Pronta para viver. Terrenos a partir de 3 mil m2. s www.quintadabaroneza.com.br www.brasileconomico.com.br mobile.brasileconomico.com.br SEXTA-FEIRA E FIM DE SEMANA, 3, 4 E 5 DE SETEMBRO, 2010 | ANO 2 | Nº 260 | DIRETOR RICARDO GALUPPO | DIRETOR ADJUNTO COSTÁBILE NICOLETTA R$ 3,00 Antonio Milena Software A francesa Capgemini reforça atuação no Brasil ao adquirir 55% da CPM Braxis. ➥ P32 Saneamento Sabesp terá R$ 600 milhões do BID para investir na despoluição do Rio Tietê. ➥ P28 Eleições Roberto Freire, presidente do PPS, vê Lula próximo de posições adotadas pelo líder fascista Mussolini. ➥ P12 Empresa de Jorge Paulo Lemann pagará R$ 7 bi para ter o Burger King Rede americana poderá ser usada como canal de distribuição dos produtos da AB-Inbev A 3G Capital — dos sócios Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles — arrematou ontem a segunda maior cadeia de lanchonetes dos Estados Unidos (só perde para o McDonald’s). O trio brasileiro também tem participação acionária na AB-Inbev, a maior cervejaria do mundo, que há dois anos ficou dona da marca de bebidas Budweiser, outro ícone americano que, assim como o Burger King, apresentava resultados abaixo das expectativas dos acionistas. ➥ P22 Fernando Rabelo/Folhapress Petrobras reduz nacionalização do pré-sal e busca investidores Estatal, sob o comando de José Sérgio Gabrielli, muda critérios para atender fabricantes de equipamentos brasileiros, mas adia meta de 65% de conteúdo local para 2019. Mercado espera para hoje mais detalhes sobre ofertas de ações. ➥ P4 “Passo mal com a realidade”, confessa o ator Marco Nanini INDICADORES ▼ ▼ ▼ ▲ ▼ ■ ▼ ▲ ▲ ▲ ▲ ▲ Governo deixa Rede social R$ 25 bi de restos faz empréstimo a pagar por ano pela internet Polícia Federal arma-se para a Copa do Mundo União posterga, em média, cerca de 2% do Orçamento para o ano seguinte. Atualmente, a dívida total com repasses e pagamentos ao setor privado adiados chega a R$ 79 bilhões. ➥ P16 A Polícia Federal já investiu R$ 7 milhões em robôs antibomba, roupas antifragmentos e tendas que soltam espuma para garantir a segurança dos estádios durante o Mundial de 2014. ➥ P18 A Fairplace, rede social que une tomadores de crédito com pessoas dispostas a emprestar, somou operações de R$ 1 milhão em cinco meses. Atividade causa dúvidas quanto à regulação. ➥ P38 TAXAS DE CÂMBIO Dólar Ptax (R$/US$) Dólar comercial (R$/US$) Euro (R$/€) Euro (US$/€) Peso argentino (R$/$) JUROS Selic (a.a.) BOLSAS Bovespa - São Paulo Dow Jones - Nova York Nasdaq - Nova York S&P 500 - Nova York FTSE 100 - Londres Hang Seng - Hong Kong 2.9.2010 COMPRA 1,7359 1,7300 2,2246 1,2815 0,4396 META 10,75% VAR. % -0,39 0,49 1,06 0,91 0,09 1,19 VENDA 1,7367 1,7320 2,2258 1,2816 0,4401 EFETIVA 10,66% ÍNDICES 66.808,08 10.320,10 2.200,01 1.090,10 5.371,04 20.868,92 Tim distribui seguros junto com Assurant Operadora de telefonia celular vai oferecer apólices de perda e roubo, garantia estendida e quebra acidental aos 44 milhões de clientes. ➥ P38 2 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e3fim de de setembro, semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 NESTA EDIÇÃO Kevin Lamarque/Reuters Em alta A elite do vinho brinda em São Paulo Primum Familiae Vini, que reúne 11 das principais vinícolas familiares do planeta, promove jantar de degustação de gala, em novembro, no Jockey Club paulistano. ➥ P20 Mario Ângelo/AE Topema espera alta de 20% na receita Fornalha que não produz fumaça, fritadeira que filtra o óleo e biodigestor que transforma lixo orgânico em adubo são os novos produtos da fabricante de cozinhas industriais. ➥ P25 ICTS incorpora a filial da Protiviti Despoluição do Tietê terá US$ 600 milhões do BID O dinheiro será aplicado pela Sabesp na ampliação da rede de captação e tratamento de esgoto urbano na capital paulista, que corresponde à terceira etapa do projeto Tietê 3. Serão construídos 580 quilômetros de coletores-tronco e interceptores, 1.250 quilômetros de redes coletoras e cerca de 200 mil novas ligações domiciliares. Pelo contrato, que será assinado hoje, em Washington, por Rui Affonso, diretor econômico e de relações com os investidores, a Sabesp se compromete com uma contrapartida de US$ 200 milhões e mais US$ 255 milhões oriundos de outras fontes. ➥ P28 Sucessão na Petrobras já movimenta bolsa de apostas 3G Capital assume a rede Burger King Evandro Monteiro Operação foi fechada por R$ 5,69 bilhões e acontece dois anos após a compra da também americana Budweiser, por intermédio da Inbev, controladora da Ambev. ➥ P22 Roberto Freire adere ao “paulicentrismo” “Jorge Amado era baiano e foi eleito pelo PCB paulista. E o Fernando Henrique é do Rio”, diz o pernambucano, candidato a deputado federal por São Paulo. ➥ P12 “Receitagate” dá novo ritmo à campanha Em desvantagem nas pesquisas, tucanos exploram o assunto nos programas de TV e rádio, enquanto a candidata petista, Dilma Rousseff, evita entrar na polêmica. ➥ P14 Com maior poder de investimentos que qualquer ministério, a estatal, que ganhou respeito mundial ao aprimorar a tecnologia para exploração de petróleo em águas profundas, planeja investir US$ 224 bilhões até 2014. Dada sua importância, aumentam os comentários sobre quem substituirá o atual presidente, José Sérgio Gabrielli, na presidência empresa num eventual governo Dilma Rousseff. Os nomes mais lembrados são os de Maria da Graça Foster, atual diretora de Gás e Energia e funcionária de carreira da estatal, onde ingressou com 24 anos, e Paulo Roberto Costa, diretor de Abastecimento, que tem o apoio do PMDB. ➥ P6 “O avanço neste segmento mostra que ele tem toda condição de ser o carro-chefe não somente da divisão de serviços industriais, mas da receita da empresa como um todo”, entusiasma-se Ramon Vazquez, presidente, ao confirmar investimentos em torno de R$ 30 milhões anuais até 2013. Serão abertas duas novas unidades, uma delas no Rio Grande do Sul para atender a demanda por andaimes de acesso a obras em indústrias de grande porte atraídas pelo complexo do dique seco da Petrobras. A outra será em Pernambuco, para serviços na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca, região metropolitana do Recife. ➥ P26 Os bancos e os créditos de longo prazo ABr Luiz Carlos Trabuco Cappri, presidente do Bradesco, vincula o alongamento dos financiamentos pelas instituições privadas à menor demanda de recursos pelo Tesouro Nacional. ➥ P40 3Par é vendida por US$ 2,4 bilhões HP venceu a Dell na disputa pelo controle da empresa especializada em produtos de armazenamento de dados, importantes na chamada “computação em nuvem”. ➥ P33 Novas opções de seguro para celulares Tim firma parceria com a Assurant Solutions para vender seguros de roubo e furto, garantia estendida e quebra acidental do aparelho. Vivo também vai ampliar ofertas. ➥ P38 Divulgação Mills põe mais energia nos negócios de petróleo e gás Negócio confirma a tendência das consultorias e auditorias empresariais de menor porte de tentarem se fortalecer para enfrentar as gigantes e garantir novas fatias do mercado . ➥ P30 Polícia Federal se equipa para a Copa Actis estreia com R$ 100 milhões Foram investidos até agora R$ 7 milhões em equipamentos, incluindo robôs, roupas e viaturas especiais. A meta é ter uma unidade anti-bomba em cada uma das cidades-sede. ➥ P18 A gestora de private equity inglesa comprou participação na Companhia Sulamericana de Distribuição, dona dos supermercado São Francisco e Cidade Canção, de Maringá (PR). ➥ P45 Malabarismos em busca do superávit Corretoras incentivam diversificação Governo segura repasses e adia pagamentos ao setor privado. “É preciso por ordem nessa bagunça fiscal”, alerta o economista Celso Grisi, presidente do Instituto Fractal. ➥ P16 XP e Osmar Camargo ampliam portfólio oferecendo aos clientes aplicações em renda fixa e imobiliária, além dos tradicionais fundos de ações e multimercados. ➥ P46 Henrique Manreza A FRASE “Estava engarrafado não por excesso de carros, mas por falta de ruas” Marcos Oliveira, presidente da Ford Brasil, que chegou atrasado, ontem, para participar de um painel no Conarec 2010 e foi indagado pelo apresentador Ricardo Boechat se o atraso teria sido motivado por algum engarrafamento de trânsito na capital paulista. Sexta-feira, Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 35 de de setembro, setembro, 2010 2010 Brasil Econômico 3 EDITORIAL Murillo Constantino TÂNIA SASSIOTO, GERENTE DE INOVAÇÃO DA DIAGEO Dia de grandes negócios no meio corporativo No início do ano, as principais consultorias especializadas em assessorar fusões e aquisições no Brasil já previam que a quantidade de negócios no país em 2010 superaria o recorde de 2007. De fato, somente nos primeiros sete meses, de acordo com dados divulgados recentemente pela PricewaterhouseCoopers, foram 434 transações, o que representa um incremento de cerca de 35% na comparação com o mesmo período do ano passado. A julgar pela movimentação no mundo dos negócios neste início de setembro, os quatro últimos meses do ano não serão diferentes. Símbolo americano, a rede de fast food Burguer King acaba de ser adquirida por Jorge Paulo Lemann, Marcel Hermann Telles e Carlos Alberto de Veiga Sicupira, sócios da 3G Capital, os mesmos empresários que há dois anos adquiriram, através da Inbev, da qual são os principais acionistas, a cervejaria Anheuser-Busch, da Budweiser. A aquisição da segunda maior rede de fast food dos Estados Unidos, que fica atrás apenas do McDonald´s em tamanho, colocou o Brasil nas manchetes dos sites dos principais diários econômicos do mundo, em um negócio que chega pe R$ 7 bilhões, incluindo o passivo. Em sete meses, foram realizadas 434 transações, mais 35% em relação ao mesmo período de 2009 A multinacional de bebidas, que, há menos de um ano, adquiriu a marca Daiti da Sakura, lançará o Jun Daiti no Brasil, o primeiro saquê de seu portfólio. “O lançamento acompanha a expansão da culinária japonesa”, afirma Tânia Sassioto, gerente de inovação. ➥ P24 Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos Diretor-Presidente José Mascarenhas Diretor-Vice-Presidente Ronaldo Carneiro Diretores Executivos Alexandre Freeland e Ricardo Galuppo [email protected] BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A. Redação, Administração e Publicidade Avenida das Nações Unidas, 11.633 - 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP), Tel. (11) 3320-2000. Fax (11) 3320-2158 Diretor de Redação Ricardo Galuppo Diretor Adjunto Costábile Nicoletta mone Cavalcanti, Sílvio Ribas Rio de Janeiro Daniel Haidar, Ricardo Rego Monteiro Editores Executivos Arnaldo Comin, Fred Melo Paiva, Gabriel de Sales, Jiane Carvalho, Thaís Costa Produção Editorial Clara Ywata Editores Fabiana Parajara e Rita Karam (Empresas), Carla Jimenez (Brasil), Cristina Ramalho (Outlook e FS), Laura Knapp (Destaque), Marcel Salim (On-line), Márcia Pinheiro (Finanças) Subeditores Marcelo Cabral (Brasil), Estela Silva, Isabelle Moreira Lima (Empresas), Luciano Feltrin (Finanças), Maeli Prado (Projetos Especiais), Phydia de Athayde (Outlook e FS) Repórteres Amanda Vidigal, Ana Paula Machado, Ana Paula Ribeiro, Bárbara Ladeia, Carlos Eduardo Valim, Carolina Alves, Carolina Pereira, Cintia Esteves, Claudia Bredarioli, Conrado Mazzoni, Daniela Paiva, Denise Barra, Domingos Zaparolli, Dubes Sônego, Elaine Cotta, Fabiana Monte, Fábio Suzuki, Felipe Peroni, Françoise Terzian, Gabriel Penna, João Paulo Freitas, Juliana Elias, Karen Busic, Luiz Henrique Ligabue, Luiz Silveira, Lurdete Ertel, Maria Luiza Filgueiras, Mariana Celle, Mariana Segala, Marina Gomara, Martha S. J. França, Michele Loureiro, Micheli Rueda, Natália Flach, Natália Mazzoni, Nivaldo Souza, Paulo Justus, Pedro Venceslau, Priscila Machado, Regiane de Oliveira, Ruy Barata Neto, Thais Folego, Vanessa Correia Brasília Si- Arte Pena Placeres (Diretor), Betto Vaz (Editor), Cassiano de O. Araujo, Evandro Moura, Letícia Alves, Maicon Silva, Paulo Argento, Renata Rodrigues, Renato B. Gaspar, Tania Aquino, (Paginadores) Infografia Alex Silva (Chefe), Anderson Cattai, Monica Sobral Fotografia Antonio Milena (Editor), Marcela Beltrão (Subeditora), Evandro Monteiro, Henrique Manreza, Murillo Constantino, Rafael Neddermeyer (Fotógrafos), Angélica Breseghello Bueno, Carlos Henrique, Fabiana Nogueira, Thais Moreira (Pesquisa) Webdesigner Rodrigo Alves Tratamento de imagem Henrique Peixoto, Luiz Carlos Costa Secretaria/Produção Shizuka Matsuno Um negócio bem menor em valores e impacto, mas igualmente sintomático do momento propício à consolidação em diversos setores do mercado interno, é o da compra da empresa de serviços de software CPM Braxis pela francesa Capgemini. Interessada no mercado brasileiro, cada vez mais promissor, a consultoria pagou R$ 517 milhões para ter 55% do capital da brasileira e, assim, marcar presença no país. Outro exemplo dessa movimentação intensa é o da ICTS, especializada em gestão e prevenção de riscos de negócios, que também ontem informou que adquiriu o braço brasileiro da Protiviti. A nova empresa faturará R$ 30 milhões anuais, e deve triplicar de tamanho nos próximos anos. Por fim, a Rede D´Or, do Rio, adquiriu o controle acionário do Hospital São Luiz. O interesse nesse segmento não é por acaso: o São Luiz faturou no ano passado R$ 680 milhões, 19,2% a mais do que 2009. ■ (Coordenadores), Daiana Silva Faganelli (Analista), Renato Frioli (Gerente Mercados), Solange Santos (Assistente Executiva) Publicidade Legal Marco Panza (Diretor de Publicidade Legal e Financeira), Marco Aleixo , Carlos Flores, Ana Alves e Adriana Araújo (Executivos de Negócios), Alcione Santos (Assistente Comercial) Departamento de Marketing Evanise Santos (Diretora de Marketing Institucional), Simone Botto (Diretora de Marketing de Produtos), Carlos Madio e Rodrigo Louro (Gerentes de Marketing), Alexandre Costa, Giselle Leme e Roberta Baraúna (Coordenadores de Marketing). Operações Cristiane Perin (Diretora) Departamento Comercial Paulo Fraga (Diretor Executivo Comercial), Mauricio Toni (Diretor Comercial), Júlio César Ferreira (Diretor de Publicidade), Ana Carolina Corrêa, Valéria Guerra, Valquiria Rezende, Wilson Haddad (Gerentes Executivos), Paulo Fonseca (Gerente Comercial), Alisson Castro, Celeste Viveiros, Edson Ramão e Vinícius Rabello (Executivos de Negócios), Andréia Luiz (Assistente Comercial) Projetos Especiais Heitor Pontes (Diretor Executivo), Márcia Abreu (Gerente), João Felippe Macerou Barbosa e Samara Ramos Departamento de Mercado Leitor Flávio Cordeiro (Diretor), Nancy Socegan Geraldi (Assistente Diretoria), Alexandre Rodrigues (Gerente de Processos), Denes Miranda (Coordenador de Planejamento) Central de Assinantes e Venda de Assinaturas Janete Russowsky (Gerente de Assinaturas), Vanessa Rezende (Supervisão de Atendimento), Conceição Alves (Supervisão) São Paulo e demais localidades 0800 021 0118 Rio de Janeiro (Capital) (21) 3878-9100 De segunda a sexta-feira - das 6h30 às 18h30. Sábados, domingos e feriados - das 7h às 14h. [email protected] Central de Atendimento ao Jornaleiro (11) 3320-2112 Jornalista Responsável Ricardo Galuppo TABELA DE PREÇOS Assinatura Nacional Semestral Anual Trimestral R$ 147,50 R$ 288,00 R$ 548,00 Condições especiais para pacotes e projetos corporativos (circulação de segunda a sexta, exceto nos feriados nacionais) Impressão: Editora O Dia S.A. (RJ) Oceano Ind. Gráfica e Editora Ltda. (SP/MG/PR/RJ) FCâmara Gráfica e Editora Ltda. (DF/GO) RBS - Zero Hora Editora Jornalística S.A. (RS/SC) 4 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e3fim de de setembro, semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 DESTAQUE PETRÓLEO Indústria nacional só terá 65% do pré-sal em 2019 Para atender os fabricantes, estatal muda regras para definir o índice de conteúdo local, mas critério adia meta de nacionalização Ricardo Rego Monteiro, do Rio [email protected] A Petrobras só deverá alcançar a meta de 65% de equipamentos e tecnologia fornecidas por empresas nacionais nas áreas do pré-sal incluídas na cessão onerosa à União a partir de 2019, quando haverá oferta adicional de plataformas e sondas no mercado brasileiro. O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, revelou ontem que, entre 2015 e 2018, os percentuais do chamado conteúdo local deverão variar de 55% a 58%, abaixo da proporção dos projetos em curso nos campos de águas profundas da Bacia de Campos. Embora contrarie o pleito dos fornecedores nacionais do setor, que reivindicavam a manutenção das atuais proporções de conteúdo local, a decisão vem acompanhada de outra mudança na metodologia de cálculo do indicador, solicitada pelas empresas reunidas na Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Para os projetos nas áreas da cessão onerosa, o conteúdo será calculado para cada item e subitem de equipamento utilizado em uma plataforma, por exemplo. Atualmente, a metodologia prevê o cômputo desses índices de forma global, o que, de acordo com a Abimaq, dá margem a uma maquiagem dos números. Somente o aço utilizado na fabricação dos cascos das plataformas já responde por quase 65% dos itens nacionalizados do empreendimento. Dessa forma, a maior parte dos equipamentos empregados na unidade pode ser adquirida no exterior. Gabrielli também confirmou que, nas áreas da cessão onerosa, o índice de conteúdo nacional mínimo na fase inicial de exploração dos projetos é de 37%. Para os empreendimentos que entrarem na fase de desenvolvimento da produção até 2016, a proporção mínima é de 55%; entre 2016 e 2018, aumenta para 58%. A partir de 2019, o indicador retorna aos 65% da média atual. “Nós temos processos licitatórios para contratação de O contrato de cessão onerosa com a União prevê um programa exploratório de quatro anos, prorrogável por mais dois sondas que, esperamos, já estejam adiantados até 2016”, justificou o presidente da Petrobras. “A partir daí, será possível ampliar nossos índices.” O executivo disse ainda que o contrato de cessão onerosa com a União prevê um programa exploratório de quatro anos, prorrogável por mais dois. Ontem, o ministro de Minas e Energia, Marcio Zimmermann, confirmou que o objetivo do governo é assiná-lo na próxima semana. Pelas regras do contrato, segundo Gabrielli, a Petrobras, em último caso, poderá ser ressarcida em dinheiro, pelo governo, se as áreas definidas para cessão apresentarem reservas abaixo dos 5 bilhões de barris estipulados para a capitalização. A primeira opção, ressaltou o executivo, será em petróleo. Da mesma maneira, se apresentarem reservas superiores ao patamar estipulado, a Petrobras terá que ressarcir a diferença ao governo, em petróleo. “Nos próximos dias, vamos começar a trabalhar em um plano para o desenvolvimento dessas áreas”, afirmou o presidente da Petrobras, ao ressaltar que a área batizada de Peroba, incluída na cessão onerosa, será usada apenas como contingência, caso as outras cinco apresentem menor quantidade de hidrocarbonetos. ■ DE OLHO NA BOLSA Mercado reage bem e ações sobem Um dia após a divulgação do preço do barril da cessão onerosa, as ações preferenciais (PN) reagiram bem à notícia e apresentaram valorização de 1,78%, cotados a R$ 27,51, enquanto o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuou 0,39%, aos 66.808 pontos. Analistas que acompanham a estatal petrolífera disseram que o anúncio trouxe alívio às ações, já que as diretrizes da operação praticamente confirmam que sairá dentro do prazo previsto. “A oferta da Petrobras deverá ocorrer dentro do prazo estimado pela estatal, reduzindo o risco de alavancagem líquida de curto prazo da empresa. Apesar deste efeito ser positivo, o sucesso da operação depende do esclarecimento de algumas dúvidas com relação à oferta”, afirmou Andrés Kikuchi, analista-chefe da Link Investimentos, em relatório. Desde a apresentação das propostas de mudanças no marco regulatório das atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural, em 31 de agosto do ano passado, as ações preferenciais da estatal petrolífera caíram 9,08% — até ontem. No mesmo período, a bolsa brasileira subiu 18,27%. Petrobras ou governo podem ser ressarcidos, um pelo outro, caso a reserva seja menor ou maior do que o previsto Sexta-feira, Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 35 de de setembro, setembro, 2010 2010 Brasil Econômico 5 LEIA MAIS Com orçamento mais vultoso que o de qualquer ministério, Petrobras já é alvo de disputa entre PT e PMDB. Entre tucanos, questão não entrou ainda em discussão. No primeiro semestre, foram feitas 420 operações de fusões e aquisições, no total de US$ 135 bilhões. A maioria foi de empresas emergentes do Brasil, Índia e China. Novo governo precisará lidar, no âmbito do petróleo, com a definição do marco regulatório do pré-sal, de quem paga a conta e como a iniciativa privada participará. Murillo Constantino Oferta de ações pode sair em até 5 dias Estatal será a primeira a se beneficiar de regra que reduz tempo de análise pela CVM Vanessa Correia [email protected] Se a capitalização da Petrobras demorou mais de um ano para sair do papel, a oferta global de ações de estatal poderá ser aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em apenas cinco dias úteis. A companhia poderá se beneficiar do status de Emissor com Grande Exposição ao Mercado (EGEM), categoria criada pela autarquia quando da divulgação da Instrução nº 482, em março deste ano. Por ter ações negociadas em bolsa há mais de três anos, cumprir com as obrigações periódicas nos últimos 12 meses e ter mais de R$ 5 bilhões de free float (valor de mercado das ações em circulação), a Petrobras irá declarar sua condição no pedido de registro da oferta pública, por meio de um documento assinado pelo diretor de relações com investidores (RI). A Petrobras será a primeira empresa a usar a nova regra de registro automático de oferta de ações. Em vigor desde 1º de agosto, a medida reduz os prazos legais para que as grandes empresas, que já têm papéis negociados em bolsa de valores, possam vender novas ações. Algumas pessoas chegaram a estranhar a coincidência da criação da categoria juntamente com o processo de capitalização da Petrobras. Mas a professora da Direito GV, Renata Prado, acredita na seriedade e competência do órgão regulador. “A CVM é um órgão sério, que vem trabalhando na proteção do mercado como um todo. Não acredito que tenha sido proposital”, afirma. De acordo com ela, quanto mais rápido a oferta sair do papel, menor será o impacto nas ações. “Até que a oferta ocorra, os papéis vão continuar oscilando. Então, pensando por esse lado, é melhor que essa operação saia o quando antes possível”, completa. Alguns chegaram a estranhar a coincidência da criação da categoria juntamente com o processo de capitalização da Petrobras Detalhes da operação Na noite de ontem, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e o diretor financeiro e de relações com investidores (RI), Almir Barbassa, disseram, durante teleconferência com analistas, que o road show para apresentar a operação de transferência de barris terá início na segunda-feira e passará por Europa, Estados Unidos, Ásia e Oriente Médio. A estatal petrolífera vai dividir sua diretoria em dois grupos: um liderado por Gabrielli e outro por Barbassa. As apresentações devem durar duas semanas. ■ Com AE PROCESSO CÉLERE ● Emissor com Grande Exposição ao Mercado (Egem) foi criado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em março deste ano. ● A companhia, que tem mais de R$ 5 bilhões de free float e negocia suas ações há mais de três anos, pode se beneficiar. ● Pelos trâmites convencionais, oferta de ações levaria até 20 dias úteis para receber autorização da CVM. ● Road show passará por Europa, Estados Unidos, Ásia e Oriente Médio. PETROBRAS lhões Valor de mercado, em R$ bilhões Dia em que a Petrobras anunciou o adiamento da oferta para setembro deste ano. Até então, a expectativa era de que a oferta saísse no primeiro semestre do ano 380 Início do processo Enquanto os detalhes da oferta global de ações não são conhecidos, os investidores se preparam para saber como devem agir. “Agora, os investidores terão de se debruçar sobre os números e digerir uma quantidade relevante de informações para tomar a decisão de entrar ou não na oferta. Acho que ninguém ainda mergulhou nos de- talhes. Faltou falar com quem vai pagar pela festa”, disse Wilber Colmerauer, sócio da consultoria Brazil Funding. Segundo o executivo, somente a partir da definição do preço é que a companhia poderá convidar os investidores para participar dos road shows e começar a explicar com mais detalhes a operação. “O processo será corrido”, ressaltou. 335 297 290 274 22/JUN 261 245 200 31/AGO 2009 1/OUT 3/NOV 1/DEZ 4/JAN 2010 1/FEV 1/MAR Fontes: Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico 1/ABR 3/MAI 1/JUN 1/JUL 2/AGO 2/SET 6 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e3fim de de setembro, semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 DESTAQUE PETRÓLEO Mais rica que ministérios, estatal é alvo de disputa Empresa aportará média de R$ 80 bilhões por ano de 2010 a 2014, segundo o plano estratégico. Valor supera orçamento para investimentos do governo federal em 2011 Ricardo Rego Monteiro e Juliana Rangel [email protected] Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva brincou, no ano passado, que o titular da Petrobras é que tinha que indicar o presidente da República, referia-se ao peso da empresa para o país. Com maior poder de investimentos que qualquer ministério, a companhia destinará às suas atividades US$ 224 bilhões até 2014 — ou uma média de R$ 80 bilhões por ano. A soma supera o orçamento individual de qualquer ministério do governo com custeio e investimentos. E também é maior que os recursos previstos para investimentos do governo federal no Orçamento Geral da União em 2011, de R$ 52 bilhões, excluindo as estatais. Além disso, a Petrobras tem poder político e econômico incomensurável. Ao longo de 2009, pagou R$ 14,2 bilhões em impostos e R$ 6,7 bilhões em royalties. O complexo petroquímico de Itaboraí (Comperj), por exemplo, terá investimentos superiores a US$ 20 bilhões, segundo especialistas, e poderá contratar, no pico de mobilização, cerca de 25 mil pessoas, ou 10% do número de habitantes do município. Em cidades como Macaé, as atividades petrolíferas chegam a ter um peso superior a 80% na economia. Num eventual novo governo petista, principais candidatos à presidência da empresa seriam Maria das Graças Foster, diretora de Gás e Energia, e Paulo Roberto Costa, de Abastecimento. Ministro Guido Mantega também é cogitado Dança das cadeiras Diante do poder da empresa, foi aberta a bolsa de apostas para saber quem substituirá o atual presidente José Sergio Gabrielli. Um cardeal petista revela que até o nome do atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, é aventado para o cargo, já que o atual presidente do BNDES, Luciano Coutinho, é cotado para assumir sua atual pasta. Mantega tem prestígio conquistado a fórceps nos últimos anos, e se aproximou dos assuntos da estatal nos últimos meses. Atual conselheiro da empresa, participa de discussões fundamentais, como a capitalização. Também pesa a favor do ministro o trânsito com a área econômica, no momento em que a Petrobras tem o maior plano de investimentos da história. Nos bastidores, a avaliação é de que o atual presidente da companhia, Sergio Gabrielli, teria uma relação já desgastada com a candidata do governo, Dilma Rousseff, mas poderia ficar na função em um primeiro momento. Filiado ao PT, ele poderá assumir algum cargo em um eventual governo de Jaques Wagner, também do PT, que lidera pesquisas de intenção de voto na Bahia. Entre outros nomes cotados, num eventual governo petista, está o de Maria das Graças Foster, atual diretora de Gás e Energia da estatal. Funcionária de carreira da Petrobras, onde ingressou aos 24 anos, Graça, como é conhecida, já foi braço direito da então ministra Dilma na pasta de Minas e Energia, como secretária de Petróleo e Gás, de 2003 a 2005. Depois, foi indicada pela atual candidata para presidir a BR Distribuidora, onde teve como principal bandeira desenvolver o mercado de biocombustível. Em 2007, também por indicação da então ministra da Casa Civil, Graça ocupou a diretoria de Gás e Energia da Petrobras em lugar de Ildo Sauer, que tornou-se desafeto da ministra em função de divergências sobre a necessidade de priorizar o fornecimento às térmicas, para a prevenção contra apagões. Mas, por motivos diversos, Graça enfrenta resistência in- terna. De temperamento forte, a executiva é conhecida por não ter feito política de aproximação com funcionários e nem com fornecedores. A política de preços do gás natural da Petrobras levou associações representativas na indústria a ameaçar de processo a companhia em órgãos de defesa da concorrência. Outro nome visto como natural e que teria o apoio do PMDB seria o do diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa. O executivo tem credenciais que combinam apoio político-partidário a uma longa carreira na companhia. Recentemente, usou sua habilidade para se articular com setores do PT. Com um detalhe: sua nomeação, em 2004, recebeu a chancela do PP. Contra ele pesa o desconforto do próprio Gabrielli, que questiona o excesso de sua autonomia. Como diretor, Costa tomou decisões interpretadas como atos de afirmação política. ■ Graça Foster: preferida de Dilma para ocupar o cargo, ela não teria simpatia de funcionários e fornecedores O PANORAMA DA EMPRESA ● Gabrielli, desgastado com Dilma, poderia assumir algum cargo no governo da Bahia. ● A favor de Mantega pesaria o trânsito na área econômica. Ele é conselheiro da empresa e participou da discussão sobre a capitalização. ● Maria das Graças Foster foi braço direito de Dilma nas Minas e Energia, e seria o nome visto como o mais forte na preferência da candidata petista. ● Paulo Roberto Costa tem trânsito no PMDB e apoio do PP. Ele é diretor de abastecimento da companhia. GALERIA DE PRESIDENTES POTÊNCIA SUPRAMINISTERIAL Ag Petrobras Arquivo/AE Investimento da Petrobras ultrapassa o de qualquer ministério INVESTIMENTO TOTAL, EM US$ BILHÕES RECEITA BRUTA, EM US$ BILHÕES 30,00 LUCRO, EM US$ BILHÕES 300 35 250 30 17,50 200 25 11,25 150 24,35 23,75 5,00 6,01 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009* 131,99 169,73 100 20 17,80 20,85 15 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009* *Até 30 de setembro com crescimento de 21,4% sobre igual período de 2009 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Gal. Juracy Magalhães (1954) Primeiro à frente da estatal, criada no final de 1953, cunhou a frase “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”. Militar, foi também presidente da Vale e ministro. Gal. Ernesto Geisel (1969-73) Capitaneou a empresa sob o governo Médici, deixando o posto para se candidatar à Presidência pela Arena, cargo que assumiu em 1974. Investiu principalmente na exploração marítima. Sexta-feira, Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 35 de de setembro, setembro, 2010 2010 Brasil Econômico 7 Ag. Petrobras Paulo Roberto Costa: diretor seria visto como “muito independente” pelo atual presidente da empresa Discussão passa longe do PSDB Objetivo do PT ao acelerar indicações é conter o apetite dos partidos aliados por cargos Patricia Santos Enquanto os petistas já discutem a substituição de José Sergio Gabrielli na presidência da Petrobras, os tucanos ainda estão longe de uma mobilização sobre o tema. Segundo um técnico que presta assessoria ao candidato José Serra, do PSDB, o partido está mais preocupado em ganhar votos na reta final da campanha e garantir um lugar no segundo turno. “O Serra ainda não está pensando nisso. É o tipo de decisão que só vai ser tomada depois que ele for eleito”, diz. Entre os poucos nomes citados por pessoas do mercado está o de David Zylbersztajn, que está ajudando na campanha de Serra com colaborações sobre o setor energético. Zylbersztajn, que tem uma consultoria, já foi diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo e Gás (ANP), no governo de Fernando Henrique Cardoso. Antes, foi secretário de Energia de São Paulo, na gestão de Mário Covas. Outro nome mencionado é o do diretor-geral da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Elói Fernandez y Fernandez. Ele também foi diretor da ANP de 1998 a 2002, e já concorreu como candidato a deputado federal pelo PSDB. Um terceiro candidato seria o atual secretário de Desenvolvimento do Rio, Júlio Bueno. Apesar de estar no governo de Sergio Cabral Filho, do PMDB, da base aliada de Lula, Bueno teria afinidade com o PSDB, até mesmo pelo modelo de exploração de petróleo que defende, de concessões. Nas vésperas do anúncio do novo marco regulatório pelo governo, ele teria feito uma defesa do modelo para o presidente Lula, desagradando Dilma Rousseff. Apetites Patrícia Santos/Folhapress Hélio Beltrão (1985-86) Ficou conhecido por encabeçar o Ministério da Desburocratização, criado no governo de João Figueiredo. Foi também ministro do Planejamento (67 a 69) e da Previdência (82 a 83). R. Donask Ozires Silva (1986-88) Ajudou a criar a Embraer em 1970 e a presidiu até 1986, quando seguiu para a Petrobras. Mas foi na aviação que fez carreira: voltou à Embraer em 1991 e de 2000 a 2003 liderou a Varig. Epitácio Pessoa/AE Francisco Gros (2002-03) Último presidente da Petrobras do governo Fernando Henrique Cardoso. Vinha da presidência do BNDES (2001-02) e de duas passagens à frente do Banco Central, em 1987 e de 1991 a 1992. Numa eventual vitória de Dilma, um graduado interlocutor do presidente Lula e da ex-ministra diz que a movimentação do PT tem a ver com o apetite do PMDB para ocupar a Petrobras e postos-chave do governo. A escolha, diz ele, só ocorrerá depois da eleição majoritária, quando estará definido não só quem presidirá o Brasil, mas principalmente as configurações partidárias no Congresso. “O apetite do PMDB e a moral para reivindicar cargos serão proporcionais ao tamanho das bancadas dos partidos da base aliada”, avalia. “A melhor maneira de reduzir o poder de barganha do Serra estaria mais preocupado em garantir vaga no segundo turno, diz assessor. Mas mercado já especula sobre indicados dos tucanos PMDB é fazer uma bancada tão grande quanto a deles. Se o PT fizer isso, a conversa com o PMDB se dará em outro nível, afirma.” Por isso mesmo, o PT pretende formar uma bancada, na Câmara, de 90 a 100 deputados, capaz de assegurar a condição de segundo maior partido da casa. No Senado, as perspectivas são de elevar a bancada dos atuais 11 para 15 parlamentares. Além de senadores em segundo mandato, como Delcidio Amaral (MS), a bancada petista deverá receber o reforço de nomes como o da ex-prefeita Marta Suplicy (SP) e de Jorge Viana, ex-governador do Acre. Esse interlocutor acha que Dilma optará por nomes com perfil mais técnico que político para a Petrobras. ■ J.R. e R.R.M. 8 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e3fim de de setembro, semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 DESTAQUE PETRÓLEO Fusões e aquisições envolvem US$ 135 bi no primeiro semestre Foram feitas 420 operações no mundo no período, puxadas principalmente por empresas de mercados emergentes Ricardo Rego Monteiro, do Rio [email protected] A busca dos emergentes por novas reservas de hidrocarbonetos, inclusive no pré-sal brasileiro, levou a indústria mundial do petróleo a protagonizar uma nova onda de fusões e aquisições, nos seis primeiros meses deste ano, que movimentou US$ 135 bilhões. Levantamento da consultoria americana Ernst & Young, ao qual o B RASIL E CONÔMICO teve acesso, identificou 420 operações desse tipo ao longo do primeiro semestre deste ano, apesar da piora do cenário econômico mundial, principalmente entre abril e junho. A título de comparação, no mesmo período de 2009, foram fechados 334 acordos de fusão e aquisição. Ao contrário do primeiro grande ciclo de associações do início da década, quando grandes petrolíferas como Exxon, Mobil e BP protagonizaram operações bilionárias que mudaram os rumos do setor, desta vez, o mercado internacional e o Brasil testemunham uma nova onda de negócios principalmente entre prestadores de serviços e fornecedores de máquinas e equipamentos. Sócio da Ernst & Young para a área, Luiz Cláudio Campos avalia que, além de envolver menor volume de recursos do que no início da década, os negócios são capitaneados por empresas emergentes, principalmente de China, Índia e Brasil. No primeiro semestre de 2009 foram fechados 334 acordos de fusão e aquisição dos atuais patamares de crescimento dos emergentes. A executiva observa que o interesse dos emergentes resiste até mesmo às condições desfavoráveis do mercado mundial. “As avaliações das transações continuarão a ser afetadas pela falta de liquidez nos mercados de financiamento e pela constante volatilidade dos acionários”, avalia. “Além disso, várias empresas petrolíferas estatais de países asiáticos permanecem interessadas em aquisições que lhes dão acesso a recursos estratégicos de desenvolvimento.” Dados confusos A nova onda de fusões está diagnosticada no relatório trimestral da consultoria, que detecta, ainda, uma mudança radical de tendência no setor petrolífero mundial. Se, no levantamento do primeiro trimestre, a consultoria previa um forte ciclo de investimentos, a reboque de uma alta dos preços do petróleo, no atual projeta a manutenção da cotação do barril no mercado internacional, entre US$ 70 e US$ 80. “O setor está passando por algumas incertezas no momento. Dados econômicos confusos, cortes nos gastos públicos, possíveis consequências do vazamento de petróleo no Golfo do México e a crise da dívida soberana na Europa são fatores que contribuem para uma perspectiva desfavorável em 2010”, avalia a executiva da Ernst & Young. ■ Valor reduzido Campos evita projetar um volume total de negócios no ano, mas prevê a manutenção do ritmo de associações entre fornecedores para os próximos seis meses. Diferentemente do início da década, quando um forte ciclo de consolidação criou gigantes do setor petrolífero, como ExxonMobil, BPAmoco, ChevronTexaco, a atual fase inclui operações classificadas por Campos como “negócios de tíquete mais baixo”. Líder mundial da área de Petróleo e Gás da Ernst & Young, Dale Nijoka justifica o apetite dessas empresas como uma busca por matérias-primas que assegure a manutenção ASSOCIAÇÕES Mundo Como acontece também no Brasil, nova onda de negócios em petróleo ocorre em maior parte entre prestadores de serviços e fornecedores de máquinas e equipamentos. PLANEJAMENTO Ásia Estatais petrolíferas do continente querem fazer aquisições que lhes abram as portas a recursos estratégicos a seu desenvolvimento. Americanos da Fabricante de equipamentos é um dos exemplos do avanço estrangeiro nos serviços para a indústria do petróleo Em linha com a tendência global de busca de oportunidades nos países emergentes, a americana Tyco Flow Control, especializada em equipamentos e serviços para produção de petróleo, elegeu o Brasil como prioridade nos negócios. Disposta a investir até US$ 3 milhões no país, nos próximos 12 meses, a companhia — que até então sempre deu prioridade aos mercados americano e europeu — vai investir na ampliação das três fábricas que mantém no país, da subsidiária Tyco Thermal Controls, para ampliar a nacionalização dos produtos fornecidos ao Brasil. Diretor de Negócios Estratégicos da Tyco Flow Controls, Paul Thomas admite que, se tiver bons resultados, a empresa poderá partir para aquisições de companhias nacionais para au- Sexta-feira, Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 35 de de setembro, setembro, 2010 2010 Brasil Econômico 9 Murillo Constantino Companhias emergentes do Brasil, China e Índia são as novas vedetes da cadeia internacional de fornecedores para a indústria do petróleo Regra do pré-sal será desafio para novo presidente Será necessário definir novo marco regulatório, reforço da ANP e papel da iniciativa privada Se do ponto de vista político o futuro governo terá bastante dificuldade para evitar uma batalha fratricida pela ocupação da presidência da Petrobras, do ponto de vista técnico e regulatório também terá que empreender enorme esforço, se quiser potencializar os ganhos do petróleo para o país. Alguns dos principais especialistas do setor enumeram como prioridades não só a definição do novo marco regulatório do présal, como também o reforço da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a criação de uma política de conteúdo nacional que não seja protecionista. Diretor do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), Jean Paul Prates adverte para a necessidade urgente de se definir a fonte pagadora dos investimentos no présal. Justifica que, para isso, não basta capitalizar a Petrobras, apesar da relevância da empresa para a estratégia do governo, mas tornar claro qual o papel dos investidores privados no futuro . “É preciso saber quem vai pagar a conta do pré-sal, o que vai depender necessariamente das definições quanto ao novo marco regulatório”, avalia. “É preciso saber não só como será feita essa regulação, como também quais os limites para a presença do setor privado no pré-sal.” Na mesma linha, o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), lembra que a necessidade de recursos aumenta de forma proporcional às demandas ambientais do setor. O acidente da BP no Golfo do México já afeta os custos de produção de petróleo em todo o mundo, com a ampliação dos gastos com segurança e meio ambiente, o chamado “ É preciso saber quem vai pagar a conta do pré-sal, o que vai depender necessariamente das definições quanto ao novo marco regulatório Jean Paul Prates, diretor do Cerne SMS. Para Pires, a complexidade tecnológica da exploração em águas ultraprofundas, como no caso do pré-sal, aumenta os riscos ao meio ambiente. “A forma como o futuro presidente vier a enfrentar tais desafios determinará se o petróleo, para o Brasil, representará uma maldição ou uma dádiva, traduzida por um novo ciclo de desenvolvimento econômico”, afirma Pires, que se revela cético, no entanto, quanto aos riscos de uma gestão politizada, no setor, caso se confirme a vitória da candidata do PT, Dilma Rousseff nas eleições. “O desfecho da capitalização da Petrobras é o retrato de uma gestão políticoideológica do setor.” ■ R.R.M. Tyco Flow reforçam serviços no país mentar sua capacidade. Ele afirma ainda que, embora a decisão de investir no Brasil tenha sido tomada com base principalmente nos bons indicadores econômicas do país, o descobrimento dos campos do pré-sal também pesou nos planos. Na última semana, Thomas compôs uma delegação de executivos da matriz britânica da Tyco, que promoveu uma demonstração técnica dos produtos e serviços da empresa para clientes e potenciais parceiros Companhia pretende investir US$ 3 milhões nos próximos 12 meses no Brasil e não descarta a aquisição de fornecedores nacionais no país – entre os quais a Petrobras. A empresa desenvolveu uma tecnologia, batizada de Flow Assurance, para aumentar a produtividade de campos maduros, com menor produtividade. Por meio dessa tecnologia, a empresa consegue extrair maior quantidade de óleo pesado dos poços, com o aquecimento da temperatura do reservatório. Utilizada há mais de 20 anos, a técnica não só elimina o tempo de inatividade, como também prolonga a vida útil do poço. Usando cabos eletrotérmicos inseridos no reservatório, o sistema fornece uma fonte constante de calor e mantém o óleo em alta temperatura (204ºC). Com o sistema, a empresa facilita a extração do óleo, ao reduzir a viscosidade do produto. “O Brasil é um país com uma grande quantidade de petróleo pesado, com característica de alto teor de enxofre”, explica o vicepresidente de Marketing da Tyco, Jim Beres, que também participou da comitiva. “Há pelo menos alguns anos decidimos direcionar nossos investimentos prioritariamente para os mercados emergentes, que têm apresentado melhor desempenho do que aqueles mais amadurecidos, como os da Europa e os Estados Unidos”, esclarece Beres. “O Brasil foi um dos últimos desses emergentes a receber esses investimentos, mas agora certamente ocupa uma posição de destaque no topo do ranking de prioridades da empresa.” ■ R.R.M. 10 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e3fim de de setembro, semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 OPINIÃO Marcel Domingos Solimeo Júlio Gomes de Almeida Saumíneo da Silva Nascimento Economista-chefe e superintendente institucional da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) Professor do Instituto de Economia da Unicamp Economista e presidente do Banco do Estado de Sergipe S/A (Banese) Crédito e inadimplência Pior do que parece O peso da informalidade A forte expansão do crédito antes e depois da crise, com ligeira desaceleração no último trimestre de 2009 e primeiro deste ano, tem despertado em muitos analistas o temor de que a inadimplência possa aumentar de forma significativa, comprometendo o crescimento da economia. É evidente que não se pode esperar que o crédito possa crescer indefinidamente, a uma taxa superior à do incremento da renda. Mas há razões que explicam porque não ocorreu aumento da inadimplência, apesar do descompasso entre o crescimento da renda e do crédito. A primeira delas é que o volume de crédito passou a ser distribuído para um número maior de pessoas, que, graças ao aumento da renda, passaram a ter acesso a ele. Cerca de 30 milhões de novos consumidores de baixa renda, com endividamento muito baixo, foram incorporados ao mercado de crédito. Deve-se destacar, também, que a maior expansão do crédito para as pessoas físicas vem se verificando em linhas com algum tipo de garantia e, portanto, com menor risco de inadimplência. O crédito para veículos respondeu em julho por 31,5% do total, o consignado por 23,3% e o imobiliário por 21,5%. Apenas 23,8% do crédito aos consumidores era sem garantia. No estudo elaborado pelo Instituto de Economia da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), é demonstrado que o grau de endividamento das famílias em relação à renda passou da casa dos 29% em janeiro de 2008 para 36% em junho de 2010. O mesmo levantamento calcula o comprometimento da renda familiar com prestações em torno de 18%, bastante próximo da estimativa obtida a partir da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), que foi de 17,4%. Esses dados parecem indicar ainda haver espaço para o crescimento do endividamento das famílias. O resultado da produção da indústria para julho anunciado ontem pelo IBGE foi considerado frustrante por analistas, que esperavam uma recuperação mais pujante após três meses seguidos em que o setor acumulou perdas. Com efeito, o índice de aumento foi baixo, apenas 0,4% com relação a junho com ajuste sazonal. Mas não se deu a devida importância para outro fato revelado pelo mesmo levantamento: se for devidamente analisada, a “recuperação” em si já modesta da indústria revela fraquezas adicionais, frustrando ainda mais o resultado e tornando mais incerta a concretização de certas projeções para o segundo semestre de retorno de um cenário de elevado crescimento industrial, como o que prevaleceu no primeiro trimestre de 2010. Recentemente, alguns dados da economia subterrânea no Brasil foram apresentados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), revelando que a economia informal representa 18,3% do Produto Interno Bruto, valor idêntico ao PIB da Argentina, ou algo próximo de R$ 578,4 bilhões. A economia subterrânea foi definida pelo estudo da Fundação Getulio Vargas como a produção de bens e serviços não reportada ao governo deliberadamente para: evadir impostos, evadir contribuições para a seguridade social e evadir o cumprimento de leis e regulamentações trabalhistas. Essa economia também evita custos decorrentes do cumprimento de normas aplicáveis na atividade. A taxanomia da economia subterrânea envolve atividades ilegais que possuem transações monetárias (como por exemplo comercialização de bens e produtos roubados, vendas de drogas, prostituição, jogo, contrabando e fraude) e transações não monetárias (os exemplos nesse caso são troca de drogas, bens roubados, contrabando, roubo para uso próprio e produção de drogas para consumo próprio). Mas as atividades legais também são objetos de desvio na economia subterrânea, como as de razão fiscal: são os casos de renda não declarada por conta