Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro - IFRJ Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ensino de Ciências Mestrado Profissional em Ensino de Ciências INTERAÇÃO MUSEU-ESCOLA: UMA ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO DO ENSINO NÃO-FORMAL À ESCOLA MONALISE PINTO DA CRUZ Orientador: Prof. Dr. Alexandre Maia do Bomfim NILÓPOLIS 2010 ii CRUZ, MONALISE PINTO DA. Interação Museu-Escola: uma análise da contribuição do ensino não-formal à Escola. [Rio de Janeiro] 2008 74 p. 29,7 cm (Mestrado Profissional em Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente/IFRJ, M.Sc., Ensino, 2008) Dissertação – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, PROPEC 1. Ensino 2. Ensino de Ciências I. PROPEC/IFRJ II. Interação Museu-Escola: uma análise da contribuição ao ensino formal. (série) iii Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ensino de Ciências Mestrado Profissional em Ensino de Ciências INTERAÇÃO MUSEU-ESCOLA: UMA ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO DO ENSINO NÃO-FORMAL À ESCOLA MONALISE PINTO DA CRUZ Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação Stricto Sensu em Ensino de Ciências do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ensino de Ciências. Aprovada em ____ de ________ de 2010 Banca Examinadora ____________________________________ Prof. Dr. Alexandre Maia do Bomfim – Presidente da Banca Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro ____________________________________ Prof.ª Dr.ª Giselle Rôças de Souza Fonseca Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro ____________________________________ Prof.ª Dr.ª Sandra Lúcia de Souza Pinto Cribb Centro Universitário Plinio Leite - UNIPLI NILÓPOLIS 2010 iv Ao meu esposo, pais, irmãos, sobrinho e amigos, obrigada por tudo. v AGRADECIMENTOS A todos os professores que participaram desta pesquisa, pois sem eles nada seria feito. Ao meu orientador Alexandre Maia do Bomfim por todo apoio e pelos ‘puxões de orelha’ quando necessário. Aos Prof. Dr. Luiz Edmundo Vargas de Aguiar e Maura Ventura Chinelli que me auxiliaram na confecção do projeto e pela indicação de importantes referências para este trabalho. Ao Diretor do Museu Nacional/UFRJ, Prof. Dr. Sergio Alex Kugland de Azevedo, a atual Diretora Prof.ª Dr.ª Claudia Rodrigues e ao Diretor Administrativo Wagner William Martins que me autorizaram a realizar, da melhor forma possível, este trabalho. Ao Diretor do Museu de Ciências da Terra/DNPM, Prof. Dr. Diógenes Campos e a Coordenadora Pedagógica do Setor Educativo, Prof.ª Patricia Tiomno Tolmasquim que me forneceram dados preciosos sobre este museu. Aos funcionários do Serviço de Assistência ao Ensino do Museu Nacional, em especial, à Mara Leite, que me forneceu os dados dos professores visitantes. À Bianca Reis do Museu da Vida/Fiocruz que me forneceu as relações de visitas. A Deus pela força e por tudo. Aos meus pais e irmãos por acreditaram em mim. Ao meu esposo Marcelo pela paciência e força, principalmente nos momentos de fraqueza. Aos meus amigos, em especial as amigas Cristiane Bispo, Elaine Alves, Uiara Cabral e Carla Bernardino pelos momentos de incentivo e bom humor, que tornaram esta caminhada mais leve. A todos os colegas do Mestrado Profissional em Ensino de Ciências do IFRJ pelo incentivo, pelos conselhos e espírito de união, que tornaram este mestrado inesquecível. Enfim, a todos que se fizeram presentes de alguma forma na confecção deste trabalho, muito obrigada! vi Se entendermos o museu como um local de divulgação e educação, torna-se central a questão da transposição do conhecimento nele ocorrida. No que se refere a exposições dos museus de ciências, o processo relaciona-se tanto com a necessidade de tornar as informações apresentadas em textos, objetos e multimídias acessíveis ao público visitante, quanto a proporcionar momentos de prazer e deleite, ludicidade e contemplação. (Martha Marandino, em 2005) vii Resumo Este trabalho traz uma pesquisa realizada com professores de diferentes níveis educacionais, que visitaram o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, o Museu de Ciências da Terra ligado ao Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM e Museu da Vida da Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz. A pesquisa analisou o quanto a visita a museus de ciências pode ser atividade integradora, reflexiva e complementadora da educação escolar. Para isso, buscou entender através de um questionário semi-estruturado, respondido pelos professores, as mudanças percebidas no aprendizado do estudante após ida ao museu e também a possibilidade de aferição do aprendizado obtido. O trabalho observou que a maioria dos professores buscou complementar suas aulas nesses espaços, porém necessitou selecionar os alunos que buscaram a visita, pois verificou-se que a falta de transporte é um dos maiores empecilhos. A maioria dos docentes concordou que se a infraestrutura favorecesse a saída da sala de aula, talvez tivessem como ilustrar suas aulas e torná-las mais interessantes. O estudo refletiu a relação entre educação formal e não-formal, mas foi observado que a falta transporte adequado ou de Museus de Ciências nas localidades periféricas é o que mais dificulta a aproximação dos alunos e professores. O estudo infere que a construção de novos espaços de ciências pode ser encarado como um desafio a ser considerado pelas próximas gestões públicas. Ao final, o estudo propõe melhorias nas condições de visitação e também propõe o desenvolvimento de um livreto, que auxiliará os professores nas visitas aos espaços museais, no caso, ao Museu Nacional/UFRJ. Palavras-chave: Divulgação Científica, Ensino formal e não-formal, Museus de Ciências. viii Abstract This article offers a survey of teachers of different educational levels, who visited the National Museum, Federal University of Rio de Janeiro - UFRJ, the Museum of Earth Sciences in the Department of National Mineral Production - DNPM and Museum of Life Foundation Oswaldo Cruz - Fiocruz. The research examined how to visit museums of science activity can be integrated, reflexive and complemented school education. This paper aims to understand through a semistructured questionnaire answered by teachers, perceived changes in student learning after going to the museum and also the possibility of measuring the learning process. The study noted that most teachers supplement their lessons sought in these spaces, but needed to select the students who went to visit, because it was found that the lack of transportation is one of the major obstacles. Most teachers agreed that if the infrastructure to favor the exit of the classroom, they might have to illustrate your lessons and make them more interesting. The study reflected the relationship between formal and non-formal, but it was observed that the lack of adequate transportation or Museum of Science in remote locations is the greatest hindrance to the approach of students and teachers. The study infers that the construction of new space science can be viewed as a challenge to be considered for the next public administrations. Finally, the study proposes improvements in the conditions of visitation and also proposes to develop a booklet that will assist teachers in visits to the museum space, in this case, the National Museum / UFRJ. Keywords: Formal education and non-formal; Museum of Science; Science communication, ix LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1. Trenzinho da Ciência – Museu da Vida/Fiocruz .................................. 34 Figura 2. Vista parcial do “Parque da Ciência” ................................................... 35 Figura 3. Museu de Ciências da Terra/DNPM ................................................... 37 Figura 4. Museu Nacional/UFRJ ......................................................................... 39 Quadro 1. Frequência das instituições nos museus aqui estudados .................. 42 Quadro 2. Regiões do Rio de Janeiro que visitaram os museus ........................ 43 Quadro 3. Anos dedicados ao magistério ........................................................... 44 Quadro 4. Idade dos entrevistados ..................................................................... 44 Quadro 5. Disciplinas que mais utilizaram os museus ........................................ 45 Quadro 6. Séries que visitaram os museus ........................................................ 46 Quadro 7. Motivação para a visita ...................................................................... 47 Quadro 8. Impedimentos para as saídas do ambiente escolar .......................... 48 Quadro 9. Frequência das saídas do espaço escolar ......................................... 49 Quadro 10. Espaços de Ciências em que os professores retornariam ............... 50 Quadro 11. Existência de curso para professores nos museus .......................... 51 Quadro 12. Atividades realizadas após a visita .................................................. 53 Quadro 13. Constatações sobre o rendimento escolar ....................................... 54 Quadro 14. Expectativas dos professores em relação às exposições ............... 55 x LISTA DE SIGLAS CPRM – Serviço Geológico do Brasil DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral EF – Ensino Fundamental FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz INEPAC – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional MCT – Museu de Ciências de Terra MN – Museu Nacional PEJA – Programa de Educação de Jovens e Adultos RJ – Rio de Janeiro SAE – Serviço de Assistência ao Ensino SEDUCS – Serviço de Educação em Ciências e Saúde UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro xi SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12 Conhecendo os passos desta pesquisa ......................................................... 14 Público alvo e coleta de dados para a pesquisa ........................................... 15 1 – EDUCAÇÃO FORMAL E NÃO-FORMAL: ALGUMAS PERCEPÇÕES ...... 17 1.1. A percepção da divulgação ..................................................................... 17 1.2. Concepções da Educação não-formal ..................................................... 21 1.3. Museus de Ciências: a educação e a construção do conhecimento ....... 23 1.4. Os Museus Cariocas de Ciência propriamente ditos ............................... 27 Os Museus ...................................................................................................... 31 1.4.1 Museu da Vida/Fiocruz .................................................................... 32 1.4.2 Museu de Ciências da Terra/DNPM ................................................ 36 1.4.3 Museu Nacional/UFRJ .................................................................... 37 2 – INTERAÇÃO MUSEU-ESCOLA: A PESQUISA SOBRE A RELAÇÃO ENTRE PROFESSORES E MUSEUS DE CIÊNCIAS ........................................ 40 2.1 Os desafios de uma Pesquisa na relação entre o campo formal e não-formal ....................................................................................................... 