17/11/2014 Projeto de lei sobre amianto poderá ser votado com base na verdade em SC O diretor-geral da Sama Minerações, Rubens Rela Filho, disse que prevaleceram o interesse da sociedade e o bom senso dos deputados de Santa Catarina, que voltaram a discutir esta semana a proibição da fabricação e a comercialização de telhas com amianto no Estado. A votação do projeto de lei foi adiada para os deputados estudarem melhor o assunto. “Agora, ele poderão analisar o tema com base na verdade”, disse. Segundo ele, a sociedade catarinense já identificou que há incorreções nas informações sobre o tema. “Não tem sentido proibir a venda de telhas de amianto. Não existe risco nem para quem mora em casas cobertas com telhas de amianto, nem para trabalhadores do comércio, assim como, não há casos conhecidos de contaminação em pessoas que fazem a instalação das telhas”, ressalta. De acordo com ele, é hora de debater o assunto com a sociedade para que o projeto de lei seja votado com base em informações verdadeiras e não distorcidas. De acordo com o diretor da Sama Minerações, ao contrário do que afirma o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Chapecó (Siticom), a saúde de trabalhadores não está em risco. Ele lembra que o uso do amianto crisotila é permitido no Brasil e em 150 países. Entre eles, países desenvolvidos como os Estados Unidos e o Canadá. “Há mais de 30 anos não se registra nenhum caso de trabalhador contaminado”, ressalta. No passado, existiu um outro tipo de amianto: o anfibólio. O amianto do tipo anfibólio, que oferecia riscos à saúde, já foi banido em todo o mundo e não existe mais no Brasil. “O uso seguro do amianto crisotila não oferece riscos à saúde de trabalhadores, de quem comercializa ou de quem usa telhas com este mineral”, frisa. Rubens Rela destaca que o Brasil é referência no mundo por suas leis rigorosas sobre o uso seguro do amianto. “Poucos produtos são tão fiscalizados quanto o amianto desde a sua extração até chegar ao consumidor final. Todas as etapas são rigorosamente monitoradas para a segurança da saúde do trabalhador”, diz ele. Atualmente, mais de 50% das casas brasileiras são cobertas com telhas de amianto. “Milhões de pessoas viveram e vivem décadas em residências cujas caixas d’água e telhas são feitas com o amianto crisotila. Não existe um único caso de usuário que tenha contraído qualquer tipo de doença por isso”, afirma. A decisão sobre leis que proíbem o uso do amianto crisotila no Brasil está nas mãos do Supremo Tribunal Federal, que começou o julgamento sobre o assunto em 2012. O ministro Marco Aurélio, relator do caso no STF, já decidiu que o amianto fica no mercado e que não há motivos para bani-lo. “Ele entendeu que a própria OIT não defende o banimento do amianto do mercado e sim regras para a segurança do trabalhador, o que já é feito no Brasil”, afirma Rela. Ele diz, ainda, que há inúmeras pesquisas científicas sobre o tema. “Um dos estudos mais recentes, liderado pelo americano David Bernstein, uma das maiores autoridades em toxicologia do mundo, mostra que o amianto crisotila é considerado seguro dentro dos rígidos controles da indústria brasileira”, conclui.