própria e trabalhador informal e rendas e ativos de atividades legais não declarados. O cenário é bastante favorável para o crédito nos últimos meses do ano, o que deve determinar um bom desempenho para o varejo Outro ponto a ressaltar é o de que a principal causa da inadimplência, segundo pesquisas realizadas desde 2005 pelo SCPC, é o desemprego, que vem registrando seguidas quedas nos últimos meses. Com isso, os indicadores têm mostrado que a inadimplência das pessoas físicas está estável, apresentando apenas variações sazonais. Esses dados permitem traçar um cenário bastante favorável em termos de expansão do crédito e da inadimplência para os últimos meses deste ano, o que deve propiciar bom desempenho para o varejo. Com relação a 2011, é de esperar uma taxa mais moderada de expansão do crédito, em função do alargamento da base e, também, como reflexo das elevações da taxa de juros básica, a Selic, efetuadas pelo Banco Central, mas ainda com crescimento superior ao da massa salarial e da própria economia. Como a perspectiva em relação ao PIB é de crescimento, embora um pouco menor do que o deste ano, também o emprego deve continuar crescendo, assim como a massa salarial, o que permite esperar um ano relativamente tranquilo quanto à inadimplência, desde que não ocorra mudança abrupta na política monetária ou dos juros. ■ A alta da produção foi determinada de forma preponderante pelo setor mineral, e apenas marginalmente pela indústria de transformação Um primeiro ponto a ser assinalado é que o aumento da produção, de 0,4%, foi determinado de forma preponderante pelo desempenho do setor mineral — cuja evolução foi de 1% — e apenas marginalmente pela indústria de transformação — variação de 0,2%. Ocorre que é este último segmento, e não o primeiro, que se destaca na indústria, pelo elevado efeito de difusão de seu crescimento para benefício de ramos da própria indústria e para outros segmentos da economia. De outra parte, uma expansão puxada pelo segmento extrativo muito mais do que uma mesma variação cujo motor é a indústria de transformação pode ter natureza efêmera se, por exemplo, é motivada por passageiros estímulos originados de mercados muito voláteis como são, usualmente, os mercados internacionais de commodities. Outras fragilidades devem ser apontadas nessa incipiente retomada da indústria. Mesmo no âmbito da indústria de transformação, pode não ser sustentado um crescimento apoiado em alguns ramos onde a produção cresceu bastante em julho, mas após meses em que houve forte diminuição. São exemplos o setor de veículos (aumento de 3,6% em julho) e a indústria farmacêutica (alta de 4,6%). Nesse último caso, o crescimento de julho veio após quatro meses de recuo, em que a produção acumulou perda de 20%. Por outro lado, seguiu em queda pelo segundo mês consecutivo a trajetória de bens de capital (queda de 0,2%), indicando que as decisões de investir na economia foram refreadas pelos aumentos das taxas de juros que desde abril o Banco Central promoveu. Embora os últimos dados industriais ainda não permitam corroborar a tese de reaquecimento industrial, o cenário mais provável para os meses finais de 2010 continua sendo o de retomada da produção da indústria e de maior crescimento do PIB. Os determinantes da demanda interna, que prosseguem muito positivos, constituem o principal fundamento dessa otimista antecipação. De fato, a massa real de rendimentos mantém um ritmo intenso de expansão, a evolução do crédito continua concorrendo para ampliar o poder de compra da população e o investimento deverá reaquecer com a interrupção dos aumentos da taxa básica de juros. ■ Na economia subterrânea, os agentes estão interessados na redução de custos e em aumento de margens. É concorrência desleal Um ponto importante da pesquisa realizada pela Fundação Getulio Vargas é a revelação de que nos últimos seis meses a economia subterrânea só cresceu 1%. Além disso, alguns resultados do levantamento demonstram como se dá a movimentação dessa atividade. Uma forma de aumento da economia subterrânea ocorre com a redução do crescimento mundial, que como consequência afeta as exportações brasileiras; além disso, a corrupção é um componente que também amplia a economia subterrânea. Sobre a economia subterrânea no Brasil, destacase a atuação do Banco Central na prevenção dos ilícitos financeiros, no combate à lavagem de dinheiro e no combate ao financiamento do terrorismo. Atuando de forma conjunta com o Banco Central e outros órgãos, tem-se o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O Coaf tem como missão prevenir a utilização indevida dos setores econômicos legítimos para a lavagem de dinheiro. Para conhecer a economia subterrânea, o Coaf analisa os relatórios de inteligência financeira com dados das principais operações deflagradas pela Polícia Federal. A economia subterrânea é o que muitos conhecem como economia informal. Neste tipo de economia, os agentes estão interessados na redução dos custos de transação e resultam em aumento das margens de lucro. Isto implica em concorrência desleal. Portanto, é fundamental que a economia subterrânea seja combatida no Brasil. ■ Sexta-feira, 3 de setembro, 2010 Brasil Econômico 11 Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 5 Odd Andersen/AFP 3D impulsiona venda de TVs Cerca de 228 milhões. É esse o número de aparelhos de televisão que devem ser vendidos neste ano no mundo todo, segundo estimativa divulgada por conta da IFA, a maior feira de tecnologia e eletrônicos da Europa, que começa hoje na Alemanha. A grande impulsionadora desse mercado, além da recuperação da crise internacional, são as TVs 3D. Ontem, a Samsung já instalava em seu estande aparelhos como o da foto ao lado, com espessura de menos de um centímetro. AFP QUASE CHEGANDO O furacão Earl se intensificou ontem no Atlântico, com ventos de 230 quilômetros por hora, e se aproxima da costa leste dos EUA, como pode ser observado na imagem acima. O furacão deve passar perto de um grupo de ilhas na Carolina do Norte, e as autoridades já divulgaram alertas para a população, incluindo a do estado de Massachusetts. “Earl é um furacão de categoria quatro na escala Saffir-Simpson”, informou o Centro Nacional de Furacões (NHC), que tem sede em Miami. A escala vai até cinco e mede a força dos ventos. “Esperamos uma perda de força gradual, mas continuará sendo um furacão potente ao se aproximar da costa”, explicou o centro em um comunicado. ENTREVISTA RICARDO AMATTO Diretor da consultoria de recrutamento Fesa Mercado financeiro carece de profissionais [email protected] toria especiliazada em recrutamento de altos executivos), Ricardo Amatto, afirma que as instituições financeiras estão com maior dificuldade em encontrar candidatos. A maior relevância alcançada pelo Brasil no cenário internacional e a abertura do mercado de cartões atraem novas empresas para atuar no país, assim como a expansão das operações brasileiras. Com a demanda elevada, o diretor da Fesa (consul- Em qual segmento a dificuldade é maior? No de meio de pagamento. Às vezes é uma empresa maravilhosa lá fora, mas a companhia não encontra o profissional qualificado no Brasil, que conheça a realidade local. Consultoria vê falta de mão de obra para os altos cargos do setor no Brasil Ana Paula Ribeiro Divulgação “As corretoras brasileiras deixaram de investir em tecnologia. Há agora forte tendência de consolidação” E quais outros segmentos, dentro do setor financeiro, em que a procura por profissionais é grande? Nos bancos de investimento e corretora. Há muitas estrangeiras que querem atuar no país. Algumas corretoras locais sofreram muito no ano passado com a queda dos volumes na bolsa e também estão defasadas tecnologicamente, uma vez que deixaram de receber dinheiro após o processo de desmutualização da Bovespa. Elas deixaram de investir e agora há uma forte tendência de consolidação nesse mercado. E o caminho contrário, com brasileiros indo para o exterior, parou de acontecer? Ainda não. Isso porque há uma forte internacionalização das empresas brasileiras e alguns profissionais locais assumem as novas operações. Mas para ter sucesso em outro país é importante ter profssionais que conheçam o mercado local. ■ 12 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e3fim de de setembro, semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 BRASIL PERFIL ELEITORAL ROBERTO FREIRE Candidato a deputado federal Freire compara Lula a Mussolini Presidente do PPS, aliado de José Serra trocou Pernambuco por São Paulo em busca de votos no principal reduto tucano Pedro Venceslau [email protected] Depois de quatro anos sem mandato parlamentar, o presidente nacional do PPS, ELEIÇÕES Roberto Freire, decidiu tentar a vida política em outra praça. Deixou a Ilha do Retiro, no Recife, e mudou-se de santinhos e cuia para o bairro de Higienópolis, em São Paulo, onde mora com a esposa e a filha desde 2006. É de lá que ele sai todos os dias para garimpar os votos que precisa para voltar para a Câmara dos Deputados. Freire reconhece que a mudança pode gerar “um certo preconceito”, mas diz que considera natural um certo “paulicentrismo” na política. “Quem tem expressão em São Paulo tem expressão nacional. Jorge Amado era baiano, mas foi eleito deputado pelo PCB de São Paulo. E o Fernando Henrique é do Rio de Janeiro”. Em sua nova base, Freire não busca redutos, mas os votos de opinião de quem o vê como um dos mais aguerridos opositores do governo Lula. Se vencer, ele certamente ocupará a linha de frente de um eventual governo Serra ou será um dos mais destacados quadros da oposição a Dilma Rousseff (PT). Ex-senador por Pernambuco, Freire fez uma aposta segura: trocou o estado onde o lulismo pulsa com mais vigor pelo maior ninho tucano do Brasil. A mudança deixou o líder do PPS fisicamente mais próximo do comando da campanha de José Serra (PSDB), onde ocupa lugar estratégico. Entre os líderes dos partidos aliados, ele é de longe o mais influente. Freire tinha acabado de ler as manchetes do dia quando recebeu a reportagem do B RASIL E CONÔMICO em seu apartamento. Sua avaliação sobre os desdobramentos eleitorais do episódio da quebra do sigilo de Verônica Serra é cautelosa e prag- 2010 Para o principal dirigente do PPS, episódio da quebra de sigilo da filha de Serra não tem potencial para ‘virar o jogo’ da campanha eleitoral. “Não tem a carga emocional dos aloprados de 2006”, justifica mática. “Não acho que isso vai virar o jogo”, resume. Freire elogiou o discurso duro e emocional de Serra em um evento do dia anterior, mas ponderou. “Vou ser franco. Muitas pessoas analisam esse fato como combustível para a campanha, mas esse tema não tem a carga emocional dos aloprados em 2006, por exemplo. Não existe dessa vez uma fotografia do dinheiro na mesa. Sem a imagem, o efeito é menor”. Ainda assim, ele revela que o caso será usado na campanha de TV e observa: “Isso sem dúvida estimulou a militância e até o próprio candidato. Ele se sentiu agredido. A garra dele será maior agora”. Fascismo A palavra mais usada por tucanos e aliados na hora de repercutir o caso tem sido fascismo. Ex–comunista do PCB e convertido à social-democracia, Roberto Freire vai mais longe. Cita uma terminologia marxista para fazer um paralelo entre Lula e Benito Mussolini. “Mussolini era um líder de esquerda. Lula quer fazer o mesmo que ele: uma grande aliança entre o capital e o lumpesinato (termo que designa uma camada social carente de informação) . Ele também já falou em criar um grande partido único. Foi essa aliança que fundamentou o fascismo”. Freire vai adiante e cita outro exemplo dessa suposta aproximação. “A atitude de Lula nessa campanha, de agredir oposicionistas, como fez em Pernambuco com Marco Maciel Raul Jungmann, é fascista. Isso incentiva outras agressões. Quem garante que não haverá um atentado?”. Antes de encerrar a entrevista, Freire ainda faz uma rápida e ácida análise do desempenho da oposição nos últimos oitos anos. “A oposição foi tímida. O DEM e o PSDB só criticaram a questão ética (do governo Lula), mas nunca a econômica. Eles blindaram mais o (Antonio) Palocci que o (Pedro) Malan (exministro da Fazenda)”. ■ Ex-comunista convertido à social-democracia, Freire vê com naturalidade um certo “paulicentrismo” nas eleições SOCIAL-DEMOCRACIA Fusão entre PPS e PSDB pode dar início a um Independentemente do resultado das urnas, um debate político certamente será deflagrado no ano que vem: a fusão entre o PPS (Partido Popular Socialista) e o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira). O assunto já foi discutido internamente diversas vezes entre as duas legendas. As primeiras conversas ocorreram em 1994 “por iniciativa do PSDB”, como lembra Freire. “Setores do partido defendiam isso, mas a conversa não avançou porque o PPS resistiu”, conta. No ano passado, o projeto ressurgiu, mas dessa vez por iniciativa dos socialistas. “O PPS não rejeita a ideia de fusão, mas isso tem que partir do maior partido”. Ex-comunista do PCB, partido pelo qual disputou a Presidência Sexta-feira, Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 35de desetembro, setembro,2010 2010 Brasil Econômico 13 Divulgação Carga tributária teve redução em 2009 A carga tributária do país caiu em 2009 para 33,58% do Produto Interno Bruto (PIB), frente aos 34,41% apurados 2008, segundo a Receita Federal. É a primeira vez, desde 2006, que ocorre um recuo no indicador. De acordo com a Receita, a queda está ligada à influência da crise econômica global na arrecadação e também às medidas anticíclicas de natureza tributária adotadas ao longo do ano passado, que reduziram o fluxo de impostos e contribuições destinados ao governo. AGENDA DO DIA ● IBGE divulga o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre. ● Aneel faz leilão para construção de cinco novas linhas de transmissão em RN, BA e CE. ● Banco Espírito Santo de Investimento promove debate sobre a economia na era pós-Lula. Antonio Milena O TEMPO PASSA, O TEMPO VOA Fotos: arquivo pessoal No Recife, Roberto Freire faz campanha para a vaga de deputado federal pelo MDB, em 1978 Vencedor, foi o único parlamentar a subir à tribuna da Câmara para contestar a “eleição” de governadores e senadores biônicos Em 1989, disputou a Presidência pelo PCB. Enfrentou figuras como Mário Covas, Lula, Leonel Brizola e Fernando Collor realinhamento político na era pós-Lula contra Lula, Collor e Brizola em 1989, Freire foi o principal responsável pela transformação da legenda em social-democrata. A mudança definitiva aconteceu em 1992, quando o PCB organizou um grande congresso e mudou de nome para PPS. Uma facção da legenda resistiu e “refundou” o PCB, hoje um partido nanico. A inspiração foi o colapso do socialismo na Europa e a reformulação programática e ideológica do então mais forte partido comunista da região, o PCI (Partido Comunista Italiano), que passou chamar-se PDS (Partido da Esquerda, na sigla em italiano). “Eu defendi em 1992 que o nome do nosso partido fosse PDE (Partido Democrático da Esquerda), mas fui voto vencido e o nome ficou PPS”, lembra Freire. Apesar de reconhecer que PSDB e PT bebem hoje na mesma fonte teórica, a social-democracia, ele rechaça a ideia de aproximação entre os dois partidos. “Haverá um realinhamento político no Brasil, mas não entre PT e PSDB. O que o Lula quer é criar um grande partido único. Isso é perigoso”, conclui. P.V. Ao lado do vereador tucano Floriano Pesaro, Freire em momento de descontração durante sua campanha atual, em São Paulo semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 14 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e 3fim dede setembro, BRASIL MOSAICO ELEITORAL Ricardo Stuckert-PR Quebra de sigilo dá novo foco à campanha CRISE? QUE CRISE? Tucanos exploram assunto na TV e petistas entram com ação contra adversários Sílvio Ribas, de Brasília [email protected] A maior e mais recente polêmica da corrida presidencial, envolvendo vazamenELEIÇÕES to de dados da Receita Federal, já se incorporou à campanha do candidato tucano José Serra. Pressionado pela oposição, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que não cogita exonerar o secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, em razão da quebra de sigilo de cinco contribuintes ligados ao PSDB, incluindo a filha de Serra, Verônica. Ao longo do dia, Serra voltou a criticar supostas manobras da Receita e do governo para evitar ou adiar a divulgação de esclarecimentos sobre o episódio. O comitê de campanha da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, acusada pela oposição de ser uma das responsáveis pela quebra de sigilo, manteve silêncio inicialmente. Mas depois, o PT anunciou que entrará com mais duas ações contra Serra envolvendo o caso. O secretário-geral do partido, deputado federal José Eduardo Cardozo (SP), informou que as ações visam condenar por crime eleitoral as declarações que vinculam o PT e a campanha. Mesmo argumento será usado para abrir ações criminais contra Serra e o senador Sérgio Guerra, presidente do PSDB. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, chamou de “golpe” o pedido de retirada registro da candidatura de Dilma. Serra, por sua vez, usou seu programa do horário eleitoral gratuito de TV para criticar duramente a quebra de sigilo fiscal da filha. Após se reunir em São Paulo com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, ele voltou à carga e disse a jornalistas que o governo e o PT estão “blindando Dilma” e “não ape- Polícia Federal fará devassa nos computadores usados na quebra de sigilo da Receita 2010 O presidente não passou recibo da crise em torno da quebra do sigilo de Verônica Serra. Em Foz do Iguaçu, sorriu ao participar da inauguração do Marco de Proteção de Crianças e Adolescentes da Tríplice Fronteira, um grande paredão pintado com grafite. Lula abraçou crianças, conversou com elas, e até cantou com a garotada, claro, o hino do Corinthians. MAIS NANICAS 1 nas nesse episódio”. A alegação de que a Receita busca “postergar a investigação” serviu de base ao pedido de abertura de ação feito pela coligação de Serra encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Polícia Federal obteve ontem da Justiça autorização para fazer devassa dos computadores usados na quebra de sigilo, numa agência de Mauá (SP). Orientada por Lula, Dilma passou a evitar entrar na polêmica para não render o assunto. O senador Francisco Dornelles (PPRJ) pediu a demissão de Cartaxo. E a presidenciável Marina Silva (PV) criticou a “omissão” de Mantega sobre o caso. ■ 2 3 Ação contra Dilma é arquivada pelo TSE Richa reclama do uso da máquina pública Agnelo supera Roriz no Distrito Federal O TSE arquivou ontem a ação em que a coligação liderada pelo PSDB pedia cassação do registro da candidatura de Dilma Rousseff à presidência. O pedido havia sido feito devido à violação dos sigilos de pessoas ligadas ao partido. As provas apresentadas na ação não demonstrariam que a quebra de sigilos tenha beneficiado a candidatura de Dilma. O candidato tucano ao governo do Paraná, Beto Richa, disse ontem que a campanha da presidenciável petista atuou com “uso da máquina administrativa, presidente em palanque oficial, infrações sucessivas e aparelhamento da máquina pública para os companheiros. “É por isso que falta dinheiro para investir em infraestrutura”, disse. Agnelo Queiroz (PT) está seis ponto à frente de Joaquin Roriz (PSC) na disputa pelo governo do DF. Pesquisa do Instituto CB Data, encomendada pelo jornal Correio Braziliense e divulgada ontem, mostrou o petista com 40% das intenções de voto, contra 34% de Joaquim Roriz (PSC). O ex-governador busca seu quinto mandato. Socióloga e especialista em pesquisas de opinião, Fátima Pacheco Jordão vê no cenário atual (permeado pela discussão em torno do vazamento de dados da filha de José Serra pela Receita Federal) um momento definidor dos rumos da campanha presidencial. Segundo ela, se o eleitor quiser saber mais sobre essa questão, poderá levar o pleito para o segundo turno. A socióloga considera, contudo, que, até 3 de outubro, quando os brasileiros irão às urnas, há tempo suficiente para que a campanha petista reverta a situação e a questão se dissolva. Tudo vai depender de como o eleitorado perceberá essa questão, avalia Fátima. BOCA DE URNA Luiz Prado/AE FÁTIMA PACHECO JORDÃO Socióloga e especialista em pesquisas de opinião Eleição pode ser levada para o segundo turno Como avalia a mudança no cenário da campanha que se dá com essa divulgação da quebra do sigilo fiscal de Verônica Serra? Essa é uma característica do processo eleitoral brasileiro. Não é a primeira vez que nos deparamos com denúncias que envolvem o propósito de trazer novas dinâmicas às campanhas eleitorais em diversos níveis de disputa. Em alguns casos isso funciona, trazendo alteração de rumo. Mas depende muito de Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 35 de de setembro, setembro, 2010 2010 Brasil Econômico 15 Sexta-feira, AE FUNDO DO BAÚ Há quatro anos, outro escândalo mudava o rumo das campanhas Em maio de 2006, a Polícia Federal deflagrou a operação Máfia dos Sanguessugas. Uma quadrilha organizada que pretendia desviar recursos destinados à compra de ambulâncias foi descoberta e desmantelada. Em meio às investigações, a PF chegou a outro caso que respingou nas eleições daquele ano: foram presos Juntos e misturados em flagrante integrantes do PT que estariam tentando comprar um dossiê com informações de candidatos tucanos. A foto do dinheiro envolvido circulou pela imprensa e afetou as eleições presidenciais. Embora Lula liderasse a pesquisa para reeleição, perdeu pontos com a exposição e a eleição foi para o segundo turno. O candidato do PSDB ao governo mineiro, Antonio Anastasia, está exibindo um novo cabo eleitoral em seu programa de TV: o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente licenciado do PDT. No vídeo, ele elogia Anastasia e fala das parcerias entre tucanos e o governo do presidente Lula. O caso é um exemplo típico do movimento “Dilmasia”. O PDT está coligado com Dilma Rousseff (PT) na eleição nacional em com o PSDB em Minas. O PSDB também está usando depoimentos do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, do PSB, que apóia o PT nacionalmente. 271.890 é o número de eleitores no estado de Roraima, registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Trata-se do menor número de eleitores do Brasil, que corresponde a 0,2% dos eleitores, seguido de Amapá (420 mil) e do estado do Acre (470 mil). “A acusação é genérica. O problema no Brasil é que qualquer um pode acusar alguém sem ter nenhuma prova” José Eduardo Dutra, presidente do PT. “Não perguntem quem é Francenildo Pereira. Francenildo são vocês. Somos nós” José Serra, candidato tucano à Presidência da República, em referência ao caseiro que teve seu sigilo quebrado pelo PT. “Exijo respeito com meu marido e minha filha” Monica Serra, mulher do presidenciável José Serra, sobre a quebra de sigilo de sua filha, Verônica. O Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal defendeu ontem o Fisco, dizendo que o órgão se preocupa com a “preservação das informações fiscais dos contribuintes, rastreando e identificando com precisão eventuais acessos indevidos”. A entidade respondeu ao episódio da quebra de sigilo da filha de José Serra (PSDB). O presidente do sindicato, Hélio Bernades, estuda entrar com uma ação de danos morais para compensar a servidora Lúcia de Fátima Milan, do posto da receita em Santo André, que recebeu o pedido de cópia de documento falsificado, feito em nome da filha de Serra. O caso dos precatórios do Pitta (ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, que enfrentou Luiza Erundina na eleição de 1996, por indicação de Paulo Maluf), por exemplo, que aconteceu no fim da campanha, só foi esclarecido com ele já cumprindo seu mandato e cujas informações foram todas confirmadas. Eu fazia a campanha da Erundina e via que, naquele 6 7 8 9 0 BRANCO CORRIGE CONFIRMA Tuma, Alencar, Heráclito e Quércia no hospital ● O hospital Sírio-Libanes, em São Paulo, reuniu esta semana uma inusitada frente política. Além de Orestes Quércia, candidato ao Senado pelo PMDB, estão internados lá o senador Heráclito Fortes, do DEM, com uma infecção na perna; o vice-presidente José Alencar, que monitora um câncer e, Romeu Tuma, candidato ao PTB ao Senado, que está na UTI com insuficiência cardíaca. Heráclito Fortes e José Alencar devem ter alta em breve. Marcela Beltrão Biodiversidade na pauta ● O Movimento Empresarial pela Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade, criado para promover painéis de discussão entre lideranças empresariais para a construção de uma agenda comum sobre o tema, deverá entregar até 22 de setembro uma carta ao governo e aos candidatos à presidência nas eleições, destinada a acompanhar a definição de um plano estratégico do país em relação à Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), marcada para outubro em Nagóia, no Japão. Manifesto verde momento, as pessoas não entendiam direito as informações que estavam sendo passadas. Já em 2006, o caso dos aloprados (veja acima) levou a eleição presidencial para o segundo turno e claramente mostrou que os eleitores queriam esclarecer algumas coisas. muitas vezes esse eleitor é desqualificado pelos marqueteiros e pela mídia. Como um exemplo de comunicação bem sucedida com o eleitor, destacaria a Campanha Vota Brasil, do TSE. Quando o eleitor é respeitado e não considerado com menosprezo, a comunicação flui. Que fatores interferem nessa percepção do eleitor? E como percebe a comunicação estabelecida até aqui pelas campanhas em torno desta questão? É imprescindível hoje pensar que o eleitor está cada vez mais informado. Nas campanhas que acompanhei na TV Cultura tive clareza que a visão do eleitor é muito positiva e farta. Só que 3 5 Dilma Rousseff, candidata petista à Presidência. Fotos: Divulgação Quais exemplos você destacaria nesse sentido? 2 4 “Em um processo democrático se pode até perder a eleição, mas não a dignidade. Não se pode sacar contra pessoas nem instituições” Fiscais da Receita reagem como o eleitor é comunicado disso tudo. É a percepção dele que vai definir como o processo vai se encaminhar. DIAS PARA O 1º TURNO DAS ELEIÇÕES 1 NANICAS VUVUZELA Wilson Dias/ABr FALTAM Neste caso, o eleitor tanto pode entender que a Dilma não tem nada a ver com isso como também pode achar que ela esteja escondendo alguma coisa. Se a questão for percebida dessa segunda maneira há grande chance de a eleição ser levada para o segundo turno. A oposição pode tomar graus mais duros, achando que isso derruba o mundo. Há que se observar como vão se manifestar as diferentes instâncias envolvidas na questão. Há tempo para a campanha petista reverter essa situação? Pelo período que ainda temos até o primeiro turno, há tempo suficiente para essa questão se dissolver ou ser esclarecida. Pode dar em nada. Cláudia Bredarioli ● De carona no assunto do dia, sobre a quebra de sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do presidenciável tucano, a candidata do PV à Presidência, Marina Silva, lançou ontem uma campanha na web para que internautas e demais segmentos da sociedade se manifestem contra o silêncio do ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Isso mostra a situação de descontrole a que chegamos na Receita Federal. É hora de o ministro quebrar o silêncio”, disse ela em vídeo postado em seu site e no seu blogue. A candidata ainda repetiu o assunto em entrevistas durante o dia. Editada por Carla Jimenez, Pedro Venceslau e Claudia Bredarioli, com Sílvio Ribas [email protected] semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 16 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e 3fim de de setembro, BRASIL Henrique Manreza MERCADO INTERNO INFLAÇÃO 2 Índice de otimismo do consumidor atinge maior nível de série histórica Custo de vida pelo IPC-S tem elevação em cinco de sete capitais pesquisadas O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) voltou a crescer e alcançou o patamar inédito de 119,3 pontos em agosto, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em relação a julho, o indicador que avalia o sentimento do consumidor aumentou 2,1%. Segundo a CNI, a pontuação foi a maior da série histórica iniciada em 2001, principalmente pela melhora das percepções sobre o desemprego e a inflação. Os preços na cidade de São Paulo voltaram a subir na quarta semana de agosto. O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) avançou 0,08% na capital paulista, após apresentar estabilidade no período anterior. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), em sete cidades pesquisadas, cinco apresentaram taxas maiores de variações de preços, entre a terceira e a quarta quadrissemana de agosto. Hospital em São Paulo: saúde é a área que apresenta o maior contingenciamento União deixa R$ 25 bi de restos a pagar Para atingir superávit primário, governo federal segura repasses aos gestores públicos e adia o pagamento de Carolina Alves [email protected] Além da estratégia contábil que o governo vem utilizando em prol do superávit primário, a União também tem postergado o pagamento de bens e serviços adquiridos do setor privado. Aparentemente é pouco: menos de 2% do orçamento. Mas, quando o valor é revelado, o imperceptível se torna um problema: cerca de R$ 25 bilhões por ano. Esse é, em média, o montante transferido para a conta de “restos a pagar” do governo federal somando-se os últimos três anos, de 2007 a 2009. No acumulado desse período, por exemplo, o saldo é equivalente a todos os repasses previstos em 2010 para programas voltados à saúde, trabalho e educação juntos: R$ 73 bilhões, segundo dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), do Tesouro Nacional. Toda a verba já empenhada do orçamento, que não foi gasta no ano vigente, fica reservada para o exercício seguinte. Isso acontece, por exemplo, quando a União destina um valor para a aquisição de bens ou serviços que não foram realizados naquele ano. Quando Divulgação Celso Grisi Economista “É preciso dar ordem a essa bagunça fiscal. O Estado não existe para servir ao governo: é inviável postergar gastos para atingir superávit” concretizados no próximo ano, o pagamento é efetuado. “O governo gasta demais e acaba tendo de fazer malabarismos contábeis para fechar a conta no azul, a exemplo da recente aquisição de crédito da União pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)”, avalia o economista Celso Grisi, diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Fractal. Isso explica, em partes, porque a conta de restos a pagar deste ano, no acumulado de janeiro a agosto, já está na casa dos R$ 57 bilhões - valor que representa 4% de uma dotação orçamentária de R$ 1,5 trilhão. Os setores mais prejudicados pelos contingenciamentos são os de Saúde e Transporte. No acumulado de janeiro a agosto, as áreas somam restos a pagar de R$ 7,3 bilhões e R$ 6,5 bilhões, respectivamente “Quando as contas fogem da Lei de Responsabilidade Fiscal, o pagamento de compras é adiado. É normal postergar, as empresas também fazem isso, mas R$ 20 bilhões por ano é muito”, complementa Grisi. Para o economista, as consequências dessa prática recaem sobre o crescimento. “É um dinheiro que poderia ser utiliza- Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 3 5 de setembro, 2010 Brasil Econômico 17 Sexta-feira, Evandro Monteiro CENÁRIO ECONÔMICO ELETRICIDADE Produção da indústria registra alta em metade das regiões do país Carga de energia no sistema elétrico nacional mostra crescimento de 8% A produção industrial regional subiu em sete das 14 regiões pesquisadas em julho pelo IBGE, na comparação com junho. Segundo o instituto, a maior expansão na atividade industrial foi registrada em Goiás (10,3%). Outros locais que também mostraram aumento foram Bahia (3,6%) e Rio Grande do Sul (3,3%). Já as maiores baixas aconteceram em no Paraná e em Santa Catarina, ambos com recuo de 2,9%. A carga de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) cresceu 8,1% em agosto deste ano ante igual intervalo do ano passado, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Na comparação entre o período de janeiro a agosto de 2010 e o mesmo intervalo de 2009, o crescimento verificado foi de 10%. Segundo o ONS, o crescimento está “associado ao comportamento de alta da produção industrial”. Antonio Milena ENTREVISTA ALEXANDRE MOTTA Economista e pesquisador da Unicamp ACUMULADO R$ 79 bi é o valor de restos a pagar acumulados até dezembro de 2009. O valor é acumulativo com todos anos anteriores, dos quais 2009 contribuiu com R$ 29 bi. DÍVIDA R$ 107,5 bi é quanto a União deixaria de restos a pagar para 2011 caso o exercício contábil terminasse hoje, levando-se em conta os gastos e pagamentos de 2010. PARCELA 2% do orçamento foi para a conta de restos a pagar nos últimos três anos. Em 2010, esta parcela já atinge 4%, valor que pode mudar ao longo do exercício. por ano bens e serviços ao setor privado do para investir, para promover desenvolvimento econômico e social”, ressalta. Qualidade Além do próprio adiamento dos pagamentos ao setor privado, outro fator que gera “restos a pagar” é o repasse tardio da União aos gestores públicos. “Para atingir a meta de superávit, o governo segura as dotações, que são largamente liberadas nos últimos meses do ano. Com isso, os ministérios têm pouco tempo para administrar os recursos e só conseguem gastar quando o exercício chega ao fim”, afir- ma o consultor de políticas públicas Rudá Ricci. A prática, porém, gera prejuízos que transcendem a matemática. “Para otimizar o tempo, os gestores acabam fazendo mais pregões eletrônicos - um processo que dura, em média, 15 dias. Dessa forma, saem comprando adoidados para garantir orçamento futuro - o que reduz muito a qualidade dos gastos”, analisa o economista Alexandre Ribeiro Motta, ex-subsecretário do Ministério do Planejamento. Se as pastas não utilizam a dotação que recebem da União, correm o risco de ter a verba reduzida no próximo exercício. ■ A cada R$ 1 gasto, R$ 0,25 é desperdício Para economista, país ainda adota modelo “corruptocêntrico de gestão” Divulgação Subsecretário do Ministério do Planejamento em 2004, Alexandre Motta utiliza sua experiência no cargo para analisar o modelo de gestão de compras públicas no Brasil. Em tese de mestrado da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ele compara o padrão nacional com o americano, que incorporou a experiência do setor privado na estrutura gerencial dos ministérios na década de 1990. “O governo brasileiro é muito primário na hora de gastar. A Lei de Responsabilidade Fiscal trouxe um modelo de gestão de recursos, mas até hoje não conseguimos criar um realmente eficiente”, avalia. Confira abaixo trechos da entrevista. O que torna o modelo de gestão brasileiro pouco eficiente? Enquanto o mercado já percebeu que a eficiência vem de planejamento e de gestão de contratos, o setor público continua a bater na tecla da escolha do fornecedor. Isso porque é um sistema “corruptocêntrico”, ou seja, cria leis em cima de leis para combater desvio de recursos. Mas não é daí que vem o grosso do gasto excessivo (e de baixa qualidade). Posso afirmar que a cada R$ 1 gasto pelo governo, R$ 0,25 é desperdício. Vem da má gestão de compras, principalmente. Falta treinamento e qualificação da equipe. E a corrupção? Há dois tipos de desperdício: o ativo, feito com o propósito de corrupção, e o passivo, que vem de incompetência. Na Itália, estudos indicam que 83% do desperdício do dinheiro público é passivo. Suponhamos, absurdamente, que o Brasil seja três vezes mais corrupto. Mesmo combatendo isso, ainda temos metade do problema. Sim, existe o desvio de recursos, mas não podemos deixar de lado o desperdício pela ineficiência. Ninguém elimina homicídio falando que isso é crime. Não é com legislação que se resolve a corrupção. Como melhorar o modelo? As empresas privadas de grande Alexandre Motta: governo é primário na hora de gastar “ O modelo americano estipula metas. Se você não atinge, não importa se é porque roubou ou é incompetente, você está na rua. Quando uma meta é criada, reduz-se o custo, eleva-se a receita e combate-se a corrupção. Três em um porte fazem um controle rígido de custos, pois, levando-se em conta o conceito básico de lucro, quanto menor a despesa, maior o ganho. Embora o objetivo do governo não seja o lucro, quanto menor o resultado, menor o investimento em bem-estar. A questão nem entra no mérito de reduzir despesas, mas de gastar melhor o dinheiro. O que o sistema americano tem a ensinar ao brasileiro? Nos EUA foi instituído por lei o cargo de Chief Aquisition Officer (CAO), uma pessoa responsável pela gestão de compras do governo, subordinada diretamente ao ministro. A posição, porém, não pode ser ocupada por um servidor de carreira, pois o objetivo é trazer alguém do setor privado para o público. Aqui no Brasil, o encarregado por compras tem um cargo de confiança - uma pessoa que geralmente não conhece gestão estratégica. Outra diferença fundamental é que o modelo americano estipula metas. Se você não atinge, não importa se é porque roubou ou é incompetente, você está na rua. Quando uma meta é criada, reduz-se o custo, eleva-se a receita e combate-se a corrupção. Três em um. ■ C.A. 18 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e 3fim dede setembro, semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 INOVAÇÃO & TECNOLOGIA SEGUNDA-FEIRA TERÇA-FEIRA EDUCAÇÃO EMPREENDEDORISMO Robô canadense atuará contra bombas na Copa Polícia Federal investe R$ 7 milhões em equipamentos que incluem também trajes antifragmentos e tendas com espumas especiais para detonação de explosivos Carolina Pereira [email protected] Mesmo que os assuntos mais noticiados com relação à preparação do Brasil para a Copa do Mundo de 2014 sejam a substituição do técnico Dunga por Mano Menezes e a construção de novos estádios de futebol no país, os preparativos passam também por outras áreas, como a de segurança. Por isso, para intensificar as políticas antiterrorismo, a Polícia Federal anunciou a aquisição de novos equipamentos tecnológicos focados na prevenção de ataques por bombas. A compra inclui um robô que detona bombas a distância com jato d’água, traje antifragmentos para proteger os peritos que desmontam artefatos explosivos e uma tenda, parecida com uma barraca de camping, que possui uma espuma especial e é utilizada para implosões de objetos suspeitos feitos com canhões ou granadas. Segundo o perito criminal federal Adauto Pralon, ao todo foram investidos US$ 4 milhões em equipamentos e viaturas especiais, o equivalente a R$ 7 milhões, mas o investimento vai atingir cerca de R$ 17,5 milhões até 2014. As viaturas compradas se diferem das convencionais por serem maiores e possuírem geradores de energia e equipamentos de iluminação acoplados. Os carros também têm a parte elétrica adaptada para poder dis- Os robôs antibombas se movem sobre esteiras e possuem sistema de transmissão digital de dados com alcance de 200 metros. Podem ser usados também para ações em ambientes inóspitos e sondagem em locais de alto risco ponibilizar tomadas necessárias para ligação dos equipamentos. A principal aquisição, o robô, se move sobre esteiras, como trator, e possui um sistema de transmissão digital de dados e pode agir em um raio de 200 metros sem perder comunicação com os policiais. Os robôs são fabricados pela empresa canadense Allen Vanguart e custam US$ 860 mil cada, cerca de R$ 1,5 milhão. Foram comprados três até agora. O investimento inclui três unidades antibomba completas, sendo que duas estão em Brasília e uma no estado do Rio Grande do Sul, e incluem, além do robô, a viatura especial, as roupas de proteção e as barracas de detonação. A meta, segundo Pralon, é contar com uma unidade dessas em cada uma das doze cidades sede da Copa. equipamento portátil de raio-x on-line, comprado da empresa israelense Vidisco, que também pode ser acoplado ao robô antibomba, se necessário. Dessa forma, é possível radiografar objetos suspeitos e checar o que há dentro deles por meio do notebook, que reproduz as imagens. Dessa forma, não há gastos com a impressão de chapas, o que ocorria antes da compra do aparelho. ■ CUSTO TOTAL R$ 17,5 mi Devem ser gastos, até 2014, nos equipamentos antibomba que incluem robôs, roupas especiais antifragmentos, tendas de detonação e viaturas. VIATURAS Outras utilidades Pralon afirma que, apesar das compras de equipamentos antibomba terem como foco a segurança durante a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíada de 2016, os aparelhos serão utilizados também em outras ocasiões para, por exemplo, executar ações em ambientes inóspitos para seres humanos e fazer sondagem em locais de alto risco. Outra novidade tecnológica adquirida pela Polícia Federal e prevista para ser utilizada também em outras oportunidades além dos eventos esportivos é o R$ 1,5 mi é o valor aproximado que a Polícia Ferderal pagou em cada uma das três viaturas equipadas com equipamentos antibomba adquiridas até hoje. EXPECTATIVA 12 unidades dos veículos do Grupo Antibombas, equipados com os robôs, roupas e tendas, devem ser adquiridas até o início da Copa do Mundo, em 2014. Reprodução FICÇÃO X REALIDADE Roupa antifragmento é similar às do filme Guerra ao Terror Segundo o perito criminal federal Adauto Pralon, a realidade da segurança pública brasileira não está tão distante da ficção hollywoodiana. Pralon afirma que as roupas antifragmentos compradas pelo Brasil da empresa canadense Allen Vanguart são as mesmas que as utilizadas no filme Guerra ao Terror, vencedor do Oscar de melhor filme desse ano. A vestimenta é tão importante no roteiro que o título original, The Hurt Locker, ou Armário da Dor, em português, faz alusão às roupas, comparando-as com armários. O robô antibomba, que aparece em várias cenas do longa metragem, no entanto, é “menos versátil que o nosso”, diz o especialista da Polícia Federal. Dirigido por Kathryn Bigelow, o filme retrata um esquadrão antibombas do Exército americano formado por três soldados em missão no Iraque. O foco do grupo é desarmar explosivos encontrados em áreas civis do país. Sexta-feira, Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 3 5 de setembro, 2010 Brasil Econômico 19 QUARTA-FEIRA QUINTA-FEIRA GESTÃO SUSTENTABILIDADE Divulgação Murillo Constantino HERBERTO YAMAMURO Presidente da Nec Brasil Cresce a importância de TI na Copa do Mundo Viatura e robô antibombas comprados pela Polícia Federal com foco na Copa do Mundo O Brasil está cada vez mais no foco dos holofotes internacionais devido à sua economia e projeção mundial crescente. O país precisa aproveitar este momento de modernização e criar diferenciais para sediar os grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo de 2014. E em um mundo globalizado, no qual as tecnologias avançam numa curva exponencial, a Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) desempenhará um papel fundamental para o sucesso. O setor de TI e Telecom deverá investir mais de US$ 30 bilhões anuais nos próximos anos. O governo terá um papel preponderante de dar suporte para emplacar projetos importantes, como no caso da licença para tecnologia 4G, alinhando a questão de atender os milhares de turistas que deverão desembarcar em 2014 com terminais 4G, vindos de todas as partes do mundo. Não escaparemos da necessidade de realizar grandes investimentos para tais eventos e o mais importante é desenvolver serviços à população que tenham continuidade após os grandes eventos que façam uso desses investimentos, já que é evidente a adesão dos brasileiros às novas tecnologias e suas aplicações. Os projetos precisam adotar o conceito de inovação e desenvolvimento em seu embrião para ser possível universalizar os serviços e garantir o retorno sobre os investimentos. Tais investimentos Função de sediar precisam ser planejados eventos esportivos de forma inteligente, de modo a apresentarem será agregada à de um retorno que vá além uma arena cultural das funções utilizadas para receber shows no momento da Copa. Um exemplo é o The O2, e apresentações um complexo multiesdiversas que terão portivo localizado em por finalidade Londres, na Inglaterra, a ser utilizado para a garantir o retorno Olimpíada de 2012. Traao investimento ta-se de uma arena multifuncional, com infraestrutura completa de TI, cinemas com projetores 3D, arenas de shows, restaurantes e lojas com cobertura de rede e comunicação unificada para garantir o retorno do investimento e ainda estimular a atividade cultural e social na cidade. O complexo de entretenimento também conta com tecnologia de radiofrequência (na sigla em inglês RFID) para diversas soluções, como cartões inteligentes de controle de horário e presença e também pagamentos eletrônicos sem caixa, ou ainda, um programa de fidelidade. Esse conceito também pode ser aplicado no Brasil, que precisa se adaptar à alta demanda por conectividade durante estes eventos, mas que sejam aproveitados após o término dos jogos de forma perene e sustentável. Ou seja, em vez de o estádio ter apenas a função de sediar os eventos esportivos, é necessário que ele tenha condições de se transformar em uma arena cultural, que possa funcionar em outras ocasiões para receber shows e apresentações diversas. O objetivo é maximizar o uso destes estádios, propiciando multisserviços para a comunidade e auferindo retornos adicionais para os investidores. A demanda por comunicação de super banda larga será intensa durante os jogos da Copa do Mundo, uma vez que os espectadores irão trafegar dados e acessar diversos assuntos ao mesmo tempo, o que aumenta o interesse do público por soluções de alta capacidade. O objetivo deve ser aproveitar essa oportunidade para realizar um salto qualitativo de desenvolvimento e modernização na infraestrutura do Brasil e que isto sirva de um novo alicerce para trazer mais investimento e prosperidade, gerando um efeito de espiral positivo para as futuras gerações. ■ semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 20 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e3fim de de setembro, ENCONTRO DE CONTAS LURDETE ERTEL Glyn Kirk/AFP Solteirice no paraíso Consumado o divórcio de sua mulher Elin Nordegren, o golfista Tiger Woods começa a dar as primeiras tacadas práticas para tocar a vida. Segundo a mídia americana, o desportista mais bem pago do mundo acaba de assinar uma hipoteca de US$ 54,5 milhões para concluir as obras da mansão que o casal estava construindo em Jupiter, uma ilha da Florida. Woods deu entrada na documentação como “solteiro”, comprometendo-se a pagar a hipoteca em cinco anos. A propriedade chegou a entrar na negociação do divórcio do casal, mas a ex-modelo abriu mão da casa, que já está em fase final de construção. Localizado a poucos metros do mar, o imóvel tem várias edificações, além de quadra de tênis, sala de terapia de oxigênio, diversas piscinas e um ginásio com equipamentos de última geração. A megamansão está sendo esparramada em uma área que Woods comprou há alguns anos, por US$ 45 milhões. A ilha é a moda da hora entre famosos e endinheirados dos Estados Unidos. Já tem casa ali celebridades como a cantora Celine Dion, o ator Burt Reynolds e o também golfista Nick Price. Bertrand Langlois/AFP A elite do vinho mundial vai se esparramar em São Paulo em novembro. A capital será sede do encontro anual do Primum Familiae Vini (PFV), que reúne 11 das principais vinícolas familiares do mundo. Todos os anos, o grupo promove o seu jantar de degustação de gala em lugares de crescente interesse pela vinicultura. E para 2010 elegeu a América do Sul. O evento, no Jockey Club, será organizado pela Geo, empresa criada pela Globo e RBS. Preço do convite: R$ 2,5 mil. “Michael fez questão de contar diretamente para os filhos sobre a doença. A pior parte para mim é ver a fadiga, porque Michael nunca está cansado. Se tem algo que ele tem de sobra, é força” Catherine Zeta-Jones , atriz, sobre o câncer do marido, Michael Douglas, em entrevista à revista People. ▲ Nata do vinho Todas asmulheres do presidente Na semana em que teve sua mulher chamada de “prostituta” por um jornal do Irã, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, anda tendo dor de cabeça também com outra publicação que fala de seu harém. As mulheres da vida do líder francês viraram história em quadrinhos. O álbum “Sarkozy et ses femmes” (Glénat/ Drugstore) é dividido em capítulos comandados pelas figuras femininas que marcaram a trajetória do presidente — inclusive, aliadas e adversárias políticas. A lista começa por Dadu, sua mãe. O ponto alto, no entanto, é a ex Cecilia Ciganer, neta do compositor Isaac Albeniz. E, claro, a cantora e ex-modelo Carla Bruni. Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 3 5 de setembro, 2010 Brasil Econômico 21 Sexta-feira, Paulo Vitale MARCADO Lugar da moda A Neogama/BBH estará presente na edição deste mês da Men´s Health, como cenário do editorial de moda, que retrata o dia-a-dia de um jovem e moderno executivo. As fotos, de Paulo Vitale, mostram o modelo Rafael Cappellari em meio às instalações da agência. Não é a primeira vez que a arquitetura da Neogama, projetada por Guilherme Paoliello e André Vainer, atrai produtores de moda. A sede já ambientou especial para a revista Elle, campanha da Arezzo e serviu de cenário para a minissérie Som & Fúria, da TV Globo. ● O Rio de Janeiro vai sediar, entre os dias 13 e 15 de setembro, o XVI Fórum Internacional de Logística e a 11ª Expo Logística. Este ano, o evento vai integrar o Fórum sobre Infraestrutura Logística no Brasil e o Fórum Global sobre Sustentabilidade na Logística. [email protected] Fotos: divulgação Independência fora Conto de luxo africano O feriado é da independência do Brasil, mas, pelo jeito, vai ser comemorado fora dele. Países vizinhos como Argentina, Uruguai e Chile devem receber uma revoada de turistas brasileiros, a contar pelo assédio a voos de companhias aéreas que operam na região. Na Pluna, que voa para seis cidades do Brasil, a ocupação para o feriado de Sete de Setembro já está em 95%. Só a capital uruguaia é responsável por 60% da procura. A bisneta do famoso escritor Ernest Hemingway, a modelo Dree Hemingway, de 22 anos, está escrevendo sua história no mundo da moda. Agora, a loira é a estrela de uma nova campanha temática para a grife de luxo Louis Vuitton. Inspirada nos contos africanos de Hemingway, a escolha da locação para as fotos remete a um Safari. A nova campanha Vuitton destaca itens de viagens feitos à mão, e foi toda rodada na África. Clicada por Carter Smith, Dree exibe, ao lado de um jovem e bonito rapaz, bolsas, malas, revistas, relógios, cobertores, óculos, jóias, roupas e alguns itens de bagagem Vuitton vintage. A modelo também emprestou sua beleza para a casa de moda italiana Gianfranco Ferré no início deste ano, e na sequência para a Abercrombie & Fitch e DKNY. Rumo ao Norte Um grupo de cinco finlandeses desembarcou nesta segunda-feira no Brasil para uma missão prazerosa: comprar 15 mil garrafas de vinhos brasileiros. Os finlandeses escolheram nove vinícolas do país para conhecer e selecionar os produtos: Aurora, Casa Valduga, Lidio Carraro, Miolo, Panceri, Pizzato, Piagentini, Salton e Villagio Grando. O lote brasileiro será vendido em um festival de vinhos direto para o consumidor, a ser realizado em Kuopio, na Finlândia, no próximo verão deles. Treinando craques GIRO RÁPIDO Três é demais! A Lança Perfume lança sua nova coleção estrelada por três tops internacionais. A australiana Catherine McNeil, a holandesa Marloes Horst, e a estoniana Karmen Pedaru esbanjam sensualidade e estilo nas fotos. As peças foram divididas em quatro temas: Tropical, Splash, Deserto e Sexytude. Mercado carioca A 2GET, consultoria especializada no recrutamento de executivos de alta gerência, inaugura este mês seu novo escritório no Rio de Janeiro. Guilherme Brandão, Adrian Tsallis, Paulo Mendes e Eduardo Baccetti comandam a nova unidade. Triunfante Os jogadores Bernardinho e Giba, os melhores do mundo por muitos anos, têm participado de reuniões com executivos da Suzano Papel e Celulose. Nos encontros, a jogada é passar sua experiência e sua capacidade de superação, para estimular o desempenho do time de comando do grupo de celulose, que está investindo mais de R$ 8 bilhões para dobrar sua capacidade de produção nos próximos quatro anos. A Triunfo Propaganda acaba de ganhar a conta da Eurofarma para trabalhar o lançamento da Atorvastatina, versão genérica do Lipitor, medicamento de combate ao colesterol, mais vendido de todos os tempos. Apoio à família Atrás das lentes Ronaldo Fenômeno é a estrela da nova campanha do patrocinador oficial do Corinthians e visitou a fábrica do laboratório de medicamentos Neo Química para a gravação da campanha institucional da marca. Desde o início de 2010, a Neo Química estampa a camisa do time alvinegro, junto com as marcas Bozzano — da qual Ronaldo também é garoto-propaganda —, Avanço e Assim. Durante a sessão de fotos, o atacante do Corinthians fez questão de aprender um pouco sobre o processo de fabricação dos medicamentos. Na manhã anterior, o craque também posou para outras fotos no estúdio do fotógrafo André Schiliró. Bianca Rinaldi fez questão de marcar presença no estande da Apaf — Associação Paulista de Apoio à Família — no Athina Onassis International Horse Show, no Rio. Durante a visita, a atriz comprou uma das camisetas à venda na loja, criadas especialmente para o AOIHS. Toda a renda adquirida foi revertida para apoiar os projetos da instituição. Com Karen Busic [email protected] 22 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e3fim de de setembro, semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 EMPRESAS Burger King rende-se ao domínio brasileiro Rede é a segunda maior do mercado americano, perdendo apenas para o McDonald’s Ícone americano é comprado pelo 3G Capital, fundo de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Alberto Sicupira Pela segunda vez, a trinca de brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Hermann Telles e Carlos Alberto da Veiga Sicupira, sócios da 3G Capital, toma posse de um símbolo americano. A compra da rede de lanchonetes Burger King, por R$ 5,69 bilhões, ocorre dois anos depois da aquisição da cervejaria Anheuser-Busch, dona da marca Budweiser, pela companhia belgo brasileira Inbev, a maior cervejaria do mundo que controla a Ambev. Seguindo a linha de negócios superlativos, eles agora buscam o controle da segunda maior rede de lanchonetes dos Estados Unidos, sediada em Miami, e que só fica atrás do McDonald’s em tamanho. Para Adir Ribeiro, sócio da Praxis Education, consultoria especializada em varejo, e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), a estratégia dos sócios da AB Inbev lembra a aquisição da Pizza Hut pela Pepsico. “Com o Burger King, a indústria de bebidas de Jorge Paulo Lemann terá um excelente canal de distribuição de seus produtos no mundo”, afirma o consultor. A oferta pela cadeia de fast food representa nove vezes o valor do lucro antes dos impostos, taxas, depreciações e amortizações (Ebitda) no último ano. O anúncio elevou o preço das ações da rede para o equivalente a R$ 41,86 ontem, um aumento de 46% ante 31 de agosto, antes do acordo ser concluído. A TRG Capital LP, Goldman Sachs Capital Partners e Bain Capital Investors possuem juntos 31% das ações do Burger King e colocaram seus papéis à disposição da oferta, que deve começar em 17 de setembro. O valor total do negócio sobe para R$ 6,98 bilhões, considerando-se as dívidas que serão assumidas pelo fundo de investimento. Retração do mercado O Burger King perdeu mercado por dois anos consecutivos, por “ Com o Burger King, a indústria de bebidas de Jorge Paulo Lemann terá um excelente canal de distribuição de seus produtos no mundo Adir Ribeiro, sócio da Praxis Education e professor da Fundação Getulio Vargas causa da crise econômica. A recessão nos Estados Unidos levou a uma mudança de hábito dos consumidores, que reduziram a frequência das refeições fora de casa. E a marca tem apresentado uma recuperação mais lenta que o seu maior rival, o McDonald’s. A explicação do analista Tom Forte, do Telsey Advisory Group de Nova York, é de que a clientela do Burger King sofreu mais com a recessão. “Os maiores consumidores da rede são os jovens do sexo masculino, que compõem o grupo com uma maior taxa de desemprego”, diz Forte. Resultados Cerca de dois terços do faturamento do Burger King vêm dos Estados Unidos e Canadá. A cadeia também opera na América Latina, Europa e parte da Ásia. As vendas totais do grupocaíram 1,4% no último trimestre, somando o equivamente a R$ 4,36 bilhões. Analistas afirmam que era um momento oportuno para a empresa fechar seu capital, quatro anos depois da abertura, com uma oferta de cerca de R$ 29,6 por ação. Durante a transição, o presidente do Burger King, John Chidsey, continuará no cargo, de acordo com o comunicado da empresa. “ A marca Burger King é uma das mais reconhecidas do mundo e estamos satisfeitos que o 3G Capital reconheceu o valor que criamos ao revitalizar a marca e ampliar as operações nos últimos sete anos”, diz Chidsey. ■ Redação Jonathan Fickies/Bloomberg com agências internacionais MONTANTE TOTAL R$ 5,69 bi Valor que será pago pelo fundo R$ 6,98 bi É quanto chegará a transação de investimentos 3G Capital, sediado em Nova York, pelas ações da rede. Em moeda americana, o valor é US$ 3,26 bi. da rede de lanchonetes, incluindo-se as dívidas da empresa, que não vinha apresentando bom desempenho. A 3G Capital é acionista também da brasileira Ambev, que detém as marcas Skol e Brahma Sexta-feira, Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 3 5 de setembro, 2010 Brasil Econômico 23 Divulgação Fundação Vale cria centros de apoio rural A Fundação Vale inaugurou a Estação do Conhecimento de Parauapebas, sudeste do Pará, na área de proteção ambiental do Igarapé Gelado. Essas estações (serão criadas 18 em todo o Brasil até 2012) reúnem atividades de educação, esportes, cultura e iniciativas ligadas à produção local sustentável. No caso de Parauapebas, foram criados núcleos de apoio ao produtor rural, com laboratórios para o processamento de produtos, como leite, frutas e hortaliças, para comercialização. Scott Olson/AFP FRANQUEADOS A venda da rede repercute no Brasil e na região Os executivos que comandam a operação na América do Sul receberam bem a notícia da venda do Burger King. “Estamos muito felizes”, diz Pedro Estevan, gerente de desenvolvimento para a região. Para os franqueados, no entanto, ainda é cedo para avaliar. “Tivemos uma reunião com a corporação na última quarta-feira, mas não conversamos sobre a venda”, diz Guilherme Batalha, dono da BGK, uma das empresas responsáveis pela expansão da marca no estado de São Paulo. Ontem, Batalha recebeu um comunicado sobre a transação, mas afirma que ainda não há qualquer agenda para discutir os novos passos da operação no Brasil com os franqueados. Enquanto isso, Batalha segue com seu plano de expansão de abertura de 12 lojas por ano. “O Brasil passou muito bem pela crise e nossos planos são de crescimento, ao contrário do que vinha acontecendo com o Burguer King em outros países”, afirma. Para Adir Ribeiro, sócio da Praxis Education, consultoria especializada em varejo, e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), a expansão do Burger King no Brasil é lenta em função da adoção do sistema chamado de desenvolvedor de área. “Eles deixam grandes regiões do país nas mãos de um único investidor, quando o mais comum é que um master-franqueado seja responsável por conceder aberturas de lojas a diferentes investidores”, diz. Cintia Esteves Trio de investidores tem história bem sucedida de recuperação de negócios Aposta em talentos de companhias adquiridas é uma das receitas de sucesso dos novos investidores da rede americana Ruy Barata Neto [email protected] Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, sócios majoritários do fundo de investimento 3G Capital, estão habituados a comprar grandes ícones de mercado de consumo e, depois, recuperá-los. O caso mais emblemático é o da Lojas Americanas, adquirido pelo Banco Garantia, instituição que pertenceu ao trio até 1998. A aquisição da rede varejista tornou-se um dos principais negócios dos empresários no Brasil. Hoje é a maior do comércio eletrônico na América Latina, desde a fusão da Americanas.com com o Submarino, associação na qual resultou a holding B2W. A empresa, desde o ano passado, vem trabalhando no processo de internacionalização e agora pode se associar a uma grande companhia americana. O negócio segue os passos dos investimentos no segmento cervejeiro. Depois de comprar a Brahma e depois a Antartica (formando a Ambev), os sócios “ O grupo que está comprando o Burger King já mostrou que é eficiente em pegar empresas em dificuldades e colocá-las nos trilhos Nuno Fouto, coordenador de pesquisa da FIA/USP concretizaram, em 2004, a fusão da empresa com a companhia belga Interbrew. Com o negócio, os investidores tornam-se donos de 25% da maior cervejaria do mundo que foi chamada de Inbev. Em 2008, a empresa virou Anheuser-Busch Inbev com a compra do grupo americano dono da cerveja Budweiser. “O grupo que está comprando o Burger King tem uma competência operacional forte. E já mostrou que é eficiente em pegar empresas, especialmente do setor de consumo, que estão em dificuldades, e colocá-las nos trilhos”, diz Nuno Fouto, coordenador de pesquisas da FIA/USP. “Mesmo atuando em fundo diferente, não podemos esquecer da compra e recuperação das Lojas Americanas. Acredito que este tipo de movimento deve começar a acontecer com mais frequência”, afirma. Um dos principais trunfos dos sócios é a preservação de talentos das suas companhias. A 3G Capital, por exemplo, sediada em Nova York, é administrada pelo diretor e sócio Alexandre Behring, que trabalha na empresa desde 2005 depois de atuar na GP Investimentos, que foi vendida para os ex-funcionários de Lemann. ■ semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 24 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e 3fim dede setembro, EMPRESAS André Penner SUCROALCOOLEIRO Previsão recorde na safra de cana garante oferta de etanol no país, diz ministério A previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) da safra que está sendo moída pela indústria neste ano é de 651,51 milhões de toneladas. Se confirmada, haverá alta de 7,8% na produção total em relação ao ciclo 2009/2010, alcançando recorde nacional. Segundo o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Bertone, a projeção garantirá a oferta de etanol para todo o país. Murillo Constantino Tânia Sassioto, gerente de inovação da Diageo, aponta o tamanho da comunidade oriental do país como vantagem para o lançamento no Brasil Diageo lança saquê e ensina receitas a bares e restaurantes Fabricante detém marcas famosas de bebidas alcoólicas como Johnnie Walker, Smirnoff e Guiness Fábio Suzuki [email protected] A fabricante multinacional de bebidas Diageo escolheu o Brasil para lançar o primeiro saquê de seu portfólio, o Jun Daiti. A companhia pretende desenvolver o segmento aproveitando a alta no consumo deste tipo de bebida no país, que nos últimos cinco anos obteve crescimento médio de 30%. A iniciativa ocorre menos de um ano depois de a empresa adquirir a marca Daiti da empresa Sakura, em transação de valor não revelado. A intenção é alcançar nos próximos anos o mesmo consumo no mercado brasileiro de vodca, que segundo dados da consultoria Nielsen, movimentou cerca de R$ 1 bilhão em 2009 com um crescimento de 8,6% em relação ao ano anterior. Apesar das diferenças entre as bebidas — uma destilada e outra fermentada —, a referência com a vodca deve-se às similaridades no consumo, da bebida pura ou com frutas, na forma de uma caipirinha. “Não é uma categoria de grande consumo mas cresce anualmente. E o Brasil tem um histórico com essa cultura pela grande comunidade oriental. O lançamento acompanha a expansão da culinária japonesa”, diz Tânia Sassioto, gerente de inovação da Diageo. Segundo a empresa, as caipirinhas à base de saquê já ultrapassaram as feitas com cachaça em lugares onde ambas as bebidas são vendidas, perdendo apenas para o drinque feito com vodca. Não há pesquisas para estimar o tamanho do mercado de saquê no país, mas a Diageo avalia que o consumo anual é de cerca de 2 milhões de litros. Meta é levar o saquê a alcançar o consumo de vodca, que movimentou cerca de R$ 1 bilhão no Brasil no ano passado No mercado bebida da Diageo. Em geral, os saquês têm entre 14% e 17% de grau alcoólico. Detentora de marcas de peso no mercado de bebidas alcoólicas como o uísque Johnnie Walker, NO MERCADO R$ 22,90 é o preço sugerido pela Diageo para a garrafa do saquê Jun Daiti adquirida nos supermercados. BEBIDA ALCOÓLICA 14% é o teor de álcool da nova a vodca Smirnoff e a cerveja Guiness, a Diageo pretende expandir o mercado de saquê com distribuição nacional do produto para redes varejistas, bares e restaurantes, além de realizar ações nesses estabelecimentos para mostrar as diferentes maneiras de como consumir a bebida de origem japonesa. Tanto que a multinacional contratou a saquê sommelier Yasmin Yonashiro para ser embaixadora da marca no país. “Queremos desenvolver a categoria no Brasil e a ideia é ser o mais democrático possível”, diz a gerente de inovação da companhia. Apesar da atuação em todo o território nacional, os investimentos estarão concentrados no estados de São Paulo. A companhia não divulga o valor para a iniciativa, mas afirma que o montante inserido no primeiro ano da marca no mercado será maior que o realizado por todo o restante do segmento. ■ PRODUTO IMPORTADO Jun Daiti é fabricado nos Estados Unidos Pela qualidade do arroz e da água provenientes da Califórnia, nos Estados Unidos, a Diageo importa sua nova bebida em tonéis e realiza no Brasil apenas a última pasteurização do produto antes de ser distribuído para os pontos de venda. “Compramos o líquido de um dos maiores produtores de saquê do mundo, e isso deve-se à qualidade do arroz e da água que vem daquela região dos Estados Unidos”, informa Tânia Sassioto, gerente de inovação da Diageo. A empresa manteve a origem do produto que antes era denominado apenas de Daiti, quando a marca pertencia à Sakura, e lançará o saquê em outros países mas os novos mercados não estão definidos. F. S. Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 3 5 de de setembro, setembro, 2010 2010 Brasil Econômico 25 Sexta-feira, Antonio Milena BENS DE CAPITAL AVIAÇÃO Hyva investe € 3 milhões em linha de montagem de guindastes em Caxias do Sul Operação entre a Tam e a Lan está dentro da legalidade, diz Guido Mantega A companhia é fabricante de cilindros hidráulicos e guindastes e única subsidiária sul-americana do grupo holandês Hyva. Os equipamentos são voltados principalmente aos mercados da construção civil e mineração, agricultura, logística e serviços em geral. Segundo o diretor-geral da empresa, Rogério De Antoni, a projeção de vendas do segmento é estimada entre 3,5 mil a 4 mil unidades neste ano. A fusão satisfaz as regras de participação estrangeira em companhias aéreas locais e vai beneficiar as duas empresas, disse ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Está dentro da legalidade, senão, não seria feita,” disse o ministro numa entrevista ontem em Brasília. “A Lan é poderosa, forte e a Tam também. Acho que vai ser bom.” A Lan, com sede em Santiago, fechou um acordo de fusão com a Tam em 13 de agosto. Topema investe em tecnologia para vender 20%mais cozinhas industriais Cooktops com indução magnética, fornalhas e fritadeiras que prometem maior rendimento reforçam o portfólio e a receita Henrique Manreza Natália Flach [email protected] Uma restruturação organizacional e investimentos em novas linhas marcam o aniversário de 45 anos da fabricante de cozinhas industriais Topema. Entre os produtos que estão saindo do forno estão um biodigestor que transforma lixo orgânico em adubo, uma fornalha que não produz fumaça e uma fritadeira com produtividade seis vezes maior do que a das tradicionais, por filtrar o óleo utilizado e permitir a reutilização. Com clientes como a rede de fast-food Spoleto, a empresa vem investindo no aumento da capacidade para absorver as mudanças. “Estamos na segunda fase da ampliação da unidade em Diadema (SP). Agora, estão sendo criados 5 mil metros quadrados”, afirma Nelson Cury Ferraz, que assumiu a presidência em julho deste ano. Na reforma da fábrica, foram investidos R$ 3 milhões. “Em 2008 e 2009, importamos máquinas da Itália, porque sabíamos que a crise iria passar rapidamente”, diz. O maquinário importado e a primeira ampliação custaram aos cofres da empresa R$ 4 milhões e deram origem à nova linha de itens para cozinhas industriais chamada Inovation. Outro produto desenvolvido pela companhia é um cooktop com indução eletromagnética. O Spoleto foi um dos restaurantes que optou por trocar fogões pelos cooktops. “Dessa forma, assim que se tira a panela de cima, ele é automaticamente desligado oferecendo menos risco aos funcionários. E dispensa o uso de coifa, podendo ser instalado em quiosques na praia”, diz Ferraz. Com a nova gama de produtos, a Topema espera alavancar o faturamento em 20%, para cerca de R$ 32 milhões neste ano. “O nosso objetivo é dobrar o nosso faturamento em breve”, diz Cury, sem determinar prazos. “Mas no momento a nossa expectativa é consolidar a produção das novas linhas sem deixar de fabricar os itens antigos.” Com isso, a capacidade da fábrica, que hoje opera em dois turnos, quase dobrou. Antes das ampliações e das novas máqui- “ Nelson Cury Ferraz, presidente da Topema, que ultrapassa fronteiras e chega a Angola, Peru e Argentina Em 2008 e 2009, importamos máquinas da Itália porque sabíamos que a crise iria passar rapidamente Nelson Cury Ferraz nas, a Topema podia processar 35 toneladas de aço por mês e agora chega a 60 toneladas mensais. “Os custos não aumentaram, porque o aço que usamos é o inox, cujo preço se manteve estável”, afirma. “Compramos aço da Acesita e uma parte do nosso estoque é importada, por ser mais barato, apesar de a entrega demorar mais”, complementa. O foco da Topema é o Brasil, mas uma pequena parte da produção é exportada. “Por causa da Copa e da Olimpíada, esperamos um crescimento exponencial nos próximos anos, mas temos cozinhas instaladas em Angola, no Peru e na Argentina. O problema é que vendemos em dólar, e, às vezes, não vale a pena para uma empresa argentina comprar um produto nosso por causa do câmbio”, diz. No Brasil, a lista de clientes inclui empresas como Petrobras, Vale, Carrefour , Burger King, Santander, Odebrecht e Walmart. ■ 1965 2008/2009 2010 1ª máquina Foi o início da Topema, Investimento Novas linhas A empresa aplicou Com investimentos em que tinha poucos funcionários e produtos. Em 1974, a empresa produziu e montou a maior cozinha industrial da época, na usina hidrelétrica de Itaipu. R$ 4 milhões na aquisição de máquinas e ampliação da fábrica para garantir capacidade e desenvolver novas linhas de produtos. maquinário e na fábrica, a Topema produz uma linha de cocção por indução, redutor de lixo orgânico, refrigerador desmontável e fritadeira. 26 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e 3fim de de setembro, semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 EMPRESAS Divulgação AGRONEGÓCIO Syngenta investe R$ 25 milhões para expandir centro de pesquisa em Uberlândia A companhia suíça de defensivos agrícolas e sementes aplicou os recursos em infraestrutura e tecnologia do seu principal centro de pesquisa em sementes do Brasil. A unidade de Uberlândia (MG) é a principal responsável pelas pesquisas com sementes geneticamente modificadas (transgênicos) no país. A expansão e modernização do centro vai permitir mais pesquisas com foco em milho híbrido e soja. Mills abre duas unidades para atender negócios de óleo e gás Companhia de soluções de engenharia vai a Pernambuco e ao Rio Grande do Sul de olho nas refinarias Divulgação Nivaldo Souza Avanço geográfico para Rio Grande do Sul e Pernambuco será acompanhado pelo incremento de novos produtos, diz o presidente da Mills, Ramon Vazquez [email protected] A carioca Mills, especializada em soluções de engenharia, pretende ganhar maior musculatura com seu braço de serviços industriais voltado para o setor de petróleo e gás até 2012. Para isso, a empresa separou R$ 100 milhões para investir na compra de equipamentos para suas unidades de Camaçari (BA), Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. “Dentro do nosso plano estratégico, vamos investir cerca de R$ 30 milhões anualmente na área de serviços industriais ao longo de três anos”, diz o presidente da companhia, Ramon Vazquez. O montante inclui a abertura de duas novas unidades. Uma delas será instalada no Rio Grande do Sul, para atender a demanda por andaimes de acesso a obras em indústrias de grande porte atraídas pelo complexo do dique seco da Petrobras. No complexo, serão construídos navios petroleiros, além de a estrutura servir de base para reformas de plataformas de petróleo. A Mills também irá a Pernambuco para oferecer, entre outros serviços, pintura industrial, tratamento de superfície e isolamento térmico à Refinaria Abreu e Lima, projeto da Petrobras para o município de Ipojuca, região metropolitana de Recife. “A Petrobras deve investir US$ 274 bilhões até 2014 para viabilizar o pré-sal. O país também deve ganhar mais uns quatro ou cinco novos estaleiros”, diz Vazquez, observando que o cenário é promissor para a empresa presidida por ele. A meta da empresa é atingir a liderança do mercado de engenharia especializada e serviços — segmento cujo faturamento das 30 maiores somou R$ 5,8 bilhões no ano passado. Segundo levantamento realizado pela revista O Empreiteiro, a Mills ocupou a quarta posição no ranking com R$ 459,6 milhões em receita bruta e faturamento líquido de R$ 404 milhões. A Mills tem outras três unidades de negócios, incluindo um braço de apoio para o setor de construção civil. No segundo trimestre, a divisão de serviços in- “ O avanço no segmento de petróleo e gás da nossa divisão de serviços industriais mostra que ele tem toda a condição de ser o carro-chefe da receita da empresa Ramon Vazquez dustriais respondeu por 35,6% da receita líquida total do grupo (R$ 131,3 milhões), com R$ 46,5 milhões tomou a dianteira entre os nichos da companhia. “O avanço no segmento de petróleo e gás mostra que ele tem toda condição de ser o carro-chefe não somente da nossa divisão de serviços industriais, mas da receita da empresa como um todo”, diz o executivo, ressaltando que a divisão também atende o mercado de estaleiros. Novos produtos A estratégia de crescimento da Mills inclui o lançamento de produtos. Entre eles, o Mills Habitar — habitáculo de PVC que reproduz um ambiente pressurizado para executar serviços que emitem faíscas, como solda, em plataformas de petróleo e refinarias. A tecnologia chega ao Brasil após parceria firmada com a escocesa SafeHouse. A primeira unidade já foi comercializada com a norueguesa BW Offshore, que opera navio em São Vicente (SP) para testes de exploração do pré-sal no Campo de Tupi, Bacia de Santos. Outro produto trazido pela companhia é o MillsLock, andaime de encaixe com piso de alumínio inédito no país. O equipamento já é utilizado em grandes obras, como a refinarias Alberto Pasqualini (Refap). ■ CRESCIMENTO Companhia investirá R$ 1,1 bi para ampliar área de atuação A Mills administra uma carteira de investimentos de R$ 1,1 bilhão, conforme antecipou o BRASIL ECONÔMICO. O montante inclui a abertura de 18 novas unidades das três áreas de negócios da empresa: Mills Construção (formas e escoramentos para obras pesadas), Jahu (andaimes, escoramentos e formas para obras residenciais e comerciais leves) e Rental (locação e venda de plataformas aéreas e manipuladores telescópicos para transporte de pessoas e cargas em grandes alturas). “Vamos ampliar o número de filiais de 20 para 38 até o final de 2012, para expandir nossa área geográfica hoje muito concentrada no Sudeste”, diz o presidente da empresa, Ramon Vazquez. Parte do aporte, cerca de R$ 410 milhões, vieram da abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) realizada pela Mills na BM&FBovespa em abril deste ano. Na ocasião, a companhia captou R$ 685 milhões. Agora, a empresa inicia uma recomposição acionária, que será responsável pela redução das ações da Staldzene Empreendimentos e Participações de 46% para 39,3%. N.S. PARTICIPAÇÃO R$ 46,5 mi foi o peso da divisão de serviços industriais na receita líquida da Mills no 2° trimestre. A empresa lucrou R$ 131,3 milhões, sendo 35,6% da unidade industrial. INVESTIMENTO R$ 30 mi é a média que a companhia de engenharia pretende aplicar na divisão de serviços industriais até 2012. Valor inclui compra de equipamentos e a ida para Pernambuco e Rio Grande do Sul. Sexta-feira, Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 3 5 de setembro, 2010 Brasil Econômico 27 Qilai Shen/Bloomberg CONSTRUÇÃO MONTADORAS TÜV Rheinland Brasil adquire a Geris Engenharia e amplia a participação no país Vendas de veículos da Ford disparam em países emergentes, como China e Índia O negócio que consolida a atuação da subsidiária do grupo de certificação e inspeção no segmento de gestão de projetos está dentro do plano de investimento de € 30 milhões para o Brasil. A ideia é que a empresa adquira mais companhias de outros ramos nos próximos seis meses. A TÜV Rheinland prepara-se também para entrar no Peru e na Colômbia, além de crescer na Argentina e no Chile, onde já opera. As vendas da Ford Motors na China atingiram 44 mil unidades em agosto, alta de 24% ante o alcançado no mesmo mês de 2009. No acumulado do ano, as vendas subiram 42%, alcançando 368,1 mil unidades. Na Índia, as vendas atingiram 7,9 mil veículos no mesmo mês, mais do que o triplo do atingido em agosto do ano passado. No acumulado do ano, a Ford vendeu 54,7 mil unidades, incremento de 195% em relação a 2009. Rich Press/Bloomberg As siderúrgicas têm fluxo de caixa suficiente para financiar os investimentos e ainda pagar dividendos nos próximos anos, avalia o Bank of America Mineradoras e siderúrgicas latinas vão investir US$ 100 bi, diz BofA Banco americano aponta que o retorno dos novos projetos, no entanto, será inferior ao obtido nos últimos anos As empresas latino-americanas de mineração e siderurgia devem investir juntas US$ 100 bilhões (R$ 173 bilhões) durante os próximos cinco a dez anos para suprir a demanda nos mercados domésticos de aço e fertilizantes, disse ontem o Bank of America (BofA) em relatório. Mas o retorno dos investimentos deve ser de cerca de 10% a 25%, abaixo dos mais de 30% de retorno dos últimos anos, por conta dos custos maiores e de um esperado colapso dos preços dos metais para os próximos três a quatro anos, segundo o documento enviado a clientes do banco. “Investimentos maiores estão vindo com retornos menores em um ambiente de crescimento econômico global mais fraco e ainda com significativos riscos de execução”, disseram os analistas Felipe Hirai e Thiago Lofiego, que assinam o relatório. A Vale, maior produtora de minério de ferro do mundo, deve investir US$ 68 bilhões em 27 projetos nos próximos cinco anos. Embora a Vale possua um histórico “sólido” na execução de novos projetos, é improvável que a companhia consiga concluir todos esses por conta de Os altos preços do minério de ferro e do cobre e os fortes fluxos de caixa dos últimos anos, associados à limitação nas oportunidades de fusão e aquisição, estão levando as empresas a investir possíveis atrasos em licenciamentos ambientais, mudanças de preços e falta de mão de obra qualificada, disse o BofA. A Vale, a siderúrgica CSN e a Southern Copper Corporation — maior produtora de cobre no México e no Peru — são os melhores “veículos” para investidores interessados em lucrar com o crescimento na América Latina, segundo o relatório. Mineradoras e siderúrgicas estão ampliando os investimentos na medida em que os preços do minério de ferro e do cobre permanecem “bem acima do custo marginal de produção”, segundo o BofA. Fluxos de caixa “fortes” nos últimos anos e oportunidades limitadas de fusões e aquisições também explicam os investimentos. O crescimento do potencial de geração de caixa operacional (Ebitda) das mineradoras e siderúrgicas latino-americanas deverá ser mais que suficiente para financiar os US$ 100 bilhões e ainda garantir um fluxo “razoável” de dividendos, na visão do banco. As empresas latino-americanas desses setores cobertas pelo BofA investiram US$ 90 bilhões no período entre 2005 e 2009. ■ Bloomberg MINERAÇÃO Vale pode explorar cobre e ouro no Cazaquistão A Vale vai procurar cobre e ouro no Cazaquistão em parceria com a Tau-Ken Samruk, divisão de mineração do fundo soberano cazaque, disse ontem o chefe de geologia do ministério da indústria daquele país, Murat Saiduakasov. A Vale faria a exploração em busca dos metais nas regiões central e de Balkhash, em um momento em que o país busca investidores externos para realizar as prospecções. Em junho, a Tau-Ken Samruk formou uma joint venture com a Rio Tinto, terceira maior mineradora do mundo, para explorar parte das reservas minerais do Cazaquistão. A Rio Tinto vai procurar ouro, cobre e outros metais na região de Kostanai, disse ontem o oficial do governo cazaque. Procurada, a Vale disse que não iria comentar as declarações de Saiduakasov. A companhia já desenvolve projetos de cobre em Carajás (Pará), no Chile e na África. Bloomberg INVESTCO S.A. Companhia Aberta CNPJ/MF nº 00.644.907/0001-93 - NIRE 17.300.000.914 Edital de Convocação - Assembléia Geral Extraordinária Ficam convocados os senhores acionistas a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, que se realizará no dia 21 de setembro de 2010, às 10 horas, na sede social da Companhia, na Rodovia TO Miracema, Km 23, s/nº, Miracema do Tocantins, Estado do Tocantins, para deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: (i) aprovar a substituição dos membros do Conselho de Administração, Srs. Paulo Victor Rada de Rezende e Fernando Oliveira Fonseca, respectivamente titular e suplente, pelos Srs. Carlos Antônio Leal, para o cargo de membro titular do Conselho de Administração, e Fabiano Cardoso Pinto, para o cargo de membro suplente do Conselho de Administração; e (ii) alterar a composição da Diretoria da Companhia, mediante modificação da redação dos artigos 21, caput, e 23, do Estatuto Social da Companhia, de forma a criar a Diretoria Jurídica e determinar as competências desta nova Diretoria. Os documentos mencionados na ordem do dia estão disponíveis para consulta dos Srs. Acionistas na sede da Companhia e foram encaminhados para a Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”), nos termos da legislação aplicável. As pessoas que comparecerem à Assembléia deverão provar a sua qualidade de acionista mediante apresentação de documento de identidade ou sua qualidade de procurador mediante apresentação de procuração outorgada por acionista da Companhia com firma devidamente reconhecida, na forma e no prazo previstos no Art. 126, parágrafo 1°, da Lei n° 6.404/76, conforme alterada, e no artigo 5º, da Instrução CVM 481/09. Miracema do Tocantins, 02 de setembro de 2010 António Manuel Barreto Pita de Abreu Presidente do Conselho de Administração 28 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e 3fim dede setembro, semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 EMPRESAS EXPLORAÇÃO ENERGIA OGX encontra novas evidências de gás na Bacia do Parnaíba, no Maranhão Eletrobras e GDF Suez assinam acordo para projetos na África, América Central e do Sul A OGX Petróleo e Gás informou ontem que encontrou novos indícios de gás natural na Bacia do Parnaíba, no Maranhão. A descoberta adicional ocorreu no poço OGX-16, um dos prospectos da empresa na região, a 260 km de distância de São Luís. A sonda está em atividade desde o início de julho, e em agosto as descobertas de gás na região totalizaram 15 trilhões de pés cúbicos. Segundo comunicado, os segmentos prioritários serão transmissão e geração de energia elétrica, de origem renovável e outras fontes. As duas companhias podem criar sociedades de propósito específico (SPEs), caso comprovem viabilidade técnica e econômica dos projetos. O acordo, com prazo de cinco anos, não inclui projetos de energia no Brasil. Eletrobras e GDF, por meio da Tractebel, são sócias da usina hidrelétrica de Jirau (RO). Sabesp contrata R$ 1,05 bilhão com Dinheiro será utilizado na conclusão das obras de despoluição do Rio Tietê, com a ampliação da rede de Dubes Sônego [email protected] A Sabesp dá hoje mais um importante passo para a conclusão do projeto de despoluição do rio Tietê. Rui Affonso, diretor econômico e de relações com investidores da companhia paulista de saneamento, assinará em Washington um contrato de financiamento de US$ 600 milhões (R$ 1,05 bilhão) com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O dinheiro será usado para terminar as obras da terceira etapa do projeto, conhecido como Tietê 3. O dinheiro deverá ser usado na ampliação da rede de captação e tratamento de esgoto urbano na região metropolitana da capital paulista.Até 2016, a meta da companhia é elevar o índice de coleta dos atuais 85% para 87% e de tratamento dos atuais 72% para 84%. Usando outra referência, isso significará estender a captação de esgoto a mais 1,5 milhão de pessoas na região metropolitana e o tratamento de esgoto a 3 milhões. Para que isso seja possível. será necessária a construção de 580 quilômetros de tubulações coletoras-tronco e 1,25 Até 2016, a companhia deve levar o sistema de esgoto para mais 1,5 milhão de pessoas mil quilômetros de redes coletoras. A expectativa é de que haja aumento de 200 mil no número de ligações domiciliares. Paralelamente, as estações de tratamento de esgotos terão a capacidade ampliada em 41%, o equivalente a 7,4 mil litros por segundo. Apesar da assinatura do contrato acontecer só agora, as obras da terceira etapa do projeto já foram iniciada. Trechos como a extensão de 15,5 quilômetros do coletor-tronco Ipiranga, paralelo à margem esquerda das avenidas Ricardo Jafet, Abrão de Moraes e Ro- dovia dos Imigrantes, já estão em andamento. Para que isso fosse possível, segundo Affonso, a companhia fez um empréstimo menor, em condições de juros e prazos menos favoráveis, mas com liberação mais rápida. A fonte de financiamento, no caso, foi o braço privado do BID, que entregou à Sabesp, em 2008, US$ 250 milhões. Do total, US$ 100 milhões foram usados para o pagamento de dívidas, US$ 50 milhões para a conclusão das obras da segunda etapa do projeto Tietê e US$ 87 milhões para o início da terceira Sexta-feira, Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e35de desetembro, setembro,2010 2010 Brasil Econômico 29 Divulgação RECURSOS HÍDRICOS PAPEL E CELULOSE Começa cobrança pelo uso da água no Rio São Francisco, a “Lei das Águas” Suzano eleva eficiência em sua unidade mais antiga, no interior de São Paulo Os boletos de 2010 já foram distribuídos e a Agência Nacional de Águas (ANA) iniciou em agosto a arrecadação, estimada em R$ 10 milhões até o fim do ano, tendo em vista que o valor cobrado corresponde ao período julho-dezembro. Passa a pagar pelos recursos hídricos quem capta mais de quatro litros por segundo (14,4 metros cúbicos por hora) como, por exemplo, companhias de saneamento, indústrias e irrigantes. A fábrica do município de Suzano (SP) não tem possibilidade de crescer fisicamente. Assim, a mais antiga unidade da companhia aposta em programas de eficiência para elevar a produção e manter o local como o maior produtor de papel da empresa. Entre as modernizações, é possível a construção de um novo duto de transporte de celulose da Suzano para a Melhoramentos Papéis, que possui uma fábrica ao lado. Mario Ângelo/AE RAIO X Os números da Sabesp DESEMPENHO DA EMPRESA EM 2009, EM R$ BILHÕES 7,2 RECEITA BRUTA* Sabesp vai financiar R$ 4,6 bilhões, dos R$ 8,6 bilhões que pretende investir até 2013 6,7 RECEITA LÍQUIDA 4,5 CUSTOS E DESPESAS 2,7 EBITDA 1,4 LUCRO LÍQUIDO PLANO DE INVESTIMENTOS 2009-2013 8,6 0 2 4 6 8 10 *Alta de 6% na comparação com 2008 40,70% MARGEM EBITDA MUNICÍPIOS ATENDIDOS 365 POPULAÇÃO ATENDIDA 26,7 milhões ÁGUA TRATADA 99% COLETA DE ESGOTO 80% TRATAMENTO DE ESGOTO 75% ALGUNS DOS PRINCIPAIS PROJETOS EM ANDAMENTO Onda Limpa Despoluição das praias do litoral sul paulista Tietê 3 Despoluição do Rio Tietê Tietê: até 2016, a Sabesp quer ampliar a coleta de esgoto de 72% para 84% da população, e tratar 87% do esgoto despejado no rio na região metropolitana de SP. Hoje, a taxa é de 85% Companhia está perto de meta de captações Pró-Billings Despoluição da represa Billings Redução de perdas Programa de redução de perdas Córrego Limpo Despoluição de córregos da capital Paulista A assinatura do contrato de financiamento com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) deixará a Sabesp muito próxima de cumprir sua meta de captação de empréstimos para o plano de investimentos de 2009 a 2013. No período, a companhia espera realizar aportes de R$ 8,6 bilhões. Do total, pretende financiar R$ 4,6 bilhões (53,5%) junto a terceiros. Com o contrato de US$ 600 milhões com o BID, a companhia chega a 84% de seu objetivo. O restante, a Sabesp espera preencher com outros três financiamentos que negocia com a Japan International Cooperation Agency, agência de fomento japonesa( Jica, na sigla em inglês). Eles garantiriam outros US$ 760 milhões, que elevariam para R$ 6 bilhões o volume total captado para tocar as obras previstas até 2013 e garantiriam já alguma folga no próximo plano de investimento. Segundo Rui Affonso, diretor econômico e de relações com investidores da companhia, um dos contratos com a Jica deverá ser assinado dentro de mais ou menos um mês. “Os outros dois, esperamos que saiam até o início do ano que vêm”, afirma. Outros três empréstimos estão sendo negociados com a agência de cooperação japonesa (Jica) Parte do dinheiro levantado junto aos japoneses deverá ser destinada ao projeto Onda Limpa, de despoluição das praias da litoral Sul do estado de São Paulo. Orçado em R$ 1,9 bilhão, ele tem como objetivo elevar até 2012 o índice de coleta de esgoto na Baixada Santista de 53% para 95% e o de tratamento para 100% do total coletado. Também são previstas obras no litoral Norte do estado, hoje mais preservado, que transcorreriam até 2015. Neste caso, o objetivo é aumentar de 35%para 85% a coleta de esgotos e tratar 100% do que for coletado. Outra ação a espera de dinheiro asiático é o Programa de Redução de Perdas, que já conta com financiamento de R$ 700 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para o período de 2009 a 2011. Para dar andamento a sua segunda etapa (2011 a 2013) a Sabesp está pedindo à Jica mais US$ 366 milhões. Há ainda um terceiro financiamento em discussão com os japoneses, para despoluir a Billings, o maior reservatório de água da região metropolitana de São Paulo. A ação envolve os municípios de São Paulo e São Bernardo do Campo e prevê que, até 2015, o esgoto dos bairros no entorno da represa seja desviado para a estação de tratamento do ABC. ■ D.S Fonte: Sabesp Rafael Neddermeyer o BID PROBLEMA CRÔNICO tratamento e captação de esgotos etapa. O restante foi para o projeto Córrego Limpo, de despoluição de córregos na capital. O acordo com o BID prevê ainda uma contrapartida em investimentos de US$ 200 milhões por parte da Sabesp. O total de recursos aplicados na terceira etapa do projeto alcança a marca de US$ 1,05 bilhão. O valor é mais da metade do usado nas duas primeiras etapas do projeto de despoluição do rio Tietê, iniciado em 1992. A primeira foi a mais cara até agora, com US$ 1,1 bilhão, e durou até 1998. Nos seis primeiros anos, a Sabesp priorizou a construção de estações de tratamento de efluentes, que permitiram o aumento do índice de tratamento de 24% para 62%. A rede coletora também foi significativamente ampliada, passando a atender a 80% da população, diante dos 70% anteriores. Depois de uma interrupção de dois anos no andamento das obras, a segunda etapa do projeto foi iniciada no ano 2000, com orçamento estimado em US$ 500 milhões. O objetivo nesta fase, segundo a Sabesp, foi a otimização da capacidade instalada de tratamento, por meio da ampliação da coleta. ■ Para diretor econômico da Sabesp, não basta capacidade de executar, é preciso engenharia financeira Peculiaridades do setor associadas à intermitência na liberação de financiamentos públicos no Brasil, tornam a tarefa de investir de forma consistente em saneamento básico no país um exercício de engenharia financeira. É a opinião de Rui Affonso, diretor econômico e de relações com investidores da Sabesp. “Não basta ter capacidade de realização”, diz. Segundo ele, como interromper uma obra do gênero pode exigir a reestruturação de projetos ou a busca de novas licenças para retomar as obras, vale mais a pena buscar dinheiro em fontes mais caras, mas mais flexíveis, do que esperar por dinheiro público, local ou de fora. Foi combinando todas as fontes de empréstimos disponíveis, ele diz, que a Sabesp foi capaz de dobrar seu patamar de investimentos, a partir de 2007, chegando aos atuais R$ 1,7 bilhão ao ano. Enquanto recursos públicos demoram em média quatro anos para sair, a companhia toca o barco com empréstimos privados menores, liberados em até quatro meses. D.S. 30 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e3fim de de setembro, semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 EMPRESAS David Gray/Reuters JUSTIÇA Calvin Klein perde a marca CK para a espanhola Zafra O tribunal da União Europeia deu ganho de causa à empresa espanhola Zafra Marroquineros na disputa pela marca CK, desprezando os recursos da Calvin Klein. A empresa espanhola apresentou recursos em 2003 para manter o nome “CK Creaciones Kennya” para seus produtos em couro, como malas, vestidos e calçados. Apesar da Calvin Klein ter se posicionado contra o registro desde 2004, a corte favoreceu a Zafra. ICTS compra Protiviti e fortalece disputa entre consultorias Fernando Fleider, sócio da ICTS Protiviti, diz que Brasil tem tradição em prevenção de riscos empresariais Nova empresa estima faturamento de R$ 30 milhões neste ano e nos próximos quatro anos quer triplicar de tamanho Regiane de Oliveira [email protected] Os processos de consolidação nos mais diversos segmentos da economia estão fazendo com que empresas de consultoria e auditoria empresarial de menor porte também partam para a expansão de suas estruturas para competir com as gigantes da área e também garantir sua fatia da nova demanda do mercado. Neste cenário, a ICTS, consultoria especializada na gestão e prevenção de riscos de negócios, acaba de incorporar o braço brasileiro da Protiviti, que também atua na gestão de risco e auditoria interna de empresas. O valor do negócio não foi divulgado, mas a nova ICTS-Protiviti, que conta com 125 funcionários, deve atingir um faturamento de R$ 30 milhões neste ano. “Nossa meta é triplicar este valor em três anos”, diz Fernando Fleider, sócio da ICTS Protiviti. Fleider conta que a aquisição foi fruto de uma oportunidade. “A ICTS queria atuar na área de auditoria e riscos financeiros e a Protiviti pretendia ampliar sua participação no país”, afirma. “A sinergia era perfeita.” A Protiviti, de origem americana, conta com 62 escritórios espalhados em 17 países, e atua no Brasil desde 2006. A ICTS ficou conhecida em sua atuação na investigação de fraudes na Brasil Telecom, na época em que a empresa pertencia em parte ao Banco Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas. Mas a empresa fundada em Israel, que iniciou suas atividades no país em 1995 — sendo posteriormente comprada pelos sócios brasileiros —, tem uma atuação bem diversificada. “Trouxemos, por exemplo, o sistema de prevenção de perdas para o varejo em 1996, atuando juntamente a Lojas Americanas”, diz. A companhia ainda atua com prevenção de perdas na área elétrica — contra os famosos “gatos”. A nova empresa vai oferecer todo tipo de serviço de segurança, desde a proteção patrimonial e pessoal até a diligência de risco em fusões e aquisições De acordo com Fleider, é difícil mensurar o valor gasto pelas empresas com prevenção de fraudes, uma vez que os riscos estão em diversas partes do negócio. “Sabemos que bancos investem uma quantia significativa em prevenção, assim como o varejo, que gasta, em média, 3% do faturamento com prevenção”, afirma. Porém, o Brasil tem tradição em combater riscos aos negócios. “As empresas já passaram por situações adversas e tiveram de investir em mecanismos para combater fraudes. Além do mais, temos a questão da violência, que desenvolveu a área de segurança no país”, diz o executivo. Mas, ele acrescenta que as empresas que atuam nesta área ainda carecem de certificações e maiores investimentos em qualidade. Oportunidades Fleider afirma que a nova empresa quer atuar como um hospital — “onde todos os procedimentos relativos à segurança corporativa possam ser atendidos em um mesmo local”. Isso significa oferecer ao mercado uma visão integral na gestão e prevenção de risco das empresas, com serviços que vão desde a segurança patrimonial e pessoal até a diligência de risco em fusões e aquisições. Dentre as oportunidades, Fleider cita os canais de denúncia, instrumento ainda pouco utilizado pelas empresas no país, mas que começa a chamar atenção por conta do crescimento de companhias abertas que se adaptam às normas Sarbanes Oxley, como é chamada a regulamentação americana para o segmento. “A Associação Americana de Prevenção a Fraudes mostra que 70% dos casos de fraudes são descobertos por dicas anônimas”, afirma. A ICTS Protiviti atende hoje 20 empresas na terceirização de canais de denúncia. ■ Consolidação chega Com clientes se unindo, prestadores de serviços também se movimentam Luciano Feltrin [email protected] A grande movimentação entre empresas de menor porte já se reflete entre prestadoras de serviços de auditoria e contabilidade. O processo ganhou novos contornos recentemente. No mês passado, a Terco — então associada à Grant Thornton — firmou parceria com uma das quatro gigantes do segmento: a Ernst &Young. Após romper com a Terco, a Grand Thorton associou-se à PyorConsulting Services, outra pequena empresa da área cujas especialidades são consultoria e terceirização de contabilidade. Em um mercado cada vez mais competitivo, a sobrevivência das menores dependerá de parcerias. Já empresas maiores e tradicionais devem crescer organicamente, aproveitando novos nichos. É o caso da BDO, uma das queridinhas entre pequenas e médias, que abrirá seu 17º escritório neste mês, em Joinville, em Santa Catarina. “O nosso principal concorrente agora são as big four. Acredito que isso não muda muita coisa, tanto que nosso planejamento estratégico continua o mesmo”, diz Eduardo Pocetti, presidente da BDO, referindo-se às grandes do setor: Ernst & Young, KPMG, Delloitte e PricewaterhouseCoopers. “Não pensamos em novas parcerias e, Sexta-feira, 3 de setembro, 2010 Brasil Econômico 31 Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 5 Santi Burgos/Bloomberg AQUISIÇÃO COMÉRCIO ELETRÔNICO Certificadora TÜV Rheinland compra brasileira Geris Engenharia e Serviços Inditex, dona da Zara, inicia comércio eletrônico em seis países da Europa Como parte do plano de investimento de R$ 66,96 bilhões no país, a TÜV Rheinland Brasil, subsidiária de um dos maiores grupos mundiais de certificação e inspeção, anunciou ontem a compra da Geris Engenharia e Serviços. Em nota, a empresa afirma que, com a compra, vai incrementar seu portfólio de serviços, pois está atenta às obras de infraestrutura em andamento, ao pré-sal, às obras do PAC, além da Copa do Mundo de 2014. A Inditex, dona da Zara, iniciou sua operação de comércio eletrônico em seis países da Europa. O site Zara.com atende França, Alemanha, Itália, Portugal, Espanha e Reino Unido. A loja virtual nos Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul começa a funcionar no próximo ano. A agência Bloomberg informou que o site pode impulsionar em até quatro pontos a receita da empresa, segundo analistas da consultoria americana Sanford C. Bernstein. Murillo Constantino MOVIMENTOS DO MERCADO ● Recentemente, a Terco rompeu com a Gran Thorton e associou-se à gigante Ernst & Young. ● A Grand Thorton, em contrapartida, fez parceria com a PyorConsulting, de contabilidade. Bandeirante Energia S.A. às empresas de auditoria muito menos, em algo envolvendo as quatro grandes”, explica. Pocetti lembra que o espaço para que as receitas da empresa no país – que hoje representam apenas 2% da rede global – ganhem impulso é muito grande. A BDO aposta que parte desses ganhos virão do reforço da atividade de terceirização de contabilidade e em treinamentos sobre contabilidade internacional, área em que pretende investir em breve, para que isso ocorra. Outra que vem crescendo com os recentes movimentos é a Crowe Horwath RCS, que saltou do 7º para o 6ª em auditoria com a fusão entre Terco e Ernst&Young. “Esse mercado ainda é muito pequeno no Brasil. E irá ganhar espaço com a necessidade de agregar mais Em um mercado cada vez mais competitivo, a sobrevivência das menores dependerá de parcerias. Empresas maiores devem crescer organicamente, aproveitando novos nichos transparência às pequenas e médias que forem participar das grandes obras de infra-estrutura que envolverão os grandes eventos esportivos que receberemos”, diz Raul Correa da Silva, presidente da empresa. Para não perder as oportunidades que Copa e Olimpíada prometem, a Crowe especializou-se em serviços e gestão esportiva. Mas para não ficar dependente demais do segmento, tem também equipes especializadas em atender clientes das áreas de construção civil e sustentabilidade. Empresas do setor têxtil estão entre as principais clientes, juntamente com fundos de investimentos e corretoras. Cerca de 60 deles já integram a carteira da companhia. ■ Companhia Aberta CNPJ/MF no 02.302.100/0001-06 - NIRE 35.300.153.235 ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 09 DE AGOSTO DE 2010 1. Data, Hora e Local: Realizada no dia 09 de agosto de 2010, às 15:00 horas, na sede social da Bandeirante Energia S.A. (“Companhia”), na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Bandeira Paulista, 530, 14º andar, Bairro Itaim Bibi, Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. 