UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE IMPERATRIZ
CURSO DE CIÊNCIAS HABILITAÇÃO EM BIOLOGIA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E BIOLOGIA
MÁRCIO LIMA SANTOS
LEVANTAMENTO DA FAUNA DE FLEBOTOMÍNEOS (DÍPTERA:
PSYCHODIDAE: PHLEBOTOMINAE) NO MUNICÍPIO DE
IMPERATRIZ, ESTADO DO MARANHÃO, BRASIL
Imperatriz
2007
MÁRCIO LIMA SANTOS
LEVANTAMENTO DA FAUNA DE FLEBOTOMÍNEOS (DÍPTERA:
PSYCHODIDAE: PHLEBOTOMINAE) NO MUNICÍPIO DE
IMPERATRIZ, ESTADO DO MARANHÃO, BRASIL
Monografia de conclusão de
curso apresentada à comissão
examinadora para apreciação e
defesa
monográfica
como
requisito parcial à obtenção do
grau de Licenciatura Plena em
Ciências com Habilitação em
Biologia
Orientadora: Profa. D.Sc. Geovania Maria da Silva Braga
Imperatriz
2007
S l
Santos, Márcio Lima
Levantamento da fauna de flebotomíneos (Diptera:
Psychodidae: Phlebotominae) no Município de Imperatriz, Estado
do Maranhão, Brasil / Márcio Lima Santos – Imperatriz, 2007.
50 f.: il.
Orientadora: Profa. Geovania Maria da Silva Braga
Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) Licenciatura
em Ciências, Habilitação – Biologia – Curso de Ciências,
Universidade Estadual do Maranhão- UEMA/Centro de Estudos
Superiores de Imperatriz/CESI, Imperatriz, 2007.
1. Flebotomíneos. 2. Fauna entomológica. I. Universidade
Estadual do Maranhão – Imperatriz – MA. II. Título.
CDU 616.993.161 (812.1 Imperatriz)
MÁRCIO LIMA SANTOS
LEVANTAMENTO DA FAUNA DE FLEBOTOMÍNEOS (DÍPTERA:
PSYCHODIDAE: PHLEBOTOMINAE) NO MUNICÍPIO DE
IMPERATRIZ, ESTADO DO MARANHÃO, BRASIL
Monografia de conclusão de
curso apresentada à comissão
examinadora para apreciação e
defesa
monográfica
como
requisito parcial à obtenção do
grau de Licenciatura Plena em
Ciências com habilitação em
Biologia
Aprovada em: ___/___/___
_______________________________________________________________
Professora Adjunta D.Sc. Geovania Maria Braga - UEMA
Doutora em Ciência Veterinária e Biologia Entomológica - Orientadora
_______________________________________________________________
Professor M.Sc. Joaquim Paulo de Almeida Júnior - UEMA
Mestre em Ciências da Educação
________________________________________________________________
Professor Auxiliar Emanuel Lima da Silva - UEMA
Especialista em Heveicultura
Dedico este trabalho de pesquisa aos
meus queridos pais, Jacilene e
Queiroz, a minha irmã, Ruilane e a
minha namorada Raquel.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, minha fortaleza, meu escudo, ao qual devo a
minha vida, a minha força, o meu trabalho, a minha Monografia.
A minha Universidade pelo aprendizado durante o meu Curso.
A Professora Geovania Maria da Silva Braga, minha orientadora, que em nenhum
momento duvidou da minha capacidade profissional e nem do meu profissionalismo
científico.
A Coordenação do Curso pelo apoio acadêmico e administrativo, em especial à
Nazaré (Naza), pela compreensão administrativa.
Aos Professores que passaram conhecimento científico, que sempre servirão para o
meu aperfeiçoamento profissional de maneira honrosa.
Aos meus companheiros de turma Wilame, Leonardo e André.
Aos funcionários pelo apoio nos momentos da rotina diária.
A equipe de Entomologia da FUNASA e ao grupo de Entomologia do município
de Imperatriz pelo acompanhamento e apoio a este trabalho e em especial:
Ao Antônio Pereira Lima, auxiliar de Entomologia,
Ao Diomar Gomes de Arruda, Técnico de Entomologia,
A Ruteane Pereira Lima, Auxiliar de Entomologia,
A Nilma Coelho, Auxiliar de Entomologia,
Ao companheiro de estudo, Jonnh Junio Carneiro Borges, Auxiliar de
Entomologia.
A todas as Instituições e Entidades que colaboraram para que esta tarefa fosse
realizada e desempenhada com pleno êxito.
E, finalmente a todos que contribuíram e a todos que não atrapalharam, direta ou
indiretamente, para que esta pesquisa fosse concluída.
Confia os teus cuidados ao Senhor, e ele te susterá; jamais permitirá que o justo seja
abalado.
Salmos 55:22
RESUMO
O conhecimento da fauna flebotomínica mostra-se de grande importância devido à capacidade
de alguns insetos de transmitirem patógenos. Atualmente todas as regiões do Brasil possuem
espécies de flebotomíneos dos gêneros Brumptomyia e Lutzomyia. O gênero Lutzomyia é o
grupo mais estudado no país e no estado do Maranhão, atualmente com freqüência, o estudo
demonstra as várias espécies existentes que colaboram com a disseminação de enfermidades.
Na região Tocantina, principalmente no município de Imperatriz existe variedade também na
fauna de flebótomos quanto à diversidade, distribuição das espécies e dinâmica das
populações. A cidade de Imperatriz, desde 1999, é caracterizada como uma área endêmica das
Leishmanioses, em vista disto este trabalho de pesquisa objetiva avaliar a importância da
medida de priorização de controle vetorial com base na identificação dos flebotomíneos
existentes no município, além de informar de forma atualizada a fauna de flebótomos
existentes na região. Utilizou-se armadilha de isca luminosas do tipo CDC, com captura de
vetores em intervalo das 18 às 06 horas, instalada em área urbana do município em ambiente
peri e intradomiciliar. Observou-se a presença de flebótomos das espécies Lutzomyia
longipalpis, Lutzomyia whitmani, Lutzomyia lenti e Lutzomyia evandroi na área peri e
intradomiciliar, destacando-se a necessidade de execução permanente da vigilância
entomológica, para auxiliar de grande forma o controle de vetores transmissores de
determinadas enfermidades.
Palavras chave: Flebotomíneos, Fauna entomológica, Diversidade.
ABSTRACT
The knowledge of the phlebotomies fauna reveals of great importance due to capacity of some
insects to transmit pathogens. Currently all the regions of Brazil possess species of
phlebotomies of the sorts Brumptomyia and Lutzomyia. The Lutzomyia sort is the studied
group more in the country and in the Maranhão state, currently frequently, the study it
demonstrates the some existing species that collaborate with the dissemination of diseases. In
the Tocantina region, mainly in the city of Imperatriz variety also in the fauna of
phlebotomies about, distribution of the diversity of species and dynamics of the populations
existent. The city of Imperatriz, since 1999, is characterized as an endemic area of the
Leishmaniasis, this work objective research is to evaluate the importance of the measure of
priority of vectorial control the identification of the existing phlebotomies in the city, beyond
the up date form of the fauna of existing phlebotomies in the region. Trap of enticement
luminous of type CDC was used, with capture of vectors in interval of the 18 to the 06 hours,
installed in urban area of the city in environment peri and intradomiciliary. It was observed
presence of phlebotomies of the species Lutzomyia longipalpis, Lutzomyia whitmani,
Lutzomyia lenti and Lutzomyia evandroi in the peri and intradomiciliary area, being
distinguished it necessity of permanent execution of the entomological monitoring, to assist of
great form the control of transmitting vectors of determinate diseases.
