Edição bimestral - julho-agosto/2010 ano XVII - nº 90 Festa Junina - pág. 4 A finalidade da casa espírita N ós procuramos a Casa Espírita quando não conseguimos mais solução para nossas dificuldades, buscando ajuda e esclarecimento para viver melhor. Quando não conseguimos olhar para dentro de nós mesmos e detectar as nossas dificuldades, necessitamos de ajuda externa. Os problemas da mente são ajudados por profissionais da área, mas os problemas da alma necessitam de outro tipo de abordagem. Nesse contexto, a Casa Espírita, com seu corpo orientacional, auxiliado e intuído pela Espiritualidade Maior, pode detectar e indicar o melhor caminho. Obviamente, na reforma íntima encontramos a solução definitiva. É no reencontro com Deus que encontramos nossa essência, e podemos a partir daí, redirecionar nossa vida. Com o respaldo propiciado pelo entendimento de nosso destino, de nossa razão de ser e do nosso passado, podemos reformular toda nossa estrutura de pensamento, posicionando-nos de maneira positiva quanto ao futuro. O Centro Espírita é um lugar onde o homem se reestrutura deixando o homem velho e construindo um homem novo. Destina-se a formar, educar e edificar almas. Seu Na página 3, o aniversário de Os Seareiros objetivo primário é o processo educativo, que leva o homem ao trabalho e ao aprimoramento da consciência e do coração. É uma escola de formação espiritual e moral. Tem por finalidade a propagação da doutrina espírita, através do estudo, da fraternidade, da prática da filantropia, oração, baseada no Evangelho de Jesus Cristo. Serve também a propósitos mais elevados da espiritualidade, O resgate da história dos Seareiros na página 5 auxiliando no esclarecimento de espíritos desencarnados. A Casa Espírita só atinge seu objetivo, quando consegue auxiliar o homem a entender que “fora da caridade não há salvação” e que o que mais importa é “amar ao próximo como a si mesmo”. Portanto, a meta é evangelizar e as atividades são os meios. Cláudia Barbieri Confira os temas e participe das próximas palestras da Casa. página 10 2 Editorial J L O Seareiro espírita á se passam 35 anos desde o início dos trabalhos desta instituição e este parece ser um momento apropriado para uma reflexão sobre o que é o Seareiro Espírita. Antes de tudo ele sabe da existência dos espíritos e se reconhece como tal, com todas as conseqüências deste reconhecimento, ainda que as ignore total ou parcialmente. Isto quer dizer que, no mínimo, as manifestações do espírito, ou seja, os seus pensamentos, podem ser de conhecimento imediato de todos os que o rodeiam e que estejam capacitados para detectá-los. Por ser um espírito as suas idéias lhe serão sempre presentes, ainda que elas tenham sido elaboradas em momentos anteriores. Estas duas constatações revolucionam nossos conceitos existenciais. No mínimo tudo o que é feito ou não, agora ganha mais importância e as conseqüências decorrentes desta escolha, e de outras subseqüentes, nos acompanharão pela eternidade. Esta conclusão, aparentemente ameaçadora, quase Mosaica, seria suficiente para atormentar o espírito “ad eternum”. O antídoto para tal aflição reside no entendi- mento das leis que regem o universo e na fé inabalável em um Deus soberanamente justo e bom, infinitamente misericordioso. Isto é, na correta compreensão do arcabouço de trabalho que nos cerca, conforme divulgado por Jesus, o Cristo. O Seareiro Espírita toma para si o exemplo de Jesus mesmo que não consiga executar as suas tarefas de forma tão sublime quanto este. Entende as leis e o processo pedagógico Divino empregado na sua implementação e se dedica a conduzir sua existência segundo este paradigma. Desta forma, passando ao largo do mar de aflições, vive uma vida cheia de esperanças e alegrias ainda que circundado de desafios que a toda hora colocam a prova suas competências. O Seareiro Espírita, munido de todas as suas limitadas capacidades, se propõe a contribuir para a evolução do seu próximo, vivenciando o Evangelho Segundo o Espiritismo, demonstrando os benefícios desta experiência, sem a expectativa de incutir a renovação imediata de atitudes visto reconhecer em si próprio as mesmas limitações do próximo. Adota nesta tarefa a mesma postura de Jesus para com ele, permitindo que o viajante descanse a beira do caminho sempre que se sentir cansado, esgotado, sem impor a este uma marcha célere superior a suas forças. O Seareiro Espírita entende que o aprendizado dos conceitos trazidos por Jesus, o Mestre, se faz através da prática constante dos ensinamentos do Evangelho. Para o Seareiro Espírita o mais importante não é a sua religião, mas a sua religiosidade. Amilton Lamas Lei de Liberdade iberdade, condição de vida exaustivamente buscada pelo Homem desde os tempos mais recuados. Remontando à história das civilizações, partindo da Antiguidade, vemos que sempre foi muito comum ao homem servir-se de seu igual como escravo, em sua orgulhosa certeza de superioridade natural, que premia ao mais forte, ao melhor, ao vencedor com o direito sobre a vida dos vencidos. Na Mesopotâmia, na Roma antiga, na Índia, na China, no Egito, até na Grécia, conhecida como berço da civilização ocidental e da democracia, terra de Sócrates, Platão, Aristóteles, os mestres da filosofia clássica, a escravidão era uma realidade. Felizmente, a evolução moral do homem acontece, ainda que paulatinamente. E do século XVIII para cá, o ideal de Liberdade vem sendo acalentado por um número cada vez maior de indivíduos. E em 1945, certamente sob inspiração do Alto, após os horrores causados pela Segunda Guerra Mundial, os líderes políticos da época, encabeçados por EUA e antiga URSS, esboçaram o documento que mais tarde tornarse-ia oficial: a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em 1948 o texto final foi adotado pela Organização das Nações Unidas (ONU) o qual estabelece, em seu artigo primeiro, de conformidade com a Lei Divina da Igualdade, que “todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos (...)”