UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
LABORATÓRIO DE SÍNTESE DE SUBSTÂNCIAS
TERAPÊUTICAS - LASSINT
SÍNTESE E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE
ANTIMICROBIANA DE DERIVADOS 4-TIAZOLIDINONAS:
ANÁLOGOS ESTRUTURAIS PIRIDÍNICOS
GEORGE LEONARDO VERÇOZA DA SILVA
Recife – 2008
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS - DCFAR
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
LABORATÓRIO DE SÍNTESE DE SUBSTÂNCIAS DE INTERESSE
TERAPÊUTICO – LASSINT
SÍNTESE E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE
DERIVADOS 4-TIAZOLIDINONAS: ANÁLOGOS ESTRUTURAIS
PIRIDÍNICOS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação do
Departamento de ciências Farmacêuticas da Universidade
Federal de Pernambuco para a obtenção do título de Mestre
em Síntese de Fármacos.
Mestrando: George Leonardo Verçoza da Silva
Orientador: Prof. José Gildo de Lima
Co-orientador: Prof. Alexandre José da Silva Góes
Recife-2008
Silva, George Leonardo Verçoza da
Síntese e avaliação da atividade antimicrobiana
de derivados 4-Tiazolidinonas: análogos estruturais
piridínicos / George Leonardo Verçoza da Silva. –
Recife: O Autor, 2008.
xv, 128 folhas: il., fig., tab., esquemas.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal
de Pernambuco. CCS. Ciências Farmacêuticas, 2008.
Inclui bibliografia e apêndices.
1. 4-Tiazolidinonas – Atividade antimicrobiana.
2. Tiossemicarbazonas. I.Título.
615.281
615.7
CDU (2.ed.)
CDD (22.ed.)
UFPE
CCS2008-082
DEDICATÓRIA
Este trabalho é dedicado aos meus pais,
Maria José e Múcio, à minha família,
à minha filha, Yasmim e a todos que
me apoiaram e incentivaram em
todos os momentos.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a DEUS, por estar sempre presente em minha vida e que me
concedeu a oportunidade de realizar o curso de mestrado.
Ao orientador, Professor Dr. José Gildo de Lima, pela sua paciência, disposição,
atenção e pela transmissão de seus conhecimentos durante toda a trajetória.
Ao co-orientador. Professor Dr. Alexandre Góes, pela concessão do laboratório de
pesquisa, bem como de todo o material necessário para a realização deste trabalho.
A minha namorada Nadjalúcia, pelo amor, paciência e companheirismo para
comigo em todos os momentos.
Aos colegas do LASSINT, em especial a Thiago e André, pela amizade,
companheirismo e ajuda nos momentos necessários de trabalho.
Á professora Magali, pela
concessão do laboratório de pesquisa durante a
realização dos testes microbiológicos, bem como da sua atenção.
A todos os colegas do Departamento de Antibióticos, em especial a Ivana pela sua
atenção e disponibilidade para a realização dos testes de atividade antimicrobiana.
Aos amigos Alberto, Daniel, Ricardo Olímpio e Renato Lopes pela amizade e pelo
apoio.
A todos que fazem a Central Analítica, em especial Eliete e Ricardo pela amizade e
pela dedicação na realização dos experimentos espectroscópicos.
À Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas por
permitir que eu fizesse o meu curso de mestrado.
“Quando não houver saída
Quando não houver mais solução
Ainda há de haver saída
Nenhuma idéia vale uma vida...
Quando não houver esperança
Quando não restar nem ilusão
Ainda há de haver esperança
Em cada um de nós
Algo de uma criança...
Enquanto houver sol
Enquanto houver sol
Ainda haverá
Enquanto houver sol
Enquanto houver sol
Quando não houver caminho
Mesmo sem amor, sem direção
A sós ninguém está sozinho
É caminhando
Que se faz o caminho...
Quando não houver desejo
Quando não restar nem mesmo dor
Ainda há de haver desejo
Em cada um de nós
Aonde Deus colocou...
Enquanto houver sol...”
(Titãs)
SUMÁRIO
LISTA DE ESQUEMAS ............................................................................................
IX
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................
X
LISTA DE TABELAS ................................................................................................
XI
ABREVIATURAS ......................................................................................................
XII
RESUMO .....................................................................................................................
XIV
ABSTRACT ................................................................................................................
XV
1.Introdução ................................................................................................................
16
1.1. Introdução ............................................................................................................
17
2. Revisão da literatura ..............................................................................................
20
2.1. Revisão da literatura ...........................................................................................
21
2.1.1. Bactérias.............................................................................................................
21
2.1.2. Fungos................................................................................................................
22
2.1.3 Resistência bacteriana.......................................................................................
22
2.1.4. Drogas Antimicrobianas...................................................................................
24
2.2. Piridinas .............................................................................................................
25
2.3. Tiossemicarbazidas ..............................................................................................
27
2.3.1.Obtenção das tiossemicarbazidas ........................................................................
27
2.4.Tiossemicarbazonas ..............................................................................................
30
2.4.1. Obtenção direta dasTiossemicarbazonas a partir de tiossemicarbazidas............
31
2.4.2.Considerações sobre as atividades antimicrobianas das tiossemicarbazonas ......
33
2.5. Tiazolidinonas ...................................................................................................
34
2.5.1. Considerarações sobre as atividades antimicrobianas das 4-tiazolidinonas .......
37
3. Objetivos ..................................................................................................................
42
3.1. Geral ......................................................................................................................
43
3.2. Específicos .............................................................................................................
43
4. Material e métodos .................................................................................................
44
4. Material e métodos ..............................................................................................
45
4.1. Parte experimental ..........................................................................................
45
4.1.1. Cromatografias ...................................................................................................
45
4.1.2. Pontos de fusão ...................................................................................................
45
4.1.3. Espectroscopias ..................................................................................................
45
4.1.4. Solventes e reagentes ..........................................................................................
46
4.1.5. Equipamentos utilizados .....................................................................................
47
4.1.6. Microrganismos utilizados .................................................................................
47
4.2. Procedimentos experimentais .............................................................................
49
4.2.1. Esquema de síntese e moléculas-alvo...............................................................
49
4.2.2. Obtenção da aril tiossemicarbazida ...................................................................
50
4.2.3. Procedimento geral para a obtenção das tiossemicarbazonas ............................
51
4.2.4. Procedimento geral para a obtenção dos derivados das 4-tiazolidinonas ...........
60
4.3. Determinação da atividade antimicrobiana ......................................................
74
4.3.1. Microrganismos-teste .........................................................................................
74
4.3.2. Atividade antimicrobiana pelo teste de difusão em ágar ....................................
76
4.3.3. Concentração Mínima Inibitória (CMI) .............................................................
76
5. Resultados e Discussão ...........................................................................................
78
5. Resultados e Discussão ........................................................................................
79
5.1. Moléculas-alvo ....................................................................................................
79
5.2. Obtenção das Formil-Piridinas Tiossemicarbazonas Não-Substituídas e
Substituídas .................................................................................................................
81
5.2.1. Mecanismo de reação .........................................................................................
82
5.3. Obtenção dos derivados de 4-tiazolidinonas ......................................................
83
5.3.1. Mecanismo de reação .........................................................................................
85
5.4. Caracterização das estruturas ............................................................................
87
5.4.1. Espectros de infravermelho (IV) das formil-piridina tiossemicarbazonas
(3a-m) ...........................................................................................................................
87
5.4.2. Espectros de infravermelho dos derivados de 4-tiazolidinonas (4a-m) ............
89
5.4.3. Espectros de ressonância magnética nuclear (RMN 1H) e carbono (RMN 13C)
dos derivados de 4-tiazolidinonas (4a-m) ...................................................................
93
5.5. Atividade antimicrobiana ............................................................................
102
6. CONCLUSÕES & PERSPECTIVAS ...................................................................
105
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................
108
7.1. Referências Bibliográficas ..................................................................................
109
8. APÊNDICE .............................................................................................................
126
LISTA DE ESQUEMAS
Esquema 1: Análise retrossintética de tiossemicarbazidas ...............................................
28
Esquema 2. Síntese de tiossemicarbazida a partir de um ditiocarbamato ........................
29
Esquema 3. Reação de formação de tiossemicarbazonas..................................................
31
Esquema 4. Obtenção de tiossemicarbazonas contendo o grupo nitro na porção
32
arilhidrazona a partir de reações entre tiossemicarbazidas e benzaldeídos substituídos ..
Esquema 5. Análise retrossintética das 4-tiazolidinonas .................................................
35
Esquema 6. Estratégias de preparação de 4-tiazolidinonas a partir de
tiossemicarbazonas ...........................................................................................................
36
Esquema 7. Síntese de derivados 4-tiazolidinonas a partir de reações de
ciclocondensação entre aldeídos e os ácidos mercaptoacético e
mercaptopropiônico..........................................................................................................
39
Esquema 8. Rota sintética empregada na preparação das tiossemicarbazonas (3) e
derivados de 4-tiazolidinonas (4) ....................................................................................
49
Esquema 9. Mecanismo de formação das formil-piridinas tiossemicarbazona (3a-m) ..
82
Esquema 10. Obtenção dos derivados 4-tiazolidinonas ..................................................
83
Esquema 11. Mecanismo de formação de 4-tiazolidinonas (4) a partir de
tiossemicarbazonas (3) e anidrido maléico ...................................................................... 86
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Tiossemicarbazona (a) e (b) 4-tiazolidinona....................................................
19
Figura 2. Corte longitudinal de uma célula bacteriana................................................
21
Figura 3. Fórmulas estruturais de algumas drogas antimicrobianas................................
25
Figura 4. Estrutura do anel pirídinico..............................................................................
26
Figura 5. Estruturas de alguns fármacos pirídinicos de interesse biológico ...................
26
Figura 6. Numeração das tiossemicarbazonas.................................................................
30
Figura 7 . Formas isoméricas Z e E para 2- formilpiridina tiossemicarbazona ..............
33
Figura 8. Estrutura do núcleo de 4-tiazolidinonas...........................................................
34
Figura 9.Estruturas de algumas 4-tiazolidinonas de importância biológica..................
38
Figura 10. Estrutura do 2- [(fenilmetileno)- hidrazono]-3-fenil-5-(4-nitrofenil)metileno-4-tiazolidinonas substituídas ...........................................................................
41
Figura 11. Fórmulas estruturais dos derivados de 4-tiazolidinonas não- substituídos e
substituídos (4a –m) ........................................................................................................
80
Figura 12 . Espectro IV da 3-formilpiridina N(4)-metil-tiossemicarbazona(3h).............
88
Figura 13. Espectro IV da 4-formilpiridina N(4)-etil-tiossemicarbazona (3m) ..........
89
Figura 14. Espectro IV do composto ácido [2-(3-piridinil-metileno-hidrazono)- 3metil-4-oxo-1,3-tiazolidin-5-il]- acético (4i)...................................................................
92
Figura 15. Espectro IV do composto ácido [2-(3-piridinil-metileno-hidrazono)- 3fenil-4-oxo-1,3-tiazolidin-5-il]- acético (4e) ...................................................................
1
93
1
Figura 16. Espectro de RMN H Espectro de RMN H ácido [2-(4-piridinil-metileno
hidrazono)-4-oxo-1,3-tiazolidin-5-il] -acético (4c) .............................................
96
1
Figura 17. Espectro de RMN H do ácido [2-(4-piridinil-metileno- hidrazono)-3metil-4-oxo-1,3-tiazolidin-5-il]-acético (4i)....................................................................
97
Figura 18. Espectro de RMN 13C do ácido [2-(3-piridinil-metileno hidrazono)-4-oxo-
100
1,3-tiazolidin-5-il]- acético (4b) ...................................................................................
Figura 19. Espectro de RMN 13C do áido [2-(4-piridinil-metileno-hidrazono) -4-oxo1,3-tiazolidin-5-il]-acético (4c) ............................................................................
101
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Relação dos microorganismos utilizados nos testes de atividade
antimicrobiana ...............................................................................................................
75
Tabela 2. Rendimentos e propriedades físico-químicas das tiossemicarbazonas (3 am) ..................................................................................................................................
Tabela 3. Rendimentos físico-químicos dos derivados 4-tiazolidinonas (4a-m) ..........
Tabela 4. Principais bandas de absorção do espectro de IV para os compostos 3a-m...
Tabela 5. Principais bandas de absorção do espectro de IV para os compostos 4a-m .
81
84
87
90
Tabela 6. Principais deslocamentos químicos de RMN 1H (300 MHz, ppm, DMSO –
D6) dos compostos 4 a-m...............................................................................................
94
Tabela 7. Principais deslocamentos químicos de RMN 13C (75,4 MHz, ppm, DMSOd6) dos compostos 4a – m .............................................................................................
98
Tabela 8. Determinação de atividade antimicrobiana dos compostos sintetizados
através de halos de inibição para diferentes microorganismos .....................................
102
Tabela 9. Concentração Mínima Inibitória (CMI), Concentração Mínima
Bacteriostática (CMB) e Concentração Mínima Fungistática (CMF) em µg/mL, para
as 4-tiazoidinonas selecionadas ....................................................................................
104
ABREVIATURAS
AcOEt
Acetato de etila
AIDS
Acquired Immunodeficiency Syndrome (síndrome da imunodeficiência
adquirida)
CCD
Cromatografia em Camada Delgada
cm-1
unidade de onda
CDCl3
Clorofórmio deuterado
CHCl3
Clorofórmio
CMB
Concentração Mínima Bacteriostática
CMF
Concentração Mínima Fungiostática
CMI
Concentração Mínima Inibitória
DMSO-d6
Dimetilsulfóxido deuterado
DMSO
Dimetilsulfóxido.
DMF
Dimetilformamida
EtOH
Etanol
Hex
Hexano
HIV
Human Immunodeficiency Vírus (vírus da imunodeficiência humana)
Hz
Hertz
IUPAC
International Union of Pure and Applied Chemistry (união internacional de
química pura e aplicada)
IV
Infravermelho
J
Constante de acoplamento
K
Kelvin (medida de temperatura)
KBr
Brometo de potássio
MHz
Megahertz
M.M
Massa molecular
MetOH
Metanol
mL
Mililitro
mM
Milimolar
M
Molar
MUR B
Enol piruvil uridina difosfato N-acetilglucosamina redutase
ppm
Partes por milhão
PF
Ponto de fusão
Qtd
Quantidade
Rf
Coeficiente de retenção
Rdt %
Rendimento
RMN
Ressonância magnética nuclear
TMS
Tetrametilsilano
UFC
Unidade formadora de colônia
UV
Ultravioleta
ν
Freqüência vibracional
δ
Deslocamento químico
ZMI
Zona média de inibição
RESUMO
As ações terapêuticas de alguns fármacos podem ser melhoradas através da
modificação molecular. São conhecidas as propriedades biológicas de numerosos
compostos heterocíclicos, entre os quais aqueles contendo enxofre e nitrogênio no seu anel.
Entre estes compostos os derivados, das 4-tiazolidinonas merecem destaque especial por
suas atividades antimicrobiana, antifúngica, antiprotozoária, antiinflamatória, entre outras.
A partir dessas informações, sintetizamos uma série de derivados das 4tiazolidinonas (4 a-m) para avaliar as atividades biológicas contra algumas bactérias e
fungos. Inicialmente, foram obtidas tiossemicarbazonas (3a-m) preparadas a partir de
formil-piridinas (1 a-c) e tiossemicarbazidas não-substituídas e substituídas (2), em etanol
sob refluxo, sendo posteriormente tratadas e purificadas por recristalização em solvente
apropriado.
