“E AGORA? O QUE FAZER?”
Libna Carvalho
“Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo.
Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem e sejais
de longa vida sobre a terra.
E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor.”
Efésios 6:1-4
Quero deixar claro que ainda não possuo conhecimento bastante para
falar sobre filhos, afinal, o meu ainda tem cinco anos e muitas histórias virão, se
Deus quiser. Porém, como profissional de educação, pedagoga, orientadora
educacional, percebo alguns aspectos preocupantes, e sempre me fiz valer das
Sagradas Escrituras para melhor orientar pais e mães.
Durante cinco anos como orientadora educacional em uma escola de
grande porte, vivenciei situações de que procurei absorver experiência por meio
dos outros, a fim de não precisar passar pelo mesmo sofrimento. É muito difícil
não se compadecer de um pai ou mãe de adolescente, na maioria das vezes
mais velhos que eu, os quais dariam a vida pelo filho, e lhe dizem: “Me ajude, eu
não sei mais o que fazer!”
Sentia-me um gênio da lâmpada! Como responder a isto?
Assim, comecei a pesquisar os casos e tentar estabelecer padrões, e
observei que, em grande parte, os adolescentes eram mimados, imediatistas,
reis e rainhas dentro de casa onde servos eram os pais (ou seja, não havia
qualquer responsabilidade com tarefas domésticas, sequer apanhar a roupa suja
do chão), desabituados às frustrações, resistentes à autoridade e capazes de
tudo para se sentirem realizados, sem se importarem com as consequências.
Um pouco mais de reflexão e veremos que esse é o perfil da
sociedade brasileira, mas isso é outra discussão.
Diante destes fatos, gostaria de compartilhar 3 lições que guardei para
mim:
- Mito: os pais devem desenvolver uma relação de amizade com os
filhos. Fato: os pais são responsáveis e não precisam assumir o papel de amigos
do seu filho.
Os pais são autoridades na vida dos filhos, são os adultos da relação,
são os que tem mais experiência para ensinar e aconselhar, são aqueles que
criam regras e observam seu cumprimento por cada um dos filhos. Mostram os
limites de exploração para cada um dos filhos.
Observação: para que isso funcione bem, os pais devem ser uma
célula, devem ser maioria, se houver discordância de um dos dois das decisões
na presença dos filhos, as relações (pai e filhos, mãe e filhos, filhos e filhos, pai
e mãe) são enfraquecidas. Cuidado! Discordância se resolve com a participação
apenas dos adultos.
A amizade entre pais e filhos vem com o tempo e amadurecimento,
tratamento amoroso e respeitoso e de muita confiança. Até que seus filhos
tenham crescido e amadurecido, eles não precisam de mais um amigo, mas de
um guia, orientador, que se interessa por eles e lhes deseja uma vida de
sucesso.
- Mito: machos nãos demonstram emoções. Fato: PAIS e mães,
devem dizer abertamente e frequentemente aos filhos que os amam.
Por mais que você procure demonstrar em ações seu amor pelos seus
filhos, eles precisam ouvir isto claramente, até para que possa repetir e criar
laços de amizade com muita propriedade. Beijos, abraços, carinho, um pedaço
de bolo que ele gosta, curtir uma música junto com ele, um jogo e falar, expressar
com a voz seu amor pelos seus filhos, significa zelo, cuidado. O amor deve ser
incondicional, pela pessoa e só. As ações não devem mudar o amor.
Isto não quer dizer que você não possa ficar desapontado, triste ou
irritado com as atitudes dele, mas seus filhos devem saber que você não está
feliz com suas ações, pois os ama, simplesmente. É melhor que eles aprendam
com os pais, como é decepcionar alguém, até eles mesmo, isso é ensinar a
sobreviver as frustrações.
Fato, sem mito: Você deve ensinar seus filhos que para todas as
ações existem reações, consequências.
“Bem-aventurado o homem, Senhor, a quem tu repreendes, a quem
ensinas tuas leis, para lhe dares descanso dos dias maus, até que se abra a
cova para o ímpio.” Salmos 94:12-13
Punições
a
comportamento
inadequados
são
extremamente
necessárias. A forma depende de cada filho e cada pai ou mãe, para cada filho,
o resultado das punições acontece de modo diferenciado.
Algumas crianças sofrem profundamente com um palmada.
PALMADA NÃO É ESPANCAMENTO! Se você não consegue se dominar, não
o puna assim. Minha mãe, sabiamente, sempre nos bateu com a mão. Quando
questionada sobre isso por uma pessoa, ela respondeu que era para não perder
a medida, doía em nós e na mão dela também.
Especificamente, condeno cascudos, beliscões, puxões de orelha,
surra de cinto, vara, ou outros objetos, e qualquer situação humilhante.
Outras crianças se doem ao serem privadas de algo do seu interesse,
como brinquedos, programas de televisão, passeios, jogos, e outras regalias.
Ainda existem as que se doem ao receber um bom sermão.
Não importa a forma que você utilize, o importante é mostrar sua
insatisfação com seu comportamento. Depois, igualmente importante é
conversar sobre o acontecido e lembra-lo que, mesmo diante de tudo, seu amor
não mudou e é por isso que o corrige.
Não prive seus filhos de consequências por pena, por achar que ele
não entende, ele precisa aprender com seu próprio caminho, suas escolhas, por
isso precisa de guia, de conselhos, mas é o caminho deles, após serem feitas
as escolhas as consequências são inevitáveis, sejam boas ou ruins.
É logico que isto não deve ser manual, nem receita de bolo, também
não abrange todos os nossos desafios como pais. Outras discussões,
certamente, virão.
Que Deus nos dê sabedoria para guiarmos nossos filhos no caminho
em que devem andar.
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“E AGORA? O QUE FAZER?” Quero deixar claro que ainda não