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Segunda-feira
18 Julho
de 2007
Quarta-feira
3 Fevereiro de 2010
Gratuito CIRURGIAS: Governo vai negociar com Misericórdias - EUA: Chefe da “secreta” acredita em novo ataque terrorista
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Cândida Almeida critica abusos
na apresentação de recursos
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“Big Brother” fiscal
Proposta do PS divide
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brutos dos contribuintes. » Pág.6
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A polémica questão que divide PS
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logo, ao fim da tarde. » Pág.7
Gripe A
Portugal cancela
encomenda de vacinas
O cancelamento foi negociado
pela própria ministra Ana Jorge
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Défice
Portugal “à grega” recebe novos avisos
Bruxelas encontra paralelismo entre as situações das contas públicas de Portugal e da Grécia.
A Comissão Europeia advertiu hoje o Governo para a necessidade de adoptar medidas adicionais de correcção do défice orçamental. » Pág. 6
Évora
OE 2010
Mudanças de regulamento são apontadas como causa para o surgimento de tantos candidatos. » Pág.5
Rosa Lobato Faria
Professores contra
Funeral marcado para
congelamento de salários amanhã à tarde
Leilão
Página1 termina hoje a série de entrevistas
sectoriais sobre o Orçamento de Estado 2010,
em que ouviu os principais representantes
de vários grupos profissionais. Os professores fecham o ciclo. São entrevistadas figuras mediáticas da contestação ao Governo:
Mário Nogueira, da FENPROF, e João Dias da
Silva, da FNE. Ambos concordam nas críticas
ao congelamento dos salários. » Págs.3 e 4
Obra de Giacometti pode
chegar a 20 milhões
A obra, de 1961, é a primeira das
esculturas de Giacometti em tamanho real. » Pág.12
A 3 de Fevereiro...
OPINIÃO
O órfão do Buíça
José Miguel Sardica
» Pág.5
Sete candidatos na
eleição para reitor
Morreu uma escritora tardia que tratou bem
a língua portuguesa, disse a editora de Rosa
Lobato Faria, falecida ontem, aos 77 anos.
» Pág.2
1536: fundação de
Buenos Aires
» Pág.14
DESTAQUE
Rosa Lobato Faria
Uma escritora tardia que tratou bem a língua portuguesa
Escreveu poesia toda a vida, mas só tarde começou a editar romances. A sua vida de 77 anos,
foi também marcada por presenças nos palcos, no cinema e na televisão. O funeral de Rosa
Lobato Faria é amanhã à tarde, em Lisboa.
PÁG.
Mário Santos/Porto Editora
02
O corpo da escritora e actriz Rosa Lobato Faria está na
Igreja de Santa Isabel, em Lisboa.
O funeral é amanhã, no cemitério dos Olivais, depois
de uma missa, marcada para as 14h00.
Rosa Lobato Faria morreu ontem, aos 77 anos, num
hospital de Lisboa.
O conhecido autor de novelas recordou a mulher que
conheceu pouco tempo depois de ter começado a carreira, durante as gravações da telenovela “Vila Faia”
e que acabou por se tornar uma “amiga”.
Reacções de pesar
Rosa Lobato Faria começou a publicar tarde, aos 63
anos. “O pranto de Lúcifer”, de 1995, foi o seu primeiro romance. O último - “As Esquinas do Tempo” - saiu
em 2008. O essencial da sua poesia está reunido no
volume “Poemas Escolhidos e Dispersos”, editado em
1997.
Esteve várias décadas ligada à televisão, desde que se
estreou na RTP como locutora nos anos 60 do século
passado, tendo integrado, como actriz, várias telenovelas e séries televisivas.
Como actriz, Rosa Lobato Faria participou, por exemplo, nas novelas “Vila Faia”, “Origens” e “Ninguém
como tu” e entrou em séries de comédia como “Humor de perdição”, assinada por Herman José, e “A
minha sogra é uma bruxa”.
No cinema entrou recentemente nos filmes “Tráfico”
(1998) e “A Mulher Que Acreditava Ser Presidente dos
Estados Unidos da América (2003)”, ambos de João
Botelho.
Rosa Lobato Faria escreveu ainda letras para canções,
muitas delas concorrentes a festivais da canção.
Em declarações à Renascença, Manuel Alberto Valente, da Porto Editora, destacou a escrita poética de
Rosa Lobato Faria e a forma como bem tratava a língua portuguesa.
O Ministério da Cultura emitiu uma nota de pesar pelo
falecimento de Rosa Lobato Faria, homenageando a
actriz e escritora com “admiração e saudade”.
“Poetisa, romancista, argumentista, cronista e actriz
de teatro, cinema e televisão”, Rosa Lobato Faria deixa um “legado que atesta a sua criatividade e extrema
sensibilidade e que perpetuará como fonte de inspiração para novas gerações”, refere a nota.
O Presidente da República enviou condolências à família da escritora, numa mensagem em que a considera
uma “figura notável”.
O argumentista Tozé Martinho considerou, em declarações à agência Lusa, que a morte de Rosa Lobato de
Faria é “uma triste notícia” e constitui uma “perda
significativa” para a indústria das artes.
Romance, poesia e televisão
GRUPO RENASCENÇA, 2010
OE 2010
Mário Nogueira, secretário-geral da FENPROF
Orçamento para a educação é insuficiente
O secretário-geral da FENPROF e rosto mais mediático da contestação ao processo de avaliação dos docentes, Mário Nogueira considera que o Orçamento de
Estado (OE) para 2010 mais não é do que um reflexo de uma “política de continuidade” que, no passado, não resultou. Nogueira diz que o orçamento para a
educação é insuficiente e fala em estagnação.
» Hugo Monteiro
PÁG.
03
Página1 – Os analistas dizem que o Ministério da Educação é dos que sai mais beneficiado por este OE.
Concorda?
Mário Nogueira – Temos de olhar para o orçamento da
educação no seu todo. O aumento para o sector será
de 0,8%. Se recordarmos que em 2009 o aumento foi
de 0,5%, nós ficamos a perceber que, neste momento,
o investimento e a despesa com a educação ainda nem
sequer atinge os níveis de há seis anos atrás. Entre 2004
e 2008, o orçamento para a educação perdeu, em peso
relativo dentro do OE, dois pontos percentuais. Até em
relação ao PIB tivemos um decréscimo significativo de
4,8% para 4,2%. O que nós temos nestes dois anos é
abaixo, ainda, daquela que foi a perda até 2008. Nós
não podemos, sequer, falar em investimento na educação, nem num aumento da despesa com o sector.
E isto é tanto mais preocupante numa altura em que
estamos no início de um processo de alargamento da
escolaridade obrigatória que, necessariamente, tem
que levar a uma maior despesa em investimento.
P1 – Este investimento é insuficiente para esse alargamento?
MN – Eu penso que sim. Nós temos, na educação préescolar, um processo que vai fazer com que, pelo menos, no grupo etário dos cinco anos, ela passe a ser, na
prática, obrigatória. Mas a aposta que o Governo faz
não é na rede pública do ensino pré-escolar, mas sim
quase exclusivamente na resposta privada.
Depois, aquilo que nós temos são jovens que entraram
para o sétimo ano de escolaridade este ano e que já têm
um processo de escolaridade de 12 anos. Isto significa,
obviamente, mais edifícios e edifícios renovados. Mas
não basta. É preciso uma aposta no recurso material,
nos equipamentos e nos recursos humanos. Não basta
pôr quadros interactivos nem basta ter equipamentos
desenvolvidos tecnologicamente e esquecermos que é
precisa uma formação contínua de professores, para
a sua utilização na sala de aula. É preciso uma maior
aposta nos recursos humanos e nas suas competências.
Quanto às famílias, se vamos ter jovens nas escolas até
aos 18 anos, num país em que se pode entrar no mercado de trabalho aos 16, nós só podemos tornar apelativa
a permanência na escola, se as famílias perceberem
que ela qualifica e que serve para ter um emprego de
qualidade. Tem de haver uma aposta no ensino tecnológico e profissional. Tem de haver uma aposta grande
na acção social escolar.
P1 – Então, não vê qualquer ponto positivo neste
OE?
