualquer um dos cenários projetados, deve ser alcançado em até três meses. A TIR do empreendimento, foi calculada em 901,91%, e o VPL apresentou o valor líquido de R$ 1.490.062,33 para este período de três anos. 5.3 Análise Ambiental e Industrial A seguir serão apresentadas as conclusões resultantes referentes às análises do macroambiente e ambiente setorial, à estratégia a ser seguida, à análise de SWOT e as previsões dos setor. 128 5.3.1 Análise Macroambiente O macroambiente no qual a Cia. dos Enfeites estará se inserindo será influenciada pelas seguintes forças: a) Forças político- legais: que são as leis estaduais, que regulamentam as taxas de impostos, definem e controlam as leis trabalhistas (representação frente ao sindicato do comércio), sem maiores restrições ligadas ao tipo de produto comercializado pela empresa, pois não se enquadram em normas específicas de fabricação e comercialização para os produtos e embalagens oferecidas. b) Forças econômicas: onde a alteração da taxa do dólar, pode ocasionar reajustes de preços por parte dos fabricantes dos enfeites com necessidade de repasse ao distribuidor, que por se tratar de um mercado que trabalha com diversas coleções durante o ano e que após definido o produto e seu valor este deve perdurar até o final desta coleção. A taxa do dólar também interfere no volume de exportações de calçados, pois com a sua alta os produtos fabricados garantem um melhor retorno financeiro para as empresas fabricantes e toda cadeia de componentes. A análise econômica do setor mostrou um crescimento da região no mercado calçadista, reduzindo assim a taxa desemprego e aumentando o desenvolvimento das indústrias da região. c) Forças tecnológicas: que estão em evidências, pois são grandes as perspectivas de agilizar cada vez mais as informações. Exemplos: código de barras com leitores laser, acessos aos estoques de fornecedores através da internet, compra automática e on-line com entrega just-in-time. Os produtos também seguem as 129 necessidades tecnológicas, com produtos cada vez mais diferenciados, com materiais alternativos, produtos substitutos e lead time de processo reduzido. d) Forças sociais: estas estão ligadas neste mercado às tendências da moda, onde o fabricante de calçados procura assimilar a moda internacional com o interesse e a moda de cada região em que pretende atuar, seja no mercado interno ou externo. Ex: Mercado Nordestino de calçados dificilmente terá grande volume de vendas de botas pois a região tem clima muito quente. 5.3.2 Análise Setorial O setor onde a Cia. dos Enfeites pretende ingressar é o comércio de componentes metálicos para fabricação de calçados e assessórios na cidade de Novo Hamburgo. A economia de Novo Hamburgo nasceu e cresceu com a indústria do calçado. O desenvolvimento foi rápido, constante e organizado, sendo a cidade reconhecida como a Capital Nacional do Calçado. Em função disso, surgiu o chamado "setor coureiro-calçadista", composto por curtumes, indústrias químicas, componentes para calçados, indústrias metalúrgicas. A tabela abaixo mostra a força do Vale dos Sinos e de Novo Hamburgo neste setor coureiro-calçadista. Tabela 06: Setor Coureiro-Calçadista Número de Indústrias de Calçados: Rio Grande do Sul Vale do Sinos Novo Hamburgo 592 empresas 456 empresas 137 empresas Número das Indústrias de Curtimento Rio Grande do Sul Vale do Sinos 101 empresas 75 empresas Número das Indústrias de Componentes Rio Grande do Sul Vale do Sinos 345 empresas 319 empresas Número de Cia de Exportação Rio Grande do Sul Novo Hamburgo 99 empresas 80 empresas Fonte : Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, http://www.acinh.com.br, acessado em 01/10/2004. 130 O calçado é o principal produto das exportações de Novo Hamburgo, sendo que atualmente, o volume do complexo calçadista atinge a cifra de US$ 1,4 milhões². Com isto, Novo Hamburgo desenvolveu a mais completa infra-estrutura para a produção, comercialização e exportação dos produtos, que exige agilidade, qualidade e pontualidade em seu processo. A cidade conta ainda com inúmeros agentes de exportação, despachantes de cargas internacionais, agentes de transportes e recentemente, foi inaugurada a 1º Estação Aduaneira do Interior (EADI), local em que todas exportações e importações são armazenadas e liberadas em zona alfandegada. Esse processo veio agilizar de forma expressiva as importações e exportações da região. No anexo 6, deste trabalho, temos mais informações sobre cidade de Novo Hamburgo. Neste ambiente setorial onde a Cia. dos Enfeites pretende concorrer, novos entrantes são comuns no mercado, mas as possibilidades de negócios também aumentam nas mesmas proporções. Assim como surgem mais comércios de componentes para calçados, aumentam os números de pequenas empresas fabricantes de calçados. A intensidade de rivalidade entre os concorrentes parece ser tranqüila, conforme observado na entrevista feita com três gestores de empresas concorrentes. Isto se deve ao estilo de venda adotado por cada empresa e pela linha de produtos ou a escolha de fornecedores que cada empresa trabalha. ____________________________________________________________________ ² Fonte FEEVALE, site http://www.feevale.br/dados.php; consultado em 21 de outubro de 2004. 131 A ameaça do setor em relação aos produtos substitutos parece ser pouca, porém existe. Estes produtos existentes no setor que podem substituir os componentes metálicos, são de características bem diferentes e o resultado na aplicação também se torna diferente, sendo assim, o visual e aplicação dos componentes metálicos terão sempre seu mercado pois os calçados e bolsas terão sempre aceitação quanto ao visual tradicional e conservador. O poder de barganha dos compradores existirá quando se tratar de empresas de grande porte, que procuram algum produto com entrega imediata. Porém, está na estratégia da Cia. dos Enfeites, atender os fabricantes de calçado que não estão efetuando contatos com fabricantes de componentes, devido seu baixo volume de compra. Desta forma, estas empresas procuram seus produtos no distribuidor, não focando sua compra no baixo preço e sim na agilidade de entrega, qualidade dos produtos e condições diferenciadas de compras. Na condição em que a Cia. dos Enfeites pretende atuar, o poder de barganha dos fornecedores será nulo, pois a forma de parceria para o trabalho visa facilitar a inclusão dos produtos destes fornecedores no mercado calçadista e de acessórios em empresas que não tinham condições comerciais satisfatórias. 5.3.3 Estratégia Competitiva A estratégia competitiva conforme Degen (1989), tem como objetivo conseguir vantagens competitivas em relação aos concorrentes, ou seja, as forças que determinam a concorrência, controláveis pelo futuro empreendedor. 132 Este mesmo autor apresentou quatro estratégias possíveis: a diferenciação, o menor custo, a especialização com diferenciação, e a especialização com menor custo. A Cia. dos Enfeites tem definida como sua estratégia competitiva, a diferenciação. Nesta estratégia o mais importante é que o cliente perceba a diferenciação e a valorize, de forma que o preço não seja um fator de decisão. A diferenciação proposta pelo novo negócio está : - Na exclusividade da distribuição de produtos do seu parceiro, fabricante de enfeites e fivelas. - No estoque, que possibilite diferenciar-se na capacidade imediata de atender os clientes em todos itens comercializados. - Na inovação em ter um serviço de criação e desenvolvimento de modelos e protótipos de calçados e aplicação dos componentes. - Na alta qualidade dos produtos. 5.3.4 Análise de SWOT Conforme observado anteriormente no (item 2.3.4), esta análise é muito importante para o empreendedor, pois pode identificar as qualidades positivas e as melhorias necessárias dentro da organização e adequá- las com as oportunidades e fugir das ameaças apresentadas pelo ambiente e por concorrentes. A elaboração da matriz SWOT, foi concebida através das análises das entrevistas com concorrentes e das análises do setor. 133 5.3.4.1 Oportunidades - A insatisfação dos fabricantes de calçados e bolsas para com os distribuidores atuais; - A região do Vale dos Sinos ser o pólo das industrias de calçados; - Crescimento das exportações de calçados; - A falta de assessoria na aplicação e desenvolvimento de modelos inovadores, por parte dos fabricantes e distribuidores de componentes metálicos. 5.3.4.2 Ameaças - A grande quantidade de empresa que trabalham com produtos similar; - O aumento excessivo dos custos de fabricação dos componentes metálicos, pois interferem no preço de venda; - A sazonalidade na venda e na produção dos calçados; - A facilidade de novos entrantes. 5.3.4.3 Pontos Fortes - Trabalhar com produtos de fabricantes reconhecidos; - A agilidade de entrega; - O serviço diferenciado para desenvolvimento de modelos e formas de aplicação; - Conhecimento do mercado por parte dos sócios. 134 5.3.4.4 Pontos Fracos - Alto capital inicial, para investimento em estoques; - Ser iniciante no mercado, concorrendo com distribuidores com mais de dez anos de mercado. 5.3.5 Previsões do Setor A previsão deste setor, segundo concorrentes e clientes entrevistados, onde a Cia. dos Enfeites pretende ingressar, é de crescimento no volume de componentes metálicos a ser utilizados nos calçados e um crescimento de desenvolvimento direcionado às empresas que se diferenciam e na agilidade em que conseguem inovar, produzir e atender todas necessidades dos clientes. Essas necessidades aumentam devido ao fato de não existir uma situação confortável entre toda cadeia fabricante e o mercado comprador, seja ele interno ou externo. As empresas fabricantes de calçados e bolsas, dependem de pesquisas no exterior para definir as coleções que poderão criar, além disto existe a necessidade de compatibilizar os materiais existentes e o preço destes produtos, após esta etapa, os produtos são lançados no mercado interno. A aceitação do lojista, é o primeiro retorno, mas não é o principal, pois os lojistas estão muito cautelosos e também esperam ver inicialmente as reações do consumidor antes de abastecer seus estoques. Desta forma, deixam o fabricante na obrigação de elaborar diversas coleções e a 135 estar preparado para atender o cliente em curtos espaços de tempo, o que refletirá na pouca disponibilidade para desenvolver seus fornecedores. Além deste ciclo, que está acontecendo nos produtos para o mercado interno, as exportações estão cada vez mais vinculadas ao menor preço, entretanto o design, a qualidade e a confiança nos produtos brasileiros estão abrindo novas portas, deixando uma boa perspectiva pela frente. 