FORTUNATO, F.L.G.; REGO, E.R.; CARVALHO, M.G.; SOUZA, F.W.F.; RÊGO, M.M.; SANTOS, C.A.P. Caracterização de geração
segregante de pimenteiras ornamentais com base em caracteres de fruto. In: II Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do
Nordeste, 2015, Fortaleza. Anais do II Simpósio da RGV Nordeste. Fortaleza, Embrapa Agroindústria Tropical, 2015 (R 49).
Caracterização de geração segregante de pimenteiras ornamentais com base em
caracteres de fruto
Flávia Laís Gomes Fortunato1; Elizanilda Ramalho do Rêgo2, Michelle Gonçalves de Carvalho3,
Francisca Wilca de França Souza3; Mailson Monteiro do Rêgo2, Cristine Agrine Pereira dos
Santos3
1
Pós-graduação em Agronomia. Universidade Federal da Paraíba, 58397-000, Areia - PB; [email protected].
Docente. Universidade Federal da Paraíba, Areia - PB; [email protected]; [email protected].
3
Graduação em Agronomia. Universidade Federal da Paraíba, 58397-000, Areia - PB; [email protected];
[email protected];. [email protected].
2
Palavras chave: Capsicum annuum L., melhoramento genético, diversidade.
Introdução
A pimenta é uma importante hortaliça cultivada no Brasil, apresentando variados tipos e formas de
frutos (Rêgo et al., 2011). A grande diversidade observada na coloração da folhagem e dos frutos e no porte
da planta tem contribuído para a sua utilização como plantas ornamentais (Rêgo et al., 2009; Finger et al.,
2012). A caracterização e a avaliação de genótipos é uma etapa importante para a utilização das espécies
em programas de melhoramento (Carvalho et al., 2003; Rêgo et al. 2011). Desse modo, o presente trabalho
tem como objetivo caracterizar uma população F2 de pimenta ornamental (Capsicum annuum L.) do banco
de germoplasma do CCA-UFPB, baseado em caracteres quantitativos de fruto.
Materiais e Métodos
O experimento foi realizado em casa de vegetação no laboratório de Biotecnologia Vegetal do
Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba (CCA-UFPB), Areia - PB. Foram utilizadas
80 plantas de população F2 de pimenteiras ornamentais (Capsicum annuum L.) obtidas por meio de
autofecundação controlada de F1 proveniente do cruzamento entre os genitores UFPB 349 x UFPB 356. O
delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com controles adicionais. Dois parentais foram
utilizados como controle, com três repetições. A caracterização morfoagronômica foi realizada com base na
lista de descritores sugerida pelo Biodiversity International, sendo avaliados peso do fruto (PF),
comprimento do fruto (CFR), maior diâmetro do fruto (MDF), menor diâmetro do fruto (MeDF), comprimento
do pedicelo (CP), espessura do pericarpo (EP), comprimento da placenta (CPL), número de sementes/fruto
(NSF), matéria fresca (MF) e teor de matéria seca (TMS). Os dados foram submetidos à análise de
variância pelo teste F a 1% de significância com subsequente agrupamento das médias pelo teste de Scott
Knott a 5% de significância. As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o programa
computacional Genes (Cruz, 2006).
Resultados e Discussão
Os efeitos de tratamento foram significativos a 1% para todas as características avaliadas, com
exceção da espessura do pericarpo (Tabela 1), indicando a existência de variabilidade genética entre os
genótipos avaliados. O coeficiente de variação (CV) variou de 20,90% (CFR) a 101,04% (EP) (Tabela 1).
Segundo Silva et al. (2011) os valores de CV variam de acordo com a característica, com o acesso e com a
espécie avaliada.
De acordo com os resultados obtidos no teste de Scott & Knott a 5% de probabilidade (Tabela 2), o
peso do fruto foi à característica que apresentou a maior variabilidade, formando seis classes distintas,
seguido do número de sementes por fruto e matéria fresca, com quatro classes. De acordo com Neitzke et
al. (2010), o grande número de classes estabelecidas é um indicativo da grande variabilidade existente
entre os acessos. Quanto ao comprimento do fruto, maior diâmetro do fruto, comprimento do pedicelo e
comprimento da placenta, os genótipos foram diferenciados três classes distintas. Com relação à espessura
do pericarpo os acessos formaram duas classes, apresentando pouca variabilidade para esta característica.
