www.arvoredoleite.org Esta é uma cópia digital de um documento que foi preservado para inúmeras gerações nas prateleiras da biblioteca Otto Frensel do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), antes de ter sido cuidadosamente digitalizada pela Arvoredoleite.org como parte de um projeto de parceria entre a Arvoredoleite.org e a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes para tornarem seus exemplares online. A Revista do ILCT é uma publicação técnico-científica criada em 1946, originalmente com o nome FELCTIANO. Em setembro de 1958, o seu nome foi alterado para o atual. Este exemplar sobreviveu e é um dos nossos portais para o passado, o que representa uma riqueza de história, cultura e conhecimento. Marcas e anotações no volume original aparecerão neste arquivo, um lembrete da longa jornada desta REVISTA, desde a sua publicação, permanecendo por um longo tempo na biblioteca, e finalmente chegando até você. Diretrizes de uso A Arvoredoleite.org se orgulha da parceria com a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes da EPAMIG para digitalizar estes materiais e torná-los amplamente acessíveis. No entanto, este trabalho é dispendioso, por isso, a fim de continuar a oferecer este recurso, tomamos medidas para evitar o abuso por partes comerciais. Também pedimos que você: ● Faça uso não comercial dos arquivos. Projetamos a digitalização para uso por indivíduos e ou instituições e solicitamos que você use estes arquivos para fins profissionais e não comerciais. ● Mantenha a atribuição Arvoredoleite.org como marca d'água e a identificação do ILCT/EPAMIG. Esta atitude é essencial para informar as pessoas sobre este projeto e ajudá-las a encontrar materiais adicionais no site. Não removê-las. ● Mantenha-o legal. Seja qual for o seu uso, lembre-se que você é responsável por garantir que o que você está fazendo é legal. 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I digitalizado por arvoredoleite.org Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" - Jul/Ago, n2 333, 58: 1-260, 2003 Governo do Estado de Minas Gerais Aécio Neves da Cunha XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Odelmo Leão Carneiro Sobrinho COMISSÃO CIENTíFICA E DE RECEPÇÃO Coord. José Alberto Bastos Portugal e equipe Centro Tecnológico· Instituto de Laticínios Cândido Tostes Comitê Gerencial Gerson Occhi - Chefe do CT /ILCT José Alberto Bastos Portugal - Seco Executivo Prog. Proc. Agroindustrial Regina Célia Mancini - Coord. do Programa Ensino Leite e Derivados José Lourenço Pereira Russi - Supervisor do Núcleo de Administração e Finanças Nelson Tenchini Macedo - Supervisor do Núcleo de Indústria e Comércio· Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes Luiza Carvalhaes Albuquerque T écnica em Laticínios e Especialista em Marketing e Qualidade Total � Ill' -- � graf�d'tcIca e e Itora artes gráficas (32) 3217-0283 Jornalista Responsável Vania Lucia Alves Lacerda Reg . Prof. 4 . 7 29/MG Corpo Revisor da Revista do ILCT Célia Lucia Luces Fortes Ferreira Daise Aparecida Rossi Edna Froeder Arcuri José Alberto Bastos Portugal Luiz Ronaldo de Abreu Luiza Carvalhaes de Albuquerque Maria Cristina Drumond e Castro Paulo Henrique Fonseca da Silva COMISSÃO ORGANIZADORA Coordenação Geral: Dr. Baldonedo Arthur Napoleão (Presidente da EPAMIG) Secretário Executivo: Prof. Gerson Occhi (Chefe do CTIILCT - E PAMIG) Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais Baldonedo Arthur Napoleão - Presidente Antônio Lima Bandeira - Diretor de Operações T écnicas Luiz Carlos Gomes Guerra - Diretor de Administração e Finanças Editoração Eletrônica Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" - Jul/Ago, n2 333, 58: 1-260, 2003 SECRETARIA GERAL Coord. Regina Célié). Mancini e equipe EXPOMAQ Coord. José Lourenço Pereira Russi e equipe EXPOLAC Coord. Nelson Tenchini de Macedo e equipe CORPO TÉCNICO DOS ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Adauto de Matos Lemos Impressão Antônio Carlos Savino de Oliveira Braz dos Santos Neves Cristina T hielmann Danielle Braga Chelini Pereira Edna Frõeder Arcuri (Embrapa Gado de Leite) GRÁFICA E EDITORA (32) 3215-8988 Os trabalhos apresentados são de inteira responsabilidade de seus autores. Juiz de Fora, julho de 2003 Eduardo Reis Peres Dutra Fernando Antônio Resplande Magalhães Heloíza Maria de Souza José Alberto Bastos Portugal José Roberto Ferreira (Embrapa Gado de Leite) Luiz Ronaldo de Abreu (UFLA) Luiza Carvalhaes Albuquerque Marco Antônio Moreira Furtado (FFB/UFJF) EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS - EPAMIG Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes", n. 1 - 1 946 - Juiz de Fora. Instituto de Laticínios "Cândido Tostes", 1 946. Maria Cristina Drummond e Castro Mírian Aparecida Pinto Vilela (FFB/UFJF) Paulo Henrique Fonseca da Silva Sandra Maria Pinto(Embrapa Gado de Leite) Silmat Carla da Silva v. ilust. 23 cm n. 1 -1 9 (1 946-48), 27 cm, com nome de Felctiano, n. 20-73 (1 948-57), 23 cm, com o nome de Felctiano. A partir de setembro de 1 958, com o nome de Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes". 1 . Zootecnia -. Brasil - Periódicos. 2. Laticínios - Brasil - Periódicos 1 . Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, Juiz de Fora, MG, ed. ISSN 0 1 00-3674 CDU 636/637(81 )(50) Os trabalhos apresentados são de inteira responsabilidade de seus autores. A Comissão Organizadora agradece a todos os funcionários do CTIILCT e a todas as pessoas que colaboraram direta ou indiretamente para a realização do XX Congresso Nacional de Laticínios. Pág. 11 Pág. 111 digitalizado por arvoredoleite.org Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" - JullAgo, nQ 333, 58: 1-260, 2003 Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" - Jul/Ago, nQ 333, 58: 1-260, 2003 R ELAÇÃO DE PARTICIPANTES NA EXPOMAQ/2003 Aalborg Industries S.A. Importação e Exportação de Medidores Polimate LIda ABC Comércio e Representações LIda Indústria de Máquinas Agrícola Tambrás Acesita Serviços, Com. Ind. e Participações LIda Indústria e Comércio de Plásticos Fortuce LIda AEB Bioquímica Latino Americana LIda Injesul Plásticos Ind e Com LIda Analítica LIda Inoxmilk Ind. e Com. LIda André Luiz Lima de Souza (ME) Casa Forte Inoxta Comercial LIda Aviplast Ind. Com. de Embalagens LIda Jorvic do Brasil LIda Basequímica Produtos Químicos LIda Josmaq Equipamentos p/ lndúdtria Alimentícia Biológica Des. de Proj. e Proc. em Biotecnologia Kerry do Brasil LIda BKG Rotem Química do Brasil LIda Lago Polpa Ind. e Com. de Prod. Alimentícios LIda Borsato Industrial LIda. Laktron Indústria Metalúrgica LIda Brasflow Indústria e Comércio LIda Madasa do Brasil LIda RELAÇÃO DE PARTICIPANTES NA EXPOLAC/2003 Silva e Alves Ltda S. Teixeira Produtos Alimentícios Ltd a Laticín ios Moedense Ltda Ouro e Prata I n d . e Com . de Prod utos Lácteos Laticínios Cruzi l i ense Ltda Coo p . A g r o p . de São J o ão N e p o m u c e n o d e Ouá - Ouá I ndústria Alimentícia Ltd a R e s p . Ltda Alvarenga e Cia Ltda Brassel Com., Importação e Exportação LIda Makplan Comércio e Represent. LIda Laticínios Del Rey Ltda BV Máquinas e Equipamentos LIda Marte Balanças e Aparelhos de Precisão LIda Matrix Ingedientes Com. e Rep. LIda Nutrícia S/A San mariana I ndústria e Comércio Ltda Cap Lab Comercial LIda Carbinox Ind. e Com. LIda Mecânica Martins Guedes LIda Laticí nios Nosso Ltda Laticín ios Vimilk Carlos A. Wanderley e Filhos, Imp. Exp. Repr. LIda Mercocítrico Fermentações LIda Fundação Arthur Bernardes Chamfer Ind. e Com. Ferr. Prod. Plásticos LIda Mercoplack Embalagens LIda CHR Hansen Indústria e Comércio LIda Meta Tecnologia em Sistemas LIda Clariant Comercial S/A MGE Comercial LIda Rivello Alimentos Ltda Coop erativa Agropecuária do Va l e do Paracatu Cooperativa de laticínios Cam pezi na Ltda Lactoplasa - Indústria de Laticínios do Planalto S/A Clyrep Serviços Gráficos LIda Módulo Metais Indústria e Comércio LIda Trevo Alim entos Agroi ndústria Passa Ci n co Ltda Coalhobrás Ind. e Com. de Produtos Químicos LIda Multidraw Eng. e Proj. Industriais e Ambientais LIda Conservas Ritter S/A Ind., Agrícola e Comercial Nadir Figueiredo Ind. e Com. S.A Consilct Lati cínios DaM atta I n d . e Com . Ltd a COOPERSUCAR de São Paulo Negro & Moreira S/C LIda Laticínios Gardingo Doces da Ula Marfim I nd. e Com. de Prod utos Ali me ntícios Ltda Empreendim entos Agropecuários Rio Bonito Ltda Usina de Beneficiamento José Sérvulo de Carvalho Ltda Transl eite Santa Hedwiges Ltda Laticínios DaM atta I n d . e Com. Ltd a Cryovac Brasil LIda Office Informática LIda Danflow Indústria e Comércio LIda Panda Conexões Sanitárias LIda Danisco Cultor Brasil LIda Paraindustrial Com. de Embalagens LIda Delgo Metalúrgica LIda Poly Vac S/A Ind. e Com. de Embalagens & Cia. do Brasil LIda Desnate Ind. e Com. de Peças p/ Centrífugas LIda Primo Dinieper Indústria Metalúrgica LIda Produtos Macalé LIda Cooperativa de Laticínios de Teófi lo Otoni Paraúna Ind . e Com. de Lati cínios Ltda Doce Aroma Comercial LIda Quest Produtos Profissionais de Limpeza Ltda Cooperativa Agropecuária do Val e do Rio Doce Laticínios Carrancas Ltda Doormann S/A Embalagens Plásticas Quinabra Química Natural Brasileira Ltda Cooperativa Agropecuária Cascavel Ltda Laticínios Cu rral de M i nas Ltda R. Baião Coop e rativa Agropecuária Regional de Montes Cooperativa Mista Agropecuária de Patos de Mi nas C l aros - COOPAGRO Campon esa Al im entos Ltda Editora Dipemar-Rev Leite & Derivados Embali Indústria Plástica LIda Reagel-ABC Ind. e Com. LIda Emil- Empresa Mineira LIda Revista Indústria de Laticínios Engefril lnd e Com LIda Rust Engenharia LIda Usina de Beneficiamento de Leite LATCO Ltda Cooperativa de Laticínios Selita Eximaq Ind. Com. de Equipamentos Industriais LIda SCS Comércio Importação e Exportação LIda Laticínios Ponte Nova Ltda Agro Indústria Guarani Fermentec Tecnologia LIda Selovac Indústria e comércio LIda FIBRAV -Fibra de Vidro de Lambari Servomatic Equipamentos e Serviços LIda Lati cínios Cedrense Ltda Indústria de Alimentos Ouro Verde Casimiro Ltda Fitatex Etiquetas e Embalagens LIda Smucker do Brasil Ltda Fluir Ind. e Com. de Controles Automáticos LIda Spirax Sarco Indústria e Comércio Ltda Fundação Arthur Bernardes-FUNARBE Terom do Brasil Gelita do Brasil LIda Tetra Pak LIda Gemacon Comércio e Serviços LIda T ransportadora Circuito das Águas Ltda Germinal lnd e Com de Prod Químicos LIda Trevi Indústria Mecânica LIda Globalfood-Sistemas, Ingred.Tecnol. p/ Alimentos T urbinave Ind. e Com. de Centrífugas LIda Globo Inox Equipamentos Industriais LIda Unipac Embalagens Ltda Hexis Científica West Indústria, Comércio e Representação Ltda Huhtamaki do Brasil LIda Westfalia Separator do Brasil LIda IGE -Indústria Mecânica Geiger LIda WL Caxiense Ind. Com. Embalagens Plásticas Ltda IMAP-Lopes Ribeiro Ind. e Com. de Embalagens York International Ltda Pág . IV Pág . digitalizado por Y arvoredoleite.org Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" - Jul/Ago, n!! 333, 58: 1-260, 2003 Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" - Jul/Ago, n!! 333, 58: 1-260, 2003 SUMÁRIO QUEIJO "MINAS FRESCAL" COMERCIALIZADO NA CIDADE DE JUIZ DE FORA E REGI à O III - INCID Ê NCIA DE ESTAFILOCOCOS PRODUTORES DE COAGULASE .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... 1 1 5 AN Á LISE DE PRODUTOS L Á CTEOS REALIZADAS NO LAB ORATÓ RIO DE AN Á LISES DE ALIMENTOS E Á GUAS DA FACULDADE DE FARM Á CIA E BIOQUÍ MICA/UFJF EM 2002 . . . .. 1 1 8 ELAB ORAÇ Ã O DE B EB IDA L Á CTEA PROB IÓTICA UTILIZANDO LEITE ACID ÓFILO . . . . 1 2 2 PALESTRAS UTILIZAÇà O DE TÉCNICAS DE ELETROFORESE EM GEL DE POLIACRILAMIDA NA IDENTIFICAÇ Ã O DA ADIÇ Ã O DE LEITE DE VACA AO LEITE DE CAB RA . . . ...................................... 1 CERTIFICAÇà O DE SISTEMAS DE GESTà O DA QUALIDADE NA INDÚ STRIA DE LATICÍ NIOS .... 9 DESENV OLV IMENTO S USTENT Á VEL E NOVOS PARADIGMAS PARA O AGRONEGÓ CIO DO LEITE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ................................ ................................. . . . . . . . . . .............. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 5 PRINCÍ PIOS DA FAB RICAÇ Ã O DO QUEIJO COTTAGE: UMA REVIS à O . . . . . . . . . . .. .... . . . . . . .............. 2 6 COMUNICAÇÕES TÉCNICAS IDENTIFICAÇ Ã O DE STAPHYLOCOCCUS S P P ISOLADOS DE AR DE AMB IENTE, MAN IPULADORES E DE SUPERFÍ CIES EM UMA IND Ú STRIA DE LATICÍ NIOS . . . . . . . . . . . ....................... 3 3 DETERMINAÇ Ã O D E PESTICIDA EM LEITE PASTEURIZADO . . . . .............. . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . ......... 3 8 DETERM INAÇ Ã O DE CARACTERÍSTICAS FÍ SICO-QUÍ MICAS D E P à O D E FORMA ELABORADO COM SORO DE QUEIJO . . . . . . . .................................... .......... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ........ 4 4 POTENCIAL DETERIORADOR D E BACTÉ RIAS PSICROTRÓFICAS GRAM-NEGATIVAS ISOLADAS DE AMOSTRAS DE LEITE CRU REFRIGERADO ....................................................: . . . .. ......... 4 9 DIVERS IDADE GENÉ TICA DE BACTÉ RIAS PSICROTRÓFICAS PROTEOLÍTICAS ISOLADAS DE LEITE CRU GRANELIZADO .................. ................... . .. . . . . . . ............... . . . . . . . .. . .. . . . . .............. . . . . . . . . .............. 5 4 COMPETITIVIDADE E EFICIÊ NCIA NAS CADEIAS PRODUTIVAS D O LEITE E M PÓ E LONGA V IDA . . . . . . . . . . ....................... . . ....................................... . ................. . . . . . . . ................... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ......... 6 0 EX PERIÊ NCIA D E IMPLANTAÇ Ã O D E BOAS PR Á TICAS D E FAB RICAÇ Ã O ............................ 6 7 US INA D E LATICÍ NIOS UFV - FUNARBE E O PROCES SO D E EXPORTAÇ Ã O U M ESTUDO DE CASO 72 APLICAÇ Ã O DA NIS INA EM LEITE CRU PARA INIBIÇ Ã O DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS ENTEROTOXIG Ê NICOS . . . . . . . . . . . . . . .................. ...................................... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . ................................. 7 8 . ............................................................................................................................................................. POSTER'S QUALIDADE DE ÁG UA E CONDIÇ Õ ES HIGI Ê N ICAS DE MANI PULADORES , EQUIPAMENTOS E UTENS Í LIOS EM MICRO-IND Ú STRIAS DE LATICÍ NIOS . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 5 PROPOS IÇ Ã O, IMPLANTAÇ Ã O E AVALIAÇ Ã O DE PROCEDIMENTOS DE HIGIENIZAÇ Ã O PARA MICRO-IND Ú S TRIAS DE LATICÍ NIOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ...................... . . . . . .. . . . . . . . . ............... 8 9 PES QU ISA DE MERCADO: HÁ BITOS DE CONSUMO E PERFIL DO CONSUMIDOR DE LEITE LONGA VIDA EM BELO HORIZONTE MG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . ..................... . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . .. . .. ......... 9 2 QUALIDADE MICROB IOLÓ GICA DA Á GUA DE PROPRIEDADES LEITEIRAS SITUADAS NA REGI à O METROPOLITANA DE BELO HOR IZONTE - MG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . 9 5 A VALIAÇ Ã O D A MICROS COPIA D E EPIFLUORES C Ê NCIA D IRETA COMO M É TODO DE AN Á LISE R Á PIDA DO LEITE PARA PAGAMENTO PELA QUALIDADE MICROB IOLÓ GICA .. 9 8 CONS IDERAÇ Õ ES TÉ CN ICAS RELEVANTES SOBRE O PROCESSO DE FAB RICAÇ Ã O DE QUEIJO DE COALHO E S UA ACEITAÇ Ã O PELO CONSUMIDOR . . . . .. . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... 1 0 2 ISOLAMENTO DE BACTÉRIAS LÁ TICAS DE LEITE CRU DA REGI à O DO VALE DO JAGUARIBE, CEAR Á , B RASIL .................................................................................... ............................................. 1 0 6 EFEITO ANTAGONISTA IN VITRO DE BIFlDOBACTER IUM SP. ISOLADO DE FEZES HUMANAS FRENTE A ALGUNS MICRORGANISMOS PATOGÊ NICOS . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 0 9 QUALIDADE MICROB IOLÓ GICA DO LEITE HUMANO ORDENHADO ...... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1 2 S ISTEMA DE GESTà O DAS BOAS PR Á TICAS DE FAB RICAÇ Ã O NA IND Ú STRIA DE ALIMENTOS . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .............. . .. .......... . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . IMPLANTAÇ Ã O DAS BOAS PR Á TICAS DE FAB RICAÇ Ã O EM LATICÍ N IOS ESTUDO DE CASO ............. ................. ............................. . . . . . . . ........ ............. ............................... . . . . . . . . ............. . . . . . . . . . . ..... QUALIDADE MICROB IOLÓ GICA DE LEITE PASTEURIZADO COMERCIALIZADO EM ITAPETINGA - B A ...................................................................................................................................... AVALIAÇÃO SENSORIAL DE PETlT SUlSSE ELABORADO COM ADIÇÃO DE SORO DE LEITE .... 1 25 128 131 1 34 Á Ã Í Ã AVALIAÇ O DAS BOAS PR TICAS DE FABRICAÇ O EM LATIC NIOS SEM-REGISTRO, PRODUTORES DE MUSSARELA ...... .................................................. ............................................. . . . ...... 1 3 8 ESTUDO PRELIMINAR DA QUALIDADE DO LEITE EM REBANHO DA RAÇA HOLANDESA . . . 1 4 1 DESENV OLV IMENTO DE NOVOS PRODUTOS : ESTRATÉ GIA PARA IND Ú STRIA DE LATICÍ NIOS ............................................... ............................... ............... ............... ... ..................................... 1 4 5 IDENTIFICAÇ Ã O DE COMPOSTOS VOL Á TEIS NEUTROS DE QUEIJO PRATO DE QUATRO ORIGENS POR CROMATOGRAFIA GASOSA-ES PECTROMETRIA DE MASSAS (GC-MS) . . ... 1 4 8 ESTAB ILIDADE MICROB IOLÓ GICA DE REQUEIJ à O CREMOSO FAB RICADO POR DIFERENTES PROCESSOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 1 5 4 AVALIAÇ Ã O FÍ S ICO-QU Í MICA E AN Á LISE DO PERFIL D E TEXTURA DE REQUEIJ à O C REMOSO EM DIFERENTES EMBALAGENS DURANTE A ESTOCAGEM A 1 0°C, COM E SEM AÇ Ã O DE LUZ ............................................ .......... . . . . . . . . . .................... . .. . . . . . . . ..... . . . ... .. . . . . ... .. . .. . ..... . ........ 1 5 7 CARACTERIZAÇà O FÍSICO-QUÍMICA E ANÁLISE DO PERFIL DE TEXTURA DE AMOSTRAS COMERCIAIS DE REQUEIJ à O CREMOSO E DE REQUEIJ à O CREMOSO LIGHT . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 1 6 4 ELAB ORAÇ Ã O DE IOGURTE SAB OR MORANGO UTILIZANDO LEITE EM PÓ , SORO DE LEITE E WH EY PROTEIN CONCENTR ATE (WPC - 3 5 % ) E UMA BEB IDA FERMENTADA À BASE DE EXTRATO AQUOSO DE SOJA (P30). PARTE I AVALIAÇÕES FÍ SICO-QUÍ MICAS E SENSORIAIS .......................................................................................... ................................................... ... 1 7 1 QUALIDADE DA Á GUA USADA EM IND Ú STRIAS FAMILIARES DE LATICÍ NIOS ............... 1 7 5 QUEIJOS ARTESANAIS. NECESSIDADE DE ADEQUAÇÃO À S BOAS PRÁTICAS DE PRODUÇ Ã O E DE COMERCIALIZAÇ Ã O ... ................................... . . . ...................................... . . . . . . . . . . . . . . .......................... 1 7 8 AVALIAÇ Ã O MICROBIOLÓ GICA DE ALIMENTOS E DE SUPERFÍ CIES DE EQUIPAMENTOS E UTENS Í LIOS EM IND Ú STRIAS FAMILIARES DE LATICÍ NIOS ............. ............................. ...... 1 8 1 DADOS DE S OLUB ILIDADE DA LACTOSE EM DIFERENTES TEM PERATURAS ................. 1 , 8 4 AN Á LISE D E RISCO DE UM PROJETO DE IMPLANTAÇà O DE UMA IND Ú STRIA DE LATICÍ N IOS DIVERS IFICADO DE PEQUENO PORTE ....... . . . . . . .............. . . . . . . . . . . . . . . . . ...... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 8 7 BACTÉ RIAS PROPI Ô NICAS ENDÓ GENAS NA FORMAÇÃO DE OLHADURAS, EM QUEIJO DE MASSA SEMI-COZIDA ................................ .......................................... ..................... . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 9 1 O APROVEITAMENTO DO SORO NA ELABORAÇ Ã O DE BEB IDAS FERMENTADAS . ..... .... 1 9 4 ESTUDO DA V IABILIDADE DE L ACTOBACILLI EM LEITES FERMENTADOS NO MERCADO B RASILEIRO . . . . . . . .......................................................................... ........................... ....................................... 1 9 8 CARACTERÍ STICAS MICROBIOLÓGICAS, FÍ SICO-QUÍ MICAS E DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO SANIT Á RIAS DO LEITE PASTEURIZADO TIPO "C" COMERCIALIZADO NA CIDADE DE PATOS - PB ........................... . . . . . ........................... ................... ........ . ............................ ................................. 2 0 1 PRODUÇ Ã O DE AMINAS B IOATIVAS EM LEITE CRU E ESTERILIZADO, INOCULADOS COM PSEUDOMON AS FLUOR ESCENS A 4, 7 E 1 0°C ................ . . . . . . . . . . ......................................... .... 2 0 4 Pág. VI Pág. V I I digitalizado por arvoredoleite.org Jul/Ago, nQ 333, 58: 1-260, 2003 • Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS GESTà O DE CUSTOS UMA FERRAMENTA PARA A COMPETITIV IDADE EM EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - UM ESTUDO DE CAS O ................ ......... ...... ......................... .. .............. 2 0 7 UTILIZAÇ Ã O D E TÉ CNICAS ADSORTIVAS N A PURIFICAÇ Ã O D E PROTE ÍNAS D O SORO DE QUEIJO ........ .. .................. .... ........... .... .......................... . .. .. ............... . ..... ................................... . 2 I O RELAÇ Ã O ENTRE A INCIDÊ NCIA DE RES Í DUOS DE ANTIMICROB IANOS NO LEITE COM ALTAS CONTAGENS DE C ÉLULAS SOM Á TICAS . ...... ..... . ....... .. .......... .. ........ .... ... .... ... 2 1 4 AVALIAÇ Ã O DA QUALIDADE DA MATÉ RIA-PRIMA DESTINADA A PRODUÇ Ã O DE DERIVADOS DE LEITE - ESTADO DE SERGIPE .... ...... ....... ...... . .. ... ............. ............. ......... . 2 1 6 PERFIL DE Á CIDOS GRAXOS DA GORDURA DO LEITE DE VACAS ALIMENTADAS COM CAROÇO DE ALGOD à O ......................................... ............... . . ........ .. ...... ..... ..... ........... ..................... 2 2 0 AN Á LISE F ÍSICO-QU ÍMICA, MICROBIOLÓGICA E SENSORIAL DE IOGURTES NATURAIS ... 2 2 4 .. . . . . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . .. . . . . . . . . . . ... . . . PALESTRAS . . . . . . . . . UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS DE ELETROFORESE EM GEL DE POLlACRILAMIDA NA IDENTIFICAÇÃO DA ADiÇÃO DE LEITE DE VACA AO LEITE DE CABRA1 Detection of cow's milk and goat's milk mixtures by polyacrylamide gel electrophoresis techniques . . Danielle Braga Chelini Pereira2 Marco Antônio Morei ra Furtado3 Luiz Ronaldo de Abreu 4 Edna Froeder Arcuris AVALIAÇ Ã O DOS INDICADORES D E QUALIDADE D E LEITE CRU DAS ESPÉ CIES B UBALINA, OV INA E CAPRINA ..................... ............ ..... ..... ..... ..... .................. ................................... ....... 2 2 7 MONITORAMENTO HIGIÊ NICO-SANIT Á RIO DO PROCESSAMENTO DE QUEIJOS DE LEITE DE CABRA .. ........ .................................. ...... . . . .. ... .......... ... ........ . ......... ..... ........................................ 2 3 2 AMINAS B IOATIVAS EM LEITE INTEGRAL UHT COMERCIALIZADO NA REGIà O DE BELO HOR IZONTE - MG ..... . ... . . . . . ......... ... . .. . ........ . .. ......... . . . ....... .. . . ................................... 2 3 5 CARACTER Í STICAS F ÍSICO-QU Í MICAS DO QUEIJO ZAMORANO D.O.P. SOB CONDIÇÕES DE MATURAÇ Ã O ACELERADA ..... ....... .... ...... .... . .......... . ......... .... .. . . .................................. . 2 3 9 . ... . . . .. .... . .. .. .. . . . . . . . ... .. . . . . . . . . . . . . ... .. .. . . . . . . . . . . . . . . .. . .. . . . . . . ... RESUMO O leite de cabra experimenta grande valorização no mercado l ácteo em razão de fatores como seu alto valor nutritivo, alta digestibilidade, tolerância por indivíduos alérgicos ao leite de vaca, menor disponibilidade em relação ao leite de vaca e características específicas que tornam diferenciados seus derivados . Torna-se importante controlar a mistura de leite de vaca ao leite de cabra, no sentido de atender a legislação vigente e respeitar a saúde e economia do consumidor. Foram avaliadas metodologias de controle deste tipo de adições por eletroforese de proteínas, e empregadas amostras genuínas, adicionadas de percentuais entre 0, 1 % e 44,44% de leite de vaca ao de cabra, além de leite conservado a frio, com conservante (Bronopol®), leite cru, pasteurizado, UHT e em pó. Concluiu-se que o método UREA - PAGE (eletroforese em gel de poli acri lamida com adição de uréia) foi o mais prático e de melhor resolução. Neste método, os perfis eletroforéticos de amostras genuínas de leite de vaca e cabra foram definidos, mostrando-se diferentes, característicos e, apesar de algumas variações encontradas, permitiram detectar, por análise visual dos densitogramas obtidos, adições a partir de 4,76% de leite de vaca. Não foram observadas diferenças entre amostras de leite cru frescas, conservadas a frio ou adicionadas de conservante, mas os perfis eletroforéticos dos leites UHT e em pó diferiram dos obtidos para leites cru e pasteurizado. .. LEITE INFORMAL : UMA ABORDAGEM QUALITATIVA JU NTO A CONSUM IDORES DE ITAPETINGA, BAHIA ..... . . ....... ......... ......... . ....... ........... . . . ......... . .... ........... ......... .................... 2 4 5 CONTAGEM D E MICRORGANISMOS PSICROTRÓFICOS E M LEITE CRU COLETADO A GRANEL DE DIFERENTES MUNIC Í PIOS DO SUDOESTE DA BAHIA ................. .... ................. 2 4 8 AVALIAÇà O MICROB IOLÓ GICA DA Á GUA, D O AMB IENTE E DOS TANQUES D E ESTO CAGEM, VISANDO A IMPLANTAÇ Ã O DE BOAS PR Á TICAS DE FABRICAÇ Ã O NA LINHA DE PROCESSAMENTO DE LEITE PASTEURIZADO .............. ............. ... .......... .... ................ ...... 2 5 1 DI Ó XIDO D E CLORO ESTABILIZADO E M SOLUÇ Ã O AQUOSA: COADJUVANTE TECNOLÓ G ICO DE ALIMENTOS .. .. . .......... ......... ..... ...................... ......... .......... ........................................... 2 5 4 AVALIAÇ Ã O DOS Í ND ICES D E PROFUNDIDADE E EXTENS à O DA MATURAÇ Ã O DE QUEIJOS AZUIS . . . . ... ................ ........................ ..... ........... . .... ....... .. ............................... ..... . 2 5 7 . .. . . . . . . . . . . . .. . .. . . . . . . .. ......... . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . Palavras-chave: leite de cabra, fraude, eletroforese, UREA-PAGE, controle de qualidade 1 . I N T R OD U Ç Ã O A p e s ar d a grande pred o m i n â n c i a d a pecuária leiteira b o v i n a e , conseqüentemente, de conhecimento científico sobre o leite de vaca, há que se destacar a utilização de leites prove n i entes de o u tras fêmeas mamí feras na 2 3 4 5 alimentação hu mana, sej a na forma fluida (in n a tura) ou como derivados (queij o s , i ogurte, en tre outro s ) , por razões c o merc i a i s , n u tri c i o n ai s , s o c i ai s , e c o n ô m i c a s , t e c n o l ó g i cas, culturais ou geográficas . Adaptado da Dissertação apresentada à Universidade Federal de Lavras como parte integrante das exigências do curso de pós-graduação "stricto sensu", para obtenção do título de "Mestre". Farm acêutica-Bioquímica, M . S . Ciência de Al imentos (UFLA), Professora da EPAMIG/CT/ILCT. daniellechelini @ hotmail.com Farmacêutico-Bioquímico, D.S. Ciência e Tecnologia de Alimentos (UFV), Professor do Departamento de Alimentos e Toxicologia/Faculdade de Farmácia e Rioquímica/UFJE mfurtado @fbio.ufjf.br Zootecnista, PhD Ciência de Alimentos (Wisconsin), Professor adjunto do Departamento de Ciência de Alimentos/UFLA. lrabreu @ufla.br Engenheira de Alimentos, PhD Ciência de Alimentos (CornelI), Pesquisadora EMBRAPA Gado de Leite. [email protected] Pág. VIII Pág. 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Quanto ao leite de cabra, sua inserção na al i mentação hu mana apres enta i númeras van tagens, como o alto valor protéico, alta digesti bilidade e altos teores de ácidos graxos de cadeia curta. É rec o me n d ad o, a i n d a, p ara p e s s oas idosas, doentes, convalescentes e crianç as, e especial mente para indivíduos que apresentam alergia ao l e i t e de v ac a, re c o n h e c i d a n uma freqüência de 0,3 % a 7% em crianças, sobretudo nos primeiros anos de vida. Apresenta, ai nda, uma série de peculiaridades que o tornam, além de excelente opção do ponto de vista nutritivo, boa alternativa mercadológica, observando-se a crescente oferta de produtos de leite de cabra, disponibilizados comercialmente como diferen ciados, e de trabalhos científicos aval i ando as características e potencialidades deste alimento . A legislação fed eral, por meio da In struç ão N o rmativa 3 712000, do M i n i s tério da Agri cultura, Pecuária e Abastecimento, fixou recen temente as condições de produção, a identidade e os requisitos mínimos de qualidade do leite de cabra destinado ao consumo humano. Consideran do esta crescente valorização do produ to, que chega a ati ngir preços cinco vezes mais altos que os simi lares obtidos com leite de vaca, e a semelhança com relação à composição geral do leite destas espécies, pode se prever a freqüente ocorrência de adulteração pela adição de leite de vaca ao leite de cabra, corroborada ainda por outros fatores, como a sazonali dade, descentralização e pequena pro dução, características do leite de cabra. A ocor rên c i a de a d u l teração de q u alquer nat u reza i mplica, além de abuso contra a economia do consumidor, em danos à saúde públ ica, contra ri a n d o o C ó d i go de D e fe s a do C o n s u m i d o r ( Prefei tura . . . . . , 1 9 9 0 ) e a legi s l ação v igente (B rasil, 2000) . Esta constitui uma preocupação em vários países, apesar das legislações brasileiras não indicarem metodologias específicas a adotar para a detecção das mis turas. O contro le deste tipo de adulteração implica na disponibili dade de métodos analíticos seguros que permitam vigilância constante dos órgãos de fiscalização . Dentre as metodologias disponíveis para identificação da mistura de leites de diferentes espécies, particul armente a ad ição de leite de vaca ao de cabra, destacam-se as que se baseiam na d eterm i n ação da ativi dade enzi mática (xantina-oxidase), e na identificação de dife re n ç as nas frações p r o t é i c a e gorduro s a, incluindo, nesta última, a presença de b-caroteno. Entre estas avaliações, aquelas que consideram as diferenças nas frações protéicas parecem ser as mais adequadas e podem ser executadas por ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS d i ferentes pro c e s s o s a n a l í t i c o s, c o m o o s m é t o d o s i m u n o l ó g i c os, e l e t r o forét i c o s e cromatográfi c o s . O pres ente trabalho obj e ti v o u avaliar o emprego da eletroforese em gel de poliacrilamida ( PAGE), seguida de densito metri a, com três variações metodológi cas, para a detecção desta adulteração com base nas diferenças existentes na d istribuição protéica, p arti c u l armente d as frações caseínicas, entre os leites de cabra e vaca. Foram executadas as aval iações das proteínas em seu estado nativo (native-PAGE), em con d i ções d e s n aturantes ( S D S - PA G E) o u em presença de uréia (UREA- PAGE), bem como a definição da sequencia anal íti ca a ser implementada, para rebanhos d a região de Juiz de Fora,MG, avaliados durante o ano de 2002. Também foram avaliadas as d i ferenç as entre amos tras individ uais de leite de cabra, raças c aprinas e reb anhos b o v i n o s e c aprinos, e a influência das condições de amostragem e d a conservação a frio, e de processamentos, sobre a metodologia escolhida. condi ções não des naturantes ; S D S - PA GE, ou eletroforese em gel de poliacrilamida em con d i ç ões d e s n atu rantes, e mp regan d o a m o s tras tratadas com SDS (dodecil s u l fato de s ó di o, detergente aniônico), e UREA-PAGE, ou eletro forese e m gel de p o l i acrilamida de amos tras tratadas com uréia. As amostras foram consti tuídas de leite de cabra, leite de vaca e leite de cabra com adições de leite de vaca. Os obj etivos desta primeira etapa incluíram a seleção, dentre as técnicas indicadas acima, da mais adequada à detecção da fraude, a implementação da técnica selecionada e a veri fi cação da i n fluência de processamentos (térmico e desidratação), e do B ronopol® (2-b romo-2-nitropropano- l , 3 - d i ol), agente m u i t o u t i l i zado p ara c o nserv ação de amostras de leite, na metodologia selecionada. N a s e g u n d a etapa, a variação analítica selecionada e implementada na fase anterior foi aplicada para a definição dos perfis eletrofo réticos dos leites genuínos de vaca e cabra, e p ara a determi nação do l i mi t e m í n i m o de detecção da técnica selecionada. 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.2.1. Primeira etapa 2.1. Local e amostras As determinações analíticas foram reali zadas n o Laboratório d e Pesquisa e m Alimentos d a Fac u l d ade de Farmácia e B i o q u ím i c a da Universidade Federal de J u i z de Fora ( FFB UFJF) e as avali aç õ e s d e n s i t o métricas n o Labo rató rio d e B i o t e c n o l o g i a e Fi s i o l o g i a Vegetal da EMBRAPA - Gado d e Leite, ambos em Juiz de Fora, MG. A s amos tras d e l e i te d e c abra p ara a primeira fase do experimento e as amostras de leite de vaca empregadas e m todo o trabalho foram fo rne c i d as pelo N úc l e o I n d u s trial do Centro Tecnológico - Instituto de Lati c ín i o s Cândido Tostes, d a EPAMIG, em J u i z de Fora, MG. As amostras de leite de cabra empregadas . na segunda fase foram coletadas. em três capris nos m u n i c íp i o s de Coronel P acheco, Piau e Tabul eiro, M G, próximos à cidade de Juiz de Fora, MG . As amostras de produtos processados foram adquiridas no comércio local. 2.2. Planej am e nto e x p e r i m ental O pl anej amento exp erimen tal abran geu duas etapas. Na primeira, foram conduzidas três variações analíticas da eletroforese em gel de poliacrilamida (PAGE) : native-PAGE, ou eletro forese em gel de poi iacrilamida de amostras em Leite cru de cabra e de vaca foi coletado semanalmente, compondo-se das amostras for necidas pelos produtores e trazidas no caminhão de coleta, tendo sido conservadas em frascos de vidro ou plástico resi s tente, c o m tampa, sob refrigeração (em banho de gelo para transporte e, posteriormente, em geladeira), até o momento da análise. Também foram coletadas amostras de leite de vaca de cinco tanques de expansão comunitários, acondicionadas e conservadas da mesma forma. Na c o m p aração entre as met o d o l o gias tes tadas, foram empregadas também amostras de leite de cabra adicionadas de leite de vaca, nas seguintes proporções : 4,8 mL de leite de cabra mais 0,2 mL de leite de vaca (4%) ; 4,5 mL de leite de cabra mais 0,5 mL de leite de vaca ( 1 0%); 4,0 mL de leite de cabra mais 1,0 mL de leite de vaca (20%); 2,5 mL de leite de cabra mais 2,5 mL de leite de vaca (50%) e 1,0 mL de leite de cabra mais 4,0 mL de leite de vaca (80%). As amostras de leite pasteurizado, de vaca e de cabra, foram obtidas pelo tratamento das amostras de leite cru coletadas em laboratório, utilizando-se o processo de pasteurização lenta (60°C a 65°C por 30 minutos, em banho-maria). Amos tras de leite UHT e e m pó, também de vaca e cab ra, integrais, foram adquiri d as no comércio l ocal . Para avaliação da influência da conservação com B ronopol® (2-bromo-2-nitropropano- I , 3 diol), a s amostras coletadas de leite cru, de vaca e de cabra, foram adicionadas deste conservante na proporção de 38 mg (dois compri midos) para 60 mL de amostra. As amostras s ubmetidas a este tratamento não foram conservadas a frio . Também fo i aval i a d a a i n fl u ê n c i a d a conservação d a amostra s o b refrigeração, tendo s i d o e x ami n ad as amos tras de l e i te de c abra recentes (dois dias após a coleta) e conservadas em geladeira por, pelo menos, nove dias antes da preparação para análise. 2.2.2. Segunda etapa Foram co letadas amostras individuais de l e i t e de cabra de raç as v ariad as ( S aanen, Toggembu rg, Parda Alpina, Parda Vermelha), durante a ordenha da manhã, em frascos de vidro com tampa e conservadas a frio (em banho de gelo, e posteriormente em geladeira) até o mo mento da preparação para análise. Foram cole tadas três amostras por propriedade, totalizando nove amostras i n d i v i d u ai s . As coletas foram aco mpanhadas p e l a anal i s t a, garan t i d o s u a genuinidade. A pre p aração das amostras e n v o l v e u a seleção das mesmas . Foram separadas as amos tras individuais das cabras e preparadas amostras de conj unto, com quantidades iguais de cada amostra individ ual, representando as proprie dades v i s i t ad as, as raças e u m a amos tra de conjunto total (misturando partes iguais de todas as amostras individuais) . Quanto ao leite de vaca, também foram separadas amostras compostas pelo leite de cada produtor, e uma amostra de conjunto, misturando partes iguais das amostras de cada um dos produtores. Foram fei tas adições de leite dé vaca ao leite de cabra, ambos representados por amostra de conj unto, ou sej a, mistura de partes iguais dos leites de cada animal coletado, ou de cada produtor. O s percentuais de adição s ão cor res pondentes a 0, 1 0 ; 0,5 0 ; 0,7 9 ; 0,9 9 ; 1 , 9 6 ; 4,7 6; 9,09; 1 6,67; 23,08; 3 3, 3 3 ; 44,44. 2.3. Metodologia A prep aração das amostras p ara análise envolveu sua dissolução em solução tampão de amostra, cuj a composição depende da metodo logia adotada, na proporção de 10 mg ou 30 /lL de amostra, respectivamente, em pó ou fluida, para I mL do tampão apropriado, seguida de aquecimento e centrifugação, em condições ade quadas para cada técnica testada (Pereira, 2003). Após preparação, as amostras foram analisadas imediatamente, conservadas em gel adeira o u congeladas e m freezer até o momento da análise. Pág. 2 Pág. 3 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Outras seqüências de preparação foram testadas nos ensaios preliminares para i mplementação das metodologias . A seqüência de análise, após preparação das amostras, e n v o l v e u as s e g u i n t e s fas e s : pre p aração d o s gé i s , i nj e ção das amos tras , c orri d a, revelação e c o n s ervação . Foram empregadas técni cas d e s critas p o r Laemmli ( 1 9 7 0), M erri l ( 1 9 9 0), An drews ( 1 9 8 3 ) e B l akes l ey e B o ezi ( 1 9 7 7 ), c o m adaptações (Pereira, 200 3 ) . Foi usado equipamento e m sistema vertical (slab) de placas, modelo HOEFER SE 600, marca Amersham Pharmacia Biotech (San Francisco, CA, U S A ) , com fonte m o d e l o E P S 3 0 1 , d a mesma marca. M arc a d o res d e p e s o m o l ec u lar (LMW calibration kit for SDS eletrophoresis) da Amersham (B ucki nghamshire, Pharmac i a B i otech England» e padrões de caseína (a-caseína, � caseína e K-caseína de leite bovino) da Sigma Che mical C o . (S t . Louis, MO, USA) também foram apl i c a d o s , respecti vamente nos penúl timos poços de cada lado e nos poços centrais dos géis. A preparação dos padrões foi feita da seguinte forma: o conteúdo dos frascos (576 mg) dos marcadores de peso molecular foi diluído em 200 JlL de solução tampão de amostra e os ' padrões de c a s e ín a fo ram pre parad o s pela dissolução de 1 a 2 mg de padrão em 1 mL de tampão de amostra. A seguir, foram submetidos a aquecimento a 40°C por I hora, em banho maria. O marcador de peso molecular é composto de fo sforilase b (músculo de coelho ) , massa m o l e c u l ar 9 7 . 000, a l b u m i n a (soro b o v i n o ) , mas s a m o l e c u l ar 6 6 . 000, o v o a l b u m i n a ( o v o branco de galinha) 45 . 000, anidrase carbônica (eritrócito bovino) 3 0 . 000, inibidor de tripsina (soja) 20 . 1 00 e a-lactoalbu mina (leite bovino) 1 4 . 4 0 0 . Os p adrões de c as e ína c o n t ê m : a caseína, aproxi mad amente 8 5 % ; n o mínim � , 70% de proteínas (biureto) ; �-caseína, mínimo 9 0%, salt free e K-caseína, mínimo 80%. Nos poços mais externos foram aplicadas amostras em branco, contendo exclusivamente tampão d a amostra s u bmeti d o ao mesmo tratamento (aquecimento e centrifugação) que as amostras preparadas. 3 . RESULTAD O S E DIS CUS S à O Os géis obtidos empregando-se a técnica native-PAGE alcançaram muito baixa resolução na separação das bandas eletroforéticas, tanto para leite de cabra quanto para leite de vaca, demonstrando, inclus ive, perfis eletroforéticos muito diversos para as dupli catas anal isadas, provavelmente devido à influência de impurezas. A concentração dos picos n u ma mesma faixa de mobilidades rel at i vas o b t i d a com o emprego da técnica S D S - PAGE fornece menor diferenciação entre os leites das duas espécies que aquela obtida avaliando os densitogramas das amos tras anal is ad as pela téc nica UREA PAGE (Figura 2). Além disso, o maior número de bandas no gel obtido pela técnica SDS-PA GE (Figura I a) se comparado com os géis da técnica UREA-PAGE, bem como a identificação mais fác i l das a l teraç õ e s o b t i d as n o s p e rfi s das misturas , considerando-se ordem crescente de adições de leite de vaca, indica ser esta última técnica mais apropriada e de avaliação menos complexa para detecção de leite de vaca adicio nado ao de cabra. Considerando-se as principais bandas obtidas nos poços em que foi inj etado leite de cabra e leite de v aca, na Figura I b, observa-se que o leite de cabra apresenta, nesta ordem, �-CN, as-CN e o leite de vaca �-CN e as1-C N , como os picos mais expres sivos . Os poços seguintes re pre s e n t a m leite de c abra adicionado de porções decrescentes de leite de vaca (80% a 4%). Pode ser observada a transição gradual de I para 2 picos relativos à �-CN e o aumento na i ntensidade de cor da banda com mobi lidade d a a -CN de cabra, à medida que d im i n u i o perce� t u al de mis tura, d a mesma forma que a intensidade da banda referente à as1-CN do leite bovino se reduz no mesmo sen tido. Isso pode ser comprovado pelas alturas (áreas) dos picos relativos obtidos nos densitogramas. A comparação dos perfi s eletroforéticos dos leites de cabra e de vaca indica a presença de um pico relativo à � -CN com mobilidade similar nas duas amostras. Mas, o pico do leite de cabra apresenta uma subdivisão que caracteriza os dois tipos desta proteína presentes n o le i te desta espécie, o que não se observa no leite de vaca, e as mobil idades das frações a são distintas, com picos característicos a uma distância menor no leite de cabra e maior para o leite de vaca, carac terizando a d i ferença na m o b i l i d ade e letro forética desta fração caseínica para os dois tipos de leite (Figura 2). Dessa forma, a distinção entre as amostras é facil itada, podendo ser efetuada, preferencialmente, pelo aparecimento ou não da banda com maior mobilidade, característica do leite de vaca, e que se apresenta em concentração crescente (área do pico crescente ou cor da banda mais intensa) em leite de cabra ad icionado de quantidades também crescentes de leite de vaca. Este fato, além da maior facilidade e rapidez de execução da técnica, permi tiu selecionar o ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS método UREA-PAGE como o mais adequado à detecção da adição de leite de vaca ao de cabra, apesar das intensidades de coloração obtidas por SDS serem mais fortes e a conservação dos géis em glicerol ser favorecida (não há necessidade de utili zação de s ubstâncias com capacid ade conservante) . Foram preparados géis de uréia com diferentes concentrações de poliacrilamida. A injeção d as mesmas amostras e a realização das corridas em ambos os géis simultaneamente revelam apenas diferenças nos valores ahsolutos das distâncias, em mm, em que as bandas foram detectadas. Segundo Horne & Parker ( 1 9 82), a caseína do leite caprino apresenta menor intensidade de c arga negati v a q u e a b o v i n a , m e s m o c o m remoção do cálcio (indicado como responsável por e s t a menor i ntens i d ade de carga) . I s s o j u s tifi c a a m e n o r mo b i l i d ade das caseínas c ap ri nas e m relação às b o v i nas n o gel de Figura l a . Eletroforese em gel de poliacrila mida ( 1 5 %) com SDS de amostras de leite de cabra, leite de cabra com adições de leite de vaca e leite de vaca. A e B. Leite de cabra cru duplicatas 1 e 2; C e D . Mistura 4% de leite de vaca ao leite de cabra duplicatas I e 2; E e F. Mistura 1 0% de leite de vaca ao leite de cabra duplicatas 1 e 2 ; G e H . Mistura 20% de leite de vaca ao leite de cabra d u p l i c atas I e 2 ; I e J . Mi stura 50% de leite de vaca ao leite de cabra - duplicatas I e 2; K e L. Mistura 80% de leite de vaca ao leite de cabra - duplicatas 1 e 2 ; M , N e O . L e i te d e vaca cru triplicatas 1,2 e 3 . eletroforese e m condições alcalinas . Destaca-se ainda que o componente de maior mobilidade eletroforética no leite caprino, designado a s -CN, 2 representa uma proporção muito menor da ca seína total que a as1-CN bovina. Em gel alcalino, a �-CN do leite de cabra migra em duas bandas, correspondentes a � l e � 2 CN, que diferem no grau de fosforilação . Estas d uas �-CN foram descritas em outros experi mentos e s u a mas s a m o l e c u l a r determinada (24500), concluindo-se que ambas são similares a �-CN bovina com relação à c arga elétrica e massa molecular. As a -CN migram a frente da K - C N , mas não são b e m separadas em géis alcal i n o s , s e g u n d o o trab a l h o de Jau bert & Martin ( 1 992) . A K-CN caprina não ap areceu no densitograma apresentado, tendo s i d o des crito na literatura que sua mobilidade é muito p are c i d a com a da � - C N , nem s e mpre aparecendo em eletro fo rese em pH alcal i n o . Figura I h . Eletroforese em gel de poliacrila mida (7%) com uréia de amostras de leite de cabra, leite de cabra com adições de leite de vaca e leite de vaca. A e B . Leite de cabra cru duplicatas 1 e 2; C e D. Leite de vaca cru - duplicatas 1 e 2; E e F. Mistura 80% de leite de vaca ao leite de cabra - duplicatas I e 2 ; G e H. Mistura 50% de leite de vaca ao leite de cabra - duplicatas 1 e 2 ; I e J. Mistura 20% de leite de vaca ao leite de cabra - duplicatas 1 e 2; K e L. Mistura 1 0 % de leite de v ac a ao l e i t e de c abra duplicatas 1 e 2 ; M e N. Mis tura 4% de leite de vaca ao l eite de cabra - duplicatas 1 e 2 . Pág . 5 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XX C O N G RESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS 0.8 %A 0.6 0.4 L...,-�--'---.-----'---r---'r--r--.---"'0.0 50.0 MM 100.0 150.0 Cabra por S DS-PAGE 0.8 0.7 %A 0.6 0.5 50.0 100.0 MM Cabra por UREA-PAGE %A :::j /\j� -_��_-e.""",�J ..__.J/\<. _'J'-A . ...l. __'- ___ �I--�---r--�--�--TI---.--�--�--.---õl--.---�=-T-���'I --,0.0 50.0 MM 100.0 150.0 Vaca por SDS-PAGE MM Vaca por UREA-PAGE Figura 2 - Comparação dos densitogramas obtidos para leite de cabra e leite de vaca pelas técnicas SDS-PAGE e UREA-PAGE. As � -CN são o principal comp onente protéico do l e i te de cabra ( 8 1 , 9 % dos p i c o s , c o n tra 1 6, 9 % p ara a s, -C N ) . As quantidades no leite d e v a c a fo ram d e s c r i t a s c o m o 4 2 , 1 3 % e 5 4 , 4 % , r e s p e c t i v am e n te (Furt ad o , 1 9 8 3 b ; R a m o s & J u ár e z , 1 9 8 5 ; S z ij arto & van de Vo o r t , 1 9 8 3 ) . Vari ações n a mobili dade eletroforéti c a, principalmente d as frações a s l e K, têm sido detectadas quando comparados leite de cabra e de vaca por eletroforese (Furtado, 1 9 83). A au sência, e m leite de cabra, de qualquer compo nente com mobilidade eletroforética similar à da a ,s -CN bovina pode ser usada para detecção de adulteração de leite de cabra por leite de vaca, de fo rma q u e a pre se n ç a d e s t a fração s e manifesta pela visualização d e u m pico à frente de todos os demais picos no densitograma de leite de cabra frau d a d o com leite d e v ac a , ausente no densitograma típico do leite d e cabra genuíno. Foi demonstrado que adições a partir de 1 % já podem ser detectadas por este método (Jenness, 1 9 8 0 ) . B onassi ( 1 9 8 7 ) admite que a adição de 5% a 1 0% de leite bovino ao caprino pode ser detectada pela presença da banda da a s,-CN no gel eletroforético (Furtado, 1 9 8 3 a ; Ramos & Juárez, 1 98 5 ; Szijarto & van de Voort, 1 983). A avaliação dos resul tados mostra que os perfis das amostras de leite de vaca apresentaram algumas variações. Entretanto, estas não foram veri fi cad as n as frações protéicas mais mar cantes, em termos de teor e aplicabilidade para avaliação das adições ao leite de cabra. Compa rand o - s e os d en s i t o gramas das amos tras individuais de leite de cabra com os padrões de caseína b o v i n a , p o d e - s e o b s ervar que, em nenhuma das amostras pesquisadas, apesar das variaç ões observadas, houve coincidência de bandas de caseína caprina com a fração a s- CN . bovina. Dessa forma, a avali ação d a presença ou ausência deste compo nente �letro fo rético para detecção de fraude de leite de c abra por adição de leite de vaca não está suj eita a va riações em função das diferenças entre amostras individuais, ou de diferentes propriedades e raças, nas condições estudadas . A detecção de fraudes pela adição de leite de vaca ao de cabra pode ser então confirmada pelo aparecimento do pico característico da as,-CN bovina, em sua distância ou mobilidade eletrofo rética característica, a partir de 4,76% de adição, já que a diferença nas outras frações protéicas é bem menos expressiva. C o mp aran d o - s e o s p e rfis das amos tras frescas e conservadas com B ronopol®, p ode-se observar que os perfis mantêm-se rigorosamente sem alterações nas duas situações . As amostras de leite de vaca e de cabra empregadas foram as mes mas e os densi to gramas d e m o n s tram as mesmas características . Os métodos eletroforéticos são conside rados muito seguros para misturas de leite de vaca, cabra e ovelha, mas não tanto par� queijos maturados. Isso porque, nos processos proteo líticos que têm lugar na maturação, as caseínas se degradam, a sensibilidade do método diminui e a in terpretação dos resultados é muito mais d i fíc i l . O problema é menor em queij os não proteolisados, tendo sido adotado um método para detectar e dosar leite de vaca em leite de cabra e em queijos "Saint Maure" e "Chabichu", obtendo-se res ultados satisfatórios até 1 5 a 20 dias de maturação . A sensibilidade do método permite detectar um mínimo de caseína de vaca correspondente à adição de 1 , 5 % a 2% de leite de vaca ao de c abra, antes da preparação d o queij o . Este método é utilizado oficialmente na França para análises de queijo de cabra. A pro porção de leite de vaca é avaliada a partir do valor de caseína a , mas, como este valor pode variar no leite, est� dos demonstram que o mé todo apresenta uma imprecisão de 26% em leites indi viduais, porém, apenas 1 0% em leites de grandes misturas, como é o que se encontra na práti c a . Em outro experi mento, conseguiu-se detectar 5 % de leite de vaca em queijos frescos de cabra, preparados em laboratório sem adição de fermento . A detecção de leite de v ac a em queij os industrializados se viu dificultada pela degradação das caseínas (Ramos & Juárez, 1 9 85) . A limitação da aplicação destas técnicas a queijos maturados sugere que a presença de m icrorga nismos psicrotróficos em leite possa apresentar efeitos si milares . Leite et aI. ( 1 999), avaliando a contagem de psicrotróficos no leite de cabra cru na região de Florestal, MG, encontraram um predomínio deste tipo de microrganismo na flora total do leite. A obs ervação dos perfi s eletroforéticos obti d o s e res pectivos densit ogramas n ão de monstra diferenças quanto à posição das bandas protéicas da amostra analisada, sej a fresca ou c o n s ervada a fri o , o b s e r v an d o - s e o mesmo padrão j á des crito para leite de cabra, embora diferenças nas alturas dos picos (intensidade das ban das) possam ser detectadas . Entretanto, a detecção de fraude de leite de cabra com leite de vaca não parece ser afetada p o r tratar- se de avaliação qualitativa dos densitogramas. Ou seja, a indicação da adição de leite de vaca ao de cabra se dá pela presença ou não de pico característico na região da fração a s, -CN bovina, de forma que, ainda que a atividade proteolítica de micror ganismos p s i crotrófi c o s (ou o u tros agentes) al tere a c o n c en tração d as frações protéi cas originais e d ê origem a res í d u o s d e c adeias p o l i p e p t íd i c as menore s , s ó h av e ri a i n ter ferência na avaliação das fraudes se a alteração e l i mi n a s s e t o t a l mente a a s,- C N b o v i n a ou tornasse seu teor inferior ao limite de detecção do método ou, ainda, se a cadeia polipeptídica originada apresentasse comp ortamento similar a esta fração . A avaliação das amostras demonstra que os perfis eletro foréticos obtidos com leite cru e pasteurizado não diferiram, mas há variação no comportamento das amostras em pó e que sofreram processamento UHT, principalmente nestas primeiras. Entretanto, apresentaram similaridade nas posições das bandas eletroforéticas, o que se pode perceber, tanto pela observação do gel como dos densi togramas . Isto s ugere que o método proposto para detecção de fraude de leite de cabra pela adição de leite de vaca, baseado na presença ou ausência da fração a s, -CN bovina, pode ser v á l i d o também para amos tras pro cessadas, embora sejam necessários estudos mais aprofun dados neste sentido. Provavelmente, modificações na técnica de preparação das amostras p oderão ser úteis para melhorar a resolução de separação das bandas protéicas. Pág. 6 Pág . 7 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Fu rtad o ( 1 9 8 3 ) i n d i c a a a d o ç ão d e s te método para d etecção de adulteração no leite pas teurizado . S egundo Ramos & Juárez ( 1 985), os métodos eletroforéticos são válidos também para estudar leites que tenham s o frido trata m e n t o s t é r m i c o s i n t e n s o s , uma vez q u e a fração estudada ( as caseínas) não é afetada. S U M M ARY Goat milk experiences higher prices in the dairy market due to factors such as its higher nutri tive value, higher digestibility and lesser availability compared to cow 's milk, in addition to s peci fic characteristics that distinguish its pro d ucts and the fact that i t i s t o l erated by individuaIs alIergic to cow 's milk. It is important to detect the fraudulent mixtures of goat milk with cow 's milk, in order to obey the legislation in addition to respect the consumers health and economics . This work evaluated fraud detection methods by means o f protein electrophoresis . It was employed genuine milk s amples, added with cow milk proportions ranging from 0, 1 up to 44,44% as well as refrigerated milk, added w i t h pre s erv ative ( B ro n o p o l ) , raw m i l k , pas teuri ze d , UHT and d ried milk s amples . I t w as conc1 uded that t h e UREA - PAGE method (urea-added-polyacrylamide gel electrophoresis ) w as the m o s t prac t i c a l and w i t h the best res o l ution . I n this metho d , electrophorectic profiles from either cow or goat genuine samples were defined, being different, characteristic, and in spite of few vairations found, allowed to detect by means of visual analyses from the obtained densito gram, additions o f at least 4,76% cow milk. No differences were observed among fresh, refri gerated o r preserved raw milk samples . Ho wever, electrophoretic pro files fro m UHT ' and dried milk samples differed from those from raw and pasteurized milk samples . Key-words : goat milk, electro p hores i s , frauds, UREA PAGE, control of quality REFERÊNCIAS B IBLIO GRÁFICAS A NREWS, A . T. Proteinases in normal bovine milk and their action on caseins. Journal of Dairy Reseach , Ayr, v. 56, p. 45-55, 1 9 8 3 . B LAKES LEY, R . W. ; B OEZI , 1 . A . A new staining technique for protein in polyacrylamide gels using Comassie Brilliant B lue G250. Anal. Biochem., v. 82, p. 5 8 0 - 5 8 2 , 1 97 7 . B ONASSI, I. A . Leite d e cabra: característica e tecnologia. Revista do Instituto de Laticínios ANAIS D O X X CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS "Cândido Tostes", Juiz de Fora, v. 42, n. 25 1 , p. 1 7-2 1 , 1 9 87. B RAS IL. Secretaria d e Defesa Agropecuária d o Ministério d a Agricultura e do Abastecimento. Leis . Decreto s . Instrução N o rm ativa n . 37, d a de 3 1 / 1 0/2 000 : R e g u l amento Técni c o de Produção, Identi dade e Qualidade do Leite de Cabra. 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Revista Espaõola de L echeria, Madrid , n. 4, p. 5- 1 2, 1 9 85. S Z I J A RT O , L . ; VAN D E V O O RT, F. R . Determination o f added water and bovine milk t o c aprine m i l k . Journal of D a i r y S cience , Champaign, v. 66, n. 3 , p. 620-623, 1 9 8 3 . • CERTIFICAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE NA INDÚSTRIA DE LATiCíNIOS Edson Bati sta Gonçalo1 1 . INTRODU Ç Ã O D i an t e d a s mudanças mercad o l ó g i c as , ocorridas n o s últimos temp o s , trans formações fo ram s e n t i d as n o c o m p ortame n t o d o s consumi dore s , q u e se tornaram cada v e z mais exigentes com a qual i dade dos produtos que adquirem. Isto s e deve ao fato de uma maior diversidade de produtos disponíveis, decorrentes da abert u ra d o s mercad o s , c o n s eq ü ê n c i a d a globalização do mercado internacional. Um dos motivos desta trans formação é a difusão dos certificados e selos de qualidade, que servem de re fe rê n c i a p ara os c o n s u m i d o res d i feren c i arem o s p r o d u t o s de qualid ade d o s demais. Es tas certificações e selos de qualidade devem ser ancorados nos padrões nacionais e i n ternac i o n a i s de q u al i d ad e , p r e s e rv an d o a independência e a honestidade daqueles que o emitem, para que conqu i s tem e ma ntenham a credibilidade dos consumidores . Atualmente, o número de empresas no B rasil b u s cando a certi ficação dos s e u s S i s temas de Ges tão da Q ualidade é c a d a vez maior, confirmando a tendência mundial . 2 . CONCEITO D E Q UALIDADE E SEU CONTROLE O que é qualidade? Infeli zmente há muita confu s ão s obre a i n terpre tação da p alavra " Q u al i d a d e " . A s MSc. e m Ciência e Tecnologia d e Alimentos. Engenheiro Agronômo e Mestre e m Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Pág. 8 Pág . 9 . digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATICÍNIOS d e fi n i ç õ e s apre s entadas nas n o rmas inter nacionai s são u ma tentativa de esclarecer tal conceito, mas muitas vezes elas têm o efeito contrário e causam confusão. Qualidade : Grau no qual um conj u n t o de características inerentes satisfaz a requisitos (ISO 9 000 : 2000) Na prática, qualidade significa satisfação do cliente. As necessidades de alguns clientes são bastante complexas , enquanto as de outros são mais s imples ; p orém, todos irão avali ar a qualidade do que compraram com base no grau em que suas necessidades e expectativas foram atendidas, incluindo o preço . Isso vale para todos os c l i e n t e s , s ej a ele um cl iente c o mu m , um comprador de uma fábrica, uma autoridade local ou um órgão do governo . Qualidade absoluta não existe. Ela é algo d i ferente p ara p e s s o as d i ferente s . O p o nt o importante é q u e devemos primeiro determinar quem s ão n o s s o s clien tes e então o que eles esperam de nós com sendo um produto ou serviço de "Qualidade" . 3. Q U A L I D A D E - A T O TA L I D A D E D OS ASPECTOS E CARACTERÍ STICAS D E U M P R O D U T O E / O U S ER V I Ç O Q U E LEVA À SATISFA Çà O DO CLIENTE Em alguns casos nosso cliente pode ser um órgão regulador cujo requisito seja não somente que atendamos a seus requisitos regulamentares, mas que também demonstremos que temos os meios para assegurar a conformidade contínua e que isso está realmente feito. 4 . GESTÃO D A QUALIDADE G e s t ã o da Q u a l i d a d e : Ati v idades c o o r d e nadas p a r a d i r i g i r e controlar u m a o r g a n i z a ç ã o n o diz r e s p ei t o à qualidade (ISO 9 000/2000) O primeiro passo importante na Gestão da Q u a l i d a d e é i d e n t i fi c ar as nece s s i dades ou requisitos do cliente e isso pode ser uma tarefa muito difíci l . Uma vez que as necessidades ou requisitos do cliente tenham sido identificados, é preci s o e stabelecer uma definição o u espe c i fi c ação formal p ara tais neces s i d ad e s ou requ i s i t o s e s critos na l i n g uagem própria da organi zação. Depois d i s s o n o s deparamo s c o m o próximo passo importante : determinar os pro- cessos (atividades) adequados que irão garantir que forneceremos um produto ou serviço que ate n d a à e s p e c i fi c ação e , por sua vez, às necessidades ou requisitos do cliente. Isso vai exigir um longo perío do de p l anej amento (da qualidade) depois do qual teremos identificado as divers as ações a serem tomadas e as verifi cações necessárias. A saída do planejamento será uma série de instruções, recursos necessários e re s p o n s ab i l i d ades as s o c i ad as q u e , q u an d o implantados, irão resultar n o produto o u serviço s olicitad o . Uma vez que os planos tenham sido comu nicados e o conj unto de process o s estiver em curso, será nece s s ário garant ir que o s planos s ej am seguidos de maneira exata e c ontínua. Precisamos ter o controle administrativo de tais processo s . 5. O Q U E É GARANTIA DA QUALIDADE? Garantia d a Q u a l i d a d e : Parte d a g e s t ã o da q u a l i d a d e focada em p r o v e r confi a n ç a de que os r e q u i s i t o s da q u a l i d a d e s e r ã o ate ndidos (ISO 9000/2000) A G aran t i a d a Q u al i d ade e n v o l v e a aplicação de s istemas da qualidade formais , na forma de proced imentos es crito s , a s s oci a dos co m verificações específicas (e necessárias) de c ontrole de qua l i da de , todos .projetados para assegurar que os produtos e/ou s erviços sati s fazem as e x p e c ta t i v as d o c l i e n t e . Também envolve fis calização e controles d a qualidade associados estão sendo aplicados e são eficazes. Conceitos modernos de garantia da quali dade começam com a defi n i ção das res p o n sabilidades para a qualidade da organização. Nós necessitamos assegurar que todos os membros d a e q u i p e s abem e entendem a p arte que é esperada que eles levem para a equipe, como eles s e relacionam com os outros membros da equipe e quem é responsável por fazer o que. A res p o n s a b i l i d ade p ç l a q u a l i d ad e d o p r oj e t o é d o s p roj e t i s t a s ( g e rê n c i a d e p r oj e t o ) . A responsabilidade pela qualidade d a saída de produção fica com o pessoal de produção (gerência de produção). A respo n s ab i l i dade pela q u al i d ad e d o serviço d e instalação d o trabalho , se aplicável, é dos departamentos de instalação . Após a entrega, a responsabili dade pela qualidade deve ser transferida para o S etor de Marketing ( de p artamentos c o m e r c i a l e d e serviço) embora, é claro, sej a e sperado q u e o ANAIS DO XX C O N G RESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS cliente utilize e mantenha o produto de forma aspectos humanos envolvidos no mesmo: o o • • Geren c i an d o o s proce s s o s s o c i ai s envolvidos Prestando atenção nas interações humanas Reconhecendo a i m p ortân c i a da per cepção do cliente Motivando e desenvolvendo habilidades pessoai s . remoção de b arreiras baseadas na fal t a de compatibilidade (ou entend i mento) d e v ários documentos nacionais do S istema da Qualidade. Isto ficou conhecido com a série ISO 9000. A série de n o rmas I S O de 1 9 8 7 compreendia: • • 6 . SISTEMAS D E QUALIDADE S i s te m a de gestão da q u a l i d ad e é um conj u nto de procedimentos e leis de gestão documentados que representa a parte do sistema de gestão da organização cujo enfoque é alcançar resultados em relação aos obj etivos . O intere s s e em S i s t emas d e Q u a l i d ade desenvolveu-se com o passar das décadas, de tal forma que em 1 9 87 a Organização Internacional para a N ormali zação, baseada em Genebra Suíça, publicou uma série de modelos de Sistema de Qualidade para permitir à comunidade mundial padronizar-se em um conjunto comum de requisitos do Sistema da Qualidade e com isso facilitar-se a • • • I S O 9 000 - S i s temas d a Q u a l i d ade Diretrizes para seleção e uso. I S O 900 1 - S i s temas d a Qualidade Modelo para garantia da Qualidade em Proj e t o s/desenvol v i me n t o , p r o d u ção , instalação e Assistência Técnica. I S O 9002 - S i s temas de Qualidade Modelo para Garantia da Qualidade em Produção e Instalação . I S O 9003 S i s te mas de Qualidade Modelo para inspeção e ensaios fi nais. ISO 9 0 04 G e s tão d a Q u a l i dade e elementos do S i stema da Qualidade Diretri zes . A Organ ização I n tern a c i o n al p ara a Normalização tem uma política que as normas devem ser revi sadas aproxi madamente a cada quatro ou cinco anos, e em 1 994 eles publicaram GARANTIA DA QUALIDADE I Sistema da Qualidade Um conjunto de procedimentos e leis de gestão documentados COMO FAZEMOS O TRABALHO Avaliação da Qualidade Verificar se o sistema da qualidade e a execução das atividades de controle da qualidade estão sendo desempenhados corretamente e são eficazes AUDITORIA DA QUALIDADE Controle da Qualidade As técnicas de atividades peracionais Necessárias á manutenção da qualidade /<--PLANEJAR � ----...J I EXECUTAR AGIR I � VERIFICAR � INSPEÇÃO E TESTE Pág. 1 0 Pág . 1 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS versões revisadas da série ISO 9000, ao mesmo tempo, com documentos adicionais de apoio e enfatizando a intenção de não expandir a série p ara um grup o de vari antes d ireci o n ad as a indústrias específicas, mas em vez disso tentar escrever as normas de uma forma aceitável para um grupo geral de usuários . A série de normas I S O 9000 foi revi s ad a e reeditada em 1 9 84, sendo que s e u formato geral p ermaneceu basicamente inalterado e, revisado novamente em 2000, quando se aproveitou a oportunidade para que a norma deixasse de ser uma lista de elementos de sistema da qualidade e passasse a ser um modelo generali zado mais compatível aos métodos de operação das organizações. Evolução dos S is temas da Qualidade Após grande d i s cu s s ão p o r parte das organizações de normas técnicas e d a indústria de um modo geral, no ano de 2000 foi lançada a série de normas técnicas e da indústria de um modo em geral, no ano 2000 foi lançada a série de n o rmas I S O 9 00 0/20 0 0 , marc ando uma mudança radical na antiga estrutura para sistemas de quali dade que havia sido promovida desde a década de 50. A nova norma ISSO 900 1 /2000 não apenas s ubstitui a versão de 1 9 84 da ISSO 9 00 1 , mas também substitui as versões da ISO 9002 e 9003, que há algum tempo deixaram d e s er u t i l i z a d a s . A I S O 9 0 04 : 2 0 0 0 , c uj a finalidade é dar diretri zes para a melhoria de d e s e m p e n h o , serve como a p o i o p ara a I S O 9 00 1 : 2 0 0 0 . 7 . SISTEMAS DE GESTÃO PARA A PRO· DUÇÃO DE ALIMENTOS SEGUROS Organizações que produzem, manipu lam, fracionam, armazenam, transportam, distribuem ou entregam produtos alimentícios reconhecem haver a necessidade cres cente de demonstrar e documentar o sistema de gestão de segurança de alimentos . Isto também se aplica aos seus forne cedores e prestadores de serviços. As organizações são submetidas à avaliação regular por autoridades e clientes nacionais, bem c o m o c l i entes i n ternac i o n ai s . Há um desej o crescente na cadeia produtiva de alimentos em p o d e r i m p l an tar s i s temas padronizados p ara controle da s egurança de alimentos , conforme e s t a b e l e c i d o p e l a C o m i s s ão do Co dex A limenta rius. Um exemplo destes sistemas é o APPCC Análise de Perigos e Pontos Críticos de Con trole, um Sistema internacional que preserva os produtos alime ntício s das contaminações que possam afetar a saúde dos consumidores . Este S i s tema é b a s e a d o n u m a s é r i e d e etap a s , i nerentes ao pro c e s s amento d o s a l i m e n t o s , i n c l u i n d o t o d as as o p e r a ç õ e s q u e o c o rrem des de a o b t e n ç ã o d a m atéria-pri m a a t é o c o n s u m o do ali ment o , fun d am en t a n d o s e na i d e n t i fi caç ão d o s peri g o s p o t e n c i a i s á s aú d e d o s c o n s u m i d or e s q u e p o s s am e s tar presentes no alimento, bem como nas medidas para o controle das condições que geram estes perigos . A adoção deste S i s tema, pelas empresas envolvidas n o setor de s orvetes, proporciona os seguintes benefícios : • • • • • • • Garantia da segurança do produto, em re l ação à preservação d a s aú d e d o s cons umidores ; Diminuição dos custos operacionais, pela redução substancial da necessidade de recolher, destruir ou reprocessar o pro duto final por razões de contami nação dos produto s ; Diminuição da necessidade de testes dos produtos acabados, n o que s e refere à determinação de contaminantes ; Redução de perdas de matérias-primas e produto s ; Maior cre d i b i l i dade j u n t o ao c l i ente (cons umidor) ; M aior competitividade do produto na comerciali zação ; Aten d i mento aos req u i s itos legais d o Ministério da Saúde e do Ministério d a Agri cul t u ra e de l e g i s l a ç õ e s i n terna cionais (USA, Comunidade Européia e outras ) . Apesar de e x i s tire m l e i s que e x ij am o Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle nos estabelecimentos processadores de alimentos como a Portaria n° 1 .428/MS, de 26 de novembro de 1 993 e Portaria N° 46, de 10 de Fevereiro de 1 99 8 , há pouco tempo não existia, no Brasil, uma Norma que estabelecesse as diretrizes para um Sistema de Gestão da Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle. Visando cobrir esta lacuna, em 2002, foi l ançada a Norma N B R 1 49 0 0 d a A s s oc i ação B rasileira de N ormas Técnicas, que pode ser aplicada por organizações que atuem na cadeia produtiva de alimento s , como produtore s pri mários, intermediário s , distribuid ores , c omer c i antes, tran s p ortadore s , armaze n a d o re s e serviços de ali mentação. ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Esta Norma descreve os elementos de um sistema de gestão da segurança de alimentos, baseados nos princípios de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) i nterna cionalmente reco nheci d o s , i nc orporando ele mentos da N B R ISO 9001 Sistemas de gestão da quali d a d e R e qu i s i t o s , e I S O 1 5 1 6 1 - Guidelines on the applicatio/l (�f ISO 9001 :2000 for the food and drink industry. A idéia principal d o s princíp i o s d e s t a N o rma é au x i l i ar as organizações a enfocar as etapas do processo e as condições da produção que são críticas para a segurança de alimentos. I n ternaci o n al mente temos a N o rma D S 3027 E elaborada p o r um grupo composto pela Associação Dinamarquesa de Padrões, a Agência Veritas Quality Internation al A/S, o I n s tituto Tecnológico D i namarquês e , na quali dade de parceiro associado, o Instituto Dinamarquês de Pesquisas d a Carne . Esta Norma foi aprovada como padrão D inamarquês. A ISO 1 5 1 6 1 :2001 estabelece as diretrizes para a a p l i c aç ão da I S O 9 0 0 1 : 2 0 0 0 p ara as indústrias de alimentos e bebidas e está sendo elaborada a ISO 22000, que visa uniformizar as Normas, existentes no mundo, que estabelecem as diretrizes do S istema de Gestão da Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle. A Ava l i a ç ã o dos S is te m a s de G e s t ã o da Qualidade Em p aral e l o c o m e s t e m o v i m e n t o n a direção d a utilização d e Sistemas d a Qualidade formalizados, desenvolveu-se o crescimento na "Avaliação" da capacidade de uma organização c o l o car e m p r á t i c a as d i s c i p l i n a s de t a i s s i s temas . Inicial mente as principais autori d ades de aquisição decidiram que os fornecedores deviam adotar um sistema formali zado, com o requisito q u e d e v i a s e r s u b m e t i d o a u m a a v a l i ação profunda pelo comprad or, para estabelecer se todas as disciplinas necessárias estavam no lugar certo e sendo implementadas efi cazmente. Isto levou ao estabelecimento de s ubseções de tais autoridades compradoras somente para o propó sito de conduzir estas atividades de avaliação, chamadas mais tarde de "Auditorias". De forma a verificar a adoção nos Sistemas de Qualidade implantados em uma companhia, é necessário uma avaliação formal realizada por um organismo autorizado e independente, isto é, uma auditoria de terceira parte. O interesse mundial nos Sistemas de Gestão da Qualidade , j untamente com o aumento d a util ização d o s m e s m o s pela Comunidade E u ropéia, aumento u o i ntere s s e e e s t i m u l o u a necessidade para auditorias de terceira parte em uma escala mundial. O c o n c e i t o b ás i c o que uma a u d i tori a realizada por uma org anizaç ão autorizada em S ingapura deve ser aceita por um c omprador na Holanda é válida e s e n s ata, mas p ara ser este caso, é necessário u m esquema aceitável p ara t o d o s e, a d m i n i s trado por u m a n o rma comum. A maioria d o s governos d o s países encoraja ativamente a adoção de boas práticas de Gestão da Qualidade e tem auxiliado no estabelecimento de programas para ajudar as empresas a buscarem a certificação, com base em n o rmas estabe- I M P LA N TA Ç Ã O VO L U N TÁ R I A I M P LA NTAÇÃO O B R I G ATÓ R I A Pirâmide d e implantação d e S is temas d a Q u alidade e m Empresas d e Alimentos Pág . 1 3 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS lecidas, que é obtida após passarem com sucesso por uma auditoria formal de seus sistemas da qualidade re alizada por uma o rganização de auditoria de terceira parte. Tai s o rgan i zações de "Terceira Parte" necessitam sati s fazer requisitos rigorosos para competência e capacidade técnica. Por isso eles necessitam ser "Credenciados" para atuar como uma organização competente, para realizar ava liações de si stemas da quali dade de con ceder Certificação formal das mesmas. Isto é, isto eles são credenciados como um Organismo Certificador. Além da Auditoria de Terceira Parte temos as Auditorias de Segunda e Primeira Parte. A Auditoria de Segunda Parte e quando a Auditoria em uma organi zação e realizada por outra organização , como por exemplo, Audi torias de fornecedores para verificar confor midade com os req u i s i t o s do contrat o . Tais auditorias podem ser delegadas a uma organi zação auditora contratada. Este tipo de auditoria constitui uma parte importante e integral de um programa de Gestão de Fornecedores. A auditoria de Primeira Parte e a Auditoria real izada na organi zação , por s o l i c i tação d a própria organização, p o r exemp l o , aud itoria interna realizada pelos integrantes d a própria organização o u por um o rgan i s m o externo contratado para este fim . 8. UM PANORAMA DA SÉRIE ISO 9000 ISO 9000 ISO 9001 I S O 9004 Sistemas d e gestão d a quali fu ndamentos e dade vocabulário S i s temas de gestão d a qua lidade - Requisitos - Onde há a p os s i b i l i d a d e de C e r ti fi c a ç ã o S i s temas de gestão d a qua lidade - Diretrizes pra me lhorias de desempenho. I S O 1 5 1 6 1 : 20 0 1 Diretrizes para a aplicação da ISO 900 1 : 2000 para as in dústrias de alimentos e bebidas I S O 22000 S i s temas de g e s t ã o p ara pro d u ç ão de alimentos seguros - requerimentos (em elaboração) C o m p l e m e n t a d as p o r : ISO 10005 Gestão da qualidade Diretrize s p ara p l a n o s da qualidade ISO 1 0 0 1 2 - 1 R e q u i s i t o s de g arantia d a qualidade para equipamento de medição ISO 10013 Diretri zes para a elaboração de Manuais da Qualidade ISO 19011 Diretrizes para a realização de auditorias ambientais e da qualidade. B IB L I O G RAFIA ISO 9 0 0 0 : 2 0 0 0 LEAD A U D ITO R . Q S P. Centro de Qualidade Segurança e Produtividade para o B rasil e América Latina. 1 94 p. 2002. DANSK STANDARD - DS 3 027 E - Segurança Alimentar de acordo com os Requisitos APPCC ( Análise de Perigos e Pontos Críticos de Con trole) a serem preenchidos por empresas produ toras de alimentos e seus subcontratados - 1 998. NBR 1 4900:2002 - Sistema de gestão da Análise de Peri g o s e P o n t o s C ríti c o s d e C o ntrole (APPCC) - Segurança de alimentos. ISO NB R ISO 900 1 : 2000 Sistemas de gestão da qualidade Requisitos. ISO 1 5 1 6 I : 200 I Diretrizes para a aplicação da ISO 9001 : 2000 para as indústrias de alimentos e bebidas. ISOIFDIS 1 90 1 1 :2002 - Guidelines for quality and/ or environmental management systems auditing. - ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS DESENVOLVIM ENTO SUSTENTÁVEL E NOVOS PARADIGM AS PARA 0 AGRONEGÓCIO DO LEITE Maria Cri sti na Drumond e Castro1 Maria Isabel d a Si lva Azeved o Alvim2 M árcia Rezende de M edeiros3 RESUMO O processo de modernização da agricultura foi acompanhado da substituição de uma restrição ambiental por uma restrição comercial e de gestão do processo produtivo. Até a revolução industrial , o esforço tecnológico para aumentar o rendimento da terra e a produtividade do trabalho agrícola estava condicionado pela disponibilidade de recursos dentro do espaço agrícola, dada a inexistência de fontes exógenas de nutrientes e energia. Com a revolução industrial, a disponibilidade dessas fontes torna tecnicamente possível s uperar os limites naturais impostos pela disponibilidade destes recursos dentro do espaço agrícola. Este tipo d e restrição ambiental cede l ugar a uma restrição comercial e de gestão do proces s o produtivo. A restrição comercial s e liga a o maior ganho a ser obtido, enquanto a restrição de gestão do processo produtivo refere-se aos problemas de controle e organização d o processo de trabalho agrícola. Estas restrições induziram à expansão d a monocultura, prática até então restrita a regiões especiais, devido ao problema ambiental e que veio desencadear uma série de desequilíbrios ecológicos decorrentes do fato de que na natureza, diversidade é sinônimo de estabilidade. Quanto mais simplifi cado for um determinado ecossistema, maior a necessidade de fontes exógenas de energia para manter o equilíbrio. O processo de internacionalização de mercados, em face da economia brasileira, apresentou grande mobilidade de c apital e tran s formações nas estruturas produtivas tradicionai s , causando importantes modificações em diferentes setores . O país passou a fazer parte d e u m e s p aç o i ntegrado g l o b al me n t e e b a s tante c o mpetit i v o , p r o v o c ando avan ç o s tecnológicos e novos métodos d e produção e de produtos, oriundos de cadeias produtivas integradas globalmente e onde a questão ambiental passa a ter importância fundamental n o s processos de pro d u ção, comercialização e consumo. O cres cimento acelerado de trans ações de bens que incorporam inovações tecnológicas e práticas ecologicamente c o rretas a lteram s u b s t ancialmente as v an tagens c o mpetitivas d e v ár i o s s eg me n t o s econômicos em todos o s países. Assim, alguns paradigmas começam a ser vislumbrados, como da produção sem agressões ao Meio Ambiente, não como matéria p unitiva, mas na esteira de entendimento do uso racional d a produção, por meio d e boas prátic as e redução de custos e desperdício s na indústria. Indicadores como qualidade, redução de custos e produtividade, são fatores essenciais para garantir a permanência de agentes produtivos na cadeia de leite e de sua competiti v i d ad e . Economista. Especialista. T. N . S . E.lEPAMIG-CTIILCT. Professora d a Faculdade d e Economia e Admi nistração da UFJF. cristina.drumond @ atrius.com.br 2 Economista. DS. Professora da Faculdade de Economia e Administração da UFJE [email protected] 3 Economista. MS. Professora da Faculdade de Economia e Administração da UFJE [email protected] Pág . 1 4 Pág . 1 5 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS 1 . DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A LIBERALIZAÇÃO DOS MERCADOS I M PA C T O S NO A G R O N E G Ó C I O D O LEITE o desenvolvimento econômico do B rasil ocorreu com base na sua dimensão continental e abundância de recurso s naturais . As rendas provenientes da agricultura extensiva voltada para a exportação, financiaram um setor indus trial substancial baseado na energia hidrelétrica s ubsidiada, produção nacionali zada de aço e petróleo e mão-de-obra barata. Estudos do Banco Mundial s inalizam um cenário mundial com crescimento da população e aumento de renda, mas com diminuição da área global d i s ponível para a agricultura.Em 1 9 6 1 havia 0,64 ha/habitante, em 1 9 9 6 , 0,26 ha/habitante e a tendência é que em 2050 seja de apenas 0, 1 5 ha/habitante (SCOLARI, 2002) . A E c o n o m i a A m bie nt al, n o s a n o s 9 0 , procurou incorp orar o meio ambiente a o mer cado, atribuindo os custos de apropriação dos recursos naturais, com base na premissa de que o meio ambiente é limitado, havendo p ortanto, a preocup ação de s e es tabelecer u m tipo de poupança de recursos naturais, tendo em vista o direito das gerações futuras ao uso dos mesmos. É nos países desenvolvidos que mais cresce a consciência sobre as distorções ambientais dos atuais s i s temas de p r o d u ç ão e c o n s u m o de ali mento s . M an i fe s tações s o c i a i s permitem perceber u m a crescente pre o c u p ação c o m a pres ervação d o s recu rs o s naturais u s ad o s na produção. As pressões decorrentes já requerem novos métodos de prod ução agropecuária que venham reduzir os impactos ambientais adversos, dentro do que se p a s s o u a d e s i g n ar c o m o "agricultura s ustentável" . A sustentabilidade d a atividade agrícola é fundamental para a preservação do meio am biente, pois está diretamente rel acionada com o s aspectos ambientais , econômicos e sociai s provocados p e l a utilização de técnicas agroin dustriais, sendo que a exploração deve ser feita de forma racional, de maneira a poder satisfazer as nece s s i d ades d as gerações presente s , sem comprometer os recursos naturais para uso das gerações fu turas . Tecn o logias que perm itam s i s temas agro i n d u s t r i a i s e c o n o m i c amente v i ávei s , s o c i al mente acei táveis e ambiental mente e q u i l i brad o s , pre s ervam solo e água, principais meios de produção na agricultura e ev itam aumento de c u s t o s , quedas de produ tividade, redução de rendas e descapitalização do produtor. Assim sendo, no B rasil, a promoção d o agronego c l O , c o m o l i n ha e s trat é gi c a de desenvolvimento sus tentável deverá ser forta lecida e expandida. O B rasil tende a aumentar sua participação no co mérc i o i n ternac i o n al de pro d u t o s d o agronegócio, pois possui áreas agricultáveis ainda inexpl oradas e em várias cadeias pro d utivas existe a possibilidade concreta de iniciar e/ou continuar acontecendo ganhos de prod utividade substanciais , via i novações tecnológicas e uso correto de tecnologia, sendo que a participação das exportações do agronegócio bras ileiro no mercado mundial ainda é bastante reduzido, de cerca de 4 , 0 % , havendo espaço para crescer. (S COLARI, 2002) A atual pre o c u p ação com a c o m p e t i t i vidade, eqüidade e sustentabilidade da agricultura evidencia a nece s s i d ad e de s i s temas compe titivos, atualização e capacitação do agricultor, incentivo à rotaç ão de c u l tu ras , i n d u ção de práti cas de c o n t r o l e i ntegrado de p ragas e doenças , aumento da participação da adubação orgânica, utilização de sistemas agroflorestais e promoção da c o n s ervação de s o l o s (FAO/ INCRA, 1 99 5 ) . Para a i n d ú s t r i a , p re s s up õ e o u s o de pro gramas de ges tão amb i ental permitindo o manej o e fi ciente de resíd uos i n d ustriai s , tais como a re d u ção d a geração do v o l ume de efluentes l íq u i d o s , d a carga p o l u i d o ra dos e fluente s ; d a geração d e re s íd u o s s ó l i d o s e emissões atmosféricas e de problemas de risco à s aú d e d o s fu n c i o n ári o s , p o r meio de b o as prát i c as de fab ri cação e m áre a l i m p a . (MACHADO et ai, 2002; B RITO et ai, 2003) Não s ó no B rasil, mas em todo o mundo, as transformações econômicas , o grande avanço tecnológico e o crescimento do setor industrial, trouxeram inúmeros benefícios e maior conforto e qualidade de vida. Contudo geraram também, degradações ecol ógicas e problemas s o ci ai s e econômicos b astante séri o s , provocando um processo de desequilíbrio caracterizado por um desenvolvimento ins ustentável, o que vem de monstrando que, apenas um pequeno percentual privilegiado da população mundial pode usufruir plenamente dos benefícios do avanço tecnológico. Em fu nção das exigências da sociedade, feitas por parte das organizações, de um posicio namento m a i s ad e q u a d o e re s p o n s áv e l , no sentido de minimizar a diferença verificada entre os resultados econômicos e s ociais, bem como d a preocupação ecológica, que tem ganhado destaque significativo, e e m face de s u a rele vância para a qualidade de vida das populações, tem- s e e x i g i d o das empresas u m n o v o A N A I S D O X X C O N G RESSO NACIONAL D E L ATiCíNIOS posicionamento em sua interação com o meio ambiente . Os gastos com proteção ambiental começaram a ser vistos, não primordi almente como custo s , mas inves timentos no futuro e, paradoxalmente, como vantagem competitiva, tendo s i d o i n tro d u z i d as n as e m p re s as as auditorias ambientais que se constituem em um dos mais imp ortantes ins trumentos d a gestão ambiental e cuj os objetivos s ão : a) permitir a investigação s i s te m á t i c a d o s p r ogramas d e c �ntrole ambiental de u m a empresa; b) auxiliar na i d e n t i fi c ação de s i t u aç õe s p o t e n c i a i s de problemas ambientais e; c) verificar s e a ope raç ão industrial está em conformidade com as normas legais e padrões mais rigorosos definidos p e l a empre s a ( A N DR A DE , TA C H IZAWA e CARVALHO, 2002) . O cres c i m e n t o p o p u l ac i o n al fo rça a competição por mais terra agricultável para a produção de al i mentos e p ara o pro c e s s o de urbanização, levando a uma maior demanda do recurso terra e , com isso, cresce a i mportância do conhecimento das relações econômicas que orientem o proces s o produtivo, bem como da geração d e t e c n o l o g i as que p r o m o v a m a utilização racional dos recursos naturais, a sua conservação e preservação . N o setor agríco l a, o regi me d o m in ante e v o l u i u e m res p o s ta à s ub s t i tu ição d e uma restrição ambiental por uma restrição comercial e de gestão do processo produtivo. De acordo com ROMEIRO e S ALLES FILHO ( 1 997), até a revol ução industri al, o esforço tecnológico p ara aumentar o ren d i mento d a terra e a p r o d u t i v i d ad e d o trabalho agríc o l a e s tava condicionado pela disponibilidade de recursos dentro do espaço agrícola, dada a inexistência de fontes exógenas de nutrientes e energia. Com a revolução industrial, a disponibilidade de fontes exógenas de n utrientes e energia torna tecni camente p o s s ível s uperar o s l i mites naturais impostos pela disponibilidade destes recursos dentro do espaço agrícola. Este tipo de restrição ambiental cede lugar a uma restrição comercial e de gestão do processo produtivo. A restrição comercial se liga ao maior ganho a ser obtido, enquanto a restrição d e gestão d o p r o c e s s o produtivo refere-se aos problemas de controle e organi zação do process o de trabalho agrícola. E s t as res tri ç õ e s i n d u z iram à e x p a n s ã o d a monocultura, prática até então restrita a regiões especiais, devido ao problema ambiental e que veio desencadear uma série de desequi líbrio s ecológicos decorrentes do fato de q u e na natureza, divers idade é s inônimo de estabilidade. Quanto mais s i m p l i fi cado for um determinado e c o s s i s tema, maior a n e c e s s i d a d e d e fo ntes exógenas de energia para manter o equilíbrio. A g l o b a l i zação rec e n t e da e c o n o mi a brasileira, c o m grande mobilidade de capital e tran s formações nas e s trutu ras p r o d u t i vas tradici onais, tem causado i mp ortantes modifi cações em diferentes setore s . O país p assou a fazer parte de um espaço integrado globalmente e b astante competiti v o , provocando avanço s tecnológicos e novos métodos de produção e de prod u t o s , o ri u n d o s de c a d e i as p ro d u ti v a s i n tegradas gl obalmente e o n d e a ques tão ambiental passa a ter impo.rtância fundamental nos process o s de produção, co mercialização e c o n s umo . O cre s c i mento ace l erad o d e tran s aç õ e s de b e n s que i n c orp o ram i n o v a ç õ e s t e c n o l ó g i c a s e práticas e c o l o g icamente cor retas alteram s u b stan c i al mente as v an tagens competitivas de vári os segmentos econômicos em todos os países. Os d e s afi o s atuai s rel ati v o s a i n s erção competitiva nos mercado s globais s ão grandes, já que as e x i g ê n c i as dos c o n s u m i d o res s ão m a i o r e s e m t e r m o s d e p re ç o s , q u a l i d ad e , processos produtivos, prazos, regularidade d e entrega, origem, rastreabilidade, confo rmidade com padrões globai s , e t c . Além d i s s o , ainda há limitações e dificuldades em algumas cadeias p r o d u t i v a s , t a i s c o m o : p o u c a i n t e gração e gerenciamento de cadeias de produção, escalas de produção inadequadas , carga fiscal elevada, p ad rõ e s d e fi c i e n t e s de q u al i d a d e , p ad rõ e s inadequados de padroni zação e clas s i ficação, deficiente qual i ficação gerencial, d eficiência nos s i s t e m a s d e i n formaç ã o , fo n t e s de financiamento limitadas, j u ros elevado s , baixo n í v e l d e i n o v aç ã o t e c n o l ó g i c a , e t c . , q u e a c a b a m l i m i t a n d o a c o m p e t i t i v i d ad e d o agroneg ó c i o . N as d u as ú l t imas d é c ad a s , o p ad rão tecnológico de modernização da agricultura vem sendo questionado e restringido, por razões de o r d e m e c o l ó g i c a e e c o n ô m i c a . Os e fe i t o s cumulativos d o s desequilíbrios ecológicos cau sados por certas práticas tornaram-se progres s i v amente mai s e v i de n t e s , re d u zi n d o a s u a e ficácia e c o n ô m i c a . A gora, o problema está n o s limites biológicos e na degradação deste espaço e na qualidade dos produtos agrícolas . A e fi cácia de novas técnicas em au mentar a p r o d u t i v i d ad e ( d a t e rra e trabal h o ) e s tava condicionada à resposta da natureza a este tipo d e i n terve n ç ão n o e c o s s i s te m a . O e x e m p l o m a i s conhecido é o d a u t i lização s i stemática de controle q uímico d e pragas, c uj a resp osta com o passar do tempo s e tornou menos eficaz. Pág. 1 6 Pág . 1 7 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS A abertura econômica trouxe profun das tra n s formações nas e c o n o m i a s , s o bre t u d o aquelas relativamente fechadas . O B rasil, com características de predominância em atividades primárias e indústrias tradicionais, tem experi mentado uma transição para setores com padrões tecnológicos e organizacionais modernos, sendo que já em fins dos anos de 1 9 8 0, apresentou modificações significativas na sua base produtiva e obteve alto desempenho agroindustrial. 2. N O V O S PA R A D I GM A S PA RA OS AGENTES DA CADEIA PRODUTIVA DO LEITE 2 . 1 . D a c o m p e ti t i v i d a d e dos a gentes da cadeia p rodutiva A competitividade brasileira esteve sempre baseada nas riquezas naturai s e do setor agropecu ári o , s e e s p e c i al i zan d o n o setor de alimentos e no agronegócio. Com a globalização da e c o n o m i a , é e x i g i d o um pro c e s s o d e rees truturação e adaptação d a s n o rmas de produção e reorganização da indústria. O impacto é, necessariamente, a reavaliação das políticas tecn ológi cas e es truturas organ izaci onais que conduzirão à trajetórias de competitividade, uma vez que o setor agrícola é considerado um ponto forte d a vantagem comparativa na economia brasileira. O bom d e s em p e n h o d o s e t o r agrí c o l a bras il eiro con trasta com o s questionamentos acerca da sustentabilidade dos recursos naturais, principalmente a pressão exercida sobre o solo. A modernização agrícola não levou em conta a pres s ão exerc i d a s o b re o m e i o ambiente, o c as i o n a n d o i m p actos negat i v o s , c o m o p o r exemplo, a util ização indiscriminada de agro t ó x i c o s , que acabam matan d o o s p redadore s naturais e fortalecendo a s pragas, e a degradação do solo, pelo uso de maquinário pesado, dentre outro s . A fo rma c o m o t ê m s i d o c o n d u z i d a s as políticas de desenvolvimento contribuem para a redução da qual idade dos recursos naturais , levando-os à degradação e mesmo à exaustão . Produtores são estimulados a utilizar a base de recurs os naturais acima de s u a capacidade de suporte para maximizar o seu fluxo de renda no prazo mais curto. Esta pressão se agrava ainda mais, quando a produção e a produtividade são mantidas atravé s do uso intensivo e extensivo das terras, o que se observa em diversas regiões onde a expansão de áreas agricu ltáveis se dá exclusivamente para aumentar/maximizar seus ren d iment o s , mui tas vezes d e sres pe i t a n d o a aptidão agrícola do solo. A s ustentabilidade da agricultura é parte fu n d amental da preservação a m b i e n t a l , e a exploração deve ser feita de forma racional e s u s tentável, s ati s fazen d o as nece s s i d ades d as gerações presentes, mas s em c ompro meter o s recursos naturais para uso d a s gerações futuras. Tecnol ogias que permitam s is temas agríco las e c o n o mi c amente v i áve i s , s o c i al mente acei táveis e ambientalmente equilibrados fazem com que o agricultor mantenha e preserve s o l o e águ as, s e u s p ri n c i p a i s mei o s de p r o d u ç ã o , poupando o agricultor de futura recuperação d e solos e d o s cursos d' água, evitando aumento de custos, quedas de produtividade, redução de renda e descapitalização . Na agricultura brasileira devem ser ana lisadas, não só as deficiências de políticas públicas como preç o s , s i s temas de trans p o rte, proces samento industrial e distribuição, que afetam toda a cadeia produtiva, mas também i nefi ciências que decorram de ins uficiência tecnológica no setor de p r o d u ç ã o e i n d u s trial . Além d a necessidade de identificação e da extensão d o s gargalos de ineficiência, referentes a políticas p ú b l i c as , é n e c e s s ário i n d i car os a s p e c t o s tecnológicos passíveis de capacitar o s setores produtivos a competir em uma economia aberta e com reduzida interferên c i a governamental . (EMB R A PA , 200 1 ) . O setor agroindus trial nacional, em fase de reorganização e adequação aos novos padrões de pro d u ç ão e c omerc i al i za ç ã o , e n fre n ta o desafio de crescer de modo competitivo e sus tentáve l , para ate nder a d e m a n d a i n te r n a e conquistar a manter espaços de mercado externo, fornecendo produtos e processos de qualidade, com sustentabilidade, e a preços competitivos . Es tas s ã o as n o v as d e m a n d as de uma agri c u l t ura mai s e q u i l i b r a d a, e c o l ó g i c a e economi camente, indicando a nece s s i d ade de práticas de pro d ução coerentes com o desen volvimento sustentáve l . Dentre as forças q u e i mp õ e m n o vas concepções e valores à sociedade e às empresas, pode-se destacar a importância da adaptação às mudanças cada vez mais rápidas, levando a um proc e s s o rad i c al de re orientação e ree s t r u turação, v i s ando s atis fazer as nece s s i d ades e expectativas d e s s e n o v o p ar a d i g m a . N o v o s modelos de organ ização obj e t i v am atender a e s s as n o v as re i v i n d i c a ç õ e s , c o m q u a l i d a d e , produtividade e competitividade. Em termos de desempenho, a competi t i v i d ade e x p re s s a- s e c o m o a c a p a c i d ad e de ANAIS D O X X CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS sobrevivência e expansão nos mercados nacional e internacional, sendo que um fator i mportante e que pode ser decisivo em sua determinação é a tecn ologia utilizada no sistema de produção que, ao incorporar i n ov ações tecnológicas podem conduzir a uma redução dos custos mínimos de produção, mantidos constantes o s preços dos fatores, bem c o m o obter efeitos mais abran gentes , c o m o a i ntro d u ção d e n o v o s b e n s e serviços e ganhos de novos mercados através de proces s o s operac ionais que permitem estar à frente dos conc orrentes . A partir da década de 1 9 80, o capitalismo intern ac i o n a l p a s s a por profu n d as t r a n s fo r mações que se manifestam na geração e adoção de novas traj etórias tecnológicas de produtos e proce s s o s , n o v as técnicas gerenciais e orga nizacionais e n o vas estratégias de mercad o , c aracterizando u m a i n te n s a ree s t r u t uração produtiva, p as s ando a n o v a c ompetiç ão a s e distinguir por aspectos c o m o a organi zação da empresa, a coordenação d a cadeia pro dutiva, a organi z ação i n s ti t uc i o n a l e o s padrões de políticas públicas . A t u a l m e n t e , a c o nj u ntura e c o n ô m i c a internacional , c aracteri zada p e l a global ização do comércio e pelo decréscimo dos subsídios e das barreiras não-tarifárias, tem levado alguns países a intensificar políticas que possibilitem o aumento da eficiência econômica, visando obter ganhos de competitividade. A rees trut uração p r o d u t i v a no B rasil ' originou-se nas mudanças estruturai s ocorridas a partir d e s s a época, tai s como : abertura da economia, formação do Mercos u l , a desregu lamentação e o processo de estabilização econô mica ancorado no câmbio e taxa de j uros , bem como a crise de formas tradicionais de intervenção do Estad o . E s tas trans formações definiram a formação de um novo ambiente competitivo e repercutiram, intensamente, no s istema agroin dustrial brasileiro, que passou a adotar novas formas de organização e a utilizar novos mecan is mos impulsionadores de novas bases de competitividade e rentabilidade, bem como a obtenção de maiores ganhos de produtividade pela maior eficiência na coordenação dos recursos produtivos que garantam um bom posicionamento no mercado. A c o mp e t i t i v i d ade é o grande d e s afi o enfrentado pel o s países e m desenvolvimento, p o i s , para ser c o m p et i t i v o , é neces s ári o o aj u s t ame n t o d e u m a s é r i e d e variáve i s q u e incidem sobre a s possibilidades de competir nos mercados i nternacionais . A s s u p o s i ç õ e s d a teoria d a v an tagem c o m p arat i v a são i n s u fi c i entes v i s t o não atribuírem um papel à estratégia das empresas , como a melhoria de tecnologias que cap acitem compensar os fatores escassos, a diferenciação do produto e a global ização que p o s s ibilita a participação na cadeia pro dutiva internacional . Neste contexto surgiu a teoria da vantagem c o mpetitiva, refletindo u m a c o n c e p ç ão mais profunda da competição, incluindo a s egmen tação dos mercados, as diferenciações de pro dutos , as diferenças de tecnologias de produção e as economias de escala, partindo do princípio de que a competição é dinâmica e evolui, sendo vista como o resultado da inovação em métodos e tecnologia. A proposição teórica d a vantagem compe titiva é que estas não s e baseiam s o mente em fatores reai s . No m u n d o real , o p ap e l mais importante na busca de competitividade não está só em transferir recursos para os pontos em que os rendimentos possíveis sejam maiores, ou seja, a maximização dentro de limites fixos . A questão principal é o modo pelo qual as empresas, em resposta aos cenários econômicos, aumentam seus rendimentos pelo desen v o l vi mento de novos produtos e processos (MARTIN e t al, 1 99 1 ) . No período recente, o conceito de compe titividade passa a ter abordagens diferentes na literatura, conforme a finalidade dos trabalhos realizados. A maioria dos conceitos, no entanto, continua a ter s uas origens na literatura eco n ô m i c a do c o mérc i o i n t ernac i o n a l , e m que autores como Adam Smith e Davi d R i c ardo mostraram, no começo do s é c u l o p a s s a d o , a importância das vantagens absolutas e relativas. S egundo Abbott e B re d a h l , c i t a d o s em JANK ( 1 996), um grande número de conceitos de competitividade tem s i d o proposto, depen dendo do nível da análise, tais como : a) unidade de observação : nação , setor ou firma; b) bem analisado: commoditie ou produto diferenciado ; c) obj et i v o da anál i s e : p o l ít i c a s s e t oriai s , d e s e n v o l v i mento d a prod utividade d o s e tor, performance de exportação etc. Para os autores, os e c o n o m i s t as e s tão m a i s pre o c u p a d o s em avaliar competitividade em relação aos preços, por meio d a co mparação de produti v i d ade e custos unitários, dando pouca atenção a fatores mais amp l o s c o m o e s t r u t uras de mercado e fatores ' não-preço ' com relação ao produto e sua comercialização . Apesar das diferentes visões existentes na l iteratura, com rel ação à definição de compe titividade, pelo menos o caráter s istêmico, ou seja, que ela é afetada por um conjunto de fatores que se interrelacionam, é um ponto em comum entre as variadas abordagens. Pág. 1 8 Pág . 1 9 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATIcíNIOS Por s e u c aráter s i s tê m i c o , a c o mpeti tividade é determinada pela conjugação de uma diversi dade de elementos, como a tecnologia disponível e a efi ciência como é utilizada, os preço s domésticos dos insumos de produção, a taxa de câmbio e as taxas de paridade entre os parceiros c o me r c i a i s d o p a í s , o s c u s t o s de transporte, a estrutura de incentivos, as barreiras tarifárias e não-tarifárias no país importador, a qualidade e imagem do produto, dentre outros. Essa diversidade estrutural torna o conceito de competitividade bastante c omplexo e hetero gêneo na literatura (B N DES , 1 99 1 ) . CARDOSO e B ARROS (2002) ress altam que não há na teoria econômica neoclássica uma definição para c ompetitividade, sendo este um conceito político, ou seja, não há, na economia geral, uma teoria sobre a competitividade porque este não é um termo estritamente econômico. Geral mente, a c o mpetit i v i d ad e é t i d a c o mo sendo o res ultado dos efeitos combinados de distorções de mercado e de vantagens compa rati vas. As dis torções de mercado incluiriam tanto as causadas pela política econômica quanto pela competição imperfeita entre as firmas . Em c o n seqüência, se encon tram na l i teratura o s mai s d i ferentes conceitos e indicadores para mensurar competitividade. A produtividade e a lucratividade são variáveis importantes na busca de competiti vidade. A pro d u t i v i dade é parte importante n o d e s e n v o l v i mento d a c o mp eti tividade e , sem d ú v i d a , u m dos aspectos q u e requ er maior atenção, p o i s é nela que se encontra a chave para melhorar as possibilidades de competir com êxito nos mercados nacionai s e internacionai s . Q u a n d o s e fal a e m p r o d u t i v i d ad e , é inerente pen s ar em rentab i l idade, eficiência, tecnologia, inovação e condições de trabalho. Segundo Capaldo et ai, citados em ROSADO ( 1 9 9 7 ) , as medi das de produtividade estão relacionadas com a tecnologia de produção. Todas elas envolvem uma co mparação do nível de produção em relação aos insumos usados. Os índices específicos de produtividade implicam algumas suposições a respeito da tecnologia de produção. Os índices que usam apenas uma lista incompleta de insumos ou que medem a produção como valor s omado podem ser interpretados como implica dores de restrições sobre a tecnologia no último caso, e como suposições implícitas a respeito do papel dos outros insumos no primeiro caso. A S u p o s l ç ao d e mercado competitivo é complicada de se avaliar porque s uas questões são conceituais e empíricas . Conceitualmente, as políticas do governo estão d i storcendo as medidas de produtividade se elas estão resultando em ineficiências na produção. Se os programas de governo fazem com que os produtores fiquem aquém da fronteira de possibilidades de produção, tais programas são responsáveis pela introdução de ineficiências no uso dos recursos produtivos . Um modelo de produção s i tuado na l i n ha de fronteira de possibilidades de produção seria um modo de quantificar essas ineficiências e, possivel mente, explicar diferenças na produtividade. A i mp o rt â n c i a d as m e d i d a s de p r o d u tividade como componentes da competitividade também depende da perspectiva temp oral . A cu rto prazo , as taxas de câmb i o e a p o l ítica co mercial são o s determinantes principais da competitividade de um país. A longo prazo , a produtividade e a eficiência de custos podem se tornar os fatores dominantes . A t e c n o l o g i a c o mp reende o e s t u d o e a racionalização da produção, vinculados especial mente aos pro c e s s o s e méto d o s q u e tran s formam o s ins umos em p ro d u t o s . O valor d a tecnologia está relacionado com a aplicação que se faz dela para gerar riquezas ou melhorar a qualidade de vida. Á med i d a que a t e c n o l o g i a fav orece a produtividade das atividades produtivas, melhora a capacidade de países , regiões ou estados, de competir, buscando sempre melhores condições de mercado. Van Duren et al., citados por CARDOSO e B ARROS (2002), ao desenv olverem um refe rencial metodológico para analisar a competi tividade do agronegócio canadense, admitem que tanto a e s c o l a n e o c l ás s i c a d e p e n s amento econômico quanto os paradigmas da organização industrial (OI) e da gestão estratégica fornecem conceitos úteis para a análise de competitividade nas cadeias agroindustriai s . Tais autores consi deram que a competitividade pode ser medida pela part i c i p ação de mercado o cu p a d a p e l a cadeia e p e l a sua rentabilidade. B ATALHA & S ILVA ( 2 0 0 0 ) , ao e s t u d arem a e fi c i ê n c i a e c o mpeti ti v i dade na c a d e i a agro i n d u strial d a pecuária de corte no Brasil, adotam e s s e mesmo enfoque. Na visão da Nova Economia Institucional (NEI)4 , a competitividade pode ser descrita como 4 Nova economia Institucional é uma linha que parte dos paradigmas clássicos da Organização Industrial moderna e expande o conhecimento em direção ao estudo do ambiente institucional e das variáveis transacionais que caracterizam a organização das firmas e dos mercados (JANK, 1 996). ANAIS DO XX C O N G R ESSO NACIONAL D E L ATiCíNIOS a capacidade de sobreviver e crescer, definição adequada aos sistemas agroindustriais . Considerando-se o caráter s i s têmico dos fatores que infl uenciam a competitividade das cadeias pro d u tivas, qu atro grupos de fatores podem contribuir, negativa ou positi vamente, p ara o desempenho c o mpetitivo das c adeias agro i n d u s triai s : fat ores c o ntroláveis pelo govern o , fatores controláveis p e l a empresa, fatores quase c o n trol áv e i s e fat ores n ão c o ntro l áv e i s n e m pela empresa, n e m pel o governo ( B ATAL H A & S ILVA 2 0 0 0 ) . E s s a abordagem é interessante porque, uma vez iden tificados os fatores limitantes da competitividade, pode-se delimitar o espaço de ação dos diferentes atores c as o s ej am i mp lementadas medidas de intervenção. Alguns desses fatores observados na cadeia de produção agroindustrial são : Fatores Controláveis p e l o governo : ambiente macroeconômico, ambiente institucional, infra-estrutura econômica, infra-estrutura técnico-científica; 2 Fatores C o ntroláveis pela E mpresa: preços dos produtos, custos, qualidade, t e c n o l o g i a , p r o d u t o s , e s tratégia competitiva; 3 Fatores Quase Controláveis : condições de demanda, preç o s d o s i n s u m o s , competição entre o s agentes , ameaça de n o v o s c o n c o rrente s , p o l ít i c a de comércio internacional ; 4 - Fatores N ão C o ntrol ávei s : fat o re s ambientais (temperatura, pluviosidade, etc . ) O s fatores controláveis pelo governo não podem ser modificados por uma ação específica d o s agentes da c a d e i a , a p e s ar de as ações governamentais estarem sujeitas a pres são dos agentes d o setor. Por o u tro lado, o s fatores c o n troláveis pela e mpresa, p o d e m ser modi ficados por decisão exclusiva dos agentes da c a d e i a . O s fat o re s quase c o ntro l á v e i s pela empresa encontram uma certa reciprocidade com o s fatores h o l í s t i cos tradi c i o n almente apre sentados por P O RTER ( 1 99 3 ) nos estudos de c om p e t i ti v i d a d e , destac a n d o - s e ame a ç as de novos concorrentes, competição entre agentes da cadeia, poder de barganha dos fornecedores de insumos e poder de barganha dos clientes. O poder de barganha dos clientes e dos fornecedores c orre s p o n d e a c o m o se comp ortam, res pec tivamente, as condições de demanda e os preços d o s i n s u m o s . Os fat o re s q u ase c o n tr o l áveis podem s e r v i s to s c o m o aqueles q u e podem resultar da ação do conjunto de atores já atuando na cadeia agroindustrial em questão . Os fatores não controláveis podem ter seus efeitos nega tivos minimizados a partir de ações conjuntas e s tabel eci das pelos governos e pelos demais agentes d a cadei a . ( C A R D O S O e B A R R O S , 2002) . Além disso, segundo PORTER ( 1 99 3 ) , os fatores de produção são os insumos necessários p ara uma i n d ú s tri a c om p e t i r , s e n d o que a vantagem �ompetitiva dos mesmos depende da e fi ci ê n c i a e da e fet i v i dade c o m q u e são distribuídos, A s i mp les d i sponibilidade desses fatores n ão basta p ara e x p l i c ar o s uc e s s o competitivo. Esses fatores são classificados em d o i s t i p o s , o s fatore s b á s i c o s e o s fat o res adiantados . Os fatores básicos são, o s recursos naturais, mão-de-obra não-especiali zada, clima e localização. Os fatores adiantados, que incluem a moderna infra-estrutura de comunicação de d a d o s , p e s s o a l altamente e s p e c i a l i zado e avançadas instituições de pesquisa, são hoje os mais s i g ni fi cati v o s p ara se d e termi nar competitividade. A disponibilidade, a qualidade e a eficiência de recursos nas áreas de transporte, energia e comunicações são condições essenciais para o crescimento da produtividad e . A exis tência de uma i n fra - e s t ru t u ra adequada p o tencializa gan h o s d e e fi ci ê n c i a p ro d utiva ( P I RES , 1 99 5 ) . Segundo FA RINA e t a i . ( 1 99 7 ) , pode-se dividir a competitividade de determinado sis tema agroindustrial em dois grandes blocos : a) produtividade/tecnologia - relacionado aos custos de produção, diferenças de produtividade e aspectos de logística; b) coordenação - capacidade de receber, pro c e s s ar, d i fu n d i r e utili zar i n for mações de modo a definir e viabilizar estratégias competitivas (inovação de prod uto e pro c e s s o , d i fere n c i ação, segmentação, etc . ) , efetuar c ontroles e reagir a mudanças no meio ambiente. O modelo de gestão de competitividade tem como pressuposto fundamental, a consideração da competência da cada segmento, em uma cadeia produtiva, de influir na construção e sustentação de vantagens competiti vas . Isso se processa a p artir de s u a c a p ac i d a d e de art i c u l ação e co ordenação de fatores e estratégi as i nterve nientes e m seu d e s e m p e n h o c o m pe t i t i v o , consi derando as interações, i nterdependências e i n te rferên c i a s pre s e n t e s e m seu ambiente s i s têmi c o . O m o d e l o busca des s a fo rma, a Pág. 20 Pág . 2 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS consideração de fatores essenciais à construção de vantagens c o m petitivas s i stêmicas s u sten táveis, adequadas ao novo ambiente competitivo, o qual se identifica por condições contínuas de m u d a n ç a e i n t e n s a c o m p e t i ç ã o . P re c o n i z a a inserção si stêmica das organizações ou cadeias de forma a o b te r c a p a c i d ade de g es t ão d o s aspectos ambientais geradores de capacidade competitiva. A c o mpeti t i v i d ade, nesta orien tação, passa pela consideração de aspectos que extrap o l am os l i mites da efi c i ê n c i a e desem penho. Agrega aspectos di nâmicos que, fu nda m e n t a d o s em estratégias de c o m p e t i ç ã o , obj etivam a adeq u ação d a estrutura organiza c i o n a l , de fatores a m b i e n t a i s e d e a s p e c t o s rel acio nais d e agregação de valor a s condições c o mpetitivas presentes em c ad a momento n o mercado . De acordo com FARINA e ZYLBERSZTAJN ( 1 994), competitividade engloba duas dimensões tradicional mente separadas no enfoque analítico da teoria da organização industri al : c o nduta e desempenho. Enquanto desempenho, a compe t i t i v i d ade se expressa como a c ap ac i d ad e de s o brevi v ê n c i a e e x p a n s ão n o s merc a d o s n a cionais e/ou i n ternaci onai s e, conduta como o processo propri amente d i to de con corrência. E!ita ques tão é res s altada em d u as abor dagens que conceituam a competitividade de uma economia com relação a uma ação combinada de i n ú meros fat o r e s i n tern o s e externos à atividade econômica A primeira limita-se a uma ab ordagem ex-post, em que a c o mpetitividade de um país ou uma empresa é avaliada a p artir de s u a p o s i ç ã o n o s m e r c ad o s d o m é s t i c o e i n t e r n a c i o n a l , n ã o se p e r m i t i n d o a v a l i ar o comportamento desses fatores , restringi ndo-se a u m a a n á l i s e e s t át i c a . A s e g u n d a , ex- a n t e , a d o t a d a n o p re s e n t e e s t u d o , r e fere - s e à c o m p e t i t i v i d ad e c o m o a c a p a c i d ade de u m a empresa o u p aís , c ompetir n o longo prazo, o u s ej a, a c a p a c i d a d e e m m an ter, amp l i ar e / o u conquistar n ovas p osições competitivas . Fatores como p reço, custos, quali dade e produtividade seriam determinantes da competitividade Estas d u a s v i s õ e s , e m b o r a a l t a m e n te d i fu n d i d as e re l ev an tes p o r p o s s i b i l i t arem a anál ise dos resultados obtidos por meio desses enfoques em c o nj ugação c o m outras variáveis rel aci o n ad as ao desempenho do setor extern o , possuem certa limitação, u m a vez que dão caráter estático à competitividade, já que se pode analisar como os indicadores construídos nessa perspectiva se comportam até certo momento do tempo . A c o m p e t i t i v i d ad e é d e termi n a d a p e l a c o nj ugação de u m a d i versidade d e elementos como a tecnologia disponível e a eficiência como é util izada, os p reços domésticos dos i ns umos de produção, a taxa de c a mb i o e as t a x as de p aridade entre os p arceiros c o merciais do p aís , os custos de transp o rte, a es trutura de i n cen tivos, as barreiras tarifárias e não-tarifárias n o p a ís i m p o rt a d o r , a q u al i d ade e i m ag e m d o produto, dentre outro s . A co mpetitividade de uma empresa, n u m s e n t i d o m a i s a m p l o , e s t á rel a c i o n a d a à s u a capacidade d e desenvolver e sustentar vantagens c o m p e t i t i v a s q u e l he p e r m i t a m e n fre n t a r a concorrência, sendo esta capaci dade competitiva condicion ada por um amplo conjunto de fatores internos e externos ( B NDES , 1 9 9 1 ) . S e g u n d o V EL O S O ( 1 9 9 8 ) , o s fat o r e s internos s ã o aqueles q u e fazem parte d a s decisões estratégicas d a empresa e por meio dos q u ai s esta se distingue d e seus competidores. Referem se às c o n d i ç õ e s de e fi c i ê n c i a que a empresa dispõe p ara s u p rir seu mercado , tais c o m o as políticas de investimentos, de qualidade e produ tividade dos re cursos human o s , de m arketi ng, de controle e qualidade do produto, de preços e as relações com os fornecedores e clientes. N o âmbito externo à empresa, o s deter m i n antes d a c o mpeti tivi dade s ão aq ueles que c o n s t i t u e m exte r n a l i d a d e s p ar a a e m p re s a p r o d u t i v a, o u s ej a , são c o n d i c i o n ad o s p e l as p o l ít i c as p ú b l i c a s q u e se re s u me m e m : a ) macroeconômi cas - t a i s como t a x a d e cambio, taxa de juros, taxa de inflação, oferta de crédito e políticas de preços, monetária, fiscal e cambial; b) políti co in stitucionais - tais como políticas t r i b u tárias e d e i n t e r v e n ç ã o p o r m e i o das institui çõe s de pes q u i s a e créd i t o ; c ) re gula t ó r i as - tais como as p o l íticas de p ro teção à propriedade ind ustrial, de defesa de concorrência e p roteção ao consumidor e de p reservação do meio ambiente ; d) infra-estrutura - tais como a c a p a c i d a d e de tran s p o rt e , armaze n a m e n t o , en erg i a, tele c o m u n i c aç õ e s e o u t r o s s e r v i ç o s tecnológi c o s ; e) s o c i ai s - tais c o mo a q u a l i fi c ação da mão-de- obra, cen tro s de pesquisas, políticas salariais e de seguridade social ; f) inter n a c i o n ai s - ten d ê n c i as do c o m é r c i o i n terna cional, capitais e investimentos de risco, fl uxos de tecnol ogia, políti cas de c o mércio exteri o r e acordos internacionais. A maior fonte de controvérsias em relação a e s t e s fat ores e x tern o s , e s t á no p ap e l d o go verno n a p ro m o ç ã o d a c o mpetitividade. A maioria dos determi n antes externos descritos estão rel acionados, direta e indiretamente, com a presença do Estado, cuja atuação se faz sentir sobre a competitividade de uma nação, pois toda ANAIS DO XX CON G RESSO N ACIONAL DE LAT i CíNIOS a atividade produtiva necessita de um ambiente eco n ô m i c o , p o l ít i c o e s o c i al fav o r áv e l ao desenvolvimento e à manutenção de vantagens c o mpetiti vas. Den tre as p o l íticas públicas, n o âmbito extern o à empresa, esta análise destaca as de caráter regulatóri o , em termos do uso de uma tecnologia que além de ser competitiva, permita a preservação do meio ambiente. A c o mpetitividade pode ser avaliada de acordo com a existência de mercad o s segmen tados, o dinamismo tecnológico (presente nesta análise) e o uso adequado de economias de escala. Uma b o a m a n e i r a de c o m p arar a c o m p e titividade entre p aíses é u t i l i zar os preços d e p ari d ade, definidos c o m o o s preços FOB d o s produtos n a s principais bolsas d e commodities, acre s c i d o s d o s c u s t o s p ar a c o l o c aç ã o d o s produtos no s centros de consumo (EMB RAPA, 200 1 ) . C o n forme COUTINHO & FERR AZ ( 1 994), a competi tividade p o d e s e r v i s t a como a p r o d u ti v i d ad e d as e m p re s a s l ig a d a s à capacidade dos governos, ao comportamento da sociedade e aos recursos naturais e construídos e aferi d a p o r i n d i c ad o res n a c i o n a i s e i n terna cionais, o u sej a, parc i al mente fora d a áre a de i nfl uência d a empresa, tais como : a) c aracte rísticas dos mercados consumidores - em termos de distribuição geográfica e de faixa de renda, formas e custos de co merci al i zação p redo m i n antes e o p o rt u n i d ade de aces s o ao mercado i n t e rn ac i o n a l ; b ) c o n fi g u ra ç ã o d o setor verticalização e divers ificação setorial, tipos de insumos, escalas de operação, grau de concen tração e direção do progresso técnico; e c) con c o rrê n c i a - fatores referentes às c o n d u t as e estruturas empresariais em rel ação aos consu midores, meio ambiente e competi dores . Para FARINA e ZYLBERSZTAJN ( 1 994), uma visão mais dinâmica da ati v i d ade econô mica como a que se denominou a nova economia d as i n s t i t u i ç õ e s " p rovê um q u adro a n a l í t i c o adequado p ara a co mpreensão da coordenação como elemento c have da c ompetitividade, pois permite o tratame n t o d o c o nceito de c o mp e titividade dentro de um quadro necessariamente c o m p arativ o . Não e x c l u i as v ar i á v e i s trad i c i o n a i s b a s e ad a s e m c u s t o s de p r o d u ç ã o comparados, assim como elementos d e distorção tais como custos sociais externos (custos amb i e n t ai s ) , e fe i t o s d i retos s o b re p r e ç o s d e produtos e fatores (subsídios), todos passíveis de serem analisados com modelos de base neo clássica. Contudo, permite incorporar na análise variáveis determinantes de diferentes formas de domínio, tais como relaçõe� contratuais formais e informais, relações de confiança, outras formas de coordenação por vias que não as de mercado e , es pecial mente as variáveis ligad as à o rga n i zação instituc ional." A a n á l i s e d a c o m p e t i t i v i d ad e , s ej a ela r e fere n te a d e t e rm i n a d o p r o d u t o , setor o u empresa, p a s s a pela con strução de i ndicadores . A lém de quantitativos e qualitativo s , os indi c adores podem ser também c l assificados como de desempenho, macroeconômicos, de eficiência e de c ap acitação . A maior p arte dos t rabalhos que visa a avaliação da comp etitividade utiliza os três primeiros indi cadores . Os de desempenho p odem ser rel ativos, q u ando con s truídos ten d o p o r base o s fl uxos observados de comércio - são também chamados d e i n d i c ad o res d e c o m p e t i t i v i d ad e r e v e l ad a (B NDES , 1 99 1 ), ou absolutos, quando comparam o d e s e m p e n h o do p aís c o m o de s e u s c o n c o rre ntes . O segundo grupo de indicadores baseia-se, fu n d ame n t a l m e n t e , em d e c i s õ es d e p o l í t i c a econômica, tais como taxas d e câmbio, s ubsídios e incentivos às exportações, entre outros. Já os indicadores de efi ciência referem-se a comp arações de preços e custos unitári os de um p aís com seus comp etid ores i nternacionais, levando em consideração , no caso dos últimos, a remuneração e a produtivi dade de cada fator de produção. O i ndicador de rentabilidade deriva se dessa medida de competitividade. O s i n d i c a d o r e s d e c a p ac i t aç ã o são re l at i v amente recentes e i m p u l s i o n a d o s p e l a cres cente i mp ortância, n o cenári o mundial , de p aí s e s c o m o A l e m a n h a e J ap ã o . Os fatores extra-preço, como a participação dos gastos em P&D, ganham relevân cia nesse c ontexto e não são captados pelos indicadores tradi cionais. O s u p o rte teórico p ar a a a n á l i s e , a ser d e s e n v o l v i d a n e s t a p e s q u i s a , b a s e i a - s e nos indi cadores econômicos de l ucrativi dade, custos de fatores (soci ais e privados), competitividade de si stemas de produção e p olíticas macroeco n ômicas p ara o setor agríco l a. Num conceito macro, a c ompetitividade é a v a l i a d a p o r i n termé d i o de v ar i á v e i s que dependem, basicamente, de decisões de política e c o n ô m i c a c o m o a d m i n i s tração d e t a x a de câmbio, políticas fi scal e monetári a e p o lítica salarial. O conceito macro , de certa forma, mede a competitividade advinda de políticas que visam alterar diretamente a e ficiência e a qualidade como forma de ganho c o mpetitivo. As comparações entre custos de produção e de comercialização entre os países inevitavelmente Pág . 