Na segunda etapa, as tiossemicarbazonas foram ciclizadas utilizando o anidrido
maléico (aceptor de Michael) para formar as 4-tiazolidinonas. Após purificação, as
substâncias finais apresentaram rendimentos entre 14-50%. Para a caracterização estrutural
dos compostos sintetizados foram empregadas as espectroscopias de infravermelho e
ressonância magnética nuclear (RMN 1H e RMN 13C).
Quanto à atividade biológica, as novas moléculas foram submetidas a testes de
atividade antimicrobiana, sendo avaliadas contra bactérias Gram-positivas, Gram-negativas
e fungos. Dos doze derivados tiazolidinônicos sintetizados, apenas cinco (4a, 4g, 4h, 4j e
4m) foram selecionados para a realização da CMI e CMB em meio líquido. Todos os
compostos analisados demonstraram atividade biológica contra bactérias Gram-positivas e
contra fungos dos gêneros Candida albicans e Malassezia furfura. Entretanto, apenas o
composto 4j apresentou atividade bacteriostática para Klebsiella pneumoniae, que é uma
bactéria Gram-negativa, e boa atividade bactericida contra Mycobacterium smegmatis e
Mycobaterium tuberculosis.
De acordo com os resultados, o composto 4g apresentou atividade bactericida
considerável frente ao M. luteus, tendo melhor resultado do que cloranfenicol. Em relação
aos compostos 4h e 4m verificou-se similaridade em relação à CMI, contra Candida
albicans, quando comparados com a nistatina. Em geral, os derivados 4-tiazolidinonas da
série 4a-m apresentaram consideráveis atividades antimicrobianas frente aos
microrganismos testados, principalmente aqueles com o nitrogênio do anel piridínico na
posição 2. Além disso, alguns destes derivados demonstraram melhores valores de CMI,
CMB e CMF quando comparados aos fármacos de referência.
Palavras-chave: 4-tiazolidinonas; tiossemicarbazonas; atividades antimicrobianas; Grampositivas; Candida albicans; Mycobacterium megmatis, Mycobacterium tuberculosis.
ABSTRACT
The therapeutic actions of some drugs can be improved through strategies of molecular
modification. The biological properties of numerous heterocyclic compounds is known,
them those which containing sulfur and nitrogen in their ring. Among compounds the
derivatives of the 4-thiazolidinones deserve special prominence because their antimicrobial,
antifungical, antiprotozoal, anti-inflammatory activities, among others.
Byusing these date, we synthesized a serie of derivatives of 4-thiazolidinones for the
potential evaluation against some bacteria and fungi. Initially, it were obtained
thiossemicarbazones prepared starting from formyl-pyridine and substituted and nosubstituted thiossemicarbazides, in ethanol under and purified by washing and
recrystallization from an appropriate solvent.
On the second stage, the thiossemicarbazones were put under cyclization by using the
anhydride maleic (Michael acceptor) to form the 4-thiazolidinones (4a-m). After
purification, the final substances presented yields varying from 14 to 50%. To the structural
characterization of the synthesized compounds, it was used the spectral of infrared, and
nuclear magnetic resonance (RMN 1H and RMN 13C).
As for the biological activity, the new molecules were submitted to trials of antimicrobial
activity, being tested on Gram-positive and Gram-negative bacteria and fungi. From the
twelve derivative of synthesized 4-thiazolidinones, only five (4a, 4g, 4h, 4j and 4m) were
selected for the accomplishment of MIC and MBC on enviromment liquid. Only the
compound 4j presented activity to bacteria Gram-negative of genders Klebsiella
pneumoniae and good activity bactericide against Mycobacterium smegmatis and
Mycobacterium tuberculosis. However, the other ones substances demonstrated biological
activity against Gram-positive bacteria and against fungi of the genders Candida albicans
and Malassezia furfura.
According to the results, the nourish 4g presented considerable bactericide activity in
relation to the M. Luteus, having better result than the cloranfenicol. The coumpounds 4h
and 4m presented similarity in relation MIC when compared the nistatin against Candida
albicans. In general, the derivatives of 4-thiazolidinones obtained, presented considerable
antimicrobials activities in relation to the tested microorganisms, mainly those with the
nitrogen of the pyridinic ring in the position 2. Further more, some of them better
demonstrated values of MIC, MBC and MFC when compared with the drugs of references.
Keywords: 4-thiazolidinones; thiosemicarbazones, antimicrobial activity; Gram-positives;
Candida albicans; Mycobacterium smegmatis and Mycobacterium tuberculosis.
1.INTRODUÇÃO
16
1.1. Introdução
Nos últimos 20 anos, houve um aumento alarmante da resistência de
microrganismos, especialmente bactérias Gram-positivas, à ação de medicamentos
(KOLLEF & MICEK, 2006; VICINI, et al., 2006; PFLTEZ & WILKINSON, 2004).
Este fato pode ser atribuído à mutagenicidade desses agentes patógenos, provocada pela
administração
de
múltiplos
fármacos
em
pacientes
hospitalizados
e
imunocomprometidos com câncer, AIDS e transplantados (VICINI, et al., 2006;
KHAN, et al., 2005; PFLTEZ & WILKINSON, 2004).
Com a descoberta de novas substâncias, tem aumentado a procura por
medicamentos mais eficazes e seguros, que causem um menor número de efeitos
colaterais possíveis, proporcionando aos seus pacientes menor rejeição e sucesso no
tratamento. Neste contexto, a química orgânica medicinal, através do planejamento e da
modificação molecular, tem contribuído para um grande número de sínteses,
observando-se assim um crescimento considerável de compostos empregados no
combate às diversas doenças (SILVA, 2002).
Entre estes vários compostos, têm-se destacado os derivados das tiossemicarbazonas
(Figura 1a) que reagem com elementos metálicos pela ligação do átomo de enxofre e do
nitrogênio azometina, formando quelatos (SHAILENDRA et al., 2003). Tal
característica relaciona-se com suas ações farmacológicas e suas atividades biológicas
tanto contra bactérias e fungos, como S. aureus, Enterococcus (BERALDO et al.,
2004), C. albicans e S. cerevisae (KASUGA et al., 2001) contra protozoários, como
Plasmodium
falciparum (WALCOURT et al., 2004), Tripanossoma cruzi
17
(GREEMBAUM et al., 2004), Trichomonas vaginalis, e outros parasitas (BHARTI et
al., 2002).
As tiossemicarbazonas podem também ser visualizadas como análogos estruturais
das 4-tiazolidinonas, que apresentam o grupo hidrazona condensado na posição 2 (Figura 1
b). Recentemente, as 4-tiazolidinonas substituídas têm sido relatadas na literatura como
novos agentes inibidores da enzima Mur B (enolpiruvil uridina difosfato Nacetilglucosamina redutase). A enzima Mur B é uma flavoproteína existente apenas em
seres procariontes, que tem papel fundamental na biossíntese do polímero peptidoglicano
(ANDRES, et al., 2000), essencial para a manutenção da integridade osmótica da parede
celular bacteriana, tanto em microrganismos Gram-positivos como em Gram-negativos
(BENSON & WALSH & MASSEY, 1997) .
As 4-tiazolidinonas representam uma classe de compostos de grande interesse
terapêutico tanto quanto as suas propriedades químicas e atividades biológicas, como pelo
seu amplo espectro de ação, tais como antitumoral (GUDUDURU et al., 2005),
antimicrobiana (BONDE, 2004), antiinflamatória (VIGORITA et al., 2003), antifúngica
(CAPAN et al., 1999) e antiprotozoária (ALVES et al., 1993), sendo inclusive ativas contra
Mycobacterium tuberculosis (BABAOGLU, et al., 2003).
18
H
R1
N
NHR1
N
Ar
N
S
N
N
2 3
4
1 5
Ar
O
S
O
a
b
OH
Ar = grupo arila; R1 = H, alquil, aril
Figura 1. tiossemicarbazona (a) e (b) 4-tiazolidinona.
Com base nas informações acima, o presente trabalho foi desenvolvido, buscando
sintetizar novos derivados das 4-tiazolidinonas pela variação dos substituintes com o
objetivo de realizar uma possível relação estrutura-atividade contra diversos agentes
microbianos, que possam ser úteis no controle das enfermidades, minimizando desta forma,
os efeitos colaterais e inibindo conseqüentemente o abandono ao tratamento.
19
2. REVISÃO DA LITERATURA
20
2.1. Revisão da literatura
2.1.1. BACTÉRIAS
2.1.1.1. Aspectos gerais
São seres procariontes desprovidos de uma estrutura celular organizada com a
ausência da membrana nuclear. As células bacterianas medem, em geral, de 0,2 a 2 µm em
diâmetro e de 1 a 6 µm em comprimento. Em adição as suas dimensões, formas e
organizações celulares, as bactérias podem ser diferenciadas com base em suas
características tintoriais com a coloração de Gram, pela qual, as maiorias destes seres
podem ser classificadas como Gram-positivos e Gram-negativos. A figura 2 mostra a
estrutura geral de uma célula bacteriana (Gram-positiva e Gram-negativa) (KONEMAN et
al., 2001).
Figura 2. Corte longitudinal de uma célula bacteriana. À esquerda dessa figura a estrutura
de uma bactéria Gram-postiva e, à direita, a estrutura de uma bactéria Gram-negativa.
2.1.2. FUNGOS
21
2.1.2.1. Estrutura e crescimento
São organismos eucarióticos, em sua maioria aeróbios obrigatórios, outros, aeróbios
facultativos, mas nenhum é anaeróbio obrigatório. Seu habitat natural é o meio ambiente,
com exceção da Candida albicans, a qual faz parte da flora humana normal. Duas
estruturas celulares fúngicas são importantes em medicina: a parede celular constituída
principalmente de quitina (não peptideoglicana como nas bactérias), o que torna os fungos
insensíveis aos antibióticos, tais como a penicilina, que inibe a síntese de peptideoglicano.
A outra estrutura é a membrana celular que contém ergosterol e zimosterol, em contraste
com as membranas celulares humanas, as quais contêm colesterol (WARREN. & JAWETS,
1998).
2.1.3. RESISTÊNCIA BACTERIANA
O conhecimento do fenômeno da resistência a agentes físicos e químicos entre os
microrganismos data do início da era microbiana. Com a introdução das primeiras
substâncias químicas com finalidade quimioterápica específica, Ehrlich e seus
colaboradores Franke e Roehl (ALBERT, 1968), em 1905, descobriram o fenômeno da
resistência às drogas, ao observarem que em culturas de tripanossomas africanos tratados
com arsênio ou com determinados corantes havia percebido a sobrevivência de alguns
exemplares da mesma população microbiana.
O advento do uso clínico de sulfonamidas, em 1933, e, em seguida, da penicilina,
em 1941, levou à constatação de que a resistência bacteriana aos agentes antimicrobianos
podia ser uma característica natural das espécies de bactérias ou ser adquirida por cepas
individuais dentro de uma população sensível. Ao descobrir a penicilina em 1929, Fleming
foi o primeiro observador da resistência natural de microrganismos aos antibióticos,
22
descrevendo que bactérias do grupo coli-tifóide e a Pseudomonas aeruginosa
(Bacillus
pyocyaneus) não eram inibidas pelo antibiótico. A causa desta resistência natural foi, pouco
depois, descoberta por Abraham e Chain, que, em 1940, um ano antes da primeira
publicação sobre o uso clínico da penicilina, demonstraram em extratos de E. coli uma
enzima capaz de destruir a ação da penicilina, a qual denominaram penicilinase.
Na atualidade, a resistência bacteriana adquirida é descrita em praticamente todas as
espécies de bactérias, conhecendo-se detalhes dos mecanismos de aquisição de resistência e
os mecanismos moleculares da manifestação da resistência (CUNHA, 1998; JACOBY,
1998; JACOBY & ARCHER, 1991). A resistência aos antimicrobianos é um fenômeno
genético, relacionado à existência de genes contidos no microrganismo que codificam
diferentes mecanismos bioquímicos que impedem a ação das drogas.
Entre os microrgansimos que sofreram grandes modificações na sensibilidade aos
antimicrobianos com o correr dos anos, destacam-se os estafilococos, as enterobactérias, a
Pseudomonas aeruginosa, o Acinetobacter baumannii e, mais recentemente, os hemófilos,
gonococos, enterococos e pneumococos. Atualmente é grande a preocupação entre os
cientistas, microbiologistas e médicos clínicos a resistência entre as bactérias Grampositivas, que vêm se tornando bactérias problemas na terapêutica antiinfecciosa
(WALTER, 2000).
Recentemente, estudos envolvendo bactérias Gram-positivas e Gram-negativas
foram realizados no hospital geral da cidade de Fortaleza, verficando-se que os
microrganismos bacilos de K. pneumoniae e P. aeruginosa, bem como e S. aureus foram
responsáveis pelas infecções causadas nas UTI do estabelecimento (WALTER, 2000).
23
Além disso, segundo as pesquisas, as cefalosporinas de terceira geração não
representavam uma alternativa terapêutica muito eficiente no tratamento de infecções que
ocorrem na UTI do HGF, diferentemente das penicilinas anti-Pseudomonas combinada a
inibidores de betalactamases e o ciprofloxacino representando alternativas terapêuticas no
tratamento de infecções provocadas por esses patógenos (WALTER, 2000).
2.1.4. DROGAS ANTIMICROBIANAS
O conceito mais importante da terapia antimicrobiana é o da toxicidade seletiva, isto
é, a inibição seletiva do crescimento do microrganismo sem danos ao hospedeiro. A
toxicidade seletiva é obtida pela exploração das diferenças entre o metabolismo e a
estrutura do microrganismo e das características correspondentes das células humanas
(WARREN. & JAWETS, 1998).
Existem quatro sítios principais na célula bacteriana que diferem suficientemente da
célula humana e que servem como alvo para a ação de drogas clinicamente efetivas: a
parede celular, os ribossomos, os ácidos nucléicos e a membrana celular. O conhecimento
dos princípios gerais que norteiam o uso de antimicrobianos, assim como das propriedades
e características básicas dos antimicrobianos disponíveis, permitiu estabelecer critérios
científicos que dão segurança à sua indicação terapêutica e/ou profilática (JARVIS, et al.,
1992).
É importante lembrar que o aumento do espectro de atividade antimicrobiana nem
sempre representa vantagem, visto que, quando muito amplo, pode propiciar o
24
aparecimento de superinfecção. Para seleção do(s) antimicrobiano(s) a ser(em) prescrito(s),
sempre devem ser considerados três aspectos fundamentais: o estado clínico do paciente, o
local ou sítio da infecção e o agente etiológico presumido ou comprovado (NETO & LEVI
& LOPES, 2000). A figura 3 mostra as estruturas de algumas drogas antimicrobianas com
amplo espectro de ação, incluindo fungos e bactérias Gram-positivas e Gram-negativas
(BRODY, 2006).
O2N
OH
CH2OH
CH
CH
OH
O
NH
C
N
N
N
CHCl2
CH2
C
CH2
N
N
N
F
Cloranfenicol
Inibidor da Síntese Protéica
F
Fluconazol
Inibidor da Síntese do Ergosterol
Figura 3. Fórmulas estruturais de algumas drogas antimicrobianas.
2.2. PIRIDINAS
As piridinas são substâncias com odor forte característico que causam irritação em
algumas pessoas, quando manipuladas. Esses compostos são muito usados como solventes,
bases e em reações químicas, como a de acilação. As monometilpiridinas são
completamente solúveis em água (JOULE & MILLS & SMITH, 1995). Os carbonos da
piridina são pobres em elétrons, particularmente nas posições α e γ, facilitando a adição
nucleofílica (Figura 4).
