UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE O EMPREENDORISMO NO BRASIL Por: Girlane Teixeira Miranda Georgini Orientadora Profª. Adélia Maria Oliveira de Araújo Rio de Janeiro 2006 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE O EMPREENDORISMO NO BRASIL Apresentação Candido de Mendes monografia como à requisito Universidade parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Estratégica Por: Girlane Teixeira Miranda Georgini 3 AGRADECIMENTOS ....À Deus e ao meu esposo Jean, que esteve ao meu lado nos momentos mais difíceis, sempre me dando todo o apoio necessário. 4 DEDICATÓRIA A Deus, por ter dado a oportunidade aos meus pais, que com muito sacrifício e amor, se esforçaram em me proporcionar a educação. 5 RESUMO A atual conjuntura da economia, a escassez de empregos formais, as novas relações do mundo do trabalho levam à conscientização da importância do empreendedor como um profissional capaz de ser criativo e construtivo em um mundo de transformação. O empreendedor deve ser capaz de unir a teoria e vivência prática, propondo e experienciando uma nova atitude, na maneira de pensar e trabalhar, criando a sua volta um caminho pró-ativo. Ser um empreendedor é exercer as aptidões cognitivas e de atitudes necessárias para a compreensão do conhecimento, tornando-se uma fonte fundamental na disseminação do empreendedorismo, devendo estar atento à sua função, demandada pela sociedade, de atender às necessidades do mercado de trabalho e dos cidadãos. Em uma época em que ser empreendedor é quase um imperativo, é muito importante lembrar que por trás das novas idéias que vêm revolucionando a sociedade, existe muito mais do que visão de futuro e análise individual. Análise, planejamento estratégico-operacional e capacidade de implementação são elementos essenciais no sucesso de empreendimentos inovadores. Este trabalho monográfico visa apresentar um arcabouço teórico sobre empreendedorismo, o porquê do empreendedor, os aspectos comportamentais que dificultam ou facilitam os empreendimentos e mostra alguns resultados no Brasil. METODOLOGIA 6 Para realização desse trabalho serão utilizados diversos autores, cujos conceitos serão estudados e aqui apresentados. No entanto, a Teoria de Base parte de autores, em especial, como José Carlos Assis Dornelas e Fernando Dolabela, que marcam o empreendedorismo e se tornaram um referencial no assunto. A Metodologia utilizada será a pesquisa exploratória. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - Empreendedor e empreendorismos - Conceitos 11 CAPÍTULO II - O Empreendorismo no Brasil 15 CAPÍTULO III – Intra-Empreendedorismo 29 3.1 – Características encontradas nos empreendedores 3.2 – Aspectos comportamentais que dificultam o sucesso de Empreendimentos 3.3- O empreendorismo pode ser ensinado ? CONCLUSÃO 41 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43 ÍNDICE 45 FOLHA DE AVALIAÇÃO 46 ANEXOS 47 8 INTRODUÇÃO O ambiente de negócios no século XXI será permeado por constantes mudanças e inovações. A velocidade das inovações, no final do século XX, demonstra a importância que os executivos devem devotar ao desenvolvimento das habilidades que lhes permitam conviver, controlar e incentivar tais mudanças e inovações. Paralelamente a isto, nota-se o fenômeno mundial da diminuição do emprego formal e aumento das iniciativas econômicas individuais, por conta de aumentos significativos de produtividade, bem como de fusões, aquisições, etc. Percebemos que esta nova era é sólida e valorizará o profissional que for capaz de lidar com incertezas, que tenha condições de formular novas idéias e, sobretudo, que tenha capacidade para implementá-las. O trabalho foca a importância do empreendedorismo, que infelizmente ainda é muito pouco explorado nos cursos, conceitos de empreendedor e empreendedorismo e um estudo sobre o que é necessário para tornar-se um negócio de sucesso. A montagem de um bom Plano de Negócios é um dos pontos mais importantes no sucesso da criação de um empreendimento. Através da análise dos principais aspectos de criação e desenvolvimento de um novo negócio e também de planos de negócios. Este trabalho monográfico visa apresentar um arcabouço teórico sobre empreendedorismo, o porquê do empreendedor, os aspectos comportamentais que dificultam ou facilitam os empreendimentos e mostra alguns resultados no Brasil. 9 O saber é fundamental para a adequação do perfil empreendedor, compreendendo aspectos imprescindíveis como ousadia, autoconfiança, assertividade, liderança, criatividade, satisfação pessoal e outros. O desenvolvimento do perfil empreendedor, com base no aprender a empreender, advém, em grande parte, do abrir espaço para criatividade. No entanto, a busca de referenciais para apreender as competências, detectar os seus conteúdos, captar sua dinâmica, os mecanismos como se articulam (diante da necessidade de resolver problemas e do modo como são postas em ação em uma situação concreta) representa o grande desafio para a formação do empreendedor. Colabora neste sentido a adoção de atitudes pró-ativas no aprendizado e na construção do conhecimento organizacional, através de uma visão de futuro por meio de planejamento de cenários, desenvolvendo-se antecipadamente as competências necessárias. Para aprender, necessita-se de