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10
SEMESTRE
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9 $ooo
TRIMESTRE
5 5000
AMNO
A w r r e ^ p o n d e n o í a v r e c l a m a ç õ e s dtvturt m r
dirigidas
P A I V I R 6 U 8
A*WO
20JOOO
SEMESTRE
AVULSO
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H U Ç O .
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Enfeita
J l t e t f a M
Rio, 22 de maio, 1885.
Victor Hugo
IIUIMI—i—n m
im
No
ii WimII mu urni
momento
miiniiiuu—*
de entrar
n o prelo a
nossa folha, o telegrapho nos communica
a noticia do fallecimento de Victor Hugo.
Passa-nos por diante dos olhos a visão
extranha
da queda
d'esse collosso,
o
tombar do semi-deus, o cccaso do maior
sol que tem brilhado no m u n d o das idéas,
o
regresso á naturesa' de u m
como
jamais
a humanidade
homem,
produziu
outro.
A morte de Victor
Km seguida, quasi todos se abstiveram
de lançar, acreditando que as baixellas
iinperiaes tinham soffrido um desfalque e
receiando comprar objectos roubados, e
que traziam a marca do dono.
Ou por isto, ou por um sentimento de
deferencia^ o certo é que o leilão parou e
este incidente teve todos os attractivos de
um inesperado escândalo.
Hugo traz, como
acompanhamento, o assombro universal l
f
admiração que o poeta
inspirava,
creára
no fundo das almas u m a nova legenda da
*
A noticia galopou logo pela cidade,
como a de u m certo piano que outr'ora
voàra de S. Christovào, e a das jóias da
coroa, que, em tempo, deram logar a tantas peripecias.. .
Parecia não haver duvidas a esse respeito. Os crystaes eram finos, dignos de
príncipes e estavam indelevelmente marcados com coroa e «firma.
K, logo que a noticia circulou a policia
pòz-se em movimento, assim como a mordomia da casa imperial. Tudo, porém se
esclareceu.
*• *
Relucta-se, tem-se vontade de protestar, de dizer que não é exacto, pois que a
N
*
Foi o caso, que um antigo hotel existente outr'ora n'esta cidade, tendo de servir,j uma vez uii outra,almoços
e lunchs á
'
«
familia imperial, mandou preparar urna
immortalidade.
baixella própria, com a coroa imperial e
E só a ferrea crueza d o facto consu- as iniciaes em baixo relevo.
Acontecendo que o hotel liquidasse,
m a d o nos faz curvar a cabeça 1
tudo isso foi a leilão sendo comprado por
Victor H u g o já não vive !
um negociante da rua do Ouvidor.
Tendo dificuldades em revender, fez o
Victor H u g o é m o r t o !
comprador u m a cousa vulgar : encarSeis mil annos de historia, não lhe
regou um leiloeiro de metter esses objeapresentam u m e m u l o .
ctos como pertencentes a um espolio ceE , parece que a humanidade, em tantos lebre.
N e n h u m pareceu melhor que o leilão
mil annos de ancia, e de luctas pela lido Sr. Souza Carvalho.
berdade,
condensou n'esse cerebro, já
E como se sabia das antipatliias que a
frio, ai de nós I todas as suas desgraças, coroa tinha inspirado,nos últimos tempos,
todos os seus heroísmos e todos seus des- a esse politico, o apparecimento d'esses
objectos tornou-se notorio, e, por um triz,
lumbramentos.
que não ia interrompendo o curso do
O cortejo dos immortaes abre-se em leilão.
*• *
alas. U m a figura maior do que todas as
Afinal ficou esclarecido o caso. Os crysoutras, aproxima-se,
taes foram um enxerto, habilmente feito
A H u m a n i d a d e prostra-se e soluça.
no espolio do finado, a ver se assim, daDesce ao t u m u l o a sua maior gloria I
vam um bom preço.
Coisa vulgar, aliás I
E, muito conhecida dos entendidos, tal
argúcia.