5.4 O Empreendimento O planejamento da Cia. dos Enfeites Ltda, surgiu dos desejos do pesquisador e seu sócio, em aplicar seus conhecimentos acadêmicos e profissionais, em um empreendimento no qual, em forma jurídica de sociedade limitada, que pudesse atender a necessidade de clientes do mercado de componentes para calçados. Necessidade identificada e visualizada durante os últimos anos, em que os dois respectivamente estiveram trabalhando na Metalúrgica Daniel Ltda, em atividades que lhes possibilitaram uma visão do mercado e de possíveis resultados com o novo empreendimento. A partir desta verificação, o pesquisador passou a interrogar possíveis clientes, possíveis fornecedores e o mercado desejado. Também buscou aprimorar o conhecimento sobre empreendedorismo, plano de negócios e suas etapas para um bom planejamento. A Empresa inicialmente terá em seus sócios os principais agentes para desenvolvimento das atividades, trabalharão com as tarefas de abastecer, processar e vender os produtos além de administrar o empreendimento. 136 5.4.1 Forma de Propriedade No cumprimento de todas exigências citadas por Dornelas (2001), citado no plano de negócio proposto pelo pesquisador, primeiramente a empresa será registrada em órgãos competentes, buscará seu alvará de funcionamento junto à prefeitura e, a partir do início das atividades, emitirá documentos fiscais e recolherá seus tributos devidos. A forma na qual a empresa será constituída é a de sociedade com responsabilidade limitada, pelo fato de que poderá permitir no futuro, incorporações e eliminação de sócios e pelo fato da responsabilidade de cada sócio ser relevante à quantidade de contribuição no capital do negócio. 5.4.2 Missão A missão de uma organização significa a razão de sua existência. É a finalidade ou motivo pelo qual a organização foi criada a para o que ela deve servir. A definição da missão deve responder a três perguntas básicas: Quem somos nós? O que fazemos? E porque fazemos o que fazemos? (CHIAVENATO, 1999,p.247) Na busca se obter o sucesso neste empreendimento, Cia. dos Enfeites, se compromete de acordo com sua missão em atender o cliente com soluções além das expectativas deles. Portanto definiu-se a missão do negócio como: “A Cia. dos Enfeites busca a satisfação total do cliente, através de serviços ágeis, qualidade, preços competitivos e soluções inovadoras em componentes metálicos, cultivando relações éticas e duradouras”. 137 5.4.3 Visão A visão pretende estabelecer uma identidade comum quanto aos propósitos da organização, com fim de orientar o comportamento dos membros quanto ao futuro que ela deseja construir. (CHIAVENATO, 1999, p.253) “Atingir até 2008, o reconhecimento como principal varejo de componentes metálicos, para calçados e acessórios, através da satisfação total do cliente que busca produtos de qualidade e inovadores, contando com agilidade de entrega e com valores identificáveis com o produto, assim garantindo a competitividade dos calçados feitos na região”. Com a visão declarada acima a Cia. dos Enfeites, busca aproveitar oportunidades, atravessar desafios e crescer no mercado, visando o reconhecimento e lucratividade do negócio. 5.4.4 Objetivos e Metas Segundo Chiavenato (1999), um objetivo é um futuro resultado desejado que se pretende tornar realidade, já as metas são ações específicas mensuráveis que constituem os passos para se atingir um objetivo. Um novo negócio tem como objetivo o seu crescimento , tendo o lucro resultado de sua atividade e como fonte de recurso para este crescimento. Para que o resultado não fuja do esperado os empreendedores devem planejar a atividade com objetivos e para que possam alcançar- lhes devem ser traçadas metas para cada objetivo definido. 138 Os três principais objetivos da Cia. dos Enfeites foram definidos como sendo: ter a equipe da Cia dos Enfeites reconhecida pelo mercado, consolidação da marca e ótimo posicionamento no mercado e ter a inovação e a agilidade desenvolvimento de produtos como principal diferencial competitivo. Para melhor compreender estes objetivos traçados, serão apresentados abaixo as metas para cada um dos objetivos: Objetivo : Ter a equipe da Cia. dos Enfeites reconhecida pelo mercado. Metas: - Desenvolver treinamento técnico sobre a fabricação dos produtos comercializados. - Motivar a equipe com desafios e recompensas, quanto a satisfação dos clientes e padrão de atendimento. Objetivo : Consolidação da marca e ótimo posicionamento de mercado. Metas: - Ter a marca relacionada entre os três primeiros no Top of Mind em até 5 anos. - Ter a marca referenciada a produtos inovadores e de qualidade. - Obter participação mínima de 30% das compras de metais ,nos grandes fabricantes da região, no prazo de cinco anos. - Ter participação de 100% nos desenvolvimentos feitos por companhias de exportação. 139 Objetivo : Ter a inovação e a agilidade desenvolvimento de produtos como principal diferencial. Metas: - Ter exclusividade de desenvolvimento de calçados com um estúdio renomado, para oferecer tendência de produtos aos seus clientes. - Possuir contrato de desenvolvimento junto com o fornecedor parceiro, para garantir agilidade, exclusividade de modelos e desenvolvimento de novos materiais. 5.4.5 Localização Segundo Chiavenato (1995), a escolha do local para sediar a empresa depende de vários fatores e diferentes para cada tipo de empresa. Para uma localização comercial o autor cita os seguintes fatores: Proximidade dos clientes, facilidade de acesso, facilidade de transporte, de estacionamento, infra-estrutura, adequação do local e custos imobiliários. Após breve análise financeira, a decisão de alugar uma sala ao invés de comprar uma, prevaleceu pelo fato de que a estrutura inicial mesmo sendo de pequeno porte, acarreta bons gastos com equipamentos, mercadorias e instalações. Além disto, o crescimento prospectado para a empresa, exigirá aumento em seu espaço, em um futuro de médio prazo. A escolha do ponto comercial para a Cia. dos Enfeites está em de acordo com a localização sugerida pelos clientes através da pesquisa, que relatou três pontos 140 como os mais desejados. Cito eles: na Av. Victor Hugo Kunz, no bairro Centro e na Av. Nações Unidas. Desta forma, os sócios após visualizarem a distribuição das empresas de componentes e a disponibilidade de salas comerciais neste perímetro, decidiu-se que o perímetro da Av. Nicolau Becker, como sendo a localização ideal para a empresa. A Avenida Nicolau Becker é uma das principais avenidas de Novo Hamburgo, sua extensão liga a Av. Nações Unidas à Av. Victor Hugo Kunz, pertence ao bairro centro, é direcionada a o comércio, existem empresas de diversos segmentos, e possui fácil acesso vindo da BR 116 ou da RS 239. Existem dois pontos que estão sendo considerados pelos sócios. A primeira sala comercial conforme (Fig: 33), tem aproximadamente 200m² , possui dois banheiros, tem piso cerâmico, tem estacionamento para carro em frente ao local, pertence a um edifício residencial, não tem despesa de condomínio e tem como fachada uma porta de tamanho comercial com grade e vidro, e duas janelas uma de cada lado da porta. Seu valor de aluguel é de R$ 1.500,00 mensais, sua localização fica na Av. Nicolau Becker, 947, entre as ruas Joaquim Pedro Soares e Silveira Martins. O valor do aluguel ainda é negociável. A segunda sala (Fig: 34) , é uma sala nova com aproximadamente 200m² contando loja e sobre loja, possui 2 banheiros, piso cerâmico, pertence a um conjunto de 8 salas, tem estacionamento para carro em frente à sala e tem cortina metálica como abertura. Seu aluguel está estipulado em R$ 1.750,00 mensais, sem despesas de condomínio, sua localização exata é Av. Nicolau Becker, 725, quase esquina com Av. Bento Gonçalves. 141 Considerou-se a primeira opção, a mais interessante, pois a sala possui um único nível, seu espaço de estacionamento é maior, seu valor de aluguel menor e as aberturas de melhor agrado. Abaixo segue as fotos das salas onde, numa delas, deverá ser instalada a Cia. dos Enfeites Ltda. Figura 33 : Foto Sala Comercial 1 Fonte : Dados da Pesquisa Figura 34: Foto Sala Comercial 2 Fonte : Dados da Pesquisa Dados relevantes à organização interna do ponto comercial, estarão explicitados no decorrer do Plano de Negócios no item Layout. 5.5 Plano de Marketing O plano de marketing aqui apresentado, mostrará a posição da empresa quanto as suas ações comerciais. Ou seja: produto, preço, praça, promoção e propaganda, segmentação de mercado e projeção de vendas. 142 5.5.1 Produto A definição de produto ou serviço pode considerar mais do que as características físicas, envolvem a embalagem, a marca, garantia, imagem, atendimento, prazo de entrega, características, estilo e muitos outros fatores. (Hisrich e Peters, 2004) Os produtos comercializados a varejo pela Cia do Enfeites, são todos de características metálicas como Ilhoses (Latão, Aço ou Alumínio), Rebites (Latão, Aço ou Alumínio), Tachas (Ferro e Latão), Argolas e Arruelas (Ferro e Latão), Fivelas e Enfeites (Zamac, Aço ou Latão), porém existe um produto que será comercializado somente por desenvolvimento e pedidos que são os solados. Segue abaixo (figuras 35 e 36) as fotos de alguns itens que serão comercializados pela Cia. dos Enfeites. Figura 35 : Foto Ilhoses, Tachas e Rebites Fonte : Dados da Pesquisa 143 Figura 36: Foto Fivelas e Enfeites Fonte : Dados da Pesquisa Todos os produtos metálicos estarão sendo vendidos sem quantidade de lote mínimo, serão embalados conforme as necessidades dos clientes, e a garantia das marcas vendidas, serão de responsabilidade da própria Cia. dos Enfeites, e estarão em de acordo com as normas de análise e, acompanhados por laudos técnicos quando solicitado pelo cliente. O prazo de entrega pretendido pela Cia. dos Enfeites é de pronta-entrega, porém alguma especificação quanto ao acabamento do produto ou um volume expressivo, está será acordada com o cliente de forma que ele possa ser atendido em lotes parciais. O estilo dos produtos oferecido estará focado em produtos standarts e na tendência das coleções a serem desenvolvidas durante os períodos do ano. Porém poderão ser desenvolvidos novos e diferentes produtos desde que sejam programados quanto a quantidade e sua entrega. 