Edição bimestral - julho-agosto/2010
ano XVII - nº 90
Festa Junina - pág. 4
A finalidade da casa espírita
N
ós procuramos a Casa Espírita
quando não conseguimos mais
solução para nossas dificuldades,
buscando ajuda e esclarecimento
para viver melhor.
Quando não conseguimos olhar
para dentro de nós mesmos e
detectar as nossas dificuldades,
necessitamos de ajuda externa. Os
problemas da mente são ajudados
por profissionais da área, mas os
problemas da alma necessitam de
outro tipo de abordagem. Nesse
contexto, a Casa Espírita, com seu
corpo orientacional, auxiliado e
intuído pela Espiritualidade Maior,
pode detectar e indicar o melhor
caminho.
Obviamente, na reforma íntima
encontramos a solução definitiva.
É no reencontro com Deus que
encontramos nossa essência, e
podemos a partir daí, redirecionar
nossa vida.
Com o respaldo propiciado pelo
entendimento de nosso destino,
de nossa razão de ser e do nosso
passado, podemos reformular toda
nossa estrutura de pensamento,
posicionando-nos de maneira
positiva quanto ao futuro.
O Centro Espírita é um lugar onde
o homem se reestrutura deixando
o homem velho e construindo um
homem novo. Destina-se a formar, educar e edificar almas. Seu
Na página 3,
o aniversário de
Os Seareiros
objetivo primário é o processo
educativo, que leva o homem ao
trabalho e ao aprimoramento da
consciência e do coração.
É uma escola de formação espiritual e moral. Tem por finalidade a
propagação da doutrina espírita,
através do estudo, da fraternidade,
da prática da filantropia, oração,
baseada no Evangelho de Jesus
Cristo. Serve também a propósitos
mais elevados da espiritualidade,
O resgate da história
dos Seareiros
na página 5
auxiliando no esclarecimento de
espíritos desencarnados.
A Casa Espírita só atinge seu objetivo, quando consegue auxiliar
o homem a entender que “fora da
caridade não há salvação” e que o
que mais importa é “amar ao próximo como a si mesmo”. Portanto, a
meta é evangelizar e as atividades
são os meios.
Cláudia Barbieri
Confira os temas
e participe das próximas
palestras da Casa.
página 10
2
Editorial
J
L
O Seareiro espírita
á se passam 35 anos desde o início dos trabalhos desta instituição e este parece ser um
momento apropriado para uma reflexão sobre
o que é o Seareiro Espírita.
Antes de tudo ele sabe da existência dos
espíritos e se reconhece como tal, com todas
as conseqüências deste reconhecimento, ainda
que as ignore total ou parcialmente. Isto quer
dizer que, no mínimo, as manifestações do
espírito, ou seja, os seus pensamentos, podem
ser de conhecimento imediato de todos os que
o rodeiam e que estejam capacitados para detectá-los. Por ser um espírito as suas idéias lhe
serão sempre presentes, ainda que elas tenham
sido elaboradas em momentos anteriores.
Estas duas constatações revolucionam nossos
conceitos existenciais. No mínimo tudo o que
é feito ou não, agora ganha mais importância
e as conseqüências decorrentes desta escolha,
e de outras subseqüentes, nos acompanharão
pela eternidade. Esta conclusão, aparentemente ameaçadora, quase Mosaica, seria suficiente
para atormentar o espírito “ad eternum”. O
antídoto para tal aflição reside no entendi-
mento das leis que regem o universo e na fé
inabalável em um Deus soberanamente justo
e bom, infinitamente misericordioso. Isto é,
na correta compreensão do arcabouço de
trabalho que nos cerca, conforme divulgado
por Jesus, o Cristo.
O Seareiro Espírita toma para si o exemplo
de Jesus mesmo que não consiga executar
as suas tarefas de forma tão sublime quanto
este. Entende as leis e o processo pedagógico
Divino empregado na sua implementação e
se dedica a conduzir sua existência segundo
este paradigma. Desta forma, passando ao
largo do mar de aflições, vive uma vida cheia de
esperanças e alegrias ainda que circundado de
desafios que a toda hora colocam a prova suas
competências.
O Seareiro Espírita, munido de todas as suas
limitadas capacidades, se propõe a contribuir
para a evolução do seu próximo, vivenciando
o Evangelho Segundo o Espiritismo, demonstrando os benefícios desta experiência, sem a
expectativa de incutir a renovação imediata
de atitudes visto reconhecer em si próprio as
mesmas limitações do próximo. Adota nesta
tarefa a mesma postura de Jesus para com ele,
permitindo que o viajante descanse a beira
do caminho sempre que se sentir cansado,
esgotado, sem impor a este uma marcha célere
superior a suas forças. O Seareiro Espírita entende que o aprendizado dos conceitos trazidos
por Jesus, o Mestre, se faz através da prática
constante dos ensinamentos do Evangelho.
Para o Seareiro Espírita o mais importante não é
a sua religião, mas a sua religiosidade.
Amilton Lamas
Lei de Liberdade
iberdade, condição de vida exaustivamente
buscada pelo Homem desde os tempos mais
recuados. Remontando à história das civilizações, partindo da Antiguidade, vemos que
sempre foi muito comum ao homem servir-se
de seu igual como escravo, em sua orgulhosa
certeza de superioridade natural, que premia
ao mais forte, ao melhor, ao vencedor com o
direito sobre a vida dos vencidos. Na Mesopotâmia, na Roma antiga, na Índia, na China, no
Egito, até na Grécia, conhecida como berço da
civilização ocidental e da democracia, terra de
Sócrates, Platão, Aristóteles, os mestres da filosofia clássica, a escravidão era uma realidade.
Felizmente, a evolução moral do homem acontece, ainda que paulatinamente. E do século
XVIII para cá, o ideal de Liberdade vem sendo
acalentado por um número cada vez maior de
indivíduos. E em 1945, certamente sob inspiração do Alto, após os horrores causados pela
Segunda Guerra Mundial, os líderes políticos da
época, encabeçados por EUA e antiga URSS, esboçaram o documento que mais tarde tornarse-ia oficial: a Declaração Universal dos Direitos
Humanos. Em 1948 o texto final foi adotado
pela Organização das Nações Unidas (ONU)
o qual estabelece, em seu artigo primeiro, de
conformidade com a Lei Divina da Igualdade,
que “todas as pessoas nascem livres e iguais em
dignidade e direitos (...)”. Essa declaração, apesar
de não ter efeitos legais, acabou servindo de
base para inúmeros tratados legais vigentes
ainda hoje.