No caso presente, porém, deu um resultado diametralmente opposto, sendo venProcedia-se, lia dias, a um leilão, na didos por uma miséria, porque houve
presença de um certo publico, mais ou
abstenção.
menos selecto, quando, de repente, se deu
E a moral triumphou, por acaso.
um escandalosinho, que interrompeu o
ORLANDO.
curso regular do i u n , dois, ires do leiloeiro.
Foi o caso de u m lote de crystaes, coC
TJRlOSMJinES
pos e cálices, marcados com a coroa imperial e as iniciaes— D. P. [[.
Ante-hontem, eleição da ineza na CamaNo momento em que o leiloeiro os apre- ra dos deputados.
sentou, houve certa surpresa, todos ficaO candidato do governo, Sr. Franklin
ram attonitos, e os copos correram de mão Doria, não foi eleito ein I o escrutínio.
em mão, sem ninguém poder explicar,
Ao segundo arremesso, porem, S. E x .
como esses objectos t i n h a m ido ali parar.
tomou o l u g a r ao Sr. Moreira de Barros,
O leil ão foi interrompido por alguns
Em seguida, sentando-se na cadeira,
momentos, emquanto esses objectos eram
presidencial, S . Ex. tirou do bolço u m
examinados.
papel e começou a lel-o.
Historietas
*
Grande movimento de extranhesa e de
pilhéria...
O S r . Anysio Salathiel, interpella o
logo, da seguinte forma :
— V. Ex. está violando o regimento...
O presidente interrompe a leitura, e,
enrrubescendo um pouco, diz :
— E' u(na praxe que tenho visto aqui e
e nos parlamentos de outros paizes, principalmente (hi França.
Mas, aquelle discurso, proinpto, assestado desde a vespera, e só á espera do
momento solemne, não passou desapercebido, ao bom humor geral.
— E' novidade, dizia um.
— Hom'essa ! exclamava outro.
— Shoking !
— Não se admirem, está lendo um improviso. . .
— Escripto, talvez, hontem.
— E fallaudo na honra que acaba de
receber.
— E' b o a . . .
E o Sr. Anysio, sempre implacavel e
sempre n'uma voz de assustar os bosques :
— V. Ex. começa bem, violando o regimento 1
Nisto o presidente terminou e ouvio-se
um apoiado, — só um !
Também o Sr. Lourenço de Albuquerque, não anda l á muito radiante.
Volta e meia põe o chapéu, deixa a camara, e, aos que extranhain vel-o pela
rua do Ouvidor, á hora dos trabalhos, responde :
— Não estou para me aborrecer !
O Sr. Felicio dos Santos vendo a ideia
capital do seu projecto, a depreciação de
6 °/o ao anuo, aceita pelo ministério, devia
exultar. Mas, qual ! Olhem para elle.
Anda fúnebre.
A expropriação annual de 6 °/0 sobre o
valor do escravo, sem indemnisação de
expecie a l g u m a , parece que não tranquilisa muito certa parte da lavoura.
E1 entretanto, é uma boa idéa !
Infelizmente, muito antes de apparecer,
no projecto, j á o Sr. Martinho Campos se
pronuciava contra ella, dizendo que se
vingasse, havia de exigir que todas as expropriações feitas pelo Estado fossem pelos
mesmo systema.
Querem vêr que os mineiros vão brigar ?
I.
ESFEC1E
m :
PSYLOX.
CJIROJYLVJl
Decididamente a epocha é eleitoral !
Acabamos de sahir de umas eleições
geraes, estamos terminando outras pelo
terceiro escrutínio, e, no campo litterario
temos a eleição do maior poeta do Brazil,
proposta pela Semana, a dos dois maiores
poetas de Portugal e do Brazil n o presente século, apresentada pelo
Diário
Portuguee,
ainda outras, que por ahi
correm mais modestamente.
T a n t o na politica como na litteratura
deu-se u m appello ás urnas e as respostas
estão sendo archivadas, de u m lado e de
outro, porem com muita mais honestidade, no campo litterario do que no politico.
N'este houve desenfreada caballa, fraudes, obstruccionismo e phosphorescencias
sem fim. N'aquelle o eleitor não soffreu
pressão de especie alguma, nem soborno,
e pôde uzar do seu direito de predilecção
entre as poetas, em toda a plenitude da
liberdade eleitoral.
