O encontro das etnias indígenas e quilombolas: do período pré-histórico ao colonial em Carmo do Rio Claro, MG Edvânia Moreira Antenor Geógrafa – UNIFAL-MG, Membro do GERES [email protected] Dedico este artigo aos indígenas e quilombolas de ontem, hoje e sempre! A sabedoria e a magia ancestral exercida por estes em terras Brasílis. RESUMO Este trabalho analisa a existência de grupos humanos nos períodos pré-histórico, pré-colonial e colonial. Em síntese e de forma sucinta evidencia os registros materiais das existências destes, através da cultura material, ou seja, as “marcas ou assinaturas” encontradas em sítios arqueológicos localizados em paisagens ou/e áreas culturais. A cultura imaterial e o gênero de vida serão evidentes, não há como se excluírem, pois, as técnicas e hábitos de vida destes grupos humanos são interpretados. Conceituações da geoarqueologia, arqueologia e geografia cultural são aplicadas neste artigo, para melhor compreensão da relação dos grupos humanos pré-históricos com a natureza. Uma localização especifica será a região onde se insere a cidade de Carmo do Rio Claro, MG palco de encontro de etnias como indígenas e quilombolas, do pré-histórico ao colonial. Palavras-chave: pré-história, grupos humanos, geografia cultural e arqueologia. ABSTRACT This work analyzes the existence of human groups in the pre-historical, pre-colonial and colonial periods. In synthesis the material registers of the existance of these groups are material culture, understood as the “signs of signatures” found in archaeological sites located in landscapes and/or cultural areas. Material culture and the way of life, which cannot be separated, are interpreted to understand the techniques and habits of these groups. Concepts from geo-archaeology, archaeology and cultural geography are applied in this article, to better understand the relation between pre-historical human groups and nature. An specific location Grupo de Estudos Regionais e Socioespaciais – GERES www.unifal-mg.edu.br/geres analyzed is the region of Carmo do Rio Claro, MG, where the encounter between indigenous and quilombolas (fugitive rebel slaves) took place in the colonial period. Key-words: pre-history, human groups, cultural geography and archaeology. INTRODUÇÃO Este artigo é pautado no passado, ou seja, no período Pré-Histórico inicialmente e, finalizado com o Pré-Colonial e Colonial. Remetemos-nos a estes períodos para melhor compreensão da existência do homem ou de grupos humanos culturais denominados paleoíndios, indígenas ou ameríndios que habitaram o Continente Americano. No período Colonial evidenciaremos o contato de grupos étnicos como os indígenas e quilombolas em território específico, hoje geograficamente conhecido como Carmo do Rio Claro, MG. Além dos conceitos aqui trabalhados a fim de contextualizar a utilização da geografia cultural para as pesquisas realizadas em complexos geográficos denominados em seguida de área e/ou paisagens culturais - tipos de ambientes onde se encontram os registros da existência de grupos humanos culturais como os indígenas e quilombolas, por exemplo - o gênero de vida será outro conceito importante para a descrição de formas, técnicas, organização social, se caçadores, caçadores-coletores, caçadores-horticultores, caçadores-coletores-piscicultores, nômades ou seminômades, a cosmologia, cosmografia, entre tantos outros quesitos. 2. OBJETIVOS Analisar e apresentar nesta pesquisa evidências materiais e imateriais existentes dos períodos Pré-histórico, Pré-colonial e Colonial, utilizando-se de conceitos de autores especializados em tais temas, ou vinculados às etnografias. Abordar e relacionar de forma coerente as devidas conceituações para referenciar os grupos étnicos existentes em tais períodos e em determinadas localizações ou complexos geográficos. Caracterizar os múltiplos territórios onde os paleoíndios, indígenas e quilombolas habitaram, através da utilização da geografia cultural e geoarqueologia. Ou seja, evidenciar as relações de tais etnias com as diversidades territoriais, cujo fator ambiental com seus recursos naturais fora imprescindíveis às escolhas realizadas, mesmo que por curto período de permanência. E, sobretudo tentar Grupo de Estudos Regionais e Socioespaciais – GERES www.unifal-mg.edu.br/geres utilizar-se de outras áreas das Ciências Humanas como a História, Antropologia e Arqueologia. 