. Essa declaração, apesar de não ter efeitos legais, acabou servindo de base para inúmeros tratados legais vigentes ainda hoje. Mas quais as consequências do ganho da tão buscada liberdade? Não estaria aí exatamente a raiz de tantos problemas da atualidade? Afinal, é em defesa da liberdade de pensarmos, falarmos e agirmos como bem entendermos que todos os tipos de abusos e desmandos são cometidos, quando nos deixamos levar pelas nossas paixões mais vis. Nós, talvez por termos vividos tantos séculos sob jugo cerrado, fazemos hoje questão de vivermos “livres, leves e soltos”, como se diz. Fica então fácil de entender que homens e mulheres de bem, dando vazão às suas fantasias mais recônditas, caiam na promiscuidade, quando não nos horrores da pedofilia e do estupro; que nossos adolescentes entrem no mundo das drogas cada vez mais cedo; que alguns creiam ser justo espoliar o próximo em nome da satisfação do desenfreado desejo de possuir e consumir. Sempre o material em detrimento do espiritual; o imediatismo em detrimento da paciência; a ira em detrimento da resignação; o enaltecer do orgulho e do egoísmo em detrimento da fraternidade, da solidariedade… E, sob a ótica espiritual, um interessante contraste se verifica: é justamente ao agirmos assim, ignorando que antes de mais nada devemos “fazer ao próximo aquilo que gostaríamos que nos fosse feito”, não reconhecendo que nossa liberdade termina onde começa a do outro, que menos livres seremos numa próxima Casa de Jesus - Rua João Alves dos Santos nº 770 - Jardim Paineiras - Campinas - (19) 3252-9194 O SEAREIRO É uma publicação editada sob a responsabilidade da área doutrinária de “Os Seareiros”, para distribuição aos seus frequentadores e amigos Núcleo José Esteves - Avenida General Carneiro nº 225 - Campinas - (19) 3234-4398 [email protected] www.seareiros.org.br Núcleo Mãe Maria - Rua Francisco Mesquita nº 335 - Vl. Brandina - Campinas - (19) 3253-2646 encarnação, presos que estaremos em meio as teias da inexorável lei de Causa e Efeito, que de forma educativa nos proporcionará situações de vida que levem a uma tentativa nossa de reabilitação ante à Lei Divina, propositalmente por nós maculada. “Mas isso é determinismo! E o livre-arbítrio, onde fica?” – muitos se perguntam. Eis que ele está onde sempre esteve, misericordiosamente preservado dentro de cada um de nós, apesar dos obstáculos que encontraremos. Afinal, o que são esses obstáculos se não consequências de nossas atitudes passadas, em pleno uso do livre-arbítrio? Lembremo-nos: somos Espíritos imortais! E como tal, nossas encarnações se encadeiam sendo solidárias umas com as outras. E através do uso do nosso livre-arbítrio, não mais de uma forma maquinal e instintiva, e sim de uma forma consciente e racional que finalmente nos tornaremos livres, conforme nos habilita a Lei Divina da Liberdade. Então, não será mais uma liberdade ilusória, material, egoísta. Será a liberdade que fará com que cada um de nós, de boa-vontade e em pleno uso de nosso livrearbítrio, escolhamos seguir a Jesus, voluntariamente nos prendendo a Ele, para o trabalho de construção na Terra do Seu reino de Amor e Caridade. “Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” Marcos 8:36 - (Carolina Cardozo) Colaboraram nesta edição: Carolina Cardoso, Renata Miachon, Yvone Cazzaro, Nicéia Martelli Benvenuti, Paulo A Cazzaro, Doralice Magalhães, Marcia Aladir Agnelo Oliveira, Cláudia Barbieri, José Roberto Gonçalves Pereira, Martha Cruz, Milton Frungilo, Maria Olivia Melser, Marco Kairalla, Amilton Lamas Projeto Gráfico: Fernanda Berquó Spina Jornalista responsável: Sirlene Nogueira (MTb. 15.114) Editoração: Felipe Teixeira 3 Os 35 anos de Os Seareiros “C Q omemorar o aniversário é comemorar a vida”. Estamos comemorando os 35 anos vividos de Os Seareiros – Casa de Jesus. Quando aniversariamos somos sempre envolvidos por lembranças e reflexões. Na edição de março-abril, o Prof. Regis de Morais declinou com maestria nomes de memoráveis fundadores e servidores desta Seara. Hoje, gostaria de contar uma passagem vivida, enquanto colaborava no Big Brechó, que ocorreu nos dias 6 a 8 de maio no Salão Paineiras. Estava a ordenar objetos dispostos sobre improvisada mesa na sacada com vista às edificações do Colégio Parthenon, quando adentrou nesse ambiente um senhor que ao me cumprimentar despertou minha atenção. Aparentava uns 75 anos, vestia uma roupa velha com camisa suja de terra e um chapéu surrado com marcas de suor. Seu rosto, com a barba por fazer, era o que atenuava aparentes rugas descrevendo sua idade e muitos anos de trabalho árduo. Debruçou os seus braços sobre o peitoril da grade e por um longo tempo ficou olhando as edificações da casa. Virando se para mim e apontando as edificações disse:- Eu trabalhei nessas construções desde o início. Neste terrenão só havia uma pequena construção onde sediava a Guarda Municipal que acabou se extinguindo. Nessa época, trabalhávamos para empreiteiros contratados pela Prefeitura Municipal e foi nesse período que notamos a freqüente presença de um senhor. Descia de seu carro, olhava de um lado para outro, andava para lá e para cá como se contasse aos passos a área da terra. Observava nossos serviços olhando a cada um de nós como a desvendar nossas vidas sofridas. Mais tarde soubemos que se tratava do Sr. Orlando Pascoal e que ele iria construir essa Casa de Jesus. Conversando com a gente, sensibilizou-se ao descobrir as dificuldades que tinhamos para manter nossas famílias. Nosso personagem interrompeu a fala en- goliu seco e tentando verbalizar novamente. Notei que seus olhos estavam marejados e lágrimas haviam deslizado e absorvidas em seu rosto pela barba. Ele olhou nos meus