MN – Na parte da educação, não se trata de ver qualquer ponto positivo… Aquilo que temos nem é positivo
nem negativo. O que não vemos é, de facto, um inves-
timento efectivo na
educação. Mesmo nos
edifícios. Se olharmos
para o programa dos
edifícios
escolares,
tendo uma verba de
163 milhões de euros
previstos, tem um decréscimo para quase
um quarto relativamente ao ano passado.
Provavelmente não estamos num momento em que se
possa dizer que há um corte maior e que há alterações pela negativa, mas também não vamos ter pela
positiva. Portanto, estamos a falar de estagnação, de
políticas de continuidade que no passado não tiveram
sucesso. Mesmo com a manipulação de números feita
pelo Executivo anterior.
P1 –Para essa estagnação de que fala, contribui, também, o congelamento de salários?
MN – É evidente! Se nós queremos ter professores que
sejam bons, que sejam os melhores, temos de ter uma
profissão que, também do ponto de vista material, do
ponto de vista de carreira, seja apelativa. Se não for,
se as condições de trabalho continuarem a degradarse, o que é que nós vamos ter? Vamos ter os nossos
melhores profissionais a abandonar a escola e a irem
para as aposentações.
Os professores, tal como, de modo geral, todos os trabalhadores da administração pública, perderam, nos
últimos dez anos, cerca de 8% do valor real do seu salário. O congelamento, ou a não actualização dos salários, vai significar a manutenção dos valores nominais,
logo uma perda real de poder de compra.
P1 – Estas são razões para voltarmos a ter os professores nas ruas? Já apelou publicamente á participação
dos professores na manifestação de sexta-feira...
MN – Aí é evidente que a presença dos professores é importante. Sabemos que não é uma presença em massa,
uma vez que é uma iniciativa mais geral, mas os professores vão estar presentes naquela acção que é de
toda a função pública. Quanto ao resto, voltar a estar
na rua por razões mais de ordem profissional, mais da
educação, vamos ver... Nós não temos como objectivo
da nossa acção vir para a rua fazer manifestações ou
greves. Nada disso. Nós temos de valorizar a nossa profissão, dignificar o seu exercício e melhorar as escolas,
a qualidade do ensino e a capacidade de resposta que
a escola portuguesa tem. Esse é o nosso objectivo. Se,
para o atingir, tivermos de recorrer a formas de luta,
fá-lo-emos. Mas as melhores lutas são aquelas que não
são necessárias. Mas se tiverem que ser desenvolvidas,
nós já mostramos que não hesitamos.
GRUPO RENASCENÇA, 2010
OE 2010
João Dias da Silva, secretário-geral da FNE
Congelamento de salários e novas regras
para as reformas são motivo de preocupação
A pouco mais de uma semana do início da discussão, no Parlamento, da proposdta de Orçamento de Estado (OE) para 2010, o
secretário-geral da Federação Nacional dos Sinciatos da Educação
(FNE) critica o Governo por não ter assumido compromissos sobre
as regras de acesso à aposentação. João Dias da Silva critica, também, o congelamento de salários da Função Pública. Espera agora
melhores resultados na negociação com o Governo.
»
PÁG.
04
Hugo Monteiro
Página1 – Não temos ouvido a FNE criticar este OE...
É sinal de que ele é o que estava à espera?
João Dias da Silva – Aquilo que a FNE tem feito é ver-se
reconhecida nas posições que a UGT e a FESAP, que nós
integramos, têm feito sobre esta matéria. Nós contestamos vigorosamente aquilo que é a determinação de
congelamento salarial dos trabalhadores da administração pública, logo para os professores. Também contestamos a alteração radical das condições de acesso
à aposentação, em desrespeito por aquilo que foram
compromissos assumidos pelo Governo e que repentinamente, agora, o Governo corrige em total desconsideração por esse acordo que havia entre o Estado
e os trabalhadores da administração pública, no caso
concreto os professores e os trabalhadores não docentes, quanto às condições em que as pessoas poderiam
aceder à aposentação e quanto ao cálculo do valor da
respectiva pensão.
P1 – São razões para termos, em breve, novos protestos de professores?
JDS – Haverá negociação e a nossa primeira aposta é no
espaço negocial. Cremos que no espaço de negociação
que agora vai ocorrer possa haver a consideração de
soluções diversas por parte do Governo. Nós partimos
para protestos e para acções quando esgotamos aquilo que as acções negociais podem permitir. Portanto,
para já, a nossa opção é por investir na negociação
no sentido de corrigir estas perspectivas do Governo.
Depois veremos o que é que poderemos fazer, se não
tivermos acolhimento por parte do Governo.
P1 – Mas o Ministério da Educação é dos mais beneficiados nesta proposta de OE...
JDS - ... No que diz respeito à educação pré-escolar!
Aí consideramos significativo que essa aposta seja não
apenas pelo reforço da responsabilidade do Estado na
oferta da educação pré-escolar. Nós queremos que se
atinja rapidamente o objectivo da universalização da
educação pré-escolar ao nível dos cinco anos. Porque
essas são medidas que não têm apenas a ver com a
conjuntura ou com ir buscar financiamentos, ou com
o crescimento daquilo que é a oferta. Estas medidas
têm impacto no futuro, na qualidade daquilo que vierem a ser os percursos profissionais das crianças que
agora forem mais cedo para a educação pré-escolar.
Toda a investigação científica tem demonstrado que há
um impacto positivo resultante da entrada mais cedo
na educação pré-escolar, em termos de qualidade do
percurso escolar no futuro e, portanto, o investimento
que se fizer hoje no crescimento da educação pré-escolar e no aumento da frequência desse nível de ensino, a partir dos três anos de idade, é um investimento
que tem reflexos na qualidade dos resultados escolares
no futuro.
P1 – O mesmo se passa em relação ao esforço que é
feito nos investimentos para a tecnologia nas escolas
e, também, na requalificação das escolas?
JDS – Trata-se de aspectos que, na nossa perspectiva, têm impacto no combate à crise e na resposta às
necessidades de emprego. A requalificação do parque
escolar, quer através das escolas secundárias, quer
através das parcerias que estão a ser realizadas com os
municípios, quer para a requalificação de escolas de 2º
e 3º ciclos, quer para a criação de centros escolares,
são medidas que têm impacto imediato no emprego
nos diferentes municípios. Portanto, são mecanismos
de combate à crise, mas que também têm impacto futuro na qualidade das instalações para o desenvolvimento de processos educativos de qualidade.
P1 – São apostas que surgem num orçamento de contenção...
JDS - ... Mas que não podia deixar de conter alguns
sinais de resposta à crise. Estes são alguns pequenos
sinais de combate à crise e que têm a ver com a aposta em pequenas e médias empresas que possam estar
no mercado com trabalho garantido em obras de reparação, construção e requalificação de equipamentos
escolares. Obras que podem ser feitas com recurso a
mão-de-obra local e com custos que são desenvolvidos
localmente. São respostas nacionais à crise de emprego que está instalada.
P1 – Mas este tinha mesmo de ser um orçamento de
contenção?
JDS – Um orçamento que deve inverter uma lógica de
crescimento do défice. Podemos é discutir quais as variáveis em que o Governo faz opções de diminuição
de crescimento do défice. E aí podemos discordar. Mas
nós entendemos que este Orçamento não podia deixar
de ser um OE que tivesse sinais relevantes de combate ao crescimento sistemático do défice a que temos
assistido.
P1 - Critica umas medidas, aplaude outras... Que
nota dá a este Orçamento?
JDS – Nove em vinte... Próximo da positiva, mas ainda
não chegou lá.
GRUPO RENASCENÇA, 2010
OPINIÃO
PÁG.