3. JUSTIFICATIVA Este trabalho visa justificar a necessidade do reconhecimento da história social da cultura dos grupos étnicos que existiram nos períodos Pré-histórico, Pré-colonial e Colonial. Agentes culturais esquecidos ou sempre renegados pelas sociedades atuais. Estes foram os primeiros habitantes do que na atualidade denominamos por continente, país e uma região especificada, ou seja, Carmo do Rio Claro. Os paleoíndigenas, indígenas e quilombolas de CRC1·, devem ter suas importâncias justificadas, não somente através das etnografias encontradas, mas também e, sobretudo por serem os agentes culturais formadores da amalgama de sincretismos biológicos e cosmográficos dispersos por todo o território nacional. A utilização das ciências geográfica cultural e geoarqueológica são apresentadas no decorrer dos capítulos deste trabalho, visando justificar a relação intrínseca do homem com a natureza ou com complexos geográficos, constituídos de recursos naturais necessários as suas sobrevivências. De acordo com Eric Dardel (1900-1968) é imprescindível tentar compreender a relação de sentimento e interpretação que o homem manteve e mantém com a natureza, ou seja, com a Terra. Conceitos das áreas das Ciências Humanas como os da História, Antropologia e Arqueologia são igualmente justificadores para à contextualização da relação de grupos humanos existentes no passado e seus registros materiais evidenciados sobre a Terra. 4. DISCUSSÃO TEÓRICA A linha metodológica tem como suportes teóricos a Geografia Cultural, Geoarqueologia, Arqueologia e História Social da Cultura pela quais o objeto do discurso tende a estar no mesmo plano epistemológico que o sujeito desse discurso. Ou seja, não há hierarquia entre quem realiza a ação e quem sofre as interferências dessa ação. Trata-se de dialogar para valer, tratar o outro não como objeto de nossa teoria ou ação, mas como possíveis interlocutores. 1 CRC significa Carmo do Rio Claro Grupo de Estudos Regionais e Socioespaciais – GERES www.unifal-mg.edu.br/geres A utilização da geografia cultural como embasamento teórico neste trabalho utilizar-se-á de conceitos vinculados a história cultural, paisagens e áreas culturais e gênero de vida. A geografia cultural nasceu inicialmente da diversidade dos gêneros de vida (VIDAL DE LA BLACHE et al.,1911,2008:113-130) e das paisagens culturais (SAUER,1929), posteriormente os demais surgiram por uma necessidade, todos se complementam, não há um sem o outro. Além dessa abordagem, mas associada a ela, buscaremos uma aproximação com a arqueologia, especialmente o conceito de sítio arqueológico. Para a geografia cultural o termo “cultura” surge a partir do estudo dos homens, de suas atividades e de suas obras na superfície da terra, e tenta explicá-la pela maneira como os grupos se inserem no ambiente, o exploram e o transformam, os laços que os indivíduos tecem entre si, seus mitos e idéias, a maneira como instituem sociedades, como organizam e como a identificam ao território em qual vivem, etc. (CLAVAL, 1999:10). Entretanto, do conceito cultura surge os termos cultura material sempre vinculada à produção de artefatos materiais, incluindo a paisagem e o ambiente construído e cultura imaterial como algo relacionado à idéias, hábitos e crenças expressas na vida de grupo sociais (MCDOWELL, 2003:160). Enfim, como se pegássemos o conceito de cultura e através deste fizéssemos dois outros, um relacionado ao que é material e o outro ao que é intangível imaterial. Ambos se complementam não há um sem o outro. A terminologia “grupo étnico” mencionada neste artigo é, portanto, relacionada a fenômenos culturais, baseado originalmente na percepção, experiência e circunstância compartilháveis de experiências em comum. Ou seja, grupos ameríndios ou indígenas e grupos provenientes do Continente Africano ou afrodescendentes, portanto, são grupos étnicos de culturas díspares. A consciência de pertencer a um grupo étnico assume uma característica autoperpetuadora, que é passada de geração a geração. As características principais que são partes de uma “bagagem” étnica são: a linguagens (idioma, dialetos), crenças religiosas, instituições políticas etc. (CASHMORE et al.2000:197-198). O gênero de vida é conceituado como à adaptação dos grupos humanos ao meio ambiente, através das técnicas produtivas e possibilidades de inventar novas técnicas, de desenvolver trocas com grupos diferentes que habitam em outros territórios e dos hábitos do grupo. A adaptação se traduz na adoção de um modo de vida ou gênero de vida como a caça, pesca, agricultura, se nômades ou seminômades, etc. Em síntese, o gênero de vida