A atividade industrial cresceu em junho na comparação com o mês anterior, de acordo com os indicadores
dessazonalizados. O faturamento real avançou 0,5% e as horas trabalhadas aumentaram 2,2%. A utilização da
capacidade instalada ficou estável no mesmo período, em 82,2%.
Na média do segundo trimestre, a forte queda de maio impediu um desempenho melhor da indústria frente
ao trimestre anterior. Apenas o faturamento expandiu-se de maneira intensa (4,1%). As horas trabalhadas
cresceram 0,6% e a utilização da capacidade instalada recuou 0,2 ponto percentual na mesma comparação.
O mercado de trabalho da indústria acompanha o fraco dinamismo do setor. O emprego cresceu 0,2% em
junho e beirou a estabilidade na média do segundo trimestre de 2013 em relação ao trimestre anterior. A
massa salarial, no entanto, cresceu 1,9% no mesmo período. Para conhecer todos os detalhes dessa
pesquisa, acesse o site da CNI.
Em junho de 2013, o pessoal ocupado assalariado na indústria mostrou variação nula (0,0%) frente a maio, na
série livre de influências sazonais, após registrar queda de - 0,4% em maio e também ficar estável em abril
último. Assim, a média móvel trimestral assinalou variação negativa de 0,1% no trimestre encerrado em junho
frente ao mês anterior, e permaneceu com o comportamento de estabilidade desde julho do ano passado.
Ainda na série com ajuste sazonal, na comparação trimestre contra trimestre imediatamente anterior, o
emprego industrial apontou ligeira variação negativa de - 0,1% no segundo trimestre de 2013, após assinalar
0,1% no último trimestre do ano passado e -0,2% no primeiro trimestre de 2013. Para conhecer mais
detalhes dessa pesquisa, acesse o site da IBGE.
Alessandra Saraiva | Do Rio de Janeiro
Cerca de 1,5 milhão de brasileiros entre 19 a 24 anos, concentrados nas faixas mais pobres da população e
excluindo donas de casa e mulheres com filhos, nem trabalham, nem estudam e nem procuram emprego e
esse perfil tem crescido dentro do total da população jovem do país. É o que mostra o estudo "Os Nem-NemNem: Exploração Inicial Sobre um Fenômeno Pouco Estudado", da pesquisadora do Instituto Brasileiro de
Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), Joana Monteiro. Para a especialista, o avanço desse perfil
preocupa. A maioria desses jovens, com parcela significativa de baixa escolarização, podem ajudar a elevar o
desemprego, caso decidam tentar a sorte no mercado de trabalho, após os 24 anos. "A baixa qualificação
limita muito o tipo de trabalho que podem conseguir."
Além disso, o fato de pertencerem a famílias mais pobres, com pouca capacidade de sustentá-los, eleva a
probabilidade de se tornarem dependentes do governo, avalia a especialista. Do total de 1,5 milhão, em torno
de 46% podem ser considerados pobres, pois vivem em domicílios que estão entre os 40% mais pobres na
distribuição de renda, segundo cálculos de Joana. O recorte por faixa etária a partir de 19 anos é proposital,
visto ser difícil encontrar jovens abaixo de 18 anos fora da escola, tendo em vista o avanço da escolaridade
entre os brasileiros na última década, bem como a legislação envolvida em manter os jovens na escola, até
essa idade.
O levantamento, que trabalhou basicamente dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD),
divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que, esses jovens desalentados,
excluindo donas de casa e mulheres com filhos, já representavam 10% da população total de jovens nessa
faixa etária em 2011 - um avanço em relação a 2006, quando a fatia era de 8%. "Nem mesmo a melhora nos
indicadores de emprego, com aumento de vagas e de renda, estimulou a entrada desse jovem no mercado de
trabalho", diz a pesquisadora da FGV.
O nome da pesquisa vem daqueles que "nem trabalham, nem estudam, nem procuram emprego", explicou
Joana, usando expressão "nem-nem" que já vem sendo utilizada por economistas para delimitar jovens que
não trabalham nem estudam. Excluir donas de casa e mulheres com filhos, que também não trabalham, não
estudam e nem procuram emprego, torna mais claro o possível impacto desse cenário no mercado de
trabalho futuro, afirma Joana. A economista informou que, com a inclusão de donas de casa com filhos, essa
fatia de "nem-nem-nem" na população entre 19 e 24 anos pularia para 17% dessa faixa etária - em torno de
quatro milhões de pessoas. No entanto, Joana observou que há probabilidade menor de que mulheres donas
de casa com filhos, que não procuram vagas, conduzirem a um impacto negativo no emprego. Isso porque é
relativamente baixa a perspectiva de que essa mulher vá procurar trabalho, em futuro próximo, porque já
cuida da casa e dos filhos.