25
4
5
6
( gama)
3 (beta)
2 ( alfa)
N
1
Figura 4. Estrutura do anel piridínico
Os anéis piridínicos são geralmente resistentes aos agentes oxidantes. Eles podem
ser oxidados em condições enérgicas quando reage em solução de permanganato potássio
na presença de benzeno, produzindo dióxido de carbono.
O anel pirídinico é importante nos processos biológicos, notavelmente no sistema de
óxido-redução com o NADP, niacina, piridoxina e transaminases. Muitos derivados
sintéticos da piridina atuam como agentes terapêuticos. Por exemplo, isoniazida e
sulfapiridina são agentes antibacterianos e lacidipine é um anti-hipertensivo (Figura 5)
(JOULE & MILLS & SMITH,1995).
O
NHNH2
CO2 - t -butil
N
NH
O
EtO2C
CO2Et
S
O
Me
N
Isoniazida
N
Me
H
Sulfapiridina
NH2
Lacidipine
Figura 5. Estruturas de alguns fármacos pirídinicos de interesse biológico.
2.3. TIOSSEMICARBAZIDAS
26
2.3.1. Obtenção das tiossemicarbazidas
As tiossemicarbazidas são moléculas amplamente empregadas em diversas reações,
tanto como compostos de partida quanto como intermediários (KUÇUKGUZEL, et al.
2006). Sua obtenção é simples e de baixo custo, podendo ser utilizadas em reações que
envolvem, principalmente, hidrazina e compostos tiocarbonilados. Esses compostos são
conhecidos por suas atividades antiviral, antimalárica e antitumoral, além de serem usados
nas análises orgânicas para caracterização e determinação de aldeídos e cetonas
(MALCOLM, et al. 1997).
Através da análise retrossintética (Esquema 1), podem ser observadas, de modo
geral, quatro estratégias de síntese: três para a formação da ligação N2-C3 a partir da reação
entre hidrazina e isotiocianato (1) (LI et al., 2006; GURSOY, et al., 1997), hidrazina e
ácidos tiocarbamoiltioglicólicos (2) (BHARTI, et al., 2002) hidrazina e ditiocarbamatos (3),
(ASHTON et al., 1993) e uma estratégia para a formação simultânea das ligações N2 – C3 e
C3 – N4 a partir da reação entre hidrazina, dissulfeto de carbono e azidas ou aminas
primárias (4).
27
S
R1
N
H2N NH2
NH2 + R3NCS
R2
R4
+
is otiocianatos
S
1
N
R2
2
1
R3
ditiocarbamatos
S
R1
NH2
N
3
2
3
4
N
N
H
R3
R4
4
NH2
H2N
S
+
R3N3 ou NH2R3
aminas
azida
primárias
de carbono
+
CS2
+
dis s ulfeto
O
S
NH2
N
R4
R1, R2, R3, R4 = H, Alquila e Arila
R3
OH
ácido tiocarbamoilglicólico
Esquema 1: Análise retrossintética de tiossemicarbazidas
2.3.1.1 Reações envolvendo hidrazina e isotiocianatos
Isotiocianatos reagem com hidrato de hidrazina ou derivados por meio de adição
nucleofílica ao carbono sp, formando tiossemicarbazidas (LI et al., 2006; GURSOY, et al.,
1997). Estas reações ocorrem em solução etanólica sob refluxo, obtendo-se o produto com
bons rendimentos (70-90%).
2.3.1.2. Reações envolvendo hidrazina e ácidos tiocarbamoiltioglicólicos
Este método é descrito na literatura como uma alternativa para obtenção de
tiossemicarbazidas substituídas em N4 com grupos pouco comuns, indisponíveis
28
comercialmente (BHARTI, et al., 2002). A reação ocorre em meio alcalino sob refluxo,
originando tiossemicarbazida com a liberação do ácido tioglicólico.
2.3.1.3. Reações envolvendo hidrazina e ditiocarbamatos.
Método bastante semelhante em relação à estratégia descrita anteriormente. Esta
metodologia consiste em uma adição nucleofílica de hidrazina ao carbono tiocarbonílico e
ditiocarbamato, com abstração do grupo S-CH3, segundo trabalho desenvolvido por Ashton
et al., (1993), a partir da 2- (3,4-dimetóxifenil) etilamina (Esquema 2).
S
S
H
S
H2N
NH2
H2N
N
EtOH
+
H
N
N
H
+
refluxo
NO2
NO2
Esquema 2. Síntese de tiossemicarbazida a partir de um ditiocarbamato
2.3.1.4. Reações envolvendo hidrazina, dissulfeto de carbono e aminas primárias ou
azidas.
Este método é muito útil para a síntese das tiossemicarbazidas, pelo fato de ser um
processo que pode ser realizado em um único balão (“one pot reaction”), evitando perdas e
alcançando bons rendimentos (80-90%) (PANDEYA, et al., 1999).
29
HSCH3
2.4. TIOSSEMICARBAZONAS
Tiossemicarbazonas são compostos de considerável interesse científico devido as
suas importantes propriedades químicas e biológicas, tais como antitumoral (KOVALADEMERTZI et al., 2006; GARCIA-TOJAL et al., 2006), antibacteriana (SRIRAM et, al.,
2006; CHATTOPADHYAY & GHOSH, 1989), antiviral (TEITZ et al., 1994),
antiprotozoária (SHARMA et al., 2005; BHARTI et al., 2002), citotóxica (KARAH, 2002)
entre outras. A estrutura química das tiossemicarbazonas e a numeração dos seus átomos
segundo a IUPAC (PÂNICO et al., 1993) são mostradas na Figura 6.
H
R1
4
2
1
N
3
N
R2
NR3R4
S
Substituinte = R1, R2, R3, R4 = H, alquil, aril.
Figura 6 . Estrutura e Numeração das tiossemicarbazonas
A preparação de tiossemicarbazonas é bastante explorada e descrita na literatura (LI
et al., 1998). Algumas estratégias podem ser empregadas na síntese destes compostos,
como a obtenção direta, pela reação quimiosseletiva de aldeídos e/ou cetonas com
tiossemicarbazidas obtidas comercialmente; obtenção indireta, através da preparação prévia
das tiossemicarbazidas, utilizando hidrazina e diferentes reagentes, seguido da condensação
com o derivado carbonilado específico, como descrito anteriormente no esquema 1.
No presente trabalho foi adotado o método direto de preparação das
tiossemicarbazonas devido a maior facilidade das reações e disponibilidade dos reagentes.
30
2.4.1 Obtenção direta das tiossemicarbazonas a partir de tiossemicarbazidas
Esta metodologia sintética é realizada utilizando quantidades equimolares das
tiossemicarbazidas e de derivados carbonilados do tipo aldeído ou cetona, em meio
alcoólico sob refluxo e quantidades catalíticas de ácido. Normalmente, estas reações são
bastante rápidas, apresentando altos rendimentos (BERALDO et al., 2001; MENDES et al.,
2001; PESSOA et al., 2001). (Esquema 3).
H
O
+
R1
R2
N
NR3R4
H2N
S
ácido
meio alcoólico
refluxo
H
R1
N
NR3R4
N
R2
+
H2O
S
R1, R2, R3 e R4 = H, alquil e aril
Esquema 3. Reação de formação de tiossemicarbazonas
Diversos derivados de tiossemicarbazonas foram obtidos utilizando as condições
reacionais descritas acima. Jalilian & Sadeghi & Kamrani (2006) desenvolveram
complexos de paládio com 4-N-metiltiossemicarbazonas como possíveis agentes
terapêuticos contra diversos tipos de tumores utilizando a purificação radioquímica,
obtendo altos rendimentos. Tenório et al. (2005) promoveram a síntese de
tiossemicarbazonas contendo uma porção aril-hidrazona substituída com o grupo nitro. Os
compostos foram obtidos a partir de reações entre tiossemicarbazidas substituídas com
derivados do benzaldeído, utilizando-se gotas de ácido acético como catalisador (Esquema
4).
31
H
N
O
H
NHR
N
H2N
S
+
O2N
H
AcOH
EtOH / H2O
refluxo
NHR
N
O2N
S
R = H, CH3, C2H5, C6H5
Esquema 4: Obtenção de tiossemicarbazonas contendo o grupo nitro na porção
aril-hidrazona a partir de reações entre tiossemicarbazidas e benzaldeídos substituídos.
Tarasconi et al. (2000) estudaram a síntese e caracterização espectroscópica, bem
como as propriedades biológicas de novos derivados de grupamentos aldeídicos
tiossemicarbazônicos. Niu et al. (1998) sintetizaram derivados da 3-aminopiridina-2carboxaldeído tiossemicarbazona por meio da redução de grupos nitro em meio ácido
atuando como catalisador, mostrando estes compostos bons rendimentos (70-90%).
As tiossemicarbazonas são geralmente obtidas como misturas de isômeros E e Z no
estado sólido (LEMKE et al., 1977). Em solução, há isomerização da configuração Z para E
devido a sua maior estabilidade termodinâmica (OTA et al., 1998) (Figura 7). De um modo
geral, as tiossemicarbazonas derivadas de aldeídos tendem a formar o isômero E,
termodinamicamente mais estável, enquanto que, para as derivadas de cetonas assimétricas,
a proporção entre E e Z depende da estrutura dos substituintes ligados a carbonila (COSTA
et al., 2003).
32
N
N
H
H
H
N
N
N
N
S
NH2
H
H2N
Z
E
S
Figura 7 . Formas isoméricas Z e E para 2- formilpiridina tiossemicarbazona.
2.4.2.
Considerações
sobre
as
atividades
antimicrobianas
das
tiossemicarbazonas
Como mencionado anteriormente, as tiossemicarbazonas pertencem a uma classe de
compostos bastante conhecida por suas importantes aplicações na pesquisa de novos
fármacos deamplo espectro de ação (BERALDO et al., 2001).
Alguns autores atribuem esta propriedade à alta afinidade que as tiossemicarbazonas
apresentam pela enzima ribonucleotídeo reductase, enzima responsável pela síntese do
DNA e consequente divisão celular (NIU et al., 1998). Outros consideram as suas
propriedades biológicas associadas à capacidade que elas apresentam de formar complexos
com cátions metálicos (KOVALA-DEMERTZI et al., 2006; CHATTOPADHYAY &
GHOSH, 1989).
Christenson et al. (1985) realizaram testes antimicrobianos com alguns derivados
desta classe de compostos, dentre eles a 2-acetilpiridina tiosemicarbazona, obtendo bons
33
resultados in vitro frente a Neisseria gonorrhoeae, utilizando a penicilina como fármaco de
referência.
A síntese envolvendo complexos metálicos, dentre os quais o cobre com derivados
de N(4)-orto, N(4)-meta e N(4)-para-toluil-2-benzoilpirina tiossemicarbazonas foi realizada
para avaliar a atividade antifúngica contra Candida albicans, demostrando interessante
redução da dose necessária à atividade (MENDES, et al., 2006).
2.5. 4-TIAZOLIDINONAS
As 4-tiazolidinonas são derivadas carboniladas das tiazolidinas (SINGH et al.,
1981). As suas estruturas químicas apresentam-se formadas por um anel de cinco membros,
contendo dois heteroátomos, de enxofre (S) e de nitrogênio (N), e um grupo carbonila na
posição 4. A numeração exigida para a nomenclatura desses compostos inicia-se com o
enxofre recebendo a designação inicial 1, enquanto o nitrogênio recebe a numeração 3
(Figura 8).
R2
N3
R1
2
1
S
O
4
5
R3
Figura 8 . Estrutura e numeração do núcleo de 4-tiazolidinonas
Diversas propriedades biológicas são descritas para esta classe de compostos,
incluindo atividades anti-HIV (BALZARINI, et al., 2007); antiprotozoária (TENÓRIO et
al., 2005), antimicrobiana (BONDE & GAIKWAD, 2004; GURSOY & TERZIOGLU &
OTUK, 1997), anti-Mycobacterium tuberculosis (KUÇUKGUZEL, et al., 2006),
34
antitumoral (GUDUDURU, et al., 2005), antifúngica (SIDDIQUI et al., 2003), antioxidante
(SHIH & KE, 2004), entre outras.
De acordo com a análise retrossintética para a síntese dos derivados 4tiazolidinonas (Esquema 5), duas estratégias podem ser empregadas: formação das ligações
C5-S e C4-N, a partir das reações envolvendo ácidos α-aceto halogenados e tioamidas; e
formação das ligações C2-S e C4-N (Equema 5, 2a), empregando reações entre iminas
substituídas e o ácido α-mercaptoacético ou através de reações envolvendo três
componentes entre aminas, aldeídos e o ácido α-mercaptoacético (Esqema 5, 2b).
O
R
CH
imina
NR1 + HS
OH
ácido alfa - mercaptoacético
2a
O
1
S
O
+
X
OR2
compostos
alfa - cetohalogenados
R
1
NHR1
tioamida
N
S
R1
2
2b
R
O
NHR1
amina
RCHO
aldeído
HS
OH
ácido alfa - mercacptoacético
Esquema 5. Análise retrossintética das 4-tiazolidinonas
A síntese química de 4-tiazolidinonas pode ser obtida por vários métodos (SINGH
et al., 1981). Entretanto, sua preparação a partir de tiossemicarbazonas pode ser descrita em
três estratégias: método a, utilizando ácidos carboxílicos alfa-halogenados; método b,
utilizando ésteres de etila alfa-halogenados e o método c, utilizando anidrido maléico e
derivados (Esquema 6).
35
O
R
H
R3
O
X
H
N
R2
S
R
R
O
N
N
O
R2
O
H
N
N
método a
R1
N
R1
R1
R3
S
método b
R2
O
N
O
S
R3
R
N
N
R1
O
N
O
método c
N
N
O
X = Cl ou Br
R, R1, R2, R3 = H, alquil ou aril
R3
R2
S
O
OH
Esquema 6. Estratégias de preparação de 4-tiazolidinonas a partir de tiossemicarbazonas
Os métodos a e b são semelhantes, pois ambos fazem uso de acetato de sódio
anidro em solvente apropriado. Observa-se no esquema acima que o método a apresenta
uma estratégia mais simples para obter 4-tiazolidinonas substituídas na posição 5
com grupos alquila ou arila (JOLLY & SHARMA, 1990). Em ambos os métodos, a reação
inicia-se com o ataque nucleofílico do átomo de enxofre ao carbono halogenado, seguido de
aminólise, com perda de uma molécula de água ou álcool etílico, formando o heterociclo.
Em relação ao método c há poucos relatos de aplicação na síntese de 4tiazolidinonas. Contudo, este é o método de escolha quando se deseja obter esses
heterociclos substituídos na posição 5 com o grupo ácido (AQUINO et al., 2008; CHANDE
& SURYANARAYAN, 2002). É importante ressaltar que a função tioamida (R1R2N-C=S),
36
presente nas tiossemicarbazonas é a porção responsável por esta reação, como relataram
Balasubramaniyan et al. (1990).
Em um outro estudo, Bondock & Khalifa & Fadda (2007) sintetizaram novos
derivados tiazóis, tiazolidinonas e tiazolinas a partir de tiossemicarbazonas e N-arilidenos
cianoaceto-hidrazida como produtos intermediários, na presença de anidrido acético.
2.5.1.
Considerações sobre as atividades antimicrobianas das 4-
Tiazolidinonas
As 4-tiazolidinonas apresentam um largo espectro de atividades biológicas.