05
O órfão do Buíça
José Miguel Sardica
Professor da Universidade Católica Portuguesa
Há para aí constituída uma «Associação Promotora do Livre Pensamento» (APLP), liderada por um
putativo historiador de seu nome Luís Vaz. Zangados com o Presidente da República, com a direita
(porque é reaccionária), e com a esquerda (porque
não é suficientemente fracturante), Luís Vaz e a sua
APLP não compreendem por que razão o programa
das comemorações do centenário da República – iniciadas no passado Domingo, no Porto – não incluiu a
devida homenagem a Manuel dos Reis Buíça e a Alfredo Luís Costa, os dois homens que assassinaram
D. Carlos e o Príncipe D. Luís Filipe em Fevereiro de
1908, pelo (reclamam eles) importante contributo
que os regicidas deram para o fim da monarquia. A
argumentação aduzida é risível, mas revela sobretudo um fundo perturbador.
Luís Vaz acha o tributo cívico a Buíça e Costa uma
forma de recordar “o legítimo direito à indignação”, que a APLP “promove e continua a propalar”,
expressa pelos dois através das balas que vararam
o landau régio, o pescoço de D. Carlos e a cara de
D. Luís Filipe. Luís Vaz convidou todos os cidadãos a
rumarem com ele às campas dos regicidas, não para
“festejar a morte” (isso fica “para as instituições
que acreditam no transcendente”!), mas em memória de “princípios libertários e acções tendentes à
construção de uma pátria sem opressões classistas”.
Luís Vaz explica que a APLP agendou a homenagem
para 31 de Janeiro, véspera da efeméride do regicídio, por isso corresponder “ao momento em que todos os actores dos factos ocorridos se encontravam
vivos e aptos a modificarem as suas opções” (!!).
Não sei de onde saiu este órfão espiritual do Buíça.
Mas descortinar em D. Carlos um “opressor classista”, na monarquia um “sistema totalitário” (outra
das pérolas dele), e no regicídio uma manifestação
de liberdade fundada no “direito à indignação” é
moralmente inqualificável e historicamente uma
asneira. D. Carlos foi um rei liberal, chefiando um
regime liberal, e foi exactamente por isso que o republicanismo teve tempo, espaço e liberdade para
crescer e se afirmar como alternativa. Havia crispação em 1908? Sem dúvida. Os tempos não eram
fáceis, e as posições políticas estavam ao rubro. Havia confrontos entre o poder e a rua, que levaram
à prisão de alguns líderes de esquerda? Sem dúvida. Mas a prisão (aliás muito temporária) era no
Carmo, não no Tarrafal. E quando Afonso Costa por
lá passou, a “totalitária” polícia deixava-o dormir
até às 10 da manhã, fornecia-lhe livros, fazia-lhe
recados e mandava-lhe vir o jantar do Restaurante
Tavares (ele próprio assim o contou). Os que depois
viriam a ser presos pela “Formiga Branca”, a polícia
secreta da muito “democrática” República, ou pela
PIDE, a polícia secreta do moralmente condenável
Estado Novo, jamais tiveram um tratamento igual.
A boa história, a história honesta e rigorosa, serve
a verdade dos factos e não os delírios políticos de
uma agenda do presente. Dito isto, cada um é livre
de escrever o que quiser, e de ser criticado por isso.
Não posso, portanto, deixar de constatar e de lamentar – e faço-o como cidadão democrático, para
lá de qualquer simpatia monárquica ou republicana
– que em 2010 ainda haja uma associação de “livre
pensamento” que acha louvável expressá-lo a tiros
de carabina. O passado está cheio de Robespierres
libertários. Toda a gente sabe, contudo, que para
eles o “diálogo” era um monólogo e que quem, pensando livremente, não pensava como eles acabava
na guilhotina, no “gulag” ou na câmara de gás.
Universidade de Évora
Sete candidatos na eleição para reitor
» Rosário Silva
Sete professores da Universidade de Évora disputam
hoje a eleição para o cargo de reitor. Trata-se da primeira eleição do representante máximo da Academia,
realizada pelo Conselho Geral, órgão que nasceu dos
novos estatutos, criados no seguimento do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior. O novo reitor
é eleito pelos 25 membros do Conselho Geral, sendo
improvável que a disputa se decida à primeira volta.
O novo regime jurídico que, pela primeira vez na história das universidades portuguesas abre as portas a pro-
fessores não catedráticos, é uma das causas para que o
acto eleitoral seja disputado por tantos candidatos.
É, no entanto, um aspecto positivo, na opinião da candidata Manuela Magno, uma vez que revela vontade de
participação na vida da instituição, pautada nos últimos anos por “despachos e mais despachos que chegavam da reitoria, infelizmente muitos deles cheios de
contradições e erros”. Carlos Braumann, professor de
Matemática, é também candidato e considera positivo
o elevado número de candidatos, sinal dos “novos desafios a que a instituição tem de se adaptar”.
GRUPO RENASCENÇA, 2010
06
Bruxelas traça paralelismo entre Grécia e Portugal
e exige medidas adicionais
A Comissão Europeia advertiu hoje o Governo para a
necessidade de adoptar medidas adicionais de correcção do défice orçamental.
A ideia foi expressa pelo Comissário Europeu das Finanças, Joaquin Almunia, que traçou um paralelismo
entre o caso de Portugal e o da Grécia.
“As políticas aplicadas pelo Governo português terão
de ser reforçadas, porque os resultados do défice público de 2009 e as perspectivas para 2010 foram revistas em alta”, disse Almunia, hoje, em Bruxelas, especificando que esse paralelismo é evidente no que diz
respeito à perda permanente de competitividade e a
um défice público que não tem origem na crise, mas
que é sobretudo estrutural.
“Estes países têm défices públicos elevados e há componentes cíclicos e conjunturais que têm de ser atacados. No caso da Grécia e de Portugal, mais do que
no caso de Espanha, as necessidades de financiamento
externo são enormes, num momento em que os níveis
de crescimento estão em baixo”, disse o comissário.
Grécia sob vigilância apertada
A Comissão Europeia aprovou hoje uma série de “recomendações para garantir” que o Governo grego aplique
um programa de reformas que permita uma diminuição
do défice orçamental para 3% do PIB até 2012. Pela
primeira vez, são utilizados “instrumentos de vigilância orçamental e económica previstos” nos tratados
europeus.
As propostas da Comissão Europeia deverão ser aprovadas pelos ministros das Finanças da União a 16 de Fevereiro. Considerando a estratégia grega “ambiciosa”,
Bruxelas lançou um processo de infracção para obrigar
as autoridades de Atenas a ter um sistema de estatísticas fiáveis.
A 15 de Janeiro, o Governo
grego apresentou à Comissão
o seu Programa
de Estabilidade
e Crescimento
(PEC) actualizado para o período 2010-2013,
que prevê a redução do défice
orçamental em
quatro
pontos
percentuais,
para 8,7% por
cento do PIB em
2010 e, posteriormente, para
5,6 em 2011, 2,8
em 2012 e 2,0
em 2013.
“Big Brother” fiscal
Lei das Finanças Regionais
Proposta do PS gera reacções antagónicas Basílio Horta
O bastonário da Ordem dos Economistas encara como positiva a publicidade dos rendimentos dos contribuintes, desde que haja respeito pela
identidade e privacidade do cidadão.
Em declarações, esta manhã, à margem da Conferencia Anual da Ordem
dos Economistas, Murteira Nabo mostrou-se favorável à proposta do PS
que prevê a divulgação, na Internet, dos rendimentos anuais brutos dos
contribuintes, no âmbito de um conjunto alargado de medidas contra a
corrupção. Murteira Nabo diz que a medida vigora noutros países, de que
é exemplo a Noruega, com bons resultados.
Outra opinião recolhida pela Renascença foi a do economista João Ferreira do Amaral. O habitual colaborador do Página1 admite que a medida
gere controvérsia, mas diz que não se opõe a ela.
Opinião diferente tem o fiscalista Saldanha Sanches, para quem a proposta do PS pressupõe uma interferência desnecessária na privacidade dos
cidadãos.
Crítico da proposta é também António Bagão Félix. O antigo ministro das
Finanças desferiu duras críticas, esta manhã, à proposta socialista, durante os trabalhos das jornadas parlamentares do CDS-PP, afirmando que
a medida constitui um convite à fraude e à evasão fiscal.
