CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) MESTRADO PROFISSIONALIZANTE NO ENSINO DE CIÊNCIAS EXATAS ENSINO E APRENDIZAGEM DA GEOMETRIA ESPACIAL A PARTIR DA MANIPULAÇÃO DE SÓLIDOS Vangiza Bortoleti Berbigier Vidaletti Lajeado, abril de 2009 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) MESTRADO PROFISSIONALIZANTE NO ENSINO DE CIÊNCIAS EXATAS ENSINO E APRENDIZAGEM DA GEOMETRIA ESPACIAL A PARTIR DA MANIPULAÇÃO DE SÓLIDOS Vangiza Bortoleti Berbigier Vidaletti Dissertação apresentada no Curso de Mestrado Profissionalizante em Ensino de Ciências Exatas, como exigência parcial para a obtenção do Título de Mestre em Ensino de Ciências Exatas. Orientador: Prof. Dr. Odorico Konrad Co-orientadora: Profª. Dr.ª Maria Madalena Dullius Lajeado, abril de 2009 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Dedico este trabalho a três pessoas que fazem parte da minha existência, do meu dia a dia: À minha avó Maria Almery, que assumiu a missão de me criar e me preparar para a vida. Ao meu esposo Álvaro, presente em todos os momentos da minha busca pelo conhecimento. Ao nosso filho Ângelo, motivo e orgulho de sermos pais. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por ter guiado meus passos e me protegido nas viagens constantes, sempre iluminando meu caminho com segurança e me livrando dos perigos do trânsito. Agradeço ao professor orientador Odorico e professora Madalena, que me mostraram novos horizontes em busca de melhores perspectivas de vida e crescimento profissional. Agradeço a minha família que sempre me incentivou e me acompanhou nesta caminhada difícil e que me afastou tantas horas do convívio doméstico e familiar. Agradeço aos professores e funcionários da UNIVATES pela disponibilidade que sempre demonstraram em resolver todos os problemas surgidos. Também, agradeço aos alunos da turma 303, do I. E. São José, de Soledade, que me inspiraram nesta caminhada BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) “A simples transmissão de informações poderia ser facilmente substituída por televisões e computadores. Agora, transmitir com paixão é privilégio do professor que ama seu ofício e os assuntos em que se especializou”. Flávio Gikovake BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) RESUMO Esta dissertação sugere, apresenta, aplica e avalia uma metodologia alternativa de trabalho, para o ensino e aprendizagem da geometria espacial a partir da manipulação de sólidos. O texto inicia com a apresentação do referencial teórico através da descrição dos tipos de aprendizagem direcionando-se para a teoria de David Ausubel, ressaltando a aprendizagem significativa, proposta central deste trabalho, de forma a demonstrar que o conhecimento é produto de um processo psicológico cognitivo, envolvendo a interação entre as idéias que são significativas para os alunos que se encontram em situação de aprendizagem. A partir desse princípio, a nova informação dada ao aluno deve interagir com os conhecimentos que ele já traz sobre o assunto, permitindo que a aprendizagem do momento seja respaldada pela aprendizagem que a antecedeu. O trabalho descreve as situações concretas vivenciadas pelos alunos, através da escolha de produtos comercializados para servirem de modelo à construção de novas embalagens para os mesmos produtos, mantendo as medidas e variando as formas de apresentação. Nessa etapa evidenciou-se a teoria de Ausubel, segundo a qual os conhecimentos prévios são imprescindíveis para a aprendizagem dos novos conhecimentos, explorando-se o conteúdo já aprendido ao longo da caminhada de cada um, acrescentando-se as novas informações. Conclui-se que é possível minimizar as dificuldades dos discentes em relação à aprendizagem da geometria espacial, através da manipulação de sólidos, uma vez que dessa forma os alunos percebem a relação entre o conteúdo trabalhado e os problemas do cotidiano, motivando-se e reconhecendo a importância do que já aprenderam com os conteúdos trabalhados no momento. PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem Significativa. Geometria Espacial. Sólidos Geométricos. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) ABSTRACT This monograph suggests, presents, implements and evaluates an alternative methodology of work, for teaching and learning of spatial geometry from the handling of solids. The text begins with the presentation of the theoretical framework through the description of the types of learning directing itself to the theory of David Ausubel, highlighting the meaningful learning, proposed core of this work in order to demonstrate that knowledge is the product of a cognitive psychological involving the interaction between the ideas that are significant for students who are in learning. From this principle, the new information given to the student must interact with the knowledge he brings on the subject, allowing the moment of learning is supported by the previous learning. The paper describes the practical situations experienced by students through the choice of products marketed to serve as a model for the construction of new packaging for the same products, while the measures and varying forms of presentation. At this stage it was the theory of Ausubel, in which prior knowledge is essential to the learning of new knowledge, exploring the entire contents have learned along the journey of each, adding up the new information. Concludes that it is possible to minimize the difficulties of students learning on the geometry of space, through the manipulation of sound, since that way the students perceive the relationship between the content and worked the problems of daily life, motivating yourself and recognizing the importance of what they learned with the content at the time worked. KEY WORDS: Meaningful learning. Space Geometry. Geometric Solids. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Embalagens construídas pelos alunos com base nas embalagens originais .................................................................................................... 41 FIGURA 2 – Ilustração do quadro 1 .......................................................................... 43 FIGURA 3 – Ilustração do quadro 2 .......................................................................... 44 FIGURA 4 – Ilustração do quadro 3 .......................................................................... 45 FIGURA 5 – Alunos trabalhando com os modelos originais das embalagens .............. FIGURA 6 – Alunos colando os retalhos das sobras de cartolinas para calcular o desperdício de material para confeccionar as embalagens...................... 46 FIGURA 7 – Demonstração de algumas embalagens construídas pelos alunos com base no modelo original ........................................................................... 59 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 – Desempenho dos alunos ................................................................... 51 GRÁFICO 2 – Influência da embalagem na opção de compra do consumidor ......... 56 GRÁFICO 3 – O que o consumidor leva mais em conta na escolha de um produto . 57 GRÁFICO 4 – Destino das embalagens após utilização ........................................... 57 GRÁFICO 5 – Embalagem preferida pelos entrevistados ......................................... 58 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) LISTA DE QUADROS QUADRO 1 – Demonstração do aproveitamento e desperdício das embalagens originais .................................................................................................... 43 QUADRO 2 – Demonstração do aproveitamento e desperdício do modelo 1 ........... 44 QUADRO 3 – Demonstração do aproveitamento e desperdício do modelo 2 ........... 44 QUADRO 4 – Tempo médio de decomposição e efeito no meio ambiente do material usado nas embalagens ............................................................................ 47 QUADRO 5 – Distribuição da discordância ou concordância dos alunos com as BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 17 2.1 A teoria da assimilação da aprendizagem e da retenção significativas ............... 17 2.2 O processo de aprendizagem por memorização comparado ao processo de aprendizagem significativa .................................................................................... 21 2.3 Aprendizagem por recepção e aprendizagem por descoberta ............................ 22 2.4 A importância da linguagem na aprendizagem significativa ................................ 23 2.5 A aprendizagem significativa é uma aprendizagem por recepção ...................... 25 2.5.1 Teorias que embasam a aprendizagem significativa ........................................ 26 2.6 A Geometria espacial sob uma perspectiva histórica .......................................... 30 3 METODOLOGIA DESENVOLVIDA NO TRABALHO PRÁTICO ........................... 32 3.1 O surgimento da idéia ......................................................................................... 32 3.2 A metodologia adotada ....................................................................................... 33 3.3 O contexto da pesquisa ....................................................................................... 35 4 A EXECUÇÃO DO PROJETO ............................................................................... 36 4.1 O desenvolvimento do projeto ............................................................................. 36 4.2 A sala de aula teórico-prática com base na teoria de Ausubel ............................ 37 4.3 Atividades desenvolvidas com a manipulação de sólidos ................................... 38 4.4 O trabalho em sala de aula ................................................................................. 40 12 4.5 As principais conclusões dos alunos ................................................................... 43 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 4.5.1 Em relação às embalagens: aproveitamento e desperdício ............................. 43 4.5.2 Em relação ao meio ambiente: tempo de decomposição e repercussão ambiental .............................................................................................................. 46 5 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................. 50 5.1 Avaliação 1 .......................................................................................................... 50 5.2 Avaliação 2 .......................................................................................................... 53 5.3 Pesquisa de opinião aplicada aos colegas das turmas 202 e 302 ...................... 56 5.4 Análise de depoimentos ...................................................................................... 59 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 61 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 65 ANEXO A – QUESTIONÁRIO APLICADO NA ETAPA EXPLORATÓRIA .............. 67 ANEXO B – PLANOS DE AULA .............................................................................. 69 ANEXO C – CD COMPROVANTE DAS ATIVIDADES REALIZADAS PELOS ALUNOS COM MANIPULAÇÃO DE SÓLIDOS ................................................... 74 ANEXO D – AVALIAÇÃO APLICADA NOS ALUNOS PARTICIPANTES DO PROJETO ............................................................................................................. 75 ANEXO E – AVALIAÇÃO ATRAVÉS DA ESCALA DE LIKERT ............................. 79 ANEXO F – PESQUISA DE OPINIÃO APLICADA AOS ALUNOS VISITANTES.... 81 ANEXO G – SLIDES APRESENTADOS NO DATA SHOW DURANTE A FEIRA MUNICIPAL DE CIÊNCIAS .................................................................................. 83 ANEXO H - CÁLCULOS DAS ÁREAS E VOLUME DAS EMBALAGENS .............. 86 ANEXO I – CÁLCULOS REALIZADOS PELOS ALUNOS PARA VERIFICAR A ÁREA E VOLUME DAS EMBALAGENS PRODUZIDAS ................................... 103 ANEXO J – DIGITALIZAÇÃO DOS CÁLCULOS DAS SOBRAS DE MATERIAL UTILIZADAS NA CONFECÇÃO DAS EMBALAGENS ...................................... 107 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 1 INTRODUÇÃO A partir da teoria da aprendizagem significativa sabe-se que, na prática, ela deverá trazer consigo o sentido e a permissão do estabelecimento de relações entre os novos conceitos da nova informação e os conceitos e conhecimentos já existentes nos alunos, conhecimentos estes, provenientes de experiências anteriores. Há aprendizagem significativa quando a nova informação é relacionada de modo não arbitrário e substancial com o que o aluno já sabe. (PONTES NETO, 2006). Aprender significa interiorizar ações e mudar comportamentos por meio de participação ativa dos educandos no processo de ensino-aprendizagem. Um estudo significativo, por exemplo, a respeito da geometria espacial, deve partir dos conhecimentos prévios, trazidos pelos alunos, nos anos anteriores, em disciplinas diferentes da Matemática. No entanto, nem sempre a postura pedagógica dos professores é condizente com esta exigência, especialmente porque a constatação de que os educandos têm muitas dificuldades, especialmente em relação à visualização da terceira dimensão das formas geométricas espaciais se transforma em certeza e nem sempre é trabalhada como deveria ser. Além do que, os alunos demonstram, também, dificuldade de relacionar o que aprendem em outras disciplinas, a exemplo das figuras trabalhadas em Educação Artística, com o conteúdo desenvolvido na geometria espacial em Matemática. Acredita-se que a ocorrência da aprendizagem significativa pressupõe, por parte do aluno, o estabelecimento de relações do material a ser aprendido de modo substantivo e não arbitrário com a sua estrutura cognitiva, presença de idéias relevantes na estrutura cognitiva do aluno, e material potencialmente significativo. 14 Portanto, através do significado da nova informação, relacionada às informações anteriores, já incorporadas pelo aluno, o conhecimento pode ser construído de modo BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) a ligá-lo com novos conceitos, facilitando a compreensão das novas informações, dando um significado real ao conhecimento adquirido. (PONTES NETO, 2006). No sistema escolar brasileiro, o ensino de Matemática está fundamentado na transmissão e recepção de conhecimentos elaborados. Os conteúdos são, em grande parte, apresentados por meio de extensas listas de exercícios repetitivos, na ânsia de que os alunos demonstrem habilidade na aplicação desses conteúdos em situações escolares específicas. Esse ciclo alimenta a transmissão ao invés da construção de conhecimentos; colabora para a passividade dos alunos no lugar da ação. (PFROMM NETTO, 1987). O ensino tradicional se limita a apresentar objetos e operações por meio de demonstrações feitas para os alunos, tendo em vista um processo de impressão de imagens. Não se preocupa com a construção dos conceitos e operações, pelos alunos. A questão pedagógica abordada nesta pesquisa se refere ao que fazer e como fazer para que o aluno possa se apropriar do saber de uma forma mais significativa e prazerosa, concreta, transformadora, duradoura, prática, que lhe traga significação para o momento e para o futuro. É convicção comum entre os educadores que o trabalho do professor não é fazer os alunos se debruçarem sobre livros didáticos, exercícios repetitivos e enfadonhos, mas sim se inserirem na realidade, tentando entendê-la, associando aquilo que estudam na escola com as situações que a vida se lhes apresenta, manuseando material concreto, construindo formas e vivenciando-as nas situações do dia a dia. Em função dessa problemática, proponho o seguinte problema de pesquisa: A construção das formas geométricas pode vir a se constituir numa proposta diferenciada de aprendizagem significativa da geometria espacial? A escolha em trabalhar com geometria espacial advém da constatação de que os alunos não aprendem esse conteúdo da forma como deveriam, chegando ao final do Ensino Médio sem ter tido a oportunidade de construir o seu conhecimento. Trabalhando há anos com turmas concluintes do Ensino Médio (3º ano), 15 constata-se que o problema vem se agravando ano após ano. E esse problema se manifesta, por exemplo, no chavão “falta de base” que passou a fazer parte do BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) cotidiano dos professores de matemática, a cada ano que se inicia. E eu me pergunto: se existe um planejamento, uma comunicação interna entre as escolas através das reuniões pedagógicas em nível local e regional, será que de fato os conteúdos não foram trabalhados? Mas se foram dados, como os alunos não aprenderam? É comum, também, o aluno afirmar que não teve determinado assunto, às vezes, no mesmo ano em que ele foi ministrado, e o professor encontra no seu planejamento que aquele conteúdo foi dado por ele mesmo ou por um colega. A justificativa da escolha do tema ter recaído na busca de uma ferramenta interessante e significativa para ensinar geometria espacial para os alunos está ligada diretamente à prática pedagógica. Desde que entrei na escola comecei a me destacar na matemática. Era curiosa, estudiosa e interessada. Mas não me recordo de ter tido geometria espacial na minha época de estudante do então Curso Ginasial, em disciplina nenhuma. No Ensino Médio fui cursar a Habilitação de Magistério, então, tive noções de geometria plana, tanto na disciplina de Matemática como em Didática da Matemática. Mais tarde, na Faculdade, estudei geometria descritiva. Ao me encontrar na situação de professora e me deparar com a geometria espacial como conteúdo do 3º ano do Ensino Médio recebo alunos despreparados e com muitas dificuldades, uma vez que não possuem noção de sólido, da mesma forma que desconhecem a nomenclatura da geometria espacial, não relacionando nome com a representação sólida. Atribuo esses problemas à falta de informação e de construção do conhecimento de forma gradual, concreta, interessante e significativa para os alunos. Logo, justifico a minha escolha pela temática apresentada, na certeza de que através de outras formas de ensinar geometria espacial terei condições de mostrar aos alunos que ela é significativa e que, acompanhando-se as mudanças introduzidas na sociedade sem fronteiras ela também pode e deve sofrer transformações na forma e modo de ensinar-aprender. Em relação aos objetivos escolhidos para fundamentar a pesquisa tem-se 16 como objetivo geral: sugerir, apresentar, aplicar e avaliar uma metodologia alternativa de trabalho, para o ensino e aprendizagem da geometria espacial. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Por sua vez, os objetivos específicos são: a) identificar os conhecimentos prévios dos alunos acerca da geometria espacial; b) explorar conceitos de geometria espacial através de situações concretas; c) relacionar o processo de geometria espacial com o cotidiano; d) refletir com relação aos ganhos ambientais vinculados à necessidade de recursos naturais e geração de resíduos na confecção de embalagens; e) avaliar se a metodologia aplicada favoreceu a aprendizagem significativa. Dessa forma, o trabalho está estruturado em quatro capítulos, sendo que no primeiro apresenta-se o referencial teórico, abordando os tipos de aprendizagem de modo geral, enfatizando-se a aprendizagem significativa de Ausubel; no segundo capítulo descreve-se a metodologia desenvolvida para o ensino e aprendizagem da geometria espacial a partir da manipulação de sólidos; no terceiro relata-se a execução do projeto, descrevendo como ele foi organizado e estruturado e como aconteceu a parte prática, privilegiando-se os aspectos referentes ao material utilizado para que a aprendizagem se tornasse significativa para os alunos. Finalmente, no último capítulo, analisam-se os dados obtidos na pesquisa, bem como a discussão dos resultados com base na teoria da aprendizagem significativa de Ausubel. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 2 REFERENCIAL TEÓRICO A teoria escolhida para dar suporte teórico à dissertação está embasada em David Ausubel. Para este autor, a partir da aprendizagem significativa, passasse a perceber conhecimento como um produto do processo psicológico cognitivo, que envolve a interação entre as idéias que são significativas para os alunos que estão envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Essas idéias refletem conhecimentos anteriores que diante de novas experiências servem de elo entre o que os alunos sabem e o que eles vão aprender. Assim, ao abordar a questão da aprendizagem significativa a pesquisa se fundamentou especificamente na obra de David Ausubel (2003), “Aquisição e retenção de conhecimentos: uma perspectiva cognitiva”. E com base nas idéias defendidas pelo autor propõe-se o processo ensino e aprendizagem da geometria espacial a partir de manipulação de sólidos. 2.1 A teoria da assimilação da aprendizagem e da retenção significativas A aprendizagem por recepção significativa se relaciona especialmente com a conquista de novos significados a partir de material de aprendizagem apresentado. Também, que o material apresentado seja potencialmente significativo para o educando. Isso quer dizer que o material de aprendizagem apresentado deve possuir cunho não impositivo e nem literal, um significado lógico, possibilitando que o aprendiz estabeleça relações entre o que ela já sabe com aquilo que vai aprender. (PONTES NETO, 2006). 18 A aprendizagem significativa não é a mesma coisa que aprendizagem de material significativo. Inicialmente, o material de aprendizagem é tão somente um BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) material significativo. Após, é necessário que ocorra o mecanismo de aprendizagem significativa. O material de aprendizagem pode versar sobre elementos já significativos, mas cada um dos componentes da tarefa da aprendizagem, e ela como um todo podem não ser logicamente significativos. Além do que, até o material logicamente significativo pode ser alcançado por memorização, caso a construção de aprendizagem do aprendiz não seja significativo. Ausubel (2003) aponta três tipos de aprendizagem por recepção significativa, detalhados a seguir: a) Aprendizagem representacional A aprendizagem representacional se aproxima bastante da aprendizagem por memorização. Acontece quando o significado dos símbolos arbitrários se equipara aos referentes e tem para o aprendiz o significado, seja ele qual for que os referentes possuem. A aprendizagem representacional é significativa, porque as hipóteses de equivalência representacional podem relacionar-se de forma não arbitrária a uma generalização existente na estrutura cognitiva de quase todas as pessoas, a partir do primeiro ano de vida. Nessa fase, tudo possui um nome que tem relação direta com o que o aprendiz conceitua como referente. b) Aprendizagem conceitual Os conceitos podem ser entendidos como objetos, acontecimentos, situações ou propriedades que possuem predicados exclusivos comuns e são denominados pelo mesmo signo ou símbolo. Existem dois métodos gerais de aprendizagem conceitual: a) formação conceitual, que ocorre principalmente nas crianças jovens; e b) assimilação conceitual, que é a desenho predominante de aprendizagem conceitual nas crianças em idade escolar e nos adultos. Na formação conceitual, as qualidades específicas do conceito são obtidas por meio de experiências diretas, ou seja, através de fases contínuas de formulação de hipóteses, testes e generalização. No entanto, na proporção que o vocabulário de uma criança se amplia, têm-se novos conceitos principalmente em decorrência do processo de assimilação conceitual, visto que as características particulares dos novos conceitos podem ser definidas mediante o emprego em novas combinações 19 de referentes existentes, disponíveis na estrutura cognitiva da criança. Os conceitos representam um aspecto essencial na teoria da assimilação, BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) uma vez que a apreensão e a ordem significativas de problemas estão sujeitas à disponibilidade, tanto dos conceitos subordinantes (na aquisição conceitual por subsunção), como nos conceitos subordinados (na aquisição conceitual subordinante), no arcabouço cognitivo do aprendiz. Os seres humanos decodificam experiências perceptuais ‘em bruto’ em termos de conceitos particulares nas suas estruturas cognitivas e também, os conceitos compõem os embasamentos quer para a aprendizagem por recepção significativa de proposições declarativas, quer para a criação de proposições significativas para a resolução de problemas. Os próprios conceitos versam sobre os atributos especiais abstratos comuns a uma determinada categoria de objetos, acontecimentos ou fenômenos, embora haja desigualdade das extensões que não as que caracterizam os atributos específicos partilhados por todos os membros da categoria. c) Identificação de conceitos Os conceitos possuem nomes e por isso é mais fácil para o aprendiz manusear, incluir e diferir mais ligeiramente os conceitos com nome dos que os que não o possuem. Os nomes dos conceitos são aprendidos por meio da aprendizagem representacional significativa depois de se terem obtido os significados dos próprios conceitos. Este último processo está intimamente relacionado à existência de uma situação de aprendizagem significativa e da relação dos atributos específicos significativos do conceito com as idéias relevantes existentes na estrutura cognitiva do aprendiz, de modo não arbitrário e substantivo. d) Aprendizagem significativa de proposições A aprendizagem significativa de proposições verbais, ainda que mais complexa do que a aprendizagem dos significados das palavras, é análoga à aprendizagem representacional, na proporção em que aparecem outros significados, após uma tarefa de aprendizagem potencialmente significativa se pautar e interatuar com idéias protuberantes existentes na estrutura cognitiva. O teor cognitivo qualificado que procede do processo de aprendizagem 20 significativa, e que compõe o seu significado, é um produto interativo do modo particular como o conteúdo da nova proposição está relacionado com o conteúdo de BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) idéias situadas e salientes existentes na estrutura cognitiva. A relação em causa pode ser subordinada, subordinante ou uma combinação de ambas. Nesse sentido, há os tipos de aprendizagem proposicional, ou seja, onde a aprendizagem pode ser subordinada (de subsunção), subordinante ou combinatória. A aprendizagem de subsunção acontece quando uma proposição ‘logicamente’ significativa de uma referida disciplina se pauta de forma significativa com proposições subordinantes específicas na estrutura cognitiva do aluno. Essa aprendizagem pode se chamar de derivativa, se o material de aprendizagem apenas exemplifique ou apóie uma idéia já existente na estrutura cognitiva. Ela também pode ser chamada de correlativa, se for uma dilatação, preparação, mudança ou designação de proposições apreendidas anteriormente. A aprendizagem proposicional subordinante advém de uma nova proposição poder interagir com idéias dependentes explicitas da estrutura cognitiva existente, ou com um amplo conjunto de idéias anteriores, geralmente proeminentes da estrutura cognitiva, que se podem subsumir de igual modo. Enfim, a aprendizagem proposicional combinatória refere-se a circunstâncias em que uma proposição potencialmente significativa não se pode relacionar com idéias específicas subordinantes ou subordinadas da estrutura cognitiva do aprendiz, mas pode se coligar a uma convenção de conteúdos comumente relevantes, como também a outros sem a mesma relevância, nessa estrutura. A maioria da aprendizagem proposicional é, com obviedade, de subsunção ou combinatória. É vital se reconhecer que a aprendizagem significativa não sugere que as novas informações componham um tipo de ligação simples com os elementos preexistentes na estrutura cognitiva. Pelo contrário, apenas na aprendizagem por memorização acontece uma ligação simples, despótica e não integradora com a estrutura cognitiva preexistente. Por seu turno, na aprendizagem significativa, o mesmo processo de aquisição de informações culmina com uma mudança tanto nas informações por último pelos aprendizes, no aspecto relevante da estrutura cognitiva, à qual estão ligadas as 21 novas informações. Na maior parte dos casos, as novas informações estão acopladas a um conceito ou proposição específicos e relevantes. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Nesse contexto, os conceitos ou proposições são entendidos como idéias relevantes da estrutura cognitiva, de modo a insinuar que a aprendizagem significativa abrange uma interação seletiva entre o novo material de aprendizagem e as idéias preexistentes na estrutura cognitiva. A essa situação dar-se-á o nome de ancoragem, ou seja, a sugestão de uma ligação com as idéias preexistentes ao longo do tempo. Dessa forma, no processo de subsunção, as idéias subordinantes preexistentes oferecem suporte à aprendizagem significativa de novas informações. 2.2 O processo de aprendizagem por memorização comparado ao processo de aprendizagem significativa Os afazeres de aprendizagem por memorização não culminam num vazio cognitivo. Pelo contrário, eles têm condições de se arrolar com a estrutura cognitiva, porém de modo arbitrário e literal, não proporcionando ao aprendiz a aquisição de novos significados. Tal fato é explicado pelo relacionamento de estímulo e de resposta específicos de um determinado assunto, que requer a repetição de respostas sem exigir muito do aprendiz. Resulta, normalmente, numa aprendizagem de associação, descontextualizada que não oportuniza uma base possível para relacionar de modo não arbitrário a tarefa de aprendizagem à estrutura cognitiva de alguém. O aprendiz é levado a tão somente se recordar de respostas prontas para cada palavra de estimulo visualizada. Não se pode negar que o desenvolvimento da capacidade arbitrária e literal do aprendiz, em ser capaz de relacionar tarefas de aprendizagem por memorização com a estrutura cognitiva apresenta algumas conseqüências significativas para a aprendizagem. Nesse sentido, menciona-se a retenção das informações recebidas, mesmo que seja por um curto espaço de tempo, a não ser que sejam muito bem memorizadas. Da mesma forma, a capacidade de relação arbitrária e literal para com a 22 estrutura cognitiva faz com que as tarefas de aprendizagem por memorização submetida à interferência de materiais parecidos, apreendidos anteriormente e BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) descobertos de forma simultânea ou retroativa apresentem também algum significado para o aprendiz. É este tipo de capacidade de relação diferente para com a estrutura cognitiva (arbitrária e literal versus não arbitrária e não literal) que abona a diferença capital entre os processos de aprendizagem por memorização e significativa. Ademais, a aprendizagem por memorização e o esquecimento estão relacionados com a obtenção de uma força associativa controlada e da redução da mesma diante da exposição às intervenções anteriores e/ou posteriores de elementos discretos semelhantes, entretanto ambíguos, já registrados ou obtidos posteriormente (interferência pró-ativa ou retroativa). Por outro lado, a aprendizagem significativa e o esquecimento dependem, inicialmente, do relacionamento dos novos materiais potencialmente significativos com as idéias relevantes da estrutura cognitiva do aprendiz, obtidos por meio da interação das idéias ancoradas (subsunção obliterante). Tanto na aprendizagem por memorização, como na significativa, a reprodução real do material retido também é comprometida por alguns fatores, a exemplo das tendências culturais e de atitude e pelas exigências de situação específicas do próprio âmbito de reprodução. As diferenças entre os processos de aprendizagem por memorização e significativa elucidam, em grande parte, a dominação da aprendizagem e da retenção significativas em relação aos correspondentes por memorização. 2.3 Aprendizagem por recepção e aprendizagem por descoberta A aprendizagem proposicional é também um tipo utilizado para a resolução de problemas verbais ou aprendizagem pela descoberta. A diferença principal entre aprendizagem proposicional tal como encontrada nas situações de aprendizagem por recepção, por um lado, e nas de aprendizagem pela descoberta, por outro, 23 consiste no evento de que o conteúdo principal daquilo que deve ser apreendido ser descoberto ou, pelo contrário, apresentado ao aprendiz. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Na aprendizagem por recepção, o conteúdo é proporcionado sob a forma de uma presunção substantiva ou que não apresenta problemas, onde o aprendiz somente precisa compreender e recordar. Por sua vez, na aprendizagem pela descoberta, o aprendiz deve inicialmente descobrir este conteúdo, criando conjecturas que simulem saídas para os problemas provocados, ou etapas contínuas para a resolução dos mesmos. Por certo que as diferenças por recepção e pela descoberta da aprendizagem proposicional estão envolvidas sucessivamente, em fases distintas, no processo de resolução de problemas. Embora haja diferenças acentuadas entre essas duas teorias da aprendizagem, a aprendizagem significativa e a por memorização não são dicotômicas em inúmeras situações de aprendizagem prática e podem ser inseridas num processo de memorização-significativo. A aprendizagem representacional, a exemplo de nomes de conceitos, se encontra mais próxima da memorização do que as aprendizagens conceitual ou proposicional, uma vez que ela conglomera dados significativos de relação arbitrária e literal para com o próprio referente na estrutura cognitiva. Há casos em que as aprendizagens por memorização e a significativa ocorrem ao mesmo tempo em se tratando do mesmo material de aprendizagem, como acontece com os atores, que devem aprender os textos de forma significativa e depois memorizar para poderem contracenar com segurança. 