23 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO X X C O N G R ESSO N ACIONAL D E L ATiCíNIOS ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS envolvem o uso da taxa de câmbio para converter os valores em moed a única. Assim, movimentos n a taxa real de câmbio s i g n i fi cam que forças fora d o complexo agro ind us trial têm i m p acto muito grande s o b re as comparações de custos en tre p a ís e s . A e s tr u t u r a d e c u s t o s d e u m a i n d ú s t r i a d e e x p o rtação é m o l d a d a p e l a s políticas distorcivas , bem como pelas forças d a vantagem comparativa. U ma estrutura d e custos d i ferente o c o rreria s e as p o l ít i c as d i s torcivas fo s s e m re m o v i d a s e o merc a d o fu n c i o n a s s e a p e n a s em fu n ç ã o d a s fo r ç a s d a v a n tagem c o m p arati v a . O c o n he c i m e n t o d o s c o m p o n en te s d e c u s t o s é ú t i l p a ra mel h o r c o m p re e n s ã o d a competitivid ade . Uma comparação d o s compo nentes de custos entre p aíses m o s tra o e feito líquido sobre o uso de i nsumos e os pagamentos dos fatores e os efeitos das forças políticas que estão moldando a competitividade em cada país . Podem ser provocadas mudanças no setor agrícola através de política de preços agrícolas, p o lítica macroec o n ô m i c a e p o lítica de i nves timento público. Os principais ins trumentos de p o l ít i c a u t i l i z a d o s p a r a m o d i fi c a r o s p re ç o s domésticos d o s produtos e d o s insumos agrícolas com rel ação aos preços p raticados no mercado i n ternaci o n a l , s ão cotas , tari fas ou s u b síd i o s . Tai s i n s tr u m e n t o s d i retamente d i m i n u e m o u a u m e n t am as q u a n t i d a des c o me rc i a l i zadas i n tern a c i o n al mente e i n ternamente, elevando o u red u z i n d o o s pre ç o s d o m é s t i c o s . Estas políti cas aplicam-se apenas a produtos comer ci ali zados i nternacionalmente e não à produção doméstica, embora os impostos domésticos ou s ubsídios c riem trans ferências entre o tesouro nacional e os p rodutores/consumidores domés tico s , causando o u não d i vergências e n tre os preços i nternos e mundiai s . A política macroeconômica, que inclui as d e c i s õ e s do g o v e r n o s o b re p o l í t i c a fi s c a l , m o n et ári a e c a m b i a l , p o d e m m a i s d o que compensar os incenti vos desej ados da política de preço agrícola. A política de investimento público refere se a o s re c u r s o s o r ç a m e n tári o s do g o v e rn o , i n v e s t i d o s n a agri c u l t u r a p a r a a u me n t ar a p rodutividade e reduzir os custos, como n ovas tec n o l o g i a s , trein amento de agri cu ltore s p ara melhorar o capital humano, i nvestimentos em i n fra- e s t r u t u r a , fomento a t e c n o l o g i a s m a i s eficazes , entre outro s . O s p aíses gera l me n te util izam, s i mu l t a n e a m e n t e , determi n a d o s i n s t ru me n t o s , t a i s como, restrições quantitativas a o u s o d o s fatores produtivos, c o ntroles técnico e ad minis trativo s o b re i m p o rtações p ara afe t arem o preço d o mercado do produto. I s s o l e v a a di storções de p reço em n ível de p r o d u t o r , q u e p o d e m s e r medidas , p o r meio do cálculo do coeficiente de proteção nominal, que é dado pela razão entre o p reço doméstico, receb i d o pelo p rodutor, e o preço de fronteira de um produto ( PIRES, 1 9 95). A integração comercial de p aíses pode ser vista como uma forma de obter uma alo cação eficiente de recursos. Espera-se que haj a ganhos em termos d a redução de c u s t o s por meio de escalas mais efi cientes, d a complementação e da e s p ec i a l i za ç ã o de a t i v i d ad e s p r o d u t i v a s . Entretanto, quando s e p a s s a d e u m a es trutura protecionista de c o mércio p ara a i ntegração, os efeitos realocativos e redistributivos decorrentes geram impactos diferenciados entre os s etores econômicos , empresas e regiões do p aís . Alguns s erão e s t i m u l a d o s e c re s cerão , o u tro s s erão reconvertidos. Não há como iniciar um processo de i n tegração c o m e r c i a l sem d e s e q u i l i b rar mercad o s , o u causar i mp a c t o s negat i v o s s o b certas atividades produtivas (ZYLBERZTAJ N e FA RINA, 1 9 9 1 ) . Em geral, a integração comercial estimula á competitividade e o aumento da produtividade, geran d o g a n h o s p ara o s i s te m a e c o n ô m i c o gl o b al . N o e n t a n t o , o c o n ce i t o d e c o mp e t i tividade n ão depende apenas d a eficiência das unidades p rodutoras de bens e servi ç o s . Uma empresa é c o mp e t i t i v a q u a n d o o ferece um produto de igual qualidade a um preço menor. Do ponto de vista de um p aís, pode-se tornar u m p r o d u t o i n t e rn ac i o n al m e n t e c o m p e t i t i v o , por mei o da concessão d e subsídios diretos, ou de p o l ít i c as de créd i t o p ar a i n v e s t i m e n t o e c u s t e i o em c o n d i ç õ e s fav o rávei s . D a mes m a forma, um produto pode perder competitividade, s e s o bre o me s m o i n c i d i r u m a p e s a d a c arga tributária, ou se o custo dos recursos financeiros fo rem e l e v ad o s , i n d e p e n d e n te m e n t e da e fi c i ê n c i a produtiva i nterna ( Z Y L B ERZTA J N e FARINA, 1 9 9 1 ) maioria dos rebanhos brasileiros"5, ainda é bem red uzido o percen t u al análises de prod utores demand ados pela indústria, o que traz a tona a n e c e s s i dade de e n fre n t ar as e x i g ê n c i a s de m o d e r n i z a ç ão d a l e g i s l aç ã o com a p raxis, apresentada pela real idade de n o s s as proprie dades e de n o s s as i nd ú strias . Nas c o nc l u s ões apresentadas no estudo, percebeu-se que ainda existem grandes des afios a serem vencidos no curto prazo, visando garantir ao ate n d i mento das normas legais e segurança da população, que incluem a melhoria das condições higiênicas de produção, armazenamento e transporte de leite, sendo vital p ara que a i ndústria p o s s a agregar valor à sua atividade. A s s i m , co nforme alerta PORTUGAL ( I n B R ITO e PORTUGAL, 2 0 0 3 ) E s t a é a meta a ser perseguida por produtores e indús trias , de fo r m a s i s te m a t i z a d a , na garan t i a de s u s te n tab i l i d ade e c o m petitividade d o agro negó cio, frente as e x i g ê n c i as l e g a i s de c o n t r o l e de qualidade impostos pelas legi s l ações vigentes , v i s an d o ao ate n d i mento d a s neces s i d ades do cons umidor fin al . A s u s t en t a b i l i d ade i ntegrada d e t o d a a cadeia produtiva estabelece novos arranj os nem cenário ainda a ser descrito, em que cada p asso é um conquista para todos os agentes conviverem em harmo n i a do e s p aç o e q u i l i b r ado . Neste trabal ho, ao se an ali s ar a c o mpeti tividade do sistema agroindu strial do leite, a ótica da busca c o n s t an te pelo m e l h o ra m e n t o dos p r o c e s s o s p r o d u t i v o s e i n d u s t r i ai s , m o s tro u - s e c o m o ferramenta indispensável da s us tentabilidade de produtores e indústrias, na medida em que, busca se o u s o r ac i o n al do a m b i e n te p r o d u t i v o perm i t i n d o o n ã o e s g o t a me n t o d o s re c u r s o s naturai s , v i s a n d o determ i n ar a v an tagem competiti va do s is tema, fazendo com que haj a u m estímulo a o desenvolvimento integrado entre a tecn ologia e o Meio Amb iente. 2 . 2 . D i a g n ós tico d a q u a l i d a d e d o l e it e , impacto para a indústria e a q u e s t ã o dos r esíduos ANDRADE, R . O. B.; TACHIZAWA, T; CARVA LHO, A . B . Gestão Ambiental : enfoque es E m re c e n t e e n c o n t ro re a l i z ad o pela EMB RA PA, EPAMIG e C B QL (2003), muito se discutiu sobre os novos p aradigmas e des afios que enfrentam produtor e indústria, em bus ca da eficiência de processos p roduti v o s . Para traçar um p an orama do perfi l de produção, o s espe cialistas, acreditam q ue "ainda há c arê n c i a de informações a respeito da qualidade do leite da B A N C O N A C I O N A L DE D E S E N V O L VIMENTO ECONÔMICO E S OCIAL - B NDES . REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS tratégico aplicado ao desenvolvimento sus tentável. São Paulo: Makron B ooks, 2002, 320p. C o m p etitivida d e : c o n c e i tu aç ã o e f à tores determ inantes . B ras íl i a : 1 9 9 1 , 26p . 5 B ATAL H A , M. O . ; S I LVA , C. A. B . ( o rg . ) E s tu d o s o b r e a efi c i ê n c i a e c o n ô m i c a e competitividade da cadeia agroindutrial da p ec u á r i a d e corte n o B ra s i l . C N IIIEL SEB RAE- C N A . 2000. 3 9 8 9 p . B rito, José Reinaldi e PORTUGAL, José Alberto B as to s . D iagnóstico da q u a l i dade do leite, imp acto p ar a a indús tria e a questão dos resíduos ( . . . ) J u i z d e F o r a : EMB R A PA , E PA M I G . 200 3 . CARDOSO, C. E. L; BARROS, G . S . C . A quase re nda como i nd i cad o s de competitividade em cadeias agroi n d u s t r i ai s : uma p r o p o s t a a s e r impl ementada n a cadeia de fécula de mandioca no B rasil. In : XL CONGRES S O B R AS ILEIRO DE ECON O M I A E S OC IO L O G I A RURAL. Eqüidade e eficiência na Agricultura B rasileira. Passo Fundo/RS . 2 8 a 3 1 de julho de 2002. COUTINHO, L . G. & FERRAZ, J. C. (Coord) Estudo da c o m p e titiv i d ade d a i n dústria b r as i l e i r a . 2ed . C a m p i n as : P a p i ru s , 1 9 9 4 . 5 1 0p . EMB R A PA/M A/FGV. 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D i s s e r t aç ã o ( M e s t r a d o ) Universidade Federal d e Viçosa. PORTER, M. E. A vantagem competitiva das Nações. Camp u s , Rio de Janeiro , 1 9 9 3 . 8 9 7 p . ROMEIRO, A. R. e S ALLES FILHO, S . Dinâmica da Inovação sob Restrição Ambiental. In: Econo mia do Meio Ambiente. Org. Ademar Ribeiro Romeiro et alli. Campinas: UNICAMP, 1 997. 350p . ROSADO, P . L . Competitividade e expansão da a v i c u l tu r a e s u in o c u l t u r a no c o n te x t o d o Mercosul. Viçosa, 1 9 97 . 1 05 p . Dissertação (Mestrado) . Universi dade federal de Viçosa SCOLARI, D. Os Desafios do Agronegócio. In: Se minário Cooplantio de Plantio Direto. Grama do, Rio Grande do Sul, 12 de junho de 2002, 240p. VEL O S O , P. R . Fatores condicionantes da c o m p e ti t i v i d a d e da i n d ú s t r i a de a b a t e e p r o c e s s a m e n to de carne s u ín a de M i n as Gerais . Viçosa, 1 9 9 8 , 8 6 p . D i s sertação (Mes trado) - Uni versidade Federal de Viçosa. ZYLBERZTAJN , D . ; FARINA, E . M . 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INTROD U Ç Ã O to n e l ad a s em três a n o s ( e m 1 9 9 6 , fo ram pro duzi das 8 7 toneladas de queij o e em 1 999, 200 toneladas ), representando u m aumento de 230% nesse período. A pesar de a prod ução ser a i n d a pequena d i ante de outros q u eij o s mais trad i c i o n a i s , como os queij o s M i n as Frescal, Prato e Mussarela, o consumo crescente passou a exigir queijos com melhor qualidade, além de novas opções para esse segmento de mercado . Esse aumento foi paralelo à crescente tendência pela busca de produtos com baixo valor calórico que garantam uma vida mais s audável. Entre as principais características apresentad as , o queijo C o ttage p o s s u i um a s p e c t o gran u l ar , s e n d o embebido p o r um líquido cremoso chamado pelos ingleses de "dressing", além de sabor levemente ác i d o . Esses dois ' p o n t o s s ão de fu n d amental i m p o r t ân c i a para esse q u e ij o , p o i s m u i t o s problemas apresentados n o produto fi n al têm o ri gem n o " d res s i n g" o u estão as s o c i ados a problemas de fermen tação que provocam alte rações no sabor. Do ponto de vista i ndustrial, trata-se de um qu eij o b a s t a n te i n teres s an t e , p o i s o O queij o C o ttage é d e origem britân i ca, sendo produzido em divers o s p aís es, porém é m a i s p o p u l a r n o s Estad o s U n i d o s , o n d e s u a p r o d u ç ã o i n i c i o u - s e n o c o me ç o d o s é c u l o p a s s ad o . P o d e s e r e n c o n t r a d o m agro o � adicionado de creme, o que melhora seu sabor. E levemente ácido e s algado, c o m consistência gran u l o s a e grãos i m ers o s e m c reme magro (Albuquerque, 1 99 5 ; Furtado & Louren ço Neto, 1 994) . O processo de obtenção da massa, ácido ou enzimáti co, permite períodos longos, médios e ráp i d o s de c o ag u l ação . P o d e t a m b é m ser adicionado de fermentos láticos acidificantes ou aromáticos, o que lhe confere sabores p róprios em virtude da produção de d i acet i l . Porém, o u s o de culturas aro máticas deve ser real izado com cautel a por causa do ri s c o de fo rmação exces s i v a de gás, levando ao estufamento do queij o (Furtado & Lourenço Neto, 1 9 94) . O B rasil tem apresentado um acentuado c re s c imento na produção de queij o C o t t age , conforme se observam nos dados apresentados n a Fi g u r a 1 . Esse cres c i m e n t o fo i de 1 1 3 Ed uardo Reis Peres Dutra 1 Marco Antônio Moreira Furtado2 Luiz Ronaldo de Abreu3 Produção Nacional de Cottage em Estabelecimentos sob SIF 250 RFBUMO 200 200 A produção de queijo Cottage no B rasil cresceu consideravelmente nos últimos anos. Este crescimento acompanhou a tendência do mercado pela busca de produtos com b aixo valor calóri c o , p orém, com bom valor nutricional. Entretanto, o B rasil neces sita de mai o res i n formações s o b re a produção deste queij o que se apresenta levemente s algado, c o m consistência gran ulosa e imerso em creme magro ("dressing" ) . S ua fabricação é bas tante delicada, com tempo de coagulação relativamente l ongo (en tre 4 e 24 h). Esta pode ser � "C CIl ãi 1 50 1 25 c: .9 1 00 50 O 1 991 * 2 3 81 71 1 992 1 993 1 994 o Parte integrante da dissertação de Mestrado em Ciências de Alimentos do I autor, realizado na UFLA. Professor da EPAMIGICTI Instituto de Laticínios Cândido Tostes. Professor da Faculdade de Farmácia e Bioquímica da UFJE Professor do Departamento de Ciência dos Alimentos da UFLA. 1 995 1 996 1 997 1998 1999 ano Figura 1 - Evol ução da produção nacional de queij o Cottage (Associação . . . Pág. 26 2002 ) . Pág . 27 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ren d i mento da fabricação s i t u a-se entre 4,0 e 4,5 litros de leite/kg de queij o . Porém, esse fato dei x a o p r o d u to c o m u m a u m i d ad e extre m am e n te elevada (por volta d e 80% m im ) , tornando s u a v i d a de prateleira rel ativamente curta (cerca de 20 dias ) . Tendo em vista a importância q u e o queijo Cottage vem alcançando n a ind ústria l aticinista brasileira, há a necessidade de maiores informações tecnológicas que poderiam tornar o produto mais atraente do p onto de vista mercadológico, além de conseguir dados técnicos e científicos a respeito de sua fabric ação e armazenamento. Com essa fin alidade, fez uma revi são bibliográfica, como parte das exigências da dissertação de mestrado da Universidade Federal de Lavras , com o objetivo de m o s trar o s fu n d a mentos d a fabric ação d o queijo Cottage desnatado (máximo d e 0 , 5 % ml m de gordura no p roduto final). coloidal, além da carga negativa (-8 a -20 mV) . Essa carga e a camada de s olvatação da micela c o n fere m - l h e e s t a b i l i d ad e em razão d e u m a rep u l s ão eletrostática. À medida q u e o co rre a fermentação, o pH diminui, diminuindo também a qu antidade de fosfato de cálcio coloidal (que se solubil iza), tornando a micela mais p orosa. Com a diminuição do pH, diminui o potencial ç, sendo mínimo quando a c aseína atin ge seu p H isoelétrico d e 4 , 6 . À medida que o pH sai d e 5 , 2 e aproxima-se de 4,6, i nici a-se a gelatinização do leite em conseqüência d a fo rmação de pe quenos agregados de caseína, que têm menor camada de solvatação. Esses agregados tornam se m a i o res c o m o ab a i x a m e n t o d o pH até o p o nto is oelétrico e formam uma rede tridimen sional, com ligações mais firmes, com a presença de soro entre o s " fi o s " dessa rede , formando, assim, o gel da coalhada (Guinee et a i. , 1 9 9 3 ) . 2 . A FABRICAÇÃO DO QUEIJO COTTAGE Cada variedade de queijo possui uma série de características típicas referentes a seu od or, sabor, cor, consistência, textura e aspecto geral, o que a distingue de qualquer outra e depende das condições de produção e da exatidão adotada no método de fabricação. Por outro l ado, qu alquer anormalidade, de uma ou mais características, acarretará defeitos de qualidade que tornarão o p r o d u t o i n fe r i o r ou até i m p r ó p r i o p ar a consumo. O q u e ij o C o tt age de c o al h a d a á c i d a é extremamente frágil, e geralmente esse tipo de coalhada é formada por longo tempo, se compa rada à c oalhada enzimática (Dutra, 1 9 9 8 ) . Visando à diminuição d o tempo d e coagu l ação de 1 8 - 24h p ara u m tempo menor, usam se artifícios, como aumento da dose de fermento, u s o de p e q u e n a d o s e de c o a l h o (Furtad o & L o u r e n ç o Neto , 1 9 9 4 ; G u i ne e et a i. , 1 9 9 3 ; R o s e n b e rg , 1 9 9 8 ) o u até a c i d i fi c aç ão d i reta combinando a adição de ácido lático ou fosfórico s e g u i d a da a d i ç ã o de g l u c o n o - d e l t a - l a c t o n a . P o r é m , o queij o apresenta u m a textura m u i t o fraca em rel ação à coagulação com fermento e pequena dose de coalho (Guinee et a i. , 1 99 3 ) . O uso de 4-5% de fermento leva a uma coagulação e m 4-5 horas a 3 2° C , d e i x a n d o mais fác il o controle durante a fabricação (Olson, 1 97 9 ) . S e g u n d o G u inee e t a i. ( 1 9 9 3 ) , algu mas mudanças ocorrem no leite durante a coagulação ácida, como se vê na Figura 2 . O leite c o m pH de aproxi madamente 6,7 a 20°C apresenta as micelas de caseína estáveis p o r c a u s a da p r e s e n ç a d e fo s fato d e c á l c i o ANAIS DO XX C O N G RESSO N ACIONAL DE LATiCíNIOS I LEITE (sistema de micelas de caseína estável) I I I ACIDIFICAÇAO alterações físico-químicas das micelas A - Desagregação de forças: Solubilização de fosfato de cálcio coloidal Solublização de caselna B - Agregação de forças: Redução do potencial zela Maior hidrofobicidade I (ç) I SISTEMA METAESTAVEL Rearranjo estrutural das m icelas de caselna modificadas I I NOVO SISTEMA ESTÁVEL I I GEL PRECIPITADO Acidificação lenta, em acidificação rápida, sob repouso agitação Figura 2 - Influência da acidificação no leite Guinee et aI. ( 1 99 3 ) . Alguns cuidados devem s e r tomados no que diz respeito às características da cultura, princi p al mente sendo essa produtora de diacetil, como é o caso do Lactococcus lactis subsp . lactis biovar. dia cety lactis e do Leuconosto c mesenteroides subsp. cremoris. Deve-se escolher bem as cepas desses microrganis mos, pois além da produção do diacetil a partir do citrato n atural do leite, p r o d u z e m t a m b é m gás c a rb ô n i c o , que, em exces s o , re d u z o re n d i me n t o d a fab r i c a ç ã o , formando grande quantidade de finos n a massa, que são partículas muito pequenas que se perdem no s o r o ( G u i n e e et a i . , 1 9 9 3 ) . O u s o de L a c t o c o c c u s l a c tis s u b s p . la ctis b i o v ar. dia c e ty lactis tem s i d o b astante d i fu n d i d o em produtos de baixo teor de gordura para melhorar o seu " fl avor" ( Pacheco & Alves, 2000 ) . No q u e d i z respeito à adição d e coalho ao l e i t e p ara fabri c aç ã o , d e v e - s e t o m ar a l g u n s cuidados, pois u m leite mai s ácido, q u e tenha s i d o pré-maturado com c u ltura lática, retém maior quantidade de coalho e, com isso, o queijo tende a apresentar maior chance de gosto amargo (Dutra, 1 9 9 8 ; Furtado, 1 99 1 ) . Quando a caseína é h i d r o l i s a d a ( c o m a a d i ç ã o de c o a l h o , p o r e x e m p l o ) o c o rre u m a g r a n d e v a r i a ç ã o n as propriedades de sinérese da co alhada obtida por fermentação ( G uinee et a l. , 1 9 9 3 ) . Dep o i s d e d e v i d amente c o ag u l a d a , a c o al hada é c o rtada quando o p H ati nge entre 4 , 5 e 4,7 ( R os enberg, 1 99 8 ) e s u a acidez encontra-se entre 60 e 700D (Munck, 1 9 9 8 ) ou quando encontra-se com a consistência adequada ( R o s e n berg et a l. , 1 9 9 4 a ) . D e p e n d e n d o d o tamanho d o s grãos que s e deseja no produto final, a c o alhada pode ser cortada em grãos mai ores ou men o re s , v a r i a n d o e n tre 0 , 9 5 e 0 , 6 4 cm ( G u i n ee et a l. , 1 9 9 3 ) . Os grãos t a m b é m influenciam na s inérese durante o aquecimento: quanto menor o tamanho, maior a s aída de soro de seu interior e maior a fi r meza do produto final ( Ros enberg, 1 9 9 8 ) . Existem d o i s tipos d e aquecimento p ara a coalhada: o primeiro é p e l a i nj eção d ireta de vapor, que deve ser evitada, uma vez que a massa aquece rapidamente em pequenos pontos isolados e t a m b é m a u m e n t a a fo r m a ç ã o d e fi n o s na massa, o que diminui o rendimento da fabricação ( Rosenberg, 1 9 9 8 ) ; o o utro processo de aque cimento é um tipo de banho-maria aq uecido no i n terior d a c am i s a do t a n q u e . Esse ú l ti m o é m e l h o r , p o i s t ê m - s e um m a i o r c o n t r o l e n a veloci dade d e aquecimento e menor perda de consti tuintes durante o aqueci mento e agitação. A temperatura fi n al de aquecimento varia em função da consistência desej ada no produto final. Q u anto maior a temperatura, maior a c o n s i s tência ( G u inee et al. , 1 9 9 3 ) . Geralmente, essa v aria de 50 a 60°C ( Rosenberg, 1 9 9 8 ; Munck, 1 9 9 8 ; Furtado & Lourenço Neto, 1 994; Guinee et a i. , 1 9 9 3 ; Kosikowiski, 1 9 6 6 ) . Entretanto, a temperatura mínima deve ser de 5 5°C p ara que haj a a eliminação de microrganismos, tais como os coliformes e psicrotróficos, além de bactérias láticas, como o Lactococcus lactis subsp. lactis e L a c to c o c c u s lac tis s u b s p . c r e m o r i s . A velocidade de aquecimento é importante para que não haja formação de película em torno dos grãos de coalhada, pois essa tende a reter soro, deixando prejudicada a consistência do produto final (Guinee et a l. , 1 9 9 3 ; O l s o n , 1 9 7 9 ) . O i d e a l é u m aquecimento d e 0, 1 °C/min n o início, terminando com 0,7°C I min no fin al (Rosenberg, 1 9 9 8 ) . Depois de aq uecida e ati n g i d a a c o n s i s tência desej ada, a coalhada é drenada e i nicia-se a lavagem com água. A pri meira l avagem deve ser feita com água a 30°C, a segunda, a 1 6°C e a terceira, a 4°C ( G u i nee e t al. , 1 9 9 3 ) o u , na seqüência, com 20°C, 1 0°C e 2°C . Em segui da, drena-se a água, deixando a coalhada mais seca (R os enberg, 1 9 9 8 ) . 3. O FERMENTO L ÁTICO Os fermentos láticos usados n a fabricação de queijos são divididos em dois tipos, mesofílicos e termofílicos, cuj a temperatura ótima de cres ci mento é de aproxi madamente 3 0°C e 45°C, respectivamente (Cogan et a i. , 1 9 9 3 ; C arvalho, 1 9 9 8 ) . Segundo Orla-Jensen ( 1 9 0 9 ) "B actéria l át i c a é u m grupo de b actérias que fermenta glúcides, produzindo, sobretudo, ácido l ático". S e g u n d o C o gan et a i. ( 1 9 9 3 ) , a l g u mas c aracterísticas d as b actéri as láticas p o dem ser resumidas na Tabela 1 . O s m i c ro rgan i s m o s mes o fí l i c o s s ã o representados principal mente por Lactococcus lactis subsp. cremo ris e, em segundo lugar, por L a c t o c o c C ll S l a c tis s u b s p . la c t i s . A l gu n s fe rmen tos contêm também lactococos c apazes de fe rmentar o cit rato, fo rman d o d i ó x i d o de carbono e ou tros compostos aromáticos, como o diaceti l . Esse composto é bastante importante na fo rmação de s ab o r de q u e ij o s de o rigem holandesa e em queijos frescos. O microrganismo L a c t o c o c c u s l a c t is s u b s p . la c tis b i o v ar. diacetylactis difere do Lactococcus lactis subsp. lactis. por apresentar um plasmídeo que codifica o metabolismo do citrato. Outro microrganismo capaz de reali zar o metabolismo do citrato é o LeUcollostoc mesellteroides subsp. cremoris, que também fermenta a lactose, prod uzindo maiores quantidades de dióxido de carbono, além do ácido lático (Cogan et a i. , 1 9 9 3 ) . Dependen d o d o s c o m p o s t o s aro máticos p ro d u z i d o s , o s fe r me n t o s mes o fíl i c o s são clas sifi c ados c o m o : "L" , c o ntem Leuconostoc mesente roides s u b s p . c re m o ris ; " D " , c o ntem L a c t o c o c C ll S l a c tis s u b s p . Za ct is b i o v ar. dia c e tylactis ; LD, c o ntem amb o s , e "O", que Pág. 2 8 Pág . 29 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Tabela 1 - Caracterís ticas de bactérias l áticas encontradas em fermentos láticos . Bactéria Forma Srr. salivarills sllbsp. rherm ophillls Lac. lactis subsp. lacris Lac. lacris cremoris % ácido Isômero do lático produzido lactato no leite coco 0,6 L coco 0,8 L coco 0,8 L não p ro d u z aro m a . O b al anceamento en tre a m i c ro b i o ta a c i d i fi c ante e aromatizante é em torno de 9 0 e 1 0 % , respectivamente (Cogan et ai. , 1 9 9 3 ; C arval ho, 1 9 9 8 ) . A s b ac t é r i as l át i c as term o fíl i c as s ã o geralmente mais rápidas na p rodução d e ácido lático, especialmente o Streptococcus salivarius sub s p . thermophilus (Cogan e t a i. , 1 9 9 3 ) . 4 . O "DRESSING" U m d o s p o n t o s m a i s i m p o rt a n t e s d a fabricação do queijo Cottage é o "dressing", que é um líquido cremoso que envolve os grânulos do queij o . De acordo c o m sua fo rmulação, o queij o C o t tage é c l as s i fi c a d o c o mo i n tegral, m agro ou de s n at a d o . Q u ando o "dre s s i ng" é incorp o rado à massa, oco rre um fen ômeno de i nteração entre ambos, que é afetado por s u as c aracterísticas de compos ição, pela porosidade das p artíc u l as de coalhada, pela quantidade e t a m a n h o da g o r d u r a do " d re s s i n g " . U m " d re s s i n g" c o m alto teor de g o r d u r a o u c o m partículas muito grandes tende a obstruir os poros da coalhada, formando uma película que impede a entrada de mais "dres s i ng" na massa, o que origina o defeito de grande quantidade de líquido drenado no produto final. Isso p ode ser corrigido d i m i n u i n d o - s e a q u a n t i d a d e d e " d re s s i n g" ( p o r é m , o q u e ij o fi c a m a i s s e c o ) , h o m o geneizando o c reme p ara o "dres s i ng" ( o que diminui o tamanho das partículas de gordura) ou d i m i n u i n d o o teor de gordura do "dres s i n g " . Quanto menor o s e u teor d e gordura, menor é a quantidade de líquido drenado no produto final ( Kosikowiski, 1 96 6 ; Rosenberg, 1 99 8 ) . Um bom "dressing" deve apresentar uma viscosidade mais alta, o que dificulta o excesso de líquido drenado * ANAIS DO XX C O N G R ESSO NACIONAL DE LAT i CíNIOS Metabolismo do citrato +/- Crescimento ( "C) 10 + + 40 45 + + + Glicose Galactose Lactose + + + + + + + + ( R o s en berg, 1 99 8 ; Olson, 1 979). Essa p r o p riedade p o d e s e r c o n s e g u i d a u s an d o - s e hidrocolóides, como gomas tipo guar, xantana, arábica, gel ati n a e alguns alginatos , o u com o u s o de retentados de ultra-fi ltração, l e i te em p ó , s oro con centrado e concentrados protéicos ; e n tret ant o , o p ro d u t o p o d e a p resentar u m a textura res secada (R osenberg, 1 9 9 8 ) . Depois d e ad icionad o , o "dressing" deve permanecer e m c o n t a t o c o m a m a s s a, n u m a p roporção entre " dres s i ng" e m a s s a q u e p o de v ariar de 1 : 2 a i : 3 p o r p e l o menos 1 2 horas dentro d a e m b a l a g e m , antes d e s e r c o mer cializado (Kos ikowiski, 1 9 6 6 ) . a p ro x i m ad a m e n te 8 0 % ( Wa l s t r a , 1 9 8 7 ) . A s proteínas solúveis representam cerca d e 4-6% do total de p roteínas, sendo imp ortantes nutricio nalmente por causa do alto teor de aminoácidos sulfurados . Uma porção de 1 00 g de queijo mole fornece en tre 30 e 40% do total de proteínas necessárias a um adulto (Renner, 1 9 9 3 ) . O queijo Cottage apresenta cerca de 0, 3 % d e ácido lático. Os queij o s p odem apresentar o ácido lático em seus dois i sômeros L( +) e D( -), s e n d o a p r o p o rção entre eles dep e n d e nt e d a cultura lática u s ad a e da i d ade dos queij o s . À medida que o queijo envelhece, há uma tendência de conversão do L(+) em D(-), principalmente pela microb i o ta acompan hante não-Iática que, segundo alguns estudos, pode apresentar algum efeito tóxico ao organ ismo human o . A s s i m , a concentração de l actato D( -) situa-se entre 4 e 1 4 % em queij os frescos, ao passo que em queijos maturad os, entre 1 0 e 5 0 % (Ren ner, 1 9 9 3 ) . A O r g a n i z a ç ã o M u n d i a l de S a ú d e ( O M S ) recomenda que a abs orção d e D (- ) l actato seja men or que 1 0 mg I kg peso corp oral (Walstra, 1 9 8 7 ) . Quanto ao teor de minerais, uma porção de 1 00 g de queij o mole fornece cerca de 30% das necessidades diárias de cálcio e cerca de 1 2 a 2 0 % d e fó sforo p a ra u m a d u l t o ( R e n n e r , 1 993). O teor de vitaminas lipossolúveis n o queijo depende diretamente do seu teor de gordura, ao p asso que o teor das hidrossolúveis depende do seu teor de umidade (Renner, 1 9 9 3 ) . Na Tabela 2 , é apresentada a composição média do queijo Cottage . O alto teor de umidade e pH de cerca de 4 , 8 - 5 , 0 tornam o Co ttage um queij o rel ati va mente perecível, com uma validade limitada de duas a três semanas, quando estocado a 5-7 oCo N o Can adá essa validade é menor que 1 6 d ias , nos Estados U nidos, de 1 8 dias e na Alemanha, de 9 a 1 5 dias (Guinee et a i. , 1 99 3 ) . 6. S A B O R E COTTAGE AROMA DO Q UE I J O O sabor pred ominante do queij o Cottage está fortemente associado ao ácido lático, c uja con centração situa-se entre 1 24 e 4 5 2 mg/kg. Outros ácidos p odem es tar presentes, como o fó rmi co e o acético, p o ré m em co ncentrações u m pouco mais baixas (de 23 a 306 e de 1 1 a 292 mg/kg, res pectiv amente) . Em concentração bem m e n o r , p o d e - s e e n c o n t rar o s á c i d o s propiônicos e butírico (menor q u e 1 mg/kg) . Os ácidos fórmico, acético, propiônico e b utírico são v o l áte i s ; en tre t a n t o , c o n t ri b u e m para o aroma final do produto (Guinee et a i. , 1 9 9 3 ) . O composto m a i s i mportante n o aroma e s ab o r do q u e ij o C o ttage é o d i ac e t i l , que é produzido pela desc arb o x i l ação o x i d at i v a d o 5 . VA L O R N U T R I C I O N A L D O Q U E I J O COTTA G E A p rodução d e queij o s com baixo teor d e g o r d u r a o ferece g r a n d e s o p o rt u n i d a d e s de mercad o , com o apelo de s e rem mais " s a u dávei s " ; en tretan to, é essencial q u e os queij o s sejam organoleptic amente aceitávei s , u m a vez que o s c o n s u mi d o res geral mente p re ferem o s queijos com a l t o t e o r de gordura pela riqueza em seu "fl avor" . Mas, os queij os podem conter entre O e 1 00 mg de c o l e s terol/ l 00 g , que é diretamente proporcional ao seu teor de gordura. Assim, os queij o s p odem c o ntribuir com cerca de 4% da ingestão diária de colesterol de uma pessoa (Renner, 1 9 9 3 ) . N a produção d e queijos, a caseína do leite é i ncorporada ao queij o , enquanto as proteínas s o l ú vei s , que também a p resentam alto valor biológico, transitam para o soro. Assim, em queijos frescos, cerca de 75-80% das proteínas transitam para a massa e a caseína apresenta essa transição em cerca de 9 5 % . Seu valor b i o l ó g i c o * é de Porcentagem do nitrogênio ingerido que o organismo é capaz de reter. Tabela 2 - Composição média do queijo Cottage. Componente Teor Umidade Gordura P roteínas Cálcio F ó s foro S ódio Potássio M agnés i o E n x o fre Vitamina A (4 ) Vitamina B I Vitamina B, Vitamina B� Vitamina B p Ácido fól icõ Tocoferol (4) 80 % mim ( I ) 0 , 4 % mim (2) 1 6,9 % mim (2) 90 mg/1 00 g (2) 1 40 mg/ l OO g ( I ) 250-450 mg/ l 0 0 g ( 3 ) 75 mg/ l 00 g ( I ) 8 mg/ l 00 g ( I ) - 1 25mg I 1 00 g (3) 0,08 mg/ l 00 g ( I ) 28 flg/ l 00 g ( I ) 0,24 mg/ l 0 0 g ( I ) 5 5 flg/ l 00 g ( I ) 1 ,0 flg/ l 0 0 g ( I ) 1 5 flg/ l 00 g ( I ) 0 , 2 mg/ l 00 g ( I ) ( 1 ) Renner, 1 993. (2) Emmons, 1 967. (3) Walstra, 1 987. (4) teor em queijos com 5,0 % de gordura. Pág . 3 1 Pág . 30 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ácido a -acetolático. Sua produção depende muito do p H , q u e d e v e ser i n fe r i o r a 5 , 5 . U m a concentração aceitável d e diacetil nesse queij o é e s t i m a d a e m 2 mg/kg . U m a relação en tre diacetil e acetaldeído en tre 3 e 5 fo rnece u m queij o com u m ótimo " fl av o r" . U m a carência de diacetil pode ser resultante da oxidação da acetoína por o utros microrgani s mos, tais como col i formes e Pse udomonas . A manutenção do queij o sob c o n d ições ideais de refri geração é imp ortante para retenção do diacetil (Guinee et a i. , 1 9 9 3 ) . SUMM ARY T he p r o d u c t i o n o f C o ttage C h e e s e i n B razil grew considerably in the l a s t years . This gro w th fo l l o i e d the m arket t e n d e n c y o f searching for products o f low calory, but, with good nutricional aspects . However, Brazil needs more informati o n ab out the production of this cheese presented as lightly s alty, with gran ular c o n s i s t e n c y a n d i m mersed i n l o w cream (dressing) . Its manufacture is very delicate, with relatively long coagulation time (between 4 and 24 h). It can be obtained with the use of different l actic acid starters wich give a good formation of fl a v o r and s m e e l . S o me a s p e c t s o f manufacturing must be foll oied very closel y as cut, heating of curd and dressing, because they i n terfere i n the yield and i n the fi nal product quali ty. In accordance with its properties, the l as t o n e d e fi n e s the a m o u n t of fat a n d the c h aracte ri s t c s of the c hees e . C u rren t i l y , stabilizers has been used in order t o guarantee a good viscosity and minor drainage liquid in the cheese. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A S S O C I A Ç Ã O B R A S I L E I R A DAS IN D Ú S T R I A S D E Q UEIJOS -AB I Q . 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Freq ü e n t e m e n t e , e s t e s m i c rorg a n i s mo s p o d e m e s t a r p r e s e n t e s n o s manipuladores, n as superfícies d e equipamentos e utensílios e também aderidos e m partículas em s us pensão presentes no ar do ambiente de processamento, p odendo ser incorporad os aos alimentos durante a s u a fab ricação. Dentre as diversas espécies de estafilococos, o Staphylococcus a ureus é aquela que está mais associada às intoxicações alimentares, mas s ab e - s e que algumas o u tras e s p é c i e s c o m o S. i n termedi u s , S. hyicus, S. s c i u ri, S. c h r o m o g e n e s , t a m b é m são cap azes d e p r o d u z i r entero t o x i n as , e m b o r a em menores quantidades . Este experimento teve como objetivo identificar as espécies de Staphylococcus isoladas de manipuladores, de superfícies e de ar de ambientes de processamento de u m laticínio p e l o S istema d e Identifi cação API S t ap h/B i o l ab- Merieux . A s amos tras foram obtidas em seis ambientes pré-determinados da planta: plataforma de recepção, pasteurização de leite, embalagem de leite p as teurizado, processamento de manteiga e doce de leite, process amento de queij o s e produ ção de i o gurte. De cada ambiente, foram c o letadas amostras de um manip ulador e uma superfície usando a técnica do swab, além · de amostras de ar, utilizando o amostrador de ar MAS l OO/Merck de um estágio APHA ( 1 992). Das 46 cepas isoladas do ar de ambientes as identificações obtidas foram: S. xylosus ( 1 3 ,05%), S. lentus 0 3 , 0 5 % ) , S. a u reus 0 0 , 8 6 % ) , S. haemolyticus ( 8 , 6 9 % ) , S. epidermidis ( 8 , 6 9 % ) , S . sciuri ( 8 , 6 9 % ) , S . saprophyticus (4, 3 5 % ) , S . chromogenes (4, 3 5 % ) , S . cohnii cohnii (4, 3 5 % ) , S. capitis (4, 3 5 % ) , S. lugdunensis ( 2, 1 8 % ) , Mic rococcllS spp ( 2 , 1 8 % ) e cepas sem identifi cação concl usi va 0 5 , 2 1 %). P ara as 5 1 cepas i s o l adas de manipuladores as espécies encon tradas fora m : S. a u re u s (2 1 , 5 9 % ) , S. epide rm idis ( 1 9 , 6 0 % ) , S. xy losus ( 1 7 , 64 % ) , S. warneri 0 1 , 7 6 % ) , S. chromogenes ( 7 , 8 5 % ) , S. saprophyticus ( 5 , 8 8 % ) , S. len tus ( 3 , 9 2 % ) , S. cohnii cohnii 0 , 9 6 % ) , S. haem olyticus 0 , 9 6 % ) , S. homin is ( 1 , 9 6 % ) e cepas sem identificação conclusiva ( 5 , 8 8 % ) . Para a s 4 0 cepas isoladas d e superfícies de manipulação de alimentos foram encontradas as espécies : S. aureus (27 , 5 0 % ) , S. xylosus (25,00%), S. len tus (7,50%), S. epidermidis (5,00%), S. capitis (5 ,00), S. saprophyticus (2,50%), S. simulans (2,50%) e cepas sem identificação conclusiva (25,00%) dos isolados. . Palavras - c h a v e : H i giene, Ar a m b i e n te , M a n i p u l ador, S u perfíc i e s , Staphylo c o c c u s , Laticín i o s . 1 2 3 Proj eto financiado pela FAPEMIG. Parte integrante da tese de doutorado do primeiro autor Doutoranda DTA/UFV. Em ail: keIIyb @ viçosa. ufv.br Professores DTA/UFY. Email: nandrade@ ufv.br; rmendonc@ ufv.br Bolsista PIBIC - CNPq. Pág . 33 Pág. 32 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS 1 . INTRO D U Ç Ã O A segurança alimentar constitui, n o s dias atuais, uma preocupação para os consumidores e para a indústria de alimentos , bem como para órgãos responsáveis pela saúde pública. Apesar dos recentes avanços tecnológicos e científicos part i c u l arm e n te na i n d ú s tria de l a ti c í n i o s , observa-se a oc orrê n c i a de e n fermi dades d e origem alimentar, devido à ingestão d e alimentos i n d ustriali zados contaminad o s . Cerca de 200 doenças podem ser veiculad as pelos alimentos pro v o c adas por bactéri a s , fu n g o s , v ír u s , parasitas, agentes químicos e substâncias tóxicas de origem animal e v egetal , s e n d o que as bactérias repre s e n t a m o grupo de maior importância, res p o ndendo pela ocorrência de cerca de 70% dos surtos e 90% dos casos. A i n t o x i cação al i mentar c a u s a d a p o r estafi l ococos ocorre a p ó s o c o n s u mo de ali mentos contaminados com grandes quantidades de microrgan i s m o s e , que conseqüentemente podem vir a produzir a enterotoxina. Os estafi lococos costumam habitar regiões com carac terís ticas d e t e mperatura amb i ente e c o m umidade elevada, dentre elas destaca-se nariz, garganta, pele d as mão s , lesões, infecções na pele de animai s e tecido mamári o . Freqüen temente e s te s mi crorgan i s mo s c o l o n izar superfícies de equipamentos e utensílios podendo ser incorporad os aos alimentos durante a sua manipulação . Segundo BERGDOLL et. aI. ( 1 980, 1 990), a pre s ença de e n tero t o x i n as e s tafi l o c ó c i cas (SE's) nos alimentos são os principais agentes de intoxicação de origem bacteriana no homem e têm sido relatadas em vários surtos de doenças transmissíveis por alimentos . As toxinas podem provocar hipertermia, queda de pressão arterial, hipotensão, edema pulmonar, choque e morte quando a quantidade de toxina ingerida for muito grande. Os sintomas aparecem rapidamente e são caracterizados por vômitos s everos , d iar réias, dores abdominais, sudorese, cãibras. Podem o c o rrer também d ores de cabeça, calafrio s . Quando h á choque e desidratação, é necessária a hospitali zação p ara a rep o s i ção de fl u id o s e eletrólitos. A recuperação ocorre geralmente d e 6 a 2 4 h oras a p ó s o apare c i me n t o d o s s i n to mas . Das 1 9 espécies de estafilococos citadas por HOLT em 1 994, o Staphylococcus a u reus é a que está mais as sociadas as toxinfecções alimentares, muito embora se saiba atualmente q u e algu mas o u tras e s p e c l e s c o m o S. i n te rm e di u m , o S. hyic u s e S. s c i ll ri. de ntre outros, são capazes de produzir enterotoxinas . B ER GD O L L e t . a I . ( 1 9 8 0 ) i d e n ti fi caram Staphy lococcllS coagulase negati v o enteroto xigên i c o s , c ontradizendo afirmações d e que somente S . a u reus, por ser coagulase positivo pode produzir SE's. A i n t o x i cação al i me ntar em q u e s tão é resultado da i ngestão de enterotoxina estafilo cócica pré-elaborada em substratos alimentícios em decorrência de microrganismos presentes em densidade populacional situada entre 1 01i - 1 08 UFC/g ou ml . De acordo com EVERSON et aI ( 1 9 8 6 ) que descreveu um s urto o c orrido com crianças que consumiram leite achocolatado em uma instituição educacional, a quantidade de SE's mínima capaz de causar intoxicação é de O,4ng/mL ou grama de alimento, que neste caso era refe rente a SE tipo A . Na indústria d e alimentos , a higienização é utilizada com o objetivo de preservar a quali dade microbiológica dos alimentos, através do controle e prevenção da formação de biofilmes, auxiliando na obtenção de um produto que, além das qualidades nutricionais e sensoriai s , tenha uma boa condição higiênico-sanitária, não ofe recendo riscos à saúde do consumidor, apesar de ser freqüentemente negligenciada ou efetuada em condições insatisfatórias . Uma preocupação constante das indústrias de alimentos é com a aval iação d o s pro c e s s o s de higienização d os equipamentos de proces samento co mercial de alimento s , e das s u perfícies que entram em contato direto com os mes mos, dos manipula dores e do ar de ambientes das indústrias. S up erfícies de c ontato com alimentos e equipamentos são consideradas como uma das principais fontes de contaminação de produtos alimentíc i o s . Entretan t o , o e s tágio atual do desenvolvimento de equipamentos e instalação permite uma hi gienização efi c iente, minimi zando a contaminação dos alimentos . O a r d o ambiente e m u m a i n d ú s tria d e alimentos também p o d e levar à contamin ação d o produto fi nal, dependendo das condi ções higiênicas deste ambiente e do tempo em que o produto permanece exposto ao mesmo. A quali dade d o ar n a i n d ú s tria d e a l i m e n t o s a fe t a d i retamente a s egurança m i crob i o l ó g i c a , a manuten ção da q u ali dade s e n d o os produtos lácteos part i c u larmente s e n s íveis à contami nação por microrgan ismos transportad o s pelo ar (APHA, 1 992). Assim o ar é um veículo de co ntaminação q u e c o mp ro mete a s e g uran ça ali mentar. Uma o utra fonte de contaminação a ser c o n s i d � rada s e refe re ao c o ntato d i reto d o s ANAIS DO x x C O N G RESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS al imento s , equipamentos e utens íli o s com os manipuladore s o u fu n c i o n ário s presentes na li nha de processamento do ali mento . S egundo dados da Organização Mundial de S aúde (OMS), os manipuladores representam um dos principais v e í c u l o s de c o n t a m i n a ç ã o , v i s to q u e a s u a participação chega a atingir até 2 6 % d o s surtos. Vári as pesqu i s as têm demonstrado a relação existente entre manipul adores de alimentos e doenças b ac terianas de origem alimentar, po dendo ser o s responsáveis pela contariünação dos alimentos o s man i p u ladores d o en te s , os p ortadores assintomáti c o s , o s que apresentam hábitos de higiene pessoal inadequados ou ainda os que usam métodos higiênicos inadequados na preparação de alimentos . Mesmo manipuladores sadios abrigam bactérias que podem contaminar os alimentos pela boca, nariz, garganta e pelo trato intestinal, princi palmente aqueles conta minados por espécies de estafilococos. B aseado no acima exposto este trabalho teve como o bj et i v o i de n ti fi c ar e s p é c i e s de estafilococos provenientes de ar de ambientes de um Lati c ín i o s , superfícies que e ntram em c o n tato com alimentos e d as m ã o s d o s manipuladores. Após o isolamento as cepas passaram por etapas de p urificação e caracterização bioquí micas e foram identificadas pelo " S i s tema de Identificação de Estafi l o co c o s e M i crococos A PI Staph" da B iolab-Merieux, que é composto por testes bioquímicos padronizad o s e minia turizados em base de dados específica para avaliação d o s resultad o s . Os i s olados também foram submetidos ao teste de produção de coagulase pelo Laborclin coag-plasma e ao teste de c atal ase, conforme recomendação A PHA ( 1 9 9 2 ) . 3 . RESULTADOS E D I S C U S S à O Os res ultados obtidos estão apresentados nas Tabelas 1 , 2 e 3. Constata-se o isolamento de 1 37 cepas, sendo 46 provenientes do ar dos ambientes de pro c e s s amento, 5 1 de manipu l ad ores e 40 de s u p erfícies que e ntram em contato com alimento s . As espécies mais isoladas no a r d o s am bientes foram S. xylosus. S. lentus e S. aureus, com percentuais acima de 1 0% (Tabela 1 ) . Tabela 1 2 . MATERIAL E MÉTODOS Este trab alho foi realizado na p l anta de processamento do laticínio da Fundação Arthur Bernardes da Universidade Federal de Viçosa FUNARBE/UFV e no Laboratório de Microbiologia de Alimentos e Higiene Industrial , do Depar tamento de Tecnologia de Alimentos da UFY. As cepas de Staphy l o c o c c u s spp foram o b t i d as do ar de 6 ambientes p ara p r o c e s samento, de 6 manipuladores e de 6 superfícies de equipamentos no l a t i c ín io s . Os l o c a i s de amo s trage m foram as s i m e s trat i fi c ad o s , em conseqüência da separação física já existente dos s etores da planta processamento. Os estafi l o c o c o s proveniente s d o ar de ambien tes fo ram o b t i d o s p e l o m é t o d o de impressão do ar do ambiente em meio de cultura, usando-se amostrador de ar MAS 1 00 ( MERCK) e que aspirou 1 000L de ar. O meio de cultura p ara o i s o l amento fo i o ágar B ai r d - P arker ( A PHA, 1 9 9 2 ) . Para a o b te n ção d o s estafi l o c o c o s d a s superfícies foram utilizadas a s técnicas d e swab conforme recomendação da APHA (S VEUM et aI. , 1 992). Também se utilizou a técnica do swab para o isolamento dos estafi lococos das mãos dos manipuladores. conforme recomendação da APHA (SVEUM et aI. , 1 992). - Porcentagem d e I d e n t i fi c ação d e e s p é c i e s d e Staphy l o c o c c u s spp provenientes de ar de ambientes de processamento de um Laticínios . de a m b i entes Esp é ci es % S. xylosus S. len tus S. a u re us S. haemolyticus S. epidermidis S. sciu ri S. saprophyticus S. chromogenes S. cohnii cohnii S. capitis S. lugdllll ensis Micrococcus spp Identificação inaceitável 1 3 ,05 1 3 ,05 1 0, 8 6 8,69 8,69 8,69 4,3 5 4, 3 5 4, 3 5 4, 3 5 2, 1 8 2, 1 8 1 5 ,2 1 Total (46) 100 Este resultado mostra a importância d o ar como veiculador de estafilococos aos alimentos. Sabe-se que a partir do ar, esses microrganismos podem se disseminar por meio de aerossóis que são definidos como partículas sólidas ou líquidas, s u s pe n s as n o ar, c o nt e n d o ou não c é l u las mi crobianas v i áv e i s o u e s p o r o s ( KA N G e FRANK, 1 9 8 9 ) . Muitos pesquisad ores reco nhecem como fontes de aerossóis, nas áreas de Pág . 3 5 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS processamento de produtos lácteos, a atividade de pessoal , o s drenos do p i s o , o s sistemas de ventilação, a comunicação entre salas distintas, o leite derramad o n o p i s o e os s i stemas de transporte de água, principalmente quando esta é usada sob pressão (HEDR ICK e HELDMAN, 1 9 6 9 ; HELD M A N , 1 97 4 ; K A N G e FR A N K , 1 9 90) . Q u a i s q u e r s u perfícies o n d e mi cror ganismos possam aderir ou se depositar irão agir como fo ntes de c o ntami n ação do ar (HELDMAN , 1 9 6 7 ) . Observa-se pela Tab e l a 2 que e n tre a s espécies isoladas d as mãos de manipuladores avaliados ocorreu à prevalência do S. aureus, com um perce n t u al cerca de 2 0 % , p ortanto acima daquele encontrado para os ambientes de processamento . Tabela 2 - Porce ntagem de i de n t i fi c aç ã o d e e s p é c i e s d e Staphy l o c o c c u s spp pro v e n i e ntes de das m ã o s d o s manipulad ores de alimentos de u m Laticínios . M a n i p u l a d o res Espécies % S. aureus S. epidermidis S. xylosus S. warne ri S. chromogenes S. saprophyticus S. lentus S. cohnii cohnii S. haemolytientucus S. hominis 2 1 ,59 1 9,60 1 7,64 1 1 ,76 7,85 5,88 3,92 1 ,96 1 ,96 1 ,96 5,88 Identificação inaceitável Total 100 Como parte i ntegrante d e qual quer pro grama de segurança alimentar nas indústrias de al imentos , o s manipuladores representam uma das principais fontes de contaminação e, embora não e x i st am padrões o fi c i a i s na l e g i s l ação brasileira, a simples presença de estafilococos em man i p u l ad o res pode i n d i c ar c o n d i ç õ e s higiê n i c o - s ani tári o s i n s at i s fatóri a s . T a l fat o evidencia a necessidade real de treinamento dos fu ncio nários que e n tram e m c o n tato d i reta mente com a linha de produção dos alimentos, independente dos tipos de es tabelecimentos. S I LVE I R A e t aI. ( 2 0 0 3 ) aval i aram 6 man i p u l ad ores de u ma cantina u n i v ers i t ária antes e após a h i g i e n i z ação d as mãos e observaram a presença de Staplzylococcus aureus ANAIS DO XX C O N G RESSO NACIONAL DE LATICíNIOS em 1 00% dos funcionários antes a da higieni zação mas constataram ausência desse microrga nismos após o procedimento de higiene. PINTO e BERGMAN (2003 ) , aval iando fatores predisponentes da ocorrência de Enfer midades produzidas por Alimentos (ETA S ) no Rio Grande do Sul, entre os anos de 1 988 a 1 997, encontraram que em 1 1 , 4 % dos s urto s havia incriminação direta dos manipuladores. Através da Tabela 3 , observa-se que 27,5% dos isolados de superfícies para processamento dos produtos lácteos eram 27,5 % S. aureus. A espécie S. ).:ylosus apresentou uma prevalência de 25% Tabela 3 - Porcentagem d e i d en t i fi c ação de espécies d e Stap lzy l o c o c c u s spp p r o v e n i e n t e s de s u p erfíc i e s de equipamentos e uten s íl i o s u s ad o s p ara pro c e s s amento em um Laticínios. S u p e r fí c i e s Espécie % S . a u re ll S S . xylosus S. lentlls S. epidermidis S. capitis S. saproplzyticllS S. sim u lans Identifi cação inaceitável 27,50 2 5 ,00 7,50 5 , 00 5,00 2,50 2,50 25,00 Total (40) 100 N u m e s t u d o desenvo l v i d o p o r S ILVA e NETTO (2003 ), 80% dos isolados de utensílios e s uperfícies de uma cozinha hospitalar eram S. a u re u s e 20% de Staplzylococcus c oagulase negativa, ind icando condições higiêni c o- sani tári o s i n s atisfatórias . C o n s i d eran d o que neste tipo de estabelecimento há pacientes imunode bilitados, a preocupação torna-se ainda maior. D as 1 3 7 cepas i s o l a d as e s u b metidas à identificação 65,7% foram caracterizadas como coagulase negati va e 3 4 , 3 % fo ram coagulase positiva. Dos isolados coagulase negativa, 5,5%, fo ram i de n t i fi ca d o s como S. a u re ll S e d o s i s o l a d o s c o a g u l a s e p o s i t i v a 8 4 , 6 % foram identific ados por S. a u re ll S . Estes res u ltados demonstram que a prova de coagulase é variável, não podendo ser relacionada à patogenicidade das espécies de estafilococo s . A coagulase livre é uma enzima prod uzida por algumas espécies de estafi l o c o c o s , principalmente o S. a u re ll S q u e forma coágulos em reação com plasma d e coelho. Este teste tem s i d o largamente utilizado para i d e n t i fi c ação d e S. a u re u s p a t o g ên i c o s (SPERBER e TATINE, 1 975; CHANG e HUANG, 1 995 e 1 99 6 ) . Assim, a s pesquisas têm sugerido u m teste adi cional que identifique a produção ou não de enterotoxina por testes imunológi c o s . Isto se deve ao fato de que cepas com características de não p ro d u ç ão de c o a g u l a s e fo ram i n cri minad as em s urtos de intoxic ação alimentar. Um s urto causado por espécies não produtoras de coagulase envolveu 40 estudantes, na cidade de O s ak a , J a p ã o . O u tro s u rto re l atad o p o r B reckinridge e B ergdoll ( 1 97 I ) envolveu 264 pessoas que apres entaram intoxi cação após a i n ge s tão de alimentos contaminados c o m S. epidermidis, que é uma espécie não produtora de coagulase, porém, produtora SEA (PEREIRA, 1 99 6 ) . 4. CONCLUSÃO Considerando o s resultados observados, é necessária a utilização de programas de higie nização que compreendam a avaliação e controle do ar do ambiente, das s uperfícies que entram em contato com os alimentos e dos manipu ladores que trabalham diretamente na linha de produção com contato direto com os alimentos. D i ferentes espécies de e s t afi l o co c o s foram identificação nestas 3 s ituações destacando que a presença destes microrganismos pode repre s e n t ar uma fo nte em p o t e n c i al de re c o nta minação dos al imentos . SUMMARY F o o d b o rn e poisoning caused by staphylococcal species occurs after a contaminated food consumption, which contains high number of this microorganisms and its toxin. Usually these micro organ i s m s are present o n fo o d s manipulators , equipment a n d s urface a n d also in suspension the air of the food processing room. So that, they can be incorporated in foods during its pro c e s s i n g s t e p . A m o n g the s everal staphyl ococcal s pecies Staphylo coccllS a u re us is closed related to foodborne poisoning, but it is known that s ome other species, such as S. intermedius, S. hyicllS, S. sciuri, S. chromogenes, are capable to produce enterotoxin s , in small amount. The present work was identifed in order to identify staphylococcal species isolated from food manipulators equip ment surface and from the air of a dairy pilot plant. The proced ure e mp l o y ed c o n s i sted of a API S tap h/B i o l ab Merieux b i o chemica1 kit. The samples were obtained from the air o f s i x dai ry pilot plant sectors : milk reception, pasteurized milk, butter and c o n d e n s e d m i l k , c h e e s e a n d y o gurt processing sections . From each of these sections samples were taken from one-food manipulators, and from one s u rface , e m p l o y i n g the s w ab . Samples from the air were taken utilizing a MAS 1 00/M E R C K s amp l e s , accord i n g to A P H A ( 1 9 9 2 ) . O u t o f 46 s trai n s i d e n t i fi e d a s staphylococcal species, 1 3 . 0 5 % were S . xylosus, S. l e n t ll s ( 1 3 . 0 5 % ) , S. a u re u s ( 1 0 . 8 6 % ) , S. haeJ/lolyticus ( 8 . 6 9 % ) , S. epidermidis ( 8 .69%), S . sciu ri ( 8 .69 %), S . saprophyticllS (4. 3 5 %), S. c h roln o g e n e s (4 . 3 5 % ) , S. c o h n i i c o hn i í ( 4 . 3 5 % ) , S . cap itis ( 4 . 3 5 % ) , S. l u g d ll n ensis (2. 1 8%), Micrococcus spp (2. 1 8 %) and 1 5 . 2 1 % corresponded to i dentified strai n s . Out of 5 1 s trai ns i s o l ated from t he food man i p u l ators, 2 1 .55% were identified as S. aureus (2 1 .59%), S. epide rmidis ( 1 9 . 60%), S. xylosus ( 1 7 . 64%), S. wa rneri ( 1 1 .76%), S. chromogenes (7 . 85 %) , S. sap rophyticus ( 5 . 8 8 % ) , S. lentus ( 3 . 9 2 % ) , S. colznii cohnii ( 1 . 9 6 % ) , S. h a e m o lytientucus ( 1 . 96 % ) , S. h o minis ( 1 . 9 6 % ) as unidentified s trains . Out o f 40 s trai ns i s o l ated from the equipment surfaces, 27 .50% were identified as S. aureus (27 .50%), S. xylosus (25.00%), S. lentus ( 7 . 5 0 % ) , S. epide rmidis ( 5 . 00 % ) , S. cap itis (5 .00%), S. saprophytic us (2.50%), S. simulans (2.50%) and 25 .00% of them were not identified. REFERÊN CIAS BIBLIOGRÁFI CAS A P H A . 1 9 9 2 . S ta n d a r d M e t h ods for the Examination of Dairy Products. 16 th e d , ed. G . H . Richardson. Am. Pub. Health Assoc. Washington , D . C . B E R G D OLL, M . S . A n a l y t i cal m e t h o d s fo r Staphylococcus aureus . International Journa1 of Food Microbiology, Amsterdam, v. 1 0, n. 2, p. 9 1 - 9 9 , 1 9 9 0 . BERGDOLL, M . S . ; REISER, R . Application o f radioimmuno assay for detection staphylococcal enterotoxins in fo o d s . J o u r n a l of Food Protect, Iowa, v. 43 , n . 1, p . 68-72, 1 9 80. EVENSON, M. L . ; HINDS, M. W. ; BERNSTEIN, R . S . ; BERGDOLL, M. S. 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Determinação da Contaminação de utensílios e superfícies por coliformes e S taphylococcus coagulase-positivo em cozinha hospitalar. Revis ta Higiene Ali m e ntar. v. 1 7 , n . 1 04/ 1 0 5 (encarte ) , Jan/fe v 200 3 . 1 8 8 p . S ILV E R I R A , I . A . ; O L I V I E R A , E . C . M . ; POSSATO, I . P. ; GUIMAR à ES, L . C . ; S ANTOS, S . ; COELHO , A. E . A . ; S A N TA N A , B. F. Moni toramento M i crobi o l ó g i c o das mãos de fu ncionári o s de uma cantina Universitária na C i d ade d e L avras - M G . R e v i s t a H i g i e n e Alimentar. v. 1 7 , n . 1 04/ 1 0 5 (encarte ) , Jan/ fev 2003 . p . 1 1 9- 1 9 7 . S VEUM. W. H . ; MOBERG, L . J . ; RUDE,R. & FRANK, J . F. Microbiological m o nitoring of the food processing environment. I n : Vanderzant, c . , & Splittstoeser, D. F. Compendium of methods for the microbiological examination of foods . 3 '° . A PHA, CAPo 3, p. 5 1 - 1 99 2 . • • • • DETERMINAÇÃO DE PESTICIDA EM LEITE PASTEURIZADO Determination of pesticide in pasteurized milk Simone Machado Goulart1 Maria Eliana Lopes Ribeiro de Oueiroz2 Antônio Aug usto Neves2 Cláudio Pereira Jordão2 José H u m berto de Oueiroz3 RESUMO No leite as possíveis fontes de contaminação por agrotóxicos se devem ao uso desses produtos diretamente no corpo do animal, nas pastagens, nos estábulos e nas fábricas de laticínios, podendo contaminar utensílios, equipamentos . Inquestionavelmente o uso destas substâncias tem sido benéfico, 'aumentando e melhorando a produção de alimentos, mas , por outro lado, estas substâncias podem remanescer ou transformarem-se nos alimentos, causando prej uízos à saúde pública, o que leva a uma demanda de informações e controle. 2 3 Estudante de Mestrado em Agroquímica - Departamento de Química - Universidade Federal de Viçosa (UFV) [email protected]; meliana@ ufv.br Departamento de Química UFY. Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular - UFY. Para análise dos resíduos de pesticidas no leite são necessárias três etapas : extração da gordura do leite j untamente com o s res íduos de pesticidas ; clean-up (p urificação dos extratos) e análise por cromatografia em fase gasosa ou cromatografia líqui d a de alta eficiência. Os objetivos deste trabalho foram avaliar a taxa de recuperação da extração do piretróide deltametrina em leite, empregando a metodologia proposta por VENANT et aI . , modificada; e analisar amostras de leite integral pasteurizado ( 3 , I % de gordura) . Palavras-chave: leite, del tametri na, pesticidas, piretróides . 1 . INTROD UÇÃO N o s últimos anos t ê m se observad o uma maior preocupação com a contaminaç ão d o s alimentos p o r produtos químicos utilizados n o controle d e pragas. N o leite a s possíveis fontes de contaminação por agrotóxicos se devem ao uso desses produtos diretamente no corpo do animal, nas pastagens, nos estábulos e nas fábricas de laticínios, podendo contaminar utensílios, equipa mentos e muitas vezes o próprio produto. A util ização intensiva de carrap aticidas nos rebanho s , aumenta a p o s s i b i l i d ad e de acúmulo de resíduos nos alimentos, uma vez que esses produtos são eliminados através do leite e tec i d o s ad i p o s o s , p o d e n d o também e s tar pres entes na carne. TO UTA I N et aI. ( 1 9 9 2 ) , estudaram a depleção de carrapaticidas em vacas leiteiras e verificaram que uma fração consi derável da excreção ocorre via glândula mamária, salientando -se a p o s s i b i l i d ade da ve i c u l ação destes resíduos através do leite. Em razão disso torna-se nece s s ário o e s t u d o d e s s as drogas veterinárias no lei te. O leite é considerado o alimento perfeito, s e n d o re c o n he c i d o c o m o s u fi ci e n temente saudável para alimentação de recém-nascidos, crianças e idosos . Desta forma, a expectativa dos consumidores é que o leite seja mais seguro e sadio que os demais alimentos, sendo a isenção de resíduos químicos considerado um importante parâmetro de segurança. Crianças apresentam o s i stema de defe s a não co mpletamente desen v o l vi d o , e p o s s uem a taxa de i n g e s tão de alimentos p o r peso corpóre o maior q u e os a d u l to s , o q u e p ode s u b me ter essa fai x a d a população a um risco mai or. Estudos recentes conduzidos nos Estados Unidos, utilizando os dados dos órgãos o fi c i a i s ameri c a n o s , re l ac i o n ad o s al i men tar, consumo ao c o n centração de p e s ti c i d as e m a l i m e n t o s e parâmetros t o x i c o l ó g i c o s d o s p e s t i c i d a s , concluiram q u e mai s d e um milhão de crianças abaixo de 5 anos, naquele país, estão expostas diariamente a doses não seguras de pesticidas (CALDAS, 2000) . Os carrapaticidas mais utilizados atual mente fazem parte da classe dos p i retróides , compostos sintéticos que apresentam estruturas semelhantes à piretrina, substância existente nas flores do Pyrethrum (CllI)'santhemum cinerariaefo lium). Os mais c o m u n s são: aletri n a , re s m e trina, del tametrina, cipermetri n a e fenpropan ato . A elevada eficácia antiparasitária dos piretróides no manejo sanitário dos animais tem resultado no aumento de sua utilização , O B rasi l n ão p o s s u i atual m e n te um programa nacional de monitoramento de resíduos de pesticidas em alimentos , e são escassos os dados de resíduos em alimentos prontos para o c o n s u m o ( CA L D A S , 2 0 00 ) . Também não há legislação no Brasil sobre a presença de resíduos de p iretróides no leite para consumo humano. No entanto, estudos com administração dérmica de inseticidas piretróides no gado mostraram a presença desses resíduos em leite ( B I S S ACOT et aI, 1 99 7 ) . De acordo c o m o C o d e x Alimentarius, o máximo aceitável para deltametrina e ciperme trina no leite de vaca é de 0,02 e 0,05 mg/Kg, respectivamente ( B I S S ACOT et aI . , 1 99 7 ) . A deltametrina (Figura I ) é um composto do grupo dos piretróides, lipofílico, com ponto de e b u l ição de 3 00°C, alto p e s o m o le c u l ar ( 5 0 5 , 24 g/mol ) . P o s s u i pers i stência curta no ambi ente. (DOU, 1 9 8 5 ) CH3 CH3 " / O C Br 11 ' " / , /C= CH-CH-- CH-C-O- H ? Br Figura 1 - Fórmula estrutural da deltametrina. Pág . 38 CN --O D I � I O � Pág . 39 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Vári o s métodos têm s i d o des critos p ara extração e d eterminaç ão de del tametrina em vegetais, frutas e plantas, mas poucos para leite e derivados. Os processos analíticos encontrados para análise de leite s ão baseados em extração com solventes orgânicos, "clean-up" utilizando florisil, alumina ou s i stema de permeação em gel , e determinação por cromatografia gasosa o u cromatografi a l íq u i d a d e alta e fi ci ê n ci a (VENANT et aI , 1 99 0 ) . 1 . 1 . Processo de Extração A extração de resíduos de pesticidas em produtos alimentares com teores d e gordura s uperiores a 2% requer o isolamento da fração l i p íd i c a e a pos terior extração dos pesticidas desta fração através de uma partição líquido líquido adequada (UNO et aI . , 1 990). Os s o l vente s propostos para a extração lipídica do leite e queijos têm sido variados como o ál cool i s opropílico, acetona-hexano ( 1 : 1 ) , hexan o - ac e t o n i t rí l a ( 2 0 : 5 ) , metanol , etanol, éter de petróleo etc. (UNO et aI . , 1 990). Para anál i s e de d e l tametrina em leite e manteiga VENANT et aI . , ( 1 990) utilizaram acetona e éter de petró leo . B I S S A COT et aI . , ( 1 9 9 7 ) , utilizaram aceton itrila e hexano n a extração de flu metrina, deltametrina, cipermetrina, e cialo trina em amos tras de leite e s angue de vacas lactantes . Os mesmos pesquisadores desenvolveram um procedimento para quantificar res íduos de inseticidas piretróides (flumetrina, deltametrina, cipermetrina e cialotrina) no leite e sangue de vacas em lactação.O procedimento inclui extração com acetonitrila, parti ção em n -hexano e puri fi cação em coluna de s í l i c a gel c o m n hexano :éter-dietílico (9 : 1 ), seguida de análise por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) com detector ultravioleta. PINTO ( 1 987), utilizou TR ITON X - I 00 na extração de pesticidas organocl orados de leite, floris i l na etapa de purificação e análise por cromatografia gasosa. 1 . 2 . P u r i fi c a ç ã o dos ("Clean-up") .e xtratos de leite Muitos compostos orgânicos que não são pesticidas , podem ser extraídos pelos solventes u t i l i za d o s na extração, c o m o p o r exem p l o : l i p í d i o s , p i gmento s , p o l uentes i n d u stri ai s e outros. Existe uma grande variedade de processos de purificação para retirada desses interferentes. Os mais freqüentes são: partição com solventes imiscíveis; cromatografia de adsorção em coluna ou camada d e l g a d a ; p ermeação em ge l ; destruição qU lmlca d o interferente por trata mento com áci d o , ál c ali ou agente oxi d ante; codestilação, etc . (UNO et aI . , 1 990). L U KE et aI. ( 1 9 8 4 ) c i t am d i feren tes formas de "clean up" para análise de pesticidas em leite, por exemplo : EIDELMAN ( 1 962) usa dimetil s u lfóxido depois de i s olar a gordura; MCCULLEYE MCKIDNEY ( 1 964) reportam uso de baixas temperaturas para precipitar a gordura; ONLEY e BERTUZZI ( 1 966) relataram o uso de estereato de cálcio para coagular os constituintes da gordura e GRIFFITI e CRAUN ( 1 974) utili zaram cromatografia de permeação em gel para remover os resíduos de gordura dos extratos. VENANT et aI . , ( 1 990) na etapa de puri ficação para análise de deltametrina em leite e manteiga, utilizaram coluna cromatográfica de permeação em gel preparada com s ílica gel 230400 mesh e elui ção com c i c l oexano/d i c l oro metano ( 8 5/1 5 ) . B i ss acot et aI . , ( 1 9 9 7 ) , utili zaram coluna de s ílica gel ativada a 1 30°C por 5 horas, e a eluição foi realizada com n-hexano e éter dietíl i c o para purifi cação de fl umetrina, del tame tri n a, c i p ermetri na, e c i a l o tr i n a e m amostras de leite e s angue de vacas lactante s . AKHTAR ( 1 982), n a purificação de extratos d e leite para análise de deltametrina utilizou uma c o l u n a contendo 5 c m d e flo ri s i l desativada ( 1 0% de água) e 3 cm de de celulose (25%) em carvão (75 %) e lavagem da coluna coluna com 10 mL de benzeno-hexano ( 1 : 1 ) . Cartuchos de Florisil 500 mg foram usados por BURKE et aI (2003 ) no processo de purificação de extratos de leite, utilizando um aparelho para extração em fase sólida da Supelco Visiprep S PE. 1.3. Análise C r o m a to g ráfic a G as e s o u s ub s t ân c i as v o l a t i l i z á v e i s e e s t áveis termi camente p o d e m s e r s e p arad o s utilizando a técnica denominada "Cromatografia Gasosa". A s ep aração baseia-se na d i ferente distribuição das substâncias da amostra entre uma fase estacionária (sólida ou líquida) e uma fase móvel (gasosa) (COLUNS , 1 99 7 ) . A amostra, através de um sistema de injeção é introd uzida em uma coluna contendo a fase estacionária. O uso de temperaturas apropriadas no injetor e na col una possibilita a vaporização das substâncias que, de acordo com suas proprie dades e as da fase estacionária, são retidas por tempos determinados e chegam à saída da col u na em tempos d i fere nte s . O uso de um detector adequado na saída da coluna torna possível a detec ção e q u antifi cação destas s u bstâncias . (COLUNS , 1 99 7 ) . ANAIS D O X X CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS O detector utilizado para análise de delta metrina no leite é o detector seletivo de captura de elétrons, respondendo muito bem à análise desses compostos . Quando o gás de arraste passa pelo detector, é ionizado por partículas beta emitidas por fontes de 3H ou 63 N i. Os elétrons produzidos neste processo são coletados em um ânodo, gerando uma corrente que é amplificada por um eletrômetro resultam a linha de bas e . Moléculas eluídas da coluna, capazes de capturar elétrons, diminuem esta corrente, gerand o um sinal proporcional à sua concentração (COLUNS, 1 997). A quantificação da substância analisada é realizada comparando-se a área da s ubstância a ser quantifi cada na am o s tra com as áreas obtidas desta mesma s ub s tância em s o l uções padrão de concentrações conhecidas . Em um gráfico, rel acionam-se as áreas obtidas com as concentrações . Utilizando-se este gráfico e da equação de regressão, pode-se calcular a concen tração d a s ub stância na amostra. (COLUN S , 1 9 9 7 ) . V E N A N T e t aI . , ( 1 9 9 0 ) u t i l i zaram cromatografia gasosa acoplada a um detector de captura de elétrons na análise de deltametrina em leite e manteiga. MUCCIO et aI. , ( 1 997) na análise de piretróides e m leite, também utili zaram a cromatografi a gas o s a e detector de captura de elétron s . B I S S ACOT et aI . , ( 1 9 97) utilizaram cromatografia líquida de alta eficiência com detector ultravioleta na análise de flu me tri na, del tametrina, cipermetrina, e cial otrina em amostras de leite e sangue de vacas lactantes. Os obj etivos deste trabalho foram avaliar a taxa de recuperação da extração do piretróide deltametri na em leite, empregando a metodo logia proposta por VENANT et aI. , modificada; e analisar amostras de leite integral pasteurizado (3, 1 % de gordura). 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1. Curva p adrão Foram prep arad o s 5 padrões d e d e l t a metrina em hexano nas seguintes concentrações para elaboração da curva padrão : 0,0 1 ppm 0, 02pp m 0, 1 0ppm 0,50ppm 1 ,00ppm Foram realizadas 2 repetições para cada amos tra. 2.2.2. Amostras fortificadas Amostras de leite i ntegral foram forti ficadas c o m a substância deltametrina amostra fortificada 1 50ppm amostra fortificada 2 1 00ppm = = Essa forti fi cação fo i re a l i z a d a p ara s e verificar a taxa de recuperação da metodologia descrita por VENANT et aI ., ( 1 990 ) para análise de deltametrina em leite e manteiga. Observação i mportante : Algu mas etapas da metodologia não foram seguidas da mesma forma como descrito n o artigo, i s s o devido à falta de equipamentos e materi ais no l abora tóri o . B uscou-se a semelhança com o trabalho do autor, de acordo com as possibilidades. 2.2. 3. Análise Para análise dos resíduos de deltametrina no l ei te são necessárias 3 etap as ( fi gura 2 ) : Extração da gordura do leite juntamente com os resíduos de deltametrina, "clean-up" através de cromatografi a de permeação em gel e análise por cromatografia em fase gasosa, utilizando o detector de captura de elétrons (EC D ) . A c o l u n a utilizada na cromatografia d e permeação em gel possui um diâmetro de 2,4cm enchida até 1 3 cm com s ílica gel Kies elgel S ( 2 30-400 mesh) previ amente p re p arada com 200mL de c l o reto de meti l e n o/c i c l o he x an o ( 1 5 : 8 5) repouso p o r 48 horas . A fase obtida após secagem no rota vapor foi dissolvida em cloreto de metileno/ciclohe xano ( 1 5 : 85) e colocada na coluna. Foi eluído 300mL de cloreto de metileno/ ciclohexano ( 1 5 : 8 5 ) , sendo que a cada 1 0mL fraç ões eram c oletadas p ara se determinar o volume de eluição da deltametrina. O fluxo da coluna foi de aproximadamente 2mLlmin 2 . 3 . Condições crom a t o gráficas de análise 2 . 2 . A nálise d o s resíduos de pesticidas e m leite • • • • • 2.2.1. Am ostras Foram anal i s ad as 3 amos tras de leite integral pasteurizado (3 . 1 % de gordura) vendidas no comércio de Viçosa (Padarias ) . Pág. 40 • • • Coluna 280°C (250°C até 280°C em 5 minutos 1 0°C/min) Coluna capilar SGE HT5 Aluminum Clad Fused s íl i c a c a p i l l ary c o l u m n 2 5 m ; 0 , 3 2 mm d i Temperatura do Inj etor 2 8 0° C Temperatura do Detector ECD 3 00°C Fluxo da gás de arraste 1 ,2mLlmin Razão split 5 Tempo de corrida 8minutos Injeção I f..l l Pág . 41 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XX CONG RESSO NACIONAL DE L ATiCíNIOS Esses res ultados não são conclusivos, pois o método u t i l i z a d o na p u ri ficação d a delta metri na não fo i efi c iente, sendo n e c e s s ário novos estudos no sentido de otimizar a etapa de "clean up". 4. CON CLUSÃO �------I Fase orgânica concentrada em evaporador rotatório Cromatografia gasosa/ECO Figura 2 - Análise de deltametrina em lei te. A quantificação da s ubstância analisada é rea l i z a d a p e l o méto d o do p ad rão e x tern o , c o m p ar an d o - s e a área d a s ub s t â n c i a a s e r quantificada na amostra c o m as áreas obtidas desta mesma s ubstância em soluções padrão de c o n centrações c o n h e c i d a s . Em um gráfi c o , re l ac i o n am - s e as áreas o b t i d as c o m a s concentrações . Utilizando-se este gráfico, pode s e c al c u l ar a c o n cen tração da su bst â ncia na amostra. 3 RESULTADOS E DIS CUSSÃO 3 . 1 . Resultados da curva padrão A deltametrina apresentou u m tempo de retenção de 2,94 minutos Padrão Padrão Padrão Padrão Padrão de de de de de = O . O l ppm área(P iCQl 2030 0 .02ppm - área 4085 0. 1 0ppm área 495 4 0.50ppm - área 1 595 1 1 . 0ppm - área 3 624 1 = = = = Área do pico cromatográfico 40000 35000 30000 25000 20000 15000 10000 5000 0.0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 ,0 Concentração (ppm) Figura 3 - C urva padrão da deltametrina. 3 . 2 . Determinação do volume de eluição da deltametrina na crom atografia de per m ea ç ão em gel As frações de eluição da amostra de leite fortificada com 50ppm e 1 00ppm foram i nj e tadas no cromatógrafo e verificou-se que em todas as frações a deltametrina estava presente. A mai or c o ncentração da d e ltametrina s e encontrava n a s últimas frações (frações 2 5 a 30). Pode-se concluir que a coluna de permeação em gel não apresentou uma boa separação dos componentes d o leite e da deltametrina. Não houve a possibilidade de determinar a taxa de recuperação da metodologia proposta, mesmo porque a metodologia não foi seguida ' em sua totalidade. Após essa etapa as frações foram j untadas e concentradas em rota vapor para um volume de 1 0 mL ( he x a n o ) , d e s s e v o l u m e foram injetados 1 !lL no cromat6grafo . 3.3. Determinação da deltametrina em a m o s t r as reais de l e i t e c o m e r c i a l i z a d o s na r e g i ã o de Viçosa. A con c en tração d a d e l tametri n a nas amostras de leite foi estimada a partir de uma curva p adrão ( fi g ura 3 ) , que rel a c i o n a as respectivas concentrações dos padrões com as áreas dos picos nos cromatogramas . Observ o u - s e n o s cromatogramas p i c o s c o m tempos d e retenção de 2 , 9 4 m i n atribuído à deltametri na i ndi cando a p o s s ível c ontami nação d o leite c o m o carrapati c i d a . E s s as amos tras apresentaram níveis de deltametrina abaixo dos valores permitidos pela legislação da FAO (máximo de 0,02 ppm). A proposta de modificação d o método não fo i e fi ci e n t e , e n tretan t o , m o s t r o u a l g u m a contaminação nas amos tras d e leite c omer cializadas. Em função destes resultados, trabalhos com a fi n al i d ade de determ i n ar s u b s tâ n c i as nocivas em alimentos devem ser constantemente realizados e publi cados a fim de se alertar as autori d ad e s p ara que fo rcem pro d u t o res e fabricantes a fazerem o c ontrole da qualidade do leite e de outros alimentos passíveis de apre sentarem res íduos destas substâncias. Esses estudos se encontram em processo, visto que esse trabalho faz parte de um projeto de mestrad o . O trabal ho tem como obj etivos gerais otimizar técnicas adequadas de extração dos piretróides deltametrina e cipermetrina do l e i t e ; d e s e n v o l ver u m a met o d o l o g i a d e purificação dos extratos d e leite para posterior análise p o r cromatografi a gas o s a ; e s t u d ar a depleção de piretróides em vacas no estágio de l actação. SUMMARY In the milk the p o s s i b l e s o urces o f contamination for pesticides are d u e to t h e use of those pro d ucts directly i n the body of the animal, in the pastures, in the stables and in the factories of dai ry products, could contaminate utensils, equipments . Doubtless the use of these substances has been beneficiaI, increasing and i mproving the production of foods, but, on the other hand, these substances can remain or they be transformed in the foods, causing damages to the public health, what takes the a demand of i n formati o n and contro l . For anal y s i s of the residues of pesticides in the milk are necessary three stages : extraction of the milk fat together w i t h the p e s t i cides re s i d u e s ; c l e a n - u p (purification of t h e extracts ) a n d analysis for chromatography in gase o u s p h a s e or l i q u i d c hro mato grap h y o f h i g h e ffi c i en c y . The objectives of this work went to evaluate the tax of recovery of the extraction of the pyrethroid deltamethri n i n milk, using the metho d o l ogy proposed by VENANT et aI . , modified; and to analyze s amples of pasteuri zed i ntegral milk ( 3 , 1 % of fat) . Key Words : pesticides, pyrethroid milk, d eltamethrin, REFERÊN CIAS B IB LI O GRÁFIC A S A D A C H I , K . , OHOKUNI, N . , MITS UHASHI, T. , Y O S H I D A , M. N o v e l m e t h o d for estimation of c h l o r i n a ted p e s ticide residues in milk. J o u rn a l A s s o c . o ff Anal . Chem. V. 66, n . 6, 1 3 1 5 - 1 3 1 8 ( 1 9 8 3 ) . A K HTA R , M . H . G a s chrom a t o g r a p h i c determination of deltametr i n in b i o l ogical samples. J ournal of Chomatograp hy, 246, 8 1 8 7 ( 1 982). B I S S A C O T, D . Z . , VAS S IL IEFF, I . HPLC determination of f1um eth rin, deltamethrin, cyperm ethrin, and cyhalothrin residues in the milk and blood of lactating dairy cows. Journal of Analytical To xicology. 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Souza1 RESUMO Uma nova formulação de pão de forma, na qual 30% da água foi s ubstituída por soro de queij o , teve s uas caracterís ti cas fís ico-químicas determin adas ( p H , ac idez e v o l u me específico), em diferentes etapas da fabricação, para fins de comparação com a formulação Departamento de Estudos Básicos e Instrumentais UESB , CEP 45700-000, Itapetinga - BA, BR. 2 Estudante de graduação - Engenharia de Alimentos UESB, CEP 45700-000, Itapetinga - BA, BR. 3 Departamento de Tecnologia Rural e Animal - UESB, CEP 45700-000, Itapetinga BA, BR. Órgão financiador: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB . do pão de forma convencional. O pH foi determinado na massa fresca, na massa fermentada e no produto final 24 horas após o processamento. A acidez e o volume específico foram d etermi n a d o s no p r o d u t o fi n a l . Foram c o n d u z i d o s experimen t o s n o d e l i n ea m e n t o inteiramente casualizado c o m 26 repetições, sendo utilizado para o pH um esquema fatorial 2x3 . Os res ultados obtidos indicaram que não houve diferença (P > 0,0 1 ) entre o pão convencional e o pão com soro em relação ao pH, acidez e volume específico. Portanto, a adição de 30% de soro de queijo ao pão de forma não causa alterações às características avaliadas neste trabalho. Palavras-chave : pão de forma, s oro de queij o , acidez, volume específico. 1 . INTROD U Ç Ã O O soro d e queijo é um subproduto derivado da elaboração do queijo, que possui cor amarelo esverdeada e cuj o s abor ligeiramente áci d o ou doce e composição variam com a qualidade do leite utilizado e com o tipo de queijo do qual foi origi n ad o . S e u c o n teú d o de p r o t e í n as é d e aproximadamente 6-9 g/L, a s quais s ão muito c o n he c i d a s pelo elevado valor n u tri c i o n al e pelas propriedades funcionai s que exercem nos produtos alimentícios ( Madrid et aI. , 1 99 5 ) . O s oro também é uma excelente fonte de cálcio, contendo 1 05 mg/ l 00 mL, val o r próximo ao do encontrado no leite de vaca integral cru ( 1 1 4 mg/ 1 00 mL) (Franco, 1 999) . A produção anual de soro de queij o no Brasil tem-se mantida em cerca de 3,5 milhões de toneladas (Révillion et aI . , 2000). Deste total , um pequeno volume é industrializado, sendo o restante utilizado para alimen tação ani mal ou i n co rp orado as águas residuais dos laticínios. Ao ser descartado, além -- do desperdício de nutrientes , o soro gera um efluente de alto poder poluente. A presença de matéri a org â n i c a , e s p e c i almente l a c t o s e e proteína, i mpõem um alto valor de d emanda bioquímica de oxigênio às plantas de tratamento de águas residuais, variando de 3 0.000 mg/L a 60.000 mg/L (Brandão, 1 994) . O s oro pode ser aproveitado enquanto produto alimentício nas formas líquida ou em pó (integral ou fracionado e m l ac t o s e e c o n ce n trado protéi c o , e n tre o utro s ) . O elevado custo p ara a produção do soro e derivados em pó limita sua adoção pela i n d ús tria n ac i on al de Laticín i o s , que em s u a maioria é constituída por pequenas empres as . C o n seqüentemente, tem-se elevado c o n s ide ravel me n te a importação desses i ngre d ientes lácte o s , que são amplamen te utilizados pelas gran d e s i n d ú s trias de a l i m e n t o s ( G iroto e Paw l owsky, 2002 ) . O uso de soro e derivados des idratado s em produtos de pan ificação ofe recem vantag en s p o r melhorar o valor nutricional, o sabor, a cor, o desenvolvimento da crosta dos pães, a d ispersão da gordura e a capacidade de retenção de água da massa, com c o n s eq ü e n t e aumento na v i d a ú t i l d e stes produtos (USDEC NEWS, 1 999) . Considerando se que o uso desses ingredientes pelas pequenas panificadoras é inviável, por questões de custo, decidiu-se estudar o aproveitamento d o s o ro fluido em um produto de panificação, o pão de forma, pro d u t o amp l am e n t e c o n s u m i d o n o B rasil (Associação B rasileira das Indústrias de Panificação, 2002 ) . A adição de s oro é impor tante para a melhoria do valor nutricional dos pães, especialmente em termos de cálcio, pois n a farin h a d e trigo, pri n cipal i n grediente d a p a n i fi c a ç ã o , e s s e mi n eral é e n c o n trado em menor c o n c e ntração (20 mg/ 1 0 0 g ) e com menor biodisponibil idade (Ol iveira e Marcini, 1 9 9 8 ) . Foi d e m o n s trado q u e a s ub s t i t u i ção parcial da água da formulação do pão de forma por 30% de soro é viável, pois esse tipo de pão apresentou boa aceitação sensorial ( M aciel et a I . 2002 ) . E nt retan t o , a l g u n s c o n s u m i d ores comentaram s obre características indesej áveis do produto, entre elas , gosto ácido e estrutura de miolo fechada, sugerindo que a adição de soro afeta a acidez e o volume do pão. Este trabalho teve como obj etivo aval iar o efeito da adição de soro sobre o pH, acidez e volume específico do pão com soro, para fins de comparação com o pão de forma convencional. 2. MATERIAL E MÉTODOS 2 . 1 . Coleta e preparo do soro A m o s tras d e s o ro foram c o l etadas , semanalmente, durante o período de outubro a dezembro de 2002, em um laticínio produtor de queij o mussarela, no município de Itapetinga Ba. Este fica localizado próximo ao Laboratório Pág. 44 45 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS de Panificação, o que possibilitou transportar o soro à temperatura ambiente. No laboratório, foi efetuada, inicialmente, a leitura de pH, em 1 00 mL de amostra homogeneizada, utilizando se um potenciômetro Quimis. Em seguida, o soro foi submetido a tratamento térmico de 65°C, por 30 minutos, seguido por resfriamento rápido a 30°C. Esse tratamento foi realizado para controlar a contaminação por coliformes fecais, proveniente do leite cru utilizado no processamento do queijo (Maciel, 2002 ) . O pH do soro pasteurizado foi determinado antes da sua adição à formulação e após 48 horas de estocagem sob refrigeração. 2.2. Elaboração dos pães O pão de forma convencional (sem soro) fo i obti do a partir de uma fo rm u l ação , que utilizou a fari nha de trigo ( 1 00%) como base para a determinação das percentagens dos demais ingredientes adicionados à massa do pão (Tabela 1 ) . A nova formul ação de pão foi modificada apenas quanto à s ubstitui ção de 30% d a água ad icionada por s oro. Para fins de comparação com o pH do soro, a água utilizada na formulação foi s ubmetida à determinação de p H . Inicial mente, fez-se a mistura manual d o s ingredientes. A p ó s e s s a etapa, uma amostra de 1 00 g foi coletada para a determinação de pH da massa, sendo o restante dividido em unidades de 750 g, que foram boleadas e submetidas a um descanso de 10 minutos. Em seguida, a massa foi modelada, colocada em formas e submetida à fermentação fi nal , p o r 90 m i n u t o s . A p ó s o térmi n o d a fermentação, fez-se a retirada de amostra para a determinação de pH da massa fermentada, e o cozimento dos pães a 240°C, por 40 minuto s . Vi nte e q u atro h oras a p ó s , o s p ãe s foram submetidos às determinações de pH, acidez e vol ume específico. Tabela 1 - Formulaç ão d o pão de forma sem adição de soro (pão convencional) Ingredientes (%) Quantidade (g) Farinha de trigo especial Açúcar cristal Gordura vegetal hidrogenada Fermento biológico fresco Sal 1 00 6 5 3 2 60 Água 1 000 60 50 30 20 600 2 5 ° C , recentemente fervi d a . Em s e g u i d a , a amostra foi homogeneizada, permanecendo em re p o u s o p o r 1 0 m i n u t o s . A p ó s d i s s o l u ç ão completa, o líquido s obrenadante foi decantado para u m frasco seco e o pH foi determinado, utilizando um potenciômetro Quimis (Instituto A d o l fo Lutz, 1 9 8 5 ) . P ara a d eterminação da acidez, 10 g de amostra foram dissolvidas em 50 mL de água. Em seguida, a amostra foi filtrada e ad i c i o n o u - s e d u as g o t a s de fe n o l ft a l e í n a . A t i t u l ação fo i e fetuada c o m s o l u ção de hidróxido de sódio 0, 1 N (Quaglia, 1 994). 2.4. Determinação de volume específi co Vinte e quatro horas após a saída dos pães do forno, os seus volumes foram determinados pelo método de deslocamento de sementes de painço (El-Dash et aI . , 1 992). 2 . 5 . Análise estatísti c a Na avaliação do pH foi conduzido experi mento em esquema fatorial 2x3, sendo dois tipos de pão (com e sem adição de s oro) e três etapas de produção (massa fresca, massa fermentada e p r o d u t o fi n a l ) , d i s p o s to no d e l i neamento i n teiramente casualizado com 2 6 rep e t i ç õ e s . Para avaliação d a acidez e do volume específico utilizou-se o delineamento inteiramente casua l i zado com 2 6 repet i ç õe s . Nas c o mp arações entre médias foi empregado o teste de Tukey, a 1 % de probabilidade. 3. RESULTADOS E DIS C U S S à O 3 . 1 . Determinação d e pH do s o r o e da água utilizada na form ula ção dos pães O pH médio do soro foi 6 , I O e o do s oro pasteurizado fo i 6 , 0 . E s s e s valores fo ram p r ó x i m o s d o v e ri fi c ado por S i qu eira e t a I . (2002), para s oro de queij o mussarela ( 6 , 1 6) . A p ó s 48 horas d e esto cagem, o p H d o s o ro paste urizado manteve-se es tável ( 6 , 1 0) . Esse resultado sugere que o soro pasteurizado, devi damente refrigerad o , p o d erá ser u s a d o na elaboração do pão até dois dias após a coleta. O pH médio da água adicionada à formulação do pão foi 7 , 2 0 . 2 . 3 . Determinação de pH e acidez 3 . 2 . Determinação de pH d a m assa fres ca, da massa fermentada e do produto final Para a determin ação de pH, 1 0 g de amostra foram dissolvidas em 1 00 mL de água a As médias obtidas para os valores de pH da massa fresca, da massa fermentada e do produto ANAIS DO XX C O N GR ESSO NACIONAL D E LAT i CíNIOS final , para o s pães com e sem adição de soro, estão apresentados na Tabela 2. Não e x i s t i u i n t eração ( p < 0 , 0 1 ) entre o s fatores p ã o e etapas de produção, indicando que as alterações de pH nas diferentes etapas de produção foram semelhantes para os dois p ãe s aval iados . Não houve diferença de pH (p > 0,0 1 ) entre os dois tipos de pães, em nenhuma das etapas avaliadas. O pH médio verificado nas massas frescas dos pães fo i 5 , 3 0 . E s s e v al o r fo i c i t a d o c o mo satisfatório por El-Dash et aI. ( 1 9 92). Segundo Quaglia ( 1 994), quando o pH da massa fresca é igual ou superior a 6,0, poderá ocorrer produção excessiva de ácidos prej udiciais ao s abor dos pães, especialmente os produzidos por bactérias acéticas e b utíri cas . Esse mesmo autor relata que esse tipo de mas s a d ificulta o desenvol vimento de leveduras responsáveis pela fermen tação, q u e preferem pH e m torno de 5 , 0 (Quaglia, 1 994) . Após a fermentação, a massa dos pães apresentou redução de pH de, aproxi madamente, 0,2 unidades, que pode ser devida à ação de bactérias produtoras de ácidos. Consi derando que EI-Das h et aI . ( 1 9 92) notificaram reduções de pH da massa, após a fermentação, de até 0 , 8 u n i d ad e s , a p r o d u ç ão de á c i d o s orgânicos durante a fermentação da massa, nessa pesquisa, parece ter sido baixa. No produto final, ocorreu elevação de pH, em valores próximos aos observados para a redução dessa medida, após o processo de fermentação. É possível que parte dos ácidos pro duzidos na fermentação, tenham sofrido volatilização durante o cozimento dos pães (Quaglia, 1 994) . O pH médio dos dois tipos de pães fo i 5 , 2 6 . Esse valor está próximo do recomendado por Quaglia ( 1 994), que considera ótimo o pH 5,2, para o pão de forma. 3 . 3 . D e te r m i n a ção de a c i d e z do p ro du t o fi n a l Os val ores médios obtidos para a acidez dos pães com e sem adição de soro foram 0,092 Tabela 2 - Médias para os valores de pH da massa fresca, da massa fermentada e do produto final, para os pães com e sem adição de soro Pão Com soro Sem s oro Médias * e 0,084, respectivamente (Tabela 3). N ão houve diferença de acidez (p > 0,0 1 ) entre os dois tipos de pãe s , en tretan t o , e s s e s v a l o r e s foram inferiores ao recomendado por Quagli a ( 1 994), que considera ótima a acidez d e 0 , 2 8 % ácido acético, para p ão de forma. Possivelmente, a baixa produção de ácidos orgânicos d urante a fermentação contri b u i u p ara e s s e res u l t a d o . Apesar de haver legislação, no B rasil, q u e fixa padrões de identidade e qualidade de pão (Brasil, 2000 ) , esta não estabelece p adrão p ara p H e a c i d e z de p ão de fo rma. C o m b a s e nas recomen dações de Q u aglia ( 1 9 9 4 ) , p odemos sugerir que os pães de forma, com e sem adição de soro, apresentaram pH satis fatório e acidez ( % á c i d o acéti c o ) b a i x a , p ara e s te t i p o de produto (Tabela 3 ) . Considerando que valores de pH baixos foram verifi c a d o s nas massas frescas dos pães (5,30) , o p H médi o verificado n o pro d u t o final ( 5 , 2 6 ) d e v e ter s i d o determinado pri ncipalmente pelo pH da farinha de trigo especial usada na preparação dos pães, que foi 5,5. A acidez da farinha de trigo, expressa como acidez graxa, é determinada por método analítico d i ferente d o util i zado no desenvol v i mento dessa p e s q u i s a . P o s s i v e l m e n t e , os ácidos graxos presentes na farinha de trigo são faci lmente i o n i zados , o que c o n feriu baixos val ores de pH. Entretanto, o s ácidos graxo s comuns s ão i n s o l úv e i s e m águ a (Lehni nger, 1 9 8 5 ) . Tal p r o p r i e d a d e d i fi c u l t o u a d eter minação "real" da acidez dos pães, visto que a metodologia uti lizada na medida da acidez não permitiu a análise dos ácidos grax o s que não es tavam s o l ub i l izados no mei o reac i o nal . A a n á l i s e de 1 5 marcas d e far i n h a d e trigo especial, todas nacionai s , demonstrou que seis d e s tas apresen taram n ão c o n fo r m i d a d e s no ensaio de acidez graxa. O desenvolvi mento da acidez graxa está relacionado com a degradação d o s l i p íd i o s da fari nha de trigo, q u e s o frem deteri oraç õ e s , depend e n d o das c o n d i ç õ e s d o p r o d u to e d o arm a z e n a m e n t o ( I n s ti t u t o M as s a fres ca M a s s a ferm entada Produto fin a l Médias 5,32 5,28 5,30 a 5,09 5,1 1 5, 1 0 b 5,26 5,27 5 , 26 a 5,22 A 5 , 22 A 5,22 Médias seguidas por uma mesma letra minúscula n a linha ou maiúscula na coluna, não diferem entre si a I % de probabilidade pelo teste Tukey. Pág . 47 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Nacional de Metrologia, Normalização e Quali dade Industrial, 2003). Tabela 3 - Médias para os valores de pH e acidez o b t i d o s e rec o me n d a d o s p ara o s pães, com e sem adição d e soro. Valores obtidos pH Pão convencional Pão com soro Valores recomendados 5,32 5,28 5 , 20 (% ácido acético) 0,084 0,092 0,28 3.4. D eterminação de volume esp ecífico do p roduto fi nal o v o l u me e s p e c ífi c o médio d o p ã o de forma com soro foi 3 ,2 8 e sem soro foi 3 ,26. Portan t o , n ã o h o u v e d i ferença d e v o l ume específico entre os dois tipos de pães (p > 0,01 ) . N a avaliação da qualidade d o pão, normalmente são avaliados características externas, internas , aroma e gosto. O volume é uma das c aracte rísticas externas, e seu valor é determinado, na c o n tagem d o s p o n t o s da q u al i d a d e , ao multiplicar o volume específico por 3,33, o que pode resultar no máximo de 20 pontos para um pão de volume específico 6,0, considerado ótimo (EI-Dash et aI . , 1 992). Os valores obtidos para o v o l ume e s p e cífi c o , n e s s a p e s q u i s a , foram inferiores ao citado por EI- Dah et a! . ( 1 992), entretanto, o valor veri fi c ado p o r Granito e G uerra ( 1 9 9 7 ) , p ara o pão de forma conven cional adicionado de ácido ascórbico ( 1 00 mg/kg de farinha) foi 3,70. Este aditivo é chamado de melhorador de farinha, pois reage com o glúten para melhorar a capacidade de retenção de gás, conseqüentemente aumentando sua habilidade para produzir pão com maior volume (El-Dash et aI . , 1 992) . Com base nos resultados obtidos por esses au tores , era esperado que o volume específico do pão de forma, pesquisado nesse trabalho, fosse inferior a 3 ,70, tendo em vista que não foi adicionado nenhum melhorador de farinha. Os resultados obtidos indicam que a adição de 30% de soro de queijo ao pão de forma não causa alterações às características avaliadas neste trabalho. 4 . CON CLUSÃO N ão h o u v e d i fere n ç a de p H , a c i d e z e volume específico entre os pães de forma com e sem adição de soro. Portanto, as considerações feitas, por alguns consumidores, quanto à maior acidez e menor volume do pão com soro, não foram c on firmadas p e l o s métod o s analític o s utilizados nesse trabalho. Com b a s e nos resul tados obtidos, podemos recomendar a adição de s oro de queijo na formulação do pão de forma, em concentração de 3 0 % , o que irá contribuir para a melhoria nutricional do pão, sem preju dicar características fís ico-químicas que deter minam a sua boa aceitação pelos consumidores . S U M M A RY A new formulation of pan bread, in w hich 30% of the water were substituted by whey, had its characteri s t i c s p h y s i c a l - c hemi stries ( p H , acidity a n d s p e c i fi c v o l u me ) determ i n e d , i n d i ffe re n t s t ages o f the p ro d u c t i o n , for compari s o n ends with the formul ation of the bread i n a c o n v e n t i o n a l w ay . The pH w a s determined in t h e fresh mass, i n t h e fermented mass and in the product final 24 hours after the processing. The acidity and the specific volume of the two types of breads were also certain 24 hours after the process in g . Experiments were randomized design w ith 26 repetitions, being used for the pH an outline factorial 2x3 . The obtained res u lts indicated that there was not difference ( p > 0 , 0 1 ) among the conventional bread and the bread with whey in relation to the pH, acidity and specific volume. Therefore, the addition of 3 0 % of whey to the form bread does n ' t cause alterations to the characteris tics evaluated in this work. ANAIS DO X X C O N G R ESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS FRANCO, G . Tabela de composição química dos alimentos . 9. ed . , S ão Paul o : Atheneu, 1 9 9 9 . 3 07 p . GIROTO, J . M.; PAWLOWSKY, U. Soro d e leite: custos de equipamentos para o seu processamento. Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes", v. 57, n . 327, p . 1 1 7 - 1 20 , 2002. GRANITO, M.; GUERRA, M . Efecto Del uso de diferentes aditivos de panificación em la calidad de panes elaborados com harinas compuestas a base de harina de trigo y gérmen desgras ado de mai z . 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Spoilage Potential of Gram-negative Psychrotroph ic Bacterial lsolates from Refrigerated Raw Milk REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS A S S O C I A Ç Ã O B R A S I L E I R A DAS I N D Ú S T R I A S D E PANIFICAÇ Ã O . D i s p o nível e m : <http ://www. abip. org.br >Acesso em : Agosto de 2002. B RAND à O, S . C . C . S oro : um desafio para as fábricas de queij o : Leite e Derivados , n . 1 5, p . 1 3 - 1 4, 1 6- 1 8 , 1 9 94. B RASIL. Leis, decretos, etc. Resolução n. 90 de 18 de outubro de 2000. Diári o Ofi cial da União , B rasília: Mini s tério d a S aú de/Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 22 de setembro de 1 997. EL-DA S H , A . A.; CAMARGO, C . O.; D IAZ, N . M . F u n d a m e n tos d a t e c n o l o g i a de p a nific a ç ã o - S ér i e Te c n o l o g i a A g r o i n dustri a l . S ão Paul o : F u n d aç ã o Tropical de P e s q u i s as e Tec n o l o g i a A gro i n d u st r i a l , s . d . 349p. . forma com s oro de leite . 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D airy E x p o rt C o u n c i l , v. 2 , n. 2 , outubro de 1 99 9 . Cláudia Lúcia de Olivei ra Pinto1 Maurílio Marti ns Lopes2 Célia Alencar de Moraes3 Maria Cristina Dantas VanettP RFSUMO A estocagem do leite sob refrigeração na fonte de produção por períodos longos promove alterações na microbiota resul tando no predo mínio de bactérias psicrotró fi cas Gram negativas . Muitas dessas bactérias são produtoras de enzimas termoresistentes que estão 2 3 Pesquisadora EPAMIG/CTZM, Viçosa, MG. Doutorand a em Microbiologia Agrícola, UFV/DMB, Viçosa, MG. Tecnólogo e B acharel em Tecnologia de Laticínios, Doutorando em Microbiologia Agrícola, UFV/DMB, Viçosa, MG. Professora Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Microbiologia, UFV, Viçosa, M G. Pág . 49 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS associadas a defeitos sensoriais ein produtos lácteos e a perdas de rendimento na produção de queijos. Nesta pesquisa, foram isoladas 1 47 bactérias psicrotróficas de leite cru resfriado em ágar seletivo para Pseudol1lonas que forarri caracterizadas quanto à forma, reação ao Gram, catalase, oxidase, fermentação da: glicose e produção de pi gmentos fluores centes. A p rodução de proteases, l i p ases e leci,únases foi avaliada a 6:S, 21 e 3 5 ° C . Todos o s iS,o lados apresentaram-se n a forma de b astonetes, Gram-negati vos, c atalase p o s i t i v o s e destes, 8 3 % foram oxidase positivos. Com base no metabolismo da glicose 80% do total de isolados foram classificados não-fermentadores. A produção' de pigmentos fluorescentes fo i constatada em 7 3 % dos i s o l ad o s . Todos os :i s o l ados produziram p roteases a 2 1 ° C , enquanto a produção d e li pases fo i verificada em 6 2 % deles e 7 S % foram lecitinases p o s i"ti v o s . A 3 S o C , o percentual de isolados c o m atividade proteolítica, lipo lítica e de lecitinases foi reduzido, respectivamente, para 72%, 1'6% e 44% . Verifi cou-se que, mesmo a 6,5 °C, 20% dos iso lados produziram proteases, 44%, lipases, 67% lecitinases. A presença das três at i v i d ad e s e n z i m át i c a s fo i p re d o m i n ante n o s i s o l a d o s n ã o - fe rm e n t a d o re s . C o nstat o u - se u m elevado p o tencial deteri orador da microbiota p s i c rotrófi c a avaliada reforçando-se a neces s i d ade do controle rigoroso dos procedimentos higiênicos e da temperatura de refrigeração na cadeia produtiva do leite. Palavras -chave: Psi crotróficos ; ati vidade proteolíti c a ; ati v i d ade lipo lítica; lecitinase; leite cru. 1. I N T R O D U Ç Ã O A p ráti c a da esto c agem do leite c r u sob refrigeração na fonte de produção, apesar de já e m pregada desde a d é c ad a de 5 0 em p aíses desenvolvidos, teve o início de s u a i mp lemen tação no B rasil s o mente a p artir da década de 90 e foi regul amentada no ano de 2002. Esse procedimento red uz signifi c ativamente a perda d o l e i t e cru p o r a t i v i d ade a c i d i fi c ante de b actérias mesofíl icas e o s custos o peracionais de produção. Entretanto, deve-se considerar que a m anutenção do leite cru em temperaturas de refrigeração por períodos longos pode ocasionar p r o b l e m a s de q u al i d ade p ara a i n d ú s t r i a d e laticínios associados a o crescimento e a atividade metabólica de bactérias psicrotróficas (COUSIN, 1 9 8 2 ; FA IRB A I R N & LAW, 1 9 8 6 ; S ILVEIRA et aI . , 1 9 9 9 ) . N a microbiota contaminante do leite cru refrigerad o pred o m i n a m b actérias Gram n e g at i v a s i n c l u i n d o e s p é c i e s d o s gêneros Pse udo l1lonas, A c h ro/1lobacter, A cinetobacter, A e r o m o n as , A lc a l i g e n e s , Fla v o b a c t e ri u m e m e m b r o s da fa míl i a , Ente roba c t e r i a c e a e (EWINGS et a I . 1 9 84; ENEROTH e t aI. , 1 9 9 8 ; U R A Z & C I TA K , 1 9 9 8 ; ENER O T H et a I. , 2 0 0 0 ) . Em fu n ç ã o de s e u curto t e m p o d e geração a temperaturas d e refrigeração, espécies do gênero Pseud o monas s p p . representam as bactérias psi crotróficas deterioradoras predomi nantes do leite cru refrigerado embora correspon dam a menos de 1 0 % da microbio ta contami nante i n i c i al d o leite fre s c o ( L AW, 1 9 7 9 ; S 0 R HA U G & S TEPA N I A K , 1 9 97 ; M U R P H Y & B O O R , 2 0 0 0 ) p o d e n d o ati n g i r c o ntagens aprox i m adas de 1 0 3 a 1 06 UFC/mL arltes d o processamento ( C O U S I N , 1 9 8 2 , S ILVEIRA et aI . , 1 9 9 9 ) . Além d i s s o , segundo des crição de WAN G & JAYARAO (200 1 ) algumas espécies produzem e x o p o l i s s ac aríde o s q u e fac i l i tam a fo rmação de b i o fi l mes os q u a i s c o n s t i t u e m res ervató r i o s e m p o t e n c i al d e Pse u do /1l o n a s spp. Nessa condição podem resistir a efeitos de detergentes e sanificantes se os procedimentos de higienização não são corretamente realizados. Uma grande variedade de bactérias psicro trófi c a s p r o d u z e n z i mas termore s i s tentes as quais p o dem re duzir a q u a l i d ade e a v i d a de prate leira d o l eite termi c a mente tratado e de p r o d u t o s l á cteos fab r i c a d o s c o m leite c o m elevado grau d e contaminação p or essas bactérias (ADAMS et al. , 1 97S; MUIR, 1 996). Pseudo/1lonas fluorescens constitui o gênero isolado com maior freqüência (COUSIN, 1 9 8 2 ; ENEROTH et aI . , 1 9 9 8 ; ENEROTH e t aI . , 2000; W IEDMANN et aI . , 2000) , embora outras espécies, a exemplo de P. cepacia, P. maltophila e P. putida, sejam também rel a c i o n adas c o m a deteri o ração de produtos lácteos ( WIEDM A N N et aI . , 2000) . E s p é c i e s do gênero P s e u d o m o n a s s e cretam proteases, li p ases e fo sfolipases resistentes aos trata m e n t o s de p as t e u r i z a ç ã o e UHT (GR IFFITHS et aI., 1 9 8 1 ; PATEL et aI . , 1 9 8 3 ; EWINGS e t aI . , 1 9 8 4 ; M U I R , 1 9 9 6 ) sendo consideradas portanto, organismos deterioradores ANAI S DO XX CONG R ESSO N ACIONAL DE L ATiCíNIOS s i gn i fi c a t i v o s d o l e i t e e de s e u s deri v a d o s (ENEROTH et a I . , 1 9 9 8 ) . A s p r o t e a s e s p r o d u z i d a s p o r m i cror gani s m o s p s i c rotrófi co s p o d e m tornar o leite i n s tável a o c a l o r ( A D A M S et a I . , 1 9 7 6 ; KOHLMANN e t aI . , 1 99 1 ) , provocam a coagu l ação d urante a p as teurização (MIKOLAJCIK & S IM O N , 1 9 7 8 ) ; gel i fi c aç ão d o l e i te UHT (LAW, 1 979), o desenvolvimento de vários "off flav o r s " ( M c KELL A R , 1 9 8 1 ) , a redução d o rendimento na produção d e queijos e a ocorrência de textura anormal em alguns tipos de queij o s (STOFER & H I C K S , 1 9 8 3 ) . Portanto, se o leite cru é submetido a períodos de estocagem longos, sob refrigeração , o controle de p s i crotróficos na matéria-pri m a pode ser mais imp ortante do que o realizado após o process amento . Na indústria de laticínios, os procedimentos inadequados de higiene, limpeza e de sanificação dos equip amentos e a microbiota contami n ante do ambiente de processamento são considerados as p r i n c i p a i s c a u s as de c o n t am i n aç ã o d o s produtos p or mi crorganis mos deteri oradores e ou p atogênicos. A presença de microrganismos acumulados na forma de biofilmes em superfícies de c o n t ato c o m os al i me n t o s p o d e l e v ar a contaminações antes e após o process amento, ocas ionando deteri orações o u enfermidades de o r i g e m a l i me n t a r ( Z O T T O L A , 1 9 9 4 ; 1 9 9 5 ; ZOTTOLA, 1 9 9 7 ) . Esse trabalho teve como obj etivos isolar bactérias p s i crotró fi c as em ágar seletivo p ara P s e u d o m o n as s p p . de a m o s tras de l e i te cru res friado granelizado caracteri zando-as quanto ao seu p o t e n c i a l deteri o r a d o r d o l e i te , em diferentes temperaturas de crescimento . 2. MATERIAL E MÉTODOS 2 . 1 . A m ostras Foram c oletadas u m total de 46 amostras de leite cru resfriado em tanques de granelização, sendo 42 de propriedades rurais fornecedoras de uma Cooperativa de Produtores de Leite da Zona da Mata Mineira e quatro de silo industrial. 2 . 2 . I s o l a m e n to e caracterização m orfo t i n to r i al As amostras do leite cru resfriado foram incubadas a 6 , 5 ° C ± O , s o C , por 7 dias e então semeadas em meio seletivo p ara Pse udomonas s p p . , ágar CFC ( Merck) adicio nado de s uple mento seletivo CFC S R I 03 E (Oxoid) e modi ficado pela adição de Sg/L de lactose e 0,02g/L de azul de bro motimoI . Colônias fermentadoras e não fermentadoras de l actose foram isoladas e c o n s e rvadas c o n g e l a d as a - 8 0° C , em c a l d o tri pticaseína e soj a -TS B (Merck) com 20% de glicero I . P ara reati v ação das c ul turas u s o u -se TSB , com incub ação a 2 1 °C por 24 a 48 horas. O s isolados psi crotróficos foram s u b metidos a testes morfo-tintoriais pela técnica de Gram. 2 . 3 . Caracterís ticas m e t a b ó l i cas Os isolados foram caracterizados quanto a produção de catalase, o x i d ase, fermentação da glicose em meio Rugai modificado por Pessoa e S i l v a ( B i o l o g ) e p r o d u ç ã o de p i g me n t o s fl u o res centes e m ágar S t a n d ard M e t h o d s C as e i n ate S M C A ( FR A N K , 1 9 9 2 ) , s o b i l u minação ultra-violeta a 340 n m . 2 . 4 . Atividades proteolítica, lipolítica e de lecitinase em dife r e n tes temperaturas A ativ i d ade prote o l ítica dos i s o l ados foi a v a l i a d a em ágar S M C A ( FR A N K , 1 9 9 2 ) e n q u a n t o p ara veri fi c a ç ã o d a p re s e n ç a d a s atividades d e lipases e lecitinases, foram usados os meios ágar tributiri n a e ágar T S A s u p l e mentado c o m S % d e suspensão d e gema de ovo, respectivamente (VA N DERZANT & S PEACK, 1 9 92). Os isolados foram repicados na superfície dos meios com o auxílio de uma agulha de platina e incub ados nas temperaturas de 6 , 5 °C por 1 0 dias, a 2 1 °C por 4 8 a 7 2 horas e a 3 5 ° C , por 24 a 48 horas . A p ó s o p e rí o d o de i n c u b aç ã o , verificou-se a presença de h a l o de clarificação e, ou precip itação d a c aseína p ara proteólise, c l ar i fi c aç ã o p ara l i p ó l i s e , c l a r i fi c a ç ão ou p re c i p i tação d a l e c i t i n a p ara l e c i tin a s e , nos respecti vos mei o s . 3 . RESULTAD O S E D I S CUSSÃO Foram o b t i d o s 1 47 i s o l ados de b ac térias p s i crotróficas c aracteri zados c o m o b as t onetes Gram-negati vos, c atalase p ositivos com predo minância de l actose negativos ( 8 5 % ) e oxidase p ositivos ( 8 3 % ) , c aracterís ticas essas pres un tivas do gênero Pse u d o m o n a s . Com b ase na fermentação da glicose e m mei o Rugai modi ficado, os isolados foram classifi cados em dois gr u p o s : fermentadores ( 2 0 % ) e n ã o fermen t ad o res ( 8 0 % ) . A p r o d u ç ã o de p i g mentos fl u o res centes fo i c o n s t a t a d a e m 7 3 % d o s iso lados . De acordo c o m os resultados descritos por MUIR ( 1 9 9 6 ) , a microbi ota p s i crotrófica predominante do leite estocado em t anques de Pág . 5 0 Pág . 5 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS resfri amento na fonte de produção e em s il o s indu stri ais, é G ram- negativ a e representa 90% d a m i c r o b i o t a t o t a l . E s p é c i e s d o gên ero Pse udomonas são os organismos mais comuns, com u m percentual aproximado de 50% do tipo fluorescente. A principal espécie, P. fluorescens, é caracterizada pela p rodução de um p i gmento fluorescente difusível durante o seu crescimento em meio apropriad o . Dentre os 1 47 i s ol a d o s , 9 0 , 5 % apresen taram pelo m e n o s uma d as três ati v i d a des enzimát i c a a 6 , 5 ° C . To d o s o s isolados apre sentaram atividade proteolítica a 2 1 ° C e, nessa temperatura, 62% dos isolados foram lipolíticos e 7 5 % produziram lecitinases. A i n c u b ação a 3 5 ° C reduziu o percentual de proteolíticos para 72%, de lipolíticos para 1 6 % e de produtores de lecitinases para 44% . Foi verificado que mesmo a 6 , 5 °C, 47,44 e 67 % dos isolados apresentaram atividade proteolítica, lipolítica e de lecitinase, res pectiv amente. A associação das três ati v i d ades fo i c o n s t atada em 2 0 % dos i s olados a 6, 5°C, 57% a 2 1 °C, e em 1 2 % a 3 5 °C. Somente 1 , 3 5 % dos iso lados fermentadores produ zi ram as três e n z i m a s a 6 , 5 ° C c ar acterís t i c a e s s a predominane no isolados classificados como não fermentadores. Nesse grupo incluem espécies do gênero Pseudomonas , consideradas as principais bactérias psicrotróficas contaminantes do leite, p e l o seu p o te n c i a l deteri orador. A ativi d ade e n z i máti c a as s o c i a d a com b ac té ri as p s i cr o tróficas Gram-negativas em leite c r u descrita por MUIR ( 1 996) indica que, acima de 70% dos i s o l a d o s c l a s s i fi c a d o s c o m o P. fl u o re s c e n s apresentam atividades proteolíticas e lipolíticas . WANG & JAYARAO (200 1 ) constataram ativi dade proteolítica em 80, 91 e 58% dos isolados d e P. flu o re s c e n s a 7, 22 e 3 2 ° C , re s p e c t i vamente. S omente 7, 4 4 e 7 % d o s isolados foram p os itivos para lipases nas mesmas temperaturas. A 7 e 2 2 ° C um p e r c e n t u a l m a i o r d o s P. flu o rescens p roduziu proteases. A capacidade de produção de várias enzimas hidrolíticas aumenta o potencial de deterioração de um microrganismo. Isolados de Pseudo!1lonas s p p . provenientes de leite cru foram agrup ados em c i n c o c l u s te rs de acordo com a c aracte ri z a ç ã o m o l e c u l a r e fe n o t íp i c a e aqueles identificados como do cluster B ( P. fluorescens) e do E (P. flu o resce ns o u , p o s s i vel mente, P. fragi) continham alta freqüência de isolados com ati v i d ad es de proteases, l ip ases e lecitinases (WIEDMANN et aI . , 2000) . De acordo com os autore s , as estirpes agru padas nesses cluste rs constituem organismos representantes da micro biota deteri oradora de p arti cu lar preocupação p ara a indústria de l aticínios e de al i mentos, espec i al mente P. flu o rescens que é rep o rtado como um organismo deteriorador psicrotolerante comum do leite (COUSIN, 1 9 82 ; TERNSTROM et aI . , 1 99 3 ; WIEDMANN et aI ., 2000, DOGAN & B O O R , 2 0 0 3 ) . Esses a u t o res c on s tataram ainda que, somente 2 de 22 isolados dos clusters A e D (P. putida) exibiram atividade proteolítica e , o u l i p o l ít i c a . O s a u t o res c o n c l uíram que, esti rpes de P. fluorescens rep resentam a causa predominante de defeitos de sabor no leite. Os re s u l t a d o s o b t i d o s por W IE D M A N N e t a I . ( 2 000) s ã o c o n s i s tentes c o m o s o b t i d o s e m pesquisas anteriores em que os autores também c o n s tataram que a m i c r o b i o t a deteri oradora p s i crotolerante do leite p o de ser representada p red o m i n antemente pelas e s p é c i es P. fluorescens, P. fragi e P. putida (COUSIN, 1 9 82; TERNSTROM et aI., 1 9 9 3 ) . Ps e u do!1lonas fl u o rescens fo i a e s p é c i e dominante em 1 5 d a s 2 5 amostras de leite cru re s fr i a d o c o m c o n t a g e m d e p s i c r o t r ó fi c o s proteolíticos superior a 1 05 UFC/mL (EW INGS et a I . , 1 9 8 4 ) . N a s propriedades onde a s amostras de leite cru fo ram c o letad as em tanques i n d i v i d u a i s , 9 1 , 1 8 % das fo ntes de á g u a e r a m nascentes e 8,82% eram poços. Naquelas propriedades onde os tanques eram c o l e t i v o s 7 5 % eram p rove nientes de nascentes, 8 , 3 3 % de poços e 1 6 ,66% recebiam água de abastecimento municipal. Em todos os casos, as águas de nas centes e p oços não eram s ub metidas a nenhum tipo de trata mento prév i o d e d e s i n fe c ç ão p ar a uso na ord e n h a e , o u na h i g i e n e d e u t e n s íl i o s e e q u i p ament o s . A c o n t a m i n aç ã o do l e i te p o r Pse udomonas e ou tras b actérias deteri orado ras pode ser associada à s aúde do reb anho leiteiro ( m a m i t e ) , d e fi c i ê n c i as d o s p r o c e d i m e n t o s h i g i ê n i c o s n a c ad e i a p ro d u t i v a i n c l u i n d o o c o n t a t o da mat é r i a - p r i m a c o m de á g u a de q u a l i d ade i n ad e q u a d a ( E N ER O T H , 2 00 0 , M U R P H Y & B O O R ) . P o rtan t o , e s fo rç o s p o r p a rte d o s p r o fi s s i o n a i s e n v o l v i d o s c ad e i a produtiva do leite devem s e r direcionados a o c o n t r o l e d e c o n t a m i n a ç ão d a m i c r o b i o t a deteriorante do leite refrigerad o, especialmente de bactérias do gênero Pse u domona s . 4. CONCLUSÃO C o m os res ultados obtidos demonstro u-se o elevado potencial de deterioração d a micro bi ota aval i ad a reforçan do-se a necessi dade do co ntro le rigoroso dos procedimentos higiênicos de produção, estocagem e transporte d o leite ANAIS DO XX C O N G RESSO NACIONAL DE L ATiCíNIOS cru refrigerado, além do controle da temperatura abaixo de 4°C, durante a sua estocagem na fonte de produção . S U MMARY M i l k sorage under refrigeration in the farm fo r l o n g p e r i o d s c au s es alterat i o n s in m i l k micro b i ota w i t h p revalence o f G ram-ne gative p s y c hr o tr o p h i c b ac teri a t h at p r o d u c e s heat resistant enzymes associated to sensorial defects in milk products and to losses in yield in cheese p roduction. In this research, 1 47 psychrotrophic b ac teri a i s o l at e d fro m c o l d raw m i l k w e re characterized (cell shape, Gram staining, catalase and oxydase activitie s , glucose fermen tati o n , fl uores cent p i gment productio n ) . Additional ly, the p r o d u c t i o n of p r o t e as e s , l i p as e s , a n d lecithinase w as evaluated a t 6 . 5 , 2 1 , a n d 3 5 ° C . All t h e i s o l ates were Gram-negative, c atalase p o s i t i v e b acteri a . Eighty -three percent were oxydase p os itive isolates . Eighty percent of the is.olates were not capable of fermenting glucose. The p r o d u c t i o n of fl uorescent p i gments w as observed for 73 % of the isolates . All the isolates produced proteases at 2 1 ° C. Sixty-two and 75% o f the i s o l ates w e re l i p as e a n d l e c i t h i n ase pos iti ve, res pectively. At 3 5°C, the percentage of proteolytic, l ipolytic and lecithinase positive i s o l ates d e c r e a s e d t o 7 2 , 1 6 , and 4 4 % , respectively. Even a t 6.5° C, 2 0 % of the isolates p r o d u c e d p r o t e a s e s , 4 4 % l i p as e s , a n d 6 7 % l e c i t h i n a s e . T h e a s s o c i a t i o n o f t h e t h ree enzymatic activities was p re d o m i n an t in the glucose fermentation negativ e isolates . A high s p o i l ag e p o t e n t i a l o f the p s y c h r o t r o p h i c microbiota w a s observed, reinforcing the need o f rigorous control o f hygiene procedures and refrigeration temperature in the milk production chain. K e y - w o r ds : P s y c h r o t r o p h i c b a cteri a ; proteo lytic, lipo lytic, an d lecithinase acti vities ; raw milk REFERENCIAS B IBLIOGRÁFICAS ADAMS, D . M.; B ARACH, J. T. ; S PECK, M . L . H e a t �resis tant p roteases prod uced in milk b y, b ac t eri a of d a i ry o r i g i n o J o u r n a l of D airy Science, V. 5 8 , n . 6 , p . 8 2 8 - 8 3 5 , 1 9 7 5 . ADAMS, D. M ; B ARACH, J. T. ; S PECK, M . L . 