No plano partidário, o PS garante que a proposta apresentada prevê a
manutenção do sigilo no que diz respeito às declarações fiscais dos contribuintes. Já o Bloco de Esquerda apoia a ideia, sublinhando que saúda
todas as medidas que tenham por objectivo o combate à fraude e à evasão fiscal.
defende posição do
Governo
O presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo (AICEP), Basílio Horta, considera inadmissível o cenário de uma eventual
demissão do ministro das Finanças,
na sequência de uma revisão da Lei
das Finanças Regionais. Basílio Horta sustenta a sua posição no facto
de Teixeira dos Santos ser uma peça
essencial do actual executivo.
O presidente da AICEP, que falava
à margem da inauguração do novo
centro de competências da Nokia
Siemens, discorda da introdução de
alterações à Lei das Finanças Regionais que permitam dotar a Madeira
de novos recursos financeiros, manifestando, assim, concordância face
à posição assumida pelo Governo.
Basílio Horta sustenta que o actual
momento económico exige rigor nas
contas públicas.
GRUPO RENASCENÇA, 2010
EPA
NACIONAL
PÁG.
Défice
NACIONAL
PÁG.
07
Conselho de Estado
Lei das Finanças Regionais pode marcar reunião
A grave situação das contas públicas e o difícil diálogo
entre os partidos são o pano de fundo para a reunião
do Conselho de Estado, convocada para hoje por Cavaco Silva, e que tem início marcado para as 17h00, no
Palácio de Belém.
O Presidente da República quer ouvir os conselheiros
sobre o actual estado do país e as possíveis soluções.
A existência de um Governo de maioria relativa aliada
a uma crise económica e financeira levou já o Presidente a lançar o que chamou de desafio de regime: as
palavras foram ouvidas no discurso de Ano Novo, em
que Cavaco alertou para a difícil situação das contas
públicas e para a necessidade de encontrar consensos
interpartidários.
Lei das Finanças Regionais presente
De difícil consenso entre os partidos está a polémica
Lei das Finanças Regionais, que poderá também entrar
como tema na reunião de hoje. Na última noite, em
entrevista à RTP/N, o ministro da Presidência, Pedro
Silva Pereira, voltou a dizer que a questão é essencial
para o Governo e que não se surpreenderia se fosse o
tema forte do Conselho de Estado.
O PSD considera infundado o eventual debate, no Conselho de Estado, sobre a Lei das Finanças Regionais. O
deputado Guilherme Silva lembrou, em declarações à
Renascença, que a revisão da Lei das Finanças Regionais é uma negociação que deve ocorrer no âmbito da
Assembleia da República.
O deputado social-democrata sustenta, por outro lado,
que o assunto só deverá ser motivo de análise no Conselho de Estado se servir para esclarecer a alegada
ameaça de demissão do Ministro das Finanças.
No PS, o deputado Vítor Baptista insiste que o impasse
sobre a Lei das Finanças Regionais retira credibilidade
ao orçamento o que, do seu ponto de vista, põe em
causa a governabilidade.
Quinta convocatória de Cavaco
A reunião de hoje será a quinta do órgão de consulta
do Presidente da República desde que Cavaco Silva tomou posse, em 9 de Março de 2006, e a primeira na XI
Legislatura.
De acordo com a Constituição, o Conselho de Estado é
composto por 19 conselheiros por inerência dos cargos
que desempenham ou que ocuparam e por membros
designados pelo Chefe de Estado e eleitos pela Assembleia da República. Entre os actuais conselheiros de Estado estão os antigos chefes de Estado Ramalho Eanes,
Mário Soares e Jorge Sampaio, o Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, o Primeiro-ministro,
José Sócrates, os Presidentes dos Governos Regionais
da Madeira e dos Açores, Alberto João Jardim e Carlos
César, Marcelo Rebelo de Sousa, Anacoreta Correia, Leonor Beleza, Francisco Pinto Balsemão, Manuel Alegre,
António Capucho e Gomes Canotilho.
Gripe A
Portugal cancela encomenda de dois milhões de vacinas
O Ministério da Saúde negociou com o laboratório que
vendeu as vacinas da gripe A o cancelamento da encomenda de dois milhões de doses.
As negociações com a Glaxo envolvem a própria ministra Ana Jorge e decorrem já há algum tempo. O laboratório já aceitou cancelar a venda de cerca de 30% da
encomenda que Portugal fez, segundo garantiu à Renascença fonte do gabinete da ministra das Saúde.
A informação foi também confirmada por Marta Mello
Breyner, porta-voz do laboratório Glaxo Smith Kline.
serviram para vacinar os chamados grupos de risco, ou
seja, cerca de 30% da população.
O Ministério da Saúde e a Glaxo vão continuar a a negociar.
Meio milhão de pessoas vacinadas
Até à última semana, terão sido vacinados no território
cerca de 500 mil pessoas
A ministra queria que a Glaxo absorvesse todas as vacinas que não fossem utilizadas, argumentando ter
comprado seis milhões de doses porque as primeiras
indicações da OMS eram para que a cada pessoa fossem
administradas duas doses.
Após vários países terem feito as encomendas, soubese que, afinal, bastaria uma dose para proteger as pessoas contra o H1N1, excepto no caso de bebés e crianças pequenas.
Os seis milhões de doses que o Governo encomendou
GRUPO RENASCENÇA, 2010
08
É preciso alterações à lei para evitar abusos
na apresentação de recursos
A directora do Departamento Central de Investigação e
Acção Penal (DCIAP), Cândida Almeida, disse à Renascença que a “Operação Furacão” se transformou num
caos por causa das alterações aos Códigos Penais.
Em entrevista ao programa “Terça à Noite” - também
disponível em vídeo em www.rr.pt - Cândida Almeida
disse ainda que no âmbito dessa operação, que investiga, há já cinco anos, crimes de branqueamento, fuga
de capitais e evasão fiscal, terá, pelo menos, 13 processos que vão terminar em acusação.
A directora do DCIAP sublinhou que muitos processos
e, em particular, os chamados mega-processos, sofrem
atrasos decorrentes do facto de o sistema ser “garantístico”. Isso faz com que haja, muitas vezes, abusos
na apresentação de recursos, pelo que se impõe, neste
caso, alterações à lei.
O “caso Portucale”, um processo sobre alegado tráfico
de influências para aprovação de um projecto turístico
do Grupo Espírito Santo, em Benavente, constitui, segundo Cândida Almeida, um exemplo de um processo
vítima de atrasos provocados por sucessivos recursos.
Lentidão é “exasperante”
Quanto ao caso que envolveu Lopes da Mota, Cândida
Almeida lamenta o sucedido, mas salienta que a lei
fala mais alto. “Independentemente das pessoas envolvidas serem nossas amigas, nós temos o dever de
ser leais para o cidadão que serviços”, sublinhou a directora do DCIAP.
Nesta entrevista ao “Terça à Noite”, Cândida Almeida
disse subscrever as palavras do ministro Pedro Silva
Pereira, segundo o qual a lentidão da justiça portugue-
sa é “exasperante”.
“A morosidade da justiça é um problema muito complexo. Normalmente, fala-se da crise na justiça e são
os tribunais os culpados, entre aspas, mas não é assim.
Há causas imputáveis aos magistrados, aos funcionários, às polícias que investigam, mas também há o próprio sistema que é garantístico e permite recursos e
recursos”, insistiu a directora do DCIAP.
Carrosséis
Feirantes pedem perdão aos lisboetas
Os responsáveis pela Associação Portuguesa de Empresários de Diversão (APED) estão hoje a circular com dois
veículos nas ruas de Lisboa, a pedir desculpa à população pelos “incómodos causados” pelos dias de concentração.
“Desculpem, mas nós tínhamos razão” é o mote da iniciativa, que se destina a “pedir desculpas a todos as
crianças, empresas e cidadãos”, disse o presidente da
APED, Luís Paulo Fernandes.
De acordo com este responsável, a marcha dos dois camiões está a contar com a adesão dos lisboetas, que
“saúdam” os intervenientes à medida que estes percorrem as ruas. “Estamos até surpreendidos, porque
pensávamos que éramos mal vistos pela população, mas
afinal estávamos enganados”, afirmou Luís Paulo Fernandes, que desde a manhã percorre as ruas da cidade
em direcção a Algés, local onde terminará a marcha que
se iniciou no Parque das Nações.