Mas quais as consequências do ganho da tão
buscada liberdade? Não estaria aí exatamente
a raiz de tantos problemas da atualidade?
Afinal, é em defesa da liberdade de pensarmos,
falarmos e agirmos como bem entendermos
que todos os tipos de abusos e desmandos são
cometidos, quando nos deixamos levar pelas
nossas paixões mais vis. Nós, talvez por termos
vividos tantos séculos sob jugo cerrado, fazemos hoje questão de vivermos “livres, leves e
soltos”, como se diz. Fica então fácil de entender
que homens e mulheres de bem, dando vazão
às suas fantasias mais recônditas, caiam na
promiscuidade, quando não nos horrores da
pedofilia e do estupro; que nossos adolescentes entrem no mundo das drogas cada vez mais
cedo; que alguns creiam ser justo espoliar o
próximo em nome da satisfação do desenfreado desejo de possuir e consumir.
Sempre o material em detrimento do espiritual;
o imediatismo em detrimento da paciência; a
ira em detrimento da resignação; o enaltecer
do orgulho e do egoísmo em detrimento da
fraternidade, da solidariedade…
E, sob a ótica espiritual, um interessante
contraste se verifica: é justamente ao agirmos
assim, ignorando que antes de mais nada
devemos “fazer ao próximo aquilo que gostaríamos que nos fosse feito”, não reconhecendo
que nossa liberdade termina onde começa a do
outro, que menos livres seremos numa próxima
Casa de Jesus - Rua João Alves dos Santos
nº 770 - Jardim Paineiras - Campinas - (19) 3252-9194
O SEAREIRO
É uma publicação editada sob a responsabilidade da
área doutrinária de “Os Seareiros”,
para distribuição aos seus frequentadores e amigos
Núcleo José Esteves - Avenida General Carneiro nº
225 - Campinas - (19) 3234-4398
[email protected] www.seareiros.org.br
Núcleo Mãe Maria - Rua Francisco Mesquita
nº 335 - Vl. Brandina - Campinas - (19) 3253-2646
encarnação, presos que estaremos em meio as
teias da inexorável lei de Causa e Efeito, que de
forma educativa nos proporcionará situações
de vida que levem a uma tentativa nossa de
reabilitação ante à Lei Divina, propositalmente
por nós maculada.
“Mas isso é determinismo! E o livre-arbítrio,
onde fica?” – muitos se perguntam. Eis que ele
está onde sempre esteve, misericordiosamente
preservado dentro de cada um de nós, apesar
dos obstáculos que encontraremos. Afinal, o
que são esses obstáculos se não consequências
de nossas atitudes passadas, em pleno uso do
livre-arbítrio?
Lembremo-nos: somos Espíritos imortais! E
como tal, nossas encarnações se encadeiam
sendo solidárias umas com as outras. E através
do uso do nosso livre-arbítrio, não mais de
uma forma maquinal e instintiva, e sim de uma
forma consciente e racional que finalmente
nos tornaremos livres, conforme nos habilita a
Lei Divina da Liberdade. Então, não será mais
uma liberdade ilusória, material, egoísta. Será
a liberdade que fará com que cada um de nós,
de boa-vontade e em pleno uso de nosso livrearbítrio, escolhamos seguir a Jesus, voluntariamente nos prendendo a Ele, para o trabalho
de construção na Terra do Seu reino de Amor e
Caridade. “Pois, que adianta ao homem ganhar
o mundo inteiro e perder a sua alma?” Marcos
8:36 - (Carolina Cardozo)
Colaboraram nesta edição:
Carolina Cardoso, Renata Miachon, Yvone Cazzaro, Nicéia
Martelli Benvenuti, Paulo A Cazzaro, Doralice Magalhães,
Marcia Aladir Agnelo Oliveira, Cláudia Barbieri, José Roberto
Gonçalves Pereira, Martha Cruz, Milton Frungilo, Maria Olivia
Melser, Marco Kairalla, Amilton Lamas
Projeto Gráfico: Fernanda Berquó Spina
Jornalista responsável: Sirlene Nogueira (MTb. 15.114)
Editoração: Felipe Teixeira
3
Os 35 anos de Os Seareiros
“C
Q
omemorar o aniversário é comemorar a vida”.
Estamos comemorando os 35 anos vividos de
Os Seareiros – Casa de Jesus.
Quando aniversariamos somos sempre envolvidos por lembranças e reflexões.
Na edição de março-abril, o Prof. Regis de
Morais declinou com maestria nomes de memoráveis fundadores e servidores desta Seara.
Hoje, gostaria de contar uma passagem vivida,
enquanto colaborava no Big Brechó, que ocorreu nos dias 6 a 8 de maio no Salão Paineiras.
Estava a ordenar objetos dispostos sobre
improvisada mesa na sacada com vista às
edificações do Colégio Parthenon, quando
adentrou nesse ambiente um senhor que ao
me cumprimentar despertou minha atenção.
Aparentava uns 75 anos, vestia uma roupa
velha com camisa suja de terra e um chapéu
surrado com marcas de suor.
Seu rosto, com a barba por fazer, era o que
atenuava aparentes rugas descrevendo sua
idade e muitos anos de trabalho árduo.
Debruçou os seus braços sobre o peitoril da
grade e por um longo tempo ficou olhando as
edificações da casa.
Virando se para mim e apontando as edificações disse:- Eu trabalhei nessas construções
desde o início.
Neste terrenão só havia uma pequena construção onde sediava a Guarda Municipal que
acabou se extinguindo.
Nessa época, trabalhávamos para empreiteiros contratados pela Prefeitura Municipal e
foi nesse período que notamos a freqüente
presença de um senhor.
Descia de seu carro, olhava de um lado para
outro, andava para lá e para cá como se contasse aos passos a área da terra.
Observava nossos serviços olhando a cada
um de nós como a desvendar nossas vidas
sofridas.
Mais tarde soubemos que se tratava do Sr.
Orlando Pascoal e que ele iria construir essa
Casa de Jesus.
Conversando com a gente, sensibilizou-se ao
descobrir as dificuldades que tinhamos para
manter nossas famílias.
Nosso personagem interrompeu a fala en-
goliu seco e tentando
verbalizar novamente.
Notei que seus olhos
estavam marejados e
lágrimas haviam deslizado e absorvidas em
seu rosto pela barba.
