ENZIMAS MUSCULARES DE EQUINOS DE CONCURSO COMPLETO DE EQUITAÇÃO
SUBMETIDOS A TREINAMENTO
Bruno Gonçalves de Souza, Luciana Lacerda, Juliano Martins Santiago, Samantha Soares Carrilho,
Andressa Guimarães, Gabriela Ferreira de Oliveira, Fernando Queiroz de Almeida
Laboratório de Avaliação do Desempenho de Equinos - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Brasil
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo avaliar a concentração
das enzimas musculares de equinos de Concurso Completo
de Equitação(CCE) submetidos a treinamento, utilizando-se
teste de esforço progressivo em esteira de alta velocidade
realizado na fase inicial e final do treinamento. O protocolo
de treinamento teve nove meses de duração. Foram utilizados
16 equinos, machos castrados e fêmeas, mestiços, com idade
variando entre 5 e 17 anos e peso corporal variando entre 420
e 541 kg. O estudo foi conduzido no Laboratório de Avaliação
do Desempenho de Equinos –LADEq/UFRRJ, situado na
Escola de Equitação do Exército-RJ. Foi utilizado um
delineamento inteiramente casualizado em esquema de
parcelas subsubdividas. As parcelas foram constituídas por
quatro grupos experimentais, com quatro equinos em cada
grupo, utilizando como fontes de variação a idade e o
histórico de treinamento em CCE, sendo o grupo I formado
por animais jovens (5-7 anos), o grupo II formado por
animais adultos (12-17 anos), ambos sem experiência em
CCE. O grupo III foi constituído por animais jovens (5-8
anos) que já haviam participado de treinamento de CCE e o
grupo IV foi formado por animais experientes que já haviam
competido em CCE nos anos anteriores e com idade variando
entre 8 e 10 anos. As subparcelas foram constituídas pelos
testes de exercício progressivo em esteira nas fases inicial e
final do treinamento. As subsubparcelas foram constituídas
pelos tempos de avaliação e coletas em cada teste. Durante os
testes a esteira foi utilizada com inclinação de quatro graus,
sendo o protocolo de avaliação na esteira constituído por
aquecimento de três minutos a passo na velocidade de 1,7 m/s
e cinco minutos ao trote na velocidade de 4,0 m/s, cinco
minutos de galope progressivo, onde a velocidade foi
incrementada em 1 m/s a cada minuto de galope, sendo
utilizadas as velocidades de 6, 7, 8, 9 e 10 m/s e 15 minutos de
recuperação a passo na velocidade de 1,7 m/s. No dia dos
testes, foi realizada coleta sanguínea basal e após 1, 2, 6, 12,
24 e 36 horas após os testes. Durante os testes as coletas
sanguíneas foram realizadas durante os 15 segundos finais de
cada minuto de galope e após o período de recuperação. As
concentrações séricas de creatina quinase (CK), lactato
desidrogenase (LDH) e aspartato aminotransferase (AST)
foram determinadas utilizando kits reagente (Biosystem®) e
®
espectofotômetro BTS 315 (Biosystem ). Os resultados foram
submetidos à análise de variância e as médias comparadas
pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade, utilizando o
Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas – SAEG. Houve
diferença (p<0,05) nas concentrações séricas de CK entre os
grupos, com menores valores observados nos grupos II e IV
antes e após treinamento. O pico máximo de CK foi
observado 6 horas após o exercício. Não houve diferença
(p>0,05) nas concentrações séricas de CK após o período de
treinamento. Houve redução (p<0,05) nas concentrações
séricas de AST após o período de treinamento.
a
Financiador: CNPq/CAPES
As concentrações séricas de LDH aumentaram durante o
galope progressivo, apresentando pico máximo 12 horas após
exercício, em ambos os testes. O exercício induz mudanças
reversíveis na ultraestrutura do músculo esquelético dos
equinos, com a elevação da permeabilidade do sarcolem à
proteínas musculares tais como: a mioglobina, CK e AST. O
aumento nas concentrações séricas das enzimas musculares
tem sido observado após corridas de trote e galope, podendo
ser observado aumentos de até 50%, sendo que destes
particularmente 10 a 20% são atribuídos a diminuição do
volume plasmático. As maiores concentrações de lactato
desidrogenase observadas no presente estudo podem estar
relacionadas a maior produção de lactato durante o teste,
associada a diminuição do pH, levando a maior
permeabilidade das membranas. Aumentos moderados na
atividade plasmática das enzimas musculares durante
exercício podem ser atribuídos a diminuição do volume
plasmático e a hemolíse intravascular, evidenciando a
ausência de danos musculares.
Palavras–chave: aspartato aminotransferase, creatina quinase,
eqüinos, lactato desidrogenase
Tabela 1. Concentrações séricas de creatina quinase dos equinos nos grupos experimentais
e coeficiente de variação (CV) (n=16).
Tabela 2. Concentrações séricas de aspartato aminotransferase e lactato desidrogenase dos
equinos durante fase inicial (teste I) e final do treinamento (teste II) e coeficiente de variação
(CV) (n=16).
b
c
XI CONFERÊNCIA ANUAL DA ABRAVEQ – SP 2010
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