PESQUISA DE EXTENSÃO COM CIDADÃOS DE RUA Público Alvo: Cidadãos de Rua. Duração: prazo ainda a ser definido. Horário: ainda a ser definido. Parceria: Instituto de Ciências Humanas - Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Juiz de Fora. JUSTIFICATIVA Este projeto de pesquisa tem por objetivo analisar a situação dos moradores de rua. Esta análise envolve inúmeros aspectos que abrangem e abarca toda a sociedade, como as questões de segurança pública, gestão de governo, assistencialismo, organização de ONG, saúde pública e até mesmo a questão econômica da cidade; pois, numa perspectiva realista todos os cidadãos estão imersos no sistema capitalista de governo, mesmos estes que estão num em um sistema de vulnerabilidade social, ressaltando que eles muitas vezes estão ligados a alguma atividade econômica. Entre as atividades está a reciclagem, da qual muitos destes “cidadãos” são participantes, pois entre eles vários são catadores de papel, alumínio e ferro-velho. Mas, até mesmo muitos dos cidadãos de rua vivem apenas de assistências ou esmolas de outras pessoas, e nem por isso deixam de participar do “mundo capitalista”, pois, consomem com o dinheiro que recebem. Ao conceituarmos cidadão como um indivíduo pertencente a um estado, que goza plenamente de todos os direitos, surge uma interrogação: pessoas que estão em uma situação de vulnerabilidade social, como os “moradores de rua”, gozam de todos os direitos oferecidos pelo estado? Esta é uma questão muito importante, que dá ensejo a este projeto de um olhar amplo sobre a situação deste grupo social em vários ângulos. Nota-se que muitos dos indivíduos que estão neste grupo social não buscam muitas alternativas de saírem da situação na qual se encontram e se acomodam a forma de vida em que estão, ou melhor, ironicamente ao seu “way of life”. Muitas vezes esse, digamos assim, “comodismo” é causado por dependências químicas que vão do álcool a outras substâncias. Mesmo assim, este fato não justifica que tais “cidadãos” continuem morando na rua e pior, ainda dependentes de tais substâncias químicas. É elementar que a liberdade deles não é equiparada a de outros cidadãos componentes do sistema capitalista, pois eles muitas vezes não possuem direito de escolha de coisas básicas da vida, não são ouvidos e muitas vezes nem enxergados por grande parte da população (esta é claro composta por outros cidadãos). Analogamente poderíamos dizer que a cidadania é composta por “castas” ou “hierarquias”, o que em um sistema de democracia plena é impossível, mas o fato de determinados indivíduos possuírem direitos que outros não possuem descaracteriza uma democracia verdadeira. A liberdade é um direito de todos, é claro que os moradores de rua “exercem” sua liberdade, mas de forma muito mais restrita do que outros cidadãos. É necessário, portanto que este projeto olhe de forma ampla sobre este fenômeno social. Pois, ele está entrelaçado a inúmeras estruturas sociais. OBJETIVO GERAL • O estudo visa contextualizar e analisar a situação dos moradores de rua. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Realizar uma análise envolvendo inúmeros aspectos que abrangem e abarcam toda a sociedade, como as questões de segurança pública, gestão de governo, assistencialismo, organização de ONG, saúde pública e até mesmo a questão econômica da cidade; pois, numa perspectiva realista todos os cidadãos estão imersos no sistema capitalista de governo, mesmos estes que estão num em um sistema de vulnerabilidade social, ressaltando que eles muitas vezes estão ligados a alguma atividade econômica. • Verificar por quais motivos o morador de rua não consegue voltar a ter uma vida digna. • Efetuar a tabulação dos dados apresentando os resultados. FUNCIONAMENTO A pesquisa será realizada com os de moradores de rua de Conselheiro Lafaiete; nos horários de disponibilidade dos graduandos, conforme proposto pelo CES-CL e acordado com os coordenadores do movimento OBA (Obra do Belo Amor). Além disso, também serão entrevistados os gestores do município, de ONGs e também com assistentes sociais, além dos agentes de segurança pública. A entrevista com eles também é de suma importância, pois somada aos dados recolhidos irão mostrar o que tem dado certo e o que não tem trazido resultados satisfatórios. Todo o Projeto tem acompanhamento do Coordenador do curso de Serviço Social e do Coordenador de Extensão. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Inicialmente é necessário que sejam colhidos dados que o município analisado possua sobre este grupo social. Incluem-se nesse levantamento, além dos dados estatísticos, políticas públicas realizadas pelo município em questão para com esse grupo, ONGs que realizem alguma forma de assistência a estes moradores, observações da segurança pública do município com relação aos membros deste grupo (ocorrências envolvendo eles, preocupações para com os moradores de rua), quais observações que a secretaria de saúde tem a respeito dos cidadãos de rua. É de extrema importância que sejam realizadas pesquisas de campo com os cidadãos de rua, de acordo com o questionário elaborado (este pode sofrer modificações). Deve ser somado ao questionário outras pesquisas realizadas com o grupo social em estudo, mesmo que já tenham muito tempo. No processo de pesquisa também entram entrevistas com gestores do município, de ONGs e também com assistentes sociais, além dos agentes de segurança pública. A entrevista com eles também é de suma importância, pois somada aos dados recolhidos irão mostrar o que tem dado certo e o que não tem trazido resultados satisfatórios. A metodologia da pesquisa é organizada da seguinte maneira: 1º- Levantamento de dados junto ao município sobre o Grupo social a ser pesquisado (há políticas de assistência aos moradores de rua? Há um levantamento sobre o numero de pessoas que vivem nas ruas do município?...) 2º- Entrevistas com os cidadãos de rua. De maneira próxima e amiga deve-se perguntar a eles: a) Identificação (Nome, possui ou não documentos) b) Naturalidade c) O que lhe fez morar nas ruas d) Como é viver nas ruas e) Qual a maior dificuldade que encontra nas ruas f) Possui algum problema de saúde, e faz uso de algum medicamento com freqüência g) Possui familiares (caso possua, perguntar se mantém algum contato com eles) h) Freqüenta algum programa de assistência aos cidadãos de rua, ou é assistido por algum i) O que acha dos serviços sociais que lhe são prestados pelos organismos sociais j) O que poderia ser feito para que muitos deixassem as ruas k) Faz uso de algum tipo de droga (álcool, etc) 3º Após as entrevistas com os moradores de rua devem ser feitas algumas colocações, daqueles que os entrevistaram, relatando sua experiência. Caso possível, é importante que as entrevistas sejam acompanhadas por algum agente da prefeitura que trabalha com essa população, e elas devem ser feitas em grupo 4º Depois de fazer as variadas entrevistas com os moradores de rua, deve-se entrevistar o secretário de assistência social do município, diretores de órgãos (ONG’S, grupos que ajudam essas pessoas, igrejas, etc.), assistentes sociais que trabalham com este grupo social, o responsável pela segurança pública do município e o responsável pelo sistema de saúde pública do município. Deverá ser perguntado a cada um destes: a) Como é visto o morador de rua na sua área de atuação (agente de segurança, agente de saúde, etc.) b) Quais são as dificuldades encontradas ao se trabalhar com esse grupo social c) Quais os problemas que eles sofrem, no que se refere à área de atuação do entrevistado. d) O que é feito por parte de seu organismo de trabalho em favor deste grupo social e) O que ainda precisa ser feito f) Poderá se fazer outras perguntas ao entrevistado, de acordo com o que for abordado e colocado durante a entrevista g) Além disso, perguntar se há um levantamento de dados em relação aos cidadãos de rua. 5º Após toda essa coleta de dados deverão ser feitos encontros para a discussão do que foi levantado. 6º Deverá ser elaborado um relatório onde tenha explícito falhas nos projetos vigentes, novas propostas mais eficazes e uma apresentação dos perfis dos moradores de rua. 7º Ocorrerão encontros dos núcleos periodicamente, para a discussão dos dados levantados, antes de se fazer o relatório 8º Após a elaboração do relatório deverão ser feitas novas discussões com base nele, para possíveis alterações. 9º Deverá ser feita uma análise Ética da situação dos moradores de rua. 10º Haverá no mínimo 2 encontros entre os núcleos participantes do projeto de extensão, para a troca de conhecimentos e aperfeiçoamento do projeto de extensão Todos os dados devem ser analisados no núcleo, discutidos em grupo. A partir destas discussões, os dados e as entrevistas devem ser enviados ao e-mail: [email protected], juntamente com um relatório daquilo que foi discutido em grupo. Além disso, deve haver regularmente alguns encontros para discussão de textos que se relacionem com o projeto. Obs.: Os dados da pesquisa poderão ser usados pelo Centro de Ensino Superior de Conselheiro Lafaiete – CES-CL.