Key words: Phlebotomies, Entomological fauna, Diversity.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Mapa da América do Sul, destacando o Brasil e o Estado do Maranhão, mostrando
a localização do município de Imperatriz na Amazônia Maranhense...................23
Figura 2 - Armadilhas luminosas CDC colocadas no ambiente peridomiciliar para captura do
inseto Lutzomyia sp. no município de Imperatriz, Maranhão, Brasil, 2007...........24
Figura 3 - Materiais utilizados na técnica de montagem laboratorial dos flebótomos no
Laboratório de Endemias da Unidade Regional de Saúde de Imperatriz,
Maranhão, Brasil, 2007..........................................................................................26
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 - Freqüência vetorial de flebótomos no Município de Imperatriz, Estado do
Maranhão, Brasil, 2007........................................................................................27
Gráfico 02 - Freqüência vetorial do mês de novembro de 2006 de flebótomos macho e fêmea
nos intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão,
Brasil, 2007..........................................................................................................27
Gráfico 03 - Freqüência vetorial do mês de dezembro de 2006 de flebótomos macho e fêmea
nos intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão,
Brasil, 2007..........................................................................................................28
Gráfico 04 - Freqüência vetorial do mês de janeiro de 2007 de flebótomos macho e fêmea nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil,
2007.....................................................................................................................28
Gráfico 05 - Freqüência vetorial do mês de fevereiro de 2007 de flebótomos macho e fêmea
nos intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão,
Brasil, 2007..........................................................................................................29
Gráfico 06 - Freqüência vetorial do mês de março de 2007 de flebótomos macho e fêmea nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil,
2007.....................................................................................................................29
Gráfico 07 - Freqüência vetorial do mês de abril de 2007 de flebótomos macho e fêmea nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil,
2007.....................................................................................................................30
Gráfico 08 - Freqüência vetorial do mês de maio de 2007 de flebótomos macho e fêmea nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil,
2007.....................................................................................................................30
Gráfico 09 - Freqüência vetorial do mês de junho de 2007 de flebótomos macho e fêmea nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil,
2007.....................................................................................................................31
Gráfico 10 - Freqüência vetorial do mês de julho de 2007 de flebótomos macho e fêmea nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil,
2007.....................................................................................................................31
Gráfico 11 - Freqüência vetorial do mês de agosto de 2007 de flebótomos macho e fêmea nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil,
2007.....................................................................................................................32
Gráfico 12 - Freqüência vetorial do mês de setembro de 2007 de flebótomos macho e fêmea
nos intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão,
Brasil, 2007..........................................................................................................32
Gráfico 13 - Freqüência vetorial do mês de outubro de 2007 de flebótomos macho e fêmea
nos intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão,
Brasil, 2007..........................................................................................................33
Gráfico 14 - Freqüência vetorial do mês de novembro de 2006 de flebótomos por bairros nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil,
2007.....................................................................................................................33
Gráfico 15 - Freqüência vetorial do mês de dezembro de 2006 de flebótomos por bairros nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil,
2007.....................................................................................................................34
Gráfico 16 - Freqüência vetorial do mês de janeiro de 2007 de flebótomos por bairros nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil,
2007.....................................................................................................................34
Gráfico 17 - Freqüência vetorial do mês de fevereiro de 2007 de flebótomos por bairros nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil,
2007.....................................................................................................................35
Gráfico 18 - Freqüência vetorial do mês de março de 2007 de flebótomos por bairros nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil,
2007.....................................................................................................................35
Gráfico 19 - Freqüência vetorial do mês de abril de 2007 de flebótomos por bairros nos intra
e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil,
2007.....................................................................................................................36
Gráfico 20 - Freqüência vetorial do mês de maio de 2007 de flebótomos por bairros nos intra
e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil,
2007.....................................................................................................................36
Gráfico 21 - Freqüência vetorial do mês de junho de 2007 de flebótomos por bairros nos intra
e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil,
2007.....................................................................................................................37
Gráfico 22 - Freqüência vetorial do mês de julho de 2007 de flebótomos por bairros nos intra
e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil,
2007.....................................................................................................................37
Gráfico 23 - Freqüência vetorial do mês de agosto de 2007 de flebótomos por bairros nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil,
2007.....................................................................................................................38
Gráfico 24 - Freqüência vetorial do mês de setembro de 2007 de flebótomos por bairros nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil,
2007.....................................................................................................................38
Gráfico 25 - Freqüência vetorial do mês de outubro de 2007 de flebótomos por bairros nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil,
2007.....................................................................................................................39
Gráfico 26 - Freqüência vetorial de flebótomos macho e fêmea por bairros nos intra e
peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil,
2007.....................................................................................................................39
Gráfico 27 - Espécies de flebotomíneos encontrados no Município de Imperatriz, Estado do
Maranhão, Brasil, 2007........................................................................................40
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................13
2 SISTEMÁTICA DO FLEBOTOMÍNEO..........................................................................15
2.1 Etiologia.............................................................................................................................15
2.2 Posição Taxonômica..........................................................................................................15
2.3 Distribuição Geográfica da Fauna Flebotominica ........................................................16
2.3.1 No Mundo........................................................................................................................16
2.3.2 No Brasil..........................................................................................................................17
2.3.3 No Nordeste.....................................................................................................................18
2.3.4 No Maranhão....................................................................................................................18
2.3.5 Na Região.........................................................................................................................18
2.3.6 No Município de Imperatriz.............................................................................................19
2.4 Ciclo Evolutivo do flebótomo...........................................................................................19
2.4.1 Fase de Ovo......................................................................................................................19
2.4.2 Estádio Larval..................................................................................................................20
2.4.3 Estádio Pupal....................................................................................................................20
2.4.4. Fase Adulta.....................................................................................................................20
2.5 Importância.......................................................................................................................21
3 METODOLOGIA................................................................................................................23
3.1 Local da Pesquisa..............................................................................................................23
3.2 Captura Vetorial...............................................................................................................24
3.3 Amostragem Vetorial........................................................................................................25
3.4 Técnica de Montagem laboratorial.................................................................................25
3.5 Análise Descritiva e Estatística........................................................................................26
4 RESULTADOS.....................................................................................................................27
5 DISCUSSÃO........................................................................................................................41
6 CONCLUSÃO......................................................................................................................42
REFERÊNCIAS......................................................................................................................43
APÊNDICE..............................................................................................................................47
13
1 INTRODUÇÃO
O conhecimento da fauna flebotomínica mostra-se de grande importância devido à
capacidade desses insetos de transmitirem patógenos, como as leishmanioses, bartoneloses e
arboviroses (ANDRADE FILHO et al., 2001).
A transmissão das Leishmanioses (Leishmania sp.) é realizada por insetos dípteros
dos gêneros Phlebotomus e Lutzomyia, susceptíveis aos protozoários dos gêneros Leishmania,
que compõe um importante grupo de organismos parasitas. Em muitas partes do mundo
algumas espécies vetores ainda são desconhecidas. Em outras partes os principais
transmissores são as espécies Lutzomyia longipalpis, Lutzomyia intermédia, Lutzomyia
whitmani, Lutzomyia flaviscutellata, Lutzomyia pessoai, Lutzomyia migonei, Lutzomyia
gioana, Lutzomyia longipenis (RANGEL e LAINSON, 2003).
A riqueza e diversidade de espécies pertencentes a diferentes grupos apresentam
padrões distintos de distribuição. Algumas espécies são restritas ao ambiente silvestre e outras
registradas em áreas profundamente alteradas pela ação do homem, sendo que muitos
pesquisadores observaram as alterações ocorridas em áreas de floresta que influenciam na
composição e comportamento da fauna flebotomínica (ARIAS e FREITAS, 1982; READY et
al., 1983; CABANILLAS et al., 1999; CASTELLÓN et al., 2000).
Originalmente, os flebotomíneos são encontrados nas florestas, mas com a larga
devastação das mesmas, esses insetos se adaptaram em áreas rurais modificadas e áreas
urbanas (ANDRADE FILHO et al., 2001).
Os flebotomíneos são insetos holometábolos, passando pelas fases de ovo, quatro
estádios larvários, pupa e adulto; a duração de cada estádio varia de acordo com as espécies,
as condições climáticas e com o tipo de alimentação de que dispõem (SHERLOCK, 2003).
Os flebotomíneos nas formas imaturas têm o hábitat terrestre, desenvolvendo-se
em locais ricos em matéria orgânica em decomposição, especialmente de natureza vegetal
(AGUIAR e MEDEIROS, 2003).
As populações de flebotomíneos adultos variam de acordo com o micro-habitat,
estação do ano, umidade relativa do ar e de acordo com a espécie. Pelo seu revestimento
delgado, abrigam-se em locais onde possam proteger-se das mudanças bruscas que ocorrem
no meio ambiente (AGUIAR e VILELA, 1987).
O padrão sazonal que entre os flebotomíneos neotropicais se caracteriza por um
aumento na densidade das populações durante a estação chuvosa e por um decréscimo na
14
estação seca (TEODORO, 1993), embora, em algumas áreas, certas espécies possam se
mostrar mais densas nas épocas secas (LAINSON, 1987).
Os flebótomos possuem atitude típica em repouso e diferenciação na extremidade
posterior do abdômen, onde nos machos é bifurcada e nas fêmeas é ligeiramente arredondada
(MANGABEIRA, 1942), permitindo assim, a execução de determinadas funções, como
oviposição, cópula e defecação (REBÊLO, 1999).
As fêmeas de flebotomíneos, excluindo raríssimas espécies autógenas, necessitam
do sangue de vertebrados para a maturação de seus ovários, daí a importância para a
transmissão de agentes patógenos. Os machos sugam apenas sucos vegetais ou açucares, o
que a fêmea também costuma fazer antes ou após a alimentação sanguínea (SHERLOCK,
2003).