Na quinta-feira, os empresários dos carrosséis de todo o
país irão juntar-se em Pedrógão Grande, no distrito de
Leiria, numa concentração nacional destinada a apelar
aos trabalhadores do sector para que submetam os respectivos equipamentos
às inspecções.
“Aqueles que não quiserem fazer as inspecções
serão denunciados”, garantiu o presidente da
APED, acrescentando ser
essa a sua “obrigação”,
tal como “pedir perdão
aos cidadãos”.
O presidente da APED
disse ainda que a concentração de quintafeira deverá reunir cerca
de 500 empresários do
sector.
LUSA
NACIONAL
PÁG.
Cândida Almeida no “Terça à Noite”
GRUPO RENASCENÇA, 2010
INTERNACIONAL
PÁG.
09
Ponto de vista
Nova política dos EUA
Parceria Renascença/VER
Davos a atravessar
crise de meia-idade?
» Helena Oliveira
Francisco Sarsfield Cabral
Jornalista
Há meses, os Estados Unidos desistiram de montar mísseis antimíssil na Polónia e na República Checa. Estão agora a instalá-los
no Bahrain, Qatar, Koweit, Emiratos Árabes Unidos e em alguns
cruzadores navegando no Golfo. Os EUA cercam o Irão com armas
defensivas, já que este país não desiste das armas atómicas. A
nova política americana faz militarmente frente a Teerão e, assim, tranquiliza Israel e os países árabes vizinhos do Irão – sem
invasões.
Parece uma opção sensata, até porque o método das invasões já
mostrou os seus limites. Viu-se no Iraque. E vê-se no Afeganistão,
onde o aumento de efectivos militares americanos parece incapaz
de pacificar o país. Já se fala em reintegrar talibãs que renunciem
à violência.
As Forças Armadas norte-americanas são actualmente constituídas
por voluntários profissionais e não (como no tempo da guerra do
Vietname) por gente obrigada a serviço militar. Ora a multiplicação de teatros de guerra no estrangeiro esgotou a capacidade
militar norte-americana em matéria de recursos humanos. As invasões, por ora, acabaram.
Dalai Lama
Pequim reafirma oposição a
encontro com Barack Obama
A China reafirmou hoje a sua
“firme oposição” ao planeado
encontro do Presidente norteamericano com o Dalai Lama, já
confirmado pela administração
norte-americana.
“A China opõe-se firmemente à
visita do Dalai Lama aos Estados
Unidos e é firmemente contra
o contacto do Presidente com
o Dalai Lama - qualquer seja o
nome e a forma que assuma”,
disse o porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, acrescentando que “esta posição é clara e consistente”.
Para o Governo de Pequim, o Dalai Lama, que vive exilado na Índia há
mais de meio século, “é o líder de um grupo separatista e não uma figura
meramente religiosa”.
O líder espiritual tibetano visita este mês os Estados Unidos, devendo o
encontro com o Presidente Obama decorrer no dia 16.
Ontem, o porta-voz da Casa Branca, Bill Burton, lembrou que, durante a
visita à China, em Novembro passado, Barack Obama “disse aos dirigentes
chineses que iria encontrar-se com o Dalai Lama e é isso que tem intenção
de fazer”.
“Repensar, Redesenhar e Reconstruir” foi o mote para a convenção
mundial que, todos os anos, reúne
líderes dos mais variados sectores
da sociedade para discutir o estado de alma dos desafios globais que
pairam sobre o nosso planeta. Contudo, Davos, que comemorou este
ano o seu 40º aniversário, parece
estar a perder o vigor que outrora o
caracterizou.
Os temas foram vários, os consensos
muito poucos. O VER não foi à montanha, mas a montanha chegou ao
VER, numa das cimeiras mais “web
2.0” de que há memória.
O 40º aniversário do Fórum Económico Mundial (FEM) parece coincidir
com uma espécie de crise de meiaidade como a que o mundo está a
atravessar. Cerca de 2500 líderes
– executivos de topo e políticos – a
par de alguns ilustres convidados e
representantes de organizações não
governamentais de variadíssimos
sectores da sociedade, reuniram-se
durante cinco dias em Davos, naquela que é considerada a reunião
anual para ajudar a resolver problemas globais, discutir novas ideias e
promover o networking.
Contudo, parece ser do senso comum que o mundo está também a
ficar cansado, não só de ser maltratado, mas também de depositar
esperanças em reuniões megalómanas, cujos resultados deixam a desejar. Seria necessária uma reunião de
cinco dias, à beira de uma montanha plantada, para se identificar os
problemas globais mais prementes?
Sim. Pelo menos, foi esse um dos
temas no Fórum que, em conjunto
com um estudo produzido pelo FEM,
chegou às seguintes conclusões:
- a crise financeira obrigou à necessidade de alterar a forma como se
pensa em riscos globais e as maneiras como são geridos;
- continua a existir um subinvestimento na agricultura e nas energias
renováveis;
- as doenças crónicas continuam a
ser subestimadas;
- os níveis de consciencialização dos
crimes globais e da corrupção continuam a apresentar valores demasiado baixos.
Leia mais em: http://www.ver.pt/
conteudos/ver_mais_responsabilidade.aspx?docID=991.
GRUPO RENASCENÇA, 2010
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Iraque
Eurogendfor decide envio de força
até domingo
Novo atentado faz 20
mortos em Kerbala
Portugal e os outros cinco países da força de Gendarmerie Europeia (Eurogendfor) têm até ao próximo domingo para dizer se concordam com o
envio de uma missão para o Haiti. A hipótese de envio de um contingente
desta estrutura, que reúne as chamadas gendarmeries europeias, ganhou
ontem força numa reunião realizada em Roma, mas falta o mais importante: o aval político de cada país membro.
As actuais necessidades do Haiti encaixam no perfil desta força, que combina a natureza militar com a experiência policial, e em cujos critérios de
criação está incluída a vocação para actuar em cenários de catástrofe.
Da reunião saiu, por isso, a decisão de enviar rapidamente a cada um dos
Governos duas perguntas essenciais para que o processo possa ser posto
em marcha: Se concordam com a missão e se estão disponíveis para contribuir com elementos – o que, no caso de Portugal, corresponde à GNR,
força fundadora da Eurogendfor.
As respostas terão que chegar a Itália até dia 7 de Fevereiro. A confirmarse, a missão poderá ter um máximo de 300 homens, podendo estar pronta
em finais de Fevereiro, princípios de Março.
Tendas com ajuda portuguesa
A Cáritas do Haiti, através de um financiamento da sua congénere portuguesa,
adquiriu 272 tendas para 1100 pessoas. Este investimento corresponde a 100
mil euros, proveniente da campanha “Cáritas Ajuda Haiti”, e insere-se no
programa de emergência da Cáritas Haitiana, assinala a organização católica,
na sua página oficial.
A campanha da Cáritas Portuguesa contabiliza donativos no valor de 713.967
euros, a aplicar nas acções de emergência e reconstrução a favor das vítimas
do sismo.
A explosão de uma bomba instalada
num atrelado de uma mota matou
pelo menos 20 pessoas e deixou outras 100 feridas, num atentado contra peregrinos xiitas a caminho da
cidade santa iraquiana de Kerbala.
É o terceiro atentado contra peregrinos xiitas em dois dias: ontem
três pessoas morreram na explosão
de uma bomba colocada num veículo militar, a 80 quilómetros de
Kerbala. Na véspera, uma bombista
suicida provocou a morte de mais
outras 40 pessoas, nos arredores de
Bagdad.
São esperadas centenas de milhões
de pessoas para as celebrações do
Arbain – marcando os 40 dias de
luto por Hussein, neto do profeta
Maomé.
As peregrinações e celebrações xiitas são alvo frequente de rebeldes
islamitas sunitas, como a Al-Qaeda
no Iraque. Nos últimos meses tem
vindo a assistir-se também a um aumento dos ataques na capital, com
a aproximação das eleições legislativas no país, agendadas para 7 de
Março.
