SUHÁniG í CONTENTS Editorial A m é l i a Pasqual M a r q u e s i Artigos / Articles O r g a n i z a ç ã o e a v a l i a ç ã o d e u m software p a r a e n s i n o d e ausculta respiratória O r g a n i z a t i o n a n d e v a l u a t i o n o f a software for t e a c h i n g respiratory auscultation F á t i m a A . C a r o m a n o , A d e l s o n C o r i g l i a n o , M a r i a Sílvia P a r d o 1 R e a b i l i t a ç ã o p u l m o n a r e q u a l i d a d e d e vida d o s p a c i e n t e s p o r t a d o r e s de D P O C P u l m o n a r y rehabilitation a n d quality o f life in C O P D patients R a q u e l R o d r i g u e s Britto, Cyntia F e r n a n d e s Ferreira S a n t o s , Flávia Faria B u e n o 9 Teoria d a n e u r o m a t r i x : u m a a b o r d a g e m p a r a o e n t e n d i m e n t o d a d o r fantasia T h e o r y o f n e u r o m a t r i x : a n e w a p p r o a c h about the u n d e r s t a n d i n g o f p h a n t o m p a i n José G e r a l d o Ticianeli, M á r i o A n t o n i o B a r a ú n a 17 Relato de Caso / Case Report O s efeitos da e s t i m u l a ç ã o elétrica n e r v o s a t r a n s c u t â n e a n o p ó s - o p e r a t ó r i o d e cirurgias t o r á c i c a s e a b d o m i n a i s - revisão d e literatura e relato d e casos T h e effects of t r a n s c u t a n e o u s eletric n e r v e stimulation (tens) in thoracic a n d a b d o m i n a l p o s t o p e r a t i v e surgeries - literature r e v i e w a n d case report A n a A m é l i a M o r a e s A n t u n e s , M a i r a S i m ã o B o n f a n t e , R i c a r d o Batista S i m ã o , M a r c o s A n t ô n i o de R e s e n d e , Verônica F r a n c o Parreira 23 Teses/Dissertações / Thesis/Dissertations H a b i l i d a d e s c o m u n i c a t i v a s : o verbal e o n ã o - v e r b a l n a prática físioterapêutica C o m m u n i c a t i v e skills: verbal a n d n o n - v e r b a l in p h y s i o t h e r a p i s t practice Shirley A p a r e c i d a Fabris d e S o u z a 36 Influência da n e u r o p a t i a diabética n o c o m p o r t a m e n t o de respostas b i o m e c â n i c a s e sensoriais n o a n d a r e m esteira rolante Influence of the diabetic n e u r o p a t h y on the b e h a v i o r o f b i o m e c h a n i c a l a n d sensorial r e s p o n s e s in treadmill gait Isabel d e C a m a r g o N e v e s S a c c o , A l b e r t o Carlos A m a d i o 37 Eventos I Events 39 N o r m a s para publicação de Artigos I Standardization 41 Rev. Fisioter. Univ. São Paulo, v. 9, n. 1, p.i, jan./jun., 2002. ZVITGKIAL As duas últimas décadas foram decisivas para o crescimento da Fisioterapia no Brasil, a m p l i a n d o , sobremaneira, o n ú m e r o de vagas ofertadas e, consequentemente, o número de profissionais no mercado. Vamos, juntos, olhar para os números, para cada um poder tirar as suas próprias conclusões. Em 1970 havia, no Brasil, cinco cursos de Fisioterapia e, entre 1951 e 1969, foram formados 600 físioterapeutas, sendo que destes 80% trabalhavam em reabilitação, 10% em especialidades e 10% estavam fora do mercado de trabalho. Há época do estudo realizado, apontava a necessidade de 18.168 físioterapeutas. E hoje qual é a situação da Fisioterapia no Brasil? Segundo dados do INEP, em 1998, 1999 e 2000 havia no Brasil, respectivamente, 115, 146 e 177 cursos de Fisioterapia. Estes dados são complementados com os fornecidos pela SESuMEC em abril de 2002, que informava existirem no Brasil 210 cursos de Fisioterapia. Em relação ao número de ingressantes, segundo o ESÍEP eram 13.793 em 1998, 16.311 em 1999, e 20.443 em 2000. Já os concluintes foram: 3.087 em 1997,4.202 em 1999, e 9.632 em 2000. Mas como estão distribuídos estes físioterapeutas nas diferentes regiões do Brasil? Segundo dados do COFFITO (12/4/2002), os físioterapeutas estão assim distribuídos: 31.217 (62,67%) na região sudeste, 8.857 (17,78%) na região sul, 7.218 (14,49%) região nordeste, 672 (1,35%) na região norte e na região centrooeste 1.848 (3,71%). Ao todo, no Brasil, somos 49.812 físioterapeutas. Podemos notar uma distribuição pouco uniforme dos físioterapeutas em todo o Brasil. E os cursos de Fisioterapia, onde estão localizados? Ainda, segundo informações da SESu-MEC, 66% dos cursos estão na região sudeste, e apenas 1% na região norte. Os demais 33% distribuídos nas regiões sul, nordeste e centrooeste. Os dados mostram uma categoria profissional em franca ascensão e, se antes os físioterapeutas estavam voltados basicamente para a assistência, hoje temos um grande número deles envolvidos com ensino. Pelo número d e cursos existentes atualmente, devemos ter aproximadamente 5.000 professores de Fisioterapia. Acredito que em pouco tempo poderemos fazer uma reflexão ampla e completa sobre os rumos que esta profissão está tomando. Amélia Pasqual Marques Editora-chefe AKTIQG Organização e avaliação de um software para ensino de ausculta respiratória Organization and evaluation of a software for teaching respiratory auscultation a> Fátima A. Caromano Adelson Corigliano Maria Sílvia Pardo' ' <2> 3 ( , ) Professora Doutora do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, USP. Fisioterapeuta, ex-aluno da Universidade de São Paulo. Fisioterapeuta. Endereço para correspondência: LaFi - DIETRE - Laboratório de Fisioterapia em Didática, Ensino e Treinamento. Curso de Fisioterapia da Universidade de São Paulo, USP. Rua Cipotânea, 5 1 . São Paulo, Cidade Universitária. 05360-000. (2) 0 ) RESUMO: O objetivo deste trabalho foi elaborar um software multimídia para o desenvolvimento de um programa de ensino de ausculta pulmonar e avaliar o aprendizado do conteúdo após a utilização desta forma de e n s i n o . Método: O software foi organizado em três etapas seqüenciais diferentes: revisão anátomo-funcional do sistema respiratório, fundamentos f i s i o l ó g i c o s e t é c n i c a de a u s c u l t a r e s p i r a t ó r i a . Na terceira etapa foram incluídas simulações de casos clínicos. Para obtenção do objetivo terminal estabeleceramse 33 passos a serem executados pelos a l u n o s , e q u i v a l e n t e s aos o b j e t i v o s intermediários de ensino. Participaram da avaliação sobre a eficácia do programa de ensino, utilizando o software desenvolvido para este estudo, dez alunos do Curso de Fisioterapia. Avaliou-se o grau de satisfação com o programa, tempo gasto com o estudo e desempenho técnico em situações clínicas reais de ausculta respiratória. Resultados: Os dez a l u n o s r e a l i z a r a m a a u s c u l t a completa em situação de avaliação clínica. De um total de 50 auscultas realizadas pelos dez alunos, encontrou-se que 40 alunos apresentaram informações e conclusões corretas e 10 deles apresentaram informações incompletas, e destas, em apenas um caso verificou-se informação incorreta. Quanto à satisfação dos alunos com relação ao ensino de ausculta respiratória, avaliada através de questionário, encontrou-se que os alunos deram uma nota média de 9,2 (numa escala de 0 - 10), considerando-o satisfatório. Os alunos referiram como pontos positivos do software a facilidade em ter todas as informações da aula à disposição, além de textos para consulta em caso de dúvida; a audição de um som associado a uma imagem, facilitando a aprendizagem e concluíram que este tipo de estudo é muito mais agradável do que a leitura de textos, fora a possibilidade de autocorreção. Conclusão: O aprendizado a p r e s e n t a d o p e l o s a l u n o s q u e se submeteram à forma de ensino proposta foi plenamente satisfatório, visto que, é a partir deste aprendizado que os alunos iniciam um treinamento clínico intensivo. DESCRITORES: Auscultação, Ensino por computador, Estudos de avaliação, Fisioterapia/educação, Multimídia, Software. ABSTRACT: The purpose of this study was to elaborate and test a educational program of pulmonary auscultation through the development of a text in the format of software. Method: T h e software was o r g a n i z e d in t h r e e different s t a g e s : anatomical-functional revision of the repiratory system, physiologic foundations and technique of pulmonary auscultation. In the third stage simulations of clinical cases were included. For obtaining the terminal objective it was specified 33 steps to be executed by the students, equivalent to the m i d d l e m e n o b j e c t i v e s of t e a c h i n g . Participated in the evaluation of the effectiveness of the educational program, using the software developed for this study, ten s t u d e n t s o f t h e C o u r s e of Physiotherapy. The satisfaction degree was evaluated, the time expanded with the study and technical acting in real situations of it respiratory auscultation. Results: The ten students realized complete respiratory a u s c u l t a t i o n in s i t u a t i o n of clinical evaluation. Of a total of 50 pulmonary auscultation realized by the ten students, it was found that in 40 the students presented information and correct conclusions and em 10 of t h e m p r e s e n t e d i n c o m p l e t e information, and of these, in just one case incorrect information was verified. With relationship to the students' satisfaction in relation to software, evaluated through questionnaire, the students gave a medium note of 9,2 (in a scale of 0 - 10), considering it satisfactory. The students referred about positive points of the software the easiness in having all the information of the class to the disposition, including texts for consultation in case of doubt, that to hear a sound associating it to an image facilitated the learning, that this kind of study is much more pleasant than the reading of texts and of being possible to make the self correction. Conclusion: The learning presented by the students that underwent the form of teaching proposal was fully satisfactory, specially because they are starting from an intensive clinical training. KEYWORDS: Auscultation, Computer literacy, Evaluation studies, multimedia, Physical therapy/education, Software. INTRODUÇÃO l o s últimos vinte anos, os computadores I % Ipassaram da categoria de "curiosidade" â eletrônica à de equipamento indispensável em qualquer área de atuação. Observando-se as mudanças nas características dos equipamentos, nota-se um aumento significativo na velocidade de processamento , capacidade de armazenamento e qualidade da informação exibida, seja impressa ou visualizada em um monitor, redução do custo e crescente variedade de periféricos disponíveis. Os periféricos ocupam um lugar de destaque, quando se trata de elaborar recursos audiovisuais. P e r i f é r i c o s são e q u i p a m e n t o s a s s o c i a d o s ao c o m p u t a d o r e e x e c u t o r e s de u m a a t i v i d a d e relacionada, normalmente, com o mundo exterior. Como exemplo de periféricos pode-se citar: as impressoras, responsáveis pela expressão escrita das informações processadas, os monitores de vídeo, que permitem a interação do usuário com a máquina, e os equipamentos de multimídia. Os equipamentos de multimídia são uma categoria de periféricos dedicada à obtenção e reprodução de sons e imagens e têm desempenhado mais do que sua proposta original. Nas escolas, pode-se encontrar sua aplicação em sala de aula ou em laboratório, devido à flexibilidade na demonstração do mundo real sem a necessidade do objeto de estudo presente. A m u l t i m í d i a , por intermédio da capacidade de exibição de sons e imagens, inclusive animadas, propicia ao aluno um entendimento mais rápido. Dessa forma, o aluno pode programar o que deseja assistir, quando assistir e, principalmente, em que ordem assistir. Caso seja disponibilizado um computador tipo laptop, o aluno também poderá decidir onde estudar. Como qualquer outro campo de atuação humana, o ensino na área de saúde também se beneficiou 1 2 3 com a popularização dos computadores , a exemplo dos trabalhos de criação de um sistema em realidade virtual para o aprendizado de técnicas cirúrgicas , e l a b o r a ç ã o de p r o g r a m a de t r e i n a m e n t o para musculatura respiratória em pacientes com distrofía muscular progressiva, tipo Duchenne , para o ensino de habilidades psicomotoras em estudantes de Fisioterapia ou criação e execução de testes para estudantes de farmacologia, voltado para a área de desordens afetivas . A ausculta respiratória é um dos principais recursos de avaliação do sistema respiratório utilizada pelo fisioterapeuta para caracterizar o quadro clínico-funcional do paciente e deduzir a respeito da evolução e da eficácia do tratamento realizado. Esta técnica consiste na percepção auditiva, com auxílio de um estetoscópio, dos ruídos produzidos pela passagem do ar nas vias aéreas, durante a respiração. Atualmente, no ensino da ausculta, utiliza-se uma fita cassete com os ruídos gravados. Dessa forma, o estudante ouve os sons na ordem de gravação com ou sem o a u x í l i o de um e s t e t o s c ó p i o . C o m o vantagens, temos o fato da fita e do gravador serem materiais de baixo custo e de fácil transporte permitindo a exposição em sala de aula ; e como desvantagens, verifica-se a necessidade de auscultar os sons na ordem exibida pela fita, ou procurar por tentativa e erro, o ponto onde se encontra o ruído a ser assimilado e a qualidade dos sons que piora com o envelhecimento das fitas. Considerando a efetividade dos trabalhos já realizados em outras áreas e o crescente uso da multimídia em todas as áreas, propõe-se neste estudo elaborar uma aula, contemplando o programa de ensino de ausculta respiratória, utilizando como meio de ensino um software de computador com recursos 4 5 6 7 8 multimídia que reúne informações, textos, imagens e sons produzidos por diferentes autores e simulações de casos elaborados especificamente para este trabalho e, finalmente, testar a aplicabilidade e o aprendizado do aluno. MATERIAL E M É T O D O S Desenvolvimento do software Para o d e s e n v o l v i m e n t o do software foram considerados alguns conhecimentos de duas áreas aparentemente distintas, a Informática e a Fisioterapia. Estudou-se o computador de uma forma mais detalhada: seus recursos e, principalmente, como o usuário poderia interagir com o programa. Os principais recursos estudados foram: instalação de novos periféricos, instalação e configuração de um "kit multimídia", aprendizado de uma linguagem de p r o g r a m a ç ã o com possibilidade de acionar os recursos multimídia, que neste caso foi o Microsoft Visual Basic versão 3.0. Na Fisioterapia pesquisouse o ensino da técnica de ausculta respiratória, especialmente o reconhecimento dos principais ruídos respiratórios normais e adventícios. E s t e c o n j u n t o de c o n h e c i m e n t o s , a s s i m selecionado, foi reunido de uma maneira didática visando simplicidade no uso, de tal forma que o software fosse operado por pessoas com pouco conhecimento em computação. Visando também, facilitar o manuseio do software, introduziu-se um recurso de auxílio ao usuário {help), ou telas de ajuda, para resolução de dúvidas quando às diversas opções disponíveis. Determinou-se, como objetivo final da aula, capacitar o aluno a realizar ausculta respiratória dentro dos padrões técnicos adequados, reconhecer os sons auscultados, descrever e fundamentar seus achados. Para atingir o objetivo terminal, listou-se 33 objetivos intermediários. Posteriormente, estudouse a melhor estratégia a ser desenvolvida dentro do software para que o aluno aprendesse cada objetivo intermediário. Estas estratégias envolviam leitura de textos, observação de figuras, reconhecimento de sons e associação entre sons e imagens. O software foi o r g a n i z a d o em 3 e t a p a s seqüenciais diferentes: a primeira continha uma breve revisão anátomo-funcional do sistema cardiorespiratório; a segunda etapa objetivou o ensino dos fundamentos da ausculta respiratória; e a terceira foi direcionada à técnica de ausculta pulmonar e finalizou com a simulação de casos clínicos. O ensino de cada passo foi realizado através de testes ou simulações de casos clínicos, a partir dos quais os alunos avaliaram seus conhecimentos, acessaram textos para tirar dúvidas ou receberam informações complementares. Ao final de cada teste e de cada etapa o software forneceu um reforço verbal (por exemplo: "parabéns!"). Este reforço mudou a cada vez que o a l u n o a c e r t a s s e ou não a q u e s t ã o , mantendo sempre o reforço positivo (por exemplo: "tente outra vez", no caso de erro). Os objetivos intermediários foram apresentados aos alunos numa seqüência de dificuldade crescente, sendo o anterior sempre pré-requisito para alcançar o posterior. O aluno interagiu com o software independente da presença de professor ou de instrutor. Os objetivos, na ordem que foram apresentados ao usuário do programa, como também as estratégias utilizadas, estão relacionados no Quadro 1. O software foi construído de forma que, durante seu uso, fossem registrados alguns dos passos executados pelo aluno: • • o número de execuções do programa; o tempo gasto na(s) execução(ões) de todo o programa. Avaliação da eficiência do ensino através do software na aprendizagem da ausculta respiratória Sujeitos Dez estudantes do Curso de Fisioterapia que cursaram e foram aprovados nas Disciplinas de Anatomia e Fisiologia Humanas. Situação O período de estudo utilizando o software pode ser desenvolvido de acordo com a vontade de cada sujeito que tinha à sua disposição um computador tipo laptop, com o programa sobre ausculta respiratório devidamente instalado, durante um período de sete dias. A avaliação clínica foi realizada no Laboratório de Recursos Terapêuticos Manuais e Comportamento do Curso de Fisioterapia da FMUSP. Quadro 1 - Objetivos terminais e respectivas estratégias de ensino Objetivos Estratégia Revisão de anatomia e fisiologia A natureza do som Características do som 0 estetoscópio 0 exame da parede torácica Movimentos respiratórios Palpação Percussão Definição de ausculta História da ausculta Formação dos sons respiratórios Fluxo regional de ar e sons pulmonares Relação entre os sons respiratórios e o batimento cardíaco Sons respiratórios na boca Sons respiratórios no tórax e na traquéia Fonopneumografía Prática de ausculta - conceitos Localização dos ruídos normais Murmúrio vesicular normal Ruídos brônquicos Ruídos broncovesiculares Ruído traqueal Alterações no murmúrio vesicular Introdução aos ruídos adventícios Crepitações Sibilos Roncos Estridor Atrito pleural Egofonia Testes de conclusão Estudo de casos clínicos Uso de textos e imagens Uso de textos e imagens Uso de textos e imagens Uso de textos e imagens Uso de textos e imagens Uso de textos e imagens Uso de textos e imagens Uso de textos e imagens Uso de textos e imagens Uso de textos e imagens Uso de textos e imagens Uso de textos e imagens Uso de textos e imagens Uso de textos e imagens Uso de textos e imagens Uso de textos e imagens Uso de textos, imagens e Uso de textos, imagens e Uso de textos, imagens e Uso de textos, imagens e Uso de textos, imagens e Uso de textos, imagens e Uso de textos, imagens e Uso de textos e