Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904 TÍTULO: A CONSTITUIÇÃO ETHOS DISCURSIVA NA REVISTA CARTA CAPITAL: “QUE DEUS SE APIEDE” CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: LETRAS INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO AUTOR(ES): MARTA SILVA SOUZA ORIENTADOR(ES): SANDRO LUIZ DA SILVA CATEGORIA EM ANDAMENTO 1. RESUMO Os textos jornalísticos apropriam-se de assuntos “cotidianos” e polêmicos a fim de atingir um vasto público e “mantê-los” “conectados ao mundo. Valem-se de recursos de linguagem – verbal e não-verbal - a fim de produzir verossimilhança em seus enunciados em relação aos acontecimentos de mundo. Objetiva-se apresentar a constituição ethos discursivo a partir dos recursos linguísticos e não-verbais utilizados na “capa” e na “reportagem de capa” produzidas pela revista Carta Capital publicada no dia 20 de fevereiro de 2013, cujo tema destaca a renúncia do Papa Bento de XVI (Joseph Ratzinger). Servirão com respaldo teórico os estudos desenvolvidos pela Análise do Discurso (AD), ancorados nos conceitos de Dominique Maingueneau (2003, 2008 e 2011) e em Edgar Morin (1997) em relação à comunicação de massa. 2. INTRODUÇÃO O discurso é a forma de comunicação humana produzido, numa determinada enunciação, a partir de recursos verbais e não verbais, promovendo a interação entre sujeitos, os quais fazem uso de estratégias para que sejam entendidos entre si. Durante a enunciação, o enunciador busca construir uma “imagem de si” para seu enunciatário tendo em vista convencê-lo sobre o que está sendo dito. Porém, nem sempre a “imagem” que o enunciador busca transmitir é constituída pelo enunciatário, visto que o enunciatário valer-se-á, de forma (in)consciente, dos recursos linguísticos, verbais ou não verbais, escolhidos pelo enunciador com a intenção de persuadi-lo. Os meios de comunicação de massa (rádio, televisão, jornais, revistas, dentre outros) apropriam-se dos recursos linguísticos com o objetivo de tornar certo público seu fiador, ou seja, tais meios utilizam a linguagem que mais se aproxima de seus leitores/ouvintes buscando, de alguma forma, influenciá-los em relação ao assunto abordado pelo suporte. 3. OBJETIVOS Evidenciar os recursos de linguagem verbal e não-verbal que levam à constituição do ethos discursivo do enunciador. Verificar os possíveis efeitos de sentido que o ethos discursivo constituído causam no leitor da revista. 1 CATEGORIA EM ANDAMENTO 4. METODOLOGIA A pesquisa realiza-se numa abordagem qualitativa, considerando os seguintes procedimentos metodológicos: a) Revisão da Literatura; b) O corpus:”capa” e “reportagem de capa” da revista Carta Capital publicada no dia 20 de fevereiro de 2013. c) Procedimentos de análise: O corpus será analisado nas seguintes categorias: pesquisa. levam à constituição do ethos discursivo e, consequentemente, aproximação entre enunciador e enunciatário, no caso, o leitor. recepção da Revista que constitui o corpus desta pesquisa. 5. DESENVOLVIMENTO Até o momento já foi feita a revisão da literatura sobre Análise de Discurso, levandose em consideração os estudos de Maingueneau em relação a ethos discursivo, cenografia e gêneros discursivos. No momento, estamos elegendo as categorias de análise, das quais podemos citar: recursos de linguagem não verbal (cores, ângulo da foto, diagramação da capa); Recursos linguísticos (escolha do léxico e estrutura sintática). 6. RESULTADOS PRELIMINARES Pelos dados levantados até agora, pode-se afirmar que a Carta Capital faz uso de elementos discursivos que visam mais à persuasão do que a reflexão do leitor alvo, esperando uma “resposta”, uma interação de aceitação do leitor alvo em relação aos seus enunciados, considerando a ideologia da Revista. A capa de uma revista é uma “porta” de entrada que “chama” a atenção do indivíduo, levando-o a ler ou não ler seu conteúdo. Para “preservar” os leitores da 2 CATEGORIA EM ANDAMENTO revista e “atrair” a atenção deles, a Carta Capital busca apresentar em sua capa assuntos considerados “polêmicos” e “atuais”, a fim de mostrar que é uma revista que está “conectada” aos acontecimentos de mundo. 7. FONTES CONSULTADAS FERREIRA, Giovandro Marcus, SAMPAIO, A. O. e FAUSTO NETO, A. (orgs.). Mídia, discurso e sentido. Salvador: EDUFBA, 2012. MAINGUENEAU, Dominique. Análise de textos de comunicação. São Paulo: Cortez, 2004. p. 51. --------------------------------------. A noção de ethos. In: Ethos Discursivo. (Org) MOTTA, Ana Raquel & SALGADO, Luciana. 2 ed.- São Paulo: Contexto, 2011. ____________________. Doze conceitos em análise do discurso. Trad. Adail Sobral et ali. São Paulo: Parábola, 2010. ____________________. Cenas da enunciação. Trad. Sirio Possenti e Maria Cecília Pérez de Souza-e-Silva. São Paulo: Parábola, 2008. ____________________. Novas tendências em análise de discurso. Campinas: Pontes, 1997. MARTIN-BARBERO, J. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Trad. Ronald Polito e Sergio Alcides. Rio de Janeiro: Editora da UERJ, 2009. MORIN, Edgar. Primeira parte: Cultura de massas no século XX: neurose. 9 ed. Rio de Janeiro- Forense Universitária, 1997. SETTON, Maria da Graça. Mídia e Educação. São Paulo: Contexto, 2010. 3