olhos dizendo:- Fico emocionado quando lembro de Sr. Orlando assistindo a nossa pobreza. Todo dia ele chegava com seu carro e abrindo uma caixa, nos servia pessoalmente um bom sanduíche, de muita valia para nós. Um dos nossos morava sozinho em quartinho de quintal, e, ao receber o seu lanche, tratava de embrulhar para comer a noite como único alimento. Mas não era só isso; toda sexta-feira sentavase num banquinho e frente a uma mesinha improvisada munido de uma lista com nossos nomes, nos dava uma nota de 10 a cada um. Já não sei se eram cruzeiros ou cruzados, só sei que era uma felicidade para nossas famílias. Lá em casa era de se esperar, pois eu passava pelo mercado e comprava uns gomos de lingüiça. Minha mulher já esperava com uma panela de arroz ,uma saladinha de alface e enquanto arrumava a mesa e fritava lingüiça, eu tomava meu banho para depois sentarmos a mesa com nossos filhos. Era uma festa!... O cheiro gostoso da comida tomava conta da casa deixando a felicidade durar mais tempo. Ouvindo suas palavras tão simples e reconhecidas, meus olhos também se encheram de lágrimas. Percebendo a emoção que havia me causado, se calou por algum tempo e em seguida, com os lábios apertados, balançou a cabeça e se despedindo, ergueu seu chapéu dizendo “boa tarde senhor” que para mim foi um Viva Jesus. Jesus vivo e presente por um gesto de amor no coração de um obreiro e no seio de sua família. Estamos sempre centrados em dois pontos: sentimento e ação. Consequentemente da ação para a reação, lei de causas e efeitos. Dotados de consciência, influenciamos e somos influenciados. Nesta Seara-Casa de Jesus, edificada pelos fundadores e servidores no Evangelho de Jesus, assistimos e somos assistidos recebendo o amparo para suportar novos tempos. Nós, os obreiros dos novos tempos, nos mesclamos com nossas idades como pais e filhos em família, orientados no Evangelho de Jesus e no exemplo dos fundadores desta Seara, devemos nos abraçar de braços curtos a trazer nossos corações bem mais próximos, pois, os novos não são inimigos da memória dos mais velhos e os velhos não vão durar com tanta saúde para sustentar suas atividades, restando aumentar conhecimento aliados aos mais novos. Obtemos aprendizado em todos os planos e momentos de nossas vidas. Com esta disciplina estaremos em sintonia com os Mentores espirituais da Nossa Seara e de nossos Protetores, com o intuito de refletir aos aflitos e necessitados o amor de Jesus. Parabéns Seareiros de todos os tempos. Paulo A Cazzaro Curso de doutrina espírita ue Jesus nos abençoe! Num destes dias, num momento de descontração, estava refletindo e conversando com Deus. Analisando minhas necessidades, pedi a Deus que me ajudasse a ser firme e tivesse discernimento nas minhas ações. Experiências novas estão despertando emoções adormecidas em meu espírito. Mas imediatamente compreendi o quanto ser firme e discernir são produtos das vivências que temos, do conhecimento que adquirimos, das leituras agradáveis que fazemos, palestras que assistimos... enfim, nossa busca por equalizar o despertar de atitudes e ações voltadas para o bem. Se abalos profundos na natureza material estão acontecendo na terra, abalos espirituais profundos também estão acontecendo na nossa natureza espiritual. E, então, agradeci a Deus por estar fazendo parte dessa Casa maravilhosa que nos acolhe com muito carinho. Como Deus age em cada um de nós, se você, leitor, também estiver sentindo esta motivação para o bem, venha em busca do conhecimento que abre as portas do coração! O Conselho Doutrinário, a Coordenação dos Cursos e os Instrutores da Casa de Jesus convidam-no para os cursos do próximo semestre, conforme tabela abaixo. Vamos aliar este convite ao nosso esforço individual e imprescindível. Deus espera por nós! Você que gostaria de conhecer a Doutrina Espíri- ta, poderá participar do 1º- módulo. Não precisa de inscrição é só comparecer no dia e no local. Esperamos você!!! Nicéia Martelli Benvenuti. Doutrina Espírita 4 Confraternização Festa Junina reúne mais de 3 mil pessoas P redominou o clima de alegria e confraternização entre as mais de três mil pessoas que compareceram na Festa Junina realizada no dia 19 de junho pelo Os Seareiros. Organizada basicamente com o trabalho voluntário de centenas de pessoas, a festa movimentou o bairro Paineiras. A Rua João alves dos Santos, assim como o estacionamento da Casa de Jesus, foram fechados para dar lugar a barracas de comidas e bebidas típicas. Em cada uma, voluntários se apresentavam com roupas características, chapéus, lenços e aventais que demonstraram o cuidado na organização de cada atividade. A jornalista Bianca Ceará, que há dois anos trabalha como voluntária na barraca de doces, destacava a alegria de poder contribuir com a Casa. “A integração das pessoas neste trabalho é maravilhosa e o sucesso do evento mostra a força que resulta dessa união”, avaliou ela. E os convidados aplaudiram. Música ao vivo e quadrilha animaram os presentes. O bingo, com prendas de alto nível, era um dos espaços mais concorridos. Guloseimas? Bastava escolher uma das barracas: salgados variados, cachorro quente, pastel, lanche de pernil, lanche de linguiça, churrasco, pipoca, milho verde, amendoim, algodão doce, maçã do amor, morango no chocolate, canjica. Bebidas? Água, refrigerantes, quentão, vinho quente, cerveja ou chocolate quente. Brincadeiras? Diversão total com os recadinhos do correio elegante ou no espaço da argola, pesca ou derruba-lata. Entre uma barraca e outra, a novata, Maria de Fátima Tambourgi, demonstrava o bem que o trabalho lhe fazia. “Estou adorando!” Ela, que há três meses é colaboradora da entidade com seus trabalhos manuais em crochê e bordados, ajudou o tornar a festa melhor com sua contribuição. O mesmo aconteceu com a veterana Ivone Castro, coordenadora de 14 mulheres que integram o núcleo de trabalhos artesanais da Casa. “Em qualquer evento estamos presentes, pois a venda dos produtos é essencial para o trabalho que desenvolvemos junto as famílias carentes”, contou. Ao final, a diretoria de Os Seareiros agradeceu as pessoas que trabalharam como voluntárias para a realização desta festa e a todos que compareceram ao evento que, além de contribuir para as obras assistenciais da entidade, mostrou ser uma grande oportunidade para a prática do amor e da confraternização. 