40 2.2 Descrevendo a relação museu-escola: a partir dos questionários ........... 41 3 – ENCURTANDO A DISTÂNCIA ENTRE O ESPAÇO MUSEAL E OS PROFESSORES: UMA NOVA PROPOSTA DE APRENDIZAGEM ................. 56 A produção do livreto ...................................................................................... 56 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 58 5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 63 ANEXO 1: Questionário ...................................................................................... 69 ANEXO 2: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .................................. 74 12 INTRODUÇÃO A tarefa essencial do professor é despertar a alegria de trabalhar e conhecer, (Albert Einstein). Diversas motivações levam a escola e os professores a procurar os museus como espaço de aprendizagem em Ciências. O interesse escolar pela visitação de museus também está diretamente relacionado ao programa de ciências desenvolvido em cada série. Na maior parte das vezes, o professor do ensino fundamental e médio que procura o museu está interessado em assuntos relacionados diretamente aos conteúdos lecionados. Esse interesse se justifica, pois as visitas extra-escolares devem apresentar algum vínculo com o que é desenvolvido em aula (MARANDINO, 2001). Essa contextualização complementa o conteúdo escolar, auxiliando principalmente as escolas que não possuem laboratórios ou equipamentos disponíveis (DVD, microscópio e etc.). Dentro dos objetivos deste trabalho encontram-se: (1) A identificação das motivações e das necessidades pedagógicas dos docentes que realizam saídas de campo, a fim de visitar museus de ciências; (2) a verificação junto aos professores se os objetivos das visitas são alcançados; (3) a identificação de aspectos importantes a serem incluídos nas exposições museais, a fim de atender as demandas da parceria museu-escola; (4) por fim, a proposição de melhorias ou complementações dos espaços aqui estudados e o desenvolvimento de subsídios para o estudo deste tema nas escolas. Este trabalho encontra-se dividido em capítulos. O primeiro traz algumas considerações sobre a educação formal e não-formal e como uma pode auxiliar a outra em seus diferentes espaços. Traz algumas reflexões sobre a educação e a construção do conhecimento nos espaços museais. Ao final, também inclui um 13 breve histórico sobre os três museus de ciências (Museu Nacional, Museu da Vida e Museu de Ciências da Terra) estudados neste trabalho. Com esse histórico serão expostos alguns pontos, desde suas fundações até os dias atuais, suas formas de produção da ciência e divulgação. Também foi focada a metodologia utilizada para a confecção deste trabalho, dando destaque a escolha do públicoalvo e a forma de levantamento dos dados e, principalmente, a elaboração do livreto da exposição do Museu Nacional como produto pedagógico. O segundo capítulo traz os desafios encontrados em uma pesquisa no campo não-formal. Descreve a relação entre os museus: Nacional, da Vida e o de Ciências da Terra e a escola, a partir da análise dos questionários respondidos. Também enfoca os resultados da interação dos museus com seu público escolar, trazendo gráficos e constatações feitas ao longo da pesquisa. Ele faz também uma reflexão sobre os resultados obtidos e seus possíveis desdobramentos. O terceiro capítulo propõe uma alternativa para encurtar a distância entre os Museus de Ciências e os professores. Nele é feito um breve comentário sobre a confecção do produto pedagógico, o 1º livreto de uma série que será proposta ao Museu Nacional/UFRJ. Neste trabalho se priorizará a educação não-formal, obtida em museus de ciências, pensando em seus possíveis resultados e destes lugares na relação com os espaços formais. No que se referem à dimensão educativa, os museus são produtores de saberes próprios (MARANDIDO, 2004; 2005). Por trás das exposições de museus encontram-se, muitas vezes, pesquisadores que fazem a renovação e a atualização do acervo, através de suas novas descobertas. 14 Acredita-se que muitos espaços públicos não-formais, como os museus de ciências, podem contribuir para a formação de cidadãos críticos e também para a promoção da tomada de decisão em assuntos relacionados à ciência e tecnologia (FARES; NAVAS & MARANDINO, 2007). O incentivo dado por docentes de todo o Brasil à prática pedagógica fora do ambiente escolar, tem suscitado em muitas crianças, jovens e adultos o hábito de visitação a espaços como museus, exposições e feiras, principalmente das áreas relacionadas ao campo científico, como ocorre, por exemplo, na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, onde grande parte do público visitante é compreendido por famílias, que muitas vezes são incentivadas por seus filhos que visitaram o espaço com suas escolas. De forma alguma este estudo quer romantizar o poder educacional dos espaços não-formais de ensino, mas sim entender como esse, na parceria com os espaços formais da escola, consegue oferecer um conteúdo complementar mais lúdico e atraente para a sala de aula. Conhecendo os passos desta pesquisa Através da pesquisa em diferentes fontes bibliográficas da área de ensino não-formal de ciências, observou-se que há pouca pesquisa relacionada a professores visitantes aos museus. Diante deste quadro, esta pesquisa propôs-se a conhecer este público e saber de que formas os museus poderiam auxiliá-los. Um objetivo final a esta dissertação, mas igualmente importante (por se tratar de um Mestrado Profissional) foi assumir o compromisso de confeccionar um livreto (material de apoio, em anexo), que poderá ser utilizado pelo professor 15 antes e depois das visitas, auxiliando assim sua prática-pedagógica e sua relação de ensino-aprendizagem com seus alunos. Esse livreto é um protótipo, fruto de um início de parceria com o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ conosco, Programa de Pós Graduação Strictu Senso – PROPEC do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – IFRJ. A proposta é que indo além das reflexões oferecidas nesta dissertação, acerca da necessária relação entre a escola e o museu, possamos oferecer de fato um material de apoio/didático que possa ser utilizado por professores (nosso públicoalvo) e alunos. Público-alvo e coleta de dados para a Pesquisa Para o desenvolvimento deste trabalho procurou-se primeiro fazer uma pesquisa exploratória (MINAYO et al., 1994; SILVA; MENEZES, 2001; CIRIBELLI, 2003): a caracterização do grupo a ser trabalhado, professores visitantes dos museus Nacional, da Vida e de Ciências da Terra. Após a definição dos espaços a serem estudados, procurou-se o Setor Educativo destas instituições para obter o nome dos professores e das instituições escolares que realizaram visitas, no período de janeiro/2007 a dezembro/2009. A partir desse levantamento, realizou-se o envio, por meio eletrônico ou pessoalmente, de 287 questionários, dos quais 43 professores concordaram em preencher. Para participar da pesquisa o professor não precisava ser de nenhuma disciplina específica. Essa participação consistia no preenchimento de um questionário misto (anexo 1) com 33 questões abertas e fechadas. A utilização 16 dos dados obtidos foi autorizada através de um termo de consentimento (anexo 2). As informações conseguidas através dos questionários foram os principais elementos para o desenvolvimento do livreto, o material de apoio que este trabalho pretende oferecer aos professores, para qualificar as visitas ao Museu Nacional, com seus alunos. 17 1 - EDUCAÇÃO FORMAL E NÃO-FORMAL: ALGUMAS PERCEPÇÕES "A educação é aquilo que permanece depois que tudo o que aprendemos foi esquecido." (Burrhus Frederic Skinner) De acordo com o art. 205 da Constituição Federal de 1988: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988, 173). A Lei n.º 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) em seu art.1º vai mais além e diz que a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. (BRASIL,1996, 29). Segundo Vieira, Bianconi & Dias (2005) a educação enquanto ensinoaprendizagem é construída ao longo da vida do cidadão, podendo ser caracterizada por três formas distintas: 1) a educação formal, obtida nas escolas; 2) a educação informal, obtida através dos pais, amigos, associações, teatro, cinema, ou seja, a aprendizagem cotidiana e espontânea, não intencional; 3) a educação não-formal, a que é ocasionada pela intenção de proporcionar a aprendizagem dos conteúdos da escola em espaços não-escolares. 1.1. A percepção da divulgação Nas últimas décadas uma grande quantidade de trabalhos, que tratam da tríade museu-educação-escola, foi publicada em diferentes periódicos nacionais e internacionais. 18 Vale trazer algumas de nossas referências. Uma discussão sobre a aprendizagem não-formal/formal das ciências e as relações entre os museus de ciência e as escolas foi realizada por Chagas (1993). Um estudo fundamental sobre o processo de construção do discurso expositivo, em exposições ligadas ao campo da biologia, foi apresentado por Marandino (2002; 2003). Em Libâneo (2003), a função social e política da escola continua sendo a de gerar educação formal, porém neste trecho ele também constata que esta não é a única forma de adquirir educação: Nela (...) crianças e jovens podem dominar os conhecimentos científicos, desenvolver suas capacidades e habilidades intelectuais, aprender a pensar, aprender a internalizar valores e atitudes, tudo em função da vida profissional, da cidadania, da vida cultural, tudo voltado para ajudar na melhoria das condições de vida e de trabalho e para a construção da sociedade democrática. [...] Mas, simultaneamente, precisam rever os processos, os métodos, as formas de educar, ensinar e aprender. Para que isto aconteça, é preciso que os professores compreendam que a escola não é mais a única agência de transmissão do saber. [...] Hoje, é fundamental perceber que a educação ocorre em muitos lugares: nos meios de comunicação, na família, no trabalho, na rua, nos pontos de encontro, nos clubes, nos sindicatos, nos movimentos sociais... (p.24-25) Uma pesquisa realizada por Reis (2005), a respeito das expectativas dos professores que visitaram o Museu da Vida/Fiocruz, observou que existem questões e situações que favorecem mais adequadamente a aproximação museu-escola. A utilização de atividades museais mais atraentes ao público escolar foi estudada por Künzli & Silva (2005), em que constataram após a implementação dessas atividades que as crianças ficavam mais receptivas, interessadas e acompanhavam melhor o desenrolar de determinado assunto, mesmo após as visitas. Gohn (2006) realizou um estudo sobre a educação não-formal e seus processos em diferentes esferas da sociedade, bem como suas interações com 19 educação formal e informal. Em seu trabalho, Gohn conclui que a articulação da educação formal com a não-formal pode dar vida e viabilizar mudanças significativas na educação e na sociedade como um todo. Lozada, Araújo & Guzzo (2006) também possuem estudos significativos sobre o ensino através da pesquisa em Museus de Ciências. No trabalho deles há a indicação de que os museus intensifiquem a realização de trabalhos de orientação aos professores, através de um processo de formação continuada. Vieira & Bianconi (2007) descreveram a importância do Museu Nacional para o ensino não-formal em ciências. Um estudo sobre o público visitante do Museu do Butatan e de suas exposições foi realizado por Bizerra et al. (2007) e concluíram que para melhor atender ao público eram necessárias modificações na exposição, bem como na produção de materiais didáticos e de materiais de divulgação. Koptcke, Lopes & Pereira (2007) realizaram um estudo histórico sobre os museus, referente aos anos de 1832 e 1927 e, já para aquele período, tentaram apreender as formas de colaboração entre o Museu Nacional e as escolas. Esse estudo mostrou que mesmo à época já existiam diferentes formas de acolhimento dos visitantes escolares, no âmbito do projeto de educação da sociedade e da divulgação dos conhecimentos científicos. Rocha, Lemos & Schall (2007) apresentaram uma pesquisa sobre a contribuição do Museu da Vida para a educação não-formal em saúde e ambiente. Essa pesquisa discutiu o quanto a mediação1 contribui para que o jovem visitante estabeleça relações entre sua visão de mundo e os temas científicos encontrados nesse espaço. 