Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Análise da capacidade inovadora
dos territórios e oportunidades
para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e
Alentejo (Alto Alentejo e
Alentejo Central)
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Sumário Executivo
Sendo claramente considerada como um dos principais motivadores de evoluções económicas e sociais dos
países que apostam no desenvolvimento, a inovação ocupa, cada vez mais, um lugar de grande destaque na
construção de vantagens competitivas das empresas e na implementação de estruturas de mercado
vantajosas para o desenvolvimento da economia nacional. Em Portugal, é assinalável o esforço realizado no
apoio às atividades de Investigação, Desenvolvimento e Inovação (IDI) nos últimos anos. Contudo, embora a
realidade seja prometedora, existem ainda regiões onde a aposta das empresas na IDI deve ser reforçada.
Neste contexto, a AIP-CCI viu aprovadas duas candidaturas apresentadas ao Sistema de Incentivos às Ações
Coletivas (SIAC), designadas “REIDI – Rede de valorização das capacidades de IDI nas PME” (Candidatura SIAC
23186) e “Mercados, Financiamento e Inovação” (Candidatura SIAC 23157). A primeira candidatura integra um
conjunto de atividades que visam a conceção e implementação de um programa de valorização da capacidade
inovadora local nas regiões do Centro (com enfoque na NUTS III Beira Interior Sul) e Alentejo (com enfoque
nas NUTS III Alto Alentejo e Alentejo Central), que se constitua como um veículo relevante na fixação do
conhecimento e na promoção da coesão territorial. Por outro lado, a segunda candidatura pretende contribuir
para o desenvolvimento de uma estratégia que permita aproveitar as competências das unidades de
investigação regionais, fomentar a incorporação da inovação nas empresas e melhorar a articulação entre
estas e os centros de I&D. Tendo em conta a complementaridade dos objetivos estratégicos previstos em
ambas as candidaturas, a AIP está a implementa-las de forma integrada, através do presente projeto,
denominado Redes de Inovação.
Tendo em consideração os objetivos acima definidos, a AIP contratou os serviços da Sociedade Portuguesa de
Inovação (SPI) para o desenvolvimento de atividades chave deste projeto. A SPI combina um aprofundado
conhecimento das realidades regionais com as competências e experiência adquiridas a nível nacional e
internacional, permitindo à empresa apresentar soluções inovadoras, com um elevado grau de exequibilidade.
O presente documento do projeto Redes de Inovação constitui-se como um estudo de diagnóstico sobre a
capacidade inovadora das regiões consideradas e uma análise de oportunidades para evolução da mesma.
Neste sentido, este trabalho pretende contribuir para a fixação do conhecimento na área da IDI e para a
promoção da coesão territorial.
O documento está estruturado em seis capítulos distintos, apresentando-se em seguida um breve resumo de
cada capítulo.
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
01.
Para um correto enquadramento, é apresentado, no Capítulo 1 (Enquadramento e objetivos),
uma descrição do contexto em que se desenvolve o projeto, os seus objetivos, a metodologia
adotada e os próximos passos.
02.
No Capítulo 2 (Caracterização socioeconómica) é efetuada uma breve caracterização das subregiões NUTS III em causa, com enfoque nas características geográficas, demográficas, sociais e
económicas, principais infraestruturas e entidades de apoio ao desenvolvimento empresarial.
São também identificadas as principais áreas de especialização territorial nas sub-regiões NUTS III
em análise: Agricultura, Produção Animal e Recursos Agroalimentares; Cortiça; Economia da
Criatividade; Economia Social; Energia; Pedra Natural; Têxtil; TICE; Transporte e mobilidade
(incluindo Aeronáutica); e Turismo. De referir que estas áreas foram selecionadas no âmbito do
projeto “COOPER AÇÃO – Programa de fomento e formalização de redes e ações de cooperação”,
também em implementação por parte da AIP (SPI, 2013a).
03.
Uma vez caracterizadas as realidades regionais e identificadas as áreas de especialização
territorial, o Capítulo 3 (Caracterização da oferta tecnológica e científica e principais tendências
em inovação empresarial) inclui a caracterização da oferta tecnológica e científica sediada nas
sub-regiões NUTS III Beira Interior Sul, Alto Alentejo e Alentejo Central, descrevendo as atividades
de formação, as atividades de transferência de tecnologia e as atividades de investigação.
Ainda no Capítulo 3, são também identificadas as tendências em inovação empresarial nos
territórios em análise, com recurso aos resultados do trabalho dos diferentes centros
tecnológicos, Clusters e Polos reconhecidos como Estratégias de Eficiência Coletiva pela
Autoridade de Gestão do Programa COMPETE, e associações setoriais das indústrias e fileiras em
causa. De referir que, uma vez que a informação disponível não permitiria caracterizar, de forma
rigorosa, a procura de cada uma das áreas de especialização territorial ao nível de ciência e
tecnologia, a identificação das principais tendências deve permitir inferir as necessidades do
tecido empresarial das sub-regiões NUTS III analisadas.
Por fim, é realizado um cruzamento entre a oferta tecnológica e científica nas sub-regiões NUTS
III e as tendências em inovação empresarial, por forma a identificar as principais lacunas ao nível
da ciência e tecnologia nas três sub-regiões NUTS III.
04.
Na análise da capacidade inovadora das sub-regiões NUTS III, e após identificação da oferta e das
tendências em inovação empresarial, importa examinar as atividades de interface, que tornam
possível o encontro entre os “geradores” e os “aplicadores” de conhecimento. Esta análise é
realizada no Capítulo 4 (Atividades de interface e transferência de conhecimento).
Para tal, foi feita uma pesquisa de dados para a identificação de atividades de transferência de
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
conhecimento – através de spin-offs criadas e da valorização da propriedade intelectual – e de
capacidade de networking e de estabelecimento de parcerias para a I&D – medida através da
execução de projetos de I&D em parceria, a nível nacional e internacional.
05.
A análise SWOT das sub-regiões NUTS III é apresentada no Capítulo 5 (Análise SWOT), e pretende
sistematizar os resultados do trabalho de diagnóstico realizado ao longo do documento. Neste
sentido, são identificados os pontos fortes, que poderão ser os motores de evolução, e os pontos
fracos, para os quais devem ser desenhadas estratégias específicas. São ainda identificadas as
oportunidades, que merecem ser destacadas como forças de indução na melhoria da capacidade
de inovação dos territórios em causa, e as ameaças, que podem eventualmente travar o
desenvolvimento da capacidade inovadora das três sub-regiões NUTS III em análise.
06.
O Capítulo 6 (Áreas de intervenção e linhas de orientação) apresenta um conjunto de Áreas de
Intervenção e as respetivas Linhas de Orientação para as sub-regiões NUTS III Beira Interior Sul,
Alto Alentejo e Alentejo Central, adequadas às estratégias das regiões (Centro e Alentejo) e às
necessidades específicas das sub-regiões em análise. As Linhas de Orientação propostas visam
promover a fixação do conhecimento e a promoção da coesão territorial.
Pretende-se, assim, sistematizar um conjunto de medidas que procurem ser um elemento
alavancador das atividades endógenas de inovação nas sub-regiões NUTS III consideradas,
apontando oportunidades de desenvolvimento.
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Agradecimentos
Gostaríamos de agradecer a todas as pessoas e entidades que generosamente se disponibilizaram para a
discussão de temas relevantes para a elaboração do presente documento de “Análise da capacidade inovadora
dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto
Alentejo e Alentejo Central)”, contribuindo com a sua visão para uma análise multifacetada da realidade e
facilitando significativamente a reflexão apresentada no presente documento.
Porto, outubro de 2013
A Sociedade Portuguesa de Inovação, S.A.
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Índice
1.
Enquadramento e objetivos .................................................................................................................... 2
2.
Caracterização socioeconómica ............................................................................................................... 6
3.
4.
5.
6.
2.1.
Enquadramento geográfico, demográfico e social ............................................................................... 6
2.2.
Dinâmica empresarial ......................................................................................................................... 12
2.3.
Áreas de especialização territorial ...................................................................................................... 17
2.4.
Infraestruturas de apoio ao desenvolvimento regional ...................................................................... 18
Caracterização da oferta tecnológica e científica e principais tendências em inovação empresarial ...... 22
3.1.
Oferta tecnológica e científica ............................................................................................................ 22
3.2.
Tendências em inovação empresarial ................................................................................................. 33
3.3.
Relação entre a oferta tecnológica e científica e as principais tendências em inovação empresarial 45
Atividades de interface e transferência de conhecimento ..................................................................... 47
4.1.
Spin-offs .............................................................................................................................................. 47
4.2.
Valorização da propriedade intelectual .............................................................................................. 49
4.3.
Projetos de I&D ................................................................................................................................... 51
Análise SWOT ........................................................................................................................................ 58
5.1.
Pontos fortes ....................................................................................................................................... 58
5.2.
Pontos fracos....................................................................................................................................... 59
5.3.
Oportunidades .................................................................................................................................... 60
5.4.
Ameaças .............................................................................................................................................. 61
Áreas de intervenção e linhas de orientação ......................................................................................... 64
Bibliografia .................................................................................................................................................... 70
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Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Índice de Tabelas
Tabela 1. Distribuição Etária da População Residente (nº), 2011 ........................................................................ 10
Tabela 2. Nível de formação da população residente (nº), 2011 ......................................................................... 11
Tabela 3. Percentagem (%) e número (nº) de desempregados, 2011 .................................................................. 11
Tabela 4. Indicadores de empresas, 2010 ............................................................................................................ 12
Tabela 5. Exportações e importações (milhares de Euros), 2011 ......................................................................... 14
Tabela 6. As 10 empresas da Beira Interior Sul, Alto Alentejo e Alentejo Central com maior volume de negócios,
2013 ...................................................................................................................................................................... 16
Tabela 7. Identificação das áreas de especialização territorial nas sub-regiões NUTS III em análise .................. 18
Tabela 8. Entidades de apoio à envolvente empresarial ...................................................................................... 19
Tabela 9. Associações industriais.......................................................................................................................... 19
Tabela 10. Entidades de Ensino Técnico e Profissional ........................................................................................ 19
Tabela 11. SCTN - Entidades do Ensino Superior .................................................................................................. 20
Tabela 12. SCTN - Outras Unidades de I&D e Inovação (não inseridas em Entidades do Ensino Superior) ......... 20
Tabela 13. Relações entre a oferta tecnológica e científica e as principais tendências em inovação empresarial
.............................................................................................................................................................................. 45
Tabela 14. Pedidos relacionados com patentes a nível regional (NUTII).............................................................. 49
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Índice de Figuras
Figura 1. Metodologia do projeto Redes de Inovação ............................................................................................ 3
Figura 2. Territórios alvo ......................................................................................................................................... 7
Figura 3. Densidade Populacional (nº/km2), 2011 ................................................................................................. 8
Figura 4. Taxa Bruta de Natalidade (%), 2011 ........................................................................................................ 8
Figura 5. Índice de Envelhecimento (nº), 2011 ....................................................................................................... 9
Figura 6. Evolução da População Residente (nº - milhares), 2011 ......................................................................... 9
Figura 7. Taxa de Analfabetismo (%), 2011 .......................................................................................................... 10
Figura 8. Contribuição das empresas das sub-regiões NUTS III para o PIB, em % do total de Portugal, 2009 ..... 13
Figura 9. Produtividade (VAB/Emprego), 2009 .................................................................................................... 13
Figura 10. Taxas de Natalidade e de Sobrevivência a 2 Anos (%), 2010 ............................................................... 14
Figura 11. Despesas de I&D por Sub-Região (Milhões de Euros), 2010 ................................................................ 15
Figura 12. Despesa de I&D em % do PIB, 2010 ..................................................................................................... 15
Figura 13. Número de empresas PME Líder (nº), 2013 ........................................................................................ 17
Figura 14. Localização da oferta tecnológica e científica (SCTN) nas sub-regiões NUTS III em análise ................ 29
Figura 15. Sub-redes de conhecimento da RCTA .................................................................................................. 31
Figura 16. Áreas de especialização da RICE .......................................................................................................... 32
Figura 17. Patentes concedidas nas sub-regiões NUTS III .................................................................................... 50
Figura 18. Áreas tecnológicas dos projetos em co-promoção .............................................................................. 53
Figura 19. Setores de aplicação dos projetos em co-promoção ........................................................................... 54
Figura 20. Áreas temáticas dos projetos europeus .............................................................................................. 56
Figura 21. Dimensões da análise SWOT ................................................................................................................ 58
Figura 22. Áreas de intervenção propostas para as sub-regiões .......................................................................... 66
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Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Lista de siglas
7PQ: 7º Programa Quadro de Investigação e Desenvolvimento
ADRAL: Agência de Desenvolvimento da Região do Alentejo
AIP-CCI: Associação Industrial Portuguesa – Câmara de Comércio e Indústria
AREANATEJO: Agência Regional de Energia e Ambiente do Norte Alentejano e Tejo
CAAS: Comissão de Avaliação, Acompanhamento e Supervisão da Incubadora
CATAA: Centro de Apoio Tecnologico Agro-Alimentar
CBE: Centro de Biomassa para a Energia
CCDR-Alentejo: Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo
CCDRC: Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro
CEAI: Centro de Estudos da Avifauna Ibérica
CEDER: Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional
CERNAS: Centro de Estudos em Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade
CORDIS: Serviço de Informação Comunitário sobre Investigação e Desenvolvimento
EBG: Estação Biológica do Garducho
FCCN: Fundação para a Computação Científica Nacional
FCT: Fundação para a Ciência e a Tecnologia
I&D: Investigação e Desenvolvimento
I&DT: Investigação e Desenvolvimento Tecnológico
IDI: Investigação, Desenvolvimento e Inovação
IDN: Incubadora de Empresas de Idanha-a-Nova
INE: Instituto Nacional de Estatistica
INIAV: Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P.
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Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
INPI: Instituto Nacional de Propriedade Intelectual
IPCB: Instituto Politécnico de Castelo Branco
NUTS: Nomenclaturas de Unidades Territoriais - para fins Estatísticos
ONGA: Organização Não Governamental de Ambiente
PIB: Produto Interno Bruto
PME: Pequena e Média Empresa
POCTEP: Programa de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal
QREN: Quadro de referência Estratégico Nacional
RCTA: Rede Regional de Ciência e Tecnologia
RCTS: Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade
RICE: Rede de Inovação da Região Centro
RITECA: Rede de Investigação Transfronteiriça da Extremadura, Centro e Alentejo
SCTN: Sistema Científico e Tecnológico Nacional
SI I&DT: Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico nas Empresas
SIAC: Sistema de Apoio a Ações Coletivas
SPI: Sociedade Portuguesa de Inovação
SRTTA: Sistema Regional de Transferência de Tecnologia do Alentejo
SWOT: Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats
TICE: Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica
VAB: Valor Acrescentado Bruto
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Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
01.
Enquadramento e
Objetivos
1.
Enquadramento
e objetivos
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
1. Enquadramento e objetivos
A Associação Industrial Portuguesa – Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) é uma entidade de utilidade
pública sem fins lucrativos que tem como objetivo contribuir para o progresso das empresas e das associações
nela filiadas, nos domínios económico, organizativo, comercial, técnico, tecnológico, associativo, cultural e
social, dando natural prioridade às pequenas e médias empresas (PME).
A AIP-CCI viu aprovadas duas candidaturas apresentadas ao Sistema de Incentivos às Ações Coletivas (SIAC),