Ele olhou nos meus
olhos dizendo:- Fico
emocionado quando
lembro de Sr. Orlando
assistindo a nossa
pobreza. Todo dia ele
chegava com seu carro
e abrindo uma caixa,
nos servia pessoalmente um bom sanduíche, de muita valia para nós. Um dos nossos
morava sozinho em quartinho de quintal, e,
ao receber o seu lanche, tratava de embrulhar
para comer a noite como único alimento.
Mas não era só isso; toda sexta-feira sentavase num banquinho e frente a uma mesinha
improvisada munido de uma lista com nossos
nomes, nos dava uma nota de 10 a cada um.
Já não sei se eram cruzeiros ou cruzados,
só sei que era uma felicidade para nossas
famílias. Lá em casa era de se esperar, pois eu
passava pelo mercado e comprava uns gomos
de lingüiça. Minha mulher já esperava com
uma panela de arroz ,uma saladinha de
alface e enquanto arrumava a mesa e fritava
lingüiça, eu tomava meu banho para depois
sentarmos a mesa com nossos filhos.
Era uma festa!... O cheiro gostoso da comida
tomava conta da casa deixando a felicidade
durar mais tempo.
Ouvindo suas palavras tão simples e reconhecidas, meus olhos também se encheram
de lágrimas.
Percebendo a emoção que havia me
causado, se calou por algum tempo e em
seguida, com os lábios apertados, balançou
a cabeça e se despedindo, ergueu seu chapéu dizendo “boa tarde senhor” que para
mim foi um Viva Jesus. Jesus vivo e presente
por um gesto de amor no coração de um
obreiro e no seio de sua família.
Estamos sempre centrados em dois pontos: sentimento e ação. Consequentemente
da ação para a reação, lei de causas e efeitos. Dotados de consciência, influenciamos
e somos influenciados.
Nesta Seara-Casa de Jesus, edificada pelos
fundadores e servidores no Evangelho
de Jesus, assistimos e somos assistidos
recebendo o amparo para suportar novos
tempos.
Nós, os obreiros dos novos tempos, nos
mesclamos com nossas idades como pais e
filhos em família, orientados no Evangelho
de Jesus e no exemplo dos fundadores
desta Seara, devemos nos abraçar de braços
curtos a trazer nossos corações bem mais
próximos, pois, os novos não são inimigos
da memória dos mais velhos e os velhos
não vão durar com tanta saúde para sustentar suas atividades, restando aumentar
conhecimento aliados aos mais novos.
Obtemos aprendizado em todos os planos e
momentos de nossas vidas.
Com esta disciplina estaremos em sintonia
com os Mentores espirituais da Nossa Seara
e de nossos Protetores, com o intuito de
refletir aos aflitos e necessitados o amor de
Jesus.
Parabéns Seareiros de todos os tempos.
Paulo A Cazzaro
Curso de doutrina espírita
ue Jesus nos abençoe!
Num destes dias, num momento de descontração,
estava refletindo e conversando com Deus. Analisando minhas necessidades, pedi a Deus que me
ajudasse a ser firme e tivesse discernimento nas
minhas ações. Experiências novas estão despertando emoções adormecidas em meu espírito. Mas
imediatamente compreendi o quanto ser firme e
discernir são produtos das vivências que temos,
do conhecimento que adquirimos, das leituras
agradáveis que fazemos, palestras que assistimos...
enfim, nossa busca por equalizar o despertar de
atitudes e ações voltadas para o bem. Se abalos
profundos na natureza material estão acontecendo
na terra, abalos espirituais profundos também
estão acontecendo na nossa natureza espiritual.
E, então, agradeci a Deus por estar fazendo parte
dessa Casa maravilhosa que nos acolhe com muito
carinho.
Como Deus age em cada um de nós, se você,
leitor, também estiver sentindo esta motivação
para o bem, venha em busca do conhecimento
que abre as portas do coração!
O Conselho Doutrinário, a Coordenação dos
Cursos e os Instrutores da Casa de Jesus convidam-no para os cursos do próximo semestre,
conforme tabela abaixo. Vamos aliar este convite
ao nosso esforço individual e imprescindível.
Deus espera por nós!
Você que gostaria de conhecer a Doutrina Espíri-
ta, poderá participar do 1º- módulo. Não precisa de
inscrição é só comparecer no dia e no local.
Esperamos você!!!
Nicéia Martelli Benvenuti.
Doutrina
Espírita
4
Confraternização
Festa Junina reúne mais de 3 mil pessoas
P
redominou o clima de alegria e confraternização entre as mais de três mil pessoas que
compareceram na Festa Junina realizada no
dia 19 de junho pelo Os Seareiros. Organizada
basicamente com o trabalho voluntário de
centenas de pessoas, a festa movimentou o
bairro Paineiras. A Rua João alves dos Santos,
assim como o estacionamento da Casa de Jesus, foram fechados para dar lugar a barracas
de comidas e bebidas típicas.
Em cada uma, voluntários se apresentavam
com roupas características, chapéus, lenços
e aventais que demonstraram o cuidado na
organização de cada atividade.
A jornalista Bianca Ceará, que há dois anos
trabalha como voluntária na barraca de doces,
destacava a alegria de poder contribuir com a
Casa. “A integração das pessoas neste trabalho
é maravilhosa e o sucesso do evento mostra a
força que resulta dessa união”, avaliou ela.
E os convidados aplaudiram. Música ao vivo
e quadrilha animaram os presentes. O bingo,
com prendas de alto nível, era um dos espaços
mais concorridos.
Guloseimas? Bastava escolher uma das
barracas: salgados variados, cachorro quente,
pastel, lanche de pernil, lanche de linguiça,
churrasco, pipoca, milho verde,
amendoim,
algodão doce,
maçã do amor,
morango no chocolate, canjica.
Bebidas? Água,
refrigerantes,
quentão, vinho
quente, cerveja
ou chocolate
quente.
Brincadeiras? Diversão total com
os recadinhos
do correio elegante ou no espaço da argola,
pesca ou derruba-lata.
Entre uma barraca e outra, a novata, Maria de
Fátima Tambourgi, demonstrava o bem que o
trabalho lhe fazia. “Estou adorando!”
Ela, que há três meses é colaboradora da entidade com seus trabalhos manuais em crochê
e bordados, ajudou o tornar a festa melhor
com sua contribuição. O mesmo aconteceu
com a veterana Ivone Castro, coordenadora
de 14 mulheres que integram o núcleo de
trabalhos artesanais da Casa. “Em qualquer
evento estamos presentes, pois a venda dos
produtos é essencial para o trabalho que
desenvolvemos junto as famílias carentes”,
contou.