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UFVIDM B ; provenientes de fontes de contaminação divers a como, água, s ol o , esterc o , ali mentação animal, equipamentos de ordenha e manipuladores. O presente trabalho objetivou avaliar a divers i dade genéti ca de i s olados p s i crotró ficos proteolíti cos de leite cru refri gerad o graneli zado pela técnica de R A P D . Os i s o l ados foram divididos em qu atro grupo s de acord o c o m s uas características morfotintoriais e bi oquímicas. A semelhança genétic a entre o s 4 0 isolados Gram-negativos não fermentadores e entre estirpes d e referência de Pseudomonas fluo rescens e Pse udomonas aeruginosa situaram-se entre 1 e 8 8 % e entre os 40 isolados Gram-negativos fermentadores entre 2 e 8 9 % . Entre os 25 i s olados Gram positivos, c atalase p ositiva, a semelhança genética vari ou entre 4 e 1 00% e entre os seis isolados Gram-positivos, catalase negativa, entre 10 e 67%. Os resultados obtidos indicaram uma grande diversidade genética entre os isol ados e pode estar relacionada com as várias fontes de contami nação do produto analisado. Palavras-chave: Leite cru, psicrotróficos proteolíticos, diversidade, RAPD. 1. I N T R O D U Ç Ã O O l e i t e , ao ser secretad o pelo a n i m a l , é l i v re de m i crorgan i s m o s mas, a p re s e n ç a de contaminação extern a na superfície do úbere e tetas permite o acesso de mi crorgan i s m o s ao leite, mes mo quando a ordenha é conduzida de maneira asséptic a (RYSER, 1 999). A diversidade desses contaminantes iniciais é limitada e mais c o m u m e n te c o n s t i t u í d a p o r m i c ro c o c o s , lactococos e Corynebacte rium bovis ( RY S ER , 1 9 9 9 ) . C o n t a m i nações a d i c i o n ai s o c orrem a partir de água, solo, esterco, alimentação animal, e q u i p am e n t o s de o r d e n h a e m a n i p u l ad o res (C O U S I N , 1 9 8 2 ; RYSER, 1 9 9 9 ) . A v ariedade dessas fontes de contaminação permite que uma gran d e d i v ers i d ade de b actérias, levedu ras e fungos fi l amento s o s c o ntaminem o leite, mas são as bactérias que dominam a população . As condições de estocagem e tran sporte em t a n q u e s refrigerad o s p r o m o v e m u m a mudança n a microbiota c o ntaminante d o leite cru de, predominantemente Gram-positi v a, para Gram- negat i v a . A s bactérias Gram-negat i v as geral men te c o m p reendem m a i s de 9 0 % d a p op ulação microbi ana do leite cru resfriado que é, p ri m ari a me n t e , c o m p o s t a p o r p s i c r o t r ó fi c o s e c o li fo r m e s ( RY S E R , 1 9 9 9 ) . P s i c r o t r ó fi c o s s ão a q u e l e s m i c r o r g an i s m o s c ap az e s d e m u l t i p l i c arem a 7 ° C o u m e n o s , ind ependente de s u a temperatura ó t i m a d e cre s c i mento ( FR A N K e t aI . , 1 9 9 2 ) . N o leite, essa m i crobiota Gram-negativa é representada p r i n c i p a l m e n t e , p o r e s p é c i e s d o s g ê n eros P s e u do m o n a s , A c h rom obacte r, A e ro m o nas, Serratia, A lca ligenes, Chromobacte ri u m e e ( S 0R H A U G Fla vobacterium spp. S TE PA N I A K , 1 9 9 7 ) . As b actérias Gram positivas co mpreendem menos de 1 0% do total de bactérias do leite cru refrigerado e incluem b ac térias l á c t i c as e fo r m a d o r a s d e e s p o ro s , a m b o s c o n t am i n antes a m b i e n t a i s ( RY S E R , 1 9 9 9 ) . As bactérias lácticas estão representadas p o r espécies de La c to c o c c us, L e u c o n ostoc e L a c t o b a c i l l u s ( RY S E R , 1 9 9 9 ) , e n q u a n t o as fo rmadoras de e s p o r o s i n c l u e m e s p é c i es de B a c i l l u s e Clostridi u m ( S 0 R H A U G e STEPANIAK, 1 997). Segundo MARTIN ( 1 98 1 ) , bactérias aeróbias formadoras de esporo s estão presentes em, praticamente, todo leite cru em números menores do que 1 03 UFC/mL. Espécies de Bacillus, princ i p al mente B. lichen �fo rm is e B. cere u s , c o mpree ndem cerca de 9 5 % dessa microbiota. Segundo W I ED M A N N et a I . (2000), os psicrotrófi c o s contribuem p ara a d eteri oração d o l e i te d e d u as fo rmas d i s t i n t as : p r i me i ro , produzem a maioria das enzimas proteolíticas e lipolíticas que são secretadas no leite cru durante a estocagem antes do processamento . M u itas dessas enzimas podem res i stir ao processo de p asteurização rápida, conduzido a 7 2°C por 1 5 s e g u n d o s e , até me s m o , a o trat a m e n t o de esteri lização co mercial, o processo c o m u ltra alta temperatura - UAT que utiliza temperaturas en tre 1 3 8°C a 1 49°C p o r 2 a 1 0 segu n d o s . A a t i v i d ade remanescente d e s s as e n z i m a s p o de re d u z i r a q u al i d a de s e n s o r i al e a v i d a- d e prateleira dos produtos l ácteos fluidos p ro ces s a d o s . S e gund o , a contami nação p ó s - p asteu rização o c o rre por v ári o s t i p o s d e m i cror gani s mo s , p r i n c i p a l me n te Pseudomonas s p p , q u e c au s a m a de teri oração d o leite p asteuri z a d o , d u rante a e s t o c ag e m sob refrigeração (ENEROTH et aI . , 2000a ; WIEDMANN et aI . , 2000) . Pág. 54 Pág . 55 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS Considerando que as enzimas produ zidas por bactérias psicrotróficas contribuem para os defeitos de qual i d ade d o l eite e derivados, a atividade desses organismos no leite precisa ser controlada, para assegurar a qualidade dos pro dutos lácteos. Como a temperatura de refrige ração adotada no armazenamento do leite não inibe o crescimento de p s icrotrófic o s nem a produção e atividade de enzimas deterioradoras, é imprescindível que se assegure a adoção das b o as práticas de prod u ç ão p ara l i m i t ar a c o ntami nação . Uma outra al ternati v a p ara minimizar os danos causados por essa microbiota é o controle do tempo de estocagem do leite cru . Para URAZ e ÇITAK ( 1 9 9 8 ) , o tempo de estocagem do leite cru não deve ultrapassar o período de 24 horas após o recebimento pela indústria de laticínios. A Resol ução Normativa do M i n i s tério da A gri c u l t u ra, P e c u ária e Abastecimento (B RASIL, 2002) estabelece que o leite deve ser refrigerado a 4°C ou menos, até três ho ras após a ordenha e mantido a temperatura de conservação de 7°C na proprie dade rural ou no tanque comunitário e a I ooe no estabele c i m e n t o process ador. A I n s trução Normativa nO 5 1 do mesmo ministério estabelece que o tempo transcorrid o entre a ordenha e o recebimento do leite no estabelecimento que vai beneficiá-lo deve ser no máximo de 48 horas, i ndependente do seu tipo e recomendando-se como ideal um período de tempo não superior a 24 horas . Entre as técnicas de tipagem moleculares, a de RAPD DNA Polimórfico Amplificado ao Acaso é a mais usada para a caracterização de bactérias . A meto d o l o g i a de R A P D u t i l i z a oligonucleotídeos de seqüências arbitrárias e de pequenos tamanhos (9 ou 1 0 bases ) , além de uma temperatura menor de pareamento e uma composição de G+C dos oligonucleotídeos igual ou su perior a 50% (WILLIAMS et aI . , 1 9 90). Os marcadores RAPD apresentam uma série de vantage n s , v i s t o q u e n e n h u m d a d o s o bre a seqüência d o D N A é necessário ( M ATIOLI, 200 1 ). É uma técnica simples, rápida e que não requer o d e s e n v o l v i m e n t o pré v i o de uma biblioteca de sondas específicas para o organismo de interesse, uma vez que um único conjunto de oligonucleotídeos pode ser usado para qualquer organismo. Além disso, uma quantidade mínima de DNA é necessária para a análise genotípica de u m i n d i v íd u o . Uma d e s v antagem d e s s a metodologia é a falta de reprodutibilidade entre laboratório s . As fontes de vari abili dade são a concentração de oligonuc1eotídeos, a quantidade e qualidade do DNA alvo, a concentração e a fonte da Taq polimerase, MgCI" o termociclador e o número de ciclos (BOER e B EUMER, 1 999). A técnica RAPD pode ser utilizada na área de microbiologia ambiental e de alimentos para detectar e identificar patógenos, assim como na tipificação epidemiológica de isolados e análise de populações (GIRAFFA e NEVIANI, 200 1 ) . ENEROTH e t a ! . ( 2 000a) traç aram rotas d e contaminação d e leite cru e pasteurizado por b ac téri as Gram - n eg a t i v as e m i n d ú s trias de laticínios por meio de PCR-RAPD . Esses autores encontraram os mesmos padrões de RAPD em i s o l a d o s proveniente s de a m o s tras de leite pasteurizado e de empacotadoras e b i c o s de envase. Nenhum isolado de leite cru apresentou o mesmo padrão de RAPD dos isolados de leite pasteurizado, o que indicou a eficácia da pasteu rização e a contaminação p ó s - p as teurização . Entretanto, um isolado do tanque de estocagem de leite pasteurizado apresentou o mesmo padrão de RAPD dos isolados encontrados no ar em torno do tanque de estocagem e das máquinas de e n v ase . A t i p agem p o r R A P D também e v i d e n c i o u i s o lados Gram-negati vos de p adrões i dênti c o s n o leite p as te u r i z a d o , n a água de res fri amento e n a água d e c on d e n s ação nas envasadoras (ENEROTH et aI . 2000b) . O s m é t o d o s d e s ub t i pagem m o l e c u l ar podem identificar diferentes estirpes dentro de uma espécie, gerando dados úteis para propósitos tax o n ô m i c o s ou e p i d e mi o l ó g i co s . M é t o d o s baseados em ácidos nucléicos t ê m a vantagem sobre métodos de identifi cação fenotípica p or não s erem i n fl u e n c i a d o s p e l as c o n d i ç õ e s ambientais. O conhecimento de variabilidade das estirpes e espécies presentes torna-se necessário para determinar a vida útil de leite e de produtos l ácteo s . Além disso, a tipagem molecular pode auxiliar na determi nação das fontes de conta minação do leite. Considerando a importância de se conhecer a microbiota contaminante do leite, o presente trabalho avaliou a diversidade genéti c a dos i s o lados p s i crotró fi c o s proteo líticos de leite cru refrigerado e gran el i zado utilizando a técnica de RAPD. 2. MATERIAL E MÉTODOS O presente trab a l h o fo i real i zado no Laboratório de Microbiologia de Alimentos do Departamento de Microbiologia ( D M B ) e no L ab o r a t ó ri o d e G e n é t i c a M o l e c u l ar e de M i c r o r g a n i s m o s ( D M B ) no I n s t i t u t o de B i o te c n o l o g i a A p l i c ad a à A g ro p e c u ári a (B IOAGRO), da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Viçosa-MG. ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS 2 . 1 . B actér ias u t i l i z adas As espécies de b actérias p s i c rotrófi cas produtoras de proteases extracelulares, isoladas de leite cru granelizado e refrigerado , foram obtidas e caracterizadas fen o t i p i c amente no Laboratório de M i c r o b i o l o g i a de A l i me n t o s DMB/UFY. Como culturas de referência, foram usad as as espécies Pse u do m o nas flu o rescens ATCC 1 3 525 e Pseudomonas aeruginosa ATCC 27 8 5 3 . Os estoques das culturas usad as foram mantidos a -80°C em caldo tripticaseína e soja (TSB) acrescido de 0,6% de extrato de levedura e 20% de glicerol. No início do experimento, os i s o l ad o s foram estriados e m ágar Casei n at o S M C A (FR A N K e t aI . , 1 9 9 2 ) e Pad rão incubados a 26°C por 1 8 horas . Após o cresci mento, uma colônia de cada isolado de bactéria Gram-negativa foi trans ferid a para um frasco Erlenmeyer contendo 20 mL de caldo nutriente que fo i i n c ubado a 26°C por 1 4 ho ras . Uma colônia de b actéria Gram-pos itiva foi tran s ferida para 1 0 mL de caldo infusão de cérebro e coração - B H I ( Merck) que foi incubado a 26°C por 1 8 horas . Cada isolado foi ativado por duas vezes c o n se c u t i v a s antes da rea l ização d o s experi mentos . 2.2. Extração do DNA total O DNA total dos isolados e das culturas de referência foi obtido conforme procedimento p adrão d e s c r i t o por M A R M U R (1 9 6 1) , com modificações. A p ó s a amp l i fi c ação d o D N A , foram adicionados, a cada amostra, 4 f.lL de uma mistura contendo 0,25% de azul de bromofenol, 60% de glicerol e tampão TEB 1 X constituído de Tris HCl 8 9 mM, EDTA 2,5 mM, pH 8,0 e ácido bórico 89 mM. As amostras foram analisadas por eletroforese em gel de agarose 1 ,5 % , contendo brometo de etídio na concentração de 0,2 f.lg/ mL. O tampão utilizado foi TEB I X e o tempo de corrida foi de, aproximadamente, seis horas a 70 volts. O DNA do fago <I>X 1 74, clivado com a enzima Hae IH, foi utili zado como p adrão de tamanho de bandas. Terminada a eletroforese, as i magens d o s géis foram d i gitali zadas em sistema de vídeo Eagleye™ (Stratagene®). 2.4. Análise dos dados Os d a d o s o b t i d o s fo ram tab u l ad o s , u t i l i zand o - s e o s c ó di g o s I o u O , res pectiva mente, para a presença o u a u s ê n c i a d e um determinado fragmento de DNA visualizado no gel, sendo posteriormente construídas as matrizes de semelhanças genéticas . O critério u t i l i zado p ara fo rmaç ão d o s grupos foi o d a m é d i a das semelhanç as entre todos os pares de itens que formam cada grupo. Os dados foram agrupados em um dendrograma, utilizando-se o método UPGMA ( "Método de Agrupamento aos Pares U t i l i z a n d o M é d i a s Aritmét i c as " ) , c o m a u x í l i o d o p r ograma "GENES" ( CRUZ, 200 1 ). 3 . RESULTADOS E D I S CUS S à O i s o l ados 2.3. DNA polimórfico amplificado a o acaso (RAPD) 3 . 1. D i v e rs i d a d e g e n é tica d o s psicrotróficos p ro t e o l íticos A d iv e rs i d ad e genétic a dos i s o l a d o s psicrotróficos proteolíticos de leite c r u grane lizado foi avaliada segundo procedimento citado por WILLIANS et ai ( 1 9 90). As reações de amplificação do D NA foram feitas em um volume total de 25 f.lL contendo tampão Tris-HCl 1 0 mM, p H 8 ,0, KCI 50 mM, MgCl2 2,0 mM, 0, 1 mM de cada um dos deso xinucleotídeos (dATP, dTTP, dCTP, dGTP Promega®), 0,4 f.lM do oligonu c1eotídeo iniciador Operon ® , uma unidade d e Taq p o l i merase (Promega®) e, aproximadamente, 1 0 ng de DNA. As amplificações foram realizadas em um termociclador "Programmable Thermal Controller PTC- I OO MJ Research Inc" . , programado para 40 ciclos de 1 5 segundos a 94°C, 30 segundos a 35°C e um minuto a noc . Após o último ciclo, manteve-se uma etapa de 7 minutos a 72°C. Os três oligonu c leotídeos utilizados neste trabalho geraram 8 8 fragmentos de D N A polimórficos c o m tamanhos variando de 1 94 a 3 . 5 3 0 pares de base ( p b ) e uma méd i a de 29 fragmentos d e DNA por o l i g o n u c 1 e otídeo (Quadro 1 ) . Nenhum fragmento mono mórfico foi observado para os isolados Gram-negativos. Para os isolados Gram-positivos, foram obtidos 66 fragmentos de DNA, todos polimórficos, ou sej a, estavam presentes o u ausentes em pelo menos um dos isolados considerado s . A média do número de fragmentos de DNA analisados foi de 22 por oligonucleotídeo, com tamanhos variando de 2 3 4 a 3 . 5 3 0 pb ( Qu adro 1 ) . Em avaliação da d i vers idade genética de psi cro tróficos Gram-negativos isolados de leite e de ambientes da indústria de laticínios, ENEROTH e t aI . (2 000a) observaram de 9 a 1 5 b andas 57 Pág. 56 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS distintas com tamanho entre 1 00 e 2 . 200 pb. Esses autores concluíram que a diversidade entre os padrões de bandas foi grande e deveu-se a uma grande variedade de fontes de contaminação. Quadro 1 - Na Figura I são apresentados os resultados das' amplificações do DNA de alguns dos isolados Gram-positivos utilizando o o l igonucleo tídeo OPAA- I O. Relação dos oligonucleotídeos iniciadores utilizados e número de fragmentos polimórficos e monomórficos encontrados na reação de RAPD com 1 1 3 isolados de psicrotróficos proteol íti c o s . Ol i go n u c l e o tídeos S e q ü ê n c i a (5' 3') - Gram-negativos OPM 0 1 O PA A 1 0 OPA A 1 6 GTTGGTGGCT TGGTCGGGTG GGAACCCACA To tal Gram-positivos OPM 0 1 O PA A 1 0 OPA A 1 6 To tal ANAIS D O X X CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS GTTGGTGGCT TGGTCGGGTG GGAACCCACA N ú m e r o de fragmentos p o l i m ó rficos N ú m e r o de fra g m e n t os m o n o m ó rfi c o s Faixa de tamanho dos fra g m e n tos ( p b 29 36 23 1 94 - 3 5 3 0 27 1 3530 234 - 1 353 88 2 3 3 - 2 8 04 19 24 23 3 10 3530 234 - 3 5 3 0 234 3530 66 259 - 3530 pb 1 353 1078 872 603 310 271 C om base nos dados de presença e ausência dos fragmentos amplificados, as semelhanças en tre os 40 i s o l a d o s Gram-negat i v o s n ão fe rme ntadores e entre P. fl u o re s c e n s e P. a eruginosa situaram-se entre 1 e 8 8 % , entre os 40 isol ados Gram-negativos fermentadores entre 2 e 8 9 % , entre os 25 isolados Gram-positivos catalase positiva situaram-se entre 4 e 1 00% e entre os seis isolados Gram-positivos catalase negativa, entre 1 0 e 67 %. Os isolados Gram ne gativo s que apresentaram maiores valores de semelha nças foram provenientes de uma mesma amos tra de leite cru refrigerado granelizado. Os resultados apresentados demonstram a grande divers idade genética entre os isolados. Outros autores c o n c l u íram t a m b é m , por meio de t i p age ns fen o t í p i c as e m o l e c u l ares , que a variabil idade entre os contaminantes d o l eite cru e pasteurizado é muito grande (WIEDMANN et aI. 200 0 ; ENEROTH et aI . , 2000a; 2000b . ; DOGAN e B OOR, 2003 ). 4 . CON CLUSÃO A diversidade genética d e 3 1 isolados d e bactérias Gram-positivas e 8 0 Gram-negativas provenientes do leite cru resfriado granelizado foi avaliada por RAPD e foi possível evidenciar uma grande diversidade entre os isolados. Essa diversidade pode estar relacionada com as várias fontes de contaminaç ão do produto analisado, proveniente d e propriedades pro d u t o ras diversas. Como a temperatura de refr i geração adotada no armazenamento do leite não inibe o crescimento de psicro tróficos nem a produção e ati v i d ade d e e n z i m as deterioradoras, é imprescindível que se assegure a adoção das boas prát icas de produção para limitar a contami nação . Uma o utra altern ati va para minimizar os danos causados por essa microbiota é reduzir o tempo de estocagem do leite cru mantendo-o a temperaturas iguais ou inferiores a 4°C. S U M M A RY Figura 2 - Eletroforese e m gel d e agarose 1 ,5% d e DNA amplificado d e psicrotróficos proteolíticos Gram-positivos isolados de amostras de leite cru granelizado. As bandas foram amplificadas utili zando-se o oligonucleotídeo iniciador OPAA- I O. Os números indicados correspondem aos i s o l ados e M corresponde ao DNA do fago <l>X 1 74, cli vado com a enzima de restrição Ha e III e B c o rresponde a mistura de reação sem a pre s e n ça do D N A , respecti vamente. The maintenance and the transport of the raw milk u n de r re fri gerati o n e l i m i n at e i t s deteri o rat i o n fo r m e s o p h i l i c bacteria, b ut it re s u l t s i n t h e s e l e c.t i o n o f p s ychrotrophic bacteria that can be origi nated fro m several sources of contamination, such as : water, soil, manure , fee d i n g ani m a l , m i l kmaid and manipulators. The aim of this investigation was to ev aluate the genetic d ivers ity of psychrotrophic isolates from cooled bulk raw milk by the RAPD technique. The isolates were divided in four groups according to its morphological and b i o chemistries characteri s t i c s . The genetic simi larity among 40 Gram-negative non fermentative isolates and Pseudomonas fluorescens and Pseudo!1lo!las aerugi!losa ranged from 1 to 8 8 % , where as between the 40 Gram-negative fermentative isolates was from 2 to 89%. Among the 25 Gram-positive isolates positive-catalase the genetic similarity was from 4 to 1 00% and among the six Gram-positive isolates negative catalase i t was from l O t o 67 %. The resuJts indi cated a great genetic di vers ity among the isolates that can be related to several sources of contamination i n the analyzed product. REFERÊNCIAS B IB LI O GRÁFIC A S B OER, E. ; B EUMER, R . R . Method ol ogy for detection and typing of fo o d b o rn e microorgan i s m s . I n t e r n a t i o n a l J ou r n a l of Food Microbiology, v. 50, p . 1 1 9 - 1 3 0 , 1 9 99. B RASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento . Dep artamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal . Instrução Norma tiva n. 5 1 , de 1 8 de setembro de 2002 . Aprova e Oficializa o Regulamento Técnico de Identi dade e Q u al i d ade de Leite Cru R e frigerad o . Diário Oficial [ d a República Federativa d o Brasil], Brasília, setembro d e 2002. C O US I N , M . A . 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Para a analise de competitividade e de eficiência valeu-se do método Matriz de Análise de Política. Os resultados obtidos permitem afirmar que os corredores são competitivos e eficientes, e sofrem penalização gerada por políticas públicas e falhas de mercado. Palavras-Chave: Competitividade, eficiência, leite e derivados. 2 3 Doutor em Econ omia. Pesquisador da Embrapa Gado de leite, Professor Adj unto da FEA/UFJE E-mail : pcmar@ terra.com.br. Doutor em Economia. Professsor Titular Aposentado da Esalq/USP. Professor Visitante da UERJ. Doutor em Economia. Pesquisador da Embrapa Gado de Leite. E-mail: [email protected] a.br ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS 1. INTRO D U Ç Ã O A atividade láctea brasilei ra tem i mpor tân c i a s i g n i fi c a t i v a . E m 1 9 9 6 m o v i m e n t o u R $ 1 7 , 3 4 b i l h õ e s , em valor d e mercado, subtraídos os impostos indiretos e margens de transporte e de comercialização, ou sej a, até o p ortão d o l at i c í n i o ( I B G E , 2 00 0 a ) . D e s s e montante, 5 4 % corres ponderam a o consumo das famílias, enquanto o res tante foi aquisição de demais setores da economia brasileira. Ein 1 996, os laticínios geraram 65,4 mil empregos diretos. Mas é na atividade primária que o maior volume de empregos é gerado. Em 1 99 5 , cerca de 1 , 8 milhão de propriedades agríco l as produziram leite (IB GE, 2000b). Assumindo-se um mínimo de dois trab alhadores atuan d o continuamente por propri e d a d e , esse s eg m e n t o gero u p e l o menos 3 , 6 m i l h õ e s d e p o s t o s d e trab alho permanentes . Com base nas Matrizes de Recursos e Usos para o Brasil - 1 996, Martins & Guilhoto (200 1 ) c o n c l u íram q u e a I n d ú s tr i a d e L at i c ín i o s apresentou potencial gerador de empregos maior que s et o res trad i c i o n al mente ace i t o s c o m o relevantes s ob e s s e aspecto, c o m o Construção Civil, Indústria Têxtil, Siderurgia e Fabricação de Automóveis, dentre outros. Este setor mostrou se também relevante em termos de geração de renda e tributos, conforme simulação para um aumento na demanda, no valor de R$ 1 milhão (Tabela 1 ) . Das 1 7 6 4 re l a ç õ e s i n tersetoriais d a economia, a Indústria de Laticínios t e m duas entre as 50 maiores, sendo que a quinta relação com maior intensidade de toda a economia se deu entre esse setor e o S etor Agropecuári o . Tabela 1 • Q u ando s e e x p a n d i u a anál i s e p ara as 1 7 6 ligações intersetoriais mais intensas, a Indústria de Laticínios surgiu em 1 1 ligações, ficando em quinta p o s i ç ã o , n u m t o ta l de 42 setores que retratam a economia brasileira. Além disso, a Indústria de Laticínios tem a característica de impulsionar, de maneira s i gnificativa, o cres cimento de setores que se colocam como seus fornecedores, obtendo o quinto melhor Í ndice de Ligação para Trás, no contexto da economia brasileira, com base no cálculo dos Indices de R asmussen-Hirschman, que definem os setores chave da economia. A Indústria de Laticínios é setor chave no processo de crescimento. Após a d e s re g u l amentação do setor, o c o rri d a e m 1 9 9 1 , o B ra s i l acen t u o u sua dependência do mercado externo e assumiu a o i tava p o s i ção no ra nking d o s i m p ortad ores (Brandão e Leite, 200 1 ) . No mercado doméstico convive-se com elevada tributação, enquanto o mercado internacional prat i c a pre ç o s s ub s i diados (Lopes, 1 99 5 ) . Apenas c o m I C M S foram arrecadados R$ 2 , 1 1 b i l hões em 1 99 6 , o que correspondeu a 4 , I % do total arrecadad o em toda a economia com este imposto, apesar do sistema l ácteo ter movimentado 1 , 3 % d o total do faturamento da economia, com base em dados do IBGE (2000a) . A anál i s e dos efeitos dessas d is torções sobre diferentes regiões do Brasil é dificultada por alguns fatores. As empresas de l aticínios dominam informações dos corredores que atuam. M as nenhuma e s t á pre s ente em t o d o s os pri n c i p ai s c o rre d o r e s , o q u e n ã o permi te comparações . Por outro lado, trab alhos reali zados pela academia e por órgãos d o governo têm focado tópicos específicos de estrangulamento Estimativa de geração de emprego , renda e tributos para um aumento de demanda de R$ 1 Milhão , em setores selecionados. S e t o r es Empregos ( u n i d a de) Renda (R$ m i l ) Tributos ( R$ mil) 1 97 191 1 29 1 28 1 22 1 22 122 116 1 02 91 1 .060 1 . 1 70 1 .170 1.010 1. 170 940 1 . 090 990 940 860 54 50 47 1 10 43 42 49 49 41 36 Leite e Derivados Calçados Peças e Outros Veículos Construção Civil Maquinas e Equipamentos Indústri a Têxtil Material Elétrico Siderurgia Automóveis/caminhões/ôn ibus Eletrônicos Fonte: Martins & Guilhoto (200 1 ) Pág . 60 61 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS e limitados ao âmbito regional. Há ainda o fato de levantamentos de custos serem realizados por meio de d i feren tes p r o c e d i m e n t o s m e t o d o lógicos. Esse conjunto traduz na impossibilidade, até o presente, de se proceder análises que levem a conclusões seg uras e análi ses comparativas sobre a competitividade e a eficiência do S AG do leite nacional . Visando superar as dificuldades relatadas é que este trabalho tem como objetivo estudar a competitividade e a eficiência da cadeia produtiva do leite em pó, em dez dos principais corredores brasileiros, verificando os efeitos de p olíticas públicas e falhas de mercado. 2. M E T O D O L O G I A N este trabalho, corredor agrega a visão de e i x o s , p ó l o s e cluste rs , numa análise que integra áreas com desenvol vimento local em estágios diferentes, com potenciais diferentes e eventualmente unidos por cadeias produtivas c o m u n s ( N a s s e r, 2000) . E s p e c i fi c amente, considera-se uma região produtora de leite em um estado da Federação, o transporte até à usina de beneficiamento, o processamento e o trans p o rte d o produto processado até ao lo cal de comercialização. Foram escolhidos dois c orredores dinâ micos em cada u m dos cinco maiores estados produtores, a s aber: Minas Gerais (Ibiá e Sete Lagoas), Goiás ( Piracanj uba e Rio Verde), S âo Paulo (Jundiaí e Ribeirão Preto), Paraná (Castro e Mal . Cândido Rondon) e Rio Grande do S ul (Carazinho e Teutônia) . Foram coletados dados em 1 50 propriedades, 1 5 por corredor, forne cedores da Parmalat, Nestlé, Elegê, Castrolanda, Centro leite, Fri mesa e Coonai . A escolha dos produtores levou em consi deração a renda da propriedade (mínimo de 70% com produção de leite) e perspectiva de permanência na atividade. Para a aferição de c u s t o s ad o t o u - s e o procedimento de custos por setores, descrito em Yamaguchi et aI . (200 1 ) . A p l anta indust r ial Quadro 1 - ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS utilizada é res ultan te de s i m u lação feita p o r pesquisador do Instituto de Laticínio Cândido Tostes da Epamig, s upervisi onada por execu tivos e técnicos de duas entre os cinco principais laticínios brasileiros. Tem capacidade diária para processar 1 milhão de litros de leite. Os dados referem-se ao período de agosto de 2000 a j ulho de 200 I e foram deflacionados pelo IGP-DI da FGV/Rl para novembro de 200 1 . O estudo d e competitividade e eficiência baseou-se na Matriz de Análise Política - MAP, descrita em Monke & Pears on ( 1 98 9 ) . A MAP é resultante de duas identidades contábeis. Cada MAP contém duas colunas de cust o : uma para insumos intermediários transacionáveis, e outra para fatores domésticos. Essa desagregação leva a quatro categorias de bens e serviços : insumos trans acionávei s , fatores domésticos, insumos não transacionáveis e transferências, que seriam impostos ou subsídios. A primeira linha fornece uma medida de lucratividade privad a (Quadro 1 ) . O termo privada refere-se a receitas e custos efetivamente recebidos e pagos pelos agentes. Reflete, portanto, preços de mercado doméstico. LP retrata os lucros privados e são obtidos pela diferença entre as receitas a preços privados (RM) e os custos a preços privados, representados pelo somatório de Insumos transacionáveis (IM) e fatores domésticos (FM) . Informações sobre os indicadores de competitividae e de eficiência podem ser obtidos em Martins (2003). No presente trabalho, as co nversões de preços i nternacionais para preços d omésticos c o n s i d eraram a taxa d e c âm b i o s o c i al de equilíbrio para 2000, obtida por Ferreira (2002). 3 . RES ULTA DOS E D I S C US S à O Todos os corredores apresentaram lucros privados na produção de leite em pó, e foram, p o rtanto, c o mpet i t i v o s . C as t r o , Te u t ô n i a e Caraz inho foram os c o rred o res c o m melhor desempe n h o . A d e m ai s , t o d o s o s co rre d o res apresentaram L u cro S o c i a l , o u s ej a , foram Matriz de Anál ise Política - MAP. Receita Preços Privados (preços de mercado) RM RS Preços S ociais (custo de op ortunidade) Transferência (Políticas e Falhas de Mercado) OT Fonte: Adaptado de Monke e Pearson ( 1 989) Custo Insumos Transacionáveis Fatores Domésticos IM IS IT FM FS FT Lucro LP LS TL eficientes. Castro e os corredores do Rio Grande do Sul são cadeias produtivas mais eficientes (Tabela 2 ) . E m relação aos i n d i cad ores de proteção , os d i ferentes corred ores estiveram desprotegidas em relação ao produto importado CPN, e no conj unto de insumos transacio náveis e produto i mp o rt a d o - C PE . C o n s i derando-se o indicador CPE, o corredor Ribeirão Preto fo i aquele em que a cadeia produtiva do Leite em Pó m o s tr o u - s e mai s d e s protegida. A magnitude de desproteção entre os corredores, todavia, apresentou p o u c a v ariação e ntre o s corredores . Os corredores do Rio Grande do Sul foram os que apre s e n t aram os maiores l u cros . Contribuiu para esse desempenho a isenção de ICMS naquele estado e a produtividade obtida nas propriedades. Isso mais do que compensou os custos de transporte até São Paulo. Também o c orre d o r C a s tro apre s e n t o u desem penho favo rável , e m fu n ção d a p ro d u ção e p r o d u tividade das propriedades, b e m c o m o o baixo custo d e frete até o proces s amento . C as o houvesse isenção de I C M S também no Paraná, esse corredor teria o menor custo de produção entre todos, pois tem a seu favor a proximidade de S ão P au l o . N e s s a s it u aç ã o hip o t é t i c a , o corredor Mal. Cândido Rondon melhoraria seu desempenho e m termos do l u cro o b t i d o na cadeia, mas não na mesma magnitude de Castro, face ao custo do frete de captação e de translado do produto até S ão Paul o . N o s d o i s casos captação e distribuição, as distâncias percorridas são desfavoráveis nesse corredor. Os corredores de Goiás obtiveram posição intermediária, enquanto S ão Paulo valeu-se da proximidade de S ão Paulo e da isenção de ICMS para viabilizar a cadeia produtiva do Leite em pó. O m e n o s fav orável d e s e m p e n h o d o s _ Tabela 2 - corredores s e d e u e m Minas Gerais. O elevado preço do leite no pri meiro elo em rel ação aos demais corredores, somado ao ICMS, contribuem para explicar esse co mportamento. A Tabela 3 reproduz indicadores extraídos da MAP, para cada corredor, para leite longa vida. Todos os corredores mostraram-se compe titi vos , p o i s apre s e n taram l u cros p r i v ad o s , medidos a preços de mercado intern o . O cor re d o r Castro fo i o de m e l h o r d e s e m p e n h o , seguido d o s corredores do R i o Grande d o Sul e Rio Verde. Os corredores de São Paulo e Sete Lagoas foram os menos competitivos. Por outro lado, todos os corredores mos traram-se eficientes. Novamente, os corredores c o m melhor desempenho fo ram C a s t r o , R i o Grande d o S u l e Rio Verde. O s corredores menos eficientes também foram os de S ão Paulo e Sete Lagoas. Numa comparação entre lucros privados e lucros sociais, percebe-se que todos os corredores apresentaram d istorções negat i v a s , d e m o n s trando q u e a s políticas públicas e a s falhas de mercado diminuíram o lucro auferido na cadeia do leite Longa Vida. As maiores distorções foram nos corredores Teutônia, Mal. Cândido Rondon e Piracanjuba, enquanto as menores ocorreram em S ão Pau l o e Castro . l u n d i aí apresentou d i s torção restrita e bem inferior aos demais corredores (R$ 0,002 ) . Os coeficientes d e proteção demonstraram que todos os corredores apresentaram níveis reduzidos de desproteção, sendo que o corredor lundiaí apresento u restrito índice de proteção . O Coeficiente de Proteção Nominal - C PN in dicou que os preços domésticos de comerciali zação estiveram muito próximos d o s preços mundiais. Resultado semelhante foi obtido para o indicador Coeficiente de Proteção Efetiva CPE, Indicadores privados e sociais da cadeia produtiva do leite em pó, por corredor. C or re do r es Piracanj uba Rio Verde Ibiá Sete Lagoas lundiaí R ibeirão Preto C astro Mal . Rondon Teutônia Carazi nho Lucro Privo (R$ ) Lucro S o cial (R$ ) 2,08 2,4 1 2, I 2 1 ,80 1 ,70 1 ,57 2 ,7 9 2,29 2,59 2,49 5,60 5,9 I 5,65 5,27 5, 1 9 5, 1 6 6,33 5,82 6, 1 1 5,98 Coef. Prot. Nom. Coef. Prot. Efet. CPE CPN 0,63 0,63 0,63 0,63 0,63 0,63 0,63 0,63 0,63 0,63 0,48 0,50 0,47 0 , 44 0,46 0,43 0,50 0 , 47 0,49 0,48 Fonte: Dados d a pesquisa Pág . 63 Pág. 62 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS que considera o efeito de política e falhas de mercado, não s omente sobre o preço dos pro dutos, mas também sobre o preço dos insumos transacionávei s . E s s e s i n d i c a d o res p arecem es t ar e m consonância com as importações d e Leite Longa Vida ocorridas no período analisado, que foram reduzidas. Entre agosto de 2000 e julho de 200 1 , foram d e US$ 3 3 milhões, o que correspondeu a 8, 1 % do total das importações lácteas, de acordo com o Banco de Dados Econômicos da Embrapa Gado de Leite (200 1 ) . Em termos de volume, o equivalente a 3 , 4 % do consumo nacional de Leite Longa Vida em 2.00 1 . A Tabela 4 apresenta o s indicadores de e fi ci ê n c i a e c o m p e t i ti v i d ad e p ara todos os c o rre d o r e s , n as d u as c ad e i as prod utivas analisadas . Por terem apresentado valores para o indicador Razão do Custo Privado menores que a unidade, todos os corredores mostraram se competitivos. O RCP sendo inferior à unidade indica que os fatores de produção domésticos receberam mais do que seu retorno normal. As cadeias pro d utivas mostraram -se capazes de manter os fat o res d o més t i c o s e mpregad o s , podendo inclusive v i r a se expandir. Castro e lundiaí foram, respectivamente, os corredores mais e menos competitivos, tanto para Leite Longa Vida, quanto para Leite em Pó. O indicador Razão de Custos Domésticos indica quanto se utiliza de recursos domésticos para se e c o n o m i zar u m d ó l ar de d i v i s a na importação. No caso de ser inferior à unidade, o valor dos recursos domésticos empregados na pro d u ç ã o é i n ferior ao val o r a d i c i o n a d o , indicando q u e a expansão desta atividade traz ganhos líquidos para o país . Informa, portanto, que o valor adicionado é mais do que suficiente Tabela 3 - ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS para remunerar os fatores de produção pelo seu custo de o portunidade, dando origem a l u cro positivo. Todos os corredores apresentaram efi ciência nas duas cadeias analisadas . Novamente, C as tro e J u n d iaí, respec t i v amente foram o s corredores c o m maior e menor efi ciência. Excetuando os corredores d e S ão Paulo, em que a cadeia de Longa Vida mostrou-se mais competitiva que a do Leite em Pó, nos demais não foram registradas grandes diferenças para o indicador RCP. Quanto ao RCD, a cadeia de Leite em Pó foi signficativamente mais eficiente em todos os corredores, quando comparado com o leite Longa Vida. Em Mal. Cândido Rondon, por exemplo, o RCD do Leite em Pó foi a metade do encontrado para o Longa Vida. Promoveu-se uma simul ação rel ativa ao limite de preços que anularia a competitividade e a eficiência nas duas cadeias produtivas, para todos os corredores . Os resultados encontram se na Tabela 5. A competitividade das cadeias deixaria de existir a partir do preço de comercia lização do produto em que o indicador RCP fosse igual a unidade, medi d o em termos privados. Com RCP igual à unidade, é indiferente utilizar os fatores de produção nas cadeias em análise ou utilizá-los em outras atividades. Nesse ponto, os fatores estão recebendo valores equivalentes aos seus preços-sombra. Para a cadeia produtiva do leite Longa Vida, os preços limite variaram entre R$ 0,5 1 (Castro) e R$ 0,6 1 (Rib. Preto) por litro posto em São Paulo, no atacad o . Os corredores que se mostraram mais resistentes à perda de competitividade foram Castro e os do R i o Grande do S u l , enquanto que o s menos competitivos foram os de S ão Paulo. Para Leite em Pó, os preços limite ficaram numa faixa de R$ 3 , 09 a R$ 4, 1 7 , por kg de Tabela 4 - Indicadores de competitividade e de eficiência para a s cadeias produtivas de Leite Longa Vida e Leite em Pó, por corredor. C o r re d o r e s Piracanj uba Rio Verde Ibiá Sete Lagoas Jundiaí Ribeirão Preto C as tro Mal . Rondon Te utônia Carazinho Fonte: Dados da pesquisa Lucro S o cial (R$) Coef. Prot. Nom. C PN Coef. Prot. Efet. CPE 0, 2 1 1 0 , 240 0,220 0, 1 9 3 0, 1 94 0, 1 7 9 0,277 0,227 0,252 0,248 0,272 0 , 24 0 0,220 0, 1 92 0, 1 9 2 0,295 0,264 0,295 0,96 0,96 0,98 0,97 1 , 00 0,99 0,98 0,96 0,95 0,9 1 0,92 0,95 0,92 1 , 04 0,99 0,96 0,90 0,89 Eficiência (RCD) Competitividade (RCP) C o r re do r es Vida Leite e m PÓ Vida 0,35 0,3 1 0,3 1 0,33 0,43 0,40 0,2 1 0,26 0,23 0,24 0,35 0,30 0,30 0,3 1 0,37 0,36 0,2 1 0,27 0,24 0,24 Piracanj uba Rio Verde Ibiá Sete Lagoas lundiaí Ribeirão Preto Cas tro Mal . Rondon Teutônia Carazinho Leite em Pó 0, 1 7 0, 1 5 0, 1 4 0, 1 5 0, 1 9 0, 1 6 0, 1 0 0, 1 2 0, 1 1 0, 1 2 0,30 0,26 0,27 0,28 0,36 0,32 0, 1 9 0,24 0,2 1 0, 1 9 Fonte: Dados da pesquisa Tabela 5 - Preços de comercialização em S ão Paulo, os quais a competitividade e a eficiência são anuladas, cadeias produtivas de Leite Longa Vida e Leite em Pó, por corredor. C ompetitividade (RCP) Indicadores privados e sociais da cadeia produtiva do leite longa vida, por corredor. Lucro Privo (R$) adicionad o n a cadeia a preços i nternaci onais s eria i n s u fi c i ente p ara remunerar o s fatores de produção domésticos pelo seu custo de opor tunidade. Não seria, p ortanto, uma es tratégia socialmente eficiente economi zar divisas com o estímulo à produção interna em sub stituição à importação. Para a cadeia de Leite em Pó o l i m i t e de p r e ç o s n o a t a c a d o e p o r k g colocado em S ão Paulo v ariaria entre R$ 3 ,0 1 e R $ 4 , 1 4 , d e a c o r d o c o m c a d a c o rre d o r. N o v am e n t e , Castro e o s corre d o re s d o R i o Grande do S u I resiste m mais a u ma queda d e preços, enquanto que o s d e S ão Paulo são menos resistente s . leite em pó colocado no mercado de S ão Paulo, a preços d e atacad o , v ari ando por c o rredor. N o v amente Castro e os c o rredores d o R i o Grande do S u l foram mais . competitivos, contra os de São Paulo. Quan to aos preços l i mi te e m termos de eficiência verificou-se que, p ara o leite Longa Vi d a , os preços n o atac ado esti veram e ntre R$ 0,5 1 (Castro) e R$ 0,60 (Rib. Preto e Sete Lagoas) p o r l i tro de leite c o l o cado em S ã o Pau l o . Aos preços d a Tabel a 5 , por corredor, é i n d i ferente ao p aís p ro du z i r o u i m p ortar. Para v al o res i n fe r i o re s aos apres e n t a d o s o recomendável seria a importação, pois o valor Longa Vida Piracanj uba Rio Verde Ibiá S . Lagoas Jundiaí R i b . Preto C as tro Mal . Rond. Teutônia Carazinho Eficiência (RCD) Leite em Pó R$ US$ R$ 0,68 0,67 0,69 0,72 0,63 0,65 0,63 0,68 0,65 0,66 0, 3 2 0, 3 2 0,33 0, 3 4 0, 3 0 0, 3 1 0, 3 0 0, 3 2 0, 3 1 0, 3 1 4,58 4,25 4,70 5,01 4,46 4,63 4,0 1 4,5 1 3,57 3,68 Longa Vida Leite em PÓ US$ R$ US$ R$ US$ 2, 1 6 2, 01 2,22 2, 3 7 2, lJ 2, 1 9 1 , 89 2, 1 3 1 , 69 1 , 74 0,669 0,666 0,679 0,7 1 9 0,625 0,637 0, 627 0,677 0,645 0,667 0,32 0, 3 1 0, 3 2 0, 3 4 0, 3 0 0, 3 0 0, 3 0 0, 3 2 0, 3 0 0, 3 2 4,54 4,23 4,63 5,0 1 4,43 4,53 3,93 4,46 3,55 3,67 2, 1 5 2, 00 2, 1 9 2,37 2, 09 2, 14 1 , 86 2, l J 1 , 68 1 , 73 Fonte: Dados da pesquisa Nota: Inclui impostos Pág . 64 65 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS 4. C O N C L U S Õ E S Os resultados obti dos demonstraram que as propriedades são eficientes, embora nem todas sejam competitivas. São Paulo tem, em média, propriedades menos eficientes entre o s cinco estados, enquanto que as mais eficientes en co ntram-se e m C astro e Teutônia. Todas as propriedades são desprotegidas e em todas ocor reram transferência de recursos para a economia. Q u an t o às cadeias p r o d u ti v a s , e m b o ra todos os c orredores tenham se mostrado efi cientes e c o mpetiti v o s , os corredores de São P au l o n o v amente apresentaram desempenho menos favorável . O nível de des proteção foi reduzido para Longa Vida e mais acentuado para Leite em Pó. O custo representado pela utilização de embalagens cartonadas no Longa Vida merece destaque. A opção brasileira pelo consumo de leite fluido onera o produto . O custo da emba lagem equivale a todos os custos variáveis dessa cadeia produtiva. Para o laticínio, o custo é um pouco menor que o de aquisição, captação e transporte do leite até a unidade de processamento. Quanto às simulações, é evidente o grande i mpacto que variações no preço dos produtos lácteos i mp o rtados têm em suas res pectivas c a d e i as . Decisões de p o l ít i c as c o merc i a l e macroeconômicas têm, portanto, repercussões acentuadas n o SAG d o Leite em geral , especialmente no ambiente das fazendas e das cadeias. Dado o quadro generalizado de pena lizações encontrado, decisões de política externa comercial, de tarifações federais e principal mente estaduais, bem como ações públicas e de coordenação privada, que reduzam o poder de mercado de empresas compradoras , p oderiam resultar em compensações, levando os pro du tores a conviver com preços de insumos e preços artifi c i ai s de l e i te , v i gentes no merc ad o internacional. SUMM ARY The present p ap e r analyzed the c o m p e t i t i v e n e s s and the e ffi c i e n c y o f the productive chain of the powdered milk in ten of the principal corridors , corresponding to the fi ve states of the most important federation in the production of milk, in B razi l . The appropriation of costs considered the setorização • • • • ANAIS DO XX C O N G R ESSO NAC IONAL DE LATiCíNIOS EXPERIÊNCIA DE IMPLANTAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO criteri o n . The analyse about competitiveness and of efficiency it was been used the matrix Analysis Police. The obtained results all o w to affirm that the corridors are competitive and efficient, and they s u ffer i ntense penali zação generated by public politics and market flaws. An Experience of Good Manufacturing Practices Starting program Bruno Mazzer de Oliveira Ramos1 Lúcia Helena da Silva M i gl ioranza2 Key-words : compititivenes s ; eficiency ; dairy REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS RESUMO B RAND à O, A. S . P. E Leite, 1 . L . B. Caracte rísticas principais do comércio internacional de leite. O Agronegócio do leite no B rasil. Em brapa Gado de Leite. Juiz de Fora. 200 1 . 1 67- 1 80. FER R E I R A , L . R . Taxa de câmbi o e p o l ítica cambial no Brasil. UERJ/FCE. 2002. 56p. (tese para concurso público de professor titular) . IBGE. Matriz de Relações Intersetoriais do B rasil. 1 9 9 6 . http ://w ww.ibge. gov.br ( 2 1 /05/ 2000a). I B G E . C e n s o A gr o p e c u ár i o - 1 9 9 5 . http : // www.ibge.gov.br (2 1 /05/2000b). LOPES , M . R . O imposto compensatório sobre os subsídios na origem e prática de "dumping" nos mercados agrícolas : um estudo preliminar no caso do Brasil. In: Com ércio internacional e comercialização agríc o l a . V i ç o s a . UFV. 1 995. 67-98p. MARTINS , P. C. e GUILHOTO, J. J. M . Leite e derivados e a geração de emprego, renda e ICMS no contexto da economia brasileira. In: GOMES, A. T. , LEITE, J. L. B . & C A R NE I R O , A. V. ( e d i t s . ) O a g r o n e g ó c i o d o l e i t e n o B ra s i l . Embrapa Gado de Leite. Juiz de Fora-MG. 200 1 . 1 8 1 -205p. MONKE , E . & PEA R S O N , S . R . T h e policy analysis matrix for agricultural development. C ornell University Press . 1 9 8 9 . 279p. NASSER, B. Economia regional, desigualdade regional no Brasil e o estudo dos eixos nacionais de desenvolvimento. Revista do BNDES, v. 7, n. 1 4, p. 1 45 - 1 7 8 , dez./2000. T S A KO K , I . A g r i c u l t u ral price p o l i c y - A practitioner's g u i de to partial - equilibrium analysis . Cornell University Press. Ithaca. 1 990. 305 p . YA MAGUCHI, L . C . T. , C A R NEIRO, A . v. , MARTINS, P. do C. Custo da produção de leite : Abrindo a caixa Preta. Curvelo. Embrapa 2002 . 72p. • • • Os programas de qualidade apresentam um conteúdo técnico simples, de fácil entendimento, mas , dependendo da real i d ade d a empresa, d e d ifícil implantação e monitorament o . O conceito de Boas Práticas d e Fabricação (B PF) assimila o conteúdo d e programas como 5 ' S e ISO e faz a ligação direta com a qualidade do produto final, atuando em pontos que podem vir a comprometer a segurança do consumidor. O processo de implantação de B PF em uma empresa, inicia-se pelo organograma de cargos a partir do gerente de controle de qualidade e divisão da empresa em setores, por um levantamento das condições físicas dos prédios, instalações internas e área externa, confecção do fluxograma desde o recebimento das matérias-primas até o armazenamento e a expedição dos produtos para comercialização. Prevê ainda, a avaliação das condições higiênico-sanitárias do ambiente da empresa e dos c o laboradore s , a c o n fecção de manuais de o p eraç ã o , man u te n ç ã o e l i mp e z a d e equipamentos, bem como o destino adequado para resíduos e efluentes. Essas informações são identifi cadas na forma de itens de B PF, que indicam ações realizadas ou situações observadas que não estariam corretas naquele ambiente de produção, ações essas conhecidas como não conformidades. Essa primeira fase do processo de implantação de B PF é dada como a mais importante, devido ao grande número de informações colhidas, avaliadas e interpretadas, e a partir desses dados são idealizadas as fases seguintes, estabelecendo o modo (alterações práticas) e intensidade (data limite para cumprimento). Como a execução do projeto não depende apenas da instalação de equipamentos e adaptação de ambientes, e sim da interação e ações realizadas pelos colaboradores, são realizadas reuniões na forma de treinamentos , p ara instrução e assimilação de novas práti cas a serem adotadas n o ambiente d a empresa. A manutenção do programa d e B oas Práticas d e Fabricação é realizada p e l o gere n te do controle de q u a l i d ade através de monitoramento d as ações de n ã o conformidade e definição de critérios e metas a serem atingidos p o r novos treinamentos. O monitoramento dos itens de B PF é realizado pelos responsáveis dos setores de produção, através de auditorias na l inha de produção, com freqüência definida pela necessidade, de acompanhamento de ações corretivas . A conferência e quantificação d as informações resultantes das auditorias, fornecem dados substanciais ao gerente do controle de qualidade para tomada de decisões rápidas e de efeito direto no ambiente de produção. Para que essas informações não sej am perdidas por gerarem um grande número de rel atórios (de cada setor d a empresa), é empregado o s i stema GMP Con tro [ Sys tem , u m aplicativo de informática que permite o gerenciamento das Boas Práticas de Fabricação de forma rápida e com apresentação de relatórios gráficos e descritivos da situação atual da empresa ou entre p eríodos pré-estabelecidos. O sistema é subdividido em seções independentes para i n c l u s ã o de i n formações da empresa, dos s e t o res de p ro d u ç ã o , d o s c o l aboradores (identificação, observações importantes e prontuário médico), dos itens de B PF (definição e nível de importância), do monitoramento dos itens de B PF (com relatórios resumidos e d e t a l h ad o s , gráfi c o s e d e s cri t i v o s ) e de tre i namentos ( c o n t e ú d o e p r e s e n ç a d o s participantes) . O s istema ainda pode ser visto como u m ponto diferencial nas relações 2 Consultor em Gestão de Qualidade, MSc., Pesquisador convidadó pela Uni versidade Estadual de Londrina. E-mai l : b ru nomazzer@ hotmail.com. fone: (43) 3324 0057 ou (43) 994 1 7 1 9 1 . Docente d o Departamento d e Tecnologia d e Alimentos e Medicamentos d a Universidade Estadual d e Londrina. E-mai l : luciah @ uel.br. fone: (43) 337 1 4565, ramal 204. Pág. 6 6 Pág . 67 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS co merCiaiS, onde a empresa, na condição de fornecedora de matéria-prima, é avaliada quanto à aplicação de Boas Práticas de Fabricação, apresentando dessa forma, informações atualizadas e de fácil visualização e interpretação. Esse protocolo de implantação de B PF, foi testado em uma empresa produtora de doce de leite (Empresa A), entre outros produtos, com elevado grau de resistência à implantação das normas, particularmente pela diretoria da empresa, e em uma padaria (Empresa B), onde a aplicação do programa foi de fácil assimilação por parte dos proprietários. As modificações foram registradas com relatórios descritivos, documentados com imagens fotográficas. Os resultados a médio prazo foram positivos sob determinados aspectos . Alguns avanços foram observados com relaç� � à adequação dos espaços de circulação, instalação de refeitório, adequação de alguns utenstllOs empregados no setor produtivo, entre outros . Palavras-chave: não conformidades, monitoramento, qualidade, segurança. 1. INTROD U Ç Ã O 2. MATERIAL E MÉTODOS A produção d e alimentos é considerada uma d as ati vi dades que mais requer c u i dados n a manipulação da matéria-prima e medidas preven tivas para evitar a contaminação ou deterioração do pro d u t o . P ara asseg urar a q u a l i d a d e d a matéri a-prima e do produto final, s ã o i mplan tados programas de qualidade que atuam sobre todos os aspectos dentro da empresa, desde sua parte física (instalações e equipamentos) até os re c u rs o s h u m a n o s que trab a l ham d ireta o u i n di retamente e m c ontato c o m os alimento s . A exigência d a implantação de programas de qualidade é dada conforme as portarias 368/ 1 997 do Ministério da Agricultura e do Abastecimento e 3 2 6/ 1 997 do Ministério da S aúde que apre sentam o regulamento técnico sobre as condições h i g i ên i c o - s an i t ári as e de b o a s p ráti c as de fabricação para estabelecimentos produtores/ industrializadores de alimentos. O conceito de B oas Práticas de Fabricação (B PF) assimila o conteúdo de programas como 5 ' S e ISO e faz a ligação direta com a qualidade do produto final, atuando em pontos que podem vir a compro meter a segurança do consumidor. C ompreende-se como B PF, ações ou pro cedi mentos realizados no ambiente d e manipulação e c o n fecção que preservam a q u al i d ad e do produto. A implantação do programa d e B PF tem como obj etivo imp lemen tar as ações cor retas e atuar n a prevenção p o s s ív e i s ações chamadas de não confo rmidades, que como o próprio nome diz, são procedimentos realizados ou condições fís icas do ambiente que possam comprometer a man u tenção da qualidade dos alimento s . O presente trabalho reporta a realidade de i m p l an t ação de B PF em d uas empre s as de tamanho ( n ú mero d e c o l aboradores e área fís ica), produtos e níveis de consciência d o s diretores diferenciado s . A implantação do programa de B PF fo i realizada em duas empresas (A e B) que utilizam matérias-primas lácteas como ingredientes dos seus produtos finais. A primeira fase do processo de implantação consi ste de um levan tamento d i agnóstico da empresa como um todo, considerando o organo grama de recursos humanos, com a especificação dos cargos a partir do gerente de controle de qualidade e divisão da empresa em setores, as condições fís icas dos prédios, i nstalações in ternas e área externa, o fluxograma das linhas de produção desde o recebimento das matérias primas até o armazenamento e a expedição dos produtos para comercialização. Prevê ainda, a avaliação das condições higiênico-sanitárias do ambiente d a empresa e dos c o laboradores, a confecção de manuais de operação, manutenção e limpeza de equipamentos, bem como o destino adequado p ara res í d u o s e e fl uentes . E s s a s informações são identificadas na forma de itens de B PF, que indicam ações realizadas ou situações observadas que não estariam corretas naquele ambiente de produção, ações essas conhecidas como não c o nfo rmidades . Essa primeira fase do processo de implantação de B PF é dada como a mais importante, devido ao grande número de informações colhidas, avaliadas e interpretadas, e a partir desses dados são idealizadas as fases seguintes, estabelecendo o m o d o ( alterações práticas) e intensidade (data limite para cumpri mento) . Nesta fase do trabalho é importante a apresentação de alternativas para a eliminação de não co nformi dades, l embran d o - s e de que algu mas i m p l e mentações requerem i n v e s t i mentos substanciais e demandam maior tempo para realização. Para demonstrar a realidade da empresa, um relatório é confeccionado e apre sentado à d ireção da empresa, com fo tos ressaltando as não conformidades observadas . ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Como a execução do projeto não depende apenas da i n s t al ação de e q u i pamentos e adaptação de ambientes, e sim· da i nteração e ações realizadas pelos colaboradores, inicia-se então a segunda fase de implantação das B PF, com a re ali zação de reu n i õ e s n a fo rma de treinamentos para instrução de novas práticas a serem adotadas no ambiente da empresa, como por exempl o : o modo de atuação dos respon sáveis pelos setores (quando há a necessidade de abordagem de algum colaborador com aplicação de advertê n c i a ) , treinamento s o bre h i g i e n e pessoal (compreenden do técnica d e lavagem d e mãos , v e s t i m e n t a ) , trei namentos s e toriais ( a p l i cação d e p ráti c as c o n d i zentes c o m u m determinado setor). A m a n u t e n ç ão d o p rograma de B o as Práticas de Fabricação é realizada pelo gerente do controle de qualidade através de monitora mento das ações de não conformidade e definição de critérios e metas a serem atingidos por novos trei namentos . O moni toramento dos itens de B PF é realizado pelos responsáveis dos setores de produção, através de auditorias na linha de produção, com freqüência definida pela neces sidade de acompanhamento de ações corretivas. A conferência e quantificação das informações re s u ltantes das a u d i t o r i a s , fo rnecem d a d o s substanciais a o gerente do controle de qualidade para tomada de decisões rápidas e de efeito direto no ambiente de prod ução . Para q u e e s s a s informações não s ej am perdidas por gerarem um grande número de relatórios (de cada setor da e mp re s a ) , é e m p r e g a d o o s i s te m a GMP Control Sys tem, um aplicativo d e informática que permite o gerenciamento das B oas Práticas de Fabricação de forma rápida e com apresen tação d e relatórios gráfi c o s e descri t i v o s da situação atual d a empre s a ou entre p eríodos pré-estabelecidos. O sistema é subdividido em s e ç õ e s i n d ep e n d e n t e s p ara i n cl u s ã o de i n fo rmaç õ e s da empresa, d o s s e t o re s de pro d u çã o , dos c o l ab oradore s ( i d e n t i ficação, observações importantes e prontuário médico), dos i t e n s d e B PF ( d efi n i ç ão e n ív e l de importância), do monitoramento dos itens de B PF (com rel atóri os resumidos e detal hados, gráfi c o s e d e s c r i t i v o s ) e d e t r e i n a m e n t o s (conteúdo e presença dos participantes) . O sis tema ai n d a p o d e ser v i s t o como u m p o n t o d i ferenc ial nas relações c o merci a i s , o n d e a e m p r e s a , n a c o n d i ç ão d e fo rnec e d o r a d e matéri a-pri ma, é avaliad a quanto à aplicação de B oas Práticas de Fabricação, apresentando dessa forma, informações atualizadas e de fácil visuali zação e interpretação. 3. RESULTADOS E D IS CUSSÃO O modelo de implantação de B PF citado anteriormente foi i m p lementado e m d uas empresas manipuladoras de produtos l ácteos da região norte do Estado do Paraná. Empresa A A empresa A é classificada como de grande p o rte e pos s ui em méd i a 1 2 0 c o l ab o rad ores diretos na linha de produção . Dentre o s seus diferenciados produtos, elabora o doce de leite em pedaços , d o c e de ab ó b o ra e d o ce s de ame n d o i m . O serviço foi contratado i n icial mente devido a c o n s t at a ç ão d a presença de aflatoxina e m um d o s s e u s pro d u t o s , um problema que tem origem externa à e mpresa, pel a aqu i s i ç ã o d e l o t e s c o n t a m i n a d o s de amend oim. O levantamento diagnóstico foi realizado e relacionado às não conformidades encontradas na l inha de pro d u ção e no ambiente externo restante. O relatório foi apresentado à diretoria da empresa na forma de foto s d i gi t a l i zadas , i denti ficando as não c o n formidades e comen tando as possíveis alternativas para eliminá-las . Era visível, desde a primeira visita, a desorga nização, por parte da diretoria, do ambiente da empresa e das funções de cada pessoa que ali trabalhava exercia, pois não havia concordância nas opiniões e as tomadas de decis ões, muitas vezes , não tinha o consentimento de todos os diretores. Foram relacionadas as modificações a curto, médio e longo prazo e estipulados datas limites para cumprimento. Alguns itens foram s u geri d o s p ara al teração em c urto praz o : o rgani zação d e dep ó s i t o s , l i m p e z a d o pátio intern o , eliminação de entulhos acumu lados, e l i minação de equipamentos d a n i fi c ados ou ultrapassados, confecção dos manuais de ope ração, limpeza e manutenção de equipamentos, d e fin i ç ão de área para refe i t ó r i o ( p oi s os colaborad ores faziam s uas refeições s o bre as mesas de manipulação de matéri as- primas) e definição de área para e s t a c i o n a m e n t o de bicicletas dos colaboradores. Poucos itens foram cumpridos, e nenhum foi executado dentro da data estipulada como limite, mesmo aqueles que não dependiam de nenhuma forma de i nvesti mento. As modificações que requeriam inves ti mento como: troca de torneiras manuais por automáticas , eliminação de caneca comunitária para beber águ a, elimi nação de utensílios de madeira, quadros de giz da linha de produção, termômetros de vidro e emprego de lixos com � Pág . 69 Pág . 68 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS tampa acionada por pedal ; algumas só foram cu mpridas dias antes da auditoria da vigilância s ani tária, p o i s e s t avam c o rrend o o risco de serem multados ou ter o estabelecimento fechado por já terem sido autuados anteriormente. Com visitas programadas semanalmente, novas reuniões foram marcadas com a diretoria, e como sempre, o c o rp o de d i retores n u n c a es tava presente em sua total i dade. Em todos o s e n c o ntros era apre s e n t a d o re l at ó r i o d as modifi cações que foram cumpri das . A expl i c a ç ã o d a empresa p ara a não e x e c ução das m o d ificações era e m p arte devido a i n v e s timentos e também p e l a resistência a s modifi cações, p o i s n ã o achavam necessário alterações como elimi nação de entulhos e equipamentos em desuso, por não estarem "atrapalhando no interior da empresa" . Outra d ificuldade encontrada na implan tação do programa foi , e ainda é, a não dispo nibilização dos co laboradores em horári o de expedi ente p ara real i zação dos trei namentos necessári os . Na primeira reunião marcada com todos os colaboradores da empresa, a diretoria permitiu apenas 15 minutos antes do início do período de almoço. A reunião se alongou por mais 3 0 m i n u t o s além d o tempo previ s t o , e alguns co laboradores tomaram a iniciativa de comunicar o sindicato da classe para reivindicar o p eríod o i ntegral para a refeição e repouso. Esse tipo de acontecimento teria sido evitado se a reunião estivesse começado n o início do expediente, mesmo que fosse necessário estender a j ornada vespertina para cumprir a meta de produção do dia. Desse ponto em d iante, ficou bem claro que as modificações só aconteciam quando a empresa estava prestes a ser submetida a vistorias pela vigilância sanitária. Isso é uma atitude que retarda a previsão de implantação do programa, q u e i n i c i almente fora i de a l i zad o p ara ser colocado em prática dentro de um período de 6 mese s . A continuidade d a implantação de B PF deu se com o treinamento de higiene pessoal para todos os colaboradores e diretores da empresa. Alguns já conheciam o treinamento, mas muitos ficaram surpresos com o fato de estarem sendo s ub m e t i d o s a uma prát i c a de c o m o fazer a lavagem correta das mãos. Em seguida, atitudes anti- hi giênicas i mpróprias foram comentadas e demonstradas para que ficasse esclarecida a ação correta a ser realizada. Em seguida, os colaboradores responsáveis pelos setores da empresa foram submetidos ao treinamento de auditoria e atitude perante a uma não conformidade, enfatizando o procedimento de identificação, levantamento e comunicação, bem como o modo de bordar e exigir do colabo rador responsável pelo acontecimento . Nova mente a d i s c o r d ân c i a e n tre o s d i retores d a empresa marcou e alongou o período previsto para a realização do treinamento . O programa de implantação idealizado para empresa A em q u e s t ã o , e s tava pro gramad o , como citado anteriormente, para s e r concl uído em 6 meses . Após 70% do perí o d o p re v i s t o p ara implantação d o pro grama, fi c a visível a impossibilidade de cumprir o prazo estabelecido inicial mente, devido ao descaso e des atenção dada a importância do sistema. A v isão empre s arial de crescimento e expansão d a produção estava destinada d i retamente ao aumento da c o me r c i a l i z a ç ã o , não s e n d o c o n s i d er a d a a qualidade e segurança dos produtos . O serviço de c o n s ultoria para i mp l an tação d e B PF foi c o n trat ado c o m o j u s ti fi c ati va p a l i a t i v a à autuação realizada pela vigilância sanitária, em q u e era e x i g i d o c o n d i ç õ e s d o amb i e n t e d e produ ção pertinentes aos c o n ceitos d e orga n i z ação , h i g i e n e e o rd e n a ç ã o p r e s e n t e s no programa de B PF. Empresa B A empresa B representa uma panificadora e c onfeitaria, classifi cada como um estabele cimento comercial de pequeno porte, possuindo 20 colaboradores distribuídos entre a produção, manutenção e comercialização . Diferente do caso da empresa A, o serviço foi requi s itado pelos proprietári o s para s o l u cionar problemas inicial mente de organização, que geravam um certo desconforto dos mesmos perante aos clientes da loja. O trabalho foi iniciado seguindo o mesmo procedimento citado anteriormente. No levanta mento diagnóstico foi possível relacionar inú meras não conformidad e s , desorgani zação de ambientes do estabelecimento e não ordenação dos procedimentos de produção. O relatório foi apresentado e discutido com o proprietário di retor, deixando-o surpreso sobre muitos tópicos que havia a neces s i d ad e de alteraç õ e s ou adequações que jamais havia sido considerados anteri ormente . Os primeiros tópicos a serem abordados foram a organização do ambiente e a ordenação da linha de produção. Iniciou-se o programa providenciando a locação adequad a de equipa mentos, e adequando o fl uxo de utilização de utensílios e matérias-primas. ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS S UMMARY The establishment of Good Manufacturing Practices (GMP) is somehow difficult in certain kind of factories, specially the monitoring of the programo The concept of GMP assimilates the contents of 5' S and ISO and is directly linked to the final product quality, acting o ver points that are important to grant the consumer safety. The first step in the program is about the board of employee status, including the control quality manager, and sections division in the industry, the p l a n t b u i l d i n g i ns t a l l at i o n , i n ternaI and externaI areas, i n gredients and raw material reception, expedition and commercialization of products. Include the hygienic and s anitatio n c o n d i t i o n of p l ant a n d e m p l oyers , the G M P manual, and procedures o f equipment maintenance, cleaning and operation, as well as the correct destination of effluents and by-products. These i n formation are i d e n t i fi e d as G M P items sho w i n g n o n c o rrect ac c o m p l i s he d a c t i o n s o r observed s ituations i n t h e production environment . These actions are recognized as "non conformity" . This first step o f G M P is the most i mportant, due to the great number of collected, evaluated and interpreted information, because after that, the next steps are programmed, establishing the way (practical alterations) and intensity (deadline date) . The establishment of the pro p o s a i it is n o t d e p e n d i n g on new e q u i p ment o r i n s tal l at i o n o n l y, b u t i t is depending o n the employees i nteraction and acti o n . In this case, training and meeting are necessary to assimilate the new procedures being a d o p t e d b y t h i s i n d i v i d ua I s i n the p l ant environmen t . The GMP program maintenan ce is made by the control quality manager, through non conformity action monitoring and defining goals a n d approach t o be a c h i e v e d b y new tralOlOg. The GMP items monitori n g i s made by production section manager, through audits i n the plant l i n e , and freq u e n c y d efin e d by evaluation of corrective actions. The results of a u d i t s , verifi e d and q u an t i fi e d , g en erates substantial data to the quality manager, for rapid d e c i s i o n and h a v i n g d i re c t i mp ac t in the p r o d u c t i o n e n v ironment . The GMP C o ntrol S ystem, one softw are speci ally developed for g o o d manufactory practices man agement, permits quickly evaluation through des criptive and graphic reports of real p l ant situ ation in pre defined periods. The system is subdivided in i ndependent sections c o n taini n g i n formation about p l a n t , p r o d u c t i o n s e c t o r s , e m p l o yees ( i d e n ti fi c ati o n , i m p o rt a n t o b s e r v at i o n s , medicaI reports ) , G M P i tems ( defi n i t i on and i m p ortan c e l e v e I ) , G M P i t e m s m o n i t o r i n g (with resumed and detailed reports, descriptive and grap h i c s ) and t ra i n i n g ( i s s u e s and e m p l o ye e fre q u e n c y ) . T h e s y s t e m m a y be c o n s i d ered as c o m m er c i a l r e l a t i o n s hi p r e fe re n c e , i f t h e p l a n t t h a t s u p p l i e s raw material i s evaluated according t o the GMP, showing up to date easily seen and i nterpreted i n fo rmat i o n . T h i s i mp l anted G M P p r o t o c o l w a s t e s t e d i n a s w eet fac t o ry ( fa c t o ry A ) , w hose pres idents strongly res isted the norms establishment, and in a b akery ( factory B ) , whose president i s a n open mind pers o n . The al terat i o n s w e re r e g i s tered in d e s c r i p t i v e reports, documented i n photo i mage . T h e short period goals were p o s i t i ve cons idering s ome aspects . . S ome advances were observed in the circulation adequacy of places, the meal room was created, and adequacy of uten s i l s in the production plant, among o thers modificati ons. Key-words : non conformity, monitoring, quality, safety. Pág. 70 Pág . 71 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS USINA DE LATiCíNIOS UFV - FUNARBE E O PROCESSO DE EXPORTAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO Funarbe dairy and the export process: a case study Rogério Satoru Tanabe1 Cláudio Furtado Soares2 RESUMO Uma fase de mudanças está ocorrendo no setor leiteiro , que adentra o novo milênio mostrando importantes avanços ocorridos. Confirma-se pelo incremento da produtividade do rebanho leiteiro o aumento da especialização do produtor, mas que infeli zmente não res ultou na remuneração adequada de pequenos e médios laticínios, sem mencionar os produtores. Assim, cada vez mais o mercado de leite e derivados procura alternativas em seu processo de comercialização. Um mercado potencial que tem despertado muito interesse seria o comércio exterior, uma alternativa que pode originar margens mais j ustas ao setor. Acompanhan do o que poderia se chamar de tendência, o B rasil vem aumentando suas exportações de produtos lácteos nos últimos três anos. Tendo em vista esta oportunidade e incentivado pela procura de um cliente estrangeiro , a empresa procurou os meios para viabili zar a comerciali zação de seus produtos. Este artigo mostra de forma sucinta o processo de exportação vivenciado pela Usina de Laticínios UFV Funarbe, bem como os potenciais benefícios a serem obtidos pelas empresas em vista das adequações às exigências do mercado externo. Palavras -chave : laticínios, exportação , credenci amento para exportação . 1 . INTRODU Ç Ã O o setor leiteiro vive uma fase d e adaptação e entra no novo milênio podendo contabili zar importantes avanços ocorridos, principal mente nos últimos cinco anos. Nota-se pela elevação da pro d u ç ão e da pro d u t i v i d ad e d o reb anho bras ileiro que o produ tor está cada vez mais especializado. De acordo com Á lvares, Bernardes e Netto (2002), hoj e cerca de 7 0 % da matéri a-prima que chega ao mercado formal passou por um tanque de resfriamento na fazenda e foi trans p ortad a a grane l . As 10 maiores indústrias e co operativas de laticínios do País estão com praticamente 1 0 0 % d o l e i te co letado em caminhões com tanques isotérmicos. Há cinco 2 ano s , menos de 1 0 % d o leite p r o d u z i d o era refrigerado na propriedade, o que representava a perda de qualidade. Em termos de pro d u ção d e s t a c a - s e o Estado de Minas Gerais, que em 200 1 foi de 6 bilhões de litros, o que correspondeu a 29 % da produção nacional . O val or da produção foi de 1 ,9 bilhões de reais, o equivalente a 3 , 9 % do PIB mineiro e 1 4 % do PIB de sua agropecuária, sendo uma atividade presente na totalidade dos municípios do estado (FAEMG, 2002). Os avanços ocorridos no setor são consi deráveis e ainda assim não se consegue remu nerar adequadamente pequenos e médios l ati cín i o s , sem men c i o n ar o s produtore s . Desta Mestrando em Ciência e Tecnologia de Alimentos (UFV). DS em Engenharia de Produção (COPPE/UFRJ) e Professor Adjunto do Departamento de Tecnologia de Alimentos da UFY. - forma, cada vez mais o mercado de leite e deri vados procura alternativas em seu processo de comercialização. Um mercado potencial que tem despertado m u i t o i n tere s se s eria o c o mérc i o exte r i or, u m a altern ati v a que p o d e originar margens mais j ustas ao setor. N o rt e a d o p o r e s s a o p o rt u n i d ad e , e s te trabalho busca descrever o credenciamento j unto ao Ministério da Agric ultura e o process o de exportação conduzidos pela Usina de Laticínios UFV - Funarbe. Dispõe-se, assim, de mais uma ferramenta para estudantes de graduação e pós graduação que desejam compreender u m pouco mais s o b re o s mecan i s m o s e n v o l v i d o s no processo de exportação . Tabela 1 2. REVI S à O B I B LIO GRÁFI C A Fonte: USDA, CNA. Elaboração: CBCL. O Brasil vem aumentando suas exportações de produtos lácteos nos últimos três ano s . Para a abertura do mercado e xtern o , a q u e s t ão sani tária e a p ad r o n i z a ç ão d o l e i t e e s eus derivados são fundamentais . As medidas agora adotadas, c o m o o Programa N a c i o n al de Melhoria da Q u al i d ade do L e i te ( P N M Q L ) , constituem fator decisivo para a elevação dessas exportações . Segundo Rubez ( 2 0 0 3 ) , o p aís d et ê m o segundo maior rebanho mundial (20 milhões de vacas ordenhadas ) , é o quinto maior produtor de leite dentre os 1 93 países do mundo (tabela 1 ), organiza a terceira maior exposição de gado leiteiro do planeta (Expomilk), além de formar u m a d a s ú n i cas raças leite iras m u n d i ai s e s pe cífic a s p ara o s tró p i c o s ( g i r o l a n d a ) e produzir o leite mais barato do mundo (US$ 0, 1 6 por l itro maio/2003 ) . B ressan, S ilveira e Martins (2002) citam que a produção brasileira vem crescendo a taxas bastante elevadas : 4, 1 % ao ano nos últimos dez anos . Isto significa oportunidades de atender o mercado interno e, melhorando a qualidade da matéria-prima, tornar o . B rasil um país expor tador de leite e derivados, ainda que de forma incipiente. A criação recente da Serlac Trading SIA, sob a marca Brazílian Dairy B oard, reunindo empresas como a Paulista, Confepar, Itambé , Embaré e Ilpisa é um bom indicador de uma maior agre s s i v i dade na e x p o rt ação de láct e o s . D a mesma fo rma, a criação d a A l i an ç a Láctea G l o b a l , reuni n d o países como a A rg e nti n a, Austrália, Brasil, Chile, Nova Zelândia e Uruguai, contribuirá para fortalecer os embates desses países contra subsídios e prátic as desleais de c o mércio i nternac i o n a l , n ot adamente U n i ão Européia, Estados Unidos e Japão. Em 2 00 1 , as v en d as e x ternas do setor lácteo brasileiro alcançaram US$ 25,02 milhões, apresentando crescimento de 87,3 % e m relação a 2 0 0 0 . Em 2 0 0 2 , de j aneiro a j u l h o , as exportações atingiram US$ 23,70 milhões, com aumento d e 24 1 , 2 % em rel a ç ão a o mesmo período de 200 1 (B ITTAR e B ALDI, 2002). J á começa a se esboçar um cenário positivo n o setor leiteiro, entretanto, existem algumas restrições a serem superadas . Uma delas seria a importação de prod utos l ácteos c arregados de subsídios e dumping nos países de origem, que provocam o balizamento artifi ci al dos preços prej u d i c a n d o toda a c ad e i a e d i m i n u i n d o a c om p e t í ti v i d a d e d o s p ro d u t o s naci o n ai s n o mercado externo . O governo t e m realizado esforço s nesse sentido, onde podemos citar o estabelecimento de medidas antidumping e tarifas a esses produtos, d i m i n u i ç ã o do prazo d e fi n an ci a m e n t o das importações e inclusão do soro de leite na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul. Essas e outras medidas têm reduzido o impacto negativo que as distorções do mercado mundial de leite provocam em nosso mercado intern o . A qualidade da matéria-prima é u m a das maiores barreiras ao desenvolvimento e conso li dação da indústria de laticínios. O estabele cimento do Programa Nacional de Melhoria da Q u al i d ad e do Leite ( P N M Q L ) fo i a p edra fu n damental n o sentido d e profi s s ionali zar e otimizar os processos dos diversos elos das cadeia, uma vez que a questão higiênica envolve tanto a preocupação com a saúde do consumidor, quanto a redução de custos que traz embutida ao longo da cadeia produtiva, fazendo da qualidade um vetor de competitividade para o setor como um todo. Principais países produtores de leite no ano de 2002 . P a ís União Européia Estados Unidos Rússia + Ucrânia Í n dia B rasil ' Nova Zelândia Polônia Austrália Argentina Outros Total Pág. 72 B i l h õ es de l i t r os % 1 1 4,5 77 , 1 46,8 36,5 21,1 1 3 ,7 1 2,2 1 1 ,4 9,2 1 37,5 23,85 1 6 ,06 9,75 7,60 4, 3 9 2,85 2,54 2,38 1 ,92 28 ,65 480 1 00,00 Pág . 73 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS 3 . CREDEN CIAMENTO DO LATIC Í NIOS PARA EXPORTAÇÃO Foi dentro desse contexto que a Funarbe Laticínios iniciou seu processo de exportação. Pela procura direta de um cliente procedente de Portugal , a instituição procurou os meios para v i abili zar a comercialização. Uma das i mpli cações estaria no atendimento dos requisitos do M i n i s tério d a Agri cu ltura, que v ão d es d e a avaliação da estrutura física do laticínios, até a i mp l an tação de um programa para gestão da qualidade. Q u an d o se p reten d e e x p o rtar algum produto, no nosso caso em particular produtos lácteos, é necessário que a empresa seja devida mente credenciada no Ministério da Agricultura. Para t a l , d e v e - s e e ntrar em c o n t at o c o m o Serviço de Inspeção Federal (SIF), enviando uma solicitação simples de habilitação para expor tação contendo dados referentes à empresa. Por parte do S IF, é providenciada então a devida solicitação de habilitação p ara expor tação , que é encaminhada p ara o S erviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SIPA). Outra solicitação deve ser enviada também por parte da empresa, sendo esta mais detalhada que a anterior remetida ao S IF. As instalações da empresa são avaliadas por meio de um check list dividido em diversos itens, onde é avaliado cada aspecto dos fatores relevantes, dentre os quai s : • • • • • • • • • • • • • Á rea externa; Instalações industriai s ; Equipamentos e utensílio s ; Práticas sanitári as ; - Higiene do pessoal Limpeza e sanitização - Controle de pragas Controle de resíduos de antibióticos 3 L aboratório ; Instalações hidráulicas/água/vapor; Pro d u çã o de frio , armazenage m e frigorificação ; Estocagem não frigorificada; Almoxarifado ; Tran s p o rt e ; Disposição e eliminação de resíduos; Procedimentos ( Preenchidos s o me n te para programas PPHO E APPC C ) ; Registros ( P reenc h i d o s s omente p ara programas PPHO E APPCC). A p artir dessa aval i ação obtêm-se uma classificação que varia de A até D, onde as em presas avaliadas em A ou B são consideradas aptas a exportar, e as demais (C e D) têm suas instalações consideradas i n adequadas p ara a ati v i d a d e , ficando condicionadas a uma reestruturação caso queiram obter o registro para exportação. Um pri meiro check list é realizado pelo S IF e, estando as instalações dentro dos padrões, uma contraprova é reali zada por conta de um técnico da Divisão de Comércio Internacional (DCI) do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Ani mal ( D I P O A ) . Se a au d i toria realizada for satisfatória, é outorgada a autori zação que concede o registro d a empresa para exportar. Assim que realizado o registro da em presa, automaticamente a mesma é cadastrada no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), sendo reconhecida sua autorização em qualquer porto ou outro ponto de embarque de mercadorias. O Sis c o m ex é o s istema eletrô n i c o que possibilita a administração do comércio exterior brasileiro e que integra as atividades da Secretaria de C o mércio Exterio r ( S E C E X ) , da R e c e i t a Federal e do B anco Central . D e s s a forma, é p os sível c ontro l ar as o perações do c omérci o exterior p o r meio de um fl uxo único de infor mações . A inscrição no registro de exportadores é condição básica para a realização das operações de exp ortação. Para credenciamento e acess o a o Siscomex, é necessária a senha a ser fornecida pela Secretaria da Receita Federal ( S RF). No credenciamento da Funarbe Laticínios foram gastos quatro meses, onde se constatou a morosidade do processo . A empresa recebeu a classificação B e as devidas providências estão em andamento de forma a promover as me lhorias necessárias. Dentre elas o programa para gestão da qualidade ( B o as Práticas de Fabri cação ) , que está em processo de implantação, sendo este um requisito imprescindível a qualquer estabelecimento que deseja exportar. Outro fator importante seria o tratamento dos efluentes, tendo este poder de veto caso não seja regularizado. ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS familiarizada com o comércio exterior, o que facilitou o processo exportador, realizado via despachante. Trata-se de um processo incipiente para o Laticínios, onde apenas quatro remessas foram enviadas a Portugal. O produto seguiu via aérea, onde consome de dois a três dias úteis do ato do pedido à entrega n o destino final. P ara nego c i ar as v e n d as d i s p o m o s d as I N C OTERM S o u Termos Interna c i o n a i s d e Comércio, q u e s ão modalidades de v e n d a que definem, de forma precisa, direitos e obrigações das partes , indic ando em que local e momento termina a re s p o n s ab i l i d ad e d o v e n d e d o r e c o m e ç a a res p o n s ab i l i d a d e d o c o mprador, p adronizando e evitando distorções nas inter pretações dos c ontratos . O s termos impli cam direitos e obrigações que afetam diretamente a formação do preço da mercadoria, e deve estar dentro d a conveniência d as partes envolvidas . Considerand o que a merc adoria pode ser carregada e descarregad a i n ú meras v e zes até chegar a seu destino, não há como garantir que o produto chegue ao seu destino sem nenhuma perda. Dessa forma, quando a mercadoria estiver p r o n t a p ara s er e x p ortada, é n e c e s s ário pro videnciar a contratação d e u m seguro que dará cobertura durante o transporte interno até o local de embarque (seguro interno) e de outro para c obertura do tran s p o rt e i n t ern a c i o n al ( s eguro i n ternac i o n a l ) . O q u e determina a responsabilidade pela contratação do seguro é a modalidade de venda especificada no contrato de compra e venda. Os cálculos para a formação de preços de p r o d u t o s a s erem e x p o rt ad os p o d e m ser observados na tabela 1 : Preço de venda no mercado i n te r n o M e n os (-) Mais (+) ( =) 3 Ainda não vigorando, no entanto já consta na verificação, demonstrando sua futura importância n a classificação. • • • • Pagamento a n tecip a d o - o p aga mento é realizado antes do embarque da mercadoria. I m p l i c a a l t o s r i s c o s ao importador, sendo utilizado geralmente por empresas interligadas . Remessa d i r e t a de docum e ntos - o exportador e m b arca a mercadoria e remete a documentação diretamente ao importador, para que este providencie o desembaraço aduaneiro e , p o s terior mente, remeta o pagamento através de u m banco . É utilizado geralmente por firmas interligadas . Cobrança - o exportador, ap ós o em b arque d a mercadoria, entrega a um banco (banco remetente) os documentos representativos d a exportação para que s ej am e n c a m i n h a d o s a o u tro banco (banco cobrador), que se encarregará de receber o v a l o r c orre s p o nd ente d o importador. C a rta de c r é d i t o ( c r é d i t o docu mentário) - o importador providencia a abertura de um instrumento de crédito e estabelece as condições em que poderá Tabela 1 - Formação d e preço para exportação. 4. O PRO CESSO DE EXPORTA Ç Ã O Administração do Lati cínios é realizada pela Fundação Arthur B ernardes, respons ável também pela gestão de recurs o s e atividades burocráticas i nerentes a convênios e contratos da Universidade Federal de Viçosa. A Fundação possui um setor de importação, estando portanto No comércio intern ac ional o exportador p ode valer-se de um representante para facilitar seus contatos com o importador. O representante é c o n tratad o m e d i ante u m a c o m i s s ã o co m issão de a gente calcu lada sobre o v alor FOB da mercadoria (tabela 1 ). As modalidades de pagamento também são estabelecidas nos contratos de compra e venda internacional, e determinam a maneira pela qual o exp ortador receberá o p agamento p o r sua venda no exteri or. Custo total: custos industriai s : matéria-prima, mão-de-obra e custos i nd ireto s ; d e s p es a s fi nanceiras ; d e s p e s a s a d m i n i strat i v as ; d e s pe s a s de comercialização ; impostos e taxas ; lucro. impostos e taxas que não incidem na exportação ; comissão de venda n o mercado interno; despesas financeiras para obtenção de c apital de giro a taxas de mercado interno. emb alagem especial ( s e houver) ; tran s p orte e seguro i nt e rn o s ; despesas c o m despachantes aduaneiro s ; corretagem de câmbio (se h ouver) ; despesas d e embarque ; c o mi s s ão d e agente ; d e s p es as financeiras com o b tenção de capital de giro a taxas incentivadas . Preço FOB para exportação Fonte: Banco do Brasil. Pág . 74 Pág . 75 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ser efetuado o pagamento ao exportador. Esta modalidade representa segurança para ambas as partes . A merc a d o r i a d e s t i n a d a ao exterior beneficia-se de i ncentivos fiscais (IPI, ICMS, PIS e COFIN S ) , a fim de que o produto tenha capacidade de competição com o de outros países. A desoneração de impostos p ara os produtos e x p orta d o s é p ráti c a i nternac i o n a l , n ã o se caracterizando como subsídio segundo as normas da OMC. D e uma forma bem res u m i d a, p o demos citar as fases do processo de exportação : • • • • • • • • • • • • • P l anej ament o ; Pesquisa d e mercado ; O b te n ç ã o d a s e n h a d e a c e s s o a o Sisc o m ex ; Negociação c o m o importador; Preparação da mercadoria; Contratação de frete e seguro ; Prep aração d o s d o c u m e n t o s d e e x p o rtação e e fe t i va ç ão d o regi stro de exp ortação ; Contratação de câmbio (antes ou após o embarque) ; Embarque da mercadoria; Averbação de embarque; Aviso ao importador sobre embarque e d at a de chegada da merc adoria ao destino ; Remessa dos documentos ao importador; Pagamento da exportação pelo importador. 5. C O N S I D E R A Ç ÕES FINAIS Pode-se verificar que as exigências abran gem todos os fatores no que se refere à produção, o que garante a sanidade e promove a qualidade do produto. No entanto , a empresa deve estar atenta às ações a serem tomadas, principalmente quanto à viabilidade de exportar e seu potencial competi t i v o . O i ngresso no mercado i ntern a cional não deve ser uma atividade i mprovisada, n u n c a deven d o ser v i s t a c o m o u m a s aí d a temporária para crises de recessão do mercado interno ou como opção de venda de excedentes. U m a grande d i fi c u l d ad e geralmente se encontra na disponibilidade de informações que possibilitem a entrada de empresas no comércio exterior. Apes ar dos incentivos crescentes por parte do governo às exportações, os empresários ainda costu mam hesitar em tais investimentos, evidencian d o a inexperiência e desconfiança quanto ao mercado externo. Santos (2000) afirma que é possível vender qualquer pro duto, qualquer serviço, desde que cheguem ao comprador informações sobre sua existência e qualidade. Se da parte do importador exi stem os recursos e a v o ntade de c omprar, resta ao exportador ser competente para fazer chegar a ele seu produto. Falta estrutura e capacitação n o mercado que p o s s i b ilitem o c re s c i mento d o c o mércio exterior e a oferta de mão-de-obra qual i ficada ainda não consegue abastecer a demanda interna crescente. Também é fraca a rel ação empresa universidade, que p oderia ser fonte de diversas parcerias benéficas para ambos os lados e para toda a sociedade. Outra implicação reside na exigência da qualidade do mercado externo, fator que deve ser trabalhado pela empresa de forma a assegurar a qualidade do produto (doce de leite), bem como no sentido de otimizar suas atividades, tanto a n ível administrati v o c o m o tecn o l ó g i c o . Para conseguir exportar, a empresa deve ter capa citação e desenvolvimento interno s ufi ciente pois o compromisso de exportação não pode ser inconstante. Os negócios externos requerem plane j amento, constância e confi ança, o que não se constrói de uma hora p ara o utra. É muito importante a integração intradepartamental envol vendo todos os núcleos da empresa, como vendas, finanças e produção, de modo que a empresa como um todo possa atingir seu objetivo. A chave para o desenvolvimento em longo prazo dos negócios internacionais está em lançar produtos com o preço, a qualidade e o serviço adequados ao mais apropriado cliente, nicho e s egmento de mercado, i ndependentemente de fro n tei ras n a c i o n ai s o u d e d i ferenças e m linguagem, cultura e história. 6. C O N C L U S à O A exportação de produtos l ácteos revela ser uma alternativa inovadora e demonstra ser uma tendência, que pode expandir os canais de c omerciali zação das empresas, di mi n ui n do a dependência do mercado interno e proporcio nando o aumento da produção. Toda vez que a produção brasileira começa a crescer, ela depara com uma b arreira geral mente intransponível para os produtores, que é a queda dos preços. A capacitação para exportar p o d e tran s p o r e s s a b arre i ra p o i s p r o m o v e desenvolvimento interno suficiente para q u e as empresas concorram no mercado globalizado, o que p o d e res u l tar em mel h o r o rgan i zação e administração do setor. ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS As consequencias seriam muito benéficas pois, obtendo-se um preço mais estável ao longo do tempo, cria-se condições para que o produtor p o s s a fazer p l anej amentos e m l o n g o praz o . Outra seria o incremento d o s preços pagos ao produtor, que passariam a ser mais valorizados. A profissionalização da administração é cada vez mais relevante pois a competitividade só pode ser . alcançada com a maximização da interação dos elementos pertinentes à empresa e seu con texto. Assim, fica evidente que o governo também deve estar presente de forma atuante, estando em sintonia com o setor privad o e implementando políticas que permitam que o comércio exterior venha a ser um processo mais dinâmico. Esse trabalho expôs as diversas exigências do processo de exportação e como estas podem se torn ar benéficas às empresas e n v o l v i das , tendo as mesmas que se adaptarem ao almejarem o comércio i n ternac i o n a l . A e x portação a u menta o prestígio d a empresa e faz c o m q u e haj a o aprimoramento d a q u a l i d a d e , a l é m d e utilizar a capacidade ociosa d a produção. Este artigo é mais uma contribui ção ao setor que neces sita de mais alternativas para estimular seu desenvolvimento. Ainda há muito que pesquisar pois se trata de um assunto extenso e pouco explorado pela indústria de laticínios, e que possui potencial de ganhos para o setor. SUMMARY A phase o f changes and adaptations are happening in milk sector that enters in new millennium showing important progre s s o It is c o n fi r m e d b y t h e i n c r e m e n t o f t h e c a t t l e d a i ry ' s p r o d u c t i v i t y t h e i n c re a s i n g o f p ro d u cer ' s s p e c i a l i z a t i o n , b u t u n h a p p i l y i t didn ' t result in suitable remuneratio n of s mall and med i u m d ai ry, w i t h o u t menti o n i n g the p r o d u c ers . M o re and m o re market of d ai ry p ro d u c t s s ea r c h e s a l t e r n a t i v e s for i t s c o mm e rc i a l i z a t i o n p ro c e s s o A p o te n t i al market that has been raising a lot of interest would be the foreign trade, an alternative that can create b etter margin s . • • Following what could be called a tendency, B razil has been increasing its exports of milky products in the l as t three years . S eeking this opp ortunity and motivated by the search of a foreign customer, the company looked for means to make possible the co mmerc ialization of its product. This article shows in a brief way the export process occurred in Funarbe Dairy, as well as the potential benefits obtained by the companies due to the demands of the foreign market. Key-words: dairy, exportation, license for export. REFERÊN C I A S B IB L I O G RÁFI C A S Á LVARES , J. G . ; BERNARDES , P . R . ; NETTO, V. N. Po l íticas para o agronegó c i o do leite: conquistas e desafios. In: VILELA D . et aI (eds .) O agronegócio do leite e políticas públicas p a r a o seu desenvo l v i m ento s u s t e n tável. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2002 . p. 1 1 -27. B ITTA R , R . ; B AL D I , N . Novas n o r m as d e p ro dução - leite brasileiro t e r á p adrão d e q u a li d a d e i n te r n ac i o n a l . a d a p t a d o p o r E q u i p e M i l k P o i n t . D i s p o nível e m : <http : // w w w . m i l k p o i n t . c o m . b r/ m n / g i r o l ac t e o / artigo.asp?id_artigo=32 1 7 &area= l > Acesso em 1 4 set . 2002. B RESS AN, M.; S ILVEIRA, M . A.; MARTINS, M . C . Desafios para a cadeia produtiva do leite. In: VILELA D. et aI (eds . ) O agronegócio do l e i te e p o l íticas p ú b l icas p a r a o s e u desenvolvimento s u s t e n t á v e l . J u i z d e Fora: Embrapa Gado de Leite, 2002. p . 9 1 - 1 04. FORNER, C. Exportação : pro ce d i mentos, 3a ed. Porto Alegre : SEB R AE/RS, 2000 .. 64p. R U B EZ , 1. O leite t a m b é m dá e s p e táculo. Disponível em: <http ://www.milkpoi n t . co m.br/ mn/espacoabert o/artigo .asp ?id_art i go =4607 & area=23 &dir=espacoabert o/artigo. asp> Acesso em : 21 mai o 2003. S A NTO S , J. S . Prep a r e - s e para e x p o rtar. B rasíli a : J S S C onsultoria e Emprendi mentos , 2000. 260p. • Pág. 76 Pág . 77 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XX C O N G RESSO N ACIONAL DE L ATiCíNIOS APLICAÇÃO DA NISINA EM LEITE CRU PARA INIBiÇÃO D E STAPHYLOCOCCUS AUREUS ENTEROTOXIGÊNICOS ' Nisin in raw milk for enterotoxigenic Staphy/ococcus aureus inhibition Helena T. Takahashi1 Lúcia Helena S . Miglioranza2 Raúl J . H. C. Gómez2 RESUMO o estudo envolveu a inves tigação da eficiência da nisina em leite cru para inibiç ão de Staphylococcus a u reus produtores de enterotoxinas . A nisina apresenta efeito bactericida B acteriocinas são proteínas biologicamente ativas ou complexos de p roteína que atuam principal mente sobre bactérias Gram-positivas, part i c u l armente algu mas e s p é c i e s rel atadas (MORENO ; LERAYE R ; LEIT à O, 2000) . A nisina é a única bacteriocina confirmada como GRAS (Generally Re cognized as Safe) e de u s o l iberado como aditivo alimentar p e l o Comitê do Codex A limenta rius da FA O ( Food A g ri c u ltu re O rga n i z a t i o n ) , p ara uso c o m o a g e n t e anti m i crobiano ( M OL IT OR ; S A HL , 1 99 1 ) . É u m polipeptídeo de 34 aminoácidos que contém 5 ligações tioéter e um peso mole cular de cerca de 3 . 500 daltons (DAV I D S O N ; HOOVER, 1 993). É produzida p o r algumas cepas de Lactococcus la ctis subsp. lactis. (HURST; HOOVER, 1 99 3 ) Considerando-se que, c o m a globalização dos mercados, os consumidores têm acesso aos pro d ut o s dos m a i s d i ferentes p aís e s , e q u e qualidade e segurança s ã o fatores essenciais a serem perseguidos, o obj etivo do trabalho foi estudar a aplicação da nisina em leite cru para i n i b i ção de S. a u r e u s p r o d u t o res d e enterotoxinas. sobre b actérias Gram-positivas. Atualmente, é a única bacteri ocina reconhecida como segura ( GRAS - generally recognized as safe) e aprovada para uso como aditivo alimentar em mais de cinqüenta países, inclusive no Brasil . S. aureus são cocos Gram-positivos que enco n tram-se espalhados pelo ambiente, utensíl i o s , água, pele dos animai s . Caso as condições de temperatura, atividade de água e pH do leite contaminado sejam favoráveis , multiplicam-se em n íveis suficientes para produzirem enterotoxinas, q u e , se i ngeridas, podem desencadear uma intoxicação alimentar. Investigou-se o efeito da nisina sobre leite cru coletado de um tanque de resfriamento de expansão de uma única ordenha e resfriado a 4°C . A n i s i n a apresentou maior efi c iência quando apl i cad a numa c o ncentração d e 400UIImL e contaminação inicial de 1 02UFC/mL (p < 0,05). Em Á gar Manitol S algado, 400UIImL de nisina inibiu completamente uma população de 1 04UFCmL de S. a u re u s FRI- 1 96E. Em leite cru, essa mesma concentração de nisina inibiu 26,2% uma população de 6,03 x 1 02UFC/mL de S. aureus. O emprego de nisina em leite cru foi relativamente e fi c i en te apenas na i n i b i ção de b a i x as c o n taminações de S. a u r e u s , reforçan d o a importância das boas práticas de fabricação . 2. 1 . D e t e r m i n ação da c o n c e n t r a ç ã o mí· n i m a i n i b i t ó r i a d a n i s i na s o b r e S. aureus FRI-196E Palavras-chaves : leite cru, Staphylococcus a u re us, nisina. 2.1.1. Inibição em Ágar Manitol Salgado 2. MATERIAIS E MÉTODOS D entre o s m icrorgan i s mos pas s íveis d e serem encontrados no leite, pode-se destacar o S. aureus, uma vez que vários fatores propiciam condições favoráveis para a contaminação deste alimento, tais como a elevada prevalência d o m i crorgan i s m o c o m o agente e t i o l ó g i c o d a mastite bovina, sua ubiqüidade na natureza e o baixo nível sócio-econômico dos ordenhadores, m u it as v e ze s p o rt ad ores a s s i ntomáti c o s d o microrganismo e/ou possuidores d e maus hábitos higiênicos (GOMES ; GALLO, 1 995). 2 Altos níveis de contaminação de S . aureus ( 1 05 a 1 06UFC/mL) p o d e m ser a l c an ç ad o s rap i d amente s e a s c o n d i ç õ e s s ão fav o ráveis ( S ILVA et aI. , 2000; SILVA, 1 99 8 ) p odendo a t o x i n a ser formada em nível s ufi ciente p ara provocar intoxi cação . As enterotoxinas são um grupo heterogêneo de proteínas globulares termoestáveis, resistentes à pepsina e tripsina, hidrossolúveis e de cadeia simples com peso molecular entre 28.000 e 35.000 daltons (HALPIN-DOHNALEK; MARTH, 1 989). Docente do Centro de Ciências Biológicas e da S aúde, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, PRo E-mai l : httakahashi @ bol.com. br/ helenatakahashi @ yahoo.com.br Docentes do Programa de Pós-graduação em Ciência de Alimentos da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PRo Apoio financeiro: CAPES 2g de N i s a p l i n ® ( B . V. Representações Com. Ind. e Exp. Ltd a . ) , 1 , 0 x 1 06U IIg de atividade foi diluído em 0,02N HCI (em 200mL para resultar numa concentração de 1 04UIImL (Davies et aI. , 1 998). A solução foi mantida sob agitação em temperatura ambiente por 2 horas, centrifugada a 290g à temperatura ambiente por 2 minutos e es teri l i zada p o r filtração empre gan d o - s e membran a D u rapore 0 , 2 2 1-l m de diâmetro .(FERREIR A ; LUND, 1 99 6 ) . 2.1.1.3. In óculo d e S. aureus FRI-196E Uma cultura de S. a u reus FRI - 1 96E em 1 00mL de caldo BHI ( B rain Hearth Infusion - B iobrás®) foi incubada a 37°C por 24 horas. Em seguida, 1 mL desta foi transferida para 9mL de leite em pó reconstituído a 1 0% (previamente esterilizado sob vapor fluente a 1 00°C/45min) e incubada a 37°C/24h. Transferiu-se I mL desta para 9mL de leite estéril e novamente incubou-se a 37°C/24h. Esta última foi submetida à contagem de S. aureus em Ágar Manitol Salgado (Oxoid®) para conhecimento do seu nível de contaminação e posteriormente diluída em leite estéril para obter-se inóculos de 1 04, 1 05 e 1 06UFC/mL. 2.1.1. 4. Delineamento Experimental 2.1.1.1. Nisina 1 . I N T RO D U Ç Ã O 2.1.1.2. Solução de n isina A n isina, comercializada sob o nome de Nisaplin® foi gentilmente fornecida pela B. V. Representações Com. Ind . e Exp. Ltda . . Tabela 1 - O Á gar Manitol S algado foi p reparado conforme instruções do fabricante, distribuído em tubos de ensaio em alíquotas conforme tabela I (em duplicata) e esterilizado a 1 2 1 °C/1 5min/ 1 atm. A solução de nisina 1 ,0 x 1 04UIImL foi inc orporada ao ágar nas concentrações e vo lumes especificados na tabela abaixo, homoge nei zados e d i s t r i b u í d o s e m p l ac a s de petri estéreis . Após solidificação do meio , todas as placas de petri foram inoculadas pelo método Estudo da inibição de S. aure us FRI- 1 96E sob diferentes concentrações de nisina em ágar Manitol S algad o . Tratam ento Nisina (UI/mL) S olução [ 1 ,0 x 104UI/mL] de Nisina Ágar Manitol S algado (mL) I 1 00 200 250 300 350 400 450 500 600 0,2 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 ,0 1 ,2 19,8 1 9,6 1 9,5 1 9,4 1 9,3 1 9,2 19, 1 1 9,0 1 8,8 2 3 4 5 6 7 8 9 Pág. 78 Pág . 79 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS de superfície com O, l mL da cultura de S. aureus F R I - 1 9 6 E ( 1 04UFC/m L ) . As p l acas foram incubadas a 37°C/24 48 horas e em seguida foi feita a contagem de colônias. A concentração mínima inibitória foi considerada como a menor concentração de nisina que apresentou completa ausência de crescimento. Foi realizado um controle negativo onde empregou-se 1 ,2mL de HCI 0,02N + 1 8, 8mL de Á gar M anitol S algado e S. a u reus FRI- 1 96E ( 1 04UFC/mL) . 2.1.2. Aplicação da nisina e m leite cru para inibição de S. aureus FRI-196E 2.1.2.1. Seleção da propriedade A propriedade de cujo tanque de expansão foi coletado o leite cru de uma única ordenha, e resfriado a 4°C para a reali zação deste estudo, foi selecionada por apresentar baixa inci dência de S. aureus em estudos preliminares . 2.1.2.2. Coleta e análise d o leite cru O l e i t e cru fo i c o l et a d o de t a n q u e d e resfr i amento d e expansão em frasco estéril , acondicionado e m caixas isotérmicas contendo cubos de gelo e transportado ao l aboratório de Microbiologia de Alimentos e Medicamentos/ C C A/UEL . O leite foi submetido à contagem padrão em placas de mesófilos e psicrotróficos, c ontagem de Estafi l o c o c o s , determinação d o número mais provável de coliformes a 35°C e coliformes a 45°C (APHA, 1 992) e determinação de a c i d e z t i t u l áv e l ( I N S T ITUTO A D O LFO LUTZ, 1 9 84 ) 2.1.2. 3. Solução d e Nisina ANAIS DO X X C O N G RESSO N AC I ONAL DE LATiCíNIOS Tabela 2 - Estudo da inibição de três níveis de contaminação inic i al de S. a u reus FRI- 1 96E sob três concentrações de nisina em leite cru Tra tam ento Nisina (UI/mL) (UFC/mL) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 200 200 200 300 300 300 400 400 400 1 02 1 03 1 04 1 02 1 03 1 04 1 02 1 03 1 04 Planejamento Fatorial Completo 32 CI* - Contaminação i nicial de S . aureus FRI- 1 96E Foram realizados controles sob as mesmas condições dos tratamentos apresentados sem a adição de nisina. Após 20 horas de incubação a 4°C ± 1 , cada tratamento foi submetido à contagem de S. aureus, psicrotróficos e determinação de acidez titulável conforme já mencionados. 2.1.2. 6. An álise Estatística A an á l i s e d o s re s ul t a d o s fo i rea l i z ad a empregando-se o programa Statistica versão 6 . 0 (S tatS oft, Inc . , 1 99 5 ) . 3 . RESULTAD O S E D I S C U S S à O 3 . 1 . D e t e r m i n a ç ã o d a c o n c e n t r a ç ão m í n i m a i n i b i t ó r i a de n i s i n a s o b r e S. aureus FRI-196E S. aureus, em fase de crescimento exponencial, houve uma inibição imediata de crescimento e a densidade ótica diminuiu, sugerindo lise celular e c o nfirman d o u m a alta s e n s i b i l i dade deste microrganismo à nisina (CHUNG; DICKSON; CROUSE, 1 9 89 ) . U m a concentração d e 400UI/mL de nisina, i n i b i u c o m p l et a m e n t e u m a p o p u l aç ã o d e 1 04UFC/mL de S . a u reus FRI- 1 96E, e m Á gar Manitol Sal gado. 3 . 2 . Aplicação de D1sma em leite cru para inibição de S . aureus FRI - 196E 3.2.1. Análise do leite cru Contagem de S. aureus: 1 , 2 x 1 02UFC/mL Contagem de Microrganismos Mesófilos: 8 ,4 x 1 0 3 UFC/mL M i c rorga n i s m o s de C o ntagem Psicrotróficos : 3 ,92 X 1 04UFC/mL Contagem de Coliformes a 35°C: > 2,4 x 1 0 2NM P/mL C o n tagem d e C o l i formes a 45°C : 2,3 x 1 0 1 N M P/mL pH do leite cru : 6,97 Acidez titulável ; 1 6, 5 3 °D 3.2.2. Efe i to de três n ív e is de Ill s z n a e contaminação inicial de S. aurellS FRI196E sobre a acidez titlllável em leite cru A v ari ável c o n cen tração de n i s i na foi significativa (p < 0,05), com um coeficiente de determinação (r2) de 0,7582. O valor d a acidez titulável elevou-se com o aumento da concen tração de nisina. 3 . 2 . 3 . Efe ito de três n ív e is de n zs z n a e contaminação inicial de S. aureus FRI196E sobre o número de microrganismos psicrotróficos em leite cru Nenhuma das variávei s estudadas afetou s i g n i ficativamente a c on t agem de mi crorga nismos psicrotróficos (p > 0,05), com um coefi ciente de determinação (r2) de 0,66 3 7 . 3 . 2 . 4. Efe ito de três n ív e is d e n is in a e contaminação inicial de S. allreus FRI196E sobre o número de S. allreus em leite cru A v ari ável c o n t a m i n aç ã o i n i c i al de S. a u reus FRI- 1 96E foi significativa (p < 0,05), indicando-se que quanto maior o inóculo, menor o efeito inibitório da nisina. O leite cru s ub m e t i d o aos tratamentos (item 2 . 1 .2.5) apresentou uma contagem média de S. aureus conforme tabela 4. A análise e s t atís t i c a d o s res u l t ad o s d a contagem de S . aureus, após incubação do leite cru a 4°C ± 1 s o b três n ív e i s de n i s i n a e contaminação inicial de S. a u re u s FRI- 1 9 6E, apresentou um coeficiente de determinação (r2) de 0, 87 1 4, e indicou uma gradativa diminuição de eficiência da atividade inibitória d a nisina com o aumento d a contaminação i ni cial de S. a u re us FRI- 1 9 6E. N o s c o nt r o l e s -ne gati v o s , onde foram aplicados em leite cru contaminações iniciais de S. aureus FRI- 1 96E de 1 02, 1 03 e 1 04UFC/mL e sem adição de nisina, não houve inibição dos S. a u reus. A concentração mínima inibitória da nisina em S. a u re u s F R I - 1 9 6 E e m Á gar M a n i t o l Foi obtida conforme i tem 2 . 1 . 1 .2 . 2.1.2.4. Inóculo de S . aureus FRI-196E Foi obtido conforme item 2. 1 . 1 . 3 . 2.1.2.5. Tratamentos Os tratamentos consistiram na aplicação de u m p l an ej amento fatorial c om p l e t o 3 2 empregan d o - s e t r ê s n í v e i s d e c o nt am i n ação inicial de S. aureus FRI- 1 96E sob três níveis de concentração de nisina (tabela 2). O leite cru, a s o l ução de nisina ( 1 , 0 X 1 04UI/mL) e o inóculos de S. aureus FRI- 1 96E 1 04, 1 05 e 1 06UFC/mL foram d i stri b u íd o s a s s e p t i c amente e m e r l e n m e y e rs e s tére i s de maneira que os volumes finais corresponderam a 1 00mL e inóculos de S. aureus FRI- 1 96E 1 02, 1 0 3 e 1 04UFC/mL. O efeito de d i ferentes concentrações de nisina, aplicadas em Á gar Manitol S algado sobre a viabilidade de 1 04UFC/mL S. aureus FRI- 1 96E é apresentado na tabela 3 . Observ o u - s e u m a redução gradat i v a n o n ú mero d e S . a u re u s c o m o aumento d a concentração d a n i s i n a até a comp leta elimi nação do microrgan ismo quando os níveis de n i s i n a empregad o s foram � 4 0 0 U IIm L . N o co ntrole negativo, o u sej a , na p l aca de Petri contendo o Á gar Manitol S algado com adição d e s o l u ção de HCI 0 . 02 N e m s ub s t i t u i ç ão à solução de nisina, não foi observada inibição de S. a u reus. Em estudos c o nduzi do s por Melo e t a I. ( 1 996), quando a nisina numa concentração de 57f..lM foi adicionada a uma cultura de células de Tabela 3 - Inibição de S . aureus FRI- 1 96E s o b diferentes concentrações de nisina em ágar Manitol S algado. Nisina (UI/mL) N° de S. aureus viáveis* 1 00 200 250 300 350 400 450 500 600 controle 1 ,5 8 x 1 04UFC/mL 3 , 1 5 x 1 0 3 UFC/mL 3 ,5 0 x 1 0 3 UFC/mL 8,0 x 1 02UFC/mL 3 , 0 x 1 02UFC/mL O O O O 2 , 0 x 1 04UFC/mL Desvio Padrão ± ± ± ± ± 0,09 0,2 1 0, 1 8 0, 1 5 0,2 1 O . O O O ± 1 , 03 *Contagem média d e duas repetições Pág. 80 Pág . 8 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS ANAIS DO XX C O N G RESSO NACIONAL D E L ATiCíNIOS aplicada uma concentração de 400UIImL sob uma contaminação inicial de 1 02UFC/mL de S. aureus FRI- 1 96E (tabela 5) uma vez que houve uma inibição de 26,2% no número de S. aureus. Estudo conduzido por S en a e t a ! . (2000) em Pedro Leopoldo (MG) envolveu a produção de 50 queij os Minas Frescal com adição de nisina numa concen tração de 1 2, 5 mg/Kg e aplicação de S. a u re us s ob dois níveis de contaminação ( l 03 e 1 06UFC/mL) . Os autores observaram que a concentração de n i s i n a empregada não foi efi c iente na i n i b i ção de S. a u re us d urante a produção e armazenamento dos queijos incubados a 1 0 e 30°C por um período de 48 horas. A pasteurização do leite j untamente com a a d i ç ão d e n i s i n a são ferramentas p ara o controle do crescimento d e microrgan i s mos patogênicos na pro d u ç ão de queij o s . Empre gan d o - s e a nisina e m leite cru, o b s erv o u - s e relativa eficiência na inibição de baixas contami nações de S. a u reus, reforçando a i mportância das boas práticas de fabricação. Por outro lado, Salgado foi determinada como sendo 400UIImL. No entanto, aplicando-se esta concentração em leite cru, a n i s i n a apresentou uma eficiência menor, uma vez que n ão eliminou completa mente o microrganismo neste sistema. Segundo Davidson e Junej a ( 1 990), a ação d a nisina é dependente do pH e s u a efetividade aumenta com a d i mi n ui ç ão do pH. A s s i m , a n i s i n a apresenta maior eficiência em alimentos c o m valores d e pH mais baixos (FERREIRA; LUND, 1 99 6 ) . Os valores de pH dos meios de cultura em que foram ad icionados solução de nisina foram inferiores aos tratamentos do leite cru, portanto, talvez essa seria uma das razões da maior e fi c i ê n c i a d a n i s i n a e m Á gar M anitol S algad o . A s moléculas de citratos e fosfatos presentes n o leite reagem com íons H+ exerc e n d o efe i t o t am p o n ante e red u z i n d o a diminuição do pH (PRICE; CALBERT; OLSON, 1 97 1 ) . A nisina apresentou efeito bactericida sobre S. aureus mais eficiente em leite cru quando Tabela 4 - Contagem de S. aureus em leite cru sob três níveis de nisina e contaminação inicial de S. a u re us FRI- 1 96E Tratam ento 2 3 4 5 6 7 8 9 C ontrole Controle 2 C ontrole 3 *C.I = Nisina (UI/mL) C.I.* (UFC/mL) N° S. aureus (UFC/mL) * * 200 200 200 300 300 300 400 400 400 i s en t o i s ento i s en t o 1 02 1 03 1 04 1 02 1 03 1 04 1 02 1 03 1 04 1 02 1 03 1 04 4,43 X 1 02 1 ,74 X 1 03 6,92 X 1 04 2 , 8 2 x 1 02 1 , l O X 1 03 4,37 X 1 03 1 , 1 2 X 1 02 4,47 x 1 02 2,75 X 1 03 6,03 X l O" 1 ,2 0 X 1 0 3 1 , 1 0 X 1 04 Contaminação inicial de S. aureus Desvio Padrão O ± 4,24 x ± 4,95 x ± 7 ,07 x ± 4,95 x ± 1 ,47 x ± 2,12 x ± 1 , 20 x ± 7 ,07 x O ± 1 ,4 1 x ± 6,36 x 1 01 1 02 1 0° 1 02 1 02 1 01 1 02 1 01 1 0" 1 02 FRI - 1 96E. * * Contagem média de duas repetições. pode-se sugerir estudos envolvendo aplicação d a n i s i n a p ara inibi ção de S. a u re u s entero toxigênicos em combinação com o tratamento térmico do lei te 4 . C O N CL U S à O Uma concentração d e 400UIImL d e nisina, inibiu completamente uma população de W'UFC/rnL de S. aureus FRI- 1 96E, em Ágar Manitol Salgado. U ma concentração de 400UIImL de nisina apl i cad a em leite cru, i n i b i u em 2 6 , 2 % uma população de 6,03 x 1 02UFC/mL de S. a u re us . SUMM ARY The aim of this study was to evaluate the efficiency of nisin inhibition over enterotoxigenic Staphylococcus aureus. Nisin is effective against Gram positive bacteria, it is generally recognized as safe (GRAS) and approved as food additive in fifty country around the world, including Brazil. S. a u reus are G ram-positive cocei, spread i n the e n v i r o n m e n t , uten s i l s , w ater and ani mal skin . With favorable conditions of temperature, w ater activity and p H , they m u l t i p l y in the contaminated milk and increasing the number of viable' cells they pro d uce enterotoxins that can cause food disease. The raw milk used in the study was collected of one milking stored in a refrigerated bulk tank at 4°C. The nisin inhibition was o b s erved when app l i e d at 4 0 0 IU/mL concentration over 1 02CFU/mL initial count of S. a u re u s milk c ontamination ( p < 0 . 0 5 ) . I n Manitol S alt Agar, 400IU/mL nisin concentration completely i nhibited 1 04CFU/mL of S. a u re us FRI- 1 96E. Only 2 6 . 2 % of 6 . 03 x 1 0"CFU/mL S. a ureus contaminated raw milk was inhibited by the same concentration of nisin reinforcing the i mp ortanee of G o o d Manufaeturing Prac t i c e s , b e c a u s e the nisin was s o mehow effe c t i v e o n l y agai n s t the l ow e s t l e v e i o f contaminatio n studied. K e y - w o rds : raw milk, Staphy l o c o c c u s Tabela 5 - Efeito de três n íveis de nisina e contaminação inicial de S. a u reus FRI- 1 96E sobre o número (log) de S. aureus * em leite cru. CI ** Isento de nisina Desvio Padrão 200UI/mL de nisina Desvio Padrão 300UI/mL de nisina Desvio Padrão 400UIImL de nisina Desvio Padrão % Inibição 1 02 1 03 2,78 3 ,08 ± 0,04 ° 2,646 3 ,241 ± 0,02 ° 2,447 3,043 ± 0,01 ± 0,04 2,05 1 2,646 ± 0,07 ± 0,06 26,2 1 4, 1 1 04 4,04 ± 0,05 3 ,836 ± 0,02 3,638 ± 0, 1 1 3 ,439 ± 0,04 1 4,9 *Contagem média de duas repetições. **CI Contaminação i nicial d e S . aureus FRI- 1 96E. a ure us, nisin REFERÊN CIAS B IBLIOGRÁFICAS AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Wash ington Committee on m icrobiological methods for foods. Comp endium of m e thods fo r m i c r o b i o l o g i c a l exa m in a t i o n . 3 . ed . , Washington, 1 9 9 2 . 1 2 1 9p . CHUNG, K . T. ; DICKSON, J . S . ; CROUSE, J . D . . Effe ct o f n i s i n on g r o w t h of b a c t e r i a a t t a c h e d to m e a t . App l . E n v . M i c ro b i o l . , v. 5 5 , p. 1 32 9 - 1 3 3 3 , 1 9 8 9 . D AV I D S O N , P . M . ; H O O V E R , D . G . . 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C a r a c t e r i z a ç ã o fenotípica e geno típ ica de c e p as d e Staphy lo c o c c u s a u re u s i s o la d as d e l e i t e d e v a c a s c o m m as ti t e s u bclínica e de o u t r as fontes e m p ro p r i e da d e s p r o d u t o r as d e l e i t e . 1 9 9 8 (Tese d e Doutorad o ) - Facul dade d e Ciências Farmacêuticas Universidade de São Paulo, S ão Pau l o . STATSOFT Statistica for Windows - Comp u ter program manual. Tulsa S t atsoft, Inc . , 1 99 5 . POSTER'S .. QUALIDADE DE ÁGUA E CON DiÇÕES HIGIÊNICAS DE MANIPULADORES, EQUIPAMENTOS E UTENSíLIOS EM MICRO-INDÚSTRIAS DE LATiCíNIOS Water quality and hygienic conditions of equipment, utensils, manipulators and air of milk processing areas at micro dairy plant Roberta Torres CarelP Adriana Satil Dias1 Nélio José Andrade2 Maria Aparecida Antunes3 RESUMO Avaliaram-se a qualidade da água e as condições higiênicas de processamento em cinco micro-indústrias de l ati c ínios. A qualidade físico-química da água indica um pequeno de risco de incrustações, mas as análises microbiológicas mostraram a necessidade do controle dos níveis de cloro residual livre. Há necessidade de um melhor controle da microbiota do ar do ambiente de process amento, das mãos dos manipuladores e de equipamentos e u t e n s íli o s p ara aumentar a s e g u ran ç a d o s p ro d u t o s l ácteos pro d u zi d o s n e s t e s estabeleci mentos . Palavras-chave : qualidade da água, condições higiênicas, laticínios 1. I N T R O D U Ç Ã O 2. MATERIAIS E MÉTODOS A s micro-indústrias de lati c ínios neces sitam de subsídios para produção de alimentos com mel hor q u al i d a d e . O c o n hecimento das condiçõ es higiênicas de processamento nesses p e q u e n o s e s t ab e l e c i me n t o s é uma das ma neiras d e b u sc ar a produção de leite e deri vad o s com u m a melhor q u al i d ad e higiênico sanitária. Assim, as avaliações das condições higiênicas de manipulad ores, equipamentos e u t en s í l i o s , a l é m da q u al i d ad e de águ a s ã o aspectos i mp o rtantes e q u e devem s e r consi derados n a produção de alimentos seguros ao c o n s u mi dor. Foram avaliadas a qualidade de água e as condições microbiológicas de processamento de cinco mic ro-indústrias de lati c ínios na cidade de Viçosa, Minas Gerais, que, à época da pesquisa não tinham Selo de Inspeção Municipal, deno minadas de A, B, C, D e E . Em relação à água, fo ram reali zadas as a n á l i s e s de p H , d u reza expressa em mgll de CaC0 , alcalinidade total 3 expressa em mg/l CaC0 , acidez expressa em 3 c mgll de CO" loretos expressos em mg/l NaCl e cloro residu al livre (CRL), expresso em mgll de C I , c o n forme meto d o l og i as d es c r i t as pela A PH A ( 1 992) . Também, nas amostras de água, 1 2 3 B acharel em Tecnologia de Laticínios. Professor do Departamento de Tecnologia de Alimentos Nutricionista. UFV Viçosa/MG. Pág . 85 Pág. 8 4 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS foram real i zadas as análises de contagem d e mesófilos aeróbios expressa em UFC/ml, coli fo rmes totais expres s a e m N M P/ l 00 ml e c o l i formes fecais, expressa em NMP/ l 00 ml conforme descritas pela APHA ( 1 992). Análises microbiológicas do ar da área de processamento foram reali zadas pela técnica de sedimentação s i mples, expressas em UFC/cm2/semana, con forme proposição d a APHA ( 1 992). Nos equipa mentos e utensílios foram realizadas análises de contagem de mesó filos aeróbios, expressa em UFC/cm2 e coliformes totais, expressa em UFC/cm2 pel a t é c n i c a d o s w ab ( S ILVA , 1 9 9 6 ) . N o s man i p u l adores, foram realizadas análises d e contagem d e mes ófilos aeróbios, expressa e m UFC/mão e coliformes totais, expressa em UFC/ mão (S ILVA, 1 996). 3 . RESULTAD O S 3 . 1 . Qualidade fís i c o - qu ím i c a da águ a D e p e n d e n d o das caracterís t i c as fís i c o químicas d a água podem-se originar problemas operacionais devido à formação de depósitos, incrustações em várias superfícies, diversos tipos de corrosão de metais e formação de biofilmes bacterianos. C onstata-se pelo Quadro 1 que as microindústrias apresentaram resultados consi derados normais para análises físico-químicas, à exceção do cloro residual livre. Os valores de pH variaram entre 5,9 e 7,4, p o rt a n t o d e n tr o d o s p adrões da l e g i s l a ç ão vigente ( Portaria 1 469) que indica valores de 6,5 a 8,5. Os valores de dureza encontrados para as águas analisadas entre 1 5 e 43 mg/l CaC0 3 as classificam como água mole (::;; 50 mg/l CaC0 3 ), portanto, não oferecendo grandes riscos grandes riscos de formar incrustações. Constatou-se que as concentrações de cloretos nas águas analisadas foram baixas, entre 3 e 9 expressa em mg/l NaCl quando comparados ao limite máximo permitido pela legislação que é 250 mg/l NaCl. Também, ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS neste caso, este resultado indica pequeno risco de formação de incrustações e de proce s s o s corrosivos . Em relação ao cloro residual livre que tem o objetivo do controle microbiológico, foi constatada sua presen ç a apenas numa das microindústrias avaliadas . pH Dureza (mg/l CaC0 3 ) Alcalinidade total (mg/l CaC0 3 ) Acidez (mg/l CO,) Cloretos (mg/l Naé l) Cloro residual livre (mg/l CI) ° uso de água de qualidade microbiológica s atisfatória auxilia na obtenção de alimentos em que não há alterações microbianas, além de possibilitar a ausência de patógenos não colo cando em risco a saúde do consumidor. A água de qualidade microbiológica adequada viabiliza a obtenção de alimentos que atendam aos padrões microbianos exigidos pela legislação em vigor. ° Quadro 2 mostra as características microbio lógicas das águas analisadas nas micro-indústrias . Verifica-se pelos resultados do Quadro 2 que, pelo menos uma das análises para mesófilos aeróbios efetuadas para as microindústrias A, B e C apresentaram contagens acima de 500 UFC/rnl, limite máximo reco mendado pela legislação. Todas as análises das micro indústrias A, B , E e uma da C apresentaram col iformes totais acima de 3 NMP/ 1 OOml . A microindústria D utilizava água do sistema de abastecimento municipal, apresentan d o , assim, o s melhores res ultados microbiológicos. Estes resultados indicaram a neces sidade de cloração da água que deve se apresentar e m n íveis entre O , I e 1 ,0 mg/l de cloro residual livre para a água de consumo hu mano e, pri n c i p al mente entre 4 e 8 mg/l de cloro residual livre para a indústria. 3 . 