imagens Uso de textos, imagens e Uso de textos, imagens e Uso de textos, imagens e Uso de textos, imagens e Uso de textos, imagens e Uso de textos, imagens e Uso de textos, imagens e Uso de textos e imagens sons sons sons sons sons sons sons sons sons sons sons sons sons sons Material Texto no formato de software multimídia, para ensino individualizado de ausculta respiratória, previamente elaborado para este estudo, filmadora, videocassete, filmes, estetoscópio e microcomputador (tipo laptop) marca Toshiba (modelo Satélite 2805) compatível, com memória RAM de 128.0 mega bytes e capacidade de 5.58 giga bytes. Procedimento A p ó s r e c e b e r e m o computador, os sujeitos receberam apenas a orientação de como acessar o p r o g r a m a e de que deveriam estudar ausculta respiratória utilizando-se deste. Ao utilizarem o programa submeteram-se à seqüência de passos de ensino-aprendizagem estabelecidos. A primeira etapa revisou conceitos básicos da anatomia e fisiologia do sistema respiratório. Para as questões que suscitassem dificuldades, seja de compreensão ou de resolução dos testes, o software orientava a "clicar" uma opção na tela do programa, que sugeria uma bibliografia auxiliar, com o texto disponível para o aluno, na qual a dúvida pudesse ser esclarecida. Ao término desta, o aluno era encaminhado para a segunda etapa destinada ao ensino dos ruídos pulmonares normais. Nesta fase, aluno interagiu com o software multimídia, inicialmente assistindo as explicações sobre mecânica respiratória e as bases físicas da formação dos ruídos, a seguir, acompanhou as explicações sobre a técnica ausculta respiratória. A terceira etapa foi destinada ao conhecimento dos sons pulmonares normais e adventícios. Primeiro o aluno pode ouvir os sons normais (auxiliado por imagens). Posteriormente, para adaptar-se com o estetoscópio, foi requisitado que os escutasse com o auxílio de um estetoscópio colocado aproximadamente a seis centímetros da saída de som. Vale ressaltar que o estudo destas etapas pode ser repetido quantas vezes cada aluno considerasse necessário. Também executouse uma nova opção do software na qual, através de sons e imagens, foi demonstrada a produção dos ruídos adventícios. Novamente, foi disponibilizado ao aluno ouvir os sons quantas vezes considerasse necessário, com e sem auxílio do estetoscópio. Ao final desta fase, o aluno realizou uma série de testes promovidos pelo programa, através de simulações de casos, em que este simulava a colocação do estetoscópio "clicando" sobre estas áreas estabelecidas, ouvia o som, descrevia e concluía sobre a ausculta, a fim de verificar sua capacitação na ausculta dos sons respiratórios. Caso o grau de acerto, por caso simulado, fosse menor que 70%, sugeria-se, através do próprio software, nova tentativa de execução do teste. Cada um dos sujeitos teve seu desempenho final avaliado quanto à exatidão na aplicação da técnica em situação real, sendo os critérios da avaliação: a técnica de ausculta realizada em ordem correta, a execução completa da técnica (investigação de todas as regiões do tórax), o correto posicionamento do terapeuta durante a aplicação da técnica e o reconhecimento do som auscultado. Para tanto, cada um dos dez sujeitos foi filmado avaliando quatro pacientes portadores de doença - pulmonar e um indivíduo saudável (que se dispuseram a participar, após ser informado do estudo e do compromisso de que os filmes seriam apagados após sua utilização para este estudo). Posteriormente, realizou-se uma observação metódica dessas atividades, utilizando-se fichas, para sistematização da coleta de dados. Ao final de cada avaliação o aluno entregou um relatório escrito, descrevendo a ausculta e concluindo sobre o processo físico envolvido com o som auscultado; por exemplo: diminuição do calibre ou presença de secreção nas vias de condução do ar. Para avaliação deste relatório, também foi utilizada uma ficha, visando a p a d r o n i z a ç ã o dos dados coletados. Finalmente, após a avaliação dos pacientes e de ser informado aos alunos sobre o desempenho na ausculta em situação real, cada aluno respondeu um questionário sobre a satisfação com o programa sobre ausculta respiratória {software) (Quadro 2). Quadro 2 - Questionário respondido pelos alunos no final da prática clínica Questão 1. Quais os pontos negativos que encontrou ao utilizar o programa? Questão 2. Quais os pontos positivos que encontrou ao utilizar o programa? Questão 3. Tem alguma sugestão para modificar o programa? Questão 4. Numa escala de 1 a 10, que nota daria para o programa? RESULTADOS Dados fornecidos pelo software O software registrou os passos executados pelo aluno e forneceu, quando este retornou com o programa: • o número de execuções do programa; • o tempo gasto na execução de todo o programa. Quanto ao número de execuções do programa, os alunos acompanharam, em média, três vezes todo o programa, dentre os quais dois executaram o programa duas vezes; quatro alunos, três vezes; dois alunos, quatro vezes; e dois alunos, cinco vezes. O tempo médio de estudo dos dez alunos foi de 220 ± 2 8 minutos. O tempo gasto com a execução de todo programa foi, em média, de 89 ± 10 minutos para a primeira execução e 56 ± 8 minutos para a segunda execução. Para os alunos que efetuaram um número maior de execuções, observou-se que o tempo manteve-se em média de 61 ± 12 minutos. Relaciona-se este aumento de tempo com a informação dada pelos alunos de que, a partir da terceira repetição do programa, as respostas aos testes já eram conhecidas e, assim, ficava mais interessante explorar os textos colocados à disposição para casos de dúvidas. Desempenho dos alunos em atividade clínica Quanto à ordem estabelecida pela técnica descrita para realização da ausculta respiratória, encontrou-se que sete dos dez alunos realizaram a ausculta na seqüência descrita pela técnica e os outros três alunos, embora não tenham realizado na seqüência, acessaram todos os locais do tórax, como previsto pela técnica. Com isso, todos os dez alunos realizaram a ausculta completa. Considerou-se o aprendizado desses itens (ordem da ausculta e realização de ausculta completa) altamente satisfatório. Quanto ao posicionamento do paciente, oito dos dez alunos se posicionaram adequadamente, seguindo as orientações fornecidas pelo software. Houve manutenção do padrão de comportamento de cada aluno para as cinco práticas de ausculta respiratória, demonstrando que, as falhas apresentadas por cada aluno referiam-se a uma dificuldade específica, seja na seqüência de realização da ausculta, seja no posicionamento durante a ausculta. Considerando-se a avaliação da aplicação da técnica de ausculta nas cinco avaliações realizadas por cada aluno, através de fichas específicas que atribuíam notas - avaliando posicionamento do aluno, local e seqüência de colocação do estetoscópio no tórax e comando verbal - encontrou-se que cinco dos dez alunos atingiram a nota máxima de 15 pontos, tendo realizado todas as cinco auscultas dentro dos padrões ideais estabelecidos. Os outros cinco alunos obtiveram nota máxima de 10 pontos e, repetiram o mesmo erro nas cinco auscultas - três erraram a seqüência de c o l o c a ç ã o do e s t e t o s c ó p i o no tórax e dois se posicionaram de forma inadequada em relação ao paciente. Desempenho dos alunos na compreensão dos sons pulmonares Os pacientes estavam assim divididos: • Paciente n° 1 - Paciente em crise de asma. Murmúrio vesicular diminuído em todas as áreas bilateralmente, presença de sibilos disseminados bilateralmente. • Paciente n. 2 - Portador de grande massa tumoral na região basal do pulmão direito, onde o ruído do murmúrio vesicular estava ausente. Murmúrio vesicular aumentado em região medial e apical do pulmão direito. • Paciente n. 3 - portador de bronquiectasia com roncos em base esquerda. • P a c i e n t e n. 4 - P a c i e n t e com história de pneumotórax espontâneos de repetição. Murmúrio vesicular diminuído em ápices, onde também se auscultava bilateralmente atrito pleural. • Paciente n. 5 - Pessoa normal, com ausculta normal. Esperava atendimento fisioterapêutico em função de uma cirurgia de menisco. Todos os dez alunos que avaliaram o paciente n° 1 informaram e concluíram corretamente sobre a ausculta. Seis dos dez alunos que avaliaram o paciente n° 2 informaram e concluíram corretamente sobre a ausculta. Os outros quatro alunos não informaram sobre a presença de murmúrio vesicular aumentado na região medial e apical do pulmão direito. Nove dos dez alunos que avaliaram o paciente n° 3 informaram e concluíram corretamente sobre a ausculta. Um dos alunos concluiu sobre presença de estertores na base esquerda. Oito dos dez alunos que avaliaram o paciente n° 4 informaram e concluíram corretamente sobre a ausculta. Dois alunos não informaram sobre a d i m i n u i ç ã o do m u r m ú r i o v e s i c u l a r em ápices pulmonares. Sete dos dez alunos que avaliaram o paciente n°5 informaram e concluíram corretamente sobre a ausculta. Dois concluíram sobre aumento do murmúrio vesicular em diferentes regiões e um sobre a diminuição do murmúrio vesicular em diferentes regiões. De um total de 50 auscultas realizadas pelos dez alunos, encontrou-se que 40 (80%) delas apresentavam informações e conclusões corretas e 10 (20%) informações incompletas, das quais em apenas um caso (2%) verificou-se informação incorreta. Quatro dos dez alunos apresentaram todas as informações e conclusões corretas. Dois destes alunos executou o programa de estudo quatro vezes e dois, cinco vezes. Dois dos dez alunos apresentaram uma informação e conclusão incompleta, três alunos a p r e s e n t a r a m duas i n f o r m a ç õ e s e c o n c l u s õ e s incompletas; e um apresentou uma informação e conclusão incompleta e uma informação e conclusão incorreta. dois deram nota oito, e assim a nota média obtida foi de 9,2. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO Satisfação dos alunos com a forma de ensino Com relação à questão número um do questionário de avaliação do grau de satisfação do aluno (quais os pontos n e g a t i v o s que e n c o n t r o u ao utilizar o programa?), seis dos dez alunos responderam que o número de simulações de casos poderia ser maior, dois pediram que o programa também ficasse disponível em um computador da faculdade (na biblioteca ou no laboratório) e dois disseram que não tinham pontos negativos para apontar. Na questão número dois, em que se solicitou ao aluno que apontasse pontos positivos verificados ao utilizar o programa, encontrou-se que nove dos dez alunos referiram a facilidade em ter t o d a s as informações da aula (slides, textos explicativos e sons) à disposição, além de textos para consulta em caso de dúvida. Dez alunos mencionaram a economia de tempo por não precisarem assistir aula, nem copiar material ou mesmo ir até a biblioteca para consultar textos de leitura complementar. Dez alunos relataram que este tipo de estudo é muito mais agradável do que somente ler um material e responder a questões. Sete dos dez alunos referiram ter aprovado os testes no final de cada assunto e a autocorreção em substituição à entrega ao professor e espera do resultado. Dez alunos disseram que ouvir um som associando-o a uma imagem facilitou a aprendizagem. Na questão três, solicitou-se sugestões para modificação .do programa. Das respostas avaliadas encontrou-se que seis dentre os dez alunos sugeriram aumentar o número de simulações de caso, cinco pediram para inserir o conteúdo de ausculta cardíaca, nos mesmos moldes de ensino de ausculta respiratória e, inclusive, colocar a associação dos sons de ausculta respiratória e cardíaca simultaneamente. Dez alunos propuseram a inserção de casos clínicos reais (em grande quantidade, segundo a indicação de cinco deles) e seis sugeriram inserir um tempo de treinamento com pacientes antes de fazer a avaliação prática. Na questão quatro, pediu-se que cada aluno desse uma nota para o programa de ensino, considerando uma escala de 0 a 10. Encontrou-se que quatro dos dez alunos deram nota dez, quatro deram nota nove e De forma geral, o software elaborado para este estudo mostrou-se suficiente para auto-aprendizagem de ausculta respiratória. O tempo médio de estudo dos alunos ficou entre três e quatro horas (220 ± 2 8 minutos). Este tempo de estudo foi equivalente ao de uma aula de quatro horas. Na prática este tempo será disponibilizado para aumentar o tempo de treinamento prático em situações clínicas reais. Todos os dez alunos realizaram a ausculta completa em situação de avaliação clínica, isto é, auscultaram em todas as regiões do tórax estipuladas pela técnica descrita. Oito dentre os dez alunos posicionaram-se adequadamente em relação aos pacientes e cinco dos dez alunos realizaram todas as cinco auscultas dentro dos padrões estabelecidos. Os outros cinco alunos repetiram o mesmo erro nas cinco auscultas, três modificaram a ordem da ausculta e dois posicionaram -se de forma inadequada (situações que não invalidam a atividade de realizar uma ausculta). O resultado das auscultas respiratórias realizadas é plenamente satisfatório, visto que é a partir deste aprendizado que os alunos iniciam um treinamento clínico intensivo, no qual os erros detectados poderão ser corrigidos. Observou-se que quanto maior o tempo de estudo, melhor o desempenho do aluno. Quanto à satisfação dos alunos em relação ao ensino de ausculta respiratória, avaliada através de questionário, encontrou-se que, os alunos deram uma nota m é d i a de 9,2 ( n u m a e s c a l a de 0 - 10), considerando-o satisfatório. Os alunos referiram como pontos positivos do software a facilidade em ter todas as informações da aula à disposição, além de textos para consulta em caso de dúvida, a economia de tempo por não precisar assistir aula, nem copiar material ou mesmo ir até a biblioteca para consultar textos de leitura complementar, a audição de um som associado a uma imagem facilitando a aprendizagem; concluíram que este tipo de estudo é muito mais agradável do que somente ler um material e responder a questões e relataram, ainda, ter gostado de fazer os testes ao final de cada assunto, de se autocorrigir em vez de entregar ao professor e ficar esperando a resposta. Como ponto negativo os alunos citaram o fato de o software não estar disponível na Biblioteca. Seis dos dez alunos sugeriram o aumento do número de simulações de casos e cincoa inserção da ausculta cardíaca nos mesmos moldes de ensino da ausculta respiratória e, inclusive, colocar a associação dos sons de ausculta respiratória e cardíaca simultaneamente. Dez alunos sugeriram a inserção de casos clínicos reais. Todas as sugestões dos alunos são adequadas e poderão ser adaptadas no software. Considerou-se que a substituição da aula por material de estudo não prejudicou a aprendizagem, e que a estratégia de ensino atingiu os objetivos propostos. O aperfeiçoamento desta forma de ensino pode facilitar o desenvolvimento da disciplina, estimular os alunos a explorarem de forma mais sistemáticaos conteúdos propostos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Intel. Microprocessors- manual, 1991. v.2. 2. Miller, M.J. The perfect PC. PC Magazine, v. 13, n. 14, p. 10347, 1995. 3. Russell, K.M.; Miller, A.M.; Czerwinska, J. Epidemiology for community health nursing: an interactive computerassisted instruction program. Comput. Nurs., v. 12, n.2, p.98-105, 1994. 4. Satava, R.M. Virtual reality surgical simulator. The first steps. Surg. Enclose, v.7, n.3, p.203-5, 1993. 5. Vilozni, D.; Baryshay, E.; Gur, I.; Shapira, Y.; Meyer, S.; Godfrey, S. Computerized respiratory muscle training in Recebido para publicação: 10/12/2001 Aceito para publicação: 10/01/2002 children with Duchenne muscular dystrophy. Neuromuscul. Disord., v.4, n.3, p.249-55, 1994. 6. Barker, S.P. Comparison of effectiveness of interactive videodisc versus lecture-demonstration instruction. Phys. Then, v.68, n.5, p.699-703, 1988. 7. Burford, H.J.; Balfour, D.J.; Stevenson, I.H. Development of PhannTest: a unique personal computer-mediated tool for assessment of pharmacology. J. Clin. Pharmacol, v.33, n.5, p.400-4, 1993. 8. Leher, S. Entendendo os sons pulmonares. São Paulo, Roca, 1990. Reabilitação pulmonar e qualidade de vida dos pacientes portadores de DPOC* Pulmonary rehabilitation and quality of life in COPD patients Raquel Rodrigues Britto'", Cynthia Fernandes Ferreira Flávia Faria Bueno' ' 2 Santos' ', 2 T r a b a l h o apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. P r o f e s s o r a de F i s i o t e r a p i a da Universidade Federal de Minas Gerais e PhD em Fisiologia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Acadêmicas do 10 período do curso de Fisioterapia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Endereço para correspondência: Raquel Rodrigues Britto. D e p a r t a m e n t o de F i s i o t e r a p i a da Universidade Federal de Minas Gerais. Avenida Antônio Carlos, 6.627. 