Sexta-feira e fim de semana
4, 5 e 6 de junho de 2010
Jornal do Comércio - Porto Alegre
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Economia
!Relações Internacionais
Apex-Brasil vê potencial para
negócios com produtos gaúchos
Algumas das melhores oportunidades
para que empreendedores do Rio Grande do Sul realizem negócios no mercado
chinês encontram-se em segmentos como
os de máquinas e implementos agrícolas,
tecnologia da informação, equipamentos
médicos e componentes de calçados. Essa
é a avaliação do presidente da Associação
Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos (Apex-Brasil), Alessandro
Teixeira, gaúcho que também é o comissário-geral do Brasil na Expo Xangai 2010.
Teixeira destaca que a Expo servirá
como uma plataforma comercial do Brasil
na China. Ele enfatiza que, além de vender produtos para a nação asiática, a meta
é atrair investimentos e realizar alianças
estratégicas.
“A China pode causar algum medo
por ser um grande mercado, ter grandes
empresas, mas ela também apresenta
grandes oportunidades”, defende Teixeira. O dirigente relata que o País verifica
um patamar de US$ 95 bilhões em investimentos ao ano no exterior e, no sentido inverso, atrai em torno de US$ 40 bilhões.
Nesta quinta-feira, foi comemorado o
Dia do Brasil na Expo Xangai. Compareceram ao evento, que contou com a apresentação dos cantores Carlinhos Brown e
Mart’nália, o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, e o ministro das Finanças da China, Xie Xuren. O prefeito de Porto Alegre,
José Fortunati, também esteve presente.
Durante os shows, realizados pela manhã em um centro de eventos, um vídeo
mostrava ao público várias regiões turísticas do Brasil, como praias do Nordeste,
Rio de Janeiro, Cataratas do Iguaçu, entre
outras. Do Rio Grande do Sul, foram divulgadas atrações dos municípios de Canela,
São Miguel das Missões, Cambará e São
Francisco de Paula.
À tarde, a comemoração chegou ao
pavilhão brasileiro na Expo Xangai onde,
FLÁVIO DUTRA/PMPA/JC
Exposição pode se tornar plataforma comercial do País na China
Dia do Brasil na Expo Xangai foi comemorado nesta quinta-feira, com a presença de autoridades
entre outras imagens, encontra-se uma do
porto da Capital gaúcha. No estande, de 2
mil metros quadrados, é possível acompanhar imagens aéreas de cidades como São
Paulo e Recife, que são movimentadas no
chão, além de mais filmes promovendo o
turismo no Brasil. Teixeira lembra que a
China discute atualmente a implantação
das férias obrigatórias. “Isso pode representar um número maior de chineses viajando e conhecendo países como o Brasil”,
argumenta o dirigente.
Em média, segundo o presidente da
Apex-Brasil, de 12 mil a 15 mil pessoas
visitam o estande brasileiro diariamente. O representante do Banco do Brasil na
China Sérgio de Quadros concorda que o
espaço possibilita intensificar ainda mais
as relações bilaterais entre os países e as
transações do comércio exterior. Ele acredita que outras oportunidades que serão
geradas para as duas nações acontecerão
devido a eventos como a Copa do Mundo
e as Olimpíadas no Brasil.
Quadros diz que as empresas chinesas
querem investir em áreas de infraestrutura, como portos, aeroportos, ferrovias e
rodovias, principalmente com o apoio dos
bancos chineses. Já em contrapartida, a
China tem interesse em atrair empresas
que tragam conhecimento e alta tecnologia. (Jefferson Klein).
Gigante da Ásia é o
maior mercado para
a celulose brasileira
Depois de se transformar no maior
destino das exportações brasileiras de minério de ferro e soja, a China assumiu o
primeiro lugar nas vendas de outra commodity, a celulose, com 34% dos embarques no primeiro quadrimestre deste ano.
O percentual é o dobro da participação
que o país asiático tinha nas exportações
do produto até o ano passado, quando sua
demanda deu um salto de 135%, para 1,5
milhão de toneladas, uma fatia de 33%
no total. Elizabeth de Carvalhaes, presidente da Associação Brasileira de Papel e
Celulose (Bracelpa), disse que os empresários chineses começaram a aumentar
suas compras no começo do ano passado,
quando o preço internacional caiu em razão da crise mundial.
Em junho de 2009 a cotação ficou em
menos de US$ 400 a tonelada, comparada
aos US$ 840 do ano anterior. Atualmente já está em torno de US$ 920. Segundo
ela, a demanda chinesa assumiu natureza
estrutural no segundo semestre, quando o
país anunciou a instalação das três maiores máquinas de papel do mundo, uma
das quais com capacidade de fabricar 1
milhão de tonelada por ano.
Em 2009, o Brasil respondeu por 50%
das importações de celulose da China, que
anualmente produz 90 milhões de toneladas de papel e quer se tornar um dos líderes
mundiais do setor. Para atender ao aumento da demanda chinesa e de outros países
emergentes, as indústrias brasileiras de
celulose planejam investir US$ 22 bilhões
no período 2010/2016, o que poderá levar o
Brasil da quarta para a terceira posição no
ranking global, à frente da China.
O CEO da Suzano Papel e Celulose,
Antonio Maciel Neto, disse, em Xangai,
que a empresa investiu R$ 8 bilhões em
duas novas fábricas, no Maranhão e no
Piauí, que terão 50% de sua produção destinada à China. A companhia produz 1,7
milhão de toneladas de celulose por ano
e vai elevar o volume para 4,3 milhões de
toneladas quando as duas plantas estiverem em operação, no fim de 2014.
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