3 . Qualidade m ic r o b i o l ó g i c a d a á r e a de processamento, equipam entos e uten sílios e m an i p u l a dores P ara a obtenção de alimentos c o m b o a qualidade h á necessidade de que os ambientes d e processamento, os equipamentos e utensílios e M i cr o - i n dústrias B 6,9 1 8,7 2 1 ,3 2 1 ,3 7,7 An álises realiza das Micro-indústrias Repetições A 3 .2. Qualidade microbioló gica da águ a Quadro 1 - Características físico-químicas da água. Média de três repetições. Análise Quadro 2 - Características microbiológicas da água. 5,9 1 5,3 20,3 22,0 4,0 c D 6,7 43 , 3 50,7 1 5,0 3,3 7 ,4 24,7 20,0 22,7 8,7 + E 6,4 24,7 3 1 ,7 22,7 5,3 B C D E nd = 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 Mes ófilos aeróbios (UFC/mL) Coliformes totais C oliformes fecais (NMP/ I OOmL) (NMP/I OOmL) nd 9 , l x 1 02 2 , 7 x 1 02 1 ,7 x I 02 1 ,9 x I 03 4,0 x l 02 nd 4 , 5 x l 02 4 , 5 x l 03 < 1 , Ox 1 0° 1 , 1 x I 02 < 1 ,0 x 1 0° 2, l x 1 01 5, I x l OI 2 , 7 x 1 02 3 9 39 9 9 9 4 <3 <3 <3 <3 <3 3,6 4 43 < 3 < 3 9 9 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 3,6 <3 <3 Não determinada de m a n i p u l ad ores es t ej am den tro os determinadas rec omendações microbio lógicas. Dessa forma, verifica-se pelo Quadro 3 que os ambi e n tes de t o das as i n d ú s trias n ã o se encontram em boas condições higiênicas para o p r o c e s s amento de alimentos . N e s t e c a s o , s ugeri u -s e o c o ntrole m i c ro b i o l ó g i c o d os ambientes analisados pelo u s o de sanitização ambiental. N o Quadro 4 constata-se que em todas as micro-indústrias analisadas foram encontrados equipamentos e uten s ílios apresentan d o con tagens mi crobianas acima das recomendaçõe s . A s anál i s e s d e c o l i formes t o tais i n d i caram valores entre 1 0 a 83% destes i tens acima das rec o me n d a ç õ e s . E s tes res ul t a d o s s ugerem a necessidade de melhoria das condições higiênicas d o s e q u i p a m e n t o s e u te n s í l i o s em t o d as as micro-indústrias. Verifi ca-se pelo Quadro 5 que a maioria dos man i p u l ad o res das m i c ro - i n d ú s trias se e n c o ntravam acima das recomendações p ara mesófi l o s aeróbios que variou de 33 a 1 00 % , c o m e x c e ç ã o d a m i c ro - i n d ú s tri a B que os mani p u l ad o re s apresentaram c o n tage n s :E 1 ,0x l 04 UFC/mão. Todos os manipuladores para t o d as as m i c r o - i n d ú s trias ap resen taram coliformes totais dentro das recomendações. Há neces s i dade que as micro - i n d ú s tri as ten ham maiores c u i dados em relação ao controle da microbiota presente nas mãos dos manipuladores durante o process amento. Quadro 3 - P o rcen tagem d e análises d e am bientes que apresentaram contagem de mesófilos aeróbios e bolores e leveduras acima da recomendação ( l ,Ox I 02 UFC/cm2/semana). Microi n d ú s t r i as A B C D E Análises Mes ó fi l o s aeróbios B olores e l e v e d u r as 1 00 % 33% 1 00 % 1 00 % 92% 78% 1 7% 78 % 83% 58% Quadro 4 - Porcentagem de análises de equi p amentos e uten s í l i o s que apre sentaram c ontagem de mes ó filos aeróbios e coliformes totais acima das rec o m e n d a ç õ e s ( M es ó fi l os aeróbios: 5,Ox I O I UFC/cm2, coli formes totai s : < I ,Ox I Oo UFC/cm2) Micro i n d ú s t ri as Pág. 86 A B C D E Análises M e s ó fi l o s aeróbios C o l i fo r m es totais 20% 14% 80% 78% 24% 20% 1 0% 40 % 83% 38% Pág . 87 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Quadro 5 - Porcentagem de análises de mani pulad ores que apresentaram con tagem d e m e s ó fi l o s aeró b i o s e coliformes totais acima das reco mend ações ( Mes ófi l o s aeróbios : 1 , O x 1 04 UFC/m ã o , c o l i formes totai s : I , Ox l 0 3 UFC/mão) Microi n d ú s t r i as Análises M e s ó fi l o s a e r ó b ios A B C D C o l i fo r m es to tais 0% 0 % 0% 4 . C ON C L U S à O O s resultados d e todas as análises realizadas nas micro-indústrias indicaram a necessidade de melhoria nas condi ções higiênicas durante o processamento d o s produtos l ácteos . Estas se mostravam em s ituação de risco nas contagens microb i o l óg i c as em amb ientes de p ro ce s s amento, equipamentos e utensílios e manipu l ad ores , h av e n d o , assim, neces s i d ade d e orientação técni c a e i mp l antação de si stemas efe t i v o s de h i g i e n i zação, d e m o n strando a importância dos Serviços de Inspeção Municipal para a segurança alimentar dos consumidores. S U M MARY Water q u a l i ty and hygienic proces s i ng conditions at 5 small dairy plants were evaluated. According to the physical and chemical w ater anal y ses, there is not re levant p o s s i b ility of mineral deposition . However, microbiological analyses suggest the control of the free available + + + PROPOSiÇÃO, IMPLANTAÇÃO E AVALIAÇÃO DE PROCEDIMENTOS DE HIGIENIZAÇÃO PARA MICRO-INDÚSTRIAS DE LATiCíNIOS c h l orine con centrat i o n i n the w at e r. A l s o , microbial contamination of the air of processing areas, equipment's s urfaces and workers hands should be better controlled to increase the safety of the milk products manufactured at these small dairy plants. Proposal , implementation and evaluation of hygiene procedures at micro dairy plants Roberta Torres Careli1 K e y - w o r ds : w ater q u al i ty, h y g i e n i c conditions, d airy plants Adriana 8atil Dias1 Nélio José Andrade2 Maria Aparecida Antunes3 REFERÊN CIAS B IBLI O G RÁFI CAS 33% 0% 60% 1 00% ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS + A N D R A DE , N. 1. & M A C Ê D O , J. A , H i g i e n i z a ç ão n a I n d ú s tr i a de A li m en t o s , E d . Varela, S ão Paulo, 1 99 6 . A N D R A DE, N . J , H i g i e n e i n d u s t r i al (Análises fís i c o - qu í m i c as de á gu a , d e t e r g e n t e s e s a n i tizantes ) . I m p r e n s a U n i ver sitária, UFV, 1 9 84, 4 1 p . VANDER ZANT, C . S PLITTSTOES SER, D . F. e d . C o m p en d iu m o f m e t h o ds for t h e m ic r o b i o l o g i c a l e x a m i n a t i o n of fo ods , 3 rd e d . A m e r i c an Pub l i c H e a l t h A s s o c i a t i o n , ( A P H A ) 1 99 2 , 1 2 1 9p . GREEBERG, A . E ; CLESCERI, L . S e EATON , A . D . e d . S ta n d a r d m et h o ds for t h e examination of w a t e r a n d wastewater. 1 8th e d . American P u b l i c H e a l t h A s s o c i a t i o n , (APHA) 1 992. Y O K O YA , F . Higiene e s an i t i z a ç ã o d a fábrica de alimentos. Secretaria da Indústria, Comércio Ciência e Tecnologia. S ão Paulo, s.d. 1 1 7 p. YOKOYA, F. Controle de qualidade, higiene e s a n i t i z a ç ã o nas fábricas d e a l i m e n t o s . S e cretari a d a I n d ú s tria, C o mércio C i ê n c i a e Tecnologia. S ão Paulo, 1 9 1 p. S ILVA, R . M . M . Esp ecificações microbio l ó gicas p a r a ambientes, m an i p u l a d o r es e equipam entos em restaurantes i ndus triais . Imprensa Universitária, UFV, 1 99 6 , 8 9 p . + + + + RESUMO Aval i aram� se as c o n d ições higiêni cas de processamento d e uma micro - i n d ú s tria de l at i c ín i o s . P ara i s s o , i n i c i al mente, foram re ali zadas análises fís i c o -q u ím i c as e microbiológicas da água de uso industrial, análises microbiológicas de área de processamento, manipuladores , equipamentos e utensílios com a finalidade de verificar as condições reais da higiene de processamento dos produtos l ácteos na micro-ind ústria. Posteriormente foram efetuadas sugestão, implantação de sistema de higienização e avaliação da eficiência desse sistema através de novas análises . As características físico-químicas da água variaram dentro do esperado e todas as análises microbiológicas apresentaram resultados abaixo do recomendad o . Dessa forma, mostrou-se que medidas simples e adaptadas às condições reais das micro-indústrias foram eficientes para amenizar o risco de produção de alimentos que venham causar problemas de enfermidades transmitidas por alimentos. Palavras-chav e : condições higiênicas, processamento, l aticínios. 1. INTRO D U Ç Ã O As micro -indústrias de leite e derivados n e c e s s itam p r o d u z i r alimentos com m e l h o r q u a l i d a d e . I s t o o c orre e m fu n ç ão d a maior exigência d o s consumi d ores e principal mente d e v i d o à l e g i s lação mais rígi d a . A s p ectos nutricionais e de segurança alimentar são funda mentais p ara a comercialização dos produtos. Por falta de visão empresarial ou dificuldade em abs orver novas tecnologias , os micro-empre s ários l aticinistas estão atravessando perío dos difíceis que ameaçam a sobrevivência de suas atividades. Esta dificuldade pode ser minimizada p o r meio d a tran s ferência de c onhecimentos técnicos e de cunho social das universidades, centros de pesquisa, órgãos governamentais de fiscalização para os responsáveis e funcionários ' das micro - i n d ú s trias, m e l h o rand o , a s s i m , a qualidade de seus produtos. Nesta pesquisa, uma 2 3 proposta de imp lantação de procedimentos de higienização para micro-indústrias de laticínios foi avaliada. 2. MATERIAL E MÉTODOS D e ntre c i n c o m i cro- i n d ú s trias previa mente avaliadas, uma foi selecionada. O critério de seleção baseou-se no i nteresse, permissão e d i s p o s i çã o d o proprietári o em i m p l antar o s i stema de higieni zação sugerido O s i s tema proposto e implantado considerou os seguintes aspect o s . A cloração d a água utilizando-se o clorador por difusão no reservatório de água. O estabelecimento de protocolos de higienização do reservatório de água, dos ambientes de proces s amento , d o s equipamentos e utensíli o s , dos pisos e paredes e dos manipuladores . Dentre B acharel em Tecnologia de Laticínios. Professor do Departamento de Tecnologia de Alimentos - UFV - Viçosa/MO. Nutricionista. Pág. 88 Pág . 89 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS o u tro s aspecto s , estes procedimentos c o n s i deraram as l i m p e z as á c i d as e a l c al i n as e a sanitização. Análises da qualidade físico-química e microbiológica da água e análises microbio lógicas dos ambientes de processamento e dos equipamentos e utensílios foram efetuadas antes e após a implantação do sistema de higienização, conforme metodologias propostas pela APHA ( 1 992). 3. RESULTADOS 3 . 1 . Q u a l i dade fís i c o - qu ím i c a e microbio l ó gica da água Depois d e i mp l an tado o s i s tema de higie n ização na micro i n d ú s tria s e l e c i o n ada, realizou-se d uas repetições de análises físico q u í m i c as e micro b i o l ó g i c as d a água, c o m a finalidade de avaliar a eficiência da lavagem do depósito principal e do processo de cloração da água. O reservatório de água foi higienizado usando-se o seguinte procedimento : esvaziou se a caixa d ' água e toda a superfície interna foi escovada com detergente neutro ; enxaguou-se com água e m ab u n d ân c i a ; s a n i t i z o u - s e com s o l u ção c l orada, p re p arada com 2 l i tros de hipoclorito de sódio ( água sanitária) em 1 000 litros de água; após 2 horas de contato, a solução clorada foi escoada e novamente encheu-se o reserv atóri o . Finalmente, a água fo i c l orada utilizando-se um clorador por difusão . Este foi prep arado u s a n d o - s e u m a embalagem d e polietileno o n d e misturou-se 340 gramas d e hipocl orito de cálcio c o m 850 gramas de areia l av ad a . Em s e g u i d a , na embalagem, foram realizadas duas perfurações de 0,6 cm de diâmetro a 1 0 cm abai x o do gargal o para que o c loro pudesse ser liberado. O clorador foi amarrado a um fio ou fita de nylon e colocado na água do res ervatório a poucos centímetros abaixo do nível de água . Esta mistura é s uficiente para tratar 2000 l itros de águ a por dia durante 3 0 dias. Quando a quantidade de água for superior a 2000 litros ou quando houver uma retirada diária muito grande de água, deve-se colocar mais de Quadro 2 - um clorador. A verificação · da presença de cloro residual foi realizada com solução de ortolidina: para cerca de 1 0 ml de água adicionar 3 gotas de solução de ortolidina, sendo positivo a coloração amarelo-claro desta mistura. De acordo com o Quadro 1, constatou-se que as características físico-químicas da água variaram dentro do esperado. A dureza p erma neceu prat i c amente i n al terad a. O c o rreu u m ligeiro aumento do p H e alcalinidade total. J á n o t e o r d e c l o retos h o u v e u m aumento considerável e, pela primeira vez, foi detectada a presença de cloro residual livre na água de uso industrial. Característ icas físico-quím icas da água (média de duas repetições) . Quadro 1 Análise Resultado pH Dureza (mg/l CaC0 ) 3 Alcalinidade total (mg/l CaC0 ) 3 Acidez (mg/l CO,) C Cloretos (mg/l Na l) Cloro residual livre (mg/l C12) 6,3 16 23 20,5 25,5 + As análises microbiológicas da água reve laram uma redução do número de mesófilos aeró bios, atingindo valores abaixo de 1 ,0x 1 0o UFC/ml. Os resultados das análises de coliformes totais e coliformes fecais expressos em NMP! l 00 ml, indicaram val ores abaixo do especificado pela legislação vigente conforme o Quadro 2 . 3 . 2 . Q u a l i d a d e m ic r o b i o l ó g i c a d a á r e a de proces s a m ento, equipam entos e u t e n sílios e m an i p u l a d o res A área de processamento foi higienizada pela pulverização ambiental com uma solução clorada a 1 00 mg/l de cloro resid ual total (CRT) . Este procedimento foi feito duas vezes por semana du rante 30 dias. Dessa forma, as análises de mesófilos aeróbios e bolores e leveduras da área de proces samento encontraram-se abaixo do recomendado Características microbiológicas da água. Repetições 1 2 ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS após a pulverização de 1 00 mg/l de cloro residual livre realizada duas vezes por . semana. A higienização das superfícies de equipa mentos e utensílios foi realizada diariamente, logo após o uso, durante 3 0 dias . Utilizou-se a seguinte rotina: i ) pré - l avagem, c o m água à temperatura ambiente; i i ) limpeza com deter gente neutro ou de baixa alcal inidade, com o auxílio de uma esponj a apropriada, utilizando água morna, se possível ; iii) enxágüe, usando-se água à temperatura ambiente ; iv) sanificação, com sol ução clorada contendo 1 00 mg/l CRT. A higienização das mãos dos manipuladores foi efetuada sempre que houvesse necessidade utilizando-se o seguinte procedimento : i) pré l avagem, com água até aproximadamente os cotovelo s ; i i ) lavagem, usando-se água mais detergente neutro ; iii) enxágüe, utilizando água em abundância; iv) sanitização, com água clorada a 50 mg/l de CRT. O manipulador sanitizou as mãos e os antebraços até os cotovelos com a s o l u ç ão c l orada c o n s t anteme n te d u rante o processo de produção. Após as interrupções do processo de produção, o manipulador realizou a rotina de higieni zação n ovamente. As análises microbiológicas de mesófilos aeróbios e colifo rmes totais de equipamentos, utensílios e manipuladores também se mostraram abaixo do recomendado. D e acord o com os valores encontrado s , c o n c l u i - s e que os res u ltados foram bastante satisfatóri os revelando o sucesso do sistema de higienização implantad o . 4. CONCLUSÃO O s resultados obtidos após a implantação do sistema de higienização revelaram a excelente redução da microbiota, indicando que o trabalho atingiu seus objetivos. Dessa forma, mostrou-se que medidas s imples e adaptadas às condições reais das microindústrias foram eficientes para solucionar ou amenizar o risco de produção de alimentos q u e venham c a u s ar prob l e mas de intoxicações e infecções . Um fat o r relevante p ara o b o m desem p e n h o d e s t e trabal ho fo i a c o laboração e interesse do proprietário das microindústria que se mostrou disposto a melhorar a qualidade de condições de processamento. A n á l ises realiza das Mes ófil os aerób i os (UFC/ml) C o lifo r m es totais (NMP/I OOml) C o lifo rmes fecais (NMP/ I OOml) < 1 ,0x 1 0o 1 ,0 x l Oo <3 <3 < 3 < 3 + + S U MMARY A cleaning and sanitizing procedures were proposed at a small dairy plant after evaluation of hygienic prbcessing conditions. One month after i m p l ementation of the proced ures , the hygienic conditions were again evaluated . Water mi crob i o l o gi c al q u a l i t y w as i m p r o v e d and m i crobial c o u nts of the air o f t h e m i l k processing areas, equipment and utensils surfaces and worker hands decreased . The improvement of the good manufacturing practices to attend small industries showed be efficient to increase the safety of the milk products produced at the dairy plants evaluated . Key-words: hygienic processing conditions, dairy plant. REFERÊNCIAS B I B L I O G RÁFICAS A N D RADE, N . J . & M A C Ê D O , 1 . A, Higie n i z a ç ã o na Indústria de A l i m e n t o s , E d . Varela, S ã o Paulo, 1 996. A N D R A DE , N . J , H i g i e n e i n dustrial (A nálises fís i c o - qu í m i c as d e á g u a , deter g e n tes e s a n i t i z antes ) . Impre n s a U n i versi tária, UFV, 1 9 84, 4 1 p . VANDERZANT, C . S PLITTSTOESSER, D . F. e d . C o m p endium o f m et h ods for the m i c r o b i o l o g i c a l exam i n a t i o n o f fo o d s , 3 rd e d . American P u b l i c Health A s s o c i a t i o n , ( A PHA) 1 9 92, 1 2 1 9p . GREEBERG, A. E; CLESCERI, L. S e EATON, A . D . e d . S ta n d a r d m e th ods for the examination of water and wastewater. 1 8 th e d . A merican P u b l i c H e al t h A s s o c i a t i o n , (APHA) 1 992. Y O K O YA , F . H i g i e n e e s an i t i z a ç ã o d a fábrica de alimentos. S ecretaria d a Indústria, Comércio Ciência e Tecnologia. São Paulo, s.d. 1 1 7 p. YOKOYA , F. Controle de qualidade, higiene e sanitização nas fáb ricas de a l i m entos. S ecretaria d a Indústria, C o mérc i o Ciência e Tecnologia. S ão Paulo, 1 9 1 p . S ILVA, R . M . M . Especificações m icrobio l ó gicas para a m b i e n t e s , m an i p u l a d or es e equip am entos em restau rantes indus triais. Imprensa Universitária, UFV, 1 99 6 , 8 9 p . + Pág. 9 0 + + Pág : 9 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XX C O N G RESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS PESQUISA DE MERCADO: HÁBITOS DE CONSUMO E PERFIL DO CONSUMIDOR D E LEITE LONGA VIDA E M B ELO HORIZONTE - M G Market assessment: Consume habits a n d profile o f t h e u h t milk consumer i n Belo Horizonte - MG Emília Maricato Pedro dos Sa ntos1 Luciana Ramos Plasti no2 Marcelo Resende de Souza3 Mônica Maria Oliveira Pinho Cerqueira3 Celso Augusto de Mattos4 1 . INTRODU Ç Ã O A pesquisa de marketing, segundo MATTAR (200 1 ), é a investigaç ão sistemátic a, controlad a, empírica e crítica de dados com o objetivo de descobrir (ou) descrever fatos e (ou) de verificar a existência de relações presumidas entre fatos (ou variáveis) referentes ao marketing de bens, serviços e idéias, e ao marketing como área de conhecimen to de administraç ão. Assim, a pesquisa de marketing é utilizada como u m instrumen to em marketing e geren ciamento, uma vez que seu objetivo maior é a identificaçã o d as necessidade s do cliente. E, para d etermi n ar as neces s i d ad e s d o s cl i e n t e s e implementa r estratégias e programas de mar keting visando a sua s atisfação, os gerentes de marketing necessitam de informações a respeito de c l ientes, concorrente s e o u tras forças que atuam n o mercado. Mudanças importantes vêm sendo percebidas com relação ao comportamento do consumidor. Os clientes estão cada vez mais exigentes e bem informados, conscientes da qualidade não apenas como atrativo de marketing, mas como filosofia. N o s últimos anos, questões como segu rança, q u al i d ad e e i mp ac t o s d o c o n s u mo de alimentos na saúde humana são cada vez mais constante s . Estes fato s revelam-se ainda mais importantes na medida e m que os produtos de 2 3 4 origem animal passam por uma série de etapas desde sua produção até a chegada ao seu destino final, ou seja, a mesa do consumidor. Sua quali dade fica condicionada a uma série de fatores produtivos e tecnológicos, dependentes, via de regra, de todos os agentes envolvidos no processo. Para garantir a idoneidade do produto ao c o n s um i d o r, é extremamente i mp ortante u m controle de qualidade tecnológico, de armaze n agem, d istribuição e c omerciali zação . Além disso, frente um · mercado consumidor cada vez mais c o m p e t i t i v o e e x i g e n t e , é de e x trema i mp o rtância encontrar maneiras de conquistá lo e de estabilizar a indústria laticinista e s ua marca neste contexto . C o m i s s o , torna- s e i n di s p e ns ável a identifi cação do perfi l do consumidor e seus hábitos de compra. Em vista d a relevância do tema, o presente trabalho objetivou a realização de uma pesquisa de marketing sobre hábitos de consumo e o perfil do consumidor de leite longa vida em Belo Horizonte, Minas Gerais . 2. CONTEXTUALIZAÇÃO D A PESQUISA Muitas compras, tal como a de leite, é feita de forma repetitiva, de modo que o processo decisório fi ca bastante red u zi d o . No entanto, M édica Veterinária mestranda em Medicina Veterinária, área de Tecnologia e I nspeção de Produtos de Origem Animal - DTIPOA / Escola de Veterinária / UFMG B elo Horizonte - MG. Médica Veterinária. Professor (a) do Departamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal, Escola de Veterinária / UFMG - B elo Horizonte - MG. CEPEAD - Faculdade d e Ciências Econômicas / UFMG - Belo Horizonte MG. n a m e d i d a e m q u e o p r o d u t o apresenta d i ferenci ais competitivos, o process o tende à complexidade. A compra de leite pode s er considerada c o m o u m proce s s o d e t o m a d a d e d ec i s ão limitada, em virtude de suas particularidades, tais como baixo envolvi mento e pouca busca por informações e avaliação de alternativas . Neste processo, o consumidor forma crenças s obre o produto, realiza a compra e procede a avaliação baseada no j ulgamento inicial. O leite é um produto nobre, de alto valor n u triti v o e presente n a mesa da mai oria d o s brasileiro s . D entre os tipos de leite existentes, o leite longa vida, ultrapasteurizado ou UHT é o leite líquido homogeneizado, que foi submetido durante 2 a 4 segundos, a uma temperatura entre 1 30 e 1 50°C, mediante um processo térmico de fluxo contínuo ; imediatamente resfriado a uma temperatura i n ferior a 3 2 ° C , e e n v a s a d o assepticamente. A inspeção do leite l o n g a vida é de responsabilidade do Ministéri o d a Agri cultura, Pecuária e Abastecimento, uma vez que o leite é um produto de origem animal. No ponto de venda, ou sej a, no varej o (padaria, s uper mercado etc . ), a inspeção e o controle do leite l onga vida são feitos pelo Ministério da S aúde (Agência Nacional de Vigilância S anitária). O lei te longa vida apresenta-se ao consu midor geralmente em embalagem Tetra Pak® e em temperatura ambiente. Nos últimos anos , o consumo desse tipo de leite cresceu muito n o B ras i l , v i s t o que no i n í c i o d a década d e 9 0 o l e i t e l o n g a v i d a d e t i n h a 4 , 4 % d o mercado brasileiro de leite fluido, mas no final da mesma década, o produto já havia conquistado 70% do mercado consumido r. E, atualmente, segundo dados da ABLV - Associação Brasileira de Leite Longa Vida -, a p articip ação de 7 3 % do leite longa vida no consumo de leite fluido no B rasil ainda é baixa quando comparada ao consumo de leite longa vida em países como Bélgica (98%), Espanha (97%), França (96%) e Portugal (95%), em 200 1 . O consumo per capita de leite no Brasil (menos de um copo/dia) está muito abaixo dos 3 copos de leite diários, necessários para u m a a l i m e n t ação s a u d á v e l , c o m níveis adequados de nutrientes. Sendo assim, o consumo de leite longa vida e m n ú meros absolutos no Brasil é da ordem de 3,9 bilhões de litros. 3 . METODOLOGIA DE TRABALHO O método de pesquisa utilizado envolveu a realização de uma etapa qualitativa e uma etapa q u an titativa. A etapa q u a l i t a t i v a b u s c o u i d e n ti fi c ar questões relevantes para a definição do perfil do consumidor e seus hábitos de consumo. Essa pesquisa exploratória foi realizada via conversas c o m e s p e c i a l i stas da área de t e c n o l o g i a e inspeção de produtos de origem animal, bem como via d a d o s s e c u n d ários p e s q u i s a d o s na literatura especializada. J á a etapa quantitativa objetivou a apli cação de questionários a consumidores de leite elaborados a partir dos itens levantados na etapa q u alitati v a . Estes q ue s t i o n ári o s i n c l u íram ques tões fe chadas rel ati v as ao t i p o d e l eite c o n s u m i d o , freqüência e quanti d ad e de leite consumida, marcas consumidas e preferidas, local de compra e quantidade adquirida, locais de busca de informações acerca do produto, principais motivos que levam o pesquisado a consumir leite longa vida,e, por fim, questões de identificação (sexo, faixa etária e escolaridade). Os q u e s t i o nári o s fo ram a p l i c a d o s por entrevistas pessoais em 276 respondentes . Esta amostragem foi do tipo n ão-probabilística por conveniência e calculada com base na fórmula para tal, levando-se em consideração u m nível de confiabilidade de 95% e margem de erro de 3,3%. Após a aplicação d o s questionários, estes foram c o n fe ri d o s , n u merados e tab ul ad o s , visando a posterior análise e interpretação dos d a d o s . Para a tabulação e anál i s e estat ística descritiva dos dados, foi utilizado o programa Windows Excel. I 4. RESULTA DOS E D I S CUS S à O Sobre os hábitos d e consumo de leite longa vida, obteve-se: em relação ao tipo de leite longa vida consumido, 57,8% dos entrevistados bebem leite longa vida integral, seguidos p o r 3 7 , 5 % q u e consomem leite longa vida desnatado ; sobre a freqüência de c o n s u m o , 45 , I % da amo stra consome leite d i ariamente e 2 5 , 1 % c onsome entre 3 e 4 vezes durante a semana ; 44,2% dos entrevistados con somem entre I e 2 l itros de leite longa vida por semana, e 2 8 , 7 % consome menos de I litro. Com relação à fi d e l i d ad e de c o n s umo, observou-se que 79,3% da amostra não é fiel a uma marca de leite específica. As marcas mais c o n s u mi d as s ão Parmalat ( 6 1 , 0 % ) , Itambé ( 6 0 , 6 % ) , C o t o c hés ( 4 9 , 4 % ) e D o n a Vac a (49 ,4%). Assim c o m o estas mesmas foram as mais c i tadas c om o marca preferi d a pelos entrevi stad o s : Parmal at ( 3 9 , 0 % ) , I també ( 3 3 , 5 % ) , C o to c h é s ( 1 7 , 9 % ) e D o n a Vac a Pág . 9 3 Pág. 92 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ( 1 4,3%). Estes dados mostram um certo domínio do mercado nacional de leite longa vida por tais marcas mais citadas. Q u an to a o c o mp ortamento de c o mpra, observou-se que o local de compra de leite longa v i d a mai s u t i l i zado p e l o s entre v i stados é o sup ermercado ( 8 2 , 1 % ) , segu i d o pela p adaria ( 9 , 6 % ) ; 34,3% da amos tra adquire entre 2 e 5 litros de leite longa vida por vez, e 25,9% adquire en tre 1 0- 1 5 l i t ro s ; 4 4 , 6 % d o s e ntre v i s t a d o s cons omem leite longa v i d a d e v i d o ao m a i o r prazo de val i d ad e ; 4 0 , 2 % d e v i d o à maior disponibili dade do pro duto no mercado e pela facilidade de compra, 32,5% pela facilidade de m a n u s e i o e uti l i zação, 2 7 , % pel a s a ú d e e segurança do produto. 5 . CONCLUSÕES Quanto ao perfil do cons umidor de l eite longa vida em Belo Horizonte, homens têm uma freqüência mais alta de consumo, c onsome e adquirem uma maior quantidade de leite longa vida que mulheres. Por outro lado, as mulheres consomem mais leite longa vida desnatado que os homens. E ainda, consumidores de leite longa v i d a e n ri q u e c i d o bebem leite c o m maior freqüência e em maior quanti dade, bem como possuem uma maior fidelidade à marca consu mida. Outra conclusão interessante é que todos os entrevistados com apenas o 1 0 grau concluído consomem leite longa vida integral e entre os entrevistados com nível de escolaridade de Pós graduação está o maior percentual de . consumo de leite desnatado (47,4%). Em adição, sobre os hábitos de consumo, o tipo de leite longa vida mais consumido é o integral. Apesar de a freqüência de consumo ser relativamente alta, visto que em torno de 60% dos entrevistados consome leite mais de 03 vezes por s emana, a quantidade de leite l onga vida consumida e m Belo Horizonte é baixa, considerando-se o leite um alimento nobre e as recomendações da Organização Mundial de Saúde. Além d i s s o , s obre . o comportamento de c o mpra, o l ocal mais u t i l i zado pelos c o n s u mid ores para adquirir o leite longa v i d a é o s upermercado , s inal i zando uma mudança nos hábitos dos consumidores de leite, já que até o início da última década de 90, a maioria do leite consumido era adquirido nas p adarias e mer cearias de bairro . Outro fato que aponta p ara uma mudança nos hábitos de consumo é o de que uma parcela signifi cativa de consumidores de leite longa v i d a ( 2 5 , 9 % ) c ompra de 1 0 a 1 5 litros de leite de uma vez, a fim de estocar e diminuir a freqüência de ida ao local de compra. Isto seria impossível nos tempos em que o leite pasteurizado com prazo máximo de 03 a 05 dias era o tipo de leite mais consumido no Brasil. SUMMARY Marketing research is used as a tool for marketing and managing, since its main purpose is to i d e n t i fy the needs of t h e c l i e n t . The consumer's behavior has been changing markedly in the l as t y e ars . They have b e c ome m o re informed and aware about qual ity. In order to face a more c o m p e t i t i v e mark e t , i s very important to find ways to reach the consumers. Thus, its is extremely necessary t o know the consumer 's profile as well as their purchasing habits. The present work has the aim of carrying out a marketing research about the UHT milk consume habits and consumer 's profile in B elo Horizonte, Minas Gerais. The research approach e v o l v e d a q u al i tative p h a s e , w h i c h s t u d i e d i mportant questions about the definition o f the c o n s umers ' profi l e and the c o n s u m e h a b i t s , followed by a quantitative phase, in which files were a p p l i e d . They were ans wered by 2 7 6 res p o n dents . This was a n o probab i l i st i c samp ling, observ ing 9 5 % of confi dence leveI and 3 . 3 % as an error l i m i t . The U H T m i l k c o n s ume w as o b s erved i n 2 5 1 ( 9 l . 6 % ) questionnaires, being 5 7 . 8 % o f the respondents whole UHT milk consumers. It was observed that 7 9 . 3 % of the respondents were not buying the same UHT milk trademark, and two of them were the most preferre d . S up ermarket is the place in which most consumers buy UHT milk ( 8 2 . 1 % ) , and 3 4 . 3 % o f the sample p u rchase from 2 to 5 liters each time. According to the answers , 44. 6 % of the cons umers prefer UHT milk due to the shelf-life, 40.2% to the buying easiness. It may be stressed that the percentage of U H T m i l k c o n s u mers in B el o H or i z o n te ( 9 2 % ) w as higher than the B razi l ian average (73%), and this could increase even more if one consider the great importance of milk in human nu trit i o n . Key-words : UHT milk, marketing research REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A S S AE L , H e nry. C o n s u m e r b eh av i o r and marketing action. 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C o n s i d erando a i mp ortância da relação e ntre s aú d e e meio ambiente, onde as ações desenvolvidas para a melhoria da qual i dade da á g u a rep re s e n t a m fato r p rimordial p ara a redução dos riscos das doenças de transmissão e veiculação hídrica, bem como causas de morbi m o rt a li d a d e no p aí s , o m o n i toramento e o controle da mesma devem ser priorizados como 2 ação s an it ári a e s o c i a l p e l as a u t o r i d ades s anitárias, particularmente em relação às águas destinadas ao consumo humano (Oliveira et aI., 200 1 ) . C o m o o l e i t e p o d e se c o n t am i n ar e contribuir para o desenvolvimento de micror ganismos, depreende-se que a água pode ser uma vi a de tran s m i s s ão de agentes deteriorantes e/ou patogênicos, gerando problemas de ordem sanitári a e econômica no produto ( A maral et ai., 2000). Desta forma, toda água que se coloca em contato c o m o ali mento d e v e atender o mesmo padrão microbiológico estabelecido para água de consumo humano (Frazier & Westhoff, 1 97 8 ) . Estudantes d e Pós-Graduação - Bolsista CAPES / DTIPOA / EV /UFMG. Professores do DTIPOA / EV/ UFMG. Órgãos financiadores - CAPES / CNPQ / FEP-MVZ - Coordenadoria DTIPOA. Pág. 94 Pág . 95 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Os resultados obtidos indicaram elevado percentual de amostras com qualidade bacte ri o l ó g i c a i n ad e q u a d a e i mp róprias p ara o consumo humano, oferecendo risco à saúde do homem e dos ani mais, além de contaminação do leite que entra em contato com as superfícies d o s e q u i p amentos de o r d e n h a i n s a t i s fa tori amente higienizados. A distribuição percentual dos coliformes nas amostras de água revel o u que 6 3 ( 7 6 , 8 % ) (Gráfico l ) e 50 (60, 9%) (Gráfico 2) d a s amos tras apresentaram valores iguais ou superiores a 2 , 2 NMP/mL p ara c o l i formes totais e fecais, respectivamente. Estes v alores são i naceitáveis segundo a Portaria n° 1 .469/2000 do Ministério da S aúde (BRASIL, 2000) . Trab alhos na l iteratura e n v o l v e n d o a qualidade microbiológica da água utilizada na l i mpeza d e e q u i pamentos d e ordenha em pro priedades leitei ras d e s creveram c o nt ami nação p o r c o l i formes t o tais em 1 0 0 % das amos tras ( P al an n i s wami e t a l . , 1 9 8 8 ) e em 5 3 , 2 % d as amos tras c o letadas na reg i ão d e Trinidad e Tobaco (Adesiyum et aI. , 1 996). N o estado de São Pau l o , contaminação por c o l i formes totais e fecais foi observada em 5 3 % e 5% das amostras, respectivamente (Fonseca et aI., 2000). Em Minas Gerais, 87% das amostras apresentaram-se fora do padrão para coliformes totais e fecais (Picinin et aI. , 200 1 ) . Verificou-se, entretanto, que 43 ( 5 2 , 5 % ) e 25 ( 3 0 , 5 % ) amostras apresentaram v al ores superiores a 16 NMP/mL de coliformes totais e fecais, respectivamente (Gráfico 3 ) , sendo este o valor máximo descrito segundo a Portaria nO 1 .469/2000 do Ministério da S aúde (B R A S IL, 2000 ) . Picinin e t a l (200 1 ) c itaram uma fre qüência de amostras, para os mesmos valores, de 56% e 59% d e c o l i formes totais e fecais, respecti vamente. Diante da importância da qualidade da água e de seu efeito direto ou indireto na saúde pública, torna-se i nq u e s t i o n ável a n e c e s s i d a d e d o e mprego d e u m a á g u a q u e a p re s en t e n ív e l G ráfico 1 - Po rcentagem de amostras de água apresentando nível aceitável e ina ceitável de coliformes totais em 82 propriedades l e i te i ras d a região metropoliatana de B elo Horizonte. Gráfico 2 - Porcentagem d e amostras de água apre s e n t an d o n ív e l aceitável e inaceitável de coliformes fecais em 82 propriedades leiteiras da região metropolitana de B elo Horizonte. A carga microbiana inicial do leite está diretamente relacionada à higiene e ordenha e à limpeza dos utensílios utilizados para a obtenção e tran s p orte do mesmo . D e s t a fo rma, a higienização defi ciente d o s equipament o s de ordenha, i n c l u i n d o - s e o u s o d e á g u a com q u a l i d a d e m i c rob i o l ó g i c a i n s at i s fatória, é a p o n t ad a c o m o u m d o s p r i n c i p a i s fatores res p o n s áv e i s pelo aumento deste p arâmetro (Oliveira et a I . , 1 9 9 9 ) . 2 . O B JETIVO Este trabalho objetivou avaliar a qualidade microbiológica da água utilizada na limpeza de equipamentos e utensíl i o s d e o rdenha de 82 propriedades leiteiras situadas na região metro politana de B elo Horizonte (MG). 3 . MATERIAIS E MÉTODOS Para a reali zação d o estudo, 250 mL de água destinada à limpeza dos equipamentos e utensílios de ordenha de 82 propriedades leiteiras s i t u adas na região metro p o l i tana de B e l o Horizonte, foram coletadas em frascos estéreis. A s amostras foram transportadas sob refrige ração até o l ab o ratório d e micro b i o l og i a do DTIPOA/EV/UFMG, onde foram reali zadas a pesquisa de coliformes totais e fecais (APHA, 1 9 9 5 ) . Previ amente à execução das anál i ses, realizou-se a adição de 1 00J.lL de s o lu ção de tiossulfato de sódio a 15% para cada 250mL de água em todas as amostras com o objetivo de inativar o cloro, caso este estivesse presente. 4 . RESULTADOS 61 % 77% 23% D Aceitável I!II lnaceitável 39% [] Aceitável I!II lnaceitável bacteriológico adequado, o que pode ser obtido adotando-se méto d o s efi c azes de tratamento. N a literatura, alguns autores rel ataram que o tratamento da água de propriedades leiteiras com Iodophor a 75 ppm ( Palanniswami et aI., 1 9 8 8 ) e cloro a 3 a 4 p p m (Lagger et aI. , 2000) resul taram em melhoria significativa na qualidade da água, com valores satisfatórios para coliformes totais e fecais . Gráfico 3 - D i stribuição perce n t u al d e c o l i formes t o t a i s e fecais s e g u n d o o NMP/mL das amostras de água de 82 propriedades leiteiras situadas na regI ao metro p o l itana de B e l o H ori zonte. 60 50 C ra c:; (al :::I C' � 40 Key-words : water, quality, microbiology, 30 milk. 20 10 o s amples ( 2 5 0 mL) o f e i g h t - t w o dairy farms located in Minas Gerais s tate, were coIlected and s ubmitted t o total a n d fec a l c o l i fo rms e n u merati o n ( A P H A , 1 9 9 5 ) . T h e o bt a i n e d results showed that 23% a n d 3 9 % of t h e samples presented values lower than 2 . 2 M PN/mL for total and fecal coliforms, respectively, w hich are satisfactory accordin g to the "Portaria nO 1 46 9 fro m 1 2/2912 0 0 0 , H e a l t h M i n i s try, B razi l " . However, c o l i forms values equal or h i gher t h an 2 . 2 M PN/mL w ere ob served i n 76. 8 % (total) and 60.9% (fecal) of the samples . It was also ob served that 5 2 . 5 % (total ) and 3 0 . 5 % (fecal) of the samples expressed values higher than 16 MPN/mL. From those findings, it w as verified an unsat i s factory w ater micro biological quality in the majority of the analyzed dairy farms, showing the necessity of adopting a program on water quality improvement, based on simple and cheap methods . REFERÊN CIAS B IBLI OG RÁFI C A S <2,2 2,2 5,1 o Coliformes Totais 9,2 16 I!I Coliformes >1 6 N MP/mL Fecais O adequado tratamento microbiológico da água empregada no processo de higienização dos equipamentos de ordenha auxiliarão na redução d a c ontaminação bacteriológica do leite e dos prejuízos devido à baixa qualidade do mesmo. 5. C O N C L U S à O A q u a l i d ad e d a á g u a d a mai ori a das propriedades lei teiras d a região metropolitana de Belo Horizonte (MG) apresenta-se insatis fató ri a c o m elevada c o n t aminação p o r c o l i formes totais e fecais. É necessário monitorar a qualidade da água, visando adequá-la aos padrões microbiológicos exigidos pela legislação brasi leira, uma vez que esta pode ser uma importante fonte de contaminação do leite. SUMMARY The total and fecal coliforms high values found in water destined to dairy equipments ' c l eaning have become a seri o u s pro b l e m i n relation t o risks of milk contamination. I n order to evaluate the microbiological quality, w ater A D E S I Y U N , A . A . e t a I. Pre v a l e n c e and characteri stics o f strai n s o f Esc h e richia c o li isolated from milk and feces of cows on dairy farms in Trinidad. Journal of Food Protection, v. 60, n. 1 0, p. 1 1 74- 1 1 8 1 , 1 9 9 7 . APHA. Standard m ethods for the examination of water and wastewater, 19 ed . Washington: American Public Health Association, 1 995. 875p. B RASIL. Ministério da S aúde. Portaria n . 1 .469 de 29 de dezembro de 2000. F R A Z IE R . W. C . ; W E S T H OFF, D . C . Microb i o l o gia d e l o s a l i m e n tos . Zarag o za : Acribia, p . 7 8 - 7 9 , 1 97 8 , 6 3 0p. FONSECA, L . F. et a i. Coliform concentration i n w ater used for cleaning milk equipment in dairy farms in Brazil and its correlation with milk quality. In: PROCEEDING OF PACIFIC CONGRESS O N MILK QUALITY AND MASTITIS CONTROL, Nagano, Japão, 1 3- 16 de novembro de 2000. Anais Nagano, 2000. p. 604. LAGGER, J. 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C.A. et alo Diagnóstico de situação da qualidade da água de fazendas leiteiras de Minas Gerai s . Revista do I n s t i t u to de Laticínios Cândido Tostes, V. 5 6 . p . 3 0 1 - 3 1 0 , 2 00 1 . 1. INTRODU Ç Ã O A avaliação quantitativa de componentes do leite antes do seu processamento é importante p ara manter a garant i a da q u al i d ad e e d a produtividade d e indústrias de laticínio s bem controladas . A determinação p adrão da p op ul ação de b actérias d o leite é reali zado pelo método da Contagem Total em Placas, que demora mais de 4 8 h o ras p ara d i s p o n i b i l izar os res u l ta d o s . ( B R A Z I S , 1 9 9 1 ; M A N J A e S AN C K A R A N , 1 994) . AVALIAÇÃO D A MICROSCOPIA D E EPIFLUORESCÊNCIA DIRETA COMO M ÉTODO D E ANÁLISE RÁPIDA D O LEITE PARA PAGAMENTO PELA QUALIDADE M ICROBIOLÓGICA Evaluation of the Direct Epifluorescence Technique (DEFT) as a Fast And Acceptable Method For The Milk Microbiological Quality Payment Paula Rosa Scheti no de Castra 1 Sebastião César Cardoso Brandão2 RESUMO O mét o d o ráp i d o ind u s trial atualmente utilizado para a determinação da q u ali d ade microbiológica do leite cru em latões é o tempo de redução do azul de metileno (TRAM) ou redutase. Entretanto, diversos trabalhos demonstraram que o TRAM não é indicado para avaliação do leite cru resfriado coletado a granel. Isso ocorre devido à menor capacidade das bactérias psicrotróficas, em maior proporção no leite a granel, de reduzirem o azul de metileno. U m dos métodos que pode ser usado na avaliação da qualidade microbiológica do leite cru a granel é o DEFT (Direct Epifluorescence Filter Technique), por ser rápido e automatizáve l . Para avaliar o método DEFT como altern at i v a adequada e ráp i d a ao TRAM, ele foi comparado com a Contagem Padrão em Placas (CPP) em 24 amostras de leite cru coletado a granel e em latões . Para a análise foi utilizado um microscópio de epifI uorescência com uma câmara d igital para captura das i magens e vis ualização dos campos em monitor de vídeo. Para a população dos mesófilos, que variou de 1 , 24 x 1 04 até 2,57 x l 06 UFC/mL, a análise estatística dos resultados apresentou correlação de r 0,80 entre os métodos DEFT e CPP. O valor da correlação encontrado pode ser considerado satisfatório para se recomendar a utilização do método DEFT na determinação da qualidade micro b i o lógica d o leite cru, coletado tanto em latões como a granel, v i s ando o s e u pagamento pela qualidade. O tempo total d e análise de u m a amostra de leite, incluindo sua preparação, é de menos de 3 0 minutos. = Palavras-chave: leite, DEFT, qualidade, análise. 1 2 Projeto de iniciaç ão c ientífica PIBIC/CNPQ e FAPEMIG. Estudante do Curso de B acharelado em Tecnologia de Laticínios da UFY. Professor Titular do Departamento de Tecnologia de Alimentos da UFY. O método rápido que vinha sendo exten sivamente utilizado no Brasil para determinar a qualidade microbiológica do leite cru para efeitos de classificação da qualidade é o TRAM (Tempo de Redução do Azul de Metileno), por fornecer resultados rápidos e de baixo custo. Este método, poré m , n ão é rec omendado p ara se avaliar a qual i d ade micro b i o l ógica de leite c o letado a granel (LUCK, 1 9 9 1 ) . Um dos métodos rápidos alternativos para análise da qualidade microbiológica do leite, é o DEFT ( Direct Epifluorescent Filter Technique). Neste trabalho o método rápido DEFT foi comparado com o método padrão de contagem em placas (CPP) para determinação rápida da população de bactérias no leite cru proveniente de coleta em l atões e a granel , para fin s de classificação de qualidade microbiológica. 2. MATERIAL E MÉTODOS 2. 1 . C o leta das Am ostras d e L e i te Cru Entregues em Latões e a Gra nel Foram analisadas amostras de leite cru tipo C de diversos produtores da região de Viçosa MG, entregues na plataforma de recepção do Laticínios Escola do Departamento de Tecno logia de Alimentos da UFY. As amostras foram coletad as em recipientes previamente esteri lizados, identificadas e mantidas sob refrigeração a 4°C até a realização das análises . 2 . 2 . D et e r m i n a ç ã o da P o p u l a ç ã o de B ac térias Mesófilas e Psicrotróficas pela CPP A líquotas d e 1 e 0 , 1 m L d a s amos tras diluídas foram inoculadas em profundidade em Placas de Petri , utilizando-se meio de cul tura PCA ( Merck) . As placas de Petri foram incu badas a 3 2°C por 48 horas para contagem da população de mesófilos aeróbios, e a 7°C por 1 0 d ias para contagem d a população d e psicrotró fi c o s . Os res u l tad o s foram e x p re s s o s em unidades formadoras de colônias (UFC) por mL de leite (MARSHALL, 1 99 2 ) . 2 . 3 . Reagentes u t i l i z a d o s n a fil t r a ç ã o Antes do uso, todo reagente foi totalmente filtrado em membrana (Millipore) com p oro de 0,22 mm, para que fossem removidas bactérias e outras impurezas. Todos reagentes, exceto as enzimas, foram estocados entre 4°C e 5°C, por menos de três semanas . A suspensão da enzima tripsina (Difco) foi feita com água destilada a 4°C e estocada a -20°C. As soluções do emul sificante Triton X- I OO foram feitas com água destilada nas concentrações de 0,5 e 0, 1 % , que foram usadas, respectivamente, n o preparo da amostra e na rins agem. O corante utilizado foi o alaranjado de acridina, a 0,025% diluído em tampão citrato-NaOH pH 6,6 (PETTIPHER et al. , 1 9 8 1 ). 2.4. Determinação do D EFT Em 2,0 mL de leite, foi adicionado 0,5 mL de solução de tripsina (20% em água) e 2,0 mL do emulsificante Triton X- I OO (0, 5 % em água). A mistura foi incubada, em um tubo de ensaio estéri l , a 5 0°C por 1 0 minutos . Paralelamente uma membrana de filtração de p o l i c arbonat o Nucleopore, c o m poros de 0,6 mm e 2 5 mm d e d i âmetro fo i m o n t a d a e m e q u i p amento de filtração específico (unidade filtrante), que com auxílio de um Kitassato , foi acoplado a uma bomba de vácuo de 1 00 KiloPascal s . Antes do u s o , a u n i d ade fi ltrante fo i aqu e c i d a até a temperatura da amostra preparada pela filtração de 5 mL de Triton X- l OO (0, 1 % em água) previa mente aquecido a 50°C. A amostra preparada foi então filtrada na membrana, seguido de mais 5 mL do emulsi ficante p ara l avagem d o tubo de ensaio e do fi ltro . Posteriormente, foi adicionado 2 mL de solução de al aranj ado de acridina ( 0 , 0 3 % em solução tampão citrato N aO H O , I M , p H 6 , 6 ) . A p ó s 2 m i n u t o s , o v á c u o fo i reap l i c ad o e a membrana foi lavada com 2 , 5 mL de solução tampão de Citrato-NaOH 0, 1 M, pH 3 ,0, seguido de 2,5 mL de isopropanol. A membrana corada foi removida da unidade filtrante, seca ao ar, e montada com óleo de i mersão não fluorescente em uma lâmina. Esta lâmina foi observada em Microscópio de EpifI u o re s cê n c i a Lei c a D ML S , c o m uma unidade de filtro HP2, com captura eletrônica · de imagem e display em monitor de v ídeo. As Pág . 9 8 Pág . 99 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS cepas que fl uoresceram al aranj ado -vermelho (vivas), foram contadas em diversos camp os, conforme descrito por PACKARD et a l o ( 1 992). O nú mero de células na membrana, por mL de leite, foi estimada a partir da média das cepas c o ntadas p o r campo e p e l o fator microscópico (FM). O FM foi determi nado a p artir da área total da membran a em q u e a amostra foi filtrada (mm 3 ) dividido pelo campo microscópico (mm2) e pelo volume da amostra (mL). A contagem DEFT foi determinada pela multiplicação do FM pelo número de cepas por campo (PETTIPHER e t al. , 1 9 8 1 ) . ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS para s u b s t i t u ir o m é t o d o d o T R A M p ara determinação industrial rápida da qualidade do leite. Deve-se ressaltar que o tempo necessário para análise do DEFT é de cerca de 30 minutos, que é bem menor do que o tempo do TRAM. O u tros p e s q u i s adores que avali aram a correlação entre estes dois métodos para deter minação de bactérias viáveis no leite cru ( PETTI PHER et a l . , 1 9 8 0 ; PETT I PH E R e R O D R I GUES , 1981 b; PETT I P H E R e RODRIGUES , 1 9 8 2 a ; BECK e HEHIR, 1 9 8 2 ; R O D RIGUES e KROLL, 1 9 8 5 ; PETT I P HE R e t a l . , 1 9 9 2 ; C H A M PA G N E e t a l . , 1 9 9 7 ) e n c o n traram coefi c i en tes d e c orre l a ç ã o q u e variam d e 0,78 a 0,94. O'CONNOR e O 'RIORDAM ( 1 9 9 1 ) encontraram uma correlação de r 0,7 1 e LACHOW S K Y, et al ( 1 9 9 7 ) relataram u m coeficiente de correlação de r 0 , 7 9 para o BactoScan e a CPP. O BactoScan utiliza o mesmo princípio que o DEFT e é largamente utilizado na Rede Brasileira de Laboratório de Qualidade do Leite. 2 . 5 . Análises e s t a tís ticas = Análises de regressão linear foram reali zadas utilizando-se o software Excel 7.0. Foram calculados o coeficiente de correlação e a equação da reta do resultados obtidos pelo método oficial (CTP) e pelos métodos TRAM e DEFT. = 3. RES ULTA D O S E DIS CUSSÃO 4. CONCLUSÕES 3 . 1 . C o m p ar a ç ã o entre o DEFT e a C o n t a g e m P a d r ã o em Placas A correlação entre o DEFT e a C P P foi de 0 , 8 05 1 , podendo ser consi derado de razoável A equação de regressão linear determinada entre o DEFT e a cpp foi Y 0,666 1 X + 1 ,7 1 8 1 , onde X representa o logaritmo d a população de m e s ó fi l o s em U FC/mL e Y o l o gari t m o d a contagem d ireta microscópica (CDM/mL) (Fi gura 4). O coeficiente de correlação da regressão linear foi r 0,805 1 . A correlação é considerada razoável indicando que o DEFT pode ser utilizado para bom para a classificação da qualidade do leite cru coletado a granel. Esta correlação ainda pode aumentar, com otimização e padronização de procedimentos laboratori ais , u s o de mem branas pretas em vez de membran as brancas, entre outro s . O DEFT, além de ser u s a d o para d eter m i n ação i n d ustrial ráp i d a da p o p u l ação de = = 6,5 E � Cl ü Ol o ...J - = B EC K , C. G . , H EH I R , A .F.The rapid fluorescence method for cou nting bacteria in m i l k . The Aus tralian J o u r n a l of D airy Technology. V. 3 7 , p . 66-67, 1 9 8 2 . B RAZI S , A . R . Methods Four Assess ing the B acteriol ogical quality of R aw Milk from the Farm . Plate count method. Bulletin of the International Dairy Federation, n. 256, p. 4- 8, 5 4,5 Y 4 = 0 , 6 66 1 x + 1 , 7 1 8 1 r = 0 , 805 1 3,5 Figura 1 The rap i d i n d u s trial method for the microbiological quality determination of raw milk in cans is methylene blue reduction time, or reductase . However, several authors have demonstrated that reductase is not recommended for bulk milk quality evaluation. This is due to the lower capab i lity of psicrotrophic bacteria, in greater proportion i n bulk milk, to reduce the dye. A method that may be used to evaluate milk microbi o l ogical quality is DEFT (Direct Epifluorescence Filter Technique), because it is rapid and it can be automated. To evaluate DEFT as an alternative to reductase, it was compared to s t a n d ard p l at e c o u n t ( S P C ) for 24 m i l k samples, bulk and can collected. It w a s used a e p i fl u o re s c e n c e micro s c o p e w i t h a d i g it al camera for image capture and visualization in a monitor. Mesophilic populations ranged from 1 , 24 x 1 04 to 2 , 57 x 1 06 CFU/mL . S tatistical analysis of the results showed that correlation between DEFT and SPC w as r 0 , 8 0 . The correl ation value fo und may be considered satisfactory for its use for raw milk microbiological quality payment, both in cans and bulk. Total analysis time for a single sample was about 30 minutes, including sample preparation. REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS 5,5 3 SUMMARY Key-words : milk, DEFT, quality analysis. 6 ...J mesófilos, também tem diversas outras aplicações na indústria de laticínios, incluindo determinação de células somáticas, da vida de prateleira de leite pasteurizado, e da concentração de esporos. Dessa forma o DEFT deve ser melhor estudado p ara o t i m i zar o seu u s o em l aboratórios industriais. +-______�--------�------���----�------� 4 4,5 5 5,5 L o g U FC/m L 6 6,5 Resultados da Regressão Linear entre o Logaritmo da População de Mesófilos (Método C P P ) e o Logaritmo d a Contagem D i reta Micro s c ópica (Método DEFT) p ara Leite Coletado a Granel e em Latões. 1 99 1 . C H A M PA G NE , C . P. , G A R D N E R , N . J . , FONTAINE J . , RICHARD, J . Determination of viable bacterial populations in raw milk within 20 minutes by using a direct epifluorescent filter technique. Journal of Food Protection . V. 60, n. 7 , p. 8 7 4 - 8 7 6 , 1 9 9 7 . L Ü C K , H . 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Pág . 1 00 Pág . 1 0 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATICÍNIOS ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS RELEVANTES SOBRE O PROCESSO DE FAB RICAÇÃO DE QUEIJO DE COALHO E SUA ACEITAÇÃO PELO CONSUMIDOR Technical considerations on the manufacture procedures of coalho type cheese and its accetance by consumers. J. F. M. CAVALCANTEl N. J. ANDRADE2 M. M. F U RTA D 03 2 . 1 . Matéria-p r i m a O leite empregado neste experimento foi proven iente de prod utores que fornecem regu larmente à Usina Piloto d a Universidade Federal de Viçosa. Leite cru de conjunto, com acidez de 1 8°Dornic foi resfriado e estocado entre 4°C e 5 cC, pasteurizado em trocador de calor em placas (73°C / 1 5 s) e padronizado para 3 , 1 % gordura. Os queijos de Coalho foram produzidos de acordo com os fluxogramas na Figura 1 . Utilizou-se 1 00 L de leite em cada experimento. 2.2. Fluxogram a s de fab ricação Q u eij o de C oalho Fluxo g ra m a 1 - P rocesso de fab ricação Q l P· Fl uxograma 2 - P rocesso de fabricação Qle V. P. R. M I NI M 3 RESUMO Av ali aram-se as d i ferenças de qualidade de queij o de Coalho elaborado c o m leites cru (QLP) e p asteurizado (QLC) de v aca e sua aceitação pelos cons umidores . A s etapas de fabricação foram as mesmas para ambos os queijos, à exceção da salga que foi feita antes da dessoragem para o QLP e após a dessoragem, na massa, para o QLC . A concentração de s al foi cerca de 8 . 8 vezes maior no QLC. A contagem m icrob iana fo i menor no QL P. Houve diferença (p<0, 3 ) no teste de aceitação dos queijos, sendo que as médias foram de 7 , 4 p ara o Q L P e 6 , 7 p ara o Q L C . De acordo c o m a e s c al a hedônica, estas m é d i as classificam os queijos entre "gostei muito" e "gostei moderadamente". O QLP apresentou uma melhor qualidade em relação ao gosto e à contaminação mi crob iológica. 1. I N T RO DU Ç Ã O O q u e ij o C o a l h o é m u i to a p re c i ad o e c o n s u m i d o n o s grandes c e n t r o s u r b a n o s d o N o rd e s t e i n c l u i n d o Fortaleza, N at a l , J o ão Pes s o a , Recife e S al v ador e u l ti mamente tem t i d o b o a a c e i t a ç ã o na R e g i ã o S u d e s t e , principalmente Espírito S anto, Rio de Janeiro e S ão P au l o . N o N ordeste b r as i l e i r o , e s p e c i a l m e n t e n as p r a i a s , o q ue ij o d e C o al h o é tradicionalmente consumido em fatias, na forma de espetiTlhos (tira-gostos ) . Em casa, costuma se c o n s u m i - l o grel h a d o n a c h a p a, p art i c u l armente n o c a fé d a m a n h ã o u c o m o i n grediente d e u m prato típ i c o n ordesti n o , o "baião de d o i s " , mistura de feijão verde com arroz, servido em restaurantes típicos que atraem muitos turistas . Apesar do queijo de Coalho ser um produto muito popular e já fazer parte da c u l t u r a d a R e g i ão N o rdeste, não e x i s te 2 3 p a d ro n i zação do p ro d u t o . A m a i o r p arte d o queij o de C o al h o é fabri cada de maneira b e m artes a n a l e m p e q u e n as i n d ú s tr i a s el o u e m p e q u e n a s q u eij arias u r b a n a s o u rurai s . E s t e trabalho t e v e c o m o o bj e t i v o aval i ar a s d i fe re n ç as d e q u a l i dade n o s q u e ij o s d e C o al h o elaborados c o m leite c r u (QLC) e leite p asteu rizado (QLP), ambos de vaca e a sua aceitação pelo consumid or. 2. MATERIAL E MÉTODOS Este trabalho foi realizado na Usina Piloto d e Lati c í n i o s e n o s Laborat ó r i o s d e A n á l i s e Sens orial, M icrobiologia e Higiene Industrial, e Pesquisa de Leite e Derivados, do Departamento de Tec n o l o g i a de A limentos d a U n iversidade Federal de Viçosa-MG. D o u t o r a n d o d o D e p t o . Te c n o l o g i a de A l i m e n t o s d a U n i v e rs i d ad e F e d e ral de V i ç o s a . e - m a i l : j fmourao @ yahoo.com.br Professor Titular do DTA/UFY. Professor Adjunto do DTA/UFV. Órgão financiador: CAPES . Figura 1 - Fluxogramas de Fabricação do Queijo de Coalho com leites de vaca pasteurizado e cru . * FLS= Fermento Lático Selecionado. (Streptococcus thermophillus e Lactobacillus bulgaricus. CHR. HANSEN). QLP = Queijo de Coalho com Leite Pasteurizado; QLC = Queijo de Coalho com Leite Cru. Pág. 1 02 Pág . 1 03 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO X X CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS 2 . 3 . A n álises Fís i c o - Q uími cas . 3 . RESULTADOS E D I S C U S S à O Foram real i z adas as seguintes a n á l i s e s físico-químicas :. u midade p e l o método gravimé trico a 1 05°C ( AOAC, 1 990), atividade de água em aparelho da marca AquaLab de acordo com O perator's M an u al , gordura pelo método Van Gulik, c loreto de sódio pelo método de dosea mento nas cinzas, acidez pelo método ponderaI. descritos p o r PEREIRA et a I . 200 1 , pH pelo méto do eletroanalítico utilizan do-se p o ten ciô metro d a marca M i c ronal , nitrogênio s o lúvel em TCA 1 2 %, de acordo com WOOLFS CHOON P OM B O ( 1 9 8 3 ) . Na Tabela 1 são apresentados os resultados da análise físico-química do QLP e QLC. Constata-se da Tabela 1 que o teor de sal do QLC é 8,8 vezes maior em relação ao QLP. Esta grande diferença de teor de sal deveu-se a uma mudança no flux ograma de fabricação, o u sej a, no QLC a s a l g a foi feita d iretamen te na massa após dessoragem, enquanto no QLP a salga foi feita na mas sa anteriormente à dessoragem. O sal inibe a proteólise e o crescimento bacte rian o , além de modifi c ar o s a b o r do p ro d u t o (FURTA D O et a I . 1 9 8 4 ) . N a Tab e l a 2 s ã o ap res entados as análises microbiológi c as dos queij os c o m 1 5 dias de maturação, e pode ser observado que os valores numéricos das análises microbiológicas do QLP foram sempre inferiores aos do Q L C . Esta c o n s tatação s u gere q u e a p asteurização do l e i te a s s eg u r a a q u a l i d ade microbiológica do queij o . A Figura I mostra a aceitação d o s queijos de coalho e a Figura 2 mostra a média das notas atribuídas pelos provadores . Os dados das figuras 1 e 2 mostram a boa aceitação dos queij o s pelos provad o re s , tanto d o Q L C ( mé d i a nota 7,37) como do QLP ( mé d i a n o t a 6 , 7 0 ) , s e n d o q u e a fai x a d e aceitação d o s produtos c o m 1 5 dias de maturação s i t u o u - s e e n tre " g o s t ei m u i t o " e " g o s te i moderadamente". Este experimento foi pioneiro p ara a mai o ri a d o s p r o v a d o re s q u e n ão c o n hec i a m o p ro d u t o em e s t u d o ( q u e ij o d e Coalho ) . S e g u n d o r e l a t o s d o s p r o v a d o res o s atributos de qualidade q u e mais gostaram foram textura e sabor. 2 . 4 . A nálises Microbiológicas Foram reali zadas as seguintes a n á l i s e s mi crobi ol ógi cas : contagem total de mesófilos, coliformes totais e fecais pelo método NMP, de aco rdo com A P H A ( 1 9 8 4 ) . 2.5. Tes te de Aceitabilidade dos Produtos o teste de aceitação dos queijos foi reali zado c o m 1 5 d i as de maturação em c ab i n e s individuais, n o laboratório d e Análise Sensorial do DTA / U FV. A e q u i p e de p r o v ad o res foi formada p o r 54 p ro v ad ores não trei nados de ambos sexos , com i d ade v ariando de 18 a 60 ano s . Utilizou-se a escala hed ônica estruturada de nove p ontos, onde o provador expressou sua aceitação pelo p ro d u t o , seguindo uma escal a previamente estabelecida (CHAVES e t aI . 1 996). O trat a m e n t o dos d ad o s fo i re a l i z ad o p e l o procedimento ANOVA, usando o Sistema S A S . = = Tabela 1 - Resultados das análises físico-química dos queijos com 15 dias maturação. P a r â m e t r o A n a lisado Queij o coalho - QLP Q u eij o c o a l h o - Q L C Umidade ( % ) Atividade d e água (aw) Gordura ( % ) Cloreto d e S ódio ( % ) Acidez ( % a c . lático) pH N . S olúvel . e m TCA 1 2 97,2 0,930 3 1 ,5 0,6 3,8 5,7 98,7 0,892 34,0 5,3 1 ,5 6,4 1 Tabela 2 - Resultados das Análises Microbiológicas dos queijos com 1 5 dias de maturação. A n á l i s e M i cr o b i o l ó gi c a Queij o coalho - QLP Co ntagem Total ( PC A ) NMP Colifo rmes Totais Coliformes Fecais NMP 2 , 8 x 10 fi UFC / g 460 UFC / g < 10 Q u e ij o c o a l h o - Q L C 1 ,5 x 1 0 8 UFC / g 1 . 1 1 0 UFC / g < 10 Teste de Aceitação - Queijo de Coalho Média das notas atribu ídas p elo s provad ores 7,4 7,2 7 notas 6,8 6,6 6,4�---.-----r 0 47% QlC 1l§l 53% QLP QlP QlC Queijos de coalho Figura 1 - Resultados do teste de aceitação dos queijos de coalho . 4 . C O N C L U S Õ ES O q ueij o de c o alho elaborado c o m leite pasteurizado teve qualidade s uperior ao proces sado com leite cru n o que c o n cerne ao gosto e aos aspectos m i crobi o l ó g i c o s . Os resultados d o teste de aceitação dos consumidores confir maram e s t e s re s u l t a d o s . H o u v e d i fe r e n ç a ( p < 0,03 ) em relação a aceitação d o s queijos. O q u e ij o de C o a l h o el a b o r a d o c o m l e i te p asteurizado ( Q L P ) foi o mais aceito e fic o u classificado entre os termos hedônicos "Gostei muito" e "Gos tei moderadamente" . Observou se na prática que o QLC foi mais adequado ao uso com lespetinhos do que o QLP. SUMMARY Quality a n d acceptability test b y consumers of "coalho" type cheese made from pasteurized cow milk and cow row milk were evaluated. The p r o c e s s i n g s te p s w ere the s am e fo r b o t h treatmen t s , except f o r salt addition that w as added before and after whey draining for cheeses m a d e fro m p as t e u r i z e d a n d raw m i l k , res pectively. S alt concentrati o n w a s 8 . 8 higher in cheese made fro m raw milk and microbial counts was also higher as compared to cheese m a d e fro m p as t e u r i z e d m i l k . There was d i fference ( p <O . 3 ) between the acceptabili ties o f the cheeses . According to the hedonic scale, the averages were 7.4 and 6 .7 for cheese made fro m p as teuri zed and raw milk, respectively. Cheeses were c l assified between the hed onic terms " e nj o ye d v e ry m u c h " a n d " e nj o y e d m o d erate ly" . C h e e s e m a d e fro m p a s teurized + + Figura 2 - R e s u ltados das médias d as n otas atribuídas pelos p rovad ores . milk had better taste and microbiological quality than cheese made from raw milk. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFI CAS S E N A , M . J . P e rfil Epidemiológico, Resis t ê n c i a a A n t i b i ó ticos e a os C on s e rv antes N i s i na e S i s t e m a L a c t o p e r o x i dase de Stap1zylococcus sp Isolados de Queij o Coalho C o m e rcializa dos em R e cife - PE, E s c o l a de Ve teri n ár i a - U F M G , 2 0 0 0 , 7 5 p . (Tese de D o u torad o ) PIRES, E. M . F, MORAIS, C . M . M, da S ILVA, J. A, CARVALHO, R. O. C. Queijo de Coalho: Aspectos T écnicos de Produção, S E B RAE PE, Recife, 1 9 9 4 . 44p . CHAVES, J . B . P, S PROS SER, R. L. Práticas de L a b o r a t ó r i o de A n á l i s e S e n s o r i a l de Ali m e n tos e B eb i d as . V i ç o s a , I m p r e n s a U n i versitária UFV-MG, 1 99 3 . 8 1 p . FURTA D O , M . M . Defei tos d o Processo d e Salga I n : A arte e a Ciência do Queijo, S ão Paulo, Editora Globo, 1 9 9 1 , p. 1 49 - 1 9 0 . A P H A , C o m p endium o f M e t h o ds for t h e m icrobiological examination of foods . 2 n d . Ed . Was hingto n , 1 9 8 4 . PEREIRA, D. B . C . , da S ILVA, P . H . F. , JUNIOR, L. C. G. C . , OLIVEIRA, L. L., Físico-Química do Leite e Derivados : M é to dos Ana líticos , 2a• ed. , Juiz de Fora, EPAMIG; 200 1 , p . 1 09 - 1 37. AQUALAB Operator's Manual, Water activity M e as u rement, revi s i o n 2, Aq u aLab - Water Activity Meter, in struments @ decogon . co m W O LFS C H O O N - P O M B O , A . F . Í n d i ces de p r o teólise de alguns q u eij os b ras i l e iros . B o letim do Leite, n. 6 1 1 , p. 1 - 8 , 1 9 8 3 . + Pág. 1 04 + Pág . 1 05 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XX C O N G RESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ISOLAMENTO DE BACTÉRIAS LÁTICAS DE LEITE CRU DA R EG IÃO DO VALE DO JAGUARIBE, CEARÁ, B RASI L Isolation o f lactic bacteria from raw cow's m i l k Jaguaribe valley region, Ceara, Brazil J. F. M. CAVALCANTEl C. R. FONS ECN N. J . ANDRADP C. L. L. F. F E R R E I RA3 RESUMO Amostras de leite cru de vaca foram coletadas em fazenda da região do Vale do J aguaribe, Ceará e ap ó s as diluições decimais e p l aqueamento em Agar MRS e A PT, 30 colôn ias foram transferi d as p ara caldo MRS m o d i ficado pela adição de L D R ( leite desnatado reconstituído) a 10 % . Das 3 0 colônias iniciais, 2 8 cresceram no caldo e apresentaram-se como Gram positivas e catalase negativas sendo utilizadas para os diferentes testes. Além da morfologia, teste da catalase, crescimento em várias temperaturas ( 1 0 I 3 0 I 40 1 45°C), c o ncentração de N a C I (2,5 I 4 , 0 I 6,5 %), p H (9,2 e 9 , 6 ) , azul de metileno ( 0 , 1 % ) , creatina, sobrevivência a 60°C I 3 0 min, produção d e CO, e fermentação d e carboidratos (glicose, m altose, manitol e s orbitol ) . Palavras-chave : I s ol amento, B actérias láticas, Leite cru de vaca. 1. INTRODU Ç Ã O A produção de culturas láticas adequadas às condições locais de produção c onstitui uma tarefa i n a d i áv e l p ar a i n d ú s tri a re g i o n a l de queij o s . Na re gião d o Vale d o Jaguaribe, n o Estado d o Ceará, produz-se queijo d e Coalho de mass a semidura, de excelente qualidade. Geral m e n t e e s t e t i p o de q u e ij o , típ i c o da regi ão N ordeste é quase sempre fabricado a p artir de leite integral cru de vaca ( S EN A , 2000 ) . Nesta re g i ã o , o fer m e n t o u s ad o na fabri c a ç ão d e queijos, denominado "pingo", é formado do soro resultante da fabricação de queijo do dia anterior, semelhante ao que acontece aos queijos artesanais pro duzidos na região do Serro, S alitre e Canastra no E s t a d o de M i n as G e r ai s . S ab e - s e q u e , a produção de queij o com leite de cru exige que 2 3 este seja de excelente origem (qualidade) o que nem semp re é verdadeiro. P ara a g arant i a de uma fermentação segura e p ara que o alimento não cause risco à s aúde do consumidor, é uma e s traté g i a a d i s t ri b u i ç ã o aos p r o d u t o re s d e c u ltivos láticos endógenos selecion ado s . Deste m o d o , p o d e m ser mantidas as c ar acteríst i c as regionais do produto arte s a n al e ainda as s i m garan t i r a s e g u r a n ç a a l i m e n t ar d e v i d o a o dire c i o n amento d a fermentação c o m c u lt i v o s l á t i c o s adeq u ad o s . Este trab a l h o teve c o m o o bj etivo p r i n c i p a l i s o l ar, c aracterizar e iden tificar b actérias láticas p resentes em leite cru d e v a c a p r o v e n i e n te da re g i ão d o Val e de Jaguaribe, Ceará, para que os isolados conhecidos p o r s u a c ap ac i d ad e a c i d i fi c a n t e p o s s a m s e r Doutorando do Departamento d e Tecnologia d e Alimentos - Universidade Federal de Viçosa. e-mail : [email protected] Aluna do curso Zootecnia UNES P-B otucatu, SP. Professores Titulares do DTA/UFY. Órgão financiador: CAPES. empregados p ara direci o n ar a fermentação de n o v o s q u e ij o s , p ad r o n i z a n d o a p r o d u ç ã o e garantindo a qual idade do produto artesanal . 2. MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi realizado n o labo ratório de culturas láticas do Departamento de Te c n o l o g i a d e A l i me n t o s d a U n i vers i d ade Federal de Viçosa, Mi nas Gerais. Duas amostras de leite cru de vaca de uma fazenda do Vale do J aguaribe, C eará, foram coletadas em fras cos esteri lizados e tran s p ortados por via aérea até Belo Horizonte e, i mediatamente levados até o Laboratório de Culturas L áticas (Viçosa-MG), onde o m ateri a l já fer m e n t a d o foi m a n t i d o refrigerado até o momento das análises. 2.1. Técnica Empregada no Isolamento Após d i l u i ç ões d e c i m ai s d a s am ostras procedeu-se ao plaqueamento em profundi dade e m A g ar A PT ( A l l Purp ose Tween , D i fc o ) e A g ar M R S ( D E M A N , R O G O S A , S H A R PE , D i fc o ) . Seguiu-se incubação a 3 2 ° C p or 7 2 h . A p ó s incubação, 3 0 colônias definidas aleato riamente das placas originadas das diluições 1 0-5 a 1 0.6 fo ram tra n s feridas p ara t u b o s c o n t en d o caldo M R S modificado pela adição d e 50 % de LDR (Leite Desnatado Reconstituído) a 10 % e i n c u b a d o s em e s t u fa a 3 0° C p o r 48 h ou até c o a g u l aç ã o . A p ó s cre s c i m e n t o , a p u reza d o s i s o l ad o s fo i deter m i n ad a p e l a av a l i ação d a c o l oração de GRAM ( S O ARES et. , 1 9 9 1 ) . O s i s o l ados que não cresceram após 4 8 horas ( 2 isolados) foram descartados. As colônias GRAM p o s i ti v as e c a t a l a s e n e g a t i v as ( F U RTA D O , 1 9 90) foram s u b metidas a o s d i ferentes testes físicos, químicos e bioquímicos, utilizando-se as seguintes técnicas : teste de creatin a N IELSEN & ULLUM ( 1 9 8 9 ) , h i d ró l i s e d a a rg i n i n a MIKOLAJCIK ( 1 964), crescimento a 2 , 5 ; 4 , 0 e 6 , 5 % NaCI, crescimento a pH 9,2 e 9,6 conforme B ERGE Y 'S M A N U A L ( 1 9 8 4 ) , crescimento a 1 0 , 3 0 , 40 e 4 5 ° C c o n fo rme LEITE ( 1 9 9 3 ) , produção d e gás p or mei o da observação direta em t u b o s de D U H R A M na fe rm e n t a ç ã o d a glicose, s obrevivência a o calor d e 60°C p o r 3 0 m i n em meio neutro, fermentação de c arb o i dratos (glicose, maltose, manitol e s orbitol ) d e acordo c o m FURTADO ( 1 990). 3 . RES ULTAD O S E DIS CUSSÃO N a Tabela 1 encontram-se o s p arâmetros empregados n a caracterização dos isolados das amostras de leite cru . Os i s o l ados mostram as c aracterí s t i c as dos g ê n e r o s L a c to c o c c us, Streptococcus e En terococcus. De acordo com a t ax o n o m i a n u méri c a , as c aracterísticas p o s i tivas e negativas foram c o m p utadas p ara cada isolado. O s isolados que apresentaram o maior número de racterísticas da espécie tipo, fo ram ag r u p a d a s dentro d a q u e l a e s p é c i e . Des critores c o m o hidrolise de argin i n a foram, por exemplo, utilizados para agrupar as espécies Lactococcus lactis, ssp . lactis ( argi n i n a +) e La ctococcus lactis, ssp . c remo ris ( argi n i n a - ) . P o s teri o rmente, o s o u t r o s p arâmetros fo ram c o n s i derados n a c aracteri zação dos i s ol ad o s . Todos o s isolados apresentaram u m coagulo liso, sem produção de gás . De acordo com a metodo logia empregada os isolados foram atipicamente agrupados como: Lactococcus lactis, ssp. lactis, Lactococcus lactis, ssp. cremo ris, Enterococcus fa ecium e Strep tococcus thermophilus. Estes i s o l ad o s e s t ã o s e n d o s u b meti d o s a a n á l i s e s bi oquímicas p ara s u a m e l h o r c aracteri zação . P o s teriormente serão t e s t a d o s t e c n o l o g i c a mente na elaboração do queijo d e Coalho. 4. C O N C L U S à O A d i s p o n i b i l i d a d e d e c u l t u r a s láticas end ógenas regionais é u m a necessidade econô mica e um avanço tecnológico que se i mpõe no nosso País. Além disso, o produto elaborado com leite pasteurizado utilizaria os novos fermentos láticos endógenos, que são compostos por micror ganismos da própria região o que favoreceria a qualidade do produto regi o n a l . A maioria dos isolados das amostras de leite cru de vaca foram caracterizados como Lactococcus lactis, ssp. lactis (atípico), Lactococcus lactis ssp. cremo ris (atípico) e o Ellterococcus faecium (atípico). Esses isolados foram depositados na coleção de culturas láticas, UFV CL, sediada no B I O A G R O , U niversidade Federal de Viçosa-MG, onde estão sendo submetidas a avaliação tecnológica. SUMMARY S amples o f raw milk of cow were collected in farm of the are a of the Valley of Jaguaribe, Ceara S t ate of B razi l , and after the d ec i mal dilutions and plating in Agar MRS and A PT, 30 c o l o n i es were tran s ferred fo r broth MRS modified by the addition of LDR (milk skimmed reconstituted) to 1 0% . Of the 30 initial colonies, 28 grew in the broth and they carne as p ositive Gram and negative catalase being used for the different tests . Besides the morphology and test Pág. 1 06 Pág . 1 07 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS of the catalase, they growt in several temperatures ( l O / 30 / 40 / 45°C ) , c o n centration of N aC l (2,5 / 4,0 / 6 , 5 % ) , p H (9,2 a n d 9 , 6 ) , methilene (O, I % ) , creat i n a , s u r v i v a l t o 6 0°C / 30 m i n , p r o d u c t i o n o f C O , a n d c ar b o h y d rats fe r m e n t at i o n ( g l u c o se, m a l t o s e , m a n n i t o l and s orbit o l ) . <l � � ,g � 'S 1.� <l + U I I I I I + + + �ti ·�... �� 6 + u l + + + + + + + + + .� .� � ��8 + u I f� .s � .-.l �e + u I + u l z = ... .... + u 1 I + 3� + u 1 1 + 3� + u 1 I + + ..., I 1 + + 1 + 1 1 1 1 1 + + 1 1 + + + 1 1 1 + 1 1 + 1 1 1 + 1 1 + + + 1 + u 1 1 + + + + + 1 + + + + + 1 + + 1 + + 1 + 1 1 + + + u 1 1 + + 1 + + 1 1 Vl c;I :� o o.. o '� Vl tU .� tU I 1 1 1 1 + + 1 1 1 1 + + + + I REFERÊNCIAS B I B LI O G RÁFICAS 1 1 1 1 + u I I + I I + + 1 1 I + u 1 1 + 1 1 + + 1 + + 1 + 1 1 + + 3 ::: + u 1 1 + 1 1 + 1 1 + + 1 1 1 3� + u 1 1 + 1 1 + 1 1 + 1 1 1 1 1 + + + + 1 + I I 1 3 :::i + u 1 1 + 1 1 + 1 1 + 1 1 + 1 1 + 3� +u I 1 + 1 1 3� + u 1 1 + + + + + 3� z .... ... ... ] Key-words : isolation, cow row milk, lactic b acteria. I 1 + + 1 I + I + 1 1 + I I I + I I + I I I 1 + 3� Cf} I + '8 I + + + � "" 1 + I + I I + + I + + l + + + 1 + 3� 3� o "O c::I I + I + I I '8 1 1 + 1 1 1 1 1 1 1 1 + + + + 1 1 1 1 + + 1 + + 1 I 1 1 + + u 1 1 + + + + + + + + 1 I 1 1 + + 3 :!l + u 1 1 + + 1 + 1 1 + + 1 1 1 1 + + + I 3 :; + u 1 1 + + 1 + 1 1 + 1 1 1 1 1 + + + 1 3 ::.1 + u 1 1 + + 1 + + + + + 1 1 1 1 + + + 1 3 ::l + u 1 1 + + 1 + 1 1 + + 1 + + + + + 1 + 3 ::: + u 1 3 ::: + u 1 1 + + 3� + u I 1 + + + 3 l!ll 3s 3 :g 1 1 1 + 1 I + 1 1 1 1 + + + 1 1 1 1 :� o o.. o '� Vl tU láticas de l eite cru e soro de queij o de leite cru da região do Serro, Minas Gerais . UFV, Vi ç o s a , M G , 9 5 p . , 1 9 9 0 . ( D i s s ertação d e Mestrad o ) . HARDIE, J. M . Genus Streptococcus Rosenbach 1 8 84. In : SNEATH, P. A . ; MAIR, N . S . ; HOLT, J . G . e d a . B ergey 's m an u a l of sys tem a tic bacteriolo gy. 9 e d . B al t i more, The Wi l l i an s and W i l k i n s , 1 9 84 . v . 2 , p . 1 043-7 1 . H O LT, J . G . e l aI . B ergey 's m an u a l o f d e t e r m i n at i v e b a ct e r i o l ogy. 3 e d . , 1 9 9 4 , .�tU Vl c;I "O cl" 0\ 00 o 00 • In vitro 1 + I 1 1 1 1 + + + 1 1 I I 1 + + + 1 1 + u 1 1 + + + + + + + + I I 1 1 + + + 1 + u 1 + u 1 1 + + + + + + + 1 1 + 1 1 + + + I 1 + 1 1 I 1 + + + 1 c u l turas l á ticas n a c i o nais r e s i s t e n t es a b a cteri ófagos p a r a e l a b o r a ç ã o de q u e ij o Minas Curado. UFV, Vi çosa, M G , 64p, 1 99 3 . (Dissertação d e Mestrado ) . M I K O L AJ C I K , E . M . S ingle b r o t h for t h e differenciation of Strepto c occus lactis from Streptococcus cremoris. Journal Dairy S cience, 1 9 64, 47, p. 4 3 7 - 8 . N I EL S E N , E . W & U L L U M , 1 . A . D a i ry Technology. 2a ed., s. 1 Danish Turkey Dairies, 1 989, 89p. S E N A , M . J . 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S . ; S NE AT H , P. H . A . B er g ey 's m an u al o f systematic bacteriology. v o I . 2 revised, 1 9 8 6 . LEITE, M . O . I s o l a m e n t o e s e l e ç ã o de antagonistic effect of Bifidobacterium sp. isolated from human feces against some pathogenic microorganisms Simone Machado M endes d e Sousa*1 Ana H elena de M endonça2 3g + u 1 1 + + 1 + 1 1 + + 1 I 1 1 + + + 1 Danielle Alves Gomes3 Jacques R. Nicoli4 Môni ca Maria O . P. Cerqueira5 3a + u 1 1 + + 1 + 1 1 + 1 1 1 I 1 + + + 1 Marcelo Resende de Souza5 3� + u 1 1 + + 1 + 1 + 3 e:: + u 1 1 + + 1 + 1 1 + + 1 + 1 1 + 1 1 1 1 + 1 1 + + + 1 1 1 + 1 1 + + + 1 2 3 4 5 Aluna de Graduação da Escola de Veterinária da UFMG. Aluna de Mestrado da Escola de Veterinária da UFMG. Aluna de Doutorado do Instituto de Ciências B iológicas da UFMG. Professor do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG. Professores da Escola de Veterinária da UFMG. Pág . 1 09 Pág. 1 08 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS 1 . INTRODUÇÃO Staphylo c o c c u s a u reus, Staphy l o c o c c u s epidermitis, Shigella sonnei. As análises foram feitas em Ágar M R S , Ágar B H I e B H I s u p le mentado com glicose (B Hls) a partir de 5111 de Bifidoba cterium sp. As p l acas com as m i cro gotas foram incubadas em câmara de anaerobiose ( 3 7°C/4 8 h o r as ) . A p ó s e s s e p e rí o d o foram retiradas e acrescentou-se I mL de clorofórmio em cada tampa. Após 20 minutos as placas foram inoculadas com 3 , 5 mL de Caldo B H I semi-sólido adicio nado de 1 0111 de cada u m dos microrga nismos reveladores . As placas foram incubadas a 37°C por 1 8 horas. Após esse período foi feita a l e i t u ra da p r e s e n ç a o u a u s ê n c i a de h a l o inibitório c o m auxílio d e u m paquímetro digital . Os alimentos probióticos são aqueles que carre i a m ou são p r o d u z i d o s p o r b ac térias p r o b i ó t i c as o r i g i n a d a s d o trato i n t e s t i n al humano quando o produto se destina ao consumo hu mano ou do trato i n testinal de uma deter minada espécie animal quando se destina à a l i m e n t a ç ã o a n i mal . B ac t é r i a s do g ê n ero B ifido b a c t e r i u m fazem p arte da m i c r o b i ota benéfi c a do i ntestino gro s s o . A re- i ntro dução destes gru p o microbian o no hospedeiro é feita p o r meio d a a d m i n i s tração de probiótic o . As B i fi d o b a<:t érias e s t ã o re l ac i o n a d a s a v ári o s efei tos b enéficos à saúde do ho spedeiro e seu uso em produtos lácteos comerciais tem aumen tad o . Isso se deve ao reconhecimento científico da i m p ortân c i a d e s s e s m i crorgan i s mo s n a manutenção d o equilíbrio microbiano intestinal . Acredita-se que um dos mecanismos pelos quais B ifidobacterium exercem efei tos benéficos ao hospedeiro é através da produção de substâncias a n t ag o n i s t a s , que i n i b e m o cres c i me n t o de mi crorg an i s mo s patogên i co s . C o n s iderando a expansão do mercado de produtos probióticos nos ú l t i m o s an o s , esse trab a l h o t e m c o m o objetivo avaliar a s propriedades antagonistas in vitro de uma cepa de Bifidobacterium sp. frente a alguns micro organismos p atogênicos. 3 . RESULTADOS E D I S C U S S à O À coloração p e l o Gram o m icrorgani s mo demonstro u - se como b astonete Gram p o sitivo em forma de Y (forma bífida). No teste respira tóri o , revelou -se como anaeróbio estrito. Com relação aos testes de antagonismo, quando utilizou se Ágar MRS p ara cultivo de Bifidobacterium sp. verificou-se atividade i n ibitória (halos com d i âmetro s e ntre 1 3 , 2 1 e 2 3 , 6 6 m i l ímetro s , tabela 1 ) deste frente a todas b actérias p atogê n i cas testad as . En tretant o , q u an d o utilizo u-se Ágar B H I e B H Is não houve produção de halo i n i b i t ó r i o , s u geri n d o que e s t a c e p a de BU'idobacteriu m precisa de fatores n utricionais e s p ec ífi c o s para p r o d u z i r a s u b s t â n c i a anta gonista. O antagonismo observado p ode ser de vido à prod ução de ácidos, peróxido de hidro gên i o o u de s u b s tâncias de n atureza protéica (bacteriocinas). A hipótese de peróxido de hidro gênio está descartada j á que a substância inibitória fo i p r o d u z i d a c o m i n c u b aç ão das p l acas e m câmara de an aerobiose. É imp ortante res s altar que o tamanho da zona de inibição é res ultado do grau de difusão do comp osto anti microbian o 2. MATERIAIS E MÉTODOS A cepa de Bifidobacterium foi isolada de fezes humanas em Ágar MRS (Merck), incubado a 3 7 ° C em a n aero b i o s e . A p ó s o i s o l a m e n t o realizou-se coloração p e l o Gram e teste respira tório. Nos testes de antagonismo in vitro utilizou s e c o m o c u l t u ras re v e l a d o ras o s s e g u i ntes mi crorganismos p atogên i c o s : Bacillus cere us , Es c h e ri c h i a c o / i , Listeria m o n o c y to g e n e s , Sa l m o n e lla e n te r i c a s o ro Typ h im u ri u m, Tabela 1 - e da taxa de cre s c i mento do m i crorg a n i s m o indicador. Além do que, a difusão através do ágar em u m a taxa c o n s tante d e p e n d e da c o n c e n tração , d o p e s o m o l e c u l ar e c arga i ô n i c a d a substância, c o m o também da composição , v isco sidade espessura do gel e, ainda, da temperatura de incubação do meio de cultura. 4 . CONCLUSÃO Pesquisas adicio nais s ão necessárias para verifi c ação da c o n s ti t u i ç ã o d e s s a s ub s t â n c i a antago n i s t a . E s tão s e n d o rea l i z ad a s p ro v a s bioquímicas e P C R pra identificação da espécie ao q u al pertence esta cepa. Futuramente pre tende-se realizar testes em camundongos isentos de germes p ara veri fi car se esta cepa de Bifidobacterium promoverá efeito antagonista in vivo frente a patógenos intestinais, visto que este é um dos mecanismos propostos para explicar os efeitos benéficos dos alimentos probióticos. SUMMARY T h e Bifidobacteria are related t o several benefi ci ai effects to the host ' s health and their use i n commercial dairy products has i ncreased d u e t o t he s c i e n t i fi c k n o w l e dge of t h e i r importance for t h e maintenance of the intestinal biota. It is believed that one mechanism i n which B ifidobacterium plays its benefi ciai role to the h o s t ' s health is t h ro u gh the p ro d u c t i o n o f a n t ag o n i s t s u b s ta n c e s , w h i c h i n h i b i t the pathogenic microorganisms growth. Considering the expan s i o n of the p r o b i o t i c market in the l a s t years , the p re s e n t w o rk had the a i m o f evaluate the i n vitro antagonistic properties o f o n e B ifido bacterium s p . s train agai n s t s o me pathogenic mi croorgan i s ms . The analisis were performed in MRS Agar, B H I Agar and glucose supp lemented B H I Agar from 5 I1L of B ifidobacterium sp. culture. In relation to the antagonistic tests , when M R S agar was u s e d fo r B (fid o b a c t e r i u m sp c u l t u r i n g , i t w as verifi e d i n hi b i t o ry activity (halos with diameters from 1 3 . 2 1 to 23 . 6 6 mm) agai n s t all the tested p at h o g e n i c b a cteri a . H o w e ver, w h e n i t w a s u s e d B H I a n d B H I supplemented agar, there was no inhibitory halo, s ugges ting that this B ifidobacterium sp strai n n e e d s s p e c i fi c n u t ri t i o n a l fa ctors for the antagonistic s ubstance producti o n . A d d i t i o n al researches a r e n e c e s s ary t o v e r i fy the c o n s t i t u t i o n o f that a n t a g o n i s t i c su bstance. Key-words : Bifidobacterium, Antagonism, P athogenic Mi croorgan i s m s . REFERÊNCIA BIBLIO GRÁFICA ARUNACHALAM, K . D . Role of B i fidobacteria in nutrition, medicine and technology. Nutrition Research, v . 1 9 , n. 1 0, p. 1 55 9 - 1 597, 1 99 9 . FER RE I R A , C . L . L . F . 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Testes d e antagonismo i n vitro d e Bifidobacterium sp. cultivado e m Ágar M R S , BHI E B HIs' B actérias r e v e l adoras Bacillus cere us Escherichia coli Liste ria monocytogenes Salmone lla enterica s oro Typhim u rium S tap hyloco ccus a u reus Staphylo coccus ep idermitis Shigella sonnei + ANAIS DO X X CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Presença de halo Meio de C u ltura MRS + + + + + + + BHI Halo (mm) 2 0, 3 8 20,63 2 1 ,82 22,08 1 3,21 1 8,39 23,66 - ausência de halo Pág. 1 1 0 Pág . 1 1 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XX CONGRESSO N ACIONAL DE LATiCíNIOS QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DO LEITE HUMANO ORDENHADO Microbiological Quality of Milked Human Milk J u l iana Souza Ávila1 Wilson Rodrigues 8raz1 M íriam Aparecida Pinto Vilela2 José Gabriel Costa de Pau la2 Dayse Siq ueira Santos3 Edna César Mattos4 RESUMO o presente trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade microbiológica do leite humano ordenhado e c ongelado oferecido aos recém-nas cidos prematuros e de baixo peso e/ou doentes i ntern ados em Centro de Terapia Intensiva Infantil em um hospit al de Juiz de Fora - M G . Foram a n al i s adas 1 8 1 amostras de leite humano ordenhado e c o n ge l ad o oriundas do lactário de u m hospital de J u i z de Fora - MG, n o período de Novembro d e 200 1 a Março de 200 3 . Palavras-chave: coliformes, leite humano, recém-nascidos 1 . I N T R OD U Ç Ã O o leite materno é o alimento ideal para os recém- nascidos humanos devido a s u a melhor digestibilidade, sua c o mp osição q uímica balan ceada, a ausência de fen ô menos alergênicos, a proteção c o n feri d a· c o n tra i n fecções e o rela cionamento afetivo mãe-filho ( B R AS IL , 200 1 ) . Quando não for possível a amamentação como, p o r e xe m p l o , nos c a s o s d e n as c i d o s p re m a turamente e / o u doentes hospitalizad o s , o leite da própria mãe deverá ser coletado sob condições higiênicas, analisad o e o ferecido à criança. A c o n t a m i n ação do l e i te materno orde nhado é uma p re o c u p aç ã o , p ri n c i p a l mente, p o rq u e o l e i t e h u m a n o n ã o é u m a l i m e n t o estruturado e n ã o dispõe de barreira fís ica para i mp ed i r a p en etração de c ontami nantes. Seus fatores de proteção devem ser preservados para melhor proteção do l actente. O leite h u m an o , q u a n d o e s g o t a d o s s e u s fat ores d e d e fe s a antimicrobiana, pode constituir-se em um 2 3 4 excelente meio de c u ltura de m i crorgani s m o s (S ALES & GOULART, 1 99 7 ; ALMEIDA et aI, 1 9 89 ) . A p r e s e n ç a d e c o n t am i n a n t e s n o l e i te materno em níveis elevados acarreta a redução do valor biológico e/ou a desqualificação do pro duto para o consumo. A redução do valor bioló gico deve-se à utilização de n utrientes d o leite pela m i crobi o t a c o ntami n ante e à d i m i n u i ção dos fatores de defesa que se desgastam ao atuar s o b re esses m i crorga n i s m o s . E s s a s s it u ações determi nam, n a maioria das vezes , a c l a s s i fi c ação do produto como impróprio p ara o con sumo, c o n s i d eran d o - s e a v u l n erab i l i dade d o recé m - n a s c i d o p r e m a t u r o ( A L M E I D A e t a I , 1 989). O presente trab alho teve c o m o o bj e t i v o aval i ar a q u a l i dade m i c ro b i o l ó g i c a d o l e i te humano ordenhado e c ongelado o ferecido aos recém - n a s c i d o s p re m a t u r o s e de b a i x o p e s o Acadêmicos d o curso d e Fármacia e Bioquímica d a UFJE Professores do Departamento de Alimentos e Toxicologia / FFB / UFJE Nutricionista. Médica. e/o u doentes i ntern ados em Centro de Terap i a Intensiva I n fantil e m u m h o s p i tal de J u i z de Fora - MG. Foram anal i s adas 1 8 1 a m o s tras d e le ite h u m a n o ordenhado e c o n ge l a d o o r i u n d as do lactário de um hospital de Juiz de Fora - MG, no período de Novembro de 200 1 a Março de 2003 . As amostras foram obtidas por expressão manual das mamas através de coleta realizada pela equipe de enfermeiras no posto de coleta do hospital c o leta i nterna ( 1 1 3 amostras) ou colet a real i zada pela própria doadora em sua residência co leta externa ( 6 8 amostras ) . O método empre g a d o p ara a a n á l i s e foi o re c o me n d ad o p o r B R A S IL ( 2 0 0 1 ) , a d a p t a d o d a meto d o l o g i a o ficial preconi zada pela A P H A ( 1 9 9 2 ) . 2. MATERIAL E MÉTODOS Foram anal i s adas 1 8 1 amostras de leite h u m an o ordenhado e c o ngelado, o ri u n d as do lactário de u m hospital de Juiz de Fora - MG, no período de Novembro de 200 1 a Março de 2003 . O m é t o d o e m p re g a d o p ara a a n ál i s e foi o recomendad o por B RA S IL (200 1 ), adaptado da metodologia clássica p reconi zada p e l a A P H A ( 1 992). Foram i noculadas quatro alíquotas de 1 mL cada em um tubo com 1 0 mL de Caldo Verde B i le B ri l hante ( B PGL) a 5 % p/v c o m tubo de Duhran em seu interior. Após agitação, os tubos foram incubados a 36 +/- 1 ° C por 48 horas . A presença de gás no interi or do tubo de D uhran caracterizou res ultado positivo . O tubo p ositivo foi repicado com auxílio de alça de platina para um tubo de caldo B PGL - 40g/L e incubado a 3 6 + / - 1 ° C p o r 4 8 horas . A p r e s e n ç a de g á s n o interior do tubo d e Duhran confirmou a presença de microrganismos do grupo coliforme, tornando o produto i mp róprio p ara o consumo. O s res u l t a d o s fo ram c o m u n i c a d o s a o res p o n s ável p e l o l actári o , p o s s i b i l i ta n d o a classificação do leite e a sua destinação adequada. 3 . RESULTAD O S E D I S CUSSÃO Os resultados s ã o apresentados n o quadro e gráfico 1 . Quadro 1 - Qualidade microbiológica d o Leite Humano Ordenhado Tipo de coleta c o leta i n terna c o leta externa A m o s t r as Am ostras aprovad as reprovadas 93 33 20 35 'o aprovadas Gráfico 1 - 111 reprovadas I Qualidade microbiológica do Leite Humano Ordenhad o . N a d eterm i n ação d e c o l i f o r m e s , 5 5 amostras ( 3 8 % ) foram c o n sideradas i mp róprias p ara o c o n s u m o p o r apresentarem m i crorga n i smos pertencentes a esse gru p o . O índice de reprov ação d as a m o stras o b t i d as d e c o l e t a externa ( 5 1 , 5 % ) f o i m a i o r q u a n d o c o m p arado com o daquelas obtidas através de coleta interna ( 1 7 , 7 % ) . Esses res ultados s ão apresentados no gráfico 2 . 60,00% 5 1 ,50% 50,00% -f-------b . ;. ! : . • ;· .,,'I--40,00% 30,00% i------L i C : T.. ..;(J;i-i----'----V : ;'.; [;i';;' f 20,00% f-----'---1 . 10,00% 0,00% coleta interna G ráfico 2 - colela externa A m o s tras re p r o v a d a s de l e i te humano ordenhado obtidas através de co leta interna ou externa. As bactérias predomin antes n a microbiota do leite humano p e rtencem às famíl i as : Micrococcaceae, Streptococcaceae. Ne isse riaceae. COlynebacteriaceae e LactobaciLlaceae(GAVIN & O S TO VAR, 1 9 7 7 ) . TES S IER e t a I ( 1 97 3 ) relataram que 9 8 % d a s amostras de leite analisadas apre s en taram b a c t érias c o n t a m i n a n te s , d as q u a i s 4 6 % potencial mente p atogênicas, tendo i s ol ado o S. a u reus, B. polimyxa e coliformes. Verificaram, e n tretanto que a fre q u ê n c i a d e b a c t érias é i n v er s am e n te p r o p o r c i o n a l às c o n d i ç õ e s d e assepsia realizada na hora da coleta. AJUSI et aI ( 1 9 8 9 ) examinaram o grau de c o n t a m i n aç ão b acteri a n a do l e i te m atern o ordenhado e estocado em temperatura ambiente e refrigerado a 4°C, com intervalos de duas até oito horas e observaram que todas as amostras c o ntin ham b actéri as, a maioria da m i crobiota normal da p e l e . Pató g e n o s p o te n c i a i s foram isolados de um pequeno número de amostras. Pág. 1 1 2 Pág . 1 1 3 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS NOVAK et aI (200 1 ) analisou 70 amostras de c o l o stro h u m a n o ordenhad o , rev e l a n d o a ocorrência de mesófilos ( 6 8 , 6 %) , termodúri cos ( 3 8 , 6 % ) , p s i crotrófi c o s ( 8 , 6 % ) , proteolíti c o s ( 1 ,4%), lip olíticos (4, 3 % ) , bolores e leveduras ( 1 1 , 4 % ) , Staphy L o c o c c u s a u re u s (44 , 3 % ) , c o l i fo r m e s t o t a i s ( 7 , 2 % ) e b a ctérias l át i c as (37,2%). Em relação à q u al i d ad e m i cro b i o l ógica, S IMON ( 1 966) e IKONEN et aI ( 1 98 1 ) sugerem que não deve haver mais que 1 04 unidades forma doras de colônia de microrganismos heterotróficos por mililitro de leite humano cru e que tal leite não deve conter nenhuma bactéria coliforme. D e a c o rd o c o m A L M E I D A & N O VA K ( 1 999) o s critérios d e utilização d o leite humano ordenhado p ara bancos de leite são : o n úmero de c o l ô n ias d e bactérias mes ó fi l as não deve exceder 1 03 UFC/mL; staphyLococcus totais não devem exceder 1 03 UFC/mL; e ausência em l mL de coliformes, bolores e leveduras, termodúricos, p s i c otró fi c o s , termodúri cos-ps icotrófi c o s . N o presente e s t u d o , veri fi c o u - s e apenas os microrganismos do grupo coliforme por serem os mesmos i n d i cati vos de p ráticas higiênico sanitárias i ns ati s fatórias, o que representa u m fator d e risco para o lactente, desqualificando o produto p ara o consumo. 4 . CONCLUSÃO O s res ultados obtidos neste trabalho per mitem concluir que a qualidade microbiológica do leite humano ordenhado depende diretamente das condições higiênico-sanitárias durante o processo de coleta, trans p o rte e estocagem do mes m o . A grande diferença entre o s índices d e reprovação d as amostras obtidas a p artir de c oleta interna ( 1 7,7%) e aquelas obtidas a partir de coleta externa (5 1 , 5 % ) demonstra a dificuldade de se controlar as condições higiênicas das doadoras, mesmo com as informações oferecidas pelas enfermeiras. SUMMARY The p r e s e n t w o rk h a d as o bj e c t i v e t o evaluate t h e microbiol ogical quality o f milked A N A I S D O XX CON G R ESSO N ACIONAL DE L ATiCíNIOS and congealed human milk offered to premature of l o w w e i g h t j u s t - b o r n a n d / o r s i c k p e o p l e interned i n center of infantile intensive therapy in a hospital of Juiz de Fora - MG. 1 8 1 milked and co n gealed h uman m i l k s amples had been analy zed deriv i ng o f the l actário o f a hospital of Juiz de Fora - MG, in the period o f November of 200 I the M arch of 2003 . bom. QUEIJO "MINAS FRESCAL" COMERCIALIZADO NA CIDADE DE JUIZ D E FORA E R EGIÃO UI - INCIDÊNCIA DE ESTAFILOCOCOS PRODUTORES DE COAGU LASE "Minas frescal " cheese marketed at Juiz de Fora and region 111 Incidence of Staphy/ococcus coagulase production Juliana Souza Ávila1 Áurea Helena Campos Mancinj1 Wilson Rodrigues Braz1 Key-words: coliformes, h uman milk, just M íriam Aparecida Pi nto Vilela2 Patricia Rodrigues Rezende3 REFERÊNCIAS B IB L I O GRÁFICAS 1. AJUSI, J. D.; ONYANGO, F. E. ; MUTANDA, L . N . ; WA M O L A . B acteri o l o g y of u n heated e x p re s s e d b reast milk s t o re d at r o o m temperature . E a s t African Medicai Journal. V. 66, n . 6 , p . 3 8 1 -7 , 1 9 8 9 . 2 . A L M E I D A , J . A . G . ; N O VA K , F . R . Processamento e controle d e qualidade d e leite humano ordenhado. Ministério da S aúde, S P S Área da Criança. Fiocruz IFF, 1 99 9 , 60 p . 3 . A L M E I D A , J . A . G . ; N O VA K , F . R . ; ALMEI D A , C . H . G . ; SERVA , V. B . Avaliação parcial d a folra m i c r o b i an a d o l e i te h u m a n o o r d e n h a d o n o I M I P. R e v i s t a do I n s t i tu t o Materno Infantil de Pernambuco. V . 3 , n . 1 , p . 1 3 -6, 1 98 9 . 4. B RASIL. Ministério da S aúde. Secretaria de P o l íti cas da S aúde. Recom endações técnicas para o fu n c i o n a m e n t o de B a n c o de L e i te Humano. 4a• ed. B rasíl ia, 2 00 1 , 48 p . 5 . GAV IN , A . ; O S TOVA R , K . Mi crobiological c h aracteri zati o n of h u m a n m i l k . J . F o o d Protect. Ames, v. 4 0 , n . 9 , p . 6 1 4- 6 1 6 , 1 9 7 7 . 6 . I KO N E M , R . S . ; M IE T T I N E , N . A . . ; GRONROOS, P. . B acteriological quality control in a human milk bank. Klin. Paoliat. ; Stuttgart, V. 1 94, p. 2 9 5 -297, Sept, 1 9 8 1 . 7 . S ALLES, R . K. ; GOULART, R . Diagnósticos das c o n d i ç õ e s h i g i ê n i c o - s an i tárias e m i c r o biológicas de lactários hospitalares. Revista de Saúde Pública. V . 3 1 , n . 2 , p . 1 3 1 -9 , 1 9 9 7 . 8 . S IMON, C . Contenu bactéries du lait maternel . Ann. Pediatr., Pari s . V. 2 1 , n . 5 , p . 3 8 6 - 3 90, mai, 1 9 6 6 . RESUMO O obj etivo deste trabalho foi av ali ar as condições higiênico-sanitárias do queij o "Mi nas Frescal" produzido e comercial izado por pequenos laticínios da cidade de Juiz de Fora e região. Este estudo foi conduzido no sentido da contagem de células viáveis, avaliação da expressão das colônias em ágar "B aird-Parker" (BP) e identificação bioquímica de linhagens de StaphyLococcus s p . , através d a produção d a coagulase. Para tal, foram analisad as 3 3 amostras d e queijo "Minas Frescal" n o ano d e 2002. O s res ultados obtidos evidenciaram que um total de 8 amostras (24,24%) apresentaram cepas prod utoras de coagulase em n úmero s uperior a 5 x 1 02 UFC/g, indicando que es tavam fora dos p adrões b ras ileiros v igentes ( B RAS IL, 200 1 ) . Palavras-chave: StaphyLococcus, Minas Frescal, coagul ase 1 . INTRODUÇÃO O q u e ij o " M i n as Fre s c a1 " é d e ori gem bras i leira, e m b o r a p areça m u i to com o utros queij o s fabricados n a A mérica Latina, como o "Queso B l anco" e o "Ques i l lo" fabricado n o Chile ( R O D R IG UES & B RA N D à O , 1 9 95 ) . O estado de Minas Gerais se destaca na produção desse tipo de queij o , segundo FURTADO ( 1 990), chegando a produzir cerca de 30.000 toneladas, o que o coloca em terceiro lugar s ob o enfoque da produção nacional . Este tipo de queijo é um alimento largamente consumido por pessoas de todas as faixas etárias e todas as camadas sociais. S e u c o n s u m o dentro do terri t ó r i o n a c i o n al corresponde a 1 6% dentre os queijos produzidos e importados (AB IC, 1 996) e é considerado um produto faci l mente perecível, principalmente , devido ao fato de eventualmente s e r preparado 2 3 com leite cru e comercial i zado em sacos plás ticos comuns, amarrados o u fechados c o m um fecho metálico, sem uso de vácuo (HOFFMANN et aI . , 1 9 9 5 ) . Dentre o s m i crorgani s m o s pas síveis de serem encontrad o s n o leite, p ode-se destacar o StaphyLococcus a ureus, j á que vários fatores p ro p i c i am c o n d i ç õ e s fav o rávei s para c o n ta m i n ação deste a l i m e n t o , t a i s c o m o , a elevada prevalên c i a do m i crorgan i s m o como agente etiológi co da mastite bovina, sua ubiqüi dade n a natureza e o baixo n ível sócio-econô mico dos ordenhadores, muitas vezes portadores ass intomáticos do microrgan ismo e possuidores de maus hábitos higiênicos ( GOMES & GALLO, 1 9 9 5 ; B RITO et aI. , 2000). Uma vez p resente n o leite e, conseqüentemente, em seus s ubpro dutos e encontrando condições favoráveis à sua Acadêmicos do curso de Farmácia e Bioquímica / UFJF. Professora orientadora. Responsável pelo Laboratório de Análise de Alimentos e Águas / FFB / UFJF. Diretora adjunta do CRITT / UFJF. Pág. 1 1 4 Pág . 1 1 5 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS m u l t i p l i cação , o S. a u re u s p o d e , em algumas horas , atingir números elevados, p odendo haver p r o d u ç ã o d e e n tero t o x i n a s p o te n c i al mente c ap azes d e c a u s ar t o x i n fecção a l i mentar ( GOMES & G ALLO , 1 99 5 ; MEYRAND et a1. , 1 99 8 ; P I M B LE Y & PATEL 1 9 9 8 ) : O o bj etivo deste trab alho fo i aval i ar as condições higiênico-sanitárias do queijo "Minas Fre s c al " p r o d u z i d o e c o mercializado p o r p e quenos laticínios d a cidade d e Juiz d e Fora e região. Esse estudo foi conduzido no sentido da contagem de células . viáveis , aval i ação da expres são das colônias em ágar "B aird-Parker" (B P) e identi ficação bioquímica de linhagens de Staphylococcus s p . , através da produção da coagulase. Para tal, foram analisadas 33 amostras de queijo "Minas Frescal" coletadas na indústria durante o ano de 2 002 . 0 s res ultados obtidos foram comparados com a legislação vigente (BRASIL, 200 1 ). 2 . MATERIAL E MÉTODOS Durante o ano de 2002 foram anali sadas, p e l o Laboratório d e A n á l i s e d e A l i m e n t o s e S aneamento de Águas, 3 3 amostras de queij o " M i n a s Fre s c al " p r o v e n i entes d e p e q u e n o s Laticínios da cidade d e J u i z de Fora e região. A s amos tras foram remetid as ao Laboratóri o , e m c o n d i ç õ e s i s o té r m i c a s , p ara p r o n t a anál i s e microbiol ógica. A determinação de es tafi l ococos produ tores de coagulase foi conduzida por meio da con tagem direta em placas, segundo VANDERZANT & S PLITTSTOESSER ( 1 992). De acordo com esse procedimento, foram pesados 25g da amostra e homogeneizados em 225mL de água peptonada, a partir daí foram feitas as diluições decimais. O i s o l amento e a e n u meração foram fe i t o s e m p l acas de ágar B aird Parker ( B P ) , incubadas a 3 5°C/24-48h. Cinco colônias (três típicas e duas atíp icas), selecionadas da melhor diluição, foram s u b metidas ao teste de c oagul ase utili zando o kit "Coagu-plas ma" (Laborclin). Os res u ltados foram expressos em Unidades Formadoras de Colônias/g do p roduto. ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS 3 . RESULTA D O S E D I S C U S S à O : Os resultados obtidos são apresentados no quadro 1 e no gráfico 1 . Gráfico 1 - Incidência de Estafi lo cocos C oa gulase Positiva em queij o "Minas Frescal" comercializado em Juiz de Fora - 2002. Os critéri o s adotados pelo M i n istério d a S aúde ( B R A S IL, 200 1 ) estabelecem uma c o ntagem máxima de Staphylococcus a u re us, p ara queij o frescal, na ordem de 5 x 1 02UFC/g . De acordo c o m os res ultados apresentad o s n o quadro 1 e gráfico I , das 3 3 amostras analisadas, 1 1 ( 3 3 , 3 3 % ) apresentaram contagem de estafi lococos c oagulase positiva. Destas, 8 ( 24,24%) apresentaram este m i crorgan i s mo e m n úmero s up erior ao rec o me n d ad o pelo M i n i s tério d a Saúde. E s s e s res u l tad o s s ã o s e m e l hantes a o s e n c o n trad o s n a l i teratura o n d e fo i p o s s ív e l verificar que das 80 amostras d e queijo "Minas Frescal" comercializadas na cidade de Poços de Caldas - MG, e analisadas por FILHO & FILHO (2000), 4 0 apresentaram v al o re s médios e m torno de 1 05UFC/g, o u sej a, aci ma d o p ad rão estabelecido pela legislação . GOMES & GALLO ( 1 9 9 5 ) enco ntraram S. a u re u s , c o m contagens variando entre 1 04 e 1 05UFC/g, em 2 2 , 2 % das 1 8 amostras de queij o "Mi nas Frescal" prove n i entes d o c o m é r c i o v arej i s t a d a c i d a d e d e P i r a c i c a b a , S P. Das 3 0 a m o s tras d e q u e i j o "Minas" curado comercializadas na grande Belo H orizonte, M G , e analisadas por CERQUEIRA Quadro 1 - Incidência de Estafilococos Coagulase Positiva em queijo "Minas Frescal" comercializado em Juiz de Fora 2002. r " U U ó H l 'a,;:, que n ão apresentaram Estafi l ococos produtores de coagulase 22 66,67% Amo stras que apresentaram Estafil ococos produtores de coagulase em número inferior a 5 x 1 02 UFC/g 3 9,09% Amostras que apresentaram Estafilococos produtores de coagulase em número s uperior a 5 x 1 02 8 et aI. ( 1 997), 43 , 3 % apresentaram contagem de S. aureus, que variaram entre 1 02 e 1 06UFC/g. 4 . CONCLUSÃO O s res u ltad o s obtid o s evidenciaram uma qualidade higiênico-sanitária que oferece risco à saúde do consumidor, sugerindo a necessidade de maior atenção das autoridades sanitárias compe tentes no sentido de implementar medi das mais rígidas de controle no preparo e processamento deste p r o d u t o . Ta i s m e d i d as d e v e m i n c l u i r, principalmente, a cons cientização dos e mpre sários sobre a necessidade e benefícios da adoção das B oas Práticas de Fabricação para a garantia da q u a l i d a d e d o s p r o d u t o s o fere c i d o s ao consumid or. S U MMARY The present work intended t o evaluate the safety quality of "Minas" cheese produced and marketed from s mall dairy plants of Juiz de Fora and region. The study was conducted in the sense of the viable cells count in B aird-Parker agar and biochemistry identification of Staphylococcus s p . F o r that, 3 3 s amples of "Minas Frescal" cheese c o l lected in 2002 were anal y s e d . The results showed that 8 s amples (24,24%) had counting > 5 x 1 02 UFC/g indicating that these were above the official standards (BRASIL , 200 1 ) . Key-words : Fres cal, coagulase. M i n as Stap hy l o c o c c u s , REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS AB IC. Brazilian Association of Cheese Industry. Folha de São Paulo, Negó c i o s , 0 2/ 1 2/ 1 9 9 6 . B ook 2 . Page 1 . B R A S IL . M i n i s tério d a S aú d e . S e c retari a de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n012, de 02 de j aneiro de 2001. Disponível: URL: http :/ / w w w . an v i s a . g o v . b r/legi s/re s o l / 1 2 : 0 1 rd c . ht m . C o n s u l tado em 0 5 de fe verei ro de 200 1 . B R I T O , M . A . V . P. ; B R I T O , J . R . F. ; CORDEIRO, F. M . ; COSTA, W. A. ; FORTES, T. O . Caracterização de biótipos de Staphylococcus a u re u s i s o l a d o s d e mastite b o v i n a . A rquivo B rasi leiro de Medicina Ve te r i n á r i a e Zootecnia, v. 5 2 , n. 5, p. 425-42 9 , 2000. FILHO , E . S. A . & FILHO, A . N . 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Juiz de Fora: CEPEIILCTIEPAMIG, 200 1 . .. + Pág. 1 1 6 • + • Pág. 1 1 7 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XX CONGRESSO N ACIONAL DE L ATiCíNIOS ANÁLISE DE PRODUTOS LÁCTEOS REALIZADAS NO LABORATÓRIO DE ANÁLISES D E ALIMENTOS E ÁGUAS DA FACULDADE DE FARMÁCIA E B IOQuíMICAlUFJF EM 2002 Dairy products analysis carried out in the laboratory of food and water analysis of Faculdade de Farmácia e Bioquímica - UFJF in the year of 2002 Juliana Souza Ávila1 M íriam Aparecida Pi nto Vil ela2 Marco Antônio Moreira Furtado2 Gustavo Soares Rodri g ues1 Frederico Pittella Si lva 1 Mara HoW RESUMO no Laboratório o objetivo deste trabalho foi divulgar os resultados das análises realizadas de 2002, de Análises de Alimentos e Águas da FFB/UFJF no período de j aneiro a dezembro q e visem pretendendo oferecer assim s ubsídios para levantamen to de dados e pesquisa � . de conhecer o p otencial d a região e incentivar futuros investime �tos � o s e� or d � anahs� � , flSlCO e os ogl l mlcrob ensaiOS em base m o c o desenvolvid foi � produtos lácteos . O estudo �? , dentre químic.o s de produtos como Leite Pasteurizad o, I ogurte N atural, QuelJ o Mmas o ut ro s . Palavras-chave : produtos lácteos, laboratóri o , ensai o s . de quali dade microbiológic o . Por o utro lado o leite pasteurizado apresentou-se como o produto onde o maior número de ensaios fís ico-químicos foram realizados . A seguir, nos quadros 2 e 3 são apresentadas as freqüências dos ensaios realizados . No qu adro 4, foi p o s s ív e l o b s ervar que 3 6 ,4% das amostras encontram-se e m desacordo com os padrões físico-químicos exigidos por lei. No total geral das amostras, os itens onde foram obs ervadas irregularidades foram : extrato seco total, extrato seco desengordurad o , densidade, gordura, crioscopia e peroxidase. Na análise crioscópica verificou-se grande número de amostras em desacordo, o que i ndica p o s s ível fra u d e por a g u a g e m e m 1 5 , 8 % das amos tras . C o n s t a t o u - s e 1 0 , 5 % d a s a m o s tras com g o r d u r a e d e n s i d a d e fo r a d as e s p e c i fi caçõe s . O extrato s e c o total e extrato seco d e s e n g o r d u r a d o fo r a m a s a n ál i s e s fís i c o químicas q u e evidenc i aram mai o r n ú mero de a m o s tras e m não c o n fo r m i d a d e c o m a legislação. Em relação à peroxidase, 5 , 3 % das amostras apresentaram ausência d a e n zi ma, o q u e i n d i c a aq u e c i me n t o do l e i t e a c i m a d a temperatura normal d e pasteurização, p odendo se pres umir que esteja ocorrendo uma tentativa de compensar a má qualidade higiênica do leite através do aquecimento além do p ermitido na legislação. 2. MATERIAL E MÉTODOS Foram analisadas 6 1 0 amostras de águas e alimentos c o letad o s p e l o s res pectivos s o l ic i tantes ( ó rg ã o s de fi s c al i z a ç ã o , i n d ú s tri a s , farmácias, hospitais, e comunidade em geral) de Juiz de Fora e região no ano de 2002, sendo 89 ( 1 2 , 9 % ) de p r o d u t o s l ác t e o s . Destes, fo r a m realizados 5 0 3 ensaios fís i co-q uími c o s e 2 6 7 e n s a i o s m i c r o b i o l ó g i c o s . O s e n s a i o s fi s i c o químicos fo ram : gordu ra, gordura n o ex trato seco, extrato seco total, extrato seco densengor durado, reconstituintes, conservadores, peroxi d a s e , fo s fatase a l c a l i n a , a c i d e z , d e n s i d a d e , temperatura, v o l u m e , índice crioscópico, u m i d ade, ins olúveis e teor de cloreto de sódio; os ensaios microbiológicos foram : contagem total de micro rgan is mos aeróbios mesófi l o s v i áveis ( C G ) , c o l i fo rm e s t o t a i s , c o l i fo rm e s a 4 5 ° C , estafi lococos coagulase positiva, Salmonella sp, bolores e leveduras, E. coli, Bacillus cereus. 3. RESULTAD O S E D I S C US SÃO O Q u ad r o 1 ap r e s e n t a os p r o d u t o s analisados e a distribuição dos ensaios físico químicos e microb iológicos. N e s te p o d e - s e o b s e rv a r q u e o q u e ij o " M i n a s F re s c a l " fo i o p r o d u t o c o m m a i o r demanda p o r an álises, com ênfase n o c ontrole 1 . INTRODU Ç Ã O O c o n tr o l e d e qualidad e de alimentos é fat o r e s s e n c i a l p a r a a p ro mo ç ão d a s a ú de coletiva, reduzindo os índices de toxinfecções e garan t i n d o mai o r acei tab i l i d ade e c o mpetiti v i d a d e d o s produtos a n al i s a d o s n o mercado i nterno e externo ( B R A S I L , 2 00 1 ; B R A S IL , 1 9 9 7 ) . Minas Gerais s e destaca nacional mente . na produção de leite, c o n s iderado e m 200 1 o maior estado p rodutor ( 5 , 9 8 milhões de l itros) do B rasil (Embrapa, 2003 ) . A elevada produção de l e ite p o s s i b i l i t a a fab ri cação de produtos lácteos, que necessitam de controle de qualidade. Pequenos e médios laticínios ainda não dispõem de laboratório p róprio . O Laboratório d e Análises d e Alimentos e Águas da Faculdade de Farmácia e B ioquímica tem oferecido o suporte para a realização desta atividade, e m atendimento às necess idades dos ó rg ã o s de fi s c a l i zação s a n i tária m u n i c ipal e estadual, das indústrias e comunidade em geral, p e r m i t i n d o que p e q u e n as e m i c r o - e m p r e s as o fereçam p r o d u t o s p a d ro n i z ad o s em c o n fo r midade com a legislação vigente (BRASIL, 1 99 7 ; B RASIL, 200 1 ) . No período de j aneiro de 1 99 8 até agosto de 2 000 foram realizados 1 46 8 ensaios em 59 d i fe r e n t e s p r o d u t o s al i me n t í c i o s e á g u a s ( VILELA et a l . , 2000) . A ati vi d ade real izada pelo l ab o r at ó r i o é d e r e l e v â n c i a p ar a a for mação do acadêm i c o d o curso de Farmácia e B i o q u í m i c a , atu a l i z a ç ão de p ro fe s s o re s e t é c n i c o s , p ara a i n t e g r a ç ão u n i v e r s i d a d e x e mp resa e p ara o desenv o l vimento da agroi n dústria regional. Quadro 1 - Distribuição de ensaios realizados por produto . N ú m e r o t o tal de E n s a i os Ensaios A m ostras Fís i c o - Q u í m i c o s M i c r o b i o l ó gicos A m os tr a Creme 2 8 4 Iogurte Leite Pasteurizado In tegral 2 19 1 305 54 Leite UHT D esnatado 1 Manteiga Com Sal 6 40 Queijo Cottage 1 4 Queij o Mussarela 6 5 16 17 2 20 34 Q ue ij o Parmesão 10 80 4 101 13 21 47 1 4 4 5 4 89 503 267 Ricota Fresca Acadêmicos do curso de Farmácia e Bioquímica da Universidade Federal de Juiz de Fora. Professores do Departamento de Alimentos e Toxicologia da Faculdade de Farmácia e Bioquímica da UFJF. 4 Queij o Reino Queij o Minas Frescal Requeijão 1 2 2 S oro de Leite em PÓ Total Pág . 1 1 9 Pág. 1 1 8 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONG RESSO NACIONAL DE LATICíNIOS ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Quadro 2 - Ensaios físico-químicos realizados com m a i o r n ú mero de a m o s t r a s , a p res e n t o u 3 5 , 3 % de s u a s amostras fora da especificação, com u m percentual de 2 6 , 5 % de estafi l ococos coagulase p os itiva, podendo ser proveniente de uma higienização inadequada durante a ordenha e manuseio d o leite , bem c o m o u ma p as te u rização inexi stente o u i nefi ciente. J á o queij o p armesão apre s e n t o u 4 6 , 2 % d e amo stras e m desacordo com a legislação e m relação a contagem de estafilococos coagu l ase p ositiva. O leite pasteurizado apresentou 35% de amostras em desacordo com a legislação v i gente, sendo coliformes totais (20%), coliformes a 45°C ( 1 5 % ) e contagem total de microorgan i s mo s aeróbios mes ó filos viáveis ( 2 5 % ) . nos produtos l ácteo s . Tipo de ensaio Q u an t i d a d e GES 1 EST 1 26 Gmdum 18 Tem p eratura Vo l u me 18 19 Índice crioscópico Umidade 4 23 A ci dez Densidade 19 17 Pesquisa de reconstituinte: açúcar Pesquisa de reconstituinte. amido 17 Pesquisa de recon stituinte : cloretos 1 8 17 Pero x id ase 17 Fosfatase alcal i na Pes quisa de conservad or: hipocl orito 1 7 Pesquisa de conservador: formol 18 Pesquisa de conservador: peróxido 1 7 4 Cloreto de sódio 4 Insolúveis 223 Sensoriais Total Quadro 3 - Ensaios microbiológicos realizados nos produtos l ácteos. Tipo de ensaio Q u a n ti d a d e CG Coliformes Totais Coliformes a 45°C Estafilococos coagulase p ositiva Sa lm one lla sp B olores e leveduras Escherichia coli Bacillus cereus 503 N o quadro 5 observa-se que com relação as análises micro b i o l ó gicas, 3 2 , 6 % d as amostras de produtos l ácteos apresentaram-se fora das especificações . O queijo minas frescal , produto Total 21 82 82 63 10 7 1 Key-words : m i l ky products, l ab o ratory, 4. C O N C L U S à O O s resultados apresentados fazem parte de um trabalho c o n tín u o que v i s a, entre o utros objetivos ressaltar o grande p otencial da região em relação a futuros i nvestimentos n o setor de análise de produtos lácteos. É importante destacar que as análises realizadas possibilitam o cumpri mento da legisl ação vigente de forma acessível p ara as pequenas e médias empresas , sendo o serviço de análises laboratóriais uma ferramenta para o controle de qualidade e implantação de boas práticas de fabricação com o objetivo de diminuição de perdas e proteção da saúde do consumidor. U nião d e 1 0/0 1 1200 1 . B rasília, DF. 3. V ILEL A , M. A. P. ; MEL O , V. ; A MADEU, J . ; S Á , L . L . L . ; V IE I R A , K . M . Q u a l idade d e A l i m e n t o s e Á g u a s . A n a i s do S e m i n ário de Extensão 2 0 0 0 . J u i z d e Fora : U n i versidade Federal de J u i z de F o r a , Pró R e i t o r i a de Arti c u l aç ã o Externa e Ex te n s ã o , 2 0 0 0 , p . 4 1 . 4. EMB R A PA GADO DE LEITE. D i s p o n ível : URL: http : //www. embrap a. gov. br. C o n s ultado em: 22 de maio de 2003 . Reconstituinte de amido E m desacordo ( % ) 1 00 o 1 00 Reconsti tuinte de cloretos Densidade Formol 1 00 89,5 Fosfatase alcalina 1 00 Gordura H i p ocl orito Índice crioscópio Pero xidase Peró x i d o temperatura Vo l u me Extrato seco desengordurado Extrato seco total 1 00 89,5 1 00 84,2 94,7 1 00 1 00 1 00 73,7 68,4 S o b r e os P a drões M i c r o b i o l ó g i c o s P a r a A l i m e n tos . P u b l i c a d o n o D i ár i o O fi c i a l d a 267 Em acordo ( % ) 1 00 R e g u l a m e n to da I n s p e ç ã o I nd u s t r i a l e Sanitária de Produ tos de Origem Animal. RIISPOA. A p r o v a d o p e l o D e c r e t o 3 06 9 1 de This work presents t h e analys is results of the Laboratory o f Food Analyses and Water of the FFB/UFJF c arri e d out in the p e r i o d o f January t o December o f 2002 . I t intends t o offer subs idies for d ata-collecting and research that a i m t o k n o w the p o te n t i a l of the reg i o n to stimulate futures i nvestments i n the sector o f · analysis o f dairy products . The study was developed o n t h e basis o f microbiological and p hy s i c i s t-chemi s tries ass ays o f products such as Pasteurized Milk, Natural Yoghurt, "Minas" Cheese and other dairy products . - D i s tribui ção p ercentual das amos tras de produtos lácteos em relação as princi pais especi fi cações microbiol ógicas . fís ico-químicas . Reconstitui nte de açucar 1 . B R A S IL . M i n i s té r i o d a A g r i c u l tura e d o A b asteci mento . Secretari a de Defes a Agrope cuária. Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal . Divisão de Normas Técnicas. SUMMARY Quadro 5 Acidez REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS 2 9/0 3 / 1 9 5 2 . 2 . B RA S I L . M i n istério da Saúde. Agência Nacional d e Vigilância Sanitária (ANVISA). RDC na 1 2 d e 2/0 1 /2 00 1 . R e g u l a m e n t o T é c ni c o Quadro 4 - Distribuição percentual das amostras d e leite pasteurizado e m relação a s especificações A n álises fís i c o - q u ím icas ass ays . O O O 1 0, 5 O O 1 0,5 O 1 5,8 5,3 O Produtos A nálises Creme I og urte Leite Manteiga Queij o Cottage Queijo Mussarela Queijo Rei no Queijo Minas Frescal Queijo Parmesão Requeijão Ricota Fresca Soro de Leite em PÓ n 267 2 2 20 6 I 6 2 34 13 I Em acordo CG (%) 75 CT (%) CF (%) 1 00 1 00 80 67,7 1 00 1 00 1 00 9 1 ,2 84,6 1 00 1 00 1 00 1 00 1 00 85 67 , 7 1 00 1 00 1 00 94, 1 84,6 1 00 1 00 1 00 E m desacordo ECP B/L (%) CG (%) (%) 25 1 00 1 00 83,3 1 00 1 6,5 53,8 1 00 1 00 1 00 94, 1 1 00 CT CF (%) (%) O O 20 33,3 O O O 8,8 1 5 ,4 O O O O O 15 33,3 O O O 5,9 1 5,4 O O O B/L (%) O 5,9 O ECP (%) O 1 6,7 1 00 83,5 46,2 O O O CG: contagem total de microrganismos aerób i o s mesófi l o s v i á vei s ; CT: c o l i formes totai s ; C F : c o liformes fec a i s ; B / L : bolores e leved�ras ; ECP: estafilococos coagulase positi va. O O 26,3 • • 3 1 ,6 n= Pág. 1 20 Pág . 1 2 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ELABORAÇÃO DE B EBIDA LÁCTEA PROBIÓTICA UTILIZANDO LEITE ACIDÓFILO Elaboration of probiotic whey based beverage using Acidophilus Milk Fabiana de Oliveira Marti ns2 Cláudia Aparecida de Olivei ra Martins2 Veridiana de Carvalho Antunes2 Cacio José Reis Moura2 Sheila Mara da Silva Rocha2 Célia Lúcia Luces Fortes Ferreira 1 RESUMO B ebidas adicionadas de soro de queijo têm sido elaboradas com o objetivo de aproveitar características nutritivas, e do p onto de vista econômico, operações com menor custo. O L a c to b a c i l l u s a cidop h i l u s é um m i crorgan i s m o probiótico e c o m o tal p r o p o r c i o n a benefícios à saúde e a u x i l i a na pre venção de doenças . O presente trabalho t e v e c o m o objetivo o desenvolvimento de u m a bebida láctea probiótica a base de soro de queijo e leite acidófi l o . Inoculou-se 2,00% de c u ltura ativa de Lactoba ci llus ac idophilus e m leite padronizado esterilizado, incubando-o a 37°C até a acidez titulável de 1 ,00% expressa em ácido lático. A bebida foi elaborada com 40,00% de soro de queijo Minas Frescal pasteurizado (65°C/30min) imediatamente após sua obtenção. Adicionou-se 3 ,00% de polpa de ameixa em pedaços, 1 0,00% de açúcar cristal e aroma de caramelo. A acidez titulável e a contagem de células viáveis em meio MRS foram acompanhadas com o objetivo de se estimar a vida de prateleira d o produto e verifi car a permanência dos microrgani s m o s pro b i ó t i co s . A acidez inicial, o p H e a contagem d e células viáveis em MRS foi d e 0,64%, 4,2 e 4,8 x 1 07 UFC/g (estimado), respectivamente. No sétimo dia após fabricação a acidez, o pH e a contagem de c é l u l as v i á v e i s e m M R S fo i de 0 , 7 3 % , 4 , 2 5 e 1 , 4 5 x l 07 UFC/g ( e s t i m ad o ) , res pectivamente. A bebida láctea apresentou características semelhante ao de i o gurte líquido, com boa aparência e s abor agradável . Quanto à sua propriedade probiótica ela manteve a contagem exigida pela legislação vigente. Palavras - c have : Lactobaci llus a c idophi lus, probióticos, soro, leite aci d ó fi l o , bebida láctea. 1 . INTRODUÇÃO O s oro é a fração líquida do leite obtida após a p re c i p i t ação da caseína s ej a p ara a fabricação de caseinato ou para a fabricação de queijo. O soro de queijo é constituído basicamente de água ( 9 3 %) e de 7% de matéria seca (parte s ó l i d a ) , do q u al 7 1 % são l ac t o s e , 1 0 % s ã o proteína b r u t a ( P B ) , 1 2% são gordura e 1 1 % são sais minerais. O valor energético do soro de q u e ij o é e s t i m a d o em 8 0 % de n utrientes I 2 digestíveis totais ( N DT), na matéria seca. As proteínas do soro s ão de excelente qualidade e contém todos os aminoácidos essenciais, daí a sua alta capacidade fermentativa resultando em danos ambientais quando o mesmo é descartado sem tratamento prév i o . Val e ressaltar que a u t i l i zação d o s oro c o m o matéri a prima é i m p ortante também d o p o n t o d e v i s t a econômico p o d e n d o ser o p e r a d o c o m men o r PhD. Professora d o Departamento d e Tecnologia d e Alimentos / UFY. Estudantes de graduação do curso de Tecnologia de Laticínios / UFY. ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS custo . Entre os soros naturalmente produzidos, há o soro doce (com maior teor de lactose e pH entre 5 , 0 e 7 , 0 ) obtid o após a preparação de queijos como, p or exemplo, cheddar, mozzarella e minas frescal, e o soro ácido ( c o m teor de lactose mais red uzido e pH e n tre 4 , 0 e 5 , 0 ) o b t i d o a p ó s a prep araç ão de queij o s c o m o o cottag e . C o m a notável mudança n o s hábitos ali mentares, as pessoas tem buscado alternativas de consumo de produtos mais saudáveis. Neste contexto, s urge o i n teresse pelos probióticos que são alimentos que proporcionam benefícios quando consumidos. O alimento probiótico é aquele que contém microrganismos isolados da flora intestinal do hospedeiro potenci al e estes devem ser capazes de manter viabilidade e atividade n o ali mento carreador antes do consumo. Dentre os benefícios proporcionados por estes alimento s , c i ta-se a i n i b i ção d a p ro l i feração de bactérias patogênicas pela produção de á c i d o s orgân i c o s e de s u b s t â n c i a s a n t i bióticas, diminuição de b actérias indesej áveis p e l a c o m p e t i ç ã o n u t ri c i o nal e d e s í t i o s d e ligação n o i ntestino, neutralização d e toxinas ou inibição da produção de substâncias tóxicas, estímulo ao s i stema imun o l ógico e produção de vitaminas . O gênero Lactoba cillus é composto por aproximadamente cinqüenta espécie s . N e s t e gênero inclui-se o Lactobacillus acidophilus que é homofermentativo, gram positivo, motilidade incomum, bastonetes longos e delgados, catalase negativa, requer meios complexos para cresci mento e é resistente à baixas tensões superficiais e ao suco gástrico. Leite acidófilo é produzido pela fermen tação do leite esterilizado, inoculado com estirpes selecionadas de Lactobacillus acidophilus. Este produto é comercializado em grande número de países e seu consumo está quase sempre ligado às suas características terapêuticas . Este trabalho teve como objetivo acumular i n formações s ob re b e b i d a s lácteas v i s ando alternativas para absorção de soro na indústria de laticínios e obter um produto com caracterís ticas probióticas, menos oneroso e mais acessível ao consumidor. 2 . MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi desenvolvido no laboratório de Culturas Láticas do Departamento de Tecnologia de A l i mentos da Univers i dade Federal de Viçosa. 2 . 1 . Elaboração do produto Os ingredientes utilizados para fabricação da bebida foram: soro de queijo Minas Fresca!, l e i t e p ad r o n i z a d o , c u l tura de L a c t o b a c i l l u s acidoplzilus, açúcar cristal, polpa de ameixa em pedaços e aroma d e caramel o . Esteri l i zou-se 940g de leite padronizado em auto clave a 1 2 1 °CI 1 5min. , resfriou-se a 37°C e adicionou-se 2,0% de cultura ativa de Lactobacillus a cidophilus. Essa mistura foi incubada em estufa a 37°C até que atingisse uma acidez de 1 ,0% de ácido lático. Após esse período a massa do leite acidófilo foi quebrada e adicionada dos ingredientes : 200g de aç úcar cristal, 8 00g de soro fresco (a fermen tação bacteriana do soro d urante o armazena mento pode reduzir o pH para valores abaixo de 4,0, o que não seria desej ável) pasteurizado a 65°C/30min, 60g de polpa de ameixa em pedaços e 3 gotas de aroma de c aram e l o . O produto obtido foi estocado sob refrigeração (menor que 1 0°C) e sua vida de prateleira foi acompanhada com a reali zação de an ál i s e s fís i c o - q u ímicas ( a c i d e z t i t u l ável e p H ) e m i c ro b i o l ó g i cas (contagem de microorganismos viáveis em meio de cultura MRS ). 2 . 2 . Realização das a n á l is es Para as anál ises físico-químicas a acidez foi determinada por titulação com N aOH O, I N (fator de correção 0,8625) e o pH pelo método p o te n c i o métri c o , onde real i z o u - s e a l e i t ura direta no aparelho pHmetro. Real i z o u - s e a c o n tagem e m p l acas do n ú mero de c é l u l as v i av é i s d e L a c t o b a c illus ac idophilus ( UFC/g) em meio MRS no dia da fabricação e após sete dias . Essa análise teve como objetivo avaliar se o microorganismo pro biótico em questão continuava viável no produto nas quantidades exigidas pela legislação vigente para se enquadrar na denominação de "Produto Probiótico" (Resolução n05 de 1 3 de novembro de 2 0 0 0 do M i n i s téri o da A g r i c u l t u r a e d o Abastecimento estabelece u m valor mínimo de 1 07UFC/g para Leite Acidófilo ou Acidofilado). 3 . RESULTAD O S E D I S C U S S à O Os resultados obti dos demonstram que o trabalho a t i n g i u o obj e t i v o , p o i s o p r o d u to apre s e n t o u o n ú mero d e c é l u l as v i áv e i s d o Lactobacillus acidophilus no período d e até sete dias, sendo este número suficiente para que o p r o d u t o tenha função pro b i ó t i c a s e g u n d o a Resolução 05/2002 do Ministério da Agricultura, Pág. 1 22 Pág . 1 23 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS P e c u ár i a e Abasteci me n t o q u e e s tabe l e c e o mínimo de 1 07UFC/g. Os valores de pH e acidez foram condizentes com outras bebidas lácteas já existentes (Tabela 1 ) . Comp aran d o -se o custo d e produção de leite acidófilo com o da bebida l áctea sugerida constatou-se que o preço de venda d a bebida s eria 20% menor e portanto mais acessível ao consumidor que o leite acidófilo. Tabela 1 - R e s ultados referentes ao p r o d u to logo após fabricação e com sete dias de shelf-life . Bebida pH Acidez UFC/g Dia da fabricação Após 7 dias 4,20 0,64 4 , 8 x 1 07 4,25 0,73 1 ,45 x 1 07 Leite esterilizado + 2,0% de cultura ativa de Lactobacillus Acidophilus 1 Incubação a 37°C por 24horas ou até acidez de 1 ,0% de ácido lático 1 Qu,bra da m"" a Adição de: 40,0% de soro pasteurizado 10,0% de açúcar 3,0% de polpa de fruta 3 gotas de aroma 1 Homogeneização 1 Embalagem e Refrigeração Figura 1 - Fluxograma de Fabricação da Bebida Láctea Probiótica. 4 . CON CLUSÃO A bebida l áctea apresentou v i s c o s i d ade s e m e l h ante a o de i o g u rt e l íq u i d o , com boa aparência e sabor agradável. Quando se compara esta bebida com o leite acidófilo ambo s p o s s u e m o m e s m o grau d e funcionabilidade. Portanto a utilização de soro p ara prod u ç ão de b e b i das prob i ó t i c a s é plenamente v i ável . ANAIS DO XX C O N GRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Tec n o l ó g i c o s , A p o s t i l a n . 43, U nivers i d ad e Federal de Viçosa, Viçosa - M G , 1 999. PEREIRA, D . B. C . , S ILVA, P. H . F., JUNIOR, L . C . G . C., OLIVEIRA, L . L., Físico-química do Leite e Derivados Métodos Analíticos, 2 edição, Juiz de Fora, Minas Gerais, 200 1 . • • Nova L e g i s l a ç ão C o m e n t a d a de P r o dutos Lácteos, São Paulo - S P, 2002. FERR E IR A , C . L . L . F. , P r e b i ó ticos e Pro b ióticos : A tu a l i z a ç ã o e P r o s p e c ç ã o . S u prema Gráfica e Editora, 2003, 206p. • SUMMARY Whey based beverages have been developed w i t h the o bj ec t i v e of p ro v i d i n g n u t ri t i o n al properties and s a v i n g c o s t s . L a c t o b a c i l l u s acidophilus is a probiotic microorganism wich provide benefits to health and also to prevent diseases. The main objective of this experiment was t o develop a probiotic whey based l actic fermented b e v erage . Tw o percent o f a c t i ve Lactobacillus acidophilus culture was added to sterilized standard milk followed by incubation at 37°C until acidity of 1 ,0%, expressed as lactic acid . Beverage was elab orated w it h 40,0% of pasteuri zed Minas Frescal whey soon after the end drawing. Three percent of sliced plum pulp was added within 1 0% o f s ugar and c aramel flavor to the pasteurized whey. Titratable acidity and v i ab l e c e l l c o u n t s on M R S were accomplished with the purpose of verifying the product shelf life and the remaining of probiotic micro o rgan i s m o The started aci d i t y, pH and viable cells counts on MRS were 0,64%, 4,2 and 4,8 x 1 07 CFU/g (estimated) , respectively. At seven days after manufacture acidity, pH and viable cells count on MRS, were 0,73 % , 4,25 and 1 ,45 x 1 07 CFU/g (estimated), respectively. Lactic beverage showed the same characteristics as the liquid y ogurt, presenting normal aspect and desirable flavor. R egarding t o probiotics properties it kept the count required by law. Key-words : La c toba c i l l u s a c idop h i l u s , p ro b i o t i c s , whey, ac i d op h i l u s milk, l ac t i c beverage. REFERÊNCIAS B I B L I O G RÁFICAS S ANTOS , J . P. V. ; FER R E I R A . C. L. L . F. Alternativas para o aproveitamento de soro de queij o nos pequenos e médios laticínios . Anais do XVIII Congresso N acional de Laticí nios, n. 32 1 , p . 44-50, Juiz de Fora MG, 200 1 . FER R E I R A , C . L . L . F. , Produtos L á c te o s Ferm entados - A s p e c tos B io q u ím icos e SISTEMA D E G ESTÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS Good manufacturing practices management system in food industries Ana Amélia Paol ucci Almeida 1 Leonardo Pessoa Paolucci 2 1. INTRODU Ç Ã O O programa B oas Práticas de Fabricação (GMP) consiste em um conjunto de princípios e regras para a correta manipulação de alimentos, consideran d o - s e desde a matéri a-pri ma até o produto final . O obj etivo da sua implantação é garantir a integridade e inocuidade do ali mento, e assim, a saúde do consumidor. A i mp lementação d a G M P garante, e m conj unto com o u tros pro gramas de segurança alimentar, a melhoria da qualidade, a segurança do consumidor, a redução de custos e a confor midade do produto . A implantação do programa G M P d e i x o u de ser apenas u m a d e c i s ão d a indústria, passando a ser atualmente uma decisão regulamentada por portarias do Ministério da S aúde e do Ministério da Agricultura para vários segmentos da indústria de alimentos. O ponto d e p artida p ara u m p roj eto de i m p l an tação d e G M P é a re a l ização d e u m diagnóstico mi nucioso buscando-se um enten dimento das necessidades reais. Este diagnóstico irá possibilitar o traçado de um p lano de ação, I 2 bem como a definição das prioridades. Deve-se dividir o trabalho por setores dentro da empresa, c o m o obj e t i v o de levan tar as n ã o - c o n for midades priorizar as soluções. A implantação de GMP tem sido d ividida e m m ó d u l o s ( Hi g iene p e s s o al , ambiental e o peracional) dentro dos setores da empresa, o q u e faci l it a o tre i n amento e s i s te m a t i z a os trabalhos de auditoria e acompanhamento. A auditoria é uma ferrame nta b as tante empregada neste sistema de Gestão da Segurança ali mentar. Esta técnica sistematizada obj etiva identificar e, conseqüentemente, reduzir, eliminar e prevenir as não-conformidades. Além disso, pode se empregá-la não só na fase preliminar, como ferramenta de d iagnóstic o , mas também para garantir a manutenção do sistema. O software SG-BPF (Sistema gerencial das B oas Práticas de Fabricação) foi desenvolvido com o objetivo de gerenciar o programa de Boas Práticas de Fabri cação , g arant i n d o a s s i m a implementação e a manutenção da G M P. Doutoranda - Laboratório de B ioquímica de Alimentos, FAFAR/UFMG. Diretor da Mediphacos Ltda. Pág . 1 24 Pág . 1 25 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS 2. MATERIAL E MÉTODOS 2 . 1 . C oncepção do s oftware S G -B PF P ara o d e s e n v o l v imento do s o ft ware t o m o u - s e c o m o refe rê n c i a um trab a l h o de implantação de GMP desenvolvido pela Argos Consultoria em uma empresa piloto. O sistema fo i d e s e n v o l v i d o u t i l i za n d o ferramentas d o Micro s o ft Office (banco d e dados e p l anilha e letrô n ica) . 2.2. Setores da empresa A indústria foi inicial mente dividida em setores, dentre eles almo xarifado, produção, administração, sanitários e vestuários, armazém de produto final e área externa. Os m ó d u l o s de G M P ( Higiene pes s o al , higiene ambiental e higiene operacional) foram trabalhados em uma matriz que os interligou com os setores da empresa, em função da necessidade de análise em cada setor. 2.3. Estrutura do software SG-BPF o software é dividido em um módulo de parametrização e outro de operacionali zação . O módulo de parametrização consta dos seguintes i te n s : estrut ura organ i z aci o n al (setores), registro de questões associadas a cada estrutura do G M P, relacionamento entre estru tura GMP e setores da empresa. Destaque para os formulários de auditoria os quais são gerados em uma única operação. O módulo de operacionalização consta dos seguintes itens : data a ser realizada a auditoria, geração dos registros e cadastro dos resultados. mantê-lo em fun c i o n amento . Uma boa e stru turação é vital para alcançar u m bom model o . U m a ferramenta c o m o o S G - B PF viabilizou o fu n c i o n a m e n t o d a e s t r u t ur a . O s o ft w are permitiu que toda a preparação d a auditori a, c o n d u ç ã o d o s l ev an t a m e n t o s , re g i s t r o d o s re s u ltad o s , geraç ão d e gráfi c o s e relatóri o s de análi s e e acompanhamento fos s em proce didos p o r uma única p e s s o a, c o m d e d icação de c erca d e 8 h o ras . U m m o d e l o s i m p l e s e operante que possibilitou alcan ç ar excelentes re s u l t a d o s p ara a e m p r e s a e s e u s c o l ab o radore s . A i mp lantação do G M P empregando se o s i s tema S G-B PF m o s tr o u - s e eficiente e c o m re s u l t a d o s s a ti s fa t ó r i o s . D e c o rr i d o o primeiro a n o d e fu n c i o n am e n t o , o S G - B PF t e m ate n d i d o às n e c e s s i d a d e s d a e m p r e s a piloto. Considerando-se a s necessidades atuais de otimização de tempo e qualidade de produto, a utilização do sistema SG-BPF permite uma maior agil idade na implementação e manutenção d o programa d e B oas Práticas de Fabricação. Além disso, este sistema pode ser implantado não só em indústrias de alimentos , como também em outros segmentos . 4 . CON CLUSÕES A s indústrias de alimentos no Brasil devem i m pl antar o p ro g rama de B oa s P ráti cas de Fabricação (GMP). O adequado gerenciamento da G M P fav o rece a i m p l a n t a ç ão de o u tros programas, como exemplo a Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle. O software SG B PF permite a gestão d o p ro grama de B o as Práticas de Fabricação, tendo-se como meta a melhoria contínua. 2.4. Pontuação dos itens SUMMARY S ão p re v i s t o s v al o res n u méric o s n u m a escala de O a 3 (O para itens em conformidade, 1 para itens que se não atendidos não compro metem significativamente a segurança d o pro duto, 2 para itens que se não atendidos podem comprometer a segurança d o produto, 3 para i te n s q u e , se n ão ate n d i d o s , c o mprometem significativamente a segurança do produto e NA para i te n s q u e n ã o s e a p l i c am ao p r o c e s s o auditado). Food safety must be paramount during any production and new product development. The G o o d M a n u facturing Practices M anagement (GMP) consists in a group of rules and principIes for the correct food manipulation, that includes from raw material to final p roduct. The main purpose o f this program is the foo d integrity and c o n s e q u e n t l y the c o s tumer health. The organi zation shall conduct i nternaI audits at planned. The audit is a tool v ery used in this fo o d assurance management s y s t e m . Data i s registered b y productive s ector, by j o b i tens (enviroment hygiene, o peracional and person). A l arge a m o u n t o f data and d o c uments are usually generated and they have to be processed. 3 . RESULTAD O S E D I S CUSSÃO o gran d e d e s afi o é i m p l ementar o programa GMP, sendo que o grande trabalho é ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS The maj or problem is the program management after the G M P implementation. The obj ective of this work is to develop an information system to help the implemetation and manegement of this program, to assure the data archiving and ru n n i g as a u x i l i ary t o o l for d e c i s o n a n d priori zati o n . Key-words : GMP, audit, food quality. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A R G O S C O N S U LT O R I A E M P R E S A R I A L . Curso N B R I S O 9002/94 s i s temas d a qual i d a d e ; modelo para garanti a d a q u alidade e m pro d u ç ã o , i n stalação e s e r v i ç o s as s o c i a d o s , agosto, 1 99 5 , 3 6 p . A S S O C I A Ç Ã O B R A S ILEIRA DE N O R M A S TÉ CNICAS . Normas d e gestão da qualidade e garantia da qualidade, p arte 1 ; diretrizes para seleção e uso, NBR 9000- 1 ; Rio de Janeiro, 1 994. 1 8p. B A R RY, A . L . ; G I B S O N , S . M . C on trol de cali dad en microbiologia. In: DHARA, M. Control de calidad en los laboratorios clínicos. Barcelona, Editorial Revaté, 1 980, c. 9, p. 1 09- 1 30. B RYA N , . F. L . H azard analysis criticaI control point (HACCP) concept. Dairy Food Environ. Sanitat. v. 1 0, p. 4 1 6-4 1 8 , 1 99 0 . C A M P O S , V . F. Q u a l i d a d e t o t a l . p adro nização de e m presas . B el o H orizonte, Fun dação Christiano Otoni, 1 99 2 . 1 24p. FAO/W H O - C odex Alimentarius . Gen eral p r i n c i p I e s o f fo o d h y g i e n e . CL 1 9 9 4/4-FH, august . 1 994. F I G U E I R E D O , R. M. S S O P , P a d rõ e s e procedimentos operac i o n a i s de s an i t i zação ; P R P, Programa de redução de patógenos, S ão Pau l o , 1 9 9 9 . 1 64p . INTERN ATIONAL ASSOCIATION OF MILK, FOOD AND ENVIRONMENTAL SANITARIANS ( I AMFE S ) . G u i a de p r o ce d i m e n t o s p ara i m p lantação do m é t o d o d e análise de p e rigos em p o n tos críticos de c o n tr o l e ( A P P C C ) , B ry a n , F . L . E COLS . , I AMFES ; tradução, G i l l i an A l o n s o Arruda e c o l s , S ão Paulo, 1 99 7 . 1 1 0p . I S O 1 5 1 6 1 Guidelines o n the application of ISO 9 00 1 : 2000 for the fo o d and d r i n k i n d u s t r y , 2 00 1 . I S O 9 0 0 1 : 2 0 0 0 , Q u a l i ty m an a g e m e n t systems - Requirement s . MINISTÉ RIO DA SA Ú DE. Portaria n . 1 428 de 26 de novembro de 1 99 3 . MINISTÉ RIO D A A G R I C ULTU R A E A B A S TECIMENTO. Portaria n. 368 de 4 de setembro de 1 997 . MINIST É RIO DA A G R I C ULTU R A E A B A S TECIMENTO. Portaria n. 46 de 1 0 de fevereiro de 1 99 8 . N B R I S O 1 00 1 1 - 3 / 1 9 9 3 , D i r e t r i z es p ara auditoria de s is temas da qualidade - Parte 3: Gestão de programas de auditoria. PAOLUCCI, Ana Améli a Pess oa. Controle de q u a l i d a d e em m ic r o b i o l o g i a , B e l o Hori zonte, Universidade, 1 98 6 . 60p. (Monografia) Universidade Federal de Minas Gerais , 1 986. S O C IEDADE B RA S ILEIRA DE C I Ê N CI A E TECNOLOGIA DE ALIMENTO S . Manual de boas p ráticas de fabricação para e m presas de alimentos, Campinas, 2000. 24p. Pág. 1 26 Pág . 1 27 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS IMPLANTAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO EM LATICíNIOS ESTUDO DE CASO I mplantation of Good Manufacture Practices in Dairy Industry Study of case Cleverson Hilgenberg1 Northon Lee Drunkler2 Deisy Alessandra Drunkler3 RESUMO . As indústrias de processamento de leite e derivados estão inseridas num mercado muito competitivo, sugerindo um constante aumento de produtividade com diminuição de perdas e redução de custos, sem contudo perder o foco em rel ação à qualidade nutricional e sanitária de seus produtos. Pode-se designar o conj unto de normas e procedimentos que visam garantir a qualidade e melhorar a produtividade como B oas Práticas de Fabricação (B PF ' s ) . Este estudo de caso baseou-se na aplicação de B PF ' s num setor destinado à fabricação de queijo Prato de uma empresa situada entre as líderes no setor de Laticínios. Inicialmente, foi realizado uma descri ção detal hada d o processo de fabricação e u m l e v a n t a m e n t o das c o n d i ç õ e s atuais d o s e t o r fren te às B P F ' s , rel a c i o n a n d o as não conformidades encontradas . A partir de então foram elab orados os Manuais de B PF ' s destinados a o s funcionári os e à supervisão do setor. D e acordo com os procedimentos adotados e a receptividade dos funcionários projetou-se s ucesso para a efeti vação do programa no setor em questão . Palavras-chave : B o as Práticas de Fabricação; Indústria de Laticínios. 1 . I N T R OD U Ç Ã O A o b t e n ç ão d e u m p ro d u t o c o m características inalteradas após processamento em grande escala é uma das preocupações no cotidiano d as empres as ; ferramentas , métodos e técnicas são criadas para obter esta garantia de qualidade. As B PF's são procedimentos e processos que g arantem a s e g u ran ç a n a p r o d u ç ão de ali mentos, resultando em produtos seguros para o consumidor e de qualidade uniforme (VIALTA, MORENO E VALLE, 2002). Entre os elementos envolvidos nas B PF's estão a exclusão de micror g a n i s m o s i n d es ej áv ei s , m ateriais e s tran h o s , substâncias químicas e m quantidade excedente; mudança de atitudes dos colaboradores ; aper- 2 3 feiçoamento da fábrica, i nstalações, processos e controles; otimização dos processos de arma zenamento e d i s t r i b u i ç ã o ; manutenção p r e v e n t i v a de equipamentos ; atendimento satis fatório ao c o n s u mid or; adoção de operaç ões s an i t ári as adequadas . Para a e fe t i v ação d as operações sanitárias , é importante a adoção dos Procedimentos Padrões de Higiene Operacional (PPHO's) (USDA, 1 996). O governo criou diretrizes e normas para a implan tação das B PF's (Portaria nll. 3 26 , d a A N V I S A d e 3 0/07/ 9 7 ; P o rtari a nll. 3 6 8 , Ministério d a A gricultura e Abastecimento d e 04/09/9 7 ) . P o r rec o m e n d ação d o Co dex A limentarius os setores produtivos que mantém Farmacêutico-B ioquímico Pós-graduado em Controle de Qualidade e Processamento de Carne, Leite, Ovos e Pescado, B atávia S/A, PRo Alun o do Curso Superior de Tecnologia em Alimentos, modalidade Industrialização de Laticín ios, Centro Federal de Educaç ão Tecnológica do Paraná, Unidade de Medianeira. Av. B rasil , 4232, Parque Independência, CEP 858 84-000, Medianeira, PRo Professor contratado, M. Se., CEFET/ UNED Medianeira. atividades exportadoras têm sido requisitados a apre s e n t ar s e u s pro gramas d e B PF ' s c o m a fi nalidade de p o s s i b i l it ar o l ivre trâns i to de produtos e serviços com critérios de qualidade c ompat íveis (ATHAYDE, 1 9 9 9 ) . O s obj etivos do presente trabalho foram o levantamento dos requisitos necessários para a confecção dos manuais de B PF ' s , treinamento dos funcionários e efetivação d as atividades de monitoramento a s erem apl icados n u m setor ' destinado à fabricação de queij o Prato de uma empresa situada entre as l íderes no s etor de Laticínios . 2 . MATERIAL E MÉTODOS 2 . 1 . Designação d o coordenador técnico e for m a ç ã o da equipe m u l ti d is ciplinar Para a apli c ação das B PF' s no setor foi designado pela empresa um coordenador para o programa que possuía os conhecimentos neces sários (processo, higienização, microbiologia e segurança ali mentar, i n s p e ç ã o , m o t i v ação e liderança) . Coube ao coordenador montar uma equipe de trabalho formada por um aluno do curso S u peri or de Tecn ologia em Alimentos, modalidade Industrialização de Laticínios e pelo supervisor do setor em questão. Profis sionais das áreas de manutenção, engenharia e segurança do trabalho e Inspeção Federal também foram c o n s ul ta d o s e estavam à d i s p o s i çã o p ara esclarecimentos posteriores . 2.2. Descrição e avaliação detalhada do p rocesso e d a s condições do s etor Após o levantamento de todas as fases envolvidas no processo medi ante a confecção de um fluxograma com descrição detalhada da fabricação de queij o Prato, foram avaliadas as condições do setor em relação aos requisitos de instalações, higienização, potabilidade da água, proj eto s anitário de equipamentos, garantia de q u a l i d ad e e tre i n amento de fu n c i onári o s . O controle de pragas já era realizado por um serviço terceiri zad o , em s e g u i d a foi e l ab orad o u m rel at ó r i o l i s t an d o as não c o n formidades e sugestões para a eliminação de cada uma delas . 2.3. Elaboração dos Manuais de BPF's Uma vez d e t a l h a d o o p r o c e s s o e a situação do setor foram elaborados os manuais de B PF's direcionados aos manipuladores e à s upervis ão do s etor. Os manuais destinados aos funcionários da l i n ha de p r o d u ç ão foram c o m p o s t o s , bas i c amente, p o r n ormas d e c o nd u t a s q u e estes deveriam seguir durante o processo de fabricação do pro d u t o , fo rnecendo i n formações impor tantes sobre fontes de contaminação e segurança ali mentar, procedimentos p ara a manutenção do setor em c o n d i ções satisfatória s , gerando certa auton o m i a p ara a tomada d e d ec i s ões dentro do âmbito de suas funções. Nos manuais destinados à s upervisão do setor, além d e c o n terem i n formaç õ e s s o bre requisitos de construção, fontes de contaminação química, física e microbiológico, programa de recolhimento de produtos, manutenção preven tiva de equipamentos, PPHO's e' cronograma de treinamento de funcion ário s , traziam consigo as atividades de monitoramento das B PF's . 2 . 4 . Treinamento de funcionários Uma semana após a entrega d o s manuais aos manipuladores foi real izada uma p alestra p ara apresentar os manuais e seus requisitos reafirmando a importância ética de se elaborar produtos realmente seguros aos consumidores e que a higiene pessoal era uma questão primordial. 2 . 5 . Ativid ades de m on i t o r a m e n t o O s monitoramentos cons istiram, basica mente, na provável detecção de uma possível anormalidade e automaticamente a descrição da ação corretiva a ser cumprida, ou seja, não são monitoramentos baseados em pontos ou n otas . . 3 . RESULTAD O S E D I S C US S à O C o m o intuito de elaborar os manuais d e B PF's destinados aos funcionários e supervisão aplicados ao modelo atual do setor e de propor atividades de monitoramento baseadas e m ações c orretivas imediatas fo i real izado um levan tamento de todas as fases envolvidas no processo e das condições atuais do setor, foi elaborado um relatório constando todas as não conformidades encontradas com sugestões para a eliminação de cada uma delas, enfatizando a importância da participação efetiva dos funcionários. A descrição detalhada das fases envolvidas no processo de fabricação facilitou a demons tração d a i m p o rt ân c i a e d a n e c e s s i d a d e de p adroni zação d o process o para a obtenção de produtos com as mesmas características físico q u í m i c as e n u tr i c i o n ai s , e s t a p ad r o n i z ação engloba toda a cadeia produtiva da fábrica e vai Pág. 1 28 Pág . 1 29 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS desde a recepção da matéria prima e tecnologia d e fabricação, pas s an d o pela higienização e chegando ao produto final. N o levantamento d as condições d o setor sobre B PF ' s foi c o nstatado que o setor não atendia todos os requisitos necessários para a i m p l an t aç ã o d o p ro g rama, o n d e as n ã o conformidades m a i s relevantes foram a s faltas de descrição do processo de fabricação e higie n i zação , de treinamento peri ódico de funcio n ári o s , de manutenção preventiva de equipa mentos, de monitoramento das tarefas de higie n i zação e algumas falhas re l a c i o n ad as ao armazenamento do lixo, estruturas de lavatórios e identificação de s oluções. Esta avaliação foi fundamental para que a equipe multidisciplinar elaborasse os manuais de B PF's destinados aos funcionários e a supervisão do setor em questão. A empresa tomou conhecimento d as não conformidades e adotou medidas para solucioná-las. Com o auxílio dos manuais de B PF's dos manipuladores e através da palestra apresentada pela equipe multidisciplinar foi observado que os funcionários da linha de produção conscien tizaram-se de que a obtenção de produtos seguros aos c o n s u m i d o res d e p e n d e m u i t o mais das atitudes e decisões corretas que eles irão tomar durante o processo, do que a implantação de m o n i t oram e n t o s que res s altam aval i aç õ e s , inclusive individuais, de funcionários. De acordo com a flexibilidade, espírito de liderança e motivação apresentada pela coorde nação do programa e pela a sua equipe de trabalho, n ã o e s q u e c en d o - s e da fo rma de c o m o fo i transmitida a mensagem aos funcionári o s d o setor, projetou-se u m sucesso para a efetivação das B PF's. 4 . CONCLUSÃO E m vista d o que foi apresentado pode-se concluir que uma vez a empresa conscientizando se da necessidade ética de aplicar as B PF's para a obtenção de produtos seguros ao consumidor res t a - l he a c orre ção de não c o n formidades relacionadas aos requisitos fundamentais para a implantação do programa, tais como normas de cons trução, instal ações, monitoramento, con trole de pragas e treinamento de funcionários, sempre ressaltando a importância de adequar as ferramentas d o programa ao modelo atual do setor resgatando as características de autonomia e fle x i b i l i dade d o s pro fi s s i o n ais e n v o l v i d o s a t r a v é s d a tran s mis são d e uma m e n s agem c o n v incente p ara u m a provável mudan ç a de atitude dos colaboradores. SUMMARY The Dairy Industries are inserted in a very competitive market, suggesting one constant increase of productivity with reduction of losses and reduction of costs, without however losing the fo c u s i n relati o n t o the n u t ri c i o n al and sani tary quality of their p ro d u c t s . I t can be assigned to the set of norms and procedures that they aim at to gu arantee the q u a l i t y a n d t o improve the productivity a s Good Manufacture Practices (GMP). This study of case was based on the application of GMP in a sector destined to the manufacture of Prato cheese of a situated company among the l eaders in the sector o f Dairy Industry. Initially, it was carried through a detailed description of the manufacture process and a survey o f the c urrent c o n ditions of the sector front to the GMP, relating the not found conformities. From now on the of GMP ManuaIs have been elaborated destined to the employees and the supervision of the sector. In accordance w i t h the a d o p t e d p r o c e d u res a n d the acceptability of the employees success for the implantati o n o f the pro gram in the s ector in question was proj ected . Key-words : Good Manufacture Practices; Dairy Industry. REFERÊNCIAS B IB LI OGRÁFICAS ATH AY DE, A. S i stemas d e GMP e H A C C P garantem produção d e alimentos inócuos. Enge nharia de Alim entos, n. 2 3 , p. 1 3 - 1 7 , 1 9 9 9 . B R A S IL . Ministério da A gri cul tura e Abaste cimento. Portaria nll. 368, de 04 de setembro de 1 99 7 ( D . O . U . 08/09/97). Regulamento Técnico sobre as condições Higiênico-Sanitárias e de B oas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Elaboradores 1 Industrializadores de Alimentos. BRASIL. Secretaria de Vigi l ância S anitária d o Ministério da Saúde. Portaria n ll. 326, de 3 0 d e j ulho d e 1 99 7 ( D . O . U . 0 1 /08/9 7 ) . Condições Higiên i c o s - S an i tári as e d e B o as Prát i c as de Fabricação para Estabelecimentos Produtoresl Industrializadores de Alimentos. U S D A ( U n i t e d S tates D e p artament o f Agriculture) - FS I S (Fo o d S afety Inspection S ervice) . PRE-HA CCP, Sanitation Standard Operating Procedures ( S S O P ) , July 1 9 9 6 . VIALTA, A . , MORENO, 1., VALLE, J . L . E. B oas Práticas de Fabricação, Higienização e Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle na Industria de Laticínios: 1 - Requeijão. Revista Indústria de Laticínios, S ão Paulo, p . 56-65, 2002 . ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE LEITE PASTEURIZADO COMERCIALIZADO EM ITAPETINGA - BA Microbiological quality of pasteurized milk sold in Itapetinga - BA Janeeyre F. MacieP Paulo Bonomo1 Marcos M . Dam asceno2 K l ícia A. Sam paio2 Leando S. Santos2 E l ck A. Carvalho2 Renata C. F. Bonomp3 RESUMO A qualidade microbiológica d a marca de leite pasteurizado tipo C , c omercializado n o Município de Itapetinga-BA, foi avaliada com o objetivo de certificar-se d e que o mesmo atendia aos padrões microbiológicos estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância S an itária (ANVISA). Foram realizadas as contagens de coliformes totais e fecais , pelo método do Número Mais Provável (NMP), pesquisa de Escherichia coZi e de Salmonella. Das 3 0 amostras analisadas, 90% apresentaram coliformes fecais, em números que excediam ao estabelecido pela legislação (4 NMP/mL) . Foi detectada a presença de E. colí em 60% das amostras . Quanto à ocorrência de Salmonella, foram isoladas, em 40% das amostras, 1 8 culturas com reação positiva em ágar tríplice açúcar ferro (TSI) e ágar lisina ferro (LIA). Portanto, a qualidade microbiológica da marca de leite pasteurizado comercializado no Município de Itapetinga-Ba foi insatisfatória, não atendendo ao padrão microbiológico referente ao grupo de bactérias coliformes fecais, estabelecido pela legislação em vigor. Palavras-chave: leite pas teu r izado, qualidade microbiológica, coliformes . 1 . I N T R O DU Ç Ã O O l e i te , al i mento d e v al o r n u tri t i v o e l e v ad o , e s tá presente n a al i mentação de indivíduos de todas as idades e classes sociais, destacando-se na dieta de crianças e idosos . Por essa razão, tem recebido grande atenç ão p o r parte de pesquisadores e autoridades ligados às áreas de saúde e de tecnologia de alimentos, p r i n c i p al me n t e pelo risco d e v e i c u l ação de microrganismos p atogênicos e deterioradore s . S e g u n d o a A g ê n c i a N a c i on a l d e Vi g i l â n c i a Sanitária (ANVISA), o leite pasteu rizado possui qualidade microbiológica satisfatória quando está i s e n t o de bactérias do gênero Sa lm o n e l la (ausência/25 mL do produto) e quando o Número Mais Provável (NMP) de coliformes fecais não excede a 4/mL ( B rasi l , 200 I ) . Quan d o esses m i c ro rgani s m o s e s tão p re s e n t e s n o p r o d u t o fi n a l , i n d icam c o n t a m i n a ç ã o após o p ro ces s amento o u tratamento térmi c o i n s u fi ciente , p o i s estes s ã o s e n s í v e i s às temperatu ras de pasteurização do leite (Gilmour e Rowe, 1 990). Considerando que inúmeras pesquisas em nosso país têm evidenciado a ocorrência de amostras de leite p asteurizado fora d o s p adrões 1 Departamento de Estudos Básicos e Instrumentais - UESB , CEP 45700-000, Itapetinga BA, BR. 2 Estudante de graduação - Engenharia de Alimentos - UESB, CEP 45700-000, Itapetinga BA, BR. 3 Departamento de Tecnologia Rural e Animal - UESB, CEP 45700-000, Itapetinga - BA, BR. Órgão financiador: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB Pág . 1 30 Pág . 1 3 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS microbiológicos legais (Hoffmann et aI., 1 99 9 ; Cordeiro e t aI . , 2002 ; Tinoco et a I . , 2002), este trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade microbiológica do leite pasteurizado comercia lizado no Município · de Itapetinga Ba. 2. MATERIAL E MÉTODOS o presente trabalho foi realizado no Labo ratóri o de M i c r o b i o l o g i a de A l i m e n t o s d a Universidade Estadual do Sudoeste d a B ahia UES B , Campus de Itapetinga. 2 . 1 . Coleta e p reparo das amostras Trinta amostras da marca de leite pasteu rizado tipo C, comercializada no Município de Itapetinga, fo ram adqu iri d as n o perío d o de fevereiro a abril de 2003 , sendo coletado um litro, por semana, em cada um dos três p ontos d e v e n d a s e l e c i o nad o s . A temperat u ra d o produto, n o s pontos d e venda, foi regis trada. As amostras foram identificadas e transportadas em caixa isotérmica contendo gelo. No labora t ó ri o , fo ram s ub m e t i d as aos p ro ce d i me n t o s rec o me n d a d o s pela A merican Publ i c H e a l t h Association, 1 992 p ara obtenção das diluições decimais seriadas, sendo utilizado como diluente á g u a p e p t o n a d a 0 , 1 % . A temperatura d a amostra, n o momento d a análise também foi registrada. 2 . 2 . A n á lises m ic r o b i o l ó gicas As amostras foram submetidas às seguintes análises : determinação do número mais provável de c o l i formes t o tais e fec a i s , p e s q u i s a d e Escherichia c o li e pesquisa de Sa lmo n e lla. A metod o l ogia adotada foi à recomendada pela A merican Public Health Association, 1 99 2 . 2 . 2 . 1. Determinação d o número mais provável (NMP) de c o Zifo rmes totais e fecais e pesquis a de E. coli. Três diluições da amostra foram submetidas aos t e s t e s p re s u n t i v o e c o n fi rmat i v o , p ara coliformes totais, utilizando-se uma série de três tubos, por diluição. Os tubos foram incubados a 3 5 ° C , p o r 2 4 - 4 8 h o r a s . P ara a a n á l i s e d e c o l i fo rmes fec ai s , tubos c o n te n d o c a l d o E C foram utilizados, sendo incubados a 45°C, por 2 4 h oras . D e cada tubo d e c a l d o EC , c o m produção de g á s em 2 4 horas, foi estriada uma alçada da cultura em placas de ágar eosina azul de metilen o . Colônias típicas de E. c o li foram s ubmetidas à c o loração de Gram e às provas bioquímicas de Indol, Vermelho de Metila, Voges Proskauer e Citrato (lMViC). 2.2.2. Pesquisa de Sa lmone lla Alíquota de 25 mL de amostra, adicionada de 225 mL de caldo lactosado, foi submetida ao pré-enriquecimento, por meio de incubação a 3 5 ° C , p o r 24 h oras . P ara o e n ri q u e c i me n t o seletivo, alíquotas de 1 mL, deste cultivo, foram tran sferi d as para tubos c o m 1 0 mL de caldo tetrationato (TT) e 10 mL de c al d o selenito cistina (SC). Os dois tubos foram incubados a 35°C, por 24 horas. O plaqueamento diferencial foi efetuado em ágar Salmonella-Shiguella (SS) e ágar verde brilhante (BG), sendo as colônias típicas semeadas em ágar lisina ferro (LIA) e ágar tríplice açúcar ferro (TS I ) . 3 . RESULTADOS E D I S C U S S à O 3 . 1 . D e te r m i n a ç ã o d o N M P d e c o li fo r m es t o tais e fecais Das 3 0 amostras analisadas, 70% apresen taram coliformes totais em números elevados, que excediam em 10 vezes ou mais, o l imite estabelecido pela ANVISA (Brasil, 1 997) . Com base nesta legislação, o leite seria considerado inaceitável p ara consumo. Entretanto, a nova resolução deste órgão, que está em vigor (Brasil, 2 00 1 ) , não estabelece p adrão p ara colí formes totais, o que nos impede de fazer considerações acerca do produto com base nos resultados desta anál i s e . Q u an t o à o c o rrên c i a de c o l i formes fecais, p ode-se verificar que 90% das amostras encontravam-se fora do padrão vigente, que é d� 4NM P/mL . Não houve diferença neste per centual entre as amostras obtidas nos três pontos de venda (Figura 1 ) . Segundo a legislaç ão em v igor, esse produto apresentou condições sani t árias i n s at i s fatórias, estando impróprio p ara consumo humano p o r apresentar c o l i formes fecais, em números acima do limite estabelecido. Os resultad o s obtidos nessa pesquisa, para coliformes fecais, foram superiores aos verificados na literatura, cujo valor máximo verificado para leite pasteurizado tipo C foi 40% (Cordeiro et aI., 2092 ) . Condições sanitárias precárias também foram notificadas por Tinôco et aI. , ao comparar a qualidade microbiológica de leite pasteurizado tipo C, processado em estabelecimento industrial, com leites pasteurizados em fazendas, sem inspeção federal. Duas das cinco marcas testadas, ambas processadas em fazendas, tiveram 1 00 % d as amostras fora do p adrão estabelecido p ara coliformes fecais (Brasil, 2 00 1 ) . ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL D E L ATiCíNIOS 3.2. Pesquisa de Es cherichia coZi e de positiva em ágar TSI e ágar LIA. Este percentual foi 5 0 % , em d o i s d o s três p o n t o s de venda selecionados, e no terceiro ponto esse percentual foi 20% (Figura 2 ) . Um total de 1 8 culturas foram isoladas e conservadas para identificação d e fi ni ti v a, p o r meio de tes tes b io q u ímicos adicionais e testes sorológi cos. Salmonella A presença de E. coZi foi detectada em 60% das amostras. Este percentual foi 70%, em dois dos três p o n tos de vend a selecionado s , e no terceiro ponto esse percentual foi 40% (Figura 2). Nos pontos de venda 1 e 2, a temperatura do leite pasteurizado, no momento da coleta, estava acima dos 1 0°C, enquanto no ponto de venda 3, não u ltrapas s o u esse valor. É possível que a manutenção do leite a uma temperatura mais b ai x a tenha s i d o a res p o n s ável pel a menor detecção de E . coli no ponto de venda 3 . A falta de controle da temp eratura das gôndo l as de expOSlçao de produtos l ác t e o s , em s u p ermercad o s , t a m b é m fo i n o t i fi c a d a p o r Macêdo et aI . (2000). A presença de E . coZi n o leite pasteurizado é preocupante, p o i s algumas l i n h agens fo ram res p on s á v e i s p o r s urtos de t o x i n fe c ç õe s a l i m e nt ares no h o m e m ( C o i a , 1 9 9 8 ) . Q u an to à o c orrê n ci a d e Sa lm o n e ll a , p o de - s e verifi c ar q u e 4 0 % das amostras apre s e n t aram c o lô ni a s t íp i c as com reação 4. C O N C L U S à O O l ei te p asteurizado c omerc i al i zad o n o M u ni cíp i o d e Itap e ti n g a- B A n ão a t e n d e u à l egi slação da ANVISA, quanto ao l imite esta b e l e c i d o p ara c o l i formes fec ai s , e s t a n d o , p ortanto, inadequado ao consumo humano. SUMMARY The microbiological quality o f the mark of pasteurized milk, sold in the Municipal district of I tapetinga - B A , w as evaluated w i t h the objective of certifying that the same assisted to the microbiol ogical standards established by the Nati o n al A g e n cy of S a n i t ary S u rvei l lance 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 D coliformes totais > 100 NM P/mL 111 coliformes fecais > 4 NM P/mL O 2 3 pontos de venda Figura 1 • Percentagem de amostras de leite pasteurizado com coliformes totais > 1 00 N M P/mL e coliformes fecais > 4 NMP/mL, nos três pontos de venda. 1 00 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 +='""--- D E. calí 111 culturas típicas de Salmanella 2 3 p ontos de venda Figura 2 - Percentagem de amostras de leite pas teurizado com presença de E. coli e de culturas típicas de Sa lmonella . Pág. 1 32 Pág . 1 33 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ( AN V IS A ) . The microbiological analysis were p erformed for the determination of the Most p r o b ab l e N u mber (NMP) o f total a n d fecal coliforms, research of Escherichia coli and of Sa lmone lla . O f the 3 0 analyzed samples, 90% p res e n te d fecal c o l i forms , i n n u mbers t h at exceeded to the established by the legislation (4 NMP/mL). the presence of E. coZi was detected in 6 0 % of the sampl e s . With rel atio n s hi p to the occurrence of Sa lmon ella were i solated, in 40% of the samples, 1 8 cultures with positive reaction for that microrganisms i n agar triple s ugar iron (TS I ) and agar lysine iron ( he/she REA D ) . Therefore, the quality microbiological of the mark o f p asteurized milk s o l d i n the M u n i c i p al d i s trict o f Itapetinga- B a was u n s a t i s factory, n o t as s i s t i n g t o the o ffi c ial standards for fecal coliforms . Key-words: pasteurized milk, microbiological qual ity, coliforms . REFERÊNCIAS B I B LI O G RÁFICAS AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION A P H A . C o m pendium of m ethods for the microbiological examination of foods , 3 e d . , Washington: APHA, 1 99 2 . B RASIL. Leis, decretos, etc. Portaria n.451 d e 19 d e setembro d e 1997. Diário Oficial da União, Brasília: Ministério da Saúde/Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 22 de setembro de 1 997. B RASIL. Leis, decretos, etc. Resolução n. 12 de 2 de j an e i r o de 200 1 . Di ário O fi cial da • • • • União , B rasíli a : Ministério da S a ú de/Agência Nacional de Vigilância S anitária. 10 de j aneiro de 200 1 . C O l A , E . J . C l i n i ca I , m i c r o b i o l og i c al a n d e p i d e m i o l o g i c a l aspects o f E s c h e r i c h i a c o l í 0 1 57 : H7 infection. F E M S I m m u nology a n d Medicai Microbiology, v. 20, p . 1 -9 , 1 99 8 . CORDEIRO, C . A. M.; CARLOS, L. A . ; MARTINS, M . L . 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Estudo microbiológico comparativo de leites pasteuri zados em estabelecimentos com inspeção federal e em faz e n d as . H i g i e n e A l i m e n t a r , v. 1 6 , n. 9 6 , p . 8 8 - 9 3 , 2002. • • • • AVALIAÇÃO SENSORIAL DE PETIT SUISSE ELABORADO COM ADiÇÃO DE SORO DE LEITE Sensorial evaluation of Petit Suisse elaborated with addition of milk whey Clauciene Rodrig ues da S ilva 1 Débora Gueri no1 Deisy Alessandra Drunkler2 ANAIS DO XX CON G R ESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS RESUMO A aceitação d e queijo Petit Su isse , s abor morango, el aborado com adição de diferentes concentrações de leite e soro de leite (tratamento padrão: 1 00% leite; tratamento 1 : 50% leite: 50% soro; tratamento 2: 70% leite: 30% de soro e tratamento 3: 90% leite: 1 0% de soro), bem como a influência deste no atributo sabor e textura foram avaliadas utilizando as análises sensoriais de Escala Hedônica e Teste de Comparação Múltipla. Em relação aos resultados obtidos, os tratamentos elaborados com soro de leite apresentaram aceitação e sabor similar ao tratamento padrão, não diferindo significativamente entre si . Quanto a textura, o tratamento 3 diferiu dos demais, apresentando maior nota. Portanto, o soro de leite adicionado não interferiu sensorialmente no queijo Petit Suisse quanto a aceitação e sabor, inclusive favorecendo a textura quando na concentração adicionada no tratamento 3 (90% de leite: 1 0% de soro). Palavras-chaves : Petit Suisse, soro de leite, análise sensorial . 1 . INTRODU Ç Ã O O queijo Petit Suisse é definido como um q u e ij o fre s c o , n ão m at u rad o , o b t i d o p o r coagulação d o leite com coalho e/ou enzimas específicas e/ou bactérias específicas, adicionado ou n ão de o utras s ub s t ân c i as ali mentícias ( B RASIL, 2000) . O soro de leite ou l actosoro de queijo é um líquido obtido da coagulação do leite na elaboração de queijos, após a separação da coalhada (caseína) e da gordura (S P REER, 1 99 1 ) . Técnicas visando o aumento da retenção de soro vem sendo estudadas, des tacando-se o "Termoquarg " ( H I N R I C H S , 2 00 1 ) . Fren te a e s t a s o b s e rv a ç õ e s , a u t i l i z ação do s oro n a fabricação d o P e t i t Su isse s urgiu como uma alternativa a mais para o aproveitamento deste subproduto industrial. O obj etivo do presente trabalho foi avaliar a viabilidade da elaboração de queij o P e t i t S u i ss e , sabor morang o , c o m adição de soro de leite quanto aceitação, e os atributos sensoriais sabor e textura. 2. MATERIAL E MÉTODOS 2 . 1 . Elaboração do queij o tipo Petit Suisse O q ueij o P e ti t Su isse fo i e l aborado no Laboratório de Laticínios, do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná, unidade de Medianeira, de acordo com a metodologia proposta por BUENO, VOLTOLINI & MACHADO (2002), com algumas modificações visando produção de "Termoquarg", conforme Figura 1 . 2 . 2 . A n á l i s e s e nsorial Aluna do Curso Superior de Tecnologia de Alimentos, modalidade Industrialização de Laticínios, Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná, Unidade de Medianeira. Av. Brasil, 4232, Parque Independência, CEP 85884-000, Medianeira, Pro 2 Professora contratada, M. Se., CEFET/ UNED Medianeira, PRo 2 . 2 . 1 . Painel semorial O p a i n e l s e n s orial fo i c o m p o s t o p o r painelistas não treinados, recrutados entre alunos e funcionários do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná, Unidade de Medianeira, com faixa etária entre 1 7 -50 an o s . Os testes foram conduzidos em cabines individuais, com o s tratamentos c o d i ficados d e acord o com a Tabela de N úmero s A l eatórios ( T E I X E I R A , MEINERT & B AR B ETA, 1 9 8 7 ) . 2.2.2. Avaliação d a ace itação d o queijo tipo Petit Suisse elaborado com leite e soro de leite Através do Teste de Escala Hedônica, os tratamentos (padrão, 1 , 2 e 3) foram compa rado s quanto a aceitação e os v al o re s foram expressos através de uma escala hedônica, em uma ficha de registro de análise sensorial, 1= pés simo, 2 = ruim, 3 = regular, 4 = bom, 5 = ótimo. ( M O NTEIR O , 1 9 84) 2.2. 3. Avaliação d a m e lhor relação leite/soro de leite na e lab o ração de q u e ijo tipo Petit Suisse quanto sabor e textura O Teste de Comparação Múltipla consistiu na avaliação dos tratamentos 1 , 2 e 3 compa rando-os com o padrão, atribuindo os seguintes valores, em uma ficha de registro de análise sensorial, 1 = extremamente melhor que o P, 5 = igual ao P e 9 = extremamente inferior ao P. ( MONTEIRO, 1 9 84) 2.2.4. Análise estatística A in terpretação estatística do teste fo i realizada através da análise de variâncía. Quando detecto u - s e d i ferença s i gn i fi c ati v a entre o s tratamentos fo i a p l i c a d o o Teste d e Tukey ( p < 0 , 0 5 ) ( M ON TE I R O , 1 9 84 ) . Para tal, e m prego u - s e o pro grama e s tatístico Ex c e l for Windows 9 8 . Pág. 1 34 Pág. 1 35 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Leite pasteurizado + açúcar ( 1 0%) + J, 0% de soro (tratamento padrão) 50% de soro (tratamento 1 ) 30% d e soro (tratamento 2) 1 0% de soro (tratamento 3 ) Tratamento térmico ( 9 3 , 0 ± 2 ,0°C/5 minuto s ) ; resfriamento ( 3 5°C ) ; adição de cultura láctica tipo O ( 1 -2,5% v/v) e coalho ( 1 ,0 mL /L leite) J, Incubação a 35 °C/ 6-8 horas ou até pH 4,6-4,7 a textura quando empregado n a concentração utilizada no tratamento 3 . Tabela 3 • Médi as das notas obtidas através do teste d e comp aração m ú l t i p l a em relação ao atributo textura para os tratamen t o s 1 (50% l e i t e : 5 0 % s oro), 2 ( 7 0 % leite : 3 0 % soro) e 3 ( 9 0 % leite : l 0% soro ) . * J, Tratam ento M é d i as * * Resfriamento ( 1 0°C/ 1 8-24 horas ) ; corte d a coalhada e mexedura 1 2 3 4,62 ± 1 ,92" 4,7 1 ± 2,05" 3 ,7 9 ± 2 , 3 P J, Dessoragem total ( 1 6-20 horas) * Média de 34 provadores. ' J, " Adição de preparado de morango ( 1 0,0%) e mexedura final (bateção) ** Médias seguidas por letras iguais indicam não haver diferença significativa ao nível de 95% de probabilidade. J, SUMMARY Embalagem e Estocagem (5,0°C) Figura 1 - Fluxograma de elaboração de queijo tipo Petit Suisse. Fonte: BUENO, VOLTOLINI & MACHADO (2002). 3 . RESULTAD O S E D I S CUSSÃO E m rel a ç ão aos res u lt a d o s o b t i d o s , os tratamen t o s e l ab orad o s c o m s o ro d e l e i te obtiveram aceitação e s abor s imilar ao trata mento padrão, não diferindo significativamente entre si (p>0,05 ) , conforme as Tabelas 1 e 2 . Tabela 1 - Médias d a s notas obtidas através d o t e s t e e s c a l a h e d ô n i c a p ara os tratamentos p a d rão , 1 (50% lei t e : 5 0 % soro), 2 (70% leite : 3 0 % soro) e 3 (90% leite : l 0% soro ) . * Tratam e n to M édias P adrão 1 2 3 4, 3 5 ± 0, 8 0 4, 1 9 ± 0,75 4,06 ± 0,77 4 ,00± 0 , 8 2 * Média de 3 1 provadores. O sabor ({lavor) d e qualquer produto lácteo é uma mistura de flavors criado a partir de sua b a s e , d o s c o m p o s t o s p r o d u z i d o s d urante a fermen t a ç ão e da a d i ç ão de ingredientes fl a v o r i z a n te s . O fato d e n ão t e r o co rr i d o d i ferenças quanto ao sabor d o s tratamentos elaborados com soro em rel ação ao tratamento padrão deve-se ao fato de que as proteínas do s oro s ão brandas q u anto ao sabor e quando c o m p aradas às c a s e ín as presentes no l e i te desnatado elas tem menos flav o r de leite (U. S . DAIRY EXPORT COUNCIL, 2002). Tabela 2 - Médias das notas obtidas através do teste d e c o mp aração m ú l ti p l a em relação ao atri b ut o sabor p ara os tratamen t o s 1 (50% l e i te : 50 % s oro) , 2 ( 7 0 % leite : 3 0 % soro) e 3 (90% leite: 1 0% s oro). * Tra t a m e n t o Médias 2 3 4,2 1 ± 1 ,6 3 4,33 ± 1 , 8 1 ± 1 ,43 The acceptance o f Petit Suisse c heese, s trawberry flavor, elaborated with addition of different concentrations of milk and whey milk (treatment standard : 1 00 % milk; treatment 1 : 50% milk : 50% whey milk; treatmen t 2 : 7 0 % m i l k : 30% of w hey m i l k a n d treatment 3 : 9 0 % milk: 1 0 % of whey milk), a s weIl a s the influence of this in the attribu te flavor and texture has been evaluated using the sensorial analyses of Hedônic S cale and Multiple Comparasion Test. In relation to the gotten results, the treatments e l ab orated w i t h whey m i l k have gotten acceptance and similar flavor to the treatment s t an dard , n o t d i fferi n g s i g n i fi c an t l y among thems e l ves . A b o u t the t e x t u re , treatment 3 differed from the others excessively, presenting bigger s core. Therefore, the added milk whey s e n s or i aI l y d i d n o t i n t ervene w i t h the Petit Suisse cheese about the acceptance and flavor, a l s o fav oring the t e x t ure w he n in the concentration added in treatment 3. Key- words : Petit S u isse , milk w hey, sensorial analyses. REFERÊNCIAS B I B L I O GRÁFICAS B R A S IL . M i n i stério da A g ri c u l t ur a e do Abastecimento. Instrução N ormativa nO 53, de 29 d e dezembro d e 2 0 0 0 . D i s p õ e s s obre o regulamento técnico de identidade e qualidade de Queijo Petit Suisse. B UE N O , L . M. C . ; V O LTOL I N I , R . N . ; M A C H A D O , L . M . P. E s t u d o d o d e s e n v o l v i mento de queij o tipo P e ti t S u isse " Li ght". I m dústria de Laticínios, n . 39, maio/ j unho de 2002. HINRICHS, J . Incorporation of whey proteins in cheese. International D airy J ournal, v . 1 1 , p . 495-503, 2 0 0 l . M ONTEIRO, C . L . B . Técnicas d e avaliação sensorial. 2 ed. Curitiba: CEPPA, 1 98 4 . S PR EE R , E . Lactolo g i a indus t r i a l . 2 . Ed . Zaragoza: Acribia, 1 99 1 . TEIXEIRA, E . ; MEINERT, E . M . ; B AR B ETA, P. A. Análise s e n s o r i a l de alim e n t o s . Flo rianópoli s : UFSC, 1 98 7 . U . S. DAIRY EXPORT COUNCIL, ARLINGTON, VA . U S A . C aracterís t i c a s , fun ç õ e s e n o vas apl icações das proteínas de soro e suas novas frações . Food Ingredientes , n . 1 7 , p . 50-56, março/abril , 2002a. Y O U N G , S . O uso d e p r o d u t o s d e s oro em s o rvetes e s obremesas c o n g e l a d as . Leite e Derivados . n. 5 1 , p. 66, março/abril 2000. * Média de 39 provadores. Quanto a textura, os tratamentos padrão, 1 e 2 não diferiram entre si (p>0,05), no entanto o tratamento 3 d i fe ri u d e s te s ( p < 0 , 0 5 ) , apresentando maior média (Tabela 3 ) . Resultados semelhantes fo ram o b t i d o s p ara i o gurtes elaborados com a adição d e proteínas de s oro, onde houve melhora da textura (YOUNG, 2000). + + + + + + + + 4. C O N C L U S à O P ortanto, o s oro de leite adici o nado não interferiu sensori almente no queij o Peti! Suisse quanto a aceitação e sabor, inclusive favorecendo Pág . 1 37 P á g . 1 36 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS AVALIAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO EM LATiCíNIOS SEM-REGISTRO, PRODUTORES DE MUSSARELA Evaluation of Good Manufacturing Pratices in NON-REGISTERED dairy, Mozzarella producers Luciana Rodrigues Faleiro1 Accácia Júlia Guimarães Pereira2 RESUMO o Brasil é o sexto maior produtor mundial de queijos e Minas Gerais é o estado responsável pela maior parte da fabricação destes, sendo que 40% da produção nacional corresponde ao queij o Mussarela. Para verificar a qualidade higiênico-sanitária em l ati cínios foi feito um levantamento das B oas Práticas de Fabricação ( B PF) em duas indústrias mineiras SEM-REGISTRO (informais, sem registro em qualquer órgão fiscali zador) de pequeno porte que fabricam queijo Mussarela. Este levantamento foi realizado mediante a observação direta do processo prod utivo e preenchi mento do questionári o ( l i sta de verifi cação) englobando a avaliação das condições da estrutura, da higienização e do processamento do queij o Mussarela, bem como todos os requisitos essenciais para a produção de alimentos seguros. As indústrias visitadas foram classificadas de acordo com a pontuação final atingida que poderia variar de O a 1 00. Os estabelecimentos alcançaram pontuações finais 54 e 43, sendo clas s i ficados como REGULAR (pontuação entre 4 1 a 7 5 ) , sendo críticos itens como ausência de um programa de controle de pragas, falta de pasteurizador, uniformes i n adequad o s , hábitos h i g i ê n i c o s i mprópri o s , i n e x i s t ê n c i a de c l oração da água d e ab astecimento e fal ta de c o n trole d a matéri a-prima e p r o d u t o acabad o . D i ante d a classificação obtida pelas indústrias visitadas, comprova-se a necessidade d e intensificação da aplicação das B PF em laticínios SEM-REGISTRO. Palavras-chave: B oas Práticas de Fabricação, Mussarela e S EM -REGISTRO. 1. I N T R O DU Ç Ã O A produção d e leite e d e queijos n o Brasil apresenta importância sóci o-econômica signi ficativa, sendo o país, o sexto maior produtor mundial de queij os (PENNA et aI . , 2002 ) . O parque mineiro de laticínios é o mais importante do B r as i l , s e n d o o e s t a d o de M i n as G erai s responsável por 3 0 % da produção nacional de leite ( l N D I , 2003 ) . Estes dados ressaltam a importância sócio econômica da produção mineira de produtos de laticínios. Entretanto, a qualidade dos produtos fab ri c a d o s d e i x a m u i t o a d e s ej ar, c o m o d e m o n strado p o r p e s q u i s a q u e l e v a n t o u a qualidade higiênico-sanitária dos produtos de laticínios no estado (VIALTA et aI . , 2002 ) . Para s e obter u m queijo saudável e de grande valor nutritivo, é necessário que programas de gestão de segurança de alimentos sejam implan tad o s nas i n d ú s tri a s . As B o as Prát i c a s de Fabricação (B PF) é um programa indispensável q u a n d o s e trata d e q u al i d ad e e s e g uran ç a alimen tar, s e n d o d e fi n i d a c o m o o s pro c e d i mentos necessários para a obtenção d e alimentos inócuos, saudáveis e sãos . ANAIS DO XX CONG RESSO N ACIONAL DE LATiCíNIOS 2. MATERIAL E MÉTODOS Foi preparado um questionário subdividido em nove bloco s : "Construção e manutenção da e d i fi cação (EDF)" ; "Ti p o e manutenção d o s equipamentos e utensílios (EQP)" ; "Recepção e armazenamento das matéri as - p ri mas e i n gred i e n t e s ( M P I ) " ; " C o ntrole da água de abastecimento (AGA) " ; "Organ ização, limpeza e s a n i t ização ( OL S ) " ; " C o ntrole d e p ragas ( PR A ) " , "Controle e higiene pessoal (HIP) " ; " C o ntrole d o p r o c e s s o pro d u t i v o ( P R P ) " e "Controle e garantia da qual idade (CGQ)". O questionário está apresentado na dissertação de mestrado intitulada " Avaliação das condições higiênico-sanitárias em laticínios de pequeno e médio porte" (FALEIRO, 2 00 3 ) . C a d a i t e m d o questionário f o i avaliado quanto à sua influência sobre o grau de risco em relação à qualidade e segurança alimentar, sendo c l a s s i fi c a d o s c o mo impres cindív e i s , neces sários ou recomendáveis. N a indústria, cada item foi computado como: sim (S) - quando o item especificado foi atendido pelo estabele c i m e n t o , não O'í') - q u a n d o o item n ão foi atendido ou não aplicável (NA) - quando não era pertinente à avaliação do estabelecimento . O cálculo d a Pontuação Ponderada e Não P o n d e rada d e " c a d a b l o co" bem c o m o a P o nt u aç ã o . N ão P o n derada e P o n t u ação P o n d erad a "fi nal" d o e s t a b e l e c i m e n t o foi baseado nas equações apresentadas na legislação paulista ( S à O PAULO, 1 99 8 ) . O s i te n s ( S ) e ( N A ) foram p o n t u a d o s conforme a s ua classificação, de t a l forma que os itens imprescindíveis receberam pontuação quatro (4), os necessários receberam pontuação dois (2) e os recomendáveis receberam um ( 1 ) ponto. J á o s itens ( N ) receberam pontuação zero ( O ) . A s s i m a v ariável " T S " apresentada n as equações citadas representam a pontuação total das notas Sim obtidas no bloco, "K" a pontuação máxima do bloco e "T N A" a pontuação total das notas Não aplicável obtidas no bloco. Como a legislação paulista (S à O PAULO, 1 998) não definiu como obter o peso do bloco, e s te fo i c al c u l ad o c o n forme mos trado nas equações 1 e 2: Mestre em Ciência dos Alimentos pela Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de M inas Gerais (UFMG). Professora Adj unta d a Faculdade de Farmácia d a Universidade Federal de Mi nas Gerai s (UFMG). A classifi cação dos estabelecimentos foi baseada na l e g i s l a ç ão m u n i c i p a l ( BELO HORIZONTE, 2000 ) . 3 . RESULTADOS E D I S C U S S à O A F i g u r a 1 m o s t r a as Pontuações Pon deradas finais alcançadas pelos dois estabe lecimentos visitado s . 53,6 ' (f� ( L }100 %I' � 2 Onde: = porcentagem de itens imprescindíveis de cada bloco em relação ao número total de itens do bloco (LNT) L/ total de itens imprescindíveis do bloco LNTa= número total de i tens do bloco Pa peso do bloco % Ia porcentagem de itens imprescindíveis de cada bloco L%I somatória de % 1 de todos os blocos %/" p a = } OO %I a %I ( I ), (2) C\I 'C E CIl 'C C o c.. o IC\I <.» C\I � o a.. Figura 1 - Pontuação Ponderada final dos lati cínios visitados. As duas indústrias visitadas foram classifi cadas como REG ULAR ( pontuação entre 41 a 7 5 ) , não atendendo de maneira satisfatória os requisitos preconizados pelas B oas Práticas de Fabricação. A Figura 2 apresenta a P o n t u ação Não Ponderada de cada bloco dos laticínios visitados. Como pôde ser observado na Figura 2, o l at i c í n i o B obteve menore s p o n t u aç õ e s e m relação a o estabelecimento A em praticamente todos os blocos, j ustifi cando assim o seu pior resultado conforme constatado na Figura 1 . De acordo com a Figura 2, as duas indústrias visitadas alcançaram pontuações zero no bloco " ( P R A ) " , e v i d e n c i a n d o a s s i m que nenhum combate à pragas e nem medidas de prevenção ao aparecimento das mes mas eram real izados nestes laticínios, podendo comprometer a segu rança alimentar, uma vez que divers o s micro organismos p atogênicos podem contaminar o Pág. 1 38 Pág . 1 39 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS s ho w e d the need for i n t e n s i fi c a t i o n o f the application of B PF in NON-REGISTERED dairy products. Key-words: Good Practices of Production, M o z zare l l a and N O N - R E G I S TE R E D cheese industry. REFERÊNCIAS B IB LI OGRÁFICAS Figura 2 • Comparação entre as Pontuações Não Ponderada de cada bloco dos l aticínios visitados. alimento por meio do c ontato direto com as pragas ou dejetos expelidos por estas. O bloco "(CGQ)" obteve baixa pontuação nos dois laticínios visitados, demonstrando ser e s te um a s p e c t o que d ev e ser i n t e n s amente trab alhado p ara a melhori a d a quali d ade do produto . Um parâmetro bastante crítico verificado n o b l o c o "(EQP)" foi a ausência de pasteu rizador em ambos as indústrias visitadas. O leite cru ou então submetido ao pro cesso térmico inadequado pode veicular diversos patógenos que poderão causar sérios danos à saúde das pessoas, inclusive a morte. As condições higiênico-sanitárias da água de abastecimento observada, especialmente no laticín i o B, e ram bastante precárias . A água p rovinha de poço artesiano, não sendo clorada e nem filtrada. A caixa de água encontrava-se suja, sem tampa e os animais domésticos tinham acesso à mesma. O uso de água contaminada é um dos principais fatores associados à surtos de t o x i i n fe c ç õ e s a l i m e ntares d e v e n d o e s t a ser tratada para evitar contaminação dos produtos. O u tros itens em des acordo com as B PF foram observados nestas d uas indústrias como uniformes inadequados dos operadores, hábitos higiênicos i mpróprios, ausência de treinamento em B PF, condições insatisfatórias de higiene no transporte do produto acabado, procedimentos i n a d e q u a d o s de l i mp e z a e sani t i z ação de equipamentos e utensílios e falta de controle da matéria-prima e produto acabado . 4 . CONCLUSÕES O s l at i c í n i o s S EM - R E G I S T R O foram classifi cados como REGULAR não atendendo de manei ra s atisfatória os requisitos exigidos pelas B PF. Os blocos "PRA" e "CGQ" obtiveram os piores resultados demonstrando serem estes aspectos que devem ser intensamente traba lhados nos laticínios. Diante dos resultados obtidos fica claro a necessidade de envolver os laticínios em pro gramas educativos que enfatizem a importância da segurança alimentar, forneça noções básicas de higiene pessoal, microbiologia de alimentos, tratamento térmico, procedimentos de limpeza e sanitização dos equipamentos bem como tra balhar todos os req uisitos preconizados pelas B PF. P o s teriormente, os res p o n s áv e i s p e l o s estabelecimentos deverão p lanej ar e implantar as B PF em seus laticínios. B ELO H O RIZONTE. S ec retaria Municipal de S a ú d e . Portari a S M S A/S U S - B H n . 0 1 8 d e 1 4 d e abril d e 2 0 0 0 . A p r o v a norma t é c n i c a especial referente à s exigências sanitári as a s e r e m c u m p r i d as p o r e s t ab e l e c i m e n t o s d e c a rn e s , s e d i a d o s n o m u n i c íp i o , v i s an d o a fi x ação d e s e l o d e q u al i d ad e n o s m e s m o s . D i s p onível e m : http : //www. pbh . go v. br/s m s a/ v i gi l an c i a/i n d e x . ht m l . A c e s s o e m : 24 ago . 2 00 1 . FAL E I R O , L . R . Ava l i a ç ã o das c o n d i ç õ es h i g i ê n i c o - s a n i tárias em l aticínios de p e queno e médio porte. Belo H orizonte : Facul dade de Farmácia d a Universidade Federal de M i n as G e r a i s , 2 0 0 3 . 1 7 3 f. ( Di s s ertação, Mestrado em Ciência dos Alimentos) . INDI ( Instituto de Desenvolvimento Industrial de M i n as G erai s ) . P ri n c i p a i s s et ores agroindustriai s . 2003 . Disponível em <http :// w w w . i n d i . m g . g o v . b r/ m i n a s / s e t o r e s / agroindustria.htm. Acesso em: 2 3 j an . 2003. PEN A , A . 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A s urvey o f the application of Good Production Practices ( B PF) in two small scale NON-REGISTERED industries ( i n fo rmal , w i t h o u t reg i s trati o n in any l eg al organ) that manufacture Mozzarella cheese was made to verify the hygienic-sanitary quality in dairy products. This survey was accomplished by the d i re c t o b servation o f the pro d u c t i v e p r o c e s s a n d c o m p l e t i o n o f the questi on n aire (veri ficati on list) that included the eval u ation o f the stru ctural s a n i t ary a n d pro c e s s i n g c o n d i t i o n s f o r t h e pro d uc t i o n o f M o zzare l l a cheese, a s well a s a l l the essential requirements for the production of safe foo d s . The v i s i ted inçlustries were classified i n agreement with the final score that could vary from O to 1 00 . The establishments visited reached final score of 54 to 43, being classified as REGULAR (scores between 4 1 and 75). The criticaI items observed were the absence of a program of pests control, failure in the pasteurizer, inadequate uniforms, inappropriate hygienic habits, absence of water chlorination and a failure in the quality control of the raw material and finished product. The classification obtained by the visited industries • • • • + • + + ESTUDO PRELIMINAR DA QUALIDADE DO L EITE EM REBANHO DA RAÇA HOLANDESA Preliminary evaluation of the milk quality in a holstein herd Eduardo Xavier1•2 Lara Macêdo Bonfim Mol i na 1 Leorges Moraes da Fonseca3 Cibele Aparecida Rocha Ferreira4 Rodri go Gustavo de Oliveira Costa 4 Cristina de Oliveira Costa4 RESUMO O presente trabalho teve por obj etivo avaliar a qualidade do leite, em um rebanho da raça holandesa, durante o período de três anos. Foi realizado o levantamento dos resultados de análises a partir de dados de controle leiteiro, assim como dados de controle higiênico Professor, Setor de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal. pue Minas Betim - Brasil. Fiscal Federal Agropecuário, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimentos. Professor, Departamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal, Escola de Veterinária da UFMG. 4 Graduação, Med. Veterinária da pue Minas - Betim. 1 2 3 Pág . 1 4 1 Pág . 1 40 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS sanitário, incluindo de manutenção de ordenhadeira e de controle de mastite e antibiogramas durante o período de estudo. Os dados registrados foram avaliados por meio de estatística descritiva e por análise de variância. Foi observada ligeira tendência anual de aumento nos teores de gordura, enquanto os teores de lactose apresentaram tendência de redução (p<0,05) . Os teores de proteína apresentaram variação inconstante durante os três anos. U m dado preocupante foi o aumento que ocorreu nas contagens de células s o máticas durante o período avaliado e os fatores relacionados são discutidos. Enfim, este trabalho apresenta dados possíveis de serem usados como instrumento de controle da qualidade higiênico san itária do leite na produção. Palavras-chave: leite, qualidade, contagem de células somática, composição físico-química. ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Cl o cm ü ü 2,4 2,3 I 2,2 2,1 I 2,0 I 1 ,9 1 ,8 1 . INTRODUÇÃO A c o m p o s i ção d o l e i t e , as s i m c o m o a contagem de células somáticas (CCS), s ão de extrema importância quando se avalia a quali dade do leite (FONSECA & SANTO S , 2000 ) . Estes dados, aliados à contagem bacteriana total servem como índices básicos para o controle desta matéria-prima em toda a cadeia do leite, incluindo produtores, indústria e consumidores. A comp osi ção d o leite re flete diretamente o re n d i me n t o i n d u s trial, as s i m c o m o o valor nutritivo, enquanto a contagem de células somá ticas estima a ocorrência de mastite no rebanho, compondo um índice de qualidade higiênico sanitária. A contagem bacteriana total (CBT) é um indicativo do grau de contaminação do leite e integra as novas exigências preconizadas na i m p l an t ação do p ro grama d e melhoria da qualidade do leite no Brasil ( B RASIL, 2002). Os dados obtidos por meio da análise do leite produzido são utilizados para controle zootécnico, além do valor fiscal em atendimento a Instrução N ormativa n . 05 1 /2002. Entretanto, estes dados também podem servir como valioso instrumento de controle higiênico-sanitário de rebanhos. O presente trabal ho teve p o r obj et i v o realizar a análise de dados da qualidade do leite, d i s p o n í v e i s p o r u m p e río d o de três a n o s e l e v antar as p o s s ív e i s causas das tendên c i as observadas nos resultados obtidos. 2. MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho é preliminar e foi feito a partir de dados de c ontrole leiteiro de um rebanho c o m p o s t o de ani mai s PO c o m uma pro d u ç ã o d i ária d e apro xi madamente 2 . 00 0 l i t ro s . Foram u t i l i za d o s também d a d o s de c o n tr o l e h i g i ê n i c o s a n i t ári o , i n c l u i n d o d e manutenção de ordenhadeira e d e controle de mastite e de antibi ogramas . As an á l i s es d e composição e de contagem de células somáticas foram realizadas em equipamentos eletrônicos (Bentley, EU A), disponíveis nos laboratórios de análise da qualidade do leite da EMBRAPA, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Um total de 1 973 registros de composição e de CCS foram analisados nos anos de 1 999 a 200 1 , os valores extremos foram eliminados, e então, procedeu-se a análise estatística. A aná lise estatística foi descriti va, baseando-se em dados temporais e a análise de variância foi feita para se verificar diferenças entre as diferentes datas de controle leiteiro e o s dados anuai s . O teste d e Duncan foi realizado para estabelecer a d i fere n ç a mínima s i g n i fi ca t i v a p ara cada componente analisado, entre os diferentes anos. A análise estatística foi feita por meio do pro grama S PSS 9 . 0 para Windows ® . 3 . RESULTADOS E D I S C U S S à O Os re s u l t a d o s d a e s tatís t i c a d e s cri t i v a encontram-se na Tabela 1 . F o i observada uma ligeira tendência anual de aumento nos teores de gordura, enquanto os teores de lactose apre sentaram tendência de redução (p<0,05). Os teores de proteína apresentaram variação inconstante durante os três anos. Um dado preocupante foi o aumento que ocorreu nas contagens de células somáticas durante o período avaliado (Figura 1 ). Atualmente existe um programa de qualidade em implementação e os dados referentes a 2002 e 2003 já estão sendo processados. O fator que mais afeta a CCS é o nível de i n fe c ç ão da g l â n d u l a mamári a no re b an h o . O utros fatores que podem t e r efeito i ndireto sobre a CCS incluem a idade da vaca, o estágio de lactação, condições climáticas e ambientais entre outros. O estresse térmico, assim como a estação do ano também têm sido correlacionados com elevadas C C S . Entretanto, e s tes fatores estão correlacionados às condições climáti cas correlacionados principalmente a problemas de higiene de ordenha, tendo s i d o i dentifi cadas falhas na higienização pré-ordenha. Não é possível o monitoramento completo de mastite sem associar inspeção com testes de roti na e testes l aboratoriais . Estes testes são complementares aos exames físicos e indicarão a probab il id ade do a n i mal es tar i n fe c t a d o . B asicamente, existem dois t i p o s de monitora mento de mastite: monitoramento e m amostra de leite armazenado em tanque e o m o n i t o ramento em amostra de leite de tetos (individual por animal ) . O monitoramento feito em tanque i de n t i fi cará p r o b lemas de reb a n h o , n ão em animais i n d i v id u a l me n t e . E s t e t i p o é mais b arat o . Por o utro l a d o , o m o n i toramento d e animais, c o m o implícito, identifi cará casos d e mastite individualmente . A obtenção de dados no rebanho s obre o estado de saúde dos tetos e úberes pode ser feito p o r m e i o de m o n i t o ramento da C S S , não somente no rebanho, mas também e m animais individualmente. Para este propósito, utiliza-se os métodos mencionados ou os dados obtidos por meio de programas de melhoria de qualidade do leite ou de controle leiteiro. Um bom proce dimento é a escrituração destes casos de mastite aliado ao cálculo do número de casos/mês no perío d o de p e l o menos 1 an o . Um m é t o d o adversas e à menor c apacidade de res posta a doenças (FONSECA & SANTOS , 2000) . 1 ,7 1999 2000 2001 Ano Figura 1 . Contagem de células somátic as do leite de vacas em reb anho d a raça Holandesa, durante os anos de 1 999200 1 (barras representam o inter valo de confiança d a média, 95%). As condições de ordenha também podem ser fatores primordiais no índice de C C S , por e s tarem relaci o n adas à s u s ce p t i b i l i d a d e a contamin ações da glândula mamária. N o pre s e n t e e s t u d o , os fat o re s l e v a n t a d o s foram Tabela 1 - Comp osição e contagem de células somáticas de leite de um rebanho de g a d o holandês, durante os anos de 1 999 a 2 00 1 . Média Comp onente analisado Ano Gordura ( % ) 1 99 9 2000 200 1 3 ,46 a 3 , 5 3 a,h 3,56 h Proteína ( % ) 1 99 9 2000 200 1 3, 1 3 3 , 04 3,17 Lactose ( % ) 1 999 2000 200 1 4,82 4,74 4,69 1 999 2000 200 1 1 2,28 1 2, 1 5 1 2,26 1 999 2000 200 1 1 ,87 2,06 S ól idos totais ( % ) CCS (log) a b a a h c a h a a b D esvio p adrão 0,56 0,66 0,65 0,32 0,34 0,4 1 0,22 0,26 0,33 0,87 0,92 0,94 0,6 1 0,62 Letras i guais, n o componente analisado, significa que não houve diferença estatística entre o s anos (p>O,05) Pág . 1 42 Pág . 1 43 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS complementar de cálculo que pode ser usado é o uso do escore linear. Este método, em uso nos E s t ad o s U n i d o s , q u a n t i fi c a a i n c i d ê n c i a de mastite através da correlação numérica com os níveis de CCS. Vale salientar que a escrituração do uso de medicamentos, resu ltados de trata mento e número de vacas descartadas por falhar aos tratamentos deve ser rotina também. C o n c l u i n d o , a mastite é o res ultado da interação multifatorial, que inclui : a resistência individual ; a higiene do ambiente ; o s tress ao qual o animal está submetido; as diferentes cepas e espécies de microrganismos, ass im como a v i ru l ê n c i a ; p r o c e d i m e n t o s d e o r d e n h a c o m ênfase na questão de higiene; e outros fatores ( P H IL P O T , 2 0 02 ) . A v ig i l ân c i a h i g i ê n i c o sanitária deve s e r constante e esta preocupação já está em todos os níveis da cadeia de produção do leite. Entretanto, há de se direc ionar tais programas d e quali d ad e não s o mente com a penalização sobre o produto de baixa qualidade, mas sobretudo por meio do processo educativo e d e e s t í m u l o por m e i o d a premiação de pagamento diferenciado por qualidade. 4. C O N C L U S Õ ES o rebanho avaliado apresentou uma ten dência anual de aumento no teor de gordura e nas contagens de células somáticas, enquanto os teores de lactose apresentaram tendência de redução. Os dados de composição e de contagem de células s omáticas do leite podem ser instru mentos importantes não s omente n a seleção leiteira, mas também nos programas estratégicos de melhoria da qualidade do leite e de controle higiênico s anitári o do rebanho S U MMARY The present work o bj e c t i ve w as t o evaluate the quality of the milk from a Holstein herd during a three years peri o d . The records we re p r o c e s s e d u s i n g data fro m herd i mprovement contro l , from hygienic-s an itary program, i n c l u di n g m i l k i n g e q u i pment maintenance, mastitis control and antibiograms during the time of the experiment. The recorded data were analyzed by descriptive analysis and analysis of variance. A slight annual tendency for increased leveIs of fat was observed, while the l e v e I s of l ac t o s e presented a red u c t i o n tendency (p<Ü ,05). The protein leveIs presented inconstant variation on the three years period. ANAIS D O X X CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS A c o ncern i n g data was t h e i n crease on the s o matic cells c o un t i n g during the a n al y z e d period and related facts are discussed. This work presents data that can be used as instrument for controlling the sanitary and hygienic quality of the milk at production. DESENVOLVIMENTO D E NOVOS PRODUTOS: ESTRATÉGIA PARA INDÚSTRIA DE LATiCíNIOS New Product Developrnent: Strategy to Dairy Industry É rica Granato Faria Costa 1 Key-words : milk, quality, s omatic cells counting, physical-chemistry composition . Cláudio Furtado Soares2 REFERÊN CIAS B I B L I O GRÁFICAS FONSECA, L . F. L . ; SANTOS, M . Y. Qualidade e controle de mastite. São Paulo: Lemos Ed . & Gráf. , 2000. 1 75 p . B ALLOU, L . 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DEFINI N D O NOVOS PRODUTOS Para atender a s mudanças constantes d as preferên cias d o s clientes, antecipar os lança mentos dos concorrentes, aproveitar as oportu nidades tecno l ógicas e conquistar uma maior participação n o mercado, uma opção estratégica para as indústrias de laticín i o s é investir em desenvolvimento de novos produtos (YU e t.' ai., 2000). Conceitualmente, de acordo com MIZUTA e l. al. ( 1 9 9 9 ) , o desenvolvimento de produto é um processo pelo qual uma organização trans forma as i n formações d e o p o rt u n i d ad e de mercado e d e p o s s i b i l i d ad e s t é c n i c as e m i nformações p ara a fabricação de u m produto comercial . A s s i m este processo vai além d o projeto do produto e do processo, englobando relações com o utros setores da empresa como a p ro du ção, o marketing e a logística, e com o ambiente externo à empresa, como o mercado. O segmento de laticínios vem sendo mar c a d o , n o s ú l t i m o s a n o s , p o r u m a grande variedade de lácteos em todas as categorias de pro d u to s . D i ante dessa o ferta, o cons umidor tende a se t ornar mais seletivo e exigente na h ora d a c o mpra. Devido a isso as empresas precisam ino var em seus produtos antecipando as necessidades dos consumidores para ganhar mercado na frente dos concorrentes. O objetivo deste trabalho é mostrar o processo de desenvol vimento de novos produtos a fim de auxiliar as indústrias de laticínios a aprimorarem o lança mento de seus produtos, visando a redução do período de tempo decorrido entre a idealização do produto e sua colocação no mercado, procu rando também reduzir os riscos e aumentar as possibilidades de êxito. O conceito de "novo produto" é suscetível a várias definições. De acordo com CHRISTENSEN e l. a I. ( 1 9 8 9 ) , os diversos conceitos de novo produto variam entre duas posições e xtremas . O conceito mais amplo é de que o novo produto seria q u alquer t i p o de i n o vação ou ap r i m o ramento no composto de produtos d a empresa; e o conceito mais restrito e específico é o de que o novo produto seria apenas aquele inédito, t o talmente n o v o e o r i g i n al . E x i s t i n d o d u as d i mensões de an á l i s e p ara n o v o p r o d u t o : a i novação para o mercado e a inovaç ão para a e mpres a. Uma classificação de acordo com a B ooz, A l len & H a m i l t o n c i t a d o por I L O R I e t. a i. (2000) e S CHEWE ( 2 00 0 ) , n o v o s p ro d u t o s t e m s i d o d e fi n i d o s a t r a v é s d e s e i s c a t e g o ri as : 1 Produtos Novos p ara o Mundo : n o v o s p r o d u t o s q u e c r i am um mercad o t o t almente n o v o . 2 N o v a s L i n h as de Produtos : novos produtos que permitem que uma empre s a p enetre em u m mercado j á e x i s tente p e l a primeira v e z . 3 A créscimos às Linhas de Produtos j á Existentes : n ovos p r o d u t o s que c o mp l e me n t a m a s l i n has de produtos de uma empresa (novos tamanhos de embalagem, novos sabores e assim por diante). 4 M e l h orias/Revis õ es de Produtos Exis tentes : n o v o s p ro d u t o s q u e mel h o ram o desempenho ou aumentam a percepção de valor e substituem os produtos existentes por outros melhores ( fazer melhorias no sabor, na cor, proporcionar maior estabili d ade ao p ro d u to ) . A s revisões podem ser necessárias para melhorar os p r o d u t o s c o m i n gr e d i e n t e s de m e l h ores I 2 - - - - Mestranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos - UFY. Correspondência: [email protected] Ds em Engenharia de Produção (OPPE/UFRJ) e Praf. Adjunto do Departamento de Tecnologia de Alimentos da UFV Financiado pelo CNPq. P á g . 1 44 Pág . 1 45 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS características ou para s atisfazer a demanda dos consumidores por produtos mais s audávei s . 5 Reposicionamentos : produtos já exi stentes na empresa que são colocados em novos mercados ou em novos segmentos . Produtos adicionados de cálcio descritos p ara melhorar a saúde da mulher com problemas de osteoporose, sofreram rep o s i c i o n amento . 6 Reduções de Cus t o : n o v o s pro d u t o s que apresentam desempenho semelhante a custos mais baixos. Geralmente uma empresa procura u m composto destes n o v o s produtos . Uma consta tação importante é que apenas 1 0% de todos os novos produtos são verdadeiramente inovadores e n o v i d ad e s p ara o m u n d o . Estes p r o d u t o s envolvem maior custo e risco porque s ã o novos tanto p ara a e mpresa c o m o p ara o mercad o . A maior parte d a atividade d e novos produtos da empresa está destinada a melhorar os produtos e x i s t e n t e s , em v e z de c r i ar n o v o s p ro d u t o s (KOTLER , 1 9 9 6 ) . - - 3 . S UCESSOS E FRA CASSOS D E NOVOS PRODUTOS P ara L O R D ( 2000) e KOTLER ( 1 9 9 6 ) , definir primeiramente o q u e constitui sucesso de novos produtos ou fracasso é o ponto crítico para avaliar esses p arâmetro s . Sem dúvida as estimativas dependem de como o pesquis ador e as empresas definem o frac as s o de um novo produto isto é, se ocorreu fracasso absoluto do produto com as vendas não cobrindo os custos ou o fracasso p arci al do produto que t ambém traz prej u ízos mas as vendas cobrem todos os custos ou ainda o fracasso relativo d o produto fi c a n d o o l u cro a b a i x o da t a x a d e retorno desej ad a pela empresa. I n úmeros são os trab al h o s que tem se pre o c u p a d o e m d etermi n ar a s variáveis que influenciam o sucesso e o fracasso de novos p r o d u tos n o merc a d o . Através da rev i s ão de v ári o s e s t u d o s c o n d u z i d o s por M A R C H C H O R D A e t. a l. ( 2 0 0 2 ) , G O N Z Á LEZ e t. a i . (2002), POOLTON et. al. ( l 998), PAGE ( 1 993), EDGETT e t. a i. ( 1 992), COOPER et. a l . ( 1 986), pode-se c i t ar a l g u n s fat o res d e s u cess o que podem auxiliar as indústrias no l ançamento de seus p r o d u tos : 1 A p o i o d a alta adminis tração para inovaçã o : o compromisso d a alta administração para o desenvolvimento de novos produtos é reconhecido como um fator crítico para o sucesso. A alta administração garante o apoio necessário para inovação, define bem o conceito do produto e assegura a alocação de recursos fi n anceiros e humanos na equipe de - ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS trab alho do produto , defi n i n d o o d omínio d o negócio e a s categorias d e produto que a empresa de sej a enfatizar. 2 Planej amento do Pro cesso de D e s en v o l v im ento de N ov o s Pro dutos : a necessidade de um preparo ordenado e um plano fo rmal p ara o proces s o de d e s e n volvimento. Estudos mostram q u e o processo é muito menos planej ado e formalizado do que a literatura recomenda. 3 Análise do mercado : esse fator de sucesso inclui a identifi cação de mercado-alvo e clientes potenciais. As empresas conseguem acelerar o processo se colocando na frente dos c ompeti dores através de análise do merc a d o , i d e n t i fi c a n d o p o n t o s o n d e a competição é fraca, merc a d o s que estão em crescimento e ai n d a e s t i m at i v a s e gu r a do t amanho real do merca d o p o te n c i al d o n o v o pro d u t o . 4 Identificação dos des ej os dos consumidores : entender a dinâmica dos consu midores usando pesqui s a de mercado e traba lhando identificando suas necessid ades, desej os e preferências é importante p ara definir o que pode ser melhorado nos produtos . 5 Quali dade do p roduto : o sucesso do produto ocorre quando o produto é tecnicamente superior em alguns aspectos de seu desempenho. Desenvolver produtos em curto período de tempo não terá n e n h u m a e f i c á c i a se e s t e n ã o s at i s fa z as necessidades dos consumidores com alto padrão de qualidade. 6 B oa comunicação interna e externa : a c o muni cação e n tre as p e s s o a s envolvidas no processo é uma v ariável crítica que determ i n a a d i fe re n ç a e n tre s u ce s s o e frac a s s o . É neces s ário l i g aç õ e s c o m fo ntes externas como estabelecimentos científicos e técnicos e c o n s u m i d ores p o tenciais do novo produto podendo d ar contribuições importantes para o desenvolvimento do novo produto. - - - - - 4. PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO A fe rramen t a mais s o fi s t i c a d a p ara administrar o desenvolvimento de novos pro dutos é o sistema de estágios. Esse é o modelo formal utilizado com maior freqüência p e l as empresas em que todas as etapas exigem coor denação eficaz entre Marketing, P&D, Produção e Vend a . Estas etapas são descritas a seguir: 1 Geração de Idéias : O processo de desenvol v i mento de um n o v o pro d u t o c o meça com a busca de idéias. As idé i as de n ovos produtos podem origin ar-se d e m u i t as fo ntes : c o n s u midores, pesquisadores, concorrentes , funcio nários , i n terme d i á r i o e alta a d m i n i s tr a ç ã o . 2 Triagem d e Idéias : O propósito da triagem é eliminar as idéias fracas o mais cedo possível. - - A razão é que os custos de desenvolvimento de p r o d u t o s s ob e m s ub s t a n c i a l m e n te e m c a d a estágio sucessivo d e desenvolvimento (KOTLER, 1 996). 3 D es en v o l v i m e n t o e Tes t e do C o n c e i to : De a c o r d o c o m L O R D ( 2 00 0 ) , o c o n ce i t o d e p r o d u t o é a d e s cr i ç ão d o n o v o produto, seus benefícios, suas características, sua razão de ser e o que ele trará para o s consu midore s . O teste de conceito é definido como uma técnica de pesquisa de marketing que é usada para avaliar o potencial de mercado do conceito do produto e desenvolver estratégias de mar k e t i n g p ara l an çame n t o . 4 Análise Co merciai : A p ó s a administração desenvolver o conceito do produto e testá-lo, ela pode avaliar a atrati v i d ad e do negó c i o p ro p o s t o . P re c i s a preparar a s projeções d e vendas, custos e lucros para determinar se eles satisfazem os obj etivos d a empresa ( KOLTER , 1 99 6 ) . 5 D esenvol vimento de Produto : Neste estágio é feito um p ro t ó t i p o . No p r o t ó t i p o o pro d u t o pode ser visto e tocado, seus benefícios e atributos podem ser demonstrados (S CHEWE, 2000). 6 Teste de Mercado : O teste de mercado é o estágio em que se tenta avaliar o grau de aceitação do produto como u m todo (CHRISTENSEN, 1 9 89). D urante o teste, os profi ss ionais de m arketing observam o desempenho do produto em mercados selecionados e avaliam suas probabilidades de sucesso em mercados maiores . 7 Com ercia l i z a ç ã o : U m a vez tes t a d o com s u c e s s o , o produto está pronto p ara s er comerci alizad o , o u p ar a s e r p r o d u z i d o e m l arga e s c a l a e distribuição no mercado-alvo (KOTLER, 1 996). - - - - - 5 . C O N C L U S Õ ES E C O N S I D E R A Ç Õ ES FINAIS Como os consumidores estão cada vez mais e x i gentes e m a i s caute l o s os na s e l eç ã o d e produtos sugere-se q u e o s n o v o s l an çamentos na indústria de laticínios sejam bem planej ados e e x e c u t a d o s através d e u m proces s o mais formalizado e em sintonia com os interesses do mercado . É importante que cada empresa tente formalizar o proce'sso de desenvolvimento de acordo com as s u as necess i d ades estratégicas. Encontre a sua própria maneira de desenvolver e lançar novos produtos no mercado de forma ágil e que satisfaça as necessid ades e desejos dos c o n s u m i d o re s . É neces sário maior interação entre as empresas e os centros de pesquisa, as universidades e fornecedores de insumos, esta estratégia pode ser contribuição i mportante no desenvolvimento de produtos, assim como é de fun damental importânci a , maior comunicação com o merc a d o c o n s u m i d or, p o i s a a n á l i s e detalhada d a s necessidades d o s consumidores é vital para aj ustar o processo de criatividade no desenvolvimento de novos produtos p ara a real necessidade dos usuários. SUMMARY To attend the c on s t a n t changes o f the customers ' preferences and to conquer a larger participation in the market, a s trategic option for the industries of d airy products is to invest in new products development (YU, 2000). The segment of dairy products has been marked, i n the last years, for a great variety of milky i n all the c ategories of products . The present work has as main obj ective to s how the process o f new products development in order to help the dairy industries in the c ast of their products. It is important the new casts be well projected and executed through a formalized proces s o Each company should find it own w ay to develop and cast new products in the market in an agile way which satisfies the needs and consumers' desires. Key-Words : new products development, definition, s uccess factors . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS C O O P E R , R. G . ; K LE I N S C H M I D T, E . J . Investigati on i-nto t h e N e w Pro d u ct Proces s : Steps, Deficiencies, and Impact. J . Prod. Innov. Manag., V . 3, p. 7 1 - 8 5 , 1 9 8 6 . E D G ETT, S . ; S H I PLEY, D . ; FOR B E S , G . 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P r o d u c t Pág . 1 46 Pág . 1 47 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS d e v e l o p ment p r o c e s s in S p an i s h S ME s : an emp i ri c a l re s e arc h . Te c h n o v a ti o n . , v. 2 2 , p . 3 0 1 - 3 1 2, 2002. MIZUTA, C. Y. ; TOLEDO, J. C. Caracterização e Ten dências no Processo de Desenvolvimento d e Pro d u t o A l i me n t a r : E s t u d o de Caso na I n d ú s tria d e B i s c o i to s . I ° C O N G RE S S O B RA S ILEIRO GEST à O D E DES E N V OLV I M E N T O D E P R O D U T O S - U n i v ers i dade Federal de Minas Gerais , 1 99 9 . PAG E , A . L . A s s e s s i n g N e w Pro d u ct D e v e l o p me n t Prac t i c e s and Performan c e : Establishing Crucial N orms. J. Prod. Innov. Manag . , v. 1 0, p. 273-290, 1 9 9 3 . ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS POOLTO N , J . ; B A R C L AY, r . N e w Pro d u c t Deve l o p me n t from P a s t R e s e arch to Fut ure Appl ications . Industrial Marketing M ana gement., v. 27, p . 1 9 7 -2 1 2 ( 1 9 9 8 ) . CHRISTENSEN, C . ; R O C H A , A . Marketing de Tecnologia : textos e casos. S ão Paulo; Rio de Janeiro ; Editora da UFRJ, 1 98 9 . S C HEWE, C . D . MBA : curso prático : m arketing Rio de Janeiro : Campus, 2000. YU, A. S. O . ; NAS CIMENTO, P. T. Comple xidade de Desenvo lvimento e Desempenho no Lançamento d e N o v o s Pro d u t o s . XXI S IM P Ó SIO D E GESTà O D A INOVAÇ Ã O TECNO L ÓGICA - São Paulo - S P, 2000. IDENTIFICAÇÃO DE COMPOSTOS VOLÁTEIS NEUTROS DE QUEIJO PRATO DE QUATRO ORIGENS POR CROMATOGRAFIA GASOSA-ESPECTROMETRIA DE MASSAS (GC-MSr1 Identification of the neutral volatile compounds from prato cheese of four origins by gas ch romatography-mass spectrometry (GC-MS) Izildinha Moreno2 Maria Teresa Destro3 Alda Luiza. S. Lerayer2 Airton Vialta2 Marie Bernadette Maillard4 Sylvie Lortal4 RFSUMO O objetivo d este trabalho foi caracterizar os compostos voláteis neutros de queij o Prato variedade Lanche de quatro laticínios brasileiros, de S anta Catarina (A), Goiás ( B ) , São Paulo (C) e Minas Gerais (D) por cromatografia gasosa de alta resolução e espectrometria de massas (GC-MS). Foram isolados 65 compostos voláteis neutros nos queijos, dos quais 35 foram identificados, sendo 12 álcoois , 8 cetonas , 5 ésteres, 7 aldeídos, 1 composto s u l fú r i c o e 2 terp en o s . O s perfi s e m G C - M S m o s traram d i fere n ç as q u al i tativas e quantitativas entre os queijos, sendo encontrados como compostos maj oritários, princi palmente os álcoois e os ésteres nos queijos A e B e o benzaldeído, 3-metil-2-butanal e hexanal nos das origens C e D. Apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP. Trabalho extraído da tese de doutorado em Ciência dos alimentos da primeira autora. 2 Pesquisadores Científicos - Centro de P&D em Laticínios - TECNOLAT - ITAL, Campinas, imoreno@it al.org.br 3 Professora Doutora - Faculdade de Ciências Farmacêuticas USP, São Paulo. 4 Pesquisadores Científicos - Laboratoire de Recherches de Technologi e Laitiere - INRA, France. * 1. INTROD U Ç ÃO A formação do "flavour" é definida como sendo um processo extremamente complexo e resultante de um equilíbrio sutil e frágil entre todos os compostos originários do metabolismo d a l ac t o s e , l i p í d e o s e proteínas ( Y V O N & R IJNEN, 2 00 1 ) , sendo a tecnologia de fabri cação e a microbiota (fermento láctico, NSLAB e secundária), os fatores determinantes (lMHOF & B OS S ET, 1 9 9 4 ; I M HOF et a I. , 1 9 9 5 ; McSWEENEY & SOUSA, 2000) . S abe-se que a prote ó l i s e t e m um papel i mp o rtante n e s s e processo, sej a d iretamente, pel a formação d e ami noácidos e peptídeos pequenos o u indire tamente, via catabolismo de aminoácidos (FOX, 1 989). A degradação enzimática ou química dos ami n o ác i d o s res u l t a n a pro d u ção d e v ár i o s c o m p o s t o s , que c ontrib uem de forma signifi cativa para o aroma do queijo (CHRISTENSEN et aI. , 1 999). Vários desses compostos originados do catabol i s m o d o s ami n o ác i d os aromáticos ( fenilalanina, tirosina, triptofan o ) , de cadeia lateral (leucina, isoleucina, valina) e sulfurosos (metionina) têm sido identifi cados e m alguns tipos de queijos (CHRISTHENSEN et aI. , 1 999). O s aminoácidos sulfuro sos s ão representad os principal mente pela metionina, uma vez que a cistina está presente em níveis baixos e somente nas (1.0- e K-caseínas (MCSWEENEY & SOUSA, 2000)� Tem se verificado que muitas pesquisas rel a c i o n adas c o m a aceleração da prote ó l i s e foram reali zadas n e s t a última d é c a d a , entre tanto, estudos mais recentes mostraram que a intensificação das reações da proteólise primária não leva a intensificação de "flavour" . A ação de e n z i mas c o n versoras de a m i n o ác i d o s a compostos voláteis é que constitui o principal fator limitante, sendo esta característica extre mamente dependente da linhagem (RIJNEN et a I. , 1 9 9 9 ; Y V O N & R IJ N EN , 2 0 0 1 ) . N o entanto, u m balanço adequado entre a taxa de degradação d as caseínas e a de convers ão de ami n o á c i d o s é e s s en c i al p ara o p r o c e s s o ( C H R ISTENSEN e t aI. , 1 9 9 5 , WALLACE & FOX , 1 99 7 ; YVON & RIJNEN, 200 1 ) . Atual mente, com o uso de métodos anal ític o s que combinam a cromatografia a gás e a olftometria, estão sendo observados que metade dos aromas mais fortes de queijos resultam principalmente d a fermentação da lactose ou da degradação do citrato e poucos da lipólise, enquanto a outra metade res u l t a da d egradação da l e u c i n a e metionina. Os principais produtos formados a p artir da meti o n i n a são metan o t i o l e seus produtos de degradação como DMDS e DMTS, enquanto o ácido isovalérico e o 3 -metil butanal resultam da degradação da leucina (YVON & RIJNEM, 200 I ) . Os compostos voláteis neutros presentes em vários tipos de queij o s têm sido i de n t i fi c a d o s ( B O S S E T & G A U C H , 1 9 9 3 ; ENGELS , 1 9 9 7 ; T H I E R RY & M AI L L A R D , 2002), p o i s muito pouco se conhece a respeito desses componentes determinantes das carac terísticas sensoriais dos queij os (MARCHISIO et aI. , 1 999), principalmente para o Prato. Uma vez que formação d e " fl a v o u r" e s t á i nt i mamente re l ac i o n ad a c o m d i s t i n t o s fatore s , pri n c ip al m e n te a n at u re z a d a m i c r o b i o t a e tecnologia de fabricação , neste trabalho foram caracteri zados os compostos v o l áteis neutros de aroma de queijo Prato Lanche de l aticínios de quatro regiões brasileiras. 2. MATERIAL E MÉTODOS Amostras de queijo Prato variedade Lanche com 45 dias de estocagem a 1 2±2°C, oriundas de quatro laticínios brasileiros, localizados em Santa Catarina (A), Goiás (B), S ão Paulo (C) e Minas Gerais (D), foram diluídas em água Milli-Q na proporção 1 :3 e homogeneizadas por 1 minuto e m U l tra-Turrex T25 ( J an k e ; K u n k e l , Ika Labortechinik) a 20,500rpm. A seguir, 1 0g desta s u s pe n s ão fo ram tran s fe ri d as p ara u m t u b o especial d e 35mL para a entrada da amostra n o cromatógrafo ( "non-fritted sparger") . Os com postos voláteis neutros foram analisados empre gando-se a técnica "headspace-GC-MS" em um cromatógrafo a gás 5890 H P (série lI) com um detector seletivo de massa H P série (5972) como d e s crito por THIER RY et a I. ( 1 9 9 9 ) . Os compostos v oláteis foram imobilizad o s s obre um Vocarb 3 000 trap (Supelco, B eBa Fonte, PA), s u b m e t i d o s à d e s orção térm i c a a 2 5 0°C e condensados com nitrogênio líquido a - 1 00°C ( " cry o fo c u s e d " ) antes d e serem i nj et a d o s e sep arad o s em c o l u n a c a p i l ar H P5 ( Ag i lent Technologies 60 m x 0,32 m x I mm de espessura de filme) . Foram detectados por um espectrô metro quádruplo de mass a HP7972A ( Agilent Techno l o g i e s ) , após i o n i zação por i mp acto eletrônico e identificado p o r c o mp aração d o espectro c o m aquele da base de dados d o "Nist 75 K Mas s S pectral" e/o u do espectro com o tempo de retenção dos compostos de referências . 3 . RESULTAD O S E D I S C U S S à O Foram detectados 6 5 compostos voláteis por cromatografia gasos a de alta resolução, dos q u a i s 54, 5 0 , 5 2 e 47 e s t avam presentes Pág. 1 48 Pág . 1 49 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS respectivamente nos queijos A, B, C e D, indi c a n d o que t o d o s estes q u e ij os contêm basi camente os mesmos compostos v oláteis , mas com variações quantitativas . Desses compostos, 35 foram i dentifi cados por espectrometria de massas, sendo encontrados 12 álcoois, 8 cetonas, 5 ésteres, 7 aldeídos, 1 composto -sulfúrico e 2 terpenos, cujos resultados (valores de áreas dos picos) são apresentados na Tabela i . Observam se diferenças qualitativas e quantitativas entre os queijos, sendo encontrados como compostos majoritários, principalmente os álcoois e ésteres nos queij os A e B e o benzaldeído, 3 -metil-2butanal e hexanal nos C e O. Todavia, isto não signi fica que estes compostos sej am determi nante s n e s s e s q ue ij o s , p o i s a fo rmaç ão d o "fI avo ur" , q u e envolve reações e xtremamente complexas, depende de um perfeito equilíbrio en tre os n u me r o s o s c o m p o s t o s presentes no queij o maturado ( B OSSET & GAUCH, 1 99 3 ; MARCHISIO e t aI. , 1 99 9 ; McSWEENEY e t aI. , 2000). Com relação aos álcoois (Tabela 1 ), pode se verificar a presença de l -pentanol, i -butanol, l -penteno-3-01, 2 -metil- l -butan o l , 2-butanol, 2 - meti l - l -propan o l , 3 - me ti l - i butan o l , álc o o l isopropil e etanol n o s queijos A, B , C e D, de 1 propanol nos q ueijos A , B e C , d e 2-pentanol nos queijos B, C e D e de 3-metil-butanol nos queijos C e O . Os álcoois 3-metil-butanol e 2metil-butanol podem ser originários da leucina e valina, respectivamente (CRHISTENSEN et al. , 1 999). Dependendo do tipo de álcool, quanti d ad e s mais e l ev a d as e s t avam presentes n o s q u e ij o s A e B , p ri n c i p almente e t an o l que, juntamente com outros álcoois primários alifá t i c o s ( I - b u t an o l , l - p e n t a n o l e l -h e x an o l ) , contribuem para a formação d e aroma d e fruta e de n o z , q u e em d etermi nadas vari edades de queijos como o Gouda e o Cheddar são conside rado s defeit o s , enquanto o 3 -metil - l -butanol fo rnece aroma agrad ável d e q u e ij o fre s c o (ENGELS, 1 99 7 ) . O queijo B apresentou quantidades mais elevadas de 2-butanol que os outros queijos. Este álcool secundário pode ser formado a partir da butanona, a qual por sua vez é originada a partir do d i ac e t i l ( U RB A C H , 1 9 9 3 ) . C o mp arar o s resul tados deste trabalho com os obtidos para outros tipos de queijos é muito difícil, devido às v anav e i s fermentos l á c t i c o s , N S L A B e tecnologia de fabricação. Porém, levando-se em consideração que o queijo Prato é originário do Gouda, dados obtidos por GROUX & MOINAS ( 1 974) indicam a presença de etanol, 2-butanol, 2 - p entanol , 2 - heptano l - 2 , tendo o 2-butanol repre s e n t a d o aproxi madamente 1 /3 dos constitUIntes daquele tipo de queij o . ENGELS ( 1 9 9 7 ) , comparan d o vári o s t i p o s d e queij os , e n c o n t rou n o G o u d a, e t a n o l i - b u t an o l , 1 pentan o l , 2 - b u tano l , 2 - me t i l - i - b u t a n o l , 2 meti l - l -propan o l , 2 - p r o p a n o l , 3 - meti l - l - b u t a n o l , 3 - met i l - 3 -buten o - I - o l e metan o l , d o s quais etanol, l -butanol, 3 -metil- l -butanol como c o m p o ne n tes maj o ritári o s . As c e t o n as s ã o comumente encontradas em produtos de lati cínios . Como pode ser observado na Tabela I , c o m exceção d a 2 - n o n a n o n a e aceto n a n o s queij os A, B e C e da 6-metil-5-hepteno-2-ona n o q u e ij o A , e s s e s c o m p o n e n te s foram detectados em todos os queijos. Os queijos C e O apresentam q u antidades mais elevadas de 2 heptanona q u e os queijos A e B , enquanto a 2nonanona e acetona foram identificadas somente no queijo O. Por s u a vez, os queij o s A e B apresentam mais 2,3-butanediona que os queijos C e O. A redução desta molécula leva à formação de acetoína, um composto com aroma de madeira ú mida (MOIO et aI, 1 99 3 ) . A red u ção s ubse qüente dele res u l ta n o apare c i me n t o da 2butanona (URB ACH, 1 99 3 ) , composto presente nos queijos das 4 origens, sendo mais elevada no B, cuja contribuição ao "fIavour" ainda não foi claramente estabelecida. Outros diferentes tipos de cetonas são encontrados em todos os queijos, sendo a 2 , 3 -butaned i ona, composto que apre senta u m " fI avour" de manteiga semelhante à noz, um dos mais importantes (ENGELS, 1 997) . Todos esses componentes foram identifi cados em queij o G o u d a (EN GELS , 1 9 9 7 ) . M u i t o s ésteres e principalmente o de etila, s ão reco nhecidos p o r s e u importante papel na formação de aroma de frutas doces . Analisando-se a Tabela 1 , verifica-se a presença de acetato de etila e butan oato de etila nos queij o s A, B , C e O , acetato de butila e hexanoato de etila n o s queijos A, B e O e butanoato de etila somente no queijo A. A quantid ade mais elevada de ésteres foi enco ntrada nos queij os A e B . B u tanoato de metila estava presente s o mente no queij o A , que também apresentou ácido acético butil éster em maior quantidade que os o utros queijos. De todos esses componentes, somente o butanoato de etila foi identifi cado e m queij o G o u d a por ENGELS ( 1 9 9 7 ) . C o m relação aos a l d e í d o s (Tabela 1 ) detectou-se a presença de 2-metil butanal , 3 -metil-butanal, benzaldeído , heptanal e pentan al em todos os queij o s , hexanal nos queijos C e O e octanal nos queij os B e O . Os queij os C e O apresentam maior quantidade de 3 -metil butanal e 2-metil-butanal que os o utros queij o s , enquanto o heptan al foi e n c o n trado em maior q u an t i d ade s o mente n o q ueij o A . ANAIS D O XX CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS Tabela 1 - Valores das áreas dos compostos voláteis neutros identificados através de CG-MS nos queijos A, B , C e O. Composto neutro volátil 1 pentanol l -butanol l -pentan o l - 3 -01 l -propanol 2 metil- l b utanol , 2-butanol 2 -metil - l -propan o l , 2-pentanol 3 -metil - l b utan o l , 3 -metil-butan ol - l 01, Á lcool isopropil Etanol Cetonas 2 , 3 -b utanediona 2 , 3 -pentanediona 2-butanona 2-heptanona 2-nonanona 2 - pe n t a n o n a 5 - hepteno -2-ona 6 - metil Acetona É steres Acetato de butila Acetato d e etila B u tanoato de etila B u tanoato d e metila Hexanoato de etila Aldeídos 2-Metil-butanal 3 -Metil-butanal Benzaldeído Heptan al Hexanal Octanal Pentan al Composto sulfúrico Oissulfito de metila (OMDS) Terp e n o s a-pinene L i monene I Média dos valores d e picos d e áreas; 2 ND B A = C D 7,53 1 2,36 1 ,02 9,40 1 4,59 5, 1 3 2 1 ,0 1 N02 43,64 ND 38,92 9 80 7 , 7 2 1 1 0,24 i 5,56 2,66 8 1 ,23 8,59 1 0 1 8,34 1 2, 1 4 8,77 52,09 NO 1 38,09 3529,58 6,78 8,48 1,i i 25 ,67 1 ,9 8 33 1 , i 9 1 0,05 1 3 ,20 8,92 0,65 1 0 3, 8 1 1 727,42 4,72 4,73 1 ,87 NO 2,8 1 1 3 7 ,47 9,80 1 ,99 9,57 1 ,90 4 1 ,80 2202, 9 3 8 8 4, 4 2 9,48 289,69 39,77 ND 42,46 ND ND 605,04 8,68 1 526,73 35,65 NO 47 , 6 7 3,62 ND 1 47 , 6 6 8,85 590,95 75,98 ND 46,75 2,58 ND 227,47 4,8 1 229,94 71,16 2,36 56,75 3, 1 6 35,28 4,99 23 , 1 4 1 56,05 3,93 5,73 2,92 25,97 36, 1 3 ND 3,30 ND 8 ,07 6,53 ND ND 0,96 1 5,03 7,63 NO 1 ,09 4,72 9,54 3,0 1 9 , 27 ND ND 37 ,43 6,32 33, 1 6 3,50 5,40 NO 1 ,6 1 8,9 1 1 3 ,70 65,4 1 1 1 ,7 4 7, 1 5 1 3 , 04 ND 13,15 1 1,16 57,29 1 3,27 8 , 40 20,46 3,1 9 1 2,94 6,03 1 0,93 3 ,64 9,94 5 1 ,3 1 35,86 1 7,59 4, 8 1 1 1 ,6 2 1 1 ,47 1 3,51 1 1 ,85 não detectado. O 3 - me t i l b utanal é fo rmad o a partir d a isoleucina e foi relacionado com o "fl avour" impuro e áspero de queij o Cheddar (ENGELS, 1 9 9 7 ; C H R I STENSEN e t aI. , 1 99 9 ) . B enzal deído, composto freqüentemente encontrado em produtos de laticínios e derivado da conversão do triptofano ou fenilalanina (MAARSE et ai. , 1 994; ENGELS , 1 997) também estava presente em maior quantidade nos queijos C e D que nos queij os A e B. Esse composto tem sido encon trado em vários tipos de queij o s , contribuindo positivamente no "fIavour". Em queij o Gouda, Pág. 1 50 Pág . 1 5 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS foram encontrados 3 -metil-b utanal, pentanal, hexan a l , heptanal, e n q uanto b e n z a l d eído e o c t anal não e s tavam pres entes ( E N GEL S , 1 9 9 7 ) . Os produtos d e degradação d o s ami noácidos sulfurosos, como sul fitos de hidrogênio e metanotiol, são oxidados a dimetil-dissulfi tos (DMDS) e dimetil-trissulfitos (DMTS ) , impor tantes compostos que conferem o "fIavour" de q u e ij o matura d o , p ri n c i p almente o D M D S (ENGELS, 1 99 7 ) . Observam- se, na Tabe l a 1 , quantidades mais elevadas de DMDS nos queijos B e D, s e g u i d o s d o s queij os A e C. M u i t o s compostos que lembram os vegetais (terpenos) fo ram e n c o n trad o s nos q u e ij o s das qu atro origens. O limoneno, um composto importante por apres entar característica de fruta c ítri ca (WELSH et aI. , 1 9 89), estava mais presente no queij o A . ENGELS ( 1 9 97) encontrou limoneno em queijo Gouda, enquanto o DMDS não estava presente . KLEIN & IBLED (200 1 ) reportaram que 6 linhagens de Lab. helveticus produziam 2metil -propanol , DMDS e concentração elevada de benzaldeíd o . Estas constatações, j untamente com a observação da autólise intensa de Lab. he lveticus (MORENO, 2003 ) , fornecem fortes evidên c i as da c ontribui ção dessa espécie no desenvolvimento de "fIavour" nos queijos C e D. Vários estudos mostraram que Lab. helveticus p r o d u z c o n c e n trações e l evadas de alguns a l d e í d o s e c e t o n a s e m l e i t e , mas as v i as metabólicas ainda permanecem desconhecidas (lMHOF et aI. , 1 995). Produz ainda acetaldeído de t re o n i n a ( H I C KEY et a I . , 1 9 8 3 ) , metanotiol d e metionina ( D IA S & WEINER, 1 99 8 ) , bem como "off-fIavours" do triptofano (GUMMALA & B ROADBENT, 1 99 9 ) . Por sua v e z , L a b . p la n ta r u m p ro d u z b e n z a l d e í d o ' a p ar t i r d a fe n i l a l a n i n a ( G R O O T & B O N T , 1 9 9 8 ) . O s c o m p o n e n te s v o l át e i s d e q u e ij o Prato estão sendo relatados pela pri me ira vez neste estu d o . As diferenças encontradas entre os q u eij o s d o s d i fe r e n t e s l at i c í n i o s s ã o decorrentes da microbiota, conforme demons trad o em estudos realizados com o intuito de avaliar a capacidade d e d egrad ação d e ami n o á c i d o s a c o m p o s t o s aromáti c o s p o r d i fe rentes linhagens de Lactobaci/lus ( Y V O N & R I J N E N , 2 0 0 1 ) , al é m de v ari a ç õ e s n a tecnologia de fabricação. 4. C O N C L U S Õ E S Foram observadas variações qualitativas e quantitativas nos perfis em CG-MS de compostos voláteis neutros de queijos oriundos de quatro regiões brasileiras, sendo os álcoois e ésteres os compostos maj oritários nos queij os A e B e o benzaldeído, 3-metil-butanal-2 e hexanal nos das origens C e D. SUMMARY The objective of this work was to characterize the neutral volatile compounds of Prato cheese variety Lanche from B razil ian ' s dairies, from S anta Catarina (A), Goiás (B), São Paulo (C) e Minas Gerais (D) by gas chromatography-mass s p ectro metry ( C G - M S ) . S i x t y five n e u tral volatile compounds were isolated, o f them 35 were identified, as alcohols ( 1 2) , ketones ( 8 ) , esters ( 5 ) , aldehydes ( 7 ) , sulphur compound ( l ) e terpenes (2). The profile in GC-MS revealed quantitative and quali ties differences between the cheeses . A l c o h o l s and e s ters w e re the predominant volatile compounds in cheeses A and B and benzaldehyde, 3 - methyl-butanal-2 and hexanal in cheeses C and D. REFERÊNCIAS B I BLIOGRÁFICAS B OSSET, J . O . ; GAUCH, R . Comparison of the v o l at i l e fla v o u r c o m p o u n d of s i x European " A O C " c h e e s e s b y using a n e w d y n a m i c h e a d s p a c e G C - M S meth o d . I n t . 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Van Dender2 Izildinha Moreno2 RFBUMO Este trabalho teve como objetivo avaliar a estabilidade de requeijão cremoso proveniente de três diferentes processos empregando-se um método rápido e de fácil execução para a detecção de deterioração do produto por microrganismos formad ores de esporos cuj o desenvolvimento leva à formação d e gás e d e odor pútrido. Os processos d e fabricação do requeijão envolveram a utilização de: ( 1 ) massa obtida por precipitação ácida a quente do leite (tradicional), (2) retentado de ultrafiltração (UF) fermentado e (3) retentado de UF acidificado pela adição de ác ido láctico. Concluiu-se que o método empregado foi adequado e que, nas condições estudadas (22 e 3 7°C) os requeij ões obtidos por UF foram mais estáveis do que os tradicionais, sendo que o requeijão obtido por UF fermentado por sua vez apresentou maior estabilid ade quando comparado ao requeij ão UF acid i ficado por adição direta de ácido láctico. 1 . INTRODUÇÃO A qualidade e a vida de prateleira d e queijos estão relacion adas a fatores como quali dade microbiológica do leite e outras matérias-primas, tipo e condições tecnológicas e higiênico-sani t ár i as d e fab r i c a ç ã o , temperatura d e arma zenamento e emprego de um sistema de emba lagem adequado. O p ri n c i p a l fat o r l i m i tante da v i d a de prateleira do requeijão cremoso são as alterações causadas pelo desenvolvimento da microbiota deterioran te, remanescente ao tratamento, principalmente bactérias anaeróbicas formadoras de esp oros c o m o Clostridi u m b u ty ri c u m , Clostridi u m tyrob u tiricum e Clostridi u m sporogenes (KOS IKOWISK, 1 9 82). Nos laboratórios de Pesquisa & Desenvol vimento das indústrias, geralmente, não é pos sível a realização de estudos muüo ' prolongados para identificação das pri n c i p ai s reações de deterioração do alimento e seus mecanismos de atuação, resultando na necessidade de avaliação e realização de testes acelerados de deterioração, cujos resultados são, posteriormente, utilizados p ara estimar a vida-de-prateleira d o alimento e m c o n d i çõ es n o rmais d e e s t o cagem e uso (TEIXEIRA NETO, 1 9 9 3 ) . E s te trabalho ava l i o u u m a metod o l ogia rápida e de fácil execução p ara determinar a estabilidade microbiológica de requeijão cremoso proveniente de três diferentes processos. 2. MATERIAL E MÉTODOS 2 . 1 . Fabricação dos requeij õ es Os processos de fabricação do requeij ão envolveram a utilização de: ( 1 ) massa obtida por pre c i p i tação ácida a quente d o leite B aquecido a 82°C adicionado de 0,2 8 % de ácido láctico diluído 1 : 10 em água filtrada, seguido de dessoragem, enformagem e prensagem (RqTrad.) (FERNANDES ; MARTINS, 1 980); (2) retentado de ultrafi ltração ( UF) fermentado pela adição de fermento m e s o fí l i c o t i p o " O " p o r 1 5 - 2 0 h o r a s ( R qUFFer. ) e ( 3 ) ret e n t a d o d e UF acidifi cado pela adiç ão de ácido láctico grau alimentar (RqUFA c . ) (SILVA, 2003 ) . A ultrafiltração do leite foi realizada e m p l an t a p i l o to d a marc a A l fa-LavaI U FS - l c o n t e n d o um cart u c h o HF- 2 6 , 5 -4 3 - P M 5 0 , a 55°C, com diafiltração no fator de concentração (fc) igual a 3, e fc final de aproximadamente 5. Os cálculos das quantidades de água e gordura a serem adicionad as na fabricação do requeij ão cremo s o foram fei t o s de acordo c o m FER N ANDES ( 1 9 8 1 ) . O s requeij ões foram proces s ad o s n a u s i n a p i loto d o TEC N O L AT- I TAL u t i l i za n d o - s e u m a m áq ui n a triturad o ra h o mogeneizadora S t he p han U M M - S K 40 E . Após a fusão o produto foi embalado a quente em c o p o s de v i d ro de 2 5 0 gr s , c o m tampas metálicas munidas de sistema de fechamento do tipo "abre fácil" (selo) e armazenado em câmaras frias à temperatura de 4±2"C. 2 . 2 . D e te r m i n a ç õ es an alíti cas As análises físico-químicas realizadas nos requeijões foram: extrato seco total pelo método de secagem em estufa (IDF, 1 9 8 2) , gordura pelo m é t o d o de G erb er-van G u l i k ( I AL , 1 9 8 5 ) , cloreto d e sódio, determinado pela titulação com tiocianato de amônia, do excesso de nitrato de prata adicionado (SERRES et ai. , 1 973), proteína pelo método oficial de Kjeldahl (IOF, 1 964) e Tabela 1 - pH determ i n ad o , u t i l i z a n d o - s e um p ot e n ciômetro digital modelo M icronal B - 3 7 5 . Para análise da v i d a de prateleira seguiu-se a meto d o l o g i a d e s crita p o r R O B E RTS ; ZOTTOLA, ( 1 9 9 3 ) e p o r ZOTTOLA et a lo ( 1 9 9 4 ) , que c o n s i s t i u n a ob serv a ç ão d a deterioração do produto pela formação de gás no interior e/ou a formação de um odor p útrido em 10 embalagens de cada produto incubadas a 22 e 3 7°C . Essas alterações s ão as sociadas ao cres cimento de algumas espécies de b actérias anaeróbi cas esporogêni cas . Com o intuito de conhecer o número mínimo de esporos capaz de promover alterações no produto foi reali zada a contagem de bactérias esporogênicas anaeróbias mesófilas e termófilas (FRANK et al. , 1 992). 3 . RESULTADOS E D I S C U S S à O A Tabela 1 apresenta os resultados obtidos para as análises físico-químicas e a Tabela 2 os resultados d a análise da v ida-de-prateleira nas duas temperaturas (22 e 3 7 °C) Os re s u l t a d o s e v i d e n c i aram que a veloci dade de deterioração foi dependente do tipo do processo, características do p roduto e da temperatura de estocagem. À 22°C, o RqTrad. demorou 1 1 dias para apresentar formação de g ás e c o n s e q üente deterioração, seguido pelo RqUFAc. , 3 3 dias, e pelo RqUFFer., que não deteriorou até 60 dias de estocagem (Tabela 2 ) . À 3 7 °C , o R qTrad . levou 6 dias para deteriorar, o RqUFAc., 1 1 dias e o RqUFFer. , 44 dias . Os resultados observados para o RqTrad. (68,59% de umidade) foram simi lares aos de ROBERTS ; ZOTTOLA, ( 1 99 3 ) que avaliando queijo fundido pasteurizado, com 60% de umidade, observaram a ocorrência d e dete rioração pela formação de gás, após 14 dias de incubação à 22°C e após 6 dias a 37°C (Tabela 2). Observa-se ainda na Tabe l a 2 , que das amo stras aval i a d a s , o R qTra d . apresentou contagens mais elevadas, nas duas temperaturas, de bactérias esporogênicas mesófilas, que. são as Composição centesimal dos requeijões tradicional e obtidos por ultrafiltração. A m o s t ras Análises * 2 A p o i o financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP. Aluna de Doutorament o - TECNOLAT- ITAL, emai l : atorres @ ital .org.br. Pesquisador Científico - TECNOLAT- ITAL, Av. B rasil, 2880, CEP 1 307 3 -00 1 , Cx. Postal 1 3 9 , Campinas, S P, Brasil. pH EST (%) Gordura ( % ) S a l (%) Proteína ( % ) Requeij ã o Tradicional Requeijão UF Fermentado Requeij ã o UF Acidificado 5,9 1 3 1 ,4 1 1 8 ,00 0, 8 5 1 0 ,44 5,80 3 2 ,4 2 20,00 0, 8 6 8,20 5,88 32,7 1 1 9,92 0, 47 8 ,42 Pág. 1 54 Pág . 1 55 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Tabela 2 - 37 I REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Vida de prateleira dos requeijões estocados às temperaturas de 22 e 37°C. Temperatura de estocagem (OC) 22 ANAIS DO X X CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Bactérias esporogênicas Amos tra Umidade ( % ) Dias para deterioração Termófilas l Mesófi l as 2 Rq Trad. R q UFFer. Rq UFAc. R q Trad. R q UFFer. UFAc. 68,59 67,58 67,29 68,59 67,58 67,29 11 >60 3 33 6 44 11 <10 370 <10 <10 1 26 385 254 1 79 número d e esporos por 1 0g d e produto (esporos/l Og). 2 número de esporos por g de produto (esporos/g). 