2.4 A importância da linguagem na aprendizagem significativa Sem dúvida nenhuma, a linguagem é um importante facilitador da aprendizagem significativa por recepção e pela descoberta. Ampliando-se a manipulação de conceitos e de proposições, por meio das propriedades representacionais das palavras, e aperfeiçoando compreensões subverbais que 24 afloram através da aprendizagem por recepção e pela descoberta significativas, explicam-se esses significados, deixando-os mais sucintos e transferíveis. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Contrariando a posição defendida por Piaget, a linguagem desempenha um papel incondicional e operativo (processo) no raciocínio e não somente um papel comunicativo. Se não fosse pela linguagem a aprendizagem significativa não teria tido a evolução que se apresenta, diferenciando o ser humano dos demais seres vivos. A aprendizagem significativa é ativa, contrapondo-se o posicionamento de muitos autores que não a percebem dessa forma. Por isso ela não se enquadra nas características memorização ou passividade. Ela é essencialmente ativa e deve se valer de métodos de ensino expositivos, baseados na natureza, condições e considerações de desenvolvimento que caracterizam a aprendizagem por recepção significativa. O que não significa afirmar que a aprendizagem pela descoberta não seja memorizada, uma vez que, normalmente, nas salas de aula, ela não se adapta às condições da aprendizagem significativa. A aprendizagem por recepção significativa é, por excelência, um processo ativo, pois determina um tipo de análise cognitiva imprescindível para se indagarem quais são os modelos da estrutura cognitiva existente mais importante para o novo material potencialmente significativo. Da mesma forma, espera-se que exista algum grau de reconciliação com as idéias existentes na estrutura cognitiva, ou seja, a preocupação de se estabelecer afinidades e de contestações, bem como a decisão de incongruências reais ou aparentes entre conceitos e proposições novos e imbuídos no aprendiz. Finalmente, o processo espera que haja a reformulação do material de aprendizagem em termos dos antecedentes intelectuais idiossincráticos e, especialmente, do vocabulário do aprendiz. Na aprendizagem por recepção ativa, a natureza e as condições da aprendizagem exigem um tipo de ensino expositivo que distinga os princípios da diferenciação progressiva e da reconciliação integradora nos materiais de instrução, além da retenção e organização do conteúdo das matérias na estrutura cognitiva do aprendiz. Nesse sentido, o primeiro princípio distingue que a maioria da aprendizagem e 25 toda a retenção e a organização das matérias é hierárquica por natureza, emanando de cima para baixo em termos de abstração, generalidade e inclusão. A BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) reconciliação integradora tem a missão facilitada no ensino expositivo, se o professor e/ou os materiais de instrução acelerarem e revidarem, de forma clara, as semelhanças e diferenças confusas entre as novas idéias e idéias relevantes existentes e já estabelecidas nas estruturas cognitivas dos aprendizes. 2.5 A aprendizagem significativa é uma aprendizagem por recepção David Ausubel constatou em seus estudos que a aquisição de conhecimentos de matérias em qualquer cultura consiste numa manifestação de aprendizagem por recepção. Desse modo, o aprendiz recebe o conteúdo por meio de aulas expositivas e já direcionado para aquilo que o professor julga mais importante ele reter. Numa situação assim, exige-se dos alunos tão somente a compreensão do material apresentado e a incorporação do mesmo na própria estrutura cognitiva, de modo a ficar disponível tanto para a reprodução quanto para a aprendizagem relacionada especificamente à resolução de problemas no futuro. Sabe-se que o método de instrução de exposição verbal é relegado pelos teóricos educacionais como o método de instrução verbal expositiva porque, segundo os mesmos, esse método se caracteriza especialmente pela recitação e memorização de fatos descontextualizados do dia a dia do aprendiz. Para suprir essa lacuna, especialmente nos últimos anos do século XX, são propostos programas de atividades, métodos de projetos, diferentes maneiras de maximizar a experiência não verbal na sala de aula e uma importância acentuada da denominada ‘autodescoberta’ e na aprendizagem através da resolução de problemas, como maneira de manifestar a não aceitação e insatisfação com as técnicas de instrução verbal. Tais atividades surgiram especialmente diante das inadequações gerais da instrução verbal, tal como é praticada nas escolas. Muitos são os exemplos dessa afirmação, como é o caso de se dizer que as generalizações significativas não podem ser ‘dadas’ ao aprendiz, mas devem ser 26 adquiridas como um produto da atividade de resolução de problemas. Também, todas as tentativas para se dominarem os conceitos e as proposições verbais são BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) formas de verbalismo vazio, a não ser que o aprendiz possua uma experiência anterior recente, com as realidades a que se referem às construções verbais. 2.5.1 Teorias que embasam a aprendizagem significativa A aprendizagem significativa acontece à medida que o novo conteúdo é incorporado às estruturas de conhecimento de um aluno e adquire significado para o mesmo, a partir da relação estabelecida com os conhecimentos prévios que ele traz em sua bagagem cultural. Caso isso não ocorra, a aprendizagem é tão somente mecânica ou repetitiva, uma vez que se brotou menos essa inclusão e pertinência de significado, e o novo conteúdo passa a ser retido isoladamente ou através de associações arbitrárias na estrutura cognitiva. A escola do século XXI deve priorizar a construção e reconstrução do conhecimento, com base numa estrutura sólida e consistente, num processo contínuo, não manchado por uma sociedade que repousa na força física ou na rapidez da execução. A escola atual deve estar comprometida com uma sociedade mais justa e equilibrada, valorizando o cientista que habita no interior de cada educando o qual espera que seu educador lhe acrescente aquilo que a sua curiosidade já o motiva. Muitos foram os estudiosos que se dedicaram a formular teorias a respeito de mudança de paradigmas. Esses novos paradigmas levam em consideração que os alunos devem ser preparados para conviver numa sociedade em transformação permanente e serem construtores do seu próprio conhecimento, sujeitos ativos do processo em que a intuição e a descoberta são elementos privilegiados. Nesta nova dimensão educacional, os professores passam a ser os facilitadores do processo de aprendizagem, onde o aprender a aprender é privilegiado em detrimento da memorização de fatos. 27 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Conforme Demo (1995, p.130): a velha aula vive ainda da quimera do ''fazer a cabeça do aluno'', via relação discursiva, decaída na exportação e na influência autoritária, sem perceber que isto, no fundo, sequer se diferencia do fenômeno da fofoca. Educação encontra no ensinar e aprender apenas apoios instrumentais, pois se realiza de direito e de fato no aprender a aprender. Dentro desse contexto, caduca a diferença clássica entre professor e aluno, como se um apenas ensinasse, outro apenas aprendesse. Ambos colocam-se o mesmo desafio, ainda que em estágios diversos. A pedagogia da sala de aula vai esvaindo-se irremediavelmente, porque está equivocada na raiz. Sabe-se que a pedagogia tradicional ainda é a prevalente nas escolas e à medida que ocorre a integração das pessoas na sociedade moderna, tecnológica, rápida e virtual a educação deve se voltar para o desenvolvimento das capacidades de comunicação, através da resolução de problemas, da tomada de decisões, da criação e aperfeiçoamento dos conhecimentos, do trabalho conjunto e em equipe. A aprendizagem se desenvolve a partir da problematização de situações contextualizadas, levando em consideração a visão de mundo do aluno. É a capacidade de análise e síntese, bem como o espírito crítico que vai proporcionar ao cidadão a criação de alternativas para solução de problemas. No sistema escolar brasileiro, o ensino de Matemática está fundamentado na transmissão e recepção de conhecimentos elaborados. Os conteúdos são, em grande parte, apresentados por meio de extensas listas de exercícios repetitivos, na ânsia de que os alunos demonstrem habilidade na aplicação desses conteúdos em situações escolares específicas. Esse ciclo alimenta a transmissão ao invés da construção de conhecimentos; colabora para a passividade dos alunos no lugar da ação. (PFROMM NETTO, 1987). O ensino tradicional se limita a apresentar objetos e operações por meio de demonstrações feitas para os alunos, tendo em vista um processo de impressão de imagens. Não se preocupa com a construção dos conceitos e operações, pelos alunos. As teorias filosóficas construtivistas e interacionistas não embasam apenas a alfabetização, mas todas as aprendizagens lógicas através da construção de 28 estruturas mentais capazes de receber novos conhecimentos quer na escola ou longe dela, através da interação com o meio. As abordagens construtivistas referem- BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) se, fundamentalmente, ao aluno, sendo ele o centro de seu próprio percurso em direção ao conhecimento, acreditando que o desenvolvimento cognitivo e emocional acontece na relação e interação entre o sujeito e o objeto, na sintonia do sujeito com o ambiente e com as demais pessoas na interação social. Os interacionistas acreditam que o organismo e o meio exercem influência recíproca e esta influência gera conflitos. Estes, por sua vez, promovem mudanças e elaborações que conduzem à aquisição de um novo conhecimento, acrescentado a outro já pré-existente. (PELIZZARI et al., 2001). Desse modo, os teóricos cognitivistas destacam o dinamismo da consciência na construção do conhecimento, preocupando-se com o fato de como o homem desenvolve a sua compreensão e age segundo essa compreensão, de modo consciente e participante. Nesse contexto, mencionam-se Jean Piaget, Lev Senenovich Vygotsky, David Ausubel, Jerome Bruner, dentre outros. Todos buscaram dar um sentido significativo à aprendizagem, dentro de suas concepções e priorização de suas teorias. Nesse universo, aborda-se Ausubel (2003) que por meio de sua teoria procura demonstrar que o desenvolvimento cognitivo é um processo dinâmico e que a estrutura cognitiva está sendo constantemente modificada pela experiência. Ele analisa o processo de aprendizagem como um processo de armazenamento de informações que aos poucos vão se incorporando de forma gradual, a uma estrutura no cérebro, que no futuro pode ser usada. Partindo deste princípio, define aprendizagem como organização e integração do material a ser aprendido, na estrutura cognitiva do aluno. Defende a idéia de que a aprendizagem deve se dar através da aprendizagem significativa, mas não no sentido convencional da palavra, e sim numa abrangência maior, onde a nova informação deve interagir com os conceitos já conhecidos pelo aprendiz. Desta forma, as novas experiências são vivenciadas à luz das antigas. De acordo com Ausubel (2003), grande parte da confusão considerada pela natureza da aprendizagem é um reflexo do fato de muitos psicólogos tenderem a classificar inúmeros tipos qualitativamente diferentes de aprendizagem sob um 29 modelo explicativo único. A maneira mais indicada para diferenciar esses tipos de aprendizagem escolar é distinguir dois processos decisivos que atravessam todos BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) eles. Macedo (1994, p. 36), ao fazer considerações sobre o papel da escola nos próximos séculos, afirma que “construir conhecimento implica em deduzi-lo a partir de um, outro já existente ou dado, ainda que parcialmente”. Ausubel (2003) também converge para essa idéia ao reconhecer que o fator isolado e mais importante da aprendizagem é aquilo que o aluno já sabe. As idéias de Ausubel, cujas formulações iniciais são dos anos 60, encontramse entre as primeiras propostas psicoeducativas que tentam explicar a aprendizagem escolar e o ensino a partir de um marco distanciado dos princípios condutistas. Neste processo, a nova informação interage em comum à estrutura de conhecimento específico, que Ausubel chama de conceito subsunçor. Este termo tenta reproduzir o significado da palavra inglesa subsumer. (AUSUBEL, 2003). Quando o conteúdo escolar a ser aprendido não consegue ligar-se a algo já conhecido, acontece o que Ausubel denomina de aprendizagem mecânica, ou seja, quando as novas informações são aprendidas sem interagir com conceitos relevantes existentes na estrutura cognitiva. Nesse nível, o aluno somente decora fórmulas, leis e regras, que são facilmente esquecidas após a avaliação. Para que a aprendizagem possa ser considerada significativa é preciso que o processo seja percebido como uma modificação do conhecimento, ao invés de um comportamento em um sentido externo e observável, e reconhecer a importância que os processos mentais têm nesse desenvolvimento. As idéias de Ausubel também se caracterizam por se basearem numa reflexão específica sobre a aprendizagem escolar e o ensino, em vez de somente generalizar e transferir à aprendizagem escolar conceitos ou princípios explicativos retirados de outras situações ou contextos de aprendizagem. A aprendizagem significativa pressupõe a existência de duas condições essenciais: a) o aluno precisa ter uma disposição para aprender e b) o conteúdo escolar a ser aprendido tem que ser significativo, ou seja, ele tem que ser lógica e psicologicamente significativo. Para tanto, deve-se considerar que o significado lógico depende somente da natureza do conteúdo, e o significado psicológico é uma 30 experiência individual, onde cada aprendiz faz uma filtragem dos conteúdos que têm BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) significado ou não para si próprio. 2.6 A Geometria espacial sob uma perspectiva histórica Há evidentes indícios de que os babilônios, desde 2000 a.c., desenvolveram um considerável conhecimento geométrico. No Egito, agrimensores usavam a Geometria para medir terrenos e construtores recorriam a ela para suas edificações. A existência das grandes pirâmides prova que os egípcios conheciam a Geometria e sabiam usá-Ia e por isso, matemáticos gregos como Tales de Mileto e Pitágoras viajavam de sua terra ao Egito para ver o que havia de novo em matéria de Geometria. (DANTE, 2000). Nos anos 600 a.c., filósofos e matemáticos gregos, dentre os quais Tales e Pitágoras, passaram a sistematizar os conhecimentos geométricos da época. Há até mesmo quem afirme que a Geometria antes dos gregos era puramente experimental e que os gregos foram os primeiros a introduzir o raciocínio dedutivo. No entanto, foi com Euclides (matemático grego) que a Geometria foi sistematizada, e a cidade egípcia de Alexandria tornou-se o grande centro mundial da Geometria (111 a.C.). Euclides reuniu em treze volumes, a que chamou Elementos, grande parte do conhecimento sobre a Geometria de seu tempo. Sistematizando a grande massa de conhecimentos que os egípcios haviam adquirido desordenadamente ao longo do tempo, o matemático grego deu ordem lógica e trabalhou a fundo as propriedades das figuras geométricas, as áreas e os volumes. (DANTE, 2000). Para Euclides, a Geometria era uma ciência dedutiva que operava a partir de certas hipóteses básicas, chamadas, atualmente, de axiomas ou postulados. O "postulado das paralelas" de Euclides, por exemplo, era uma hipótese aceita sem discussão. No século XIX os matemáticos começaram a discutir os axiomas, e verificaram um fato surpreendente: bastava pôr de lado o "postulado das paralelas" - 31 viga-mestra da Geometria euclidiana - para tornar possível o desenvolvimento de novos sistemas geométricos. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) O matemático Lobatchevsky foi o primeiro a criar sua própria teoria; um outro mestre da Geometria, Riemann, seguiu o exemplo e criou um sistema diferente. Essas novas concepções, que se tornaram conhecidas pelo nome de "geometrias não-euclidianas", permitiram às ciências exatas do século XX uma série de avanços, dentre os quais se destaca a Teoria da Relatividade de Einstein. Euclides (300 a.C.) foi um dos mais jovens alunos de Platão. Seus primeiros estudos em Matemática ocorreram em Atenas, onde a maioria dos geômetras e matemáticos estudavam. O grande trabalho de Euclides, Elementos, tornou-se um clássico logo após a publicação. Desde o tempo de Arquimedes são feitas referências a essa obra, que é considerada um texto básico no campo da Geometria. Considera-se que Euclides superou todos os seus predecessores: fez a súmula de todos os teoremas de Eudoxus, aperfeiçoou os teoremas de Teatetus e montou demonstrações sólidas para temas que haviam sido demonstrados com pouco rigor por seus predecessores. Conta a História que, quando Ptolomeu I perguntou a Euclides se não havia um caminho mais curto para a Geometria do que os Elementos, recebeu esta resposta: "Não há uma estrada real para a Geometria". (DANTE, 2000) BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 3 METODOLOGIA DESENVOLVIDA NO TRABALHO PRÁTICO 3.1 O surgimento da idéia Afinal, o que acontece com os alunos ao chegar ao terceiro ano do ensino médio e não reconhecerem as formas geométricas sólidas? Por que eles têm tantas dificuldades de relacionarem as formas que conhecem na teoria com àquelas que lhes são familiares no dia a dia de suas vidas? Por que eles não reconhecem a nomenclatura das figuras geométricas nas formas apresentadas pelos sólidos? Por que os alunos pensam que se uma embalagem for diferente da original, automaticamente, a quantidade do produto interno também tem que ser diferente? São tantas as dúvidas e perguntas dos alunos quando se inicia a trabalhar o conteúdo da geometria espacial que se tem a impressão que os mesmos, no final do ensino médio, não trazem pré-requisitos para dar prosseguimento ao estudo desse conteúdo. Preocupada com essa situação que se repete todos os anos comecei a ler e estudar autores diferentes, buscando respostas para minhas angústias e solução para os problemas que constato nos alunos, cada vez mais freqüentes, a cada ano que passa, mas sempre semelhantes. Foi assim que cheguei a David Ausubel e vislumbrei na argumentação usada por ele, em defesa de suas idéias, uma luz para a minha ansiedade e preocupação profissional. Nunca aceitei que um professor possa simplesmente passar por seus alunos e não lhes acrescentar nada, com base naquilo que eles já conhecem. Da mesma forma acredito que situações concretas, de interesse dos alunos, contribuem 33 decisivamente para a motivação de aprender. E Ausubel dizia exatamente aquilo que eu sempre buscava. Então, decidi: vou organizar e executar um projeto, que BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) atenda às necessidades dos alunos ao mesmo tempo em que sirva para a conclusão do curso de mestrado. A partir da teoria da aprendizagem significativa sabe-se que, na prática, ela deverá trazer consigo o sentido e a permissão do estabelecimento de relações entre os novos conceitos da nova informação e os conceitos e conhecimentos já existentes nos alunos, conhecimentos estes, provenientes de experiências anteriores. Há aprendizagem significativa quando a nova informação pode relacionar de modo não arbitrário e substancial com o que o aluno já sabe. (PONTES NETO, 2006). Dessa forma elaborei um projeto específico tendo como finalidade ensinar de uma forma diferente a geometria espacial, partindo da manipulação de sólidos. A turma escolhida para trabalhar foi a 303, do I.E. São José, localizado na zona central da cidade de Soledade/RS. 3.2 A metodologia adotada A escolha do método consistiu numa postura filosófica sobre a possibilidade de investigar a realidade, sob forma de abordagem e descrição de instrumentos técnicos. (ROESCH,1999). O experimento foi realizado numa turma de terceiro ano do Ensino Médio, composta de 20 alunos, que foram entrevistados inicialmente e depois motivados a realizar trabalhos concretos e significativos, envolvendo a geometria espacial (etapa descritiva). Assim, o primeiro passo realizado foi uma revisão teórica dos principais aspectos da geometria plana e espacial, através de diálogos e exercícios práticos. Nesse sentido, foram retomados e explicados novamente, os aspectos da geometria espacial, sempre se privilegiando o material concreto, a visualização, o manuseio e as situações do cotidiano. 34 Num segundo momento os alunos realizaram visitas aos supermercados da cidade e observaram as formas como os sólidos se apresentam para serem BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) consumidos. Coletaram embalagens de diversas formas, de diferentes produtos, desmontaram-nas, reproduziram-nas em cartolina, mediram, calcularam, criaram novas embalagens para os mesmos produtos, experimentaram, enfim, manusearam as embalagens originais e a partir das mesmas começaram a criar outras formas de embalagens. Concomitantemente, os alunos foram relacionando os aspectos teóricos já estudados em séries anteriores e, em outras disciplinas, com o conteúdo desenvolvido no terceiro ano. Ao mesmo tempo em que ampliaram os conhecimentos a respeito da geometria espacial foram estabelecendo relações com a educação ambiental, questão atualmente discutida em todos os segmentos sociais e que tem gerado ações em defesa da qualidade de vida. No caso específico deste projeto, os alunos buscaram respostas para o tempo de decomposição das embalagens, bem como o tipo de lixo que cada uma produzirá. Concentraram-se nas embalagens de vidro, papel ondulado, plástico e latas de alumínio, pesquisando o tempo de decomposição de cada uma, o que elas podem causar ao meio ambiente, enfim, questões que remetem à cidadania consciente através de um meio ambiente limpo. Dando continuidade ao projeto, os alunos em sala de aula reproduziram em cartolina as diferentes formas e tamanhos de sólidos. Inicialmente partiram das embalagens originais, dos produtos escolhidos por eles. Abriram essas embalagens, reproduziram-nas nas cartolinas, medindo-as para realizar todos os cálculos necessários para produzirem outras embalagens. Como ponto culminante do trabalho, os alunos participaram da Feira de Ciências Municipal, realizada na própria escola, no dia 19 de dezembro de 2008, contando com a participação de toda a comunidade escolar. Organizaram uma exposição do trabalho realizado, passo a passo, explicando aos colegas e à comunidade a forma como o mesmo foi realizado e respondendo às dúvidas surgidas. (ANEXO C). 35 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 3.3 O contexto da pesquisa O Instituto Estadual São José é uma escola estadual, localizada na zona central de Soledade, que acolhe alunos da Pré-escola, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos. Funciona num amplo espaço físico e conta com 887 alunos, 66 professores e 17 funcionários. Os alunos da turma 303, num total de 20 adolescentes, situam-se na faixa etária compreendida entre 16 e 18 anos, oriundos quase na sua totalidade da zona rural, vindo diariamente à escola com o transporte escolar, e permanecendo um turno em suas residências, na zona rural, onde auxiliam a família nos afazeres diários, ligados à atividade agrícola e pastoril. O perfil da turma demonstra serem alunos interessados, ativos, participativos, dedicados e com bons hábitos e atitudes. No entanto, a dificuldade na aprendizagem se arrasta desde o 1º ano do Ensino Médio, uma vez que fizeram o Ensino Fundamental em suas comunidades, em escolas municipais, que trabalham por ciclos e por isso os conteúdos são desenvolvidos de modo diferente. A escolha dessa turma se deve ao fato de demonstrarem boa vontade e interesse em participar da pesquisa e, também, porque para eles representa a possibilidade de trabalharem numa metodologia alternativa, que poderá vir a auxiliálos intelectualmente, facilitando a aprendizagem da geometria espacial. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 4 A EXECUÇÃO DO PROJETO Este capítulo detalha como se desenvolveu o projeto de ensino e aprendizagem da geometria espacial, pormenorizando as atividades realizadas com os alunos em sala de aula, aplicando-se a teoria de Ausubel, no sentido de que para os alunos terem condições de aprendizagem devem-se levar em conta os conhecimentos prévios, de modo a proporcionar a aprendizagem significativa. 4.1 O desenvolvimento do projeto A idéia do desenvolvimento do projeto relatado levou em consideração o conceito de aprendizagem significativa proposto por David Ausubel, explicado no decorrer deste relato. Assim, o trabalho com os alunos foi dividido em duas etapas: a exploratória e a descritiva. Inicialmente foi realizada uma pesquisa exploratória através da aplicação de um questionário (Anexo A), composto de 6 perguntas a respeito dos conhecimentos prévios dos alunos sobre a geometria. Após a tabulação dos dados da aplicação desse instrumento, constatou-se que: a) os alunos não têm uma noção bem definida do que vem a ser a geometria. b) os alunos identificam com facilidade três figuras: quadrado, triângulo e circunferência. c) os alunos não têm muita clareza para calcular a área e o perímetro das figuras, confundindo, inclusive, esses conceitos. 37 d) os alunos já trabalharam com as figuras geométricas em outras disciplinas. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) e) a disciplina mais mencionada foi Educação Artística. f) os alunos já trabalharam com todo o Sistema Métrico Decimal. A partir da etapa exploratória foram montados os planos de aula, divididos por horas-aula, que foram desenvolvidos conforme o cronograma (ANEXO B). 4.2 A sala de aula teórico-prática com base na teoria de Ausubel A aprendizagem em sala de aula deve se referir à obtenção, ancoragem e emprego das informações significativas e por isso é fundamental explicitar, desde cedo, para o aluno, o que se pretende dizer quando se utiliza os termos significado e aprendizagem significativa. (AUSUBEL, 2003). Para o desenvolvimento do projeto proposto foi levado em consideração os princípios que embasam a teoria de Ausubel. Esse autor afirma que o desenvolvimento cognitivo é um procedimento ativo, influenciado diretamente pela experiência trazida pelo aluno, de situações anteriores, enriquecida com os novos acréscimos. Dessa forma, o processo de aprendizagem se constitui num armazenamento de informações que vão, pouco a pouco, tomando corpo hierarquicamente na mente do aluno e o cérebro vai responder a esse estímulo de forma positiva e com base nos conhecimentos prévios. As aulas teóricas retomaram os conceitos básicos da geometria espacial, conforme segue a síntese realizada para fundamentar o desenvolvimento do projeto, sempre buscando fazer a ligação entre os conhecimentos anteriores sobre o assunto trabalhado, com os conteúdos ensinados na oportunidade. Da mesma forma, a parte teórica era exemplificada com as situações do dia a dia dos alunos, enfatizando-se as embalagens escolhidas por eles, para serem modificadas. 38 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 4.3 Atividades desenvolvidas com a manipulação de sólidos Seguindo o roteiro do Anexo B, planos de aula, os alunos desenvolveram as atividades que se encontram detalhadas nesse plano, observado-se a cada aula os passos programados e também realizando a avaliação conforme o descrito no anexo mencionado. O projeto foi filmado e gravado em CD (Anexo C), com todos os momentos significativos do mesmo, para servir de comprovante, como reforço da aprendizagem para os alunos, que a qualquer dúvida podiam rever a aula anterior, valendo-se dos computadores na sala de informática e também levando para casa, para poderem estudar e mostrar aos pais. Inicialmente, foram explicados aos alunos os objetivos do projeto que seria desenvolvido com eles. A turma foi dividida em dois grupos, respeitando-se as escolhas individuais e iniciou-se o trabalho teórico, através da revisão dos principais conceitos relativos à geometria plana e espacial, ou seja: pontos, retas, segmentos de retas, planos, curvas, ângulos, áreas de superfícies e volume de sólidos. Os alunos foram convidados a fazer a primeira visita a um supermercado, escolhido por eles e tiveram a oportunidade de olhar as gôndolas, analisar as embalagens, manuseá-las, ler os rótulos prestando atenção aos detalhes de peso, medida, forma, etc. Constatou-se que: a) o “toblerone” chamou a atenção dos alunos e a partir do mesmo eles analisaram um prisma, de base triangular e faces retangulares; b) a nova embalagem da batatinha frita Elma Chips é em forma de cilindro e possui duas faces circulares; c) a embalagem da margarina é um retângulo, que foi modificado, atendendo aos princípios do marketing de publicidade; d) duas embalagens de bolachas variam na forma e no peso; e) as três diferentes embalagens de cera líquida têm a mesma quantidade do produto, mas diferem na forma de apresentação, de modo a induzir o consumidor a 39 comprá-la pela praticidade no manuseio (uma tem saliência que funciona como alça); BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) f) as embalagens de nescafé apresentam peso e forma variada, condizente com o número de pessoas que vão utilizá-lo. Uma nova embalagem recém lançada no mercado tende a facilitar o manuseio. Por sua vez, a embalagem do café “Amigo” já apresenta outras características; do café “Iguaçu” também difere. Os alunos perceberam que as embalagens de café variam em muitos aspectos: tamanho, peso, medidas, formas, material usado para confeccioná-las; g) as embalagens de fermento em pó também são diferentes em relação à forma, tamanho e material usado; h) as embalagens de leite condensado são diferentes na forma e no material produzido; i) as embalagens de óleo de soja e azeite de oliva se apresentam com base quadrada e retangular, confeccionadas em lata, vidro e plástico; j) as embalagens de suco apresentam o mesmo volume, mas são feitas de formas geométricas diferentes e com material também diferente (lata, papel); l) os sabonetes se apresentam sob duas formas: como paralelepípedo ou cilíndrica, mas as embalagens são de papel e os pesos variam; m) as velas possuem formas cilíndricas ou de prisma hexagonal; n) os inseticidas em pó são embalados em invólucros de papel, com base quadrada; o) as embalagens de fio dental apresentam base retangular ou cilíndrica, variando no volume e forma; p) as embalagens de talheres apresentam base triangular, quadrangular e cilíndrica, confeccionadas com plástico, diferentes na apresentação, mas contêm a mesma quantidade de talheres; q) finalmente, as embalagens de leite pasteurizado são apresentadas de forma tradicional, paralelepípedo e cilíndrica. A visita ao supermercado foi oportuna para que os alunos estabelecessem relações com a teoria sobre a geometria dos sólidos que revisaram e estão 40 estudando em sala de aula. Eles tiveram contato direto com as embalagens dos produtos que escolheram livremente e puderam manuseá-las em sua forma original. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Essa atitude nos remete à teoria da aprendizagem significativa, no sentido de que a mesma se torna mais interessante quando oportuniza a vivência de situações de interesse dos alunos, bem como eles podem escolher com o que querem trabalhar. Para que ocorra a aprendizagem significativa é necessário que haja uma motivação interna dos aprendizes e esta parte da teoria de Ausubel foi explorada de modo enfático. 4.4 O trabalho em sala de aula A teoria de Ausubel afirma que a aprendizagem se refere à assimilação de significados, onde o que os alunos já sabem é valorizado, para que eles possam construir estruturas mentais utilizando, como meio, atividades concretas que possibilitem descobrir e redescobrir outros conhecimentos, relacionando-os aos que já possuem, de modo prazeroso e eficaz. (AUSUBEL, NOVAK e HANESIAN apud PONTES NETO, 2006). O trabalho em sala de aula foi iniciado com a retomada dos conceitos teóricos acerca da geometria espacial. Para tanto, a professora usou de questionamentos, explicações, teoria, enfim exercícios variados conforme detalhado no Anexo B, plano de aula. Diante da constatação que os conhecimentos anteriores dos alunos eram insuficientes para a continuidade do conteúdo, os mesmos foram exercitados de diferentes formas. Numa próxima etapa aconteceu a visita a um supermercado. Ao retornar para a sala de aula, os alunos se reuniram em grupos e iniciaram o trabalho prático. Inicialmente, elegeram as embalagens que trabalhariam e em seguida começaram a medição das áreas e volumes das mesmas, desmontando-as e reproduzindo o formato original em cartolina, confeccionando moldes. Após essa etapa os alunos realizaram os cálculos. Valeram-se de cartolinas tamanho padrão e começaram a criar novas embalagens para os produtos, 41 respeitando o volume da embalagem original, mas criando outras formas e modelos de embalagens. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) A figura ilustra o trabalho com as embalagens construídas pelos alunos: FIGURA 1 – Embalagens construídas pelos alunos com base nas embalagens originais O grupo 1 escolheu a embalagem da lâmpada elétrica para realizar sua tarefa. Inicialmente fez um molde da embalagem original, desenhando-a numa folha de cartolina e em seguida criou outra embalagem, desenhando-a também numa outra cartolina, para ver quantas caixas poderiam ser feitas nessa folha. Após o recorte, colaram as sobras ou retalhos em outra folha de cartolina. A metragem da cartolina é de 6.566 cm2. O grupo 2 escolheu a embalagem do creme dental. Procedeu da mesma forma que o grupo 1. O grupo 3 trabalhou com embalagem de medicamento. O grupo 4 optou pela embalagem do sabonete líquido. A partir dessas escolhas, cada grupo criou duas embalagens alternativas para cada produto escolhido, mantendo a área ou volume original. No final do trabalho, constatou-se que os conhecimentos prévios dos alunos acerca da área das principais figuras planas, bem como a associação das mesmas à nomenclatura, além do estudo dos poliedros e dos sólidos, foram fundamentais para 42 que eles pudessem desenvolver esta etapa, mesmo com a necessidade constatada de serem retomados os conteúdos. No entanto, a noção elementar que os alunos já BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) possuíam auxiliou no desenvolvimento das aulas. Os alunos reconhecem através de seus depoimentos (Anexo C) que a parte teórica, trabalhada anteriormente, associada a conhecimentos que trouxeram em sua bagagem cultural foram fundamentais para que desenvolvessem as tarefas propostas. Dessa forma, a teoria de Ausubel, embasamento teórico do projeto proposto, no aspecto referente ao conhecimento prévio ser fundamental para o melhor entendimento dos novos conhecimentos encontrou respaldo junto ao trabalho prático realizado com os alunos. Assim, o conhecimento anterior é um produto significativo que faz parte do processo psicológico cognitivo, abarcando a influência mútua entre as idéias que possuem significado para o aluno com as idéias trazidas na sua bagagem cultural, importantes na estrutura individual de cada aprendiz. Da mesma forma, o mecanismo mental do aluno para aprender de forma significativa funciona como uma força motivadora interna para a busca do conhecimento. Logo, a aprendizagem significativa representa um processo através do qual uma nova informação se relaciona com um aspecto particularmente importante da estrutura do conhecimento do aluno. Tal processo envolve a interação da nova informação com uma estrutura cognitiva do indivíduo, que Ausubel denomina de subsunçor. Dessa forma, a aprendizagem cognitiva acontece quando a nova informação se apóia em conceitos proeminentes para o aluno. Segundo essa teoria, o armazenamento de informações no cérebro humano vai sendo organizado hierarquicamente, aonde os elementos específicos do conhecimento vão se ligando e sendo assimilados aos conceitos mais gerais, oportunizando o crescimento e a modificação do subsunçor. (CARMO FILHO; RIBEIRO e GONÇALVES, 2004). Após a confecção das embalagens em sala de aula, os alunos apresentaram o projeto passo a passo, na Feira de Ciências Municipal, demonstrando através de painéis todo o processo de construção das embalagens. A escola tem um projeto de maior abrangência, o “Crie e Recrie”, do qual o trabalho relatado fez parte na exposição da Feira. O projeto Crie e Recrie envolve a comunidade escolar dos três turnos de funcionamento da escola, sendo coordenado pela Supervisão Pedagógica. 43 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 4.5 As principais conclusões dos alunos Seguindo o planejamento do projeto, os alunos após a caminhada de teoria e prática concluíram que: 4.5.1 Em relação às embalagens: aproveitamento e desperdício QUADRO 1 – Demonstração do aproveitamento e desperdício das embalagens originais Produto Lâmpada Medicamento Sabonete líquido Creme dental Forma Paralelepípedo reto retângulo Cubo Paralelepípedo reto retângulo Aproveitamento 81,49% 71,88% 73,04% Desperdício 18,51% 28,18% 26,96% Paralelepípedo reto retângulo 81,49% 18,51% FIGURA 2 – Ilustração do quadro 1 Em relação às embalagens originais, os alunos tomando como base uma folha de cartolina padrão, constataram que a embalagem de uma lâmpada utiliza maior área de uma folha de cartolina e, consequentemente, ocasiona menor desperdício. 44 Por sua vez os medicamentos, em forma de cubo, utilizam menos partes da cartolina e por isso o desperdício é maior. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) A construção das embalagens pelos alunos demonstrou que: QUADRO 2 – Demonstração do aproveitamento e desperdício do modelo 1 Produto Lâmpada Medicamento Sabonete líquido Creme dental Forma Pirâmide com base hexagonal Prisma reto de base hexagonal Prisma reto de base hexagonal Aproveitamento 54,91% 68,90% 59,70% Desperdício 45,09% 31,10% 40,30% Prisma reto de base quadrangular 83,28% 16,72% O modelo 1 designa a primeira embalagem confeccionada pelos alunos a partir da embalagem original. A exigência é que as duas embalagens (original e modelos) comportem o mesmo produto. FIGURA 3 – Ilustração do quadro 2 QUADRO 3 – Demonstração do aproveitamento e desperdício do modelo 2 Produto Lâmpada Medicamento Sabonete líquido Creme dental Forma Cone reto Cilindro eqüilátero Prisma irregular de base triangular Prisma regular reto de base Aproveitamento 67,94% 80,78% 75,58% triangular 73,70% Desperdício 32,06% 19,22 24,42% 26,30% BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 45 FIGURA 4 – Ilustração do quadro 3 O modelo 2 se refere à segunda embalagem produzida pelos alunos, a partir da embalagem original, sendo diferente do modelo criado por eles, mas também comportando o mesmo produto. Analisando-se as embalagens confeccionadas pelos alunos, constata-se que em relação ao modelo 1, a de forma reta com base quadrangular, em forma de losango, apresenta o maior índice de aproveitamento (83,28%) e de menor desperdício (16,72%). Em relação ao modelo 2, os alunos concluíram que a embalagem em forma de cilindro eqüilátero apresentou maior índice de aproveitamento (80,78%) e de menor desperdício (19,22%). FIGURA 5 – Alunos trabalhando com os modelos originais das embalagens BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 46 FIGURA 6 – Alunos colando os retalhos das sobras de cartolinas para calcular o desperdício de material para confeccionar as embalagens Portanto, os alunos somente tiveram condições de realizar o cálculo do aproveitamento e do desperdício do material usado nas embalagens porque a aprendizagem lhes era interessante e significativa. Além do que, já possuíam conhecimentos prévios sobre as formas geométricas e os cálculos necessários para a realização da atividade. (ANEXO H). O Anexo I apresenta a digitalização dos cálculos do desperdício, realizado pelos alunos, tomando-se como exemplo a creme dental. 4.5.2 Em relação ao meio ambiente: tempo de decomposição e repercussão ambiental Paralelamente ao estudo da geometria, os alunos tiveram a oportunidade de aprofundar os conhecimentos acerca do tempo de decomposição do material com que são confeccionadas as embalagens originais, bem como a repercussão das mesmas no meio ambiente, se não forem utilizadas e inutilizadas adequadamente. Esse trabalho foi realizado no laboratório de informática, através de pesquisa na internet, em sites específicos para o assunto, sendo que os alunos apresentaram 47 os resultados em sala de aula, sob forma de teatro. Outrossim, os alunos apresentaram no decorrer da Feira de Ciências, no data BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) show, sob forma de slides, os resultados a que chegaram (Anexo G). De forma resumida, as conclusões das pesquisas realizadas pelos alunos demonstraram que: QUADRO 4 – Tempo médio de decomposição e efeito no meio ambiente do material usado nas embalagens Material usado Tempo de Repercussão ambiental na embalagem decomposição Vidro Nunca se decompõe Não é biodegradável e por isso precisa ser reciclado. Papel Em torno de 3 meses Material mais reciclado atualmente, mas não pode ser jogado em aterro porque se degradará lentamente. Plástico Centenas de anos Usado indiscriminadamente, mas precisa ser reciclado para não danificar o meio ambiente. Alumínio Nunca se decompõe Se for reciclado diminuirá os efeitos negativos no meio ambiente, devido à demora da degradação se colocado em aterros. As conclusões chegadas pelos alunos, acerca dos cálculos das embalagens, para descobrirem quais as mais econômicas, bem como o estudo referente ao material usado nas embalagens, como o material de que são feitas as embalagens originais, o tempo que esse material leva para se decompor e os efeitos que eles trazem ao meio ambiente, se não foram tratados (reciclados) adequadamente motivou a participação ativa de todos eles no processo ensino-aprendizagem. Constatou-se que o assunto, por ser de interesse de todos, foi explorado sob vários ângulos, inclusive extrapolando os objetivos iniciais propostos. A teoria de Ausubel, escolhida para fundamentar teoricamente os objetivos desta pesquisa, aponta para a atualidade do assunto abordado no universo imediato (cotidiano) do aluno e demonstra que a promoção de atividades que o levem a pensar, criar e recriar o conhecimento, com base em temas do seu interesse, contribuem para que a aprendizagem se torne significativa. 48 No decorrer desta etapa do trabalho, os alunos demonstraram interesse significativo, no sentido de ampliar os conhecimentos referentes à economia dos BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) recursos naturais necessários para a confecção de embalagens modificadas. Constatou-se que os aprendizes foram percebendo que se uma embalagem for modificada, ela vai gerar economia de material, o desperdício de matéria prima vai ser menor e com isso o impacto no meio ambiente também será reduzido. Os alunos no decorrer do trabalho foram percebendo que nada pode ser perdido e que tudo pode ser reciclado. Exemplo disso ocorre no Brasil, em relação à reciclagem das latas de alumínio e do papelão ondulado, segmentos nos quais o país exporta um modelo tecnológico que revoluciona a reciclagem no mundo. Em Piracicaba, no interior de São Paulo, funciona desde maio a primeira planta de reciclagem de embalagens longa vida do mundo. A nova fábrica, fruto de investimento de quatro empresas (Klabin, Tetra Pak, Alcoa e TSL), faz uso inédito da tecnologia de Plasma, que permite a separação total do alumínio e do plástico que compõem a embalagem. Tecnologicamente, o processo revoluciona o modelo atual de reciclagem das embalagens longa vida, que até então separava o papel, mas mantinha o plástico e o alumínio unidos. Ambientalmente, reduz em 100% o impacto que estas embalagens teriam ao serem descartadas, o que no Brasil, segundo maior consumidor deste tipo de material no mundo, significa muito. Socialmente e economicamente, tende a aumentar o preço da tonelada recolhida, o que impacta a vida dos catadores e aumenta o interesse de prefeituras em bancar a separação do lixo.1 Portanto, as questões que envolvem o meio ambiente fazem parte do conhecimento geral dos alunos, desde que ingressaram na escola a questão da cidadania vem sendo trabalhada de diferentes formas e de modo interdisciplinar, evidenciado que o cuidado com a natureza é a garantia da vida futura no planeta e, sobretudo da qualidade de vida de todos. Desse modo, valendo-se de Ausubel, a prática do trabalho com as embalagens proporcionou condições para que os alunos percebessem significado na aprendizagem. 1 Estes dados foram retirados de vários sites, pelos alunos, no decorrer das aulas no laboratório de informática, e sintetizados pelos mesmos em forma de memória de aula. (Disponível em: http://www.reportersocial.com.br/noticias.asp?id=1022&ed=economia). 49 A seguir serão apresentadas as análises dos dados obtidos na pesquisa, bem BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) como a discussão dos resultados. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 5 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Para se chegar à análise dos dados e a discussão dos resultados retoma-se a proposta inicial do trabalho, ou seja: a aprendizagem significativa, na concepção de Ausubel, que pressupõe que o conteúdo a ser aprendido pelos alunos seja potencialmente significativo para eles. Da mesma forma, os alunos devem apresentar uma predisposição para aprender relacionando o novo assunto com os conceitos já existentes e adquiridos anteriormente. Desse modo, os resultados foram analisados nos seguintes aspectos: a avaliação 1, realizada com os alunos após o desenvolvimento do projeto; a aplicação da avaliação 2 por meio de questões afirmativas para serem assinaladas conforme a escala de Likert2; uma pesquisa de opinião junto aos colegas das turmas 202 e 302 e uma pesquisa de opinião realizada junto aos visitantes da feira, para a escolha da embalagem preferida. 5.1 Avaliação 1 A primeira avaliação compôs-se de 8 questões que tiveram a finalidade de diagnosticar o nível de conhecimentos atingido pelos alunos, após o projeto desenvolvido. Ela se compunha de questões teórico-práticas trazendo situações 2 A Escala Likert é um tipo de escala de resposta psicométrica usada comumente em questionários. É a escala mais usada em pesquisas de opinião. Ao responderem a um questionário baseado nesta escala, os perguntados especificam seu nível de concordância com uma afirmação. Esta escala tem seu nome devido à publicação de um relatório explicando seu uso por Rensis Likert. 51 cotidianas, que foram trabalhadas em sala de aula. Esta avaliação escrita foi aplicada de forma descontraída, ressaltando-se para BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) os alunos a importância de eles serem honestos nas respostas, pois seria um ponto importante para se saber se a aprendizagem havia sido significativa. Dos 20 alunos, participaram desta avaliação 16 alunos, pois registrei 4 ausências naquele dia. Constatei que os alunos ainda apresentavam dificuldades na resolução das questões, pois eles demonstravam dúvidas enquanto faziam as atividades. O gráfico 1 demonstra a tabulação dos acertos e da percentagem, por questão aplicada (Anexo D). GRÁFICO 1 – Desempenho dos alunos Analisando-se o desempenho dos alunos constata-se que as questões de número 5, 1 e 6 foram as que apresentaram o menor índice de acertos, ou seja, às relacionadas à identificação de algumas formas geométricas semelhantes (cone/cilindro; cilindro/esfera; pirâmide/esfera; cone/esfera e cone/pirâmide) (questão 5); afirmações sobre figuras geométricas (questão 1) e identificação de sólidos geométricos (questão 6). Comprovando a teoria de Ausubel, bem como a constatação preliminar que 52 justificou a proposta deste trabalho, percebi que os alunos chegam ao terceiro ano do ensino médio sem alguns conhecimentos prévios, desmotivados para o estudo, BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) especialmente em geometria, da etapa exploratória, devido à falta de base, pois a aprendizagem significativa deixou de acontecer e sendo assim os aprendizes não têm condições de responder às exigências do conteúdo/série. Os alunos deparamse com situações que não têm significado para eles exatamente por não saberem do que se trata. Naturalmente que a motivação para a aprendizagem fica comprometida e a mesma acaba por não acontecer. Segundo Lopes e Krüger (1997), para que uma aprendizagem se diferencie e seja significativa para os alunos, o assunto a ser abordado deve fazer parte do universo cotidiano do aluno e a sua aprendizagem deve ocorrer com a promoção de atividades que o levem a pensar e a criar conhecimento ou recriá-lo para o seu universo. A organização das atividades práticas desenvolvidas pelos alunos veio ao encontro de suas necessidades, na medida em que despertaram o interesse pela análise e confecção das embalagens, ao mesmo tempo em que oportunizaram a aprendizagem da teoria juntamente com a prática. Nesse ponto, concordando-se com Ausubel (2003), a aprendizagem é um processo que se identifica com a compreensão do significado do que está sendo aprendido, na qual se assume que os mecanismos do aprender são mais eficientes em situações nas quais o estudante consegue, utilizando conhecimentos prévios, agregar e incorporar significado aos novos conteúdos, evitando-se, assim, que esse conhecimento recém-incorporado seja armazenado por meio de associações inadequadas na estrutura cognitiva. Logo, construir embalagens, onde os alunos puderam criar, medir, desenhar, calcular, tirar as dúvidas, foi fundamental para que a aprendizagem da geometria fosse significativa para eles. A constatação de que sem a fundamentação teórica não poderiam desenvolver com sucesso a parte prática estimulou-os a buscar, tirar dúvidas, estudar em grupos, dialogar com professor e colegas, enfim, trabalhar cooperativamente, pois sabiam onde queriam chegar. Portanto, nessa nova dimensão educacional, os professores passam a ser os facilitadores do processo de aprendizagem, onde o aprender a aprender é 53 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) privilegiado em detrimento da memorização de fatos. 5.2 Avaliação 2 Esta etapa correspondeu à aplicação de um questionário semiestruturado, composto de 11 afirmações, sobre os conteúdos trabalhados, bem como a parte prática do projeto (Anexo E). Nessa avaliação os alunos puderam se expressar através da escala de Likert, analisando cada proposição e assinalando se o grau de concordância que mais se aproximava da realidade de cada um deles. Observa-se que o trabalho foi realizado com 20 alunos, mas que no dia da segunda avaliação faltaram 4 alunos. Logo, 16 alunos realizaram esta avaliação. As faltas dos alunos se deve ao fato do período de greve do magistério público estadual, iniciada no mês de novembro de 2008 e por isso alguns alunos, que não tiveram problemas para fechar a avaliação anual, já não compareciam às aulas após o período de greve. 