Entretanto, quando se trata de ação antimicrobiana é necessário um estudo biológico mais
detalhado. O anel 4-tiazolidinona possui vários sítios de substituição, o que leva a um
grande número de análogos estruturais. Portanto, as diferentes atividades biológicas podem
ser atribuídas a grupos substituintes nas posições 2, 3 e 5 do anel, que promovem
modificações nos parâmetros físico-químicos e estruturais (lipofílicos, eletrônicos, polares
e estéricos) das moléculas (ANDRES, et al., 2000; BERSENEVA, et al., 1998; DING, et
al., 1995).
Uma série de pirazinas contendo tiazolinas e tiazolidinonas foram avaliadas in vitro
para atividade antibacteriana contra E. coli, S. typhi, S aureus e B. subtillis e
Mycobacterium tuberculosis (BONDE & GAIKWAD, 2004). ANDRES et al.(2000)
apresentando um potencial de inibição da enzima Mur B por 4-tiazolidinonas 2,3,5subsitutídas contendo um grupo ácido acético α-substituído em N-3. Foi observado que o
derivado não substituído na posição 5 do anel 4-tiazolidinona e contendo o radical butil em
37
α ao grupo ácido (I) possuía maior poder inibitório sobre a enzima Mur B (IC50 = 7,7 µM)
(Figura 9) em relação ao derivado II .
II
I
R
O
O
S
N
O
OH
N
S
OH
R
O
R = H, CH3 ou ClO2N(H2NH)Ph
R= aril ou alquila
OMe
Figura 9. Estruturas de algumas 4-tiazolidinonas de importância biológica.
Parekh & Parikh (2004) sintetizaram alguns derivados das 4-tiazolidinonas a partir
de reações de ciclocondensação entre diversos aldeídos aromáticos e os ácidos
mercaptoacético e mercaptopropiônico. As novas moléculas foram testadas in vitro e
demonstraram significantes atividades antibacteriana e antifúngica (Esquema 7).
38
CH3
O
O
O
S
CH3
N
N
H2N
RCHO
CH3
O
O
O
N
S
CH3
N
N
R
HOOC
HOOC
CH
SH
O
H3C
O
S
O
H3C
S
N
S
R
O
N
CH3
N
SH
S
O
N
CH3
N
R
O
N
O
O
CH3
CH3
R = aril
Esquema 7. Síntese de derivados 4-tiazolidinonas a partir de reações de ciclocondensação
entre aldeídos aromáticos e os ácidos mercaptoacético e mercaptopropiônico.
39
Kuçukguzel et al. (2002) obtiveram derivados de 4-tiazolidinonas e 1,3,4-oxadiazol
através da reação de condensação entre aldeídos apropriados e aciltiosemicarbazidas em
presença de bromo-acetato de etila e acetato de sódio anidro. Os novos compostos
apresentaram atividade antimicrobiana contra Mycobacterium tuberculosis, fungos e outros
tipos de bactérias.
Kavitha et al. (2006) relataram que análogos 4-tiazolidinonas substituídas em N-3
com um grupo derivado da venlafaxina (1-[2-amino-1-(4-metóxi-fenil)-etil]-ciclohexanol),
possuíam atividade frente a várias cepas bacterianas, como Pseudomonas fluorescens, e de
fungos, como espécies Trichoderma. Alguns dos resultados obtidos, medindo-se o diâmetro
do halo de inibição e determinando-se a concentração mínima inibitória (CMI), mostraram
uma melhor ação antimicrobiana destes análogos que os fármacos padrões utilizados,
estreptomicina (antibiótico) a nistatina (antifúngico).
O nosso grupo de pesquisa tem desenvolvido estudos com derivados de 4tiazolidinonas obtidos a partir de benzaldeídos tiossemicarbazonas substituídas. Liesen et
al. (2006) pesquisaram a síntese e a avaliação in vitro para aciltiossemicarbazidas e seus
derivados 4-tiazolidinonas e 1,3,4-tiadiazóis. Em outro trabalho realizado, uma nova série
de tiazolidinonas foi sintetizada a partir da benzaldeído 4-fenil-tiossemicarbazona
substituída para avaliação das atividades in vitro anti-Toxoplasma gondii e antimicrobiana.
Alguns
dos
compostos
sintetizados
mostraram
resultados
satisfatórios
contra
Mycobacterium tubeculosis (Figura 10) (AQUINO et al., 2007).
40
N
N
N
S
R
H
O2N
Figura 10. Estrutura de 2- [(fenilmetileno) hidrazono]-3-fenil-5-(4-nitrofenil)- metileno-4tiazolidinonas substituídas.
41
3. OBJETIVOS
42
3. OBJETIVOS
3.1. Geral
Síntese de novos derivados das 4-tiazolidinonas obtidas a partir de formil-piridinas,
baseando-se em trabalhos realizados anteriormente por nossa equipe, e a aplicação destas
no estudo de suas atividades antimicrobianas.
3.2. Objetivos específicos
● Síntese de derivados tiossemicarbazonas através das reações de adição entre
tiossemicarbazidas substituídas e não-substituídas com formil-piridinas.
● Síntese de derivados 4-tiazolidinonas a partir de reações de ciclização entre as formilpiridinas tiossemicabazonas obtidas e o anidrido maléico.
● Caracterização físico-química de todos os compostos sintetizados.
● Determinação estrutural de todas as moléculas em estudo por meio da obtenção de
espectroscopia de RMN de 1H, de 13C, IV.
● Avaliação in vitro das atividades antimicrobianas dos compostos sintetizados frente a
fungos e bactérias pelos os métodos de difusão em disco e determinação da concentração
mínima inibitória (CMI) em meio líquido.
43
4. MATERIAL E MÉTODOS
44
4. Material e métodos
4.1. Parte experimental
4.1.1. Cromatografia
A cromatografia em coluna foi efetuada sob pressão, utilizando-se gel de Sílica
Merck (230-400 Mesh). A cromatografia em camada delgada (CCD) foi realizada sobre
placas comerciais de gel de Sílica Merck 60 F234 de 0,24 mm de espessura. A CCD foi
monitorada através de revelação pela iluminação no ultravioleta (UV) (254 nm). As reações
foram monitoradas por CCD pelo desaparecimento dos reagentes de partida.
4.1.2. Pontos de fusão
Os pontos de fusão foram medidos através dos aparelhos modelo Q.340.23-QUIMIS
e modelo MQAPF-301-MICROQUÍMICA com banho de silicone, em tubos capilares.
4.1.3. Espectroscopia
A estrutura química das substâncias obtidas foi determinada por espectroscopia no
infravermelho (IV) e por ressonância magnética nuclear (RMN). Os espectros no
infravermelho ( ν, cm-1), foram registrados em um aparelho BRUKER modelo IFS 66, em
discos de KBr.
Os espectros de RMN foram obtidos em um aparelho UNITY plus 300 MHz –
VARIAN, a partir de soluções dos compostos em CDCl3 ou DMSO d6. Os deslocamentos
químicos (δ) indicados, expressos em ppm, foram medidos em relação ao tetrametilsilano
(TMS), utilizado como referência interna. As constantes de acoplamento estão indicadas
45
em Hz. As multiplicidades dos sinais são medidas da seguinte forma: s-singleto, d-dubleto,
dd- duplo dubleto, t-tripleto, q-quadrupleto, m-multipleto.
4.1.4. Solventes e Reagentes
Os solventes utilizados encontravam-se puros, exceto o hexano e o acetato de etila
que precisaram ser destilados. O tolueno foi seco sobre sódio metálico. Os reagentes foram
obtidos comercialmente (SIGMA, DIFCO, MERCK e ALDRICH).
Acetona
Giemsa
Acetato de etila
Hexano
Ácido acético glacial
Metanol
Água destilada
Meio 199
Anidrido maléico
Piridina-carboxaldeído
Clorofórmio (CHCl3)
Sílica gel flash
Clorofórmio deuterado (CDCl3)
Solução de ringer
Diclorometano
Solução tampão de fosfato
Dimetil formamida (DMF)
Soro fetal bovino
Dimetilsulfóxido (DMSO)
Sulfato de sódio anidro
Dimetilsulfóxido deuterado (DMSO – d6 )
Sucrose
Etanol
Tiossemicarbazidas
Epon
Tolueno
Fixador de Bouin
46
4.1.5. Equipamentos utilizados
Aparelho
de
ponto
de
fusão
modelos
Q.340.23-QUIMIS
e
MQAPF-301-
MICROQUÍMICA
Balança analítica
Balança semi-analítica
Bomba de vácuo
Capelas exaustoras
Espectrômetro de IV (DQF-UFPE)
Espectrômetro de RMN (DQF-UFPE)
Estufa
Evaporador rotatório
Freezer
Lâmpada de ultravioleta
Placas de aquecimento
Vidraria básica
4.1.6. Microrganismos utilizados
Bactérias Gram positivas
Staphylococcus aureus
DAUFPE 02
Bacillus subtilis
DAUFPE 16
Micrococcus lutens
DAUFPE 100
Streptococcus faecalis
DAUFPE 138
47
Bactérias álcool-ácido resistentes
Mycobacterium phlei
DAUFPE 70
Mycobacterium smegmatis
DAUFPE 71
Mycobacterium tuberculosis DAUFPE 82
Bactérias Gram negativas
Escherichia coli
DAUFPE 138
Klebsiella pneumonie
DAUFPE 396
Fungos leveduriformes
Malassezia furfura
DAUFPE 4849
Candida krusei
DAUFPE 1002
Candida albicans
DAUFPE 1007
48
4.2. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
4.2.1. Esquema de síntese e moléculas-alvo
O esquema 8 mostra a rota sintética empregada para a preparação dos compostos em
estudo.
H
O
N
+
H2N
H
H
N
N
I
N
H
N
NR1
R1
S
2 a/d
N
1 a/c
S
3a/m
II
R1
N
R1 = H, CH3, C2H5, C6H5
N
N
O
S
N
4 a /m
O
OH
Reagentes e condições experimentais: (I) H2O, EtOH, ácido acético, refluxo;
(II) tolueno seco, anidrido maléico, DMF, refluxo.
Esquema 8. Rota sintética empregada na preparação das tiossemicarbazonas (3a-m) e
derivados de 4-tiazolidinonas (4 a-m).
49
4.2.2. Obtenção da Aril Tiossemicarbazida
A uma solução contendo 5,026 mL (d= 1,032 g/mL) de hidrato de hidrazina
dissolvidos em 130 mL de etanol foram adicionados 7g (51,81milimoles) de isotiocianato
de fenila lentamente. A mistura foi agitada sob refluxo por 3h e 30 min e, ao término da
reação, o etanol foi evaporado sob pressão reduzida; o sólido obtido foi lavado com água e
filtrado em funil sinterizado, obtendo-se cristais de coloração branca. As tiossemicarbazidas
não substituídas e derivadas de radicais alquilas foram obtidas comercialmente.
Dados para: N-fenil-tiossemicarbazida (2a)
O composto foi obtido na forma de cristais de cor branca.
H
H
N
N
H2N
S
• Rendimento de 65,8 %
• PF = 138 - 139° C
• PF literat. = 141-143° C (Malcolm et al.,1997)
• Solubilidade: solúvel em acetato de etila, metanol e DMSO; parcialmente solúvel em
clorofórmio e etanol.
• Purificação: etanol à quente.
• IV FT (ν cm-1, KBr): (NH 2) 3161, (N-H) 3102, (C-N) 1496, (C=S) 1068;
50
4.2.3. Procedimento geral para obtenção das Tiossemicarbazonas
Com exceção da N-fenil-tiossemicarbazida (2a), as demais tiossemicarbazidas
foram obtidas comercialmente, sendo adicionadas em quantidades que variaram entre
1,7964 e 4,3956 milimols à solução aquosa etanólica das formil-piridinas, seguida da
adição de 0,2 mL de ácido acético glacial. As misturas reacionais foram refluxadas por um
período que variou entre 1 e 3 horas com contínua agitação. As respectivas reações foram
monitoradas por CCD até a obtenção do produto final.
Após resfriamento, os precipitados foram filtrados em funil sinterizado e purificados
após recristalização com etanol ou metanol à quente, seguido de adição de água destilada.
Dados para: 2-formil-piridina-tiossemicarbazona (3a)
O composto foi obtido na forma de sólido amorfo de cor amarelada.
H
H
N
N
H
N
S
N
Tempo de reação: 2h 50 min
• m = 400 mg (4,3956 mmols) de tiossemicarbazida
• Qtd de 2-piridina-carboxaldeído = 0,4 mL
• Qtd de solvente = 10 mL de solução etanólica (4 mL de etanol + 6 mL de água destilada)
• Rendimento: 57%
• PF = 194-195 ° C
• PF literat. = 194-196° C (Anderson et al., 1951)
51
• IV FT (ν cm-1, KBr): (NH 2) 3304, (N-H) 3270, (C=N) 1538, (C=S) 1106;
Dados para: 3-formil-piridina-tiossemicarbazona (3b)
O composto foi obtido na forma de sólido amorfo de cor amarela.
H
H
N
N
H
N
S
N
Tempo de reação: 2h 30 min
• m = 400 mg (4,3956 mmols) de tiossemicarbazida
• Qtd de 3-piridina-carboxaldeído = 0,45 mL
• Qtd de solvente = 10 mL de solução etanólica (4 mL de etanol + 6 mL de água destilada)
• Rendimento: 61%
• PF = 217-219 ° C
• PF literat. = 237-238° C (Mendes et al., 2001)
• IV FT (ν cm-1, KBr): (NH 2) 3300, (N-H) 2981, (C=N) 1527, (C=S) 1109;
Dados para: 4-formil-piridina-tiossemicarbazona (3c)
O composto foi obtido na forma de sólido amorfo de cor branca .
H
H
N
N
H
N
S
N
52
Tempo de reação: 1h
• m = 400 mg (4,3956 mmols) de tiossemicarbazida
• Qtd de 4-piridina-carboxaldeído = 0,4 mL
• Qtd de solvente = 11 mL de solução etanólica (4 mL de etanol + 7 mL de água destilada)
• Rendimento: 68%
• PF = 237-238° C
• PF literat. = 253-254° C (Mendes et al., 2001)
• IV FT (ν cm-1, KBr): (NH 2) 3421, (N-H) 3152, (C=N) 1536, (C=S) 1061;
Dados para: 2-formil-piridina- N-(4)-fenil-tiossemicarbazona (3d)
O composto foi obtido na forma de sólido amorfo de cor alaranjada.
H
H
N
N
N
S
N
Tempo de reação: 2 h
• m = 400 mg (2,3952 mmols) de tiossemicarbazida
• Qtd de 2-piridina-carboxaldeído = 0,25 mL
• Qtd de solvente = 10 mL de solução etanólica (4 mL de etanol + 6 mL de água destilada)
• Rendimento: 78%
• PF = 199-200 ° C
• PF literat. = 195° C (Chattopadhyay & Ghosh, 1989)
53
• IV FT (ν cm-1, KBr): (NH C6H5) 3305, (N-Hhidrazínico) 2967, (C=N) 1550, (C=S) 1189;
Dados para: 3-formil-piridina- N-(4)-fenil-tiossemicarbazona (3e)
O composto foi obtido na forma de um sólido amorfo de cor amarela.
H
H
N
N
N
S
N
Tempo de reação: 2 h
• m = 400 mg (2,3952 mmols) de tiossemicarbazida
• Qtd de 3-piridina-carboxaldeído = 0,25 mL
• Qtd de solvente = 10 mL de solução etanólica (4 mL de etanol + 6 mL de água destilada)
• Rendimento: 89,7%
• PF = 218 – 220 ° C
• PF literat = 219– 220 ° C (Hagenbach, et al., 1952)
• IV FT (ν cm-1, KBr): (NH C6H5) 3304 (N-Hhidrazínico) 2963, (C=N) 1531, (C=S) 1195;
Dados para: 4-formil-piridina –N-(4)-fenil-tiossemicarbazona (3f)
O composto foi obtido na forma de sólido amorfo de cor amarela clara.