é um conjunto de Grupo de Estudos Regionais e Socioespaciais – GERES www.unifal-mg.edu.br/geres técnicas e hábitos, em que Vidal de La Blache não “aplica” o termo cultura em seus trabalhos para uma melhor definição da relação do homem com a natureza As paisagens referem-se ao conteúdo geográfico de determinada área ou a um complexo geográfico de certo tipo, no qual são manifestas as escolhas feitas e as mudanças realizadas pelos homens enquanto membros de um grupo cultural. Portanto, gêneros de vida e paisagens culturais sugerem o dinamismo necessário à geografia cultural, ligando- se ás representações dos lugares e aos sentimentos de identidades que lhe são vinculados (CLAVAL, 1998:19-38; MCDOWELL, 2003: 161-181; MIKESELL et al.2003:35-52; MOURA DELPHIM et al.2009: 167-184). Cabe constatar que é imprescindível para estudos e prospecções dos sítios arqueológicos a licença concedida pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) que também trata ou resguarda a cultura material e imaterial arroladas em território Nacional. E, contudo, os meios técnicos científicos e os profissionais habilitados devem estar de acordo com todos os requisitos estipulados na Lei N° 3.924 de 1961. 5. METODOLOGIA Como metodologia a pesquisa contou com os seguintes procedimentos: levantamentos bibliográficos, documentais e visitas ao Museu Histórico e Arqueológico Antonio Adauto Leite foram realizadas em Carmo do Rio Claro. Artigos científicos, dissertações e teses de doutoramento foram também utilizados para referenciais teóricos. Utilizamos de fontes documentais como História Oral. Fotografias foram realizadas com a finalidade de apresentar aos leitores a evidência da existência de grupos étnicos, indígenas e quilombolas em tal região. EVIDÊNCIAS ETNOGRAFICAS DOS PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICO AO COLONIAL EM CARMO DO RIO CLARO Vieira (2002:312-326) nos relata uma discussão entre o engenheiro Faveret de Furnas Central Elétrica e o funcionário responsável pela desapropriação de terras, o senhor Pereira de Castro, a respeito da gruta de Itapecerica, que em Tupi significa pedra lisa e escorregadia e a respeito dos artefatos líticos e cerâmicos provenientes de os grupos indígenas, encontrados Grupo de Estudos Regionais e Socioespaciais – GERES www.unifal-mg.edu.br/geres por agricultores enquanto preparavam a terra para o cultivo. O motivo da discussão seria o pedido de um levantamento topográfico, etnográfico e biológico (Lei N° 3.924,1961: Art.2°, 3° e 5°) dos sítios arqueológicos e da gruta existente - com o interior todo revestido de várias inscrições rupestres em perfeita conservação - ambos existentes na região de Carmo do Rio Claro. No entanto, a discussão não teve efeito algum, Faveret não cogitou na hipótese de ser possível contatar profissionais responsáveis para os levantamentos dos sítios arqueológicos. De acordo com a Lei N° 3.924 de 1961 a omissão cometida pelos responsáveis pela criação da hidrelétrica se constituiria em crime contra o Patrimônio Nacional. A destruição e ausência de estudos científicos sobre a gruta, que se localiza submersa nas águas do Lago de Furnas (hoje), e as perdas arqueológicas materiais dos sítios pré-históricos se excederam nos anos de 1950 e 1965. Detalhe, a Lei foi sancionada no ano de 1961. Coincidência?Talvez conscientização tardia dos governantes sobre as perdas do patrimônio cultural, no entanto, não caberiam mais recursos, os agravantes se excederam e a Lei fora negligênciada em tal situação. A partir dos anos de 1970 e 1980 no Município de Carmo do Rio Claro, o arqueólogo Ondemar Dias Junior confirmou por meio de análises de artefatos líticos pré-históricos e dos fragmentos de cerâmicas encontradas dispersas ao longo dos eixos fluviais, o tipo de cultura material a que pertenciam (DIAS JUNIOR, 1979-80: 214-215). Por meio da cultura material, ou seja, os artefatos constituídos e fragmentados encontrados, Dias Junior evidenciou as Fases e Tradições que as caracterizam, que são: Aratu-Sapucaí, Tupi-guarani e Neo-Brasileira (DIAS JUNIOR, 1979-80: 214-215). Resumindo, em relação às denominações etnográficas observadas através dos objetos e além do grupo indígena incluído na família linguística GÊ, como os Kayapó (Tradição Aratu- Sapucaí), haveria também outro grupo indígena pertencente à família linguística Tupi (Tradição Tupi-guarani). E vale ainda ressaltar que há evidencias de influência dos quilombolas tanto nos traços estilísticos dos artefatos, como em técnicas posteriormente aliadas à confecção das cerâmicas dos indígenas, Tradição NeoBrasileira, (PROUS, 2006:84-108). Atentem aos demais textos que seguem. Grupo de Estudos Regionais e Socioespaciais – GERES www.unifal-mg.edu.br/geres Figura 1: Região de Carmo do Rio Claro em relação a Belo Horizonte, MG, 389 km. Fonte: Somar Meteorologia. 