inter-relações e questionamentos mais profundos que são construídos e formulados ao longo do tempo e tem muito a ver com a Cultura Organizacional de cada empresa. O aprendizado sempre acontece quando as pessoas estão às voltas com questões essenciais ou se vêem diante de grandes desafios. O empreendedorismo não está ligado somente à criação de empresas. Mas um de seus grandes temas é a liberdade, conquistada também pela capacidade do cidadão de extrair de sua integração produtiva com a sociedade a sua auto-realização. Além do conhecimento, a grande lição para o indivíduo está na sua capacidade de entendimento da realidade e da sua inserção nela, como alguém capaz de agregar valor, ou seja, a grande virtude será saber perceber o meio ambiente e identificar ali necessidades, movimentos, tendências para, a partir daí, buscar e/ou utilizar o conhecimento adequado e eficaz. 10 O primeiro capítulo apresenta os conceitos de empreendedor e empreendedorismo, para um melhor entendimento do trabalho. Em seguida será feito um estudo sobre o empreendedorismo no Brasil . O que é Intra-Empreendedorismo? É o que aborda o capítulo três e os aspectos comportamentais que dificultam o sucesso dos empreendimentos. CAPÍTULO I Empreendedor e empreendorismo 11 CONCEITO Empreendedor, para Chiavanato “ é a pessoa que inicia e/ou opera um negócio para realizar uma idéia ou projeto pessoal assumindo riscos e responsabilidades e inovando continuamente”. Mas o espírito empreendedor está também presente em todas as pessoas que – mesmo sem fundarem uma empresa ou iniciarem seus próprios negócios – estão preocupadas e focalizadas em assumir riscos e inovar continuamente (Gartner, p.15 , 1990). O empreendedor não precisa abrir seu próprio negócio. Ele pode participar do negócio de outras pessoas, mas de uma forma pró-ativa e, antes de tudo, deve sentir-se realizado por assim proceder. Em geral, é motivado pela auto-realização e pelo desejo de assumir responsabilidades e ser independente. Ele considera irresistíveis os novos empreendimentos e propõe sempre idéias criativas, seguidas de ação. Segundo Dornelas (2001), ser um empreendedor é ser capaz de identificar oportunidades, desenvolver uma visão do ambiente, ser capaz de contagiar pessoas com sua idéia, é estar pronto para assumir riscos e aprender com erros, é ser um profundo conhecedor do todo e não só de algumas partes, é dentre outras atribuições, ser capaz de obter feedback e utilizar essas informações para seu próprio aprimoramento. Numa visão mais simplista, podemos entender como empreendedor aquele que inicia algo novo, 12 que vê o que ninguém vê, enfim, aquele que realiza antes, aquele que sai da área do sonho, do desejo, e parte para a ação. ‘Um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões, e acima de tudo, é um realizador que congruência produz entre novas criatividade idéias e através da imaginação.’’ (Dolabela,1999, p.28) Chiavanato (2004, p.16), cita alguns exemplos do que é ser um empreendedor: Aquele indivíduo que cria uma empresa, qualquer que seja ela; Aquela pessoa que compra uma empresa e introduz inovações, assumindo riscos, seja na forma de administrar, vender, fabricar, distribuir ou de fazer propaganda dos seus produtos e/ou serviços, agregando novos valores; Empregado que introduz inovações em uma organização, provocando o surgimento de valores adicionais. Não se considera um empreendedor uma pessoa que, por exemplo, adquire uma empresa e não introduz qualquer inovação (seja na forma de vender, de produzir, de tratar os clientes), mas somente gerencie o negócio. 13 Os empreendedores podem ser voluntários (que têm motivação para empreender) ou involuntários (que são forçados a empreender por motivos alheios à sua vontade: desempregados, imigrantes etc.). Segundo Dornelas (2001, p.31), empreendedorismo é uma livre tradução que se faz da palavra entrepreneurship. Designa uma área de grande abrangência e trata de outros temas além da criação de empresas: Geração do auto-emprego (trabalhador autônomo); Empreendedorismo comunitário (como as comunidades empreendem); Intra-empreendedorismo (o empregado empreendedor); Políticas públicas (políticas governamentais para o setor); “Empreendedorismo é a capacidade de transformar uma idéia em realidade, seja ela inovadora ou não. Ser empreendedor é ser capaz de identificar oportunidades, desenvolver uma visão do ambiente; ser capaz de contagiar pessoas com suas idéias; é estar pronto para assumir riscos e aprender com os erros; é ser um profundo conhecedor do todo e não só de algumas partes; é, dentre outras atribuições, ser capaz de utilizar essas informações para seu próprio aperfeiçoamento.” ( Lambrulho, 2002, .p.93) 14 O Empreendedorismo designa os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, comportamento, personalidade, suas origens, seu sistema de atividades e seu universo de atuação, ou seja, é a arte de empreender. 