A atividade dos flebótomos é predominantemente crepuscular ou noturna. As
fêmeas picam os hospedeiros sanguíneos no crepúsculo vespertino, durante a noite e ao
amanhecer. Durante o dia, ficam em lugares sombrios e úmidos, protegidos do vento, da
insolação e de predadores naturais (REBÊLO, 1999).
As espécies de flebotomíneos que invadem os domicílios humanos, os abrigos
geralmente estão dentro de limites ambientais e as pocilgas e galinheiros parecem ser os
locais mais utilizados por estes vetores (BRAZIL e BRAZIL, 2003).
O estudo da transmissão natural de infecção causada pela Leishmania sp em
Lutzomyia longipalpis é um dos pontos básicos para se entender a epidemiologia da
Leishmaniose Visceral tanto humana como canina (BRAZIL e BRAZIL, 2003; FRANÇASILVA et al., 2005).
No entanto, existem áreas que não possuem o referido flebótomo, porém com
casos autóctones de Leishmaniose Visceral, o que sugere a participação de outras espécies,
pertencentes ao mesmo grupo parafilético da espécie vetora, na cadeia de transmissão da LV
(SOUSA et al., 2003).
15
2 SISTEMÁTICA DO FLEBOTOMÍNEO
2.1 Etiologia
Os flebotomíneos são dípteros psicodídeos, de distribuição pantropical, algumas
espécies tendo penetração nas regiões temperadas de alguns continentes (LEWIS, 1971).
As primeiras espécies registradas de flebotomíneos foram descritas no ano de 1907
e, até o número delas encontradas nas Américas limitava-se a 33. O interesse pelos
flebotomíneos recebeu enorme estimulo quando algumas espécies desses pequenos e
delicados insetos hematófagos foram incriminadas como vetores de algumas doenças
importantes para o homem. Sem dúvidas, essas descobertas foram responsáveis por um
aumento nas pesquisas sobre o inseto em questão, e o número de novas espécies ou
subespécies descritas na América Latina cresceu rapidamente, havendo cerca de 400
catalogadas atualmente (RANGEL e LAINSON, 2003).
Nenhuma nação do mundo tem tantas espécies de flebotomíneos como o Brasil.
De 400 espécies e subespécies de Lutzomyia até 1994, a distribuição de 229 inclui este país. A
diversidade de flebotomíneos que pode ocorrer em um único local é assombrosa (KILLICKKENDRICK, 2003).
2.2 Posição Taxonômica
Os insetos dípteros são de grande interesse na saúde pública, principalmente por
estarem envolvidos na transmissão de enfermidades como as Leishmanioses. São pequenos
organismos com comprimento que raramente ultrapassa 0,5 cm, pernas longas e delgadas,
antenas com 16 segmentos e corpo densamente piloso. Sua locomoção é caracterizada por um
vôo saltitante e, ao contrário de outros insetos, possuem aparelho bucal pungitivo, adaptado
para picar e sugar (LAINSON et al., 1994).
As espécies de interesse sanitário seguem a seguinte classificação taxonômica
segundo YOUNG e DUNCAN (1994):
•
FILO: Artropoda
•
CLASSE: Insecta
•
ORDEM: Díptera
•
SUBORDEM: Nematocera
16
•
FAMÍLIA: Psychodidae
•
SUBFAMÍLIA: Phlebotominae
•
GÊNERO: Lutzomyia
O gênero Phlebotomus é citado no Velho mundo e o gênero Lutzomyia no Novo
Mundo, sendo a espécie Lutzomyia longipalpis, Lutz e Neiva, 1912, incriminada como
principal vetor do calazar no Brasil (LAINSON e SHAW, 1987).
Em comparação com outras famílias de dípteros Nematocera, poucas são as
espécies que realmente adaptaram-se às situações domiciliares, já que a maioria é silvestre e
característica de copas ou bases de árvores (QUINELL, 1988).
Uma dessas poucas espécies de flebotomíneos que têm possibilidade de adentrar
nos domicílios humanos é a Lutzomyia longipalpis. Em virtude dessa flexibilidade genética e
hábitos oportunistas de hematofagia, é que a mesma constitui-se no mais importante e
provavelmente, o único vetor do protozoário Leishmania chagasi/infantum (MAURICIO et
al., 2000) considerado o agente infeccioso da Leishmaniose Visceral no Brasil (GOMES,
1983).
2.3 Distribuição Geográfica da Fauna Flebotomínica
2.3.1 No Mundo
Os flebotomíneos distribuem-se por quase todas as regiões faunísticas do mundo,
representados por diversas espécies. São mais abundantes na Região Neotropical, com maior
número de espécies e densidade que flutuam de acordo com a estação climática
(SHERLOCK, 2003).
Em
todo
mundo
são
conhecidas,
aproximadamente,
800
espécies
de
flebotomíneos, sendo 60% na Região Neotropical (AGUIAR e MEDEIROS, 2003).
Atualmente, embora não haja completo acordo entre os taxonomistas, são
distribuídos nos seguintes gêneros: Phlebotomus Rondani, 1840 e Sergentomyia França &
Parrot, 1920, ambos encontrados no Velho Mundo; Lutzomyia França, 1924, Brumptomyia
França e Parrot, 1921, Warileya Hertig, 1948 e o monotípico Hertigia Fairchild, 1949,
presentes apenas nas Américas (FORATINI, 1973).
Marques (2005) relata que Andrade Filho e Brazil, do Laboratório de
Leishmaniose da Fundação Oswaldo Cruz, em Minas Gerais, afirmam que o mesmo padrão
de distribuição geográfica dos flebótomos deve ter sido seguido pelos parasitas causadores da
17
leishmaniose, visto que estudos de fósseis de flebótomos que transmitem os parasitas
causadores das leishmanioses revelam um ancestral comum desses insetos que já era
encontrado na época em que os continentes ainda formavam uma massa única, cerca de 250
milhões de anos atrás (GALATI, 2003).
Comprovadamente, apenas 11 espécies do gênero Phlebotomus no Velho Mundo e
oito espécies do gênero Lutzomyia, no Novo Mundo foram registradas com infecção natural
por Leishmania (KILLICK-KENDRICK, 1990).
Os flebotomíneos americanos distribuem-se do extremo sul do Canadá até o norte
da Argentina, mas ainda não são suficientemente conhecidos. Algumas espécies são de
distribuição restrita, regional ou local, outras são de ampla distribuição continental, resultando
em largas faixas de superposição (MARTINS e MORALES FARIAS, 1972, REBÊLO et al.,
1996).
2.3.2 No Brasil
Atualmente todas as regiões do Brasil possuem espécies de flebotomíneos dos
gêneros Brumptomyia e Lutzomyia, com aproximadamente 229 espécies, representando
28,6% do total e 47,7% das que ocorrem na Região Neotropical.
A Região Norte aparece com 166 espécies, das quais 64 são endêmicas; a Região
Sudeste com 106 espécies, sendo 19 endêmicas; a Região Centro-Oeste com 98 espécies e 4
endêmicas; a Região Nordeste com 96 espécies e 4 endêmicas e a Região Sul com apenas 43
espécies e só uma endêmica (AGUIAR e MEDEIROS, 2003).
São 19 as espécies de flebótomos, até o momento, no Brasil, incriminadas na
veiculação de leishmanias ao homem e animais, segundo Young e Duncan (1994).
O gênero Lutzomyia é o grupo mais estudado no país, devido ao seu papel como
vetor na transmissão dos agentes causais das leishmanioses. Das espécies identificadas,
aproximadamente 122 (36,9%) são encontradas na região amazônica, destas, 25 (20,5%)
apresentam características antropófilas (REBÊLO, 1999).
No Brasil, duas espécies, até o momento, estão relacionadas com a transmissão da
Leishmaniose Visceral as espécies, Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia cruzi (GALATI et al.,
1997) sendo a primeira considerada a principal espécie transmissora e recentemente a segunda
foi incriminada como vetor no Estado do Mato Grosso do Sul (BRASIL, 2004; FRANÇASILVA et al., 2005).
18
Ferreira et al. (2001) em estudos no estado do Espírito Santo encontrou a espécie
Lutzomyia. whitmani em peridomicílio com 15,4% de proporção.
2.3.3 No Nordeste
No Nordeste brasileiro, o Lutzomyia longipalpis tem sido considerado como um
inseto de hábito antropofílico (WARD, 1973).
