Com os Discípulos de Emaús os Jovens caminham da desilusão à esperança No texto de Lucas 24, 13-35 acompanhamos a narrativa dos discípulos de Emaús, e queremos traçar um breve paralelo entre uma das primeiras aparições de Jesus ressuscitado e nossa realidade, em especial a realidade Juvenil O texto está situado logo após o assassinato de Jesus por parte dos chefes dos sacerdotes e romanos. Nesse contexto, dois dos discípulos de Jesus saiam de Jerusalém em direção a Emaús. Neste momento os discípulos estavam sem esperança, cheios de angustias e temores, fruto das experiências que haviam vivido nos últimos três dias. Realidade dos discípulos de Emaús e a Juventude de hoje Postura de Jesus Realidade Juvenil Questionamentos Olhando para nossa Juventude, podemos dizer que muitos de nossos jovens se encontram nas mesmas condições daqueles dois discípulos, ou até piores, pois muitas vezes nem têm a chance de decepcionarem-se com algum projeto de vida. Mesmo não sendo reconhecido. Jesus se aproxima da realidade dos discípulos e caminha para o mesmo rumo junto com eles. No mundo juvenil vemos que os sonhos e desejos estão ligados aos meios apresentados como caminhos para ser feliz. Pesquisa realizada pelo jornal Folha de São Paulo, que tinha como pergunta: Qual o seu maior sonho? Feita no ano de 2008 , com aproximadamente 1500 jovens, de 168 municípios brasileiros. Revela o quanto os sonhos “projetos de vida” de muitos jovens estão ligados a uma busca pelo “TER”. (gráfico) Se por um lado a sociedade impulsiona a juventude a sonhar dentro dos caminhos que julga ser os únicos para ser feliz , não realizar esses sonhos geram as grandes frustrações. Diante da cegueira e frustração dos . discípulos, Jesus os questiona, quer ouvi-los. Essa postura de Jesus nos provoca hoje a pensar: Quem ouve a juventude? Quando e com quais intenções os jovens são ouvidos? Para Jesus os discípulos contaram o que aconteceu, quais eram seus sonhos e angustias. E a juventude hoje tem esse mesmo espaço de dialogo? A realidade que abalou os discípulos foi o . assassinato brutal de Jesus, a mesma brutalidade que ainda mata sonhos, projetos e novidades que nascem com a juventude. Conforme dados do mapa da violência de 2011, para cada 100 mil brasileiros entre todas as idades 27,1 são assassinados; já para cada 100 mil jovens brasileiros 53,4 são assassinados. Os homicídios são hoje a principal causa de morte de jovens no Brasil. É como se ocorressem mais de 70 tragédias . como a da boate Kiss, de Santa Maria-RS, por ano no Brasil. Desses jovens mortos, 76,6% são negros, 91,3% do sexo masculino, e na sua maioria moradores da periferia dos centros urbanos. Isso sem contar os milhares de jovens que sofrem com a violência psicológica imposta pelos padrões sociais e pela mídia, além daqueles que perdem suas vidas no trânsito. Mais adiante no texto bíblico, Jesus da um passo . e, explica as escrituras. Resignifica a palavra de Deus para aqueles homens. A juventude em nossos dias, clama por vida, por um projeto de plenitude e, para isso, é preciso investimentos afetivos e efetivos. É preciso considerar o jovem como um todo. Faz-se necessário estar atento a cinco dimensões: psicoafetiva, psicossocial, mística, sociopoliticaecológica e capacitação metodológica. Ao fim da caminhada os discípulos dizem ao Homem: “fica conosco, pois já é tarde e a noite já vem chegando” Era bom estar com aquele Homem até então estranho à eles . Nele se via a esperança e o ânimo renovando-se. . Jesus era leve, não exigia, não clamava desesperado por números de fiéis, nem por resultados estruturais. Jesus era “ouvidos” e compreensão da realidade, que ali ganhava luz com sua presença. . Como a Igreja e a sociedade como um todo, vem sendo com a juventude? Em relação a essa postura de Jesus, como essas instituições estão agindo? Impõe seus desejos ou ouvem, acompanham e provocam? . O grande momento se deu quando o Homem sentou-se com eles e partiu o pão, o Pão da Vida, sinal do projeto que se faz vivo em Jesus. Eles reconheceram Jesus na memória da experiência que tinham tido com Ele. É na coerência fé e vida que os discípulos tiram a dúvida: aquele Homem, o peregrino, era Jesus! E viu-se que Jesus não se tornaria lenda, mas sim amor, espírito e vida, Ressuscitado e clamando por continuidade de ressurreição! Naquele momento o pão se fez carne e a carne deveria se fazer pão que os sustentassem na missão. .A grande certeza é que Cristo vive e é missão da Igreja anuncia-Lo. Para isso, precisamos estar abertos às experiências de Deus e, e sem duvida a juventude e suas realidades são campos infinitos para ver o Divino, basta “abrir os olhos” e ver o teológico que habita nos jovens. Precisamos ver Jesus nos jovens e abraçar junto com eles a missão. A juventude é a fase do êxodo, do criar autonomia, e essa dinâmica impulsiona toda a sociedade. A saída do cotidiano que assusta, ao mesmo tempo faz crescer e gera novos paradigmas. . Por fim, aparece a atitude dos discípulos que reconheceram o Mestre ao longo do caminho e voltaram para assumir a missão. Para Jerusalém, lugar da cruz e do velho sistema que grita por mudanças, os discípulos retornaram, indo ao encontro do grupo de seguidores para anima-los com o seu testemunho da ressurreição. . A juventude vive em grupo, e é a partir da vida comunitária que queremos anunciar Cristo na juventude, e com Ele, todos somos chamados, a crescer em tamanho, sabedoria e graça.