UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI JOICE JOSIANE DE SOUZA CARACTERÍSTICAS DOS VISITANTES DO NÚCLEO ESPÍRITA NOSSO LAR E SUAS PERCEPÇÕES TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC São José 2007 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI JOICE JOSIANE DE SOUZA CARACTERÍSTICAS DOS VISITANTES DO NÚCLEO ESPÍRITA NOSSO LAR E SUAS PERCEPÇÕES TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do Titulo de Bacharel em Turismo e Hotelaria, da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de São José. Orientadora: Profa MSc. Renata Silva. São José 2007 JOICE JOSIANE DE SOUZA CARACTERÍSTICAS DOS VISITANTES DO NÚCLEO ESPÍRITA NOSSO LAR E SUAS PERCEPÇÕES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do Título de Bacharel em Turismo e Hotelaria, da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de São José, e examinado pelas seguintes professoras: ___________________________________ Profa MSc. Renata Silva Orientadora ___________________________________ Profa MSc. Bianca Antonini Coordenadora ___________________________________ Profa MSc. Karine Von Gilsa Membro Examinador Dedico este trabalho à minha família, em especial aos meus pais, José e Aidê, pela educação e pelo amor incondicional, e ao meu avô, João Juvenal de Amorim (in memorian), pelo exemplo de força e sabedoria. iii AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pela saúde, pela motivação e pelas oportunidades concedidas. Aos meus pais, José e Aidê, por acreditarem no meu potencial e sempre incentivarem os meus estudos. Ao meu irmão Rafael e a minha amiga Eliete pelo apoio e suporte. Ao meu avo João Juvenal de Amorim, pelo exemplo e educação dedicada a todos. Ao Irmão Álvaro que não mediu esforços para me dar o suporte necessário para o desenvolvimento do trabalho. A toda a equipe de voluntários do Núcleo Espírita Nosso Lar, pela paciência, atenção e carinho. E a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho. iv Teus pensamentos e vontades são a chave de teus atos e atitudes. A mudança está em tuas mãos. Reprograma a tua meta, busca o bem e viverás melhor. Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim. Chico Xavier. v LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01 – Sexo............................................................................................................. 57 Gráfico 02 – Idade............................................................................................................. 57 Gráfico 03 – Grau de escolaridade.................................................................................... 58 Gráfico 04 – Renda........................................................................................................... 58 Gráfico 05 – Procedência.................................................................................................. 59 Gráfico 06 – Transporte.................................................................................................... 60 Gráfico 07 – Se está acompanhado................................................................................... 61 Gráfico 08 – Hospedagem................................................................................................. 61 Gráfico 09 – Hospedagem/onde........................................................................................ 62 Gráfico 10 – Conhecimento.............................................................................................. 62 Gráfico 11 – Se já esteve no NENL antes......................................................................... 63 Gráfico 12 – Se já esteve no CAPC antes......................................................................... 63 Gráfico 13 – Motivo.......................................................................................................... 64 Gráfico 14 – Localização NENL....................................................................................... 66 Gráfico 15 – Horários palestras NENL............................................................................. 66 Gráfico 16 – Horários tratamentos NENL........................................................................ 67 Gráfico 17 – Palestras NENL............................................................................................ 67 Gráfico 18 – Tratamentos NENL...................................................................................... 68 Gráfico 19 – Localização CAPC....................................................................................... 68 Gráfico 20 – Horários palestras CAPC............................................................................. 69 Gráfico 21 – Horários tratamentos CAPC........................................................................ 69 Gráfico 22 – Palestras CAPC............................................................................................ 70 Gráfico 23 – Tratamentos CAPC...................................................................................... 70 vi SUMÁRIO LISTA DE GRÁFICOS ..........................................................................................................vi PARTE I - Projeto de Pesquisa RESUMO.................................................................................................................................11 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................12 1.1 Contextualização...............................................................................................................12 1.2 Definição do problema .....................................................................................................14 1.3 Justificativa .......................................................................................................................16 2 OBJETIVOS ........................................................................................................................18 2.1 Objetivo geral....................................................................................................................18 2.2 Objetivos específicos.........................................................................................................18 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................................19 3.1 Turismo .............................................................................................................................19 3.1.1 Breve histórico.................................................................................................................19 3.1.2 Conceitos e definições .....................................................................................................21 3.1.3 Segmentação/ tipologia....................................................................................................22 3.1.3.1 Turismo de saúde..........................................................................................................23 3.1.3.2 Turismo religioso..........................................................................................................24 3.2 Hotelaria ............................................................................................................................26 3.2.1 Breve histórico.................................................................................................................26 3.2.2 Segmentação/ tipologia....................................................................................................27 3.3 Tratamentos espirituais ...................................................................................................30 3.3.1 Motivações ......................................................................................................................43 3.3.2 Visitantes (clientes da saúde e freqüentadores)...............................................................43 3.3.3 Estrutura física.................................................................................................................43 3.3.4 Serviços oferecidos..........................................................................................................44 4 RESULTADOS DA PESQUISA ........................................................................................48 4.1 Procedimentos metodológicos..........................................................................................48 4.1.1 População e amostragem .................................................................................................50 4.1.2 Coleta de dados................................................................................................................51 4.1.3 Análise e interpretação dos dados ...................................................................................53 4.2 Plano de Trabalho ............................................................................................................54 4.2.1 Etapas ..............................................................................................................................54 4.2.2 Cronograma .....................................................................................................................54 4.3 Análise de pesquisa...........................................................................................................56 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................74 6 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................77 7 ANEXOS ..............................................................................................................................82 ANEXO A – Fotografia dos pacientes no CAPC e no NENL.............................................82 ANEXO B – Fotografia de aplicação energética e cromoterapia.......................................83 ANEXO C – Figura de mapeamento do pé referente a reflexologia podal .......................84 8 APÊNDICES .......................................................................................................................85 APÊNDICE A – Questionário ...............................................................................................85 PARTE II - Relatório de Estágio 1 IDENTIFICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E DO ALUNO .............................................88 1.1 Dados da empresa.............................................................................................................88 1.2 Dados da aluna..................................................................................................................89 2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................90 3 OBJETIVOS ........................................................................................................................92 3.1 Objetivo geral....................................................................................................................92 3.2 Objetivos específicos.........................................................................................................92 4 DESCRIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ................................................................................93 4.1 Evolução histórica da organização..................................................................................93 4.2 Infra-estrutura física atual ..............................................................................................94 4.3 Infra-estrutura administrativa........................................................................................96 4.4 Quadro de recursos humanos..........................................................................................99 4.5 Serviços prestados ..........................................................................................................100 5 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS POR SETOR.......................102 5.1 Setor: Atendimento ........................................................................................................102 5.1.1 Funções administrativas do setor de atendimento .........................................................102 5.1.2 Infra-estrutura do setor de atendimento.........................................................................102 5.1.3 Atividades desenvolvidas pelo acadêmico no setor de atendimento.............................103 5.1.4 Conhecimentos técnicos adquiridos ..............................................................................103 5.1.5 Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas...........................................103 5.2 Setor: Tratamentos.........................................................................................................104 5.2.1 Funções administrativas do setor...................................................................................105 5.2.2 Infra-estrutura do setor ..................................................................................................105 5.2.3 Atividades desenvolvidas pelo acadêmico no setor ......................................................106 5.2.4 Conhecimentos técnicos adquiridos ..............................................................................106 5.2.5 Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas...........................................106 6 ANÁLISE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.....................................................107 7 CONCLUSÃO TÉCNICA ................................................................................................108 8 REFERÊNCIAS ................................................................................................................110 9 ASSESSORIAS TÉCNICAS E EDUCACIONAIS ........................................................111 10 ANEXOS ..........................................................................................................................112 ANEXO A – Planta espacial NENL ....................................................................................112 ANEXO B - Horários e serviços oferecidos pelo NENL e CAPC.....................................113 ANEXO C – Declaração de estágio .....................................................................................116 ANEXO D – Ficha de Avaliação .........................................................................................117 PARTE I Projeto de Pesquisa 11 CARACTERÍSTICAS DOS VISITANTES DO NÚCLEO ESPÍRITA NOSSO LAR E SUAS PERCEPÇÕES ÁREA DE PESQUISA: Ciências Sociais Aplicadas SUB-ÁREA: Turismo e Hotelaria RESUMO Com a era da globalização, a sociedade, as empresas e o mercado exigem o máximo das pessoas tornando-as sobrecarregadas pelo estilo de vida moderno. Adoecem mais facilmente, possuem menos tempo para cuidar de si e alimentam-se mal. É neste enfoque, que se tem à tendência de cada vez mais às pessoas terem a necessidade de cuidar de seu corpo físico, espiritual e emocional, para conseguir atingir um equilíbrio e obter uma vida saudável. O Núcleo Espírita Nosso Lar (NENL), localizado em São José, e o Centro de Apoio ao Paciente com Câncer (CAPC), localizado em Florianópolis, SC, são centros espíritas, com somente um CNPJ, que atendem aos visitantes, oferecendo terapias e tratamentos espirituais para os clientes de saúde. Aplicando os conceitos e ferramentas da hotelaria hospitalar, turismo de saúde e turismo religioso. Por não possuir dados quantitativos e nem qualitativos a respeito do público que freqüenta o NENL e o CAPC, realizou–se esta pesquisa com o objetivo de analisar as características dos visitantes (clientes de saúde e freqüentadores), apresentando sua percepção quanto à instituição. Esta informação é de extrema importância para os dirigentes, pois permite o conhecimento dos visitantes. Traz ainda como contribuição a melhoria de serviços prestados a população, sendo de extrema importância por ser uma instituição religiosa com tratamentos de saúde. A pesquisa utilizada foi a de natureza quantitativa e qualitativa, onde através da aplicação de questionário conseguiu se obter informações sobre o perfil, as características, motivações e percepções dos clientes de saúde e freqüentadores desta instituição. Palavras-Chave: Núcleo Espírita Nosso Lar. Centro de Apoio ao Paciente com Câncer. Centro espírita. Clientes de saúde. Visitantes. Tratamentos espirituais. 12 1 INTRODUÇÃO 1.1 Contextualização A humanidade, atualmente, sofre com o desconhecimento das causas dos seus problemas. Esta situação de desconhecimento e dor remete a uma busca desesperada por soluções, por mitos e ou santos que lhe propiciem curas milagrosas, bem como soluções inesperadas para seus problemas, neste momento busca a religiosidade, que é a disposição do indivíduo de integrar-se com o que há de divino e sagrado. A religião é praticada em quase todas as comunidades humanas. Mesmo em lugares onde uma religião foi formalmente proibida, as pessoas continuaram cultuá-la secretamente, quase sempre com grande risco pessoal. A que se deve isso? A religião oferece ao indivíduo um significado de vida além da realidade terrena, proporcionando explicações transcendentais para ocorrências mais misteriosas da vida. Pessoas não espirituais, às vezes, consideram a religião como uma fuga da realidade, uma forma de escapar a um mundo sombrio. Mas as pessoas religiosas provavelmente replicam que ela é um meio de explicar o milagre da vida de um modo que a ciência não consegue. (WILKINSON, 2000, p.9) Se houver a crença de algo além da matéria, esta pessoa não é materialista, ela é espiritualista, e existe uma diferença entre espiritualista e espírita. O espírita é espiritualista, pois acredita em algo além da matéria, mas ele segue a codificação de Allan Kardec, existem outras religiões espiritualistas, que não são espíritas, como candomblé, umbanda, quimbanda, entre outras. O espiritismo (ou kardecismo), mais que religião é para seus adeptos um sistema complexo que abrange também filosofia e ciência. Inspirado nas idéias do escritor Leon Hippolyte Denizard Rivail (1804-1869), que adotou o pseudônimo de Allan Kardec em obras como O livro dos Espíritos (1857), difundiu-se rapidamente na Europa e nos países da América, em especial o Brasil. (WILKINSON, 2000, p.118). O espiritismo é uma doutrina filosófico-religiosa, baseada na crença da sobrevivência da alma, na existência de Deus e na relação entre os espíritos encarnados e desencarnados e o mundo material. 13 Trata-se de uma combinação do hinduísmo e budismo no que diz respeito à crença do carma e no processo de evolução espiritual por reencarnações sucessivas, e do cristianismo, na crença em Cristo e prática da caridade. Caracteriza-se pelo ideal de compreensão da realidade mediante a integração entre as três formas consideradas clássicas de conhecimento, que seriam a científica, a filosófica e a religiosa. Segundo Allan Kardec (2002, p.13), cada uma delas, se tomada isoladamente, tenderia a conduzir a excessos de ceticismo, negação ou fanatismo. A doutrina espírita se propõe, assim, a estabelecer um diálogo entre elas, visando à obtenção de uma forma original, que a um só tempo fosse mais abrangente e profunda, de compreender a realidade. Os brasileiros adeptos ao espiritismo designaram seu local regular de reuniões como centros espíritas, em substituição às sociedades espíritas existentes na Europa, hoje, os centros espíritas têm acepção bastante diversificada, englobando locais onde se desenvolvem atividades ligadas a diversas crenças e a numerosos cultos. O centro espírita é uma associação cuja função genericamente consiste em confortar e esclarecer quem a procura dentro dos parâmetros doutrinários do espiritismo, sem nada – mas mesmo nada – cobrar. É, assim, um local de trabalho tranqüilo, onde convergem pessoas interessadas na vivência do ideal espírita. Este se consubstancia em fraternidade e estudo. O salário para qualquer dos seus colaboradores não existe, nem mesmo subjetivamente: basta-lhes a alegria de se tornarem úteis, de contribuírem com apoio moral, de transformarem tristeza em reconforto interior, de ajudarem a reerguer quem ali entra sobrecarregado de pressões interiores. (PORTAL DO ESPÍRITO, 2007). A maioria dos visitantes de um centro espírita busca o local por motivo de dor, seja a dor física, a dor emocional ou a dor espiritual. Buscam o bem-estar, cuidar de si, de suas emoções e doenças através da fé, e os serviços oferecidos por estas instituições. Os centros espíritas funcionam através do trabalho de seus colaboradores, que são voluntários, em sua grande maioria, que trabalham sempre dando o melhor naquilo que fazem. Através deste atendimento diferenciado, sendo necessário, pois os visitantes estão em sua maioria doentes (fisicamente ou emocionalmente), se aplica os princípios da hospitalidade, que é a arte da receptividade, cortesia e acolhimento. De acordo com Taraboulsi (2006, p.179): Hospitalidade é acolher e tratar com generosidade pessoas sem esperar reciprocidade de acolhimento e tratamento generoso, é a interação de pessoas em que prevalecem valores 14 de sociabilidade e solidariedade, harmônicas relações interpessoais, cortesia associada a eficiência daquilo que se propõe a fazer ou oferecer . O Núcleo Espírita Nosso Lar localizado em Forquilhinhas, São José, Santa Catarina, e o Centro de Apoio ao Paciente com Câncer, localizado no Ribeirão da Ilha, Florianópolis, Santa Catarina (possuem o mesmo CNPJ) é uma instituição sem fins lucrativos. O objetivo é de acolher estas pessoas e oferecer o que de melhor há no ser humano, à vontade de ajudar ao próximo, através de uma equipe de voluntários que lá trabalham, e que oferecem seu serviço de maneira prestativa, para que o visitante saia de lá se sentindo melhor do que quando entrou. É uma instituição que trata de problemas de saúde, através de terapias, e cirurgias espirituais. São clientes de saúde que vêm de diversos lugares, por diversos motivos, e que no fim do tratamento podem até virar voluntários colaboradores (ver ANEXO A, com fotos dos clientes de saúde na instituição). O conceito de hospitalidade é bem trabalhado no Núcleo Espírita Nosso Lar e no Centro de Apoio ao Paciente com Câncer, sempre com o foco na caridade, generosidade, e na arte de bem receber e acolher as pessoas. 