2-A HISTORIOGRAFIA DE CARMO DO RIO CLARO A História Cultural de Carmo do Rio Claro, localizada a Sudoeste de Minas Gerais, nos apresenta a história dos grupos indígenas, Gê e Tupi – dos povos pré-históricos que ali habitaram – das trilhas bandeirantes à procura de ouro, dos capitães –do –mato à procura dos Quilombos (GRILO, 1996:15-40). As fontes e referências históricas de Carmo do Rio Claro, se reduzem a praticamente duas: o Breve Histórico publicado na Enciclopédia dos Municípios Brasileiros do ano de 1958 e o que foi publicado em 1977 em comemoração ao centenário da cidade, que é uma compilação do primeiro. O que limita o conhecimento historiográfico da região. Observamos contradições, provavelmente devido à necessidade de fontes documentais. Grupo de Estudos Regionais e Socioespaciais – GERES www.unifal-mg.edu.br/geres Figura 2: Família Guarani Capturada por Caçadores de Índios. De Jean B. Debret. Resumidamente o que consta em tal fonte historiográfica é que Carmo do Rio Claro equivaleria a Freguesia durante os anos de 1780, Vila no ano de 1875 e seria emancipada como Cidade a partir do ano de 1877. Descreve-se algo sobre a entrada das Bandeiras, relacionadas aos bandeirantes, Lourenço Castanho, José Barbosa de Arruda e Domingues de Avelar, a um grupo indígena denominado Catáguases que neste período habitava uma parte do território de Minas Gerais. Precisamente no período da História Colonial, fins dos séculos XVII e início do XVIII em que, há fontes e documentos históricos que fazem referências aos confrontos entre bandeirantes, posseiros e etnias indígenas. Evidenciamos que estes contatos nada amistosos tiveram como o desfecho à dizimação de significativas somas de etnias indígenas (GRILO, 1996:18-109). As armas e as doenças transmissíveis constituíram um dos principais motivos - além dos confrontos existentes entre os nativos e etnias díspares - para o desaparecimento de grupos ou sociedades ameríndias (DIAMOND, 2009:36-214). A respeito da entrada das Bandeiras é bem provável que o Lourenço Castanho citado em tal fonte historiográfica - como sugere Antônio Grilo (1996) – não tenha sido realmente o desbravador2 da região em que hoje se situa à cidade de Carmo do Rio Claro. Estes sertanistas encontrar-se-iam sitiados em áreas para além do Rio Grande e muito dificilmente próximo a este e, o vínculo de tais seria com o Governador das Minas (ROMEIRO, 2003:45-194) área que pertencia à província de São Paulo. Portanto, estas Bandeiras teriam cruzado tal região 2 Remete-nos ao processo de territorialização. Grupo de Estudos Regionais e Socioespaciais – GERES www.unifal-mg.edu.br/geres em épocas mais remotas o que provavelmente contradiz a fonte historiográfica analisada (GRILO, 1996:19-25). Ou seja, outra Bandeira teria adentrado esta região e se estabelecido, no entanto, não se específica ao certo qual seria3. Um fato interessante é que a origem da cidade de CRC não se prende propriamente aos povos indígenas que ali habitavam e que foram dizimados4 e, muito aquém às Bandeiras, mas sim, aos episódios concretos de formação dos Quilombos da região. Provavelmente os movimentos dos quilombolas e dos brancos pobres que deram origem à região de Carmo do Rio Claro (GRILO, 1996:52), a partir do século XVIII. O quilombo existente denominava-se o “Quilombo do Cascalho” (GRILO, 1996:20-55) que era um dos núcleos do Quilombo da região do Campo Grande (LIMA, 2008:36-170) que se distribuía por Minas Gerais. Os vestígios foram identificados, uma vez que se encontravam nas imediações da cidade, bem como a Igreja de Nossa Senhora do Rosário construída onde existiu o Quilombo do Cascalho (COSTA, 2002:36). 