2 São Luís, 24 de novembro de 2015. Terça-feira O Estado do Maranhão CIDADES Fotos/De Jesus Trecho da Av. General Arthur Carvalho é obstruído Aluna da UEB São José foi atropelada em frente à escola; Avenida dos Franceses foi cortada por obra da Caema O trecho da Avenida General Arthur Carvalho que fica em frente à Unidade de Educação Básica (UEB) São José foi obstruído ontem, após um acidente de trânsito envolvendo uma das alunas da escola. Pais de estudantes da unidade de ensino abriram duas valas na via, em protesto pelo ocorrido e para impedir que outros veículos continuassem passando em alta velocidade no trecho. Segundo moradores da região, o acidente envolvendo a estudante aconteceu há oito dias. A garota de 11 anos teria sido atingida por um carro ao atravessar a pista. Com o impacto, ela foi lançada metros à frente e quebrou um braço e uma perna. Felizmente, hoje a criança já está se recuperando em casa. A comerciante Joana da Conceição lembra que esse não foi o primeiro acidente ocorrido no trecho. De acordo com ela, o risco de incidentes aumentou desde que a via passou por recuperação asfál- CTB Sinalização em via Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o órgão de trânsito com circunscrição sobre a via é responsável pela implantação da sinalização, respondendo pela sua falta, insuficiência ou incorreta colocação. tica. No mês de maio, a Prefeitura de São Luís iniciou um trabalho de pavimentação de ruas e avenidas na capital maranhense, incluindo a Avenida General Arthur Carvalho – importante via, que interliga o bairro do Turu ao Miritiua e à Maioba, com acesso ao município de São José de Ribamar. Apesar de a via ter sido entregue em perfeito estado para os veículos, os pedestres não foram prio- rizados nos serviços de urbanização. Nas proximidades da escola, não há faixa de pedestres, placa de “Pare” ou um redutor de velocidade, como um quebra-molas. Por isso, os carros passam pelo trecho em alta velocidade. Para impedir que isso continuasse acontecendo, pais de alunos cortaram o asfalto em dois pontos da avenida, abrindo duas valas. Mas, ainda assim, alguns condutores insistem em transitar em alta velocidade pelo local. Os pais e moradores da região reivindicam a implantação de quebramolas na via. “Se alguém não tomar uma providência, vão acontecer mais acidentes. A travessia está muito perigosa”, disse Joana da Conceição. Engarrafamentos Já na Avenida dos Franceses, em frente ao 9º Batalhão de Polícia Militar, uma obra deixou parte da avenida com o asfalto cortado. Com uma vala obstruindo a via de um lado a outro, os engarrafamentos ficaram mais in- Moradores estão sem água no Ivar Saldanha Abastecimento, que era feito por rodízio em dias intercalados, passou a ser feito somente durante a madrugada, causando transtornos no bairro De Jesus Moradores da parte alta do bairro Ivar Saldanha estão há dois meses convivendo com o abastecimento irregular de água. Na Rua Dr. Emiliano Macieira, os moradores estavam acostumados com a água nas torneiras em dias alternados. Agora, é preciso levantar de madrugada para guardar em depósitos a pouca quantidade do produto que ainda chega às torneiras. “Quando dá 1h, ou 2h no máximo, eu levanto da cama e começo a guardar água. Aí, quando dá 6h, para de cair água da torneira”. O relato é de Mário Clésio Maciel dos Santos, mas é comum entre muitos moradores da Rua Dr. Emiliano Macieira, uma ladeira íngreme. Muitos têm passado pela mesma experiência, desde que o abastecimento caiu drasticamente. Além de sacrificar a noites de sono para garantir um pouco de água, as pessoas ainda estão gastando dinheiro para comprá-la, pois a que ainda sai nas torneiras não é suficiente. É o que acontece com a moradora Maria Raimunda Moura. Como a água do abastecimento da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) só garante metade da caixa d’água cheia, ela sempre precisa comprar o restante. “A gente está tendo que comprar água tanto para beber como para fazer as coisas de casa. Mil litros custam R$ 35, e a gente vai economizando para durar”, disse. Como a moradora ressalta, o problema maior é quando não há dinheiro para comprar a água. “Quando não tem, é o jeito sair pedindo nos vizinhos para encher as garrafas de refrigerante, ou a gente junta os trocados para comprar e dividir um pouquinho para cada”, lembrou Maria Raimunda Moura. Morador colocou a caixa na porta para dar água do poço a vizinhos Quando dá 1h, ou 2h no máximo, eu levanto da cama e começo a guardar água. Aí, quando dá 6h, para de cair da torneira” MÁRIO CLÉSIO MACIEL DOS SANTOS Morador da Rua Dr. Emiliano Macieira Solução O funcionário público João Matos é um dos moradores que socorrem os vizinhos quando eles não têm como comprar água. Cansado de esperar por uma solução da Caema para o abastecimento do bairro, ele decidiu perfurar um poço em sua casa para resolver o problema da falta d’água. “Já tinha pensando em sair daqui por causa disso. A Caema já veio aqui algumas vezes e furou alguns buracos, mas não conseguiu resolver o problema. Por isso, furei o poço”, afirmou. Ele lembra que gastou R$ 15 mil na obra, um custo alto com a mão de obra e o processo de legalização. O próprio processo de liberação com os órgãos competentes também demorou cerca de um mês, mas hoje ele não vê mais o abastecimento de água como motivo para deixar o bairro. “O meu problema, pelo menos, foi resolvido. Às vezes, os vizinhos pedem, e eu não posso negar água para outra pessoa”, disse. A Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) informou, em nota, que está fazendo manobras e intervenções na rede para melhorar o abastecimento de água no bairro Ivar Saldanha. O problema tem sido ocasionado pelo baixo nível do reservatório Batatã, no Sistema Sacavém, o que afeta a produção de água para abastecimento da região central e bairros do entorno. Para reforçar o abastecimento de água, a Caema perfurou seis poços na região central. Quatro deles já estão em operação nos bairros de Fátima, Monte Castelo, Vila Passos e Praça da Misericórdia. Nos próximos dias, entrarão em operação os poços do Outeiro da Cruz e Parque do Bom Menino. O poço do Outeiro da Cruz, por exemplo, vai reforçar o abastecimento no bairro Ivar Saldanha, pois tem vazão de 80 mil litros de água por hora. Vala foi escavada na Avenida General Arthur Carvalho para evitar que veículos passem em alta velocidade Na Avenida dos Franceses, depois que O Estado verificou o problema, a Semosp fechou a vala na via tensos. De acordo com comerciantes, a vala foi aberta na quinta-feira, dia 19. Apesar dos serviços estarem concluídos no local, o asfalto não tinha sido reparado, até a manhã de ontem. A Avenida dos Franceses tem trânsito intenso durante grande parte do dia, e os engarrafamentos são recorrentes. Com o buraco aberto de um lado a outro da pista, os condutores precisam reduzir a velocidade, o que deixa o trânsito lento e provoca engarrafamentos em horários de pico. Os transtornos são muitos, e até ontem não havia sinal de que o trecho seria recuperado. Após a passagem de O Estado pela Avenida dos Franceses e solicitação de nota, a Secretaria Municipal de Obras e Serviços (Semosp) enviou uma equipe ao local e fechou a vala que prejudicava o trânsito. A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informou que toda a via citada foi asfaltada e devidamente sinalizada. A SMTT frisou ainda que vai enviar equipe para apurar o problema ocorrido e adotará as providências necessárias para a melhoria da segurança dos pedestres que transitam na região.