1.2 Definição do problema A hospitalidade é importante em qualquer setor e segmento do mercado, o bem atender é primordial às empresas que prestam serviços, garantindo o retorno do cliente e consolidando a marca e instituição responsável por tal. Cada vez mais as pessoas estão sobrecarregadas pelo estilo de vida moderno, adoecem mais facilmente, possuem menos tempo para cuidar de si, alimentam-se mal, lutam contra o relógio, e é nesse enfoque, que se tem à tendência de cada vez mais às pessoas terem a necessidade de parar e cuidar de seu corpo, alma, para conseguir atingir um equilíbrio e se obter uma vida mais saudável. “A necessidade de bem-estar e de aperfeiçoamento espiritual está em alta em razão do estresse provocado pelo estilo de vida moderno”.(WALKER, 2002, p.114). 15 A busca do cuidado com a saúde física, mental, emocional e espiritual leva a uma tendência de se buscar locais especializados onde se possa tratar da saúde, e se estes estão localizados fora da cidade onde se mora, o cliente de saúde pratica o turismo de saúde. Turismo de saúde é aquele praticado por pessoas que se deslocam em busca de climas ou estações de tratamento, onde possam recuperar a saúde, é a atividade turística praticada por indivíduos ou grupos que se deslocam em busca de recursos naturais terapêuticos ou estações de tratamento, onde possam recuperar a saúde física e/ou mental.(EMBRATUR apud TURISMO VISÃO E AÇÃO, 2000, p.26). Ligado á área de saúde e na vertente de turismo e hotelaria, tem-se o segmento da hotelaria hospitalar, sendo este um segmento relativamente novo, veio a acrescentar aos empreendimentos e instituições relacionados à saúde e bem–estar do cliente, aplicando os conhecimentos da hotelaria nos mesmos. Segundo Taraboulsi (2006, p.179) “hotelaria hospitalar é a arte de oferecer serviços eficientes e repletos de presteza, alegria, dedicação e respeito, fatores que geram a satisfação, o encantamento do cliente de saúde, principalmente, a humanização do atendimento e do ambiente hospitalar”. Hotelaria hospitalar implica em hospitalidade, servir com qualidade e eficiência. O ambiente das instituições de saúde necessita de espontaneidade, generosidade, humanização dos serviços prestados, pois as pessoas que procuraram estas instituições não estão bem de saúde e necessitam de empatia. O Núcleo Espírita Nosso Lar com a constante preocupação de bem atender, e poder ampliar seus serviços e unidades é necessário que conheça o seu visitante, através de dados sobre seu perfil, quantidade de tratamentos feitos na casa, de onde o cliente vem, se familiares o acompanham, e se acompanham, onde ficam alojados, e todos os demais fatores que envolvem as necessidades dos mesmos. Com a necessidade de se ter conhecimento sobre o perfil dos freqüentadores do Núcleo, e com informações buscadas sobre os clientes de saúde, seguem os questionamentos da pesquisa: 1 - Quais as características (perfil e fatores motivacionais) dos visitantes (clientes da saúde e freqüentadores) do Núcleo Espírita Nosso Lar - NENL, e do Centro de Apoio ao Paciente com Câncer - CAPC? 16 2- Qual a percepção dos visitantes em relação ao NENL e ao CAPC? 1.3 Justificativa A análise do perfil dos visitantes do NENL e do CAPC é importante para os dirigentes, pois permite o conhecimento do público alvo, e ainda, com a pesquisa aplicada se obterá uma consciência maior de suas percepções e motivações. Com estas informações os dirigentes terão informações necessárias para se abrir uma nova unidade e para isso saber a opinião do público alvo é fundamental. “O produto final de um serviço é sempre um sentimento. Os clientes ficam satisfeitos ou não conforme suas expectativas. Portanto, a qualidade do serviço é variável de acordo com o tipo de pessoa”. (LAS CASAS, 1999, p.16). O serviço por ser um ato intangível pode-se avaliá-lo através de dois aspectos, o serviço propriamente dito, e a forma como ele é percebido pelo cliente. Podendo ainda ser percebido de diversas maneiras, dependendo do cliente. Segundo Albrecht (1992, p.254 apud LAS CASAS 1999, p. 16) “a qualidade em serviços é a capacidade que uma experiência ou qualquer outro fator tenha para satisfazer uma necessidade, resolver um problema ou fornecer benefícios a alguém”. Uma vez que a qualidade do serviço é variável conforme o tipo de pessoa, entre os fatores que envolvem a percepção do serviço têm as necessidades, estado de ânimo, etc, mas os principais seriam a similaridade, proximidade e continuidade. Este é o princípio da similaridade, em que as coisas similares tendem a ser percebida pelo indivíduo como parte de um conjunto. Segundo o princípio da proximidade, as coisas próximas tendem a ser percebidas como parte um conjunto. E o princípio da continuidade é quando ao citar o nome ou marca de uma empresa, automaticamente os clientes a associam aos conceitos formados. (LAS CASAS, 1999, p.18-20). É esse sentimento de satisfação, de ter sua necessidade atendida que os colaboradores do NENL e do CAPC buscam, tratando os visitantes com muita dedicação, atenção, presteza, sempre procurando o bem–estar deles. 17 Segundo Taraboulsi (2006, p.48) “os clientes da saúde (enfermos, familiares, acompanhantes, visitantes) sentem-se confiantes e motivados quando a solidariedade apresenta-se estampada nos semblantes de todos os envolvidos no atendimento”. O turismo de saúde se caracteriza pelos deslocamentos motivados em função do tratamento, cura, condicionamento e bem-estar físico e mental, e das atividades turísticas decorrentes da utilização de meios e serviços para fins médicos, terapêuticos e estéticos. A hotelaria hospitalar não fazia parte do contexto das instituições de saúde brasileiras até há menos de 10 anos. Desde que o profissional da saúde fosse competente e a instituição fosse aparentemente limpa, nada mais importava para o paciente. Nesse período, quem buscava a instituição para cuidar da saúde era também o paciente, significando que ao entrar no ambiente hospitalar ele deixava de ser cidadão, de ter vontade própria, de ter direitos e passava a ser passivo (daí o nome, paciente), obedecendo às ordens médicas e da enfermagem. Esse tempo passou. Agora quem busca as instituições de saúde não é mais paciente: é um cidadão que sabe de seus direitos e suas responsabilidades. Ele vai a procura de solução para seus problemas e sente-se com direito de ser bem atendido. É um cliente que vai comprar um produto, que é o tratamento e a assistência que o hospital oferece. Segundo Oliveira (2005, p.69) o turismo de saúde é “praticado por pessoas que necessitam realizar tratamentos de saúde e por isto procuram locais onde existam clínicas e serviços médicos especializados”. Com a tecnologia avançada, este tipo de turismo aumenta consideravelmente ano após ano, pois surgem clínicas mais especializadas, profissionais qualificados, equipamentos e máquinas específicas para cada tratamento. Com este contexto de necessidade de se conhecer o público alvo, saber de suas percepções, perfil e motivações que se realizou esta pesquisa para que a instituição possa utilizar estas informações e análises para tomada de decisões dentro da organização. 18 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Analisar as características (perfil e fatores motivacionais) dos visitantes (clientes da saúde e freqüentadores) do Núcleo Espírita Nosso Lar (NENL) localizado em Forquilhinhas, São José, SC, e do Centro de Apoio ao Paciente com Câncer (CAPC) localizado no Ribeirão da Ilha, Florianópolis, SC, apresentando sua percepção quanto à instituição. 2.2 Objetivos específicos Relacionar os conceitos de Turismo de Saúde, Turismo Religioso e da Hotelaria Hospitalar aos Tratamentos Espirituais; Identificar o perfil do visitante; Descrever os fatores motivacionais dos visitantes que procuram o NENL e o CAPC; Verificar as necessidades dos visitantes em relação à estrutura e serviços oferecidos; 19 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 Turismo 3.1.1 Breve histórico A invenção do dinheiro e do comércio foi fundamental para o desenvolvimento e acontecimento do turismo, pois com ele pode-se pagar pelo transporte e pela hospedagem, com dinheiro ou através das trocas. A invenção do dinheiro pelos sumérios (babilônios) e o desenvolvimento do comércio, em torno de 4000 a.C., marca o início da era moderna das viagens. Os sumérios não apenas foram os primeiros a entender a idéia do dinheiro e a utilizá-lo em transações comerciais, mas também os primeiros a inventar a escrita cuneiforme e a roda, portanto, deveriam ser conhecidos como os fundadores do setor turístico. (GOELDNER; MCINTOSH; RITCHIE, 2002, p. 43). Outro povo que contribuiu muito para o desenvolvimento do turismo, foram os romanos, pois foram considerados os primeiros a viajar por lazer, tinham como cultura, os grandiosos espetáculos circenses e as lutas nas arenas, eram o entretenimento e recreação deles. Através de pinturas em azulejos, placas, vasos e mapas, constam que os romanos iam à praia, aos spas, buscando sempre divertimento e a cura de doenças. Segundo Oliveira (2005, p. 21) “as peregrinações religiosas dos cristãos para Roma e para Jerusalém e dos maometanos para Meca predominaram a partir do séc. VI. Os interesses religiosos continuaram sendo, durante a Idade Média, a mola propulsora das longas viagens”. As grandes navegações (séculos XVI ao XVIII) foram o meio que os portugueses e os espanhóis utilizaram como meio de transporte para conquistar novos caminhos no extremo oriente, e despertou o interesse nos europeus em conhecer um novo mundo. Na falta de meios de comunicação mais eficazes, a melhor maneira de conhecer novos lugares era viajar até eles. As escolas organizavam viagens para os estudantes acompanhadas por professores com o objetivo de aumentar os conhecimentos de seus alunos. (OLIVEIRA, 2005, p. 22). 20 Surgiu então a Grand Tour, com a finalidade de se estudar em cidades como Paris, Roma, Florença, entre outras, com duração de três anos, sendo considerada uma experiência educacional. Segundo Goeldner, Mcintosh e Ritchie (2002, p. 49) a “Grand Tour dos séculos XVII e XVIII era feita por diplomatas, empresários e estudiosos que viajavam por toda Europa, especialmente para as cidades da França e da Itália”. Ao final do século XVIII e todo o século XIX foram marcados pela contemplação da natureza, a apreciação das paisagens naturais e necessidade do descanso, começou o chamado “turismo romântico”. Isso devido à baixa qualidade de vida nos grandes centros urbanos e industriais que se formavam. As ferrovias desempenharam um papel fundamental no desenvolvimento dos Estados Unidos, do Canadá e de muitos outros países. Antes de sua construção, os turistas tinham que se deslocar a cavalo ou de carruagem. A era das ferrovias testemunhou a primeira grande explosão na demanda pelas viagens, provocando grandes efeitos no país, na economia e nos hábitos sociais. A primeira ferrovia para passageiros (Liverpool e Manchester) foi inaugurada em 1830. A expansão, primeiro na Grã-Bretanha e depois no resto da Europa e na América do Norte. (JENKINS; LICKORISC, 2000, p. 28-29). Em 1841, foi realizado o primeiro pacote turístico utilizando o trem como transporte, foi Thomas Cook, quem organizou e o fundador da primeira Agência de Viagens do mundo. O trem, assim como o navio, tornaram-se fatores determinantes para o desenvolvimento da atividade. (BARRETO, 2000). A contribuição excepcional de Thomas Cook foi à organização da viagem completa – transporte, acomodação e atividade ou “satisfação” em um novo e desejado destino – o verdadeiro produto do turismo. Ele inventou um serviço essencial – um pacote ou excursão individual. Sua inovação foi copiada em todo o mundo. (JENKINS; LICKORISC, 2000, p. 30). Para que o turismo continuasse a se desenvolver durante o século XIX outros fatores também contribuiram, como o aumento da segurança nos países visitados, o maior cuidado no saneamento básico, com água e esgotos tratados, elevação do índice de alfabetização, as pessoas 21 liam mais, e as informações acessíveis a todos sobre o mundo todo, desperta o desejo de viajar, melhoria dos meios de transporte, maior praticidade, melhoria de qualidade de vida nas cidades, maior tempo de lazer, reivindicado pelos trabalhadores, fizeram o turismo crescer significativamente. Em 1915, o governo inglês adotou o passaporte para controlar o tráfego de turistas pelo seu território. Durante o período da Segunda Guerra Mundial (1939/1945) o turismo sofreu uma parada brusca. A situação econômica mundial não permitia gastos com supérfluos. Porém quando a guerra terminou, surgiu uma grande novidade que revigorou a prática do turismo: a utilização do avião. (OLIVEIRA, 2005, p. 26). No final do século XX, o mundo já contava com um número expressivo de Agências de Viagens, de Companhias Aéreas e de grandes cadeias hoteleiras. Por haver uma grande concorrência comercial, os serviços e os preços foram reduzidos e aperfeiçoados, agregando –se mais valor ao produto. Segundo Oliveira (2005, p. 27) “a partir de 1980, o desenvolvimento tecnológico permitiu que os serviços turísticos englobassem todas as áreas da atividade, passassem a ser mais rápido, mais eficientes e com preços mais baixos”. 3.1.2 Conceitos e definições O turismo é uma atividade praticada como vimos anteriormente desde a.C, mas seu conceito é relativamente novo, sendo que o conceito mais antigo data de 1910 e ainda utilizado é o do economista austríaco Herman Von Schullard (apud OLIVEIRA, 2005, p. 33), que conceituou o turismo como sendo “a soma das operações, especialmente os de natureza econômica, diretamente relacionadas com a entrada, permanência e o deslocamento de estrangeiros para dentro e para fora de um país, cidade ou região”. É a soma de todo o setor mundial de viagens, hotéis, transporte e todos os outros componentes. Podendo também ser definido como “o fenômeno que surge de visitas temporárias (ou estadas fora de casa) fora do local de residência habitual por qualquer motivo que não seja uma ocupação remunerada no local visitado”. (BURKART; MEDLIK, 1981 apud JENKINS; LICKORISH, 2000, p. 10). O turismo faz parte do setor de serviços, e movimenta a economia como um todo, pois para o atendimento das necessidades do visitante (turista ou excursionista) se engloba vários 22 setores da economia de uma cidade, ou região, por isso é tal a sua importância para o desenvolvimento de sua localidade, no lado econômico, político e social. “O turismo pode ser definido como a soma de fenômenos e relações originados da interação de turistas, empresas, governos locais e comunidades anfitriãs, no processo de atrair e receber turistas e outros visitantes” (GOELDNER; MCINTOSH; RITCHIE, 2002, p. 23). O visitante pode ser classificado em dois tipos: em turista ou excursionista, o conceito de cada um que teve aprovação pelas Nações Unidas durante a Conferência sobre Viagens Internacionais e Turismo, em Roma, 1963 (apud) é: Turistas são visitantes temporários que permanecem pelo menos vinte e quatro horas no país visitado, cuja finalidade pode ser classificada sob um dos seguintes tópicos: lazer, negócios, família, missões e conferências. E excursionistas são visitantes temporários que permanecem menos de 24 horas no país visitado. (OLIVEIRA, 2005, p. 35). No entanto há uma diferença entre viajar, deslocar-se e fazer turismo, o que difere basicamente é a intenção do ato, segundo Oliveira (2005, p. 34) deslocar-se se entende o ato praticado por pessoas que mudam de cidade, região ou país, sem retorno imediato ao local de origem, viajar seria o ato de deslocar-se temporariamente de um lugar para o outro, sempre com intenção de retornar, de voltar à origem, e fazer turismo pressupõe uma viagem temporária que exige infra-estrutura adequada para atender às necessidades dos turistas. Segundo a Organização Mundial do Turismo – OMT (2001, p.38), o turismo se resume em “atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e estadas em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por um período de tempo consecutivo inferior a um ano com finalidade de lazer, negócio e outras”. 3.1.3 Segmentação/ tipologia No mercado de hoje não se consegue com uma única estratégia atender aos clientes que buscam produtos específicos. É preciso segmentar o mercado para conseguir suprir as necessidades do cliente, quanto mais segmentado, mais específico e mais apropriado se torna o produto para o cliente que busca aquele segmento. 23 Outro fator determinante para a segmentação é a concorrência cada vez maior nos diversos segmentos, o que leva à busca de diferenciais que garantam uma clientela identificada com seu produto. Conseguirá maiores vantagens nas vendas a empresa que conhecer seus clientes ou seu mercado potencial. (MORAES, 2002, p.24). Sendo assim a atividade turística também deve segmentar para a melhor atender aos diversos públicos que ela tem. Pois o turismo é praticado nas mais diversas formas, e pelos mais diversos interesses e motivações, devido à posição geográfica da localidade, clima, região, cultura, organização, política e estrutura que se faz necessária para cada tipo de turismo. O turismo compreende uma série de serviços que são oferecidos ao viajante, que se desloca de sua cidade de origem e permanece em outra destinação por motivos profissionais, férias, negócios, atividades esportivas, de saúde, assuntos de família, culturais, ou por qualquer outra razão. (BENI, 2000, p.64) Dentre os tipos de turismo têm-se: o turismo de lazer, turismo de eventos, turismo de águas termais, turismo desportivo, turismo religioso, turismo de juventude, turismo social, turismo cultural, turismo ecológico, turismo de compras, turismo de aventura, turismo gastronômico, turismo de incentivo, turismo de terceira idade, turismo rural, turismo de intercâmbio, turismo de cruzeiros marítimos, turismo de negócios, turismo técnico, turismo GLS, turismo de saúde, entre outros. 3.1.3.1 Turismo de saúde O turismo era restrito a pessoas que queriam usufruir somente da beleza dos lugares visitados e de conhecer seu patrimônio histórico-cultural, este turismo não mais cabe dentro do contexto atual. Hoje em dia existem várias vertentes do turismo como já vimos, ele está segmentado, e uma destas vertentes é o turismo de saúde, que vem ganhando espaço, por diversos fatores, avanço tecnológico e científico, maior preocupação com a saúde, estética e a qualidade de vida. O conjunto de atividades turísticas que as pessoas exercem na procura de meios de manutenção ou de aquisição de bom funcionamento e sanidade de seu físico e de seu psiquismo chama-se turismo de saúde, turismo de tratamento ou turismo terápico. Praticado por pessoas que necessitam realizar tratamentos de saúde e, por isso, procuram locais onde existiam clinicas médicas especializadas. (FLORIANI, 2004). 24 Caracteriza-se pelo deslocamento motivado em função do tratamento, cura, condicionamento e bem-estar físico e mental. Nesse segmento estão incluídos os spas, as clínicas naturistas, as estâncias termais e hidrominerais, entre outros. Historicamente, o turismo de saúde deve à Grécia a criação das principais estâncias hidrominerais. Foi para atender ao grande número dos que procuravam a cura pelas águas, que se construíram as primeiras hospedarias e as "residências de verão" da aristocracia que passavam temporadas próximos as fontes. Durante a II Guerra Mundial, o brasileiro sem meios para viajar ao exterior se viu obrigado a desenvolver suas atividades turísticas dentro do próprio país, procurando principalmente as estâncias hidrominerais que assumiram inclusive um papel importante na cura de determinadas doenças infecciosas. (SECRETARIA DE ESTADO DO TURISMO DO PARANÁ, 2007). Na década de 90 as estâncias hidrominerais deixaram de representar um papel de destaque dentro do turismo de saúde, e foram sendo substituídas pelos spas, cujo nome tem sua origem em Spa Francorchamps (estância hidromineral belga) difundiu-se rapidamente impulsionados pela obsessão do "culto ao corpo" que se alastrou pelo mundo. 3.1.3.2 Turismo religioso Tudo que é sagrado chama a atenção do homem, desperta o interesse, a fé, a curiosidade, a crença. E muitas vezes há um deslocamento para se conhecer lugares, cidades, templos, igrejas, festas que simbolizem o sagrado. Segundo Abumanssur (2003, p. 53) desde sempre, o ser humano desloca-se pela terra em demanda do sagrado com vistas a adorá-lo, consultá-lo, festejá-lo ou conhecê-lo. Também desde sempre se desenvolveu uma próspera estrutura de hospedagem e acolhimento em torno dessa demanda. A periodicidade e o fluxo de visitação, nos lugares sagrados variam, pois em alguns, as peregrinações acontecem durante o ano todo, e em outros, somente nas festas, e ocasiões especiais. A prática do turismo religioso pode ser através de peregrinações aos locais sagrados, famosos ou não, mas que são venerados por pessoas de todas as religiões; pelas festas religiosas que são celebradas periodicamente; pelos espetáculos e as representações teatrais de cunho religioso; e pelos congressos, encontros, seminários, ligados as atividades de evangelização dos fiéis. (SILVA, 2004, p.36). 25 Estes deslocamentos de peregrinos, são chamados de peregrinação, e com a popularização das peregrinações, os lugares destinos e sagrados tiveram que criar uma infra-estrutura para recepcionar o turista, pousadas, hospedarias e inclusive hospitais. “A peregrinação é uma forma de viagem perfeitamente relacionada com o turismo a ponto de ser tomada como um precedente dele, pois se trata de uma forma de viajar motivada pela livre escolha do indivíduo”. (DIAS R, 2003, p.19). Com a queda do Império Romano, durante a Idade Média, cresceu as viagens por motivações religiosas, práticas do turismo religioso, peregrinações a lugares sagrados e santos no Ocidente cristão, e a lugares santos das mais diversas religiões, hindus, budistas, muçulmanos, entre outras religiões. Durante o período de apogeu da Cultura Grega, centenas de anos antes de Cristo, já ocorriam manifestações do que podemos denominar de turismo religioso, com peregrinações de todo o mundo helênico para regiões como Delfos, onde se encontravam o altar principal e o oráculo sagrado de Apollo. (MAZÓN, 2001, apud DIAS R, 2003, p. 19). O turismo religioso é este deslocamento feito pelas pessoas, e todos os fatores e setores que este deslocamento envolve, é um “grande deslocamento de peregrinos, portanto turistas potenciais, que se destinam a centros religiosos, motivados pela fé em distintas crenças” (BENI, 2000, p.422). A fé motiva os fiéis ao deslocamento até o local sagrado, pois esta viagem trará conforto espiritual de alguma forma, introspecção, e um estado de graça. A fé cura. Hoje os médicos, apoiados em pesquisas que vêm sendo feitas em vários hospitais do mundo estão descobrindo que a fé realmente cura, ou pelo menos ajuda em muito os tratamentos médicos. Uma série de estudos recentes vem corroendo a parede entre igrejas e laboratórios. Essas pesquisas demonstraram, por exemplo, que aqueles que freqüentam serviços religiosos mais de uma vez por semana vivem, em média, sete anos mais do que os que não o fazem. Um estudo realizado em 1998 pelos médicos Harold Koenig e David Larson, do Centro Médico da Duke University, mostrou que as pessoas que freqüentam a igreja todas as semanas tinham menos probabilidade de serem internadas e, se fossem, não passavam tanto tempo no hospital quanto aquelas que iam à igreja com menos freqüência. (AMARAL, 2007). 