31.270-901. e-mail: [email protected] (1) (2) o RESUMO: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma das principais causas de mortalidade e morbidade mundial, levando a limitações fisiológicas e funcionais que resultam em prejuízo da qualidade de vida do paciente. Programas de Reabilitação Pulmonar não têm mostrado alterações significativas nos parâmetros fisiológicos freqüentemente avaliados na prática clínica. O objetivo deste foi realizar uma revisão bibliográfica acerca da importância de m é t o d o s que a v a l i a m o i m p a c t o da Reabilitação Pulmonar na qualidade de vida dos pacientes portadores de DPOC. Foi feita uma revisão bibliográfica sobre métodos de avaliação em qualidade de vida e impactos causados pelos programas de Reabilitação Pulmonar. Dados foram coletados em diversas bases de dados e sistematizados de forma ilustrativa em uma tabela. Estudos apontam que benefícios obtidos na tolerância ao exercício e na qualidade de vida, após programas de Reabilitação Pulmonar, não são atribuídos à melhora nos parâmetros fisiológicos. Entretanto, quando se avalia a qualidade de vida através de questionários p o d e - s e q u a n t i f i c a r os efeitos da Reabilitação Pulmonar, afora estender o c a m p o de i n f o r m a ç õ e s a r e s p e i t o do paciente. Além dos benefícios que os programas de Reabilitação promovem na qualidade de vida, podemos enfatizar a importância da utilização de métodos de avaliação que comprovem os efeitos obtidos com uma intervenção. ABSTRACT: The Chronic Obstructive Pulmonary Disease (COPD) is of the main cause of world morbidity and mortality. It c a u s e s p h y s i o l o g i c a l and functional impairment influencing patient's quality of life. P u l m o n a r y R e h a b i l i t a t i o n P r o g r a m s h a v e n ' t s h o w n significant modification on physiological parameters usually evaluated on clinical practice. The purpose of this study was to carry out a bibliographic review about the importance of the methods that evaluate the impact of the P u l m o n a r y R e h a b i l i t a t i o n on t h e quality of life in patients with COPD. A literature review of the quality of life measures appraising Pulmonary Rehabilitation programs on C O P D was done searching on various data bases. The studies analyzed showed that the benefits on exercise tolerance and quality of life after a Pulmonary Rehabilitation program w e r e not g i v e n by p h y s i o l o g i c a l parameters changes. What the literature points out is that it is possible to quantify the impact of Pulmonary Rehabilitation on p a t i e n t ' s life style w h a t b r i n g s m o r e information about those who benefits from this intervention. Beyond the benefits of Pulmonary Rehabilitation programs on the quality of life, one might emphasize the i m p o r t a n c e of the use of e v a l u a t i o n methods that confirm the effects of such intervention. DESCRITORES: Q u a l i d a d e de vida, Pneumopatias obstrutivas/reabi 1 itação. KEYWORDS: Q u a l i t y of life, Lung diseases, obstructive/rehabilitation. a população do Brasil é estimada em 160.000.000 de habitantes, teremos 7.500.000 doentes . Entre os pacientes portadores de DPOC, 50% Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica ^mÁmJL (DPOC) é definida como um conjunto de sofrem de limitações em suas atividades como § % condições que se caracterizam pela conseqüência de deficits respiratórios . O estilo de presença de obstrução ou limitação crônica ao fluxo vida sedentário adotado por estes pacientes, através aéreo de progressão lenta, persistente e irreversível . da redução das suas atividades, podem ser considerados A origem dessas alterações se dá pela combinação da um m e c a n i s m o p r o t e t o r da dispnéia, sintoma Bronquite Crônica e Enfisema Pulmonar, sendo a característico de pacientes portadores de obstrução ao predominância de um componente sobre o outro, fluxo aéreo. Entretanto, tal sintoma pode ser agravado . variável na p o p u l a ç ã o . Ambas as doenças são ainda mais pelo descondiciona-mento As limitações fisiológicas e funcionais são caracterizadas pela relação entre o volume expiratório acompanhadas de distúrbios psicológicos, com altos forçado no primeiro segundo e a capacidade vital forçada (VEF/CVF) abaixo do limite da normalidade níveis de depressão, ansiedade e prejuízo em sua qualidade de vida . Estudos recentes têm mostrado (90% do valor teórico previsto para a população) e que os programas de Reabilitação Pulmonar podem por um processo inflamatório persistente, sendo a trazer benefícios na capacidade de exercício e na natureza da inflamação diferente entre as doenças . qualidade de vida desses pacientes . Quando se A Bronquite Crônica é definida pela presença de compara a Reabilitação Pulmonar e tratamento tosse crônica e expectoração de secreções por um medicamentoso com apenas tratamento medicamenperíodo mínimo de três meses a um ano, em dois anos toso da DPOC, pode-se constatar que a associação das sucessivos . duas terapêuticas é responsável por uma expressiva O Enfisema é definido, anatomicamente, pelo melhora na qualidade de vida e na capacidade funcional alargamento anormal e permanente dos espaços aéreos dos pacientes . distais ao bronquíolo terminal. A presença de um O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão da processo fíbrótico é ainda debatido . literatura acerca da importância de métodos que A DPOC é a quarta principal causa de morte nos avaliam o impacto da Reabilitação Pulmonar na Estados Unidos da América (EUA), excedida apenas qualidade de vida dos pacientes portadores de DPOC. por infarto, câncer e doenças cérebro vasculares . As taxas de mortalidade por DPOC variam bastante Qualidade de vida entre os países. Nos EUA esta aumentou aproximadaINTRODUÇÃO 10 26 10,40 16,35,38 10 8,16,17 110 17,35 10,27 2,10 10,27 24,27,41 mente 70% nos últimos vinte anos, o que pode ser explicado pelas altas taxas de tabagismo no passado que reflete a gravidade das doenças respiratórias . Estima-se que em 2020 a DPOC seja a condição que represente maior custo à sociedade em escala mundial . Sua prevalência é estimada entre 14 a 20 milhões de pessoas nos EUA e sua proporção vem aumentando. Entretanto, espera-se que este número esteja em torno de 30 a 35 milhões de pessoas. Essa incidência se justifica pelo fato da doença mostrar-se silenciosa, ou seja, assintomática ou com sintomas de pouca relevância para o paciente . 410,27 24 10,41 No Brasil, não se conhece a real prevalência da DPOC. Os dados do Ministério da Saúde estimam que 32% da população geral seja tabagista. Sabendo-se que 15% dos tabagistas desenvolvem DPOC, teremos aproximadamente 5 a 7% da população geral portadora de DPOC correspondentes a estes. Na medida em que Vem crescendo a t u a l m e n t e , na c o m u n i d a d e científica, o interesse pela qualidade de vida. O termo "qualidade de vida" é difícil de ser definido com precisão, pois trata-se de uma conceituação subjetiva/ e individual . A qualidade de vida relacionada à saúde é definida como o impacto da saúde do indivíduo em sua habilidade de realizar e desfrutar das atividades de vida diária (AVD) . O Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu a qualidade de vida como "percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações" . Portanto, o conceito de qualidade de vida, como implícito na definição é subjetivo, multidimensional e inclui valores de aspectos negativos e positivos da vida . A qualidade de vida engloba, pelo menos quatro 10,12,30 20 13,44,45,46 13,19 aspectos: AVD, função social, função psicológica e habilidade de participar de atividades de lazer . Os pacientes portadores de DPOC sofrem restrição do nível de atividade, sobretudo na habilidade física. Isto não se relaciona apenas a fatores fisiológicos tais como função pulmonar e capacidade de exercício, mas também com fatores psicológicos como auto-estima, depressão e humor. A associação desses fatores resulta em isolamento social e diminuição da qualidade de vida - - - . Para os pacientes portadores de DPOC, a dispnéia é o principal sintoma que produz impacto na qualidade de vida. Além disso, este sintoma varia consideravelmente para o mesmo grau de limitação ao fluxo aéreo. Sendo assim, a categorização dos pacientes com DPOC, baseados no nível de dispnéia e na redução do VEF podem dar uma boa indicação de sua qualidade de vida . 49 16 32 38 43 pacientes e seus familiares, tratamento farmacológico, oxigenoterapia, suporte nutricional, Fisioterapia Respiratória, Terapia Ocupacional, abandono do tabagismo, suporte psicológico e tratamento domiciliar. E formulado partindo de parâmetros individuais próprios de cada paciente ^ - ' . Os resultados primários de um programa de Reabilitação Pulmonar podem ser desapontadores, uma vez que parecem não alterar o curso natural da doença . Estudos recentes ' têm demonstrado que os benefícios obtidos em termos de tolerância ao exercício e de qualidade de vida não são atribuídos a uma melhora nos parâmetros fisiológicos tais como: valores espirométricos, gasometria arterial e função pulmonar e cardiovascular. 1 22 34,36 41 34 16,17 22 34,41 1? 21 Assim como a dispnéia, a fadiga, que é definida como percepção subjetiva de cansaço generalizado, exaustão ou perda de energia, constitui um sintoma muito comum relatado por pacientes portadores de DPOC . A fadiga está relacionada com um maior dano na função pulmonar, menor tolerância ao exercício, diminuição da qualidade de vida, além de depressão. A dispnéia e a percepção da fadiga atuam como mecanismos de proteção, funcionando como um aviso de que uma atividade precisa ser limitada. Entretanto, o descondicionamento físico pode levar a um aumento da fadiga e, conseqüentemente, maior inatividade física e prejuízo na qualidade de vida, caracterizando assim um ciclo vicioso denominado como "dispnéia espiral" . 5,6 6 REABILITAÇÃO PULMONAR E QUALIDADE DE VIDA A m o r t a l i d a d e do D P O C é i n v e r s a m e n t e relacionada ao VEp! e um programa de Reabilitação Pulmonar parece não ter efeitos sobre este fato. Entretanto, o aumento da longevidade não é objetivo destes programas, sendo mais importante a melhora da qualidade de vida nos anos remanescentes . Qualidade de vida relacionada a saúde refere-se a visão subjetiva do paciente sobre o seu estado de saúde, porém esta medida pode contrastar com avaliações fisiológicas, como espirometria, ou a interpretação clínica relativa ao bem-estar do paciente e sua capacidade funcional . A qualidade de vida pode ser avaliada de forma quantitativa e qualitativa . A avaliação qualitativa consiste em uma entrevista com o paciente a fim de obter informações sobre o impacto dá doença em sua vida. Os resultados obtidos nessa avaliação indicam como a Reabilitação Pulmonar influencia na qualidade de vida. Através deste método pode-se identificar aspectos únicos e individuais dos benefícios de uma intervenção. A avaliação quantitativa da qualidade de vida é feita através de questionários. Estes foram introduzidos nas pesquisas clínicas para se alcançar uma expressão numérica, muitas vezes não detectadas pelos meios de avaliações convencionais ' ' . A aplicação destes questionários pode estender o campo de informações e prover uma avaliação mais completa sobre os benefícios da Reabilitação Pulmonar . 34 34 8 Reabilitação Pulmonar A Reabilitação Pulmonar pode ser definida como um programa multidisciplinar e contínuo, baseado em um diagnóstico científico e a p u r a d o . Envolve abordagens terapêuticas, suporte emocional, educação e r e c o n d i c i o n a m e n t o f í s i c o ' ' ' . Tem como objetivos reduzir os sintomas, manter ou melhorar o nível máximo e individual de independência, aumentar a tolerância ao exercício e melhorar a qualidade de vida dos pacientes portadores de incapacidades decorrentes de doenças respiratórias crôni-cas - ' ' . Os programas de Reabilitação Pulmonar são complexos, constituídos de componentes e técnicas distintos, tais como exercício físico, educação de 11 22 36 41 11 17 22 33,36 8 10 8 12 Existem dois tipos de questionários de qualidade de vida, os genéricos e os específicos. Os genéricos são formulados para avaliar pacientes com quaisquer doenças, detectando diferentes aspectos do estado geral de saúde. Os q u e s t i o n á r i o s específicos foram desenvolvidos para se obter uma alta sensibilidade dentro de uma condição clínica específica, incluindo aspectos da qualidade de vida que são relevantes para um determinado grupo de pacientes. Este instrumento pode ser específico para uma doença, uma população, uma função ou um problema, porém, limitam a visão do paciente como um t o d o . Os dois instrumentos de avaliação não são mutuamente exclusivos. Cada questionário possui vantagens e desvantagens e, desta forma, sua escolha deve ser indicada para diferentes circunstâncias . É recomendado a associação dos dois instrumentos pois as informações obtidas se complementam . Dentre os questionários genéricos, o "Nottingham Health Profile" (NHP), em sua versão espanhola, consiste em uma avaliação auto-explicativa da percepção geral da saúde. Contém 38 questões divididas em 6 aspectos: mobilidade física, dor, isolamento social, reação emocional, energia e sono. Este instrumento é pouco extenso e não apresenta complexidade, assim pode ser incluído em uma visão geral da saúde. E também sensível à mudanças a curto e a longo prazo no estado geral da saúde - . O "Sickness Impact Profile"(SIP) é constituído de 136 questões divididas em 12 domínios: deambulação, mobilidade, cuidados com o corpo, interação social, comunicação, comportamento desatento, cuidados com a casa, recreação e entreterimento, alimentação, trabalho, sono e descanso. Foi criado para ser amplamente aplicado em diferentes tipos e graus de doença e em subgrupos demográficos e culturais diversos ' ' ' ' . Outro questionário genérico de larga utilização na literatura é o "Medical Outcomes Study Short-Form Health Survery" (SF-36), auto-aplicativo e constituído de 36 questões subdivididos em 8 domínios: capacidade funcional, dor corporal, vitalidade, saúde geral, função social, função física e emocional, e saúde mental. E um instrumento válido para medir qualidade de vida em pacientes portadores de D P O C ' ' ' ' ' ' ' . 101219,34 19 19 32 23 3 11 28 34 41 8 11 31 33 34 36 41 42 O questionário de avaliação de qualidade de vida da OMS, o WHOQOL-100, foi desenvolvido pelo Grupo de Qualidade de Vida da OMS em 15 países, simultaneamente, para ser aplicado em diferentes culturas. Atualmente, está disponível em 20 idiomas diferentes. E auto-explicativo e constituí-se de 100 questões, subdivididas em 6 domínios: psicológico, físico, nível de independência, relações sociais, ambiente e espiritualidade ' ' . Possui uma versão abreviada, constituída de 26 questões divididas em 4 domínios: físico, psicológico, relacionamentos sociais e meio ambiente . 13 39 44,45 14 Dentre os questionários específicos para avaliação da qualidade de vida na doença pulmonar crônica podemos citar o "Breathing Problems Questionnaire" (BPQ), o "Chronic Respiratory Disease Questionnaire" (CRQ) e o "St. George's Respiratory Questionnaire" (SGRQ). O CRQ foi o primeiro questionário específico a ser publicado para avaliar as doenças pulmonares crônicas e é constituído de 20 itens distribuídos em 4 domínios: dispnéia, função emocional, fadiga e compreensão da doença. As questões são formuladas para serem aplicadas sob a forma de entrevista - ' . Mostrou-se sensível às mudanças ao longo de um programa de intervenção terapêutica, entretanto não é padronizado entre pacientes ou grupos, o que impossibilita comparar populações ou resultados de estudos diferentes ' ' ' . O BPQ é um questionário auto-aplicativo, constituído de 33 questões divididas entre 13 domínios: caminhada, inclinar-se e elevar-se, banho, tarefas domésticas, interação social, efeito do clima, efeito de odores e fumaça, efeito do frio, sono, terapêutica, estados disfóricos, alimentação e urgência de e x c r e ç ã o ' . O SGRQ é um questionário autoaplicativo que consiste em 76 questões divididas em 3 categorias: sintomas, atividades e impacto. Este instrumento pode identificar mudanças no estado de saúde, num período de aproximadamente um ano, além de agrupar essas mudanças nos diferentes aspectos da doença. Por ter uma boa reprodutibilidade, é adequado para estudos comparativos relacionados aos efeitos da doença pulmonar nas AVD e na qualidade de vida ' ' ' . 18,34 39 47 18 28 29,31 47 4 10 28 29 253437 31 Estes questionários vêm sendo aplicados como m e d i d a s de a v a l i a ç ã o em e s t u d o s c i e n t í f i c o s envolvendo programas de Reabilitação Pulmonar relacionados à qualidade de vida. A Tabela 1 mostra alguns estudos que apontam os efeitos da Reabilitação P u l m o n a r na q u a l i d a d e de vida dos p a c i e n t e s portadores de DPOC. Tabela 1- Estudos sobre os efeitos da Reabilitação Pulmonar na Qualidade de Vida Autor Pacientes Wijkstra et. a l . 47 (1994) Holanda Intervenção 2 n: 32 pacientes hospitalizados (16 intervenção, 16 controle) Idade: 61 a 67 anos VEF-': 0,95 a 1,111 l.mur Duração: 12 semanas Período: 1 h/dia em 3 vezes/semana Programa: Treinamento de exercício, Terapia Ocupacional, educação, abandono ao tabagismo. "Follow-up": 24 semanas n: 66 pacientes ambulatoriais (29 intervenção, 37 controle) Idade: 37 a 66 anos VEF-': 1,4 a 3,01 Duração: 6 meses (3 meses intervenção, 3 meses controle) Período: 907dia em 3 vezes/semana Programa: Desobstrução, reeducação da respiração, educação, exercício físico, relaxamento e atividades recreativas. "Follow-up": 3 e 6 meses n: 132 pacientes ambulatoriais (110 intervenção, 22 controle) Idade: 52 a 72 anos V E F : 1,3 a 3,31 Duração: 7 semanas Período: 2 h/dia em 2 vezes/semana Programa: Educação e treinamento físico. "Follow-up": 10,3 meses n: 61 pacientes ambulatoriais (26 DPOC, 35 Asma) Idade: 46 a 70 anos V E F ' : 28 a 8 0 % (do valor predito) Duração: 8 a 10 semanas Período: 3 h/semana Programa: Educação, exercício físico e nutrição. "Follow-up": 12 meses SGRQ Melhora na tolerância ao exercício, dispnéia e qualidade de vida. Não houve melhora na função pulmonar. Após 12 meses os ganhos na qualidade de vida foram mantidos, porém, houve perda parcial na tolerância ao exercício. n: 164 pacientes ambulatoriais e internados (36 internados, 128 ambulatoriais) Idade: 60 a 77,8 anos VEF-': 27,3 a 4 4 , 3 % (do valor predito) Duração: Variável Período: Variável Programa: Treinamento da respiração, educação e exercício físico. "Follow-up": n.a. CRQ Melhora na habilidade no exercício, funcionalidade e qualidade de vida. n: 32 pacientes internados Idade: 48,7 a 67,5 anos VEF" : 0,91 a 2,491 Duração: 3 semanas Período: Variável Programa: Educação, desobstrução, aerossolterapia e exercício físico. "Follow-up": n.a. NHP Melhora na Qualidade de vida, exceto no item dor, e no V.O,. Não houve melhora nos testes de função pulmonar. n: 60 pacientes ambulatoriais e internados (30 intervenção, Duração: 12 meses Período: Variável CRQ 30 controle) Idade: 57 a 71 anos V E F ' : 19 a 5 3 % (do valor predito) Programa: Educação, exercício físico e reeducação da respiração. Melhora da dispnéia, da capacidade de exercício e da qualidade de vida. Redução no número de exacerbações e hospitalizações. Os ganhos obtidos se mantiveram por 24 meses após o início do programa. 1 Cambach et. al. 7 (1997) Holanda Singh et. a l . " (1998) Inglaterra 1 Foglio et. a l . " (1999) Itália Haggerty et. a l . (1999) EUA 20 Funch-Climent et. al. (1999) . França Güellet. a l . (2000) 17 Espanha Hernandez et. a l . 22 (2000) Espanha Camp et. al. (2000) Canadá 8 1 16 Resultados Duração: 12 semanas Período: 3 0 ' em 2 vezes/dia Programa: Exercício físico, reeducação da respiração, relaxamento e educação "Follow-up": n.a. 1 Bendstrup et. al. (1997) Dinamarca Questionário n: 132 pacientes ambulatoriais (110 intervenção, 22 controle) Idade: 57 a 69 anos V E F : 0,9 a 1,71 1 CRQ CRQ CRQ CRQ e BPQ "Follow-up": 24 meses Melhora na qualidade de vidn nos quatro domínios do questionário Enuvtanu;. nau houve melhora nos valores espnométiK">s. Melhora das AVD, qualidade de vida e na tolerância ao exercício. Após 24 semanas houve redução apenas na tolerância ao exercício. Melhora na qualidade de vida e tolerância ao exercício. Após 6 meses, os ganhos na qualidade de vida foram mantidos, enquanto o mesmo não aconteceu com a tolerância ao exercício. Melhora da "performance" no exercício em termos de "endurance" e tempo por distância percorrida. Melhora da qualidade de vida, avaliada através de C R Q , que se manteve por 10,3 meses após o início do programa. n: 37 pacientes domiciliares (20 intervenção, 17 controle) Idade: 56 a 72,6 anos VEF':23,6 a 57,3% (do valor predito) Duração: 12 semanas Período: 1 h/dia em 6 vezes/semana Programa: Caminhada. "Follow-up": n.a. CRQ Não houve melhora na função pulmonar e na gasometria arterial. Melhora na tolerância ao exercício submáximo, dispnéia e qualidade de vida. n: 29 pacientes ambulatoriais Idade: 53 a 92 anos V E F ' : 0,55 a 1,981 Duração: 10 semanas (sendo as cinco primeiras em período de controle) Período: 2,5 h/dia em 3 vezes/semana Programa: Educação, exercícios físicos. "Follow-up": n.a. CRQ, entrevista, SF-36 Melhora da qualidade de vida nos domínios função física, dor corporal, saúde geral, funcionamento físico C R Q . No SF-36 observou-se melhora em todos os domínios, exceto: vitalidade, função social, saúde mental e função emocional. n= amostra; V E F = volume expiratório forçado no primeiro segundo; DPOC= Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica; n.a.