144 5.5.2 Preço O preço a ser praticado pela empresa será elaborado a partir da negociação feita com os fornecedores de materiais, levando em conta os volumes de um mesmo produto em determinada compra, os valores totais negociados mensalmente, as despesas com serviços terceirizados (acabamento), as despesas fixas da estrutura, os impostos, a comissão (se houver) e custos gerais. Para que os preços sejam competitivos com o mercado a Cia. dos Enfeites, firmará parceria com empresas estratégicas em cada linha de produto. Esta parceria visa a padronização do produto oferecido, garantindo a qualidade e a reposição de quantidades ao cliente. A parceria dará a Cia. dos Enfeites a vantagem de descontos especiais e lotes maiores com melhores condições de pagamento, possibilitando a venda dos produtos a um custo competitivo para os pequenos fabricantes. Na política de seus preços a Cia. dos Enfeites projeta aumentos anuais. Os aumentos, que estão previstos é o de 5% de aumento para o ano de 2006 e o de 7% para o exercício de 2007. 5.5.3 Praça (canais de distribuição) Os canais de distribuição utilizados pela empresa, com propósito de satisfazer as necessidades dos client es, será o contato direto de forma passiva e ativa, ou seja, através da visita do cliente ao ponto de venda (show-room), da Cia. dos 145 Enfeites ou através de visitas dos vendedores direto nas empresas dos clientes e potenciais clientes. A Cia. dos Enfeites também fará comunicação dos produtos oferecidos pelos meios como Internet e mala direta (catálogos tradicionais e de lançamentos), entregando a mercadoria pedida por transportes terceirizados. 5.5.4 Propaganda e Promoção A propaganda e a promoção estrategicamente elaborada pela empresa serão voltadas para indústrias de calçados e acessórios da região do Vale dos Sinos e Paranhana, definidos como mercado alvo do negócio. Para tanto, serão adotadas algumas publicidades para a divulgação da empresa e de seus produtos, podendo-se citar os veículos desejados para esta publicidade: - Anúncio em revistas periódicas do setor (Novitá e Lançamentos); - Anúncio em materiais de feiras (Jornal Exclusivo); - Participação com patrocínio de cartilhas e atividades do setor; - Anúncio no jornal diário da cidade de Novo Hamburgo (Jornal NH). 5.5.5 Segmentação de Mercado Para Hisrich e Peters (2004), além de considerarem as variáveis geográficas, demográficas e psicográficas, em sua segmentação, também utiliza-se a situação de compra como variável para esta segmentação. 146 Desta forma a segmentação definida para a Cia. dos Enfeites é atender as empresas geograficamente situadas na região do Vale dos Sinos e Paranhana. Demograficamente, o foco são empresas de pequeno e médio porte fabricantes de calçados, bolsas e acessórios. Já psicograficamente, busca-se empresas que prezam por qualidade e procuram por diversidade de materiais em um distribuidor. A situação de compra, conforme Hisrich e Peters (2004), será um fator importante dentro desta segmentação pois determinou que a Cia. dos Enfeites focará sua atividade em clientes que necessitam de ótimos produtos, com freqüências diárias de compra, necessidade de agilidade na entrega e bom atendimento, além da familiariedade com os produtos e sua exposição na loja. 5.5.6 Projeção de Vendas A projeção de vendas da Cia. dos Enfeites foi construída pelos sócios embasado nas informações de históricos de vendas do fabricante de componentes, onde os sócios possuem relações profissionais, também em informações obtidas através dos questionários de clientes, entrevistas com concorrentes e fornecedores e, em conversas com representantes, da mesma empresa dos sócios, que possuem varejo de distribuição de componentes em outras localidades. A projeção que será apresentada a seguir segue, atentamente, a sazonalidade ocorrida no mercado calçadista, nos períodos em que os fabricantes de calçados estão desenvolvendo suas coleções para a próxima estação ou para clientes de exportação. Além deste fator, o aumento do custo dos componentes também foi considerado importante para efeito do plano de receitas futuras e, por último porém o 147 mais importante, foi considerar que a tendência continuará a favorecer o uso destes componentes no calçados, bolsas e acessórios. O incremento na projeção de vendas para o ano de 2006 está projetado em 10%, sendo reflexo de 5% de aumento dos preços e 5% de crescimento no mercado. Para 2007, a projeção é de 17% em relação a 2006, a considerar 7% de aumento de preços e 10% de crescimento de vendas. A projeção a seguir apresentada nas figuras 36, 37 e 38, considerará os produtos comercializados pela Cia. dos Enfeites, divididos em cinco grupos. Os grupos foram divididos da seguinte forma: A – Fivelas e Enfeites de Zamac B – Fivelas e Enfeites de Aço e Latão C – Ilhoses, Rebites, Tachas e Pregos D – Argolas, Botões e Chapas E – Outros A divisão dos produtos nas planilhas de projeção, conforme a seguir, irão mostrar que os enfeites e fivelas de zamac representam 40% da venda, os enfeites e fivelas de aço e latão 25%, e os ilhoses, rebites, tachas e pregos 20%, deixando 10% para as argolas, botões e chapas, e os 5% restantes para os outros produtos. PLANO DE VENDAS em R$ para 2005 TIPOS JAN FEV A 31.600 34.400 B 19.750 21.500 C 15.800 17.200 D 7.900 8.600 E 3.950 4.300 TOTAL 79.000 86.000 MAR ABR MAI JUN JUL AGO NOV DEZ TOTAL 42.400 42.000 42.000 46.400 50.400 57.600 68.800 47.200 550.000 28.000 26.500 26.250 26.250 29.000 31.500 36.000 43.000 29.500 319.900 21.200 22.400 21.200 21.000 21.000 23.200 25.200 28.800 34.400 23.600 275.000 10.600 11.200 10.600 10.500 10.500 11.600 12.600 14.400 17.200 11.800 137.500 5.300 5.250 5.250 5.900 68.750 42.400 44.800 2.650 5.300 5.600 5.800 SET 6.300 OUT 7.200 8.600 82.150 112.000 106.000 105.000 105.000 116.000 126.000 144.000 172.000 118.000 1.351.150 Figura 37: Projeção de Vendas 2005 Fonte : Dados da Pesquisa 148 PLANO DE VENDAS em R$ para 2006 TIPOS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL A 34.760 37.840 46.640 49.280 46.640 46.200 46.200 51.040 55.440 63.360 75.680 51.920 605.000 B 21.725 23.650 29.150 30.800 29.150 28.875 28.875 31.900 34.650 39.600 47.300 32.450 378.125 C 17.380 18.920 23.320 24.640 23.320 23.100 23.100 25.520 27.720 31.680 37.840 25.960 302.500 11.660 12.320 11.660 11.550 11.550 12.760 13.860 15.840 18.920 12.980 151.250 5.830 5.775 5.775 6.490 75.625 D E TOTAL 8.690 9.460 4.345 4.730 5.830 6.160 6.380 6.930 7.920 9.460 86.900 94.600 116.600 123.200 116.600 115.500 115.500 127.600 138.600 158.400 189.200 129.800 1.512.500 Figura 38: Projeção de Vendas 2006 Fonte : Dados da Pesquisa PLANO DE VENDAS em R$ para 2007 TIPOS MAI JUN JUL AGO NOV DEZ TOTAL A 40.669 44.272 54.588 57.657 54.568 54.054 54.054 59.717 64.864 74.131 88.545 60.746 707.865 B 25.418 27.670 34.105 36.036 34.105 33.783 33.783 37.323 40.540 46.332 55.341 37.966 442.402 C 20.334 22.136 27.284 28.828 27.284 27.027 27.027 29.858 32.432 37.065 44.272 30.373 353.920 D 10.167 11.068 13.642 14.414 13.642 13.513 13.513 14.929 16.216 18.532 22.136 15.186 176.958 6.821 6.756 6.756 7.593 88.477 E JAN 5.083 FEV 5.534 MAR 6.821 ABR 7.207 7.464 SET 8.108 OUT 9.266 11.068 TOTAL 101.671 110.680 136.440 144.142 136.420 135.133 135.133 149.291 162.160 185.326 221.362 151.864 1.769.622 Figura 39: Projeção de Vendas 2007 Fonte : Dados da Pesquisa 5.6 Plano Organizacional Para atingir todo planejamento proposto, a Cia. dos Enfeites contará com uma estrutura enxuta, um organograma de fácil compreensão, mostrando a liberdade da comunicação entre as os colaboradores. Esta parte do projeto é uma das mais importantes pois terá a descrição do curriculum de cada um dos gestores e também as ferramentas que serão utilizadas para administrar o negócio. 149 5.6.1 Equipe de Gestão A equipe de gestão da Cia. dos Enfeites Ltda é formada pelos dois sócios do empreendimento, cada qual com experiência e habilidades distintas, dentro de sua área de atuação, e ambos com bons conhecimentos do mercado alvo. Segue abaixo o currículo de cada um dos sócios e suas responsabilidades na gestão da Cia. dos Enfeites: Gustavo Raupp – Formando em Administração de Empresa pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Seis anos de vivência nas áreas de suprimentos e área financeira, em empresa de grande porte fabricante de componentes metálicos e plásticos, atuando na aquisição de matérias-primas, produtos de revenda e controle de estoques. Participação ativa em reuniões de planejamento estratégico e indicadores. Conhecimento das funções de tesouraria e financeiro. Experiência em negociações de preços e prazos com fornecedores, volume de compras, controle de estoques e desenvolvimento de novos materiais. Experiência em coordenação de almoxarifes, atendimento ao público em varejo de calçados, facilidade de relacionamento interpessoal, conhecimento da cadeia coureiro calçadista e atuante em Programas de Excelência e Gestão da Qualidade. Desenvolverá as atividades referentes a negociações com fornecedores, controle de estoques, fechamento de caixa, pagamentos, pesquisas de preços e ações da concorrência, contato com bancos, atendimento à clientes e gerência de funcionários. Otávio Granke – Estudante de Administração de Empresa, cursando 6º semestre, no Complexo Universitário Feevale. Atua lmente representante autônomo 150 da empresa de grande porte fabricante de componentes metálicos e plásticos, e também representante de outra empresa que fabricantes de solados injetados para calçado. Mais de 15 anos de experiência na mesma empresa de compone nte como analista de custo e processo, posteriormente como coordenador da célula comercial de vendas da empresa, onde tinha participação ativa das reuniões de planejamento estratégico e coordenação da força de externa de vendas. Conhecimentos sólidos na elaboração de custos de vendas, rotinas financeiras, projeções de tendência, contratos comerciais, processos de fabricação e clientes potenciais. Ótimo relacionamento comercial, conhecimento do segmento de componentes e coureiro calçadista. Desenvolverá as atividades referentes às negociações dos serviços de terceiros, desenvolvimento de produtos, cálculo de custo e preço de venda dos produtos, análises financeiras, visitas a clientes, oportunidades de negócios e controle de vendas. 