Desde 1962, Deane já havia observado o comportamento endofílico deste vetor,
sendo, em certas ocasiões, mais freqüentes sobre as pessoas do que em cães, entretanto, de
acordo com Quinnell (1988), o inseto tem hábito alimentar eclético e a atratividade exercida
por determinado hospedeiro seria em função do seu tamanho relativo.
2.3.4 No Maranhão
A fauna de flebotomíneos do Maranhão ainda é pouco estudada quanto à
diversidade, distribuição das espécies e dinâmica das populações. (REBÊLO et al. 1996).
Os dados disponíveis se restringem à Ilha de São Luís (ALVIM et al., 1990),
apenas pequenos estudos como Gama (2003) juntamente com a FUNASA regional no
município de Imperatriz é que comprovaram a presença de Lutzomyia longipalpis na região
Sudoeste do Maranhão.
Segundo o Laboratório de Entomologia da Fundação Nacional de Saúde
(FUNASA), desde os anos 50 foram catalogadas mais de 72 espécies, 13 destas, vetores de
LVA e LTA.
No interior do Estado, há apenas registros de ocorrência de algumas espécies
(MARTINS et al., 1978),
Dados mais recentes feito por Rebêlo (1999) mostram uma fauna com um grande
número de espécies de flebotomíneos do gênero Lutzomyia, com aproximadamente 50
espécies.
2.3.5 Na Região
O Laboratório de Entomologia da Regional de Imperatriz (FUNASA) é
responsável por 14 municípios, sendo que o trabalho entomológico só esta sendo feito em
19
cima de casos notificados na regional, até então foram encontrados em sua maioria na área
urbana espécies de Lutzomyia longipalpis e nas áreas silvestres a espécie Lutzomyia whitmani.
No entanto, por determinação do Ministério da Saúde, esta sendo elaborado um
projeto de investigação faunística de toda a Regional, exceto Imperatriz, para se saber as
espécies de flebotomíneos composta por estes municípios.
2.3.6 No Município de Imperatriz
Nos estudos de insetos flebotomíneos realizados por Gama em 2003, no município
de Imperatriz, a espécie Lutzomyia longipalpis ocorreu em grande quantidade e de acordo
com o mesmo autor, a proliferação de flebótomos e de cães infectados na área urbana do
município, aliada à pobreza que expõe pessoas à infecção, vem agravando-se rapidamente no
cenário da LV na região.
Atualmente, a área considerada endêmica possue uma freqüência da enfermidade
em torno de 47% (BRAGA, 2007).
O processo de urbanização favorece o aumento da população da espécie Lutzomyia
longipalpis, além do aparecimento de novas espécies antes silvestres e ora urbanizadas como
a Lutzomyia whitmani (SANTOS, 2007).
A falta de informações mais abrangentes é que se fez necessário o estudo de
pesquisa da fauna flebotomínea neste município.
2.4 Ciclo Evolutivo dos Flebótomos
O ciclo biológico do ovo à fase adulta, dura cerca de 30 a 40 dias e, na fase
larvária, vive em locais úmidos, sombreados e ricos em matéria orgânica, contudo quando
adultas, as fêmeas se tornam hematófagas, ou seja, passam a se alimentar de sangue e
adquirem o hábito noturno (FIOCRUZ, 2006).
2.4.1 Fase de Ovo
Os ovos de flebotomíneos são de forma elipsóide ou ovóide e medem, segundo a
espécie, de 0,3 a 0,5 de comprimento. Logo após a postura os ovos apresentam-se
esbranquiçados ou amarelados, mas em algumas horas tornam-se castanho escuro (exocório).
20
Estudos em laboratório destacam que uma fêmea de flebótomo realiza, em média,
uma postura de 40 ovos, embora haja grande variação de acordo com a espécie. A postura é
feita isoladamente ou em pequenos grupos de ovos, ficando assim aderente ao substrato
graças a uma substância produzida pelas glândulas acessórias (BRAZIL e BRAZIL, 2003).
2.4.2 Estádio Larval
As larvas assemelham-se a pequenas lagartas; no primeiro estádio (L1) apresentam
um par de cerdas caudais longas que, ao passar para o segundo estádio (L2), duplicam-se.
Movem-se lentamente no início do seu desenvolvimento e gradativamente tornam-se mais
ativas sobre o substrato (L3), alimentando-se sempre de matéria orgânica.
De um modo geral, preferem ambientes escuros ou pouco iluminados e úmidos,
podem apresentar diapausa por tempo prolongado, todavia, condições inadequadas de
temperatura e, sobretudo de umidade, podem determinar um estado de quiescência,
principalmente nas de quarto estádio (L4) (FORATTINI, 1973).
2.4.3 Estádio Pupal
Quando se transforma em pupa, ela passa a não mais se alimentar, permanecendo
imóvel e presa a um substrato (FREITAS, 1978)
São mais ou menos cilíndricas, medindo cerca de dois mm de comprimento.
Possuem cefalotórax sem segmentação nítida e abdome com nove segmentos (REBÊLO
1999).
As pupas são mais resistentes às variações do teor de umidade, do que as larvas e
ovos. Podem sobreviver sem contato com a água e a 75-100% da umidade (CHANIOTIS,
1967).
2.4.4 Fase Adulta
A forma adulta de flebotomíneo se liberta através da fenda longitudinal mediana,
que se produz ao longo da face dorsal da pupa. Por essa abertura, emerge primeiramente o
tórax, seguido pela cabeça e depois pelas asas, pernas e, finalmente, o abdômen. O processo
de saída é geralmente noturno (FORATTINI, 1973).
21
Logo após a libertação, o adulto mantém-se pousado e pouco reativo aos
estímulos, porque necessita de tempo para que se processe o endurecimento da quitina que o
reveste, possibilitando-o para o vôo (CHANIOTIS, 1967).
Macho e fêmea distinguem-se morfologicamente em suas proboscídas, mais curta
nele do que nela, na qual é longa e adaptada para picar e sugar. Também se distinguem os
sexos pelos últimos segmentos abdominais, modificados para constituir a genitália do inseto.
Nos machos que no interior da pupa permanecem com seus apêndices genitais dobrados sobre
o corpo, necessitam de 24 horas para que aconteça uma rotação de 180ºC, período após o
qual, presume-se, estarão prontos para a cópula (BRAZIL e BRAZIL, 2003).
2.5 Importância
A importância dos flebotomíneos para o homem e para os animais deve-se,
sobretudo, a seu papel como vetores naturais de alguns agentes etiológicos de enfermidade,
como protozoários do gênero Leishmania e de outros tripanossomatídeos, bactérias do gênero
Bartonella e numerosos arbovírus (SHERLOCK, 2003).
As leishmanioses são consideradas pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
entre as seis doenças tropicais; depois da malária, a segunda em importância, possuindo uma
estimativa de aproximadamente 350 milhões de pessoas expostas e 15 milhões infectados
(WHO, 2004).
A presença de Lutzomyia longipalpis em ambiente peridoméstico indica a
possibilidade de ocorrência de casos humanos e caninos e também sugerem a presença de um
ciclo enzoótico nessa localidade (CABRERA et al. 2003).
Em Imperatriz, segundo a FUNASA, o processo de urbanização desta enfermidade
encontra-se bastante avançado, uma vez que as populações de flebotomíneos estão em franca
peridomiciliação e a casuística tem demonstrado índices preocupantes desde 1999, quando o
município passou a ser caracterizada como área endêmica.
Apesar da crescente gravidade do problema na região, a falta de projetos efetivos
na cidade se torna preponderante para que este índice permaneça ou até se agrave com o
decorrer dos anos.
Sabendo-se dos graves problemas que as Leishmanioses causam à saúde pública, é
que se pretende com este trabalho através de pesquisas, identificar os flebotomíneos existentes
no município, informando assim de maneira atualizada sua fauna, além de observar a presença
de flebótomos da espécie Lutzomyia whitmani na área urbana, destacando a necessidade de
22
execução permanente da pesquisa entomológica e assim, poder contribuir com as autoridades
de saúde pública local no combate e controle da endemia. Propõe-se ainda a realização de um
mapeamento das principais áreas de foco do Município, tendo como base a caracterização dos
padrões e dos elos envolvidos na cadeia de transmissão da endemia.
23
3 METODOLOGIA
3.1 Local da pesquisa
A pesquisa foi realizada no Município de Imperatriz, Sudoeste do Estado do
Maranhão no período de novembro de 2006 a outubro de 2007. Na região pré-amazônica,
localizada no nordeste brasileiro, a oeste do meridiano de Greenwich, ao sul da linha do
equador, numa faixa de terra onde os raios solares atingem o planeta com maior intensidade.
Atualmente com uma vegetação bastante explorada devido à forma predatória de intervenção
do homem sobre o ambiente.