= não avaliado; C R Q = "Chronic Respiratory Disease Questionnaire"; AVD= atividades de vida diária; BPQ= "Breathing Problems Questionnaire"; SGRQ= "St. George's Respiratory Questionnaire"; N H P = "Nottingham Health Profile"; V O = volume de oxigênio consumido; SF-36= "Medical Outcomes S t u d y S h o r t - F o r m H e a l t h S u r v e r y " . Os dados da Tabela 1 indicam que programas de Reabilitação Pulmonar resultam em ganhos na qualidade de vida dos pacientes portadores de DPOC. Efeitos semelhantes não foram observados nos testes de função pulmonar ' ' . Os estudos apresentados na Tabela 1 utilizaram metodologias diversificadas, o que compromete a determinação do componente que efetivamente relaciona-se com a melhora da qualidade de vida dos pacientes em estudo. As diferentes c a r a c t e r í s t i c a s dos p a c i e n t e s envolvidos, tais como os graus variados de obstrução ao fluxo aéreo e a seleção de amostra em circunstâncias diversificadas (pacientes hospitalizados, ambulatoriais e domiciliares) dificultam a comparação entre estes estudos. A maioria dos estudos avaliou a qualidade de vida através de um questionário específico (Tabela 1). Entretanto Camp et. al. utilizaram um questionário específico e um genérico além de uma entrevista e, segundo o autor, o emprego de ambos os instrumentos 15 16,22 47 8 estendem os conteúdos validados em uma avaliação de qualidade de vida. O questionário específico mais utilizado na Tabela 1 foi o CRQ. Este, ainda, não possui uma versão adaptada à cultura brasileira. Todavia, temos no Brasil já validados os questionários genéricos SF-36 , WHOQOL-100 e sua versão abreviada e o específico para doenças respiratórias crônicas, SGRQ . A validação e a utilização de questionários de qualidade de vida é de fundamental importância para avaliar, reavaliar e comprovar os efeitos de uma intervenção proposta. Uma vez que parâmetros fisiológicos não têm mostrado alterações significativas após os programas de Reabilitação Pulmonar e que seus benefícios se tornam evidentes quando se avalia a qualidade de v i d a ' , o profissional de saúde deve buscar métodos de avaliação que comprovem estes benefícios. Novos estudos ainda se tornam necessários para que se determine a real contribuição de cada componente do programa de Reabilitação Pulmonar na melhora da qualidade de vida. 9 13 14 10 1617 22,34,41 3 Agradecimentos: Agradecemos à nossa orientadora Dr Raquel Rodrigues Britto, pela valiosa contribuição na elaboração desse trabalho; e à Dr" Rosângela C. Dias e Dr. João Marcos Domingues Dias, pela atenção e disponibilidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Barnes, P. J. Mechanisms in COPD differences from asthma. Chest, v.l 17, n.2, p.l0s-4s, 2000. 2. Bendstrup, K.E.; Ingmann Jansen, J.; Holm, S.; Bengtssoon, B. Out-patient rehabilitation improves activities of daily living, quality of life and exercise tolerance in chronic obstructive pulmonary disease. Eur. Respir. J., v. 10, n. 12, p.2801 -6, 1997. 3. Bergner, M.; Bobbitt, R.A.; Carter, W.B.; Gilson, B.S. The sickness impact profile: development and final revision of a health status measure. Medical Care, v. 19, n.8, p.787-805,1981. 4. Bowen, J.B.; Votto, J.J.; Thrall, R.S.; Haggerty, M . C ; Stockdale-Wool ley, R.; Bandyopadhyay, T ; ZuWallack, R.L. F u n c t i o n a l s t a t u s and survival f o l l o w i n g p u l m o n a r y rehabilitation. Chest, v. 118, n . l , p.697-3, 2000. 5. Breslin, E.; Schans, C. Van Der; Breulink, S.; Meek, P.; Mercer, K.; Volz, W.; Louie, S. 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Teoria da neuromatrix: uma nova abordagem para o entendimento da dor fantasia Theory of neuromatrix: a new approach about the understanding of phantom pain José Geraldo Ticianeli'" Mário Antonio Baraúna' ' 2 (1) Faculdade Fisioterapia, Universidade de Cuiabá, UNIC. ) Centro Universitário do Trinângulo UNIT. Endereço para correspondência: José Geraldo Ticianeli. e-mail:[email protected] Rua Comandante Costa, 1701, Ed. Villagio di Parma, Apto. 12, Bairro Centro 78020-401 Cuiabá, Mato Grosso (2 RESUMO: A dor fantasma é atualmente uma sensação conhecida e observada após as amputações, definida como dor referida a uma remoção cirúrgica de um membro ou p o r ç ã o d e s t e . A dor p o d e c o m e ç a r imediatamente depois da amputação ou, às vezes, aparece semanas, meses e mesmo anos m a i s tarde. Sente-se em p o n t o s precisos do membro fantasma, ocorrendo geralmente em 70% dos amputados. Alguns autores descrevem que o aparecimento da dor fantasma pode estar associada com a dor experimentada antes da amputação, denominada de memória da dor. Várias teorias e suposições envolvem as tentativas de explicar o aparecimento da dor fantasma, das quais a neuromatrix, publicada por Melzack em 1990, é a mais satisfatória. A Neuromatrix propõe que o nosso cérebro é f o r m a d o p o r u m a r e d e difundida de neurônios consistindo de voltas entre o tálamo e o córtex, assim como, o córtex e o sistema límbico; sendo inicialmente determinada geneticamente e mais tarde alterada pelos estímulos sensorials. A perda de estímulo para o membro ou para o corpo ativa a neuromatrix a produzir uma assinatura padrão anormal, como calor, queimação, cãibra e uma sensação de f o r m i g a m e n t o . E o b s e r v a d o que a intensidade da dor do membro fantasma experimentado pelos amputados correlaciona-se com a extensão da reorganização funcional do córtex somatosensorial. A dor do membro fantasma não pode ser explicada satisfatoriamente por qualquer mecanismo único, tal como irritação de um nervo periférico, atividade anormal do simpático ou problemas psicopatológicos, já que todos, de a l g u m a forma, contribuem para o aparecimento e perpetuação da dor. ABSTRACT Phantom pain is actually a s e n s a t i o n k n o w n and o b s e r v e d after amputations, being like pain of a surgical remotion of a member or portion this. The pain may start immediately after of the amputation or sometimes it appears weeks, months and even years later. It feels in precises points of phantom pain . Occuring generally in 7 0 % of amputated. Some authors describe that the appearance of phantom pain may be associated with the e x p e r i e n c e pain b e f o r e a m p u t a t i o n , denominated of memory of the pain. It is also a predisposed factor to appearance of painfull phantom. Several theories and supposition get involved as attempts to explain of appearance of phantom pain, b e i n g that n e u r o m a t r i x p u b l i s h e d by Melzack, is the most satisfactory. The Neuromatrix proposes that our brain is constituted to network spread the loops between thalamus and cortex, as well as, cortex and limbic system, at initially determined genetically and later altered by sensory stimulus. The lost stimulus to limb or to body stimulate the neuromatrix produced a abnormal standard sign, as heat, burn, cramp and tingling sensation. It is observed that intensity the phantom limb pain experimented by amputed correlate with extensions of the reorganization functional the cortex somatosensory. The phantom limb pain c a n ' t be explained satisfatory for any mechanism single, such as i r r i t a t i o n of a p e r i p h e r i c n e r v e , abnormal activity simpathic or psycopathology problems, all some form contribute to appealment and perpetuation of pain. DESCRITORES: Amputação, Dor/psicologia, M e m b r o f a n t a s m a , M e m ó r i a / classification. KEYWORDS: Amputation, Memory/ classification, Pain/psychology, Phanton limb. INTRODUÇÃO 20 relação entre dor e lesão parece tão evi0^J\ dente que, dificilmente, mesmo na ausênm \ cia real da lesão não se acredita na possibilidade da dor; ou na ausência do membro ou órgão, acredita-se na impossibilidade da lesão física e aparecimento da dor. Bare e Smeltzer descrevem que a dor é considerada real mesmo quando nenhuma causa física ou sua origem forem identificadas. O termo dor é comumente usada em dois critérios diferentes e, até certo ponto, divergentes: o primeiro se refere a um sistema de terminações nervosas na periferia do corpo que, quando ativadas pelos estímulos adequados, enviam sinais para a medula dorsal ou para algum local específico do cérebro; o segundo, utiliza o sistema c o g n i t i v o , e m o c i o n a l e ações comportamentais, ocorrendo subseqüentemente a estimulação nociceptiva geralmente conceitualizada como emoções, respostas ou reações . A dor fantasma já era observada há vários séculos, mas, em razão da falta de conhecimento, e da pouca descrição literária, foi rotulada de várias maneiras. Teixeira et a l . descrevem que, em virtude da inadequada resposta a diferentes formas de tratamento, a dor fantasma foi associada a transtornos psicológicos. Mecanismos periféricos foram também aventados para explicar a gênese do fenômeno. Uma das dificuldades para a definição do fenômeno ocorre na coleta dos relatos, uma vez que dados fidedignos dependem da postura e da confiança na relação terapeuta-paciente. Algumas pesquisas que descrevem a freqüência da dor fantasma após a amputação, apresentam erros em seus resultados devido a constrangimento de alguns pacientes ao apresentarem seus relatos durante a avaliação. Estas pessoas tem receio de referir sobre suas sensações, por medo de serem c o n s i d e r a d a s insanas ou p s i c o l o g i c a m e n t e afetadas, na medida em que relatarem sentir dores em um membro que não está mais presente . Desde o século XV, o cirurgião militar francês, Ambroise Paré, já descrevia que alguns pacientes, após amputação de uma perna, reclamavam de dor vigorosa na perna p e r d i d a . 0 primeiro a definir a dor fantasma foi Silas Weir Mitchell, em 1872 . Em tempos mais recentes, vários autores definiram, cada um em sua época e com uma maneira particular de observar, o fenômeno denominado de dor fantasma. 2 11 34 18 20 27,28 7 Melzack e Ehde et al. , descreveram que a dor fantasma é definida como dor referida a uma remoção cirúrgica de um membro ou porção deste. Khattab define a dor fantasma como sendo um fenômeno que envolve uma sensação dolorosa percebida na perda de uma parte do corpo ou de uma parte paralisada por uma lesão da coluna dorsal ou avulsão da raiz nevosa; ou simplesmente, dor que é experimentada em um membro que não está mais presente. A Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), como descrito por Wall e Heynenan , definem a dor fantasma como dor referida para um m e m b r o removido cirurgicamente. Os pacientes se queixam, amargamente, dias ou vários meses após a amputação, por ainda sentirem uma dor excessivamente forte no membro já amputado. Infelizmente, alguns aspectos sensorials do membro desaparecido acabam por dominar a vida de muitos amputados. Aproximadamente 70% do amputados sofrem de queimação, formigamento, pontada, coceira ou outra sensação de dor nas primeiras semanas depois da amputação. Além disso, em 5 a 10% dos amputados, as s e n s a ç õ e s fantasmas d o l o r o s a s ocorrem imediatamente depois da cirurgia e permanecem durante anos - . Vários estudos indicam que 60 a 80% dos amputados experimentam a dor fantasma . Lambert et al. relatam que a incidência da dor do membro fantasma após a amputação é acima de 85%. Nikolajsen et al. relatam que a dor fantasma ocorre em cerca de 70% dos pacientes dentro de 2 anos depois da amputação ' ' . Melzack et al. observaram que a dor fantasma diminui gradualmente e finalmente desaparece dentro dos primeiros 1-2 anos pós-operatórios . Wilkins et al. afirmam que a dor fantasma tipicamente começa algum dia após a amputação, mas tende a diminuir em freqüência e duração sobre o tempo. A dor fantasma não é exclusiva dos membros, Nikolajsen et al. e Marbach relatam que pacientes que realizaram outros procedimentos cirúrgicos como a toracotomia, a mastectomia, extração de dentes e do tecido nervoso dental (polpa dental) freqüentemente relatam uma dor espontânea por um longo período de tempo. Ao longo dos anos, vários teorias e suposições envolvem as tentativas de explicar o aparecimento da dor fantasma. Estas teorias vem sendo influenciadas em relação pela evolução do nosso conhecimento sobre 13 36 15 20 12 14 22 8 9 12,14,23 20 20,31,35 37 24 17 16 a neurofisiologia. Segundo Liaw et al. , os mecanismos periféricos, espinhais, espinotalâmicos e autônomos são utilizados para explicar a ocorrência da dor do membro fantasma em amputados, mas o papel do córtex relacionado ao fenômeno é ainda limitado. FATORES PSICOLÓGICOS Os fatores psicológicos, para muitos, parecem ser a explicação mais plausível para a gênese do fenômeno. A dor, como descrito por Melzack et a l . , tem características sensorials evidentes, mas possui também propriedades emocionais e motivacionais. Os eventos da vida com relevância emocional ou cognitiva, deixam para atrás imagens ou memórias que podem incluir detalhes da experiência vivida . E importante considerarmos que um indivíduo submetido a uma amputação necessita de profundas mudanças na sua vida, desde alterações sócio-econômicas até familiares. A amputação exige uma grande alteração do potencial funcional do m u s c u l o - e s q u e l é t i c o e conseqüente da perpétua adaptação a uma condição incapacitante. Para Walker et al. em muitos pacientes com dor crônica, não é justamente a dor que é um problema, mas sua seqüela. Na visão do autor, ainda é relativamente pequena a atenção dada a relação entre "stress" psicológico e outros problemas relacionados com a dor. É indiscutível o impacto psicológico que a perda de um m e m b r o pode proporcionar a um indivíduo, e é também evidente que, distúrbios emocionais podem disparar e agravar a dor. Os fatores emocionais têm um importante papel na ocorrência e persistência da dor fantasma, assim como de outras patologias crônicas . N a a t u a l i d a d e , v á r i a s p r o p o s t a s tem sido apresentadas para explicar os mecanismos cerebrais de dor, e cada vez mais fica evidente o papel primordial das variáveis psicológicas e como elas afetam a reação da dor. Segundo Brandão , isto ocorre através da avaliação cognitiva e das experiências passadas, a r m a z e n a d a s nas áreas corticais s u p e r i o r e s , r e l a c i o n a d a s aos s i s t e m a s d i s c r i m i n a t i v o s e motivacionais da dor. Uma série de processos cognitivos, incluindo ansiedade, atenção, depressão, experiências anteriores da dor e influências culturais podem influenciar a percepção da dor e a resposta para uma experiência dolorosa. Mesmo que as vias ainda não estejam 18 30 35 20 4 claramente entendidas, acredita-se que estes aspectos individuais da expressão da dor são mediados pelos centros mais altos do córtex - . De acordo com Prentice , estes processos podem influenciar a sensação discriminativa e as dimensões afetivas motivacionais da dor. Na atualidade, a dor fantasma está relacionada a existência de dores na pré-amputação. Observado em pacientes com câncer, diabete ou outras patologias associadas com lesões antigas ou traumas e dores crônicas, podendo resultar em percepção da dor e em resposta da dor após a amputação. Esta memória da dor, na maioria das vezes, ultrapassa as características das lesões que freqüentemente são menores. Este fenômeno é atualmente bastante utilizado nos artigos para explicar a p e r m a n ê n c i a da dor no p ó s cirúrgico ' ' . Melzack et al. descreve a respeito da ansiedade e sua influência na formação do processo doloroso no pós-cirúrgico. O autor observa que os doentes informados acerca da dor prevista após a cirurgia, tendem a fixar a sua atenção nos aspectos negativos do processo, o que contribui não para diminuição, mas para aumento da intensidade. 