O Rigor na Exposição dos Estudos de Caso Simples: Um Teste Empírico em Uma Universidade Brasileira. André Luiz Bufoni [email protected] Mestrado em Ciências Contábeis da FACC/ UFRJ Abstract: Este artigo aborda primeiramente os motivos que fazem a crescente preferência dos pesquisadores em ciências administrativas pelos métodos qualitativos. Analisamos em seguida o método de estudo de caso simples e suas principais deficiências, usando da literatura para estabelecer critérios de avaliação dos elementos necessários na exposição da estratégia de pesquisa, para, então, de uma amostra de 24 (vinte e quatro) teses que retiramos de um centro de estudos em administração de uma universidade brasileira, avaliar a atenção dada a estes critérios, pelos pesquisadores, em seus relatórios. A pesquisa é relevante na medida em que: (1) estudos deste tipo são ainda pouco sofisticados e incipientes, na área, no Brasil, (2) a demanda por estudos de caso é cada vez maior e a literatura mais diversificada, (3) é poderoso auxílio ao pesquisador iniciante que carece de um texto que verifique a prática além da teoria em si. INTRODUÇÃO Tendo explicitado o que fazer, isto é, os objetivos, problemas, e hipóteses de pesquisa, devese, então, proceder ao detalhamento de como se pretende faze-la, isto é, o método será usado para se atingir tais objetivos. Em outras palavras deve-se definir a amostra, bem como as técnicas de coleta de dados e análise a serem empregados no estudo (Moura, Ferreira e Paine, 1998). Segundo Cone e Foster (1993), a regra fundamental a ser adotada aqui é a replicabilidade, isto é, a metodologia do projeto deve ser exposta de modo suficientemente clara e detalhada para que qualquer pessoa que a leia seja capaz de reproduzir os aspectos essenciais do estudo. A falta de familiaridade com complexos métodos quantitativos e a insatisfação com os resultados ou com o “poder estatístico” das ferramentas, associado ao caráter exploratório de grande parte dos assuntos concernentes as ciências sociais, são alguns fatores que fazem mais pesquisadores buscarem o estudo de caso como estratégia de pesquisa. Alguns equivocadamente acreditam que o estudo de caso é mais simples. O estudo de caso exige muito mais empenho e discernimento. Primeiro pela exaustiva busca de dados, das diversas formas conhecidas para triangular as evidências, validando os fatos; depois, porque esta estratégia não tem o embasamento conferido pela álgebra dos métodos quantitativos sempre nos deixa a dúvida: Como estar certo de que o encontrado, não é, de fato, errado? (Milles, 1979) Alguns pesquisadores não têm dado a devida importância à exposição da metodologia no relatório de pesquisa, comprometendo a qualidade de seus trabalhos. A pouca atenção não permite que, “seguindo os mesmos passos, um pesquisador posterior possa chegar às conclusões encontradas pelo seu predecessor” (Yin, 1994). Em outras palavras, não é possível verificar a consistência do encadeamento lógico dedutivo, estabelecer uma segura relação causa e efeito ou mesmo a isenção do observador. Lee (1989) nos adverte que mesmo corretamente detalhado isto já é muito difícil, pois, ainda teriam de convergir um conjunto de eventos que podem nunca mais ocorrer. Este artigo aborda primeiramente os motivos que fazem a crescente preferência dos pesquisadores em ciências administrativas pelos métodos qualitativos (Baroudi & Orlikowski, 1989). Analisamos em seguida o método de estudo de caso simples e suas principais deficiências (Lee, 1989), usando da literatura para estabelecer critérios de avaliação (Yin, 1994) da amostra de 24 (vinte e quatro) teses e dissertações que retiramos de um centro de estudos em Administração em uma Universidade no Brasil para, enfim, avaliar a atenção dada pelos pesquisadores em seus relatórios. Antes, uma advertência. Não advogamos aqui o uso exclusivo da estratégia do estudo de caso, principalmente onde ele não é apropriado e, como repetiremos mais adiante, não acreditamos que uma estratégia seja melhor que todas as outras em qualquer propósito de pesquisa. Nossa intenção aqui é fornecer subsídios para aqueles que desejem utiliza-lo possam se sentir mais seguros e convictos de ser ele, adequado. AMOSTRA E METODOLOGIA Nesta pesquisa nos dirigimos a um grande centro produtor de trabalhos científicos em administração no Brasil, e selecionamos todas as pesquisas de estudo de caso simples desenvolvidas nos últimos 10 anos. Foram observadas 87 ocorrências, 50 referiam-se ao período, mas somente 27 estavam disponíveis durante o levantamento. Uma, apesar de nomeado estudo de caso, referia-se à análise quantitativa e duas outras a múltiplos casos. Restaram então 24 teses. As teses em questão têm inúmeros (+12) orientadores o que, entendemos, é satisfatório pois reduz o viés ou tendência da amostra em relação à população. Através da observação direta verificamos a existência ou não das seguintes unidades