Ao final, a diretoria de Os Seareiros agradeceu
as pessoas que trabalharam como voluntárias
para a realização desta festa e a todos que
compareceram ao evento que, além de contribuir para as obras assistenciais da entidade,
mostrou ser uma grande oportunidade para a
prática do amor e da confraternização.
5
Missão
N
O resgate da história de Os Seareiros
ada acontece por acaso. E nem as famílias
pequeno. Mas o incentivo de Irmã Branca
taram-lhe o interesse pela Doutrina, fazendo
se constituem apenas pelo laço sangüíneo.
os impulsionava. Em suas manifestações,
com que ela buscasse instrução nos livros, em
Verdadeiras famílias, unidas pelo Espírito,
anunciavam o encaminhamento de muitos
palestras e cursos oferecidos pela casa. Conformadas por encarnados e desencarnados
trabalhadores para ajudá-los no atendimento. fortada pelos ensinamentos de Chico Xavier
operando em sintonia, se juntam em torno de A pequena casa na esquina da Avenida Aqui- e pelos amigos espirituais da Casa de Jesus,
um ideal para cumprirem a missão assumida
dabã se consolidou como centro de assistênadotou o bordão “Tudo passa” que a ajuda a
em nome de Deus. Algumas dessas famílias
cia espiritual, ampliando suas atividades com
superar as dificuldades e passou a ser lição e
escolheram Campinas para implantar os três
a realização de trabalhos mediúnicos, passes
aprendizado para sua existência.
pilares que sustentam a Doutrina Espírita: a
às segundas-feiras, criação de biblioteca
Na Casa encontrou o carinho, as palavras conCaridade, a Divulgação e o Aprendizado.
circulante, e atendimento material à comunifortadoras e o abraço amoroso que acolhia
Um lugar para praticar a Caridade e para
dade carente. Juntaram–se ao grupo outras
os assistidos sem distinção de cor, credo, sexo
divulgar e aprender a Doutrina Espírita: assim entidades espirituais, como o Irmão Justino
ou condição social. “Um lugar que só pregava
nasceu a Casa de Jesus, inspirada pela Irmã
e também a Irmã Josefa, que é voltada às
o amor, a caridade e tinha respostas para
Branca e pelas mãos e esforços de um peque- sessões de cura e atendimento aos enfermos. todas as dúvidas que me afligiam dentro de
no grupo de médiuns, composto pelos casais Dona Martha recorda-se quando dividia seu
minha religião – declarou – Para mim, ficou
Sylvia e Orlando Paschoal, Mário e Geni Boari tempo entre os trabalhos de passe e o de
bem claro que o objetivo da Casa era ajudar,
Tasmassia e Ivone e Rildo Benzi e
ajuda material. Dona
sem a preocupação de que eu –ou os outros
por Martha Cruz, Dirce Alcântara e
que lá estavam – precisasse converter-me
Algumas dessas famílias escolhe- Martha conta que,
Wani Costa, em agosto de 1975. No
juntamente com Dona
ao Espiritismo”. Mas Maria Olívia tornou-se
ram Campinas para implantar
os três pilares que sustentam a
inicio a pequena casa no 358 da Rua
Sylvia, percorriam as ruas ferrenha seguidora dos ensinamentos da
Doutrina Espírita: a Caridade, a
Barão de Jaguará, bem na esquina
do centro distribuinDoutrina. Buscou sustentação dos amigos
Divulgação e o Aprendizado.
com a Avenida Aquidabã, era sudo sacolas e pedindo
espirituais para todas as dificuldades de sua
ficiente para abrigar o trabalho medidonativos para as obras vida e tem a comunidade da Casa de Jesus
único, sessões de passes magnéticos e de cura assistenciais e no dia seguinte retornavam aos como sua segunda família. O filho Claudio, já
e assistência material aos mais necessitados.
mesmos locais para a coleta. “A garagem da
recuperado, cresceu na Doutrina e tornou-se,
Com o tempo, como bem anunciara sua men- casa, recorda, era o lugar onde o voluntário
na década de 80 , presidente da Mocidade da
tora e idealizadora, as ações e atendimentos
Paulinho fazia a separação dos donativos
Casa de Jesus.
da casa cresceram e um lugar mais amplo, que coletados para entregar aos assistidos.” O
Em outubro de 1988, na inauguração do
passou a sediar a Casa de Jesus, construída no espaço sediou a farmácia, a distribuição de
Instituto Educacional Parthenon – fundado
Jardim das Paineiras.
mantimentos e enxoval de bebes para as
pelos Seareiros para dar educação e contriTrinta e cinco anos depois, os espíritos
pessoas que buscavam também o conformo
buir na formação da conduta humanística e
encarnados que contribuíram ativamente
material. À medida que crescia o atendimento, espiritualista à crianças e jovens da comuniem diferentes períodos e formas para que a
aumentava também o número de voluntários dade – Maria Olívia olhou para o balcão de
inspiração de Irmã Branca tornasse realidade, e médiuns.
atendimento de secretaria e se viu do lado
relembram as situações que mais marcaram
E foi numa segunda-feira, quando voltava de
de dentro da sala. Foi um grande susto, mas
esta ousada missão. Os Seareiros, grupo de
um trabalho mediúnico da Casa de Jesus, que conversando com Dona Sylvia foi convencida
médiuns reunidos na casa de um deles duran- Dona Martha, sentiu a força da promessa da
de que esta seria sua missão. Demorou alguns
te um trabalho mediúnico, receberam através mentora espiritual do grupo ao ver
dias para assimilar o chamaAo ver que o anúncio de
de Dona Sylvia Paschoal orientações ricas em dezenas de trabalhadores dedicados,
Irmã Branca começava a se mento e atender ao convite,
detalhes da Irmã Branca, para que criassem a
deixando seus lares, para buscarem
concretizar, não conseguiu mas depois que aceitou, ali
conter a emoção e as lágri- permaneceu por dezoito
Casa de Jesus, um local para dar atendimento conforto na Casa de Jesus e também
mas iluminaram sua face. anos, até o encerramento
espiritual e material à comunidade.
para ajudarem na prática da caridade
Dona Martha Cruz conserva acesa em sua
material à comunidade. Ao ver que o
das atividades do colégio.
mente o inicio das atividades na casa da Barão anúncio de Irmã Branca começava a se
Neste tempo, uma passade Jaguara, quando o espírito do Dr. Bezerra
concretizar, não conseguiu conter a emoção e gem ainda a emociona muito. Caminhando
de Menezes se manifestou inaugurando a
as lágrimas iluminaram sua face. Emoção que pelo corredor do Parthenon, deparou com
nova entidade. Foi um começo difícil, poucos
a domina até os dias de hoje, quando vê que
um homem enorme, vestindo túnica branca.