1 Utilização de monitores especializados. 20 Outra interessante análise sobre a relação museu-escola através de professores que realizaram a Visita Escolar Programada foi a de Costa et al. (2007). Nessa pesquisa, percebeu-se uma boa aceitação das atividades, elaboradas pela equipe do Museu de Astronomia (MAST), preparatórias à visita. Uma pesquisa sobre as concepções prévia sobre ciências de uma monitora do Clube do Pesquisador Mirim2 do Museu Goeldi e a repercussão em sua prática pedagógica foi feita por Silva & Alves (2007), que observaram nas atividades propostas pela monitora a preocupação com a comunidade circundante, desde a escolha do tema (Plantas úteis da Amazônia) até a divulgação dos resultados da pesquisa realizada pelos alunos visitantes. Como resultados desse trabalho foram produzidos textos que compuseram uma cartilha e também propostos jogos, que auxiliarão a divulgação científica do Museu Emílio Goeldi. Um estudo sobre o impacto de uma atividade museal itinerante realizado por Pereira, Chinelli & Coutinho-Silva (2008) demonstrou que as atividades experimentais foram favoráveis aos visitantes, pois os levou a ter interesse pelos temas da exposição. As contribuições dos espaços não-formais de educação para a formação da cultura científica foram levantadas por Jacobucci (2008). Para Chelini & Lopes (2008) as exposições aparecem como elementos fundamentais da relação entre museus e sociedade. Jacobucci & Jacobucci (2008) estudaram a estrutura das exposições de Biologia em cinco Centros e Museus de Ciências Brasileiros, considerando a natureza das propostas e a diversidade das atividades para o público em geral. Os resultados obtidos nesse trabalho, mostram que os cinco museus estudados possuem mostras biológicas organizadas por eixos 2 Clube do Pesquisador Mirim – No Museu Emílio Goeldi existe um projeto que tem como objetivo estimular estudantes e professores do Ensino Fundamental, para o interesse pela Iniciação Científica, através de experiências teóricas e práticas, tendo como base as pesquisas desenvolvidas neste museu (COSTA, 2004). 21 temáticos, utilizando estratégias expositivas que buscam a interação com os visitantes, sendo que cada um dos museus propõe recursos de divulgação científica específicos, que demonstram atrair a atenção do público e facilitar essa interação. Através de revisão bibliográfica em revistas nacionais Stuchi, Almeida & Bejarano (2009) apontam a relação museu-escola, segundo pesquisadores da área de Educação em Ciências. Como resultado desta pesquisa os autores conseguiram fazer um paralelo do que já se estudou nesse tema e as perspectivas futuras. Castellar Vanzella (2009) investigou as ações docentes, como visita ao zoológico e visita ao planetário, que contribuíram para a aprendizagem dos alunos da escola pública de São Paulo. 1.2. Concepções da Educação não-formal A educação formal ou escolar é realizada em uma instituição constituída por uma sociedade, de forma mais permanente e regular, que tem, geralmente, por base a função social de demonstrar a cultura produzida historicamente às novas gerações (MOREIRA & CANDAU, 2003). Na sociedade moderna, o legado cultural enfrenta e se complementa com o conhecimento científico, este como sendo uma das principais tarefas da escola atualmente. A educação não-formal acontece em espaços não restritos à sala de aula, em ambientes abertos a possibilidades de interação (OLIVEIRA & MOURA, 2005) com a escola, mas também com objetivos e conteúdos próprios. Não obstante, a educação nãoformal não é qualquer educação, não está marcada pela espontaneidade (característica da educação informal), pois como a formal tem uma intenção 22 pedagógica. De acordo com Jacobucci (2008), o termo ‘espaço não-formal’ tem sido simplesmente utilizado para designar lugares, diferentes da escola, onde ocorrem atividades educativas. De acordo com Gohn (2006) a educação não-formal ocorre em ambientes e situações interativos construídos coletivamente, segundo diretrizes de dados grupos, usualmente a participação dos indivíduos é optativa, mas ela também poderá ocorrer por forças de certas circunstâncias da vivência histórica de cada um. Há na educação não-formal uma intencionalidade na ação, no ato de participar, de aprender e de transmitir ou trocar saberes. Para Schafranski (2007) a educação não-formal pode ser definida como qualquer tentativa educacional organizada e sistemática que, normalmente, realiza-se fora dos quadros do sistema formal de ensino, regulado pelo Estado. A finalidade dessa educação é abrir janelas de conhecimento sobre o mundo que circunda os indivíduos, seus objetivos não são fornecidos inicialmente, e sim são construídos em um processo interativo, gerando um processo educativo. A transmissão de informação e a formação política e sociocultural também pode ser uma meta na educação não-formal; a de prepara os cidadãos, o educando, o ser humano para a civilidade, em oposição à barbárie (GOHN, 2006). De acordo com Oliveira & Moura (2005) a educação não-formal pode possuir a intenção de criar ambientes e metodologias que permitam ao educando adquirir ou aprimorar seus conhecimentos, de forma lúdica, criativa e participativa. Mas, é preciso ressaltar que para que isso aconteça é necessário que o visitante esteja motivado para isso, caso contrário, salvo raras exceções, o ato de adquirir e/ou aprimorar conhecimentos poderá não ser alcançado. 23 Museus, centros de ciência, quanto espaços não-formais, com atividades bem definidas, realizadas com planejamento prévio do docente, para alcançar seus objetivos podem ajudar muito para a apreensão do conteúdo oficial, o esperado pelas instituições formais de educação (VIEIRA, BIANCONI & DIAS, 2005). Jacobucci (2008) define duas categorias que constituem esses espaços: 1) locais que são Instituições (Museus, Centros de Ciências, Parques Ecológicos, Parques Zoobotânicos, Jardins Botânicos, Planetários Institutos de Pesquisa, Aquários, Zoológicos e outros); e 2) locais que não são (ambientes naturais e urbanos que possibilitem práticas educativas e não possuam estrutura institucional). O docente pode utilizar bem através de parcerias com esses espaços não-formais. 1.3. Museus de Ciências: a educação e a construção do conhecimento De forma alguma existe a intenção de romantizar os Museus. O que se traz aqui são apenas algumas reflexões de diferentes autores. É importante ressaltar minimamente a divulgação científica, que precisa atingir o público visitante, mas é necessário que cada pessoa apresente sua própria motivação prévia e após a visitação. Esse movimento sai da alçada do museu e entra no campo do indivíduo, ainda que a motivação venha do desenvolvimento cultural que alcança uma sociedade. A partir deste momento serão apresentadas algumas reflexões sobre os museus e sua relação com a construção do conhecimento. 24 A significação dos museus é entendida de formas parecidas por diversos autores. Segundo o Estatuto do International Council of Museums – ICOM (2007) em sua seção 1 diz que o museu: é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e aberto ao público, que adquire, guarda, estuda, apresenta e divulga o patrimônio material e imaterial da humanidade para fins de estudo, educação e lazer. Nesse trecho fica fácil o entendimento de que os museus possuem caráter educativo e podem se tornar grandes aliados da sociedade. Segundo Anico (2005, p.75) “os museus não se limitam a conservar vestígios do passado, também os apresentam ao público (...)”. Loureiro (2003) afirma que os museus são espaços institucionalizados de memória, e que os mesmos se interrelacionam com o indivíduo e a sociedade, por meio do processamento e exposição dos bens culturais concretos e simbólicos que originam o patrimônio cultural. Segundo Cabral (2006) os museus são espaços multiculturais e interdisciplinares por natureza. Segundo o Decreto n.º 5.264 de 5 de novembro de 2004 (BRASIL, 2004), em seu 2º art., p.1, cabe ao museu: I- o trabalho permanente com patrimônio cultural; II - a disponibilização de acervos e exposições ao público, propiciando a ampliação do campo de construção identitária, a percepção crítica da realidade cultural brasileira, o estímulo à produção do conhecimento e à produção de novas oportunidades de lazer; III - o desenvolvimento de programas, projetos e ações que utilizem o patrimônio cultural como recurso educacional e de inclusão social; e IV - a vocação para a comunicação, investigação, interpretação, documentação e preservação de testemunhos culturais e naturais. Os museus de ciências passaram por diversas mudanças nas formas de exporem seus objetos e em sua relação com seus visitantes. Essas mudanças 25 aconteceram no Brasil acompanhando as ocorridas nos grandes museus internacionais. Com isso, é possível encontrarmos três tipos de museus em nosso território: os de 1ª geração (história natural); 2ª geração (ciência e indústria) e os de 3ª geração (fenômenos e conceitos científicos). Segundo Cazelli et al. (1999) museus de ciência de primeira geração são vistos como santuários de objetos em uma reserva aberta, ou seja, as peças acumuladas eram mostradas na sua totalidade a partir de uma classificação e de forma repetida. Segundo Gruzman & Siqueira (2007) os museus de ciência e tecnologia (2ª geração) criados no início do séc. XX começaram a exercer um papel fundamental para a sociedade, pois foram planejados a partir de objetivos que contemplavam uma perspectiva pedagógica, possuindo exposições de âmbito educativo, em que visam a maior aproximação com o público, na tentativa de ampliar