designadas “REIDI – Rede de valorização das capacidades de IDI nas PME” (Candidatura SIAC 23186) e
“Mercados, Financiamento e Inovação” (Candidatura SIAC 23157). A primeira candidatura integra um conjunto
de atividades que visam a conceção e implementação de um programa de valorização da capacidade
inovadora local nas regiões do Centro (com enfoque na NUTS III Beira Interior Sul) e Alentejo (com enfoque
nas NUTS III Alto Alentejo e Alentejo Central), que se constitua como um veículo relevante na fixação do
conhecimento e na promoção da coesão territorial. Por outro lado, a segunda candidatura pretende contribuir
para o desenvolvimento de uma estratégia que permita aproveitar as competências das unidades de
investigação regionais, fomentar a incorporação da inovação nas empresas e melhorar a articulação entre
estas e os centros de I&D (Investigação e Desenvolvimento). Tendo em conta a complementaridade dos
objetivos estratégicos previstos em ambas as candidaturas, a AIP está a implementa-las de forma integrada,
através do presente projeto, denominado Redes de Inovação.
A área geográfica de implementação do projeto Redes de Inovação foi definida de acordo com a reorganização
administrativa territorial autárquica - Lei n.º 22/2012 de 30 de maio e com a proposta final de reconfiguração
das NUTS III do Centro de Portugal, apresentada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional
do Centro (CCDRC) ao Governo em fevereiro de 2013.
Desta forma, serão alvo de análise as seguintes NUTS III com a respetiva constituição:
Beira Interior Sul
Alto Alentejo
Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Penamacor, Vila Velha de Ródão, Oleiros e Proençaa-Nova.
Alter do Chão, Arronches, Avis, Campo Maior, Castelo de Vide, Crato, Elvas,
Fronteira, Gavião, Marvão, Monforte, Nisa, Ponte de Sor, Portalegre e Sousel.
Alandroal, Arraiolos, Borba, Estremoz, Évora, Montemor-o-Novo, Mora, Mourão,
Alentejo Central
Portel, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Vendas Novas, Viana do Alentejo e Vila
Viçosa.
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Relativamente à primeira NUTS III, segundo o mapa proposto que foi apresentado pela CCDRC (CCDRC, 2012),
a designação deverá também ser alterada (possivelmente para Beira Baixa). No entanto, optou-se neste
relatório por manter a designação que se encontra em vigor à data de realização do mesmo, ou seja, Beira
Interior Sul.
O projeto Redes de Inovação tem como objetivo geral promover a competitividade das regiões Centro (com
enfoque na NUTS III Beira Interior Sul) e Alentejo (com enfoque nas NUTS III Alto Alentejo e Alentejo Central),
através da conceção e implementação de um programa integrado de promoção da inovação, que contribua
para:
•
Atrair e desenvolver nas regiões Centro e Alentejo iniciativas económicas e atividades inovadoras;
•
Atrair para as regiões consideradas profissionais qualificados, e qualificar os protagonistas locais no
sentido da criação de comunidades de conhecimento;
•
Construir e consolidar sistemas regionais de inovação, que valorizem as complementaridades
existentes e estimulem fatores de diferenciação;
•
Otimizar o potencial das infraestruturas e equipamentos, numa perspetiva de rede, potenciando a
partilha de recursos e de conhecimento;
•
Difundir e fixar, localmente e em rede, a produção de novos conhecimentos, do “saber-fazer” e das
boas práticas;
•
Desenvolver novas aplicações e serviços inovadores, através do reforço da ligação “oferta-procura”
local de IDI;
•
Ganhar projeção e visibilidade nacional e internacional na área de inovação.
Neste contexto, e por forma a atingir os objetivos definidos, foi delineada uma metodologia de trabalho que
compreende 7 Fases distintas (Figura 1).
Fase 1.
•
Análise da capacidade inovadora e oportunidades para evolução nas regiões do Alentejo
(Évora, Portalegre) e Centro (Castelo Branco)
Fase 2.
•
Levantamento exaustivo da oferta científica e tecnológica nacional
Fase 3.
•
Criação e dinamização de uma plataforma que facilite a ligação oferta procura local de IDI:
“Bolsa de Inovação”
Fase 4.
•
Criação do Observatório de Inovação – INOVATÓRIO
Fase 5.
•
Preparação de uma mostra de Boas Práticas de IDI
Fase 6.
•
Identificação e análise de atividades de IDI em empresas de referência nas regiões
consideradas
Fase 7.
•
Disseminação e dinamização de Comunidade de Prática
Figura 1. Metodologia do projeto Redes de Inovação
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Tal como já foi referido no Sumário Executivo, o presente documento Análise da capacidade inovadora dos
territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto
Alentejo e Alentejo Central), enquadrado na Fase 1 da metodologia do projeto Redes de Inovação, constituise como um estudo de diagnóstico sobre a capacidade inovadora das sub-regiões NUTS III consideradas e uma
análise de oportunidades para evolução da mesma. Assim, o presente estudo pretende reforçar e contribuir
para uma lógica de interação e de dinâmica de aprendizagem entre as três sub-regiões NUTS III.
Do ponto de vista metodológico, há a salientar o recurso a duas fontes fundamentais para proceder à
identificação dos fatores relevantes que contribuem para a análise da capacidade inovadora nos territórios em
análise: dados de natureza estatística e documental e o resultado do contacto direto com o território e recolha
de contributos dos atores chave. Se por um lado a primeira fonte permite uma quantificação dos elementos, a
segunda permite recolher informação mais atualizada e identificar fenómenos emergentes, ainda sem
expressão estatística.
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
2.
Caracterização
socioeconómica
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
2. Caracterização socioeconómica
No âmbito do presente capítulo, é apresentada uma breve caracterização socioeconómica das sub-regiões
NUTS III inseridas na área geográfica de implementação do projeto, nomeadamente ao nível das características
geográficas, demográficas, sociais. A caracterização económica das sub-regiões NUTS III é apresentada com
base em indicadores gerais sobre a economia dos três territórios.
Para uma melhor compreensão do tecido empresarial existente, são apresentadas as principais áreas de
especialização territorial nas sub-regiões NUTS III em causa. Pretende-se, desta forma, identificar as áreas que
apresentam alguns sinais positivos no sentido de reforçar a competitividade e a relevância estratégica,
comparativamente com outros que claramente têm vindo a perder espaço. Por fim, são identificadas as
principais infraestruturas de apoio ao desenvolvimento empresarial, tendo em conta o importante contributo
que estas têm no desenvolvimento socioeconómico das sub-regiões NUTS III consideradas.
2.1. Enquadramento geográfico, demográfico1 e social
De acordo com a Nomenclatura das Unidades Territoriais Estatísticas (NUTS), a Beira Interior Sul é uma subregião NUTS III, parte da região NUTS II Centro que limita a norte com a sub-região NUTS III Beiras e Serra da
Estrela, a leste com a Espanha, a sul com a Espanha e a sub-região NUTS III Alto Alentejo e a oeste com a subregião NUTS III Médio Tejo, de acordo com a proposta final de reconfiguração das NUTS III do Centro de
Portugal, apresentada pela CCDRC ao Governo em fevereiro de 2013. Esta sub-região NUTS III compreende os
municípios de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Penamacor, Vila Velha de Ródão, Oleiros e Proença-a-Nova,
2
estendendo-se por uma área de cerca de 2800km e possui cerca de 75 000 habitantes (INE, 2011a).
O Alto Alentejo é uma sub-região NUTS III, integrante da NUTS II Alentejo. É limitado a Norte pelo Rio Tejo, a
Oeste pela Lezíria Ribatejana, bacia sedimentar do Tejo, a Leste pela Extremadura Espanhola e a Sul pelo
Planalto de Estremoz (distrito de Évora). Esta sub-região NUTS III abrange os concelhos de Alter do Chão,
Arronches, Avis, Campo Maior, Castelo de Vide, Crato, Elvas, Fronteira, Gavião, Marvão, Monforte, Nisa, Ponte
de Sor, Portalegre e Sousel, tendo uma área total de 6062km² e possuindo cerca de 118 000 habitantes (INE,
2011b).
O Alentejo Central é uma sub-região NUTS III, parte da região Alentejo. Limita a norte com a Lezíria do Tejo e
com o Alto Alentejo, a leste com a Espanha, a sul com o Baixo Alentejo e com o Alentejo Litoral e a oeste com
1
Esta análise socioeconómica é baseada nos dados do INE, que ainda tomam por base a antiga configuração das NUTS III, pelo que os
dados apresentados relativamente à Beira Interior Sul não incluem os municípios de Oleiros e Proença-a-Nova; os dados relativos ao Alto
Alentejo incluem o município de Borba e excluem o de Sousel; e os dados relativos ao Alentejo Central incluem o município de Sousel e
excluem o município de Borba.
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
a Península de Setúbal. O Alentejo Central, como o próprio nome indica, está no centro da região Alentejo
inserido entre a Área Metropolitana de Lisboa e Espanha, em torno do corredor rodoviário que liga as duas
2
capitais ibéricas, Lisboa e Madrid. Esta sub-região NUTS III estende-se por uma área total de 7478 km , onde
reside uma população de 167 000 habitantes (INE, 2011b), e abrange os municípios Alandroal, Arraiolos,
Borba, Estremoz, Évora, Montemor-o-Novo, Mora, Mourão, Portel, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Vendas
Novas, Viana do Alentejo e Vila Viçosa.
Para uma melhor compreensão do enquadramento geográfico das sub-regiões NUTS III caracterizadas
anteriormente, é apresentado na Figura 2 um mapa com a identificação dos três territórios alvo do presente
documento.
Figura 2. Territórios alvo
Fonte: Pordata
O conjunto das três NUTS III alvo deste estudo caracteriza-se por albergar uma população bastante
envelhecida, com uma densidade populacional muito abaixo da média nacional (Figura 3).
7
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
140
114,3
120
100
nº /Km2
82,3
80
60
40
23,9
20
19,9
18,8
Beira Interior
Sul
Alto Alentejo
23,0
0
Portugal
Centro
Alentejo
Alentejo
Central
2
Figura 3. Densidade Populacional (nº/km ), 2011
Fonte: INE, Anuários Estatísticos das Regiões Centro e Alentejo 2011
2
Por outro lado, as três sub-regiões NUTS III apresentam uma taxa de natalidade igualmente inferior à média
nacional (Figura 4), ainda que no caso da NUTS III Alentejo Central se verifique um valor superior à região
(NUTS II) correspondente.
10
9,2
9
7,9
8
8,2
8,1
7,3
7,5
Beira Interior
Sul
Alto Alentejo
%
7
6
5
4
3
2
1
0
Portugal
Centro
Alentejo
Alentejo
Central
Figura 4. Taxa Bruta de Natalidade (%), 2011
Fonte: INE, Anuários Estatísticos das Regiões Centro e Alentejo 2011
Em termos demográficos, importa destacar o agravamento do envelhecimento da população, que tem vindo a
ocorrer de forma generalizada em todo o território. A análise da Figura 5 demonstra que o índice de
2
Taxa de natalidade = Número de nados-vivos ocorrido durante um ano civil, referido à população média desse período
8
8
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
3
envelhecimento é bastante superior à média nacional e às médias regionais, atingindo na Beira Interior Sul
valores próximos do dobro do valor nacional.
300
252,9
250
Nº
216,5
200
150
186,3
180,1
167,8
131,3
100
50
0
Portugal
Centro
Alentejo
Beira Interior
Sul
Alto Alentejo
Alentejo
Central
Figura 5. Índice de Envelhecimento (nº), 2011
Fonte: INE, Anuários Estatísticos das Regiões Centro e Alentejo 2011
Relativamente à evolução da população, verifica-se que a tendência de crescimento tem sido negativa, à
semelhança do que acontece ao nível das regiões em que se inserem as sub-regiões NUTS III. Tal como
previsto pela análise dos indicadores anteriores, a população tem vindo a decrescer entre 2001 e 2011 (Figura
6) em cerca de 4% nas sub-regiões NUTS III Beira Interior Sul e Alentejo Central e 7% no Alto Alentejo.
2348
2500
2001
2328
2011
nº (milhares)
2000
1500
777
1000
757
500
174
127
78
75
118
167
0
Centro
Alentejo
Beira Interior Sul
Alto Alentejo
Alentejo Central
Figura 6. Evolução da População Residente (nº - milhares), 2011
Fonte: INE, CENSOS 2011 – Resultados Definitivos
3
Índice de envelhecimento = Número de pessoas idosas (65 e mais anos) por cada 100 jovens (0-14 anos)
9
9
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Em termos de distribuição etária da população residente no território considerado, verifica-se que, apesar de a
faixa etária de 25 a 64 anos ser a que atinge um valor mais elevado, a faixa etária de 65 e mais anos tem um
peso muito expressivo quando comparada com as faixas etárias compreendidas entre os 0 e 24 anos (Tabela
1).
Tabela 1. Distribuição Etária da População Residente (nº), 2011
Faixa Etária
Território
0-14 anos
14-24 anos
25-64 anos
>65 anos
Centro
319.258
239.248
1.247.499
521.750
Beira Interior Sul
8.631
6.737
38.119
21.541
Alentejo
102.174
73.062
395.277
183.984
Alto Alentejo
15.030
11.347
59.083
32.213
Alentejo Central
21.891
16.340
86.989
41.061
Fonte: INE, Anuários Estatísticos das Regiões Centro e Alentejo 2011
4
Os dados relativos à instrução da população residente revelam uma elevada taxa de analfabetismo no
território (Figura 7). Nas três NUTS III este valor aproxima-se do dobro do valor nacional, atingindo um máximo
na sub-região NUTS III Alto Alentejo (11,0%).
12
11,0
9,6
10
10,1
9,3
8
%
6,4
6
5,2
4
2
0
Portugal
Centro
Alentejo
Beira Interior
Sul
Alto Alentejo
Alentejo
Central
Figura 7. Taxa de Analfabetismo (%), 2011
Fonte: INE, CENSOS 2011 – Resultados Definitivos
4
Taxa de analfabetismo = Percentagem da população residente com 10 e mais anos que não sabe ler nem escrever
10
10
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Relativamente à qualificação da população, a Tabela 2 sistematiza o nível de formação da população residente
nas três sub-regiões NUTS III. No que diz respeito à formação superior, a análise da Tabela 2 indica que as
NUTS III têm um número reduzido de pessoas com este tipo de formação, quando comparado com a respetiva
região (NUTS II).
Tabela 2. Nível de formação da população residente (nº), 2011
Nenhum nível
de
escolaridade
Ensino préescolar
Ensino básico
Ensino
secundário
Ensino Póssecundário
Ensino
Superior
Centro
208.837
55.994
1.346.541
370.067
20.295
326.021
Beira Interior Sul
9.243
1.513
41.130
11.718
562
10.862
Alentejo
92.570
17.954
427.821
123.105
5.781
90.071
Alto Alentejo
15.816
25.53
67.862
18.193
742
13.244
Alentejo Central
19.597
3.776
92.535
27.719
1.231
21.964
Fonte: INE, Anuários Estatísticos das Regiões Centro e Alentejo 2011
Segundo o INE (Instituto Nacional de Estatística), Portugal apresentava em 2011 um total de 662.180
desempregados. Já no que diz respeito à população desempregada na Beira Interior Sul, Alto Alentejo e
Alentejo Central (Tabela 3) o cenário é relativamente semelhante, destacando-se pela negativa a sub-região
NUTS III do Alto Alentejo com uma taxa de desemprego de 15,69%. Adicionalmente, de referir ainda que,
desde 2011, se verificou uma evolução significativa do número de desempregados, tendo o INE apresentado
para o 1º trimestre de 2013 uma taxa de desemprego nacional de 17,7% (INE, 2013).
Tabela 3. Percentagem (%) e número (nº) de desempregados, 2011
%
nº
Portugal
13,18
662.180
Centro
10,98
116.014
Beira Interior Sul
10,64
3.324
Alentejo
12,83
43.963
Alto Alentejo
15,69
7.920
Alentejo Central
11,19
8.571
Fonte: INE, Anuários Estatísticos das Regiões Centro e Alentejo 2011
11
11
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
2.2. Dinâmica empresarial
No que se refere à dinâmica empresarial, são apresentados alguns dos principais indicadores económicos que
caracterizam as sub-regiões NUTS III em análise, designadamente alguns dados gerais sobre a economia dos
três territórios (e.g., PIB, indicador de produtividade VAB/Emprego e exportações e importações), e uma
caracterização do tecido empresarial existente (e.g., as maiores empresas por volume de negócios).
A Tabela 4 demonstra que a proporção de empresas individuais nas sub-regiões NUTS III é superior aos valores
regionais (NUTS II) apresentados. Também a proporção de empresas com menos de dez pessoas ao serviço é
superior aos indicadores nacionais e regionais, o que reflete a existência de um tecido empresarial composto
maioritariamente por microempresas. De realçar ainda que todas as NUTS III apresentam valores de volume
médio de negócios inferiores às das respetivas regiões (NUTS II). No caso da região Alentejo, é de salientar o
impacto que as NUTS III Alentejo Litoral (185,5 milhares de euros) e Lezíria do Tejo (246,7 milhares de euros)
têm no tecido empresarial alentejano.
Tabela 4. Indicadores de empresas, 2010
Território
Densidade de
empresas
n.º/km
Proporção de
empresas
individuais
Proporção de
empresas com
menos de 250
pessoas ao
serviço
2
Proporção de
empresas com
menos de 10
pessoas ao
serviço
Pessoal ao
serviço
por
empresa
Volume de negócios
por empresa5
n.º
milhares de euros
Portugal
Centro
Alentejo
12,4
8,8
2,6
68,5
70,6
73,0
99,9
100,0
100,0
%
95,8
96,1
96,9
3,4
2,9
2,5
311,5
225,3
185,5
Beira Interior Sul
1,9
73,5
100,0
97,3
2,5
147,9
Alto Alentejo
1,8
73,9
100,0
97,2
2,4
155,7
Alentejo Central
2,7
73,2
100,0
97,1
2,4
140,2
Fonte: INE, Anuários Estatísticos das Regiões Centro e Alentejo 2011
O tecido empresarial da Beira Interior Sul, Alto Alentejo e Alentejo Central é, assim, marcado por uma
predominância de micro e PME, à semelhança do território nacional, sendo estas essencialmente empresas
constituídas em nome individual com uma gestão em geral de nível familiar e sobretudo direcionadas para os
mercados locais e regionais. Da análise da Figura 8 verifica-se que estas sub-regiões NUTS III contribuem em
muito pequena escala para o PIB nacional.
5
Volume de negócios por empresa= Volume de negócios das empresas / Número de empresas.
12
12
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
20
18,6
%
15
10
6,4
5
0,6
0,9
1,3
Beira Interior Sul
Alto Alentejo
Alentejo Central
0
Centro
Alentejo
Figura 8. Contribuição das empresas das sub-regiões NUTS III para o PIB, em % do total de Portugal, 2009
Fonte: INE, Anuários Estatísticos das Regiões Centro e Alentejo 2011
6
No que respeita ao indicador de produtividade VAB/Emprego (Figura 9), é de destacar, pela negativa, o
reduzido contributo da sub-região NUTS III Beira Interior Sul para a produtividade nacional. Adicionalmente, e
apesar de não estar refletido na Figura 9, é de salientar ainda o contributo da sub-região NUTS III Alentejo
Litoral (42,5 VAB/Emprego) para a dinâmica da região Alentejo, que apresenta um valor superior à media
nacional.
35
31,7
30
29,7
28,2
28,5
Alto Alentejo
Alentejo
Central
VAB/Emprego
24,0
18,8
20
15
10
5
0
Portugal
Centro
Alentejo
Beira Interior
Sul
Figura 9. Produtividade (VAB/Emprego), 2009
Fonte: INE, Anuários Estatísticos das Regiões Centro e Alentejo 2011
Na Tabela 5 são apresentados alguns dados associados ao comércio internacional (isto é, importações e
exportações), nas três sub-regiões NUTS III em análise, no ano de 2011. Destaque para a sub-região NUTS III
Alentejo Central como sendo a mais exportadora, em comparação com as outras sub-regiões NUTS III.
6
VAB/Emprego = VAB da região / Emprego total da região
13
13
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Tabela 5. Exportações e importações (milhares de Euros), 2011
Exportações
Total
Importações
Comércio
Comércio
Intracomunitário
Extracomunitário
Total
Comércio
Comércio
Intracomunitário
Extracomunitário
Portugal
42.870.151
31.910.218
10.959.933
59.242.900
43.624.091
15.618.809
Centro
8.203.863
6.295.829
1.908.034
7.182.157
6.098.313
1.083.844
Beira Interior Sul
108.371
75.332
33.040
79.476
79.029
447
Alentejo
2.664.990
2.091.334
573.656
2.276.847
1.782.470
494.377
Alto Alentejo
174.363
164.247
10.116
190.219
150.680
39.539
Alentejo Central
429.478
275.299
154.179
265.011
217.670
47.341
Fonte: INE, Anuários Estatísticos das Regiões Centro e Alentejo 2011
7
Da análise da Figura 10 verifica-se que a taxa de natalidade de empresas nas NUTS III em análise apresenta
8
valores semelhantes aos registados a nível nacional e regional. A taxa de sobrevivência a dois anos registada