Paquistão
Nuclear
Irão disposto a fazer cedências
Abedin Taherkenareh/EPA
INTERNACIONAL
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Haiti
O Irão aceita a proposta da comunidade Internacional e diz-se
pronto para enviar urânio enriquecido para o estrangeiro, em
troca de combustível para as suas
centrais nucleares, com fins pacíficos.
“Não temos problemas em enviar
urânio enriquecido para o estrangeiro”, afirmou o Presidente Mahmoud Ahmadinejad.
“Nós dizemos: damos-lhe os nossos 3,5% de urânio enriquecido
e iremos obter o combustível.
Pode levar entre quatro a cinco
meses até chegarmos a combustível”, explicou o líder do regime
de Teerão, num aparente sinal de
cedência às intenções da comunidade internacional.
A Casa Branca reage com desconfiança e apela ao Irão que comunique as suas intenções à Agência
Internacional de Energia Atómica
(AIEA).
Oito mortos
em explosão
junto a escola
Os Estados Unidos confirmaram a
morte de três soldados norte-americanos num atentado que matou,
pelo menos, oito pessoas na inauguração de uma escola no nordeste
do Paquistão.
Entre as vítimas mortais estrangeiras estão os soldados norte-americanos que treinavam os guardasfronteiriços do Paquistão, precisou
o porta-voz do exército paquistanês, general Athar Abbas.
“Quatro jornalistas paquistaneses e
sete alunos ficaram feridos”, disse
o chefe da polícia do distrito de Lower Dir, na zona de Maidan.
Zarin indicara que havia entre os
mortos membros de uma organização não governamental (ONG) internacional. Os estrangeiros membros
de uma ONG, cujo nome ainda não
foi divulgado, estariam no interior
dos seus carros no momento da explosão.
GRUPO RENASCENÇA, 2010
RELIGIÃO
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Passo a rezar
Justiça e Paz
“Leva contigo a tua oração”
Comissões Europeias
propõem taxa nas
transacções
O Apostolado da Oração vai oferecer, a partir de 17 de Fevereiro, de segunda a sexta-feira, um ficheiro áudio que pretende “ajudar as pessoas a
sintonizarem-se com Jesus Cristo e a rezar com o mundo, no mundo e pelo
mundo”.
“Trata-se de uma prece diária de 10 a 12 minutos, com música de fundo,
introdução, uma leitura – normalmente o Evangelho do dia – e pontos de
oração inspirados na espiritualidade de Santo Inácio de Loyola”, explicou o
jesuíta Francisco Martins, ao programa Ecclesia.
O acesso à oração é gratuito e pode ser feito através do site www.passo-arezar.net. O ficheiro será disponibilizado de véspera, podendo ser guardado
no computador, enviado por correio electrónico ou seguir para outro destino, através da transferência para um leitor de música digital ou para um
dispositivo de armazenamento portátil – uma pen-drive, por exemplo.
Com este projecto, a oração supera os limites horários e geográficos e adapta-se à mobilidade urbana. “As pessoas já não rezam só dentro das igrejas.
A partir de agora, podem fazê-lo diante do computador, no trânsito, nos
transporte, onde for. A iniciativa quer responder à necessidade de rezar
onde o ritmo da vida impõe”, referiu o religioso. O conceito, inspirado no
site “pray-as-you-go”, concebido pelos Jesuítas ingleses, quer “chegar à
cultura da vida daqueles que rezam todos os dias e que, no encontro com
Jesus Cristo, ganham força para transformar o mundo”.
A Renascença cederá os estúdios para as gravações e editará os sons. Vozes e escolha dos conteúdos serão asseguradas por voluntários. O projecto
conta, igualmente, com o apoio da Ecclesia e do Secretariado Nacional da
Pastoral da Cultura. Francisco Martins está convicto de que o sucesso do
passo-a-rezar.net deverá ser medido, não só pelo número de visitas ao site e
quantidade de ficheiros transferidos, mas também “pela qualidade da oração das pessoas”.
Ecumenismo
Terminou reunião do Líbano entre Igreja
Católica e Igrejas Ortodoxas Orientais
O sétimo encontro da comissão internacional para o diálogo teológico entre a Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas Orientais terminou, no Líbano,
“num clima amigável e cordial”, segundo referiu o presidente do Pontifício
Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper. Kasper e o metropolitano de Damiette, Anba Bishoy, que é também
secretário-geral do Sínodo da Igreja Copta, presidiram aos trabalhos em
que participaram delegados da Igreja Católica e representantes da Igreja
Copta Ortodoxa, da Igreja Etíope Ortodoxa, da Igreja Ortodoxa Síria, do
Catholicossato de todos os Arménios, da Igreja Apostólica Arménia e da
Igreja Síria do Malabar.
A comunhão das Igrejas Ortodoxas Orientais separou-se do resto da Igreja
depois do Concílio de Calcedónia, no século IV, não estando em comunhão
nem com a Igreja Católica nem com as Igrejas Ortodoxas bizantinas, como
a Igreja Grega, a Russa, e a dos restantes países do leste europeu.
No âmbito dos trabalhos, os membros da Comissão encontraram o presidente do Líbano, Michel Sleiman, e visitaram o patriarca da Igreja Maronita, Cardeal Nasrallah Pierre Sfeir, que destacou o facto de o documento
final apresentar “a tradição eclesiológica comum a todas essas Igrejas, que
permaneceu abundante e salutar, apesar dos 1500 anos de separação”.
Em conferência de imprensa, o Cardeal Walter Kasper destacou a “importância da participação dos fiéis no diálogo”, uma vez que “a unidade da
Igreja diz respeito a todo o povo de Deus e não somente aos teólogos”.
O próximo encontro da Comissão internacional para o diálogo teológico entre a Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas Orientais terá lugar em Roma,
no Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, em Janeiro de 2011.
A Conferência das Comissões Europeias Justiça e Paz defende a introdução de uma taxa sobre as transacções internacionais, com o objectivo
de gerar rendimentos destinados à
ajuda ao desenvolvimento.
As comissões propõe mesmo o valor
de 0,005% para a taxa, no quadro de
um pacote de medidas proposto às
nações do continente.
A actual situação económica “serviu
para lembrar o potencial destrutivo
do crescimento não regulado e dos
modelos de desenvolvimento que
falham na resolução das questões
relacionadas com a desigualdade e a
justiça social”, lê-se no documento
intitulado “Solidariedade em tempo
de crise”, distribuído em Portugal
pela Comissão Nacional Justiça e
Paz.
A “única esperança” para dar uma
resposta de longo prazo à conjuntura “assenta num compromisso renovado para com a solidariedade e a
cooperação, à escala global”, lê-se
no texto, onde se constata que a
luta contra a pobreza e a exclusão
social, a que a União Europeia dedica 2010, “é tão essencial para o
futuro de todas as nações como a
protecção do sistema financeiro”.
Neste sentido, as Comissões Europeias Justiça e Paz defendem a
necessidade de criar “regulações”
que assegurem que as actividades
económicas e financeiras não sejam
conduzidas “em detrimento do desenvolvimento humano” e em contradição com as “obrigações em termos de solidariedade”. Os Estados
são igualmente convidados a promover a transparência, estabelecendo
um padrão que dê a conhecer as
empresas que se comprometerem a
respeitar aquelas normas.
O pacote de propostas preconiza a
adopção de uma política de desenvolvimento que encoraje a melhoria
das condições para o trabalho digno, bem como o corte das medidas
“injustas” ligadas à ajuda ao desenvolvimento.
As Comissões Europeias Justiça e
Paz sublinham, ainda, que os Estados desenvolvidos devem adoptar
medidas que combatam e reduzam
as causas das alterações climáticas
e apoiem os países em desenvolvimento nos seus esforços neste
campo.
GRUPO RENASCENÇA, 2010
CULTURA
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Escultura
Obra-prima de Giacometti à escala real vai a leilão
» Pedro Rios
É uma das obras mais importantes de Alberto Giacometti e vai hoje a leilão em Londres, ao início da noite.
O suíço (1901-1966) ficou conhecido pelas esculturas
cultu as
de pequenas dimensões – do tamanho de um lápis
ápis ou
rche I”
mesmo de uma unha -, mas “L’ Homme Qui Marche
(O Homem que Caminha I) é uma das suas rarass esculturas em bronze produzidas à escala real.