2. Convocação: Dispensada nos termos § 4° do artigo 124 da Lei 6.404/76 e alterações posteriores. 3. Presença: Presente a acionista EDP - Energias do Brasil S.A. representando a totalidade das ações da Companhia, conforme assinaturas constantes do Livro de Presença de Acionistas da Companhia. 4. Mesa: Assumiu a presidência dos trabalhos o Presidente do Conselho de Administração da Companhia, Sr. António Manuel Barreto Pita de Abreu, que escolheu o Sr. Fábio William Loreti para secretariá-lo. 5. Ordem do Dia: O Sr. Presidente informou que a presente Assembléia tinha por finalidade aprovar as alterações dos artigos 21 e 22 do Estatuto Social da Companhia. 6. Deliberações: Após prestados os devidos esclarecimentos, a única acionista: 6.1. Aprovou a alteração dos artigos 21 e 22 do Estatuto Social da Companhia, para reformular a estrutura de sua Diretoria, passando assim os referidos artigos a vigorarem com as seguintes redações: “Artigo 21 - A Diretoria será composta por até 6 (seis) membros, residentes no país, eleitos pelo Conselho de Administração, que terão as seguintes designações, sendo autorizada a cumulação de funções por um mesmo Diretor: (i) Diretor Presidente; (ii) Diretor Técnico e de Ambiente; (iii) Diretor Comercial; (iv) Diretor Financeiro e de Relações com Investidores; (v) Diretor de Regulação; e (vi) Diretor de Sustentabilidade. Artigo 22 - Compete à Diretoria a administração dos negócios sociais em geral e a prática, para tanto, de todos os atos necessários ou convenientes, ressalvados aqueles para os quais seja por lei ou pelo presente Estatuto atribuída a competência à Assembléia Geral ou ao Conselho de Administração. No exercício de suas funções, os Diretores poderão realizar todas as operações e praticar todos os atos de administração necessários à consecução dos objetivos de seu cargo, de acordo com a orientação geral dos negócios estabelecida pelo Conselho de Administração, incluindo resolver sobre a aplicação de recursos, transigir, renunciar, ceder direitos, confessar dívidas, fazer acordos, firmar compromissos, contrair obrigações, celebrar contratos, adquirir, alienar e onerar bens móveis e imóveis, prestar caução, avais e fianças, emitir, endossar, caucionar, descontar, sacar e avalizar títulos em geral, assim como abrir, movimentar e encerrar contas em estabelecimentos de crédito, observadas as restrições legais e aquelas estabelecidas neste Estatuto Social. Parágrafo Primeiro - Compete ao Diretor Presidente: (i) executar e fazer executar as deliberações das Assembléias Gerais e do Conselho de Administração; (ii) coordenar as atividades dos demais Diretores, observadas as atribuições específicas estabelecidas neste Estatuto Social; (iii) definir as competências dos demais membros da Diretoria nas áreas não especificadas neste Estatuto “ad referendum” do Conselho de Administração; (iv) coordenar e promover a política de representação institucional da Companhia nas suas relações com a imprensa e autoridades governamentais; (v) encaminhar ao Conselho de Administração as demonstrações financeiras da Companhia, acompanhadas do Relatório de Administração; (vi) emitir e aprovar instruções e regulamentos internos que julgar necessários; (vii) coordenar a aplicação das políticas e diretrizes de recursos humanos da Companhia quanto à admissão e demissão, desenvolvimento profissional, remuneração e incentivos; (viii) coordenar as atividades de natureza jurídica da Companhia; (ix) coordenar as atividades relacionadas à comunicação, imagem, propaganda e marketing da Companhia; (x) definir as políticas de compras, infra-estrutura, e tecnologia da informação; (xi) elaborar o Orçamento, o Plano de Investimentos e o Plano de Negócios da Companhia; (xii) coordenar e gerir os procedimentos de recursos humanos; (xiii) assegurar a representação da empresa junto a entidades de regulação nacional e estadual; e (xiv) garantir a aplicação das políticas corporativas e dos princípios de desenvolvimento sustentável em todas as atividades sob sua responsabilidade. Parágrafo Segundo - Compete ao Diretor Técnico e de Ambiente: (i) definir as políticas de planejamento, operação, manutenção e modernização dos sistemas de energia e de investimentos; (ii) coordenar o planejamento do sistema de distribuição e da sua operação e manutenção; (iii) coordenar a prospecção e o desenvolvimento de novos negócios, bem como de projetos de pesquisa e desenvolvimento; (iv) coordenar as atividades de meio ambiente, incluindo a supervisão de estudos e projetos de meio ambiente, bem como sua implementação; (v) acompanhar a realização de auditorias técnicas, ambientais e de segurança; (vi) acompanhar e apoiar a contratação e gestão de contratos com fornecedores e prestadores de serviços; (vii) definir os projetos de Subestações e Linhas de Transmissão, bem como dos sistemas de automação e controle; (viii) coordenar a programação e operação dos sistemas de energia e controle da qualidade dos produtos, serviços e funcionamento das instalações da Companhia; (ix) promover a implementação e execução do Plano de Negócios da Companhia; (x) definir as políticas de atendimento técnico a consumidores e dos sistemas de medição de energia; (xi) gerir o fornecimento de suporte tecnológico aos usuários, o planejamento de compras, a administração dos almoxarifados; (xii) gerir a execução de estudos, projetos e obras de atendimento a clientes e dos sistemas de mediação de energia; (xiii) gerir a execução de obras e a manutenção de redes, linhas, subestações e sistemas de comando, controle e proteção e acompanhar seu cronograma físico financeiro; e (xiv) garantir a aplicação das políticas corporativas e dos princípios de desenvolvimento sustentável em todas as atividades sob sua responsabilidade. Parágrafo Terceiro - Compete ao Diretor Comercial: (i) definir as estratégias de mercado, de atendimento a grandes clientes, dos sistemas comerciais e de serviços e perdas comerciais; (ii) acompanhar o planejamento energético e, de forma geral, as atividades de compra e venda de energia, contabilização e liquidação de energia; (iii) definir o planejamento em marketing e normalização comercial; (iv) coordenar o desenvolvimento de projetos de otimização comercial e a implementação e manutenção de sistemas comerciais; (v) assegurar adequados níveis de leitura, faturamento e arrecadação comercial; (vi) assegurar adequados níveis de performance no atendimento comercial; (vii) padronizar, otimizar e monitorar os processos comerciais, identificando novas oportunidades de negócios; (viii) coordenar a realização dos programas de eficiência energética e de combate as perdas comerciais; (ix) gerir o call center e o Programa de Eficiência Energética; e (x) garantir a aplicação das políticas corporativas e dos princípios de desenvolvimento sustentável em todas as atividades sob sua responsabilidade. Parágrafo Quarto - Compete ao Diretor Financeiro e de Relações com Investidores: (i) realizar a supervisão de toda a área econômica da Companhia; (ii) exercer a coordenação e gerenciamento da programação de investimentos, projeção e controle de receitas e despesas, custo de serviços e de pessoal, e estudos de mercado; (iii) realizar a supervisão e controle das contas bancárias e da aplicação dos recursos financeiros disponíveis no mercado de capitais; (iv) realizar a supervisão dos controles dos direitos dos acionistas, compreendendo o pagamento de dividendos e bonificações aprovadas pelas Assembléias Gerais, compras, vendas e transferências de ações e cumprimento das demais obrigações legais e estatutárias pertinentes; (v) coordenar e promover a política de representação da Companhia nas suas relações com o mercado de capitais; (vi) coordenar o planejamento financeiro e tributário da Companhia; (vii) apoiar o Diretor Presidente na elaboração do Orçamento, do Plano de Investimentos e do Plano de Negócios da Companhia, bem como na implementação dos mesmos; (viii) gerir os serviços de Contabilidade e Tesouraria, incluindo a contratação de empréstimos, financiamentos e suas aplicações e elaboração dos fluxos de caixa da Companhia; e (ix) garantir a aplicação das políticas corporativas e dos princípios de desenvolvimento sustentável em todas as atividades sob sua responsabilidade. Parágrafo Quinto - Compete ao Diretor de Regulação: (i) coordenar a realização dos estudos de revisões e reajustes tarifários; (ii) apoiar o Diretor Presidente na representação da Companhia junto a entidades de regulação nacional e estadual; (iii) elaborar procedimentos internos para assegurar o cumprimento de exigências regulatórias; e (iv) garantir a aplicação das políticas corporativas e dos princípios de desenvolvimento sustentável em todas as atividades sob sua responsabilidade. Parágrafo Sexto - Compete ao Diretor de Sustentabilidade: (i) apoiar o Diretor Presidente na promoção da política de representação institucional da Companhia nas suas relações com a imprensa e autoridades governamentais; (ii) promover, juntamente com o Diretor Presidente, as políticas corporativas e os princípios de desenvolvimento sustentável; (iii) apoiar o Diretor Presidente na promoção e aplicações das políticas de ética, em particular, assegurando o relacionamento com o Comitê e Provedor de Ética do Grupo; (iv) apoiar o Diretor Financeiro e de Relações com Investidores na promoção da política de representação nas relações com o mercado; (v) apoiar o Diretor Presidente na representação da empresa junto a entidades de regulação nacional e estadual; e (vi) garantir a aplicação das políticas corporativas e dos princípios de desenvolvimento sustentável em todas as atividades sob sua responsabilidade.”. 7. Encerramento: Oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e como ninguém se manifestou, foram encerrados os trabalhos e suspensa a Assembléia pelo tempo necessário à lavratura desta ata em forma de sumário, conforme faculta o artigo 130, parágrafo 1º, da Lei nº 6.404/76, e sua impressão em lote de folhas soltas, a qual após ter sido reaberta a sessão, foi lida, achada conforme, aprovada e assinada pelos presentes. Presidente da Mesa: Dr. António Manuel Barreto Pita de Abreu. Secretário da Mesa: Fábio William Loreti. Acionista: EDP - Energias do Brasil S.A., representada por seu Diretor Presidente Dr. António Manuel Barreto Pita de Abreu e por seu Diretor Vice-Presidente de Distribuição Dr. Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira Setas. Declaro que a presente é cópia fiel extraída do original. Fábio William Loreti - Secretário da Mesa. Registrada na JUCESP sob o nº 310.511/10-0 em sessão de 26/08/2010. Secretária Geral: Kátia Regina Bueno de Godoy. 32 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e 3fim de de setembro, semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 EMPRESAS Thomas Peter/Reuters TELECOMUNICAÇÕES TABLETS Samsung vai adotar sistema operacional Android em celulares inteligentes Novo concorrente para o iPad chega ao mercado em duas semanas A segunda maior fabricante mundial de celulares, Samsung Electronics, vai adotar o sistema operacional Android, do Google, como principal plataforma para seus celulares inteligentes, juntamente com o novo software Bada desenvolvido pela empresa. Em 12 meses, o Android superou Microsoft e Apple, e é o terceiro sistema operacional mais usado, atrás do Symbian, da Nokia, e do software da Research in Motion. O primeiro computador tablet da Samsung chegará ao mercado em duas semanas, anunciou ontem a empresa. Fabricantes de computadores e celulares, entre as quais Nokia, LG e HP, estão lançando produtos nessa nova categoria, intermediária entre os computadores e os smartphones, impulsionadas pelo sucesso do iPad, da Apple. O novo Galaxy Tab terá sistema operacional Android e oferece acesso a livros, filmes e música. Capgemini paga R$ 517 milhões por CPM Braxis Consultoria francesa passa a ter 55% da maior empresa de serviços de software nacional e ganha presença local Carlos Eduardo Valim [email protected] Às cinco horas da manhã de ontem, a brasileira CPM Braxis assinou os últimos documentos que deram à consultoria francesa Capgemini 55% do capital da empresa, um negócio de R$ 517 milhões. A negociação avalia a companhia em R$ 970 milhões e este é o montante estimado para o faturamento deste ano. Segundo Jair Ribeiro, presidente do comitê executivo da companhia, até então a maior de serviços de software com controle nacional, o acordo pôs fim à busca por um comprador iniciada em meados do último ano. “Queríamos abrir o capital, mas acabamos mudando de plano”, afirma Ribeiro, expresidente do Banco Patrimônio e cofundador da Braxis, em 2006. A empresa tornou-se CPM Braxis no ano seguinte, após a fusão com a CPM, também especializada em serviços de tecnologia da informação. “Terminamos nesta semana mais de três meses de negociação”, afirma o executivo, acrescentando que cinco grandes empresas mostraram interesse pela companhia. Ribeiro diz que, além da Capgemini, um outro grupo apresentou proposta pela CPM Braxis, e se manteve no páreo até a noite de anteontem, quando telefonou para Antônio Carlos Rego Gil, acionista da CPM Braxis e expresidente da CPM, e soube que a Capgemini venceu a disputa. “Quando fundamos a Braxis, queríamos ser a maior do país. Em um ano, conseguimos isso (após a fusão com a CPM)”, diz Ribeiro. “Depois voltamos a ser uma das dez maiores do mundo, o que conseguimos com essa negociação.” Divisão societária O investimento da Capgemini será dividido em R$ 230 milhões Bradesco, que havia assumido o controle em julho, vende 35% das ações por cerca de R$ 104 milhões e mantém 22% do capital para a compra de 30% das ações, e de mais R$ 287 milhões para um aumento do capital, com o qual somará mais 25% das ações. Entre o fim do terceiro ano até o quinto ano após o negócio, os acionistas terão a opção de compra ou venda dos 45% de ações remanescentes. O Bradesco havia assumido o controle da CPM Braxis no fim de julho, chegando a 57% de participação ao comprar o controle da CPM Holdings. O banco era um dos principais acionistas na antiga CPM, ao lado do Deutsche Bank. Com a venda para a Capgemini, ele alienará 37% de sua participação, ao valor aproximado de R$ 104 milhões, permanecendo com 20% do capital total. A Braxis, que hoje é uma holding, manterá 12%. O novo conselho de administração será formado por cinco membros da Capgemini e quatro da CPM Braxis. Segundo Ribeiro, o fundo Gávea Investimentos, do expresidente do Banco Central Armínio Fraga — que aportou R$ 170 milhões na empresa em 2008 —, manteve posição. Ele foi o que menos vendeu participação no negócio. NOVA COMPOSIÇÃO Presença local Como fica a divisão de ações na CPM Braxis, após a venda de seu controle à consultoria francesa 55% CAPGEMINI 20% BRADESCO BRAXIS 12% FUNDOS 11% FUNCIONÁRIOS 2% 0 10 Fonte: CPM Braxis 20 30 40 50 60 No Brasil, as operações da Capgemini, que conta com 120 pessoas, serão integradas às da organização de origem nacional, que possui 5,5 mil pessoas. Isso dará à francesa a oportunidade de contar com uma estrutura local, com capacidade de prestar serviços internacionais. Até 2008, o grupo francês não aparecia no ranking das exportadoras de serviços de tecnologia do Brasil. Pela lista, a CPM Braxis estava na sexta colocação, atrás das globais IBM, Accenture, EDS (adquirida pela HP), BT e da brasileira Stefanini. Mundialmente, a Capgemini tem a sétima maior participação de mercado em serviços de tecnologia. ■ GIGANTES DE SERVIÇOS DE TI PASSAM PARA MÃOS ESTRANGEIRAS Sexta-feira, Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 3 5 de setembro, 2010 Brasil Econômico 33 Reprodução TECNOLOGIA TURISMO Intel prepara produção para acompanhar crescimento da demanda por chips Rumbo, agência de viagens do grupo Telefónica, dá início a operações no Brasil A Intel, maior fabricante mundial de semicondutores, estima que a demanda por microchips integrados aumente à medida que a empresa avança para além de sua atividade básica — os chips para computadores. Embora tenha alertado para um faturamento menor devido às vendas de computadores inferiores às expectativas, a companhia fez duas aquisições na última quinzena para se preparar para os novos usos dos chips. A Rumbo, agência de viagens on-line do grupo Telefónica, começou suas operações no Brasil ontem. A empresa, controlada também pelo grupo de turismo espanhol Orizonia, quer aproveitar o potencial do mercado de viagens on-line brasileiro e promete fazer parcerias para oferecer tarifas baixas, seguindo o modelo de suas operações na Espanha e em Portugal. Inicialmente, o negócio vai gerar 100 empregos no Brasil. Marcela Beltrão Com a entrada da Capgemini na CPM Braxis, agora apenas a fabricante de software para gestão empresarial Totvs não tem participação estrangeira entre as principais companhias nacionais do segmento. As duas empresas, junto com a Tivit, são as únicas que conseguiram faturamento próximo de R$ 1 bilhão. O fortalecimento das empresas nacionais da área fez parte da política industrial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em maio deste ano, o fundo anglo-americano Apax Partners, por meio da Dethalas Empreendimentos e Participações, adquiriu o controle da Tivit, que presta serviços de gestão de infraestrutura tecnológica e de call center. O objetivo do fundo é fechar o capital da empresa, que começou a ter ações negociadas no Novo Mercado no ano passado. Segundo Antônio Carlos Rego Gil, acionista da CPM Braxis e presidente da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação, o ônus de 36% de impostos atrelados à prestação de serviços fragilizam as brasileiras. APORTE R$ 287 mi Valor do negócio que representa aumento de capital da CPM Braxis. A Capgemini pagou também R$ 230 milhões aos acionistas. MERCADO R$ 970 mi Foi o valor avaliado pela empresa. Equivale ao faturamento projetado para 2010, 18% acima do resultado de 2009, de R$ 817 milhões. HP vence Dell na disputa pela 3Par Tecnologia para computação em nuvem faz gigante americana pagar R$ 4,2 bi pela empresa A HP venceu ontem a guerra de ofertas para comprar a empresa de armazenamento de dados 3Par por R$ 4,2 bilhões, depois que a concorrente Dell se retirou a disputa. A HP elevou a proposta de R$ 52,3 para R$ 57,6 por ação, superando a última oferta de R$ 55,8 feita pela Dell e encerrando o que quase chegou a ser um leilão, atingindo níveis considerados muito altos por analistas. As ações da 3Par subiam 2,3%, para R$ 57,3 na tarde de ontem, após o anúncio de compra pela HP. Durante a maior parte do ano, os papéis da empresa foram negociados por cerca de R$ 17,4, até a Dell anunciar em agosto sua proposta de R$ 31,4 por ação. O acordo avalia a 3Par em mais de oito vezes sua receita, o que, segundo muitos analistas, é elevado demais para uma empresa que mal registrava lucro desde que foi fundada em 1999. Múltiplos acima de cinco são considerados dispendiosos nos negócios de tecnologia. Computação em nuvem Entretanto, outros avaliam que a 3Par vale o preço pago. A empresa é especialista em produtos de armazenagem de dados, um elemento fundamental para a chamada “computação em nuvem” — tecnologia cada vez mais popular que permite aos usuários armazenar dados e software na internet. Tal tecnologia é vista como cada vez mais importante, considerando que e-mails, vídeos on-line e transações eletrônicas congestionam os centros de dados das companhias. ■ Redação, com agências internacionais Bandeirante Energia S.A. Companhia Aberta CNPJ/MF nº 02.302.100/0001-06 - NIRE 35.300.153.235 ATA DA 142ª REUNIÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO 1. Data, Hora e Local: Realizada no dia 09 de agosto de 2010, às 15:30 horas, na sede social da Bandeirante Energia S.A. (“Companhia”), na Rua Bandeira Paulista, 530 - 14º andar, Bairro Itaim Bibi, Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. 2. Presença: A reunião do Conselho de Administração foi instalada com a presença do Presidente do Conselho de Administração Sr. António Manuel Barreto Pita de Abreu, do Vice-Presidente do Conselho de Administração Sr. Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira Setas, e dos Conselheiros Srs. Miguel Dias Amaro; Luiz Otavio Assis Henriques; e Arnaldo Benzi Sacconi. 3. Mesa: Assumiu a presidência dos trabalhos o Sr. António Manuel Barreto Pita de Abreu, que escolheu o Sr. Fábio William Loreti para secretariá-lo. 4. Ordem do Dia: O Sr. Presidente esclareceu que a presente reunião tinha por finalidade deliberar sobre a: (i) destituição de membro da Diretoria da Companhia e eleição de seu substituto; e (ii) recondução e eleição de membros da Diretoria da Companhia. 5. Deliberações: Após discussão e prestados os devidos esclarecimentos, os membros do Conselho de Administração, por unanimidade: 5.1. Aprovaram a destituição do Sr. Mauricio Alberto Gonella Santos Pereira, brasileiro, casado, economista, portador da cédula de identidade RG nº 6.036.922 SSP/SP, e inscrito no CPF/MF sob o nº 712.221.708-68, residente e domiciliado na Cidade de São José dos Campos, Estado de São Paulo, com endereço comercial na Rua Claudino Pinto, 58, Centro, CEP 12210-010, que até então ocupava o cargo de “Diretor Comercial” da Companhia. 5.1.1. Tendo em vista a deliberação supra, elegeram para o mandato em curso, ou seja, até 31 de janeiro de 2011, a partir da presente data, o Sr. Michel Nunes Itkes, brasileiro, casado, engenheiro eletricista, portador da cédula de identidade RG nº M-2.354.296, inscrito no CPF/MF nº 650.937.986-49, residente e domiciliado na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, com endereço comercial na Rua Bandeira Paulista, nº 530, CEP 04532-001, para o cargo de “Diretor Comercial” da Companhia. 5.2. Considerando as alterações no Estatuto Social da Companhia, aprovadas na Assembléia Geral Extraordinária realizada nesta data, os membros do Conselho de Administração, por unanimidade: (i) Aprovaram a recondução para o mandato em curso, ou seja, até 31 de janeiro de 2011, do: (a) Sr. Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira Setas, português, casado, engenheiro, portador da cédula de identidade RNE nº V533027-Y, inscrito no CPF/MF sob o nº 233.022.348-05, residente e domiciliado na capital do Estado de São Paulo, com endereço comercial na Rua Bandeira Paulista, nº 530, 14º andar, Itaim Bibi, CEP 04532-001, para o cargo de “Diretor Presidente” da Companhia; e do (b) Sr. Francisco Alfredo Fernandes, brasileiro, casado, engenheiro, portador da cédula de identidade RG nº 6.873.312 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº 002.836.358-27, residente e domiciliado na Cidade de Mogi das Cruzes, Estado de São Paulo com endereço comercial na Av. Presidente Castelo Branco, nº 77, na Cidade de Mogi das Cruzes, no Estado de São Paulo, CEP 08820-460, para o cargo de “Diretor Técnico e de Ambiente” da Companhia. (ii) Elegeram para o mandato em curso, ou seja, até de 31 de janeiro de 2011: (a) o Sr. Carlos Emanuel Baptista Andrade, brasileiro, casado, economista, portador da cédula de identidade RG nº 1.699.133 SSP/PE, inscrito no CPF/MF sob nº 364.349.064-04, residente e domiciliado na capital do Estado de São Paulo, com endereço comercial na Rua Bandeira Paulista, nº 530, 4º andar, Bairro Itaim Bibi, CEP 04532-001 para o cargo de “Diretor Financeiro e de Relações com Investidores”; e (b) o Sr. Donato da Silva Filho, brasileiro, solteiro, engenheiro, portador da cédula de identidade RG nº 22.448.869-8 SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº 172.222.108-90, residente e domiciliado na capital do Estado de São Paulo, com endereço comercial na Rua Bandeira Paulista, nº 530, 3º andar, Itaim Bibi, CEP 04532-001 para o cargo de “Diretor de Regulação”. 5.3. Os Diretores, ora reconduzidos e eleitos, neste ato e/ou por declaração própria, tomaram ciência de suas eleições e as aceitaram, declarando não estarem incursos em nenhum crime que os impeçam de exercer atividades mercantis. 5.4. Tendo em vista as deliberações dos itens acima, a Diretoria da Companhia passa a ter a seguinte composição a partir da presente data, mantendo-se inalterado o seu mandato, ou seja, até 31 de janeiro de 2011: (i) Diretor Presidente: Sr. Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira Setas; (ii) Diretor Técnico e de Ambiente: Sr. Francisco Alfredo Fernandes; (iii) Diretor Comercial: Sr. Michel Nunes Itkes; (iv) Diretor Financeiro e de Relações com Investidores: Sr. Carlos Emanuel Baptista Andrade; (v) Diretor de Regulação: Sr. Donato da Silva Filho; (vi) Diretor de Sustentabilidade: Sr. João José Gomes de Aguiar. 6. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado e inexistindo qualquer outra manifestação, foi encerrada a presente reunião, da qual se lavrou a presente ata que, lida e achada conforme, foi assinada por todos os Conselheiros presentes. Presidente da Mesa: Dr. António Manuel Barreto Pita de Abreu. Secretário da Mesa: Dr. Fábio William Loreti. Conselheiros: Srs. António Manuel Barreto Pita de Abreu; Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira Setas; Miguel Dias Amaro; Luiz Otavio Assis Henriques; e Arnaldo Benzi Sacconi. Declaro que a presente é cópia fiel extraída do original. Fábio William Loreti - Secretário da Mesa. Registrada na JUCESP sob o nº 310.512/10-4 em sessão de 26/08/2010. Secretária Geral: Kátia Regina Bueno de Godoy. semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 34 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e3fim de de setembro, BASTIDORES CULTURAIS CESAR GIOBBI Heitor Martins, e de como a Bienal saiu do buraco Presidente da Fundação Bienal de São Paulo há pouco mais de um ano Heitor Martins conta como saneou as contas da instituição e a recolocou nos trilhos ELE NÃO TEM MEDO DE CONTA NO VERMELHO Heitor Martins, Presidente da Fundação Bienal de São Paulo desde junho de 2009, é sócio-Diretor da McKinsey & Company no escritório de São Paulo e um dos líderes da Prática de Instituições Financeiras na América do Sul. Martins é graduado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (Maio 89 — São Paulo, Brasil) e pós-graduado em Administração de Empresas pela Universidade de Michigan (Maio 93 - Ann Arbor, EUA). E é um apaixonado por arte. Heitor Martins assumiu a presidência da Fundação Bienal de São Paulo em junho de 2009, e a vida da instituição mudou. Assim como mudaram as reuniões do Conselho de Administração, que agora são rápidas, eficientes, e sai todo mundo satisfeito e aliviado. Sem nenhum demérito a ex-presidentes da Bienal, alguns dos quais realizaram esplendias mostras, Martins trouxe um novo paradigma administrativo. Antes, a direção da Fundação estava sempre correndo atrás do prejuízo. Ou seja, tinha metas a cumprir e contas a pagar, e saía passando o chapéu para ver se cobria todas as despesas. Muitas vezes não cobria. Agora, a Bienal está estruturada para poder propor metas e aceitar desafios. Às vésperas da inauguração da 29ª Bienal Internacional de São Paulo, que pela primeira vez tem previsão de estar pronta uma semana antes da abertura, em 25 de setembro, Martins conversou comigo para desvendar sua fórmula de sucesso. Martins é um gestor. É sócio-diretor da McKinsey & Company no Brasil, que é uma empresa mundial de consultoria estratégica e gestão. Segundo Martins, é a maior do mundo. Depois das confusões administrativas em que a Fundação Bienal se viu envolvida, ele era o homem certo, na hora certa para assumir o comando. A primeira coisa que fez foi montar uma diretoria que é um time, cada um com sua posição e tarefa. Chamou Eduardo Vassimon, do sistema financeiro; Lucas Melo, especialista em controle contábil; Jorge Fergie, da Mckinsey; Pedro Barbosa, gestor de ativos; Salo Kibrit, advogado; Luis Terepins, empresário da construção civil e presidente da AACD; Justo Werlang, da Bienal do Mersocul e Miguel Chaia, um acadêmico e conhecedor de artes. “É um time que funciona muito bem. Quando quero falar de dinheiro, chamo o Vassimon e o Lucas; sobre administração falo com o Fergie; problemas jurídicos são com o Salo; o Terepins me ajuda com as obras de restauro do prédio; o Justo e o Miguel me ajudam na parte curatorial”, cita ele. “Em conjunto, a diretoria cobre todas as áreas. Este é o principal segredo. Somos todos voluntários e desvinculados , mas a equipe trabalha motivada pela causa”. Esta parece ser também a principal mudança: “A Bienal tem um passado presidencialista, com diretorias passivas. No nosso caso, se cada um dedicar 15% de seu tempo à Bienal, é como se tivéssemos duas pessoas full-time na Fundação”, explica “ Não temos nem mais sala de presidência. Temos uma sala de reunião, que cada um usa quando vai à Bienal. Fizemos uma democratização de direção, dentro deste novo conceito de espaços abertos com todo mundo sentado numa mesma mesa Heitor Martins ele. Além disso, Martins sugeriu ao conselho que admitisse membros ligados ao mundo financeiro e empresarial com contato com as artes, caso de Carlinhos de Jereissati, Alfredo Setubal e José Olympio Pereira, para citar apenas três exemplos. “Com a chegada desses novos membros, ficou claro que a sociedade apoiava a Bienal”. As reuniões têm sido semanais, às segundas-feiras, das 21h às 24h. Além disso, todos os diretores vão à Bienal com certa freqüência. Mas não é mais como antes, que o presidente e diretoria praticamente despachavam no prédio em tempo integral. “Não temos nem mais sala de presidência. Temos uma sala de reunião, que cada um usa quando vai à Bienal. Fizemos uma democratização de direção, dentro deste novo conceito de espaços abertos com todo mundo sentado numa mesma mesa”, diz ele. Martins e sua diretoria encontraram um passivo de cerca de R$ 4 milhões, pendências relativas às duas mostras anteriores, causas trabalhistas, custeio. Um número que afugentou pelo menos dois pretendentes ao posto. Mas que, para um bom gestor, é um número absolutamente administrá- vel. Martins fez as contas e percebeu que precisaria ter pelo menos R$ 2,8 milhões de imediato, e cerca de R$ 5,2 milhões para chegar até o fim do ano. Dois bancos e uma empresa, com representante no Conselho, logo liberaram via Lei Rouanet, cerca de R$ 800 mil. A Prefeitura liberou cerca de R$ 2 milhões, para custeio, já que não devemos esquecer que o prédio é público. E um jantar organizado pelo conselho, na própria Fundação, levantou mais R$ 1 milhão de doações livres de empenho. A Bienal estava estruturada para poder pensar nos projetos. Em primeiro lugar, realizar em apenas um ano a mostra internacional, e iniciar reformas urgentes. Um plano de funding foi criado. O Ministério da Cultura compreendeu rápidamente a importância de ajudar, e liberou fundos para a reforma do prédio, mais fundos da lei Rouanet para a mostra. “Passei três meses investindo em convencimento. Fui mostrar ao governo, à mídia, à sociedade, ao trade e aos marchands o nosso projeto. Lembramos que a Bienal é a mostra mais importante do mundo e tem de ser preservada. Que para preservá-la é preciso ter um comando confiável, que aja com Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 3 5 de setembro, 2010 Brasil Econômico 35 Sexta-feira, Divulgação A “cowrintiana” de Washington Olivetto O publicitário Washington Olivetto, conhecido por sua doentia torcida pelo Corinthians, criou esta vaca, a Cowrintiana, para a 5 ª Cow Parade, que terminou em abril com um leilão beneficente. A obra foi arrematada por Michel Farah, que na quarta, dia do centenário do clube, resolveu dá-la de presente ao criador da obra. Na foto, Washington recebe o presente (de vermelho, entre Michel Farah, Angelo Derenze e Paulo Gregoraci), que agora está vai ficar morando na entrada da agência WMcCann, em São Paulo. AGENDA ● No dia 9, a São Paulo Companhia de Dança estreia a montagem Sechs Tänze, às 21h, no Teatro Alfa, em São Paulo. ● No dia 4, os humoristas Chico Anysio e Tom Cavalcante apresentam o espetáculo Chico.Tom, às 22h, no Citibank Hall do Rio de Janeiro. [email protected] Marcela Beltrão BREVES Partituras de Pixinguinha. Duas delas inéditas J. Ramos/Arquivo/O Dia A Imprensa Oficial do Estado e o Instituto Moreira Salles lançam dia 9, no Teatro Carlos Gomes, centro do Rio, a obra Pixinguinha na Pauta: uma caixa com as partituras de 36 arranjos que Pixinguinha fez para o programa O Pessoal da Velha Guarda, da Rádio Tupi, nas décadas de 1940 e 1950. Duas delas são de obras inéditas do compositor. O lançamento terá a orquestra Pixinguinha na Pauta, regida por Pedro Aragão, e solos do cantor Pedro Miranda. 1822, do mesmo autor de 1808 Heitor Martins: “O dinheiro é um instrumento que deve ser respeitado, mas precisa ser usado para gerar impacto cultural. E o nosso objetivo é o de fazer uma tremenda Bienal” transparência, credibilidade e competência. O dinheiro acaba vindo como uma decorrência disso”, garante Martins. “Na primeira reunião com o ministro da Cultura, Juca Ferreira, nem falamos de dinheiro. A sintonia foi imediata. Descobrimos objetivos comuns no projeto, como a gratuidade da mostra, itinerância, e inclusão pela arte”. O ministro passou a ser um importante parceiro da Bienal. Tanto que foi ao jantar de funding, em novembro passado, e falou pela Bienal. “Esse apoio foi ainda mais importante que o econômico. Dinheiro é conseqüência disso. Não saímos mais para pedir verba. Saimos para apresentar projetos”, explica. Com este bom entendimento, foi renovado o acordo segundo o qual a Bienal de São Paulo cuida da participação do Brasil na Bienal de Veneza. Mas só da organização. A reforma do pavilhão brasileiro é feita pelo Ministério das Relações Exteriores, e os custos da mostra são cobertos pelo Minc. Administrações passadas tinham assumido responsabilidade por tudo. Na última reunião do Conselho, Martins anunciou que o funding da Bienal, entre convênios, leis de incentivo e patrocínios, já ti- nha reunido cerca de R$ 32 milhões, e que havia ainda cerca de R$ 14 milhões para entrar. Os custos da 29ª estão orçados em R$ 26 milhões. Tirando o custeio e o investimento em obras, que começam por agora e devem durar mais tempo que o do mandato desta diretoria, Martins espera deixar dinheiro em caixa para a próxima administração. “Começar com caixa para despesas emergenciais te dá outro grau de flexibilidade”, comenta. Por fim, Martins lembra que administrar uma fundação cultural não é o mesmo que administrar uma empresa. Se os padrões de gestão são os mesmos, a finalidade é outra. “É importante que não se perca de vista esta perspectiva. Aqui não é a de acumular dinheiro. O dinheiro é um instrumento que deve ser respeitado, mas deve ser usado para gerar impacto cultural. E o nosso objetivo é o de fazer uma tremenda Bienal, trazer mais de 1 milhão de pessoas, capacitar milhares de professores das redes pública e privada, interessar em arte cerca de 400 mil crianças, e levar a exposição, em módulos, para várias capitais do País”. Sem falar na repercussão internacional que a Bienal sempre gera. Que assim seja. ■ O jornalista e escritor Laurentino Gomes, autor do bestseller “1808”, lança agora uma sequência, 1822, em que narra o processo da independência do Brasil, da partida da família real, em 1821, à morte de D. Pedro I em Portugal, em 1834. O lançamento em São Paulo será no dia 8, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional e no Rio, no dia 9, na Casa de Rui Barbosa. Divulgação “ Na primeira reunião com o ministro da Cultura, Juca Ferreira, nem falamos de dinheiro. A sintonia foi imediata. Descobrimos objetivos comuns no projeto, como a gratuidade da mostra, itinerância, e inclusão pela arte Heitor Martins Um filme suíço sobre Nana O cineasta franco-suíço Georges Gachot se rende mais uma vez à música brasileira e lança em Zurique, no dia 9, o filme Rio Sonata, um tributo a Nana Caymmi. O filme levou seis anos para ser concluído, e tem a participação de Gil, Betânia, Milton Nascimento, João Donato, Erasmo Carlos, Dorival e Dori Caymmi. O filme entra em cartaz na Europa no outono. Será apresentado nos festivais do Rio e Vancouver. 