O mesmo não se pode dizer dos jovens desalentados sem filhos. Desses 1,5 milhão de jovens, 20% tinham
menos de cinco anos de escolaridade - a maior fatia entre as faixas de estudo delimitadas. Ela considerou
que, em um segundo momento, esses jovens podem se converter em adultos em busca de uma vaga. Mas a
baixa qualificação tornaria difícil um lugar na população ocupada. Na prática, seriam mais pessoas em busca
de trabalho, sem encontrar, impulsionando indicadores de desocupação.
Outro aspecto estudado por Joana é o ambiente domiciliar que permite esse jovem não trabalhar, não estudar
e não procurar emprego. Ela admitiu que jovens de baixa escolaridade têm chance muito maior de serem
inativos, quando estão em domicílios cuja renda conta com forte presença de benefícios sociais, como
programas de transferência de renda. Mas essa não pode ser considerada a única explicação, frisou.
"Impossível dizer se recebimento de benefícios sociais é causa ou consequência da inatividade", afirmou.
Para ela, o fenômeno não é puramente econômico. A figura protetora da mãe brasileira, disposta a sustentar
os filhos até mais tarde, ajudaria na formação do cenário, segundo Joana. "Incentivar a entrada dos 'nem-nemnem' na população economicamente ativa está longe de ser trabalho fácil. O grupo não responde às
condições do mercado de trabalho. É possível que essa parcela entre 8% e 10% (sem donas de casa e
mulheres com filhos) seja um nível normal de inatividade", disse. Para mais informações acesse o site do
jornal Valor Econômico.
A previsão de crescimento da economia brasileira em 2013 recuou de 2,24% para 2,21% na pesquisa Focus
divulgada nesta segunda-feira, 12, pelo Banco Central. Para 2014, a estimativa de expansão passou de 2,60%
para 2,50%. A projeção para o crescimento do setor industrial em 2013 subiu de 2,00% para 2,08%. Para
2014, economistas preveem avanço industrial de 2,90%, ante 3,00% da pesquisa anterior.
A projeção de inflação medida pelo IPCA para 2013 recuou de 5,75% para 5,74%, segundo os analistas
ouvidos pelo BC. Para 2014, a projeção caiu de 5,87% para 5,85%. A projeção de inflação para os próximos
12 meses subiu de 5,93% para 5,95%, conforme a projeção suavizada para o IPCA.
Os economistas consultados pelo BC na pesquisa Focus mantiveram a previsão para a taxa Selic no fim de
2013 em 9,25% ao ano pela sexta semana. Para o fim de 2014, a mediana das projeções também segue em
9,25% ao ano. A taxa Selic está hoje em 8,50% ao ano e foi mantida a expectativa de que suba para 9,00%
ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 27 e 28 de agosto.
Em relação às projeções para a taxa de câmbio no final de 2013, estas subiram de R$ 2,25 para R$ 2,28. Para
o fim de 2014, a mediana segue em R$ 2,30. Para 2014, a projeção subiu de R$ 2,28 para R$ 2,29. Para mais
informações acesse o site do jornal Estadão.
2010
2011
2012
2013
2013
Projeção anterior
março/2013
Projeção
PIB (variação anual)
7,5%
2,7%
0,9%
3,2%
2,0%
PIB Industrial (variação anual)
10,4%
1,6%
-08%
2,6%
1,0%
Consumo das famílias (variação anual)
6,9%
4,1%
3,1%
3,5%
2,3%
Taxa de Desemprego (média anual - % da
PEA)
6,7%
6,0%
5,5%
5,4%
5,3%
Investimentos (variação anual)
21,3%
4,7%
-4,0%
4,0%
5,1%
Taxa de Juros Selic (variação anual)
10,75%
11,00%
7,25%
7,25%
9,5%
5,9%
6,5%
5,8%
5,7%
6,0%
Inflação (IPCA – variação anual)
Fonte:CNI
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