5.6.2 Estrutura Organizacional A maneira como as atividades da organização são divididas, organizadas e coordenadas. Constitui a arquitetura ou formato organizacional que assegura a divisão e coordenação das atividades dos membros da organização. (CHIAVENATO, 2000, p.367) A estrutura da empresa em seu início será enxuta. Terá em seus sócios as principais tarefas gerenciais sendo que o sócio Otávio será voltado para área comercial e o sócio Gustavo para a administração interna. 151 A empresa além de seus sócios terá mais três funcio nários registrados e mais um representante comercial com firma constituída, que será vinculado por prestação de serviço através de contrato entre as empresas. Nesta estrutura, teremos o Gustavo como sócio responsável pelos três colaboradores internos, sendo estes, duas moças para o serviço de atendimento ao cliente e um rapaz para além de atender também fazer serviços externos como: serviço bancário, entrega e busca de mercadorias e possíveis assistência ao cliente em sua empresa. Já o sócio Otávio será responsável pela coordenação comercial da empresa, isso envolve o supervisionamento do representante, serviços terceirizados e atividades de marketing e promoção. 5.6.3 Organograma Baseado em Chiavenato (1999), que cita organograma como representação gráfica da estrutura organizacional, será apresentado o organograma inicial da Cia. dos Enfeites. Conforme mencionado nos itens anteriores, a empresa terá em seus dois sócios o foco da estrutura, porém cada um com suas distintas equipes a coordenar. Gerente Administrativo Gerente Comercial Acessórias Jurídica e Contábil Vendedor Atendente Vendedor Atendente Serviços Gerais Figura 40 : Organograma Cia. dos Enfeites Fonte : Dados da Pesquisa Representante Comercial 152 Conforme mostra o organograma acima (fig. 40), todas as tarefas gerenciais e de controle assim como as asseessorias jurídicas e contábil, ficam diretamente vinculadas aos sócios, tendo na área comercial a figura do representante, que constitui-se em um vendedor com empresa constituída, que trabalha na forma de contrato de representação. 5.6.4 Sistema de Informações Gerenciais O sistema de informações gerenciais que será adotado pela Cia. dos Enfeites, terá abrangência do controle de todos os movimentos de entradas e saídas de materiais. Através deste controle será estabelecido vínculo direto com a contabilidade e com o departamento de contas a pagar e receber, além de controlar o estoque e fornecer dados estatísticos de movimentações. Este sistema será adquirido junto a uma empresa de Novo Hamburgo a Syspoint, que elabora e implanta estes programas de acordo com a necessidade de seu cliente. Além deste sistema essa empresa também controla um provedor de Internet, e também prestará este serviço para a Cia. dos Enfeites. O software que pretendemos adquirir, opera na linguagem Oracle, pode ser adquirido e ajustado por módulos de atuação, conforme necessidade do cliente. Quanto aos controles de indicadores internos, estes serão alinhados com o planejamento estratégico. 153 5.7 Plano Operacional Nesta parte do plano será apresentada a estrutura inicial em relação aos recursos materiais necessários para a instalação comercial e das atividades operacionais dentro do fluxo diário de funcionamento, incluindo os serviços terceirizados, e o planejamento do processo produtivo. 5.7.1 Infra-Estrutura A infra-estrutura necessária para a abertura do negócio pretendido pela Cia. dos Enfeites não é complexa pois não existirá processo de fabricação de produtos por parte da empresa. Sua atividade será voltada ao comércio onde o único processo será a re-embalagem dos materiais. A infra-estrutura da empresa, agora apresentada, será dividida em equipamentos, instalações e outros. Os equipamentos necessários são: a) dois computadores; b) duas impressoras (uma matricial e outra a jato de tinta); c) uma balança eletrônica contadora; d) uma máquina seladora de sacos plásticos; e e) uma máquina fotográfica digital; f) dois paquímetros; g) um aparelho de fax; h) um aparelho telefônico sem fio. Para as instalações serão necessários os seguintes itens: a) Balcão alto de aproximadamente 3,00m de comprimento com bancada de trabalho, que servirá para atendimento a clientes, e onde estará o computador para consultas no sistema e emissão de notas fiscais; b) Três mesas, seis cadeiras e dois armários para a sala dos 154 sócios; c) Balcão para pesagem e embalo das peças; d) seis móveis para expor e guardar as peças; e) Seis cadeiras para funcionários e clientes. Além dos equipamentos e instalações, existem outros itens que podemos considerar na infra-estrutura do negócio. Segue alguns itens que fazem parte da infraestrutura: a) Instalação de divisórias e iluminação; b) Confecção e instalação de luminoso da empresa; c) Refrigerador e fogão e d) Software de gestão. 5.7.2 Lay Out Segundo Longenecker, Moore e Petty (1997), o layout é o arranjo das instalações físicas, de forma eficiente, para a execução das operações. Conforme mencionado anteriormente quando foi tratada a localização da empresa, o local onde será instalada a Cia. dos Enfeites será uma sala com aproximadamente 200 m², com piso em cerâmica, com dois banheiros e com porta e janelas de vidro e grade em sua fachada. Para oferecer um bom atendimento aos clientes e fornecedores, e ter os produtos bem visíveis aos clientes, facilitando seu manuseio, estes estarão armazenado ordenadamente por linha de produto, sem esquecer de facilitar o acesso aos equipamentos necessários para o fluxo das operações, os sócios definem o layout inicial da Cia. dos Enfeites da seguinte forma (fig. 41): 155 Legenda: Banheiros Estoque e Cozinha Balcão Expositores Balcão de embalagem Balcão Caixa Sala dos Sócios Figura 41 : Layout Cia. dos Enfeites Fonte : Dados da Pesquisa 5.7.3 Fluxograma O fluxograma apresentado na figura 42, é pouco complexo devido a Cia. dos Enfeites não possuir processos produtivos, pois tem sua atividade com característica do varejo. 5.7.4 Parcerias A Cia. dos Enfeites menciona como parceiros todos os seus fornecedores de materiais ou serviços. Poderá obter com estes fornecedores o suprimento dos materiais necessários para abastecer a empresa, podendo obter condições de vendas com valores diferenciados, e ainda a condição de remessas em consignação. Estas parcerias possibilitam troca ou desenvolvimento de novos materiais, banhos novos com exclusividade, itens com gravações do cliente e assistência técnica aos fabricantes de calçado. 156 Chegada do cliente a loja ou vendedor ao cliente Certifica-se do que ele precisa Existe o produto? É Oferecido outro produto ou encaminha-se novo desenvolvimento com o fornecedor, na cor e quantidade pretendida pelo cliente. N S Tem a quantidade? N Troca-se o banho cas o houver a quantidade em outro banho ou encomenda-se toda quantidade com o fornecedor S Dá-se o orçamento ao cliente e tempo de entrega se precisar. Embala-se o produto conforme necessidade do cliente. Entrega-se o produto ao cliente. Figura 42: Fluxograma Cia. dos Enfeites Fonte : Dados da Pesquisa Os futuros parceiros da Cia. dos Enfeites serão: Metalúrgica Daniel (Fivelas e Enfeites de Zamac, Aço e Latão), Baxmann (Rebites, Ilhoses e Arruelas), Eberle (Rebites, Ilhoses, Botões e Chapas), Prayon (Tachas e Pregos) e Franci Galvânica (Acabamento Galvâncio). 157 5.8 Plano Financeiro O plano financeiro agora apresentado seguirá a proposta mencionada no item 2.8, onde o qual foi dividido nos seguintes tópicos: investimentos iniciais, demonstrativo financeiros, os indicadores financeiros e a análise de investimentos. O investimento inicial necessário para a constituição da Cia. dos Enfeites será proveniente de seus sócios, não necessitando de captações de recursos de terceiros. Entretanto o plano é elaborado para balizar a viabilidade de abertura e continuidade do projeto, sendo ou não um negócio rentável. 5.8.1 Investimentos Iniciais O investimento inicial do negócio é o valor necessário para abrir a Cia. dos Enfeites. A estrutura apresentada na figura 43, segue a estrutura proposta por Dolabela (1999), dividindo os investimentos iniciais em três níveis. a) Despesas pré-operacionais, compostas pelos gastos que possam ocorrer antes que a empresa esteja funcionando. b) Investimentos fixos, compostos pelo patrimônio da empresa e que pode ser vendido quando necessário e pelo ativo imobilizado. c) Capital de giro inicial, refere-se aos aluguéis, salário, telefone, luz, água, estoque, material de escritório, etc. 158 INVESTIMENTOS INICIAIS CIA DOS ENFEITES DESPESAS PRÉ-OPERACIONAIS Item Registro da Empresa Quant. 1 R$ Unit. R$ 600 R$ Total R$ 600 R$ 600 INVESTIMENTOS FIXOS Máquinas e Equipamentos Item Computadores Impressora Matricial Impressora Jato de Tinta Balança Eletronica Seladora Plástica Máquina Fotografica Digital Paquimetro Aparelho de Fax Telefone sem Fio Quant. 2 1 1 1 1 1 2 1 1 R$ Unit. R$ 2.000 R$ 800 R$ 250 R$ 1.500 R$ 150 R$ 700 R$ 150 R$ 600 R$ 150 R$ Total R$ 4.000 R$ 800 R$ 250 R$ 1.500 R$ 150 R$ 700 R$ 300 R$ 600 R$ 150 R$ 8.450 Móveis e Utensílios Item Balção de atendimento Mesas de escrotório Cadeira Executiva Armário Balção de serviço Móveis (expositores) Cadeira Iluminação Divisórias Luminoso Refrigerador Cafeteira Software Quant. 1 3 6 2 1 6 6 1 1 1 1 1 1 R$ Unit. R$ 1.350 R$ 300 R$ 80 R$ 300 R$ 400 R$ 600 R$ 70 R$ 500 R$ 700 R$ 500 R$ 350 R$ 50 R$ 2.000 R$ Total R$ 1.350 R$ 900 R$ 480 R$ 600 R$ 400 R$ 3.600 R$ 420 R$ 500 R$ 700 R$ 500 R$ 350 R$ 50 R$ 2.000 R$ 11.850 CAPITAL DE GIRO Item Estoque Água, Luz e Telefone Aluguel Marketing & Publicidade Internet Material de Escritório Contador Conservação e Manutenção Sálario de Colaboradores Pró-labore Materiais de Embalagem Combustivel Quant. 