o conhecimento e a influência da ciência e da técnica na indústria produtiva, mas também na vida das pessoas. Os processos de interação vistos nestes espaços são bem mais avançados que nos de 1ª geração. De acordo com Cazelli et al. (1999), neles a interatividade é dada por passos previamente programados por seus idealizadores, para serem seguidos pelos visitantes. Nesses processos encontram-se os chamados displays (que promovem a interação de diversas formas). Esse dispositivo é comum apresentar a resposta certa reforçada por luzes que se acendem ou sons que ecoam. Nos museus da 3ª geração, a comunicação entre os visitantes e a ciência se estabelece por meio de interações físicas dinâmicas, não restritas a simples toques. A construção dos museus interativos de ciência se baseia nos estudos sobre a percepção sensorial humana (CAZELLI et al., 1999). Segundo Valente (2002), algumas vezes, esses espaços pautam-se na ideia do aprender fazendo, 26 onde diferentes formas de interação são apresentadas. Assim os idealizadores dessas exposições projetam os aparatos de forma que os visitantes consigam interagir física e intelectualmente. Porém, este autor sinaliza um ponto que essa geração não alcançou, que é a falta de objetos históricos nas exposições. A interatividade é considerada uma pedagogia não-diretiva e deve ser entendida como um conceito ampliado que oferece ao público a oportunidade de experimentar fenômenos e participar nos processos de demonstração ou na aquisição de informações, com o propósito de ampliar seus conhecimentos. (...) O público atual não se contenta em ler textos ou assistir audiovisuais; ele deseja e anseia participar de forma ativa em experiências nas quais supõe realizar determinadas atividades, tais como responder perguntas e iniciar seqüências de encontros interativos. Entretanto, devido às atuais características das sociedades contemporâneas, os museus deverão ultrapassar um obstáculo existente no conceito de interatividade: a ausência da dimensão social em sua concepção atual. Freqüentemente, o foco da interatividade concentra-se nas dimensões cognitiva e prática, um reflexo da visão excessivamente otimista da ciência e da técnica. (VALENTE, CAZELLI & ALVES, 2005, p.198-99) O maior valor do museu, independente do conteúdo que possa ter, é o estímulo da imaginação; o despertar da curiosidade para que se deseje aprofundar o significado daquilo que está exposto, proporcionando a oportunidade de admirar coisas que estão muito além do alcance naquele momento e, mais ainda, coisas que provocam a sensação de assombro com as maravilhas do mundo (COSTANTIN, 2001). Segundo Tagüena (2005) no museu a exibição de objetos não só promove a aprendizagem como também ajuda a estabelecer uma linha entre o passado e o presente. O Museu de Ciências mais interativo e envolvido com os dramas e interesses da sociedade faz com que o visitante tenha uma visão particular, porque neles não se busca homogeneizar as experiências vividas e se respeita a diversidade. 27 “A questão da educação em museus possui um importante foco de interesse na atualidade, tanto no que diz respeito ao seu papel social, quanto no que se refere às práticas realizadas nesse espaço e suas possíveis reflexões. Percebe-se o interesse não apenas na organização e preservação de acervos, mas também na ênfase da compreensão, desenvolvimento e promoção da divulgação, bem como na formação de público como forma de disseminar conhecimentos por meio de uma ação educativa.” (FRONZA-MARTINS, 2006, p.71). Um Museu, que diremos de vanguarda, será, portanto, aquele que prevê uma interatividade plena, que pressupõe inventividade, possibilidade para o novo, resgata o conteúdo histórico e social e percebe sua dimensão educativa. Dimensão educativa esta que não se restringe à espontaneidade, mas está associada à educação formal e prevê uma contribuição de fato ao educando e à sociedade. 1.4. Os Museus Cariocas de Ciências propriamente ditos Os chamados países desenvolvidos há muito descobriram a força e o potencial dos museus, sobretudo os de história natural, que com os seus grandiosos dinossauros e outros objetos, atraem o público, dando suporte ao ensino e se tornando um forte agente de divulgação científica (KELLNER, 2008). A expectativa é que os países em desenvolvimento possam adquirir essa “cultura”. Segundo Chagas (1993) os museus de ciência ao abrirem suas portas às escolas dão entrada as reações dos alunos, professores e familiares, diante das inúmeras e variadas exposições. Essas exposições por sua vez constituem informação fundamental para a melhoria do próprio espaço museal e estimulam seus visitantes a auxiliarem a divulgação científica. 28 A tarefa educativa desenvolvida em museus e centros de ciências é diferente da realizada no ambiente escolar nos seguintes aspectos: a essência dos museus são os objetos, as coisas, não o indivíduo; são ambientes de livre escolha; não são avaliativos nem competitivos (claro que nem as escolas precisariam ser); os aprendizes são heterogêneos; encorajam a aprendizagem em grupo e atuam fortemente no emocional dos visitantes. Essa peculiaridade, essa forma de educar, também pode ser interessante para fazer um contraponto à escola, que muitas vezes possui dificuldades de romper com a educação tradicional, bancária, tão criticada ao longo da história por tantos educadores (cf. FREIRE,1987). A interação desses fatores coloca o visitante numa posição favorável às mensagens presentes, criando condições propícias à aprendizagem e ao desenvolvimento do interesse do participante pelo mundo das ciências e suas aplicações (COSTANTIN, 2001). Um museu de ciências precisa estruturar suas atividades de forma que o público possa se interessar pelos assuntos tratados logo na primeira visita, uma vez que não há como prever quando os visitantes retornarão ao espaço. Nesse sentido, vários recursos, técnicas e estratégias expositivas têm transformado a relação entre o objeto e o visitante em uma interação dinâmica, que envolve a participação ativa do público (JACOBUCCI, 2008, p.5859). Os museus chamam a atenção, mas não possibilitam a estruturação propriamente dita do pensamento científico. Eles se prestam ao papel de serem complementares ao ensino formal (COSTANTIN, 2001). Mas, para alcançarem esse status de complementadores da escola é necessário acoplar um planejamento que vise articular o conhecimento escolar aos conhecimentos presentes nesses espaços, com um projeto de visita e de atividades baseados na aprendizagem significativa (LOZADA, ARAÚJO & GUZZO, 2006). 29 Segundo Chagas (1993, p. 12): Ao ir ao museu, a escola proporciona aos seus alunos o contacto com objectos e a vivência de experiências que, em geral, não fazem parte do universo da escola. Os museus dispõem de recursos físicos e humanos que permitem a construção de ambientes em que o aluno experimenta, em contexto, aspectos concretos de conceitos científicos. Objectos quotidianos são vistos sob novos prismas (...) Ao viverem estas experiências os alunos apercebem-se das relações estreitas que existem entre a ciência e a tecnologia e das implicações que ambas exercem sobre a vida do dia-a-dia. Segundo Cury (2005), a exposição do museu é o meio ambiente criado, que problematiza a relação do homem com sua própria cultura material: Um dos problemas que os professores enfrentam quando levam seus alunos ao museu, ou quando pretendem explorar uma visita ao museu na sala de aula, relaciona-se ao como fazer os alunos verem o que olham. Em uma visita ao museu, tudo já sugere um clima de jogo: o simples fato de sair do espaço e do tempo regular da aula, as novas interações oportunizadas (com os colegas, professores, pessoal do museu), os desafios que a novidade coloca, a aura de mistério e de magia do encontro com sua própria história e com o novo, ou o velho revisitado, e a associação à idéia de lazer e passeio (FORTUNA, 2006, p.10). O processo de construção do conhecimento é resultado da interação dos indivíduos com o mundo natural, social e cultural em que vivem. Este processo é gradual e contínuo e toda a experiência vivida contribui com um grau maior ou menor. Assim, a aprendizagem, como resultado desse processo de construção do conhecimento, acontece não só no terreno cognitivo, mas também no afetivo. Os museus podem oferecer a oportunidade de vivenciar experiências diferentes (pouco comuns no ambiente escolar). Essas vivências podem ser ricas e diferentes por várias razões: a possibilidade dos visitantes verem objetos reais, representações tridimensionais; facilidade de usar os meios mais adequados de comunicação, fomentando a aprendizagem coletiva, etc. Além disso, idéias e conceitos podem ser apresentados em contextos atuais. As situações vividas no 30 museu podem promover uma nova reflexão, imediata ou posterior, para quem as experimenta, dependendo de seus interesses e seus conhecimentos prévios (RENOSO, SÁNCHEZ MORA & TAGÜEÑA, 2005). “Entender as diferentes formas de produção de conhecimento que ocorrem nos espaços de museus contribui para a construção do novo campo da divulgação científica e da educação nesses locais” (MARANDINO, 2005, p.162-63). Por isso, as observações desses processos são de fundamental importância, para que se possam propor adequações e melhorias na qualidade da informação neles encontradas, o que afetará de forma positiva a sociedade como um todo. Segundo Moraes et al. (2007, p. 57) o museu é “um rio que flui oferecendo um grande número de vivências pelas quais o visitante pode passar”, mas para que o visitante consiga ‘navegar por esse rio’ é preciso que haja a mediação, pois ainda segundo estes autores, sem a mediação o visitante tende a permanecer com os conhecimentos que já traz ao ingressar no museu, confirmando apenas o que já sabe. Para Rocha, Lemos & Schall (2007) a formação dos indivíduos ocorre através de um conjunto de experiências vivenciadas ao longo da vida, por meio de oportunidades prévias. Contudo, para que essa formação gere sujeitos capazes de decidir suas ações, com maior autonomia, é necessário que as informações provenientes de espaços formais e não-formais sejam significativas. A elaboração das exposições dos museus requer atualmente a consciência do volume e da qualidade do trabalho a ser realizado. É importante ter em mente que o processo de comunicação é compartilhado, e se as partes não participam, ele não ocorre. Ao perceber a importância do visitante nesses espaços, a comunicação procura desenvolver meios que facilitem a apreensão dos dados 31 veiculados nas exposições. Trata-se de desenvolver uma mediação facilitadora entre os públicos e o saber (VALENTE, CAZELLI & ALVES, 2005). Os trabalhos científicos desenvolvidos no Museu Nacional/UFRJ e Museu de Ciências da Terra/DNPM, geralmente abrangem todas as exposições e não focam determinado público visitante. Nosso recorte está sobre os professores que realizam o treinamento, visitam os espaços e levam suas turmas. Neste trabalho será dada atenção as exposições permanentes dos espaços