O menor diâmetro do fruto e teor de matéria seca não apresentaram variabilidade, sendo reunidos em
apenas uma classe.
II Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste
Fortaleza, 10-13 de novembro de 2015
Valorização e Uso das Plantas da Caatinga
Conclusão
A população F2 avaliada apresentou variação fenotípica, demonstrando o seu potencial para ser
utilizado em programas de melhoramento de pimenteiras ornamentais, especialmente para as
características peso do fruto, número de sementes por fruto e matéria fresca.
Tabela 1. Análise de variância para dez caracteres de fruto em pimenteiras ornamentais (Capsicum
annuum).
F.V
PF
Tratamentos
Média Geral
C.V.
F.V
Tratamentos
Média Geral
C.V.
3,54**
2,28
23,56
CFR
0,64**
1,59
20,90
EP
0,013ns
0,11
101,04
CPL
0,39**
1,23
23,16
QM
MDF
0,13**
0,90
21,53
QM
NSF
569,68**
35,89
27,16
MeDF
0,060**
0,45
35,07
0,41**
1,39
23,13
CP
MF
96,43**
2,12
33,13
TMS
71,34**
15,33
42,01
PF - Peso do fruto; CFR - Comprimento do fruto; MDF - Maior diâmetro do fruto; MeDF - Menor diâmetro do fruto; CP Comprimento do pedicelo; EP - Espessura do pericarpo; CPL - Comprimento da placenta; NSF - Número de
sementes/fruto; MF - Matéria fresca; TMS - Teor de Matéria seca.
Tabela 2. Número de classes e amplitude para dez caracteres de fruto em pimenteiras ornamentais
(Capsicum annuum).
Número de classes
Amplitude
Número de classes
Amplitude
PF
6
6,69-0,69
EP
2
0,46-0,03
CFR
3
3,03-0,59
CPL
3
2,32-0,42
MDF
3
1,50-0,34
NSF
4
69,33-1,51
MeDF
1
1,23-0,15
MF
4
52,33-0,37
CP
3
2,55-0,69
TMS
1
36,68-3,75
PF - Peso do fruto; CFR - Comprimento do fruto; MDF - Maior diâmetro do fruto; MeDF - Menor diâmetro do fruto; CP Comprimento do pedicelo; EP - Espessura do pericarpo; CPL - Comprimento da placenta; NSF - Número de
sementes/fruto; MF - Matéria fresca; TMS - Teor de Matéria seca.
Referências
CARVALHO, S.I.C.; BIANCHETTI, L.B.; BUSTAMANTE, P.G.; SILVA, D.B.. Catálogo de germoplasma de
pimentas e pimentões (Capsicum spp.) da Embrapa Hortaliças, Documentos n. 49, Brasília: Embrapa
Hortaliça, 2003, 49p.
FINGER, F.L.; RÊGO, E.R.; SEGATTO, F.B.; NASCIMENTO, N.F.F.; RÊGO, M.M.. Produção e potencial de
mercado para pimenta ornamental. Informe Agropecuário, 33:14-20. 2012.
NEITZKE, R.S.; BARBIERI, R.L.; RODRIGUES, W.F.; CORRÊA, I.V.; CARVALHO, F.I.F.. Dissimilaridade
genética entre acessos de pimenta com potencial ornamental. Horticultura Brasileira, 28: 47-53. 2010.
RÊGO, E.R.; RÊGO, M.M.; SILVA, D.F.; SANTOS, R.M.C.; SAPUCAY, M.J.L.C.; SILVA, D.R.; SILVA
JÚNIOR, S.J.. Selection for leaf and plant size and longevity of ornamental peppers (Capsicum spp.) grown
under greenhouse condition. Acta Horticulturae, 829:371-374. 2009.
RÊGO, E.R.; REGO, M.M.; CRUZ, C.D.; FINGER, F.L.; CASALI, V.W.D.. Phenotypic diversity, correlation
and importance of variables for fruit quality and yield traits in Brazilian peppers (Capsicum baccatum). Genet
Resour Crop Evol. 58 (6): 909-918. 2011.
SILVA, A.R.; CECON, P.R.; RÊGO, E.R.; NASCIMENTO, M.. Avaliação do coeficiente de variação
experimental para caracteres de frutos de pimenteiras. Revista Ceres, 58 (2): 168-171. 2011.
II Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste
Fortaleza, 10-13 de novembro de 2015
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