Seminário sobre a Propriedade Intelectual na China Continental, na Região Administrativa Especial de Hong Kong e na Região Administrativa Especial de Macau - 2001 Realizou-se nos dias 17 e 18 de Dezembro de 2001, na sala "Lótus", no 5º andar do Edifício World Trade Center, o Seminário subordinado ao tema: "Propriedade Intelectual na China Continental, na Região Administrativa Especial de Hong Kong e na Região Administrativa Especial de Macau - 2001", organizado conjuntamente pelo Gabinete de Estado para a Propriedade Intelectual (State Intellectual Property Office) da RPC, pela Direcção dos Serviços de Economia da RAEM e pelos Serviços da Propriedade Intelectual (Intellectual Property Department) da RAEHK. Tendo em conta as tendências recentes do desenvolvimento da propriedade intelectual destes três locais e a necessidade de abordar as questões que merecem mais atenção, o seminário visou, através do intercâmbio de experiências entre os três locais relativamente à protecção da propriedade intelectual, incentivar o respectivo desenvolvimento e aperfeiçoamento da protecção à propriedade intelectual e promover o respeito pela propriedade intelectual, criando condições mais favoráveis para o desenvolvimento económico dos três locais. A cerimónia de inauguração do seminário foi presidida pelo Dr. Tam Pak Yuen, Secretário para a Economia e Finanças. O discurso de inauguração foi proferido pelo Dr. Sou Tim Peng, Director Substituto da Direcção dos Serviços de Economia, pelo Dr. Yin Xintian, Director Geral do Departamento de Tratados e Leis do Gabinete de Estado para a Propriedade Intelectual (Treaty and Law Departament of the State Intellectual Property Office) da RPC e pelo Dr. Stephen Selby, Director dos Serviços da Propriedade Intelectual (Intellectual Property Department) da RAEHK. O seminário foi dividido em cinco sessões tendo sido abordado um tema diferente em cada uma delas. No primeiro dia, foram abordados dois temas de manhã e outros dois à tarde, sendo a última sessão do seminário realizada no segundo dia. 1 A primeira sessão teve como tema "Os Recentes Desenvolvimentos da Protecção às Patentes" e foi presidida pelo Dr. Hu Zuochao, Director Geral do Departamento de Coordenação e Administração (Coordination and Administration Department) do Gabinete de Estado para a Propriedade Intelectual da RPC. O Dr. Yin Xintian, Director Geral do Departamento de Tratados e Leis do Gabinete de Estado para a Propriedade Intelectual, apresentou a sua comunicação intitulada "A Recente Evolução do Regime Internacional de Patentes". Segundo o orador, depois da celebração do Acordo sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relativos ao Comércio, houve mudanças e evolução na lei sobre patentes (e.g. alguns conceitos sofreram alterações). Tendo em conta a referida evolução, o orador considera que os países devem: 1. Coordenar melhor as leis sobre patentes (principalmente quanto às matérias relacionadas com o sujeito patentável e com o período de graça para a novidade, pois, os países têm opiniões diferentes sobre a adopção do período de graça geral ou do período de graça restrito); 2. Unificar o sistema de apreciação das patentes. O sistema actual de apreciação das patentes de cada país é independente dos outros, o que causa inconveniência ao requerente que deseja gozar da protecção à patente em países diferentes, uma vez que precisa de apresentar vários requerimentos. Nestes termos, os E.U.A. e outros países desenvolvidos estão a promover activamente o estabelecimento dum sistema de patente universal ou internacional, mas cada país tem uma opinião diferente quanto a esta matéria. Finalmente, depois de falar sobre as tendências da evolução do regime de patente internacional e do facto de alguns países proporem o estabelecimento dum sistema de patente internacional, o orador afirmou que esta questão é muito sensível, pois implica a soberania dos países, faltando ainda um longo caminho a percorrer para a realização deste objectivo. No entanto, o processo já começou. É uma questão à qual os países dão grande importância. Em seguida, o Dr. Kwong Chi Keong, Presidente do Grupo Hong 2 Kong da Associação dos Agentes da Patente Asiática (APAA Hong Kong Group) apresentou a comunicação intitulada "Os Recentes Desenvolvimentos da Protecção às Patentes na RAEHK". O orador começou por fazer uma introdução na qual fala das diferenças na aplicação das regras da patente antes e depois da unificação de Hong Kong. Antes da unificação, em conformidade com a legislação da Inglaterra e das