ANO
III / Nº 77
PROGRAMA FITOSSANITÁRIO DE MATO GROSSO DO SUL
RELATÓRIO SEMANAL DE 24 DE FEVEREIRO A 10 DE MARÇO DE 2014
Núcleo 1 – Chapadão do Sul
Eng.° Agr.° Danilo Suniga de Moraes
A cultura do algodoeiro apresenta um bom desenvolvimento até o
momento, apesar das constantes precipitações nestas últimas duas
semanas, pois simultaneamente com as chuvas também há períodos de sol,
condições que favorecem a cultura. As principais pragas encontradas são o
pulgão e a mosca branca, presentes na maioria dos talhões e estão
preocupando os produtores devido a intensidade das infestações.
Foto 01. Ponteiro do algodoeiro com colônia de pulgão.
Foi detectado na cultivar DP 1228 B2RF (Bollgard II) a presença de
doença azul que é transmitida pelo pulgão-do-algodoeiro; recomenda-se
que estas plantas doentes, que na maioria das vezes encontram-se em
reboleiras, sejam arrancadas. Cultivares novas no mercado merecem uma atenção maior no manejo do
algodão, pois alguns aspectos podem ser ainda desconhecidos.
Foto 02. Reboleira de plantas com virose (doença azul) transmitida pelo pulgão-do-algodoeiro.
Quanto ao complexo de lagartas das maçãs (Heliothis, Helicoverpa e Spodoptera), após o início das
chuvas ocorreu uma redução nos índices populacionais devido ao controle realizado intensivamente no
período; porém, encontram-se presentes, principalmente nas cultivares não-Bt, e as aplicações nestes casos
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estão sendo realizadas com intervalos máximo de 7 dias. A dificuldade no controle destas lagartas está em
atingir o alvo, pois as mesmas ficam localizadas nas estruturas reprodutivas, as quais oferecem proteção
para as lagartas.
Foto 03 e 04. Lagartas atacando estruturas reprodutivas do algodoeiro.
Foi detectado neste período a presença de orifícios de oviposição
e alimentação do bicudo em duas áreas comerciais do Núcleo. Os dois
casos foram detectados nas bordaduras dos talhões; assim, reforçamos a
necessidade de manter o controle do bicudo em bordadura em
intervalos de cinco dias e atenção redobrada.
Foto 05. Larva de bicudo (Anthonomus grandis) no botão floral.
Após 30 dias da aplicação realizada para o controle de plantas de algodão as margens das rodovias
neste núcleo, os resultados foram excelentes. Conseguiu-se o controle de plantas já em estágios avançados
de desenvolvimento, como demonstra as fotos 06 e 07 abaixo. Percebe-se aqui o benefício do trabalho da
Ampasul para eliminar plantas infestantes de margens de rodovias, as quais poderiam hospedar pragas e
doenças prejudiciais aos agricultores, bem como contribui para a limpeza da área de domínio das estradas.
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Foto 06 e 07. Plantas de algodão mortas, após o combate na margem da rodovia (nota-se a
seletividade do herbicida que preservou as gramíneas da área, ajudando no controle da erosão).
Neste período não houve colaboração das fazendas para o repasse das leituras realizadas nas
armadilhas luminosas instaladas neste Núcleo. Apenas a Fazenda Campo Bom que participa desta ação e não
tem algodão plantado no estado do MS repassou as leituras, foram coletaram apenas mariposas de
Spodoptera spp sendo o índice médio de captura de 4 mariposas por noite, provavelmente isto ocorreu
devido que a apenas a cultura de milho safrinha nas proximidades da armadilha.
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Núcleo 2 – Costa Rica e Alcinópolis
Eng.° Agr.° Robson Carlos dos Santos
Nas últimas semanas ocorreram constantes precipitações, interferindo diretamente nas atividades
operacionais das propriedades, o que por sua vez acabou atrasando e/ou até mesmo gerando algumas
aplicações com condições desfavoráveis. Deve-se ficar em alerta com esse tipo de aplicação, para que se
possa obter a máxima eficiência do produto aplicado no controle de pragas ou doenças, e até mesmo para
não ocasionar fitotoxicidade na cultura. A sequência de fotos abaixo mostra fitotoxicidade em plantas
ocasionadas por fungicida (foto.07) e herbicidas (foto 08).
Foto 07 e 08. Algodoeiros com fitotoxicidade por fungicida e por herbicidas (direita).