nas sub-regiões NUTS III é superior à registada no País e, nos casos do Alentejo Central e na Beira Interior Sul,
superior ao valor regional (NUTS II).
100
90
80
70
%
60
50
52,0
48,6
52,1
50,4
51,3
50,3
40
30
20
10,8
11,9
11,0
11,1
10
11,0
10,9
0
Portugal
Centro
Taxa de Natalidade
Alentejo
Beira Interior Alto Alentejo
Sul
Alentejo
Central
Taxa de Sobrevivência (a 2 anos)
Figura 10. Taxas de Natalidade e de Sobrevivência a 2 Anos (%), 2010
Fonte: INE, Anuários Estatísticos das Regiões Centro e Alentejo 2011
No que diz respeito às despesas de I&D nas sub-regiões NUTS III em análise (Figura 11), verifica-se que o
investimento na região do Alentejo é cerca de oito vezes inferior ao realizado na região Centro.
7
Taxa de natalidade de empresas = Quociente entre o número de nascimentos e o número de empresas ativas no período de referência
8
Taxa de sobrevivência = Quociente entre o número de empresas ativas em n, que tendo nascido em n-t sobreviveram t anos, e o número
de nascimentos em n-t.
14
14
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
3000
2749
Milhões de Euros
2500
2000
1500
1000
410
500
51
11
24
7
0
Portugal
Centro
Alentejo
Beira Interior Alto Alentejo
Sul
Alentejo
Central
Figura 11. Despesas de I&D por Sub-Região (Milhões de Euros), 2010
Fonte: INE, Anuários Estatísticos das Regiões Centro e Alentejo 2011
Em termos de despesas de I&D em percentagem do PIB (Figura 12), verifica-se que na região Alentejo este
valor é inferior ao da região Centro, sendo que no caso específico da sub-região NUTS III Alentejo Central é
apresentado um valor de despesas de I&D em percentagem do PIB superior ao verificado na região onde esta
se encontra inserida. Adicionalmente, de referir que as duas sub-regiões NUTS III do Alentejo em análise são as
que apresentam valores superiores de despesas de I&D em percentagem do PIB em toda a região do Alentejo.
2
1,8
1,6
1,6
1,3
1,4
%
1,2
1,1
1,0
1
0,8
0,6
0,5
0,4
0,4
0,2
0
Portugal
Centro
Alentejo
Beira Interior Alto Alentejo
Sul
Alentejo
Central
Figura 12. Despesa de I&D em % do PIB, 2010
Fonte: INE, Anuários Estatísticos das Regiões Centro e Alentejo 2011
Importa salientar ainda que, para além das micro e pequenas empresas presentes nas três sub-regiões NUTS
III, encontram-se também aí sediadas empresas de maior dimensão que em muito contribuem para o aumento
da produtividade e do emprego nos diferentes territórios. Assim, e para um melhor conhecimento das
empresas de maior dimensão presentes nos territórios analisados, são apresentadas na Tabela 6 as 10
empresas de cada sub-região NUTS III com maior volume de negócios.
15
15
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Tabela 6. As 10 empresas da Beira Interior Sul, Alto Alentejo e Alentejo Central com maior volume de negócios, 2013
NUT III
Empresa
Águas do Centro, S.A.
Beira
Interior
Sul
Alentejo
Vila Velha de Ródão
Celtejo - Empresa de Celulose do Tejo, S.A.
Vila Velha de Ródão
Centauro Internacional - Trocadores de Calor, Lda.
Castelo Branco
Generg Ventos da Gardunha - Energias Renováveis, Lda.
Castelo Branco
José Afonso & Filhos, S.A.
Lena Agregados - Comércio de Agregados S.A.
Oleiros
Castelo Branco
Lestenergia - Exploração de Parques Eólicos, S.A.
Penamacor
Normática - Serviços de Informática e Organização, S.A.
Penamacor
Castelo Branco
Amatoscar - Comércio Automóvel, S.A.
Portalegre
Borrachas Portalegre - Sociedade Unipessoal, Lda.
Portalegre
Cersul - Agrupamento de Produtores de Cereais do Sul, S.A.
Elvas
Evertis Ibérica, S.A.
Nisa
Hutchinson Borrachas de Portugal - Sociedade Unipessoal, Lda.
Campo Maior
Manuel Rui Azinhais Nabeiro, Lda.
Campo Maior
Novadelta - Comércio e Industria de Cafés, S.A.
Campo Maior
Selenis Portugal, S.A.
Nisa
Tecnidelta - Equipamentos Hoteleiros, Lda.
Campo Maior
Torrefacção Camelo, Lda.
Campo Maior
Adega Cooperativa de Borba, CRL
Galmor - Comércio de Combustíveis, S.A.
Alentejo
Central
Castelo Branco
AMS - Goma Camps, S.A.
Sociedade Industrial de Confecções dielmar, S.A.
Alto
Concelho
Borba
Montemor-o-Novo
Hospital Espírito Santo de Évora, E.P.E.
Évora
Kemet Electronics Portugal, S.A.
Évora
Raprosul - Fábrica de Rações, S.A.
Rodoviária do Alentejo, S.A.
Arraiolos
Évora
Sociedade de Industrialização de Produtos Agrícolas - SOGRAPOL, S.A.
Mora
Sodiévora - Supermercados, Lda.
Évora
Tyco Electronics - Componentes Electromecânicos, Lda.
Évora
Upstar Comunicações, S.A.
Vendas Novas
Fonte: Base de dados da IGNIOS (IGNIOS, 2013)
Apesar de serem empresas de maior dimensão, de referir que nenhuma das empresas apresentadas na Tabela
6 faz parte da lista das 100 maiores empresas nacionais, em termos de volume de negócios (IGNIOS, 2013).
No entanto, existe um conjunto de empresas nas sub-regiões NUTS III que, pelas suas qualidades de
desempenho e perfil de risco, se posicionam como motor da economia nacional. Estas empresas recebem o
Estatuto de “PME Líder”, um selo de reputação de empresas criado pelo IAPMEI. Na Figura 13 é apresentado o
16
16
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
número de empresas nas sub-regiões NUTS III consideradas que beneficiam atualmente deste estatuto
(IAPMEI, 2013).
7000
6000
5963
5000
Nº
4000
3000
1720
2000
1000
0
Portugal
139
15
19
285
Centro
Alentejo
47
19
Beira Interior Alto Alentejo
Sul
64
Alentejo
Central
Figura 13. Número de empresas PME Líder (nº), 2013
Por forma a sustentar a análise económica exposta neste documento, no subcapítulo seguinte é apresentada
informação adicional sobre as principais áreas de especialização territorial nas três sub-regiões NUTS III.
2.3. Áreas de especialização territorial
As principais áreas de especialização territorial nas sub-regiões NUTS III em análise foram já identificados no
âmbito do projeto “COOPER AÇÃO – Programa de fomento e formalização de redes e ações de cooperação”,
também em implementação por parte da AIP, nomeadamente no documento “Principais setores nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)” (SPI, 2013a).
Para a identificação das áreas de especialização territorial, no âmbito do trabalho supramencionado, foi
necessário analisar o número de empresas presentes nos territórios objeto de estudo e o respetivo volume de
negócios. Adicionalmente, foram ainda realizadas entrevistas com os principais atores locais para identificar as
áreas considerados como relevantes para a economia regional, atendendo às competências reunidas no
território ou ao seu carácter emergente. Finalmente, foi efetuada uma classificação de acordo com os critérios
“Representatividade” e “Evolução recente”, por forma a diferenciar as áreas que apresentam alguns sinais
positivos no sentido de reforçar a competitividade e a relevância estratégica, comparativamente com outros
que claramente têm vindo a perder espaço. Esta classificação é eminentemente qualitativa e resulta
essencialmente do contacto realizado com os territórios e a perceção manifestada pelos agentes locais
17
17
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
entrevistados. Neste contexto, na Tabela 7 são apresentadas as áreas de especialização territorial e a sua
classificação de acordo com os critérios “Representatividade” e “Evolução recente”.
Tabela 7. Identificação das áreas de especialização territorial nas sub-regiões NUTS III em análise
Áreas
Agricultura, Produção Animal e Recursos Agroalimentares
Evolução recente
Representatividade
+
+++
Cortiça
+++
++
Economia da Criatividade
++
+
Economia Social
++
++
Energia
+++
+
Pedra Natural
+
+++
Têxtil
+
++
TICE
++
+
Transporte e mobilidade (incluindo Aeronáutica)
+++
+
+++
+++
Turismo
Legenda
Evolução recente
Representatividade
+++
Crescimento sustentável na economia
regional
Grande impacto em termos de formação de emprego,
número de empresas ou volume de negócios
++
Posição estável na economia regional
+
Perda de espaço na economia regional
Relevante em termos de formação de emprego, número
de empresas ou volume de negócios
Pouco relevante em termos de formação de emprego,
número de empresas ou volume de negócios
2.4. Infraestruturas de apoio ao desenvolvimento regional
A existência de um ambiente estruturado de apoio à atividade económica é essencial para a atração de
investimento. Por ambiente estruturado e atrativo entende-se não apenas as áreas de localização empresarial,
mas também os serviços de apoio à inovação e à criação de valor na base económica local.
Nas Tabelas 8 a 12 apresentam-se as entidades mais relevantes, tendo em conta o importante contributo que
estas têm no desenvolvimento socioeconómico das sub-regiões NUTS III abordadas (Simão e Ribeiro, 2012).
18
18
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Tabela 8. Entidades de apoio à envolvente empresarial
Tabela 9. Associações industriais
Tabela 10. Entidades de Ensino Técnico e Profissional
19
19
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Tabela 11. SCTN - Entidades do Ensino Superior
Tabela 12. SCTN - Outras Unidades de I&D e Inovação (não inseridas em Entidades do Ensino Superior)
20
20
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
3.
Caracterização da
oferta tecnológica e
científica e
principais
tendências em
inovação
empresarial
21
21
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
3. Caracterização da oferta tecnológica e científica e principais
tendências em inovação empresarial
Este capítulo apresenta uma caracterização da oferta tecnológica e científica sediada na Beira Interior Sul, no
Alto Alentejo e no Alentejo Central, descrevendo as principais vertentes de atuação das entidades do SCTN e
das principais redes regionais, nacionais e internacionais que contribuem para a oferta tecnológica e científica
nas sub-regiões NUTS III consideradas.
São ainda identificadas as principais tendências em inovação empresarial nos territórios em análise, para cada
uma das áreas de especialização territorial identificadas no capítulo anterior. De referir que, uma vez que a
informação disponível não permitiria caracterizar, de forma rigorosa, a procura de cada uma das áreas de
especialização territorial ao nível de ciência e tecnologia, a identificação das principais tendências deverá
permitir inferir as necessidades do tecido empresarial das sub-regiões NUTS III analisadas.
Por fim, e por forma a compreender o nível de correspondência entre a oferta tecnológica e científica das três
sub-regiões NUTS III e as principais tendências em inovação empresarial, é apresentada uma análise das
relações existentes entre cada uma destas duas vertentes.
3.1. Oferta tecnológica e científica
A oferta tecnológica e científica pode ser enquadrada em três vertentes de atuação das entidades do SCTN
sediadas nas sub-regiões NUTS III consideradas:
•
Atividades de formação;
•
Atividades de transferência de tecnologia;
•
Atividades de investigação.
Adicionalmente, podem ainda ser identificadas redes regionais, nacionais e internacionais que contribuem
para a oferta tecnológica e científica das três sub-regiões NUTS III.
É apresentada a seguir a oferta tecnológica e científica das NUTS III em análise, tendo em conta as vertentes
de atuação acima identificadas.
SCTN – Entidades do Ensino Superior
Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB)
O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) é uma instituição pública de Ensino Superior, constituída por
seis Escolas Superiores que ministram cursos de Licenciatura, cursos de Especialização Tecnológica, Pós-
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Graduações e Mestrados: Escola Superior Agrária (IPCB-ESA); Escola Superior de Artes Aplicadas (IPCB-ESAA);
Escola Superior de Educação (IPCB-ESE); Escola Superior de Gestão (IPCB-ESG/ESGIN); Escola Superior de
Saúde Dr. Lopes Dias (IPCB-ESS); e Escola Superior de Tecnologia (IPCB-EST). Os pilares de desenvolvimento do
IPCB assentam nas áreas do ensino e da formação, da investigação, do desenvolvimento e da cooperação e da
prestação de serviços à comunidade.
As áreas de formação, de 1º e 2º ciclo, das Escolas Superiores do IPCB, são as seguintes:
•
IPCB-ESA – ciências agrárias, ciências veterinárias, ciências alimentares, nutrição humana, qualidade
dos alimentos e proteção civil;
•
IPCB-ESAA – música, artes do espetáculo e comunicação e artes visuais;
•
IPCB-ESSE – formação de professores, secretariado, serviço social, animação cultural e desporto e
atividade física;
•
IPCB-ESG/ESGIN – contabilidade e gestão financeira, turismo, marketing, solicitadoria e gestão de
recursos humanos;
•
IPCB-EST – engenharias (civil, informática, eletrotécnica, industrial) e tecnologias;
•
IPCB-ESS – tecnologias da saúde e enfermagem.
No que se refere à I&D e Cooperação, o IPCB participa em diferentes projetos financiados aos níveis nacional,
transnacional e internacional, financiados por diversos programas, tais como FCT (Fundação para a Ciência e a
Tecnologia), COMPETE, Ciência Viva, POCTEP, MaisCentro, entre outros.
Em termos de infraestruturas para o desenvolvimento de atividades de I&D e Inovação, a consolidação de
unidades de investigação ainda é incipiente, existindo, atualmente, dois centros de suporte a este tipo de
atividades e um terceiro centro em desenvolvimento:
•
Centro de Estudos em Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade (CERNAS) – em parceria com a Escola
Superior Agrária de Coimbra, desenvolve a sua atividade em cinco áreas: Recursos florestais;
Ambiente; Química dos Recursos Naturais; Economia e Desenvolvimento Rural; e Ciência e
Engenharia Alimentar;
•
Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional (CEDER) – polo dinamizador e coordenador de ações
de investigação, de desenvolvimento e de prestação de serviços. Concentra também as atividades de
apoio ao empreendedorismo, nas quais há que destacar o projeto Poliempreende que visa, através de
um concurso de ideias e de planos de negócios, avaliar e premiar projetos desenvolvidos e
apresentados por alunos, diplomados ou docentes dos institutos politécnicos portugueses;
•
Centro de Investigação em Zoonoses (CIZ) – esta infraestrutura, comparticipada pelo MaisCentro e
ainda em fase de desenvolvimento, permitirá desenvolver estudos de investigação epidemiológicos e
clínicos ao nível das zoonoses. A implementação deste centro terá um impacto positivo nos vetores
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
da ciência e tecnologia, inovação de produtos e processos, formação e educação de pessoas,
qualidade de produtos e serviços, saúde e segurança alimentar, preservação do ambiente e
transferência de tecnologia.
Instituto Politécnico de Portalegre (IPP)
O Instituto Politécnico de Portalegre (IPP) é uma instituição pública de Ensino Superior, integrada por quatro
Escolas Superiores, nas quais são ministrados cursos de Licenciatura e de Mestrado, bem como PósGraduações e cursos de Especialização Tecnológica, nomeadamente: Escola Superior de Educação (IPP-ESE);
Escola Superior de Tecnologia e Gestão (IPP-ESTG); Escola Superior de Saúde (IPP-ESS); e Escola Superior
Agrária (IPP-ESAE). O IPP tem como pilares de desenvolvimento o ensino, a formação e a qualificação e a
investigação e o desenvolvimento tecnológicos.
As áreas de formação, de 1º e 2º ciclo, das Escolas Superiores do IPP, são as seguintes:
•
IPP-ESE – educação básica, artística, pré-escolar e de crianças e jovens em risco, ensino de inglês,
francês, 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico, formação de adultos, gerontologia, jornalismo e
comunicação, serviço social e turismo;
•
IPP-ESTG – gestão, engenharia e gestão industrial, informática, design, publicidade e marketing,
bioengenharia, civil, energias renováveis e ambiente, biocombustível, relações públicas e
secretariado, gestão de informação, contabilidade e finanças, empreendedorismo e gestão de PME,
reabilitação urbana e valorização ambiental;
•
IPP-ESS – veterinária, enfermagem, higiene oral, gestão de unidades de saúde, gerontologia,
intervenção psicossocial, investigação em saúde, saúde infantil e pediatria;
•
IPP-ESAE – agronomia, agricultura sustentável, equinicultura, enfermagem veterinária, planeamento,
auditoria e fiscalização de espaços verdes.
No que se refere à I&D e Cooperação, o IPP participa em diferentes projetos, nem todos financiados, aos níveis
nacional, transfronteiriço e transnacional. Ao nível da participação em projetos financiados, destaque o
envolvimento em programas como INALENTEJO, PRODER, FCT, POCTEP, entre outros.
Em termos de infraestruturas para o desenvolvimento de atividades de I&D e Inovação, a consolidação de
unidades de investigação ainda é muito incipiente, existindo atualmente apenas um centro de suporte a este
tipo de atividades que compreende dois núcleos, nomeadamente:
•
C3i – Centro Interdisciplinar de Investigação e Inovação do Instituto Politécnico de Portalegre, que
visa a promoção de trabalhos de investigação, inovação e desenvolvimento tecnológico na perspetiva
do desenvolvimento regional em todos os domínios patentes no IPP e incentiva ainda a formação
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
avançada de recursos humanos em I&DT (Investigação e Desenvolvimento Tecnológico). Esta
estrutura compreende dois núcleos distintos de I&DT:
o
Núcleo de Sistemas Sustentáveis de Energia, Agricultura e Ambiente (BioEnergia);
o
Núcleo de Estudos para a Intervenção Social, Educação e Saúde (NEISES).
Universidade de Évora
A Universidade de Évora é uma instituição pública de Ensino Superior, constituída por quatro Escolas
Superiores que ministram cursos de Licenciatura, cursos de Especialização Tecnológica, cursos de
Especialização Técnica, Pós-Graduações e Mestrados, nomeadamente: Escola de Artes (UE-EA); Escola de
Ciências e Tecnologia (UE-ECT); Escola de Ciências Sociais (UE-ECS); e Escola Superior de Enfermagem São João
de Deus (UE-ESESJD).
As áreas de formação, de 1º e 2º ciclo, das Escolas da Universidade são as seguintes:
•
UE-EA – Arquitetura, Artes Visuais, Design, Música/Musicologia, Teatro, Ilustração;
•
UE-ECT – Agronomia, Arquitetura Paisagística, Biologia, Bioquímica, Biotecnologia, Ciência e
Tecnologia Animal, Ciências da Paisagem, Ciências da Terra e da Atmosfera, Ciências do Desporto,
Engenharia Civil, Biossistemas, Geologia, Informática, Mecatrónica, Geografia, Matemática Aplicada,
Medicina Veterinária, Química, Reabilitação Psicomotora, Conservação e Reabilitação de Águas
Interiores, Energia e Ambiente, Zootecnologia, Saúde, Conservação de Recursos Naturais, Gestão e
Políticas Ambientais, Modelação Estatística e Análise de Dados, Olivicultura e Azeite, Paleontologia,
Psicomotricidade, Viticultura e Enologia;
•
UE-ECS – Educação, Ensino, Informação e Documentação, Economia, Filosofia, Gestão, História e
Arqueologia, Línguas e Literaturas, Psicologia, Relações Internacionais, Sociologia, Turismo, Ambiente,
Linguagem e Comunicação, Demografia, Estudos Históricos Europeus, Estudos Ibéricos, Qualidade e
Marketing Agroalimentar, Valorização do Património, Intervenção Sócio Organizacional na Saúde,
Políticas Públicas e Projetos;
•
UE-ESESJD – Enfermagem, Saúde Materna e Obstetrícia, Saúde mental e Psiquiatria.
No que se refere à I&D e Cooperação, a Universidade de Évora participa em diferentes projetos tanto a nível
nacional como internacional, financiados por diversos programas, tais como FCT, Ciência Viva, QREN, entre
outros.
Em termos de infraestruturas para o desenvolvimento de atividades de I&D e Inovação, a consolidação de
unidades de investigação está já muito consolidada, existindo atualmente 19 centros de suporte a este tipo de
atividades, estando estes agrupados da seguinte forma:
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
•
•
•
UE-ECT:
o
CEM - Centro de Engenharia Mecatrónica;
o
CITI - Centro de Inovação em Tecnologias de Informação;
o
Laboratório HERCULES - Herança Cultural, Estudos e Salvaguarda;
o
LIRIO - Laboratório de Investigação de Rochas Industriais e Ornamentais.
UE-ECS:
o
CIEP-UE - Centro de Investigação em Educação e Psicologia;
o
CISA-AS - Centro de Investigação em Sociologia e Antropologia "Augusto da Silva".
UE-ESESJD:
o
•
CICTS - Centro de Investigação em Ciências e Tecnologias da Saúde.
IIFA (Instituto de Investigação e Formação Avançada):
o
CEHFCi - Centro de Estudos de História e Filosofia da Ciência;
o