3-OS GRUPOS ÉTNICOS: O ENCONTRO ENTRE INDIGENAS E QUILOMBOLAS Possivelmente o episódio da destruição dos aldeamentos indígenas de Carmo do Rio Claro ocorreu mais tardiamente, ou seja, em fins do século XVIII. Os primeiros aldeamentos de Minas Gerais teriam sido devastados pelas Bandeiras Paulistas (ROMEIRO, 2003:173) que teriam penetrado cada vez mais rumo aos “sertões” do Mato Grosso e Goiás e não especificamente onde se situa Carmo do Rio Claro, que se localiza a sudoeste em MG. Relatos orais nos afirmam que pequenos grupos indígenas que ainda permaneciam em CRC mantiveram contatos com os quilombolas. Ambos foram perseguidos por milícias de capitães-do-mato (LIMA, 2008:126-130), ao fim da primeira metade do século XVIII (GRILO, 1996:18-30). A fonte histórica utilizada como referência para este trabalho citada acima – A Enciclopédia dos Municípios Brasileiros - faz referência ao grupo indígena Catáguases designados também como Cataguás ou Catáuas. Eram considerados índios bravos, “belicosos 3 Segundo nos evidencia o mapa abaixo seria a Bandeira de Bartolomeu Dias de Siqueira a que teria adentrado a região sudoeste de Minas gerais, situada próxima ao Rio Grande. 4 Não teriam ocorrido guerrilhas entre indígenas e milícias especificamente em tal região, mas, em outra bem próxima. Grupo de Estudos Regionais e Socioespaciais – GERES www.unifal-mg.edu.br/geres senhores do sertão”, assim nos faz referência o historiador Diogo de Vasconcelos autor de Histórias Antigas das Minas Gerais (ROMEIRO, 2003:173). Tal autor os identifica como etnia ameríndia que povoava as regiões entre Goiás, Minas Gerais e extensas áreas do Campo das Vertentes até o Rio das Mortes. Há divergências de opiniões em relação a que grupo indígena seria o que nos leva a crer que, provavelmente seriam os Kayapó pertencentes ao tronco linguístico Gê (GRILO, 1996:21), pois estes povoavam o vale do Rio Grande ao longo de sua maior extensão. Eram considerados notáveis, aliás, pela tenacidade com que resistiram às investidas dos capitães-do-mato ou mestres - de -campo (ROMEIRO, 2003:173). Figura 3: Guerrilha Entre Indígenas, Escravos e Milícias. De Johann. M. Rugendas (1820). È a ciência arqueológica que, por meio da cultura material existente nos corrobora que existira outra etnia ameríndia, todavia, originária do grupo linguístico Tupi, que se adentrara para o interior do território de MG e que provavelmente estabeleceram contato com o grupo linguístico Gê, ou os Kayapó, que já habitavam tal território. A estética, o estilo e os símbolos das culturas materiais entre os Gê e Tupi são distintas. Grupo de Estudos Regionais e Socioespaciais – GERES www.unifal-mg.edu.br/geres Caracterização etnográfica Figuras 4 e 5: Fragmentos cerâmicos pintados e ungulados, Tradição Tupiguarani. Museu Histórico e Arqueológico Antônio Adauto Leite. Fotografias gentilmente cedidas por Edson Gomes (2009). Os primeiros Quilombos são de um período posterior à formação da cidade de CRC, os indivíduos que o compunham eram em sua maioria descendentes de grupos de nativos provenientes do Continente Africano. Estes, ao aportarem em território brasileiro, que convenhamos se constituía em quantidades significativas fora, transportados para o processo de escravização nas regiões interioranas de Minas Gerais, território onde se estabelecia os núcleos mineradores para exploração da Coroa Portuguesa (LIMA, 2008:21-187). Utilizados também em fazendas de cultivo de cana -de -açúcar, café, fumo e outros gêneros alimentícios. Alguns destes se refugiaram no Município que hoje conhecemos como Carmo do Rio Claro. A escolha do complexo geográfico em que se insere tal região é provavelmente devido à heterogeneidade do meio natural e devido à distância dos núcleos mineradores. Cabe enfatizar que, existiam núcleos de Quilombos que já detinham mais ou menos informações sobre os possíveis territórios para que outros fugitivos ou ex- escravos se instalassem. Os quilombolas nos deixaram seus registros materiais, que se afirmaram como etnografias. Suas “assinaturas” são observadas nos artefatos da coleção etnográfica que hoje é resguardada pelo Município de Carmo do Rio Claro e que se encontra no Museu Histórico e Arqueológico Antônio Adauto Leite. Grupo de Estudos Regionais e Socioespaciais – GERES www.unifal-mg.edu.br/geres Caracterização etnográfica Figuras 6 e 7: Objetos cerâmicos Tradição Neo-Brasileira, influência de quilombolas e/ ou escravos (observe a decoração). Museu Histórico e Arqueológico Antônio Adauto Leite. Fotografias gentilmente cedidas por Edson Gomes (2009). O historiador Pablo Luis de Oliveira Lima (2008:220) em sua tese de doutorado muito nos diz a respeito dos quilombolas e dos Quilombos formados no período da colonização nas Minas Setecentista. O autor faz referência às fontes historiográficas como os relatos de viajantes naturalistas europeus aos Documentos Ultramarinos que constam a respeito das formações de Quilombos em Minas Gerais. Tal autor nos diz a respeito da organização social daqueles, o sentimento de