18 35 25 1 3,9 22 18 MEMÓRIA DA DOR A relação entre a permanência da dor e o estímulo que pode promover um reorganização no plano somatosensorial é observado por vários autores ao longo dos a n o s . A dor pós-amputação é bastante freqüente em pacientes que sofreram dor antes do procedimento e a característica desta (qualidade, localização, modulação, etc) é bastante semelhante às experiências antes da amputação ' ' ' ' ' ' . Song et al. e Fisher e Hanspal também sugerem que, além da lesão, a dor experimentada antes da amputação, denominada de memória da dor, também é um fator predisponente para o aparecimento do fantasma doloroso. Wall e Heyneman afirmam que a intensa dor préoperatória pode estabilizar um engrama daquela dor centralmente. Os autores são categóricos ao afirmarem que as mudanças nas estruturas centrais causadas pelo estímulo sensorial causam este engrama, produzindo a sensação dolorosa, determinando a memória da dor. Observando que as alterações na condução e na reorganização neural, denominada neuroplasticidade, está associada ao desenvolvimento de síndromes 1519,26 1,3,8 33 9 36 10 15 20 22,28 33 36 dolorosas crônicas. É importante verificarmos que a neuroplasticidade tem como resultado final uma nova relação entre estímulo e resposta, pois, em virtude de alguma alteração lesiva ou dolorosa, os neurônios apresentam a habilidade para alterar a sua estrutura e função para responder aos estímulos internos e externos. A neuroplasticidade é também observada após um trauma psicológico. TEORIA DA NEUROMATRIX A resposta mais satisfatória, até o momento, segundo Melzack et ai. é que influxos anormais, traumáticos ou não, podem modificar a atividade no próprio sistema nervoso central, de maneira que, p a d r õ e s a n o r m a i s de i m p u l s o s n e r v o s o s são desencadeados por influxos aferentes cutâneos e eferentes simpáticos modulados pela atividade cerebral. Melzack apresentou uma nova teoria na qual afirma que o cérebro apresenta uma rede de neurônios denominada de neuromatrix, e esta rede continuamente gera um padrão característico. Para apresentar este novo conceito ao sistema nervoso em relação a dor fantasma, o autor apresenta alguns questionamentos. Inicialmente questiona o porquê do membro fantasma (ou outra parte do corpo) ser sentido de uma forma tão real. E razoável concluir que o corpo físico que nós normalmente sentimos, é subservido pelo mesmo processo neural no cérebro e que estes processos cerebrais são normalmente ativados e modulados por estímulos ao corpo, mas podem atuar na ausência de qualquer estímulo. Todas as qualidades que nós normalmente sentimos no corpo, incluindo dor, são também sentidas na ausência de estímulo ao corpo. Dessa maneira o autor conclui que a origem do padrão que está abaixo das qualidades da experiência encontra-se na rede neural do cérebro; os estímulos podem disparar o padrão, porém não pode produzi-los. Conclui ainda que o corpo é percebido como uma unidade e identificado como um "auto", distinto de outras pessoas e ao redor do mundo. O processo cerebral que está subjacente ao auto-corpo são importantes extensões, que não podem mais ser ignoradas, construída pela especificação genética. Entretanto, este substrato construído deve, no curso, ser modificado pela experiência de uma unidade de diversos sentimentos. Estas conclusões oferecem a 18 19 base para o novo modelo conceituai. O cérebro é formado por uma rede difundida de neurônios consistindo de voltas para o tálamo e o córtex, assim como o córtex e o sistema límbico, inicialmente determinada geneticamente e mais tarde alterada pelos estímulos sensorials. Estas redes de n e u r ô n i o s p e r m i t e m u m processamento paralelo em diferentes componentes da neuromatrix e convergem repetidamente para permitir a interação entre os p r o d u t o s da p r o d u ç ã o de processamento. A repetição deste processamento entre todas as áreas de ligação e a origem de impulsos específicos nesta rede ou neuromatrix, determina o aparecimento de uma característica única e individual denominada de neuroassinatura. Pucher e Frischenschlager reforçam que algumas sensações como lesão, alteração de temperatura e estimulação do tecido endógeno podem ser rotulados de neuromódulos que imprimem novas neuroassinaturas. S a l i m e A n g r i l l i e K õ s t e r e m b a s a d o s na neuromatrix afirmam que três circuitos são as fontes da dor fantasma: as áreas somatosensorais e o córtex parietal adjacente o qual processam informações do corpo; o sistema límbico que se ocupa da emoção e motivação; e a rede cortical que envolve as atividades cognitivas, associadas às memórias das experiências passadas e a evolução dos estímulos sensorials. Também citando a neuromatrix como uma proposta para a dor do membro fantasma, Saitoh et al. e Leskowitz descrevem que a desaferentação do nervo pode eventualmente resultar em lesão neural e dor produzida no cérebro. Wall e H e y n e m a n t a m b é m sugerem que a interrupção dos caminhos sensorials causado pela amputação dispara um estado de dor que é reverberado através de voltas centrais entre o hipotálamo e o córtex. Segundo Liaw et al. , a perda de estímulo para o membro ou para o corpo ativam a neuromatrix a produzir uma assinatura padrão anormal, como calor, queimação, cãibra e uma sensação de formigamento. Khattab et al. também descrevem a neuromatrix como u m a proposta para explicar a causa e a fisiopatologia envolvendo a dor fantasma, decorrentes de circuitos neurais no p e r c u r s o do cérebro à extremidade e o retorno ao cérebro. Wilkins et a l . e Liaw et a l . afirmam que o conceito denominado neuromatrix, é realmente o m a i s 26 29 1 30 15 36 16 13 37 16 satisfatório para explicar a sensação que um indivíduo sofre após a perda de um membro. Isto também sugere que a atividade na área cortical somatosensorial do cérebro pode ativar áreas próximas da área que representa a parte amputada. A reorganização funcional dos neurônios sensorials na coluna espinhal, tálamo e córtex cerebral, ocorre através da lesão periférica com ou sem lesão nervosa. Casey demonstrou que a intensidade da dor do membro fantasma experimentado pelos amputados correlaciona-se com a extensão da reorganização funcional do córtex somatosensorial. Os pacientes com dor central oferecem evidências de que a lesão central sozinha pode produzir dor crônica em ausência de qualquer estímulo nocivo. A Neuromatrix apresenta uma nova visão ao entendimento da dor fantasma, pois descreve um cérebro ativo, que responde através de alterações em suas representações neurais, quando estimulados durante um determinado período de tempo. Em uma amputação, a desaferentação altera de alguma forma os estímulos enviados para o córtex e conseqüentemente exigem um novo padrão de neuromatrix, ou seja, uma nova neuroassinatura. O grande problema para o entendimento completo do fenômeno é podermos verificar quando e como estas reorganizações neurais ocorrem. De acordo com Davis et al. , ainda não está claro como estas mudanças se 5 6 relacionam com a sensação e a dor fantasma. O entendimento de como múltiplas populações neuronais contribuem para distinguir as respostas nociceptivas, e atuam para p r o d u z i r respostas interagidas, requer análises contínuas do comportamento consciente das atividades sinápticas. Em resumo, as citações apresentadas em conjunto nos indicam que a dor do membro fantasma não pode ser e x p l i c a d a s a t i s f a t o r i a m e n t e por q u a l q u e r mecanismo único, tal como irritação de um nervo periférico, atividade anormal do simpático ou problemas psicopatológicos, uma vez que todos de alguma forma contribuem para o aparecimento e a perpetuação da dor. A dor fantasma, ainda será um mistério se nós continuarmos a assumir que o corpo apenas envia mensagens para um cérebro receptor passivo. A s e n s a ç ã o f a n t a s m a será m a i s facilmente compreensível, se nós reconhecermos que o cérebro gera os impulsos para o reconhecimento do corpo, causados pelos estímulos sensoriais determinados pela experiência. Embora nosso conhecimento sobre o sistema nervoso esteja ainda c o m e ç a n d o , é importante considerarmos que as informações adquiridas nos últimos anos sobre a dor fantasma, permitem um otimismo terapêutico e uma visão mais ampla sobre os processos de reabilitação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Angrilli, A.; Kõster, U. Psychophysiological stress response in amputees with and without phantom limb pain. Physiol. Behav., v.68, n.5, p.699-706, 2000. 2. Bare, B.G.; Smeltzer, S.C. Tratado de enfermagem médicocirúrgica. 8.ed. Rio de Janeiro, Guanabara, 1997. 370p. 3. Bartusch, S.L.; Sanders, J.; D'Alessio, J.G.; Jernigan, J.F. Clonazepan for the treatment of lancinating phantom limb pain. Clin. J. Pain, v. 12, n.l,p.59-62,1996. 4. Brandão, M.L. Psicofisiologia. São Paulo, Atheneu, 1995. 208p. 5. Casey, K.L. Imaging pain. In: Pain: clinical updates, v.8, n.4, p. 1-4, 2000. 6. Davis, K.D.; Kiss, Z.; Luo, L.; Tasker, R. et. al. Phantom sensations generated by thalamic microstimulation. 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Nós relatamos o uso da eletroestimulação em quatro pacientes submetidas a laparotomias no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. As pacientes foram avaliadas no período pré-operatório e acompanhadas no I e 2 dia de pós-operatório (DPO). As duas pacientes submetidas a cirurgias supra-umbilicais realizaram prova de função pulmonar. A TENS foi aplicada na modulação convencional duas vezes ao dia durante trinta minutos. A dor foi mensurada através de uma Escala Visual Analógica Padronizada. Pôde-se observar que a paciente n° 1 apresentou alterações espirométricas similares ao encontrado na literatura revisada, havendo diminuição dos valores de VEFi, CVF, VEF,/CVF e peakflow nos dias subseqüentes à cirurgia. Os resultados obtidos na espirometria da paciente n° 2 demonstraram que houve aumento nos valores no 1 ° DPO, com queda subseqüente no 2 DPO, valores estes próximos aos obtidos no pré-operatório. Todas as pacientes relataram melhora da dor à movimentação. Esta observação coincide com a hipótese de que a TENS irá atuar de maneira eficaz na dor de origem cutânea, relacionada a movimentos voluntários, não sendo necessariamente eficiente para dores de origem visceral. Foi observado que o uso da TENS viabiliza, em determinadas ciro * Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Fisioterapia da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais. Graduando do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Professor do Curso de Fisioterapia Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Co-orientador do estudo. Professora do Curso de Fisioterapia Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Orientadora do estudo. Endereço para correspondência: Profa. Dra. Verônica Franco Parreira. D e p a r t a m e n t o de F i s i o t e r a p i a da UFMG. Unidade Administrativa II 3 andar. Av. Antônio Carlos, 6627 Pampulha. 31.270-901. Belo Horizonte, Minas Gerais. e-mail: [email protected] parreira@metalink. com .br (1) (2) 0 ) o o cunstâncias uma maior cooperação por parte do paciente, fator crucial para que possam ser atingidos os objetivos terapêuticos e funcionais do atendimento fisioterápico. DESCRITORES: Cirurgia torácica, Literatura de revisão, Pós-operatório, Terapia por estimulação. o ABSTRACT: The purpose of this study is to review the literature concerning the effects of transcutaneous eletric nerve s t i m u l a t i o n ( T E N S ) following major thoracic and abdominal surgeries. TENS has b e e n u s e d as a c o m p l e m e n t a r y analgesics for pain relief after surgery. We described the use of TENS in patients undergoing laparotomy at the Clinical Hospital of Universidade Federal de Minas Gerais. Four patients were enrolled in this observation. Patients were evaluated on day before surgery and on the first and second postoperative days. TENS using conventional modulation was performed twice a day, during thirty minutes. Visual Analogue Standardized Scale assessed pain. Patient number 1 had impairments on pulmonary function as described on the literature, with decreases in FEV, FVC FEF/FVC and peak-flow after surgery. The results observed on patient n u m b e r 2 showed increase of values on the first postoperative day followed by decrease, close to the obtained on the preoperative evaluation. All patients showed decrease of pain associated with movement. This improvement is in accord with the hypothesis about the effectiveness of TENS on the control of pain related to voluntary movement, not necessarily on pain from organ origin. The use of TENS leads to a best patient's cooperation, which is very important to reach the therapeutics and functional goals during physical therapy, KEYWORDS: Eletric stimulation therapy, Postoperative period, Review of literature, Thoracic surgery. INTRODUÇÃO U ma das indicações da intervenção fisioterapêutica em hospitais é o icompanhamento pré e pós-operatório de p a c i e n t e s s u b m e t i d o s a cirurgias torácicas e abdominais , uma vez que esses procedimentos p r o v o c a m a l t e r a ç õ e s na função p u l m o n a r e conseqüente aumento da morbidade e mortalidade destes ' ' - ' ' ' - . As alterações da função pulmonar e da hematose, decorrentes de procedimentos cirúrgicos torácicos e abdominais, j á foram amplamente descritas na l i t e r a t u r a ' ' - ' ' ' - ' . As provas de função pulmonar realizadas no período pós-operatório demonstraram diminuição das seguintes medidas: capacidade vital forçada (CVF), capacidade pulmonar total (CPT), volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEFi), volume corrente (VC), capacidade residual funcional (CRF) e pico de fluxo expiratório (peak-flow) ' ' ' ' ' ' . A análise dos gases do sangue arterial demonstra redução dos valores de pressão parcial de oxigênio (Pa0 ) e saturação de oxigênio na hemoglobina ( S a 0 ) . 0 tipo e a duração da anestesia, o tipo de incisão cirúrgica (maior proximidade da incisão cirúrgica em relação ao diafragma trará maior repercussão funcional), o tempo de cirurgia, a restrição mecânica pela dor, o aumento da pressão intraabdominal, o uso de analgésicos e características individuais do paciente são variáveis que influenciam a magnitude destas alterações ' ' ' ' - ' ' ' ' ' ' . 1,5,15 3 3 3 6 9 10 11 19 21 9 11 15 40 19 20 21 29 33 40 1 5 6 17 19 26 40 2 5,19 2 6 8 9 11 18 19 20 21 29 33 35 40 Esta conjunção de fatores é responsável pelas complicações pulmonares pós-operatórias. Entretanto, é necessário salientar outros fatores que influenciam a evolução do pós-operatório, tais como: alterações no estado nutricional, obesidade, pneumopatias prévias, a l t e r a ç õ e s r e s p i r a t ó r i a s atuais (e.g. tosse e b r o n c o e s p a s m o ) , presença de doenças clínicas associadas (e.g. doenças imunológicas ou metabólicas) e tabagismo atual ou p r é v i o ' ' ' . Devemos também considerar a disfunção do diafragma que acompanha estes p r o c e d i m e n t o s . Pacientes 1519 29 33,34 35 918,36 submetidos a cirurgias torácicas e abdominais geralmente desenvolvem um padrão pulmonar restritivo e tal padrão possui vários fatores contribuintes sendo o principal deles a dor no pós-operatório ' . Infecção traqueobrônquica e pneumonia, atelectasia, broncoespasmo, insuficiência respiratória aguda, derrame pleural e síndrome da angústia respiratória do adulto (SARA) são as complicações pulmonares no pósoperatório mais citadas pela literatura . A intervenção fisioterapêutica tem sido realizada com o objetivo de contribuir na diminuição das complicações já citadas e conseqüentemente da morbimortalidade destes pacientes. As condutas mais utilizadas têm sido as técnicas de higiene brônquica e reexpansão pulmonar, o auxílio à mobilização e deambulação precoce, com objetivo de manter a perviedade de vias aéreas, melhorar a hematose, e promover independência, evitando os efeitos adversos do pós-operatório . 6 11,20,21,36 5,11,15,29,33,34,35,39 1,5,10,15,33 A fim de atingir esses objetivos devemos nos ater à disfunção diafragmática e à dor ocasionadas por estes procedimentos c i r ú r g i c o s . Ford et al. , demonstraram que em pacientes submetidos a colecistectomia ocorre uma diminuição da contribuição do diafragma na inspiração, associada a uma alteração no padrão respiratório destes pacientes sugerindo como causa desta disfunção uma possível inibição reflexa do nervo frênico . De Troyer e Estennes , associam esta disfunção no funcionamento do diafragma ao aumento da pressão intra-abdominal (edema pós-operatório) com conseqüente diminuição da zona aposicional. A distensão excessiva do diafragma irá prejudicar a sua contração de forma eficaz. 11,21,23,35,40 20,40 9 8 Procedimentos cirúrgicos produzirão lesão tecidual local em maior ou menor grau, com conseqüente liberação de mediadores químicos que vão ativar os nociceptores e os impulsos serão transmitidos até o Sistema Nervoso Central (SNC) através das fibras nervosas A-delta (AS) e C . 2,14,17,23,30,41 Um recurso amplamente utilizado por flsioterapeutas no controle da dor em diversos quadros clínicos é a estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS, do inglês Transcutaneous Electric Nerve Stimulation), que poderá atuar como adjunto na conduta terapêutica, visto que a dor ocasionada pela cirurgia faz com que ocorra inibição voluntária da inspiração profunda e da tosse, favorecendo a instalação da síndrome restritiva respiratória que freqüentemente acompanha estes procedimentos . O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão bibliográfica sobre a efetividade da TENS no pósoperatório de cirurgias torácicas e abdominais, sua influência no controle da dor e nas alterações da função p u l m o n a r ; assim c o m o relatar n o s s a p r ó p r i a experiência com a aplicação da TENS em quatro pacientes submetidas a laparotomia no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG). 1,5,16> 1 7 , 2 6 , 2 7 DOR E ELETRO ANALGESIA Existem provas datadas da idade antiga, mais especificamente por volta do ano 46 d. C , nas quais se relata que entre os elementos naturais utilizados pelos egípcios para o t r a t a m e n t o de d e t e r m i n a d a s enfermidades era utilizado uma forma primitiva de estimulação elétrica, com enguias ou peixes que produzem descargas elétricas. Porém a utilização sistemática deste recurso de maneira eficaz e com respaldo científico foi realmente incorporada à prática clínica a partir da década de 60 deste século . Na TENS, eletrodos são acoplados à pele através de uma fina camada de gel para que ocorra transmissão dos impulsos elétricos de baixa voltagem à derme e aos tecidos subjacentes . A dor, como percepção mediada pelo sistema nervoso é conduzida por fibras Aô e C e os estímulos táteis são conduzidos pelas fibras A-beta (A-fi) mielinizadas. Está descrita na literatura a teoria proposta por Melzack e Wall em 1965, que explica o funcionamento das comportas espinhais como mecanismo neurofisiológico da dor. Estes autores postulam que os sinais aferentes de dor são m o d i f i c a d o s em um m e c a n i s m o de c o m p o r t a localizado na substância gelatinosa do corno dorsal da medula. E sugerido que a conexão entre as fibras periféricas e o SNC ocorra nesta região. Interneurônios inibitórios ativos seriam responsáveis pela manutenção desta comporta fechada a partir da estimulação das 13,22,31 13,22 fibras de tato, ou seja, não permitindo transmissão ao SNC da sensação de dor. Os estímulos dolorosos que excitam fibras Aô e C, abririam esta comporta, r e s u l t a n d o em dor através da inibição destes interneurônios. A TENS induziria ao alívio da dor por interação sensorial, uma vez que sua aplicação estimula as fibras táteis (A-J3), ativando os interneurônios e bloqueando o estímulo doloroso no nível medular, na substância gelatinosa. A este processo de redução ou minimização da transmissão da dor se dá o nome de neuromodulação . Além da participação do mecanismo da comporta espinhal na analgesia induzida pela TENS, alguns estudos mostram que a estimulação elétrica nervosa transcutânea é capaz de ativar o sistema descendente inibitório da dor e modular a atividade dos neurônios no corno dorsal da medula a partir da liberação de peptídios opióides endógenos como as endorfinas e encefalinas . A principal indicação para a TENS é a presença de dor, seja ela aguda ou crônica. E consenso que quanto mais aguda e localizada for a dor, maior será a eficiência deste recurso. Desta maneira, uma das indicações clássicas da TENS é a dor aguda pósoperatória . As contra-indicações da TENS são similares às da eletroterapia em geral. Sua indicação é contra-indicada de forma absoluta na presença de marcapasso cardíaco, pela possibilidade de interferência entre os aparelhos; ou na região dos seios carotídeos, pelo risco de elicitação do reflexo vagovagal e conseqüente resposta hipotensora. Outros problemas cardíacos não contraindicam o uso da TENS, porém pacientes com história pregressa ou sintomatologia de qualquer distúrbio desta natureza devem passar por uma avaliação criteriosa que inclui eletrocardiograma e monitorização da freqüência cardíaca. A TENS não deve ser aplicada de forma transcraniana em pacientes com história de acidente v a s c u l a r c e r e b r a l , a t a q u e i s q u ê m i c o transitório, epilepsias ou outras formas de convulsão; e nunca deve ser aplicada diretamente sobre os olhos. Desde que supervisionada por profissional competente, a TENS pode ser utilizada em mulheres grávidas com lombalgias e/ou dores na região sacrococcígea, devendo porém ser evitada nos primeiros três meses de gestação ou sobre a região abdominal com o útero grávido . Existem quatro tipos principais de modulação da corrente na TENS: convencional, acupuntura, trens de 2,14,22,23,30,41 37,38 13,22,28 6,13,22 pulso e breve-intensa. A diferença entre elas se dá na regulação dos parâmetros de freqüência e intensidade. Na modulação convencional, são utilizadas alta freqüência e baixa intensidade (no limiar sensorial) a fim de induzir a analgesia pelo bloqueio do estímulo doloroso na medula espinhal, enquanto que nos outros três são utilizadas intensidades bem mais altas com freqüências baixas, (exceto na breve-intensa em que também a freqüência é alta), para induzir o organismo à liberação de analgésicos endógenos. A corrente convencional tem como mecanismo de ação prioritário a estimulação de fibras aferentes de grande calibre (AB mielinizadas) ' . Nas outras formas de aplicação da TENS, a eletroanalgesia seria resultado da liberação de substâncias como as beta-endorfmas. Não obstante, a TENS convencional também promoveria a estimulação aferente no SNC em áreas mesencefálicas por vias não-opióidérgicas como as serotoninérgicas, induzindo também a liberação de outros tipos de substâncias analgésicas endógenas . 