3 não foi verificada nenhuma evidência de deterioração até 60 dias de estocagem. deteriorantes mais importantes para o requeijão. Além d i s s o , este produto também apresentou contagens elevadas de bactérias esporogênicas termófilas, o que pode ter ocorrido em virtude do desenolvimento de B. coagulans, uma espécie termófi l a facu l tati v a , q u e p o d e provo car o aumento do pH do produto, com risco de desen volvimento de c1ostrídios, o que não foi obser vado nos experimento s . A vida d e prateleira mais curta evidenciada para o RqTrad. em relação aos demais produtos pode ser atribuída à sua composição química, maior valor de pH e umidade mais elevada, além disso a massa básica utilizada para sua obtenção, por ser muito manipulad a está sujeita a maior c o ntaminação se comp arada com o retentado final utilizado como b ase p ara os RqUF. J á a maior estabilidade do RqUFFer., que apresentou um pH l igeiramente mais baixo e teor de sal mais e l e v a d o que o R q U FA c . , p o d e e s t ar relacionada ao efeito protetor das bactérias do fermento (Lactococcus lactis ssp lactis) utilizado em sua fabricação, relacionado à vários fatores, dentre os q u ai s , a prod u ç ão de metab ó l i t o s inibidores, c o m o a s bacteriocinas . Esses com p o s t o s n at ural mente p r o d u z i d o s por d eter mi n a d as l i nhagens e capazes d e i n i b i r o desenvol v i mento de espécies homólogas são geralmente estáveis às temperaturas envolvidas no processamento do requeijão, sendo a nisina, até o momento, a ú n i ca bacteri o c i n a c o mer cialmente importante. Levan d o - s e em consi deração as c onsta tações de ROBERTS ; ZOTTOLA, ( 1 9 9 3 ) e de ZOTTOLA et a i. , 1 9 94 d e que os queij os fu n d i do s com a d i ç ão de n i s i na foram mais estáveis q u e aqueles s e m nisina, tendo s i d o observado u m p eríod o m a i o r q u e 9 0 e d e 87 dias, respectivamente, para queijos com 53 e 60% de umidade, a 22°C e de 10 dias para queijos com 60% de umidade, a 37°C, pode-se enfatizar que o uso de linhagens produtoras de bacteriocinas para fermentar a massa de requeij ão , seria um fator adicional para a segurança do produto. 4. C O N C L U S Õ E S o méto d o empreg ad o , e s p e c ífi c o p ara detecção d e deteri oração por microrganismos formadores de esporos, foi adequado e de fácil apl i ca ç ão p ara aval i ar a e s t ab i l i d ad e d o s requeij ões . N as condições avali adas (tempera turas de 22 e 3 7°C) os pro d u t o s obtidos por ultrafiltração mostraram-se mais estáveis do que os tradicionais, sendo o RqUFFer. mais estável quando comparado ao RqUFAc. FER N A N D E S , A . G. Pro c e s s amento : tipos e cálculos . In: MARTINS, J. F. P. ; FERNANDES , A . G . F. (Ed . ) Processamento de requeij ão c r e m o s o e o u t r os q u e ij o s fu n d i d o s . Cam pinas : ITAL, 1 98 1 . Cap o 7 , p . 1 -4. FER N A N D E S , A. G . ; M A RT I N S , J. F. P. Fabricação d e requeij ão crem o s o a p artir de massa obtida por precipitação ácida a quente de leite de búfala e de vaca. Revista do Instituto de Laticínios C ândido Tostes, Juiz de Fora, V. 35, n . 2 1 2, p . 7 - 1 3 , 1 9 80. FRANK, J. 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Cheese and ______ + SUMMARY The objective of this study was to evaluate the stability of requeijão cremoso made by three different manufacturing processes by means of a quick and easy method of detecting product spoilage caused by spore-forming microorganisms the development of w h i c h generates gas and p utrid o d o r. The manufacturing proce sses of requeijão involved the use of: ( I ) curds obtained by heat-acid precipitation of milk (traditional method), (2) fermented ultrafiltration retentate; and ( 3 ) ultrafi l tration retentate acidified with lactic aci d . I t was conc1uded that the method used was adequate and that, under the conditions s t u d i e d (22 e 3 7 ° C ) , the re q u e ijão s amples o b t a i n e d b y u ltrafi l trat i o n exhibited better stabi l i t y as c o m p ared t o the s am p l e s of re q u e ijão m a n u factured by the tra d i ti o n al method. The re q u e ijão samp les obtained from fermented UF retentate presented enhanced s t ab i l ity i n compari s o n t o the UF re q u e ijão acidified by direct addition of lactic acid . + + + fermented m i l k foods . N e w Yo rk, 3 'd ed . , KOSIKOWSKI, F. Y. and Associates, Brooktondale, 1 9 82. cap o 2 1 , p. 3 8 2-406. ROB ERTS , R . F. ; ZOTOLLA, E . A . S helf-life of pasteurized process cheese spreads made from Cheddar cheese manufactured with a nisin-producing starter culture. Journal of Dairy S cience, Champaign, V. 76, n. 7, p . 1 829- 1 836, 1 993. SERRES, L.; AMARIGLIO, S.; PETRANSXIENE, D . C o n t r ô l e de I a q u a l i té des p ro du i ts laitiers . Ministere de l' Agriculture. Direction d e s S ervices V é térinaire s . Tom e I. A n al y s e Physique et Chimique (Chimie V II-6), 1 97 3 . SILVA, A. T. Fabricação de requeijão cremoso e de requeij ão cremoso "light" a p artir de retentado de ultrafiltração acidificado por fermentação ou adição de ácido l á ct i c o . 2003 . 237p. Tese (Doutorado) - Faculdade de Engenharia de Alimentos, UNICAMP. TEIXEIRA NETO, R. O . , V ITAL!, A . de A. ; QUAST, D. G. Reações de transformação e vida de-prateleira de al i mentos proces s a d o s . I n : TEIXEIRA N E T O , R . O . Reações de trans fo r m a ção e vida- de-prateleira de alimentos process ados . Campi nas : ITAL, 1 99 3 . p . 1 -26. (Manual ) . ZOTTOLA, E. A . ; YEZZI, T. L. ; AJAO, D. B . ; ROBERTS, R . F. Utilization of cheddar cheese containing n i s i n as an antimicrobi al agent in o t he r fo ods. 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Estado de Pág. 1 56 São Paulo - FAPESP Pág . 1 57 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS RFSUMO o requeij ão cremoso é u m tipo de queij o fundido genuinamente brasi leiro, que deve apresentar uma quanti d ade mínima d a matéria gorda n o extrato seco d e 55% e teor máximo de umidade igual a 65%, para que o mesmo adquira uma consistência untável e textura cremosa. Uma forma de se avaliar a qualidade inicial e a estabilidade do produto durante a estocagem é através das análises de seu comp ortamento reológico, que tem como pri ncipal característica a textura . Neste trabalho avaliou-se o desempenho de 03 tipos de embalagem no acondicionamento de um requeijão cremoso fabricado no Tecnolat/ ITAL e estocado a l OoC±2°C, com e sem luz. As embalagens utilizadas foram o VAF ( copo de vidro abre-fácil), o PotePP (pote plástico de polipropileno) e a B coex (Bisnaga plástica coextrusada) . Realizou-se a Análise do Perfil de Textura (TPA) a 1 0°C para caracterizar e acompanhar o produto ao longo da estocagem durante 90 dias para a situação sem luz e 3 3 d i as com l u z . Realizaram-se t ambém análises de p H , extrato seco total, gordura, gordura no extrato seco e proteína total no requeijão recém-fabricado (O I dia) e de pH nos requeijões durante o período de estocagem. Verificou-se que, de modo geral, o produto se apresentou bem estável ao longo da estocagem quanto ao pH e aos parâmetros de textura avaliados. As embalagens não influenciaram significativamente a textura dos requeij ões ao longo do estudo. Tais resultados indicam que qualquer uma das embalagens avaliadas n.as condições deste estudo pode ser utilizada, sendo que a escolha poderá ser feita com base em outros fatores, como por exemplo a qualidade, praticidade, custo e disponibilidade. 1. INTRODU Ç Ã O Req ueij ão cremoso é um t i p o de queij o processado bastante popular n o Brasil, que deve apresentar, s e g u n d o a l eg i s l ação v i gente ( Po rtaria n° 359 de 04/09/ 1 99 7 do Ministério d a Agricultura e do Abasteci mento), algumas c aracterís t i c as s e n s oriais e s s e n c i ai s , c o m o c o n s i s t ê n c i a untável ; textura cremosa, fina e lisa; cor e odor característicos ; sabor à creme, l ev e mente á c i d o e o p c i o nal mente s al gad o (BRASIL, 1 997) . Além disso, a mesma estabe lece que o requeij ão cremoso deve apresentar uma quantidade m ín i ma de matéri a gorda no extrato seco de 55%, e umidade máxima de 65% ( Ex trato seco total mín i mo de 3 5 % ) . De ma neira geral, o controle do processo e estocagem do requeijão cremoso é feito por meio de algumas análises físico-químicas, avaliando-se o produto l o g o a p ó s a fab ri cação e d u ran t e o arma zenament o . Uma o utra forma de se avaliar a qualidade i n i cial e a estab i l i d ade do produto d urante a estocagem é através das análises de seu comportamento reo lógico. Uma das prin cipais características reológicas de um produto é a textu ra, que p o d e fornecer p arâmetros e x c e l e n t e s s o b re as m e l h o res c o n d i ç õ e s d e processamento e armazenagem d a matéria prima e do produto final . Entre os ensaios realizados em textura instrumental que fornecem impor tantes informações sobre a qualidade do produto encontra-se a determinação do perfil de textura. Os parâmetros do perfil de textura (TPA) são obtidos da anál ise da curva representativa d o alimento. D e modo geral, esta análise reflete as operações de mastigação , com a obtenção da fo rça ou trab a l h o real i z a d o s na b o c a , c o m apli cações s u c e s s i v as d a força s i m u l a n d o a s operações d o s dentes para a compressão, c orte e mastigação do alimento o suficiente para ser ingerido (ANJOS , 2000) . Em queij os proces sados untáveis como o requeij ão cre m o s o , a textura é uma propriedade que tem um p apel fu n d amental n a q u al i d ad e d o p r o d u t o final (RAPACCI, 1 99 7 ; ANJOS, 2000). Sendo assim, a determinação do perfil de textura é importante não somente por permitir a obtenção de técnicas alternativas para o controle do processo, como t ambém p ara c o m p l em e n t ar a aval i ação d a q u ali dade d o p r o d u t o d u rante a e s t o cagem refrigerada. No entanto, é notória a escassez de estudos e s p e c ífi c o s na áre a , e s p e c i al mente aqueles envolvendo d i fe re n t e s tipos d e embalagens. No presente estudo foram determi nadas algumas propriedades físi co-químicas e reológicas do requeij ão cremoso experimental acondicionado em 3 diferentes tipos de emba lagens logo após a fabricação (01 dia) e durante a estocagem a l OoC±2°C, com e sem ação da luz. 2. MATERIAL E MÉTODOS P ara e s te p r o d u t o fo ram empregadas amostras de requeijões cremosos experimentais ANAIS DO XX CONG R ESSO NACIONAL DE LATICíNIOS fabricadas no Tecnolat/ITAL a partir de massa obtida por adição de ácido láctico 85% diluído I : 1 0 d iretamente ao leite integral a 8 0° C . A fo rm u lação fo i c a l c u l a d a de ac o r d o c o m FERNANDES ( 1 9 8 1 ) e a s principais etapas do processo de fabricação d o requeij ão cremoso segu iram a m e t o d o l o g i a d e FER N A N DE S ; M A RTINS ( 1 9 8 0 ) . As e mbalagens utili zadas foram: VAF - Copo de vidro com tampa de folha de-flandres e sistema de fácil abertura; Pote PP - P o te p l ás t i c o termoformado d e p p . (PP polipropileno), não pigmentado e termosselado com s e l o à b a s e de fol h a de a l u m í n i o e sobretampa plástica e B . Coex - Bisnaga plástica c o extru s ad a ( C o e x ) , não p i gmentada e c o m barreira a o oxigênio, composta d e PEBD-PEAD/ EVOHlPEBD-PEAD, onde EVOH co polímero de etileno e álcool viníl i c o , c o m b arreira ao oxigênio. Realizaram-se análises de pH, extrato seco t otal, gordura, gordura no extrato seco e proteína total no requ eij ão recém-fabricado e de pH n o s req u e ij õe s d u rante o período de estocagem. O p H foi determinado em um poten c i ô metro M i cronal B - 3 7 5 ( I N S T I T U TO . . . , 1 9 8 5 ) . O extrato seco to tal (EST) foi deter mi n ado de acordo com INTERNATIONAL. .. , 1 9 82, o teor de gordura pelo método de Gerber Van Gulik ( I N S TITUTO . . . , 1 9 8 5 ) e o teor de gordura no extrato seco (GES) foi calculado pela fórmula: [GES (%G + %EST)x l OO] . O teor de proteína total foi calculado multiplicando-se por 6 , 3 8 o valor d o nitrogênio total determin ado pelo método ofi cial de Kj eldahl ( INTERNA TIONAL. . . , 1 9 64). Essas determinações foram feitas em duplicata em uma amostra composta de três unidades de cada tipo de embalagem, para cada período avaliado. O perfil de textura foi determinado em equipamento TA-XT2 (Texture Profile Analyser), da marca SMS - Stable Micro S y s t e m s , o peran d o c o m o s o ftw are Tex ture Expert®, com modo de operação TPA , veloci dade de pré-teste 2 ,Omm/s , velocidade de teste = = = 1 , 0mm/s e velocidade de p ó s -teste 2 , Omm/s , tempo 5 , 0 segundos, força de contato 1 00g, temperatura 1 0°C ± 2°C (CAMPOS , 1 9 8 1 ) . O produto foi colocado em cápsula de alumínio de 5 2 m m de d i âmetro x 2 6 mm de al t u ra, c o m capac i d ade d e 5 2 c m 3 padro n i za n d o - s e desta forma a massa a ser analisada. Os requeij ões fo ram aval iados quanto às c aracterísticas de firmeza, adesividade, elasticidade, coesividade e gomosidade para as épocas inicial, 1 8, 27, 34, 4 1 , 5 3 e 9 0 dias para as amostras sem l u z e 1 dia, 5, 1 1 , 20, 25 e 33 dias para o produto estocado sob ação da luz. Para cada embalagem foram feitas 3 repetições. Os dados da análise de TPA foram avaliados estatisticamente por meio da análise de variância (Anova) e do teste de Tukey ao nível de erro de 5%, para comparação das médias, utili zando-se o programa Statistica v.5 . 3 . RESULTADOS E D I S C U S S à O 3 . 1 . Caracterização d o p ro d u t o : a n á l ises fís ico-químicas e do p erfil de textura (TPA) Os resultados das análises físico-químicas do requeijão cremoso com 1 dia de estocagem refrigerada estão apresentados na Tabela 1 . De modo geral, as c aracterísticas físico químicas do produto logo após a fabricação e acondicionamento nos três tipos de embalagens apresentadas na Tabela I i n d i cam c o nd i ç ões semel hantes de pro d utos n as d i versas emba l agens. Além disso, a composição centesimal dos requeij ões recém-fabricados foi semelhante àquela citada na literatura para produto similar, ou seja, requeijão cremoso fabricado a partir de massa obtida por precipitação áci d a a quente ( R A PA C C I , 1 9 9 7 ; R A PA C C I et a I . , 1 9 9 8 ; R APACCI, VAN DENDER, 1 99 8a,b). Os gráficos do perfil de textura fornecidos pelo texturômetro TA-XT2, dos requeij ões com Tabela 1 - Resultados das análises físico-químicas realizadas nas amostras de requeijão cremoso recém fabricado acondicionado em 3 tipos de embalagens. Determinações* E S T ( % )3 Gordura (%)2 GES ( % )2 PT 3 5 ,44 2 1 ,40 60, 3 8 1 2,27 35,32 2 I ,54 60,99 I 1 ,69 34,9 1 20,20 57,86 1 0,7 1 *Médias referentes a (2) duas ou (3) três repetições. * *VAF (Vidro Abre Fácil) ; B . Coex (Bisnaga Coextrusada); Pote P P (Pote Polipropileno). Pág. 1 58 Pág. 1 59 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS dia de fabricação estão apresentados na Figura 1 . Analisando-se estes gráficos verifica-se que os comportament os das curvas apresentados p o r todas as amostras s ã o similares entre si, o que pode ser d e v i d o às principais c aracteríst i c as físico-químic as dos produtos recém-fabric ados. S endo assim, os requeijões do presente estudo apresentaram valores de p H entre 5 ,77 e 5 , 8 0 (Tabela I ) , q u e s ão considerado s por TEMPLETON ; SOMMER ( 1 932); MEYER ( 1 973) e BERGER et aI. , ( 1 989) como valores normais para o produto untável em questão. Além disso, avaliando-se os teores de extrato seco total (EST) e de gordura no extrato seco (GES) dos requeijões (Tabela 1 ), verifica-se que todas as amostras apre sentaram valores similares e considerados normais para o p roduto em questão, o que pode ter contribuído p ara obtenção de requeij ões com valores de firmeza também próximos entre s i . OLSON & PRICE ( 1 96 1 ), avaliando o efeito que alguns c omponentes de queij os processados VAF Force 19) 60.0 7.l ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS exercem sobre a firmeza, verifi c aram que o aumento do conteúdo de umidade diminui a firmeza e que o teor de gordura p o u c o influencia tal propriedade. Além disso, os autores constataram que o teor de extrato seco desengordurado apre senta grande influência sobre a firmeza. Segundo S HA R P et a i . , ( 1 9 3 6 ) , citados por R A PACCI ( 1 997), a firmeza dos queijos processados untáveis é i n fl ue n c i a d a p e l a u m i d ade e p e l a rel aç ã o proteína/gordura. Para estes autores, o conteúdo de gordura no extrato seco total parece ser um fator que influencia a consistência do queij o . 3 . 2 . A nálises d u r a n t e a estocagem : físico químicas e análise do perfil de textura (TPA) A variação do pH dos requeijões estocados a 1 0°C com e sem luz ( 1 000 Lux) é apresentada na Tabela 2. De modo geral, os valores de pH dos requeijões se mantiveram na faixa de valores B.Coex Force 5) , Ig) 80.0 esperados, tendo ocorrido apenas uma pequena variação entre 5 ,74 a 5 , 94 (sem l uz) e 5 , 7 1 a 5,92 (com luz), o que é considerado normal devido principalmente às características dos processos de obtenção e fusão da massa utilizados na fabricação do pro d u to ( VA N DENDER et a i. , 2002) . O acompanhamento do pH do requeijão d urante a e s t o c agem é i mp o rtante p ara m o n i torar s u a e s t ab i l i dade , u rn a vez q u e alterações nestes valores podem indicar crescimento microbiano e causar alterações sensoriais no produto. Os resultados da TPA dos produtos esto cados a 1 0°C durante 9 0 dias sem luz e por 33 dias na presença de luz estão apresentados nas Tabela 3 - Comparação do perfil de textura do Requeijão cremoso acondicionado nos três tipos de embalagens, por época de estocagem a 1 0°C ± 2°C sem luz. Tempo de estocagem Parâmetro de textura VAF Firmeza Adesividade Elastici dade Coesividade Gomosidade 43.56 ± 3 .53 - 1 87 . 6 1 ± 3 3 .69 0.96 ± 0 . 0 1 0 . 8 3 ± 0.07 36.45 ± 6.23 a a a a a 18 Firmeza Adesividade Elastici dade Coesivi dade Gomosidade 3 3 . 84 ± 4.64 - 1 25 . 67 ± 25.06 0.96 ± 0.0 1 0.79 ± 0 . 0 1 26.55 + 3 . 3 1 a a a a a 27 Firmeza Adesividade Elasticidade Coesividade Gomosidade 34 PotePP d.m.s. 5 % 36.51 ± 8 . 1 2 a - 1 52.42 ± 32.99 a 0.93 ± 0.04 0.83 ± 0.03 30.02 ± 6.00 a 42. 1 5 ± 1 9. 0 1 a - 1 83 .90 ± 1 3 1 . 05a 0.96 ± 0 . 02 a 0.85 ± 0. 1 4 a 37.50 ± 23.0 a 30,33 20 1 ,4 0,07 0,23 3 5,57 36. 1 1 ± 3 . 3 3 a - 1 43 . 5 3 ± 23 .44 a 0.96 ± 0.02 0. 8 1 ± 0.04 29. 1 1 ± 3 .54 a 3 1 .5 8 ± 7 . 83 a - 1 22.00 ± 5 7 . 86 a 0.94 ± 0 . 03 a 0.84 ± 0. 1 2 a 26.97 ± 1 0.69 a 1 4,02 97 ,29 0,05 0, 1 9 32.37 ± 9.68 a - 1 1 8 .5 1 ± 60.63 a 0.95 ± 0.03 0.80 ± 0.05 26.08 ± 9 . 1 1 49.70 ± 6.56 -220.93 ± 42. 3 4 0.97 ± 0.01 0.87 ± 0.05 43.30 ± 8.09 a a 34.36 ± 5.70 a - 1 28 . 97 ± 29. 32 a 0.96 ± 0.02 0.78 ± 0.01 27. 1 3 ± 4.09 a 1 8,8 1 1 55,05 0,04 0, 1 0 1 8 ,59 Firmeza Ades i v idade Elasticidade Coesividade Gomosidade 36.69 ± 7 .06 - 1 3 7.45 ± 42.75 0.97 ± 0.03 0.82 ± 0.03 30.23 + 6.89 38.94 ± 2.89 - 1 50.61 ± 9.25 0 . 96 ± 0.01 0.79 ± 0.04 30.76 + 1 .79 a a a a a 32.48 ± 1 1 .97 a - 1 1 1 .43 ± 68.58 a 0.96 ± 0 . 02 a 0.79 ± 0 .02 a 25.75 ± 1 0 . 27 a 20,52 1 1 7 ,65 0,05 0,08 1 8 ,07 41 Firmeza Adesi v idade Elasticidade Coesividade Gomosidade 3 1 .63 ± 7.64 a - 1 08.06 ± 40.27 a a 0.95 ± 0.03 0.78 ± 0.02 24.78 ± 6.46 40.07 ± 6.08 a - 1 64.36 ± 24. 1 7 a 0.94 ± 0.05 0.89 ± 0. 1 3 35 . 1 6 ± 1 . 1 4 a 42.03 ± 6.64 a - 1 76 . 3 2 ± 52.05 a a 0.97 ± 0 . 0 1 0 . 8 3 ± 0.06 - a 3 5 . 1 2 ± 8.08 a 1 7 ,08 1 0 1 ,39 0,09 .. 0,21 1 5 ,05 53 Firmeza Adesividade Elasticidade Coesividade Gomosidade 3 1 . 1 0 ± 1 2.04 - 1 06.45 ± 67. 5 8 0.95 ± 0.03 0. 8 1 ± 0 . 04 25.42 + 1 1 . 27 a a a a a 43.3 1 ± 4.03 - 1 68 . 1 2 ± 20. 8 1 0.97 ± 0.01 0.82 ± 0.0 1 3 5 .46 ± 3.54 a a a a a 35.08 ± 3 . 80 a - 1 25.48 ± 23.75 a a 0 . 97 ± 0 . 0 1 0. 8 1 ± 0.02 a 28.56 ± 3 .45 a 1 9, 1 7 1 07 , 8 8 0,05 0,07 1 7 ,80 90 Firmeza Adesividade Elasticidade Coesividade Gomosidade 32.7 1 ± 4.50 -'1 1 5.05 ± 4 1 . 94 0.94 ± 0 .02 0.83 ± 0.07 27.3 1 ± 6.07 a ab a a · ab 37.54 ± 4.5 1 - 1 39 . 1 4 ± 2 1 .75 0.95 ± 0.02 0.79 ± 0.02 29.67 ± 4.04 a b a a a 22.68 ± 2 . 2 1 -56.49 ± 1 4.74 0.92 ± 0 . 03 0.76 ± 0 . 02 1 7.24 ± 2.06 b a a a b 9,75 7 1 ,5 8 0,06 0, 1 2 1 0 ,96 Pote PP 23 50.0 /' 40.0 / Time (sec.) Tirm ·40.0 ·60.0 Figura 1 - Gráficos do perfil de textura das amostras de Requeijão cremoso recém-fabricado nas embalagens Vidro Abre-Fácil (VAF), Bisnaga Coex ( B . Coex) e Pote Polipropileno (Pote PP). Tabela 2 - Acompanhamento do p H d o requeijão cremoso nos 3 tipos de embalagens, estocado a 1 0°C, sem luz e com luz ( 1 000 Lux) . Tempo de E s t o c ag e m VAF (dias) Sem Luz 1 27 34 41 53 61 75 90 5,78 5,79 5,74 5,79 5,77 5,93 5,78 5,78 pH B co e x S em Luz 5,77 5,78 5,88 5,83 5,76 5,94 5,76 5,8 1 Tem p o de P o t e P P Estocagem VAF ( d i as ) Sem Luz C om Luz 5,80 1 5,78 5,79 3 5,84 5,89 5 5,85 5,79 7 5,74 5,75 li 5,74 5, 9 1 14 5,79 5,80 20 5,83 5,83 25 5,84 33 5,77 VAF (Vidro Abre Fácil ) ; B . COEX (Bisnaga Coextrusada) ; Pote P P (Pote Polipropileno ). pH B coex Pote PP Com Luz Com Luz 5,77 5,88 5,84 5,72 5,73 5,92 5,83 5,82 5,78 5,80 5,87 5,87 5,75 5,7 1 5,86 5,79 Tabelas 3 e 4, respectivamente . Comparando se os val ores médios dos resultados dos parâ metros analisados entre as di versas embalagens para um mesmo período de estocagem, pode-se o b servar que na a u s ê n c i a d e luz (Tabela 3 ) ocorreram diferenças signifi cativas na firmeza, adesividade e gomosidade do requeijão embalado em Pote PP com 90 dias, que apresentou valores menores que os requeij ões das demais emba lagens. Sob a ação da luz (Tabela 4) ocorreram diferenças significativas na firmeza, adesividade, coesividade e gomosidade dos requeij ões VAF e B Coex a partir de 25 dias de estocagem. No 33° dia de estocagem, também sob a ação da luz, as Bcoex a a a a a a a d.m.s . : diferença mínima significativa do teste de Tukey ao nível de erro de 5% de probabilidade. g As amostras (média ± desvio padrão) se uidas de mesmas letras minúsculas na linha não diferem ao nível de 5%. Pág. 1 60 Pág . 1 6 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS embalagens B Coex e Pote PP não apresentaram d i ferença s i gn i fi cati v a e ntre s i , e n q u an t o a embalagem VAF foi significativamente diferente do Pote PP e da B Coex para todos os parâmetros de TPA aval iados . Complementando a avaliação das emba l agens, os res u ltados d a T PA dos requeij ões cremosos durante a estocagem a 1 0DC sem luz e com luz foram comparados considerando-se cada embalagem individualmente . C o mparando cada parâmetro de textura para cada embalagem ao longo do tempo de estocagem sem luz, observou se que houve diferença significativa no tempo de estocagem apenas para a embalagem B Coex nos parâmetros adesividade e gomosidad e . Para o estudo com luz, os resultados mostraram que houve diferença significativa no tempo de estocagem para os parâmetros adesividad e e coesividade Tabela 4 - de 5 11 20 25 33 ANAIS DO XX CONGRESSO N ACIONAL DE LATiCíNIOS para a embalagem B Coex e para o parâmetro elasticidade nas embalagens Pote PP e VAF. As diferenças observadas entre amostras da mesma embalagem ao longo da estocagem podem ter ocorrido também devido a variações i nerentes ao processo, ou seja, a possíveis diferenças entre os lotes de requeij ões processados, já que foram feitas 1 2 bateladas . 4. CONCLUSÃO Verificou-se que, d e modo geral, o produto se apresentou bem estável ao longo da estocagem quanto aos p arâmetros de textura av aliado s . As embalagens não influenciaram significativa mente a text ura dos requeij ões ao l o n g o d o estudo. Tais resultados indicam que qualquer uma das embalagens pode ser utilizada, sendo que a Comparação do perfil de textura do Requeijão cremoso acondicionado nos três tipos de embalagens, por época de estocagem a 1 0DC ± 2DC com luz ( 1 000 Lux). Parâmetro de textura VAF Firmeza Adesividade El asticidade Coesividade Gomosi dade 43.56 ± 3.53 - 1 87 . 6 1 ± 3 3 . 69 0.96 ± 0.01 0.83 ± 0.07 36.45 ± 6.23 a a a a 36.5 1 ± 8 . 1 2 - 1 52.42 ± 32.99 0.93 ± 0.04 0.83 ± 0.03 30.02 ± 5 . 1 0 Firmeza Adesi v idade Elasticidade Coesividade Gomosidade 93 .02 ± 75.98 a -573.36 ± 555.09 a a 0.96 ± 0.00 0.93 ± 0. 1 4 a 89.70 ± 75 .22 a 40.97 ± 6.48 - 1 60.04 ± 38.66 0.96 ± 0.02 0.77 ± 0.02 3 1 .70 ± 5.24 Firmeza Adesi vidade Elasticidade Coesividade Gomosidade 47 .09 ± 1 5.62 a -226.41 ± 1 40.39 a a 0.97 ± 0 . 0 1 0.89 ± 0. 1 8 43 .60 ± 23.88 a Firmeza Adesividade Elasticidade Coesividade Gomosidade 36.82 ± 1 3 . 1 9 - 1 5 1 .48 ± 89.77 0.95 ± 0.02 0.83 ± 0.07 3 1 .00 ± 1 3 . 0 1 a a a a a Firmeza Adesivi dade Elasticidade Coesivi dade Gomosidade 27.36 ± 4.07 -82.0 1 ± 22. 1 8 0.94 ± 0.02 0.78 ± 0.01 2 1 .3 1 ± 3 .40 b a b b 40.30 ± 2.03 a - 1 59.21 ± 1 6.52 b 0.97 ± 0.01 0.82 ± 0.03 33.22 ± 2.44 a Firmeza Adesividade Elasticidade C oesividade Gomosidade 25.33 ± 3.94 -75.75 ± 1 8. 65 0 . 9 1 ± 0.04 0.78 ± 0.02 1 9.86 ± 3 .27 b a b b b 43 .01 ± 3.53 - 1 7 1 .04 ± 1 1 . 1 5 0.97 ± 0.01 0.82 ± 0.02 35.34 + 2.22 PotePP d.m.s. 5 % a a a a a 42. 1 5 ± 1 9. 0 1 a - 1 83.90 ± 1 3 1 .05a 0.96 ± 0.02 0.85 ± 0. 1 4 a 37.50 ± 23.02 a 30,33 20 1 ,44 0,07 0,23 a a a a 3 1 .90 ± 4.98 a - 1 1 9.06 ± 4 1 .30 a 0.94 ± 0.01 a 0.80 ± 0.06 a 25.76 ± 6. 1 3 a 1 1 0,52 807 , 0 1 0 ,04 0,23 1 09,42 44. 1 7 ± 7.65 - 1 8 1 .38 ± 3 1 .33 0.96 ± 0.01 0.88 ± 0.03 3 8.69 ± 5.59 a a a a a 5 5.74 ± 2. 1 0 -26 1 .0 1 ± 1 3 . 83 0.98 ± 0.00 0.92 ± 0.02 5 1 .06 ± 2.94 25 ,34 209,0 1 0,02 0,26 35,73 35 .74 ± 1 . 33 - 1 43 .48 ± 3.7 1 0.96 ± 0.02 0. 8 1 ± 0.04 28.99 ± 0.93 a a Bcoex a a a a 2 1 ,25 1 44,02 0, 040 0, 1 3 20,9 1 a a a b a a 7,28 44, 3 3 0,04 0,05 6,7 1 36.08 ± 4. 1 7 a - 1 30.45 ± 25.70 b 0.97 ± 0.01 a 0.80 ± 0.01 ab 28.99 + 3.23 a 15,10 48,68 0,06 0,04 7,38 d.m.s . : diferença mínima significativa d o teste de Tukey a o nível de erro d e 5 % d e probabilidade. As amostras (média ± desvio padrão) seguidas de mesmas letras minúsculas na linha não diferem ao nível de 5 % . * amostras n ã o disponíveis escolha p oderá s er feita com b ase em o utros fatores , como por exemplo a qualidade, prati cidade, custo e disponibilidade. Deve-se enfatizar que este trabalho faz parte de um estudo que vem sendo realizado no ITAL sobre alternativas de fabricação, embalagem, estocagem e conser vação de requeijão cremoso. No caso específico desta pesquisa, d eu-se ênfase à real i zação da Análise do Perfil de Textura (TPA) do requeijão cremoso em diversas embalagens e em diferentes condições de estocagem, com o intuito d e pos sibilitar a utilização dos parâmetros do TPA como uma importante ferramenta tanto para definição das condições de processo como para o controle de q u al idade de um produto de gran de v al or comercial para a indústria de laticínios do Brasil. S U M MARY The objective of this study was to evaluate the performance of 03 different packagings in preserving the overall quality characteristics of re q u e ijão cremoso manufactured at Tecnolat/ ITAL and s tored at 1 0DC, both in the presence and absence of l ight . The p ackagings studied were: ( 1 ) VAF (glass container in the shape of a regular household glass sealed with an easy-open tinplate cap); (2) PP (plastic polypropylene cups heat-sealed with aluminum foil/sealant) ; and (3) B coex (coextruded plastic squeeze tube). Texture Profile Analysis (TPA) was performed at 1 0DC to characterize the product and monitor product properties throughout 9 0 days storage for the product stored i n dark conditions and 3 3 days for the product exposed to light. The analyses p erformed on the re q u e ijão samples one day after manufacture inc1uded pH, total dry matter, fat c o ntent, fat on the dry matter a n d t otal protein. In addition, the pH value of the cheese s amples w as d etermined at reg ular intervals thro u g h o u t the r e s p e c t i v e s to rage p e ri o d s i nv e s t i g ated . I n general , t h e p ro d u c t s were found to present good stability in terms of p H and t h e texture p arameters i nvestigated . The ' p ackages did n o t s i g n i fi c antly i nfl ue n c e the t e x ture properties of the p r o c e s s e d cheese (requeijão) samples during the storage periods studied and indicate that the final choice as to which packaging type should be preferred may be made on the basis of other factors s u ch as quality, ease of use, cost and availability. REFERÊNCIAS B IBLIOGR'ÁFICAS ANJOS , V. D . A. Reologia de requeijão cremoso e outros queij os fundidos. In : Seminário sobre Requeij ão C r e m o s o e outros q u e ij os fu n d i d os : Aspectos de q u a l i d a d e , p r oces s am ento , rotu lagem , legislação e m ercado. Camp i n as : I TA L , 2 0 0 0 . M a n u al T é c n i c o . 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As análises físico-químicas foram realizadas de acordo com a metodologia oficial preconi zada para produtos lácteos e o perfil de textura foi determinado utilizando-se o texturômetro universal TA-XT2 marca SMS Stable Micro System, operadando com o programa Texture Expert®. Os dados foram avaliados estatisticamente por meio da análise de variância e teste de Tukey ao nível de erro de 5%. Realizou-se também uma análise multivariada por meio da técnica de componente principal (ACP) dos parâmetros da análise do perfil de textura. Observou-se que as amostras comerciais de requeijão cremoso e de requeijão cremoso light encontram se de acordo com os padrões estabelecidos pela legislação vigente quanto aos parâmetros físico-químicos. Além disso, os produtos foram diferenciados ou agrupados pela análise de perfil de textura e pela técnica de componentes principais através dos parâmetros avaliados de firmeza, adesividade, elasticidade, coesividade e gomos idade. 1. I N T R OD U Ç Ã O CARACTERIZAÇÃO FíSICO-QuíMICA E ANÁLISE DO PERFIL DE TEXTURA DE AMOSTRAS COMERCIAIS DE REQUEIJÃO CREMOSO E DE REQUEIJÃO CREMOSO L1GHT* Physical-chemical characterization and Texture Profile Analysis of commercial Requeijão cremoso and Requeijão cremoso light A . G . F. VAN D E ND E R l K . YOTS U YA NAG /2 V. D . A. A NJOS2 R . SAB / N03 C . G . O L l V E / RA4 RESUMO O requeijão cremoso é um tipo de queijo fundido cujo controle de processo e estocagem é geralmente feito por meio de anál ises físico-químicas , microbiológicas, sens oriais e reológicas, com destaque para a textura do produto. Em queij os processados untáveis, como é o caso do requeijão cremoso, a determinação do perfil de textura é muito importante para avaliar o processo de fabricação e monitorar a qualidade do produto final. O objetivo deste trabalho consistiu em caracterizar amostras comerciais de requeij ão cremoso e de * Apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP. PqC; Tecnolat-ITAL; [email protected] 2 PqC - Lafise-Ital. 3 Assist. Pesquisa - Tecnolat-ITAL. 4 Bolsista Fapesp - Tecnolat-ITAL. 1 Requeij ão cremoso é um produto consu mido normalmente logo após a fabricação e deve apresentar s abor ligeiramente ácido, agradável ao p al ad ar, aroma caracterís t i c o de produto fermentado p o r mi crorgan i s m o s l ác t i c o s , e massa homogênea, com uma cremosidade ou u n t u o s i d a d e típica ( O L I V E I R A , 1 9 8 6 ) . No B ras i l , p ara pro du ç ão d e mas s a d e s t i n ad a à fabricação de requeijão cremoso a indústria tem u t i l i zado p r i n c i p almente t rê s proces s o s : o tradicional, onde a fermentação é feita por meio de fermentos lácticos ; a acidificação direta (com ácido l áctico 8 5 % ou ácido acético) do leite aquecido e a coagulação enzimática ( ANON . , 1 99 9 ; FERNANDES ; MARTINS , 1 98 0 ; FER N A ND E S , 1 9 8 1 ) . Trata- s e d e u m p ro d u t o bastante popular e de grande valor comerc ial p ara o qual os consumidores têm encontrado continuamente, novos usos e aplicações, princi palmente devido ao sabor s uave, que o torna adequado p ara mui tas ap l i c aç õ es c u l i n árias (FE R N A N pE S ; M A RT I N S , 1 9 8 0 ; S ANTOS, 2002; VAN DENDER , 2000a,b) . Atualmente, além do requeijão cremoso tradicional já existem no mercado nacional di versas variedades d o produto, c o m destaque para aqueles c o m teores reduzidos de gordura, os com adição de diversos sabores e ainda os fabricados por ultrafiltração. Dentre as inú meras alternativas tecnológicas possíveis, destaca-se o requeijão cremoso com teor de gordura reduzido (9 a 1 2%) e umidade e m torno de 7 0 % . O desenvolvimento de tai s produtos t e m s i d o um dos principais obj etivos dos profissionais da área, já que a demanda do mercado cons umidor por este tipo de ali mento tem aumentad o de forma expressiva por estar fortemente as sociado à crescente preocupação com a saúde e com uma alimentação equilibrada ( H A R G R O V E et a i. , 1 9 6 6 ; VA N D E N D E R , 2000a) . No entanto, é importante q u e no desen volvimento do requeij ão ligh t sej am mantidas as pri nci pai s c aracterís t i c as o r i g i n a i s d o produto, principal mente c o m �elação a o s abor e à cremosidade. S abe-se que o creme de leite, res p onsável p e l as pri n c i p a i s c ar ac terís t i cas sensoriais desej áveis n o requeij ã o cremo s o , também é resp onsável p e l o s e u alto teor d e gordura. Por este motivo, alguns tipos d e colóides e de concentrados protéicos têm sido utilizados com resultados satisfatóri os na fabricação de produtos com baixo teor de gordura que apre s entam textura e caracterís t i c as fu n c i onais s i m i l ares ao s trad i c i o n a i s ( A N O N . , 1 9 9 9 ; MISTRY, 2002 ; SAMPAIO, B RAND à O, 1 995). E m q u e ij o s p r o c e s s a d o s untávei s como o requeijão cremoso, a textura é uma propriedade que tem um papel fundamental na qualidade do produto final (RA PACCI, 1 99 7 ; ANJOS , 2000). Dentre os ensaios realizados em textura instru mental que fornecem importantes informações s o bre a q u a l i d a d e d o produto e n c ontra-se a Análise do Perfil de Textura (TPA ) , que pode ser uma ferramenta m u i t o i n teres sante para auxiliar no desenvolvimento de produtos light semelhantes aos tradi cionais. Paralelamente, o controle do processo de obtenção do requeijão cremoso com baixo teor de gordura deve ser complementado com algumas análises fís ico químicas que permitam avaliar o produto logo após a fabricação e durante o armazenamento. O estudo em questão teve como obj etivo carac terizar amos tras de algu mas das p ri n c ipais Pág. 1 64 Pág . 1 65 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS marcas c o me rC I a I S de req u e ij ão crem o s o e requeijão cremoso " light" adquiridas na cidade de Campinas - SP q u anto à s u a c o m p o sição físico-química e avaliar o comportamento dos principai s p arâmetros de textura das referid a amost ras p o r m e i o d a A n á l i s e d o Perfil d e Textura (TPA ) . (Anova) e do teste de Tukey ao nível de erro de 5 % , para comparação das médias. Além disso, realizou-se uma análise multi variada por meio da técnica de componente principal (ACP) dos parâmetros da análise do perfil de textura para cada marca de requeijão estocada a 1 0°C utili zando-se o programa S tatistica v . 5 . 2 . MATERIAL E MÉTODOS 3 . RESULTADOS E D I S C U S S à O Neste estudo foram avaliadas as amostras de requeijões cremosos (A a H) e de requeijões cremosos " light" (AL a FL, IL, JL) das mesmas marcas comerciais dos requeijões cremosos, com exceção da IL, adquiridas em supermercados da cidade de Campinas. As análises de composição físico-química foram realizad as no Tecnolat ITAL, usando-se uma amostra composta de 3 po tes de cada marca de requeijão, ao passo que a análise do perfil de textura foi realizada no Lafise ITAL em 5 potes de cada marca de requeij ão . O p H foi determinado e m u m potenci ômetro Micronal B -3 7 5 (INSTITUTO ... , 1 9 8 5 ) . O ex trato seco total (EST) foi determinado de acordo ' c o m I NTER N AT I O N A L . . . , 1 9 8 2 , o t e o r de g o rd ura p e l,o m é t o d o d e G erber-Van G u l i k (INSTITUTO . . . , 1 9 8 5 ) e o teor de gordura n o extrato seco (GES) foi calculado pela fórmula: [GES ( %G + %EST)x l 00] . As cinzas foram determi n adas a 5 5 0 ± 5°C de acordo c o m HORWITZ, 1 97 5 e o teor de proteína total foi calculado multiplicando-se por 6,38 o valor do n i trogê n i o t o t al determ i n ad o p e l o mét o d o o fi ci al d e Kj e l d a h l ( I N T E R N AT I O N A L . . . , 1 964) . O teor de carboi drato foi determinado por diferença: [ 1 00 - (Pt + gordura + umidade + cinzas)] e o valor calórico foi calculado consi derando-se 4 kcal/g para proteína e carboidratos e 9 k c al/g p ara gordura ( KA L I L , 1 97 5 ; PAS SMORE, 1 975 ; UNITED . . . , 1 963). O perfil de textura foi determinado em equipamento TA XT2 (Texture Profile Analyser), da marca SMS Stable Micro S ystems, operando com o software Texture Expert®, com modo de operação TPA, velocidade de pré-teste 2,Omm/s, velocidade de teste 1 ,0mmls e velocidade de pós-teste 2,Ommls, tempo 5 , 0 segun d o s , força de c on tato 1 00g, temperatura 1 0°C ± 2°C (CAMPOS, 1 9 8 1 ). O produto foi colocado em cápsula de alumínio de 5 2 m m d e d i âmetro x 2 6 m m de altura, c o m capacidade de 52cm 3 padronizando desta forma a massa a s er anali s ada. Os requeij ões foram avaliados quanto às características de firmeza, adesividade, elasticidade, coesividade e gomo s i d ad e . O s d a d o s foram avaliados e s t at i s t i c a m e n te p o r m e i o d a anál i se de vari ân c i a = Os valores m é d i o s de p H , EST, gord ura, proteína, cinzas, carb o i drat o , GES e o valor calórico das amostras comerciais dos requeijões cremosos e dos requeijões cremosos light estão apresentados na Tabela 1 . Avaliando-se o s dados d a Tabela 1 , pode se verificar que os requeijões cremosos (A a H) apresentaram valores de pH entre 5 ,45 e 5 , 8 6 . De acordo c o m TUNICK, N O L A N ( 1 9 92 ) , o pH influencia as características de textura dos queij o s processados, j á que o mesmo afeta a configuração das proteínas. Valores de pH abaixo de 5 , 4 res u l t am em q u e ij o s de c o n s i s t ê n c i a cremosa e firme. J á valores de pH acima de 6,3 resultam em queijos processados de consistência p as t o s a (TEMPLETO N , S O M M E R , 1 9 3 2 ; MEYE R , 1 97 3 ; THOMA S , 1 97 7 ; B ERGER e t ai. , 1 9 8 9 ) . O conteúdo médio d e extrato seco total requerido para o requeij ão cremoso é de 38 a 40% (FER N A N DE S e t a l . , 1 9 8 5 , a, b ; OLIVEI R A , 1 9 8 6 ) . C o m p aran d o - s e c o m os val ores estabelecidos e m l i teratu ra, todas as amostras de requeijão deste estudo apresentaram valores médi os de extrato seco total dentro da faixa, com exceção d as marcas B , D e E que apresentaram 4 1 , 7 9 % , 4 2 , 4 5 % e 4 4 , 0 4 % de EST, respectivamente, ultrapassando portanto o valor de 40%. Dentre os trê s , o produto E mostrou-se mais firme que os demais (Tabela 2) confirmando dados de literatura de que requeij ões com teores de EST acima de 3 8 -40% apresentam consis tência muito firme e baixa espalhabilidade. No entanto, os o utros dois ( B e D ) apresentaram firmeza média, sugerindo a influência de outros fatores na textura e consistência. De fato , de maneira geral, as características reológicas dos queij o s processad o s , especialmente firmeza e textura, são influenciadas por diversos fatores, c o m o : c o m p o s i ç ã o e e s trutura q u í m i c a da matéri a-prima, pH, teor d e umidade, teor de gordura, grau de maturação d a m assa, tipo e quantidade de sal emulsificante. Outros fatores q u e t ambém i n fl u e n c i am as c aracteríst i c as reológicas são os parâmetros tecnológicos tais c o m o : temperatura e t e m p o de c o zi m e n t o , A N A I S D O XX C O N G R ESSO N A C I O N A L D E LATiCíNIOS velocidade de agitação e temperatura d e res fri amento ( B E R GE R e t a i. , 1 9 8 9 ; G U PTA , REUTER, 1 99 3 ; citado por RAPACCI, 1 997). Q u anto ao s v a l o res médi o s d o c on t e ú d o d e gordura no extrato seco d o s requeijões, pode-se observar que variaram de 57 ,00 a 7 1 , 03 % . De acordo com MEYER ( 1 97 3 ) e B ERGER e t aI. , ( 1 989), o conteúdo de gordura no extrato seco desengordurado de queij os fu ndidos, como o req u e ij ã o , d ev e e s tar e ntre 5 0 a 6 5 % . O s requeijões B , E e G apresentaram teores d e QES de 66, 3 6 % ; 7 1 ,03% e 69, 9 1 %, respectivamente, estando portanto acima d a faixa recomendada n a li teratura. D e modo geral , o aumento no c on t e ú d o de u m i d ade d i m i n u i a fi rme z a d o p r o d u t o fi nal a o p a s s o q u e v ari ações n o conteúdo d e gordura não influenciam tanto este parâmetro de textura. Por outro lado, o teor de extrato seco desengordurado do queijo tem uma influência marcante sobre a firmeza (OLSON, PRICE, 1 9 5 8 ) . Avaliando-se o s resultados d a s anál ises físico-químicas dos requeij ões cremosos light (AL a FL, IL, JL; Tabela 1) observa-se que os mesmos apresentaram valores de pH entre 5,57 e 6, 1 2. Assim, na média, estão dentro da faixa ( 5 , 7 - 6 , 3 ) c o n s i d erada p o r TEMPLETON, Tabela 1 • SOMMER ( 1 9 3 2 ) como aquel a que apresenta pequena influência na firmeza e m q ueij os processados untáveis. Quanto à composição físico química, sabe-se que segundo a Portaria n° 27 de 1 3/0 1 / 1 99 8 do Ministério da S aúde os requeijões light devem ter uma redução de, no mínimo, 25% de gordura e diferença mínima de 3g/ 100g e redução mínima de 2 5 % do valor energéti c o total e diferença maior que 40kcal/l 00g (sólidos), em relação ao produto integral correspondente. Assim pode-se verificar que, em média, os requeijões light analisados apresentaram uma redução do teor de gordura dentro desta faixa quando comparados, ao requeijões cremosos de mesma marca (por exemplo, A e AL; C e CL, etc) . Além disso, os produtos light apresentaram redução média de 35,5% em seu valor calórico, quando comparados aos produtos tradicionais de mesma marca comercial (ex: D e DL). Já o requeijão comercial JL, que possui teor de gordura bem mais baixo quando comparado aos outros produtos, é denominado produto zero porcento de gordura e apresenta 95,89% de redução do teor de gordura e 7 8,69% de redução do valor calórico em relação ao produto tradicional correspondente (D) po dendo, p ortanto, ser classificado também como um produto light segundo a legislação vigente. Valores médios das análises físico-químicas realizadas em amostras comerciais de requeijões cremosos (A a H) e de requeijões cremosos light (AL a FL, IL, JL) . A m o s tras pH EST (%) G or d u r a (%) P r o te í n a (%) A B C D E F G H 5,77 5,80 5,60 5,75 5,45 5,86 5,63 5,78 37,75 4 1 ,7 9 39,85 42,45 44,04 39,05 37,09 3 6 ,7 9 2 1 ,5 2 27,73 24,52 27,60 3 1 ,2 8 22,63 25,93 2 1 ,32 1 0, 2 2 1 1 ,09 9,80 1 0,56 8,69 9, 1 6 8,58 9,78 AL BL CL DL EL FL IL JL 5,57 5,85 6, 1 2 5,88 5,63 5,75 5,88 5,76 26,08 3 1 ,28 3 0 ,4 6 3 1 ,7 7 36,54 3 1 ,66 34,8 5 19,39 1 0,3 1 1 4,92 1 1 ,42 1 2,66 2 1 ,49 1 3 ,49 , 1 7,24 1,01 Ci nzas (%) Carb oidrato (%) Val o r GES calórico (%) (kcal/ l O O g) cremoso 1 ,58 1 ,62 2,48 2,67 2,6 1 1 ,88 1 ,42 1 ,85 4,43 1 ,35 3,05 1 ,62 1 ,46 5,38 1,16 3 , 84 252,28 299,33 272,07 292,26 322, 1 1 26 1 ,84 272,3 1 246,37 5 7 , 00 66,36 6 1 ,53 65,02 7 1 ,03 57,95 69,9 1 57,95 2,08 1 ,56 4,0 1 2,9 1 1,16 3,34 4,04 3,17 1 47 , 8 6 1 8 8,74 1 64,93 1 69,80 2 42 , 8 8 1 85,83 2 1 5,08 57,98 3 9 ,5 3 47,70 37,50 3 9 ,34 58,8 1 42,6 1 49,47 5,2 1 R e q u e ij ão c r e m o s o l i g h t 1 1 ,69 13,23 1 1 ,53 1 3 ,2 4 1 1 ,2 1 ' 1 2,76 1 0, 9 4 1 1 ,68 Pág. 1 66 2,01 1 ,58 3,50 2,97 2,69 2,07 2,63 3,52 Pág . 1 67 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS o resultado das análises do perfil de textura das amostras comerciais dos requeijões cremosos e d o s requeij ões c re m o s o s light estão apre sentadas na Tabela 2. D e a c o r d o com o s d a d o s d a Tab e l a 2 percebe-se, de modo geral , que os requeij ões cremosos apres entaram grande var i ação nos valores dos p arâmetros do perfi l d e textura. Verifi ca-se que para o s p arâmetros firmeza, ades ivi dade e gomosi dade as amos tras apre sentaram grande variabilidade, destacando-se a amostra E como sendo a mais gomosa, adesiva e firme e a H como a que apresenta os menores val ores p ara tais p arâmetro s . Q u an t o à e l a s t i c id a d e e c oe s i vi da d e , o intervalo de variação foi pequeno. Já os resultados das análises do perfil de textura dos requeijões cremosos l ight de diversas m arc as c o merciais também apres e n t a d o s na Tabela 2 , mostram que ocorreram d i ferenças significativas entre as amostras para todos os p arâmetros anal i s a d o s , p o ré m verifi c o u - s e m e n o r fai x a de v ariação d as médias quando c o mparad o ao mes m o p arâmetro p ara o requeij ão cremoso correspondente. Tai s res u lt a d o s são c o n fi r m a d o s p e l a anál i s e de c o mp o nente p ri n c i p al ( A C P ) d o s parâmetros do perfil de textura d o s requeij ões c re m o s o s e d o s req u e ij õ es cremo s o s l i ght Tabela 2 - apresentada nas Figuras 1 e 2, respectivamente. Para os requeij ões cremosos (Figura 1 ), em que a ACP explica 94,27% das diferenças entre as amostras , verifica-se que a amostra E e C se c aracteri z aram mais pelos p arâmetros gomosidade, firmeza e adesividade e as amostras F e H foram caracterizadas pela menor firmeza, gomosidade e coesividade. As amostras A e G embora presentes no mesmo quadrante da ACP, não apre s e n t aram n e n h u m p arâmetros de textura que pudesse caracterizá-las, enquanto as amos tras B e D foram caracteri z adas p e l a elasticidade. A Análise de Componente Principal (ACP) dos parâmetros do perfil de textura das amostras c o merciais dos requeij ões cremosos light (Figura 2) explica 9 1 ,7 6 % das diferenças entre as amostras. Avaliando-se a ACP observa se que a marca EL foi bem caracterizada pelos parâmetros gomos idade, firmeza e adesividade e as amostras B L, CL e DL pela maior intensidade de elasticidade e coesividade. Já as amostras AL, FL, IL e JL não foram bem caracterizados pelos parâmetros de TPA . 4. CONCLUSÃO Em geral, todas as amos tras obtiveram valores de pH, EST, gordura, proteína, cinzas, c arboidrato , valor calórico e GES dentro d o Comparação dos parâmetros d o perfil d e textura entre as amostras comerciais d e Requeijão cremoso (A a H) e entre as de Requeijão cremoso light (AL a FL, IL, JL). A mostras Firmeza Adesividade Elasticidade Coesividade H d.m.s. 3 7 ,69 ± 1 , 1 1 e 59,98 ± 1 4, 39cd 1 1 1 ,7 3 ± 1 2,08 b 7 1 ,66 ± 3 , 0 1 c 25 1 ,8 1 ± 1 6,90 a 40,23 ± 2,42 de 65,44 ± 4,90 c 24,83 ± 1 ,30 e 2 1 ,60 - 1 64,24± 6,50 a -307,82 ± 87,82 b -5 1 8,97 ± 58,27 c -3 1 9,56 ± 1 6,55 b - 1 846,94 ± 1 2 1 ,07 d - 1 40,54 ± 1 3 ,98 a -3 1 5,93 ± 27,03 b -75 ,25 ± 5,02 a 1 36, 1 4 1 7,60 ± 1 ,04 c 3 1 ,29 ± 4, 1 5 c 56, 1 7 ± 5 ,57 b 6 1 ,55 ± 4,90 b 1 95 , 24 ± 1 9, 1 4 a 70, 1 7 ± 6,41 b 5 3 , 2 1 ± 1 5 ,3 8 b 20,03 ± 0,33 c -50,52± 7,44 a - 1 30,03 ± 26,96 ab -26 1 ,63 ± 26,82 c -284,77 ± 24, 32 c - 1 268, 1 3 ± 1 44,65d -295, 94 ± 33,45 c -229 ,97 ± 88,8 1 bc -48,28 ± 1 ,49 a 0,984 ± 0,006bc 0,996. ± O,OO l a 0,970 ± 0,005d 0,993 ± 0,002ab 0,975 ± O,OO l cd 0,959 ± 0,006e 0,978 ± 0,002cd 0,955 ± 0,007e 0,01 1 0,867 ± 0,004 b 0,935 ± 0,029 a 0,845 ± 0,030 bc 0,853 ± 0,0 1 6 bc 0,987 ± 0,049 a 0,808 ± 0,005 c 0,853 ± 0,009 bc 0,85 1 ± 0,0 1 3 bc 0,056 3 2,66 ± 0,97 d 56,38 ± 1 5,05 c 94,24 ± 7 ,7 3 b 6 1 ,06 ± 1 ,7 6 c 248 , 29 ± 1 9, 1 9 a 3 2,5 1 ± 1 ,82 d 55,85 ± 4,67 c 2 1 , 1 3 ± 1 ,37 d 2 1 ,68 0,832 0,876 0,862 0,839 0,808 0,782 0,790 0,786 1 4,64 ± 0 , 9 4 c 27,47 ± 4,04 c 48,42 ± 4,5 1 b 5 1 ,6 1 ± 3,93 b 1 57 , 3 6 ± 1 2,43 a 5 4, 8 1 ± 4,25 b 42,0 1 ± 1 2, 1 2 b 1 5 ,74 ± 0, 3 1 c 1 3 ,9 8 Requeijão cremoso Iight AL BL CL DL EL FL IL JL d.m.s 1 9 ,40 1 29 , 6 2 0,934 ± 0,01 6c 0,992 ± 0,005a 0,984 ± 0,002a 0,993 ± O,OO l a 0,95 1 ± 0,003b 0,964 ±0,002b 0,953 ± 0,005b 0,950 ± O,Ol l b 0,0 1 5 1 ± ± ± ± ± ± ± ± 0,006 cd 0,0 1 6 a 0,01 1 ab 0,005 bc 0,025 de 0,0 1 3 e 0,008 e 0,004 e 0,0262 d.m.s . : diferença mínima significativa do teste de Tukey ao nível de erro de 5 % de probabilidade. As amostras (média ± desvio padrão) seguida de mesmas letras na coluna não diferem ao nível de 5 % . � co_ � � 'g ;t Q) c: Q) c: o � Ü 0.7 Elasticldado 0.6 � 05 � . 0.8 � 0.6 "" 0.4 Coosividade 0.2 ·0.2 -0.4 � 'g � � � 0.0 H -0.2 tudesivldade umelO GomJidade F Figura 1 -0.1 - 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 Componente Principal 1 (72,40%) 0.5 g Ü ACP de Requeijões cremosos (A a H). p ad rão estabelecido para requeij ão cremoso. Q u an t o à anál i s e d e t e x t u ra real i z a d a e m amostras c o merciais de requeij ão cremo s o e requeijão cremoso light, pode-se con c luir que as vari ações foram s i g n i fi cativas q u a n d o c o m p aradas as d i ferentes marcas e x i s tentes. Finalizando, deve-se enfatizar que o estudo dos p arâmetros d o perfi l de textura d o requeijão cremoso poderá vir a se tornar uma i mportante ferramenta p ara d e fi n i ção das c o n d iç õ e s de process o e para o controle de qualidade de um p r o d u t o d e grande v a l o r c o mercial p ara a indústria de lati c ínios do B rasil. S U M M A RY The o bj e c t i v e o f t h i s s t u d y w as t o characterize commercial samples o f re q u e ijão cremoso and re q u e ijão cremoso "ligh t " as to p h y s i c al -c h e m i cal c o m p o s i t i o n a n d texture profil e . T h e s am p l e s w e re purchased fro m supermarkets in Campinas - S P a n d evaluated as t o p H value , total dry matter, fat , protein, ash, carbohydrates, fat in dry matter and caloric v a l u e , in ad d i t i o n to t h e fol l o w i n g tex ture parameters : firmness, adhesiveness , elasticity, cohesiveness and gummines s . The p h y s i cal chemical analyses were performed in accordance with the official methods of analysis for dairy p r o d u c t s , w h e reas the t e x t u re profi l e w as determined with a Texture Analyser TA-XT2 (SMS - S table Micro S ystem). The d ata were statistically evaluated by analysis of variance and the Tukey test at the 5% error leve I. The texture profile data were submitted to Principal Components A n alysis (PCA). The commercial s amples of r e q u e ijão c remoso and re q u e ijão 0.4 0.3 0.2 �=oo 0.1 _�==== :::: :::= :: ::= :: ::: :: � E�idade --------='- o.o -+------��==- ·0.1 ·0.2 � 0.6 Gomosidade Requeijão cremoso A B C D E F G 1 .0 AL JL � Figura 2 IL � FL M � U M M Componente Principal 1 (61 , 20%) - M M ACP de Requeij ões cremosos l ight ( AL-FL, IL,JL ) . cremoso " l ight" were found to fal l w i thin the l i m i t s o f the pro d u c t i de n t i t y and q u a l i t y standards laid down in legislation with regard t o t h e physical-chemical parameters investigated . Furthermore, t h e products were d i fferentiated or grouped on the basis of the results produced by analysis of the texture profile and the main component technique relative to the following texture p arameters : fi rmnes s , a d h e s i v e ness , springiness, cohesiveness and gumminess. REFERÊNCIAS B I B L I O GRÁFIC A S ANJOS, V. D. A. Reologia de requeijão cremoso e outros queijos fundidos. 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Nos últimos anos seu consumo crescente tem feito com que as empresas inovem seus ingredientes em função das oscilações do mercado de ingredientes lácteos. No presente trabalho, o objetivo foi testar quatro formulações de um produto lácteo sabor morango, sendo que três tinham como base o leite (iogurtes) e a quarta o extrato aquoso de soja (EAS) (bebida fermentada) . Nas três formulações com leite foram adicionados 1 % de leite em pó (FI ) ; 1 % de soro de leite (F2) e 1 % de WPC - 35%(F3 ). Utilizou-se em todas as formulações a cultura DVS de Lactobacillus delbrueckii subsp. bulgaricus e Streptococcus salivarius subsp. the rmophilus. Os produtos apresentaram valores de pH entre 4 , 5 0 a 4 56 ' a consistência variando de 7 , 5 a 1 6,7cm de escorrimento; de 40 a 8 1 °D de acidez ' ti tul ável e 1 , 1 5 a 2,40% de gordura. A aceitabilidade sensorial dos produtos indicou a preferência do iogurte com soro de leite. A bebida fermentada à base de EAS apresentou se, segundo os consumidores com aparência estranha e gosto amargo. A partir dos resultados obtidos, observou-se que o iogurte adicionado de soro em pó pode substituir o tradicional iogurte acrescido de leite em pó, diminuindo, desta maneira, os custos e utilizando produtos altern at i v o s com qualid ade semelhante. A bebida fermentada de E A S , mesmo c o m características únicas, foi b e m aceita p o r painelistas habituados a o gosto da soja. Palavras-chave: leite em pó, soro em pó, WPC, extrato aquoso de s oj a, iogurte. 1. I N T R O DU Ç Ã O O i o gurte é o prod u t o a c i d i fi c a d o e c oagu l a d o o b t i d o a p artir d o l ei t e p o r fermentação com bactérias produtoras de ácido lático. O iogurte é o mais conhecido de todos os leites fermentados e de maior consumo a nível mundial. O sabor, a textura e o aroma do iogurte variam dependendo do país de origem e de outros fatores como a formulação, a preparação e o processo de fabricação) ( STAFF, 2000 ) . 1 2 Os produtos de soro de leite, os concen trad o s proté i c o s d e s oro ou WPC e o soro desidratado, são particularmente indicados para s erem u t i l i za d o s n o s p r o d u t o s l ác t e o s mais modernos. Trata-se de i ngredientes capazes de acrescentar proteínas de excelente q u alidade, também possuem propriedades funcionai s que conferem excelentes propriedades tecnológicas aos produtos lácteos. Estudante de Engenharia de Alimentos, UNIS INOS/RS. Professora do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (C6)/UNISINOS/RS . Pág. 1 70 Pág . 1 71 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Os métodos de fabricação de iogurte variam consideravelmente nos distintos países segundo a matéria-prima utilizada, o volume de produção, a formulação do produto e o tipo de iogurte que se desej a obter, mas existem alguns princípios básicos comuns que determinam a natureza e a qualidade do produto final como: ( 1 ) aumento da quantidade de sólidos totais presentes no leite; (2) tratamento do leite a altas temperaturas (;:: 80°C) durante um tempo suficiente para que produza a desnaturação das p roteín as do s oro ; ( 3 ) ino culação do leite morno com um cultivo bacte ri ano ; (4) incubação em tanques ou incubação na própria embalagem de venda, em condições tais que favoreça a formação de um coágulo homogêneo, liso e viscoso com as características desejadas de pH, sabor e aroma; (5) resfriamento e adição de frutas, aromatizantes e corantes (no caso d e i ogurte com frutas ) ; (6) embalagem e armazenamento sob refrigeração (TAMIME & ROBINSON, 1 99 1 ) . De acordo com o primeiro princípio básico é prática comum aumentar o teor de sólidos do leite com leite e m p ó , WPC e s oro de l ei te, além de outros ingredientes. A adição de WPC e s oro desidratado ao iogurte normalmente dimi nuem a sinérese, aumentando a vida-de-prate leira, enquanto a alteração de viscosidade obtida origina um produto homogêneo e de sabor muito agradável . O avanço dos processos tecnológicos e dos ingredientes lácteos nos últimos anos possibilita aos fabricantes o fe recer grande variedade de produtos feitos s ob medida, isto é, capazes de p r o p o rc i o n ar p r o p ri e d ad e d e s ej adas nas d i mensões adequadas a cada aplicação específica. A u t i l i zação da s oj a s ej a em fo rma d e extrato aqu o s o o u de p roteín as is oladas, e m form u l ações d e d i versos produtos tem c o m o principal finalidade à substituição d e pro dutos l ác t e o s , s e n d o uma alternativa v i ável , p o i s apresenta baixo custo d e produção e alto retorno para a indústria, uma vez que tais produtos, como a bebida fermentada, proporc i onam, além de s abor di ferenciado, uma alternativa promissora para consumidores que não consomem produtos lácteo s . 2 MATERIAL E MÉTODOS de lbrue ckii subsp . b u lgaricus e Strep to cocCllS salivarillS subsp. thermophilus, polpa de morango contendo aroma e corante. Para a formu lação d a bebida fermentada : água, extrato aquoso de soja contendo 30% de proteínas (P30), sacarose, cultura OVS contendo Lactobacillus delbrueckii subsp . b u lgaricus e Strep t o c o c c u s salivarius subsp. thermophilus, polpa de morango contendo aroma e corante. 2 . 2 . Processo de obtenção d o i o gurte e da bebida fermentada a base de EAS O processo de elaboração do iogurte iniciou se pela mistura do leite com leite em pó e açúcar (formulação l -F I ) ; leite, s oro em pó e açúcar (formulação 2-F2); leite, WPC e açúcar (formu lação 3 -F3 ) . Para a bebida misturou-se água, extrato de soja (pó P30) e açúcar (formulação 4-F4), sendo utilizado para isto 1 2 % de EAS e 8 8 % de água. Todas as misturas foram pasteu rizadas a 92°C por 3 minutos . A seguir foram resfriadas até 42°C e procedeu-se a i noculação com a cultura DVS . Interrompeu-se a incubação com o valor de pH próximo a 4,5. Fez-se então u m b anho de gelo c o m o i n t u i t o de resfri ar rap i d amente o s produtos e armaze n o u - s e as bebidas à 5°C. Após 2 4 horas adicionou-se a p o l p a d e m o rango ( 4 % ) c o m agitação até a homogeneização completa dos ingredientes. As bebidas foram armazenadas por mais 24horas e procedeu - s e as anál i s es fís i c o - qu í m i c a s e sensori al. 2.3. A nálises fís i c o - química e s en s o r i a l Foram realizados testes de teor de gordura (Gerber) e acidez titulável segundo Pereira et a l . ( 200 1 ) . A consi stência fo i medida através d a d i s t â n c i a p e rc o rr i d a e m c e n t ímetro s p o r amostras e m torno d e 8 0mL mantidas a 1 0°C, em um i ntervalo de tempo de 3 0 segundos, em c o n s i s t ô metro de B o s t w i c k ( R O S S I et a I . , 1 990) . As amostras foram analisadas sensorial mente através d o teste d e e s c a l a h e d ô n i c a balanceada. Os dados obtidos foram avaliados por análise d e variância ( O U TCOS KY, 1 9 9 6 , B ANZATTO & K R O N K A , 1 99 5 ) . 2 . 1 . M a t é r i as - p ri m as e ingredien tes 3 . RES ULTA D O S E D I S C U S S à O P ara a s fo rmulações d e i o g urte : leite integral (fluido), leite em pó, s oro de leite em pó, concentrad o protéico de s oro (WPC - 3 5) , s acarose, cultura D V S contendo Lactoba cillus Os resultados das análises fís ico-químicas reali zadas nas 3 formu lações de iogurte e na b e b i d a s ab o r m o r a n g o , e n c o n t r a m - s e n a Tabela I . ANAIS DO XX CON G R ESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Tabela 1 - Resultados das análises físico-químicas d as 3 formulações de iogurte e da bebida sabor morango . Tem p o de fe r m e n t a ç ã o ( h o r as ) * F o r m u l a ç õ es pH FI F2 F3 F4 4,52 4,55 4,56 4,50 4 4 4 6 ± ± ± + 0, 1 4 1 0 , 1 25 0,097 141 Consistência (cm ) * 9 ± 0,07 1 1 6 ,7 ± 0, 1 4 1 1 5 , 5 ± 0 , 1 25 7 , 5 ± 0,07 1 Acidez titulável ("D) * 76 81 80 40 ± ± ± ± 1 ,4 1 4 0, 1 4 1 0,057 0,07 1 Teor de gordu r a (%)* 1,15 1 , 40 1 ,25 2, 40 ± ± ± ± 0 , 07 1 0, 1 2 5 0 , 07 1 0, 1 4 1 * Média de triplicatas Como pode ser observado na Tabela 1 , o valor de pH variou de 4,50 para soja a 4,56 para WPC 35%, para os iogurtes lácteos estes valores são indicados e citados na li teratura, valores menores de p H p ara a beb i d a d e EAS fo ram observados por GOMES ( 1 9 8 1 ) que encontrou 4,20. Com a utilização dos i ngredientes (soro em pó, leite em pó e WPC) o iogurte obt i d o apresentou um teor de gordura variando de 1 , 1 5 a 1 ,40%, este resultado já era esperado uma vez q u e os i ngre d i entes a d i c i o n a d o s p o s s ue m mínimas quantidades de gordura. D e acordo com a legislação estes produtos, incluindo a bebida d e E A S , se enquadrariam como parcial mente d e s n at a d o s ( B R A S IL , 2 0 00 ) . O s v al o re s de consistência indicaram que o iogurte com EAS apresentou o maior valor (7,5cm/3 0") seguido do i ogurte com s oro de leite, WPC e leite em pó, 9cm, 1 5, 5cm e 1 6cm/30", respectivamente. O s v alores médios encontrad o s para a acidez t i t u l ável nos i o g urtes fi caram e n tre 76 e 8 1 °Dornic, estando dentro da faixa estabelecida pela legislação que, para iogurtes, é de 60 à 1 50° Dornic (BRASIL, 2000). Valores menores foram observados na bebida de EAS (40°0) . Em estudos a i n d a n ão p u b l i c a d o s por B on eb erg ( 2 0 0 3 ) v al ores mai o res de acidez e menor tempo de incub ação foram observados aumentando-se a quantidade de cultura adicionada no pro d u to a base de EAS . D e acordo c o m os res ultados obtidos na avaliação sensorial as amostras de iogurte e da b e b i d a d e EAS não apresentaram d i ferenças s ignifi cativas nos atributos aparência, aroma e textura. Isto provavelmente ocorreu pela homo g e n e i z ação das amos tras , o u s ej a, t o d as as amostras após a fermentação e resfri amento foram homogeneizadas com a polpa de morango, difi cu ltando a identificação d as amostras pelo provador. Quanto aos atributos sabor e qualidade global, as amostras de iogurte diferiram signifi c ativamente d a amostra de bebida de E A S . A bebida de EAS recebeu a menores médias. Isto já era esperado , uma vez que a maior parte dos prov adores estão a c o s t u m a d o s a c o n s u mir iogurte. A formu l ação contendo s o ro e m pó recebeu as maiores notas nos atributos sabor e aparência global, p o rém não d iferi u s ig n ifi cativamente da amostra contendo WPC e esta não diferiu da formulação 1 . Nos resultados médios de preferência dos produtos notou-se certa dúvida na escolha do m e l h o r i ogurte, e por i s s o preferi u - s e dar importância a característica sabor, sendo assim, o iogurte de soro de leite apresentou-se melhor, seguido do WPC 35%, leite em pó e por último a bebida a base de EAS (P30). 4. C O N C L U S à O D e acordo c o m os resul tados verificou-se que é possível substituir i ngredientes c aracte rísticos do i ogurte, como o leite em pó, por soro em pó. A incorporação de produtos de soro de leite, tanto WPC 3 5 % como o soro desidra tado, em fórmulas de iogurte oferecem uma série de benefícios ao consumidor e a indústria. A aceitabilidade d o iogurte de s oj a, em relação ao sabor e a roma, foi baixa, degustado com desconfi ança e curi o sidade pelos paine listas, porém demonstrou algumas características positivas, como a cor, consistência, pH e gor dura, onde apresentou res ul tados aceitáveis e surpreendentes. Provadores acostu mado s com produtos de soja aprovaram a bebida. Testes em e s c al a p i l o t o estão s e n d o e fe t u a d o s na U N I S I N O S com a fi n a l i d ade de o t i m i zar a formulação da bebida a base de EAS . SUMMARY Yogurt is a food known fo r i t 's benefic action over hu man heal t h and n u triti o n . I n recent years, increase in consumption has made industries innovate in the use of ingredients due to the o s c i l la t i o n s in t h e market of d airy Pág. 1 72 Pág . 1 73 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ingredients. The obj ective of this essay was to test four formulations of a strawberry taste lactic beverage : three used milk as a base (yogurts) and the fourth used soy milk (lactic beverage). In the thre e formu la t i o n s with milk, 1 % of powdered milk (FI ), 1 % o f milk whey (F2) and 1 % of WPC - 3 5 % (F3) were added. In all the formulations a D V S culture of Lactobacillus delbrueckii subsp. bulgaricus and Streptococcus salivarius subsp. thermophilus was used. The final product presented pH values in between 4.50 and 4.56; consistency ranging from 7.5 to 1 6.7 em of dripping; titrable acidity ranging from 40 to 800D; and 1 . 1 5 to 2.40% of fat. The sensorial acceptance of the pro ducts indicated a preference for the yogurt with milk whey. The fermented beverage based on soy milk showed, according to consumers, a strange appearance and bitter taste. B ased on the results obtained, it was observed that yogurt with added milk whey can substitute the traditional yogurt with added powdered milk, reducing, this way, the costs and using alternative products with similar quality. The fermented beverage based on soy milk, even with it's unique characteristics, w as well accepted b y j udges accustomed to soybean 's taste. Key-words : Powdered milk, milk whey, WPC, soy milk, yogurt. 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Water quality used in family dairy i ndustries Cláudia Lúcia de Oliveira Pinto1 Esther Dantas Costa2 Marêssa M aciel Gonçalves3 Margarida Maria Nascimento Figueiredo1 Marcelo Fernandes Pena3 Cormarie A. de Alme ida4 Maria Cristi na Dantas Vanetti5 RESUMO A água constitui componente essencial em operações do processamen to de alimentos e é um dos componentes mais críticos na cadeia produtiva considerando as contaminaçõ es que pode ocasionar quando a sua qualidade é imprópria. Neste trabalho, avaliou-se a qualidade físico-qúímic a, microbiológic a, a presença de metais pesados e de defensivos agrícolas e a concentração d e cloro residual em amostras de água provenientes de 1 5 agroindús trias familiares processadora s de produtos lácteos do município d e Viçosa, c o mp arand o - s e os res u lt ad o s c o m os p adrões v i gente s . Dentre as amostras de água analisadas, 54% apresentaram-se em desacordo com os padrões microbiológico s. Observou se que 46% das amostras apresentaram- se contaminadas por bactérias do grupo coliformes totais, 2 0 % por c o l i formes termotolerant es e e m 1 4% das amostras , a c ontagem d e padrão estava acima de 5 0 0 UFC/mL. Todas a s amostras apresentaram-s e de acordo c o m a os padrões quanto à s características físico-químicas e à presença de metais pesados e d e defensivos agrícolas . O teor de cloro residual livre nas amostras variou entre O e 0, 1 mgl r L. Con cluiu-se com dados obtid o s , a necessidade de orientar os produto es quanto à necessidade de proteção d as fontes de água, higienização periódica d as caixas d ' água, implementação da prática de cloração da água, além de seu monitoramento , para garantir o processo de desinfecção. Palavras-chave : água; qualidade físico-química, qualidade microbiológica; indústria familiar. 1 . I N T R O DU Ç Ã O • • • • • • • A á g u a é u s a d a c o m o u m c o m p o n en t e e s s e n c i a l e m m u i t a s operações n o p ro c e s s a m e n t o d o s ali me n t o s i n c l u i n d o l a v agem, aquec i m e n t o , resfri amento e t amb é m como veículo para a incorporação de i n gredi entes . Portanto, trata-s e um d o c o mp o nente crít i c o n o processamento d e produtos alime n tíci o s . 2 3 4 5 Impurezas presentes na água podem afetar de forma significativa a efetividade dos detergentes e, ou sanificantes . A combinação de resíduos alimentares, resíduos de detergentes e sais da dureza da água ocasiona a formação de "pedras de leite" sobre superfícies d o s equipamentos. Essas formações minerais constituem focos de Apoio Financeiro: FAPEMIG e CNPq. Pesquisadora da EPAMIG/CTZM , Viçosa - MG. Graduanda Engenharia d e Alimentos, UFV; B olsistà CNPq. Estagiários EPAMIG/CTZM, Viç osa - MG. Extensionista Bem Estar S ocial , EMATER, Viçosa - MG. Professora do Departamento de M icrobiologia d a Universidade Federal d e Viçosa, Viçosa - MG. P ág. 1 74 Pág . 1 75 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS c ontaminação e d i fi c u l tam a l i mpeza. Como determinado pelo Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária (BRASIL, 1 9 9 7 ) , e m e s t a b e l e c i m e n t o d e p r o d u ção de alimentos, deverá haver disponibilidade de um abastecimento de água potável abundante, com pressão e temperatura adequadas, e um sistema adequado de d i s trib u i ç ão e proteção c o n tra c ontaminação . P ara o armazenamento, deverá dispor de instalações e c ondições apropriadas sendo imprescindível o controle freqüente da potabilidade da água. C o n s i derando que a água é u m d o s importantes veículos de microrganismos pato gênicos para animais e humanos, o objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade físico-química, microbiológica, presença de metais pesados e de d e fe n s i v o s agríc o l a s além do teor de cloro residual em amostras de água proveniente de 1 5 agroindústrias processadoras d e produtos lácteos do município de Viçosa, em comparação com os padrões vigente s . 2. MATERIAIS E MÉTODOS o p l anej amento amo straI c o n s t i t u i u de amostras indicativas, coletadas em propriedades rurais assistidas pela EMATER, Viçosa-MG com o apoio de extensionistas do referido órgão. As amostras foram submetidas às análises micro b iológicas exigidas pela legislação ( B R A S IL, 1 9 9 0 ) n o L a b o ratório d e M i c ro b i o l o g i a d e A l i me n t o s e d e Á g u a d a E PA MIG/CTZM, Viçosa-MG empregndo-se as técnicas oficiai s (VANDERZANT et a l. , 1 99 2 ; B R A S IL, 1 99 3 ) . 3 . RESULTAD O S E D I S C U S S à O 3 . 1 . Ava l i a ç ã o m i c r o b i o l ó g i c a d a á g u a utilizada para cons u m o humano e em p r ocessam ento de a l i m entos Dentre as amostras de água analisadas, 54% apresentaram-se em desacordo com os padrões microbiológicos vigentes. Observou-se que 46% das amostras apresentaram contaminação por bactérias do grupo coliformes totais, 20% por coliformes termotolerantes e 1 4% estavam com a contagem d e me s ó fi l o s aeró b i o s ac i ma d a recomendação ( B R A S IL , 1 99 0 ) . Os resultados obtidos foram semelhantes aos apresentados por VILELA et a I. (2002) ao verificarem a qualidade de amostras de águas de nascentes e poços usadas em agroindústrias de laticínios quando 56,66% delas apresentaram índices con denatórios em relação ao gru p o c o l i formes t o t ai s . D e s t a s , 8 8 , 2 3 % não eram s ubmetidas a tratamento de d e s i n fecção . A c on tami n aç ã o d a á g u a p o r bactérias do grupo coliformes totais e p o r coli formes termotolerantes indica a necessidade de proteção das fontes, higienização periódica d as caixas d ' água, i m p l ementação da prática de cl oração da água e o seu monitoramento. Das agro i n d ú s trias aval i a d a s , a p e n as 1 3 % apre sentaram todas das amostras de água de acordo com os padrões microbiológicos . Em 8 7 % das agro i n d ú strias, c o n s tat o u - s e amos tras em desacordo (Figura 1 ) e foi sugerida a implantação de difusores de cloro nas caixas d ' água. A adoção do procedimento de cloração da água contribuiu para que houvesse uma redução d o número de ANAIS DO XX C O N G RESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS amostras de água em desacordo com os padrões de 54% para 3 3 % . No entanto, constatou-se a n e ce s s i d ad e de um m e l h o r c o ntrole d a concentração de cloro na água e de orientação ao produtor. 3 . 2 . Avaliação físico-quím i ca da água uti l i z a d a p a ra cons u m o humano e em p r o c e s s a m e n to de a l i m e n t o s , p r o v e n i e n t e s de agroindús trias fam i l iares Constatou-se que 1 00% das agroindústrias aval i adas apresentaram t o d as as amostras de á g u a de a c o r d o c o m os p adrões v i ge n tes ( B R A S IL, 1 99 0 ) com relação aos parâmetros físi co-químicos anal isados além de atenderem aos padrões com relação ao aspecto, cor, tu r bidez e odor. O teor de cloro residual livre detec tado nas amostras variou entre O e 0 , 1 mg/L indicando a necessidade de um monitoramento mais efetivo do teor de cloro residual para uma concentração mínima de 0,2 mg/L para garantir o processo de desinfecção da água. 4 . CONCLUSÃO Verificou-se c o m resultados, a necessidade de orientar os produtores quanto à proteção das fontes de água, higienização periódica das caixas d ' água, implementação da prática de cloração da água, além d a manutenção e monitoramento do teor de cloro residual para uma concentração mí nima de 0,2 mg/L para garantir o processo de desinfecção da água. O controle da potabilidade da água usada na cadeia produtiva de alimentos cons titui um pré-requisito de boas práticas de fabricação essencial para a obtenção de alimentos dentro dos padrões de qualidade exigidos pela legislação. S U M M A RY [] Agroindústrias com 100% das amostras de acordo com os padrões \igentes (I Agroindústrias com amostras em desacordo com os padrões vigentes Figura 1 - Percentuais de agroindústrias que apresentaram todas das amostras de água analisadas de acordo ou em desacordo com os padrões microbiológicos vigentes. The w ater constitu tes an essential component during food processing and is one of the most criticaI components in the productive chain, considering the contaminations that i t can cause if its quality is inappropriate. In this work, the p h y s i c o - c h e m i c al a n d m i c ro b i o l o gi cal q u ali ty, the presence o f heavy metaIs and agricultural chemicals, and the concentration of residual chlorine in water s amples from 1 5 family d airy agroindustries i n Viçosa, Minas Gerais, Brazil, were evaluated and compared to l eg al s t a n d ard s . A m o n g the analyzed w ater samples, 54% were n disagreement with the legal microbilogical s tandards . Forty-six percent o f t h e samples w ere contaminated with coliform bacteria, while thermotolerant coliforms were present in 20% of the s amples. In 1 4% of the samples, aerobic counts were above 500 .cFU/mL. A l I the s amples were within the established standards for the physical-chemical caracteristics analyzed and for the presence of heavy metaIs and agricultural chemicals. Free residual chlorine in the samples varied from O to 0 . 1 mg/L. We verified the urgent need of informing poduccers about the importance of protect i n g water fountains, of doing periodic hygienization in water reservoirs, and, also, of implementing chlorination and chlorine monitoring practices to guarantee water quality during food processing. Key-wo rds : water; p h y s i c al - c hemi stry q u a l i ty, mi crob i o l og i c a l q u al i t y ; family industries. REFERÊN CIAS B IBLI OG RÁFI CAS B R ASIL. Leis, decretos, etc ... Port aria n° 36, de 19 de Janeiro de 1 990. N ormas e padrão de p o tabi l idade de águ a destinada a o c o n s umo humano. Diário Oficial [da República Fede rativa do B rasil], B rasíl ia, v. 1 2 8 , n. 1 6 , p . 1 65 1 - 1 654, 23 d e jan. 1 99 0 . S eção 1 . 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Constatou-se que 1 6,7% dos estabelecimentos comercializavam os queij os artesanais sem embalagem e rótulo, expostos ao ambiente e sem refrigeração. Foi constatado algum tipo de irregularidade em 90% dos estabelecimentos visitados. Em 1 0% dos estabelecimentos foram verificadas inadequações no tipo de material usado para embalagem e na proteção do produto e, em 30% verificou-se a comercialização do produto sem o rótulo. Em 46,7% d o s estabelecimentos, o produto não apresentava S elo de Inspeção . O manipul ador do queijo era o mesmo responsável pela sua venda em 53,3% dos casos . Foram observadas a i n d a i rre g u l ari d a d e s , e x p re s s as e m p ercentual em rel aç ã o ao n ú mero t o t al d e estabelecimentos avaliados, incluindo exudação excessiva d e soro n a embalagem (83,3 %), contaminações vi s íveis ( 6 , 7 % ) , armazenamento concomitante com carne crua ( 6 , 7 % ) , armazenamento em conj unto c o m refrigerantes, garrafas de água, frutas , dentre outros (76,7%), e balcões com a sua capacidade de refrigeração comprometida (73,3 %). Concluiu se a necessidade de adequação d o produto às regulamentações vigentes de produção e de c omerc i al i zação como forma de agregar valor ao p roduto e minimi zar os ris c o s de transmissão de enfermidades ao consumidor. Palavras - c h a v e : Queij o artesanal , boas p ráti cas de fabri cação ( B PF) , c o n d i ções de comercialização . 1 . INTRODU Ç Ã O O e s t a d o d e M i n as G erais é o mai o r produtor de queij os do B rasil, produzind o por ano, aproxima damente, 2 1 5 mil toneladas o que c orre s p o n d e a 5 0 % d a p r o d u ç ã o n a c i o n al (FA R I A e t a l . , 2 0 0 2 ) . Uma d as ati vi dades amplamen te difundida s no meio rural do país é a i n d ú s tria caseira de queij o s artesana is como forma de aumentar a renda familiar. Ess e tipo de produto, disponív el para venda em diversos 2 3 t i p o s estabel e c i m e n t o s c om e rC I a I S , p o d e representar u m risco à saúde p ública s e práticas de controle s anitário do rebanho leiteiro, de pasteuriza ção da matéria-pr ima, den tre outras n ão forem segui das com o seu d e v i d o rigor (MURPHY & BOOR, 2000; VOLKMA N e t al. , 2002). O leite e seus derivados constituem um meio ideal para a multip l i c ação de microrga nismos patogênic os e ou deteriorad ores. Apesar Gradu anda em Tecnolog ia de Laticínios - UFV/DTA. e-mail : paulac arm o @ vicosa.ufv.br. . PesqUIsad ora EPAMIGICTZM, Viçosa - MG; claudi a @ homenet.c om. br. B acharel em Tecnologi a de Laticínios - UFV/DTA; Doutorando em Microbiol ogia Agrícola _ UFV/DMB . e-mail: m_Iopesm @ yahoo.co m.br ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS dos av a n ç o s d a c I e n c i a e d a t e c n o l o g i a na produção de alimentos, as enfermidades causadas pela ingestão de produtos alimentícios contami nados com patógenos constituem um problema mundial para a saúde pública e para a economia dos p aíses (FO R S YTHE, 2002 ) . Exemplos de microrganismos associados a surtos e casos de toxinfecções em conseqüência do consumo de leite e de produtos lácteos contaminados incluem Salmonella, Coxiella, Bacillus cereus, Brucella, Escherichia coli 0157:H7, Listeria monocyiogenes, Staphylo coccus a u re us, dentre o utros (BOOR, 1 997 ; FORS YTHE, 2002 ) . Características que devem ser observadas para a aquisição de queijos artesanais e de outros produtos alimentícios são a presença do rótulo com as informações básicas sobre o produto, como a presença do selo de inspeção, composição nutricional , lote , data de fabricação e prazo de validade (BRASIL, 1 997a) . Considerando a grande participação de queijos em s urtos e casos de toxinfecções, o presente trabalho teve como obj etivos observar as con dições higiênicas e a aplicação das boas práticas na c o merciali zação de queij os artes anais em estabelecimentos comerciais de dois municípios da Zona da Mata Mineira. 2. MATERIAL E MÉTODOS Os dados foram obtidos medi ante a apli cação de questionário estruturado em 3 0 estabe lecimentos comerciais incluindo os municípios de Viçosa e de Cataguases-MG. Os l o cais de coleta de dados incluíram padarias, s upermer cados, bares e feiras livres . O questionário per faz i a um t o tal de dez q u e s t õ e s , s e n d o o i t o fechadas e duas abertas . As questões fechadas apresentavam itens críticos de boas prátic as de p r o d u ção e de c o m er c i al iz a ç ão do p r o d u t o como: tipo de estabelecimento, presença e tipo de e mbalagem, rotulagem, l o cal de estocagem e c o n d i ç õ e s de a c o n d i c i o namento, m an i p u l adores, presença de rótulo e informações nele contidas como selo de inspeção, denominação de venda, nome e endereço do responsável pela fábrica, data de fabricação e prazo de validade, conteúdo l íq u i d o , serv i ç o de atendi mento ao consumidor, identificação do lote, informação nutricional e descrição dos ingredientes, além d e informações diversas sobre o produto. As questões abertas foram observações específicas de cada estabelecimento como a ocorrência ou n ão de e x u d ação e x c e s s i v a de s o ro n as embalagens, acúmulo de gelo nos b alcões de refri geraç ã o , armazenamento c o n c o m i t ante c o m carne crua o u garrafas de refrigerante, l i mpeza e organi z aç ão dos balcões d e forma adequada, manipulação dos queijos. 3 . RESULTADOS E D I S CUSSÕES Dentre os 3 0 estabelecimentos visitados, 1 3 , 3 % foram pad arias , 6 , 7 % açougue s , 1 0% b ares, 1 0% feira livre e 6 0 % supermercados e merceari as . Em 9 0 % d o s e s tabe l e ci mentos v i s i tados foi e v i d e n c i a d o a l g u m t i p o de i rregulari d a d e . C onstat o u - s e que 1 6 , 7 % d o s estabelecimentos comerciali zavam o s queijos artesanais sem embalagem e rótulo, totalmente expostos ao ambiente e sem refrigeração . A ausência de informação s obre a pasteuri zação representa um risco para o consumidor consi derando que esse processo assegura a inativação de patógenos que possam estar presen tes na matéri a-prima. Em 1 0% d o s estabelecimentos foram c o n t atadas i nadeq uações no t i p o de material usado para embalagem e na p roteção d o produto e , e m 3 0 % o produto era c o mer cializado sem o rótulo. Em 46,7% dos estabele ci mentos, o pro d u to não apresentava S e l o de Inspeção. O manipulador do queijo era o mesmo responsável pela sua venda em 53,3% dos casos. As irregularidades foram expressas em percentual em relação ao número total de estabelecimentos avaliados. Produtos comercializados com exsu dação excessiva de soro n a embalagem foram observados em 8 3 , 3 % d o s estabelecimentos, c o ntaminações v i s íveis e m 6 , 7 % , armazena mento concomitante com carne crua e m 6,7%, armazenamento em conj unto com refrigerantes, garrafas de água, frutas, dentre outros em 76,7%, e balcões com a sua capacidade de refrigeração comprometida em 7 3 , 3 % . Condições de comer cialização constatadas nesse estudo s ão preocu pantes considerando a possibilidade d e o cor rências de toxinfecções pela ingestão de queijos c on taminad o s c o m b ac t érias p at o gê n i cas (MURPHY & B OOR, 2 000) . Portanto, a pro d u ção d o s q ueij o s artes an a i s d e v e o b e d ecer também a todos os requisitos críticos das B oas Práticas de Fabricação - B PF que incluem as condições para a obtenção de insumos livres de c ont ami naç õ e s , preven ç ã o da c o n ta m i n ação cruzada e de c o n d i ç õ e s que fav oreçam a m u l t i p l icação mi crobiana e/ou pro d u ç ã o de toxinas , ( B R A S IL, 1 997b). 4 . C O N CL U S Õ E S C o m b a s e n o s d a d o s , verifi c o u - s e a neces s i d ade adequação do p r o d u t o às reg u l amentações vigentes de p ro d u ç ão e de Pág. 1 78 Pág . 1 79 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS comercialização como forma de agregar valor ao produto e minimizar os riscos de transmissão de enfermidades ao consumidor. SUMMARY The p ro d u ct i o n and c o mmerc i al i zation conditions of handmade cheeses were evaluated in 30 commercial establishments. The 30 visited establishments were bakeries ( 1 3 , 3 %), butcher shops (6,7%), bars ( 1 0%), street markets ( 10%), supermarkets and grocery stores (60%) . It was evi denced that 1 6 , 7 % of the establis hments commercializated the handmade cheeses without packages or l abels, exposed to the atmosphere and without refrigeration. Was evidenced any k i n d of i rregularity in 9 0 % of the visited establishments. In 1 0% of the establishments were verificated i nadequations in the type of the material used for packing and in the protection of the pro duct and , in 3 0 % was verifi cated the commercialization of the product without labels. In 46,7% of the establishments, the product did not have the Inspection S tamp. The cheese manipulator was the same person responsable for the cheese sale in 53,3% of the cases. It was still observed irregularities, expressed in percentage in relatio n w i th the total number o f evaluated establishments, including excessive s erum exudation i n the p ackage ( 8 3 , 3 % ) , v i s ible contaminations (6,7%), concomitant storage with raw meat (6,7%), storage with soft drinks, bottles of water, fruits, and others (76,6%), and balconies with low refrigerator capacity (73 , 3 % ) . It was concluded the need of product adequation to the valid regulations in production and commercialization in orther to increase value to the p roduct and reduce the risks o f i lnesses transmition to the consumer. K e y - w or d s : Handmade cheese, g o o d m an ufacturing proced ures ( G M P ) , c om mer cializati on conditions. • • • • ANAIS DO XX CONG RESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS B O O R , K . J. 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M.; CABRAL, M . C . ; FERREIRA, C . L . L . F . ;MACHADO, E . C. Avali ação m i c ro b i o l ó g i c a d e q u e ij o m i n as artesanal fresco e maturado produzido na região do S erro - M G . I n : X I X C O N G R E S S O N A CIONAL D E LATIC ÍNIOS, 2002, Juiz d e Fora. Anais Juiz de Fora: Exemplo, p. 66-70, 2002. FOR S YTHE, S . J. M i c r o b i o l o g i a d a S e gu rança Alimentar. Porto Alegre. Artmed 2002 424 p. MURPHY, S. C.; B OOR, K. J . Trouble-shooting sources and causes of high bacteria counts in raw m i l k . D a iry, F o o d and Envirom ental Sanitation, v. 20, n. 8 , p . 606-6 1 1 , 2000. V O L KM A N N , H . ; I M I A N O V S K Y, U . ; CAVALHERI, N . A . ; MEISEN, N . M . ; REITER, M . G . R . Avaliação microbiológica de diferentes tipos de queijos produzidos em Rodeio, SC. In: XIX C O N G R E S S O N A C I O N A L D E L AT I C Í N IOS , 2 0 0 2 , J u i z de Fora. A nais . Juiz de Fora: Templo, p . 1 65 - 1 6 6 , 2002. AVALIAÇÃO MICROBIOLÓ GICA DE A,L1MENTOS E DE SUPERFíCIES �E EQUIPAMENTOS E UTENSíLIOS EM INDUSTRIAS FAMILIARES DE LATICINIOS Microbiological evaluation of foods, equipment and utensiI surfaces of family dairy industries Esther Da ntas Costal Cláudia Lúcia de Ol iveira Pi nto2 Luciene Carneiro de M elo Ferreiro3 Marêssa Maciel Gonçalves4 Reginaldo Magalhães Monteiro4 Maria Cristi na Dantas Vanetti5 RESUMO A qualidade microbiológica do leite e derivados e as condições higiênicas de equipa�entos e de utensílios utilizados no processamento em agroindústrias familiares foram avahadas. Foram coletadas amostras de produtos lácteos e de superfícies de equipamentos e utensílios em 1 5 agroindústrias . Dentre as amostras, 20% estavam em desacordo com os padrões v i gentes com rel ação ao número de coliformes termotolerantes e 3 % com rel � ção a . Stap hy l o c o c c u s c o a g u l a s e p o s i t i v a . A presença de Sa lm o n e lla s p p . e de L l s t e n a monocytogenes não foi constatada em nenhuma d a s amostras . Constatou-se em 1 1 % das amostras de superfícies de process amento contagens de mes ófilos aeróbios acima do recomendado e, 1 9 % delas estavam contaminadas com coliformes totai s . Verificou-se a necessidade de orientação e implementação de procedimentos de boas práticas de fabricação para que os problemas de contaminação microbiológica sejam minimizados, aumentando o valor agregado e a competitividade dos produtos no mercado . ... .. • • • Palavras-chav e : qualidade de microbiologica de produtos l ácteos ; condições higiênicas de equipamentos e utensílios ; boas práticas de fabricação. 1 . INTROD U Ç Ã O As enfermidades causadas pela ingestão de alimentos contaminados c o nstituem um pro blema mundial . A produção leite e derivados, representa uma forte ativ id ade e conômica de s obrevivência dos produtores d e agroindústr ias fam i li ares . P o ré m , as i n formações s o b re a q u a l i d ad e h i g i ê n i c o - s an it árias de q u e ij o s artes anais é preocu p an t e , c o n s i deran d o q u e grande p arte desses produtos n ão atende aos p adrões higiênico-sanitários vigentes ( P I NTO e t a l. , 1 9 9 6 ; PINTO e t a l. , 1 9 97 ; N ICOLAU et ai. , 200 1 ; FARIA et ai. , 2002). Equipamentos e u t e n s í li o s mal h i g i e n i z a d o s p o d e m ser incriminad o s , i s o l ad amente o u as s o c i ad o s a outros fatores, em surtos de doenças de origem ali ment ar ou em alterações de a l i mentos processados (B RYAN, 1 98 8 ; BEAN et al. , 1 990). A presença d e microrganismos indicadores de higiene e patogênicos deve ser monitorada com freqüê n c i a como p arte de u m s i s t e m a de • 2 3 4 5 Apoio Financeiro: FAPEMIG e CNPq. Graduanda em Engenharia de Alimentos, UFV, B olsista CNPq. Pesquisadora, EPAMIG/CTZM, Viçosa - MG. Extensionista B em Estar S ocial , EMATER, Viçosa - MG . Graduandos UFV, Estagiários EPAMIG/CTZM, Viçosa - MG. Professora Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Microbiologia, Viçosa - MG. Pág . 1 80 Pág . 1 8 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS qualidade. O s obj etivos desse trabalho foram avaliar a qualidade microbiológica de produtos lácteos provenientes de agroindústrias familiares do municíp i o de Viçosa - MG e verificar as condições higiênicas de equipamentos e uten s íl i o s usados n o pro c e s s amento , fo rnecendo dados para a implementação e adoção das boas práticas de fabricação . 2. MATERIAIS E MÉTODOS As condições microbiológicas de amostras de produtos l ácteos (doce de leite, queijos Minas Frescal, queijos Meia-cura e iogurtes) , de equi pamentos e utensílios em 15 agroindústrias de produtos lácteos, localizadas no município de Viçosa, MG foram avaliadas. As amostras foram submetidas às análises microbiológicas exigidas pela legislação vigente ( B R A S IL, 200 1 ) . Em pre g o u - s e a técnica d o Swab p ara avali ação microbiológica de superfícies de processamento ( VA N DERZANT e t a l. , 1 99 2 ) . 3 . RES ULTADOS E D I S CUSSÃO 3 . 1 . Ava l i a ç ã o m i cr o b i o l ó gi c a das s u p e r fícies de equipamentos e u tensílios de p r ocess a m e n to d e alim entos Dentre as superfícies dos equipamentos e u t e n s íl i o s , 1 1 % apre s en taram c o ntagens de m e s ó fi l o s aeróbi os e m desacordo com o recomendado por VANDERZANT et a lo ( 1 992) e, 1 9 % estavam contaminadas por bactérias do grupo c o l i formes totais (Figura 1 ) . S ILVA ( 1 9 9 6 ) verifi c o u q u e 8 1 , 3 7 % e 4 5 , 5 7 % d o s e q u i p amen t o s e uten s í l i o s u t i l i za d o s e m restaurantes i n d u s tri ais c o m c o n tage n s d e mesófilos e contaminação p o r bactérias do grupo coliformes, respectivamente. Esses resultados p o d e m ser a s s o c i a d o s com p ro c e d i me n t o s ineficientes de higiene. E Ql 3.2. Avaliação m icrobiológica dos alimentos Den tre as amos tras de a l i m e n to s , 2 0 % estavam e m desacordo c o m os padrões vigentes ( B R AS IL, 2 00 1 ) com rel ação à contaminação por c o l i fo rmes termo t o l erantes e 3% c o m relação a Staphy lococcus c oagulase p o s i tiva. Sa lmonella spp. e Listeria mOll o cytogelles não foram c o n s t adas em nenhuma das amostras . A presença de bactérias potencialmente pato gênicas tem sido constada com freqüência em queij os artesanais d isponíveis n o mercado de diversas regiões do B rasi l ( SILVA e t a lo 200 1 ; N ICOLAU e t alo 2 00 1 ; R A P I N I e t a lo 2002; FARIA et alo 2002), o que coloca em risco a saúde pública. Dentre as amostras de queijos e de iogurtes, 1 6% e 26% apresentaram-se em desacordo com os padrões, respectivamente enquanto as amostras de leite pas teurizado e de doces atenderam os padrões microbiológicos. O processo de pasteuri zação lenta (65°C/30 minutos), aplicado ao leite após o envase reduz significativamente o risco da contaminação pós-pasteurização e, se o binômio tempo/temperatura de pasteurização for rigoro samente atendido, pode-se alcançar um produto seguro, do ponto de vista microbiológico. Dentre as agroindústrias amostradas, apenas 50% apresen taram todas as amostras de alimentos de acordo com os padrões microbiológicos (Figura 2). E Ql � � o C c.. rv'esófilos aeróbios ANAIS DO XX C O N G RESSO N ACIONAL D E LATiCíNIOS Coliforrres Totais m Em desacordo com a recomendação da APHA 11 De acordo com a recomendação da AP HA Figura 1 - Percentuais de equipamentos e utensílios com de contagens de mesófi l o s aeróbios e coliformes totais de acordo ou em desacordo com a recomendação da APHA ( 1 992). g' C Ql � o c.. [!] Percentual de agroindústrias com 1 00% das arrostras de acordo com os padrões vigentes 11 Percentual de agroindústrias com arrostras em desacordo com os padrões vigentes Figura 2 _ Percentuais de agroindústrias que apresentaram todas as amostras de alimentos de acordo ou em desacordo com os padrões microbiológicos vigentes. equipments a n d utensils ; g o o d man u facturing procedures . 4. CONCLUSÃO Verificou-se a necessidade d e melhoria das c on d i ç õ e s gerais de pro d u ç ã o , orientação e i m p l ementação de pro c e d i me n t o s de b o as práticas de fabricação para que os problemas de contaminação por microrganismos patogênicos e/o u deteri oradores s ej am c o n tro l a d o s , aumentando o v a l o r agregado e a c o mpeti t i vidade d o s produtos no mercado. S U MM A R Y The m i c r o b i o l o g i cal q u al i ty o f milk products a n d the h y g i e n i c conditions o f equipments and utensils during processing were evaluated in family agroindus tries. S amples of milk products and swab samples of equipments and uten s i l s urface s w ere c o I l e c t e d in 1 5 agroindustries . Among the samples, 20% were in disagreement with the standards for coliforms at 4 5 ° C a n d 3 % fo r p o s i t i v e c o a g u l a s e Stap lzy lo c o c c u s . T h e p resence o f Sa lmoll e lla s p p . and L i s t e r i a m O ll o cyto g e ll e s was n o t verified i n any sample. Eleven percent of the processing surface samples showed standard plate counts higher than the recommended and 1 9 % were contam in ated with total coli forms . We verified the need for guidance and implementation of good manufacturi ng procedures to reduce microbiological problems, increasing the value and competitiveness of the products in the market. milk Key-wor ds : micro b i o l o gical quality o f pro d u c t s ; h y g i e n i c c o n d i t i o n s o f REFERÊNCIAS B I B L I OGRÁFIC A S B EAN, N.H. ; GRIFFIN, P.M . ; GOULDING, J.S. e t a l o Foodb orne d i s ea s e o ut b re a k s , 5 year s ummary, 1 9 8 3 - 1 9 8 7 . J o u r n al o f Food Protectio n . , v. 5 3 , n . 8 , p . 7 1 1 -7 2 8 , 1 990. B R A S IL , M i n i s tério d a Saúde, D I NAL . Resolução RDC nO 1 2 , de 2 de janeiro de 200 l . Aprova o Regulamento Técnico sobre Padrões M i crob i o l ó g i c o s p ara A l i me n t o s , em seus Anexos I E 1 1 . Diário Oficial [da República Federativa do B rasil ] . B RYAN , F. L . R isks o f practices, procedures and processes that lead to o utbreaks of foo dborne diseases. Journal of. Food Protection., v. 5 1 , n . 8 , p . 663-673, 1 9 8 8 . FA R I A , L . M . , FO N S E C A , L . M . e t a lo Av a l i ação m i c ro b i o l ó gi c a de q u e ij o m i n as artesanal fresco e maturado produzido na região do Serro - MG. In : Anais do XIX Congress o Nacional de Laticínios . J u i z de Fora, M G . p . 6 6 - 7 0 , 2002. NICOLAU, E. S . et al. Qualidade microbiológica dos queijos tipo minas frescal, prato e mussarela comercializados em Goiás. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tos tes, v. 56, n. 3 2 1 , p . 200-205, 2 00 1 . P I NT O , C . L . O . ; H EN R I QUES , M . R . ; VANETTI, M . C . D . ; Ocorrência d e L is teria mOllcytogelles em queijo Minas comercializados no município de Viçosa, MG, B rasil. Anais do XIV C o ng r e s s o Naci o n a l de L a t icínios . I P á g . 1 82 Pág . 1 83 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONG R ESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS Encuentro L ácteo deI Cono S ur. Juiz de Fora, M G . p. 1 3 8 - 1 42 , 1 9 9 6 . P I NTO, C . L . O . ; S OUZA, A . L . ; FANTUZZI, E . ; F R O EH L I C H . A . ; VA N E T T I , M . C . D . Coliformes Fecais e Escherichia co/i e m Queijos Minas Comercializados no municípi o de Viçosa, M G . Resumos. XIX C o n gres s o B rasileiro de Microbiologia. SBM, Rio de Janeiro, RJ, p . 2 8 8 , 1 997. RAPINI, L . S . ; FEIJÓ, L . D. e t aI. Pesquisa de Salmonella sp, Esche richia coZi, Liste ria sp e S t a p h y l o c o c c u s s p e d e t e c ç ã o de e n t e r o t o x i n a s e s t a fi l o c ó c i c as e m q u e ij o t i p o c o al h o . I n : A n a i s d o X I X C o n g r e s s o Nacional de Laticínios . J u i z de Fora, M G . p . 60-65, 2002. S ILVA, J . v. ; HOFFMAN, F. ; MANSOR, A. P. et aI. Monitoramento da quali dade microbiol ógica de queij os tipo minas fres cal fabricados arte s analmente. Revista Indústria de Laticínios, p . 7 1 -7 5 , ano. 6, n. 34, j ul/ago 200 1 . S ILVA , R . M . M . Especifi cações m icrobio l ó gicas p a r a a m b i en t e s , m an i p u l a dores e equipam entos em r estaurantes indus triais . Viçosa : UFV, j unho de 1 99 6 . 8 9 p . Tese (Mestrado em C i ê n c i a e Te c n o l o g i a d e A l i me n t o s ) U niversidade Federal d e Viçosa, 1 996. VANDERZANT, C.; S PLITTS TOES SER, D . F. C om p en d i u m of M e th o ds for the Microbiological Examination of Foods . 3 e d . American Public Health Association. Washington, 1 992. 1 208 p . DADOS D E SOLUBILIDADE D A lACTOSE E M DIFERENTES TEMPERATURAS Lactose Solubility at Diferent Temperatures Everaldo Joaquim Montes Montes1 Jane Sélia dos Reis Coimbra2 Sandra Passaglia3 Alice Oliveira dos Anjos3 Luís Antônio M i n i m2 Vânia Regina Nicoleti Tel i s4 RESUMO No presente trabalho foram obti dos d ad o s experimentais de solubilid ade da l actose em temperaturas variando de 1 0°C a 9 0°C. Foi observado o aumento da solubilidade deste açúcar com a elevação da temperatura. A solubilidade variou de 1 4, 6 1 g de lactose por 1 00 g de água a 1 56,96 g de lactose por 1 00 g de água. 2 3 4 Tr�balh ? realizado no Laboratório de Processos de Separação do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Umversldade Federal de Viçosa (LPSIDTA/UFV) - MG - Brasil. Mestrando do DTA/UFV MG. Professor do DTA/UFV MG. Estudantes de Graduação de Engenharia de Alimentos UFV - MG. Professora do IBILCE/UNESP - São José do Rio Preto SP. Órgão Financiador: FAPEMIG. 1. INTRODU Ç Ã O A lactose é o principal carboidrato encon trado n o leite. É u m d i s s ac arídio que, ao ser degradad o , origina uma molécula de glicose e outra de galactose. Tem a aparência de um p ó b r a n c o e cristal i n o , é s o l úvel e m água e não higroscópi ca. A obtenção d a lactose d o soro de queij o , com graus d e pureza diferenciados, é de grande interesse industrial além de ser uma alternativa que agrega valor ao soro de leite, cuja produção no Brasil é elevada. A lactose p or ser usada tanto como substrato em meios de fermentação quanto nas indústrias de alimentos e de fârmacos. Na ind ústria alimentícia é utilizada para melhorar as c aracterísticas de esco amento e textura de diversos produtos, para reduzir o sabor residual na boca bem como para absorver "flavours", aromas e corantes. Na indústria farmacêutica é encontrada em membranas e reves timentos para p íl u l as e tabletes e na formulação de nutracêuticos, dentre o u tro s . C o m o s u b s t rato é e mpregada, p o r e x e m p l o , n o s p r o ce s s o s fe rmen tat i v o s p ara produção de álcool, biogás, ácido lático e ácido cítri c o ( Zadow, 1 9 9 1 , G lo ver, 1 9 8 6 ) . A p urifi cação da lactose v i a cristalização é fu ndamentada em três etap as básicas (Fox, 1 9 97 ) : i ) c o n ce ntração d o s oro, o u p ermeado do s oro, pela evap o ração a vácuo, ii) cris ta lização espontânea ou induzida da lactose e iii) remoção dos cris tais por centrifugação . Deve s e o b servar que d a d o s d e s o l u b i l i d a d e s ã o n e c e s s ár i o s e m e s t u d o s d e p u ri fi c aç ã o q u e envol vam etapas d e evaporação e cristali zação de s ai s e açú c are s . A a u s ê n c i a de d a d o s de solubilidade, em diferentes tipos de s olventes e temperaturas, limitará a avaliação das condições operacionais dos vári o s processos de s ol u b i li zação e concentração de s ubstâncias . N o caso específi c o d a lactose, dados de propriedades físicas, térmi cas e aqueles rel acionados c o m a sua cristalização são fundamentais na manufatura e arm azenamento de deri v ados lácteos que a contêm, já que alteraç ões nes tas propriedades afetarão diretamente a quali dade e estabil idade d o s p r o d u t o s fi n a i s . A s s i m , neste trab a l h o , foram determinados valores de solubil idade da lactose em água em diferentes temperaturas. 2. MATERIAL E MÉTODOS 2 . 1 . Reagentes e equip a m e n tos Para constituição dos sistemas de trabalho fo ram u s a d o s á g u a d e i o n i z a d a c o m p u reza mínima de 99,8 % v/v e lactose grau p.a. (Ecibra, B rasil). A lactose foi previamente seca a vácuo, a 5 5 ° C , antes de ser u s ada. Os equip amentos utilizados foram um banho termos tático Quimis com p r e c i s ã o de 0 , 1 K ( m o d e l o Q 2 1 4 M 2 , B ra s i l ) ; u m a c e n t r i fu g a E p p e n d o r f ( 2 5 0 g , modelo 5 8 04-AG22 3 3 1 , A lemanha) uma estufa d e s e cagem e esteri l i za ç ão Fan e m ( mo d e l o 3 1 5 SE, B rasil) e u m a balança Denver (M3 1 0) com precisão de 0, 1 mg. 2.2. Metodologia Para determinação dos dados de solubilidade, misturas de lactose e água, com concentrações iniciais mínimas de 1 0% mim, foram adicionadas em células de equilíbrio encamisadas (50 cm3), com circulação de água proveniente do b anho termos táti c o e com c o n s e quente c o ntrole de temperatura. Quando o sistema atingiu a tempe ratura desejada, pequenas quantidades de lactose fo ram i n c orp o r adas à s o l u ç ã o , em e x c e s s o relativo ao valor esperado d e solubilidade. À tem peratura c o n s tante , as fases l í q u i d a e s ó l i d a foram agitadas p o r 24 h e mantidas em repouso também por 24 h permitindo a sedimentação do sólido n o fundo da célula de equilíbrio. Amostras do sobrenadante foram então c uidadosamente coletadas e pesadas. As amostras foram retiradas u s a n d o p i p e t a s c o m temperatura l e v emente superior à da s olução para evitar a precipitação da lactose. Os valores de solubilidade da lactose fo ram o b t i d o s ap ó s a e v a p o ração l e n t a d o solvente (água) das amo s tras de s obrenadante, em estufa a 1 05 °C, acompanhada pela pesagem d o pre c i p i t ad o do a ç ú c ar até que um v a l o r constante fo sse alcançad o . A s o l u b i l i d'ade d a l ac t o s e e m á g u a f o i determinada em temperaturas pré-estabelecidas de ( 1 0 , 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90) oCo Na tabela 1 estão listadas as relações entre a quanti dade de lactose (gramas) e o volume de água (mL) utilizadas em cada temperatura. O teor de água nos testes entre 50°C e 90°C, variou de 45 mL a 30 mL, por uma questão de limite da capacidade das células de equilíbrio. 3. RESULTADOS E D I S CUSSÕES A t a b e l a 2 apre s e n t a o s dados e x p e rimentais d e sol ubilidade da lactose obtidos neste trabalho em função da relação entre a massa de lactose (g) e o v o l ume da s ol u ç ão ( 1 00 mL) . A figura 1 apresenta os mesmos tipos de dados mas em função da relação massa de lactose (g) por massa de águ a ( 1 00 g). Deve-se o b s ervar Pág . 1 85 Pág. 1 84 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS q u e a s o l u b i l i d ad e da l a c t o s e e m á g u a é relativamente baixa quando comparada com a de outros açúcares. Foi observado que a elevação da temperatura do sistema aumentou o conteúdo de lactose na água, ou seja, a sua solubilidade. Este comportamento está de acordo com aquele relatad o por Fox ( 1 9 9 7 ) p ara a l a c t o s e , em temperaturas de (O, 1 5 , 2 5 , 3 9 , 50, 90 e 1 00) CC. Veri ficou-se também que entre as tempe raturas de 70°C e 90 ° C a solubilidade aumentou rap idamente. Como a lactose é c o n s t i t u í d a por u ma mistura dos isômeros a-lactose e �-lactose, que apresentam diferença tanto na forma do cristal quan t o na s o l u b i l i d ad e , a m u t arro t a ç ã o d a a-lactose e m �-lactose é u m fator que afeta sua solubilidade. Por exemplo, quando a-Iactose é di spersa em excesso em s u a p rópria s o l ução aquosa, uma quantidade definida de a-Iactose é dissolvida, e este valor inicial corresponderá à solubilidade verd adeira da forma a. Se com o tempo ocorrer um aumento da solubilidade da a l actose na solução, este fenômeno será devido à mutarrotação do isômero a em � . Tem-se assim uma insaturação da solução que era saturada em relação à forma a-Iacto s e . Consequentemente maior quantidade de a será dissolvida, até que um novo estado de equilíbrio seja alcançado, e A N A I S DO X X CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS então um outro dado de solubilidade será obtido, a solubilidade final . Com uma posterior adição de a-Iactose, ocorrerá a cristalização do açúcar, que é uma etapa integrante do seu processo de purificação do soro de queij o . A cristalização induzida da lactose ocorre em concentração do açúcar 1 , 6 vezes maior que o seu valor de solu bilidade final, na temperatura correspondente. O fenômeno para a � -lactose é semelhante ao descrito acima para a a-Iactose (Fo x , 1 9 9 7 ; Woychik, 1 9 8 2 ) . 4. CONCLUSÃO Experimental d ata. o f l actose s o l u b i l i t y were obtained in t h i s work at temperatures of 1 0°C, 20°C, 3 0°C, 40°C, 5 0°C, 60°C, 70°C, 80°C and 9 0 ° C . It was ob served the s o l ub i l it y 10 20 30 40 50 60 70 80 90 8/50 1 4/ 5 0 1 6/ 5 0 2 1 /5 0 '2 5/45 3 0/45 3 3 /40 46/40 55/30 Experimento gramas lactose/ I OO mL T (°C) Experimento gramas lactose/l OOm L T (°C) Experimento gramas lactose/ I OO mL 10 1 4,576 10 2 1 4,770 10 3 1 4,49 1 40 1 34,6 1 4 40 2 34,43 5 40 3 3 5 ,0 1 7 70 1 8 1 ,335 70 2 82,9 1 5 80 1 1 22, 1 82 I 20 8' 1 00,0000 . . .. . .. ___ ---,.,....--1 -1- • !li �� 80,0000 Dados e�erimentais Dados retirados do Fox(1997) .9 j 60,0000 ---------------i ....;: �=��::.=--"-- _____ 4 0,0000 -I20,0000 +-----Lll.lL-=,.-.,.=--'--I 0,0000 +-___-,.-___--.-____,..-___-,-___--r___--i 1 1 ,9 1 4 ,61 23 80 60 40 20 1 00 1 20 Temperatura (2C) Figura 1 - Curva de solubilidade da lactose increased on the temperature rise, The solubility values ranged from 1 4,6 1 g of lactose per 1 00 g of water to 1 56,96 g of lactose per 1 00 g of water. REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS + + GLOVER , F. A . Modern Dairy Tec h nology, Advances in M i l k P ro c ess i n g . N e w York. Elsevier. 1 9 8 6 , V. I . WOYCHIK, J. H. Whey and Lactose, in CRC H a n d b o ok o f Pro c e s s i n g and U t i l i z a t i o n in Agriculture. FL, CRC Press , 1 9 82, V. I. ZADOW, J. G, Lactose Utilization, in CSIRO Food Research Quarterly. 1 99 1 , V . 5 1 , • ANÁLISE D E RISCO D E UM PROJETO D E IMPLANTAÇÃO DE UMA INDÚSTRIA DE LATiCíNIOS DIVERSIFICADO DE PEQUENO PORTE Risk analysis for a diversified small scale dairy plant 22,927 20 2 23,282 20 3 22,3 7 1 26,480 30 2 26, 1 40 50 1 48 ,426 50 2 48,854 50 3 49 ,029 60 1 63 ,064 60 2 61 ,861 80 90 2 1 1 1 5 ,7 6 2 1 5 7 , 0 1 6 90 2 1 5 6 , 8 94 I .. . 1 · · . .............................. .. ...... . .... . ....................... .. .................... ...... .............. · . . . .. . ... . ]1 20,0000 Tabela 2 - Dados de solubilidade da lactose e m água e m diferentes temperaturas. T (°C) . .. FOX, P. F. Advanced Dairy Chemistry . New York. Chapman & Hall, 1 9 9 7 , V . 3 , 536p. Tabela 1 - Massa d e lactose e volume d e água usados nas temperaturas avaliadas . Concentração i n i c i a l (g lactose/mL á gua) . ....................................................................... ........... ... . ............ .. ........ .... ... ... _________________ � SUMMARY 80,0000 , 1 60,0000 +----c-::--:-::-::-:---;;:--.",m-1 57,6 ___i .:.::.!. -J�:...=-1 4 0,0000 +- :c O s dados d e solubilidade d a l actose obtidos nas temperaturas de 1 0 °C, 20°C, 3 0 ° C , 40°C, 50°C, 60°C, 70°C, 80°C e 90°C apresentaram o comportamento do aumento da solubilidade com a elevação da temperatura. A solubilidade variou de 1 4,6 1 g de lactose por 1 00 g de água a 1 56,96 g de lactose por 1 00 g de água. Tem p eratura (OC) 1 30 I 30 3 25,050 João Francisco d e A. J únior1 Carlos Arth u r B. d a Si lva2 Kennya B. Siqueira3 1 2 3 Engenheiro de Alimentos, Mestrando DTA/UFV; j oaofra@ bol.com.br Economista Agrícola, PhD. Professor Titular DTA/UFV; carthur@ ufv.br Engenheira de Alimentos, M estranda DER/UFV; kennyabs @ yahoo.com.br Pág. 1 86 Pág . 1 87 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS RFSUMO o presente trabalho teve o objetivo de complementar, com a intro dução de análises de risco, os estudos d a série de perfis agroindustri ais "SAA FI-A gro " , desenvolvida pelo Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa em parceria com o Programa N acional de Fortalecimento da Agricultura Fami liar ( P RO NAF) d o Ministério do Desenvolvimento Agrário. E m razão da grande importância do agronegócio do leite na economia do B rasil, um dos projetos desenvolvidos e estudados foi o de um laticínio diversificado com capacidade de processar 3 .000 l/dia de leite e possibilidade de expansão para 5 .000 l/dia. Na análise de risco do projeto foi utilizada uma metodologia clássica de simulação, com o auxílio dos softwares BestFit e @ RISK, ambos da Palisade Co rp o ra ti o n . Os resultados da análise mostraram existir 50% de chance do projeto de laticínios diversificado obter uma taxa interna de retorno (TIR) inferior ou igual a 20, 1 6% a.a . . Através do gráfico de probabilidade acumul ada obtido também na análise, pôde-se atestar que existem chances mínimas (cerca de 0,5%) da TIR ser inferior ou igual a TMA (Taxa Mínima de Atratividade), que foi estipulada em 1 0% a. a . . Palavras-chave: Projetos agroindustriais, risco, laticíni o s . 1. INTRODUÇÃO O perfil agroindustrial de laticínios diver s i fi c a d o da s érie "SA A FI-A g ro"4 descreve o funcionamento e a estrutura física de uma unidade de processamento de leite e derivados de pequeno porte, com capacidade de recepção de 3.000 IIdia de leite e possibilidade de expansão para 5 .000 l/dia. Além da análise financeira de viabilidade do e m p ree n d i me n t o , no p e rfi l s ão também apresentad o s a descrição do processo de pro dução , o dimensionamento, lay-out e descrição dos equipamentos utilizados na produção, bem como os detalhes da construção civil . Apesar do perfil d e laticínios diversificado re u n i r um gran d e e i mp o rtante c o nj un t o de informações técnicas e financeiras, sua análise de v i abi lidade p o s s u i caráter muito estáti c o . Sabe-se hoje q u e os mercados possuem natureza dinâmica, ou seja, alteram suas tendências cons tantemente ao longo do tempo . Ess a caracte rística inerente aos mercados atuais globalizados pode tornar um simples investimento em uma d e c i são arri s ca d a . N a p ráti ca, p o rt a n t o , é d e s ej ável q u e s ej am também investigados e estabelecidos os riscos envolvidos em um pro jeto, j á que o atual quadro econômico não per mite mais que as organizações assumam riscos cujo controle fuj a ao domínio dos tomadores de decisão. Nesse contexto as técni cas de análise de ri sco de projetos surgem como altern ati v as i m p ortan tes para q u antifi car o r i s c o e n v o l v i d o n a i m p l an t aç ã o d e e mpreen d i me n t o s agroindustriai s . Na análise de risco é efetuado um proce dimento de variação simultânea das variáveis de maior impacto na rentabilidade do projeto. Esse proces s o de v ariação e s orte i o das v ariávei s baseia-se em suas respectivas distribuição de probabilidades, estimando o possível i mpacto da alteração n o valor destas variáveis sobre o retorno esperado do empreendimento, tornando as anál i s e s mais p r ó x i mas d a rea l i d ad e mercadológica. Dentro dessa idéia e ste trabalho teve o objetivo geral de realizar uma análise de risco para o perfil agroindustrial de laticínios diver sificado desenvolvido no âmbito do acordo UFV/ MDA-PRONAF, munindo os p os s íveis inves tidores com u m espectro de info rmações mais amplo p ara que suas d e c i s õ e s s ej am mais confiáveis do ponto de vista d o grau de risco e n v o l v i d o . E s p e c i fi c amente pretende u - s e : identificar variáveis de maior i mpacto sobre a vi abi l i d ad e d o e m p reen d i m e n t o ; c o nhecer melhor a variabilidade das "variáveis-chave" ao ANAIS DO XX C O N G RESSO N ACIONAL D E LATiCíNIOS l ongo d o temp o ; quantifi c ar o grau d e ri s c o envolvido em diferentes e possíveis cenários. 2. MATERIAL E MÉTODOS A análise de risco seguiu a metodologia clássica descrita por HARDAKER et a i. ( 1 997). Inicial mente foram identifi cadas , por meio de análise de sensibilidade, aquelas variáveis para as quai s o projeto apresenta maior susceptibi l id a d e à i n certe z as . E s t as v ari áveis foram, posteriormente, consideradas nas anál ises, em função de suas distribuições de probabilidade (determinadas com a aj uda do software BestFit). Estabelecidas as distribuições de probabilidade, a análise de risco foi conduzida pela metodologia da simulação de Hipercubo Latino, com o auxílio do software @RISK. Para cada rodada da simu l ação o valor das v ariáv e i s c o n s i d eradas foi obtido por amostragem aleatória, segundo sua d istribuição probabilística, sendo então calcu lados os indicadores de rentabilidade do proj eto. A p ó s a e x e c u ç ã o de um gran d e n ú mero d e iterações, obteve-se a distribuição d e frequência dos indicadores de rentabilidade. 3. RESULTA D O S E D I S CUSSÃO Os resultados gerados pelo software @ RISK após a simulação foram sintetizados n a tabela (Tabela 1) e no gráfico (Figura I) abaixo. Nessa simulação, observa-se pela Tabela 1 que existe 5 0 % de probab il i dade da TIR do proj eto ser sup erior ou inferior a 20, 1 6 % a.a . . - Tabela 1 - Resultados estatísticos da simulação dos possíveis valores da taxa interna de retorno para o proj eto de Lati cínios diversificado após 1 000 ite rações no programa @ RISK. Resultado Médio Esperado (TIR) 2 0 , 1 6 % 3 5 ,25% Resultado Máximo (TIR) 1 ,4 5 % Resultado M ínimo (TIR) 1 00 % Chance d e resultado positivo 0% Chance de resultado negativo 0 , 05 0 6 Desvio Padrão Latin Hipercube Método de Simulação A Figura 1 mostra que para esta simulação, a chance de resultado negativo, ou seja, da TIR resultar em valores insatisfatórios, é de aproxi madamente 0%. A probabilidade de se ter um valor da TIR inferior a 1 0% (TMA considerada neste trabalho), é de 0 , 4 8 % a.a . . 4. CONCLUSÃO Como previsto, os 1 cj p arâmetros identi ficados como os de maior influência n a renta bilidade do projeto de laticínios d iversificado representam itens de receita o u d e custo de produção. N ormal mente a ren t ab i l i dade de projetos agroindustriais é pouco afetada por itens relacionados aos investimentos e às necessidades de capital de giro, sendo influenciada em maior parte pelos componentes de receita e custo de produção . Essa tendência pode ser atestada nas -1000/080%" - 400/" - -20% - 200/0- - 1 0% 0% 1 0% 20% 30% 40% 50% 60% TIR 4 A série "SAAFI-Agro" consiste de 1 5 perfis de empreendimentos agroindustriais para a agricultura familiar, apresentados na forma de softwares de apoio à decisão. Está disponível gratuitamente nos sites da UFV (www.ufv.br) e do PRONAF (www.pronaf.gov.br). Figura 1 - Distribuição de probabilidade acumulada de ocorrência dos possíveis valores da taxa interna de retorno após 1 000 iterações no programa @ RISK do fluxo de caixa do projeto de Laticínios Diversificad o . Pág. 1 88 Pág . 1 89 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS análises de sensibilidade dos próprios perfis agroindustriais da série "SAAFI-Agro" e em tra balhos como o de SANT'ANNA & SILVA (2000). Uma das maiores d i ficuldades na elabo ração e execução da análise de risco foi a deter minação das distribuições de probabilidade que representam os "parâmetros-chave" do projeto. Apesar da intensa procura por séries históricas de p re ç o s q u e p u d e s s em representar bem o comport amento de cada um d o s parâmetros , ape nas I O d o s 1 9 fo ram obtidos ( fo rnecidos p r i n c i p al m e n t e p o r u m a pequena empresa laticinista d a Zona da Mata de Minas Gerais). A distribuição dos demais parâmetros foi deter minada através de entrevistas com especialistas da área de laticínios. Quanto aos resul tados da análise de risco propriamente dita pode-se destacar o resultado médio esperado de uma TIR de 20, 1 6 % a.a . . Esse valor, que representa 50% d e probabilidade da TIR do projeto ser superior ou inferior a ele, apesar de não ser muito atrativo, é certamente superior a qualquer investimento alternativo no mercado atual . Pelo gráfico de probabilidade acumulada nota-se que a probabilidade da TIR ser igual ou inferior a 1 0% (taxa mínima de atratividade consi derada neste trabalho) é praticamente nula, além de não haver chances do resultado ser negativo. Portanto, do ponto de vista do grau de ri s c o e n v o l v i d o , aconselha-se ain d a o inves timento em indústrias de laticínios diversificados de p e q u e n o p o rte ( 3 000 a 5 0 0 0 Lld i a de capacidade de recepção), como o descrito pelo perfil da série "SAAFI-Agro". Vale ressaltar que as decisões de se investir ou não na implantação de laticínios não devem ser baseadas somente em aspectos de natureza econômica e financeira. Iniciar um e mpreendimento laticinista requer hoj e muita q u a l i fi c ação de ordem técnica e tecnológica. A produção de leite e derivados exige i ns t al a ç õ e s , l i n has d e equip amentos e p r o c e s s o s pro d u t i v o s n ã o m u i t o s i m p l e s , c arecendo d e m ã o - d e - obra q u al i fi c a d a e de p l anej am e n t o s ad e q u a d o s p ara s er também viável do ponto de vista técnico. • • • • ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS SUMMARY BACTÉRIAS PROPIÔNICAS ENDÓGENAS NA FORMAÇÃO DE OLHADURAS, EM QUEIJO DE MASSA SEMI-COZIDA This work had as objective the inclusion of ri sk analysis in the evaluation of a m o dei project for a small scale dairy plant, developed by the Food Technol ogy D e p artment o f the Federal University of Viçosa, i n partnership with the A grari an Develo pment M i n i stry, through the Nat i o n al Pro gram t o S t rengthen Fam i l y Agriculture. This diversified dairy industry has a processing capacity of 3 . 000 l/day of milk, with e x p an s i o n p o s s i b i l i t y to 5 . 0 0 0 l / d ay. A classic simulation method was used, employing the s o ft w ares B estFit and @ R I S K , b o t h o f Palisade Corporati o n . The results s howed that there is a 5 0 % chance of an InternaI Rate o f Return ( l R R ) less o r equal t o 20, 1 6 % yearly. Through the accumulated probability graph also obtained in the analysis, it can be shown that minimum chances (about 0,5%) exist of the IRR be inferior or equal to the opportunity cost of capital ( 1 0 % per year) . Endogenous propionic acid bacteria in the production of the parcially cooked cheese, with eyes Luciana Rodrigues da Cunha1 I sabela Navarro 8arbosa1 Maximi liano Soares Pinto2 José Manoel Martins3 Guilherme de Freitas Drumond4 Célia L. L. F. Ferreira5 RESUMO o trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da concentração de b actéria propiônica isolada d a região do Campo das Vertentes (Propionibacterium jensenii) na formação de olhaduras em queijos de massa semi-cozida. Foram produzidos queijos de 3 , 5 Kg em duas diferentes concentrações 1 05 UFC/mL e 1 03 UFC/mL no tanque. Os queijos foram produzidos com três repetições e avaliados em aspectos físico-químicos e sensoriais. A tecnologia empregada foi a de produção de queijo tipo prato, porém as condições de maturação foram semelhantes à de queij o tipo suíço (inicialmente à temperatura de 1 2°C e a partir do 1 5° dia a 22°C, propiciando a formação de olhaduras). Os queijos produzidos com concentração de 1 05 UFC/mL apresentaram grande número de olhaduras irregulares e pequenas . Aqueles produzidos com 1 03 UFC/mL praticamente não apresentaram olhaduras . Sensorialmente, os queijos apresentaram sabor e aroma típicos de queijo suíço, apresentando alta aceitação na avaliação sensorial, segundo a escala hedônica de 9 pontos, ficando entre os escore g o stei m o d e radamente e g o s t e i m u i t o . Ambas as proporções u t i l i zadas não fo ram satisfatórias com relação à formação de olhaduras, uma vez que se visa olhaduras grandes, regulares e em pequeno número. Key-words : Agroindustrial projects, risk, dairy industry REFERÊNCIAS B IBLIO GRÁFICAS H A R DA KER , J . B . ; H U I R NE , R. B. M . ; A N D E R S O N , J . R . C o p i n g with r i s k i n a g r i c u l ture : Cab I n ternati o n al N e w York, 1 997. SANT' ANNA, D . D . ; SILVA, C. A . B . Análise de Viabilidade e Risco de I m p l antação da Coleta de Leite a Granel : Tese. ViçosalMG : Editora UFV, 2000. 