Pronta para viver.
Terrenos a partir de 3 mil m2.
s www.quintadabaroneza.com.br
www.brasileconomico.com.br
mobile.brasileconomico.com.br
SEXTA-FEIRA E FIM DE SEMANA, 3, 4 E 5 DE SETEMBRO, 2010 | ANO 2 | Nº 260 | DIRETOR RICARDO GALUPPO | DIRETOR ADJUNTO COSTÁBILE NICOLETTA
R$ 3,00
Antonio Milena
Software A francesa Capgemini
reforça atuação no Brasil ao
adquirir 55% da CPM Braxis. ➥ P32
Saneamento Sabesp terá R$ 600
milhões do BID para investir
na despoluição do Rio Tietê. ➥ P28
Eleições Roberto Freire, presidente do
PPS, vê Lula próximo de posições adotadas
pelo líder fascista Mussolini. ➥ P12
Empresa de Jorge Paulo
Lemann pagará R$ 7 bi
para ter o Burger King
Rede americana poderá ser usada como canal de distribuição dos produtos da AB-Inbev
A 3G Capital — dos sócios Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel
Telles — arrematou ontem a segunda
maior cadeia de lanchonetes dos Estados
Unidos (só perde para o McDonald’s). O
trio brasileiro também tem participação
acionária na AB-Inbev, a maior cervejaria
do mundo, que há dois anos ficou dona da
marca de bebidas Budweiser, outro ícone
americano que, assim como o Burger
King, apresentava resultados abaixo das
expectativas dos acionistas. ➥ P22
Fernando Rabelo/Folhapress
Petrobras reduz nacionalização
do pré-sal e busca investidores
Estatal, sob o comando de
José Sérgio Gabrielli, muda
critérios para atender
fabricantes de equipamentos
brasileiros, mas adia meta de
65% de conteúdo local para
2019. Mercado espera para
hoje mais detalhes sobre
ofertas de ações. ➥ P4
“Passo
mal com a
realidade”,
confessa o ator
Marco Nanini
INDICADORES
▼
▼
▼
▲
▼
■
▼
▲
▲
▲
▲
▲
Governo deixa
Rede social
R$ 25 bi de restos faz empréstimo
a pagar por ano
pela internet
Polícia Federal
arma-se para a
Copa do Mundo
União posterga, em média, cerca
de 2% do Orçamento para o ano
seguinte. Atualmente, a dívida
total com repasses e pagamentos
ao setor privado adiados
chega a R$ 79 bilhões. ➥ P16
A Polícia Federal já investiu
R$ 7 milhões em robôs
antibomba, roupas antifragmentos
e tendas que soltam espuma para
garantir a segurança dos estádios
durante o Mundial de 2014. ➥ P18
A Fairplace, rede social que
une tomadores de crédito com
pessoas dispostas a emprestar,
somou operações de R$ 1 milhão
em cinco meses. Atividade causa
dúvidas quanto à regulação. ➥ P38
TAXAS DE CÂMBIO
Dólar Ptax (R$/US$)
Dólar comercial (R$/US$)
Euro (R$/€)
Euro (US$/€)
Peso argentino (R$/$)
JUROS
Selic (a.a.)
BOLSAS
Bovespa - São Paulo
Dow Jones - Nova York
Nasdaq - Nova York
S&P 500 - Nova York
FTSE 100 - Londres
Hang Seng - Hong Kong
2.9.2010
COMPRA
1,7359
1,7300
2,2246
1,2815
0,4396
META
10,75%
VAR. %
-0,39
0,49
1,06
0,91
0,09
1,19
VENDA
1,7367
1,7320
2,2258
1,2816
0,4401
EFETIVA
10,66%
ÍNDICES
66.808,08
10.320,10
2.200,01
1.090,10
5.371,04
20.868,92
Tim distribui
seguros junto
com Assurant
Operadora de telefonia celular vai
oferecer apólices de perda e roubo,
garantia estendida e quebra acidental
aos 44 milhões de clientes. ➥ P38
2 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e3fim
de de
setembro,
semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
NESTA EDIÇÃO
Kevin Lamarque/Reuters
Em alta
A elite do vinho brinda em São Paulo
Primum Familiae Vini, que reúne 11 das principais vinícolas
familiares do planeta, promove jantar de degustação
de gala, em novembro, no Jockey Club paulistano. ➥ P20
Mario Ângelo/AE
Topema espera alta de 20% na receita
Fornalha que não produz fumaça, fritadeira que filtra o óleo
e biodigestor que transforma lixo orgânico em adubo são os
novos produtos da fabricante de cozinhas industriais. ➥ P25
ICTS incorpora a filial da Protiviti
Despoluição do Tietê terá
US$ 600 milhões do BID
O dinheiro será aplicado pela Sabesp
na ampliação da rede de captação e
tratamento de esgoto urbano na capital
paulista, que corresponde à terceira etapa
do projeto Tietê 3. Serão construídos
580 quilômetros de coletores-tronco
e interceptores, 1.250 quilômetros de
redes coletoras e cerca de 200 mil novas
ligações domiciliares. Pelo contrato,
que será assinado hoje, em Washington,
por Rui Affonso, diretor econômico e de
relações com os investidores, a Sabesp
se compromete com uma contrapartida de
US$ 200 milhões e mais US$ 255 milhões
oriundos de outras fontes. ➥ P28
Sucessão na Petrobras já
movimenta bolsa de apostas
3G Capital assume a rede Burger King
Evandro Monteiro
Operação foi fechada por R$ 5,69 bilhões e acontece
dois anos após a compra da também americana Budweiser,
por intermédio da Inbev, controladora da Ambev. ➥ P22
Roberto Freire adere ao “paulicentrismo”
“Jorge Amado era baiano e foi eleito pelo PCB paulista.
E o Fernando Henrique é do Rio”, diz o pernambucano,
candidato a deputado federal por São Paulo. ➥ P12
“Receitagate” dá novo ritmo à campanha
Em desvantagem nas pesquisas, tucanos exploram o
assunto nos programas de TV e rádio, enquanto a candidata
petista, Dilma Rousseff, evita entrar na polêmica. ➥ P14
Com maior poder de investimentos que
qualquer ministério, a estatal, que ganhou
respeito mundial ao aprimorar a tecnologia
para exploração de petróleo em águas
profundas, planeja investir US$ 224 bilhões
até 2014. Dada sua importância, aumentam
os comentários sobre quem substituirá
o atual presidente, José Sérgio Gabrielli,
na presidência empresa num eventual
governo Dilma Rousseff. Os nomes mais
lembrados são os de Maria da Graça
Foster, atual diretora de Gás e Energia
e funcionária de carreira da estatal,
onde ingressou com 24 anos, e Paulo
Roberto Costa, diretor de Abastecimento,
que tem o apoio do PMDB. ➥ P6
“O avanço neste segmento mostra que
ele tem toda condição de ser o carro-chefe
não somente da divisão de serviços
industriais, mas da receita da empresa
como um todo”, entusiasma-se Ramon
Vazquez, presidente, ao confirmar
investimentos em torno de R$ 30 milhões
anuais até 2013. Serão abertas duas
novas unidades, uma delas no Rio Grande
do Sul para atender a demanda por
andaimes de acesso a obras em indústrias
de grande porte atraídas pelo complexo do
dique seco da Petrobras. A outra será em
Pernambuco, para serviços na construção
da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca,
região metropolitana do Recife. ➥ P26
Os bancos e os créditos de longo prazo
ABr
Luiz Carlos Trabuco Cappri, presidente do Bradesco, vincula
o alongamento dos financiamentos pelas instituições privadas
à menor demanda de recursos pelo Tesouro Nacional. ➥ P40
3Par é vendida por US$ 2,4 bilhões
HP venceu a Dell na disputa pelo controle da empresa
especializada em produtos de armazenamento de dados,
importantes na chamada “computação em nuvem”. ➥ P33
Novas opções de seguro para celulares
Tim firma parceria com a Assurant Solutions para vender
seguros de roubo e furto, garantia estendida e quebra
acidental do aparelho. Vivo também vai ampliar ofertas. ➥ P38
Divulgação
Mills põe mais energia nos
negócios de petróleo e gás
Negócio confirma a tendência das consultorias e auditorias
empresariais de menor porte de tentarem se fortalecer para
enfrentar as gigantes e garantir novas fatias do mercado . ➥ P30
Polícia Federal se equipa para a Copa
Actis estreia com R$ 100 milhões
Foram investidos até agora R$ 7 milhões em equipamentos,
incluindo robôs, roupas e viaturas especiais. A meta é ter uma
unidade anti-bomba em cada uma das cidades-sede. ➥ P18
A gestora de private equity inglesa comprou participação na
Companhia Sulamericana de Distribuição, dona dos supermercado
São Francisco e Cidade Canção, de Maringá (PR). ➥ P45
Malabarismos em busca do superávit
Corretoras incentivam diversificação
Governo segura repasses e adia pagamentos ao setor
privado. “É preciso por ordem nessa bagunça fiscal”, alerta o
economista Celso Grisi, presidente do Instituto Fractal. ➥ P16
XP e Osmar Camargo ampliam portfólio oferecendo
aos clientes aplicações em renda fixa e imobiliária, além
dos tradicionais fundos de ações e multimercados. ➥ P46
Henrique Manreza
A FRASE
“Estava engarrafado não por excesso
de carros, mas por falta de ruas”
Marcos Oliveira, presidente da Ford Brasil, que chegou atrasado,
ontem, para participar de um painel no Conarec 2010 e foi indagado
pelo apresentador Ricardo Boechat se o atraso teria sido motivado
por algum engarrafamento de trânsito na capital paulista.
Sexta-feira,
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 35 de
de setembro,
setembro, 2010
2010 Brasil Econômico 3
EDITORIAL
Murillo Constantino
TÂNIA SASSIOTO, GERENTE DE INOVAÇÃO DA DIAGEO
Dia de grandes
negócios no meio
corporativo
No início do ano, as principais consultorias especializadas em assessorar fusões e aquisições no Brasil já previam
que a quantidade de negócios no país
em 2010 superaria o recorde de 2007.
De fato, somente nos primeiros sete
meses, de acordo com dados divulgados recentemente pela PricewaterhouseCoopers, foram 434 transações, o
que representa um incremento de cerca de 35% na comparação com o mesmo período do ano passado.
A julgar pela movimentação no mundo dos negócios neste início de setembro, os quatro últimos meses do ano não
serão diferentes. Símbolo americano, a
rede de fast food Burguer King acaba de
ser adquirida por Jorge Paulo Lemann,
Marcel Hermann Telles e Carlos Alberto
de Veiga Sicupira, sócios da 3G Capital,
os mesmos empresários que há dois
anos adquiriram, através da Inbev, da
qual são os principais acionistas, a cervejaria Anheuser-Busch, da Budweiser.
A aquisição da segunda maior rede de
fast food dos Estados Unidos, que fica
atrás apenas do McDonald´s em tamanho, colocou o Brasil nas manchetes dos
sites dos principais diários econômicos
do mundo, em um negócio que chega pe
R$ 7 bilhões, incluindo o passivo.
Em sete meses, foram
realizadas 434 transações,
mais 35% em relação ao
mesmo período de 2009
A multinacional de bebidas, que, há menos de um ano, adquiriu a marca Daiti da Sakura,
lançará o Jun Daiti no Brasil, o primeiro saquê de seu portfólio. “O lançamento acompanha
a expansão da culinária japonesa”, afirma Tânia Sassioto, gerente de inovação. ➥ P24
Presidente do Conselho de Administração
Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos
Diretor-Presidente José Mascarenhas
Diretor-Vice-Presidente Ronaldo Carneiro
Diretores Executivos
Alexandre Freeland e Ricardo Galuppo
[email protected]
BRASIL ECONÔMICO é uma publicação
da Empresa Jornalística Econômico S.A.
Redação, Administração e Publicidade
Avenida das Nações Unidas, 11.633 - 8º andar,
CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP),
Tel. (11) 3320-2000. Fax (11) 3320-2158
Diretor de Redação Ricardo Galuppo
Diretor Adjunto Costábile Nicoletta
mone Cavalcanti, Sílvio Ribas Rio de Janeiro Daniel
Haidar, Ricardo Rego Monteiro
Editores Executivos Arnaldo Comin, Fred Melo Paiva,
Gabriel de Sales, Jiane Carvalho, Thaís Costa Produção
Editorial Clara Ywata Editores Fabiana Parajara e Rita
Karam (Empresas), Carla Jimenez (Brasil), Cristina Ramalho (Outlook e FS), Laura Knapp (Destaque), Marcel
Salim (On-line), Márcia Pinheiro (Finanças) Subeditores Marcelo Cabral (Brasil), Estela Silva, Isabelle Moreira Lima (Empresas), Luciano Feltrin (Finanças), Maeli
Prado (Projetos Especiais), Phydia de Athayde (Outlook
e FS) Repórteres Amanda Vidigal, Ana Paula Machado,
Ana Paula Ribeiro, Bárbara Ladeia, Carlos Eduardo Valim, Carolina Alves, Carolina Pereira, Cintia Esteves,
Claudia Bredarioli, Conrado Mazzoni, Daniela Paiva, Denise Barra, Domingos Zaparolli, Dubes Sônego, Elaine
Cotta, Fabiana Monte, Fábio Suzuki, Felipe Peroni, Françoise Terzian, Gabriel Penna, João Paulo Freitas, Juliana Elias, Karen Busic, Luiz Henrique Ligabue, Luiz Silveira, Lurdete Ertel, Maria Luiza Filgueiras, Mariana
Celle, Mariana Segala, Marina Gomara, Martha S. J.
França, Michele Loureiro, Micheli Rueda, Natália Flach,
Natália Mazzoni, Nivaldo Souza, Paulo Justus, Pedro
Venceslau, Priscila Machado, Regiane de Oliveira, Ruy
Barata Neto, Thais Folego, Vanessa Correia Brasília Si-
Arte Pena Placeres (Diretor), Betto Vaz (Editor), Cassiano de O. Araujo, Evandro Moura, Letícia Alves, Maicon Silva, Paulo Argento, Renata Rodrigues, Renato B.
Gaspar, Tania Aquino, (Paginadores) Infografia Alex Silva (Chefe), Anderson Cattai, Monica Sobral Fotografia
Antonio Milena (Editor), Marcela Beltrão (Subeditora),
Evandro Monteiro, Henrique Manreza, Murillo Constantino, Rafael Neddermeyer (Fotógrafos), Angélica Breseghello Bueno, Carlos Henrique, Fabiana Nogueira,
Thais Moreira (Pesquisa) Webdesigner Rodrigo Alves
Tratamento de imagem Henrique Peixoto, Luiz Carlos
Costa Secretaria/Produção Shizuka Matsuno
Um negócio bem menor em valores e
impacto, mas igualmente sintomático
do momento propício à consolidação
em diversos setores do mercado interno, é o da compra da empresa de serviços de software CPM Braxis pela francesa Capgemini. Interessada no mercado brasileiro, cada vez mais promissor,
a consultoria pagou R$ 517 milhões para
ter 55% do capital da brasileira e, assim,
marcar presença no país.
Outro exemplo dessa movimentação
intensa é o da ICTS, especializada em
gestão e prevenção de riscos de negócios, que também ontem informou que
adquiriu o braço brasileiro da Protiviti.
A nova empresa faturará R$ 30 milhões
anuais, e deve triplicar de tamanho nos
próximos anos. Por fim, a Rede D´Or,
do Rio, adquiriu o controle acionário do
Hospital São Luiz. O interesse nesse
segmento não é por acaso: o São Luiz
faturou no ano passado R$ 680 milhões, 19,2% a mais do que 2009. ■
(Coordenadores), Daiana Silva Faganelli (Analista), Renato Frioli (Gerente Mercados), Solange Santos (Assistente Executiva)
Publicidade Legal Marco Panza (Diretor de Publicidade
Legal e Financeira), Marco Aleixo , Carlos Flores, Ana Alves e Adriana Araújo (Executivos de Negócios), Alcione
Santos (Assistente Comercial)
Departamento de Marketing Evanise Santos (Diretora
de Marketing Institucional), Simone Botto (Diretora de
Marketing de Produtos), Carlos Madio e Rodrigo Louro
(Gerentes de Marketing), Alexandre Costa, Giselle Leme
e Roberta Baraúna (Coordenadores de Marketing).
Operações Cristiane Perin (Diretora)
Departamento Comercial Paulo Fraga (Diretor Executivo Comercial), Mauricio Toni (Diretor Comercial), Júlio César Ferreira (Diretor de Publicidade), Ana Carolina Corrêa, Valéria Guerra, Valquiria Rezende, Wilson
Haddad (Gerentes Executivos), Paulo Fonseca (Gerente Comercial), Alisson Castro, Celeste Viveiros, Edson
Ramão e Vinícius Rabello (Executivos de Negócios), Andréia Luiz (Assistente Comercial) Projetos Especiais
Heitor Pontes (Diretor Executivo), Márcia Abreu (Gerente), João Felippe Macerou Barbosa e Samara Ramos
Departamento de Mercado Leitor Flávio Cordeiro (Diretor), Nancy Socegan Geraldi (Assistente Diretoria), Alexandre Rodrigues (Gerente de Processos), Denes Miranda (Coordenador de Planejamento)
Central de Assinantes e Venda de Assinaturas
Janete Russowsky (Gerente de Assinaturas), Vanessa
Rezende (Supervisão de Atendimento), Conceição
Alves (Supervisão)
São Paulo e demais localidades 0800 021 0118
Rio de Janeiro (Capital) (21) 3878-9100
De segunda a sexta-feira - das 6h30 às 18h30.
Sábados, domingos e feriados - das 7h às 14h.
[email protected]
Central de Atendimento ao Jornaleiro (11) 3320-2112
Jornalista Responsável Ricardo Galuppo
TABELA DE PREÇOS
Assinatura Nacional
Semestral
Anual
Trimestral
R$ 147,50
R$ 288,00
R$ 548,00
Condições especiais para pacotes e projetos corporativos
(circulação de segunda a sexta, exceto nos feriados nacionais)
Impressão:
Editora O Dia S.A. (RJ)
Oceano Ind. Gráfica e Editora Ltda. (SP/MG/PR/RJ)
FCâmara Gráfica e Editora Ltda. (DF/GO)
RBS - Zero Hora Editora Jornalística S.A. (RS/SC)
4 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e3fim
de de
setembro,
semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
DESTAQUE PETRÓLEO
Indústria nacional
só terá 65% do
pré-sal em 2019
Para atender os fabricantes, estatal muda regras para definir o
índice de conteúdo local, mas critério adia meta de nacionalização
Ricardo Rego Monteiro, do Rio
[email protected]
A Petrobras só deverá alcançar a
meta de 65% de equipamentos e
tecnologia fornecidas por empresas nacionais nas áreas do
pré-sal incluídas na cessão onerosa à União a partir de 2019,
quando haverá oferta adicional
de plataformas e sondas no
mercado brasileiro. O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, revelou ontem que, entre
2015 e 2018, os percentuais do
chamado conteúdo local deverão variar de 55% a 58%, abaixo
da proporção dos projetos em
curso nos campos de águas profundas da Bacia de Campos.
Embora contrarie o pleito dos
fornecedores nacionais do setor, que reivindicavam a manutenção das atuais proporções de
conteúdo local, a decisão vem
acompanhada de outra mudança na metodologia de cálculo do
indicador, solicitada pelas empresas reunidas na Associação
Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Para os
projetos nas áreas da cessão
onerosa, o conteúdo será calculado para cada item e subitem de
equipamento utilizado em uma
plataforma, por exemplo.
Atualmente, a metodologia
prevê o cômputo desses índices
de forma global, o que, de acordo com a Abimaq, dá margem a
uma maquiagem dos números.
Somente o aço utilizado na fabricação dos cascos das plataformas já responde por quase
65% dos itens nacionalizados do
empreendimento. Dessa forma,
a maior parte dos equipamentos
empregados na unidade pode
ser adquirida no exterior.
Gabrielli também confirmou
que, nas áreas da cessão onerosa, o índice de conteúdo nacional mínimo na fase inicial de exploração dos projetos é de 37%.
Para os empreendimentos que
entrarem na fase de desenvolvimento da produção até 2016, a
proporção mínima é de 55%;
entre 2016 e 2018, aumenta para
58%. A partir de 2019, o indicador retorna aos 65% da média
atual. “Nós temos processos licitatórios para contratação de
O contrato de
cessão onerosa
com a União
prevê um programa
exploratório
de quatro anos,
prorrogável
por mais dois
sondas que, esperamos, já estejam adiantados até 2016”, justificou o presidente da Petrobras.
“A partir daí, será possível ampliar nossos índices.”
O executivo disse ainda que o
contrato de cessão onerosa com
a União prevê um programa exploratório de quatro anos, prorrogável por mais dois. Ontem, o
ministro de Minas e Energia,
Marcio Zimmermann, confirmou que o objetivo do governo é
assiná-lo na próxima semana.
Pelas regras do contrato, segundo Gabrielli, a Petrobras, em último caso, poderá ser ressarcida
em dinheiro, pelo governo, se
as áreas definidas para cessão
apresentarem reservas abaixo
dos 5 bilhões de barris estipulados para a capitalização. A primeira opção, ressaltou o executivo, será em petróleo. Da mesma maneira, se apresentarem
reservas superiores ao patamar
estipulado, a Petrobras terá que
ressarcir a diferença ao governo, em petróleo.
“Nos próximos dias, vamos
começar a trabalhar em um
plano para o desenvolvimento
dessas áreas”, afirmou o presidente da Petrobras, ao ressaltar
que a área batizada de Peroba,
incluída na cessão onerosa,
será usada apenas como contingência, caso as outras cinco
apresentem menor quantidade
de hidrocarbonetos. ■
DE OLHO NA BOLSA
Mercado reage bem e ações sobem
Um dia após a divulgação do preço
do barril da cessão onerosa, as
ações preferenciais (PN) reagiram
bem à notícia e apresentaram
valorização de 1,78%, cotados
a R$ 27,51, enquanto o Ibovespa,
principal índice da bolsa brasileira,
recuou 0,39%, aos 66.808 pontos.
Analistas que acompanham a
estatal petrolífera disseram que
o anúncio trouxe alívio às ações,
já que as diretrizes da operação
praticamente confirmam que sairá
dentro do prazo previsto. “A oferta
da Petrobras deverá ocorrer dentro
do prazo estimado pela estatal,
reduzindo o risco de alavancagem
líquida de curto prazo da empresa.
Apesar deste efeito ser positivo,
o sucesso da operação depende do
esclarecimento de algumas dúvidas
com relação à oferta”, afirmou
Andrés Kikuchi, analista-chefe da
Link Investimentos, em relatório.
Desde a apresentação das
propostas de mudanças no marco
regulatório das atividades
de exploração e produção de
petróleo e gás natural, em 31 de
agosto do ano passado, as ações
preferenciais da estatal petrolífera
caíram 9,08% — até ontem.
No mesmo período, a bolsa
brasileira subiu 18,27%.
Petrobras ou governo podem ser
ressarcidos, um pelo outro, caso a reserva
seja menor ou maior do que o previsto
Sexta-feira,
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 35 de
de setembro,
setembro, 2010
2010 Brasil Econômico 5
LEIA MAIS
Com orçamento mais
vultoso que o de qualquer
ministério, Petrobras já é alvo
de disputa entre PT e PMDB.
Entre tucanos, questão não
entrou ainda em discussão.
No primeiro semestre,
foram feitas 420 operações
de fusões e aquisições, no total
de US$ 135 bilhões. A maioria
foi de empresas emergentes
do Brasil, Índia e China.
Novo governo precisará
lidar, no âmbito do
petróleo, com a definição do
marco regulatório do pré-sal,
de quem paga a conta e como
a iniciativa privada participará.
Murillo Constantino
Oferta de ações pode
sair em até 5 dias
Estatal será a primeira a se
beneficiar de regra que reduz
tempo de análise pela CVM
Vanessa Correia
[email protected]
Se a capitalização da Petrobras
demorou mais de um ano para
sair do papel, a oferta global de
ações de estatal poderá ser
aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em
apenas cinco dias úteis.
A companhia poderá se beneficiar do status de Emissor
com Grande Exposição ao Mercado (EGEM), categoria criada
pela autarquia quando da divulgação da Instrução nº 482, em
março deste ano. Por ter ações
negociadas em bolsa há mais de
três anos, cumprir com as obrigações periódicas nos últimos 12
meses e ter mais de R$ 5 bilhões
de free float (valor de mercado
das ações em circulação), a Petrobras irá declarar sua condição
no pedido de registro da oferta
pública, por meio de um documento assinado pelo diretor de
relações com investidores (RI).
A Petrobras será a primeira
empresa a usar a nova regra de
registro automático de oferta de
ações. Em vigor desde 1º de
agosto, a medida reduz os prazos legais para que as grandes
empresas, que já têm papéis negociados em bolsa de valores,
possam vender novas ações.
Algumas pessoas chegaram a
estranhar a coincidência da
criação da categoria juntamente com o processo de capitalização da Petrobras. Mas a professora da Direito GV, Renata
Prado, acredita na seriedade e
competência do órgão regulador. “A CVM é um órgão sério,
que vem trabalhando na proteção do mercado como um todo.
Não acredito que tenha sido
proposital”, afirma.
De acordo com ela, quanto
mais rápido a oferta sair do papel, menor será o impacto nas
ações. “Até que a oferta ocorra,
os papéis vão continuar oscilando. Então, pensando por esse
lado, é melhor que essa operação saia o quando antes possível”, completa.
Alguns chegaram
a estranhar
a coincidência
da criação
da categoria
juntamente
com o processo
de capitalização
da Petrobras
Detalhes da operação
Na noite de ontem, o presidente
da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e o diretor financeiro e
de relações com investidores
(RI), Almir Barbassa, disseram,
durante teleconferência com
analistas, que o road show para
apresentar a operação de transferência de barris terá início na
segunda-feira e passará por Europa, Estados Unidos, Ásia e
Oriente Médio. A estatal petrolífera vai dividir sua diretoria
em dois grupos: um liderado por
Gabrielli e outro por Barbassa.
As apresentações devem durar
duas semanas. ■ Com AE
PROCESSO CÉLERE
● Emissor com Grande
Exposição ao Mercado (Egem)
foi criado pela Comissão de
Valores Mobiliários (CVM)
em março deste ano.
● A companhia, que tem mais
de R$ 5 bilhões de free float
e negocia suas ações há mais
de três anos, pode se beneficiar.
● Pelos trâmites convencionais,
oferta de ações levaria
até 20 dias úteis para receber
autorização da CVM.
● Road show passará por
Europa, Estados Unidos,
Ásia e Oriente Médio.
PETROBRAS
lhões
Valor de mercado, em R$ bilhões
Dia em que a Petrobras anunciou o adiamento da oferta
para setembro deste ano. Até então, a expectativa era
de que a oferta saísse no primeiro semestre do ano
380
Início do processo
Enquanto os detalhes da oferta
global de ações não são conhecidos, os investidores se preparam para saber como devem
agir. “Agora, os investidores terão de se debruçar sobre os números e digerir uma quantidade
relevante de informações para
tomar a decisão de entrar ou
não na oferta. Acho que ninguém ainda mergulhou nos de-
talhes. Faltou falar com quem
vai pagar pela festa”, disse Wilber Colmerauer, sócio da consultoria Brazil Funding.
Segundo o executivo, somente a partir da definição do
preço é que a companhia poderá
convidar os investidores para
participar dos road shows e começar a explicar com mais detalhes a operação. “O processo
será corrido”, ressaltou.
335
297
290
274
22/JUN
261
245
200
31/AGO
2009
1/OUT
3/NOV
1/DEZ
4/JAN
2010
1/FEV 1/MAR
Fontes: Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico
1/ABR
3/MAI
1/JUN
1/JUL
2/AGO
2/SET
6 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e3fim
de de
setembro,
semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
DESTAQUE PETRÓLEO
Mais rica que ministérios,
estatal é alvo de disputa
Empresa aportará média de R$ 80 bilhões por ano de 2010 a 2014, segundo o plano
estratégico. Valor supera orçamento para investimentos do governo federal em 2011
Ricardo Rego Monteiro
e Juliana Rangel
[email protected]
Quando o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva brincou, no ano
passado, que o titular da Petrobras é que tinha que indicar o
presidente da República, referia-se ao peso da empresa para o
país. Com maior poder de investimentos que qualquer ministério, a companhia destinará
às suas atividades US$ 224 bilhões até 2014 — ou uma média
de R$ 80 bilhões por ano.
A soma supera o orçamento
individual de qualquer ministério do governo com custeio e investimentos. E também é maior
que os recursos previstos para
investimentos do governo federal no Orçamento Geral da
União em 2011, de R$ 52 bilhões,
excluindo as estatais.
Além disso, a Petrobras tem
poder político e econômico incomensurável. Ao longo de
2009, pagou R$ 14,2 bilhões em
impostos e R$ 6,7 bilhões em
royalties. O complexo petroquímico de Itaboraí (Comperj),
por exemplo, terá investimentos superiores a US$ 20 bilhões,
segundo especialistas, e poderá
contratar, no pico de mobilização, cerca de 25 mil pessoas, ou
10% do número de habitantes
do município. Em cidades como
Macaé, as atividades petrolíferas chegam a ter um peso superior a 80% na economia.
Num eventual novo
governo petista,
principais candidatos
à presidência da
empresa seriam
Maria das Graças
Foster, diretora
de Gás e Energia, e
Paulo Roberto Costa,
de Abastecimento.
Ministro Guido
Mantega também
é cogitado
Dança das cadeiras
Diante do poder da empresa, foi
aberta a bolsa de apostas para saber quem substituirá o atual presidente José Sergio Gabrielli. Um
cardeal petista revela que até o
nome do atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, é aventado para o cargo, já que o atual
presidente do BNDES, Luciano
Coutinho, é cotado para assumir
sua atual pasta. Mantega tem
prestígio conquistado a fórceps
nos últimos anos, e se aproximou
dos assuntos da estatal nos últimos meses. Atual conselheiro da
empresa, participa de discussões
fundamentais, como a capitalização. Também pesa a favor do
ministro o trânsito com a área
econômica, no momento em que
a Petrobras tem o maior plano de
investimentos da história.
Nos bastidores, a avaliação é
de que o atual presidente da
companhia, Sergio Gabrielli,
teria uma relação já desgastada
com a candidata do governo,
Dilma Rousseff, mas poderia
ficar na função em um primeiro momento. Filiado ao PT, ele
poderá assumir algum cargo
em um eventual governo de Jaques Wagner, também do PT,
que lidera pesquisas de intenção de voto na Bahia.
Entre outros nomes cotados,
num eventual governo petista,
está o de Maria das Graças Foster, atual diretora de Gás e
Energia da estatal. Funcionária
de carreira da Petrobras, onde
ingressou aos 24 anos, Graça,
como é conhecida, já foi braço
direito da então ministra Dilma
na pasta de Minas e Energia,
como secretária de Petróleo e
Gás, de 2003 a 2005. Depois,
foi indicada pela atual candidata para presidir a BR Distribuidora, onde teve como principal bandeira desenvolver o
mercado de biocombustível.
Em 2007, também por indicação da então ministra da Casa
Civil, Graça ocupou a diretoria
de Gás e Energia da Petrobras
em lugar de Ildo Sauer, que tornou-se desafeto da ministra em
função de divergências sobre a
necessidade de priorizar o fornecimento às térmicas, para a
prevenção contra apagões.
Mas, por motivos diversos,
Graça enfrenta resistência in-
terna. De temperamento forte, a
executiva é conhecida por não
ter feito política de aproximação
com funcionários e nem com
fornecedores. A política de preços do gás natural da Petrobras
levou associações representativas na indústria a ameaçar de
processo a companhia em órgãos de defesa da concorrência.
Outro nome visto como natural e que teria o apoio do
PMDB seria o do diretor de
Abastecimento Paulo Roberto
Costa. O executivo tem credenciais que combinam apoio
político-partidário a uma longa carreira na companhia. Recentemente, usou sua habilidade para se articular com setores do PT. Com um detalhe:
sua nomeação, em 2004, recebeu a chancela do PP. Contra
ele pesa o desconforto do próprio Gabrielli, que questiona o
excesso de sua autonomia.
Como diretor, Costa tomou decisões interpretadas como atos
de afirmação política. ■
Graça Foster: preferida
de Dilma para ocupar
o cargo, ela não teria
simpatia de funcionários
e fornecedores
O PANORAMA DA EMPRESA
● Gabrielli, desgastado com
Dilma, poderia assumir algum
cargo no governo da Bahia.
● A favor de Mantega pesaria
o trânsito na área econômica.
Ele é conselheiro da empresa
e participou da discussão
sobre a capitalização.
● Maria das Graças Foster
foi braço direito de Dilma nas
Minas e Energia, e seria o nome
visto como o mais forte na
preferência da candidata petista.
● Paulo Roberto Costa tem
trânsito no PMDB e apoio
do PP. Ele é diretor de
abastecimento da companhia.
GALERIA DE PRESIDENTES
POTÊNCIA SUPRAMINISTERIAL
Ag Petrobras
Arquivo/AE
Investimento da Petrobras ultrapassa o de qualquer ministério
INVESTIMENTO TOTAL, EM US$ BILHÕES
RECEITA BRUTA, EM US$ BILHÕES
30,00
LUCRO, EM US$ BILHÕES
300
35
250
30
17,50
200
25
11,25
150
24,35
23,75
5,00
6,01
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009*
131,99
169,73
100
20
17,80
20,85
15
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009*
*Até 30 de setembro com crescimento de 21,4% sobre igual período de 2009
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Gal. Juracy Magalhães (1954)
Primeiro à frente da estatal,
criada no final de 1953, cunhou
a frase “O que é bom para
os Estados Unidos é bom para
o Brasil”. Militar, foi também
presidente da Vale e ministro.
Gal. Ernesto Geisel (1969-73)
Capitaneou a empresa sob o
governo Médici, deixando o posto
para se candidatar à Presidência
pela Arena, cargo que assumiu
em 1974. Investiu principalmente
na exploração marítima.
Sexta-feira,
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 35 de
de setembro,
setembro, 2010
2010 Brasil Econômico 7
Ag. Petrobras
Paulo Roberto Costa:
diretor seria visto como
“muito independente”
pelo atual presidente
da empresa
Discussão
passa longe
do PSDB
Objetivo do PT ao acelerar
indicações é conter o apetite
dos partidos aliados por cargos
Patricia Santos
Enquanto os petistas já discutem
a substituição de José Sergio Gabrielli na presidência da Petrobras, os tucanos ainda estão longe de uma mobilização sobre o
tema. Segundo um técnico que
presta assessoria ao candidato
José Serra, do PSDB, o partido
está mais preocupado em ganhar votos na reta final da campanha e garantir um lugar no segundo turno. “O Serra ainda não
está pensando nisso. É o tipo de
decisão que só vai ser tomada
depois que ele for eleito”, diz.
Entre os poucos nomes citados por pessoas do mercado está
o de David Zylbersztajn, que
está ajudando na campanha de
Serra com colaborações sobre o
setor energético. Zylbersztajn,
que tem uma consultoria, já foi
diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo e Gás (ANP), no
governo de Fernando Henrique
Cardoso. Antes, foi secretário de
Energia de São Paulo, na gestão
de Mário Covas.
Outro nome mencionado é o
do diretor-geral da Organização
Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Elói Fernandez y
Fernandez. Ele também foi diretor da ANP de 1998 a 2002, e já
concorreu como candidato a
deputado federal pelo PSDB.
Um terceiro candidato seria
o atual secretário de Desenvolvimento do Rio, Júlio Bueno.
Apesar de estar no governo de
Sergio Cabral Filho, do PMDB,
da base aliada de Lula, Bueno
teria afinidade com o PSDB, até
mesmo pelo modelo de exploração de petróleo que defende,
de concessões. Nas vésperas do
anúncio do novo marco regulatório pelo governo, ele teria
feito uma defesa do modelo
para o presidente Lula, desagradando Dilma Rousseff.
Apetites
Patrícia Santos/Folhapress
Hélio Beltrão (1985-86)
Ficou conhecido por encabeçar o
Ministério da Desburocratização,
criado no governo de João
Figueiredo. Foi também ministro
do Planejamento (67 a 69)
e da Previdência (82 a 83).
R. Donask
Ozires Silva (1986-88)
Ajudou a criar a Embraer em 1970
e a presidiu até 1986, quando
seguiu para a Petrobras. Mas
foi na aviação que fez carreira:
voltou à Embraer em 1991 e
de 2000 a 2003 liderou a Varig.
Epitácio Pessoa/AE
Francisco Gros (2002-03)
Último presidente da Petrobras
do governo Fernando Henrique
Cardoso. Vinha da presidência
do BNDES (2001-02) e de duas
passagens à frente do Banco
Central, em 1987 e de 1991 a 1992.
Numa eventual vitória de Dilma, um graduado interlocutor
do presidente Lula e da ex-ministra diz que a movimentação
do PT tem a ver com o apetite do
PMDB para ocupar a Petrobras e
postos-chave do governo. A escolha, diz ele, só ocorrerá depois da eleição majoritária,
quando estará definido não só
quem presidirá o Brasil, mas
principalmente as configurações partidárias no Congresso.
“O apetite do PMDB e a moral
para reivindicar cargos serão proporcionais ao tamanho das bancadas dos partidos da base aliada”, avalia. “A melhor maneira de
reduzir o poder de barganha do
Serra estaria
mais preocupado
em garantir
vaga no segundo
turno, diz assessor.
Mas mercado
já especula
sobre indicados
dos tucanos
PMDB é fazer uma bancada tão
grande quanto a deles. Se o PT fizer isso, a conversa com o PMDB
se dará em outro nível, afirma.”
Por isso mesmo, o PT pretende formar uma bancada, na Câmara, de 90 a 100 deputados,
capaz de assegurar a condição
de segundo maior partido da
casa. No Senado, as perspectivas são de elevar a bancada dos
atuais 11 para 15 parlamentares.
Além de senadores em segundo mandato, como Delcidio
Amaral (MS), a bancada petista
deverá receber o reforço de nomes como o da ex-prefeita Marta Suplicy (SP) e de Jorge Viana,
ex-governador do Acre.
Esse interlocutor acha que
Dilma optará por nomes com
perfil mais técnico que político
para a Petrobras. ■ J.R. e R.R.M.
8 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e3fim
de de
setembro,
semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
DESTAQUE PETRÓLEO
Fusões e aquisições
envolvem US$ 135 bi
no primeiro semestre
Foram feitas 420 operações no mundo no período, puxadas
principalmente por empresas de mercados emergentes
Ricardo Rego Monteiro, do Rio
[email protected]
A busca dos emergentes por
novas reservas de hidrocarbonetos, inclusive no pré-sal brasileiro, levou a indústria mundial do petróleo a protagonizar
uma nova onda de fusões e
aquisições, nos seis primeiros
meses deste ano, que movimentou US$ 135 bilhões. Levantamento da consultoria
americana Ernst & Young, ao
qual o B RASIL E CONÔMICO teve
acesso, identificou 420 operações desse tipo ao longo do primeiro semestre deste ano, apesar da piora do cenário econômico mundial, principalmente
entre abril e junho. A título de
comparação, no mesmo período de 2009, foram fechados 334
acordos de fusão e aquisição.
Ao contrário do primeiro
grande ciclo de associações do
início da década, quando
grandes petrolíferas como
Exxon, Mobil e BP protagonizaram operações bilionárias
que mudaram os rumos do setor, desta vez, o mercado internacional e o Brasil testemunham uma nova onda de
negócios principalmente entre prestadores de serviços e
fornecedores de máquinas e
equipamentos. Sócio da Ernst
& Young para a área, Luiz
Cláudio Campos avalia que,
além de envolver menor volume de recursos do que no início da década, os negócios são
capitaneados por empresas
emergentes, principalmente
de China, Índia e Brasil.
No primeiro semestre
de 2009 foram
fechados 334 acordos
de fusão e aquisição
dos atuais patamares de crescimento dos emergentes.
A executiva observa que o
interesse dos emergentes resiste até mesmo às condições
desfavoráveis do mercado
mundial. “As avaliações das
transações continuarão a ser
afetadas pela falta de liquidez
nos mercados de financiamento e pela constante volatilidade
dos acionários”, avalia. “Além
disso, várias empresas petrolíferas estatais de países asiáticos permanecem interessadas
em aquisições que lhes dão
acesso a recursos estratégicos
de desenvolvimento.”
Dados confusos
A nova onda de fusões está diagnosticada no relatório trimestral da consultoria, que detecta, ainda, uma mudança radical
de tendência no setor petrolífero mundial. Se, no levantamento do primeiro trimestre, a
consultoria previa um forte ciclo de investimentos, a reboque
de uma alta dos preços do petróleo, no atual projeta a manutenção da cotação do barril
no mercado internacional, entre US$ 70 e US$ 80.
“O setor está passando por
algumas incertezas no momento. Dados econômicos confusos, cortes nos gastos públicos,
possíveis consequências do vazamento de petróleo no Golfo
do México e a crise da dívida
soberana na Europa são fatores
que contribuem para uma
perspectiva desfavorável em
2010”, avalia a executiva da
Ernst & Young. ■
Valor reduzido
Campos evita projetar um volume total de negócios no ano,
mas prevê a manutenção do
ritmo de associações entre
fornecedores para os próximos
seis meses. Diferentemente do
início da década, quando um
forte ciclo de consolidação
criou gigantes do setor petrolífero, como ExxonMobil, BPAmoco, ChevronTexaco, a atual
fase inclui operações classificadas por Campos como “negócios de tíquete mais baixo”.
Líder mundial da área de Petróleo e Gás da Ernst & Young,
Dale Nijoka justifica o apetite
dessas empresas como uma
busca por matérias-primas
que assegure a manutenção
ASSOCIAÇÕES
Mundo
Como acontece também
no Brasil, nova onda de
negócios em petróleo ocorre
em maior parte entre prestadores
de serviços e fornecedores
de máquinas e equipamentos.
PLANEJAMENTO
Ásia
Estatais petrolíferas do
continente querem fazer
aquisições que lhes abram as
portas a recursos estratégicos
a seu desenvolvimento.
Americanos da
Fabricante de equipamentos
é um dos exemplos do avanço
estrangeiro nos serviços
para a indústria do petróleo
Em linha com a tendência global de busca de oportunidades
nos países emergentes, a americana Tyco Flow Control, especializada em equipamentos e
serviços para produção de petróleo, elegeu o Brasil como
prioridade nos negócios. Disposta a investir até US$ 3 milhões no país, nos próximos 12
meses, a companhia — que até
então sempre deu prioridade
aos mercados americano e europeu — vai investir na ampliação das três fábricas que mantém no país, da subsidiária Tyco
Thermal Controls, para ampliar
a nacionalização dos produtos
fornecidos ao Brasil.
Diretor de Negócios Estratégicos da Tyco Flow Controls,
Paul Thomas admite que, se tiver bons resultados, a empresa
poderá partir para aquisições de
companhias nacionais para au-
Sexta-feira,
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 35 de
de setembro,
setembro, 2010
2010 Brasil Econômico 9
Murillo Constantino
Companhias emergentes do Brasil, China e Índia
são as novas vedetes da cadeia internacional
de fornecedores para a indústria do petróleo
Regra do pré-sal
será desafio para
novo presidente
Será necessário definir novo
marco regulatório, reforço da
ANP e papel da iniciativa privada
Se do ponto de vista político o
futuro governo terá bastante dificuldade para evitar uma batalha fratricida pela ocupação da
presidência da Petrobras, do
ponto de vista técnico e regulatório também terá que empreender enorme esforço, se
quiser potencializar os ganhos
do petróleo para o país. Alguns
dos principais especialistas do
setor enumeram como prioridades não só a definição do
novo marco regulatório do présal, como também o reforço da
Agência Nacional do Petróleo
(ANP) e a criação de uma política de conteúdo nacional que
não seja protecionista.
Diretor do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e
Energia (Cerne), Jean Paul Prates
adverte para a necessidade urgente de se definir a fonte pagadora dos investimentos no présal. Justifica que, para isso, não
basta capitalizar a Petrobras,
apesar da relevância da empresa
para a estratégia do governo,
mas tornar claro qual o papel dos
investidores privados no futuro .
“É preciso saber quem vai pagar a conta do pré-sal, o que vai
depender necessariamente das
definições quanto ao novo marco regulatório”, avalia. “É preciso saber não só como será feita
essa regulação, como também
quais os limites para a presença
do setor privado no pré-sal.”
Na mesma linha, o consultor
Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE),
lembra que a necessidade de recursos aumenta de forma proporcional às demandas ambientais do setor. O acidente da BP
no Golfo do México já afeta os
custos de produção de petróleo
em todo o mundo, com a ampliação dos gastos com segurança e meio ambiente, o chamado
“
É preciso saber
quem vai pagar
a conta do pré-sal,
o que vai depender
necessariamente
das definições
quanto ao novo
marco regulatório
Jean Paul Prates,
diretor do Cerne
SMS. Para Pires, a complexidade
tecnológica da exploração em
águas ultraprofundas, como no
caso do pré-sal, aumenta os riscos ao meio ambiente.
“A forma como o futuro presidente vier a enfrentar tais desafios determinará se o petróleo,
para o Brasil, representará uma
maldição ou uma dádiva, traduzida por um novo ciclo de desenvolvimento econômico”,
afirma Pires, que se revela cético, no entanto, quanto aos riscos
de uma gestão politizada, no setor, caso se confirme a vitória da
candidata do PT, Dilma Rousseff
nas eleições. “O desfecho da capitalização da Petrobras é o retrato de uma gestão políticoideológica do setor.” ■ R.R.M.
Tyco Flow reforçam serviços no país
mentar sua capacidade. Ele
afirma ainda que, embora a decisão de investir no Brasil tenha
sido tomada com base principalmente nos bons indicadores
econômicas do país, o descobrimento dos campos do pré-sal
também pesou nos planos.
Na última semana, Thomas
compôs uma delegação de executivos da matriz britânica da
Tyco, que promoveu uma demonstração técnica dos produtos e serviços da empresa para
clientes e potenciais parceiros
Companhia
pretende investir
US$ 3 milhões
nos próximos
12 meses no Brasil
e não descarta
a aquisição de
fornecedores
nacionais
no país – entre os quais a Petrobras. A empresa desenvolveu
uma tecnologia, batizada de
Flow Assurance, para aumentar
a produtividade de campos maduros, com menor produtividade. Por meio dessa tecnologia, a
empresa consegue extrair maior
quantidade de óleo pesado dos
poços, com o aquecimento da
temperatura do reservatório.
Utilizada há mais de 20 anos,
a técnica não só elimina o tempo
de inatividade, como também
prolonga a vida útil do poço.
Usando cabos eletrotérmicos
inseridos no reservatório, o sistema fornece uma fonte constante de calor e mantém o óleo
em alta temperatura (204ºC).
Com o sistema, a empresa facilita a extração do óleo, ao reduzir a viscosidade do produto. “O
Brasil é um país com uma grande quantidade de petróleo pesado, com característica de alto
teor de enxofre”, explica o vicepresidente de Marketing da
Tyco, Jim Beres, que também
participou da comitiva.
“Há pelo menos alguns anos
decidimos direcionar nossos investimentos prioritariamente
para os mercados emergentes,
que têm apresentado melhor
desempenho do que aqueles
mais amadurecidos, como os da
Europa e os Estados Unidos”,
esclarece Beres. “O Brasil foi um
dos últimos desses emergentes a
receber esses investimentos,
mas agora certamente ocupa
uma posição de destaque no
topo do ranking de prioridades
da empresa.” ■ R.R.M.
10 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e3fim
de de
setembro,
semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
OPINIÃO
Marcel Domingos Solimeo
Júlio Gomes de Almeida
Saumíneo da Silva Nascimento
Economista-chefe e superintendente
institucional da Associação
Comercial de São Paulo (ACSP)
Professor do
Instituto de Economia
da Unicamp
Economista e presidente
do Banco do Estado
de Sergipe S/A (Banese)
Crédito e inadimplência
Pior do que parece
O peso da informalidade
A forte expansão do crédito antes e depois da crise,
com ligeira desaceleração no último trimestre de
2009 e primeiro deste ano, tem despertado em muitos analistas o temor de que a inadimplência possa
aumentar de forma significativa, comprometendo o
crescimento da economia. É evidente que não se
pode esperar que o crédito possa crescer indefinidamente, a uma taxa superior à do incremento da renda. Mas há razões que explicam porque não ocorreu
aumento da inadimplência, apesar do descompasso
entre o crescimento da renda e do crédito.
A primeira delas é que o volume de crédito passou
a ser distribuído para um número maior de pessoas,
que, graças ao aumento da renda, passaram a ter
acesso a ele. Cerca de 30 milhões de novos consumidores de baixa renda, com endividamento muito baixo, foram incorporados ao mercado de crédito.
Deve-se destacar, também, que a maior expansão do
crédito para as pessoas físicas vem se verificando em
linhas com algum tipo de garantia e, portanto, com
menor risco de inadimplência. O crédito para veículos respondeu em julho por 31,5% do total, o consignado por 23,3% e o imobiliário por 21,5%. Apenas
23,8% do crédito aos consumidores era sem garantia.
No estudo elaborado pelo Instituto de Economia
da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), é demonstrado que o grau de endividamento das famílias
em relação à renda passou da casa dos 29% em janeiro de 2008 para 36% em junho de 2010. O mesmo levantamento calcula o comprometimento da renda
familiar com prestações em torno de 18%, bastante
próximo da estimativa obtida a partir da Pesquisa de
Orçamento Familiar (POF), que foi de 17,4%. Esses
dados parecem indicar ainda haver espaço para o
crescimento do endividamento das famílias.
O resultado da produção da indústria para julho
anunciado ontem pelo IBGE foi considerado frustrante por analistas, que esperavam uma recuperação mais pujante após três meses seguidos em que o
setor acumulou perdas. Com efeito, o índice de aumento foi baixo, apenas 0,4% com relação a junho
com ajuste sazonal. Mas não se deu a devida importância para outro fato revelado pelo mesmo levantamento: se for devidamente analisada, a “recuperação” em si já modesta da indústria revela fraquezas
adicionais, frustrando ainda mais o resultado e tornando mais incerta a concretização de certas projeções para o segundo semestre de retorno de um cenário de elevado crescimento industrial, como o que
prevaleceu no primeiro trimestre de 2010.
Recentemente, alguns dados da economia subterrânea no Brasil foram apresentados pelo Instituto
Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), revelando que a economia informal representa 18,3% do Produto Interno Bruto, valor
idêntico ao PIB da Argentina, ou algo próximo de
R$ 578,4 bilhões.
A economia subterrânea foi definida pelo estudo
da Fundação Getulio Vargas como a produção de bens
e serviços não reportada ao governo deliberadamente para: evadir impostos, evadir contribuições para a
seguridade social e evadir o cumprimento de leis e
regulamentações trabalhistas. Essa economia também evita custos decorrentes do cumprimento de
normas aplicáveis na atividade.
A taxanomia da economia subterrânea envolve
atividades ilegais que possuem transações monetárias (como por exemplo comercialização de bens e
produtos roubados, vendas de drogas, prostituição,
jogo, contrabando e fraude) e transações não monetárias (os exemplos nesse caso são troca de drogas,
bens roubados, contrabando, roubo para uso próprio
e produção de drogas para consumo próprio).
Mas as atividades legais também são objetos de
desvio na economia subterrânea, como as de razão
fiscal: são os casos de renda não declarada por conta
própria e trabalhador informal e rendas e ativos de
atividades legais não declarados.
O cenário é bastante favorável para
o crédito nos últimos meses do ano,
o que deve determinar um bom
desempenho para o varejo
Outro ponto a ressaltar é o de que a principal
causa da inadimplência, segundo pesquisas realizadas desde 2005 pelo SCPC, é o desemprego, que
vem registrando seguidas quedas nos últimos meses. Com isso, os indicadores têm mostrado que a
inadimplência das pessoas físicas está estável, apresentando apenas variações sazonais.
Esses dados permitem traçar um cenário bastante
favorável em termos de expansão do crédito e da inadimplência para os últimos meses deste ano, o que
deve propiciar bom desempenho para o varejo.
Com relação a 2011, é de esperar uma taxa mais
moderada de expansão do crédito, em função do
alargamento da base e, também, como reflexo das
elevações da taxa de juros básica, a Selic, efetuadas
pelo Banco Central, mas ainda com crescimento
superior ao da massa salarial e da própria economia. Como a perspectiva em relação ao PIB é de
crescimento, embora um pouco menor do que o
deste ano, também o emprego deve continuar crescendo, assim como a massa salarial, o que permite
esperar um ano relativamente tranquilo quanto à
inadimplência, desde que não ocorra mudança
abrupta na política monetária ou dos juros. ■
A alta da produção foi determinada
de forma preponderante pelo setor
mineral, e apenas marginalmente
pela indústria de transformação
Um primeiro ponto a ser assinalado é que o aumento da produção, de 0,4%, foi determinado de
forma preponderante pelo desempenho do setor mineral — cuja evolução foi de 1% — e apenas marginalmente pela indústria de transformação — variação de 0,2%. Ocorre que é este último segmento, e
não o primeiro, que se destaca na indústria, pelo elevado efeito de difusão de seu crescimento para benefício de ramos da própria indústria e para outros segmentos da economia. De outra parte, uma expansão
puxada pelo segmento extrativo muito mais do que
uma mesma variação cujo motor é a indústria de
transformação pode ter natureza efêmera se, por
exemplo, é motivada por passageiros estímulos originados de mercados muito voláteis como são, usualmente, os mercados internacionais de commodities.
Outras fragilidades devem ser apontadas nessa incipiente retomada da indústria. Mesmo no âmbito da
indústria de transformação, pode não ser sustentado
um crescimento apoiado em alguns ramos onde a
produção cresceu bastante em julho, mas após meses
em que houve forte diminuição. São exemplos o setor
de veículos (aumento de 3,6% em julho) e a indústria
farmacêutica (alta de 4,6%). Nesse último caso, o
crescimento de julho veio após quatro meses de recuo, em que a produção acumulou perda de 20%. Por
outro lado, seguiu em queda pelo segundo mês consecutivo a trajetória de bens de capital (queda de
0,2%), indicando que as decisões de investir na economia foram refreadas pelos aumentos das taxas de
juros que desde abril o Banco Central promoveu.
Embora os últimos dados industriais ainda não
permitam corroborar a tese de reaquecimento industrial, o cenário mais provável para os meses finais de
2010 continua sendo o de retomada da produção da
indústria e de maior crescimento do PIB. Os determinantes da demanda interna, que prosseguem muito positivos, constituem o principal fundamento
dessa otimista antecipação. De fato, a massa real de
rendimentos mantém um ritmo intenso de expansão,
a evolução do crédito continua concorrendo para
ampliar o poder de compra da população e o investimento deverá reaquecer com a interrupção dos aumentos da taxa básica de juros. ■
Na economia subterrânea,
os agentes estão interessados na
redução de custos e em aumento de
margens. É concorrência desleal
Um ponto importante da pesquisa realizada pela
Fundação Getulio Vargas é a revelação de que nos
últimos seis meses a economia subterrânea só
cresceu 1%. Além disso, alguns resultados do levantamento demonstram como se dá a movimentação dessa atividade.
Uma forma de aumento da economia subterrânea
ocorre com a redução do crescimento mundial, que
como consequência afeta as exportações brasileiras;
além disso, a corrupção é um componente que também amplia a economia subterrânea.
Sobre a economia subterrânea no Brasil, destacase a atuação do Banco Central na prevenção dos ilícitos financeiros, no combate à lavagem de dinheiro e
no combate ao financiamento do terrorismo.
Atuando de forma conjunta com o Banco Central e
outros órgãos, tem-se o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O Coaf tem como missão
prevenir a utilização indevida dos setores econômicos legítimos para a lavagem de dinheiro.
Para conhecer a economia subterrânea, o Coaf
analisa os relatórios de inteligência financeira com
dados das principais operações deflagradas pela
Polícia Federal.
A economia subterrânea é o que muitos conhecem como economia informal. Neste tipo de economia, os agentes estão interessados na redução dos
custos de transação e resultam em aumento das
margens de lucro. Isto implica em concorrência
desleal. Portanto, é fundamental que a economia
subterrânea seja combatida no Brasil. ■
Sexta-feira,
3 de setembro, 2010 Brasil Econômico 11
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 5
Odd Andersen/AFP
3D impulsiona venda de TVs
Cerca de 228 milhões. É esse o número de aparelhos de televisão que
devem ser vendidos neste ano no mundo todo, segundo estimativa
divulgada por conta da IFA, a maior feira de tecnologia e eletrônicos da
Europa, que começa hoje na Alemanha. A grande impulsionadora desse
mercado, além da recuperação da crise internacional, são as TVs 3D.
Ontem, a Samsung já instalava em seu estande aparelhos como
o da foto ao lado, com espessura de menos de um centímetro.
AFP
QUASE CHEGANDO
O furacão Earl se intensificou ontem no Atlântico, com ventos de 230 quilômetros por hora, e se aproxima da costa leste dos EUA, como pode
ser observado na imagem acima. O furacão deve passar perto de um grupo de ilhas na Carolina do Norte, e as autoridades já divulgaram
alertas para a população, incluindo a do estado de Massachusetts. “Earl é um furacão de categoria quatro na escala Saffir-Simpson”,
informou o Centro Nacional de Furacões (NHC), que tem sede em Miami. A escala vai até cinco e mede a força dos ventos. “Esperamos
uma perda de força gradual, mas continuará sendo um furacão potente ao se aproximar da costa”, explicou o centro em um comunicado.
ENTREVISTA RICARDO AMATTO Diretor da consultoria de recrutamento Fesa
Mercado financeiro carece de profissionais
[email protected]
toria especiliazada em recrutamento de altos executivos), Ricardo Amatto, afirma que as
instituições financeiras estão
com maior dificuldade em encontrar candidatos.
A maior relevância alcançada
pelo Brasil no cenário internacional e a abertura do mercado
de cartões atraem novas empresas para atuar no país, assim
como a expansão das operações
brasileiras. Com a demanda elevada, o diretor da Fesa (consul-
Em qual segmento
a dificuldade é maior?
No de meio de pagamento. Às
vezes é uma empresa maravilhosa lá fora, mas a companhia
não encontra o profissional
qualificado no Brasil, que conheça a realidade local.
Consultoria vê falta de
mão de obra para os altos
cargos do setor no Brasil
Ana Paula Ribeiro
Divulgação
“As corretoras
brasileiras
deixaram de
investir em
tecnologia.
Há agora forte
tendência de
consolidação”
E quais outros segmentos,
dentro do setor financeiro,
em que a procura por
profissionais é grande?
Nos bancos de investimento e
corretora. Há muitas estrangeiras que querem atuar no
país. Algumas corretoras locais
sofreram muito no ano passado
com a queda dos volumes na
bolsa e também estão defasadas tecnologicamente, uma vez
que deixaram de receber dinheiro após o processo de desmutualização da Bovespa. Elas
deixaram de investir e agora há
uma forte tendência de consolidação nesse mercado.
E o caminho contrário,
com brasileiros indo para o
exterior, parou de acontecer?
Ainda não. Isso porque há uma
forte internacionalização das
empresas brasileiras e alguns
profissionais locais assumem as
novas operações. Mas para ter
sucesso em outro país é importante ter profssionais que conheçam o mercado local. ■
12 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e3fim
de de
setembro,
semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
BRASIL
PERFIL ELEITORAL ROBERTO FREIRE Candidato a deputado federal
Freire compara
Lula a Mussolini
Presidente do PPS, aliado de José Serra trocou Pernambuco
por São Paulo em busca de votos no principal reduto tucano
Pedro Venceslau
[email protected]
Depois de quatro
anos sem mandato parlamentar, o presidente
nacional do PPS,
ELEIÇÕES Roberto Freire,
decidiu tentar a
vida política em
outra praça. Deixou a Ilha do
Retiro, no Recife, e mudou-se
de santinhos e cuia para o bairro de Higienópolis, em São
Paulo, onde mora com a esposa
e a filha desde 2006. É de lá que
ele sai todos os dias para garimpar os votos que precisa
para voltar para a Câmara dos
Deputados. Freire reconhece
que a mudança pode gerar “um
certo preconceito”, mas diz
que considera natural um certo
“paulicentrismo” na política.
“Quem tem expressão em São
Paulo tem expressão nacional.
Jorge Amado era baiano, mas
foi eleito deputado pelo PCB de
São Paulo. E o Fernando Henrique é do Rio de Janeiro”. Em
sua nova base, Freire não busca
redutos, mas os votos de opinião de quem o vê como um
dos mais aguerridos opositores
do governo Lula.
Se vencer, ele certamente
ocupará a linha de frente de um
eventual governo Serra ou será
um dos mais destacados quadros
da oposição a Dilma Rousseff
(PT). Ex-senador por Pernambuco, Freire fez uma aposta segura: trocou o estado onde o lulismo pulsa com mais vigor pelo
maior ninho tucano do Brasil. A
mudança deixou o líder do PPS
fisicamente mais próximo do
comando da campanha de José
Serra (PSDB), onde ocupa lugar
estratégico. Entre os líderes dos
partidos aliados, ele é de longe
o mais influente. Freire tinha
acabado de ler as manchetes do
dia quando recebeu a reportagem do B RASIL E CONÔMICO em
seu apartamento.
Sua avaliação sobre os desdobramentos eleitorais do episódio da quebra do sigilo de Verônica Serra é cautelosa e prag-
2010
Para o principal
dirigente do PPS,
episódio da quebra
de sigilo da filha
de Serra não tem
potencial para
‘virar o jogo’ da
campanha eleitoral.
“Não tem a carga
emocional dos
aloprados de
2006”, justifica
mática. “Não acho que isso vai
virar o jogo”, resume. Freire
elogiou o discurso duro e emocional de Serra em um evento
do dia anterior, mas ponderou.
“Vou ser franco. Muitas pessoas analisam esse fato como
combustível para a campanha,
mas esse tema não tem a carga
emocional dos aloprados em
2006, por exemplo. Não existe
dessa vez uma fotografia do dinheiro na mesa. Sem a imagem,
o efeito é menor”. Ainda assim,
ele revela que o caso será usado
na campanha de TV e observa:
“Isso sem dúvida estimulou a
militância e até o próprio candidato. Ele se sentiu agredido.
A garra dele será maior agora”.
Fascismo
A palavra mais usada por tucanos e aliados na hora de repercutir o caso tem sido fascismo.
Ex–comunista do PCB e convertido à social-democracia,
Roberto Freire vai mais longe.
Cita uma terminologia marxista para fazer um paralelo entre
Lula e Benito Mussolini. “Mussolini era um líder de esquerda.
Lula quer fazer o mesmo que
ele: uma grande aliança entre o
capital e o lumpesinato (termo
que designa uma camada social
carente de informação) . Ele
também já falou em criar um
grande partido único. Foi essa
aliança que fundamentou o
fascismo”. Freire vai adiante e
cita outro exemplo dessa suposta aproximação. “A atitude
de Lula nessa campanha, de
agredir oposicionistas, como
fez em Pernambuco com Marco
Maciel Raul Jungmann, é fascista. Isso incentiva outras
agressões. Quem garante que
não haverá um atentado?”.
