INTRODUÇÃO - Conceito MÓDULO 3 - CAL E SUAS APLICAÇÕES EM ARGAMASSAS ANGELO JUST DA COSTA E SILVA - MSc. CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES Algumas aplicações: Vantagens Retenção de água Vantagens Durabilidade: Retarda a secagem, regulando a perda de água por evaporação ou por sucção da superfície Fechamento gradual de trincas e fissuras pela carbonatação dos hidróxidos nas aberturas Devido às suas propriedades coloidais apresenta facilidade de espalhamento sobre a superfície DEFINIÇÕES Cal virgem (NBR 6453) Reconstituição autógena / estanqueidade: Promove reações de neutralização e precipitação que incrementam a resistência à compressão com o tempo Plasticidade Em mistura com a água forma pasta com propriedades aglutinantes, porém com baixa resistência quando submetida à ação da água Retenção da água de mistura, retardando a secagem por evaporação ou sucção da superfície. USO DA CAL EM ARGAMASSAS USO DA CAL EM ARGAMASSAS Componente de argamassa Estabilização de solos Pintura tipo “caiação” Características: Produto químico com utilizado em diversas aplicações cuja propriedade mais importante é a carbonatação por reação com o anidrido carbônico presente no ar atmosférico, permitindo o seu emprego como aglomerante. Produto obtido da calcinação de calcários e dolomitos (matéria prima), do qual o constituinte principal é o óxido de cálcio ou o óxido de cálcio em associação natural com o óxido de magnésio, capaz de extinção em água. Cal hidratada (NBR 7175) Pó seco obtido da hidratação da cal virgem, constituída essencialmente de hidróxido de cálcio e hidróxido de magnésio, ou ainda de um mistura entre estes componentes 1 CAL HIDRATADA CICLO DA CAL Compostos presentes MATÉRIA PRIMA -Q CO2 CO2 H2O +Q CAL VIRGEM Óxidos CAL HIDRATADA Hidróxidos H2O Matéria prima: Carbonatos de cálcio - CaCO3 ou carbonato de cálcio e magnésio (Ca,Mg)CO3 Óxido de cálcio - CaO ou óxido de magnésio - MgO As reações de calcinação e hidratação não são completas, assim, os carbonatos de origem e os óxidos não hidratados estão presentes na cal hidratada. carbonatos +Q CICLO DA CAL PROCESSO DE FABRICAÇÃO Passos Qualidade da cal Calcinação dos carbonatos presentes na matéria prima (calcário e dolomito), a altas temperaturas (acúmulo de energia). Hidratação a partir de reação espontânea com a água ou umidade do ar, formando os hidróxidos, com grande liberação de energia (calor de hidratação). Nova estabilização como carbonato, após reação espontânea com o anidrido carbônico do ar. Uma vez que o endurecimento é devido à carbonatação dos hidróxidos, a melhor cal é aquela que foi bem calcinada e produzida a partir de matéria prima em carbonatos A hidratação completa ou quase completa é também importante, pois caso ocorra após a aplicação da argamassas, apresentará problemas de expansão. CAL HIDRATADA CAL Compostos presentes - Impurezas Espécies químicas presentes A capacidade aglomerante da cal é dada pelo teor de hidróxidos presentes, e os óxidos remanescentes precisam hidratar antes de carbonatar. Óxidos remanescentes: fração potencialmente aglomerante da cal Carbonatos residuais: Fração inerte da cal têm efeito físico em virtude da sua finura Impurezas da matéria prima: quartzo, argilo-minerais, fração oriunda da interação argila-cal. VIRGEM TIPOS DE CAL CÁLCICA COMPOSTOS Óxido de cálcio Carbonato de cálcio DOLOMÍTICA OU MAGNESIANA HIDRATADA FÓRMULA CaO CaCO3 COMPOSTOS Hidróxido de cálcio Óxido de cálcio FÓRMULA Ca(OH)2 CaO Carbonato de cálcio CaCO3 Hidróxido de cálcio Ca(OH)2 Óxido de cálcio CaO Óxido de magnésio MgO Óxido de magnésio MgO Carbonato de cálcio CaCO3 Carbonato de cálcio CaCO3 (Ca,Mg). Carbonato de cálcio (Ca,Mg). Carbonato de cálcio e magnésio (CO3)2 Óxido de cálcio Hid. de magnésio e