26 A ligação entre corpo e espírito pode ser milenar, mas, conforme a cura foi se tornando uma ciência, os clínicos ocidentais se afastaram da espiritualidade e da fé religiosa. Agora as necessidades dos pacientes, combinadas a pesquisas científicas que relacionam fé e boa saúde vêm pouco a pouco convertendo uma comunidade médica cética. Publicações científicas e livros abordam o assunto. Portanto a fé pode ser utilizada como instrumento a favor da cura, não é que a fé cura, mas a cura pode ser realizada através da fé. 3.2 Hotelaria 3.2.1 Breve histórico A hotelaria é bem mais antiga do que se imagina, o comércio necessitava de deslocamento para a realização de trocas de mercadorias, sendo os comerciantes os que mais utilizavam o serviço das hospedarias. No século VI a.C., já existia demanda de hospedagem, em função do intercâmbio comercial entre as cidades européias da região mediterrânea. Os primeiros albergues, operando de forma artesanal, não eram mais do que partes de residências ou mesmo quartos. A operação hoteleira caracterizava-se por auto-serviço. (DUARTE, 1996, p.09). Na época do Império Romano existia os hostellum, onde os reis e nobres ficavam durante as suas viagens, e ao final da Idade Média, com o crescimento das cidades e o início da Revolução Mercantil, houve grande desenvolvimento das estalagens, que passaram a oferecer, além dos serviços de alojamento, refeições e vinhos, cocheiras e alimentação para os cavalos, troca de parelhas e serviços de manutenção e limpeza para as charretes ou outro tipo de veículo. (DUARTE, 1996). Em seu processo natural de evolução através dos tempos, a hotelaria foi se aprimorando, assimilando e aplicando novos conceitos, dando maior atenção à higiene, atendimento, serviços e alimentação. 27 Foi na França, em 1407, onde se criou a primeira lei para registro de hóspedes visando aumentar a segurança das hospedarias. A Europa, que foi a pioneira na hotelaria, nos 50 anos seguintes perdeu a liderança para os Estados Unidos, que após a Revolução Industrial, já eram os maiores do mundo em número de albergues, e ofereciam os melhores serviços da época. (AMAZONAS, 2007). Logo as hospedarias foram substituídas pelos inns, que seriam estalagens com um atendimento mais sofisticado, e com serviços diferenciados. Surgiu então, “César Ritz, suíço, filho de camponeses, construiu em 1870 o primeiro estabelecimento hoteleiro em Paris, considerado um marco inicial da hotelaria planejada. As inovações foram o banheiro privativo em cada quarto e a uniformização dos empregados”. (DUARTE, 1996, p.10). Houve um rápido desenvolvimento dos inns nos Estados Unidos por estarem abertos a qualquer um que pagasse, na Europa já era aberto somente para a aristocracia. Em 1829, em Boston, nos Estados Unidos, a hotelaria dá mais um passo à frente, o hotel Tremont House de Boston. Suas principais inovações físicas, quartos com acomodação privada single e double, todos com portas e fechaduras e oferecia sabonete como cortesia. (DUARTE, 1996, p.11). A expansão norte-americana provocou um aumento no turismo significativo, e em conseqüência aumentou o número de hospedagens, houve melhoria nos transportes, maior praticidade e menor custo, a classe média começou a poder viajar por lazer, através das férias adquiridas, e das diversas condições facilitadas pelas empresas turísticas como forma de pagamento. 3.2.2 Segmentação/ tipologia Os meios de hospedagem podem ser classificados conforme os tipos de serviços que oferecem, a localização, e ao seu público alvo. Hotel é segundo Beni (2000, p. 326) “um estabelecimento comercial de hospedagem que oferece aposentos mobiliados, com banheiro privativo, para ocupação eminentemente temporária, incluindo serviço completo de alimentação, entre outros”. Cada estabelecimento apresenta características muito próprias e determinantes para definir a arquitetura, os serviços, o marketing e a política comercial. A classificação dos hotéis pode ser feita segundo Turismo Visão e Ação (2000, 47) por motivo da viagem, localização, preço, e variedade dos serviços. 28 Os hotéis são classificados em hotel de Lazer, hotel de residência ou suíte service, hotel clube, hotel de saúde/spa, hotel fazenda, eco hotel, hotel em terminal de transporte, lodge, motel, timeshare, e os alojamentos extra-hoteleiros: pensão, pensionato, colônia de férias, hospedarias, albergue de turismo, pousada, parador, apart-hotel, flat, acampamento de férias, acampamento turístico, imóvel locado, segunda residência, alojamento de turismo rural e quartos leitos avulso. (BENI, 2000, p.326-329). Dentro da classificação de hotel de saúde/spa é onde é aplicada a hotelaria hospitalar, que tem como objetivo utilizar os conceitos de hotelaria, em clínicas, hospitais, spas, centros de saúde em geral. É uma nova ferramenta para tratar as empresas que lidam com pacientes, e com a saúde. 3.2.2.1 Hotelaria hospitalar De acordo com a história, o hospital e o hotel apresentam pontos em comum quanto às suas origens, destacando-se dentre eles: forte vocação altruísta de acolher pessoas, marginalizadas pela sociedade, até então representadas nas figuras do doente, do pobre, do órfão e do peregrino. Ao longo do tempo, cada qual assumiu características e finalidades distintas: o hospital se especializou na recepção e tratamento de doentes e o hotel, no acolhimento de viajantes. A hotelaria hospitalar foi criada para cuidar do bem-estar do paciente que utiliza os serviços de saúde, sendo considerado um conjunto de mudanças físicas, organização funcional, e a melhoria na prestação de serviços, para criar facilidades para benefício direto dos pacientes. Pela sua preocupação com o bem-estar, a hotelaria hospitalar é voltada para uma contínua busca da excelência, conciliando os objetivos do hospital com o ato de hospedar, sem perder de vista a especificidade de sua clientela. Embora o foco principal seja o tratamento e a assistência, o hospital passa a investir nos serviços que envolvem a hospedagem, reconhecendo o paciente e o seu acompanhante como clientes. (DIAS M, 2003). O atendimento, que envolve mudanças no elemento humano, pode ser visto por meio de introdução de recepcionista poliglota, conciérge, mensageiro, camareiras, etc. Com relação ao oferecimento de facilidades, pode-se ainda, contar com uma loja de conveniência, oferecimento de amenities (higiene pessoal, caneta, bloco de anotação, secador de cabelos e roupão), 29 complementando o conjunto de medidas que identificam a aplicação de um modelo de gestão hoteleira. A implantação de um novo conceito de hotelaria hospitalar envolve planejamento. O primeiro passo é a revisão de todos os fluxos da estrutura física do hospital, dos processos e das interfaces entre todos os serviços existentes para que seja feito um diagnóstico. É necessário que todos os serviços básicos da hotelaria hospitalar – governança, segurança patrimonial, estacionamento, paisagismo e jardinagem, nutrição e dietética –, tenham a sua gestão focada no cliente e na qualidade da assistência prestada. De acordo com a criatividade e o padrão de qualidade de serviço a serem oferecido, a hotelaria hospitalar ainda pode proporcionar ao cliente aquilo que ele nem espera, como por exemplo, salão de beleza, loja de conveniência, agregando dessa maneira, um diferencial competitivo ao hospital. (DIAS M, 2003). Caracteriza-se a hotelaria hospitalar, como uma ferramenta para agregar na estrutura do serviço de saúde e no atendimento, como: cofres digitais, conexão para Internet, sprinklers (detector de incêndio), ar condicionado, mesa de trabalho com cadeira ergonômica, telefone voice mail, frigobar, vending machines, tv a cabo, secador de cabelos, fechaduras eletrônicas, apartamentos para não fumantes, salas de eventos, business center, restaurante e room service 24 horas, piscina, sauna úmida e um fitness center. Podem completar este quadro as facilidades para o cliente interno (o médico) com: salas de teleconferência, cybercafé, rede MD, adicionar marcações e comentários em viva-voz e também enviá-los, estacionamento privativos ou com manobristas. A Hotelaria Hospitalar visa modificar o ambiente nos aspectos humanos, estruturais além de outros. Investir nessa filosofia apenas traz benefícios para a Instituição. A Hotelaria Hospitalar gerencia a hospedagem dos clientes da área de saúde, administrando setores como: a higienização hospitalar, Lavanderia, Rouparia, Costura, Setores de Atendimento: Internamento, Telefonia e outros setores de acordo com a estrutura da Instituição. (CHANNE, 2007). Sendo então, uma reunião de todos os serviços de apoio, oferecidos aos clientes internos e externos, com objetivo de promover conforto, segurança e bem estar durante seu período de atividade ou internação. 30 3.3 Tratamentos espirituais Os tratamentos espirituais são um conjunto de métodos de cura praticados em centros espíritas, espiritualistas, de umbanda, ou afins, que têm como objetivo o auxílio no tratamento de doenças do corpo ou da mente. Apesar de serem estudados desde o final do século XVIII, a eficácia destes tratamentos ainda não pôde ser comprovada através de pesquisas que utilizem o método científico experimental. São denominados de "espirituais" pelo fato de, segundo afirmam aqueles que praticam estes tratamentos, serem realizados por espíritos desencarnados, com o eventual auxílio de um médium. No Brasil, por exemplo, ficaram famosas as cirurgias praticadas pela entidade que se denominava Dr. Fritz, através do médium José Arigó. Os centros espíritas e espiritualistas que estão comprometidos verdadeiramente com os princípios ético-morais desaprovam a cobrança de qualquer taxa pelo tratamento, e jamais orientam os pacientes a abandonar os tratamentos médicos que fazem. Ao contrário, é comum em muitos deles a recomendação do auxílio de um profissional da área de saúde. Os seguintes tratamentos são utilizados nos centros espíritas em busca da cura do paciente e o seu bem-estar: • Cromoterapia A cromoterapia é aplicada de forma a equilibrar o ser humano e auxiliar no processo de cura das doenças. São utilizados bastões com cristais nas pontas que transmitem as cores (ANEXO B), para ser passado sobre o cliente da saúde, cada cor é utilizado conforme a doença. Cromoterapia é o conhecimento da ação e função terapêutica da cor, aplicadas aos processos regenerativos da matéria física. No ser humano, em particular, por tratar-se de ser inteligente, pensante, com o uso pleno do livre arbítrio, deixa de ser uma questão de simples reposição de campo, para tornar-se um reajuste de toda formação energética, de que se compõe o todo físico/espiritual. (NUNES, 1998, p. 23). É tida como uma medicina complementar holística, sendo os seus campos de atuação, o físico/espiritual, mental/físico, e o mental/espiritual, busca sempre a harmonização do ser, através das aplicações das cores, onde cada uma é utilizada para uma determinada doença e finalidade. 31 “A tonalidade da cor é a forma pela qual conseguimos identificar a vibração da onda energética luminosa, que nos envolve e impulsiona a visão”. (NUNES, 1998, p.124). A aplicação é feita através de lâmpadas com luzes coloridas, e dependo da doença é utilizada a cor específica para tal. Quando se aplica a luz da lâmpada, busca-se refazer, não só os processos fotoquímicos, mas, sobretudo, as condições energéticas da área afetada, capazes de promover sua restauração celular. (NUNES, 1998). • Algodão Energizado Segundo o Núcleo Espírita Nosso Lar (2007), o algodão energizado é como “levar o passe para ser aplicado em casa”. É um algodão "in natura", sem agrotóxicos, em embalagem de tamanho discreto, entregue ao paciente da saúde, no primeiro momento que ele busca um tratamento no centro, sendo primeiramente orientado a fazer câmaras, que são aplicações de passes mais completas, e levar sempre o algodão para energizá-lo, e em casa fazer três aplicações diárias em cima dos chakras, ou no local da dor, como for orientado pelo médium. O algodão energizado age basicamente através do sistema de plexos, que é o entrelaçamento de nervos, vasculares ou filetes musculares existentes em diversas partes do corpo. Os plexos captam a energia contida no algodão e a repassam aos sistemas nervosos, linfático e circulatório. O funcionamento do algodão pode ser comparado a uma pilha de rádio ou a bateria de um carro, à medida que é aplicado vai liberando sua energia a quem o está utilizando. Depois de um período de uso, descarrega-se, perdendo a validade. (DEMARCHE, 2001, p.15). Deve-se mantê-lo distante de aparelhos eletrodomésticos e eletrônicos em geral. No momento da aplicação o ambiente deverá estar o mais tranqüilo possível. • Fitoterapia Terapia cujo propósito baseia-se no aproveitamento das plantas, desde suas tinturas, chás, extratos, dinamizações, etc. São utilizadas plantas medicinais secas e frescas reconhecidas, estudadas e catalogadas pela Farmacopéia Brasileira ou do The Merck Index. A utilização das plantas medicinais pelo povo faz parte da cultura, como resultado das experiências de gerações passadas, que foram transmitidas por meio de aprendizagem consciente e inconsciente. 32 O tratamento fitoterápico possui uma tradição muito antiga. O que chamamos de medicina convencional é um recém-nascido em termos comparativos. Remontando à pré-história e em todas as partes do mundo, os curandeiros têm usado as plantas medicinais para tratar diversos males. (BRATMAN, 1998, p. 64). Todas as plantas, tinturas, extratos, ungüentos, pomadas, etc., são geralmente testadas e analisadas, busca-se o controle de qualidade, sendo feitos periodicamente testes de toxidade, princípio ativo e aplicabilidade destes princípios, nas mais diversas patologias. • Massagem Terapêutica Massagem é o movimento da força vital, bioernegia. O ato de friccionarmos uma região afetada pela dor é uma massagem. A massagem é um conjunto de manipulações, aplicada sobre o corpo e que tem a finalidade terapêutica, estética e desportiva. Atuando no tecido superficial ou mais profundamente, dependendo do caso, ela equilibra a bioernegia do paciente, harmonizandoo física, psíquica e emocionalmente. (NÚCLEO ESPÍRITA NOSSO LAR, 2007). Pode atuar no alívio das tensões, dissolve bloqueios de energias nos músculos, corrige distúrbios funcionais dos órgãos, liberta o corpo de tensões crônicas, liberando a mobilidade e a respiração, funções descompassadas em quase todas as pessoas, acarretadas por conflitos emocionais, tensões musculares, que é o lado físico dos conflitos psicológicos e energéticos. A massagem pode estimular e relaxar o corpo e a mente. Estimula a pele, o sangue e o sistema linfático, melhorando a circulação, auxiliando na renovação das células e removendo toxinas. Um sentimento geral de relaxamento e bem-estar surge quando os músculos tensos relaxam, as juntas ficam soltas e os nervos são acalmados. (GILVERY; MEHTA; REED, 1996, p.101). Os pacientes geralmente têm sua auto-estima em declive, não se permitindo ao equilíbrio perfeito entre mente, corpo e espírito, razão pela qual se intensifica o uso da massagem terapêutica a fim de resgatá-los. Seus efeitos são reconhecidamente benéficos. É também utilizada dependendo do caso, e da doença, a massagem com toalhas úmidas. • Geoterapia 33 Uma das mais importantes técnicas terapêuticas da Medicina Natural é, sem dúvida, a ciência do uso da terra, ela faz parte dos mais antigos e modernos tratamentos de curas populares e da técnica de curandeiros e médicos famosos. Os antigos egípcios utilizavam a argila como um dos componentes no embalsamento de múmias e para a preservação de alimentos animais. Povos antigos tinham na argila um importante recurso no combate a epidemias e doenças infecciosas. “Em muitas formas de medicina rústica a lama é usada não só sobre feridas abertas, mas também para curar lesões internas, inflamações e dores”. (MEDICINA ALTERNATIVA, 2007). Em 1976, testes realizados em duas universidades do Canadá, comprovaram a existência de substâncias químicas na terra, que estariam ligadas diretamente à capacidade de cura e de restauração do tecido celular humano, que somente foi divulgado recentemente em vista da preocupação dos experimentadores do uso indiscriminado da terapia, podendo causar malefícios ainda não controlados. (NÚCLEO ESPÍRITA NOSSO LAR, 2007). Os efeitos do uso da argila são: ações antiinflamatórias, cicatrizantes e anti-sépticas. Possui muita energia, pelo fato da argila estar sempre exposta diretamente ao sol, assim comprova-se a impregnação de energia calorífica e energia radiante. São estas energias que ativam os cristais e os elementos que compõe a argila, produzindo um processo dinâmico e vitalizador capaz de impregnar beneficamente o corpo humano. Além destes componentes já abordados, utilizam-se outras misturas naturais com a argila para dinamizar seus efeitos energéticos junto ao paciente que possui doenças consideradas degenerativas, por possuírem em suas atividades atômicas/celular elementos energéticos que destroem o campo de formação perispiritual do ser. A forma de aplicação é a mistura da argila com carvão mineral, em proporções préestipuladas, sobre as áreas energéticas afetadas, evidenciada no corpo físico. A mistura é feita em fogo brando, com temperatura suportável, onde simplesmente se mistura: argila, água mineral, carvão mineral descaracterizado, cobrindo a área de aplicação com pano para seu suporte e fixação. • Reprogramação Mental A mente consciente corresponde a apenas mais ou menos 10% da capacidade mental e os outros 90% estão sob o comando do inconsciente, uma parte extremamente inteligente e poderosa, 34 que influencia o comportamento através do sistema nervoso autônomo e segundo critérios de utilidade bem diferentes dos padrões estabelecidos pelo consciente. Por isso é tão difícil mudar. As mudanças, geralmente, nos enchem de medo, de insegurança e continuamos pela vida afora agarrados tenazmente a tudo o que nos foi ensinado, mesmo em prejuízo de nosso crescimento interno, sem sabermos que foi a repetição de uma idéia que criou uma rota em nossas células nervosas, um caminho para nossos pensamentos e que a repetição de uma nova idéia irá aos poucos anular o antigo caminho traçado e criar um novo e mais adequado à nossa felicidade e saúde. (COLÉGIO DOS MAGOS, 2007). As técnicas psicológicas de reprogramação mental visam auxiliar no atendimento das necessidades emocionais do paciente, através de comportamentos mais adequados. Atribuindo novos significados às experiências de vida que o paciente viveu e se reprogramando mentalmente, através da modificação dos códigos lingüísticos e simbólicos instalados no inconsciente. “A Reprogramação Mental usa poderosas ferramentas para desprogramar os registros negativos, substituindo-os por programas positivos e benéficos, que agirão efetivamente em sua vida”. (REPROGRAMAÇÃO MENTAL, 2007). • Atendimento à distância Este tratamento é realizado através da espiritualidade, é agendado na secretaria do centro espírita, é realizado três noites seguidas, deve-se estar deitado com roupa clara, ter uma jarra com água ao lado da cama, e estar deitado com pensamentos bons para receber o tratamentos. É um atendimento apométrico que ocorre sem que o atendido esteja presente na sala de atendimento. Nos atendimentos à distância é solicitado ao atendido que em determinada hora de um dia da semana ele esteja em repouso ou realizando uma leitura edificante. Nesse momento estará ocorrendo o atendimento dele realizado pelo Plano Espiritual. (TERRA, 2007). É um tratamento espiritual efetuado sem a presença do médium, feito apenas pelo plano espiritual. Mas deve ser agendado no centro espírita, e colocar o motivo do pedido de realização. • Florais de BACH 35 Entre 1930 e 1936, o Dr. Edward Bach, descobriu, aperfeiçoou e aplicou um sistema de medicina muito simples e ao mesmo tempo eficaz. Descobriu que a base de toda doença estava na desarmonia entre os aspectos espirituais e mentais do ser humano. Essa desarmonia, encontrada sempre em estado de ânimo conflitante, produzia infelicidade, tortura mental, medo, cansaço e submissão, diminuía a vitalidade do organismo e permitia o aparecimento de doenças. Por este motivo os remédios que ele preparou se destinavam ao tratamento do estado de ânimo e do temperamento do paciente e não a sua doença física. (NÚCLEO ESPÍRITA NOSSO LAR, 2007). A Terapia das flores age no plano mais sutil da pessoa; seu efeito reconhecido em 1976 pela Organização Mundial de Saúde, se constitui de grande ajuda à humanidade nestes momentos de transição, auxiliando a harmonização dos corpos (etérico, emocional e mental), facilitando o livre fluxo das energias superiores, através da personalidade. O remédio do Dr. Bach (florais), é obtido a partir das flores escolhidas, banhadas em sol, num recipiente com água potável, retiradas sem o toque das mãos humanas, onde essa água com a impregnação energética das flores é acondicionada com brandy (conhaque) como conservante, tomado posteriormente em gotas durante o tratamento. O tratamento com essências florais e com os elixires de cristais não substitui de forma alguma os procedimentos e conselhos de seu médico. Eles representam uma ajuda vibracional, que vai estimular os chackras e toda a rede estrutural do corpo vital a restabelecer o equilíbrio e harmonia necessários a uma