Antes de encerrar a entrevista, Freire ainda faz uma rápida e
ácida análise do desempenho da
oposição nos últimos oitos anos.
“A oposição foi tímida. O
DEM e o PSDB só criticaram a
questão ética (do governo Lula),
mas nunca a econômica. Eles
blindaram mais o (Antonio) Palocci que o (Pedro) Malan (exministro da Fazenda)”. ■
Ex-comunista convertido
à social-democracia, Freire vê
com naturalidade um certo
“paulicentrismo” nas eleições
SOCIAL-DEMOCRACIA
Fusão entre PPS e PSDB pode dar início a um
Independentemente do resultado
das urnas, um debate político
certamente será deflagrado
no ano que vem: a fusão entre o
PPS (Partido Popular Socialista)
e o PSDB (Partido da Social
Democracia Brasileira). O assunto
já foi discutido internamente
diversas vezes entre as duas
legendas. As primeiras conversas
ocorreram em 1994 “por iniciativa
do PSDB”, como lembra Freire.
“Setores do partido defendiam
isso, mas a conversa não avançou
porque o PPS resistiu”, conta. No
ano passado, o projeto ressurgiu,
mas dessa vez por iniciativa dos
socialistas. “O PPS não rejeita
a ideia de fusão, mas isso tem
que partir do maior partido”.
Ex-comunista do PCB, partido
pelo qual disputou a Presidência
Sexta-feira,
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 35de
desetembro,
setembro,2010
2010 Brasil Econômico 13
Divulgação
Carga tributária teve redução em 2009
A carga tributária do país caiu em 2009 para 33,58% do Produto Interno
Bruto (PIB), frente aos 34,41% apurados 2008, segundo a Receita
Federal. É a primeira vez, desde 2006, que ocorre um recuo no indicador.
De acordo com a Receita, a queda está ligada à influência da crise
econômica global na arrecadação e também às medidas anticíclicas
de natureza tributária adotadas ao longo do ano passado, que
reduziram o fluxo de impostos e contribuições destinados ao governo.
AGENDA DO DIA
● IBGE divulga o Produto Interno
Bruto (PIB) do segundo trimestre.
● Aneel faz leilão para construção
de cinco novas linhas de
transmissão em RN, BA e CE.
● Banco Espírito Santo de
Investimento promove debate
sobre a economia na era pós-Lula.
Antonio Milena
O TEMPO PASSA, O TEMPO VOA
Fotos: arquivo pessoal
No Recife, Roberto Freire faz campanha para
a vaga de deputado federal pelo MDB, em 1978
Vencedor, foi o único parlamentar a subir à tribuna da Câmara
para contestar a “eleição” de governadores e senadores biônicos
Em 1989, disputou a Presidência pelo PCB. Enfrentou figuras
como Mário Covas, Lula, Leonel Brizola e Fernando Collor
realinhamento político na era pós-Lula
contra Lula, Collor e Brizola
em 1989, Freire foi o principal
responsável pela transformação
da legenda em social-democrata.
A mudança definitiva aconteceu
em 1992, quando o PCB organizou
um grande congresso e mudou
de nome para PPS. Uma facção
da legenda resistiu e “refundou”
o PCB, hoje um partido nanico.
A inspiração foi o colapso do
socialismo na Europa e a
reformulação programática
e ideológica do então mais forte
partido comunista da região, o
PCI (Partido Comunista Italiano),
que passou chamar-se PDS
(Partido da Esquerda, na sigla
em italiano). “Eu defendi em 1992
que o nome do nosso partido
fosse PDE (Partido Democrático
da Esquerda), mas fui voto vencido
e o nome ficou PPS”, lembra Freire.
Apesar de reconhecer que PSDB
e PT bebem hoje na mesma fonte
teórica, a social-democracia, ele
rechaça a ideia de aproximação
entre os dois partidos. “Haverá
um realinhamento político
no Brasil, mas não entre PT
e PSDB. O que o Lula quer é
criar um grande partido único.
Isso é perigoso”, conclui. P.V.
Ao lado do vereador tucano Floriano Pesaro, Freire em momento
de descontração durante sua campanha atual, em São Paulo
semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
14 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e 3fim
dede
setembro,
BRASIL MOSAICO ELEITORAL
Ricardo Stuckert-PR
Quebra de sigilo
dá novo foco
à campanha
CRISE? QUE CRISE?
Tucanos exploram assunto na TV e petistas
entram com ação contra adversários
Sílvio Ribas, de Brasília
[email protected]
A maior e mais
recente polêmica
da corrida presidencial, envolvendo vazamenELEIÇÕES to de dados da
Receita Federal,
já se incorporou
à campanha do candidato tucano José Serra. Pressionado pela
oposição, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem
que não cogita exonerar o secretário da Receita, Otacílio
Cartaxo, em razão da quebra de
sigilo de cinco contribuintes ligados ao PSDB, incluindo a filha
de Serra, Verônica.
Ao longo do dia, Serra voltou
a criticar supostas manobras da
Receita e do governo para evitar
ou adiar a divulgação de esclarecimentos sobre o episódio. O
comitê de campanha da candidata do PT à Presidência, Dilma
Rousseff, acusada pela oposição
de ser uma das responsáveis
pela quebra de sigilo, manteve
silêncio inicialmente. Mas depois, o PT anunciou que entrará
com mais duas ações contra
Serra envolvendo o caso.
O secretário-geral do partido, deputado federal José
Eduardo Cardozo (SP), informou que as ações visam condenar por crime eleitoral as declarações que vinculam o PT e a
campanha. Mesmo argumento
será usado para abrir ações criminais contra Serra e o senador
Sérgio Guerra, presidente do
PSDB. O ministro das Relações
Institucionais, Alexandre Padilha, chamou de “golpe” o pedido de retirada registro da
candidatura de Dilma.
Serra, por sua vez, usou seu
programa do horário eleitoral
gratuito de TV para criticar duramente a quebra de sigilo fiscal
da filha. Após se reunir em São
Paulo com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, ele
voltou à carga e disse a jornalistas que o governo e o PT estão
“blindando Dilma” e “não ape-
Polícia Federal
fará devassa nos
computadores
usados na quebra
de sigilo da Receita
2010
O presidente não passou recibo da crise em torno da quebra do sigilo
de Verônica Serra. Em Foz do Iguaçu, sorriu ao participar da inauguração
do Marco de Proteção de Crianças e Adolescentes da Tríplice Fronteira,
um grande paredão pintado com grafite. Lula abraçou crianças, conversou
com elas, e até cantou com a garotada, claro, o hino do Corinthians.
MAIS NANICAS
1
nas nesse episódio”. A alegação
de que a Receita busca “postergar a investigação” serviu de
base ao pedido de abertura de
ação feito pela coligação de Serra encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A Polícia Federal obteve ontem da Justiça autorização para
fazer devassa dos computadores
usados na quebra de sigilo,
numa agência de Mauá (SP).
Orientada por Lula, Dilma passou a evitar entrar na polêmica
para não render o assunto. O senador Francisco Dornelles (PPRJ) pediu a demissão de Cartaxo. E a presidenciável Marina
Silva (PV) criticou a “omissão”
de Mantega sobre o caso. ■
2
3
Ação contra Dilma é
arquivada pelo TSE
Richa reclama do uso
da máquina pública
Agnelo supera Roriz
no Distrito Federal
O TSE arquivou ontem a ação em
que a coligação liderada pelo
PSDB pedia cassação do registro
da candidatura de Dilma Rousseff
à presidência. O pedido havia sido
feito devido à violação dos sigilos
de pessoas ligadas ao partido.
As provas apresentadas na ação
não demonstrariam que a quebra
de sigilos tenha beneficiado
a candidatura de Dilma.
O candidato tucano ao governo
do Paraná, Beto Richa, disse
ontem que a campanha da
presidenciável petista atuou com
“uso da máquina administrativa,
presidente em palanque oficial,
infrações sucessivas e
aparelhamento da máquina
pública para os companheiros.
“É por isso que falta dinheiro para
investir em infraestrutura”, disse.
Agnelo Queiroz (PT) está seis
ponto à frente de Joaquin Roriz
(PSC) na disputa pelo governo do
DF. Pesquisa do Instituto CB Data,
encomendada pelo jornal Correio
Braziliense e divulgada ontem,
mostrou o petista com 40%
das intenções de voto, contra
34% de Joaquim Roriz (PSC).
O ex-governador busca
seu quinto mandato.
Socióloga e especialista em
pesquisas de opinião, Fátima
Pacheco Jordão vê no cenário
atual (permeado pela discussão
em torno do vazamento de dados
da filha de José Serra pela Receita
Federal) um momento definidor
dos rumos da campanha
presidencial. Segundo ela, se o
eleitor quiser saber mais sobre
essa questão, poderá levar o pleito
para o segundo turno. A socióloga
considera, contudo, que, até 3 de
outubro, quando os brasileiros
irão às urnas, há tempo suficiente
para que a campanha petista
reverta a situação e a questão se
dissolva. Tudo vai depender de
como o eleitorado perceberá
essa questão, avalia Fátima.
BOCA DE URNA
Luiz Prado/AE
FÁTIMA PACHECO JORDÃO
Socióloga e especialista
em pesquisas de opinião
Eleição pode
ser levada para o
segundo turno
Como avalia a mudança no
cenário da campanha que
se dá com essa divulgação
da quebra do sigilo fiscal
de Verônica Serra?
Essa é uma característica do
processo eleitoral brasileiro.
Não é a primeira vez que nos
deparamos com denúncias que
envolvem o propósito de trazer
novas dinâmicas às campanhas
eleitorais em diversos níveis de
disputa. Em alguns casos isso
funciona, trazendo alteração de
rumo. Mas depende muito de
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 35 de
de setembro,
setembro, 2010
2010 Brasil Econômico 15
Sexta-feira,
AE
FUNDO DO BAÚ
Há quatro anos, outro escândalo mudava o rumo das campanhas
Em maio de 2006, a Polícia Federal deflagrou a
operação Máfia dos Sanguessugas. Uma quadrilha
organizada que pretendia desviar recursos destinados à
compra de ambulâncias foi descoberta e desmantelada.
Em meio às investigações, a PF chegou a outro caso
que respingou nas eleições daquele ano: foram presos
Juntos e misturados
em flagrante integrantes do PT que estariam tentando
comprar um dossiê com informações de candidatos
tucanos. A foto do dinheiro envolvido circulou pela
imprensa e afetou as eleições presidenciais. Embora
Lula liderasse a pesquisa para reeleição, perdeu pontos
com a exposição e a eleição foi para o segundo turno.
O candidato do PSDB ao governo
mineiro, Antonio Anastasia, está
exibindo um novo cabo eleitoral
em seu programa de TV: o
ministro do Trabalho, Carlos Lupi,
presidente licenciado do PDT.
No vídeo, ele elogia Anastasia
e fala das parcerias entre tucanos
e o governo do presidente Lula.
O caso é um exemplo típico
do movimento “Dilmasia”.
O PDT está coligado com
Dilma Rousseff (PT) na eleição
nacional em com o PSDB
em Minas. O PSDB também
está usando depoimentos do
prefeito de Belo Horizonte,
Márcio Lacerda, do PSB, que
apóia o PT nacionalmente.
271.890
é o número de eleitores no estado de Roraima, registrados no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Trata-se do menor número de
eleitores do Brasil, que corresponde a 0,2% dos eleitores,
seguido de Amapá (420 mil) e do estado do Acre (470 mil).
“A acusação é genérica.
O problema no Brasil é que
qualquer um pode acusar alguém
sem ter nenhuma prova”
José Eduardo Dutra, presidente do PT.
“Não perguntem quem
é Francenildo Pereira.
Francenildo são vocês.
Somos nós”
José Serra, candidato tucano à Presidência da República,
em referência ao caseiro que teve seu sigilo quebrado pelo PT.
“Exijo respeito
com meu
marido e
minha filha”
Monica Serra, mulher
do presidenciável
José Serra, sobre
a quebra de sigilo de
sua filha, Verônica.
O Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal
defendeu ontem o Fisco, dizendo que o órgão se preocupa com a
“preservação das informações fiscais dos contribuintes, rastreando
e identificando com precisão eventuais acessos indevidos”. A entidade
respondeu ao episódio da quebra de sigilo da filha de José Serra
(PSDB). O presidente do sindicato, Hélio Bernades, estuda entrar com
uma ação de danos morais para compensar a servidora Lúcia de Fátima
Milan, do posto da receita em Santo André, que recebeu o pedido
de cópia de documento falsificado, feito em nome da filha de Serra.
O caso dos precatórios do Pitta
(ex-prefeito de São Paulo, Celso
Pitta, que enfrentou Luiza
Erundina na eleição de 1996, por
indicação de Paulo Maluf), por
exemplo, que aconteceu no fim da
campanha, só foi esclarecido com
ele já cumprindo seu mandato e
cujas informações foram todas
confirmadas. Eu fazia a campanha
da Erundina e via que, naquele
6
7
8
9
0
BRANCO
CORRIGE
CONFIRMA
Tuma, Alencar, Heráclito
e Quércia no hospital
● O hospital Sírio-Libanes, em
São Paulo, reuniu esta semana
uma inusitada frente política.
Além de Orestes Quércia, candidato
ao Senado pelo PMDB, estão
internados lá o senador Heráclito
Fortes, do DEM, com uma infecção
na perna; o vice-presidente José
Alencar, que monitora um câncer
e, Romeu Tuma, candidato
ao PTB ao Senado, que está
na UTI com insuficiência cardíaca.
Heráclito Fortes e José Alencar
devem ter alta em breve.
Marcela Beltrão
Biodiversidade na pauta
● O Movimento Empresarial pela
Conservação e Uso Sustentável
da Biodiversidade, criado para
promover painéis de discussão
entre lideranças empresariais
para a construção de uma
agenda comum sobre o tema,
deverá entregar até 22 de
setembro uma carta ao governo e
aos candidatos à presidência nas
eleições, destinada a acompanhar
a definição de um plano
estratégico do país em relação
à Convenção sobre Diversidade
Biológica (CDB), marcada para
outubro em Nagóia, no Japão.
Manifesto verde
momento, as pessoas não
entendiam direito as informações
que estavam sendo passadas.
Já em 2006, o caso dos
aloprados (veja acima) levou
a eleição presidencial para o
segundo turno e claramente
mostrou que os eleitores queriam
esclarecer algumas coisas.
muitas vezes esse eleitor é
desqualificado pelos marqueteiros
e pela mídia. Como um exemplo
de comunicação bem sucedida
com o eleitor, destacaria a
Campanha Vota Brasil, do TSE.
Quando o eleitor é respeitado
e não considerado com
menosprezo, a comunicação flui.
Que fatores interferem nessa
percepção do eleitor?
E como percebe a comunicação
estabelecida até aqui
pelas campanhas em
torno desta questão?
É imprescindível hoje pensar que
o eleitor está cada vez mais
informado. Nas campanhas que
acompanhei na TV Cultura tive
clareza que a visão do eleitor é
muito positiva e farta. Só que
3
5
Dilma Rousseff, candidata petista à Presidência.
Fotos: Divulgação
Quais exemplos você
destacaria nesse sentido?
2
4
“Em um processo democrático
se pode até perder a eleição,
mas não a dignidade.
Não se pode sacar contra
pessoas nem instituições”
Fiscais da Receita reagem
como o eleitor é comunicado
disso tudo. É a percepção
dele que vai definir como
o processo vai se encaminhar.
DIAS PARA O 1º TURNO
DAS ELEIÇÕES
1
NANICAS
VUVUZELA
Wilson Dias/ABr
FALTAM
Neste caso, o eleitor tanto pode
entender que a Dilma não tem
nada a ver com isso como
também pode achar que ela
esteja escondendo alguma coisa.
Se a questão for percebida dessa
segunda maneira há grande
chance de a eleição ser levada
para o segundo turno. A oposição
pode tomar graus mais duros,
achando que isso derruba o
mundo. Há que se observar como
vão se manifestar as diferentes
instâncias envolvidas na questão.
Há tempo para a campanha
petista reverter essa situação?
Pelo período que ainda temos até
o primeiro turno, há tempo
suficiente para essa questão se
dissolver ou ser esclarecida. Pode
dar em nada. Cláudia Bredarioli
● De carona no assunto do dia,
sobre a quebra de sigilo fiscal
de Verônica Serra, filha do
presidenciável tucano, a candidata
do PV à Presidência, Marina Silva,
lançou ontem uma campanha
na web para que internautas
e demais segmentos da sociedade
se manifestem contra o silêncio
do ministro da Fazenda, Guido
Mantega. “Isso mostra a situação
de descontrole a que chegamos
na Receita Federal. É hora de o
ministro quebrar o silêncio”, disse
ela em vídeo postado em seu site
e no seu blogue. A candidata
ainda repetiu o assunto em
entrevistas durante o dia.
Editada por Carla Jimenez,
Pedro Venceslau e Claudia
Bredarioli, com Sílvio Ribas
[email protected]
semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
16 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e 3fim
de de
setembro,
BRASIL
Henrique Manreza
MERCADO INTERNO
INFLAÇÃO 2
Índice de otimismo do consumidor
atinge maior nível de série histórica
Custo de vida pelo IPC-S tem elevação
em cinco de sete capitais pesquisadas
O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) voltou a crescer
e alcançou o patamar inédito de 119,3 pontos em agosto, de acordo com a
Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em relação a julho, o indicador
que avalia o sentimento do consumidor aumentou 2,1%. Segundo a CNI, a
pontuação foi a maior da série histórica iniciada em 2001, principalmente
pela melhora das percepções sobre o desemprego e a inflação.
Os preços na cidade de São Paulo voltaram a subir na quarta
semana de agosto. O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S)
avançou 0,08% na capital paulista, após apresentar estabilidade no
período anterior. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), em sete
cidades pesquisadas, cinco apresentaram taxas maiores de variações
de preços, entre a terceira e a quarta quadrissemana de agosto.
Hospital em São Paulo:
saúde é a área que apresenta
o maior contingenciamento
União deixa R$ 25 bi de restos a pagar
Para atingir superávit primário, governo federal segura repasses aos gestores públicos e adia o pagamento de
Carolina Alves
[email protected]
Além da estratégia contábil que
o governo vem utilizando em
prol do superávit primário, a
União também tem postergado
o pagamento de bens e serviços
adquiridos do setor privado.
Aparentemente é pouco: menos
de 2% do orçamento. Mas,
quando o valor é revelado, o
imperceptível se torna um problema: cerca de R$ 25 bilhões
por ano. Esse é, em média, o
montante transferido para a
conta de “restos a pagar” do governo federal somando-se os últimos três anos, de 2007 a 2009.
No acumulado desse período,
por exemplo, o saldo é equivalente a todos os repasses previstos em 2010 para programas
voltados à saúde, trabalho e
educação juntos: R$ 73 bilhões,
segundo dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal
(Siafi), do Tesouro Nacional.
Toda a verba já empenhada
do orçamento, que não foi gasta no ano vigente, fica reservada para o exercício seguinte.
Isso acontece, por exemplo,
quando a União destina um
valor para a aquisição de bens
ou serviços que não foram realizados naquele ano. Quando
Divulgação
Celso Grisi
Economista
“É preciso dar ordem
a essa bagunça fiscal.
O Estado não existe para
servir ao governo: é
inviável postergar gastos
para atingir superávit”
concretizados no próximo ano,
o pagamento é efetuado.
“O governo gasta demais e
acaba tendo de fazer malabarismos contábeis para fechar a
conta no azul, a exemplo da
recente aquisição de crédito da
União pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES)”, avalia o
economista Celso Grisi, diretor-presidente do Instituto de
Pesquisas Fractal.
Isso explica, em partes, porque a conta de restos a pagar
deste ano, no acumulado de janeiro a agosto, já está na casa
dos R$ 57 bilhões - valor que representa 4% de uma dotação
orçamentária de R$ 1,5 trilhão.
Os setores mais prejudicados
pelos contingenciamentos são
os de Saúde e Transporte. No
acumulado de janeiro a agosto,
as áreas somam restos a pagar
de R$ 7,3 bilhões e R$ 6,5 bilhões, respectivamente
“Quando as contas fogem da
Lei de Responsabilidade Fiscal,
o pagamento de compras é
adiado. É normal postergar, as
empresas também fazem isso,
mas R$ 20 bilhões por ano é
muito”, complementa Grisi.
Para o economista, as consequências dessa prática recaem
sobre o crescimento. “É um dinheiro que poderia ser utiliza-
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 3
5 de setembro, 2010 Brasil Econômico 17
Sexta-feira,
Evandro Monteiro
CENÁRIO ECONÔMICO
ELETRICIDADE
Produção da indústria registra alta
em metade das regiões do país
Carga de energia no sistema elétrico
nacional mostra crescimento de 8%
A produção industrial regional subiu em sete das 14 regiões
pesquisadas em julho pelo IBGE, na comparação com junho. Segundo
o instituto, a maior expansão na atividade industrial foi registrada em
Goiás (10,3%). Outros locais que também mostraram aumento foram Bahia
(3,6%) e Rio Grande do Sul (3,3%). Já as maiores baixas aconteceram
em no Paraná e em Santa Catarina, ambos com recuo de 2,9%.
A carga de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) cresceu 8,1%
em agosto deste ano ante igual intervalo do ano passado, segundo
o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Na comparação entre
o período de janeiro a agosto de 2010 e o mesmo intervalo de 2009,
o crescimento verificado foi de 10%. Segundo o ONS, o crescimento
está “associado ao comportamento de alta da produção industrial”.
Antonio Milena
ENTREVISTA ALEXANDRE MOTTA Economista e pesquisador da Unicamp
ACUMULADO
R$
79 bi
é o valor de restos a pagar
acumulados até dezembro de
2009. O valor é acumulativo com
todos anos anteriores, dos quais
2009 contribuiu com R$ 29 bi.
DÍVIDA
R$
107,5 bi
é quanto a União deixaria de
restos a pagar para 2011 caso
o exercício contábil terminasse
hoje, levando-se em conta os
gastos e pagamentos de 2010.
PARCELA
2%
do orçamento foi para a conta
de restos a pagar nos últimos
três anos. Em 2010, esta parcela
já atinge 4%, valor que pode
mudar ao longo do exercício.
por ano
bens e serviços ao setor privado
do para investir, para promover
desenvolvimento econômico e
social”, ressalta.
Qualidade
Além do próprio adiamento
dos pagamentos ao setor privado, outro fator que gera
“restos a pagar” é o repasse
tardio da União aos gestores
públicos. “Para atingir a meta
de superávit, o governo segura
as dotações, que são largamente liberadas nos últimos
meses do ano. Com isso, os
ministérios têm pouco tempo
para administrar os recursos e só conseguem gastar quando
o exercício chega ao fim”, afir-
ma o consultor de políticas públicas Rudá Ricci.
A prática, porém, gera prejuízos que transcendem a matemática. “Para otimizar o tempo, os
gestores acabam fazendo mais
pregões eletrônicos - um processo que dura, em média, 15
dias. Dessa forma, saem comprando adoidados para garantir
orçamento futuro - o que reduz
muito a qualidade dos gastos”,
analisa o economista Alexandre
Ribeiro Motta, ex-subsecretário
do Ministério do Planejamento.
Se as pastas não utilizam a dotação que recebem da União, correm o risco de ter a verba reduzida no próximo exercício. ■
A cada R$ 1 gasto,
R$ 0,25 é desperdício
Para economista, país ainda adota modelo “corruptocêntrico de gestão”
Divulgação
Subsecretário do Ministério do
Planejamento em 2004, Alexandre Motta utiliza sua experiência
no cargo para analisar o modelo
de gestão de compras públicas no
Brasil. Em tese de mestrado da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ele compara o
padrão nacional com o americano, que incorporou a experiência
do setor privado na estrutura gerencial dos ministérios na década
de 1990. “O governo brasileiro é
muito primário na hora de gastar.
A Lei de Responsabilidade Fiscal
trouxe um modelo de gestão de
recursos, mas até hoje não conseguimos criar um realmente eficiente”, avalia. Confira abaixo
trechos da entrevista.
O que torna o modelo de gestão
brasileiro pouco eficiente?
Enquanto o mercado já percebeu que a eficiência vem de planejamento e de gestão de contratos, o setor público continua
a bater na tecla da escolha do
fornecedor. Isso porque é um
sistema “corruptocêntrico”, ou
seja, cria leis em cima de leis
para combater desvio de recursos. Mas não é daí que vem o
grosso do gasto excessivo (e de
baixa qualidade). Posso afirmar
que a cada R$ 1 gasto pelo governo, R$ 0,25 é desperdício.
Vem da má gestão de compras,
principalmente. Falta treinamento e qualificação da equipe.
E a corrupção?
Há dois tipos de desperdício: o
ativo, feito com o propósito de
corrupção, e o passivo, que vem
de incompetência. Na Itália, estudos indicam que 83% do desperdício do dinheiro público é
passivo. Suponhamos, absurdamente, que o Brasil seja três vezes mais corrupto. Mesmo combatendo isso, ainda temos metade do problema. Sim, existe o
desvio de recursos, mas não podemos deixar de lado o desperdício pela ineficiência. Ninguém
elimina homicídio falando que
isso é crime. Não é com legislação que se resolve a corrupção.
Como melhorar o modelo?
As empresas privadas de grande
Alexandre
Motta: governo
é primário na
hora de gastar
“
O modelo americano
estipula metas.
Se você não atinge,
não importa se é
porque roubou ou
é incompetente,
você está na rua.
Quando uma meta
é criada, reduz-se
o custo, eleva-se a
receita e combate-se a
corrupção. Três em um
porte fazem um controle rígido
de custos, pois, levando-se em
conta o conceito básico de lucro, quanto menor a despesa,
maior o ganho. Embora o objetivo do governo não seja o lucro,
quanto menor o resultado, menor o investimento em bem-estar. A questão nem entra no
mérito de reduzir despesas, mas
de gastar melhor o dinheiro.
O que o sistema americano
tem a ensinar ao brasileiro?
Nos EUA foi instituído por lei o
cargo de Chief Aquisition Officer
(CAO), uma pessoa responsável
pela gestão de compras do governo, subordinada diretamente ao
ministro. A posição, porém, não
pode ser ocupada por um servidor de carreira, pois o objetivo é
trazer alguém do setor privado
para o público. Aqui no Brasil, o
encarregado por compras tem um
cargo de confiança - uma pessoa
que geralmente não conhece gestão estratégica. Outra diferença
fundamental é que o modelo
americano estipula metas. Se
você não atinge, não importa se é
porque roubou ou é incompetente, você está na rua. Quando uma
meta é criada, reduz-se o custo,
eleva-se a receita e combate-se a
corrupção. Três em um. ■ C.A.
18 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e 3fim
dede
setembro,
semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
INOVAÇÃO & TECNOLOGIA
SEGUNDA-FEIRA
TERÇA-FEIRA
EDUCAÇÃO
EMPREENDEDORISMO
Robô canadense atuará
contra bombas na Copa
Polícia Federal investe R$ 7 milhões em equipamentos que incluem também trajes
antifragmentos e tendas com espumas especiais para detonação de explosivos
Carolina Pereira
[email protected]
Mesmo que os assuntos mais noticiados com relação à preparação
do Brasil para a Copa do Mundo
de 2014 sejam a substituição do
técnico Dunga por Mano Menezes e a construção de novos estádios de futebol no país, os preparativos passam também por
outras áreas, como a de segurança. Por isso, para intensificar
as políticas antiterrorismo, a Polícia Federal anunciou a aquisição de novos equipamentos tecnológicos focados na prevenção
de ataques por bombas.
A compra inclui um robô que
detona bombas a distância com
jato d’água, traje antifragmentos para proteger os peritos que
desmontam artefatos explosivos e uma tenda, parecida com
uma barraca de camping, que
possui uma espuma especial e é
utilizada para implosões de objetos suspeitos feitos com canhões ou granadas. Segundo o
perito criminal federal Adauto
Pralon, ao todo foram investidos US$ 4 milhões em equipamentos e viaturas especiais, o
equivalente a R$ 7 milhões, mas
o investimento vai atingir cerca
de R$ 17,5 milhões até 2014.
As viaturas compradas se diferem das convencionais por serem maiores e possuírem geradores de energia e equipamentos de iluminação acoplados. Os
carros também têm a parte elétrica adaptada para poder dis-
Os robôs antibombas
se movem sobre
esteiras e possuem
sistema de
transmissão
digital de dados
com alcance
de 200 metros.
Podem ser usados
também para ações
em ambientes
inóspitos e
sondagem em locais
de alto risco
ponibilizar tomadas necessárias
para ligação dos equipamentos.
A principal aquisição, o
robô, se move sobre esteiras,
como trator, e possui um sistema de transmissão digital de
dados e pode agir em um raio de
200 metros sem perder comunicação com os policiais. Os robôs são fabricados pela empresa
canadense Allen Vanguart e
custam US$ 860 mil cada, cerca
de R$ 1,5 milhão. Foram comprados três até agora.
O investimento inclui três
unidades antibomba completas,
sendo que duas estão em Brasília
e uma no estado do Rio Grande
do Sul, e incluem, além do robô,
a viatura especial, as roupas de
proteção e as barracas de detonação. A meta, segundo Pralon,
é contar com uma unidade dessas em cada uma das doze cidades sede da Copa.
equipamento portátil de raio-x
on-line, comprado da empresa
israelense Vidisco, que também
pode ser acoplado ao robô antibomba, se necessário. Dessa
forma, é possível radiografar
objetos suspeitos e checar o
que há dentro deles por meio
do notebook, que reproduz as
imagens. Dessa forma, não há
gastos com a impressão de chapas, o que ocorria antes da
compra do aparelho. ■
CUSTO TOTAL
R$ 17,5 mi
Devem ser gastos, até 2014,
nos equipamentos antibomba
que incluem robôs, roupas
especiais antifragmentos,
tendas de detonação e viaturas.
VIATURAS
Outras utilidades
Pralon afirma que, apesar das
compras de equipamentos antibomba terem como foco a segurança durante a Copa do Mundo
de 2014 e Olimpíada de 2016, os
aparelhos serão utilizados também em outras ocasiões para,
por exemplo, executar ações em
ambientes inóspitos para seres
humanos e fazer sondagem em
locais de alto risco.
Outra novidade tecnológica
adquirida pela Polícia Federal e
prevista para ser utilizada também em outras oportunidades
além dos eventos esportivos é o
R$
1,5 mi
é o valor aproximado que a
Polícia Ferderal pagou em cada
uma das três viaturas equipadas
com equipamentos antibomba
adquiridas até hoje.
EXPECTATIVA
12
unidades
dos veículos do Grupo
Antibombas, equipados
com os robôs, roupas
e tendas, devem ser
adquiridas até o início da
Copa do Mundo, em 2014.
Reprodução
FICÇÃO X REALIDADE
Roupa antifragmento é similar
às do filme Guerra ao Terror
Segundo o perito criminal federal Adauto Pralon,
a realidade da segurança pública brasileira não
está tão distante da ficção hollywoodiana.
Pralon afirma que as roupas antifragmentos
compradas pelo Brasil da empresa canadense
Allen Vanguart são as mesmas que as
utilizadas no filme Guerra ao Terror,
vencedor do Oscar de melhor filme desse ano.
A vestimenta é tão importante no roteiro
que o título original, The Hurt Locker,
ou Armário da Dor, em português, faz alusão
às roupas, comparando-as com armários.
O robô antibomba, que aparece em
várias cenas do longa metragem, no
entanto, é “menos versátil que o nosso”,
diz o especialista da Polícia Federal.
Dirigido por Kathryn Bigelow, o filme retrata
um esquadrão antibombas do Exército
americano formado por três soldados em
missão no Iraque. O foco do grupo é desarmar
explosivos encontrados em áreas civis do país.
Sexta-feira,
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 3
5 de setembro, 2010 Brasil Econômico 19
QUARTA-FEIRA
QUINTA-FEIRA
GESTÃO
SUSTENTABILIDADE
Divulgação
Murillo Constantino
HERBERTO
YAMAMURO
Presidente da Nec Brasil
Cresce a importância de
TI na Copa do Mundo
Viatura e robô antibombas
comprados pela Polícia Federal
com foco na Copa do Mundo
O Brasil está cada vez mais no foco dos holofotes internacionais devido à sua economia e projeção mundial crescente. O país precisa aproveitar este momento de modernização e criar diferenciais para sediar os grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo de 2014. E em um mundo
globalizado, no qual as tecnologias avançam numa curva
exponencial, a Tecnologia da Informação e Comunicação
(TIC) desempenhará um papel fundamental para o sucesso.
O setor de TI e Telecom deverá investir mais de US$ 30
bilhões anuais nos próximos anos. O governo terá um
papel preponderante de dar suporte para emplacar projetos importantes, como no caso da licença para tecnologia 4G, alinhando a questão de atender os milhares de
turistas que deverão desembarcar em 2014 com terminais 4G, vindos de todas as partes do mundo.
Não escaparemos da necessidade de realizar grandes
investimentos para tais eventos e o mais importante é
desenvolver serviços à população que tenham continuidade após os grandes eventos que façam uso desses investimentos, já que é evidente a adesão dos brasileiros às
novas tecnologias e suas aplicações. Os projetos precisam adotar o conceito de inovação e desenvolvimento
em seu embrião para ser possível universalizar os serviços e garantir o retorno
sobre os investimentos.
Tais investimentos
Função de sediar
precisam ser planejados
eventos esportivos
de forma inteligente, de
modo a apresentarem
será agregada à de
um retorno que vá além
uma arena cultural
das funções utilizadas
para receber shows no momento da Copa.
Um exemplo é o The O2,
e apresentações
um complexo multiesdiversas que terão
portivo localizado em
por finalidade
Londres, na Inglaterra, a
ser utilizado para a
garantir o retorno
Olimpíada de 2012. Traao investimento
ta-se de uma arena
multifuncional, com infraestrutura completa
de TI, cinemas com projetores 3D, arenas de shows, restaurantes e lojas com cobertura de rede e comunicação
unificada para garantir o retorno do investimento e ainda
estimular a atividade cultural e social na cidade. O complexo de entretenimento também conta com tecnologia de
radiofrequência (na sigla em inglês RFID) para diversas
soluções, como cartões inteligentes de controle de horário
e presença e também pagamentos eletrônicos sem caixa,
ou ainda, um programa de fidelidade.
Esse conceito também pode ser aplicado no Brasil,
que precisa se adaptar à alta demanda por conectividade
durante estes eventos, mas que sejam aproveitados após
o término dos jogos de forma perene e sustentável. Ou
seja, em vez de o estádio ter apenas a função de sediar os
eventos esportivos, é necessário que ele tenha condições
de se transformar em uma arena cultural, que possa funcionar em outras ocasiões para receber shows e apresentações diversas. O objetivo é maximizar o uso destes estádios, propiciando multisserviços para a comunidade e
auferindo retornos adicionais para os investidores.
A demanda por comunicação de super banda larga será
intensa durante os jogos da Copa do Mundo, uma vez que
os espectadores irão trafegar dados e acessar diversos assuntos ao mesmo tempo, o que aumenta o interesse do
público por soluções de alta capacidade. O objetivo deve
ser aproveitar essa oportunidade para realizar um salto
qualitativo de desenvolvimento e modernização na infraestrutura do Brasil e que isto sirva de um novo alicerce
para trazer mais investimento e prosperidade, gerando
um efeito de espiral positivo para as futuras gerações. ■
semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
20 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e3fim
de de
setembro,
ENCONTRO DE CONTAS
LURDETE ERTEL
Glyn Kirk/AFP
Solteirice no paraíso
Consumado o divórcio de
sua mulher Elin Nordegren,
o golfista Tiger Woods começa
a dar as primeiras tacadas
práticas para tocar a vida.
Segundo a mídia americana,
o desportista mais bem
pago do mundo acaba de
assinar uma hipoteca de
US$ 54,5 milhões para
concluir as obras da
mansão que o casal estava
construindo em Jupiter,
uma ilha da Florida.
Woods deu entrada na
documentação como “solteiro”,
comprometendo-se a pagar
a hipoteca em cinco anos.
A propriedade chegou a
entrar na negociação do
divórcio do casal, mas a
ex-modelo abriu mão da
casa, que já está em fase
final de construção.
Localizado a poucos metros
do mar, o imóvel tem várias
edificações, além de quadra
de tênis, sala de terapia de
oxigênio, diversas piscinas e
um ginásio com equipamentos
de última geração.
A megamansão está sendo
esparramada em uma área
que Woods comprou há alguns
anos, por US$ 45 milhões.
A ilha é a moda da hora entre
famosos e endinheirados
dos Estados Unidos. Já tem
casa ali celebridades como
a cantora Celine Dion,
o ator Burt Reynolds e o
também golfista Nick Price.
Bertrand Langlois/AFP
A elite do vinho mundial
vai se esparramar em
São Paulo em novembro.
A capital será sede
do encontro anual do
Primum Familiae Vini
(PFV), que reúne 11 das
principais vinícolas
familiares do mundo.
Todos os anos, o grupo
promove o seu jantar
de degustação de gala
em lugares de crescente
interesse pela vinicultura.
E para 2010 elegeu
a América do Sul.
O evento, no Jockey Club,
será organizado pela
Geo, empresa criada
pela Globo e RBS. Preço
do convite: R$ 2,5 mil.
“Michael
fez questão
de contar
diretamente
para os filhos
sobre a doença.
A pior parte
para mim é
ver a fadiga,
porque Michael
nunca está
cansado.
Se tem algo
que ele tem
de sobra,
é força”
Catherine Zeta-Jones , atriz,
sobre o câncer do marido,
Michael Douglas, em
entrevista à revista People.
▲
Nata do
vinho
Todas asmulheres
do presidente
Na semana em que teve
sua mulher chamada
de “prostituta” por um
jornal do Irã, o presidente
da França, Nicolas
Sarkozy, anda tendo
dor de cabeça também
com outra publicação
que fala de seu harém.
As mulheres da vida
do líder francês viraram
história em quadrinhos.
O álbum “Sarkozy et
ses femmes” (Glénat/
Drugstore) é dividido em
capítulos comandados
pelas figuras femininas
que marcaram a
trajetória do presidente —
inclusive, aliadas e
adversárias políticas.
A lista começa por Dadu,
sua mãe. O ponto alto,
no entanto, é a ex
Cecilia Ciganer, neta do
compositor Isaac Albeniz.
E, claro, a cantora e
ex-modelo Carla Bruni.
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 3
5 de setembro, 2010 Brasil Econômico 21
Sexta-feira,
Paulo Vitale
MARCADO
Lugar da moda
A Neogama/BBH estará presente na edição deste mês da Men´s Health, como
cenário do editorial de moda, que retrata o dia-a-dia de um jovem e moderno
executivo. As fotos, de Paulo Vitale, mostram o modelo Rafael Cappellari em
meio às instalações da agência. Não é a primeira vez que a arquitetura da
Neogama, projetada por Guilherme Paoliello e André Vainer, atrai produtores
de moda. A sede já ambientou especial para a revista Elle, campanha da
Arezzo e serviu de cenário para a minissérie Som & Fúria, da TV Globo.
● O Rio de Janeiro vai sediar,
entre os dias 13 e 15 de setembro,
o XVI Fórum Internacional de
Logística e a 11ª Expo Logística. Este
ano, o evento vai integrar o Fórum
sobre Infraestrutura Logística
no Brasil e o Fórum Global sobre
Sustentabilidade na Logística.
[email protected]
Fotos: divulgação
Independência fora
Conto de
luxo africano
O feriado é da independência
do Brasil, mas, pelo jeito,
vai ser comemorado fora dele.
Países vizinhos como Argentina,
Uruguai e Chile devem receber
uma revoada de turistas
brasileiros, a contar pelo
assédio a voos de companhias
aéreas que operam na região.
Na Pluna, que voa para seis
cidades do Brasil, a ocupação
para o feriado de Sete de
Setembro já está em 95%.
Só a capital uruguaia é
responsável por 60% da procura.
A bisneta do famoso escritor
Ernest Hemingway, a modelo
Dree Hemingway, de 22 anos,
está escrevendo sua história
no mundo da moda. Agora, a
loira é a estrela de uma nova
campanha temática para a
grife de luxo Louis Vuitton.
Inspirada nos contos africanos
de Hemingway, a escolha
da locação para as fotos
remete a um Safari.
A nova campanha Vuitton
destaca itens de viagens feitos
à mão, e foi toda rodada na
África. Clicada por Carter
Smith, Dree exibe, ao lado
de um jovem e bonito rapaz,
bolsas, malas, revistas,
relógios, cobertores, óculos,
jóias, roupas e alguns itens
de bagagem Vuitton vintage.
A modelo também emprestou
sua beleza para a casa de
moda italiana Gianfranco
Ferré no início deste ano,
e na sequência para a
Abercrombie & Fitch e DKNY.
Rumo ao Norte
Um grupo de cinco finlandeses
desembarcou nesta segunda-feira
no Brasil para uma missão
prazerosa: comprar 15 mil
garrafas de vinhos brasileiros.
Os finlandeses escolheram nove
vinícolas do país para conhecer
e selecionar os produtos: Aurora,
Casa Valduga, Lidio Carraro,
Miolo, Panceri, Pizzato, Piagentini,
Salton e Villagio Grando.
O lote brasileiro será vendido
em um festival de vinhos
direto para o consumidor, a ser
realizado em Kuopio, na Finlândia,
no próximo verão deles.
Treinando craques
GIRO RÁPIDO
Três é demais!
A Lança Perfume lança sua
nova coleção estrelada por
três tops internacionais.
A australiana Catherine McNeil,
a holandesa Marloes Horst,
e a estoniana Karmen Pedaru
esbanjam sensualidade
e estilo nas fotos. As peças
foram divididas em quatro
temas: Tropical, Splash,
Deserto e Sexytude.
Mercado carioca
A 2GET, consultoria
especializada no recrutamento
de executivos de alta gerência,
inaugura este mês seu novo
escritório no Rio de Janeiro.
Guilherme Brandão, Adrian
Tsallis, Paulo Mendes e
Eduardo Baccetti comandam
a nova unidade.
Triunfante
Os jogadores Bernardinho e
Giba, os melhores do mundo
por muitos anos, têm participado
de reuniões com executivos
da Suzano Papel e Celulose.
Nos encontros, a jogada é passar
sua experiência e sua capacidade
de superação, para estimular
o desempenho do time de
comando do grupo de celulose,
que está investindo mais de
R$ 8 bilhões para dobrar
sua capacidade de produção
nos próximos quatro anos.
A Triunfo Propaganda
acaba de ganhar a conta da
Eurofarma para trabalhar o
lançamento da Atorvastatina,
versão genérica do Lipitor,
medicamento de combate
ao colesterol, mais vendido
de todos os tempos.
Apoio à família
Atrás das lentes
Ronaldo Fenômeno é a estrela
da nova campanha do patrocinador
oficial do Corinthians e visitou
a fábrica do laboratório de
medicamentos Neo Química
para a gravação da campanha
institucional da marca.
Desde o início de 2010, a Neo
Química estampa a camisa do time
alvinegro, junto com as marcas
Bozzano — da qual Ronaldo também
é garoto-propaganda —, Avanço e
Assim. Durante a sessão de fotos,
o atacante do Corinthians fez
questão de aprender um pouco
sobre o processo de fabricação
dos medicamentos. Na manhã
anterior, o craque também posou
para outras fotos no estúdio
do fotógrafo André Schiliró.
Bianca Rinaldi fez questão de
marcar presença no estande
da Apaf — Associação Paulista
de Apoio à Família — no
Athina Onassis International
Horse Show, no Rio. Durante
a visita, a atriz comprou uma
das camisetas à venda na loja,
criadas especialmente para
o AOIHS. Toda a renda adquirida
foi revertida para apoiar
os projetos da instituição.
Com Karen Busic
[email protected]
22 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e3fim
de de
setembro,
semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
EMPRESAS
Burger King
rende-se ao
domínio brasileiro
Rede é a segunda maior do
mercado americano, perdendo
apenas para o McDonald’s
Ícone americano é comprado pelo 3G Capital, fundo de
Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Alberto Sicupira
Pela segunda vez, a trinca de
brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Hermann Telles
e Carlos Alberto da Veiga Sicupira, sócios da 3G Capital,
toma posse de um símbolo
americano. A compra da rede
de lanchonetes Burger King,
por R$ 5,69 bilhões, ocorre
dois anos depois da aquisição
da cervejaria Anheuser-Busch,
dona da marca Budweiser, pela
companhia belgo brasileira
Inbev, a maior cervejaria do
mundo que controla a Ambev.
Seguindo a linha de negócios
superlativos, eles agora buscam
o controle da segunda maior
rede de lanchonetes dos Estados Unidos, sediada em Miami,
e que só fica atrás do McDonald’s em tamanho. Para Adir
Ribeiro, sócio da Praxis Education, consultoria especializada
em varejo, e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), a
estratégia dos sócios da AB
Inbev lembra a aquisição da
Pizza Hut pela Pepsico. “Com o
Burger King, a indústria de bebidas de Jorge Paulo Lemann
terá um excelente canal de distribuição de seus produtos no
mundo”, afirma o consultor.
A oferta pela cadeia de fast
food representa nove vezes o
valor do lucro antes dos impostos, taxas, depreciações e amortizações (Ebitda) no último ano.
O anúncio elevou o preço das
ações da rede para o equivalente
a R$ 41,86 ontem, um aumento
de 46% ante 31 de agosto, antes
do acordo ser concluído. A TRG
Capital LP, Goldman Sachs Capital Partners e Bain Capital Investors possuem juntos 31% das
ações do Burger King e colocaram seus papéis à disposição da
oferta, que deve começar em 17
de setembro. O valor total do
negócio sobe para R$ 6,98 bilhões, considerando-se as dívidas que serão assumidas pelo
fundo de investimento.
Retração do mercado
O Burger King perdeu mercado
por dois anos consecutivos, por
“
Com o Burger King, a
indústria de bebidas
de Jorge Paulo
Lemann terá um
excelente canal de
distribuição de seus
produtos no mundo
Adir Ribeiro,
sócio da Praxis Education e
professor da Fundação Getulio
Vargas
causa da crise econômica. A recessão nos Estados Unidos levou a uma mudança de hábito
dos consumidores, que reduziram a frequência das refeições
fora de casa. E a marca tem
apresentado uma recuperação
mais lenta que o seu maior rival, o McDonald’s. A explicação do analista Tom Forte, do
Telsey Advisory Group de Nova
York, é de que a clientela do
Burger King sofreu mais com a
recessão. “Os maiores consumidores da rede são os jovens
do sexo masculino, que compõem o grupo com uma maior
taxa de desemprego”, diz Forte.
Resultados
Cerca de dois terços do faturamento do Burger King vêm dos
Estados Unidos e Canadá. A cadeia também opera na América
Latina, Europa e parte da Ásia.
As vendas totais do grupocaíram
1,4% no último trimestre, somando o equivamente a R$ 4,36
bilhões. Analistas afirmam que
era um momento oportuno
para a empresa fechar seu capital, quatro anos depois da
abertura, com uma oferta de
cerca de R$ 29,6 por ação.
Durante a transição, o presidente do Burger King, John
Chidsey, continuará no cargo,
de acordo com o comunicado
da empresa. “ A marca Burger
King é uma das mais reconhecidas do mundo e estamos satisfeitos que o 3G Capital reconheceu o valor que criamos ao
revitalizar a marca e ampliar as
operações nos últimos sete
anos”, diz Chidsey. ■ Redação
Jonathan Fickies/Bloomberg
com agências internacionais
MONTANTE
TOTAL
R$
5,69 bi
Valor que será pago pelo fundo
R$
6,98 bi
É quanto chegará a transação
de investimentos 3G Capital,
sediado em Nova York, pelas
ações da rede. Em moeda
americana, o valor é US$ 3,26 bi.
da rede de lanchonetes,
incluindo-se as dívidas
da empresa, que não vinha
apresentando bom desempenho.
A 3G Capital é acionista
também da brasileira
Ambev, que detém as
marcas Skol e Brahma
Sexta-feira,
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 3
5 de setembro, 2010 Brasil Econômico 23
Divulgação
Fundação Vale cria centros de apoio rural
A Fundação Vale inaugurou a Estação do Conhecimento de Parauapebas,
sudeste do Pará, na área de proteção ambiental do Igarapé Gelado.
Essas estações (serão criadas 18 em todo o Brasil até 2012) reúnem
atividades de educação, esportes, cultura e iniciativas ligadas à
produção local sustentável. No caso de Parauapebas, foram criados
núcleos de apoio ao produtor rural, com laboratórios para o processamento
de produtos, como leite, frutas e hortaliças, para comercialização.
Scott Olson/AFP
FRANQUEADOS
A venda da rede
repercute no Brasil
e na região
Os executivos que comandam
a operação na América do Sul
receberam bem a notícia da venda
do Burger King. “Estamos muito
felizes”, diz Pedro Estevan, gerente
de desenvolvimento para a região.
Para os franqueados, no entanto,
ainda é cedo para avaliar. “Tivemos
uma reunião com a corporação na
última quarta-feira, mas não
conversamos sobre a venda”, diz
Guilherme Batalha, dono da BGK,
uma das empresas responsáveis
pela expansão da marca no estado
de São Paulo. Ontem, Batalha
recebeu um comunicado sobre
a transação, mas afirma que
ainda não há qualquer agenda
para discutir os novos passos
da operação no Brasil com
os franqueados. Enquanto isso,
Batalha segue com seu plano de
expansão de abertura de 12 lojas
por ano. “O Brasil passou muito
bem pela crise e nossos planos são
de crescimento, ao contrário do que
vinha acontecendo com o Burguer
King em outros países”, afirma.
Para Adir Ribeiro, sócio da Praxis
Education, consultoria especializada
em varejo, e professor da Fundação
Getulio Vargas (FGV), a expansão
do Burger King no Brasil é lenta
em função da adoção do sistema
chamado de desenvolvedor de área.
“Eles deixam grandes regiões
do país nas mãos de um único
investidor, quando o mais comum
é que um master-franqueado seja
responsável por conceder
aberturas de lojas a diferentes
investidores”, diz. Cintia Esteves
Trio de investidores tem história bem
sucedida de recuperação de negócios
Aposta em talentos
de companhias adquiridas
é uma das receitas de
sucesso dos novos investidores
da rede americana
Ruy Barata Neto
[email protected]
Jorge Paulo Lemann, Marcel
Telles e Carlos Alberto Sicupira,
sócios majoritários do fundo de
investimento 3G Capital, estão
habituados a comprar grandes
ícones de mercado de consumo
e, depois, recuperá-los. O caso
mais emblemático é o da Lojas
Americanas, adquirido pelo
Banco Garantia, instituição
que pertenceu ao trio até 1998.
A aquisição da rede varejista tornou-se um dos principais negócios dos empresários no Brasil.
Hoje é a maior do comércio eletrônico na América Latina, desde
a fusão da Americanas.com com
o Submarino, associação na qual
resultou a holding B2W. A empresa, desde o ano passado, vem
trabalhando no processo de internacionalização e agora pode
se associar a uma grande companhia americana.
O negócio segue os passos dos
investimentos no segmento cervejeiro. Depois de comprar a
Brahma e depois a Antartica
(formando a Ambev), os sócios
“
O grupo que
está comprando
o Burger King
já mostrou que
é eficiente em
pegar empresas
em dificuldades
e colocá-las
nos trilhos
Nuno Fouto,
coordenador de
pesquisa da FIA/USP
concretizaram, em 2004, a fusão
da empresa com a companhia
belga Interbrew. Com o negócio,
os investidores tornam-se donos
de 25% da maior cervejaria do
mundo que foi chamada de
Inbev. Em 2008, a empresa virou Anheuser-Busch Inbev com
a compra do grupo americano
dono da cerveja Budweiser.
“O grupo que está comprando o Burger King tem uma
competência operacional forte. E já mostrou que é eficiente
em pegar empresas, especialmente do setor de consumo,
que estão em dificuldades, e
colocá-las nos trilhos”, diz
Nuno Fouto, coordenador de
pesquisas da FIA/USP. “Mesmo atuando em fundo diferente, não podemos esquecer da
compra e recuperação das Lojas Americanas. Acredito que
este tipo de movimento deve
começar a acontecer com mais
frequência”, afirma.
Um dos principais trunfos
dos sócios é a preservação de talentos das suas companhias. A
3G Capital, por exemplo, sediada em Nova York, é administrada pelo diretor e sócio Alexandre Behring, que trabalha na
empresa desde 2005 depois de
atuar na GP Investimentos, que
foi vendida para os ex-funcionários de Lemann. ■
semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
24 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e 3fim
dede
setembro,
EMPRESAS
André Penner
SUCROALCOOLEIRO
Previsão recorde na safra de cana garante
oferta de etanol no país, diz ministério
A previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) da safra
que está sendo moída pela indústria neste ano é de 651,51 milhões de
toneladas. Se confirmada, haverá alta de 7,8% na produção total em
relação ao ciclo 2009/2010, alcançando recorde nacional. Segundo
o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura,
Manoel Bertone, a projeção garantirá a oferta de etanol para todo o país.
Murillo Constantino
Tânia Sassioto, gerente de inovação
da Diageo, aponta o tamanho da
comunidade oriental do país como
vantagem para o lançamento no Brasil
Diageo lança saquê e ensina
receitas a bares e restaurantes
Fabricante detém marcas famosas de bebidas alcoólicas como Johnnie Walker, Smirnoff e Guiness
Fábio Suzuki
[email protected]
A fabricante multinacional de
bebidas Diageo escolheu o Brasil para lançar o primeiro saquê
de seu portfólio, o Jun Daiti. A
companhia pretende desenvolver o segmento aproveitando a
alta no consumo deste tipo de
bebida no país, que nos últimos
cinco anos obteve crescimento
médio de 30%. A iniciativa ocorre menos de um ano depois de a
empresa adquirir a marca Daiti
da empresa Sakura, em transação de valor não revelado.
A intenção é alcançar nos
próximos anos o mesmo consumo no mercado brasileiro de
vodca, que segundo dados da
consultoria Nielsen, movimentou cerca de R$ 1 bilhão em 2009
com um crescimento de 8,6%
em relação ao ano anterior.
Apesar das diferenças entre
as bebidas — uma destilada e
outra fermentada —, a referência
com a vodca deve-se às similaridades no consumo, da bebida
pura ou com frutas, na forma de
uma caipirinha. “Não é uma categoria de grande consumo mas
cresce anualmente. E o Brasil
tem um histórico com essa cultura pela grande comunidade
oriental. O lançamento acompanha a expansão da culinária
japonesa”, diz Tânia Sassioto,
gerente de inovação da Diageo.
Segundo a empresa, as caipirinhas à base de saquê já ultrapassaram as feitas com cachaça
em lugares onde ambas as bebidas são vendidas, perdendo
apenas para o drinque feito com
vodca. Não há pesquisas para
estimar o tamanho do mercado
de saquê no país, mas a Diageo
avalia que o consumo anual é de
cerca de 2 milhões de litros.
Meta é levar
o saquê a alcançar
o consumo de
vodca, que
movimentou
cerca de R$ 1
bilhão no Brasil
no ano passado
No mercado
bebida da Diageo. Em geral,
os saquês têm entre 14%
e 17% de grau alcoólico.
Detentora de marcas de peso no
mercado de bebidas alcoólicas
como o uísque Johnnie Walker,
NO MERCADO
R$
22,90
é o preço sugerido pela Diageo
para a garrafa do saquê Jun Daiti
adquirida nos supermercados.
BEBIDA ALCOÓLICA
14%
é o teor de álcool da nova
a vodca Smirnoff e a cerveja
Guiness, a Diageo pretende expandir o mercado de saquê com
distribuição nacional do produto para redes varejistas, bares e restaurantes, além de realizar ações nesses estabelecimentos para mostrar as diferentes maneiras de como consumir a bebida de origem japonesa. Tanto que a multinacional
contratou a saquê sommelier
Yasmin Yonashiro para ser embaixadora da marca no país.
“Queremos desenvolver a categoria no Brasil e a ideia é ser o
mais democrático possível”, diz
a gerente de inovação da companhia. Apesar da atuação em
todo o território nacional, os investimentos estarão concentrados no estados de São Paulo. A
companhia não divulga o valor
para a iniciativa, mas afirma que
o montante inserido no primeiro
ano da marca no mercado será
maior que o realizado por todo o
restante do segmento. ■
PRODUTO IMPORTADO
Jun Daiti é fabricado
nos Estados Unidos
Pela qualidade do arroz e da
água provenientes da Califórnia,
nos Estados Unidos, a Diageo
importa sua nova bebida em
tonéis e realiza no Brasil apenas
a última pasteurização do
produto antes de ser distribuído
para os pontos de venda.
“Compramos o líquido de um
dos maiores produtores de
saquê do mundo, e isso deve-se à
qualidade do arroz e da água que
vem daquela região dos Estados
Unidos”, informa Tânia Sassioto,
gerente de inovação da Diageo.
A empresa manteve a origem
do produto que antes era
denominado apenas de Daiti,
quando a marca pertencia à
Sakura, e lançará o saquê em
outros países mas os novos
mercados não estão definidos. F. S.
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 3
5 de
de setembro,
setembro, 2010
2010 Brasil Econômico 25
Sexta-feira,
Antonio Milena
BENS DE CAPITAL
AVIAÇÃO
Hyva investe € 3 milhões em linha de
montagem de guindastes em Caxias do Sul
Operação entre a Tam e a Lan está
dentro da legalidade, diz Guido Mantega
A companhia é fabricante de cilindros hidráulicos e guindastes
e única subsidiária sul-americana do grupo holandês Hyva.
Os equipamentos são voltados principalmente aos mercados da
construção civil e mineração, agricultura, logística e serviços em geral.
Segundo o diretor-geral da empresa, Rogério De Antoni, a projeção de
vendas do segmento é estimada entre 3,5 mil a 4 mil unidades neste ano.
A fusão satisfaz as regras de participação estrangeira em companhias
aéreas locais e vai beneficiar as duas empresas, disse ontem o ministro
da Fazenda, Guido Mantega. “Está dentro da legalidade, senão, não seria
feita,” disse o ministro numa entrevista ontem em Brasília. “A Lan é
poderosa, forte e a Tam também. Acho que vai ser bom.” A Lan, com sede
em Santiago, fechou um acordo de fusão com a Tam em 13 de agosto.
Topema investe em tecnologia para
vender 20%mais cozinhas industriais
Cooktops com indução magnética, fornalhas e fritadeiras que prometem maior rendimento reforçam o portfólio e a receita
Henrique Manreza
Natália Flach
[email protected]
Uma restruturação organizacional e investimentos em novas linhas marcam o aniversário de
45 anos da fabricante de cozinhas industriais Topema. Entre
os produtos que estão saindo do
forno estão um biodigestor que
transforma lixo orgânico em
adubo, uma fornalha que não
produz fumaça e uma fritadeira
com produtividade seis vezes
maior do que a das tradicionais,
por filtrar o óleo utilizado e permitir a reutilização.
Com clientes como a rede de
fast-food Spoleto, a empresa vem
investindo no aumento da capacidade para absorver as mudanças. “Estamos na segunda fase da
ampliação da unidade em Diadema (SP). Agora, estão sendo criados 5 mil metros quadrados”,
afirma Nelson Cury Ferraz, que
assumiu a presidência em julho
deste ano. Na reforma da fábrica,
foram investidos R$ 3 milhões.
“Em 2008 e 2009, importamos
máquinas da Itália, porque sabíamos que a crise iria passar rapidamente”, diz. O maquinário importado e a primeira ampliação
custaram aos cofres da empresa
R$ 4 milhões e deram origem à
nova linha de itens para cozinhas
industriais chamada Inovation.
Outro produto desenvolvido
pela companhia é um cooktop
com indução eletromagnética. O
Spoleto foi um dos restaurantes
que optou por trocar fogões pelos cooktops. “Dessa forma, assim que se tira a panela de cima,
ele é automaticamente desligado
oferecendo menos risco aos funcionários. E dispensa o uso de
coifa, podendo ser instalado em
quiosques na praia”, diz Ferraz.
Com a nova gama de produtos, a Topema espera alavancar
o faturamento em 20%, para
cerca de R$ 32 milhões neste
ano. “O nosso objetivo é dobrar
o nosso faturamento em breve”,
diz Cury, sem determinar prazos. “Mas no momento a nossa
expectativa é consolidar a produção das novas linhas sem deixar de fabricar os itens antigos.”
Com isso, a capacidade da fábrica, que hoje opera em dois
turnos, quase dobrou. Antes das
ampliações e das novas máqui-
“
Nelson Cury Ferraz, presidente
da Topema, que ultrapassa fronteiras
e chega a Angola, Peru e Argentina
Em 2008 e 2009,
importamos
máquinas da Itália
porque sabíamos que
a crise iria passar
rapidamente
Nelson Cury Ferraz
nas, a Topema podia processar 35
toneladas de aço por mês e agora
chega a 60 toneladas mensais.
“Os custos não aumentaram,
porque o aço que usamos é o
inox, cujo preço se manteve estável”, afirma. “Compramos aço
da Acesita e uma parte do nosso
estoque é importada, por ser
mais barato, apesar de a entrega
demorar mais”, complementa.
O foco da Topema é o Brasil,
mas uma pequena parte da produção é exportada. “Por causa
da Copa e da Olimpíada, esperamos um crescimento exponencial nos próximos anos, mas
temos cozinhas instaladas em
Angola, no Peru e na Argentina.
O problema é que vendemos em
dólar, e, às vezes, não vale a
pena para uma empresa argentina comprar um produto nosso
por causa do câmbio”, diz. No
Brasil, a lista de clientes inclui
empresas como Petrobras, Vale,
Carrefour , Burger King, Santander, Odebrecht e Walmart. ■
1965
2008/2009
2010
1ª
máquina
Foi o início da Topema,
Investimento
Novas
linhas
A empresa aplicou
Com investimentos em
que tinha poucos funcionários
e produtos. Em 1974, a empresa
produziu e montou a maior
cozinha industrial da época,
na usina hidrelétrica de Itaipu.
R$ 4 milhões na aquisição
de máquinas e ampliação
da fábrica para garantir
capacidade e desenvolver
novas linhas de produtos.
maquinário e na fábrica,
a Topema produz uma linha
de cocção por indução, redutor
de lixo orgânico, refrigerador
desmontável e fritadeira.
26 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e 3fim
de de
setembro,
semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
EMPRESAS
Divulgação
AGRONEGÓCIO
Syngenta investe R$ 25 milhões para
expandir centro de pesquisa em Uberlândia
A companhia suíça de defensivos agrícolas e sementes aplicou os
recursos em infraestrutura e tecnologia do seu principal centro de
pesquisa em sementes do Brasil. A unidade de Uberlândia (MG) é a
principal responsável pelas pesquisas com sementes geneticamente
modificadas (transgênicos) no país. A expansão e modernização do
centro vai permitir mais pesquisas com foco em milho híbrido e soja.