5 Missão N O resgate da história de Os Seareiros ada acontece por acaso. E nem as famílias pequeno. Mas o incentivo de Irmã Branca taram-lhe o interesse pela Doutrina, fazendo se constituem apenas pelo laço sangüíneo. os impulsionava. Em suas manifestações, com que ela buscasse instrução nos livros, em Verdadeiras famílias, unidas pelo Espírito, anunciavam o encaminhamento de muitos palestras e cursos oferecidos pela casa. Conformadas por encarnados e desencarnados trabalhadores para ajudá-los no atendimento. fortada pelos ensinamentos de Chico Xavier operando em sintonia, se juntam em torno de A pequena casa na esquina da Avenida Aqui- e pelos amigos espirituais da Casa de Jesus, um ideal para cumprirem a missão assumida dabã se consolidou como centro de assistênadotou o bordão “Tudo passa” que a ajuda a em nome de Deus. Algumas dessas famílias cia espiritual, ampliando suas atividades com superar as dificuldades e passou a ser lição e escolheram Campinas para implantar os três a realização de trabalhos mediúnicos, passes aprendizado para sua existência. pilares que sustentam a Doutrina Espírita: a às segundas-feiras, criação de biblioteca Na Casa encontrou o carinho, as palavras conCaridade, a Divulgação e o Aprendizado. circulante, e atendimento material à comunifortadoras e o abraço amoroso que acolhia Um lugar para praticar a Caridade e para dade carente. Juntaram–se ao grupo outras os assistidos sem distinção de cor, credo, sexo divulgar e aprender a Doutrina Espírita: assim entidades espirituais, como o Irmão Justino ou condição social. “Um lugar que só pregava nasceu a Casa de Jesus, inspirada pela Irmã e também a Irmã Josefa, que é voltada às o amor, a caridade e tinha respostas para Branca e pelas mãos e esforços de um peque- sessões de cura e atendimento aos enfermos. todas as dúvidas que me afligiam dentro de no grupo de médiuns, composto pelos casais Dona Martha recorda-se quando dividia seu minha religião – declarou – Para mim, ficou Sylvia e Orlando Paschoal, Mário e Geni Boari tempo entre os trabalhos de passe e o de bem claro que o objetivo da Casa era ajudar, Tasmassia e Ivone e Rildo Benzi e ajuda material. Dona sem a preocupação de que eu –ou os outros por Martha Cruz, Dirce Alcântara e que lá estavam – precisasse converter-me Algumas dessas famílias escolhe- Martha conta que, Wani Costa, em agosto de 1975. No juntamente com Dona ao Espiritismo”. Mas Maria Olívia tornou-se ram Campinas para implantar os três pilares que sustentam a inicio a pequena casa no 358 da Rua Sylvia, percorriam as ruas ferrenha seguidora dos ensinamentos da Doutrina Espírita: a Caridade, a Barão de Jaguará, bem na esquina do centro distribuinDoutrina. Buscou sustentação dos amigos Divulgação e o Aprendizado. com a Avenida Aquidabã, era sudo sacolas e pedindo espirituais para todas as dificuldades de sua ficiente para abrigar o trabalho medidonativos para as obras vida e tem a comunidade da Casa de Jesus único, sessões de passes magnéticos e de cura assistenciais e no dia seguinte retornavam aos como sua segunda família. O filho Claudio, já e assistência material aos mais necessitados. mesmos locais para a coleta. “A garagem da recuperado, cresceu na Doutrina e tornou-se, Com o tempo, como bem anunciara sua men- casa, recorda, era o lugar onde o voluntário na década de 80 , presidente da Mocidade da tora e idealizadora, as ações e atendimentos Paulinho fazia a separação dos donativos Casa de Jesus. da casa cresceram e um lugar mais amplo, que coletados para entregar aos assistidos.” O Em outubro de 1988, na inauguração do passou a sediar a Casa de Jesus, construída no espaço sediou a farmácia, a distribuição de Instituto Educacional Parthenon – fundado Jardim das Paineiras. mantimentos e enxoval de bebes para as pelos Seareiros para dar educação e contriTrinta e cinco anos depois, os espíritos pessoas que buscavam também o conformo buir na formação da conduta humanística e encarnados que contribuíram ativamente material. À medida que crescia o atendimento, espiritualista à crianças e jovens da comuniem diferentes períodos e formas para que a aumentava também o número de voluntários dade – Maria Olívia olhou para o balcão de inspiração de Irmã Branca tornasse realidade, e médiuns. atendimento de secretaria e se viu do lado relembram as situações que mais marcaram E foi numa segunda-feira, quando voltava de de dentro da sala. Foi um grande susto, mas esta ousada missão. Os Seareiros, grupo de um trabalho mediúnico da Casa de Jesus, que conversando com Dona Sylvia foi convencida médiuns reunidos na casa de um deles duran- Dona Martha, sentiu a força da promessa da de que esta seria sua missão. Demorou alguns te um trabalho mediúnico, receberam através mentora espiritual do grupo ao ver dias para assimilar o chamaAo ver que o anúncio de de Dona Sylvia Paschoal orientações ricas em dezenas de trabalhadores dedicados, Irmã Branca começava a se mento e atender ao convite, detalhes da Irmã Branca, para que criassem a deixando seus lares, para buscarem concretizar, não conseguiu mas depois que aceitou, ali conter a emoção e as lágri- permaneceu por dezoito Casa de Jesus, um local para dar atendimento conforto na Casa de Jesus e também mas iluminaram sua face. anos, até o encerramento espiritual e material à comunidade. para ajudarem na prática da caridade Dona Martha