H
H
N
N
N
S
N
54
Tempo de reação: 1 h
• m = 300 mg (1,7964 mmols) de tiossemicarbazida
• Qtd de 4-piridina-carboxaldeído = 0,21 mL
• Qtd de solvente = 11 mL de solução etanólica (4 mL de etanol + 7mL de água destilada)
• Rendimento: 73,5%
• PF = 198-200 ° C
• PF literat. = 200° C (Grammaticakis, P., 1956)
• IV FT (ν cm-1, KBr): (NH C6H5) 3306 (N-Hhidrazínico) 3106, (C=N) 1550, (C=S) 1189;
Dados para: 2-formil-piridina- N-(4)-metil-tiossemicarbazona (3g)
O composto foi obtido na forma de sólido amorfo de cor alaranjada.
H
H
N
N
N
CH3
S
N
Tempo de reação: 2 h
• m = 400 mg (3,0895 mmols) de 4-metil-tiossemicarbazida
• Qtd de 2-piridina-carboxaldeído = 0,35 mL
• Qtd de solvente = 10 mL de solução etanólica (4 mL de etanol + 6 mL de água destilada)
• Rendimento: 54%
• PF = 230-232 ° C
• PF literat. = 224 - 226° C (Fujikawa, et al., 1959)
55
• IV FT (ν cm-1, KBr): (NH CH3) 3286 (N-Hhidrazínico) 3134, (C=N) 1527, (C=S) 1245;
Dados para: 3-formil-piridina –N-(4)-metil-tiossemicarbazona (3h)
O composto foi obtido na forma de sólido amorfo de cor amarelo claro.
H
H
N
N
CH3
N
S
N
Tempo de reação: 2 h
• m = 500 mg (4,7619 mmols) de 4-metil-tiossemicarbazida
• Qtd de 3-piridina-carboxaldeído = 0,5 mL
• Qtd de solvente = 14 mL de solução etanólica (6 mL de etanol + 8 mL de água destilada)
• Rendimento: 56%
• PF = 216-218 ° C
• PF literat. = 214-215° C (Beraldo et al., 2000)
• IV FT (ν cm-1, KBr): (NH CH3) 3408(N-Hhidrazínico) 2455, (C=N) 1553, (C=S) 1073;
Dados para: 4-formil-piridina- N-(4)-metil-tiossemicarbazona (3i)
O composto foi obtido na forma de sólido amorfo de cor amarelada.
56
H
H
N
N
N
CH3
S
N
Tempo de reação: 3 h
• m = 400 mg (3,8095 mmols) de 4-metil-tiossemicarbazida
• Qtd de 4-piridina-carboxaldeído = 0,4 mL
• Qtd de solvente = 12 mL de solução etanólica (5 mL de etanol + 7 mL de água destilada)
• Rendimento: 70,3%
• PF = 235 – 236 ° C
• PF literat. = 238-239° C (Beraldo et al., 2001)
• IV FT (ν cm-1, KBr): (NH CH3) 3151 (N-Hhidrazínico) 2945, (C=N) 1518, (C=S) 921 ;
Dados para: 2-formil-piridina- N-(4)-etil-tiossemicarbazona (3j)
O composto foi obtido na forma de sólido amorfo de coloração alaranjada.
H
H
N
N
N
CH2CH3
S
N
Tempo de reação: 3 h
• m = 400 mg (3,3613 mmols) de 4-etil-3-tiossemicarbazida
57
• Qtd de 2-piridina-carboxaldeído = 0,35 mL
• Qtd de solvente = 11 mL de solução etanólica (5 mL de etanol + 6 mL de água destilada)
• Rendimento: 57%
• PF = 203-204 ° C
• PF literat. = 208-210° C (Fujikawa, et al, 1959)
• IV FT (ν cm-1, KBr): (NHCH2 CH3)3351, (N-Hhidrazínico)2794, (C=N)1528, (C=S)1091 ;
Dados para: 3-formil-piridina- -N(4)-etil-tiossemicarbazona (3l)
O composto foi obtido na forma de sólido amorfo de cor amarela.
H
H
N
N
CH2CH3
N
S
N
Tempo de reação: 3 h
• m = 400 mg (3,3613 mmols) de 4-etil-3-tiossemicarbazida
• Qtd de 3-piridina-carboxaldeído = 0,35 mL
• Qtd de solvente = 11 mL de solução etanólica (5 mL de etanol + 6 mL de água destilada)
• Rendimento: 83%
• PF = 216-218 ° C
• PF literat = 224-226 ° C (Hagenbach, et al., 1952)
• IV FT (ν cm-1, KBr): (NH CH2 CH3) 3350, (N-Hhidrazíni co) 2971, (C=N)1527, (C=S) 1090
58
Dados para: 4-formil-piridina- N-(4)-etil-tiossemicarbazona (3m)
O composto foi obtido na forma de sólido amorfo de cor amarela.
H
H
N
N
N
CH2CH3
S
N
Tempo de reação: 3 h
• m = 400 mg (3,3613 mmols) de 4-etil-3-tiossemicarbazida
• Qtd de 4-piridina-carboxaldeído = 0,38 mL
• Qtd de solvente = 11 mL de solução etanólica (5 mL de etanol + 6 mL de água destilada)
• Rendimento: 83%
• PF = 188-190 ° C
• PF = 228-229 ° C (Beraldo, et al., 2001)
• IV FT (ν cm-1, KBr): (NH CH2 CH3) 3353 (N-Hhidrazínico) 2980, (C=N) 1526, (C=S) 1103;
59
4.2.4. Procedimento geral para obtenção dos derivados de 4tiazolidinonas
Em um balão acoplado a aparelho Dean Stark contendo a tiossemicarbazona
requerida e anidrido maléico, foi adicionada quantidade suficiente de tolueno seco. A
mistura reacional foi aquecida, com agitação contínua, até refluxo por um período que
variou entre 3 e 12 horas . Posteriormente, adicionou-se 1 mL de N,N-dimetilformamida
(DMF), gota a gota, até total solubilização. A reação foi monitorada por CCD até o seu
término. Após o resfriamento, o excesso de tolueno foi removido sob pressão reduzida e a
mistura foi diluída com água e extraída com acetato de etila. A fase orgânica foi lavada
com água, seca com sulfato de sódio anidro e filtrada. O acetato de etila foi removido sob
pressão reduzida e o produto foi obtido após procedimento de purificação apropriado.
Dados para: Ácido [2-(2-piridinil-metileno-hidrazono)-4-oxo-1,3-tiazolidin-5-il]- acético
(4a):
A substância 4a foi purificada em metanol a quente e água, fornecendo um sólido de
cor bege.
H
d
N
c
N
N
b
N
a
O
S
O
OH
Tempo de reação: 7 horas.
60
• m = 400 mg (2,2222 mmols) do derivado 3a
• Qtd de anidrido maléico: 239 mg
• Qtd de solvente = 8 mL de tolueno
• Rendimento: 32,5%
• PF = 275-276 ° C
• IV FT (ν cm-1, KBr): 3448 (O–H), 1747 (CO2H), 1636 (C=O lactama), 35 (C=N
pirídinico), 1249 (N=CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 300 MHz / ppm): 12,47 (1H, s, OH), 11,65 (1H, s, NH), 8,32 (1H,
s, CH=N), piridina: 8,64 (1H,d, Há, j=3,3Hz), 7,46 (1H, t, J=7,2 Hz, Hb), 7,89 (1H, t, J =
7,2 Hz, Hc), 7,97 (1H, d, J=8,1 Hz, Hd), 4,40 (1H, dd, S-CH, J=8,4 Hz, j=3,6 Hz), 2,92
(2H, d, CH2, J=8,4 Hz, j =3,3 Hz),
• RMN
13
C (DMSO-d6, 75,4 MHz / ppm): 175,6 (COOH), 171,8 (C=O lactama), 165,4
(C=N), 156,3 (CH=N), 152,8 (Cq piridina), 149,7 (Ca piridina), 136,9 (Cd piridina), 124,9
(Cb piridina), 120,7 (Cc piridina), 43,7 (CH), 36,5 (CH2).
Dados
para:
Ácido
[2-(3-piridinil-metileno-hidrazono)-4-oxo-1,3-tiazolidin-5-il]-
acético (4b):
A substância 4b foi recristalizada em metanol e água fornecendo um sólido de cor
marrom.
61
H
d
N
c
N
N
b
a
N
O
S
O
OH
Tempo de reação: 7 horas
• m = 400 mg (2,2222 mmols) do derivado 3b
• Qtd de anidrido maléico: 239 mg
• Qtd de solvente = 20 mL de tolueno
• Rendimento: 32,4%
• PF = 258-260 ° C
• IV FT (ν cm-1, KBr): 3417 (O–H), 1745 (CO2H), 1641 (C=O lactama), 1537 (C=N
pirídinico), 1261 (N=CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 300 MHz / ppm): 12,40 (OH / NH), 8,46 (1H, s, N = CH); piridina:
Ha = 8, 88 (1H, s), Hb = 8, 63 (1H, s), Hc = 7,48 (1H, t), Hd = 8, 13 (1H, d), 4, 39 (1H, dd,
J= 8,1 Hz, j= 4,5 Hz, , S – CH); 2, 93 (2H / dd, J = 8,1 Hz, j= 4,5 Hz, CH2);
• RMN
13
C (DMSO-d6, 75,4 MHz / ppm): 175,4 (COOH), 171,7(C=O lactama), 165,4
(C=N), 153,7 (CH=N), 151,2 (Ca piridina), 149,2 (Cb piridina), 134,0 (Cd piridina), 130,0
(Cq, arom), 124,0 (Cc arom), 43,6 (CH), 36,5 (CH2).
62
Dados
para:
Ácido
[2-(4-piridinil-metileno-hidrazono)-4-oxo-1,3-tiazolidin-5-il]-
acético (4c):
A substância 4c foi purificada com metanol a quente fornecendo um sólido de cor
alaranjada.
b
H
a
N
N
N
N
b
O
S
a
O
OH
Tempo de reação: 3 horas
• m = 400 mg (2,2222 mmols) do derivado 3c
• Qtd de anidrido maléico: 239 mg
• Qtd de solvente = 30 mL de tolueno
• Rendimento: 40,5%
• PF = 262-264 ° C
• IV FT (ν cm-1 KBr): 3433 (O–H), 1737 (CO2H), 1648 (C=O lactama), 1585 (C=N
pirídinico), 1258 (N=CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 300 MHz / ppm): 12,41 (OH e NH), piridina: 8,65 (2H, d, J = 5,7
Hz, Ha), 8,41 (1H, s, N=CH), 7,67 (2H, d, J = 5,7 Hz, Hb), 4,39 (1H, dd, S-CH, j = 4,2 Hz,
J=8,7 Hz), 2,87 (2H, dd, CH2, J= 8,7 Hz, j=4,2 Hz).
63
• RMN
13
C (DMSO-d6, 75,4 MHz / ppm): 175,5 (COOH), 171,8 (C=O lactama), 166,9
(C=N), 154,3 (CH=N), 150,3 (Cq piridina), 141,2 (Ca piridina), 121,4 (Cb piridina), 43,7
(CH), 36,5 (CH2).
Dados para: Ácido [2-(2-piridinil-metileno-hidrazono)-3-fenil-4-oxo-1,3-tiazolidin-5il]- acético (4d):
A substância 4d foi foi purificada por cromatografia em coluna de sílica gel em
modo flash usando-se gradiente de hexano/acetato de etila 0,9:1,1.
d
N
c
N
N
N
b
a
O
S
O
OH
Tempo de reação: 4 horas
• m = 400 mg (1,5625 mmols) da substância 3d
• Qtd de anidrido maléico: 163 mg
• Qtd de solvente = 8 mL de tolueno
• Rendimento: 32,6%
• PF = 264-266 ° C
• IV FT (ν cm-1, KBr): 3431 (O–H), 1734 (C=O; CO2H), 1643 (C=O lactama), 1550 (C=N
pirídinico), 1230 (N=CS);
64
• RMN 1H (DMSO-d6, 300 MHz / ppm): 12,82 (1H, s,OH e NH), piridina: 8,6 (1H,d, J=4,2
Hz, H a), 8,17 (1H, s N-CH), 7,53 (1H, t, J=7,5 Hz, Hb), 7,88 (1H, t, J=7,8 Hz, Hc), 7,97
(1H, d, J= 7,8 Hz, Hd), aromáticos 7,38-7,49 (5H, m), 4,59 (1H, t, J= 5,4 Hz, S – CH), 3,13
(2H, d, J= 5,4 Hz, CH2).
• RMN
13
C (DMSO-d6, 75,4 MHz / ppm): 173,9 (COOH), 171,8 (C=O lactama), 166,9
(C=N), 157,5 (CH=N), 152,6 (Cq piridina), 149,8 (Ca piridina), 137,0 (Cd piridina), 135,07
(Cc piridina), 125,1 (Cb piridina); 128,8 (C aril), 128,2 (C aril), 129,1 (C aril), 121,06, (C
aril), 42,6 (CH), 36,7 (CH2).
Dados para: Ácido [2-(3-piridinil-metileno-hidrazono)-3-fenil-4-oxo-1,3-tiazolidin-5-il]
-acético (4e):
A substância 4e foi foi purificada por recristalização em ácido acético a quente e
água.
d
N
c
b
N
N
a
N
O
S
O
OH
Tempo de reação: 5 horas
• m = 150 mg (0,5859 mmols) da substância 3e
• Qtd de anidrido maléico: 50 mg
• Qtd de solvente = 5 mL de tolueno
65
• Rendimento: 14,5%
• PF: 239-240 ° C
• IV FT (ν cm-1, KBr): 2922 (O–H), 1751 (CO2H), 1645 (C=O lactama), 1550 (C=N
pirídinico) 1230 (N=CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 300 MHz / ppm): 12,84 (1H, s, OH), 8,39 (1H, s, N=CH), piridina:
Ha = 8,84 (1H, s), Hb = 8,62 (1H, s), Hd = 8,11 (1H, d, J=7,8 Hz), Hc = 7,51(1H, t, J=
7,5Hz), aromático: 7,32-7,46 (5H, m, J=6,9 Hz), 4,58 (1H, t, S-CH, J=5,1 Hz), 3,12 (2H, d,
J = 5,1 Hz, CH2).
• RMN
13
C (DMSO-d6, 75,4 MHz / ppm):173,8 (COOH), 171,8 (C=O lactama), 165,8
(C=N), 155,4 (CH=N), 151,4 (Ca piridina), 149,3 (Cb piridina), 135,1 (Cq, piridina), 134,0
(Cd piridina), 124,1 (Cc piridina), 128,13 (C arom), 128,81 (C arom), 128, 2 (C arom), 42,6
(CH), 36,7 (CH2).