Mills abre duas unidades para
atender negócios de óleo e gás
Companhia de soluções de engenharia vai a Pernambuco e ao Rio Grande do Sul de olho nas refinarias
Divulgação
Nivaldo Souza
Avanço geográfico
para Rio Grande do
Sul e Pernambuco
será acompanhado
pelo incremento de
novos produtos, diz o
presidente da Mills,
Ramon Vazquez
[email protected]
A carioca Mills, especializada em
soluções de engenharia, pretende ganhar maior musculatura
com seu braço de serviços industriais voltado para o setor de
petróleo e gás até 2012. Para isso,
a empresa separou R$ 100 milhões para investir na compra de
equipamentos para suas unidades de Camaçari (BA), Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.
“Dentro do nosso plano estratégico, vamos investir cerca de R$
30 milhões anualmente na área
de serviços industriais ao longo
de três anos”, diz o presidente da
companhia, Ramon Vazquez.
O montante inclui a abertura
de duas novas unidades. Uma
delas será instalada no Rio Grande do Sul, para atender a demanda por andaimes de acesso a
obras em indústrias de grande
porte atraídas pelo complexo do
dique seco da Petrobras. No complexo, serão construídos navios
petroleiros, além de a estrutura
servir de base para reformas de
plataformas de petróleo.
A Mills também irá a Pernambuco para oferecer, entre outros
serviços, pintura industrial, tratamento de superfície e isolamento
térmico à Refinaria Abreu e Lima,
projeto da Petrobras para o município de Ipojuca, região metropolitana de Recife. “A Petrobras deve
investir US$ 274 bilhões até 2014
para viabilizar o pré-sal. O país
também deve ganhar mais uns
quatro ou cinco novos estaleiros”,
diz Vazquez, observando que o
cenário é promissor para a empresa presidida por ele.
A meta da empresa é atingir a
liderança do mercado de engenharia especializada e serviços
— segmento cujo faturamento
das 30 maiores somou R$ 5,8 bilhões no ano passado. Segundo
levantamento realizado pela revista O Empreiteiro, a Mills ocupou a quarta posição no ranking
com R$ 459,6 milhões em receita bruta e faturamento líquido de R$ 404 milhões.
A Mills tem outras três unidades de negócios, incluindo um
braço de apoio para o setor de
construção civil. No segundo trimestre, a divisão de serviços in-
“
O avanço no
segmento de petróleo
e gás da nossa divisão
de serviços
industriais mostra
que ele tem toda a
condição de ser o
carro-chefe da
receita da empresa
Ramon Vazquez
dustriais respondeu por 35,6%
da receita líquida total do grupo
(R$ 131,3 milhões), com R$ 46,5
milhões tomou a dianteira entre
os nichos da companhia. “O
avanço no segmento de petróleo
e gás mostra que ele tem toda
condição de ser o carro-chefe
não somente da nossa divisão de
serviços industriais, mas da receita da empresa como um
todo”, diz o executivo, ressaltando que a divisão também
atende o mercado de estaleiros.
Novos produtos
A estratégia de crescimento da
Mills inclui o lançamento de
produtos. Entre eles, o Mills Habitar — habitáculo de PVC que
reproduz um ambiente pressurizado para executar serviços
que emitem faíscas, como solda,
em plataformas de petróleo e
refinarias. A tecnologia chega
ao Brasil após parceria firmada
com a escocesa SafeHouse. A
primeira unidade já foi comercializada com a norueguesa BW
Offshore, que opera navio em
São Vicente (SP) para testes de
exploração do pré-sal no Campo de Tupi, Bacia de Santos.
Outro produto trazido pela
companhia é o MillsLock, andaime de encaixe com piso de
alumínio inédito no país. O
equipamento já é utilizado em
grandes obras, como a refinarias
Alberto Pasqualini (Refap). ■
CRESCIMENTO
Companhia investirá
R$ 1,1 bi para ampliar
área de atuação
A Mills administra uma carteira
de investimentos de R$ 1,1 bilhão,
conforme antecipou o BRASIL
ECONÔMICO. O montante inclui a
abertura de 18 novas unidades
das três áreas de negócios
da empresa: Mills Construção
(formas e escoramentos para
obras pesadas), Jahu (andaimes,
escoramentos e formas para
obras residenciais e comerciais
leves) e Rental (locação e
venda de plataformas aéreas
e manipuladores telescópicos
para transporte de pessoas
e cargas em grandes alturas).
“Vamos ampliar o número
de filiais de 20 para 38 até
o final de 2012, para expandir
nossa área geográfica hoje
muito concentrada no Sudeste”,
diz o presidente da empresa,
Ramon Vazquez. Parte do aporte,
cerca de R$ 410 milhões, vieram
da abertura de capital (IPO,
na sigla em inglês) realizada
pela Mills na BM&FBovespa
em abril deste ano. Na ocasião,
a companhia captou R$ 685
milhões. Agora, a empresa inicia
uma recomposição acionária,
que será responsável pela
redução das ações da Staldzene
Empreendimentos e Participações
de 46% para 39,3%. N.S.
PARTICIPAÇÃO
R$
46,5 mi
foi o peso da divisão de serviços
industriais na receita líquida da
Mills no 2° trimestre. A empresa
lucrou R$ 131,3 milhões, sendo
35,6% da unidade industrial.
INVESTIMENTO
R$
30 mi
é a média que a companhia de
engenharia pretende aplicar na
divisão de serviços industriais
até 2012. Valor inclui compra
de equipamentos e a ida para
Pernambuco e Rio Grande do Sul.
Sexta-feira,
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 3
5 de setembro, 2010 Brasil Econômico 27
Qilai Shen/Bloomberg
CONSTRUÇÃO
MONTADORAS
TÜV Rheinland Brasil adquire a Geris
Engenharia e amplia a participação no país
Vendas de veículos da Ford disparam em
países emergentes, como China e Índia
O negócio que consolida a atuação da subsidiária do grupo de
certificação e inspeção no segmento de gestão de projetos está dentro
do plano de investimento de € 30 milhões para o Brasil. A ideia é que
a empresa adquira mais companhias de outros ramos nos próximos
seis meses. A TÜV Rheinland prepara-se também para entrar no Peru
e na Colômbia, além de crescer na Argentina e no Chile, onde já opera.
As vendas da Ford Motors na China atingiram 44 mil unidades em agosto,
alta de 24% ante o alcançado no mesmo mês de 2009. No acumulado
do ano, as vendas subiram 42%, alcançando 368,1 mil unidades. Na Índia,
as vendas atingiram 7,9 mil veículos no mesmo mês, mais do que o triplo
do atingido em agosto do ano passado. No acumulado do ano, a Ford
vendeu 54,7 mil unidades, incremento de 195% em relação a 2009.
Rich Press/Bloomberg
As siderúrgicas têm fluxo de
caixa suficiente para financiar
os investimentos e ainda pagar
dividendos nos próximos anos,
avalia o Bank of America
Mineradoras e siderúrgicas latinas
vão investir US$ 100 bi, diz BofA
Banco americano aponta que o retorno dos novos projetos, no entanto, será inferior ao obtido nos últimos anos
As empresas latino-americanas
de mineração e siderurgia devem investir juntas US$ 100 bilhões (R$ 173 bilhões) durante
os próximos cinco a dez anos
para suprir a demanda nos mercados domésticos de aço e fertilizantes, disse ontem o Bank of
America (BofA) em relatório.
Mas o retorno dos investimentos deve ser de cerca de
10% a 25%, abaixo dos mais de
30% de retorno dos últimos
anos, por conta dos custos maiores e de um esperado colapso
dos preços dos metais para os
próximos três a quatro anos, segundo o documento enviado a
clientes do banco. “Investimentos maiores estão vindo
com retornos menores em um
ambiente de crescimento econômico global mais fraco e ainda com significativos riscos de
execução”, disseram os analistas Felipe Hirai e Thiago Lofiego, que assinam o relatório.
A Vale, maior produtora de
minério de ferro do mundo,
deve investir US$ 68 bilhões em
27 projetos nos próximos cinco
anos. Embora a Vale possua um
histórico “sólido” na execução
de novos projetos, é improvável
que a companhia consiga concluir todos esses por conta de
Os altos preços do
minério de ferro e
do cobre e os fortes
fluxos de caixa
dos últimos anos,
associados à limitação
nas oportunidades
de fusão e aquisição,
estão levando as
empresas a investir
possíveis atrasos em licenciamentos ambientais, mudanças
de preços e falta de mão de obra
qualificada, disse o BofA.
A Vale, a siderúrgica CSN e a
Southern Copper Corporation —
maior produtora de cobre no
México e no Peru — são os melhores “veículos” para investidores interessados em lucrar
com o crescimento na América
Latina, segundo o relatório.
Mineradoras e siderúrgicas
estão ampliando os investimentos na medida em que os preços
do minério de ferro e do cobre
permanecem “bem acima do
custo marginal de produção”,
segundo o BofA. Fluxos de caixa
“fortes” nos últimos anos e
oportunidades limitadas de fusões e aquisições também explicam os investimentos.
O crescimento do potencial
de geração de caixa operacional
(Ebitda) das mineradoras e siderúrgicas latino-americanas
deverá ser mais que suficiente
para financiar os US$ 100 bilhões e ainda garantir um fluxo
“razoável” de dividendos, na
visão do banco. As empresas latino-americanas desses setores
cobertas pelo BofA investiram
US$ 90 bilhões no período entre
2005 e 2009. ■ Bloomberg
MINERAÇÃO
Vale pode explorar cobre e ouro no Cazaquistão
A Vale vai procurar cobre e ouro
no Cazaquistão em parceria
com a Tau-Ken Samruk, divisão
de mineração do fundo soberano
cazaque, disse ontem o chefe
de geologia do ministério da
indústria daquele país, Murat
Saiduakasov. A Vale faria a
exploração em busca dos metais
nas regiões central e de Balkhash,
em um momento em que o país
busca investidores externos
para realizar as prospecções.
Em junho, a Tau-Ken Samruk
formou uma joint venture
com a Rio Tinto, terceira maior
mineradora do mundo, para
explorar parte das reservas
minerais do Cazaquistão.
A Rio Tinto vai procurar ouro,
cobre e outros metais na região
de Kostanai, disse ontem o oficial
do governo cazaque. Procurada,
a Vale disse que não iria comentar
as declarações de Saiduakasov.
A companhia já desenvolve projetos
de cobre em Carajás (Pará), no
Chile e na África. Bloomberg
INVESTCO S.A.
Companhia Aberta
CNPJ/MF nº 00.644.907/0001-93 - NIRE 17.300.000.914
Edital de Convocação - Assembléia Geral Extraordinária
Ficam convocados os senhores acionistas a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, que se
realizará no dia 21 de setembro de 2010, às 10 horas, na sede social da Companhia, na Rodovia TO
Miracema, Km 23, s/nº, Miracema do Tocantins, Estado do Tocantins, para deliberarem sobre a seguinte
ordem do dia: (i) aprovar a substituição dos membros do Conselho de Administração, Srs. Paulo Victor
Rada de Rezende e Fernando Oliveira Fonseca, respectivamente titular e suplente, pelos Srs. Carlos
Antônio Leal, para o cargo de membro titular do Conselho de Administração, e Fabiano Cardoso Pinto,
para o cargo de membro suplente do Conselho de Administração; e (ii) alterar a composição da Diretoria
da Companhia, mediante modificação da redação dos artigos 21, caput, e 23, do Estatuto Social da
Companhia, de forma a criar a Diretoria Jurídica e determinar as competências desta nova Diretoria. Os
documentos mencionados na ordem do dia estão disponíveis para consulta dos Srs. Acionistas na sede
da Companhia e foram encaminhados para a Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”), nos termos da
legislação aplicável. As pessoas que comparecerem à Assembléia deverão provar a sua qualidade de
acionista mediante apresentação de documento de identidade ou sua qualidade de procurador mediante
apresentação de procuração outorgada por acionista da Companhia com firma devidamente
reconhecida, na forma e no prazo previstos no Art. 126, parágrafo 1°, da Lei n° 6.404/76, conforme
alterada, e no artigo 5º, da Instrução CVM 481/09.
Miracema do Tocantins, 02 de setembro de 2010
António Manuel Barreto Pita de Abreu
Presidente do Conselho de Administração
28 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e 3fim
dede
setembro,
semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
EMPRESAS
EXPLORAÇÃO
ENERGIA
OGX encontra novas evidências de gás
na Bacia do Parnaíba, no Maranhão
Eletrobras e GDF Suez assinam acordo para
projetos na África, América Central e do Sul
A OGX Petróleo e Gás informou ontem que encontrou novos
indícios de gás natural na Bacia do Parnaíba, no Maranhão.
A descoberta adicional ocorreu no poço OGX-16, um dos prospectos
da empresa na região, a 260 km de distância de São Luís. A sonda
está em atividade desde o início de julho, e em agosto as descobertas
de gás na região totalizaram 15 trilhões de pés cúbicos.
Segundo comunicado, os segmentos prioritários serão transmissão e
geração de energia elétrica, de origem renovável e outras fontes. As duas
companhias podem criar sociedades de propósito específico (SPEs), caso
comprovem viabilidade técnica e econômica dos projetos. O acordo, com
prazo de cinco anos, não inclui projetos de energia no Brasil. Eletrobras e
GDF, por meio da Tractebel, são sócias da usina hidrelétrica de Jirau (RO).
Sabesp contrata R$ 1,05 bilhão com
Dinheiro será utilizado na conclusão das obras de despoluição do Rio Tietê, com a ampliação da rede de
Dubes Sônego
[email protected]
A Sabesp dá hoje mais um importante passo para a conclusão
do projeto de despoluição do rio
Tietê. Rui Affonso, diretor econômico e de relações com investidores da companhia paulista de saneamento, assinará
em Washington um contrato de
financiamento de US$ 600 milhões (R$ 1,05 bilhão) com o
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O dinheiro
será usado para terminar as
obras da terceira etapa do projeto, conhecido como Tietê 3.
O dinheiro deverá ser usado
na ampliação da rede de captação e tratamento de esgoto urbano na região metropolitana da
capital paulista.Até 2016, a
meta da companhia é elevar o
índice de coleta dos atuais 85%
para 87% e de tratamento dos
atuais 72% para 84%. Usando
outra referência, isso significará
estender a captação de esgoto a
mais 1,5 milhão de pessoas na
região metropolitana e o tratamento de esgoto a 3 milhões.
Para que isso seja possível.
será necessária a construção
de 580 quilômetros de tubulações coletoras-tronco e 1,25
Até 2016,
a companhia
deve levar o
sistema de
esgoto para
mais 1,5 milhão
de pessoas
mil quilômetros de redes coletoras. A expectativa é de que
haja aumento de 200 mil no
número de ligações domiciliares. Paralelamente, as estações
de tratamento de esgotos terão
a capacidade ampliada em
41%, o equivalente a 7,4 mil litros por segundo.
Apesar da assinatura do
contrato acontecer só agora,
as obras da terceira etapa do
projeto já foram iniciada. Trechos como a extensão de 15,5
quilômetros do coletor-tronco
Ipiranga, paralelo à margem
esquerda das avenidas Ricardo
Jafet, Abrão de Moraes e Ro-
dovia dos Imigrantes, já estão
em andamento.
Para que isso fosse possível,
segundo Affonso, a companhia
fez um empréstimo menor, em
condições de juros e prazos
menos favoráveis, mas com liberação mais rápida. A fonte
de financiamento, no caso, foi
o braço privado do BID, que
entregou à Sabesp, em 2008,
US$ 250 milhões.
Do total, US$ 100 milhões foram usados para o pagamento de
dívidas, US$ 50 milhões para a
conclusão das obras da segunda
etapa do projeto Tietê e US$ 87
milhões para o início da terceira
Sexta-feira,
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e35de
desetembro,
setembro,2010
2010 Brasil Econômico 29
Divulgação
RECURSOS HÍDRICOS
PAPEL E CELULOSE
Começa cobrança pelo uso da água
no Rio São Francisco, a “Lei das Águas”
Suzano eleva eficiência em sua unidade
mais antiga, no interior de São Paulo
Os boletos de 2010 já foram distribuídos e a Agência Nacional de Águas
(ANA) iniciou em agosto a arrecadação, estimada em R$ 10 milhões
até o fim do ano, tendo em vista que o valor cobrado corresponde
ao período julho-dezembro. Passa a pagar pelos recursos hídricos quem
capta mais de quatro litros por segundo (14,4 metros cúbicos por hora)
como, por exemplo, companhias de saneamento, indústrias e irrigantes.
A fábrica do município de Suzano (SP) não tem possibilidade de
crescer fisicamente. Assim, a mais antiga unidade da companhia aposta
em programas de eficiência para elevar a produção e manter o local
como o maior produtor de papel da empresa. Entre as modernizações,
é possível a construção de um novo duto de transporte de celulose da
Suzano para a Melhoramentos Papéis, que possui uma fábrica ao lado.
Mario Ângelo/AE
RAIO X
Os números da Sabesp
DESEMPENHO DA EMPRESA EM 2009, EM R$ BILHÕES
7,2
RECEITA BRUTA*
Sabesp vai financiar R$ 4,6
bilhões, dos R$ 8,6 bilhões que
pretende investir até 2013
6,7
RECEITA LÍQUIDA
4,5
CUSTOS E DESPESAS
2,7
EBITDA
1,4
LUCRO LÍQUIDO
PLANO
DE INVESTIMENTOS
2009-2013
8,6
0
2
4
6
8
10
*Alta de 6% na comparação com 2008
40,70%
MARGEM EBITDA
MUNICÍPIOS ATENDIDOS
365
POPULAÇÃO ATENDIDA
26,7 milhões
ÁGUA TRATADA
99%
COLETA DE ESGOTO
80%
TRATAMENTO DE ESGOTO
75%
ALGUNS DOS PRINCIPAIS PROJETOS EM ANDAMENTO
Onda Limpa
Despoluição das praias do litoral sul paulista
Tietê 3
Despoluição do Rio Tietê
Tietê: até 2016, a Sabesp
quer ampliar a coleta de
esgoto de 72% para 84% da
população, e tratar 87% do
esgoto despejado no rio na
região metropolitana de SP.
Hoje, a taxa é de 85%
Companhia está perto
de meta de captações
Pró-Billings
Despoluição da represa Billings
Redução de perdas
Programa de redução de perdas
Córrego Limpo
Despoluição de córregos da capital Paulista
A assinatura do contrato de financiamento com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)
deixará a Sabesp muito próxima
de cumprir sua meta de captação
de empréstimos para o plano de
investimentos de 2009 a 2013. No
período, a companhia espera realizar aportes de R$ 8,6 bilhões. Do
total, pretende financiar R$ 4,6
bilhões (53,5%) junto a terceiros.
Com o contrato de US$ 600
milhões com o BID, a companhia chega a 84% de seu objetivo. O restante, a Sabesp espera
preencher com outros três financiamentos que negocia com
a Japan International Cooperation Agency, agência de fomento japonesa( Jica, na sigla em inglês). Eles garantiriam outros
US$ 760 milhões, que elevariam
para R$ 6 bilhões o volume total
captado para tocar as obras previstas até 2013 e garantiriam já
alguma folga no próximo plano
de investimento.
Segundo Rui Affonso, diretor
econômico e de relações com investidores da companhia, um dos
contratos com a Jica deverá ser
assinado dentro de mais ou menos um mês. “Os outros dois, esperamos que saiam até o início do
ano que vêm”, afirma.
Outros três
empréstimos
estão sendo
negociados com
a agência de
cooperação
japonesa (Jica)
Parte do dinheiro levantado
junto aos japoneses deverá ser
destinada ao projeto Onda Limpa,
de despoluição das praias da litoral Sul do estado de São Paulo.
Orçado em R$ 1,9 bilhão, ele tem
como objetivo elevar até 2012 o
índice de coleta de esgoto na Baixada Santista de 53% para 95% e
o de tratamento para 100% do total coletado. Também são previstas obras no litoral Norte do estado, hoje mais preservado, que
transcorreriam até 2015. Neste
caso, o objetivo é aumentar de
35%para 85% a coleta de esgotos
e tratar 100% do que for coletado.
Outra ação a espera de dinheiro asiático é o Programa de
Redução de Perdas, que já conta
com financiamento de R$ 700
milhões do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), para o período
de 2009 a 2011. Para dar andamento a sua segunda etapa (2011
a 2013) a Sabesp está pedindo à
Jica mais US$ 366 milhões.
Há ainda um terceiro financiamento em discussão com os japoneses, para despoluir a Billings, o
maior reservatório de água da região metropolitana de São Paulo.
A ação envolve os municípios de
São Paulo e São Bernardo do
Campo e prevê que, até 2015, o
esgoto dos bairros no entorno da
represa seja desviado para a estação de tratamento do ABC. ■ D.S
Fonte: Sabesp
Rafael Neddermeyer
o BID
PROBLEMA CRÔNICO
tratamento e captação de esgotos
etapa. O restante foi para o projeto Córrego Limpo, de despoluição de córregos na capital.
O acordo com o BID prevê
ainda uma contrapartida em investimentos de US$ 200 milhões por parte da Sabesp. O total de recursos aplicados na terceira etapa do projeto alcança a
marca de US$ 1,05 bilhão.
O valor é mais da metade do
usado nas duas primeiras etapas
do projeto de despoluição do rio
Tietê, iniciado em 1992. A primeira foi a mais cara até agora,
com US$ 1,1 bilhão, e durou até
1998. Nos seis primeiros anos, a
Sabesp priorizou a construção
de estações de tratamento de
efluentes, que permitiram o aumento do índice de tratamento
de 24% para 62%. A rede coletora também foi significativamente ampliada, passando a
atender a 80% da população,
diante dos 70% anteriores.
Depois de uma interrupção
de dois anos no andamento das
obras, a segunda etapa do projeto foi iniciada no ano 2000,
com orçamento estimado em
US$ 500 milhões. O objetivo
nesta fase, segundo a Sabesp, foi
a otimização da capacidade instalada de tratamento, por meio
da ampliação da coleta. ■
Para diretor econômico da Sabesp,
não basta capacidade de executar,
é preciso engenharia financeira
Peculiaridades do setor associadas à intermitência
na liberação de financiamentos públicos no Brasil,
tornam a tarefa de investir de forma consistente
em saneamento básico no país um exercício de
engenharia financeira. É a opinião de Rui Affonso,
diretor econômico e de relações com investidores
da Sabesp. “Não basta ter capacidade de realização”,
diz. Segundo ele, como interromper uma obra do
gênero pode exigir a reestruturação de projetos
ou a busca de novas licenças para retomar as obras,
vale mais a pena buscar dinheiro em fontes mais
caras, mas mais flexíveis, do que esperar por
dinheiro público, local ou de fora. Foi combinando
todas as fontes de empréstimos disponíveis, ele diz,
que a Sabesp foi capaz de dobrar seu patamar
de investimentos, a partir de 2007, chegando aos
atuais R$ 1,7 bilhão ao ano. Enquanto recursos
públicos demoram em média quatro anos para sair,
a companhia toca o barco com empréstimos privados
menores, liberados em até quatro meses. D.S.
30 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e3fim
de de
setembro,
semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
EMPRESAS
David Gray/Reuters
JUSTIÇA
Calvin Klein perde a marca
CK para a espanhola Zafra
O tribunal da União Europeia deu ganho de causa à empresa espanhola
Zafra Marroquineros na disputa pela marca CK, desprezando os recursos
da Calvin Klein. A empresa espanhola apresentou recursos em 2003
para manter o nome “CK Creaciones Kennya” para seus produtos em
couro, como malas, vestidos e calçados. Apesar da Calvin Klein ter
se posicionado contra o registro desde 2004, a corte favoreceu a Zafra.
ICTS compra Protiviti
e fortalece disputa
entre consultorias
Fernando Fleider, sócio da ICTS Protiviti, diz que Brasil
tem tradição em prevenção de riscos empresariais
Nova empresa estima faturamento de R$ 30 milhões neste
ano e nos próximos quatro anos quer triplicar de tamanho
Regiane de Oliveira
[email protected]
Os processos de consolidação
nos mais diversos segmentos da
economia estão fazendo com que
empresas de consultoria e auditoria empresarial de menor porte
também partam para a expansão
de suas estruturas para competir
com as gigantes da área e também garantir sua fatia da nova
demanda do mercado.
Neste cenário, a ICTS, consultoria especializada na gestão e
prevenção de riscos de negócios,
acaba de incorporar o braço brasileiro da Protiviti, que também
atua na gestão de risco e auditoria interna de empresas. O valor
do negócio não foi divulgado,
mas a nova ICTS-Protiviti, que
conta com 125 funcionários,
deve atingir um faturamento de
R$ 30 milhões neste ano. “Nossa
meta é triplicar este valor em três
anos”, diz Fernando Fleider, sócio da ICTS Protiviti.
Fleider conta que a aquisição
foi fruto de uma oportunidade.
“A ICTS queria atuar na área de
auditoria e riscos financeiros e a
Protiviti pretendia ampliar sua
participação no país”, afirma.
“A sinergia era perfeita.”
A Protiviti, de origem americana, conta com 62 escritórios espalhados em 17 países, e atua no Brasil desde 2006. A ICTS ficou conhecida em sua atuação na investigação de fraudes na Brasil Telecom, na época em que a empresa
pertencia em parte ao Banco
Opportunity, do banqueiro Daniel
Dantas. Mas a empresa fundada
em Israel, que iniciou suas atividades no país em 1995 — sendo
posteriormente comprada pelos
sócios brasileiros —, tem uma
atuação bem diversificada. “Trouxemos, por exemplo, o sistema de
prevenção de perdas para o varejo
em 1996, atuando juntamente a
Lojas Americanas”, diz. A companhia ainda atua com prevenção
de perdas na área elétrica — contra
os famosos “gatos”.
A nova empresa
vai oferecer todo
tipo de serviço
de segurança,
desde a proteção
patrimonial e
pessoal até
a diligência de
risco em fusões
e aquisições
De acordo com Fleider, é difícil
mensurar o valor gasto pelas empresas com prevenção de fraudes,
uma vez que os riscos estão em
diversas partes do negócio. “Sabemos que bancos investem uma
quantia significativa em prevenção, assim como o varejo, que
gasta, em média, 3% do faturamento com prevenção”, afirma.
Porém, o Brasil tem tradição
em combater riscos aos negócios. “As empresas já passaram
por situações adversas e tiveram de investir em mecanismos
para combater fraudes. Além do
mais, temos a questão da violência, que desenvolveu a área
de segurança no país”, diz o
executivo. Mas, ele acrescenta
que as empresas que atuam
nesta área ainda carecem de
certificações e maiores investimentos em qualidade.
Oportunidades
Fleider afirma que a nova empresa quer atuar como um hospital — “onde todos os procedimentos relativos à segurança
corporativa possam ser atendidos em um mesmo local”. Isso
significa oferecer ao mercado
uma visão integral na gestão e
prevenção de risco das empresas, com serviços que vão desde a segurança patrimonial e
pessoal até a diligência de risco
em fusões e aquisições.
Dentre as oportunidades,
Fleider cita os canais de denúncia, instrumento ainda
pouco utilizado pelas empresas
no país, mas que começa a chamar atenção por conta do crescimento de companhias abertas que se adaptam às normas
Sarbanes Oxley, como é chamada a regulamentação americana para o segmento. “A Associação Americana de Prevenção a Fraudes mostra que 70%
dos casos de fraudes são descobertos por dicas anônimas”,
afirma. A ICTS Protiviti atende
hoje 20 empresas na terceirização de canais de denúncia. ■
Consolidação chega
Com clientes se unindo,
prestadores de serviços
também se movimentam
Luciano Feltrin
[email protected]
A grande movimentação entre
empresas de menor porte já se reflete entre prestadoras de serviços
de auditoria e contabilidade. O
processo ganhou novos contornos
recentemente. No mês passado, a
Terco — então associada à Grant
Thornton — firmou parceria com
uma das quatro gigantes do segmento: a Ernst &Young.
Após romper com a Terco, a
Grand Thorton associou-se à
PyorConsulting Services, outra
pequena empresa da área cujas
especialidades são consultoria e
terceirização de contabilidade.
Em um mercado cada vez
mais competitivo, a sobrevivência das menores dependerá de
parcerias. Já empresas maiores e
tradicionais devem crescer organicamente, aproveitando novos
nichos. É o caso da BDO, uma
das queridinhas entre pequenas
e médias, que abrirá seu 17º escritório neste mês, em Joinville,
em Santa Catarina. “O nosso
principal concorrente agora são
as big four. Acredito que isso não
muda muita coisa, tanto que
nosso planejamento estratégico
continua o mesmo”, diz Eduardo
Pocetti, presidente da BDO, referindo-se às grandes do setor:
Ernst & Young, KPMG, Delloitte e
PricewaterhouseCoopers. “Não
pensamos em novas parcerias e,
Sexta-feira,
3 de setembro, 2010 Brasil Econômico 31
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 5
Santi Burgos/Bloomberg
AQUISIÇÃO
COMÉRCIO ELETRÔNICO
Certificadora TÜV Rheinland compra
brasileira Geris Engenharia e Serviços
Inditex, dona da Zara, inicia comércio
eletrônico em seis países da Europa
Como parte do plano de investimento de R$ 66,96 bilhões no país, a
TÜV Rheinland Brasil, subsidiária de um dos maiores grupos mundiais de
certificação e inspeção, anunciou ontem a compra da Geris Engenharia e
Serviços. Em nota, a empresa afirma que, com a compra, vai incrementar
seu portfólio de serviços, pois está atenta às obras de infraestrutura em
andamento, ao pré-sal, às obras do PAC, além da Copa do Mundo de 2014.
A Inditex, dona da Zara, iniciou sua operação de comércio eletrônico em
seis países da Europa. O site Zara.com atende França, Alemanha, Itália,
Portugal, Espanha e Reino Unido. A loja virtual nos Estados Unidos, Japão
e Coreia do Sul começa a funcionar no próximo ano. A agência Bloomberg
informou que o site pode impulsionar em até quatro pontos a receita da
empresa, segundo analistas da consultoria americana Sanford C. Bernstein.
Murillo Constantino
MOVIMENTOS DO MERCADO
● Recentemente, a Terco rompeu
com a Gran Thorton e associou-se
à gigante Ernst & Young.
● A Grand Thorton, em
contrapartida, fez parceria com a
PyorConsulting, de contabilidade.
Bandeirante Energia S.A.
às empresas de auditoria
muito menos, em algo envolvendo as quatro grandes”, explica.
Pocetti lembra que o espaço
para que as receitas da empresa
no país – que hoje representam
apenas 2% da rede global – ganhem impulso é muito grande.
A BDO aposta que parte desses
ganhos virão do reforço da atividade de terceirização de contabilidade e em treinamentos sobre
contabilidade internacional, área
em que pretende investir em breve, para que isso ocorra. Outra
que vem crescendo com os recentes movimentos é a Crowe
Horwath RCS, que saltou do 7º
para o 6ª em auditoria com a fusão
entre Terco e Ernst&Young. “Esse
mercado ainda é muito pequeno
no Brasil. E irá ganhar espaço com
a necessidade de agregar mais
Em um mercado
cada vez mais
competitivo, a
sobrevivência das
menores dependerá
de parcerias.
Empresas maiores
devem crescer
organicamente,
aproveitando
novos nichos
transparência às pequenas e médias que forem participar das
grandes obras de infra-estrutura
que envolverão os grandes eventos esportivos que receberemos”,
diz Raul Correa da Silva, presidente da empresa.
Para não perder as oportunidades que Copa e Olimpíada
prometem, a Crowe especializou-se em serviços e gestão esportiva. Mas para não ficar dependente demais do segmento,
tem também equipes especializadas em atender clientes das
áreas de construção civil e sustentabilidade. Empresas do setor
têxtil estão entre as principais
clientes, juntamente com fundos
de investimentos e corretoras.
Cerca de 60 deles já integram a
carteira da companhia. ■
Companhia Aberta
CNPJ/MF no 02.302.100/0001-06 - NIRE 35.300.153.235
ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 09 DE AGOSTO DE 2010
1. Data, Hora e Local: Realizada no dia 09 de agosto de 2010, às 15:00 horas, na sede social da
Bandeirante Energia S.A. (“Companhia”), na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Bandeira
Paulista, 530, 14º andar, Bairro Itaim Bibi, Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. 2. Convocação:
Dispensada nos termos § 4° do artigo 124 da Lei 6.404/76 e alterações posteriores. 3. Presença: Presente
a acionista EDP - Energias do Brasil S.A. representando a totalidade das ações da Companhia,
conforme assinaturas constantes do Livro de Presença de Acionistas da Companhia. 4. Mesa: Assumiu a
presidência dos trabalhos o Presidente do Conselho de Administração da Companhia, Sr. António Manuel
Barreto Pita de Abreu, que escolheu o Sr. Fábio William Loreti para secretariá-lo. 5. Ordem do Dia: O Sr.
Presidente informou que a presente Assembléia tinha por finalidade aprovar as alterações dos artigos 21
e 22 do Estatuto Social da Companhia. 6. Deliberações: Após prestados os devidos esclarecimentos, a
única acionista: 6.1. Aprovou a alteração dos artigos 21 e 22 do Estatuto Social da Companhia, para
reformular a estrutura de sua Diretoria, passando assim os referidos artigos a vigorarem com as seguintes
redações: “Artigo 21 - A Diretoria será composta por até 6 (seis) membros, residentes no país, eleitos
pelo Conselho de Administração, que terão as seguintes designações, sendo autorizada a cumulação de
funções por um mesmo Diretor: (i) Diretor Presidente; (ii) Diretor Técnico e de Ambiente; (iii) Diretor
Comercial; (iv) Diretor Financeiro e de Relações com Investidores; (v) Diretor de Regulação; e (vi) Diretor
de Sustentabilidade. Artigo 22 - Compete à Diretoria a administração dos negócios sociais em geral e a
prática, para tanto, de todos os atos necessários ou convenientes, ressalvados aqueles para os quais seja
por lei ou pelo presente Estatuto atribuída a competência à Assembléia Geral ou ao Conselho de
Administração. No exercício de suas funções, os Diretores poderão realizar todas as operações e praticar
todos os atos de administração necessários à consecução dos objetivos de seu cargo, de acordo com a
orientação geral dos negócios estabelecida pelo Conselho de Administração, incluindo resolver sobre a
aplicação de recursos, transigir, renunciar, ceder direitos, confessar dívidas, fazer acordos, firmar
compromissos, contrair obrigações, celebrar contratos, adquirir, alienar e onerar bens móveis e imóveis,
prestar caução, avais e fianças, emitir, endossar, caucionar, descontar, sacar e avalizar títulos em geral,
assim como abrir, movimentar e encerrar contas em estabelecimentos de crédito, observadas as restrições
legais e aquelas estabelecidas neste Estatuto Social. Parágrafo Primeiro - Compete ao Diretor
Presidente: (i) executar e fazer executar as deliberações das Assembléias Gerais e do Conselho de
Administração; (ii) coordenar as atividades dos demais Diretores, observadas as atribuições específicas
estabelecidas neste Estatuto Social; (iii) definir as competências dos demais membros da Diretoria nas
áreas não especificadas neste Estatuto “ad referendum” do Conselho de Administração; (iv) coordenar e
promover a política de representação institucional da Companhia nas suas relações com a imprensa e
autoridades governamentais; (v) encaminhar ao Conselho de Administração as demonstrações financeiras
da Companhia, acompanhadas do Relatório de Administração; (vi) emitir e aprovar instruções e
regulamentos internos que julgar necessários; (vii) coordenar a aplicação das políticas e diretrizes de
recursos humanos da Companhia quanto à admissão e demissão, desenvolvimento profissional,
remuneração e incentivos; (viii) coordenar as atividades de natureza jurídica da Companhia; (ix) coordenar
as atividades relacionadas à comunicação, imagem, propaganda e marketing da Companhia; (x) definir as
políticas de compras, infra-estrutura, e tecnologia da informação; (xi) elaborar o Orçamento, o Plano de
Investimentos e o Plano de Negócios da Companhia; (xii) coordenar e gerir os procedimentos de recursos
humanos; (xiii) assegurar a representação da empresa junto a entidades de regulação nacional e estadual;
e (xiv) garantir a aplicação das políticas corporativas e dos princípios de desenvolvimento sustentável em
todas as atividades sob sua responsabilidade. Parágrafo Segundo - Compete ao Diretor Técnico e de
Ambiente: (i) definir as políticas de planejamento, operação, manutenção e modernização dos sistemas
de energia e de investimentos; (ii) coordenar o planejamento do sistema de distribuição e da sua operação
e manutenção; (iii) coordenar a prospecção e o desenvolvimento de novos negócios, bem como de
projetos de pesquisa e desenvolvimento; (iv) coordenar as atividades de meio ambiente, incluindo a
supervisão de estudos e projetos de meio ambiente, bem como sua implementação; (v) acompanhar a
realização de auditorias técnicas, ambientais e de segurança; (vi) acompanhar e apoiar a contratação e
gestão de contratos com fornecedores e prestadores de serviços; (vii) definir os projetos de Subestações e
Linhas de Transmissão, bem como dos sistemas de automação e controle; (viii) coordenar a programação
e operação dos sistemas de energia e controle da qualidade dos produtos, serviços e funcionamento das
instalações da Companhia; (ix) promover a implementação e execução do Plano de Negócios da
Companhia; (x) definir as políticas de atendimento técnico a consumidores e dos sistemas de medição de
energia; (xi) gerir o fornecimento de suporte tecnológico aos usuários, o planejamento de compras, a
administração dos almoxarifados; (xii) gerir a execução de estudos, projetos e obras de atendimento a
clientes e dos sistemas de mediação de energia; (xiii) gerir a execução de obras e a manutenção de redes,
linhas, subestações e sistemas de comando, controle e proteção e acompanhar seu cronograma físico
financeiro; e (xiv) garantir a aplicação das políticas corporativas e dos princípios de desenvolvimento
sustentável em todas as atividades sob sua responsabilidade. Parágrafo Terceiro - Compete ao Diretor
Comercial: (i) definir as estratégias de mercado, de atendimento a grandes clientes, dos sistemas
comerciais e de serviços e perdas comerciais; (ii) acompanhar o planejamento energético e, de forma
geral, as atividades de compra e venda de energia, contabilização e liquidação de energia; (iii) definir o
planejamento em marketing e normalização comercial; (iv) coordenar o desenvolvimento de projetos de
otimização comercial e a implementação e manutenção de sistemas comerciais; (v) assegurar adequados
níveis de leitura, faturamento e arrecadação comercial; (vi) assegurar adequados níveis de performance no
atendimento comercial; (vii) padronizar, otimizar e monitorar os processos comerciais, identificando novas
oportunidades de negócios; (viii) coordenar a realização dos programas de eficiência energética e de
combate as perdas comerciais; (ix) gerir o call center e o Programa de Eficiência Energética; e (x) garantir
a aplicação das políticas corporativas e dos princípios de desenvolvimento sustentável em todas as
atividades sob sua responsabilidade. Parágrafo Quarto - Compete ao Diretor Financeiro e de
Relações com Investidores: (i) realizar a supervisão de toda a área econômica da Companhia; (ii) exercer
a coordenação e gerenciamento da programação de investimentos, projeção e controle de receitas e
despesas, custo de serviços e de pessoal, e estudos de mercado; (iii) realizar a supervisão e controle das
contas bancárias e da aplicação dos recursos financeiros disponíveis no mercado de capitais; (iv) realizar a
supervisão dos controles dos direitos dos acionistas, compreendendo o pagamento de dividendos e
bonificações aprovadas pelas Assembléias Gerais, compras, vendas e transferências de ações e
cumprimento das demais obrigações legais e estatutárias pertinentes; (v) coordenar e promover a política
de representação da Companhia nas suas relações com o mercado de capitais; (vi) coordenar o
planejamento financeiro e tributário da Companhia; (vii) apoiar o Diretor Presidente na elaboração do
Orçamento, do Plano de Investimentos e do Plano de Negócios da Companhia, bem como na
implementação dos mesmos; (viii) gerir os serviços de Contabilidade e Tesouraria, incluindo a contratação
de empréstimos, financiamentos e suas aplicações e elaboração dos fluxos de caixa da Companhia; e (ix)
garantir a aplicação das políticas corporativas e dos princípios de desenvolvimento sustentável em todas
as atividades sob sua responsabilidade. Parágrafo Quinto - Compete ao Diretor de Regulação: (i)
coordenar a realização dos estudos de revisões e reajustes tarifários; (ii) apoiar o Diretor Presidente na
representação da Companhia junto a entidades de regulação nacional e estadual; (iii) elaborar
procedimentos internos para assegurar o cumprimento de exigências regulatórias; e (iv) garantir a
aplicação das políticas corporativas e dos princípios de desenvolvimento sustentável em todas as
atividades sob sua responsabilidade. Parágrafo Sexto - Compete ao Diretor de Sustentabilidade: (i)
apoiar o Diretor Presidente na promoção da política de representação institucional da Companhia nas
suas relações com a imprensa e autoridades governamentais; (ii) promover, juntamente com o Diretor
Presidente, as políticas corporativas e os princípios de desenvolvimento sustentável; (iii) apoiar o Diretor
Presidente na promoção e aplicações das políticas de ética, em particular, assegurando o relacionamento
com o Comitê e Provedor de Ética do Grupo; (iv) apoiar o Diretor Financeiro e de Relações com
Investidores na promoção da política de representação nas relações com o mercado; (v) apoiar o Diretor
Presidente na representação da empresa junto a entidades de regulação nacional e estadual; e (vi) garantir
a aplicação das políticas corporativas e dos princípios de desenvolvimento sustentável em todas as
atividades sob sua responsabilidade.”. 7. Encerramento: Oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer
uso e como ninguém se manifestou, foram encerrados os trabalhos e suspensa a Assembléia pelo tempo
necessário à lavratura desta ata em forma de sumário, conforme faculta o artigo 130, parágrafo 1º, da Lei
nº 6.404/76, e sua impressão em lote de folhas soltas, a qual após ter sido reaberta a sessão, foi lida,
achada conforme, aprovada e assinada pelos presentes. Presidente da Mesa: Dr. António Manuel
Barreto Pita de Abreu. Secretário da Mesa: Fábio William Loreti. Acionista: EDP - Energias do Brasil
S.A., representada por seu Diretor Presidente Dr. António Manuel Barreto Pita de Abreu e por seu Diretor
Vice-Presidente de Distribuição Dr. Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira Setas. Declaro que a presente é
cópia fiel extraída do original. Fábio William Loreti - Secretário da Mesa. Registrada na JUCESP sob o
nº 310.511/10-0 em sessão de 26/08/2010. Secretária Geral: Kátia Regina Bueno de Godoy.
32 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e 3fim
de de
setembro,
semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
EMPRESAS
Thomas Peter/Reuters
TELECOMUNICAÇÕES
TABLETS
Samsung vai adotar sistema operacional
Android em celulares inteligentes
Novo concorrente para o iPad chega
ao mercado em duas semanas
A segunda maior fabricante mundial de celulares, Samsung Electronics,
vai adotar o sistema operacional Android, do Google, como principal
plataforma para seus celulares inteligentes, juntamente com o novo
software Bada desenvolvido pela empresa. Em 12 meses, o Android
superou Microsoft e Apple, e é o terceiro sistema operacional mais
usado, atrás do Symbian, da Nokia, e do software da Research in Motion.
O primeiro computador tablet da Samsung chegará ao mercado em duas
semanas, anunciou ontem a empresa. Fabricantes de computadores e
celulares, entre as quais Nokia, LG e HP, estão lançando produtos nessa
nova categoria, intermediária entre os computadores e os smartphones,
impulsionadas pelo sucesso do iPad, da Apple. O novo Galaxy Tab terá
sistema operacional Android e oferece acesso a livros, filmes e música.
Capgemini paga
R$ 517 milhões
por CPM Braxis
Consultoria francesa passa a ter 55% da maior empresa
de serviços de software nacional e ganha presença local
Carlos Eduardo Valim
[email protected]
Às cinco horas da manhã de ontem, a brasileira CPM Braxis assinou os últimos documentos
que deram à consultoria francesa Capgemini 55% do capital da
empresa, um negócio de R$ 517
milhões. A negociação avalia a
companhia em R$ 970 milhões e
este é o montante estimado para
o faturamento deste ano.
Segundo Jair Ribeiro, presidente do comitê executivo da
companhia, até então a maior
de serviços de software com
controle nacional, o acordo pôs
fim à busca por um comprador
iniciada em meados do último
ano. “Queríamos abrir o capital, mas acabamos mudando de
plano”, afirma Ribeiro, expresidente do Banco Patrimônio e cofundador da Braxis, em
2006. A empresa tornou-se
CPM Braxis no ano seguinte,
após a fusão com a CPM, também especializada em serviços
de tecnologia da informação.
“Terminamos nesta semana
mais de três meses de negociação”, afirma o executivo,
acrescentando que cinco grandes empresas mostraram interesse pela companhia. Ribeiro
diz que, além da Capgemini,
um outro grupo apresentou
proposta pela CPM Braxis, e se
manteve no páreo até a noite de
anteontem, quando telefonou
para Antônio Carlos Rego Gil,
acionista da CPM Braxis e expresidente da CPM, e soube que
a Capgemini venceu a disputa.
“Quando fundamos a Braxis,
queríamos ser a maior do país.
Em um ano, conseguimos isso
(após a fusão com a CPM)”, diz
Ribeiro. “Depois voltamos a ser
uma das dez maiores do mundo, o que conseguimos com
essa negociação.”
Divisão societária
O investimento da Capgemini
será dividido em R$ 230 milhões
Bradesco, que
havia assumido o
controle em julho,
vende 35% das ações
por cerca de R$ 104
milhões e mantém
22% do capital
para a compra de 30% das
ações, e de mais R$ 287 milhões
para um aumento do capital,
com o qual somará mais 25%
das ações. Entre o fim do terceiro ano até o quinto ano após o
negócio, os acionistas terão a
opção de compra ou venda dos
45% de ações remanescentes.
O Bradesco havia assumido o
controle da CPM Braxis no fim
de julho, chegando a 57% de
participação ao comprar o controle da CPM Holdings. O banco
era um dos principais acionistas
na antiga CPM, ao lado do
Deutsche Bank. Com a venda
para a Capgemini, ele alienará
37% de sua participação, ao valor aproximado de R$ 104 milhões, permanecendo com 20%
do capital total. A Braxis, que
hoje é uma holding, manterá
12%. O novo conselho de administração será formado por cinco membros da Capgemini e
quatro da CPM Braxis.
Segundo Ribeiro, o fundo
Gávea Investimentos, do expresidente do Banco Central
Armínio Fraga — que aportou
R$ 170 milhões na empresa em
2008 —, manteve posição. Ele
foi o que menos vendeu participação no negócio.
NOVA COMPOSIÇÃO
Presença local
Como fica a divisão de ações na
CPM Braxis, após a venda de seu
controle à consultoria francesa
55%
CAPGEMINI
20%
BRADESCO
BRAXIS
12%
FUNDOS
11%
FUNCIONÁRIOS 2%
0
10
Fonte: CPM Braxis
20 30 40 50 60
No Brasil, as operações da
Capgemini, que conta com 120
pessoas, serão integradas às da
organização de origem nacional,
que possui 5,5 mil pessoas. Isso
dará à francesa a oportunidade
de contar com uma estrutura local, com capacidade de prestar
serviços internacionais.
Até 2008, o grupo francês não
aparecia no ranking das exportadoras de serviços de tecnologia
do Brasil. Pela lista, a CPM Braxis
estava na sexta colocação, atrás
das globais IBM, Accenture, EDS
(adquirida pela HP), BT e da brasileira Stefanini. Mundialmente,
a Capgemini tem a sétima maior
participação de mercado em serviços de tecnologia. ■
GIGANTES DE SERVIÇOS DE TI PASSAM PARA MÃOS ESTRANGEIRAS
Sexta-feira,
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 3
5 de setembro, 2010 Brasil Econômico 33
Reprodução
TECNOLOGIA
TURISMO
Intel prepara produção para acompanhar
crescimento da demanda por chips
Rumbo, agência de viagens do grupo
Telefónica, dá início a operações no Brasil
A Intel, maior fabricante mundial de semicondutores, estima que a
demanda por microchips integrados aumente à medida que a empresa
avança para além de sua atividade básica — os chips para computadores.
Embora tenha alertado para um faturamento menor devido às vendas de
computadores inferiores às expectativas, a companhia fez duas aquisições
na última quinzena para se preparar para os novos usos dos chips.
A Rumbo, agência de viagens on-line do grupo Telefónica, começou
suas operações no Brasil ontem. A empresa, controlada também pelo
grupo de turismo espanhol Orizonia, quer aproveitar o potencial do
mercado de viagens on-line brasileiro e promete fazer parcerias para
oferecer tarifas baixas, seguindo o modelo de suas operações na Espanha
e em Portugal. Inicialmente, o negócio vai gerar 100 empregos no Brasil.
Marcela Beltrão
Com a entrada da
Capgemini na CPM
Braxis, agora apenas
a fabricante de software
para gestão empresarial
Totvs não tem participação
estrangeira entre as
principais companhias
nacionais do segmento.
As duas empresas,
junto com a Tivit, são as
únicas que conseguiram
faturamento próximo
de R$ 1 bilhão.
O fortalecimento das
empresas nacionais da
área fez parte da política
industrial do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
Em maio deste ano,
o fundo anglo-americano
Apax Partners,
por meio da Dethalas
Empreendimentos e
Participações, adquiriu
o controle da Tivit,
que presta serviços de
gestão de infraestrutura
tecnológica e de call
center. O objetivo do
fundo é fechar o capital
da empresa, que começou
a ter ações negociadas
no Novo Mercado no
ano passado. Segundo
Antônio Carlos Rego
Gil, acionista da CPM
Braxis e presidente da
Associação Brasileira
de Empresas de
Tecnologia da Informação
e Comunicação, o ônus
de 36% de impostos
atrelados à prestação
de serviços fragilizam
as brasileiras.
APORTE
R$
287 mi
Valor do negócio que representa
aumento de capital da CPM Braxis.
A Capgemini pagou também
R$ 230 milhões aos acionistas.
MERCADO
R$
970 mi
Foi o valor avaliado pela empresa.
Equivale ao faturamento projetado
para 2010, 18% acima do resultado
de 2009, de R$ 817 milhões.
HP vence Dell na
disputa pela 3Par
Tecnologia para computação
em nuvem faz gigante americana
pagar R$ 4,2 bi pela empresa
A HP venceu ontem a guerra de
ofertas para comprar a empresa
de armazenamento de dados
3Par por R$ 4,2 bilhões, depois
que a concorrente Dell se retirou
a disputa. A HP elevou a proposta
de R$ 52,3 para R$ 57,6 por ação,
superando a última oferta de
R$ 55,8 feita pela Dell e encerrando o que quase chegou a ser
um leilão, atingindo níveis considerados muito altos por analistas.
As ações da 3Par subiam 2,3%,
para R$ 57,3 na tarde de ontem,
após o anúncio de compra pela
HP. Durante a maior parte do
ano, os papéis da empresa foram
negociados por cerca de R$ 17,4,
até a Dell anunciar em agosto sua
proposta de R$ 31,4 por ação.
O acordo avalia a 3Par em
mais de oito vezes sua receita, o
que, segundo muitos analistas,
é elevado demais para uma empresa que mal registrava lucro
desde que foi fundada em 1999.
Múltiplos acima de cinco são
considerados dispendiosos nos
negócios de tecnologia.
Computação em nuvem
Entretanto, outros avaliam que
a 3Par vale o preço pago. A empresa é especialista em produtos
de armazenagem de dados, um
elemento fundamental para a
chamada “computação em nuvem” — tecnologia cada vez
mais popular que permite aos
usuários armazenar dados e
software na internet. Tal tecnologia é vista como cada vez
mais importante, considerando que e-mails, vídeos on-line
e transações eletrônicas congestionam os centros de dados
das companhias. ■ Redação, com
agências internacionais
Bandeirante Energia S.A.
Companhia Aberta
CNPJ/MF nº 02.302.100/0001-06 - NIRE 35.300.153.235
ATA DA 142ª REUNIÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
1. Data, Hora e Local: Realizada no dia 09 de agosto de 2010, às 15:30 horas, na sede social da
Bandeirante Energia S.A. (“Companhia”), na Rua Bandeira Paulista, 530 - 14º andar, Bairro Itaim Bibi,
Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. 2. Presença: A reunião do Conselho de Administração foi
instalada com a presença do Presidente do Conselho de Administração Sr. António Manuel Barreto Pita
de Abreu, do Vice-Presidente do Conselho de Administração Sr. Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira
Setas, e dos Conselheiros Srs. Miguel Dias Amaro; Luiz Otavio Assis Henriques; e Arnaldo Benzi Sacconi.
3. Mesa: Assumiu a presidência dos trabalhos o Sr. António Manuel Barreto Pita de Abreu, que escolheu
o Sr. Fábio William Loreti para secretariá-lo. 4. Ordem do Dia: O Sr. Presidente esclareceu que a presente
reunião tinha por finalidade deliberar sobre a: (i) destituição de membro da Diretoria da Companhia e
eleição de seu substituto; e (ii) recondução e eleição de membros da Diretoria da Companhia.
5. Deliberações: Após discussão e prestados os devidos esclarecimentos, os membros do Conselho de
Administração, por unanimidade: 5.1. Aprovaram a destituição do Sr. Mauricio Alberto Gonella
Santos Pereira, brasileiro, casado, economista, portador da cédula de identidade RG nº 6.036.922
SSP/SP, e inscrito no CPF/MF sob o nº 712.221.708-68, residente e domiciliado na Cidade de São José dos
Campos, Estado de São Paulo, com endereço comercial na Rua Claudino Pinto, 58, Centro, CEP 12210-010,
que até então ocupava o cargo de “Diretor Comercial” da Companhia. 5.1.1. Tendo em vista a
deliberação supra, elegeram para o mandato em curso, ou seja, até 31 de janeiro de 2011, a partir da
presente data, o Sr. Michel Nunes Itkes, brasileiro, casado, engenheiro eletricista, portador da cédula de
identidade RG nº M-2.354.296, inscrito no CPF/MF nº 650.937.986-49, residente e domiciliado na Cidade de
São Paulo, Estado de São Paulo, com endereço comercial na Rua Bandeira Paulista, nº 530, CEP 04532-001,
para o cargo de “Diretor Comercial” da Companhia. 5.2. Considerando as alterações no Estatuto Social
da Companhia, aprovadas na Assembléia Geral Extraordinária realizada nesta data, os membros do
Conselho de Administração, por unanimidade: (i) Aprovaram a recondução para o mandato em curso, ou
seja, até 31 de janeiro de 2011, do: (a) Sr. Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira Setas, português,
casado, engenheiro, portador da cédula de identidade RNE nº V533027-Y, inscrito no CPF/MF sob o
nº 233.022.348-05, residente e domiciliado na capital do Estado de São Paulo, com endereço comercial
na Rua Bandeira Paulista, nº 530, 14º andar, Itaim Bibi, CEP 04532-001, para o cargo de “Diretor
Presidente” da Companhia; e do (b) Sr. Francisco Alfredo Fernandes, brasileiro, casado, engenheiro,
portador da cédula de identidade RG nº 6.873.312 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº 002.836.358-27,
residente e domiciliado na Cidade de Mogi das Cruzes, Estado de São Paulo com endereço comercial
na Av. Presidente Castelo Branco, nº 77, na Cidade de Mogi das Cruzes, no Estado de São Paulo,
CEP 08820-460, para o cargo de “Diretor Técnico e de Ambiente” da Companhia. (ii) Elegeram para
o mandato em curso, ou seja, até de 31 de janeiro de 2011: (a) o Sr. Carlos Emanuel Baptista
Andrade, brasileiro, casado, economista, portador da cédula de identidade RG nº 1.699.133 SSP/PE,
inscrito no CPF/MF sob nº 364.349.064-04, residente e domiciliado na capital do Estado de São Paulo,
com endereço comercial na Rua Bandeira Paulista, nº 530, 4º andar, Bairro Itaim Bibi, CEP 04532-001
para o cargo de “Diretor Financeiro e de Relações com Investidores”; e (b) o Sr. Donato da Silva
Filho, brasileiro, solteiro, engenheiro, portador da cédula de identidade RG nº 22.448.869-8 SSP/SP,
inscrito no CPF/MF sob o nº 172.222.108-90, residente e domiciliado na capital do Estado de São Paulo,
com endereço comercial na Rua Bandeira Paulista, nº 530, 3º andar, Itaim Bibi, CEP 04532-001 para o
cargo de “Diretor de Regulação”. 5.3. Os Diretores, ora reconduzidos e eleitos, neste ato e/ou por
declaração própria, tomaram ciência de suas eleições e as aceitaram, declarando não estarem incursos em
nenhum crime que os impeçam de exercer atividades mercantis. 5.4. Tendo em vista as deliberações dos
itens acima, a Diretoria da Companhia passa a ter a seguinte composição a partir da presente data,
mantendo-se inalterado o seu mandato, ou seja, até 31 de janeiro de 2011: (i) Diretor Presidente: Sr.
Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira Setas; (ii) Diretor Técnico e de Ambiente: Sr. Francisco Alfredo
Fernandes; (iii) Diretor Comercial: Sr. Michel Nunes Itkes; (iv) Diretor Financeiro e de Relações com
Investidores: Sr. Carlos Emanuel Baptista Andrade; (v) Diretor de Regulação: Sr. Donato da Silva Filho;
(vi) Diretor de Sustentabilidade: Sr. João José Gomes de Aguiar. 6. Encerramento: Nada mais
havendo a ser tratado e inexistindo qualquer outra manifestação, foi encerrada a presente reunião, da
qual se lavrou a presente ata que, lida e achada conforme, foi assinada por todos os Conselheiros
presentes. Presidente da Mesa: Dr. António Manuel Barreto Pita de Abreu. Secretário da Mesa: Dr.
Fábio William Loreti. Conselheiros: Srs. António Manuel Barreto Pita de Abreu; Miguel Nuno Simões
Nunes Ferreira Setas; Miguel Dias Amaro; Luiz Otavio Assis Henriques; e Arnaldo Benzi Sacconi. Declaro
que a presente é cópia fiel extraída do original. Fábio William Loreti - Secretário da Mesa. Registrada
na JUCESP sob o nº 310.512/10-4 em sessão de 26/08/2010. Secretária Geral: Kátia Regina Bueno
de Godoy.
semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
34 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e3fim
de de
setembro,
BASTIDORES CULTURAIS
CESAR GIOBBI
Heitor Martins,
e de como a Bienal
saiu do buraco
Presidente da Fundação Bienal de São Paulo há pouco mais de um ano Heitor
Martins conta como saneou as contas da instituição e a recolocou nos trilhos
ELE NÃO TEM MEDO
DE CONTA NO VERMELHO
Heitor Martins, Presidente
da Fundação Bienal de
São Paulo desde junho
de 2009, é sócio-Diretor
da McKinsey & Company
no escritório de São Paulo
e um dos líderes da Prática
de Instituições Financeiras
na América do Sul. Martins é
graduado em Administração
Pública pela Fundação Getúlio
Vargas (Maio 89 — São Paulo,
Brasil) e pós-graduado em
Administração de Empresas
pela Universidade de Michigan
(Maio 93 - Ann Arbor, EUA).
E é um apaixonado por arte.
Heitor Martins assumiu a presidência da
Fundação Bienal de São Paulo em junho de
2009, e a vida da instituição mudou. Assim
como mudaram as reuniões do Conselho de
Administração, que agora são rápidas, eficientes, e sai todo mundo satisfeito e aliviado. Sem nenhum demérito a ex-presidentes
da Bienal, alguns dos quais realizaram esplendias mostras, Martins trouxe um novo
paradigma administrativo. Antes, a direção
da Fundação estava sempre correndo atrás
do prejuízo. Ou seja, tinha metas a cumprir
e contas a pagar, e saía passando o chapéu
para ver se cobria todas as despesas. Muitas
vezes não cobria. Agora, a Bienal está estruturada para poder propor metas e aceitar
desafios. Às vésperas da inauguração da 29ª
Bienal Internacional de São Paulo, que pela
primeira vez tem previsão de estar pronta
uma semana antes da abertura, em 25 de setembro, Martins conversou comigo para
desvendar sua fórmula de sucesso.
Martins é um gestor. É sócio-diretor da
McKinsey & Company no Brasil, que é uma
empresa mundial de consultoria estratégica
e gestão. Segundo Martins, é a maior do
mundo. Depois das confusões administrativas em que a Fundação Bienal se viu envolvida, ele era o homem certo, na hora certa
para assumir o comando.
A primeira coisa que fez foi montar uma
diretoria que é um time, cada um com sua
posição e tarefa. Chamou Eduardo Vassimon, do sistema financeiro; Lucas Melo,
especialista em controle contábil; Jorge
Fergie, da Mckinsey; Pedro Barbosa, gestor
de ativos; Salo Kibrit, advogado; Luis Terepins, empresário da construção civil e presidente da AACD; Justo Werlang, da Bienal
do Mersocul e Miguel Chaia, um acadêmico e conhecedor de artes.
“É um time que funciona muito bem.
Quando quero falar de dinheiro, chamo o
Vassimon e o Lucas; sobre administração falo
com o Fergie; problemas jurídicos são com o
Salo; o Terepins me ajuda com as obras de
restauro do prédio; o Justo e o Miguel me ajudam na parte curatorial”, cita ele. “Em conjunto, a diretoria cobre todas as áreas. Este é o
principal segredo. Somos todos voluntários e
desvinculados , mas a equipe trabalha motivada pela causa”. Esta parece ser também a
principal mudança: “A Bienal tem um passado presidencialista, com diretorias passivas.
No nosso caso, se cada um dedicar 15% de
seu tempo à Bienal, é como se tivéssemos
duas pessoas full-time na Fundação”, explica
“
Não temos nem mais sala
de presidência. Temos uma
sala de reunião, que cada
um usa quando vai à Bienal.
Fizemos uma democratização
de direção, dentro deste
novo conceito de espaços
abertos com todo mundo
sentado numa mesma mesa
Heitor Martins
ele. Além disso, Martins sugeriu ao conselho
que admitisse membros ligados ao mundo financeiro e empresarial com contato com as
artes, caso de Carlinhos de Jereissati, Alfredo
Setubal e José Olympio Pereira, para citar
apenas três exemplos. “Com a chegada desses novos membros, ficou claro que a sociedade apoiava a Bienal”.
As reuniões têm sido semanais, às segundas-feiras, das 21h às 24h. Além disso, todos
os diretores vão à Bienal com certa freqüência. Mas não é mais como antes, que o presidente e diretoria praticamente despachavam no prédio em tempo integral. “Não temos nem mais sala de presidência. Temos
uma sala de reunião, que cada um usa quando vai à Bienal. Fizemos uma democratização de direção, dentro deste novo conceito
de espaços abertos com todo mundo sentado numa mesma mesa”, diz ele.
