Boletim Informativo Fórum: Protocolo de Nagoia (Nagoya): Ações para uma Agenda Positiva A EcoAdvice agradece imensamente a presença dos palestrantes e participantes neste 1º Fórum realizado pela empresa com o tema Protocolo de Nagoia: Ações para uma Agenda Positiva. O evento aconteceu no dia 19 de setembro e contou com vários participantes do setor público, como assessores legislativos, representantes de diferentes Ministérios, Comissões da OAB Federal, escritórios de advocacia, Associações de fabricantes diversos e representantes de indústria de cosméticos. O primeiro painel contou com a presença da Dra. Eliana Fontes, Diretora do Departamento de Patrimônio Genético do Ministério do Meio Ambiente e da Dra. Larissa Schmidt, doutora pela Universidade de Brasília em Direito Ambiental e sócia da EcoAdvice. A Dra. Larissa saudou os participantes explanando sobre a importância de serem desmistificados alguns pré-conceitos acerca do Protocolo e a importância do debate para a sociedade brasileira. Dra. Eliana Fontes discorreu sobre a importância da biodiversidade para a sobrevivência humana e para a economia, além da questão da soberania do país sobre a disponibilidade e uso dos recursos genéticos. Detalhou o tratamento jurídico especial dispensado à segurança alimentar pelo Protocolo de Nagoia, inclusive salientando o fato de o Tratado não onerar os agricultores, apenas aos melhoristas de recursos genéticos. Ainda, indicou que o Acordo sob análise do Congresso Nacional não deverá ter aplicação retroativa à sua entrada em vigor. A representante do MMA também situou exemplos do desenvolvimento de fármacos e seus lucros em função da utilização da diversidade biológica. Ao final, respondeu a vários questionamentos sobre o processo de gestão do acesso e repartição de benefícios do Brasil, incluindo-se algumas tendências para o novo marco regulatório. O segundo painel contou com a presidência da Dra. Carina Oliveira da UNB, Doutora pela Pantheon-Assas Paris II University, França, e participação do Dr. Carlos Alberto Pittaluga Niederauer, coordenador do Sistema de Autorização de Acesso ao Patrimônio Genético do CNPq e Menndel Macedo, advogado na área de Direito Ambiental. Dr. Pittaluga apresentou dados sobre a posição deficitária do Brasil no ranking mundial sobre inovação e as dificuldades a serem enfrentadas para financiamentos de pesquisa, a importância de serem trabalhadas regras claras para o acesso e repartição de benefícios e as oportunidades para o Brasil com a implementação do Protocolo de Nagoia. Menndel Macedo, por sua vez, apresentou nova proposta visando convergir interesses do setor privado com o setor público para a utilização dos recursos genéticos da biodiversidade brasileira em Unidades de Conservação, visando justamente a utilização sustentável e incentivos a pesquisa científica sobre os recursos genéticos no Brasil. No período vespertino, o painel foi presidido pelo Dr. Tarcisio Dal Maso Jardim, Doutor pela Universidade de Paris e Consultor Legislativo do Senado, contando com a presença do Mestre pela Universidade de Brasília Sr. Carlos Henrique Tomé, Consultor Legislativo vinculado à liderança do PSB no Senado Federal. Ainda, integrou a mesa o Mestre em Ciências Políticas pela Universidade de Genebra em Desenvolvimento e Políticas Publicas pela ENSP e Coordenador Executivo da Fiocruz, Sr. André Fenner. Carlos Tomé resumiu as diferenças essenciais entre o Tratado Internacional sobre Recursos Fitogenéticos para Agricultura e Alimentação (TIRFAA) e o Protocolo de Nagoia, indicando não haver, contudo, hierarquias distintas entre ambos os tratados. Ainda, demonstrou algumas das preocupações no Congresso Nacional quanto às estratégias de desenvolvimento e competitividade no agronegócio brasileiro. Por sua vez, o Sr. André Fenner demonstrou os reflexos positivos pela aprovação do Protocolo na área da saúde, ressaltando os desafios do país a serem enfrentados na área de inovação, bem como os problemas relativos à biopirataria e os desafios sobre acesso, inclusive no que se refere às transferências sucessivas de acesso e do conhecimento tradicional associado pela indústria. Ao final do Fórum, os debates contaram com aportes significativos, como foi o caso de considerações realizadas pela Sra. Larissa Costa, subchefe da Divisão de Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, a respeito do fato do TIRFAA também prever a repartição de benefícios para alimentação e agricultura, sendo os dois grandes pilares do Tratado justamente o acesso facilitado aos recursos genéticos e a repartição de benefícios. Ainda, houve uma concordância entre os debatedores sobre a importância do Brasil poder integrar as negociações do TIRFAA e de Nagoia desde o seu início, evitando ter que aderir posteriormente a um acordo já negociado. Por fim, a EcoAdvice agradece a todos a presença e participação, e informa que outros eventos relacionados às temáticas relacionadas ao Direito Ambiental serão realizados em breve. Esperamos contar com a sua participação! Brasília (DF), 24 de setembro de 2013.