supracitados. Partindo do princípio que muitas escolas utilizam o espaço museal para complementação do conteúdo abordado em sala de aula, far-se-ão as seguintes questões gerais: Como a visita aos Museus de Ciências é trabalhada nas escolas? Na visão do professor, quais as mudanças podem ser percebidas nos estudantes que realizam essa atividade? Os Museus Neste estudo foram selecionados três museus de ciências do município do Rio de Janeiro são eles: Museu de Ciência da Terra/DNPM, Museu Nacional/UFRJ e Museu da Vida/Fiocruz. O Museu Nacional recebeu em 1925 a visita do físico Albert Einstein e já foi a moradia da família real portuguesa. A realização de pesquisas em áreas como Paleontologia e Aracnologia, por exemplo, tem colocado o nome do Museu Nacional na lista das principais instituições de pesquisa do Brasil, atualmente. Alguns exemplos das principais descobertas desses setores são: em Paleontologia, a descrição de dinossauros carnívoros, como Angaturama limai e herbívoros, como Maxakalisaurus topai – em Aracnologia - a descrição de 32 Charinus, um aracnídeo raro, encontrado até hoje nas galerias pluviais do Palácio do Museu Nacional. Além desses, outros estudos são feitos todos os dias em seus laboratórios e auxiliam na descoberta de espécies únicas e importantíssimas para o avanço mundial das pesquisas evolutivas. O Museu da Vida pertence a uma das mais importantes instituições de pesquisa do Brasil, a Fiocruz, que realiza pesquisas relacionadas a medicamentos e vacinas utilizadas em vários países. O Museu de Ciências da Terra teve seu prédio inicialmente destinado a Casa da Moeda e abrigou paleontólogos como Lwilhem Ivor Price, que teve grande contribuição no avanço das pesquisas paleontológicas brasileiras. Esse museu abriga uma das maiores coleções de rochas e minerais do mundo (TOSATTO, 1997). Além disso, esses museus participam da divulgação científica nacional através de periódicos, seminários, congressos, feiras e exposições, que levam ao público leigo e acadêmico os avanços das pesquisas e auxiliam na integração destes dois mundos. Os três museus contam com diferentes pesquisadores e com diversos laboratórios, nos quais ocorrem as principais descobertas que nutrem e atualizam suas exposições. A seguir alguns comentários relevantes a respeito das três instituições aqui estudadas. 1.4.1 Museu da Vida/Fiocruz O Museu da Vida foi fundado em 1999 e está vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A proposta de consolidação deste espaço versava sobre alguns aspectos que deveriam ser levados em consideração, sendo eles: 33 ... a difusão e alfabetização em ciência, abrangendo suas diferentes áreas – biologia, química, matemática, física, história, ciências sociais, ecologia entre outras – e suas aplicações tecnológicas. (...) Educação, ciência e cidadania, vistas de forma articuladas, constituem os elementos centrais deste Espaço, que pretende dar destaque ao debate sobre o papel, limites, contradições e avanços da ciência e da tecnologia e sua relação com o desenvolvimento econômico e social da humanidade. (Documento da Proposta de Consolidação do Espaço Museu da Vida, apud REIS, 2005, p.04) A missão deste museu, segundo Rocha, Lemos & Schall (2007) é divulgar e educar em ciências por meio da interação e da mediação cultural, através de diferentes estratégias que envolvem temas científicos variados. Como forma de inovação na mediação dos temas científicos para o público, o Museu da Vida apresenta elementos artísticos e culturais (como peças teatrais), que permitem novas vivências do campo científico. Esse tipo de forma de divulgação científica não é muito usual nos meios acadêmicos (JACOBUCCI & JACOBUCCI, 2008) e passa a ser uma nova proposta lúdica de aprendizado. A visitação de seu espaço é feita em forma de circuito que tem início no Centro de Recepção, onde o visitante recebe orientações e pode embarcar no Trenzinho da Ciência (Figura 1) para conhecer os outros espaços do museu: Parque da Ciência, Ciência em Cena, Passado e Presente e Biodescoberta. Além destes ainda existem os seguintes setores: o Centro de Educação em Ciências, o Centro de Estudos, o de Comunicação e Divulgação Científica e o de Museografia, Museologia e Produtos (ABCMC, 2005). 34 Figura 1. Trenzinho da Ciência – Museu da Vida/Fiocruz.(Imagem da Internet) Este museu possui o Serviço de Educação em Ciências e Saúde (SEDUCS) que é o setor do Museu da Vida responsável por toda a parte pedagógica deste museu. O SEDUCS avalia as atividades educativas, desenvolve cursos de capacitação para professores e auxilia a inovação de suas exposições. Boa parte da exposição desse museu está disposta ao ar livre (Figura 2) e permite que o visitante obtenha conhecimentos sobre ciências através da ludicidade e do envolvimento no ato de aprender. 35 A B Figura 2. (A) Vista parcial do “Parque da Ciência”. (B) Estrutura da célula animal gigante no “Parque da Ciência” (Extraídas de Jacobucci & Jacobucci, 2008). O interesse desse museu pelo público escolar gerou um curso de formação destinado aos professores que pretendem visitar suas exposições. Esse curso se faz em duas etapas, as quais levam ao conhecimento da estrutura física do museu e também ao desenvolvimento de atividades estruturadas para os alunos. Então, esse curso tem o objetivo de fornecer conhecimento aos professores, para que possam levar seus alunos sem auxílio de guias. 36 1.4.2 Museu de Ciências da Terra/DNPM O palácio localizado no bairro da Urca (RJ) foi concebido em 1880 e concluído em 1908, para sediar uma exposição nacional sobre o centenário da abertura dos portos do Brasil ao comércio internacional (Figura 3). O Departamento Nacional de Produção Mineral só teve sua criação em 1934. Foi palco de congressos, e diversos eventos científicos no final da década de 50 (TOSATTO, 1997). Segundo o CPRM (2008) o Museu de Ciências da Terra/DNPM atualmente localizado na Av. Pasteur, n.º 404 (Urca/RJ) teve seu atual prédio construído para abrigar o Palácio dos Estados na Exposição Nacional de 1908. Porém isso não aconteceu e em novembro de 1909, o museu se instalou definitivamente neste local. Em 1934, foi extinto o Serviço Geológico e criado o DNPM. Em 1969 o prédio passou para o patrimônio da CPRM e hoje abriga, além de diversas áreas técnicas do CPRM, o Museu de Ciências da Terra do Departamento Nacional da Produção Mineral. Este museu possui em sua exposição permanente coleções de minerais, rochas, fósseis e meteoritos e também exposições temporárias Nesse museu as escolas agendam suas visitas através do telefone da instituição e são recebidos por recepcionistas treinadas. Os estudantes são levados ao longo da exposição a conhecerem um pouco mais sobre a paleontologia e a geologia brasileira. Ao final da visita é realizada uma roda pedagógica que tem a função de fazer com que os estudantes relacionem o que foi visto no museu com as coisas que eles veem e utilizam no dia-a-dia. 37 Fonte: http://farm4.static.flickr.com/3056/2802097170_51091172ed.jpg Figura 3. Museu de Ciências da Terra/DNPM. 1.4.3 Museu Nacional/UFRJ O atual Museu Nacional possuiu diferentes denominações e passou por diferentes períodos políticos, sem perder sua grandiosidade e importância na constituição da história do Brasil. Abaixo seguem as informações mais relevantes de sua história. Em 1818, o príncipe regente do Brasil, D. João, criou através do decreto de 06 de junho de 1818, no Campo de Sant’ Anna (Centro/RJ), o Museu Real, com o intuito de propagar os estudos e conhecimentos das ciências naturais no Reino do Brasil, através de milhares de objetos dignos de observação e exame (BRASIL, 1818). 38 Em 1824, por parte do decreto (sem número) de 19/11/1824, passa a ser chamado de Museu Imperial Nacional, expressando o papel atribuído à instituição naquela época, ou seja, o de contribuir para a construção da nação brasileira. Através de um novo decreto nº 377-A, de 05/05/1890, passa ao nome de Museu Nacional, refletindo o novo estado político do Brasil que era a República. Em 1892, este museu é transferido para a atual sede, localizada na Quinta da Boa Vista, no bairro de São Cristóvão (RJ). Segundo Lopes (1997) em 1922 este museu tornou-se uma instituição de ensino, responsabilizando-se pelos cursos de Ciência Naturais do país. Nesse período também desenvolveu atividades voltadas para o ensino elementar e a divulgação científica para leigos, criando assim um setor de atendimento às escolas – o Museu Escolar, que foi o protótipo que serviu de modelo para a criação do SAE (Serviço de Assistência ao Ensino) em 1930. Em 1937, o Museu Nacional integra-se a Universidade do Brasil (atual UFRJ), através do decreto nº 452, de 05/07/1937. Esta parceria segue até a presente data. Um dos primeiros convênios estabelecidos com instituições de ensino foi feito com a Escola Militar e com o Colégio Pedro II, ainda na administração do Professor Roquete Pinto. Neste convênio ficaram acertadas aulas de História Natural e Mineralogia para Escola Militar, o compartilhamento de professores, salas, laboratórios, coleções e instrumentos para a Faculdade de Medicina, para as Escolas Normais da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional e também para os cursos isolados de Química e Medicina Legal, para o Colégio Pedro II (LOPES, 1997, p.329). 39 Hoje o Museu Nacional abriga em sua exposição permanente peças das áreas de: Antropologia, Botânica, Entomologia, Invertebrados, Vertebrados, Geologia e Paleontologia (Figura 4). Foto: Fernanda Guedes Figura 4. Museu Nacional/UFRJ. O museu possui o Serviço de Assistência ao Ensino (SAE) que realiza alguns projetos voltados para área educacional, sendo eles: “Vendo, Tocando e Aprendendo”; “Manhãs no Parque”; “Treinamento de Professores”; “Treinamento de Alunos de Magistério”. 40 2 – INTERAÇÃO MUSEU-ESCOLA: A PESQUISA SOBRE A RELAÇÃO ENTRE PROFESSORES E MUSEUS DE CIÊNCIA "O significado das coisas não está nas coisas em si, mas sim em nossa atitude com relação a elas." (Antoine de Saint-Exupéry) 2.1 Os desafios de uma Pesquisa na relação entre o campo formal e nãoformal No decorrer deste trabalho observou-se que muitos autores tratam os museus como locais onde ocorrem trocas, não se apresentando como locais estáticos e sim participantes na construção cultural e intelectual do indivíduo que os visita. Mas, para alguns autores como Koptcke, Lopes & Pereira (2007) a morfologia e a organização dos museus detêm um currículo oculto com a função de reforçar em alguns visitantes o sentimento de pertencimento e, em outros, o sentimento de exclusão. Alguns segmentos da sociedade podem não se reconhecer no Museu, não se refletir, não enxergar sua história ou uma ciência próxima... Destarte, antes mesmo da exclusão que porventura pode ocorrer no espaço museal, há muitas vezes a distância real da escola em relação ao Museu e não ter uma política permanente de garantir transporte. A primeira exclusão é simplesmente não poder ir ao Museu, esta impede qualquer conjectura ou reflexão a mais da relação entre a educação não-formal com a formal. O transporte que deveria ser uma prioridade nas Secretarias Municipais e Estaduais de Educação, na verdade precisa ser conseguido através de listas de espera, que não contemplam todas as escolas. Essa situação, muitas vezes, leva 41 o professor a selecionar turmas e/ou alunos que sairão do espaço escolar, com isso, o que se tornaria uma nova oportunidade de aprendizado e uma nova experiência na vida do aluno, se torna uma forma de premiação aos alunos mais quietos, mais estudiosos, enfim uma forma de segregação. A criação do livreto destinado às ações do professor em sala de aula, após a visita ao Museu Nacional/UFRJ, pressupõe a visita, mas não pode perder de vista que ela acontece com dificuldades e eventualmente. Por isso mesmo, tem que ser um material didático que não somente complemente a visita, mas que outros apontamentos, a serem desenvolvidos na própria escola e no seu entorno. 