na parte de metodologia de pesquisa: Unidade Analisada e Escolha do Caso, Métodos de Coleta de Dados, Técnicas de Análise e Exposição. Procedemos ainda a anotação dos autores referenciados nos trabalhos para observar a evolução da bibliografia utilizada nas metodologias científicas, numa adaptação do método de co-citação utilizado em biblioteconometria (Culnan, 1987). Cada ocorrência é contada por trabalho e não pela quantidade de vezes que ocorre dentro do mesmo trabalho. O método não tem a pretensão de ser quantitativo, mas, compreensivo, de forma que seja útil ao entendimento de sua evolução. Foram arbitrados valores para o caso de não ocorrência (0), e da presença (1), de determinado item em cada estudo com exceção dos métodos de coleta de dados que desdobramos nos diversos tipos identificados por Yin (1994). Assim: U. Analisada e Escolha do Caso Técnicas de Análise Aut. Referenciados Métodos de Coleta Documentação Registros de Arquivo Observação Direta Artefatos Físicos Entrevistas A simples ausência no texto das teses de determinado item, pensamos, não quer dizer que tenha sido negligenciado. Acreditamos porém, que é necessário explicitar detalhadamente a metodologia de pesquisa, o que, não acontecendo, constitui deficiência e fraqueza de verificabilidade. Com certeza esta é uma limitação do presente estudo. A outra limitação se refere a escolha de um padrão como ideal para todos os estudos de caso, (aqui, apresentado por Yin, 1994), de elementos essenciais. Restringimos a amostra aos 10 últimos anos porque verificamos que seu primeiro trabalho sobre o assunto foi publicado em 1981 sob o título de The Case Study as a Serious Research Strategy. Para também amenizar esta limitação percorremos o corpo do texto e identificamos essências iguais com denominações diferentes. QUANTITATIVA VS. QUALITATIVA A esta altura dos trabalhos sempre surge a dúvida a respeito da utilização do método: quantitativo ou qualitativo? Muitos autores têm comentado que cada estratégia de pesquisa tem suas vantagens e desvantagens; nenhuma estratégia é mais apropriada que outras para qualquer propósito de pesquisa. Benbasat (1984) mostrou que os objetivos do pesquisador e a natureza do tópico de pesquisa influenciam a seleção de uma estratégia. Tem havido um crescente interesse no uso de métodos qualitativos nas ciências administrativas. Este interesse tem sido potencializado pela insatisfação geral com o tipo de informação fornecido pelas técnicas quantitativas (Van Maanen apud Benbasat et al, 1987). Esta insatisfação geral vem de inúmeras fontes: a complexidade dos métodos com multivariáveis, as restrições das distribuições inerentes ao uso destas metodologias, as grandes amostras que estes métodos exigem e a dificuldade de compreender e interpretar os resultados dos estudos onde complexos métodos quantitativos são usados (Benbasat et al, 1987). Ainda outra pesquisa, sobre a “capacidade estatística” de vários artigos-pesquisa em sistemas de informação que empregavam estes métodos de inferência, demonstrou que elas estão, em média, abaixo dos padrões aceitáveis (Baroudi & Orlikowski, 1989). Isto ocorre de forma crucial quando a hipótese nula é falsa; ou seja, quando o fenômeno estudado existe mas os testes estatísticos não permitem, de forma significativa, que se verifique. Neste caso estaríamos incorrendo em um erro do Tipo IIi . Este poder estatístico seria uma função de três fatores: significância (α), precisão (n), magnitude da amostra (ES) (em relação à população). Cohen (1973) nota que este (ES) “se judiciosamente estimado, como deveria ser, a pesquisa deverá ser também poderosa, de fato a única forma racional, guia do planejamento dos detalhes relevantes” (pág.277). O’ Grady (1982) sugere que as magnitudes serão sempre muito limitadas nos casos em ciências comportamentais. Para reforçar, O’Grady (1982) argumenta de maneira convincente que, ciências comportamentalistas – muito relevante em nosso estudo – geralmente produzem pequenas medidas de explicação para as variâncias. Isto se deve ao fato de a teoria desta ciência atribuir várias causas a um único fenômeno em contrapartida das diversas limitações dos pesquisadores (tempo, dinheiro, etc.) e, de erros que inevitavelmente ocorrem quando da operacionalização e das imperfeições da fidelidade de representação das medidasii. Stevens (1980) sugere que, se o pesquisador irá investir tempo, esforço e dinheiro em um estudo, ele deseja uma boa probabilidade de encontrar resultados significantes, se, de fato, eles existirem. Onde o poder dos testes estatísticos é fraco, esta probabilidade será igualmente pequena, assim como o resultado (Baroudi & Orlikowski, 1989). Creswell (1994) nos afirma finalmente que os métodos quantitativos são exigências da ciência do início do século, experimental e positivista; modelos que, Bernstein (apud Lee, 1989) lembra, os filósofos da ciência criaram e, depois, abandonaram. ESTRATÉGIA