Dados para: Ácido [2-(4-piridinil-metileno-hidrazono)-3-fenil-4-oxo-1,3-tiazolidin-5il]- acético (4f):
A substância 4f foi foi purificada por recristalização em metanol a quente e água.
b
a
N
N
N
N
b
a
O
S
O
OH
Tempo de reação: 3 h e 30 min
66
• m = 200 mg (0,7812mmols) de 3f
• Qtd de anidrido maléico: 267 mg
• Qtd de solvente = 8 mL de tolueno
• Rendimento: 25,3%
• PF = 254-255 ° C
• IV FT (ν cm-1, KBr): 3152 (O–H), 1743 (CO2H), 1645 (C=O lactama), 1554 (C=N
pirídinico), 1252 (N=CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 300 MHz / ppm): 12,78 (1H, s, OH), 8,18 (1H, s, N=CH), piridina:
Ha = 7,97 (1H, d, J= 7,8 Hz), Hb = 7,88 (1H, d, J= 7,8 Hz), aromáticos: 7,39-7,48 (5H, m)
4,59 (1H, t, J= 6 Hz, S-CH), 3,13 (2H, d, J= 6Hz, CH2).
• RMN
13
C (DMSO-d6, 75,4 MHz / ppm): 173,68 (COOH), 171,58 (C=O lactama), 166,6
(C=N), 157,4 (CH=N), 152,5 (Cq piridina), 149,6 (Ca piridina), 124,9 (Cb piridina), 128,9
(C aril), 128,6 (C aril), 128,05 (C aril), 120,9 (C aril) 42,5 (CH), 36,6 (CH2).
Dados para: Ácido [2-(2-piridinil-metileno-hidrazono)-3-metil-4-oxo-1,3-tiazolidin-5il]-acético (4g):
A substância 4g foi foi purificada por recristalização em metanol a quente e água
CH3
d
N
c
N
N
N
b
a
O
S
O
OH
Tempo de reação: 12 horas
67
• m = 150 mg (0,7731 mmols) do composto 3g
• Qtd de anidrido maléico: 85 mg
• Qtd de solvente = 6 mL de tolueno
• Rendimento: 44%
• PF = 235-236 ° C
• IV FT (ν cm-1 KBr): 3286 (O–H), 1732 (CO2H), 1636 (C=O lactama), 1553 (C=N
pirídinico), 1236 (N=CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 300 MHz / ppm): 12,69 (1H, s, OH), 8,39 (1H, s, CH=N), piridina:
8,60 (1H, d, Ha), 7,83-8,25 (2H, m, Hc e Hd), 7,40 (1H,t, Hb), 4,43 (1H, dd, j =4,5 Hz, J=
8,4 Hz, S–CH), 2,95 (2H, dd, J=8,7 Hz, j= 4,5 Hz CH2).
• RMN
13
C (DMSO-d6, 75,4 MHz / ppm): 177,9 (COOH), 173,8 (C=O lactama), 171,7
(C=N), 157,5 (CH=N), 152,7 (Cq arom), 149,3 (Ca arom), 136,4 (Cd arom), 125, 05 (Cb
arom), 120, 06 (Cc arom), 42,7 (CH), 36,6 (CH2), 29,5 (CH3).
Dados para: Ácido [2-(3-piridinil-metileno-hidrazono)-3-metil-4-oxo-1,3-tiazolidin-5il]-acético (4h):
A substância 4h foi foi purificada por recristalização em metanol a quente e água.
CH3
d
N
c
N
N
b
N
a
O
S
O
OH
68
Tempo de reação: 5 h e 30 min.
• m = 350 mg (1,8041 mmols) da substância 3h
• Qtd de anidrido maléico: 195 mg
• Qtd de solvente = 8 mL de tolueno
Rendimento: 50%
• PF = 220-222 ° C
• IV FT (ν cm-1, KBr): 3455 (O–H), 1721 (CO2H), 1642 (C=O lactama), 1553 (C=N
pirídinico), 1114 (N=CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 300 MHz / ppm): 12,81 (1H, s, OH), 8,56 (1H, s, N=CH), piridina:
Ha = 8,9 (1H, s), Hb = 8,63 (1H, d, J=4,8 Hz), Hd = 8,15 (1H, d, J = 8,1 Hz), Hc = 7,49
(1H, t, J=8,1 Hz), 4,43 (1H, dd, j= 4,5 Hz, J= 8,4 Hz, S-CH), 3,17 (3H, s, CH3), 2,95 (2H,
dd, J = 8,7 Hz, j = 4,5 Hz CH2).
• RMN
13
C (DMSO-d6, 75,4 MHz / ppm): 173,8 (COOH), 171,7 (C=O lactama), 165,3
(C=N), 155,1 (CH=N), 151,3 (Ca piridina), 149,3 (Cb piridina), 134,1 (Cc piridina), 129, 9
(Cq piridina), 124,1 (Cd piridina), 42,7 (CH), 36,7 (CH2), 29,4 (CH3).
Dados para: Ácido [2-(4-piridinil-metileno-hidrazono)-3-metil-4-oxo-1,3-tiazolidin-5il]-acético (4i):
A substância 4h foi foi purificada por recristalização em metanol a quente e água.
69
CH3
b
a
N
N
N
N
b
a
O
S
O
OH
Tempo de reação: 4 h
• m = 300 mg (1,5463 mmols) da substância 3i
• Qtd de anidrido maléico: 167 mg
• Qtd de solvente = 8 mL de tolueno
• Rendimento: 33,22%
• PF = 270-272 ° C
• IV FT (ν cm-1, KBr): 3147 (O–H), 1731 (CO2H), 1688 (C=O lactama), 1562 (C=N
pirídinico), 1220 (N=CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 300 MHz / ppm): 12,63 (1H, s, OH), 8,53 (1H, s, N=CH), piridina:
Ha= 8,67 (2H, d, J = 5,7 Hz), Hb = 7,7 (2H, d, J= 6 Hz), 4,43 (1H, dd, S-CH, j= 3,9 Hz, J=
8,7 Hz), 3,185 (3H, s, CH3), 3,00 (2H, dd, CH2, j = 3,9 Hz, J= 8,7 Hz).
• RMN
13
C (DMSO-d6, 75,4 MHz / ppm): 173,8 (COOH), 171,7 (C=O lactama), 165,6
(C=N), 155,6 (CH=N), 150, 4(Cq piridina), 141,09 (Ca piridina), 121,4 (CHb piridina),
42,7 (CH), 36,6 (CH2), 29,5 (CH3).
Dados para: Ácido [2-(2-piridinil-metileno-hidrazono)-3-etil-4-oxo-1,3-tiazolidin-5-il] acético (4j):
A substância 4h foi foi purificada por recristalização em etanol a quente e água.
70
CH2CH3
d
c
N
N
N
N
b
a
O
S
O
OH
Tempo de reação: 12h
• m = 300 mg (1,4423 mmols) do composto 3j
• Qtd de anidrido maléico: 155 mg
• Qtd de solvente = 8 mL de tolueno
• Rendimento: 27%
• PF = 248-250 ° C
• IV FT (ν cm-1, KBr): 3421 (O–H), 1752 (CO2H), 1643 (C=O lactama), 1551 (C=N
pirídinico), 1226 (N=CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 300 MHz / ppm): 12,58 (1H, s, OH), 8,38 (1H, s, CH=N), piridina:
8,65 (1H, d, H a), 7,89 (1H, d, J=8,1 Hz, H b), 7,98 (1H, t, J=8,4 Hz, Hc), 7,46 (1H, t, Hd),
4,43 (1H, dd, J=4,2 Hz, S-CH), 3,78 (2H,q, J=7,2 Hz, N-CH2), 3,02 (2H, dd, J=3,9 Hz,
CH2), 1,19 (3H, t, J = 6,9 Hz, CH3).
• RMN
13
C (DMSO-d6, 75,4 MHz / ppm): 173,7 (COOH), 171,6 (C=O lactama), 157,4
(C=N), 153,3 (CH=N), 149,3 (Cq piridina), 142,0 (Ca piridina), 137,02 (Cd piridina),
125,07 (Cb piridina), 120,2 (Cc piridina), 42,7 (CH), 37,9 (CH2), 36,5 (CH2), 12,1 (CH3).
71
Dados para: Ácido [2-(3-piridinil-metileno-hidrazono)-3-etil-4-oxo-1,3-tiazolidin-5-il] acético (4l):
CH2CH3
d
c
N
N
N
b
a
N
O
S
O
OH
A substância 6h foi foi purificada por recristalização em etanol à quente e água.
Tempo de reação: 3h
• m = 350 mg (1,6826 mmols) do composto 3l
• Qtd de anidrido maléico: 155 mg
• Qtd de solvente = 10 mL de tolueno
• Rendimento: 23,5%
• PF = 210-212 ° C
• IV FT (ν cm-1 KBr): 3401 (O–H), 1731 (CO2H), 1646 (C=O lactama), 1553 (C=N
pirídinico), 1245 (N=CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 300 MHz / ppm): 12,73 (1H, s, OH), 8,56 (1H, s, CH=N), piridina:
8,92 (1H, s, H a), 8,86 (1H, d, J=12,6 Hz, H b), 7,47 (1H, t, J= 12 Hz, Hc), 8,16 (1H, d, J=
6,9 Hz, Hd), 4,42 (1H, t, J=3,6 Hz, S-CH), 3,76 (2H,q, J=6,9 Hz, N-CH2), 3,08 (2H, d,
J=3,6 Hz, CH2)1,16 (3H, t, J = 6,9 Hz, CH3).
72
• RMN
13
C (DMSO-d6, 75,4 MHz / ppm): 173,6 (COOH), 171,6 (C=O lactama), 164,6
(C=N), 155,04 (CH=N), 151,3 (Ca piridina), 149,3 (Cb piridina), 134,10 (Cd piridina),
130,2 (Cq piridina), 124,1 (CHc piridina), 42,8 (CH), 37,8 (CH2), 36,5 (CH2), 12,1 (CH3).
Dados para: Ácido [2-(4-piridinil-metileno-hidrazono)-3-etil-4-oxo-1,3-tiazolidin-5-il]acético (4m):
A substância 3m foi foi purificada por recristalização em metanol a quente e água.
CH2CH3
b
a
N
N
N
N
b
a
O
S
O
OH
Tempo de reação: 6h.
• m = 350 mg (1,6826 mmoles) do composto 3m
• Qtd de anidrido maléico: 181 mg
• Qtd de solvente = 10 mL de tolueno
• Rendimento: 43%
• PF= 275-276 ° C
73
• IV FT (ν cm-1 KBr): 3413 (O–H), 1735 (C=O; CO2H), 1648 (C=O lactama), 1532 (C=N
pirídinico), 1244 (N=CS);
• RMN 1H (DMSO-d6, 300 MHz / ppm): 12,78 (1H, s, OH), 8,53 (1H, s, CH=N), piridina:
8,65 (2H, d, J=5,7 Hz, H a), 7,69 (2H, d, J=6 Hz, H b), 4,43 (1H, dd, j = 4,2 Hz, J=7,8 Hz,
S-CH), 3,76 (2H,q, J=7,2 Hz, N-CH2), 2,98 (2H, dd, J=7,8 Hz, CH2)1,18 (3H, t, J = 7,2 Hz,
CH3).
• RMN
13
C (DMSO-d6, 75,4 MHz / ppm): 173,7 (COOH), 171,6 (C=O lactama), 166,1
(C=N), 155,5 (CH=N), 150,4 (Cq piridina), 141,1 (Ca piridina), 121,4 (Cb piridina), 42,8
(CH), 37,9 (CH2), 36,6 (CH2), 12,1 (CH3).
4.3. DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA
4.3.1. Microrganismos-teste
Para o ensaio antimicrobiano foram utilizados bactérias Gram-positivas, Gramnegativas, álcool-ácido resistentes, leveduras e fungos filamentosos da coleção de
microrganismos do Departamento de Antibióticos da DAUFPE (Tabela 1). No ensaio
qualitativo utilizou-se o teste de difusão em ágar e no ensaio quantitativo fez-se a
determinação da concentração mínima inibitória (CMI). Os meios utilizados foram ágar
nutritivo, Sabourand, Triptona Soy Agar (TSA) e Sabourand + óleo. Dependendo de cada
microrganismo teste as temperaturas foram respectivamente 30 ou 37°C por 24 ou 48 h. Os
inóculos bacterianos foram padronizados com turbidez 0,5, 1,0 e 2,0 por mililitro da escala
de MacFarland equivalente a 106 a 108 unidades formadoras de colônia (UFC/mL).
74
Inicialmente foi realizado o teste qualitativo de 12 compostos sintetizados e as
substâncias que apresentaram halo de inibição superior a 15 mm foram submetidas à
determinação da concentração mínima inibtória (CMI).
Tabela 1. Relação dos microrganismos utilizados nos testes de atividade antimicrobiana
Microorganismos
UFPEDA
origem
Meio de cultivo
Staphilococcus aureus
02
ATCC 6538
AN
Bacillus subtilis
86
ATCC 6633
AN
Staphilococcus faecalis
138
ATCC 6057
TSA
Micrococcus lutens
100
ATCC 2225
AN
Escherichia coli
224
ATCC 25922
AN
Klesbsiela pneumoniae
396
ATCC 29665
AN
Mycobacterium phlei
70
TSA
Mycobacterium smegmatis
71
TSA
Mycobacterium tuberculosis
82
TSA
Candida krusei
1002
IMUR 1224
SAB
Candida albicans
1007
IMUR 4249
SAB
Malassezia furfura
4849
AN= gar nutritivo
SAB + YE + OL
SAB = sabourand SAB + YE + Ol= Sabourand e óleo TSA = agar soja-triptona
4.3.2. Atividade antimicrobiana pelo teste de difusão em ágar
O método geral utilizado para difusão em ágar foi o BAUER-KIRBY (1966). Para
as suspensões dos microrganismos foram utilizados três padrões assim determinados: os
meios foram inoculados com 100 µL de cada suspensão microbiana espalhada com alça de
75
Drigalski. Em seguida, foram aplicados os discos de papel, na superfície dos meios
contendo 30 µL das soluções dos compostos correspondendo a 300 µg/disco para as
substâncias 4 a, 4b, 4c, 4d, 4f, 4g, 4h, 4i e 4m; 250/disco µg para as substâncias 4j e 4l e
320 µg/disco para a substância 4e. Os mesmos foram depositados sobre placas de Petri
contendo os meios de cultura previamente semeados com os microrganismos teste.
A medição do diâmetro dos halos foi expressa em milímetros. Como controle
negativo foram utilizados discos contendo DMSO. Os resultados foram analisados através
das médias aritméticas dos halos de inibição,
em milímetros, e os compostos que
apresentaram halo maior ou igual a 15 milímetros foram selecionados para os ensaios de
CMI, CMB e CMF em meio líquido.
4.3.3. Concentração mínima inibitória (CMI)
Consideramos CMI como a menor concentração da substância capaz de inibir o
crescimento de microrganismos. A concentração mínima inibitória foi realizada
dissolvendo-se 5 mg de cada derivado das 4-tiazolidinonas em 5 mL de DMSO, dando a
concentração igual a 1000 µg/mL. Foram feitas diluições em cinco tubos nas concentrações
de 100 µg/mL, 50 µg/mL, 25 µg/mL, 12,5 µg/mL e 6,25 µg/mL. Para a realização da CMI
do composto 4j a concentração utilizada foi idêntica a dos demais compostos, sendo diluída
em tubos com concentrações que variaram de 300 µg/mL, 250 µg/mL, 200 µg/mL, 150
µg/mL, 100 µg/mL a 50 µg/mL.
Estas concentrações foram adicionadas aos tubos de teste contendo os meios de cultura
(caldo em ágar nutritivo) e posteriormente as suspensões dos microrganismos foram
76
inoculadas. Para o controle positivo, foram preparados tubos contendo apenas o meio de
cultura e a suspensão do microrganismo. Tubos contendo o meio de cultura, a suspensão do
microrganismo e o solvente DMSO foram utilizados como controle negativo.Os valores de
CMI foram determinados a partir da menor concentração onde os tubos testes
permaneceram limpos, indicando que o crescimento bacteriano ou fúngico foi
completamente inibido. Os valores de CMB e CMF foram medidos através da inoculação
em meio sólido dos caldos utilizados no ensaio de CMI que continham soluções em que
não se havia detectado a olho nu crescimento do microrganismo teste.