boa saúde. (COMENALE, 1996, p. 167-168). As essências geralmente adquiridas são da Inglaterra, no Instituto dos Florais de Bach (The Headquarters, The Doctor Bach Centre, Mount Vernon, Sotwel, Oxon, Wallingford, England). • Hidroterapia É a técnica de tratamento de doenças, dores, traumatismos, estados de desequilíbrio emocional ou quaisquer distúrbios gerais da saúde através da água, aplicada de várias formas. “A hidroterapia é o uso da água na prevenção e tratamento de doenças. Ela é um método tradicional de tratamento que vem sendo usado por diferentes culturas há muitos séculos, 36 principalmente por romanos, chineses, japoneses, egípcios e hebreus”. (PLANETA NATURAL, 2007). A Hidroterapia pode dividir-se em duas partes fundamentais quanto à forma de uso: interno e/ou externo. O tratamento interno pode ser feito pela ingestão da água simples, de água mineral ou uso de clisteres. Externamente são feitas aplicações na forma de banhos, compressas, etc. “A Hidroterapia é eficaz em patologias neurológicas, músculo-esqueléticas e cardiorespiratórias, buscando a recuperação funcional e a reeducação motora”. (HIDRO VIDA, 2007). O uso da Hidroterapia pode ser direcionado à ingestão e aplicação externa de água misturada, como veículo, a substâncias energéticas extraídas de elixires de pedras preciosas, pedras semipreciosas e cristais. Essas gotas de água contendo partículas energéticas atômicas extraídas dos minerais e pedras preciosas, através do processo insolar (exposição ao sol), são aplicadas em partes do corpo de forma estratégica, e também ingeridas em quantidade nunca superior a oito gotas, com a finalidade de causar a instabilidade no sistema de defesa natural orgânica, quando este se apresenta de forma muito acirrada, viabilizando a aplicação de outras terapias afins, que possam ingressar na corrente sanguínea do paciente, através indução magnética, sem criar por parte desta defesa, conseqüentemente, a expulsão do elemento terápico, como sendo um corpo estranho ao sistema. O efeito curativo da hidroterapia é baseado em seus efeitos mecânicos e ou termais. Ela explora a reação do corpo a estímulos quentes e frios, à pressão exercida pela água e à sensação que ela dá. Os nervos carregam impulsos sentidos na pele, para o interior do corpo, onde estimulam o sistema imunológico, aumentam a circulação, melhoram a digestão e diminuem a sensação de dor. (PLANETA NATURAL, 2007). Mesmo não havendo perfurações na pele, cortes, atritos ou qualquer tipo de agressão física ao paciente, pois a introdução se dá via energética, através meridianos receptivos existentes no corpo humano, sem toque físico, o paciente pode experimentar sensações de calafrios, febre passageira, pequenas alterações de pressão, sudorese, pele oleosa e rápida sensação de mal estar. Todos estes sintomas são perfeitamente suportáveis, de ação fraca e momentânea; porém, com a reação se observa a possibilidade de abertura no campo de defesa biológica, para ingresso das 37 terapias seqüenciais, a nível sensorial, cujo objetivo é penetrar nos sistemas energéticos sutis promovendo o reequilíbrio. Neste caso o paciente tem que ser acompanhado por médicos, enfermeiros, terapeutas, psicólogos e familiares, para que a pequena crise seja imediatamente controlada e superada através de exercícios respiratórios e relaxamento, sendo que as crises provocadas nunca ultrapassam a marca de dois minutos. Normalmente os pacientes de câncer experimentam situações depressivas e difíceis de serem aceitas e trabalhadas em seu início de terapia, pois o medo, o stress a indefinição e a revolta são sintomas emocionais que influenciam diretamente a defesa imunológica e psíquica do ser, dificultando a penetração de energias em seu campo vibratório, que poderiam transmutar de forma gradativa a capacidade dos neurotransmissores de criar e acumular elementos naturais do próprio organismo, para aliviar as dores, a tensão e até mesmo impedir a progressão da doença como fator de destruição celular. (NÚCLEO ESPÍRITA NOSSO LAR, 2007). Nestes casos específicos é que se usa a Hidroterapia Aplicada, visando o desnorteamento do sistema de segurança biológica, armado de forma irregular pelas emoções do paciente, que normalmente aumenta seu sofrimento e seu stress. Utilizam-se como terapias complementares a fluidoterapia, a geoterapia, a crioterapia, a oxigenoterapia, a aplicação de Dardos Fluídicos (Operação Espiritual), a P.N.L., a reflexologia, a massagem terapêutica, etc. e outras terapias que o paciente necessitar, ou melhor, se adaptar, após minucioso exame de terapeutas e aplicadores dos métodos (em todos os casos o paciente é acompanhado e monitorizado por equipamentos, freqüências, sinalizadores de sinais vitais, por médicos, terapeutas, psicólogos, acompanhantes, aplicadores e religiosos). • Crioterapia É a utilização do gelo como terapia, onde o frio terapêutico é usado como condutor de fluidos e magnetismo pessoal de quem faz as aplicações fluidoterápicas até as partes do corpo que apresentam desenvolvimento celular anormal. A terapia fria abrange diversas técnicas que utilizam o frio em suas várias formas físicas, ou seja, líquida, sólida e gasosa. A crioterapia é utilizada para a retirada de calor do corpo. Esta induz os tecidos a um estado de hipotermia com uma redução da taxa metabólica local, promovendo desta forma, uma diminuição das necessidades de oxigênio pela célula, preservando-a e permitindo que ela possa se recuperar sem maiores 38 danos. Portanto, os objetivos da crioterapia referem-se à condição de preservação da integridade da célula do tecido lesado, possibilitando assim uma reparação mais rápida e com menos danos estruturais. (DANTAS; SILVA, 2007). Quanto à aplicação desta forma de crioterapia, é simples, o corpo, como um todo, deve ser aquecido a uma temperatura de 50 graus centígrado, através de um Forno Bier. O paciente deve ser acompanhado por terapeutas durante todo o período de aplicação. Quando a temperatura do corpo confirmar o seu limite, aplica-se, na região predeterminada, cilindros de cobre contendo água congelada e mantida em freezer, com temperatura de 12 graus centígrados negativos. As aplicações são intermitentes, para que o paciente não tenha danos na pele ou na área aplicada. Esta terapia não é recomendada aos pacientes com problemas de coagulação sangüínea ou processos reumáticos, face ao aumento da viscosidade do fluido sinovial causado pela aplicação, nestes casos, são usadas outras terapias para atingir o objetivo desejado. (NÚCLEO ESPÍRITA NOSSO LAR, 2007). • Conta-gotas Nos casos específicos de doenças degenerativas, como o câncer, onde a transformação do caráter, bem como da visão básica que o paciente tem do mundo, onde os ciclos de estresses são muito intensos, deve-se ter primordial atenção às minúcias do dia a dia que são expostas. Esta terapia consiste em trabalhos de grupo onde os terapeutas incentivam a busca e o reconhecimento das pequenas emoções não registradas por falta de intensidade, e que, no entanto, quando somadas levam o ser humano ao total desequilíbrio, propiciando tomadas de decisões precipitadas e desordenadas. O paciente é convencido a rever sua vida de um âmbito mais íntimo e pessoal, encarando suas pequenices a fim de, passo a passo, retomar a caminhada rumo ao equilíbrio e conseqüente cura. (NÚCLEO ESPÍRITA NOSSO LAR, 2007). • Desmentalização Obsessão, loucura, traumas, desvios de comportamento, são exemplos de casos relacionados a esse tipo de terapia, haja vista que sua atuação está intimamente ligada ao tratamento espiritual propriamente dito (desobsessão). É, na acepção da palavra, o contato com o plano espiritual, a fim de serem solucionados os problemas afetos aos pacientes em desequilíbrio 39 físico, moral ou do espírito. Passe mais profundo dado por equipes de médiuns que trabalham o desequilíbrio do paciente. (NÚCLEO ESPÍRITA NOSSO LAR, 2007). • Reflexologia podal Sua função é diminuir o stress, proporcionar relaxamento profundo, reequilibrar as funções vitais do organismo e as funções vitais de cada órgão trabalhado. A sua aplicação é feita nos pés, onde estes são mapeados por áreas (ver ANEXO C). Inicia-se sempre pelo pé esquerdo e após o direito. O corpo pode ser divido em dez áreas, cada uma correspondente a uma região do pé. Portanto, os pés são na verdade, um mapa do corpo. Uma região sensível do pé indica um problema no órgão correspondente do corpo e trabalhando-se no ponto problemático adequado, o problema maior pode ser melhorado. A reflexologia é um modo eficaz de aliviar dores e de restaurar o equilíbrio e o bem-estar natural do corpo. (GILVERY; MEHTA; REED, 1996, p. 162). O tratamento deve ser dividido em etapas de 20 minutos em cada pé, de dois em dois dias, por sete aplicações, mantendo intervalo de sete dias, para depois reiniciar o tratamento. • Passe É uma transfusão de energia direcionada pelo médium passista ao necessitado, através dos recursos da mente, para equilíbrio e harmonização do campo vibratório. Por isso a necessidade de os médiuns se portarem como doadores e os necessitados como receptores. (NÚCLEO ESPÍRITA NOSSO LAR, 2007). A criação deste campo magnético, entre o médium e o necessitado é o suficiente para assimilação dos recursos, dirigidos pelos espíritos colaboradores. Todos precisam ter muita fé, a fim de alcançar os objetivos, regular a saúde ou enfermidade, a harmonia ou desarmonia, colocando em pleno funcionamento nossos centros de forças e órgãos. “Empregando as correntes de força vital que naturalmente flui através das mãos de todos, podemos aliviar e equilibrar a energia de outra pessoa. Enquanto essa energia está fluindo livremente, experimente paz, alegria, amor e saúde”. (GORDON, 2003, p. 20). O passe como auxílio, dispensa quaisquer preocupações, sendo sua aplicação valiosa a enfermos de toda classe, visto sua ação universal. Seu direcionamento ao mal (doença física, 40 moral ou espiritual), tem assistência da equipe espiritual, que se encarregará dos problemas, conduzindo as energias ao campo afetado. • Terapia pelo som Em muitas culturas antigas, o poder do som era considerado parte intrínseca do processo de cura e tinha um papel central nas práticas religiosas, buscando o desenvolvimento do bemestar espiritual e físico. O uso do som como uma terapia data de tempos ancestrais, em que os principais propósitos da música e do som eram a cura, a meditação e o estabelecimento de contato com o divino e com a natureza. Nesses tempos, a maior parte das religiões e tribos usavam o canto, a música e instrumentos musicais com sons poderosos para induzir as pessoas a estados alterados de consciência e de transe para curar o corpo e o espírito. (SONS QUE CURAM, 2007). Em tempos mais recentes, o interesse crescente pelas terapias alternativas fez renascer algumas tradições, como as curas por meio de canções e orações, e os modernos "terapeutas pelo som” afirmam que conseguem aliviar certos distúrbios dirigindo ondas de som às partes afetadas do corpo. Nos tempos modernos, alguns estudos têm demonstrado que várias substâncias, tais como o plástico, líquidos e areia, podem assumir diferentes formas, dependendo da freqüência a que são submetidas. Estas experiências mostram que o som tem a capacidade de afetar e de alterar a estrutura molecular. Sendo o corpo humano composto por cerca de 75% de água, é fácil de perceber a transformação que o som pode criar. (SONS QUE CURAM, 2007). A terapia pelo som baseia-se na teoria de que os órgãos e as células do corpo reagem de modo específico a padrões determinados de compressão e dilatação. Julga-se que cada parte do corpo tem uma ressonância natural e reage bem aos sons que vibram em harmonia com ela. Na forma mais comum de terapia pelo som, os terapeutas tentam restituir e reforçar as freqüências "saudáveis", dirigindo ondas de som harmoniosas para as zonas de perturbação. A forma mais conhecida de terapia pelo som é a utilização de ondas de som produzidas eletronicamente e dirigidas a determinadas partes do corpo. Antes de se iniciar o tratamento, é 41 fundamental um diagnóstico correto do problema. É aconselhável consultar primeiro um médico convencional. A música tem sido incorporada em muitos rituais de cura. Estudos científicos recentes demonstraram que a música equilibra o metabolismo do corpo, a atividade muscular e a respiração. Influencia também a velocidade do pulso e a pressão sanguínea, além de minimizar os efeitos da fadiga. Outros estudos sugerem que a música pode até mesmo diminuir o colesterol na corrente sanguínea. (JORNAL INFINITO, 2007). O terapeuta utiliza uma máquina para produzir ondas que se julga ter a freqüência própria para tratar o problema. Podem ser produzidos muitos padrões diferentes de ondas, e a escolha do mais adequado requer determinada competência. As ondas são transmitidas ao corpo com um pequeno "aplicador" manual colocado sobre a área afetada, por cima da qual se espalhou um gel para melhorar a transmissão das ondas. O aplicador centra as ondas de modo que incidam sobre a área a ser tratada, não afetando o tecido saudável. Outras formas da terapia pelo som realizam-se com sessões de grupos ou individuais nas quais devem os participantes produzir sons curativos utilizando as próprias vozes. Entoar cânticos, respirar e executar movimentos de forma rítmica continuam a ser utilizados no Oriente como caminho para o autodesenvolvimento e o esclarecimento espiritual. O som também desempenha um papel central e tradicional nas religiões ocidentais. Os especialistas dizem que recitar a liturgia, entoar as orações e os cânticos nas igrejas, nos centros espíritas, tudo isso pode ajudar a pôr as pessoas em contato com o lado espiritual da vida. A forma como o som afeta os estados mentais das pessoas ainda não é totalmente compreendida, mais se julga que certas vibrações e técnicas de respiração rítmica podem alterar os padrões das ondas cerebrais elétricas, induzindo o relaxamento ou aumentando a conscientização. (NÚCLEO ESPÍRITA NOSSO LAR, 2007). • PNL – Programação neurolingüística A comunicação é a forma pela qual eu vou transmitir essa informação. É ai que reside o segredo do sucesso, exatamente neste como, pois além de ser agradável para quem a recebe, a comunicação bem feita garante como retorno a credibilidade. 42 Programação Neurolingüística é um conjunto rico de ferramentas e técnicas de comunicação, através das quais o indivíduo aprende a se conhecer melhor, viver melhor e a atuar de maneira positiva nas situações que o cercam. Ensina a usar melhor a mente, a PNL fornece ferramentas para que profissionais da área de comunicação social aprendam a utilizar seus próprios recursos internos para enfrentar situações difíceis. PNL é uma atitude frente a um mundo onde as formas de comunicação são cada vez mais complexas e dinâmicas. Um modelo que ajuda você a entender melhor como o ser humano pensa, age e se comunica. A partir desse conhecimento você utiliza melhor seu cérebro para alcançar os resultados que deseja. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNL, 2007). Através da linguagem podemos entender uns aos outros nesse mundo onde as pessoas são tão diferentes. Poderosa ferramenta da comunicação, a linguagem é um código com o qual expressamos nosso mapa individual. Na PNL estuda-se a linguagem para empregá-la como instrumento de comunicação, de percepção e compreensão do pensamento. A PNL desenvolveu a “Meta Modelo de Linguagem”, que é um conjunto de instrumentos que possibilita a obtenção de informações de alta qualidade das pessoas com quem trabalhamos e nos comunicamos, possibilitando, também, a ampliação e enriquecimento de nossos mapas. A Programação Neurolingüística possibilita ao ser humano usar mais a sua capacidade mental, aprendida e armazenada durante a vida, de forma objetiva, substituindo padrões limitadores, como dificuldades de linguagem, expectativas, conflitos e comportamentos indesejados, por padrões possibilitadores, que são reestruturações, mudança de atitudes, motivação, competência, estados e comportamentos desejados. É, sobretudo, um modelo de comunicação que estuda como as pessoas se relacionam e como se comunicam consigo mesmas. (NÚCLEO ESPÍRITA NOSSO LAR, 2007). Aplicando as técnicas e métodos da Programação Neurolingüística, você pode superar suas limitações para conquistar o sucesso pessoal e profissional. E principalmente para mantê-los. Porque a PNL é um modelo transformador e evolutivo que gera novos valores, capacidades e comportamentos. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNL, 2007). 43 Abrir-se às novas tecnologias, buscar talentos investindo em seu treinamento, criar mecanismos eficazes de controle ético, revalorizar o jornalismo, a publicidade, as relações públicas, declarar guerra à burocracia e abrir amplos espaços para a discussão das profissões da área, com novas idéias e reflexões, é o caminho. E a PNL pode ser um excelente instrumento para colaborar nesse processo, onde cérebros naturais precisam ser capazes de digerir e reciclar tanta informação diante dos cérebros artificiais. 3.3.1 Motivações As motivações que o visitante tem ao procurar um centro espírita podem ser das mais diversas. Por curiosidade, por não ser uma religião comum. Pelas palestras, que não é como uma missa, não têm rituais, ou palavras que devem ser respondidas a leitura de uma frase, o que faz com que qualquer pessoa possa assistir à palestra, sem se sentir constrangido por não ser espírita. Como acompanhante, vai alguém da família realizar algum tratamento e não gostaria de ir sozinha, tem um local específico que os acompanhantes aguardam, por serem inúmeros. E os motivos mais comuns, por doenças físicas, devendo então trazer o diagnóstico do médico e exames realizados para receber tratamento adequado. Por problemas emocionais, depressão, ansiedade, etc, ou ainda por problemas espirituais. (NÚCLEO ESPÍRITA NOSSO LAR, 2007). 3.3.2 Visitantes (clientes da saúde e freqüentadores) Visitantes são os clientes da saúde e freqüentadores. Freqüentadores são as pessoas que não realizam tratamentos na casa, mas assistem às palestras e recebem o passe, mas não agendam horários para realizar terapias em geral. Pessoas que vão até lá como acompanhante, ou ainda que vão realizar estudo da doutrina, nos sábados de tarde na casa. E os clientes da saúde são os pacientes, são as pessoas que são tratadas, que realizam as terapias e tratamentos, fazem a cirurgia espiritual, consultam com o médium expondo os motivos que o trouxeram a casa, doenças físicas, emocionais ou espirituais. Visitante é qualquer pessoa que se classifica como usuário do centro espírita, seja das palestras, somente das dependências físicas (acompanhantes) ou para estudar a doutrina. 3.3.3 Estrutura física 44 Devido aos serviços oferecidos nos centros espíritas deve–se ter uma estrutura física adequada para a realização e oferecimentos destes serviços. O centro espírita deve ter um auditório amplo, para a realização das palestras aos freqüentadores da casa, uma sala onde são realizados os estudos da doutrina e reuniões dos médiuns, banheiros femininos e masculinos, uma recepção, onde as pessoas possam pedir informações, uma sala para a realização do passe, e demais salas específicas para a realização das terapias e tratamentos que a casa oferecer. A estrutura física de um centro espírita onde se oferece tratamentos e terapias é de extrema importância por estar ligada a saúde. As salas onde são efetuados os tratamentos devem ser amplas, conter os equipamentos necessários para cada tipo de terapia e tratamento, além de ter iluminação adequada e ventilação. Ambientes com cor clara e com atenção especial à limpeza. 