DE PESQUISA – ESTUDO DE CASO Quando se tratar de uma inquirição empírica que: investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real, especialmente quando; os limites entre fenômeno e contexto não estão claramente evidentes (Yin, 1994; 13), devemos escolher, dentre as modalidades de estratégias qualitativas, a de estudo de caso para realização de nossa pesquisa. O quadro a seguir ilustra bem o ponto: Estratégia Experimento Pesquisa Análise arquivo História Estudo de caso forma da pergunta de pesquisa requer controle sobre o comportamento dos eventos focaliza em eventos contemporâneos Sim sim Não sim Não sim/não Não Não não sim Como, porque Como, o que, quando, quanto Como, o que quando, quanto Como, porque Como, porque Retirado e traduzido de Yin, 1994 Estudar as possíveis causas de sucesso ou fracasso de sistemas de informação gerencial no Brasil, por exemplo, estabelecer uma relação com o estado da arte internacional neste assunto e estabelecer teorias da prática nas empresas, ou seja, de seu contexto natural, é um dos argumentos para utilização desta estratégia. Depois, como em Benbasat et al (1987) e em Yin (1994), estudos de caso permitem entender o porque e como ou, entender a natureza e a complexidade dos processos que, estão acontecendo. É geralmente escolhido quando se quer obter uma riqueza de detalhes sobre o assunto pesquisado (...) o que geralmente é desejado quando não se sabe bem o que se está procurando (Simon, 1969). São características dos estudos de caso: 1. Fenômeno em seu contexto natural; 2. Dados coletados de várias formas; 3. Uma ou poucas entidades (grupos, pessoas ou organizações) examinadas; 4. A complexidade das unidades é estudada intensivamente; 5. Estudos de caso são mais adequados à exploração, classificação e estágio de desenvolvimento de hipóteses para o processo de construção do conhecimento; 6. Nenhum controle ou manipulação do experimento está envolvido. 7. O investigador não pode especificar a priori o conjunto de variáveis dependentes e independentes; 8. Os resultados derivados dependem muito do poder de integração do investigador; 9. Mudanças de escolha do lugar ou do métodos de coleta dos dados podem mudar na medida em que surgem novas hipóteses; 10. São úteis em perguntas de pesquisa por que e como, porque lidam com ligações operacionais a serem seguidas durante um tempo mais que com a freqüência dos fatos ou sua incidência; 11. O foco em eventos contemporâneos. Nos Estados Unidos existe forte tradição do uso de estudos de caso no campo acadêmico de sistemas de informação (Lee, 1989). Mais que isso. O tema predominante em estudos de caso em sistemas de informação é das possíveis causas do sucesso ou fracasso de um sistema de informação gerencial (MIS) ou um sistema de suporte a decisão (DSS). Desde que o processo de implementação se dá durante determinado tempo, é um complexo processo envolvendo múltiplos atores, e influenciado por eventos que acontecem inesperadamente, um estudo de caso é ideal para identificar eventos chaves e liga-los em uma rede causal (Benbasat et al, 1987). Benbasat et al (1987) acreditam ainda que a estratégia de estudo de caso é ideal para capturar o conhecimento dos praticantes e desenvolver teorias dele. Christenson (1976) aponta que o processo de tentativa e erro no qual os praticantes estão envolvidos é necessário para acumular o conhecimento. É incumbência dos cientistas formalizar este conhecimento e proceder ao estágio teste. Antes desta formalização, os estudos de caso podem servir para documentar as experiências da prática. Tais estudos são, em geral, estudos para a construção de teorias ou modelos que explicam uma situação prática. Eisenhardt (1989) aponta ainda como vantagem do estudo de caso a liberdade do pesquisador em apresentar sua visão do fenômeno estudado. PROJETO DE PESQUISA O completo desenho da pesquisa demonstra uma surpreendente e forte guia em determinar qual dado coletar e a estratégia para analisa-los. Por esta razão o desenvolvimento da teoria antes da coleta é um passo essencial em fazer estudos de casos. Um desenho de pesquisa (design) é um encadeamento lógico que liga os dados a serem coletados (e as conclusões a serem retiradas) as questões iniciais do estudo. Todos os estudos empíricos têm um implícito, se não explícito, desenho de pesquisa (Yin, 1994; 18). Caso Simples Vs. Múltiplos Casos Um tema central no design de qualquer estudo de caso é se ele será um caso simples ou serão múltiplos casos. Veremos a seguir que esta escolha depende muito dos objetivos da pesquisa mas principalmente do estado da disciplina em estudo. Se os fatores ou variáveis são desconhecidos, um estudo revelador, crítico ou único pode ser limitante ou determinante de um caso simples. Sobre o assunto escreveram, Bonoma (1983), Yin (1994), Benbasat et al. (1987) e Lee (1989). Benbasat et al (1987) sugere que um estudo de caso altamente exploratório