Martins e sua diretoria encontraram um
passivo de cerca de R$ 4 milhões, pendências relativas às duas mostras anteriores,
causas trabalhistas, custeio. Um número
que afugentou pelo menos dois pretendentes ao posto. Mas que, para um bom gestor,
é um número absolutamente administrá-
vel. Martins fez as contas e percebeu que
precisaria ter pelo menos R$ 2,8 milhões de
imediato, e cerca de R$ 5,2 milhões para
chegar até o fim do ano. Dois bancos e uma
empresa, com representante no Conselho,
logo liberaram via Lei Rouanet, cerca de R$
800 mil. A Prefeitura liberou cerca de R$ 2
milhões, para custeio, já que não devemos
esquecer que o prédio é público. E um jantar organizado pelo conselho, na própria
Fundação, levantou mais R$ 1 milhão de
doações livres de empenho.
A Bienal estava estruturada para poder
pensar nos projetos. Em primeiro lugar, realizar em apenas um ano a mostra internacional, e iniciar reformas urgentes. Um plano
de funding foi criado. O Ministério da Cultura compreendeu rápidamente a importância
de ajudar, e liberou fundos para a reforma do
prédio, mais fundos da lei Rouanet para a
mostra. “Passei três meses investindo em
convencimento. Fui mostrar ao governo, à
mídia, à sociedade, ao trade e aos marchands
o nosso projeto. Lembramos que a Bienal é a
mostra mais importante do mundo e tem de
ser preservada. Que para preservá-la é preciso ter um comando confiável, que aja com
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 3
5 de setembro, 2010 Brasil Econômico 35
Sexta-feira,
Divulgação
A “cowrintiana” de Washington Olivetto
O publicitário Washington Olivetto, conhecido por sua doentia torcida
pelo Corinthians, criou esta vaca, a Cowrintiana, para a 5 ª Cow Parade,
que terminou em abril com um leilão beneficente. A obra foi arrematada
por Michel Farah, que na quarta, dia do centenário do clube, resolveu dá-la
de presente ao criador da obra. Na foto, Washington recebe o presente
(de vermelho, entre Michel Farah, Angelo Derenze e Paulo Gregoraci), que
agora está vai ficar morando na entrada da agência WMcCann, em São Paulo.
AGENDA
● No dia 9, a São Paulo
Companhia de Dança estreia
a montagem Sechs Tänze, às 21h,
no Teatro Alfa, em São Paulo.
● No dia 4, os humoristas Chico
Anysio e Tom Cavalcante apresentam
o espetáculo Chico.Tom, às 22h,
no Citibank Hall do Rio de Janeiro.
[email protected]
Marcela Beltrão
BREVES
Partituras de Pixinguinha.
Duas delas inéditas
J. Ramos/Arquivo/O Dia
A Imprensa Oficial do Estado e o Instituto
Moreira Salles lançam dia 9, no Teatro
Carlos Gomes, centro do Rio, a obra
Pixinguinha na Pauta: uma caixa com as
partituras de 36 arranjos que Pixinguinha
fez para o programa O Pessoal da Velha
Guarda, da Rádio Tupi, nas décadas de 1940
e 1950. Duas delas são de obras inéditas do
compositor. O lançamento terá a orquestra
Pixinguinha na Pauta, regida por Pedro
Aragão, e solos do cantor Pedro Miranda.
1822, do mesmo autor de 1808
Heitor Martins: “O dinheiro é um
instrumento que deve ser respeitado,
mas precisa ser usado para gerar
impacto cultural. E o nosso objetivo
é o de fazer uma tremenda Bienal”
transparência, credibilidade e competência.
O dinheiro acaba vindo como uma decorrência disso”, garante Martins. “Na primeira reunião com o ministro da Cultura, Juca
Ferreira, nem falamos de dinheiro. A sintonia foi imediata. Descobrimos objetivos comuns no projeto, como a gratuidade da
mostra, itinerância, e inclusão pela arte”.
O ministro passou a ser um importante
parceiro da Bienal. Tanto que foi ao jantar de
funding, em novembro passado, e falou pela
Bienal. “Esse apoio foi ainda mais importante que o econômico. Dinheiro é conseqüência disso. Não saímos mais para pedir
verba. Saimos para apresentar projetos”,
explica. Com este bom entendimento, foi
renovado o acordo segundo o qual a Bienal
de São Paulo cuida da participação do Brasil
na Bienal de Veneza. Mas só da organização.
A reforma do pavilhão brasileiro é feita pelo
Ministério das Relações Exteriores, e os custos da mostra são cobertos pelo Minc. Administrações passadas tinham assumido
responsabilidade por tudo.
Na última reunião do Conselho, Martins
anunciou que o funding da Bienal, entre convênios, leis de incentivo e patrocínios, já ti-
nha reunido cerca de R$ 32 milhões, e que
havia ainda cerca de R$ 14 milhões para entrar. Os custos da 29ª estão orçados em R$ 26
milhões. Tirando o custeio e o investimento
em obras, que começam por agora e devem
durar mais tempo que o do mandato desta diretoria, Martins espera deixar dinheiro em
caixa para a próxima administração. “Começar com caixa para despesas emergenciais te
dá outro grau de flexibilidade”, comenta.
Por fim, Martins lembra que administrar
uma fundação cultural não é o mesmo que
administrar uma empresa. Se os padrões de
gestão são os mesmos, a finalidade é outra.
“É importante que não se perca de vista esta
perspectiva. Aqui não é a de acumular dinheiro. O dinheiro é um instrumento que
deve ser respeitado, mas deve ser usado para
gerar impacto cultural. E o nosso objetivo é
o de fazer uma tremenda Bienal, trazer mais
de 1 milhão de pessoas, capacitar milhares
de professores das redes pública e privada,
interessar em arte cerca de 400 mil crianças, e levar a exposição, em módulos, para
várias capitais do País”. Sem falar na repercussão internacional que a Bienal sempre
gera. Que assim seja. ■
O jornalista e escritor Laurentino Gomes,
autor do bestseller “1808”, lança agora
uma sequência, 1822, em que narra o
processo da independência do Brasil,
da partida da família real, em 1821, à
morte de D. Pedro I em Portugal, em 1834.
O lançamento em São Paulo será no dia 8,
na Livraria Cultura do Conjunto Nacional
e no Rio, no dia 9, na Casa de Rui Barbosa.
Divulgação
“
Na primeira reunião
com o ministro
da Cultura, Juca
Ferreira, nem
falamos de dinheiro.
A sintonia foi imediata.
Descobrimos objetivos
comuns no projeto,
como a gratuidade
da mostra, itinerância,
e inclusão pela arte
Heitor Martins
Um filme suíço sobre Nana
O cineasta franco-suíço Georges Gachot
se rende mais uma vez à música
brasileira e lança em Zurique, no dia 9,
o filme Rio Sonata, um tributo a
Nana Caymmi. O filme levou seis anos
para ser concluído, e tem a participação
de Gil, Betânia, Milton Nascimento,
João Donato, Erasmo Carlos, Dorival
e Dori Caymmi. O filme entra em cartaz
na Europa no outono. Será apresentado
nos festivais do Rio e Vancouver.
36 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e3fim
de de
setembro,
semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
FINANÇAS
Comunidade
de empréstimos
alcança 1º milhão
Baseada em modelos internacionais de “peer-to-peer
lending”, a Fairplace intermediou perto de 300 empréstimos
Mariana Segala
[email protected]
Uma carteira de crédito de R$ 1
milhão é quase nada para um
banco. Já para a Fairplace — que
põe em contato, em uma rede social na internet, gente que precisa
de dinheiro e quem está disposto
a emprestar — representa uma
bolada. A “comunidade de empréstimos” brasileira alcançou o
primeiro milhão de reais emprestado no fim de agosto, aos cinco
meses de vida, em 280 operações
feitas diretamente de pessoa para
pessoa. É o que se conhece no exterior, onde virou moda, como
“peer-to-peer lending”.
“É o tipo de negócio que tem
a cara do Brasil”, avalia o diretor
da Fairplace, Eldes Mattiuzzo. A
comunidade virtual já tem 10
mil cadastrados, dos quais 3,5
mil já solicitaram empréstimo —
que vão de R$ 1 mil a R$ 5 mil,
pagáveis em prazos fixos de um
ou dois anos. Na prática, quem
quer dinheiro se cadastra no site
e tem os dados checados e avaliados pela Serasa Experian, que
emite um “rating”, ou nota de
risco de calote. A maioria, no
entanto, não passa pelo crivo da
Fairplace. Em 75% dos casos, a
proposta do candidato a tomador de crédito nem é publicada.
Operações vão de
R$ 1 mil a R$ 5 mil,
para prazos fixos
de um ou dois anos.
Quem empresta
o dinheiro assume
o risco de
inadimplência
e a falta de liquidez
Competitividade
ADAPTAÇÃO
Cuidado redobrado para cumprir Lei da Usura
Um dos desafios da Fairplace foi
adaptar modelos internacionais
de comunidades de empréstimo
à realidade jurídica brasileira
— que incluiu, por exemplo,
o enquadramento à Lei da Usura.
Apenas bancos e financeiras podem
cobrar juros acima de 1% ao mês.
Para assegurar a legalidade das
operações, a solução encontrada
foi formalizar, nos contratos
intermediados com Fairplace
e com os tomadores e investidores,
uma taxa mensal de juros de 1%. O
restante da remuneração é recebido
Quando o pedido vai para o
ar, abre-se um leilão de 14 dias
entre os 2,5 mil “investidores”
do site. Quem tem para emprestar e se interessa pelo perfil do
tomador oferece os recursos a
uma taxa de juros. Ganha quem
cobrar menos. O papel da Fairplace é prover plataforma, avaliação de crédito, fechamento de
contratos entre as partes, recolhimento de impostos e liquidação das operações (feita pela empresa de meios de pagamento
MoIP). Por isso, cobra dos tomadores taxa de cadastro de R$ 50 e
comissão de 5% (para operação de
um ano) ou 8% (dois anos). A comissão cobrada do credor é de 2%.
por quem empresta o dinheiro
a título e bonificação, repassada
diretamente pela Fairplace.
O empréstimo entre pessoas
não caracteriza agiotagem, que
é a cobrança de juros extorsivos,
destaca o diretor da Fairplace, Eldes
Mattiuzzo. “As operações de crédito
de uma pessoa para outra estão
previstas no Código Civil e são
formalizadas por meio de contratos
de mútuo, que são legais”, afirma.
É esse o tipo de contrato que a
empresa intermedeia entre os
participantes da comunidade.
A vantagem, diz Mattiuzzo, está
nos juros, menores do que os cobrados nas linhas de crédito dos
bancos. A taxa média dos empréstimos feitos na Fairplace está
em 3,15% ao mês, mas chega a
2,52% para perfis “triple A”, com
melhor avaliação de crédito.
Para quem empresta, a rentabilidade é maior do que a de investimentos bancários. Mas todo
o risco e a ausência de liquidez
(depois de feito o empréstimo,
não é possível desistir até o final
do período) são assumidos pela
pessoa. Na Fairplace, a taxa dos
que não pagaram a primeira e a
segunda parcelas é de 3%. “A
cada R$ 25 que tenho a receber,
R$ 24 vêm em dia e R$ 1, em
atraso”, conta o médico gaúcho
Roberto Lodeiro Muller, prestes a
realizar o centésimo empréstimo pelo Fairplace. “Minha estratégia é pulverizar ao máximo,
concedendo só o valor mínimo a
emprestar, de R$ 50.”
A experiência internacional
mostra que as taxas de inadimplência podem inviabilizar o negócio. Há pelo menos 35 serviços
do tipo no mundo e já existem casos de quebra. Na Polônia, o site
Monetto fechou as portas em fevereiro. Nos Estados Unidos, a
atividade foi regulada no fim de
2008, em função dos efeitos da
crise financeira internacional. ■
Modelo esbarra
Empresário monta arsenal
jurídico para proteger o negócio
Boa parte do ano que Eldes
Mattiuzzo levou para desenvolver
a estrutura da Fairplace foi gasta
colocando preto no branco um
negócio que embute tons de cinza. Ele e o advogado Rodrigo Romano, do escritório Kalume e
Associados, prepararam um arsenal jurídico para enfrentar
eventuais questionamentos sobre
a legalidade da atividade sem
precedente no país — e, portanto,
sem regulamentação específica.
O Banco Central informou ao
BRASIL ECONÔMICO que a Fairplace não é instituição financeira
autorizada a operar no mercado
financeiro e que, por essa razão,
não é fiscalizada pela autoridade. “Cabe destacar que a atividade de intermediação financeira, que pressupõe a realização de operações de crédito, é
privativa de instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
Central”, informou, ressaltando ainda que quem opera como
instituição financeira sem autorização está sujeito às penali-
Sexta-feira,
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 3
5 de setembro, 2010 Brasil Econômico 37
Stringer/AFP
BCE mantém juro básico em 1% ao ano
AGENDA DO DIA
O Banco Central Europeu (BCE), presidido por Jean-Claude Trichet,
decidiu ontem manter o juro básico da Zona do Euro no recorde mínimo
de 1% ao ano pelo décimo sétimo mês seguido. A autoridade monetária
também deixou inalterada a taxa usada para a concessão de créditos
overnight por bancos centrais nacionais e a que remunera depósitos
overnight em, respectivamente, 1,75% e 0,25%. O BCE começou a cortar
os juros em outubro de 2008, época do período mais crítico da crise.
de serviços de agosto nos EUA.
● Às 6h, saem as vendas
do varejo na Zona do Euro.
● Às 9h, o IBGE divulga PIB
do Brasil do segundo trimestre.
● Às 9h30, sai a taxa de
desemprego nos EUA de agosto.
● Às 10h30 sai o ISM
Henrique Manreza
Eldes Mattiuzzo, idealizador e diretor da Fairplace:
regulamentação do modelo seria bem-vinda
COMUNIDADE EM NÚMEROS
O perfil dos empréstimos
na Fairplace
EMPRÉSTIMOS REALIZADOS POR CLASSE SOCIAL
E
A
7,5%
15%
D
15%
B
22,5%
C
40%
EMPRÉSTIMOS REALIZADOS POR FINALIDADE
DOS RECURSOS
Saúde
1%
Outros
8%
Dívidas
47%
Casamento
4%
Veículos
Lar 5%
6%
Estudo
7%
Negócios
22%
TAXA MÉDIA MENSAL DE JUROS POR GRAU DE RISCO
5
4,24%
3,71%
4
3
2,98%
2,52%
2
1
0
AAA
A
B
C
Fonte: Fairplace
em dúvidas sobre regulamentação
dades das leis 4.595 e 7.492.
Embora questionado, o BC não
esclareceu se a atividade da
Fairplace se configura como intermediação financeira.
A empresa defende que não.
Constituída sob a forma de sociedade limitada, a Fairplace se
identifica como prestadora de
serviços que atua como captadora de negócios e mandatária
tanto dos tomadores de empréstimos quanto dos investidores.
Cobra, por isso, taxas de cadastro e comissões, quando as
transações são efetivadas. “A
Fairplace defende
que proposta não
caracteriza atividade
de instituição
financeira fiscalizada
pelo Banco Central
ou pela CVM
Fairplace não faz qualquer tipo
de concessão direta de empréstimos, financiamentos, crédito
direto, aplicações financeiras
vinculadas ou garantidas, investimentos em mercados imobiliários ou operações assemelhadas, motivo pelo qual não se
constitui como instituição financeira sob o controle do Banco Central ou da CVM”, informa
um parecer jurídico sempre
pronto a ser apresentado. Não
que não queira se tornar uma,
como outros objetivos. “Poderíamos trabalhar também com
securitização dos recebíveis,
emitindo FIDCs (fundos de recebíveis), e criar um mercado secundário dos créditos entre os
usuários”,exemplifica Mattiuzzo.
Planos, no entanto, para daqui ao
menos três anos.
Zona duvidosa
A proposta da Fairplace, de
fato, não se enquadra nas atividades típicas de uma instituição
financeira, avalia o advogado
José Eduardo Carneiro Queiroz,
sócio da área bancária do escritório Mattos Filho. “A lei ban-
cária (4.595) se aplica quando a
instituição capta os recursos, os
intermedeia e aplica cumulativamente”, diz. A empresa, no
entanto, sofre os mesmos questionamentos que outras formas
alternativas de financiamento.
É o caso de ONGs que concedem crédito a populações não
bancarizadas, lembra o advogado, que são excepcionadas do
regime bancário tradicional.
“Essas formas alternativas de
oferecer financiamento estão
numa zona duvidosa da regulamentação”, ressalta. ■ M.S.
38 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e3fim
de de
setembro,
semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
FINANÇAS
Jim Lo Scalzo/Bloomberg
POLÍTICA MONETÁRIA
Bernanke diz que regulação
é melhor arma para estabilidade
O presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, afirmou ontem
que uma boa regulação, em vez da política monetária, é a melhor arma
para lidar com deslocamentos nos mercados financeiros. Em discurso
preparado para uma audiência com a Comissão de Inquérito sobre a
Crise Financeira (FCIC, em inglês) dos EUA, Bernanke não descartou usar
a política monetária para lidar com problemas do mercado de crédito.
Em parceria com Assurant,
Tim vai distribuir seguros
Operadora tem 44 milhões de linhas e espera oferecer, inicialmente, apólices
para casos de roubo e furto, garantia estendida e quebra acidental do aparelho
Thais Folego
[email protected]
Após terem desbravado as bases de clientes das redes de varejo e das companhias de serviços públicos, seguradoras
que atuam com distribuição
massificada de seguros estão
com grande apetite para explorar melhor a clientela das operadoras de telefonia celular. E
não é para menos, já que no
Brasil há 187 milhões de celulares, segundo dados de julho da
Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações).
A Tim acaba de fechar parceria com a seguradora Assurant Solutions para distribuir
seguros contra roubo e furto de
celular, garantia estendida e
quebra acidental do aparelho,
segundo fontes que acompanharam a negociação. As apólices serão oferecidas nas lojas da
operadora, que hoje tem cerca
de 44,9 milhões de linhas, o
equivalente a 24% do mercado
de telefonia móvel.
A Vivo oferece alguns tipos
de seguros em parceria com a
Mapfre há cinco anos e, mais recentemente, também fechou
parceria com o Santander para
oferecer apólice de vida. Segundo fontes do mercado, a Oi também estaria fazendo uma concorrência para escolher uma seguradora. A companhia, porém,
não confirma a informação. A
Claro, quando ainda era BCP em
São Paulo, distribuiu seguro de
roubo e furto de celular, mas
hoje não oferece mais nenhum
tipo de seguro.
Até o fim do ano,
seguro de proteção
financeira também
estará disponível,
que paga a conta
em caso de perda
de emprego ou renda
de migrar para a concorrência
— ainda mais agora, com a portabilidade, que dá aos usuários
a opção de trocar de operadora
com o mesmo número de telefone. “É mais difícil o cliente
trocar de operadora e ficar sem
o serviço”, diz Maurício Romão, diretor de produtos e serviços financeiros da Vivo (leia
mais ao lado).
Proteção financeira
Como a cobrança do seguro é
feita por meio da conta do
usuário, os produtos são mais
aderentes aos clientes que possuem planos pós-pagos. Como
dos 44 milhões de clientes da
Tim, aproximadamente 35 milhões possuem planos pré-pagos, a Assurant já estuda produtos voltados especificamente
para esse público.
Até o final do ano, também
serão oferecidos seguros de
proteção financeira. No caso do
cliente perder o emprego ou
sua fonte de renda, o seguro
paga um número de contas de
celular (três ou quatro).
Inicialmente, os produtos de
roubo e furto, garantia estendida e quebra acidental serão vendidos de forma separada, mas a
intenção é fazer combos do produto, comenta Stavale, o que
dilui o risco. No caso de indenização pela ocorrência de furto,
por exemplo, as coberturas de
quebra ou garantia não serão
usadas. Os combos devem estar
disponíveis até o primeiro semestre do ano que vem. ■
A Assurant Solutions é
uma divisão da seguradora
americana Assurant.
Mundialmente, a divisão
atua em três frentes: seguro
prestamista, garantia estendida
e o que eles chamam de
wireless, que é distribuir
seguros para clientes de
operadoras de telefonia móvel.
Esse era o único negócio em
que a operação brasileira ainda
não atuava e inaugura, agora,
com a parceria com a Tim.
“É uma forma de diversificar
os nossos riscos, pois
estávamos muito dependentes
ao varejo (para distribuição).
Queremos explorar novos
mercados”, diz Cassio Stavale,
vice-presidente comercial
da Assurant Solutions.
Segundo ele, atuar no mercado
de telefonia móvel faz parte da
estratégia mundial do grupo.
Francisco Losito
A FRASE
Estratégia
“Nas parcerias, a preocupação
é oferecer seguros que tenham
relação com o negócio principal da empresa parceira”, diz
Cassio Stavale, vice-presidente
comercial da Assurant Solutions. Além da receita extra
com serviços financeiros, o interesse das operadoras na operação de seguros é a de fidelizar
o cliente com a oferta de serviços agregados que façam o
cliente pensar duas vezes antes
Assurant
Com a Tim, seguradora inaugura
operação de distribuição
“Nas parcerias,
a preocupação é
oferecer seguros
que tenham relação
com a a empresa”
Cassio Stavale, vice-presidente
comercial da Assurant Solutions
Sexta-feira,
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 35 de
de setembro,
setembro, 2010
2010 Brasil Econômico 39
Denis Doyle/Bloomberg
TURBULÊNCIA
MERCADOS
BC da Alemanha pede demissão de
membro por cometários sobre imigração
Índice europeu de ações fecha
estável; ações de construção sobem
O Banco Central da Alemanha, Bundesbank, confirmou ontem que pedirá
que o presidente do país, Christian Wulff, demita o membro do conselho
do BC Thilo Sarrazin, cujos comentários sobre imigração causaram
uma turbulência política nos últimos dias. O Bundesbank informou
que o conselho aprovou a decisão por unanimidade e que o diretor de
governança corporativa do banco, Uwe Schneider, “apoia a medida”.
As bolsas de valores europeias fecharam perto da estabilidade ontem,
em um respiro dos investidores após a alta da sessão anterior. As ações
do setor de construção se recuperaram com a ajuda de dados positivos
dos EUA, onde houve uma alta inesperada nas vendas pendentes de
moradias usadas. O FTSEurofirst 300, índice que segue as principais ações
da Europa, fechou com oscilação negativa de 0,08%, aos 1.054 pontos.
Antonio Milena
Bases de clientes de operadoras
são vistas com grande interesse para
distribuição de apólices de seguros
Vivo ampliará
a oferta
de apólices
Até o fim do ano, operadora,
que já distribui seguro de perda
e roubo e apólice de vida, vai
oferecer garantia estendida
Além da receita extra e da fidelização do cliente, com a oferta
de seguros, as operadoras de telefonia celular conseguem,
também, garantir que o cliente
continue usando o seu serviço.
“No caso de perda e roubo, por
exemplo, conseguimos repor o
aparelho em dois ou três dias.
Dessa forma o cliente não para
de falar”, exemplifica Maurício
Romão, diretor de Produtos e
Serviços Financeiros da Vivo.
A companhia começou a
distribuir seguros há cinco
anos e agora está ampliando
seu portfólio de apólices. Em
parceria com a seguradora espanhola Mapfre, com quem já
faz seguro de perda e roubo de
celular, vai começar a oferecer
também garantia estendida de
celular até o final do ano.
A empresa também oferece
seguros de vida, acidentes pessoais, residencial e diária hospitalar (que cobre a renda perdida de um profissional por dia
de internação), mas em parceria com o Santander.
Os produtos relacionados
com o aparelho celular são ofertados nas cerca de cinco mil lojas que a Vivo tem espalhada
pelo país. Os de vida e residência são oferecidos também por
meio de telemarketing ativo.
Operadora também
tem interesse em
trabalhar com
miniseguros,
aqueles com custo
bem pequeno, em
torno de R$ 3,50
Novidades
Segundo Romão, dos seguros
tradicionais a Vivo já distribui
todos aderentes ao seu cliente. “Só não distribuímos os
miniseguros, aqueles com um
custo bem baixo, na linha dos
que o Bradesco está fazendo,
que custam R$ 3,50”, diz o
diretor da Vivo.
Segundo ele, esses “miniseguros” têm um grande potencial para a população de mais
baixa renda, principalmente
nos produtos de acidentes pessoais e assistência funeral, este
último ainda não oferecido pela
Vivo. Segundo Romão, a Vivo
tem interesse em trabalhar
com esses produtos, mas ainda
não há nada definido. ■ T.F.
■ CLIENTES
Número de celulares
da Vivo que circulam hoje
56
milhões
■ PARTICIPAÇÃO
Parcela do mercado de telefonia
móvel que a Vivo possui
30%
semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
40 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e3fim
de de
setembro,
FINANÇAS
Hannelore Foerster/Bloomberg
RISCO
CRISE
Fitch rebaixa rating da WTorre
por crítica situação de liquidez
UE chega a acordo prévio sobre
nova supervisão do setor financeiro
A agência de classificação de risco Fitch rebaixou ontem os ratings
nacionais de longo prazo da WTorre e da WTorre Properties de
“BBB+(bra)” para “BBB-(bra)”, colocando-os também em observação
negativa. De acordo com a Fitch, “o rebaixamento reflete os maiores
riscos de refinanciamento do grupo no curto prazo e a piora
considerável de suas principais medidas de crédito e da liquidez”.
A União Europeia chegou a um acordo preliminar sobre novos poderes
para supervisionar a indústria de serviços financeiros da região. O novo
sistema vai ter três autoridades europeias de supervisão para serviços
financeiros, para o bancário e para os setores de seguros e vai criar
um Conselho de Risco Sistêmico Europeu para elaborar um sistema de
alerta antecipado para maiores riscos que estejam se acumulando na UE.
Alongamento do crédito depende
de menor demanda do Tesouro
A opinião é do presidente do Bradesco; para ele, convergência das taxas interna e externa está próxima
Evandro Monteiro
Ana Paula Ribeiro
[email protected]
A maior participação dos bancos nos financiamentos de longo prazo depende da convergência entre as taxas de juros
externas e internas e de uma
menor emissão de títulos públicos, segundo avaliação do
diretor presidente do Bradesco,
Luiz Carlos Trabuco Cappi. “À
medida que o Tesouro Nacional
demande menos (financiamento público), os recursos serão colocados à disposição dos
investimentos”, disse, após
participar ontem de evento do
Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef).
De acordo com o executivo, a
convergência das taxas já está
em andamento, com algumas
empresas brasileiras conseguindo captar no exterior com taxas
inferiores ao de companhias de
outras nacionalidades. A aproximação entre o custo externo e
interno de captação possibilitará
que os bancos elevem o volume
de concessões de crédito com
custo competitivo e prazo maior.
No entanto, para que esse dinheiro seja destinado a empréstimos de longo prazo a empresas,
é necessário maior equilíbrio fiscal por parte do governo federal.
Na projeção do Plano Anual de
Financiamento (PAF), o Tesouro
anunciou para 2010 uma necessidade de financiamento líquida (já
descontando os recursos orçamentários) de R$ 320,2 bilhões.
No ano passado, essa necessidade
era de R$ 309,2 bilhões. Trabuco
lembrou que há liquidez de recursos, mas que parte dele está
aplicada em títulos públicos.
Outro fator que beneficiará as
empresas é o desenvolvimento
do mercado de capitais. O executivo avalia que há espaço para
dobrar o número de companhias abertas no Brasil. Hoje,
existem 465 empresas com registro na Bovespa. “As empresas, em especial as familiares,
estão percebendo que o mercado de capitais é uma grande
fonte de recursos.” Acrescentou
ainda que as companhias passam por uma fase de expansão
de renda e possibilitam a ampliação das vagas de trabalho.
Banco percebe
que economia
está aquecida
em todos os setores
e segmentos
O executivo voltou a afirmar
que o Brasil passará por um ciclo
de crescimento sustentável que
se difere dos anteriores. “Em
nosso contato diário com as 1,4
milhão de empresas que são
nossas clientes sentimos que o
Brasil está crescendo em todos
os setores e segmentos”, avalia.
Trabuco admite, porém, que
embora o país vivencie essa expansão com sustentabilidade,
ainda terá de conviver por mais
alguns anos com os “descompassos do crescimento”, em especial aqueles relacionados à infraestrutura urbana, como falta
de transporte público adequado.
Com a necessidade de desenvolvimento do país, uma das
apostas do banco é na área de
construção civil, setor em que
Trabuco não vê risco de bolha,
uma vez que o crédito para a
compra da casa própria representa menos de 4% do Produto
Interno Bruto (PIB). Além disso,
a instituição espera a elevação da
inserção dos produtos de seguridade. O executivo lembra que o
consumo médio no Brasil desses
produtos é de US$ 300 ao ano no
segmento, enquanto em outros
países chega a US$ 2,5 mil. ■
Para Trabuco,
país vive um ciclo
de crescimento
sustentável
Banco espera redução dos compulsórios
O diretor-presidente do Bradesco,
Luiz Carlos Trabuco Cappi,
acredita que ocorrerá uma
redução do nível de recolhimento
de compulsórios a partir da
divulgação das novas regras
internacionais para solvência
bancária. A alíquota no Brasil
para os depósitos à vista está
atualmente em 43%. “Com as
normas de Basileia 3, esperamos
que ocorra um alinhamento
entre os níveis praticados no
Brasil e no exterior”, avalia.
De acordo com o executivo,
alguns países chegam a ter
compulsório de apenas 5%.
A expectativa é que as novas
normas apontem para um
nível de recolhimento que
seja um meio termo entre
a realidade brasileira e a prática
nos países que têm baixo
recolhimento de compulsório.
As novas normas devem ser
anunciadas em 2010 para
a aplicação gradual entre 2011
e 2012. Trabuco lembra que
o elevado nível de compulsório
ajudou o Brasil a enfrentar
a crise financeira que eclodiu em
setembro de 2008. No entanto,
com a melhora do ambiente
internacional, seria importante
ocorrer a convergência com
os níveis internacionais. A.P.R.
Sexta-feira,
3 de setembro, 2010 Brasil Econômico 41
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 5
SECRETARIA DE TRANSPORTES
Depto. de Operação do Sistema Viário
EDITAL DE NOTIFICAÇÃO AOS PROPRIETÁRIOS DE VEÍCULOS REMOVIDOS Nº 013/2010-DSV.GAB
O DEPARTAMENTO DE OPERAÇÃO DO SISTEMA VIÁRIO - DSV, situado à Rua do Sumidouro, 740, São Paulo, com fundamento na Lei Federal
nº 6575, de 30/09/1978, FAZ SABER, aos interessados abaixo relacionados que devem providenciar a retirada dos veículos removidos por este
Departamento, que se encontram no pátio situado na Praça Alberto Lion, 399, Mooca - Capital, mediante pagamento de débitos existentes, sob
pena de terem seus veículos vendidos em leilão público.
1 - MARIA CUSTODIA MEDEIROS, FORD/CORCEL LUXO, 1973, MARRON, CHASSI LB4CMS25846, AAO7047, TERRA RICA/PR;
2 - IVO CARDOSO DOS SANTOS, VW/GOL BX, 1984, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZET430520, ABG1834, BARRA DO TURVO/SP;
3 - FABIO RIBEIRO DOS SANTOS - BANCO ITAÚ S/A, VW/GOL 1000I, 1995, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ377ST177129, AFQ2857, SAO PAULO/SP;
4 - ANA CLAUDIA VASCONCELLOS QUEIROZ, VW/GOL SPECIAL, 1999, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ377XP082254, AIV2891, SAO PAULO/SP;
5 - VOLKSWAGEN LEASING S/A ARRENDAMENTO MERCANTIL - BANCO ITAÚ S/A, VW/GOL SPECIAL, 2000, PRATA, CHASSI
9BWCA15X2YP107159, AJH2359, CURITIBA/PR;
6 - RANDOLPHO DE MORAIS BARBOZA NETO - BANCO ITAÚ S/A, FIAT/UNO MILLE SMART, 2001, BRANCA, CHASSI 9BD15808814275039,
AJX3669, SAO PAULO/SP;
7 - INGRID CATARINA DOS SANTOS LINS - BANCO ITAULEASING S/A, VW/GOL 1.0 CITY, 2002, PRATA, CHASSI 9BWCA05X73T098677,
AKQ3128, JANDIRA/SP;
8 - BRADESCO BCN LEASING S/A ARRENDAMENTO M, FIAT/UNO MILLE FIRE, 2003, BRANCA, CHASSI 9BD15802544527610, ALI4297,
CURITIBA/PR;
9 - SAHIMOM AUGUSTO AFONSO - CIA ITAULEASING DE ARR MERCANTIL, GM/CELTA 3 PORTAS, 2003, BRANCA, CHASSI
9BGRD08X04G138403, ALI9353, SAO PAULO/SP;
10 - THABATA ANDRESSA MILANI DOS SANTOS, GM/CELTA 3 PORTAS, 2004, PRATA, CHASSI 9BGRD08X04G172225, ALQ7319,
SAO BERNARDO DO CAMPO/SP;
11 - MARCOS ROBERTO VIEIRA DOS SANTOS - BFB LEASING SA ARRENDAMENTO MERCANTIL, FIAT/PALIO EX, 2004, AZUL, CHASSI
9BD17101742430782, ALU1273, CARAPICUIBA/SP;
12 - MARCELO MEDEIROS, FIAT/PALIO FIRE, 2004, PRETA, CHASSI 9BD17103752533618, AMF7804, GUARULHOS/SP;
13 - MARIA DE FATIMA PEREIRA DA SILVA - CIA ITAULEASING DE ARR MERCANTIL, I/GM CORSA MILNIUM, 2002, PRATA, CHASSI
8AGSC68Z02R121658, AMG1430, PRAIA GRANDE/SP;
14 - VALDIR CAMARGO - BANCO ITAÚ BBA S/A, GM/CELTA 2P LIFE, 2005, PRATA, CHASSI 9BGRZ08906G103919, AMZ2371, SAO PAULO/SP;
15 - HUGO RENATO DOS SANTOS - BANCO ITAULEASING S/A, FIAT/PALIO FIRE FLEX, 2006, PRATA, CHASSI 9BD17146G62738616, ANP6897,
SAO PAULO/SP;
16 - PROPRIETÁRIO NÃO IDENTIFICADO, TOYOTA/CALDINA, 1996, AZUL, CHASSI CT1904027903, AXC562, VEÍCULO DE OUTRO PAÍS
(PARAGUAI);
17 - SUELI DE ABREU FERREIRA - HSBC BANK BRASIL S/A, RENAULT/SCENIC RT 2.0, 1999, VERDE, CHASSI 93YJAMG25XJ047028, BEA5858,
SAO PAULO/SP;
18 - EDUARDO ANUNCIACAO CARDOSO, FORD/ESCORT XR-3, 1989, VERMELHA, CHASSI 9BFBXXLBAKBP92235, BFD4224, SAO PAULO/SP;
19 - BRADESCO SEGUROS SA, FORD/FORD PAMPA 4X4 GL, 1991, DOURADA, CHASSI 9BFZZZ55ZMB028456, BFE1520, SAO PAULO/SP;
20 - PAULO SERGIO MAGALHAES DE OLIVEIRA, VW/VW FUSCA 1500, 1971, VERDE, CHASSI BS157786, BFH1971, SAO PAULO/SP;
21 - JESUS OLIVARES NETO, GM/CHEVETTE MARAJO, 1980, VERMELHA, CHASSI 5E15BAC117219, BFK9626, OSASCO/SP;
22 - NELSON ANDRADE DA SILVA, GM/CHEVETTE SE, 1986, PRATA, CHASSI 9BGTE11UHGC102235, BFM8151, SAO BERNARDO
DO CAMPO/SP;
23 - JOSE BENEDITO DE ABREU, FORD/VERSAILLES GL, 1991, DOURADA, CHASSI 9BFZZZ33ZMP017975, BFQ2143, SAO PAULO/SP;
24 - ANTONIO CARLOS DOS SANTOS - BV FINANC S/A CFI, VW/APOLLO GL, 1991, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ54ZMB197907, BGE2779,
SAO PAULO/SP;
25 - MARLENE APARECIDA DIOGO MOTA DA SILVA, FORD/VERONA LX, 1991, PRATA, CHASSI 9BFZZZ54ZMB190251, BGE3615,
SAO PAULO/SP;
26 - MARIA APARECIDA DE LIMA, GM/CHEVETTE, 1983, CINZA, CHASSI 5C11UCC117247, BGF2147, SAO PAULO/SP;
27 - JOSE OTACILIO DE S MENDES - HSBC BANK BRASIL SA, FORD/VERONA LX, 1991, AZUL, CHASSI 9BFZZZ54ZMB207348, BGG4573,
SAO PAULO/SP;
28 - JOSE ALBINO SILVEIRA CAMPOS, VW/SANTANA CG, 1985, VERDE, CHASSI 9BWZZZ32ZFP203683, BGG6795, SAO PAULO/SP;
29 - CARLOS AURELIO THOMAZ NOGUEIRA, VW/VOYAGE PLUS, 1982, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZDP106087, BGI6095, SAO PAULO/SP;
30 - BENEDITO MARQUES, VW/VOYAGE PLUS, 1983, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZDP118639, BGJ1219, SAO PAULO/SP;
31 - FERNANDO DE BRITO ABRANTES, VW/FUSCA 1300 L, 1981, BRANCA, CHASSI B0229799, BGL4345, SAO PAULO/SP;
32 - WALTER DE OLIVEIRA, GM/MONZA SL/E, 1983, PRETA, CHASSI 5K08VCB018304, BGN3167, GUARULHOS/SP;
33 - EMERSON PEREIRA DE SOUZA, IMP/FIAT UNO CSL 1.6, 1991, CINZA, CHASSI 8AS146000MP091359, BGO7448, SAO PAULO/SP;
34 - JOAO ROCHA DA SILVA, VW/VOYAGE LS, 1982, BEGE, CHASSI 9BWZZZ30ZDP018712, BGP6294, SAO PAULO/SP;
35 - CRISTIANE FONSECA, IMP/FORD ESCORT GUARUJA, 1991, CINZA, CHASSI 8AFZZZ54ZMJ014904, BGQ2508, SAO PAULO/SP;
36 - JOSEVAL MACIEL DA SILVA, VW/SANTANA, 1985, VERDE, CHASSI 9BWZZZ32ZFP203830, BGS0786, FERRAZ DE VASCONCELOS/SP;
37 - RODRIGO ROCHA DE MAGALHAES ALMEIDA - SHOPCRED PROMOTORA DE VEND, FORD/ESCORT, 1987, AZUL, CHASSI
9BFBXXLBAHBS78401, BGU0383, SAO PAULO/SP;
38 - SEBASTIAO MACHADO RAMOS, VW/PASSAT, 1979, BEGE, CHASSI BT232499, BGU4599, SAO PAULO/SP;
39 - WILSON ARRE, FORD/ ROYALE 2.0 I GHIA, 1992, CINZA, CHASSI 9BFZZZ33ZNP005008, BGV6365, SAO PAULO/SP;
40 - JOAO BENEDITO ZACARIAS, FIAT/UNO S 1.5, 1992, VERDE, CHASSI 9BD146000N3847039, BGV7229, SAO PAULO/SP;
41 - HELIO LUIZ REIS DE OLIVEIRA, VW/VOYAGE CL, 1992, PRATA, CHASSI 9BWZZZ30ZNT035939, BGW5406, SANTANA DE PARNAIBA/SP;
42 - ANTONIO CESAR PINHEIRO - OMNI SA CRED FIN INVEST, VW/KOMBI PICK UP, 1991, AMARELA, CHASSI 9BWZZZ26ZMP018363, BGY9151,
SAO PAULO/SP;
43 - JOSE VALDECIR MELEK - BANCO FICSA S/A, VW/SAVEIRO CL, 1989, AZUL, CHASSI 9BWZZZ30ZKP204412, BGZ7369, SAO PAULO/SP;
44 - ROBERT MOREIRA DA COSTA, FIAT/UNO P.UP LX HD 1.6, 1991, PRETA, CHASSI 9BD146000M8212926, BGZ9485, SAO PAULO/SP;
45 - AMAIR DE LARA CHAVES, FORD/ESCORT GL, 1986, CINZA, CHASSI 9BFBXXLBABGY86432, BHE0883, MOGI DAS CRUZES/SP;
46 - SEBASTIAO DOS SANTOS COSTA, VW/PARATI CL 1.8, 1991, PRATA, CHASSI 9BWZZZ30ZMP255554, BHE5873, SAO PAULO/SP;
47 - ELIAS DA SILVA - BANCO FINASA S/A, VW/QUANTUM GLS 2000I, 1991, CINZA, CHASSI 9BWZZZ33ZMP040436, BHJ8548, SAO PAULO/SP;
48 - JOSE GENIVAL ALFREDO SALIN, VW/VOYAGE LS, 1985, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZGP415065, BHT7549, SANTO ANDRE/SP;
49 - SORRISO PRESTACAO DE SERV EM VEICULOS S C LTDA, FORD/ESCORT 1.0 HOBBY, 1995, BEGE, CHASSI 9BFZZZ54ZSB694649,
BIA0866, SAO PAULO/SP;
50 - ALFREDO DE OLIVEIRA QUERINO, VW/VOYAGE S, 1983, PRETA, CHASSI 9BWZZZ30ZDP055425, BIA1831, SAO PAULO/SP;
51 - MIRYAM CAMPEZZI DE MORAIS, IMP/MAZDA PROTEGE LX, 1994, CINZA, CHASSI JM1BA1444R0136640, BIA2850, SAO PAULO/SP;
52 - ALBERTO FERNANDES, FORD/CORCEL II GL, 1984, BEGE, CHASSI 9BFCXXLB1CDU23433, BIA6128, SAO PAULO/SP;
53 - BENIGNO PACHECO, VW/PARATI S, 1982, VERDE, CHASSI 9BWZZZ30ZDP039363, BIA6486, MAIRIPORA/SP;
54 - SUELI CARDOSO DOS SANTOS, VW/VOYAGE LS, 1982, PRETA, CHASSI BN055530, BIA6652, DIADEMA/SP;
55 - EDUARDO PRIMO, FORD/ESCORT XR-3, 1989, PRETA, CHASSI 9BFBXXLBAKBJ69541, BIC1999, SAO PAULO/SP;
56 - JOSE CLARO, FORD/FORD PAMPA, 1984, PRATA, CHASSI 9BFPXXLB3PDJ04988, BID0215, CARAGUATATUBA/SP;
57 - KILDARE ANTONIO DE ARAUJO, VW/GOL CL, 1992, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZNT075710, BIJ5599, SAO PAULO/SP;
58 - PATRICIA CONCEICAO JUSTO - BV FINANC SA CFI, GM/KADETT SL EFI, 1992, VERDE, CHASSI 9BGKT08GPNC319427, BIN1390,
SAO PAULO/SP;
59 - MOACIR MATIAS MEIRA, GM/MONZA SL/E, 1985, PRETA, CHASSI 9BG5JK11ZFB022113, BIP1848, SAO PAULO/SP;
60 - JOSE COSME DE BARROS, GM/CARAVAN, 1980, BEGE, CHASSI 5P15EKB138661, BJB7351, MOGI DAS CRUZES/SP;
61 - VALDI MARIANO PEREIRA - BANCO DAYCOVAL S/A, FORD/ESCORT GL, 1989, CINZA, CHASSI 9BFBXXLBAKBW32148, BJC3070,
SAO PAULO/SP;
62 - JOSE ANTONIO DA COSTA, GM/KADETT SL/E EFI, 1992, PRETA, CHASSI 9BGKS08GPNC302503, BJL2699, SAO PAULO/SP;
63 - ED CARLOS PEREIRA DOS REIS, GM/KADETT TURIM, 1990, PRATA, CHASSI 9BGKT08VLLC339268, BJL5690, SAO PAULO/SP;
64 - PAULO MANOEL ADRIANO, VW/GOL LS, 1982, VERDE, CHASSI BY110692, BJL5745, SAO PAULO/SP;
65 - JOSE CARLOS BISPO DOS SANTOS - BANCO ITAÚ SA, FIAT/UNO MILLE, 1992, VERDE, CHASSI 9BD146000N3876492, BJR8776,
SAO PAULO/SP;
66 - EDMILSON MOREIRA DOS SANTOS - BANCO SANTANDER BRASIL SA, FORD/ESCORT 1.0 HOBBY, 1995, VERMELHA, CHASSI
9BFZZZ54ZSB655774, BKS7449, SAO PAULO/SP;
67 - MARCO ANTONIO PEREIRA ROCHA, FIAT/FIAT UNO SX, 1986, CINZA, CHASSI 9BD14600003071747, BKV0357, SAO PAULO/SP;
68 - CELIA APARECIDA ROGER VINHA, GM/CORSA SUPER, 1998, BRANCA, CHASSI 9BGSD19ZXWC700199, BKV8696, CATANDUVA/SP;
69 - WASHINGTON FRANTZ JANGROSSI - BANCO FINASA S/A, FIAT/UNO MILLE, 1992, CINZA, CHASSI 9BD146000N3917061, BKW5646,
SAO BERNARDO DO CAMPO/SP;
70 - DECIO MARTINS - BCO SANTANDER BRASIL S/A, FORD/VERSAILLES GL, 1992, DOURADA, CHASSI 9BFZZZ33ZNP046933, BKW5813,
SAO PAULO/SP;
71 - BERNARDINO MANOEL QUARESMA TORRES, VW/PARATI, 1984, VERDE, CHASSI 9BWZZZ30ZEP032339, BKW7837, SAO PAULO/SP;
72 - PLINIO LUIS IVANSKI, GM/CHEVETTE MARAJO SE, 1987, AZUL, CHASSI 9BGTC15UJHC115576, BLM5792, SAO PAULO/SP;
73 - CARLOS SOARES BARBALHO - BANCO MERCANTIL SÃO PAULO S/A, VW/KOMBI FURGAO, 1982, BEGE, CHASSI BH721096, BLN1826,
VOTUPORANGA/SP;
74 - MILTON JULIANO, VW/GOL, 1980, BRANCA, CHASSI BY022996, BLS1691, SAO PAULO/SP ;
75 - EMERSON ANTONIO BERNARDO, FIAT/TEMPRA OURO 16V, 1993, PRETA, CHASSI 9BD159000P9030453, BMB6686, SAO PAULO/SP;
76 - JOSE NICOLAU DA SILVA, GM/CARAVAN COMODORO, 1984, PRETA, CHASSI 9BG5VP15DEB107338, BMH3908, SAO PAULO/SP;
77 - SEBASTIAO PEREIRA DE SOUZA, VW/PARATI CL 1.8, 1993, BEGE, CHASSI 9BWZZZ30ZPP205369, BMH9426, SAO PAULO/SP;
78 - DANIEL MENDONCA PEREIRA, GM/ OMEGA CD, 1993, AZUL, CHASSI 9BGVR19PPPB228224, BMI3631, SANTO ANDRE/SP;
79 - ANA LUCIA DA CRUZ OLIVA, FIAT/UNO CS IE, 1993, VERDE, CHASSI 9BD146000P5043471, BMI4412, SAO PAULO/SP;
80 - GISELE MARA FERNANDES DA SILVA - BANCO ITAÚ S/A, FIAT/UNO FIORINO 1.5, 1993, BRANCA, CHASSI 9BD146000P8291448, BML3153,
SAO PAULO/SP;
81 - EMPRESA FOLHA DA MANHA SA, FIAT/UNO ELETRONIC, 1993, BRANCA, CHASSI 9BD146000P5010754, BMM8061, SAO PAULO/SP;
82 - JOAO BATISTA COELHO, VW/VOYAGE S, 1985, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZFP026654, BMP4912, SAO PAULO/SP;
83 - JESUS AUGUSTO NUNES, GM/KADETT SL/E EFI, 1991, VERDE, CHASSI 9BGKS08GNMC307288, BMS2950, SAO PAULO/SP;
84 - VIVIANE CRISTINA DOS SANTOS - BANCO HEXABANCO S/A, VW/GOL CL 1.8, 1993, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZPT082437, BNA5774,
SAO PAULO/SP;
85 - PAULO SERGIO AGRIPE, GM/ OMEGA GLS, 1993, VERMELHA, CHASSI 9BGVP19BPPB227458, BND8713, TERRA BOA/PR;
86 - JOSE LUIZ BERGAMIN, GM/KADETT SL/E, 1990, CINZA, CHASSI 9BGKS08VLLC334900, BND8726, VINHEDO/SP;
87 - GERALDINO RODRIGUES, FIAT/UNO ELETRONIC, 1993, VERDE, CHASSI 9BD146000P5046302, BND9301, SAO PAULO/SP;
88 - IARA FAUSTINO NETO, FIAT/FIAT UNO S, 1990, CINZA, CHASSI 9BD146000L3642525, BNF6804, GUARUJA/SP;
89 - APARECIDA DA CONCEICAO AGUIAR - BANCO ABN AMRO REAL S/A, GM/CARAVAN COMODORO, 1988, MARRON, CHASSI
9BGVP15DKJB106715, BNG7446, SAO PAULO/SP;
90 - DILSON APOLINARIO DA SILVA, GM/CHEVETTE SL, 1985, MARRON, CHASSI 9BG5TE08UGC107499, BNI1681, SAO PAULO/SP;
91 - BIANCA MACIAS COSTA ME, GM/KADETT IPANEMA GL, 1993, PRATA, CHASSI 9BGKT35KRPC300742, BNM5213, SAO PAULO/SP;
92 - NOEL RAYMUNDO GOIS FILHO, FORD/ESCORT L, 1993, AZUL, CHASSI 9BFZZZ54ZPB385379, BNN6459, SAO PAULO/SP;
93 - MARIA ISABEL DOS SANTOS FERREIRA - BCO PECÚNIA SA, FIAT/UNO ELETRONIC, 1993, AZUL, CHASSI 9BD146000P5082878, BNO2261,
SAO CAETANO DO SUL/SP;
94 - SANDORVAL ONOFRE DE JESUS, VW/VOYAGE CL, 1993, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZPP274967, BNQ8442, OSASCO/SP;
95 - ALEX SANDRO FRANZON - BANCO ITAÚ S/A, FORD/ESCORT 1.0 HOBBY, 1994, CINZA, CHASSI 9BFZZZ54ZRB452448, BNQ9985,
RIO GRANDE DA SERRA/SP;
96 - REINALDO NASCENTE DE SOUZA, VW/VOYAGE, 1982, PRETA, CHASSI BN038976, BNU0412, ITAPECERICA DA SERRA/SP;
97 - FERNANDO ANTONIO HORTA DE FERREIRA MENDES, GM/KADETT IPANEMA SL EFI, 1993, PRATA, CHASSI 9BGKT35GPPC339273,
BNU6686, SAO PAULO/SP;
98 - DENICE IKEDA LUZ, FIAT/UNO ELETRONIC, 1993, CINZA, CHASSI 9BD146000P5101585, BOF1414, SAO PAULO/SP;
99 - JOSE RUBENS DA COSTA, FIAT/FIAT 147 L, 1977, VERDE, CHASSI 147A0002377, BOI3052, SAO PAULO/SP;
100 - DAMIAO ADRIANO BITENCOURTT, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1994, PRETA, CHASSI ZFA160000R4892315, BOP9979, SAO PAULO/SP;
101 - CINTIA SAZANA MACHADO - BANCO PANAMERICANO S/A, FORD/ESCORT 1.8I GL, 1994, PRETA, CHASSI 9BFZZZ54ZRB560084,
BOQ8844, SAO PAULO/SP;
102 - LUIZ ROBERTO RIBEIRO, VW/GOL BX, 1982, AZUL, CHASSI 9BWZZZ30ZDT428762, BOR3888, SAO PAULO/SP;
103 - DENISE MALUF, FIAT/UNO ELETRONIC, 1994, VERDE, CHASSI 9BD146000R5231236, BOR4705, SAO PAULO/SP;
104 - THOMAS ERICK RODRIGUES, GM/KADETT GL, 1994, CINZA, CHASSI 9BGKT08GSRC302145, BOT4702, SAO PAULO/SP;