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As primeiras lavouras semeadas (“algodão safra”) já estão na fase reprodutiva e fechando
entrelinhas. Com este fechamento das entrelinhas, associado ao clima quente e úmido cria-se um
microclima favorável à proliferação de fungos e bactérias presentes no solo, que posteriormente podem vir
a infectar as plantas e/ou as estruturas reprodutivas do algodoeiro. Algumas propriedades já acumulam 4 a 5
aplicações para mancha de ramulária (Ramularia areola); também, na Região foram identificados os
primeiros focos de mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum) e espera-se que, nessas áreas, o monitoramento
seja rigoroso para evitar a proliferação da doença.
Foto 09. Sintoma provocado por mofo branco e estrutura reprodutiva de Sclerotinia sclerotiorum
(escleródios).
No Núcleo, a presença de mosca branca e pulgão é constante; estas pragas são as mais encontradas
em toda a região, em alguns talhões com altas infestações de pulgões é possível identificar o
encarquilhamento das folhas. Cabe lembrar que o nível de controle para o pulgão é de até 40% de plantas
infestadas com colônias, e variedades suscetíveis a doença azul (cujo vetor é o pulgão) têm níveis de
controles mais restritos. Outra praga que aumentou significativamente nas últimas semanas foi a lagarta
falsa medideira (Pseudopulsia includens), algumas propriedades já acumulam dez aplicações especificas para
o controle de lagartas em algodões convencionais (não Bt) com aproximadamente 90 DAE (dias após
emergência), o que contrasta com áreas de algodão-Bt (WideStrike ou Bollgard) que têm em média 3
aplicações para lagartas.
Foto 10 e 11. Colônia de pulgões (esquerda) e presença de ninfas de mosca branca (direita) em
folhas de algodoeiro.
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Foto 12 e 13. Desfolha ocasionada por Pseudoplusia includens e presença de lagartas na folha de
algodoeiro não-Bt.
Com boa parte das lavouras de soja já está colhida, outra praga que está começando a ser
encontrada nas lavouras de algodão é o percevejo marrom da soja (Euschistus heros). Esses percevejos
causam danos nos botões florais e maças, pois ao se alimentar na maçã ele ocasiona uma lesão que serve de
porta de entrada para fungos, bactérias e umidade favorecendo o desenvolvimento de doenças que
ocasiona a queda e/ou apodrecimento do fruto ainda verde. Trabalhos científicos recentes sugerem que o
nível de controle de percevejos da soja em algodoeiro é de 1 percevejo por metro linear, mas que a atenção
deve ser redobrada nas bordaduras, pois a praga costuma ser mais intensa nestes bordos de lavouras.
Foto 13 e 14. Euschistus heros em folha e estrutura reprodutiva do algodão.
Outro item importante, e que os cotonicultores devem seguir à risca, são as aplicações de inseticidas
nas bordaduras para o controle localizado do bicudo. Na Região, a maioria das
propriedades já identificaram a presença de bicudo na(s) bordadura(s) das
lavouras e algumas propriedades já encontraram o bicudo do algodoeiro no
interior da área, no nível de controle, nesse caso a recomendação é fazer
aplicações de cinco em cinco dias em toda a área, até que a população seja
reduzida (em geral, são necessárias duas ou três aplicações).
Foto 15. Pupa de bicudo (Anthonomus grandis) encontrado na bordadura da lavoura do algodão.
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O campo demonstrativo situado neste Núcleo apresenta um bom desenvolvimento, nesta semana
foi realizada a segunda aplicação do Vírus (Hz-NPV) na parcela da cultivar convencional (não Bt), já nas
variedades BG I e BG II foi aplicado inseticida apenas para controle de mosca branca e pulgão.
Foto 16 e 17. Lagarta morta pelo fungo Nomuraea (esquerda)e lagarta morta por vírus (direita).
Nesta semana os índices médios de captura nas armadilhas luminosas da semana ficaram em 11,38
mariposas de falsa-medideira, seguida por 5,6 de Helicoverpa spp., 1,78 de Spodoptera spp e 1,67 de
Heliothis virescens. Já nas armadilhas do tipo Delta a média ficou em 0,38 MHN. Segue abaixo tabela com os
índices de captura por fazenda.
Núcleo 2 – Costa Rica e Alcinópolis (Mariposas capturadas por noite)
Período das leituras: 24/02/14 a 10/03/2014
Armadilha
Código
Armadilha LUMINOSA
DELTA
Identificador
Helicoverpa Helicoverpa Heliothis Spodoptera Pseudoplusia
(NÚCLEO 02)
spp
spp
spp
spp
includens
N2.1
0
8
23
N2.2
N2.3
0,5
2,5
1
2
5
N2.4
10
10
N2.5
0,53
11,5
3,5
11,5
N2.6
N2.7
0,17
0,6
1,6
13,3
N2.8
N2.9
N2.10
0,71
1
0,5
1,75
5,5
MÉDIA
0,38
5,60
1,67
1,78
11,38
- (não tem armadilha) ; células em branco não foi informado
Outras
15
7,6
11,30
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Núcleo 3 – Centro e Sul (São Gabriel a Naviraí).