CEFAGE - Centro de Estudos e Formação Avançada em Gestão e Economia;
o
CEL - Centro de Investigação em Linguística e Literatura;
o
CGE - Centro de Geofísica de Évora;
o
CHAIA - Centro de História da Arte e Investigação Artística;
o
CIMA - Centro de Investigação em Matemática e Aplicações;
o
CQE - Centro de Química de Évora;
o
CIDEHUS - Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades;
o
ICAAM - Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas;
o
IFP_UE - Instituto de Filosofia Prática;
o
NICPRI.UÉ - Núcleo de Investigação em Ciência Política e Relações Internacionais;
o
UnIMeM - Unidade de Investigação em Música e Musicologia.
Adicionalmente, a Universidade de Évora está ainda integrada na Rede Regional de Ciência e Tecnologia
(RCTA), composta por cinco sub-redes que representam áreas-chave da investigação e da tecnologia:
Tecnologias Industriais e da Informação; Tecnologias do Ambiente do Solo e da Água; Biotecnologias e Saúde;
Ciências do Património Artístico e Cultural; e Ciências Sociais e Empresariais.
SCTN – Outras Unidades de I&D e Inovação (não inseridas em Entidades do Ensino Superior)
Centro de Apoio Tecnológico Alimentar (CATAA)
Localizado em Castelo Branco, o CATAA é uma Associação que tem por objetivo desenvolver e implementar
novas tecnologias no setor agroalimentar, fomentar a modernização e a diversificação dos produtos e
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
processos de fabrico e aumentar a competitividade e inovação. Esta entidade perfila-se, assim, como um meio
estratégico de apoio tecnológico e organizacional capaz de introduzir novos produtos e processos nos
mercados, e promover o aproveitamento dos recursos naturais, promovendo uma maior competitividade das
empresas agroindustriais.
O CATAA desenvolve a sua atividade de apoio técnico e tecnológico à agroindústria em três grandes áreas de
intervenção distintas:
•
Investigação e Desenvolvimento Tecnológico;
•
Inovação;
•
Qualificação.
O CATAA dispõe de uma estrutura vertical integrada, constituída por quatro unidades piloto (criadas para
desenvolver e implementar novas tecnologias e para a transferência de conhecimento) e três unidades
laboratoriais (concebidas para a otimização dos processos laboratoriais e de controlo de qualidade). Desta
forma, o CATAA apresenta uma estrutura capaz de responder aos desafios das seguintes fileiras: Leite e
Lacticínios; Azeite; Hortofrutícolas; Carnes; Cereais; Mel; e Vinho e Vinha.
Centro Tecnológico da Pedra Natural de Portugal (Cevalor)
O Cevalor, sedeado em Borba, é um Centro Tecnológico que tem como objetivo o estudo e o desenvolvimento
de iniciativas que permitam concretizar a ligação entre as atividades de investigação, transferência
tecnológica, demonstração, prestação de serviços, ensino, formação e informação no âmbito das rochas
ornamentais e industriais.
No que se refere à I&D e Cooperação, o Cevalor assenta a sua estratégia de desenvolvimento e crescimento,
na procura das melhores e mais inovadoras soluções ao nível da matéria-prima, produto, resíduos, ambiente,
produção, máquinas e equipamentos, e marketing, sempre com uma orientação para o mercado.
Em termos de infraestruturas para o desenvolvimento de atividades de I&D e Inovação, a consolidação de
unidades de investigação ainda é muito incipiente, estando atualmente o Cevalor a converter a sua antiga
Nave Escola num novo laboratório, o NEWTECHSTONE - Laboratório de Novas Tecnologias e Produtos da Pedra
Natural. Apesar de ainda se encontrar em fase de desenvolvimento, este laboratório deverá dar resposta ao
fator crítico de competitividade da Pedra Natural, criação de produtos inovadores e com forte valor
acrescentado, tornando-se também num veículo de demonstração tecnológica ao nível da inovação de
processos.
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
É ainda de notar a capacidade do Cevalor para o estabelecimento de protocolos e parcerias, integrando
atualmente a Rede de Investigação Transfronteiriça da Extremadura, Centro e Alentejo (RITECA). O Cevalor
pretende, assim, aproveitar todas as potencialidades desta parceria, suprimindo necessidades ao nível da
investigação, inovação e tecnologia.
Estação Biológica do Garducho (EBG) – Centro de Estudos da Avifauna Ibérica (CEAI)
Sediada em Évora, a Estação Biológica do Garducho (EBG) é fruto de um projeto do Centro de Estudos da
Avifauna Ibérica (CEAI), cofinanciado pelo INALENTEJO, e pretende ser um espaço privilegiado para a
investigação e promoção da biodiversidade na região em que se insere, especificamente dos concelhos de
Mourão, Moura e Barrancos. De realçar ainda que a EBG está inserida numa zona de Rede Natura 2000 que
alberga várias espécies faunísticas emblemáticas e ameaçadas como a águia-imperial ibérica e a águia-deBonelli, tendo em tempos também feito parte da área de ocorrência nacional do lince-ibérico.
O CEAI é uma Organização Não Governamental de Ambiente (ONGA), sem fins lucrativos, igualmente sediada
em Évora, cujo principal objetivo é contribuir para a conservação da natureza numa ótica de desenvolvimento
sustentável. Por seu lado, a EBG tem vindo a contribuir para a dinamização social e económica da região em
que se insere, através do desenvolvimento de projetos de conservação da natureza, da realização de
atividades de educação ambiental e da promoção do ecoturismo.
Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P. – Elvas (INIAV – Elvas)
O INIAV (Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P.) é um Laboratório de Estado do
Ministério da Agricultura e do Mar, que desenvolve atividades de investigação nas áreas agronómica e
veterinária. O INIAV absorveu as atribuições relacionadas com a investigação agrária (do Laboratório de
Investigação Agrícola - L-INIA) e veterinária (do Laboratório de Investigação Veterinária - L-LNIV) do extinto
Instituto Nacional dos Recursos Biológicos I.P. (INRB). Sendo um organismo central, com jurisdição nacional, o
INIAV está sediado em Oeiras e dispõe ainda de um conjunto alargado de serviços desconcentrados no
território continental, incluindo em Elvas.
Assim, relativamente ao INIAV – Elvas, este constitui parte da Unidade Estratégica de Investigação e Serviços
de Biotecnologia e Recursos Genéticos, que se divide entre Elvas, Oeiras, Dois Portos e Santarém. Esta Unidade
visa a seleção de material de reprodução de elevada qualidade genética, de modo a contribuir para o aumento
do potencial produtivo das espécies agrícolas e florestais, de forma a otimizar o comportamento funcional dos
ecossistemas agrários. No INIAV – Elvas existem quatro grandes grupos de trabalho, divididos pelas seguintes
áreas: Oliveira; Leguminosas – grão; Leguminosas e gramíneas (anuais e perenes); e Cereais.
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
No que se refere à I&D e Cooperação, o INIAV – Elvas dispõe de uma Unidade de Investigação: a Estação de
Melhoramento de Plantas. Esta Unidade tem por objetivo realizar atividades de investigação, experimentação
e demonstração no domínio dos recursos genéticos vegetais, herbáceos e lenhosos, e respetivos mecanismos
ecofisiológicos, com vista à seleção de material de reprodução de elevada qualidade genética. Desta forma, a
Unidade pretende contribuir para o aumento do potencial produtivo das espécies agrícolas e florestais,
otimizando o comportamento funcional dos ecossistemas agrários.
Além da formação técnico-especializada, o INIAV – Elvas estabeleceu ainda parcerias com centenas de
entidades, com o objetivo de realizar atividades de transferência de tecnologia. Em particular, existe uma
interação bastante ativa entre o INIAV – Elvas e empresas do ramo de comercialização de sementes,
agrupamentos de produtores (cooperativas) e empresas de agro-indústria relacionadas com a produção de
malte/cerveja, massas alimentícias, panificação, rações para animais e outras empresas relacionadas com a
fileira agroalimentar. Adicionalmente, o INIAV – Elvas relaciona-se também, de modo contínuo, com as
associações representativas interprofissionais do azeite, dos cereais, das sementes e dos produtores de
cerveja. De referir, por fim, que o INIAV – Elvas, enquanto parte integrante do INIAV, integra a rede RITECA.
Em suma, no mapa apresentado em seguida (Figura 14) é visível a localização de cada uma das entidades do
SCTN, na respetiva sub-região NUTS III.
Figura 14. Localização da oferta tecnológica e científica (SCTN) nas sub-regiões NUTS III em análise
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Redes
Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade (RCTS)
A Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade (RCTS) fornece à comunidade de investigadores, professores e alunos
portugueses uma plataforma de comunicação avançada, que se caracteriza pelo facto de ser uma rede de alto
desempenho para as instituições com maiores requisitos de comunicações, nomeadamente, Universidades,
Laboratórios de Estado, Institutos Politécnicos, constituindo-se igualmente como uma plataforma de
experimentação para aplicações e serviços avançados de comunicações.
A RCTS, sendo uma rede informática gerida pela FCCN (Fundação para a Computação Científica Nacional),
utiliza os protocolos da Internet para garantir uma plataforma de comunicação e colaboração entre as
instituições do sistema de ensino, ciência tecnologia e cultura.
Esta rede disponibiliza uma vasta gama de serviços de conectividade e infraestrutura, suportando diversas
aplicações e serviços cobrindo as áreas da Colaboração, do Conhecimento e da Segurança.
A RCTS está vocacionada para servir de infraestrutura de comunicação de dados e tem o seu âmbito de
atuação circunscrito às seguintes entidades:
•
Instituições de Ensino Superior, públicas ou privadas;
•
Laboratórios e Organismos de I&D do Estado;
•
Instituições sem fins lucrativos que tenham como objetivo principal as atividades de l&D;
•
Unidades de I&D pertencentes a entidades privadas quando devidamente individualizadas dentro da
respetiva estrutura;
•
Instituições públicas ou privadas cujo principal objetivo seja a promoção ou suporte da atividade
desenvolvida pelas entidades mencionadas anteriormente.
Rede de Ciência e Tecnologia do Alentejo (RCTA)
A RCTA foi constituída em 2008 através da assinatura de um memorando de entendimento por cerca de trinta
centros de investigação e outras instituições ligadas à investigação. A rede conta hoje com cinquenta unidades
de investigação, que se agregam em sub-redes de conhecimento, constituindo equipas de projeto e programas
de investigação com base em áreas tecnológicas de especialização. É aspiração destas sub-redes agregar toda
a oferta tecnológica e científica produzida nos centros de saber e unidades de I&D da região.
Apresentam-se na Figura 15 as sub-redes de conhecimento que integram a RCTA.
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Figura 15. Sub-redes de conhecimento da RCTA
Na génese desta rede está a parceria constituída para o desenvolvimento estratégico do SRTTA (Sistema
Regional de Transferência de Tecnologia do Alentejo). O SRTTA, orientado por uma Carta de Princípios
assinada por toda a parceria, pretende dinamizar uma rede abrangente de agentes que permita a consolidação
de quatro componentes estruturais, fazendo uso de infraestruturas já existentes e construindo aquelas em
que a região é deficitária:
•
Sistema de Incubadoras de Base Tecnológica;
•
Sistema de Infraestruturas Científicas e Tecnológicas;
•
Sistema de infraestruturas com forte potencial sinérgico;
•
Sistema de Zonas e Parques Industriais e Tecnológicos.
O líder da parceria, a ADRAL (Agência de Desenvolvimento da Região do Alentejo), assinou o contrato de
financiamento em novembro de 2012, pelo que as iniciativas presentes no Programa Estratégico aprovado
estão neste momento a iniciar-se.
O Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo, infraestrutura basilar do SRTTA, cuja sociedade gestora foi
constituída em dezembro de 2011, encontra-se neste momento em fase de construção nos terrenos do Parque
Industrial e Tecnológico de Évora (ADRAL, 2012).
Rede de Inovação da Região Centro (RICE)
A Rede de Inovação da Região Centro (RICE) nasce como resultado de uma candidatura ao concurso “Sistema
de Apoio a Infraestruturas Científicas e Tecnológicas” (Eixo Prioritário 1 – Competitividade, Inovação e
Conhecimento, Programa Mais Centro), liderada pelo INOV INESC Inovação – Instituto de Novas Tecnologias.
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Esta rede inclui um total de sete entidades do SCTN localizadas na região Centro, três representantes
municipais e empresariais e 5 redes nacionais (incluído o Polo de Conhecimento TICE.pt) e internacionais, num
total de 15 parceiros. É de notar que a Universidade de Coimbra não integra a parceria, deixando fora da rede
um elemento chave, entre outros, de criação de conhecimento na região. No entanto, no âmbito das subregiões NUTS III em análise, o IPCB é o parceiro SCTN.
O seu principal objetivo é agregar numa só estrutura um conjunto de entidades com competências e valências
diferenciadas e complementares, tendo em vista o estabelecimento de sinergias e a coordenação dessas
competências e atividades.
A RICE trabalha em duas dimensões (horizontal e vertical) e cinco áreas de especialização, como se apresenta
Saúde
Turismo
Indústria do Mar
Fileira Florestal
na Figura 16.
Tecnologias de Informação, Comunicações
e Eletrónica
Figura 16. Áreas de especialização da RICE
Rede INOVAR
A Rede INOVAR é uma rede de âmbito nacional que visa criar um ambiente estimulante de transferência de
conhecimento e de tecnologia entre o meio académico e o meio empresarial nos setores agrícola, florestal e
agroalimentar, tendo em vista a melhoria do acesso à informação necessária ao desenvolvimento da
competitividade das empresas, e a promoção do desenvolvimento de processos de transferência de
conhecimento e tecnologia e de inovação com o meio empresarial.
A rede é composta por 10 parceiros, incluindo a Universidade de Évora, e é financiada no âmbito do programa
de desenvolvimento rural PRODER. Como tal, a sua organização e estrutura são baseadas em redes temáticas
de fileiras baseadas nas fileiras prioritárias expressas no PRODER, a saber:
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
•
Fruta, flores e hortícolas: fruticultura, fruta, e produtos processados de fruta; horticultura, hortícolas
e produtos processados de hortícola; floricultura e flores.
•
Azeite: Olivicultura, azeitona, azeite, e outros produtos processados à base de azeitona.
•
Vinho: vitivinicultura e enologia.
•
Floresta: produtos e serviços florestais e processos de otimização dos processos logísticos de
produção, exploração, transporte, transformação e comercialização dos produtos florestais.
A Rede INOVAR pretende, assim, promover a colaboração entre produtores e utilizadores de informação,
conhecimento e tecnologia. Em simultâneo, esta rede pretende ainda identificar pontes de contacto,
competências e linhas de atuação, informação e tecnologia entre as entidades do SCTN e os diferentes agentes
económicos.
Rede de Investigação Transfronteiriça Extremadura-Centro-Alentejo (RITECA)
A RITECA enquadra-se no âmbito do Programa de Cooperação Portugal – Espanha (POCTEP), e pretende a
criação de um quadro de colaboração entre instituições de Portugal (regiões Centro e Alentejo) e Espanha
(Extremadura) para a investigação, o desenvolvimento e a inovação, que promova e acelere o estreitamento
das relações entre estas regiões, no âmbito da programação financeira 2007-2013.
A rede teve duas fases distintas, RITECA I e RITECA II, estando os projetos vinculados com as seguintes áreas
temáticas:
•
Otimização de práticas agrícolas;
•
Recursos naturais;
•
Tecnologia agroalimentar;
•
Património e materiais de construção;
•
Saúde;
•
Energias renováveis.
Nesta rede participam as entidades de ciência e tecnologia mais relevantes das sub-regiões NUTS III em
análise, como sejam: o Cevalor, a Universidade de Évora, o IPP e o CATAA.
3.2. Tendências em inovação empresarial
Neste subcapítulo pretende-se identificar as principais tendências em ciência, tecnologia e inovação, tendo
como base os resultados do trabalho dos diferentes centros tecnológicos, Clusters e Polos reconhecidos como
33
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Estratégias de Eficiência Coletiva pela Autoridade de Gestão do Programa COMPETE, e associações setoriais
das indústrias e fileiras em causa.
Assim, é possível apresentar as principais tendências em inovação empresarial tendo em conta as principais
áreas de especialização territorial, identificadas no subcapítulo 2.3, com representatividade e potencial dentro
das sub-regiões NUTS III consideradas. A identificação das principais tendências deve permitir inferir as
necessidades do tecido empresarial das sub-regiões NUTS III analisadas.
Agricultura, Produção Animal e Recursos Agroalimentares
Embora sendo uma área maioritariamente madura, e uma das mais representativas nas três NUTS III em
análise, a necessidade de aumentar a competitividade das empresas e dos negócios, faz da macro área de
Agricultura, Produção Animal e Recursos Agroalimentares uma indústria com grande procura de novas
soluções usando a inovação de produto, de processo, de marketing ou organizacional.
Devido à integração de uma grande diversidade de fileiras e indústrias dentro do macro Cluster agroindustrial
do Centro, onde se localiza a NUTS III Beira Interior Sul, as tendências em inovação empresarial são
identificadas em termos de fileiras de maior relevo nas regiões em análise:
Leite e Lacticínios
•
Desenvolvimento de novas embalagens para uma imagem melhorada e menores dimensões;
•
Inclusão de processos chave na cadeia de valor como cortar e embalar;
•
Reforço dos produtos regionais;
•
Desenvolvimento de novos produtos no target da saúde.
Peixe
•
Inclusão de processos chave na cadeia de valor como a alteração no processamento e embalagem
(conservação, desenho da embalagem);
•
Desenvolvimento de capacidades tecnológicas para diferentes níveis de processamento como filés,
prato pronto para cozinhar e prato cozido;
•
Inovação em pratos cozidos, incluindo a participação de chefes e cozinheiros de prestígio no
desenvolvimento do produto.
Azeite
•
Orientação da produção para azeites de melhor qualidade como virgem, e extra virgem;
•
Desenvolvimento de marcas, tendo por base a reputação e a história;
34
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
•
Desenvolvimento de novos formatos de embalagem;
•
Aposta nos produtos certificados através da denominação de origem;
•
Desenvolvimento de produtos práticos, como misturas de molhos preparados com especiarias e
embalagens pequenas para saladas prontas.
Vinho
•
Desenvolvimento dos canais de venda para aumento do valor acrescentado e da diferenciação;
•
Desenvolvimento de experiência únicas;
•
Criação de processos de certificação e prémios para valorização da qualidade.
Cereais (incluindo as atividade de cerealicultura, moagem e outras transformações, panificação,
pastelaria e fabricação de bebidas alcoólicas)
•
Inclusão de processos chave na cadeia de valor como a preparação de doses individuais;
•
Desenvolvimento de produtos para a saúde com maior qualidade, incorporados nos processos
médicos e dietistas;
•
Investigação aplicada para o desenvolvimento de novas texturas, sabores e apresentações.
Carne
•
Desenvolvimento de novos produtos, como cortes Premium, quantidades menores e informações ao
consumidor;
•
Desenvolvimento de novos produtos na gama de prontos para comer, sem a necessidade de
manusear a carne crua;
•
Desenvolvimento de novas embalagens que permitam soluções para preparação simples.
Mel
•
Desenvolvimento de novos produtos com novas aplicações e mais saudáveis;
•
Desenvolvimento de novas variedades de produto em termos de novos sabores e aromas;
•
Desenvolvimento de processos de certificação;
•
Desenvolvimento de novas embalagens, com menores quantidades, mais design e que transmitam
qualidade.
Hortícolas, Frutos e Flores
•
Desenvolvimento de produtos de 4ª gama (produtos minimamente processados, prontos a consumir);
•