3.3.4 Serviços oferecidos Os serviços oferecidos no centro espírita devem seguir os princípios da doutrina, além de sempre conseguir fazer o melhor naquilo que se oferece ao público. “A qualidade dos serviços oferecidos devem primar pela clareza, ética, objetividade e fidelidade aos princípios espíritas. Isto solicita permanente reciclagem dos tarefeiros e constante reavaliação, acompanhamento das atividades”. (GRUPO ESPÍRITA RENASCER, 2007). Os principais serviços oferecidos em um centro espírita segundo o Grupo espírita Apóstulo Paulo (2007), são: recepção, palestras, atendimento particular, reunião mediúnica, tratamento espiritual, passes, livro de preces, estudo doutrinário, assistência material e divulgação doutrinária. Estes dez são os principais serviços que o centro espírita deve oferecer. A recepção é o setor onde se presta informação importante, e onde os visitantes esclarecem dúvidas sobre o funcionamento da casa, além de saber horários e outros serviços oferecidos na casa. As palestras oferecidas pelos centros espíritas são importantes por apresentar os princípios da Doutrina Espírita, por conter ensinamentos importantes para a vida do visitante, para o seu dia-a-dia. O atendimento particular, chamado em alguns centros espíritas de consulta , conversa fraterna ou entrevista, , é um trabalho que visa orientar e ajudar espiritualmente pessoas detentoras de problemas mais graves, e quando necessário, submetê-las a um tratamento espiritual. Em uma sala reservada, um atendente e um auxiliar (trabalhadores experientes da casa) receberão para uma conversa íntima indivíduos desajustados emocionalmente, desesperados, com 45 dificuldades familiares, amorosas, financeiras, desiludidos da vida. (GRUPO ESPÍRITA APÓSTULO PAULO, 2007). A recepcionista da casa se encarregará de preencher uma ficha com os dados básicos do atendido (nome, idade, estado civil, endereço), encaminhando-a aos atendentes. Estes, após conversarem com a pessoa, farão os demais apontamentos que julgarem necessários para o acompanhamento do caso, como: estado emocional, religião praticante, se é portador de algum desequilíbrio mental já diagnosticado por médicos, se está sob efeito de remédios, e outras informações que poderão ajudá-los em um possível tratamento espiritual. A reunião mediúnica é uma reunião onde apenas participam os médiuns (pessoas com maior capacidade de sentir a influência dos Espíritos) da casa e algum trabalhador auxiliar, pois ali muitas vezes serão tratados assuntos que dizem respeito à vida particular de pessoas que buscaram auxílio no centro espírita. Depois de passarem pela sala de atendimento, e verificados possíveis influências espirituais (obsessão), os casos serão levados às reuniões mediúnicas, ou de desobsessão. Nestas reuniões, o dirigente da sessão fará o que Allan Kardec denominou de evocação, ou seja: solicitará a Jesus e aos Espíritos superiores que permitam a manifestação da entidade espiritual que está acompanhando determinado ser. Ao se manifestar em um dos médiuns presentes, este Espírito receberá o que o Espiritismo chama de doutrinação, que nada mais é do que uma conversa franca e amigável com o Espírito comunicante. O trabalhador responsável tentará obter do Espírito o que ele deseja ao lado do necessitado e tentará convencêlo a afastar sua influência, com a ajuda dos Espíritos que dirigem a casa.A reunião mediúnica também pode servir para que os bons espíritos dêem orientações e para que os sofredores manifestem-se, podendo ser ajudados através da conversa. (GRUPO ESPÍRITA RENASCER, 2007). O tratamento espiritual varia de acordo com o centro espírita, nada mais é que maneiras, ferramentas, tratamentos e terapias complementares, para o auxílio da recuperação e cura do paciente. Os passes são dados em todos os centros espíritas, são transmissões de fluidos de um ser para outro, realizados geralmente após as palestras. Os fluidos são energias que fazem parte da estrutura material e espiritual dos seres. O passe é aplicado apenas com a imposição das mãos do passista sobre a fronte do indivíduo. Não é necessário tocá-lo. 46 No momento do passe, o passista busca sintonia com os Espíritos superiores, geralmente através de uma prece feita de pensamento. Com isso, estes amigos espirituais poderão ajuntar seus fluidos aos fluidos do médium, favorecendo ainda mais quem está recebendo. A pessoa após o passe irá sentir-se fortalecida e mais disposta frente aos problemas por quais passa. O livro de preces é aonde as pessoas que vêm ao centro colocam o nome de pessoas que já desencarnaram, ou que não puderam vir ao centro, para irradiação, o que significa que vão receber boas vibrações. Um trabalhador da casa pode ficar responsável por anotar os dados, que posteriormente serão levados para a reunião mediúnica. Assim, em determinada parte do trabalho, será feita uma prece a Jesus e aos bons Espíritos, pedindo que possam interceder junto àqueles que ali estão anotados. Outro serviço oferecido pelos centros espíritas é o estudo doutrinário, que é indispensável ao bom funcionamento do centro espírita, que realiza o estudo semanal da Obras Básicas da Doutrina Espírita. Para os trabalhadores em geral, é aconselhável a leitura de "O Livro dos Espíritos" e de "O Evangelho Segundo o Espiritismo". Quanto aos que trabalham na mediunidade, a leitura de "O Livro dos Médiuns" torna-se obrigatória para o bom desenvolvimento de suas faculdades. Prestar serviços significa realizar no centro atividades úteis aos indivíduos e à coletividade, segundo o ensino maior de Jesus de servir ao próximo com a máxima humildade. Mas aqui a humildade não pode assumir a condição piegas dos comportamentos estereotipados, dos sorrisos melífluos, das promessas impossíveis de cumprimento, enfim, das condições que caracterizam as religiões formalistas. Prestar serviços no centro espírita significa realizar os trabalhos com a máxima qualidade possível, de modo que o atendimento resulte sempre em fato positivo para o indivíduo e retorne em forma de conceito para o próprio centro. (PORTAL DO ESPÍRITO, 2007). A caridade é muito fixada pela doutrina espírita, e a assistência material é um serviço que deve ser praticado em todo o centro espírita. Se ficar apenas na teoria, sem fazer o que se prega, o centro corre o risco de tornar-se apenas um núcleo de muita conversa e pouco serviço. Trabalhos assistenciais a serem desenvolvidos não faltam: visita a enfermos em hospitais, manicômios, orfanatos, asilos; distribuição de cestas de alimento, de roupas, de comida; desenvolvimento de escolas profissionalizantes, e evangelização infantil em favelas e muitas outras formas de auxílio aos carentes do pão material. 47 Todo trabalhador do centro espírita deve buscar ao menos um tipo de caridade material por semana. Isso desenvolverá dentro dele o sentimento de compaixão ao próximo, que lhe será muito útil em sua vida, dentro e fora da casa espírita. Os centros espíritas realizam atividades de templo, quando esclarece e ensina sobre ligações com Deus, orações, assistências em parceria com Espíritos etc; atividades de pronto-socorro, quando atende ao sofrimento espiritual ou material das pessoas, contribuindo para sua cura ou melhora; atividades de escola, quando ensina a doutrina à semelhança das instituições escolares. Embora tenha parcelas dessas atividades em sua estrutura, o centro não é templo, pronto-socorro ou escola. Não sendo nada disso, o que é então? A melhor definição que se pode dar ao centro espírita é a de CASA DE SERVIÇOS. O centro é prestador de serviços, mediante os quais contribui para o progresso da sociedade. Não sendo proselitista, o centro não tem interesse maior na quantidade de pessoas a freqüentarem sua sede; seu foco central é auxiliar a preparação do indivíduo para que ele atue na sociedade. Para isto, deve prestar-lhe serviços de qualidade. (PORTAL DO ESPÍRITO, 2007). E por último a divulgação doutrinária, precisa ser bem divulgada para que diminuam as confusões existentes entre ela e cultos espiritualistas ou afro-brasileiros. Ter uma biblioteca na casa é de extrema importância. O centro poderá comprar ou receber em doações uma série de livros doutrinários que possam esclarecer o leitor sobre as bases do Espiritismo e do mundo espiritual. Outra forma importante de divulgação são os folhetos ou jornais doutrinários que podem ser confeccionados pelo grupo. O teor das matérias deve ser o esclarecimento das práticas espíritas, a exposição de temas evangélicos e o comentário de situações e fatos do cotidiano à luz da Doutrina Espírita. Estes veículos de divulgação podem ser entregues aos freqüentadores da casa, como também distribuídos nas redondezas do centro espírita. 48 4 RESULTADOS DA PESQUISA 4.1 Procedimentos metodológicos A metodologia utilizada para a realização de uma pesquisa segue uma teoria, sendo necessárias técnicas para se atingir o objetivo proposto. Segundo Ezequiel (apud SCHLÜTER, 2003, p. 27), “a pesquisa é um procedimento reflexivo, sistemático, controlado e crítico que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis no campo atual do conhecimento humano”. Esta pesquisa tem a classificação de pesquisa básica (pura), pesquisa qualitativa e quantitativa, pesquisa exploratória, e pesquisa (quanto aos procedimentos técnicos utilizados) bibliográfica, documental, de levantamento e estudo de caso. Os tipos de pesquisa variam quanto à natureza, abordagem do problema, objetivos e procedimentos técnicos. Quanto à natureza a pesquisa pode ser básica (pura) ou aplicada. A pesquisa aplicada é aquela em que os conhecimentos adquiridos são utilizados para a aplicação prática, buscando a resolução dos problemas. E a pesquisa básica (pura) é aquela em que se busca o conhecimento sem que haja uma aplicação prática prevista. A pesquisa básica ou pura tem como objetivo, segundo Schlüter (2003, p. 27) “buscar o progresso científico sem visar diretamente uma aplicação imediata”. Este foi o tipo de pesquisa que foi utilizada neste trabalho, em virtude do principal enfoque desta pesquisa ser a aquisição de conhecimento, com o levantamento de dados, mas sem se colocar em prática no momento. Quanto à abordagem a pesquisa pode ser quantitativa, qualitativa ou os dois. A quantitativa representa através de números as opiniões e informações para serem analisadas, através de técnicas estatísticas. E a pesquisa qualitativa, as informações não podem ser quantificáveis, e as informações são obtidas através de entrevistas, observações, descrição, além da vivência do pesquisador, são informações importantes para a análise dos dados. “A observação dos fenômenos sociais, feita de maneira intensiva, a qual implica a participação do pesquisador no universo de ocorrência desses fenômenos, é uma metodologia do tipo qualitativo”. (DENCKER, 2002, p. 97). 49 Sendo consideradas estas definições, esta pesquisa se utiliza das duas formas de pesquisa, busca dados quantitativos (através de aplicação de questionário), e de dados qualitativos, observações do Núcleo, entrevistas informais com pacientes, visitantes e colaboradores. Há ainda a subdivisão da pesquisa, segundo Gil (2002, p. 41-55) as pesquisas são classificadas de acordo com sua temática abordada. A classificação da pesquisa quanto aos objetivos propostos, se constitui na subdivisão das pesquisas em: pesquisas exploratórias, pesquisas descritivas e pesquisas explicativas. A pesquisa exploratória é, “aquela em que procura aprimorar idéias, ou descobrir intuições. Caracteriza-se por possuir planejamento flexível envolvendo em geral, levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas experientes, e análise de exemplos similares”. (DENCKER 2002, p.124). Esta pesquisa utilizou à pesquisa exploratória quanto aos objetivos propostos, por ser realizada em uma área que há pouco conhecimento acumulado e sistematizado, pois materiais referentes a área de turismo de saúde, turismo religioso, hotelaria hospitalar e tratamentos espirituais são escassos, além de se utilizar neste tipo de pesquisa como ferramentas as entrevistas e observações (tanto dados quantitativos como qualitativos), utilizados nesta pesquisa. Já os procedimentos técnicos utilizados são subdivididos em pesquisas em fonte de papel e pesquisa de dados fornecidos por pessoas. A pesquisa em fonte de papel consta: pesquisa bibliográfica e documental. E a pesquisa de dados fornecidos por pessoas se subdivide em: pesquisa experimental, ex-post-facto, levantamento, estudo de caso, pesquisa de ação, e pesquisa participante. (DENCKER, 2002, p.125-128). A pesquisa bibliográfica é realizada através de consulta de material já existente, e onde o aluno possa ter uma postura científica quanto ao material científico já publicado. Desenvolvida a partir de material já elaborado: livros e artigos científicos. Embora existam pesquisas apenas bibliográficas, toda pesquisa requer uma fase preliminar de levantamento e revisão de literatura existente para elaboração conceitual e definição dos marcos teóricos. A pesquisa bibliográfica permite um grau de amplitude maior, economia de tempo e possibilita o levantamento de dados históricos. (DENCKER, 2002, p.125). 50 Já a pesquisa documental tem o enfoque de se utilizar de documentos de órgãos públicos e privados, como da instituição para uma análise e reelaboração. Difere da pesquisa bibliográfica afirma Dencker (2002, p.125) “por ser um material que ainda não recebeu tratamento analítico”. Estes dois tipos de pesquisa em fonte de papel foram utilizados, por haver escassez de informações neste tema do projeto de pesquisa e a necessidade de se buscar e produzir mais com o objetivo de acrescentar informações nesta área. E em relação aos tipos de pesquisa de dados fornecidos por pessoas, foi utilizado a pesquisa de levantamento, que tem como foco, coleta de dados “referentes a uma dada população a partir de uma amostra selecionada dentro de critérios estatísticos”. (DENCKER, 2002, p.127). Como coleta de dados foi utilizado a aplicação de questionários para levantamento de dados para a análise, e atingir os objetivos da pesquisa propostos, de forma a conhecer o perfil, características, motivações e percepções dos visitantes do NENL e do CAPC. 4.1.1 População e amostragem A população selecionada foi a de visitantes do Núcleo com o objetivo, de conhecer suas características e suas percepções, sendo utilizada a técnica de amostragem. O resultado é uma análise do quadro do público-alvo da instituição do Núcleo Espírita Nosso Lar, este é o perfil da pesquisa de estudo de caso, que visa analisar e estudar uma situação específica ou uma empresa/intituição. A amostragem é utilizada por ser difícil conseguir fazer a pesquisa, aplicação de questionários, com toda a população então se faz uma amostragem da população para se realizar a pesquisa através de um cálculo que a torne fidedigna. A determinação do tipo de amostra que será usada no projeto deverá ser justificada pelo pesquisador em termos de sua adequação ao objetivo final. O uso da amostragem intencional deverá ser justificado em função da teoria e dos critérios utilizados para sua definição. (DENCKER, 2002, p. 88). Segundo Lakatos e Marconi (1999, p. 43), a população é o conjunto de seres que apresentam pelo menos uma característica em comum. A população desta pesquisa é finita, sendo os visitantes do Núcleo. A amostra é uma porção ou parcela convenientemente selecionada da população, é um subconjunto da mesma. 51 A amostragem é probabilística, onde a chance de um membro da população ser escolhido é conhecida, esta amostragem ainda se subdivide segundo Barbetta (2002), em aleatória simples, amostragem sistemática, amostragem estratificada e amostragem por conglomerados. A amostragem utilizada foi a aleatória simples, mesmo havendo aplicações de questionários em dias alternados, que vão ao Núcleo com objetivos diferentes, não houve escolha de pessoas, foi aplicado o questionários ao acaso, tendo a população a mesma probabilidade de ser escolhida para responder o questionário. Segue a fórmula utilizada para o cálculo da amostra, segundo Barbetta (2002) é: n0 = 1 ; n = N. n0 E20 N + n0 Sendo: N= Tamanho da população n0 = Primeira aproximação do tamanho da amostra E0 = Erro amostral tolerável n = Tamanho da amostra O número de visitantes em média semanal é de 300, durante os seis dias na semana que o Núcleo está aberto (não abre aos Domingos), considerando os 305 dias do ano que o Núcleo fica aberto, fecha nos meses de Dezembro e Janeiro, dá 43,57 semanas, uma média de 13.071 visitantes ao ano no Núcleo. Com esta população calcula-se a forma de amostragem, considerando um erro amostral de 6% : n0 = 1 n0= 1 2 2 E0 (0,06) n0= 277,777... n = N. n0 n= 13071 . 277,777... n= 271,99 272 questionários. 13071 + 277,777... N + n0 O número de questionários aplicados foi 272. 4.1.2 Coleta de dados 52 Após a definição dos tipos de pesquisa, fez–se necessário organizar a forma de como serão obtidos os dados necessários para a constituição do projeto de pesquisa. “A formulação do instrumento de coleta é feita em função do problema e das variáveis operacionalizadas para a sua solução. Todos os dados levantados devem possuir relação com a questão que se pretende esclarecer”. (DENCKER, 2002, p.89). Os tipos de pesquisa se constituem em fontes de papel, que são a bibliográfica e a documental e quanto às pesquisas de dados fornecidos por pessoas, foram utilizadas a pesquisa de levantamento, e de estudo de caso. Além de conversas informais com as pessoas que trabalham no Núcleo. Inserido no aspecto bibliográfico, procurou se fazer uma relação com o turismo e a hotelaria, a sua história e a segmentação abordada no projeto, que são: turismo de saúde, turismo religioso, e hotelaria hospitalar. Do aspecto documental foram utilizados formulários informativos do Núcleo para os pacientes, a organograma institucional, além de informações contidas em documentos da instituição que deram subsídios para descrever serviços e estrutura oferecida. “Basicamente os instrumentos constituem uma lista de indagações formuladas pelo pesquisador para o levantamento das informações desejadas. No questionário, as perguntas são entregues por escrito e os informantes preenchem as respostas”. (DENCKER, 2002, p.89). Para a realização da pesquisa de levantamento foi utilizado como instrumento, o questionário (ver APÊNDICE A), que permitiu respostas para indagações referentes ao objetivo da pesquisa, e sua devida análise. “Questionário é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”. (LAKATOS; MARCONI, 1999, p.100). Com a aplicação dos questionários, considerando o tamanho da amostra e da população, houve a coleta de dados, sendo analisadas e interpretadas as informações obtidas e tabuladas. A análise foi pertinente ao Núcleo, ao seu público os visitantes. Sendo uma pesquisa de estudo de caso de uma população restrita com o foco em apenas uma instituição, o Núcleo Espírita Nosso Lar. As conversas informais foram bastante proveitosas para uma melhor análise e compreensão da instituição e seu método de trabalho e organização. Contidas no projeto de 53 pesquisa de forma indireta, foram realizadas no dia-a-dia do período de estágio realizado na instituição, e percepções obtidas devido ao tempo que a pesquisadora já freqüenta a instituição como visitante. Os questionários foram aplicados às Segundas-feiras, onde acontece a triagem e encaminhamento dos tratamentos e às Sextas-feiras, onde acontecem somente as palestras. 4.1.3 Análise e interpretação dos dados Após os dados coletados e manipulados, o próximo passo e o fundamento da pesquisa é a sua análise e interpretação. A tabulação é a apresentação, em tabelas, dos dados coletados. Os dados tabulados são descritos e interpretados pelo pesquisador, que utilizará em sua análise as técnicas adequadas. No caso de pesquisas quantitativas, serão utilizadas técnicas e procedimentos estatísticos para possibilitar a interpretação. (DENCKER, 2002, p.91). A análise e interpretação dos dados obtidos foram de natureza qualitativa e quantitativa. Os objetivos expostos no projeto de pesquisa foram tratados através da análise de informações obtidas através das formas de coletas de dados utilizadas. Segundo Lakatos e Marconi (1999), a análise se constitui de três níveis, o da interpretação, onde se verifica a relação entre as variáveis, independente ou dependente, a explicação, esclarecimento sobre as origens das variáveis, e a especificação, sobre até que ponto as relações entre as variáveis independente e dependente são válidas. Existem vários tipos de análise, afirma Dencker (2002, p. 172), sendo o método utilizado condicionado ao perfil dos dados levantados, ao problema da pesquisa e à escolha do pesquisador. A pesquisa se classificou em dois tipos: a análise causal ou condicional e funcional ou funcionalista. A análise causal ou condicional procura identificar os fatores que determinaram a ocorrência de uma situação específica. De acordo com o objetivo de saber a percepção e as características dos visitantes do Núcleo se utilizou este tipo de pesquisa para a análise e interpretação dos dados. E a análise funcional, deve-se devido aos fatos serem analisados pela sua simultaneidade. Tendo o turismo o caráter multidisciplinar e os dados obtidos influenciarem nas informações, e interpretações de uma questão e outra, nenhum fenômeno é explicado separadamente ou isoladamente. 54 A interpretação dos fatos consiste em “expressar o verdadeiro significado do material em termos do propósito do estudo. O pesquisador fará as ligações lógicas e comparações, enunciará princípios e fará generalizações”. (DENCKER, 2002, p. 172). 4.2 Plano de Trabalho 4.2.1 Etapas O primeiro fator a ser analisado e estudado para que a pesquisa se desenvolve-se foi a definição do tema da pesquisa, o planejamento da mesma, o tema, objetivos, definição de tipos de pesquisa, para saber qual seria o foco, e materiais utilizados para obtenção de informações. Desde que se tenha tomado a decisão de realizar uma pesquisa, deve-se pensar na elaboração de um esquema que poderá ser ou não modificado e que facilite a sua viabilidade. O esquema auxilia o pesquisador a conseguir uma abordagem mais objetiva, imprimindo uma ordem lógica ao trabalho. (LAKATOS; MARCONI, 1999, p. 26). Depois de definido os objetivos e materiais utilizados na realização da pesquisa, foram elaborados os questionários para aplicação aos visitantes do Núcleo Espírita Nosso Lar. Anteriormente a aplicação dos duzentos e setenta e dois questionários, foram aplicados cinco pré-testes, para verificação da relevância dos questionamentos, da ordem, e da compreensão dos mesmos. Segundo Lakatos e Marconi (1999, p.102), “o questionário precisa ser testado antes de sua utilização definitiva, aplicando-se alguns exemplares em uma pequena população escolhida”. A terceira fase foi a da definição da amostra, tomou-se como base a freqüência de 300 pessoas por semana, que freqüentam o núcleo, e foi utilizado baseando-se no período de 10 meses (período de funcionamento do Núcleo) para o cálculo da amostragem, que foi o total de duzentos de setenta e dois questionários aplicados. Com isso estava pronta a quinta fase, a coleta dos dados. Foi realizada a tabulação dos dados coletados e sua devida análise e interpretação das informações obtidas. 4.2.2 Cronograma 55 As fases da pesquisa foram realizadas no segundo semestre de 2007, foi elaborado um quadro de cronograma, apresentando o planejamento da pesquisa, para que se possa chegar ao objetivo no prazo correto. A primeira fase, que perdurou por 4 meses, foi a de orientações da professora, com encontros semanais para revisar o trabalho e as etapas realizadas até então. Fez-se consultas aos materiais bibliográficos e documentais, além destas consultas foram realizadas conversas informais com os dirigentes da casa procurando sempre esclarecer os procedimentos do NENL e do CAPC. Houve a elaboração do questionário, a aplicação de 5 pré-testes, para verificar se estava clara as perguntas, de fácil entendimento, foi feito o cálculo da amostra necessária e a quantidade de questionários que deveriam ser aplicados, coletou-se os dados, e foi tabulada as informações retiradas da aplicação dos questionários. Com as informações coletadas e tabuladas foram analisados e interpretados todos os dados colhidos, foi entregue o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e após, a última etapa, a banca. FASES / 2007 Orientações AGO SET OUT NOV X X X X X X X X DEZ Consulta em materiais bibliográficos e documentais Elaboração do questionário X Aplicação de pré-testes X Seleção da amostra X Coleta dos dados X X Tabulação dos dados X Análise e interpretação X Entrega TCC X X Banca X QUADRO 01 – CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DA PESQUISA Fonte: Elaborado pela autora, 2007. 