2.2 Descrevendo a relação museu-escola: a partir dos questionários O principal momento da pesquisa foi o envio de questionários aos professores das redes estadual, federal, municipal e particular, que visitaram os museus: Nacional, da Vida e o de Ciências da Terra. Quarenta e três professores concordaram em participar deste trabalho. Nessa amostragem, quem mais procurou os Museus de Ciências foram as escolas da rede municipal da cidade do Rio de Janeiro (Quadro 1). 42 Quadro 1. Frequência das instituições nos museus aqui estudados. Uma surpresa interessante foi que, apesar desses espaços se localizarem (segundo palavras dos professores) longe das escolas, houve uma procura elevada de escolas da Zona Norte do Rio de Janeiro. Também foi percebido que instituições de outros estados procuraram os museus do Rio de Janeiro (Quadro 2). A procura, nessa amostra, realizada pelas escolas da Zona Norte mereceria um pouco mais de investigação, mas não é o escopo deste trabalho. Não obstante, a explicação pode vir do fato que os Museus – Nacional e da Vida – estão na Zona Norte. O que mostra que a proximidade em relação aos Museus é um fator importante para o volume de visitas. A presença de novos espaços museais e a garantia de uma política de transporte, provavelmente auxiliariam concretamente as escolas e incentivariam os alunos e responsáveis a participarem mais. 43 Quadro 2. Regiões do Rio de Janeiro que visitaram os museus. As pessoas que possuíam entre 11 a 25 anos de magistério e com idade entre 36 a 40 anos foram as que procuraram mais os museus (Quadros 3 e 4). Na amostra estudada foi notado que 29 professores eram mulheres, sendo então as maiores incentivadoras de atividades fora do espaço escolar. Não obstante, podese considerar que no magistério há uma grande participação das mulheres. 44 Quadro 3. Anos dedicados ao magistério. Quadro 4. Idade dos entrevistados. Os professores da disciplina de Ciências e os do Ensino Fundamental do 1º segmento foram os que mais participaram de atividades nos museus (Quadro 5). A categoria “Outros” engloba disciplinas como: Biologia e Evolução, 45 Coordenador Pedagógico, Enfermagem, Geologia Geral e Cristalografia e Sala de Leitura, o que demonstra que disciplinas que não são do núcleo comum (Português, Matemática, Ciências, Geografia e História) também realizam atividades fora de seus espaços escolares ou universitários. Em acordo com uma expectativa óbvia, os Museus de Ciências são mais visitados pelos professores de Ciência. Por outro lado, isso revela que esses Museus com exposições que se propõem de 3ª geração (com proposta de interatividade plena, apelo histórico e social) ainda não conquistaram substancialmente outras áreas de conhecimento. Quadro 5. Disciplinas que mais utilizaram os museus. Através da análise do gráfico, ainda que a procura seja maior pelos professores de ciências, percebeu-se que a interdisciplinaridade pode ser buscada em espaços como museus de ciências e que, cada vez mais, pode ser utilizado para diferentes disciplinas, em diferentes abordagens, ou seja, diferentes 46 professores podem acompanhar seus grupos de alunos e incentivá-los a fitarem diversos olhares sobre esses museus. Neste estudo percebeu-se que os estudantes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental foram os que mais visitaram os Museus de Ciências (Quadro 6). As motivações para as visitações foram várias, mas as aulas já realizadas sobre o assunto e/ou visualização do tema trabalhado, foram as mais citadas pelos professores. E no Ensino Fundamental são nessas séries que se busca mais o conhecimento científico. Quadro 6. Séries que visitaram os museus. O razoável incentivo às séries iniciais pode ser explicado pelo pela ludicidade que os Museus oferecem, é também um forma do oferecer às crianças um conteúdo sócio-cultural do cidadão e de pertencimento, de dar acesso a assuntos que na escola parecem por demais abstratos. Quando perguntados sobre a motivação para a visita, a maioria disse utilizar os espaços museais para ilustrar e/ou reforçar aula já ministrada, porém 47 foram observadas que outras motivações, como por exemplo, projetos escolares e a valorização das Ciências, também levam os professores aos museus (Quadro 7). Quadro 7. Motivação para a visita. Muitas vezes a única oportunidade que os professores têm de demonstrar temas e conceitos discutidos em sala de aula é fora do espaço escolar, pois muitas escolas apesar de possuírem acesso a laboratórios de informática, nem sempre podem usá-los e somente saídas da escola conseguem novos elementos para ilustrar o conteúdo. A maioria dos entrevistados afirmou ter trabalhado numa aula pós-visita com sua turma, para reforçar e/ou relembrar o que foi visto no museu. Foram citadas como formas de abordagem da visita na escola: a realização de resumos; cartazes; feiras de ciências e discussão sobre o que foi visto. Os participantes disseram que costumam contextualizar suas aulas em espaços não-formais, mas explicaram as dificuldades que são encontradas para 48 isso. Os principais impedimentos citados foram: a falta de ônibus, a falta de recursos financeiros e a burocracia para conseguir a visita (Quadro 8). Segundo eles, principalmente a falta de ônibus tira a oportunidade de levar todos os alunos aos espaços, o que ocasiona uma escolha daqueles que devem ir, como forma de premiação ou de reconhecimento da disciplina, deixando os demais alunos na escola como “forma de punição”. A frequência das visitas para muitos acontece pelo menos duas vezes por semestre (segundo eles próprios), porém foi citado que muitas vezes essa frequência é alterada dependendo da disponibilidade dos fatores supracitados (Quadro 9). Parece, na verdade, que o desejo de visitar os museus regularmente é grande, mas as dificuldades de transporte impedem que isso aconteça. Quadro 8. Impedimentos para as saídas do ambiente escolar. 49 Quadro 9. Frequência das saídas do espaço escolar. Todos os professores afirmaram que as visitas escolares a Museu de Ciências são importantíssimas. Para eles estas visitas: causam a aproximação de professores e alunos; reforçam o conteúdo das aulas; criam nos alunos um olhar investigativo; auxiliam os alunos a vivenciarem concretamente o que é falado ou visto em livros, facilitando bastante sua aprendizagem; deveriam fazer parte do currículo escolar, por proporcionarem a articulação dos conhecimentos e realizarem a construção de novos; estimulam a pesquisa sobre as observações realizadas, aprofundando o conhecimento e construindo a aprendizagem; desperta no aluno o interesse pela pesquisa científica; auxiliam os alunos a perceberem que existem outras realidades diferentes da deles e que eles têm direito a elas. 50 Quando perguntados sobre quais Museus de Ciências possuem mais interesse em voltar com seus alunos, as respostas foram diversas, mas os mais votados foram o Museu Nacional/UFRJ, o Museu de Ciência da Terra/DNPM, o Museu da Vida/Fiocruz e a Casa da Ciência/UFRJ. Contudo, professores não demonstravam muito conhecimento sobre esses Museus, confundindo-os entre si e citando alguns que não são de Ciências, propriamente dito (Museu de Arte Moderna, Museu de Arte Contemporânea, Museu Nacional de Belas Artes, Paço Imperial, Museu Imperial, Museu Histórico Nacional, Museu Casa do Pontal). Quadro 10. Espaços de Ciências em que os professores retornariam. 51 Em relação aos serviços oferecidos pelos museus, segundo os professores a maioria possuía monitores (guias) para os grupos, item muito importante para ajudá-los, porém foi citado que a importância de que os guias sejam especializados e possam falar com propriedade sobre as exposições, pois notaram despreparo em alguns recepcionistas ou estudantes-estagiários. As placas de identificação dos exemplares expostos foram consideradas importantes e na maioria das vezes sua escrita estava clara, porém foi citado que elas não estimulam a curiosidade dos visitantes. Grande parte dos Museus de Ciências oferece curso de formação aos professores que pretendem ou não visitar esses espaços com suas turmas, como: o Museu Nacional/UFRJ, o Museu da Vida, o Museu de Astronomia, entre outros. Porém, quando os professores foram perguntados sobre a existência de cursos de formação nos museus visitados, boa parte disse desconhecer esta atividade (Quadro 11). Quadro 11. Existência de curso para professores nos museus. 52 A maioria disse não ter realizado o curso para professores, porque não foi oferecido, por não terem tempo disponível ou por já conhecerem o espaço. A maioria também disse que se o museu os oferecesse fariam o curso, pois julgam que é importante estarem atualizados e terem conhecimento para orientarem seus alunos durante a visita. Os entrevistados acreditam que a educação não-formal é muito importante, pois, trata do cotidiano, por isso facilita a aquisição da educação formal, aproxima os alunos da formação formal e amplia seus horizontes, preparando-os para outras possibilidades em sua vida, fornece outros recursos além do conhecimento teórico específico, faz uma ponte entre o conhecimento científico e o público em geral, favorece aulas dinâmicas e interativas. A seleção de turmas e/ou alunos foi citada por alguns professores, pois muitas vezes não há transporte suficiente; o assunto tratado no museu não contemplava o conteúdo trabalhado em algumas turmas; a visita é usada como uma forma de premiação a alguns alunos; somente levam os alunos mais interessados; fazem a visita como estratégia de atração dos estudantes mais indisciplinados ou menos motivados. Para os professores universitários não ocorre seleção porque a visita a museus integra a parte prática das disciplinas. A maioria dos professores informou que seria possível “medir” o aprendizado de seus alunos, se tivessem que compará-los com outras turmas que não tiveram a oportunidade de ir ao museu. Segundo eles esta percepção é conseguida através de(a): observações da participação dos alunos nas aulas; atividades dirigidas ao que foi visto durante a visita; observação de que o aluno se sente à vontade para escrever sobre o tema visto; relatórios (Quadro 12). O 53 agrupamento “outros” refere-se à mudança no comportamento, no interesse nas aulas e a pequenos comentários isolados em sala. O problema é que se são levados os melhores alunos, os premiados e as melhores turmas fica difícil saber o quanto a visita realmente contribuiu. O fato de não haver uma política de visita permanente e para todos acaba contribuindo para uma distorção muito peculiar às escolas, a de oferecer mais a quem já se destaca e oferecer menos para quem tem dificuldades. Quadro 12. Atividades realizadas após a visita. Percebeu-se através dessas respostas que os professores procuram diversificar as formas de avaliação. Quando o assunto abordado foi o rendimento escolar, a maioria afirmou ter notado diferença (Quadro 13) em relação: ao interesse; ao desempenho em atividades sobre o tema visto no museu; aos relatos “seguros” sobre o assunto; a participação em sala; ao entendimento, 54 compreensão e fixação do conteúdo; ao comportamento; relacionamento com os colegas e professores. Quadro 13. Constatações sobre o rendimento escolar. . Ao serem perguntados sobre as expectativas que possuíam ao levarem estudantes nas exposições dos Museus de Ciências, os professores disseram que a maior expectativa foi despertar o interesse e motivar os alunos (Quadro 14). A categoria “outros” inclui expectativas como: discutir com os alunos seus pontos de vista, dar oportunidade ao aluno de vivenciar este momento, fazer a integração do grupo escolar; melhorar a concentração e o rendimento escolar, observação de material raro. A maioria dos professores citou que suas expectativas foram atendidas. 