6 13,22 2,6,17,25,28,41 Os benefícios trazidos por este recurso são vários: baixo custo, facilidade na técnica de aplicação, possibilidade de ser aplicado como forma de analgesia contínua, número reduzido de contra-indicações e principalmente o fato de não provocar efeitos colaterais . Os analgésicos opióides produzem analgesia devido aos seus efeitos agonistas sobre os receptores opiáceos no SNC que apresentam distribuição na medula espinhal nas mesmas áreas de transmissão das fibras Aò* e C. Muitos dos efeitos colaterais dos analgésicos também são resultado da interação opióide-receptor. De importante repercussão são as ligações entre os hipnoanalgésicos e o sistema de controle respiratório no tronco encefálico . Estas ligações levam a uma depressão do centro respiratório, diminuição do reflexo de tosse e diminuição do nível de consciência com possível retenção de secreções e aspiração de saliva e conteúdo gástrico, além de outros efeitos colaterais tais como náuseas, vômitos, retenção urinaria, prurido e constipação . Desta maneira, a aplicação da TENS visando a redução da quantidade de opióides necessários para o adequado controle da dor tem se mostrado benéfica . 1,313,22 14 410,12,27,30,35 6,16 24,25,39 TENS na redução da dor pós-operatória, assim como sobre os volumes pulmonares do período pósoperatório partindo da hipótese de que esta auxiliaria na redução da síndrome restritiva secundária à c j gj l,3,4,10,16,17,18,24,25,26.27,31,35,39 m r a Cirurgias Torácicas Em um estudo com 31 pacientes submetidos à cirurgia cardíaca como cirurgia de revascularização do miocárdio (CRVM) ou troca de válvula mitral ou aórtica, Navarathnam et al. , aplicaram a TENS nas p r i m e i r a s 72 horas de p ó s - o p e r a t ó r i o . Foram posicionados dois pares de eletrodos sendo um de forma paraincisional e outro na região torácica posterior correspondente ao dermátomo da área esternal. Os pacientes foram alocados aleatoriamente em dois grupos: um com aplicação da TENS efetiva e outro com T E N S p l a c e b o . Foram o b s e r v a d a s diminuições nos valores de CVF, VEF, e peak-flow em ambos os grupos. Nos primeiros três dias de póso p e r a t ó r i o , os valores de peak-flow foram estatisticamente maiores no grupo TENS efetivo. A CVF foi relativamente maior no grupo TENS apenas no segundo dia de pós-operatório e o VEF, não apresentou diferença significativa entre os grupos. A incidência de complicações pulmonares foi similar para os dois grupos . Ho et al. , realizaram um estudo aplicando a TENS em 15 pacientes submetidos à toracotomia nos três primeiros dias de pós-operatório, duas vezes ao dia durante 15 minutos em cada aplicação. Os autores deste trabalho utilizaram a Escala Visual Análoga Padronizada (EVAP) para avaliar a dor e provas de função pulmonar para verificar os benefícios da analgesia na melhora do padrão respiratório destes pacientes. O alívio da dor foi constatado. Já os valores de CVF, VEF! e peak-flow foram maiores no grupo TENS que no grupo controle na maior parte das aplicações. Como a aplicação da TENS não obedeceu a parâmetros pré-estabelecidos, mas sim à tolerância do paciente, foi observado que a maior parte deles preferiu a eletroestimulação com freqüência de média a alta (150-200 Hz) e intensidade média. McMicham et al. , acompanharam, num período de 12 meses, 141 pacientes submetidos à toracotomia, alocados em 3 grupos, sendo o primeiro um grupo controle (I) e dois grupos com aplicação de TENS nas freqüências de 110 Hz (II) e 65 Hz (III). Foram 26 26 17 24 REVISÃO DA LITERATURA: A UTILIZAÇÃO DA TENS NO PÓS-OPERATÓRIO Alguns estudos avaliaram os benefícios do uso da avaliados o tempo de permanência da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o total de dias de hospitalização, além da ingestão de medicação analgésica (calculada utilizando como parâmetro o peso corporal p r é - o p e r a t ó r i o ) . Os autores não encontraram diferença significativa entre os grupos em relação à permanência na UTI e dias de hospitalização. No entanto, houve diferença significativa em relação à necessidade de analgésicos: o grupo I necessitou de maior quantidade de analgésico pós-operatório em relação aos grupos II e III, assim como o grupo II quando comparado ao grupo III. Os autores sugerem que talvez uma freqüência de 65 Hz proporcionaria melhor analgesia. No estudo realizado por Foster et al. , foram acompanhados 45 pacientes após CRVM, divididos de forma aleatória em três grupos: TENS efetivo, TENS placebo e grupo controle. O tratamento foi aplicado nas primeiras 72 horas de pós-operatório e foram avaliados os seguintes parâmetros: dor durante o repouso e durante a tosse, uso de medicação analgésica complementar, CVF, VEFj epeak-flow. Os resultados obtidos neste estudo demonstraram que não houve diferença significativa entre os grupos, exceto na dor durante o repouso, que foi menor no grupo TENS efetivo em relação ao grupo controle e ao grupo de TENS placebo. A conclusão dos autores foi de que a TENS aplicada de forma contínua durante o período de pós-operatório de CRVM não apresentava vantagens para o controle da dor ou na prevenção de alterações pulmonares. Benedetti et al. , realizaram um estudo randomizado acompanhando 324 pacientes submetidos a diferentes tipos de cirurgia torácica. A intensidade da dor no pósoperatório foi classificada em severa, moderada e leve em função da t é c n i c a cirúrgica e m p r e g a d a , respectivamente: toracotomia póstero-lateral; costostomia, toracotomia com afastamento muscular e esternotomia; videotoracoscopia. Em cada um destes grupos os pacientes foram divididos em três subgrupos de tratamento: TENS efetivo aplicado nas primeiras doze horas de pós-operatório com uma hora de aplicação e uma de repouso alternadamente, TENS placebo e grupo controle. A eficácia da TENS foi analisada considerando o tempo em que o paciente, após o início do tratamento, não necessitou de analgesia complementar e o total de medicação administrada até 12 horas após a cirurgia. A conclusão do estudo foi que a T E N S é ineficaz para a n a l g e s i a em 10 3 procedimentos cirúrgicos que levam a dor severa, não obstante é um recurso útil quando utilizado em conjunto com a medicação para o pós-operatório com dor moderada e deve ser o tratamento de escolha, sem administração de drogas, após cirurgias que causam dor leve . 3 Cirurgias Abdominais 1 Ali et al. , se propuseram a determinar a efetividade da TENS no controle da dor pós-operatória e sua repercussão nas alterações dos volumes pulmonares. Quarenta pacientes submetidos a colecistectomia eletiva, com incisão na linha média do abdômen superior foram avaliados no período pré e pósoperatório (radiografia de tórax, análise de escarro, espirometria e gasometria), e subdivididos em 3 grupos: aplicação da TENS efetivo, TENS placebo e grupo controle. Os resultados demonstraram haver menor redução de CV, CRF e P a 0 bem como retorno mais precoce aos valores pré-operatórios no grupo que recebeu TENS em relação aos demais grupos sugerindo que a aplicação da TENS é eficiente em minimizar as alterações pulmonares decorrentes da cirurgia. Houve diferença significativa na necessidade de analgésicos, sendo maior nos pacientes dos grupos controle e TENS placebo do que naqueles alocados no grupo TENS. 2 12 Galloway et al. , realizaram um estudo aleatório para verificar o valor da TENS como técnica de analgesia para controle da dor em pós-operatório de pacientes submetidos a colecistectomia. Participaram do estudo 40 pacientes que também foram divididos em três grupos: controle, TENS e placebo TENS. Os seguintes parâmetros foram avaliados no pré e pósoperatório: dor, através da EVAP e necessidade de uso de analgésicos opióides e função ventilatória, através da medida de peak-flow. O tratamento com a TENS foi iniciado na sala de recuperação e permaneceu em aplicação contínua até 48 horas de pós-operatório. Como resultado, os pacientes no grupo controle relataram dor mais severa em comparação com o grupo que recebeu o TENS e placebo TENS. Entretanto não houve diferença significativa entre os grupos em relação à redução na demanda de opióides e na melhora na função ventilatória no pós-operatório. 31 Reuss et al. , avaliaram 64 pacientes submetidos a colecistectomia eletiva, alocados em grupo controle, com 34 pacientes e grupo TENS com 30 pacientes. Os eletrodos foram colocados a dois centímetros da incisão e a eletroestimulação era iniciada ainda no bloco cirúrgico. Ao grupo controle foi ministrado meperidina intramuscular a cada três horas. Os autores concluíram que não houve redução do uso de narcóticos ou redução de complicações pós-operatórias com o uso da TENS. Aplicando a TENS em doze pacientes no pósoperatório de colecistectomia, duas vezes ao dia, Jones et a l . , p r o c u r a r a m definir o m e l h o r local de posicionamento dos eletrodos no alívio da dor: a forma paraincisional, ao longo da ferida operatória, ou em um ponto de acupuntura localizado a 1 cm da linha média ao nível do espaço intervertebral entre a décima e a décima primeira vertebra torácica ( T - T ) . A dor foi avaliada através dos resultados obtidos com a EVAP para dor: antes, imediatamente e 30 minutos após a aplicação da eletroanalgesia. Foram realizadas aplicações da TENS, por 20 minutos, duas vezes ao dia. Os autores concluíram que não houve diferença significativa relacionada ao posicionamento dos eletrodos, no alívio da dor pós-operatória. Sim , em 1991, realizou um estudo randomizado com o objetivo de verificar a efetividade do TENS na redução da dor pós-operatória em pacientes submetidos a colecistectomia com incisão paramediana direita superior (classificada como a incisão mais dolorosa). Trinta pacientes foram alocados em dois grupos, dos quais um grupo recebia doses autocontroladas de analgésico intramuscular e o outro utilizava a TENS de forma contínua ou intermitente; esta última realizada com tempo mínimo de intervalo entre cada aplicação de 1 hora. A efetividade da TENS foi avaliada a partir de seus efeitos analgésicos e a influência sobre a função pulmonar, sendo estes parâmetros avaliados no I , 2 e 5 dia de pós-operatório. A dor era mensurada no repouso, após uma inspiração profunda e após a tosse usando a EVAP. A função pulmonar foi mensurada através da medida da CVF e do FEV . Segundo o autor, para este tipo de cirurgia, a T E N S apresentou benefícios limitados, não justificando seu custo adicional e nem o tempo necessário gasto à sua aplicação . 18 10 n 35 o o o t 35 Cirurgias Ginecológicas 39 Solomon et al. , realizaram um estudo randomizado com 46 pacientes submetidos a três tipos de cirurgia: na coluna lombar, no quadril ou ginecológica. O grupo controle foi composto de 115 pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos do mesmo tipo. O objetivo do estudo foi verificar se a TENS aplicada de maneira contínua durante 48 horas após a cirurgia, reduzia a necessidade do uso de narcóticos neste período. Como resultado encontraram que a TENS reduz a necessidade de medicação no pós-operatório somente nos pacientes que não faziam uso regular de tais analgésicos no préoperatório. Este dado sugere que pacientes usuários regulares de narcóticos no pré-operatório apresentamse resistentes aos efeitos analgésicos da TENS. Chen et al. , realizaram um estudo comparando quatro grupos de pacientes: grupo placebo, TENS na região dos ombros (ponto de não-acupuntura), TENS no ponto de acupuntura (ponto de Zusanli, na região dapanturrilha) e TENS no dermátomo correspondente a incisão abdominal. Houve aumento significativo nos dois primeiros grupos da quantidade necessária de analgésico para o controle adequado da dor, da incidência de efeitos colaterais dos analgésicos opióides (desconforto, náusea, prurido e vômitos), bem como dos escores da EVAP, em relação aos dois últimos. Hanza et al. , realizaram um estudo com 100 m u l h e r e s s u b m e t i d a s a cirurgia g i n e c o l ó g i c a : histerectomia ou miomectomia, com incisão abdominal inferior horizontal ou vertical. O objetivo deste estudo foi avaliar se o parâmetro freqüência, um dos utilizados na eletroestimulação, influenciava o efeito da TENS sobre a quantidade de medicação opióide necessária para a adequada analgesia. Partindo desta premissa, as pacientes foram aleatoriamente alocadas em quatro grupos: um grupo com aplicação de TENS em baixa freqüência (2 Hz), outro em alta freqüência (100 Hz), um terceiro com freqüência mista (alternando 2 e 100 Hz em intervalos de 3 segundos) e um grupo com TENS placebo. Todos os grupos receberam analgesias padronizadas por um dispositivo autocontrolável, que consiste em uma bomba de infusão conectada ao acesso venoso para administração da medicação de acordo com a necessidade do paciente. Concluiu-se que com a aplicação da TENS houve diminuição significativa da quantidade de opióides necessária no período pósoperatório bem como da incidência dos seus efeitos colaterais (e.g. náuseas, depressão respiratória e vômitos), quando usado como coadju-vante aos analgésicos opióides. Em um estudo realizado com 50 parturientes, Nunez e Carrasco , compararam a eficácia da TENS em relação à administração de l g de Dipirona endovenosa 4 16 27 objetivando reduzir a dor pós-operatória imediata (as primeiras quatro horas após a cesárea). O estudo foi realizado com dois grupos de 25 mulheres cada, sendo a TENS aplicada da seguinte forma: 5 minutos na primeira meia hora, a cada 15 minutos durante a hora seguinte e a cada 30 minutos até o final da 4 hora. A conclusão do estudo foi de que a TENS mostrou-se eficaz para reduzir a intensidade e duração da dor de origem cutânea, assim como a dor relacionada a movimentos voluntários; entretanto, em 13 das 25 mulheres que utilizaram a TENS, o tratamento foi insuficiente para reduzir a dor de origem visceral. a R e l a t o de c a s o s : a e s t i m u l a ç ã o transcutânea no pós-operatório elétrica Realizamos a aplicação da TENS em pacientes internadas no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG), em Belo Horizonte, Minas Gerais, acompanhadas pelo Serviço de Fisioterapia utilizando o aparelho Physiotonus II (BIOSET, Indústria de Tecnologia Eletrônica Ltda, Rio Claro, São Paulo, Brasil). Procedimento de Avaliação Inicialmente foram avaliados 11 pacientes para a observação clínica, dentre os quais, um não apresentou dor no pós-operatório, três tiveram a cirurgia adiada, um faleceu durante o procedimento cirúrgico, um recebeu alta antes do tempo previsto e um recebeu analgésicos antes da aplicação da TENS, assim sendo, a c o m p a n h a m o s quatro pacientes submetidas a laparotomia (duas com incisão supra-umbilical e duas submetidas à cesárea). As pacientes não apresentaram dificuldade na compreensão quanto ao procedimento nem alergia ao gel e/ou eletrodos e não pertenciam ao grupo de pacientes com contra-indicações para o uso da TENS. A função pulmonar foi mensurada no período préoperatório e no primeiro e segundo dias de pósoperatório (Vitalograph, Inglaterra). As medidas espirométricas foram realizadas conforme o estudo elaborado por Sim . Os testes foram realizados três vezes com as pacientes assentadas no leito. O período de descanso de dois minutos entre cada prova foi permitido, conforme o Consenso sobre Espirometria . Foram selecionados os melhores valores entre as três provas. Todas as provas de função pulmonar foram 35 7 realizadas pelo mesmo avaliador e no mesmo horário, no pré-operatório e no primeiro e segundo dias de pósoperatório. As pacientes relataram que nunca haviam realizado prova de função pulmonar anteriormente à avaliação pré-operatória. Foram realizadas avaliação fisioterápica, e mensuração da dor através da EVAP, utilizada para medida de dor em seres humanos. Esta escala, validada por Revill et al. , foi utilizada previamente, logo após o início e ao término da aplicação (30 minutos), e consiste em uma linha horizontal traçada em uma folha de papel b r a n c a com 20 cm de c o m p r i m e n t o , escalonada g r a d u a l m e n t e , sendo o marco zero equivalente à ausência de dor e o marco dez referente a maior ou pior dor que o paciente possa imaginar. Intervalos intermediários representam quadros de dor leve, moderada e intensa, classificadas de acordo com os escores obtidos pela EVAP. Desta maneira, de zero a três, de quatro a seis e de sete a dez, significam respectivamente dor leve, moderada e intensa. Outro dado registrado foi a necessidade de analgésicos demonstrada pelos pacientes durante o pós-operatório. As pacientes submetidas à cesárea permanecem no Hospital somente nas primeiras 24 horas pós-parto enquanto que as pacientes submetidas a cirurgias abdominais altas permanecem por um período maior; o que justifica o uso da TENS somente no primeiro dia de pós-operatório nas pacientes submetidas à cesárea. 