15 CAPÍTULO II O Empreendorismo no Brasil O Brasil é um dos maiores países do mundo – o quinto em extensão territorial; tem mais de 90 por cento de seu território no hemisfério meridional e localiza-se na América do Sul, continente que nos mapas tem o formato de um comprido triângulo com a base voltada para cima, sendo mais da metade dele, em sua porção nordeste, ocupada pelos 8.514.876 Km2 do território brasileiro. Estima-se que pouco mais de 182 milhões de pessoas habitem o país (Dorrnelas, 2001 ). O tempo que cada trabalhador brasileiro, em média, dedica às suas atividades profissionais é de 1.931 horas por ano, estando entre os maiores, não muito distante das 2.244 horas trabalhadas pelos chilenos e muito superiores às 1.587 horas empenhadas pelos franceses (GEM, 2000 ). Segundo Chiavenato ( 2004 ), atualmente, um sério problema brasileiro é o desemprego que, em 2002, chegou aos 11%, índice bastante alto que, se por um lado, coloca o país na quinta posição entre os participantes da pesquisa GEM – Global Entrepreneurship Monitor - é, por outro lado, muito inferior aos praticamente 30% registrados pela África do Sul, no mesmo ano. A situação do desemprego agrava-se quando se consideram as camadas mais jovens, de pessoas com idade inferior a 25 anos, que representam mais da metade das pessoas desempregadas, o que coloca o Brasil na pior posição na 16 amostra considerada de nações. Os dados de variação na taxa de emprego são, contudo, um pouco mais alentadores, com uma expansão, em 2002, de 0,90 por cento, o que posiciona o Brasil na 22ª colocação entre 28 países, num indicador cuja amplitude foi pequena no ano considerado, variando entre os 0,79 por cento dos argentinos e os 1,09 por cento dos holandeses. A pesquisa GEM (Global Entrepreuneurship Monitor), que mede o empreendedorismo em 31 países de todos os continentes, tem mostrado que o Brasil se destaca entre os dez primeiros países empreendedores do mundo. Em 2000, ficou com a primeira colocação, caindo para a 5ª, em 2001, para a 7ª em 2002 e subindo um ponto ficando em 6º lugar em 2003. No gráfico 1 podemos observar a colocação da atividade empreendedora. Fonte: Pesquisa GEM 2003 Todos os Países França Croácia Japão Itália Holanda Hong Kong Bélgica Eslovênia Suécia África do Sul Cingapura Alemanha Dinamarca Reino Unido Grécia Espanha Finlândia Suíça Irlanda Canadá Noruega Islândia Austrália China E. Unidos Brasil N. Zelândia Chile Argentina Venezuela Uganda GRÁFICO 1 – ATIVIDADE EMPREENDEDORA TOTAL: TEA 2003 17 Quanto aos níveis de empreendedorismo, a GEM constatou a taxa média mundial que é de 8,8%, o Brasil ainda apresenta níveis elevados na atividade, como costuma ocorrer com países com alta dinâmica demográfica, maior número de jovens, informalização do mercado e muitas necessidades não atendidas. A partir da análise mais ampla, constata-se uma estabilização nas taxas de empreendedorismo na casa dos 12 por cento, após o país ter registrado cifras muito elevadas nos primeiros anos em que participou (tabela 1). TABELA 1 – TEA BRASIL 2000-2003 2000 2001 2002 2003 21,4 14,2 13,5 12,9 FONTE: Pesquisa GEM 2003 Segundo o GEM (2001) as pessoas aqui no Brasil começam a empreender a partir dos vinte anos, pois entram na faculdade muito cedo e não conseguindo reais oportunidades de emprego muitas vezes acabam abrindo o seu próprio negócio. Soma-se a esses empresários a figura do empreendedor informal que vem crescendo e tornando-se tendência no mundo moderno. Camelôs e autônomos são empreendedores que geram seu próprio sustento. Muitas vezes sem opção são levados a sobreviverem com criatividade e inovação, reinventando a cada dia. 18 Diante desse novo cenário destacam-se os milhões de empreendedores informais que contribuem para a economia brasileira. A figura do camelô que inova oferecendo o serviço disque-entregas e a figura do autônomo que vem crescendo a cada ano demonstra a tendência cada vez maior do surgimento de autônomos e de pequenas empresas e o crescimento de incubadoras de empresas, fortalecendo e apoiando o início de um novo negócio. A novidade é que, em 2003, aumentou o percentual de abertura de negócios pela percepção de novas oportunidades do que por necessidade. Em 2002, o país havia ficado em primeiro lugar em empreendedorismo por necessidade entre os países pesquisados. Veremos abaixo na tabela 2 a evolução do empreendedorismo por necessidade e oportunidade no Brasil e no mundo. Chiavenato ( 2004 ) TABELA 2 – EVOLUÇÃO DO EMPREENDEDORISMO POR NECESSIDADE E OPORTUNIDADE NO BRASIL E MUNDO* - 2001-2003 2001 TEA Oportunidade Brasil Posição Brasil/nº. participantes no ano TEA Oportunidade Global (Maior 2002 2003 8,5 5,8 6,9 6/29 16/37 10/31 (N. Zelândia) (Tailândia) (Uganda) 12,8 15,0 17,0 (Israel) (Japão) (França) 2,1 1,0 1,13 Taxa) TEA Oportunidade Global (Menor 19 Taxa) TEA Necessidade Brasil Posição Brasil/nº. participantes no ano TEA Necessidade Global (Maior Taxa) TEA Necessidade Global (Menor Taxa) Proporção Oportunidade/Necessidade 5,7 7,5 5,5 3/29 1/37 5/31 (Índia) (Brasil) (Uganda) 7,5 7,5 13,4 (Noruega) (França) (Itália) 0,2 0,1 0,2 60/40 43/56 53/43 (%) Brasil FONTE: Pesquisa GEM 2003 *As taxas TEA OPORTUNIDADE e TEA NECESSIDADE são calculadas para as Novas Empresas e para Empresas Nascentes independente, sendo posteriormente eliminados os Indivíduos que estão em TEA NOVAS e TEA NASCENTES, existe também a opção de a Motivação do empreendedor ser por ambas (necessidade e oportunidade), neste caso desconsiderado. No tocante ao estágio dos empreendimentos, há forte equilíbrio entre empresas nascentes (em estágio embrionário) e novas, que, com menos de 3,5 anos de existência, já propiciaram