3 2 Total dos Investimentos Iniciais R$ Unit. R$ R$ 350 1.000 R$ Total R$ 40.000 R$ 400 R$ 1.500 R$ 300 R$ 80 R$ 50 R$ 250 R$ 50 R$ 1.050 R$ 2.000 R$ 300 R$ 300 R$ 46.280 R$ 67.180 Figura 43 : Investimentos Iniciais Cia. dos Enfeites Fonte : Dados da Pesquisa A Cia. dos Enfeites terá sua atividade voltada, para comercialização de componentes de calçados, bolsas e acessórios, e trabalhará com pronta-entrega de produtos. Desta forma seu maior gasto inicial serão os estoques. Os custos fixos e variáveis do negócio, por se tratar de comércio parecem um pouco assustadores, mas 159 em relação ao fluxo de caixa consideramos que os custos estão sob controle dentro do previsto. O aluguel, os salários e o pró- labore são as principais despesas desta relação de custos. Conforme pode ser analisada na figura 44. Custos Fixos e Variáveis Descrição Água, Luz e Telefone Aluguel Marketing & Publicidade Internet Material de Escritório Contador Conservação e Manutenção Sálario de Colaboradores 3x350,00 Pró-labore 2x1000,00 Materiais de Embalagem Combustivel Total Custos Fixos e Variáveis Valor Provável R$ 400,00 R$ 1.500,00 R$ 300,00 R$ 80,00 R$ 50,00 R$ 250,00 R$ 50,00 R$ 1.050,00 R$ 2.000,00 R$ 300,00 R$ 300,00 R$ 6.280,00 Figura 44 : Custos Fixos e Variáveis Fonte : Dados da Pesquisa 5.8.2 Demonstrativos Financeiros Os demonstrativos financeiros servem para auxiliar o empreendedor a controlar a saúde do empreendimento. No caso da Cia. dos Enfeites ser um projeto, o fluxo de caixa e o demonstrativo do resultado do exercício possuem a projeção de resultado para o período de 36 meses. 160 5.8.2.1 Fluxo de Caixa Fluxo de caixa não é a mesma coisa que lucro. O lucro é o resultado de subtrair as despesas do volume de vendas, enquanto o fluxo de caixa é resultado da diferença entre a efetiva quantia recebida e os pagamentos de caixa. O caixa flui somente quando pagamentos efetivos são recebidos ou feitos. As vendas não podem ser vistas com caixa, porque uma venda pode ser feita hoje, mas o pagamento será feito depois de 30 dias. Além disso, nem todas as contas são pagas imediatamente. (HISRICH e PETERS, 2004, p.267) Para construção do fluxo de caixa, foram considerados os valores de receitas obtidas na projeção de vendas (item 5.5.6). Assim como as despesas fixas e variáveis (item 8.5.1), sendo que as mesmas foram projetadas considerando-se uma taxa de 10% ao ano. Neste fluxo de caixa apresentado foi feito três cenários referentes as previsões de vendas e custo dos materiais. O cenário nomeado provável é aquele que os sócios definiram como objetivo dentro de suas expectativas, levando em consideração todas as questões abordadas por este Plano de Negócio. O segundo cenário pode ser chamado de otimista, neste os sócios projetaram, sobre o cenário provável, um índice de 10% de incremento nas vendas. Já o terceiro cenário, apresentado neste fluxo de caixa, é aquele considerado pessimista sobre o objetivo dos sócios. Este cenário esta sendo projetado com uma desvantagem de 15% sobre as vendas do cenário provável. A seguir apresenta-se o fluxo de caixa projetado para a Cia. dos Enfeites para seus trinta e seis primeiros meses. Ver figura 45: 161 Fluxo de Caixa Cia dos Enfeites (Janeiro de 2005 à Dezembro de 2007) Receitas Pessimista Provável Despesas Otimista Pessimista 0 Próvavel Resultado Líquido Otimista 60.900 Pessimista Provável Otimista (60.900) (60.900) (60.900) (31.115) (28.136) 1 67.150 79.000 86.900 41.833 49.215 54.136 (35.583) 2 73.100 86.000 94.600 45.066 53.019 58.321 (7.549) 1.866 8.143 3 69.828 82.150 90.365 43.288 50.927 56.019 18.991 33.089 42.488 4 95.200 112.000 123.200 57.077 67.150 73.865 57.114 77.940 91.824 5 90.100 106.000 116.600 54.305 63.889 70.278 92.908 120.051 138.146 6 89.250 105.000 115.500 53.843 63.345 69.680 128.315 161.706 183.966 7 89.250 105.000 115.500 53.843 63.345 69.680 163.722 203.361 229.787 8 98.600 116.000 127.600 58.925 69.323 76.256 203.397 250.037 281.131 9 107.100 126.000 138.600 63.545 74.758 82.234 246.952 301.279 337.497 10 122.400 144.000 158.400 71.860 84.541 92.995 297.492 360.738 402.902 11 146.200 172.000 189.200 84.795 99.758 109.734 358.898 432.980 482.368 12 100.300 118.000 129.800 59.849 70.410 77.451 399.349 480.569 534.716 13 73.865 86.900 95.590 46.016 54.136 59.550 427.198 513.333 570.756 14 80.410 94.600 104.060 49.573 58.321 64.153 458.035 549.612 610.663 15 99.110 116.600 128.260 59.736 70.278 77.305 497.409 595.934 661.618 16 104.720 123.200 135.520 62.785 73.865 81.251 539.344 645.270 715.887 17 99.110 116.600 128.260 59.736 70.278 77.305 578.719 691.592 766.842 18 98.175 115.500 127.050 59.228 69.680 76.648 617.666 737.413 817.244 19 98.175 115.500 127.050 59.228 69.680 76.648 656.613 783.233 867.646 20 108.460 127.600 140.360 64.817 76.256 83.881 700.256 834.577 924.125 21 117.810 138.600 152.460 69.899 82.234 90.457 748.167 890.943 986.127 22 134.640 158.400 174.240 79.046 92.995 102.294 803.761 956.348 1.058.073 23 160.820 189.200 208.120 93.274 109.734 120.707 871.307 1.035.814 1.145.485 24 110.330 129.800 142.780 65.834 77.451 85.197 915.803 1.088.162 1.203.069 25 86.420 101.671 111.838 53.427 62.855 69.140 948.797 1.126.979 1.245.767 26 94.078 110.680 121.748 57.588 67.751 74.526 985.287 1.169.908 1.292.988 27 115.974 136.440 150.084 69.488 81.751 89.926 1.031.772 1.224.597 1.353.146 28 122.521 144.142 158.556 73.046 85.937 94.531 1.081.247 1.282.802 1.417.172 29 115.957 136.420 150.062 69.479 81.740 89.914 1.127.725 1.337.482 1.477.320 30 114.863 135.133 148.646 68.885 81.041 89.145 1.173.703 1.391.574 1.536.822 31 114.863 135.133 148.646 68.885 81.041 89.145 1.219.682 1.445.667 1.596.323 32 126.897 149.291 164.220 75.425 88.735 97.609 1.271.154 1.506.222 1.662.935 33 137.836 162.160 178.376 81.370 95.729 105.302 1.327.620 1.572.653 1.736.008 34 157.527 185.326 203.859 92.072 108.319 119.151 1.393.076 1.649.660 1.820.716 35 188.158 221.362 243.498 108.719 127.904 140.695 1.472.515 1.743.117 1.923.519 36 129.084 151.864 167.050 76.614 90.134 99.147 1.524.986 1.804.848 1.991.423 3.938.281 4.633.272 5.096.599 2.404.161 2.828.424 3.111.267 3.059.106 3.609.696 3.976.755 Total Figura 45 : Fluxo de Caixa Fonte : Dados da Pesquisa A definição destes cenários é importante, principalmente, para o cálculo da TIR (Taxa Interna de Retorno) e do VPL (Valor Presente Líquido), sendo que estes são indicadores mais utilizados para decisão de investimento no negócio, segundo Gitmann (1997). 162 5.8.2.2 Demonstrativo do Resultado do Exercício - DRE O DRE serve para, de forma resumida e ordenada, visualizar-se as receitas e despesas de um exercício para chegar-se ao lucro líquido ou prejuízo do período. Chiavenato (1995) define o DRE como um demonstrativo financeiro que serve para expandir com clareza o resultado que a empresa obteve através de receitas e despesas no exercício social. A figura 46, esboça o DRE global dos trinta e seis meses de exercício da Cia. dos Enfeites. Demonstrativo do Resultado do Exercício - DRE Receita de Vendas (-) Custo Produtos Vendidos R$ R$ 4.657.124 2.531.046 R$ 2.126.078 Despesas Operacionais Água, Luz e Telefone Aluguel Marketing & Publicidade Internet Material de Escritório Contador Conservação e Manutenção Sálario de Colaboradores Pró-labore Materiais de Embalagem Combustivel R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 14.400 54.000 10.800 2.880 1.800 9.000 1.800 37.800 72.000 10.800 10.800 (-) Total das despesas Operacionais R$ 226.080 (=) Lucro (Prejuízo) antes dos Impostos R$ 1.899.998 (-) Imposto de Renda R$ 475.000 (=) Lucro Líquido R$ 1.424.999 (=) Lucro Bruto Figura 46 : Demostrativo do Resultado do Exercício - DRE Fonte : Dados da Pesquisa 163 5.8.3 Análise de Investimentos Nesta parte do plano serão apresentados alguns índices que são considerados muito importantes para os empreendedores e possíveis investidores na aceitação ou rejeição do negócio. Os índices apresentados nesta análise de investimentos (fig. 47), da Cia. dos Enfeites, foram calculados pelo pesquisador com o auxilio do software Make Money. Índices Financeiros Resultado de fluxo de caixa líquido Pessimista Provável (60.900) (60.900) (35.583) (31.115) (7.549) 1.866 18.991 33.089 57.114 77.940 92.908 120.051 128.315 161.706 163.722 203.361 203.397 250.037 246.952 301.279 297.492 360.738 358.898 432.980 399.349 480.569 427.198 513.333 458.035 549.612 497.409 595.934 539.344 645.270 578.719 691.592 617.666 737.413 656.613 783.233 700.256 834.577 748.167 890.943 803.761 956.348 871.307 1.035.814 915.803 1.088.162 948.797 1.126.979 985.287 1.169.908 1.031.772 1.224.597 1.081.247 1.282.802 1.127.725 1.337.482 1.173.703 1.391.574 1.219.682 1.445.667 1.271.154 1.506.222 1.327.620 1.572.653 1.393.076 1.649.660 1.472.515 1.743.117 1.524.986 1.804.848 3.059.106 3.609.696 Período dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07 set/07 out/07 nov/07 dez/07 TOTAL TIR VPL 749,91% R$ 1.229.306,92 Figura 47 : Índices Financeiros Fonte : Dados da Pesquisa 901,91% R$ 1.490.062,33 Otimista (60.900) (28.136) 8.143 42.488 91.824 138.146 183.966 229.787 281.131 337.497 402.902 482.368 534.716 570.756 610.663 661.618 715.887 766.842 817.244 867.646 924.125 986.127 1.058.073 1.145.485 1.203.069 1.245.767 1.292.988 1.353.146 1.417.172 1.477.320 1.536.822 1.596.323 1.662.935 1.736.008 1.820.716 1.923.519 1.991.423 3.976.755 1003,21% R$ 1.663.899,42 164 5.8.3.1 Payback O Payback segundo Gitmann (1997), descrito no item 2.8.3.1 deste trabalho, é o tempo exato necessário para retorno do capital investido, utilizando as informações de entrada de caixa. O período de payback, previsto através do fluxo de caixa da Cia. dos Enfeites, como pode ser visto acima (figura 47), é bastante positivo, visto que o valor do investimento inicial é superior à R$ 60.000,00. O período para retorno do investimento ficou em no máximo três meses, sendo este para o cenário pessimista e, reduzindo para dois meses, o período de payback para os cenários otimista e provável. Dornelas (2001), cita que: quanto menor for o tempo de recuperar o investimento, ou seja, quanto menor for o prazo de payback, mais atraente será o investimento. 5.8.3.2 Taxa Interna de Retorno (TIR) A TIR conforme Gitmann (1997), visto no capítulo do plano proposto, é a taxa de desconto que iguala o valor presente das receitas de uma empresa, ao investimento inicial referente ao empreendimento ou projeto, resultando, deste modo, em um valor presente líquido igual a zero. Este indicador serve para aceitar ou rejeitar o projeto, da seguinte forma: se a TIR for maior que o custo de capital, aceita-se o projeto, mas se for menor, 165 rejeita-se o projeto. Esse critério garante no mínimo a taxa de retorno requerida pela empresa. Os índices da TIR (fig. 47),projetadas para a Cia. dos Enfeites, leva em consideração o período de 36 meses, e estes são: • 749,91 % a.a. para o cenário pessimista; • 901,91 % a.a. para o cenário provável; e • 1003,21 % a.a. para o cenário otimista. Com estes valores verifica-se que, mesmo no cenário pessimista, a decisão de investimento é favorável, uma vez que o retorno ficou acima do índice esperado, que foi estipulado em 10% a.a. 5.8.3.3 Valor Presente Líquido (VPL) Para medir o VPL de um projeto, Dornelas (2001, p. 172), comenta o seguinte: faz-se uma estimativa do valor atual para os futuros fluxos reais que estarão sendo gerados pelo projeto, e deduz-se o investimento inicial. Para isso, descontamse os futuros fluxos de caixa após impostos para seu valor presente, e depois se subtrai o investimento inicial. Gitman (1997), complementa que VPL, é uma técnica sofisticada de análise de orçamentos de capital, obtida subtraindo-se o investimento inicial de um projeto do valor presente das entradas de caixa, descontadas a uma taxa igual ao custo de capital da empresa. 