convenções internacionais a que ela aderiu, desde que o requerente preenchesse os requisitos e tivesse requerido o registo da patente no estrangeiro, a protecção da sua patente seria estendida a Hong Kong. Depois da unificação, no entanto, nos termos da Lei Básica, passou a ser da competência do órgão legislativo de Hong Kong o estabelecimento do regime jurídico sobre o direito à patente. O orador falou ainda da forma de protecção e aplicação da patente padrão (standard patents) e da patente a curto prazo (short-term patents), referindo que, para facilitar a entrega do requerimento, o Registo de Patentes (Patents Registry) funciona 24 horas por dia. Finalmente, o orador chamou a atenção para alguns problemas existentes no regime de patente de Hong Kong que surgem com litígios sobre o direito à patente. A segunda sessão, cujo tema foi "As Questões Relacionadas com a Aplicação das Leis da Propriedade Intelectual", foi presidida pela Dra. Ella Cheong, Presidente do Comité da Propriedade Intelectual da Associação de Direito (Intellectual Property Committee of the Law Society) da RAEHK. O primeiro orador, o Dr. Chen Jinchuan, Vice-Presidente do Tribunal da Propriedade Intelectual do Tribunal Popular Superior de Pequim, apresentou a comunicação intitulada "Base para o Julgamento dos Casos de Direitos de Autor numa Nova Era de Tecnologia". Segundo o orador, o Direito de Autor revisto acompanha melhor o desenvolvimento das novas tecnologias, tendo acrescentado mais disposições sobre o direito de divulgação na rede informática e sobre protecção de informações e tecnologias, conferindo um fundamento jurídico ao julgamento pelos tribunais da RPC dos casos sobre o direito de autor na rede informática. Segundo o orador, antes disso, os tribunais da RPC já tinham julgado muitos casos sobre o direito de autor na rede informática. Para o orador, existe uma relação de causa e efeito entre as práticas judiciárias anteriores 3 relativas ao julgamento dos litígios sobre o direito de autor na rede informática e as revisões ao direito de autor. O segundo orador, o Dr. Li Qunying, chefe de divisão do Departamento de Política e Lei da Administração Geral das Alfândegas, falou sobre a "Defesa dos Interesses Públicos e a Protecção à Propriedade Intelectual". Os dois objectivos principais do trabalho da alfândega são: proteger a propriedade intelectual e defender os interesses públicos. Para satisfazer as pretensões referidas, a pressão exercida sobre a Alfândega é pesada. A seguir, o orador falou sobre o processo de aplicação da Legislação de Protecção Alfandegária à Propriedade Intelectual na Alfândega da RPC, levantando algumas questões, tais como: Poderá o pessoal da Alfândega deter as mercadorias? Como é que se pode prevenir o abuso do poder alfandegário? Etc. O orador sugeriu que numa futura revisão da legislação, deverá ser atribuído à Alfândega o poder de intervenção activa nalguns casos, aumentando assim o poder de inquérito da Alfândega e atenuando o encargo económico do titular do direito de propriedade intelectual. O terceiro orador, o Dr. Vincent Y. K. Poon, Director-geral adjunto dos Serviços de Alfândega da RAEHK, abordou o tema "Obstáculos Enfrentados na Aplicação da Legislação da Propriedade Intelectual". O orador falou sobretudo da situação da aplicação da lei no contexto das actividades de combate à pirataria e dos problemas enfrentados pelos Serviços de Alfândega de Hong Kong. Neste aspecto, os Serviços de Alfândega de Hong Kong tiverem êxito, mas este êxito não foi nada fácil de obter. As actividades de pirataria foram numerosas entre 1998 e 1999. Por isso, os Serviços de Alfândega de Hong Kong decidiram organizar um grupo especial, constituído por mais de cem agentes em serviço, para combater as actividades de pirataria. Ficou provado que esta medida foi responsável pela recente decadência do mercado de pirataria de Hong Kong. Além disso, a Lei de Prevenção da Pirataria nos Direitos de Autor (Prevention of Copyright Piracy Ordinance), que entrou em vigor em 1998, ajudou os agentes da autoridade no combate às actividades de pirataria, uma vez que estabeleceu um regime de registo obrigatório para os fabricantes de discos ópticos, prevendo ainda que fossem gravados 4 códigos de identificação em todos os discos ópticos fabricados no território. Deste modo, os Serviços de Alfândega conseguem chegar à origem da fabricação dos discos piratas. Esta legislação também autoriza os Serviços de Alfândega a fazer inspecção às fábricas de discos ópticos para evitar que as fábricas