algum tipo de remuneração (tabela 3). TABELA 3 – ESTÁGIO DOS EMPREENDIMENTOS NO BRASIL – 2000 A 2003 Empresas 2000 2001 2002 2003 13,7 9,2 5,7 6,5 7,7 5,0 8,5 6,9 Nascentes Empresas Novas FONTE: Pesquisa GEM 2003 20 Hoje os empreendedores brasileiros são formados na sua maioria segundo o SEBRAE (2000) por homens e mulheres com idade média de 39 anos, 2º grau completo, ex-empregados de empresas privadas. O empreendedor brasileiro continua sendo jovem, com vários anos de estudo a mais que a média da população, porém apresenta renda declinante ano a ano em face da situação macroeconômica do país. Do ponto de vista demográfico, o dado mais interessante nos dois últimos anos é a crescente participação feminina que resulta, hoje, numa proporção de quatro mulheres em cada grupo de dez empreendedores. Todavia, o empreendedorismo é mais um aspecto que reproduz as marcantes diferenças regionais brasileiras, pois as taxas de empreendedorismo por oportunidade crescem conforme se aproxima das regiões mais ricas do país (tabelas 4, 5, 6 e 7). 21 TABELA 4 – TAXAS DE EMPRESAS, DADOS AGRUPADOS DE 2000 A 2003; 2003 ISOLADAMENTE. FONTE: Pesquisa GEM 2003 TEA (%) CATEGORIA SEXO ESTADO CIVIL IDADE 2000-2003 2003 Masculino 18 14,2 Feminino 12 11,7 Solteiro 15 12,3 Casado 16 13,4 Viúvo 8 6,3 Outro 16 16,1 18 a 24 anos 14 12,6 25 a 34 anos 19 16,1 35 a 44 anos 19 14,4 45 a 54 anos 12 11,5 55 a 64 anos 7 3,5 Menos e 3 SM 12 10,8 De 3 a 6 SM 18 15,4 Mais de 6 a 9 SM 21 14,5 21 22,1 Mais de 15 SM 19 25,0 Recusou responder 14 12,0 Não sabe 20 10,5 Sem Educação 10 5,1 1 a 4 anos 14 10,7 5 a 11 anos 18 16,2 Mais de 11 anos 19 16,1 Norte 23 10,1 FAIXA DE RENDA Mais de 9 a 15 SM Formal ESCOLARIDADE REGIÃO 22 GEOGRÁFICA Nordeste 14 14,8 Sul 19 15,1 Sudeste 14 12,1 Centro-Oeste 13 8,0 TABELA 5 – ESTIMATIVA DO NÚMERO DE EMPREENDEDORES POR REGIÃO DO BRASIL – 2000 A 2003 FONTE: Pesquisa GEM 2000 a 2003 TOTAL DA NÚMERO POPULAÇÃO ESTIMADO DE REGIÃO TEA (%) ADULTA 18-64 EMPREENDEDORES ANOS Norte 7.974.000 23 1.834.020 Nordeste 29.511.000 14 4.131.540 Sudeste 44.760.000 14 6.266.400 Sul 15.520.000 19 2.948.800 7.193.000 13 935.090 Centro-Oeste 23 TABELA 6 – PARTICIPAÇÃO NO EMPREENDEDORISMO – HOMENS X MULHERES / 20002003 FONTE: Pesquisa GEM 2000 a 2003 GÊNERO 2000 2001 2002 2003 Homens 71% 71% 58% 54% Mulheres 29% 29% 42% 46% 100% 100% 100% 100% Total TABELA 7 – DISTRIBUIÇÃO DO EMPREENDEDORISMO ENTRE HOMENS E MULHERES NO BRASIL – 2003 FONTE: Pesquisa GEM 2003 HOMENS MULHERES BRASIL População Total 89.894.000 92.139.000 182.033.000 População 18-64 anos 51.832.000 53.126.000 104.958.000 14,2% 11,7% 12,9% 7.360.000 6.216.000 13.576.000 54,2% 45,8 100,0% 7º 4º 6º TEA Empreendedorismo (estimativa) – Nº. Empreendedorismo (estimativa) – (%) Colocação Geral Como vimos nas tabelas 6 e 7, o aumento do empreendedorismo entre as mulheres está mudando o cenário empresarial. Elas, que durante muitas 24 décadas foram consideradas "sexo frágil", hoje constituem boa parte da força de trabalho das empresas, ocupando cargos de liderança e da alta administração. O comprometimento, a persistência, a busca por oportunidades e criatividade são algumas das características femininas que ganham destaque no mundo dos negócios. Se durante muitos séculos elas foram consideradas incapazes de administrar empresas, limitadas apenas às tarefas domésticas ou a cargos de pouca expressividade, atualmente, o espaço que as mulheres ocupam no mercado é tão significativo que já existem cursos, seminários e palestras direcionados a elas, visando despertar e incentivar o empreendedorismo. Hoje, elas ocupam boa parte das vagas nas universidades e cursos de pós-graduação e na maioria das empresas estão concorrendo em igualdade aos cargos de liderança. Para o economista Antônio Soares, o que falta ao Brasil são incentivos para desenvolver o empreendedorismo entre as mulheres. Uma das iniciativas que promete mudar esse cenário é o convênio entre o Sebrae Nacional, Secretaria Especial de Política da Mulher e Federação das Associações de Mulheres de Negócios. 25 Uma parceria que visa capacitar mulheres para a gestão de pequenos negócios. "Na maioria dos lares, elas controlam os gastos da família; decidem onde e como gastar. Isso já é uma pequena prova da capacidade de empreender e administrar", afirma o economista Antonio Soares. Com respeito aos demais países da Pesquisa GEM, o Brasil encontra-se entre aqueles de maiores taxas de empreendedorismo, acompanhado, quase invariavelmente, por países emergentes da América Latina, Ásia e África. Os países mais afluentes normalmente ocupam as últimas posições quando se consideram as taxas globais. Esse quadro pode ser resultante da dinâmica demográfica e econômica em vista do maior número de jovens, informalização do mercado e demandas não atendidas nos países com menor desenvolvimento entre os participantes da pesquisa. Todavia, quando se refere à análise, mostram-se constatações diferentes. Nos países mais ricos são significativamente maiores os percentuais de empreendimentos de alta expansão tecnológica e de mercado e impacto na geração de empregos e no comércio internacional. Ademais, são maiores também, a proporção de investidores e a disponibilidade de capital em geral, incluindo as modalidades de maior risco (gráfico 2). 