A cidade de Imperatriz detém um excelente potencial hidrográfico, banhada por
vários riachos como: Cacau, Bacuri, Santa Tereza, Capivara, Barra Grande, Cinzeiro,
Angical, Grotão do Basílio e Saranzal., sendo o rio Tocantins o principal, com extensão de
2.850km, possibilitando uma grande integração (http://www.portalimp.com.br).
Conta com as rodovias BR-010, BR-226, BR-222, e ainda com a MA-122, MA123 e MA-280, além da ferrovia Norte-Sul, que faz conexão com a Ferrovia de Carajás. É a
principal cidade num raio de aproximadamente 600 quilômetros, mantendo influência no sul
do Pará, Norte do Tocantins e Sul do Maranhão. Dista 630 km de São Luís-MA, 570km de
Belém-PA, 800km de Teresina-PI, 600km de Palmas–TO (http://www.portalimp.com.br).
Fonte: http://www.nordesteweb.com
Figura 1 - Mapa da América do Sul, destacando o Brasil e o Estado do Maranhão, mostrando
a localização do município de Imperatriz na Amazônia Maranhense.
Quanto ao aspecto físico, possui uma superfície de aproximadamente 1.368 km2,
altitude de 80m, Latitude de 5º 31’35’’ Sul e Longitude de 47º 29’30’’ Oeste (IBGE, 2007).
24
O município possui uma população de aproximadamente 229.671 habitantes
(IBGE, 2007), e uma população canina urbana e rural de aproximadamente 23.000 cães (CCZ,
2007).
Quanto aos limites, o município de Imperatriz esta localizado ao Norte do
município de Cidelândia e São Francisco do Brejão; ao Sul de Davinópolis, Senador La
Rocque e Governador Edison Lobão; ao Leste de João Lisboa e São Francisco do Brejão; e a
Oeste do Estado do Tocantins (http://www.portalimp.com.br).
O município possui clima tropical, quente e úmido. Há duas estações: a da chuva,
que vai de dezembro a abril, e a da seca, que vai de maio a novembro. A temperatura média
gira em torno de 29ºC (http://www.nordesteweb.com).
3.2 Captura Vetorial
Foram utilizadas armadilhas de isca luminosas do tipo CDC (Center of Disease
Control), para captura de insetos vetores nos intervalos das 18 às 06 horas e as armadilhas
foram instaladas na área urbana da cidade em ambiente peri e intradoméstico, distante uns 20
metros das residências (TEODORO et al, 1993).
Figura 2 – Armadilhas luminosas CDC colocadas no ambiente peridomiciliar para captura do
inseto Lutzomyia sp. no município de Imperatriz, Maranhão, Brasil, 2007.
Segundo Barraud (1929) a grande vantagem deste tipo de armadilha é que os
insetos podem ser transportados vivos para o laboratório, uma vez que o corpo da armadilha
25
esta acoplado a uma gaiola de manutenção de flebotomíneos. No entanto, estes podem ser
danificados ou mortos, já que têm que obrigatoriamente transpassar por uma hélice.
3.3 Amostragem Vetorial
As armadilhas foram distribuídas em 16 residências, localizadas em quatro bairros
estratégicos, como o bairro do Parque Anhanguera, o da Boca da Mata, o da Vilinha e o da
Vila Redenção, sendo depois distendidos aos bairros mais próximos e as residências
escolhidas aleatoriamente.
Os critérios utilizados para a seleção dos domicílios foram: residências com
peridomicílios que possuíam presença de plantas (árvores, arbustos), acúmulo de matéria
orgânica, presença de animais domésticos (cães, galinhas, porcos, cavalos, cabritos). Como
também as condições socioeconômicas e o tipo de moradia foram critérios considerados na
seleção da unidade domiciliar.
As armadilhas foram expostas uma hora após o crepúsculo, permanecendo por 12
horas durante quatro noites consecutivas, no mês, durante o período de novembro de 2006 a
outubro de 2007.
Os insetos coletados no campo foram levados para o laboratório da FUNASA para
montagem e identificação.
3.4 Técnica de Montagem Laboratorial
O processo laboratorial de montagem temporária dos dípteros para identificação
dos mesmos seguiu as seguintes etapas:
•
Os insetos foram colocados em placas de Petri, em solução de Etanol a 70%
por 10 minutos;
•
Depois colocados em uma solução de hidróxido de potássio (KOH) a 10%,
onde permaceram entre 2–3 horas;
•
Após esse período foram transferidos para outras placas de Petri com ácido
acético a 10% por 20 minutos;
•
A seguir, regou-se com água destilada por três séries de 15 minutos;
•
Os mesmos permaneceram em lactofenol por 24 horas;
26
•
Em seguida, foi feita a montagem em glicerina entre lâmina e lamínula.
Após realizar os procedimentos de preparação e montagem, as lâminas foram
levadas ao microscópio óptico para identificação.
Figura 3 – Materiais utilizados na técnica de montagem laboratorial dos flebótomos no
Laboratório de Endemias da Unidade Regional de Saúde de Imperatriz, Maranhão, Brasil,
2007.
3.5 Análise Estatística e Descritiva
Foi realizada uma análise descritiva quantitativa sobre a freqüência dos flebotómos
intra e peridomiciliar, como também nos bairros onde foram coletadas as amostras no período
anual de novembro de 2006 a outubro de 2007.
Em comprovação da teoria de Lainson, Rangel, Galati e outros pesquisadores que
afirmam que existe uma maior população de machos em relação à população de fêmeas
realizaram-se um teste t (unicaudal) com um nível de confiabilidade de 95% para comparação
das médias das amostras coletadas.
27
4 RESULTADOS
Nos meses determinados para o período das coletas foi verificado que o número de
espécimes machos (12.938) era maior do que os espécimes fêmeas (3.615), portanto 78,16%
de flebótomos machos e 21,84% de flebótomos fêmeas.
Ao ser realizado um teste t para comparação entre as populações flebótomos
machos e fêmeas nos meses chuvosos e secos, as evidências amostrais levam a crer que as
diferenças são significativas para os meses de chuvas e meses de seca, pois apresentaram um
valor p= 0,000 para um nível de significância de 0,05.
Frequência vetorial
3000
2500
2000
Macho
Fêmea
1500
1000
500
0
nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07 set/07 out/07
Gráfico 01 - Freqüência vetorial de flebótomos no Município de Imperatriz, Estado do
Maranhão, Brasil, 2007.
No mês de novembro de 2006 obteve-se nos intradomicílios 181 machos e 38
fêmeas; nos peridomicílios 672 machos e127 fêmeas. Portanto, um total de 853 machos e 165
fêmeas.
Frequência vetorial do mês de novembro de 2006
800
600
Macho
400
Fêmea
200
0
Intradomicilio
Peridomicilio
Gráfico 02 - Freqüência vetorial do mês de novembro de 2006 de flebótomos macho e fêmea
nos intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
28
No mês de dezembro de 2006 obteve-se nos intradomicílios 41 machos e 28
fêmeas; nos peridomicílios 1145 machos e 310 fêmeas. Portanto, um total de 1186 machos e
338 fêmeas.
Frequência vetorial do mês de dezembro de 2006
1500
1000
Macho
Fêmea
500
0
Intradomicilio
Peridomicilio
Gráfico 03 - Freqüência vetorial do mês de dezembro de 2006 de flebótomos macho e fêmea
nos intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
No mês de janeiro de 2007 obteve-se nos intradomicílios 66 machos e 24 fêmeas;
nos peridomicílios 542 machos e174 fêmeas. Portanto, um total de 608 machos e 198 fêmeas.
Frequência vetorial do mês de janeiro de 2007
600
400
Macho
Fêmea
200
0
Intradomicilio
Peridomicilio
Gráfico 04 - Freqüência vetorial do mês de janeiro de 2007 de flebótomos macho e fêmea nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
29
No mês de fevereiro de 2007 obteve-se nos intradomicílios 136 machos e 18
fêmeas; nos peridomicílios 642 machos e 249 fêmeas. Portanto, um total de 778 machos e 267
fêmeas.
Frequência vetorial do mês de fevereiro de 2007
800
600
Macho
400
Fêmea
200
0
Intradomicilio
Peridomicilio
Gráfico 05 - Freqüência vetorial do mês de fevereiro de 2007 de flebótomos macho e fêmea
nos intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
No mês de março de 2007 alcançaram-se nos intradomicílios 218 machos e 61
fêmeas; nos peridomicílios 276 machos e 56 fêmeas. Portanto, um total de 494 machos e 117
fêmeas.