Desenvolvimento de novos processos de certificação, como o uso de fertilizantes orgânicos ou
responsabilidade social;
35
35
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
•
Desenvolvimento de embalagens diferenciadas por segmentos de mercado, como crianças ou
produtos exóticos;
•
Desenvolvimento de novos produtos ultra frescos para consumidores muito exigentes (Andrade e
Soares, 2012).
Cortiça
Tendo em conta que nas sub-regiões NUTS III em análise, em particular as sub-regiões do Alto Alentejo e
Alentejo Central, esta área está focada em três segmentos da indústria corticeira (isto é, produção de matériaprima, revestimentos e isolamentos), as tendências em inovação empresarial prendem-se com as seguintes
9
áreas de trabalho :
•
Novas aplicações para produtos de cortiça, nomeadamente nos âmbitos de habitat sustentável e
mobilidade e transporte;
•
Integração do design no desenvolvimento de produto;
•
Novas tecnologias para os processos de produção, incluindo os processos de descortiçamento,
lavagem, cozedura, desinfeção, corte, secagem, etc.;
•
Processos de traçado e rastreabilidade;
•
Melhoria das propriedades funcionais dos transformados de cortiça, nomeadamente absorção
acústica, propagação de fogos e resistência à luz;
•
Novos químicos para o processamento de produtos de cortiça;
•
Valorização de subprodutos da indústria de cortiça e reciclagem das águas residuais;
•
Extração de produtos químicos da cortiça para aplicações noutros setores, nomeadamente
farmacêutico e cosmético;
•
Redução da pegada ecológica, através da redução de emissões de CO2, do consumo de água e do
desenvolvimento do montado;
•
Gestão florestal sustentável e certificação de áreas de montado de sobro (Corticeira Amorim S.G.P.S.,
S.A., 2012).
Economia da criatividade
A Economia da Criatividade é uma das áreas emergentes a nível internacional, por estar frequentemente
associada a uma área que envolve processos de criação, produção e distribuição de produtos e serviços,
através da utilização do conhecimento, da criatividade e do capital intelectual como principais recursos
produtivos. Nas regiões em análise, a oferta formativa manifesta uma riqueza patrimonial existente,
nomeadamente nas entidades do SCTN (IPCB, IPP e Universidade de Évora).
9
Elaboração própria tendo como base os projetos de I&D em co-promoção desenvolvidos ao abrigo do COMPETE.
36
36
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Segundo a United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD, 2010), a Economia da Criatividade
é um conceito em evolução que se baseia na utilização de recursos criativos para gerar crescimento económico
e desenvolvimento. De uma forma abrangente poderá considerar-se que as atividades se poderão situar na
área do Património, Artes, Media e Criações Funcionais (SPI, 2013b).
Assim, apresentam-se de seguida, de acordo a UNCTAD, as tendências de inovação empresarial ligadas à
indústria:
Património
•
Lugares de interesse cultural
•
Expressões culturais tradicionais
Artes
•
Artes cénicas
•
Artes visuais
Media
•
Publicações e meios impressos
•
Audiovisual
•
Novas ferramentas de media
Criações funcionais
•
Desenho
•
Serviços criativos
Economia Social (Cooperativa António Sérgio, 2013; Universidade Católica, 2013)
A chamada área da Economia Social é constituída em Portugal por Cooperativas, Instituições Particulares de
Solidariedade Social, Misericórdias, Associações e Mutualidades, com a característica comum de procurar o
interesse público e a ausência de fins lucrativos. Nas regiões em análise, esta é uma área de extrema
relevância, tendo em conta os problemas relacionados com o envelhecimento populacional e a desertificação.
A título indicativo pode-se referir que existem nos distritos de Castelo Branco, Portalegre e Évora 63
instituições da Santa Casa da Misericórdia e 209 outras IPSS, num universo nacional de, respetivamente, 310 e
2342 (POAT/FSE: Gerir, 2012).
37
37
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Esta área constitui em si próprio uma tendência em inovação empresarial, já que as atuais condições
socioeconómicas (como o envelhecimento da população ou a degradação dos sistemas de segurança social)
estão a mudar o paradigma na intervenção e a prestação de serviços sociais.
Naturalmente, a inovação empresarial é focada no desenvolvimento de modelos organizacionais e de negócio,
e as áreas temáticas de especialização, nas Ciências Sociais e Humanas, com um forte intervenção da área da
Saúde.
Desta forma, as novas tendências na área da economia social apontam para:
•
O desenvolvimento de propostas inovadoras, a criação de valor e a implementação de modelos de
negócio sustentáveis para que se possam estabelecer fortes relações de parceria com organizações
do setor;
•
A produção de conhecimentos científicos através do desenvolvimento das capacidades de
compreensão sistemática de problemas e práticas sociais com os quais lidam os profissionais de
intervenção social;
•
A necessidade de criar condições laboratoriais onde empreendedores e empresários com ideias neste
âmbito possam adquirir através da experimentação competências e ferramentas para agir como
empreendedores sociais.
Energia
O setor energético, embora de relevo ao nível nacional, é ainda pouco expressivo nas sub-regiões NUTS III em
análise. É no entanto de destacar, como se identifica no subcapítulo 3.1, a oferta tecnológica do Instituto
Politécnico de Portalegre na temática das energias renováveis, nomeadamente na biomassa. Existe ainda um
conjunto apreciável de investimentos nesta área, nomeadamente na produção de energia solar, no Alto
Alentejo e no Alentejo Central, e na implementação de aerogeradores, na Beira Interior Sul.
Em termos de tendências de inovação empresarial, de uma perspetiva de uso da energia (“technology pull”),
estas focam-se em dois aspetos:
•
Eficiência energética;
•
Utilização de energias renováveis.
Ambas as dimensões já foram abordadas para cada um dos setores acima descritos, identificando os
desenvolvimentos tecnológicos requeridos pelas empresas em matéria de energia, sustentabilidade e
ambiente.
38
38
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
De uma perspetiva de produção e distribuição da energia (e em termos de “technology push”), as tendências
de inovação empresarial estão focadas no desenvolvimento de soluções para:
10
•
Energia offshore (eólica e das ondas) , nomeadamente:
o Suporte à prototipagem;
o Suporte ao desenvolvimento de infraestruturas elétricas marinhas;
o Otimização e desenvolvimento de produtos e equipamentos para industrialização;
o Desenvolvimento de metodologias e de equipamentos auxiliares (e.g., fundações e
amarrações).
•
Energia solar, nomeadamente:
o Desenvolvimento de produtos com aplicação de tecnologias solares fotovoltaica e
termoelétrica;
o Desenvolvimento de tecnologias solares fotovoltaicas com concentração;
o Desenvolvimento de componentes auxiliares.
•
Redes avançadas, nomeadamente:
o Desenvolvimento de sistemas, equipamentos e componentes que contribuam para o
desenvolvimento de redes inteligentes como equipamento de contagem, comunicação e de
gestão de interface com o cliente);
o Suporte à prototipagem e demonstração tecnológica de equipamentos, componentes e
sistemas compatíveis com as redes inteligentes em desenvolvimento;
o Demonstração de sistemas em escala alargada (pilotos) (Polo de Competitividade e
Tecnologia Energia, 2009).
Pedra Natural
A área de especialização territorial da Pedra Natural, que assume particular relevância nas sub-regiões do Alto
Alentejo e Alentejo Central, naturalmente exportadora e intensiva em tecnologia, é uma indústria dinâmica e
em constante evolução, precisamente pela necessidade de acompanhar a concorrência internacional e, para
tal, realizar elevados investimentos em tecnologia e inovação de forma a aumentar a sua competitividade.
Desta forma, a área identifica de forma regular as tendências em inovação empresarial, que neste caso são
apresentadas em três vertentes de desenvolvimento:
Energia, Ambiente e Sustentabilidade
10
•
Utilização de fontes de energia renovável no fabrico de máquinas e equipamentos para a indústria;
•
Melhoria do desempenho energético no fabrico de máquinas e equipamentos para a indústria;
•
Otimização dos processos de tratamento das águas de processo;
Naturalmente, estas áreas de IDI (energia das ondas e eólica offshore) se focam em empresas pertencentes à indústria regional de
metalomecânica, circuitos hidráulicos e eletrónica de potência, e nas empresas de engenharia de projeto, visto a tecnologia desenvolvida
ser implementada em zonas costeiras.
39
39
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
•
Melhoria na captação de poeiras.
Processo de produção
•
Desenvolvimento de resinas eco-friendly para melhoria do processo de resinagem;
•
Desenvolvimento de processos de inspeção automatizada visual mais eficientes;
•
Desenvolvimento de métodos de deteção de anomalias e defeitos estruturais internos em placas e
blocos;
•
Desenvolvimento de processos de tratamento para reparação de pedra fraturada;
•
Aumento na eficiência de máquinas e equipamentos automatizados de perfuração, corte e serragem.
Produto
•
Desenvolvimento de compostos químicos para tratamento de pedras alteradas pela poluição;
•
Desenvolvimento de processos de modelado e avaliação do comportamento da pedra em condições
reais de aplicação;
•
Desenvolvimento de produtos de maior valor acrescentado;
•
Melhoria dos canais de distribuição para um melhor posicionamento na cadeia de valor (mais perto
do consumidor final e do aplicador) (CEVALOR, 2010; Gandolfi, 2006).
Têxtil
Da mesma forma que no caso da Agricultura, Produção Animal e Recursos Agroalimentares, a área de
especialização territorial do têxtil é composta maioritariamente por PME. Esta área, com maior
representatividade na sub-região da Beira Interior Sul, apresenta necessidades transversais e desafios
diferenciados ao nível da IDI, em cada um dos elos da cadeia de valor (ou fileira) da área.
Em termos transversais a todas as empresas da área têxtil, os processos de inovação que se constituem como
desafios são os seguintes (CITEVE, 2013):
Responsabilidade social
•
Melhoria das condições de higiene e segurança no trabalho;
•
Boas práticas de responsabilidade social;
•
Adoção de práticas para comércio justo.
Desenvolvimento sustentável
•
Identificação de dificuldades no cumprimento da legislação ambiental;
•
Desenvolvimento de procedimentos para compras públicas ambientalmente orientadas;
40
40
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
•
Desenvolvimento de um novo conceito de certificação biológica de produtos têxteis.
Eficiência energética
•
Implementação de boas práticas de eficiência energética;
•
Diversificação nos dispositivos de geração de energia na indústria.
Certificação de empresas e de produtos
•
Desenvolvimento e dinamização de novos referenciais de certificação e ferramentas de suporte ao
controlo da atividade económica;
•
Ferramentas para a produtividade;
•
Criação e aplicação de ferramentas que promovam a produtividade e competitividade das empresas
das indústrias de moda.
Em termos de fileiras da área, os processos de inovação que se constituem como desafios são os seguintes:
Fiação
•
Simplificação dos processos de preparação para a fiação;
•
Desenvolvimento de novos processos de fiação não convencional;
•
Desenvolvimento de novos fios.
Tecelagem
•
Automatização de processos;
•
Desenvolvimento de novos materiais e componentes para o processo produtivo;
•
Aumento da versatilidade do processo produtivo;
•
Melhoria da eficiência e rapidez dos processos de inspeção dos tecidos;
•
Melhoria dos interfaces de comunicação dos teares;
•
Melhoria da capacidade de conceção e desenvolvimento de novos produtos.
Tinturaria, estampados e acabamento
•
Desenvolvimento de processos de ultimação que promovam o aumento da flexibilidade e a eficiência,
nomeadamente a instalação de ferramentas de simulação, monitorização e controlo on-line dos
processos e o uso de materiais têxteis multifuncionais (completamente) integrados;
•
Desenvolvimento de processos de ultimação que permitam a incorporação de funcionalidades de alta
performance nos materiais têxteis ao nível da segurança, conforto e saúde, nomeadamente
propriedades de isolamento térmico e refrigeração ativa e têxteis com libertação controlada de
químicos;
41
41
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
•
Desenvolvimento e implementação de processos que promovam o desenvolvimento sustentável
(vertente ambiental, económica e social), nomeadamente o desenvolvimento de máquinas que
permitam o processamento sem água, o desenvolvimento e instalação de sistemas de monitorização
que permitam a quantificação e controlo dos efeitos finais promovidos e o desenvolvimento de
tecnologias digitais que permitam a aplicação localizada de funcionalidades recorrendo à aplicação de
micro e nanomateriais;
•
Desenvolvimento de processos e técnicas de incorporação de propriedades, funcionalidades e
performance adaptáveis à mudança e às novas necessidades, nomeadamente o processamento e
produção de produtos com aplicações de elevado valor tecnológico, o desenvolvimento de processos
promotores de autolimpeza e aqueles com propriedades de libertação controlada de químicos;
•
Desenvolvimento de novos processos de ultimação/funcionalização.
Confeção
•
Implementação de novos métodos de produção/gestão;
•
Melhoria da capacidade de inovação, conceção e desenvolvimento de novos produtos;
•
Melhoria da eficiência e produtividade dos processos de produção;
•
Desenvolvimento de novos equipamentos e produtos;
•
Melhoria da interface cliente/serviço;
•
Desenvolvimento de metodologias e ferramentas que permitam a exploração comercial da
inovação/direitos de autor e evitem a contrafação (PRODUTECH, 2010).
TICE
A área de especialização TICE - Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica é atualmente uma das
áreas transversais e indispensáveis ao desenvolvimento dos diferentes agregados económicos em Portugal. De
realçar a existência, desde 2009, do TICE.PT como Pólo de Competitividade e Tecnologia. Nas regiões em
análise, esta área apresenta elevadas potencialidades e uma importância crucial para o desenvolvimento
económico, tendo em conta a pouca expressividade que a mesma tem no tecido empresarial regional.
De acordo com o programa de ação TICE.PT (TICE.PT, 2009) os domínios tecnológicos e de conhecimento
subjacentes às áreas de intervenção do TICE.PT são, designadamente, os seguintes:
•
Redes óticas;
•
Redes sem fios;
•
Localização e identificação de pessoas e bens;
•
Comunicações ubíquas multimédia;
•
Processamento semântico de informação e tecnologias WEB;
42
42
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
•
Processamento e distribuição de conteúdos multimédia;
•
Usabilidade e ergonomia de interfaces gráficos;
•
Dispositivos de interface (sensores, atuadores);
•
Microeletrónica (componentes e materiais);
•
Gestão do Ciclo de Desenvolvimento de Software;
•
Service Oriented Architecture, interoperabilidade e reutilização de software;
•
Ontologias e engenharia de domínios de Clusters aplicacionais (e.g. software financeiro e software
para a área da saúde);
•
Adoção de referenciais normativos de maturidade processual, de gestão de serviços de informação e
certificação empresarial de acordo com padrões internacionais (CMMI, SPICE, Gestão de IDI e ITIL).
O TICE apresenta-se como uma das áreas mais transversais, estando intimamente ligada com o
desenvolvimento e inovação em algumas das áreas identificadas nos territórios como estratégicas, como
sejam o Transporte e mobilidade, Energia e Turismo.
Transporte e mobilidade
São de destacar duas iniciativas principais em termos de IDI no setor privado de transporte e mobilidade: o
desenvolvimento do setor aeronáutico (como por exemplo, o Aeródromo de Castelo Branco na Beira Interior
Sul e a unidade produtiva da empresa Embraer no Alentejo Central) e o veículo elétrico. Ambas as dimensões
têm levantado grande expectativa a nível nacional, com o lançamento de várias iniciativas de suporte à IDI
para suportar a criação e consolidação de uma indústria nacional ligada a estas vertentes.
A existência de empresas de relevo ligadas a esta área nas regiões em análise leva a considerar como
estratégico, embora emergente, a indústria de transportes e mobilidade. Assim, apresentam-se de seguida as
tendências de inovação empresarial ligadas à indústria:
•
Integração nas cadeias de fornecimento da indústria aeronáutica, através da qualificação de
fornecedores segundo os standards da indústria, desenvolvendo as especificações de produto,
tecnologias e perfis de utilização e certificação;
•
Desenvolvimento de competências em veículos elétricos, com especial enfoque na eletrónica e em
novos sistemas de propulsão, tecnologias de processo para produção em pequenas séries e uso de
ecomateriais (Polo de Competitividade e Tecnologia das Indústrias da Mobilidade, 2012).
43
43
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Turismo
O turismo é uma área de baixa intensidade tecnológica, assente na valorização de recursos naturais e
endógenos, pelo que as tendências em inovação empresarial estão naturalmente ligadas a processos de
inovação, e não de investigação e desenvolvimento, e a sinergias com outras áreas ou indústrias, fornecedores
de tecnologias. Esta área encontra-se já desenvolvida e implementada nas três NUTS III em análise, existindo
uma oferta hoteleira diversificada que tem aumentado nos últimos anos.
De acordo com o Polo de Competitividade e Tecnologia, Turismo 2015, as áreas potenciais de inovação são:
•
Gestão turística;
•
Valorização dos produtos turísticos existentes;
•
TIC e e-commerce;
•
Eficiência energética;
•
Ambiente;
•
Tecnologia de materiais.
Dentro destas áreas potenciais, a área do Turismo considera como prioritárias, por existir, por um lado, maior
necessidade de inovação e, pelo outro, massa crítica de conhecimento científico para alavancar novas
soluções, as seguintes:
•
Tecnologias de informação e comunicação: com incidência nos processos de acesso ao mercado,
gestão de redes e virtualização da cadeia de valor, otimização de processos de gestão,
enriquecimento e/ou criação de novas propostas de consumo experiências, e intelligence. As
necessidades de IDI neste âmbito passam pelo desenvolvimento de soluções TIC para o
posicionamento dos portais de turismo e relacionamento com o cliente; gestão otimizada de canais e
preços; novos serviços móveis e sua aplicação ao turismo; melhor conhecimento do cliente (grandes
dados e data mining); e valorização da experiência do turista (realidade virtual, realidade aumentada
e linguagem natural);
•
Arquitetura, tecnologia e materiais de construção, com particular destaque para a adaptação de
design criativo, soluções de integração ambiental, otimização energética na construção;
•
Gestão da água e gestão da energia, em especial no que se refere à pesquisa de soluções de produção
e consumo rentáveis e de reduzido impacto ambiental para empreendimentos e equipamentos de
animação. O foco, de uma perspetiva de construção sustentável aplicada ao turismo, será na
avaliação do impacto e do desempenho energético e ambiental e na utilização de recursos naturais
(T.2015, 2008).
44
44
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
3.3. Relação entre a oferta tecnológica e científica e as principais
tendências em inovação empresarial
Uma vez analisada a oferta tecnológica e científica e as principais tendências em inovação empresarial em
cada uma das áreas de especialização territorial, nas sub-regiões NUTS III em causa, procurou-se efetuar o
cruzamento entre estas duas vertentes.
Esta análise pretende apoiar o processo de compreensão do nível de correspondência entre a oferta
tecnológica e científica e as principais tendências em inovação empresarial, por forma a identificar as
principais lacunas ao nível da ciência e tecnologia nas três sub-regiões NUTS III. Neste sentido, são
apresentadas na Tabela 13 as relações existentes entre a oferta tecnológica e científica e as principais
tendências em inovação empresarial.