26 GRÁFICO 2 - GRUPO DE EMPREENDEDO RES TO TAL SEGUNDO SEÇÃO C NAE - AGRUPAMENTO 2000-2003 Co mércio Varejista / Co m. At acad is t a / Vend a e M anut enção d e veí culo s Ind ús t ria d e Trans fo rmação 3,3% 3,5% 6,8% 34,6% Alo jament o e Aliment ação 6,0% Outras At ivid ad es , Serviço s Co let ivo s 8,3% Ativid ad es Imo b iliárias , Alug uéis Co ns t rução 10,9% Ag ricultura e Pecuária 12,3% 14,4% Trans p o rt e e Armazenag em Outro s FONTE: Pesquisa GEM 2003 Os fatores favoráveis mais citados pelos especialistas são de ordem econômica e cultural. As carências da população geram muitas oportunidades de negócios, as quais, aliadas à elevação do desemprego e da precarização do trabalho, impõem a necessidade das pessoas buscarem alternativas fora do mercado de trabalho formal. Apontou-se também o estabelecimento de parcerias e de terceirização que ganham espaço. A todos esses elementos, soma-se a criatividade do brasileiro para responder a situações difíceis, característica que o torna flexível e adaptável a um ambiente de constantes mudanças sociais e econômicas. Um fator bastante destacado, de natureza específica, é o crescimento vertiginoso das incubadoras de empresas nos últimos anos (tabela 8). 27 TABELA 8 – Condições que afetam o empreendedorismo no Brasil – avaliação feita pelos especialistas nacionais CONDIÇÕES QUE AFETAM O EMPREENDEDORISMO NO BRASIL MÉDIA BRASIL MÉDIA MUNDO Capacidade Empreendedora: Motivação Oportunidade Empreendedora Participação da Mulher Acesso à Infra-estrutura Física Barreiras à entrada no Mercado – mercado interno e dinamismo/oportunidade Educação e Treinamento – Ensino superior e aperfeiçoamento Normas Sociais e Culturais Infra-estrutura Comercial e Profissional Capacidade Empreendedora: Potencial Suporte Financeiro Programas Governamentais Proteção aos Direitos Intelectual Barreiras à entrada no Mercado – maiores barreiras – custos, concorrência, legislação. Transferência e Desenvolvimento de Tecnologia Políticas governamentais em âmbito federal, estadual e municipal; efetividade das políticas. Educação e Treinamento – ensino de 1º. e 2º. grau Políticas governamentais: Impostos; Tempo de resposta. FONTE: Pesquisa GEM 2003 0,53 0,34 0,18 0,13 0,38 0,19 0,34 0,95 POSIÇÃO NO BRASIL 10/31 11/31 19/31 31/31 0,12 -0,19 7/31 -0,37 -0,21 22/31 -0,43 -0,45 -0,63 -0,76 -0,78 -0,83 -0,23 0,23 -0,52 -0,39 -0,38 0,12 18/31 31/31 19/31 23/31 25/31 28/31 -0,90 -0,25 31/31 -0,98 -0,51 28/31 -1,05 -0,40 28/31 -1,28 -0,94 27/31 -1,68 -0,57 31/31 Em resumo, as proposições giram em torno da necessidade de incremento na quantidade de capitais disponíveis para empreender e em seu barateamento. Além disso, insistiu-se muito na necessidade de integração dos programas e das informações existentes sobre o empreendedorismo e na urgência em se reduzir a carga tributária e os custos regulatórios. A educação foi destaque nas propostas, merecendo diversas menções que vão desde a 28 melhoria geral no sistema de ensino, à introdução de disciplinas e conteúdos específicos de empreendedorismo, principalmente na educação secundária e superior. Por fim, como proposta de grande abrangência, o fortalecimento do cooperativismo, das parcerias e da terceirização impulsionadores do nascimento de novas empresas. CAPÍTULO III Intra-Empreendorismo em geral como 29 Segundo Chiavenato ( 2004 ), com as globalizações de mercados se ampliando continuamente, a competitividade entre os concorrentes torna a luta pela sobrevivência um desafio diário que envolve todos os funcionários das empresas. Nesse novo ambiente, o grande diferencial competitivo das empresas em relação aos concorrentes está na sua capacidade de inovar, de criar coisas novas, de desenvolver novos produtos, de aumentar a produtividade, de atrair e reter clientes, de aproveitar as oportunidades que surgem. Os agentes do aumento da capacidade competitiva das empresas são os seus funcionários, os recursos tecnológicos são exigências mínimas para a continuidade no mercado. Em razão disso, as empresas estão cada vez mais procurando pessoas que sejam capazes de ajudá-la a aumentar a sua capacidade competitiva. Em outras palavras, as empresas procuram funcionários empreendedores. (Dornelas, 2001 ). O termo empreendedor é aqui utilizado não no sentido de quem abre empresas, mas no sentido de quem imagina, desenvolve e realiza visões dentro das organizações. Segundo Chiavenato ( 2004 ), um empreendedor dentro de uma organização é chamado de intra-empreendedor. Assim, um intra- empreendedor, é uma pessoa que, além de imaginar coisas novas dentro de 30 uma empresa, trabalha persistentemente no seu desenvolvimento e na sua realização, ou seja, na sua implantação. Desta forma, para ser um funcionário empreendedor não basta ter apenas idéias, é necessário que estas idéias sejam desenvolvidas e implantadas. Essas visões são as idéias de inovação, de criação de novos produtos ou serviços que os funcionários possuem. Os intra-empreendedores, assim como os empreendedores, não são necessariamente inventores de novos produtos ou serviços. Sua contribuição está em tornar novas idéias ou mesmo protótipos e transformá-los em realidades lucrativas. Acredita-se que o empreendedorismo, assim como o intra- empreendedorismo, pode ser aprendido. Segundo Dolabela ( 1999 ), existem 