56 4.3 Análise de pesquisa O projeto de pesquisa contou com a aplicação de duzentos e setenta e dois questionários, nas sextas-feiras, dia que tem somente palestra no Núcleo, e nas segundas-feiras, dia em que as pessoas procuram o núcleo para agendar seus tratamentos. Na sua elaboração procurou-se alcançar os objetivos específicos da pesquisa através dos questionamentos apresentados. Para se ter conhecimento do perfil do visitante do Núcleo, foi abordado características como, sexo, idade, grau de escolaridade, renda, procedência e o meio de transporte utilizado para ir ao Núcleo, tendo em vista a importância destas informações, para os dirigentes terem conhecimento de quem é o seu público alvo. Isto influencia caso haja uma modificação nos serviços oferecidos, horários, e dias da semana, abertura de uma nova filial, ou ainda reestruturação dos serviços oferecidos. Verificou-se os fatores motivacionais que levaram aos visitantes irem ao Núcleo, como souberam da existência do Núcleo, se veio algum acompanhante e se é a primeira vez que vem ao NENL e ao CAPC. Como o foco principal da casa é o oferecimento de serviços (tratamentos, e terapias e palestras), além da estrutura que possui para que isso aconteça, a opinião do visitante quanto à localização, palestras, horários oferecidos para as palestras e tratamentos e aos tratamentos oferecidos no NENL e no CAPC são de extrema importância, já que se busca sempre a melhoria nos serviços oferecidos. Segue a análise da pesquisa, dividida em três tópicos, referentes aos objetivos específicos, aos quais serão desenvolvidos através da interpretação dos dados coletados através dos questionários: • Perfil do visitante Os gráficos estão relacionados ao perfil do visitante, após a apresentação dos mesmos consta à análise. 57 1) Sexo? 272 188 69,12% 30,88% 0 Masculino Feminino GRÁFICO 01 – SEXO Fonte : Elaborado pela autora, 2007. 2) Idade? 272 74 20,59% 23,16% 27,21% 14,71% 14,34% 0 Entre 15 e Entre 26 e Entre 36 e Entre 46 e Mais de 55 25 35 45 55 GRÁFICO 02 – IDADE Fonte : Elaborado pela autora, 2007. 58 3) Grau de escolaridade? 272 30,51% 83 0 1,10% 5,88% 5,15% Analfabeto Ensino Ensino Fundamental Fundamental Incompleto Completo 16,18% 9,56% Ensino Médio Incompleto 20,22% 11,40% Ensino Ensino Ensino Superior Superior Médio Completo Incompleto Completo Pós Graduação GRÁFICO 03 – GRAU DE ESCOLARIDADE Fonte : Elaborado pela autora, 2007. 4) Renda? 272 75 27,57% 16,54% 23,90% 17,28% 14,71% 0 Sem renda Até 2 salários Entre 2 e quatro Entre 5 e 8 Mais de 8 mínimos salários mínimos salários mínimos salários mínimos GRÁFICO 04 – RENDA Fonte : Elaborado pela autora, 2007. 59 5) Procedência? 272 121 0 42,28% 44,49% 4,78% São José Florianópolis Palhoça 1,84% Biguaçu 6,62% Outro GRÁFICO 05 – PROCEDÊNCIA Fonte : Elaborado pela autora, 2007. Observou –se nos gráficos de número 01 e 02 que a maioria dos visitantes são mulheres, e que 27,21% dos visitantes têm entre 46 e 55 anos, portanto são pessoas com estabilidade, que já possuem filhos, talvez netos, estão perto ou estão aposentados e têm uma vida estável. Constatouse que 23,16% têm entre 36 e 45 nos, com uma vida estável também, porém ainda trabalhando. Pessoas entre 26 e 35 anos representaram 20,59% dos visitantes, as pessoas entre 15 e 25 anos e mais de 55 anos tiveram uma porcentagem bem próxima, 14,34% e 14,71%, respectivamente. As porcetangens foram de um certo modo equilibradas, o público de visitantes, portanto é bem heterogêneo, pessoas de todas as idades freqüentam o centro. Quanto ao grau de escolaridade, 30,51% responderam que concluíram o ensino médio, 20,22% concluíram o ensino superior, 16,18% responderam ter curso superior incompleto, e 11,40% têm pós-graduação, como se pode observar a grande maioria dos visitantes que freqüentam o Núcleo são bastante intelectualizados. Cruzando as informações do grau de escolaridade e idade com o de renda verifica-se que o valor da renda é alto, devido ao alto grau de escolaridade, mas os que têm a renda mais baixa 60 devem ser os mais novos, cursando ainda a universidade, em sua maioria estagiária e com renda inferior. A maior parte do entrevistados, 27,57 % recebem entre dois e quatro salários mínimos, 23,90 % entre cinco e oito salários mínimos, 17,28% mais de oito salários mínimos, 14,71% até dois salários mínimos, e 16,54% sem renda, grande parte destes, estudantes. Grande parte dos visitantes mora em São José e em Florianópolis, como consta no gráfico 05, sendo 42,28% e 44,49% respectivamente, 6,62% responderam outro, que corresponde a algumas cidades catarinenses como Santo Amaro da Imperatriz, Urubici, Itapema, Blumenau e Tubarão, em relação aos outros estados foram citadas as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. • Motivações do visitante 6) Como veio até o NENL? 272 222 81,62% 10,66% 5,15% 0 Carro Ônibus A pé 1,47% 0,37% 0,74% Moto Bicicleta Outro GRÁFICO 06 – TRANSPORTE Fonte : Elaborado pela autora, 2007. 61 7) Está acompanhado de amigos ou parentes? 272 206 75,74% 24,26% 0 Sim Não GRÁFICO 07 – SE ESTÁ ACOMPANHADO Fonte : Elaborado pela autora, 2007. 8) Teve necessidade de se hospedar, caso afirmativo, aonde? 272 260 0 95,59% 4,41% Sim Não GRÁFICO 08 – HOSPEDAGEM Fonte : Elaborado pela autora, 2007 62 272 258 94,85% 0 0,37% Sem resposta Hotel 3,68% 1,10% Casa de parentes e amigos CAPC GRÁFICO 09 – HOSPEDAGEM/ONDE Fonte : Elaborado pela autora, 2007. 9) Como ficou sabendo do NENL e do CAPC? 272 181 66,54% 31,25% 6,99% 0 0,37% Sem resposta Amigos Parentes Outros centros espíritas 0,74% 2,21% 1,10% Internet TV Outros GRÁFICO 10 - CONHECIMENTO Fonte : Elaborado pela autora, 2007. 63 10) Já freqüentou o NENL anteriormente? 272 171 62,87% 37,13% 0 Sim Não GRÁFICO 11 – SE JA ESTEVE NO NENL ANTES Fonte : Elaborado pela autora, 2007 11) Já freqüentou o CAPC anteriormente? 272 207 76,10% 23,53% 0 0,37% Sem resposta Sim Não GRÁFICO 12 – SE JÁ ESTEVE NO CAPC ANTES Fonte : Elaborado pela autora, 2007 64 12) Qual o motivo que procurou o Núcleo Espírita Nosso Lar ou o Centro de Apoio ao Paciente com Câncer? 272 122 44,85% 36,03% 24,26% 13,60% 4,04% 0 Problemas Pelas espirituais palestras Outro Doenças Como físicas acompanhante GRÁFICO 13 – MOTIVO Fonte : Elaborado pela autora, 2007 Explica-se o motivo de 81,62% responderem, no gráfico 06, que vieram de carro ao Núcleo, pelo fato de as pessoas que freqüentam terem uma renda considerada alta, e morar próximo, São José ou Florianópolis, enquanto apenas 10,66 % vieram de ônibus, e o restante de bicicleta, moto ou a pé, os que responderam outro, colocaram que vieram de táxi. De acordo com o gráfico 07, grande parte dos visitantes vêm acompanhado, provavelmente por outras pessoas que já estiveram no Núcleo, ou estão junto e irão realizar o tratamento também, ou ainda pessoas que vieram dirigindo o carro. Mais da metade das pessoas responderam que estavam acompanhadas, 75,74%, e apenas 24,26% responderam que não estavam acompanhadas. Foi questionado no gráfico 08, se o visitante teve necessidade de se hospedar, por morar longe e vir fazer tratamento, como a grande maioria é de cidades próximas, 94,85% responderam que não tiveram esta necessidade, como mostra o gráfico 09, apenas uma pessoa ficou hospedada em hotel, 3,68% ficaram em casas de parentes e amigos, e 1,10% ficaram no CAPC, onde é feito o tratamento e a cirurgia espiritual, deve-se pernoitar lá de sexta–feira para sábado. 65 Em relação ao meio como se teve o conhecimento da existência do Núcleo, se comprovou que a divulgação é feita através do marketing boca a boca, até porque o Núcleo não faz propagandas em TV, 66,54% dos entrevistados responderam que obtiveram o conhecimento do Núcleo através de amigos, 31,25% através dos parentes, e 6,99% através de outros centros espíritas, o que se explica pelos intercâmbios feitos entre alguns centros espíritas, os dirigentes trocam informações e visitam um ao outro para conseguir assimiliar o que cada um tem de melhor e aplicar no seu centro espírita. Boa parte das pessoas que vão uma vez ao Núcleo se tornam freqüentadoras, no gráfico 11 é mostrado que 62,87% dos visitantes entrevistados já tinham estado no Núcleo antes, e 37,13% estavam ali pela primeira vez. Demonstra também a grande demanda de pessoas que freqüentam o Núcleo pela primeira vez, toda semana. Já em relação ao CAPC, a situação é diferente mais da metade das pessoas questionadas não tinham estado no CAPC ainda, 76,10%, por ser um local designado para casos mais graves, necessita pernoite, e a maioria dos casos que são encaminhados para lá são de câncer. O gráfico 13, questiona sobre o motivo que as pessoas procuraram o NENL ou o CAPC, 44,85% responderam ter sido por problemas espirituais, a perda de um parente, ou amigo próximo, obsessão, depressão, etc. As doenças físicas foi o segundo motivo com mais respostas, com 36,03%, onde para ser realizado o tratamento somente com diagnóstico e exames médicos. Uma pequena parte, 24,26% respondeu que a motivação foi as palestras, onde se divulga a doutrina espírita. Ainda, 13,60% responderam ter ido até o Núcleo como acompanhantes, e 4,04% responderam outro, onde consta, drogas, doenças emocionais, como ansiedade, e porque trabalham na casa, isto mostra que os colaboradores também fazem tratamentos, e vão nas palestras na casa semanalmente, pois os questionários só foram aplicados aos visitantes. 66 Percepções dos visitantes em relação à estrutura e serviços oferecidos • 13) Marque com um “X” a sua opinião em relação à estrutura física, serviços, e localização do NENL e do CAPC: 272 134 49,26% 31,25% 11,03% 6,99% 1,47% 0 Ótimo Bom Regular 0,00% Ruim Péssimo Não tenho conhecimento GRÁFICO 14 – LOCALIZAÇÃO NENL Fonte : Elaborado pela autora, 2007 272 145 53,31% 22,43% 0 0,37% Sem resposta Ótimo Bom 20,96% 2,57% 0,37% Regular Ruim 0,00% Péssimo GRÁFICO 15 – HORÁRIOS PALESTRAS NENL Fonte : Elaborado pela autora, 2007 Não tenho conhecimento 67 272 124 45,59% 31,25% 19,49% 0 Ótimo Bom 2,57% 1,10% Regular Ruim 0,00% Péssimo Não tenho conhecimento GRÁFICO 16 – HORÁRIOS TRATAMENTOS NENL Fonte : Elaborado pela autora, 2007 272 156 57,35% 23,90% 16,91% 0 Ótimo Bom 1,84% 0,00% Regular Ruim 0,00% Péssimo GRÁFICO 17 – PALESTRAS NENL Fonte : Elaborado pela autora, 2007 Não tenho conhecimento 68 272 158 58,09% 33,82% 7,72% 0 Ótimo Bom 0,37% 0,00% Regular Ruim 0,00% Péssimo Não tenho conhecimento GRÁFICO 18 – TRATAMENTOS NENL Fonte : Elaborado pela autora, 2007 272 157 57,72% 22,79% 13,24% 0 Ótimo Bom 4,41% 1,10% Regular Ruim 0,74% Péssimo GRÁFICO 19 – LOCALIZAÇÃO CAPC Fonte : Elaborado pela autora, 2007 Não tenho conhecimento 69 272 184 67,65% 24,26% 5,51% 0 Ótimo Bom 1,84% 0,37% Regular Ruim 0,37% Péssimo Não tenho conhecimento GRÁFICO 20 – HORÁRIOS PALESTRAS CAPC Fonte : Elaborado pela autora, 2007 272 183 67,28% 22,43% 9,19% 0 Ótimo Bom 0,74% 0,00% Regular Ruim 0,37% Péssimo Não tenho conhecimento GRÁFICO 21 – HORÁRIOS TRATAMENTOS CAPC Fonte : Elaborado pela autora, 2007 70 272 188 69,12% 24,63% 5,51% 0 Ótimo Bom 0,37% 0,00% Regular Ruim 0,37% Péssimo Não tenho conhecimento GRÁFICO 22 – PALESTRAS CAPC Fonte : Elaborado pela autora, 2007 272 180 66,18% 29,41% 4,04% 0 Ótimo Bom 0,00% 0,00% Regular Ruim 0,37% Péssimo GRÁFICO 23 –TRATAMENTOS CAPC Fonte : Elaborado pela autora, 2007 Não tenho conhecimento 71 Segue a análise dos gráficos relacionados à percepção dos visitantes quanto à estrutura do NENL. De acordo com o gráfico 14 a maioria entrevistada considera a localização do Núcleo ótima, 49,26% tiveram este posicionamento, e 31,25% consideraram bom, estas respostas se deram, pois grande parte dos visitantes mora em São José ou em Florianópolis, próximo de onde fica o Núcleo, que está localizado em Forquilhinhas, São José. Em relação aos horários de palestras oferecidos no NENL, 53,31% consideraram ótimos os horários, mas houve reclamações no questionamento de número 14 em relação aos horários, creio que a interpretação foi que os horários oferecidos são bons, mas deveriam ter mais horários opcionais. As pessoas que responderam bom foram 22,43%, e 20,96% responderam que não têm conhecimento a respeito dos horários das palestras, deve-se ao fato de só realizarem tratamento, e não freqüentarem as palestras, ou a primeira vez que estão no Núcleo. No gráfico 16, sobre os horários dos tratamentos oferecidos no Núcleo, 45,59% responderam que achavam os horários ótimos, 31,25% que não têm conhecimento, e 19,49% afirmam que são bons, a explicação deve-se ao mesmo fato que o gráfico anterior, sobre os horários das palestras. A grande quantidade de pessoas que respondem que não têm conhecimento é explicada pelo fato de que o Núcleo não possui um informativo que divulgue os horários das palestras e dos tratamentos. Portanto os clientes de saúde pegam a senha para o diagnóstico para depois agendar os horários dos tratamentos, sem saber quais são, e isso pode fazer com que ocorram situações desagradáveis, como os horários oferecidos para o tratamento, o cliente de saúde não tem disponibilidade, o tempo todo esperado foi então em vão. As palestras do NENL têm grande aceitação, 57,35% dos entrevistados classificaram como ótima, 23,90% dos entrevistados colocaram que não têm conhecimento, e 16,91% das pessoas consideraram boas as palestras. E quanto aos tratamentos oferecidos 58,09% das pessoas questionadas classificaram como ótimo, 33,82% como não têm conhecimento e 7,72% como bom. A análise quanto à estrutura do CAPC teve como maior parte das respostas o item “não tenho conhecimento”, pelo fato de serem poucas pessoas que vão para o CAPC, e somente os casos graves. Em relação à localização 57,72% responderam que não têm conhecimento, por não ser muito divulgado, não sabem onde fica. Os entrevistados que afirmaram ser ótima somaram em 22,79%, e somente 13,24% responderam ser boa à localização. A localização do CAPC é mais afastada do centro de Florianópolis, se localiza no Ribeirão da Ilha, mas está dentro da 72 cidade de Florianópolis, sendo um local, portanto de boa localização pela maioria dos visitantes morarem em Florianópolis e São José. As respostas quanto aos horários das palestras tiveram em sua maioria a resposta do item “não têm conhecimento”, com 67,65%, e 24,26% responderam serem ótimos os horários oferecidos sendo estes os clientes de saúde do CAPC que já estiveram fazendo tratamento e podem colocar a sua opinião. Em relação aos horários oferecidos pelos tratamentos segue a mesma análise dos horários oferecidos para as palestras, comentada anteriormente, 67,28% das pessoas responderam que não têm conhecimento, 22,43% consideraram ótimo e 9,19% dos entrevistados afirmaram ser bom. A respeito do questionamento sobre as palestras oferecidas no CAPC, mais da metade dos entrevistados responderam que não tinham conhecimento, que somou em 69,12%, sendo que, 24,63% dos entrevistados consideraram ser ótima, e 5,51% afirmaram serem boas às palestras. E por último, foi perguntado ainda sobre o CAPC, o posicionamento dos entrevistados em relação aos tratamentos oferecidos, 66,18% responderam que não têm conhecimento, 29,41% consideraram ótimo e 4,04% bom. Com o que pode ser observado das respostas dadas em relação à estrutura do NENL e do CAPC, localização, e em relação aos serviços oferecidos, consta que as pessoas que conhecem as características dos mesmos, têm uma opinião e um posicionamento positivo. Mas foi constatada a quantidade de pessoas que não conhecem os serviços, ou por ser a primeira vez, ou por não se sentirem aptas a avaliar, ou ainda por terem tido pouco contado para se fazer uma análise. 14) Quais reclamações ou sugestões você poderia nos dar? Este questionamento foi feito de forma aberta, e pôde-se verificar algumas reclamações em conjunto com sugestões. Foi colocado à questão do estacionamento, pois não possui lugares para estacionar nas proximidades, mas tem um estacionamento do Núcleo pago, no valor de R$ 2,00. Outra questão colocada é ter um local para deixar as crianças, ter alguém cuidando, ou palestras menos teóricas, mais descontraídas, para que pudesse haver a participação de crianças e adolescentes. Pois hoje no Núcleo, as sextas-feiras pode-se levar as crianças, mas é dado o passe separado, e elas não entram no auditório para assistir as palestras. 73 Foi solicitada utilização de microfones e alto-falantes nas palestras para as pessoas com deficiência auditiva aproveitarem melhor as palestras. Ainda foi solicitado material informativo para ser entregue aos visitantes sobre os horários das palestras, temas das palestras, e horários de tratamentos. Quanto aos horários dos tratamentos, palestras e estudo, foi o que houve maior reclamações, foram sugeridas maior opções de horários, turnos de palestras, tratamentos e estudos durante a semana, pois hoje os estudos para os freqüentadores são realizados somente aos sábados, as terças a noite é somente para trabalhadores da casa. Uma sugestão bem colocada foi à apresentação de um vídeo com informações sobre o NENL e do CAPC, serviços oferecidos, localização, história, etc, para se conhecer melhor a instituição e saber sobre os tratamentos existentes, enquanto aguardam a chamada para o diagnóstico e agendamento dos tratamentos, antes de iniciá-los. Os entrevistados elogiaram bastante a atenção dispensada a eles, o atendimento no Núcleo, e admiração pela instituição e sua iniciativa. Além dos tratamentos feitos, tudo feito sem custo algum, e com muito carinho, alguns ainda descreveram a sensação de estar no Núcleo como estado de paz extrema e sentir-se em outro plano. 74 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A atividade turística é considerada um dos fenômenos econômico, social que mais crescem no mundo. É um importante fator que impulsiona o crescimento e desenvolvimento da região onde ele se instala. Esta atividade é ainda muito versátil e adaptável à região onde se instala, se adapta ao clima, ao meio geográfico que se encontra, e aos atrativos do local. Devido às diversas vertentes que possui, as quais dependem das motivações de viagem do turista. O turismo de saúde, atualmente tem sofrido expansão, sendo um dos fatores que impulsiona e contribui para o crescimento deste tipo de turismo é o aumento da preocupação com a saúde física, emocional e espiritual, devido ao stress do dia-a-dia. O turismo religioso, que tem sido um dos tipos de turismo mais desenvolvidos do mundo, e está como tendência pois o aumento dos problemas sociais no cotidiano das pessoas, com a necessidade que o ser humano tem naturalmente de se apegar nas religiões, na fé para se resolver os problemas ou buscar a esperança, paz e alívio nos sofrimentos. No ramo da hotelaria, é segmentado o tipo de hotéis de acordo com o perfil do hóspede, os serviços oferecidos, e do meio onde ele está inserido. A hotelaria hospitalar é um segmento bastante recente, e pouco explorado ainda pelas instituições de saúde. Que surgiu para humanizar mais os serviços, melhorar a qualidade, e incrementar, com o objetivo de ter um diferencial em relação à concorrência. O que todos estes segmentos tem em comum é a hospitalidade, todos os segmentos e setores que ofereçam serviços deve se preocupar com este quesito, de fundamental importância para se ter qualidade e o público alvo ter esta percepção. O Núcleo Espírita Nosso Lar é uma instituição que engloba estes três conceitos, turismo de saúde, religioso e hotelaria hospitalar. É um centro espírita referência, pelos tratamentos oferecidos, alguns pioneiros, a sua organização e quantidade de pessoas que atende, 13.071, em média por ano. Possui duas unidades, a matriz que fica localizada em Forquilhinhas, e outro centro especializado em tratamento de câncer, que é o Centro de apoio ao paciente com câncer, localizado no Ribeirão da Ilha. 75 Oferecem tratamentos espirituais e terapias complementares holísticas. O atendimento é efetuado por colaboradores, em sua grande maioria formada por voluntários. O Núcleo não possuía nenhuma pesquisa referente às características do perfil de seus visitantes, suas percepções, e motivações que possuem ao freqüentar o Núcleo. Constatando esta importante ferramenta de análise gerencial, de tomada de atitudes e aplicação de melhorias viu–se a necessidade da coleta destes dados, interpretação e análise das informações obtidas. Foi realizada a pesquisa, através da aplicação de questionários, e conseguiu se atingir aos objetivos propostos com os questionamentos realizados. Constatou-se que a maioria dos visitantes do Núcleo são de São José ou Florianópolis, sua renda, o seu grau de escolaridade, considerado elevado, e demais itens que foram abordados para se ter o perfil do visitante e suas características. Outro foco da pesquisa era ter conhecimento das motivações que os visitantes tinham ao procurar o Núcleo, pôde-se observar que a maioria vem ou pro problemas espirituais ou físicos, e demais questionamentos que auxiliam na interpretação dos dados. A última análise realizada sobre a pesquisa, foi a da percepção dos visitantes quanto à estrutura do Núcleo e os serviços oferecidos, além de uma pergunta aberta para que pudessem ficar a vontade e colocar críticas e sugestões, que foi de grande valia para a análise. A oportunidade de realização desta pesquisa nestas áreas do turismo e da hotelaria é um desafio, por ser relativamente novo alguns dos segmentos, turismo de saúde, religioso e hotelaria hospitalar. Por isso deve-se realizar novos estudos e produzir mais na área acadêmica a respeito destes segmentos. Uma proposta de realização de pesquisa, com o foco no NENL e no CAPC seria o tema sobre a abertura uma nova unidade do Núcleo em Antônio Carlos, em forma de asilo. Fazer um levantamento de dados, verificar se tem público, quais tratamentos se adequariam, se as pessoas estão abertas ao espiritismo, etc. O dirigente já pensa nesta proposta e é preciso fazer um estudo a respeito antes da iniciação de qualquer projeto. A pesquisa atingiu os objetivos propostos, através de coleta de dados através de documentos, e da aplicação de questionários. Relacionou os conceitos do turismo de saúde, turismo religioso e hotelaria hospitalar ao conceito dos tratamentos espirituais, através da fundamentação teórica. 76 Identificou-se o perfil do visitante, as suas características, os fatores motivacionais dos visitantes que procuram o NENL e o CAPC, além de constatar as percepções e as necessidades que os visitantes possuem em relação à estrutura e serviços oferecidos. 77 6 REFERÊNCIAS ABUMANSSUR, Edin Sued. Religião e turismo: notas sobre as deambulações religiosas. In: ______. Turismo religioso: ensaios antropológicos sobre religião e turismo. Campinas: Papirus, 2003. cap.1. p. 53-68. AMARAL, Floriano Legado do. Por que os médicos hoje acreditam que a fé cura?. (Publicado no Correio Fraterno do ABC Nº 368 de Setembro de 2001). Portal do espírito. 