36 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e3fim de de setembro, semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 FINANÇAS Comunidade de empréstimos alcança 1º milhão Baseada em modelos internacionais de “peer-to-peer lending”, a Fairplace intermediou perto de 300 empréstimos Mariana Segala [email protected] Uma carteira de crédito de R$ 1 milhão é quase nada para um banco. Já para a Fairplace — que põe em contato, em uma rede social na internet, gente que precisa de dinheiro e quem está disposto a emprestar — representa uma bolada. A “comunidade de empréstimos” brasileira alcançou o primeiro milhão de reais emprestado no fim de agosto, aos cinco meses de vida, em 280 operações feitas diretamente de pessoa para pessoa. É o que se conhece no exterior, onde virou moda, como “peer-to-peer lending”. “É o tipo de negócio que tem a cara do Brasil”, avalia o diretor da Fairplace, Eldes Mattiuzzo. A comunidade virtual já tem 10 mil cadastrados, dos quais 3,5 mil já solicitaram empréstimo — que vão de R$ 1 mil a R$ 5 mil, pagáveis em prazos fixos de um ou dois anos. Na prática, quem quer dinheiro se cadastra no site e tem os dados checados e avaliados pela Serasa Experian, que emite um “rating”, ou nota de risco de calote. A maioria, no entanto, não passa pelo crivo da Fairplace. Em 75% dos casos, a proposta do candidato a tomador de crédito nem é publicada. Operações vão de R$ 1 mil a R$ 5 mil, para prazos fixos de um ou dois anos. Quem empresta o dinheiro assume o risco de inadimplência e a falta de liquidez Competitividade ADAPTAÇÃO Cuidado redobrado para cumprir Lei da Usura Um dos desafios da Fairplace foi adaptar modelos internacionais de comunidades de empréstimo à realidade jurídica brasileira — que incluiu, por exemplo, o enquadramento à Lei da Usura. Apenas bancos e financeiras podem cobrar juros acima de 1% ao mês. Para assegurar a legalidade das operações, a solução encontrada foi formalizar, nos contratos intermediados com Fairplace e com os tomadores e investidores, uma taxa mensal de juros de 1%. O restante da remuneração é recebido Quando o pedido vai para o ar, abre-se um leilão de 14 dias entre os 2,5 mil “investidores” do site. Quem tem para emprestar e se interessa pelo perfil do tomador oferece os recursos a uma taxa de juros. Ganha quem cobrar menos. O papel da Fairplace é prover plataforma, avaliação de crédito, fechamento de contratos entre as partes, recolhimento de impostos e liquidação das operações (feita pela empresa de meios de pagamento MoIP). Por isso, cobra dos tomadores taxa de cadastro de R$ 50 e comissão de 5% (para operação de um ano) ou 8% (dois anos). A comissão cobrada do credor é de 2%. por quem empresta o dinheiro a título e bonificação, repassada diretamente pela Fairplace. O empréstimo entre pessoas não caracteriza agiotagem, que é a cobrança de juros extorsivos, destaca o diretor da Fairplace, Eldes Mattiuzzo. “As operações de crédito de uma pessoa para outra estão previstas no Código Civil e são formalizadas por meio de contratos de mútuo, que são legais”, afirma. É esse o tipo de contrato que a empresa intermedeia entre os participantes da comunidade. A vantagem, diz Mattiuzzo, está nos juros, menores do que os cobrados nas linhas de crédito dos bancos. A taxa média dos empréstimos feitos na Fairplace está em 3,15% ao mês, mas chega a 2,52% para perfis “triple A”, com melhor avaliação de crédito. Para quem empresta, a rentabilidade é maior do que a de investimentos bancários. Mas todo o risco e a ausência de liquidez (depois de feito o empréstimo, não é possível desistir até o final do período) são assumidos pela pessoa. Na Fairplace, a taxa dos que não pagaram a primeira e a segunda parcelas é de 3%. “A cada R$ 25 que tenho a receber, R$ 24 vêm em dia e R$ 1, em atraso”, conta o médico gaúcho Roberto Lodeiro Muller, prestes a realizar o centésimo empréstimo pelo Fairplace. “Minha estratégia é pulverizar ao máximo, concedendo só o valor mínimo a emprestar, de R$ 50.” A experiência internacional mostra que as taxas de inadimplência podem inviabilizar o negócio. Há pelo menos 35 serviços do tipo no mundo e já existem casos de quebra. Na Polônia, o site Monetto fechou as portas em fevereiro. Nos Estados Unidos, a atividade foi regulada no fim de 2008, em função dos efeitos da crise financeira internacional. ■ Modelo esbarra Empresário monta arsenal jurídico para proteger o negócio Boa parte do ano que Eldes Mattiuzzo levou para desenvolver a estrutura da Fairplace foi gasta colocando preto no branco um negócio que embute tons de cinza. Ele e o advogado Rodrigo Romano, do escritório Kalume e Associados, prepararam um arsenal jurídico para enfrentar eventuais questionamentos sobre a legalidade da atividade sem precedente no país — e, portanto, sem regulamentação específica. O Banco Central informou ao BRASIL ECONÔMICO que a Fairplace não é instituição financeira autorizada a operar no mercado financeiro e que, por essa razão, não é fiscalizada pela autoridade. “Cabe destacar que a atividade de intermediação financeira, que pressupõe a realização de operações de crédito, é privativa de instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central”, informou, ressaltando ainda que quem opera como instituição financeira sem autorização está sujeito às penali- Sexta-feira, Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 3 5 de setembro, 2010 Brasil Econômico 37 Stringer/AFP BCE mantém juro básico em 1% ao ano AGENDA DO DIA O Banco Central Europeu (BCE), presidido por Jean-Claude Trichet, decidiu ontem manter o juro básico da Zona do Euro no recorde mínimo de 1% ao ano pelo décimo sétimo mês seguido. A autoridade monetária também deixou inalterada a taxa usada para a concessão de créditos overnight por bancos centrais nacionais e a que remunera depósitos overnight em, respectivamente, 1,75% e 0,25%. O BCE começou a cortar os juros em outubro de 2008, época do período mais crítico da crise. de serviços de agosto nos EUA. ● Às 6h, saem as vendas do varejo na Zona do Euro. ● Às 9h, o IBGE divulga PIB do Brasil do segundo trimestre. ● Às 9h30, sai a taxa de desemprego nos EUA de agosto. ● Às 10h30 sai o ISM Henrique Manreza Eldes Mattiuzzo, idealizador e diretor da Fairplace: regulamentação do modelo seria bem-vinda COMUNIDADE EM NÚMEROS O perfil dos empréstimos na Fairplace EMPRÉSTIMOS REALIZADOS POR CLASSE SOCIAL E A 7,5% 15% D 15% B 22,5% C 40% EMPRÉSTIMOS REALIZADOS POR FINALIDADE DOS RECURSOS Saúde 1% Outros 8% Dívidas 47% Casamento 4% Veículos Lar 5% 6% Estudo 7% Negócios 22% TAXA MÉDIA MENSAL DE JUROS POR GRAU DE RISCO 5 4,24% 3,71% 4 3 2,98% 2,52% 2 1 0 AAA A B C Fonte: Fairplace em dúvidas sobre regulamentação dades das leis 4.595 e 7.492. Embora questionado, o BC não esclareceu se a atividade da Fairplace se configura como intermediação financeira. A empresa defende que não. Constituída sob a forma de sociedade limitada, a Fairplace se identifica como prestadora de serviços que atua como captadora de negócios e mandatária tanto dos tomadores de empréstimos quanto dos investidores. Cobra, por isso, taxas de cadastro e comissões, quando as transações são efetivadas. “A Fairplace defende que proposta não caracteriza atividade de instituição financeira fiscalizada pelo Banco Central ou pela CVM Fairplace não faz qualquer tipo de concessão direta de empréstimos, financiamentos, crédito direto, aplicações financeiras vinculadas ou garantidas, investimentos em mercados imobiliários ou operações assemelhadas, motivo pelo qual não se constitui como instituição financeira sob o controle do Banco Central ou da CVM”, informa um parecer jurídico sempre pronto a ser apresentado. Não que não queira se tornar uma, como outros objetivos. “Poderíamos trabalhar também com securitização dos recebíveis, emitindo FIDCs (fundos de recebíveis), e criar um mercado secundário dos créditos entre os usuários”,exemplifica Mattiuzzo. Planos, no entanto, para daqui ao menos três anos. Zona duvidosa A proposta da Fairplace, de fato, não se enquadra nas atividades típicas de uma instituição financeira, avalia o advogado José Eduardo Carneiro Queiroz, sócio da área bancária do escritório Mattos Filho. “A lei ban- cária (4.595) se aplica quando a instituição capta os recursos, os intermedeia e aplica cumulativamente”, diz. A empresa, no entanto, sofre os mesmos questionamentos que outras formas alternativas de financiamento. É o caso de ONGs que concedem crédito a populações não bancarizadas, lembra o advogado, que são excepcionadas do regime bancário tradicional. “Essas formas alternativas de oferecer financiamento estão numa zona duvidosa da regulamentação”, ressalta. ■ M.S. 38 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e3fim de de setembro, semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 FINANÇAS Jim Lo Scalzo/Bloomberg POLÍTICA MONETÁRIA Bernanke diz que regulação é melhor arma para estabilidade O presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, afirmou ontem que uma boa regulação, em vez da política monetária, é a melhor arma para lidar com deslocamentos nos mercados financeiros. Em discurso preparado para uma audiência com a Comissão de Inquérito sobre a Crise Financeira (FCIC, em inglês) dos EUA, Bernanke não descartou usar a política monetária para lidar com problemas do mercado de crédito. Em parceria com Assurant, Tim vai distribuir seguros Operadora tem 44 milhões de linhas e espera oferecer, inicialmente, apólices para casos de roubo e furto, garantia estendida e quebra acidental do aparelho Thais Folego [email protected] Após terem desbravado as bases de clientes das redes de varejo e das companhias de serviços públicos, seguradoras que atuam com distribuição massificada de seguros estão com grande apetite para explorar melhor a clientela das operadoras de telefonia celular. E não é para menos, já que no Brasil há 187 milhões de celulares, segundo dados de julho da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). A Tim acaba de fechar parceria com a seguradora Assurant Solutions para distribuir seguros contra roubo e furto de celular, garantia estendida e quebra acidental do aparelho, segundo fontes que acompanharam a negociação. As apólices serão oferecidas nas lojas da operadora, que hoje tem cerca de 44,9 milhões de linhas, o equivalente a 24% do mercado de telefonia móvel. A Vivo oferece alguns tipos de seguros em parceria com a Mapfre há cinco anos e, mais recentemente, também fechou parceria com o Santander para oferecer apólice de vida. Segundo fontes do mercado, a Oi também estaria fazendo uma concorrência para escolher uma seguradora. A companhia, porém, não confirma a informação. A Claro, quando ainda era BCP em São Paulo, distribuiu seguro de roubo e furto de celular, mas hoje não oferece mais nenhum tipo de seguro. Até o fim do ano, seguro de proteção financeira também estará disponível, que paga a conta em caso de perda de emprego ou renda de migrar para a concorrência — ainda mais agora, com a portabilidade, que dá aos usuários a opção de trocar de operadora com o mesmo número de telefone. “É mais difícil o cliente trocar de operadora e ficar sem o serviço”, diz Maurício Romão, diretor de produtos e serviços financeiros da Vivo (leia mais ao lado). Proteção financeira Como a cobrança do seguro é feita por meio da conta do usuário, os produtos são mais aderentes aos clientes que possuem planos pós-pagos. Como dos 44 milhões de clientes da Tim, aproximadamente 35 milhões possuem planos pré-pagos, a Assurant já estuda produtos voltados especificamente para esse público. Até o final do ano, também serão oferecidos seguros de proteção financeira. No caso do cliente perder o emprego ou sua fonte de renda, o seguro paga um número de contas de celular (três ou quatro). Inicialmente, os produtos de roubo e furto, garantia estendida e quebra acidental serão vendidos de forma separada, mas a intenção é fazer combos do produto, comenta Stavale, o que dilui o risco. No caso de indenização pela ocorrência de furto, por exemplo, as coberturas de quebra ou garantia não serão usadas. Os combos devem estar disponíveis até o primeiro semestre do ano que vem. ■ A Assurant Solutions é uma divisão da seguradora americana Assurant. Mundialmente, a divisão atua em três frentes: seguro prestamista, garantia estendida e o que eles chamam de wireless, que é distribuir seguros para clientes de operadoras de telefonia móvel. Esse era o único negócio em que a operação brasileira ainda não atuava e inaugura, agora, com a parceria com a Tim. “É uma forma de diversificar os nossos riscos, pois estávamos muito dependentes ao varejo (para distribuição). Queremos explorar novos mercados”, diz Cassio Stavale, vice-presidente comercial da Assurant Solutions. Segundo ele, atuar no mercado de telefonia móvel faz parte da estratégia mundial do grupo. Francisco Losito A FRASE Estratégia “Nas parcerias, a preocupação é oferecer seguros que tenham relação com o negócio principal da empresa parceira”, diz Cassio Stavale, vice-presidente comercial da Assurant Solutions. Além da receita extra com serviços financeiros, o interesse das operadoras na operação de seguros é a de fidelizar o cliente com a oferta de serviços agregados que façam o cliente pensar duas vezes antes Assurant Com a Tim, seguradora inaugura operação de distribuição “Nas parcerias, a preocupação é oferecer seguros que tenham relação com a a empresa” Cassio Stavale, vice-presidente comercial da Assurant Solutions Sexta-feira, Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 35 de de setembro, setembro, 2010 2010 Brasil Econômico 39 Denis Doyle/Bloomberg TURBULÊNCIA MERCADOS BC da Alemanha pede demissão de membro por cometários sobre imigração Índice europeu de ações fecha estável; ações de construção sobem O Banco Central da Alemanha, Bundesbank, confirmou ontem que pedirá que o presidente do país, Christian Wulff, demita o membro do conselho do BC Thilo Sarrazin, cujos comentários sobre imigração causaram uma turbulência política nos últimos dias. O Bundesbank informou que o conselho aprovou a decisão por unanimidade e que o diretor de governança corporativa do banco, Uwe Schneider, “apoia a medida”. As bolsas de valores europeias fecharam perto da estabilidade ontem, em um respiro dos investidores após a alta da sessão anterior. As ações do setor de construção se recuperaram com a ajuda de dados positivos dos EUA, onde houve uma alta inesperada nas vendas pendentes de moradias usadas. O FTSEurofirst 300, índice que segue as principais ações da Europa, fechou com oscilação negativa de 0,08%, aos 1.054 pontos. Antonio Milena Bases de clientes de operadoras são vistas com grande interesse para distribuição de apólices de seguros Vivo ampliará a oferta de apólices Até o fim do ano, operadora, que já distribui seguro de perda e roubo e apólice de vida, vai oferecer garantia estendida Além da receita extra e da fidelização do cliente, com a oferta de seguros, as operadoras de telefonia celular conseguem, também, garantir que o cliente continue usando o seu serviço. “No caso de perda e roubo, por exemplo, conseguimos repor o aparelho em dois ou três dias. Dessa forma o cliente não para de falar”, exemplifica Maurício Romão, diretor de Produtos e Serviços Financeiros da Vivo. A companhia começou a distribuir seguros há cinco anos e agora está ampliando seu portfólio de apólices. Em parceria com a seguradora espanhola Mapfre, com quem já faz seguro de perda e roubo de celular, vai começar a oferecer também garantia estendida de celular até o final do ano. A empresa também oferece seguros de vida, acidentes pessoais, residencial e diária hospitalar (que cobre a renda perdida de um profissional por dia de internação), mas em parceria com o Santander. Os produtos relacionados com o aparelho celular são ofertados nas cerca de cinco mil lojas que a Vivo tem espalhada pelo país. Os de vida e residência são oferecidos também por meio de telemarketing ativo. Operadora também tem interesse em trabalhar com miniseguros, aqueles com custo bem pequeno, em torno de R$ 3,50 Novidades Segundo Romão, dos seguros tradicionais a Vivo já distribui todos aderentes ao seu cliente. “Só não distribuímos os miniseguros, aqueles com um custo bem baixo, na linha dos que o Bradesco está fazendo, que custam R$ 3,50”, diz o diretor da Vivo. Segundo ele, esses “miniseguros” têm um grande potencial para a população de mais baixa renda, principalmente nos produtos de acidentes pessoais e assistência funeral, este último ainda não oferecido pela Vivo. Segundo Romão, a Vivo tem interesse em trabalhar com esses produtos, mas ainda não há nada definido. ■ T.F. ■ CLIENTES Número de celulares da Vivo que circulam hoje 56 milhões ■ PARTICIPAÇÃO Parcela do mercado de telefonia móvel que a Vivo possui 30% semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 40 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e3fim de de setembro, FINANÇAS Hannelore Foerster/Bloomberg RISCO CRISE Fitch rebaixa rating da WTorre por crítica situação de liquidez UE chega a acordo prévio sobre nova supervisão do setor financeiro A agência de classificação de risco Fitch rebaixou ontem os ratings nacionais de longo prazo da WTorre e da WTorre Properties de “BBB+(bra)” para “BBB-(bra)”, colocando-os também em observação negativa. De acordo com a Fitch, “o rebaixamento reflete os maiores riscos de refinanciamento do grupo no curto prazo e a piora considerável de suas principais medidas de crédito e da liquidez”. A União Europeia chegou a um acordo preliminar sobre novos poderes para supervisionar a indústria de serviços financeiros da região. O novo sistema vai ter três autoridades europeias de supervisão para serviços financeiros, para o bancário e para os setores de seguros e vai criar um Conselho de Risco Sistêmico Europeu para elaborar um sistema de alerta antecipado para maiores riscos que estejam se acumulando na UE. Alongamento do crédito depende de menor demanda do Tesouro A opinião é do presidente do Bradesco; para ele, convergência das taxas interna e externa está próxima Evandro Monteiro Ana Paula Ribeiro [email protected] A maior participação dos bancos nos financiamentos de longo prazo depende da convergência entre as taxas de juros externas e internas e de uma menor emissão de títulos públicos, segundo avaliação do diretor presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi. “À medida que o Tesouro Nacional demande menos (financiamento público), os recursos serão colocados à disposição dos investimentos”, disse, após participar ontem de evento do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef). De acordo com o executivo, a convergência das taxas já está em andamento, com algumas empresas brasileiras conseguindo captar no exterior com taxas inferiores ao de companhias de outras nacionalidades. A aproximação entre o custo externo e interno de captação possibilitará que os bancos elevem o volume de concessões de crédito com custo competitivo e prazo maior. No entanto, para que esse dinheiro seja destinado a empréstimos de longo prazo a empresas, é necessário maior equilíbrio fiscal por parte do governo federal. Na projeção do Plano Anual de Financiamento (PAF), o Tesouro anunciou para 2010 uma necessidade de financiamento líquida (já descontando os recursos orçamentários) de R$ 320,2 bilhões. No ano passado, essa necessidade era de R$ 309,2 bilhões. Trabuco lembrou que há liquidez de recursos, mas que parte dele está aplicada em títulos públicos. Outro fator que beneficiará as empresas é o desenvolvimento do mercado de capitais. O executivo avalia que há espaço para dobrar o número de companhias abertas no Brasil. Hoje, existem 465 empresas com registro na Bovespa. “As empresas, em especial as familiares, estão percebendo que o mercado de capitais é uma grande fonte de recursos.” Acrescentou ainda que as companhias passam por uma fase de expansão de renda e possibilitam a ampliação das vagas de trabalho. Banco percebe que economia está aquecida em todos os setores e segmentos O executivo voltou a afirmar que o Brasil passará por um ciclo de crescimento sustentável que se difere dos anteriores. “Em nosso contato diário com as 1,4 milhão de empresas que são nossas clientes sentimos que o Brasil está crescendo em todos os setores e segmentos”, avalia. Trabuco admite, porém, que embora o país vivencie essa expansão com sustentabilidade, ainda terá de conviver por mais alguns anos com os “descompassos do crescimento”, em especial aqueles relacionados à infraestrutura urbana, como falta de transporte público adequado. Com a necessidade de desenvolvimento do país, uma das apostas do banco é na área de construção civil, setor em que Trabuco não vê risco de bolha, uma vez que o crédito para a compra da casa própria representa menos de 4% do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, a instituição espera a elevação da inserção dos produtos de seguridade. O executivo lembra que o consumo médio no Brasil desses produtos é de US$ 300 ao ano no segmento, enquanto em outros países chega a US$ 2,5 mil. ■ Para Trabuco, país vive um ciclo de crescimento sustentável Banco espera redução dos compulsórios O diretor-presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, acredita que ocorrerá uma redução do nível de recolhimento de compulsórios a partir da divulgação das novas regras internacionais para solvência bancária. A alíquota no Brasil para os depósitos à vista está atualmente em 43%. “Com as normas de Basileia 3, esperamos que ocorra um alinhamento entre os níveis praticados no Brasil e no exterior”, avalia. De acordo com o executivo, alguns países chegam a ter compulsório de apenas 5%. A expectativa é que as novas normas apontem para um nível de recolhimento que seja um meio termo entre a realidade brasileira e a prática nos países que têm baixo recolhimento de compulsório. As novas normas devem ser anunciadas em 2010 para a aplicação gradual entre 2011 e 2012. Trabuco lembra que o elevado nível de compulsório ajudou o Brasil a enfrentar a crise financeira que eclodiu em setembro de 2008. No entanto, com a melhora do ambiente internacional, seria importante ocorrer a convergência com os níveis internacionais. A.P.R. Sexta-feira, 3 de setembro, 2010 Brasil Econômico 41 Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 5 SECRETARIA DE TRANSPORTES Depto. de Operação do Sistema Viário EDITAL DE NOTIFICAÇÃO AOS PROPRIETÁRIOS DE VEÍCULOS REMOVIDOS Nº 013/2010-DSV.GAB O DEPARTAMENTO DE OPERAÇÃO DO SISTEMA VIÁRIO - DSV, situado à Rua do Sumidouro, 740, São Paulo, com fundamento na Lei Federal nº 6575, de 30/09/1978, FAZ SABER, aos interessados abaixo relacionados que devem providenciar a retirada dos veículos removidos por este Departamento, que se encontram no pátio situado na Praça Alberto Lion, 399, Mooca - Capital, mediante pagamento de débitos existentes, sob pena de terem seus veículos vendidos em leilão público. 1 - MARIA CUSTODIA MEDEIROS, FORD/CORCEL LUXO, 1973, MARRON, CHASSI LB4CMS25846, AAO7047, TERRA RICA/PR; 2 - IVO CARDOSO DOS SANTOS, VW/GOL BX, 1984, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZET430520, ABG1834, BARRA DO TURVO/SP; 3 - FABIO RIBEIRO DOS SANTOS - BANCO ITAÚ S/A, VW/GOL 1000I, 1995, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ377ST177129, AFQ2857, SAO PAULO/SP; 4 - ANA CLAUDIA VASCONCELLOS QUEIROZ, VW/GOL SPECIAL, 1999, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ377XP082254, AIV2891, SAO PAULO/SP; 5 - VOLKSWAGEN LEASING S/A ARRENDAMENTO MERCANTIL - BANCO ITAÚ S/A, VW/GOL SPECIAL, 2000, PRATA, CHASSI 9BWCA15X2YP107159, AJH2359, CURITIBA/PR; 6 - RANDOLPHO DE MORAIS BARBOZA NETO - BANCO ITAÚ S/A, FIAT/UNO MILLE SMART, 2001, BRANCA, CHASSI 9BD15808814275039, AJX3669, SAO PAULO/SP; 7 - INGRID CATARINA DOS SANTOS LINS - BANCO ITAULEASING S/A, VW/GOL 1.0 CITY, 2002, PRATA, CHASSI 9BWCA05X73T098677, AKQ3128, JANDIRA/SP; 8 - BRADESCO BCN LEASING S/A ARRENDAMENTO M, FIAT/UNO MILLE FIRE, 2003, BRANCA, CHASSI 9BD15802544527610, ALI4297, CURITIBA/PR; 9 - SAHIMOM AUGUSTO AFONSO - CIA ITAULEASING DE ARR MERCANTIL, GM/CELTA 3 PORTAS, 2003, BRANCA, CHASSI 9BGRD08X04G138403, ALI9353, SAO PAULO/SP; 10 - THABATA ANDRESSA MILANI DOS SANTOS, GM/CELTA 3 PORTAS, 2004, PRATA, CHASSI 9BGRD08X04G172225, ALQ7319, SAO BERNARDO DO CAMPO/SP; 11 - MARCOS ROBERTO VIEIRA DOS SANTOS - BFB LEASING SA ARRENDAMENTO MERCANTIL, FIAT/PALIO EX, 2004, AZUL, CHASSI 9BD17101742430782, ALU1273, CARAPICUIBA/SP; 12 - MARCELO MEDEIROS, FIAT/PALIO FIRE, 2004, PRETA, CHASSI 9BD17103752533618, AMF7804, GUARULHOS/SP; 13 - MARIA DE FATIMA PEREIRA DA SILVA - CIA ITAULEASING DE ARR MERCANTIL, I/GM CORSA MILNIUM, 2002, PRATA, CHASSI 8AGSC68Z02R121658, AMG1430, PRAIA GRANDE/SP; 14 - VALDIR CAMARGO - BANCO ITAÚ BBA S/A, GM/CELTA 2P LIFE, 2005, PRATA, CHASSI 9BGRZ08906G103919, AMZ2371, SAO PAULO/SP; 15 - HUGO RENATO DOS SANTOS - BANCO ITAULEASING S/A, FIAT/PALIO FIRE FLEX, 2006, PRATA, CHASSI 9BD17146G62738616, ANP6897, SAO PAULO/SP; 16 - PROPRIETÁRIO NÃO IDENTIFICADO, TOYOTA/CALDINA, 1996, AZUL, CHASSI CT1904027903, AXC562, VEÍCULO DE OUTRO PAÍS (PARAGUAI); 17 - SUELI DE ABREU FERREIRA - HSBC BANK BRASIL S/A, RENAULT/SCENIC RT 2.0, 1999, VERDE, CHASSI 93YJAMG25XJ047028, BEA5858, SAO PAULO/SP; 18 - EDUARDO ANUNCIACAO CARDOSO, FORD/ESCORT XR-3, 1989, VERMELHA, CHASSI 9BFBXXLBAKBP92235, BFD4224, SAO PAULO/SP; 19 - BRADESCO SEGUROS SA, FORD/FORD PAMPA 4X4 GL, 1991, DOURADA, CHASSI 9BFZZZ55ZMB028456, BFE1520, SAO PAULO/SP; 20 - PAULO SERGIO MAGALHAES DE OLIVEIRA, VW/VW FUSCA 1500, 1971, VERDE, CHASSI BS157786, BFH1971, SAO PAULO/SP; 21 - JESUS OLIVARES NETO, GM/CHEVETTE MARAJO, 1980, VERMELHA, CHASSI 5E15BAC117219, BFK9626, OSASCO/SP; 22 - NELSON ANDRADE DA SILVA, GM/CHEVETTE SE, 1986, PRATA, CHASSI 9BGTE11UHGC102235, BFM8151, SAO BERNARDO DO CAMPO/SP; 23 - JOSE BENEDITO DE ABREU, FORD/VERSAILLES GL, 1991, DOURADA, CHASSI 9BFZZZ33ZMP017975, BFQ2143, SAO PAULO/SP; 24 - ANTONIO CARLOS DOS SANTOS - BV FINANC S/A CFI, VW/APOLLO GL, 1991, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ54ZMB197907, BGE2779, SAO PAULO/SP; 25 - MARLENE APARECIDA DIOGO MOTA DA SILVA, FORD/VERONA LX, 1991, PRATA, CHASSI 9BFZZZ54ZMB190251, BGE3615, SAO PAULO/SP; 26 - MARIA APARECIDA DE LIMA, GM/CHEVETTE, 1983, CINZA, CHASSI 5C11UCC117247, BGF2147, SAO PAULO/SP; 27 - JOSE OTACILIO DE S MENDES - HSBC BANK BRASIL SA, FORD/VERONA LX, 1991, AZUL, CHASSI 9BFZZZ54ZMB207348, BGG4573, SAO PAULO/SP; 28 - JOSE ALBINO SILVEIRA CAMPOS, VW/SANTANA CG, 1985, VERDE, CHASSI 9BWZZZ32ZFP203683, BGG6795, SAO PAULO/SP; 29 - CARLOS AURELIO THOMAZ NOGUEIRA, VW/VOYAGE PLUS, 1982, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZDP106087, BGI6095, SAO PAULO/SP; 30 - BENEDITO MARQUES, VW/VOYAGE PLUS, 1983, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZDP118639, BGJ1219, SAO PAULO/SP; 31 - FERNANDO DE BRITO ABRANTES, VW/FUSCA 1300 L, 1981, BRANCA, CHASSI B0229799, BGL4345, SAO PAULO/SP; 32 - WALTER DE OLIVEIRA, GM/MONZA SL/E, 1983, PRETA, CHASSI 5K08VCB018304, BGN3167, GUARULHOS/SP; 33 - EMERSON PEREIRA DE SOUZA, IMP/FIAT UNO CSL 1.6, 1991, CINZA, CHASSI 8AS146000MP091359, BGO7448, SAO PAULO/SP; 34 - JOAO ROCHA DA SILVA, VW/VOYAGE LS, 1982, BEGE, CHASSI 9BWZZZ30ZDP018712, BGP6294, SAO PAULO/SP; 35 - CRISTIANE FONSECA, IMP/FORD ESCORT GUARUJA, 1991, CINZA, CHASSI 8AFZZZ54ZMJ014904, BGQ2508, SAO PAULO/SP; 36 - JOSEVAL MACIEL DA SILVA, VW/SANTANA, 1985, VERDE, CHASSI 9BWZZZ32ZFP203830, BGS0786, FERRAZ DE VASCONCELOS/SP; 37 - RODRIGO ROCHA DE MAGALHAES ALMEIDA - SHOPCRED PROMOTORA DE VEND, FORD/ESCORT, 1987, AZUL, CHASSI 9BFBXXLBAHBS78401, BGU0383, SAO PAULO/SP; 38 - SEBASTIAO MACHADO RAMOS, VW/PASSAT, 1979, BEGE, CHASSI BT232499, BGU4599, SAO PAULO/SP; 39 - WILSON ARRE, FORD/ ROYALE 2.0 I GHIA, 1992, CINZA, CHASSI 9BFZZZ33ZNP005008, BGV6365, SAO PAULO/SP; 40 - JOAO BENEDITO ZACARIAS, FIAT/UNO S 1.5, 1992, VERDE, CHASSI 9BD146000N3847039, BGV7229, SAO PAULO/SP; 41 - HELIO LUIZ REIS DE OLIVEIRA, VW/VOYAGE CL, 1992, PRATA, CHASSI 9BWZZZ30ZNT035939, BGW5406, SANTANA DE PARNAIBA/SP; 42 - ANTONIO CESAR PINHEIRO - OMNI SA CRED FIN INVEST, VW/KOMBI PICK UP, 1991, AMARELA, CHASSI 9BWZZZ26ZMP018363, BGY9151, SAO PAULO/SP; 43 - JOSE VALDECIR MELEK - BANCO FICSA S/A, VW/SAVEIRO CL, 1989, AZUL, CHASSI 9BWZZZ30ZKP204412, BGZ7369, SAO PAULO/SP; 44 - ROBERT MOREIRA DA COSTA, FIAT/UNO P.UP LX HD 1.6, 1991, PRETA, CHASSI 9BD146000M8212926, BGZ9485, SAO PAULO/SP; 45 - AMAIR DE LARA CHAVES, FORD/ESCORT GL, 1986, CINZA, CHASSI 9BFBXXLBABGY86432, BHE0883, MOGI DAS CRUZES/SP; 46 - SEBASTIAO DOS SANTOS COSTA, VW/PARATI CL 1.8, 1991, PRATA, CHASSI 9BWZZZ30ZMP255554, BHE5873, SAO PAULO/SP; 47 - ELIAS DA SILVA - BANCO FINASA S/A, VW/QUANTUM GLS 2000I, 1991, CINZA, CHASSI 9BWZZZ33ZMP040436, BHJ8548, SAO PAULO/SP; 48 - JOSE GENIVAL ALFREDO SALIN, VW/VOYAGE LS, 1985, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZGP415065, BHT7549, SANTO ANDRE/SP; 49 - SORRISO PRESTACAO DE SERV EM VEICULOS S C LTDA, FORD/ESCORT 1.0 HOBBY, 1995, BEGE, CHASSI 9BFZZZ54ZSB694649, BIA0866, SAO PAULO/SP; 50 - ALFREDO DE OLIVEIRA QUERINO, VW/VOYAGE S, 1983, PRETA, CHASSI 9BWZZZ30ZDP055425, BIA1831, SAO PAULO/SP; 51 - MIRYAM CAMPEZZI DE MORAIS, IMP/MAZDA PROTEGE LX, 1994, CINZA, CHASSI JM1BA1444R0136640, BIA2850, SAO PAULO/SP; 52 - ALBERTO FERNANDES, FORD/CORCEL II GL, 1984, BEGE, CHASSI 9BFCXXLB1CDU23433, BIA6128, SAO PAULO/SP; 53 - BENIGNO PACHECO, VW/PARATI S, 1982, VERDE, CHASSI 9BWZZZ30ZDP039363, BIA6486, MAIRIPORA/SP; 54 - SUELI CARDOSO DOS SANTOS, VW/VOYAGE LS, 1982, PRETA, CHASSI BN055530, BIA6652, DIADEMA/SP; 55 - EDUARDO PRIMO, FORD/ESCORT XR-3, 1989, PRETA, CHASSI 9BFBXXLBAKBJ69541, BIC1999, SAO PAULO/SP; 56 - JOSE CLARO, FORD/FORD PAMPA, 1984, PRATA, CHASSI 9BFPXXLB3PDJ04988, BID0215, CARAGUATATUBA/SP; 57 - KILDARE ANTONIO DE ARAUJO, VW/GOL CL, 1992, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZNT075710, BIJ5599, SAO PAULO/SP; 58 - PATRICIA CONCEICAO JUSTO - BV FINANC SA CFI, GM/KADETT SL EFI, 1992, VERDE, CHASSI 9BGKT08GPNC319427, BIN1390, SAO PAULO/SP; 59 - MOACIR MATIAS MEIRA, GM/MONZA SL/E, 1985, PRETA, CHASSI 9BG5JK11ZFB022113, BIP1848, SAO PAULO/SP; 60 - JOSE COSME DE BARROS, GM/CARAVAN, 1980, BEGE, CHASSI 5P15EKB138661, BJB7351, MOGI DAS CRUZES/SP; 61 - VALDI MARIANO PEREIRA - BANCO DAYCOVAL S/A, FORD/ESCORT GL, 1989, CINZA, CHASSI 9BFBXXLBAKBW32148, BJC3070, SAO PAULO/SP; 62 - JOSE ANTONIO DA COSTA, GM/KADETT SL/E EFI, 1992, PRETA, CHASSI 9BGKS08GPNC302503, BJL2699, SAO PAULO/SP; 63 - ED CARLOS PEREIRA DOS REIS, GM/KADETT TURIM, 1990, PRATA, CHASSI 9BGKT08VLLC339268, BJL5690, SAO PAULO/SP; 64 - PAULO MANOEL ADRIANO, VW/GOL LS, 1982, VERDE, CHASSI BY110692, BJL5745, SAO PAULO/SP; 65 - JOSE CARLOS BISPO DOS SANTOS - BANCO ITAÚ SA, FIAT/UNO MILLE, 1992, VERDE, CHASSI 9BD146000N3876492, BJR8776, SAO PAULO/SP; 66 - EDMILSON MOREIRA DOS SANTOS - BANCO SANTANDER BRASIL SA, FORD/ESCORT 1.0 HOBBY, 1995, VERMELHA, CHASSI 9BFZZZ54ZSB655774, BKS7449, SAO PAULO/SP; 67 - MARCO ANTONIO PEREIRA ROCHA, FIAT/FIAT UNO SX, 1986, CINZA, CHASSI 9BD14600003071747, BKV0357, SAO PAULO/SP; 68 - CELIA APARECIDA ROGER VINHA, GM/CORSA SUPER, 1998, BRANCA, CHASSI 9BGSD19ZXWC700199, BKV8696, CATANDUVA/SP; 69 - WASHINGTON FRANTZ JANGROSSI - BANCO FINASA S/A, FIAT/UNO MILLE, 1992, CINZA, CHASSI 9BD146000N3917061, BKW5646, SAO BERNARDO DO CAMPO/SP; 70 - DECIO MARTINS - BCO SANTANDER BRASIL S/A, FORD/VERSAILLES GL, 1992, DOURADA, CHASSI 9BFZZZ33ZNP046933, BKW5813, SAO PAULO/SP; 71 - BERNARDINO MANOEL QUARESMA TORRES, VW/PARATI, 1984, VERDE, CHASSI 9BWZZZ30ZEP032339, BKW7837, SAO PAULO/SP; 72 - PLINIO LUIS IVANSKI, GM/CHEVETTE MARAJO SE, 1987, AZUL, CHASSI 9BGTC15UJHC115576, BLM5792, SAO PAULO/SP; 73 - CARLOS SOARES BARBALHO - BANCO MERCANTIL SÃO PAULO S/A, VW/KOMBI FURGAO, 1982, BEGE, CHASSI BH721096, BLN1826, VOTUPORANGA/SP; 74 - MILTON JULIANO, VW/GOL, 1980, BRANCA, CHASSI BY022996, BLS1691, SAO PAULO/SP ; 75 - EMERSON ANTONIO BERNARDO, FIAT/TEMPRA OURO 16V, 1993, PRETA, CHASSI 9BD159000P9030453, BMB6686, SAO PAULO/SP; 76 - JOSE NICOLAU DA SILVA, GM/CARAVAN COMODORO, 1984, PRETA, CHASSI 9BG5VP15DEB107338, BMH3908, SAO PAULO/SP; 77 - SEBASTIAO PEREIRA DE SOUZA, VW/PARATI CL 1.8, 1993, BEGE, CHASSI 9BWZZZ30ZPP205369, BMH9426, SAO PAULO/SP; 78 - DANIEL MENDONCA PEREIRA, GM/ OMEGA CD, 1993, AZUL, CHASSI 9BGVR19PPPB228224, BMI3631, SANTO ANDRE/SP; 79 - ANA LUCIA DA CRUZ OLIVA, FIAT/UNO CS IE, 1993, VERDE, CHASSI 9BD146000P5043471, BMI4412, SAO PAULO/SP; 80 - GISELE MARA FERNANDES DA SILVA - BANCO ITAÚ S/A, FIAT/UNO FIORINO 1.5, 1993, BRANCA, CHASSI 9BD146000P8291448, BML3153, SAO PAULO/SP; 81 - EMPRESA FOLHA DA MANHA SA, FIAT/UNO ELETRONIC, 1993, BRANCA, CHASSI 9BD146000P5010754, BMM8061, SAO PAULO/SP; 82 - JOAO BATISTA COELHO, VW/VOYAGE S, 1985, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZFP026654, BMP4912, SAO PAULO/SP; 83 - JESUS AUGUSTO NUNES, GM/KADETT SL/E EFI, 1991, VERDE, CHASSI 9BGKS08GNMC307288, BMS2950, SAO PAULO/SP; 84 - VIVIANE CRISTINA DOS SANTOS - BANCO HEXABANCO S/A, VW/GOL CL 1.8, 1993, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZPT082437, BNA5774, SAO PAULO/SP; 85 - PAULO SERGIO AGRIPE, GM/ OMEGA GLS, 1993, VERMELHA, CHASSI 9BGVP19BPPB227458, BND8713, TERRA BOA/PR; 86 - JOSE LUIZ BERGAMIN, GM/KADETT SL/E, 1990, CINZA, CHASSI 9BGKS08VLLC334900, BND8726, VINHEDO/SP; 87 - GERALDINO RODRIGUES, FIAT/UNO ELETRONIC, 1993, VERDE, CHASSI 9BD146000P5046302, BND9301, SAO PAULO/SP; 88 - IARA FAUSTINO NETO, FIAT/FIAT UNO S, 1990, CINZA, CHASSI 9BD146000L3642525, BNF6804, GUARUJA/SP; 89 - APARECIDA DA CONCEICAO AGUIAR - BANCO ABN AMRO REAL S/A, GM/CARAVAN COMODORO, 1988, MARRON, CHASSI 9BGVP15DKJB106715, BNG7446, SAO PAULO/SP; 90 - DILSON APOLINARIO DA SILVA, GM/CHEVETTE SL, 1985, MARRON, CHASSI 9BG5TE08UGC107499, BNI1681, SAO PAULO/SP; 91 - BIANCA MACIAS COSTA ME, GM/KADETT IPANEMA GL, 1993, PRATA, CHASSI 9BGKT35KRPC300742, BNM5213, SAO PAULO/SP; 92 - NOEL RAYMUNDO GOIS FILHO, FORD/ESCORT L, 1993, AZUL, CHASSI 9BFZZZ54ZPB385379, BNN6459, SAO PAULO/SP; 93 - MARIA ISABEL DOS SANTOS FERREIRA - BCO PECÚNIA SA, FIAT/UNO ELETRONIC, 1993, AZUL, CHASSI 9BD146000P5082878, BNO2261, SAO CAETANO DO SUL/SP; 94 - SANDORVAL ONOFRE DE JESUS, VW/VOYAGE CL, 1993, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZPP274967, BNQ8442, OSASCO/SP; 95 - ALEX SANDRO FRANZON - BANCO ITAÚ S/A, FORD/ESCORT 1.0 HOBBY, 1994, CINZA, CHASSI 9BFZZZ54ZRB452448, BNQ9985, RIO GRANDE DA SERRA/SP; 96 - REINALDO NASCENTE DE SOUZA, VW/VOYAGE, 1982, PRETA, CHASSI BN038976, BNU0412, ITAPECERICA DA SERRA/SP; 97 - FERNANDO ANTONIO HORTA DE FERREIRA MENDES, GM/KADETT IPANEMA SL EFI, 1993, PRATA, CHASSI 9BGKT35GPPC339273, BNU6686, SAO PAULO/SP; 98 - DENICE IKEDA LUZ, FIAT/UNO ELETRONIC, 1993, CINZA, CHASSI 9BD146000P5101585, BOF1414, SAO PAULO/SP; 99 - JOSE RUBENS DA COSTA, FIAT/FIAT 147 L, 1977, VERDE, CHASSI 147A0002377, BOI3052, SAO PAULO/SP; 100 - DAMIAO ADRIANO BITENCOURTT, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1994, PRETA, CHASSI ZFA160000R4892315, BOP9979, SAO PAULO/SP; 101 - CINTIA SAZANA MACHADO - BANCO PANAMERICANO S/A, FORD/ESCORT 1.8I GL, 1994, PRETA, CHASSI 9BFZZZ54ZRB560084, BOQ8844, SAO PAULO/SP; 102 - LUIZ ROBERTO RIBEIRO, VW/GOL BX, 1982, AZUL, CHASSI 9BWZZZ30ZDT428762, BOR3888, SAO PAULO/SP; 103 - DENISE MALUF, FIAT/UNO ELETRONIC, 1994, VERDE, CHASSI 9BD146000R5231236, BOR4705, SAO PAULO/SP; 104 - THOMAS ERICK RODRIGUES, GM/KADETT GL, 1994, CINZA, CHASSI 9BGKT08GSRC302145, BOT4702, SAO PAULO/SP; 105 - WAGNER MARTORELI DA SILVA, GM/CORSA WIND, 1994, AZUL, CHASSI 9BGSC08WRRC622103, BOY0830, SAO PAULO/SP; 106 - VIENA LATTARI LORITE - ROMMER MULTIMARCAS LTDA, VW/VOYAGE CL, 1994, VERMELHA, CHASSI 9BWZZZ30ZRP259538, BOY2592, SAO PAULO/SP; 107 - CAMILA VIEIRA, GM/MONZA SL/E 2.0, 1991, VERMELHA, CHASSI 9BGJK11YMMB009727, BOY7499, SAO PAULO/SP; 108 - CERIZE CAVALCANTE DE ALBUQUERQUE E SILVA, GM/CORSA WIND, 1994, VERMELHA, CHASSI 9BGSC08WRRC627814, BOZ2730, SAO PAULO/SP; 109 - CELIO TEIXEIRA DA SILVA, VW/KOMBI, 1976, BEGE, CHASSI BH458774, BPB2897, SAO PAULO/SP; 110 - OSEIAS MARTINS DE OLIVEIRA, FORD/ESCORT L, 1987, CINZA, CHASSI 9BFBXXLBAHBS78677, BPC6843, SAO PAULO/SP; 111 - GERALDINO SOARES GOMES, FIAT/UNO PICK UP 1.5, 1990, BRANCA, CHASSI 9BD146000L8141346, BPD0181, SANTO ANDRE/SP; 112 - CLEAN CAR LOC DE VEIC LTDA - SAFRA LEASING SA ARR MERC, FIAT/UNO ELETRONIC, 1994, VERMELHA, CHASSI 9BD146000R5309538, BPI9020, SAO PAULO/SP; 113 - JOSE RICARDO PEREIRA DA SILVA, FORD/ESCORT GHIA, 1984, VERDE, CHASSI 9BFAXXLBAAEB29052, BPI9349, SAO PAULO/SP; 114 - RECOL RELUZ CONSTRUTORA, FIAT/FIORINO IE, 1994, BRANCA, CHASSI 9BD146000R8380282, BPL1773, SAO PAULO/SP; 115 - VIVIANE EDUARDO DA SILVA, IMP/RENAULT TWINGO, 1994, CINZA, CHASSI VF1C06305RF090052, BPM9472, SAO PAULO/SP; 116 - CLAUDIO ALVES, VW/VW FUSCA 1500, 1972, AMARELA, CHASSI BS283816, BPT9411, SAO BERNARDO DO CAMPO/SP; 117 - JOAQUIM ERMITA GOMES, IMP/HYUNDAI EXCEL GLS, 1992, PRETA, CHASSI KMHVF31JPNU612884, BQG3177, SAO PAULO/SP; 118 - GERMILUX COM LTDA - BAMERINDUS LEASING ARRENDAMENTO MERCANTIL S/A, FIAT/UNO S IE, 1993, PRETA, CHASSI 9BD146000P5089158, BQI4014, RIO CLARO/SP; 119 - CARLOS ALVES DE JESUS - BANCO SANTADER BRASIL S/A, FORD/ESCORT L, 1991, DOURADA, CHASSI 9BFZZZ54ZMB183089, BQN5671, SAO PAULO/SP; 120 - ISABEL CRISTINA ALCANTARA DE SIQUEIRA, FIAT/UNO ELETRONIC, 1993, VERDE, CHASSI 9BD146000P5041808, BQQ7076, SUZANO/SP; 121 - CLAUDIA GALVANI GAMA CERIMELLI - FININVEST S/A CFI, GM/CHEVETTE HATCH SL, 1981, AZUL, CHASSI 5E08AAC163292, BQS2728, BAURU/SP; 122 - SANDRA REGINA SALOMAO - BANCO DIBENS S/A, GM/MONZA SL EFI, 1993, VERMELHA, CHASSI 9BGJG11RPPB053640, BQT0012, PRAIA GRANDE/SP; 123 - MOSTINO SAPORITO DA SILVA - BANCO FORD S/A, IMP/KIA BESTA SV, 1994, CINZA, CHASSI KNHTP7352RS326152, BQT8772, SAO PAULO/SP; 124 - EDUARDO LOURENCO SANCHEZ, IMP/WILLYS OVERLAND, 1947, VERDE, CHASSI J176410, BQY8722, OSASCO/SP; 125 - JOSE CLEBSON NOGUEIRA, VW/BRASILIA, 1978, AZUL, CHASSI BA555706, BQZ7679, EMBU-GUACU/SP; 126 - SOLANGE HELENA VIANA DA SILVA - CITICORP PARTICIPAÇÃO E IN, VW/GOL 1000, 1995, PRATA, CHASSI 9BWZZZ30ZSP018409, BRC4698, GUARULHOS/SP; 127 - ANA LIDIA MARQUES DE OLIVEIRA, IMP/FORD WINDSTAR VAN, 1994, VERMELHA, CHASSI 2FMDA5140RBA45515, BRC9500, POCOS DE CALDAS/MG; 128 - JOSE ROBERTO AGUIAR A SILVA - CIA FIN. MAPPIN CFI, FORD/CORCEL II L, 1983, PRETA, CHASSI LB4KBD91081, BRD4582, SAO PAULO/SP; 129 - RENATO DE SOUZA BARROS, VW/GOL 1000, 1994, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZRT142567, BRD7648, SAO PAULO/SP; 130 - BV LEASING ARRENDAMENTO MERCANTIL SA, VW/GOL 1000I, 1994, PRETA, CHASSI 9BWZZZ377RT011653, BRE4365, SAO PAULO/SP; 131 - JOSE DEMETRIUS FERREIRA SALES, GM/CHEVROLET, 1981, BEGE, CHASSI 5N15DAB116543, BRE6315, SAO PAULO/SP; 132 - RAIMUNDO ALVES DOS SANTOS - BANCO ABN AMRO REAL SA, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1995, CINZA, CHASSI ZFA160000S5113509, BRG7508, SAO PAULO/SP; 133 - BEATRIZ AMELIA COSTA DE ARANTES CARDOSO - BANCO SANTANDER S/A, IMP/RENAULT 19 RN, 1995, VERDE, CHASSI 8A1C53PZZSS002052, BRG9873, SAO PAULO/SP; 134 - JOSE ALBERTO LOPES LEITE, GM/CHEVETTE, 1978, AZUL, CHASSI 5C11AHC190995, BRH9173, SAO PAULO/SP; 135 - FERNANDO RODRIGUES, FORD/DEL REY 1.8 GLX, 1989, CINZA, CHASSI 9BFFXXLF2KBX29917, BRK2605, SAO PAULO/SP; 136 - MAURICIO MENDONCA DE ALBUQUERQUE, FIAT/FIAT UNO SX, 1985, VERMELHA, CHASSI 9BD14600003006775, BRL1406, SAO PAULO/SP; 137 - MARIA NEUSA RODRIGUES VIANA, VW/QUANTUM CG, 1985, CINZA, CHASSI 9BWZZZ33ZGP205257, BRM1439, SAO PAULO/SP; 138 - FERNANDA LORENA ECHEVERRIA, FIAT/ELBA 1.6 IE, 1994, BRANCA, CHASSI 9BD146000R5291006, BRO7580, SAO PAULO/SP; 139 - JORGE DE OLIVEIRA, FORD/ESCORT XR-3, 1990, VERMELHA, CHASSI 9BFZZZ54ZLB057819, BRP9344, SAO PAULO/SP; 140 - RICARDO DA SILVA ANTUNES, VW/VW FUSCA 1300, 1969, BRANCA, CHASSI B9638842, BSD8951, BOTUCATU/SP; 141 - ROBERTO CARLOS DE OLIVEIRA JUNIOR, FIAT/UNO 1.6 R MPI, 1993, VERMELHA, CHASSI 9BD146000P5025676, BSQ3131, SAO PAULO/SP; 142 - RENATO SILVA DA CRUZ - BANCO PANAMERICANO S/A, GM/KADETT IPANEMA GL, 1997, CINZA, CHASSI 9BGKZ35BVVB416651, BSV1416, SAO PAULO/SP; 143 - JOSE BARNABE DA SILVA, VW/SANTANA CD, 1985, CINZA, CHASSI 9BWZZZ32ZFP220717, BTE0788, OSASCO/SP; 144 - ANTONIO CARLOS FERESIN, FORD DEL REY, 1982, PRETA, CHASSI LB8KAJ33195, BTE3243, SAO PAULO/SP; 145 - ISMAEL LIMAS DE ALMEIDA, VW/VOYAGE LS, 1983, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZDP044254, BTI4580, MAUA/SP; 146 - JOAQUIM JACINTO DE ALMEIDA LEAL, VW/GOL CL 1.8, 1991, AZUL, CHASSI 9BWZZZ30ZMT129149, BTI6186, SAO PAULO/SP; 147 - ELIANE GIRARDI DE CASTRO - BV FINANC. SA CFI, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1995, CINZA, CHASSI ZFA160000S2773223, BTK2136, CAMPINAS/SP; 148 - NILO ANTONIO DA SILVA, FORD/BELINA II, 1985, AZUL, CHASSI 9BFDXXLB1DES59239, BTN7908, JACAREI/SP; 149 - CIA REAL DE ARRENDAMENTO MERCANTIL, FIAT/PALIO ED, 1997, BRANCA, CHASSI 9BD178016V0298041, BTO6002, TABOAO DA SERRA/SP; 150 - ANSELMO CAMPELO HORTA - BANCO ABN AMRO REAL S/A, VW/GOL LS, 1982, VERDE, CHASSI BY099434, BTQ7960, TAUBATE/SP; 151 - YOLANDO SANTA TERRA, H/HONDA CG 125 TODAY, 1994, PRETA, CHASSI 9C2JC1801RRR28511, BTY0411, ARACATUBA/SP; 152 - SILVIA CRISTINA DE ANDRADE ROSA, VW/SAVEIRO CL 1.8, 1993, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZPP272096, BUJ4581, BATATAIS/SP; 153 - ODECIO NUNES DE OLIVEIRA, VW/PARATI LS, 1985, BEGE, CHASSI 9BWZZZ30ZFT054927, BUN9830, SAO PAULO/SP; 154 - NELSON ADRIANO BELENTANI MARCIANO, GM/CHEVETTE, 1975, BRANCA, CHASSI 5D11AEC140106, BUO2633, SANTO ANDRE/SP; 155 - ANDRE DE JESUS SANTOS - CON. NAC. VOLKSWAGEN, VW/GOL CLI, 1995, AZUL, CHASSI 9BWZZZ377ST133951, BUU8225, SAO PAULO/SP; 156 - RODRIGO APARECIDO EVANGELIO, VW/SANTANA, 1989, PRETA, CHASSI 9BWZZZ32ZKP042405, BUY1830, SAO PAULO/SP; 157 - INES GIRARDELI - BANCO ITAÚ S/A, FIAT/UNO MILLE EP, 1995, AZUL, CHASSI 9BD146107S5578948, BVP6155, SANTOS/SP; 158 - JOSE ANCELMO, VW/GOL, 1981, CINZA, CHASSI BY022082, BVR5676, RIBEIRAO PRETO/SP; 159 - AKIRA UJISSATO, FIAT/UNO MILLE ELECTRONI, 1993, VERMELHA, CHASSI 9BD146000P5128497, BVS5043, SAO PAULO/SP; 160 - JUAREZ CRUZ DE SANTANA, VW/GOL LS, 1983, VERDE, CHASSI 9BWZZZ30ZDT433447, BVU0194, GUARULHOS/SP; 161 - RAFAEL TEIXEIRA FILHO, VW/PASSAT LS, 1977, VERMELHA, CHASSI BU005696, BWI5644, SAO BERNARDO DO CAMPO/SP; 162 - MAURIELIA MARIA DA SILVA - BANCO DAYCOVAL S/A, VW/GOL CLI, 1995, AZUL, CHASSI 9BWZZZ377ST171668, BWR3014, SAO PAULO/SP; 163 - JOAO ALCANTARA CINTAS, VW/GOL BX, 1985, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZGT009932, BXB7720, SAO PAULO/SP; 164 - LUIZ CLAUDIO DE MOURA CEZAR, VW/PASSAT LS, 1978, AZUL, CHASSI BT243512, BXK0495, SAO BERNARDO DO CAMPO/SP; 165 - GERALDO ALVES FILHO, FORD/DEL REY GL, 1985, VERDE, CHASSI 9BFFXXLB2FFA43226, BYA3116, SAO PAULO/SP; 166 - ANDREIA DIAS TEIXEIRA, VW/SANTANA CL 1800 I, 1994, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ32ZRP044733, BYD1545, DIADEMA/SP; 167 - JOSEFA FLORIZA SOBRAL, FIAT/UNO MILLE, 1991, BRANCA, CHASSI 9BD146000M3719599, BYM2267, SAO PAULO/SP; 168 - LEILA SOUZA BRANDAO, GM/MONZA CLASSIC, 1986, PRETA, CHASSI 9BGJL69YHGB015249, BYM6964, SAO PAULO/SP; 169 - REINALDO OSCAR ADORNO, FIAT/TIPO 1.6 MPI, 1996, VERDE, CHASSI 9BD160368T3013721, BYO3677, SAO PAULO/SP; 170 - VANDERLI APARECIDA DUMONT MARTINS, FIAT/UNO 1.6 R, 1991, AMARELA, CHASSI 9BD146000L3654070, BYO6967, SAO PAULO/SP; 171 - LUCIMAR DOS SANTOS, IMP/FIAT TIPO SLX, 1994, VERMELHA, CHASSI ZFA160000R4986515, BZJ9391, SAO PAULO/SP; 172 - JOSE FELIPE DOS SANTOS FILHO, IMP/GM ASTRA GLS 2.0MFI, 1995, VERMELHA, CHASSI W0L000051S2722061, BZO0016, SAO PAULO/SP; 173 - MARCELO JESUS DE LIMA, VW/GOL S, 1986, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZGT084787, CAA6574, SAO PAULO/SP; 174 - SALETE SCOGNAMIGLIO - BANCO MERCANTIL SÃO PAULO S/A, IMP/DAEWOO S. SALLON ACE, 1994, PRETA, CHASSI KLANR19W1RB755928, CAB8066, SAO PAULO/SP; 175 - DANIELLA FERNANDES OKADA, IMP/FORD MONDEO CLX SD, 1995, PRATA, CHASSI WF0FDXGBBSGC51307, CAD8106, SAO PAULO/SP; 176 - HEITOR GONCALVES OLIVEIRA JUNIOR, IMP/PEUGEOT, 1995, CINZA, CHASSI VF37CNFZ2SP682776, CAE9684, SAO PAULO/SP; 177 - DEILTON ROSA RIBEIRO, VW/VW FUSCA 1500, 1972, BRANCA, CHASSI BS232299, CAF3374, SAO PAULO/SP; 178 - EDUARDO DE MATTOS - HSBC BAND BRASIL S/A, GM/KADETT TURIM, 1990, PRATA, CHASSI 9BGKT08VMLC303280, CAJ5675, SAO PAULO/SP; 179 - LUCILAINE GUIMARAES PINTO, FORD/BELINA II GL, 1986, CINZA, CHASSI 9BFDXXLB1DGU01821, CAK0262, SAO PAULO/SP; 180 - JOAO PAULO DE OLIVEIRA BARROS, VW/VW FUSCA 1300, 1978, BEGE, CHASSI BJ755867, CAK3044, SAO PAULO/SP; 181 - VALERIA DE PAULA SAADS - BANCO GMAC S/A, VW/GOL 1000I, 1995, VERMELHA, CHASSI 9BWZZZ377ST027253, CAK3992, SAO PAULO/SP; 182 - RICARDO PASCHOAL VARGES SILVA - BANCO SANTANDER BRASIL S/A, FIAT/FIAT PREMIO CS 1.5, 1989, BEGE, CHASSI 9BD146000K3422050, CAL3135, SAO PAULO/SP; 183 - IZUMI TANIZAKI - CONS NAC VOLKSWAGEM LTDA, VW/GOL CLI, 1995, PRATA, CHASSI 9BWZZZ377ST052057, CAL6636, SAO PAULO/SP; 184 - HENRIQUETA DA SILVA, VW/VOYAGE LS, 1982, CINZA, CHASSI BN055636, CAM0326, SAO PAULO/SP; 185 - NILSON MARTINS DE FREITAS - SANTANDER NOROESTE LEASING ARRENDAMENTO MERCANTIL S/A, GM/CORSA WIND, 1994, CINZA, CHASSI 9BGSC08WSRC611426, CAN0018, SAO PAULO/SP; 186 - LUCIA HELENA MARIA CAMPOS - BANCO ABN AMRO REAL S/A, VW/GOL CLI 1.8, 1995, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ377ST050600, CAN6440, ITAPEVI/SP; 187 - SEBASTIAO GOMES TAVARES, FIAT/FIAT 147 C, 1985, VERMELHA, CHASSI 9BD147A0000968233, CAO6657, SAO PAULO/SP; 188 - WAGNER FERREIRA, GM/MONZA SL/E, 1983, PRETA, CHASSI 5K69VCB035153, CAR3765, SAO PAULO/SP; 189 - MARIO SERGIO VERGUEIRO, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1995, AZUL, CHASSI ZFA160000S5117649, CAS7113, SAO PAULO/SP; 190 - BANCO BRADESCO SA, IMP/PEUGEOT 205 XSI, 1995, VERMELHA, CHASSI 9U620CKD2SN403586, CAS8185, SAO PAULO/SP; 191 - ZENAIDE APARECIDA GUTIERREZ - BANCO FINASA S/A, IMP/VW GOLF GL, 1995, VERMELHA, CHASSI WVWCG81H4SW424115, CAS8197, SAO PAULO/SP; 192 - CEFERINO RAMAO BERNAL, FORD/ESCORT 1.8I GLX, 1995, CINZA, CHASSI 9BFZZZ54ZSB722244, CAT4012, SAO PAULO/SP; 193 - ANTONIO ARNALDO PINTO - CONPROF ADM CONS SC LTDA, FORD/ESCORT 1.0 HOBBY, 1995, AZUL, CHASSI 9BFZZZ54ZSB742251, CAT5962, SAO PAULO/SP; 194 - BRUNO SANTIAGO DA SILVA - BANCO FICSA S/A, GM/KADETT GL, 1995, VERMELHA, CHASSI 9BGKZ08KSSB425899, CAV6948, GUARULHOS/SP; 195 - IVANICE GONCALVES DA COSTA, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1994, VERMELHA, CHASSI ZFA160000R4948605, CAW1367, SAO PAULO/SP; 196 - NOEL GOMES DA SILVA - BANCO ZOGBI S/A, GM/CHEVETTE SL, 1988, CINZA, CHASSI 9BGTC11UJJC146029, CAX1396, SAO PAULO/SP; 197 - ANDERSON FONSECA DEMETRIO, IMP/ALFA ROMEO 164 24V, 1995, PRETA, CHASSI ZAR164000S6319700, CAX5544, SAO PAULO/SP; 198 - LUCIANA APARECIDA GUSSONI DE SOUZA - BANCO ITAÚ S/A, FORD/DEL REY GHIA, 1988, AMARELA, CHASSI 9BFCXXLC2JBV78028, CAY7127, CATANDUVA/SP; 199 - JOAO CARLOS PEREIRA DA SILVA, VW/GOL LS, 1982, PRETA, CHASSI BY100579, CBA9152, SAO PAULO/SP; 200 - FERNANDO AUGUSTO DE VILHENA JUNIOR, FIAT/TEMPRA, 1993, PRETA, CHASSI 9BD159000P9045092, CBB7412, SAO PAULO/SP; 201 - GILBERTO BENEDITO LUIZ - BANCO MARTINELLI S/A, VW/GOL S, 1983, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZDT446203, CBC6261, SAO PAULO/SP; 202 - JOSE SOUZA BISPO - FINAUSTRIA CIA CFI, VW/POINTER GLI 1.8, 1995, VERMELHA, CHASSI 9BWZZZ55ZSB717145, CBD4534, SAO PAULO/SP; 203 - TOSHIYUKI TAMAE, IMP/VW GOLF GL, 1995, VERDE, CHASSI WVWCG81H4SW450844, CBD8247, SAO PAULO/SP; 204 - ALMAR NUNES DA SILVA, FIAT/UNO CS IE, 1995, AZUL, CHASSI 9BD146533S5607877, CBG9923, OSASCO/SP; 205 - THIAGO CANDIDO MARTINS, FIAT/FIAT UNO CS, 1990, BRANCA, CHASSI 9BD146000L3532899, CBI0582, SAO PAULO/SP; 206 - MANOEL VALDEMIR DOS SANTOS - BANCO BRADESCO S/A, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1994, CINZA, CHASSI ZFA160000R5078586, CBK2873, SAO PAULO/SP; 207 - JOEL BEZERRA DA SILVA - CIA ITAU LEASING ARREND MERCANTIL S/A, FIAT/UNO ELETRONIC, 1994, CINZA, CHASSI 9BD146000R5295641, CBK6038, SAO PAULO/SP; 208 - LAERCIO ANTONIO RODRIGUES, VW/APOLO GLS, 1990, AZUL, CHASSI 9BWZZZ54ZLB129980, CBO3746, MOGI DAS CRUZES/SP; 209 - CARRO FACIL COM DE VEIC UTILIT LTDA, VW/KOMBI FURGAO, 1997, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ211VP012583, CBS8014, PRAIA GRANDE/SP; 210 - JOSE FRANCISCO CARDOSO DOS SANTOS, IMP/RENAULT 19 RN, 1995, VERMELHA, CHASSI 8A1C53PZZSS003988, CCA8861, COTIA/SP; 211 - JOSELITO DANTAS SOUZA, VW/VW FUSCA 1300, 1979, BEGE, CHASSI BJ943428, CCB1986, SAO PAULO/SP; 212 - VALERIA GOMES, IMP/FORD, 1995, AZUL, CHASSI WF0AGXGBBSGK06137, CCB2113, SAO PAULO/SP; Sexta-feira e3 fim de semana, 3, 4 e 5 de setembro, 2010 42 Brasil Econômico Sexta-feira, de setembro, 2010 SECRETARIA DE TRANSPORTES 213 - PAULA RAQUEL BORGES E SOUSA, IMP/FORD FIESTA, 1995, AZUL, CHASSI VS6BSXWPFSWL84076, CCC0992, SAO PAULO/SP; 214 - ANTONIO HURUTA, VW/GOL S, 1983, BEGE, CHASSI 9BWZZZ30ZDT448922, CCC8564, SAO PAULO/SP; 215 - AMOS BENEDITO DA SILVA, VW/VOYAGE LS, 1982, BRANCA, CHASSI BN044536, CCE4850, SAO PAULO/SP; 216 - CARLOS DOS SANTOS VIVALDO - SHOPCRED PROMOTORA DE VEND, FORD/ESCORT XR-3, 1989, CINZA, CHASSI 9BFBXXLBAKBJ75115, CCG3507, SAO PAULO/SP; 217 - FABIO NOCHIERI, FORD/ESCORT XR-3, 1986, VERMELHA, CHASSI 9BFBXXLBABGT02573, CCL8343, SAO PAULO/SP; 218 - RONY DIAS DE OLIVEIRA, FIAT/UNO MILLE IE, 1995, BRANCA, CHASSI 9BD146067S5611540, CCM1361, SAO PAULO/SP; 219 - CRISTIANO LINO DA SILVA, VW/GOL CLI, 1995, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ377ST190025, CCM8266, SAO PAULO/SP; 220 - ELAINE CRISTINA CORREA, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1995, VERMELHA, CHASSI ZFA160000S5136071, CCO4373, SAO PAULO/SP; 221 - TERESA DE JESUS DE SA RIBEIRO PEREIRA, FORD/BELINA II L, 1984, BEGE, CHASSI 9BFDXXLB1DDJ20686, CCP1952, SAO PAULO/SP; 222 - EDMILSON PEIXOTO DE LIMA, VW/GOL S, 1986, AZUL, CHASSI 9BWZZZ30ZGT117687, CCS5108, SAO PAULO/SP; 223 - FRANCISCO XAVIER ARAUJO, VW/VOYAGE S, 1983, PRETA, CHASSI 9BWZZZ30ZEP007873, CCS5975, SAO PAULO/SP; 224 - IRAHY APARECIDO CAMARGO, FIAT/FIAT ELBA S, 1986, BEGE, CHASSI 9BD14600003096376, CCT0162, SAO PAULO/SP; 225 - EDSON ROBERTO BORGES, GM/MONZA SL/E, 1983, BRANCA, CHASSI 5K69SCB023180, CCV3594, SAO PAULO/SP; 226 - JOSE EDUARDO ALVES DE CAMARGO, FIAT/UNO CS 1.5, 1993, CINZA, CHASSI 9BD146000P5025436, CDA0307, SAO PAULO/SP; 227 - AIRTON DA SILVA - BANCO ITAÚ S/A, VW/QUANTUM GL 2000 I, 1995, AZUL, CHASSI 9BWZZZ331SP049709, CDB0748, SAO PAULO/SP; 228 - ALESSANDRO AUGUSTO CANDIDO, GM/CHEVETTE, 1977, AMARELA, CHASSI 5D11AGC148983, CDB9864, OSASCO/SP; 229 - BANCO DO ESTADO DE SAO PAULO SA BANESPA, GM/KADETT SL, 1990, BRANCA, CHASSI 9BGKT08VMLC302994, CDD4320, SAO PAULO/SP; 230 - CARMELA RODRIGUEZ PANOZO, VW/PARATI S, 1985, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZFP011652, CDD4523, SAO PAULO/SP; 231 - NIVALDO RODRIGUES CARMINATI, VW/KOMBI FURGAO, 1983, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ21ZDP036560, CDE7828, SAO PAULO/SP; 232 - FERNANDO DA SILVA MOREIRA, GM/OPALA COMODORO, 1981, MARRON, CHASSI 5P87DAB130592, CDG3043, SAO BERNARDO DO CAMPO/SP; 233 - BENEDITO MARCONDES DA SILVA FILHO - BANCO GMAC S/A, GM/KADETT IPANEMA GL, 1998, BRANCA, CHASSI 9BGKZ35BWWB416291, CDL2280, SAO PAULO/SP; 234 - FABIO ALEXANDRE CAPARROZ - BANCO SANTANDER BRASIL S/A, FIAT/UNO MILLE EX, 1998, BRANCA, CHASSI 9BD158068W4011785, CDM2663, SAO PAULO/SP; 235 - EXPEDITO GALVAO LIMA, VW/VOYAGE LS, 1984, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZEP019410, CDQ6241, GUARULHOS/SP; 236 - WALDEMIR VILLAR DIAS, GM/CHEVETTE, 1981, CINZA, CHASSI 5C11JBC106125, CDQ9270, GUARULHOS/SP; 237 - CESAR VIEIRA DA SILVA, FORD/ESCORT L, 1984, CINZA, CHASSI 9BFBXXLBABEA46851, CDW6673, VALINHOS/SP; 238 - SILVANO BARBOZA, FIAT/PALIO EDX, 1997, CINZA, CHASSI 9BD178226V0177392, CDY2040, GUARARAPES/SP; 239 - ALEXANDRE JOSE HIGINO - BANCO UNIBANCO S/A, VW/GOL CLI, 1996, VERDE, CHASSI 9BWZZZ377TT015859, CEA3650, SAO PAULO/SP; 240 - ROSELI FAGUNDES PEREIRA RODRIGUES, GM/CHEVETTE, 1979, VERDE, CHASSI 5E11AJC120815, CEB4808, EMBU/SP; 241 - MARIA JULIA SILVEIRA, FIAT/FIAT UNO CS, 1985, VERMELHA, CHASSI 9BD14600003032738, CEC1432, SAO PAULO/SP; 242 - VALTER WAGNER DE OLIVEIRA - BV FINANC S/A CFI, FIAT/TEMPRA I.E, 1996, AZUL, CHASSI 9BD159044T9143560, CEC4014, SAO PAULO/SP; 243 - GILDEVAN ALVES PEREIRA - BANCO FICSA S/A, FORD/ESCORT XR-3, 1985, BRANCA, CHASSI 9BFBXXLBABFB35776, CED3198, SAO PAULO/SP; 244 - GABRIEL ERIC MONTEIRO ELVAS, VW/VOYAGE, 1981, BRANCA, CHASSI BN007159, CED6046, SAO PAULO/SP; 245 - LEONARDO APARECIDO ROSA - BANCO ABN AMRO REAL SA, FIAT/FIAT UNO 1.5 R, 1989, CINZA, CHASSI 9BD146000K3476907, CEF0690, SAO PAULO/SP; 246 - MILTON CESAR BOSISIO - PANAMERICANO ARR MERC, IMP/RENAULT 19 RT, 1995, VERMELHA, CHASSI 8A1453SZZSS007285, CEI4785, SAO PAULO/SP; 247 - JOSELINO DE SOUZA - FINAUSTRIA CIA CFI, GM/MONZA SL/E, 1988, BEGE, CHASSI 9BGJK11YJJB059427, CEM8740, SAO PAULO/SP; 248 - GERALDO DA SILVA - BANCO FORD S/A, VW/VOYAGE CL, 1988, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZJT098738, CER4828, SAO PAULO/SP; 249 - JUVENAL JOSE BARBOZA, VW/VOYAGE GL, 1987, MARRON, CHASSI 9BWZZZ30ZHT074443, CER6206, SAO PAULO/SP; 250 - FRANCISCO SILVA FERREIRA FILHO - BANCO UNIBANCO S/A, FIAT/UNO MILLE EP, 1996, AZUL, CHASSI 9BD146107T5767806, CES5228, SAO PAULO/SP; 251 - CLEUDO HILDO PEREIRA DE ASSUNCAO, VW/GOL CL, 1989, AZUL, CHASSI 9BWZZZ30ZKT025494, CES5368, SAO PAULO/SP; 252 - SERGIO BARBIERI - ROGERIO DOS REIS, FORD/DEL REY BELINA GLX, 1989, DOURADA, CHASSI 9BFDXXLD2KBT19143, CEU8313, SAO PAULO/SP; 253 - FRANCISCO LIMA DE MELLO, VW/PASSAT VILLAGE LS, 1984, AZUL, CHASSI 9BWZZZ32ZEP058929, CEU9377, SAO PAULO/SP; 254 - JOSE PAULO FERNANDES DA SILVA, FORD DEL REY, 1984, DOURADA, CHASSI 9BFCXXLB2CDP96811, CEY2712, CAMPINAS/SP; 255 - JOSE ESTEVES DE OLIVEIRA FILHO, IMP/PEUGEOT 306 XS, 1995, CINZA, CHASSI VF37CNFZ2SP720520, CEZ0036, SAO PAULO/SP; 256 - ROGERIO CESPEDES, GM/CORSA WIND, 1996, VERDE, CHASSI 9BGSC08ZTTC727948, CFA8043, FRANCISCO MORATO/SP; 257 - MARCELO APARECIDO GROSSO, VW/KOMBI, 1979, BEGE, CHASSI BH610842, CFC0184, SAO PAULO/SP; 258 - LAERCIO RIBEIRO DA SILVA, VW/SAVEIRO GL 1.8, 1991, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZMP204873, CFC7178, SAO PAULO/SP; 259 - ROBERTO SANTOS DE CARVALHO, IMP/PEUGEOT 205 XSI, 1996, BRANCA, CHASSI 9U620CKD2TN405058, CFG4796, SAO PAULO/SP; 260 - SILVIA MARIA TOLEDO MARTINS, VW/GOL, 1983, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZDT446679, CFL5245, SAO PAULO/SP; 261 - ELKA PIROWICZ FALECK, GM/MONZA CLASSIC 2.0, 1990, PRETA, CHASSI 9BGJL11TLLB030556, CFL5547, SAO PAULO/SP; 262 - LUIS ANTONIO FARIAS JUNIOR, IMP/CITROEN ZX 1.8I FURIO, 1996, CINZA, CHASSI 9U7N2E30VT1E37219, CFM1661, SAO PAULO/SP; 263 - HEDLEN MALVAZZO, FIAT/UNO CS 1.5, 1991, VERDE, CHASSI 9BD146000M3716325, CFM2759, SAO PAULO/SP; 264 - CARLOS ALBERTO SANTOS DUARTE, FIAT/UNO MILLE EP, 1996, CINZA, CHASSI 9BD146097T5796039, CFP2815, SAO PAULO/SP; 265 - MARLENE LUCIANO DE SOUZA, VW/GOL, 1984, AZUL, CHASSI 9BWZZZ30ZET414060, CFR3367, SAO PAULO/SP; 266 - MAURICIO LUIS DE FRANCA - BANCO ABN AMRO REAL S/A, FIAT/PALIO EL, 