religiosidade, os comportamentos positivos ou negativos dos mesmos frente às sociedades letradas ou senhoriais, os gêneros de vida utilizados por aqueles em seus Quilombos. A cultura, os costumes ou hábitos destes grupos étnicos eram completamente diferentes de seus senhores. Afinal, estes eram provenientes de outro continente, pertencentes a algum grupo étnico existente na África. Seus costumes religiosos provavelmente eram cultuados secretamente de seus senhores, afinal, possuíam uma cosmografia diferenciada dos mesmos, do indígena e do branco pobre. No período colonial estes serviram como “mercadoria” a ser caçada e quando capturada sofria algumas penas restritivas, como a mutilação de partes do corpo, entre outras. Eram fontes de recursos onerosos aos capitães –do- mato (LIMA, 2008:23). Os Quilombos se estabeleceram no que hoje denominamos de paisagens culturais, conteúdo geográfico de determinada área, no qual são manifestas as escolhas feitas e as mudanças realizadas pelos homens enquanto membros de um grupo cultural. E, sobretudo Lima (2008:54-70) nos apresenta referências a respeito da história cultural dos quilombos por Grupo de Estudos Regionais e Socioespaciais – GERES www.unifal-mg.edu.br/geres meio de documentos historiográficos, topônimos ou evidências linguísticas destes grupos em lugares ou espaços territoriais diferenciados. Em um período posterior a destruição do Quilombo do Cascalho, entre os anos de 188085 o Município de CRC contabilizava 1227 escravos (COSTA, 2002:36). Em síntese, os escravos surgiram bem depois com a adquirição de terras por colonos, antes existiam os quilombolas que se dispersaram pós-chegada de tais. Os grupos indígenas Gê, os Kayapó, que se insere na Tradição Aratu-Sapucaí, se instalavam em encostas de morros suaves e nas proximidades dos cursos de água. Os aldeamentos destes grupos eram em formas circulares ou em ferradura. Prováveis grupos ceramistas que se utilizavam de objetos fabricados em rochas e minerais, portanto, utilizavam-se da indústria lítica. Os mortos de tal etnia eram sepultados em urnas funerárias ou igaçabas e dentro um adorno em mineral ou rocha era sempre depositado junto aos restos ósseos (PROUS, 2006:84-92). Os homens eram polígamos. Existiam hierarquias no grupo como em outros. A alimentação segundo André Prous (2006:90-91) se constituía basicamente de milho, entre outros tubérculos, mandioca, batata-doce etc. As mulheres que se encarregavam de produzir alimentos e confeccionar as vasilhas cerâmicas. Evidências destes grupos caçadores e coletores também são encontradas em Pains, MG, as datações para estes grupos são entre 9000 ou 8000 anos atrás (PROUS, 2006:84; HENRIQUES et al., 2008:97109: GOMES, 2009:18). Provenientes do interior, ou seja, do Brasil Central que se dispersaram. Aldeias foram localizadas em Goiás, em Minas Gerais a sudoeste e ao norte em fronteira com a Bahia. É observada a preferência destes em contato com lugares de cerrados (PROUS, 2006:85). Os tupis5 inseridos na Tradição Tupiguarani eram grupos horticultores, utilizavam-se de milho, mandioca (brava e doce), cultivavam batata-doce, feijão, pimenta, amendoim, abóbora e abacaxi, seria o que basicamente constituía a alimentação destes. Plantavam algodão para confecção de redes e o tabaco para rituais de defumação. Pescavam e caçavam. Grupos ceramistas, as mulheres quem fabricavam todas as vasilhas dentre elas as igaçabas, sempre trabalhadas com decorações incisas, corrugadas ou unguladas6·. Todas as vasilhas, menores ou maiores, preservam pinturas e possuem detalhamentos de engobo em suas bordas, diferente dos grupos Gê (Tradição Aratu-Sapucaí) que não oferecem estas 5 6 Sabemos apenas o tronco linguístico. Ver figuras 4 e 5 Grupo de Estudos Regionais e Socioespaciais – GERES www.unifal-mg.edu.br/geres características ou técnicas de detalhamentos. No entanto, há a coincidência de serem as mulheres as produtoras de cerâmicas. As igaçabas encontradas em Carmo do Rio Claro foram possivelmente utilizadas para a preparação do cauim (bebida feita de milho e mandioca), e também reutilizadas para sepultamento de adultos (PROUS, 2006:95-100), como a que foi encontrada com restos ósseos. Este hábito era utilizado também, pelos grupos Gê ou Kayapó. Detalhe, os mortos eram enterrados de forma provisória em uma cova até as carnes apodrecerem, depois, os ossos eram depositados dentro da igaçaba, que deixava de servir como vasilha para armazenar o cauim e que se tornava urna funerária. Os Gê deveriam fazer o mesmo