passistas e muito trabalho para um grupo tão os objetivos da Casa, de divulgar as verdades
“Não foi possível ver seu rosto, mas seus pés
espirituais, estão sendo cumpridos.
flutuavam — recorda – Gritei assustada atrain
Compreender e resignar-se de que do a atenção de outros funcionários. Então
fazemos parte de um processo evolutiouvi nitidamente uma voz que dizia para que
vo e que nosso crescimento depende,
eu não me assustasse, pois ele era o guardião
muitas vezes, de passarmos por provas e
da escola.“ Em conversa com Dona Sylvia,
superações é um ensinamento da DouMaria Olívia ficou sabendo que o instituto era
trina Espírita. Necessidade, dor, conflitos
protegido por guardiões gregos.
pessoais muitas vezes nos levam à busca
Compromisso assumido em todas as ativide conforto espiritual. Com Maria Olívia
dades que foram oferecidas dentro da Casa
Melzer, não foi diferente. Integrou-se ao
de Jesus, inicialmente dando passes, depois
grupo há 34 anos e jamais pensou em
dirigindo reuniões mediúnicas, captações e
um dia sair. Um problema de saúde e de
trabalhos de triagem nas comunidades assistimediunidade com seu filho Cláudio, endas é o que mantém José Roberto Gonçalves
tão com três anos de idade, a levou , nos
Pereira atuante e sempre presente desde
anos 70, à procurar os trabalhos de Cura
1977. Indicado pelo amigo Wilson Ferreira de
da Casa de Jesus. Pelas mãos de Dona
Mello para procurar tratamento espiritual deDirce Alcântara, Maria Olívia começou a
vido a mediunidade aflorada e incorporação
participar dos trabalhos da Irmã Josefa.
inconsciente, José Roberto logo se identificou
Os quarenta dias de tratamento despercom a doutrina e passou a freqüentar a casa
6
e prestar serviços como
voluntário na entidade.
A oportunidade de estar
reunido com os irmãos, encarnados ou desencarnados,
voltados a prática do bem
e comungando os mesmos
ideais é motivo de plena
satisfação do médium. Grato
aos dirigentes à Espiritualidade e a alegria de fazer
parte de um grupo atuante
e divulgador da Doutrina é o
fator que o mantém na Casa
de Jesus há tanto tempo.
Dentre as inúmeras razões
ainda é das pessoas e coisas e mais se empenha
que o prende a Casa e à Doutrina está a satisfaem ser livre de tais apegos para oferecer o melhor
ção e o orgulho de ter sido escolhido para abrir a
de si para a Vida. Na casa de Jesus, a médium conprimeira reunião mediúnica na sede das Paineiras.
fessa sentir-se em casa, numa família, ofertando o
Nunca desanimou e tem sempre consigo a alegria
seu possível e “recebendo sempre muito mais que
de poder servir ao invés de ser servido.
o dobro”. É uma sensação muito gratificante e que
Ao acompanhar uma amiga com sérios problemas
não tem preço.
emocionais, nas sessões de passe de cura, Doralice
Levar o conhecimento Espírita a quem dá os
Magalhães teve o primeiro contato com a Douprimeiros passos na Doutrina, auxiliando as
trina Espírita e a Casa de Jesus, em 1977, ainda na
pessoas a se descobrirem e a conhecer a Verdade é
casa da Barão de Jaguara. Enquanto aguardava a
um dos fatos que marcaram a Casa de Jesus para
amiga ser atendida, apanhava e lia os livros espíriMarco Kairalla. Depois de peregrinar por diversas
tas da biblioteca da Casa. As leituras despertaram
casas espíritas, o trabalhador na Seara do Senhor
maior interesse e ela passou a levar os livros para
encontrou-se na entidade. ”Foi aqui onde fui
casa a fim de ler à noite, muitas vezes
melhor acolhido e onde senti
atravessando a madrugada, sem
Embora reconheça que Dona Sylvia
abertura, qualidade nos servitenha cumprido sua missão na Terra
conseguir parar. Sensibilizada parços oferecidos e um excelente
e continue a trabalhar pela Casa no
ticularmente pelas obras de André
nível cultural nos trabalhaoutro
plano,
a
amizade,
o
incentivo
Luiz, Doralice descobriu-se Espírita.
dores” — define. Começou
e o otimismo que ela transmitia
Em pouco tempo se propôs atuar na
continuam em sua memória.
na casa em 1995, cursou o
Casa e foi encaminhada para o curso
primeiro módulo e duas vezes
de passes. Uma mensagem do Irmão
o segundo módulo semestral,
Justino a fez perceber que tinha mediunidade de
então foi convidado para montar e ministrar o
cura e poderia utilizar este dom para ajudar outros
terceiro módulo. Ao mesmo tempo atuava nos trairmãos. Desde então, nunca mais parou. “As teias
balhos da Casa e no PMJ, que acontecia no Colégio
do amor que sempre recebi dos companheiros
Parthenon nas manhãs de domingo.
dos planos físico e espiritual, além do desejo sinA realização, ou como argumenta, a tentativa de
cero de permanecer integrada a essa equipe irmã
realização com o programa assumido na Espirie pela comunhão de ideais – definiu – é o que me
tualidade antes de reencarnar, tem fundamental
mantém trabalhando na Casa há tanto tempo.“
importância para Kairalla. A necessidade de
De todo este tempo, só uma ponta de mágoa: sair
realizar o que se espera de um trabalhador da instida casa pequena e tão amada da Barão de Jaguatuição e de saldar os vários débitos contraídos em
ra. Ali, confessa, morava seu coração. A desilusão
outras encarnações -- e também nesta vida -- são
foi maior ao ver aquele local imantado de energias
os fatores que o mantém a tanto tempo na Casa.
superiores se transformar numa boate. Doralice
“Cumpro esses compromissos assumidos antes
confessa, foi difícil acostumar-se e aceitar essa
de reencarnar sem aquele sentimento de estar
realidade. Continua passar pela rua, a caminho
pagando uma dívida. Tudo é feito com satisfação
da sede das Paineiras e hoje olha para a casinha,
e prazer. A maior razão mesmo é o prazer de fazer
reformada e de cores vivas, atrevidas e chocantes,
algo mais importante até que a minha atividade
já sem a tristeza inicial, guardando na lembrança
profissional e que pode me ajudar a ajudar os
apenas a obra amorosa e fraterna que ali nasceu
outros”
há quase 35 anos e que, graças a Deus, continua
Marco Kairalla presidiu, a convite de Dona Sylvia
operosa em outros cantos que aprendeu a amar
Paschoal, a Casa de Jesus e coube a sua gestão
com a mesma intensidade.