Por isso as eleições politicas estao-se
definindo em antogonismo com o voto
das urnas, e m q u a n t o que as litterarias
correm sem o menor protesto e sem a
mais leve depuração.
*
*
*
Na eleição dos poetas proposta pelo
Diário Português
venceram Guerra Junquairo e Gonçalves Dias, alcançando cada
um d'elles, 5oo votos e tendo como immediatos, do primeiro, T h o m a z Ribeiro,
com 488 votose do segundo Castro Alves,
com 400.
Destes certamens o que tem mais interesse, incontestavelmente, é o do poeta
portuguez, visto como para o brazileiro
a questão pertence, pelo direito de prioridade, á Semana e porque neste jornal
grande parte da votação é fundamentada.
Assim, temos, Guerra Junqueiro na
primeira plana e logo em seguida, com
uma dilíerença de 12 votos,
Thomaz
Ribeiro.
*
*
*
Desde o primeiro dia do escrutínio
viu-se logo que a lucta estava circunscripta rfesses dois nomes.
Guerra J u n q u e i r o é o mais extraordinário poeta que a península tem produzido, depois de Camões, E' moço e ha,
apenas, 8 ou 10 annos que publicou a
Morte
de CD. João e a Musa em ferias.
T h o m a z Ribeiro e um poeta de grande
reputação e conhecido ha mais de 20
annos. Tem publicado muitos livros, com
estrondozo successo, embora de convenção, e tem subido a todos os altos
c.irgos em seu paiz, o que tem contribuído para alargar lhe a reputação.
N estas circunstancias, e attendendo a
que o escrutínio se passava no R i o de
Janeiro, todas probabilidades eram em
favor de T h o m a z R i b e i r o .
Mas, tal é a forca de talento, tal a velocidade com que elle percorre o tempo e
o espaço, que, mesmo longe do seu paiz,
Guerra Junqueiro tem conquistado a alto
lugar que merece.
*
•
*
Posto que estes certamens, não tenham
força de decreto, ainda assim, achamos
que n i n g u é m desdenharia de ser o mais
votado...
Excepção única para o que os nossos
collegas da Vespa, iniciaram inquirindo
os seus leitores sobre este ponto singular :
— Q u a l é o peior poeta do Brazil ?
E segundo referem teem j á 163 respostas, todas ellas, infelizmente, anonymas l
Por isso espaçam o certamen por mais
uns dias e dirigem ao publico a seguinte
exhortacão :
— A\s, urnas cidadãos !
Tem graça !
JULIO VERIM.
»
Apontamentos,ao acaso
O lado esclavagista da camará, acaba
de rasgar, em face de 890 eleitores do
Recife, o diploma por elles conferido, ao
seu representante, o Dr. Joaquim Nabuco.
A mysteriosa eleição de uma parochia,
joi approvada de outiva, pela força do
diz-se, e porque 51 deputados suspeitos
declararam merecer-lhes' toda a fé um
edital publicado pelo Diário de
Pernambuco a tal respeito.
Esquecia 111 se, porém, de que esse
mesmo jornal concluía a sua noticia dizendo que era necessário 2 J escrutínio,
para saber-se de que lado estava a maioria
absoluta.
Este, realisou-se solemnemente, em circunstancias solemnes, quasi por escrutínio publico, obtendo o Dr. Joaquim Nabuco mais 145 votos, do que os apurados
pela j u n t a 110 primeiro escrutínio.
Nada disso porém tem ímportancia
quando uma corporação acha que ella, é
que é, o verdadeiro, o único, o Grande
Eleitor !
Pouco antes, o Sr. Andrade Figueira
demonstrara em uma das com missões de
inquérito, que a acta é o documento fundamental da eleição pela lei de 9 de Janeiro, insistindo porque fosse annaliada
uma parochia da corte, porque a acta não
mencionava a hora em que começara e
findara a eleição.
E esse documento era tão substancial,
pela nova lei, que, uma acta incompleta
devia ser regeitada !
Propunha, pois, que Sr. Valdetaro
não fosse reconhecido.