54 QUADRO 5 – Distribuição da discordância ou concordância dos alunos com as BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) proposições apresentadas AFIRMAÇÃO 1. No meio em que nós seres humanos estamos inseridos há Geometria em todos os lugares. 2. O estudo da Geometria Espacial está diretamente ligado ao estudo da Geometria Plana. 3. Os conhecimentos básicos de Geometria Plana trabalhados pelo professor em sala de aula não foram necessários para que eu entendesse melhor o conteúdo de Geometria Espacial. 4. Os conhecimentos prévios fornecidos em sala de aula pelo professor sobre Geometria Plana e Espacial contribuíram para que eu entendesse o conteúdo trabalhado. 5. A construção prática dos sólidos contribuiu para que eu entendesse a introdução ao conteúdo estudado sobre Geometria Espacial. 6. Alguns exercícios computacionais de Linux Educacional, utilizados para revisar o conteúdo foram importantes para entender a Geometria Plana e Espacial. 7. Somente as atividades práticas foram suficientes para que eu entendesse geometria espacial. 8. Somente as atividades teóricas seriam suficientes para entender geometria plana e espacial. 9. O uso das fórmulas trazidas pelos diversos livros didáticos para calcular a área e o volume dos sólidos foi indispensável. 10. As atividades práticas foram importantes pois consegui perceber com mais clareza que a matemática está presente no dia a dia, no cotidiano de todas as noções ações, inclusive refletindo no meio ambiente. 11. Gostei muito de trabalhar a teoria e a prática da Geometria Plana e Espacial concomitantemente, pois consegui aprender mais rápido e com prazer. 1 10 2 3 2 Discordo 3 Indiferente 4 Concordo 5 Concordo totalmente 4 7 5 9 1 4 11 2 1 5 11 7 9 3 6 7 2 5 8 1 2 12 2 3 7 2 Relação das afirmações com os números correspondentes: 1 Discordo totalmente 3 4 2 14 6 10 55 Analisando-se as respostas dos alunos, contata-se que houve concordância total dos mesmos em relação às sete proposições, ou seja: BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 1. No meio em que nós seres humanos estamos inseridos há Geometria em todos os lugares (56%). 2. O estudo da Geometria Espacial está diretamente ligado ao estudo da Geometria Plana (69%). 4. Os conhecimentos prévios fornecidos em sala de aula pelo professor sobre Geometria Plana e Espacial contribuíram para que eu entendesse o conteúdo trabalhado (69%). 5. A construção prática dos sólidos contribuiu para que eu entendesse a introdução ao conteúdo estudado sobre Geometria Espacial (56%). 6. Alguns exercícios computacionais de Linux Educacional, utilizados para revisar o conteúdo foram importantes para entender a Geometria Plana e Espacial (44%). 10. As atividades práticas foram importantes, pois consegui perceber com mais clareza que a matemática está presente no dia a dia, no cotidiano de todas as noções ações, inclusive refletindo no meio ambiente (87%). 11. Gostei muito de trabalhar a teoria e a prática da Geometria Plana e Espacial concomitantemente, pois consegui aprender mais rápido e com prazer (62%). As outras quatro proposições demonstraram que: a) Discordaram totalmente da afirmação 3, que dizia que os conhecimentos básicos de Geometria Plana trabalhados pelo professor em sala de aula não foram necessários para que eu entendesse melhor o conteúdo de Geometria Espacial (62%). b) Discordaram que somente as atividades práticas foram suficientes para que eles entendessem a geometria espacial (questão 7); que somente as atividades teóricas seriam suficientes para entender geometria plana e espacial (questão 8) e, também, que o uso das fórmulas trazidas pelos diversos livros didáticos para calcular a área e o volume dos sólidos foi indispensável (questão 9) (44%). 56 Retomando o fio condutor desta pesquisa, ou seja, a teoria de Ausubel, constatou-se que os alunos expressaram na avaliação que a aprendizagem BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) significativa é um processo que supõe a compreensão do que está sendo aprendido. E para que ocorra esta compreensão é necessário que o aprendiz realize uma reflexão ativa sobre as novas informações que recebe, procurando semelhanças e considerando as diferenças entre estas e os conceitos prévios, relacionados ao novo conhecimento. 5.3 Pesquisa de opinião aplicada aos colegas das turmas 202 e 302 Conforme o Anexo F, os alunos aplicaram um instrumento de avaliação com os colegas das turmas 202 e 302, que visitaram a Feira de Ciências Municipal e ouviram a explicação do projeto apresentado. A entrevista era composta de 4 questões e apresentou o seguinte resultado: GRÁFICO 2 – Influência da embalagem na opção de compra do consumidor Os entrevistados responderam em sua quase totalidade (86%) que a embalagem influencia a sua decisão de compra por determinado produto, em detrimento de outro. 57 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) GRÁFICO 3 – O que o consumidor leva mais em conta na escolha de um produto Os dados referentes à pergunta que questionou sobre a ida dos consumidores ao supermercado e o que eles levam mais em consideração quando adquirem os produtos, demonstrou que a quase totalidade deles (86%) se importa com a qualidade dos produtos e não com os preços das embalagens. GRÁFICO 4 – Destino das embalagens após utilização Os dados da pesquisa demonstram que a maior parte dos entrevistados (79%) ao se descartaram de uma embalagem, não prestam atenção ao tipo da mesma, nem as suas características e repercussão no meio ambiente e colocam- 58 nas, indiscriminadamente, na mesma lata de lixo. Tal fato reflete a cultura da comunidade onde os alunos estão inseridos, bem como a falta de consciência BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) ambiental. Na pesquisa realizada entre alunos que freqüentam as turmas 202 e 302 foi constatado que as embalagens que mais atraíram a atenção foram as inseridas no modelo 1, conforme demonstração no gráfico 5. GRÁFICO 5 – Embalagem preferida pelos entrevistados Conforme os dados tabulados no gráfico 5, os alunos entrevistados após ouvirem as explicações e exposições dos alunos, bem como visualizarem as embalagens, comparando-as com as originais, votaram em suas preferências. Estas recaíram sobre o modelo 1, construído pelos alunos, sendo que o sabonete líquido foi o mais votado (76,20%); seguido pela embalagem do medicamento (71,43%); do 59 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) creme dental (57,17%) e por fim da embalagem da lâmpada (33,33%). FIGURA 7 – Demonstração de algumas embalagens construídas pelos alunos com base no modelo original Constatou-se o interesse demonstrado pelos alunos e comunidade que visitou a exposição diante das manifestações e depoimentos (Anexo C), oportunidade que enfatizavam a importância do assunto abordado e a preocupação com o meio ambiente. Nesse sentido, pode-se dizer que a aprendizagem foi significativa porque a teoria e a prática permitiram o estabelecimento de relações entre os novos conceitos da nova informação e os conceitos e conhecimentos já existentes nos alunos, provenientes de experiências anteriores. O tema abordado é do cotidiano de todos: embalagens, compras nos mercados, descarte das embalagens. Assim, a teoria da geometria dos sólidos passou também a ser interessante para que eles pudessem criar e calcular embalagens. 5.4 Análise de depoimentos No transcorrer da apresentação do projeto, na Feira Municipal de Ciências, foram realizadas entrevistas com os pais, alunos, professores, visitantes, enfim, com algumas pessoas que se dispuseram a opinar sobre o trabalho. (ANEXO C). 60 De modo geral, as pessoas comentaram sobre o trabalho como um todo, a exemplo de dois alunos participantes do projeto. O aluno A, que apresenta muitas BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) dificuldades de aprendizagem, depôs comentando que sempre se sentiu desmotivado para realizar as atividades de matemática. Mas que o projeto lhe auxiliou bastante, tendo inclusive conseguido reconhecer o nome das figuras nos produtos trabalhados e estabelecendo relações entre a teoria e a prática com mais facilidade. Por sua vez, o aluno B, que sempre se destaca na sala de aula pelo comprometimento, facilidade de aprendizagem e disponibilidade, dominou o conteúdo rapidamente, fazendo os trabalhos teóricos e práticos com perfeição e correção. Esse aluno monitorou todo o projeto, trabalhando no seu grupo e depois auxiliando os demais. Dentre os pais, muitos deles se mostraram surpreendidos com o nível do trabalho, tendo elogiado a forma como foi conduzido, a apresentação realizada pelos alunos no decorrer da Feira, através de projeção de slides no data show. Em relação às embalagens confeccionadas pelos alunos chegaram a sugerir que as melhores em aproveitamento fossem patenteadas e comercializadas. Os professores e direção da escola também depuseram favoravelmente à inovação metodológica apresentada, salientando a importância da mesma no atual contexto ambiental, onde os alunos precisam estabelecer pontos em comum entre os conteúdos trabalhados, de modo a se interessarem por aquilo que estão aprendendo. Portanto, no CD em anexo, temos os depoimentos das pessoas na sua íntegra, que aqui somente são analisados rapidamente no sentido de ratificar a importância da aprendizagem significativa, reconhecida por todos os envolvidos de uma forma ou de outra no projeto. A seguir são apresentadas as considerações finais pertinentes à pesquisa apresentada. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da leitura de autores, a exemplo de Piaget, Lev Semenovich Vygotsky e Bruner e artigos que tratam da aprendizagem, vislumbrei em David Ausubel uma nova perspectiva de vir ensinar, através da aprendizagem significativa. Esta vai muito além do que outros autores já propuseram, pois prioriza a aprendizagem a partir das próprias experiências do aluno, ou seja, parte do que ele já sabe, seus conhecimentos antecedentes, relacionando-os com os novos conhecimentos. Isso se constitui na aprendizagem significativa de Ausubel, aquela onde a nova informação se relaciona às informações anteriores, não de modo impositivo e arbitrário, mas segundo um aspecto relevante da estrutura cognitiva do indivíduo, que Ausubel denomina de “subsunçor”. Dessa forma, entende-se que o desenvolvimento cognitivo se constitui num processo dinâmico, uma vez que a estrutura cognitiva está sempre se modificando, enriquecendo-se com as experiências tidas anteriormente pelos alunos, de modo a acrescentar às novas informações às que ele já possuía e a partir disso ocorrendo uma interação no conhecimento. Iniciei este trabalho focada na geometria espacial e o estruturei objetivando sugerir, apresentar, aplicar e avaliar uma metodologia alternativa para que os alunos viessem a se interessar pelo assunto, além de desenvolverem atividades teóricopráticas paralelas, usando material concreto, com assunto atual e interessante, ou seja, reunindo todas as condições favoráveis que segundo Ausubel pudessem trazer um retorno positivo sob forma de aprendizagem significativa. Dessa forma, a geometria espacial dos sólidos, através da construção de embalagens, cálculo do aproveitamento e do desperdício das mesmas, em relação 62 ao material com que foram construídas, representam um suporte à aprendizagem significativa deste conteúdo, uma ferramenta capaz de organizar e representar o BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) conhecimento em termos de conceito e prática. A construção das embalagens pelos alunos confirmou-se como uma metodologia favorável à aprendizagem significativa. Os alunos construíram dois modelos de embalagens, utilizando os mesmos produtos, ou seja: lâmpada, medicamentos, sabonete líquido e creme dental. Para diferenciar os modelos, denominaram de modelo 1 as embalagens que apresentavam as formas de pirâmide com base hexagonal, prisma reto de base hexagonal e prisma reto de base quadrangular. Já o modelo 2, tendo os mesmos produtos como referência, apresentavam outras formas: cone reto, cilindro eqüilátero, prisma irregular de base triangular e prisma reto de base triangular regular. Na primeira avaliação realizada com os alunos, para diagnosticar a realidade dos mesmos, constatou-se que as maiores dificuldades estavam relacionadas à identificação de algumas formas geométricas semelhantes (cone/cilindro; cilindro/esfera; pirâmide/esfera; cone/esfera e cone/pirâmide) (questão 5) além da identificação de sólidos geométricos. No entanto, eles possuíam conhecimentos anteriores desses aspectos, o que facilitou através de uma nova metodologia o estabelecimento de relações entre o que traziam na sua bagagem cultural com o que era exigido no terceiro ano do ensino médio. E aqui residiu a diferença: a condição de já saberem um pouco foi essencial para a aprendizagem de novos conceitos, o que converge com as idéias da teoria significativa de Ausubel. As avaliações realizadas com os alunos demonstram a evolução dos mesmos em relação aos conhecimentos. Na primeira avaliação constataram-se as dificuldades dos alunos no conhecimento teórico e foi realizado um trabalho nesse sentido. Por meio do uso de nova metodologia, a construção de embalagens escolhidas por eles, o interesse foi despertado para a importância de uma base teórica na efetivação dos cálculos de aproveitamento e desperdício. Na segunda avaliação, após a realização de todos os passos da proposta, os alunos concordaram totalmente com as afirmações que a geometria está presente em todos os lugares; que o estudo da Geometria Espacial está diretamente ligado ao estudo da Geometria Plana; que os conhecimentos prévios tidos em anos 63 anteriores foram essenciais para o entendimento do conteúdo trabalhado; que a construção prática dos sólidos contribuiu para que eles entendessem melhor a BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Geometria Espacial; que os exercícios computacionais de Linux Educacional auxiliaram na fixação do conteúdo; que as atividades práticas foram fundamentais para o entendimento da teoria e sua aplicação em situações do dia a dia, interessantes e significativas para eles. Finalmente, os alunos reconheceram que trabalhar com prazer significa aprender significativamente. O acompanhamento, a observação e a participação das práticas dos alunos, descritas no capítulo 4 – a execução do projeto – evidenciou a evolução dos alunos dentro dos objetivos propostos, centrando-se na teoria de Ausubel no que se refere à aprendizagem significativa que ocorre quando novas informações e conceitos interagem com os já existentes na estrutura cognitiva do aluno. Houve a preocupação, tal qual Ausubel propõe, de que o processo de aprendizagem envolvesse a compreensão da teoria da geometria espacial a partir da manipulação dos sólidos, levando em consideração o que os alunos já sabiam. A partir do momento em que a construção das embalagens e da descoberta de quais aproveitariam mais o material disponibilizado, assim como o estudo acerca dos efeitos das mesmas no meio ambiente, os alunos demonstraram maior interesse pelas atividades propostas. Neste ponto, destaco a idéia de Ausubel quando afirma que no processo de aprendizagem significativa um dos fatores mais importantes na aprendizagem é a motivação do aluno para aprender. Ao concluir esta dissertação tenho consciência do caminho percorrido e posso afirmar que passei por duas fases: a primeira, quando iniciei o trabalho, a insegurança de propor o tema, a incerteza de conseguir levar o projeto adiante, a consciência das dificuldades pelas quais passaria para sugerir e aplicar uma nova metodologia de aprendizagem da geometria espacial. No entanto, a segunda fase, na qual me situo para concluir este trabalho, já demonstra que apesar das dificuldades enfrentadas, que foram muitas, especialmente de ordem técnica e estrutural em relação à colocação no papel do trabalho realizado, tornou-me uma profissional mais segura em relação aos resultados obtidos com a proposta de uma metodologia diferenciada, levando em conta os conhecimentos prévios dos alunos. A motivação que eles tiveram ao realizar as atividades demonstraram que a partir de 64 uma nova postura do professor, que privilegie o que os alunos já sabem, inserindo de forma prazerosa a vida do dia a dia, com a proposta e resolução de problemas BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) que fazem parte do cotidiano dos discentes é possível ensinar geometria espacial sob um novo enfoque. Cabe ao professor adequar os conteúdos à realidade do momento, da época vivenciada, fazendo da sala de aula um ambiente sem paredes, onde ele também se sinta motivado a querer fazer algo novo, acreditando na sua capacidade e na dos alunos, tendo consciência de que a construção do conhecimento é uma (re)construção, que deve levar em conta os conhecimentos prévios e a realidade diária. Desse modo, a partir deste trabalho, pode-se aprofundar a investigação do tema. Certamente será possível se chegar a outras descobertas e a se proporem outras metodologias, que certamente favorecerão a simpatia e o gosto pela geometria espacial a partir da manipulação de sólidos. Acredito, fundamentada em Ausubel, que o conhecimento uma vez adquirido passa a ser o principal fator a influenciar a aquisição de novos conhecimentos e proporcionando a aprendizagem significativa, acrescentando ao que já sabe aquilo que se vai aprender. Tendo em vista que o trabalho realizado foi de grande valia para mim e para os alunos, propõe-se a continuidade do mesmo com a finalidade de aperfeiçoá-lo, precisando ser feita uma revisão dos conhecimentos prévios referentes à geometria como um todo, contemplando os seus aspectos projetivos, descritivos e algébricos, proporcionando aos educandos uma maior agilidade na confecção e estruturação dos modelos sugeridos, podendo-se até mesmo criar um projeto a nível escolar onde possam ser ministradas aulas em turno inverso, associando a geometria existente no cotidiano com os demais componentes curriculares das diferentes áreas do conhecimento. Propõe-se, também, que este trabalho seja ampliado em outros níveis, como por exemplo, em cursos de graduação, de modo a proporcionar aos professores uma reflexão acerca da necessidade de se introduzirem novas metodologias, em se tratando do ensino da geometria espacial. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) BIBLIOGRAFIA AUSUBEL, D. P. Aquisição e retenção de conhecimento: uma perspectiva cognitiva. Tradução de Lígia Teopista. Rio de Janeiro: Plátano, 2003. CARMO FILHO, G. P; RIBEIRO, J. W.; GONÇALVES, D. H. Programação simbólica e teoria de Ausubel no aprendizado de métodos numéricos. São Paulo, March 14-17, 2004. Disponível em: <http://ensino.univates.br/~chaet/materiais/Ausubel-metodos-num. pdf>. Acesso em ago. 2008. CHEMIN, B. F. (Org.). Guia Prático da UNIVATES para trabalhos acadêmicos. Lajeado: UNIVATES, 2005. DANTE, L. R.. Matemática: contexto e aplicações. São Paulo: Ática, 2000. DEMO, P.. Desafios modernos da educação. 3. ed. São Paulo: Vozes Ltda., 1995., LIMA, E. L. et al. A matemática no ensino médio. Rio de Janeiro: SBM, 1997. Disponível em: <http://www.algosobre.com.br/matematica/geometria-espacial.html>. Acesso em: 25 ago. 2008. LOPES, C. V. M.; KRÜGER, V. (Org.). Proposta para o ensino de química: poluição do ar e lixo. Porto Alegre: SE/CECIRS, 1997. MACEDO, L. de. Ensaios construtivistas. São Paulo: casa do psicólogo, 1994. PELIZZARI, A. et al. A aprendizagem significativa. Rev. PEC, Curitiba, v. 2, p. 37-42, jul. 2001. 66 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) PFROMM NETTO, S. Psicologia da aprendizagem e do ensino. São Paulo: EPU: Editora da Universidade de São Paulo, 1987. PONTES NETO, J. A. da S. Teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel: perguntas e respostas. Série-Estudos, Periódico do Mestrado em Educação da UCDB, Campo Grande, MS, n.21, p. 117-130, jan./jun. 2006. ROESCH, S. M. A. Projetos de estágio e de pesquisa em administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 67 ANEXO A – QUESTIONÁRIO APLICADO NA ETAPA EXPLORATÓRIA Prezado aluno: Este questionário faz parte de uma pesquisa que estou realizando para que possamos estudar a Geometria Espacial. Por isso quero que você responda sinceramente e de modo individual as perguntas que faço a seguir: 1. O que você entende por geometria? 2. Da listagem abaixo, assinale as figuras geométricas que você tem certeza que sabe como elas são: ( ) quadrado ( ( ) retângulo ( ) trapézio ) pentágono ( ) hexágono ( ) triângulo ( ) losango ( ) circunferência 3. Ainda com base nas figuras acima, o que você aprendeu a calcular sobre as mesmas: ( ) área ( ) perímetro 4. Você já teve a oportunidade de trabalhar com essas figuras em outras disciplinas? ( ) sim ( ) não 5. Em caso positivo, em qual(is) disciplina(s)? 6. A respeito do Sistema Métrico Decimal, assinale o que você já trabalhou: 68 ( ) Medidas de Comprimento (Km, m, cm, mm) BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) ( ) Medidas de Área (km2, m2, cm2, mm2) ( ) Medidas Capacidade (volume: m3, dm3, cm3, l, ml) BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 69 ANEXO B – PLANOS DE AULA DATA CONTEÚDO 12/11/08 Exposição dos objetivos do trabalho. METODOLOGIA AVALIAÇÃO Exposição oral. Questionamentos aos alunos durante a explicação dos conceitos teóricos básicos. Aplicação do instrumento de pesquisa exploratório (Anexo Diálogo. A). 13/11/08 Revisão dos conceitos teóricos da geometria plana: pontos, Exposição oral e dialogada. retas, segmentos de retas, planos, curvas, ângulos e área de Exercícios individuais e em duplas. superfícies planas. Observação do desempenho, interesse e grau de dificuldade apresentado na resolução dos exercícios. 19/11/08 Exposição teórica sobre aspectos básicos da geometria Exercícios no laboratório de Apresentação de um relatório espacial, nomenclatura e classificação dos sólidos informática, disponíveis no programa por escrito, em grupo, de geométricos. educativo Linux educacional. tudo o que foi observado. Cálculo: comprimentos de curvas, áreas de superfícies e Mesa redonda sobre o que foi Anotações individuais em volumes de regiões sólidas. observado no laboratório de sala de aula com retomada de tudo o que foi visto e 70 20/11/08 2h BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) informática. esclarecimento de dúvidas. Anotação das conclusões, individual. Visita ao supermercado. Mesa redonda para debate de tudo o que foi observado pelos alunos na Identificação das formas geométricas que estão presentes visita observando aspectos nos produtos expostos nas prateleiras. significativos e de correlação com o Observação dos diferentes tipos de embalagens que conteúdo visto em sala de aula. revestem os produtos expostos no supermercado. Os alunos serão avaliados através da elaboração de uma memória de aula referente à visita realizada ao supermercado. Levantamento do tipo de material usado para os sólidos geométricos industrializados. Divisão dos alunos em quatro grupos diferentes e escolha das embalagens de cada um irá reproduzir. 26/11/08 Apresentação das embalagens coletadas em casa e trazidas Comparação entre as diferentes para a sala de aula. formas de embalagens construídas pelos alunos em relação à área, Relação das formas geométricas que estão presentes nas material usado e volume, além da embalagens trazidas pelos alunos. apresentação visual. Apresentação das idéias de novos formatos de embalagens, Confecção pelos alunos de 3 novas com base nos sólidos geométricos, idealizadas pelos grupos. embalagens para os produtos, Início da confecção, em papel, de embalagens nos diferentes diferentes das propostas pelas formatos que se apresentam os sólidos geométricos, bem indústrias. como o início dos cálculos de área e volume sólidos. Debate dos grupos com Início da pesquisa: embalagemXdecomposição. levantamento de idéias para a escolha da uma metodologia que ajude a calcular com uma boa precisão a quantidade de material aproveitado e desperdiçado na confecção das novas embalagens. A avaliação será realizada através de exercícios escritos, com situações reais, onde o aluno deverá evidenciar o entendimento de que uma embalagem é muito importante para o consumidor e também para a preservação do meio ambiente, além do que as formas das embalagens determinam o tipo de material a ser usado, bem como o aproveitamento maior de material, da capacidade de armazenamento e até da adequação às necessidades dos consumidores. 71 2h 10/12/08 grupos apresentarão as Forma ideal para uma embalagem: a que possui área mínima Os embalagens confeccionadas, X volume máximo. estabelecendo relações que Separação das sobras de papel ao criar novas embalagens demonstrem a trajetória do estudo, Pesquisa a respeito do tempo de decomposição dos desde a análise até a confecção das materiais mais comuns usados nas embalagens: vidro, papel mesmas. ondulado, plástico e latas de alumínio. Os grupos demonstrarão suas Pesquisa sobre a repercussão ambiental desses materiais habilidades em observar, quando tratados adequadamente e quando jogados no meio confeccionar e utilizar as ambiente. embalagens no sentido de As embalagens devem ser pensadas levando em conta o economicidade de material para a quê, para quê e o quanto elas vão custar, armazenar e trazer empresa e vantagem para o meio ambiente, colaborando com a benefícios para o homem e meio ambiente. qualidade de vida do planeta. Relação entre sólido construído, material usado, efeito desse material no meio ambiente a curto e longo prazo, quantidade Conscientização de que para a preservação do meio ambiente as de material usado e desperdiçado. embalagens devem ser confeccionadas e reaproveitadas de forma correta. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 27/11/08 Confecção de um relatório final, com as conclusões, a respeito da diversidade das formas de embalagens – sólidos geométricos - bem como o efeito das mesmas no meio ambiente, se não seguirem as normas de segurança. Auto-avaliação com questões fechadas sobre o problema de pesquisa, ou seja: será que o trabalho teórico-prático com formas geométricas favoreceu a aprendizagem significativa da geometria espacial? Os alunos serão avaliados pelo interesse, desempenho e apresentação dos Exercícios práticos comparando-se resultados da pesquisa sob as embalagens com o conteúdo; uso forma teatral, demonstrando de material com a forma da a criatividade de cada grupo. embalagem. Conclusão dos cálculos de área utilizada e desperdiçada na Escrever um diálogo sintetizando o Os alunos serão avaliados construção de novas embalagens. resultado da pesquisa. pelos seu desempenho, interesse e comprometimento Idealização da forma de apresentação do projeto na Feira de Apresentar sob forma de teatro. no decorrer da apresentação Ciências. Retirar dúvidas referentes aos da Feira de Ciências, ponto Término da confecção do material concreto para exposição. cálculos desenvolvidos no decorrer culminante do trabalho do trabalho. proposto. Conclusão da pesquisa interdisciplinar Aplicação da avaliação do 11/12/08 18/12/08 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 72 trabalho visitantes. exposto aos No final, serão juntadas as avaliações de todas as aulas para a nota final, que valerá para o último bimestre letivo de 2008. Pesquisa avaliativa referente ao trabalho desenvolvido no Uso da escala de Likert para conteúdo de geometria Espacial avaliação do trabalho realizado. Pesquisa simples para comprovação de aprendizagem utilizando um método alternativo de colocação(???) do conteúdo. Auto-avaliação oral realizada pelos alunos quanto ao trabalho desenvolvido. Apresentação dos grupos, uns para os outros, para ensaiar Montagem de um espaço para os para a feira. alunos apresentarem o trabalho realizado, etapa por etapa. Projeção do filme documentário realizado no decorrer de todas as aulas. Explicação pelos alunos do trabalho realizado, explicando o porquê da escolha de tal embalagem ao invés de outras, fundamentando a forma ideal da embalagem a que chegaram: área mínimaXvolume máximoXpreservação ambiental. Pesquisa com os visitantes da feira OBS: BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 73 (alunos, professores, comunidade) sobre o trabalho realizado, no sentido de avaliar a embalagem a) Foram trabalhadas 22 horas-aula com os alunos, com exceção do dia 19.12, data da Feira Municipal de Ciências, na escola, que aconteceu nos três turnos: manhã, tarde e noite. b) Devido à greve do magistério público estadual a escola paralisou suas atividades e o projeto teve de ser trabalhado em alguns turnos extras, pela manhã, para poder ser concluído dentro do ano letivo de 2008. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 74 ANEXO C – CD COMPROVANTE DAS ATIVIDADES REALIZADAS PELOS ALUNOS COM MANIPULAÇÃO DE SÓLIDOS BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 75 ANEXO D – AVALIAÇÃO APLICADA NOS ALUNOS PARTICIPANTES DO PROJETO Prezados alunos: O nosso trabalho sobre Ensino e aprendizagem da geometria espacial a partir da manipulação de sólidos nos oportunizou inúmeras situações concretas de aprendizagem, especialmente às relacionadas com a análise e avaliação de sólidos existentes no mercado de consumo para que depois, pudéssemos criar novas embalagens tendo como parâmetro as já existentes. Mas, para que fizéssemos essa segunda etapa com sucesso era necessário que buscássemos alguns conhecimentos que já tínhamos estudado. Assim, dando seqüência à avaliação do trabalho proposto, responda às questões abaixo, assinalando com um X a alternativa que você considera correta: 1 - Utilizando as ilustrações contidas no quadro acima, podemos afirmar que: a) Todos os sólidos apresentam faces quadrangulares b) IV representa um corpo redondo c) 1 e III representam um paralelepípedo reto retângulo d) II representa um cubo eqüilàtero e) Todos são anti-prismas 76 2 — Para calcular a quantidade de material gasto para produzir o equipamento da foto abaixo, devemos tomar como base: BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) devemos tomar como base: a) cilindro b) cone c) pirâmide d) cilindro e cone e) cilindro eqüilátero e reto 3 — Levando-se em consideração as características da ilustração a seguir e sabendo que a mesma representa um cilindro eqüilátero, podemos afirmar que: 1 - O seu raio mede 4,5cm II - A sua altura é de 9cm III - A área da base é de 28,26cm2 A alternativa correta é: a) 1 b) II c) III d) I e II e) I, II e III 4 — Em relação ao quadro acima, podemos afirmar que: 77 I - todos os sólidos representam prismas II - as respectivas bases são: quadrangular, triangular, hexagonal BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) e triangular III - no sólido III a base é circular IV- todas as suas faces laterais são retangulares. Então, a alternativa correta é a) todas b) apenas I, II e IV e) apenas 1 e IV d) apenas II, III e IV e) apenas IV 5 — Na foto do arranjo natalino abaixo, podemos identificar algumas formas geométricas que são: a) cone e cilindro b) cilindro e esfera e) pirâmide e esfera d) cone e esfera e) cone e pirâmide 6 - As ilustrações dos produtos abaixo representam os seguintes sólidos geométricos respectivamente: a) cone, esfera, cilindro, pirâmide b) pirâmide, esfera, cilindro, cone c) cone, esfera, cilindro, cone d) pirâmide, esfera, cilindro, pirâmide e) cilindro, esfera, cilindro, pirâmide 78 A figura abaixo é um porta lápis. Analise-a atentamente e responda as questões BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) abaixo: 7 - Sua forma básica é: a) prisma de base triangular b) prisma de base quadrangular c) cilindro reto d) prisma de base hexagonal e) cilindro eqüilátero 8 - Sabendo que VP é o volume do prisma e Vc é o volume do cilindro, para determinar o volume de material gasto para produzir este objeto, precisa-se calcular: BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 79 ANEXO E – AVALIAÇÃO ATRAVÉS DA ESCALA DE LIKERT Prezados alunos: Ao finalizar o trabalho proposto sobre o Ensino e aprendizagem da geometria espacial a partir da manipulação de sólidos queremos avaliar a sua aprendizagem a respeito do assunto focalizado. Você terá 11 afirmações descritas abaixo. Após ler e entender cada uma delas, marcará um X numa das 5 colunas disponíveis para isso, levando em conta a seguinte escala: 1 Discordo totalmente 2 Discordo 3 Indiferente 4 Concordo 5 Concordo totalmente AFIRMAÇÃO 1. No meio em que nós seres humanos estamos inseridos há Geometria em todos os lugares. 2. O estudo da Geometria Espacial está diretamente ligado ao estudo da Geometria Plana. 3. Os conhecimentos básicos de Geometria Plana trabalhados pelo professor em sala de aula não foram necessários para que eu entendesse melhor o conteúdo de Geometria Espacial. 4. Os conhecimentos prévios fornecidos em sala de aula pelo professor sobre Geometria Plana e Espacial contribuíram para que eu entendesse o conteúdo trabalhado. 5. A construção prática dos sólidos contribuiu para que eu entendesse a introdução ao conteúdo estudado sobre Geometria Espacial. 1 2 3 4 5 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 80 6. Alguns exercícios computacionais de Linux Educacional, utilizados para revisar o conteúdo foram importantes para entender a Geometria Plana e Espacial. 7. Somente as atividades práticas foram suficientes para que eu entendesse geometria espacial. 8. Somente as atividades teóricas seriam suficientes para entender geometria plana e espacial. 9. O uso das fórmulas trazidas pelos diversos livros didáticos para calcular a área e o volume dos sólidos foi indispensável. 