1 1 5 p . SILVA, C. A. B . e t aI. Laticínios Diversificados. S o ftw are da série S A AFI- Agro . Viçosa/MG : UFV/M D A - P R O NAF, 2 0 0 0 . D i s p o nível e m : http:www.ufv.br ou www.pronaf.gov.br S IQUEIRA, K. B . ; ALMEIDA, J. F. Elaboração de Perfis A g r o i ndustrais e D e s e n v o l v i m en t o de S oftwares I n te r a t i v os p ar a s u a Ava l i a ç ã o F i n a n c e i ra : A n álise d e R i s c o . Trabalho de Iniciação Científica. Viçosa/MG : UFV/CNPq, 200 1 . 32p. • • • • 1 . INTRODUÇÃO Minas Gerais destaca-se tradicionalmente como um estado l aticinista, tendo a pro dução de q u e ij o s i m p o r t â n c i a e c o n ô m i c a e s o ci a l , devendo, p ortanto s e r protegida e estimulada. A região do Campo das Vertentes (MG), possui uma amp l a microbiota no leite cru, especial mente bactérias propiônicas. Essas bactérias são mais conhecidas pelo seu papel na formação de o l had uras e s a b o r c arac t e rís t i c o d urante a maturação do queijo tipo Suíço, como Emnental e Gruyere. Como esses queij os são produzidos geral mente com leite cru, nessas regiões não existe a necessidade da adição de fermento, sendo que esses microrganismos s obrevivem à pasteurização . Nos queijos, essas bactérias, produzem ácido propiônico, liberam prolina e CO" que contribuem para o "flavor" e para a formaç ão das olhaduras. Bolsistas de Iniciação Científica CNPq, Engenharia de Alimentos Universidade Federal de Viçosa - DTA/UFY. Mestrando (CAPES) em Ciência e Tecnologia de Al i mentos da Universidade Federal de Viçosa. 3 Doutorando (FAPEMIG) em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa. 4 Estudante de Graduação de Laticínios - Universidade Federal de Viçosa. 5 PhD, Professora do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa. 2 Pág . 1 90 Pág . 1 9 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Na fab r i c a ç ão moderna de q u e ij o , o fermento lático é um i ngrediente indispensável na obtenção de u m queij o de boa qualidade e padronizad o . As b actérias propiôni cas podem garantir sua s ubsistência fermentando l actato, produto final de outra fermentação (FERREIRA, 1 999). Por isso é indispensável a utilização de um fermento lático apenas acidifi cante, para que haj a substrato no mei o , proporcionando o crescimento das mesmas . Entre as capac i d ades b i o s s intéticas das b a c térias p ro p i ôn i c a s estão à pro d u ç ã o d a vitamina B 1 2, bactericionas, polissacarídeos e fermentação de certos vegetai s . As propioni bactérias são também utili zadas como probió t i c as e têm ati v i d ades anticarcinogêni cas j á evidenciadas (CARVALHO, 1 99 8 ) . As o lhad uras s ã o o parâmetro de maior importância na caracterização do queijo tipo suíço. São formadas em pontos de nucleação, quando o teor de CO, atinge uma pressão supercrítica. A fO fIn ação e repartição de olhaduras estão diretamente relacionadas com a população pro piônica as olhaduras são concentradas no centro do queijo como as bactérias propiônicas. A tex tura d a massa também é u m fator determinante na formação de olhaduras dos queijos suíços. O trabalho teve como obj etivo avali ar o efeito da concentração de bactéria propiônica, i s o l a d a na região do Camp o s das Vertentes (Prop ionibacterium jensenii ) na formação de olhaduras em queijos de massa semi-cozida. 2. MATERIAL E MÉTODOS O p re s e n t e trabalho fo i real i zado no Laboratório de Culturas Láticas (Departamento de Tecnologia de Alimentos) e os queijos foram fabricados na U s i n a P i l o to de Lat i c ín i o s , d o D epartamento d e Tecnologia de Alimentos d a Univers i d ade Federal d e Viçosa. As culturas láticas utilizadas para produção dos queijos foram R l 4 e H 1 6 (Lactococcus lactis ssp. cremo ris e Lactococcus lactis ssp. lactis) respectivamente na forma de uma cul tura tipo "O". A bactéria pro p i ô n i c a empregada foi à es tirpe F2 (Prop io n ib a c t e r i u m j e n s e n i i ) . A m b o s os c o m p o n e n t e s foram o b t i d o s d a c o l e ç ão de culturas da UFV (UFVCC), Viçosa, Minas Gerais. A tecnologia empregada foi a de produção de q u e ij o t i p o prato, de acordo c o m a metodologia descrita em FURTADO e NETO , ( 1 9 9 4 ) . A m aturação fo i realizada em d u a s etapas, s e m embalagem para permitir a formação da casca, indispensável à formação de olhaduras. Na primeira etapa de maturação, os queijos foram ANAIS DO XX CONG R ESSO NACIONAL DE LATiCíN IOS mantidos à 1 2°C durante 1 5 dias. Na segunda etapa de maturação, os queijos foram transferidos para a câmara, a 22°C, onde permaneceram por 2 0 dias, para formação de olhaduras . Após 35 dias de maturação foram feitas análises d e p H , acidez titulável ( % ) , teor de gordura ( % ) , e x trato seco t o t al ( % ) , teor de umi dade ( % ) e teor de pro teín a nos q u e ij o s segundo procedimentos indicados por SILVA, et a I . ( 1 9 9 7 ) . A análise s e n s orial empregou 3 0 julgadores não-treinados para o teste d e aceitação onde utilizou-se a escala hedônica constituída de nove pontos, de acordo com a Tabela 1 . Tabela 1 D Escala hedônica empregada no teste de aceitação do q u eij o de massa cozida com olhaduras . Atributo Gostei extremamente Gostei muito Gostei moderadamente Gostei ligeiramente Indiferente Desgostei ligeiramente Desgostei ligeiramente Desgostei muito Desgostei extremamente Pontuação 9 8 7 6 5 4 3 2 1 Tabela 2 • Determinação de pH, Acidez Titulável (%), Teor de Gordura (%), Teor de Proteína ( % ) , Ext.Seco (%) e Umidade ( % ) nos queijos de massa semi-cozida, com olhaduras produzido com a bactéria propiônica F2 na concentração de 1 05 UFC/mL no tanque. pH Acidez G o rdura P r o t e ín a Ext. Seco U m i d a de 5,53 5,5 1 5,80 5,6 1 16 1 ,29 1 ,30 0,92 1,17 0,22 24,50 26,50 2 8 ,00 26 , 3 3 1 ,75 2 1 ,66 20,50 2 1 ,86 2 1 ,66 1,18 56,50 59,30 54,45 56,75 2,43 43,50 40,70 45,55 43,25 0,43 Repetições 01 02 03 Média e Desvio Tabela 3 • Determinação d e pH, Acidez Titulável ( % ) , Teor d e Gordura ( % ) , Teor d e Proteína (%), Ext. Seco ( % ) e Umidade (%) nos queijos de massa semi-cozida, com olhaduras produzido com a bactéria propiônica F2 na concentração de 1 0 3 UFC/mL n o tanque. pH Acidez G o r d u ra P r o t e ín a Ext. Seco U m i da d e 5 ,46 5 , 54 4,48 5 ,49 0,92 0,73 0,80 0,82 1 36,50 32,25 35,50 34,75 25,52 22,36 24,0 1 23,96 1 57,20 6 1 ,05 55,50 57,92 42, 8 0 3 8 ,9 5 44,50 42 , 0 8 Repetições 01 02 03 Média e Desvio 3 . RESULTAD O S E D I S C U S S à O Após 3 5 dias de maturação foram feitas análises de pH, Acidez Titulável ( % ) , Teor de Gordura ( % ) , Teor de Proteína ( % ) EST (%) e Umidade ( % ) , e os resultados médios dos queijos de 3 , 5 Kg produzidos com o inóculo 1 05 e 1 03 UFC/mL" estão apresentados, respectivamente, nas Tabelas 2 e 3 . O s queijos produzidos com o inóculo d e 1 05 UFC/mL a o final de 3 5 dias de maturação apresentaram grande n úmero de olhaduras, as quais eram i rregul ares e mal d istribuídas. Os queijos produzidos com o inóculo de 1 03 UFC/rnL ao final de 3 5 dias de maturação praticamente não apresentaram olhaduras. Os valores médios obtidos com o teste de ace itação e s t ã o rep res e n t a d o s no gráfi c o 1 . As médias dos resultados dos queijos produzidos com as concentrações d i ferentes de b actéria propiônica não apresentaram diferença signifi cativa a o nível de 5 % de significância, pelo Teste T (student). Os queijos apresentaram alta aceitação n a aval i ação s e n s o ri a l , s e g u n d o a escala hedônica de 9 pontos, fi cand o entre os escore gostei moderadamente e gostei muito. R1 R2 R3 Repetições Gráfico 1 - ITJ Queijo produzido com o inóculo de 1 0exp5 UFC/mL li Queijo produzido com o inóculo de 1 0exp3 UFC/mL Análise Sensorial -Teste de Aceitação dos queij os produzidos com inóculos 1 03 e 1 05 UFC/ml de bactéria propiônica no tanque. 4 . CONCLUSÃO S e n s o r i a l m e n t e , o s q u e ij o s a p re s e n taram s ab o r e aroma t íp i c o s d e queij o s u íço, p o ré m ambas as proporções u t i l iz a d as n ão fo r a m s a t i s f a t ó r i a s c o m r e l a ç ã o à fo r m a ç ã o d e o l ha d u r a s , u m a v e z q u e s e v i s a o l h a d u ras gran d e s , regul ares e em p e q u e n o n ú me r o . Trabal h o s j á v ê m s e n d o real i za d o s n o i n t u i t o d e e n c o ntrar u m a c o n ce n tração d e bactérias propiônicas q u e forneça os resultados desejados. SUMMARY This work had as objective to evaluate the effect of the concentration of pro p i o n i c aci d Pág. 1 92 Pág . 1 93 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS bacteri a ( P rop ionibacterium jensenii) i s ol ated from milk of the region "Campo das Vertentes" in the production of the parcially cooked eyed cheese. Three and half Kg were produced using two different concentrations of propionic acid bacteria in milk ( 1 05 UFC/mL and 1 03 UFC/mL in the tank) . Cheeses were produced with three repetitions and evaluated in aspects physical c h e m i c a l and s e n s o ry aspects . The w ho l e experimentation was repeated in three different o c c a s i o n s . The t e c h n o l ogy of " Prato" type cheese was used and the ripening conditions provided the eyes formation by the propionic bacteria. The cheese made with milk containing 1 05 CFUlmL presented great number of irregular and s mall eyes . T h o s e p r o d u ce d w i t h m i l k containing 1 03 CFU/mL presented a few or any eyes. Cheese were evaluated by non trained judges using an hedonic s cale of 9 points being the scores between "liked" and "liked it very much". B oth used concentrations were not satisfactory regarding to the eye formation, since regular, ANAIS DO XX CONG R ESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS l arge and w e l l d i s t r i b u t e d e y e s s h o u l d b e achieved. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS C H AV E S , 1. B . P. Análise S en s o r i a l de A l i m e n tos . Impre n s a U n i v e r s i t ár i a : UFV, Viçosa, 1 98 1 . FERREIRA, C. L. L . F. ; VARGAS, O. L. Bactérias Propiônicas Revista do Laticínios Cândido Tostes, v. 53, n . 3 0 1 /302/303, p . 3- 1 8, 1 99 9 . FURTADO, M . M . ; NETO, J . P . M . L . Tecno l o g i a de Q u e ij os Manual Tipico Para P r o d u ç ã o I ndustrial d e Q u e ij os, D i pemar: S P, 1 9 94. SILVA, P. H . F. et aI Físico-Química de Leite e Derivados Métodos Analíticos . Ofi c i n a de Impressão Gráfica e Editora: Juiz de Fora, MG, 1 99 7 . CARVALHO, A. F. ; FERRREIRA, C . L . L . F. ; VARGAS , O . L . B actérias Propiônicas - Re vista de Laticínios Cândido Tostes , 1 9 9 8 . leite, como as bebidas l ácteas j á encontradas no mercad o ) . S endo o s oro um descarte contendo proteínas de alto valor nutritivo e sem custo adicional para a indústria ter-se-á como reSultado um produto que deverá e poderá ser consumido por todas as classes sociais. Diferentes metodologias foram testadas possibilitando o desenvolvimento de formulações mais adequadas . O soro líquido é adicionado de uma mistura composta de estabilizante, açúcar e soro em pó (para atingir os 1 ,2g de proteína necessários p ara o pro d u to ser legalmente incluído na classificação de bebida láctea fermentada), submetido a tratamento térmico (75°CI20min), resfriado a 43°C para a inoculação da cultura lática (Lactobacillus delbrüeckii ssp . bulgaricus e Strep tococcus thermophilus proporção 1 :2) ; incubado até acidez entre (0,60 e 0,70) % , resfriado a 5°C por aproximadamente 1 6h e adicionado de polpa ou aroma. Foram testados 6 s abores d i ferentes (laranj a, uva, maça-verde, u v a verde, morango e abacaxi) a partir de preparados de polpa e aromas . Os produtos foram s ubmetidos a análises físico-químicas (pH e acidez, d urante todo o proces s amento) e sensoriais com auxílio de uma escala hedônica. Em relação às análises físi co-químicas os resultados finais de acidez variaram entre 0,66% e 0,7 3 % de ácido lático e pH entre 4,35 e 3 ,70. Na avaliação sensorial o produto final apresentou característica bastante positiva ficando a pontuação entre as opções gostei muito e gostei moderadamente (médias entre 7 e 8 ) ; com exceção d a bebida sabor abacaxi que obteve média 6,93 . Nota-se que é perfeitamente possível elaborar uma bebida, saborosa, refrescante, nutritiva e sensorialmente aceitável, a partir do soro de queijo. 1 . INTROD U ÇÃO • • • • • • • • o APROVEITAMENTO DO SORO NA ELABORAÇÃO DE B EBIDAS FERMENTADAS The use oi the whey in the elaboration oi iermented drinks I sabela Navarro Barbosa1 Maxim i liano Soares Pinto2 Luciana Rodrig ues CunhaI José Manoel Martins3 Célia Lúcia de Luces Fortes Ferreira4 RESUMO O p r oj et o em q u e s t ão tem c o m o o bj e t i v o criar uma al ternati v a i n ov ad ora p ara o aproveitamento do subproduto da fabricação de queijos, o soro líquido, visto que este é um resíduo bastante poluente e que o processo para o seu tratamento é altamente custoso para a indústria de l aticínios. Esta inovação se torna possível mediante a elaboração de uma bebida láctea fermentada tendo como base láctea apenas o soro líquido (sem a presença de I 2 3 Bolsistas de Iniciação Científica (CNPq), Engenharia de Alimentos- Universidade Federal de Viçosa - DTA/UFY. Aluno de mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Universidade Federal de Viçosa - DTA/UFV. Aluno de doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos - Universidade Federal de Viçosa - DTA/UFV. 4 Professora Titular Ph.D. - DeptO de Tecnologia de Alimentos - Universidade Federal de Viçosa - DTA/UFV. A p re o c u p ação d a hu manidade c o m a q u a l i d ad e de v i d a tem levado a p ro gre s s i v a conscientização d a necess idade de preservação de um meio ambiente e c o l o g i camente e q u i librado . Várias legislações envolvendo o meio ambiente têm sido implantadas no país ao longo d o s ú l t i m o s ano s . D e n tre as p ri n c i p a i s l e i s sancionadas pode-se citar a l e i 9 .605 de 1 3 d e fevereiro de 1 99 8 , q u e dispõe de sanções penais e a d m i n i strat i v as derivadas de c o n d u t a s e atividades lesivas ao meio ambiente. O s oro é um s ubproduto da fabricação de queij o s , alta mente poluente quando descartado no ambiente pelas indústrias . Em virtude da DBO elevada e da decompo s ição da lactose a ácid o , o s oro, quando lançado em cursos d ' água, diminui o teor de o x i g ê n i o d i s s o l v i d o , d e s t r u i n d o a v i d a aquática. Considerado uma fonte econômica d e p roteínas ( l actoal buminas e lactogl o bu l i n a s , principalmente) o soro oferece u m a série de be nefícios funcionais uma vez que estas são compa ráveis às proteínas da gema de ovo, apresentando em valor PER ( " P rotein Effi ciewncy R atio") d e 3,0 c om p arado ao valor 3 ,4 d a caseína (FERREIRA, Indústria de Laticínios 1 996) . S ua utilização em fórmulas infantis, dietas especiais, produtos de p an i ficação, produtos lácteos e misturas em pó indica a tendência de ampliação de seu uso na indústria de gêneros alimentícios, c o m c o ns e q ü e n t e au mento na deman d a e diversificação de sua aplicação (FREEMORE, 1 997 CAMEJO et aI. , 1 99 9 ) . S uas proteínas são utilizadas como base protéica em s uplementos alimentares, principalmente nos Estados Unidos ( U S DEC, 2002 ) . Com o s urgimento de novas tecnologias, o soro e seus componentes tor naram-se i n g re d i e n te s al i m e nt ares muito versáteis e valorizados hoj e em dia. Pensando n i s t o , e s t e traba l h o teve c o m o o bj e t i v o a fabricação de uma b e b i d a l áctea fermentada utilizando apenas o soro líquido como base láctea (sem a presença de leite, diferente das bebidas lácteas j á encontradas no mercado) em confor midade com o disposto no Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de B ebidas Lácteas instituído pela Instrução Normativa n° 36 de 3 1 de Outubro de 2000. 2. MATERIAL E MÉTODOS O soro líquido dos queijos Minas Frescal e M i n as Padrão foi o b t i d o j u n t o ao Laticínio Funarbe-UFV. A c u l t u ra l á t i c a u t i l i za d a n a e l ab oração d as b e b i d a s fo i c e d i d a p e l o Laboratório d e C u l turas L át i c as d o D e p ar tamento de Tecnologia de Alimentos d a UFY. Foram elaborados dois tipos de B ebidas Lácteas Fermentadas : uma a partir de s oro l íquido de queij o Minas Frescal e a outra a partir de soro líquido de queijo Minas Padrão, sendo fabricadas Pág. 1 94 Pág . 1 95 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS de a c o r d o c o m a meto d o l o g i a d e s cri ta p o r FERREIRA (200 1 ) para iogurte "batido", com algumas adaptações (fig. 1 ) . Realizou-se três repetições para a Bebida Láctea Fermentada de melhor aceitação entre os sabores testados em cada tipo de soro. As bebidas foram submetidas à determinação de pH segundo SILVA ( 1 997) e de acidez de acordo com FERREIRA ( 1 995). A avaliação sensorial foi realizada mediante teste de aceitação com u t i l i z ação de uma e s c a l a hedônica descrito p o r (CHAVES e S PROESSER, 1 996) com 3 0 julgadores não-treinados . O custo do produto final embalado foi anali sado considerando um l aticínio com produção regular de queijos e iogurte de maneira que o custo com equipamentos e com soro líquido de queij o é nulo. Nos cálcul os foram adicionados custos indiretos de fabricação e mão de obra. 3. RESULTAD O S E D I S CUSSÃO Os resultados de acidez e pH das bebidas p r o d u z i d as e s t ão i n di ca d o s na tab e l a 1 . O s p rodutos finais apresentaram valores de p H esperados para a segurança desses n o mercado. Resultados semelhantes foram encontrados por SANTOS (200 1 ) na fabricação de Bebida Láctea sabor cravo e canela utilizando 3 0 % de s oro l íquido de queij o Minas Frescal. Na avaliação sensorial a bebida 1 obteve nota 7,75 e a bebida 2 nota 7,3 1 . Estas notas encontram-se na escala hedônica entre as opções gostei moderadamente e gostei muito, i n d i c an d o b o a aceitação d o s provadore s . N a análise d e custos verificou-se que, para cada unidade de 1 ,0 kg do produto embalado, o custo é, em média, igual a R$ 0,47(quarenta e sete centavos de real). Podendo ser reduzido para um volume de produção maior ou na venda a granel institucional. A B ebida Láctea Fermen tada em questão poderá ser comercializada com preços i n feriores aos das B e b i d as Lácteas Fermentadas e n c o n tradas n o mercado que c ustam, em média, R$ 1 , 3 0 ( u m real e trinta centav o s ) . 4. CON CLUS ÃO As b e b i d as p r o d u z i d a s apresen taram consistência líquida, sabor refrescante e aroma S oro + 3,0% soro pó + 8,5% açúcar + 0,20% estabilizante Tratamento térmico (75°C / 20 min) Resfriamento 43°C Inoculação com 2 % da cultura Incubação (até - 0,65% acidez atingir) Refrigeração Quebra do coágulo e adição de polpa Envase e Refrigeração Figura 1 - Fluxograma de produção da Bebida Láctea Fermentada. ANAIS DO XX CONG RESSO NACIONAL DE LAT i CíNIOS Tabela 1 - Valores de pH e acidez titulável das diferentes bebidas. Repetições 01 02 03 Média Desvio Padrão Bebida 2 Bebida 1 pH Acidez pH Acidez 3,80 4,35 4,32 4, 1 6 0,3 1 0,72 0,66 0,69 0,69 0,03 3 ,7 0 4,28 4, 1 5 4 , 04 0,30 0,73 0,70 0,7 1 0,7 1 0,02 Bebida 1 : bebida fabricada a partir d o soro d e queijo Minas Frescal (sabor uva) ; Bebida 2: bebida fabricada a partir do soro de queijo Minas Padrão (sabor morango) agradável. Em conformidade com os resultados, conclui-se que é possível a elaboração de uma bebida nutritiva e sensorialmente aceitável, a partir do soro de queij o ; e esta passa a ser uma alternativa inovadora de custo reduzido para o aproveitamento do s oro de q u e ij o s v i s an d o t o d as as fai x a s etárias e classes s o ciais d e consumidores. SUMMARY This Project has the obj ective to create a new alternative for the use of the by-product of cheese production, the liquid cheese whey, a very poluent residue which treatment process is very expensive for the dairy industry. This innovation b e comes p ossible with the elaboration of a fermented milky drink as milky b ase only the liquid whey (without the presence of milk, like alI milky drinks already found in the market) . S ince cheese whey is a byproduct to the dairy i n d u s try, i t ' s h i g h protei n c o n te n t and h i g h nutritive value, w i l l allow this n e w beverage t o be cons umed b y alI s o cial c lasses . D i fferent met h o d o l o g i e s w e re t e s t e d fac i l i t at i n g the development o f more appropriate formulations. The liquid whey was added of a mixture composed of stabilizer, sugar and spray dried whey (to reach the 1 ,2g of neces s ary protein for the product to be incl uded legal1y i n the classification of fermented mi l ky drink), submitted to thermal treatment (75°CI20min), cold for 4 3 ° C for the inoculation of the lactic culture (La ctobacillus delbrüeckii ssp. b u lgaricus and Streptococcus the rm ophilus ratio 1 : 2 ) ; incubated until the acidity has reached a leveI between 0,6 and 0,7 % , cold for 5 °C for approximately 1 6 hours and added of flavoring or aroma. 6 different flavors were tested (orange, grape, apple-green, grape green, strawberry and pineapple) starting from prepared of pulp and aromas. The final products - were submitted to analyses physical-chemistry anal y s i s ( p H and a c i d i t y, d u ri ng t h e w h o l e proces sing) and sensorial w i th aid of a scale hedonical1y. Regarding t o physical -chemistry analyses the final acidity varied between 0,66% and 0,73 % of lactic acid and pH between 4,35 and 3 , 7 0 . The s ens orial evaluation i n d i cates q u i te p o s i ti v e s c harac teri s t i c s o n the fi n al p r o d u c t , b e i n g the p u n c t u at i o n a m o n g the o p t i o n s l i ke d a l o t and I liked m o d e rately (averages between 7 and 8 ) . An exception was pointed for the pineapple flavor, which average 6,93 . It's reported that is perfectly possible to elaborate tasty, refreshing and nutritive cheese whey based drink. REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS B R A S I L ; D e c r e t o - l e i n . 9 6 0 5 , d e 1 3 de fevereiro de 1 99 8 . Dispõe de sanções penai s e administrativas derivadas de condutas e ativi dades lesivas ao meio ambiente. 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D o s n o v e p ro d u t o s , d o i s não ati n g i ra m as concentrações limites preconizadas pela legislação, apresentando concentrações na faixa de 1 0° a 1 04 UFC/ml, de acordo com a metodologia utilizada. Essas duas marcas além de i n fringire m a legislação, prej u d i c a m o c o n s u mi d o r que, ao adquirir o produto t e m expectativa em rel ação ao seu v al o r funcional , sendo este ligado à v i ab i l idade d o s microrganismos n o s produtos . U m a v e z q u e a contagem de La c tobacilti varia em função do meio de cultura utilizado, é importante que os órgãos oficiais indiquem meios específicos para comprovação dos números de microrganismos presentes nas diferentes fases de vida de prateleira do produto. 1. INTRODU Ç Ã O ESTUDO DA VIABILIDADE DE LACTOBACILLI EM L EITES FERMENTADOS NO M ERCADO B RASILEIRO Study of Lactobacilli fermented milk viability in brazilian market M axi m i liano S . Pinto1 José M . Marti n s2 Célia L. L. F. Ferrei ra3 I sabela N. Barbosa4 Luciana R . Cunha4 Ana C. S. Pires4 Ju liano G . Souza5 RESUMO A crescente demanda por alimentos com alegações funcionais no B rasil atraiu investimentos em pesquisas e tecnologias para o desenvolvimento de novos produtos. O leite fermentado probiótico (LFP) teve destaque neste estudo, pois a tecnologia está disponível e a indústria não requer grandes investimentos para o ingresso no mercado. É comprovado por estudos que para obter-se o efeito benéfico desejável, o LFP deve cont�r um número mínimo de bactérias viáveis, geralmente 1 06 UFC/g de produto . Uma vez que a viabilidade na hora do consumo é essencial, para os benefícios advindos de produtos fermentados, a presença dos microorganismos deve ser passível de comprovação. O objetivo deste estudo foi determinar o número de bactérias viáveis de nove produtos lácteos fermentados ( PLF) com ou sem alegações probióticas disponíveis no mercado. As coletas foram feitas em supermercados e procedeu-se a contagem em três amostras de diferentes lotes na data limite de validade 1 Mestrando (CAPES) em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa. 2 Doutorando (FAPEMIG) em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa. 3 PhD, Professora do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa. 4 Bolsistas de Iniciação Científica CNPQ e FAPEMIG do DTA da Universidade Federal de Viçosa. S Bacharel em Tecnologia de Laticínios. A crescente demand a por produtos sau dáveis ocasionou uma maior variedade destes nas p ratelei ras dos s u permerc a d o s p ara o consumidor. O mercado de leites fermentados probióticos antes dominado pela Yakult, tem já há algum temp o , vários similares de grandes empresas disputando o merc ad o . A legislação brasi leira através d a Resolução n° 2 de 7 de j aneiro de 2002 define Probiótico como sendo microorganismos vivos capazes de melhorar o equilíbrio microbiano intestinal produzindo efeitos benéficos à saúde do indivíduo. Para leites fermen tad o s , o número mínimo de bactérias durante toda a validade do produto é d e 1 06 UFC/mL ( Resolução OS/2000). N o entanto u m pro b i ót i c o deve p o s s u i r alguns critérios q u e o diferencia de outras cul turas láticas c om u mente empregadas p ara o processamento de diversos tipos de leites fermen tados . Sem essas características, pode-se afirmar categoricamente que qualquer leite fermentado é probiótico uma vez que o s microrganismos presentes em qualquer PLF produzem uma série de e fe i t o s b e n é fi c o s à s aú d e do i n d i v íd u o ( R O B I N S O N 1 9 9 1 ) , sendo estas culturas e m alguns casos até mais eficientes do que culturas probióticas (VRESE et aI 200 1 ) . O termo p ro b i ó t i c o foi p ri me i ramente descrito por LILLY e STILLWELL ( 1 965) como sendo substâncias produzidas por um microor ganismo que favorecerão o crescimento de um outro. A o longo d o tempo este conceito foi m u d a n d o gradualmente, FULLER e m 1 9 8 9 definiu o termo probiótico como sendo micro organismos vivos que afetarão beneficamente a saúde do hospedeiro através da manutenção d o balanceamento de s ua microbiota intestinal . Em 1 99 6 , FERREIRA definiu alimentos probióticos como sendo aqueles que c arreiam o u são prod u z i d o s por b actérias pro b ióticas originadas do trato intestinal humano quando o produto se destina ao consumo humano ou do trato intestinal de u m a d etermi n a d a espécie animal quando se destina a alimentação animal . Esta definição não é ambígua e leva a seleção adequada dos microorganismos que dará ao produto o nome probiótico. O produto deverá ser eficaz no carreamento da cultura cujos níveis mínimos deverão ser 1 06 UFC/ml para Lactobacillus ssp e 1 07 UFC/ml para B�fidobacterium ssp (FERREIRA 2003 ) . O objetivo deste trabalho foi quantificar o número de células viáveis de leites fermentados no Brasil na data limite de validade. Nota-se que nenhuma das marcas analisadas utiliza o termo probiótico em suas embal agens , mas algumas alegam a presença de Lactobacillus vivos suge. rindo efeitos benéficos ao consumidor. 2 . MATERIAL E MÉTODOS Foram analisadas nove amostras d a cada produto, sendo três amostras de cada u m dos três diferentes lotes. As amostras foram diluídas em água peptonada 0, 1 % ( VEDAMUTHU et aI 1 992) e os plaqueamentos em duplicata foram procedidos no prazo limite de validade de cada amostra pela técnica "pour plate" em Á gar MRS m o d i fi cad o com p H 6 , 9 p ara i s olamento de bactérias l áticas (CARR et aI 2002) e "spread p l ate" em Á gar L A M VA B c o m pH 5 , 0 (HARTEMINK e t a I 1 99 7 ) . A s amostras foram i n c u b a d as a 3 7°C em e s t u fa marca FANEM (modelo E CO, IV, São P a u l o ) p o r 4 8 horas (MRS) e 72 ho ras (LAMVA B ) . Somente um produto analis ado (Marca G) apresenta prazo de v a l i d ad e de d o i s meses enquanto todas as outras têm em seus rótulos um mês de validade. 3 . RESULTA D OS E D I S C U S S à O Os resultados apresentados na Tabela I in dicam média das nove amostras de cada marca Pág. 1 98 Pág . 1 99 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ( três de cada l o t e ) . S omente uma d as marcas analisadas apresentou número de bactérias láticas menor que 1 06 UFC/mL em ágar MRS . Quatro amostras no ágar LAMVAB, apresentaram número de bactérias menor que o mínimo de 1 06 UFC/rnL. A diferença apresentada nos resultados era esperada, uma vez que ambos os meios sejam indicados para a determinação de Lactobacillus, o LAMVAB é mais restritivo ao fornecer a con tagem de bactérias no final de vida de prateleira do produto devido ao maior stress causado pelo ambiente ácido. ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS Once the viability in the hour of the consumption is essential, the presence of mi croorganisms should be susceptible to proof. The aim of this study was t o determine the n umber of v iabl e b acterias o f n i ne p r o d u ct s w i t h o r w i t h o u t probiotics allegations i n brazilian market. The samples were obtained in supermarkets and i t was proceeded to t h e count in three samples of different lots in the date limit of validity of the products being used two selective culture means (MRS and LAMVAB) commonly used for detection of Lactobacilli. Two of the nine products, didn't reach the concentrations limits extolled by the legislation, presenting concentrations in the strip from 1 00 to 1 04 UFC/ml, in agreement with the used methodology. Those two marks besides they infringe the legislation, they harm the consumer that, when acquiring the product the consumer has expectation in relation t o your functional value, being this linked to the viability of the microorganisms in the products . Once the count of Lactobacilli varies in function of the middle of culture used, it is important that the official organs indicate specific medias for proof of the n u mbers of present microorgan i s m s in the different phases of the products shelf life . 4. C O N C L U S à O O s res u lt a d o s i n d i c aram q u e d a s n o ve amostras analisadas, uma não atingiu a contagem mínima de UFC/rnL em ágar MRS e empregando se o ágar LAMVAB quatro marcas estariam fora dos padrões estabelecidos pela legislação. É de extrema importância que os órgãos competentes indiquem meios de cultura específicos para que as i n d ú s trias se oriente m fav o recen d o -as no controle e garantia de seus produtos. SUMMARY FERREIRA, C. L . L. F. Produtos lácteos de terceira geração : Importância de produtos c o n t e n d o b a c té r i as b ífi d as . Leite e Deri vados, n . 29, p . 22-2 8 , 1 99 6 . FULLER, R . Probiotics in m an a n d animais . Journal of Applied B acteriology, n. 66, p . 365378, 1 989. H ARTEMINK, R . ; DOMENECH, V. R . ; ROMBOUTS , F. M . LAMVAB-a new selective medium for the isolation of Lactobacillifrom faeces. J. Microbiol. Methods, n. 29, p. 77-84, 1 997. Legislação de Produtos Lácteos. RESOLUÇ Ã O N° 5, de 1 3 de Novembro de 2000 LILLY, D. M ., & STILLWELL, R . H. Probiotics: growth promotingfactors produced by microorganisms. Science, n. 1 47, p. 747-748, 1 965. • • • • • • • CARACTERíSTICAS MICROBIOLÓGICAS, FíSICO-QuíMICAS E CONDiÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DO LEITE PASTEURIZADO TIPO "C" COMERCIALIZADO NA CIDADE DE PATOS-PB Key-words : Probiotics, Fermented Milks. The d is putes for foods w i th therapeutic a l l e g at i o n s i n B razil has been attracted investments i n researches and technologies for the development of new products. The fermented milk probiotics (FLP) was emphasize in this study, because the technology is avail able and the industry doesn ' t request great i nvestments for the entrance in the market. It is usually proven for studies that FLP should contain a minimum n u mber of v i ab l e b acterias t o o b t a i n the desirable beneficiaI effect, 1 06 UFC/g of product. • R O B I N S O N , R . K. Therapeutics proper ti es of fermented milk, Elsevier science publishing CO . , INC, New York, 1 85 p, 1 99 1 . V E N D A M U T H U , E . R . , R AC C A C H , M . , GLATZ, B . A . ; SEITZ, E . W. ; REDDY, M . S . Acid producing Microorganisms, VANDERZANT, C . ; SPLITTSTOESSER, D . F. Eds . Compendium of Methods For the Microbiological Examination of F o o d s , 3 r d , A me r i c an P u b l i c H e a l t h A s s o c i at i o n , Was h i n g t o n , D C , p . 2 2 5 - 2 3 8 , 1 992. V RESE, M . ; STEGELMANN A . ; RICHTER B . ; FENSELAU S . ; LAUE C . ; SCHREZENMEIR J . l a c tase for Probiotics - c o m p en s a t i o n insufficiency. Am. J. Clin. Nutr, n . 7 3 (suppl): 42 1 S - 9 S , 200 1 . Microbiological and physicochemical characteristics and hygienic-sanitary conditions of the pasteurized milk type "C" traded in the city of Patos-PB REFERÊNCIAS B I B L I O GRÁFICAS CARR, F. J.; CHILL, D.; MAl DA N . The Latic Acid Bacteria: A Literature Survey. CriticaI Reviews in Microbiology, v. 4, n. 2 8 , p . 295296, 2002. FERR E I R A , C . L . L . F. P r e b i ó ticos e P r o bióticos : Atualização e Prospecção. Viçosa MG, p. 26, 2003 . Thereza Raquel L. Vieira1 Maria das Graças X. de Carvalho2 1. INTRODUÇÃO Tabela 1 - Número de bactérias viáveis das marcas analisadas . Marca A B C D E F G H MRS (UFC/ML) 3,4 1 ,7 1,1 3,7 8,0 4,0 5,1 6, 1 2,0 X X X X X X X X X 1 07 ± 2,4 1 06 ± 5,0 1 06 ± 2 , 8 1 07 ± 8 , 1 1 06 ± 5 , 8 1 06 ± 5,3 1 06 ± 3 , 1 1 04 ± 4,8 1 06 ± 3 , 1 X X X X X X X X X 1 06 1 05 1 05 1 06 1 05 1 05 1 05 1 03 1 05 LAMVAB (UFC/ML) 2, 1 8,7 1 ,3 1 ,7 5,2 3 ,4 X X X X X X 1 06 ± 3,5 1 05 ± 1 ,4 1 06 ± 2, 1 1 07 ± 2,0 1 06 ± 7 , 8 1 06 ± 3 ,4 < 1 0° 2,3 X 1 04 ± 2,4 < 1 0° X X X X X X 1 05 1 04 1 05 1 06 1 05 1 05 O leite é c o n s i derado o mais completo alimento, possuindo elevado valor biológico na a l i me n t a ç ã o h u m a n a . C o n t é m t o d o s o s nutrientes neces sários para a conservação e o d e s e n v o l v i me n t o d a v i d a . C o n t u d o , e s s e s elementos n u tri c i o nai s , s o bret u d o proteín as, c arb o id rat o s , v it am i n as e m inerais c o n t i d o s n o l e i t e , t r a n s formam- n o e m u m e x c e l e n te s u b s t ra t o p a r a o c re s c i m e n t o d e m i c r o r gan i s mo s . P o r e s s e m o t i v o , o leite deve s er obtido com a máxima higiene e man t i d o em b ai x a t e m p e ra t u r a , d e s d e a o r d e n h a até a o c as i ão d e s e u b e n e fi c i am e n t o , v i s a n d o garantir a s c aracterísticas fís i cas, químicas e nutricionais do produto final. O objetivo deste trabalho foi aval i ar as c aracterís ticas micro biológicas e fisico-químicas, bem como avaliar as c o n d i ç õ e s h i g i ê n i c o - s an i t á r i a s d o l e i t e p as t e u r i z a d o t i p o " C " c o m e rc i al i za d o n a cidade de Patos-PB . X 1 03 Nota: Resultados apresentam a média de placas em duplicatas de três amostras cada, de lotes obtidos em três ocasiões diferentes. I 2 Al una do Curso de Especial ização. Departamento de Medicina Veterin ária. UFCG - PB B rasil. Professora de Tecnologia e Inspeção de Leite. Departamento de Medicina Veterinária. UFCG - PB - B rasil. Pág . 200 Pág . 201 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS 2 . MATERIAL E MÉTODOS D u rante o período de março de 2002 a janeiro de 2003 foram analisadas 60 amostras de leite pasteurizado tipo C, de uma única marca, c o m e r c i a l i z a d a na c i d a d e de Pato s - PB . As amostras foram coletadas aleatoriamente, em estabelec i mentos v arej i s tas ( s upermerc a d o s , panificadoras e loj a de conveniência) . As mes mas foram transportadas em sua própria emba lagem, sacos de polietileno, com capacidade para 1 (um) l itro e acondici onadas em isopor com gelo p ara o Lab oratório d e Tecnologia e Ins peção de Leite, em seguida foram mantidas sob refrigeração até o momento das análises, as quais fo ram reali zadas s e mp re no mesmo d i a d o recebimento, i mediatamente após chegada a o laboratóri o . A s anál i s e s real i zadas fo ram as seguintes : microbiológicas (Número Mais Pro vável de Coliformes (NMP) : Contagem Padrão em Placa; físico-químicas (Acidez, Densidade, Teor de gordura; Extrato Seco Total, Extrato Seco Desengordurad o ) ; pesquisa de enzimas (Peroxidase e Fosfatase). As análises microbio lógicas, foram baseadas na metodologia reco mendada pelo Laboratório Nacional d e Refe rência Animal LANARA (BRASIL, 1 992). As análises físico-químicas e a pesquisa da enzima pero x i d a s e foram b a s e a d as na meto d o l og i a recomendada p e l o L A N A R A (B RAS IL, 1 9 8 1 ) . A pesquisa da enzima fosfatase foi realizada com base na metodologia usada no Sistema de Análise d e Perigos e m P o n t o s Crít i c o s d e C o ntrole ( A PP C C ) , kit p ara fo s fatase d o l aboratório Dyas i s . A análise estatística utilizada para os resultados microbiológicos e fisico-químicos foi a análise descritiva (VIEIRA, 1 992). A pesquisa de peroxidase e da fosfatase não foram analisadas estatisticamente, em virtude de quase todos os resu}tados estarem dentro dos padrões exigidos. 3. RESULTA D O S E D I S CUSSÃO o leite pasteurizado estocado no comércio de Patos-PB apresentou em média uma contagem total de mes ó filos igual a 7 , 4 x 1 06 UFC/ml , c o m v a l o re s m í n i m o e m á x i m o i g u a i s a 5 , 5 x 1 0 3 ( UFC/m l ) e 1 , 8 x 1 0 8 ( UFC/m l ) , respecti vamente . Quanto a o número mais pro vável de coliformes (NMP) a média encontrada foi 5 9 , 3 N M P/ml, com valor mínimo igual a 0,9 NMP/ml e valor máximo igual a 1 1 0 NMP/ml. Em relação à contagem de bactérias mesófilas, os resultados demonstraram que 60% (36) das amostras de leite pasteurizados encontraram-se fora dos padrões estabelecidos pela Instrução Normativa 5 1 /02, do Ministério da Agricultura ( B R A S IL, 2002 ) . Já para o número mais pro vável de c o l i formes ( N M P ) o percent u al de amostras fora do padrão foi igual a 70% (42), o que indica que a pasteurização foi inadequad a, ou houve u ma rec o ntami n ação ou falhas n a estocagem d o produto no c o mérc i o . P ara a s análises físico-químicas, os res ultados médios obtidos quanto à acidez, densidade, gord ura, extrato seco total (EST) e extrato seco desen gordurado (ES D ) foram respectivamente 1 6, 3 ; 1 .029 ; 3 , 2 ; 1 1 ,9 e 8,3 . A acidez variou d e 1 2 a 20 graus Dornic, a densidade variou de 1 . 023 a 1 . 0 3 2 , a gordura apresentou uma variação de 1 ,5 % a 4,3 % . Os valores de EST e ESD variaram res p e c t i v amente de 8 , 74 a 1 4, 9 1 e 6 , 44 a 1 2, 8 1 %. Os resultados observados no presente trabalho diferem dos encontrados por PONTES et ai ( 1 999) que analisaram 40 amostras do leite proveniente dos produtores da microrregião de Pato s - P B , onde os resultados médios obtidos quanto à acidez, densidade, gordura, extrato seco total (EST) e extrato seco desengordurado (ESD) foram res p ec t i v amente 1 3 , 8 3 ; 1 . 0 3 2 ; 4 , 2 7 ; 1 3,48 e 9,20. A acidez variou de 1 0 a 22 graus Dornic, a g ordura também apresentou ampla faixa de variação de 1 ,0 a 6,9%, em virtude de algumas amostras serem provenientes de vacas mestiças e zebuínas . Os valores de EST e ESD vari aram respectivamente d e 9 , 8 1 a 1 6 , 90 e 7 , 5 0 a 1 0 , 1 5 % . ALVES et a i (2003 ) , encon traram valores médios em 60 amostras de leite, sendo 30 amostras de leite cru e 30 amostras de leite pasteurizado tipo "C", colhidas na recepção e após a pasteurização, respe ctivamente, n a mini-usina d a c i d a d e de Pato s - P B , d urante o período de abril a dezembro de 2002, onde para o leite cru a contagem total de mes ófilos foi i g u al a 1 , 7 4 x 1 07 ( UFC/m l ) e p ara o leite pas teurizado foi igual a i , 7 3 x 1 07 ( UFC/ml) , valores esses superiores ao observado no presente trabal ho. Em relação às pesquisas de enzimas Peroxidase e Fos fotase, todos os res ultados se enquadraram dentro dos padrões exigidos pela legislação vigente. CARVALHO ( 1 99 8 ) em sua pesquisa observou que todas as amostras para fos fatase alcalina en contravam-se dentro d o padrão. Porém, para a peroxidase, com exceção da propriedade A, observou-se peroxidase nega tiva em algumas amostras de leite pasteurizado, motivo esse que difere do presente estudo. ANAIS DO X X CONGRESSO NACIONAL DE L ATiCíNIOS d o l e i te p as t e u r i z a d o tipo C benefi c i a d o e c omerc i al i za d o na c i dade de P at o s - P B , e m relação tanto aos aspectos m i c ro b i o l ó g i c o s quanto fís i co -químicos, bem c o m o q u anto às condições higiênico-sanitárias do produto tanto no l o cal da p r o d u ção c o m o n o s p o n t o s d e c o merc i al i zação. Também h á a nece s s i dade, urgente d a implementação de u m S i stema de A n á l i s e de Perigos em P o n t o s Crít i c o s de Controle (APPCC) que possa identificar falhas no processo de obtenção dos produtos e maior rigor na fi s c al i za ç ão , g aran t i n d o as s i m u m c o n tr o l e e feti v o d a s c o n d i ç õ e s h i g i ê n i c o s an it árias d urante t o d o o p r o c e s s o até a distribuição e comercialização, para obtenção d e u m p r o d u t o de m e l h o r q u a l i d ad e p ara a pop ulação . S U MMARY To real i z a t i o n of t h i s researc h , were analized 60 samples of pasteurized milk type C, of an only mark, during the period of March of 2002 the January of 2003 , commercial i zed in the c i ty o f P a t o s - PB . The s am p l e s were collected aleatori ly, in establis hments retaliers ( s u permarket , B akeryes and c o n ve n i ences shop). This research had how objetive evaluate the micro b i o l o gi c al and p h y s i c o ch e m i c al c aracterí s t i c s , then eval uate the h y g i e n i c sanitary conditions of t h e pasteurizd m i l k type C. The p a s te urized m i l k s t o rage at the commerce of Patos-PB, showed in mean a count tot al o f m e s ó fi l o s e g u al 7 , 4 x 1 06 UFC/m l , with values least a n d maximum egual 5,5 x 1 03 (UFC/ml) and 1 , 8 x 1 08 (UFC/ml), respectively. H o w much to the m o s t probable n u mber o f coliformes gro up ( M P N ) t h e mean found was 43 NMP/ml . With value least egual 0,9NMP/ml and value maximum egual 1 1 0 N M P/ml . The perce n t u al fo u n d fo r c o u n t of bacterias mesófilas, out of the standard was 60% (36) and for most probable n umber of coliformes group (MPN) was egual 70% (42), what indicate that the pasteuri zation was inadequate, or there was the recontaminantion, or failures in storage of the product in the trade. For the phycochemical analisys, the results mean obtained as much as acidity, density, fat, t otal dry extract, fatless ex trac t, w e re res p e c t i v e l y 1 6 , 3 ; 1 02 9 ; 3 , 2 ; 1 1 , 4 2 a n d 8 , 3 . i n rel at i o n o f research o f enzymes Peroxidase and Fosfatase, alI the results if frame inside of the standards requested by the current legislation. By the res u lts showed can to observe the necessity of the rigorous control of p asteurized mi i k t y p e C b e n e fi t e d and c o mmerc i a l i ze d i n the city of Pato s - P B , i n rel ation as much at the aspects microbi ological as much as physicochemical, as welI as hygienic sanitary conditions of products the much at the p l ace of the p r o d u t i o n l i k e at the s i tes o f co mmerci ali zati o n . Key-words : mil k t y p e C, pasteurization, micro b i o l o gi c al analy s i s , p h y s i c o c h e m i c al analysis, storage, quality. REFERÊN CIAS B I B L I O G RÁFICAS B RASIL, Ministério da Agricultura. Instrução Normativa N ° 5 1 , de 1 8 de setembro de 2002. Brasília, 2002. A LVES , A . R . S . ; C ARVALH O , M . G . X. Características Microbiológicas dos L eites "In natura" e p a s t e u r i z a d o d o t i p o "C" p r ov e ni e n tes da m in i - us i n a da c i d a d e de Patos-PB. Monografia (Especialízação), UFCG. Brasi l . Patos-PB, 2003 . CARVALHO, M . G. X. Característica s físico q u ímicas, biol ógicas e m icrobiológica s do leite de cabr a p rocessado em mi cro-us inas da região d a Grande São Paul o - S P . Tese (Doutorado), FMVZ-USP. S ão Paulo, 1 99 8 . 1 02p. LANARA. Laboratório Nacio nal de Referência Animal . Método de Análise Microbiológic a para Alim e n tos. B ras í l i a, 1 9 9 1 /l 9 9 2 - 2a Revisão. PO NTES . M. P. S . ; C A RVA L H O , M. G. X. fís ico cara c t e rísti cas das A valiação q u ím icas do l e i t e p r ov e n i e n t e d o s p rodu tores da microrregião de Patos - P B . CSTR DMV. Patos - PB , 1 9 9 9 . V IEIRA, S . I n trodução a bioes ta tís tica. 2a ed. Sulina, 1 992. 4. C O N C L U S à O Pel o s res u ltados apresentados p odemos observar a necessidade de um rigoroso controle Pág . 203 Pág. 202 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XX CONG RESSO N ACIONAL DE LATiCíNIOS PRODUÇÃO DE AMINAS BIOATIVAS EM LEITE CRU E ESTERILIZADO INOCULADOS COM PSEUDOMONAS FLUORESCENS A 4 , 7 E 1 00C Production of bioactive amines in raw and sterilized milk inoculated with Pseudomonas fluorescens at 4 , 7 e 1 00C Patrícia L . S araiva 1 Tânia M . L. da Silve ira2 Maria Beatriz A. Glória3 Sebastião C . C. Brandão4 1. I N T R O D U Ç Ã O o leite, por sua riqueza nutricional, é um alimento facilmente deteriorável ; assim, mesmo sendo mantido à temperatura de 7 a 8°C, pode servir à prolifera ç ão de alguns grupos micro bianos, que conseguem dobrar a sua população no i ntervalo de 20 a 30 minuto s . Isto aponta p ara a neces s i d ad e de u m monitoramento da qualidade do leite, em toda sua cadeia produtiva, visando reduzir os riscos potenciais à saúde do consumidor e, até mesmo, a eficácia da agroin dústria ( SILVEIRA et aI. , 2002). A c arga m icrobiana incidente n o leite é ampla, estando intimamente relacionad a com o grau de contaminação inicial do produto e com o binômio tempo/temperatura em que o leite permanece d e s d e a o r d e n h a até o p r o c e s s amento. S eg u n d o C R AVEN & MA C A U LEY ( 1 9 9 3 ) , u m leite de baixa qualid ade microbio lógica, mesmo sob refrigeração, não se conserva p o r longos períod os , devido à atuação, prin c i pal mente, das bactérias psicrotróficas s obre as proteínas do leite. O gênero mais comum encontrado no leite é o Pseudomonas que, apesar do crescimento lento, produz grande quantidade de enzimas (proteases e lipases), que trazem ao leite e seus derivados, alterações indesej áveis . Mesmo n o caso do leite submetido à esterilização, estudos têm demonstrado que existe a possibi lidade de sobrevivência das enzimas formadas, que estão associados a gelificação do leite UHT. As proteas e s , p e l a p rópria modifi cação química d o s compostos nitrogenad o s , podem h i d ro l i s ar as p ro te ínas e m s ubstâncias mais simples como os aminoácidos, que, por descar boxilação, podem gerar as aminas biogêni cas . Assim, pressupõe-se que, quanto maior a taxa de proteólise ou quebra d as proteínas do leite, maior será a degradação de compostos nitroge nados e maior será a liberação de aminoácidos, que podem, como comentam LIMA & GLÓ RIA ( 1 99 9 ) , vir a formar aminas bi ogênicas , com aptidão deterioradora sobre o produto . Este trabalho teve como objetivo verificar o p otencial de formação de aminas biogênicas e m leite cru e e s t e r i l i z a d o i n o c u l ad o c o m Pseudomonas flu orescens a 4, 7 e 1 0°C. 2. MATERIAL E MÉTODOS 2 . 1 . Material Foram coletadas amostras de leite, obtidas de vacas sadias, provenientes do planteI leiteiro da Universidade Federal de Viçosa, no período de dezembro de 2002 a março de 2003 . A metade do volume das amostras foi esterilizada a 1 2 1°C/ 1 5 min, a fim de se ter leite esterilizado e cru. No laboratório, o leite cru e o esterilizado foram inoculados com culturas puras de Pse u domonas flu o re s c e n s da F u n d aç ã o A n d ré To z el l o , Campinas, S P. 2.2. Métodos Amostras foram coletadas periodicamente e an a l i s adas q u an t o à a c i d e z , c o ntagem d e microrganismos psicrotróficos, teores de aminas bioativas e análise sensorial. A acidez foi d eterminada pelo método do a c i d ímetro de D ornic ( L A N A R A , 1 9 8 1 ) . A contagem de microrganis mos psicrotróficos foi realizada nas diluições de 1 0-3 a 1 0-6, utilizando se PCA e incubação a 7°C por 1 0 dias, consi derando as placas que apresentaram entre 3 0 e 3 00 colônias (ALVIM, 1 99 2 ) . Para a s análises de aminas biogênicas, as amostras foram adicionad as de áci d o s ul fo s salicílico e permaneceram p o r 3 0 minutos a 4°C (MOREIRA-ARA Ú JO, 2003 ) . Foram posterior mente agitadas, centrifugadas e o sobrenadante filtrado em p apel de filtro quantitativo e em membrana de 0,45 !lm. Os extratos obtidos foram analisados por HPLC-par iônico, derivação pós coluna com o-ftalaldeído e detecção fluorimétrica a 340 e 445 nm de excitação e emissão, respec tivamente (VALE & GL Ó RIA, 1 997). A anal i s e sen sorial fo i fei ta p o r c i n c o provadore s , o s q u ai s entravam e m c o n s e n s o quanto a o odor característico da amostra. Os d a d o s o b ti d o s foram s ub m e t i d o s á análise de v ariância e as médias foram com p arad as p e l o teste d e D u n can a 5% de probabilidade. 3. RESULTAD O S O l ei t e cru apre s e n t o u c o m o c aracte rísticas, acidez d e 1 rD, contagem de p si cro tráfi c o s de 8 , 0 6 x 1 04 e o do r c aracterís t i c o . Estes resultados s ã o semelhantes aos observados por A LV IM ( 1 9 9 2 ) . C o m relação às aminas Tabela 1 . = = Contagem de microrganismos psicrotróficos, acidez e odor em leite cru e esterilizado inoculados com Pse u domonas flu o rescens. Valores médios ( desvio padrão )/temperatura Leite/ 4°C 7°C Log Ácido UFC/mL ( OD) Tempo (dias) bioativas, foram encontradas seis aminas sendo a e s p ermina p re d o m i nante, s e g u i d a d a p u tre s ci n a , seroto n i n a , e s p ermi d i n a, fen ileti lamina e agmatina. O teor t otal de aminas foi de 0,60 mg/ l OO mL. Inicial mente, em todas as temperaturas, foram encontradas aproximadamente 1 04 UFC/mL no leite cru e 1 03 UFC/mL no leite esterilizado, para a c ontagem de m i c ro rgan i s m o s p si cro tráficos . Após seis d i as de estocagem, houve aumento dessa contagem e m amb os os l eites (Tabela 1 ) . Fixando-se o temp o , observou-se uma diferença da popu lação de p s icro tróficos nas d i fere n t e s temperaturas, s e n d o esta população maior, quanto maior a temperatura. O leite cru em relação ao esterilizado sempre apresentou 1 ciclo logarítmico a mais na popu lação de psicrotróficos. Isto pode ser devido ao fato de se ter no leite cru a microbiota natural do leite, além da população de Ps e u domonas flu o rescens adicionada. Os valores de acidez para o leite cru ino culado com Pseudomonas flu o rescens aumen taram com o tempo (Tabela 1 ) , entretanto, este aumento só foi significativo ao nível de 5% de probabilidade na temperatura de 1 0° C . Para o leite esterilizado o aumento observado não foi significativo ao nível de 5 % de probabilidade. O leite cru inoculado estocado a 1 0°C foi o que obteve o maior valor de acidez, passando de 1 7 para 3 1 ° D a o final d e 6 d i a s . Comparando as vel ocidades de reação, ou sej a o aumento da acidez com o tempo nos leites cru e esterilizado a 1 0°C, o leite cru apresentou um aumento mais acentuado da acidez (k 4,7 / r2 0,93 0 1 ) em Odor Log Ácido UFC/mL (OD) Odor Log Ácido UFC/mL ( OD) Odor Leite cru ° C 4,04 (0,06) 17 ( 1 ) C 4,23 (0, 1 1 ) 17 (I) C 4,00 (0, 1 8) 1 7 (I ) 2 4,78 (0,74) 17 (I) C 6, 1 6 (0,00) 1 8 (2) C 1 0,48 (0,00) 1 9 (3) C 4 5 , 1 3 ± 0,92 18 ( I ) C 7 , 8 1 (0,00) 1 9 (2) C 1 1 ,48 (0,00) 23 (7) Ac 6 6,50 ± 1 ,69 19 ( 1 ) P 8 , 3 9 (0,00) 1 9 (2) P 1 2,48 (0,00) 3 1 (2) P Leite esterilizado ° I 2 3 4 Aluna do Programa de Pós-Graduação em Ciência de Alimentos, FAFAR, U FMG . B olsista de Apoio Técnico/CNPq, Laboratório de Bioquímica de Alimentos, FAFAR, UFMG. Professor Adjunto do Departamento de Alimentos, Faculdade de Farmácia, UFMG. Professor Titular Departamento Tecnologia de Alimentos/UFY. 3 , 7 3 (0,07) 17 (1) C 3 , 9 1 (0,07) 17 ( I ) C 3 , 82 (0,07 ) 17 (I) C 2 4,23 (0,07) 19 (2) C 5 ,45 (0,07 ) 1 9 (2) C 9,82 (0,07) 19 (3) C 4 4,52 (0,07) 19 (2) C 6,96 (0,07) 19 (3 ) C 1 0,36 (0,07 ) 1 9 (2) C 6 6, 1 4 (0,07) 20 (2) P 7 , 9 1 (0,07) 1 9 (2) P 1 1 ,76 (0,07 ) 20 (2) P *C - odor característico, AC - odor ácido, P - odor pútrido. Pág. 204 Pág . 205 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS = = relação ao esterilizado (k 0,9 / r2 0,8526) à p artir do qu arto d i a de armazen amento . Isto pode ter ocorrid o , pois na microbi ota n atural do leite cru pode ter ocorrido à presença de mi crorganismos acidificantes, que na sua maioria são m e s ó fi l o s ( O L I V E I R A , 1 9 7 6 ) e que na temperatura de 1 0°C encontraram um ambiente mais propício para produzirem ácido. Com relação à análise sensorial, observou se q u e e m t o d as as amos tras aos 6 d i as d e armazenamento, a s amostras apresentaram odor pútrido, independente da esterilização ou da tem p eratura. Entretanto, as amostras de leite cru armazenadas a 1 0°C, apresentaram também odor ácido aos 4 dias de armazenamento (Tabela 1 ) . Foram encontradas e m todas a s amostras ao l ongo do armazenamento as aminas putres cina, cadaverina, espermin a e espermidina n o leite cru inoculado. No leite esterilizado inocu l a d o , além d as aminas c i t a d a s , t ambé m fo i e n c o ntrada a feniletilamina. Foi d etectada a presença de tiramina a 7 e 1 0°C no leite cru e no leite esteri li zado s o mente a 1 0°C, não alcan çando níveis tóxicos. Nas amostras armazenadas a 1 0°C, observou-se a presença de histamina, em ambos os leites, no quarto e no sexto dia de armazenamento . 4 . C O N C L US Õ ES Durante o armazenamento dos leites cru e esteri l i za d o i n o c u l a d o s c o m P s e u do m o n a s . flu o re s c e n s , nas d i ferentes temperatu ras de estocagem (4, 7 e 1 0°C), observou-se aumento na contagem de psicrotróficos, sendo este dire tamente pro p orcion al ao aumento da tempe ratura. O leite cru apresentou um ciclo logaritmo à mais de p s icrotróficos em relação ao este rilizado. A acidez do leite cru aumentou signifi cativamente c o m o tempo de armazenamento apenas na temperatura de 1 0 ° C . E m todas as amostras de leite cru e de leite esterilizado inocu l ad o s c o m P s e u do m o n a s flu o re s c e n s fo ram e n c o n t radas p u tres c i n a , c a d av e ri n a, e s per midina, espermina e feniletilamina. A tempe ratura afetou a produção de aminas, tendo sido encontrados maiores teores de todas as aminas a 1 0 ° C , q u an d o co mparadas às amos tras incubadas à 7 e à 4°C. Para evitar ou minimizar a formação de aminas biogênicas deve-se manter a temperatura o mais baixo possível. S U M M ARY The o bj ec t i ve o f t h i s w o rk w a s to determine bio active amines formation i n raw and sterilized milk inoculated with Pseudomonas d u ring s torage at d i ffere n t temperatures. Milk samples were collected from healthy cows . Part of the milk was sterilized at 1 2 1 ° C/ l 5 mino S amples of raw and steri li zed milk w e re i n o c u l at e d w i t h p re v i o u s l y activated pure culture and stored a t 4 , 7 and 1 0 ° C for 6 d a y s . S am p l e s were taken and anal y zed for acidity, o do r, b ioactive amines and p s ychrotrophic microorgan i s m s . D uri n g s t o rage t here w as a i n c r e a s e i n c o u n t s o f psychrotrophic microorganisms and in acidity. These p arame ters w e re a l s o a ffe c t e d b y temperature . A t 6 days every s a mp l e had a p u trid fl avor. The leveis o f amines alread y present in milk changed throughout storag e . S p ermi d i ne , s p e r m i n e a n d p u tr e c i n e were d e t e c ted i n e v ery s a mp l e . Ty r a m i n e a n histamine were detected after 48 hours i n the raw milk at 1 0 °C: The temperature should be kept low t o a v o i d a m i n e formati o n a n d accumulation. flu o re s c e n s A N A I S DO X X C O N G RESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS PINHEIRO, A. J . R.; MOSQUIM, M. C. A. V. Processamento de leite de consum o . Viçosa: I mprensa U niversitári a, 1 99 1 . 430 p . S ILVEIRA, I. A . ; CARVALHO, E. P. ; TEIXEIRA, D. Influência de microrganismos psicrotróficos sobre a qualidade do leite refrigerado. Disponível e m : http : //www. b i ch o n l i n e . c o m . b r/art i gos/ ha0005 . htm. Fonte: Rev. Higiene A l imentar. Acesso em: set. 2002. VALE, S . R.; GL Ó RIA, M. B. A . Determination of biogenic amines in cheese. J. A O A C Int. V. 80, n . 5, p . 343-348, 1 99 7 . G ESTÃO DE CUSTOS UMA FERRAMENTA PARA A COMPETITIVIDADE EM EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - UM ESTUDO DE CASO Management costs, an instrument for competitiveness in small enterprises a study of case Rodrigo Albino Fontes1 Pol lyanna Cardoso Pereira2 Key-words : milk, s terilization, bioactive ami nes , Pseudo n/onas, psychrotrophic. Cláudio Furtado Soares3 REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS ALV IM, T. C . E feito da q u al idade do leite na detecção d e s o r o lácteo por c r o m a to grafia l í q u i d a de alto d e s em pe n h o - fi l t r a ç ã o g é l i c a ( G F-HPLC ) . Viços a : U n i v er sidade Federal de Viçosa, 1 992, 60 p . (Dissertação de Mes trado em C i ê n c i a e Tec n o l o g i a de Al imento s ) . C R AV E N , H . M . ; M A C A U - L E Y, B . J . M i c rorgan i s m s i n p a s te u ri z e d m i l k after refri gerated s torag e . 1 1 1 . E ffe c t s of m i 1 k p ro c e s s o r. J . D a i r y Tech n o l . , V. 4 7 , n . 1 , p . 50-55, 1 9 9 3 . LAN A R A . L A B O R AT Ó R I O N A C I O N A L D E REFER Ê N C I A A N I M A L . M é to d o s A n a l íticos Oficiais para Controle de Produtos de O r i g e m A n i m a l e s e u s I n gr e d i e n t e s . 1 1 . Métodos Físicos e Químicos. B rasília, 1 9 8 1 . LIMA, A . S . ; GL Ó RIA, M.B .A. Aminas bioativas em alimentos . Ciên. Tecnol. Alim. V. 3 3 , n. 1 , p . 70-79, 1 9 9 9 . MOREIRA-ARA Ú JO, R . S . R . Determinação dos tipos e teores de a m i n as b i oativas no leite h u m a n o em dife r e n t es fas es d e lac t a ç ã o e o efe i t o d o p r o ce s s a m e n t o . B e l o Horizonte: Faculdade d e Farmácia-UFMG, 2003, 7 8 p. (Relatório de Pós-Doutorado). OLIVEIRA, J . S . Qualidade microbiológica do leite. Rev. ILCT, 3 1 ( 1 86): p : 1 5-20, 1 97 6 . RESUMO Este trabalho apresenta o desenvolvimento de um método de gestão de custos para um laticínio de pequeno porte, da Zona da Mata mineira, que pode também ser utilizado por outras empresas de pequeno porte. Os Sistemas de Custeio Variável (Direto) e por Absorção j untamente com p l anilhas do MS - Excel foram utilizados na montagem do méto d o , seguindo-se todos os passos recomendados pela literatura. Acredita-se q u e a empresa terá a disposição um ferramental importante para a gestão de suas operações produtivas e comerciais. Os resultados determinaram os custos totais de cada produto e de cada linha de produto, evidenciando as margens de contribuição e o resultado de lucro ou prejuízo por produto / linha. Desta forma obteve-se um maior controle, sobre todos os itens de custos e sobre a formação de preço dos produtos, o que propiciou a elaboração de um plano de redução de custos. Palavras-chave: competitividade, l aticínios, redução de custos . 1 . I N T RO D U Ç Ã O O controle d e custos e co n ô m i c a é e s s e n c i al processos decisórios e empresa. Para sobreviver em qualquer atividade p ara d i re c i o n ar o s a d m i n i s trati v o s d a nesses mercados cada vez mais c o mp e t i t i V O S , a empre s a n e c e s s ita alcançar altos padrões de qualidade, eficiência e p r o d u t i v i d ade e l i mi n a n d o o d e s p er d í c i o e reduzindo custos. Estudante de Administração de Cooperativas I UFV I MG. Mestranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos I UFVI MG. 3 DS em Engenharia de Produção, Professor Adjunto I UFV I MG. Suporte financeiro: FUNARBE 1 2 Pág . 207 Pág. 206 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Vários esforços vêm sendo realizados pelos laticínios p ara o c o ntrole d o s c u s t o s , mas a incidência de empresas que realmente possuem c o n troles e fi ci e n t e s a i n d a é m u i t o baixa (SEB R AE, 1 99 7 ) . A utilização de ferramentas de gestão de custos ainda é precária na maioria dos laticínios, principalmente nos de menor porte. Quanto aos métodos adotados para o controle de custos, a maioria dos laticínios utiliza fórmulas ou rateio simples, métodos deficientes, que não permitem a identificação dos geradores de custos. O uso de sistemas de custeio como, o Sis tema de Custeio Variável (Direto) e por Absorção, s ão ferramentas que permitem uma melhor visualização dos custos através das atividades executadas dentro da empresa e suas respectivas relações com o produto (MARTINS, 200 1 ). O presente trab alho teve como principal obj etivo desenvolver um método de gestão de custos, para o Laticínio da UFV - FUNARBE, que p o d e também ser u t i l i zado por o utras empresas de pequeno porte. 2 . METODOLOGIA O trabalho foi realizado na Usina Piloto de Laticínios da Universidade Federal de Viçosa, UFV, gerenciado pela Fund ação Arthur B er nardes, FUNARBE, n o p eríodo de j aneiro de 2002 a março de 2003 . Inicial mente realizou-se um levantamento b i b l i ográfi c o c o m o i n t u i t o de c o n hecer as técnicas utilizadas na gestão de custos. Os dados sobre os custos totais dos produtos (custos va riáveis e fix o s imputados aos pro d u t o s , for mando o c usto total) , foram coletados da pro dução e da contabilidade. Para a l ocação dos c u s t o s levantad o s e montagem do método, utili zaram-se plan i l has do MS - Excel, segundo os modelos de Sistemas de Custeio Variável (Direto) e por Absorção de MARTINS (200 1 ) . ANAIS DO X X CONG RESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Para a alocação dos custos foram definidos os seguintes Centros: Apoio (Almoxarifado, Cal deira, L ab oratóri o , M an utenção , Recepção e outros ) , Industrial (Fábrica) e Administração. Deve-se ressaltar que os custos com energia elé trica e água, estão incluídos nas despesas adminis trativas da FUNARBE (rateio da Administração). 2 . 1 . Com posição do Custo dos Produto Na composição do CPV (Custo do Produto Ven d i d o ) , pri meiramente trabalhou-se com a formulação dos produtos, para obtenção do custo d a matéria-prima, posteriormente calculou-se o custo da MOD (Mão de Obra Direta), comple tando com o CIF (Custo Indireto de Fabricação), estes cálculos foram efetuados separadamente, e estão resumidos na Tabela 1 . O custo dos produtos foi obtido, por meio de todos os rateios dos custos indiretos, o qual resulta da alocação dos custos dos centros de apoio ao produtivo. A alocação dos centros de custos produ tivos aos produtos neles processados foi realizada segundo o critério dos volumes processados. Após a realização dos cálculos obteve-se a distribuição dos custos aos respectivos produtos, como apresenta a Tabela 2. Os custos foram divi didos em: diretos, indiretos e matéria-prima, obtendo se com a soma destes o custo total do produto. A Abs orção d o s c u s t o s i n d i re t o s p e l o s produtos foi reali zada utilizan d o -se o critério de volume processado. O Gráfico 1 , apresenta as percentagens de absorção dos custos indiretos pelas l i nh as de produtos, e pode-se veri ficar uma absorção maior de despesas indiretas pelas linhas de doce de leite e leite pas teuri zado , o que é explicado pelo fato destas linhas representarem cerca de 78% do volume total de produção e vendas. 3 . RESULTADOS E DIS C U S S à O A p a r t i r d o s c u s t o s d e fabri c a ç ã o , d o faturamento e d a s quantidades comercializadas Tabela 1 . Composição do CPV. Produto Doce de Leite 800g Iogurte Morango 1 000g Requeijão Cremoso 250g Manteiga 250g Leite Pasteurizado C Queij o Mussarela CIF R$ R$ R$ R$ R$ R$ 0, 1 4 0,07 0,08 0,03 0,04 0,40 MOD R$ R$ R$ R$ R$ R$ 0,32 0, 1 7 0, 1 9 0,06 0,09 0,92 Matéria·Prima R$ R$ R$ R$ R$ R$ 1 ,99 1 ,05 1,18 0,37 0,57 5,65 Total C PV R$ R$ R$ R$ R$ R$ 2,46 1 ,29 1 ,46 0,46 0,70 6,97 Tabela 2 • Composição dos Custos Totais dos produtos. Linha de Produtos Doce de Leite Iogurte Requeijão Cremoso Manteiga 250g Leite Pasteurizado Queij o Custos Indiretos Custos Diretos Matéria-Prima R$ % R$ % R$ % R$ 0,46 R$ 0,24 R$ 0,26 23, 1 4% 23, 1 4% 23, 1 4% 23, 1 4% 23, 1 4% 23, 1 4% R$ 0,32 R$ 0, 1 7 R$ 0, 1 8 1 6,30% 1 6,30% 1 6,30% 1 6,30% 1 6,30% 1 6,30% R$ 1 , 99 R$ 1 , 05 60,56% 60,56% 60,56% 60,56% 60,56% 60,56% R$ 0,08 R$ 0, 1 1 R$ I , 1 1 R$ 0,06 R$ 0,08 R$ 0,78 R$ R$ R$ R$ 1,13 0,35 0,47 4,78 Custo Total R$ R$ R$ R$ R$ R$ 2,77 1 ,46 1 ,57 0,48 0,66 6,67 % Total 1 00,00% 1 00,00% 1 00,00% 1 00,00% 1 00,00% 1 00,00% Gráfico 1 . Absorção dos Custos Indiretos. 48,00% 44,00% 40,00% 36,00% 32,00% 28,00% 24,00% 20,00% 1 6,00% 1 2,00% 8,00% 4,00% 0,00% de produtos, realizou-se a análise das margens sobre custos variáveis (Margem de Contribuição) e as análises de rentabilidade das linhas. Os custos variáveis referentes às atividades comerciai s e de vendas, por serem compostos pelas comissões e os gastos de d istribuição dos p r o d u t o s , foram a l o c a d o s d i retamente n o demonstrativo de resultados através do volume de vendas de cada produto. O resultado da comercialização do doce de l eite está representado na Tabela 3. Na análise do DRE deste pro duto, verifi cou-se um resultado insatisfatório , decorrente dos elevados custos : Variável, Fixo e Comercial. O mesmo procedimento foi realizado para os demais produtos fabricados pelo Laticínio. Desta forma obteve-se um maior controle, sobre todos os itens e sobre a formação de preço dos p rodutos, o que p ropiciou a elaboração de um plano de redução de custos. 4 . CONCLUSÃO A unidade e m estudo é um Laticínio Escola, cujo principal objetivo é o apoio ao ensino, pesquisa e extensão da UFV, sendo auto-sustentável. A gestão de custos além de proporcionar uma melhori a no desempenho fin an c e iro da empresa e de seu p o te n c i al de c re s ci mento, também p ro p i c i a investimento s : n u m mix de produtos mais rentáveis, aqui s i ç ão d e novos equipamentos e treinamento / capacitação dos funcio nários. Deste modo, o trabalho buscou atender não só às necessidades de controle de custos, pela Usina Piloto de Laticínios da UFV - FUNARBE, mas também por Laticínios de pequeno porte, que não tem como investir em softwares para o gerenciamento de custos. SUMMARY This paper is a short report on a case study of the d e v e l o p me n t of a c o s t s m a n agement method for a small dairy industry of M inas Gerais S tate . Other c o mpanies of small size can use this study. The S y s tems of Variable Costing (Direct) and for Absorption together w ith MS 's Worksheets - Excel were used in the elaboration of the meth o d , fo l l o w ing a11 t h e steps recommended by the l i terature. It i s believed . that the company will have the d i sposition an Pág . 209 Pág. 208 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Tabela 3 - Parte do Demonstrativo de Resultado ANAIS D O X X CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS neces s ários estudos p ara sua utilização. Uma das alternativ as seria a puri ficação d as proteínas, explorando as potencialidades que cada uma apresentam. No presente trabalho, utilizou-se a troca iônica em tanques agitados, em que foram determinadas as isotermas de adsorção, bem como os coeficientes de difusividade e transferência de massa p ara as proteínas a-lactoalbumina e p-lactoglobulina. O modelo do processo empregado ajustou se satisfatoriamente aos resultados experimentais. Fevereirol2003 . D RE Doce de Leite 800g Q u a n tidades Ve n d i d a P r e ç o de venda 32.629 3,61 R$ Valores Totais Vendas (-) Custo Variável Margem de contribuição (-) Custo Fix o Lucro Antes do Custo Com. ( -) Custo Comercial Lucro Líquido R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 1 1 7 .709,69 64.93 1 ,7 1 52.858,98 1 0 . 07 8 , 5 9 42 . 7 8 0 , 3 9 43.79 1 .04 (1 .010.65) i mportant tool for the administration o f their p r o d u c t i v e and c o mmercial o perat i o n s . The results determined the total costs of each product and of e a c h product l i n e , evidencing the contribution margins and the result of profit or loss for product / line. Thus obtained itself a larger control, about all the costs items and about the price formation of the p r o d u c t s , w h at i t propitiated the elaboration of a costs reduction plano unitário sem % 3,6 1 1 ,99 1 ,62 0,3 1 1 ,3 1 1 ,34 (0,03) 1 00 , 00 0 % 5 5 , 1 25 % 44, 8 7 5 % 8,556% 36,3 1 9 % 37, 177% (0,858 % ) Key-words : competltlveness , d ai ry i n dustry, costs reduction. REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 8 . ed. S ão Paulo Atlas : 200 1 , 388 p . SEBR AE MG, Diagnóstico da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais . Belo Horizonte, 1 99 7 , 270 p . UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS ADSORTIVAS NA PURIFICAÇÃO D E PROTEíNAS DO SORO DE QUEIJO Utilization of adsorptives techniques in whey proteins purification 1 . I N T R OD U Ç Ã O O soro de queijo é u m subproduto derivado da elaboração do queijo, com produção mundial estimada em torno de 1 20 milhões de ton/ano (ANUALPEC, 200 1 ) . Geralmente é manipulado c o mo e s g o t o ou d e s cartado sem tratame n t o , a u m e n t a n d o o s ris c o s d e c o n t am i n ação a m biental devido à elevada demanda bioquímica d e oxigênio ( D B O ) (PEREA e t aI., 1 993). S e u teor de proteínas é aproximadamente 6-9 g/L (WIT, 1 99 8 ) , representando u m a fonte potencial de proteínas de baixo custo, não necessitando de p ré - tratamento para o seu process amento em larga escala. Desse modo, torna-se necessário o estudo de técnicas de fraci on amento e puri ficação dessas proteínas, dadas suas propriedades tecnológicas, nutricionais e funcionai s , sendo abordado nesse trabalho o emprego de técnicas ads o rt i v a s , q u e c o n s is t e m em p ro c e s s o s de separação no qual certos componentes de uma fase fluída são transferidos para a superfície de um ads o rvente s ó l i d o ( WOLF, 1 97 1 ) , alcan çando em alguns casos um grau de pureza superior a 99%. 2. OBJETIVOS Rafael C . I . Fonta n 1 * Luis A. M i n i m2 Renata C. F. Bonomo3 Jane S . R. Coim bra2 Sérgio H. Saraiva3 Valéria P. R. M i n i m2 RESUMO o soro de queijo possui um elevado teor de proteínas (6-9 g/L) de alto valor biológico, que possuem ainda excelentes características funcionais e tecnológicas. Sendo assim, tornam-se 1 2 3 M estrando em Ciência e Tecnologia de Alimentos/UFV/MG. rafaelfontan @ y ahoo.com.br Professores do DTA/UFV/MG. Professores da UES B/BA. Trabalho r � aliz �do no Laboratório ? e Processos de Separação (!-- P S)/Departamento de Tecnologia de Alimentos (DTA)/Umversldade Federal de Viçosa (UFV) M G - B rasil. Orgãos Fin anciadores : CNPq e Fapemig. E s t e t raba l h o teve c o m o o bj e t i v o s a determinação de parâmetros físicos e cinéticos n o processo de adsorção d as proteínas de s oro de queijo em resinas de troca iônica em tanques agitados, considerando especificamente a obtenção das isotermas de adsorção, a determinação do coefi ciente de d i fu s ão das proteínas d o soro a-lactoalbumina (a-la) e p-lactoglobulina ( P -Ig) na resina Streamline® Q XL e do coeficiente de transferência de massa na interface sólido-fluido. 3 . M E T O D O L O GI A 3 . 1 . C o n d i c i o n am ento d a R e s i n a Procedeu-se à lavagem d a resina Streamline Q X L® ( P H A RM A C I A ) c o m águ a d e s t i l ad a s eg u i d a d e d u p l o pré - c o n d i c i o namento c o m solução-tampão de Tris-HCl 0, 1 M pH 7,4 por 30 m i n u t o s e m agitação s u a v e . F e i t o i s s o , condici onou-se a mesma c o m solução-tampão de Tris-HCl 0,045 M pH 7,4 (FONTA N , 2000) por 1 2 ho ras em agitação suave, s e g u i d a de filtração a vácuo para retirada de líquido. 3.2. D e te r m i n a ç ã o Adsorção das I s o t e r m as de Adicionou-se em um tubo eppendorff 50 mg da resina condicionada e 1 ,0 mL de solução de Isolado Protéico de Soro ( lP S -Davisco®) a I % m/v. Submeteu-se o sistema à agitação por 12 horas para que o equilíbrio entre as fases fo s s e alcan ç a d o , seguid o de centri fu gação a 2 7 50g p o r 3 0 m i n u t o s e re c o l h i mento d o sobrenadante para quantificação d e a-la e p-lg por Cromatografia Líquida de Alta Efi c iência (CLAE) . Tal procedimento foi então repetid o para a s diferentes concentrações da solução d e I P S , q u e variaram entre 0 , 2 5 % m/v e 1 0% m/v. 3 . 3 . Determinação das C u rvas de C inética de Adsorção Adicionaram-se, a vanos filtros-seringa, 1 00,0 mg de resina condicionada e 2,0 mL de solução IPS 5 % m/v, deixando-se o sistema sob leve agitação por um período variável de 0,25 a 60 minutos . Terminado o tempo, pressionou-se o êmbolo recolhendo-se o filtrado para análise por CLAE. 3 . 4 . Anális e das Amostras por CLAE A quantificação de proteínas das amostras fo i real i z a d a p o r C L A E de a c o r d o com FERREIRA (200 1 ) e m u m Cromatógrafo Lí quido (S himadzu ®) c o n trolado v i a S o ftware . O eluente foi monitorado usando detector de feixes de diodo com À 2 1 0 n m . F o i u s ad a u m a coluna de fase reversa (CLC ODS-C I 8) d e 2 5 0 x 4 , 6 mm e u m a pré-coluna de 1 0 x 4 mm. Pág. 2 1 0 = Pág . 2 1 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS 3 . 5 . M o d elagem M a t e m á t i c a N o p r e s e n t e trab a l h o , fo i e s t u d a d o u m modelo p ara o processo adsortivo d e proteínas aplicando-se b al anços diferenciais de massa na p artíc u l a e no t a n q u e , c o n s i d erando as p ar t í c u l a s e s fé r i c a s e p o r o s a s , o t a n q u e p e r feitamente agitado, e relacionando tais balanços com a cinética de ads orção s obre a s uperfície d o s p o r o s e c o m o m o d e l o d e i s o t e r m a de Langmu ir. O modelo a d i me n s i o n al com s u as respectivas c ondições de contorno é mos trado ab aix o : Para a fase líquida: dC; d't = _ 3 v B(C' b -C'p ) ,· 1: = O e V ( l ) e ( 2) CZ = 1 {r' 1: = O e C; = O 't > 0 V r* =0 r" =1 e m q u e Cb· = ANAIS DO X X C O N G RESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS d i ferenciais pelo método d e d i feren ç as finitas c e n t radas n o e s p aç o , u m p a s s o à fre n te n o temp o . Para a determinação d o s parâmetros d o m o d e l o ( Der e kf) fo i u t i l i z a d o o método de p rogramação q u adráti c a suce s s i v a p ara m i n i mização d e erros . 1.0 180 0,9 140 � S 120 100 80 60 4 . 1 . Isotermas de Adsorção .' /-;;-/ 160 J 4 . RESULTADOS E D I S C U S S à O 200 .,------, 40 ..�-----------� 0.8 0,7 I/ /. 0,6 � j ...oD ......Q - -- (O -O - €r- o 1\ 0,5 0,4 0,3 - - _o 0,2 0,1 20 A Figura I apresenta a s i s otermas d e ads orção das proteínas a - l a e p - l g , obtidas a p artir de e n s a i o s t i p o b at e l ad a . P o r meio d o aj u s te d o m o d e l o de i s o t e r m a de L a n g m u i r ( 1 9 1 6 ) fe z-se u m a avali ação q u antitativa d o s d a d o s experimentais m o strados n a Fig ura 1 . Observou-se que o modelo de Langmuir (eq. 6) aj ustou-se bem aos dados experimentais , fato o b s e r v a d o p e l o s e l e v a d o s v al o res p ar a o s c o e fi c i e n t e s d e d eterm i n aç ã o ( R2 ) e p e l a dispersão aleatória d o resíduo, demonstrando u m c o m p o rt a m e n t o n ão - c o m p etit i v o e ntre a s espécies químicas . �o 0.0 C o 10 20 30 40 50 60 tempo (minutos) (mg/mL) Figuras 1 e 2 - Isotermas de adsorção para a-la e P-lg, cinéticas de adsorção p ara a a-la e p-lg e seus respectivos modelos (O - a-la; e - P-lg) Tabela 1 - Parâmetros de transferência de massa calculados . Co (mg/mL) a-l actoalbumina p-Iactoglobulina 6,20 1 8,36 1 , 3 3 x 1 0- 1 7 1 , 6 7 x 1 0- 17 kf (m/s) 2 , 5 0 x 1 O-s 4, 1 7 x l 0-s ( 3 ) e (4) aC;. =0 ar ' (5) ac; = B(Cb' - CP ) ar" Cb • c ' _ Cp . r . tDef . ' P' r = /i ' 't = y ' Co Co Onde: Cb é a conc. de proteína na fase líquida ( mg/mL ) ; Co a c o n c . i ni c i al de proteína ( mgl mL) ; Cp a c o n c . d e p r o t e í n a no i n teri o r d a p artícula ( mg/mL ) ; r a v ariável espacial ( m ) ; R o rai o d a p artícula (m) ; t a variável temporal ( s ) ; Def o coef. de d i fu s ão i n trap artícu l a ( m21 s ) ; kf o c oef. de transferência de mas s a (m/s ) ; Ep a p orosidade da partícu l a (L) ; r a densidade p da p artíc u l a ( g/mL) ; v é o v o I . de ads orvente ( mL ) ; V o voI . de líquido da fase extern a ( mL ) ; kd a c o n stante de d i s s o c i ação que descreve o equilíbrio da ads o rção ( mg/mL) e q /ll a q u an t i d ade m á x i m a d e s o l ut o a d s o rv i d a na fas e s ó l i d a ( mg/g ) . P ara a res o l ução do modelo adotad o , foi utilizado o método numérico de Gauss-Seidel, sendo neces s ária a dis creti zação das equações (6) O s v a l o re s d e qm e k u o b t i d o s p ar a a s p ro teínas e m e s t u d o fo ram re s p e c t i v amente iguais a 48,86 mg/g e 0,04 mg/mL para a a-la e 1 7 9 ,29 mg/g e 0,20 mg/mL p ara a b-lg. Sendo o s v a l o res d e R2 o b t i d o s p ara o s m o d e l o s re s p e c t i v a me n t e i g u a i s a 0 , 9 3 e 0 , 9 8 . N a Equação 6 , q é igual à quantidade d e proteína a d s o r v i d a e m m g/g de re s i n a e C é i g u a l à concentração do soluto no equi líbri o , dado em mg/mL . 4 . 2 . Cinética de Adsorção para a-Ia e p-Ig Na Figura 2 estão representadas as cinéticas de adsorção para a a-la e p-lg presentes em uma s o l ução 5% m/v de I P S , cuj as c o n centrações i n i c i a i s foram 6 , 2 0 mg/mL e 1 8 , 3 6 mg/mL, re s pectivamente; e seus res pecti v o s m o d e l o s matemáti c o s . Através da análise d e resíduos e do v alor d e R2 ( > 0 , 9 8 ) , veri fi c o u - s e a adequ ação dos m o d e l o s a d o t a d o s aos dados e x p e ri mentai s , estando expressos na Tabela 1 os valores obtidos p ara o s p arâmetros de tran s ferê n c i a de massa Der e kf' que representam o coeficiente de difusão e c o e fi c i e n te d e tran s ferê n c i a de m a s s a respecti vamente. 5. C O N C L U S Õ E S O modelo d e isoterma de Langmuir aj ustou s e s at i s fa t o r i a m e n t e às i s o te r m as o b t i d as experi me n t a l me n t e , d e m o n s t r a n d o o c aráter n ã o - c o mp e t i t i v o d o p r o c e s s o adsorti v o , ape s ar d e s e estar trab a l h a n d o com um s i s tema multi c o m p o n e n t e . O modelo de cinética aj ustou-se d e maneira adequada aos dados experimentais, sendo desse modo possível se estimar o v alor do coeficiente de d i fusão, bem como o c oe fi ciente de trans ferência de m a s s a d a s proteínas a - l a e p-lg n a resina utilizada. S U M MARY Cheese w h e y h a s a h i g h protein s content (6-9 g/L) with high biologic value and desirable fu n c t i o n a l a n d t e c h n o l o g i c a l p r o p e r t i e s . Therefore, m ore s tu dies t o its u t i l i zation are n e c e s s ary. O n e p o s s i b i l i ty c o u l d be the p u ri fi c at i o n of p r o te i n s , e x p l o r i n g the p otentialities t h at each o n e p resen t s . I n t h i s work , ionic exchange in stirred t a n k w as used, being determi ned t he i s ot herms o f adsorption as well a s d i ffu s i v i t y a n d mass tran s fer c o e ffi c i e n t s t o p r o te i n s a - I a c t al b u m i n a n d p - I actogl o b u l i n . R e s u l t s were s at i s factory i n according to adequacy o f the employed models to experimental d ata. Key-words : i s o therms of a d s o r p t i o n , kinetics of ads orption, w hey protein s . REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS A N U AL P E C . A n u á r i o d a p e c u á r i a b r a s i leira. Editora Argos Comunic aç ão , São Paulo, 1 999. FER R E I R A , R . C . S e p aração de Cí -Iactoal bumina e p-lactoglobulina de p r o teínas de soro de queij o por adsorção em colunas de leito fixo. Viçosa: UFV, 200 1 . Dissertação (Mes trado), Universidade Federal de Viçosa, 200 1 . F O N TA N , R . C . I . E s tu d o d o p ro c e s s o de p urificação de p roteínas do s oro de queij o através de técnicas adsortivas, Relatório Final P I B I C/CNPq, Universidade Federal de Viçosa, 2000. HORSTMANN, B . J . ; CHASE, H . A . , Modelling the Affinity Adsorp tion o f Immunoglobulin G to protein A Immobilised to Agarose M atrices, C h em ical Engineering Research Develop m ent, 67 ( 3 ) , p . 24 3 - 2 5 4 , 1 9 8 9 . L A N G M U I R , 1 . , T h e C o n s ti tu t i o n and Fundamental Properties o f S olids and Liquids. J. Am. Chem Soe., 30, p . 2 2 6 3 - 2 2 9 5 , 1 9 1 6 . Pág. 2 1 2 Pág . 2 1 3 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS PEREA, A. et a! . Preparations and characte rization of whey protein hydrolysates: applications in industrial whey bioconversion processo Enzyme Microb. TechnoI., 1 5 , 4 1 8-423 , 1 99 3 . W IT, 1 . N . N utri t i o n al and Fun c t i o n al ANAIS D O X X CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS C haracter i s t i c s o f W h e y P r o t e i n s in F o o d Products. J. Dairy S e i . , 8 1 , 5 9 7 - 6 0 8 , 1 9 9 8 . WOLF, F. J . S eparation M ethods in Organic C h emistry and B i och e m i s try. A c a d e m i c Press : N e w York, p . 1 8 1 -2 1 1 , 1 97 1 . RELAÇÃO ENTRE A INCIDÊNCIA D E RESíDUOS D E ANTIM ICROBIANOS N O LEITE COM ALTAS CONTAGENS DE CÉLULAS SOMÁTICAS1 Correlation between antimicrobial residues in milk and high somatic cell counts Márcia Oliveira Lopes2 Carla Nunes Maron Carraro3 João Walter D ürr4 Darci Rodrigues Veiga5 Josué Furtado Filho6 1 . INTRODUÇÃO o leite é considerado uma das melhores e mais c omplexas fontes de n u trientes p ara os seres human o s . Porém, o leite é u m alimento perecível e seu valor nutritivo pode ser facil mente deteriorado p o r causa d e uma higiene d e fi ci e n t e d a ordenha, d e u m a man i p u l ação excessiva quando fresco, de uma alimentação ou de um manej o inadequado dos animais em pro dução. A qualidade do leite (propriedades nutricionais, composição e condições higiênico s an i tári a s ) a fe t ará s u a c a p ac i d a d e e s u a efi c i ê n c i a p ara a tran s fo rmação e m q u e ij o , iogurte, manteiga e outros produtos, bem como a c o n s ervaç ão ou a p erec i b i li d ade d e s t e s produtos antes q u e cheguem a o s consumidores . Os principais elementos que definem a qualidade do l ei t e são os s eus c o mp o nentes ( g o rd ura, proteína e l a c t o s e ) , as c é l u l a s s o m át i c a s , a c o n tagem b acteriana, a d u l teração p o r água, res íd u o s d e a n ti b i ó t i c o s , como t a m b é m a qualidade organoléptica e a temperatura (MO NARDES , 1 99 8 ) . A contagem de células somáticas (CCS) é primariamente composta de células brancas do sangue que se deslocam para o úbere, logo após a instalação de uma infecção causadora de uma inflamação chamada de mastite. A CCS é um teste rápido e facilmente obtido, a fim de deter minar a qualidade do leite ( PH LPOT, 1 99 8 ) . Alta CCS é expressão direta d a severidade d e um processo inflamatório, que além da indicação de mastite, está também i ntimamente relacionado com a q u a l i d ad e c o mp o s i c i o n a l d o l e i t e (ZECCONI, 1 99 6 ) . 1 Parte integrante da dissertação de mestrado da l a autora. 2 Professora da Universidade Federal do Paraná - UFPR. 3 Professora d a Pontifícia Universidade Católica d o Paraná - PUCPR; e-mai!: ccarraro @bsi.com.br 4 Professor da Universidade de Passo Fundo - UPF; e-mai!: [email protected] 5 Bentley Instruments. 6 Hexis Científica. O leite com e levada CCS tem o teor de lactose diminuído entre 5 e 20%, enquanto que a principal proteína do leite, a caseína, diminui entre 6 e 1 8 % . O teor de sólidos totais sofrem um decréscimo entre 3 e 1 2 % , e os m inerais c o m o c á l c i o , fó s foro, p o t ás s i o , d im i n u e m , enquanto q u e os minerais c o m o sódio e c lo ro aumentam. As lipases, que causam rancidez, também aumentam ( PHILPOT, 1 99 8 ) . Para tratamento e prevenção de mastites, são usados antibióticos, que são excretadós pela via mamária, e levam a riscos de ocorrência de res íduos n o leite . Esses res íd u o s p o d e m ser considerad o s sob d o i s aspecto s : os p o s s íveis efeitos sobre o consumidor (saúde pública) , e a interferência na fabricação de derivados fermen tados, levando a perd as econômicas e à dimi nuição na qualidade dos produtos (BRITO, 2000; S C H à ELLIB A U M , 2000) . O tratamen t o tér mico do leite (pasteurização, tratamento U HT) tem mostrado pequena o u nenhuma infl uência sobre a atividade dos resíduos de antibióticos do leite ( S CH ÃELLIBAUM, 2000 ) . Em algumas pesquisas observou-se maior incidência de v i o l ações por res íduos d e anti bióticos em propriedades com elevadas CCS, já que altas CCS indicam processo inflamatório, a mastite, que deve ser tratada com antibiótico (SAVILLE et aI, 2000). Com esse estudo, verifi c o u - s e q u al é a rel ação entre altas CCS e teores de gordura, proteína, l actose e sólidos t otais com a inci dência de resíduos de antibióticos no leite. 2 . MATERIAL E MÉTODOS 2 . 1 . Material Foram coletadas 320 amostras de leite i n n a t u ra d o p o o l de o r d e n h a , procedentes d e propriedades l eiteiras, l o calizadas n a R egião Metropolitana de Curitiba PRo 2 . 2 . Métodos A CCS foi realizada em S omacount 500 Contador eletrônico de células por fluorescência B entley. As amostras foram primeiramente aquecidas a 40°C por 5 minutos e, em seguida homogeneizadas. Os núcleos (DNA) das células somáticas foram corados com brometo de etila e expostos a laser. Ocorrendo a emissão de luz fluores cente. A análise de composição do leite (teores de gordura, proteínas, lactose e sólidos totais) foi reali zada no analisador de componentes no Infraver melho Bentley 2000 (Bentley Instruments, Inc . ) . Para análise de resíduos de antibióticos no leite, foi usado o t e s t e C harm Farm Tes t .. V I A L , q u e é um t e s t e m i c rob i o l ó g i c o , que s e baseia n o c r e s c i m e n t o d o B a c i l l u s stearo thermophi lus varo calidolactis . Antes d a real i z ação d o t e s t e , as amostras foram p ré aquecidas a 80°C por 10 minutos, p ara elimi n a ç ão de i n i b i d o re s n at u rai s , e l i m i n an d o p o s s ív e i s res u l t a d o s fal s o s - p o s i t i v o s (FA G U N D E S , 1 9 97 ) . A s e g u i r , foram i n o c u lados 1 00 IlL de cada amostra nos tubos identificados, que continham esporos do microrganismos, nu trientes, corante púrpura de bromocresol e ágar, e foram incubados a 65°C por três horas. A seguir, procedeu-se a leitura do teste. Os dados foram analisados por regressão logística, usando-se como variável dependente a incidência de anti b i ó t i c o s no leite e como efeitos no modelo os teores de gordura, proteína e lactose no leite, além da CCS no leite. O proce d imento GENMOD do pacote estatísti c o S AS foi usado para a análise estatística. 3 . RESULTADOS E D I S C U S S à O D a s 3 2 0 amost ras anal i s adas, 8 2 foram positivas p ara resíduos de antibióticos, repre s e ntando 2 5 , 6 % . A anál i s e estat í s t i c a n ão i dentificou efeito s ignifi cativo das v ariáveis independentes sobre a incidência de antibióticos no leite, indic ando que não houve d i ferenças significativas entre a composição do leite e a CCS das amostras de leite contaminadas e das amo stras l i v re s de a n t ib i ó t i co s . A p esar da maioria d o s c a s o s de leite c o m res í d u o s de antibióticos serem associados com tratamentos para mastite, a CCS no tanque não é um bom indicador do risco de res íduos. Isto se deve ao fato do uso de antibióticos ser restrito aos casos clínicos da doença, e a CCS estar mais associada à prevalência de mastite subclínica nos rebanhos. Rebanhos que apresentam médias anuais de CCS elev adas têm normal mente u ma maior preva lência de infl amações mamárias , tanto clínicas quanto subclínicas, o que também eleva o risco d e res íduos de antimicro b ianos no l e i t e . No presente trabalho, contudo, tentou-se rel acionar a incidência de antimicrobianos com as caracte rís t i c as de c o m p o s i ç ão e C C S nas mes mas amo stras de leite, não haven d o uma rel ação evidente entre as características analisadas. 4 . CONCLUSÃO Não houve relação entre CCS e presença de resíduos nas amostras de leite usados neste Pág . 2 1 4 Pág . 2 1 5 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS estudo . Portanto, deve ser realizados testes para resíduos, independente da CCS, SUMMARY The u s e o f anti b i o t i c t h e r a p y for treatment and prevention o f mastitis i n dairy cows may cause residues in milk. The objective of this study w as identify i n g the correl atio n between t h e presence of antibiotic in m i l k and high somatic cell counts . A total of 320 samples were anal y ze d , and in 2 5 , 6 % of them were detected antibiotics resi dues . N o relationship between antib iotic residues and s omatic cell counts in the same milk samples was detected. Key-words : Milk quality, S omatic cells counts (SCC), antibiotics residues in milk. REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS B R IT O , M. A. V. P. Resíduos de a n t i m i crobianos no l e i t e (Circ ular t é c n i c a , n . 6 0 ) . J u i z de Fora: EMB RAPA, 2000. 2 8 P. FAGUNDES, C . M . Inibidores e controle de q u a l i d a d e d o l eite . P e l o tas : U n i ve r s itári a/ UFPe l . , 1 99 7 . 1 1 5p . ANAIS D O X X CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS M O N A R DES , H . Programa de pagamento d e leite p o r q u al idade e m Quebec, Canadá . I n : SIMP Ó SIO INTERNACIONAL SOB RE QUALI DADE DO LEITE. 1 . , 1 99 8 , Curitiba. Anais . Curitiba: UFP R , 1 99 8 . p .40-43 . PHILPOT, W. N . Imp ortância da contagem de células somáticas e outros fatores que afetam a qualidade do leite. I n : S IM P Ó S IO INTERNA CIONAL SOBRE QUALIDADE DO LEITE, 1 ., 1 99 8 , Curitiba. Anais . . Curitiba: UFPR, 1 99 8 . p. 28-35. S AV ILLE, 1 . A . ; WITTUM , T . E . ; S M ITH, K . L . Association between measures o f milk quality and risk of violative anti microbial res idues i n grade A raw milk. Journal of t h e American Veterinary Medicai Association, S chaumburg, v. 2 1 7, n. 4, p. 541 -545, Aug. , 2000. S C H à ELLIB A U M , M. R e s í d u o s de a n t i b i ó ticos n o l e i t e . In: S I M PÓ S I O I NTER N A T I O N A L S O B R E Q U A L I D A D E D O LEITE, 2. 2000, Curitiba. Anais . Curitiba: UFPR, 2000 . p . 8 9 - 9 4 . ZE C C O N I , A . S o m a t i c c e l l s a n d t he i r si gnifi cance for milk proces s i n g (tecnology). N e w s l e t t e rs o f t h e I n t e r n a t i o n a l D a i r y F e d e r a t i o n , B ru s s e l s , n . 1 44 , p . 1 1 - 1 4 , 1 996. .. . . . AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA MATÉRIA-PRIMA DESTINADA A PRODUÇÃO D E DERIVADOS DE LEITE - ESTADO DE SERGIPE Quality evaluation of the raw material destined the production of milk derivatives State of Sergipe I rinéia Rosa do Nasci mentol Oiogo Barreto Machad02 Cristiano Barros de Melol Ivete do Carmo Menezesl 1 . INTRODUÇÃO C o m a g l o b al i za ç ão d a e c o n ô m i c a e a competitividade por ela estabelecida, a qualidade do leite produzido passou a ser uma das principais 1 2 preocupações d a indústria leiteira. A qualidade d a matéria-prima, decorrente das condições de obtenção e transporte, assim como as técnicas Professores do Departamento de Engenharia Agronômica - Universidade Federal de Sergipe. Aluno do curso de Engenharia Agronômica - Universidade Federal de Sergipe. utili zadas p ara o proce s s amento refl etem n a q u ali d ad e d o p r o d u t o p ro ce s s a d o ( B R IT O , 1 9 9 5 ) . H i s toricamente, o Estado d e S ergi pe apres e n t a u m a pro d u ç ão d e leite m u i t o p u l verizada, o n d e p e q u e n a s e m é d i a s p r o prie d ad e s r u r a i s formam p e q u enas b a c i as leiteiras situadas a uma centena de quilômetro dos centros urbanos. Essas propriedades operam com baixos índices tecnológicos resultando em um produto de qualidade duvidosa que, em geral, é escoado para os l aticínios locais ou para as u n i dades i n formais de p r o c e s s amento d e derivados (CERD A N e S AUTIE R , 1 9 9 9 ) . N a b u s c a d e adequação as n o v as e x ig ê n c i as d o mercad o , n o s ú l t i m o s an o s , v ê m o c orre n d o s ignificativas melhorias no setor de laticínios em termos de equipamentos e instalações como também no processo de fabricação de produtos lácteos . Entretan t o , a mo derni zação do s etor produtivo e o seu aj ustamento aos atuais parâ metros competitivos se realizam com maiores dificuldades . A falta de estímulo para maiores i nvestimentos na p ro dução l e i teira p o d e s er j ustificada pela baixa renda dos produtores e a constante oscilação na remuneração do produto ( C A RVAL H O FIL H O et aI . , 1 9 9 8 ) . A baixa especialização da produção, com uso de praticas precárias de obtenção de leite e de sistemas de tran s p o rtes d e fi c i e n te s res u ltam em perdas substancias no rendimento industrial, compro metendo a evolução do setor de laticínios . As n e c e s s árias m u d an ç as estruturais n a cadeia produtiva do leite no Estado de Sergipe poderão ser i mpulsionadas a partir da difusão e adoção de técnicas preconizadas de produção e obtenção de leite e de sua conservação apropriada. Esse processo de mudanças implica na especialização da p r o d u ç ã o , na i m p l an t ação de ordenha mecânica, n o re s friamento d o leite n a pro priedade, na granelização da coleta e na adoção de pro grama de p agamento d i ferenciado pela qualidade do leite. Assim, a conseqüente elevação do custo da produção de leite será compensada p e l o pagamento q u al i tati v o , a p artir da avaliação dos fatores físico-químicos, microbio l ó g i c o s e s e n s oriais d o pro d u to . Os fat o res rel ac i o n ad o s com a q u a l i d ad e do leite irão c o n tr i b u i r p ara o pagamento d i feren c i a d o , aumentar a escala e criar u m a n o v a estrutura para a ati vidade de produção (FA R IA , 1 9 9 8 ) . O estudo d o s fatores que influenciam a compo sição do leite passa a ser de grande relevância p a r a m i n i m i z ar as perdas e aumentar a rentabilidade do produtor rural e da indústria. Entre eles, a contagem de células somáticas é um dos parâmetros mais utilizados para avaliação da qualidade do leite e sanidade animal. Do ponto de vista físico-químico, a qualidade do leite é definida por parâmetros de composição e hi giene, altamente influenciados pela alimentação, genéti ca, raça e manej o de ordenha ( B R ITO, 1 99 8 ) . O presente trabalho teve como obj etivo a avaliação dos parâmetros qualitativos do leite escoado para os laticínios e unidades informais de processamento de leite no Estado de Sergipe. 2 . MATERIAL E MÉTODOS O trab al h o foi c o n d u z i d o e m 07 ( se te) propriedades rurais fornecedoras de leite p ara fabricação de derivados em municípios locali zados nas regiões sul, central e sudoeste do Estado de Sergipe. As propriedades selecionadas para o estudo apresentavam diferentes níveis tecnoló gicos de produção de leite na adoção de sistema de ordenha manual e mecânica (Tabela I ) . Tabela 1 - P arâmetros t e c n o l ó g i c o s d a pro dução de leite nas propriedades rurais estudadas. Propriedades Sistema de rurais ordenha OI 02 03 04 05 06 07 Manual Manual Manual Manual Mecânica Mecânica Mecânica C ondições de ordenha Sem higiene Sem higiene Com higiene Com higiene Sistema aberto Sistema aberto Si stema fechado Durante o mês de janeiro do ano de 2003 foram coletadas 10 amostras por propJ)edade, com exceção d a propri e d ade 07, onde foram coletadas 20 amostras . Essa propriedade foi a única fornecedora de leite para fabri cação de d e r i v a d o s c o m ordenha mec â n i c a s i s tema fechado encontrada em Sergipe. As 80 (oitenta) amostras de leite coletadas, que foram enviadas para a Clinica do Leite - Centro de Tecnologia para o Gerenciamento do Leite, Departamento de Pro d u ção A n imal da E s c o l a S u p e r i o r de Agro n o m i a L u i s de Q u e i ro z (ES ALQ/U S P ) Pirac i c aba/ S P, s e g u i n d o o s p r o c e d i mentos estabelecidos por esse l aboratóri o . N o l abo ratório foram processadas as análises dos teores de gordura, proteína, lactose e sólidos totais pelo méto d o I n fraverme l h o ( B e n t l e y 2 0 0 0 ) e a con tagem de células somáticas - CCS d eter minada pelo método de Ci tometria de Fluxo (S omacount 300). Pág. 2 1 6 Pág . 2 1 7 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS D O XX CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS 3 . RESULTA D O S E D I S CUSSÃO O s res u l t a d o s d a c o n t ag e m d e c é l u l as somáticas e d as analises fís i c o-químicas d as amostras de leite encontram-se na Tabela 2 . O s res ul t a d o s referentes aos teore s de gordura encontram-se dentro do padrão estabe l e c i d o p e l a l e gi s l ação v i gente ( 3 -4 % ) , c o m exceção da propriedade 0 2 que apresentou média de 4,67 % . A gordura do leite sofre influencia de vári os fatores de produção como alimentação animal, estágio d a lactação entre outros , apre sentando uma maior margem de variação de que os demais componentes do leite. Os resultados para lactose e sólidos totais encontram-se dentro do padrão. As amostras d as propriedades 06 e 07 apresentaram teores de proteína abaixo do pad rão , 2 , 8 5 e 2 , 6 7 % res p ec t i vam ente . A s demais amostras apresentaram teores de ade quados de proteína, com resultados semelhantes aos obtidos por B ALB INOTTI et aI . , 2002 . Em relação a contagem de células somáticas-CCS as propriedades 0 1 e 02 apresentaram os maiores res u l t a d o s de C C S , 1 . 7 7 7 . 00 0 e 2 . 4 8 2 . 000 células/ml , respecti vamente . Nessas p roprie dades apre s e n t am baixa t e c n i fi cação n a produção e o leite é obtido s e m a s práticas preco nizadas de higiene. PAULA et aI . , (2002) em estudo de CCS no sul do país obtiveram resul tados com número elevado de contagem, e os consideraram como reflexo do pouco cuidad o d o s prod utores c o m relação a s an i d a d e d a glândula mamaria e a falta d e estimulo p o r parte d as i n d u s trias em estabelecer p rogramas d e pagamento d e leite p o r qualidade. Considerando o padrão inicial estabelecido pela legislação de CCS inferior a 1 .000.000 células/ml, as demais propriedades apresentaram valores satisfatórios. As propriedades 03 e 04 apresentaram resultados 8 vezes inferir aos encontrados nas amostras das p ropriedades O I e 02, enfat i zando que é possível obter leite e boa qualidade independente do sistema de ordenha adotado, desde que sejam priorizadas as práticas de manejo e de obtenção higiênica do leite. A propriedade 07 apresentou res ultados e m torno de 8 , 5 vezes i n feriores quando comparados com os das propriedades 05 e 06. Isso sugere a maior eficiência do sistema de ordenha mecânica fechad o em relação ao sistema de ordenha mecânico aberto. Tendo em vista que a rotina de ordenha desses sistemas se assemelham, os res ultados d a propriedade 07 podem ser conseqüentes de um uso correto e manutenção de equipame n t o s . Os res u l tados apresentados reforçam os conceitos de ordenha bem feita não depende do fato de ser manual ou mecânica, mas sim, das práticas empregadas pelo ordenhador ( B R ITO, 1 99 8 ) . 4. CONCLUSÃO As amos tras de l e i t e c o l e t a d as nas d i ferentes propri edades rurais apre s e ntaram componentes fís ico-químicos em níveis satis fatórios para a industria. As propriedades com sistema de ordenha manual sem a adoção de práticas de higiene apresentaram os mai ores v alores de C C S , en q u an t o que, a propriedade com s is t e m a de ordenha mecân i c a fec h a d a apre s e n t o u os melhores resultados para a CCS. As propriedades com ordenha manual com cuidados higiênicos apresentaram bons resultados para CCS, com valores i n feri ores a 1 . 000.000 c é l u l as/ml , p o s s ível d e ser p r o c e s s a d o s e m consideráveis perdas de rendimento industrial. the increasing formalização of the laticínios and the agricultural units of milk processing, the milk production is presented very sprayed, and still, supplying to quality milk doubtful to the laticínios . The present work had as objective to analyze the quality of the milk that is drained for the l aticínios and info rmal units of l ocal milk processing. For in such a way, they had been col lected i n seven ( 0 7 ) supplying milk c o u ntry properties for manufactur e of deri v at i v e s , e i ghty ( 8 0) m i l k s am p l e s , a n d analyzed t h e components of importance for the manufacture of milky products, as texts of fat, total protein, lactose, solids, determined for the method Infra-red ray and c ounting of somatic cells determined by the method of Citometria resulted de Fluxo .Os for fat texts, total protein, lactose and solids had varied of 3 ,64 4 , 2 9 % ; 2 , 6 3 3 , 1 1 % ; 4 , 42 4 . 1 9 % and 1 1 , 5 7 1 2 . 52 % , respectively. The CCS (x 1 000) varied o f 65 the 2 1 29 . The samples originating systems of milk production that carry through the practical ones prai s e d of m i l k hygieni cal and of general h an d l i n g , they had presented the best o n e s consequently resulted and better incomes in the l ác t e a i n d u s t ry had to a d e q u ate s o l i d texts present in milk. Key-words : q u a l i t y o f milk, aspects physicist-chemistries, counting of somatic cells. REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS B ALB INOTTI, M.; RIBEIRO, M. E. ; FISCHER, V. ; SCHIRAM, R. c. ; STUMPF, W. ; RAMPON, SUMMARY One of the factors of great interference in the production of milk derivatives is the quality of the raw materi a l , b e c o m i n g a v a l u ab l e c o m p o ne n t f o r the c o m p e t l t l O n that i f establishes in a globalizado market. In t h e State of S ergipe, despite the positive c hanges that come occurring in the sector of laticínios, with • • • • P. ; GONZALES , H. M A RTI N S , P. Variações na c o m p o s i ç ã o do l e i t e de a c o r d o c o m a qualidade do leite. In: XXXIX Reunião Anual da S ociedade B ras ileira de Zootecnia, 2002. Pernambuco. B RITO, M. A. V. P. Conceitos básicos da quali dade. In: BRITO, J . R. F.; DIAS, J. C. Sanidade do gado leiteiro. Coronel Pacheco: Embrapa CNPGLlS ão Pau l o : Tortuga, 1 99 5 . p. 5 5-62. B RITO, J. R. F. A qualidade do leite. Coronel Pacheco : Embrapa-CNPGLlSão Paul o : Tortuga, 1 99 8 . 88p. C A RVALH O FILHO , O . M . ; C A R O N , P. ; H O L A N D A NETO, 1 . ; C E R D A N , C . T. A p e q u e n a p r o d u ç ã o de l e i t e no s e m i - árido s e rg i p a n o : c i r c u n s t â n c i as e p er s p ec t i v as . Petrolina:Embrap a-C PATSA, Comunicado Téc nico, n. 77, p . 1 -4, 1 9 9 8 . CERDAN, C . T. ; SAUTIER, D . P. Construção e desen v o l v i mento d o s territ ó ri o s : o c a s o d o s sistemas de produção localizados no Estado de Sergipe. I n : PROJETO S ISTEMA AGRO ALI MENTAR LOCALIZADOS (SIAL) LIGADOS À PECU Á RIA LEITEIRA NO NORDESTE DO B RA S I L . Programa Agri c u l turas Fam i l i ares . Pari s : CIRAD/TERRA, 1 99 9 . FA R I A , V. P. Q u a l i d a d e - U m t e m a a tu a l para o futuro do leite. Revista B alde B ranco. S ão Paulo, ano XXXIV, n . 405, p . 20-26. Jul 200 1 . PAULA, M. C . ; RIBAS, N. P. ; ANDRADE, U. V. C . C o ntagem de c é l u l as s o m áticas em a m os tras de leite de tanque. I n : X X X I X R e u n i ão A n u al d a S o c i e d ad e B ra s i l e i r a d e Zootecnia, 2002. Pernambuco. • • • • Tabela 2 - Valores médios dos componentes físico-químicos e contagem de células somáticas - CCS. Propriedades Gordura ( % ) Proteína ( % ) 01 02 03 04 05 06 07 3,91 4,67 3,34 3,8 1 3 ,44 3,77 3 ,67 3, 1 6 3 ,06 2,97 3,2 1 3, 1 3 2,85 2,63 Lactose ( % ) 4, 1 1 4,27 4,69 4, 1 5 4,5 4,2 4,42 S ólidos totais( % ) C CS ( x 1000) 1 2, 1 3 1 2,92 1 1 ,95 1 2,02 1 2 ,04 1 1 ,67 1 1 ,57 1 777 2482 25 1 263 305 803 65 Pág. 2 1 9 Pág. 2 1 8 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XX C O N G RESSO NACIONAL D E LATICÍNIOS PERFIL DE ÁCIDOS G RAXOS DA GORDURA DO LEITE DE VACAS ALIMENTADAS COM CAROÇO DE ALGODÃO Profile of fatty acids in fal milk from cows fed with cottonseed Silvio Luiz de O liveira Sog lia1 Luiz Ronaldo de Abreu2 Valfrêdo Garcia3 RESUMO o caroço de algodão é um subproduto largamente utilizado em fazendas leiteiras . S u a principal vantagem e s t á n o alto t e o r de energia, embora a i n d a possua t e o r m é d i o de proteína bruta e de fibra. A forma na qual o óleo dessas sementes chega até o rúmen pode ter um efeito sobre a composição de ácidos graxos da gordura do leite. O maior ou menor grau de proteção dos ácidos graxos ao processo de biohidrogenação no rúmen modifica de forma s ubstancial o perfil de ácidos graxos d a gordura do leite. O presente trabalho estudou os efeitos d o consumo de diferentes formas físicas de caroço de algodão por vacas leiteiras sobre o perfil de ácidos graxos da gordura do leite. O experimento foi conduzido na Fazenda Vista Alegre, município de Curvelo-MG. Foram selecionadas 3 2 vacas da raça holandesa, multíparas, em lactação, com produção média de 1 8 kg/dia de leite e média de 90 d i as em l actação . As dietas experimentais que constituíram os tratamentos foram : caroço de algodão inteiro e caroço de algodão moído. O processo de moagem realizado nos grãos não alterou o conteúdo total dos ácidos graxos de cadeia curta e média na gordura do leite, entretanto, promoveu maior médi a (p<O,O I) na soma dos ácidos graxos de cadeia longa e insaturada com redução nos ácidos graxos saturados. 1 . INTRODUÇÃO A suplementação de lipídeos em dietas de v a c as e m i n í c i o de l a c ta ç ão tem s i d o uma alternativa estratégica para aumentar a densi d a d e energéti c a d a dieta, evitando o forne cimento excessivo de grãos de cereais e suas i n d es ej áv e i s c o n s eq ü ê n c i as . A i n c l u s ão d e lipídeos ( 5 a 7% d a matéria seca) nas dietas é m u i t o c o m u m , e s p e c i al mente na forma de sementes oleaginosas, como os grãos de soja e o c aroço de algodão. Isto na maioria dos casos resu l t a em aumento d o v o l u me de pro dução, p orém com freqüentes e variáveis modificações na composição do leite ( Peres, 200 1 ) . A manipulação dietética de vacas leiteiras tem focali zado recentemente alguns aspectos importantes para a indústria de laticínios que se constituem nos seguintes desafios: produção de leite com menor teor de gordura, aumentando o seu grau de i n s aturação , com i ncremento n a concentração de ácidos graxos poliinsaturados, preservando os ácidos voláteis de cadeia curta responsável pelo aro ma dos produtos lácteos, mantendo ou até mesmo aumentando o nível de prod ução de leite. U m incremento nos ácidos graxos insaturados, juntamente com a redução nos saturados, causaria um i mpacto positivo na imagem do consumo de produtos derivados do leite, que hoj e ai n d a s o fre restri ç ões ao s e u consumo. Tendo em vista a importância da utilização de fontes suplementares de lipídeos nas dietas de ruminantes e as modificações que esta prática Prof. da Escola de Agronomia da UFBA - Cruz das Almas/Bahia. CEP 4 4 3 80-000. 2 Professor do Depto. de Ciência dos Alimentos/UFLA - Lavras/MO. 3 Doutorando do curso de Zootecnia /UFLA Lavras/MO. pode exercer sobre a composlçao do leite, os objetivos desse trabalho foram: estudar os efeitos da suplementação com diferentes formas físicas de caroço de algodão sobre o perfil de ácidos graxos da gordura do leite e verificar o impacto do fornecimento destes óleos sobre grupo de ácidos graxos nutricional mente i mportantes na gordura do leite. 2. MATERIAL E MÉTODOS Foram s e l e c i o n a d as 32 v ac a s da raça holandesa, média de produção de leite de 1 8 kg/ dia em duas ordenhas, com mais de 40 dias de lactação e escore corporal mínimo de 3. As dietas eram for n e c i d as em forma de ração t o t al (concentrado mais volumoso), tendo disponibi lidade total de água. O experimento foi condu zido na Fazenda Vi sta Alegre, localizada no municípi o de Curvelo-MG. As d ietas experi mentais foram compostas de silagem de capim napier (Pennisetum p u rp u re um) e pré-secado de tifton ( Cy n o do n spp . ) como v o l u mo s o s , e dois concentrados contendo caroço de algodão oferecido em i nteiro e moíd o . O ensaio foi conduzido em quadrado latino, c o m 8 q u ad r a d o s l at i n o s 4x4, s e n d o q u atro períodos e quatro animais, agrupados por pro dução e ordem de lactação. Cada animal em c ada período c orre s p o n d eu a u m a p arcela e xperi mentaI, recebendo os tratamentos ao longo dos períodos. Cada período teve uma duração de 1 4 dias, sendo 9 dias d e adaptação à dieta e 5 dias de coleta de amostras, totalizando 56 dias. As análises cromatográficas do perfil dos ácidos graxos d a gordura do leite foram realizadas no l a b o rat ó ri o de A ná l i s e de A l i m e n t o s d o D e p artam e n t o d e C i ê n c i a d o s A l i me n t o s d a Univers i dade Federal d e Lavras . Para extração da gordura foi utilizada a técnica do detergente B D I descri t a p o r Abreu ( 1 99 3 ) . Na obtenção dos ésteres metílicos dos ácidos graxos utilizou se a metodologia desenvolvida por Luddy et aI. ( 1 960) e modificada por Abreu ( 1 99 3 ) . A sepa raç ão e q u an t i fi c ação d o s é steres metíl i c o s fo ram re a l i z ad as n u m cromató grafo a gás, modelo Varian 3 . 8 00 equipado com detector de ionização de chama (FIO). Utilizou-se uma coluna capilar OV fused sílica de 30 m x 0,25 mm b o nded ( O h i o VaIley I n d . , M arietta, O H ) . A Temperatura da coluna (gradiente) variou de 60 a 240°C e a temperatura do injetor: e do detector foi de 250 ° C . O fluxo do gás de arraste na coluna foi de 0 , 6 mLlmin com vol ume d e i nj eção da amos tra de 1 , 0 JlL d a s o l u ção dos é s teres metílicos com razão do "split" de 1 :4 As anál i ses estatísticas foram reali zadas usando o programa estatístico SISVAR, segundo Ferrei ra ( 1 9 9 9 ) , por mei o da Análise de v a riância e teste F, comparando-se as médias dos tratamentos pelo teste de Tukey e m nível de 1 % de probabilidade. 3 . RESULTADOS E D I S C US S à O As concentrações médias d o s ácidos graxos individuais presentes na gord ura do leite para cada um dos tratamentos estão apresentados na Tabela 1 . Quando se compara o processamento físico (moagem dos grãos) do caroço de algodão observa-se que houve uma redução (P<O,O l ) no conteúdo de C 1 4:0 quando as fontes foram moídas. E s s a red u ç ão foi c o m p e n s ad a p e l o a u mento ( P < O , O l ) n o teor de C I : 1 , C 1 : l e C l R : l • Uma 4 6 explicação plausível para este comportamento é admitir uma maior ação da Delta-9 dessaturase sobre ácidos graxos saturados. Não h o u v e d i fere n ç a entre as méd i as obtidas para o conteúdo dos ácidos graxos de cadeia curta quando se compara a forma física utilizada (Tabela 1 ) . Os resultados obtidos su gerem que a liberação do óleo dessas fontes no rúmen não p r o v o c o u e fe i t o t ó x i c o s ob re as b ac térias c e l u l o l ít i c a s , o que prej ud i c aria a produção de precursores no rúmen, reduzindo a síntese de novo dos ácidos graxos na glândula mamária. Os ácidos graxos de cadeia curta são responsáveis por boa parte do aroma e sabor em derivados lácteos por serem voláteis , além de contribuírem para redução no ponto de fusão do lipídeo onde estão presentes . Assim, a manu tenção nos teores dos ácidos graxos de cadeia curta no leite pelo uso caroço de algodão, tanto inteiro quanto moído,na dieta dos animais, não ac arretariam prej u ízos, quer sej a n o aroma e sabor de produtos lácteos, quer sej a no ponto de fusão da gordura do leite. A análise de variância dos dados mostra q u e não h o u v e d i fe re n ç a ( P > 0 , 0 5 ) e n tre as médias obtidas para o conteúdo de ácidos graxos de cadeia médi a, o b t i d o s neste experi mento (Tabela 1 ). O conteúdo dos ácidos graxos de cadeia longa que compõem a gordura do leite é derivado e x c l u s i v am e n t e da c o rrente s a n g u í n e a q u e i rri g am as c é l u l as e p i t e l i a i s l ac t í g e n a s d a g l â n d u l a mamári a . N o p r e s e n t e trab al h o foi , u t i l i z a d o caroço de a l g o d ão rico em á c i d os graxos de cadeia longa, em particular o oléico e linoléico, que conseqüentemente provocou alterações importantes nesta categoria de ácidos graxos. Pág . 220 Pág . 221 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONG RESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Tabela 1 - Perfil dos ácidos graxos presentes na gordura do leite nos diferentes tratamentos. Tratamentos Ácido graxo B u tírico Capróico C aprílico C ápri co Láurico Tridecanóico M i rístico Miristoléico Pentadecan ó i c o P al míti c o Palmitoléico Heptadecanóico Es teárico Oléico Linoléico Linolênico Araquídico Cadeia curta (C4 a C 1 2 ) Cadeia média ( C 1 a C 1 6 ) 3 Cadeia longa ( C I S a C20) S aturados Insaturados Monoinsaturados Poliinsaturados Ins aturados/S aturados Caroço de algodão inteiro ( C 4 :0) ( C 6:0) ( Cs:o ) ( C I O:O) ( C I 2 :0) ( C I 3 :O) ( C I4 :0) (C I4 : 1 ) ( C I 5:0) ( C I6 :0) ( C I6 : 1 ) ( C I 7:0) ( C I 8 :0) ( C I 8: 1 ) ( C I S: 2 ) ( C I 8: 3 ) (C 2 0:0) 2,24 1 , 36 1 , 94 2,60 0, 1 3 9,39 0,6 1 0,7 1 29 , 1 1 1 , 15 0,77 1 5 ,50 26,9 1 2,5 1 0,86 0,49 1 0, 9 9 41,10 47, 9 1 6 7 , 09 32,9 1 2 8 ,67 4,05 0,49 C aroço de algodão m oído a a a a a a a b a a b a a b a a a a a b a b b b b Médias seguidas por letras i guais, nas linhas, não diferem entre si pelo teste de Tukey CP A dieta contendo a fonte de lipídeo que foi submetida ao processo de moagem obteve maior médi a (p<O,O l ) na s oma dos ácidos graxos de cadeia longa quando comparada àquela consti tuída de sementes inteiras (Tabela 1 ) . É possível que o processo de moagem tenha reduzido a pro teção natural d a semente causando uma maior liberação do óleo aumentando a área de superfície disponível para degradação microbiana. A Figura 1 mostra os resultados referentes aos ácidos de cadeia saturada e insaturada. Houve d i ferenç a ( p < O , O I ) e ntre os tratamentos com maior concentração d e ácidos graxos saturados no leite proveniente de animais que consumiram caroço de algodão inteiro. Alguns autores (Steele et aI. , 1 97 1 ; Mohamed et aI . , 1 98 8 ; Pires, 1 997) têm afi rmado que quando o óleo é fornecido como p arte d e u m a semente i n t e i ra e s te é introduzido no rúmen de forma mais gradual permitindo uma biohidrogenação mais extensa, devido ao maior tempo de permanência deste 2,09 1 ,0 1 1 ,9 8 2,2 1 0, 1 2 7,52 1,1 1 0,68 28,68 1 ,58 0,69 1 4, 1 5 30,80 2,28 0,77 0,48 1 0,07 39, 69 50,24 62,39 37,6 1 33,5 1 4, 1 2 0,60 � a a a a a a b a a a a a a a a a a a a a b a a b a 0,0 1 ). óleo em contato com o s micro rgani s m o s do rúmen em função da sua menor digestibilidade. 4. C O N C LUS Õ E S o u s o de lipídeos nas dietas de vacas n a forma de caroço d e algodão mantém os n íveis de ácidos graxos de cadeia curta, responsáveis por boa p arte do aroma e sabor em deri vados lácteos. É p o s s ív e l , p o r mei o d a mani p u l aç ã o dietética de vacas leiteiras, aumentar a produção de ácidos graxos insaturados, com conseqüente redução da saturação da gordura do leite, trazendo benefícios para a saúde do consumidor. 80 C/j o �� bJ) C/j o '"O '0 ,� C/j o '"O � E1 Insaturados D Saturados 70 60 50 40 30 20 SGI SGM CAM CAI Tratamentos Figura 1 - Efeito das fontes de lipídeos sobre a porcentagem dos ácidos graxos de cadeia saturada e insaturada da gordura do leite. milk fat. Thirty-two multiparous Holstein cows were selected, with average milk production 1 8 Llday i n m i d l ac t at i o n ( mean 9 0 d ay s ) . Treatments i n c l u d e d w h o l e c o t t o n s ee d and g r o u n d c o t t o n s ee d . Grinding d i dn ' t alter (p>0,05) the content of short and medium chain fatty a c i d s in fat m i l k , h o w e ve r i n creas e d (p<O,O 1 ) t h e percentage l o n g chain fatty acids and unsaturated with reduction of the saturated ones . Key-words : cottonseeds, fatty acid, milk fat, Holstein cows. REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS A B R E U , L . R . Factors affe c t i n g the b i osynthesis of b ranched-chain fatty acids in m ilk fato 1 99 3 . 1 63 p . Thesis ( Doctorate in Food S ci e n c e ) - U n ivers i ty o f W i s c o n s i n , Madison. FERREIRA, D . F. Sisvar - sistema de análise de variância, Lavras : UFLA, 1 9 9 9 . MOHAMED , O. E . ; SATTER, L . D . ; GRUMMER , R . R . ; EHLE, F. R. I n fl ue n c e of d i et ary cottonseed and soybean on milk production and c o m p o s i ti o n . J o u r n a l of D ai r y S ci e n c e , Champai gn, v. 7 1 , n. 1 0, p . 2 6 7 7 - 2 6 8 5 , Oct. 1 988 PERE S , J . R . O l e i te c o m o fe rrame n t a do m o n itoramento nutri c i o n a l . In: Us o d o leite p ara monitorar a nutrição e o metabolismo de vacas leiteiras . Porto alegre : G ráfi ca da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 200 1 . p. 3 0-45. PIRES, A . V; EASTRIDG, M. L. ; FIRKINS J. L . ; LlN, Y. 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R . Reiter4 RESUMO Considerando a crescente importância que o iogurte vem assumindo no mercado nacional, inúmeras pesquisas têm sido executadas para melhoria da qualidade. O iogurte faz parte da na dieta alimentar humana, embora inicialmente, o seu consumo foi bastante limitado, em meados de 1 960, a adição de frutas, com o objetivo de atenuar o seu sabor ácido, buscava uma maior aceitação popular e, ao mesmo tempo , uma maior divulgação era dada às suas qualidades nutritivas e terapêuticas, levando a um aumento no seu consumo] . Os objetivos foram verificar a qualidade microbiológica e características sensoriais e físico-químicas de iogurtes comercializados e caseiros. Foram utilizadas duas amostras de iogurtes naturais comercializados, sendo um integral (A) e outro desnatado ( B ) e 3 amostras de iogurtes caseiros, fabricados a partir de leite U HT de mesma marca, sendo um a partir de leite integral (C), um a partir de leite semidesnatado (D) e outro a partir de leite desnatado (E). O inóculo utilizado foi iogurte natural comercializado previamente analisado. Na avaliação microbi ológica houve ausência de Sa lmone lla spp., Staphylococcus aure us, coliformes, bolores e leveduras, possivelmente devido ao baixo pH e à presença de bactér i as ácido láticas. A contagem total de bactérias foi em torno de 1 07ufc/g. O pH de todas as amostras va r i o u entre 3 , 6 a 4 , 2 . A acidez foi em torno de 0, 8 0 %, estando ambos d en tro d a legisl ação . Na avaliação senso r ial foram realizados testes de escala hedônica, perfil d e características e escala estruturada, sendo avaliados cor, aparência, odor, s abor, textura, cremosidade e preferência. Concluiu-se que a amostra C obteve de um modo geral, maior aceitabilidade. Já as A, B e E tiveram resultados não satisfatórios. As amostras apresentaram boa qualidade microbiológica não oferecendo risco à saúde. Palavras-chave : iogurte, análise sensorial , microbiologia. 