1996, AZUL, CHASSI 9BD178237T0011560, CFR5345, SAO PAULO/SP; 267 - HAMILTON CAETANO BRASIL - BANCO RENDIMENTO S/A, IMP/PEUGEOT 405 SRI, 1995, BRANCA, CHASSI 8AS4BRFX2S5192043, CFS4311, SAO PAULO/SP; 268 - FLAVIO VANNUCCI, GM/CHEVETTE MARAJO SL, 1988, VERDE, CHASSI 9BGTC15UJJC139078, CFS8095, SAO PAULO/SP; 269 - EMERSON MACHADO DA ROSA - BANCO ABN AMRO REAL S/A, FIAT/PALIO EDX, 1996, VERMELHA, CHASSI 9BD178026T0040562, CFT7266, SAO PAULO/SP; 270 - ELVIS RANGEL SANTOS CRUZ, FIAT/FIAT UNO S, 1987, CINZA, CHASSI 9BD146000H3253482, CGA0891, SAO PAULO/SP; 271 - ALEX DA SILVA SILVA GOMES, FIAT/PALIO ED, 1996, CINZA, CHASSI 9BD178016T0055659, CGB6779, BARUERI/SP; 272 - LEANDRA APARECIDA TEODORO - ABN AMRO REAL S/A, FORD/FIESTA CLX, 1996, VERMELHA, CHASSI 9BFZZZFHATB039747, CGO1984, SAO PAULO/SP; 273 - JULIO CEZAR DE ALMEIDA, VW/VW FUSCA 1300, 1975, BEGE, CHASSI BJ173174, CGP0718, SAO PAULO/SP; 274 - MARIA APARECIDA MORAES ALVES, FIAT/PALIO EDX, 1996, PRETA, CHASSI 9BD178226T0114503, CGP1842, SAO PAULO/SP; 275 - FERNANDA DA SILVA OLIVEIRA GUERRA, GM/CORSA WIND, 1996, BRANCA, CHASSI 9BGSC08ZVTB600300, CHA1765, SAO PAULO/SP; 276 - TOTAL SOLUCOES EM INFORMATICA LTDA, FIAT/PALIO 16V, 1997, PRETA, CHASSI 9BD178258V0186930, CHB0700, SAO PAULO/SP; 277 - RAIMUNDO FERREIRA DOS SANTOS, VW/GOL MI, 1997, CINZA, CHASSI 9BWZZZ377VT006107, CHF0955, SAO PAULO/SP; 278 - FLAVIO SANTOS VERONEZ, FORD/MAVERICK SUPER, 1978, AZUL, CHASSI LB5AUY03494, CHI4465, SAO PAULO/SP; 279 - JADIAEL OLIVEIRA RIOS, FORD/ESCORT GHIA, 1985, AMARELA, CHASSI 9BFBXXLBABET02753, CHO5313, SAO PAULO/SP; 280 - NAIN NAGIB KAHIL - BANCO GMAC S/A, GM/CORSA GL, 1997, PRETA, CHASSI 9BGSE80NVVC682136, CHP7002, SAO PAULO/SP; 281 - ROBERTO BASTOS DOS REIS, FORD/ESCORT L, 1987, MARRON, CHASSI 9BFBXXLBAHBD59643, CHU9645, SAO PAULO/SP; 282 - PRISCILLA CRUZ ROMANEK, FIAT/PALIO EL, 1997, AZUL, CHASSI 9BD178237V0192574, CHU9950, SAO PAULO/SP; 283 - SEBASTIAO CESAR MACHADO SILVA - BBA CREDITANSTALT FOMENTO, FIAT/PALIO EL, 1997, CINZA, CHASSI 9BD178237V0211717, CHV5444, SAO PAULO/SP; 284 - MARCOS AMADEU DA SILVA - CIA ITAULEASING DE ARRENDAMENTO MERCANTIL, FIAT/PALIO ED, 1996, VERDE, CHASSI 9BD178016T0154808, CHY7621, SAO PAULO/SP; 285 - MARIA HELENA FLORES FERNANDES - BANCO ITAUCARD S/A, FIAT/PALIO 16V, 1997, CINZA, CHASSI 9BD178258V0272365, CHY9194, SAO PAULO/SP; 286 - MARIA DE FATIMA RODRIGUES DA SILVA, FIAT/FIAT PREMIO S, 1985, CINZA, CHASSI 9BD14600003046508, CIB0832, SAO PAULO/SP; 287 - GUIMARAES & MOUTINHO COMERCIO E REPRESENTACAO LTDA, IMP/FIAT TIPO 2.0 16V, 1995, VERMELHA, CHASSI ZFA160000S5117924, CIB7229, SAO PAULO/SP; 288 - FERNANDO YOUSSEF SAAD - ABN AMRO ARR MERCANTIL S/A, GM/VECTRA GLS, 1997, PRETA, CHASSI 9BGJK19BVVB559776, CIC7490, SAO PAULO/SP; 289 - ROQUE NUNES DA SILVA, IMP/SUBARU LEGACY 2.2 GX, 1994, PRATA, CHASSI JF1BD7LJ3RG005258, CID3366, SAO PAULO/SP; 290 - MANOEL DE JESUS REGO MENDONCA, VW/SANTANA GL 2000, 1993, AZUL, CHASSI 9BWZZZ32ZPP034709, CID8181, SAO PAULO/SP; 291 - LANA MARA COSTA DE SIQUEIRA, FORD/FIESTA, 1997, VERMELHA, CHASSI 9BFZZZFDAVB105787, CIG1932, SAO PAULO/SP; 292 - EDSON GRACILIANO DE ALMEIDA, FORD/KA, 1997, PRATA, CHASSI 9BFZZZGDAVB005383, CIG3451, JANDIRA/SP; 293 - JOSE ANIZIO DA SILVA, VW/GOL, 1983, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZDT475530, CIG7636, SAO PAULO/SP; 294 - ADILSON BORCHATE - BANCO FINASA SA, IMP/VW GOL CLI, 1996, BRANCA, CHASSI 8AWZZZ377TA835379, CIH1727, SOROCABA/SP; 295 - H M G ENGENHARIA E CONSTRUCAO LTDA - BANCO NOSSA CAIXA S/A, VW/SANTANA, 1997, AZUL, CHASSI 9BWZZZ327VP015974, CII2304, SAO PAULO/SP; 296 - FIRST WOLD RENT A CAR SC LTDA - SBC SIST BR CON SC LTDA, FORD/FIESTA, 1997, AZUL, CHASSI 9BFZZZFDAVB101101, CII3875, SAO PAULO/SP; 297 - MANOEL RAIMUNDO DA SILVA, GM/CHEVETTE SL, 1985, MARRON, CHASSI 9BG5TC11UFC142521, CII4750, SAO PAULO/SP; 298 - ANTONIA MARIA ALVES DE SOUZA, FIAT/PALIO WEEKEND STILE, 1997, CINZA, CHASSI 9BD178858V0265789, CIM2049, SAO PAULO/SP; 299 - ELENILDO SILVA DE ALCANTARA - BANCO PANAMERICANO S/A, FIAT/PALIO 16V, 1997, PRETA, CHASSI 9BD178258V0268222, CIM5735, SAO PAULO/SP; 300 - CARLOS ALBERTO MELO QUEIROZ, GM/CHEVETTE SL, 1989, BEGE, CHASSI 9BGTC11UKJC111432, CIN0334, SAO PAULO/SP; 301 - PATRICIA LIMA OLIVEIRA - BV FINANC SA CFI, VW/SANTANA, 1997, PRETA, CHASSI 9BWZZZ327VP017766, CIN0440, TABOAO DA SERRA/SP; 302 - IDEON BENTO PEREIRA - ABN AMRO ARREND MERCANTIL S/A, FORD/FIESTA, 1996, AZUL, CHASSI 9BFZZZFHATB058645, CIO4441, SAO PAULO/SP; 303 - JOSE PELEGRINO FILHO - BMG LEASING S/A ARRENDAMENTO MERCANTIL, VW/SANTANA 2000 MI, 1996, PRETA, CHASSI 9BWZZZ327TP048608, CIO5727, SAO CAETANO DO SUL/SP; 304 - ADI NASCIMENTO DE SOUZA, FORD/FIESTA, 1997, LARANJA, CHASSI 9BFZZZFDAVB090321, CIP0542, SAO PAULO/SP; 305 - VERA LUCIA PEREIRA - CIA FIN. MAPPIN CFI, GM/CHEVETTE SL, 1980, BRANCA, CHASSI 5E11AKC154392, CIP6524, SAO PAULO/SP; 306 - ANA CRISTINA SOUSA MENDES - BANCO ITAUCARD S/A, IMP/FORD ESCORT GLX 16VH, 1997, PRATA, CHASSI 8AFZZZEHCVJ020195, CIP9251, SAO PAULO/SP; 307 - JAIME PEREIRA DA SILVA - BANCO SANTANDER BRASIL SA, VW/GOL CL, 1989, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZKT097553, CIR1821, SAO PAULO/SP; 308 - ADELINA KELLER, IMP/PEUGEOT 306 SR, 1997, BRANCA, CHASSI 8AD7BLFZ9V5283349, CIR5444, SAO PAULO/SP; 309 - CINARA CRISTINA JUVENCIO, GM/MONZA SL/E 2.0, 1989, VERDE, CHASSI 9BGJK69TKKB059318, CIR8377, SAO PAULO/SP; 310 - ABN AMRO ARRENDAMENTO MERCANTIL SA, GM/VECTRA GL, 1997, PRETA, CHASSI 9BGJG19BVVB576370, CIR8776, SAO CAETANO DO SUL/SP; 311 - LEONILDO ANTONIO - BANCO ABN AMRO REAL S/A, VW/GOL CLI, 1996, VERDE, CHASSI 9BWZZZ377TP558067, CIU2254, PRAIA GRANDE/SP; 312 - EDILMA VIANA MARIZ, FIAT/UNO MILLE SX, 1996, CINZA, CHASSI 9BD146027T5869914, CIY4810, SAO PAULO/SP; 313 - VANIA DAMIANI ABRUM, FIAT/TEMPRA SX, 1997, CINZA, CHASSI 9BD159046V9191479, CJA7810, SAO PAULO/SP; 314 - LUIZ CANTON JUNIOR - FORD LEASING S/A ARREND MERCANTIL, FORD/KA, 1997, PRATA, CHASSI 9BFZZZGDAVB026322, CJB5917, SAO PAULO/SP; 315 - MARIA APARECIDA GONCALVES FERREIRA, FIAT/FIAT ELBA CS, 1987, VERMELHA, CHASSI 9BD14600003152219, CJB9964, SAO PAULO/SP; 316 - ADRIANO DE CARVALHO, FORD/ESCORT L, 1989, AZUL, CHASSI 9BFBXXLBAKBJ72749, CJC1859, SAO PAULO/SP; 317 - OSVALDIR APARECIDO ALVES, VW/VOYAGE LS, 1982, PRETA, CHASSI BN035507, CJC3817, SAO PAULO/SP; 318 - ANTONIO FERNANDES DE OLIVEIRA, FIAT/UNO MILLE SX, 1996, AZUL, CHASSI 9BD146047T5855136, CJD4202, CAMPINAS/SP; 319 - FABIANO BERNARDO DE MORAIS - BANCO ITAUCARD S/A, GM/VECTRA GL, 1997, VERMELHA, CHASSI 9BGJG19BVVB560312, CJE8005, SAO PAULO/SP; 320 - MECANIC BULLS COM E LOCACAO DE BRINQUEDOS INFLAVEIS LTDA ME, IMP/TOYOTA COROLLA LE, 1997, VERDE, CHASSI JTA53AEA2V0116753, CJJ8595, SAO PAULO/SP; 321 - OWSALDO MODA - BBA CREDITANSTALT FOMENTO, FIAT/PALIO EDX, 1997, CINZA, CHASSI 9BD178226V0380707, CJT3538, SAO PAULO/SP; 322 - BERNADETE DE LOURDES SCHRADER - FORD FACTORING FOM COM LTDA, FORD/KA, 1997, VERMELHA, CHASSI 9BFZZZGDAVB533162, CJT6277, SAO PAULO/SP; 323 - ITAU SEGUROS SA, VW/FUSCA 1300 L, 1976, BRANCA, CHASSI BJ329455, CJZ9332, SAO PAULO/SP; 324 - JOSE CARLOS DAMASCENO RIBEIRO, VW/KOMBI, 1987, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ23ZHP007632, CKH2453, SAO PAULO/SP; 325 - WILLIAN MARINS DA SILVA - BANCO ITAU SA, FORD/KA, 1997, VERMELHA, CHASSI 9BFZZZGDAVB543552, CKM9795, SAO PAULO/SP; 326 - AILTON NATAL XAVIER, GM/CHEVETTE SL, 1979, BEGE, CHASSI 5E11AJC166872, CKO3084, MAUA/SP; 327 - RITA DE CASSIA CURY DUARTE - FINASA LEASING S/A ARREND MERCANTIL, GM/CORSA WIND, 1997, VERMELHA, CHASSI 9BGSC08ZVVC671003, CKP0998, SAO PAULO/SP; 328 - JOSE RODRIGUES DOS SANTOS, VW/KOMBI FURGAO, 1985, AMARELA, CHASSI 9BWZZZ21ZFP022648, CKQ2757, SANTO ANDRE/SP; 329 - FLAVIO RODRIGO DURANTE DOS SANTOS, FIAT/TEMPRA 16V, 1996, PRETA, CHASSI 9BD159542T9159877, CLA5585, SAO PAULO/SP; 330 - FELIPE YANNI EFEICHE, GM/CORSA GL W, 1997, PRATA, CHASSI 9BGSE35NWVC648626, CLB2862, SAO PAULO/SP; 331 - IVAN PEREIRA MAIA, VW/GOL, 1983, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZDT479652, CLC1802, SAO CAETANO DO SUL/SP; 332 - MARCO ANTONIO BERALDI COELHO, IMP/PEUGEOT 406 SV, 1997, CINZA, CHASSI VF38BRFVPVS003489, CLC3773, SAO PAULO/SP; 333 - ELTON MICHEL DE ALMEIDA SILVA - BANCO ITAÚ S/A, GM/CORSA WIND, 1997, VERDE, CHASSI 9BGSC08ZWVB605432, CLE1591, SAO PAULO/SP; 334 - MARIA CECILIA FERNANDEZ UHART, IMP/RENAULT CLIO RT, 1997, VERDE, CHASSI 8A1557TTZVS012327, CLE3700, SAO PAULO/SP; 335 - MARIA DOS REIS SOUZA OLIVEIRA - BANCO BMG S/A, PEUGEOT/106 SOLEL, 1997, PRETA, CHASSI VF31CCDZWVM003675, CLG8035, SAO PAULO/SP; 336 - FELSINA ROSTICCERIA E BUFFET LTDA, FIAT/PALIO EDX, 1997, CINZA, CHASSI 9BD178226V0464132, CLI0495, SAO PAULO/SP; 337 - LUIZ ANTONIO D ARACE VERGUEIRO, FIAT/PALIO EL, 1997, PRETA, CHASSI 9BD178237V0444456, CLI3637, SAO PAULO/SP; 338 - CLAUDIO MUTAF, REB/BUMERANGUE TRAI COM, 1997, BEGE, CHASSI 9A9TY0511V1DA2177, CLM6571, SAO PAULO/SP; 339 - VANUSIA DA SILVA ALMEIDA FERNANDES - BV FINANC S/A CFI, FORD/FIESTA, 1997, AZUL, CHASSI 9BFZZZFDAVB174166, CLO9579, SAO PAULO/SP; 340 - PAULA CELIA DA SILVA AMARAL - CIA ITAULEASING DE ARR MERCANTIL, FORD/FIESTA, 1997, AZUL, CHASSI 9BFZZZFHAVB175644, CLP3351, SAO PAULO/SP; 341 - MARIA CECILIA GABRIEL, FIAT/UNO MILLE SX, 1997, CINZA, CHASSI 9BD146048V5890698, CLQ2425, SAO PAULO/SP; 342 - FELIPE VIEIRA CAETANO - BANCO FINASA S/A, IMP/PEUGEOT 306 XR, 1997, BRANCA, CHASSI 8AD7ALFZ9V5279844, CLQ5390, SAO PAULO/SP; 343 - ODAIR DA SILVA BORGES - BANCO ITAUCARD S/A, FORD/FIESTA, 1998, AZUL, CHASSI 9BFZZZFHAWB198854, CLT9097, SAO PAULO/SP; 344 - GERALDO GUALBERTO DE O MARIA DE LOR - FORD LEASING S/A ARREND MERCANTIL, FORD/FIESTA, 1997, AZUL, CHASSI 9BFZZZFHAVB185350, CLV5498, SAO PAULO/SP; 345 - JOSE EDUARDO SOLARI, IMP/HONDA CIVIC VTI, 1997, VERDE, CHASSI JHMEK4350VS100054, CMA6333, SAO PAULO/SP; 346 - CESAR TADEU RODRIGUES DA SILVA, VW/SANTANA GLS, 1986, CINZA, CHASSI 9BWZZZ32ZHP205439, CMA7481, SAO PAULO/SP; 347 - ROSA MARIA PEIXOTO DE MELO, FORD/FIESTA, 1998, VERDE, CHASSI 9BFZZZFHAWB212298, CMB6734, SAO PAULO/SP; 348 - VERENA PEREIRA MATARAZZO, IMP/RENAULT CLIO RN, 1997, VERDE, CHASSI 8A1557TNZVS014703, CMB8978, SAO PAULO/SP; 349 - DINO DRAGHI, GM/CORSA WIND, 1998, PRETA, CHASSI 9BGSC68ZWWC696977, CMD3881, SAO PAULO/SP; 350 - ROBERTO RIBEIRO - CIA ITAULEASING DE ARR. MERCANTIL, FORD/KA, 1998, VERMELHA, CHASSI 9BFZZZGDAWB574511, CMD3896, SAO PAULO/SP; 351 - OSWALDO PETRUCCI JUNIOR - CREDISA LEASING ARRENDAMENTO MERCANTIL., VW/GOL 16V, 1998, VERDE, CHASSI 9BWZZZ373WT071108, CMG6288, SAO PAULO/SP; 352 - SONIA REGINA APARECIDA DENDI, IMP/FORD MONDEO CLX SD, 1997, PRATA, CHASSI WF0FDXGBBVGK89360, CMG9115, SAO PAULO/SP; 353 - SERGIO RICARDO DE OLIVEIRA - BV FINANC SA C F I, FIAT/PALIO WEEKEND STILE, 1998, CINZA, CHASSI 9BD178858W0598720, CMH9428, OSASCO/SP; 354 - EDUARDO CASSIANO DA SILVA, VW/SANTANA GLS, 1987, MARRON, CHASSI 9BWZZZ32ZHP257426, CMJ5316, SAO PAULO/SP; 355 - AUROLICE BARROS DE CARVALHO, GM/CORSA SUPER, 1998, CINZA, CHASSI 9BGSD68ZWWC762628, CMK0372, SAO PAULO/SP; 356 - THIAGO WILLIAM CRUZ - BV FINANC SA C F I, FIAT/PALIO EX, 1998, CINZA, CHASSI 9BD178096W0636921, CMK0772, GUARULHOS/SP; 357 - ANTONIO CAMPITELLI - BANKBOSTON LEASING SA ARREND MERC., FIAT/UNO MILLE EX, 1998, AZUL, CHASSI 9BD146068W5990631, CMK6137, SAO PAULO/SP; 358 - NEILO MOISES RODRIGUES - BANCO PANAMERICANO SA., FORD/FIESTA, 1998, VERMELHA, CHASSI 9BFZZZFHAWB228489, CMO8967, SAO PAULO/SP; 359 - IVAN ALVES DE LIMA, FIAT/FIAT FIORINO, 1983, BRANCA, CHASSI 147A0000776637, CMP3323, SAO PAULO/SP; 360 - BENEDITO GARCIA DOS REIS, GM/CARAVAN, 1979, VERDE, CHASSI 5N15HJB130067, CMQ4389, RIBEIRAO PRETO/SP; 361 - EDUARDO NOVAIS DE OLIVEIRA, FORD/COURIER CLX, 1998, AZUL, CHASSI 9BFLDZPPAWB880127, CMR4265, SAO PAULO/SP; 362 - ALCIDES TOME, FIAT/TEMPRA TURBO STILE, 1997, BRANCA, CHASSI 9BD159148V9181418, CMU0907, SAO BERNARDO DO CAMPO/SP; 363 - LOURDES GARCIA NOGUEIRA, VW/GOL 16V, 1999, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ373YT049021, CMX5657, JALES/SP; 364 - ARNALDO DA SILVA ALEXANDRE, FIAT/FIAT 147 C, 1984, VERMELHA, CHASSI 9BD147A0000847128, CNA9510, SAO PAULO/SP; 365 - LUIZ CARLOS RODRIGUES, GM/MONZA SL/E, 1984, AMARELA, CHASSI 9BG5JK11ZEB032991, CNE1208, MOGI DAS CRUZES/SP; 366 - ANA PAULA DOS SANTOS, FORD/CORCEL II L, 1980, AMARELA, CHASSI LB4KYL95676, CNE4578, MOGI DAS CRUZES/SP; 367 - ROGERIO LOPES DE ALMEIDA - BANCO ITAU SA., FORD/COURIER, 1998, AZUL, CHASSI 9BFGSZPPAWB872642, CNM9165, SAO PAULO/SP; 368 - ANDERSON RODRIGUES - OMNI SA CRED FIN INVEST, IMP/MMC L300, 1998, BRANCA, CHASSI JMYHNP15WWA007378, CNN5372, SAO PAULO/SP; 369 - WAGNER JUNIOR FERNANDES, GM/CORSA GLS, 1997, PRATA, CHASSI 9BGSJ19PVVC796815, CNQ7996, CAMPINAS/SP; 370 - ALAN CRISTIAN GOULART - REAL LEASING SA ARRENDAMENTO MERCANTIL, VW/PARATI GL 1.8 MI, 1998, CINZA, CHASSI 9BWZZZ374WT126387, CNS2135, SAO PAULO/SP ; 371 - WESLEY NOVAES, VW/GOL, 1982, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZDT424121, CNS7053, SAO PAULO/SP; 372 - VICENTE BARBOZA DE LIMA, GM/CHEVETTE SL, 1989, VERDE, CHASSI 9BGTC11JKKC156225, CNT2953, SAO PAULO/SP; 373 - ELFRIEDE PETZOLD, GM/OPALA, 1982, BRANCA, CHASSI 5N69EBB111650, CNT7735, SAO PAULO/SP; 374 - SHIRLEY MARIA DE OLIVEIRA - BANCO BMG SA, GM/VECTRA GLS, 1998, PRETA, CHASSI 9BGJK19HWWB584467, CNT8285, SAO PAULO/SP; 375 - WAGNER COSTA DOS SANTOS, FORD/FIESTA, 1997, CINZA, CHASSI 9BFZZZFHAVB113077, CNY1082, SAO PAULO/SP; 376 - ADRIANA RIBEIRO ALVAREZ - BANCO ABN AMRO REAL SA, VW/GOL MI, 1997, PRETA, CHASSI 9BWZZZ377VT110701, CNY6420, SAO PAULO/SP; 377 - ELIANE EVANGELISTA DOS SANTOS - BANCO SANTANDER BRASIL S/A, FIAT/FIAT UNO CS, 1985, VERMELHA, CHASSI 9BD14600003066519, CNY9357, SANTO ANDRE/SP; 378 - NICOLA POLICASTRO - BANCO ITAU SA, M.BENZ/A 160, 2000, PRETA, CHASSI 9BMMF33EXYA016199, COB0202, SAO PAULO/SP; 379 - ROSANGELA APARECIDA DOS SANTOS DINIZ, GM/MONZA SL/E, 1984, VERMELHA, CHASSI 9BG5JK69VEB028760, COB1536, SAO PAULO/SP; 380 - JURANDIR JOSE DA SILVA, VW/GOL LS, 1981, BEGE, CHASSI BY080080, COB2534, SAO PAULO/SP; 381 - DAVI COSTA, GM/CHEVETTE MARAJO, 1984, VERMELHA, CHASSI 9BG5TC15UEC144826, COC2251, SAO PAULO/SP; 382 - PAULO SERGIO MIYASAKA, GM/MONZA SL/E, 1989, PRATA, CHASSI 9BGJK69TKKB043545, COF1554, SAO PAULO/SP; 383 - TATIANA RODRIGUES, VW/GOL MI, 1997, VERDE, CHASSI 9BWZZZ377VT152514, COJ0053, SAO PAULO/SP; 384 - MILTON ANTONIO, GM/CHEVETTE SL, 1983, BRANCA, CHASSI 5E11UCC170543, COM4813, SAO PAULO/SP; 385 - MARCIA MARIA MARRA POLITI, FIAT/PALIO ED, 1998, VERMELHA, CHASSI 9BD178016W0588437, COQ8292, SAO PAULO/SP; 386 - DOMINGOS DIAS - BCO SANTANDER BRASIL SA, FORD/KA, 1998, PRATA, CHASSI 9BFZZZGDAWB634359, COR2415, SAO PAULO/SP; 387 - PEDRO JOSE DA SILVA FILHO, GM/MONZA SL/E, 1984, VERDE, CHASSI 9BG5JK69SEB028657, COT6253, SAO PAULO/SP; 388 - ANTONIO ROCHA TOME, VW/KOMBI, 1981, BRANCA, CHASSI BH693025, COY6579, ITAQUAQUECETUBA/SP; 389 - CATIA GULUSIAN, FIAT/PALIO ELX, 1998, PRETA, CHASSI 9BD178236W0783231, CPD5845, SAO PAULO/SP; 390 - MARIA DE LOURDES LIMA PAIVA MEZAVILLA - BCO MERCANTIL S PAULO SA, VW/GOL SPECIAL, 1998, PRETA, CHASSI 9BWZZZ377XP021251, CPD7018, SAO PAULO/SP; 391 - ANGELO SANTOS DE SOUSA - BV FINANC SA C F I, VW/GOL 16V, 1999, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ373XT070666, CPR3671, SAO PAULO/SP; 392 - WALTER ROSSONI, FIAT/UNO FIORINO 1.5, 1991, BRANCA, CHASSI 9BD146000M8196464, CPT0889, SAO PAULO/SP; 393 - WILLIAN DOS SANTOS MEIRA, GM/CORSA WIND, 1997, PRETA, CHASSI 9BGSC08ZWVB604112, CPX7299, SAO PAULO/SP; 394 - JOAO NEY DE ARAUJO, VW/PASSAT LS, 1976, BRANCA, CHASSI BT067722, CQR0171, GUARULHOS/SP; 395 - GISLAINE LUCIA DOS SANTOS, VW/GOL S, 1985, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZFT000102, CQR3940, GUARULHOS/SP; 396 - GERALDO ZEFERINO DA SILVA, VW/FUSCA 1300 L, 1976, BRANCA, CHASSI BJ493517, CQR9178, SAO PAULO/SP; 397 - CARLA FERNANDA DA SILVA, IMP/PEUGEOT 205 XSI, 1997, VERDE, CHASSI 9U620CKD2VN578999, CQT2849, SAO PAULO/SP; 398 - GILDASIO OLIVEIRA, VW/PARATI, 1983, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZDP070453, CQT6331, ITIRAPINA/SP; 399 - EZEQUIEL FARIA - BANCO FINASA SA, GM/MONZA CLASSIC, 1986, CINZA, CHASSI 9BG5JK69VGB058522, CQV6817, EMBU/SP; 400 - CIVIL OBRAS CONSTRUCOES LTDA, IMP/SUBARU LEGACY 2.0 GL, 1997, BRANCA, CHASSI JF1BD4LR9VG029919, CRA2616, SAO PAULO/SP; 401 - ALIPIO SIMOES NETO, FORD/ESCORT L, 1991, AZUL, CHASSI 9BFZZZ54ZMB139872, CRA8852, SAO PAULO/SP; 402 - AZENIR DA SILVA, VW/VW FUSCA 1300, 1970, AZUL, CHASSI BP766022, CRB5976, SAO PAULO/SP; 403 - WILSON VICENTINI - BCO ITAU SA, IMP/PEUGEOT 405 SRI, 1997, VERMELHA, CHASSI 8AD4BRFX2V5300396, CRD4918, SAO PAULO/SP; 404 - CESAR AUGUSTO PIRES BARBATO - BANCO ITAUCARD SA, HONDA CIVIC EX, 1999, PRETA, CHASSI 93HEJ8650XZ301717, CRI3211, SAO PAULO/SP; 405 - NILTON YUKINORI TAKEESU, IMP/PASSAT TURBO, 1998, AZUL, CHASSI WVWMA83B1WE453419, CRK9830, SAO PAULO/SP; 406 - VANDERLEI FRANCISCO DA SILVA - BANCO ABN AMRO REAL SA, VW/GOL 16V, 1999, AZUL, CHASSI 9BWZZZ373YP055949, CRO9598, SANTO ANDRE/SP; 407 - MARTA PUTZ SAMPAIO, IMP/SUBARU FORESTER 4WD, 1998, PRETA, CHASSI JF1SF5LR5WG022340, CRP4005, SAO PAULO/SP; 408 - JEANE MORENO GIORGINI, VW/PARATI CL, 1990, PRATA, CHASSI 9BWZZZ30ZLP205373, CRS2355, SAO PAULO/SP; 409 - LAERCIO DE JESUS, VW/VW FUSCA 1300, 1976, MARRON, CHASSI BJ300609, CRU7482, SAO PAULO/SP; 410 - WALTER DA SILVA ALMEIDA, VW/KOMBI, 1977, BRANCA, CHASSI BH523388, CRU8637, SAO PAULO/SP; 411 - JEFERSON FABIANO DA SILVA - BANCO ITAU SA, GM/CORSA GLS, 1999, PRATA, CHASSI 9BGSJ19N0XC765665, CRU8858, SAO PAULO/SP; 412 - PAULO DOMINGOS DE ARAUJO, GM/CHEVETTE SL, 1981, AZUL, CHASSI 5E11ABC107712, CRV0566, SAO PAULO/SP; 413 - FERNANDO BRAGA CARDOSO, FIAT/PALIO EX, 1999, BRANCA, CHASSI 9BD178096Y0916286, CSB7164, SAO PAULO/SP; 414 - APARECIDA DONIZETTI DE OLIVEIRA POSSAO, GM/MONZA SL/E, 1985, CINZA, CHASSI 9BG5JK69ZFB016484, CSD9942, BRAGANCA PAULISTA/SP; 415 - PAN PAINEIS DE PROPAGANDA S C LTDA, FIAT/UNO MILLE EX, 1999, CINZA, CHASSI 9BD158061Y4104717, CSL3914, SAO PAULO/SP; 416 - ALEXSANDRO DOMINGUES, VW/BRASILIA, 1978, BRANCA, CHASSI BA663619, CSL5036, SAO PAULO/SP; 417 - GISELA PETRONI MATHIAS - PSA FINANCE ARRENDAMENTO MERCANTIL SA, IMP/PEUGEOT 206 SOLEIL, 2000, AZUL, CHASSI VF32CNFZ9YW011281, CSL8435, SAO PAULO/SP; 418 - MARLENE FLORES DA SILVA, VW/GOL S, 1983, VERDE, CHASSI 9BWZZZ30ZDT489638, CSM0664, SAO PAULO/SP; 419 - MANOEL APARECIDO DA SILVA, GM/MONZA SL/E, 1984, AZUL, CHASSI 9BG5JK08SEB013973, CSM9954, SAO PAULO/SP; 420 - SUELI LIMA RODRIGUES NEVES, VW/GOL LS, 1983, BEGE, CHASSI 9BWZZZ30ZDT475269, CSP5982, SAO PAULO/SP; 421 - ANTONIO ALTINO DE DEUS, FORD/DEL REY GL, 1988, AZUL, CHASSI 9BFCXXLC2JBN59180, CSQ2502, CAJAMAR/SP; 422 - VALDIR MARTINS DINIZ, VW/GOL S, 1984, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ30ZET421673, CSR1984, ITU/SP; 423 - MASAFUMI KOCHI - STC SERV TEC CONSULT SC, FORD/BELINA II L, 1981, BRANCA, CHASSI LB4NZD91712, CSS2775, SAO PAULO/SP; 424 - EMILIANO JUNQUEIRA DE ARANTES - SANTANDER NOROESTE LEASING ARREND MERC SA, IMP/RENAULT 19 RN, 1996, PRATA, CHASSI 8A1B53PZZTS011700, CSU1717, SAO PAULO/SP; 425 - ANA PAULA GONCALVES DA SILVA, VW/VW FUSCA 1500, 1972, VERDE, CHASSI BS273673, CSV1653, SAO PAULO/SP; 426 - ELCO MOREIRA DA SILVA, FIAT/PALIO EX, 1999, VERMELHA, CHASSI 9BD178096X0812414, CSZ6246, PRAIA GRANDE/SP; 427 - GLEDSON VALENTIM BELTRAMINI, IMP/PEUGEOT 306 RA H3 18, 1998, BRANCA, CHASSI 8AD7CLFYWW5333291, CSZ7674, ATIBAIA/SP; 428 - SIMONE APARECIDA ROCHA - BV FINANC SA C F I, FIAT/PALIO CITYMATIC, 2000, CINZA, CHASSI 9BD178246Y2092173, CTA4510, SAO PAULO/SP; 429 - MARIA DA CONCEICAO ALMEIDA - CON NC SUDAMERICA SC LTDA, IMP/RENAULT CLIO RN 1.0, 2000, PRETA, CHASSI 93YBB0Y15YJ100708, CTA5825, SAO PAULO/SP; 430 - MARIA LEONOR SANTIAGO SOUZA - BANCO PECUNIA SA, GM/MONZA SL/E, 1984, PRETA, CHASSI 9BG5JK11ZEB048760, CTD0420, SAO PAULO/SP; 431 - ELISABETH BUENO FAZZIO, FIAT/UNO MILLE SMART, 2000, CINZA, CHASSI 9BD15808814168543, CTD9893, BOTUCATU/SP; Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 5 Sexta-feira, 3 de setembro, 2010 Brasil Econômico 43 SECRETARIA DE TRANSPORTES 432 - EURIDOS ALMEIDA BIO - LLOYDS LEASING SA ARREND MERCANTIL, IMP/HONDA CIVIC LX, 1999, PRATA, CHASSI 93HEJ6540YZ400393, CTH4336, SAO PAULO/SP; 433 - WALDIR LOPES - BANCO ABN AMRO REAL SA, IMP/FORD ESCORT GLX 16VH, 1997, CINZA, CHASSI 8AFZZZEHCVJ096033, CTK1729, SAO PAULO/SP; 434 - LUCIANA CARDOSO DE ALMEIDA, GM/ASTRA GLS, 2000, CINZA, CHASSI 9BGTB69B0YB137111, CTM1605, SAO PAULO/SP; 435 - MARIA ANGELICA LOPES CHAVES MENDONCA, VW/GOL S, 1983, AZUL, CHASSI 9BWZZZ30ZDT484284, CTR2605, SAO PAULO/SP; 436 - RELINGHTON GOMES DOS SANTOS, VW/GOL MI, 1998, VERDE, CHASSI 9BWZZZ377WP520503, CTU5154, OSASCO/SP; 437 - ANDREIA DE BARROS BONIFACIO GARCIA, GM/MONZA, 1986, PRETA, CHASSI 9BG5JK08ZGB036224, CTU5190, SAO PAULO/SP; 438 - RICARDO PALAMARTCHUK - BANCO ITAUCARD SA, IMP/CITROEN XSARA BK GLX, 2000, BRANCA, CHASSI VF7N2LFYYYJ006656, CVE0775, SAO PAULO/SP; 439 - IVAN DE OLIVEIRA SANT ANNA - SUDAMERIS ARRENDAMENTO MERCANTIL SA, FIAT/BRAVA HGT, 2000, CINZA, CHASSI 9BD182238Y2011948, CVE4678, SAO PAULO/SP; 440 - LUIZ ANTONIO DE CAMARGO, IMP/RENAULT CLIO RT, 1998, AZUL, CHASSI 8A1557TTZWS022218, CVH7651, SAO PAULO/SP; 441 - JOSE RICARDO DIAS DE MOURA, FIAT/PALIO EX, 2000, CINZA, CHASSI 9BD178096Y2187606, CVS0714, SAO PAULO/SP; 442 - TECMAM TELECOMUNICACOES LTDA, FIAT/FIAT FIORINO, 1983, BRANCA, CHASSI 00770685, CVT5399, SAO PAULO/SP; 443 - EINIAGUIAR DE OLIVEIRA, I/RENAULT MEGANE RT 1.6, 2000, PRATA, CHASSI 8A1BA0025YL136555, CVT5509, NAVIRAI/MS; 444 - REGINALDO BARBOZA MACARIO, VW/VARIANT, 1973, VERDE, CHASSI BV170838, CVU9151, MOGI DAS CRUZES/SP; 445 - SILVIO ROBERTO ROSA FRANZAO, VW/VW FUSCA 1300, 1967, VERMELHA, CHASSI B7394120, CWB4758, ARACOIABA DA SERRA/SP; 446 - AGF BRASIL SEGUROS SA, FIAT/FIAT PREMIO CS 1.5, 1988, VERDE, CHASSI 9BD146000J3388851, CXN6102, SAO PAULO/SP; 447 - JOSE GASPAR WANDERLEY GUIMARAES, GM/CHEVETTE SL, 1989, VERDE, CHASSI 9BGTC11JKKC128000, CXN7141, SANTOS/SP; 448 - JOSE GILEILDO TAVARES - CIA ITAULEASING DE ARRENDAMENTO MERCANTIL, GM/CORSA WIND, 1999, PRATA, CHASSI 9BGSC68Z0XC704713, CXN8241, SANTOS/SP; 449 - KETLEY BASSANI - CIA ITAULEASING DE ARR. MERCANTIL., FORD/KA, 1999, AZUL, CHASSI 9BFZZZGDAYB660226, CXV9435, SAO PAULO/SP; 450 - MARIA BERNADETE SANTIAGO CAMARGO, GM/CELTA 3 PORTAS, 2002, PRETA, CHASSI 9BGRD08X03G126769, CYL0957, ITAPEVA/SP; 451 - RENATA ALVARO GOMES - BANCO GE CAPITAL SA, RENAULT/SCENIC RXE 2.0, 1999, VERMELHA, CHASSI 93YJAMG35XJ002223, CYM5730, SAO PAULO/SP; 452 - WILIAN RODRIGUES PERES - BCO PANAMERICANO SA, VW/SANTANA, 2001, BRANCA, CHASSI 9BWAC03X42P004864, CYR5396, SAO PAULO/SP; 453 - NORMELIA VIEIRA SANTOS, VW/GOL, 1981, BEGE, CHASSI BY023682, CYW3474, EMBU/SP; 454 - MANOEL EDINALDO FARIAS DE LIRA, VW/VW FUSCA 1500, 1971, AZUL, CHASSI BS071188, CYY6656, ITAQUAQUECETUBA/SP; 455 - IVO JOSE DA SILVA - AYMORÉ CRED FIN INV SA, VW/GOL SPECIAL, 1999, AZUL, CHASSI 9BWZZZ377YP014572, CYY6905, FRANCO DA ROCHA/SP; 456 - ELVIRA DE SOUSA SILVA - BANCO ITAÚ SA, GM/CORSA SUPER, 2000, VERDE, CHASSI 8AGSD35401R107673, CZM9665, SAO PAULO/SP; 457 - UNIVERCELL TELECOM LTDA, IMP/DAEWOO PRINCE, 1994, VERDE, CHASSI KLAER19W1RB755617, DAE5566, SAO PAULO/SP; 458 - MARCEL TADEU DE MOURA FREGNANI - CIA ITAULEASING DE ARR MERCANTIL, FIAT/PALIO YOUNG, 2000, VERMELHA, CHASSI 9BD17808612232130, DAL5195, SAO PAULO/SP; 459 - ANDRE NOSECHESE, IMP/CITROEN XANT BK GLX, 2000, PRATA, CHASSI VF7X1RFVY1H000276, DAL6135, LINHARES/ES; 460 - MARIA CLEIDE TAVARES DA SILVA - BANCO FINASA SA, GM/CORSA MILENIUM, 2001, CINZA, CHASSI 9BGSC19Z02C122390, DAN0198, SAO PAULO/SP; 461 - IDALINA VIEIRA DE SOUZA - CIA ITAULEASING DE ARR MERCANTIL, GM/CORSA WIND, 2000, VERMELHA, CHASSI 9BGSC08Z01C198398, DAR6078, CARAPICUIBA/SP; 462 - CARLOS AYRES DA SILVA - VOLKSWAGEN LEASING SA ARREND MERCANTIL, VW/GOL PLUS 16V, 2000, CINZA, CHASSI 9BWCA05X01T036700, DAR6737, SAO PAULO/SP; 463 - ALEXANDRE HENRIQUE F MACHADO - BANCO ITAU SA, FIAT/UNO MILLE SMART, 2000, VERDE, CHASSI 9BD15808814180486, DAS7923, SAO PAULO/SP; 464 - NAZIR TANNUS CHAIR JUNIOR, IMP/AUDI A4 2.4, 1999, PRETA, CHASSI WAUZZZ8DZXA194867, DBK1434, SAO PAULO/SP; 465 - MARCELO VERGARA, VW/PARATI, 1984, CINZA, CHASSI 9BWZZZ30ZEP072066, DBK5360, SANTO ANDRE/SP; 466 - GILSON JOSE JACINTO - SUDAMERIS ARRENDAMENTO MERCANTIL SA, FIAT/PALIO EX, 2000, CINZA, CHASSI 9BD178296Y2205865, DBO9964, GUARULHOS/SP; 467 - IVETE LEMOS CRUZ MACHADO, FIAT/UNO MILLE EX, 2000, AZUL, CHASSI 9BD158018Y4119467, DBQ2676, SAO PAULO/SP; 468 - ROGER AUGUSTO RIBEIRO DE SOUZA - BMG LEASING SA ARRENDAMENTO MERCANTIL, VW/GOL 16V TURBO, 2000, VERDE, CHASSI 9BWCA15X0YT229106, DCC1351, TABOAO DA SERRA/SP; 469 - MARCOS VINICIUS QUIO, FIAT/PALIO EX, 2001, AZUL, CHASSI 9BD17101212081458, DCD9920, GUARULHOS/SP; 470 - FRANZ SANTOS DE CAMPOS, NISSAN/PATHFINDER SE, 2000, PRATA, CHASSI JN1TAZR501W010043, DCF4099, SAO PAULO/SP; 471 - SONIA KOSTIUK PANKO MARTELLO - BANCO HSBC SA, FIAT/PALIO EX, 2001, VERDE, CHASSI 9BD17101212063993, DCO8861, JUNDIAI/SP; 472 - SAVE VEICULOS LTDA, VW/GOL 1.0, 2000, BRANCA, CHASSI 9BWCA15XXYT221823, DCX3437, OSASCO/SP; 473 - HARLEI LATORRE SIMAO, IMP/HONDA CIVIC LX, 2001, PRATA, CHASSI 93HES16501Z001073, DDB3424, COTIA/SP; 474 - SILVIA CRISTINA DE LIMA, M.BENZ/A 160, 2000, PRETA, CHASSI 9BMMF33E11A024892, DDB4245, SAO PAULO/SP; 475 - LUCIANA DE SOUZA DA SILVA - REAL LEASING SA ARRENDAMENTO MERCANTIL, FORD/FIESTA GL, 2001, CINZA, CHASSI 9BFBSZFDA1B364512, DDD8043, SAO PAULO/SP; 476 - MARIA DANTAS, TOYOTA COROLLA SE-G, 2001, CINZA, CHASSI 9BR53AEB215533760, DDD9440, SAO PAULO/SP; 477 - DAVID GUSTAVO RAFAEL TOMAZ - BANCO ITAÚ BBA SA, FORD/KA GL, 2001, AZUL, CHASSI 9BFBSZGDA1B731354, DDE0678, OSASCO/SP; 478 - ERIC RICARDO SANTOS MELO - BANCO BMC SA, GM/CORSA WIND, 2001, PRETA, CHASSI 9BGSC68Z01B160239, DDI4479, SAO PAULO/SP; 479 - ROSANGELA NUNES DA COSTA, FORD/FIESTA, 2003, PRATA, CHASSI 9BFZF10B138078411, DDI4801, SAO PAULO/SP; 480 - RUI GALVAO DE FRANCA AMARAL, RENAULT/SCENIC RXE 2.0, 2000, VERDE, CHASSI 93YJAMG35YJ161586, DDL8821, SAO PAULO/SP; 481 - ELISANGELA CRISTINA PICCA, GM/CORSA WIND, 2001, PRETA, CHASSI 9BGSC08Z01C227067, DDM5648, SAO PAULO/SP; 482 - FRANCISCO AMORIM DE ARAUJO - BANCO FINASA SA, VW/GOL PLUS 16V, 2000, CINZA, CHASSI 9BWCA05X21P025769, DDP4753, SAO PAULO/SP; 483 - PAULO ROBERTO DA SILVA, FIAT/PALIO CITYMATIC, 2000, BRANCA, CHASSI 9BD178246Y2116567, DDP4776, SAO PAULO/SP; 484 - FERNANDO DE QUEIROZ HIPOLITO - BANCO ITAÚ BBA SA, VW/GOL 1.0, 2004, AMARELA, CHASSI 9BWCA05XX5T021370, DDQ9261, SAO PAULO/SP; 485 - LUIZ GONZAGA FLEURY JUNIOR - BANCO ABN AMRO REAL SA, VW/GOL 1.0, 2005, BRANCA, CHASSI 9BWCA05X55T204921, DDQ9841, GUARULHOS/SP ; 486 - FORD LEASING ARREND MERC SA - FORD LEASING ARREND MERC SA, FIAT/UNO MILLE SMART, 2001, BRANCA, CHASSI 9BD15808814277693, DDR3203, SAO PAULO/SP; 487 - PAULO ROBERTO NUNES PROENCA - HSBC BANK BRASIL SA BANCO MÚLTIPLO, GM/CELTA, 2001, BRANCA, CHASSI 9BGRD08Z01G137743, DDX6478, SAO CAETANO DO SUL/SP; 488 - MARCOS BENEDITO APPOLINARIO PRADO - CIA ITAULEASING DE ARREND MERCANTIL, FIAT/PALIO EX, 2001, BRANCA, CHASSI 9BD17101212043973, DDY2490, SOROCABA/SP; 489 - BREADS AUTOMOVEIS LTDA, IMP/PEUGEOT PARTNER FURGAO, 2000, BRANCA, CHASSI 8AE5BLFX91G007149, DEM2725, SAO PAULO/SP; 490 - BANRISUL SA ARREND MERC - BANRISUL SA ARREND MERC, FIAT/UNO MILLE FIRE, 2001, BRANCA, CHASSI 9BD15802524296703, DEM3036, SAO PAULO/SP; 491 - LUIS FLAVIO CORREIA LOURENCO - BV FINANC SA CFI, GM/CELTA, 2001, PRATA, CHASSI 9BGRD08Z01G176053, DEN1749, SAO PAULO/SP; 492 - LUANA LOURENCO ALMEIDA, FIAT/BRAVA SX, 2001, CINZA, CHASSI 9BD18221422030733, DEZ1403, SAO PAULO/SP; 493 - CGP CONSULTORIA E GERENCIAMENTO DEP, IMP/HONDA ACCORD EX, 2001, VERDE, CHASSI 3HGCF86401G510177, DEZ4831, SAO PAULO/SP; 494 - RENAN DIAS DA MATA - REAL LEASING SA ARRENDAMENTO MERCANTIL, IMP/HONDA CIVIC LX, 2001, CINZA, CHASSI 93HES16501Z008698, DFE4057, SAO PAULO/SP; 495 - FRANCISCO CARLOS DA SILVA, IMP/SUZUKI SWFIT HT, 1994, BRANCA, CHASSI JSAEAB44SRS100031, DFH1616, SAO PAULO/SP; 496 - SAMUEL RODRIGUES MARTINS - REAL LEASING SA ARRENDAMENTO MERCANTIL, I/CITROEN XSARA PARIS 20, 2001, PRATA, CHASSI VF7N1RFNK1J405766, DFM7339, SAO PAULO/SP; 497 - JAKBOX COMERCIO LTDA ME - SANTANDER NOROESTE LEASING SA ARREND MERCANTIL, FIAT/PREMIO CS IE, 1994, VERMELHA, CHASSI 8AS146000R7136368, DFP1717, SAO PAULO/SP; 498 - JOSE RONALDO BERTO DOS SANTOS, VW/PASSAT, 1977, BRANCA, CHASSI BT110778, DFR8892, SAO PAULO/SP; 499 - SILVANA SCORZA APPOLINARIO, PEUGEOT/206 SOLEIL, 2002, VERMELHA, CHASSI 9362A7LZ92W029271, DFS1022, SAO PAULO/SP; 500 - EDUARDO FELIX RIBEIRO PINTO - BV FINANC SA CFI, GM/CORSA ST, 2001, PRETA, CHASSI 9BGST80N02C118029, DFX5549, GUARULHOS/SP; 501 - ANA LIGIA AGUIAR COUTINHO GOMES, FIAT/PALIO YOUNG, 2001, CINZA, CHASSI 9BD17834422314793, DFZ1528, JUNDIAI/SP; 502 - WLADEMIR CORREA ROCHA JUNIOR - BCO UNIBANCO SA, FORD/KA GL IMAGE, 2002, CINZA, CHASSI 9BFBDZGDA2B776951, DGD4014, SAO CAETANO DO SUL/SP; 503 - MAURICIO RIBEIRO DE OLIVEIRA FILHO - PANAMERICANO ARRENDAMENTO MERCANTIL SA, GM/ASTRA SPORT, 2002, VERMELHA, CHASSI 9BGTJ08B02B148558, DGO8025, GUARUJA/SP; 504 - DANIEL JOSE DE JESUS - BANCO ABN AMRO REAL SA, FIAT/UNO MILLE FIRE, 2002, BRANCA, CHASSI 9BD15802524389691, DIA6353, CAMPO LIMPO PAULISTA/SP; 505 - CDN COMERCIAL DISTRIBUIDORA NACIONAL LTDA, IMP/DAEWOO PRINCE ACE, 1994, CINZA, CHASSI KLAER19W1RB756378, DIB8989, SAO PAULO/SP; 506 - ANA LUCIA NASCIMENTO PEREIRA, GM/CELTA 3 PORTAS, 2002, PRETA, CHASSI 9BGRD08X03G105626, DII7201, SAO PAULO/SP; 507 - ADRIANA MARIA AYALA RECALDE - BANCO J SAFRA SA, VW/GOL 16V SPORT, 2002, VERDE, CHASSI 9BWCA05X62P086513, DIK4241, SAO PAULO/SP; 508 - BRUNO WILLIAN ARAUJO - BANCO ITAÚ BBA SA, GM/CELTA 3 PORTAS SUPER, 2002, PRATA, CHASSI 9BGRD08X03G143020, DIO0244, SAO PAULO/SP; 509 - SEVERINO NETO DE BARROS - BANCO ITAUCARD SA, GM/CORSA CLASSIC, 2004, BEGE, CHASSI 9BGSB19X04B186505, DIV9809, SAO PAULO/SP; 510 - LITORAL FREIOS E PECAS DIESEL LTDA, GM/CORSA CLASSIC, 2003, CINZA, CHASSI 9BGSB19X04B109297, DJN6316, SAO VICENTE/SP; 511 - VALDIR CARDOSO - REAL LEASING SA ARRENDAMENTO MERCANTIL, FIAT/UNO MILLE FIRE, 2003, CINZA, CHASSI 9BD15802534482978, DKD4490, CAMPINAS/SP; 512 - PEDRO SERGIO PAIOLA, FORD/FIESTA EDGE, 2004, AZUL, CHASSI 9BFZF12C648169519, DKN7960, SANTO ANDRE/SP; 513 - RAFAEL ALBANO DA SILVA SOUTO CORREIA, YAMAHA/YBR 125K, 2004, PRETA, CHASSI 9C6KE044040070577, DLO4372, GUARULHOS/SP; 514 - TIAGO MARCAL DE MOURA - BANCO ITAÚ SA, IMP/HONDA CIVIC LX, 2003, DOURADA, CHASSI 93HES15503Z108717, DLU9166, SAO PAULO/SP; 515 - ANALIA ROMA CARACELLI F DE OLIVEIRA, GM/CELTA 5 PORTAS, 2003, AZUL, CHASSI 9BGRD48X04G108070, DMA6855, SAO PAULO/SP; 516 - LINDOMAR OLIVEIRA ANANIAS PIZZARIA ME - BCO ITAÚ SA, RENAULT/CLIO AUT 1.0 H, 2003, BEGE, CHASSI 93YCB0Y054J457720, DMJ5537, SAO PAULO/SP; 517 - FRANCISCO VICENTE SILVA FERRO, GM/MONTANA CONQUEST, 2005, PRETA, CHASSI 9BGXL80005C203615, DMV3879, SAO PAULO/SP; 518 - JUNG DAE CHUN, VW/PARATI 1.6 CITY, 2004, PRETA, CHASSI 9BWDB05X14T159394, DNB0120, SAO PAULO/SP; 519 - RALLES MONSANTO JUNIOR - BANCO FINASA SA, I/GM CLASSIC LIFE, 2005, PRETA, CHASSI 8AGSA19X05R157196, DNB6701, SAO PAULO/SP; 520 - MARIA TEREZINHA MARRA - BANCO FINASA SA, VW/GOL 1.0, 2005, CINZA, CHASSI 9BWCA05XX5T207460, DNB9942, SAO CAETANO DO SUL/SP; 521 - ADIUSON MESSIAS RIBEIRO - BANCO ABN AMRO REAL SA, GM/CELTA 4P LIFE, 2004, VERMELHA, CHASSI 9BGRZ48X05G157060, DNK3126, SAO PAULO/SP; 522 - SIRLEY DE JESUS RAMOS - BANCO ABN AMRO REAL SA, IMP/FIAT TIPO SLX, 1994, CINZA, CHASSI ZFA160000R5088274, DOL2330, SAO PAULO/SP; 523 - MARIA ISABEL DE SOUZA TRIOLO, HONDA/CIVIC LXL, 2004, PRATA, CHASSI 93HES16604Z114062, DON6432, SAO PAULO/SP; 524 - MARK ERNESTO B SILVEIRA LEITE - BANCO SAFRA SA, VW/GOL 1.0, 2004, PRATA, CHASSI 9BWCA05X45T005584, DON8525, SAO PAULO/SP; 525 - MERCEDES BARREIRO DOMINGUEZ E SERAFIN BARREIRO PEREZ, VW/GOL 1.6 POWER, 2004, PRATA, CHASSI 9BWCB05X15P051847, DOR0823, SAO PAULO/SP; 526 - ADELAIDE MIRANDA BERNARDO - BV FINANC SA CFI, HONDA/CIVIC LXS, 2006, PRATA, CHASSI 93HFA15307Z101972, DQL5651, SAO PAULO/SP; 527 - EDSON SOUZA PEREIRA - BANCO J SAFRA SA, FORD/ECOSPORT XLS1.6FLEX, 2006, PRETA, CHASSI 9BFZE12P068509840, DQL6407, SAO PAULO/SP; 528 - MANOEL ALVES DA SILVA - REAL LEASING SA ARRENDAMENTO MERCANTIL, FIAT/UNO MILLE FIRE FLEX, 2005, CINZA, CHASSI 9BD15802764692212, DRH1126, SAO PAULO/SP; 529 - POSTO DE SERVICO M B LTDA, IMP/PASSAT TURBO, 1998, PRETA, CHASSI WVWMA83B9WE454334, DRO1881, SAO PAULO/SP; 530 - LUCIENE DA COSTA RAMOS, CITROEN/C3 GLX 14, 2005, PRATA, CHASSI 935FCKFV86B731668, DRQ2861, SAO PAULO/SP; 531 - VENICE VEICULOS E PECAS LTDA, FORD/FIESTA SEDAN, 2006, PRETA, CHASSI 9BFZF20B078492792, DSB8706, SAO PAULO/SP; 532 - ESTRELA BRILL PROD DE LIMPEZA E CONVENIENCIAS LTDA ME - BANCO ABN AMRO REAL SA, FIAT/UNO MILLE FIRE FLEX, 2005, AZUL, CHASSI 9BD15802764791850, DSF2160, GUARULHOS/SP; 533 - MARCIA DO CARMO VIEIRA - CIA ITAULEASING DE ARR MERCANTIL, FIAT/PALIO FIRE FLEX, 2006, AZUL, CHASSI 9BD17103G62728543, DSN3489, CAMPINAS/SP; 534 - SEBASTIAO SOARES FILHO - BANCO SOFISA SA, VW/FOX 1.6 PLUS, 2007, CINZA, CHASSI 9BWKB05Z284067428, DSS9769, SAO PAULO/SP; 535 - MARIA JOSE RODRIGUES TORRES - BCO BRADESCO FINANC SA, FIAT/PALIO FIRE FLEX, 2007, PRETA, CHASSI 9BD17106G85061568, DVK9741, SAO PAULO/SP; 536 - ADMORE VIDROMIX COM DE VIDROS E ALUMINIO LTDA ME, FIAT/STRADA WORKING, 2002, BRANCA, CHASSI 9BD27807222362500, DVM4888, SAO PAULO/SP; 537 - RENATO BARBOSA DOS SANTOS, IMP/VW POINTER GLI 1.8, 1995, BRANCA, CHASSI 8AWZZZ55ZSJ048086, DVR1909, SAO PAULO/SP; 538 - MARCIO ISRAEL TEODORO ARANTES, I/PEUGEOT 307 20S A GRIF, 2007, PRETA, CHASSI 8AD3CRFJ27G072420, DWP5065, SAO PAULO/SP; 539 - NOVA DISTRIBUIDORA DE VEICULOS LTDA, GM/CELTA 4P LIFE, 2007, PRETA, CHASSI 9BGRZ48907G267948, DYF9444, SAO PAULO/SP; 540 - JULIANO LUIZ MARTINS DAL BOM - REAL LEASING SA ARRENDAMENTO MERCANTIL, I/VW FOX 1.6 PLUS, 2008, PRATA, CHASSI 8AWAB05ZX9A318178, DYJ0481, SAO PAULO/SP; 541 - VENICE VEICULOS E PECAS LTDA, FIAT/FIORINO FLEX, 2007, BRANCA, CHASSI 9BD25504988816017, DZE9037, SAO PAULO/SP; 542 - ALLIANKA CONSTRUTORA E SERVICOS LTDA - VINAC CONS SC LTDA, FORD/FIESTA FLEX, 2007, PRETA, CHASSI 9BFZF10A088213831, DZV7241, CARAGUATATUBA/SP; 543 - MARCIO MUNARO MILANI - BANCO ITAÚ SA, I/HYUNDAI TUCSON GL 20L, 2007, PRETA, CHASSI KMHJM81BP8U789398, EBF1354, SAO PAULO/SP; 544 - PETTIKOA CONFECCOES LTDA - BANCO ITAULEASING SA, I/HYUNDAI TUCSON GLS 27L, 2008, PRATA, CHASSI KMHJN81DP8U903746, EBH7959, SAO PAULO/SP; 545 - TGP LOCACAO DE BLINDAGENS E EVENTOS LTDA - BANCO FINASA SA, I/FORD FUSION, 2007, PRETA, CHASSI 3FAHP08Z28R155605, EBJ3923, SAO PAULO/SP; 546 - WARLEI PERES CANGUSSU - DIBENS LEASING SA ARR MERCANTIL, FIAT/PUNTO SPORTING 1.8, 2008, VERMELHA, CHASSI 9BD11819481026935, EBM3341, SAO PAULO/SP; 547 - ROBERTA PAULO DO NASCIMENTO - BRADESCO LEASING SA ARREND MERCANTIL, FORD/KA FLEX, 2008, VERMELHA, CHASSI 9BFZK03AX9B036193, EBS5410, SAO PAULO/SP ; 548 - VANTENOR DE ARAUJO MORAIS, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1995, PRETA, CHASSI ZFA160000S2767728, ECB0039, SAO PAULO/SP; 549 - DOMINGOS BRATINNI, FORD/KA FLEX, 2008, PRETA, CHASSI 9BFZK03A59B051362, EDN1711, PRAIA GRANDE/SP; 550 - CLAUDIA DA ROCHA SCALISSE, PEUGEOT/206, 2009, PRETA, CHASSI 9362CKFWXAB003496, EEZ6097, SAO PAULO/SP; 551 - AGROMAR COMERCIO E REPRESENTACOES LTDA ME - BANCO ITAUCARD SA, FIAT/PALIO WEEK TREKKING, 2008, CINZA, CHASSI 9BD17350M94244896, EFS1288, SANTO ANDRE/SP; 552 - MARIMEX DESPACHOS TRANSPORTES E SERVICOS LTDA, I/FORD MONDEO 2.0 GHIA 4, 2002, PRETA, CHASSI WF045XGBB2GT62812, EGA1961, SAO PAULO/SP; 553 - MARCIO DOUGLAS PEREIRA DA SILVA, IMP/PEUGEOT, 1995, VERMELHA, CHASSI VF31ACDZ9SM993799, ENM1122, SAO PAULO/SP; 554 - RICARDO PEREIRA FERMINIANO, FIAT/TEMPRA OURO 16V, 1994, PRETA, CHASSI 9BD159000R9088334, EPM0330, SAO PAULO/SP; 555 - RENATA CORREA, VW/VW FUSCA 1300, 1975, BEGE, CHASSI BJ164871, ER4726, SAO PAULO/SP; 556 - CARLOS ANTONIO DA SILVA, FIAT/TEMPRA OURO 16V, 1994, CINZA, CHASSI 9BD159000R9070360, FAN5050, SAO PAULO/SP; 557 - ABN AMRO ARREND MERCANTIL SA, FORD/ESCORT L, 1994, CINZA, CHASSI 9BFZZZ54ZRB566956, FAW0602, SAO PAULO/SP; 558 - WAGNER MARTINS DOS REIS, IMP/MAZDA 626 PB, 1995, BRANCA, CHASSI JM1GE22A6S1300396, FLP0909, CAMPO MOURAO/PR; 559 - MARINA TENORIA ROCHA - BCO PANAMERICANO SA, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1995, PRETA, CHASSI ZFA160000S5095363, FPB7880, SAO PAULO/SP; 560 - ROSANGELA ZUPO DE OLIVEIRA - SAMAT PARTICIPAÇÕES LTDA, GM/CORSA WIND, 1997, PRATA, CHASSI 9BGSC08ZVVC726746, FVF1997, SAO PAULO/SP; 561 - MARCELO GUIEN - BV LEASING ARRENDAMENTO MERCANTIL SA, RENAULT/CLIO AUT 1.0 H, 2005, PRETA, CHASSI 93YCB0Y055J592553, GBA0011, SAO PAULO/SP; 562 - MARCOS FRIEDBERG, IMP/MAZDA, 1993, PRATA, CHASSI 1YVGE22B4P5195196, GGT1717, SAO PAULO/SP; 563 - MARCIO SOUZA DA ROCHA, FIAT/UNO CS 1.5, 1991, VERDE, CHASSI 9BD146000M3701670, GKJ9946, CAMPINAS/SP; 564 - ANGELA SILVA CHAVES - BANCO BMG SA, FIAT/TEMPRA I.E, 1994, AZUL, CHASSI 9BD159000R9067374, GKU5918, SAO PAULO/SP; 565 - EPITACIO FRANCISCO DA COSTA - BBA CRED FOMENTO COML LTDA, FIAT/TEMPRA OURO 16V, 1994, CINZA, CHASSI 9BD159000R9085028, GKU6925, OSASCO/SP; 566 - SEBASTIAO APARECIDO ILYDIO MARQUES PEREIRA, GM/MONZA SL/E, 1987, CINZA, CHASSI 9BGJK11ZHHB061962, GLI9180, SAO JOAQUIM DA BARRA/SP; 567 - ROSMARY BAPTISTA, FIAT/FIAT UNO S, 1984, BRANCA, CHASSI 9BD14600003014956, GLN9433, SAO BERNARDO DO CAMPO/SP; 568 - MARCELO BEZERRA DE FONTES, VW/SANTANA GL, 1987, VERDE, CHASSI 9BWZZZ32ZHP221610, GMQ6313, SAO PAULO/SP; 569 - IDEMAR ANTONIO PEREIRA, VW/VW TL, 1973, BRANCA, CHASSI BF072829, GMQ6631, POUSO ALEGRE/MG; 570 - WILLIAN COSTA CHAPADA, VW/SANTANA CS, 1985, CINZA, CHASSI 9BWZZZ32ZFP207357, GPM2592, ITAMONTE/MG; 571 - RITA DE CASSIA FERRAZ DORNELAS, GM/MONZA, 1982, CINZA, CHASSI 5G08SBB009335, GPQ7685, SILVIANOPOLIS/MG; 572 - NELSON BISPO DA PAIXAO, VW/GOL CL, 1990, PRATA, CHASSI 9BWZZZ30ZLT108732, GQT6288, SAO PAULO/SP; 573 - VALNEI VITORIANO DA SILVA - BV FINANC SA CFI, GM/CORSA WIND, 1994, CINZA, CHASSI 9BGSC08WSRC633591, GRA7056, SAO PAULO/SP; 574 - FBM TRANSPORTES LTDA - BCO BRADESCO SA, VW/14.200, 1994, BRANCA, CHASSI 9BWXTAFB8RDB05114, GRB2101, SAO PAULO/SP; 575 - JUCIMAR MARTINS GOMES, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1995, PRETA, CHASSI ZFA160000S55094237, GRG4400, GOIANIA/GO; 576 - MARCO ANTONIO BORGES PINTO, FIAT/UNO ELETRONIC, 1994, VERDE, CHASSI 9BD146000R5153555, GSI5058, SAO PAULO/SP; 577 - FERNANDO CARDOSO SOARES, IMP/NISSAN PATHFINDER, 1993, CINZA, CHASSI JN8HD17YXPW300109, GSI8846, SAO PAULO/SP; 578 - FENIX REPARACAO DE ELETRODOMEST LTDA ME, GM/CELTA 2P LIFE, 2005, BRANCA, CHASSI 9BGRZ08906G122335, GTI8643, SAO JOSE DOS CAMPOS/SP; 579 - MARCELO DA LUZ BARBOZA, FIAT/FIAT MAREA ELX, 2001, CINZA, CHASSI 9BD18523027052638, GVL8898, BELO HORIZONTE/MG; 580 - JOSE ANTONIO GUIMARAES DE ARAUJO, VW/FUSCA 1300 L, 1969, AZUL, CHASSI B9671549, GXF3623, POUSO ALEGRE/MG; 581 - ANA PAULA GALVAO FARIAS, FIAT/PALIO EX, 2000, CINZA, CHASSI 9BD178096Y2122103, GYO8898, SAO PAULO/SP; 582 - GONÇALO OSCAR MOURÃO, FIAT/PALIO YOUNG, 2000, CINZA, CHASSI 9BD17808612255576, GZD1318, RIO DE JANEIRO/RJ; 583 - VALDIR ROSA - BANCO J SAFRA S/A, FORD/KA GL, 2001, CINZA, CHASSI 9BFBSZGDA2B763918, GZJ4630, SAO CAETANO DO SUL/SP; 584 - RUBENALDO FARIAS TEIXEIRA - BANCO ITAU SA, FORD/FIESTA STREET, 2001, PRATA, CHASSI 9BFBRZFHA2B400482, GZT0127, SAO PAULO/SP; 585 - LOCALIZA RENT A CAR S.A, FIAT/PALIO FIRE, 2004, PRATA, CHASSI 9BD17103752512104, HCG2174, BELO HORIZONTE/MG; 586 - AUGUSTO JOSE FERNANDES BARBOSA, FIAT/PALIO FIRE, 2004, PRATA, CHASSI 9BD17103752515644, HCG4107, SAO PAULO/SP; 587 - JOSE LUIZ VIEIRA DOS SANTOS, GM/ASTRA SEDAN CONFORT, 2006, PRATA, CHASSI 9BGTS69W07B124958, HEJ0129, SAO PAULO/SP; 588 - LOCALIZA RENT A CAR S A, GM/CELTA 2P LIFE, 2007, PRATA, CHASSI 9BGRZ08908G155730, HGV8290, BELO HORIZONTE/MG; 589 - WILSON ROBERTO BISPO DOS SANTOS - BCO MERCANTIL S PAULO SA, VW/QUANTUM 2000MI, 1997, CINZA, CHASSI 9BWZZZ331VP031493, HOW3793, SAO PAULO/SP; 590 - LUZINETE GAMA NOVAIS - BANCO FINASA SA, IMP/RENAULT CLIO RN 1.0, 2000, VERMELHA, CHASSI 93YBB0Y15YJ162761, HPH0776, SAO PAULO/SP; 591 - ABEL TELES DE DEUS - BANCO ABN AMRO REAL SA, GM/ OMEGA GLS, 1992, PRATA, CHASSI 9BGVP19BPNB203583, HQI8787, DIADEMA/SP; 592 - DAVID DA SILVA SOARES, GM/KADETT GSI MPFI, 1993, BRANCA, CHASSI 9BGKW08BPPC326231, HQT3380, SAO PAULO/SP; 593 - MARCOS FERREIRA, IMP/JEEP GCHEROKEE LIMIT, 1996, PRETA, CHASSI 1J4GZ78Y3TY119359, HUX1313, SAO PAULO/SP; 594 - REGINA NOBRE DE BARROS BARRIONUEVO - BANCO ITAULEASING SA, RENAULT/SCENIC RXE 2.0, 2000, PRATA, CHASSI 93YJAMG35YJ136499, IJM8293, SAO PAULO/SP; 595 - SINAIR CARNEIRO, VW/GOL PLUS 16V, 2000, AZUL, CHASSI 9BWCA05XX1P042108, IJT3937, SAO PAULO/SP; 596 - EDUARDO CHAVES PONTES GARCIA, VW/GOL ROLLING STONES, 1995, PRETA, CHASSI 9BWZZZ377ST038036, JED4364, BRASILIA/DF; 597 - VANDERLEI DA SILVA, VW/SANTANA CL 1800 I, 1995, CINZA, CHASSI 9BWZZZ32ZSP017495, JEG4856, SOROCABA/SP; 598 - MARIA SOCORRO FERREIRA DE BARROS, FORD/FIESTA, 1996, VERMELHA, CHASSI 9BFZZZFDATB032542, JEO6998, BRASILIA/DF; 599 - BRASIL VEICULOS COMPANHIA DE SEGUROS, IMP/VW PASSAT, 1995, PRETA, CHASSI WVWCC83A8SE159233, JET0008, SAO PAULO/SP; 600 - DANIEL CARLOS PEREIRA OLIVEIRA, FIAT/PALIO 1.0, 2000, BRANCA, CHASSI 9BD178276Y2149734, JFM1863, BRASILIA/DF; 601 - HSBC BANK BRASIL SA BCO MULT, VW/FOX 1.0, 2006, PRETA, CHASSI 9BWKA05Z664163319, JGO9963, BRASILIA/DF; 602 - FRANCISCO MARCOS CINTRA, GM/KADETT SL EFI, 1993, CINZA, CHASSI 9BGKT08KPPC335605, JKT0212, BRASOPOLIS/MG; 603 - JORGE FERREIRA MACHADO FILHO, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1995, VERDE, CHASSI ZFA160000S5111635, JLO1465, SAO PAULO/SP; 604 - ARLEU DOURADO MARTINS, GM/CORSA WIND, 1999, BRANCA, CHASSI 9BGSC68Z0XC705125, JLO7045, FEIRA DE SANTANA/BA; 605 - VALDEMIRO MESQUITA SANTANA, GM/CORSA WIND, 1997, AZUL, CHASSI 9BGSC08ZVVC735845, JMC2464, SAO PAULO/SP; 606 - TAT COMERCIO DE PRODUTOS ALIMENTICI - SUDAMERIS ARRENDAMENTO MERCANTIL SA, FORD/ECOSPORT XL 1.6L, 2003, PRETA, CHASSI 9BFZE14N248508956, JMR0236, SAO PAULO/SP; 607 - BANCO PANAMERICANO SA, VW/ APOLLO VIP, 1991, VERMELHA, CHASSI 9BWZZZ54ZMB211856, JNE2580, SAO PAULO/SP; 608 - CLEBER DIOGENES BUTRICO, IMP/FIAT TIPO 1.6 IE, 1995, VERMELHA, CHASSI ZFA160000S5140420, JNF0188, SAO PAULO/SP; 609 - HELENA RICARDO DE OLIVEIRA, VW/KOMBI, 1995, BRANCA, CHASSI 9BWZZZ231SP042316, JNF0442, SAO PAULO/SP; 610 - CLAUDIO LUCIO DOS SANTOS - BCO PANAMERICANO SA, GM/MONZA SL, 1992, BRANCA, CHASSI 9BGJG69GPNB001033, JNF3901, LIMEIRA/SP; 611 - RANDOLFHO CRUZ DE VASCONCELLOS FILHO, FORD/FIESTA, 1996, CINZA, CHASSI 9BFZZZFDATB053170, JNJ9959, LAURO DE FREITAS/BA; 612 - WALNEI ALLAINE DE OLIVEIRA, GM/CORSA SUPER, 1998, VERDE, CHASSI 9BGSD19ZXW700052, JNT5763, SALVADOR/BA; 613 - LUIS FELIPE DAVID - BCO BRADESCO FINANC SA, GM/ OMEGA GLS, 1993, CINZA, CHASSI 9BGVP19BPPB230689, JWF1598, SAO JOSE DOS CAMPOS/SP; 614 - ROGERIO YUITI GUSHIKEN, FIAT/PALIO EX, 1998, BRANCA, CHASSI 9BD178296W0788597, JYQ0068, SAO PAULO/SP; 615 - EDUARDO BARCELLOS DE PAULA, FIAT/PALIO 16V, 1996, AZUL, CHASSI 9BD178058T0052866, KCW5454, BRASILIA/DF; 616 - EURIDICE REGINA DA SILVEIRA, FIAT/UNO MILLE SX, 1996, AZUL, CHASSI 9BD146027T5848791, KCX4133, MOGI DAS CRUZES/SP; 617 - GLAUBER GOMES DE OLIVEIRA JUNIOR, FORD/KA, 2003, PRETA, CHASSI 9BFBLZGDA3B813025, KEX4481, SOROCABA/SP; 618 - TAIRONE CLEUDE SPUZA SILVA, FIAT/TEMPRA OURO 16V, 1994, VERMELHA, CHASSI 9BD159000R9081323, KFD5268, SAO CAITANO/PE; 619 - RENATION SOUZA DOS SANTOS, VW/GOL GLI 1.8, 1994, PRETA, CHASSI 9BWZZZ377RT025062, KGB1006, SAO PAULO/SP; 620 - NELSON CORREA FERRAZ, I/JEEP GCHEROKEE LIMITED, 1997, PRATA, CHASSI 1J4GZ78Y2VY518752, KKV2807, MACEIO/AL; 621 - CONEXAO BRASIL AUTOMOVEIS LTDA, IMP/CHRYSLER STRATUS LE, 1998, PRETA, CHASSI 1C3EMB6C1WN519132, KLG7371, SAO PAULO/SP; 622 - ANTONIO CAMILO VIDAL - BRADESCO LEASING SA ARREND MERCANTIL, IMP/PASSAT TURBO, 1998, PRATA, CHASSI WVWMA83B5WE455884, KLQ0011, SAO PAULO/SP; 623 - IVONALDO VIEIRA DE ARAUJO, IMP/PEUGEOT 405 SRI, 1998, AZUL, CHASSI 8AD4BRFX2W5304135, KLS2986, MACEIO/AL; 624 - RAUL GRANDEZA, I/FORD MONDEO 2.0 GHIA 4, 2000, PRATA, CHASSI WFOFGXGBBYGK55937, KMV7218, RIO DE JANEIRO/RJ; 625 - JOSE LACERDA NETO, IMP/FORD RANGER XL, 1997, VERMELHA, CHASSI 1FTCR10X2VTA68179, KNS0567, SAO PAULO/SP; 626 - LOURENÇO FERNANDO DE AZEVEDO, FIAT/PALIO EX, 2000, VERMELHA, CHASSI 9BD178296Y2204448, KPS7269, RIO DE JANEIRO/RJ; 627 - MIC MAX CONFECCOES LTDA, VW/SANTANA, 1986, CINZA, CHASSI 9BWZZZ32ZGP243653, KQE3218, PETROPOLIS/RJ; 628 - NERILDA ANTUNES VENCESLAU, IMP/VW GOL MI, 1982, CINZA, CHASSI BY104225, KUL2884, NOVA IGUACU/RJ; 629 - CIA ITAULEASING DE ARR MERCANTIL, I/PEUGEOT PART F 625K 16, 2005, BRANCA, CHASSI 8AE5BN6A95G518041, KUL4525, RIO DE JANEIRO/RJ; de semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 44 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira, e3fim de setembro, SECRETARIA DE TRANSPORTES 630 - CIA ITAULEASING DE ARREND. MERCANTIL, GM/CELTA 2P LIFE, 2005, PRATA, CHASSI 9BGRZ08906G129232, KZT0517, RIO DE JANEIRO/RJ; 631 - ROBERTO MYUNG JIN CHOI, IMP/VOLVO 850 GLT VCB, 1994, VERMELHA, CHASSI YV1LS5517R2182500, LAN2848, SAO PAULO/SP; 632 - VALERIA APARECIDA DE ALMEIDA COSTA - BCO BRADESCO SA, IMP/DAIHATSU COURE, 1995, AZUL, CHASSI JDAL501S0S0003971, LAX1855, SAO PAULO/SP; 633 - ANDERSON DE FREITAS WIESNER - BANCO INTERCAP SA, GM/CORSA WIND, 1996, BRANCA, CHASSI 9BGSC08WTTC698655, LBE1853, SAO PAULO/SP; 634 - BCN LEASING ARR. MERCANTIL S/A, IMP/CITROEN ZX FURIO 18I, 1997, VERDE, CHASSI 9U7N2E30VV1E37273, LBO0414, RIO DE JANEIRO/RJ; 635 - KATY GOLDBERG, IMP/PEUGEOT 106, 1997, CINZA, CHASSI VF31CCDZWVM002025, LCA4725, RIO DE JANEIRO/RJ; 636 - JOSE PEREIRA DE OLIVEIRA - ABC PRIMO ROSSI A C LTDA, VW/GOL MI, 1998, PRETA, CHASSI 9BWZZZ377WP510468, LCC9069, SAO PAULO/SP; 637 - ALMIR ROGERIO GOMES SANTANA, VW/GOL SPECIAL, 1999, PRATA, CHASSI 9BWZZZ377XP060603, LCT2673, GUARULHOS/SP; 638 - GENERALI DO BRASIL CIA N SEGS, FIAT/FIAT MAREA SX, 1999, CINZA, CHASSI 9BD185225X7025274, LCX9818, SAO PAULO/SP; 639 - BANCO MERCES-BENZ DO BRASIL S/A, M.BENZ/A 160, 1999, AZUL, CHASSI 9BMMF33EXXA001488, MBF2877, BLUMENAU/SC; 640 - ROSANGELA WANDERLEY SILVA, GM/CELTA, 2001, VERDE, CHASSI 9BGRD08Z02G122310, MEZ9960, FLORIANOPOLIS/SC; 641 - VERA ANTONIA GROSSO HERNANDES, GM/MONZA CLASSIC SE, 1988, VERMELHA, CHASSI 9BGJL11YJJB026874, MMZ2253, CARAPICUIBA/SP; 642 - JOSELLIO SIMOES SOARES, IMP/TOYOTA COROLLA XEI, 2004, CINZA, CHASSI 9BR53ZEC258569123, MPP9941, BAIXO GUANDU/ES; 643 - LUIS ADRIANO FERREIRA - BANCO BMG SA, IMP/VW POLO CLAS.1.8 MI, 1997, BRANCA, CHASSI 8AWZZZ6K2VA054807, MQE9009, SAO PAULO/SP; 644 - BANCO ABN AMRO REAL SA, FORD/KA, 1998, BRANCA, CHASSI 9BFZZZGDAWB624846, MQO7859, CAMPINAS/SP; 645 - ANTONIO RODRIGUES DIONISIO, FIAT/UNO MILLE FIRE, 2002, VERDE, CHASSI 9BD15822524361945, MTM1375, SAO PAULO/SP; 646 - PAULO SÉRGIO GUILHERME, GM/CHEVETTE, 1983, PRATA, CHASSI 5C11UCC170839, MUQ9553, SAO MIGUEL DOS MILAGRES/AL; 647 - ANTONIO CARLOS LUIZ, GM/CELTA 2P LIFE, 2006, PRETA, CHASSI 9BGRZ08907G120600, MWC0763, SAO PAULO/SP; 648 - WALTER PEREIRA DA SILVA, VW/FUSCA 1300 L, 1982, VERDE, CHASSI BO358622, MX3614, CAMPINAS/SP; 649 - LETICIA COSTA DE OLIVEIRA CARDOSO, VW/SANTANA CL, 1987, CINZA, CHASSI 9BWZZZ32ZHP255167, XK2594, RIO DE JANEIRO/RJ; 650 - SEVERINO JOSE DA SILVA - BANCO PANAMERICANO S/A, GM/MONZA SL/E 2.0, 1990, AZUL, CHASSI 9BGJK11TLLB070694, ZQ9919, SAO PAULO/SP. SECRETARIA MUNICIPAL DE TRANSPORTES - SMT, DEPARTAMENTO DE OPERAÇÃO DO SISTEMA VIÁRIO - DSV E COMPANHIA DE ENGENHARIA DE TRÁFEGO - CET Sexta-feira, Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 35 de de setembro, setembro, 2010 2010 Brasil Econômico 45 FINANÇAS Divulgação MEIOS DE PAGAMENTO CÂMBIO Fraudes com clonagem de cartões causaram prejuízo de R$ 11 mi no primeiro semestre Dólar recua a R$ 1,732, mínima em quatro meses, com Petrobras No primeiro semestre a clonagem e outros tipos de golpes levaram ao mercado de cartões um prejuízo de R$ 11, 5 milhões, estima a Horus, especializada em controle e prevenção a fraudes em meios eletrônicos de pagamento, baseada notícias publicadas na imprensa sobre fraudes neste segmento. O valor equivale a uma média de R$ 2 milhões por mês e representa cerca de 0,01% do faturamento do setor no período. O dólar estendeu a queda ante o real pelo terceiro dia seguido, fechando ontem na menor cotação em quatro meses com a iminência da capitalização da Petrobras. A moeda recuou 0,86%, para R$ 1,732. É o menor patamar de fechamento desde 3 de maio. A definição do valor em petróleo que o governo poderá usar na oferta de ações da Petrobras indicou que a capitalização deve ocorrer ainda neste mês. Murillo Constantino Ledoux, gestor da Actis: avaliação cautelosa de negócios FOCO Consumo é uma das três áreas principais de interesse da Actis no Brasil e na América Latina. Segundo os gestores, serviços financeiros e segmentos industriais também estão na mira de investimento. SAÍDA Bolsa de valores é uma das opções cogitadas pela supermercadista CSD como resultado de expansão e amadurecimento de negócios. Balanços já são auditados e governança implementada. EXPERIÊNCIA Emergentes são os mercados prediletos da gestora de private equity. A atuação já é extensa em países da Africa e Ásia, há mais de 60 anos, com visão de longo prazo. Gere US$ 4,8 bilhões. Actis faz primeira compra e vai acelerar ritmo no Brasil SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL EM SÃO PAULO ! ""#$%#&'() (*+ !