105 - WAGNER MARTORELI DA SILVA, GM/CORSA WIND, 1994, AZUL, CHASSI 9BGSC08WRRC622103, BOY0830, SAO PAULO/SP;
106 - VIENA LATTARI LORITE - ROMMER MULTIMARCAS LTDA, VW/VOYAGE CL, 1994, VERMELHA, CHASSI 9BWZZZ30ZRP259538, BOY2592,
SAO PAULO/SP;
107 - CAMILA VIEIRA, GM/MONZA SL/E 2.0, 1991, VERMELHA, CHASSI 9BGJK11YMMB009727, BOY7499, SAO PAULO/SP;
108 - CERIZE CAVALCANTE DE ALBUQUERQUE E SILVA, GM/CORSA WIND, 1994, VERMELHA, CHASSI 9BGSC08WRRC627814, BOZ2730,
SAO PAULO/SP;
109 - CELIO TEIXEIRA DA SILVA, VW/KOMBI, 1976, BEGE, CHASSI BH458774, BPB2897, SAO PAULO/SP;
110 - OSEIAS MARTINS DE OLIVEIRA, FORD/ESCORT L, 1987, CINZA, CHASSI 9BFBXXLBAHBS78677, BPC6843, SAO PAULO/SP;
111 - GERALDINO SOARES GOMES, FIAT/UNO PICK UP 1.5, 1990, BRANCA, CHASSI 9BD146000L8141346, BPD0181, SANTO ANDRE/SP;
112 - CLEAN CAR LOC DE VEIC LTDA - SAFRA LEASING SA ARR MERC, FIAT/UNO ELETRONIC, 1994, VERMELHA, CHASSI
9BD146000R5309538, BPI9020, SAO PAULO/SP;
113 - JOSE RICARDO PEREIRA DA SILVA, FORD/ESCORT GHIA, 1984, VERDE, CHASSI 9BFAXXLBAAEB29052, BPI9349, SAO PAULO/SP;
114 - RECOL RELUZ CONSTRUTORA, FIAT/FIORINO IE, 1994, BRANCA, CHASSI 9BD146000R8380282, BPL1773, SAO PAULO/SP;
115 - VIVIANE EDUARDO DA SILVA, IMP/RENAULT TWINGO, 1994, CINZA, CHASSI VF1C06305RF090052, BPM9472, SAO PAULO/SP;
116 - CLAUDIO ALVES, VW/VW FUSCA 1500, 1972, AMARELA, CHASSI BS283816, BPT9411, SAO BERNARDO DO CAMPO/SP;
117 - JOAQUIM ERMITA GOMES, IMP/HYUNDAI EXCEL GLS, 1992, PRETA, CHASSI KMHVF31JPNU612884, BQG3177, SAO PAULO/SP;
118 - GERMILUX COM LTDA - BAMERINDUS LEASING ARRENDAMENTO MERCANTIL S/A, FIAT/UNO S IE, 1993, PRETA, CHASSI
9BD146000P5089158, BQI4014, RIO CLARO/SP;
119 - CARLOS ALVES DE JESUS - BANCO SANTADER BRASIL S/A, FORD/ESCORT L, 1991, DOURADA, CHASSI 9BFZZZ54ZMB183089,
BQN5671, SAO PAULO/SP;
120 - ISABEL CRISTINA ALCANTARA DE SIQUEIRA, FIAT/UNO ELETRONIC, 1993, VERDE, CHASSI 9BD146000P5041808, BQQ7076,
SUZANO/SP;
121 - CLAUDIA GALVANI GAMA CERIMELLI - FININVEST S/A CFI, GM/CHEVETTE HATCH SL, 1981, AZUL, CHASSI 5E08AAC163292, BQS2728,
BAURU/SP;
122 - SANDRA REGINA SALOMAO - BANCO DIBENS S/A, GM/MONZA SL EFI, 1993, VERMELHA, CHASSI 9BGJG11RPPB053640, BQT0012,
PRAIA GRANDE/SP;
123 - MOSTINO SAPORITO DA SILVA - BANCO FORD S/A, IMP/KIA BESTA SV, 1994, CINZA, CHASSI KNHTP7352RS326152, BQT8772,
SAO PAULO/SP;
124 - EDUARDO LOURENCO SANCHEZ, IMP/WILLYS OVERLAND, 1947, VERDE, CHASSI J176410, BQY8722, OSASCO/SP;
125 - JOSE CLEBSON NOGUEIRA, VW/BRASILIA, 1978, AZUL, CHASSI BA555706, BQZ7679, EMBU-GUACU/SP;
126 - SOLANGE HELENA VIANA DA SILVA - CITICORP PARTICIPAÇÃO E IN, VW/GOL 1000, 1995, PRATA, CHASSI 9BWZZZ30ZSP018409,
BRC4698, GUARULHOS/SP;
127 - ANA LIDIA MARQUES DE OLIVEIRA, IMP/FORD WINDSTAR VAN, 1994, VERMELHA, CHASSI 2FMDA5140RBA45515, BRC9500, POCOS DE
CALDAS/MG;
128 - JOSE ROBERTO AGUIAR A SILVA - CIA FIN. MAPPIN CFI, FORD/CORCEL II L, 1983, PRETA, CHASSI LB4KBD91081, BRD4582,
SAO PAULO/SP;
129 - RENATO DE SOUZA BARROS, VW/GOL 1000, 1994, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZRT142567, BRD7648, SAO PAULO/SP;
130 - BV LEASING ARRENDAMENTO MERCANTIL SA, VW/GOL 1000I, 1994, PRETA, CHASSI 9BWZZZ377RT011653, BRE4365, SAO PAULO/SP;
131 - JOSE DEMETRIUS FERREIRA SALES, GM/CHEVROLET, 1981, BEGE, CHASSI 5N15DAB116543, BRE6315, SAO PAULO/SP;
132 - RAIMUNDO ALVES DOS SANTOS - BANCO ABN AMRO REAL SA, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1995, CINZA, CHASSI ZFA160000S5113509,
BRG7508, SAO PAULO/SP;
133 - BEATRIZ AMELIA COSTA DE ARANTES CARDOSO - BANCO SANTANDER S/A, IMP/RENAULT 19 RN, 1995, VERDE, CHASSI
8A1C53PZZSS002052, BRG9873, SAO PAULO/SP;
134 - JOSE ALBERTO LOPES LEITE, GM/CHEVETTE, 1978, AZUL, CHASSI 5C11AHC190995, BRH9173, SAO PAULO/SP;
135 - FERNANDO RODRIGUES, FORD/DEL REY 1.8 GLX, 1989, CINZA, CHASSI 9BFFXXLF2KBX29917, BRK2605, SAO PAULO/SP;
136 - MAURICIO MENDONCA DE ALBUQUERQUE, FIAT/FIAT UNO SX, 1985, VERMELHA, CHASSI 9BD14600003006775, BRL1406,
SAO PAULO/SP;
137 - MARIA NEUSA RODRIGUES VIANA, VW/QUANTUM CG, 1985, CINZA, CHASSI 9BWZZZ33ZGP205257, BRM1439, SAO PAULO/SP;
138 - FERNANDA LORENA ECHEVERRIA, FIAT/ELBA 1.6 IE, 1994, BRANCA, CHASSI 9BD146000R5291006, BRO7580, SAO PAULO/SP;
139 - JORGE DE OLIVEIRA, FORD/ESCORT XR-3, 1990, VERMELHA, CHASSI 9BFZZZ54ZLB057819, BRP9344, SAO PAULO/SP;
140 - RICARDO DA SILVA ANTUNES, VW/VW FUSCA 1300, 1969, BRANCA, CHASSI B9638842, BSD8951, BOTUCATU/SP;
141 - ROBERTO CARLOS DE OLIVEIRA JUNIOR, FIAT/UNO 1.6 R MPI, 1993, VERMELHA, CHASSI 9BD146000P5025676, BSQ3131,
SAO PAULO/SP;
142 - RENATO SILVA DA CRUZ - BANCO PANAMERICANO S/A, GM/KADETT IPANEMA GL, 1997, CINZA, CHASSI 9BGKZ35BVVB416651,
BSV1416, SAO PAULO/SP;
143 - JOSE BARNABE DA SILVA, VW/SANTANA CD, 1985, CINZA, CHASSI 9BWZZZ32ZFP220717, BTE0788, OSASCO/SP;
144 - ANTONIO CARLOS FERESIN, FORD DEL REY, 1982, PRETA, CHASSI LB8KAJ33195, BTE3243, SAO PAULO/SP;
145 - ISMAEL LIMAS DE ALMEIDA, VW/VOYAGE LS, 1983, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZDP044254, BTI4580, MAUA/SP;
146 - JOAQUIM JACINTO DE ALMEIDA LEAL, VW/GOL CL 1.8, 1991, AZUL, CHASSI 9BWZZZ30ZMT129149, BTI6186, SAO PAULO/SP;
147 - ELIANE GIRARDI DE CASTRO - BV FINANC. SA CFI, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1995, CINZA, CHASSI ZFA160000S2773223, BTK2136,
CAMPINAS/SP;
148 - NILO ANTONIO DA SILVA, FORD/BELINA II, 1985, AZUL, CHASSI 9BFDXXLB1DES59239, BTN7908, JACAREI/SP;
149 - CIA REAL DE ARRENDAMENTO MERCANTIL, FIAT/PALIO ED, 1997, BRANCA, CHASSI 9BD178016V0298041, BTO6002, TABOAO DA
SERRA/SP;
150 - ANSELMO CAMPELO HORTA - BANCO ABN AMRO REAL S/A, VW/GOL LS, 1982, VERDE, CHASSI BY099434, BTQ7960, TAUBATE/SP;
151 - YOLANDO SANTA TERRA, H/HONDA CG 125 TODAY, 1994, PRETA, CHASSI 9C2JC1801RRR28511, BTY0411, ARACATUBA/SP;
152 - SILVIA CRISTINA DE ANDRADE ROSA, VW/SAVEIRO CL 1.8, 1993, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZPP272096, BUJ4581, BATATAIS/SP;
153 - ODECIO NUNES DE OLIVEIRA, VW/PARATI LS, 1985, BEGE, CHASSI 9BWZZZ30ZFT054927, BUN9830, SAO PAULO/SP;
154 - NELSON ADRIANO BELENTANI MARCIANO, GM/CHEVETTE, 1975, BRANCA, CHASSI 5D11AEC140106, BUO2633, SANTO ANDRE/SP;
155 - ANDRE DE JESUS SANTOS - CON. NAC. VOLKSWAGEN, VW/GOL CLI, 1995, AZUL, CHASSI 9BWZZZ377ST133951, BUU8225,
SAO PAULO/SP;
156 - RODRIGO APARECIDO EVANGELIO, VW/SANTANA, 1989, PRETA, CHASSI 9BWZZZ32ZKP042405, BUY1830, SAO PAULO/SP;
157 - INES GIRARDELI - BANCO ITAÚ S/A, FIAT/UNO MILLE EP, 1995, AZUL, CHASSI 9BD146107S5578948, BVP6155, SANTOS/SP;
158 - JOSE ANCELMO, VW/GOL, 1981, CINZA, CHASSI BY022082, BVR5676, RIBEIRAO PRETO/SP;
159 - AKIRA UJISSATO, FIAT/UNO MILLE ELECTRONI, 1993, VERMELHA, CHASSI 9BD146000P5128497, BVS5043, SAO PAULO/SP;
160 - JUAREZ CRUZ DE SANTANA, VW/GOL LS, 1983, VERDE, CHASSI 9BWZZZ30ZDT433447, BVU0194, GUARULHOS/SP;
161 - RAFAEL TEIXEIRA FILHO, VW/PASSAT LS, 1977, VERMELHA, CHASSI BU005696, BWI5644, SAO BERNARDO DO CAMPO/SP;
162 - MAURIELIA MARIA DA SILVA - BANCO DAYCOVAL S/A, VW/GOL CLI, 1995, AZUL, CHASSI 9BWZZZ377ST171668, BWR3014,
SAO PAULO/SP;
163 - JOAO ALCANTARA CINTAS, VW/GOL BX, 1985, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZGT009932, BXB7720, SAO PAULO/SP;
164 - LUIZ CLAUDIO DE MOURA CEZAR, VW/PASSAT LS, 1978, AZUL, CHASSI BT243512, BXK0495, SAO BERNARDO DO CAMPO/SP;
165 - GERALDO ALVES FILHO, FORD/DEL REY GL, 1985, VERDE, CHASSI 9BFFXXLB2FFA43226, BYA3116, SAO PAULO/SP;
166 - ANDREIA DIAS TEIXEIRA, VW/SANTANA CL 1800 I, 1994, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ32ZRP044733, BYD1545, DIADEMA/SP;
167 - JOSEFA FLORIZA SOBRAL, FIAT/UNO MILLE, 1991, BRANCA, CHASSI 9BD146000M3719599, BYM2267, SAO PAULO/SP;
168 - LEILA SOUZA BRANDAO, GM/MONZA CLASSIC, 1986, PRETA, CHASSI 9BGJL69YHGB015249, BYM6964, SAO PAULO/SP;
169 - REINALDO OSCAR ADORNO, FIAT/TIPO 1.6 MPI, 1996, VERDE, CHASSI 9BD160368T3013721, BYO3677, SAO PAULO/SP;
170 - VANDERLI APARECIDA DUMONT MARTINS, FIAT/UNO 1.6 R, 1991, AMARELA, CHASSI 9BD146000L3654070, BYO6967, SAO PAULO/SP;
171 - LUCIMAR DOS SANTOS, IMP/FIAT TIPO SLX, 1994, VERMELHA, CHASSI ZFA160000R4986515, BZJ9391, SAO PAULO/SP;
172 - JOSE FELIPE DOS SANTOS FILHO, IMP/GM ASTRA GLS 2.0MFI, 1995, VERMELHA, CHASSI W0L000051S2722061, BZO0016,
SAO PAULO/SP;
173 - MARCELO JESUS DE LIMA, VW/GOL S, 1986, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZGT084787, CAA6574, SAO PAULO/SP;
174 - SALETE SCOGNAMIGLIO - BANCO MERCANTIL SÃO PAULO S/A, IMP/DAEWOO S. SALLON ACE, 1994, PRETA, CHASSI
KLANR19W1RB755928, CAB8066, SAO PAULO/SP;
175 - DANIELLA FERNANDES OKADA, IMP/FORD MONDEO CLX SD, 1995, PRATA, CHASSI WF0FDXGBBSGC51307, CAD8106, SAO PAULO/SP;
176 - HEITOR GONCALVES OLIVEIRA JUNIOR, IMP/PEUGEOT, 1995, CINZA, CHASSI VF37CNFZ2SP682776, CAE9684, SAO PAULO/SP;
177 - DEILTON ROSA RIBEIRO, VW/VW FUSCA 1500, 1972, BRANCA, CHASSI BS232299, CAF3374, SAO PAULO/SP;
178 - EDUARDO DE MATTOS - HSBC BAND BRASIL S/A, GM/KADETT TURIM, 1990, PRATA, CHASSI 9BGKT08VMLC303280, CAJ5675,
SAO PAULO/SP;
179 - LUCILAINE GUIMARAES PINTO, FORD/BELINA II GL, 1986, CINZA, CHASSI 9BFDXXLB1DGU01821, CAK0262, SAO PAULO/SP;
180 - JOAO PAULO DE OLIVEIRA BARROS, VW/VW FUSCA 1300, 1978, BEGE, CHASSI BJ755867, CAK3044, SAO PAULO/SP;
181 - VALERIA DE PAULA SAADS - BANCO GMAC S/A, VW/GOL 1000I, 1995, VERMELHA, CHASSI 9BWZZZ377ST027253, CAK3992,
SAO PAULO/SP;
182 - RICARDO PASCHOAL VARGES SILVA - BANCO SANTANDER BRASIL S/A, FIAT/FIAT PREMIO CS 1.5, 1989, BEGE, CHASSI
9BD146000K3422050, CAL3135, SAO PAULO/SP;
183 - IZUMI TANIZAKI - CONS NAC VOLKSWAGEM LTDA, VW/GOL CLI, 1995, PRATA, CHASSI 9BWZZZ377ST052057, CAL6636, SAO PAULO/SP;
184 - HENRIQUETA DA SILVA, VW/VOYAGE LS, 1982, CINZA, CHASSI BN055636, CAM0326, SAO PAULO/SP;
185 - NILSON MARTINS DE FREITAS - SANTANDER NOROESTE LEASING ARRENDAMENTO MERCANTIL S/A, GM/CORSA WIND, 1994, CINZA,
CHASSI 9BGSC08WSRC611426, CAN0018, SAO PAULO/SP;
186 - LUCIA HELENA MARIA CAMPOS - BANCO ABN AMRO REAL S/A, VW/GOL CLI 1.8, 1995, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ377ST050600,
CAN6440, ITAPEVI/SP;
187 - SEBASTIAO GOMES TAVARES, FIAT/FIAT 147 C, 1985, VERMELHA, CHASSI 9BD147A0000968233, CAO6657, SAO PAULO/SP;
188 - WAGNER FERREIRA, GM/MONZA SL/E, 1983, PRETA, CHASSI 5K69VCB035153, CAR3765, SAO PAULO/SP;
189 - MARIO SERGIO VERGUEIRO, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1995, AZUL, CHASSI ZFA160000S5117649, CAS7113, SAO PAULO/SP;
190 - BANCO BRADESCO SA, IMP/PEUGEOT 205 XSI, 1995, VERMELHA, CHASSI 9U620CKD2SN403586, CAS8185, SAO PAULO/SP;
191 - ZENAIDE APARECIDA GUTIERREZ - BANCO FINASA S/A, IMP/VW GOLF GL, 1995, VERMELHA, CHASSI WVWCG81H4SW424115,
CAS8197, SAO PAULO/SP;
192 - CEFERINO RAMAO BERNAL, FORD/ESCORT 1.8I GLX, 1995, CINZA, CHASSI 9BFZZZ54ZSB722244, CAT4012, SAO PAULO/SP;
193 - ANTONIO ARNALDO PINTO - CONPROF ADM CONS SC LTDA, FORD/ESCORT 1.0 HOBBY, 1995, AZUL, CHASSI 9BFZZZ54ZSB742251,
CAT5962, SAO PAULO/SP;
194 - BRUNO SANTIAGO DA SILVA - BANCO FICSA S/A, GM/KADETT GL, 1995, VERMELHA, CHASSI 9BGKZ08KSSB425899, CAV6948,
GUARULHOS/SP;
195 - IVANICE GONCALVES DA COSTA, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1994, VERMELHA, CHASSI ZFA160000R4948605, CAW1367, SAO PAULO/SP;
196 - NOEL GOMES DA SILVA - BANCO ZOGBI S/A, GM/CHEVETTE SL, 1988, CINZA, CHASSI 9BGTC11UJJC146029, CAX1396, SAO PAULO/SP;
197 - ANDERSON FONSECA DEMETRIO, IMP/ALFA ROMEO 164 24V, 1995, PRETA, CHASSI ZAR164000S6319700, CAX5544, SAO PAULO/SP;
198 - LUCIANA APARECIDA GUSSONI DE SOUZA - BANCO ITAÚ S/A, FORD/DEL REY GHIA, 1988, AMARELA, CHASSI 9BFCXXLC2JBV78028,
CAY7127, CATANDUVA/SP;
199 - JOAO CARLOS PEREIRA DA SILVA, VW/GOL LS, 1982, PRETA, CHASSI BY100579, CBA9152, SAO PAULO/SP;
200 - FERNANDO AUGUSTO DE VILHENA JUNIOR, FIAT/TEMPRA, 1993, PRETA, CHASSI 9BD159000P9045092, CBB7412, SAO PAULO/SP;
201 - GILBERTO BENEDITO LUIZ - BANCO MARTINELLI S/A, VW/GOL S, 1983, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZDT446203, CBC6261,
SAO PAULO/SP;
202 - JOSE SOUZA BISPO - FINAUSTRIA CIA CFI, VW/POINTER GLI 1.8, 1995, VERMELHA, CHASSI 9BWZZZ55ZSB717145, CBD4534,
SAO PAULO/SP;
203 - TOSHIYUKI TAMAE, IMP/VW GOLF GL, 1995, VERDE, CHASSI WVWCG81H4SW450844, CBD8247, SAO PAULO/SP;
204 - ALMAR NUNES DA SILVA, FIAT/UNO CS IE, 1995, AZUL, CHASSI 9BD146533S5607877, CBG9923, OSASCO/SP;
205 - THIAGO CANDIDO MARTINS, FIAT/FIAT UNO CS, 1990, BRANCA, CHASSI 9BD146000L3532899, CBI0582, SAO PAULO/SP;
206 - MANOEL VALDEMIR DOS SANTOS - BANCO BRADESCO S/A, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1994, CINZA, CHASSI ZFA160000R5078586, CBK2873,
SAO PAULO/SP;
207 - JOEL BEZERRA DA SILVA - CIA ITAU LEASING ARREND MERCANTIL S/A, FIAT/UNO ELETRONIC, 1994, CINZA, CHASSI
9BD146000R5295641, CBK6038, SAO PAULO/SP;
208 - LAERCIO ANTONIO RODRIGUES, VW/APOLO GLS, 1990, AZUL, CHASSI 9BWZZZ54ZLB129980, CBO3746, MOGI DAS CRUZES/SP;
209 - CARRO FACIL COM DE VEIC UTILIT LTDA, VW/KOMBI FURGAO, 1997, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ211VP012583, CBS8014,
PRAIA GRANDE/SP;
210 - JOSE FRANCISCO CARDOSO DOS SANTOS, IMP/RENAULT 19 RN, 1995, VERMELHA, CHASSI 8A1C53PZZSS003988, CCA8861, COTIA/SP;
211 - JOSELITO DANTAS SOUZA, VW/VW FUSCA 1300, 1979, BEGE, CHASSI BJ943428, CCB1986, SAO PAULO/SP;
212 - VALERIA GOMES, IMP/FORD, 1995, AZUL, CHASSI WF0AGXGBBSGK06137, CCB2113, SAO PAULO/SP;
Sexta-feira e3 fim
de semana,
3, 4 e 5 de setembro, 2010
42 Brasil Econômico Sexta-feira,
de setembro,
2010
SECRETARIA DE TRANSPORTES
213 - PAULA RAQUEL BORGES E SOUSA, IMP/FORD FIESTA, 1995, AZUL, CHASSI VS6BSXWPFSWL84076, CCC0992, SAO PAULO/SP;
214 - ANTONIO HURUTA, VW/GOL S, 1983, BEGE, CHASSI 9BWZZZ30ZDT448922, CCC8564, SAO PAULO/SP;
215 - AMOS BENEDITO DA SILVA, VW/VOYAGE LS, 1982, BRANCA, CHASSI BN044536, CCE4850, SAO PAULO/SP;
216 - CARLOS DOS SANTOS VIVALDO - SHOPCRED PROMOTORA DE VEND, FORD/ESCORT XR-3, 1989, CINZA, CHASSI
9BFBXXLBAKBJ75115, CCG3507, SAO PAULO/SP;
217 - FABIO NOCHIERI, FORD/ESCORT XR-3, 1986, VERMELHA, CHASSI 9BFBXXLBABGT02573, CCL8343, SAO PAULO/SP;
218 - RONY DIAS DE OLIVEIRA, FIAT/UNO MILLE IE, 1995, BRANCA, CHASSI 9BD146067S5611540, CCM1361, SAO PAULO/SP;
219 - CRISTIANO LINO DA SILVA, VW/GOL CLI, 1995, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ377ST190025, CCM8266, SAO PAULO/SP;
220 - ELAINE CRISTINA CORREA, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1995, VERMELHA, CHASSI ZFA160000S5136071, CCO4373, SAO PAULO/SP;
221 - TERESA DE JESUS DE SA RIBEIRO PEREIRA, FORD/BELINA II L, 1984, BEGE, CHASSI 9BFDXXLB1DDJ20686, CCP1952, SAO PAULO/SP;
222 - EDMILSON PEIXOTO DE LIMA, VW/GOL S, 1986, AZUL, CHASSI 9BWZZZ30ZGT117687, CCS5108, SAO PAULO/SP;
223 - FRANCISCO XAVIER ARAUJO, VW/VOYAGE S, 1983, PRETA, CHASSI 9BWZZZ30ZEP007873, CCS5975, SAO PAULO/SP;
224 - IRAHY APARECIDO CAMARGO, FIAT/FIAT ELBA S, 1986, BEGE, CHASSI 9BD14600003096376, CCT0162, SAO PAULO/SP;
225 - EDSON ROBERTO BORGES, GM/MONZA SL/E, 1983, BRANCA, CHASSI 5K69SCB023180, CCV3594, SAO PAULO/SP;
226 - JOSE EDUARDO ALVES DE CAMARGO, FIAT/UNO CS 1.5, 1993, CINZA, CHASSI 9BD146000P5025436, CDA0307, SAO PAULO/SP;
227 - AIRTON DA SILVA - BANCO ITAÚ S/A, VW/QUANTUM GL 2000 I, 1995, AZUL, CHASSI 9BWZZZ331SP049709, CDB0748, SAO PAULO/SP;
228 - ALESSANDRO AUGUSTO CANDIDO, GM/CHEVETTE, 1977, AMARELA, CHASSI 5D11AGC148983, CDB9864, OSASCO/SP;
229 - BANCO DO ESTADO DE SAO PAULO SA BANESPA, GM/KADETT SL, 1990, BRANCA, CHASSI 9BGKT08VMLC302994, CDD4320,
SAO PAULO/SP;
230 - CARMELA RODRIGUEZ PANOZO, VW/PARATI S, 1985, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZFP011652, CDD4523, SAO PAULO/SP;
231 - NIVALDO RODRIGUES CARMINATI, VW/KOMBI FURGAO, 1983, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ21ZDP036560, CDE7828, SAO PAULO/SP;
232 - FERNANDO DA SILVA MOREIRA, GM/OPALA COMODORO, 1981, MARRON, CHASSI 5P87DAB130592, CDG3043, SAO BERNARDO DO
CAMPO/SP;
233 - BENEDITO MARCONDES DA SILVA FILHO - BANCO GMAC S/A, GM/KADETT IPANEMA GL, 1998, BRANCA, CHASSI
9BGKZ35BWWB416291, CDL2280, SAO PAULO/SP;
234 - FABIO ALEXANDRE CAPARROZ - BANCO SANTANDER BRASIL S/A, FIAT/UNO MILLE EX, 1998, BRANCA, CHASSI 9BD158068W4011785,
CDM2663, SAO PAULO/SP;
235 - EXPEDITO GALVAO LIMA, VW/VOYAGE LS, 1984, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZEP019410, CDQ6241, GUARULHOS/SP;
236 - WALDEMIR VILLAR DIAS, GM/CHEVETTE, 1981, CINZA, CHASSI 5C11JBC106125, CDQ9270, GUARULHOS/SP;
237 - CESAR VIEIRA DA SILVA, FORD/ESCORT L, 1984, CINZA, CHASSI 9BFBXXLBABEA46851, CDW6673, VALINHOS/SP;
238 - SILVANO BARBOZA, FIAT/PALIO EDX, 1997, CINZA, CHASSI 9BD178226V0177392, CDY2040, GUARARAPES/SP;
239 - ALEXANDRE JOSE HIGINO - BANCO UNIBANCO S/A, VW/GOL CLI, 1996, VERDE, CHASSI 9BWZZZ377TT015859, CEA3650,
SAO PAULO/SP;
240 - ROSELI FAGUNDES PEREIRA RODRIGUES, GM/CHEVETTE, 1979, VERDE, CHASSI 5E11AJC120815, CEB4808, EMBU/SP;
241 - MARIA JULIA SILVEIRA, FIAT/FIAT UNO CS, 1985, VERMELHA, CHASSI 9BD14600003032738, CEC1432, SAO PAULO/SP;
242 - VALTER WAGNER DE OLIVEIRA - BV FINANC S/A CFI, FIAT/TEMPRA I.E, 1996, AZUL, CHASSI 9BD159044T9143560, CEC4014,
SAO PAULO/SP;
243 - GILDEVAN ALVES PEREIRA - BANCO FICSA S/A, FORD/ESCORT XR-3, 1985, BRANCA, CHASSI 9BFBXXLBABFB35776, CED3198,
SAO PAULO/SP;
244 - GABRIEL ERIC MONTEIRO ELVAS, VW/VOYAGE, 1981, BRANCA, CHASSI BN007159, CED6046, SAO PAULO/SP;
245 - LEONARDO APARECIDO ROSA - BANCO ABN AMRO REAL SA, FIAT/FIAT UNO 1.5 R, 1989, CINZA, CHASSI 9BD146000K3476907, CEF0690,
SAO PAULO/SP;
246 - MILTON CESAR BOSISIO - PANAMERICANO ARR MERC, IMP/RENAULT 19 RT, 1995, VERMELHA, CHASSI 8A1453SZZSS007285, CEI4785,
SAO PAULO/SP;
247 - JOSELINO DE SOUZA - FINAUSTRIA CIA CFI, GM/MONZA SL/E, 1988, BEGE, CHASSI 9BGJK11YJJB059427, CEM8740, SAO PAULO/SP;
248 - GERALDO DA SILVA - BANCO FORD S/A, VW/VOYAGE CL, 1988, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZJT098738, CER4828, SAO PAULO/SP;
249 - JUVENAL JOSE BARBOZA, VW/VOYAGE GL, 1987, MARRON, CHASSI 9BWZZZ30ZHT074443, CER6206, SAO PAULO/SP;
250 - FRANCISCO SILVA FERREIRA FILHO - BANCO UNIBANCO S/A, FIAT/UNO MILLE EP, 1996, AZUL, CHASSI 9BD146107T5767806, CES5228,
SAO PAULO/SP;
251 - CLEUDO HILDO PEREIRA DE ASSUNCAO, VW/GOL CL, 1989, AZUL, CHASSI 9BWZZZ30ZKT025494, CES5368, SAO PAULO/SP;
252 - SERGIO BARBIERI - ROGERIO DOS REIS, FORD/DEL REY BELINA GLX, 1989, DOURADA, CHASSI 9BFDXXLD2KBT19143, CEU8313,
SAO PAULO/SP;
253 - FRANCISCO LIMA DE MELLO, VW/PASSAT VILLAGE LS, 1984, AZUL, CHASSI 9BWZZZ32ZEP058929, CEU9377, SAO PAULO/SP;
254 - JOSE PAULO FERNANDES DA SILVA, FORD DEL REY, 1984, DOURADA, CHASSI 9BFCXXLB2CDP96811, CEY2712, CAMPINAS/SP;
255 - JOSE ESTEVES DE OLIVEIRA FILHO, IMP/PEUGEOT 306 XS, 1995, CINZA, CHASSI VF37CNFZ2SP720520, CEZ0036, SAO PAULO/SP;
256 - ROGERIO CESPEDES, GM/CORSA WIND, 1996, VERDE, CHASSI 9BGSC08ZTTC727948, CFA8043, FRANCISCO MORATO/SP;
257 - MARCELO APARECIDO GROSSO, VW/KOMBI, 1979, BEGE, CHASSI BH610842, CFC0184, SAO PAULO/SP;
258 - LAERCIO RIBEIRO DA SILVA, VW/SAVEIRO GL 1.8, 1991, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZMP204873, CFC7178, SAO PAULO/SP;
259 - ROBERTO SANTOS DE CARVALHO, IMP/PEUGEOT 205 XSI, 1996, BRANCA, CHASSI 9U620CKD2TN405058, CFG4796, SAO PAULO/SP;
260 - SILVIA MARIA TOLEDO MARTINS, VW/GOL, 1983, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZDT446679, CFL5245, SAO PAULO/SP;
261 - ELKA PIROWICZ FALECK, GM/MONZA CLASSIC 2.0, 1990, PRETA, CHASSI 9BGJL11TLLB030556, CFL5547, SAO PAULO/SP;
262 - LUIS ANTONIO FARIAS JUNIOR, IMP/CITROEN ZX 1.8I FURIO, 1996, CINZA, CHASSI 9U7N2E30VT1E37219, CFM1661, SAO PAULO/SP;
263 - HEDLEN MALVAZZO, FIAT/UNO CS 1.5, 1991, VERDE, CHASSI 9BD146000M3716325, CFM2759, SAO PAULO/SP;
264 - CARLOS ALBERTO SANTOS DUARTE, FIAT/UNO MILLE EP, 1996, CINZA, CHASSI 9BD146097T5796039, CFP2815, SAO PAULO/SP;
265 - MARLENE LUCIANO DE SOUZA, VW/GOL, 1984, AZUL, CHASSI 9BWZZZ30ZET414060, CFR3367, SAO PAULO/SP;
266 - MAURICIO LUIS DE FRANCA - BANCO ABN AMRO REAL S/A, FIAT/PALIO EL, 1996, AZUL, CHASSI 9BD178237T0011560, CFR5345,
SAO PAULO/SP;
267 - HAMILTON CAETANO BRASIL - BANCO RENDIMENTO S/A, IMP/PEUGEOT 405 SRI, 1995, BRANCA, CHASSI 8AS4BRFX2S5192043,
CFS4311, SAO PAULO/SP;
268 - FLAVIO VANNUCCI, GM/CHEVETTE MARAJO SL, 1988, VERDE, CHASSI 9BGTC15UJJC139078, CFS8095, SAO PAULO/SP;
269 - EMERSON MACHADO DA ROSA - BANCO ABN AMRO REAL S/A, FIAT/PALIO EDX, 1996, VERMELHA, CHASSI 9BD178026T0040562,
CFT7266, SAO PAULO/SP;
270 - ELVIS RANGEL SANTOS CRUZ, FIAT/FIAT UNO S, 1987, CINZA, CHASSI 9BD146000H3253482, CGA0891, SAO PAULO/SP;
271 - ALEX DA SILVA SILVA GOMES, FIAT/PALIO ED, 1996, CINZA, CHASSI 9BD178016T0055659, CGB6779, BARUERI/SP;
272 - LEANDRA APARECIDA TEODORO - ABN AMRO REAL S/A, FORD/FIESTA CLX, 1996, VERMELHA, CHASSI 9BFZZZFHATB039747,
CGO1984, SAO PAULO/SP;
273 - JULIO CEZAR DE ALMEIDA, VW/VW FUSCA 1300, 1975, BEGE, CHASSI BJ173174, CGP0718, SAO PAULO/SP;
274 - MARIA APARECIDA MORAES ALVES, FIAT/PALIO EDX, 1996, PRETA, CHASSI 9BD178226T0114503, CGP1842, SAO PAULO/SP;
275 - FERNANDA DA SILVA OLIVEIRA GUERRA, GM/CORSA WIND, 1996, BRANCA, CHASSI 9BGSC08ZVTB600300, CHA1765, SAO PAULO/SP;
276 - TOTAL SOLUCOES EM INFORMATICA LTDA, FIAT/PALIO 16V, 1997, PRETA, CHASSI 9BD178258V0186930, CHB0700, SAO PAULO/SP;
277 - RAIMUNDO FERREIRA DOS SANTOS, VW/GOL MI, 1997, CINZA, CHASSI 9BWZZZ377VT006107, CHF0955, SAO PAULO/SP;
278 - FLAVIO SANTOS VERONEZ, FORD/MAVERICK SUPER, 1978, AZUL, CHASSI LB5AUY03494, CHI4465, SAO PAULO/SP;
279 - JADIAEL OLIVEIRA RIOS, FORD/ESCORT GHIA, 1985, AMARELA, CHASSI 9BFBXXLBABET02753, CHO5313, SAO PAULO/SP;
280 - NAIN NAGIB KAHIL - BANCO GMAC S/A, GM/CORSA GL, 1997, PRETA, CHASSI 9BGSE80NVVC682136, CHP7002, SAO PAULO/SP;
281 - ROBERTO BASTOS DOS REIS, FORD/ESCORT L, 1987, MARRON, CHASSI 9BFBXXLBAHBD59643, CHU9645, SAO PAULO/SP;
282 - PRISCILLA CRUZ ROMANEK, FIAT/PALIO EL, 1997, AZUL, CHASSI 9BD178237V0192574, CHU9950, SAO PAULO/SP;
283 - SEBASTIAO CESAR MACHADO SILVA - BBA CREDITANSTALT FOMENTO, FIAT/PALIO EL, 1997, CINZA, CHASSI 9BD178237V0211717,
CHV5444, SAO PAULO/SP;
284 - MARCOS AMADEU DA SILVA - CIA ITAULEASING DE ARRENDAMENTO MERCANTIL, FIAT/PALIO ED, 1996, VERDE, CHASSI
9BD178016T0154808, CHY7621, SAO PAULO/SP;
285 - MARIA HELENA FLORES FERNANDES - BANCO ITAUCARD S/A, FIAT/PALIO 16V, 1997, CINZA, CHASSI 9BD178258V0272365, CHY9194,
SAO PAULO/SP;
286 - MARIA DE FATIMA RODRIGUES DA SILVA, FIAT/FIAT PREMIO S, 1985, CINZA, CHASSI 9BD14600003046508, CIB0832, SAO PAULO/SP;
287 - GUIMARAES & MOUTINHO COMERCIO E REPRESENTACAO LTDA, IMP/FIAT TIPO 2.0 16V, 1995, VERMELHA, CHASSI
ZFA160000S5117924, CIB7229, SAO PAULO/SP;
288 - FERNANDO YOUSSEF SAAD - ABN AMRO ARR MERCANTIL S/A, GM/VECTRA GLS, 1997, PRETA, CHASSI 9BGJK19BVVB559776, CIC7490,
SAO PAULO/SP;
289 - ROQUE NUNES DA SILVA, IMP/SUBARU LEGACY 2.2 GX, 1994, PRATA, CHASSI JF1BD7LJ3RG005258, CID3366, SAO PAULO/SP;
290 - MANOEL DE JESUS REGO MENDONCA, VW/SANTANA GL 2000, 1993, AZUL, CHASSI 9BWZZZ32ZPP034709, CID8181, SAO PAULO/SP;
291 - LANA MARA COSTA DE SIQUEIRA, FORD/FIESTA, 1997, VERMELHA, CHASSI 9BFZZZFDAVB105787, CIG1932, SAO PAULO/SP;
292 - EDSON GRACILIANO DE ALMEIDA, FORD/KA, 1997, PRATA, CHASSI 9BFZZZGDAVB005383, CIG3451, JANDIRA/SP;
293 - JOSE ANIZIO DA SILVA, VW/GOL, 1983, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZDT475530, CIG7636, SAO PAULO/SP;
294 - ADILSON BORCHATE - BANCO FINASA SA, IMP/VW GOL CLI, 1996, BRANCA, CHASSI 8AWZZZ377TA835379, CIH1727, SOROCABA/SP;
295 - H M G ENGENHARIA E CONSTRUCAO LTDA - BANCO NOSSA CAIXA S/A, VW/SANTANA, 1997, AZUL, CHASSI 9BWZZZ327VP015974,
CII2304, SAO PAULO/SP;
296 - FIRST WOLD RENT A CAR SC LTDA - SBC SIST BR CON SC LTDA, FORD/FIESTA, 1997, AZUL, CHASSI 9BFZZZFDAVB101101, CII3875,
SAO PAULO/SP;
297 - MANOEL RAIMUNDO DA SILVA, GM/CHEVETTE SL, 1985, MARRON, CHASSI 9BG5TC11UFC142521, CII4750, SAO PAULO/SP;
298 - ANTONIA MARIA ALVES DE SOUZA, FIAT/PALIO WEEKEND STILE, 1997, CINZA, CHASSI 9BD178858V0265789, CIM2049, SAO PAULO/SP;
299 - ELENILDO SILVA DE ALCANTARA - BANCO PANAMERICANO S/A, FIAT/PALIO 16V, 1997, PRETA, CHASSI 9BD178258V0268222, CIM5735,
SAO PAULO/SP;
300 - CARLOS ALBERTO MELO QUEIROZ, GM/CHEVETTE SL, 1989, BEGE, CHASSI 9BGTC11UKJC111432, CIN0334, SAO PAULO/SP;
301 - PATRICIA LIMA OLIVEIRA - BV FINANC SA CFI, VW/SANTANA, 1997, PRETA, CHASSI 9BWZZZ327VP017766, CIN0440, TABOAO DA
SERRA/SP;
302 - IDEON BENTO PEREIRA - ABN AMRO ARREND MERCANTIL S/A, FORD/FIESTA, 1996, AZUL, CHASSI 9BFZZZFHATB058645, CIO4441,
SAO PAULO/SP;
303 - JOSE PELEGRINO FILHO - BMG LEASING S/A ARRENDAMENTO MERCANTIL, VW/SANTANA 2000 MI, 1996, PRETA, CHASSI
9BWZZZ327TP048608, CIO5727, SAO CAETANO DO SUL/SP;
304 - ADI NASCIMENTO DE SOUZA, FORD/FIESTA, 1997, LARANJA, CHASSI 9BFZZZFDAVB090321, CIP0542, SAO PAULO/SP;
305 - VERA LUCIA PEREIRA - CIA FIN. MAPPIN CFI, GM/CHEVETTE SL, 1980, BRANCA, CHASSI 5E11AKC154392, CIP6524, SAO PAULO/SP;
306 - ANA CRISTINA SOUSA MENDES - BANCO ITAUCARD S/A, IMP/FORD ESCORT GLX 16VH, 1997, PRATA, CHASSI 8AFZZZEHCVJ020195,
CIP9251, SAO PAULO/SP;
307 - JAIME PEREIRA DA SILVA - BANCO SANTANDER BRASIL SA, VW/GOL CL, 1989, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZKT097553, CIR1821,
SAO PAULO/SP;
308 - ADELINA KELLER, IMP/PEUGEOT 306 SR, 1997, BRANCA, CHASSI 8AD7BLFZ9V5283349, CIR5444, SAO PAULO/SP;
309 - CINARA CRISTINA JUVENCIO, GM/MONZA SL/E 2.0, 1989, VERDE, CHASSI 9BGJK69TKKB059318, CIR8377, SAO PAULO/SP;
310 - ABN AMRO ARRENDAMENTO MERCANTIL SA, GM/VECTRA GL, 1997, PRETA, CHASSI 9BGJG19BVVB576370, CIR8776, SAO CAETANO
DO SUL/SP;
311 - LEONILDO ANTONIO - BANCO ABN AMRO REAL S/A, VW/GOL CLI, 1996, VERDE, CHASSI 9BWZZZ377TP558067, CIU2254,
PRAIA GRANDE/SP;
312 - EDILMA VIANA MARIZ, FIAT/UNO MILLE SX, 1996, CINZA, CHASSI 9BD146027T5869914, CIY4810, SAO PAULO/SP;
313 - VANIA DAMIANI ABRUM, FIAT/TEMPRA SX, 1997, CINZA, CHASSI 9BD159046V9191479, CJA7810, SAO PAULO/SP;
314 - LUIZ CANTON JUNIOR - FORD LEASING S/A ARREND MERCANTIL, FORD/KA, 1997, PRATA, CHASSI 9BFZZZGDAVB026322, CJB5917,
SAO PAULO/SP;
315 - MARIA APARECIDA GONCALVES FERREIRA, FIAT/FIAT ELBA CS, 1987, VERMELHA, CHASSI 9BD14600003152219, CJB9964, SAO PAULO/SP;
316 - ADRIANO DE CARVALHO, FORD/ESCORT L, 1989, AZUL, CHASSI 9BFBXXLBAKBJ72749, CJC1859, SAO PAULO/SP;
317 - OSVALDIR APARECIDO ALVES, VW/VOYAGE LS, 1982, PRETA, CHASSI BN035507, CJC3817, SAO PAULO/SP;
318 - ANTONIO FERNANDES DE OLIVEIRA, FIAT/UNO MILLE SX, 1996, AZUL, CHASSI 9BD146047T5855136, CJD4202, CAMPINAS/SP;
319 - FABIANO BERNARDO DE MORAIS - BANCO ITAUCARD S/A, GM/VECTRA GL, 1997, VERMELHA, CHASSI 9BGJG19BVVB560312, CJE8005,
SAO PAULO/SP;
320 - MECANIC BULLS COM E LOCACAO DE BRINQUEDOS INFLAVEIS LTDA ME, IMP/TOYOTA COROLLA LE, 1997, VERDE, CHASSI
JTA53AEA2V0116753, CJJ8595, SAO PAULO/SP;
321 - OWSALDO MODA - BBA CREDITANSTALT FOMENTO, FIAT/PALIO EDX, 1997, CINZA, CHASSI 9BD178226V0380707, CJT3538,
SAO PAULO/SP;
322 - BERNADETE DE LOURDES SCHRADER - FORD FACTORING FOM COM LTDA, FORD/KA, 1997, VERMELHA, CHASSI
9BFZZZGDAVB533162, CJT6277, SAO PAULO/SP;
323 - ITAU SEGUROS SA, VW/FUSCA 1300 L, 1976, BRANCA, CHASSI BJ329455, CJZ9332, SAO PAULO/SP;
324 - JOSE CARLOS DAMASCENO RIBEIRO, VW/KOMBI, 1987, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ23ZHP007632, CKH2453, SAO PAULO/SP;
325 - WILLIAN MARINS DA SILVA - BANCO ITAU SA, FORD/KA, 1997, VERMELHA, CHASSI 9BFZZZGDAVB543552, CKM9795, SAO PAULO/SP;
326 - AILTON NATAL XAVIER, GM/CHEVETTE SL, 1979, BEGE, CHASSI 5E11AJC166872, CKO3084, MAUA/SP;
327 - RITA DE CASSIA CURY DUARTE - FINASA LEASING S/A ARREND MERCANTIL, GM/CORSA WIND, 1997, VERMELHA, CHASSI
9BGSC08ZVVC671003, CKP0998, SAO PAULO/SP;
328 - JOSE RODRIGUES DOS SANTOS, VW/KOMBI FURGAO, 1985, AMARELA, CHASSI 9BWZZZ21ZFP022648, CKQ2757, SANTO ANDRE/SP;
329 - FLAVIO RODRIGO DURANTE DOS SANTOS, FIAT/TEMPRA 16V, 1996, PRETA, CHASSI 9BD159542T9159877, CLA5585, SAO PAULO/SP;
330 - FELIPE YANNI EFEICHE, GM/CORSA GL W, 1997, PRATA, CHASSI 9BGSE35NWVC648626, CLB2862, SAO PAULO/SP;
331 - IVAN PEREIRA MAIA, VW/GOL, 1983, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZDT479652, CLC1802, SAO CAETANO DO SUL/SP;
332 - MARCO ANTONIO BERALDI COELHO, IMP/PEUGEOT 406 SV, 1997, CINZA, CHASSI VF38BRFVPVS003489, CLC3773, SAO PAULO/SP;
333 - ELTON MICHEL DE ALMEIDA SILVA - BANCO ITAÚ S/A, GM/CORSA WIND, 1997, VERDE, CHASSI 9BGSC08ZWVB605432, CLE1591,
SAO PAULO/SP;
334 - MARIA CECILIA FERNANDEZ UHART, IMP/RENAULT CLIO RT, 1997, VERDE, CHASSI 8A1557TTZVS012327, CLE3700, SAO PAULO/SP;
335 - MARIA DOS REIS SOUZA OLIVEIRA - BANCO BMG S/A, PEUGEOT/106 SOLEL, 1997, PRETA, CHASSI VF31CCDZWVM003675, CLG8035,
SAO PAULO/SP;
336 - FELSINA ROSTICCERIA E BUFFET LTDA, FIAT/PALIO EDX, 1997, CINZA, CHASSI 9BD178226V0464132, CLI0495, SAO PAULO/SP;
337 - LUIZ ANTONIO D ARACE VERGUEIRO, FIAT/PALIO EL, 1997, PRETA, CHASSI 9BD178237V0444456, CLI3637, SAO PAULO/SP;
338 - CLAUDIO MUTAF, REB/BUMERANGUE TRAI COM, 1997, BEGE, CHASSI 9A9TY0511V1DA2177, CLM6571, SAO PAULO/SP;
339 - VANUSIA DA SILVA ALMEIDA FERNANDES - BV FINANC S/A CFI, FORD/FIESTA, 1997, AZUL, CHASSI 9BFZZZFDAVB174166, CLO9579,
SAO PAULO/SP;
340 - PAULA CELIA DA SILVA AMARAL - CIA ITAULEASING DE ARR MERCANTIL, FORD/FIESTA, 1997, AZUL, CHASSI 9BFZZZFHAVB175644,
CLP3351, SAO PAULO/SP;
341 - MARIA CECILIA GABRIEL, FIAT/UNO MILLE SX, 1997, CINZA, CHASSI 9BD146048V5890698, CLQ2425, SAO PAULO/SP;
342 - FELIPE VIEIRA CAETANO - BANCO FINASA S/A, IMP/PEUGEOT 306 XR, 1997, BRANCA, CHASSI 8AD7ALFZ9V5279844, CLQ5390,
SAO PAULO/SP;
343 - ODAIR DA SILVA BORGES - BANCO ITAUCARD S/A, FORD/FIESTA, 1998, AZUL, CHASSI 9BFZZZFHAWB198854, CLT9097, SAO PAULO/SP;
344 - GERALDO GUALBERTO DE O MARIA DE LOR - FORD LEASING S/A ARREND MERCANTIL, FORD/FIESTA, 1997, AZUL, CHASSI
9BFZZZFHAVB185350, CLV5498, SAO PAULO/SP;
345 - JOSE EDUARDO SOLARI, IMP/HONDA CIVIC VTI, 1997, VERDE, CHASSI JHMEK4350VS100054, CMA6333, SAO PAULO/SP;
346 - CESAR TADEU RODRIGUES DA SILVA, VW/SANTANA GLS, 1986, CINZA, CHASSI 9BWZZZ32ZHP205439, CMA7481, SAO PAULO/SP;
347 - ROSA MARIA PEIXOTO DE MELO, FORD/FIESTA, 1998, VERDE, CHASSI 9BFZZZFHAWB212298, CMB6734, SAO PAULO/SP;
348 - VERENA PEREIRA MATARAZZO, IMP/RENAULT CLIO RN, 1997, VERDE, CHASSI 8A1557TNZVS014703, CMB8978, SAO PAULO/SP;
349 - DINO DRAGHI, GM/CORSA WIND, 1998, PRETA, CHASSI 9BGSC68ZWWC696977, CMD3881, SAO PAULO/SP;
350 - ROBERTO RIBEIRO - CIA ITAULEASING DE ARR. MERCANTIL, FORD/KA, 1998, VERMELHA, CHASSI 9BFZZZGDAWB574511, CMD3896,
SAO PAULO/SP;
351 - OSWALDO PETRUCCI JUNIOR - CREDISA LEASING ARRENDAMENTO MERCANTIL., VW/GOL 16V, 1998, VERDE, CHASSI
9BWZZZ373WT071108, CMG6288, SAO PAULO/SP;
352 - SONIA REGINA APARECIDA DENDI, IMP/FORD MONDEO CLX SD, 1997, PRATA, CHASSI WF0FDXGBBVGK89360, CMG9115,
SAO PAULO/SP;
353 - SERGIO RICARDO DE OLIVEIRA - BV FINANC SA C F I, FIAT/PALIO WEEKEND STILE, 1998, CINZA, CHASSI 9BD178858W0598720,
CMH9428, OSASCO/SP;
354 - EDUARDO CASSIANO DA SILVA, VW/SANTANA GLS, 1987, MARRON, CHASSI 9BWZZZ32ZHP257426, CMJ5316, SAO PAULO/SP;
355 - AUROLICE BARROS DE CARVALHO, GM/CORSA SUPER, 1998, CINZA, CHASSI 9BGSD68ZWWC762628, CMK0372, SAO PAULO/SP;
356 - THIAGO WILLIAM CRUZ - BV FINANC SA C F I, FIAT/PALIO EX, 1998, CINZA, CHASSI 9BD178096W0636921, CMK0772, GUARULHOS/SP;
357 - ANTONIO CAMPITELLI - BANKBOSTON LEASING SA ARREND MERC., FIAT/UNO MILLE EX, 1998, AZUL, CHASSI 9BD146068W5990631,
CMK6137, SAO PAULO/SP;
358 - NEILO MOISES RODRIGUES - BANCO PANAMERICANO SA., FORD/FIESTA, 1998, VERMELHA, CHASSI 9BFZZZFHAWB228489, CMO8967,
SAO PAULO/SP;
359 - IVAN ALVES DE LIMA, FIAT/FIAT FIORINO, 1983, BRANCA, CHASSI 147A0000776637, CMP3323, SAO PAULO/SP;
360 - BENEDITO GARCIA DOS REIS, GM/CARAVAN, 1979, VERDE, CHASSI 5N15HJB130067, CMQ4389, RIBEIRAO PRETO/SP;
361 - EDUARDO NOVAIS DE OLIVEIRA, FORD/COURIER CLX, 1998, AZUL, CHASSI 9BFLDZPPAWB880127, CMR4265, SAO PAULO/SP;
362 - ALCIDES TOME, FIAT/TEMPRA TURBO STILE, 1997, BRANCA, CHASSI 9BD159148V9181418, CMU0907, SAO BERNARDO DO CAMPO/SP;
363 - LOURDES GARCIA NOGUEIRA, VW/GOL 16V, 1999, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ373YT049021, CMX5657, JALES/SP;
364 - ARNALDO DA SILVA ALEXANDRE, FIAT/FIAT 147 C, 1984, VERMELHA, CHASSI 9BD147A0000847128, CNA9510, SAO PAULO/SP;
365 - LUIZ CARLOS RODRIGUES, GM/MONZA SL/E, 1984, AMARELA, CHASSI 9BG5JK11ZEB032991, CNE1208, MOGI DAS CRUZES/SP;
366 - ANA PAULA DOS SANTOS, FORD/CORCEL II L, 1980, AMARELA, CHASSI LB4KYL95676, CNE4578, MOGI DAS CRUZES/SP;
367 - ROGERIO LOPES DE ALMEIDA - BANCO ITAU SA., FORD/COURIER, 1998, AZUL, CHASSI 9BFGSZPPAWB872642, CNM9165,
SAO PAULO/SP;
368 - ANDERSON RODRIGUES - OMNI SA CRED FIN INVEST, IMP/MMC L300, 1998, BRANCA, CHASSI JMYHNP15WWA007378, CNN5372,
SAO PAULO/SP;
369 - WAGNER JUNIOR FERNANDES, GM/CORSA GLS, 1997, PRATA, CHASSI 9BGSJ19PVVC796815, CNQ7996, CAMPINAS/SP;
370 - ALAN CRISTIAN GOULART - REAL LEASING SA ARRENDAMENTO MERCANTIL, VW/PARATI GL 1.8 MI, 1998, CINZA, CHASSI
9BWZZZ374WT126387, CNS2135, SAO PAULO/SP ;
371 - WESLEY NOVAES, VW/GOL, 1982, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZDT424121, CNS7053, SAO PAULO/SP;
372 - VICENTE BARBOZA DE LIMA, GM/CHEVETTE SL, 1989, VERDE, CHASSI 9BGTC11JKKC156225, CNT2953, SAO PAULO/SP;
373 - ELFRIEDE PETZOLD, GM/OPALA, 1982, BRANCA, CHASSI 5N69EBB111650, CNT7735, SAO PAULO/SP;
374 - SHIRLEY MARIA DE OLIVEIRA - BANCO BMG SA, GM/VECTRA GLS, 1998, PRETA, CHASSI 9BGJK19HWWB584467, CNT8285,
SAO PAULO/SP;
375 - WAGNER COSTA DOS SANTOS, FORD/FIESTA, 1997, CINZA, CHASSI 9BFZZZFHAVB113077, CNY1082, SAO PAULO/SP;
376 - ADRIANA RIBEIRO ALVAREZ - BANCO ABN AMRO REAL SA, VW/GOL MI, 1997, PRETA, CHASSI 9BWZZZ377VT110701, CNY6420,
SAO PAULO/SP;
377 - ELIANE EVANGELISTA DOS SANTOS - BANCO SANTANDER BRASIL S/A, FIAT/FIAT UNO CS, 1985, VERMELHA, CHASSI
9BD14600003066519, CNY9357, SANTO ANDRE/SP;
378 - NICOLA POLICASTRO - BANCO ITAU SA, M.BENZ/A 160, 2000, PRETA, CHASSI 9BMMF33EXYA016199, COB0202, SAO PAULO/SP;
379 - ROSANGELA APARECIDA DOS SANTOS DINIZ, GM/MONZA SL/E, 1984, VERMELHA, CHASSI 9BG5JK69VEB028760, COB1536,
SAO PAULO/SP;
380 - JURANDIR JOSE DA SILVA, VW/GOL LS, 1981, BEGE, CHASSI BY080080, COB2534, SAO PAULO/SP;
381 - DAVI COSTA, GM/CHEVETTE MARAJO, 1984, VERMELHA, CHASSI 9BG5TC15UEC144826, COC2251, SAO PAULO/SP;
382 - PAULO SERGIO MIYASAKA, GM/MONZA SL/E, 1989, PRATA, CHASSI 9BGJK69TKKB043545, COF1554, SAO PAULO/SP;
383 - TATIANA RODRIGUES, VW/GOL MI, 1997, VERDE, CHASSI 9BWZZZ377VT152514, COJ0053, SAO PAULO/SP;
384 - MILTON ANTONIO, GM/CHEVETTE SL, 1983, BRANCA, CHASSI 5E11UCC170543, COM4813, SAO PAULO/SP;
385 - MARCIA MARIA MARRA POLITI, FIAT/PALIO ED, 1998, VERMELHA, CHASSI 9BD178016W0588437, COQ8292, SAO PAULO/SP;
386 - DOMINGOS DIAS - BCO SANTANDER BRASIL SA, FORD/KA, 1998, PRATA, CHASSI 9BFZZZGDAWB634359, COR2415, SAO PAULO/SP;
387 - PEDRO JOSE DA SILVA FILHO, GM/MONZA SL/E, 1984, VERDE, CHASSI 9BG5JK69SEB028657, COT6253, SAO PAULO/SP;
388 - ANTONIO ROCHA TOME, VW/KOMBI, 1981, BRANCA, CHASSI BH693025, COY6579, ITAQUAQUECETUBA/SP;
389 - CATIA GULUSIAN, FIAT/PALIO ELX, 1998, PRETA, CHASSI 9BD178236W0783231, CPD5845, SAO PAULO/SP;
390 - MARIA DE LOURDES LIMA PAIVA MEZAVILLA - BCO MERCANTIL S PAULO SA, VW/GOL SPECIAL, 1998, PRETA, CHASSI
9BWZZZ377XP021251, CPD7018, SAO PAULO/SP;
391 - ANGELO SANTOS DE SOUSA - BV FINANC SA C F I, VW/GOL 16V, 1999, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ373XT070666, CPR3671,
SAO PAULO/SP;
392 - WALTER ROSSONI, FIAT/UNO FIORINO 1.5, 1991, BRANCA, CHASSI 9BD146000M8196464, CPT0889, SAO PAULO/SP;
393 - WILLIAN DOS SANTOS MEIRA, GM/CORSA WIND, 1997, PRETA, CHASSI 9BGSC08ZWVB604112, CPX7299, SAO PAULO/SP;
394 - JOAO NEY DE ARAUJO, VW/PASSAT LS, 1976, BRANCA, CHASSI BT067722, CQR0171, GUARULHOS/SP;
395 - GISLAINE LUCIA DOS SANTOS, VW/GOL S, 1985, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZFT000102, CQR3940, GUARULHOS/SP;
396 - GERALDO ZEFERINO DA SILVA, VW/FUSCA 1300 L, 1976, BRANCA, CHASSI BJ493517, CQR9178, SAO PAULO/SP;
397 - CARLA FERNANDA DA SILVA, IMP/PEUGEOT 205 XSI, 1997, VERDE, CHASSI 9U620CKD2VN578999, CQT2849, SAO PAULO/SP;
398 - GILDASIO OLIVEIRA, VW/PARATI, 1983, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZDP070453, CQT6331, ITIRAPINA/SP;
399 - EZEQUIEL FARIA - BANCO FINASA SA, GM/MONZA CLASSIC, 1986, CINZA, CHASSI 9BG5JK69VGB058522, CQV6817, EMBU/SP;
400 - CIVIL OBRAS CONSTRUCOES LTDA, IMP/SUBARU LEGACY 2.0 GL, 1997, BRANCA, CHASSI JF1BD4LR9VG029919, CRA2616,
SAO PAULO/SP;
401 - ALIPIO SIMOES NETO, FORD/ESCORT L, 1991, AZUL, CHASSI 9BFZZZ54ZMB139872, CRA8852, SAO PAULO/SP;
402 - AZENIR DA SILVA, VW/VW FUSCA 1300, 1970, AZUL, CHASSI BP766022, CRB5976, SAO PAULO/SP;
403 - WILSON VICENTINI - BCO ITAU SA, IMP/PEUGEOT 405 SRI, 1997, VERMELHA, CHASSI 8AD4BRFX2V5300396, CRD4918, SAO PAULO/SP;
404 - CESAR AUGUSTO PIRES BARBATO - BANCO ITAUCARD SA, HONDA CIVIC EX, 1999, PRETA, CHASSI 93HEJ8650XZ301717, CRI3211,
SAO PAULO/SP;
405 - NILTON YUKINORI TAKEESU, IMP/PASSAT TURBO, 1998, AZUL, CHASSI WVWMA83B1WE453419, CRK9830, SAO PAULO/SP;
406 - VANDERLEI FRANCISCO DA SILVA - BANCO ABN AMRO REAL SA, VW/GOL 16V, 1999, AZUL, CHASSI 9BWZZZ373YP055949, CRO9598,
SANTO ANDRE/SP;
407 - MARTA PUTZ SAMPAIO, IMP/SUBARU FORESTER 4WD, 1998, PRETA, CHASSI JF1SF5LR5WG022340, CRP4005, SAO PAULO/SP;
408 - JEANE MORENO GIORGINI, VW/PARATI CL, 1990, PRATA, CHASSI 9BWZZZ30ZLP205373, CRS2355, SAO PAULO/SP;
409 - LAERCIO DE JESUS, VW/VW FUSCA 1300, 1976, MARRON, CHASSI BJ300609, CRU7482, SAO PAULO/SP;
410 - WALTER DA SILVA ALMEIDA, VW/KOMBI, 1977, BRANCA, CHASSI BH523388, CRU8637, SAO PAULO/SP;
411 - JEFERSON FABIANO DA SILVA - BANCO ITAU SA, GM/CORSA GLS, 1999, PRATA, CHASSI 9BGSJ19N0XC765665, CRU8858,
SAO PAULO/SP;
412 - PAULO DOMINGOS DE ARAUJO, GM/CHEVETTE SL, 1981, AZUL, CHASSI 5E11ABC107712, CRV0566, SAO PAULO/SP;
413 - FERNANDO BRAGA CARDOSO, FIAT/PALIO EX, 1999, BRANCA, CHASSI 9BD178096Y0916286, CSB7164, SAO PAULO/SP;
414 - APARECIDA DONIZETTI DE OLIVEIRA POSSAO, GM/MONZA SL/E, 1985, CINZA, CHASSI 9BG5JK69ZFB016484, CSD9942, BRAGANCA
PAULISTA/SP;
415 - PAN PAINEIS DE PROPAGANDA S C LTDA, FIAT/UNO MILLE EX, 1999, CINZA, CHASSI 9BD158061Y4104717, CSL3914, SAO PAULO/SP;
416 - ALEXSANDRO DOMINGUES, VW/BRASILIA, 1978, BRANCA, CHASSI BA663619, CSL5036, SAO PAULO/SP;
417 - GISELA PETRONI MATHIAS - PSA FINANCE ARRENDAMENTO MERCANTIL SA, IMP/PEUGEOT 206 SOLEIL, 2000, AZUL, CHASSI
VF32CNFZ9YW011281, CSL8435, SAO PAULO/SP;
418 - MARLENE FLORES DA SILVA, VW/GOL S, 1983, VERDE, CHASSI 9BWZZZ30ZDT489638, CSM0664, SAO PAULO/SP;
419 - MANOEL APARECIDO DA SILVA, GM/MONZA SL/E, 1984, AZUL, CHASSI 9BG5JK08SEB013973, CSM9954, SAO PAULO/SP;
420 - SUELI LIMA RODRIGUES NEVES, VW/GOL LS, 1983, BEGE, CHASSI 9BWZZZ30ZDT475269, CSP5982, SAO PAULO/SP;
421 - ANTONIO ALTINO DE DEUS, FORD/DEL REY GL, 1988, AZUL, CHASSI 9BFCXXLC2JBN59180, CSQ2502, CAJAMAR/SP;
422 - VALDIR MARTINS DINIZ, VW/GOL S, 1984, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZET421673, CSR1984, ITU/SP;
423 - MASAFUMI KOCHI - STC SERV TEC CONSULT SC, FORD/BELINA II L, 1981, BRANCA, CHASSI LB4NZD91712, CSS2775, SAO PAULO/SP;
424 - EMILIANO JUNQUEIRA DE ARANTES - SANTANDER NOROESTE LEASING ARREND MERC SA, IMP/RENAULT 19 RN, 1996, PRATA,
CHASSI 8A1B53PZZTS011700, CSU1717, SAO PAULO/SP;
425 - ANA PAULA GONCALVES DA SILVA, VW/VW FUSCA 1500, 1972, VERDE, CHASSI BS273673, CSV1653, SAO PAULO/SP;
426 - ELCO MOREIRA DA SILVA, FIAT/PALIO EX, 1999, VERMELHA, CHASSI 9BD178096X0812414, CSZ6246, PRAIA GRANDE/SP;
427 - GLEDSON VALENTIM BELTRAMINI, IMP/PEUGEOT 306 RA H3 18, 1998, BRANCA, CHASSI 8AD7CLFYWW5333291, CSZ7674, ATIBAIA/SP;
428 - SIMONE APARECIDA ROCHA - BV FINANC SA C F I, FIAT/PALIO CITYMATIC, 2000, CINZA, CHASSI 9BD178246Y2092173, CTA4510,
SAO PAULO/SP;
429 - MARIA DA CONCEICAO ALMEIDA - CON NC SUDAMERICA SC LTDA, IMP/RENAULT CLIO RN 1.0, 2000, PRETA, CHASSI
93YBB0Y15YJ100708, CTA5825, SAO PAULO/SP;
430 - MARIA LEONOR SANTIAGO SOUZA - BANCO PECUNIA SA, GM/MONZA SL/E, 1984, PRETA, CHASSI 9BG5JK11ZEB048760, CTD0420,
SAO PAULO/SP;
431 - ELISABETH BUENO FAZZIO, FIAT/UNO MILLE SMART, 2000, CINZA, CHASSI 9BD15808814168543, CTD9893, BOTUCATU/SP;
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 5
Sexta-feira,
3 de setembro, 2010 Brasil Econômico 43
SECRETARIA DE TRANSPORTES
432 - EURIDOS ALMEIDA BIO - LLOYDS LEASING SA ARREND MERCANTIL, IMP/HONDA CIVIC LX, 1999, PRATA, CHASSI 93HEJ6540YZ400393,
CTH4336, SAO PAULO/SP;
433 - WALDIR LOPES - BANCO ABN AMRO REAL SA, IMP/FORD ESCORT GLX 16VH, 1997, CINZA, CHASSI 8AFZZZEHCVJ096033, CTK1729,
SAO PAULO/SP;
434 - LUCIANA CARDOSO DE ALMEIDA, GM/ASTRA GLS, 2000, CINZA, CHASSI 9BGTB69B0YB137111, CTM1605, SAO PAULO/SP;
435 - MARIA ANGELICA LOPES CHAVES MENDONCA, VW/GOL S, 1983, AZUL, CHASSI 9BWZZZ30ZDT484284, CTR2605, SAO PAULO/SP;
436 - RELINGHTON GOMES DOS SANTOS, VW/GOL MI, 1998, VERDE, CHASSI 9BWZZZ377WP520503, CTU5154, OSASCO/SP;
437 - ANDREIA DE BARROS BONIFACIO GARCIA, GM/MONZA, 1986, PRETA, CHASSI 9BG5JK08ZGB036224, CTU5190, SAO PAULO/SP;
438 - RICARDO PALAMARTCHUK - BANCO ITAUCARD SA, IMP/CITROEN XSARA BK GLX, 2000, BRANCA, CHASSI VF7N2LFYYYJ006656,
CVE0775, SAO PAULO/SP;
439 - IVAN DE OLIVEIRA SANT ANNA - SUDAMERIS ARRENDAMENTO MERCANTIL SA, FIAT/BRAVA HGT, 2000, CINZA, CHASSI
9BD182238Y2011948, CVE4678, SAO PAULO/SP;
440 - LUIZ ANTONIO DE CAMARGO, IMP/RENAULT CLIO RT, 1998, AZUL, CHASSI 8A1557TTZWS022218, CVH7651, SAO PAULO/SP;
441 - JOSE RICARDO DIAS DE MOURA, FIAT/PALIO EX, 2000, CINZA, CHASSI 9BD178096Y2187606, CVS0714, SAO PAULO/SP;
442 - TECMAM TELECOMUNICACOES LTDA, FIAT/FIAT FIORINO, 1983, BRANCA, CHASSI 00770685, CVT5399, SAO PAULO/SP;
443 - EINIAGUIAR DE OLIVEIRA, I/RENAULT MEGANE RT 1.6, 2000, PRATA, CHASSI 8A1BA0025YL136555, CVT5509, NAVIRAI/MS;
444 - REGINALDO BARBOZA MACARIO, VW/VARIANT, 1973, VERDE, CHASSI BV170838, CVU9151, MOGI DAS CRUZES/SP;
445 - SILVIO ROBERTO ROSA FRANZAO, VW/VW FUSCA 1300, 1967, VERMELHA, CHASSI B7394120, CWB4758, ARACOIABA DA SERRA/SP;
446 - AGF BRASIL SEGUROS SA, FIAT/FIAT PREMIO CS 1.5, 1988, VERDE, CHASSI 9BD146000J3388851, CXN6102, SAO PAULO/SP;
447 - JOSE GASPAR WANDERLEY GUIMARAES, GM/CHEVETTE SL, 1989, VERDE, CHASSI 9BGTC11JKKC128000, CXN7141, SANTOS/SP;
448 - JOSE GILEILDO TAVARES - CIA ITAULEASING DE ARRENDAMENTO MERCANTIL, GM/CORSA WIND, 1999, PRATA, CHASSI
9BGSC68Z0XC704713, CXN8241, SANTOS/SP;