166 Se o VPL for positivo, o projeto é viável, pois o valor presente dos futuros fluxo de caixa é maior que o investimento inicia. Os valores estimados para o projeto foram destacados na figura 47, e são transcritos novamente a seguir: • R$ 1.229.306,92 para o cenário pessimista; • R$ 1.490.062,33 para o cenário provável; e • R$ 1.663.899,42 para o cenário otimista. Para decisão de validar ou não projeto, os indicadores financeiros através do Payback, TIR e VPL mais o fluxo de caixa, mostraram que independente dos cenários os resultados são favoráveis, tornando o projeto viável para implementação. 5.9 Apêndice do Plano de Negócio A seguir será apresentado os documentos referentes as questões abordas junto aos clientes, concorrentes, parceiros e entidades do setor que contribuíram para a elaboração deste Plano de Negócio. 5.9.1 Questionário da pesquisa com Clientes O roteiro do questionário aplicado com clientes está sendo apresentado, no anexo 1 deste trabalho. 167 5.9.2 Roteiro da entrevista com Concorrentes O roteiro da entrevista com concorrentes será apresentado, no anexo 2 deste trabalho, e as respostas das entrevistas feitas com os concorrentes apresentadas no anexo 3. 5.9.3 Roteiro da entrevista com Parceiros O roteiro da entrevista com fornecedores será apresentado, no anexo 4 deste trabalho. E no anexo 5, deste trabalho, estão as respostas das entrevistas feitas com os parceiros. 168 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS A elaboração desta monografia em que, o autor propôs à construção de um planejamento para uma empresa que comercializará componentes para calçados, utilizou-se da ferramenta Plano de Negócio para verificar a viabilidade do empreendimento, e o tema Empreendedorismo como norteador desta pesquisa. Decorrente da característica desta ferramenta, foi possível recapitular grande parte do conteúdo programático do curso de Administração de Empresas, além de aprofundar conhecimentos sobre empreendedorismo, empreendedor e da aplicação da ferramenta Plano de Negócio. Ao Iniciar esta atividade de pesquisa, se observou que a relação entre a teoria do empreendedorismo e a da ferramenta Plano de Negócio é muito forte. Pois, empreendedorismo é o processo de criar algo novo, com valor, dedicando tempo e o esforço necessário, assumindo os riscos financeiros, psíquicos e sociais correspondentes, e recebendo as conseqüentes recompensas da satisfação e independência econômica pessoal. E Plano de Negócio é um documento preparado 169 pelo empreendedor em que são descritos todos os elementos externos e internos relevantes envolvidos no início de um novo empreendimento. Primeiramente foram pesquisados os conceitos de empreendedorismo, empreendedor e empreender, em seguida, foram pesquisados, as características do empreendedor, suas habilidades, a compensação pretendida com o empreendimento, a oportunidade do negócio e seus fatores de sucesso. Após estas abordagens, revelouse que o planejamento é principal maneira de se reduzir os riscos e de obter sucesso no empreendimento. Desta forma, o Plano de Negócio é um grande contribuinte, pois trata-se de um documento preparado, pelo empreendedor, onde são descritos todos os elementos externos e internos relevantes, envolvidos no início de um novo empreendimento. Para finalizar e conteúdo da revisão de literatura foram traçados os possíveis destinatários para um Plano de Negócio e suas etapas. O modelo de plano a ser seguido, foi definido através de uma nova proposta feito pelo pesquisador, e sobre esta foram feitas as abordagens de todos os itens do Plano de Negócio, de forma a qualificar e embasar a criação do modelo, mostrando-se eficiente ao término do trabalho. O estudo de caso para a construção do Plano de Negócio da Cia. dos Enfeites Ltda foi balizado nas análises da pesquisa de clientes, em caráter quantitativo não probabilístico, em pesquisas qualitativas com concorrentes, parceiros, e nas informações obtidas em entidades do setor coureiro calçadista. O objetivo proposto para este trabalho, foi atingido em sua totalidade, visto que este foi fazer o planejamento para a abertura da Cia. dos Enfeites e projeção do seu mercado através da ferramenta do Plano de Negócio, que se mostrou 170 eficiente, não só para um novo negócio como para gerenciamento do mesmo, desde que seja revisado periodicamente. Ao concluir este trabalho, com a apresentação do Plano de Negócio para a Cia. dos Enfeites, tendo como fonte balizadora dos bons resultados obtidos e a grande possibilidade de sucesso da empresa: a análise do ambiente setorial; o plano de marketing; as projeções de vendas; e o plano financeiro. Nos quais foram contatados, o poder econômico da região do Vale dos Sinos, a baixa satisfação com os distribuidores existentes, e a boa receptividade de um novo distribuidor que inove e de desenvolva produtos com qualidade e agilidade. Os trabalhos futuros a esse Plano de Negócio têm início marcado para o próximo mês de janeiro, quando o pesquisador e seu sócio participarão da Couromoda, (feira do setor de calçados, que ocorre de 11 a 14 de janeiro de 2005, em São Paulo), com a intenção de divulgarem a Cia. dos Enfeites e trazer informações quanto à tendência da próxima coleção. Outra razão da visitação será a de fazer contatos com estilistas de calçados e acessórios, a fim de fechar a parceria de desenvolvimento de produtos exclusivos. Nesta futura caminhada, após a abertura da Cia. dos Enfeites, está previsto o planejamento dos próximos três anos, o estudo de viabilidade de implantação de um novo negócio através do Plano de Negócio. Este novo projeto refere-se a uma pequena empresa que fabricará componentes exclusivamente para a Cia. dos Enfeites, reduzindo o preço de venda dos produtos, com modelos diferenciados e maior agilidade nos desenvolvimentos. Contudo, a realização deste trabalho foi de grande importância para formação acadêmica do autor, de modo que permitiu o conhecimento de técnicas 171 científicas de pesquisa e permitiu a sua aplicação, na prática, do conteúdo teórico desenvolvido ao longo do curso de Administração de Empresas. Para a formação profissional, sem dúvidas o significado deste trabalho é enorme pois tornará realidade, o sonho do autor em conquistar o seu próprio negócio, e nele desenvolver o espírito empreendedor, aplicando o seu Know how e seu feeling sobre o mercado coureiro calçadista no Vale dos Sinos. 172 REFERÊNCIAS BENEVIDES, Sérgio Empreendedorismo – Assim se faz o futuro. Rumos, p.2731, Dezembro, 2002. BERLE, Gustav e KIRSCHNER, Paul. Plano de Negócios Instântaneo Rio de Janeiro: Axcel Books, 1995. BIRLEY, Sue, MUZYKA, Daniel F. Dominando os desafios do empreendedor. São Paulo, SP: Makron Books, 2001. CHIAVENATO, Idalberto- Administração nos novos tempos. 2ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. 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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS http://www.economica.unisinos/tcc. consulta feita em 03 de novembro de 2004. 175 ANEXO 1 - Pesquisa de Clientes Este questionário é parte integrante do trabalho de conclusão do curso de Administração de Empresas do aluno Gustavo Raupp. Ele visa o conhecimento do mercado de componentes para calçados, para elaboração de um Plano de Negócios de uma empresa que comercializará componentes metálicos. As informações contidas neste questionário são de uso exclusivo do trabalho acima citado, e sua identificação pessoal não será necessária. 1) A empresa utiliza componentes metálicos na fabricação de seus produtos ? [ ] Sim [ ] Não Se NÃO. Qual motivo?.......................................... 2) A empresa costuma desenvolver novos modelos de metais que irá utilizar, ou compra produtos desenvolvidos pelos fabricantes de metais? [ ] Desenvolve novos modelos [ ] Compra modelos já existentes 3) Como a empresa costuma comprar seus metais ? [ ] Atendendo em sua empresa, representantes de empresas fabricantes; [ ] Atendendo os vendedores de distribuidores; [ ] Vai até a fábrica do fornecedor [ ] Procura nos distribuidores mais próximos [ ] Outros. Qual ................................................... 4) Quais os fatores que levaram você a comprar direto do fabricante? Enumere de 1 a 7, sendo: 1 mais importante e 7 menos importante. [ ] Indicação [ ] Qualidade [ ] Atendimento [ ] Agilidade de entrega [ ] Forma de pagamento [ [ ] Preço ] Localização 5) Quais os fatores que levaram você a comprar em distribuidores (varejo) ? Enumere de 1 a 7, sendo: 1 mais importante e 7 menos importante. [ ] Indicação [ ] Qualidade [ ] Atendimento [ ] Agilidade de entrega [ ] Forma de pagamento [ [ ] Preço ] Localização 6) Qual o nível de sua satisfação em relação ao atendimento e a importância dispensada a sua empresa, pelos fabricantes ? [ ] Muito Satisfeito [ ] Satisfeito [ ] Razoável [ ] Insatisfeito [ ] Muito Insatisfeito. 7) Qual o nível de sua satisfação em relação ao atendimento e a importância dispensada a sua empresa, pelos distribuidores (varejo) ? 176 [ ] Muito Satisfeito Insatisfeito. [ ] Satisfeito [ ] Razoável [ ] Insatisfeito [ ] Muito SUPONHAMOS UM FUTURO CONTATO COM UM DISTRIBUIDOR (VAREJO). 8) Qual a localização você considera adequada para um distrib uidor (varejo) sendo na cidade de Novo Hamburgo. [ ] Centro [ ] Próximo a Avenida Sete de Setembro [ ] Na Avenida Vitor Hugo Kunz [ ] Próximo ao Bairro Canudos [ ] Na Avenida Nações Unidas [ ] Outra: ................................. 9) Quanto à forma do atendimento por parte do distribuidor. Enumere de 1 a 4 de acordo com sua preferência, sendo: 1 maior preferência e 4 menor preferência. [ [ [ [ ] Atendimento pessoal pró-ativo (vendedor corre atrás dos clientes) ] Atendimento pessoal passivo (vendedor aguardar contato do cliente) ] Atendimento via contato telefônico (vendedor somente liga) ] Prospecção por mala-direta (ofertas enviadas por e- mail ou site) 10) Como você classifica os seguintes aspectos em relação à escolha do distribuidor: Enumere de 1 a 5 sendo: 1 muito importante e 5 muito pouco importante. [ [ [ [ [ ] Fabricante dos produtos oferecidos ] Disponibilidade de pronta entrega ] Atendimento no estabelecimento ] Horário de func ionamento diferenciado. ] Localização (Ponto). 