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Alternativo
O Estado do Maranhão - São Luís, 31 de outubro de 2014 - sexta-feira
“Os chineses
chegam e
causam
estranhamento.
Não é
estereótipo”
Regina Casé, atriz e
apresentadora,
sobre a comédia
Made in China que
brinca sobre o
comportamento
dos imigrantes
no país
Hoje é dia de...
Eletro
Irmãos Cohen
As cariocas DJ
Magbys e MC Britney
apresentam hoje a
edição da festa A
melhor sexta do
mundo, às 22h, na
Lagoa House (Lagoa).
Ambas são conhecidas
no circuito carioca de
eletro music. A festa
terá ainda a
participação do
Forrozão Esfregue
Dance, de Bruno
Shinoda e a Swingart
SL e do DJ Alisson
Razuk. Os ingressos
estão à venda no site
Doutor Ingresso.
Os cineastas
vencedores do Oscar
Joel e Ethan Coen vão
contar a história dos
complexos trabalhos
dos estúdios de
Hollywood em uma
comédia com George
Clooney, Scarlett
Johansson e Channing
Tatum, anunciou a
Universal Pictures.
Ave, César! deve ser
lançado em 5 de fevereiro de 2016 nos Estados Unidos e seguirá um dia na
vida de um faz-tudo de estúdio que deve superar diversos desafios,
informou o estúdio controlado pelo grupo de telecomunicações Comcast, em
um comunicado na quarta-feira.Ambientado nos últimos anos da era de
ouro de Hollywood, o filme também trará os atores Josh Brolin, Ralph
Fiennes, Tilda Swinton e Jonah Hill.
Trajano Galvão
Sebastião Moreira Duarte
D
aqui a três dias comemoraremos o sesquicentenário de Gonçalves Dias, de
sua chegada “ao infinito mar sem porto / que se alcança só depois de morto”, ao
mar infinito que foi uma das obsessões de sua
poesia. Tomara que não o esqueçamos. Tomara que a Feira do Livro de São Luís, que está a iniciar-se, tenha se lembrado dele como
o maior de seus patronos.
Como, nesta esquina do jornal, já rendi
meu dever de gratidão e reconhecimento ao
Maior Poeta do Brasil, peço-lhe licença para
associar à celebração de seus 150 anos o nome de outro seu conterrâneo e coevo: Trajano Galvão de Carvalho.
“Nasceu, poetou e morreu” – assim Raimundo Correia resumiu-lhe a vida, como a testemunhar queTrajano Galvão entabulou simbiose
com a cigarra, a da fábula e a real, nascidas ambas para cantar e cantando até morrer. Mas
uma cigarra não descuidada de fazer-se formiga. Nascidoàs margens do rio Mearim, em 1830,
o nosso poeta andou pela Europa, sem perder
a impregnaçãode seus pagos natais, de cujos
ares encheu os pulmões e o pensamento, desde a infância. Sílvio Romero, rigoroso na censura e temido pela verve atrabiliária de sua crí-
tica, esbanja parágrafos para destacar-lhe a importância como uma das primeiras vozes, em
nossa literatura, a denunciar a ignomínia do cativeiro africano, que ainda tintava de sangue os
algodoais dos latifúndios maranhenses. Denúncia sentida e sincera, registro próximo ao
fato, diferente, por exemplo, do Navio Negreiro de Castro Alves, composto quando já aboli-
Pernambuco, temperou-se do espírito libertário que insuflou as revoltas da Balaiada, da Cabanada e da Praieira. Viveu apenas 34 anos.“Foi
a musa pálida das tristezas e do luto que o fez
poeta um dia, no alvorecer da idade; e, para o
diante, até o termo de sua não longa existência,
foi ela ainda que melhor e mais vezes o inspirou” – diz ainda Raimundo Correia.
:“Sílvio Romero [...] esbanja parágrafos para
destacar a importância [de Trajano Galvão] como
uma das primeiras vozes, em nossa literatura, a
denunciar a ignomínia do cativeiro africano.”
do o tráfico de escravos para o Brasil.
A biografia de Trajano Galvão situa-se num
momento histórico de passagem entre dois centros de formação de nossa intelectualidade.
Alistado na leva já rarefeita da nobreza rural maranhense que ainda mandava seus herdeiros
estudar em Coimbra, fez-se, de fato, bacharel
pela Faculdade de Olinda. Entre o Maranhão e
Não nos escape, porém, destacar a veia satírica de Trajano Galvão, de cuja espécie permanece, com pleno vigor de mordacidade,seu poema O Nariz Palaciano, primor
de ironia contra os aduladores palacianos,
e que não viria fora de propósito fosse relido nestes dias em que um novo governante– sabe-se lá com que liberdade, ou
sob que pressões, de que frentes e influências – enfrenta o sacrifício de montar nova equipe para dar exercício a seu mandato administrativo.
Trajano Galvão reclamava um revival. Ao labor e aos lavores de Jomar Moraes, a seu zelo
incansável pelas coisas do Maranhão, devemos
a homenagem que já tardava, e agora se cumpre, com a republicação do conjunto de poemas intituladoSertanejas, do Poeta, 116 anos
depois da primeira edição.
E nem me falte registrar que Trajano Galvão
de Carvalho é o patrono da Cadeira nº 20 da
Academia Maranhense de Letras, atualmente
ocupada pela poetisa Sônia Almeida.