Cruz conserva acesa em sua material à comunidade. Ao ver que o das atividades do colégio. mente o inicio das atividades na casa da Barão anúncio de Irmã Branca começava a se Neste tempo, uma passade Jaguara, quando o espírito do Dr. Bezerra concretizar, não conseguiu conter a emoção e gem ainda a emociona muito. Caminhando de Menezes se manifestou inaugurando a as lágrimas iluminaram sua face. Emoção que pelo corredor do Parthenon, deparou com nova entidade. Foi um começo difícil, poucos a domina até os dias de hoje, quando vê que um homem enorme, vestindo túnica branca. passistas e muito trabalho para um grupo tão os objetivos da Casa, de divulgar as verdades “Não foi possível ver seu rosto, mas seus pés espirituais, estão sendo cumpridos. flutuavam — recorda – Gritei assustada atrain Compreender e resignar-se de que do a atenção de outros funcionários. Então fazemos parte de um processo evolutiouvi nitidamente uma voz que dizia para que vo e que nosso crescimento depende, eu não me assustasse, pois ele era o guardião muitas vezes, de passarmos por provas e da escola.“ Em conversa com Dona Sylvia, superações é um ensinamento da DouMaria Olívia ficou sabendo que o instituto era trina Espírita. Necessidade, dor, conflitos protegido por guardiões gregos. pessoais muitas vezes nos levam à busca Compromisso assumido em todas as ativide conforto espiritual. Com Maria Olívia dades que foram oferecidas dentro da Casa Melzer, não foi diferente. Integrou-se ao de Jesus, inicialmente dando passes, depois grupo há 34 anos e jamais pensou em dirigindo reuniões mediúnicas, captações e um dia sair. Um problema de saúde e de trabalhos de triagem nas comunidades assistimediunidade com seu filho Cláudio, endas é o que mantém José Roberto Gonçalves tão com três anos de idade, a levou , nos Pereira atuante e sempre presente desde anos 70, à procurar os trabalhos de Cura 1977. Indicado pelo amigo Wilson Ferreira de da Casa de Jesus. Pelas mãos de Dona Mello para procurar tratamento espiritual deDirce Alcântara, Maria Olívia começou a vido a mediunidade aflorada e incorporação participar dos trabalhos da Irmã Josefa. inconsciente, José Roberto logo se identificou Os quarenta dias de tratamento despercom a doutrina e passou a freqüentar a casa 6 e prestar serviços como voluntário na entidade. A oportunidade de estar reunido com os irmãos, encarnados ou desencarnados, voltados a prática do bem e comungando os mesmos ideais é motivo de plena satisfação do médium. Grato aos dirigentes à Espiritualidade e a alegria de fazer parte de um grupo atuante e divulgador da Doutrina é o fator que o mantém na Casa de Jesus há tanto tempo. Dentre as inúmeras razões ainda é das pessoas e coisas e mais se empenha que o prende a Casa e à Doutrina está a satisfaem ser livre de tais apegos para oferecer o melhor ção e o orgulho de ter sido escolhido para abrir a de si para a Vida. Na casa de Jesus, a médium conprimeira reunião mediúnica na sede das Paineiras. fessa sentir-se em casa, numa família, ofertando o Nunca desanimou e tem sempre consigo a alegria seu possível e “recebendo sempre muito mais que de poder servir ao invés de ser servido. o dobro”. É uma sensação muito gratificante e que Ao acompanhar uma amiga com sérios problemas não tem preço. emocionais, nas sessões de passe de cura, Doralice Levar o conhecimento Espírita a quem dá os Magalhães teve o primeiro contato com a Douprimeiros passos na Doutrina, auxiliando as trina Espírita e a Casa de Jesus, em 1977, ainda na pessoas a se descobrirem e a conhecer a Verdade é casa da Barão de Jaguara. Enquanto aguardava a um dos fatos que marcaram a Casa de Jesus para amiga ser atendida, apanhava e lia os livros espíriMarco Kairalla. Depois de peregrinar por diversas tas da biblioteca da Casa. As leituras despertaram casas espíritas, o trabalhador na Seara do Senhor maior interesse e ela passou a levar os livros para encontrou-se na entidade. ”Foi aqui onde fui casa a fim de ler à noite, muitas vezes melhor acolhido e onde senti atravessando a madrugada, sem Embora reconheça que Dona Sylvia abertura, qualidade nos servitenha cumprido sua missão na Terra conseguir parar. Sensibilizada parços oferecidos e um excelente e continue a trabalhar pela Casa no ticularmente pelas obras de André nível cultural nos trabalhaoutro plano, a amizade, o incentivo Luiz, Doralice descobriu-se Espírita. dores” — define. Começou e o otimismo que ela transmitia Em pouco tempo se propôs atuar na continuam em sua memória. na casa em 1995, cursou o Casa e foi encaminhada para o curso primeiro módulo e duas vezes de passes. Uma mensagem do Irmão o segundo módulo semestral, Justino a fez perceber que tinha mediunidade de então foi convidado para montar e ministrar o cura e poderia utilizar este dom para ajudar outros terceiro módulo. Ao mesmo tempo atuava nos trairmãos. Desde então, nunca mais parou. “As teias balhos da Casa e no PMJ, que acontecia no Colégio do amor que sempre recebi dos companheiros Parthenon nas manhãs de domingo. dos planos físico e espiritual, além do desejo sinA realização, ou como argumenta, a tentativa de cero de permanecer integrada a essa equipe irmã realização com o programa assumido na Espirie pela comunhão de ideais – definiu – é o que me tualidade antes de reencarnar, tem fundamental mantém trabalhando na Casa há tanto tempo.