32 PROCEDIMENTO DE APLICAÇÃO DA TENS Os ajustes dos p a r â m e t r o s da T E N S foram selecionados a fim de se obter uma corrente bifásica, assimétrica, balanceada com pulsos quadráticos, obedecendo-se a critérios específicos com a finalidade de eletroanalgesia. A forma de onda escolhida, a quadrática, implica em um estímulo com surgimento adequadamente abrupto a fim de não permitir a acomodação tecidual à estimulação elétrica, sendo essa bifásica, ou seja com pulsos acima e abaixo da linha isoelétrica, alternando um componente negativo e um positivo para impedir a ionização da pele (o que f r e q ü e n t e m e n t e é responsável pelo rubor cutâneo sob os eletrodos) . A forma de estimulação da TENS selecionada foi aquela, de acordo com a literatura revisada, conhecida como convencional. Desta forma, a eletroestimulação foi realizada dentro de parâmetros estabelecidos como sendo os mais 13,22 adequados, baseando-se nos estudos revisados: 1,55 m, í n d i c e de M a s s a C o r p o r a l ( I M C ) de 19,5 kg/m , com diagnóstico de câncer de cabeça de pancreas, sem história de t a b a g i s m o , etilismo, pneumopatias prévias ou doenças associadas. Em 2 1 / 05/2001 foi realizada cirurgia de gastrojejunostomia, hepatojejunostomia e colecistectomia com incisão transversal de aproximadamente 23 cm, tendo como tempo de duração 255 minutos, sob anestesia geral balanceada com os seguintes medicamentos: Clonidina 45mg + 45mg, Fentanil 5mL, Nilperidol 0,3mL, Tiopental lOmL, Atracírio 3 ampolas, Cefalotina 2g + 1 g + 1 g, Dipirona 2 g, com duração de 315 minutos. A avaliação físioterápica pré-operatória apresentava-se em bom estado geral, ictérica, cooperativa, com via de entrada de ar nasal (em ar ambiente), padrão respiratório toracoabdominal sem sinais de esforço, ritmo regular, tórax normolíneo, expansibilidade superior, média e inferior preservadas; diafragma, intercostais e abdominais aparentemente normocinéticos. Dados vitais: FR = 12irpm, FC = 84bpm, PA = 140 x 80 mmHg, temperatura = 36°C. Ausculta Respiratória com sons respiratórios normais. As Tabelas 1 e 2 demonstram, respectivamente, os valores de espirometria no pré-operatório e, no I e 2 dia de pós-operatório (DPO) e os escores de dor. A paciente fez uso de medicação analgésica após a cirurgia uma vez no I D P O : Dipirona Sódica 500mg/ml, 2 ml ao meio-dia por via endovenosa. Não fez uso de analgésicos no 2 DPO. 2 • a largura de pulso em torno de 100 a 120 jas, pois estudos demonstram que estes valores propiciam um máximo acoplamento às fibras A- 6 e mínimo as fibras C e motoras; • a freqüência necessária para este tipo de estimulação é alta, de 100 Hz; • a intensidade da corrente (amperagem) respeitou sempre a tolerância do paciente, de acordo com sua percepção do estímulo. O paciente foi orientado quanto à sensação da corrente elétrica para suportar a mais intensa possível desde que não causasse desconforto. A utilização da TENS foi realizada em duas aplicações diárias durante 30 minutos contínuos em cada aplicação, seguindo, em parte, o protocolo desenvolvido por Jones et al. . Os eletrodos foram posicionados de forma paraincisional e aplicação realizada sempre no mesmo horário. As pacientes receberam atendimento fisioterápico em função do quadro clínico apresentado e das necessidades específicas individuais, no que se referia às disfunções respiratórias e/ou motoras. Abaixo descrevemos os casos: 18 o o o Caso n° 1 M.C.S, sexo feminino, 56 anos, peso 47 Kg, altura o Tabela 1 - Valores de espirometria no pré e pós-operatório Valores Espirométricos Pré- operatório Med. VEFi( L/min) 3,79 CVF ( L ) 3,87 VEFi/CVF(%) peak-flow (L/min) . o 1° DPO %Pred. Med. 2 DPO % Pred. Med. % Pred. 168 0,96 42,7 0,97 43 137 1,3 46 1,22 43 98 123 74 93 80 100 550 160 178 52 121 35 VEF (L/min) = volume expiratório forçado no 1 ° segundo, em litros por minuto; CVF (L) = capacidade vital forçada, em litros; peak-flow=pico de fluxo expiratório, em litros por minuto; Med.= valor medido; % Pred. = porcentagem do valor predito; DPO = dia de pós-operatório. Tabela 2 - Escores da escala visual analógica padronizada (EVAP) de dor no pós-operatório Escores da EVAP a I Aplic.*** 2 DPO - 23/05/01 a 2 Aplic. r Aplic. a 2 Aplic. Previamente 5 9 8 8 Imediatamente após 5 5 8 5 3,5 7 8 7 Após 30 minutos a o 1° DPO - 2 2 / 0 5 / 0 1 a I aplic. e 2 aplic. refere-se às duas aplicações da TENS; DPO = dia de pós-operatório. ***refere-se à aplicação da TENS onde houve coincidência de horário com a medicação analgésica. Caso n° 2 M.J.S.S., sexo feminino, 65 anos, peso 55 Kg, altura 1,65 m, IMC de 20,2 kg/ m , com diagnóstico de doença de Chagas, sem história de tabagismo, etilismo ou pneumopatias prévias. Relata hipertensão arterial sistêmica controlada com medicação. Em 24/05/2001 foi realizada cirurgia de esofagocardiomiotomia e x t r a m u c o s a e fundoplicadura, com incisão longitudinal supra-umbilical, de aproximadamente 15 cm, com duração de 225 minutos, sendo realizada sob anestesia geral balanceada utilizando os seguintes medicamentos: Fentanil 3mL + 2mL, Plasil lOmg, Xilocaína 1% 6mL, Tiopental 25/mL 12mL, Esmeron 50mg + 25mg, Forane 30mL, Atropina l , 0 m g , Dipirona 0,2g com duração de 290 minutos. 2 Durante a avaliação físioterápica pré-operatória, a paciente apresentava-se em bom estado geral e ansiosa em relação à cirurgia. Encontrava-se na posição assentada no leito, com via de entrada de ar nasal (em ar ambiente), padrão respiratório toracoabdominal, sem sinais de esforço, ritmo regular, tórax normolíneo, expansibilidade superior, média e inferior preservadas; diafragma, intercostais e abdominais aparentemente n o r m o c i n é t i c o s . D a d o s v i t a i s : F R = 18irpm, FC = 72bpm, PA= 140 x lOOmmHg, temperatura=36°C. Ausculta Respiratória com sons respiratórios normais nos dois terços superiores dos pulmões e crepitações teleinspiratórias basais bilateralmente. As Tabelas 3 e 4 a p r e s e n t a m , r e s p e c t i v a m e n t e , os v a l o r e s de espirometria no pré-operatório e no I e 2 dia de pósoperatório, e os escores de dor. o o Tabela 3 - Valores de espirometria no pré e pós-operatório Valores Espirométricos Pré- operatório 1° DPO 2° DPO Med. % Pred. % Pred. Med. %Pred. Med. 0,75 31.2 1,17 47,8 0,73 30,76 CVF(L) 1,05 34 1,32 42 0,90 29 VEF/CVF(%) 72 92 89 114 81 104 peak-flow(L/min) 63 18 132 39 79 22 VEF (L/min) 0 VEF (L/min) = volume expiratório forcado no 1 segundo, em litros por minuto; CVF (L) = capacidade vital forçada, em litros; peak-flow=pico de fluxo expiratório, em litros por minuto; Med. = valor medido; % Pred. = porcentagem do valor predito; DPO = dia de pós-operatório. Tabela 4 - Escores da escala visual analógica padronizada (EVAP) de dor no pós-operatório o Escores da EVAP a I Aplic.*** a o I DPO - 22/05/01 Previamente 7 Imediatamente após 5 Após 30 minutos 3 2 DPO - 23/05/01 a 2 Aplic. rAplic. 7 a 2 Aplic. 5 5 4 3 4 4 3 4 a I aplic. e 2 aplic. refere-se às duas aplicações da TENS; DPO = dia de pós-operatório. ***refere-se à aplicação da TENS onde houve coincidência de horário com a medicação analgésica. A paciente fez uso de medicação analgésica após a cirurgia por 2 vezes: às 14 horas no I DPO utilizou 2ml de Dipirona Sódica 500mg/ml e no 2 DPO utilizou a mesma medicação às 17:00 horas. o o Casos n° 3 e 4 alterações na função pulmonar de pacientes submetidas a cirurgias do abdômen inferior são de menor relevância clínica , nosso objetivo foi verificar a efetividade da TENS na redução da dor pós-operatória. A paciente J.D.R, 17 anos, primigesta, 68Kg, l,68m, IMC de 24,1 kg/ m , fez uso de medicação analgésica após a cirurgia duas vezes no I DPO: N-Butilescopolamina lOmg (Buscopan®) às 08:30 e 14:00 por via oral. 20 2 o Realizamos a aplicação da TENS em duas pacientes que se submeteram à cesariana. Considerando que as A paciente G.C.C.R., 31 anos, segundo filho, 63,9Kg, l,54m, IMC de 26,9kg/m , fez uso de medicação analgésica após a cirurgia uma vez no I DPO: N-Butilescopolamina lOmg (Buscopan ®) às 07:30 por via oral. As tabelas 5 e 6 que mostram os valores obtidos antes e após a aplicação da TENS no I DPO. 2 o o - Escores da escala visual analógica padronizada (EVAP) após a cesárea Tabela 5 Escores da EVAP Paciente J. D. R. a I Aplic. a 2 Aplic. Previamente 8 5 Imediatamente após 4 2 Após 30 minutos 8 2 a a - Escores da escala visual analógica padronizada (EVAP) após a cesárea Tabela 6 Paciente G. C. C. R. a I Aplic. Previamente a 2 Aplic. 3 Imediatamente após Após 30 minutos 3 2 1,5 1,5 2,5 a a G. C. C. R. refere às iniciais da paciente; I aplic. e 2 aplic. referese às duas aplicações da TENS 17 10 12,31,35 20 A utilização da espirometria como forma de quantificação da função pulmonar é controversa. Hall et al. , postulam que a prática da espirometria em pacientes após cirurgias abdominais não é válida, uma vez que os pacientes não apresentam condição de realizá-la de forma correta por não conseguirem nem atingir a CPT, nem produzir expirações forçadas máximas. O Consenso sobre Espirometria de 1996 , e o trabalho publicado por Rezaiguia e Jayr , afirmam que não existem evidências de que a espirometria tenha melhor valor preditivo para complicações pulmonares pós-operatórias além daqueles fornecidos pelos dados clínicos. 15 DISCUSSÃO O objetivo principal deste estudo foi realizar uma revisão da literatura sobre a efetividade da TENS no pós-operatório de cirurgias torácicas e abdominais assim como relatar o uso da TENS em quatro pacientes submetidas a cirurgias abdominais no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Os estudos revisados avaliaram a efetividade da TENS utilizando c o m o p a r â m e t r o s : prova de função pulmonar, Escala Visual Analógica Padronizada para dor e a necessidade do uso de medicação analgésica. Dentre os estudos revisados, três estabelecem que a TENS é efetiva no intuito de melhorar a função pulmonar no pós-operatório de cirurgias torácicas ou abdominais . O estudo de ALI et al. , foi o único em que foi avaliado CRF e CV além da P a 0 . Estes 1,1726 l5 26 1 J. D. R. refere-se às iniciais da paciente; I aplic. e 2 aplic. refere-se às duas aplicações da TENS Escores da EVAP autores encontraram diferença significativa entre os grupos, sugerindo que a TENS é efetiva em minimizar as alterações pulmonares em pacientes submetidas a colecistectomia. Nos outros dois estudos foram utilizadas medidas espirométricas como CVF, V E F VEFj/CVF e peak-flow. Navarathnam et al. e Ho et a l . , observaram melhores resultados com a aplicação da TENS, na prova de função pulmonar das pacientes submetidas às cirurgias torácicas. Os demais autores que pesquisaram o efeito da eletroanalgesia na redução das alterações pulmonares pós-operatórias e c o m p l i c a ç õ e s s u b s e q ü e n t e , não relatam tais benefícios em seus estudos ' . A diferença entre o estudo de Ali et al. , e os demais talvez possa ser atribuída à metodologia empregada para avaliação da função pulmonar. O primeiro utilizou a técnica de diluição de hélio em circuito fechado (pletismografia corporal), ao passo que os demais realizaram espirometrias seriadas no período de internação. Outro aspecto relevante que pode ter influenciado a diferença observada é o fato de que os estudos não avaliaram pacientes submetidos ao mesmo tipo de cirurgia, podendo haver diferentes graus de c o m p r o m e t i m e n t o entre cirurgias t o r á c i c a s e abdominais. Entre as laparotomias, aquelas em que existe maior proximidade ao diafragma induzem a maior repercussão pulmonar . 1 2 29 33 Utilizamos prova de função pulmonar na avaliação com as duas pacientes que se submeteram à cirurgia laparotomia supra-umbilical. Pudemos observar que a p a c i e n t e do caso n° 1 a p r e s e n t o u a l t e r a ç õ e s espirométricas similares ao encontrado na literatura revisada, ou seja, houve diminuição dos valores de V E F CVF, % VEF,/CVF e peak-flow nos dias subseqüentes à cirurgia, sendo que a maior diminuição l9 ocorreu no segundo dia de pós-operatório. Os resultados obtidos na espirometria da paciente do caso n° 2 demonstraram que houve aumento nos valores no primeiro dia de pós-operatório, com queda subseqüente no segundo dia de pós-operatório (valores estes próximos aos obtidos no pré-operatório). Levando-se em consideração que a utilização de prova de função pulmonar no pós-operatório de cirurgias abdominais é controversa ' e aliado a isto o fato de que provas espirométricas com tempo de duração inferior a 6 segundos não asseguram boa qualidade ao teste , nossos achados se mostram com pouca expressividade. 7 15,33 7 De igual relevância, é o fato de que ausência de experiências prévias na realização da espirometria pode induzir a uma distorção dos resultados pois pode haver um efeito de treinamento na repetição seriada das provas, ocorrendo melhora no desempenho, mesmo com a restrição imposta pela dor. Além disso, uma vez que a espirometria não é realizada de forma rotineira na avaliação fisioterápica dos pacientes acompanhados pelo Serviço de Fisioterapia do HC-UFMG, talvez seja interessante refletir sobre a necessidade de uma nova abordagem. Ao invés de dados espirométricos, dados relacionados ao volume corrente ou à capacidade inspiratória poderiam trazer informações de relevância clínica para a avaliação fisioterapêutica e plano de tratamento. Os parâmetros utilizados para aplicação da TENS, descritos anteriormente, foram selecionados a partir dos protocolos utilizados nos estudos revisados e que se mostraram compatíveis com a realidade do Serviço de Fisioterapia do HC-UFMG. Não constam no relato de casos, dados de exames complementares, como radiografia de tórax ou gasometria, uma vez que estes exames não foram solicitados pela equipe médica, e nossa observação não interferiu na propedêutica destas pacientes durante o período de internação. Os estudos descritos na revisão bibliográfica sobre a utilização da TENS no pós-operatório de cirurgias abdominais se referem a colecistectomias abertas. Entretanto, nosso relato de casos descreve pacientes submetidas a outros tipos de cirurgia abdominal, já que, neste serviço, a p r o x i m a d a m e n t e 9 5 % das colecistectomias são realizadas por videolaparoscopia, (segundo comunicação pessoal do Coordenador da equipe da Gastroenterologia, Nutrição e Cirurgia do Aparelho Digestivo, GEN-CAD), não apresentando, na maioria da vezes, repercussões pulmonares relevantes. Todos os a u t o r e s a v a l i a r a m a p r o p r i e d a d e terapêutica da TENS, mensurando a dor através da EVAP e da quantidade de medicação analgésica necessária, e foram unânimes em estabelecer que a mesma é de grande valor terapêutico na diminuição da dor presente no pós-operatório. Todas as pacientes por nós acompanhadas relataram melhora da dor à movimentação, m e s m o quando apontaram valor idêntico a EVAP antes e após a aplicação. Esta observação coincide com a hipótese abordada por Nunez e Carrasco , de que a TENS irá atuar de maneira eficaz na dor incisional, ou seja, de origem cutânea, relacionada a movimentos voluntários, não sendo necessariamente eficiente para dores de origem visceral. Este efeito deve-se à estimulação das fibras periféricas do tipo A (dor somática), sendo insuficiente na estimulação das fibras do tipo C (dor de origem profunda). Além disso, a função nociceptora é alterada na região em que o tecido foi lesado, ou seja, na ferida operatória. A analgesia local e regional proporcionada pela TENS pode prevenir que a nocicepção se torne dor. Este dado é de suma importância no atendimento fisioterápico j á que as p a c i e n t e s estarão mais capacitadas a realizar as atividades propostas durante o mesmo. Estas atividades consistem em exercícios respiratórios que visam a reexpansão pulmonar r e a l i z a d o s através de r e c u r s o s m a n u a i s ou i n s t r u m e n t a i s , c i n e s i o t e r a p i a geral, i n c l u i n d o exercícios ativos de diversos grupos musculares e deambulação. O atendimento poderá ser mais adequado u m a vez que o e s t í m u l o d o l o r o s o p o d e r á ser devidamente controlado, contribuindo para a recuperação pós-operatória. Do ponto de vista da mensuração da dor talvez seja de relevância clínica a avaliação da dor em atividades funcionais como durante a mudança de decúbito, e.g., passar de deitado para sentado, ou ainda durante a tosse, além de mensuração da dor em repouso antes e após a aplicação da TENS. Apesar de sua fácil técnica de aplicação, a TENS apresenta, sob nosso ponto de vista, algumas limitações para seu uso no cotidiano dos pacientes em pósoperatório. Para uma aplicação efetiva de 30 minutos é necessário tempo adicional para preparação do aparelho, acoplamento dos eletrodos, limpeza do aparelho e do paciente após seu uso. Este procedimento torna-se, portanto, oneroso como rotina no cotidiano 27 de hospitais com demanda elevada e nem sempre com número suficiente de recursos humanos capacitados, já que requer grande disponibilidade de tempo por parte do fisioterapeuta, o que não é, na maioria das vezes, a realidade de trabalho. Outra questão que merece reflexão é qual o ganho efetivo sobre a utilização da TENS, além de quais os pacientes realmente serão beneficiados com a sua aplicação. A efetividade para alívio da dor no pósoperatório já foi demonstrada, mas dentro da nossa realidade é necessário buscar rotinas terapêuticas mais d i n â m i c a s e que p o s s a m g a r a n t i r maior independência e função no tratamento ao paciente. N ã o nos p a r e c e j u s t i f i c á v e l a u t i l i z a ç ã o da eletroanalgesia com pacientes nos quais a dor não é um o b s t á c u l o p a r a se a l c a n ç a r os o b j e t i v o s terapêuticos durante o atendimento fisioterápico (e.g. ventilação pulmonar adequada, higiene brônquica e mobilização precoce). Julgamos ser de grande valor o uso da TENS nos pacientes em que a dor é intensa e torna-se um fator prejudicial a um adequado atendimento. Nestes casos a analgesia proporcionada pela corrente elétrica é um fator de grande importância que auxiliará na recuperação do mesmo. Como conclusão, nos parece que a TENS é eficaz no controle da dor de origem cutânea, entretanto, não há consenso no que se refere à diminuição das alterações da função pulmonar após procedimentos cirúrgicos torácicos e abdominais. Baseando-nos apenas na aplicação da TENS nestas quatro pacientes submetidas a cirurgias abdominais, pensamos que seu uso viabiliza em determinadas circunstâncias uma maior cooperação por parte do paciente, fator crucial para que se possa atingir os objetivos terapêuticos e funcionais do a t e n d i m e n t o r e a l i z a d o p e l o fisioterapeuta. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Ali, J.; Yaffee, C.S.; Serrette, C. The effect of transcutaneous eletric nerve stimulation on postoperative pain and pulmonary function. Surgery, v.89, n.4, p.507-12, 1981. 2. Besson, J.M. The neurobiology of pain. Lancet, v.353, n.8, p.1610-5, 1999. 3. Benedetti, F.; Amanzio, M.; Casadio, C ; Cavallo, A.; Cianci, R.; Giobbe, R.; Mancuso, M.; Ruffini, E.; Maggi, G. Control of postoperative pain by transcutaneous electrical nerve stimulation after thoracic operations. Ann. Thorac. Surg., v.63, p.773-6, 1997. 4. Chen, L.; Tang, J.; Sloninsky, A.; Wender, R.H.; Naruse, R.; Kariger, R.T. 