pode ser útil como um estudo piloto; que um caso simples exploratório pode ser acompanhado estudos de múltiplos casos. Yin (1994) já sugere que estudos de caso simples são úteis quando: 1. é um caso revelador, uma situação previamente inacessível a investigação científica; 2. representa um caso crítico para testar uma teoria bem formulada ; 3. um caso extremo ou único. Seguindo o exemplo, em nosso caso queremos testar a existência dos fatores das teorias existentes sobre as possíveis causas do sucesso ou fracasso de um sistema de informação gerencial e sua aplicabilidade no contexto Brasileiro. Enquadramo-nos nesta opção que ainda é referendada por Bonoma (1983) para estudos exploratórios onde existem apenas tendências ou correntes teóricas (drifts). Consideramos como Hersen e Barlow (1976) que é muito útil considerar um múltiplo estudo de caso como a replicação analógica de inúmeros experimentos. Lembrando sempre que generalizações destes estudos raramente são possíveis. Aqui queremos tratar do estudo de caso simples. Lee (1989) ressalta que, embora menos complexos que os estudos de casos múltiplos, os simples possuem certas particularidades que podem levar igualmente a inconsistência, invalidando o estudo ou parte dele. Unidade em Análise e Escolha do Caso Qual será o foco de sua análise? Esta pergunta pode parecer óbvia mas, uma vez iniciado o trabalho de pesquisa, envolvemo-nos de tal forma dentro de seus diversos assuntos que terminamos por desvirtua-lo. Ele terá foco em indivíduos, grupos, projetos, decisões, comportamentos, centros de resultado ou toda a organização? Uma boa medida neste caso é a confrontação com as perguntas da pesquisa. De qualquer maneira, nos explica Yin (1994), é melhor explicita-la no projeto de pesquisa e revisitá-lo constantemente para não perder este foco. É bom salientar o seguinte: a unidade em análise nem sempre corresponde ao caso escolhido. A maioria dos autores de teses no Brasil acredita serem ambos, a mesma coisa, e na realidade em muitos casos são coincidentes (na análise da organização), veremos adiante. A escolha do caso objeto de análise simples, não chega a ser realmente uma dificuldade pois, os mesmos fatores determinantes do estudo simples são a do caso em estudo. Benbasat et al. (1987) expõe que na maioria dos trabalhos pesquisados, foi possível identificar uma certa dose de oportunismo tais como: ser funcionário da organização, uma empresa familiar, contato direto com a direção, abundância de informações. O autor, nesse ponto, lembra da importância de sermos coerentes com a unidade em análise e as perguntas de pesquisa; em outras palavras: não “forçar” para adequar a escolha do caso ao assunto a ser estudado. Métodos de Coleta dos Dados Como vimos anteriormente uma das características básicas dos estudos de caso são as variadas formas de coletas de dados (item 2 – estratégia de estudo de caso). Planejar esta etapa da pesquisa está intimamente ligado com a revisão bibliográfica pela escolha dos dados a serem coletados. Alguns estudos omitem esta parte em seus relatórios o que acreditamos não ser uma boa prática já que é fundamental para a validação e verificabilidade do estudo. Em oposição, é bastante comum, em outras, até a inclusão dos dados coletados e modelos de entrevistas. Ainda recorrendo a Benbasat et al. (1987) e suas pesquisas, eles verificaram que, dos estudos de caso analisados, metade utilizava múltiplos meios de coleta de dados, a outra metade apenas entrevistas. Quase todas as pesquisas, entretanto, utilizavam a entrevista como meio de obtenção de dados. Na coleta de dados podem ser utilizados (adaptado de Yin, 1994): • Documentação e arquivos – manuais conceituais, manuais de utilização, memorandos e relatórios mensais, trimestrais e semestrais emitidos, etc. A internet tem sido um meio muito utilizado nos últimos tempos para coleta de dados, publicações, revistas, jornais, etc. • Artefatos físicos e lógicos – programas ou manual descritivo de programas, peças, protótipos e modelos. • Entrevistas – Segundo Gil (1989) o emprego de entrevistas em profundidade confere flexibilidade à pesquisa, a partir do momento em que o pesquisador tem a possibilidade de esclarecer as perguntas e de se adaptar as circunstâncias da entrevista. De todas as fontes de coleta de informação empregadas em pesquisa qualitativa à entrevista é a mais importante (Easterby-Smith, 1991). Uma entrevista não estruturada confere maior amplitude à pesquisa, dada a natureza qualitativa do estudo (Fontana & Frey, 1994) • Observação direta – Absorvendo e anotando detalhes, impressões e sutilezas do ambiente. Veja mais adiante “contra fatos não há argumentos”. Identificamos ainda a necessidade de estabelecer, às vezes, a coleta de dados em diversos níveis. A necessidade vem da preocupação em apoiar de forma ideal as afirmações da pesquisa, ou seja, em no mínimo duas fontes diversas. Inúmeros autores (Benbasat et al., Yin, Lee e também Middleton) relataram que em muitas pesquisas houve problemas de perspectivas sobre um mesmo processo (Benbasat et al., 1987) chegando em um caso a ser mesmo o título da pesquisa (Middleton, 1995): Um conto de dois sistemas – Sucesso e Fracasso em uma única implementação de sistema de informação. “Contra fatos não há argumentos” bem o disse um sábio da antigüidade. O problema das ciências sociais é que grande parte, senão quase todos, os fatos não podem ser observados diretamente. Na psicologia trabalha-se com constructos. Preconceito é um constructo. Por exemplo: Como afirmar que uma pessoa é preconceituosa se o preconceito é um juízo que existe somente na mente de quem o possui? As atitudes exteriorizadas pelo indivíduo (evidências) é que se acredita serem relacionados a tal comportamento, mas, mesmo aí, há dificuldades (Moura 1998). Esta é uma das maiores limitações da entrevista, tanto do entrevistador quanto do entrevistado. A idéia central aqui é cercar-se do maior número evidências para validar ou, diminuir a probabilidade de erro, da existência ou inexistência de determinado fato ou evento (Yin, 1994). Análise das Evidências do Caso Esta constitui a fase menos explorada e mais complicada dos estudos de caso. Diferentemente da análise estatística, que como vimos mais acima se respalda na álgebra, há poucas fórmulas ou receitas fixas para orientar o principiante (Yin, 1994). Todas estratégias entretanto obedecem a um processo ou encadeamento lógico. A lógica, como disciplina (órganon) das ciências que é, embora não nos permita estabelecer padrões para análise, pode nos servir de valiosa ferramenta destinada a tornar os conhecimentos em geral – avaliando-os e retificandoos – conforme a nosso entendimento (Kant, 1999). Ela é útil e importante para alcançar, além da técnica típica da regras lógicas, uma coerência e disciplina mental indispensáveis para qualquer trabalho sério de pesquisa (Prof. Dr. Domênico Costella apud Keller, 2001). Raciocinar é inferir, ou seja, passar do conhecido ao que não se conhece ou se conhece parcialmente, o que pode acontecer de duas formas: indutivamente ou dedutivamente. A estrutura do raciocínio indutivo consiste em partir de uma série de casos individuais, suficiente enumerados, para deles inferir como conseqüência uma lei ou norma geral; deduzir consiste no movimento oposto (Keller, 2001). Alguns acreditam ser este último a essência da própria ciência (Lee, 1989). No processo de análise das evidências do caso ambos os processos se dão de forma simultânea pois partimos sempre de premissas maiores para menores e de menores para maiores tentando chegar aos conceitos. Neste ato é comum o principiante cometer erros de premissas, nos termos e, nas ciências sociais, até mesmo ser vítima de sofismas, onde os mais comuns são do tipo: I. Conclusão irrelevante (ignoratio elenchi) – quando se conduz a argumentação para uma conclusão, intencionalmente ou não, que não é garantida pelas considerações em questão. Ex.: Com evolução dos sistemas de informação gerencial a direção das empresas se tornou mais benevolente. (???) II. Petição de princípio (petitio principii)- Quando se pressupõe certo o que deveria ser demonstrado. Ex.: A administração precisa de Sistemas de Informação? Ora, se não precisasse destes sistemas não estaríamos aqui. III. Círculo Vicioso – Neste caso ambos os casos carecem de demonstração. Ex.: é fresquinho porque vende mais, ou vende mais porque é fresquinho? A inflação causa o aumento de salário ou vice-versa? IV. Falsa Causa (non causa pro causa – post hoc ergo propter hoc) e causa comum – Consiste no sofisma de atribuir a um fenômeno uma causa falsa ou como causa apenas aquilo que o antecedeu. O sofisma de causa comum consiste em apontar como causa de um acontecimento outro quando, na realidade, a causa está em um terceiro comum a ambos. V. Generalização apressada e acidente – Atribuir ao todo o que se verifica na parte ou, ao contrário, atribuir a uma parte o que se verifica no todo sem levar em consideração as exceções. Ex.: preconceitos, e porque todos se comportam assim isto acontecerá da mesma forma... Acreditamos que se o pesquisador adotar algumas das técnicas expostas pelos autores conhecidos e estiver atento a estes ilegítimos argumentos lógicos (se aprofundar na lógica formal é o ideal), poderá obter resultados satisfatórios em sua análise das evidências de caso. É fundamental entretanto, explicita-la no corpo do relatório de estudo de caso. LIMITAÇÕES DO ESTUDO DE CASO SIMPLES Abordamos aqui as limitações impostas pela estratégia qualitativa de estudo de caso simples. Note: frisamos que algumas das limitações aqui expostas são pertinentes apenas ao estudo de caso simples. Poderiam entretanto, sob algumas condições especiais, servir ao estudo de casos múltiplos. Já falamos mais acima das limitações da coleta e da interpretação das evidências, da