Dias depois, este mesmo senhor e todos
os seus collegas approvam uma eleição
por edital e annullam o 2 o escrutínio, que
tora a rectificação estrondosa da primeira
votação.
*
O resultado foi este :
— Nabuco depurado em 3 ' escrutínio.
O representante do I o districto de Pernambuco recebeu a sentença com 11111 sorriso de soberano despreso nos lábios.
E a votação, feita por surpresa, e quando todos contavam com o reconhecimento
do illustre pernambucano, foi mais uma
consagração para o seu talento.
Custa a crer que um homem inspire
tanto medo e que, para livrarem-se delle,
os seus inimigos não recuem dos actos,
mais illegaes.
E verdade que o Sr. Mac-Dowell j á
tinha dito que á letra da lei preferia o
espirito...
E o Sr. C a m i n h a , abolicionista in partibus, j á vinha da sua terra livre com a
opinião ifuina g a r g a l h e i r a . . .
Tristes quadros !
Medonhas injustiças que estão, diariamente provocando as estrondosas reparações.
+
Continuem.
E' pelas injustiças que a alma popular
fermenta !
Pensam diminuir o adversario ejdão-lhe
forca.
Quanto a Nabuco : — parabéns !
Não foi a Folha Sova que se despediu
de nós á franceza. Foi a redacção ceiebrisada com os celebres ditos :
— C'est la telle chose I
— Ileias l soeur !
— Or, si. . .
— Choses da jour.
Etc.
Tréguas, pois, ao francez macarronico !
Quem lê testamentos ?
Pois, alguns são bem bons.
E senão vejam.
F. declara ser solteiro e ter sete filhos,
que deixa como seus herdeiros.
São elles : José, filho de Maria Rosa ;
Antonio,filho de Joaquina da Costa; J u l i o ,
filho, de Josepha do Espirito Santo ; Manoel, filho de Jacintha da Silva; Augusto,
filho
de Felicidade do Amor Divino ;
Joaquim, filho de Úrsula Pereira e Roberto, filho de Maria Ignacia
Uff I . . . #
Que variedade !
Vejam os jornaes de quinta-feira. Não
vão suppor que estamos inventando.
O outro testamento é de um sacerdote.
Declara ser solteiro e por isso não ter
herdeiros forcados.
Deixa a suas irmãs os bens que possue
não sendo comtempiadas, nas herança, as
que se tiverem casado.
Deseja que seus escravos só sejam libertos por morte das suas herdeiras.
E mande dizer diversas missas, em desencarno de consciência, para preencher a
falta de o u t r a s , u e , por acaso, lhe fossem
encommendadas, das quaes tivesse recebido a espórtula, e, que, se esquecesse
de dizer.
•
Receio muito natural, de que lá pelo
purgatorio, lhe apparecessem serias reclamações.
+ padres !
Estes
Passava o Sr. Henriqnes.
— Ora q;iem ha de dizer que este
homem aspira a dirigir os destinos de um
povo !
-- Ainda se fossem os de uma floresta,
á frente de um rancho de quadruinanos...
Em uma loja de calçado,o caixeiro para
um commendador :
— Que idade tem o menino ?
— 12 annos.
— E j á calça 30 pontos ?
Sim 1 Está muito desenvolvido.
.0 caixeiro (á parte) :—Por este andar
d aqui a quatro annos é capaz de ter quatro p é s . . .
A Gazeta do Povo, de S. Paulo, examinando as avaliações do projecto Saraiva
e os impostos para pagar escravos imprestáveis, classifica m u i t o bem esse projecto
de lei do seguinte modo:
EMANCIPAÇÃO n o s SF.NHORKS
Não se p ó l e dizer melhor !
Os credores são implacaveis l
Acabam de protestar u m a letra de dez
contos acceita por um politico, fallecido
lia pouco, a pretexto de que se ignora
quem são os herdeiros.
E' n a t u r a l , que, para legados d'essa
ordem, elles guardem o mais rigoroso incógnito.
Safa I
A falia do throno declara, muito cathegoricamente, que a ordem publica não
foi alterada durante a sessão extraordinaria.