449 - KETLEY BASSANI - CIA ITAULEASING DE ARR. MERCANTIL., FORD/KA, 1999, AZUL, CHASSI 9BFZZZGDAYB660226, CXV9435,
SAO PAULO/SP;
450 - MARIA BERNADETE SANTIAGO CAMARGO, GM/CELTA 3 PORTAS, 2002, PRETA, CHASSI 9BGRD08X03G126769, CYL0957, ITAPEVA/SP;
451 - RENATA ALVARO GOMES - BANCO GE CAPITAL SA, RENAULT/SCENIC RXE 2.0, 1999, VERMELHA, CHASSI 93YJAMG35XJ002223,
CYM5730, SAO PAULO/SP;
452 - WILIAN RODRIGUES PERES - BCO PANAMERICANO SA, VW/SANTANA, 2001, BRANCA, CHASSI 9BWAC03X42P004864, CYR5396,
SAO PAULO/SP;
453 - NORMELIA VIEIRA SANTOS, VW/GOL, 1981, BEGE, CHASSI BY023682, CYW3474, EMBU/SP;
454 - MANOEL EDINALDO FARIAS DE LIRA, VW/VW FUSCA 1500, 1971, AZUL, CHASSI BS071188, CYY6656, ITAQUAQUECETUBA/SP;
455 - IVO JOSE DA SILVA - AYMORÉ CRED FIN INV SA, VW/GOL SPECIAL, 1999, AZUL, CHASSI 9BWZZZ377YP014572, CYY6905, FRANCO DA
ROCHA/SP;
456 - ELVIRA DE SOUSA SILVA - BANCO ITAÚ SA, GM/CORSA SUPER, 2000, VERDE, CHASSI 8AGSD35401R107673, CZM9665, SAO PAULO/SP;
457 - UNIVERCELL TELECOM LTDA, IMP/DAEWOO PRINCE, 1994, VERDE, CHASSI KLAER19W1RB755617, DAE5566, SAO PAULO/SP;
458 - MARCEL TADEU DE MOURA FREGNANI - CIA ITAULEASING DE ARR MERCANTIL, FIAT/PALIO YOUNG, 2000, VERMELHA, CHASSI
9BD17808612232130, DAL5195, SAO PAULO/SP;
459 - ANDRE NOSECHESE, IMP/CITROEN XANT BK GLX, 2000, PRATA, CHASSI VF7X1RFVY1H000276, DAL6135, LINHARES/ES;
460 - MARIA CLEIDE TAVARES DA SILVA - BANCO FINASA SA, GM/CORSA MILENIUM, 2001, CINZA, CHASSI 9BGSC19Z02C122390, DAN0198,
SAO PAULO/SP;
461 - IDALINA VIEIRA DE SOUZA - CIA ITAULEASING DE ARR MERCANTIL, GM/CORSA WIND, 2000, VERMELHA, CHASSI 9BGSC08Z01C198398,
DAR6078, CARAPICUIBA/SP;
462 - CARLOS AYRES DA SILVA - VOLKSWAGEN LEASING SA ARREND MERCANTIL, VW/GOL PLUS 16V, 2000, CINZA, CHASSI
9BWCA05X01T036700, DAR6737, SAO PAULO/SP;
463 - ALEXANDRE HENRIQUE F MACHADO - BANCO ITAU SA, FIAT/UNO MILLE SMART, 2000, VERDE, CHASSI 9BD15808814180486, DAS7923,
SAO PAULO/SP;
464 - NAZIR TANNUS CHAIR JUNIOR, IMP/AUDI A4 2.4, 1999, PRETA, CHASSI WAUZZZ8DZXA194867, DBK1434, SAO PAULO/SP;
465 - MARCELO VERGARA, VW/PARATI, 1984, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZEP072066, DBK5360, SANTO ANDRE/SP;
466 - GILSON JOSE JACINTO - SUDAMERIS ARRENDAMENTO MERCANTIL SA, FIAT/PALIO EX, 2000, CINZA, CHASSI 9BD178296Y2205865,
DBO9964, GUARULHOS/SP;
467 - IVETE LEMOS CRUZ MACHADO, FIAT/UNO MILLE EX, 2000, AZUL, CHASSI 9BD158018Y4119467, DBQ2676, SAO PAULO/SP;
468 - ROGER AUGUSTO RIBEIRO DE SOUZA - BMG LEASING SA ARRENDAMENTO MERCANTIL, VW/GOL 16V TURBO, 2000, VERDE, CHASSI
9BWCA15X0YT229106, DCC1351, TABOAO DA SERRA/SP;
469 - MARCOS VINICIUS QUIO, FIAT/PALIO EX, 2001, AZUL, CHASSI 9BD17101212081458, DCD9920, GUARULHOS/SP;
470 - FRANZ SANTOS DE CAMPOS, NISSAN/PATHFINDER SE, 2000, PRATA, CHASSI JN1TAZR501W010043, DCF4099, SAO PAULO/SP;
471 - SONIA KOSTIUK PANKO MARTELLO - BANCO HSBC SA, FIAT/PALIO EX, 2001, VERDE, CHASSI 9BD17101212063993, DCO8861,
JUNDIAI/SP;
472 - SAVE VEICULOS LTDA, VW/GOL 1.0, 2000, BRANCA, CHASSI 9BWCA15XXYT221823, DCX3437, OSASCO/SP;
473 - HARLEI LATORRE SIMAO, IMP/HONDA CIVIC LX, 2001, PRATA, CHASSI 93HES16501Z001073, DDB3424, COTIA/SP;
474 - SILVIA CRISTINA DE LIMA, M.BENZ/A 160, 2000, PRETA, CHASSI 9BMMF33E11A024892, DDB4245, SAO PAULO/SP;
475 - LUCIANA DE SOUZA DA SILVA - REAL LEASING SA ARRENDAMENTO MERCANTIL, FORD/FIESTA GL, 2001, CINZA, CHASSI
9BFBSZFDA1B364512, DDD8043, SAO PAULO/SP;
476 - MARIA DANTAS, TOYOTA COROLLA SE-G, 2001, CINZA, CHASSI 9BR53AEB215533760, DDD9440, SAO PAULO/SP;
477 - DAVID GUSTAVO RAFAEL TOMAZ - BANCO ITAÚ BBA SA, FORD/KA GL, 2001, AZUL, CHASSI 9BFBSZGDA1B731354, DDE0678,
OSASCO/SP;
478 - ERIC RICARDO SANTOS MELO - BANCO BMC SA, GM/CORSA WIND, 2001, PRETA, CHASSI 9BGSC68Z01B160239, DDI4479,
SAO PAULO/SP;
479 - ROSANGELA NUNES DA COSTA, FORD/FIESTA, 2003, PRATA, CHASSI 9BFZF10B138078411, DDI4801, SAO PAULO/SP;
480 - RUI GALVAO DE FRANCA AMARAL, RENAULT/SCENIC RXE 2.0, 2000, VERDE, CHASSI 93YJAMG35YJ161586, DDL8821, SAO PAULO/SP;
481 - ELISANGELA CRISTINA PICCA, GM/CORSA WIND, 2001, PRETA, CHASSI 9BGSC08Z01C227067, DDM5648, SAO PAULO/SP;
482 - FRANCISCO AMORIM DE ARAUJO - BANCO FINASA SA, VW/GOL PLUS 16V, 2000, CINZA, CHASSI 9BWCA05X21P025769, DDP4753,
SAO PAULO/SP;
483 - PAULO ROBERTO DA SILVA, FIAT/PALIO CITYMATIC, 2000, BRANCA, CHASSI 9BD178246Y2116567, DDP4776, SAO PAULO/SP;
484 - FERNANDO DE QUEIROZ HIPOLITO - BANCO ITAÚ BBA SA, VW/GOL 1.0, 2004, AMARELA, CHASSI 9BWCA05XX5T021370, DDQ9261,
SAO PAULO/SP;
485 - LUIZ GONZAGA FLEURY JUNIOR - BANCO ABN AMRO REAL SA, VW/GOL 1.0, 2005, BRANCA, CHASSI 9BWCA05X55T204921, DDQ9841,
GUARULHOS/SP ;
486 - FORD LEASING ARREND MERC SA - FORD LEASING ARREND MERC SA, FIAT/UNO MILLE SMART, 2001, BRANCA, CHASSI
9BD15808814277693, DDR3203, SAO PAULO/SP;
487 - PAULO ROBERTO NUNES PROENCA - HSBC BANK BRASIL SA BANCO MÚLTIPLO, GM/CELTA, 2001, BRANCA, CHASSI
9BGRD08Z01G137743, DDX6478, SAO CAETANO DO SUL/SP;
488 - MARCOS BENEDITO APPOLINARIO PRADO - CIA ITAULEASING DE ARREND MERCANTIL, FIAT/PALIO EX, 2001, BRANCA, CHASSI
9BD17101212043973, DDY2490, SOROCABA/SP;
489 - BREADS AUTOMOVEIS LTDA, IMP/PEUGEOT PARTNER FURGAO, 2000, BRANCA, CHASSI 8AE5BLFX91G007149, DEM2725,
SAO PAULO/SP;
490 - BANRISUL SA ARREND MERC - BANRISUL SA ARREND MERC, FIAT/UNO MILLE FIRE, 2001, BRANCA, CHASSI 9BD15802524296703,
DEM3036, SAO PAULO/SP;
491 - LUIS FLAVIO CORREIA LOURENCO - BV FINANC SA CFI, GM/CELTA, 2001, PRATA, CHASSI 9BGRD08Z01G176053, DEN1749,
SAO PAULO/SP;
492 - LUANA LOURENCO ALMEIDA, FIAT/BRAVA SX, 2001, CINZA, CHASSI 9BD18221422030733, DEZ1403, SAO PAULO/SP;
493 - CGP CONSULTORIA E GERENCIAMENTO DEP, IMP/HONDA ACCORD EX, 2001, VERDE, CHASSI 3HGCF86401G510177, DEZ4831,
SAO PAULO/SP;
494 - RENAN DIAS DA MATA - REAL LEASING SA ARRENDAMENTO MERCANTIL, IMP/HONDA CIVIC LX, 2001, CINZA, CHASSI
93HES16501Z008698, DFE4057, SAO PAULO/SP;
495 - FRANCISCO CARLOS DA SILVA, IMP/SUZUKI SWFIT HT, 1994, BRANCA, CHASSI JSAEAB44SRS100031, DFH1616, SAO PAULO/SP;
496 - SAMUEL RODRIGUES MARTINS - REAL LEASING SA ARRENDAMENTO MERCANTIL, I/CITROEN XSARA PARIS 20, 2001, PRATA, CHASSI
VF7N1RFNK1J405766, DFM7339, SAO PAULO/SP;
497 - JAKBOX COMERCIO LTDA ME - SANTANDER NOROESTE LEASING SA ARREND MERCANTIL, FIAT/PREMIO CS IE, 1994, VERMELHA,
CHASSI 8AS146000R7136368, DFP1717, SAO PAULO/SP;
498 - JOSE RONALDO BERTO DOS SANTOS, VW/PASSAT, 1977, BRANCA, CHASSI BT110778, DFR8892, SAO PAULO/SP;
499 - SILVANA SCORZA APPOLINARIO, PEUGEOT/206 SOLEIL, 2002, VERMELHA, CHASSI 9362A7LZ92W029271, DFS1022, SAO PAULO/SP;
500 - EDUARDO FELIX RIBEIRO PINTO - BV FINANC SA CFI, GM/CORSA ST, 2001, PRETA, CHASSI 9BGST80N02C118029, DFX5549,
GUARULHOS/SP;
501 - ANA LIGIA AGUIAR COUTINHO GOMES, FIAT/PALIO YOUNG, 2001, CINZA, CHASSI 9BD17834422314793, DFZ1528, JUNDIAI/SP;
502 - WLADEMIR CORREA ROCHA JUNIOR - BCO UNIBANCO SA, FORD/KA GL IMAGE, 2002, CINZA, CHASSI 9BFBDZGDA2B776951, DGD4014,
SAO CAETANO DO SUL/SP;
503 - MAURICIO RIBEIRO DE OLIVEIRA FILHO - PANAMERICANO ARRENDAMENTO MERCANTIL SA, GM/ASTRA SPORT, 2002, VERMELHA,
CHASSI 9BGTJ08B02B148558, DGO8025, GUARUJA/SP;
504 - DANIEL JOSE DE JESUS - BANCO ABN AMRO REAL SA, FIAT/UNO MILLE FIRE, 2002, BRANCA, CHASSI 9BD15802524389691, DIA6353,
CAMPO LIMPO PAULISTA/SP;
505 - CDN COMERCIAL DISTRIBUIDORA NACIONAL LTDA, IMP/DAEWOO PRINCE ACE, 1994, CINZA, CHASSI KLAER19W1RB756378, DIB8989,
SAO PAULO/SP;
506 - ANA LUCIA NASCIMENTO PEREIRA, GM/CELTA 3 PORTAS, 2002, PRETA, CHASSI 9BGRD08X03G105626, DII7201, SAO PAULO/SP;
507 - ADRIANA MARIA AYALA RECALDE - BANCO J SAFRA SA, VW/GOL 16V SPORT, 2002, VERDE, CHASSI 9BWCA05X62P086513, DIK4241,
SAO PAULO/SP;
508 - BRUNO WILLIAN ARAUJO - BANCO ITAÚ BBA SA, GM/CELTA 3 PORTAS SUPER, 2002, PRATA, CHASSI 9BGRD08X03G143020, DIO0244,
SAO PAULO/SP;
509 - SEVERINO NETO DE BARROS - BANCO ITAUCARD SA, GM/CORSA CLASSIC, 2004, BEGE, CHASSI 9BGSB19X04B186505, DIV9809,
SAO PAULO/SP;
510 - LITORAL FREIOS E PECAS DIESEL LTDA, GM/CORSA CLASSIC, 2003, CINZA, CHASSI 9BGSB19X04B109297, DJN6316, SAO VICENTE/SP;
511 - VALDIR CARDOSO - REAL LEASING SA ARRENDAMENTO MERCANTIL, FIAT/UNO MILLE FIRE, 2003, CINZA, CHASSI 9BD15802534482978,
DKD4490, CAMPINAS/SP;
512 - PEDRO SERGIO PAIOLA, FORD/FIESTA EDGE, 2004, AZUL, CHASSI 9BFZF12C648169519, DKN7960, SANTO ANDRE/SP;
513 - RAFAEL ALBANO DA SILVA SOUTO CORREIA, YAMAHA/YBR 125K, 2004, PRETA, CHASSI 9C6KE044040070577, DLO4372,
GUARULHOS/SP;
514 - TIAGO MARCAL DE MOURA - BANCO ITAÚ SA, IMP/HONDA CIVIC LX, 2003, DOURADA, CHASSI 93HES15503Z108717, DLU9166,
SAO PAULO/SP;
515 - ANALIA ROMA CARACELLI F DE OLIVEIRA, GM/CELTA 5 PORTAS, 2003, AZUL, CHASSI 9BGRD48X04G108070, DMA6855, SAO PAULO/SP;
516 - LINDOMAR OLIVEIRA ANANIAS PIZZARIA ME - BCO ITAÚ SA, RENAULT/CLIO AUT 1.0 H, 2003, BEGE, CHASSI 93YCB0Y054J457720,
DMJ5537, SAO PAULO/SP;
517 - FRANCISCO VICENTE SILVA FERRO, GM/MONTANA CONQUEST, 2005, PRETA, CHASSI 9BGXL80005C203615, DMV3879,
SAO PAULO/SP;
518 - JUNG DAE CHUN, VW/PARATI 1.6 CITY, 2004, PRETA, CHASSI 9BWDB05X14T159394, DNB0120, SAO PAULO/SP;
519 - RALLES MONSANTO JUNIOR - BANCO FINASA SA, I/GM CLASSIC LIFE, 2005, PRETA, CHASSI 8AGSA19X05R157196, DNB6701,
SAO PAULO/SP;
520 - MARIA TEREZINHA MARRA - BANCO FINASA SA, VW/GOL 1.0, 2005, CINZA, CHASSI 9BWCA05XX5T207460, DNB9942, SAO CAETANO
DO SUL/SP;
521 - ADIUSON MESSIAS RIBEIRO - BANCO ABN AMRO REAL SA, GM/CELTA 4P LIFE, 2004, VERMELHA, CHASSI 9BGRZ48X05G157060,
DNK3126, SAO PAULO/SP;
522 - SIRLEY DE JESUS RAMOS - BANCO ABN AMRO REAL SA, IMP/FIAT TIPO SLX, 1994, CINZA, CHASSI ZFA160000R5088274, DOL2330,
SAO PAULO/SP;
523 - MARIA ISABEL DE SOUZA TRIOLO, HONDA/CIVIC LXL, 2004, PRATA, CHASSI 93HES16604Z114062, DON6432, SAO PAULO/SP;
524 - MARK ERNESTO B SILVEIRA LEITE - BANCO SAFRA SA, VW/GOL 1.0, 2004, PRATA, CHASSI 9BWCA05X45T005584, DON8525,
SAO PAULO/SP;
525 - MERCEDES BARREIRO DOMINGUEZ E SERAFIN BARREIRO PEREZ, VW/GOL 1.6 POWER, 2004, PRATA, CHASSI 9BWCB05X15P051847,
DOR0823, SAO PAULO/SP;
526 - ADELAIDE MIRANDA BERNARDO - BV FINANC SA CFI, HONDA/CIVIC LXS, 2006, PRATA, CHASSI 93HFA15307Z101972, DQL5651,
SAO PAULO/SP;
527 - EDSON SOUZA PEREIRA - BANCO J SAFRA SA, FORD/ECOSPORT XLS1.6FLEX, 2006, PRETA, CHASSI 9BFZE12P068509840, DQL6407,
SAO PAULO/SP;
528 - MANOEL ALVES DA SILVA - REAL LEASING SA ARRENDAMENTO MERCANTIL, FIAT/UNO MILLE FIRE FLEX, 2005, CINZA, CHASSI
9BD15802764692212, DRH1126, SAO PAULO/SP;
529 - POSTO DE SERVICO M B LTDA, IMP/PASSAT TURBO, 1998, PRETA, CHASSI WVWMA83B9WE454334, DRO1881, SAO PAULO/SP;
530 - LUCIENE DA COSTA RAMOS, CITROEN/C3 GLX 14, 2005, PRATA, CHASSI 935FCKFV86B731668, DRQ2861, SAO PAULO/SP;
531 - VENICE VEICULOS E PECAS LTDA, FORD/FIESTA SEDAN, 2006, PRETA, CHASSI 9BFZF20B078492792, DSB8706, SAO PAULO/SP;
532 - ESTRELA BRILL PROD DE LIMPEZA E CONVENIENCIAS LTDA ME - BANCO ABN AMRO REAL SA, FIAT/UNO MILLE FIRE FLEX, 2005, AZUL,
CHASSI 9BD15802764791850, DSF2160, GUARULHOS/SP;
533 - MARCIA DO CARMO VIEIRA - CIA ITAULEASING DE ARR MERCANTIL, FIAT/PALIO FIRE FLEX, 2006, AZUL, CHASSI 9BD17103G62728543,
DSN3489, CAMPINAS/SP;
534 - SEBASTIAO SOARES FILHO - BANCO SOFISA SA, VW/FOX 1.6 PLUS, 2007, CINZA, CHASSI 9BWKB05Z284067428, DSS9769,
SAO PAULO/SP;
535 - MARIA JOSE RODRIGUES TORRES - BCO BRADESCO FINANC SA, FIAT/PALIO FIRE FLEX, 2007, PRETA, CHASSI 9BD17106G85061568,
DVK9741, SAO PAULO/SP;
536 - ADMORE VIDROMIX COM DE VIDROS E ALUMINIO LTDA ME, FIAT/STRADA WORKING, 2002, BRANCA, CHASSI 9BD27807222362500,
DVM4888, SAO PAULO/SP;
537 - RENATO BARBOSA DOS SANTOS, IMP/VW POINTER GLI 1.8, 1995, BRANCA, CHASSI 8AWZZZ55ZSJ048086, DVR1909, SAO PAULO/SP;
538 - MARCIO ISRAEL TEODORO ARANTES, I/PEUGEOT 307 20S A GRIF, 2007, PRETA, CHASSI 8AD3CRFJ27G072420, DWP5065,
SAO PAULO/SP;
539 - NOVA DISTRIBUIDORA DE VEICULOS LTDA, GM/CELTA 4P LIFE, 2007, PRETA, CHASSI 9BGRZ48907G267948, DYF9444, SAO PAULO/SP;
540 - JULIANO LUIZ MARTINS DAL BOM - REAL LEASING SA ARRENDAMENTO MERCANTIL, I/VW FOX 1.6 PLUS, 2008, PRATA, CHASSI
8AWAB05ZX9A318178, DYJ0481, SAO PAULO/SP;
541 - VENICE VEICULOS E PECAS LTDA, FIAT/FIORINO FLEX, 2007, BRANCA, CHASSI 9BD25504988816017, DZE9037, SAO PAULO/SP;
542 - ALLIANKA CONSTRUTORA E SERVICOS LTDA - VINAC CONS SC LTDA, FORD/FIESTA FLEX, 2007, PRETA, CHASSI 9BFZF10A088213831,
DZV7241, CARAGUATATUBA/SP;
543 - MARCIO MUNARO MILANI - BANCO ITAÚ SA, I/HYUNDAI TUCSON GL 20L, 2007, PRETA, CHASSI KMHJM81BP8U789398, EBF1354,
SAO PAULO/SP;
544 - PETTIKOA CONFECCOES LTDA - BANCO ITAULEASING SA, I/HYUNDAI TUCSON GLS 27L, 2008, PRATA, CHASSI KMHJN81DP8U903746,
EBH7959, SAO PAULO/SP;
545 - TGP LOCACAO DE BLINDAGENS E EVENTOS LTDA - BANCO FINASA SA, I/FORD FUSION, 2007, PRETA, CHASSI 3FAHP08Z28R155605,
EBJ3923, SAO PAULO/SP;
546 - WARLEI PERES CANGUSSU - DIBENS LEASING SA ARR MERCANTIL, FIAT/PUNTO SPORTING 1.8, 2008, VERMELHA, CHASSI
9BD11819481026935, EBM3341, SAO PAULO/SP;
547 - ROBERTA PAULO DO NASCIMENTO - BRADESCO LEASING SA ARREND MERCANTIL, FORD/KA FLEX, 2008, VERMELHA, CHASSI
9BFZK03AX9B036193, EBS5410, SAO PAULO/SP ;
548 - VANTENOR DE ARAUJO MORAIS, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1995, PRETA, CHASSI ZFA160000S2767728, ECB0039, SAO PAULO/SP;
549 - DOMINGOS BRATINNI, FORD/KA FLEX, 2008, PRETA, CHASSI 9BFZK03A59B051362, EDN1711, PRAIA GRANDE/SP;
550 - CLAUDIA DA ROCHA SCALISSE, PEUGEOT/206, 2009, PRETA, CHASSI 9362CKFWXAB003496, EEZ6097, SAO PAULO/SP;
551 - AGROMAR COMERCIO E REPRESENTACOES LTDA ME - BANCO ITAUCARD SA, FIAT/PALIO WEEK TREKKING, 2008, CINZA, CHASSI
9BD17350M94244896, EFS1288, SANTO ANDRE/SP;
552 - MARIMEX DESPACHOS TRANSPORTES E SERVICOS LTDA, I/FORD MONDEO 2.0 GHIA 4, 2002, PRETA, CHASSI WF045XGBB2GT62812,
EGA1961, SAO PAULO/SP;
553 - MARCIO DOUGLAS PEREIRA DA SILVA, IMP/PEUGEOT, 1995, VERMELHA, CHASSI VF31ACDZ9SM993799, ENM1122, SAO PAULO/SP;
554 - RICARDO PEREIRA FERMINIANO, FIAT/TEMPRA OURO 16V, 1994, PRETA, CHASSI 9BD159000R9088334, EPM0330, SAO PAULO/SP;
555 - RENATA CORREA, VW/VW FUSCA 1300, 1975, BEGE, CHASSI BJ164871, ER4726, SAO PAULO/SP;
556 - CARLOS ANTONIO DA SILVA, FIAT/TEMPRA OURO 16V, 1994, CINZA, CHASSI 9BD159000R9070360, FAN5050, SAO PAULO/SP;
557 - ABN AMRO ARREND MERCANTIL SA, FORD/ESCORT L, 1994, CINZA, CHASSI 9BFZZZ54ZRB566956, FAW0602, SAO PAULO/SP;
558 - WAGNER MARTINS DOS REIS, IMP/MAZDA 626 PB, 1995, BRANCA, CHASSI JM1GE22A6S1300396, FLP0909, CAMPO MOURAO/PR;
559 - MARINA TENORIA ROCHA - BCO PANAMERICANO SA, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1995, PRETA, CHASSI ZFA160000S5095363, FPB7880,
SAO PAULO/SP;
560 - ROSANGELA ZUPO DE OLIVEIRA - SAMAT PARTICIPAÇÕES LTDA, GM/CORSA WIND, 1997, PRATA, CHASSI 9BGSC08ZVVC726746,
FVF1997, SAO PAULO/SP;
561 - MARCELO GUIEN - BV LEASING ARRENDAMENTO MERCANTIL SA, RENAULT/CLIO AUT 1.0 H, 2005, PRETA, CHASSI
93YCB0Y055J592553, GBA0011, SAO PAULO/SP;
562 - MARCOS FRIEDBERG, IMP/MAZDA, 1993, PRATA, CHASSI 1YVGE22B4P5195196, GGT1717, SAO PAULO/SP;
563 - MARCIO SOUZA DA ROCHA, FIAT/UNO CS 1.5, 1991, VERDE, CHASSI 9BD146000M3701670, GKJ9946, CAMPINAS/SP;
564 - ANGELA SILVA CHAVES - BANCO BMG SA, FIAT/TEMPRA I.E, 1994, AZUL, CHASSI 9BD159000R9067374, GKU5918, SAO PAULO/SP;
565 - EPITACIO FRANCISCO DA COSTA - BBA CRED FOMENTO COML LTDA, FIAT/TEMPRA OURO 16V, 1994, CINZA, CHASSI
9BD159000R9085028, GKU6925, OSASCO/SP;
566 - SEBASTIAO APARECIDO ILYDIO MARQUES PEREIRA, GM/MONZA SL/E, 1987, CINZA, CHASSI 9BGJK11ZHHB061962, GLI9180,
SAO JOAQUIM DA BARRA/SP;
567 - ROSMARY BAPTISTA, FIAT/FIAT UNO S, 1984, BRANCA, CHASSI 9BD14600003014956, GLN9433, SAO BERNARDO DO CAMPO/SP;
568 - MARCELO BEZERRA DE FONTES, VW/SANTANA GL, 1987, VERDE, CHASSI 9BWZZZ32ZHP221610, GMQ6313, SAO PAULO/SP;
569 - IDEMAR ANTONIO PEREIRA, VW/VW TL, 1973, BRANCA, CHASSI BF072829, GMQ6631, POUSO ALEGRE/MG;
570 - WILLIAN COSTA CHAPADA, VW/SANTANA CS, 1985, CINZA, CHASSI 9BWZZZ32ZFP207357, GPM2592, ITAMONTE/MG;
571 - RITA DE CASSIA FERRAZ DORNELAS, GM/MONZA, 1982, CINZA, CHASSI 5G08SBB009335, GPQ7685, SILVIANOPOLIS/MG;
572 - NELSON BISPO DA PAIXAO, VW/GOL CL, 1990, PRATA, CHASSI 9BWZZZ30ZLT108732, GQT6288, SAO PAULO/SP;
573 - VALNEI VITORIANO DA SILVA - BV FINANC SA CFI, GM/CORSA WIND, 1994, CINZA, CHASSI 9BGSC08WSRC633591, GRA7056,
SAO PAULO/SP;
574 - FBM TRANSPORTES LTDA - BCO BRADESCO SA, VW/14.200, 1994, BRANCA, CHASSI 9BWXTAFB8RDB05114, GRB2101, SAO PAULO/SP;
575 - JUCIMAR MARTINS GOMES, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1995, PRETA, CHASSI ZFA160000S55094237, GRG4400, GOIANIA/GO;
576 - MARCO ANTONIO BORGES PINTO, FIAT/UNO ELETRONIC, 1994, VERDE, CHASSI 9BD146000R5153555, GSI5058, SAO PAULO/SP;
577 - FERNANDO CARDOSO SOARES, IMP/NISSAN PATHFINDER, 1993, CINZA, CHASSI JN8HD17YXPW300109, GSI8846, SAO PAULO/SP;
578 - FENIX REPARACAO DE ELETRODOMEST LTDA ME, GM/CELTA 2P LIFE, 2005, BRANCA, CHASSI 9BGRZ08906G122335, GTI8643,
SAO JOSE DOS CAMPOS/SP;
579 - MARCELO DA LUZ BARBOZA, FIAT/FIAT MAREA ELX, 2001, CINZA, CHASSI 9BD18523027052638, GVL8898, BELO HORIZONTE/MG;
580 - JOSE ANTONIO GUIMARAES DE ARAUJO, VW/FUSCA 1300 L, 1969, AZUL, CHASSI B9671549, GXF3623, POUSO ALEGRE/MG;
581 - ANA PAULA GALVAO FARIAS, FIAT/PALIO EX, 2000, CINZA, CHASSI 9BD178096Y2122103, GYO8898, SAO PAULO/SP;
582 - GONÇALO OSCAR MOURÃO, FIAT/PALIO YOUNG, 2000, CINZA, CHASSI 9BD17808612255576, GZD1318, RIO DE JANEIRO/RJ;
583 - VALDIR ROSA - BANCO J SAFRA S/A, FORD/KA GL, 2001, CINZA, CHASSI 9BFBSZGDA2B763918, GZJ4630, SAO CAETANO DO SUL/SP;
584 - RUBENALDO FARIAS TEIXEIRA - BANCO ITAU SA, FORD/FIESTA STREET, 2001, PRATA, CHASSI 9BFBRZFHA2B400482, GZT0127,
SAO PAULO/SP;
585 - LOCALIZA RENT A CAR S.A, FIAT/PALIO FIRE, 2004, PRATA, CHASSI 9BD17103752512104, HCG2174, BELO HORIZONTE/MG;
586 - AUGUSTO JOSE FERNANDES BARBOSA, FIAT/PALIO FIRE, 2004, PRATA, CHASSI 9BD17103752515644, HCG4107, SAO PAULO/SP;
587 - JOSE LUIZ VIEIRA DOS SANTOS, GM/ASTRA SEDAN CONFORT, 2006, PRATA, CHASSI 9BGTS69W07B124958, HEJ0129, SAO PAULO/SP;
588 - LOCALIZA RENT A CAR S A, GM/CELTA 2P LIFE, 2007, PRATA, CHASSI 9BGRZ08908G155730, HGV8290, BELO HORIZONTE/MG;
589 - WILSON ROBERTO BISPO DOS SANTOS - BCO MERCANTIL S PAULO SA, VW/QUANTUM 2000MI, 1997, CINZA, CHASSI
9BWZZZ331VP031493, HOW3793, SAO PAULO/SP;
590 - LUZINETE GAMA NOVAIS - BANCO FINASA SA, IMP/RENAULT CLIO RN 1.0, 2000, VERMELHA, CHASSI 93YBB0Y15YJ162761, HPH0776,
SAO PAULO/SP;
591 - ABEL TELES DE DEUS - BANCO ABN AMRO REAL SA, GM/ OMEGA GLS, 1992, PRATA, CHASSI 9BGVP19BPNB203583, HQI8787,
DIADEMA/SP;
592 - DAVID DA SILVA SOARES, GM/KADETT GSI MPFI, 1993, BRANCA, CHASSI 9BGKW08BPPC326231, HQT3380, SAO PAULO/SP;
593 - MARCOS FERREIRA, IMP/JEEP GCHEROKEE LIMIT, 1996, PRETA, CHASSI 1J4GZ78Y3TY119359, HUX1313, SAO PAULO/SP;
594 - REGINA NOBRE DE BARROS BARRIONUEVO - BANCO ITAULEASING SA, RENAULT/SCENIC RXE 2.0, 2000, PRATA, CHASSI
93YJAMG35YJ136499, IJM8293, SAO PAULO/SP;
595 - SINAIR CARNEIRO, VW/GOL PLUS 16V, 2000, AZUL, CHASSI 9BWCA05XX1P042108, IJT3937, SAO PAULO/SP;
596 - EDUARDO CHAVES PONTES GARCIA, VW/GOL ROLLING STONES, 1995, PRETA, CHASSI 9BWZZZ377ST038036, JED4364, BRASILIA/DF;
597 - VANDERLEI DA SILVA, VW/SANTANA CL 1800 I, 1995, CINZA, CHASSI 9BWZZZ32ZSP017495, JEG4856, SOROCABA/SP;
598 - MARIA SOCORRO FERREIRA DE BARROS, FORD/FIESTA, 1996, VERMELHA, CHASSI 9BFZZZFDATB032542, JEO6998, BRASILIA/DF;
599 - BRASIL VEICULOS COMPANHIA DE SEGUROS, IMP/VW PASSAT, 1995, PRETA, CHASSI WVWCC83A8SE159233, JET0008,
SAO PAULO/SP;
600 - DANIEL CARLOS PEREIRA OLIVEIRA, FIAT/PALIO 1.0, 2000, BRANCA, CHASSI 9BD178276Y2149734, JFM1863, BRASILIA/DF;
601 - HSBC BANK BRASIL SA BCO MULT, VW/FOX 1.0, 2006, PRETA, CHASSI 9BWKA05Z664163319, JGO9963, BRASILIA/DF;
602 - FRANCISCO MARCOS CINTRA, GM/KADETT SL EFI, 1993, CINZA, CHASSI 9BGKT08KPPC335605, JKT0212, BRASOPOLIS/MG;
603 - JORGE FERREIRA MACHADO FILHO, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1995, VERDE, CHASSI ZFA160000S5111635, JLO1465, SAO PAULO/SP;
604 - ARLEU DOURADO MARTINS, GM/CORSA WIND, 1999, BRANCA, CHASSI 9BGSC68Z0XC705125, JLO7045, FEIRA DE SANTANA/BA;
605 - VALDEMIRO MESQUITA SANTANA, GM/CORSA WIND, 1997, AZUL, CHASSI 9BGSC08ZVVC735845, JMC2464, SAO PAULO/SP;
606 - TAT COMERCIO DE PRODUTOS ALIMENTICI - SUDAMERIS ARRENDAMENTO MERCANTIL SA, FORD/ECOSPORT XL 1.6L, 2003, PRETA,
CHASSI 9BFZE14N248508956, JMR0236, SAO PAULO/SP;
607 - BANCO PANAMERICANO SA, VW/ APOLLO VIP, 1991, VERMELHA, CHASSI 9BWZZZ54ZMB211856, JNE2580, SAO PAULO/SP;
608 - CLEBER DIOGENES BUTRICO, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1995, VERMELHA, CHASSI ZFA160000S5140420, JNF0188, SAO PAULO/SP;
609 - HELENA RICARDO DE OLIVEIRA, VW/KOMBI, 1995, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ231SP042316, JNF0442, SAO PAULO/SP;
610 - CLAUDIO LUCIO DOS SANTOS - BCO PANAMERICANO SA, GM/MONZA SL, 1992, BRANCA, CHASSI 9BGJG69GPNB001033, JNF3901,
LIMEIRA/SP;
611 - RANDOLFHO CRUZ DE VASCONCELLOS FILHO, FORD/FIESTA, 1996, CINZA, CHASSI 9BFZZZFDATB053170, JNJ9959, LAURO DE
FREITAS/BA;
612 - WALNEI ALLAINE DE OLIVEIRA, GM/CORSA SUPER, 1998, VERDE, CHASSI 9BGSD19ZXW700052, JNT5763, SALVADOR/BA;
613 - LUIS FELIPE DAVID - BCO BRADESCO FINANC SA, GM/ OMEGA GLS, 1993, CINZA, CHASSI 9BGVP19BPPB230689, JWF1598, SAO JOSE
DOS CAMPOS/SP;
614 - ROGERIO YUITI GUSHIKEN, FIAT/PALIO EX, 1998, BRANCA, CHASSI 9BD178296W0788597, JYQ0068, SAO PAULO/SP;
615 - EDUARDO BARCELLOS DE PAULA, FIAT/PALIO 16V, 1996, AZUL, CHASSI 9BD178058T0052866, KCW5454, BRASILIA/DF;
616 - EURIDICE REGINA DA SILVEIRA, FIAT/UNO MILLE SX, 1996, AZUL, CHASSI 9BD146027T5848791, KCX4133, MOGI DAS CRUZES/SP;
617 - GLAUBER GOMES DE OLIVEIRA JUNIOR, FORD/KA, 2003, PRETA, CHASSI 9BFBLZGDA3B813025, KEX4481, SOROCABA/SP;
618 - TAIRONE CLEUDE SPUZA SILVA, FIAT/TEMPRA OURO 16V, 1994, VERMELHA, CHASSI 9BD159000R9081323, KFD5268, SAO CAITANO/PE;
619 - RENATION SOUZA DOS SANTOS, VW/GOL GLI 1.8, 1994, PRETA, CHASSI 9BWZZZ377RT025062, KGB1006, SAO PAULO/SP;
620 - NELSON CORREA FERRAZ, I/JEEP GCHEROKEE LIMITED, 1997, PRATA, CHASSI 1J4GZ78Y2VY518752, KKV2807, MACEIO/AL;
621 - CONEXAO BRASIL AUTOMOVEIS LTDA, IMP/CHRYSLER STRATUS LE, 1998, PRETA, CHASSI 1C3EMB6C1WN519132, KLG7371,
SAO PAULO/SP;
622 - ANTONIO CAMILO VIDAL - BRADESCO LEASING SA ARREND MERCANTIL, IMP/PASSAT TURBO, 1998, PRATA, CHASSI
WVWMA83B5WE455884, KLQ0011, SAO PAULO/SP;
623 - IVONALDO VIEIRA DE ARAUJO, IMP/PEUGEOT 405 SRI, 1998, AZUL, CHASSI 8AD4BRFX2W5304135, KLS2986, MACEIO/AL;
624 - RAUL GRANDEZA, I/FORD MONDEO 2.0 GHIA 4, 2000, PRATA, CHASSI WFOFGXGBBYGK55937, KMV7218, RIO DE JANEIRO/RJ;
625 - JOSE LACERDA NETO, IMP/FORD RANGER XL, 1997, VERMELHA, CHASSI 1FTCR10X2VTA68179, KNS0567, SAO PAULO/SP;
626 - LOURENÇO FERNANDO DE AZEVEDO, FIAT/PALIO EX, 2000, VERMELHA, CHASSI 9BD178296Y2204448, KPS7269, RIO DE JANEIRO/RJ;
627 - MIC MAX CONFECCOES LTDA, VW/SANTANA, 1986, CINZA, CHASSI 9BWZZZ32ZGP243653, KQE3218, PETROPOLIS/RJ;
628 - NERILDA ANTUNES VENCESLAU, IMP/VW GOL MI, 1982, CINZA, CHASSI BY104225, KUL2884, NOVA IGUACU/RJ;
629 - CIA ITAULEASING DE ARR MERCANTIL, I/PEUGEOT PART F 625K 16, 2005, BRANCA, CHASSI 8AE5BN6A95G518041, KUL4525,
RIO DE JANEIRO/RJ;
de semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
44 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira, e3fim
de setembro,
SECRETARIA DE TRANSPORTES
630 - CIA ITAULEASING DE ARREND. MERCANTIL, GM/CELTA 2P LIFE, 2005, PRATA, CHASSI 9BGRZ08906G129232, KZT0517,
RIO DE JANEIRO/RJ;
631 - ROBERTO MYUNG JIN CHOI, IMP/VOLVO 850 GLT VCB, 1994, VERMELHA, CHASSI YV1LS5517R2182500, LAN2848, SAO PAULO/SP;
632 - VALERIA APARECIDA DE ALMEIDA COSTA - BCO BRADESCO SA, IMP/DAIHATSU COURE, 1995, AZUL, CHASSI JDAL501S0S0003971,
LAX1855, SAO PAULO/SP;
633 - ANDERSON DE FREITAS WIESNER - BANCO INTERCAP SA, GM/CORSA WIND, 1996, BRANCA, CHASSI 9BGSC08WTTC698655, LBE1853,
SAO PAULO/SP;
634 - BCN LEASING ARR. MERCANTIL S/A, IMP/CITROEN ZX FURIO 18I, 1997, VERDE, CHASSI 9U7N2E30VV1E37273, LBO0414,
RIO DE JANEIRO/RJ;
635 - KATY GOLDBERG, IMP/PEUGEOT 106, 1997, CINZA, CHASSI VF31CCDZWVM002025, LCA4725, RIO DE JANEIRO/RJ;
636 - JOSE PEREIRA DE OLIVEIRA - ABC PRIMO ROSSI A C LTDA, VW/GOL MI, 1998, PRETA, CHASSI 9BWZZZ377WP510468, LCC9069,
SAO PAULO/SP;
637 - ALMIR ROGERIO GOMES SANTANA, VW/GOL SPECIAL, 1999, PRATA, CHASSI 9BWZZZ377XP060603, LCT2673, GUARULHOS/SP;
638 - GENERALI DO BRASIL CIA N SEGS, FIAT/FIAT MAREA SX, 1999, CINZA, CHASSI 9BD185225X7025274, LCX9818, SAO PAULO/SP;
639 - BANCO MERCES-BENZ DO BRASIL S/A, M.BENZ/A 160, 1999, AZUL, CHASSI 9BMMF33EXXA001488, MBF2877, BLUMENAU/SC;
640 - ROSANGELA WANDERLEY SILVA, GM/CELTA, 2001, VERDE, CHASSI 9BGRD08Z02G122310, MEZ9960, FLORIANOPOLIS/SC;
641 - VERA ANTONIA GROSSO HERNANDES, GM/MONZA CLASSIC SE, 1988, VERMELHA, CHASSI 9BGJL11YJJB026874, MMZ2253,
CARAPICUIBA/SP;
642 - JOSELLIO SIMOES SOARES, IMP/TOYOTA COROLLA XEI, 2004, CINZA, CHASSI 9BR53ZEC258569123, MPP9941, BAIXO GUANDU/ES;
643 - LUIS ADRIANO FERREIRA - BANCO BMG SA, IMP/VW POLO CLAS.1.8 MI, 1997, BRANCA, CHASSI 8AWZZZ6K2VA054807, MQE9009,
SAO PAULO/SP;
644 - BANCO ABN AMRO REAL SA, FORD/KA, 1998, BRANCA, CHASSI 9BFZZZGDAWB624846, MQO7859, CAMPINAS/SP;
645 - ANTONIO RODRIGUES DIONISIO, FIAT/UNO MILLE FIRE, 2002, VERDE, CHASSI 9BD15822524361945, MTM1375, SAO PAULO/SP;
646 - PAULO SÉRGIO GUILHERME, GM/CHEVETTE, 1983, PRATA, CHASSI 5C11UCC170839, MUQ9553, SAO MIGUEL DOS MILAGRES/AL;
647 - ANTONIO CARLOS LUIZ, GM/CELTA 2P LIFE, 2006, PRETA, CHASSI 9BGRZ08907G120600, MWC0763, SAO PAULO/SP;
648 - WALTER PEREIRA DA SILVA, VW/FUSCA 1300 L, 1982, VERDE, CHASSI BO358622, MX3614, CAMPINAS/SP;
649 - LETICIA COSTA DE OLIVEIRA CARDOSO, VW/SANTANA CL, 1987, CINZA, CHASSI 9BWZZZ32ZHP255167, XK2594, RIO DE JANEIRO/RJ;
650 - SEVERINO JOSE DA SILVA - BANCO PANAMERICANO S/A, GM/MONZA SL/E 2.0, 1990, AZUL, CHASSI 9BGJK11TLLB070694, ZQ9919,
SAO PAULO/SP.
SECRETARIA MUNICIPAL DE TRANSPORTES - SMT, DEPARTAMENTO DE OPERAÇÃO
DO SISTEMA VIÁRIO - DSV E COMPANHIA DE ENGENHARIA DE TRÁFEGO - CET
Sexta-feira,
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 35 de
de setembro,
setembro, 2010
2010 Brasil Econômico 45
FINANÇAS
Divulgação
MEIOS DE PAGAMENTO
CÂMBIO
Fraudes com clonagem de cartões causaram
prejuízo de R$ 11 mi no primeiro semestre
Dólar recua a R$ 1,732, mínima
em quatro meses, com Petrobras
No primeiro semestre a clonagem e outros tipos de golpes levaram
ao mercado de cartões um prejuízo de R$ 11, 5 milhões, estima a Horus,
especializada em controle e prevenção a fraudes em meios eletrônicos
de pagamento, baseada notícias publicadas na imprensa sobre fraudes
neste segmento. O valor equivale a uma média de R$ 2 milhões por
mês e representa cerca de 0,01% do faturamento do setor no período.
O dólar estendeu a queda ante o real pelo terceiro dia seguido,
fechando ontem na menor cotação em quatro meses com a iminência
da capitalização da Petrobras. A moeda recuou 0,86%, para R$ 1,732.
É o menor patamar de fechamento desde 3 de maio. A definição do
valor em petróleo que o governo poderá usar na oferta de ações da
Petrobras indicou que a capitalização deve ocorrer ainda neste mês.
Murillo Constantino
Ledoux, gestor da Actis:
avaliação cautelosa de negócios
FOCO
Consumo
é uma das três áreas
principais de interesse
da Actis no Brasil e
na América Latina. Segundo
os gestores, serviços
financeiros e segmentos
industriais também estão
na mira de investimento.
SAÍDA
Bolsa
de valores é uma das opções
cogitadas pela supermercadista
CSD como resultado de expansão
e amadurecimento de negócios.
Balanços já são auditados
e governança implementada.
EXPERIÊNCIA
Emergentes
são os mercados prediletos
da gestora de private equity.
A atuação já é extensa em países
da Africa e Ásia, há mais de
60 anos, com visão de longo
prazo. Gere US$ 4,8 bilhões.
Actis faz primeira compra e
vai acelerar ritmo no Brasil
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL EM SÃO PAULO
! ""#$%#&'()
(*+
!(*+
,!!!,!
-
!,#
.,!/"(,!0
+
!1
!,*)
!!!23330(,!00*3330
,'00*0*
!!!,4*2567!682(0
Fundo adquire fatia em supermercadista e finaliza outros dois negócios
MAKRO ATACADISTA S.A.
Maria Luíza Filgueiras
[email protected]
Três anos depois de se instalar
no país, a gestora inglesa de private equity Actis anunciou ontem seu primeiro negócio brasileiro. Adquiriu fatia minoritária, não revelada, na supermercadista paranaense Companhia
Sulamericana de Distribuição
(CSD), dona das bandeiras São
Francisco e Cidade Canção. O
investimento foi de R$ 100 milhões, parte dos US$ 450 milhões que a gestora tem para
aplicar na região.
Segundo Patrick Ledoux,
gestor da Actis, o objetivo é duplicar o tamanho da rede, saltando das atuais 28 unidades
para pelo menos 56 num prazo
de três a cinco anos. Até dezembro, duas inaugurações estão
previstas. A projeção é que o
grupo fature R$ 700 milhões
este ano, o que significa um
crescimento de 12% sobre a receita obtida no ano passado.
Considerando o ranking de
2009 da Associação Brasileira
de Supermercados (Abras), o
grupo ficaria em 19º lugar em
Gestora de
private equity
é especializada
em mercados
emergentes e tem
cerca de US$ 4,8
bilhões sob gestão
no mundo
faturamento. Os principais
concorrentes, Irmãos Muffato e
Condor, faturaram R$ 1,43 bilhão e R$ 1,2 bilhão, respectivamente, com menos lojas.
A CSD é resultado da fusão
das duas marcas de supermercados, feita em fevereiro, quando o
Actis já estava em conversa com
a rede São Francisco. “Sempre
fomos concorrentes, mas vimos
que para reduzir custos, aumentar sinergias e não partir para
uma concorrência predatória, a
melhor opção era unir as operações”, conta Jefferson Nagaroli,
presidente do conselho da CSD.
“Ao invés de tomarmos dinheiro
no BNDES para expandir, preferimos a experiência global da
Actis no varejo.”
O investimento foi feito através do fundo global Actis Emerging Markets 3. Segundo Chu
Kong, também gestor da Actis
no Brasil, dois ou três negócios
podem ser fechados pela casa até
o fim do ano, nas áreas foco —
bens de consumo, serviços financeiros e indústria. Em quatro
meses, a Actis pode montar metade da carteira pretendida, de
seis a oito companhias. ■
CNPJ/MF 47.427.653/0001-15 - NIRE nº 35.300.114.060
EDITAL DE CONVOCAÇÃO - ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
Ficam convidados os senhores acionistas do Makro Atacadista S.A. a se reunir em Assembleia
Geral Extraordinária, que será realizada no dia 10 de setembro de 2010, às 10:00 horas, na
sede social da Companhia, situada na Rua Carlos Lisdegno Carlucci, nº 519, na Cidade de
São Paulo, Estado de São Paulo, para deliberar acerca de alterações nas características da
1ª emissão de debêntures da Companhia, aprovada pela Assembleia Geral Extraordinária
de 21 de agosto de 2009. Os acionistas, seus representantes legais ou procuradores, para
participarem da Assembleia ora convocada, deverão observar as disposições previstas no
artigo 126 da Lei nº 6.404/76, conforme alterada. São Paulo, 02 de setembro de 2010. Dennis
Casey - Presidente do Conselho de Administração.
(02,03,06)
PREFEITURA DA ESTÂNCIA DE ATIBAIA
Tornamos público que se acham abertas, no Departamento de Suprimentos desta Prefeitura, as licitações abaixo: PROCESSO N.º 28.439/10. PREGÃO ELETRÔNICO N.º 110/10.
OBJETO: Registro de Preços para eventual aquisição de tiras reagentes e lancetas com
comodato do monitor e lancetador, destinados ao uso da Secretaria Municipal de Saúde,
com entregas parceladas, por um período de 12 (doze) meses. RECEBIMENTO DAS
PROPOSTAS: 20/09/10 até às 13:00 horas. ABERTURA DAS PROPOSTAS: 20/09/10 às
13:05 horas. INÍCIO DA SESSÃO DE DISPUTA DE PREÇOS: 20/09/10 às 14:00 horas.
PROCESSO N.º 28.776/10. PREGÃO ELETRÔNICO N.º 111/10. OBJETO: Registro de
Preços para eventual aquisição de seringas descartáveis, destinados ao uso da Secretaria Municipal de Saúde, com entregas parceladas, por um período de 12 (doze) meses. RECEBIMENTO DAS PROPOSTAS: 21/09/10 até às 13:00 horas. ABERTURA DAS
PROPOSTAS: 21/09/10 às 13:05 horas. INÍCIO DA SESSÃO DE DISPUTA DE PREÇOS:
21/09/10 às 14:00 horas. AQUISIÇÃO DO EDITAL: O edital completo poderá ser adquirido
via Internet pelos sites www.atibaia.sp.gov.br ou www.bbmnet.com.br. DEMAIS INFORMAÇÕES: Departamento de Suprimentos, sito à Rua Bruno Sargiani, 100, Vila Rica, Fone:
(11) 4414-2210. SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO, 03 de setembro de 2010. Andréa
de Andrade Veríssimo de Souza – Diretora do Departamento de Suprimentos.
46 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira,e3fim
de setembro,
de semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
INVESTIMENTOS
Márcia Pinheiro
[email protected]
Corretoras oferecem carteira de renda
fixa e imobiliária para diversificação
Ao menos duas corretoras, a XP Investimentos e a Omar Camargo Investimentos,
têm oferecido aos clientes um portfólio
mais completo que aplicações financeiras,
que incluem carteiras de renda fixa e imobiliária, além dos tradicionais fundos de
ações e multimercados.
A ideia é interessante. A carteira de renda fixa da Omar, por exemplo, tem Letra
Financeira do Tesouro (LFT) e debêntures.
A LFT costuma render cerca de 95% do
Certificado de Depósito Financeiro (CDI) e
o rendimento das debêntures é uma média
do mês fechado, segundo disponibilizado
no site da BM&FBovespa.
No ano, diz Luiz Augusto Pacheco, analista da corretora, a carteira rende um acumulado de 5,98%, o que corresponde a
116,09% do CDI, um resultado nada desprezível. O melhor momento foi maio,
quando a carteira rendeu 156,06% do CDI e
o pior, em agosto, com 79,78%.
A carteira de imóveis tem como referência
os preços de um apartamento de três dormitórios, usado, para a venda em Curitiba. Os
empreeendimentos que fazem parte da carteira são CSHG Shopping, Projeto Água
Branca, Rio Bravo Renda Corporativa e CSHG
Real Estate. Essa aplicação tem um rendimento acumulado no ano polpudo, de
13,35%, em comparação aos 12,23% registrado pelo preço dos imóveis referência.
A carteira completa da Omar Camargo
Investimentos é composta por 45% de renda fixa, 10% de fundos imobiliários, 10%
de multimercados e 35% de ações. Neste
caso, o ganho no ano foi mais modesto, de
3,30%, explica o analista Pacheco, sobre-
tudo em função do mau desempenho da
bolsa paulista no período.
Também o XP renda fixa se destina a
ajudar na manutenção de patrimônio e
permitir a diversificação da carteira. As
aplicações em renda fixa consistem simplesmente na aquisição de títulos (públicos
ou privados) que, para períodos pré-determinados, pagam taxas pré ou pós-fixadas.
A cada mês, os analistas da corretora divulgam a carteira recomendada.
Copom
Na terça-feira, um dia antes de o Comitê de
Política Monetária divulgar que decidiu
manter a taxa básica de juros (Selic) em
10,75% ao ano, as taxas futuras de juros “fecharam” (caíram) bastante na BM&F. Anteontem, subiram. Ontem, voltaram a cair,
sinalizando que o mercado considera que o
ciclo de aperto monetário chegou ao fim.
Mas o que intrigou o mercado foi o tom e
o tamanho do comunicado pós-reunião. O
tom foi considerado, em conversas reservadas, como uma justificativa para o fato de o
Banco Central ter afirmado, na ata do último encontro, que estava observando a inflação corrente, uma abordagem até então
inédita, dado o histórico dos documentos.
O longo comunicado corroborou para
essa avaliação. Interpretações adicionais
serão feitas na quinta-feira da próxima semana, quando a ata deste mês será divulgada. De todo modo, poucos analistas no
mercado consideram que haverá alteração
nas projeções para o comportamento da
Selic, que tem pouca chance de subir ao
menos até o fim do ano. ■
AS NOVAS CARTEIRAS DAS CORRETORAS
A novidade é que os produtos não se restringem aos ativos negociados em bolsa de valores
RENDA FIXA
FUNDOS IMOBILIÁRIOS
RENTABILIDADE
RENTABILIDADE
2009
CARTEIRA
JANEIRO
FEVEREIRO
CDI
2010
CDI %
CARTEIRA
CDI
2010
CDI %
-
-
-
0,64%
0,66%
-
1,60%
0,85%
188,82%
0,80%
0,59%
136,08%
CARTEIRA
JANEIRO
2,70%
FEVEREIRO
-0,98%
2,39%
MARÇO
1,98%
0,97%
204,08%
0,66%
0,72%
91,71%
MARÇO
ABRIL
1,05%
0,84%
124,49%
1,03%
0,66%
155,74%
ABRIL
2,94%
MAIO
1,32%
0,77%
171,66%
1,03%
0,66%
156,06%
MAIO
-1,88%
2,43%
JUNHO
1,02%
0,75%
136,26%
0,73%
0,79%
92,41%
JUNHO
JULHO
0,76%
0,78%
98,01%
1,14%
0,86%
132,71%
JULHO
4,19%
AGOSTO
0,86%
0,69%
124,67%
0,71%
0,89%
79,78%
AGOSTO
0,99%
SETEMBRO
0,57%
0,69%
82,58%
SETEMBRO
OUTUBRO
0,42%
0,69%
60,45%
OUTUBRO
NOVEMBRO
0,01%
0,66%
0,89%
NOVEMBRO
DEZEMBRO
1,58%
0,72%
219,80%
6,72%
5,90%
114,05%
TOTAL
Fonte: Omar Camargo Investimentos
IMÓVEIS*
12,23%
DEZEMBRO
6,94%
5,98%
116,09%
TOTAL
*Apartamento de 3 quartos, usado e para venda em Curitiba, no setor I
13,35% 12,23%
OGX
AES TIETÊ neutra
Para BB BI, novas descobertas
reforçam cenário positivo
Revisão de energia não traz
impacto, segundo Ativa
A BB BI considera positiva as
duas descobertas de indícios de
hidrocarbonetos na Bacia do
Parnaíba feita pela OGX Petróleo
e Gás Participações. “Os
primeiros resultados obtidos na
Bacia do Parnaíba são excelentes,
não só pelo teste de formação
realizado na primeira acumulação
recentemente descoberta,
mas também pelas perspectivas
para os sete blocos exploratórios
detidos pela OGX, na mesma
bacia sedimentar”, pondera o
analista Nelson de Matos, em
relatório. Para ele, as novas
descobertas reforçam as
estimativas iniciais da companhia,
que apontam para um volume de
recursos potenciais de cerca de
15 trilhões de pés cúbicos de gás
natural (2,7 bilhões de barris de
óleo equivalente) na área dos sete
blocos sob concessão, que podem
corresponder a uma capacidade
produtiva de aproximadamente
15 milhões de m3/dia.
“Ressaltamos que a comprovação
das reservas necessita da
realização de diversas perfurações
para delimitar os reservatórios,
bem como uma série de testes de
formação”, ressalta. A descoberta
foi feita na seção devoniana
no poço 1-OGX-16-MA (prospecto
Califórnia), no bloco PN-T-68,
na bacia terrestre do Parnaíba,
interior do estado do Maranhão.
A BB BI tem recomendação de
compra para as ações da OGX
e considera um preço justo para
os papéis de R$ 29 em junho
de 2011. No pregão de ontem da
bolsa, era cotada a R$ 20,48.
A revisão nas projeções feitas
pela diretoria da AES Tietê para
geração de energia este ano não
deve trazer grande impacto para
a companhia, na avaliação da
Ativa Corretora. Em relatório,
o analista da casa, Ricardo
Corrêa, afirma que “a queda
no volume inicialmente estimado
não tem efeito significativo sobre
o valor da empresa na medida
em que os preços do mercado
spot (CCEE) se mantêm nos
patamares mínimos.” Segundo
informado pela companhia em
teleconferência com analistas,
o volume de energia gerado
em 2010 deverá superar em
aproximadamente 23% a energia
assegurada, com números
abaixo do volume gerado no
ano passado que registrou
patamar 38% acima da energia
assegurada às unidades
da empresa. A queda média
da expectativa de volume de
geração pode ser atribuída pela
combinação da boa hidrologia
registrada no ano passado aos
problemas registrados na usina
Nova Avanhandava ao longo
do primeiro semestre deste ano.
A AES também destacou na
conferência que sua energia
assegurada estará descontratada
a partir de janeiro de 2016
e terá que ser recontratada
nos próximos cinco anos.
A Ativa pondera que uma
desconcentração de energia,
com o fim do contrato de
fornecimento de energia entre
AES Tietê e AES Eletropaulo,
já é esperada pelo mercado.
CRUZEIRO DO SUL
FINANÇAS
Proventos
Curso
O Banco Cruzeiro do Sul aprovou
ontem a distribuição de R$ 10
milhões em juros sobre o capital
próprio (JCP), equivalentes a um
total bruto de R$ 0,07 por ação
ordinária e por ação preferencial.
A companhia informou que
o pagamento será realizado no
dia 15 aos investidores inscritos
nos registros da empresa ontem.
O depósito dos JCP será feito
pelo valor líquido, já deduzido o
Imposto de Renda devido na fonte
à alíquota de 15%. Os valores
serão depositados à CBLC, que os
repassará a agentes de custódia.
A Wintrade, home broker da Alpes
corretora, realiza no próximo
dia 11 curso de introdução
ao mercado financeiro, em
São Paulo. Ministrado por
Paulo Sá e Fernando Fonseca,
tem o objetivo ensinar na prática
como funcionam as operações na
bolsa e de que forma executá-las.
“Diferente dos demais cursos
disponíveis, este é voltado para
a prática da teoria com nossas
ferramentas”, define a Win.
O horário do curso será de
9h às 15h. O custo é de R$ 350
e, para clientes ativos, R$ 300.
Sexta-feira,
3 de setembro, 2010 Brasil Econômico 47
Sexta-feira e fim de semana,
3, 4 e 5
BOLSA
JURO
Giro financeiro
Contrato futuro
R$ 5,1 bilhões 10,64%
foi o volume financeiro registrado ontem no segmento
acionário da BM&FBovespa. O principal índice encerrou a
sessão com variação negativa de 0,39%, aos 66.808 pontos.
foi a taxa de fechamento do contrato futuro de DI com vencimento
em outubro deste ano, o de maior liquidez ontem. O volume financeiro
neste contrato foi de R$ 140,5 bilhões, em 1.416.175 negócios.
IBOVESPA
RENDA FIXA
Ação
Código
Mínima
ALL AMER LAT UNT N2
AMBEV PN
B2W VAREJO ON
BMF BOVESPA ON
BRADESCO PN
BRADESPAR PN
BRASIL ON
BRASIL TELEC PN
BRASKEM PNA
BRF FOODS ON
BROOKFIELD ON
CCR RODOVIAS ON
CEMIG PN
CESP PNB
CIELO ON
COPEL PNB
COSAN ON
CPFL ENERGIA ON
CYRELA REALTY ON
DURATEX ON
ECODIESEL ON
ELETROBRAS ON
ELETROBRAS PNB
ELETROPAULO PNB
EMBRAER ON
FIBRIA ON
GAFISA ON
GERDAU PN
GERDAU MET PN
GOL PN
ITAUSA PN
ITAUUNIBANCO PN
JBS ON
KLABIN S/A PN
LIGHT S/A ON
LLX LOG ON
LOJAS AMERIC PN
LOJAS RENNER ON
MARFRIG ON
MMX MINER ON
MRV ON
NATURA ON
NET PN
OGX PETROLEO ON
P.ACUCAR-CBD PNA
PDG REALT ON
PETROBRAS ON
PETROBRAS PN
REDECARD ON
ROSSI RESID ON
SABESP ON
SANTANDER BR UNT N2
SID NACIONAL ON
SOUZA CRUZ ON
TAM S/A PN
TELEMAR ON
TELEMAR PN
TELEMAR N L PNA
TELESP PN
TIM PART S/A ON
TIM PART S/A PN
TRAN PAULIST PN
ULTRAPAR PN
USIMINAS ON
USIMINAS PNA
VALE ON
VALE PNA
VIVO PN
IBOVESPA
ALLL11
AMBV4
BTOW3
BVMF3
BBDC4
BRAP4
BBAS3
BRTO4
BRKM5
BRFS3
BISA3
CCRO3
CMIG4
CESP6
CIEL3
CPLE6
CSAN3
CPFE3
CYRE3
DTEX3
ECOD3
ELET3
ELET6
ELPL6
EMBR3
FIBR3
GFSA3
GGBR4
GOAU4
GOLL4
ITSA4
ITUB4
JBSS3
KLBN4
LIGT3
LLXL3
LAME4
LREN3
MRFG3
MMXM3
MRVE3
NATU3
NETC4
OGXP3
PCAR5
PDGR3
PETR3
PETR4
RDCD3
RSID3
SBSP3
SANB11
CSNA3
CRUZ3
TAMM4
TNLP3
TNLP4
TMAR5
TLPP4
TCSL3
TCSL4
TRPL4
UGPA4
USIM3
USIM5
VALE3
VALE5
VIVO4
IBOV
*Ajustada por proventos, inclusive dividendos.