Frequência vetorial do mês de março de 2007
300
200
Macho
Fêmea
100
0
Intradomicilio
Peridomicilio
Gráfico 06 - Freqüência vetorial do mês de março de 2007 de flebótomos macho e fêmea nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
30
No mês de abril de 2007 alcançaram-se nos intradomicílios 105 machos e 28
fêmeas; nos peridomicílios 337 machos e 87 fêmeas. Portanto, um total de 442 machos e 115
fêmeas.
Frequência vetorial do mês de abril de 2007
400
300
Macho
200
Fêmea
100
0
Intradomicilio
Peridomicilio
Gráfico 07 - Freqüência vetorial do mês de abril de 2007 de flebótomos macho e fêmea nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
No mês de maio de 2007 alcançaram-se nos intradomicílios 64 machos e 26
fêmeas; nos peridomicílios 384 machos e 67 fêmeas. Portanto, um total de 448 machos e 93
fêmeas.
Frequência vetorial do mês de maio de 2007
400
300
Macho
200
Fêmea
100
0
Intradomicilio
Peridomicilio
Gráfico 08 - Freqüência vetorial do mês de maio de 2007 de flebótomos macho e fêmea nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
31
No mês de junho de 2007 alcançaram-se no intradomicílios 46 machos e 25
fêmeas; nos peridomicílios 506 machos e 66 fêmeas. Portanto, um total de 552 machos e 91
fêmeas.
Frequência vetorial do mês de junho de 2007
600
400
Macho
Fêmea
200
0
Intradomicilio
Peridomicilio
Gráfico 09 - Freqüência vetorial do mês de junho de 2007 de flebótomos macho e fêmea nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
No mês de julho de 2007 alcançaram-se nos intradomicílios 41 machos e 37
fêmeas; nos peridomicílios 1048 machos e 240 fêmeas. Portanto, um total de 1089 machos e
277 fêmeas.
Frequência vetorial do mês de julho de 2007
1500
1000
Macho
Fêmea
500
0
Intradomicilio
Peridomicilio
Gráfico 10 - Freqüência vetorial do mês de julho de 2007 de flebótomos macho e fêmea nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
32
No mês de agosto de 2007 alcançaram-se no intradomicílios 30 machos e 25
fêmeas; nos peridomicílios 1856 machos e 455 fêmeas. Portanto, um total de 1886 machos e
480 fêmeas.
Frequência vetorial do mês de agosto de 2007
2000
1500
Macho
1000
Fêmea
500
0
Intradomicilio
Peridomicilio
Gráfico 11: - Freqüência vetorial do mês de agosto de 2007 de flebótomos macho e fêmea
nos intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
No mês de setembro de 2007 alcançaram-se no intradomicílios 61 machos e 27
fêmeas; nos peridomicílios 2004 machos e 531 fêmeas. Portanto, um total de 2065 machos e
558 fêmeas.
Frequência vetorial do mês de setembro de 2007
3000
2000
Macho
Fêmea
1000
0
Intradomicilio
Peridomicilio
Gráfico 12 - Freqüência vetorial do mês de setembro de 2007 de flebótomos macho e fêmea
nos intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
No mês de outubro de 2007 alcançaram-se nos intradomicílios 55 machos e 33
fêmeas; nos peridomicílios 2482 machos e 883 fêmeas. Portanto, um total de 2537 machos e
916 fêmeas.
33
Frequência vetorial do mês de outubro de 2007
3000
2000
Macho
Fêmea
1000
0
Intradomicilio
Peridomicilio
Gráfico 13 - Freqüência vetorial do mês de outubro de 2007 de flebótomos macho e fêmea
nos intra e peridomicílio do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
Quanto às coletas por bairros estratégicos e distendidos aos bairros mais próximos
verificou-se que o Parque Anhanguera obteve o maior índice de flebótomos. O bairro Vilinha
ficou como o segundo maior índice, seguido por Vila Redenção e Boca da Mata.
Em novembro de 2006 foram capturados 1018 espécimes, dos quais 219 (21,51%)
ocorreram nos intradomicílios e 799 (78,48%) nos peridomicílios.
Freqüência vetorial por bairro no mês de novembro de 2006
500
400
300
INTRADOMICILIO
200
PERIDOMICILIO
100
0
PQ.
BOCA DA
ANHANGUERA MATA
VILA
REDENÇÃO
VILINHA
Gráfico 14 - Freqüência vetorial do mês de novembro de 2006 de flebótomos por bairros nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
Em dezembro de 2006 foram capturados 1524 espécimes, dos quais 69 (4,5%)
ocorreram nos intradomicílios e 1452 (95,5%) nos peridomicílios.
34
Freqüência vetorial por bairro no mês de dezembro de 2006
600
500
400
300
INTRADOMICILIO
PERIDOMICILIO
200
100
0
PQ.
BOCA DA
ANHANGUERA MATA
VILA
REDENÇÃO
VILINHA
Gráfico 15 - Freqüência vetorial do mês de dezembro de 2006 de flebótomos por bairros nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
Em janeiro de 2007 foram capturados 807 espécimes, dos quais 91 (11%)
ocorreram nos intradomicílios e 716 (89%) nos peridomicílios.
Freqüência vetorial por bairro no mês de janeiro de 2007
450
400
350
300
250
INTRADOMICILIO
PERIDOMICILIO
200
150
100
50
0
PQ.
BOCA DA MATA
VILA
ANHANGUERA
REDENÇÃO
VILINHA
Gráfico 16 - Freqüência vetorial do mês de janeiro de 2007 de flebótomos por bairros nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
Em fevereiro de 2007 foram capturados 1045 espécimes, dos quais 154 ocorreram
no intradomicílios e 891 no peridomicílios.
35
Freqüência vetorial por bairro no mês de fevereiro de 2007
700
600
500
400
INTRADOMICILIO
PERIDOMICILIO
300
200
100
0
PQ.
BOCA DA
ANHANGUERA MATA
VILA
REDENÇÃO
VILINHA
Gráfico 17 - Freqüência vetorial do mês de fevereiro de 2007 de flebótomos por bairros nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
Em março de 2007 foram capturados 611 espécimes, dos quais 279 (45,5%)
ocorreram nos intradomicílios e 331(50,5%) nos peridomicílios.
Freqüência vetorial por bairro no mês de março de 2007
250
200
150
INTRADOMICILIO
PERIDOMICILIO
100
50
0
PQ.
BOCA DA MATA VILA
ANHANGUERA
REDENÇÃO
VILINHA
Gráfico 18 - Freqüência vetorial do mês de março de 2007 de flebótomos por bairros nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
Em abril de 2007 foram capturados 557 espécimes, dos quais 133 (24%)
ocorreram nos intradomicílios e 424 (76%) nos peridomicílios.
36
Freqüência vetorial por bairro no mês de abril de 2007
250
200
150
INTRADOMICILIO
PERIDOMICILIO
100
50
0
PQ.
BOCA DA MATA
VILA
ANHANGUERA
REDENÇÃO
VILINHA
Gráfico 19 - Freqüência vetorial do mês de abril de 2007 de flebótomos por bairros nos intra
e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
Em maio de 2007 foram capturados 541 espécimes, dos quais 90 (16,5%)
ocorreram nos intradomicílios e 451(83,5%) nos peridomicílios.
Freqüência vetorial por bairro no mês de maio de 2007
400
350
300
250
200
150
100
50
0
INTRADOMICILIO
PERIDOMICILIO
PQ.
BOCA DA
ANHANGUERA MATA
VILA
REDENÇÃO
VILINHA
Gráfico 20 - Freqüência vetorial do mês de maio de 2007 de flebótomos por bairros nos intra
e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
Em junho de 2007 foram capturados 643 espécimes, dos quais 71 (11%) ocorreram
nos intradomicílios e 572 (89%) nos peridomicílios.
37
Freqüência vetorial por bairro no mês de junho de 2007
350
300
250
200
150
100
50
0
INTRADOMICILIO
PERIDOMICILIO
PQ.
BOCA DA
ANHANGUERA MATA
VILA
REDENÇÃO
VILINHA
Gráfico 21 - Freqüência vetorial do mês de junho de 2007 de flebótomos por bairros nos intra
e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
Em julho de 2007 foram capturados 1365 espécimes, dos quais 78 (6%) ocorreram
nos intradomicílios e 1288 (84%) nos peridomicílios.
Freqüência vetorial por bairro no mês de julho de 2007
800
700
600
500
400
300
200
100
0
INTRADOMICILIO
PERIDOMICILIO
PQ.
BOCA DA
ANHANGUERA MATA
VILA
REDENÇÃO
VILINHA
Gráfico 22 - Freqüência vetorial do mês de julho de 2007 de flebótomos por bairros nos intra
e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
Em agosto de 2007 foram capturados 2366 espécimes, dos quais 55 ocorreram nos
intradomicílios e 2311 nos peridomicílios.