IPP







Universidade
de Évora







CATAA







Cevalor
EBG

INIAV – Elvas



RCTS
Redes

Turismo

Transporte e
mobilidade
(incluindo
Aeronáutica)
TICE

Pedra Natural

Economia da
Criatividade
IPCB
Cortiça
Têxtil
SCTN - Outras
Unidades de
I&D e Inovação
(não inseridas
em Entidades
do Ensino
Superior
Energia
SCTN –
Entidades do
Ensino Superior
Economia Social
Agricultura,
Produção Animal
e Recursos
Agroalimentares
Tabela 13. Relações entre a oferta tecnológica e científica e as principais tendências em inovação empresarial


RCTA




RICE




Rede
INOVAR


RITECA






45
45
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
4.
Atividades de
interface e
transferência de
conhecimento
46
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
4. Atividades de interface e transferência de conhecimento
As atividades de interface e transferência de conhecimento constituem pontos de encontro entre a oferta
tecnológica e científica e as principais tendências em inovação empresarial. Assim, neste capítulo pretende-se
identificar um conjunto de iniciativas de transferência de conhecimento que contribuem para a valorização de
ideias e tecnologias, bem como a sua conversão em produtos e serviços comercializáveis. É ainda analisado o
estabelecimento de parcerias existentes para o desenvolvimento conjunto de tecnologias, produtos, serviços,
processos ou metodologias inovadoras e de valor acrescentado, nomeadamente ao nível da execução de
projetos de IDI. Desta forma, e através da análise das atividades de interface e transferência de conhecimento
realizada pelas entidades sediadas nas três sub-regiões NUTS III, é possível conhecer em que medida existe um
ponto de encontro entre a oferta tecnológica e científica e as principais tendências em inovação empresarial.
Existem, tipicamente, três dimensões para medir as atividades de interface e transferência de conhecimento,
nomeadamente:
•
Spin-offs;
•
Valorização da propriedade intelectual;
•
Projetos de I&D.
Assim, são apresentadas a seguir as iniciativas de transferência de conhecimento nas NUTS III em análise,
tendo em conta as dimensões mencionadas anteriormente.
4.1. Spin-offs
Os spin-offs têm vindo a tornar-se um dos mecanismos preferenciais de transferência de tecnologia académica
com potencial comercial, sendo vistos como meios de transformar as economias locais. Os spin-offs
universitários são empresas criadas para explorar comercialmente algum conhecimento, tecnologia ou
resultados de investigação desenvolvidos na Universidade (Pirnay, 2003).
A identificação de spin-offs e das respetivas estruturas de apoio criadas pelas entidades do Ensino Superior das
sub-regiões NUTS III em análise, isto é, o IPCB, o IPP e a Universidade de Évora, são fundamentais para
compreender a forma como o conhecimento é valorizado nestes territórios.
IPCB
O IPCB, através da IPCB-ESG, sediada em Idanha-a-Nova, integra a Comissão de Avaliação, Acompanhamento e
Supervisão da Incubadora (CAAS) da Incubadora de Empresas de Idanha-a-Nova (IDN), no âmbito do apoio a
start-ups e spin-offs. A IDN visa promover a ligação entre o meio científico e a comunidade, realizando
iniciativas de estímulo ao empreendedorismo e captando, integrando e acompanhando novos investimentos
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
empresariais, com vista ao desenvolvimento económico e social da região, através da criação de emprego. Na
IDN encontram-se instaladas empresas com atividades nas áreas de informática, gestão da qualidade,
contabilidade, engenharia civil, multimédia e saúde. As atuais empresas spin-offs na IDN são: Bioqual; Montes
da Raia; Daniel Pereira e Outros; LnPt Consulting; CIMBIS; Ra Atelier; PROCIFISC; VilaFraga; LAmpLife; SARLUNI;
Good Mood; 4BGrowUp; Ilha das Tartarugas; Soluções Válidas; Raia Gourmet; e CDM Hídrica (IDA, 2013).
A IDN disponibiliza serviços de apoio às empresas em incubação, contribui para o fomento da ligação as redes
homólogas internacionais, sobretudo com vista à troca de experiências, gera debates relativos a experiências e
inovações introduzidas no campo do empreendedorismo e está sempre atenta a novos apoios que possam ser
oportunos e vantajosos para as empresas incubadas.
Adicionalmente, o IPCB disponibilizou ainda apoio à criação do spin-off Process Update e apoio à préincubação da empresa Home4Students/AroundExtreme (IPCB, 2013).
IPP
No âmbito do apoio a start-ups e spin-offs, o IPP tem em desenvolvimento projetos de parceria com vista ao
fomento da incubação de spin-offs, com acesso aos equipamentos e serviços do Centro de BioEnergia. Este
novo centro, a criar em terrenos pertencentes ao IPP, pretende apresentar-se como uma estrutura com
pequenas unidades industriais para realização de atividades piloto e de teste na área da bioenergia, com
diversas unidades a funcionar e com trabalhos realizados com diferentes biocombustíveis (AREANATejo, 2013).
Algumas das entidades com quem o IPP estabeleceu esta parceria são: o Centro de Biomassa para a Energia
(CBE); a Valnor – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, S.A.; a Agência Regional de Energia e
Ambiente do Norte Alentejano e Tejo (AREANATEJO); e a Novadelta – Comércio e Indústria de Cafés, Lda..
Universidade de Évora
No que se refere ao apoio a start-ups e spin-offs, a Universidade de Évora apoiou já a criação de três iniciativas
distintas de base tecnológica, nomeadamente:
•
Clamitec – empresa de base biotecnológica cujas áreas de ação são o desenvolvimento de
microrganismos em cultura líquida, a tecnologia inovadora de microfiltração aplicada à extração de
esporos ou a outras partículas de pequenas dimensões e o desenvolvimento de biopesticida inovador;
•
Biomelhora – empresa do setor da biotecnologia vegetal de aplicação agroalimentar, com
competências ao nível da micropropagação in vitro de espécies arbóreas e arbustivas;
•
Chiratecnics – empresa do setor da indústria química que fabrica produtos químicos especiais e que
fornece serviços na área da química fina, incluindo catalíticos quirais de elevada qualidade e
ligamento e blocos de construção essenciais para a produção de quirais.
Além das empresas mencionadas, existem ainda grupos de investigadores na Universidade de Évora que ainda
não têm as empresas constituídas, mas cujo desenvolvimento de ideias a Universidade acompanha. Este
48
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
acompanhamento é maioritariamente feito em termos de procedimentos e disponibilização de meios para a
instituição e de condições para a criação das suas empresas, encontrando-se nesta situação cerca de quatro
iniciativas (CRUP, 2013).
Apesar de não se localizar nas sub-regiões NUTS III em análise neste documento, a Universidade de Évora é
uma das entidades associadas do Sines Tecnopolo, a maior incubadora de empresas da região Alentejo. Esta
incubadora sediada em Sines oferece um ambiente propício para o desenvolvimento de novas empresas, a
regeneração de negócios existentes, a prestação de formação que responde às reais necessidades das
empresas e das pessoas e, ainda, a participação em programas em parceria, de modo a promover a
cooperação entre as suas empresas incubadas e os seus associados.
4.2. Valorização da propriedade intelectual
Ao nível da valorização da propriedade intelectual, importa analisar os ativos intangíveis resultantes de direitos
de propriedade industrial, em particular os originados por patentes. Uma patente é um direito exclusivo que
se obtém sobre invenções (soluções novas para problemas técnicos específicos). Ou seja, é um contrato entre
o Estado e o requerente através do qual este obtém um direito exclusivo de produzir e comercializar uma
invenção, tendo como contrapartida a sua divulgação pública (INPI, 2013a).
A Tabela 14 ilustra a evolução de pedidos relacionados com patentes a nível regional (NUTII), em comparação
com os pedidos efetuados a nível nacional.
Tabela 14. Pedidos relacionados com patentes a nível regional (NUTII)
2010
2011
2012
Alentejo
23
27
20
Pedidos / Milhão
de Habitantes
26
Centro
154
177
195
84
Portugal
591
660
693
66
Fonte: Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI, 2012)
A nível nacional, no ano 2012, o valor médio do número de pedidos por milhão de habitantes foi de 66. A
comparação entre regiões (NUTS II) permite observar que enquanto a região do Alentejo está
significativamente abaixo da média nacional, a região Centro apresenta o rácio mais positivo entre pedidos e
habitantes a nível nacional.
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Quanto à origem dos pedidos, é de destacar que na região Centro cerca de 25% destes pedidos (50) são
atribuídos ao meio académico (percentagem relativa mais alta a nível nacional), sendo os restantes
distribuídos entre empresas e inventores independentes. Já no caso da região Alentejo, 60% dos pedidos (12)
provêm de inventores independentes, 35% das empresas e apenas 5% das Universidades.
Analisando as 15 patentes concedidas (INPI, 2013b) que são propriedade de entidades das sub-regiões NUTS III
em análise, pode-se concluir que existe uma forte especialização temática no setor agrícola e agroindustrial,
tal como é apresentado na Figura 17.
Agricultura, Produção Animal e
Recursos Agroalimentares
3
1
Energia
9
2
Turismo
Outros
Figura 17. Patentes concedidas nas sub-regiões NUTS III
As entidades que são titulares únicos de patentes são, de forma quase exclusiva, a Universidade de Évora e a
Novadelta. Encontram-se, em regime de cotitularidade com a Universidade de Évora, a empresa Lobosolar de
Évora, do setor das energias renováveis, e a Reynolds & Oliveira, empresa localizada em Estremoz e que
comercializa maquinaria agrícola.
É de salientar que nenhuma das outras infraestruturas de apoio ao desenvolvimento regional, bem como as
empresas já mencionadas neste documento, é titular de qualquer pedido de patente. A título de exemplo,
referem-se a Universidade da Beira Interior e a Universidade de Coimbra, ambas com 21 patentes concedidas
ou em processo de registo. Desta forma, os valores apresentados para a região Centro devem ser atribuídos a
sub-regiões NUTS III que não a Beira Interior Sul. Por outro lado, pode-se considerar que a Universidade de
Évora possui um portefólio de propriedade industrial comparável a estes exemplos próximos.
Em suma, a valorização da propriedade industrial, excluindo o setor agrícola, é uma área em que as subregiões NUTS III consideradas deverão desenvolver para potenciar a economia local.
50
50
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
4.3. Projetos de I&D
Ao nível do desenvolvimento de Projetos de I&D, merecem destaque as diferentes tipologias de projeto do
Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico nas Empresas (SI I&DT), um programa de
incentivos concebido pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). O SI I&DT tem como objetivo
intensificar o esforço nacional em I&DT, visando o aumento da competitividade e a articulação entre as
empresas e as entidades do SCTN. Nesse sentido, importa conhecer os resultados das diferentes tipologias de
projeto do SI I&DT nas sub-regiões NUTS III em análise, que promovam a interação entre as empresas das subregiões NUTS III e as entidades do SCTN, nomeadamente ao nível das seguintes tipologias de projeto: Vale
I&DT; Projetos em Co-promoção; e Projetos Mobilizadores.
Adicionalmente, podem ainda ser identificados projetos de I&D financiados pela Comissão Europeia e que
contribuem para a transferência de conhecimento nas sub-regiões NUTS III em análise.
Vales de I&DT
Um indicador de interesse para a medição desta dimensão, no contexto da transferência de conhecimento, é o
número de projetos aprovados no âmbito da tipologia Vale I&DT do SI I&DT, visto tratar-se de uma tipologia
de projeto concebida com o objetivo de estimular a criação de laços sólidos entre as entidades do SCTN e as
empresas no domínio da IDI.
Apesar de a informação sobre as empresas que usufruíram deste incentivo e os montantes associados à
prestação de serviços nas entidades analisadas não ser de conhecimento público, é possível, no entanto,
analisar o número de projetos implementados por entidades do SCTN. Importa também comparar os números
relativos ao Vale I&DT com os Vale Inovação, ferramenta do Sistema de Incentivos à Qualificação e
Internacionalização de PME, que visa a valorização de competências imateriais em áreas críticas para a
competitividade das PME, não estando focada apenas em aspetos de IDI.
Desta forma, é possível referir que o Cevalor foi beneficiário de apenas 1 Vale I&DT, ainda que a mesma
entidade tenha sido promotora de 126 Vales Inovação. Por sua vez, o IPCB foi promotor de 2 Vales Inovação,
não tendo beneficiado de qualquer financiamento no âmbito do Vale I&DT. As restantes entidades do SCTN
das sub-regiões NUTS III em análise, entre as quais se incluem a Universidade de Évora e o IPP, não usufruíram
deste apoio em nenhuma das suas vertentes (Mamede, 2012).
Importa, por isso, referir a pouca utilização destes instrumentos nas sub-regiões NUTS III em análise e a maior
capacidade que o Cevalor teve para concorrer aos objetivos destes incentivos, ainda que focando mais a sua
atividade em competências imateriais diferentes da IDI. É também relevante mencionar a baixa ou nula
utilização destes incentivos por parte das entidades do Ensino Superior. A estes valores podem-se contrapor os
51
51
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
números de instituições de natureza equivalente como a Universidade de Coimbra, com 68 Vales de I&DT e 20
Vales de Inovação, ou o Tecminho (estrutura de valorização e transferência de conhecimento da Universidade
do Minho) com 251 Vales I&DT e 88 Vales Inovação.
Assim, é possível retirar como principal conclusão desta análise que os interfaces de ligação entre o tecido
empresarial e as entidades do SCTN revelam pontos de fragilidade, podendo este facto estar relacionado com
duas causas distintas, designadamente: uma fraca capacidade para a prestação de serviços (do ponto de vista
da transferência de conhecimento do lado da oferta); e/ou uma baixa solicitação por parte do tecido
empresarial (como resultado, por exemplo, de uma baixa capacidade para o desenvolvimento de projeto de
I&D em parceria com entidades do SCTN).
Ao nível da transferência de tecnologia, e tendo em conta as dimensões analisadas, os dados recolhidos são
pouco robustos. No entanto, é possível apurar que os mecanismos identificados são pouco diversificados e
ainda incipientes, sendo esta uma área com potencial de desenvolvimento.
Projetos em Co-promoção
Os Projetos em Co-promoção são projetos realizados em parceria entre empresas ou entre estas e entidades
do SCTN, as quais, em resultado da complementaridade de competências ou de interesses comuns no
aproveitamento de resultados de atividades de I&DT, se associam para potenciarem sinergias ou partilharem
custos e riscos. Esta parceria é formalizada através de um contrato de consórcio e coordenada por uma
empresa.
Neste sentido, a análise deste instrumento é importante para apurar a capacidade para o estabelecimento de
parcerias para a I&D através da realização conjunta de projetos no âmbito da I&D. No trabalho de pesquisa
efetuado, foram analisados os projetos realizados em co-promoção, onde pelo menos um dos copromotores
do projeto pertence às NUTS III da Beira Baixa, Alto Alentejo e Alentejo Central.
Dos 431 projetos em co-promoção contratualizados com a Agencia de Inovação (AdI, 2013), apenas 5% dos