11) Se você tivesse que indicar um fornecedor de componentes metálicos de Novo Hamburgo para uma outra empresa, qual você indicaria: Fabricantes: 1) ............................. Distribuidores: 1) ............................... 2) ............................. 2) ................................ 3) ............................. 3) .............................. SOBRE O ENTREVISTADO 12) Localização da sua Empresa: [ ] Estância Velha, Ivoti ou Dois Irmãos [ [ ] Novo Hamburgo [ ] Vale do Paranhana 13) Fabricação diária de pares de calçados: [ ] até 1.000 pares dia [ ] de 1.001 a 5.000 pares dia [ ] de 5.001 a 10.000 pares dia [ ] acima de 10.000 pares dia ] Campo Bom ou Sapiranga [ ] Outra: ........................... 177 14) Aproximadamente, qual o gasto mensal com componentes metálicos. [ ] Até R$ 10.000,00 [ ] Entre R$ 10.001,00 e R$ 20.000,00 [ ] Entre R$ 20.001,00 e R$ 40.000,00 [ ] Acima de R$ 40.001,00 15) Um novo distribuidor que esteja focado em atender o cliente com produtos a pronta entrega, que tenha seu diferencial no custo e atendimento, ainda oferecendo um serviço de criação e aplicação dos produtos, terá este receptividade no mercado ou estaria faltando algo para sua aceitação?................................................................... ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ................................................................................................................... . 16) Favor utilize este espaço para manifestar qualquer colocação quanto a esse mercado, e ou, destacando necessidades de sua empresa e expectativas em um distribuidor de enfeites metálicos. ................................................................................ ......................................................................................................................................... ......................................................................................................................................... .................................................................................................................... . Agradeço a sua colaboração, e gostaria de lembrar que ela será muito útil na construção do trabalho. Obrigado pela atenção dispensada 178 ANEXO 2 - Roteiro Entrevista com Concorrentes Esta entrevista é parte integrante do trabalho de conclusão do curso de Administração de Empresas do aluno Gustavo Raupp. Ele visa o conhecimento do mercado de componentes para calçados, para elaboração de um Plano de Negócios de uma empresa que comercializará componentes metálicos. Empresa: Contato: 1) Há quantos anos a Empresa está no mercado ? 2) Como você visualizou a oportunidade de abrir o negócio ? 3) Quais foram as principais barreiras encontradas como empreendedor quando iniciou o negócio ? E onde procurou apoio para enfrentá- las ? 4) Quais são os produtos que a sua empresa oferece hoje ? Você pensa em oferecer algum outro produto no futuro? 5) Quais os fatores você considera importante para se obter sucesso no ramo de componentes para calçados? 6) Você faz algum tipo de planejamento estratégico anual ? São definidas as metas de vendas ? Com base em que indicadores ? Quais os pontos fortes e fracos do negócio (análise interna) ? 7) Qual o diferencial competitivo de sua empresa em relação aos seus concorrentes ? 8) Você poderia relacionar os 5 principais concorrentes da sua empresa, identificando uma característica positiva de cada um ? 9) Qual a sua perspectiva para o mercado calçadista na região do Vale dos Sinos? 179 ANEXO 3 - Respostas das Entrevistas com Concorrentes Concorrente A Há quantos anos a Empresa está no mercado ? 20 anos Como você visualizou a oportunidade de abrir o negócio ? A oportunidade surgiu pelo conhecimento do mercado adquirido quando tinha contato muito próximo, com um fabricante que atualmente não existe mais, e foi impulsionado justamente quando esse fabricante fechou e pode assumir a carteira de clientes. Quais foram as principais barreiras encontradas como empreendedor quando iniciou o negócio ? E onde procurou apoio para enfrentá-las ? As principais barreiras encontradas foram principalmente às tarefas ligadas ao mercado como: concorrência, moda e opção de produtos substitutos. Assintecal (associação de fabricantes de componentes) e Revistas do setor onde publica anúncios de marketing. Quais são os produtos que a sua empresa oferece hoje ? Você pensa em oferecer algum outro produto no futuro? Produtos: Tachas, pregos e parafusos. Fivelas e enfeites. Cravos, Ilhoses, rebites e ganchos. De momento não pensa em outros produtos. Quais os fatores você considera importante para se obter sucesso no ramo de componentes para calçados? Atender as necessidades dos clientes, ter pontualidade e materiais a pronta entrega. Você faz algum tipo de planejamento estratégico anual ? São definidas as metas de vendas ? Com base em que indicadores ? Quais os pontos fortes e fracos do negócio (análise interna) ? É feito um planejamento anual onde se prospecta metas de acordo com o histórico e a perspectiva do mercado para este ano, levando em consideração o mercado interno e externo. A fonte para as metas é o know how e os clientes. Pontos fortes: pronta entrega, prazo pagamento, preço e tempo de mercado. Qual o diferencial competitivo de sua empresa em relação aos seus concorrentes ? Velocidade no desenvolvimento de novos produtos, agilidade na entrega e qualidade. São os diferenciais da empresa que constantemente investe em tecnologia e pesquisa de tendência. Você poderia relacionar os 5 principais concorrentes da sua empresa, identificando uma característica positiva de cada um ? Não se sentiu a vontade. Qual a sua perspectiva para o mercado calçadista na região do Vale dos Sinos? Perspectiva boa, crescimento de fabricação de calçados e tendência da moda positiva para os próximos anos. Concorrente B Há quantos anos a Empresa está no mercado ? 10 anos Como você visualizou a oportunidade de abrir o negócio ? A oportunidade surgiu, pois era Funcionário registrado da Eberle, e a empresa solicitou que os representantes abrissem empresa. Com abertura da empresa o representante confirmou a possibilidade com a empresa,se ele pudesse ter uma loja onde poderia colocar um baixo volume de materiais, para que o cliente pudesse olhar e comprar os itens. A aceitação foi boa. 180 Quais foram as principais barreiras encontradas como empreendedor quando iniciou o negócio ? E onde procurou apoio para enfrentá-las ? O volume mínimo de compras dos itens era uma barreira no início. O nome do fabricante ajudava na venda destes produtos, o fabricante tem mais de 100 anos de fundação. Quais são os produtos que a sua empresa oferece hoje ? Você pensa em oferecer algum outro produto no futuro? Produtos de fixação em geral: Ilhoses, rebites, botões, ganchos, botões magnéticos, botões de pressão, cravos e maquinas para aplicação. Pensa em poder expor na loja as máquinas que vende. Quais os fatores você considera importante para se obter sucesso no ramo de componentes para calçados? Layout da loja, localização e diversificação dos produtos. Você faz algum tipo de planejamento estratégico anual ? São definidas as metas de vendas ? Com base em que indicadores ? Quais os pontos fortes e fracos do negócio (análise interna) ? Não é feito um planejamento, só temos projeção de receita, que vêem através de revistas e feiras que apresentam as tendências. O fornecedor também fornece material sobre as tendências sobre os lançamentos em convenções semestrais. Fortes: Marca e pronta-entrega Fraco: Estoque com banho definido e falta de espaço para a exposição das máquinas. Qual o diferencial competitivo de sua empresa em relação aos seus concorrentes ? Grande diversificação dos produtos desta marca e seu volume de estoque. Você po deria relacionar os 5 principais concorrentes da sua empresa, identificando uma característica positiva de cada um ? Aeral - em alguns produtos normais. Fabricantes de metais – também só em itens normais e de baixo valor. Para os outros produtos não considera que tenha concorrente. Qual a sua perspectiva para o mercado calçadista na região do Vale dos Sinos? Crescimento de no mínimo 2 anos, pois a tendência esta favorável e os sapatos e bolsas estarão com muito metal. Concorrente C Há quantos anos a Empresa está no mercado ? 23 anos Como você visualizou a oportunidade de abrir o negócio ? A oportunidade surgiu, quando trabalhavam para um fabricante (Met. Avetti – NH), e esta empresa resolver montar uma loja de vendas e terceirizou esta loja. Nesta loja eles assumiram toda carteira de clientes deste fabricante e incluíram novos produtos porém neste mesmo segmento. Quais foram as principais barreiras encontradas como empreendedor quando iniciou o negócio ? E onde procurou apoio para enfrentá-las ? Não houve barreiras, já tinham uma carteira de clientes e existiam poucos concorrentes. Quais são os produtos que a sua empresa oferece hoje ? Você pensa em oferecer algum outro produto no futuro? Produtos: Ilhoses, rebites, botões, argola e fivelas. De momento não pensa em outros produtos. Quais os fatores você considera importante para se obter sucesso no ramo de componentes para calçados? Preço, qualidade e novos fabricantes. 181 Você faz algum tipo de planejamento estratégico anual ? São definidas as metas de vendas ? Com base em que indicadores ? Quais os pontos fortes e fracos do negócio (análise interna) ? Não é feito um planejamento, o cliente solicita o material e eles vão tentar comprar, vêem tendência de moda através de revistas e feiras. Fortes: os produtos ofertados e o preço. Qual o diferencial competitivo de sua empresa em relação aos seus concorrentes ? Baixo custo operacional, pois só os dois sócios trabalham. Revertem este baixo custo ao preço de venda. Você poderia relacionar os 5 principais concorrentes da sua empresa, identificando uma característica positiva de cada um ? Não se sentiu à vontade. Qual a sua perspectiva para o mercado calçadista na região do Vale dos Sinos? Aumento, porém comenta que todo início de ano é fraco depois aumenta. Está tendo maior consumo pois estão surgindo mais empresas de calçados. 