38
Freqüência vetorial por bairro no mês de agosto de 2007
1200
1000
800
600
INTRADOMICILIO
PERIDOMICILIO
400
200
0
PQ.
BOCA DA
ANHANGUERA MATA
VILA
REDENÇÃO
VILINHA
Gráfico 23 - Freqüência vetorial do mês de agosto de 2007 de flebótomos por bairros nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
Em setembro de 2007 foram capturados 2623 espécimes, dos quais 88 (3,5%)
ocorreram nos intradomicílios e 2535 (96,5%) nos peridomicílios.
Freqüência vetorial por bairro no mês de setembro de 2007
1200
1000
800
600
INTRADOMICILIO
400
PERIDOMICILIO
200
0
PQ.
BOCA DA
ANHANGUERA MATA
VILA
REDENÇÃO
VILINHA
Gráfico 24 - Freqüência vetorial do mês de setembro de 2007 de flebótomos por bairros nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
Em outubro de 2007 foram capturados 643 espécimes, dos quais 71 (11%)
ocorreram nos intradomicílios e 572 (89%) nos peridomicílios.
39
Freqüência vetorial por bairro no mês de outubro de 2007
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
INTRADOMICILIO
PERIDOMICILIO
PQ.
BOCA DA
ANHANGUERA MATA
VILA
REDENÇÃO
VILINHA
Gráfico 25 - Freqüência vetorial do mês de outubro de 2007 de flebótomos por bairros nos
intra e peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
Numa totalidade das coletas, a freqüência vetorial entre macho e fêmea, nos intra e
peridomicílios dos bairros coletados resultou sempre um número maior de macho que de
fêmea e nos peridomicílios um índice bem maior que nos intradomicílios.
Frequência vetorial
6000
5000
4000
Macho
3000
Fêmea
2000
Intradomicilio
1000
Peridomicilio
0
PQ. ANHANGUERA BOCA DA MATA VILA REDENÇÃO
VILINHA
Gráfico 26 - Freqüência vetorial de flebótomos macho e fêmea por bairros nos intra e
peridomicílios do Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil, 2007.
A espécie Lutzomyia longipalpis foi coletada em sua maioria (16.466), seguida
pela espécie Lutzomyia whitmani (73), Lutzomyia lenti (8) e Lutzomyia evandroi (5).
40
Espécies de flebotomíneos no município de Imperatriz
20000
L. longipalpis
15000
L. whitmani
10000
L.lenti
5000
L. evandroi
Lutzomyia sp
0
Gráfico 27 - Espécies de flebotomíneos encontrados no Município de Imperatriz, Estado do
Maranhão, Brasil, 2007.
Posteriores estudos de levantamento de outras espécies deverão ser realizados com
mais abastamento, devido haver sido encontrado espécimes do mesmo gênero, no caso
Lutzomyia, todavia com a espécie sem identificação, como no gráfico acima demonstra a
presença de Lutzomyia sp.
41
5 DISCUSSÃO
Como em todas as áreas endêmicas de Leishmaniose, a espécie Lutzomyia
longipalpis predomina em extensão, confirmando com pesquisa de coleta destes insetos,
corroborando a grande valência ecológica desta espécie em ambiente alterado como o do
município estudado, de acordo também com Galati et al., em 1997 e Cabrera et al., em 2003.
Porém, Sousa et al., em 2003 provou a ausência da Lutzomyia longipalpis em algumas áreas
de ocorrência de Leishmaniose Visceral no Município do Rio de Janeiro.
Segundo Andrade et al., em 2001 originalmente, os flebotomíneos são encontrados
nas florestas, mas com a larga devastação das mesmas, esses insetos se adaptaram em áreas
rurais modificadas e áreas urbanas, o que é concordado neste estudo.
Também Rangel e Lainson, em 2003 nas pesquisas sobre os insetos em questão,
relatam que a proliferação urbana cresceu rapidamente, o que acontece atualmente no
município de Imperatriz.
Segundo Teodoro, em 1993 e Lainson, em 1987 entre os flebotomíneos
neotropicais a característica é um aumento nas populações durante os meses de chuvas e um
decréscimo nos meses de seca, embora, em algumas áreas, certas espécies possam se mostrar
mais densas nas épocas secas, aderindo com este esboço no município pesquisado.
Ferreira et al., em 2001, nos estudos do estado do Espírito Santo encontrou a
espécie Lutzomyia whitmani em peridomicílio, confirmando neste esboço a revelação desta
espécie de flebótomo em área urbana, com característica silvestre, demonstrando assim, que
elementos naturais não constituem mais barreiras para a ascensão deste vetor, mesmo que em
quantidade pequena, o que também prevaleceu nesta pesquisa.
A análise epidemiológica tem evidenciado a forma endêmica nas áreas de
colonização, em que o desmatamento florestal contribuiu muito quando o homem fixou
residência e os flebótomos se adaptaram ao ambiente peri e intradomiciliar, propiciando a
transmissão da Leishmania sp. aos animais susceptíveis e ao homem, não importando a faixa
etária, o sexo e a atividade profissional, de acordo Braga, em 2007.
Esta citação baseia-se, até o momento, em aspectos circunstanciais e necessitam de
futuros estudos que envolvam o fluxo do comportamento, da conduta, da atividade alimentar,
do desempenho e registro de espécies flebotomínicas causadoras de infecções naturais.
42
6 CONCLUSÃO
A fauna flebotomínica (Diptera: Physycodidae: Phlebotominae) no município de
Imperatriz, região Sudoeste do Estado do Maranhão, Brasil, é composta por quatro espécies
de flebótomos, do gênero Lutzomyia, sendo duas responsáveis por serem transmissoras de
enfermidades parasitárias, como a espécie Lutzomyia longipalpis e a espécie Lutzomyia
whitmani, que mesmo possuindo característica silvestre, foram encontradas em ambiente
peridoméstico.
43
REFERÊNCIAS
AGUIAR, G. M. e MEDEIROS, W. M. Distribuição regional e hábitats das espécies de
flebotomíneos do Brasil. In: RANGEL, E. F.; LAINSON, R. Flebotomíneos do Brasil, Rio
de Janeiro, Editora Fiocruz, p. 236. 2003.
AGUIAR, G. M. e VILELA, M. L. Aspects of the ecology of sandflies at the Serra dos
Ógãos National Park, State of Rio de Janeiro. In: RANGEL, E. F.; LAINSON, R.
Flebotomíneos do Brasil. Rio de Janeiro, Editora Fiocruz, p. 236. 2003.
ALVIM, M. C. et al. Composição faunística dos flebotomíneos do Município de São José de
Ribamar, Estado do Maranhão. I Encontro de Pesquisadores do Maranhão. I Mostra de
Produção Científica da UFMA. São Luís: UFMA. p.95, 1990.
ANDRADE FILHO, J. D. et al. Flebotomíneos do Estado de Tocantins, Brasil (Diptera:
Psychodidae). Volume: 34. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, p. 323329. 2001.
ARIAS, J.R. e R.A. FREITAS. On the vectors of cutaneous leishmaniasis in Central Amazon
of Brasil. 3. Phlebotomine sandfl y stratifi cacion in a terra fi rme forest. Acta Amazon. v. 12.
p. 599-603. 1982.
BARRAUD, P. J. A simple method for carriage of living mosquitos over long distances in the
tropics. In: RANGEL, E. F.; LAINSON, R. Flebotomíneos do Brasil, Rio de Janeiro,
Fiocruz, p. 355. 2003.
BRAGA, G. M. S. Aspectos Epidemiológicos, Clínicos e Imunológicos de cães (Canis
familiaies) (LINNAEUS, 1758) com infecção por Leishmania (Leishmania) chagasi (CUNHA
e CHAGAS, 1937) provenientes do Município de Imperatriz, Região Sudoeste do Maranhão,
Brasil. 2007. 113 f. Tese de Doutorado em Doenças Parasitárias. Universidade Federal
Rural de Pernambuco, Recife. 2007.
BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de vigilância e controle da
Leishmaniose Visceral. Editora MS, Brasília. 122 pp. 2004.
BRAZIL, R. P., BRAZIL, B. G. Biologia de flebotomíneos neotropicais. In: RANGEL, E. F.;
LAINSON, R. Flebotomíneos do Brasil, Rio de Janeiro, Fiocruz, p. 257-274. 2003.
CABANILLAS, M.R.S. e CASTELLÓN E.G. Distribution of sandflies (Diptera:
Psychodidae) on tree-trunks in a non-flooded area of the Ducke Forest Reserve, Manaus, AM,
Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz v. 94. p. 289-296. 1999.