a decisão pela descontinuidade do Instituto
Doralice se considera escolhida pela EspirituaParthenon, um fato que marcou muito sua vida
lidade para atuar na Casa, como integrante da
na Casa. Ele também se emociona ao lembrar do
comunidade voltada para o bem e de poder
desencarne de sua amiga e incentivadora. Embora
desfrutar de inúmeras oportunidades para prática
reconheça que Dona Sylvia tenha cumprido
dos ensinamentos do Evangelho de Jesus: doação,
sua missão na Terra e continue a trabalhar pela
renúncia, perseverança, compromisso, responCasa no outro plano, a amizade, o incentivo e o
sabilidade , gratidão, dentre outras. “Nada disso
otimismo que ela transmitia continuam em sua
– complementa – seria possível sem os compamemória. Ele admite que, algumas vezes, sentiu
nheiros visíveis e invisíveis que nos conquistam e
que quando as coisas ficavam pretas, seu comprose deixam conquistar”. É uma grande e valiosa tromisso com a Doutrina antecedia seu compromisso
ca, eis sua maior satisfação. E quanto mais trabalha,
com a Casa e que poderia trabalhar em qualquer
mais aprende e vai descobrindo quão dependente
outra entidade, caso tivesse
algum problema com a
equipe. Mas hoje não tem
mais certeza disso. “Sinto
que meu compromisso é
com a Casa de Jesus mesmo”—finaliza.
E para o futuro, Marco
Kairalla espera fazer tudo
o que estiver a seu alcance
para contribuir como os
objetivos da Casa. Usar sua
experiência – que reconhece ser a experiência
de um ser imperfeito em
evolução — mas que já
passa de quinze anos de trabalho, para contribuir
com a continuidade dos bons serviços oferecidos
pela Casa de Jesus. “Considero que os pontos
principais a serem trabalhados sempre são a organização e a união fraterna entre os trabalhadores
- conclui – o que, como conseqüência, proporcionam bons serviços para os freqüentadores, que
poderão vir a ser os trabalhadores de amanhã.”
Frases
“Tenho vontade de pegar a mão de cada amigo espiritual que trabalha conosco (a Josefa, o
Justino, a Branca e outros ) beijar e transmitir
o meu amor e meu agradecimento por tudo
que fazer por nós. Que Deus os abençoe e os
ilumine cada vez mais.” Martha Cruz
“A seriedade do trabalho desenvolvido pela
Casa de Jesus, o comprometimento de seus
dirigentes e trabalhadores com a Doutrina, são
os alicerces que me mantém ligada a entidade.”
Maria Olívia
“Reconheço as dificuldades que a Casa de
Jesus encontra para ampliar espaços e arregimentar mãos e corações correspondentes
para grandes realizações, porém aspiro ve-la
cada vez mais capaz de acolher nossos irmãos
sofredores, encarnados e desencarnados,
oferecendo-lhes esclarecimentos, consolo e
estímulo, com base no Evangelho que nos ensina a amar e na Doutrina Espírita que desperta
as consciências para as realidades da Vida.”
Doralice Magalhães
“Espero poder realizar o que estiver ao meu
alcance para servir, para que a Casa de Jesus
continue cumprindo da melhor maneira, a finalidade para que foi criada, em nome do Senhor
Jesus.” José Roberto Gonçalves Pereira.
“Na Casa de Jesus, as pessoas são interessadas
e mantém um bom nível de discussão e estudo. Isso é difícil de encontrar, pois, os trabalhadores de casas espíritas, embora saibam da
necessidade e importância, não são, de modo
geral, de se dedicar muito aos estudos e pesquisa. Isso me dá muita satisfação . É claro que
essas mesmas pessoas tem lá suas imperfeições, tanto quanto eu também as tenho, mas
o estudo e dedicação tem feito com que tudo
seja superado.” Marco Kairalla
7
Aquelas noites de segundas-feiras
A
lembrança me remete, com um misto de
saudade e alegria, àquelas noites de segundas- feiras lá na Barão de Jaguara, onde
com a minha família conheci os trabalhos
da Casa de Jesus. Começamos a participar
com assiduidade dessas reuniões onde recebíamos passes, ouvíamos o Evangelho e,
em seguida, as comunicações psicofônicas
de D. Sylvia, que nos trazia sempre grandes
ensinamentos espirituais. Foi ali que tudo
começou...
As reuniões eram iniciadas com a explanação do Evangelho . Uma senhora de
semblante amoroso, de olhar cativante, de
energia contagiante, com palavras seguras
e ternas acerca do Evangelho de Jesus , e
da doutrina consoladora, me envolvia numa
sensação nunca antes experimentada .
Era pura emoção. Não conseguia descrever
e muito menos definir o que era aquela
sensação. Paz? Alegria? Confiança? Amor?
Entusiasmo?
Assim acontecia todas as segundas- feiras.
Era muita emoção! E eu me questionava o
porquê de tudo isso. Por que meus olhos
marejavam ao ouví-la e me sentia gratificada ?
Até que um dia , ou melhor, numa noite,
me aproximei desta senhora e expus a
minha sensação, os meus sentimentos, indagando a ela o que era isso que eu sentia
quando a ouvia falar . Com muita paciência , amor e atenção ela me falou das
afinidades e me convidou a estudar. Assim
eu fiz, e logo em seguida aquela senhora
convidou-me para o meu primeiro trabalho
na CJ : As palestrinhas da Captação. Então,
comecei a trabalhar nas palestras e fui me
desenvolvendo nos trabalhos da Casa, tendo o privilégio de atuar em alguns setores
onde a união fraterna dos seus trabalhadores é a mola mestra que move essa oficina
da vida. É assim que eu vejo a Casa de Jesus.
Hoje, muitos anos já se passaram daquelas
noites de segundas- feiras na
Barão de Jaguara. Vejo noutras
noites, muitos trabalhadores
e irmãos devotados que se
reúnem e prosseguem contagiando a todos com dedicação
e coragem, a edificação deste
reduto de amor aqui plantado
há 35 anos .
Recordo-me sempre com muito carinho daquela senhora,
que foi a responsável pelo meu
desenvolvimento espiritual .