5 pontos fundamentais para um funcionário de uma empresa se tornar um intraempreendedor: Encontre uma idéia para empreender, algo de novo no qual você acredita e que esteja alinhado com os seus valores pessoais; Elabore um plano de negócio para ajudar a transformar a idéia em realidade; Tire as dúvidas com outros empreendedores; 31 Faça qualquer coisa para a idéia dar certo. Se tiver que varrer o chão, faça-o. Se tiver que fazer o trabalho em casa, faça-o. Seja persistente, pois muitas vezes faltará apoio e o que é pior, se enfrentará muitas resistências; Encontre dentro da empresa alguém para apadrinhar a sua idéia, para dar suporte e até protegê-lo. Essa pessoa normalmente não é o seu chefe, ela está em outros departamentos da empresa. Essas orientações se constituem em diretrizes para a elaboração de programas de capacitação na área do intra-empreendedorismo. Com essas orientações, características do perfil empreendedor como: criatividade, persistência e liderança emergirão naturalmente do desenvolvimento das idéias que se empreende. 3.1 Características encontradas nos Empreendedores O empreendedor não é somente um fundador de novas empresas ou o construtor de novos negócios. Ele é a energia da economia, a alavanca de recursos, o impulso de talentos, a dinâmica de idéias. Ele é quem fareja as oportunidades e precisa ser muito rápido, antes que outros o façam. “A personalidade empreendedora transforma a condição mais insignificante numa excepcional oportunidade. O empreendedor é o visionário dentro de nós. O sonhador, a energia por trás de toda atividade humana, a 32 imaginação que acende o fogo do futuro é o catalisador das mudanças. ( Lambrulho,2002,.p.98 ) O empreendedor vive no futuro, nunca no passado, raramente no presente. É mais feliz quando se sente livre para construir imagens de “e se...” e de “e quando...”. ( Dornelas, 2001 ) Nos negócios, o empreendedor é o inovador, o grande estrategista, o criador de novos métodos para penetrar ou criar novos mercados, o gigante dominador de mundos como: Henry Ford, Tom Watson (IBM) e Ray Kroc . O empreendedor é a personalidade criativa; sempre lidando melhor com o desconhecido, investigando o futuro, transformando possibilidades em probabilidades e o caos em harmonia. Toda personalidade fortemente empreendedora tem extrema necessidade de exercer controle. Quem vive como ela, no visionário mundo do futuro, precisa ter controle sobre pessoas e eventos atuais, a fim de poder concentrar-se em sonhos. Através de diversos estudos das características com empreendedores de sucesso foram identificados diversos comportamentos e perfis que é necessário para que uma pessoa possa se tornar com mais facilidade um 33 empreendedor bem sucedido. Abaixo segue as características mais fortes de um empreendedor ( Chiavenato,2004, p.20) : Busca de Oportunidades e Iniciativa – Ter a capacidade de criar e enxergar novas oportunidades de negócios, desenvolver novos produtos e serviços, propor e implementar soluções inovadoras. Persistência – Enfrentar os obstáculos decididamente, buscando, sempre, o sucesso, mantendo ou mudando as estratégicas, de acordo com as situações. Correr Riscos Calculados – Analisar as alternativas e dispor-se a assumir desafios ou riscos moderados e responder pessoalmente por eles. Exigência de Qualidade e Eficiência – Decidir que fará sempre mais e melhor, buscando satisfazer ou superar o que os clientes desejam. Comprometimento – Fazer sacrifícios pessoais, se esforçar para completar uma tarefa; colaborar com os subordinados e, até mesmo, assumir o lugar deles para terminar um trabalho; fazer força para manter os clientes satisfeitos. Busca de Informação – Interessar-se, pessoalmente, por obter informações sobre clientes, fornecedores ou concorrentes; investigar, 34 pessoalmente, como fabricar um produto ou prestar um serviço; consultar especialistas para obter assessoria técnica ou comercial. Estabelecimento de Metas – Assumir metas e objetivos que representem desafios e tenham significado pessoal; definir, com clareza e objetividade, o que se quer atingir e em que prazo. Planejamento e Monitoramento Sistemáticos – Planejar, dividindo tarefas de grande porte em tarefas menores com prazos definidos; revisar constantemente seus planos, considerando resultados obtidos e mudanças circunstanciais; manter registros financeiros e utilizá-los para tomar decisões. Persuasão e Rede de Contatos – Utilizar-se de estratégias para influenciar ou convencer os outros para conseguir melhorias no seu negócio; manter boas relações comerciais com clientes e fornecedores. Independência e Autoconfiança – Buscar manter seus pontos de vista, mesmo diante de um insucesso temporário. Ter confiança na sua própria capacidade de complementar tarefa difícil ou de enfrentar desafios. Obviamente não existem pessoas que reúnam todas estas características. Cabe ao empreendedor fazer uma auto-avaliação e perceber em quais características ele se destaca e em quais ele necessita se 35 desenvolver. Fazendo isso o empreendedor minimiza as chances de fracasso em seu empreendimento. 