Eng.° Agr.° Guilherme Foizer
O grande volume precipitado na Região Central está fazendo com que o algodão safra se desenvolva
muito bem. No entanto, o algodão safrinha está perdendo plantas pelo ataque da mela (doença causada
pelo fungo Rhizoctonia solani), já que a alta umidade na Região favorece o seu aparecimento, podendo ser
necessário, em casos extremos, o replantio da área. A rotação de cultura, o tratamento de sementes com
fungicidas e uso de sementes com alto vigor são algumas das ações que ajudam no controle desta doença.
As aplicações foliares com fungicidas à base de estrobilurinas estão apresentando resultados razoáveis nas
áreas mais atacadas.
Foto 18. Algodoeiros jovens atacados por mela.
Os produtores devem ficar atentos, pois o clima favorável somado à adubação nitrogenada pode
resultar em um desenvolvimento vegetativo excessivo, caso o regulador de crescimento não seja aplicado no
momento correto. Esse tipo de desenvolvimento prejudica a aplicação de inseticidas e fungicidas, visto que o
grande volume de folhas e ramos da planta de algodão dificulta a chegada desses produtos ao terço inferior
da planta, e, também ocasiona um microclima favorável ao desenvolvimento de fungos que causam quedas
de folhas e apodrecimentos de frutos.
Foto 19. Alongamento do entrenó decorrente de erro no
controle do crescimento das plantas.
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Nesta semana, foram encontradas na Região Central as primeiras plantas atacadas pela broca da
raiz. Este problema vem aumentando muito nos últimos anos no Mato Grosso do Sul, o que pode estar
associado à má destruição de soqueiras ou a prática do Plantio Direto. Medidas como a destruição correta
de soqueira, no prazo que a Norma determina, ajudam na diminuição da população desta praga.
Foto 20. Ataque da broca da raiz na planta
com obstrução dos vasos que transportam seiva.
Na Região Sul, teve início nesta semana a colheita do algodão no Município de Aral Moreira, sendo
que, no restante da Região Sul, já está sendo feita a aplicação do maturador e desfolhante. De modo geral,
as lavouras sofreram muito com os veranicos, deixando os produtores insatisfeitos com a produtividade. A
expectativa agora é que não ocorram chuvas torrenciais na ocasião da colheita.
Foto 21. Algodoal pronto
para ser desfolhado, o que antecede a colheita.
Um dos grandes problemas em todo o Estado é a presença de plantas tigueras de algodão nos
acostamentos das rodovias e estradas vicinais. Para solucionar essa questão, foi realizada a aplicação de
herbicida seletivo em todos os acostamentos das estradas na Região Central. Essa aplicação foi realizada
entre os municípios de Bandeirantes, São Gabriel e proximidades de Coxim, pois apesar desse último
município não ser produtor de algodão, é próximo às áreas produtoras. À semelhança do ocorrido na Região
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de Chapadão do Sul, espera-se que a operação tenha sido um sucesso, o que será verificado nos próximos
dias.
Foto 22. Tratamento fitossanitário nos
acostamentos das estradas para destruição de plantas de algodão indesejáveis.
Nesta semana os índices médios de captura nas armadilhas luminosas da semana ficaram em 7,33
mariposas de falsa-medideira, seguida por 0,33 de Helicoverpa spp., 2,83 de Spodoptera spp e 2 de Heliothis
virescens. Já nas armadilhas do tipo Delta a média ficou em ,33 MHN. Segue abaixo tabela com os índices de
captura por fazenda.
Núcleo 3 – Centro e Sul (Mariposas capturadas por noite)
Período das leituras: 24/02/14 a 10/03/2014
Armadilha
Código
Armadilha LUMINOSA
DELTA
Identificador
Helicoverpa Helicoverpa Heliothis Spodoptera Pseudoplusia
(NÚCLEO 03)
spp
spp
spp
spp
includens
N3.1
N3.2
N3.3
0,14
3,5
2,5
2
6
N3.4
N3.5
0,57
2,5
4
3,5
4
N3.6
N3.7
N3.8
0,32
4
1,5
3
12
N3.9
0,28
1
0
MÉDIA
0,33
2,75
2,00
2,83
7,33
- (não tem armadilha) ; células em branco não foi informado
Outras
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Redação:
Eng.° Agr.° Danilo Suniga de Moraes (Coordenador Técnico da Ampasul), Eng.° Agr.° Guilherme Foizer (Monitor Técnico da Ampasul) e Eng.° Agr.° Robson
Santos (Monitor Técnico da Ampasul)
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