A l g u é m mente, a este respeito : ou ella
ou a moção do dia 4.
E l l a , porém, está acima de qualquer
suspeita. Logo, é forçoso confessar que a
quéda do ministério passado foi por equivoco, por engano, em virtude de uma
mentira.
Ha toda a razão, pois, de restabelecel-o.
E de pedir á camara que não m i n t a .
E' u m a coisa tão feia !
E* * *
I»KQLK\()S
ECCOS
Dia radioso e festivo o de domingo passado í
Nem muito calor nem muito sol,
apenas, as quantidades precisas, para a
reputação tropical de que gozamos, e para
a alegria da natureza.
Um dia de primavera, quasi : céu profundamente azul, nuvens brancas aqui e
acolá, e o manto verde dos outeiros e das
planícies brilhando com os mais vivos
reflexos.
•
Um d'esses dias, emfim, que trazem
suggestões de festas, que convidam aos
passeios e ás romarias. *
E o publico assim o comprehendeu,
concorrendo ás diversões que lhe eram
otferecidas.
Esta diversão, sem duvida de um genero
distincto, e muito apropriado aos dons
com que a naturesa nos favoreceu, é uma
das quo o publico mais aprecia.
Entretanto, não sabemos porque, as regatas estavam em certa decadencia. Passavam-se mezese annos e sem se effectuar
uma l
Felizmente a de domingo ultimo correspondeu a um despertar. A graciosa
ilha de Paquetá encheu-se de galas para
receber os seus vizitantes.O golpe de vista,
á chegada, era encantador. Os coretos, as
musicas, as bandeiras, a alluvião de embarcações, o movimento de povo pelas
praias, ciavam a tudo aquillo o mais animado aspecto.
*
•
H a v i a doze páreos, mas toda a attenção estava concentrada nos seguintes :
O S1 dos clubs Guanabarense e Paquetaense.
O 4 o , das senhoras.
0 7.° para botes com um só remador, e
tendo de percorrer mil metros.
E o 9.° que despertou grande enthusiasmo por ter vencido a baleeira paquetaense, contra outra da cidade.
Houve, porém, grande desapontamento
com a principal corrida a dos clubs, em
vista de um incidente imprevisto que não
permittiu eftectuar-se o páreo.
Dado o signal da partida, ao primeiro
movimento, rebentou o apparelho de um
remo da embarcação paquetaense.
*
•
*
Houve um momento de confusão, e a
guanabarense seguiu só, não se conformando com a ordem de primeira forma.
Este incidente aguou bastante a festa,
pois que, pela animação das tripolações
dos dois clubs, a lucta devia ser porfiada.
A n n u l l a d a a corrida, os contendores
ficaram apostados para a primeira regata.
E nós associamo-nos, da melhor vontade, esse emprazamento.
Não faltaremos !
** *
No Prado da Villa-Isabel, houve uma
animadíssima corrida de cavallos, aUra
hindo grande concorrência.
Os páreos seguiram-se, com muita regularidade, assim como os competentes
vivas, aos vencedores.
Pelo habito e pelo gosto que tem a população por estes divertimentos, quasi
sempre, antes da corrida, o nome do vencedor é apresentado, com certa probabilidade.
O numero das poules vendidas indica
logo qual dos corredores é o predilecto.
Mas, para nada faltar de attractivo,
também a corrida não passou sem uma
grande surpresa. Medéa, em quem vinte
lieis, apenas, tinham posto as suas esperanças, venceu os seus concurrentes, carregados de palpites, dando aos seus admiradores, um rateio de tresentos e' tantos
m i l réis 1
E fez a sua reputação !
*
* ¥
E m Paquetá realisou-se a I a regata
d*este anno, promovida pelo C l u b Paquelaense.
A noticia da nomeação do Sr. Lafayette, para presidente do tribunal arbitral do Chile, não é bem recebida.
A politica do Brazil para com as nações sul americanas, deve, um dia, sahir
das argucias, para entrar no largo cam i n h o da justiça e da franqueza. A escolha do Sr. Lafayette, para ir para uma
nação tão amiga como o Chile, parece indicar que a nossa politica ali precisa de
ter grandes finuras. O r a , isto não é
exacto.