Foi a responsável por eu poder
dizer que sou hoje aprendiz
do Evangelho de Jesus. Foi
responsável por eu estar hoje
escrevendo este texto tão
singelo, com o intuito de dizer
a ela :
- Ivone Pellegrina Benzi , meu
coração é eternamente grato à
senhora, por ter naquela longínqua noite
de segunda- feira me ouvido e me convidado a estudar.
Obrigada Ivone por tudo o que a senhora
me proporcionou a aprender , trabalhar e
desenvolver nesta Casa de Jesus.
Que Deus a abençoe sempre!
Marcia Aladir Agnelo Oliveira
Conheça o Grupo da Costura
U
m grupo ativo e que está em atividade
há 25 anos na Casa de Jesus é o grupo da
costura, que trabalha com a confecção de
enxovais de bebê que são doados todos
os meses para mães carentes. Aproveitando as comemorações dos
35 anos de Os
Seareiros, as integrantes deste
trabalho convidam as pessoas
interessadas
em conhecero
grupo para
comparecer
à Casa de Jesus, às segundas-feiras, das
13h30 às 16h30.
É preciso destacar que este grupo é
muito unido e, sob a proteção do Espírito
Meimei, faz um trabalho exemplar. As
voluntárias agradecem aos colaboradores que enviaram cobertores, flanelas,
malhas, sapatinhos, paletózinhos de lã e
aviamentos, viabilizando a ação mantida
pelo grupo.
8
Psicografia
A Cidade de Delphis
T
al como vocês estive também em Delphis. Não sei
bem porque me levaram até lá, mas creio que não
por merecimento, mas pelo simples fato de que
a minha sintonia com a médium me permitiria
uma comunicação fluente das impressões que ali
colhesse.
Com o auxílio do Irmão Justino e da nossa querida
Meimei lá se foi o velho, levitando por aí a fora.
À distância, vislumbrei uma claridade azulada. Ali
situava-se Delphis, o grande lar das crianças desencarnadas. Mas conforme me aproximava, essa
claridade se transmudava em um sol, para mim
diferente, pois o mesmo parece aquecernos, sem,
no entanto queimar-nos.
Na entrada da cidade vemos um grande arco, que
me faz lembrar o Arco do Triunfo na França. Sobre
o mesmo estão inscritas expressões belíssimas
que, noutra oportunidade, procurarei lembrá-los.
Ultrapassando este arco majestoso, encontramonos uma alameda arborizada ladeada de arvores
graciosas e floridas, num espetáculo natural luxuriante. O multicolorido, aquela profusão de flores,
produziram-me uma sensação de admiração.
Muita flor. Muita natureza. Dir-se-ia que um artista
exímio realizou em alto relevo concretamente um
verdadeiro sonho pictórico.
Contrastando, no entanto, com esse espetáculo,
de verde e multicolorido de pedras preciosas, as
casas são todas imaculadamente brancas.
E um suave perfume exala penetrando, toda
Cidade.
Receberam-nos carinhosamente e convidaramnos para visitá -la.
As casas são de uma funcionalidade original, sem
que no entanto, essa funcionalidade sacrifique o
pendor dotado para a realização do belo arquitetônico.
Notei que o piso e as paredes não pareciam feitos
de material a que estou acostumado a ver, mesmo
no plano em que atualmente habito. Mas o
que mais me impressiona nestes ambientes
extraordinários são aqueles encarregados de
tomar conta de Delphis. São imensamente joviais
e comunicativos. Parece que eles têm o dom de
penetrar os nossos pensamentos e adivinhá-los
para que nos sintamos bem. Tive oportunidade de
ve-los tratar as crianças. São afáveis, mas firmes e
toda decisão tomada, quase que automaticamente, é acompanhada de uma prece de agradecimento ao Alto pela intuição recebida. É como se
fizessem questão de realizar algo, mas com Espírito
aberto para a supervisão de Espíritos Angélicos.
O dinamismo não bloqueia o Espírito para a
receptividade dos avisos celestes. Não contam,
pois, com o preparo que tiveram para ingressar
naquela comunidade, mas também, em perder a
humildade com a proteção do Alto.
Os parques infantis, apesar de terem algo de semelhança com o que se faz na Terra, têm tamanha
profusão de brinquedos e divertimentos, que em
comparação com os da Terra, acabam ficando só
mesmo na semelhança. Notei que as crianças se
conservam descalças quando estão no Parque.
Entre as próprias crianças, existe um grande
respeito mutuo, a ponto de os mais velhos terem
se tornado PEQUENOS CHEFES ORIENTADORES
DOS MENORES. São, portanto, os mais velhos
responsáveis pelos menores e comandam até
seus brinquedos, Com isso parecem se sentirem
importantes.
Em Delphis existe um templo de Prece que,
realmente, não poderia chamar-se de templo a
nossa moda, pois são apenas pergolados em que
as trepadeiras floridas se enroscam. Esta espécie de
caramanchel cerca um enorme gramado aonde as
crianças se reúnem em horas diurnas e os adultos
em hora noturna para as preces.
Ao ver um templo deste tipo original, perguntei se
lá chovia e o que acontecia quando, nas reuniões, isto acontecesse. Mostraram-me então um
dispositivo prático e protetor que saia das colunas
quando chovia. Parecia um material plástico que se
desenrolava e se convertia em teto impermeável
e transparente. No entanto, o Guia diante de nossa
surpresa, de tão tênue anteparo fluvial, adiantounos que ali chove urna garoa das terrenas, que é o
suficiente para beneficiar as plantas, o solo e equilibrar a unidade atmosférica desejável. Isto me levou
a perceber, mesmo em virtude de outras incursões
no astral, que tal seja o ambiente espiritual, tal será
a atmosférica. Só existem violências da Natureza,
onde as virtudes do Espírito são violentadas.
Se o meu pendor, especialmente, é a musica, fiquei
verdadeiramente extasiado com o orfeão infantil
Delphis. Aquelas adoráveis crianças não
pronunciam palavras, EMITEM SONS SUAVES QUE
SE CONFUNDEM COM OS INSTRUMENTOS TOCADOS pela sinfônica juvenil. No próximo sábado
lhes trarei mais detalhes de Delphis, se assim for
determinado pelos dirigentes.
Médium: Silvia M. Cruz
Data: 14/10/67
9
Lembranças
Deus e os olhos azuis
“Q
uando eu posso sentir
que sou um verdadeiro
espírita?”