com licença produzam discos piratas. Finalmente, o orador referiu que actualmente já não há, em princípio, actividades de pirataria de discos em grande dimensão, mas existem cada vez mais casos de produção de discos ópticos piratas com "máquinas de reprodução de discos ópticos". Estas actividades de fabricação de pequenas dimensões trazem novos problemas aos Serviços de Alfândega. O quarto orador desta sessão foi o Dr. José Pou, Comissário dos Serviços de Alfândega. Segundo este orador, antes de 1 de Novembro de 2001, eram a Polícia Marítima e Fiscal e os Serviços de Economia que aplicavam em conjunto as leis vigentes no domínio da propriedade intelectual, mas depois daquela data, a respectiva legislação passou a ser aplicada pelos recentemente estabelecidos Serviços de Alfândega da RAEM. Em seguida, o orador falou da estrutura e competências do Departamento da Propriedade Intelectual dos Serviços de Alfândega, dos Decretos-Leis nº 43/99/M e nº 51/99/M e do Despacho nº 80/GM/98, que regulam os regimes jurídicos da propriedade intelectual no que diz respeito ao direito de autor e ao controlo dos equipamentos de produção e matérias-primas dos discos ópticos, especificando também as estratégias de investigação contra crimes cometidos através da internet. Finalmente, o orador referiu que actualmente os Serviços de Alfândega combatem principalmente as lojas de venda a retalho, as fábricas de produção ilegal e os locais domésticos de reprodução. A terceira sessão do seminário teve lugar na parte da tarde do mesmo dia. O tema desta sessão foi "Os Recentes Desenvolvimentos da Protecção à Propriedade Intelectual", presidido pelo Dr. Stephen Selby dos Serviços da Propriedade Intelectual da RAEHK. O primeiro orador foi o Dr. Xu Chao, Subdirector do Departamento de Direitos de Autor e Direitos Conexos do Gabinete Nacional de Direitos de Autor e Direitos Conexos (Copyright Department of the National Copyright Office) da RPC, que falou sobre o texto revisto do direito de autor na RPC. Segundo o orador, 5 em 1978 o Conselho de Estado apresentou a proposta de revisão ao direito de autor à Assembleia Popular Nacional, revisão essa que seguiu vários princípios, nomeadamente, atender às necessidades da economia mercantil, criar condições para a adesão à OMC, enfrentar os desafios das novas tecnologias e reforçar os mecanismos de aplicação das leis. O orador adiantou que as alterações apresentadas pela proposta de revisão ao direito de autor foram muitas e apresentou as propostas relativas à matéria sobre o tratamento nacional, o alargamento das matérias protegidas, o contexto dos direitos pertencentes ao autor, a utilização razoável e autorização legal das obras registadas, os direitos conexos ao direito de autor e as responsabilidades jurídicas, etc. A oradora seguinte foi a Dra. Pancy Fung, Directora Adjunta dos Serviços da Propriedade Intelectual da RAEHK, que falou sobre "Os Recentes Desenvolvimentos da Protecção à Propriedade Intelectual na RAEHK". Segundo a oradora, actualmente em Hong Kong a matéria sobre os direitos de autor é regulada principalmente pelo Acordo sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relativos ao Comércio, pela Lei da Propriedade Intelectual (várias alterações) 2000 (Intellectual Property (Miscellaneous Amendments) Ordinance 2000) e pela Lei dos Direitos de Autor (suspensão de alterações) (Copyright (Suspension of Amendments) Ordinance). Os Serviços da Propriedade Intelectual fizeram também alguns inquéritos sobre a liberalização da importação paralela de software de computadores e sobre a revisão de alguns artigos da Lei dos Direitos de Autor. A oradora afirmou que a Lei dos Direitos de Autor recentemente aprovada obteve grande atenção por parte de diferentes sectores da sociedade e suscitou dúvidas, nomeadamente quanto à extensão da "utilização razoável" das obras registadas reproduzidas, de filmes fornecidos gratuitamente aos clientes pelos hotéis, etc. Finalmente, a oradora referiu que apesar do facto de Hong Kong ser uma cidade internacional, o conhecimento da maior parte da população sobre a propriedade intelectual não é pleno, por isso não são respeitados os direitos e interesses dos seus titulares. Daí, os Serviços da Propriedade Intelectual terem organizado várias actividades de divulgação para aprofundar os conhecimentos da população nesta área. 6 O último orador desta sessão foi o Dr. Gonçalo Cabral, assessor do Gabinete do Secretário para a Economia e Finanças da RAEM, que falou sobre "Os Recentes Desenvolvimentos da Protecção à