projetos (num total de 22) tinham como copromotor uma entidade sediada nas sub-regiões NUTS III em
análise. O valor médio dos projetos executados foi de 460.154,75€ e o número médio de copromotores foi de
três. Dos 22 projetos analisados, 64% (14 projetos no total) tinham como líder de consórcio uma entidade
sediada nas sub-regiões NUTS III em análise. No total, houve 20 entidades participantes nos projetos sediadas
nas sub-regiões NUTS III em análise, duas pertencentes ao SCTN (a Universidade de Évora e o IPCB) e as
restantes 18 entidades de tipologia empresa.
Verifica-se também um maior dinamismo em determinados concelhos, de um total de 35 concelhos, dentro
das sub-regiões NUTS III em análise, com destaque para os concelhos de Évora (com quatro entidades a
participar em sete projetos em co-promoção), Vendas Novas (com quatro entidades a participar em cinco
52
52
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
projetos), Portalegre (com três entidades a participar em dois projetos), Castelo Branco (com duas entidades a
participar num único projeto), Borba e Reguengos de Monsaraz (ambas com uma entidade a participar em dois
projetos), e Ponte de Sor, Mora e Montemor-o-Novo (todos com uma entidade a participar num projeto).
Tendo em conta a importância que reveste a especialização inteligente no quadro atual e futuro de
desenvolvimento dos territórios, importa também analisar as áreas tecnológicas e setores de aplicação dos
projetos em causa. Esta análise deve permitir identificar as áreas de especialização e competências das subregiões NUTS III em análise, servindo de base para delinear a estratégia futura. Assim, em termos de áreas
tecnológicas, os projetos desenvolvidos ou em curso concentram as suas atividades em seis áreas tecnológicas
distintas, e em que cerca de 70% dos projetos estão concentrados em duas destas áreas, como explica a Figura
18.
1
1
Tecnologias dos Materiais
2
Tecnologias da Informação e da
Comunicação
10
Engenharia Química
3
Engenharia Mecânica
Tecnologias da Construção
Tecnologias do Ambiente
5
Figura 18. Áreas tecnológicas dos projetos em co-promoção
Desta forma, a análise da Figura 18 permite concluir que existe uma forte especialização no âmbito das
Tecnologias dos Materiais e das Tecnologias da Informação e da Comunicação, bem como competências no
âmbito da Engenharia Química, da Engenharia Mecânica, das Tecnologias da Construção e das Tecnologias do
Ambiente.
Em relação aos setores de aplicação dos projetos em causa, as capacidades dos territórios são de alguma
forma mais heterogéneas e abrangentes, existindo nos projetos analisados 11 setores de aplicação
diferenciados, nomeadamente: Construção; Eletrónica e Instrumentação; Transportes e Logística; Agricultura,
Pecuária, Silvicultura; Automóvel; Fabricação de Produtos Industriais de Madeira, Cortiça, Mobiliário, Pasta e
Papel; Habitat sustentável; Saúde; Pedra Natural; Aeronáutica e Aeroespacial; e Energia (Produção,
distribuição e utilização racional).
53
53
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Na Figura 19 é possível identificar uma certa tendência para uma maior concentração dos projetos em três
setores de aplicação (Construção, Eletrónica e Instrumentação e Transportes e Logística), mas a dispersão
entre os setores de aplicação não permite retirar conclusões em termos de especialização territorial por
setores de aplicação.
Construção
Energia (Produção,
distribuição e utilização
racional)
Aeronáutica e
Aeroespacial
3
Electrónica e
Instrumentação
2
Transportes e Logística
1
0
Agricultura, Pecuária,
Silvicultura
Pedra Natural
Saúde
Habitat sustentável
Automóvel
Fabricação de Prod.
Industriais de Madeira,
Cortiça, Mobiliário,…
Figura 19. Setores de aplicação dos projetos em co-promoção
Por último, é importante destacar que a maioria dos consórcios é inter-regional, com a participação de
entidades do SCTN e empresas de praticamente todas as regiões de Portugal continental, existindo
unicamente cinco projetos desenvolvidos por entidades da mesma região (um projeto na região Centro e
quatro projetos na região Alentejo). Desta forma, parecem não existir barreiras regionais à execução de
projetos de I&D, nomeadamente na tipologia de Projetos em Co-promoção.
Projetos Mobilizadores
Os Projetos Mobilizadores caracterizam-se por serem projetos com elevado conteúdo tecnológico e de
inovação e com impactes significativos a nível multissetorial, regional, Cluster, Pólo de Competitividade e
Tecnologia ou da consolidação das cadeias de valor de determinados setores de atividade e da introdução de
novas competências em áreas estratégicas de conhecimento. Estes projetos visam, assim, uma efetiva
transferência do conhecimento e valorização dos resultados de I&DT junto das empresas, realizados em copromoção entre estas e entidades do SCT.
Neste contexto, foram analisados os projetos mobilizadores contratualizados com a AdI (AdI, 2013). Do total
dos 15 projetos aprovados no âmbito das candidaturas aos concursos para Projetos Mobilizadores, apenas três
54
54
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
projetos contam com a participação de entidades sediadas nas sub-regiões NUTS III em análise,
nomeadamente:
•
MOBICAR – Conceção, desenvolvimento, teste e demonstração de soluções de mobilidade
sustentável;
•
PRODUTECH_PSI – Novos Produtos e Serviços para a Indústria Transformadora;
•
INOV STONE – Novas Tecnologias para a Competitividade da Pedra Natural.
No âmbito dos dois primeiros projetos assinalados – MOBICAR e PRODUTECH_PSI – é possível concluir que a
participação dos territórios em análise, ainda que existente, é reduzida, visto que do total de 17 parceiros, no
primeiro caso, e de 40 parceiros, no segundo, apenas existe 1 participante em cada projeto que se encontra
sediado nas sub-regiões NUTS III em análise.
O mesmo não se aplica no caso do INOV STONE, já que se constitui como um projeto âncora do Cluster da
Pedra Natural (ValorPedra) com sede em Borba (Alentejo Central) e que confirma a forte especialização
territorial na área da Pedra Natural, como é indicado no capítulo 2. Este projeto, ainda que de implementação
nacional, como é o desígnio estratégico do Cluster, conta na parceria com quatro entidades sediadas nas subregiões NUTS III em análise, num total de 15, estando representadas entidades do SCTN (Universidade de
Évora) e o Cevalor, para além de duas empresas de relevo dentro da área. Este projeto vai ao encontro da
afirmação da especialização dos territórios em causa na área tecnológica das Tecnologias dos Materiais.
Projetos europeus
A nível europeu, foi analisada a informação disponibilizada pelo Serviço de Informação Comunitário sobre
Investigação e Desenvolvimento (CORDIS). Esta informação permite identificar a participação de entidades
sediadas nas sub-regiões NUTS III em projetos de I&D financiados pelo 7º Programa Quadro de Investigação e
Desenvolvimento (7PQ), o principal instrumento da Direção-geral da Investigação e Inovação da Comissão
Europeia para o financiamento de projetos de I&D. Esta análise permite estudar a capacidade de
internacionalização das atividades de I&D desenvolvidas nas sub-regiões NUTS III, ao mesmo tempo que
demonstra a capacidade de networking a nível internacional.
Dos 1.293 projetos com participação portuguesa (CORDIS, 2013), foram identificados 20 projetos com
parceiros sediados nas sub-regiões NUTS III em análise. Desta forma, conclui-se que menos de 2% da
participação portuguesa tem como origem a Beira Interior Sul, o Alto Alentejo e o Alentejo Central.
Dos 20 projetos identificados, 14 têm como parceiro ou líder uma entidade do SCTN, enquanto os restantes
são liderados por empresas. As entidades do SCTN representadas são a Universidade de Évora, com 13
projetos, onde lidera três destes projetos, e o IPCB, que participa num único projeto. Em termos de áreas
temáticas, observa-se uma tendência similar ao que sucede com os projetos em parceria a nível nacional,
55
55
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
existindo um claro domínio nas áreas da Agricultura e Agro-indústria como temáticas de projetos europeus de
cooperação para a I&DT, tal como é apresentado na Figura 20.
1
1
Agricultura e Agroindustria
2
Energia e Ambiente
9
2
Educação e Ciência
Saúde
Tecnologias de produção
2
Segurança e Espaço
3
TIC
Figura 20. Áreas temáticas dos projetos europeus
Em termos territoriais, e como já foi referido anteriormente, o conselho de Évora destaca-se dos restantes
concelhos devido à participação da sua Universidade em 14 dos 20 projetos. Os outros concelhos com
presença em projetos europeus de I&DT são Castelo Branco (com três), Borba (com dois) e Monforte (com
um).
Em forma de conclusão, a participação europeia das entidades portuguesas sediadas nas sub-regiões NUTS III
em análise ainda é muito incipiente e liderada apenas por entidades do SCTN, podendo, inclusivamente, ser
considera a participação das empresas como residual. Desta forma, a capacidade de aproximação das
entidades destas sub-regiões NUTS III, incluindo as entidades de SCTN, a realidades internacionais de I&D é
restrita, o que limita o acesso a redes, mercados e parcerias internacionais.
56
56
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
5.
Análise SWOT
57
57
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
5. Análise SWOT
De forma a resumir e expor de uma forma simples e gráfica os resultados da análise realizada à informação nos
capítulos anteriores, é apresentada a seguir uma matriz SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities,
Threats), de identificação dos pontos fortes e fracos e das oportunidades e ameaças. Esta matriz foca a sua
análise na capacidade de inovação nas sub-regiões NUTS III em análise, Beira Interior Sul, Alto Alentejo e
Alentejo Central, tendo em conta fatores estruturais e conjunturais que permitam ou impeçam o seu
desenvolvimento.
Assim, a análise é realizada nas seguintes dimensões (Figura 21).
Figura 21. Dimensões da análise SWOT
Em termos regionais, e ainda que as NUTS III Beira Interior Sul, Alto Alentejo e Alentejo Central pertençam a
duas regiões diferentes, Centro e Alentejo, da análise realizada é possível concluir que padecem de problemas
semelhantes e, com alguma diferença na sua especialização e dinâmica empresarial, podem ser analisadas
usando indistintamente as dimensões acima referidas, fazendo as notas pertinentes sempre que necessário.
5.1. Pontos fortes
Entre os principais pontos fortes identificados, que poderão ser os motores de evolução, apontam-se os
seguintes:
58
58
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Estrutura socioeconómica
•
Posicionamento geoeconómico estratégico para as ligações comerciais com a Europa, nomeadamente
com a Espanha.
Infraestruturas de apoio ao desenvolvimento regional
•
Existência de um conjunto de entidades do SCTN (e.g. Universidade de Évora e Institutos Politécnicos
de Castelo Branco e Portalegre) absolutamente fundamentais para a formação, qualificação e fixação
no território de capital humano;
•
Existência de estruturas com capacidade para geração de redes, especialmente nos setores
Agroalimentar e da Pedra Natural (e.g. Associações ValorPedra e InovCluster);
•
Diversificação da base económica pelas dinâmicas empresariais em novas áreas de especialização
territorial (e.g. Transportes – Aeronáutica, TICE, Energia).
Oferta tecnológica e científica e tendências em inovação empresarial
•
Presença de entidades do SCTN com reconhecimento crescente a nível internacional na produção
científica (e.g. Universidade de Évora) e adaptadas às realidades empresariais locais (e.g. Cevalor e o
CATAA), capazes de promover investigação científica, novas tecnologias e inovação nas empresas;
•
Capacidade de investigação e transferência de resultados em atividades económicas, como nas
indústrias Agroalimentares, Transportes - Aeronáutica, Pedra Natural (e.g. projeto âncora do Cluster
da Pedra Natural - ValorPedra), entre outras;
•
Capacidade de estabelecimento de atividades transfronteiriças de transferência de conhecimento,
como demostra a inserção de entidades das sub-regiões em análise na rede RITECA;
•
Existência de projetos de desenvolvimento de incubadoras de empresas (e.g. IDN e IPP).
5.2.
Pontos fracos
Entre os principais pontos fracos identificados, para os quais devem ser desenhadas estratégias específicas,
apontam-se os seguintes:
Estrutura socioeconómica
•
Elevada taxa de envelhecimento da população, com taxas de analfabetismo acima da média, e forte
recessão demográfica, perdendo-se capacidade empreendedora e fixação de talento;
•
Baixas qualificações escolares e profissionais da população residente, o que dificulta a obtenção de
maiores níveis de produtividade da mão-de-obra;
•
Crescimento preocupante do desemprego (em particular nas sub-regiões do Alentejo);
59
59
Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
•
Existência de um tecido empresarial de muito reduzida dimensão, com recursos humanos e
financeiros limitados e baixa intensidade em tecnologia e inovação.
Infraestruturas de apoio ao desenvolvimento regional
•
Défice de infraestruturas de apoio ao empreendedorismo e, portanto, de apoio ao desenvolvimento
de novas iniciativas empresariais e de criação de emprego (e.g., nas áreas de especialização territorial
dos Transportes e Mobilidade, Energia, Turismo, Economia Social e Economia da Criatividade);
•
Reduzido dinamismo do tecido empresarial, fruto da capacidade de inovação e da qualificação da
mão-de-obra;
•
Existência de fragilidades no que concerne a lógicas de parceria, associativismo e trabalho em rede,
decorrente da sua pequena dimensão, limitação dos recursos humanos qualificados, insuficiente
capacidade tecnológica e falta de cooperação interinstitucional público-privada.
Oferta tecnológica e científica e tendências em inovação empresarial (FCT, 2013; CCDRC, 2012)
•
Debilidade entre a oferta tecnológica e de conhecimento e as tendências em inovação empresarial
(e.g, nas áreas de especialização territorial do Têxtil e da Cortiça);
•
Reduzida intensidade de atividades de interface e transferência de conhecimento nas sub-regiões
analisadas, fruto da baixa capacidade de networking e realização de parcerias para a IDI,
nomeadamente ao nível do desenvolvimento de projetos de I&D (nacionais e internacionais);
•
Pouca capacidade de internacionalização da Ciência & Tecnologia.
5.3. Oportunidades
Em seguida, são apresentadas as oportunidades que merecem ser destacadas como forças de indução:
Estrutura socioeconómica
•
Utilização da capacidade relacional interna e externa das sub-regiões NUTS III, com experiência na
cooperação fronteiriça e transnacional, na promoção da coesão territorial.
Infraestruturas de apoio ao desenvolvimento regional
•
Crescente importância atribuída às atividades de transferência de conhecimento e inovação,
nomeadamente as atividades que envolvem as instituições do SCTN, as estruturas de investigação e
as empresas, como potenciadores do empreendedorismo e da capacidade das sub-regiões em termos
de IDI;
60
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
•
Utilização das TIC e estabelecimento de novas formas de cooperação entre os diferentes atores,
tendo por objetivo a internacionalização e diversificação de mercados, nomeadamente ao nível da
utilização das redes existentes (e.g. RCTA, RICE, RITECA).
Oferta tecnológica e científica e tendências em inovação empresarial
•