Essa pergunta me foi
feita por uma jovem
menina de olhos azuis,
durante uma entrevista
na Casa de Jesus. Foi
uma pergunta inusitada e inesperada.
No momento, duvidei
que ela desejasse de
mim uma resposta
profunda. Parecia
mais um treinamento
em técnica de entrevista, exigido no seu
curso de jornalismo
da universidade. Não
posso negar, entretanto, que a pergunta,
era pertinente. Olhei bem nos seus olhos
azuis: eram inquietos e belos. Decidi responder. Afinal, sentir-se verdadeiramente
espírita é, sem duvida, uma sensação
profunda de felicidade para a alma, na
medida em que se
põem em pratica
os ensinamentos
espíritas.
O exercício da
caridade, por
exemplo, é ensinado no Espiritismo. Nos primeiros
momentos parece
ser apenas uma
atitude de auxilio
aos necessitados.
Porém, praticando-a continuamente, sentimos
um desprendimento pessoal,
como se nos libertássemos do egoísmo latente em busca
de um amor maior. Neste movimento de
servir o próximo, percebo que a vida tem
um sentido maior, que não está em mim
e nem no outro, mas no encontro de nós
dois. É neste encontro que sinto Deus
dentro de mim. Portanto, minha filha,
você só poderá sentir Deus dentro de si.
Foi esta minha resposta à pergunta da
menina. Seus olhos, agora incrivelmente
azuis, encheram-se de lágrimas, que rolavam por seu rosto infantil. Ela se levantou, beijou-me fraternalmente e me disse:
Era esta a resposta que eu necessitava. E
foi embora.
Infelizmente, ela não viu que eu também
chorava, pela maneira simples com que
Deus revelava-se a mim.
As religiões do meu passado disseram-me
que Deus vivia no infinito azul do céu. Por
mais que eu procurasse, nunca encontrei
esse Deus. Ele, que sempre se ocultou de
mim, quando eu o procurei no infinito
azul do céu, de repente, numa casa Espírita, Ele se revela no azul dos olhos de uma
menina.
Como é bom ser espírita, para poder sentir Deus num fato tão simples como este!
Deus é simples.
Rildo Maciel Benzi
Oficina da Maturidade
A
oficina da maturidade vem somar aos
trabalhos da casa com o objetivo de reunir
os idosos para reflexões do evangelho, atividades de artes, exercícios físicos, música
e palestras.
Este projeto que já estava traçado pela
vontade de algumas trabalhadoras da
evangelização de espíritos, veio se concretizar em agosto de 2008.
Nossos encontros são realizados aos sábados das 16:10h às 17:10h e dentro desta
programação acontecem as palestras
que trazem
temas pertinentes aos
idosos.
Temas preparados por
profissionais
da área da
geriatria
e gerontologia,
que vem
esclarecer
e informar
os idosos,
cuidadores
e familiares.
No sábado (12/06) dia dos namorados,
o tema abordado foi o amor na terceira
idade, ministrado pelos “nossos” queridos
Dr. Jamiro e sua esposa Suely.
Encontro com reflexões, mágicas, músicas
e danças. Histórias contadas por Suely, que
nos levam a viajar no tempo e em nossas
boas lembranças.
Quero deixar aqui o meu agradecimento a
eles que nos acolhem com a sua alegria e
vibração amorosa, que nos fazem rir e chorar de emoção e a saímos da palestra com
aquela sensação de que valeu. Sempre
levamos com a gente um aprendizado.
Quero agradecer a todos que participaram
e informar que semestre que vem tem
mais.
Ate breve.
Renata Miachon
Oficina da Maturidade
10
Palestras de agosto e setembro
Agosto
04
Heloisa Pires
Curso Dinâmico de Espiritismo
15
Emanuel Cristiano
21
Maria Fernanda
Kawabata
25
Tema Livre
Nutrição no envelhecimento
Beth Lamas
Nos Reinos da natureza....Afinal quem somos?
Setembro
01
Claudia Barbieri
12
Therezinha Oliveira
22
Mediunidade: Caminho
para ser feliz
Leila Mendes da
Rocha Abreu
O Reino dos Céus
E o Semeador Saiu a
Semear .....
Cursos de agosto
Cursos Semestrais
O Passe
segundafeira
2 de
agosto –
14hs
Sala 83
- Espaço
Parthenon
O Passe
terçafeira
3 de
agosto
20hs
sala 58
– Espaço
Parthenon
O Diálogo terçacom os
feira
Espíritos
3 de
agosto
20hs
Sala 83
– Espaço
Parthenon
Conduta
Espírita
5 de
agosto
20 hs
Sala 83
- Espaço
Parthenon
quintafeira
Para participar do curso de Conduta Espírita faça sua inscrição antecipada na secretaria.
Cursos Anuais
para as turmas que iniciam em Agosto de 2010 – dia 5 de agosto
1° Módulo
quinta-feira
20hs
Salão das
Paineiras
2° Módulo
quinta-feira
20hs
sala 85 ab
- Espaço
Parthenon
3° Módulo
quinta-feira
20hs
sala 84 - Espaço Parthenon
Livro dos
Espíritos
quinta-feira
20 hs
sala 86 A
- Espaço
Parthenon
Observação: Os cursos que iniciaram em fevereiro terão continuidade a
partir de 2 de agosto.
Atendimento Central de Voluntários
Venha conversar com a gente e conhecer as diversas áreas de atuação do
nosso voluntariado. Teremos o prazer em ajudá-lo a encontrar o trabalho que
melhor se ajusta às suas expectativas e disponibilidade!
Local: Salão Paineiras
Horário: segundas-feiras, das 19h30 às 21 horas
www.seareiros.org.br
Visite o site do Seareiros e fique bem informado sobre as ações da Casa!
Passes na Casa de Jesus
Dia Locais / Horários
Paineiras
Magnético/Cura Seg Magnético/Cura Magnético Palestra
Magnético Ter Magnético Qua
Magnético/Cura
Qui
Magnético/Cura Magnético Sex Magnético Magnético Sáb Cura
Magnético General Carneiro
8 às 10 h 14 às 16 h
20 às 21 h
19h30
8 às 10 h Magnético 8 às 10 h
14 às 16 h
Magnético 8 às 10 h
8 às 10 h
14 às 16 h
8 às 10 h Magnético 8 às 10 h
14 às 16 h
8 às 11 h
8 às 10 h
14 às 16 h
Passes domiciliares para doentes im­pos­si­bi­li­ta­dos de se locomoverem
Download

O Seareiro - Edição 90