55 Quadro 14. Expectativas dos professores em relação às exposições. 56 3 – ENCURTANDO A DISTÂNCIA ENTRE O ESPAÇO MUSEAL E OS PROFESSORES: UMA NOVA PROPOSTA DE APRENDIZAGEM O povo não tem a mínima cultura. Muitos nem sabem ler ou escrever. O povo não viaja, não se interessa por boa música ou literatura, não vai a museus... (Luis Fernando Veríssimo) Com base na análise dos dados obtidos nos 43 questionários aqui estudados, observou-se que existe uma grande distância física entre os espaços detentores dos saberes científicos e a escola. A falta de transporte é uma realidade para a maioria dos entrevistados, por isso procurou-se desenvolver uma proposta de aprendizagem que encurtasse essa distância entre esses dois universos. A produção do Livreto A escolha da confecção de um livreto teve como base a resposta da questão 33 do questionário, a qual solicitava que os professores escolhessem o produto pedagógico que seria confeccionado, para melhor atendê-los. A maioria dos professores citou que gostaria de ter uma cartilha ou um roteiro de visita, por isso as duas ideias foram unidas e ocorreu a criação de uma série de livretos. A realização de uma série de livretos foi pensada devido a heterogeneidade da exposição do Museu Nacional. O primeiro livro da série trará o tema Paleontologia, pois esse é um dos assuntos presentes na exposição, que chamam mais a atenção do público. Essa conclusão pôde ser observada na exposição temporária Dinos in Rio, que obteve um público de 18 mil pessoas entre os dias 25 e 30 de agosto de 2009. Em 2001, quando em ocasião da 57 exposição temporária “No tempo dos Dinossauros” o museu também recebeu uma visitação como essa (KELLNER, 2009). A série teve como principal referência ALMEIDA & FALCÃO (2004) que fizeram um livro de experimentos de ciências, que pode ser utilizado no ambiente escolar, pois a maioria das experiências conta com o uso de materiais recicláveis ou fáceis de serem achados. Também foram estabelecidos diálogos com os autores: Chassot (2000); Moreira & Mansini (2001); Valente, Cazelli & Alves (2005) que possibilitaram a construção dos princípios teóricos dessa obra. O livreto conta com 33 páginas e com imagens da exposição do Museu Nacional. Este produto é destinado aos professores do Ensino Fundamental e Médio e, não aos alunos diretamente. Segundo Meis (2002, p.17) a ciência é uma atividade na qual o homem procura entender a natureza que o cerca. É mais uma atitude, um modo de pensar, do que um acúmulo de informações, um corpo de conhecimentos. De forma alguma este livreto possui a proposta de simplificação do conhecimento científico. A proposta deste trabalho é apenas fornecer mais uma alternativa (sugestão) de prática pedagógica. Conforme acordado com os professores que participaram desta pesquisa, esse material teve sua distribuição gratuita entre os mesmos e, ficará a disposição do Museu Nacional para dar continuidade a sua distribuição aos professores que fizerem o curso de capacitação ou simplesmente visitarem seu espaço. 58 4- CONSIDERAÇÕES FINAIS Após a análise dos resultados pode-se concluir que os professores entrevistados, até o momento, acreditam na importância dos museus na aprendizagem de seus estudantes. Um dos entrevistados citou que além desse aspecto as visitas “são aulas-passeio” muito especiais, pois aproximam o professor dos alunos e contribuem para que em sala de aula o fazer pedagógico se torne mais próximo do aluno”. Também percebeu-se que, aos poucos, diferentes professores se interessam em realizar trabalhos em Museus de Ciências, não ficando esse espaço restrito aos de Ciências (embora ainda sejam maioria). Isso vai de acordo com as afirmações de Marandino (2001). Segundo ela, cada vez mais professores de diferentes áreas se interessam por conhecer melhor o espaço museal, tendo por objetivo proporcionar um melhor aproveitamento do espaço pelos alunos. A fala recorrente no discurso dos professores é que existe a oportunidade de oferecer aos alunos a vivência na prática, do que foi visto em sala de aula. Além disso, afirmam que nesses locais os alunos estão em contato com os temas científicos atualizados. A metade do grupo disse que o fato de terem ministrado aulas com assuntos encontrados no Museu Nacional/UFRJ, os motivou a realizarem a visita. Isto se dá muitas vezes pelos poucos recursos disponíveis no ambiente escolar, que na maioria das vezes não consegue suprir concretamente a curiosidade e o dinamismo dos alunos. As motivações citadas corroboram a ideia de Marandino (2001). 59 Ao longo das afirmações encontradas no questionário ficou muito evidente a necessidade de transporte para realização de atividades fora do ambiente escolar, pois a maioria dos professores citou este fato como um grande empecilho. Segundo eles, a contextualização das aulas (fora da escola) só acontece “quando é possível”. Uma das sugestões fornecidas ao final do questionário foi “o fornecimento de ônibus (transporte) para que oportunize mais escolas” a realizarem as visitas. Essa informação é muito importante, pois através dela percebe-se que a procura por espaços como museus, centros de ciências e outros, poderia ser ainda maior, mas devido a uma necessidade simples isso não acontece. Esse assunto talvez seja o mais importante a ser evidenciado neste estudo, porque embora o escopo aqui fosse entender a relação entre o espaço formal com o não-formal, isso não vai contribuir substancialmente se poucas escolas, poucos professores e poucos alunos conseguiram fazer tal relação, mediação. Provavelmente essa é a maior contribuição deste trabalho, denunciar que a falta de uma política permanente de transporte e parceria com os Museus inviabiliza qualquer grande contribuição sócio-educativa desses. As seleções de alunos que acontecem internamente nas escolas acabam tirando a oportunidade de muitos vivenciarem o museu. Seria muito importante levar o maior quantitativo de estudantes, além dos que já se destacam. Outra necessidade apontada pelos professores é a “disponibilidade de mais monitores para que, em pequenos grupos, haja melhor o atendimento”. Essa necessidade poderia ser sanada se os professores visitantes realizassem o curso de formação oferecido pelo museu, pois muitos sinalizaram conhecer esta atividade, porém não o fazem devido a diferentes motivos (incluindo o tempo). Com base nessas afirmações, será sugerido ao museu que faça divulgação dos 60 cursos junto às Secretarias de Educação, para disponibilizarem horários para que os professores possam participar. Segundo Kellner (2008) não é raro encontrar relatos de cientistas que tiveram a sua vocação despertada em visitas a exposições de museus, como também é comum a utilização de museus como fonte de informação para realização de trabalhos escolares. Porém, até o momento, é possível discordar da afirmação acima, pois com apenas uma visita aos museus, como é o caso da maioria dos alunos dos professores entrevistados, torna-se extremamente difícil o desenvolvimento de vocações científicas. A falsa impressão de que apenas uma única visita ao museu poderá estimular e aproximar os estudantes desses ambientes e fazer com que participem ativamente, como atores relacionados às decisões político-sociais de sua comunidade, não foi o objetivo desse trabalho, que buscou o inverso, ou seja, levantar questões relacionadas à real possibilidade de uma exposição ou feira científica trazer algo significativo para a vida das pessoas que passam por elas. Seria ingênuo afirmar que um estudante que nunca teve a oportunidade de sair de seu bairro, e por ocasião de uma visita escolar conheceu um museu de ciências, terá aflorado nessa experiência a vontade e a ação de se tornar um futuro cientista. Talvez seja possível conseguir tal feito, com inúmeras idas a diferentes espaços de ciências, associado a um incentivo familiar que respalde a sua escolha. Pois, muitos desses estudantes raramente voltarão a esse espaço por incentivo familiar ou próprio. Nesse trabalho notou-se que no Museu Nacional/UFRJ e no Museu da Vida/Fiocruz, há deficiência na divulgação dos cursos para professores, pois a maioria dos professores disse que se soubesse da existência desses cursos teria 61 feito para um melhor aproveitamento da visita. Essa constatação corrobora a ideia de Cavalcanti et al. (2004), a qual demonstra que uma das principais características dos centros e museus de ciências é a falta de divulgação, que faz com que muitas pessoas desconheçam esses locais. Seria necessário que se fizesse uma divulgação mais ampla (TV, rádio, traillers dos filmes no cinema e nos DVD’s) e menos restrita aos pares. No Museu de Ciências da Terra existe a preocupação com a implantação de cursos e roteiros que auxiliem os professores, mas ainda não foram implementados. Esse projeto vai ao encontro do que Marandino (2001) percebeu. Segundo ela, a atual tendência do trabalho dos museus é caracterizar o perfil do mesmo, com o intuito de que ele seja mais do que um complemento da escola. A discussão sobre a relação museu-escola, evidenciando suas diferenças é uma das preocupações dos trabalhos de formação de professores. Com isso, os museus têm procurado, através de diferentes programas, oferecerem material de apoio, reuniões de roteiro, cursos sobre museus e sobre estratégias de utilização desse espaço para este público. De acordo com a maioria dos entrevistados a mediação realizada nos museus possui