182 ANEXO 4 – Roteiro Entrevista com Parceiros Este questionário é parte integrante do trabalho de conclusão do curso de Administração de Empresas do aluno Gustavo Raupp. Ele visa o conhecimento do mercado de componentes para calçados, para elaboração de um Plano de Negócios de uma empresa que comercializará componentes metálicos. Empresa: Contato: 1) Quais os produtos comercializados pela empresa? 2) Quem são os seus clientes? 3) Existe uma política de atendimento e seleção de clientes? 4) Os produtos estão prontos ou necessitam serem produzidos após receber o pedido? 5) A empresa desenvolve novos produtos conforme necessidade dos clientes ? 6) Existem parceiros de vendas? 7) Os vendedores externos são funcionários da empresa ou são autônomos? 8) Todos os processos são feitos na própria empresa? 9) A empresa aprova e considera a parceria de vendas uma boa opção para atender o mercado? 183 ANEXO 5 - Respostas das Entrevistas com Parceiros Parceiro Metalúrgica Daniel Quais os produtos comercializados pela empresa? Fivelas e Enfeites em Zamac , Aço, Latão e Plástico. Quem são os seus clientes? Na moda são empresa fabricantes de Calçados, Bolsas e Assessórios. E nas peças técnicas são emp resas do ramo automobilístico, eletrônico, moveleiro, construção civil, agrícola e outros. Existe uma política de atendimento e seleção de clientes? Sim, existe. Os clientes com faturamento regular considerados A, tem preferência de produção. Os A’s e os B’s são atendidos por representantes e novos clientes ou clientes de baixo volume são atendidos na loja da empresa. Os produtos estão prontos ou necessitam serem produzidos após receber o pedido? Os produtos precisão ser produzidos, existem poucas quant idades prontas na loja da empresa. A empresa desenvolve novos produtos conforme necessidade dos clientes ? A empresa desenvolve qualquer produto que o cliente quiser, sendo que deve ter quantidade mínima. Existem parceiros de vendas? Existem três representantes que possuem loja e revendem nossos produtos, eles compram como clientes porém tem um desconto especial. Os vendedores externos são funcionários da empresa ou são autônomos? Todos vendedores são autônomos. Todos os processos são feitos na própria empresa? Praticamente todos os processos, somente montagem vai para ateliers. A empresa aprova e considera a parceria de vendas uma boa opção para atender o mercado? Sim, pois os pequenos clientes terão acesso ao produto Daniel de maneira rápida. E a Daniel não precisa trancar sua programação de produção com pequenos pedidos. Parceiro Eberle Quais os produtos comercializados pela empresa? Produtos para fixação e adorno para calçado e confecção. Rebites, ilhoses, botões, arruelas, cravos, botão de pressão e magnéticos. Quem são os seus clientes? Empresa fabricantes de calçados e confecção, distribuidores de componentes e armarinhos para confecção. Existe uma política de atendimento e seleção de clientes? Existe e se diferencia se ele for usar o produto para sua fabricação própria ou vai revender ao mercado. Os produtos estão prontos ou necessitam serem produzidos após receber o pedido? Somente são atendidos pedidos sob encomenda. A empresa desenvolve novos produtos conforme necessidade dos clientes ? Sim, porém tem volumes mínimos e podem demorar um pouco mais. Existem parceiros de vendas? Não. Mas existem representantes que possuem loja e revendem os produtos. Os vendedores externos são funcionários da empresa ou são autônomos? Os vendedores são todos autônomos. 184 Todos os processos são feitos na própria empresa? Sim tudo é feito na mesma fábrica. A empresa aprova e considera a parceria de vendas uma boa opção para atender o mercado? Sim pois poderia desafogar a urgência que ocorre com os pedidos. Parceiro Baxmann Quais os produtos comercializados pela empresa? A empresa tem duas linhas de produtos, uma comercializa produtos para ortopedia como: cadeiras de rodas, muletas, andadores e outros e a outra linha são componentes para fixação como: rebites, ilhoses, tachas, arruelas e percevejos. Quem são os seus clientes? Somente interessando os produtos de fixação, os clientes citados pelo representante foram: fabricantes e distribuidores de componentes para calçado e bolsas, casas de ferragem e pequenos armarinhos. Existe uma política de atendimento e seleção de clientes? Sim. A Baxmann não atende o fabricante de calçados e não atende em poucas quantidades. Os produtos estão prontos ou necessitam serem produzidos após receber o pedido? Nenhum dos produtos tem estoques na fabrica, todos os itens precisão serem produzidos após receber o pedido. A empresa desenvolve novos produtos conforme necessidade dos clientes ? Sim, porém deve ser da mesma linha já existente e precisa de tempo e grande quantidade. Existem parceiros de vendas? Não. Todos são clientes. Os vendedores externos são funcionários da empresa ou são autônomos? Os vendedores externos são todos autônomos Todos os processos são feitos na própria empresa? Sim todos são feitos na própria Baxmann. A empresa aprova e considera a parceria de vendas uma boa opção para atender o mercado? Acredita que sim mas não tem experiência com esta relação comercial. Parceiro Prayon Quais os produtos comercializados pela empresa? Tachas, Percevejos, grampos e cravos. Pretende fabricar alguns rebites. Quem são os seus clientes? Empresas fabricantes de calçados e confecção e distribuidores deste ramo. Existe uma política de atendimento e seleção de clientes? Não. Porém deve estar com a situação financeira regularizada e comprar o lote mínimo estipulado para os produtos. Os produtos estão prontos ou necessitam serem produzidos após receber o pedido? Existe um pequeno estoque, porém somente costuma ser disponibilizado a clientes parceiros. A empresa desenvolve novos produtos conforme necessidade dos clientes ? Dentro da mesma linha o desenvolvimento pode ser feito tranqüilamente. Existem parceiros de vendas? Existem fabricantes de calçados que mantém contratos de abastecimento, mas a empresa pode vender para qualquer outra empresa. 185 Os vendedores externos são funcionários da empresa ou são autônomos? Não tem vendedores externos. Todos os processos são feitos na própria empresa? Sim tudo é feito na Prayon. A empresa aprova e considera a parceria de vendas uma boa opção para atende r o mercado? Sim, desde que o parceiro não prejudique as vendas da empresa e a imagem do produto. Parceiro Franci Galvânica Quais os produtos comercializados pela empresa? A Empresa trabalha com a prestação de serviço de banho galvânico (acabamento visua l sobre o metal), os banhos podem ser em diversas tonalidades: Níquel, Ouro, Prata, Bronze e Onyx. Estes banhos podem ter efeitos de escovação, polimento especial e envelhecidos e com ou sem aplicação de verniz. Quem são os seus clientes? Empresa fabricantes de componentes metálicos e distribuidores de componentes. Existe uma política de atendimento e seleção de clientes? Existem somente regras quanto as tonalidades de banho. Os produtos estão prontos ou necessitam serem produzidos após receber o pedido? Por ser serviço, o processo dos itens são programados conforme sua chegada. A empresa desenvolve novos produtos conforme necessidade dos clientes ? Existem atualizações constantes sobre as novas tendências de acabamento. Existem parceiros de vendas? Não é necessário. Os vendedores externos são funcionários da empresa ou são autônomos? A empresa não tem vendedores externos. Todos os processos são feitos na própria empresa? Sim, todos são feitos no mesmo local. A empresa aprova e considera a parceria de vendas uma boa opção para atender o mercado? Sim, pois possibilita maiores volumes de serviço. 186 ANEXO 6 – Dados de Novo Hamburgo ILUSTRAÇÕES DA CIDADE DE NOVO HAMBURGO Ilustração Panorâmica da cidade de Novo Hamburgo, (foto maior acima),na ordem da esquerda para direita, o prédio do centro administrativo (prefeitura e seus departamentos), a igreja evangélica do centro, monumento ao homenagem ao sapateiro e o museu de cultura casa Schimidt Presse. Novo Hamburgo surgiu na primeira metade do século XIX, a partir da colonização germânica de nosso Estado. Os primeiros imigrantes alemães chegaram ao Brasil em 1824, desembarcando em São Leopoldo. Logo espalharam-se por várias regiões do Vale do Rio dos Sinos , surgindo um núcleo em Hamburger Berg, hoje o bairro de Hamburgo Velho, que deu origem à cidade de Novo Hamburgo. Várias casas comerciais surgiram nas proximidades e para o local convergiu a vida social dos colonos. A economia de Novo Hamburgo nasceu e cresceu com a indústria do calçado. O desenvolvimento foi rápido, constante e organizado, sendo reconhecida como a Capital Nacional do Calçado. Em função disso, surgiu o chamado setor coureiro-calçadista composto por curtumes, indústrias químicas, componentes para calçados, indústria metalúrgica e componentes eletrônicos. Destacamos ainda o setor plástico e o metal- mecânico que começam a ocupar uma fatia cada vez maior na economia do Município. 187 O calçado é o principal produto de exportação de Novo Hamburgo, atividade que vem crescendo gradativamente com um diferencial expressivo: maior valor agregado, o que significa maior qualificação por par exportado. Cerca de 80% das exportações brasileiras de calçado saem do Rio Grande do Sul, sendo Novo Hamburgo o centro dessas operações. Devido a sua vocação calçadista, Novo Hamburgo desenvolveu a mais completa infra-estrutura para produção, comercialização e exportação de calçados, tendo hoje a maior movimentação de containers do Brasil. Cidade: Novo Hamburgo Data de Emancipação do Município: 05 de Abril de 1927 Região do Estado: Metropolitana de Porto Alegre Área do município 215.76000 Longitude -51.13000 Latitude -29.67000 Área: 222,51 Km² População: 228.913 Habitantes (Dados 1997) População Urbana: 224.113/ Rural: 4.800 Clima: Mesotérmico Úmido Altitude: Mínima: 5,70m e Máxima: 345, 40m Rodovias de Acesso: Br 116 e Rs 239 Distância do Município à Capital: 44 Km Distância dos Municípios Limítrofes: (Distâncias do Centro da Cidade) São Leopoldo: 8 Km , Estância Velha: 7 Km, Ivoti: 9 Km, Dois Irmãos: 12 Km, Campo Bom: 8 Km, Sapiranga: 18 Km, Taquara: 30 Km, Gravataí: 38 Km, Sapucaia: 17 Km Feriados Municipais: Emancipação: 05 de Abril e Ascensão de Nosso Senhor: 21 de Maio.