com seus mortos. Estes grupos também utilizavam se da indústria lítica, com a principal finalidade pra confecções de adornos corporais como os tembetá, pontas de projétil (flecha), tacapes, machados semilunares, cachimbos e entre outros. Figuras 8 e 9: Restos ósseos dentro de uma igaçaba, Tradição Aratu Sapucaí, Kayapó. Museu Histórico e Arqueológico Antônio Adauto Leite. Fotografia gentilmente cedida por Keylla P. Francisco (2008). Não há vestígios existentes, devido a sua periodicidade, de instrumentos de matérias orgânicas como o arco de madeira, canoas de tronco de árvores, redes de algodão, adornos de pena, os maracás, etc., (PROUS, 2006:103-108), nem dos grupos tupi (Tradição Tupiguarani) e nem dos Gê (Tradição Aratu-Sapucaí) que também se utilizavam destes objetos. Portanto, há ligação destes com áreas de mata ciliares, e de cursos fluviais e interesse em solos orgânicos. Afinal, estes conheciam bem a que se prestavam os tipos de solos. Habitavam antes parte do litoral brasileiro, contudo, depois do contato e percebendo somente posteriormente que as intenções dos europeus, bandeirantes, posseiros e mestres - de- campo Grupo de Estudos Regionais e Socioespaciais – GERES www.unifal-mg.edu.br/geres não constituíam em absoluto de nobres intenções, estes se adentraram para o interior do Brasil. Este é o principal se não único motivo dos registros da existência destes em Carmo do Rio Claro, grupos do litoral em contato com grupos do interior do Brasil. Múltiplos territórios “conquistados” e posteriormente abandonados, períodos de andanças e nomadismos, fatores que se deram pela necessidade de se resguardarem daqueles. O encontro étnico de grupos indígenas e quilombolas, ambos com modos de vida diferenciados, sempre ocorreram. Vastas são as bibliografias que discutem este contato e posterior miscigenação, entre uma delas à de Freyre (1900-1987) 7, que diz respeito sobre este contato de etnias díspares. Os negros afrodescendentes, escravos ou ex-escravos viam de outro continente, atravessaram o Atlântico, se dispersaram de seus familiares, e o que podiam conservar em si que era sua cultura deveria se adequar ao do senhor ou proprietário. Contudo, as histórias sobre os quilombos e principalmente em Minas Gerais, evidencia-se o contrário de tal situação, houve sim posteriormente o processo histórico de resistências. Estes reivindicavam a liberdade de todas as formas que lhes eram possíveis, tinham uma visão mais politizada e organizada (LIMA, 2008:15-55), sabiam como se articularem frente às injustiças, ao contrário do que de fato ocorreu com os grupos indígenas que tardiamente passaram a reivindicar territórios e os seus direitos (TODOROV, 2003:3-118). Enfim, a visão cosmografica de ambos (indígenas e quilombolas) se diferenciava, mas, contudo o sincretismo possivelmente deve ter ocorrido, assim como os hábitos de sobrevivência em meio a um complexo geográfico por tais escolhidos. A necessidade de sobrevivência entre ambos os grupos, que se encontravam coagidos e ameaçados por outros, bandeirantes, posseiros, mestres- de - campo ou capitães –do –mato, provavelmente ocorreu em CRC de forma se não harmônica ao menos de reconhecimento de infortúnios entre estes. Não encontramos os documentos ou registros que possam evidenciar querelas entre os grupos étnicos, mas sim, sobre o sincretismo entre culturas distintas evidenciadas nos artefatos, na cultura material. Cabe lembrar que nos referimos a um período posterior a criação da cidade de CRC, período em que indígenas e afrodescendentes ainda coexistiam naquela região e que se conscientizavam do período de extermínio que poderia lhes sobrevir. Ou seja, o território antes ocupado por grupos autóctones pré-históricos, como é evidenciado através de inúmeras formas de registros que contem as suas “assinaturas”, e que nos evidenciam variadas características geográficas culturais, faz com que nos remetamos a 7 Livro Casa-Grande & Senzala de Gilberto Freyre. Grupo de Estudos Regionais e Socioespaciais – GERES www.unifal-mg.edu.br/geres um período que é posterior, ao Pré-colonial, através do sincretismo étnico entre negros, indígenas e brancos, amalgama cultural brasileira. A região de Carmo do Rio Claro se torna, portanto, palco dos contrastes entre o préhistórico e o pré-colonial, “é” uma área cultural. Evidenciada por meio dos registros da cultura material, das paisagens culturais, história da cultura que mesmo transformadas pelo homem ao longo dos séculos, ainda guarda por meio de fontes como