10. As atividades práticas foram importantes pois consegui perceber com mais clareza que a matemática está presente no dia a dia, no cotidiano de todas as noções ações, inclusive refletindo no meio ambiente. 11. Gostei muito de trabalhar a teoria e a prática da Geometria Plana e Espacial concomitantemente, pois consegui aprender mais rápido e com prazer. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 81 ANEXO F – PESQUISA DE OPINIÃO APLICADA AOS ALUNOS VISITANTES Prezados alunos Após a caminhada percorrida por nós sobre o Ensino e aprendizagem da geometria espacial a partir da manipulação de sólidos queremos saber a opinião de cada um de vocês a respeito dos assuntos estudados, em referência às embalagens dos produtos e a gestão ambiental. Por isso, solicitamos que respondam às questões abaixo que são propostas a vocês: 1. Na sua opinião, quando um consumidor adquire um produto, a embalagem influencia a sua opção de compra? ( )sim ( )não 2. Quando você vai ao supermercado, na hora de escolher o produto a ser comprado, o que você leva mais em consideração: ( ) a qualidade do produto que está no interior da embalagem ( ) a embalagem mais barata ( ) a embalagem mais bonita 3. Na hora de se desfazer das embalagens, assinale a atitude que mais se parece com o que você faz: ( ) coloca todas as embalagens na mesma lata de lixo 82 ( ) costuma fazer a separação dos resíduos conforme o material de que eles são feitos, ou seja: vidro, papel, lata, plástico, etc. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 4. A turma 303 modificou as embalagens de alguns produtos expostos nos supermercados e farmácias locais. Se você fosse adquirir uma unidade de cada produto descrito abaixo, qual deles você escolheria: 4.1 Sabonete líquido ( ) embalagem original ( ) embalagem modelo 1 ( ) embalagem modelo 2 4.2 Lâmpada ( ) embalagem original ( ) embalagem modelo 1 ( ) embalagem modelo 2 4.3 Creme Dental ( ) embalagem original ( ) embalagem modelo 1 ( ) embalagem modelo 2 4.4 Medicamento: ( ) embalagem original ( ) embalagem modelo 1 ( ) embalagem modelo 2 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 83 ANEXO G – SLIDES APRESENTADOS NO DATA SHOW DURANTE A FEIRA MUNICIPAL DE CIÊNCIAS BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 84 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 85 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 86 ANEXO H - CÁLCULOS DAS ÁREAS E VOLUME DAS EMBALAGENS Para fins de cálculos, foi utilizada uma folha de cartolina com as seguintes dimensões: comprimento = 96cm e largura = 66,20cm. Logo, como o material é retangular, a área disponível para calcular as embalagens é de 6355,20cm2. 1 – SABONETE LÍQÜIDO KAIAK 1.1 - Embalagem original 1.1.1 – Sem abas • Formato: paralelepípedo reto retângulo • Medidas: comprimento = 5,6cm (a); altura = 14,8cm (b); largura = 4,8cm (c) • Área total: AT = 2(ab + bc + ac) AT = 2[(5,6) ⋅ (14,8) + (14,8) ⋅ (4,8) + (5,6) ⋅ (4,8)] AT = 2(82,88 + 71,04 + 26,88) AT = 2(180,8) AT = 361,6cm 2 87 • Volume interno: BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) V=a.b.c V = (5,6) ⋅ (14,8) ⋅ (4,8) V = 397,82cm 3 1.1.2 - Embalagem original (com abas) Área total da cartolina (Acart) = 6355,20cm2 Área total dos retalhos (Aret) = 1713,435cm2 Área total útil da cartolina (Au) = 4641,77cm2 , logo: Au = Acart - Aret3 Utilizando a figura planificada como modelo, descobriu-se que podem ser feitas 11 caixas do produto, sendo assim: Acaixa = Au ÷ 11 Acaixa = 4641,80 ÷ 11 Acaixa = 421,98cm2 Podemos concluir com este último cálculo que 73,04% da área da cartolina foi aproveitada para construir as embalagens sendo desperdiçado um total de 26,96% da área da cartolina. 1.2 – Embalagem modificada 1 1.2.1 – Sem abas • Formato: prisma reto com base hexagonal • Medidas: aresta base: 3,5cm (a) altura: 14,8cm (h) 3 Esta fórmula será utilizada sempre que aparecer a indicação do cálculo da área útil das embalagens. 88 • Área Total: no caso do prisma reto, precisamos de cálculos auxiliares, BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) como a área da base (Ab) e a área lateral (Al) AT = 2AB + AL Logo: Ab Ab Ab Ab a2 3 = ⋅6 4 (3,5) 2 3 = ⋅6 4 (12,25) ⋅ (1,73) ⋅ 6 = 4 = 31,79cm 2 Al = Af ⋅ n, onde : A f representa a área da face lateral que é um retângulo; n é o número de faces laterais Al = (b ⋅ h) ⋅ n Al = (3,5) ⋅ (14,8) ⋅ 6 Al = 310,80cm 2 Então: AT = 2AB + AL AT = 2(31,79) + 310,80 AT = 374,38cm 2 • Volume interno: V = Ab . h V = (31,79) . (14,8) V = 470,49cm3 1.2.2 - Embalagem modificada 1 (com abas) Área total da cartolina (Acart) = 6355,20cm2 Área total dos retalhos (Aret) = 2561,21cm2 Área total útil da cartolina (Au) = 3793,99cm2 Utilizando a figura planificada como modelo, descobriu-se que podem ser feitas 12 caixas do produto, sendo assim: 89 Acaixa = Au ÷ 12 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Acaixa = 3793,99 ÷ 12 Acaixa = 316,16cm2 Podemos concluir com este último cálculo que 59,70% da área da cartolina foi aproveitada para construir as embalagens sendo desperdiçado um total de 40,30% da área da cartolina. 1.3 – Embalagem modificada 2 1.3.1 – Sem abas • Formato: Prisma Irregular de base triangular • Medidas: aresta base: 6,5cm (comprimento) x 3,8cm (largura) altura: 15cm (h) • Como o sólido possui uma só base e, por esta ser retangular, existem dois tipos diferentes de laterais então, necessita-se calcular separadamente. • Figuras planificadas que compõem a nova embalagem: 15cm 15cm 3,8cm 3,8cm 3,8cm 6,5cm AL1 = b . h AL 2 = b⋅h 2 AB = b . h AL1 = (6,5) . 15 AL 2 = (3,8) ⋅ 15 2 AB = (6,5) . (3,8) AL1 = 97,50cm2 AL2 = 28,50cm2 AB = 24,70cm2 90 • Área Total: BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) AT = 2AL1 + 2AL2 + AL3 AT = 2(97,50) + 2(28,50) + 24,70 AT = 276,70cm2 • Volume: V = AB . h V = 28,50 . 15 V = 427,50cm3 1.3.2 - Embalagem modificada 2 (com abas) Área total da cartolina (Acart) = 6355,20cm2 Área total dos retalhos (Aret) = 1552,11cm2 Área total útil da cartolina (Au) = 4803,09cm2 Utilizando a figura planificada como modelo, descobriu-se que podem ser feitas 15 caixas do produto, sendo assim: Acaixa = Au ÷ 15 Acaixa = 4803,09 ÷ 15 Acaixa = 320,21cm2 Podemos concluir com este último cálculo que 75,58% da área da cartolina foi aproveitada para construir as embalagens sendo desperdiçado um total de 24,42% da área da cartolina. 2 – LÂMPADA PHILIPS 2.1 - Embalagem original 91 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 2.1.1 – Sem abas • Formato: paralelepípedo reto retângulo • Medidas: comprimento = 5,2cm (a); altura = 5,4cm (b); largura = 9,5cm (c) • Área total: AT = 2(ab + bc + ac) AT = 2[(5,2) ⋅ (5,4) + (5,4) ⋅ (9,5) + (5,2) ⋅ (9,5)] AT = 2(28,08 + 51,30 + 49,40) AT = 2(128,78) AT = 257,56cm 2 • Volume interno: V=a.b.c V = (5,2) ⋅ (5,4) ⋅ (9,5) V = 266,76cm 3 1.1.2 - Embalagem original (com abas) Área total da cartolina (Acart) = 6355,20cm2 Área total dos retalhos (Aret) = 2017,09cm2 Área total útil da cartolina (Au) = 4338,11cm2 Utilizando a figura planificada como modelo, descobriu-se que podem ser feitas 15 caixas do produto, sendo assim: Acaixa = Au ÷ 15 Acaixa = 4338,11 ÷ 15 Acaixa = 289,21cm2 Podemos concluir com este último cálculo que 68,26% da área da cartolina foi aproveitada para construir as embalagens sendo desperdiçado um 92 total de 31,74% da área da cartolina. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 1.2 – Embalagem modificada 1 1.2.1 – Sem abas • Formato: pirâmide com base hexagonal • Medidas: aresta base: 4,2cm (a) altura: 12cm (h) • Área Total: no caso da pirâmide, precisamos de cálculos auxiliares, como a área da base (Ab) e a área lateral (Al) AT = AB + AL Logo: Ab Ab Ab Ab Al = Af ⋅ n, onde : a2 3 = ⋅6 4 (4,2) 2 3 = ⋅6 4 (17,64) ⋅ (1,73) ⋅ 6 = 4 = 45,77cm 2 A f representa a área da face lateral que é um triângulo; n é o número de faces laterais b⋅h Al = ⋅n 2 (4,2) ⋅ 12 Al = ⋅6 2 Al = 151,20cm 2 Onde o valor de 11,81cm, significa o valor da altura da pirâmide, que foi calculado da seguinte forma, tendo como base o apótema da pirâmide (Ap) que foi medido na embalagem após confeccionada: 2 a ( Ap ) = h + 2 (12) 2 = h 2 + (2,1) 2 h ≅ 11,81cm 2 2 AT = Ab + Al então: AT = (45,77) + 148,81 AT = 194,58cm 2 93 • Volume interno: BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) V = AB ⋅ h 3 (45,77) ⋅ (11,81) 3 V = 180,18cm 3 V = 1.2.2 - Embalagem modificada 1 (com abas) Área total da cartolina (Acart) = 6355,20cm2 Área total dos retalhos (Aret) = 2865,38cm2 Área total útil da cartolina (Au) = 3489,82cm2 Utilizando a figura planificada como modelo, descobriu-se que podem ser feitas 16 caixas do produto, sendo assim: Acaixa = Au ÷ 16 Acaixa = 3489,82 ÷ 16 Acaixa = 218,11cm2 Podemos concluir com este último cálculo que 54,91% da área da cartolina foi aproveitada para construir as embalagens sendo desperdiçado um total de 45,09% da área da cartolina. 1.3 – Embalagem modificada 2 1.3.1 – Sem abas • Formato: cone reto • Medidas: raio da base: 3,5cm (r) geratriz: 16,5cm (g), onde a altura(h) foi calculada a partir de: g2 = r2 + h2 94 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) (16,5) 2 = (3,5) 2 + h 2 h ≅ 16,12cm • Área Total: AT = π ⋅ r (r + g ) AT = (3,14) ⋅ (3,5) ⋅ [(16,5) + (3,5)] AT = 219,80cm2 • Volume: V = π ⋅r2 ⋅h 3 (3,14) ⋅ (3,5) 2 ⋅ (16,12) V = 3 3 V = 206,68cm 1.3.2 - Embalagem modificada 2 (com abas) Área total da cartolina (Acart) = 6355,20cm2 Área total dos retalhos (Aret) = 2037,61cm2 Área total útil da cartolina (Au) = 4317,59cm2 Utilizando a figura planificada como modelo, descobriu-se que podem ser feitas 19 caixas do produto, sendo assim: Acaixa = Au ÷ 19 Acaixa = 4317,59 ÷ 19 Acaixa = 227,24cm2 Podemos concluir com este último cálculo que 67,94% da área da cartolina foi aproveitada para construir as embalagens sendo desperdiçado um total de 32,06% da área da cartolina. 95 3 – CREME DENTAL COLGATE BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 3.1 - Embalagem original 1.1.1 – Sem abas • Formato: paralelepípedo reto retângulo • Medidas: comprimento = 3,8cm (a); largura = 3cm (b); altura = 16,6cm (c) • Área total: AT = 2(ab + bc + ac) AT = 2[(3,8) ⋅ 3 + 3 ⋅ (16,6) + (3,8) ⋅ (16,6)] AT = 2(11,40 + 49,80 + 63,08) AT = 2(124,28) AT = 248,56cm 2 • Volume interno: V=a.b.c V = (3,8) ⋅ 3 ⋅ (16,6 ) V = 189,24cm 3 3.1.2 - Embalagem original (com abas) Área total da cartolina (Acart) = 6355,20cm2 Área total dos retalhos (Aret) = 1176,15cm2 Área total útil da cartolina (Au) = 5179,05cm2 Utilizando a figura planificada como modelo, descobriu-se que podem ser feitas 16 caixas do produto, sendo assim: 96 Acaixa = Au ÷ 16 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Acaixa = 5179,05 ÷ 16 Acaixa = 323,69cm2 Podemos concluir com este último cálculo que 81,49% da área da cartolina foi aproveitada para construir as embalagens sendo desperdiçado um total de 18,51% da área da cartolina. 3.2 – Embalagem modificada 1 3.2.1 – Sem abas • Formato: prisma reto com base quadrangular (losango) • Medidas: aresta base: 3cm (a) altura: 18,2cm (h) • diagonal maior = 5cm (D) diagonal menor = 3,2cm (d) Área Total: no caso do prisma reto, precisamos de cálculos auxiliares, como a área da base (Ab) e a área lateral (Al) AT = 2AB + AL Logo: D⋅d Ab = 2 5 ⋅ (3,2) Ab = 2 Ab = 8cm 2 Al = Af ⋅ n, onde : A f representa a área da face lateral que é um retângulo; n é o número de faces laterais Al = (b ⋅ h) ⋅ n Al = 3 ⋅ (18,2) ⋅ 4 Al = 218,40cm 2 Então: AT = 2AB + AL AT = 2 ⋅ 8 + 218,40 AT = 234,40cm 2 97 • Volume interno: BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) V = AB . h V = 8 . (18,2) V = 145,60cm3 3.2.2 - Embalagem modificada 1 (com abas) Área total da cartolina (Acart) = 6355,20cm2 Área total dos retalhos (Aret) = 1062,93cm2 Área total útil da cartolina (Au) = 5292,27cm2 Utilizando a figura planificada como modelo, descobriu-se que podem ser feitas 18 caixas do produto, sendo assim: Acaixa = Au ÷ 18 Acaixa = 5292,27 ÷ 18 Acaixa = 294,01cm2 Podemos concluir com este último cálculo que 83,28% da área da cartolina foi aproveitada para construir as embalagens sendo desperdiçado um total de 16,72% da área da cartolina. 3.3 – Embalagem modificada 2 3.3.1 – Sem abas • Formato: prisma reto com base triangular regular • Medidas: aresta base: 4,5cm (a) altura: 18,2cm (h) • Área Total: no caso do prisma reto, precisamos de cálculos auxiliares, como a área da base (Ab) e a área lateral (Al) AT = 2AB + AL 98 Logo: a2 3 4 (4,5) 2 3 Ab = 4 (20,25) ⋅ (1,73) Ab = 4 Ab = 8,76cm 2 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Ab = Al = Af ⋅ n, onde : A f representa a área da face lateral que é um retângulo; n é o número de faces laterais Al = (b ⋅ h) ⋅ n Al = (4,5) ⋅ (18,2) ⋅ 3 Al = 245,70cm 2 Então: AT = 2AB + AL AT = 2 ⋅ (8,76) + 245,70 AT = 263,22cm 2 • Volume interno: V = AB . h V = (8,76) . (18,2) V = 159,43cm3 3.3.2 - Embalagem modificada 2 (com abas) Área total da cartolina (Acart) = 6355,20cm2 Área total dos retalhos (Aret) = 1671,25cm2 Área total útil da cartolina (Au) = 4683,95cm2 Utilizando a figura planificada como modelo, descobriu-se que podem ser feitas 15 caixas do produto, sendo assim: Acaixa = Au ÷ 15 Acaixa = 4683,95 ÷ 15 Acaixa = 312,26cm2 99 Podemos concluir com este último cálculo que 73,70% da área da cartolina foi aproveitada para construir as embalagens sendo desperdiçado um BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) total de 26,30% da área da cartolina. 4 – CAIXA DE MEDICAMENTO (LORAZEPAM) 4.1 - Embalagem original 4.1.1 – Sem abas • Formato: cubo • Medidas: aresta = 4,8cm • Área total: AT = 6a2 AT = 6(4,8) 2 AT = 6(23,04) AT = 138,24cm 2 • Volume interno: V = a3 V = (4,8) 3 V = 110,59cm 3 4.1.2 - Embalagem original (com abas) Área total da cartolina (Acart) = 6355,20cm2 Área total dos retalhos (Aret) = 1790,87cm2 Área total útil da cartolina (Au) = 4564,33cm2 Utilizando a figura planificada como modelo, descobriu-se que podem ser feitas 21 caixas do produto, sendo assim: 100 Acaixa = Au ÷ 21 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) Acaixa = 4564,33 ÷ 21 Acaixa = 217,35cm2 Podemos concluir com este último cálculo que 71,82% da área da cartolina foi aproveitada para construir as embalagens sendo desperdiçado um total de 28,18% da área da cartolina. 4.2 – Embalagem modificada 1 4.2.1 – Sem abas • Formato: prisma reto com base hexagoanl • Medidas: aresta base: 2,6cm (a) altura: 5cm (h) • Área Total: no caso do prisma reto, precisamos de cálculos auxiliares, como a área da base (Ab) e a área lateral (Al) AT = 2AB + AL Logo: Ab Ab Ab Ab a2 3 = ⋅6 4 (2,6) 2 3 = ⋅6 4 (6,76) ⋅ (1,73) ⋅ 6 = 4 = 17,54cm 2 Então: AT = 2AB + AL AT = 2 ⋅ (17,54) + 78 AT = 113,08cm 2 Al = Af ⋅ n, onde : A f representa a área da face lateral que é um retângulo; n é o número de faces laterais Al = (b ⋅ h) ⋅ n Al = (2,6) ⋅ 5 ⋅ 6 Al = 78cm 2 101 • Volume interno: BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) V = AB . h V = (17,54) . 5 V = 87,70cm3 4.2.2 - Embalagem modificada 1 (com abas) Área total da cartolina (Acart) = 6355,20cm2 Área total dos retalhos (Aret) = 1976,66cm2 Área total útil da cartolina (Au) = 4378,54cm2 Utilizando a figura planificada como modelo, descobriu-se que podem ser feitas 35 caixas do produto, sendo assim: Acaixa = Au ÷ 35 Acaixa = 4378,54 ÷ 35 Acaixa = 125,10cm2 Podemos concluir com este último cálculo que 68,90% da área da cartolina foi aproveitada para construir as embalagens sendo desperdiçado um total de31,10% da área da cartolina. 4.3 – Embalagem modificada 2 4.3.1 – Sem abas • Formato: cilindro eqüilátero • Medidas: raio da base: 2,4cm (r) altura: 4,8cm (h) 102 • Área Total: BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) AT = 2 ⋅ π ⋅ r (h + r ) AT = 2(3,14)(2,4)[(4,8) + (2,4)] AT = 15,072(7,2) AT = 108,52cm 2 • Volume interno: V = 2 ⋅π ⋅ r ⋅ h V = 2(3,14)(2,4)(4,8) V = 72,34cm 3 4.3.2 - Embalagem modificada 2 (com abas) Área total da cartolina (Acart) = 6355,20cm2 Área total dos retalhos (Aret) = 1221,37cm2 Área total útil da cartolina (Au) = 5133,83cm2 Utilizando a figura planificada como modelo, descobriu-se que podem ser feitas 38 caixas do produto, sendo assim: Acaixa = Au ÷ 38 Acaixa = 5133,83 ÷ 38 Acaixa = 135,10cm2 Podemos concluir com este último cálculo que 80,78% da área da cartolina foi aproveitada para construir as embalagens sendo desperdiçado um total de 19,22% da área da cartolina. BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 103 ANEXO I – CÁLCULOS REALIZADOS PELOS ALUNOS PARA VERIFICAR A ÁREA E VOLUME DAS EMBALAGENS PRODUZIDAS BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 104 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 105 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 106 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 107 ANEXO J – DIGITALIZAÇÃO DOS CÁLCULOS DAS SOBRAS DE MATERIAL UTILIZADAS NA CONFECÇÃO DAS EMBALAGENS BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 108 BDU – Biblioteca Digital da UNIVATES (http://www.univates.br/bdu) 109