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O trabalho estruturou-se a partir das descrições dos alunos sobre as Habilidades Comunicativas em Fisioterapia graças às observações dessas descrições no decorrer do tratamento físioterapêutico. Os discursos e a análise possibilitaram conhecer os significados e os sentidos que direcionam a comunicação, mostrando sua vivência nesse processo. Evidenciaram-se, nesse contexto, a relação interpessoal, a linguagem verbal e nãoverbal, a pesquisa durante a avaliação e o tratamento. As Habilidades Comunicativas mostraram uma trajetória que propicia ao aluno comunicar-se através de sua vivência na situação do cotidiano escolar. Com base na explicitação dessa habilidade, realizouse uma reflexão que trouxe alguns subsídios para repensar o comunicar e o aprender fisioterapia. ABSTRACT: This study was meant to observe and interpret the verbal and non-verbal communicative skills of Physiotherapy students during physiotherapeutic p r o c e d u r e s . T h e w o r k tried to reveal communication, as present in the students' daily life, and retrieve what was possible to be detected. The research was structured from the descriptions of Communicative Skills in P h y s i o t h e r a p y given by the s t u d e n t s as o b s e r v e d d u r i n g their physiotherapeutic practices. The discourse and the analyses enabled the knowledge of meanings and senses directing communication and showing experience in the process. In this context it was observed interpersonal relationship, verbal and nonverbal l a n g u a g e , the r e s e a r c h during e v a l u a t i o n and the t r e a t m e n t . T h e Communicative Skills evidenced a way in which the students communicate through their own experience in academic life. Based on the evidence of this skill, a reflection was made and subsides were o b t a i n e d to t h i n k o v e r t h e act of c o m m u n i c a t i o n and t h e l e a r n i n g of physiotherapy. Influência da neuropatia diabética no comportamento de respostas biomecânicas e sensorials no andar em esteira rolante Influence of the diabetic neuropathy on the behavior of biomechanical and sensorial responses in treadmill gait Isabel de Camargo Neves Sacco "> Alberto Carlos Amadio (orientador) (1) <2> D o c e n t e do D e p a r t a m e n t o de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia O c u p a c i o n a l da F a c u l d a d e de Medicina da Universidade de São Paulo. Orientador. Endereço para correspondência: Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da F a c u l d a d e de M e d i c i n a da U n i v e r s i d a d e de São Paulo. Rua Cipotânea, 51. Cidade Universitária. São Paulo, SP. 05360-000. e-mail: [email protected]. (2) RESUMO: A investigação de parâmetros biomecânicos no movimento humano tem promovido importantes discussões sobre a função do sistema músculo-esquelético e o controle deste movimento. O andar humano é um dos comportamentos motores mais investigados pela b i o m e c â n i c a e seus aspectos mecânicos contribuem de forma a caracterizar, identificar e intervir em situações patológicas. A investigação de parâmetros dinâmicos, cinemáticos e eletromiográficos na marcha patológica pode beneficiar de forma significativa a compreensão dos mecanismos de controle do andar e as alterações compensatórias g e r a d a s , assim c o m o c o n t r i b u i r nas intervenções terapêuticas e preventivas em sujeitos portadores de alguma doença que acometa o sistema músculo-esquelético. No presente estudo, buscou-se descrever e interpretar, sob a perspectiva da biomecânica, o andar em cadência auto-selecionada de sujeitos diabéticos neuropatas em esteira r o l a n t e , c o n s i d e r a n d o os p a r â m e t r o s dinâmicos, temporais, espaciais e eletromiográficos durante a fase de apoio. Investigou-se também aspectos sensorials plantares e motores, a fim de caracterizar o s sujeitos n e u r o p a t a s e c o n t r o l e s e s t u d a d o s . Valores da s e n s i b i l i d a d e somatossensorial e limiares de tolerância à dor nos sujeitos diabéticos neuropatas apresentaram-se significativamente maiores em relação ao grupo de sujeitos controle estudado, valores considerados fora do padrão de normalidade esperado. A cadência auto-selecionada e a velocidade obtida na esteira rolante foram significativamente menores durante o andar dos neuropatas em relação aos sujeitos controle. Os tempos de apoio simples, duplo, comprimento da passada e do passo durante a marcha nos sujeitos diabéticos neuropatas apresentaram-se significativamente maiores em relação ao grupo controle. Foram observados menores picos de força vertical nos sujeitos n e u r o p a t a s e m e n o r e s deflexões da força vertical, conseqüências secundárias da estratégia de redução da velocidade do andar em neuropatas que buscam um padrão mais conservative e e s t á v e l do seu andar. As r e s p o s t a s eletromiográficas dos músculos da perna e c o x a a p r e s e n t a r a m - s e com m e n o r e s m a g n i t u d e s e com p i c o s d e a t i v a ç ã o atrasados em relação ao padrão normal de recrutamento, especialmente o m. tibial anterior bilateralmente nos neuropatas. Interpreta-se tal fato como uma provável alteração no mecanismo de controle central e/ou periférico da marcha em sujeitos diabéticos n e u r o p a t a s d e c o r r e n t e dos deficits sensorials periféricos e motores conseqüentes da doença investigada. O mecanismo de redução de choques na marcha apresentou-se de forma ineficiente em função das r e s p o s t a s a t r a s a d a s eletromiográficas tanto de m. vasto lateral, quanto de m. tibial anterior. Conclui-se que a neuropatia diabética periférica acomete não só respostas s o m a t o s s e n s o r i a i s e motoras periféricas mas também mecanismos intrínsecos de controle, modificando a eficiência do tornozelo em seu papel na marcha, c o m p r o m e t e n d o desta forma alguns dos principais requisitos para o andar que são a progressão e o equilíbrio. Sacco, I.C.N, Amadio, A.C. Influência da neuropatia diabética no comportamento de respostas biomecânicas e sensoriais no andar em esteira. ABSTRACT: Biomechanical investigation of the human movement has been bringing important discussions about the musculoskeletal system functions and the control of movement. The human walking is one of the most studied motor behaviors and its mechanical aspects contribute to characterize, identify, and intervene in pathological conditions. Dynamic, kinematic, and electromyographic analyses of pathological gait can significantly help the comprehension of the control mechanism of gait and its compensatory alterations. These analyses can also contribute to therapeutic and preventive interventions in patients whose walking behavior is altered due to some disease that accomplish the neuromotor system. In the present study, we described and interpreted self-cadence walking in a treadmill of neuropathic diabetic subjects under biomechanical considerations, such as dynamic, temporal, spatial, and electromyographic analysis during stance phase. We also studied sensorial and motor aspects in order to characterize the neuropathic and control subjects. The somatossensorial responses and pain tolerance threshold in the neuropathic subjects were significantly higher and considered away from the normal patterns. The self-cadence and the treadmill velocity were significantly lower in neuropathic gait. Single and double stance time, stride and step length were significantly higher during neuropathic gait. The neuropathic subjects showed lower vertical force peaks and lower deflections of vertical force and those findings were secondary consequences of the conservative strategy of lowering the gait velocity adopted by the neuropathic in o r d e r to r e a c h a m o r e s t a b l e l o c o m o t o r p a t t e r n . T h e electromyographic responses of the thigh and leg muscles in neuropathic subjects showed lower magnitudes and were delayed comparing to the normal recruitment pattern, specially the anterior tibialis muscle right and left. These findings lead us to conclude that probably central and/or peripheral control mechanisms of the gait of n e u r o p a t h i c d i a b e t i c p a t i e n t s a r e a l t e r e d d u e to somatossensorial and motor deficits. The mechanism of load reduction during walking was considered inefficient because of the activation delay of the lateral vastus and anterior tibialis muscles. We conclude that the peripheral diabetic neuropathy damages not only somatossensorial and motor sources but also intrinsic mechanisms of motor control leading to alterations in the ankle efficiency in gait. This resulting distal inefficiency compromises some of the principal requirements to gait, which are progression and balance. Rev. Fisioter. Univ. São Paulo, v. 9, n.l, p.39-40, jan./jun., 2002. 3 ° JORNADA DE REABILITAÇÃO Data: 0 5 de junho, 2 0 0 2 Local: São Paulo I SP Informações: 0800-17-8585 PHYSICAL THERAPY 2 0 0 2 : ANNUAL CONFERENCE & EXPOSITION OF THE AMERICAN PHYSICAL THERAPY ASSOCIATION Data: 5 a 8 de junho, 2 0 0 2 Local: Cincinnati I Ohio Informações: ( 1 1 ) 0 8 0 0 / 9 9 9 - 2 7 8 2 ; 7 0 3 / 6 8 3 - 6 7 4 8 VIII ENCONTRO PARANAENSE DE FISIOTERAPIA Data: 1 4 a 1 6 de junho, 2 0 0 2 Local: Paranaguá / PR Informações: ( 4 1 ) 9 9 7 3 - 0 6 1 0 RESPIRATÓRIA UNIFISIO - SIMPÓSIO DE FISIOTERAPIA DA UNIVAÇO Data: 1 5 - 1 6 de junho, 2 0 0 2 Local: Ipatinga / M G Informações: ( 3 1 ) 3 8 2 2 - 1 9 0 5 / 9 1 2 6 - 2 6 1 5 I O I O FEIRA DE AMOSTRA DE PRODUTOS DE FISIOTERAPIA Data: 22 de junho Local: Anápolis / GO Informações: ( 6 2 ) 3 1 0 - 6 6 5 9 2 O /310-6655 SIMPÓSIO PAULISTA DE FISIOTERAPIA INTENSIVA Data: 2 9 - 3 0 de junho, 2 0 0 2 Local: São Bernardo do Campo / SP Informações: ( 1 1 ) 4 4 2 7 - 5 0 2 2 I O JORNADA AMAZONENSE DE FISIOTERAPIA Data: 0 4 a 6 de julho, 2 0 0 2 Local: Manaus / AM Informações: ( 9 2 ) 6 2 2 - 3 3 7 7 JORNADA DE FISIOTERAPIA EM PNEUMOLOGIA DA Data: 2 8 a 3 1 agosto, 2 0 0 2 Local: Salvador / BA Informações: ( 7 1 ) 9 9 7 1 - 4 8 0 4 UCSAL Eventos X I X CONGRESSO MUNDIAL DE REHABILITATION INTERNATIONAL Dato: 25 a 29 agosto, 2002 Local: Rio de Janeiro / RJ Informações: (21) 539-1458 CONGRESSO DE FISIOTERAPIA DA UFJF Data: 0 7 a 1 0 de novembro, 2 0 0 2 Local: Juiz de Fora / M G Informações: ( 3 2 ) 3 2 3 6 - 4 2 3 7 / 3 2 1 8 - 4 0 4 1 2 O WORLD PHYSICAL THERAPY 2 0 0 3 Data: 7 a 1 2 de junho, 2 0 0 3 Local: Barcelona, Espanha Deadline: 15 September 2 0 0 2 http://www.wcpt.org ou www.aefl.net / 9971-6034 NGKMAS PAHA PUBLICAÇÃO ÜE AKTIQQS A REVISTA DE FISIOTERAPIA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO é uma publicação do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A revista publica além de artigos originais, artigos de revisão (revisão de literatura dos últimos 10 anos), relato de caso (relato de um ou mais casos que evoluíram de forma crítica), resenha de livro (análise crítica da obra), teses, dissertações e monografias sob a forma de resumo, pontos de vista (o pensamento do autor sobre um tema) e cartas ao Editor (expressão da opinião do leitor). Os artigos e outros textos enviados para Revista, serão submetidos à apreciação por 2 pareceristas externos pertencentes ao Conselho Consultivo, que decidirão sobre sua publicação, podendo ser devolvidos aos autores para adaptação às normas de publicação desta Revista. Os trabalhos devem ser enviados para: CURSO DE FISIOTERAPIA DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Rua Cipotânea, 51 - Cidade Universitária "Armando Salles de Oliveira"- CEP 05360-000 - São Paulo, SP. O conteúdo e as opiniões expressas são de inteira responsabilidade de seus autores. FORMA E CONTEÚDO: 1. Apresentação dos originais - Os trabalhos deverão ser encaminhados em disquete, e impressos em três vias, duas delas sendo cegas (sem autoria e instituição). Originais digitados em programa Winword ou compatível, em espaço duplo, folha A4. 2. Página de rosto - Deve constar: a) título do trabalho elaborado de forma breve e específica, b) versão do título para o inglês; c) nome completo dos autores e respectivos títulos profissionais e acadêmicos; d) identificação das instituições às quais os autores estão vinculados: e) referência ao trabalho como parte integrante de dissertação, tese ou projeto; f) referência à apresentação do trabalho em eventos, indicando nome do evento, local e data de realização; g) endereço para correspondência. 3. Resumo / Abstract - Os trabalhos enviados às seções, Artigos, Divulgando Projetos e Experiências, Debates, Dissertações e Teses devem apresentar dois resumos, um em português e outro em inglês. Observar as recomendações da NBR-68, ABNT, para redação e apresentação dos resumos: a) quanto a extensão, a norma determina o máximo de 250 palavras para os artigos de periódicos; b) quanto ao conteúdo, deverão observar a estrutura formal do texto, isto é, indicar objetivo do trabalho, mencionar os procedimentos básicos, relacionar os resultados mais importantes e principais conclusões; c) quanto à redação e estilo, usar o verbo na voz ativa da 3 . pessoa do singular, evitar locuções como "o autor descreve", "neste artigo", etc., não adjetivar e não usar parágrafos. Os trabalhos enviados à seção de Monografias, devem apresentar resumo apenas em português, contendo nome do autor e orientador(es). a 4. Descritores / Keywords - Palavras ou expressões utilizadas para fins de indexação e que representam o conteúdo dos trabalhos. Para o uso de descritores em português, consultar "Descritores em Ciências da Saúde" (DeCS) parte da metodologia LILACS-Literatura Latino americana e do Caribe em Ciências da Saúde, e o MESH-Medical Subjets Headings da National Library of Medicine. 5. Estrutura do texto - O caráter interdisciplinar da publicação permitiu estabelecer um formato mais flexível quanto à estrutura orgânica dos trabalhos sem comprometer o conteúdo. A publicação sugere que os trabalhos de investigação científica devem ser organizados mediante a estrutura formal: a) Introdução, estabelecer o objetivo do artigo, relacionando-o a outros publicados anteriormente e esclarecendo o estado atual em que se encontra o objeto investigado; b) Material e Métodos, ou, Casuística e Métodos (quando a pesquisa envolve seres humanos), descrever procedimentos, apresentar as variáveis incluídas na pesquisa, determinar e caracterizar a população e amostra, detalhar técnicas e equipamentos, indicar quantidades exatas; c) Resultados, exposição factural da observação, apresentada na seqüência lógica do texto, apoiados em gráficos e tabelas; d) Discussão, apresentação dos dados obtidos e resultados alcançados, estabelecendo compatibilidade ou não com resultados anteriores de outros autores; e) Conclusões, são as deduções lógicas e fundamentadas nos Resultados e Discussão. 6. Referências bibliográficas - Organizar as referências em ordem alfabética pelo último sobrenome do primeiro autor dos trabalhos e numerá-las consecutivamente. Deverão ser mencionados todos os autores de cada referência. Os títulos de periódicos deverão ser abreviados pela "List of Journals Indexed in Index Medicus". Observar a Norma Brasileira - NBR 6023/1989 que estabelece critérios para identificar os elementos que compõem a referência bibliográfica. EXEMPLOS: • Monografias Voss, D.E., Ionta, M.K., Myers, B.J. Facilitação neuromuscular proprioceptive. 3.ed. São Paulo: Panamericana, 1987, 388p. • Partes de monografias (com autoria própria) Kadekaro, M., Timo-Iaria, C , Vicente, M.L.M. Control of gastric secretion by the central nervous system. In: Brooks, F.R., Evers, P. Nerves and the gut. Thorafare, NJ.: C.B. Slack, 1977. 642p. p. 377-427. • Partes de Monografias (sem autoria especial) Rothstein, J.M., Roy,S.H., Wolf, S.L. The rehabilitation specialists handbook. Philadelphia: F.A. Dairis, 1991. p.465585: Vascular anatomy, cardiology and cardiac rehabilitation. • Dissertações, Teses Marques, A.P. Um delineamento de linha da base múltipla para investigar efeitos de procedimentos de ensino sobre diferentes comportamentos envolvidos, uma avaliação goniométrica. São Paulo, 1990. Dissertação (Mestrado) Centro de Educação e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Carlos. • Artigos de periódicos Kozelka, J.W., Christy, G.M., Wurtor, R.D. Somato autonomic reflexes in anesthetized and unaesthetized dogs. J. Auton. Nerv. Syst. v.3, p. 171-75, 1981. • Evento (no todo) SIMPÓSIO sobre Fertilizantes na Agricultura Brasileira, 2., 1984, Brasília. Anais... Brasília: EMBRAPA, Departamento de Estudos e Pesquisas, 1984. 642 p. • Eventos (considerados em partes) Orlando Filho, J., Leme, E.J.A. Utilização agrícola dos resíduos da agroindústria canavieira. In: SIMPÓSIO SOBRE FERTILIZANTES NA AGRICULTURA BRASILEIRA, 2., 1984, Brasília. Anais ... Brasília: EMBRAPA, Departamento de Estudos e Pesquisas, 1984. 642 p. p. 451-75. 7. Ilustrações e Legendas - As tabelas devem ser elaboradas em folhas à parte, numeradas consecutivamente na ordem de citação no texto. O título deve constar na parte superior da tabela. Evitar o uso de linhas no interior das tabelas, usar somente as linhas laterais e aquelas que separam os títulos. As figuras se referem a todas as ilustrações, fotografias, desenhos gráficos, excetuando-se tabelas e gráficos. Estas devem ser em preto e branco e impressas em papel de alta qualidade gráfica. Para organização das figuras observar o mesmo procedimento adotado para as tabelas. 8. Agradecimentos - Quando pertinentes, dirigidos à pessoas ou instituições que contribuíram para a elaboração do trabalho. REVISTA DE FISIOTERAPIA D A U N I V E R S I D A D E DE S Ã O P A U L O A Revista de Fisioterapia da Universidade de São Paulo é uma revista de cunho acadêmico-científico produzida pelo Curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina USP desde 1994 com o objetivo de divulgar a produção de conhecimentos específicos da área, reciclando e atualizando profissionais e acadêmicos. Foi a primeira publicação nacional de revista especializada com nível acadêmico e científico nos moldes e padrões internacionais, dirigida aos acadêmicos, pesquisadores, educadores e profissionais da área. Esta revista é indexada na base de dados LILACS e sua periodicidade é semestral. Para assiná-la, basta preencher a ficha abaixo e encaminhar com os itens solicitados ao endereço relacionado. Qualquer informação adicional: Homepage: http://www,usp.br/medicina/fisioterapia/frevista.htm E-mail: [email protected] FICHA DE A S S I N A T U R A Assinatura da Revista para o ano de , R$ 20,00. Enviar cheque nominal ao Núcleo de Estudos avançados Fisioterapia ou recibo de depósito em C/C 0201 - 13 - 003249-9 BANESPA. Nome: Endereço: Bairro: CEP: Cidade: Estado: Telefone: e-mail: R. Cipotânea, 5 1 , Cidade Universitária, São Paulo - SP, CEP 05360-000 Tel (011) 3818-7451 Fax (011) 3818-7462 Obs: caso haja interesse em adquirir números anteriores, solicite no mesmo endereço. Valor unitário: R$ 10,00. BAROPODÔMETRO ELETRÔNICO T é c n i c o s e m e l e t r ô n i c a , e n g e n h e i r o s , m é d i c o s e p o d ó l o g o s u n i r a m - s e p a r a criar ferramenta indispensável a todos aqueles que são especializados e m pés. C o m e s t a f e r r a m e n t a é p o s s í v e l analisar a estática e a d i n â m i c a d o p é , detectando os pontos de pressão e o centro de massa, fazer um • d i a g n ó s t i c o c o m p u t a d o r i z a d o d o p é e m a m b o s o s s e n t i d o s e visualizar a I análise e m 3 D . 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