magnésio CaO Mg(OH)2 (CO3)2 2 CAL CAL HIDRATADA Composição teórica das cales Requisitos químicos de qualidade ESPÉCIES QUÍMICAS CaO CO2 H2 O ESPÉCIES QUÍMICAS CaO MgO CO2 H2O MATERIAL –CAL CÁLCICA CALCÁRIO CAL VIRGEM CAL HIDRATADA 56 100 75,7 44 0 0 0 0 24,3 MATERIAL – CAL DOLOMÍTICA DOLOMITO CAL VIRGEM CAL HIDRATADA 30,4 58,2 42,4 21,8 41,8 30,4 47,8 0 0 0 0 27,2 Óxidos totais (CaO + MgO): Avalia a qualidade da matéria prima e do processo de produção, uma vez que determina o teor de óxidos presentes (mínimo 88%) Impurezas: Material proveniente da rocha (quartzo e argilo-minerais), medido por meio do resíduo insolúvel, uma vez que a cal é solúvel em ácido clorídrido - máximo 12% CAL HIDRATADA CAL HIDRATADA Requisitos químicos de qualidade Especificações normativas Requisitos químicos - NBR 7175 Anidrido carbônico (máximo 13%): Avalia a qualidade da calcinação, uma vez que determina o teor de CO2, que está combinado formando os carbonatos remanescentes da matéria prima (máximo 13%) CO2 Óxidos livres (máximo 10%): Na fábrica Na obra Óxido não hidratado Óxidos totais (base não voláteis) Determina o teor de óxidos não hidratados que, apesar de se constituirem no potencial aglomerante da cal, pois a hidratação tem continuidade, pode ter efeito negativo, uma vez que são produtos expansivos - CaO: 100%, e MgO - 110% CHI CHII CHIII < 5% < 7% < 10% > 90% < 5% < 7% < 15% > 88% < 13% < 15% < 15% > 88% CAL HIDRATADA CAL HIDRATADA Requisitos físicos de qualidade Requisitos físicos de qualidade Finura Limita o percentual de grãos grossos presentes na cal, os quais representam a cal virgem não reativa e a matéria prima residual. Determinação pelo permeabilímetro de Blaine. Plasticidade e consistência Está relacionada com a trabalhabilidade ou facilidade com que a argamassa é espalhada. É determinada pelo Plasticímetro de Emley. Retenção de água Mede a capacidade da cal manter a água entre os seus grãos. É determinada com argamassa maturada por meio do funil de Buchner. Capacidade de incorporação de areia É a medida da impureza da cal em termos da quantidade de areia presente. É determinada com argamassa extrusada no Plastômetro de Voss. 3 CAL HIDRATADA CAL HIDRATADA Requisitos físicos de qualidade Especificações normativas Visa indicar a existência de óxidos livres ainda presentes e com reatividade passível de expansão. É determinada em argamassa preparada sobre placa de vidro, após colocação em estufa por 16 horas e repouso em banho maria, a qual é avaliada visualmente quanto ao aparecimento de destacamento ou estufamento. Dificuldade: Não determina o óxido de magnésio, o qual é supercalcinado, e por isso tem hidratação mais lenta do que o óxido de cálcio. COMPONENTES DO REVESTIMENTO Maturação da cal • CONCEITO: É a exposição da cal, misturada com areia ou não, à água durante períodos de tempo diversos para obtenção de melhoria nas propriedades reológicas e mesmo de comportamento mecânicas. • Requisitos físicos - NBR 7175 Estabilidade OBJETIVO: Propiciar um melhor envolvimento entre as partículas finas da cal e a água, lubrificando os grãos grossos de areia, de modo a melhorar a trabalhabilidade da argamassa. LIMITES DETERMINAÇÕES Finura (% retida acumulada) CHI CHII CHIII o < 0,5% < 0,5% < 0,5% o < 10% < 15% < 15% Peneira 0,600 mm (n 30) Peneira 0,075 mm (n 200) Ausência de cavidades ou protuberâncias Estabilidade Retenção de água > 75% > 75% > 70% Plasticidade > 110% > 110% > 110% Incorporação de areia > 3,0% > 2,5% > 2,2% MATURAÇÃO DA CAL Uso corrente em obra Para quê maturar? (Conhecimento empírico em obra) Melhorar trabalhabilidade Hidratar óxidos remanescentes não hidratados Desfazer grumos de cal MATURAÇÃO DA CAL Efeitos Aumento da trabalhabilidade Maior retenção de água Melhor plasticidade 4 5