necessidade do estabelecimento de um guia e da aplicação da lógica para diminuirmos a probabilidade de errarmos em nossas descobertas e conclusões. Trataremos aqui tão somente das limitações do método. Neste mister Lee (1989) nos apresenta quatro problemas básicos envolvendo o estudo de caso simples: 1. Controlar as observações – Em testar as teorias sobre um relacionamento entre dois fatores, os cientistas naturais isolam em experimentos em laboratório e, assim, podem eliminar possíveis eventos que confundam as conclusões. Nos estatísticos isto é conseguido com outros controles como aqueles encontrados nas análises de regressão múltipla. As limitações são (1) o ambiente muito natural em que se desenvolve o estudo não permite isolar outros efeitos que podem tornar o conhecimento indistinto e por isso inútiliii (Kant, 1999), e (2) o estudo de um único caso geralmente tem mais variáveis que observações a serem feitas. 2. Controlar as deduções – Para dados quantitativos existem convenções claras que o pesquisador pode utilizar, como as geralmente aceitas e conhecidas regras da álgebra, e pelas quais a validade das deduções da matemática são conhecidas. Como vimos anteriormente os pesquisadores em ciências sociais não têm esta possibilidade e, com um grande volume de dados qualitativos, tem poucos guias e proteção contra a própria ilusão. 3. Permitir e replicação – mesmo que ainda explicitemos todas as nuances da estratégia que adotamos e os dados coletados, um observador posterior dificilmente conseguirá replicar um estudo de caso simples (único, crítico, revelador) pois teria de ser replicado também toda a série de eventos acorridos naquela mesma época. 4. Permitir generalizações – uma das admiráveis qualidades das teorias das ciências naturais é sua aplicabilidade em um conjunto abrangente de situações. Um estudo de caso entretanto é marcado por eventos únicos e não replicáveis que fazem da estratégia vulnerável ao ataque de que suas descobertas não podem ser estendidas. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Uma análise dos dados coletados demonstrou uma distribuição bastante semelhante a divulgada por Benbasat et al. (1987) quanto aos critérios de avaliação dos estudos de caso no Brasil. A grande diferença talvez resida nos extremos. Dizemos isso porque encontramos na amostra ocorrências de teses (3; 13%) que não fazem qualquer menção ao método de pesquisa utilizado e não referenciam também qualquer autor; são estudos de caso, verificamos; todas relativamente novas (1993 e 2000). A maior problemática, daqueles que o fazem entretanto, se refere à técnica de análise das evidências e a exposição das limitações do estudo. Anotamos a seguir as principais diferenças encontradas. Coleta de dados Em termos gerais, comparativamente, pudemos observar que, como no caso americano, a entrevista continua sendo o mais utilizado e importante meio para coleta de dados; quase todos os estudos a utilizam. Também aqui, metade das pesquisas utilizou mais de uma forma de coleta de dados. Em alguns casos foi somente utilizado o método de observação direta sem que o observador, que sempre estava inserido na unidade em análise, mencionasse as limitações deste meio de coleta sob estas condições. Entendemos esta combinação desfavorável, se não corretamente identificada pelo observador. O quadro a seguir expõe os dados: Ano das Teses 2001 4 1996 2000 5 1995 1999 2 1994 1998 4 1993 1997 1 Total 0 0 3 5 24 Forma de Coleta de Dadosiv Arquivo 33,33% Entrevista 79,17% Artefato 0,00% Observação Direta 20,83% Documentos 50,00% Unidade em Análise e Seleção do Caso Aqui observamos que apenas 16,67% (4) dos pesquisadores mencionaram as unidades em análise, enquanto todos, exceto aqueles que nem metodologias explicitaram, anotaram em seus relatórios a seleção do caso simples. Os que daquela forma procederam (4), o fizeram sem intenção, por minúcias na exposição da metodologia. Atribuímos isto a duas hipóteses. Primeira é a de que os pesquisadores entenderam, e um deles nisso é explícito, de que não há sentido em diferenciar a unidade em análise quando esta é a organização em que o caso se desenvolve – “não faz o menor sentido”, diz ele. A outra, mais plausível, é de que a idéia, ou conceito, de unidade em análise de Yin (1994) não foi bem compreendido e por isso não mencionada; ou considerada como “resolvida” mediante a apresentação da escolha do caso. Técnica de Análise Confirmando a complexidade e a falta de parâmetros aos iniciantes, (porque mestrandos são iniciantes na pesquisa científica) este é talvez o critério cujo resultado mais reflete a preocupação dos autores da literatura em metodologia científica. Menos da metade (45,83%; 11) dos trabalhos consultados apresentam uma explicitação satisfatória da técnica adotada para análise das evidências. Em geral apresentam, quando apresentam, um único parágrafo, lacônico, com os dizeres: “a análise foi confrontada