1 . I N T RO D U Ç Ã O O iogurte está presente na dieta alimentar hu mana d es d e t e m p o s re m o to s , qu ando a fermentação era u t i l i zada c o m o fo rma de preservação do leite I . As culturas lácticas são utilizadas para aumentar a vida-de-prateleira do l e i t e , d ev i d o à formação de c o m p o n e n tes 1 2 3 4 metab ó l i c o s c o m o ác i d o láctico, áci d o p ro piônico, diacetil e substâncias antagonísticas que exercem efeito inibitório nas bactérias Gram negativas res p on s áveis p e l a deteri oração do produt05• N a p rodução dos i ogurte s , normal mente emprega-se cultura mista de LactobacilIus Acadêmica do Curso de Química de Alimentos - FURB . Acadêmicos curso de Ciências B iológicas. Prof. Depto de Producción Animal y Ciencia de los Alimentos, Universidad Cardenal Herrera - CEU, Espana. Prof. Depto Ciências Naturais / CCEN, Programa de Qualidade e S egurança de Alimentos / 1PT - FURB. bulgaricus e Strep tococcus thermophilus. Estas, se mantêm em crescimento associado ou culturas separadas. S ão inoculadas no leite em proporções d e fi n i d a s , geralmente de 1 : 1 e d e fi ne m as características reológicas e aromáticas i deais . As bactérias lácticas, em convívio simbiótico, estimulam-se mutuamente, complementando o crescimento u m a da o u tra. No i n í c i o d a fermentação, o p H do leite favorece o desen volvimento do S. thermophilus. Com o aumento da acidificação (teor de ác i d o l áctico a p artir d a lactose) cre s c e m o s L . b u lgaricus. E s tes s ão p roteolíticos, obtêm aminoácidos a partir da caseína (glicina, histidina, valina) e ativam o crescimento dos estreptococos que, por sua vez, estimulam o crescimento dos lactobacilos, c o m a p r o d u ç ão de á c i d o fórmi c o e g á s carbô n i c o . O leite empregado n a produção de iogurte deve ser de boa procedência e qualidade, devendo pass ar por tratamento térmico ( pasteuri zação ou tratamento UHT), a fim de eliminar micror ganismos p atogêni cos bem como s ubstâncias inibidoras do crescimento bacteriano presentes l n o leite cru, como as aglutininas . Durante a ferme n t a ç ã o , proteínas , gorduras e l actose s o frem hidrólise p arcial, fac il it an d o a d iges tibilidade do produto, sendo considerado agente regulador de funções digestivas . O i og u rt e é u m p r o d u t o ampl amente recomendado por suas características sensoriais, prob i ó ticas e nutri c i o n a i s , p o i s , alé m de ser elaborado com leite c o n t e n d o alto teor de sólidos, cultura l ática e açúcar, pode ainda ser enriquecido com leite em pó, proteínas , v ita minas e minerais e ser produzido com baixo teor ou isento de gordura9• A fin al id ad e deste trabalho consistiu na caracterização dos iogurtes naturais, caseiros e comerciais, em relação aos parâmetros físico químicos, microbiológicos e sensoriais. Para isto, foram fabricados i ogurtes naturais a partir de leite UHT, integral, semi-desnatado e desnatado ( d a mesma marca) , p ara s im u l ar a pro dução artesanal da região . e B (de s n at a d o ) . A s a m o s tras c a s e i ras fo r a m C ( i n t e gral ) , D ( s e m i d e s n at a d o ) e E ( d e s n at ad o ) . 2 . 1 . A n á l is e s e n s o ri a l F o r a m re a l i z a d o s o t e s t e d o p e rfi l d e c aracterís ticas, onde ava l i aram-se cor, o d or, aparência, sabor e textura. A cremosidade foi avaliada pelo teste de escala estruturada. O teste de escala hedônica foi aplicado para verificar a preferência geral de cada amostra. 2 . 2 . Análises fís i c o - q u ím i cas Foram determinados pH e acidez. O pH fo i rea l i z a d o pel a med i d a d ireta com u m p Hmêtro introduzindo-se o eletrodo diretamente n as amostras . A acidez, em termos de áci d o l ác t i c o , fo i d etermi n a d a t i t u l a n d o - s e 1 0 mL da amo stra com solu ção D ornic (NaOH N/9) por v iragem do indicador básico fenolftaleína em solução alcoólica. 2 . 3 . A n á lises m i c r o b i o l óg icas As an á l i s e s foram d e acord o com o Comp e n di u m of M e t h o ds fo r t h e M i c r o b i o l o g i c a l Exa m i n a tion of Fo o ds 1 • O s micro r ganismos pesquisados foram Sa lmone lla ssp . , S . aureus, coliformes totais e fecais, bolores e leveduras e bactérias mesófilas. 3 . RES ULTA D O S E DIS C U S S à O 3 . 1 . Av aliação S e n s o ri a l Pelo teste de perfil de características, pode se observar na figura ao lado que a aparência das a m o s tras A, B e E foram p é s s i m as . Já as amos tras C e D t i veram uma e x ce l en te aparência. Em relação ao sabor, observou-se que houve uma melhor aceitabilidade na amostra C . O o d o r e a cor em ambas a s amostras manti veram-se característico s . 2 . MATERIAL E MÉTODOS No p re p aro dos i o g u rtes c a s e i ro s , foi utilizado como inóculo 2% de iogurte natural previamente analisad o . O leite foi enriquecido com 3 0g de leite em pó e 50g de açúcar/litro. A s marcas c o merc i a i s fo ram adqu i ri d as em s u p ermercado com não mais d o que 1 0 dias de fabricação. As amostras foram codifi cadas por l etras . A s c omerciais foram A (integral) Aparência 1'1' " Textura \� 'Cor Sabor '/. . ... · , :,· 'odor G ráfico1 - Resultados da análise sensorial. Pág . 224 Pág . 225 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS A cremosidade, avaliada pelo teste de escala estruturada, demonstrou que as amostras A e C foram as melhore s . A amos tra B apresentou nota mai s baixa, mas não muito d i s tante das an teri o re s . As a m o s t r a s D e E d i feri ram c o n s i derav e l mente das o utras , não apre s e n t an d o p ra t i c a m e n t e n e n h u ma fi r m e z a . N o t e s t e de e s c a l a hedônica, as amos tras A e B foram as menos aceitas e as amostras C, D e E foram as preferidas por serem mais doces e menos ácidas. 3 . 1 . C a racterís t i cas fís i c o - q u ím i cas : Os resultados obtidos nas determinações físico-químicas das amostras de iogurte natural são apresentados na Tabela 1 . Observa-se que as d i ferentes amos tras de i o gurtes n aturai s apresentam pouca variação entre os valores de pH. A amostra B ( 3 , 7 6 ) com menor valor de pH, d i fe r i u s i g n i fi c at i v amente das o utras amostras. Entretanto veri fi c a-se que todas as amostras encontram-se dentro do limite de pH, no qual as bactérias l ácti cas desenvolvem-se normalmente, no entanto os resultados de acidez não foram constantes . Tabela 1 - Resultados de pH e Acidez A m os t ras D eterminações ------ pH 4 , 1 9 3 ,7 6 4,00 4, 1 0 3 , 9 5 A t����:o láctico) 0, 8 8 B C D E 0, 8 6 0,77 0,73 0,70 E m termos gerais , a acidez foi e m t orno de 0,80%, sendo que o desejável é entre 0,70 0,72% de ácido láctico . Vários fatores podem causar esta variação, como fal has no proces samento e ausência de controle da temperatura no armazenamen t o . O problema de a c i d e z excessiva em iogurtes pode s e r minorado com o maior rigor no cumprimento da data de validade destes produtos . Isto obrigaria sua retirada do mercado , uma vez que esta variação de acidez pode ser seguida de outras modificações organo lépti cas i n desej áveis ou mesmo fav o recer o desenvolvimento de outros microrganismos mais tol erantes à acidez. Em experimentos verifi cando a qualidade de iogurtes, foi verificado que o aumento da acidez titulável é d i retamente proporcional ao tempo de armazenament04• Mu danças na acidez do produto ocorrem em maior ou menor grau, dependendo do valor inicial da temperatura d e refrigeração, do tempo de armazenamento e do poder de pós-acidifi cação das culturas utilizadas7• Denomina-se como pós acidificação a acidez produzida após o período de incubação, i sto é, d urante o res friament o , estocagem e distribuição a t é o c o n s u m o . Essa acidez muda d urante o armazenamento depen dendo da acidez inicial do pro duto, d a tempe ratura de armazenamento e do poder acidificante da culturaS . 3 . 3 . Avaliação m i crobi o l ó gi c a H o u ve a u s ê n c i a de Salmone l la s p p . , S. a u reus, coliformes, bolores e leveduras, pos sivelmente devido ao baixo pH e à presença de bactérias ácido- Iáti cas . A c o nt agem total de bactérias foi em t orno de 1 07ufc/g, o que era esperado em fun ção do produto. 4. C O N C L U S Õ E S E m termos gerais a amostra C teve melhor aceitabilidade. Conclui-se que a acidez, sabor, aroma e cremosi dade são aspectos relevantes sob o ponto de vista da qualidade e aceitabilidade do produto . O tipo de leite foi um diferencial na e s c o l h a do m e l h o r pro d u t o , o n d e o i og u rte preparado com leite integral foi o mais aceito, pois tem influencia direta sobre o sabor, aroma e cremosidade. A c aracterização fís i c o - q u í m i c a das amostras revelou que os resultados podem ser considerados adequados, quando comparados aos requ i s i t o s e s tabel e c i d o s p e l o M i n i s t é r i o da Agricultura. ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS sampIes of commercial natural yogurt were used, one made from whole milk (A) and the other fro m low-fat milk ( B ) , and t hree s amples of homemade yogurts, made fro m UHT milk of the same brand, one from whole milk (C), one from semi-skimmed milk (D) and the last from l o w fat m i l k (E) . The c o ntrol u s e d w as c o m mercial n at u ral y o g u rt t h a t had b e en anal y ze d previ o u s l y. The m i crobi o l o g i ca l evaluation revealed t h e absence o f Sa lmone lla spp . , S. a u re u s , coliformes, mold and yeasts, possibly due to the low pH and the presence of acid - I actic b acteria . The total bacteria c o un t was about 1 07 ufc/g. I n the pH analysis, a l I the samples were between 3.6 and 4.2. Acidity was ab out 0 . 80 % , both being between legislative parameters . For the sensorial evaluation, tests were made on the hedonic scale and the profile of characteristics and on the structural scale, app e arance, c o l or, aroma, t aste, texture and preference were evaluated. The conclusions o f the sens orial evaluations w ere that s a m p l e C generall y obtained the greatest acceptabil i ty. S amples A, B and E had already res uIted i n u n s a t i s factory as s e s s me n t s . A l I t h e samples presented good microbiological quality with no ri sk to health. Key-words : y o gurt, sensor i al analy s i s , microbiology. 1. ALAIS, C . Ciência de la leche. Princípios T écnica l e c h e r a . E d . R e v e rt e . B arc e l ona, p.763-7, 1 9 85. 2 . A P H A . Compendium of Methods for the M i c r o b i o l o g i c a l E x a m i n a t i o n of F o ods. 3rd .e d . 1 992. 3. H A N S E N . C . L e i tes fer m e n tados, m ic r o r g a n is m os p ro b i ó ti cos e s aú d e . Valinhos, n . 3 8 , p . 2, 1 99 7 . 4 . J O R D A N O , R . H i g i e n e q u a l i ty o f commercial y o g hu rts . A li m e n ta ria , Madri d . v. 1 7 8 , p . 2 7 - 3 0 , 1 9 8 6 . 5 . M A RT I N S , J . F . P. ; L U C H E S E , R . H . D eterminação d a compatibilidade de cres c i m e n to ass o c i ativo entre cepas d e L. bulgaricus e S. tlzermoplzilus. Rev. ILCT. v. 43. n. 256, p. 1 - 1 3 . 1 9 8 8 . 6 . P O RTER, 1 . W . G . L e c h e y p r o du c t os lácteos. Ed . Acribia, Zaragosa, p. 7 1 -74, 1 9 8 1 . 7 . S ALJI, J . P. ; ISMAIL, A . Effect o f i nitial acidity of plain yogurt on acidity c ha n ges d u r i n g refri gerated s to r a g e . J. of Food Science, Chicago, v. 48, n . 1, p . 258-259, 1 983. 8. TAMIME, A. Y. , ROB INSON, R . K. Yogurt ciencia y tecnologia. Zaragoza: Acribia, 1 99 1 , 368p. 9 . V E I S S E Y R E , R . L a c t o l o g i a T é c n ica. Acribia: Zaragoza. p . 2 8 8 - 29 1 . 1 9 8 8 . • AVALIAÇÃO DOS INDICADORES DE QUALIDADE D E LEITE C R U DAS ESPÉCIES BUBAlINA, OVINA E CAPRINA SUMMARY Considering the growing importance that y o gurt has a s s u me d in the n a t i o n al market, s u b s t an t i al amo u n ts of research have been performed to improve its quality, as welI as the quality o f other fermented products . Yogurt i s part of human dietary habit, although initiaIly its consumption was quite limited, in the mid 1 96 0 ' s , the additi o n o f fruits to the product, intended t o o ffse t its aci d i c tas te, s o ught a greater public acceptance and, at the same time, more publicity was given to yogurt 's nutritive and thera p e u t i c q u a l i ti e s , l e a d i n g t o a considerable increase in its consumption 3 • The obj ectives were to veri fy the mi crobiological quality of homemade yogu rt and the sensorial and physical-chemi cal characteristics o f both c o mmercial and h o me m a d e y o g urts . Tw o REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS Evaluation of quality indicators of raw milk of bubaline, ovine and caprine species Cristi na Ramos1 Felipe Teichmann2 Neila S.P..S. R i ch ards3 RESUMO Conhecer a composição de leites de diferentes espécies animais é importante na tomada de decisões para a produção de pro d utos lácteos, como iogurte, queij o , doce de leite e 1 2 3 Estudante de Engenharia de Alimentos, Bolsista UNIBIC/UNISINOS/RS. Estudante de Engenharia de Alimentos, Bolsista FAPERGS/UNISINOS/RS. Professora do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (C6)/UNISINOS/RS. Pág . 227 Pág. 226 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS bebidas lácteas, já que os teores de gordura, proteína, acidez e extrato seco total variam de acordo com as diversas regiões e são influenciadas pela nutrição dos animais, por fatores ecológicos e de manejo. Nos últimos anos tem surgido uma crescente demanda em relação a produtos lácteos oriundos de leite de diferentes espécies animais. Em virtude da escassez de dados brasileiros sobre esses leites, o objetivo desta pesquisa foi o de caracterizar os indicadores de qualidade de leites de cabra, búfala e ovelha, comparando os parâmetros físico-químicos dos diferentes leites e suas respectivas cargas microbianas . As matérias primas utilizadas neste estudo foram provenientes de propriedades localizadas na região metropolitana de Porto Alegre - R S . Os testes realizados foram : acidez total titulável, teor de gordura, densidade, pH, extrato seco total e crioscopia. Na análise microbiológica foi utilizado o teste de redutase, que é usado somente para análise de leite cru . A acidez total titulável das amostras de leite variou de 1 1 ,0 a 27,7°D, sendo o valor mais baixo encontrado para o leite de búfala e o maior para o leite de ovelha. O teor de gordura variou de 3,9 a 7,4%, sendo que o leite de ovelha apresentou o menor valor e o leite de búfala o maior. Houve pouca variação na densidade, sendo o leite de búfala a mais baixa e a do leite de ovelha a mais alta, 1 ,028g/L e 1 ,037g/L, res pectivamente. Houve pouca variação de pHs, sendo que o mais baixo foi 6,75 para o leite de ovelha e o mais alto, 7,05 para o leite de búfala. A p ercentagem de EST variou de 1 3 , 1 6 a 1 8, 2 1 % , sendo o valor mais baixo encontrado no leite de ovelha e o mais alto no leite de búfala. Através do teste de redutase, observou-se que todas as amostras de leite apresentaram boa qualidade, sendo o tempo de redução estimado em mais de quatro horas. Com os resultados obtidos observou-se que o leite de búfala é o de maior teor de gordura, pH, alto teor de sólidos totais e menor acidez. O leite de ovelha foi o que apresentou maior valor de acidez, provavelmente em virtude da época do ano. ANAIS DO XX CONG R ESSO NACIONAL DE LAT i CíNIOS 2 . 2 . D e t e r m i n a ç õ es fís i c o - qu i m i c as As análises físico-quimicas foram realizadas segundo meto d ol og i a descrita p e l o I n s t i t u to A d o l fo Lutz ( I N S TITUTO A D O LFO LUTZ, 1 9 8 5 ) p ara o e s t ab e l e c i mento d as segui ntes caracterís t i c as : acidez to tal t i t u l áv e l e m °D (procedimento 1 5 . l . 5 . 2 ) , crioscopia em ° C ( p r o c e d i m e n t o 1 5 . l . 4 ) , d e n s i d a d e e m g/L (procedi mento 1 5 . 1 . 2 ) , extrato seco total em g/ 1 00g ( p r o c e d i mento 1 5 . 1 . 6 ) , extrato s e c o total desengordurado em g/1 O O g (procedimento 1 5 . 1 . 7 ) , gord ura e m g/ l OOg (pro c e d i m e n t o 1 5 . 1 .9 . 1 ) e p H . 2 . 3 . A n á l i s e es t a tís tica Foi utilizado o delineamento experimental inteiramente casualizado e, para veri fi c ar as diferenças entre médias das amostras, os d ados obtidos foram comparados pelo teste de Tukey ao nível de 5 % de probabilidade (SNEDECOR & COCHRAN, 1 96 7 ; B ANZATTO & KRONKA, 1 995). 2 . 4 . A n á l i s e m ic r o b i o l ó g i c a 1 . INTRODUÇÃO O l e i t e é u m alimento d e gran de valor nutritivo, fornecendo ao homem macro e micro n utrientes indispensáveis para o crescimento, desenvolvimento e manutenção da saúde (GURR, 1 992). Por ser fonte de proteínas, lipídios , car b o i d ra t o s , v i t a m i n a s e mi nerai s , torna-se também, excelente meio para multiplicação dos mais d i v e rs o s m i crorg an i s m o s d e s ej áv e i s e indesej ávei s . Estes , por sua vez podem causar defeitos físico-químicos e sensoriais que limitam a durabilidade do leite e produtos lácteos, além de problemas econômicos e de s aúde pública (TE U B E R , 1 99 2 ) . A exemplo d o q u e ocorre c o m o leite de vaca, a composição físico-química do leite de b ú fala, c abra e ovelha v ariam em fu nção de múltiplos fatores, entre os quais destacam-se a raça, o período de lactação, a estação do ano, a idade do animal, a quantidade de leite produzida e a fisiologia do animal . Têm-se observado um aumento na procura dos leites de búfala, cabra e ovelha, e de seus derivados . Mas o leite de cabra é ainda entre os três, o mais procurado tanto p e l as s u as caracterís t i cas nutri ci o n ais como pela sua e x ce l en t e d i g e s t i b i l i d a d e , res u l t a n d o e m a l i mento d e e x c e l e n t e v a l o r biológico. Aliada a isso, existe o fato de que, principalmente o leite, sej a muito procurado para a alimentação de lactantes e crianças que apresentam a reconhecida intolerância ao leite bovino. No Brasil o estudo sobre leite de ovelha e de búfala é incipiente. Poucas pesquisas são feitas sobre esse tipo de leite e seus produtos derivados, em virtude de baixa produtividade de leite por animal, sendo que búfala e ovelha produzem uma média de 4, 0 litros/dia contra 40 litros/di a de leite de vaca. A a n á l i s e m i crobi o l ó g i c a foi m e d i d a através do teste de redutase. A avaliação é feita através do tempo necessário para descolorir a amostra, sendo que está análise é feita somente p ara leite cru ( PEREIRA et ai. , 200 1 ) . 3 . RESULTAD O S E D I S CUSS ÕES Observa-se, pela Tabela 1 que a acidez total titulável dos diferentes leites variou de 1 6, 1 5 a 2 7 , 7 ° D no i n v erno e d e 1 1 , 0 a 2 2 , 0 0 D n a primavera. O leite d e búfala foi o que apresentou menor acidez no i nvern o , j á na primavera o leite de cabra foi o que apresentou menor valor ( 1 1 ,OOD). Na primavera todos os leites diferiram entre si quanto à acidez. O leite de ovelha, tanto no i n verno q u a n to na p r i m avera foi o que apresentou maior acidez, 27,7 e 22,00D, respec tivamente . De acordo com FURTAD O ( 1 99 1 ), a composição química do leite de búfala varia principal mente n o período de j unho a o utubro, devido ao período de lactação. A acidez t o tal t i tu l áv e l é resu ltante do desdobramento da lactose em ácidos, ocasionado pela multiplicação da biota bacteriana à medida que se dilata o período da ordenha até sua deter m i n a ç ão . De acordo c o m M A D S EN e t a i . ( 1 965), e s t a acidez infl u i , consideravelmente, na temperatura e higiene empregada nas diversas etapas de fabricação e serve de base para avaliar o estado de conservação do leite. ALMEIDA et a I . ( 2 0 0 0 ) e n c o ntraram v al o re s de a c i d ez variando entre 1 4,9 a 1 7 , 3 ° D e B O N A S I et ai. ( 1 9 8 7 ) e n c on traram val ores d e a c i d e z entre 1 1 ,0 a 1 7,00D para leite de cabra. Quanto ao teor de gordura os leites de ovelha e búfala não diferiram entre si nas duas estações analisadas, porém diferiram significa tivamente do leite de cabra, onde e s te apre sentou o valor de 3 , 9 % n o final d o invern o e 6,4% na primavera. Observou-se que os teores de gordura e s ó l i d o s totais e n co ntrado s n as amostras de leite de búfala foram semelhantes aos o b t i d o s p o r FER R A R A & I N T R IE R I ( 1 9 7 5 ) , G A N G U L I ( 1 9 8 1) , V E R R U MA & S ALG ADO ( 1 9 94), que encon traram valores e ntre 7 ,40 a 9 , 6 0 g/L p ara gordura e 1 6 , 0 a 1 7,0% para sólidos totais. B UENO et al.( 1 99 1 ), em experimento realizado com 40 cabras da raça Anglo-nubianas , encontraram val ores de 4,79 g/L para gordura, constatando também que os teores de lipídios e lactose sofreram influência durante a fase de lactação. 2 . MATERIAIS E MÉTODOS 2 . 1 . C o l e ta das amos tras Vinte e sete amos tras de l e i te foram analisadas nos meses de junho a dezembro de 2 0 0 2 , n as q u a i s determ i n o u - s e a c i d e z , crioscopia, densidade, teor de gordura, extrato seco total , extrato seco desengordurad o, p H e red utas e . As amos tras s ã o p r o v e n i entes d e pequenas propriedades l ocali zadas n a região Metropolitana de Porto A l egre, e foram ana lisadas na Mini-Usina de Leites e Derivados do Centro de Ciências Exatas e Tec n o lógicas da UNISINOS, RS. Tabela 1 - Valores médios encontrados para os parâmetros físico-químicos nas amostras de leite de búfala, cabra e ovelha. Búfala Cabra A n ál is e s Final d o inverno Prim avera Final do inverno Acidez (OD) Densidade (g/L) Gordura (g/L) EST ( % ) ESTD ( % ) Crioscopia (0C) pH 1 6 , 1 5c 1 ,0320 7 , 20A 1 6,90 9,70 -, 5 540A 7 , 05A 1 8 , 2 5B 1 ,0337 7 ,20A 1 7,32 1 0, 1 2 - 0 , 5 540A 6,85A 2 0 ,40B 1 ,0329 3 , 90B 13,16 9,26 - 0 , 5 560A 6 , 85A Pág. 228 Ovelha Primavera Final do i n v e rn o 1 1 , 0 0e 1 , 02 8 8 6 ,40B 15,14 8,74 -0,5550A 6 , 85A 27,70A 1 ,0375 7, 1 5A 1 8,2 1 1 1 , 06 -0, 5 325B 6,75A Primavera 2 2 , 00A 1 ,0329 7 , 40A 1 7 ,36 9,96 -0, 5 5 3 2B 6,75A Pág . 229 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Os valores de extrato seco total e extrato seco total desengordurado variaram de 1 3 , 1 6 a 1 8,2 1 % e 8,74 a 1 1 ,06% respectivamente, sendo os menores valores encontrados para o leite de c ab ra e o s mai o re s val ores p ara o l e i t e de ovelha. É importante destacar que a variação no extrato seco total desengordurado é decorrente, sobretudo, d a variação do nível de proteína do leite ( RENEAU & PACKARD, 1 99 1 ) . O per centual de extrato seco desengordurado v aria progressivamente com a idade do animal. Dentro de um ciclo de lactação, o ES D apresenta uma variação inversa a curva de produção de leite, ou sej a, n o primeiro mês o ESD é alto, dimi nuindo no segundo mês quando há um pico de produção de leite voltando a aumentar no final da lactação, à medida que a produção decresce. (HARRIS & B ACHMN, 1 9 8 8 ) . O extrato seco desengordurado (todos os componentes exceto a água e gordura) está altamente correlacionado com as porcentagens de gordura e de e xtrato seco total . Os valores médios observados nesta p e s q u i s a p ara e x trato s e c o t o tal ( 1 3 , 1 6 a 1 5 , 1 4%) nas amostras de leite de cabra atendem ao valor mínimo estabelecido pela Portaria n056 que é de 1 1 ,2 % . Com relação ao pH as amostras de leite não diferiram entre si no inverno e na primavera, isto já era esperado uma vez que o leite (de animais) possui capacidade tamponante, ou seja, em função do equilíbrio de sais raramente os leites apresentam mudanças de pHs. O índice crioscópio corresponde a tempe ratura de congelamento do leite, cujo valor varia n ormalmente e n tre -0, 5 5 3 a - 0 , 5 5 2 ° C , por tanto, em temperaturas inferiores a da água. Isso se d e v e a p re s e n ç a d e c o mp o nentes lácteos solúveis em água, principalmente os minerais e a l ac t o s e ( B E H M E R , 1 9 8 0 ) . A s al teraçõ e s encontradas neste índice revelam, geralmente, adição de água ao leite que pode ser intencional ou natural. Quanto a crioscopia observou-se, que os l e i t e s de b ú fa l a e c abra n ão d i feriram s i gn i fi cativamente e n tre s i n as duas épocas estudadas, poré m d i feriram signifi cativamente do leite de ovelha. A densidade no final da primavera variou de 1 ,0320 a 1 ,0375 glL e de 1 ,0288 a 1 ,0337 glL no i n verno, e s s e s val ores não apresentaram diferenças significativas. Os valores encontrados também e s tão d e n tro da fai x a d e s crita p e l a l i t eratura i n tern ac i o n al que o b s erva v al ores situados entre 1 ,029 a 1 ,036 g/L. N a fabricação de p r o d u t o s , a c o mp o s i ção do leite tem influência primordial, uma vez que o rendimento e a eficiência da conversão do leite em derivados, por exempl o , q ueij o e doce de leite depende desta variável. Isto é devido, principalmente, à presença da gordura e do extrato seco total, os quais compõem fun damentalmente a estrutura da coalhada e, conseqüentemente dos principais derivados l ácteos. 4 . C O N CL U S à O A composição físico-química dos leites têm importante papel para a indústria, uma vez que o rendimento na produção de derivados lácteos depende do conteúdo da gordura e de sólidos não gorduros o s . A p ro d u çã o de l e i t e d e m e l h o r qualidade exige, além de higiene ao longo de toda a cadeia produtiva, o máximo cuidado com a temperatura após a ordenha. Estudos precisam ser aprofundados princi palmente para o leite de ovelha e búfala, onde, no Brasil, as pesquisas são incipientes. Os valores encontrados nesta pesquisa são semelhantes aos valores observados por divers o s pesquisadores (Brasil e exterior). Com relação ao leite de cabra, os valores observados atendem aos preconizados na Portaria 5 6 . m i l k the highest. D e n s i t y v aried very l ittle amongst all the s amples , where b u ffal o milk obtained the lowest value and ewe milk obtained the h i ghest v a l u e , 1 . 02 7 g/L a n d 1 . 0 3 7 g/L, res pectively. There was very l i ttle va r iation amongst the pH's of the various samples, where the lowest value was 6.75 for ewe milk, and the highest value w as 7 . 05 for b uffalo milk. The percentage o f solid contents varied from 1 1 .55 to 1 4.45%, where the lowest value obtained was for ewe milk and the highest was for b u ffalo milk. This res u l t i s very i n teresting because buffalo milk is normalIy used in the elaboration of dairy products, like cheese . The red uctase activity test showed that alI the milk samples were of good quality, and the estimated reduction time was above four hours. The results obtained s howed that b u ffalo milk had the highest fat content and p H , high content of s o l i d s , and smallest acidity. Ewe milk presented the highest value for acidity, probably due to the time of the year. Key-words: bubaline milk, goat milk, ewe milk. SUMMARY Knowledge of the composition of the milk o f different species o f animaIs is i mp ortant i n t h e decision taking stage during t h e production of dairy products, like yogurts, cheese, caramel spread and lactic beverages, because the contents of fat, prote i n , acidity and t otal s ol i d s vary according to the various regions and are affected by the nutrition of the animaIs and by ecological and manipulation factors. In the last few years a growing demand for d ai ry products derived from milks of different species has surged. Due to the lack of B razilian data about these milks, the o bj ec t i v e o f this e s s ay w as that o f characteri zing the q u ality i n d i c ators o f goat, buffalo and ewe milks , comparing the physical and chemical parameters of the different milks and their res pective microbial l oad . The raw materiaIs used in this study were obtained i n rural properties aro und t h e metropolitan area of the city of Porto Alegre - R S . The tests that were carried out were : Total titrable acidity, fat c o n te n t , d en s i ty, p H , s o l i d c o n t e n t a n d cryoscopy. The reductase activity test was used only in the microbiological analysis o f the raw milk. Total titrable acidity of the milk samples varied from 1 7 . 0 to 29.9°D, where buffalo milk obtained the l owest mark and ewe the highest. Fat content v aried fro m 3 . 9 to 7 .4 % , w here ewe milk obtained the lowest mark and buffalo REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS A L ME I D A , J. A . ; FURTA D O , M. A. M . ; V ILELA, M . A . P. ; MEURER, V. M . Caracte rização da q u al i d a d e do leite de c abra comercializado na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais . Revista do Instituto Cândido Tos tes , v. 5 5 , n. 3 1 5 , p. 8 6-90, 2000. B AN ZATT O , D. A . ; K R O N KA , S . N . Experimentação agrícola. 3 . e d . Jabotic abal : FUNEP, 1 99 5 . 247 p . B EHMER, M . L . A . Tecnologia do leite. 1 0. ed. S ão Paulo . Nobel . 1 9 80. B ONASSI, I. A.; KROLL, L. 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A i mp o rtâ n c i a d a p e s q u i s a destes microrganismos no leite cru, apesar da ausência de padrões p ara os m e s m o s n a l e g i s l ação brasileira, deve-se, para o grupo dos coliformes, à sua relação com a higiene durante a ordenha e, para o grupo dos Staphylococcus sp, à existência de c e p as enteroto x i gê n i cas q u e i n i c i am a produção de entero t o x i n as termoestáveis n o leite a partir de contagens de 1 05 a 1 06 UFC /mL (Su & Wong, 1 997). Na literatura, para amostras de leite cru de cabra, Leite et a i. ( 1 999) descre veram enumerações médias de coliformes totais e fecais de 1 ,7 Log NMP/mL (CV 54%) e 1 ,3 1 Log NMP/mL (CV 49, 3 % ) , respectivamente. A contagem de colifomes totais e fecais em u ma (6,66%) amostra de leite pasteurizado apre s e n t o u - s e em i n c o n formidade c o m os = = 1. INTRODU Ç Ã O No Brasil, a s indústrias d e alimentos têm passado por inúmeras modificações nos últimos anos devido à exigência de maior qualidade e segurança d o s produtos por parte d o s consu midores e dos órgãos governamentais de fisca lização . O aumento da competitividade entre as indústrias processadoras de alimentos estimulou a pre o c u p a ç ã o c o m a b o a apresentação d o produto final, que pode ser atingida adequando se aos padrões higiênico-sanitários em todas as etapas do processament o . É s abido que queij o s , de maneira geral , oferecem c o n d i ç ões propícias p ara a sobre vivência e crescimento microbiano . A pasteuri zação do l eite, ind ubitavel mente i mp ortante, deve ser a c o mp an h a d a d e boas c o n d i ções higiên i c o - s an it árias e d e c o rretas práticas operacionais durante a fabricação dos queij o s . F o n t e s p o s s í v e i s d e c o n taminação p o dem originar- s e d e c o n d i ç õ e s i n s at i s fatórias d e higiene durante o processamento como aquelas advindas das mãos d o s manipu l a d o re s , das superfícies nas quais o produto entra em contato e/ou dos microrganismos presentes no ar ou nas embalagens (Tham et a I . , 1 9 8 9 ) . 2 . OBJETIVO Este trabalho objetivou o monitoramento higiênico-sanitá rio do processamento de queijos produzidos a partir de leite de cabra através da p e s q u i s a de microrgani s m o s e s p e c ífi c o s em amos tras c o letadas e m d i fere n t e s etapas d a fabri cação. 1 Tabela 1 - 3 . MATERIAIS E MÉTODOS Este trabalho foi realizado em um laticínio de l eite de cabra situado n o estado de Minas Gerais . Durante o process amento dos queij o s c o letou-se, as septicamente, 2 0 amostras n a s seguintes etapas : leite cru, leite pasteurizado e queijo (doze Tipo Frescal , quatro Tipo B oursin e q u at ro T i p o Chevro t t i n ) p r o n t o p ara o consumo. As amostras foram transportadas sob refrigeração até o Laboratório de Microbiologia do DTIPOA/EV/UFMG, onde foram realizadas as pesquisas por coliformes totais/fecais (ICMSF, 1 976) e Staphylococcus sp (APHA, 1 99 2 ) . 4 . RESULTADOS E D I S C U S S à O A s e n umeraç õ e s , n o c a s o d o s mi cror ganismos do grupo coliformes, e as contagens, n o caso d o s mi crorgan i s m o s do g r u p o Staphylococccus sp, máximas , mínimas e suas res p e ctivas m é d i a s , bem c o m o o s d e s v i o s padrões e o s c o e fi c i entes d e v ariação ( C V ) observados nas amostras coletadas n o s diferentes p o n to s do p r o c e s s amento d o s queij o s e s t ã o Estudante de Pós-Graduação - B olsistá CAPES / DTIPOA / E V /UFMG. 2 Estudante de Graduação - B olsista CNPQ / DTIPOA / EVI UFMG. 3 Médica Veterinária. 4 Professores do DTIPOA I EV / UFMG. Órgãos financiadores CAPES / CNPQ / FEP - MVZ - Coordenadoria DTIPOA. Enumeração de coliformes totais nos diferentes pontos do processamento do queij o frescal . Coliformes Totais Leite cru (NMP/rnL) Máximo Mínimo Média (Log lO) Desvio padrão (Log CV (%) 1,1 x 10 4 9,0 x 1 0 1 3,52 3,66 1 36,8 Tabela 2 • lO) Leite cru (NMP/rnL) Máximo Mínimo Média (Log lO) Desvio padrão (Log C V (%) 1,1 x 10 4 3,0 x 1 0 1 3, 1 3 3,52 248,3 - Leite pasteurizado (NMP/rnL) 1,1 x 10 0,3 x 1 0 0,92 1 ,37 34,9 2 o Q u e ij o (NMP/g) 1,1 x 10 3,0 x 1 0 2,77 2,72 1 1 1 ,5 3 o Enu meração de coliformes fecais nos diferentes p ontos do process amento do queij o frescal . Coliforrnes Fecais Tabela 3 p adrões v igentes estabelecidos p e l o R e g u l a mento Técni c o de P ro d u ç ã o , I d e n t i d ad e e Qual idade do Leite de Cabra (BR A S IL, 2000) . E ntretan t o , e s t a mesma amo s tra apresentou contagem s atisfatória de Staphylo coccus sp ou seja, 2,5 x 10 o UFC/mL. Falhas higiênico-sanitárias durante o pro c e s s amento d o s queij o s e s t ã o i l u s tradas no G ráfic o 1 , através da p e s q u i s a d o s m i c ror ganismos específicos . A presença de coliformes totais em queijos é indicativo de condições ou práti c as não - hi g i ê n i c as d u rante o p r o c e s samento, sendo a presença de coliformes fecais indicativo de contaminação de origem fecal. Já a presença de Staphylococcus sp é indicativo de contaminação pelos manipuladores uma vez que o homem pode atuar como p ortador assinto mático do mesmo . A ingestão de enterotoxinas pré-formadas produzidas por algumas cepas de Staphylococcus sp coagulase positiva e negativa lO ) Leite pasteurizado (NMP/rnL) 1,1 x 10 0,3 x 1 0 0,92 1 , 37 34,9 2 o o (NMP/g) 1,1 x 10 3,0 x 1 0 2,29 2,6 48,7 3 o Contagem de Staphylococcus sp nos diferentes pontos do processamento do queijo frescal. Staphylococcus sp cru (UFC/rnL) Máximo Mínimo Média (Log l O ) Desvio padrão (Log CV(%) 3,0 x 1 0 2,0 x 10 4,56 4,88 48,5 lO ) Leite pasteurizado (UFC/rnL) 2 Pág. 232 2,5 x 10 2,5 x 1 0 0,39 Q u e ij o o o Pág . 233 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS presentes n o alimento pode causar s urtos de i n t o x i cação al i me n tar, d e m o n s trand o s u a importância em saúde pública. Fal has h i g i ê n i c o - s a n i t ári as d urante a fabricação dos queijos resultaram em oito (40%) das amostras fora dos padrões vigentes, sendo três ( 1 5 %) e sete (35%) para coliformes fecais e Staphylococcus sp, respectiv amente . Devido à i n e x i s t ê n c i a d e legi s l ação específi c a p ara queijos oriundos de leite de cabra, os padrões utilizados como referência para inspecioná-los basearam-se na legislação para derivados do leite bovino, através do Regulamento Técnico Geral para Fixação dos Requisitos Microbiológicos de Queijos, n° 1 46, de 1 996 (B RASIL, 1 996). N o estudo c o n d u z i d o p o r Tham e t a i . ( 1 9 8 9 ) , de 44 amos tras de queij o de leite d e c abra p as t e u r i z ad o , 2 9 , 5 % ; 1 3 , 6 e 9 , 1 % apresentaram-se fora dos padrões brasileiros para c o l i formes totai s , fecais e Stap h y l o c o c c u s coagulase positiva, respectivamente . Travassos e t a I. (200 1 ) , anal isando a ricota de l eite de cabra pasteurizado com 24 horas, 15 e 3 0 dias pós-fabricação encontraram, no total , 1 6, 6 % e 0% das amos tras fora dos padrões brasi leiros para coliformes totais e fecais, respectivamente A m b as as c l a s s e s de microrgan i s m o s c o l i formes e Stap hy l o c o c c us s p s ão s a t i s fa toriamente eliminados através da pasteurização do leite cru . Desta forma, deve-se enfatizar a importância da manipulação higiênico-sanitária adequada durante o processamento dos queij os de modo a garantir um produto com qualidade microbiológica satisfatória e em conformidade com os padrões da legislação vigente. 5 ANAIS DO XX C O N G RESSO NACIONAL DE L ATiCíNIOS 5 . CONCLUSÃO = o processo d e pasteurização d o leite de cabra apresentou-se eficiente na eliminação de m i crorgan i s m o s c o ntam i n antes do l eite cru, e n tretanto m e d i d as h i g i ê n i c o - s a n i tária c or retivas devem s er adotadas d urante o proces samento dos q u e ij o s de m o d o a garan t i r a adequação aos padrões vigentes. SUMMARY Cheeses possible sources of contamination, considering the use of pasteurized milk, may be attributed to unsatisfactory hygiene conditions during its manipulation. It was monitored the hygienic-sanitary processing of goat cheeses ( 1 4 Fresh type, 4 Chevrottin type and 4 B o ursin type ) . The twenty s amples w ere c o l lected i n different moments of the cheese processing such as raw milk, pasteurized milk and cheese, and evaluated regarding the most probable number of total and fecal coliforms and Staphylococcus sp count. One ( 6 . 6 6 % ) sample of pasteurized milk presented enumeration of total and fecal c o l i fo rms above the e s t ab l i s he d B razi l i an p attern s . E n u meration average for t o t al c o l i forms L o g 1 o o b s erved in the d i fferent moments o f the cheese processing were: raw milk, 3 . 52 N M P/mL (sd 3 . 66 ); pasteurized milk, 0.92 N M P/mL (sd 1 . 3 7 ) and cheese, 2.77 NM P/g (sd 2 . 7 2 ) . Enumeration average for fecal coliforms Log 1 o were : raw milk, 3 . 1 3 N M P/mL (sd 3 . 5 2 ) ; pas teuri zed milk, 0 . 9 2 NMP/mL ( s d 1 . 37) a n d cheese, 2 .29 NM P/g = = Key - w o r d s : m o n i t o r i n g , microbiology, goat cheese. REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS APHA ( American Public Health Associati on). S tandards Methods for the examination of dairy produ c ts . 1 6 ed . Was hingto n : A P H A , 1 992. B R AS IL . Ministério da Agri cultura. Instrução N o rmati v a n ° 1 46 , d e 07/03/ 1 9 9 6 . R e g u l a m en to T é c n i c o G e r a l p a r a F i x a ç ã o dos R e q u i s i tos M i cr o b i o l ógicos de Q u eij os. Brasília: Ministério da Agricultura, 1 996. B RASIL. Ministério da Agricultura. Instrução N o rmati v a n ° 3 7 , de 3 1 / 1 0/ 2 0 0 0 . R e g u l a m e n to técnico de p r o d u ç ã o , i d e n ti d ade e • • • • Bioactive amines in UHT milk commercialized i n Belo Horizonte, MG r------� t:. Coliformes Totais NMP/mL - NMP/g Ana Amélia Paolucci Almeida1 Tânia Maria Leite d a Silveira2 Maria Beatriz Abreu Glória3 NMP/mL - NMP/g -o- 8taphylococcus sp UFC/m L - UFC/g O T-------.--,--� Leite past e u rizado • -o-- Coliformes Fecais 2 +----- �------+_ Leite cru • AMINAS BIOATIVAS EM LEITE INTEGRAL UHT COMERCIALIZADO NA REGIÃO DE BELO HORIZONTE, MG , ·································_········_······_·····················_· ·..·c·· ·························· ............ . . . ...... . ; .. . . .. . 2 pro c e s s i n g , q u a lidade do l e i te de c a b r a . B ras íli a : Ministério da Agricultura, 2000. I C M S F. Microrganisms i n foo d : 1 : their significance and m ethods of enumeration. 2 ed. Toronto : University of Toronto, 1 97 8 , v. 1 . LEITE, M . O . e t aI. Avaliação microbiológica de leite de cabra produzido em Florestal - MG. Revista do Instituto de Laticínios Candido Tostes, v. 54, n . 309, p . 94-96 , 1 99 9 . SINGH, S . et a I . Goat milk products technology - A review. I ndian J o u rnal of Ve terinary Science, v. 45, n . 1 1 , p . 572-5 8 7 , 1 99 2 . S U , Y. ; WONG, L. A . C . C urrent perspectives o n detecti o n o f s t ap h y l o c oc c a entero t o x i n s . Journal of F o o d P r o t e c t i o n , v. 6 0 , n . 2 , p . 1 9 5-202, 1 9 9 7 THAM, W . A; HAJDU, L. J . ; DANIELSON, M . L . V . B acteri o l og i c al q u a l i t y o f o n - farm manufactured goat cheese. I n : T H A M , W. A . Public h ea l th a s p e cts of o n - farm manufactured chees e : a bacteriological study of goat cheese. Upsala: Merkan til-Tryckeriet, 1 9 8 9 , p. 8 5 - 1 1 8 . T R AVA S S O S , A . E . R . ; MEDEI R O S , R . S . ; M ANGUEIRA, T. F. B . A n álise d e micro rga nismos indicadores, Salmonella, Staphylococcus a u reus em ricota de leite de cabra. Revista do Instituto de Laticínio C ândido Tostes, v. 56, n . 3 2 1 , p. 1 1 6- 1 20, 2 00 1 . = 3 3 Queijo Pontos d o p rocessa m ento - = = 4 +-----�----�r---� G ráfico1 (sd 2 . 6 ) . Staphylococcus s p count average Log 1 o• were: raw milk, 4.56 UFC/mL (sd 4.88); pasteurized milk, 0.39 UFC/mL and cheese, 3 .97 UFC/g (sd 4 .44). Cons idering the efficiency o f the milk pas teuri zatio n p ro c e s s o n the e l i mi n at i o n o f the raw milk c o n tami n ant microorganisms, it is recommended the adoption of s a t i s factory hygien i c - s an i tary c o n d i t i o n s during the manufacture of these goat cheeses i n o r d e r t o p r e v e n t v i o l at i o n o f the o ffi c i al B razilian cheese standard legislation. Valores médios da enumeração de coliformes totais e fecais (NMP/mL - NMP/g) e da c o ntagem de Stap hy l o c o c c u s s p ( UFC/mL UFC/g) n o s d i ferentes p o n t o s do processamento dos queijos de cabra. 1 . INTRO D U Ç Ã O O c o n s umo d e l e i t e UHT tem c re s c i d o muito no Brasil . Segundo a Associação Brasileira de Leite Longa Vida, no ano de 2002 foram produzidos 4.200.000 litros de leite UHT, sendo 2 3 que a participação da embalagem longa vida no total do mercado brasileiro de leite cresceu de 4 , 4 % em 1 9 9 0 para 7 4 , 0 % e m 2002 ( A B LV, 2003 ) . Doutoranda - Laboratório d e B i oquímica d e Alimentos, FAFAR/UFMG. B olsista de A poio Técnicol CNPq - Laboratório de B i oquímica de Al imentos, FAFAR/UFMG. Pro f. Dra - Departamento de Alimentos da FAFAR/UFMG. Pág. 234 Pág . 235 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Aminas bioativas são bases orgânicas de baixo peso molecular que participam dos pro c e s s o s metab ó l i c o s n o rmais d e organ i s m o s v i v o s . A s aminas apesar d e dese mpenharem funções fisiológicas importantes, podem tornar se p e ri g o s a s à s a ú d e , p o d e n d o até c a u s ar intoxicações quando presentes em grande quan tidade ou em decorrência de alguma deficiência genética. Além disso, algumas aminas podem potencializar o efeito tóxico de outras, como é o caso da putrescina e cadaverina em relação à histamina (SILLA S ANTOS , 1 99 6 ; S HALAB Y, 1 99 6 ; S ANTO S , 1 9 99). As aminas bioativas são classificadas em biogênicas e nat urais . As biogênicas s ão for madas, principalmente pela descarboxilação de amin oáci d o s p o r e n z i m as m i c ro b i anas , mas podem também estar naturalmente presentes em aliment o s . Pertencem a este grupo histamina, serotonina, tiramina, feniletilamina, triptamina, putrescina, cadaverina e agmatina. As aminas naturais são formadas nas c é l u l a s , a s aber, putrescina, agmatina, espermina e espermidina ( S ILLA S AN T O S , 1 99 6 ; LIMA & G L Ó R I A , 1 99 9 ; S ANTO S , 1 99 9 ) . Aminas bioativas são encontradas em uma grande variedade de alimentos . A quantidade e o tipo dependem de inúmeros fatores, dentre eles, a presença e concentração de aminoácidos pre cursores, a presença de carboi dratos fermen táveis e condições favoráveis ao crescimento microbian o e à ati vidade das enzi mas descar boxi lantes ( S ILLA S A NTOS , 1 9 9 6 ; L I M A & GL Ó RIA, 1 999). A microbiota contaminante contribui para a formação e acúmulo de aminas em alimentos . Muitas d a s aminas formadas apresentam res is tência térmica, p o d e n d o i n c lusive estar pre sentes ap ó s o pro c e s s amento de alimentos (LIMA & GL Ó RIA, 1 99 9 ) . A l g u n s países j á estabel eceram padrões com limites dos teores de aminas em produtos alimentícios como pescado e vinho. Para outros grupos de alimentos também tem sido sugerida a adoção de padrões baseados em aminas. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a presença de aminas bioativas em leite UHT integral, comercializado na região de Belo Horizonte, MG. 2. MATERIAL E MÉTODOS A m o s tras de l e i te UHT i n tegral ( 1 0 marcas ) fo ram c o l etadas n o merc ado c o n s u mi dor de B e l o Horizonte, Minas Gerais, sendo que foram analisadas 3 lotes de produção de cada uma das marc a s . To das as a m o s tras foram submetidas a análises físico-químicas de acidez e pH e determinação do teor das seguintes aminas b i oa t i v as : p u tre s c i na, c a d a v e r i n a , tiram i n a, histamina, serotonina, agmatina, espermidina, espermina, feniletilamina e triptamina. A determinação de aminas foi realizada de acordo com o método de MOREIRA-ARA Ú JO (2003) . As amostras ( 1 0 mL) foram adicionadas de 1 ,2 g de ácido sulfossalicílico e permaneceram por 30 minutos a 4°C. Após agitação em agitador orbital durante 5 minutos, as amostras foram centri fugadas a 1 0 .000 rpm por 20 minutos à temperatura de 4°C . O sobrenadante foi filtrado em membrana de 0,45 J.lm. As aminas foram separad as e q u antifi c adas por c ro m at o grafia líquida de alta eficiência por pareamento de íons e derivação pós-coluna, utilizando cromatógrafo da marca S h i m a d z u ( K i o t o , J a p ã o ) m o d e l o LC- l OAD, com câmara de mistura a alta pressão, coluna de fase reversa (3,9 x 300 mm, 10 J.lm) e pré-coluna J.lBondapak C IS (Waters, Milford, MA, EUA), detector espectro fluorimétrico modelo RF-5 5 1 marca Shimadzu a 340 nm de excitação e 445 nm de emissão. As fases móveis foram: fase móvel A - solução tampão acetato de sódio 0,2 M contend o o ctano s u l fo n ato de s ó di o ; e B - acetonitrila. A identificação das aminas bioativas foi baseada na comparação dos tempos de retenção das aminas encontradas nas amostras com o das aminas na sol ução padrão (VALE & GLÓ RIA, 1 997). Foram determinadas as seguintes aminas bioativas: putrescina, cadaverina, tiramina, histamina, serotonina, agmatina, es permidina, espermina, feniletilamina e triptamina. A acidez foi determinada por titulação com hidróxido de sódio 0, I mol/L e indicador fenol ftaleína, conforme metodol ogia descrita pelo LANARA ( 1 9 8 1 ) . O pH foi determi nado por medição direta em potenciômetro, após calibração com soluções tampão com pH 4,0 e 7,0 (LANARA, 1 98 1 ). 3 . RESULTADOS E DIS C U S S à O F o r a m detectadas n o leite UHT as s e gui ntes aminas : putrescina, cadaveri na, sero tonina, espermidina e espermina (Tabela 1 ) . Do teor total de aminas encon tradas n o leite UHT, e m méd ia 47 % corre s p o n d i am à serotonina, 1 9 % à espermidina, 1 7 % à esper mina, 9 % à putrescina e 7 % à cadaverina (Figura I ) . Estes resultados indicaram que a serotonina foi a amina predo mi n ante. S A RA IVA (2003) enc ontrou em leite cru recém co letado esper mina, espermidina, e feniletilamina, sugerindo ANAIS DO XX CONG RESSO N ACIONAL DE LATiCíNIOS Tabela 1 - Teores de ami nas bioativas em leite UHT. Amina CV Teores (m g/L) Média (%) Mínim o Máximo P utres cina Cadaverina S erotonina Espermidina Espermina 0,04 0,02 nd 0,05 0,07 0,08 0,08 0,39 0, 1 3 0, 1 5 0,05 0,04 0,28 0, 1 1 0, 1 0 24,5 45, 1 5 1 ,7 1 9,7 22,6 Total 0,32 0,68 0,60 2 1 ,6 CV: coeficiente d e variação. nd: não detectado = 0,0 1 mg/L. que e s t a s a m i n a s s ã o i n e r e n t e s ao l e i te . O s resultados encontrados n o presente trabalho para espermina e espermidina sugerem que estas aminas são provenientes do leite cru, entretanto os t e o r e s e n c o n t r ad o s de s e r o t o n i n a ( m a x 0 , 3 9 mg/L) foram superiores a o s encontrad os por SARAIVA (2003), que encontrou teores de até 0,28 mg/L. I!!!] P u tre s c in a I!!!] C a daver i n a EIl S e ro t on in a 1 9 I!l!lI E s pe rm id i n a � E s pe rm in a Figura 1 Tabela 2 Porcentagem de ami nas bi oativas em leite UHT. - Os dados referentes a p H e aci d e z das amostras analisadas encontram-se na Tabela 2. Os valores médios de pH variaram de 6 ,57 a 6,8 1 , enquanto que a acidez média variou de 0, 1 6 a 0, 1 9 g de ácido l ático/ l 00 mL de leite. Os d a d o s m o s traram uma c o rrelação positiva (r2 1) entre pH e a concentração de aminas nas amostras de leite UHT analisadas. S egundo LIMA & GL Ó RIA ( 1 99 9 ) a produção de aminas por bactérias é influenciada pelo pH do meio de crescimento, sendo que em pH ácido (2,5 - 6,5) a produção de aminas é estimulada como um mecanismo de proteção da bactéria. A acidez e os teores de ami nas apresentaram 1 ). uma correlação positiva (r2 Não foi evidenciada a influência do pH na formação de aminas, porém estudos devem ser realizados obj etivando-se investigar este efeito no leite antes do processamento UHT. Os resul tad os indi caram a presença das aminas putrescina, cadaverina, espermidina e = = Valores de pH, acidez e aminas bioativas em diferentes marcas de leite UHT. A m os tr a pH acidez teor total a m i n as g ac lático/lOO mL m g/L 0,38 0,32 0,6 1 0,68 0,60 0,45 0,68 0,67 0,60 0,55 0,60 0, 1 3 2 1 ,60 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 6,79 6,72 6,63 6,57 6,66 6,65 6,70 6, 8 1 6,69 0, 1 7 0, 1 7 0, 1 7 0, 1 8 0, 1 9 0, 1 8 0, 1 8 0, 1 7 0, 1 6 0, 1 7 Média Desvio CV (%) 6,69 0,08 1,14 . 0, 1 7 0,0 1 4,68 CV: coeficiente d e variação. Pág. 236 Pág . 237 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS espermina em t o d as as amos tras an alisadas. Como a cadaverina tem sido citada na literatura c o m o metab ó l i t o de m i crorgan i s m o s c onta minantes, a sua presença em leite UHT poderia ser u m indicador d a qual i d ade do leite e das condições higiênico-sanitárias da matéria-prima e do processamento . 4. CONCLUSÃO o presente trabalho permite concluir que as aminas espermina e espermidina, encontradas no leite U HT, são provavelmente naturai s do leite cru. A cadaverina encontrada neste estudo pode ser proveniente d o metabolismo micro b i an o n o leite antes do proces s amento U HT. Mais estudos são necessári os para verificar o p o tenc ial de u t i l i zação d e s tas aminas c o m o critério de qualidade do leite UHT. S U M M AR Y The profile and leveis of bioactive amines in UHT milk commercialized in Belo Horizonte, Minas Gerai s were i nvestigated. The samples were analysed fo r bioactive ami nes, p H and acidity. The results indicated the presence o f spermine, putrescine, serotonin, spermidine and cadaverine. The prevalent amine was serotonin (47 %) followed by spermidine ( 1 9 %), spermine ( 1 7 %), putrescine (9 %) and cadaverine (7 %). The pH ranged from 6 .57 to 6 . 8 1 and the acidity varied from 0. 1 6 to 0. 1 9 g of lactic acid/l 00 mL of milk. Further investigations wiII be necessary to c o n fi rm the potential u s e of ami nes w ith quality criteria in UHT milk. Key-words : B ioactive amines, biogenic amines, UHT milk. • • • ANAIS DO XX CONGRES SO NACIONAL DE LATiCíNIOS REFERÊNCIAS B IBLIO GRÁFICAS ABLV ASSOCIAÇà O BRASILEIRA DE LEITE LONGA VIDA. http: //www.ablv.com.br. acesso em 22 de maio de 2003. LANARA Métodos analíticos oficiais para c o n t r o l e de p ro d u tos de o r i g em a n i m a l e s eus i n gredie ntes . 1 1 . M é t o d o s fís i c o s e químicos. Brasília, 1 9 8 1 . L I M A , A . S . ; G L Ó R I A , M . B . A . A m i n as bioativas em alimentos. BoI. Soe. B ras . Ciên. Tecnol. Alim., n. 33, v. 1 , p. 70-79, 1 99 9 . MO R E I R A - A R A Ú J O , R . S . R . D e t e r m i n a ç ã o d o s t i p o s e t e o r e s d e a m i n as b i o a t i v a s n o l e i t e h u m a n o e m d i fe r e n t e s fas es d e lactação e o efeito do p roces samento . B e l o H o rizonte : Fac u l d ade d e Farmá c i a - UFM G , 2 0 0 3 , 7 8 p . ( R e l a t ó ri o de P ó s - D o u t o r ad o ) . SANTOS, W . C . ; SOUZA, M . R . ; CERQUEIRA, M. M. P. ; GL Ó R I A , M. B . B i o active amines f o r m a t i o n in m i l k b y L a c t o c o c c u s in t h e p re s e n c e o r n o t o f r e n n e t a n d N aC l at 2 0 and 3 2° C . Food C h em . , v . 8 1 , p . 5 9 6 - 6 0 6 , 2003 . S A R A IVA , P. R . L . P r o t e ó l i s e e a m i n as bioativas em leite resfriado inocu lado com Ps e u dom o llas flu o res c e n s . Facu l d ad e de Farmác i a, UFM G , 2 00 3 . 7 9 p . ( d i s s ertação mestrad o . ) SHALAB Y, A . R . Significance of biogenic amines to fo od s afety and human health. Food Res . Int., n. 29, v. 7, p. 675-690, 1 99 6 . S ILLA SANTOS, M . H. B iogenic amines : their importance in foods . Int. J. Food Microb. v. 9, n . 2/3 , p. 2 1 3 -23 1 , 1 9 9 6 . VALE, S . R . ; GL Ó RIA, M . B . A. Determination of biogenic ami nes in chees e . J. AOAC I n t . v . 80, n . 5 , p . 3 4 3 - 3 4 8 , 1 99 7 . CARACTERíSTICAS FíSICO-QuíMICAS DO QUEIJO ZAMORANO D.O.P. SOB CONDiÇÕES DE MATURAÇÃO ACELERADA Physical-chemical characteristics of O.O.P. Zamorano cheese under accelerated ripening conditions - • • Rosane Elvira Ferrazza Nardes1 Mauro Mansur Furtado2 José Ivo RibeiroJúnior3 José Maria Fresno Baro 4 Maria Eugênia Tornadijo5 RESUMO Queijo Zamorano é obtido de leite de ovelha pasteurizado. Trata-se de um queijo duro que necessita de um mínimo de 1 00 dias de maturação antes de ser comerci alizado, o que é controlado pelo Conselho de Regulamentação de Denomi nação de Origem Protegida. O objetivo deste experimento foi avaliar o efeito do aumento da temperatura de maturação sobre as características físico-químicas e bioquímicas do queijo. O queijo Zamorano produzido foi submetido a 5 (cinco) diferentes protocolos de controle de temperatura: l OoC até 1 80 dias (A); l OoC até 60 dias e 1 5°C de 60 a 1 80 dias ( B ) ; l OoC até 60 dias e 1 5°C de 60 a 1 20 dias e l OoC de 1 20 a 1 80 dias (C) ; 1 5°C até 60 dias e l OoC de 60 a 1 80 dias (D) e 1 5°C até 1 8 0 d i as (E) . As frações nitrogenadas e os padrões eletrofo réticos e aminoacíd i c o s mostraram que, s o b elevadas temperaturas, o queijo apresentou maior índice de proteólise quando comparado ao queij o controle. Queij o maturado a 1 5°C por 63 dias mostrou os mesmos padrões de maturação do que o queijo maturado a 1 0°C por 1 00 dias. Portanto, queijo maturado a 1 5°C pode ser comercializado com boa qualidade 37 dias mais cedo do que o prazo de maturação prescrito pelo MAPA ( 1 9 9 3 ) . 1 . INTRODUÇAO A s reações químicas e enzimáticas geral mente são a u me ntadas quando submetidas a temperaturas elevadas ( W I L K IN S O N , 1 9 9 3 ) influenciando n o flavour e n a textura d o queijo. Essas reações dependem ainda de cada variedade de q u e ij o (FOLKERT S M A et aI . , 1 9 9 6 ) e , especial mente, d o tipo de leite (vaca, ovelha, c abra) q u e é u t i l i zado na s ua fab ricação (CORSETTI et aI. , 1 998). A proteólise contribui para o desenvolvimento do "flavor" , por estar 2 3 4 5 relacionada à degradação da caseína em peptídeos de menor tamanho e ami n o ác i d o s l i vres , produzindo amina, ácidos, tiol, tioesteres entre outros produtos componentes do "flavor" (FOX et aI . , 1 9 9 6 ) . Na maioria das v ari edades de q u e ij o s , e s p e c i al mente n o s q u e ij o s d u ros e semiduros, este processo requer longo tempo e controles das condições de maturação. Entre estes fatores destaca-se a temperatura controlada que onera os custos da maturação (CORSETTI Professora do CAVG, da Uni versidade Federal de Pelotas , RS. Professor do Departamento de Tecnologia de Alimentos , da U niversidade Federal de Viçosa, MG. Professor do Departamento d e Estatística, da Universidade Federal de Viçosa, MG. Professor do Departamento de Higiene y Tecnologia de los Alimentos, da Universidad de Leon (Espanha). Professora do Departamento de Higiene y Tecnologia de los Alimentos, da Universidad de Leon (Espanha). Pág. 238 Pág . 239 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ao l o ngo d a maturação d o q u e ij o Zamorano D O P, possibilitando a obtenção de u m queij o c o m qualidade similar a o elaborado mediante o s i s te m a d e m a t u r a ç ã o trad i c i o n a l , c o m redução de custos e diminuição d o tempo d e comercialização . e t aI . , 1 9 9 8 ; I Z C O et aI . , 1 9 9 9 ) . O d e s e n volvimento de técnicas para reduzir o tempo d e maturação é de s ub stan c i al i nteresse p ara as indústrias de queijos (EL SODA, 1 997). Muitos estudos têm s i d o real izados sobre maturação acelerada, prin c ipalmente em queijos de leite de vaca, mais concretamente em queij o Cheddar (FOLKERTSM A et aI, 1 996). Entre os queijos de leite de ovelha em que foi utilizado o processo de aceleração destacam-se os queijos Manchego na Espanha (NU NEZ et aI. , 1 990), Feta na Grécia ( VAFO P O U L O U et aI . , 1 9 8 9 ) e P e c o r i n o U mbro na I t á l i a (CORSETTI et aI . , 1 99 8 ) . O aumento da temperatura na maturação de queijos é um d o s mét o d o s mais e c o n ô m i c o s e mais simples . O Queijo Zamorano DOP é fabricado a partir de leite pasteurizado de ovelhas das raças Churra e Castellana em diversos municípios da província de Zamora, Comunidade da Castilla e León, Espanha. Apresenta uma massa firme e compacta, com poucos olhos e distribuídos de forma desigual . Este trabalho tem por obj etivo caracteri zar e verificar a influência da tempe ratura de maturação so bre alguns parâmetros fís i c o - q u ím i c o s , q u í m i c o s e b i o q u ím i c o s , fundamentalmente n o processo de proteólise, Tempos de maturação com alteração de temperatura I 1 Os queijos foram elaborados na indústria Campostera, n a província d e Zamora, a partir de leite de ovelha das raças Churra e Castelhana pasteurizado, seguindo o processo de elaboração e c o n d i ç õ e s determinadas p e l o C o n s e l h o Regulador. O Delineamento experimental está representado na Fig. 1 A determinacão de pH e acidez titulável do queijo foram realizadas segundo os métodos d a A O A C 1 40 . 2 2 ( 1 9 8 0 ) e A O A C 9 2 0 . 1 24 ( 1 990), respectivamente . A atividade água foi realizada em aparelho A Q UA LAB modelo CX-2 Water A ctivity Measurement, a umidade segundo Norma FIL-IDF 4-A ( 1 982), a determinação da proteína segundo a Norma FIL-IDF 20-B ( 1 993), gordura segundo des crito na N o rma FIL-IDF ( 1 9 9 6 ) , lactose seguindo N orma FIL-IDF 4 3 Tempos de coleta de amostras [;] � � � GJ I I I I I � Teratern te ------� rn p� ura-a-b-ie -n� � � ------ � I 2 . MATERIAL E MÉTODOS Controles de temperatura e condições de maturação IL dia ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ���0� I l d �----ia --� ..J -� 7 dias '-------' 15 -tJ - 1,-30--..J "1,--- dias ----, dias ----, - - - - --- I 60 Figura 1 Pág . 240 . - - - - - -- -I f:d�:--i- - dias __ m _ _ _ _ _ -- - - - -� -tJ- 1 �O dias ,--------, - -- - - - - m __ m _ --,"1 20 -- I:!���;�I_::: :::::::: : ::_:::::::t::::::-::: __o:::::: --, - ----' d ias . 1 80 Diagrama das condições experimentais de maturação do queij o Zamorano . di" ( 1 9 6 7 ) e c l oretos s e g u i n d o o pro c e d i mento descrito por Volhard, segundo a Norma FIL-IDF 1 7 - A ( 1 9 7 2 ) . O n i tr o g ê n i o s o l ú v e l t otal e nitrogenio não-protéico foi determinado pelo método de Johnson, descrito por LINCHSTEIN e OG INSKY ( 1 965), seguindo o procedimento de extração de VAKALERIS e PRICE ( 1 959). O nitrogênio amoniacal (N-NH e nitrogênio ami 3 n o ac íd i c o ( N - N H, ) fo ram fei tas segu i n d o o õ ÓN método descrito p r ORD EZ ( 1 974). Para a análise estatística utilizou-se o programa esta tístico S AEG ( RIBEIRO JUNIOR, 2001 ) , sendo o modelo i nteiramente casualizado com quatro repetições de acordo com o esquema em parcelas subdivididas, sendo o fator controle de tempe ratura com 5 níveis (A, B, C, D e E) casualizado nas parcelas e o fator períodos de maturação com seis níveis (7, 1 5, 30, 60, 1 20 e 1 80 dias) n as sub-parcelas , além d a testemunha que se refere às aval iações realizadas n o queij o sem armazenamento no pri meiro dia de sua fabri cação . Foram realizadas análises de variâncias , c o m posterior aplicação do teste de Tukey para comp arar as médias dos c ontro les de tempe raturas dentro de cada um dos seis períodos de maturação a 5% de s ignificância e análise de regressão em função dos seis períodos de matu ração dentro de cada um dos cinco controles de temperaturas a 5% e 1 % de significância. 3 . RESULTA D OS E DIS C U S S à O Os valores encontrados para o pH do queijo estão compreendidos entre 5,46 e 5 , 85 estando d e acordo com o s val o res estabel e c i d o p e l o M A PA ( 1 99 3 ) q u e devem s e r de 5 , 1 a 5 , 8 . O s v a l ores e n c ontrad o s p ara o p H ao l on g o d a maturação e n o s diferentes controles de tempe raturas foram semelhantes aos encontrados por P O M A R e t a I . ( 2 0 0 1 ) , s e n d o s up eri o r aos descritos por GONZÁ LES-VI N AS et aI. ( 1 999) para queijos de leite de ovelha de características s e melhante s . Em fu nção d o s perío d o s d e m at u ração a a c i d e z a u m e n t o u ( P < O , O 1 ) e m todos os controles de temperaturas, sendo inver samente proporcional ao efeito do pH. A dimi nuição ( P<O,O l ) da Aw durante todo o período d e maturação do q u e ij o p ara os d i fe re n t e s controles de temperaturas , ocorreu provavel mente em função do grau de penetração do sal p ara o i n terior d o q u e ij o e pelas reações proteolíticas que contribuíram para o aumento dos números de grupos iônicos capazes de fixar água ( POMAR et a I . , 200 1 ) . A quantidade de e x trato s eco (ES ) aumentou ( P < 0 , 0 5 ) com a evolução da mat uração em todos os controles de temperaturas , provavelmente, i n fluenciado pela temperatura d e maturação a c arretan d o perdas p o r evaporação e p e l o aumento d a con centração de sal na umidade do queij o . Quando se compara o controle de temperaturas dentro de cada período de maturação, observa-se que os valores de extrato seco são superiores ( P<0,05) nos controles D e E em relação aos controles A, B e C, aos 7 e 15 dias . Para os períodos seguintes, ou não o c o rreram d i fe re n ç a s ( P < 0 , 0 5 ) o u ocorreram d i ferenças p equenas (P<0,05) entre os mesmos. Os teores máximos de umidade e o m í n i mo de g o r d u ra n o e xtrat o s e c o são as principais características controladas por lei, o que acaba estabelece n d o a u n i fo r m i d a d e na produção de queijo (FURTADO, 1 99 1 ) . B aseado no fato de que o extrato seco e o teor de umidade s ão fatores indispensáveis para comercialização dos queijos, respectivamente na Europa e Brasil, e pres s u p o n d o - s e que a c o merc i a l i z aç ão do queij o Zamorano DOP s e d á aos 1 00 d ias de maturação segundo o controle de temperatura A, estima-se com base nas equações de regressões que os valores de extrato seco e de umidade são respectivamente, iguais a 6 7 , 7 3 % e a 3 2 , 3 3 % . Deste modo, considerando-se que os mesmos são ideais para comercialização, estes valores foram obtidos no controle de temperatura E, aos 83 e 82 dias de maturação, respectivamente . O índice de maturação do queijo pode ser observado através do % NS/NT (Fig.2) . Estes valores refletem a extensão da proteól ise, que se caracteri za pela quantidade de substâncias n i trogenadas s ol ú veis acumuladas d u rante o processo, a qual foi mais evidenciada nos queijos q u e fo ram s ubmeti d o s , de a l g u ma forma, à temperatura de 1 5°C. Esta aceleração da pro teólise infl uenciada pela temperatura se deve mais especificamente à ação das enzimas proteo l íticas do coalho e proteases provenientes da flora ácida lática do queijo (ASTON et aI. , 1 983 e 1 9 8 5 ) . A profundidade da proteólise abrange as substâncias de baixo peso molecular acumu ladas durante o processo . Os valores do nitro gênio não protéico ( N N P ) , conforme apresen tado na Fig. 3 , não diferiram (P>0,05) para os controles de temperaturas A, B e C e diferiram ( P<0,05) entre D e E, aos 60 dias de maturação. A o s 1 20 d i a s , não o c o rreram d i ferenças ( P>0,05) para o s controles B e C , sendo que d i feriram ( P<0,05) dos demai s . Aos 1 80 d ias, observa-se que os valores mais altos ( P<0,05) foram para os controles de temperaturas B e E, respecti vamente de 1 9 , 54 e 1 9 , 8 7 % d o N T, indicando a grande infl uencia do aumento da temperatura na proteólise do queij o e ativando Pág . 241 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS encontrado para o NH] (Fig. 4) foi de 0,72% do NT, para os queij o s sob o c ontrole de tempe ratura E aos 1 20 dias de maturação. O nitrogênio amínico (NH,) expresso em nitrogêni o total (Fig. 5 ) apresent ou os maiores val ores ( P<0,05) p ara os queij o s armazenados no controle de temperatura E, com exceção no período de maturação de 15 dias. Nesta fração nitrogenada encontram-se os aminoácidos livres o b t i d o s p e l a i nten s a ati v i d a d e e n z i m á t i c a peptidolítica da flora ácida lática liberada, prin cipalmente, quando ocorre a lise da célula depois de sua morte (CHOISY et aI. , 1 987). O efeito da temp eratura no c o nt r o l e do c re s c i m e n t o de microrganismo é bem conhecido, influenciando na l iberação de enzimas e podendo ser usado para acelerar a maturação em função do aumento da temperatura de estocagem de 8°C para 1 6°C os grupos de microrganismos a liberarem pepti dases (endo e exopeptidases) ativas capazes de degradar peptídeos de grande e pequeno tamanho e, até mesmo, aminoácidos livres (FOX et aI . 1 99 3 ) . Compostos c aracterísticos são os ami n o á c i d o s , o l i g o -peptídeo s , aminas e o u tro s . Portanto, pode-se verificar que o s queijos com maior índice d e maturação e m p ro fu n d i d ade foram os obtidos nos controles de temperaturas C, D e E c o m 6 1 , 1 1 , 6 0 , 1 7 e 6 2 ,7 3 % respectivamente, para o período d e maturação de 1 20 dias. O n i trogê n i o amoniacal ( N H ) reflete a 3 capacidade de desaminação exercida sob re os aminoácidos livres pela flora microbiana, sendo os valores obtidos para os diferentes controles de temp eraturas d urante t o d o o período de maturação baixos . O maior valor médio (P<0,05) 16 o 'i: § o 'i: g 0,6 16 0,5 [ij '" o 'c g Z # ,O) e> ''ê 16 § ãi .� g o '2 ,(]) 25 Figura 4 � -J' �......... r::: : r' 10 Ol :6 v., 5 '" 12,2396 + 0,1 064"0 YB � � 4'."-:::::;" -- 15 FI' + 0,0989'*0 = 7,8572 + 0,1439*'0 R2 = 0,98 - o 20 40 60 80 1 00 1 40 1 20 1 60 1 80 Estimativas d o s teores d e n i trogênio s ol úvel total ( N S ) e m função d o s períodos de maturação para os diferentes controles de temperaturas A , B , C , D e E. * * S i gnificativo pelo teste t ( P < 0 ,0 1 ) . 16 25 '& 20 VE 15 Yo '" 5,7639 + 0,0737"0 o 'c � � .ª � a. o .'" c: .Q c: ,O) Ol 10 ,.,. ..r 5 g Z # = 5,5701 + O,0884*'0 o 20 R2 = 0,92 <# ;....-=: � ....... ..""* : ...... ..-":" .. ...... R '- = 0,90 �!, .. :.... ...... .. ..... Y. " = 4,2610 + 0,0657"0 �;...: .t : •J..R'- = o 98 .. :;0.::" ,,;.. ...... Yg = 3,8649 + 0,0899"0 :r::: � Y" '" 40 60 80 1 00 1 20 R2 = 0,99 3,9758 + 0,08 1 1 '*0 1 40 R'- := 0,96 1 60 1 80 - - - • A • - 8 - . - ·c -O -- E 200 Período de maturação (dias) Figura 3 • Estimativas dos teores d e nitrogênio não proteico (NNP) em função d o s períodos de maturação para os diferentes controles de temperaturas A, B , C , D e E . * * S ignificativ o p e l o teste t ( P < 0,0 1 ). - _ • _ 0, 1 • • • A 8 C w _O -- E ° 20 40 60 80 1 00 1 20 1 40 1 60 1 80 200 y. '" 0,6178 + 0,0329**0 9 R' ", 0.91 8 7 6 �. = 0,3708 + 0,0420**0 �, = 0,4433 ·!- 0,0376"D R' = 0,98 • - - - • • A 8 4 - - - ·C 3 - - -O 2 �E o Figura 5 200 - - R' = 0,89 20 40 60 80 1 00 -- E = 1 , 1 1 06 + 0,0448" 0 R' = 0,97 o o • § g 'i: - -C Período de maturação (dias) Figura 2 ,O) -- E R'- = 0,84 '2 # o 'i: - -A - • - 8 . - - ·c '" 0,90 = 0,5280 + 0,0005**0 0,0 o .. 20 g g � .. .......... � .t' '; ....... . y. '" 9,5'140 FI' ",0,66 Yn 0,0003*0 FI' mO,69 0,2 10 R2 = 0,88 R'- ", 0,96 + Estimativas dos teores de nitrogênio amoniacal (NH]) em função dos períodos de maturação para os diferentes controles de temperaturas A, B, C, D e E. ** S ignificativo pelo teste t (P < 0,0 1 ) . VE = 1 1 ,5767 + 0,1 1 77**0 = 9,0547 '1' 0,1234" 0 y� ", 0,5410 0,3 • ,O) Vo '1'" '" 0,5302 + 0,0003 'D Perrodo de maturação (dias) .� 30 .;- w.: ��-:..�...=-�� =- :..... 0,4 ,O) Ol 40 35 0,7 Z 'i: o E VE = 0,6600 Yn = 0,5909 0,8 ,O) Ol � 16 0,9 § 1 20 1 40 1 60 1 80 200 Período de maturação (dias) Estimativas dos teores de amínico (NH,) em função dos períodos de maturação para os diferentes controles de temperaturas A, - B, C, D e E . * * Significativo p e l o teste t ( P < 0,0 1 ) . (FOLKERT M A et a I . , 1 9 9 6 ) . O aumento d e peptídeos pequenos e aminoácidos livres foram observados por vários autores, quando aumen taram a temperatura de maturação (ASTON et aI. , 1 98 3 , 1 9 8 5 ; FEDRICK et aI . , 1 9 8 3 ; GAYA e t aI. 1 990; FOLKERTMA et aI . , 1 996), sendo que o mesmo t ambém ocorreu neste trabalho com o Queij o Zamorano DOP. 4. CONCLUSÃO Apesar d o aumento d a temperatura ser de apenas 5°C, s ignificativa influência ocorreu nas frações nitrogenadas proporcionando evidente d egradação d o s c o m p o s t o s n i t ro gen ados em peptídeos maiore s , peptídeos menores e ami noácidos, ao longo dos períodos de maturação. Q u ando comparada a degradação observou-se que mai()res influencias ocorreram no controle d e temp eratura E p ara t o d o s os perío d o s de maturaç ã o , sendo mai s p r o n u n c i a d a nos p rimeiros d i as de maturação , o que revelou a influência do aumento da temperatura ao longo d a maturação. SUMMARY Zamorano cheese is obtained from ewes ' pasteurized milk. It is a hard cheese which needs a minimum 1 00 days ripening period prior to c o mercialization, that is controlled b y the Regulatory Council of Denomination of Protected Origino The aim of this experiment was to evaluate the effect of increased ripening temperature on phisico-chemical and biochemical characteristics of cheese . Zamorano cheese w as produced and s u b mitted t o the fol l o w i ng fi ve r i p e n i ng temperature controls : l OOC until 1 80 days (A) ; 1 0°C until 60 days and 1 5°C from 60 to 1 8 0 days (B); l OoC until 60 days and 1 5°C from 60 Pág . 242 Pág . 243 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS to 1 20 days and l OoC from 1 20 to 1 80 days (C); 1 5°C until 60 days and 1 0°C from 60 days to 1 80 days (D) and 1 5°C until 1 80 days (E). Nitrogen fractions, electrophoretic and aminoacidic patterns showed that under elevated temperatures cheeses presented higher proteolysis indexes, as compared to control cheese (A) . Cheese ripened under 1 5°C for 63 days showed the same ripening patterns as cheese ripened at l ODC for 1 00 days. Therefore, cheese ri pened at 1 5°C can be comercialized with good qual ity 37 days erlier than the ripening period prescribed by MAPA ( 1 993). Key-words : Zamorano cheese, accelerated ripening, proteolysis, microbiology, rheol ogy. REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS ASTON, J . w.; GILES, J. E.; DURWARD, I. G . ; DULLEY, J . R . Effect of elevated temperature o n pro t e o l y s i s and fI avor d e v e l o p ment i n Cheddar cheese. J ournal of Dairy Research, 5 2 : 5 6 5- 5 7 2 , 1 9 8 5 . A S TON, J . W; GRIEVE, P . A ; DURWARD, I . G . ; D ULLE Y, J . R . Pro te o l y s i s a n d fI avour development i n Cheddar c heese s ubj ected t o acce lerated ripening treatments . The A u s t r a l i a n J o u r n a l of D a i r y Tech n o l o g y , 3 8 : 59-65, 1 98 3 . CORSETTI, A . ; G O B B ETTI, M . ; SMACCHI, E.; DE ANGELIS, M.; ROSSI, J . 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Santos4 RESUMO Foram realizadas entrevistas j unto a 6 6 1 consumidores do município de ItapetingalBahia, a fim de se conhecer os fatores que influenciam na caracterização de qualidade do chamado leite informal. Do total de entrevistados, 60,5% consomem leite informal, sendo que 69% destes indi caram a aparência (sabor e cheiro) como sendo o principal critéri o para a avaliação da qualidade do leite cru. 82,75% não vêem nenhuma desvantagem neste tipo de produto, mas 8 1 ,7 5 % acreditam que o leite pode transmitir doenças . Estes resultados são preocupantes e indicam a necessidade de realização de campanhas educativas voltadas para a sensibilização do consumidor sobre os riscos do consumo de leite informal. Palavras-chave: leite informal, consumo, qualidade. 1 . I N TR O D U Ç Ã O O leite é um produto de importância na cional dadas as suas características alimentares, o que o configura como um produto de destaque, tanto do ponto de vista s o ci al como do eco nômi c o . É imp ortante res s al tar que a cadeia produtiva de l ácteos no B rasil vem enfrentando mudanças importantes, principal mente desde a segunda metade da década de 80, que transfor m aram as c o n d i ções de p ro d u çã o , l an ç an d o novos desafios em busca de aumento da eficiência produtiva (OLIVEIRA e J Ú N IOR, 1 999). Vários estudos têm apontado o mercado informal como um dos fatores que dificultam a modernização do sistema agroindustrial do leite no B ras i l , afe t a n d o n egati v amente a s u a 1 2 3 4 c o mpeti t i v i d a d e . E s te merc a d o t e m d u a s origen s : a evasão fi scal e o leite clandestino, sem ins peção higiênico-san itári a. O primeiro gera problemas de c o n co rrê n c i a d e s leal e o segundo agrega riscos à saúde pública (FARINA et aI . , 2000). O leite i n fo rmal é u m p r o d u t o tran s portado em recipientes i nadequados, mantido à temperatura ambiente , man i p u l ado p e l o ven dedor sem condições higiênicas apropriadas, não s e n d o i n s p e c i o n a d o p o r q u al q u er ó rgão de fi s c ali zação, s ej a e l e fed eral , e s t a.d ual o u municipal (FERR à O et aI . , 2002) . Segundo OLIVAL et aI . (2002), mesmo que legalizada, a comercialização deste tipo de leite P roj eto financiado pela Universidade Estadual do Su"doeste da B ahia - UES B . Professoras do Departamento de Tecnologia Rural e Animal - UES B . sibpass @ hotmai l.com D i ret or de Defesa S anitária da Agência Estadual de Defesa Agropecuári a da B ahia - ADAB. Estudantes da Universidade Estadual do Sudoeste da B ahia. Pág. 244 Pág . 245 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS só poderia o correr caso todo o rebanho bovino estivesse sob u m rígido controle veterinário , livre de tuberculose, brucelose ou qualquer outra zoonose e doenças que afetem o estado geral do animal, c o n d i ções estas que não e x i s te m n o B rasil. Considerando-se os aspectos acima men cionados, o presente trabalho teve como obje tivo avaliar os aspectos d o leite informal que influenciam sobre a caracterização de qualidade pelos consumidores de ItapetingalB ahia. 2 . MATERIAL E MÉTODOS Foram real izadas entrevistas diretas , por meio de questionários semi-estruturados, j unto a 66 1 consumidores do município de Itapetingal B ahia, em 1 4 b airros distintos quanto à loca lização e classes sociais . A técnica de abordagem utilizada foi a de comunicação, ou seja, a coleta direta dos dados individualmente, j unto à pessoa responsável pela compra do produto , por ser ela u m i n strumento d e mai o r fid el i dade às ati tudes e c o mp ortamento d o próprio e ntre vistado (SUGANO et aI., 1 999). Os roteiros de entrevista foram p adroni zado s , seguindo-se a mesma ordem das questões, bem como as mesmas o p ções de respostas a todos os entrevistados. O programa EPIINFO 6.0 (DEAN, 1 9 9 5 ) foi utilizado para processar os dados coletados, para criação de um banco de dados dos entrevistados e para a realização das análises estatísticas. 3 . RESULTAD O S E D I S CUSSÃO D o t otal d e 66 1 consumidores e n trevis tados, 3 9 , 5 % consomem leite industrializado e 6 0 , 5 % c o n s o me m leite i n formal , s e n d o este último grupo o enfoque da discussão d o presente trabalho. O nível de escolaridade que prevaleceu foi o 1 0 grau i n c o mp l e t o ( 3 0 , 6 5 % ) , s e g u i d o d o analfabetismo (20,65%), c o m renda média d e 1 a 2 salários mínimos, o que nos revela um baixo índice de instrução associada a uma baixa renda fam i l i ar. Estes res ultados demons tram que a i n s trução e o p o d e r a q u i s i t i v o s ã o fat o res decisivos na escolha dos produtos, acarretando em compra de produtos de qualidade inferior ou duvidosa. Quando questionados sobre os aspectos utilizados para a avaliação da qualidade do leite cru consumido, 69% dos entrevistados indicaram a aparência (sabor e cheiro) como sendo o prin cipal critéri o , 1 7 % a praticidade (preço, faci lidade de pagamento e facilidade de entrega) e 1 4% indicadores de saúde (higi ene, origem e valor nutritivo ) . Neste último grupo, 5 6 , 7 5 % d o s c o n s u m i d ores ates t aram q u e o p r o d u t o informal t e m boa h i g i e n e e bom v alor n utri cional , apesar de não conhecerem sua origem. Destacamos que a grande maioria da população n ão se p re o c u p a c o m a q u e s tão h i g i ê n i c o sanitária do produto como garantia d e qualidade, baseando-se apenas e m conhec imentos empí ricos (aparência) para aval i ar o produto que consomem. 8 2 , 7 5 % d o s entre v i s t a d o s n ã o vêem nenhuma desvantagem neste tipo de produto . Mesmo as s i m , quando questionados s obre as m e d i d as p ara c o nservação ad otadas após a compra do leite, observamos que 66% coam o leite antes do c o n s u m o , 5 6 , 7 5 % guardam na geladeira e 9 2 , 3 5 % fe rvem, i n d i ca n d o u m a preocupação por práticas que possam garantir uma melhor qualidade do produto, diminuindo assim os ri s c o s por p arte da p o p u l ação e m c o n trair d o e n ç as d e v i d o à i n ge s t ão d e leite informal. Entretanto, vale a pena ressaltar que a fervura não elimina problemas como resíduos de antibióticos e fraudes n o produto, como por exem p l o , a adi ç ão d e água e/o u uso de conservante s . Este fato p o d e representar um potencial risco à saúde dos c o n s u m i d o res em questão, considerando-se que o leite informal não possui garantia de pro d ução e, conseqüen te mente de qualidade, podendo ser produzido em condições precárias de higiene, o que pode acarretar em risco de saúde pública para a cidade de Itapetinga. O pre ç o p ago ao prod u t o ainda é fato r determ i n ante de c o mpra p ara a maioria d o s entrevistad o s , sendo que o v a l o r médio p ago por litro de leite foi de R$ 0,50, com valores variando entre R $ 0,35 a R$ 0,60. 54, 7 8 % não sabem para que servem os tratamentos do leite, como a pasteurização e a esterilização, e entre aqueles que responderam conhecer o significado d e s tes , e n c o ntramos as j u s t i fi c at i v as m a i s diversas, t a i s como : ti rar i mp urezas, t irar o s germes , detectar bactérias e e v i t a r d oenças ; 6 6 , 6 6 % resp o nderam encontrar d i ferenças de sabor entre o produto tratado termicamente na indú stria e o produto cru adquirido por eles, justificando que o produto tratado é mais fraco, mais ralo e menos forte . Novamente, notamos a q u e s t ão s ó c i o - e c o n ô m i c a i n t erferi n d o n a decisão d e compra, quando consideramos que 8 1 ,7 5 % dos entrevistados acreditam que o leite c o mprado na i n formalid ade p o d e tran s mi t i r d o e n ç as , m a s m e s m o as s i m a d q u i re m e s t e produto. ANAIS DO X X CONGRESSO N A C I O N A L D E LATiCíNIOS Alguns dos resultados obtidos pela Empresa de Consultoria Rios Estudos & Projetos (2000), diferem dos observados neste trabalho, como o percentual de consumidores que não vêem neste p r o d u t o n en h u m a d e s v antagem ( 6 6 , 3 0 % ) , apenas 5 , 8 0 % d o s entrevistados acreditam que o leite pode transmitir doenças e a renda familiar média se concentrou na faixa de 3 a 6 salários. OLIVAL et aI. (2002), em trabalho realizado na c i d ad e d e P i ras s un u n ga/S P, encontraram que apenas 1 5 % d o s c o n s u m i dores entrevistados cons omem leite informal . 4 . CONCLUS ÕES O consumo d e leite informal n a cidade de I tapeti nga/B A revel o u - s e alto, p o d e n d o este hábito ser justificado pela baixa renda familiar e baixo grau de instrução da população entrevis t ad a . A p e s ar da maioria dos c o n s u m i d ores acre d itar q u e o l e i te pode ser u m v e í c u l o transmissor de d oenças, os m e s m o s ainda se baseiam em critérios como sabor e cheiro para garantir a qualidade do produto que consomem, sendo que os aspectos higiênico-sanitários têm pouca influência sobre sua decisão de compra. As razões p ara o consumo deste tipo de leite devem ser conhecidas e o combate ao mercado informal deve contemplar ações educativas das instituições g overnamentai s , al i adas à inten sificação da fiscalização da comercialização do leite informal . S U MM A R Y I n terv i e w s were c arri ed o u t w it h 6 6 1 consu mers from the Itapetinga country/B ahia, in order to know the fators that influence the c haracteri z a t i o n of q u a l i t y of the namely i n formal m i l k . O f t otal i nterv iewers, 6 0 . 5 % c o n s um e i n formal m i l k , a n d 6 9 % o f these indicated the appearance (flavor and s mell) as being the main criterion for the evalution o f the r a w m i l k q u al ity. 8 2 . 7 5 % d on ' t see any disadvantage in this type of product, but 8 1 .75 % believe that the milk can tran s m i t d i seases . • • • • These results are preoccupying and indicate the need for educational campaigns looking for the c o n s u mer ' s s e n s i tization on the risks of the informal milk consumption. Key-words : informal milk, consumption, quality. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DEA N , A . G. e t aI . EPIINFO, a word p rocessing, date base and s tatis tics p ogram fo r e p i d e m i o l ogy o n m ic r o c o m p u t ers . 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Belo Horizonte: Associação B rasileira de Administração Rural, 1 999, V. 3, p. 276-294. • Pág. 246 • • • Pág . 247 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS CONTAGEM DE MICRORGANISMOS PSICROTRÓFICOS EM LEITE CRU COLETADO A G RANEL DE DIFERENTES MUNiCíPIOS DO SUDOESTE DA BAHIA Counting of psichrotrophic microorganisms in raw milk bulk collection of d ifferent cities from the Bahia Southwest Sibelli Pass i n i Barbosa Ferrão1' I sa Porto M ei reles Cardoso2 RFSUMO Com o obj etivo de enumerar a microbiota psicrotrófica de leite cru transportad o em caminhões isotérmicos, foram coletadas amostras compo stas semanais, n o p erío do de janeiro a março de 2003, em sete municípios distintos do S udoeste da B ahia. As análises para determinação de microrganismos psicrotróficos foram realizadas em triplicata, sendo utilizada incubação a 2 1 "C por 24 horas. A contagem média de psicrotróficos nas amostras anali sadas foi de 1 , 24 x 1 06 UFC/mL, com variações de < 1 04 a 3 , 6 x 1 06 UFC/mL . Os resultados encontrados são preocupantes e indicam a necessidade de orientação sobre produção higiênica do leite, nas regiões investigadas, para a captação de matéria-prima de melhor qualidade. Palavras -chav e : leite resfriado , psicrotróficos, tanques de expansão. 1 . I N T R OD U Ç Ã O Devido à modernização e busca d e maior c ompeti t i v i d a d e do s e t o r lácteo b ras i le i r o , tornam-se neces s árias mudanças estruturais e conj unturais nos processos produtivos, visando a melhoria d a qualidade do leite (SOUZA et. aI., 1 999). Uma das principais mudanças refere-se à forma de coleta do leite nas propriedades rurais, passando do s istema c aracteri zado por latões para o leite granelizado. Esta prática d e estocagem d o leite cru imediatamente após a ordenha, sob refrigeração, tem reduzido a presença de bactérias mesofílicas. Entretanto, este processo também pode permitir um crescimento de bactérias psicrotróficas, princi palmente quando a obtenção do leite não é feita higienicamente ( CELESTINO et. aI . , 1 99 6 ) . A p r e s e n ç a d e p s i crotró fi c o s p o de o casionar divers o s pro b lemas tecnol ógicos e 2 econômi c o s . A spectos como aparência, o dor, s abor e vida útil nas prateleiras refrigerad as podem ser afetados. Além disso, a qualidade dos produtos lácteos pode ser afetada por ação das enzimas secretadas pelos p s icrotróficos antes d o processamento do leite. Apesar d a maioria das bactérias psicrotróficas serem destruídas pela pas teurização, muitas enzimas produzi das p o r estes microrganismos, como a s proteases e/ou l i p a s e s , são term o - re s i stente s , res i s t i n d o ao processo de ultra-alta-temperatura (U AT), pro duzindo sabores e odores desagradáveis nos pro dutos lácteos durante a estocagem e maturação (CROMIE, 1 99 2 ) . Cons iderando-se a importância d a esto cagem do leite resfriado por 48 horas em tanques de expansão e do s istema de c oleta a granel, este trabalho se propôs a analisar a presença de Professora do Departamento de Tecnologia Rural e Animal - Universidade Estadual do Sudoeste da B ahia UES B . sibpas s @ hotmail .com Zootecnista, M estranda em Zootecnia - UES B . ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS mi crorgan i s m o s p s icrotrófi c o s d o l ei t e cru s ubmetido a este sistema e m diferentes muni cípios do Sudoeste da Bahia. 2 . MATERIAL E MÉTODOS Amostras compostas semanais de tanques de expansão e m s ete municípios distintos do S udoeste da B ahia foram coletadas, no período de janeiro a março de 2003, assepticamente em frascos estéreis e transportadas ao laboratório, onde foram an alisadas prontamente. N o mo mento d a coleta verificou-se a temperatura de estocagem e realizou-se o teste de alizaroI. As amostras foram ho mogenei zadas sob agitação manual e em seguida feitas diluições d e c i mais d e l O- I a 1 0-6, p ipetad o s O , I mL, inoculadas em triplicata e analisadas : contagem padrão de microrganismos psicrotróficos viáveis e m Plate C ount Agar, inc ubados a 2 1 °C ± 1 °C por 24 horas conforme metodologia de S PECK ( 1 982). 3 . RESULTAD OS E D I S C US S Ã O N o momento d a c ol eta, as amos tras apre s e ntaram temperatura média d e 6°C e a acidez titulável ficou em torno de 1 6°D. Quanto aos resultados das análises físico-químicas das amostras comp o s tas de leite, a maioria apre sentou-se dentro dos padrões legai s . Algumas, n o e n t a n t o , apresen taram v a l o re s de í n d i c e cri o s cópico fora dos p adrões, s ugeri n d o u m a possível adição de água. A Tabela 1 mostra os res ultados encon trados para contagem de psicrotróficos para as amostras compostas de leite cru analisadas. Tabela 1 - Distribui ção das contagens de mi crorganismos psicrotróficos (UFC/rnL) em amostras compostas colhidas em sete municípios da região S udoeste da B ahia. Variação das C ontagens Microrganis m os (UFC/mL) Psicrotróficos (% de amostras) < 1 04 1 X 1 05 a 3 , 8 X 1 05 1 ,3 8 X 1 06 a 3 , 6 x 1 06 1 0% 50% 40% A contagem de psicrotróficos do leite cru ana lisado variou de < l 04 UFC/rnL a 3,6 x 106 UFC/mL, com valor médio de 1 ,24 x 1 06 UFC/mL. Veri fi cou-se que 5 0 % d as amos tras apresentaram contagens variando de I x 1 05 a 3,8 x lOS UFC/rnL. Estes dados são de extrema importânci a e re velam que, mesmo nesta amplitude de contagem, p o d e haver r i s c o s de p ro d uç ã o de e n zimas extracelulares termoestáveis que podem causar geleificação do leite UAT, desenvolvimento de s ab o res e s tranhos no l e i t e p as t e u ri zado e diminuição do rendimento industrial na produção de queijos (SHAH, 1 994). CROMIE ( 1 992) ressalta que a redução de ren d i mento na fab ricação d e q u e ij o s o c o rre quando a contagem da p o p u l ação de p s i cro tróficos no leite cru excede a 1 06 UFC/mL de leite. No presente trabalho, 40% das amostras apresentaram contagens de 1 , 3 8 x 1 06 a 3 , 6 x 1 06 UFC/mL. Estes resultados são preocupantes pois, nestas contagens, pode ocorrer a produção de enzimas termoresistentes, capazes de diminuir a vida-de-prateleira dos produtos p rocessados com esta matéria-prima. Resultados mais elevados foram conse guidos por S ANTOS et aI. (2003) , que encon traram contagens de psicro tróficos superiores a 1 06 UFC/mL em 90% das amostras de leite cru c o letadas i n d i v i d u al mente e m t a n q u e s de expansão . SCHMITH et aI. (2003 ) , analisando a contagem de microrgani smos p s icrotróficos em leite cru de diferentes regiões do. Rio Grande do S ul, encontraram 1 6, 6 6 % das amostras com contagens entre 1 05 a 1 06 UFC/mL e 8 3 , 34% com contagens acima de 1 07, o que denota níveis elevados de contaminação. Deve-se ressaltar que a contaminação em tipo e número de microrganismos psicrotróficos no leite cru varia dependendo das condições sob as quais o leite foi produzido e da temperatura e tempo de estocagem antes dele ser processado. O leite produzido sob condições sanitárias ade quadas normalmente tem menos de 1 0% de psicrotróficos da microbiota total, mas sob con dições sanitárias inadequadas pode conter mais do que 75% de psicrotróficos (COUSIN, 1 9 82 ) . Considerando-se que a s amostras analisadas são provenientes e x c l u s i v amente de proprie dades leiteiras que mantém o leite estocado sob refrigeração, alguns aspectos devem ser consi derados para redução destas contagens: melhoria das condições higiêni cas de produção , higie nização de utensílios e equipamentos, redução do tempo de armazenamento do leite refrigerado e garantia da qualidade da água utilizada. 4 . CONCLUSÕES A s elevadas contagens d e microrganismos p s i crotrófi c o s nas amos tras anal i sadas P á g . 248 Pág . 249 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS demonstram a necessidade urgente de melhoria das c o n d i ç õ e s , n as regiões investigadas, d a produção, estocagem e transporte do leite até a indústria, uma vez que a ado ç ão de med i d as higiênicas ao longo destas etapas determinará a q u a l i d a d e do p ro d ut o q u e c hega à m e s a d o consumi dor. S U M MARY With the o bj ec t i v e o f e n u merat i n g the p s i chrotrop h i c m i c ro b i o t a o f raw m i l k transported in isothermal trucks, samples were collected weekly, in the period from January to March of 2003, in seven different country from the B ahia S outhwest. The analyses for deter m i n at i o n of p s i chrotro p h i c m i c ro o rg a n i s ms werw c arried o u t in trip l i c ata, b e i n g u s e d incubation at 2 1 °C for 24 hours . T h e average c o unting of p s i chrotro p h i c organi sms in the analyzed samples was of 1 . 24 x 1 06 UFC/ml, with variations from < 1 04 to 3 .6 x 1 06 UFC/ml. The found results are preoccupying and indicate the need for orientat i o n ab o u t h y g i e n i c production of t h e milk in t h e investigated areas for the recepti o n of raw material of better quality. Key-words : cooled milk, psi chrotrophic, milk tanks . REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS CELE S T I N O , E. L. et. a! . The effe c t s o f refrigerated storage on the quality of raw milk. + • + ANAIS DO XX CONG R ESSO N ACIONAL DE LATiCíNIOS The Australian Journal of D airy Tec h n o logy. V. 5 1 , p . 59-63, 1 99 6 . C O U S I N , M . A . P r e s e n c e a n d a c t i v i t y o r. p s y chrotro p h i c mi cro o rg a n i s m s in m i l k a n d d airy p ro d u ct s : a r e v i e w . J o u r n a l o f F o o d Protection. V. 45, n . 2 , p . 1 72 -207 , 1 9 82 . CROMIE, S . Psychrotrophs a n d their enzyme res i dues i n cheese m i l k . The A u s t r a l i a n Journal of D airy Tech n o l o g y . V . 47 , p . 9 6 1 00, 1 9 9 2 . SANTOS, E . M . P. d o s ; CERQUEIRA, M . M . O . P. ; S ILVA, A . C . d a et aI . E n umeração d a microbiota psicro trófica, mesofíli c a e proteo lítica deteriorante d o l eite cru granelizado e pasteurizado na região da grande Bel o Horizonte MG. Revista Higiene Alimentar. V . 1 7, n. 1 04/ 1 05 (encarte) , p. 1 75 - 1 76 , 2003. S HAH, N . P. Psychrotrophs in milk: a review. 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V. 1 7, n . 1 04/ 1 05 (encarte) , p . 1 8 1 , 2 00 3 . • • • AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA, DO AMBIENTE E DOS TANQUES DE ESTOCAGEM, VISANDO A IMPLANTAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS D E FABRICAÇÃO NA LINHA DE PROCESSAMENTO DE LEITE PASTEURIZADO Evaluation of microbiological conditions of water, environment and milk storage tank, for applying of Good Manufacturing Practices in pasteurized milk line Antonio Xavier d e Farias1 Maria da Graça Fichei do Nascimento2 Mareio Vinicius de Carvalho Barros Côrtes3 Eliane Santos d a Rocha4 Fernando Teixeira Silva5 RESUMO Nas usinas de beneficiamento de leite, a avaliação microbiológica da água, das condições de higiene dos operários e do ambiente de manipulação são pontos fundamentais para a garantia da qualidade dos produtos finais e está prevista nas diretrizes das Boas Práticas de Fabricação. O objetivo deste trabalho foi avaliar estes parâmetros através de 1 0 coletas realizadas durante o ano de 2002 . Foram coletadas amostras de água proveniente de u m poço artesian o e d o fornecimento municipal , d o ar ambiental na recepção, setor d e embalagem e armazenamento, e aplicação de swabs nas m ã o s dos manipuladores e n o s t a n q u e s de armazenagem d e l e i t e . Em cada amostra foram real izadas a n á l i s e s p ara enumeração de coliformes a 45°C, de coliformes a 35°C, de bactérias mesófilas aeróbias, de fungos e leveduras . A partir dos resultados obtidos foi evidenciado a inadequação da água procedente de u m poço artesiano, aplicad a na limpeza d a linha de processamento. Tod avia, a água distribuída pelo muni c ípi o , embora tenha apresentado reduzida carga microbiana de coliformes termotolerantes , não pode ser con si derada potável, estando inadequada ao processo de sanitização dos equipamento s . Os resultados positivos para coliformes a 4SOC e 35°C das superfícies de equipamentos, da água e das mãos de operadores, foram indicativos de riscos detectados, que podem comprometer a segurança do produto final, caso haja qualquer falha na pasteurização e/ou contaminação cruzada do pro d uto pasteurizad o . Palavras chave : leite, pasteurização, garantia da qualidade. • * 2 3 4 5 Projeto de pesquisa financiado pelo PRO DETAB/BIRD. B i ó l o g o , M . S c . M i c r o b . Ve t e r i n ár i a - P e s q u i s ad o r I I - E m b r a p a A g ro i n d ú s t r i a d e A l i m e nt o s . [email protected] Médica Veterinária, Ph.D- Pesquisadora III - Embrapa Agroindústria de Alimentos. Graduando em Farmácia/UFRJ - Assistente de Pesquisa - Embrapa Agroindústria de Alimentos. Enga de Alimentos - Assistente de Pesquisa Embrapa Agroindústria de Alimentos. EngO Agrônomo, M.Sc. Eng. d e Alimentos - Técnico de Nível Superior III - Embrapa Agroind ústria de Alimentos. Pág. 250 Pág . 25 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS 1 . I N T RO D U Ç Ã O A segurança ali mentar p o d e s e r compro metida, pelo potencial dos alimentos veicularem microrganismos p atogênicos e/ou suas toxinas, ao longo da cadeia alimentar (Cullor, 1 997). As i n d ú s trias de a l i m e n t o s n e c e s s i tam de u m c o n s t ante m o n itoramento das c o n d i ç õ e s h i giênico-sanitárias d as instal ações, d o s insumos e do ambiente de produção , sendo as análises microbiológicas a principal ferramenta utilizada p ara e s t a aval i aç ã o . N as u s i nas de b e ne fi ciamento d e leite este monitoramento é impres cindível, tornando a avaliação microbiológica da água, as condições de higiene dos operários e do ambi e n te d e man i p u l a ç ão p o n to s fu n d a mentais p ara a garant i a d a q u al i d ad e d o s produtos finais, além de constarem nas diretrizes das B o as Práticas de Fabricação. Faz-se neces sário prevenir, eliminar ou reduzir os perigos quími c o s , fís i co s e microb i o l ó g i c o s , para se o bter u m al i mento seguro para o consumidor (Heeschen e t a I . , 1 9 9 7 ) . O o bj e t i v o d e s te trabalho foi avaliar micro biologicamente alguns parâmetros, por meio de 1 0 coletas reali zadas d urante o a n o de 2 0 0 2 em u m a u s i n a d e beneficiamento de Leite Pasteurizad o . 2 . MATERIAL E MÉTODOS Foram reali zadas 1 0 visitas a uma u sina benefici adora de leite pasteurizado e coletadas amostras de água, contaminação ambiental e apl icados "swabs" na mãos de manipuladores , n a s superfícies internas de tanques de recepção de leite cru e estocagem de leite pasteurizado. 2 . 1 . C o l i m et r i a d a á g u a ANAIS DO X X CONG R ESSO N ACIONAL DE LATiCíNIOS em duplicadtas para cada meio de cultura, foram conservadas s o b refrigeração (por até 24h) e posteriormente i n c ub adas em e s t u fas B OO à 35°/48h (para quantificação de bactérias mesó filas) e 25°/ 1 20h (para quantificação de fungos). A contagem das colôni as foi realizada com o auxílio de um contador colônias Quebec. ..J � 10 c: ::iE 5 z O 2 . 3 . Aplicação de "swabs" Fo ram a p l i c a d o s s w abs nas m ã o s d o s manipuladores e n as superfícies i nternas d o s tanques de leite. Nas superfícies d o s tanques a área de aplicação foi cerca de 50cm2 e nos mani pulad ores por toda a superfície d a pal m a das mãos (da ponta dos dedos até o punho). As hastes contendo o esfregaço foram mergulhadas em 2mL de solução salina 0,85%, agitadas manual mente p o r d o i s m i n u t o s e c o n s ervadas s o b refrigeração ( p o r até 24h ) . Posteriormente foi retirada uma alíquota de 1 ,0mL da s uspenção obtida e inoculada em S imPlate Total Coliform & E. coZi, conforme especificação do fabricante. Figura 1 2 . 2 . M o n i t o r a m ento a m b iental Foi realizado através da exposição de placas de Petri contendo " Pl ate Count Agar" ( PCA) e em Á gar B atata Oextrose ( B O A ) confo rme o método "air s ampling" na área de recepção de leite cru, no setor de envase e câmara fria (esto cagem do produto final) por minutos 1 5 mi nutos. Após o período de exposição, as placas, � col�oimes totais __ col�ormes termotolerantes - 8 .... õ: :l: Foi detectada a inadequação da água proce dente de um poço artesiano, utilizada na limpeza de pisos e paredes da linha de processamento, es tando inadequada ao processo de sanitização dos equipamentos ( 1 00% das amostras com valores >2,2NMP de coliformes a 35°C/ 1 00mL), além da não potabilidade da água distribuída pelo município, embora tenha apresentado reduzida carga micro biana de coliformes termotolerantes (figura 1 ) . Há necessidade d e tratamento adequado dos d o i s tipos d e água u t i l izadas, da melhoria e C o n tam inação A m bie ntal Bactérias M e s ófilas 400 300 200 1 00 1 2 3 4 5 6 . 7 8 9 10 manutenção constante do processo de higiene pessoal, além da implantação de mecanismos de isolamento das áreas de recepção e envase, assim c o m o de l i mpeza e h i g i e n i zação da s al a d e estocagem. SUMMARY In the dairy ind ustry, the microbiological evaluation of water, the measurenment of the hygienic condition of their employees, handling and environment conditions are maj or p oints to be search to achieve the good qual ity of the final product, which are included in the Good M an u factoring Practi c e s reg u lati o n s . The obj ective o f this w ork w as to eval u ate these C o n tam inação Am bien tal Fu n g os -e- recepção '" u .!!! Co O �::::: :::: 1 2 3 4 5 6 7 8 300 200 1 00 O 9 10 N2 d e C o le tas - Ç ãO . . . .. ra . O 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 N2 d e Cole tas Contagem de E.coli em supe rffcies � mão operador 800 600 400 200 -s- tanque expansão -Ir- pasteurizador 'E .l:! c.. :E z O 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 N2 d e Coletas - . .. . ! :•.1, := :::: \ I . . --.-""" � . Monitoramento ambiental da contaminação por bactérias mesófilas (PCA) e fungos (BOA). Contagem de coliformes a 35'C em superfícies Figura 3 I O Coletas 4 . CONCLUSÃO 'E .l:! � z termotolerantes 5 Contagem de coliformes a 35°C e E. coZi nas amostras de água de poço e distribuída pelo município. 3.1. Colimetria da água Figura 2 __ colrorrres 10 o 3 . RESULTAD OS E D I S C U S S Ã O a) N a recepção de leite, a área aberta proporcionando o c o ntato d ireto d a matéria prima c o m partículas e micror ganismos em s u spensão, podendo ser um fator de aumento da carga micro biana do leite, b) Na s a l a d e e n v a s e , perigo de re contaminação. c) Na s ala de estocagem, reflete a falta de preocupação com a manutenção da higiene geral do estabelecimento. 20 z Os resultados positivos para coliformes a 3 5 ° C e Esclzericlzia c o Zi (figura 3) iso l ados a partir da aplicação de "swabs" nas superfícies internas dos equipamentos e nas mãos de opera dores , foram indicativos de Ponto Crítico (PC), que podem comprometer a segurança do produto final, considerando a possibilidade de ocorrência de fal h a no p ro c e s s o de pasteuri zação e/ou contaminação cruzada do produto pasteurizado. A observação da presença de um elevado número de bactérias mesófilas aeróbias e de fungos e leveduras (figura 2) no ambiente proporcionou a evidência de outros Pontos Críticos : .J E 15 O 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 N !! d e Coletas 3 . 3 . Aplicação de "swabs" 3 . 2 . M o ni t o r a m ento a m b i ental 1 0 amostras d e á g u a procedentes de um poço artes iano 1 0 amostras do fornecimento municipal Inoculação, de uma alíquota de 1 0 mL, i med iatamente após a c o leta, e m 5 t u b o s múltiplos contendo Caldo Lauril Sufato de Sódio concentração dupla (Silva et ai. , 1 997). 20 E 15 �""�'''" MA Contagem de coliformes em amostras da água distribuída pelo município Contagem de coliformes em amostras da água de poço 800 600 400 200 � mão operador -e- tanque expansão � -Ir- pasteurizador O 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 N2 d e Coletas Contagem de coliformes a 3 5 °C e E. coZi nos "swabs" aplicados nas superfícies : mãos de manipuladores, superfícies internas dos tanques de recepção e de estocagem do leite pasteurizado. Pág. 252 253 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS variab l e s by d oi n g 1 0 v i s i t s w i t h s ample c o l ec t i o n d u r i n g t h e year 2 0 0 2 . Water s amples were c o I lected from a natural w ater s u p p l y as well as from a municipality supply. E n v i ro n mental ar s am p l e s fro m the m i l k reception station, packing a n d storage stations w ere ex amin e d . S wabs w ere applied on the s urface of the e m p l o y e e s hands and o n the internaI waIls o f the milk storage tanks . For each sample, the fo I l o w i n g mi cro b i o l ogi cal exams were done: Most Probable N umber of coliforms at 35°C, and at 45°C, total plate count of mesophils and of yeasts and molds. According to the results, it was observed that water from a natural source s upply was in the insatifactory c o n d i t i o n to be u se d in the c Ieaning of the processing line. In the other han d , the w ater fro m the m u n i c i p a l i ty s u p p l y , although presented a small number of coliforms at 45°C, could not be considered as a potable water, and was also considered insatisfactory to be used in the equipment sanitation process o The positive res u l t s for c o l i forms at 3 5 °C, an d at 4 5 ° C , ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS obtained fro m e q u i p m e n t s u fa c e s , w at e r supplies, a n d from personnel h ands indicated the presence o f h azard criti c aI p o i nt s i n the milk plant, which can interfere with the final product sanitary condition, if any pasteurization error occus or any cross contamination of raw milk with pasteurized milk takes place. REFERÊNCIAS B I B L I OGRÁFICAS CULLOR , J. S. HACCP ( Hazard Analysis of CriticaI C ontrol P o i n ts ) : i s i t c o m i n g t o the d a i ry ? J o u r n a l o f D a i r y S c i e n c e , V . 8 0 , p . 3 449 - 3 4 5 2 , 1 99 7 . HEESCHEN,W. H . ; REICHMUTH, J . ; SUHREN, G . Quality milk production - potential hazards, criticaI control points and the application of risk anal y s i s . I n : National M astitis Council A nnual M eeting, 3 6 , 1 9 9 7 . S ILVA, J'L , e t a i. M a n u a l d e M é t o d o s d e A n á l i s e s M i c r o b i o l ó gi c a s d e A l i m e n to s . 1 . ed. São Paulo: Livraria Varella Ltda., 1 99 7 . 295p. • DIÓXIDO DE CLORO ESTABILIZADO EM SOLUÇÃO AQUOSA: COADJUVANTE TECNOLÓGICO DE ALIMENTOS Chlorine dioxide - a gas stabilized i nto a water solution : a technologycal food coadjutant I rith Rachei Aren stein1 1 . INTRODUÇÃO o Dióxido d e Cloro é um gás estabilizado e m s o l u ção aqu o s a que é a cada d i a mais empregado como b ac teri c i d a , fun g i c i d a , esporicida, viricída e branqueador e representa, na moderna tecnologia química, um meio eficaz, rápido, econômico e seguro na descontaminação e n o c o mbate aos micro organi s m o s que proliferam em laticínios, frigoríficos e indústrias de processamento de alimentos em geral. O Dióxido de Cloro ( C I O , ) , que une os princípios ativos do cloro e d o oxigênio , tem poderosa ação germi cida, eliminand o e preve n i n d o a c o n taminação bacteri o l ó g i c a . É um biocida não tóxico, que não reage com matéria B i oquímica, Diretora Técnica Científica da Veros Produtos Químicos Ltda. Av. Prof. Luiz Ignácio de Anhaia M ello, 1 268 - S ão Paulo / S P / B rasil CEP: 03 1 54- 1 00. Fone: (55 1 1 ) 6347- 1 677 / 6345-5077 / Fax: (55 1 1 ) 6345-6825 . orgalllca, não forman do THM's (considerado cancerígeno ) . Também não forma Cloroaminas, que d ão odor e gosto des agradável. Produzido em grau alimentício, não corrosivo nas diluições recomendadas e de fácil manejo, pode ser utili zado diretamente em contato com os alimentos . Tem excelente poder biodegradável e solubiliza rapidamente n a água. Não deixa res íduos no a l i m e n t o a p ós a desinfe ç ã o , i mp e d i n d o a contaminação do leite e do queijo com resíduos dos produtos utilizados na higienização: 2 . HISTÓRICO 4 . U T I L I Z A Ç Ã O EM I N D Ú S T RI A S D E ALIMENTOS No setor alimentício, o Dióxido de Cloro estabilizado pode ser utilizado pois, além de ser um agente sanitário de amplo espectro, é seguro p ara as ins talações de p r o d u ç ão e águas de proc e s s o . A l é m d i s s o , o D i ó x i d o de C l o r o es tabi lizado apresenta menor a ç ã o c orro siva sobre os equipamentos d a p l anta d e proces samento, não deixa resíduos no alimento e não causa alterações do odor e sabor nos alimentos tratados . ° Dióxido d e Cloro é um agente oxidante, solúvel em água, utilizado como agente desin fetante e branqueador. ° alto risco da utilização do cloro gás e as inconveniências do seu emprego res trito, tal como a formação de sub produtos, fez com que fosse desenvolvido o uso do Dióxido de Cloro estabilizado. Em 1 944, o Dióxido de Cloro foi utilizado pela primeira vez no trat a mento de água para consumo humano, na cidade de Nova York. Somente na metade do século 20 é que foi difundido o uso do Dióxido de Cloro para a desinfecção das águas para consumo, sobre tudo graças a sua ação contra as bactérias, vírus e algas . Além disso, nas últimas décadas, o uso do Dióxido de Cloro ganhou nova atenção devido à produção de quantidades insignificantes de sub produtos (tri hal o metano s ) , quando comparado com o utros agentes d e s i n fetantes c o m o , p o r exemplo, o hipoclorito, não se obtendo a for mação de cloraminas . 3 . MECANISMO DE A ÇÃO O Dióxido de Cloro é um agente oxidante forte, que quase sempre reage por meio de um m e c a n i s m o d e transfe rê n c i a de u m e l é tro n , atacando a membran a c e l u l ar, penetran d o , desidratando e, p o r último, oxidando o s compo nentes internos da célula microbiana sem, no entanto, causar uma ação tóxica, como a maior p arte d o s c o mp o s t o s de cl oro . É igualmente eficaz com os organismo s , gram-negati vos e gram-positivos. A acentuada ação desinfetante e esporicida do Dióxido de Cloro realiza-se em c o n centrações menore s , em c o mparação ao cloro. A explicação da elevada ação bactericida do Dióxido de Cloro é também pelo fato de ser s o l ú vel em ó l e o s , graxas e s u b s t â n c i as de composição mista, como células dos vírus e das bactérias, em cuj as membranas penetra facil mente, ao contrário de outros desinfetantes de natureza polar. Pág. 254 1 ) S a ni t i z a ç ã o no p ro c ess a m e n to de queij os e d e r i v a d os d e l e i te : no tratamento e conservação de queijos fre s c o s e m at u rad o s e n o p r o c e s s amento d a s al m o ura p ara queij o s , oferecendo a o consumidor derivados de leite de melhor qualidade higiênico sanitária. 2) Em tratam e n t o da água de s a l mouras : no processo industrialmente c o n h e c i d o c o m o " s al g a m e n t o " o u "salga". A adição d o sal pode ser reali zada de três formas distintas - salga no leite, salga a seco e em salmoura. A utilização de sal de qualidade inferior ou estocado em condições não higiê nicas pode c a u s ar contaminação ao queij o , principalmente se for adicio nado diretamente nas formas (salga a seco). O dióxido de cloro também pode ser a p l i c a d o p ara evitar a conta minação p o r b actérias d o vermelho (halófilos ) . 3 ) Na desinfe c ç ã o p ó s l a v a g e m d e i n s talações e e quipamentos na in dústria de laticínios : em superfícies de áreas de manipulação de alimentos, câmaras, tanques de pasteurização do leite, tanques isotérmicos, balões, má quinas de envase, instalações e controle de odores. Recomendado para limpeza e sanitização pelos seguintes métodos: a) Método manual em pisos, super fícies externas de equipamentos , balanças, tanques de recepção d e leite, tanques de estocagem d e leite, prensas e formas de queijo, tanques de salga de queijo, fracionadeiras de manteiga, e m p a c o t a d o ras d e queijos e manteiga, e t c. . . Pág . 255 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS b) Método por imersão em peças e utensílios menores que estão em c o ntato com o leite e seus sub produtos (como misturadores, vál vulas, bicos de empacotadoras) c ) Nebulização o u pulverização em ambientes e superfícies externas, como salas de processo, salas de estoque de queijos frescos, sala de m at u ração de q u e ij o s , tetos e paredes. 4 ) Tra t a m e n t o de á gu a : n ão p r o d u z compostos orgânicos clorados, trihalo metanos ( T H M s ) e c l oraminas que causam odor e gosto desagradável. Não reage com o amoníaco. Tem excelente poder biodegradável e solubilíza rapi damente na água. Auxilia na eliminação da t u r b i d e z . E l i m i n a o Ferro e o Manganês . 5. CONCLUSÃO o D i ó x i d o d e C l oro e s tab i l i zado é u m p r o d u t o d e a m p l a e e fi caz u t i l i z ação d a desinfecção d e alimentos e tratamento d e água para processos industriais, em derivados de leite, e m t ratamen t o da á g u a de s al mo u ras , n a desinfecção das instalações e e quipamentos. S U MM A R Y Chlorine D i oxide a gas s tabilized into a water so lution is i ncreasely being used as an effective anti-microbial and bleaching agent, by the property of releasing oxygen and chl orine in an a c t i ve s t a t e . Due to its bacteri c i d a l , fungicide, bleaching and deodorant properties, ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS AVALIAÇÃO DOS íNDICES DE PROFUNDIDADE E EXTENSÃO DA MATURAÇÃO DE QUEIJOS AZUIS represents, in the modern chemical technology, an effective, fast, economical and safe way for the s an i t í zati o n and c o mbat of the m i croorgan i s ms that p ro l i ferate i n d ai r y industries a n d food processing industries. B eing produced in food grade, not corrosive under the rec o m m e n d e d d i l u t i o n rates a n d w i th e a s y handling it can be used directly in contact with the fo o d , e l im i n at i n g and p r e v e n t i n g the bacterio logi cal contaminatio n , i mp roving the quality of products and increasing t heir s helf lífe. It does not leave residues. Chlorine Dioxide stabilized into a water solution, is an effective pro d u c t o n foo d d i s i n fe c t i o n and w ater treatment for industri al purposes . Evaluation of the parameters of deepness and extension on the maturation process of blue cheese Felipe Teich mann1 Cristi na Ra mos2 Neila S. P. S. Richard s3 RESUMO o queijo Roquefort é um dos queijos mais antigos da França sendo mencionado por Plínio, Palavras - c h a v e : D i ó x i d o de C l o r o , d e s i n fetante, c o a dj uv an te t e c n o l ó g i c o d e alimentos. na R oma Antiga, em seu l ivro d e 79 d . C . Em 1 4 1 1 , Carlos VI concedeu ao p o v o de Roquefort o monopólio d a maturação do queij o em suas cavernas, como já era feito há séculos. Em 1 9 6 1 , o Tribunal de Grande Instance, em Millau, decretou que, embora pudessem ser feitos em muitas regiões d o sul d a França, os queijos só poderiam ser classificados como verdadeiros Roqueforts se fossem amadurecidos nas cavernas naturais de Mont Combalou, na comuna de Roquefortsur-Soulzon. Com o Stilton e o Gorgonzola, o Roquefort é um dos maiores queijos azuis do mundo. Tem um sabor distinto, vigoroso e bem salgado, muito diferente da doçura do leite. A maturação é um processo muito complexo no qual os microrganismos e as enzimas no queijo mudam lentamente a sua composição de moléculas orgânicas complexas para outras muito mais simples. É quando o queijo começa a adquirir a sua textura e flavour característicos. Este i mportante processo de cura é realizado em cav ernas o u , na falta destas, em s al as de estocagem especiais onde à temperatura e a umidade são cuidadosamente control adas . Estes queijos amadurecem de dentro para fora. A cultura fúngica pode ser adic ionada com as culturas starter ou ser adicionada no estágio de coagulação . O acompanhamento da maturação permite definir o mo mento ideal de lançamento do queijo no mercado. Este trabalho teve como objetivo avaliar a composição centesimal e os índices de maturação de três diferentes marcas comerciais de queijo azuis (tipo Roquefort) e compará-lo com um queijo azul preparado em laboratório. Os produtos apresentaram de 0, 1 5 a 1 ,44% de acidez titulável em ácido lático, de 53 ,90 a 7 6 , 5 % de umidade, 24 a 36% de gordura, de 3,62 a 7,64% de cinzas, de 1 8, 1 5 a 23,88% de proteína, de 5,77 a 6 , 8 0 de pH. O índice de profundidade e extensão de maturação foi analisado e constatou-se que houve muita variação. Estes resultados demonstram a grande variabilidade apresentada pelos queijos disponíveis no mercado . Estas variações estão, provavelmente, relacionadas com a matéria-prima, coadjuvantes técnicos, condições de processo adotadas pelas indústrias fabricantes, resultando, conseqüentemente, em produtos com características de sabor e textura completamente d istintas . REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n a 36, de 1 9 de j an e i ro de 1 9 9 0 . D i á ri o O fi c i a l d a República Federativa do B rasi l , B rasília, 23 de janeiro de 1 990. COLLANA A M B IENTE. C h lo r i n e d i o x i d e a n d disinfection. R o me , 1 99 6 , v. 1 7 . A IETA, E . M . and BERG, J . G . A Review of C h l o rine D i o x i d e in D ri n k i n g Water Treatm ent JAWWA, 7 8 , 6 : 62 , 1 9 8 6 . LY K I N N S , B . W . U s e o f C hl o r i n e D i oxide fo r Tri h al o m e th ane C o nt r o l . J AWWA , 7 8 , 88, 1 986. QUEVEDO A . Corpos estranhos. Avicultura Industrial, março de 200 1 p. 4 1 -44. BERNARDE, M. A. et al. Efficiency of Chlorine Dioxide as a bactericide. Applied Microb . 1 3 . 776, September 1 9 6 5 . 1 . INTRODUÇÃO A produ ção d e queij o s maturad o s c o m fungos, tais como a s variedades de veias azuis, e n v o l v e u m e s t ád i o d e maturação que é caracterizado pelo crescimento de uma ecologia c om p l e x a de leved uras , bactérias e fu ngos fil amentosos . As interações microbiológicas e as atividades bioquímicas associadas que ocorrem durante este estádio determinam a aceitabilidade Estudante de Engenharia de Alimentos, Bolsista FAPERGS/UNISINOS/RS. Estudante de Engenharia de Alimentos, Bolsista UNIBIC/UNISINOS/RS. 3 Professora do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (C6)/UNISINOS/RS. 2 Pág. 256 Pág . 257 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS e valor do produto através do seu impacto na q u al i d ade sens orial , na v i d a de prateleira e segu ran ç a do produto. A flora da maturação consiste em bactérias acido láticas transportadas através da fermentação do leite, espécies de Penicillium e Geotrichum inoculados e micror gan i s m o s s e c u n d ár i o s ou n o n - s ta r t e r . E s sencialmente e s t a flora secundária s e origina como c ontamin ante n at u ral d o p r o c e s s o e engloba diversas espécies de leveduras e bactérias que podem crescer para uma população tão alta quanto 1 09UFC/g (ADDIS et aI . , 200 1 ) . Queijos azuis são caracterizados pelo cresci mento de P e n i c í l lium ro q u efo rti em fis s uras através da matrix do queijo, são um dos queijos mais facilmente identificados. Durante a matu ração q u e ij o s a z u i s p as s a m por e x te ns i v o s processos d e proteólise e lipólise, resultando em desenvolvimento de odores, flavour, aparência e textura. Desde 1 979, vários pesquisadores têm d e m o n s trado q u e a p r o te ó l i s e res u l t a n o amolecimento gradual do corpo do queij o e na produção de componentes nitrogenados solúveis em água, que contribuem para o flavour do queijo tanto d iretam e n t e , através da formaç ão d e peptídeos e aminoácidos, quanto indiretamente, agindo como precursores de compostos voláteis (LAWLOR et aI . , 2003 ) . A fermentação de queij os azuis envolve i nteraç õ e s m i crobianas em d iv e rs o s n ív ei s , levando a diferentes microbiota numa sucessão importante à qualidade do produto final . Estas i nterações microbianas complexas acontecem n o meio ambiente m u i to hetero gên e o , c o m consideráveis gradientes d e sal e p H . Além disso, há uma grande diferença estrutural n o queij o , que fornece vários níveis d e oxigênio e dióxidos de carbono no produto. Condições atmosféricas internas num produto fermentado tal como um ANAIS DO XX CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS queij o azul é essencial para o crescimento de microrgan i s m o s ( VA N DEN TEMPEL & N IELSEN, 2000) . P e n i c í l l i u m . roq u efo rti é u s a d o c o m o cultura starter para a produção de q ueij o azul fermentado tais como Danab l u , G orgonzola, Roquefort e Stilton. Está bem adaptado ao meio ambiente al imentar específi c o e dev i d o à sua ati v i dade l i p o l ít i c a e p rote o l ít i c a, c o ntri b u i gran demente p ara a formação d o fla v o u r d o queijo azul (NOROOZIAN e t aI . , 1 999). Penicíllium roquefo rti é uma espécie de fungo que é de interesse para cientistas na área de alimentos. É uma fonte de enzimas lipolíticas e proteolíticas durante a maturação de diversos queij os de veias azuis tai s c o m o R o qu e fo rt , Danish Blue, Stilton, Gorgonzola e Gammelost (GEISEN et aI . , 200 1 ) . 2 . MATERIAIS E MÉTODOS Foram coletadas amostras de três diferentes marc as c o merciais de q u e ij o s a z u i s ( " t i p o Roquefort") identificadas pelas letras A , B , C . Foi elaborado u m queijo azul na Mini Usina d e Leites e Derivados do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas da UNISINOS, identificado pela letra D . As amostras foram coletadas em balcões frigorificados de supermercados e Delicatessen, e em seguida transportadas adequadamente para o Laboratório da Universidade. 2 . 1 . A n álises fís i c o - q u ím i c as A c i dez ( % ácido l át ic o ) , u m i d a d e ( % ) , gordura ( % ) , c i nzas ( % ) e p H foram d eter minados segundo PEREIRA et aI. (200 1 ) e IAL ( 1 984). Nitrogênio total (NT) foi determinado pelo método de Kjeldahl . O fator utilizado n o c á l c u l o d a proteína t o t al ( PT) foi d e 6 , 3 8 , conforme AOAC ( 1 99 7 ) . O nitrogênio s olúvel em ph 4,6 ( N S -p H 4 , 6 ) , o nitrogênio s o l úvel em TCA 1 2% (NNP) foi determinado de acordo c o m PER E I R A et a I . ( 2 00 1 ) . O índ i ce d e extensão d a maturação e o índice d e profun d i d ade d e maturação foram o b t i d o s segundo Wol fs c h o o n - Pombo ( 1 9 8 3 ) . 3 . RESULTADOS E D I S C US S ÕES A caracterização físico-química das amos tras de queij o azul é apresentada na Tabela 1 . Os valores de acidez variaram de 0, 1 5 (amostra D ) a 1 ,44% ( amostra A), sendo que a amostra p re p arada em laboratório apres e n ta menor acidez, não há nenhum valor estabelecido pela legislação brasi leira. Os teores de u midade dos queijos oscilaram entre 5 3 , 9 0 % (amostra B) e 7 6 , 5 0 % ( a m o stra D ) . Os queij o s analisados apresentaram variações de 24% ( amostra D ) a 36% (amostra A) para o teor de gordura. De acordo com a legislação do MERCOSUL, todos os queijos encontram-se dentro d o s limites exigi d o s . Os teores de cinzas variaram de 3,62% (amostra A) a 7,64% (amostra D). Nesta análise observou-se que os queijos apresentavam v