Propriedade Intelectual: Responsabilidade da Rede P2P". A técnica da rede P2P implica sobretudo que num ambiente da rede P2P, todos os clientes podem servir de server de documentos para outros clientes, podendo estabelecer uma relação de par no sistema de clientes para compartilhar os seus documentos ajudando-se uns aos outros. O orador questiona-se se os clientes da rede ao enviarem obras protegidas pelos direitos de autor a outras pessoas, estarão a lesar os direitos do autor. O orador considera que isto depende da prática do fornecedor do server: se ele só fornece uma ligação, não está a lesar os direitos do autor. Se, pelo contrário, ele permite que se copie (download) o dossier sem a autorização do titular do direito, está a lesar os direitos do mesmo e tem que assumir as responsabilidades penais ou civis correspondentes. A seguir, o orador apresentou as soluções para as questões apresentadas no Regime Jurídico do Direito de Autor e dos Direitos Conexos de Macau, as sanções correspondentes e o acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa quanto a esta questão. Depois do intervalo, decorreu a quarta sessão deste seminário subordinada ao tema "Os Recentes Desenvolvimentos na Resolução dos Litígios na Propriedade Intelectual", presidida pelo Dr. Andrew Liao, advogado da RAEHK. O primeiro orador desta sessão foi o Dr. Jiang Zhipei, Presidente do 3º Juízo Civil do Supremo Tribunal Popular da RPC, que abordou o tema "Algumas Questões Quanto à Protecção Judiciária do Direito da Propriedade Intelectual Chinesa Após a Entrada da RPC na OMC". Segundo o orador, no contexto da entrada na OMC, a missão dos tribunais da RPC quanto à protecção da propriedade intelectual é sagrada e difícil. No que diz respeito à protecção judiciária, é preciso aplicar as leis sobre a propriedade intelectual compatíveis com as regras da OMC, concretizando as respectivas disposições legais no julgamento dos litígios relacionados com a propriedade intelectual. Em seguida, o orador falou sobre os aspectos que se deve ter em conta no julgamento dos litígios sobre propriedade intelectual: 1) aplicação com iniciativa e cuidado das medidas 7 cautelares à propriedade intelectual antes do julgamento; 2) determinação correcta do ónus da prova e aplicação da perícia profissional; 3) apreciação correcta dos novos litígios sobre a propriedade intelectual relacionadas com as novas tecnologias da network e da biologia; 4) concretização do princípio de compensação total e determinando justa e razoavelmente a quantia da indemnização pelos danos nos termos legais. Em seguida, a exposição do Dr. Liao Cheung Kong, responsável pelas convocatórias da Associação de Especialistas de Hong Kong (Hong Kong Society of Experts) da propriedade intelectual, versou sobre a resolução dos litígios sobre propriedade intelectual. Segundo o orador, os litígios sobre propriedade intelectual em Hong Kong são resolvidos principalmente através dos tribunais (processo judicial) e da arbitragem (processo quasi-judicial). Em Hong Kong ainda não há um tribunal específico para resolver os litígios sobre propriedade intelectual, nem há um juiz específico que trate destes casos. Existem, no entanto, um grupo de advogados experientes nesta área. Ao analisar estas duas formas de resolução de litígios, o orador acha que a forma de acesso ao tribunal seguindo a Common Law, tem a desvantagem de ser demorada e ter custos judiciais elevados (por isso, estão a ser feitos estudos com vista à reforma judiciária para a simplificação dos processos, para a igualdade e proporcionalidade e para a redução dos custos judiciais). No entanto, actualmente a maior parte dos litígios sobre propriedade intelectual são resolvidos através do processo judiciário. caracterizada pelos baixos custos. Quanto à arbitragem, ela é O processo da arbitragem é mais fácil de ser controlado e é mais flexível, mas os efeitos da sentença arbitral são menos intensos do que os da sentença judicial e poucas pessoas recorrem à arbitragem. Estes dois tipos de processo constituem dois tipos de compensação para as partes escolherem. Em seguida, o último orador do primeiro dia do seminário, o Dr. Fong Man Chong, falou sobre "O Regime de Protecção aos Programas de Computador, Fonogramas e Videogramas e a Aplicação de Sanções: Reflexão sobre Alguns Aspectos". Segundo o orador, Macau já havia participado na OMC em 1996 no seu estatuto de Território, altura em que assumiu a responsabilidade internacional da protecção à propriedade 8 intelectual. O regime jurídico sobre a prática