A obra, de 1961, com 1,83 metros de altura, é a primeira das esculturas de Giacometti em tamanho
o real a
ser leiloada em 20 anos, anunciou a leiloeira Sotheby’s.
theby’s.
“Obra-prima incontestável da escultura de Giacometti,
ometti,
‘L’Homme Qui Marche I’ é também uma das obras
ras mais
icónicas da arte moderna. Representa o ponto mais alto
da experimentação de Giacometti com a forma
a humana, combinando o tamanho monumental e imponente
ponente
com a riqueza dos detalhes à superfície. Ao capturar
apturar
um momento de transição no movimento da figura,
gu
ura
ra,
Giacometti criou, ao mesmo tempo, uma imagem
em
modesta de um homem comum e um símbolo potente
de humanidade”, refere o catálogo do leilão.
“Giacometti era um dos maiores escultores do século
XX e o seu estilo
est distinto, em que reduz a forma humana ao essencial,
essenc
em figuras da espessura de um lápis,
foi muito admirado”, referiu Helena Newman, da
Sotheby’s, à World Radio Switzerland.
Sotheby’s
A obra foi
fo criada para uma praça de Nova Iorque,
mas acabou
acab por não ter a utilização prevista. Tem
um valor estimado entre os 12 milhões e os 18 milhões de libras (entre 13,7 milhões e os 20,5 milhões de euros).
No leilão,
leilã dedicado à arte impressionista e moderna, estará também em destaque um das pinturas de paisagem mais célebres de Gustav Klimt, “Kirche
“
in Cassone” (Igreja em Cassone),
bem como obras de Paul Cézanne, Renoir, Pissaro,
Sisley, Schiele, Magritte, Miró e Ernst,
sa
entre
outros.
e
Lisboa
Festival
Culturgest inaugura novas exposições
John Mayer e Xutos
no Rock in Rio
As exposições “A Privilege of Autovalorization”, com mais de 50 esculturas
e fotografias do belga Koenraad Dedobbeleer, e “and/or”, com obras do
espanhol Asier Mendizabal, são inauguradas sexta-feira na Culturgest, em
Lisboa.
“A Privilege of Autovalorization” ficará instalada na Galeria 1 do edifício
sede da Caixa Geral de Depósitos, enquanto “and/or” estará na Galeria 2,
ambas comissariadas por Miguel Wandschneider e com inauguração prevista para as 22h00 de sexta.
A primeira é a mais extensa exposição já realizada por Koenraad Dedobbeleer (nascido em 1975 em Halle, na Bélgica),
reunindo cerca de 50 peças criadas desde 2003
até à actualidade, nas quais o artista aborda a
realidade urbana e as formas de apresentação
da arte.
Nas suas esculturas, Dedobbeleer apropriase de formas e objectos que encontra - por
exemplo, objectos abandonados ou funcionais
- submetendo-os a transformações, por vezes
mínimas. Partindo desses objectos, emprega
outros materiais na sua recriação, associa-os
a outros objectos e formas, faz alterações de
escala, ou da utilização da cor.
Na mesma data é inaugurada na Galeria 2 a
exposição “and/or”, com esculturas e instalações do artista espanhol Asier Mendizabal (nascido em 1973 em Ordizia, Espanha), sobre a
relação entre signo e representação.
Obras de Asier Mendizabal (em baixo)
Mendizabal problematiza no seu trabalho o pae Koenraad Dedobbeleer
pel político da arte fazendo uma crítica radical
da ideologia enquanto “domesticação da potência do signo por um conjunto de significados estabelecidos e consensualizados por uma parte da
sociedade”, informa a Culturgest.
Esta exposição na Culturgest é a primeira mostra individual do artista numa
instituição fora do seu país de origem, depois da que realizou no Museu de
Arte Contemporânea de Barcelona, em 2008. Ambas as exposições ficarão
patentes até 18 de Abril.
O músico norteamericano John
Mayer vai actuar pela primeira
vez em Portugal
em Maio, no festival Rock in Rio
John Mayer
Lisboa, anunciou
ontem a organização. O músico
acaba de lançar “Battle Studies”
e estará em digressão pela Europa
durante a Primavera.
O álbum, que vendeu mais de 200
mil cópias na semana de lançamento nos Estados Unidos, é o quarto
registo de estúdio de John Mayer.
Gravado em casa, na Califórnia, é
um disco mais intimista que os anteriores.
Aos 32 anos, Mayer soma vários prémios Grammy, cerca de 12,5 milhões
de álbuns vendidos em todo o mundo e um lote de colaborações que
inclui Eric Clapton, BB King, Herbie
Hancock, Jay-Z e Alicia Keys.
A organização anunciou também a
presença dos Xutos & Pontapés no
Palco Mundo. A banda de Zé Pedro e
Tim, que celebrou 30 anos em 2009,
é já presença habitual no festival
(participou nas três edições anteriores).
O Rock in Rio está marcado para os
dias 21 e 22 e de 27 a 29 de Maio no
Parque da Bela Vista.
GRUPO RENASCENÇA, 2010
DESPORTO
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Ponto Final
Suprema humilhação
Ribeiro Cristóvão
Jornalista
Quando começavam a surgir sinais de algum desgaste no aparelho
portista, por força de uma já indisfarçável crise interna, a que se
juntavam algumas débeis exibições da equipa de futebol, eis que
surge o salvatério vestido de verde e branco para uma jornada de
Taça inesquecível.
Sabia-se que de um lado e de outro havia receios de que a crise,
que também ainda não fora erradicada do clube da capital, pudesse ganhar maiores proporções num jogo de bota-fora. Esperavamse, por isso, algumas cautelas de ambos os lados.
Porém, o Sporting resolveu ir mais longe. E assim deixou à vista,
desde o início, um medo tão confrangedor quanto incompreensível
que em nada poderia ajudar à construção de um resultado conveniente. Assim, perante uma situação tão real, os campeões só
tinham uma coisa a fazer: tomar a iniciativa e marcar golos.
E fizeram-no, com abundância. De tal modo que foram capazes de
construir um resultado de que a história vai guardar um notável
registo, e para o qual o adversário não só vai ser incapaz de encontrar desculpas, como dele poderá sofrer duras consequências a
muito curto prazo.
O FC Porto fez, segundo o seu treinador, a melhor exibição da
temporada. Poderá ser um exagero e, sobretudo, uma afirmação
defensiva para a sua própria imagem, mas a avaliação assim feita
não anda longe da realidade. É como se, agora, esteja a começar
tudo de novo, esquecendo que há já alguns atrasos difíceis de
recuperar.
Do outro lado, o termómetro volta a descer abaixo de zero. Quando em Alvalade se pensava que este confronto decisivo poderia
ser a rampa de lançamento para a recuperação que já tardava, a
angústia aumenta face à ideia de que a Taça da Liga lhe traz agora
uma prenda chamada Benfica.
Já fora do campeonato e agora varrido da Taça de Portugal de
forma humilhante, para uma equipa sem classe, já pouco haverá
a fazer.
Nem o tradicional e sempre repetido “levantar a cabeça” vai conseguir enganar os incautos, que ainda acreditavam estar ali, em
construção, uma equipa para garantir o futuro.
Taça de Portugal
Sporting de Braga
tenta chegar
às meias-finais
O Sporting de Braga recebe hoje, às
18h15, o Rio Ave, em jogo dos quartosde-final da Taça de Portugal,depois
de terem sido conhecidos os castigos
aplicados a Vandinho e Mossoró. Os
dois são ausências certas frente aos
vila-condenses, que também não vão
poder contar com o ponta de lança
João Tomás, que se transferiu para
o Al-Sharjah, dos Emirados Árabes
Unidos.
À hora de fecho desta edição, já se
joga a outra partida a contar para a
Taça de Portugal, na qual o Pinhalnovense, única equipa da II Divisão em
prova, recebe a Naval 1.º de Maio.
A eliminatória fica completa amanha, com a recepção do Paços de
Ferreira ao Desportivo de Chaves.
Ontem, o FC Porto venceu o Sporting por 5-2, qualificando-se para as
meias-finais da prova.