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O livro ilustrado das religiões: o fascinante universo das crenças e doutrinas eu acompanham o homem através dos tempos. São Paulo: Publifolha, 2000. 82 7 ANEXOS ANEXO A – Fotografia dos pacientes no CAPC e no NENL Fonte: Núcleo Espírita Nosso Lar, 2007. Fonte: Núcleo Espírita Nosso Lar, 2007. 83 ANEXO B – Fotografia de aplicação energética e cromoterapia Fonte: Núcleo Espírita Nosso Lar, 2007. 84 ANEXO C – Figura de mapeamento do pé referente a reflexologia podal Fonte: Núcleo Espírita Nosso Lar, 2007. 85 8 APÊNDICES APÊNDICE A – Questionário QUESTIONÁRIO: PERFIL DOS VISITANTES DO NENL E DO CAPC Eu, acadêmica do curso de Turismo e Hotelaria da UNIVALI, estou realizando uma pesquisa que busca dados para o desenvolvimento do meu Trabalho de Conclusão de Curso, que está relacionado ao Núcleo Espírita Nosso Lar e ao Centro de Apoio ao Paciente com Câncer. Muito obrigada, Joice Josiane de Souza. 1) Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino 2) Idade: ( ) entre 15 e 25 ( ) mais de 55 ( ) entre 46 e 55 ( ) entre 36 e 45 ( ) entre 26 e 35 3) Grau de escolaridade: ( ) Analfabeto ( ) Ensino Médio Completo ( ) Ensino Fundamental Incompleto ( ) Ensino Superior Incompleto Fundamental Completo ( ) Ensino Superior Completo ( ) Ensino Médio Incompleto ( ) Pós - graduação 4) Renda: ( ) Sem renda ( ) Até dois salários mínimos ( ) entre 2 e 4 salários mínimos 5) Procedência: ( ) São José ( ) Ensino ( ) entre 5 e 8 salários mínimos ( ) mais de 8 salários mínimos ( ) Florianópolis ( ) Palhoça ( ) Biguaçu ( ) Ônibus ( ) Bicicleta ( ) A pé ( ) Outro:____________ ( ) Outro : ____________ 6) Como veio até o NENL? ( ) Carro ( ) Moto 7) Está acompanhado de amigos ou parentes? ( ) Sim, quantos? ________ ( ) Não 8) Teve necessidade de se hospedar? ( ) Não ( ) Sim Caso afirmativo, aonde? ( ) Hotel ( ) Casa de parentes e amigos ( ) CAPC e o acompanhante ficou no(a) _________________ 9) Como ficou sabendo do NENL e do CAPC: ( ) Amigos ( ) Outros centros espíritas ( ) Parentes ( ) Internet 10) Já freqüentou o NENL anteriormente? ( ) TV ( ) Outros: _________________ 86 ( ) Sim, quantas vezes?____________ ( ) Não, é a primeira vez. 11) Já freqüentou o CAPC anteriormente? ( ) Sim, quantas vezes?____________ ( ) Não 12) Qual o motivo que procurou o Núcleo Espírita Nosso Lar ou Centro de Apoio ao Paciente com Câncer: ( ) Problemas Espirituais ( ) Pelas palestras ( ) Doenças Físicas ( ) Como acompanhante ( ) Outros : _____________ 13) Marque com um “X” a sua opinião em relação a estrutura física, serviços, e localização do NENL e do CAPC: Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo Não tenho conhecimento Núcleo Espírita Nosso Lar – NENL Localização NENL Horários oferecidos para palestras NENL Horários oferecidos para tratamentos NENL Palestras NENL Tratamentos NENL Centro de Apoio ao Paciente com Câncer - CAPC Localização CAPC Horários oferecidos para palestras CAPC Horários oferecidos para tratamentos CAPC Palestras CAPC Tratamentos CAPC 14) Quais reclamações ou sugestões você poderia nos dar? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ PARTE II Relatório de Estágio 88 1 IDENTIFICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E DO ALUNO 1.1 Dados da empresa Razão social: Núcleo Espírita Nosso Lar CNPJ: 79.885.794/0001-78 Inscrição Estadual: 7984 NENL – Núcleo Espírita Nosso Lar Endereço: Rua Arthur Mariano, número 2280 Bairro: Picadas do Norte Cidade: São José CEP: 88106-501 UF: SC Telefone/ Fax: 48 33570045 CAPC – Centro de Apoio ao Paciente com Câncer Endereço: Rua Baldicero Filomeno, número 1747 Bairro: Ribeirão da Ilha Cidade: Florianópolis CEP: 88064-000 UF: SC Telefone/ Fax: 48 33376363 48 33376364 Site: www.nenossolar.com.br E-mail: [email protected] Proprietário: José Álvaro Farias Supervisor de Estágio: José Álvaro Farias 89 1.2 Dados da aluna Nome: Joice Josiane de Souza RG: 3.856.075-5 CPF: 048.709.439-56 Endereço: Rua Valdemiro Cunha, número 62 Bairro: Forquilhinhas Cidade: São José CEP: 88106-520 UF: SC Telefone Residencial: 48 32475226 Telefone Celular: 48 99718387 Telefone Comercial: 48 32413177 E-mail: [email protected] 90 2 JUSTIFICATIVA A tendência em todos os campos de estudo é o desaparecimento das fronteiras entre as diversas disciplinas, buscando sempre a interdisciplinaridade e a multidisciplinariedade. O turismo e a hotelaria, já possuem esse caráter multidisciplinar, e trabalha a interdisciplinaridade, por ter amplas relações com outras ciências. “A educação em turismo deve dar, um caráter interdisciplinar com estudos de várias ciências sociais que imprimam um caráter de multidisciplinariedade de conhecimentos para que o profissional tenha atuação adequada no mercado”.(ANSARAH, 2002, p. 26). A universidade além de abordar as disciplinas de forma integrada, deve possibilitar ao aluno a prática, além da teoria. A formação acadêmica é de extrema importância para o desenvolvimento profissional e aliado a prática, através do estágio, torna o acadêmico apto para atuar no mercado de trabalho. Turismo e Hotelaria se aprendem na academia e na prática; um não exclui o outro, mas ambos levam a especialização do futuro profissional, permitindo, assim, que se encontrem elementos para interagir com maior eficiência, otimizando recursos e resultados para a elevação da qualidade dos serviços nos setores de turismo e hotelaria. (ANSARAH, 2002, p. 32). As atividades do Estágio Supervisionado estão fundamentadas na Lei no 6.494, de 07/12/1977, regulamentada pelo Decreto no 87.497, de 18/08/1982, Pareceres normativos CST no 326, de 06/05/1971, Resolução 015/CONSUN/CaEn/04 da Universidade do Vale do Itajaí e pelas normas administrativas aprovadas pela Coordenação do Curso de Turismo e Hotelaria. Segundo Ansarah (2002) a obrigatoriedade do estágio se dá para garantir a inserção do aluno no mercado de trabalho no setor turístico, possibilitando-lhe reconhecer as diversas áreas de atuação paralelamente ao aprendizado das disciplinas desenvolvidas no curso. Dentro das áreas trabalhadas no Turismo e na Hotelaria, a área de Hotelaria Hospitalar e Turismo de Saúde, foram as que chamaram mais a atenção da acadêmica por serem áreas relativamente novas. 91 Uma tendência atual de aplicação da Hotelaria Hospitalar nos hospitais, clínicas, e estabelecimentos de saúde em geral, e ter essa relação com a hotelaria, buscando sempre o bem estar das pessoas, a hospitalidade e a humanização dos serviços. O conceito de hotelaria hospitalar é a arte de oferecer serviços eficientes e repletos de presteza, alegria, dedicação e respeito, fatores que geram a satisfação, o encantamento do cliente de saúde e, principalmente, a humanização do atendimento e do ambiente hospitalar. (TARABOUSLI, 2006, p. 179). E o Turismo de Saúde, que por estar vinculado a estes estabelecimentos que, de tão conceituados que são, fazem as pessoas se deslocarem de sua cidade de residência até o local em busca da cura. O deslocamento de pessoas com fins terápicos específicos e/ ou alternativos voltados à estética, harmonização psicossomática, fisioterapia, reequilíbrio de funções nervosas, musculares e de movimentos, desenvolvidos em spas e fitness centers. (BENI, 2000, p. 427). E dentro destas áreas, a acadêmica definiu como instituição para realizar seu estágio supervisionado no Núcleo Espírita Nosso Lar, e no Centro de Apoio ao Paciente com Câncer, locais que freqüenta desde 2002 como voluntária. O NENL e o CAPC, são locais aonde as pessoas vão em busca da cura, através da fé, onde os colaboradores (em torno de 300), em sua maioria são voluntários, e oferecem diversos tratamentos para saúde emocional e espiritual. É um centro espírita referenciado pelos diversos tratamentos que oferece e toda a estrutura que possui. Toda semana há diversas pessoas fazendo tratamento no NENL e no CAPC, em torno de 200 pessoas por semana procuram esta instituição para cuida de si. Existe um intercâmbio de experiências e informações com outros centros espíritas, e freqüentemente visitam o Núcleo para conseguir assimilar a organização do processo elaborado pelos dirigentes, além do excelente atendimento ao paciente. Ainda oferece palestras, onde cerca de 400 pessoas assistem por semana, os tratamentos à distância, a conversa fraterna, a doutrina aos sábados, e tudo sem custo algum para a população. 92 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo geral Desenvolver atitudes e hábitos profissionais, bem como adquirir, exercitar e aprimorar conhecimentos técnicos nos campos do Turismo e da Hotelaria. 3.2 Objetivos específicos • Identificar na literatura especializada os fundamentos teóricos de hotelaria hospitalar e turismo de saúde; • Identificar e reconhecer a estrutura administrativa e organizacional do Núcleo Espírita Nosso Lar; • Empregar os conhecimentos teóricos nos diferentes setores a serem percorridos durante a realização do Estágio; • Reunir as informações observadas e vivenciadas no campo de Estágio para fins de relatório e compreensão; • Processar o Relatório de Estágio; • Desenvolver um Projeto de Pesquisa, exigência parcial para obtenção do título de bacharel em Turismo e Hotelaria. 93 4 DESCRIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO1 4.1 Evolução histórica da organização O Núcleo Espírita Nosso Lar, uma comunidade Filosófica e Científica com função religiosa, social e humana, tem como fundadores: José Álvaro Farias, Odaléia Regina Ersching, Kátia Regina Matos, José Jaime da Luz Matos, Marlene Rachadel e Lauro Rachadel. Sendo fundado dia 10 de Outubro de 1986, iniciou com a junção de dois grupos, que a princípio tinham as mesmas finalidades, perfazendo um total de 18 participantes. O grupo que se mantém até hoje foi obsequiado com a denominação - Núcleo Espírita Nosso Lar - cedida pelos integrantes do outro grupo, pois este já tinha personalidade jurídica. A primeira sede era em um apartamento alugado nas proximidades da Praça de São José, cuja permanência neste local deu-se até 1989, ocasião em que foi transferida para uma casa maior, na mesma região, ainda alugada. Em 22 de Maio de 1993, o Núcleo Espírita Nosso Lar, foi então transferido para onde se encontra hoje em Forquilhinhas, para um terreno com escritura pública, e o qual foi adquirido com a contribuição dos fundadores. Como dirigentes, hoje, do Núcleo encontram-se: José Álvaro Farias, Odaléia Regina Ersching, Kátia Regina Matos, José Jaime da Luz Matos, e Carime Nolasco. Com o mesmo CNPJ foi criado o Centro de Apoio ao Paciente com Câncer, o CAPC, um hospital com capacidade para 34 pacientes serem tratados com a medicina tradicional e vibracional, como tem sido informado. Localizado em Florianópolis, capital de Santa Catarina, no Ribeirão da Ilha, o CAPC foi construído exclusivamente com doações. A sociedade catarinense desde o início engajou-se na campanha para angariar fundos. As obras foram iniciadas em janeiro de 1996 por uma equipe de engenharia voluntária. Em 08 de março de 1998, o Centro de Apoio iniciou suas atividades operacionais. No primeiro ano foi iniciado um processo que previa apenas um dia de tratamento. As outras etapas foram implantadas progressivamente. 1 Dados obtidos no Núcleo Espírita Nosso Lar. Disponível em <http://www.nenossolar.com.br>. Acesso em 09 jul. 2007. 94 A obra demorou três anos para ser concluída, com recursos técnicos suficientes para satisfazer as exigências da Organização Mundial de Saúde, e qualquer órgão de inspeção médica ou saúde pública. Com atendimentos totalmente vinculados ao Núcleo Espírita Nosso Lar, o Centro de Apoio atende, interna, trata, alimenta, mantém, acompanha todos os pacientes, gratuitamente. O Núcleo e o CAPC sobrevivem por doações feitas por um contingente de mais de 1000 pessoas que, no anonimato, ajudam financeiramente com valores compatíveis com a sua capacidade econômica, através do débito na fatura telefônica mensalmente. Trabalham médicos, enfermeiros, atendentes, psicólogos, rastreadores, terapeutas, religiosos, faxineiros, motoristas, cozinheiros, professores, bioquímicos, laboratoristas, bancários, palestrantes, enfim, muitas pessoas orgulhosas do quanto conseguem fazer, como voluntários, o bem a cada ser que procura a Instituição. Os objetivos do Núcleo estão direcionados para a saúde e bem estar espiritual do ser, e por isso se busca sempre o equilíbrio do paciente em todas as áreas possíveis de se encontrar: Físico, Moral e Espiritual (biológico, mental e espiritual). O Núcleo tem ainda planejamento de projetos futuros, a criação de um asilo, onde o idoso terá oficinas diárias de busca de aperfeiçoamento pessoal e espiritual, trabalhando, produzindo, beneficiando-se do seu esforço, estando sempre sob os cuidados dos voluntários. O asilo estará localizado no município de Antônio Carlos, com rápido acesso a BR 101. O Núcleo Espírita Nosso Lar (Bairro Forquilhinhas, Município de São José) e o Centro de Apoio ao Paciente com Câncer (Bairro Ribeirão da Ilha, Município de Florianópolis) formam uma sociedade única com finalidades convergentes e que são traduzidas pela prática da caridade visando o bem estar de seus mediadores (trabalhadores) e das pessoas que procuram as duas casas (pacientes), prática essa que alcança as dimensões física, perispiritual e espiritual. 4.2 Infra-estrutura física atual O Núcleo Espírita Nosso Lar, situado no bairro de Forquilhinhas, cidade de São José tem em sua estrutura principal de três andares: • Secretaria/ Digitação 95 • Farmácia • Cantinho da Oração • 12 Banheiros, sendo 6 femininos e 6 masculinos • CTI (Atendimento Emergencial) • Vestiário • Anfiteatro com capacidade para 315 pessoas sentadas • 18 Salas (Para atendimento, aplicação de terapias, hibernação de pacientes) • Sala da Direção Geral • Sala dos Dirigentes • Sala Equipe Filosófica • Sala do Algodão • 02 Salas de Aplicação • Sala Mentor • Salão do Cristo • Anexo (Sala de Apoio) • Salão Antigo (Antiga Sala de Palestra, hoje utilizada para terapia) • 11 salas utilizadas como salas de espera e de atendimento, sendo três no 2º andar e oito no 1º andar. Demais estruturas em anexo ao prédio principal: • Almoxarifado • Lavanderia • Laboratório • Cozinha • 2 Banheiros, sendo 1 feminino e 1 masculino O CAPC possui uma construção centrada, com um único prédio, com três andares, com rampas para cadeirantes, e banheiros adaptados para os mesmos com estrutura física exigida pela Organização Mundial da Saúde, para estabelecimentos com tratamentos para a saúde. Segue estrutura física da Instituição: • Recepção 96 • Sala Direção geral • 2 Vestiários • Sala Estar • Sala da Dualidade (Espaço onde os médiuns se preparam para os trabalhos desenvolvidos nas casas) • Sala de Dirigentes • 2 BWC masculinos/ 2 BWC femininos/ 1 BWC unissex • 2 Dormitórios • 10 Quartos (Para internação com capacidade para 36 pacientes) • 4 Salas Operacionais • 2 Salas de espera • Farmácia • Salão de Palestra • 3 Salas de Terapias • Cozinha • Depósito • Posto de Enfermagem • Lavanderia • 2 Refeitórios 4.3 Infra-estrutura administrativa O NENL e o CAPC possuem uma infra-estrutura administrativa dividida em setores, pois seus colaboradores são, em sua grande maioria composta por voluntários. Segue o organograma setorial dos dois: 97 DIREÇÃO GERAL CORPO DIRETIVO DIRIGENTES CORPO MEDIÚNICO MÉDIUNS FRENTES DE TRABALHO GENÉRICAS TERAPÊUTICA OPERACIONAL ELUCIDATIVA INFORMATIVA ORGANIZACIONAL ORGÂNICA EVANGÉLICO FILOSÓFICA PRODUÇÃO DISTRIBUIÇÃO SECRETARIA PESSOAL ESCOLA DE MÉDIUNS TERAPIAS PASSES INFORMÁTICA LOGÍSTICA BIBLIOTECA INFORMATIVO OPERAÇÕES ESPIRITUAIS GERAIS DIVERSOS FIGURA 01 – ORGANOGRAMA SETORIAL Fonte: Núcleo Espírita Nosso Lar, 2007. 98 É considerado para o Núcleo Espírita Nosso Lar, que existe a estrutura física e espiritual, tanto hierarquicamente, como de infra-estrutura, possui ainda o plano espiritual como estrutura considerada pelo NENL (ver ANEXO A). Será abordado no trabalho a análise da estrutura do plano físico. Através do organograma pode-se verificar que o NENL e CAPC têm um organograma setorial, tendo uma hierarquia necessária para o bom desempenho das funções que se destacam para que se consubstancie a finalidade proposta pelas duas casas. Assim, pela ordem e na visualização do organograma tem-se a Direção Geral, que é o setor por onde se efetua o comando e a superintendência dos trabalhos organizados, com o objetivo de levar a todos o esclarecimento e o tratamento necessário para objetivos claros de bem estar e de saúde. Seu titular é o Sr. José Álvaro Farias, fundador, das duas casas. É considerada a espiritualidade a responsável direta pelos trabalhos realizados nas casas, sendo três entidades superiores que coordenam todos os tratamentos e a direção do NENL e do CAPC. O Corpo Diretivo/Dirigentes é responsável pela parte administrativa e o trabalho de gerenciamento, de organização, de consultoria, de tesouraria, de secretaria, e toda à parte orientativa e informativa nas duas casas. Seus responsáveis são os dirigentes da casa. Já o Corpo Mediúnico/Médiuns aglutina todos os trabalhadores/médiuns/colaboradores a fim de procederem ao trabalho destinado ao alívio das dores e sofrimentos de pessoas/pacientes que procuram as casas para tratamentos específicos. Constituído de autodidatas, profissionais da área da saúde (médicos, enfermeiros etc.), religioso-civis, estudiosos de um modo geral. Sendo todos voluntários, que trabalham distribuídos em frentes de trabalho atuantes de Segunda-feira até Sábado, nas duas casas. As Frentes de Trabalho Genéricas são constituídas de equipes de trabalho com definições próprias, desenvolvidas ao longo do tempo através de estudos, experiências, experimentos e campos de análise, alicerçados em métodos geralmente aceitos pela comunidade científica, respaldados por profissionais competentes da área, sintetizadas em três frentes gerais que são a Elucidativa/Informativa, a Terapêutica/Operacional e a Organizacional /Orgânica. A Elucidativa/Informativa é destinada às elucidações e informações necessárias para o paciente se posicionar, mais positivamente, perante suas necessidades e a vida, com o intuito de adotar atitudes e comportamentos voltados para a saúde. As bases de informações estão consubstanciadas nas idéias básicas que norteiam os trabalhos das casas. Destina-se, igualmente, 99 ao esclarecimento do médium trabalhador a fim de que possa dinamizar seus conhecimentos e possibilitar-se a um trabalho mais edificante. Possui três equipes: Evangélica/ Filosófica, Escola de Médiuns, Biblioteca e Informativos. A Terapêutica - Operacional é destinada às atividades de produção e distribuição de complementos alimentares, tratamentos especializados, troca energética e operações espirituais, nas quais não se atua e nem se age no corpo físico. Possui, como a anterior, três equipes: Unidade de Produção de Complementos Alimentares e Posto de Distribuição, Terapias e Passes, Operações Espirituais. E a última frente é a Organizacional – Orgânica, que é designada para estabelecer os parâmetros da organização, onde se fundamenta toda a base de estruturação das duas anteriores, controlando trabalhos e trabalhadores (contratados ou não). Possui, igualmente, três equipes: Secretaria/ Pessoal, Informática/ Logística, Gerais e Diversos. 4.4 Quadro de recursos humanos Algumas centenas de voluntários já trabalharam na organização, mas a permanência média de colaboradores hoje no Núcleo gira em torno de 300 voluntários e 08 funcionários, e no CAPC gira em torno de 250 voluntários e 09 funcionários distribuídos em escala para cada semana, tanto no Núcleo, quanto no CAPC. Além do voluntariado, o Centro de Apoio conta com colaboradores médicos, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos, odontólogos, nutricionistas, administradores e terapeutas em diversas especialidades. E tem, ainda, os trabalhadores que são remunerados, como, por exemplo, parte da equipe de enfermagem, por prestar cuidado técnico e também pela necessidade de estar presente em todos os períodos de atendimento. O pessoal da cozinha e de limpeza também faz trabalho remunerado. Esses trabalhos são pagos por empresas particulares e federações. Segue quadro de colaboradores do NENL e CAPC: 100 No Colaboradores/ Funcionários SETOR NENL CAPC Direção Geral 1 Corpo Diretivo/ Dirigentes 4 Elucidativa Informativa 58 14 Terapêutica Operacional 200 235 Organizacional Orgânica 45 5 TOTAL 308 254 QUADRO 01 – COLABORADORES DO NENL E CAPC Fonte: Elaborado pela autora, 2007. O Setor da Direção Geral é composto por uma única pessoa, o fundador do NENL e CAPC, logo temos o Corpo Diretivo / Dirigentes, o qual se encontram os 4 dirigentes das casas. Sendo estes responsáveis pela organização e comando das duas casas. O Corpo Mediúnico é composto pelas Frentes de Trabalho Genéricas, que se subdividem em Elucidativa Informativa, Terapêutica Operacional e Organizacional Orgânica. A Frente Elucidativa Informativa possui mais pessoas no NENL, em torno de 58, por ser onde tem a Escola de Médiuns toda terça de noite, já no CAPC, tem 14, possui o Grupo Vivencial, que são voluntários que organizam grupos de ajuda, chamados Grupo Vivenciais, composto por pacientes que acabam o tratamento na casa, os encontros são realizados 1 vez por semana. Já a Terapêutica/Operacional, é o setor com maior número de voluntários, pois, trabalham com as terapias em si, passes e operações. Além de no CAPC, ter a cozinha, onde se prepara o alimento dos pacientes que ficam internados. O CAPC tem, portanto nesse setor 2 funcionários contratados para cuidar da parte de A&B. E por último a Organizacional/Orgânica onde tem alguns funcionários contratados, no Núcleo, possui 8, sendo 3 da secretaria, e 5 responsáveis pelos serviços gerais. No CAPC, possui 2 responsáveis pelos serviços gerais e de manutenção. Todos os demais deste setor e dos outros são voluntariados. 