“ importância para Kairalla. A necessidade de De todo este tempo, só uma ponta de mágoa: sair realizar o que se espera de um trabalhador da instida casa pequena e tão amada da Barão de Jaguatuição e de saldar os vários débitos contraídos em ra. Ali, confessa, morava seu coração. A desilusão outras encarnações -- e também nesta vida -- são foi maior ao ver aquele local imantado de energias os fatores que o mantém a tanto tempo na Casa. superiores se transformar numa boate. Doralice “Cumpro esses compromissos assumidos antes confessa, foi difícil acostumar-se e aceitar essa de reencarnar sem aquele sentimento de estar realidade. Continua passar pela rua, a caminho pagando uma dívida. Tudo é feito com satisfação da sede das Paineiras e hoje olha para a casinha, e prazer. A maior razão mesmo é o prazer de fazer reformada e de cores vivas, atrevidas e chocantes, algo mais importante até que a minha atividade já sem a tristeza inicial, guardando na lembrança profissional e que pode me ajudar a ajudar os apenas a obra amorosa e fraterna que ali nasceu outros” há quase 35 anos e que, graças a Deus, continua Marco Kairalla presidiu, a convite de Dona Sylvia operosa em outros cantos que aprendeu a amar Paschoal, a Casa de Jesus e coube a sua gestão com a mesma intensidade. a decisão pela descontinuidade do Instituto Doralice se considera escolhida pela EspirituaParthenon, um fato que marcou muito sua vida lidade para atuar na Casa, como integrante da na Casa. Ele também se emociona ao lembrar do comunidade voltada para o bem e de poder desencarne de sua amiga e incentivadora. Embora desfrutar de inúmeras oportunidades para prática reconheça que Dona Sylvia tenha cumprido dos ensinamentos do Evangelho de Jesus: doação, sua missão na Terra e continue a trabalhar pela renúncia, perseverança, compromisso, responCasa no outro plano, a amizade, o incentivo e o sabilidade , gratidão, dentre outras. “Nada disso otimismo que ela transmitia continuam em sua – complementa – seria possível sem os compamemória. Ele admite que, algumas vezes, sentiu nheiros visíveis e invisíveis que nos conquistam e que quando as coisas ficavam pretas, seu comprose deixam conquistar”. É uma grande e valiosa tromisso com a Doutrina antecedia seu compromisso ca, eis sua maior satisfação. E quanto mais trabalha, com a Casa e que poderia trabalhar em qualquer mais aprende e vai descobrindo quão dependente outra entidade, caso tivesse algum problema com a equipe. Mas hoje não tem mais certeza disso. “Sinto que meu compromisso é com a Casa de Jesus mesmo”—finaliza. E para o futuro, Marco Kairalla espera fazer tudo o que estiver a seu alcance para contribuir como os objetivos da Casa. Usar sua experiência – que reconhece ser a experiência de um ser imperfeito em evolução — mas que já passa de quinze anos de trabalho, para contribuir com a continuidade dos bons serviços oferecidos pela Casa de Jesus. “Considero que os pontos principais a serem trabalhados sempre são a organização e a união fraterna entre os trabalhadores - conclui – o que, como conseqüência, proporcionam bons serviços para os freqüentadores, que poderão vir a ser os trabalhadores de amanhã.” Frases “Tenho vontade de pegar a mão de cada amigo espiritual que trabalha conosco (a Josefa, o Justino, a Branca e outros ) beijar e transmitir o meu amor e meu agradecimento por tudo que fazer por nós. Que Deus os abençoe e os ilumine cada vez mais.” Martha Cruz “A seriedade do trabalho desenvolvido pela Casa de Jesus, o comprometimento de seus dirigentes e trabalhadores com a Doutrina, são os alicerces que me mantém ligada a entidade.” Maria Olívia “Reconheço as dificuldades que a Casa de Jesus encontra para ampliar espaços e arregimentar mãos e corações correspondentes para grandes realizações, porém aspiro ve-la cada vez mais capaz de acolher nossos irmãos sofredores, encarnados e desencarnados, oferecendo-lhes esclarecimentos, consolo e estímulo, com base no Evangelho que nos ensina a amar e na Doutrina Espírita que desperta as consciências para as realidades da Vida.” Doralice Magalhães “Espero poder realizar o que estiver ao meu alcance para servir, para que a Casa de Jesus continue cumprindo da melhor maneira, a finalidade para que foi criada, em nome do Senhor Jesus.” José Roberto Gonçalves Pereira. “Na Casa de Jesus, as pessoas são interessadas e mantém um bom nível de discussão e estudo. Isso é difícil de encontrar, pois, os trabalhadores de casas espíritas, embora saibam da necessidade e importância, não são, de modo geral, de se dedicar muito aos estudos e pesquisa. Isso me dá muita satisfação . É claro que essas mesmas pessoas tem lá suas imperfeições, tanto quanto eu também as tenho, mas o estudo e dedicação tem feito com que tudo seja superado.” Marco Kairalla 7 Aquelas noites de segundas-feiras A lembrança me remete, com um misto de saudade e alegria, àquelas noites de segundas- feiras lá na Barão de Jaguara, onde com a minha família conheci os trabalhos da Casa de Jesus. Começamos a participar com assiduidade dessas reuniões onde recebíamos passes, ouvíamos o Evangelho e, em seguida, as comunicações psicofônicas de D. Sylvia, que nos trazia sempre grandes ensinamentos espirituais. Foi ali que tudo começou... As reuniões eram iniciadas com a explanação do Evangelho . Uma senhora de semblante amoroso, de olhar cativante, de energia contagiante, com palavras seguras e ternas acerca do Evangelho de Jesus , e da doutrina consoladora, me envolvia numa sensação nunca antes experimentada . Era pura emoção. Não conseguia descrever e muito menos definir o que era aquela sensação. Paz? Alegria? Confiança? Amor? Entusiasmo? Assim acontecia todas as segundas- feiras. Era muita emoção! E eu me questionava o porquê de tudo isso. Por que meus olhos marejavam ao ouví-la e me sentia gratificada ? Até que um dia , ou melhor, numa noite, me aproximei desta senhora e expus a minha sensação, os meus sentimentos, indagando a ela o que era isso que eu sentia quando a ouvia falar . Com muita paciência , amor e atenção ela me falou das afinidades e me convidou a estudar. Assim eu fiz, e logo em seguida aquela senhora convidou-me para o meu primeiro trabalho na CJ : As palestrinhas da Captação. Então, comecei a trabalhar nas palestras e fui me desenvolvendo nos trabalhos da Casa, tendo o privilégio de atuar em alguns setores onde a