16,60
192,01
28,50
12,92
30,80
37,60
28,81
11,20
15,43
23,28
9,08
40,62
27,44
25,12
15,13
38,32
23,01
40,79
22,22
17,30
0,89
21,41
25,33
33,00
11,21
28,85
12,17
23,88
28,92
23,06
12,24
37,80
7,23
4,93
21,87
9,02
14,56
56,10
17,00
12,87
15,12
42,55
22,28
20,40
61,20
18,41
30,64
26,74
24,24
15,23
34,00
21,85
27,78
81,80
34,74
31,00
24,34
46,13
40,11
6,80
5,05
48,80
93,59
46,83
44,35
48
42,50
41,91
66404
Cotação (R$)
Máxima
Fechamento
17,01
195,11
29,47
13,18
31,45
38,67
29,41
11,43
15,96
23,85
9,30
41,69
28,60
25,94
15,40
39,00
23,79
42,20
22,75
17,88
0,91
21,67
25,70
33,63
11,49
29,97
12,49
24,25
29,63
24,40
12,40
38,26
7,42
5,04
22,44
9,21
14,83
57,49
17,32
13,50
15,45
43,25
22,48
20,97
62,99
18,89
32,20
28,15
24,72
15,73
34,61
22,50
28,22
82,99
39,00
31,55
24,80
47,21
41,20
7,00
5,12
49,69
96,22
48,47
45,55
49
43,52
42,83
67167
16,94
194,04
29,16
13,00
30,81
38,67
28,95
11,20
15,43
23,31
9,18
41,55
27,81
25,16
15,19
38,53
23,45
40,90
22,74
17,36
0,90
21,58
25,40
33,01
11,46
29,95
12,35
24,07
28,92
23,61
12,26
37,90
7,25
4,97
22,10
9,09
14,60
56,60
17,25
13,47
15,36
43,18
22,35
20,46
62,50
18,89
31,24
27,60
24,32
15,45
34,00
22,00
28,05
82,50
36,36
31,15
24,62
47,15
40,90
6,82
5,06
49,47
94,09
47,61
44,85
49
42,85
42,38
66808
Rentabilidade* (%)
No dia
No ano
1,13
-0,39
-0,61
-0,84
-2,27
0,60
-1,70
-1,84
-2,59
-2,02
-1,18
-0,60
-3,10
-2,52
-0,39
-0,59
0,64
-1,54
1,07
-2,20
0,00
-0,28
-1,17
-1,90
0,88
4,25
-0,40
-0,74
-2,30
0,47
-1,29
-1,07
-2,16
-0,40
-1,25
-0,11
-1,48
-0,70
0,58
3,46
-0,13
0,42
-0,22
-2,57
-0,79
1,02
-0,03
2,11
-1,34
-0,32
-1,93
-2,22
-0,18
0,00
3,62
-1,08
0,41
0,75
-0,61
-1,16
-1,17
0,65
-1,69
-0,81
-1,10
-0,96
-1,04
-0,19
-0,39
4,00
12,32
-38,83
9,37
3,56
1,66
1,84
-33,13
9,59
3,00
19,38
4,78
1,65
5,62
2,66
5,80
-6,56
24,76
-5,06
8,01
-17,43
-15,65
-14,77
20,20
21,98
-23,38
-11,64
-16,53
-16,14
-6,54
6,54
0,37
-21,96
-4,15
-7,69
-10,09
-5,61
46,80
-9,56
34,43
10,80
23,81
-6,87
19,65
-2,94
10,35
-23,53
-23,10
-9,63
2,53
-0,61
-6,31
3,48
50,98
0,13
-23,97
-26,56
-24,21
1,44
-4,62
1,71
3,27
20,78
-4,72
-8,94
-1,16
2,38
-18,81
-2,60
Fonte: Economatica
IBOVESPA
Fundo
Data
ITAU PERS MAXIME RF FICFI
BB RENDA FIXA LP 50 MIL FICFI
BB RENDA FIXA LP ESTILO FICFI
CAIXA FIC EXEC RF LONGO PRAZO
CAIXA FIC IDEAL RF LONGO PRAZO
BB RENDA FIXA 5 MIL FIC FI
BB RENDA FIXA 200 FIC FI
BB RENDA FIXA 50 FIC FI
ITAU PREMIO RENDA FIXA FICFI
BB RENDA FIXA LP 100 FICFI
Rent. (%)
12 meses No ano
2/SET
1/SET
1/SET
1/SET
1/SET
2/SET
2/SET
2/SET
2/SET
1/SET
8,62
8,57
8,56
8,00
7,47
7,37
6,22
5,72
5,32
5,23
5,91
5,81
5,81
5,45
5,10
5,05
4,28
3,95
3,61
3,61
Taxa
Aplic. mín.
adm. (%) (R$)
1,00
1,00
1,00
1,10
1,50
2,00
3,00
3,50
4,00
4,00
DI
Fundo
Data
BB REFERENCIADO DI ESTILO FICFI
ITAU PERS MAXIME REF DI FICFI
CAIXA FIC DI LONGO PRAZO
BB REFERENCIADO DI 5 MIL FIC FI
BB NC REF DI LP PRINCIPAL FIC FI
BB REFERENCIADO DI 200 FIC FI
HSBC FIC REF DI LP POUPMAIS
ITAU PREMIO REF DI FICFI
BRADESCO FIC DE FI REF DI HIPER
SANTANDER FIC FI CLASSIC REF DI
Rent. (%)
12 meses No ano
2/SET
2/SET
1/SET
2/SET
1/SET
2/SET
2/SET
2/SET
2/SET
2/SET
8,35
8,32
6,90
6,71
6,37
6,11
5,62
5,06
4,67
4,31
5,67
5,63
4,73
4,59
4,38
4,19
3,94
3,48
3,15
2,97
Taxa
Aplic. mín.
adm. (%) (R$)
1,00
1,00
2,00
2,50
2,47
3,00
3,00
4,00
4,50
5,00
Fundo
Data
CAIXA FMP FGTS VALE I
BB ACOES VALE DO RIO DOCE FI
BRADESCO FIC DE FIA
BRADESCO BA FIC DE FIA
BRADESCO FIC DE FIA IV
BRADESCO FIC DE FIA MAXI
UNIBANCO BLUE FI ACOES
ITAU ACOES FI
ALFA FIC DE FI EM ACOES
BB ACOES PETROBRAS FIA
Rent. (%)
12 meses No ano
1/SET
1/SET
1/SET
1/SET
1/SET
1/SET
1/SET
1/SET
1/SET
1/SET
33,80
33,61
16,67
16,53
16,18
15,91
10,91
10,46
4,90
(14,73)
(1,35)
(0,34)
(3,95)
(4,04)
(4,08)
(4,07)
(7,07)
(8,59)
(10,68)
(24,67)
Taxa
Aplic. mín.
adm. (%) (R$)
1,90
2,00
4,00
4,00
ND
4,00
5,00
4,00
8,50
2,00
Fundo
Data
REAL CAP PROT VGOGH 3 FI MULTIM
REAL CAP PROT VGOGH 4 FI MULTIM
BB MULTIM TRADE LP ESTILO FICFI
ITAU PERS K2 MULTIM FICFI
CAPITAL PERF FIX IB MULT FIC
ITAU PERS MULTIE MULT FICFI
ITAU PERS MULT AGRESSIVO FICFI
ITAU PERS MULT ARROJADO FICFI
ITAU PERS MULT MODERADO FICFI
SANTANDER FIC FI ESTRAT MULTIM
Rent. (%)
12 meses No ano
1/SET
1/SET
1/SET
1/SET
1/SET
1/SET
1/SET
1/SET
1/SET
1/SET
9,60
9,46
9,10
8,74
8,55
8,42
8,30
7,81
7,56
7,32
3,84
6,75
5,76
5,23
5,81
5,37
0,70
2,34
3,08
3,27
Taxa
Aplic. mín.
adm. (%) (R$)
2,50
2,30
1,50
1,50
1,50
1,25
2,00
2,00
2,00
2,00
MIDLARGE CAP - MLCX
1.295
927
20.975
1.292
924
66.700
20.900
1.289
921
66.450
20.825
1.286
918
66.200
1.283
20.750
10h
Fonte: BM&FBovespa
11h
12h
13h
14h
15h
16h
17h
10h
17h
10.000
5.000
50.000
20.000
5.000
5.000
5.000
5.000
50.000
*Taxa de performance. Ranking por número de cotistas.
Fonte: Anbima. Elaboração: Brasil Econômico
SMALL CAP - SMLL
Máxima
67.167,76
Mínima
66.404,82
Fechamento 66.808,08
200
200
1.000
200
MULTIMERCADOS
21.050
66.950
ND
80.000
100
5.000
100
200
30
1.000
100
100
AÇÕES
IBRX-100
(Em pontos)
67.200
80.000
50.000
30.000
5.000
5.000
200
50
300
100
915
10h
17h
10h
17h
de semana,2010
3, 4 e 5 de setembro, 2010
48 Brasil Econômico Sexta-feira
Sexta-feira, e3fim
de setembro,
BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A, com sede à Avenida das
Nações Unidas, 11.633, 8º andar - CEP 04578-901 - Brooklin - São Paulo (SP) - Fone (11) 3320-2000
Central de atendimento e venda de assinaturas: 4007 1127 (capitais), 0800 6001127 (demais localidades)
[email protected]
É proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da Empresa Jornalística Econômico S.A.
ÚLTIMA HORA
Novo acidente no Golfo do México
Reprodução/AFP
Um incêndio em uma plataforma petrolífera no Golfo do
México, de propriedade da empresa Mariner Energy,
voltou a colocar os Estados Unidos em alerta diante da
possibilidade de novo vazamento nas mesmas águas do
causado pela BP, o maior da história do país.
A princípio, as autoridades haviam informado sobre
uma mancha de petróleo na área do acidente. No entanto, a Guarda Costeira veio a público dizer que “não há sinais” de petróleo ao redor da plataforma.
As 13 pessoas que se encontravam nas instalações
pularam na água após um incêndio provocado por
uma explosão. Os trabalhadores foram levados a uma
plataforma próxima e, depois, a um hospital em terra
firme. Um deles ficou ferido.
O governo americano afirmou estar preparado para
responder contra uma possível poluição das águas, com os
recursos “prontos” para atuar, anunciou a Casa Branca. A
causa do acidente ainda não foi determinada. ■ AFP
Ricardo Galuppo
[email protected]
Diretor de Redação
Diretoria que fura
poço e acha petróleo
Divulgação
D’Or negocia com São Luiz
A rede de hospitais D´Or, do Rio de Janeiro está adquirindo o controle acionário do Hospital São Luiz,
que conta com três unidades em São Paulo. O negócio
é fruto de uma parceria feita entre a companhia carioca e o BTG Pactual, para investir em aquisições no
segmento da saúde. O fundo, que também é dono da
rede Farmais, adquirida em 2009, fez um acordo de
subscrição de debêntures da rede D’Or em ações.
O São Luiz faturou no ano passado R$ 680 milhões,
um crescimento de 19,2%em relação ao registrado no
ano anterior. A meta da empresa para 2010 é chegar a
uma receita de R$ 765 milhões. A Rede D’Or alcançou
um faturamento de R$ 1,1 bilhão em 2009. Além dos
hospitais, o grupo conta a Labs D’Or, rede de laboratórios com mais de 40 unidades em cidades do Rio.
Este não é o primeiro movimento do D’Or para entrar no mercado paulista. Há cerca de três meses, a
empresa adquiriu o Hospital Brasil, em Santo André.
No começo do ano, iniciou negociações para adquirir
o hospital carioca Samaritano, por cerca de R$ 140
milhões. O acordo ainda não foi concretizado. Além
das aquisições, o grupo ainda deve inaugurar neste
ano um hospital em Cascadura, zona norte da cidade.
A rede tem mais dois projetos em carteira para unidades em Duque de Caxias e Niterói. ■ Redação
Marcos issa/Bloomberg
CPFL investe em fontes renováveis
O presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Júnior, afirmou, ontem,
que a companhia possui, em avaliação, futuros projetos que devem gerar
entre 800 e 1.000 megawatts (MW) de energias renováveis, entre Pequenas
Centrais Hidrelétricas (PCHs), usinas eólicas e térmicas a biomassa. A expectativa, segundo ele, é que a CPFL chegue perto de dobrar os 870 MW de
energia renovável a partir dessas três fontes, entre os projetos prontos ou
em construção. “Temos uma determinação na companhia de investir nessas fontes renováveis”, disse o executivo. ■ Agência Estado
Um fenômeno que pode ser visto como subproduto
preocupante do favoritismo da candidata Dilma Rousseff nas próximas eleições já começou a se manifestar
entre as forças que a apoiam, conforme aponta a reportagem em destaque nas páginas 6 e 7 desta edição de
BRASIL ECONÔMICO. Faltando um mês para o primeiro
turno, políticos do PT e do PMDB abriram disputa pelos
cargos mais cobiçados entre as centenas de postos que o
governo federal tem para distribuir aos aliados. No topo
da lista, claro, está a presidência e as diretorias da Petrobras — sobretudo aquelas que, na definição inesquecível do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, “furam poço e acham petróleo”. O
medo é de que as diretorias mais técnicas sejam loteadas entre os partidos, o que seria um desastre.
Ninguém escolhe cargos num
governo com autoridade. Quem
os ocupa é porque foi escolhido
A impressão é a de que os aliados de primeira hora,
temendo que a demanda sobre os cargos seja maior do
que se supunha dois meses atrás, tenham resolvido se
mover para proteger aquilo que julgam seu por direito.
O alvo se justifica: a confirmação do potencial do présal transformou a Petrobras numa das empresas mais
cobiçadas do mundo — e não faltam motivos para se
pretender ter alguma influência sobre ela. O que não
se justifica, nem agora nem depois, é que os cargos federais se transformem em objeto de disputa pública,
como se seu preenchimento dependesse da pressão
dos aliados, e não da vontade do (ou da) presidente
eleito(a). Ninguém escolhe cargos num governo com
autoridade. Quem os ocupa é porque foi escolhido.
Ninguém ousou, nas duas vezes em que Lula se
elegeu presidente, abrir uma disputa por cargos um
mês antes das eleições. Ninguém esboçou gesto semelhante às vésperas das duas eleições de Fernando
Henrique Cardoso. Muito ajudaria à imagem da candidata Dilma Rousseff se ela cortasse o mal pela raiz e
desautorizasse qualquer discussão nesse sentido. Do
contrário, daria a impressão, caso confirme seu favoritismo e chegue ao Planalto, de que não tem sobre
o grupo heterogêneo que a apoia a mesma autoridade Lula. A consolidação dessa imagem seria extremamente prejudicial a seu eventual governo. E, caso
ela realmente vença, péssimo para o país. ■
www.brasileconomico.com.br
DESTAQUE
MAIS LIDAS ONTEM
HP vence batalha contra a Dell e adquire a 3PAR
●
Ações: 16 corretoras indicam onde investir neste mês
A Hewlett-Packard (HP), maior fabricante do mundo
de computadores pessoais, adquiriu ontem a produtora
californiana de sistemas de arquivo virtual 3PAR por
um montante de US$ 2,4 bilhões, ou US$ 33 por ação.
A compra ocorre após uma batalha no mercado contra a
rival Dell, cuja oferta pela 3PAR foi de US$ 32 por papel.
●
Petrobras pagará caro por reservas, dizem minoritários
●
Fundo Actis investe em supermercados no Paraná
●
3G Capital compra Burger King por US$ 4 bilhões
●
OGX encontra novas evidências de gás no Maranhão
Acompanhe em tempo real
www.brasileconomico.com.br
Leia versão completa em
www.brasileconomico.com.br
ENQUETE
Você concorda
com a decisão
do Copom
de manter
a taxa básica
de juros
em 10,75%
ao ano?
Concordo
70%
Fonte: BrasilEconomico.com.br
Vote em
www.brasileconomico.com.br
Discordo
30%
Outlook
SUPLEMENTO DE FIM DE SEMANA
BRASIL ECONÔMICO
3/SETEMBRO/2010
48
“O personagem só tem
sentido quando a gente
consegue atingir a emoção
no brilho, no colorido,
no sentimento”
FOTO FERNANDO SOUZA
Marco Nanini, ator
2 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010
PROGRAME-SE
O melhor da semana
Dez sugestões imperdíveis em cultura, gastronomia, esporte, moda e viagens
FOTO BARBARA RODRIX
FOTO DIVULGAÇÃO
FOTO DIVULGAÇÃO
FOTO DIVULGAÇÃO
FOTO DIVULGAÇÃO
TEXTO E EDIÇÃO D E N ISE BARRA
LAURYN HILL EM
CINCO CAPITAIS
MARINA DE LA RIVA
LANÇA DVD
NOVOS TALENTOS
DO CINCO A SECO
Quase 100 apresentações
teatrais e circenses tomam
conta de 41 parques de
São Paulo. São mais de 200
artistas que trabalham com
linguagem teatral voltada
para espaços públicos.
Os grupos esperam interagir
com cerca de 30 mil pessoas.
A programação começa com
o Coral Tenonde Porã dos
índios Guaranis, amanhã, às
11h, no Parque Ibirapuera.
Logo depois, o grupo LaMínima
apresenta o espetáculo
Reprise, no espaço em frente
à ponte de ferro do lago ao
lado da Marquise.
De amanhã a 28/11, em SP.
Wagner Tiso, Gilberto Gil,
Milton Nascimento, Sá &
Guarabyra, Mallu Magalhães
e Pablo Milanés são algumas
das atrações do festival, que
acontece durante quatro dias.
Shows nas ruas, praças e
bares agitam a cidade mineira.
Você poderá ver os integrantes
do 14 Bis em campo, jogando
futebol. Na programação,
saraus, feiras de artesanato,
exposições de fotografia,
apresentações de grupos
folclóricos e cinema a céu
aberto. A cidade fica a 350 km
de SP, 300 de BH e 400 do Rio.
De 8 a 12/9,
em Três Pontas (MG).
Ela não grava discos desde
2002. Em 2007, lançou uma
faixa só. Mas a música da
ex-vocalista dos Fugees faz
sucesso desde o primeiro CD.
Com The Miseducation,
de 1998, ela recebeu 11
indicações ao prêmio Grammy
e venceu como melhor
cantora e álbum. Nos shows
no Brasil, a diva do R&B canta
Everything is Everything,
Ready or Not, I Gotta Find
Peace of Mind e Tell Him.
Hoje, em Florianópolis,
dia 6/9 no Rio de Janeiro,
dia 7/9 em São Paulo,
dia 10/9 em Belo Horizonte
e dia 12/9 em Brasília.
Medio brasileña, meio
cubana. A cantora herdou
a musicalidade dos pais,
exilados cubanos que
vieram para o Brasil em
1964. O primeiro disco
da intérprete que canta
com os olhos teve o aval e a
participação de Davi Moraes
e Chico Buarque. Marina de
La Riva interpreta clássicos
cubanos com sopros de
bossa nova. No repertório,
Aos Pés da Santa Cruz,
Se Esta Rua Fosse Minha e
Bloco do Prazer, além da
inédita Este Mal de Amor.
Dia 4/9, 21h, Auditório
Ibirapuera, em SP.
Com fãs do naipe de Ivan
Lins, Chico César, Lenine
e Luiza Possi, a banda Cinco
a Seco apresenta músicas
próprias e irreverentes. Como
todos os integrantes cantam
e tocam, eles fazem do show
um espetáculo de troca de
instrumentos. A MPB corre na
veia: Dani Black é filho de Tetê
Espíndola e Arnaldo Black
e Pedro Altério, dos músicos
Rafael e Rita Altério. O pai de
Pedro Viáfora é o compositor
Celso Viáfora. O grupo
tem ainda Tó Brandileone
e Vinicius Calderoni.
Hoje, no Auditório
Ibirapuera, em São Paulo.
FOTO DIVULGAÇÃO
FOTO DIVULGAÇÃO
FOTO DIVULGAÇÃO
FOTO DIVULGAÇÃO
FESTIVAL DO MUNDO
EM TRÊS PONTAS
FOTO JOAO CALDAS
FESTIVAL DE
TEATRO EM PARQUES
INÉDITAS DA SÃO
PAULO CIA DE DANÇA
NOVOS SABORES
DO MARAKUTHAI
MAIS DELÍCIAS
NO BLÚ BISTRÔ
NOU AMPLIA MENU
E ESPAÇO EXTERNO
UM CORPO DE IDEIAS
DE CARMELA GROSS
É a primeira vez que uma
companhia brasileira remonta
duas obras. Sechs Tänze
(1986), do coreógrafo Jirí
Kylián, é um trabalho que une
dança e humor, composto por
seis peças. Prélude à l´Aprés-midi d´un Faune (1994) é da
coreógrafa canadense Marie
Chouinard, ainda pouco
conhecida aqui no Brasil.
A peça inédita tem como ponto
de partida o poema que
inspirou Claude Debussy a
compor Prèlude à l´aprés-midi
d´un Faune em 1894.
Quem for ao espetáculo vai
assistir também ao Theme
and Variations (1947),
de George Balanchine.
De 9 a 12/9, no Teatro
Alfa, em São Paulo.
O lugar é ponto de encontro de
jovens que gostam de comer
bem. Descolado, colorido, nada
por ali (cadeiras, pratos,
luminárias) é padronizado.
A chef Renata Vanzetto é
uma moça bonita de apenas 21
anos. Pode confiar. Ela cozinha
que é uma maravilha! E já foi
premiada por seus sabores
agridoces. Prove as novidades:
o bife ancho com risoto de
trigo em grão, queijo taleggio
e gel de mandioquinha sai
por R$ 56. Tem também o mix
de peixe do dia, camarão,
vôngole, vieira, mexilhão, lula
e polvo cozidos em molho de
crustáceos com conhaque e
creme de leite (foto), por R$ 69.
Alameda Itu, 1.618, Jardins,
em São Paulo.
O restaurante é bem
aconchegante. Num sobrado
charmoso, em Perdizes, sofás e
espelhos antigos se distribuem
junto às mesas, em vários
cômodos da casa. O clima
intimista, à luz de velas, fica
mais romântico com a música
bem tocada, numa micro
varanda interna. No menu,
novidades como a tortilla de
patatas, por R$ 22, a paleta
de cordeiro ao molho de vinho
do Porto com polenta, por R$ 41
(foto), o magret de canard, por
R$ 41,90 e peito de pato com
bavaroise de aspargos. Vá numa
quinta-feira, quando eles
tocam tango. E chegue cedo,
porque fecha à meia-noite.
Rua Monte Alegre, 591,
Perdizes, SP.
O pequeno Nou, em Pinheiros,
cresceu. O restaurante dos
chefs Tiago Del Bianco e
Amilcar Azevedo agora tem
15 lugares ao ar livre, na parte
de trás da casa. O cardápio
também tem novos pratos.
A salada Caesar ganha duas
versões no cardápio: com
frango (R$ 26) e com camarão
(R$ 32). Um ravióli ao molho de
amora recheado de gorgonzola
com castanhas, por R$ 31,
figura entre os principais.
São mais duas sobremesas:
a panna cotta com calda
de frutas vermelhas (foto),
por R$ 11, e o petit gâteau
ao amaretto e sorvete
de baunilha, por R$ 13.
Rua Ferreira de Araújo, 419,
Pinheiros, em São Paulo.
A artista plástica ficou
conhecida por suas inúmeras
intervenções compostas
de luzes de néon. A nova
exposição tem 16 trabalhos
feitos entre 1965 e 2010,
além da obra Iluminuras,
criada especialmente para a
mostra. Como costuma fazer,
Carmela Gross vai modificar
a paisagem local. Desta vez,
vai espalhar luzes de
emergência por toda a fachada
da Estação Pinacoteca. Carmela
Gross é mestre e doutora
em Artes Plásticas pela USP
e foi uma das criadoras
do Arte na Praça, que fazia
atividades de desenho e
pintura com crianças na rua.
De amanhã a 11/11,
na Pinacoteca, em SP.
Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 3
Cardápio
3.9.10
Que Google Earth, que nada. Abaixo o clique
frio dos robôs programados para nos mapear.
É muito mais legal quando nossa vidinha terrena
se transforma em pixels para as fotos de Cássio
Vasconcellos, a partir da pág. 6. Fiquei tão
admirada que nem atinei para o quanto o homem
deve ter se dependurado no helicóptero para
conseguir cada uma. Por trás de todo trabalho
pronto, há sempre uma viagem particular
do autor. Ainda bem que, no caso do novo disco
do Djavan (18), temos o Pedro Alexandre Sanches
para desvendar todas as trilhas, e mudanças
de penteado, do artista. Ainda bem, também,
que para a editora Cristina Ramalho o ator Marco
Nanini é como um velho amigo. Na conversa
deles, 26, temos o privilégio de ir além dos
velhos temas para logo mergulhar no que é novo.
É também o que fez a repórter, e zero-pilota,
Natália Mazzoni ao testar uma bike elétrica, 22,
e voltar outra menina. E tem mais viagens aqui.
É só seguir em frente. Phydia de Athayde
4 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010
IDEIAS FORTES
Lira Neto
Estão pensando que
somos abestados?
“Vote no abestado.” Lá está ele, meu conterrâneo, no horário eleitoral gratuito,
fazendo graça e barulho, anunciando que é candidato a deputado federal. “Vote
no Tiririca, pior do que está, não fica”, diz o slogan, pérola do cinismo e da despolitização absoluta.
“Você sabe o que faz um deputado federal? Não? Eu também não. Mas vote em
mim que depois eu te conto” — essa é a principal promessa da campanha. Até tem
outra, um pouco mais ambiciosa e ainda mais irreverente: “Quero trabalhar pelos
mais necessitados. Principalmente os de minha família”.
Pode ser que a plataforma política do palhaço Tiririca seja mais ampla do que
isso, como garantiu em entrevista recente. “De cabeça, assim, não dá pra falar.
Mas como tem uma equipe trabalhando por trás, a gente tem os projetos que tão
elaborados, tá tudo beleza”, jura, com a prosódia característica e a peculiar cara
de pau que lhe fez a fama.
Mas é difícil saber. No site oficial da campanha, encontram-se informações sobre sua biografia de fato singular, é possível conhecer a família e os amigos do palhaço cearense e, uau, fazer download de santinhos, jingle e fotos. Tudo bonitinho
e colorido. Contudo, o link para as “propostas” remete a uma página em branco.
Sintomático. Até quando não quer fazer rir, o sujeito é engraçado.
Meses atrás, imaginava-se que outro cearense polêmico, Ciro Gomes, é que iria
dar o que falar na eleição em São Paulo. Ciro chegou a transferir o domicílio eleitoral para a capital paulista e, por algumas semanas, acreditou-se que sua candidatura ao Palácio do Bandeirantes era pra valer. Jogado para escanteio, Ciro ficou sem
saída imediata e só lhe restou mergulhar no silêncio — e no rancor? — dos traídos.
Em lugar dele, aí está o Tiririca, provocando gargalhadas de uns e arrancando
protestos furibundos de outros. “Tiririca faz deboche com a democracia”, acusa o
ministro da Cultura, Juca Ferreira. Para Juca, a piada chamada Tiririca não tem
graça nenhuma.
Peço vênia ao senhor ministro. Eu acho que tem. Jamais votaria em Tiririca,
mas confesso que, a cada aparição dele na tevê, não contenho a gargalhada. Não
porque ache que um voto de protesto desse naipe faça mais algum sentido ou
contribua em algo para o aprimoramento eleitoral no país. Não porque aprove a
estratégia de se reduzir toda a classe política a um único balaio de gatos e gatunos, sintetizada na crença de que “pior que está não fica”. Nisso, concordo com
o ministro Juca.
Contudo, acho que a candidatura de Tiririca tem graça, sim, porque sua avacalhação explícita representa uma dissonância à assepsia marqueteira, tornando
ainda mais evidente o artificialismo dos candidatos que tentam vender uma imagem fabricada em laboratório. É como se eles considerassem que nós, e não o Tiririca, é que somos os verdadeiros abestados.
Além do mais, admito a vocês que sempre me espantou o poder de comunicação desse cearense de Itapipoca aparvalhado, que não demonstra nenhuma sofisticação em sua verve e conta piadas na tevê como se estivesse no picadeiro de um
circo de lona furada. Sempre achei o humor de Tiririca comovente em sua suprema ingenuidade e em sua absurda pobreza cênica e vernacular. É isso, nele, que
sempre me faz rir, de rolar no chão.
É um humor tipicamente cearense, autodepreciativo, capaz de fazer graça com
suas próprias misérias e tragédias íntimas. No Ceará, posso garantir, tropeça-se
em tiriricas a cada esquina. Minha surpresa é que este humor tão cabeça-chata,
que eu supunha quase cifrado para um ouvido carioca ou paulistano, tenha conseguido transformar Tiririca, desde que ele surgiu, anos atrás, em um fenômeno de
massas no país inteiro.
Tenho amigos aqui em São Paulo, paulistanos de pai e mãe, que já flagrei rindo
de uma piada boba dita pela boca-mole do Tiririca. Mas agora, quando o veem no
programa eleitoral gratuito, fazem cara séria. Preocupam-se com o achincalhe da
democracia que ela supostamente representa.
Cá no meu canto, continuo rindo com as presepadas de Tiririca, pois ele segue
me comovendo com sua ingenuidade sem limites. Mal percebe que está sendo
usado pelo partido que o aliciou apenas para puxar votos à legenda e, assim, presume-se, irá ajudar a eleger alguns espertinhos do insípido PR. Os cardeais do
partido até reservaram para ele um número fácil de decorar, 2222, coisa disputada a tapa na hora da inscrição das candidaturas. “Ô numerozinho lindo!”, comemora Tiririca, no programa eleitoral.
Tiririca tem toda razão. Ele é mesmo um abestado.
Lira Neto, jornalista e escritor, é autor de Padre Cícero: Poder, Fé e Guerra no
Sertão (Companhia das Letras), Maysa: Só Numa Multidão de
Amores (Globo) e O Inimigo do Rei: Uma Biografia de José de Alencar (Globo).
Tenho amigos
aqui em São Paulo,
paulistanos de pai
e mãe, que já flagrei
rindo de uma piada
boba dita pela boca
mole do Tiririca.
Mas agora, quando
o veem no
programa eleitoral
gratuito, fazem
cara séria.
Cá no meu canto,
continuo rindo
com as presepadas
de Tiririca.
Mal percebe
que está sendo
usado pelo partido
que o aliciou apenas
para puxar votos
à legenda e, assim,
presume-se, irá
ajudar a eleger
alguns espertinhos
do insípido PR
Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 5
CRÔNICA
Humberto Werneck
Nós, descendentes
do bacilo de Koch
Em boa enrascada se meteu o primo Ruy quando decidiu ser o genealogista da família. Decidiu? Pode não ter sido bem assim. Talvez tenha
entrado nessa de modo natural, como continuador do trabalho do pai,
meu falecido tio Jorge. E talvez não soubesse da encrenca que o esperava.
No mínimo, é gente demais. O tio, é verdade, desbastou parte do
caminho, recuando a lonjuras como o cacique Tibiriçá e sua filha Bartira, cuja mão foi concedida a nosso parente João Ramalho. Sim, o célebre aventureiro português. Nome de rua aqui perto de casa, aliás paralela a outra que homenageia Bartira, a minha vó que andava de tanga
e bebia cauim.
Eu dizia que o tio Jorge capinou bastante para trás, no que nos prestou grande serviço. Foi graças a suas pesquisas que fiquei sabendo do
padre Inácio de Sousa Werneck, meu antepassado. Antes que me chamem de hexaneto daquela senhora que fez aquela coisa, convém esclarecer que vovô Inácio só vestiu batina depois de procriar e enviuvar. A primeira vez que li seu nome foi numa imensa folha de papel heliográfico na qual o tio, engenheiro, desenhou um disco dividido em
dois hemisférios — um deles reservado à parentada do pai, Hugo Furquim Werneck, o outro à da mãe, Dora Brandon Fernandes Eiras. Neste último não pôde avançar muito, pois as raízes da vovó logo se perdem no fog de uma origem britânica. Já no hemisfério do vovô, foi
longe o tio Jorge, às profundezas da Idade Média. Humildemente reconheço que ancestrais meus tinham mentalidade medieval.
O Ruy apanhou as coisas no ponto em que as deixou seu pai, e, dotado de elevadas doses de rigor e paciência, foi muito além dos frutos
da pescaria paterna, encerrada antes de existir a ferramenta esperta
do computador. Vem, há anos, trabalhando em várias frentes. Só no
que se refere a ele e a sua mulher, Sonia, o primo já registrou a existência de “8.970 indivíduos, englobando ascendentes e descendentes”, daí resultando um catatau que na semana passada ocupava 939
páginas. Como se dizia outrora: não é bolinho. Parentes ou não, tiremos ao Ruy nosso chapéu.
Quanto a ele próprio, está a pique de pedir o boné. Cansado, planejou fechar seu balcão genealógico em 31 de dezembro, mas desconfia
que será preciso adiar o bota-fora: “A ideia de terminar a coleta de dados em 2010 parece que vai afundar...”, ele admite. “Dois casamentos
este ano, mais dois no princípio do próximo, sem contar que a Helena,
minha cunhada, vai ser avó mais duas vezes, num mesmo mês, fevereiro!” Com sua mania de nascer, casar, procriar e morrer, o pessoal
não dá sossego ao primo Ruy. Entra ano, sai ano, as coisas seguem
como na canção de Bobby Darin: Multiplication / that’s the name of
the game / and each generation / they play the same. E o Ruy é um só
na trabalheira de registrar o que vai acontecendo, em ritmo ainda mais
acelerado que o da canção, pois além de caras novas há também óbitos, casamentos, descasamentos, recasamentos...
Para ficar apenas nos descendentes de nossos avós: já somos 325 indivíduos, como diz o Ruy. Nos galhos cada vez mais sobrecarregados
dessa árvore dependuram-se 13 filhos, 59 netos, 129 bisnetos e 124 trinetos. O estoque de nomes parece estar chegando ao fim. Só Pedros,
temos sete. Bernardos, Eduardos, Paulos e Rodrigos, meia dúzia de
cada. E aqui vai um segredo de família: somos, quase todos, descendentes do bacilo de Koch. Ele mesmo, o causador da tuberculose.
Posso — e devo — explicar. Nosso avô Hugo, que era carioca, contraiu
a doença aos 27 anos, em 1906, e depois de se tratar num sanatório suíço foi consolidar a cura nos ares então terapêuticos de Belo Horizonte,
cidade criada na prancheta que não completara ainda nove anos de
existência. O jovem médico lá ficou até morrer. Além de dois filhos
nascidos no Rio de Janeiro, gerou mais onze no solo fértil de Minas. Tivesse ele permanecido no Rio e carioca teria sido toda a filharada. Um
dos rebentos, também ele Hugo, só por milagre teria conhecido a setelagoana Wanda, e com ela tido onze mineirinhos, entre eles um camarada metido a escritor. Você estaria lendo um cronista menos chinfrim
do que eu. Lamento. Não foi culpa minha, foi culpa do bacilo de Koch.
Humberto Werneck é jornalista e escritor. É autor,
entre outros, de O Espalhador de Passarinhos & Outras Crônicas (Dubolsinho),
O Pai dos Burros (Arquipélago Editorial) e O Santo Sujo (Cosac Naify).
Nosso avô Hugo,
que era carioca,
contraiu a doença
aos 27 anos,
em 1906, e depois
de se tratar num
sanatório suíço
foi consolidar
a cura nos ares
então terapêuticos
de Belo Horizonte,
cidade criada na
prancheta que não
completara ainda
nove anos
de existência.
O jovem médico
lá ficou até morrer.
Além de dois filhos
nascidos no Rio
de Janeiro, gerou
mais onze no solo
fértil de Minas.
Tivesse ele
permanecido
no Rio e carioca
teria sido toda
a filharada. Você
estaria lendo
um cronista menos
chinfrim do
que eu. Lamento.
Não foi culpa
minha, foi
culpa do bacilo
6 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010
BASTIDORES
Vista assim do alto
Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 7
Rodovia dos Imigrantes,
que liga a capital paulista
à Baixada Santista. Do alto,
fica mais simpática e verde
O fotógrafo Cássio Vasconcellos, um aficionado
por helicópteros, gosta mesmo é de estar a muitos pés
do solo. Lá em cima, de porta aberta, busca o ângulo
perfeito para transformar fotos em obras de arte
TEXTO LU I Z HENRI Q U E LI G ABUE
8 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010
BASTIDORES
1
FOTO GILBERTO TADDAY
3
4
5
2
Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 9
1. Praia da Enseada, Guarujá, no litoral
de São Paulo, 2007
2. Nova York, Midtown, EUA, 2006
3. Cássio Vasconcellos em ação. Porta aberta, Canon
Mark III em punho e Nova York muitos pés abaixo
4. Natação em um clube da zona norte
de São Paulo, 2006
5. Estação de tratamento de eflúvios em uma fazenda,
na região de Mauá, interior paulista, 2006
6. Avenida Paulista, São Paulo, 2006
7. Copacabana, Rio de Janeiro, 2006
8. Capa do livro Aéreas, que será lançado
no dia 9 de setembro, durante a SP-Arte/Foto/2010,
no Shopping Iguatemi, na capital paulista
6
8
edo de altura? Vertigem? Medo de voar?
Tudo isso faz sentido para muita gente, mas
não para o fotógrafo Cássio Vasconcellos. Há
mais de 30 anos no mercado, Cássio passou os
últimos 14 como especialista em fotos aéreas.
Imaginem a cena. Um sobrevoo de helicóptero em algum lugar do mundo. Portas devidamente abertas,
e o Cássio lá, de máquina em punho, pedindo: “Faz uma curva
beeem fechada. Vira mais, só mais um pouquinho...”. Tudo
para conseguir aquela imagem vertical, azimutal, aquele ângulo de 90°, a reta perfeita, o grafismo necessário para transformar fotos em arte. Medo de quê? Ele sabe o que quer.
Não que falte um pino na cabeça do Cássio. Na verdade
sobra conhecimento. Ele foi um daqueles garotos que sonhavam em ser piloto de helicóptero, nasceu assim. Na tenra idade, perto dos 15 anos, em uma viagem de férias com a
família, descobriu a fotografia. Fez cursos, virou fotógrafo
profissional. Trabalhou em jornais, revistas, foi correspondente em Paris, e se firmou no braço publicitário do ramo.
Mais. O cara tinha aquela coisa que as pessoas costumam
chamar de “trabalho autoral”, a veia artística, o olhar — no
caso dele com uma certa tendência vertical. E o ex-menino
Cássio acabou na terceira década da vida indo para o Campo
de Marte, para a escola de aviação. Acumulou funções. Virou piloto profissional, mas deixou a pilotagem para os momentos de lazer. No dia a dia, o que gosta é de estar no ar, dependurado na cadeira, fazendo fotos.
A paixão pelas alturas, e por helicópteros, definiram a própria casa do fotógrafo, que fica na região da avenida Berrini,
na capital paulista, um dos locais com o maior adensamento
de helipontos do mundo. Cássio não escolheu o apartamento,
mas os arredores e o último andar. O barulho das aeronaves é
música para os ouvidos dele, que, ao ouvir algum ruído típico,
logo dispara: Robson 44, Esquilo klmyx 48956T0... Fissurado
é pouco. Assim, seu posto de observação fica no 28° andar,
onde está também seu escritório, com as paredes cheias de
réplicas de vários modelos de aeronaves: com quatro pás, bi-pás, com dois motores, verdes, amarelos, de ferro, de plástico, de madeira. Se quer ser dependurado ali, é preciso ser um
helicóptero de boniteza comprovada.
M
Ele foi um daqueles garotos que sonhavam
em ser piloto de helicóptero, nasceu assim.
Na tenra idade, aos 15 anos, em uma viagem
de férias, descobriu a fotografia
7
Não pense que a vida desse fotógrafo é sair voando e clicando. Nada disso. Vários “voos internéticos”, via Google
Earth, podem ser necessários para definir uma futura foto.
Zoom em áreas, estudos de posição e várias impressões são
feitas até o plano de voo (real) ser determinado. Com as provas em mãos, Cássio se acerta com o piloto oficial e seguem
os dois para realizar os cliques in loco. Às vezes o olhar ganha do Google. Com mais de 500 horas de voo fotográfico,
fora outras 100 como piloto, Cássio conhece quase todo o litoral brasileiro, e muitas outras locações país acima. Sabe o
que e onde para achar a foto que precisa.
Seu último livro, Aéreas, a ser lançado no dia 9 de setembro no SP-Arte/Foto/2010, reúne fotos coletadas nos últimos quatro anos. Algumas foram feitas durante trabalhos
publicitários e outras nasceram daquela vontade de fotografar determinada região de uma certa verticalidade. Cássio
diz que há três formas de voar, todas excelentes. Quando ele
é pago para isso (caso das fotos publicitárias), quando paga
para voar ou ainda na modalidade “de graça” — os amigos do
métier ,sabendo da carência do moço, sempre telefonam
avisando quando sobra espaço na aeronave, não importa o
destino e de onde saia a carona. Em um desses convites, Cássio correu para alcançar um voo comercial para Mendonça,
na Argentina. Lá, uma carona a bordo de um helicóptero estava garantida para trazê-lo de volta, tinha uma rota inteira
para fotografar. Como recusar um convite desses?
Já a modalidade “pagando”, Cássio guarda para coisas
especiais, ou para as urgências dessa vida. Como aquela
vontade que bateu de ver Nova York de cima. De poder voar
na cidade repleta de corredores de concreto e vidro formados pelos arranha-céus; de ver uma minúscula multidão
nas ruas e de carrinhos amarelos nas longas vias. Foi quando
Cássio tirou uma semana e embarcou para lá. Seguiu direto
para as margens do rio Hudson (onde ficam a maioria das
agencias de voos turísticos) e acertou três sessões (de uma
hora cada). Deu sorte, não achou restrições e fez o que queria. Bem, o resultado... está aí ao lado.
10 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010
PROVOCAÇÃO
Vale a pena não se dedicar ao crime?
Máquinas de leitura óptica, maquetes, planos mirabolantes e até
santinhos de deputado conspiram a favor. Ou seria contra?
TEXTO AN D RÉ CON TI
FOTO JOSÉ PATRÍCIO/AE
FOTO ROBERTO DELDUQUE-FOLHAPRESS
Só no gogó, deputado 171
levou a rapaziada de
Heliópolis para a cadeia
sujeito chega ao caixa-eletrônico para
sacar seu dinheirinho. Insere o cartão e,
como sói acontecer quando estamos
apertados ou com pressa, a máquina engole a tarjeta, se recusa a expelir dinheiro, fica birrenta e temperamental. O sujeito apela ao telefone de emergência, reclama com a
atendente e, só então, a máquina devolve o bicho, com
um notável sorriso de escárnio.
Por trás das engrenagens, a história é outra. O cartão, ao ser inserido, não chega ao leitor propriamente
dito. Antes, o Gênio do Crime inseriu um segundo leitor, que trava o cartão e copia as informações da tarja
magnética. Ao mesmo tempo, um telefone celular
montado dentro do caixa intercepta a ligação para a
atendente e repassa a uma central clandestina, onde os
amigos do alheio ludibriam o incauto (e apertado) correntista a digitar sua senha, códigos de segurança, data
de aniversário.
O esquema foi desarmado há duas semanas, em São
Paulo, e o líder da gangue, descobriu-se, vinha de outros estelionatos igualmente artísticos, cheios desse
charme contemporâneo do qual o golpe do caixa parece se beneficiar. Porque um sujeito que bola um cambalacho desses pode qualquer coisa: trabalhar na bolsa,
ser engenheiro civil, piloto de avião. Ele escolheu projetar o aparato — todas as peças eram de fabricação
própria —, treinar os comparsas, enfim, certamente
havia uma lousa no escritório onde o plano foi armado,
o que diz muito sobre o perpetrador.
A polícia reage como pode. Na semana passada, o
O
Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) invadiu a favela de Heliópolis e prendeu cerca de 25
traficantes. A operação foi o resultado de sessenta dias
de mapeamento da favela, por um agente infiltrado. O
agente, para ter acesso livre às ruas e fotografar os pontos de venda, se disfarçou da única maneira possível
naquele ambiente do crime: candidato a deputado.
Cosme da Vila, candidato por um certo PLM, e com a
legenda 70.171 (em referência ao código da polícia para
estelionato), passou dois meses com seus cabos eleitorais (todos eles tiras) conhecendo a favela. Segundo a
reportagem de André Caramante, da Folha de S.Paulo,
Cosme distribuiu santinhos, fez promessas, cumprimentou eleitores. No dia da operação, o falso candidato
e seus correligionários tomaram o morro de assalto. É
possível ver os bandidos perplexos, mãos na cabeça,
“mas oras, ele não era um de nós?”.
Àquele que almeja uma vida de bandoleiro, todavia,
não há modelo de conduta maior do que o italiano Leonardo Notarbartolo, uma das grandes mentes criminais de nossa era. Notarbartolo poderia ter sido campeão de xadrez, mas decidiu especializar-se, desde os
seis anos, no crime. Depois de uma carreira solo de
considerável sucesso, tornou-se também um dos responsáveis pelo Grande Roubo de Diamantes da Antuérpia, a mãe de todos os assaltos, um criativo roubo
que rendeu aos seus responsáveis algo na casa dos 100
milhões de dólares, ainda desaparecidos.
O caso deu-se em 2003, na Antuérpia, cidade na Bélgica por onde passam cerca de 80% dos diamantes comercializadosnomundo.Oalvoeramascaixasdedepó-
Um sujeito que bola um cambalacho
desses pode qualquer coisa: trabalhar
na bolsa, ser engenheiro civil,
piloto de avião. Ele escolheu projetar
o aparato, treinar os comparsas,
enfim, certamente havia uma lousa
no escritório onde o plano foi armado,
o que diz muito sobre o perpetrador
sito do Diamond Center, tão seguras que os próprios assaltantes tinham conta na casa. Depois de meses de planejamento, que incluíram a montagem de uma réplica
em tamanho real do cofre, Notarbartolo e seus comparsas (o “Rei das Chaves”, o “Monstro”, o “Gênio” etc.),
venceram as dez camadas do alarme (quarto obstáculo:
campo magnético detector de movimento) e tomaram o
butim, deixando para trás mais milhões de dólares, que
eles simplesmente não tinham como carregar.
Notabartolo foi preso (injustamente, diga-se. Merecia cada centavo), mas até hoje ninguém sabe se tudo
não passou de um elaborado golpe na seguradora, ou se
ele tinha mesmo ligações com a máfia e era um dos
mandantes do roubo. Daqui a uns poucos anos, Notarbartolo estará livre e, torçamos, poderá desfrutar de
sua pequena fortuna escondida, enquanto nós camelamos achando que está tudo bem. A ver.
André Conti é tradutor e editor da Companhia das Letras. Trabalha nos
selos Penguin-Companhia e Quadrinhos na Cia., entre outros projetos.
Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 11
OLHA O PASSARINHO
Grandes twittadas
da semana
Pérolas, achados e picaretagens. O melhor da filosofia em até 140 caracteres
“
“
FOTO HO/AFP
Acabo de saber: Cocaína apreendida por posse de Paris Hilton.
É isso? @RicardoPipo
“
Sandy na capa da Nova é como a Cicciolina na capa da Seleções Reader´s Digest. @sorryperiferia
Dado Dolabela apronta alguma a cada 3 meses. É o que podemos chamar de dado estatístico.
@ReyBiannchi
“
FOTO DIVULGAÇÃO
É terrível e aterrador pensar na hipótese,
mas seria coerente, num país como o Brasil,
ter um Tiririca ou Maguila eleitos. @alexnero
“
“
“
“
Igualdade. O que defendemos é igualdade de oportunidades.
@pliniodearruda
Marqueteiros do PT querem que a candidata deixe crescer a barba e corte
o dedo mindinho para ficar cada vez mais parecida com seu criador. @agamenondoglobo
Eu não sei se é verdade, mas eu li que, se o mundo acabasse hoje, o cabelo
da Dilma sobreviveria 5 dias mesmo sem comida e sem bebida. @FabioPorchat
@DaniloGentili
Mais do que nenhum outro, o Timão merece
“
um estádio. Pena que certos torcedores PCC
não enxergam o que há por trás dessa ‘gentileza’
dos cartolas. @LitaRee_real, em sua realidade particular
“
Os caras vão passar quatro meses dentro da mina... e você ainda
reclamando que não consegue aguentar 15 min... @deeercy
FOTO DIVULGAÇÃO
Na pesquisa, Dilma segue com 51. Lula a inveja.
12 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010
ZOOM
J.R.Duran
A vida nas
dobras e rugas
Sou a favor das
camadas e das
texturas. Seja
num rosto ou numa
parede, numa
árvore ou nas
páginas de um
livro. O novo,
o impecável, o bem
passado, carregam
o ônus da
inexperiência.
Da falta de passado
e de não ter
o que contar
J.R.DURAN /FILE INC.
O fotógrafo americano Avedon (1) dizia que as dobras e as rugas de um rosto são como mapas que indicam os pontos — altos, baixos — percorridos durante a existência. Procurava descobrir, entre todos estes sinais geográficos da alma, a personalidade, o caráter, de quem posava frente à sua câmera. Camadas
e camadas de informações que só o passar do tempo
pode ter depositado na vida de alguém. Não é à toa
que o rosto de um bebê de poucos meses é redondinho, com a pele brilhante e pronta para se expor aos
caprichos do futuro.
É claro que nem todos pensam assim. São os que
tentam com a ajuda do Photoshop — a ferramenta
que no universo fotográfico digital possibilita fazer
desaparecerem as imperfeições — apagar as marcas
do passado. O Photoshop se utiliza, ironicamente,
de layers (camadas, isso mesmo) para que os fotografados tenham, para sempre, o brilho eterno de
uma juventude impossível. É uma ferramenta coe-
rente com estes tempos em que os avanços da medicina conseguiram aumentar a longevidade do ser
humano mas não a da juventude. A medicina apenas
aumentou o tempo da velhice.
Avedon lembra no prefácio de um de seus livros
que, antes de começar uma sessão de fotos com Kissinger (2), ouviu dele uma frase apenas; Be gentle
with me (3). Kissinger sempre foi um mestre na manipulação, no jogo diplomático do esconde-esconde
das emoções e das intenções e Avedon confessa que
ficou confuso. Era para melhorar a aparência? Para
não o deixar cair no ridículo? Em todo caso, para felicidade de todos nós, o resultado final não teve de
passar pelo tratamento digital. Me atrevo, até, a dizer que mesmo nos dias de hoje também não aconteceria. Avedon era um contador de histórias.
É curioso como a mesma palavra, layers, por um
lado ajuda a entender o mundo e por outro é usada
para esconder o passado. Confesso que, sem chegar
ao extremismo do Avedon, prefiro a dobra do que a
falta dela. Sou um antiminimalista. E sou a favor
das camadas e das texturas, seja num rosto ou numa
parede, numa árvore ou nas páginas de um livro. O
novo, o impecável, o bem passado, carregam o
ônus da inexperiência. Da falta de passado e de não
ter o que contar.
E o que eu quero ouvir, sempre, são boas histórias.
(1) Richard Avedon (1923-2004), um dos melhores fotógrafos de todos
os tempos.
(2) Henry Kissinger, Secretário de Estado dos EUA (1973-1977) no governo Nixon.
(3) Be gentle with me. Seja gentil comigo.
J.R.Duran é fotógrafo, autor, entre
outros, de Cadernos Etíopes (Cosac Naify).
No Twitter: @jotaerreduran.
Eleitos
Cores |
O aparador
de madeira
desenhado por
Richard Woods e
Sebastian Wrong,
é um lançamento
da MiCasa. Por
R$ 22.500, você
morre numa
grana, mas leva cor
e estilo para a sala
14 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010
ELEITOS
Fato e contrafato
No último capítulo de O Fotógrafo, observador e observado,
figura e fundo se confundem, finalizando um estranho livro
de guerra em que a guerra não aparece
TEXTO R O N A LD O BRESS ANE
omens feios, sujos, malvados. Montanhas desérticas, arenosas, cinzentas. Ópio, Alá e metralhadoras. Cavalos sem raça, caminhadas sem fim,
doenças sem remédio. Silêncio, solidão — e, ao
mesmo tempo, a impossibilidade de se isolar. Se
parece o inferno para você, o Afeganistão para o
fotógrafo Didier Lefèvre pareceu um excelente campo de experimentação artística na série O Fotógrafo (Conrad, tradução
Dorothée de Bruchard), em que mesclou suas imagens em preto
e branco aos desenhos diretos de Emmanuel Guibert, colorizados com precisão por Frédéric Lemercier. Publicado no Brasil
em três partes, a série chega agora a seu fim. Parte fotojornalismo, parte memórias gráficas, a série conta a história de uma pequena missão dos Médicos Sem Fronteiras, que viajaram pelo
norte afegão em 1986 tentando ajudar as vítimas da ocupação
soviética no montanhoso país que fornece 60% da heroína consumida no planeta. Mas, se nos dois primeiros capítulos Lefêvre
era um observador, nesta terceira parte ele se torna protagonista ao relatar a jornada para sair do país e entrar no vizinho Paquistão, de onde voltaria à Paris de sua amada Dominique. Temerário, o fotógrafo resolve viajar sozinho. No percurso, é ignorado pelos guias, depois abandonado por eles, até que se vê só
no topo de uma montanha, passando frio sob neve pesada — e a
H
morte parece próxima. Escapa ao ser descoberto por outro grupo de guias, que, em vez de ajudá-lo, acabam estorquindo o
francês. Tudo pode piorar: o fotógrafo cai sequestrado por um
militar corrupto. Não à toa Osama bin Laden procurou esse inferno para chamar de seu.
Como nos volumes anteriores, a narrativa de O Fotógrafo é
pontuada por imagens reais do Afeganistão tendo os desenhos
de Guibert como contraponto, o que dá ao livro um formato original: se por um lado as imagens p&b têm uma força dramática,
os desenhos, embora realistas, fornecem um tom sensível — um
percurso emocionalmente tão sinuoso e imprevisível quanto as
montanhas afegãs. Depois de todos perrengues para voltar à
França, Lefêvre se torna nacionalmente conhecido por seus ensaios. Mas sofre pesado as sequelas da aventura: vítima de furunculose crônica contraída no Afeganistão, perde catorze
dentes — e, debilitado pelas viagens, Lefèvre acaba morrendo
de ataque cardíaco no fim de janeiro de 2007, aos 49 anos, dias
após ser premiado no Festival Internacional de Quadrinhos de
Angoulême. Neste terceiro episódio, nota-se como a força desta obra única é medida pelo silêncio: Lefêvre e seus colegas produziram uma narrativa feita de tempos-mortos e esperas, demontrando que o absurdo da guerra não está em suas explosões
espetaculares, mas em tornar-se uma mesquinha rotina.
Parte fotojornalismo,
parte memórias
gráficas, a série
conta a história
de uma pequena
missão dos Médicos
Sem Fronteiras
IMAGENS DIVULGAÇÃO
Desenhos de Guibert criam um contraponto às cenas reais
Imagens em preto e branco têm força dramática
Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 15
Ensaio sobre
a bobeira
Novos em folha
Nas tirinhas de Mundinho Animal, Arnaldo Branco
nos oferece deliciosos — e dolorosos — momentos
de vexame cool
O comentador
de blog rancoroso,
o roqueiro
emo-nejo retardado,
o cool hunter
deslumbrex,
o crítico de moda
afrescalhado
í pelo meio dos anos 00 o cartunista e jornalista carioca Arnaldo
Branco, colaborador de primeira
hora deste Outlook, se tocou que
uma nova fauna havia invadido a
cultura pop. Novos tipos de artistas, críticos e produtores culturais necessitavam
ser compreendidos e, mais que isso, zoados sem
dó nem pena. Observar esses bichos escrotos
pelo viés terceiro-mundista é sempre mais divertido e revelador do que babujá-los do ponto
de vista da metrópole — algo que Machado de
Assis já ensinava, lá do caixão das Memórias
Póstumas. Eis a sensação ao passear por esse
Mundinho Animal (Leya): uma mistura de vergonha alheia com vergonha própria. O comentador de blog rancoroso, o roqueiro emo-nejo
retardado, o cool hunter deslumbrex, o crítico
de moda afrescalhado, o editor marqueteiro, o
DJ trincado de ecstasy, o preparador de elenco
troglodita... não é que esses tipos não existam no
circuito Elizabeth Arden. Mas, vivendo aqui, debaixo dos tiros que ricocheteiam tanto no túnel
Zuzu Angel quanto nas quebradas de Heliópolis,
essa turma parece ainda mais ridiculamente
deslocada, comprovando que a bacaneza, quando levada a sério, é coisa de paga-pau e wannabe
chinfrim que nunca chegou, nunca chegará
“lá”. O contraponto à corrosão desse comportamento descolê é o traço infantilóide de Branco,
chapado, unidimensional e colorido como um
A
teletubbie. Propositalmente (?) tosco, o desenho, por sua simplicidade de pelúcia, acaba
provocando a compaixão do leitor — que, aos
poucos, percebe que o editor, o cool hunter, o
DJ, o roqueiro, o crítico, o cineasta, o blogueiro,
o ator, o espectador etc etc são os seus próprios
amigos, quando não ele mesmo. Epa, pera lá!
De repente me senti dentro de um balão do
Mundinho Animal — o “resenhista de cartum
brasileiro”... Eca! R . B .
MENINO ACHADO
Quem se impressionou com
O Que É o Quê, romance de não
ficção de Dave Eggers baseado
nas memórias de Valentino
Achak Deng tem uma chance de
revisitar as histórias fascinantes
dos Meninos Perdidos do Sudão
neste Filho da Guerra —
A História de Um Menino
Soldado, de Emmanuel Jal
(Rocco). Vagando entre horrores e milagres, dez mil
moleques fugiam de duas guerras civis no conflagrado
Sudão dos anos 1980. Se Achak Deng se tornou um
importante ativista político nos EUA, Emmanuel
Jal virou uma das estrelas do hip hop africano.
Antes disso, porém, aos sete anos ele pegava em
armas pelo sanguinário Exército da Libertação do Povo
do Sudão: enquanto garotos da sua idade batiam bola,
Jal mirava o crânio dos inimigos.
MENINO FEITO
“Sabia que ainda se sentia
rudimentar para as demandas
da plenitude. Afinal, por
enquanto era apenas o limiar
do adulto. E se quisesse dar
meia-volta e retornar à relva
da infância, nada indicava que
haveria alguém que o pudesse
censurar. O seu retorno
não demonstraria fraqueza.
Ao contrário, representaria
a audácia de recomeçar, levando
na bagagem um vazio intacto para a memória
preencher.” Premiado autor de literatura
contemporânea, João Gilberto Noll vem se destacando
também ao falar com o público adolescente. Depois das
belas noveletas O Nervo da Noite e Sou Eu!, o gaúcho
lança Anjo das Ondas (Scipione), lírico mergulho no
processo de metamorfose de Gustavo entre
adolescência e maturidade, entre Londres e Rio de
Janeiro. O texto de Noll aqui encontra uma voz fresca
e clara, mas não menos convulsiva e “estrangeira”.
FOTO LEANDRO PAGLIARO
O autor fez um tipo que se encaixa até neste resenhista
MENINO INVOCADO
Boj é um garoto como tantos:
gosta de espiar o céu estrelado
e imaginar outros mundos,
outras possibilidades de
existência. Aí ele cresce e se
torna um adulto como poucos:
cientista, sua busca espiritual
coloca em xeque certezas da
física — e, afastado de seus
pares acadêmicos, vai encontrar
refúgio na natureza. Boj é o
Homem Gravidade Zero
(Jaboticaba), uma HQ escrita por Leo Slezynger e
Filippo Croso, desenhada por Kris Zullo. História
infanto-juvenil com toques filosóficos à Pequeno Príncipe,
a narrativa aproxima teorias da física moderna
com teses xamânicas — um mix raro na HQ nacional.
16 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010
À sombra sinuosa de Niemeyer
Ao lado do mestre, sete arquitetos brasileiros expõem suas releituras do
TEXTO G A BR I E L P E N NA
FOTO JOMAR BRAGANÇA
m se tratando de arquitetura
brasileira, não é de hoje que
Brasília e Oscar Niemeyer se
tornaram lugares-comuns.
Exibir numa Bienal a obra-prima do mestre modernista
meio século após sua fundação pode até
dar a entender que nada de novo ou relevante aconteceu em nossas paisagens urbanas desde então. Mas a história não é
bem assim, garante o arquiteto e designer
gráfico Ricardo Ohtake, escolhido pela
Fundação Bienal de São Paulo para organizar o pavilhão do Brasil na 12ª Bienal de Arquitetura de Veneza. A principal exposição
internacional da área, que este ano tem
curadoria geral da japonesa Kazuyo Sejima
(ganhadora do Pritzker, espécie de Nobel
das pranchetas, é a primeira mulher a dirigir o evento), foi aberta ao público esta semana para visitação até 21 de novembro.
Estão lá 48 escritórios de todo mundo,
além de 50 representações nacionais. Na
mostra brasileira, com o tema “50 anos depois de Brasília”, o centenário arquiteto
carioca surge como o protagonista e grande homenageado. “Oscar é o único caso no
mundo de arquiteto que continua produzindo após os 100 anos, e suas obras ainda
surpreendem e causam grande admiração”, justifica Ohtake, que selecionou maquetes, fotografias e desenhos não apenas
da capital federal como de projetos recentes, como o centro administrativo de Minas
Gerais, inaugurado este ano.
Mais do que isso, a permanência dos valores modernistas popularizados por Niemeyer e Lúcio Costa norteou a escolha dos
outros cinco escritórios presentes na exibição. “Cada um têm sua linguagem, mas
todos mantêm vínculos expressivos com a
proposta idealizada em Brasília”, explica o
curador. Os arquitetos convidados representam gerações e estilos distintos, mas
estão concentrados na capital paulista
(apenas um é de fora do estado), o que pode
gerar algum estranhamento na classe. Polêmicas à parte, a experiente dupla Mario
E
FOTO FABIO KNOLL
Gestos concisos e expressivos no desenho do Memorial da Imigração Japonesa, de
Gustavo Penna, em Belo Horizonte. Abaixo, o projeto de urbanização da comunidade
do Cantinho do Céu, zona sul de São Paulo, de Marcos Boldarini
Arquitetura
moldada
à indústria, no
projeto do Teatro
de Natal, de Biselli
e Katchborian
Biselli e Artur Katchborian preserva em
sua obra a face democrática e funcional do
modernismo, adaptando-se, nos materiais
e processos construtivos, à lógica industrial. Exibem três trabalhos na mostra: o
Aeroporto Internacional de Florianópolis,
o Teatro de Natal e um centro popular de
educação em Guarulhos. A população de
baixa renda, aliás, é a especialidade de outro arquiteto presente na Bienal, Marcos
Boldarini, que demonstra seu envolvimento com questões urbanas tipicamente brasileiras nos projetos das favelas Cantinho
do Ceú e Paraisópolis, em São Paulo. “Hoje,
a cidade é percebida como o ambiente em
que nossas ações ganham desdobramentos.
Não é como o moderno, que vislumbrava a
possibilidade de desenhar a cidade como
um todo. É uma consciência diferente”,
compara Angelo Bucci, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e
autor de três trabalhos expostos no pavilhão brasileiro. Em suas obras, Bucci molda
o concreto de forma quase artesanal e busca a harmonia com o entorno por meio de
ambientes abertos e luz natural. É o que se
vê na Casa em Ubatuba ou na Igreja da Nati-
Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 17
IMAGENS DIVULGAÇÃO
Principal exposição
internacional
de arquitetura,
a Bienal de Veneza
tem pela primeira
vez uma mulher
na curadoria: Kazuyo
Sejima, ganhadora do
Nobel das pranchetas
Jeitão modernista
do futuro Museu na
Unicamp e, ao lado,
parque projetado para
a capital do Equador.
Ambos das revelações
Corsi e Hirano
Design sem limites
Uma estudante teve a ideia
de disfarçar o buraco dos pets.
E assim criou o tapa forévis!
FOTO DIVULGAÇÃO
o modernismo na Bienal de Veneza
Lauren Shumaker: os dogs dela não reclamaram
Lago, projetado para a cidade de Quito, no
Equador, e o Museu Exploratório de Ciências
da Unicamp. Este último foi o vencedor do
concurso internacional realizado em 2009
pela universidade, o que deu grande visibilidade à precoce dupla. O prédio agrega novas
tecnologias construtivas, como chapas de
aço perfuradas que cobrem as fachadas de
vidro para dosar a luz de acordo com a necessidade dos espaços. Mas, com suas formas geométricas que dialogam e se integram
com a paisagem, não esconde de ninguém o
jeitão modernista.
FOTO NELSON KON
A preservação dos valores
popularizados por Oscar Niemeyer
e Lúcio Costa norteou a escolha dos
outros cinco escritórios brasileiros
presentes na Bienal de Veneza
mo. “Já se disse muito que o rock, a arte e o
modernismo morreram, mas ele sobrevive,
ao contrário de outras tendências que não
foram capazes de se manter”, observa Gustavo Penna, único representante mineiro
em Veneza. O arquiteto apresenta na mostra
o Memorial da Imigração Japonesa, construído no niemeyeriano complexo da Pampulha, em Belo Horizonte. Suspensa sobre
um lago, a construção se destaca pela simplicidade e a expressividade das formas. “O
modernismo é parecido com o Brasil, na sua
informalidade, na homenagem ao que está
em volta, na maneira de se relacionar com a
natureza”, completa Penna. Outro sinal
desse legado é o trabalho de Daniel Corsi, de
29 anos, e Dani Hirano, de 32. Os mais jovens brasileiros na exposição apresentam
quatro trabalhos, entre eles, o Parque do
Cansado de tanto exibicionismo quando seu dog ou gata
esbanjam o fiofó durante um ato de pura felicidade?
Lauren Shumaker, 23 anos, uma estudante de
engenharia civil de Portland (EUA), encontrou solução
para este problema olhudo. Quer dizer, mais ou menos.