CABRERA, M. A. A., PAULA, A. A., CAMACHO, L. A. B. et al. Canine visceral
leishmaniasis in Barra de Guaratiba, Rio de Janeiro, Brazil: assessment of risk factors. Revista
Instituto Medicina Tropical, São Paulo, v. 45. n. 2. p.79-83. 2003.
CASTELLÓN, E.G., N.F. Fé, P.F. Buhrnheim e F.A. Fé. Flebotomíneos
(Diptera,Psychodidae) na Amazônia. II. Listagem das espécies coletadas na Bacia Petrolífera
44
no Rio Urucu, Amazonas, Brasil, utilizando diferentes armadilhas e iscas. Revista Brasileira
de Zoologia. v. 17. p. 455-462. 2000.
CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES. Regional do Município de Imperatriz, CMCZ,
Estado do Maranhão, Brasil. 2007.
CHANIOTIS, B. N. The biology of California Phlebotomus (Diptera, Psychodidae) under
laboratory conditions. In: FORATTINI, O. P. Entomologia Médica: Leishmanioses. São
Paulo: Editora Edgard Blücher. p. 135. 1973.
DEANE L. M. Epidemiologia e profilaxia do calazar americano. Transactions of the Royal
Society of Tropical Medicine and Hygiene. São Paulo v. 4. p.198-212. 1962.
FERREIRA, A. L. et al. Distribution of sand flies (Diptera: Psychodidae) at different altitudes
in an endemic region of American cutaneous leishmaniasis in the State of Espírito Santo,
Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, v. 96. n. 8. 2001.
FRANÇA-SILVA, J. C. et al., Importance of Lutzomyia longipalpis in the dynamics of
transmission of canine visceral leishmaniasis in the endemic area of Porteirinha Municipality,
Minas Gerais, Brazil. Veterinary Parasitology, 131. 213-220. 2005.
FORATTINI, O. P. Entomologia Médica: Leishmanioses. São Paulo: Editora Edgard
Blücher LTDA, 1973.
FREITAS, M.G. et al. Entomologia e Acarologia Médica e Veterinária. Belo Horizonte:
Rabelo e Brasil, 1978.
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ – FIOCRUZ na Internet: Disponível em:
<http://www.dbbm.fiocruz.br/tropical/leishman/leishext/index.htm> Acesso em: 01/out/2007
GAMA, J. A. G. Levantamento epidemiológico da Leishmaniose Visceral (LV) relacionado
com a distribuição sazonal da Lutzomyia longipalpis (DÍPTERA: PSYCHODIDAE) no
Município de Imperatriz, Estado do Maranhão. 2003. 72 f. Monografia de Conclusão de
Curso – Biologia. Universidade Estadual do Maranhão, Imperatriz. 2003.
GALATI, E. A. B. et al., Estudo de flebotomíneos (Díptera: Psychodidae) em foco de
leishmaniose visceral no Estado de Mato Grosso do Sul. Revista de Saúde Pública, v. 31. p.
378-390. 1997.
GOMES, A.C. Mecanismos e significado epidemiológico da domiciliação. Revista de Saúde
Pública, v. 20. p. 383-390. 1983.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Brasília, 2007.
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br> Acesso em: 28/out/2007
LAINSON, R. e SHAW, J. J. Evolution, classification and geografical distribuition in
Leihsmaniasis in Biology and Medicine. v. I, Biology and Epidemiology. Orlando Academic
Press. p. 1-120. 1987.
45
LAINSON, R. The dermal leishmaniases of Brazil, with special reference to the ecoepidemology of the disease in Amazonia. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. v. 89. p.
435-443. 1994.
LEWIS, D. J. Phlebotomid sandflies. Bulletin of the World Health Organization, v. 44,
p.535-551. 1971.
KILLICK-KENDRICK, R. Phlebotomine vectors of the leishmaniases: a review. Medicine
Veterinary
Entomology.
v.
4,
p.
1-24,
1990.
Disponível
em:
<http://www.saude.rio.rj.gov.br>. Acesso em: 24/out/2007.
MANGABEIRA, O. 7ª Contribuição ao estudo dos Flebótomos (Díptera: Psychodidae).
Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, 37: 218 p. 1942.
MARQUES, F. Transmissores da leishmaniose têm história evolutiva muito antiga.
Disponível: <www.fiocruz.br>. Acesso: 20/nov/2007.
MARTINS, A. V. et al. American Sandflies. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de
Ciências. 1978.
MARTINS, A. V. e MORALES-FARIAS, E. N. Sobre a distribuição geográfica dos
flebotomíneos americanos (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae). Revista Brasileira de
Biologia. v. 32. p.361-371.1972.
MAURÍCIO, I. L., STOTHARD, J. R., MILES, M. A. The strange case of Leishmania
chagasi. Parasitology Today v. 16. n. 5. p. 188-189. 2000.
NORDESTEWEB. Disponível: <http://www.nordesteweb.com.> Acesso: 01/nov/2007
PORTAL IMPERATRIZ. Disponível: <http://www.portalimp.com.br> Acesso: 22/out/2007.
QUINELL, R. J.L. et al. Host preferences of the phlebotominae sandfly Lutzomyia longipalpis
in Amazon Brazil. In: Medical and Veterinary Entomology. v. 6. p.195-200.1988.
RANGEL, E. F. et al. Flebotomíneos do Brasil. Editora Fiocruz. Rio de Janeiro, p. 368.
2003.
READY, P.D., R. LAINSON e J.J. SHAW. Leishmaniasis in Brazil: XX. Prevalence of
“enzootic rodent leishmaniasis” (Leishmania mexicana amazonensis), and apparent absence
of “pian bois” (Le. Braziliensis guyanensis), in plantations of introduced tree species and in
other non-climax forests in eastern Amazônia. Transactions of the Royal Society of
Tropical Medicine and Hygiene. v. 77, p. 775-785. 1983.
REBÊLO, J. M. M. Flebótomos vetores das leishmanioses. Manual para técnicos e
profissionais da área de saúde. Universidade Federal do Maranhão – Depto. de Biologia.
São Luis, 1999.
REBÊLO, J.M.M. et al.. Lista preliminar das espécies do gênero Lutzomyia, França 1924
(Psychodidae, Phlebotominae) do estado do Maranhão, Brasil. Caderno Saúde Pública. v.
12. p. 545-549. 1996.
46
SANTOS, M. L. et al. Disposição do vetor Lutzomyia longipalpis e do Lutzomya whitmani na
área urbana do município de Imperatriz, região Sudoeste do estado do Maranhão, Brasil. XX
Congresso Brasileiro de Parasitologia. Recife, 2007.
SHERLOCK, I. A. A importância dos flebotomíneos. In: RANGEL, E. F.; LAINSON, R.
Flebotomíneos do Brasil, Rio de Janeiro, Fiocruz, 2003. p. 15 – 21.
SOUZA, M. B. et al. Absence of Lutzomyia longipalpis in some endemic visceral
leishmaniasis areas in Rio de Janeiro municipality. Caderno de Saúde Pública, v.19. n.6.
p.1881-1885. 2003.
TEODORO, V. et al. Flebotomíneos em área de transmissão de LT na região norte do estado
do Paraná-Brasil.variação sazonal e atividade noturna. In: Revista de Saúde Publica, v. 27.
p.190-194. 1993.
WARD, R. D. et al. Leishmaniasis in Brazil. Observations on the phlebotominae fauna of on
area higly endemic for cutaneous Leishmâniasis in the Serra dos Carajás, Pará State. In:
Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, v. 67. p. 174-183.
1973.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Disponível em: <http://www.who.int/home-page>.
Acesso: 20/abr/ 2007.
YOUNG, D. G; DUNCAN, M. A. Guide and the indentification and geographic distribuition
of Lutzomyia sand flies in Mexico, the West Indies; Central and South America (Diptera:
Psychodidade). American entomological, Gainesville, Florida.. 881 pp. 1994.
47
Apêndice
48
FREQUÊNCIA VETORIAL
Bairros
Pq. Anhanguera
Boca da Mata
Vila Redenção
Vilinha
TOTAL
Macho
4.022
778
3.865
4.273
12.938
Fêmea
1.830
247
258
1.280
3.615
Intradomicílio
928
144
118
225
1.415
Peridomicílio
3.925
881
5.005
5.328
15.138
ESPÉCIES DE FLEBOTOMÍNEOS ENCONTRADOS NO MUNICÍPIO DE
IMPERATRIZ, ESTADO DO MARANHÃO, BRASIL, 2007
ESPECIMES
L. longipalpis
L. whitmani
L.lenti
L. evandroi
Lutzomyia sp.
TOTAL GERAL
TOTAL
16.465
73
08
05
02
16.553
Download

no Município de Imperatriz, Estado do Maranhão, Brasil