As atividades bactericida e fungicida foram consideradas como sendo as menores
concentrações nos tubos teste onde não se detectou o crescimento microbiano, desprezando
o aparecimento de 1 colônia isolada ou de um tênue crescimento. Os valores de CMI, CMB
e CMF foram expressos em µg/mL. A determinação da atividade antimicrobiana foi feita
dentro das normas estabelecidas pelo National Commitee for Clinical Laboratory Standard
(NCCLS).
77
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
78
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Moléculas alvo
A figura 11 mostra as fórmulas estruturais dos derivados das 4-tiazolidinonas.
H
H
N
N
N
N
N
N
O
O
N
S
S
N
O
O
4a
4b
OH
OH
H
N
N
N
N
O
N
N
N
S
4d
O
4c
O
N
S
O
OH
OH
N
N
N
N
O
4e
O
N
S
N
N
N
O
OH
S
4f
O
OH
79
CH3
CH3
N
N
N
N
N
N
O
O
N
S
S
N
O
4g
O
4h
OH
OH
CH2CH3
CH3
N
N
N
N
O
N
N
N
4i
O
N
S
S
4j
O
O
OH
OH
CH2CH3
CH2CH3
N
N
N
N
O
4
l
O
N
S
N
N
N
O
OH
S
4
m
O
OH
Figura 11. Fórmulas estruturais dos derivados 4-tiazolidinonas não-substituídos e
substituídos (4 a-m).
80
5.2 Obtenção das Formil-Piridinas Tiossemicarbazonas Não-Substituídas
e Substituídas.
As Formil-Piridinas Tiossemicarbazonas (3a-m) foram obtidas pelo método
convencional,
descrito
anteriormente. Todas as tiossemicarbazonas apresentaram
rendimentos satisfatórios (56-89%) após purificação por recristalização em solvente
apropriado (metanol ou etanol a quente). A Tabela 2 mostra a relação das
tiosemicarbazonas obtidas com seus respectivos rendimentos
Tabela 2. Rendimentos e propriedades físico-químicas das tiossemicarbazonas (3 a – m)
composto R1 posição
F. molecular
MM
PF(οC)
eluente
Rf
R%
acet. etila/hexano
3a
H
2
C7H8N4S
180
194-195
7:3
0,43
57%
3b
H
3
C7H8N4S
180
218-220
8:2
0,48
66%
3c
H
4
C7H8N4S
180
237-238
7,5:2,5
0,45
68%
3d
C6H5
2
C13H12N4S
256
199-200
8:2
0,65
78%
3e
C6H5
3
C13H12N4S
256
218-220
8:2
0,64
89%
3f
C6H5
4
C13H12N4S
256
196-197
7:3
0,55
89%
3g
CH3
2
C8H10N4S
194
230-232
0,9:1,1
0,59
56%
3h
CH3
3
C8H10N4S
194
216-218
1:1
0,55
57%
3i
CH3
4
C8H10N4S
194
235-236
1:1
0,59
70%
3j
C2H5
2
C9H12N4S
208
203-204
7:3
0,56
57%
3l
C2H5
3
C9H12N4S
208
216-218
7:3
0,59
83%
3m
C2H5
4
C9H12N4S
208
188-190
8:2
0,64
83%
81
5.2.1 Mecanismo de reação
O mecanismo de formação de tiossemicarbazonas é semelhante ao descrito para a
formação de iminas e derivados (COSTA et al, 2003). Inicia-se com a protonação do
oxigênio da carbonila para formar o intermediário íon oxônio, seguido de ataque
nucleofílico do nitrogênio N-1 da tiossemicarbazida para formar o intermediário
hemiaminal protonado. Este perde uma molécula de água e após neutralização forma-se a
tiossemicarbazona (Esquema 9).
H
H
. ..
.O
OH H
NHR
H
H2N
+
+
H
H
N
O+
H
+
NHR
N
N
S
H
S
H
Ar = piridina (N)
H
+
O
-
H
H
..
N
H
H
+
-
N
NHR
H2O
N
NHR
N
S
H
S
H+ H
N
NHR
N
S
R1 = H, CH3, C2H5, C6H5
Esquema 9. Mecanismo de formação das formil-piridina tiossemicarbazona (3a – m)
82
5.3. Obtenção dos derivados de 4- tiazolidinonas
As formil-piridinas tiossemicarbazonas foram utilizadas em seguida na preparação
das 4-tiazolidinonas (4a–m), substituídas na posição cinco com o ácido acético. Foi
empregada a reação de adição tia-Michael, tendo o anidrido maléíco como aceptor de
elétrons (BALASUBRAMANIYAN et al, 1990), na presença de tolueno seco e quantidades
suficientes de DMF para solubilizar a mistura (Esquema 10).
R1
H
N
NHR1
N
N
II
N
N
N
O
S
N
S
O
OH
Reagentes e condições experimentais:
(II) tolueno seco, anidrido maléico, DMF. Deak Stark, refluxo (3-12h)
Esquema 10. Obtenção dos derivados 4-tiazolidinonas
Nesta síntese, utilizou-se um excesso de 10% em massa de anidrido maléico para
proceder à reação. A partir disso, conseguimos obter algumas 4-tiazolidinonas com
rendimentos entre 14 e 50%.
Ao final das reações, todos os compostos foram purificados por recristalização em
solvente apropriado e/ou coluna cromatográfica. Verificou-se que os derivados que
apresentaram o radical fenila como substituinte demonstraram maiores dificuldades para
83
serem sintetizados, apresentando baixos rendimentos devido à retirada dos elétrons
nitrogênio da piridina em relação ao anel. Entretanto, as 4-tiazolidinonas com os
substituintes metil e etil no núcleo tiazolidinônico foram obtidas em menores intervalos de
tempo e apresentaram melhores rendimentos. A Tabela 3 mostra os rendimentos e as
propriedades físico-químicas dos derivados de 4-tiazolidinonas obtidos.
Tabela 3. Rendimentos e propriedades físico-químicos das 4-tiazolidinonas (4a–m)
composto R1
piridina
F. estrutural
MM
PF(οC)
eluente
Rf
R%
acet. etila/hexano
4a
H
2
C11H10N4O3S
278
275-276
6:4
0,42
32,5
4b
H
3
C11H10N4O3S
278
258-260
7:3
0,57
32,4
4c
H
4
C11H10N4O3S
278
262-264
7:3
0,44
40,5
4d
C6H5
2
C17H14N4O3S
354
264-265
0,9:1,1
0,62
27,0
4e
C6H5
3
C17H14N4O3S
354
239-240
7:3
0.43
14,5
4f
C6H5
4
C17H14N4O3S
354
254-256
8:2
0,62
25,3
4g
CH3
2
C12H12N4O3S
292
235-236
8:2
0,62
44,0
4h
CH3
3
C12H12N4O3S
292
235-237
7:3
0,43
50,0
4i
CH3
4
C12H12N4O3S
292
270-272
8:2
0,50
33,2
4j
C2H5
2
C13H14N4O3S
306
248-250
8:2
0,62
27,0
4l
C2H5
3
C13H14N4O3S
306
195-196
8:2
0,65
23,5
4m
C2 H 5
4
C13H14N4O3S
306
275-276
8:2
0,65
43,0
84
5.3.1. Mecanismo de reação
O mecanismo de formação das 4-tiazolidinonas a partir de tiossemicarbazonas e
anidrido maléico é ainda incerto. Entretanto, evidências sugerem que este deve ser
semelhante ao que ocorre quando esta reação é feita com a tiouréia. Segundo
Balasubramaniyan et al. (1990) as reações da tiouréia com o anidrido maléico e seus
derivados para formar 4-tiazolidinonas pode ocorrer por dois mecanismos: (I) adição tiaMichael em um dos carbonos da ligação C=C, seguida de aminólise na carbonila adjacente;
ou (II) aminólise inicial com conseqüente adição tia-Michael à ligação dupla. Conforme
descrita na literatura, a força motriz da reação é a reatividade do anidrido maléico e seus
derivados frente a dinucleófilos (BALASUBRAMANIYAN et al, 1990). Portanto, tal como
a tiouréia, as tiossemicarbazonas são versáteis 1,3-dinucleófilos. Em adição, tanto a tiouréia
quanto as tiossemicarbazonas apresentam as formas tautoméricas tiol e tiona em equlíbrio,
apresentadas anteriormente no esquema 10 (BARTHI et al., 2003).
Tal propriedade química é responsável pela etapa de adição tia-Michael ao anidrido
maléico e pode ser facilmente evidenciada pela técnica de RMN 1H, nesta última, devido ao
caráter parcialmente duplo da ligação C-NH2 que torna os hidrogênios diastereotópicos
(BHARTI et al., 2003) (Esquema 11).
85
O
NHR
H
N
NH R
..
N
..
S..
N
O
..
SH
N
Ar
O
-
-
O
R
+
S
N
O
S
N
O
N
N
O
S
O
NH
+
O
HN
N
Ar
R
-
NHR
N
O
..
Ar
Ar
Ar
H
O
O
R
O
N
O
N
N
S
OH
Ar
(I) Adição de tia-Michael, seguido de aminólise
N
NHR1
N
R1
O
S
O
H
N
N
N
N
NHR1
N
S
H
R1
S
N
O
O
O
+
N
N
O
N
O
N
O
N
O
OH
OH
S
N
O
(II) Aminólise, seguida de adição tia-Michael
Esquema 11. Mecanismo de formação de 4-tiazolidinonas a partir de tiossemicarbazonas e
anidrido maléico.
86
5.4.
CARACTERIZAÇÃO DAS ESTRUTURAS QUÍMICAS
5.4.1. Espectros de infravermelho (IV) das formil-piridinas tiossemicarbazonas não
substituídas e substituídas (3a-m)
As principais bandas dos espectros de infravermelho das substâncias 3a-m são dadas
na Tabela 4.
H
N
NHR1
N
N
N = posições 2,3 e 4
S
R1 = H, CH3, C2H5, C6H5
Tabela 4. Principais bandas de absorção do espectro de IV para os compostos 3a-m
ν (N-H)
ν (C=N)
ν (C=S)
2
3270 (m)
1538 (F)
1106
H
3
2981 (m)
1527 (F)
1109
3c
H
4
3152 (m)
1536 (F)
1061
3d
C6H5
2
2967 (m)
1550 (F)
1189
3e
C6H5
3
2963 (m)
1531 (F)
1195
3f
C6H5
4
3106 (m)
1550 (F)
1189
3g
CH3
2
3134 (m)
1527 (F)
1245
3h
CH3
3
2945 (m)
1544 (F)
1045
3i
CH3
4
2945 (m)
1518 (F)
921
3j
C2H5
2
2794
(m)
1528 (F)
1091
3l
C2H5
3
2971
(m)
1527 (F)
1090
3m
C2H5
4
2980
(m)
1526 (F)
1103
Nο
R1
3a
H
3b
m = média
piridina
F = forte
f= fraca
87
A espectroscopia no infravermelho, realizada em pastilhas de KBr, permite
identificar as principais bandas de absorção, N – H, C=N e C=S, que caracterizam os
derivados de tiossemicarbazonas sintetizados. Verifica-se a presença da banda C=S que
variou ente 921 – 1245 cm-1. Os Estiramentos da ligação N –H hidrazínica (ν N-H)
–1
apareceram entre 2945 a 3270 cm
, confirmando as estruturas de todas as
tiosemicarbazonas. O estiramento de C=N azometina aparece com uma banda forte na
faixa de 1518 a 1550 cm-1. Os resultados estão de acordo com os dados da literatura,
confirmando assim, as estruturas de todas as tiossemicarbazonas. As figuras 12 e 13
mostram os espectros de IV do 3-formilpiridina N(4)-metil-tiossemicarbazona 3h e 4formilpiridina N(4)-etil-tiossemicarbazona (3m).
H
H
N
N
CH3
N
S
N
0,9
G2g
0,8
0,7
Transmitância
0,6
0,5
0,4
0,3
581,11133
1045,229
2945,41162
0,2
3359,38916
0,1
1265,07422
1544,05908
0,0
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
N º d e on da s (cm -1)
Figura 12 . Espectro IV da 3-formilpiridina N(4)-metil-tiossemicarbazona 3h.
88
H
H
N
N
N
CH2CH3
S
N
G 2l
0,8
0,7
Transmitância
0,6
0,5
798,38525
0,4
0,3
2980,12402
0,2
1103,08301
1223,93359
0,1
4000
1526,06006
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
N º de ondas (cm -1)
Figura 13. Espectro IV da 4-formilpiridina N(4)-etil-tiossemicarbazona (3m)
5.4.2 Espectros de Infravermelho dos Derivados de 4-tiazolidinonas (4a-m)
A Tabela 5 apresenta as principais bandas de absorção das substâncias 4a – m.
Foram selecionadas as vibrações de estiramento das ligações C=O da função ácida, a banda
C=N correspondente a piridina, e a banda de deformação do grupo funcional N=C=S,
segundo El-gendy et al. (1990).
89
R1
N
N
N
S
N
O
O
OH
N= posições 2,3 e 4; R1 = H, CH3, C2H5, C6H5
Tabela 5. Principais bandas de absorção do espectro IV para os compostos 4a-m
ν (C=O, CO2H)
ν (C=O lactama)
ν (C=-N)
ν (N=C=S)
Nο
R1
4a
H
2
1747 (F)
1636 (F)
1563(F)
1249 (f)
4b
H
3
1745 (F)
1641 (F)
1567 (F)
1261 (f)
4c
H
4
1737 (F)
1648 (F)
1585 (F)
1258 (f)
4d
C6H5
2
1734 (F)
1641 (F)
1550 (F)
1230 (f)
4e
C6H5
3
1751 (F)
1639 (F)
1550 (F)
1225 (f)
4f
C6H5
4
1743 (F)
1643 (F)
1554 (F)
1252 (f)
4g
CH3
2
1732 (F)
1645 (F)
1553 (F)
1236 (f)
4h
CH3
3
1733 (F)
1647 (F)
1553 (F)
1073 (f)
4i
CH3
4
1731 (F)
1638 (F)
1557 (F)
1220 (f)
4j
C2H5
2
1752 (F)
1646 (F)
1551 (F)
1226 (f)
4l
C2H5
3
1731 (F)
1643 (F)
1553 (F)
1245 (f)
4m
C2H5
4
1735 (F)
1642 (F)
1532 (F)
1244 (f)
posição
F = forte m = média f = fraca
90
Todas as 4-tiazolidinonas (4a-m) sintetizadas apresentaram uma banda de
estiramento de C=O entre 1731 – 1752 cm-1, características da função ácida e uma banda de
estiramento de C=O entre 1636-1648 cm-1, referente a carbonila lactâmica. Os derivados
também apresentaram uma banda de absorção na região entre 3147-3448 cm–1
correspondente as vibrações do grupamento OH. Além disso, os espectros de IV
apresentaram bandas de absorção que variaram entre 1532-1567 cm-1, geralmente intensas
referentes aos grupamentos C=N da posição 2 do anel e no grupo aril hidrazona. O espectro
do composto 4i é apresentado como exemplo (Figura 14). Esses espectros mostram também
o estiramento da banda de absorção de N=C=S entre entre 1073 - 1261 cm-1 o que confirma
a estrutura. Para as substâncias 4d-4f foram observadas bandas de estiramento C – H
aromático na faixa de 695-740 cm-1. O espectro do derivado 4e é mostrado como exemplo
(Figura 15).