O jeito foi tapar o sol com a peneira — para a sorte
dos bichinhos, que escaparam de maldade pior em prol
da frescurite alheia. Lauren inventou um novo candidato
ao título de bibelô dos pet lovers: o Rear Gear,
traduzindo, engrenagem traseira. O objetivo é embelezar
os fiofós, forévis, fun run fun funs — fique à vontade,
afinal, no dos outros é refresco, né não? O desenho fofo
que você vê na foto é impresso em um material
termoplástico leve e flexível. Fica preso por uma espécie
de cordão com presilha ajustável aos rabicós e rabões —
não importa o tamanho. E o desenho? Pode ser
florzinha, estrela, árvore de Natal, ou o que a
criatividade sobrehumana inventar. Mas aí vem aquela,
a maior, a mais fedorenta das questões: o que é que
acontece quando o gato ou cachorrinho resolvem perder
a compostura? Ainda não ouvimos falar de cats e dogs
que levantam a saia, abaixam a calcinha ou a cueca.
A própria Lauren responde que, como o trequinho
fica solto, tudo acontece sem maiores lambanças,
até por conta do movimento de cintura do animalzinho.
Se sujar? Lavô, tá novo! D A NIE L A PA IVA
RE AR GE A R
WWW.REARGEARSTORE.COM
Esculturas de concreto na Casa em Ubatuba, de Bucci
FOTO SHLOMIT WOLF/SXC
vidade, em Culiacán, no México. Herança modernista que se
manifesta não necessariamente nas opções estéticas, mas,
especialmente, no diálogo com
o exterior e no trabalho cuidadoso com as estruturas. “Apesar de, muitas vezes, ser um
olhar superficial, o Brasil é visto lá fora como um lugar que
preservou os ideais modernos
na arquitetura”, afirma o arquiteto paulista.
O fato é que a onda, quer dizer, as curvas pegaram mesmo
por aqui e se espalharam. Não
sem antes, claro, competir
com outros movimentos que
se seguiram , como o pós-modernismo e o desconstrutivis-
Lindinho
assim, de frente
e de costas
18 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010
ELEITOS
FOTO FOLHAPRESS
Por ora,
Djavan parou
de djavanear
Ária, disco recém-lançado do alagoano,
é o primeiro trabalho a explorar o oceano
nunca dantes navegado da interpretação
TEXTO P E D R O A LE X A NDRE SANC HES
FOTO FOLHAPRESS
Em 1987, em um olhar que confunde da cabeça aos pés
om discreto cabelo black
power e camisa amarrotada
aberta no peito, Djavan posava sério e displicente aos 27
anos, na capa de seu primeiro
disco. O título era A Voz, o
Violão, a Música de Djavan (1976). A voz e
o violão são protagonistas do novo álbum
do artista alagoano radicado carioca desde
1973, mas a música não é mais só de Djavan. Ária (Luanda/Biscoito Fino) é seu
primeiro trabalho exclusivamente como
intérprete de canções de outros autores.
Discos como esse, produzidos na maturidade, são interessantíssimos, porque
costumam construir painéis abrangentes
sobre a personalidade e os gostos de seus
autores — pelo que expõem e pelo que
omitem. Ária faz compreender Djavan de
ponta a ponta, do iniciante que se virava
como crooner de boate e trilheiro de novelas da Globo (Alegre Menina, da novela
Gabriela , em 1975, ficou especialmente
conhecida) ao músico completo e internacionalmente reconhecido de hoje.
O autor de Meu Bem Querer (1980),
Faltando um Pedaço (1981), Açaí (1982) e
Lilás (1984) já era sofisticado em A Voz, o
Violão, a Música de Djavan. Ali predomi-
C
Discos como esse,
produzidos
na maturidade, são
interessantíssimos,
porque costumam
construir painéis
abrangentes
sobre a personalidade
e os gostos de seus
autores — pelo
que expõem
e pelo que omitem.
Ária faz compreender
o artista de ponta
a ponta
De peito aberto e cabeleira solta, ele encara o público na Festa do Som Brasileiro, em 1982
navam sucessos de padrão global (como a
bela e triste Flor de Lis), sambas impuros e
baiões fertilizados pelo blues norte-americano. O novo CD faz jus a esse começo
remetendo-se, principalmente, ao samba, em versões jazzísticas de Disfarça e
Chora, de Cartola e Dalmo Castelo, e Apoteose ao Samba , de Silas de Oliveira e
Mano Décio da Viola.
Como fez mais ou menos a carreira
toda, Djavan desconstrói esses sambas,
aqui numa formação econômica, de violão, baixo acústico, percussão e, às vezes,
guitarra. Disfarça e Chora, assim como a
bossa nova Brigas, Nunca Mais (de Tom
Jobim e Vinicius de Moraes), apóia-se exclusivamente na voz e no violão citados no
título de antigamente. Lá, a propósito, havia teclados, guitarra, baixo elétrico, bateria, flauta, percussão — Djavan era samba, rock e baião, como é ainda hoje.
O universo árido e sertanejo do pernambucano Luiz Gonzaga, por sinal, está
presente em Ária, numa versão algo irreconhecível da instrumental 13 de Dezembro (o nome refere-se a data de nascimento do “rei do baião”). Predominam aque-
A VOZ, O VIOLÃO, A MÚSICA DE DJAVAN
1976
LILÁS
1984
las vocalizações por vezes embirradas do
Djavan intérprete, e se ali há baião é provavelmente mais no estilo Bim Bom (1959)
de João Gilberto que no forró escancarado
de Gonzagão. Além de samba, rock e
baião, bossa nova é outra das professoras
do eterno aprendiz Djavan.
Fly Me to the Moon, standard na voz de
Frank Sinatra, formou a bossa e formou
quem se formou com a bossa — e Djavan
filia-se a essa ramagem. Mas se afirma
pertencente também aos galhos que a
bossa nova se esforçou por podar. O samba-canção abolerado Sabes Mentir, do repertório de Angela Maria, representa o
lado supostamente menos sofisticado da
história — e era apreciado por sua mãe, segundo ele explica.
A MPB de extração universitária fez
cama para o sucesso do artista, principalmente do iluminado disco Luz (1982) em
diante. Oração ao Tempo, de Caetano Veloso, representa essa vertente, assimilando-a à influência tropicalista, hegemônica para artistas da geração de Djavan e
além. Valsa Brasileira, de Chico Buarque e
Edu Lobo, adequa-se a essa mesma leva,
ÁRIA
2010
Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 19
FOTO VALÉRIA GONÇALVEZ/AE
embora pelo lado antitropicalista.
O pop e o reggae, que ofertaram ao
alagoano parte importante de seu
prestígio popular, por discos como
Djavan (1989, o que continha o
clássico pop-MPB-jazz Oceano),
se acondicionam na última canção
do disco, Palco , do pop-reggae-MPB-tropicalista-etc. Gilberto
Gil. Ária parte de Cartola e chega a
Gil, e esse é um retrato preciso da
trajetória do próprio Djavan.
Dois momentos ainda não citados são especialmente eloquentes
no disco que mapeia a alma de seu
autor-intérprete. Luz e Mistério,
de Beto Guedes e Caetano, foi lançada no disco Amor de Índio
(1978), de Beto, e produz pelas linhas da guitarra de Torcuato Mariano um instante de êxtase em
Ária. Parece puro Djavan, aquele Em 2004, cabelos mais curtos e vestes mais comportadas
denso do álbum Coisa de Acender
(1992), ou então o do doloroso encontro soul-fla- 12 anos que integrava o Trio Esperança em 1963,
menco com Cássia Eller, em Milagreiro (2001), preparando a chegada da jovem guarda entre canpouco antes de ela morrer. Parece Djavan, e no çonetas infantojuvenis como Filme Triste, Bolientanto é clube da esquina, música mineira da la- nha de Sabão e O Passo do Elefantinho. Era a nasvra de Milton Nascimento (referência ausente, cença do iê-iê-iê negro, que brilharia muito com
Trio Esperança, Golden Boys e Evinha nos anos 70.
mas presente como nenhuma outra aqui).
O outro instante curioso, e feliz, é Nada a Nos Muitos galhos tem a árvore da música.
Separar , uma versão de West of the Wall (de
No mais, o conjunto do CD evidencia que DjaWayne Shanklin), do repertório do Trio Esperan- van, célebre por letras visuais e abstratas, aprecia
ça. No material promocional do disco, Djavan cita como ouvinte o discurso narrativo simples à moda
com reverência os trabalhos da cantora Evinha de Disfarça e Chora e/ou direto como o de Oração
nos anos 1970, que realmente clamam por ser re- ao Tempo. Ária se apresenta assim, como um disdescobertos e revalorizados. E revela um laço in- co simples, direto e honesto. Em sua capa, o Djasuspeitado a compor o retrato completo do artista: van de 61 anos mantém o cabelo discretamente
Evinha, de voz negra e doce, praticava uma soul rastafári das últimas três décadas, e está sério, camusic impregnada do samba-jazz e da pilantra- bisbaixo, vestido em tênis e terno claro. O cenário
gem de Wilson Simonal, tão discreta quanto o ca- é elegante, mas puído, colonial. Em vez do violão
de 1976, o instrumento que está a seu lado é um
belo black power de Djavan em 1976.
Um dado a mais: a fossa Nada a Nos Separar não baixo acústico gigante, clássico, solene. E assim se
era cantada pela Evinha adulta, mas pela garota de vão passando os anos.
Cinema em casa
TODO PODEROSO — O FILME: 100 ANOS DE TIMÃO
Corintianos como eu irão se emocionar neste filme,
que conta a centenária trajetória do Sport Club
Corinthians Paulista em apenas 100 minutos.
Glórias, títulos e gols são narradas através
de cenas (algumas inéditas, como o primeiro
registro em movimento do clube, de 1929)
e 45 depoimentos entre torcedores, jornalistas,
celebridades e, claro, aqueles que tiveram a honra
de vestir o manto alvinegro, como Basílio, Sócrates
e Neto. E como o sofrimento faz parte da vida
corintiana, carrascos dentro de campo, como Raí,
Ademir da Guia e Pelé, também aparecem para
falar sobre o clube. Um gol de placa! FÁBIO SUZUKI
FOTO MARCOS D’ PAULA/AE
UMA NOITE FORA DE SÉRIE
Se você fosse uma mosquinha, não gastaria
horas de voo num encontro entre duas estrelas
das comédias. Hollywood resolveu promover
essa bisbilhotice nesta primeira dobradinha entre
Tina Fey (30 Rock) e Steve Carell (The Office,
O Virgem de 40 Anos). Mais supreendente do que
as piadas ácidas (e cenas hilárias como a imitação
dos fashionistas) é a química entre os protagonistas.
Fey e Carell estão tão à vontade como um
casal encrencado por “roubar” uma reserva
de restaurante que fazem graça com detalhes.
Coisa que só a intimidade permite enxergar. D.P.
A FITA BRANCA
Eu tenho um problema com este premiado filme.
Às vezes penso nele como uma obra-prima
do austríaco Michael Haneke. Noutras, dá uma
preguiiiça tremenda da narrativa proposital do
diretor de Caché. O preto e branco, deslumbrante,
magnífico, muitas vezes serve de muleta (das
boas) para uma lentidão que testa o espectador.
A discussão sobre a maldade humana também
provoca. É incômoda. Leva ao questionamento —
mérito louvável de Haneke. D.P.
20 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010
ELEITOS
FOTO ISABELA KASSOW/AG O DIA
Uma história
em cada porto
A diretora Monique Gardenberg aboliu
fronteiras da sua vida. Parte disso está
na peça Inverno da Luz Vermelha e estará
no seu próximo filme, A Caixa Preta
TEXTO CR I S T I N A R AM ALHO
m dia em Amsterdã, outro
em Paris, histórias que ressurgem invertidas na volta
a São Paulo. Neste roteiro
Elizabeth Arden existencial, o trio de jovens da peça
Inverno da Luz Vermelha, dirigida por
Monique Gardenberg, se enrosca num
jogo de esconde-e-revela em cena. Não
pertencem a lugar nenhum. Do script não
digo, mas essa vida sem fronteiras caberia
perfeitamente para descrever a biografia
com um quê de marinheira da própria Monique. Nasceu em Salvador, passou a infância em Santos, adolesceu no Rio. Talvez
por morar em cada porto, logo esticou o
olhar mais para o fundão e entendeu que
do outro lado do mar as pessoas pudessem
sentir as coisas igual à gente aqui.
“Sou uma nômade, vivi em vários lugares, tenho amigos em Nova York, ou na
Europa, e vejo que isso é uma questão tão
atual. Por isso me interesso por autores
contemporâneos, quero falar do homem
no mundo”, diz a doce Monique ao
U
FOTO DIVULGAÇAÕ
Marjorie Estiano
balança entre Rafael
Primot (sentado) e
André Frateschi, na
peça de Adam Rapp
Filha de pai
aventureiro,
Monique e os
irmãos se viram
distribuídos
pela parentada
em locais
diferentes.
Aos 22, descobriu
um irmão
A produtora cultural e diretora Monique Gardenberg: de olho nos sentimentos universais
Outlook. Por telefone: estava na estrada.
Em Inverno da Luz Vermelha, a peça de
Adam Rapp que ela acaba de dirigir e está
em cartaz no Teatro Faap, em São Paulo, os
personagens se envolvem num triângulo
amoroso meio torto. Cada um é solitário, e
espera o que uma viagem pode provocar,
aquele instante de libertação de uma parte
da vida, de deixar algo para trás. Na volta,
as situações vão dando piruetas, e o controle delas vai passando de mão em mão.
“Isso me fascinou no texto, o jogo de cena
do Rapp é incrível, a cada momento o poder está com um personagem, tudo é ambíguo”, fala Monique.
Sua própria história pessoal também
virou do avesso algumas vezes: filha de
pai aventureiro, que mudava de cidade
a cada estação, Monique e os irmãos se
viram distribuídos pela parentada
em locais diferentes. Aos 22, ela
descobriu um irmão que não estava no mapa: o rapaz viu seu
nome no jornal, telefonou e só precisou mostrar a cara. Era a cópia
do pai dela.
Monique transformou tudo isso
em arte cosmopolita: do abandono do pai fez
um filme, Jenipapo (1995), falado em inglês e
português, com
ator canadense.
No filme seguinte,
Benjamim
(2003),
adaptação da obra de
Chico Buarque que se
passa entre Rio e Budapeste, ela trata da
perda da irmã, Sylvia,
que faleceu de câncer. Como curiosidade adicional, foi neste
filme que Monique
lançou uma atriz,
hoje musa nacional:
Cleo Pires. A diretora só se renderia à pimenta brasileira em Ó Paí Ó (2007), que virou série de TV. Ali Monique está soltinha
da silva na direção e nas memórias afetivas.
Ela é bem-humorada, suave, mas com
certo pendor à tragédia. “O drama é molhado. A tragédia é seca”. Gosta de textos
que façam rir e chorar, mas sem dramalhão. Que tenhamumclima como o dos
balés de Pina Bausch, outra cidadã errante
que usava a dança para abordar temas
universais. Tanto nos filmes quanto nas
peças, Monique conduz suas histórias
através da música. Em Inverno, faz cena
inteira com Tom Waits. Na muito elogiada
Os Sete Afluentes do Rio Ota (2003), de
Robert Lepage, a direção de Monique embalava a solidão dos personagens em Hiroshima e Nova York ao som de Moby.
“Penso no clima que quero criar, encontro uma música que passe isso e fico
ouvindo muito, o tempo inteiro. Me ajuda
a construir o personagem, e a fazer com
que o ator, ao ouvir, entenda melhor o
que quero”, explica. Sintonizou-se com o
mundo pela música. Menina, ela passeava pelo bairro abraçada a LPs coloridos.
Aos 19 anos já era empresária de Djavan.
Não demorou a criar com a irmã Sylvia o
Free Jazz, que mudaria para sempre o tom
dos festivais internacionais no Brasil. Daí
viriam o Carlton Dance Festival, e o Tim
Festival, que conta com sua consultoria.
Trabalhou em ópera de Gerald Thomas
(Mattogrosso, de 1989), fez clipes de Caetano Veloso. Quando decidiu ser diretora,
achou que a música seria a melhor forma
de ilustrar o que queria dos atores.
Seu próximo roteiro se passa em Israel: é A Caixa Preta, baseado no livro do
Nobel de Literatura Amos Óz. Acabou de
comprar os direitos. Uma história sobre
o amor desfeito, no país que parece sintetizar o que significa não pertencer a
lugar nenhum.
INVE R NO D A L U Z VE R ME L HA
ATÉ 26/9 NO TEATRO FAAP - RUA ALAGOAS,
903, SP - TEL. (011) 3662-7233
Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 21
Pinga de samurai
Comparada à moda dos cheiradores de vinhos, a do saquê é muito mais
complexa. Se aturar os enólogos já é sacal, o que dizer do risco representado
pelos futuros afetados na arte da cachaça dos japoneses?
TEXTO L UI Z H E N R I Q UE LI G ABU E
Hakushika Extra
Dry
R$ 80
Dai Ginjo
R$ 450
Hakushika Ginjo
R$ 80
le está entrando na moda, mas nasceu
pastoso, parecendo mingau, e era considerado alimento divino. Levou um milhar de anos para receber um pouco de
água e uma rudimentar técnica de filtragem e se transformar em saquê líquido.
Foi preciso quase outros mil anos até ele se tornar algo
extremamente fino, complexo e cheio de sutilezas, o
saquê superpremium, feito apenas com uma pequena
fração dos grãos de arroz, agora ultrasselecionados.
Reza a lenda que nos primórdios o arroz quente
era mastigado por donzelas e cuspido em uma tina
para a fermentação. Lá, o amido se transformava em
glicose e, depois, em álcool. O fator “donzela” servia
para manter a “pureza” da bebida destinada aos
deuses, cuja receita permanece até hoje — com ou
sem as virgens — como uma das mais naturais do
mundo: só entram arroz, água, enzimas e leveduras.
Sendo uma bebida divina, o saquê é cheio de manhas. A água deve ser pura — a mais prestigiada no
Japão vem das montanhas Rokko, localizadas na
província de Hyogo, região de terras pobres em ferro
e manganês. Já o arroz deve ser preferencialmente o
yamadanishike, que é rico em amido, macio e absorve água com facilidade. Uma beleza. Mas a nobreza dos saquês nasce do tratamento “estético” do
arroz, de seu polimento. Nesse quesito, quanto mais
melhor. As impurezas do cereal se concentram na
parte externa dos grãos, e são retiradas em um processo de esfoliação. Saquês premium têm polimento
mínimo de 30% dos grãos, já os superpremium —
ginjo e o daí-ginjo —, 40 e 50% respectivamente.
A categoria daí-ginjo é aquela que permite ao Toji
(mestre do saquê, o winemaker do mundo do arroz)
tirar sua verdadeira obra de arte. São saquês fermentados em temperaturas mais baixas, em um longo e
rigoroso processo para obter uma bebida mais leve,
aromática e complexa. É o fino da bossa. Mas a classificação não acabou: varia ainda conforme a seleção
do arroz — que vai da kasen (inferior) até a cho tokusen (superespecial) —, e dos métodos de produção —
envelhecidos, secos, extra secos, carbonatados, enfim um mundo à parte. Haja saquê!
A classificação pela adição de álcool, ou não, é outra importante categoria de distinção. Aqueles que
E
Hakushika Gold
R$ 150
Hakushika
Karakuchi (1.8 l)
R$ 150
levam álcool destilado são chamados de honjozo. E
os saquês cujo álcool é 100% oriundo da fermentação recebem a denominação junmai. Agora, não vá
achando que o honjozo é coisa de segunda. Com o
aprimoramento das técnicas, ganhou virtudes como
o fato de ser leve e fácil de beber. Isso justifica que os
produtores façam um daí-ginjo honjozo. Sacou?
Tudo bem. Na dúvida, procure um especialista.
Beber saquês é outra arte. Temperatura e ritual devem ser seguidos à risca. Claro, se você não for um herege, daqueles que bebem por prazer e não estão nem aí
para as etiquetas etílicas. Pero que las hay, las hay. Saquês podem ser sorvidos quentes ou gelados, e dependem do gosto e do tipo em questão. O mais democrático
é o gelado, que não faz restrição de tipo. Já os aquecidos
pedem honjozo e cho tokusen e tokusen (seleções es-
Hakushika
Yamadinishiki
R$ 120
Hakushika Gold
(300 ml)
R$ 50
Reza a lenda que nos primórdios
o arroz quente era mastigado
por donzelas e cuspido em uma
tina para a fermentação
peciais de arroz). Para brindar conforme a tradição japonesa, diga “Kampai!” e vire o copinho de uma vez só.
A expressão significa literalmente “copo vazio”.
O melhor de tudo é o dia seguinte. Pois se o saquê
for comprovadamente de origem divina, você não
terá ressaca. Kampai!
IMPOR TA D OR A TR A D B R A S
WWW.TRADBRAS.COM.BR
22 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010
MOTOR
Me apaixonei
por uma magrela.
Elétrica
A EcoBike não é Ceci
mas vem com cestinha
Desprovida de qualidades de pilota,
a repórter encanta-se com a bike
que não requer perna, só tomada
FOTOS DIVULGAÇÃO
TEXTO N ATÁLIA MA ZZONI
inha história com bicicleta não
é das melhores. Fiz plástica aos
10 anos quando enfiei o guidão
da minha Caloi Cecizinha cor-de-rosa na testa. Veículos
motorizados, então, nem se
fala. No exame de habilitação de motorista, só
fui aprovada, e de primeira, porque o delegado
passou tanto nervoso comigo no carro que me
despachou com a promessa de “nunca mais
aparecer na frente dele”. Jamais andei de
moto, mas algo me diz que essa magrela moderna se parece muito com uma lambreta.
Ao menos, é bem mais pesada que a minha
Cecizinha, afinal são 42,5 quilos. Mas o único esforço está aí. Depois de virada a chave, “pedalei”
sem pedalar por 30 minutos pelas ruas dos Jardins. Dia quente, subidas, descidas, e nenhuma
gotinha sequer de suor. E a adrenalina? Ah, foi
meu dia de voar pelas ruas. Voar é modo de dizer, já que o motor de 350W desenvolve no máximo 30 km/h, mas me senti deslizando. O trajeto começou com uma descida. Ainda sem sentir firmeza, desliguei o motor (que é silencioso) e
fui segurando os freios, muito bons por sinal.
Logo na esquina, apareceu uma subida. Liguei
de novo o motor e... Aí, demora um pouco para
pegar o jeito. Eu não sabia se pedalava, se acelerava primeiro, ou se fazia os dois. Quando ouvi a
primeira buzina, acelerei (na mão, como se fosse
uma moto, não disse que era quase uma lambreta?). E a bicicleta subiu a rua tranquilamente, sem nenhum esforço meu.
Depois que você acostuma é só alegria. Em uma rua plana, só pedala se
M
quiser. Quando o faz, tem a sensação do pedal girar em falso, pois não se sente o peso da bicicleta.
Além do acelerador manual, há o piloto automático: um botãozinho ao lado do acelerador, no guidão. Ele faz da magrela quase uma
mobilete. É só apertá-lo e pilotar. A superbicicleta tem buzina, alarme, trava na roda traseira, luzes dianteira e traseira, e cestinha (é a minha Ceci!). Aguenta 100 quilos e a bateria tem
autonomia de 30km. Um display digital indica
se a carga está acabando e, nesse caso, só ligar o
carregador (do tamanho de um livro) em qualquer tomada 110v ou 220v. Depois de 6 horas já
dá para sair para o mundo de novo. Essa que experimentei é a Lev E-bike S e custa R$ 2.890.
No mercado há outra opção, também importada. A Urban Cruiser é bem mais leve (23
quilos) e seu motor é acionado automaticamente enquanto o ciclista pedala. Custa em
média R$ 7.500 e chega a 24 km/h.
Há, ainda, a EcoBike, nacional, que pesa 38
quilos, faz até 25km/h e roda 40 km por carga
de bateria. Custa de R$ 1.999 a R$ 2.599.
Você pode pensar em vários motivos para ter
uma bicicleta elétrica. Ela é moderna, tem um
design bacana, não polui, é ecologicamente
correta... E você não chega suado no trabalho.
Não é lambreta nem Ceci, mas é demais.
A brasileira
EcoBike tem estilo
retrô e várias
opções de cores
Ela é moderna, tem um
design bacana, não polui,
é ecologicamente correta...
E você não chega suado
no trabalho. Não é lambreta
nem Ceci, mas é demais
SPORT STAR BIK E
RUA HADDOCK LOBO, 956
URBAN CRUISE R
(11) 2366-8440
ECO BIK ES
(51) 3527-3009
Na Urban Cruiser,
uma das mais
leves no mercado,
a pedalada
aciona o motor
O modelo testado
Lev E-bike S.
Pesada para
carregar, leve
para andar
Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 23
ESPORTES
FOTO JEFF HAYNES / REUTERS
OPINIÃO
FOTO DA SEMANA
BATE-BOLA
Neto, ídolo
do Corinthians,
colunista do
Marca Campeão
FOTO DIVULGAÇÃO
A seleção brasileira
do ala Leandrinho
(foto) comemorou
a surpreendente
“quase” vitória
(68x70) sobre
os Estados Unidos
no Mundial da
Turquia, na última
segunda-feira.
Pena que não
teve o mesmo
bom desempenho
na derrota para
a Eslovênia,
na quarta, por
80 a 77. Já
classificado
às oitavas,
o Brasil pegou a
Croácia na quinta
para tentar a
terceira colocação
do grupo (Esta
página foi concluída
antes da partida).
O presidente do Corinthians se aliou a Deus e o mundo pra
tirar a Copa do Morumbi. Merece palmas ou vaias?
Não só palmas como flores. O estádio, antes de tudo, é para
o clube, a Copa que se exploda. Tanto que o Andrés Sanchez disse
que é pra 48 mil pessoas. Se quiserem mais, eles que paguem.
Está certo barrar um estádio pronto por politicagem?
Quem brigou com o Ricardo Teixeira, o Andrés ou o Juvenal?
É claro que é uma decisão política, e estratégica também. São
Paulo não pode perder a abertura, não importa onde for.
Você, que parou aos 33, como vê a situação do Ronaldo?
Eu também tinha problemas de peso e contusões e não queria
envergonhar meus filhos. Agora, só o Ronaldo pode saber a
hora certa de parar. Como torcedor, acho que deve continuar,
porque, antes dele, ninguém conhecia o Timão lá fora.
Qual foi o melhor e o pior momento da sua carreira?
Melhor foi liderar o time que conquistou o primeiro Brasileiro
da história do Corinthians. O pior foi ficar de fora da Copa de
1990. O Lazaroni foi um dissimulado, pra não dizer outra coisa.
Sua relação com os juízes também nunca foi muito boa...
Só me arrependo da cusparada no José Aparecido. Os juízes são
incompetentes, mas ganham pouco e a maioria é vitima.
Em poucas palavras, a surpresa e o mico deste Brasileirão?
O Ceni fazer gol e ser ainda o melhor goleiro do país. O mico é o
Leão, que foi ganhar um milhão no Goiás e caiu em dois meses.
MUSEU DO FUTURO
O reprovado
projeto do
Morumbi para
a Copa de 2014
Recusado pela CBF por questões alegadamente técnicas, o projeto do Morumbi para a Copa
2014 resistiu o quanto pode, até pela falta de alternativas na cidade. Mas o anúncio do futuro
estádio do Corinthians é o golpe de misericórdia.
A reforma do Morumbi, orçada em R$ 265 milhões, foi projetada pelo arquiteto paulista Ruy
Ohtake com a colaboração do escritório alemão
GMP, que fez trabalho semelhante no estádio
olímpico de Berlim. Juntos, eles reformularam a
proposta inicial mudando a cobertura e criando
um edifício anexo para áreas de apoio. Esforço
em vão. A não ser que o São Paulo decida levar o
projeto adiante para depois esfregar na cara dos
que dele desdenharam. Quem duvida?
FRASE DA SEMANA
“
Passar por aqui sem ser campeão vai ter gosto de nada Técnico Silas,
novo encrencado do Flamengo, que vai precisar de muito tempero e melhores ingredientes para fazer um time saboroso
Gabriel Penna
Muito além
da janela
Encerrada a janela de transferência de futebolistas para a Europa, é
hora de fazer o balanço dos estragos e
remendos. Mas antes, ufa! Que balcão de negócios é esse, minha gente?
Quem temia pela perda do seu craque pode finalmente se acalmar.
Para os coitados dos técnicos, agora
fica mais fácil planejar com o que se
tem na mão, ao menos até a próxima
temporada. Neste ano, olhando
bem, os torcedores brasileiros temos
até motivos para comemorar. Afinal,
continuamos com nossos preciosos
Tardellis, Elias e outros mais. Claro
que alguns Hernanes, Sandros e Taisons nos deixaram. Mas longa é a lista também dos repatriados que, em
alguns casos, até voltaram mais cedo
do que de costume.
Ufa! Continuamos com
nossos Tardellis, Elias
e outros mais. Claro que
alguns Hernanes e Taisons
nos deixaram. Mas longa
é a lista dos repatriados
Sem falar, claro, no histórico dia
do fico de Neymar, e depois Ganso.
Não se sabe até quando isso vai durar, mas o fato é que não é sempre
que seguramos estrelas diante de
propostas multimilionárias. Estranho imaginar que a Europa vem patinando numa crise. Dinheiro, ao
que parece, não é problema, especialmente para os reis da Espanha. A
questão é saber quem gasta melhor.
Não seria difícil apostar no Real que,
sob os auspícios de José Mourinho,
desembolsou quase 200 milhões de
euros para levar, entre outros, as revelações alemãs Özil e Khedira. Com
uns trocados a menos, o Barça não ficou muito atrás e buscou David Villa
e Javier Mascherano. Em geral, jogadores em ascensão que prometem
um embate de altíssimo nível.
Agora, eu, que não sou o Silvio
Berlusconi, estou pagando pra ver no
que vai dar esse festivo time do Milan. A diretoria rossonera abriu o cofre dias antes do fim da janela. Encontrou um Ibrahimovic encostado
no Barcelona e um Robinho renegado no Manchester City. Pagou, dizem, 18 milhões de euros para juntar
o ex-santista com o também malemolente Ronaldinho Gaúcho. Pensaria duas vezes. Está certo que nos
meses que antecederam a Copa a dupla mostrou em seus times alguns
lampejos dos craques que já foram
(ou que poderiam ser). A questão é se
esse encontro despertará instintos
outros de que os dois também compartilham. Problema não. Se não der
bom futebol, algum samba sai. Coisa
que o chefão também gosta.
24 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010
ECONOMIA DE PALAVRAS
Paulo Lima Soraggi
Energia do governo
sacaneia Zé Bicho
Zé Bicho singra com sua Variante. Peito aberto de poeira. Traz suprimentos para sua venda. Por entre as taiobas dá para ver o lago. É a represa da hidrelétrica de Furnas. As águas abarcam o centro-oeste e o sul de
Minas. Quando falta alguma coisinha, é só dar uma chegadinha no Zé Bicho. Tem pimenta cumari, pitante de palha. Até champignon.
Em Pontevila, Sô Joaquim frita traíra. Sem “espinho”, para o freguês
da capital não reclamar. Em frente ao balcão das quitandas, um banco de
madeira mais comprido do que aqueles de igreja. Ali o povo se empoleira
depois da roça.
Domingo é bom pedir frango ao molho pardo com angu e quiabo. Mas
é bom passar antes para encomendar. Dona Olga, mulher do Joaquim, é
“sistemosa”. Se ela acorda nervosa, não há santo que prove seu temperinho. É quando a Nem, filha dela, fica toda prestimosa, mas aquelas panelas de ferro não a obedecem bem.
A turistada de carteirinha, já acostumada com Dona Olga e seu temperamento condimentado, lota as mesas de madeira grossa. Quando a comida fumega nas panelas, sacerdotalmente colocadas na mesa, Sô Joaquim pousa uma garrafa de pinga na nossa frente. Mas a pinga não é para
a gente. No alto da pedalada da conversa, um braço, sem quê nem pra
quê, invade o corredor das palavras e atinge a mesa. É Sô Joaquim que
vem tomar cachaça, escondido da Dona Olga.
E o povo come, dá uma olhadinha para a pracinha da capela e vê o lago
de Furnas encontrar o céu no vermelho da tarde. O gavião carcará plana
sua monarquia no meio do redemoinho de tudo quanto é passarinho.
Próximo aos clubes e condomínios na beira d’água, fica o Carrefurnas.
O Gordo é o executivo do hipermercadinho. Suas filhas trabalham nos
dois caixas. Moram num mundo onde não se conversa sobre sindicâncias.
No clímax da temporada lotada, filas espinhadas, Marcinha interrompe o caixa para atravessar o meio da encrenca. Bate um papinho com a
mãe, ralha com o irmão que se maquiava com recheio de bolacha, desfila
de volta por entre carrancas a la manifestantes do Greenpeace. Marcinha
é exemplar do mundo que estamos por terminar de sepultar.
Em agosto foi inaugurado o Furnas Resort Park. Minha banda tocou lá
para o nosso total embasbacamento. Os aviões a cochilar na pista de pouso. As piscinas como naqueles filmes do Elvis Presley em Acapulco. A cozinha que nos convida para morar. Os empregos gerados a perder de vista.
Felicidades como essas demoraram a se instalar ao redor da represa
que alimenta a hidrelétrica desde 1965. As primeiras águas inundaram
florestas genealógicas de muitos fazendeiros e agricultores. Vidas que tiveram sua arqueologia transferida para outro sítio. Tantas desapropriações trouxeram gemidos e suicídios que ainda ecoam apesar das tentativas de compensação sopradas pelo governo.
Depois da água da dor, a água da flor. Furnas irrigou o florescimento da
agropecuária, da pesca e do turismo nos 34 municípios abraçados pelo
lago. São centenas de empreendimentos, milhares de empregos. Festas,
festivais, folguedos que atraem gente que chega de hidroavião ou que
pega o ônibus da Viação Seriema do Sul.
Por esses dias, lá fui comprar mandi, o melhor peixe para se fazer ensopado. Na plaquinha, “Vende peixe-se”. E, mais uma vez, o verbo se fez
carne. Mas não coloque leite de coco.
Eis que vem agora o Plano Anual de Operação de Energia. Divulgado
pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, o troço aponta que o nível
dos reservatórios do Sudeste ficará com apenas 39% do seu volume. A
medida seria necessária para produzir a energia torrada no crescimento do PIB.
A represa de Furnas corre o risco de ter vida seca por três anos, pois vai
ter de transferir água para reservatórios magros de outros estados. E de
segurar a onda de novas hidrelétricas. Os turistas do Mar de Minas vão se
contentar com uma poça d’água?
Os biguás querem saber quem vai pagar os prejuízos de 34 municípios.
E os paturis estão preocupados com o Zé Bicho.
Paulo Lima Soraggi é escritor,músico e graduado em letras.
Por esses dias,
lá fui comprar
mandi, o melhor
peixe para se fazer
ensopado.
Na plaquinha,
“Vende peixe-se”.
Eis que vem agora
o Plano Anual
de Operação de
Energia. Com isso
a represa de Furnas
corre o risco
de ter vida seca por
três anos, pois vai
ter de transferir
água para
reservatórios
magros de outros
estados. E de
segurar a onda
de novas
hidrelétricas.
Os turistas do
Mar de Minas vão
se contentar com
uma poça d’água?
Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 25
PEQUENOS ABSURDOS
Mariella Lazaretti
Os desserviços
do servidor
Naquela manhã acordei sem novos e-mails. Meu iPhone não baixara
mais do que as 51 notificações guardadas da noite anterior. Senti um pânico líquido correndo nas veias junto com o café da manhã: aquele não seria
um belo dia estressante, seria um dia pleno de instintos assassinos.
Por uma ou duas vezes, a Locaweb, nosso servidor na empresa, falhou
fragorosamente em sua tarefa básica, gerando transtorno e prejuízos na
produção de revistas e eventos. Ficar sem serviço de e-mails, hoje em dia, é
como ver seu carro ser levado por uma enchente. Uma mistura de revolta e
desolamento. Você sabe que vai ter de brigar com a prefeitura. E isso cansa.
No momento em que constatei a pane, sabia que meu desespero não estaria
tão somente circunscrito ao fato de ter um dia perdido e prejuízos financeiros certos — meu pavor mesmo era ter de pedir satisfações à Locaweb.
Você já tentou falar com eles? Lá (seja onde lá for) não existe pessoa.
São apenas gravações que empurram o idiota pendurado na linha em um
labirinto de escaninhos vazios até que se retorne à tecla 1. É uma tarefa
que exige preparo físico e espiritual, força interior e têmpera. Em suma,
que você seja Gandhi.
De fato, em nosso escritório os emails não caíram e não cairiam mais
sem que soubéssemos o motivo. A Locaweb simplesmente tirou-nos do
ar sem aviso prévio ou satisfação. E, como viemos a saber no processo
kafkiano que se desenrolou a seguir, fez o mesmo com uma centena de
empresas. Estávamos de volta aos meios de comunicação dos anos 80. Foi
como protagonizar o filme A Origem, um pesadelo dentro do pesadelo.
Às onze horas, nosso encarregado de tratar do assunto diretamente com
a Locaweb, um sujeito branco e sereno como a Virgem Maria, já estava
vermelho como um carpaccio de salmão.
Só notei a gravidade de seu estado, quando a secretária postou-se ao
seu lado com uma singela bolsinha de primeiros socorros, enfileirando
como uma bóia salva-vidas na tormenta a gaze, o remédio de cólicas e
duas Cibalenas. Era o que ela podia oferecer ...e era a melhor oferta do dia.
Colocamos o advogado na parada. Ele soube pelo diretor da Locaweb,
Francisco Zapata, que nossa empresa fora riscada do mapa por mandar
muito spam. Silêncio dramático em toda editora. Cada um dos funcionários, quando comunicados do fato, tentava imaginar se teria sido o causador do flagelo. Seria a lista de amigas de escola com as quais tentei marcar
uma reunião na semana passada? Seriam os e-mails enviados para minhas irmãs? OK, elas são muitas, mas acho que cinco irmãs não configuram spam. Recuperados do absurdo, dissemos a uma só voz, ISSO NÃO
FAZ O MENOR SENTIDO!
Sessão Kafka. Liguei para a assessoria de imprensa da Locaweb, a Burson-Marsteller, mas o telefone da multinacional também era uma secretária eletrônica que caía em outra secretária eletrônica indefinidamente.
Entrei no Twitter soltando chispas pelas ventas. Gritei na página da
Burson-Marsteller para alguém atender o (maldito) telefone, e em seguida na página da Locaweb, onde notei que estava atrasada: a lista de xingamentos já era longa, pelos mesmos motivos alegados a nós.
Ali no Twitter descobrimos que a Trend Micro, serviço de segurança
que identifica o número de conexões feitas pelos usuários e presta serviços
a Locaweb, seria a autora da desgraça. Ao identificar spams, a partir de
não sei quais critérios, a Trend Micro teria mandado uma lista negra de
empresas para Locaweb. Esta, sem averiguar ou notificar, tirou as empresas do ar — deixando claro que nos considera a todos piratas da internet.
Rolando na lama para reverter o dia, conseguimos que a Trend Micro
admitisse o erro e nos tirasse da lista malvada. Mas com a Locaweb não
houve diálogo — senhor Zapata fincou pé na acusação. Provas contra nós,
nenhuma. Às 15h50, a assessora da Burson-Marsteller entrou em contato comigo, admitindo falhas técnicas da parte de sua cliente Locaweb.
Então eu disse que ninguém deve tirar uma empresa do ar sem mais nem
menos, e ela disse: “Ninguém notificou?”. E eu: “O funcionário encontrou um aviso no e-mail em algum momento do dia de hoje, enviado às
22h45 do dia anterior”. “Ãnh”, ela disse.
Na editora, dois contratos bancários sumiram, a aprovação de uma revista e dois sites se perderam no limbo do servidor, uma campanha publicitária não foi publicada na edição que fechava naquele dia, junto com centenas de e-mails que não conseguimos mais acessar. Tarde da noite fizemos
uma migração às pressas para o servidor GMail e falamos em ações imediatas para o dia seguinte: 1) manter a ação contra a Locaweb e 2) comprar um
desfribilador para a caixa de primeiros socorros da secretária.
Assim estamos preparados para enfrentar mais uma década de tecnologia facilitadora.
Luís Colombini é jornalista e editor.
Ficar sem serviço
de emails, hoje
em dia, é como
ver seu carro
ser levado por
uma enchente.
Uma mistura
de revolta e
desolamento.
Você sabe que vai
ter de brigar
com a prefeitura.
E isso cansa.
No momento
em que constatei
a pane, sabia que
meu desespero
não estaria somente
circunscrito
ao fato de ter
um dia perdido
e prejuízos
financeiros certos
26 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010
VIDA
“A cada dia que passa
quero ser uma pessoa
mais simples”
Marco Nanini
TEXTO C RI S T I NA RAM ALHO
FOTOS F ERNANDO S O U ZA
— Pega nos meus peitos.
— Como?
— Pega, menino!
Bastou apalpar os peitos de Dercy Gonçalves, a dona do deboche no Teatro das
Nações, em São Paulo, e o magrelo Marco
Nanini, 21 anos, sentiu que alguma coisa ali
mudaria seu rumo para sempre. O rosto
dele fervia. As risadas jorravam na plateia.
Era 1969, o AI-5 tentava calar na marra as
bocas célebres de Chico Buarque, Augusto
Boal, mas até os “hômi” tinham medo da
doidivana Dercy. Pobre de quem dividisse
a cena com ela. E era a noite daquele menino, o Nanini.
O pernambucano Marco Antonio Barroso Nanini mal tinha saído da escola de
teatro no Rio. Preferia ficar só observando
o movimento, se arrastava no palco de
vergonha, mas entendeu na hora a claque
do destino: ali estava a saída. Em cena ele
podia tudo. Podia fazer rir. Podia ser quem
bem quisesse. Nem precisava ser engajado
para mudar as pessoas por duas horinhas
que fossem. “O teatro foi minha salvação”,
diz o Nanini hoje, aos 62 anos, ao Outlook,
nesta entrevista no Galpão Gamboa, no
Rio. Um espaço que criou para ensaiar e
que está abrindo saídas para muito mais
gente. Ali ele e seu sócio e amigo Fernando
Libonati oferecem, de graça, aulas de luta,
abrem espaço para a terceira idade e exibem espetáculos para os estivadores, as
donas de casa, as crianças do pedaço.
Ali ele observa e sente a maior ternura
pelos brasileiros simples, que pegam ônibus, batalham, rebolam para caber na vida
real e, em casa, abrem uns sorrisões ao se
reconhecerem no Lineu de A Grande Família. Ou se derretem no cinema com o Odorico Paraguassu na versão de O Bem Amado.
Brasileiros de todos os estilos também choraram de rir em O Mistério de Irma Vap,
peça que até entrou no Guinness pelos 11
anos consecutivos em cartaz com o mesmo
elenco (ele e Ney Latorraca), e foi parar no
cinema. Nanini, mais de 40 anos de novelas,
peças e filmes que grudaram na memória do
país,virou verbete de artista genial.
Discreto ele continua. Só desatina no
palco, como em Pterodátilos, direção de
Felipe Hirsch, que estreou ontem no Rio.
Nessa violenta crítica ao consumismo, ei-lo na pele curta da Emma, atarantada
menina de 15 anos. “Eu estava crente que
era uma garotinha em cena, aí vi o vídeo
da peça e me achei um velho ridículo, pulando. Não quero mais ver nada que eu
faço.” Ainda prefere olhar os outros.
Acha que as pessoas o respeitam — até os
abusados do Pânico ou CQC — porque ele
fica na dele. Não palpita. Gosta de aprender. Com os atores jovens. Com o Gerald
Thomas, o elenco da TV, o Guel Arraes.
Com os riscos. “No palco sou completamente despudorado, nada me constrange”, diz Nanini. Então vamos fazer pronta justiça. Obrigada, Dercy.
Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 27
28 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010
VIDA
FOTO DIVULGAÇÃO
Irma Vap no cinema: versão da peça que ficou 11 anos em cartaz com Nanini e Ney Latorraca
V
Você nunca fez teatro engajado, mas
criou este espaço (Galpão Gamboa, na
zona portuária do Rio) para a
comunidade. Como resolveu botar
a mão na massa, no trabalho social?
Tudo começou porque eu estava
procurando uma sala de ensaio. Aí
saímos, o Nando (Fernando Libonati,
faz-tudo de Nanini) e eu, procurando
espaços grandes, pé direito alto,
olhamos tudo, até que nos deparamos
com esse prédio maravilhoso. Fomos
fazendo aos poucos, um trabalho lento,
todo bancado por nós, não tem
nenhum patrocínio. Fizemos essa sala,
com tudo ótimo, o piso, as cadeiras, a
luz, e aos poucos precisávamos ocupar
os espaços. Um amigo meu, o
figurinista Antonio Guedes, procurava
um lugar para um atelier de figurino,
criar as roupas, fazer pesquisas, veio
e ocupou o segundo andar. E outro
amigo, o Alex, que dá aulas de lutas,
muay thai, e agora uma luta chamada
kali, veio também e dá aulas gratuitas
no terceiro andar. A comunidade toda
tem aulas de graça. O compromisso é
não faltar. Faltou sem justificativa
séria, sai. Precisa ter algum tipo de
compromisso. E a coisa foi crescendo.
Tempos atrás, você disse que
se emocionava com os brasileiros
simples, o garçom, a faxineira.
Aqui, convive com o pessoal
da Gamboa, como é essa relação?
Maravilhosa. Eu já tinha esse desejo
forte de fazer algo, dar minha
contribuição, até dava uma ajuda
financeira de rotina para um orfanato,
um asilo, mas queria criar algo, só não
sabia como fazer. Agora que consegui
estou adorando. Adoro esse convívio,
pessoas de idades diferentes, uma
gente digna, batalhadora, honesta.
Converso com os faxineiros, com
as mulheres, com os moradores daqui,
muitos são estivadores. Adoro
conversar, observar, aprender.
Como quando você era um ator jovem
e fazia turnê só com uma calça e duas
camisas e achava tudo lindo.
E era lindo, tinha um frescor, a paixão
pelo teatro, a vontade de acertar, não era
esse consumismo todo que está aí, cada
vez mais voraz. Hoje é tudo muito
rápido, atores jovens da TV já ganham
muito, no meu tempo ninguém pensava
em comprar carro ou apartamento antes
dos 40 anos, imagina!
E as aulas de luta, de onde vem isso?
Você já lutou alguma vez?
O Alex propôs, queria um espaço,
achei ótimo. Lutei até jiu-jítsu, mas
foi uma luta geriátrica (risos), para
experimentar. A luta é democrática,
a pessoa enfrenta a situação e só
conta com ela, com seu corpo, ajuda
a conquistar auto-estima. Fico
impressionado com as crianças aqui,
paramentadas, de luvas enormes.
Vejo esses meninos com uma coragem,
uma galhardia.
Esse projeto não tem patrocínio.
Está mais difícil conseguir apoio
nesse governo, nessa política?
Muito mais difícil. Tem esse projeto aí
agora no Congresso do (ministro da
Cultura) Juca Ferreira, de modificar a lei
de incentivo (Nando entra para dizer que
o teatro é a única arte que não terá 100%
de isenção), uma loucura. Até agora
banquei tudo, mas não sei como vai ser.
Sem apoio não dá. Comecei por minha
conta porque não sei pedir, não tenho
nenhuma habilidade, e queria mostrar
um trabalho feito, mostrar que é possível.
Agora posso pedir apoio. Mas fui
classificado como “consagrado”, estou
na lista dos consagrados. (Nanini se refere
a matéria na Folha de S.Paulo na qual
aparecia na lista de artistas consagrados,
ou que não precisariam da lei Rouanet.)
Aí ficou pior para o meu lado.
E você está remontando Pterodátilos,
uma peça que critica tão
profundamente o consumo.
Isso reflete seu momento?
É o momento que vivemos. A gente,
o Nando, o Felipe (Hirsch, o diretor),
nós achamos que a peça está muito atual,
e quando montamos da primeira vez,
oito anos atrás, fizemos ela e outro texto
do (autor americano) Nicky Silver, em
dois atos. Na época o Felipe mostrou os
textos do Nicky para a Marieta (Severo)
e eu, ficamos enlouquecidos, adoram
os aquilo. Mas eu sempre quis montar
o Pterodátilos integral, sozinho. Surgiu
a oportunidade. É uma peça de agora,
que fala de um funcionário de alto posto
que foi demitido, é o fim dele porque
não existem mais empregos de altos
postos fáceis de achar. E é uma família
emergente, de uma voracidade, uma
loucura pelo consumo. É como essa coisa
que a gente lê nos jornais: abre uma loja
de helicópteros, ou de carros
milionários, e todo mundo compra tudo.
O Lineu não mudou.
Acho que a atual
classe C é que
mudou e ficou mais
parecida com
a Grande Família
Ao mesmo tempo o país vê o consumo
crescente da classe C, a classe da
Grande Família. O Lineu e sua família
começaram, nessa versão, na era
FHC, estão no Lula. Mudou algo?
Não, a dramaturgia não alterou. Quando
o Vianinha (Oduvaldo Vianna Filho,
autor original) criou esses personagens,
fez com muita consistência. Eles sempre
foram a classe C, continuam sendo,
e parecem modernos por conta do jogo
de cintura. Acho que a atual classe C
é que mudou e ficou mais parecida com
a Grande Família.
Você já disse que criou um Lineu
bovino. Continua assim?
Continua, porque o Lineu é o chefe dessa
família. Ele não pode ser caricato,
ou bobo, porque é quem dá estabilidade.
Outros personagens cumprem esse papel
mais engraçado, como o Agostinho. O
Lineu é sério, correto, dá o peso.
FOTO ARQUIVO PESSOAL
Magrelo, hiponga, na novela O Cafona, de 1971: era sua estreia na TV, como Julinho
Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 29
Passo mal com
a realidade.
Tenho de tomar
floral, não posso
com o real
30 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010
VIDA
Não é um Homer Simpson, o pai que
é uma piada. Aliás, o William Bonner
causou polêmica quando disse que
fazia o Jornal Nacional para o homem
comum, o Homer Simpson. Você vê
o Lineu na definição?
Acho que o Bonner fez uma licença
poética, quis dar humor, falar do homem
comum, o espectador. O Lineu não tem
nada de Homer.
Quando Irma Vap estava há 11 anos
em cartaz (de 1986 a 1997), aquela
loucura toda, você parou a peça
dizendo “Ou a gente acaba com a
peça ou a peça acaba com a gente”.
Depois de dez anos de Grande Família,
ela acaba com você?
Ainda não senti isso, mas o enjôo,
a repulsa da rotina vem do dia para
a noite, né? Por enquanto vamos
colorindo, fazendo o que é possível.
Também os roteiristas são muito bons,
os atores são ótimos, o programa é a base
da TV, o núcleo familiar. A novela é um
núcleo familiar. O elenco, a direção de
arte, tudo é ótimo, tenho muita sorte
com meus elencos, com as equipes,
sempre. O programa não me dá trabalho.
Irma Vap teve muitas histórias
absurdas...
A peça virou um monstro, tinha vida
própria, as pessoas se excitavam demais,
perdiam o controle. Uma vez teve um
policial que tentou dar uma carteirada
para entrar de graça na peça e, irritado,
esbofeteou a produtora. Fiquei morto
de ódio, saí correndo atrás dele, de
vestido, maquiagem e salto alto. Bom,
no dia seguinte, a força pública estava lá.
Coisas assim aconteciam direto.
Tinha de tudo, eu dizia para o Ney
(Latorraca): “acho que não tenho nada
com isso, caí aqui por acaso”. A gente
tinha de acabar. Já o filme (de 2006,
direção de Carla Camuratti) foi ótimo,
gosto mais do roteiro original do que das
cenas que eram da peça.
Um dia você também desistiu das
novelas (parou em Pedra Sobre Pedra,
em 92, voltou em 99, e parou de
vez). Não quer fazer nunca mais?
Nunca mais. Porque ela também é
incontrolável, é uma coisa enorme, uma
desorganização, você chega e tem de
esperar horas. Quando comecei, um
capítulo era muito menor. A última
novela que fiz foi Andando Nas Nuvens
(1999), porque eu era amigo do diretor
(Denis Carvalho), insistiram muito, eu
era o protagonista. Não trabalho mais em
ambiente desagradável, eu sofro muito.
Depois dessa só fiz especiais e seriados.
A novela não está perdendo
a audiência? As pessoas não gostam
mais, não assistem tanto.
FOTO CAROL SACHS
Na peça Pterodátilos,
que estreou ontem no Rio,
ele faz a adolescente Emma,
de 15 anos
A TV aberta está perdendo audiência.
Mas muita gente vê.
Irma Vap virou um
monstro, tinha vida
própria, as pessoas
se excitavam demais,
perdiam o controle
Tem o problema da superexposição.
Como você, um “consagrado”, que
sempre se diz sem traquejo social,
lida com isso?
Eu consegui um certo respeito, acho que
porque sou muito na minha, não vou a
coisas públicas, não me exponho. Tem
coisas como estreia de filme. Tenho
de ir lá, vão todos esses, o Pânico, o CQC,
mas me respeitam, e eu respeito o
trabalho deles. Assisto Pânico e CQC
como espectador, me divirto, mas de vez
em quando vejo o que fazem e digo:
“Ainda bem que não fazem isso comigo”.
Agora com a internet aumentou mais
ainda essa coisa de entrevistas, paparazzi,
é uma loucura, uma enxurrada de
informação. Para o lançamento do (filme)
O Bem Amado, em um dia dei 112
entrevistas, fiquei 12 horas falando, é
absolutamente extenuante.
Você não tem jeito de ser plugado.
Não mesmo. Não tenho Skype,
Facebook, nada disso. Nem dou
entrevista por telefone, a não ser em
casos específicos, com hora marcada.
Não gosto de falar ao telefone, quero
ver com quem estou falando, senão não
flui a conversa.
Incomoda trabalhar com gente jovem,
inexperiente na TV, que às vezes
seleciona atores só pela imagem?
Não. Na maioria das vezes esses jovens
têm algum talento, para chegar num
horário nobre tem de ter algo. Talvez não
tenham experiência, mas têm talento.
E as pessoas precisam começar de algum
lugar. Aqui, no teatro, tem esses dois
jovens na peça, são ótimos, adoro
Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 31
FOTO DIVULGAÇÃO
FOTO FELIPE PANFILI
Exatamente. É para atingir
a emoção. O personagem só
tem sentido quando a gente
consegue atingir a emoção
no brilho, no colorido,
no sentimento.
trabalhar com jovens,
a troca, o jogo de cena.
Mas no teatro é mais
complicado, porque é um
jogo, dá a bola, devolve,
você não pode jogar
buraco com uma pessoa
que não sabe jogar. Gosto
de criar, juntar jovens,
aprendo com eles.
Com Nando
Libonati,
que cuida da
vida real
para Nanini
há 25 anos
Foi daí, da criação
coletiva, que surgiu
a ideia da Casa de
Hóspedes (Nanini
montou um mini hotel,
com três apartamentos,
para artistas que
trabalham nas produções
da sua produtora,
Pequena Central)?
Isso foi o seguinte: eu
queria a tal sala de ensaio,
um espaço de criação. A
mesma história do Galpão
Gamboa. Estávamos
procurando, achamos um
casarão lindo em
Botafogo, pensamos em
fazer um restaurante,
o Nando precisava de uma
sala administrativa para
a Pequena Central. Não
dei palpite nisso. Passo
mal com a realidade.
Tenho de tomar floral,
é um horror, não posso
com o real.
Mas e os projetos?
Eu queria um espaço para a criação,
juntar autores, fazer leituras, fomos
convidando pessoas. E quem vinha
precisava se hospedar, então comprei
a casa em frente, que já tinha três
apartamentos feitos, e só aprimoramos.
Tem todo o conforto de uma suíte
especial de um hotel cinco estrelas,
lençol bom, arrumadeira, tudo, pelo
preço de um quarto standard de um
quatro estrelas. E tenho um terceiro
sobrado, que deve funcionar como base
de produção.
Só para artistas ou alguém pode
querer alugar?
Só para os artistas que estão
trabalhando conosco. Eles adoram,
é tudo pertinho, ficam dois meses ou
mais. O Felipe (Hirsch) está lá, o Elias
Andreato ficou lá.
Você sofre com o real, mas ajuda
a escolher elenco, equipe, dos
espetáculos que faz ou produz?
Eu não suporto isso, fico nervoso de ter de
escolher, explicar. Às vezes sugiro um
nome, se gosto do trabalho da pessoa, eles
(Nando e equipe) vêm sempre cheios de
opções, deixo com eles.
Você costumava criar pastas para
compor seus personagens, com
pesquisas, fotos, ainda faz isso?
Agora uso o computador, vejo no Google,
uma maravilha. Não sei mexer direito,
escrevo no Word, mas junto todas as
referências. São pesquisas só para mim,
para eu compor melhor o personagem, ir
entrando nele. Agora para O Bem Amado,
por exemplo, pesquisei muito sobre as
cores e frutas do Nordeste.
Esse processo é também sensorial,
de cheiros, memórias?
Tem coisas como
estreia de filme.
Tenho de ir lá, vão
todos esses, Pânico,
CQC. Eles me
respeitam e eu
respeito o trabalho
deles. Assisto Pânico
e CQC, me divirto,
mas de vez em
quando vejo o que
fazem e digo: ‘Ainda
bem que não fazem
isso comigo’
Você escreveu uma peça
(Descasque o Abacaxi Antes
da Sobremesa, em 1973),
e declarou que não suportou
se expor. A escrita expõe
mais que o palco?
Muito mais. Não aguentei.
Nunca mais escrevo.
Também dirigiu poucas
peças.
Parei de dirigir, tenho
dificuldade. Gosto de observar
a criação do ator, é uma
oportunidade de levar um
conceito. Mas dirigir é assim:
durante a preparação, todo
mundo te pergunta tudo. Tá
boa essa roupa? Esse objeto é
aqui que entra? A luz é assim?
Tudo você tem de controlar.
Uma peça é uma embarcação,
tem de ter um bom calado.
Antes da estreia, você é
Como Lineu, há dez anos na TV retratando um pouco da gente
responsável por tudo. Depois
Quero saber um pouco da sua relação
da estreia, ninguém nem te
com a cidade. Você chegou num Rio
cumprimenta, ninguém te olha na cara.
dourado, em 1958, bossa nova, Brasil
Você chega no teatro e não tem nem um
campeão do mundo. Como está o Rio
lugar para botar a sua sacola.
50 anos depois?
Essa cidade é apaixonante para mim, me
Nesse papo te vejo perguntando tudo
acolheu lindamente. Adoro o Rio,
ao Nando, e você diz que não é bom
a arquitetura, tenho paixão pelo centro da
de memória. Como decora os textos?
cidade, gosto de ir a lugares como o CCBB
Decoro fácil, mas depois da cena feita
(Centro Cultural Banco do Brasil).
já esqueci.
Você está mais magro, está se
cuidando mais?
Perdi 17 quilos, estou fazendo ginástica
cinco vezes por semana, preciso ter
agilidade, já estou com 62 anos. Faço
a (personagem) Emma, 15 anos. Vi uma
vez o vídeo da peça e quis morrer, me
achando um velho gordo desajeitado, que
horror! Precisava fazer alguma coisa. Estou
com um personal trainer, o mesmo que dá
aulas no Galpão.
Você sempre fumou? (Nanini fumou
bastante durante a entrevista, mas
apagou o cigarro para as fotos,
porque não quer dar mau exemplo.)
Fumo desde os 36 anos, comecei em A Mão
na Luva (peça de Vianinha, de 1984).
Fumava cigarrilhas, passei para o cigarro.
Sou do contra. Antes era moda fumar, eu
nunca fumava. Agora que ninguém mais
fuma, tô fumando. Mas sei que não é bom
exemplo, então não apareço fumando.
A violência te assusta?
Já assustou mais, (a cidade) já esteve muito
abandonada, hoje não me assusta mais,
o governador, o prefeito, estão fazendo um
trabalho bonito, estão recuperando o Rio.
E as Olimpíadas?
Acho uma temeridade, mas tem um lado
bom, a cidade ganhou, vai ser a sede,
vamos esperar.
Você diz em quem vai votar?
Não.
Como você se vê daqui a dez anos?
Ah, não tenho a menor ideia. Não consigo
planejar minha vida, dez anos então.
Tenho uns projetos, coisas que nem devia
falar, possibilidades de caminhos. Penso
em montar Senhorita Julia (de Strindberg),
A Mão Na Luva, fazer repertório de peças
curtas. A cada dia que passa quero ser uma
pessoa mais simples.
MAKING OF
Havia opções de fotos mais alegres, uma delas quase pastelão, de
Nanini e eu gargalhando. Escolhi essa pela delicadeza da imagem e do
momento. Falávamos da vida, da dificuldade que temos de lidar com a
realidade. Conversamos por mais de duas horas no Galpão Gamboa,
lembramos de outras vezes em que nos encontramos: no apartamento
dele em São Paulo, e na casa onde ele mora, encarapitado no alto do
morro diante da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio, uma espécie de
chácara muito verde, cozinheira boa fazendo assado. Horas depois, fui
vê-lo na pré-estreia da sua peça Pterodátilos no Teatro das Artes, na
Gávea. Ele se despediu de mim doce como sempre, ainda no palco.
Então não aguento, tenho de me gabar que já dividi de verdade o palco
com Marco Nanini: em outubro de 2005 tive o privilégio de ser
escolhida para entregar a ele um prêmio, Bom do Brasil, no Espaço
Promon, em São Paulo. Naquela noite, éramos só sorrisos.
FIM DE PAPO
Fantasia
FOTO ARQUIVO PESSOAL
Aos seis anos, Marco Nanini de caipira já antevia, bidu,
que a vida real não teria a mesma graça. Ele nasceu
em Recife, mas rodou cidades desde cedo. Seu pai era
maître do glamouroso hotel Amazonas, em Manaus,
e Nanini, encantado, via passar os grã-finos com suas
joias, sua irrealidade e suas risadas desinibidas.
O pai era duro de verdade: se o pequeno Marco comesse
com os talheres errados ou botasse os cotovelos na mesa,
era obrigado a parar de jantar e ir para o quarto. “Minha
mãe era mais suave, mais amorosa.”
Os Nanini mudariam para o Rio em 1958. O pai só
permitiu que ele trabalhasse se também frequentasse
a missa.Incumbido de ler a epístola, Nanini fazia na
Igreja Santa Terezinha um curso de impostação vocal aos
sábados. Ali no mesmo espaço havia um grupo de teatro
infantil. Anos depois, a fama só o faria titubear uma vez:
na novela Feijão Maravilha (1979), quando contracenou
com Eliana Macedo, a rainha das chanchadas da
Atlântida. “Ela não entendeu nada, era uma senhora,
uma dona de casa, mas fiquei sem fala diante da minha
estrela favorita de menino.”
Download

empresas - Brasil Econômico