Existência de fundos para o desenvolvimento regional e a competitividade empresarial disponíveis
nas sub-regiões em análise, a nível nacional e europeu;
•
Potenciais sinergias com Clusters e Polos transversais e de abrangência nacional (TICE, Habitat
Sustentável, Mobilidade, Produtech e Engineering&Tooling);
•
Existência de infraestruturas de apoio à IDI em construção (e.g. Parque de Ciência e Tecnologia do
Alentejo e Centro de BioEnergia);
•
Especialização dos territórios em novas áreas específicas para o desenvolvimento económico e coesão
territorial (e.g. Transportes – Aeronáutica, TICE, Energia, Pedra Natural);
•
Valorização da propriedade industrial, nas áreas em que os territórios deverão desenvolver a sua
atividade, para potenciar a economia local.
5.4. Ameaças
Por fim, são apresentadas as principais ameaças que podem eventualmente travar o desenvolvimento da
capacidade inovadora das três sub-regiões NUTS III:
Estrutura socioeconómica
•
Deslocalização de iniciativas empresariais de relevo, intensivas em conhecimento, no caso de não
existir capacidade para responder às necessidades de capital humano e tecnológico, com
consequências no aumento do desemprego;
•
Agravamento do despovoamento existente, resultante da atual crise internacional e nacional, e
posterior envelhecimento populacional e diminuição da capacidade de rejuvenescimento da
população;
•
Dificuldades em investir em fatores de competitividade relevantes para o crescimento económico das
sub-regiões em causa, fruto da crise existente.
Infraestruturas de apoio ao desenvolvimento regional
•
Necessidade de realizar elevados investimentos para a capacitação institucional das estruturas de
gestão de desenvolvimento e gestão empresarial.
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Oferta tecnológica e científica e tendências em inovação empresarial
•
Aumento dos desajustamentos entre a oferta e as tendências em inovação, ao nível da ciência e
tecnologia;
•
Elevados custos de contexto no acesso à inovação e ao desenvolvimento tecnológico;
•
Fragilidades ao nível da promoção de parcerias entre o tecido empresarial e as entidades do SCTN,
nomeadamente pela fraca capacidade para o desenvolvimento de projetos de I&D (do lado da oferta)
e/ou pela baixa solicitação por parte do tecido empresarial.
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
6.
Áreas de
intervenção e
linhas de
orientação
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
6. Áreas de intervenção e linhas de orientação
Este Capítulo pretende apresentar um conjunto de oportunidades de desenvolvimento para potenciar a
capacidade inovadora dos territórios Beira Interior Sul, Alto Alentejo e Alentejo Central. Estas oportunidades
resultaram de um processo de análise das principais orientações estratégicas a nível regional, das realidades
de cada uma das áreas de especialização territorial nas sub-regiões NUTS III e das oportunidades existentes ao
nível da IDI.
Para a identificação das áreas de intervenção e posterior definição de linhas de orientação no presente
documento, foi tida em conta a nova Política de Coesão da UE definida para o próximo período de 2014-2020,
nomeadamente no que concerne às Estratégias de Investigação e Inovação para Especialização Inteligente
(RIS3 - Smart Specialization) estabelecidas pela Comissão Europeia. O objetivo desta política passa por tornar a
Especialização Inteligente num dos focos cruciais para promover a recuperação económica dos diferentes
Estados-Membros, sendo que o exercício de Especialização Inteligente visa enquadrar as prioridades no
potencial de desenvolvimento endógeno dos espaços territoriais nacionais e regionais (Comissão Europeia,
2012).
Neste contexto, esta oportunidade perfila-se como essencial nas regiões Centro e Alentejo, onde, através da
iniciativa CRER2020, da CCDRC, e da iniciativa Alentejo 2020, da CCDR-Alentejo (Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento Regional do Alentejo), as NUTS III Beira Interior Sul, Alto Alentejo e Alentejo Central terão a
oportunidade e os recursos para criar as bases que permitam o seu crescimento inteligente, sustentável e
inclusivo. Neste âmbito, cada uma das CCDR elaborou uma primeira versão de trabalho do Plano de Ação
Regional, o Plano de Ação CRER2020 (CCDRC, 2013) e o Plano de Ação Regional - Alentejo 2020 (CCDRAlentejo, 2013), como forma de definir as atividades de programação do novo ciclo de fundos comunitários e
que deverão agora constituir-se como documentos de orientação estratégica para o desenvolvimento das
regiões Centro e Alentejo no horizonte 2020.
Ambos os Planos de Ação Regional foram elaborados segundo uma lógica que se alinha de forma bastante
próxima com as RIS3 definidas pela Comissão Europeia. Assim, os dois documentos integram as prioridades da
Estratégia Europa 2020, definindo estratégias que promovam a competitividade das regiões.
Em relação ao Plano de Ação Regional - Alentejo 2020, foram definidas estratégias (Prioridades Temáticas) que
se constituem como linhas estruturantes de desenvolvimento regional, nomeadamente:
•
Competitividade e Inovação – Prioridade que enquadra o vetor Crescimento Inteligente;
•
Desenvolvimento Sustentável – Prioridade que enquadra o vetor Crescimento Sustentável;
64
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
•
Formação do Potencial Humano – Prioridade relevante com enquadramento na resposta a
compromissos do Programa Nacional de Reformas (abandono escolar e formação superior) e ao vetor
do Crescimento Inclusivo da Estratégia Europa 2020 (qualificações dinamicamente ajustadas com
empregabilidade e inclusão);
•
Coesão Social – Prioridade que enquadra o vetor Crescimento Inclusivo.
Já no que concerne a Região Centro, o Plano de Ação CRER2020 incorpora um conjunto de estratégias (Eixos
de Atuação) delineadas para o período 2014-2020, entre os quais:
•
Eixo 1 – Promover a internacionalização da economia regional e a afirmação de um tecido económico
resiliente, industrializado, inovador e qualificado;
•
Eixo 2 – Reforçar o potencial humano e a capacitação institucional das entidades regionais;
•
Eixo 3 – Fortalecer a coesão social e territorial, potenciando a diversidade e os recursos endógenos;
•
Eixo 4 – Consolidar a atratividade e a qualidade de vida nos territórios;
•
Eixo 5 – Afirmar a sustentabilidade dos recursos.
Importa agora analisar as principais orientações estratégicas definidas pelas CCDR que visem a promoção da
inovação nos territórios em análise. Da análise dos documentos é possível identificar a Prioridade Temática
“Competitividade e Inovação” (Alentejo) e o Eixo de Atuação “Promover a internacionalização da economia
regional e a afirmação de um tecido económico resiliente, industrializado, inovador e qualificado” (Centro),
como aquelas que melhor se enquadram com a temática da inovação.
O trabalho de diagnóstico realizado no presente documento vai ao encontro da análise efetuada pelas CCDR
das duas regiões e das estratégias de inovação por elas delineadas. Nessa ótica, as Medidas de Intervenção
propostas nas Prioridades Temáticas/ Eixos de Atuação são adequadas às necessidades existentes nas regiões
em análise, sendo agora necessário definir Áreas de Intervenção que se enquadrem com as sub-regiões alvo
deste estudo.
Desta forma, a Figura 22 estabelece a relação entre as Prioridades Temáticas/ Eixos de Atuação e as
correspondentes Medidas de Intervenção de cada um dos Planos de Ação Regionais, propondo Áreas de
Intervenção que sejam adequadas às estratégias das regiões e às necessidades específicas das sub-regiões em
análise, tendo em conta a relação de coerência/enquadramento lógico entre cada uma das Prioridades
Temáticas/Eixos de Atuação.
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Figura 22. Áreas de intervenção propostas para as sub-regiões
Tendo em contas as Áreas de Intervenção identificadas na Figura 21 para as sub-regiões Beira Interior Sul, Alto
Alentejo e Alentejo Central, é proposto um conjunto de 10 Linhas de Orientação para cada Área de
Intervenção, tal como se apresenta em seguida.
Conhecimento, Tecnologia e Inovação
•
Mobilizar as entidades do SCTN e as Unidades de I&D e Inovação para a contribuição do
desenvolvimento local e sub-regional;
•
Estimular o desenvolvimento de projetos das entidades do SCTN que sejam realizados em
colaboração com as empresas locais;
•
Criar mecanismos de promoção da mobilidade e intercâmbio entre quadros de empresas e docentes
do Ensino Superior, nomeadamente nos casos do IPCB, IPP e Universidade de Évora;
•
Reforçar a rede sub-regional de estruturas de apoio à inovação e transferência de tecnologia das
instituições do SCTN, nomeadamente nos casos da IDN e do novo centro de BioEnergia do IPP;
•
Apoiar e estimular o registo e licenciamento de patentes e outros meios de proteção da propriedade
industrial, tanto ao nível das entidades do SCTN como das empresas, nomeadamente no registo e
licenciamento a nível nacional e internacional de patentes geradas com base em conhecimento
gerado nas sub-regiões NUTS III;
•
Apoiar e reconhecer as empresas spin-off de sucesso nas sub-regiões NUTS III, através do apoio a
projetos empresariais de pequena dimensão e de alto valor acrescentado;
•
Conceber um programa especial de incentivos às empresas spin-off, nomeadamente para dar
resposta à necessidade de financiamento de recursos humanos;
•
Fomentar a participação de todos os agentes sub-regionais em projetos internacionais,
nomeadamente em projetos financiados pela Comissão Europeia (e.g., o novo Horizonte 2020);
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
•
Potenciar sinergias entre as entidades sediadas nas sub-regiões NUTS III, com vista ao
estabelecimento de parcerias com os Clusters e Polos transversais e de abrangência nacional (e.g.
TICE, Habitat Sustentável, Mobilidade, Produtech e Engineering&Tooling), de forma a complementar
a oferta de capacidades tecnológicas em áreas relevantes para estes territórios e a promover a
competitividade das empresas;
•
Promover iniciativas de intercâmbio e trocas de experiência, a nível sub-regional e a nível
internacional, por forma a identificar as melhores práticas internacionais nas vertentes da inovação e
do empreendedorismo.
Competitividade, empreendedorismo e internacionalização
•
Captar para as sub-regiões NUTS III novos projetos empreendedores capazes de alavancar a
capacidade económica dos territórios e das respetivas regiões nos mercados internacionais;
•
Mobilizar projetos empreendedores nas SCTN capazes de atrair investimento, nacional e estrangeiro,
em particular spin-offs que sejam capazes de transferir a tecnologia da oferta tecnológica e científica
para o tecido económico sub-regional;
•
Envolver todas as entidades sub-regionais na promoção do empreendedorismo, em articulação com a
rede de oferta de formação escolar no Ensino Básico e Secundário, potenciando processos de
aprendizagem e melhoria de qualificações;
•
Promover o papel das entidades do SCTN na produção e transferência de ciência e tecnologia e da
formação avançada, contribuindo ativamente para a competitividade e internacionalização da
economia e a produção de bens e serviços transacionáveis;
•
Estimular as empresas sub-regionais que já operam internacionalmente a um trabalho de captação de
novos investimentos e dinamização das exportações regionais, promovendo a participação das redes
no processo de internacionalização (e.g., a rede RITECA);
•
Criar uma plataforma que promova a articulação entre todas as entidades das sub-regiões NUTS III
com um papel pró-ativo na promoção da competitividade e da qualificação e no apoio à
internacionalização;
•
Promover a clusterização sub-regional das empresas e incentivar o investimento, a atração e a fixação
de quadros qualificados;
•
Promover iniciativas que permitam partilhar o conhecimento/experiências dos estudantes e
investigadores estrangeiros que anualmente frequentam/cooperam com as entidades do SCTN ou as
Unidades de I&D e Inovação;
•
Estabelecer consórcios entre as entidades do SCTN, as empresas e as infraestruturas de apoio ao
desenvolvimento regional com o objetivo de melhorar as competências do capital humano e valorizar
as competências obtidas em contexto de formação;
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
•
Reforçar a formação técnica especializada como forma de atrair investimentos em atividades que
fixem recursos humanos qualificados, estimulando um perfil de maior profissionalização de quadros
intermédios, com vantagens para o reforço da empregabilidade e visando construir uma economia
amiga do emprego.
Especialização territorial
•
Potenciar os ativos regionais como forma de promover uma economia mais competitiva, através de
uma aposta específica em domínios diferenciadores de natureza temática, nomeadamente nas áreas
de especialização territorial já identificadas neste documento, isto é: Agricultura, Produção Animal e
Recursos Agroalimentares; Cortiça; Economia da Criatividade; Economia Social; Energia; Pedra
Natural; Têxtil; TICE; Transporte e mobilidade (incluindo Aeronáutica); e Turismo;
•
Valorizar as atividades económicas dos recursos naturais, de modo a projetar as sub-regiões NUTS III
no exterior e ajudar à atração de investimento direto estrangeiro para superar os défices de capital e
de tecnologia nestes territórios;
•
Aproveitar a localização geográfica das sub-regiões NUTS III e o dinamismo de algumas áreas
emergentes, com relevo para a aeronáutica e a eletrónica (que apresentam atividades de grande
relevância estratégica e tecnológica com potencial de clusterização), que pode contribuir para
posicionar internacionalmente as sub-regiões NUTS III;
•
Reforçar a aposta na qualidade dos produtos sub-regionais, nomeadamente no que diz respeito a
mecanismos de acreditação, certificação, autoavaliação e aplicação de ferramentas da qualidade;
•
Promover iniciativas de desenvolvimento de novos produtos, envolvendo as principais entidades das
sub-regiões NUTS III (SCTN, Empresas, Associações Empresariais, Centros de I&D e Inovação, entre
outros), que reforcem o conceito “Made in Alentejo” ou “Made in Centro”;
•
Apoiar os projetos de I&D desenvolvidos pelas entidades do SCTN, nomeadamente aqueles que vão
ao encontro das principais orientações e necessidades das áreas de especialização territorial;
•
Estimular a implementação de programas orientados para o estímulo e reconhecimento do
microempreendeorismo e do empreendedorismo associado a atividades tradicionais, ou ainda de
apostas desenvolvidas especificamente em territórios de baixa densidade, promovendo portanto
também desse modo a coesão territorial;
•
Dinamizar ações de promoção dos produtos sub-regionais, como meio para substituir as importações
pela aquisição de produtos e serviços locais;
•
Implementar sistemas de incentivos de apoio à internacionalização, direcionados às micro e PME que
atuem em áreas de especialização territorial;
•
Promover cada uma das sub-regiões NUTS III a nível nacional e internacional, enquanto territórios
inovadores, empreendedores e atrativos.
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Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
Bibliografia
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
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Análise da capacidade inovadora dos territórios e oportunidades para a sua evolução nas regiões
Centro (Beira Interior Sul) e Alentejo (Alto Alentejo e Alentejo Central)
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