A prata que vale mais que o ouro
Por Daniel Claber Simões
Ao longo de toda minha vida colecionei muitas experiências esportivas, haja
vista que desde os nove anos de idade participo de competições e disputo
jogos emocionantes e decisivos.
Como o esporte é repleto de lição e emoção.
Durante toda minha jornada esportiva aprendi que em nosso país o 2º lugar
definitivamente não tem importância. Tem até alguns que dizem que a segunda
colocação é a “primeira dos últimos”. Mas só quem está lá sabe de fato o que
significa ser o segundo.
Hoje, dia 30 de agosto de 2015, tivemos uma tarde de muita emoção nas
quadras da academia Alta Energia, no Buritis, já que tivemos três equipes do
Colégio Batista disputando as finais da 16ª Copa Mercantil do Brasil de Futebol
Escolar, a competição de futebol mais aguardada e sonhada pelos meninos e
meninas das escolas de BH.
Das nossas três equipes, sub-17 feminino, sub-9 e sub-11 masculinas, duas
sagraram-se campeãs (sub-9 e sub-11) e uma, vice-campeã (sub-17).
“Claro que você vai evidenciar as duas equipes campeãs.” Não! Como assim?
Isso mesmo, não.
“Mas os campeões são os mais importantes, pois chegaram ao topo”. Verdade,
mas a conquista deles contará a história vencedora; por isso, prefiro falar
daqueles que ficaram em segundo lugar e, aparentemente, fracassaram, pois
destes ninguém quer contar a história.
Uma equipe tem altíssima dignidade porque é formada por pessoas, e estas
sofrem, se dedicam e sonham. Claro que todos nós sonhamos com a glória,
com o topo, mas para isto existe um caminho, e é neste caminho, ou seja, na
trajetória, que se constroem os verdadeiros campeões.
Muitas coisas acontecerem em 2015 com a equipe feminina de futebol sub-17.
Lesões de atletas importantes, torcedores dirigindo ofensas às jogadoras
durante as partidas, dificuldades pessoais, desistências, mas nada disso
impediu que este grupo chegasse à final desta competição e apresentasse um
brilho de campeão.
Equipe determinada, taticamente disciplinada e amplamente disposta a fazer o
que a FIFA chama de fair play ou “jogo limpo”. Isso tudo só se obtém na
trajetória, ninguém conquista isso em um único jogo. Logo, esta equipe não
apareceu no Batista, ela foi construída e gerada aqui.
Esta construção e geração só foram possíveis pela entrega e aceitação de
cada integrante desta equipe. Cada treino, conversa, encontro, jogo: tudo isso
formou este grupo tão vencedor, que nos orgulha imensamente, pois elas
entenderam e viveram toda influência recebida aqui.
Termino com as palavras do apóstolo Paulo, que tanto gosto de usar no
contexto esportivo: O atleta em tudo se domina, uns para alcançar a coroa
corruptível; nós, porém, uma incorruptível (1Co 9.25).
Esta “prata vale mais que o ouro”, pois ela não foi somente conquistada, mas
também vivida e construída. Logo, ela jamais “perecerá” naquelas e naqueles
que dela participaram.
Parabéns, atletas e treinador do Colégio Batista Mineiro, vocês
verdadeiramente brilharam mais que o ouro!
Atletas
Luiza Ribeiro, Amanda Zuquim, Isabella Moreira, Brenda Macieira, Deborah
Quirino, Gabriela Mizrahy, Naiane L., Bruna Silva, Marcella Araújo, Mariana
Figueiró, Ana Julia e Lara.
Treinador
Rafael Luiz de Oliveira
Download

A prata que vale mais que o ouro Ao longo de toda