união fraterna dos seus trabalhadores é a mola mestra que move essa oficina da vida. É assim que eu vejo a Casa de Jesus. Hoje, muitos anos já se passaram daquelas noites de segundas- feiras na Barão de Jaguara. Vejo noutras noites, muitos trabalhadores e irmãos devotados que se reúnem e prosseguem contagiando a todos com dedicação e coragem, a edificação deste reduto de amor aqui plantado há 35 anos . Recordo-me sempre com muito carinho daquela senhora, que foi a responsável pelo meu desenvolvimento espiritual . Foi a responsável por eu poder dizer que sou hoje aprendiz do Evangelho de Jesus. Foi responsável por eu estar hoje escrevendo este texto tão singelo, com o intuito de dizer a ela : - Ivone Pellegrina Benzi , meu coração é eternamente grato à senhora, por ter naquela longínqua noite de segunda- feira me ouvido e me convidado a estudar. Obrigada Ivone por tudo o que a senhora me proporcionou a aprender , trabalhar e desenvolver nesta Casa de Jesus. Que Deus a abençoe sempre! Marcia Aladir Agnelo Oliveira Conheça o Grupo da Costura U m grupo ativo e que está em atividade há 25 anos na Casa de Jesus é o grupo da costura, que trabalha com a confecção de enxovais de bebê que são doados todos os meses para mães carentes. Aproveitando as comemorações dos 35 anos de Os Seareiros, as integrantes deste trabalho convidam as pessoas interessadas em conhecero grupo para comparecer à Casa de Jesus, às segundas-feiras, das 13h30 às 16h30. É preciso destacar que este grupo é muito unido e, sob a proteção do Espírito Meimei, faz um trabalho exemplar. As voluntárias agradecem aos colaboradores que enviaram cobertores, flanelas, malhas, sapatinhos, paletózinhos de lã e aviamentos, viabilizando a ação mantida pelo grupo. 8 Psicografia A Cidade de Delphis T al como vocês estive também em Delphis. Não sei bem porque me levaram até lá, mas creio que não por merecimento, mas pelo simples fato de que a minha sintonia com a médium me permitiria uma comunicação fluente das impressões que ali colhesse. Com o auxílio do Irmão Justino e da nossa querida Meimei lá se foi o velho, levitando por aí a fora. À distância, vislumbrei uma claridade azulada. Ali situava-se Delphis, o grande lar das crianças desencarnadas. Mas conforme me aproximava, essa claridade se transmudava em um sol, para mim diferente, pois o mesmo parece aquecernos, sem, no entanto queimar-nos. Na entrada da cidade vemos um grande arco, que me faz lembrar o Arco do Triunfo na França. Sobre o mesmo estão inscritas expressões belíssimas que, noutra oportunidade, procurarei lembrá-los. Ultrapassando este arco majestoso, encontramonos uma alameda arborizada ladeada de arvores graciosas e floridas, num espetáculo natural luxuriante. O multicolorido, aquela profusão de flores, produziram-me uma sensação de admiração. Muita flor. Muita natureza. Dir-se-ia que um artista exímio realizou em alto relevo concretamente um verdadeiro sonho pictórico. Contrastando, no entanto, com esse espetáculo, de verde e multicolorido de pedras preciosas, as casas são todas imaculadamente brancas. E um suave perfume exala penetrando, toda Cidade. Receberam-nos carinhosamente e convidaramnos para visitá -la. As casas são de uma funcionalidade original, sem que no entanto, essa funcionalidade sacrifique o pendor dotado para a realização do belo arquitetônico. Notei que o piso e as paredes não pareciam feitos de material a que estou acostumado a ver, mesmo no plano em que atualmente habito. Mas o que mais me impressiona nestes ambientes extraordinários são aqueles encarregados de tomar conta de Delphis. São imensamente joviais e comunicativos. Parece que eles têm o dom de penetrar os nossos pensamentos e adivinhá-los para que nos sintamos bem. Tive oportunidade de ve-los tratar as crianças. São afáveis, mas firmes e toda decisão tomada, quase que automaticamente, é acompanhada de uma prece de agradecimento ao Alto pela intuição recebida. É como se fizessem questão de realizar algo, mas com Espírito aberto para a supervisão de Espíritos Angélicos. O dinamismo não bloqueia o Espírito para a receptividade dos avisos celestes. Não contam, pois, com o preparo que tiveram para ingressar naquela comunidade, mas também, em perder a humildade com a proteção do Alto. Os parques infantis, apesar de terem algo de semelhança com o que se faz na Terra, têm tamanha profusão de brinquedos e divertimentos, que em comparação com os da Terra, acabam ficando só mesmo na semelhança. Notei que as crianças se conservam descalças quando estão no Parque. Entre as próprias crianças, existe um grande respeito mutuo, a ponto de os mais velhos terem se tornado PEQUENOS CHEFES ORIENTADORES DOS MENORES. São, portanto, os mais velhos responsáveis pelos menores e comandam até seus brinquedos, Com isso parecem se sentirem importantes. Em Delphis existe um templo de Prece que, realmente, não poderia chamar-se de templo a nossa moda, pois são apenas pergolados em que as trepadeiras floridas se enroscam. Esta espécie de caramanchel cerca um enorme gramado aonde as crianças se reúnem em horas diurnas e os adultos em hora noturna para as preces. Ao ver um templo deste tipo original, perguntei se lá chovia e o que acontecia quando, nas reuniões, isto acontecesse. Mostraram-me então um dispositivo prático e protetor que saia das colunas quando chovia. Parecia um material plástico que se desenrolava e se convertia em teto impermeável e transparente. No entanto, o Guia diante de nossa surpresa, de tão tênue anteparo fluvial, adiantounos que ali chove urna garoa das terrenas, que é o suficiente para beneficiar as plantas, o solo e equilibrar a unidade atmosférica desejável. Isto me levou a perceber, mesmo em virtude de outras incursões no astral, que tal seja o ambiente espiritual, tal será a atmosférica. Só existem violências da Natureza, onde as virtudes do Espírito