de actos ilícitos em programas de computador, fonogramas e videogramas só foi criado em 1999 com a entrada em vigor do Decreto-Lei nº 51/99/M, decreto-lei esse que passou a ser uma das leis constituintes da RAEM e que continua a ser aplicável. Em seguida, o Dr. Fong Man Chong apresentou em pormenor o conteúdo desse regime jurídico chamando a atenção para as contradições existentes nas disposições e para os problemas que surgem na sua aplicação. O segundo dia do seminário teve início de manhã, com a apresentação de uma parte do tema, "Recentes Desenvolvimentos da Protecção às Marcas". O moderador foi o Dr. Jiang Zhipei. O primeiro orador foi o Dr. Yang Yiping, Subchefe do Gabinete de Marcas Comerciais da Administração Geral do Estado para a Indústria e Comércio (Trademark Office of the State General Administration for Industry and Commerce) da RPC, que abordou o tema "Recentes Desenvolvimentos do Regime Jurídico das Marcas na RPC". Esta exposição versou sobre as diferenças entre a Lei de Marcas da RPC revista e a Lei antiga e as alterações introduzidas, tendo este orador considerado que as alterações foram muitas, pois incluíram um total de 47 itens, tendo sido acrescentados e alterados 23 artigos. As razões que estão por detrás desta revisão são: a adaptação à aplicação do Acordo sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relativos ao Comércio com a entrada na OMC por parte da China, o cumprimento das obrigações da Convenção de Paris, o aumento da protecção às marcas e a defesa das necessidades relacionadas com a economia mercantil. As alterações principais incluem a eliminação de restrições ao sujeito, o alargamento do escopo dos objectos protegidos, o ênfase da obrigatoriedade do registo de marcas, o reforço da protecção às marcas, o reforço da revisão judicial, etc. A oradora seguinte foi a Dra. Peggy Cheung, Presidente do Instituto dos Profissionais das Marcas de Hong Kong (Hong Kong Institute of Trade Mark Practitioners), que falou sobre "A Nova Lei de Marcas em Hong Kong", que vai entrar em vigor no princípio de 2003. Os objectivos principais deste regulamento são: facilitar o acesso ao registo de marcas por parte do respectivo titular, simplificar o registo de marcas e aumentar a 9 protecção ao titular da marca. Em seguida, a oradora apresentou o conteúdo concreto do novo regulamento, referindo, por exemplo, que relativamente ao registo de marcas, o regulamento original estabelecia, para a cedência duma marca registada, algumas restrições absolutas (não se pode enganar o público, requerer a marca com má fé, ou incluir numa marca a bandeira ou o emblema nacionais) e outras restrições relativas, quando no novo regulamento apenas se exige que os serviços encarregados da autorização decidam de acordo com as restrições absolutas, facilitando o controlo e a aplicação por esses serviços. Por outro lado, relativamente às marcas em série, o regulamento original exigia que era necessário o registo individual para cada marca diferente, enquanto o novo regulamento exige que quando existe só uma pequena diferença entre as marcas, pode fazer-se um registo conjunto da "marca em série". Além disso, a forma de calcular a data da renovação do direito à marca é mais fácil no novo regulamento, estabelecendo apenas que a marca é válida por dez anos após o seu registo, sendo a validade de cada renovação também de dez anos. O último orador do seminário foi Dr. José M. Pereira Coutinho, chefe do Departamento de Propriedade Intelectual da Direcção dos Serviços de Economia, que falou sobre a "Protecção às Marcas de Produção e de Serviço da RAEM e Aplicação dos Respectivos Diplomas". O orador afirmou que a protecção de marcas em Macau inclui a protecção das marcas (no sentido restrito), das indicações geográficas e das topografias de circuitos electrónicos integrados. Em seguida, o orador falou das infracções criminais e administrativas às marcas e suas consequências. Segundo a experiência do orador, os problemas com as marcas em Macau decorrem geralmente da falsificação de produtos, relógios, vestuário, produtos de pele, roupa da moda e medicamentos. Finalmente, o orador referiu que a protecção de marcas em Macau deve ser desenvolvida através de uma legislação reforçada e efectiva, da aplicação das leis por uma entidade exclusiva com objectivos específicos, do combate constante e vigoroso, da cooperação reforçada a nível internacional e da educação cívica. Por fim, o Dr. Sou Tim Peng e os moderadores de cada sessão foram convidados a fazer um balanço do seminário. 10