91
CH3
N
N
N
O
N
S
O
OH
1,0
0,8
2455,58105
transmitância
0,6
3408,24365
0,4
700,67627
1073,51318
1352,49805
0,2
0,0
1553,05859
3900 3600 3300 3000 2700 2400 2100 1800 1500 1200
900
600
-1
número de ondas (cm )
Figura 14. Espectro IV do composto ácido [2-(3-piridinil-metileno-hidrazono)-3-metil4oxo-1,3-tiazolidin-5-il]- acético (4i).
92
N
N
N
O
S
N
O
OH
0,9
0,8
absorbância
0,7
2922,27002 2480,0083
1951,6084
0,6
695,53369
0,5
1382,06787
0,4
1225,21924
0,3
0,2
1550,4873
0,1
3900 3600 3300 3000 2700 2400 2100 1800 1500 1200
900
600
nº ondas (cm -1)
Figura 15. Espectro IV do composto ácido [2-(3-piridinil-metileno-hidrazono)-3-fenil-4oxo-1,3-tiazolidin-5-il] -acético (4e)
5.4.3 Espectros de ressonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN 1H) e carbono
(RMN 13C) dos derivados de 4-tiazolidinonas (4a-m)
As Tabelas 6 e 7 apresentam os principais deslocamentos químicos de RMN 1H e
13
C, respectivamente, referentes às 4-tiazolidinonas obtidas. A formação do heterociclo foi
indicada pelo aparecimento do deslocamento característico para o CH adjacente ao átomo
de carbono da ligação C=S entre 4,39 a 4,93 ppm no espectro de RMN 1H e pelo sinal de
93
carbono quaternário entre 171,8 a 173,8 ppm referente a carbonila (lactama) no espectro de
RMN 13C (KUÇUKGUZEL et al, 2002).
R1
N
N
N
O
S
O
N
OH
Tabela 6. Principais deslocamentos químicos no RMN 1H (300 MHz, ppm, DMSO-d6) dos
compostos 4a – m.
Nο
R1 piridina
CH=N
SCH
CH2
outros (R1)
azometina
4a
H
2
8,32 (1H,s)
4,40 (1H,dd)
2,95 (2H,d)
4b
H
3
8,46 (1H,s)
4,39 (1H,dd)
2,93 (2H,d)
4c
H
4
8,41 (1H,s)
4,39 (1H,dd)
2,94 (2H,d)
4d
C6H5- 2
8,17 (1H,s)
4,59 (1H,t)
3,13 (1H,d)
7,38-7,49 (5H,m)
4e
C6H5- 3
8,39 (1H,s)
4,58 (1H,dd)
3,12 (2H,d)
7,32-7,46 (5H,m)
4f
C6H5- 4
8,18 (1H,s)
4,59 (1H,t)
3,13 (2H,d)
7,38-7,49 (5H,m)
4g
CH3
2
8,39 (1H,s)
4,45 (1H,dd)
2,95 (2H,d)
3,20 (3H,s) CH3
4h
CH3
3
8,56 (1H,s)
4,42 (1H,dd)
2,95 (2H,d)
3,17 (3H,s) CH3
4i
CH3
4
8,53 (1H,s)
4,44 (1H,dd)
2,93 (2H,d)
3,18 (3H,s) CH3
4j
C2H5
2
8,38 (1H,s)
4,43 (1H,t)
3,02 (2H, dd)
4l
C2 H 5
3
8,56 (1H,s)
4,42 (2H,t)
3,08 (2H,d)
3,76 (2H,q) NCH23H,t CH3
4m
C2H5
4
8,53 (1H,s)
4,44 (2H,dd)
2,98 (2H,d)
3,76 (2H,q) NCH2 3H,t CH3
3,78 (2H,q), 3H, t CH3
94
Os deslocamentos químicos dos hidrogênios da ligação CH=N para os derivados 4a4m aparecem como singletos nas regiões 8,17 - 8,56 ppm. Para os compostos 4g, 4h e 4i foi
observado um sinal que aparece como singletos nas regiões 3,17 a 3,20 ppm em relação aos
prótons do grupo metila.
Com relação ao hidrogênio da ligação SCH, observa-se que, para os compostos 4d,
4f, 4j e 4l, ele aparece com um sinal de tripleto nas regiões entre 4,40 - 4,59 ppm, enquanto
que na ligação NCH2 que contém o radical etila, verificam-se sinais de quadripleto para os
compostos 4j, 4l e 4m nos deslocamentos 3,76 - 3,78 ppm.
Os sinais característicos dos hidrogênios do anel pirídinico nas posições 2, 3 e 4
aparecem em regiões próximas que variam entre 7,14 - 8,9 ppm. Observa-se a presença de
dubletos e singletos nas posições 2 e 3 do anel pirídinico devido aos diferentes
acoplamentos entre os hidrogênios, enquanto que sinais característicos de dubletos são
predominantes na posição 4 do anel piridínico devido ao fato de os hidrogênios
apresentarem as mesmas características químicas. Os espectros de RMN 1H dos compostos
4c e 4i são apresentados como exemplos (Figuras 16 e 17).
95
H
N
N
N
N
O
S
O
OH
Figura 16. Espectro de RMN 1H do ácido [2-(4-piridinil-metileno-hidrazono)-4-oxo-1,3tiazolidin-5-il]- acético (4c).
96
CH 3
N
N
N
N
O
S
O
OH
Figura 17. Espectro de RMN 1H do ácido [2-(4-piridinil-metileno-hidrazono)-3-metil-4oxo-1,3-tiazolidin-5-il]- acético (4i).
97
R1
N
N
N
O
S
O
N
OH
Tabela 7. Principais deslocamentos químicos no RMN
13
C (75,4 MHz, ppm, DMSO-d6)
dos compostos 4a – m.
composto R1
posição CO2H
C=O
C=N
CH=N
CH2
outros (R1)
4a
H
2
175,6
171,8
165,4
156,8
36,5
4b
H
3
175,6
171,7
165,4
153,7
36,5
4c
H
4
175,6
171,8
166,9
154,3
36,5
4d
C6H5
2
173,9
171,8
166,9
157,5
36,7
4e
C6H5
3
173,8
171,8
165,8
155,4
36,7
4f
C6H5
4
173,7
171,5
166,6
157,4
36,6
4g
CH3
2
173,8
171,8
171,7
157,2
36,6
29,5(CH3)
4h
CH3
3
173,8
171,7
165,3
155,1
36,7
29,4(CH3)
4i
CH3
4
173,9
171,7
165,6
155,6
36,6
29,5(CH3)
4j
C2H5
2
17 3,7
171,6
157,4
153,3
37,9
36,5(NCH2) 12,1(CH3)
4l
C2H5
3
173,6
171,6
164,6
155,0
37,8
36,5(NCH2), 12,1(CH3)
4m
C2H5
4
173,7
171,6
166,1
155,5
37,9
36,6(NCH2), 12,1(CH3)
98
Com relação ao RMN
13
C dos átomos de carbono do heterociclo, a tabela acima,
destaca os sinais que indicam evidência confirmatória para a formação do núcleo 4tiazolidinona. Os carbonos da função imina, C=N e CH=N, foram facilmente distinguíveis,
aparecendo na faixa de 157,4 a 171,7 ppm e 153,3 a 157,5 ppm, respectivamente.
Os sinais da carbonila do anel lactâmico aparecem em regiões próximas que variam
entre 171,5 e 171,8 ppm. Em adição, verifica-se que os sinais da carbonila do grupamento
ácido apareceram em regiões que variaram entre 173,6-175,8 ppm. Os sinais dos carbonos
do anel pirídinico apresentaram ressonâncias entre 120 e 152,5 ppm, enquanto que os
carbonos dos subsituintes alquilas apresentaram deslocamentos químicos que variaram
entre 29,4-29,5 ppm para os substituintes metila e 36,5-36,6 ppm com relação à ligação
NCH2 do grupo etila. As figuras 18 e 19 mostram os espectros de RMN 13C dos compostos
4b e 4c.
99
H
N
N
N
O
N
S
O
OH
Figura 18. Espectro de RMN
13
C do ácido [2-(3-piridinil-metileno-hidrazono)-4-oxo-1,3-
tiazolidin-5-il] - acético (4b).
100
H
N
N
N
O
N
S
O
OH
Figura 19. Espectro de RMN
13
C do ácido [2-(4-piridinil-metileno-hidrazono)-4-oxo-1,3-
tiazolidin-5-il] - acético (4c).
101
5.5.
Atividade antimicrobiana
A Tabela 8 abaixo apresenta os resultados referentes aos valores dos halos de
inibição para os diferentes microrganismos, medidos em milímetros. Os resultados
mostram que apenas oito compostos derivados das 4-tiazolidinonas apresentaram halos de
inibição maiores que 15 mm.
Tabela 8. Determinação de atividade antimicrobiana dos compostos sintetizados através de
halos de inibição para diferentes microrganismos.
Composto
S.a B.s M.l E. c K.p
M.p M. s M. t S f.
AN
4a
0
4d
20
15
4g
12
4h
TSA
0 20
C.k C.a
SAB
M. f
SAB YE+OL
0
0
16
20
14
0
0
0
0
0
0
0
15
0
16
0
0
0
0
22
30
0 15
16
0
0
41
0
0
0
0
33
22
0
0
32
0
0
14
0
16
0
4i
0
0
14
0
0
16
0
0
0
0
0
0
4j
19
0
0
0 14
0
31
25
0
0
0
0
4l
0
12
15
0
0
0
0
0
0
0
0
0
4m
0
0
0
0
0
0
0
0
15
0
16
15
cloranfenicol
25
27
50
27 25
nt
nt
nt
nt
nt
nt
nt
rifampicina
nt
nt
nt
nt
nt
25
30
28
nt
nt
nt
nt
nisatina
nt
nt
nt
nt
nt
nt
nt
nt
26
30
nt
AN – Ágar nutritivo
TSA – Agar soja-triptona
nt
SAB-Sabourand
SAB+YE+OL – Sabourand e óleo
S. a = S. aureus, B. s = B. subitilis, M. l = M. luteus, E. c = E. coli, K. p = K. pneumoniae, M. p = M.
phlei,M. s = M. smegmatis, M. t = M. tuberculosis, S. f = S. faecalis, C. a = C. albicans, C. k = C. krusei, M.
= M. furfura; nt = não testado
102
Quanto aos ensaios realizados em meio líquido, dos doze derivados 4-tiazolidinonas
sintetizados, apenas cinco (4a,4g, 4h, 4j e 4m) foram selecionados para a realização da CMI
e CMB. Esses compostos demonstraram atividade biológica promissora contra bactérias
Gram-positivas e contra fungos dos gêneros Candida albicans e Malassezia furfura. Porém,
apenas o composto 4j apresentou moderada atividade bacteriostática contra Klebsicella
pneumoniae e S. aureus. Entretanto, esse mesmo composto mostrou-se mais ativo que a
rifampicina contra Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium smegmatis, apresentando
boa atividade bactericida.
Observa-se também, que apenas o composto 4g apresentou atividade bactericida
considerável frente ao M. luteus, tendo menor valor de CMI em relação ao cloranfenicol. Já
os compostos 4h e 4m demonstraram similaridade em relação a CMI quando comparados a
nistatina contra Candida albicans. Os resultados descritos nessa discussão estão expressos
na Tabela 9.
Em geral, os derivados 4-tiazolidinonas da série 4a-m apresentaram
consideráveis
atividades
antimicrobianas
frente
aos
microrganismos
testados,
principalmente àqueles que continham o nitrogênio na posição dois do anel pirídinico,
tendo alguns deles demonstrados melhores valores de CMI, CMB e CMF quando
comparados aos fármacos de referência.
103
Tabela 9. Concentração Mínima Inibitória (CMI), Concentração Mínima Bacteriostática
(CMB) e Concentração Mínima Fungistática (CMF) (µg/mL) das 4-tiazolidinonas
selecionadas.
Microorganismos
compostos
Micrococcus luteus
4a
100
4g
25
4h
>100
100
50
40
200
150
25
20
250
200
25
20
cloranfenicol
Staphilococcus aureus
4j
cloranfenicol
Klebsicella pneumonia
4j
cloranfenicol
CMI (µg/mL)
CMB (µg/mL)
75
12,5
Mycobacterium phlei
4g
75
50
Mycobacterium tuberculosis
4j
50
25
Mycobacterium smegmatis
4j
50
25
130
120
rifampicina
Candida albicans
Malassezia furfura
CMF (µg/mL)
4h
75
50
4m
50
25
4g
75
50
nistatina
80
70
104
6. CONCLUSÕES & PERSPECTIVAS
105
6. Conclusões
Neste trabalho foram sintetizadas substâncias pertencentes às classes das
tiossemicarbazonas e 4-tiazolidinonas. As 4-tiazolidinonas diferenciaram-se quanto à
presença ou ausência de substituintes na posição 5 do anel, sendo eles hidrogênio, metil,
etil e fenil.
Os compostos foram sintetizados por metodologias de síntese e purificação,
apresentando rendimentos entre 14-50%. Todos os compostos foram caracterizados por
meio de suas propriedades físico-químicas, bem como
por métodos espectroscópicos
convencionais (RMN 1H e 13C e IV).
Alguns dos compostos sintetizados apresentaram atividades antimicrobianas frente
aos microrganismos testados. Dos doze derivados 4-tiazolidinonas testados, as substâncias
(4a, 4g, 4h, 4j e 4m) apresentaram atividade biológica contra Micrococcus lutens,
Mycobactéria phlei, Mycobaterium smegmatis, Mycobacterium tuberculosis e Candida
albicans, Malassezia furfura e Klebsiella pneumoniae.
Verificou-se que na série dos
derivados 4-tiazolidinonas, o substuinte metila
apresentou melhores resultados tanto com relação aos rendimentos obtidos como nas
análises das atividades antimicrobianas.
É importante ressaltar que apenas o composto 4j, pertecente a série 2 da piridina,
tendo o radical etila como substituinte, apresentou atividade bacteriostática para Klebsicella
pneumoniae e
boa atividade bactericida contra Mycobacterium tuberculosis e
Mycobacterium smegmatis.
106
Os resultados obtidos criam perspectivas para a realização de novas sínteses com
outros radicais ou através da formação de quelatos com alguns metais no intuito de
identificar novos compostos com atividade antimicrobi, como planejar novas séries de
moléculas que possam também apresentar atividades biológicas contra diversos
protozoários, como por exemplo, espécies Toxoplasma gondi e Tripanossoma cruzi,
aumentando o arsenal terapêutico no combate as diversas doenças causadas pelos
microrganismos.
107
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
108
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125
8. APÊNDICE
Placas de antibiograma referentes aos halos de inibição de alguns derivados 4tiazolidinonas (Fotos 1, 3 e 4)
126
FOTO 1. Placa de antibiograma em SAB, na qual vemos halo de inibição da substância 4m
para Candida albicans 1007 - DAUFPE.
FOTO 2. Placa de antibiograma mostrando o halo de inibição da substância controle
nistatina para Candida albicans – DAUFPE.
127
FOTO 3. Placa de antibiograma em TSA, na qual vemos halo de inibição para a substância
4b Mycobacterium phley 70 – DAUFPE.
FOTO 4. Placa de antibiograma em TSA, na qual vemos halo de inibição para a substância
4d Mycobacterium phley 70 – DAUFPE.
128
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velhote 1 capa - Universidade Federal de Pernambuco