*
*
*
Por falar em Academia, assinalo o privilégio
que me cabe, de ser o primeiro, entre os companheiros que assinam crônicas nesta coluna,
a saudar os novos confrades Turíbio Santos e
José Ribamar Neres, eleitos ontem para a Casa
de Antônio Lobo, e que chegam à Augusta Companhia irmanados pelas artes do magistério e
pelo magistério das artes.
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Poesia de Paulinho Pedra Azul
Cantor e compositor mineiro apresenta-se hoje, às 21h, no Teatro Arthur Azevedo, durante show referente aos
seus 33 anos de carreira e o repertório será marcado por sucessos do artista que tem mais de 250 composições
Biaman Prado
O cantor mineiro Paulinho Pedra Azul celebra mais 30 anos de carreira em show hoje no Teatro Arthur Azevedo; artista tem uma relação estreita com a capital maranhense, fazendo shows uma vez por ano
Evandro Júnior
Da equipe de O Estado
D
esde quarta-feira em
São Luís, o cantor e
compositor mineiro
Paulinho Pedra Azul fará hoje,
às 21h, no Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol), show comemorativo aos seus 33 anos de
carreira. Aos 60 anos de idade,
o também escritor, artista plástico e ator se diz um eterno
apaixonado pela música e declarou que tem São Luís em seu
coração, pelo fato de se apresentar na capital maranhense
quase todos os anos, há pelo
menos três décadas de trabalho. Com a mesma simpatia de
sempre, o autor de Jardim da
Fantasia continua mergulhado
na poesia e no romantismo
que marcam a sua trajetória na
Música Popular Brasileira.
Com mais de 250 músicas
compostas, na apresentação de
hoje à noite no Teatro Arthur
Azevedo, Paulinho Pedra Azul
fará um passeio pelas partituras que lhe consagraram como
um dos mais importantes compositores brasileiros. E adiantou que a primeira canção será Violeiro, de autoria do amigo cantor e compositor Elomar
Figueira Melo, que também esteve em São Luís recentemente. O desfecho, conforme ele
adiantou, será com Voarás,
canção que seus fãs sempre pedem nos shows.
No entanto, Pedra Azul contou que na metade da apresentação, com duração de uma
hora e meia, entoará Jardim
da Fantasia, também conhecida como Bem te vi, outra
que não pode faltar no repertório com o qual ele viaja pelo Brasil. “Vamos fazer um
show, digamos assim, de interação com o público, ou seja,
vamos cantar e também conversar. Afinal, já tenho uma in-
timidade com o público maranhense, pois venho aqui
quase todos os anos. São Luís
já inspirou algumas coisas que
faço, como em alguns dos
meus livros”, disse Paulinho
Pedra Azul, autor de 15 obras.
Livro – Descontraído, usando
óculos escuros, calças jeans e
camisa de malha, Paulinho recebeu a equipe de O Estado
tendo nas mãos um livro de autoria da escritora Maria Mári,
também mineira, produzido
em sua homenagem. O livro é
intitulado Lentes do Poeta – Um
coração cantando o amor, e será lançado em 18 de novembro,
em Belo Horizonte. A obra, segundo ele, traz a interpretação
de 80 de suas composições, e o
levou a uma redescoberta enquanto artista e compositor.
“Esse livro me emocionou
bastante, pois é uma análise do
que eu escrevo e trouxe-me revelações incríveis, fazendo com
que eu me redescobrisse e
também as minhas músicas. É
um livro fantástico”, enfatizou,
revelando que se trata de obra
trazida na bagagem em primeira mão até São Luís.
Paulinho esteve na Ilha do
Amor no ano passado, mas para cantar em um evento particular. Foi em novembro, na
mesma data em que a cantora
Beth Carvalho se apresentava ao
público maranhense. “E fui ao
show dela”, recordou, revelando
sua admiração pela cantora.
A apresentação de hoje à
noite também será em alusão
aos seus 60 anos de vida. Aliás,
ele adiantou que em 2015 deverá retornar ao Maranhão,
mas para fazer uma espécie de
show especial e em referência
à sua história com São Luís,
pois acredita que, salvo cálculos errados, completará 30 anos
de idas e vindas à cidade.
Apaixonado pelas Minas Gerias, sua terra natal, Paulinho
Pedra Azul canta em suas músicas o Vale do Jequetinhonha
e outras referências mineiras.
Suas canções são poéticas e
geralmente trazem mensagens de amor e sentimentos
afins. No palco, a maneira de
interpretar faz jus à obra. A
voz branda combina com os
versos cadenciados que, segundo ele, são uma constante em sua obra. Mas Paulinho
sempre diz que se considera
letrista e não músico. Mas
também se diz expert em imprimir melodia a letras já
prontas. Anualmente, realiza
cerca de 70 shows, nas mais
diversas cidades, e já esteve
também além-mar, como nos
Estados Unidos, em países da
Europa e América Central, como foi o caso de Cuba.
Em 2012, gravou um DVD
comemorativo aos seus 30 anos
de carreira, com participações
especiais, inclusive do padre
Fábio de Melo, uma das sur-
presas inusitadas do álbum.
“Acabamos por nos tornar
amigos e vira e mexe ele participa dos meus shows, cantando comigo Ave Cantadeira,
por exemplo, que também devo apresentar no show”, antecipou o artista, que já gravou
mais de 20 discos.
Serviço
• O quê
Show de Paulinho Pedra Azul
• Quando
Hoje, às 21h
• Onde
Teatro Arthur Azevedo (Rua
do Sol)
• Ingressos:
R$ 40,00 (camarote), R$ 50,00
(frisa) e R$ 60,00 (plateia)
Confira a entrevista na íntegra
na versão digital de O Estado.
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