4.5 Serviços prestados 101 Os trabalhos no Centro de Apoio são realizados basicamente por voluntários. Esse voluntariado atende em média 36 clientes de saúde por semana, em regime de internação, e 40 em regime externo. Muitos pacientes também fazem parte dos grupos de auto-ajuda (vivencial), coordenados por voluntários. Isso significa que o CAPC atende aproximadamente cem pacientes por semana. E o Núcleo atende em torno de 300 visitantes (clientes de saúde e freqüentadores) semanalmente. As equipes operacionais são formadas por varias modalidades de terapia, que são executadas por pessoas habilitadas. As terapias feitas nas Casas são: massagem terapêutica, cromoterapia, reflexologia, Florais de Bach, Reiki, nutrição básica, atendimento ao paciente oncológico, auto-ajuda para familiares de pacientes com câncer, entre outras modalidades. Verificar ANEXO B, para obter maiores informações quanto aos serviços e horários oferecidos pelo NENL e pelo CAPC. O Centro de Apoio também oferece aos seus colaboradores formação humanística, através de estudos em grupos, viagens e encontros de trabalho, em que o objetivo principal é desenvolver o ser, de forma que aprendendo a se cuidar, o voluntário possa também estar pronto para cuidar do outro. 102 5 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS POR SETOR 5.1 Setor: Atendimento • Responsável pelo setor: Carime Nolasco • Período: 02/07/2007 a 04/09/2007 • No de horas: 224 Horas O setor de atendimento se dá centralizado no Núcleo Espírita Nosso Lar, localizado em Forquilhinhas, São José. O Centro de Apoio ao Paciente com Câncer, localizado no Ribeirão da Ilha, Florianópolis, tem a parte de atendimento, mas para tirar dúvidas somente. Toda a triagem, agendamento dos tratamentos e encaminhamento para o CAPC é feita somente no Núcleo. A análise será feita somente sobre o Núcleo, onde a acadêmica fez o estágio neste setor. 5.1.1 Funções administrativas do setor de atendimento O Núcleo Espírita Nosso Lar tem como foco o atendimento, sendo um setor bastante amplo, é onde há toda a orientação e recepção dada aos visitantes da casa. Recepção dos visitantes, diagnóstico do cliente de saúde, elaboração da agenda de tratamentos do cliente de saúde, organizar a espera dos clientes de saúde, senhas, e filas. Além do devido acompanhamento sempre que preciso dos clientes de saúde. Possui também a secretaria onde são funcionários, que atendem ao telefone e executam as atividades administrativas necessárias. Um setor que tem a devida importância, pois todo o processo começa no atendimento, na recepção, atendem em média 450 pessoas por semana ( sendo 150 pessoas que estão fazendo o retorno na instituição e 300 que estão indo pela primeira vez), e é deste setor que as pessoas são direcionadas para os demais serviços que a casa oferece. 5.1.2 Infra-estrutura do setor de atendimento Possui um balcão de informações exclusivo para clientes de saúde, e o balcão de informações da secretaria. Além de: • 03 Computadores 103 • 01 Telefone • 01 Telefone/fax • 01 Impressora • 01 Multifuncional (impressora, scanner, copiadora) • 03 Mesas • 01 Ar condicionado • 02 Armários • Material de expediente 5.1.3 Atividades desenvolvidas pelo acadêmico no setor de atendimento As atividades que a acadêmica desenvolveu no Núcleo Espírita Nosso Lar no setor de atendimento foram as seguintes: • Prestar informações; • Organizar a espera do atendimento; • Encaminhar o cliente de saúde e o acompanhar para o diagnóstico, agenda e tratamentos em geral; • Fazer a agenda do cliente de saúde e • Observar a realização do diagnóstico. 5.1.4 Conhecimentos técnicos adquiridos A acadêmica teve a possibilidade de aplicar o conceito de hospitalidade tanto trabalhado na teoria no curso de Turismo e Hotelaria, e todos os conceitos que a hospitalidade envolve que são: presteza, confiabilidade, competência, segurança, credibilidade, comunicação, acessibilidade, cortesia, entre outros. A paciência e o cuidado são extremamente importantes no atendimento deste público, pois são pessoas que estão no Núcleo procurando ajuda, com problemas espirituais, emocionais ou físicos, e se encontram num estado alto de sensibilidade e suscetibilidade. 5.1.5 Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas 104 Os aspectos positivos do setor de atendimento são as pessoas que lá trabalham, os voluntários trabalham com motivação, com preocupação com o bem – estar do cliente de saúde, e este aspecto é fundamental no setor de atendimento. Como limitante pode ser mencionado o fator de organização, por ser um local com muitas subdivisões de atendimento, problemas espirituais, físicos e acompanhantes. Parece simples, mas por ser um número elevado de pessoas são muitos os processos. Primeiramente o cliente de saúde chega e pega uma senha para pegar outra senha que vai direcioná-lo ao local onde é feito o seu diagnóstico e agenda, são locais diferentes para tratamentos físicos e espirituais. Após se pega outra senha para pegar o algodão, e receber a explicação adequada sobre a sua utilização. E caso necessário, se encaminha o cliente de saúde para a fila da farmácia, caso se julgue necessário o uso de medicamento. Este seria o único aspecto limitante, por ser várias etapas, e um grande número de pessoas, fica um pouco confuso. E se é a primeira vez do visitante no Núcleo se confunde, e fica perdido sobre a ordem e não tem noção, na maioria das vezes, de todo o processo que é necessário passar para se fazer os tratamentos. Como sugestão para este aspecto limitante, pode-se organizar melhor o espaço, e a seqüência, além de ter explicações visuais, como as etapas, e sinalizando cada etapa onde fica. Ficaria melhor visualmente, e mais organizado. 5.2 Setor: Tratamentos • Responsável pelo setor: Carime Nolasco • Período: 05/09/2007 a 10/11/2007 • No de horas: 228 Horas Os tratamentos são feitos nas duas casas. Todos eles são realizados no NENL e no CAPC, cirurgias espirituais, câmaras, e terapias em geral. Mas somente o CAPC possui serviço de internação, e alimentação para os clientes de saúde, sendo que os casos que são direcionados para lá, são os mais críticos, geralmente câncer. 105 5.2.1 Funções administrativas do setor As funções do setor de Tratamentos constam em toda elaboração e preparação antes, durante e após as cirurgias espirituais, câmaras e terapias. Toda preparação dos materiais, macas, ambiente para a realização dos tratamentos, a realização dos tratamentos, e a limpeza e organização dos espaços e dos materiais após a execução dos tratamentos, além do auxílio ao cliente de saúde no que for necessário durante os tratamentos e após, acompanhando-o e dando as informações necessárias pós – cirúrgico. 5.2.2 Infra-estrutura do setor Este setor é o Núcleo e o Centro em si, pois se utiliza a enfermaria, das salas de operação, das salas de espera, dos vestiários, das macas, enfim de toda a estrutura, afinal esta é a finalidade das casas. A estrutura do NENL para este setor, consta em: • 53 Macas, sendo que cada uma delas possui um lençol, um sob lençol, um travesseiro, uma fronha, uma escada de dois degraus para subir na maca e uma fralda utilizada como venda; • Material de enfermagem • 17 extensões e 5 T´s • 01 Som • 10 Ventiladores • 06 Ar condicionado • Material utilizado para a realização das terapias A estrutura do CAPC para os tratamentos consta: • 45 Macas, sendo que cada uma delas possui um lençol, um sob lençol, um travesseiro, uma fronha, uma escada de dois degraus para subir na maca e uma fralda utilizada como venda; • Material de enfermagem • 10 Ar condicionado • 10 Ventiladores • 01 Som • Material utilizado para a realização das terapias 106 5.2.3 Atividades desenvolvidas pelo acadêmico no setor A acadêmica observou cirurgias espirituais, acompanhamento do cliente de saúde, realizou e observou as terapias, e auxiliou na organização do ambiente e materiais, antes e após a realização dos tratamentos. 5.2.4 Conhecimentos técnicos adquiridos Com a observação e realização dos tratamentos, pôde-se aprender técnicas de cromoterapia, crioterapia, dar um passe (transmissão energética), reflexologia, tratamento à distância, cirurgia espiritual, procedimentos e o que é necessário para a realização dos tratamentos, em relação ao ambiente e materiais. 5.2.5 Aspectos positivos, limitantes e sugestões administrativas O NENL e o CAPC possuem tipos de tratamentos, como a cirurgia espiritual, por exemplo, que é modelo para vários centros espíritas, que visitam o NENL e o CAPC, para observar como é feito, inclusive centros espíritas do Peru, Argentina, e da Europa, sendo um aspecto positivo, portanto dos procedimentos, materiais utilizados, o trabalho realizado, é um modelo, um parâmetro para todos que realizam o mesmo segmento de tratamentos. Os aspectos limitantes seriam os horários oferecidos. A pessoa que trabalha fora tem como escassas opções de horários para tratamento, somente para a realização da câmara que possui horários alternados nos três períodos do dia, mas outros tratamentos como desmentalização, ou cirurgia espiritual, que às vezes o paciente deve ficar lá durante a tarde para fazer a cirurgia na parte da noite, é complicado durante a semana. Deveria se abrir mais horários para tratamento no sábado, por exemplo, que o CAPC só trabalha no período matutino e o NENL no período vespertino, os dois trabalhando nos dois turnos já aumenta as possibilidades de se ampliar os horários. 107 6 ANÁLISE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS O estágio compreendeu em 113 dias, 4 horas diárias, no total de 452 horas. O Núcleo Espírita Nosso Lar possibilitou a vivência com dedicação do tempo e disponibilidade de aprendizado e auxílio no que era necessário. Pôde-se observar o funcionamento de um centro espírita, a realização de seus tratamentos, e a organização da instituição para que todos possam ser atendidos. É uma instituição sem fins lucrativos, que tem como objetivo auxiliar o próximo, onde o que importa no colaborador é a vontade de auxiliar o próximo, se dedicar às pessoas que precisam de atenção e cuidado. Com a possibilidade de aplicar a teoria do bem receber, hospitalidade, atender as necessidades do cliente, que o turismo e a hotelaria estudam e têm como prioridade e como foco. A escolha da instituição para realizar o estágio foi feita devido a atenção que a mesma dá as pessoas necessitadas, o foco em auxiliar simplesmente, e com qualidade e cuidado em todo serviço que presta, pela sua missão junto à sociedade, e por freqüentar já há sete anos, e realizar trabalho voluntário nesta casa. O embasamento técnico e profissional que o curso de Turismo e Hotelaria proporciona foi de suma importância para conseguir analisar as atividades e colocar em prática tudo o que se aprende na faculdade. Para o embasamento teórico, busco-se através dos livros e orientações semanais com a professora orientadora, tornando esta experiência de grande valia para a área profissional e intelectual. Foi realizada uma pesquisa, onde constatou-se as características, o perfil, as motivações e as percepções dos visitantes quanto ao Núcleo Espírita Nosso Lar e ao Centro de Apoio ao Paciente com Câncer, informações de grande importância para qualquer empresa ou instituição, saber quem freqüenta e consome os serviços oferecidos, auxilia no gerenciamento, nas mudanças de horários oferecidos, na inovação de alguns tratamentos, na ampliação da casa, ou ainda a abertura de uma nova unidade, por o Núcleo ainda não possuir tal pesquisa, foi gratificante realizá-la e de grande utilidade para a instituição. 108 7 CONCLUSÃO TÉCNICA Com a modernização, a globalização e a era da informação, a tendência é que as pessoas tenham uma vida com muitas atribuições, que trabalhem sob pressão, com metas e desafios, que o trânsito piore, com maiores filas, intenso tráfego de veículos pelo aumento de veículos circulando, por maior conforto, e tudo isso vai levar a um estado de ansiedade, stress, depressão, e doenças degenerativas. As pessoas vão ter que começar a cuidar mais de si, tentar adaptar o estilo de vida que levam a um estilo de vida saudável, que não agrida o seu corpo e nem o seu estado emocional. A busca do equilíbrio já é uma constante, através da alimentação, exercícios fiscos, terapias alternativas, viajar, descansar, e freqüentar alguma religião, praticando a doutrina em busca da felicidade e paz. O turismo tem uma importante função neste processo, pois ele proporciona esta sensação de bem estar, no atendimento, na estrutura oferecida e na busca de atender todas as necessidades do turista. O turismo de saúde tem uma procura por estas pessoas que querem cuidar de seu corpo, se tratar, ir até as instituições que vão lhe dar o melhor atendimento e os melhores serviços. O turismo religioso também ligado ao bem-estar do turista trabalha com a fé das pessoas como motivação para viajar. A hotelaria hospitalar é um segmento relativamente novo, é uma tendência nas instituições de saúde, principalmente no quesito de humanização de atendimento, trabalha a questão de tornar as instituições de saúde um ambiente agradável. O NENL e o CAPC englobam todos estes conceitos de turismo de saúde, turismo religioso e hotelaria hospitalar, através de uma equipe de voluntários, e servindo como modelo e parâmetro nos tratamentos, atendimento e serviços que oferecem. O curso de Turismo e Hotelaria engloba vários segmentos, que foram abordados no trabalho, tanto da área da hotelaria como na área de turismo, e o bacharel deve ter conhecimento de todos estes nichos de mercado em que pode acrescentar algo para o crescimento e desenvolvimento da área. O futuro do bacharel em Turismo e Hotelaria está em saber aproveitar as oportunidades aplicando os conhecimentos adquiridos, sob o foco multidisciplinar e os ensinamentos passados 109 na faculdade durante quatro anos de estudo, com matérias de diversas áreas, de uma certa forma ampla, trabalhar com as informações recebidas em diversas áreas e setores, identificar as oportunidades e aplicá-las. Desta forma, os objetivos traçados foram cumpridos, tendo sido possível o aprendizado e a obtenção de conhecimentos adquiridos em relação à hotelaria hospitalar, turismo religioso, turismo de saúde, tratamentos e a rotina de trabalho do NENL e do CAPC. 110 8 REFERÊNCIAS ANDRADE, José Vicente. Fundamentos e dimensões do turismo. 8. ed. Belo Horizonte: Ática, 1976. ANSARAH, Marília Gomes dos Reis. Formação e capacitação do profissional em turismo e hotelaria: Reflexões e cadastros das Instituições Educacionais do Brasil. São Paulo: Aleph, 2002. BENI, Mario Carlos. Análise estrutural do turismo. 3. ed. São Paulo: Senac São Paulo, 2000. CASTELLI, Geraldo. Administração hoteleira. 9. ed. Caxias do Sul: Educs, 2003. HEIZER, Jay; RENDER, Barry. Administração de operações: Bens e serviços. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001. KOERICH, Tânia Regina da Silva. Fatores motivacionais para o trabalho voluntariado. 2006. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Administração) DECISÃO, Florianópolis: 2006. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Qualidade total em serviços: Conceitos, exercícios, casos práticos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999. NÚCLEO ESPÍRITA NOSSO LAR. Disponível em : <http:// www.nenossolar.com.br>. Acesso em 09 jul. 2007. PETROCCHI, Mario. Hotelaria: planejamento e gestão. 3. ed. São Paulo: Futura, 2002. TARABOULSI, Fadi Antoine. Administração de hotelaria hospitalar. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006. WALKER, John. Introdução à hospitalidade. 2.ed. São Paulo: Manole, 2002. 111 9 ASSESSORIAS TÉCNICAS E EDUCACIONAIS Professor Responsável pelo Estágio: MSc. Bianca Antonini Professor Orientador: MSc. Renata Silva 112 10 ANEXOS ANEXO A – Planta espacial NENL É imprescindível possuir informações, mesmo que superficiais, acerca da Casa Espiritual NENL e de seu funcionamento (Planta Espacial), para que o médium/trabalhador/colaborador sinta mais agudamente a importância de seu papel junto aos pacientes, com reflexos relevantes para si e seus familiares. Trata-se de um trabalho social de grande envergadura e que necessita de uma conscientização por onde se consegue vislumbrar a grandiosidade da proposição, trazida e exposta pela espiritualidade. Planta Espacial do NENL 113 ANEXO B - Horários e serviços oferecidos pelo NENL e CAPC. Atendimentos No Núcleo Espírita Nosso Lar Segunda-feira 08:00 horas - Distribuição de Números para Atendimento: Problemas Físicos - com a presença do paciente, acompanhado dos exames, pois será feita a triagem no mesmo dia, para ser encaminhado para o CAPC - Ribeirão da Ilha. Problemas emocionais ou espirituais - com a presença do paciente, pois fará a triagem, receberá os medicamentos e a agenda para o tratamento. Crianças até 10 anos de idade poderá ser representada pelos pais, que receberão as instruções para o tratamento. 08:00 as 11:00 horas - Atendimento na Farmácia. 09:00 as 11:30 horas: Pedido de Inscrição, no local ou por telefone, para Atendimento à Distância. 13:30 horas - Hibernação para pacientes com tratamento de desmentalização. 14:00 as 17:00 horas - Pedido de Inscrição, no local ou por telefone, para Atendimento à Distância. 14:30 as 20:00 horas - Atendimento na Farmácia 20:00 horas - Desmentalização para Pacientes em Tratamento. Terça-Feira 09:00 as 11:30 horas: Pedido de Inscrição, no local ou por telefone, para Atendimento à Distância. 14:00 as 17:00 horas - Pedido de Inscrição, no local ou por telefone, para Atendimento à Distância. Quarta-feira 09:00 as 11:30 horas: Pedido de Inscrição, no local ou por telefone, para Atendimento à Distância. 14:00 horas - Palestra/ Aplicações aos Pacientes em Tratamento. 14 as 16 horas - Farmácia (Entrega de Medicamentos aos Pacientes em Tratamento). 14 as 17 horas - Pedido de Inscrição, no local ou por telefone, para Atendimento à Distância. 20:00 horas - Palestra/ Passes/ Aplicações em Pacientes em Tratamento. 20:00 as 21:30 horas - Farmácia ( Entrega de Medicamentos aos Pacientes em Tratamento). Quinta-feira 09:00 as 11:30 horas: Pedido de Inscrição, no local ou por telefone, para Atendimento à Distância. 14:00 horas - Hibernações de Pacientes para Transferências Energéticas 14 as 17 horas - Pedido de Inscrição, no local ou por telefone, para Atendimento à Distância 20:00 horas - Palestra/ Passes/ Entrega de Algodão Energizado/ Transferências Energéticas Sexta-feira 09:00 as 11:30 horas: Pedido de Inscrição, no local ou por telefone, para Atendimento à Distância. 14 as 17 horas - Pedido de Inscrição, no local ou por telefone, para Atendimento à Distância 20:00 horas- Palestra/Passes. Sábado 14:15 horas - Palestra/ Passes 16:00 horas - Estudos filosóficos/científicos da Doutrina Espírita. No Centro de Apoio ao Paciente com Câncer Terça - Feira 14:00 horas - Palestra p/ paciente em tratamento e Diagnóstico. Quarta - Feira 13:30 horas - Recepção dos Pacientes (sinais vitais, peso, medicamentos, revisão médica). 14:00 horas - Palestra Publica 15:00 horas - Oração da Tarde 114 15:10 horas - Isolamento dos Pacientes, início regime Hospital/Dia. 15:20 horas - Inicio das aplicações terapêuticas direcionadas aos pacientes.(Dependendo das indicações individuais para cada processo). - Auto Conhecimento; - PNL (Programação Neurolingüística); Psicologia da Comunicação Interpessoal; Fluidoterapia; Cromoterapia; Crioterapia; Geoterapia; Relaxamento; Massagem; Reflexologia; Florais de Bach; Hidroterapia; Salinização; Iodização. 16:00 horas - Café da tarde para pacientes 16:40 horas - Continuidade das Aplicações. 18:00 horas - Encerramento de Atividades - Liberação do Paciente - Fim do primeiro período do Hospital/Dia. - Oração Final (Aberto ao Público). Quinta - Feira 13:30 horas - Recepção dos Pacientes - Retorno Regime Hospital/Dia. 14:00 horas - Palestra Publica 15:00 horas - Oração da Tarde 15:10 horas - Isolamento dos Pacientes, Reinicio Regime Hospital/Dia. Inicio de pesquisas e informações médicas em centros médicos internacionais, buscando confirmação de procedimentos médicos via Internet e Sistema STM400-Embratel, com objetivo de confirmar os diagnósticos já realizados. 15:20 horas - Reinicio das Aplicações de Terapias Direcionadas. (Pacientes Internados) 16:00 horas - Café da tarde (idem Quarta-feira) 18:00 horas - Encerramento de atividades - Liberação do Paciente - Fim segundo período do Hospital/Dia. - Oração Final (Aberta ao Publico) 18:30 horas - Início das Operações Transcendentais para os pacientes externos. Sexta - Feira 13:30 horas - Recepção dos Pacientes - Retorno Regime Hospital/Dia. 14:00 horas - Palestra Publica 14:40 horas - Apresentação Equipe Médica, Enfermagem e Operativa. 15:00 horas - Oração da tarde 15:10 horas - Isolamento dos Pacientes, Reinicio Regime Hospital/Dia. 15:30 horas - Relaxamento Programado 16:00 horas - Café da tarde (Idem Quinta-feira) 16:40 horas - Inicio das Observações, levantamentos e confirmações dos Diagnósticos Médicos - Contato do paciente direto com equipe técnica, médica, enfermagem e Terapêutica, para o planejamento da Terapia Operacional. - Oxigenação e aplicação de Florais, visando a preparação da Cirurgia espiritual. 17:30 horas: 1ª Etapa Operações Transcendentais para pacientes externos (não permanecem no CAPC). 18:00 horas - Jantar pacientes Internados, que pernoitarão. 20:00 horas - Oração da Noite - Preparação para deslocamento Centro Cirúrgico Espiritual. 20:30 horas - Operações Espirituais (Terapia de Desmaterialização e Recomposição da Estrutura Molecular Alterada). - Pós Operatório Monitorizado e acompanhado por médicos e enfermagem. 22:00 horas - Recolhimento dos pacientes com acompanhamento médico/ enfermagem/terapêutico. 23:00 horas - Oração de Encerramento das atividades mediúnicas e Espirituais da Noite. 24:00 horas - Silencio Geral para Repouso. (Terapeutas/Religiosos/Colaboradores). (Permanecem em atividade plena durante toda a noite, a equipe Médica e de Enfermagem, cuidando dos pacientes internados). Sábado 07:15 horas - Despertar 07:30 horas - Revisão Médica e Energética da Cirurgia Espiritual - Observando possibilidades de rejeições e alergias, devido a defesa orgânica natural. 09:00 horas - Palestra Publica aos Familiares de Pacientes em Tratamento. 115 10:00 horas - Conscientização aos pacientes de aspectos vivenciais e filosóficos através de terapia em grupo (depoimentos pessoais monitorados por médico e terapeuta). 11:00 horas - Auditório Publico - Reencontro com Familiares - Oração Final. Observação: Nas segundas-feiras das 14:00 as 18:00 horas, reunião do Grupo Vivencial. Tratam-se de ex-pacientes que continuam a participar durante tempo indeterminado de terapias de Grupo, visando a total readaptação ao meio social e a plena condição de viver. 116 ANEXO C – Declaração de estágio 117 ANEXO D – Ficha de Avaliação 118