com as perguntas de pesquisa”. Justificativas incompreensíveis como a metodologia cognitivo-dialética, temerárias, como textos emotivos e ao mesmo tempo filosóficos sem, em toda metodologia, citar um autor sequer, (evidências de estarmos diante de um possível sofista) também foram encontrados. Apesar disso alguns (2) autores foram bastante eficientes em apresentar de forma sucinta (um ou dois parágrafos!) suas metodologias. Limitações do Estudo de Caso Alguns autores (4+3) ainda não fizeram qualquer menção as limitações do estudo de caso que vimos mais acima. Limitar o estudo é, antes de tudo, uma gentileza; é como colocar uma placa de perigo ao lado (ou em cima) de um bueiro aberto. Aqueles que assim o fazem dão demonstração aos leitores estudantes, que sabem e estão conscientes, e, por isso, acredita-se, “imunes” de alguma forma contra aqueles erros. Análise de Co-citação Apresentamos a seguir as ocorrências, observadas no corpo do texto das dissertações analisadas, dos autores utilizados para fundamentar a parte de metodologia empregada nos estudos de caso: Yin Norman Vergara Blalock Kelinger Sellitz et ali 9 4 4 3 3 3 Autor e Ocorrênciasv Simon 3 Creswell Campomar 2 Donald Good & Hatt 2 Easterby-Smith Bonoma e Wong 1 Eisenhardt Bryman 1 Gil Castro 1 Gummensson 1 1 1 1 1 1 Leenders e Ersinke Morgan Moura Castro Sikaran Stake Zaltamn 1 1 1 1 1 1 Yin, Norman e Vergara aparecem como os principais autores-referência da amostra observada sendo citados inúmeras vezes dentro do mesmo trabalho e às vezes isoladamente. São seguidos por Blalock, Kelinger e Sellitz et ali. Sua “utilização” não é uniforme no tempo e os autores têm sido cada vez mais diversificados; 5 (cinco) em 1993 aumentando para 11 (onze) em 2001. No começo da década de 90 houve predominância de Blalock, Norman e Simon, sendo que este último continua citado em 2000. Dada a interrupção da amostra não nos é possível afirmar com mais precisão quando esta mudança se deu. Yin domina no último ano. CONCLUSÃO Métodos qualitativos, acreditam alguns, são mais adequados à verificação de eventos nas ciências sociais. Mesmo assim são necessários cuidados especiais na elaboração, execução e apresentação de um projeto de pesquisa, que as ciências naturais ou exatas dispensam, pois não necessitam provar o embasamento das conclusões a que chegam, regidos pela álgebra que são. Assim, “talvez a maior preocupação seja a falta de rigor da pesquisa de estudo de caso. Por muitas e muitas vezes, o pesquisador de estudo de caso foi negligente e permitiu que se aceitassem evidências equivocadas ou visões tendenciosas para influenciar o significado das descobertas e das conclusões.” – Yin, 1994. Este artigo verificou a falta de rigor na exposição dos elementos essenciais a credibilidade de um estudo de caso. A encontramos sim, entretanto, em forma decrescente. A preocupação com a exposição da metodologia deve agora ser priorizada. Este estudo vem neste sentido contribuir para melhorar a capacidade de compreensão e cautela do pesquisador na elaboração de seu projeto de pesquisa. Ele fornece também subsídios para, através da revisão bibliográfica, colocar a disposição deste mesmo pesquisador, juntamente com as obras já publicadas, mais ferramental útil a sua pesquisa. Como dito, o Brasil carece deste tipo de estudo. Algo que favoreça e facilite a tarefa do pesquisador brasileiro, fomentando a pesquisa e, liberando-o para atribuições mais práticas como descobrir, discernir, concluir e divulgar. Tudo com muito mais responsabilidade. BIBLIOGRAFIA Baroudi, Jack J. Orlikowski Wanda J. The Problem of Statistical Power in MIS Research, MIS Quarterly, March 1989. pp. 87-106 Benbasat, I. An Analysis of Research Methodology in The Information Systems Research Challenge: Harvard Business School Press, 1984; pp. 47-85 Benbasat, I., Goldstein, David K. e Mead, Melissa. The Case Research Strategy in Studies of Information Systems; MIS Quarterly, September 1987 pp. 369-384 Bento, A.M. e Ferreira, M.R.D. A Prática da Pesquisa em Ciência Social: Uma estratégia de Decisão e Ação. Rio de Janeiro, COPPEAD, 1982 Bernstein, R. The Restructuring of Social and Political Theory, University of Pennsylvania Press, Philadelphia, PA, 1978 Beuren, Ilse Maria ; Controladoria, agregando valor para a empresa: O papel da controladoria no processo de gestão (Cap. 1). Ed. Bookman, 2002 Blalock Júnior, H. M. Introdução à pesquisa social. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. Bonoma, T.V., A case study in case research: Marketing Implementation, Working Paper, 9585-142, Harvard Graduate School of Business Administration, 1983 Campomar M. C. Do uso de “estudo de caso” em pesquisas para dissertações e teses em administração. Revista de Administração, v. 26, n. 3, p. 95-97, jul./set. 1991. Castro, C.M. A Prática da Pesquisa. McGraw-Hill do Brasil, 1977 Christenson, C. Proposals for a Program of empirical Research into Properties of Triangles, Decision Sciences, Vol. 7, N.3, October 1976, pp. 631-648 Cohen, J. Statistical Power Analysis for Behavioral Science, revised edition, Academic Press, New York, 1977 Cone, J.D. & Foster, S.L, Dissertations and Theses from Start to Finish: Psychological and Related Fields, American Psycho-logical Association, 1993 Creswell, John W. - Research Design - Qualitative and Quantitative Approaches, London, Sage Publications, 1994. Culnan, Mary J. Mapping the Intellectual Structure of MIS, 1980-1985: A Co-Citation Analysis; MIS Quarterly, September, 1987: pág. 341 Easterby-Smith; Thorpe, M.R. Lowe A., Management Research: An Introduction. London: Sage, 1991 Eisenhardt,. Buildings Theories from Case Studies Research, Academy of Mgmt. Review, 14(4),1989. pp. 532-550 Ferreira, Vicente A.C. Controle Gerencial e Medidas de Desempenho: Estudo do Caso do Segmento de Exploração e Produção da Petrobrás; Tese COPPEAD, 1997 Fontana, A. e Frey, J.H., Iterviewing: The Art of Science. In Denzin, N.K. Lincon, Y.S. Handbook of Qualitative Research, CA: Sage, 1994 Gil, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994. 207p. Gillenson, L. Mark e Stutz, Joel D. Academic Issues in MIS:Journals and Books; MIS Quarterly, December 1991: pág. 447 Gomes, Josir S. e Salas, Joan M. Amat. Controle de Gestão: Uma Abordagem Contextual e Organizacional; 2a. edição, Ed. Atlas 1997 Good, Willian Josian, Hatt, Paul M. Métodos de pesquisa social. São Paulo: Nacional, 1977. Hendricksen, Eldon S., Breda, Michael F.V., Teoria da Contabilidade, 5ª.Edição, Ed Atlas, 1999. Hersen, M. e Barlow, D.H., Single Case Experimental Design: Strategies for Studying Behavior, Pergamon Press, NY, 1976 Kant, Immanuel. Lógica, 2a. ed; Ed. Tempo Brasileiro, 1999 Kerlinger, F.N. Foundations of behavioral research (3rd. ed.). Fort Worth, TX: Holt, Rinehart, and Winston, 1986. Lee, Allen S. A scientific Methodology for MIS Case Studies, MIS Quarterly, March 1989, pp. 33-50 Leenders, M.R. e Hersinke, J.A. Case Research –The Case Writing Process 2nd Ed. U. Western Ontario, 1978 Medawar, P.W. Conselho a um Jovem Cientista. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1982 Middleton, C. A Tale of Two Systems? Success and Failure in a Single Information System Implementation. First Americas Conference in Information Systems, 1995 (pp.47-49) Moura, Maria L.S.; Ferreira, Maria C. e Paine, Patrícia A.; Manual de Elaboração de Projetos de Pesquisa; Ed. UERJ, Rio de Janeiro, 1998 Norman, Richard; A Personel Quest for Methodology SIAR Documentation AB, Stockhölm, 1969 O’Grady, K.E., Measures of Explained Variance: Cautions and Limitations. Psychological Bulletin, Nov. 1982 pp. 766-777 Sellitz, Claire; Wrightsman, Lawrence S.; and Cook, Stuart W. Research Methods In Social Relations. (3rd Ed.) New York: Holt, Rinehart and Winston, 1976. Simon, Julian L. Basic Research Methods in Social Science: The Art of Empirical Investigation. New York: Random House, 1969. Stair, Ralph M. ; Princípios de Sistemas de Informação – Uma abordagem gerencial; Editora LTC S/A, 1998 Stevens, J.P. Power of Multivariate Analysis of Variance Tests, Psychological Bulletin (88:3), November 1980, pp. 728-737 Vergara, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração – 2ª ed., 1998 White, H.D. e Griffith, B.C. Author Co-Citation: A Literature Measure of Intellectual Structure; Journal od American Society for Information Science; Vol. 32, No. 3, May, 1982, pp. 163-171 Yin, R.K. Case Study Research, Design and Methods, Sage Publications, Beverly Hills, California, 2nd.Ed, 1994 Zaltamn G. e Berger, P.C. : Marketing Research: Fundamental and Dynamics The Dryden Press, 1975 i Devemos nos resguardar de dois tipos de erro em proceder testes estatísticos. Erros do Tipo I ou de incorretamente rejeitar uma hipótese nula ou de reconhecer um efeito quando ele não existe, associado ao α e Erros do Tipo II de sustentar a hipótese nula ou de não detectar um efeito ou sua relação quando uma existe, associado ao β. O Poder do teste está associado a sua capacidade de rejeitar uma hipótese quando esta for nula e é representada por 1 - β ii Hendricksen (1999), retira do próprio FASB um exemplo de um teste oral de ortografia onde alunos com problemas de audição são reprovados, o que significa que o teste media a capacidade de ouvir e não de soletrar. (pág. 99) iii A representação indistinta chamam alguns de confusa. Mas o contrário de confusão não é a distinção mas a ordem, pois que nem todo conhecimento indistinto é confuso. Na medida em que não o podemos distinguir não podemos daí nada comparar ou concluir. iv Estes dados incluem as três ocorrências em que não foi observado nenhum método explícito. v Os autores com apenas uma citação, não constam da referência bibliográfica, mas são facilmente encontrados na ferramenta de busca Google (www.google.com). Algumas referências foram substituídas por edições mais recentes.