Encarada por outra face a questão, a
escolha não parece feliz. Depois do Sr.
Lopes Netto, um homem de aspecto excêntrico, apparece-nos o Sr. Lafayette,
com os seus olhos concêntricos I
Na verdade, não escolhemos bem os
nossos representantes no estrangeiro.
P o m o s sempre o dedo sobre os mais
feios !
A nomeação não n >s parece bòa. U m
ou outro dos nossos ministros nas grandes côrtcs poderia prcenchel a perfeita
mente. E, sem ir mais longe occorre-nos
em nome, o do nosso ministro em Bruxellas, o Sr conde de Villeneuve.
Demais, o Sr. Lafayette. no m o m e n t o
um que o Brazil trata de uma reforma
fundamental, tinha o seu logar marcado,
no Senado.
Para que deslocal-o, n ' u m a occasião
d'estas e sem dar grandes esperanças ás
complicações internacionaes, indo S. Kx.
estudar um assumpto novo, todo diplo mático e no qual não tem preparo algum?
Receiamos, que a sua nomeação deixe
uma lacuna, e não adiante a questão da
arbitragem.
Q u e m sabe se S. Ex., no Chile, t a m b é m
dirá :— Pôde ser que sim, pôde ser que
não !
T H O M E ' J U N ÍOR.
Antonio IMnto
Foi a 13 de maio que a sessão extraordinaria tocou as raias do inverosímil !
D'ahi para diante só o pugilato ou as
vias de facto, porque, francamente, os
meios suasorios, mesmo os que causam as
revoltas da dignidade e que fazem subir
o rubor ás faces, achavam-se esgotados.
E' sabido o motivo doesse tumulto.
U m deputado depois de votar sim, de
ser interrogado a tal respeito, de confirmar o seu voto e de escrevel-o com o
seu proprio punho, vendo que o resultado
da votação não correspondia ao que esperava, e por suggestões de outro, tentou
retractar o seu veredictum.
Essa manobra disporia da victoria, passa ndo-a de lado que a tinha obtido para
outro, se os mais energicos protestos se
não levantassem.
A sessão tornou-se, imediatamente, tempestuosa e desordenada, e, não pudemos
prever como terminaria, se um rasgo do
verdadeiro patriotismo não tivesse vindo,
de repente, mudar a face dos acontecimentos.
O deputado Antonio Pinto, em um breve
e incisivo discurso, declarou, que tendo
dado um voto contrario ao do representante que se retratava, se a irieza consentisse em tal, abster-se-hia de votar,
mantendo assim o resultado legitimo do
do escrutínio nominal.
Antonio Pinto, estava do lado vencido
pela votação, e que a desavergonhada
tactica pretendia tornar vencedor.
Mal o orador cearense acabava de pronuciar as ultimas palavras, a camara levantava-se, em um movimento de enthusiasmo arrebatador. As palmas, os bravos,
os vivas estrondearam dentro do recinto,
e, fóra, repercutiam com um grande ecco,
havendo instantaneamente um (Pesses
movimentos de ovação, como na camara
franceza, quando o ministro Fourtou fallou
em libertador
do ter vitorio e que Gambetta, erguendo-se de um pulo, e apontando para Thiers, exclamou :
— O libertador do territorio está ali !
Graças a esse rasgo, a sessão desorde-
nada e ameaçadora, cortada de invectivas
e do incidentes degradantes, tornou ura
novo aspecto
A corda do patriotismo t i n h a sido vibrada profundamente, e os doestos foram
substituídos por uma acclamação nobre e
expontânea que encheu aquelle recinto,
que eccoou nas ruas circurnvisinhas e que
percorreu toda a cidade, instantaneamente.
O presidente,aproveitando, habilmente,
o ensejo, suspendeu a sessão.
E o nome do Antonio Pinto foi, mais
uma vez, abençoado por todos os que ainda
soffrem com as vergonhas e as humilhações de sua patria-.