topônimos de lugares, sítios arqueológicos, fatores linguísticos, descendentes etc. o seu passado indígena e afrodescendente. Aquele território étnico foi sustentáculo para existência daqueles grupos, graças à organização do espaço por meio da hidrografia, geomorfologia, fauna, flora e tantos outros atributos ainda existentes e que conservam os registros etnográficos com as formas diversificadas de “assinaturas” ou “marcas” da existência do homem pré-histórico. São atributos diversificadores que justificam a escolha daquele complexo geográfico para as sobrevivências, quer seja do indígena ou do quilombola. Carmo do Rio Claro como área cultural constitui-se não só de ambientes naturais heterogêneos e de recursos técnicos utilizados para o modo de vida e para a instalação de grupos étnicos, mas, sobretudo de um rico e inigualável sistema de mitos, ritos, símbolos, a sabedoria ancestral e a conscientização de indígenas e quilombolas a respeito de suas próprias existências na Terra. Figura 10: Catléias valquirianas ou “flores dos espíritos” segundo o Sr. Antonio A. Leite, estas eram oferecidas aos ancestrais indígenas, aos mortos. Fotografia gentilmente cedida por Keylla P. Francisco (2008). Grupo de Estudos Regionais e Socioespaciais – GERES www.unifal-mg.edu.br/geres 4-CONSIDERAÇÕES FINAIS Há uma infinidade de indícios e registros da existência do homem no Continente Americano a partir do período Pré-histórico, ou seja, há aproximadamente 11.000 anos. Concluímos que neste período não existia a escrita e, no entanto, o homem já detinha o conhecimento e observação dos espaços ou territórios que melhor lhes conviriam. Mesmo que de forma rudimentar estes se comunicavam, criavam se dispersavam por territórios inabitados ou não. Constatamos o relacionamento intrínseco do homem com a natureza e com os recursos que esta lhes proporcionava, tanto os orgânicos, os minerais e os espaços físicos. Estes adquiriram técnicas que os condicionaram aos espaços/territórios em que lhes conviria habitar, mesmo que por curto espaço de tempo. Foi então, a partir do Homo sapiens, que constatamos o primeiro agente transformador das paisagens naturais. Remontarmos a Pré-História nesta conclusão nos é indispensável, pois, é a melhor forma de nos situarmos no tempo e espaço, esclarecendo sucintamente sobre o “salto” de o passado tão remoto a partir do homem paleoíndio, ameríndio, indígena ou bugre, para melhor interface com o período Pré-Colonial e o Colonial. Um lugar específico posteriormente nos foi necessário, ou seja, Carmo do Rio Claro, onde averiguamos contatos entre grupos de etnias díspares. Encontramos evidências de grupos humanos que habitaram aquele lugar por volta de 9.000 anos atrás e em um período posterior entre os séculos XVII e XVIII em que etnias indígenas e africanas mantiveram contato e resultante deste, os sincretismos. Evidenciamos através da coleção etnográfica existente no Museu Histórico e Arqueológico Antonio Adauto Leite as “assinaturas” destes grupos indígenas e quilombolas e por meio destas, o possível gênero de vida destes grupos. A necessidade de ilustrar iconografias e figuras etnográficas contendo os artefatos líticos, cerâmicos, fragmentos, etc. que nos confirmam e facilitam a compreensão do que se propõem este artigo. A geografia cultural nos corroborou os territórios étnicos, espaço onde são localizadas as evidências da existência de grupos humanos pré-históricos. Concluímos através da utilização da história da cultura, que reúne evidências, como as fontes historiográficas, topônimos, história oral, registros arqueológicos etc. quatro tipos de fatos: a origem, no tempo e lugar, de determinadas características culturais ou de grupos humanos pré-históricos; as rotas ou caminhos, épocas e modos de disseminação destes grupos humanos; a distribuição de algumas áreas e/ou paisagens culturais e as características anteriores destas. Grupo de Estudos Regionais e Socioespaciais – GERES www.unifal-mg.edu.br/geres Constatamos que o território onde se localiza a cidade de Carmo do Rio Claro é um complexo geográfico constituído de heterogeneidade ambiental, recursos hídricos, minerais, geomorfologias, fauna, flora e entre outros. Território étnico constituídos de áreas e/ou paisagens culturais que sofreram processos de antropizações. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANGELUCCI, D. E. A partir da Terra: A Contribuição da Geoarqueologia-Laboratório de Geoarqueologia. 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