3.2 Aspectos comportamentais que dificultam o sucesso de empreendimentos Segundo Chiavenato ( 2004 ), crescentemente tem-se observado que há também alguns aspectos e características comportamentais, que representam um problema para o sucesso do novo empreendimento e que, estes atributos são muito comuns em empreendedores de empresas que fracassaram. . Senso de invulnerabilidade - É um aspecto inerente a indivíduos que acham que nada de desastroso pode lhes acontecer. Em decorrência deste pensamento, são pessoas mais propensas a aproveitar eventos inadequados e a correr riscos desnecessários e não inteligentes. Este comportamento possui sérias implicações negativas quando se visa abrir um negócio. Crença de que é o "super-homem" - Este termo ilustra pessoas que tentam provar que são melhores e que podem facilmente desempenhar-se melhor que os outros. Eles correm estes riscos para provar para si mesmo e para impressionar os outros de que são altamente capazes de executar tarefas que são difíceis de serem realizadas. Um forte desejo de serem reconhecidos, de serem vistos como herói, com respeito e admiração. 36 Senso de anti-autoridade - Algumas pessoas esquivam-se do controle de suas ações por outros indivíduos. Em geral falam: "Não me digam o que fazer. Ninguém pode me dizer o que eu devo fazer". Este aspecto contrasta com o pensamento de que todo empreendedor tem a tendência de visar feedback de maneira a alcançar suas metas e melhorar sua performance. Impulsividade - Ao deparar-se com uma decisão, certas pessoas sentem que devem fazer algo e rapidamente. Eles falham em explorar as implicações de suas ações e na revisão dos resultados após a ação. Falta de autocontrole - Este atributo é o contrário do atributo de lócus interno de controle, característico de empreendedores bem sucedidos. Pessoas com estes traços sentem que podem fazer pouco, já que não podem sequer controlar o que acontece para si. Perfeccionismo - Percebe-se que o perfeccionismo é um grande inimigo do empreendedorismo, pois, o tempo gasto na obtenção da perfeição muitas vezes inviabiliza os resultados. Excesso de autoconfiança - Os empreendedores que pensam que têm todas as respostas usualmente têm muito poucas. Para piorar, freqüentemente falham em reconhecer que não sabem. 37 Senso de independência - Um caso extremo e severo de independência pode limitar a atuação do empreendedor, pois, ele pensa que é capaz de realizar todas as coisas por ele mesmo, sem haver a participação e ajuda das outras pessoas. Este corrente interesse na compreensão dos aspectos comportamentais relacionados ao sucesso de empreendimentos é bastante apropriado, pois, cada vez mais se constata que, além de habilidades técnicas como planejamento do negócio, análise de conteúdo financeiro, exploração de emissões legais e muitos outros, o empreendedor deve também saber gerenciar a si mesmo. 3.3 O Empreendedorismo pode ser ensinado? Uma enquête realizada recentemente para a Folha de S.Paulo aponta que, de um total de 321 entrevistados, 36,5% declararam que gostariam de se tornar empreendedores (29% do total eram filhos de pai e/ou mãe empresários). O número de interessados em empreender supera, por exemplo, os dos que manifestaram a intenção de se tornarem executivos (24%). “O empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século XXI mais do que a revolução industrial foi para o século XX”. ( Timmons, 1994) A pesquisa revela o caráter relevante e atual do empreendedorismo, ainda muito novo no campo acadêmico. A implementação de cursos voltados 38 para o assunto justifica-se pela crescente conscientização e tomada de posição por parte das universidades no sentido de proporcionar aos estudantes competências que possibilitem não só a sua inserção no mercado do trabalho, mas também sua sobrevivência e empregabilidade em uma sociedade altamente competitiva. No entanto, vários são os estudos buscando desenvolver teorias que orientam a formação de empreendedores no mundo moderno por ser fundamental preparar pessoas pró-ativas que aprendam a agir e pensar por conta própria, com criatividade, espírito de liderança e visão de futuro, para inovar e ocupar seu espaço no mercado. Segundo Chiavenato ( 2004 ), desenvolver o perfil empreendedor é capacitar o aluno para que crie, conduza e implemente o processo criativo de elaborar novos planos de vida, de trabalho, de estudo, de negócios, sendo, com isso, responsável pelo seu próprio desenvolvimento e o de sua organização. Sob essa perspectiva, a disseminação de uma cultura empreendedora passa a ter uma considerável importância frente ao desenvolvimento de um novo comportamento, individual e organizacional, e uma das questões é como realizar essa formação e como desenvolver uma competência empreendedora? Partindo da necessidade de competências empreendedoras para que as pessoas estejam mais preparadas para se inserirem no mundo do trabalho, e 39 de que essas competências podem ser desenvolvidas em ambiente propício, cabe à universidade mais esse papel, o da disseminação da cultura empreendedora. Nesse sentido, faz-se necessário a seguinte indagação: O empreendedorismo pode ser ensinado? A chave para o desenvolvimento promissor desse processo está na educação. Esta aumenta a conscientização dos estudantes sobre empreendedorismo e por isso facilita o desenvolvimento das ações empreendedoras. Todavia, a grande questão é saber se o atual sistema educacional promove a formação da cultura empreendedora. A educação para o empreendedorismo não deve ser confundida com a educação para gerenciar somente empresas. O principal objetivo da educação para gerenciar empresas é ensinar técnicas gerenciais aplicáveis ao gerenciamento organizacional, enquanto que a educação para o empreendedorismo visa estimular a cultura empreendedora, desenvolvendo a sensibilidade individual ou organizacional (coletiva) para a percepção de oportunidades (tanto externas quanto intra-organizacionais), ensinando a empreender, responsável mediante a capacidade de assumir riscos prémensurados e aceitáveis. 