(*+ ,!!!,! - !,# .,!/"(,!0 + !1 !,*) !!!23330(,!00*3330 ,'00*0* !!!,4*2567!682(0 Fundo adquire fatia em supermercadista e finaliza outros dois negócios MAKRO ATACADISTA S.A. Maria Luíza Filgueiras [email protected] Três anos depois de se instalar no país, a gestora inglesa de private equity Actis anunciou ontem seu primeiro negócio brasileiro. Adquiriu fatia minoritária, não revelada, na supermercadista paranaense Companhia Sulamericana de Distribuição (CSD), dona das bandeiras São Francisco e Cidade Canção. O investimento foi de R$ 100 milhões, parte dos US$ 450 milhões que a gestora tem para aplicar na região. Segundo Patrick Ledoux, gestor da Actis, o objetivo é duplicar o tamanho da rede, saltando das atuais 28 unidades para pelo menos 56 num prazo de três a cinco anos. Até dezembro, duas inaugurações estão previstas. A projeção é que o grupo fature R$ 700 milhões este ano, o que significa um crescimento de 12% sobre a receita obtida no ano passado. Considerando o ranking de 2009 da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o grupo ficaria em 19º lugar em Gestora de private equity é especializada em mercados emergentes e tem cerca de US$ 4,8 bilhões sob gestão no mundo faturamento. Os principais concorrentes, Irmãos Muffato e Condor, faturaram R$ 1,43 bilhão e R$ 1,2 bilhão, respectivamente, com menos lojas. A CSD é resultado da fusão das duas marcas de supermercados, feita em fevereiro, quando o Actis já estava em conversa com a rede São Francisco. “Sempre fomos concorrentes, mas vimos que para reduzir custos, aumentar sinergias e não partir para uma concorrência predatória, a melhor opção era unir as operações”, conta Jefferson Nagaroli, presidente do conselho da CSD. “Ao invés de tomarmos dinheiro no BNDES para expandir, preferimos a experiência global da Actis no varejo.” O investimento foi feito através do fundo global Actis Emerging Markets 3. Segundo Chu Kong, também gestor da Actis no Brasil, dois ou três negócios podem ser fechados pela casa até o fim do ano, nas áreas foco — bens de consumo, serviços financeiros e indústria. Em quatro meses, a Actis pode montar metade da carteira pretendida, de seis a oito companhias. ■ CNPJ/MF 47.427.653/0001-15 - NIRE nº 35.300.114.060 EDITAL DE CONVOCAÇÃO - ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA Ficam convidados os senhores acionistas do Makro Atacadista S.A. a se reunir em Assembleia Geral Extraordinária, que será realizada no dia 10 de setembro de 2010, às 10:00 horas, na sede social da Companhia, situada na Rua Carlos Lisdegno Carlucci, nº 519, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, para deliberar acerca de alterações nas características da 1ª emissão de debêntures da Companhia, aprovada pela Assembleia Geral Extraordinária de 21 de agosto de 2009. Os acionistas, seus representantes legais ou procuradores, para participarem da Assembleia ora convocada, deverão observar as disposições previstas no artigo 126 da Lei nº 6.404/76, conforme alterada. São Paulo, 02 de setembro de 2010. Dennis Casey - Presidente do Conselho de Administração. (02,03,06) PREFEITURA DA ESTÂNCIA DE ATIBAIA Tornamos público que se acham abertas, no Departamento de Suprimentos desta Prefeitura, as licitações abaixo: PROCESSO N.º 28.439/10. PREGÃO ELETRÔNICO N.º 110/10. OBJETO: Registro de Preços para eventual aquisição de tiras reagentes e lancetas com comodato do monitor e lancetador, destinados ao uso da Secretaria Municipal de Saúde, com entregas parceladas, por um período de 12 (doze) meses. RECEBIMENTO DAS PROPOSTAS: 20/09/10 até às 13:00 horas. ABERTURA DAS PROPOSTAS: 20/09/10 às 13:05 horas. INÍCIO DA SESSÃO DE DISPUTA DE PREÇOS: 20/09/10 às 14:00 horas. PROCESSO N.º 28.776/10. PREGÃO ELETRÔNICO N.º 111/10. OBJETO: Registro de Preços para eventual aquisição de seringas descartáveis, destinados ao uso da Secretaria Municipal de Saúde, com entregas parceladas, por um período de 12 (doze) meses. RECEBIMENTO DAS PROPOSTAS: 21/09/10 até às 13:00 horas. ABERTURA DAS PROPOSTAS: 21/09/10 às 13:05 horas. INÍCIO DA SESSÃO DE DISPUTA DE PREÇOS: 21/09/10 às 14:00 horas. AQUISIÇÃO DO EDITAL: O edital completo poderá ser adquirido via Internet pelos sites www.atibaia.sp.gov.br ou www.bbmnet.com.br. DEMAIS INFORMAÇÕES: Departamento de Suprimentos, sito à Rua Bruno Sargiani, 100, Vila Rica, Fone: (11) 4414-2210. SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO, 03 de setembro de 2010. Andréa de Andrade Veríssimo de Souza – Diretora do Departamento de Suprimentos. 46 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira,e3fim de setembro, de semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 INVESTIMENTOS Márcia Pinheiro [email protected] Corretoras oferecem carteira de renda fixa e imobiliária para diversificação Ao menos duas corretoras, a XP Investimentos e a Omar Camargo Investimentos, têm oferecido aos clientes um portfólio mais completo que aplicações financeiras, que incluem carteiras de renda fixa e imobiliária, além dos tradicionais fundos de ações e multimercados. A ideia é interessante. A carteira de renda fixa da Omar, por exemplo, tem Letra Financeira do Tesouro (LFT) e debêntures. A LFT costuma render cerca de 95% do Certificado de Depósito Financeiro (CDI) e o rendimento das debêntures é uma média do mês fechado, segundo disponibilizado no site da BM&FBovespa. No ano, diz Luiz Augusto Pacheco, analista da corretora, a carteira rende um acumulado de 5,98%, o que corresponde a 116,09% do CDI, um resultado nada desprezível. O melhor momento foi maio, quando a carteira rendeu 156,06% do CDI e o pior, em agosto, com 79,78%. A carteira de imóveis tem como referência os preços de um apartamento de três dormitórios, usado, para a venda em Curitiba. Os empreeendimentos que fazem parte da carteira são CSHG Shopping, Projeto Água Branca, Rio Bravo Renda Corporativa e CSHG Real Estate. Essa aplicação tem um rendimento acumulado no ano polpudo, de 13,35%, em comparação aos 12,23% registrado pelo preço dos imóveis referência. A carteira completa da Omar Camargo Investimentos é composta por 45% de renda fixa, 10% de fundos imobiliários, 10% de multimercados e 35% de ações. Neste caso, o ganho no ano foi mais modesto, de 3,30%, explica o analista Pacheco, sobre- tudo em função do mau desempenho da bolsa paulista no período. Também o XP renda fixa se destina a ajudar na manutenção de patrimônio e permitir a diversificação da carteira. As aplicações em renda fixa consistem simplesmente na aquisição de títulos (públicos ou privados) que, para períodos pré-determinados, pagam taxas pré ou pós-fixadas. A cada mês, os analistas da corretora divulgam a carteira recomendada. Copom Na terça-feira, um dia antes de o Comitê de Política Monetária divulgar que decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 10,75% ao ano, as taxas futuras de juros “fecharam” (caíram) bastante na BM&F. Anteontem, subiram. Ontem, voltaram a cair, sinalizando que o mercado considera que o ciclo de aperto monetário chegou ao fim. Mas o que intrigou o mercado foi o tom e o tamanho do comunicado pós-reunião. O tom foi considerado, em conversas reservadas, como uma justificativa para o fato de o Banco Central ter afirmado, na ata do último encontro, que estava observando a inflação corrente, uma abordagem até então inédita, dado o histórico dos documentos. O longo comunicado corroborou para essa avaliação. Interpretações adicionais serão feitas na quinta-feira da próxima semana, quando a ata deste mês será divulgada. De todo modo, poucos analistas no mercado consideram que haverá alteração nas projeções para o comportamento da Selic, que tem pouca chance de subir ao menos até o fim do ano. ■ AS NOVAS CARTEIRAS DAS CORRETORAS A novidade é que os produtos não se restringem aos ativos negociados em bolsa de valores RENDA FIXA FUNDOS IMOBILIÁRIOS RENTABILIDADE RENTABILIDADE 2009 CARTEIRA JANEIRO FEVEREIRO CDI 2010 CDI % CARTEIRA CDI 2010 CDI % - - - 0,64% 0,66% - 1,60% 0,85% 188,82% 0,80% 0,59% 136,08% CARTEIRA JANEIRO 2,70% FEVEREIRO -0,98% 2,39% MARÇO 1,98% 0,97% 204,08% 0,66% 0,72% 91,71% MARÇO ABRIL 1,05% 0,84% 124,49% 1,03% 0,66% 155,74% ABRIL 2,94% MAIO 1,32% 0,77% 171,66% 1,03% 0,66% 156,06% MAIO -1,88% 2,43% JUNHO 1,02% 0,75% 136,26% 0,73% 0,79% 92,41% JUNHO JULHO 0,76% 0,78% 98,01% 1,14% 0,86% 132,71% JULHO 4,19% AGOSTO 0,86% 0,69% 124,67% 0,71% 0,89% 79,78% AGOSTO 0,99% SETEMBRO 0,57% 0,69% 82,58% SETEMBRO OUTUBRO 0,42% 0,69% 60,45% OUTUBRO NOVEMBRO 0,01% 0,66% 0,89% NOVEMBRO DEZEMBRO 1,58% 0,72% 219,80% 6,72% 5,90% 114,05% TOTAL Fonte: Omar Camargo Investimentos IMÓVEIS* 12,23% DEZEMBRO 6,94% 5,98% 116,09% TOTAL *Apartamento de 3 quartos, usado e para venda em Curitiba, no setor I 13,35% 12,23% OGX AES TIETÊ neutra Para BB BI, novas descobertas reforçam cenário positivo Revisão de energia não traz impacto, segundo Ativa A BB BI considera positiva as duas descobertas de indícios de hidrocarbonetos na Bacia do Parnaíba feita pela OGX Petróleo e Gás Participações. “Os primeiros resultados obtidos na Bacia do Parnaíba são excelentes, não só pelo teste de formação realizado na primeira acumulação recentemente descoberta, mas também pelas perspectivas para os sete blocos exploratórios detidos pela OGX, na mesma bacia sedimentar”, pondera o analista Nelson de Matos, em relatório. Para ele, as novas descobertas reforçam as estimativas iniciais da companhia, que apontam para um volume de recursos potenciais de cerca de 15 trilhões de pés cúbicos de gás natural (2,7 bilhões de barris de óleo equivalente) na área dos sete blocos sob concessão, que podem corresponder a uma capacidade produtiva de aproximadamente 15 milhões de m3/dia. “Ressaltamos que a comprovação das reservas necessita da realização de diversas perfurações para delimitar os reservatórios, bem como uma série de testes de formação”, ressalta. A descoberta foi feita na seção devoniana no poço 1-OGX-16-MA (prospecto Califórnia), no bloco PN-T-68, na bacia terrestre do Parnaíba, interior do estado do Maranhão. A BB BI tem recomendação de compra para as ações da OGX e considera um preço justo para os papéis de R$ 29 em junho de 2011. No pregão de ontem da bolsa, era cotada a R$ 20,48. A revisão nas projeções feitas pela diretoria da AES Tietê para geração de energia este ano não deve trazer grande impacto para a companhia, na avaliação da Ativa Corretora. Em relatório, o analista da casa, Ricardo Corrêa, afirma que “a queda no volume inicialmente estimado não tem efeito significativo sobre o valor da empresa na medida em que os preços do mercado spot (CCEE) se mantêm nos patamares mínimos.” Segundo informado pela companhia em teleconferência com analistas, o volume de energia gerado em 2010 deverá superar em aproximadamente 23% a energia assegurada, com números abaixo do volume gerado no ano passado que registrou patamar 38% acima da energia assegurada às unidades da empresa. A queda média da expectativa de volume de geração pode ser atribuída pela combinação da boa hidrologia registrada no ano passado aos problemas registrados na usina Nova Avanhandava ao longo do primeiro semestre deste ano. A AES também destacou na conferência que sua energia assegurada estará descontratada a partir de janeiro de 2016 e terá que ser recontratada nos próximos cinco anos. A Ativa pondera que uma desconcentração de energia, com o fim do contrato de fornecimento de energia entre AES Tietê e AES Eletropaulo, já é esperada pelo mercado. CRUZEIRO DO SUL FINANÇAS Proventos Curso O Banco Cruzeiro do Sul aprovou ontem a distribuição de R$ 10 milhões em juros sobre o capital próprio (JCP), equivalentes a um total bruto de R$ 0,07 por ação ordinária e por ação preferencial. A companhia informou que o pagamento será realizado no dia 15 aos investidores inscritos nos registros da empresa ontem. O depósito dos JCP será feito pelo valor líquido, já deduzido o Imposto de Renda devido na fonte à alíquota de 15%. Os valores serão depositados à CBLC, que os repassará a agentes de custódia. A Wintrade, home broker da Alpes corretora, realiza no próximo dia 11 curso de introdução ao mercado financeiro, em São Paulo. Ministrado por Paulo Sá e Fernando Fonseca, tem o objetivo ensinar na prática como funcionam as operações na bolsa e de que forma executá-las. “Diferente dos demais cursos disponíveis, este é voltado para a prática da teoria com nossas ferramentas”, define a Win. O horário do curso será de 9h às 15h. O custo é de R$ 350 e, para clientes ativos, R$ 300. Sexta-feira, 3 de setembro, 2010 Brasil Econômico 47 Sexta-feira e fim de semana, 3, 4 e 5 BOLSA JURO Giro financeiro Contrato futuro R$ 5,1 bilhões 10,64% foi o volume financeiro registrado ontem no segmento acionário da BM&FBovespa. O principal índice encerrou a sessão com variação negativa de 0,39%, aos 66.808 pontos. foi a taxa de fechamento do contrato futuro de DI com vencimento em outubro deste ano, o de maior liquidez ontem. O volume financeiro neste contrato foi de R$ 140,5 bilhões, em 1.416.175 negócios. IBOVESPA RENDA FIXA Ação Código Mínima ALL AMER LAT UNT N2 AMBEV PN B2W VAREJO ON BMF BOVESPA ON BRADESCO PN BRADESPAR PN BRASIL ON BRASIL TELEC PN BRASKEM PNA BRF FOODS ON BROOKFIELD ON CCR RODOVIAS ON CEMIG PN CESP PNB CIELO ON COPEL PNB COSAN ON CPFL ENERGIA ON CYRELA REALTY ON DURATEX ON ECODIESEL ON ELETROBRAS ON ELETROBRAS PNB ELETROPAULO PNB EMBRAER ON FIBRIA ON GAFISA ON GERDAU PN GERDAU MET PN GOL PN ITAUSA PN ITAUUNIBANCO PN JBS ON KLABIN S/A PN LIGHT S/A ON LLX LOG ON LOJAS AMERIC PN LOJAS RENNER ON MARFRIG ON MMX MINER ON MRV ON NATURA ON NET PN OGX PETROLEO ON P.ACUCAR-CBD PNA PDG REALT ON PETROBRAS ON PETROBRAS PN REDECARD ON ROSSI RESID ON SABESP ON SANTANDER BR UNT N2 SID NACIONAL ON SOUZA CRUZ ON TAM S/A PN TELEMAR ON TELEMAR PN TELEMAR N L PNA TELESP PN TIM PART S/A ON TIM PART S/A PN TRAN PAULIST PN ULTRAPAR PN USIMINAS ON USIMINAS PNA VALE ON VALE PNA VIVO PN IBOVESPA ALLL11 AMBV4 BTOW3 BVMF3 BBDC4 BRAP4 BBAS3 BRTO4 BRKM5 BRFS3 BISA3 CCRO3 CMIG4 CESP6 CIEL3 CPLE6 CSAN3 CPFE3 CYRE3 DTEX3 ECOD3 ELET3 ELET6 ELPL6 EMBR3 FIBR3 GFSA3 GGBR4 GOAU4 GOLL4 ITSA4 ITUB4 JBSS3 KLBN4 LIGT3 LLXL3 LAME4 LREN3 MRFG3 MMXM3 MRVE3 NATU3 NETC4 OGXP3 PCAR5 PDGR3 PETR3 PETR4 RDCD3 RSID3 SBSP3 SANB11 CSNA3 CRUZ3 TAMM4 TNLP3 TNLP4 TMAR5 TLPP4 TCSL3 TCSL4 TRPL4 UGPA4 USIM3 USIM5 VALE3 VALE5 VIVO4 IBOV *Ajustada por proventos, inclusive dividendos. 16,60 192,01 28,50 12,92 30,80 37,60 28,81 11,20 15,43 23,28 9,08 40,62 27,44 25,12 15,13 38,32 23,01 40,79 22,22 17,30 0,89 21,41 25,33 33,00 11,21 28,85 12,17 23,88 28,92 23,06 12,24 37,80 7,23 4,93 21,87 9,02 14,56 56,10 17,00 12,87 15,12 42,55 22,28 20,40 61,20 18,41 30,64 26,74 24,24 15,23 34,00 21,85 27,78 81,80 34,74 31,00 24,34 46,13 40,11 6,80 5,05 48,80 93,59 46,83 44,35 48 42,50 41,91 66404 Cotação (R$) Máxima Fechamento 17,01 195,11 29,47 13,18 31,45 38,67 29,41 11,43 15,96 23,85 9,30 41,69 28,60 25,94 15,40 39,00 23,79 42,20 22,75 17,88 0,91 21,67 25,70 33,63 11,49 29,97 12,49 24,25 29,63 24,40 12,40 38,26 7,42 5,04 22,44 9,21 14,83 57,49 17,32 13,50 15,45 43,25 22,48 20,97 62,99 18,89 32,20 28,15 24,72 15,73 34,61 22,50 28,22 82,99 39,00 31,55 24,80 47,21 41,20 7,00 5,12 49,69 96,22 48,47 45,55 49 43,52 42,83 67167 16,94 194,04 29,16 13,00 30,81 38,67 28,95 11,20 15,43 23,31 9,18 41,55 27,81 25,16 15,19 38,53 23,45 40,90 22,74 17,36 0,90 21,58 25,40 33,01 11,46 29,95 12,35 24,07 28,92 23,61 12,26 37,90 7,25 4,97 22,10 9,09 14,60 56,60 17,25 13,47 15,36 43,18 22,35 20,46 62,50 18,89 31,24 27,60 24,32 15,45 34,00 22,00 28,05 82,50 36,36 31,15 24,62 47,15 40,90 6,82 5,06 49,47 94,09 47,61 44,85 49 42,85 42,38 66808 Rentabilidade* (%) No dia No ano 1,13 -0,39 -0,61 -0,84 -2,27 0,60 -1,70 -1,84 -2,59 -2,02 -1,18 -0,60 -3,10 -2,52 -0,39 -0,59 0,64 -1,54 1,07 -2,20 0,00 -0,28 -1,17 -1,90 0,88 4,25 -0,40 -0,74 -2,30 0,47 -1,29 -1,07 -2,16 -0,40 -1,25 -0,11 -1,48 -0,70 0,58 3,46 -0,13 0,42 -0,22 -2,57 -0,79 1,02 -0,03 2,11 -1,34 -0,32 -1,93 -2,22 -0,18 0,00 3,62 -1,08 0,41 0,75 -0,61 -1,16 -1,17 0,65 -1,69 -0,81 -1,10 -0,96 -1,04 -0,19 -0,39 4,00 12,32 -38,83 9,37 3,56 1,66 1,84 -33,13 9,59 3,00 19,38 4,78 1,65 5,62 2,66 5,80 -6,56 24,76 -5,06 8,01 -17,43 -15,65 -14,77 20,20 21,98 -23,38 -11,64 -16,53 -16,14 -6,54 6,54 0,37 -21,96 -4,15 -7,69 -10,09 -5,61 46,80 -9,56 34,43 10,80 23,81 -6,87 19,65 -2,94 10,35 -23,53 -23,10 -9,63 2,53 -0,61 -6,31 3,48 50,98 0,13 -23,97 -26,56 -24,21 1,44 -4,62 1,71 3,27 20,78 -4,72 -8,94 -1,16 2,38 -18,81 -2,60 Fonte: Economatica IBOVESPA Fundo Data ITAU PERS MAXIME RF FICFI BB RENDA FIXA LP 50 MIL FICFI BB RENDA FIXA LP ESTILO FICFI CAIXA FIC EXEC RF LONGO PRAZO CAIXA FIC IDEAL RF LONGO PRAZO BB RENDA FIXA 5 MIL FIC FI BB RENDA FIXA 200 FIC FI BB RENDA FIXA 50 FIC FI ITAU PREMIO RENDA FIXA FICFI BB RENDA FIXA LP 100 FICFI Rent. (%) 12 meses No ano 2/SET 1/SET 1/SET 1/SET 1/SET 2/SET 2/SET 2/SET 2/SET 1/SET 8,62 8,57 8,56 8,00 7,47 7,37 6,22 5,72 5,32 5,23 5,91 5,81 5,81 5,45 5,10 5,05 4,28 3,95 3,61 3,61 Taxa Aplic. mín. adm. (%) (R$) 1,00 1,00 1,00 1,10 1,50 2,00 3,00 3,50 4,00 4,00 DI Fundo Data BB REFERENCIADO DI ESTILO FICFI ITAU PERS MAXIME REF DI FICFI CAIXA FIC DI LONGO PRAZO BB REFERENCIADO DI 5 MIL FIC FI BB NC REF DI LP PRINCIPAL FIC FI BB REFERENCIADO DI 200 FIC FI HSBC FIC REF DI LP POUPMAIS ITAU PREMIO REF DI FICFI BRADESCO FIC DE FI REF DI HIPER SANTANDER FIC FI CLASSIC REF DI Rent. (%) 12 meses No ano 2/SET 2/SET 1/SET 2/SET 1/SET 2/SET 2/SET 2/SET 2/SET 2/SET 8,35 8,32 6,90 6,71 6,37 6,11 5,62 5,06 4,67 4,31 5,67 5,63 4,73 4,59 4,38 4,19 3,94 3,48 3,15 2,97 Taxa Aplic. mín. adm. (%) (R$) 1,00 1,00 2,00 2,50 2,47 3,00 3,00 4,00 4,50 5,00 Fundo Data CAIXA FMP FGTS VALE I BB ACOES VALE DO RIO DOCE FI BRADESCO FIC DE FIA BRADESCO BA FIC DE FIA BRADESCO FIC DE FIA IV BRADESCO FIC DE FIA MAXI UNIBANCO BLUE FI ACOES ITAU ACOES FI ALFA FIC DE FI EM ACOES BB ACOES PETROBRAS FIA Rent. (%) 12 meses No ano 1/SET 1/SET 1/SET 1/SET 1/SET 1/SET 1/SET 1/SET 1/SET 1/SET 33,80 33,61 16,67 16,53 16,18 15,91 10,91 10,46 4,90 (14,73) (1,35) (0,34) (3,95) (4,04) (4,08) (4,07) (7,07) (8,59) (10,68) (24,67) Taxa Aplic. mín. adm. (%) (R$) 1,90 2,00 4,00 4,00 ND 4,00 5,00 4,00 8,50 2,00 Fundo Data REAL CAP PROT VGOGH 3 FI MULTIM REAL CAP PROT VGOGH 4 FI MULTIM BB MULTIM TRADE LP ESTILO FICFI ITAU PERS K2 MULTIM FICFI CAPITAL PERF FIX IB MULT FIC ITAU PERS MULTIE MULT FICFI ITAU PERS MULT AGRESSIVO FICFI ITAU PERS MULT ARROJADO FICFI ITAU PERS MULT MODERADO FICFI SANTANDER FIC FI ESTRAT MULTIM Rent. (%) 12 meses No ano 1/SET 1/SET 1/SET 1/SET 1/SET 1/SET 1/SET 1/SET 1/SET 1/SET 9,60 9,46 9,10 8,74 8,55 8,42 8,30 7,81 7,56 7,32 3,84 6,75 5,76 5,23 5,81 5,37 0,70 2,34 3,08 3,27 Taxa Aplic. mín. adm. (%) (R$) 2,50 2,30 1,50 1,50 1,50 1,25 2,00 2,00 2,00 2,00 MIDLARGE CAP - MLCX 1.295 927 20.975 1.292 924 66.700 20.900 1.289 921 66.450 20.825 1.286 918 66.200 1.283 20.750 10h Fonte: BM&FBovespa 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 10h 17h 10.000 5.000 50.000 20.000 5.000 5.000 5.000 5.000 50.000 *Taxa de performance. Ranking por número de cotistas. Fonte: Anbima. Elaboração: Brasil Econômico SMALL CAP - SMLL Máxima 67.167,76 Mínima 66.404,82 Fechamento 66.808,08 200 200 1.000 200 MULTIMERCADOS 21.050 66.950 ND 80.000 100 5.000 100 200 30 1.000 100 100 AÇÕES IBRX-100 (Em pontos) 67.200 80.000 50.000 30.000 5.000 5.000 200 50 300 100 915 10h 17h 10h 17h de semana,2010 3, 4 e 5 de setembro, 2010 48 Brasil Econômico Sexta-feira Sexta-feira, e3fim de setembro, BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A, com sede à Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar - CEP 04578-901 - Brooklin - São Paulo (SP) - Fone (11) 3320-2000 Central de atendimento e venda de assinaturas: 4007 1127 (capitais), 0800 6001127 (demais localidades) [email protected] É proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da Empresa Jornalística Econômico S.A. ÚLTIMA HORA Novo acidente no Golfo do México Reprodução/AFP Um incêndio em uma plataforma petrolífera no Golfo do México, de propriedade da empresa Mariner Energy, voltou a colocar os Estados Unidos em alerta diante da possibilidade de novo vazamento nas mesmas águas do causado pela BP, o maior da história do país. A princípio, as autoridades haviam informado sobre uma mancha de petróleo na área do acidente. No entanto, a Guarda Costeira veio a público dizer que “não há sinais” de petróleo ao redor da plataforma. As 13 pessoas que se encontravam nas instalações pularam na água após um incêndio provocado por uma explosão. Os trabalhadores foram levados a uma plataforma próxima e, depois, a um hospital em terra firme. Um deles ficou ferido. O governo americano afirmou estar preparado para responder contra uma possível poluição das águas, com os recursos “prontos” para atuar, anunciou a Casa Branca. A causa do acidente ainda não foi determinada. ■ AFP Ricardo Galuppo [email protected] Diretor de Redação Diretoria que fura poço e acha petróleo Divulgação D’Or negocia com São Luiz A rede de hospitais D´Or, do Rio de Janeiro está adquirindo o controle acionário do Hospital São Luiz, que conta com três unidades em São Paulo. O negócio é fruto de uma parceria feita entre a companhia carioca e o BTG Pactual, para investir em aquisições no segmento da saúde. O fundo, que também é dono da rede Farmais, adquirida em 2009, fez um acordo de subscrição de debêntures da rede D’Or em ações. O São Luiz faturou no ano passado R$ 680 milhões, um crescimento de 19,2%em relação ao registrado no ano anterior. A meta da empresa para 2010 é chegar a uma receita de R$ 765 milhões. A Rede D’Or alcançou um faturamento de R$ 1,1 bilhão em 2009. Além dos hospitais, o grupo conta a Labs D’Or, rede de laboratórios com mais de 40 unidades em cidades do Rio. Este não é o primeiro movimento do D’Or para entrar no mercado paulista. Há cerca de três meses, a empresa adquiriu o Hospital Brasil, em Santo André. No começo do ano, iniciou negociações para adquirir o hospital carioca Samaritano, por cerca de R$ 140 milhões. O acordo ainda não foi concretizado. Além das aquisições, o grupo ainda deve inaugurar neste ano um hospital em Cascadura, zona norte da cidade. A rede tem mais dois projetos em carteira para unidades em Duque de Caxias e Niterói. ■ Redação Marcos issa/Bloomberg CPFL investe em fontes renováveis O presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Júnior, afirmou, ontem, que a companhia possui, em avaliação, futuros projetos que devem gerar entre 800 e 1.000 megawatts (MW) de energias renováveis, entre Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), usinas eólicas e térmicas a biomassa. A expectativa, segundo ele, é que a CPFL chegue perto de dobrar os 870 MW de energia renovável a partir dessas três fontes, entre os projetos prontos ou em construção. “Temos uma determinação na companhia de investir nessas fontes renováveis”, disse o executivo. ■ Agência Estado Um fenômeno que pode ser visto como subproduto preocupante do favoritismo da candidata Dilma Rousseff nas próximas eleições já começou a se manifestar entre as forças que a apoiam, conforme aponta a reportagem em destaque nas páginas 6 e 7 desta edição de BRASIL ECONÔMICO. Faltando um mês para o primeiro turno, políticos do PT e do PMDB abriram disputa pelos cargos mais cobiçados entre as centenas de postos que o governo federal tem para distribuir aos aliados. No topo da lista, claro, está a presidência e as diretorias da Petrobras — sobretudo aquelas que, na definição inesquecível do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, “furam poço e acham petróleo”. O medo é de que as diretorias mais técnicas sejam loteadas entre os partidos, o que seria um desastre. Ninguém escolhe cargos num governo com autoridade. Quem os ocupa é porque foi escolhido A impressão é a de que os aliados de primeira hora, temendo que a demanda sobre os cargos seja maior do que se supunha dois meses atrás, tenham resolvido se mover para proteger aquilo que julgam seu por direito. O alvo se justifica: a confirmação do potencial do présal transformou a Petrobras numa das empresas mais cobiçadas do mundo — e não faltam motivos para se pretender ter alguma influência sobre ela. O que não se justifica, nem agora nem depois, é que os cargos federais se transformem em objeto de disputa pública, como se seu preenchimento dependesse da pressão dos aliados, e não da vontade do (ou da) presidente eleito(a). Ninguém escolhe cargos num governo com autoridade. Quem os ocupa é porque foi escolhido. Ninguém ousou, nas duas vezes em que Lula se elegeu presidente, abrir uma disputa por cargos um mês antes das eleições. Ninguém esboçou gesto semelhante às vésperas das duas eleições de Fernando Henrique Cardoso. Muito ajudaria à imagem da candidata Dilma Rousseff se ela cortasse o mal pela raiz e desautorizasse qualquer discussão nesse sentido. Do contrário, daria a impressão, caso confirme seu favoritismo e chegue ao Planalto, de que não tem sobre o grupo heterogêneo que a apoia a mesma autoridade Lula. A consolidação dessa imagem seria extremamente prejudicial a seu eventual governo. E, caso ela realmente vença, péssimo para o país. ■ www.brasileconomico.com.br DESTAQUE MAIS LIDAS ONTEM HP vence batalha contra a Dell e adquire a 3PAR ● Ações: 16 corretoras indicam onde investir neste mês A Hewlett-Packard (HP), maior fabricante do mundo de computadores pessoais, adquiriu ontem a produtora californiana de sistemas de arquivo virtual 3PAR por um montante de US$ 2,4 bilhões, ou US$ 33 por ação. A compra ocorre após uma batalha no mercado contra a rival Dell, cuja oferta pela 3PAR foi de US$ 32 por papel. ● Petrobras pagará caro por reservas, dizem minoritários ● Fundo Actis investe em supermercados no Paraná ● 3G Capital compra Burger King por US$ 4 bilhões ● OGX encontra novas evidências de gás no Maranhão Acompanhe em tempo real www.brasileconomico.com.br Leia versão completa em www.brasileconomico.com.br ENQUETE Você concorda com a decisão do Copom de manter a taxa básica de juros em 10,75% ao ano? Concordo 70% Fonte: BrasilEconomico.com.br Vote em www.brasileconomico.com.br Discordo 30% Outlook SUPLEMENTO DE FIM DE SEMANA BRASIL ECONÔMICO 3/SETEMBRO/2010 48 “O personagem só tem sentido quando a gente consegue atingir a emoção no brilho, no colorido, no sentimento” FOTO FERNANDO SOUZA Marco Nanini, ator 2 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 PROGRAME-SE O melhor da semana Dez sugestões imperdíveis em cultura, gastronomia, esporte, moda e viagens FOTO BARBARA RODRIX FOTO DIVULGAÇÃO FOTO DIVULGAÇÃO FOTO DIVULGAÇÃO FOTO DIVULGAÇÃO TEXTO E EDIÇÃO D E N ISE BARRA LAURYN HILL EM CINCO CAPITAIS MARINA DE LA RIVA LANÇA DVD NOVOS TALENTOS DO CINCO A SECO Quase 100 apresentações teatrais e circenses tomam conta de 41 parques de São Paulo. São mais de 200 artistas que trabalham com linguagem teatral voltada para espaços públicos. Os grupos esperam interagir com cerca de 30 mil pessoas. A programação começa com o Coral Tenonde Porã dos índios Guaranis, amanhã, às 11h, no Parque Ibirapuera. Logo depois, o grupo LaMínima apresenta o espetáculo Reprise, no espaço em frente à ponte de ferro do lago ao lado da Marquise. De amanhã a 28/11, em SP. Wagner Tiso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Sá & Guarabyra, Mallu Magalhães e Pablo Milanés são algumas das atrações do festival, que acontece durante quatro dias. Shows nas ruas, praças e bares agitam a cidade mineira. Você poderá ver os integrantes do 14 Bis em campo, jogando futebol. Na programação, saraus, feiras de artesanato, exposições de fotografia, apresentações de grupos folclóricos e cinema a céu aberto. A cidade fica a 350 km de SP, 300 de BH e 400 do Rio. De 8 a 12/9, em Três Pontas (MG). Ela não grava discos desde 2002. Em 2007, lançou uma faixa só. Mas a música da ex-vocalista dos Fugees faz sucesso desde o primeiro CD. Com The Miseducation, de 1998, ela recebeu 11 indicações ao prêmio Grammy e venceu como melhor cantora e álbum. Nos shows no Brasil, a diva do R&B canta Everything is Everything, Ready or Not, I Gotta Find Peace of Mind e Tell Him. Hoje, em Florianópolis, dia 6/9 no Rio de Janeiro, dia 7/9 em São Paulo, dia 10/9 em Belo Horizonte e dia 12/9 em Brasília. Medio brasileña, meio cubana. A cantora herdou a musicalidade dos pais, exilados cubanos que vieram para o Brasil em 1964. O primeiro disco da intérprete que canta com os olhos teve o aval e a participação de Davi Moraes e Chico Buarque. Marina de La Riva interpreta clássicos cubanos com sopros de bossa nova. No repertório, Aos Pés da Santa Cruz, Se Esta Rua Fosse Minha e Bloco do Prazer, além da inédita Este Mal de Amor. Dia 4/9, 21h, Auditório Ibirapuera, em SP. Com fãs do naipe de Ivan Lins, Chico César, Lenine e Luiza Possi, a banda Cinco a Seco apresenta músicas próprias e irreverentes. Como todos os integrantes cantam e tocam, eles fazem do show um espetáculo de troca de instrumentos. A MPB corre na veia: Dani Black é filho de Tetê Espíndola e Arnaldo Black e Pedro Altério, dos músicos Rafael e Rita Altério. O pai de Pedro Viáfora é o compositor Celso Viáfora. O grupo tem ainda Tó Brandileone e Vinicius Calderoni. Hoje, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo. FOTO DIVULGAÇÃO FOTO DIVULGAÇÃO FOTO DIVULGAÇÃO FOTO DIVULGAÇÃO FESTIVAL DO MUNDO EM TRÊS PONTAS FOTO JOAO CALDAS FESTIVAL DE TEATRO EM PARQUES INÉDITAS DA SÃO PAULO CIA DE DANÇA NOVOS SABORES DO MARAKUTHAI MAIS DELÍCIAS NO BLÚ BISTRÔ NOU AMPLIA MENU E ESPAÇO EXTERNO UM CORPO DE IDEIAS DE CARMELA GROSS É a primeira vez que uma companhia brasileira remonta duas obras. Sechs Tänze (1986), do coreógrafo Jirí Kylián, é um trabalho que une dança e humor, composto por seis peças. Prélude à l´Aprés-midi d´un Faune (1994) é da coreógrafa canadense Marie Chouinard, ainda pouco conhecida aqui no Brasil. A peça inédita tem como ponto de partida o poema que inspirou Claude Debussy a compor Prèlude à l´aprés-midi d´un Faune em 1894. Quem for ao espetáculo vai assistir também ao Theme and Variations (1947), de George Balanchine. De 9 a 12/9, no Teatro Alfa, em São Paulo. O lugar é ponto de encontro de jovens que gostam de comer bem. Descolado, colorido, nada por ali (cadeiras, pratos, luminárias) é padronizado. A chef Renata Vanzetto é uma moça bonita de apenas 21 anos. Pode confiar. Ela cozinha que é uma maravilha! E já foi premiada por seus sabores agridoces. Prove as novidades: o bife ancho com risoto de trigo em grão, queijo taleggio e gel de mandioquinha sai por R$ 56. Tem também o mix de peixe do dia, camarão, vôngole, vieira, mexilhão, lula e polvo cozidos em molho de crustáceos com conhaque e creme de leite (foto), por R$ 69. Alameda Itu, 1.618, Jardins, em São Paulo. O restaurante é bem aconchegante. Num sobrado charmoso, em Perdizes, sofás e espelhos antigos se distribuem junto às mesas, em vários cômodos da casa. O clima intimista, à luz de velas, fica mais romântico com a música bem tocada, numa micro varanda interna. No menu, novidades como a tortilla de patatas, por R$ 22, a paleta de cordeiro ao molho de vinho do Porto com polenta, por R$ 41 (foto), o magret de canard, por R$ 41,90 e peito de pato com bavaroise de aspargos. Vá numa quinta-feira, quando eles tocam tango. E chegue cedo, porque fecha à meia-noite. Rua Monte Alegre, 591, Perdizes, SP. O pequeno Nou, em Pinheiros, cresceu. O restaurante dos chefs Tiago Del Bianco e Amilcar Azevedo agora tem 15 lugares ao ar livre, na parte de trás da casa. O cardápio também tem novos pratos. A salada Caesar ganha duas versões no cardápio: com frango (R$ 26) e com camarão (R$ 32). Um ravióli ao molho de amora recheado de gorgonzola com castanhas, por R$ 31, figura entre os principais. São mais duas sobremesas: a panna cotta com calda de frutas vermelhas (foto), por R$ 11, e o petit gâteau ao amaretto e sorvete de baunilha, por R$ 13. Rua Ferreira de Araújo, 419, Pinheiros, em São Paulo. A artista plástica ficou conhecida por suas inúmeras intervenções compostas de luzes de néon. A nova exposição tem 16 trabalhos feitos entre 1965 e 2010, além da obra Iluminuras, criada especialmente para a mostra. Como costuma fazer, Carmela Gross vai modificar a paisagem local. Desta vez, vai espalhar luzes de emergência por toda a fachada da Estação Pinacoteca. Carmela Gross é mestre e doutora em Artes Plásticas pela USP e foi uma das criadoras do Arte na Praça, que fazia atividades de desenho e pintura com crianças na rua. De amanhã a 11/11, na Pinacoteca, em SP. Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 3 Cardápio 3.9.10 Que Google Earth, que nada. Abaixo o clique frio dos robôs programados para nos mapear. É muito mais legal quando nossa vidinha terrena se transforma em pixels para as fotos de Cássio Vasconcellos, a partir da pág. 6. Fiquei tão admirada que nem atinei para o quanto o homem deve ter se dependurado no helicóptero para conseguir cada uma. Por trás de todo trabalho pronto, há sempre uma viagem particular do autor. Ainda bem que, no caso do novo disco do Djavan (18), temos o Pedro Alexandre Sanches para desvendar todas as trilhas, e mudanças de penteado, do artista. Ainda bem, também, que para a editora Cristina Ramalho o ator Marco Nanini é como um velho amigo. Na conversa deles, 26, temos o privilégio de ir além dos velhos temas para logo mergulhar no que é novo. É também o que fez a repórter, e zero-pilota, Natália Mazzoni ao testar uma bike elétrica, 22, e voltar outra menina. E tem mais viagens aqui. É só seguir em frente. Phydia de Athayde 4 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 IDEIAS FORTES Lira Neto Estão pensando que somos abestados? “Vote no abestado.” Lá está ele, meu conterrâneo, no horário eleitoral gratuito, fazendo graça e barulho, anunciando que é candidato a deputado federal. “Vote no Tiririca, pior do que está, não fica”, diz o slogan, pérola do cinismo e da despolitização absoluta. “Você sabe o que faz um deputado federal? Não? Eu também não. Mas vote em mim que depois eu te conto” — essa é a principal promessa da campanha. Até tem outra, um pouco mais ambiciosa e ainda mais irreverente: “Quero trabalhar pelos mais necessitados. Principalmente os de minha família”. Pode ser que a plataforma política do palhaço Tiririca seja mais ampla do que isso, como garantiu em entrevista recente. “De cabeça, assim, não dá pra falar. Mas como tem uma equipe trabalhando por trás, a gente tem os projetos que tão elaborados, tá tudo beleza”, jura, com a prosódia característica e a peculiar cara de pau que lhe fez a fama. Mas é difícil saber. No site oficial da campanha, encontram-se informações sobre sua biografia de fato singular, é possível conhecer a família e os amigos do palhaço cearense e, uau, fazer download de santinhos, jingle e fotos. Tudo bonitinho e colorido. Contudo, o link para as “propostas” remete a uma página em branco. Sintomático. Até quando não quer fazer rir, o sujeito é engraçado. Meses atrás, imaginava-se que outro cearense polêmico, Ciro Gomes, é que iria dar o que falar na eleição em São Paulo. Ciro chegou a transferir o domicílio eleitoral para a capital paulista e, por algumas semanas, acreditou-se que sua candidatura ao Palácio do Bandeirantes era pra valer. Jogado para escanteio, Ciro ficou sem saída imediata e só lhe restou mergulhar no silêncio — e no rancor? — dos traídos. Em lugar dele, aí está o Tiririca, provocando gargalhadas de uns e arrancando protestos furibundos de outros. “Tiririca faz deboche com a democracia”, acusa o ministro da Cultura, Juca Ferreira. Para Juca, a piada chamada Tiririca não tem graça nenhuma. Peço vênia ao senhor ministro. Eu acho que tem. Jamais votaria em Tiririca, mas confesso que, a cada aparição dele na tevê, não contenho a gargalhada. Não porque ache que um voto de protesto desse naipe faça mais algum sentido ou contribua em algo para o aprimoramento eleitoral no país. Não porque aprove a estratégia de se reduzir toda a classe política a um único balaio de gatos e gatunos, sintetizada na crença de que “pior que está não fica”. Nisso, concordo com o ministro Juca. Contudo, acho que a candidatura de Tiririca tem graça, sim, porque sua avacalhação explícita representa uma dissonância à assepsia marqueteira, tornando ainda mais evidente o artificialismo dos candidatos que tentam vender uma imagem fabricada em laboratório. É como se eles considerassem que nós, e não o Tiririca, é que somos os verdadeiros abestados. Além do mais, admito a vocês que sempre me espantou o poder de comunicação desse cearense de Itapipoca aparvalhado, que não demonstra nenhuma sofisticação em sua verve e conta piadas na tevê como se estivesse no picadeiro de um circo de lona furada. Sempre achei o humor de Tiririca comovente em sua suprema ingenuidade e em sua absurda pobreza cênica e vernacular. É isso, nele, que sempre me faz rir, de rolar no chão. É um humor tipicamente cearense, autodepreciativo, capaz de fazer graça com suas próprias misérias e tragédias íntimas. No Ceará, posso garantir, tropeça-se em tiriricas a cada esquina. Minha surpresa é que este humor tão cabeça-chata, que eu supunha quase cifrado para um ouvido carioca ou paulistano, tenha conseguido transformar Tiririca, desde que ele surgiu, anos atrás, em um fenômeno de massas no país inteiro. Tenho amigos aqui em São Paulo, paulistanos de pai e mãe, que já flagrei rindo de uma piada boba dita pela boca-mole do Tiririca. Mas agora, quando o veem no programa eleitoral gratuito, fazem cara séria. Preocupam-se com o achincalhe da democracia que ela supostamente representa. Cá no meu canto, continuo rindo com as presepadas de Tiririca, pois ele segue me comovendo com sua ingenuidade sem limites. Mal percebe que está sendo usado pelo partido que o aliciou apenas para puxar votos à legenda e, assim, presume-se, irá ajudar a eleger alguns espertinhos do insípido PR. Os cardeais do partido até reservaram para ele um número fácil de decorar, 2222, coisa disputada a tapa na hora da inscrição das candidaturas. “Ô numerozinho lindo!”, comemora Tiririca, no programa eleitoral. Tiririca tem toda razão. Ele é mesmo um abestado. Lira Neto, jornalista e escritor, é autor de Padre Cícero: Poder, Fé e Guerra no Sertão (Companhia das Letras), Maysa: Só Numa Multidão de Amores (Globo) e O Inimigo do Rei: Uma Biografia de José de Alencar (Globo). Tenho amigos aqui em São Paulo, paulistanos de pai e mãe, que já flagrei rindo de uma piada boba dita pela boca mole do Tiririca. Mas agora, quando o veem no programa eleitoral gratuito, fazem cara séria. Cá no meu canto, continuo rindo com as presepadas de Tiririca. Mal percebe que está sendo usado pelo partido que o aliciou apenas para puxar votos à legenda e, assim, presume-se, irá ajudar a eleger alguns espertinhos do insípido PR Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 5 CRÔNICA Humberto Werneck Nós, descendentes do bacilo de Koch Em boa enrascada se meteu o primo Ruy quando decidiu ser o genealogista da família. Decidiu? Pode não ter sido bem assim. Talvez tenha entrado nessa de modo natural, como continuador do trabalho do pai, meu falecido tio Jorge. E talvez não soubesse da encrenca que o esperava. No mínimo, é gente demais. O tio, é verdade, desbastou parte do caminho, recuando a lonjuras como o cacique Tibiriçá e sua filha Bartira, cuja mão foi concedida a nosso parente João Ramalho. Sim, o célebre aventureiro português. Nome de rua aqui perto de casa, aliás paralela a outra que homenageia Bartira, a minha vó que andava de tanga e bebia cauim. Eu dizia que o tio Jorge capinou bastante para trás, no que nos prestou grande serviço. Foi graças a suas pesquisas que fiquei sabendo do padre Inácio de Sousa Werneck, meu antepassado. Antes que me chamem de hexaneto daquela senhora que fez aquela coisa, convém esclarecer que vovô Inácio só vestiu batina depois de procriar e enviuvar. A primeira vez que li seu nome foi numa imensa folha de papel heliográfico na qual o tio, engenheiro, desenhou um disco dividido em dois hemisférios — um deles reservado à parentada do pai, Hugo Furquim Werneck, o outro à da mãe, Dora Brandon Fernandes Eiras. Neste último não pôde avançar muito, pois as raízes da vovó logo se perdem no fog de uma origem britânica. Já no hemisfério do vovô, foi longe o tio Jorge, às profundezas da Idade Média. Humildemente reconheço que ancestrais meus tinham mentalidade medieval. O Ruy apanhou as coisas no ponto em que as deixou seu pai, e, dotado de elevadas doses de rigor e paciência, foi muito além dos frutos da pescaria paterna, encerrada antes de existir a ferramenta esperta do computador. Vem, há anos, trabalhando em várias frentes. Só no que se refere a ele e a sua mulher, Sonia, o primo já registrou a existência de “8.970 indivíduos, englobando ascendentes e descendentes”, daí resultando um catatau que na semana passada ocupava 939 páginas. Como se dizia outrora: não é bolinho. Parentes ou não, tiremos ao Ruy nosso chapéu. Quanto a ele próprio, está a pique de pedir o boné. Cansado, planejou fechar seu balcão genealógico em 31 de dezembro, mas desconfia que será preciso adiar o bota-fora: “A ideia de terminar a coleta de dados em 2010 parece que vai afundar...”, ele admite. “Dois casamentos este ano, mais dois no princípio do próximo, sem contar que a Helena, minha cunhada, vai ser avó mais duas vezes, num mesmo mês, fevereiro!” Com sua mania de nascer, casar, procriar e morrer, o pessoal não dá sossego ao primo Ruy. Entra ano, sai ano, as coisas seguem como na canção de Bobby Darin: Multiplication / that’s the name of the game / and each generation / they play the same. E o Ruy é um só na trabalheira de registrar o que vai acontecendo, em ritmo ainda mais acelerado que o da canção, pois além de caras novas há também óbitos, casamentos, descasamentos, recasamentos... Para ficar apenas nos descendentes de nossos avós: já somos 325 indivíduos, como diz o Ruy. Nos galhos cada vez mais sobrecarregados dessa árvore dependuram-se 13 filhos, 59 netos, 129 bisnetos e 124 trinetos. O estoque de nomes parece estar chegando ao fim. Só Pedros, temos sete. Bernardos, Eduardos, Paulos e Rodrigos, meia dúzia de cada. E aqui vai um segredo de família: somos, quase todos, descendentes do bacilo de Koch. Ele mesmo, o causador da tuberculose. Posso — e devo — explicar. Nosso avô Hugo, que era carioca, contraiu a doença aos 27 anos, em 1906, e depois de se tratar num sanatório suíço foi consolidar a cura nos ares então terapêuticos de Belo Horizonte, cidade criada na prancheta que não completara ainda nove anos de existência. O jovem médico lá ficou até morrer. Além de dois filhos nascidos no Rio de Janeiro, gerou mais onze no solo fértil de Minas. Tivesse ele permanecido no Rio e carioca teria sido toda a filharada. Um dos rebentos, também ele Hugo, só por milagre teria conhecido a setelagoana Wanda, e com ela tido onze mineirinhos, entre eles um camarada metido a escritor. Você estaria lendo um cronista menos chinfrim do que eu. Lamento. Não foi culpa minha, foi culpa do bacilo de Koch. Humberto Werneck é jornalista e escritor. É autor, entre outros, de O Espalhador de Passarinhos & Outras Crônicas (Dubolsinho), O Pai dos Burros (Arquipélago Editorial) e O Santo Sujo (Cosac Naify). Nosso avô Hugo, que era carioca, contraiu a doença aos 27 anos, em 1906, e depois de se tratar num sanatório suíço foi consolidar a cura nos ares então terapêuticos de Belo Horizonte, cidade criada na prancheta que não completara ainda nove anos de existência. O jovem médico lá ficou até morrer. Além de dois filhos nascidos no Rio de Janeiro, gerou mais onze no solo fértil de Minas. Tivesse ele permanecido no Rio e carioca teria sido toda a filharada. Você estaria lendo um cronista menos chinfrim do que eu. Lamento. Não foi culpa minha, foi culpa do bacilo 6 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 BASTIDORES Vista assim do alto Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 7 Rodovia dos Imigrantes, que liga a capital paulista à Baixada Santista. Do alto, fica mais simpática e verde O fotógrafo Cássio Vasconcellos, um aficionado por helicópteros, gosta mesmo é de estar a muitos pés do solo. Lá em cima, de porta aberta, busca o ângulo perfeito para transformar fotos em obras de arte TEXTO LU I Z HENRI Q U E LI G ABUE 8 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 BASTIDORES 1 FOTO GILBERTO TADDAY 3 4 5 2 Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 9 1. Praia da Enseada, Guarujá, no litoral de São Paulo, 2007 2. Nova York, Midtown, EUA, 2006 3. Cássio Vasconcellos em ação. Porta aberta, Canon Mark III em punho e Nova York muitos pés abaixo 4. Natação em um clube da zona norte de São Paulo, 2006 5. Estação de tratamento de eflúvios em uma fazenda, na região de Mauá, interior paulista, 2006 6. Avenida Paulista, São Paulo, 2006 7. Copacabana, Rio de Janeiro, 2006 8. Capa do livro Aéreas, que será lançado no dia 9 de setembro, durante a SP-Arte/Foto/2010, no Shopping Iguatemi, na capital paulista 6 8 edo de altura? Vertigem? Medo de voar? Tudo isso faz sentido para muita gente, mas não para o fotógrafo Cássio Vasconcellos. Há mais de 30 anos no mercado, Cássio passou os últimos 14 como especialista em fotos aéreas. Imaginem a cena. Um sobrevoo de helicóptero em algum lugar do mundo. Portas devidamente abertas, e o Cássio lá, de máquina em punho, pedindo: “Faz uma curva beeem fechada. Vira mais, só mais um pouquinho...”