fundamental importância. Esta afirmação encontra apoio nas palavras de Moraes et al. (2007) que ressaltam que a mediação promove diálogos que possibilitam a todos avançarem em seus conhecimentos, através da interação com outro que ajuda a dar um passo naquilo que já se conhece. A mediação possibilita diálogos entre visitantes e experimentos, interação presencial ou virtual capaz de promover novas aprendizagens. Até o presente momento, as respostas dos professores, como por exemplo: “A visitação a um museu estabelece novas relações entre a pessoa e o objeto 62 observado. Perceber detalhes, cores, texturas torna o conteúdo trabalhado em sala de aula mais real”, corroboram as ideias de Loureiro (2003). A maioria dos professores corrobora a idéia de Oliveira; Moura (2005) que admite que o ambiente não-formal permite aos alunos uma aprendizagem através da prática, da vivência, do fazer, do observar o que eles iriam receber pronto no ambiente escolar. Alguns professores citaram ao longo da pesquisa que não possuíam expectativas sobre a exposição do Museu Nacional e do Museu de Ciências da Terra, pois já conheciam o espaço. Alerta-se aqui que esta afirmação pode contribuir para que os professores e seus alunos se afastem desses espaços, pois já possuem a sensação de conhecer “de cor” esses espaços. Isso poderá levá-los a desmotivação. Seria necessário que houvesse uma reformulação e a partir daí uma maior divulgação das alterações de suas exposições, essa atitude atrairia não só o público escolar, mas o público em geral que sempre gosta de vivenciar novidades. Como sugestão para melhorar o aprendizado e propiciar a inclusão de estudantes (e outras pessoas) portadoras de deficiência visual às exposições do Museu Nacional, Museu da Vida e Museu de Ciências da Terra, é importante citar a necessidade da existência de placas escritas em braile e/ou tótens com áudio que funcionem, pois ainda são poucos os espaços de ciências que possuem esse tipo de aparato. Como não foi possível desenvolver durante essa pesquisa livretos, para o Museu da Vida (Fiocruz) e para o Museu de Ciências da Terra (DNPM), pretendese realizá-los em trabalhos futuros. 63 5- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABCMC, Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência. Centros e museus de ciências do Brasil. Rio de Janeiro: ABCMC: UFRJ, Casa da Ciência: FIOCRUZ, Museu da Vida, 2005. ALMEIDA, R.; FALCÃO, D. Brincando com a Ciência. 2ed. ver. ampl. Rio de Janeiro: MAST, 192p. 2004. ANICO, M. A pós-modernização da cultura: património e museus na contemporaneidade. 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Questionário 1) Instituição: ____________________________________________ ( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Federal ( ) Particular 2) Bairro: ____________________________________________________ 3) Tempo de magistério: ________________________________________ 4) Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 5) Idade: ______________ anos 6) Professor(a) da Disciplina: ____________________________________ 7) Série(s) que visitou(ram) o Museu: ______________________________ 8) Museu visitado: ____________________________________________ VISITA: 9) O que motivou a visita: ( ) Aula já realizada sobre o assunto; ( ) Passeio; ( ) Visualização do tema que ainda seria trabalhado em sala de aula; ( ) Outros ______________________________ ______________________________________________________________________ 10) Após a visita ao Museu, o tema foi abordado na escola? ( ) Trabalhei a visita com a turma ( ) Não julgo necessário abordar mais esse tema ( ) Outros _____________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 70 11) Se a visita foi trabalhada na escola, faça um breve relato de que atividade foi feita. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 12) Você costuma contextualizar suas aulas em espaços fora da sala de aula? ( ) Sim ( ) Não 13) Caso a resposta anterior tenha sido NÃO, o que impede a contextualização de suas aulas fora do espaço escolar? ( ) a violência; ( ) a falta de recursos financeiros; ( )a falta de ônibus; ( ) a distância; ( ) o desinteresse dos estudantes; ( ) o desinteresse dos pais; ( ) o cumprimento do conteúdo; ( ) a burocracia para conseguir a visita; ( ) Outros ______________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 14) Caso a resposta nº 12 tenha sido SIM, com que frequência isso ocorre? ( ) 01 vez por semestre; ( ) 02 vezes por semestre; ( ) 03 vezes por semestre; ( ) 01 vez ao ano; ( ) Outros __________________________________________________ 15) Que grau de importância você daria a visitas escolares a Museus de Ciências? Por quê? ___________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 16) A quais espaços e/ou Museus de Ciências você retornaria? ____________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 17) No espaço visitado havia guiada? ( ) Sim ( monitores disponíveis para tirar dúvidas ou visitação ) Não 18) Em sua opinião a presença de monitores (mediadores e/ou recepcionistas) é importante em uma visita? ( ) Sim ( ) Não Por quê? _______________________________________________________________ 71 _______________________________________________________________________ 19) Em sua opinião, as placas de identificação dos exemplares expostos são importantes em uma visita? ( ) Sim ( ) Não 20) No espaço visitado havia placas de identificação nos exemplares expostos? ( ) Sim ( ) Não 21) Em caso positivo, as placas de identificação estavam escritas de maneira clara? ( ) Sim ( ) Não CURSO DE FORMAÇÂO: 22) O Museu de Ciências em questão oferece algum curso de formação para docentes? ( ) Sim ( ) Não ( ) Desconheço ( ) Nunca me motivei a saber. 23) Se o Museu de Ciências oferecesse cursos você faria? ( ) Sim Por quê? _______________________________________________________________________ ( ) Não Por quê? _______________________________________________________ _______________________________________________________________________ 24) Você realizou algum curso de formação prévio para conhecer o espaço antes de levar seu grupo de alunos? Por quê? ( ) Sim ( ) Não ___________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 25) Qual é a contribuição da educação não formal no seu exercício profissional? ( ) É muito importante porque ______________________________________________. ( ) Não é relevante porque ________________________________________________. ( ) Não tenho conhecimento. APRENDIZAGEM: 26) Você selecionou a turma que foi ao Museu de Ciências ou escolheu aleatoriamente? Por quê? ________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 72 27) A partir de sua observação, é possível “medir” a aprendizagem de seu estudante em relação ao conteúdo visto durante a visita? ( ) Sim ( ) Não Como? _________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 28) Houve alteração no rendimento escolar de seu grupo discente após a visitação? ( ) Sim, melhoria em _____________________________________________________. ( ) Não, piora em ________________________________________________________. ( ) Rendimento igual. 29) Você notou alguma diferença no rendimento escolar de sua disciplina, na turma que visitou o Museu de Ciências (compare com uma turma que não realizou a visitação)? ( ) Sim ( ) Não Por quê? ______________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ APÓS A VISITA: 30) Enumere pelo menos 2 expectativas que você tinha em relação a exposição desse museu. _________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 31) Elas foram atendidas? ( ) Sim ( ) Não 32) Observações e/ou Sugestões que possam melhorar a visitação ao Museu de Ciências em questão: ______________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ MATERIAL DIDÁTICO: 33) Que tipo de material didático poderia ser criado para auxiliar (a motivação / o incentivo da visita) em sala de aula? ( ) Livro; ( ) Cartilha; ( ) Roteiro da visita; ( ) Kits; ( ) Prospectos/folhetos; ( ( ) Site; ( ) Blog; ) Outros _______________ 73 _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Muito obrigada por sua participação nesse processo!!! 74 Anexo 2 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido: exemplo do MCT/DNPM MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro Campus Nilópolis Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (de acordo com as Normas da Resolução nº 196, do Conselho Nacional de Saúde de 10 de outubro de 1996). Você está sendo convidado para participar da pesquisa “Sobre a visitação de Professores e estudantes das Redes Municipal, Estadual e Particular de Ensino a Exposições Permanentes de Museus de Ciências”. Você foi selecionado por ser um dos professores que visitaram o Museu de Ciências da Terra/DNPM durante este ano, mas sua participação não é obrigatória. A qualquer momento você poderá desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com a pesquisadora e nem com qualquer setor desta Instituição. Os objetivos deste estudo são: o desenvolvimento de metodologia pedagógica para a abordagem da temática ‘Museus de Ciências’, visando o oferecimento de subsídios para o estudo deste tema nas escolas. Bem como, a identificação das motivações e das necessidades pedagógicas dos docentes que realizam saídas de campo; a verificação junto aos professores se seus objetivos são alcançados com essas visitas; a identificação de aspectos importantes a serem incluídos nas exposições museais, a fim de atender as demandas da parceria museu-escola; e por fim, a proposição de melhorias ou complementações dos espaços aqui estudados. Sua participação nesta pesquisa consistirá no preenchimento de um questionário. O benefício relacionado à sua participação será a elaboração de propostas de adequações dos espaços do museu visitado e também a confecção de material didático que auxilie na abordagem do tema em sala de aula. As informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobre a sua participação. Os dados serão divulgados de forma a não possibilitar sua identificação. Os resultados serão divulgados em apresentações ou publicações com fins científicos ou educativos. Participar desta pesquisa não implicará nenhum custo para você, e, como voluntário, você também não receberá qualquer valor em dinheiro como compensação pela participação. Você receberá uma cópia deste termo com o e-mail de contato dos professores que acompanharão a pesquisa para maiores esclarecimentos. _________________________________________ Nome e assinatura do pesquisador Monalise Pinto da Cruz Rua Lucio Tavares, 1045, Centro − Nilópolis CEP: 26530-060 Telefone: (21) 8179-0262 [email protected] Comitê de Ética em Pesquisa Rua Lucio Tavares, 1045, Centro − Nilópolis CEP: 26530-060 Telefone: (21) 2691-9805 Declaro que entendi os objetivos e benefícios de minha participação na pesquisa, concordo em participar e autorizo a divulgação dos dados obtidos. ________________________________________ Sujeito da pesquisa Data ____/____/_____ _________________________________ (assinatura do participante)