são violentadas. Se o meu pendor, especialmente, é a musica, fiquei verdadeiramente extasiado com o orfeão infantil Delphis. Aquelas adoráveis crianças não pronunciam palavras, EMITEM SONS SUAVES QUE SE CONFUNDEM COM OS INSTRUMENTOS TOCADOS pela sinfônica juvenil. No próximo sábado lhes trarei mais detalhes de Delphis, se assim for determinado pelos dirigentes. Médium: Silvia M. Cruz Data: 14/10/67 9 Lembranças Deus e os olhos azuis “Q uando eu posso sentir que sou um verdadeiro espírita?” Essa pergunta me foi feita por uma jovem menina de olhos azuis, durante uma entrevista na Casa de Jesus. Foi uma pergunta inusitada e inesperada. No momento, duvidei que ela desejasse de mim uma resposta profunda. Parecia mais um treinamento em técnica de entrevista, exigido no seu curso de jornalismo da universidade. Não posso negar, entretanto, que a pergunta, era pertinente. Olhei bem nos seus olhos azuis: eram inquietos e belos. Decidi responder. Afinal, sentir-se verdadeiramente espírita é, sem duvida, uma sensação profunda de felicidade para a alma, na medida em que se põem em pratica os ensinamentos espíritas. O exercício da caridade, por exemplo, é ensinado no Espiritismo. Nos primeiros momentos parece ser apenas uma atitude de auxilio aos necessitados. Porém, praticando-a continuamente, sentimos um desprendimento pessoal, como se nos libertássemos do egoísmo latente em busca de um amor maior. Neste movimento de servir o próximo, percebo que a vida tem um sentido maior, que não está em mim e nem no outro, mas no encontro de nós dois. É neste encontro que sinto Deus dentro de mim. Portanto, minha filha, você só poderá sentir Deus dentro de si. Foi esta minha resposta à pergunta da menina. Seus olhos, agora incrivelmente azuis, encheram-se de lágrimas, que rolavam por seu rosto infantil. Ela se levantou, beijou-me fraternalmente e me disse: Era esta a resposta que eu necessitava. E foi embora. Infelizmente, ela não viu que eu também chorava, pela maneira simples com que Deus revelava-se a mim. As religiões do meu passado disseram-me que Deus vivia no infinito azul do céu. Por mais que eu procurasse, nunca encontrei esse Deus. Ele, que sempre se ocultou de mim, quando eu o procurei no infinito azul do céu, de repente, numa casa Espírita, Ele se revela no azul dos olhos de uma menina. Como é bom ser espírita, para poder sentir Deus num fato tão simples como este! Deus é simples. Rildo Maciel Benzi Oficina da Maturidade A oficina da maturidade vem somar aos trabalhos da casa com o objetivo de reunir os idosos para reflexões do evangelho, atividades de artes, exercícios físicos, música e palestras. Este projeto que já estava traçado pela vontade de algumas trabalhadoras da evangelização de espíritos, veio se concretizar em agosto de 2008. Nossos encontros são realizados aos sábados das 16:10h às 17:10h e dentro desta programação acontecem as palestras que trazem temas pertinentes aos idosos. Temas preparados por profissionais da área da geriatria e gerontologia, que vem esclarecer e informar os idosos, cuidadores e familiares. No sábado (12/06) dia dos namorados, o tema abordado foi o amor na terceira idade, ministrado pelos “nossos” queridos Dr. Jamiro e sua esposa Suely. Encontro com reflexões, mágicas, músicas e danças. Histórias contadas por Suely, que nos levam a viajar no tempo e em nossas boas lembranças. Quero deixar aqui o meu agradecimento a eles que nos acolhem com a sua alegria e vibração amorosa, que nos fazem rir e chorar de emoção e a saímos da palestra com aquela sensação de que valeu. Sempre levamos com a gente um aprendizado. Quero agradecer a todos que participaram e informar que semestre que vem tem mais. Ate breve. Renata Miachon Oficina da Maturidade 10 Palestras de agosto e setembro Agosto 04 Heloisa Pires Curso Dinâmico de Espiritismo 15 Emanuel Cristiano 21 Maria Fernanda Kawabata 25 Tema Livre Nutrição no envelhecimento Beth Lamas Nos Reinos da natureza....Afinal quem somos? Setembro 01 Claudia Barbieri 12 Therezinha Oliveira 22 Mediunidade: Caminho para ser feliz Leila Mendes da Rocha Abreu O Reino dos Céus E o Semeador Saiu a Semear ..... Cursos de agosto Cursos Semestrais O Passe segundafeira 2 de agosto – 14hs Sala 83 - Espaço Parthenon O Passe terçafeira 3 de agosto 20hs sala 58 – Espaço Parthenon O Diálogo terçacom os feira Espíritos 3 de agosto 20hs Sala 83 – Espaço Parthenon Conduta Espírita 5 de agosto 20 hs Sala 83 - Espaço Parthenon quintafeira Para participar do curso de Conduta Espírita faça sua inscrição antecipada na secretaria. Cursos Anuais para as turmas que iniciam em Agosto de 2010 – dia 5 de agosto 1° Módulo quinta-feira 20hs Salão das Paineiras 2° Módulo quinta-feira 20hs sala 85 ab - Espaço Parthenon 3° Módulo quinta-feira 20hs sala 84 - Espaço Parthenon Livro dos Espíritos quinta-feira 20 hs sala 86 A - Espaço Parthenon Observação: Os cursos que iniciaram em fevereiro terão continuidade a partir de 2 de agosto. Atendimento Central de Voluntários Venha conversar com a gente e conhecer as diversas áreas de atuação do nosso voluntariado. Teremos o prazer em ajudá-lo a encontrar o trabalho que melhor se ajusta às suas expectativas e disponibilidade! Local: Salão Paineiras Horário: segundas-feiras, das 19h30 às 21 horas www.seareiros.org.br Visite o site do Seareiros e fique bem informado sobre as ações da Casa! Passes na Casa de Jesus Dia Locais / Horários Paineiras Magnético/Cura Seg Magnético/Cura Magnético Palestra Magnético Ter Magnético Qua Magnético/Cura Qui Magnético/Cura Magnético Sex Magnético Magnético Sáb Cura Magnético General Carneiro 8 às 10 h 14 às 16 h 20 às 21 h 19h30 8 às 10 h Magnético 8 às 10 h 14 às 16 h Magnético 8 às 10 h 8 às 10 h 14 às 16 h 8 às 10 h Magnético 8 às 10 h 14 às 16 h 8 às 11 h 8 às 10 h 14 às 16 h Passes domiciliares para doentes impossibilitados de se locomoverem