I Liga
Benfica recebe União
em jogo antecipado
Benfica e União de Leiria encontramse, às 21h00, no Estádio da Luz,
numa partida antecipada da 20.ª
jornada da I Liga.
Airton foi chamado pelo treinador
Jorge Jesus e pode estrear-se no
Benfica, um mês depois de ter chegado a Lisboa. Ronny não vai jogar
na União de Leiria.
Se pontuar, o Benfica passa para a
liderança isolada da I Liga, à condição, uma vez que irá ter mais uma
partida do que o líder Braga.
FIFA/Ranking
Ouça a crónica de Ribeiro Cristóvão às 22h30, em Bola Branca
Ténis/Fed Cup
Portugal entra a perder
A tenista portuguesa Neuza Silva perdeu frente à croata Ajla Tomljanovic
por dois sets a zero, com os parciais 6-7 e 4-6, no primeiro encontro do
agrupamento B do Grupo I da Zona Europa-África da Fed Cup, que é disputado no Jamor. No primeiro set, Neuza Silva desperdiçou três set points e
acabou por perder a partida para a croata de apenas 16 anos.
Portugal mantém
quinto lugar
Portugal manteve o 5º lugar do
ranking da FIFA no mês de Fevereiro,
com 1176 pontos.
Na tabela, que continua a ser liderada pela Espanha, o destaque vai
para o Egipto, vencedor da CAN,
que subiu 14 posições e entrou para
o “top-10”. O Brasil continua a ser
a segunda selecção mais cotada na
hierarquia da FIFA.
GRUPO RENASCENÇA, 2010
ONTEM
E HOJE
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A 3 de Fevereiro de 1536...
Primeira fundação de Buenos Aires
» Ana Cabrita
Foi num dia 3 de Fevereiro que Pedro de Mendonza, soldado espanhol, primeiro Governador do Rio
da Prata, fundou, na margem sul do estuário do
Rio da Prata, um porto, defendido por dois fortes,
a que chamou Nuestra Señora del Buen Aire. Ali
se estabeleceram os descobridores que acompanhavam Mendonza, numa paz trocada por mantimentos com os índios quirandíes que habitavam o
local.
A paz não durou muito e, no final desse mesmo ano
de 1536, os índios atacaram as defesas da cidade,
arrasando-a e incendiando-a.
Juan de Garay protagoniza a segunda fundação da cidade em 1580 e ainda lhe complica mais o nome ao
chamar-lhe Ciudad de la Santissima Trinidad y Puerto
de Nuestra Señora del Buen Ayre.
Até 1776, a cidade pouco cresceu, mas, nesse ano, foi
nomeada capital do vice-reino do Rio da Prata, o que
lhe impulsionou o desenvolvimento comercial, económico e cultural.
Actualmente, Buenos Aires é, de certo modo, uma metáfora da própria Argentina. Concentra, nas suas ruas
e, principalmente, nos arredores, mais de metade da
população do país, além de ser o centro político, económico e cultural de todo o país.
É uma metrópole com personalidade própria, aberta
à arquitectura, à cultura e à arte de todo o mundo:
cosmopolita e contraditória, dinâmica e tradicional,
histórica e vanguardista.
Caminito era um bairro pobre de pescadores, que pintavam as suas casas com as
sobras das tintas dos barcos. Daí o insólito das cores, cada casa com uma diferente,
tradição que se mantém e que torna Caminito local de visita obrigatória
Também não faltam atractivos turísticos: monumentos, igrejas, museus, galerias de arte e teatros, praças,
parques e jardins, modernos centros comerciais e feiras de antiguidades, hotéis simples e de primeira categoria, restaurantes típicos e de cozinha internacional,
além do encanto - sempre presente - do tango.
Viver Buenos Aires é percorrer a memória incontornável de três personagens: Eva Péron - a Evita dos Pobres, mulher do Presidente Juan Domingo Péron, cuja
memória acabou por suplantar a do marido - Carlos
Gardel - o mais famoso cantor de milongas e tangos
que a Argentina conheceu - e de Jorge Luis Borges, o
contista, poeta, ensaísta e crítico mais proeminente
da literatura argentina. Os três convivem nas ruas e
nas memórias de uma cidade orgulhosa, organizada e
alegre. Viver Buenos Aires é deixar-se levar pela idiossincrasia “portenha” e promete ser uma fonte inesgotável de descobertas.
Olhar
Esta miniatura da
histórica locomotiva “Adler” é
uma das novidades
apresentadas na
Feira Internacional
do Brinquedo, que
começa amanhã
em Nuremberga, na
Alemanha. Estarão
presentes mais de
2600 expositores.
Até dia 9.
Foto: Daniel Karmann/DPA/EPA
GRUPO RENASCENÇA, 2010
ÚLTIMAS
PÁG.
Impostos
Lei Finanças Regionais
EUA
Daniel Bessa admite
aumentos e critica
baixa do IVA
Portas desafia
Sócrates a dizer que
não quer governar
Chefe da “secreta”
acredita em novo
ataque terrorista
O antigo ministro da Economia Daniel Bessa disse hoje que foi um
erro reduzir a taxa de IVA de 21%
para 20%.
A tese foi defendida por Bessa na
conferência anual da Ordem dos
Economistas, numa altura em que
foi sugerida, pelo governador do
Banco de Portugal, a eventual necessidade de aumentar a carga fiscal nos próximos anos.
Para Daniel Bessa, há aumentos de
impostos que são aceitáveis.
O líder do CDS, Paulo Portas, desafiou hoje o Primeiro-ministro a “ter
coragem” de dizer abertamente que
“não quer governar o país” e que
quer provocar uma crise política a
pretexto das finanças regionais.
“Se alguém quer uma crise política
tenha a coragem de dizer que não
quer governar o país na situação
em que o deixou. Voltou o pântano e voltaram aqueles que querem
abandonar o país no momento mais
difícil”, disse Paulo Portas, numa
alusão à demissão de António Guterres.
O líder do CDS-PP discursava no encerramento das jornadas parlamentares do partido, que decorreram
no Minho.
Para Paulo Portas, “é uma falta
de respeito” um Primeiro-ministro
ameaçar sistematicamente com o
esticar da corda”.
Um novo ataque terrorista contra
os Estados Unidos, nos próximos
meses, é dado como “certo”, pelo
director dos serviços secretos norte-americanos, Dennis Blair.
“Consideramos que, enquanto Osama Bin Laden e Ayman al-Zawahiri
não estiverem mortos ou em cativeiro, a Al-Qaeda vai conservar a
sua firme vontade de atacar” os
Estados Unidos, disse Dennis Blair
– citado pela CNN - perante uma comissão do Senado sobre os Serviços
Secretos.
A Al-Qaeda continua a pretender
lançar “um ataque de grande envergadura visando fazer um número
elevado de vítimas e/ou prejudicar
a economia norte-americana”, sublinhou Blair.
15
A fechar...
TEMPO
Ministério com prazo para
negociar com Misericórdias
O Ministério da Saúde comprometeu-se hoje a negociar o
novo acordo com as Misericórdias até ao final de Março.
LISBOA
Sócrates promete continuar a
investir na ciência e tecnologia
PORTO
O Primeiro-ministro disse hoje, no centro Nokia Siemens
de Alfragide, que o Governo vai manter os investimentos
nas áreas da Ciência e Ensino Superior.
Estradas: 64 mortos em Janeiro
QUINTA
SEXTA
16ºC/10ºC
15ºC/10ºC
14ºC/9ºC
15ºC/10ºC
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15ºC/10ºC
15ºC/9ºC
21ºC/16ºC
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16ºC/11ºC
18ºC/13ºC
FARO
COIMBRA
Os acidentes nas estradas portuguesas provocaram em Janeiro 64 mortos, mais três do que em igual período de 2009,
dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.
MADEIRA
Patriarca em Coimbra
O Patriarca de Lisboa lembrou hoje, na Semana de Formação Permanente na Diocese de Coimbra, que “é preciso
redescobrir o Concílio e o seu desafio de estar atento aos
sinais que nos vêm do seio desse mundo que mudou”.
AÇORES
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Cândida Almeida critica abusos na apresentação de