•
w
i
PHEN1X
®
DRAMATICA
A estreia da companhia Manzoni foi
bastante auspiciosa, e, nas noites seguintes, a concurrencia, sem ser tão grande, nem por isso tem deixado de ser de
m u i t o bom agouro.
Tem sido representada a Filha da Sva.
çAngot, opereta m u i t o representada já,
m u i t o vista e levada á scena por muitas
companhias, em quasi todos os nossos
theatros, e, ainda não ha m u i t o tempo,
pela companhia Grau que tantas enchentes deu ao Pedro II.
Mas, emfim, como dentro de u m a certa
orbita c licito dar a um papel interpretações mais ou menos expressivas, havia
certa curiosidade em ver como se sahiria
a nova companhia.
Acrescendo que ella, vinha quasi toda,
dos theatros portuguezes e que esta circunstancia influe bastante em u m a grande
parte do publico, a enchente foi de trasbordar.
O s artistas são, quasi todos bons, sobresahindo entre elles um actor de m u i t o
merecimento o Sr. G a m a , que fez o papel
de Larivaudière com muita correcção,
apresentando-nos sem grande esforço,
aquelle typo d i affectação, tão característico da sua época.
O tenor (Sr. W a n y m e l l ) , sofírendo de
forte constipação não pôde b n l h a r nem
corresponder á espectativa do publico.
Foi to tem muita graça, é u m actor comico de bastantes recursos.
Clarinha,
muito graciosa, pelo menos á respeitável
distancia a que ficamos collocados, fallando, com immensa malicia, a todos os
seus paes e mães, sublinhando com graça
os ditos mais apimentados. Para u m a
heroina do mercado, apresentou-se com
toda a graça possível e, em certas occasiôes bastante espevitada.
Mlle. Lange, correcta, dominante e colossal.
As passagens principaes da peça applaudidas.
O s córos razoaveis.
E m f i m , luctando o publico com muitas recordações, algumas das quaes difficieis de sobrepujar, ainda assim, a companhia agradou-lhe bastante, e, se não
teve um successo esplendido, póde-se
dizer que foi bem recebida.
O conjuncto é m u i t o regular e ha nelle
alguns artistas de verdadeiro merecimento.
A concurrencia tem continuado nas
noites seguintes.
o
BINOCULO.
r.
ponjas ou que na Revista
Illicstrada
falta espirito...
P o r t a n t o : mettam-se ern cognac, licores e toda especie de bebidas espirituosas...
O r a , m u i t o o b r i g a d o ! N ã o é tanto a s s i m . . .
DISPENSA
E
como prova vae o seguinte aviso :
Todo cidadão que vier ao nosso escriptorio asIllustrada
terá direito a u m cálice
Z.
Livro da porta
Avdentias,
E 1 uma brochura de cerca
de í o o paginas, contendo poesias d o S r .
Vicente de Carvalho.
N ã o é u m livro vulgar, e cremos, até,
que nos revelia um poeta de mérito.
A l g u m a s poesias são largamente inspiradas, escriptas com calor e n u m a
forma corecta.
Peregrino
de Meneces, perfil biographico pelo Sr. Dias da Silva J ú n i o r .
A vida do talentoso e infeliz actor
acha-se traçada, com grande relevo, nassas 3o paginas de bôa e amena leitura.
O Sr. Dias da Silva J ú n i o r é u m incansável trabalhador, a quem a sorte,
mesmo privando-o da luz dos olhos, não
conseguiu desalentar.
As nossas felicitações por mais esta
producção de seu apreciavel engenho.
Participamos aos nossos assignantes que o
Fritz, Mack &
C.
successores do
importante
estabelecimento industrial do Sr. Schuinann, pretendem
epigrain-
de licor.
Deu-nos uma novidade, segunda-feira
passada, Os filhos de Adão,
peça do repertório hespanhol, vasada sobre moldes ligeiros e graciosos, de pequena intriga, porém de grande animação de dialogo, fazendo rir, frequentemente, e tendo não poucos ditos de espirito.
O seu titulo exprime perfeitamente o
entrecho, pois que o vicio hereditário de
A d ã o , levado por Eva a comer o fructo
da arvore prohibida* é o que se reproduz
em pleno século X I X , e n t r e Adeõs e Evas,
mais ou menos vestidos á Benoiton.