40 Alguns empreendedores são natos. Realmente nascem prontos. Uns, desenvolvem esta habilidade. Outros, sequer se apercebem de tão precioso dom. Mas, assim como não se nasce empregado, nosso sistema educacional é que nos ensina a ser funcionários, o Empreendedorismo pode, igualmente, ser ensinado. Mas que fique claro uma coisa: Empreendedorismo é um jeito de ser e não de saber. Está vinculado mais à atitude do que ao conhecimento. 41 CONCLUSÃO O objetivo de apresentar um arcabouço teórico sobre o porquê do empreendedor foi alcançado porque o estudo reuniu autores com conhecimento na área de administração e empreendedorismo e em sua estrutura de capítulos buscou apresentar as informações sobre o tema em estudo. Ser empreendedor não é apenas pensar em criar negócios ou viabilizar idéias, mas realizar uma busca íntima em sua capacidade de planejamento, transformação, adaptação e integração. Para fazer isto, os empreendedores devem estar preparados, com objetivos bem definidos e metas traçadas. Além de estar sempre atento às oportunidades, é importante desenvolver o senso da observação e pesquisa para analisar muito bem o mercado em que vai atuar; saber fazer o seu marketing pessoal; se promover por meio de intensas articulações e redes de relacionamentos; planejar e administrar seus investimentos quer sejam pessoais ou profissionais. Os autores e estudiosos do assunto deste tema destacam que as informações que vamos obtendo, ao longo de nossas vidas, vão se acumulando e construindo o nosso conhecimento. O conhecimento é construído a partir do nosso desejo de aprender sobre as coisas e as pessoas. É do conhecimento que nascem as nossas idéias. Às vezes, temos idéias 42 geniais, que podem ser transformadas em negócios lucrativos. Ao empreendermos qualquer negócio, devemos buscar ampliar as nossas informações, aumentar o nosso conhecimento a partir dos desafios e da aquisição de novas idéias, e da retenção da experiência dos outros. Futuros estudos sobre o assunto devem destacar a importância de: Capacitar o corpo docente e conscientizar o corpo discente sobre a importância do empreendedorismo, desenvolvendo uma metodologia da cultura empreendedora nos cursos de graduação. Desenvolver um estudo de maior abrangência sobre a formação de empreendedores e estudo de viabilidade do seu futuro negócio. Finalmente, este estudo pretende em suas conclusões, deixar para futuros empreendedores, que é fundamental que a sua empresa ou projeto seja uma extensão do seu próprio ser, do seu mundo interior e que devem aprender a conhecerem a si mesmos, porque as suas características pessoais irão refletir-se em sua empresa. Devem aprender a utilizar a tecnologia e a estratégia, através de pesquisas, análises e projeções, consubstanciadas no que se denomina Cultura Empreendedora BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43 CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: Dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva 2004. DOLABELA, Fernando. BOA IDÉIA! E AGORA? São Paulo: Cultura, 2000. DOLABELA, Fernando. Empreendedorismo - A Viagem do Sonho - Fazendo Acontecer. Brasília: Aed, 2002. DOLABELA, Fernando. Oficina do empreendedor. São Paulo: Cultura Ed. Associados, 1999. DOLABELA, Fernando. O segredo de Luísa. São Paulo: Cultura editores associados, 1999. DORNELAS, Jose Carlos Assis. Empreendedorismo Transformando Idéias em Negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2001. GERBER, Michael E. O MITO DO EMPREENDEDOR. São Paulo: Saraiva, 1990. GERBER, Michael E.. O mito do empreendedor: Como fazer de seu empreendimento um negócio bem sucedido. São Paulo: Saraiva, 1990. 44 Global Entrepreneuship Monitor (GEM) 2003. Empreendedorismo no Brasil, edição em português, Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Paraná (IBQP-PR), 2003. PROGRAMA: APRENDER A EMPREENDER. Brasília: Ed. Sebrae, Maio/Junho, 2004. PROGRAMA: INICIANDO UM PEQUENO, GRANDE NEGÓCIO. Brasília: Ed. Sebrae, Julho/Setembro, 2004. Sites Consultados www.sebrae.com.br www.anatel.com.br www.anprotec.org.br 45 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I Empreendedor e Empreendedorismo - Conceito 12 CAPÍTULO II O Empreendorismo no Brasil 16 CAPÍTULO III Intra-Empreendorismo 30 3.1 – Características encontradas nos Empreendedores 32 3.2 – Aspectos comportamentais que dificultam o sucesso de empreendimentos 36 3.3 – O Empreendedorismo pode ser ensinado ? 37 CONCLUSÃO 42 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44 ÍNDICE 46 ANEXOS 48 46 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes Título da Monografia: O Empreendorismo no Brasil Autor: Girlane Teixeira Miranda Georgini Data da entrega: 25.07.2006 Avaliado por: Conceito: 47 ANEXOS