Protestos de namorado infeliz todos
sabem o que são e o que valem, e desdens para com o sexo frágil só subsistem
e m q u a n t o elle quer. De repente os gelos
derretem-se e as situações complicam-se.
E nem ha protestos nem juras anteriores que valham !
E' o caso d i peça, que corre m u i t o animada até ao seu desenlace final.
Srs.
tanto...
matica. O u suppuzeram que nós somos grandos es-
s i g n a r a Revista
LUCINDA
P A R A A NOSSA
Fritz & C. que a achamos a l g u m
fazer-nos m u d a r de oficio e transformar este
escriptorio de jornal n'uma casa de molhados
ou,
pelo menos n'um deposito de bebidas de todas
as
qualidades.
N ã o podia ser outro o nosso modo de pensar a
vista de q u a t r o robustos indivíduos, arquejando sob
o pezo do enormes caixões, contendo uma infinidade
de garrafas de todas as córes, feitios e tamanhos, e
que foram depositados
sobre nossa
meza,
sobre
nossas cadeiras, sobre nosso soalho, s o b r e . . .
Catechismo Republicano,
Assigna este
livro o sympathico n o m e d o A l b e r t o
Salles, redactor da Provinda
de 5 .
"Paulo.
C o m o trabalho^de elucidação p o p u l a r ,
pondo ao alcance de todos os grandes
principios da democracia e as lições da
historia, julgamol-o« da maxima utilidade.
Realmente, è instruindo o povo que
se aniquilam as idolatrias.
N ã o seria engano ? . . .
U m a carta dos Srs Fritz, Mack & O. ofíerecendo-nos todos a q u e l l e s . . . liquidos, foi-nos aprezentada e então cahimos—não nos liquidos (por ora)
mas, em nós.
Esses intiligentes e activos industriaes desejam
saber a nossa opinião sobre os seus produr.tos, constantes do
seguinte :
Licores de 'Juraçao, Menthe,
Moka, Vanille, Anizete, ('hartreuse, Parfeit
Amour,
Cognac, v i n h o de Canna, de Laranja, agua de Seltz,
etc etc etc e. até Vinagre branco!
A' vista de todas essas bebidas
Confevencias, pelo D r . José Pereira d o
Rego Filho. •
Collecção dos discursos pronunciados
pelo auctor, por occasião das exposições
de Buenos-Ayres e d o R i o de Janeiro!.
Dados m u i t o interessantes sobre as
nossas industrias, riquezas
naturaes,
desenvolvimento d i instrucção, e outros
assumptos.
espirituosas
e refrigerantes, não podemos deixar, depois de manifestado o nosso espanto, de agradecer tão generosa
oíTerta, representada por u m a porção de garrafas e
frascos de todos os licores acima
mencicnados.
servamo-nos porem, o direito de emittir a
opinião, com vagar, sem precipitação
nem
He-
nossa
União medica. T e m o s o fascículo 5 o
que em nada desmerece ao<: anteriores,
tratando de assumptos de m a x i m a importância.
mistura,
visto que u m a carraspana adquirida no nobre exer. cicio de nossas funeções de peritos — j a que os Srs.
Fritz, Mack e O. assim
o querem — poderia,
até
certo ponto, influir ín'uma apreciação pouco exacta e
ainda menos eificaz
ácerca de todos esses succu-
lentos productos nacionaes.
Desde j á podemos ga-
rantir, e com o j u i z o em perfeito estado, que os poucos
Pavaiso perdido.
Fascículos 14 c i 5 ,
com duas excellentes gravuras.
E ' u m a publicação de primeira ordem,
feita pela casa David Corazzi de Lisboa.
E ' representante da empreza no R i o o
nosso bom amigo Sr. José de Mello.
que provamos são verdadeiros nectares.
Q u a n t o á q u a n t i d a d e . . . permittam-nos os Srs.
T y p . e Xylographia da Distracção,
r. d ' A j u d a tfl.
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Ano10-n.410-1885 (com OCR)