. Tudo para conseguir aquela imagem vertical, azimutal, aquele ângulo de 90°, a reta perfeita, o grafismo necessário para transformar fotos em arte. Medo de quê? Ele sabe o que quer. Não que falte um pino na cabeça do Cássio. Na verdade sobra conhecimento. Ele foi um daqueles garotos que sonhavam em ser piloto de helicóptero, nasceu assim. Na tenra idade, perto dos 15 anos, em uma viagem de férias com a família, descobriu a fotografia. Fez cursos, virou fotógrafo profissional. Trabalhou em jornais, revistas, foi correspondente em Paris, e se firmou no braço publicitário do ramo. Mais. O cara tinha aquela coisa que as pessoas costumam chamar de “trabalho autoral”, a veia artística, o olhar — no caso dele com uma certa tendência vertical. E o ex-menino Cássio acabou na terceira década da vida indo para o Campo de Marte, para a escola de aviação. Acumulou funções. Virou piloto profissional, mas deixou a pilotagem para os momentos de lazer. No dia a dia, o que gosta é de estar no ar, dependurado na cadeira, fazendo fotos. A paixão pelas alturas, e por helicópteros, definiram a própria casa do fotógrafo, que fica na região da avenida Berrini, na capital paulista, um dos locais com o maior adensamento de helipontos do mundo. Cássio não escolheu o apartamento, mas os arredores e o último andar. O barulho das aeronaves é música para os ouvidos dele, que, ao ouvir algum ruído típico, logo dispara: Robson 44, Esquilo klmyx 48956T0... Fissurado é pouco. Assim, seu posto de observação fica no 28° andar, onde está também seu escritório, com as paredes cheias de réplicas de vários modelos de aeronaves: com quatro pás, bi-pás, com dois motores, verdes, amarelos, de ferro, de plástico, de madeira. Se quer ser dependurado ali, é preciso ser um helicóptero de boniteza comprovada. M Ele foi um daqueles garotos que sonhavam em ser piloto de helicóptero, nasceu assim. Na tenra idade, aos 15 anos, em uma viagem de férias, descobriu a fotografia 7 Não pense que a vida desse fotógrafo é sair voando e clicando. Nada disso. Vários “voos internéticos”, via Google Earth, podem ser necessários para definir uma futura foto. Zoom em áreas, estudos de posição e várias impressões são feitas até o plano de voo (real) ser determinado. Com as provas em mãos, Cássio se acerta com o piloto oficial e seguem os dois para realizar os cliques in loco. Às vezes o olhar ganha do Google. Com mais de 500 horas de voo fotográfico, fora outras 100 como piloto, Cássio conhece quase todo o litoral brasileiro, e muitas outras locações país acima. Sabe o que e onde para achar a foto que precisa. Seu último livro, Aéreas, a ser lançado no dia 9 de setembro no SP-Arte/Foto/2010, reúne fotos coletadas nos últimos quatro anos. Algumas foram feitas durante trabalhos publicitários e outras nasceram daquela vontade de fotografar determinada região de uma certa verticalidade. Cássio diz que há três formas de voar, todas excelentes. Quando ele é pago para isso (caso das fotos publicitárias), quando paga para voar ou ainda na modalidade “de graça” — os amigos do métier ,sabendo da carência do moço, sempre telefonam avisando quando sobra espaço na aeronave, não importa o destino e de onde saia a carona. Em um desses convites, Cássio correu para alcançar um voo comercial para Mendonça, na Argentina. Lá, uma carona a bordo de um helicóptero estava garantida para trazê-lo de volta, tinha uma rota inteira para fotografar. Como recusar um convite desses? Já a modalidade “pagando”, Cássio guarda para coisas especiais, ou para as urgências dessa vida. Como aquela vontade que bateu de ver Nova York de cima. De poder voar na cidade repleta de corredores de concreto e vidro formados pelos arranha-céus; de ver uma minúscula multidão nas ruas e de carrinhos amarelos nas longas vias. Foi quando Cássio tirou uma semana e embarcou para lá. Seguiu direto para as margens do rio Hudson (onde ficam a maioria das agencias de voos turísticos) e acertou três sessões (de uma hora cada). Deu sorte, não achou restrições e fez o que queria. Bem, o resultado... está aí ao lado. 10 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 PROVOCAÇÃO Vale a pena não se dedicar ao crime? Máquinas de leitura óptica, maquetes, planos mirabolantes e até santinhos de deputado conspiram a favor. Ou seria contra? TEXTO AN D RÉ CON TI FOTO JOSÉ PATRÍCIO/AE FOTO ROBERTO DELDUQUE-FOLHAPRESS Só no gogó, deputado 171 levou a rapaziada de Heliópolis para a cadeia sujeito chega ao caixa-eletrônico para sacar seu dinheirinho. Insere o cartão e, como sói acontecer quando estamos apertados ou com pressa, a máquina engole a tarjeta, se recusa a expelir dinheiro, fica birrenta e temperamental. O sujeito apela ao telefone de emergência, reclama com a atendente e, só então, a máquina devolve o bicho, com um notável sorriso de escárnio. Por trás das engrenagens, a história é outra. O cartão, ao ser inserido, não chega ao leitor propriamente dito. Antes, o Gênio do Crime inseriu um segundo leitor, que trava o cartão e copia as informações da tarja magnética. Ao mesmo tempo, um telefone celular montado dentro do caixa intercepta a ligação para a atendente e repassa a uma central clandestina, onde os amigos do alheio ludibriam o incauto (e apertado) correntista a digitar sua senha, códigos de segurança, data de aniversário. O esquema foi desarmado há duas semanas, em São Paulo, e o líder da gangue, descobriu-se, vinha de outros estelionatos igualmente artísticos, cheios desse charme contemporâneo do qual o golpe do caixa parece se beneficiar. Porque um sujeito que bola um cambalacho desses pode qualquer coisa: trabalhar na bolsa, ser engenheiro civil, piloto de avião. Ele escolheu projetar o aparato — todas as peças eram de fabricação própria —, treinar os comparsas, enfim, certamente havia uma lousa no escritório onde o plano foi armado, o que diz muito sobre o perpetrador. A polícia reage como pode. Na semana passada, o O Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) invadiu a favela de Heliópolis e prendeu cerca de 25 traficantes. A operação foi o resultado de sessenta dias de mapeamento da favela, por um agente infiltrado. O agente, para ter acesso livre às ruas e fotografar os pontos de venda, se disfarçou da única maneira possível naquele ambiente do crime: candidato a deputado. Cosme da Vila, candidato por um certo PLM, e com a legenda 70.171 (em referência ao código da polícia para estelionato), passou dois meses com seus cabos eleitorais (todos eles tiras) conhecendo a favela. Segundo a reportagem de André Caramante, da Folha de S.Paulo, Cosme distribuiu santinhos, fez promessas, cumprimentou eleitores. No dia da operação, o falso candidato e seus correligionários tomaram o morro de assalto. É possível ver os bandidos perplexos, mãos na cabeça, “mas oras, ele não era um de nós?”. Àquele que almeja uma vida de bandoleiro, todavia, não há modelo de conduta maior do que o italiano Leonardo Notarbartolo, uma das grandes mentes criminais de nossa era. Notarbartolo poderia ter sido campeão de xadrez, mas decidiu especializar-se, desde os seis anos, no crime. Depois de uma carreira solo de considerável sucesso, tornou-se também um dos responsáveis pelo Grande Roubo de Diamantes da Antuérpia, a mãe de todos os assaltos, um criativo roubo que rendeu aos seus responsáveis algo na casa dos 100 milhões de dólares, ainda desaparecidos. O caso deu-se em 2003, na Antuérpia, cidade na Bélgica por onde passam cerca de 80% dos diamantes comercializadosnomundo.Oalvoeramascaixasdedepó- Um sujeito que bola um cambalacho desses pode qualquer coisa: trabalhar na bolsa, ser engenheiro civil, piloto de avião. Ele escolheu projetar o aparato, treinar os comparsas, enfim, certamente havia uma lousa no escritório onde o plano foi armado, o que diz muito sobre o perpetrador sito do Diamond Center, tão seguras que os próprios assaltantes tinham conta na casa. Depois de meses de planejamento, que incluíram a montagem de uma réplica em tamanho real do cofre, Notarbartolo e seus comparsas (o “Rei das Chaves”, o “Monstro”, o “Gênio” etc.), venceram as dez camadas do alarme (quarto obstáculo: campo magnético detector de movimento) e tomaram o butim, deixando para trás mais milhões de dólares, que eles simplesmente não tinham como carregar. Notabartolo foi preso (injustamente, diga-se. Merecia cada centavo), mas até hoje ninguém sabe se tudo não passou de um elaborado golpe na seguradora, ou se ele tinha mesmo ligações com a máfia e era um dos mandantes do roubo. Daqui a uns poucos anos, Notarbartolo estará livre e, torçamos, poderá desfrutar de sua pequena fortuna escondida, enquanto nós camelamos achando que está tudo bem. A ver. André Conti é tradutor e editor da Companhia das Letras. Trabalha nos selos Penguin-Companhia e Quadrinhos na Cia., entre outros projetos. Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 11 OLHA O PASSARINHO Grandes twittadas da semana Pérolas, achados e picaretagens. O melhor da filosofia em até 140 caracteres “ “ FOTO HO/AFP Acabo de saber: Cocaína apreendida por posse de Paris Hilton. É isso? @RicardoPipo “ Sandy na capa da Nova é como a Cicciolina na capa da Seleções Reader´s Digest. @sorryperiferia Dado Dolabela apronta alguma a cada 3 meses. É o que podemos chamar de dado estatístico. @ReyBiannchi “ FOTO DIVULGAÇÃO É terrível e aterrador pensar na hipótese, mas seria coerente, num país como o Brasil, ter um Tiririca ou Maguila eleitos. @alexnero “ “ “ “ Igualdade. O que defendemos é igualdade de oportunidades. @pliniodearruda Marqueteiros do PT querem que a candidata deixe crescer a barba e corte o dedo mindinho para ficar cada vez mais parecida com seu criador. @agamenondoglobo Eu não sei se é verdade, mas eu li que, se o mundo acabasse hoje, o cabelo da Dilma sobreviveria 5 dias mesmo sem comida e sem bebida. @FabioPorchat @DaniloGentili Mais do que nenhum outro, o Timão merece “ um estádio. Pena que certos torcedores PCC não enxergam o que há por trás dessa ‘gentileza’ dos cartolas. @LitaRee_real, em sua realidade particular “ Os caras vão passar quatro meses dentro da mina... e você ainda reclamando que não consegue aguentar 15 min... @deeercy FOTO DIVULGAÇÃO Na pesquisa, Dilma segue com 51. Lula a inveja. 12 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 ZOOM J.R.Duran A vida nas dobras e rugas Sou a favor das camadas e das texturas. Seja num rosto ou numa parede, numa árvore ou nas páginas de um livro. O novo, o impecável, o bem passado, carregam o ônus da inexperiência. Da falta de passado e de não ter o que contar J.R.DURAN /FILE INC. O fotógrafo americano Avedon (1) dizia que as dobras e as rugas de um rosto são como mapas que indicam os pontos — altos, baixos — percorridos durante a existência. Procurava descobrir, entre todos estes sinais geográficos da alma, a personalidade, o caráter, de quem posava frente à sua câmera. Camadas e camadas de informações que só o passar do tempo pode ter depositado na vida de alguém. Não é à toa que o rosto de um bebê de poucos meses é redondinho, com a pele brilhante e pronta para se expor aos caprichos do futuro. É claro que nem todos pensam assim. São os que tentam com a ajuda do Photoshop — a ferramenta que no universo fotográfico digital possibilita fazer desaparecerem as imperfeições — apagar as marcas do passado. O Photoshop se utiliza, ironicamente, de layers (camadas, isso mesmo) para que os fotografados tenham, para sempre, o brilho eterno de uma juventude impossível. É uma ferramenta coe- rente com estes tempos em que os avanços da medicina conseguiram aumentar a longevidade do ser humano mas não a da juventude. A medicina apenas aumentou o tempo da velhice. Avedon lembra no prefácio de um de seus livros que, antes de começar uma sessão de fotos com Kissinger (2), ouviu dele uma frase apenas; Be gentle with me (3). Kissinger sempre foi um mestre na manipulação, no jogo diplomático do esconde-esconde das emoções e das intenções e Avedon confessa que ficou confuso. Era para melhorar a aparência? Para não o deixar cair no ridículo? Em todo caso, para felicidade de todos nós, o resultado final não teve de passar pelo tratamento digital. Me atrevo, até, a dizer que mesmo nos dias de hoje também não aconteceria. Avedon era um contador de histórias. É curioso como a mesma palavra, layers, por um lado ajuda a entender o mundo e por outro é usada para esconder o passado. Confesso que, sem chegar ao extremismo do Avedon, prefiro a dobra do que a falta dela. Sou um antiminimalista. E sou a favor das camadas e das texturas, seja num rosto ou numa parede, numa árvore ou nas páginas de um livro. O novo, o impecável, o bem passado, carregam o ônus da inexperiência. Da falta de passado e de não ter o que contar. E o que eu quero ouvir, sempre, são boas histórias. (1) Richard Avedon (1923-2004), um dos melhores fotógrafos de todos os tempos. (2) Henry Kissinger, Secretário de Estado dos EUA (1973-1977) no governo Nixon. (3) Be gentle with me. Seja gentil comigo. J.R.Duran é fotógrafo, autor, entre outros, de Cadernos Etíopes (Cosac Naify). No Twitter: @jotaerreduran. Eleitos Cores | O aparador de madeira desenhado por Richard Woods e Sebastian Wrong, é um lançamento da MiCasa. Por R$ 22.500, você morre numa grana, mas leva cor e estilo para a sala 14 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 ELEITOS Fato e contrafato No último capítulo de O Fotógrafo, observador e observado, figura e fundo se confundem, finalizando um estranho livro de guerra em que a guerra não aparece TEXTO R O N A LD O BRESS ANE omens feios, sujos, malvados. Montanhas desérticas, arenosas, cinzentas. Ópio, Alá e metralhadoras. Cavalos sem raça, caminhadas sem fim, doenças sem remédio. Silêncio, solidão — e, ao mesmo tempo, a impossibilidade de se isolar. Se parece o inferno para você, o Afeganistão para o fotógrafo Didier Lefèvre pareceu um excelente campo de experimentação artística na série O Fotógrafo (Conrad, tradução Dorothée de Bruchard), em que mesclou suas imagens em preto e branco aos desenhos diretos de Emmanuel Guibert, colorizados com precisão por Frédéric Lemercier. Publicado no Brasil em três partes, a série chega agora a seu fim. Parte fotojornalismo, parte memórias gráficas, a série conta a história de uma pequena missão dos Médicos Sem Fronteiras, que viajaram pelo norte afegão em 1986 tentando ajudar as vítimas da ocupação soviética no montanhoso país que fornece 60% da heroína consumida no planeta. Mas, se nos dois primeiros capítulos Lefêvre era um observador, nesta terceira parte ele se torna protagonista ao relatar a jornada para sair do país e entrar no vizinho Paquistão, de onde voltaria à Paris de sua amada Dominique. Temerário, o fotógrafo resolve viajar sozinho. No percurso, é ignorado pelos guias, depois abandonado por eles, até que se vê só no topo de uma montanha, passando frio sob neve pesada — e a H morte parece próxima. Escapa ao ser descoberto por outro grupo de guias, que, em vez de ajudá-lo, acabam estorquindo o francês. Tudo pode piorar: o fotógrafo cai sequestrado por um militar corrupto. Não à toa Osama bin Laden procurou esse inferno para chamar de seu. Como nos volumes anteriores, a narrativa de O Fotógrafo é pontuada por imagens reais do Afeganistão tendo os desenhos de Guibert como contraponto, o que dá ao livro um formato original: se por um lado as imagens p&b têm uma força dramática, os desenhos, embora realistas, fornecem um tom sensível — um percurso emocionalmente tão sinuoso e imprevisível quanto as montanhas afegãs. Depois de todos perrengues para voltar à França, Lefêvre se torna nacionalmente conhecido por seus ensaios. Mas sofre pesado as sequelas da aventura: vítima de furunculose crônica contraída no Afeganistão, perde catorze dentes — e, debilitado pelas viagens, Lefèvre acaba morrendo de ataque cardíaco no fim de janeiro de 2007, aos 49 anos, dias após ser premiado no Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême. Neste terceiro episódio, nota-se como a força desta obra única é medida pelo silêncio: Lefêvre e seus colegas produziram uma narrativa feita de tempos-mortos e esperas, demontrando que o absurdo da guerra não está em suas explosões espetaculares, mas em tornar-se uma mesquinha rotina. Parte fotojornalismo, parte memórias gráficas, a série conta a história de uma pequena missão dos Médicos Sem Fronteiras IMAGENS DIVULGAÇÃO Desenhos de Guibert criam um contraponto às cenas reais Imagens em preto e branco têm força dramática Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 15 Ensaio sobre a bobeira Novos em folha Nas tirinhas de Mundinho Animal, Arnaldo Branco nos oferece deliciosos — e dolorosos — momentos de vexame cool O comentador de blog rancoroso, o roqueiro emo-nejo retardado, o cool hunter deslumbrex, o crítico de moda afrescalhado í pelo meio dos anos 00 o cartunista e jornalista carioca Arnaldo Branco, colaborador de primeira hora deste Outlook, se tocou que uma nova fauna havia invadido a cultura pop. Novos tipos de artistas, críticos e produtores culturais necessitavam ser compreendidos e, mais que isso, zoados sem dó nem pena. Observar esses bichos escrotos pelo viés terceiro-mundista é sempre mais divertido e revelador do que babujá-los do ponto de vista da metrópole — algo que Machado de Assis já ensinava, lá do caixão das Memórias Póstumas. Eis a sensação ao passear por esse Mundinho Animal (Leya): uma mistura de vergonha alheia com vergonha própria. O comentador de blog rancoroso, o roqueiro emo-nejo retardado, o cool hunter deslumbrex, o crítico de moda afrescalhado, o editor marqueteiro, o DJ trincado de ecstasy, o preparador de elenco troglodita... não é que esses tipos não existam no circuito Elizabeth Arden. Mas, vivendo aqui, debaixo dos tiros que ricocheteiam tanto no túnel Zuzu Angel quanto nas quebradas de Heliópolis, essa turma parece ainda mais ridiculamente deslocada, comprovando que a bacaneza, quando levada a sério, é coisa de paga-pau e wannabe chinfrim que nunca chegou, nunca chegará “lá”. O contraponto à corrosão desse comportamento descolê é o traço infantilóide de Branco, chapado, unidimensional e colorido como um A teletubbie. Propositalmente (?) tosco, o desenho, por sua simplicidade de pelúcia, acaba provocando a compaixão do leitor — que, aos poucos, percebe que o editor, o cool hunter, o DJ, o roqueiro, o crítico, o cineasta, o blogueiro, o ator, o espectador etc etc são os seus próprios amigos, quando não ele mesmo. Epa, pera lá! De repente me senti dentro de um balão do Mundinho Animal — o “resenhista de cartum brasileiro”... Eca! R . B . MENINO ACHADO Quem se impressionou com O Que É o Quê, romance de não ficção de Dave Eggers baseado nas memórias de Valentino Achak Deng tem uma chance de revisitar as histórias fascinantes dos Meninos Perdidos do Sudão neste Filho da Guerra — A História de Um Menino Soldado, de Emmanuel Jal (Rocco). Vagando entre horrores e milagres, dez mil moleques fugiam de duas guerras civis no conflagrado Sudão dos anos 1980. Se Achak Deng se tornou um importante ativista político nos EUA, Emmanuel Jal virou uma das estrelas do hip hop africano. Antes disso, porém, aos sete anos ele pegava em armas pelo sanguinário Exército da Libertação do Povo do Sudão: enquanto garotos da sua idade batiam bola, Jal mirava o crânio dos inimigos. MENINO FEITO “Sabia que ainda se sentia rudimentar para as demandas da plenitude. Afinal, por enquanto era apenas o limiar do adulto. E se quisesse dar meia-volta e retornar à relva da infância, nada indicava que haveria alguém que o pudesse censurar. O seu retorno não demonstraria fraqueza. Ao contrário, representaria a audácia de recomeçar, levando na bagagem um vazio intacto para a memória preencher.” Premiado autor de literatura contemporânea, João Gilberto Noll vem se destacando também ao falar com o público adolescente. Depois das belas noveletas O Nervo da Noite e Sou Eu!, o gaúcho lança Anjo das Ondas (Scipione), lírico mergulho no processo de metamorfose de Gustavo entre adolescência e maturidade, entre Londres e Rio de Janeiro. O texto de Noll aqui encontra uma voz fresca e clara, mas não menos convulsiva e “estrangeira”. FOTO LEANDRO PAGLIARO O autor fez um tipo que se encaixa até neste resenhista MENINO INVOCADO Boj é um garoto como tantos: gosta de espiar o céu estrelado e imaginar outros mundos, outras possibilidades de existência. Aí ele cresce e se torna um adulto como poucos: cientista, sua busca espiritual coloca em xeque certezas da física — e, afastado de seus pares acadêmicos, vai encontrar refúgio na natureza. Boj é o Homem Gravidade Zero (Jaboticaba), uma HQ escrita por Leo Slezynger e Filippo Croso, desenhada por Kris Zullo. História infanto-juvenil com toques filosóficos à Pequeno Príncipe, a narrativa aproxima teorias da física moderna com teses xamânicas — um mix raro na HQ nacional. 16 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 À sombra sinuosa de Niemeyer Ao lado do mestre, sete arquitetos brasileiros expõem suas releituras do TEXTO G A BR I E L P E N NA FOTO JOMAR BRAGANÇA m se tratando de arquitetura brasileira, não é de hoje que Brasília e Oscar Niemeyer se tornaram lugares-comuns. Exibir numa Bienal a obra-prima do mestre modernista meio século após sua fundação pode até dar a entender que nada de novo ou relevante aconteceu em nossas paisagens urbanas desde então. Mas a história não é bem assim, garante o arquiteto e designer gráfico Ricardo Ohtake, escolhido pela Fundação Bienal de São Paulo para organizar o pavilhão do Brasil na 12ª Bienal de Arquitetura de Veneza. A principal exposição internacional da área, que este ano tem curadoria geral da japonesa Kazuyo Sejima (ganhadora do Pritzker, espécie de Nobel das pranchetas, é a primeira mulher a dirigir o evento), foi aberta ao público esta semana para visitação até 21 de novembro. Estão lá 48 escritórios de todo mundo, além de 50 representações nacionais. Na mostra brasileira, com o tema “50 anos depois de Brasília”, o centenário arquiteto carioca surge como o protagonista e grande homenageado. “Oscar é o único caso no mundo de arquiteto que continua produzindo após os 100 anos, e suas obras ainda surpreendem e causam grande admiração”, justifica Ohtake, que selecionou maquetes, fotografias e desenhos não apenas da capital federal como de projetos recentes, como o centro administrativo de Minas Gerais, inaugurado este ano. Mais do que isso, a permanência dos valores modernistas popularizados por Niemeyer e Lúcio Costa norteou a escolha dos outros cinco escritórios presentes na exibição. “Cada um têm sua linguagem, mas todos mantêm vínculos expressivos com a proposta idealizada em Brasília”, explica o curador. Os arquitetos convidados representam gerações e estilos distintos, mas estão concentrados na capital paulista (apenas um é de fora do estado), o que pode gerar algum estranhamento na classe. Polêmicas à parte, a experiente dupla Mario E FOTO FABIO KNOLL Gestos concisos e expressivos no desenho do Memorial da Imigração Japonesa, de Gustavo Penna, em Belo Horizonte. Abaixo, o projeto de urbanização da comunidade do Cantinho do Céu, zona sul de São Paulo, de Marcos Boldarini Arquitetura moldada à indústria, no projeto do Teatro de Natal, de Biselli e Katchborian Biselli e Artur Katchborian preserva em sua obra a face democrática e funcional do modernismo, adaptando-se, nos materiais e processos construtivos, à lógica industrial. Exibem três trabalhos na mostra: o Aeroporto Internacional de Florianópolis, o Teatro de Natal e um centro popular de educação em Guarulhos. A população de baixa renda, aliás, é a especialidade de outro arquiteto presente na Bienal, Marcos Boldarini, que demonstra seu envolvimento com questões urbanas tipicamente brasileiras nos projetos das favelas Cantinho do Ceú e Paraisópolis, em São Paulo. “Hoje, a cidade é percebida como o ambiente em que nossas ações ganham desdobramentos. Não é como o moderno, que vislumbrava a possibilidade de desenhar a cidade como um todo. É uma consciência diferente”, compara Angelo Bucci, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e autor de três trabalhos expostos no pavilhão brasileiro. Em suas obras, Bucci molda o concreto de forma quase artesanal e busca a harmonia com o entorno por meio de ambientes abertos e luz natural. É o que se vê na Casa em Ubatuba ou na Igreja da Nati- Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 17 IMAGENS DIVULGAÇÃO Principal exposição internacional de arquitetura, a Bienal de Veneza tem pela primeira vez uma mulher na curadoria: Kazuyo Sejima, ganhadora do Nobel das pranchetas Jeitão modernista do futuro Museu na Unicamp e, ao lado, parque projetado para a capital do Equador. Ambos das revelações Corsi e Hirano Design sem limites Uma estudante teve a ideia de disfarçar o buraco dos pets. E assim criou o tapa forévis! FOTO DIVULGAÇÃO o modernismo na Bienal de Veneza Lauren Shumaker: os dogs dela não reclamaram Lago, projetado para a cidade de Quito, no Equador, e o Museu Exploratório de Ciências da Unicamp. Este último foi o vencedor do concurso internacional realizado em 2009 pela universidade, o que deu grande visibilidade à precoce dupla. O prédio agrega novas tecnologias construtivas, como chapas de aço perfuradas que cobrem as fachadas de vidro para dosar a luz de acordo com a necessidade dos espaços. Mas, com suas formas geométricas que dialogam e se integram com a paisagem, não esconde de ninguém o jeitão modernista. FOTO NELSON KON A preservação dos valores popularizados por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa norteou a escolha dos outros cinco escritórios brasileiros presentes na Bienal de Veneza mo. “Já se disse muito que o rock, a arte e o modernismo morreram, mas ele sobrevive, ao contrário de outras tendências que não foram capazes de se manter”, observa Gustavo Penna, único representante mineiro em Veneza. O arquiteto apresenta na mostra o Memorial da Imigração Japonesa, construído no niemeyeriano complexo da Pampulha, em Belo Horizonte. Suspensa sobre um lago, a construção se destaca pela simplicidade e a expressividade das formas. “O modernismo é parecido com o Brasil, na sua informalidade, na homenagem ao que está em volta, na maneira de se relacionar com a natureza”, completa Penna. Outro sinal desse legado é o trabalho de Daniel Corsi, de 29 anos, e Dani Hirano, de 32. Os mais jovens brasileiros na exposição apresentam quatro trabalhos, entre eles, o Parque do Cansado de tanto exibicionismo quando seu dog ou gata esbanjam o fiofó durante um ato de pura felicidade? Lauren Shumaker, 23 anos, uma estudante de engenharia civil de Portland (EUA), encontrou solução para este problema olhudo. Quer dizer, mais ou menos. O jeito foi tapar o sol com a peneira — para a sorte dos bichinhos, que escaparam de maldade pior em prol da frescurite alheia. Lauren inventou um novo candidato ao título de bibelô dos pet lovers: o Rear Gear, traduzindo, engrenagem traseira. O objetivo é embelezar os fiofós, forévis, fun run fun funs — fique à vontade, afinal, no dos outros é refresco, né não? O desenho fofo que você vê na foto é impresso em um material termoplástico leve e flexível. Fica preso por uma espécie de cordão com presilha ajustável aos rabicós e rabões — não importa o tamanho. E o desenho? Pode ser florzinha, estrela, árvore de Natal, ou o que a criatividade sobrehumana inventar. Mas aí vem aquela, a maior, a mais fedorenta das questões: o que é que acontece quando o gato ou cachorrinho resolvem perder a compostura? Ainda não ouvimos falar de cats e dogs que levantam a saia, abaixam a calcinha ou a cueca. A própria Lauren responde que, como o trequinho fica solto, tudo acontece sem maiores lambanças, até por conta do movimento de cintura do animalzinho. Se sujar? Lavô, tá novo! D A NIE L A PA IVA RE AR GE A R WWW.REARGEARSTORE.COM Esculturas de concreto na Casa em Ubatuba, de Bucci FOTO SHLOMIT WOLF/SXC vidade, em Culiacán, no México. Herança modernista que se manifesta não necessariamente nas opções estéticas, mas, especialmente, no diálogo com o exterior e no trabalho cuidadoso com as estruturas. “Apesar de, muitas vezes, ser um olhar superficial, o Brasil é visto lá fora como um lugar que preservou os ideais modernos na arquitetura”, afirma o arquiteto paulista. O fato é que a onda, quer dizer, as curvas pegaram mesmo por aqui e se espalharam. Não sem antes, claro, competir com outros movimentos que se seguiram , como o pós-modernismo e o desconstrutivis- Lindinho assim, de frente e de costas 18 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 ELEITOS FOTO FOLHAPRESS Por ora, Djavan parou de djavanear Ária, disco recém-lançado do alagoano, é o primeiro trabalho a explorar o oceano nunca dantes navegado da interpretação TEXTO P E D R O A LE X A NDRE SANC HES FOTO FOLHAPRESS Em 1987, em um olhar que confunde da cabeça aos pés om discreto cabelo black power e camisa amarrotada aberta no peito, Djavan posava sério e displicente aos 27 anos, na capa de seu primeiro disco. O título era A Voz, o Violão, a Música de Djavan (1976). A voz e o violão são protagonistas do novo álbum do artista alagoano radicado carioca desde 1973, mas a música não é mais só de Djavan. Ária (Luanda/Biscoito Fino) é seu primeiro trabalho exclusivamente como intérprete de canções de outros autores. Discos como esse, produzidos na maturidade, são interessantíssimos, porque costumam construir painéis abrangentes sobre a personalidade e os gostos de seus autores — pelo que expõem e pelo que omitem. Ária faz compreender Djavan de ponta a ponta, do iniciante que se virava como crooner de boate e trilheiro de novelas da Globo (Alegre Menina, da novela Gabriela , em 1975, ficou especialmente conhecida) ao músico completo e internacionalmente reconhecido de hoje. O autor de Meu Bem Querer (1980), Faltando um Pedaço (1981), Açaí (1982) e Lilás (1984) já era sofisticado em A Voz, o Violão, a Música de Djavan. Ali predomi- C Discos como esse, produzidos na maturidade, são interessantíssimos, porque costumam construir painéis abrangentes sobre a personalidade e os gostos de seus autores — pelo que expõem e pelo que omitem. Ária faz compreender o artista de ponta a ponta De peito aberto e cabeleira solta, ele encara o público na Festa do Som Brasileiro, em 1982 navam sucessos de padrão global (como a bela e triste Flor de Lis), sambas impuros e baiões fertilizados pelo blues norte-americano. O novo CD faz jus a esse começo remetendo-se, principalmente, ao samba, em versões jazzísticas de Disfarça e Chora, de Cartola e Dalmo Castelo, e Apoteose ao Samba , de Silas de Oliveira e Mano Décio da Viola. Como fez mais ou menos a carreira toda, Djavan desconstrói esses sambas, aqui numa formação econômica, de violão, baixo acústico, percussão e, às vezes, guitarra. Disfarça e Chora, assim como a bossa nova Brigas, Nunca Mais (de Tom Jobim e Vinicius de Moraes), apóia-se exclusivamente na voz e no violão citados no título de antigamente. Lá, a propósito, havia teclados, guitarra, baixo elétrico, bateria, flauta, percussão — Djavan era samba, rock e baião, como é ainda hoje. O universo árido e sertanejo do pernambucano Luiz Gonzaga, por sinal, está presente em Ária, numa versão algo irreconhecível da instrumental 13 de Dezembro (o nome refere-se a data de nascimento do “rei do baião”). Predominam aque- A VOZ, O VIOLÃO, A MÚSICA DE DJAVAN 1976 LILÁS 1984 las vocalizações por vezes embirradas do Djavan intérprete, e se ali há baião é provavelmente mais no estilo Bim Bom (1959) de João Gilberto que no forró escancarado de Gonzagão. Além de samba, rock e baião, bossa nova é outra das professoras do eterno aprendiz Djavan. Fly Me to the Moon, standard na voz de Frank Sinatra, formou a bossa e formou quem se formou com a bossa — e Djavan filia-se a essa ramagem. Mas se afirma pertencente também aos galhos que a bossa nova se esforçou por podar. O samba-canção abolerado Sabes Mentir, do repertório de Angela Maria, representa o lado supostamente menos sofisticado da história — e era apreciado por sua mãe, segundo ele explica. A MPB de extração universitária fez cama para o sucesso do artista, principalmente do iluminado disco Luz (1982) em diante. Oração ao Tempo, de Caetano Veloso, representa essa vertente, assimilando-a à influência tropicalista, hegemônica para artistas da geração de Djavan e além. Valsa Brasileira, de Chico Buarque e Edu Lobo, adequa-se a essa mesma leva, ÁRIA 2010 Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 19 FOTO VALÉRIA GONÇALVEZ/AE embora pelo lado antitropicalista. O pop e o reggae, que ofertaram ao alagoano parte importante de seu prestígio popular, por discos como Djavan (1989, o que continha o clássico pop-MPB-jazz Oceano), se acondicionam na última canção do disco, Palco , do pop-reggae-MPB-tropicalista-etc. Gilberto Gil. Ária parte de Cartola e chega a Gil, e esse é um retrato preciso da trajetória do próprio Djavan. Dois momentos ainda não citados são especialmente eloquentes no disco que mapeia a alma de seu autor-intérprete. Luz e Mistério, de Beto Guedes e Caetano, foi lançada no disco Amor de Índio (1978), de Beto, e produz pelas linhas da guitarra de Torcuato Mariano um instante de êxtase em Ária. Parece puro Djavan, aquele Em 2004, cabelos mais curtos e vestes mais comportadas denso do álbum Coisa de Acender (1992), ou então o do doloroso encontro soul-fla- 12 anos que integrava o Trio Esperança em 1963, menco com Cássia Eller, em Milagreiro (2001), preparando a chegada da jovem guarda entre canpouco antes de ela morrer. Parece Djavan, e no çonetas infantojuvenis como Filme Triste, Bolientanto é clube da esquina, música mineira da la- nha de Sabão e O Passo do Elefantinho. Era a nasvra de Milton Nascimento (referência ausente, cença do iê-iê-iê negro, que brilharia muito com Trio Esperança, Golden Boys e Evinha nos anos 70. mas presente como nenhuma outra aqui). O outro instante curioso, e feliz, é Nada a Nos Muitos galhos tem a árvore da música. Separar , uma versão de West of the Wall (de No mais, o conjunto do CD evidencia que DjaWayne Shanklin), do repertório do Trio Esperan- van, célebre por letras visuais e abstratas, aprecia ça. No material promocional do disco, Djavan cita como ouvinte o discurso narrativo simples à moda com reverência os trabalhos da cantora Evinha de Disfarça e Chora e/ou direto como o de Oração nos anos 1970, que realmente clamam por ser re- ao Tempo. Ária se apresenta assim, como um disdescobertos e revalorizados. E revela um laço in- co simples, direto e honesto. Em sua capa, o Djasuspeitado a compor o retrato completo do artista: van de 61 anos mantém o cabelo discretamente Evinha, de voz negra e doce, praticava uma soul rastafári das últimas três décadas, e está sério, camusic impregnada do samba-jazz e da pilantra- bisbaixo, vestido em tênis e terno claro. O cenário gem de Wilson Simonal, tão discreta quanto o ca- é elegante, mas puído, colonial. Em vez do violão de 1976, o instrumento que está a seu lado é um belo black power de Djavan em 1976. Um dado a mais: a fossa Nada a Nos Separar não baixo acústico gigante, clássico, solene. E assim se era cantada pela Evinha adulta, mas pela garota de vão passando os anos. Cinema em casa TODO PODEROSO — O FILME: 100 ANOS DE TIMÃO Corintianos como eu irão se emocionar neste filme, que conta a centenária trajetória do Sport Club Corinthians Paulista em apenas 100 minutos. Glórias, títulos e gols são narradas através de cenas (algumas inéditas, como o primeiro registro em movimento do clube, de 1929) e 45 depoimentos entre torcedores, jornalistas, celebridades e, claro, aqueles que tiveram a honra de vestir o manto alvinegro, como Basílio, Sócrates e Neto. E como o sofrimento faz parte da vida corintiana, carrascos dentro de campo, como Raí, Ademir da Guia e Pelé, também aparecem para falar sobre o clube. Um gol de placa! FÁBIO SUZUKI FOTO MARCOS D’ PAULA/AE UMA NOITE FORA DE SÉRIE Se você fosse uma mosquinha, não gastaria horas de voo num encontro entre duas estrelas das comédias. Hollywood resolveu promover essa bisbilhotice nesta primeira dobradinha entre Tina Fey (30 Rock) e Steve Carell (The Office, O Virgem de 40 Anos). Mais supreendente do que as piadas ácidas (e cenas hilárias como a imitação dos fashionistas) é a química entre os protagonistas. Fey e Carell estão tão à vontade como um casal encrencado por “roubar” uma reserva de restaurante que fazem graça com detalhes. Coisa que só a intimidade permite enxergar. D.P. A FITA BRANCA Eu tenho um problema com este premiado filme. Às vezes penso nele como uma obra-prima do austríaco Michael Haneke. Noutras, dá uma preguiiiça tremenda da narrativa proposital do diretor de Caché. O preto e branco, deslumbrante, magnífico, muitas vezes serve de muleta (das boas) para uma lentidão que testa o espectador. A discussão sobre a maldade humana também provoca. É incômoda. Leva ao questionamento — mérito louvável de Haneke. D.P. 20 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 ELEITOS FOTO ISABELA KASSOW/AG O DIA Uma história em cada porto A diretora Monique Gardenberg aboliu fronteiras da sua vida. Parte disso está na peça Inverno da Luz Vermelha e estará no seu próximo filme, A Caixa Preta TEXTO CR I S T I N A R AM ALHO m dia em Amsterdã, outro em Paris, histórias que ressurgem invertidas na volta a São Paulo. Neste roteiro Elizabeth Arden existencial, o trio de jovens da peça Inverno da Luz Vermelha, dirigida por Monique Gardenberg, se enrosca num jogo de esconde-e-revela em cena. Não pertencem a lugar nenhum. Do script não digo, mas essa vida sem fronteiras caberia perfeitamente para descrever a biografia com um quê de marinheira da própria Monique. Nasceu em Salvador, passou a infância em Santos, adolesceu no Rio. Talvez por morar em cada porto, logo esticou o olhar mais para o fundão e entendeu que do outro lado do mar as pessoas pudessem sentir as coisas igual à gente aqui. “Sou uma nômade, vivi em vários lugares, tenho amigos em Nova York, ou na Europa, e vejo que isso é uma questão tão atual. Por isso me interesso por autores contemporâneos, quero falar do homem no mundo”, diz a doce Monique ao U FOTO DIVULGAÇAÕ Marjorie Estiano balança entre Rafael Primot (sentado) e André Frateschi, na peça de Adam Rapp Filha de pai aventureiro, Monique e os irmãos se viram distribuídos pela parentada em locais diferentes. Aos 22, descobriu um irmão A produtora cultural e diretora Monique Gardenberg: de olho nos sentimentos universais Outlook. Por telefone: estava na estrada. Em Inverno da Luz Vermelha, a peça de Adam Rapp que ela acaba de dirigir e está em cartaz no Teatro Faap, em São Paulo, os personagens se envolvem num triângulo amoroso meio torto. Cada um é solitário, e espera o que uma viagem pode provocar, aquele instante de libertação de uma parte da vida, de deixar algo para trás. Na volta, as situações vão dando piruetas, e o controle delas vai passando de mão em mão. “Isso me fascinou no texto, o jogo de cena do Rapp é incrível, a cada momento o poder está com um personagem, tudo é ambíguo”, fala Monique. Sua própria história pessoal também virou do avesso algumas vezes: filha de pai aventureiro, que mudava de cidade a cada estação, Monique e os irmãos se viram distribuídos pela parentada em locais diferentes. Aos 22, ela descobriu um irmão que não estava no mapa: o rapaz viu seu nome no jornal, telefonou e só precisou mostrar a cara. Era a cópia do pai dela. Monique transformou tudo isso em arte cosmopolita: do abandono do pai fez um filme, Jenipapo (1995), falado em inglês e português, com ator canadense. No filme seguinte, Benjamim (2003), adaptação da obra de Chico Buarque que se passa entre Rio e Budapeste, ela trata da perda da irmã, Sylvia, que faleceu de câncer. Como curiosidade adicional, foi neste filme que Monique lançou uma atriz, hoje musa nacional: Cleo Pires. A diretora só se renderia à pimenta brasileira em Ó Paí Ó (2007), que virou série de TV. Ali Monique está soltinha da silva na direção e nas memórias afetivas. Ela é bem-humorada, suave, mas com certo pendor à tragédia. “O drama é molhado. A tragédia é seca”. Gosta de textos que façam rir e chorar, mas sem dramalhão. Que tenhamumclima como o dos balés de Pina Bausch, outra cidadã errante que usava a dança para abordar temas universais. Tanto nos filmes quanto nas peças, Monique conduz suas histórias através da música. Em Inverno, faz cena inteira com Tom Waits. Na muito elogiada Os Sete Afluentes do Rio Ota (2003), de Robert Lepage, a direção de Monique embalava a solidão dos personagens em Hiroshima e Nova York ao som de Moby. “Penso no clima que quero criar, encontro uma música que passe isso e fico ouvindo muito, o tempo inteiro. Me ajuda a construir o personagem, e a fazer com que o ator, ao ouvir, entenda melhor o que quero”, explica. Sintonizou-se com o mundo pela música. Menina, ela passeava pelo bairro abraçada a LPs coloridos. Aos 19 anos já era empresária de Djavan. Não demorou a criar com a irmã Sylvia o Free Jazz, que mudaria para sempre o tom dos festivais internacionais no Brasil. Daí viriam o Carlton Dance Festival, e o Tim Festival, que conta com sua consultoria. Trabalhou em ópera de Gerald Thomas (Mattogrosso, de 1989), fez clipes de Caetano Veloso. Quando decidiu ser diretora, achou que a música seria a melhor forma de ilustrar o que queria dos atores. Seu próximo roteiro se passa em Israel: é A Caixa Preta, baseado no livro do Nobel de Literatura Amos Óz. Acabou de comprar os direitos. Uma história sobre o amor desfeito, no país que parece sintetizar o que significa não pertencer a lugar nenhum. INVE R NO D A L U Z VE R ME L HA ATÉ 26/9 NO TEATRO FAAP - RUA ALAGOAS, 903, SP - TEL. (011) 3662-7233 Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 21 Pinga de samurai Comparada à moda dos cheiradores de vinhos, a do saquê é muito mais complexa. Se aturar os enólogos já é sacal, o que dizer do risco representado pelos futuros afetados na arte da cachaça dos japoneses? TEXTO L UI Z H E N R I Q UE LI G ABU E Hakushika Extra Dry R$ 80 Dai Ginjo R$ 450 Hakushika Ginjo R$ 80 le está entrando na moda, mas nasceu pastoso, parecendo mingau, e era considerado alimento divino. Levou um milhar de anos para receber um pouco de água e uma rudimentar técnica de filtragem e se transformar em saquê líquido. Foi preciso quase outros mil anos até ele se tornar algo extremamente fino, complexo e cheio de sutilezas, o saquê superpremium, feito apenas com uma pequena fração dos grãos de arroz, agora ultrasselecionados. Reza a lenda que nos primórdios o arroz quente era mastigado por donzelas e cuspido em uma tina para a fermentação. Lá, o amido se transformava em glicose e, depois, em álcool. O fator “donzela” servia para manter a “pureza” da bebida destinada aos deuses, cuja receita permanece até hoje — com ou sem as virgens — como uma das mais naturais do mundo: só entram arroz, água, enzimas e leveduras. Sendo uma bebida divina, o saquê é cheio de manhas. A água deve ser pura — a mais prestigiada no Japão vem das montanhas Rokko, localizadas na província de Hyogo, região de terras pobres em ferro e manganês. Já o arroz deve ser preferencialmente o yamadanishike, que é rico em amido, macio e absorve água com facilidade. Uma beleza. Mas a nobreza dos saquês nasce do tratamento “estético” do arroz, de seu polimento. Nesse quesito, quanto mais melhor. As impurezas do cereal se concentram na parte externa dos grãos, e são retiradas em um processo de esfoliação. Saquês premium têm polimento mínimo de 30% dos grãos, já os superpremium — ginjo e o daí-ginjo —, 40 e 50% respectivamente. A categoria daí-ginjo é aquela que permite ao Toji (mestre do saquê, o winemaker do mundo do arroz) tirar sua verdadeira obra de arte. São saquês fermentados em temperaturas mais baixas, em um longo e rigoroso processo para obter uma bebida mais leve, aromática e complexa. É o fino da bossa. Mas a classificação não acabou: varia ainda conforme a seleção do arroz — que vai da kasen (inferior) até a cho tokusen (superespecial) —, e dos métodos de produção — envelhecidos, secos, extra secos, carbonatados, enfim um mundo à parte. Haja saquê! A classificação pela adição de álcool, ou não, é outra importante categoria de distinção. Aqueles que E Hakushika Gold R$ 150 Hakushika Karakuchi (1.8 l) R$ 150 levam álcool destilado são chamados de honjozo. E os saquês cujo álcool é 100% oriundo da fermentação recebem a denominação junmai. Agora, não vá achando que o honjozo é coisa de segunda. Com o aprimoramento das técnicas, ganhou virtudes como o fato de ser leve e fácil de beber. Isso justifica que os produtores façam um daí-ginjo honjozo. Sacou? Tudo bem. Na dúvida, procure um especialista. Beber saquês é outra arte. Temperatura e ritual devem ser seguidos à risca. Claro, se você não for um herege, daqueles que bebem por prazer e não estão nem aí para as etiquetas etílicas. Pero que las hay, las hay. Saquês podem ser sorvidos quentes ou gelados, e dependem do gosto e do tipo em questão. O mais democrático é o gelado, que não faz restrição de tipo. Já os aquecidos pedem honjozo e cho tokusen e tokusen (seleções es- Hakushika Yamadinishiki R$ 120 Hakushika Gold (300 ml) R$ 50 Reza a lenda que nos primórdios o arroz quente era mastigado por donzelas e cuspido em uma tina para a fermentação peciais de arroz). Para brindar conforme a tradição japonesa, diga “Kampai!” e vire o copinho de uma vez só. A expressão significa literalmente “copo vazio”. O melhor de tudo é o dia seguinte. Pois se o saquê for comprovadamente de origem divina, você não terá ressaca. Kampai! IMPOR TA D OR A TR A D B R A S WWW.TRADBRAS.COM.BR 22 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 MOTOR Me apaixonei por uma magrela. Elétrica A EcoBike não é Ceci mas vem com cestinha Desprovida de qualidades de pilota, a repórter encanta-se com a bike que não requer perna, só tomada FOTOS DIVULGAÇÃO TEXTO N ATÁLIA MA ZZONI inha história com bicicleta não é das melhores. Fiz plástica aos 10 anos quando enfiei o guidão da minha Caloi Cecizinha cor-de-rosa na testa. Veículos motorizados, então, nem se fala. No exame de habilitação de motorista, só fui aprovada, e de primeira, porque o delegado passou tanto nervoso comigo no carro que me despachou com a promessa de “nunca mais aparecer na frente dele”. Jamais andei de moto, mas algo me diz que essa magrela moderna se parece muito com uma lambreta. Ao menos, é bem mais pesada que a minha Cecizinha, afinal são 42,5 quilos. Mas o único esforço está aí. Depois de virada a chave, “pedalei” sem pedalar por 30 minutos pelas ruas dos Jardins. Dia quente, subidas, descidas, e nenhuma gotinha sequer de suor. E a adrenalina? Ah, foi meu dia de voar pelas ruas. Voar é modo de dizer, já que o motor de 350W desenvolve no máximo 30 km/h, mas me senti deslizando. O trajeto começou com uma descida. Ainda sem sentir firmeza, desliguei o motor (que é silencioso) e fui segurando os freios, muito bons por sinal. Logo na esquina, apareceu uma subida. Liguei de novo o motor e... Aí, demora um pouco para pegar o jeito. Eu não sabia se pedalava, se acelerava primeiro, ou se fazia os dois. Quando ouvi a primeira buzina, acelerei (na mão, como se fosse uma moto, não disse que era quase uma lambreta?). E a bicicleta subiu a rua tranquilamente, sem nenhum esforço meu. Depois que você acostuma é só alegria. Em uma rua plana, só pedala se M quiser. Quando o faz, tem a sensação do pedal girar em falso, pois não se sente o peso da bicicleta. Além do acelerador manual, há o piloto automático: um botãozinho ao lado do acelerador, no guidão. Ele faz da magrela quase uma mobilete. É só apertá-lo e pilotar. A superbicicleta tem buzina, alarme, trava na roda traseira, luzes dianteira e traseira, e cestinha (é a minha Ceci!). Aguenta 100 quilos e a bateria tem autonomia de 30km. Um display digital indica se a carga está acabando e, nesse caso, só ligar o carregador (do tamanho de um livro) em qualquer tomada 110v ou 220v. Depois de 6 horas já dá para sair para o mundo de novo. Essa que experimentei é a Lev E-bike S e custa R$ 2.890. No mercado há outra opção, também importada. A Urban Cruiser é bem mais leve (23 quilos) e seu motor é acionado automaticamente enquanto o ciclista pedala. Custa em média R$ 7.500 e chega a 24 km/h. Há, ainda, a EcoBike, nacional, que pesa 38 quilos, faz até 25km/h e roda 40 km por carga de bateria. Custa de R$ 1.999 a R$ 2.599. Você pode pensar em vários motivos para ter uma bicicleta elétrica. Ela é moderna, tem um design bacana, não polui, é ecologicamente correta... E você não chega suado no trabalho. Não é lambreta nem Ceci, mas é demais. A brasileira EcoBike tem estilo retrô e várias opções de cores Ela é moderna, tem um design bacana, não polui, é ecologicamente correta... E você não chega suado no trabalho. Não é lambreta nem Ceci, mas é demais SPORT STAR BIK E RUA HADDOCK LOBO, 956 URBAN CRUISE R (11) 2366-8440 ECO BIK ES (51) 3527-3009 Na Urban Cruiser, uma das mais leves no mercado, a pedalada aciona o motor O modelo testado Lev E-bike S. Pesada para carregar, leve para andar Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 23 ESPORTES FOTO JEFF HAYNES / REUTERS OPINIÃO FOTO DA SEMANA BATE-BOLA Neto, ídolo do Corinthians, colunista do Marca Campeão FOTO DIVULGAÇÃO A seleção brasileira do ala Leandrinho (foto) comemorou a surpreendente “quase” vitória (68x70) sobre os Estados Unidos no Mundial da Turquia, na última segunda-feira. Pena que não teve o mesmo bom desempenho na derrota para a Eslovênia, na quarta, por 80 a 77. Já classificado às oitavas, o Brasil pegou a Croácia na quinta para tentar a terceira colocação do grupo (Esta página foi concluída antes da partida). O presidente do Corinthians se aliou a Deus e o mundo pra tirar a Copa do Morumbi. Merece palmas ou vaias? Não só palmas como flores. O estádio, antes de tudo, é para o clube, a Copa que se exploda. Tanto que o Andrés Sanchez disse que é pra 48 mil pessoas. Se quiserem mais, eles que paguem. Está certo barrar um estádio pronto por politicagem? Quem brigou com o Ricardo Teixeira, o Andrés ou o Juvenal? É claro que é uma decisão política, e estratégica também. São Paulo não pode perder a abertura, não importa onde for. Você, que parou aos 33, como vê a situação do Ronaldo? Eu também tinha problemas de peso e contusões e não queria envergonhar meus filhos. Agora, só o Ronaldo pode saber a hora certa de parar. Como torcedor, acho que deve continuar, porque, antes dele, ninguém conhecia o Timão lá fora. Qual foi o melhor e o pior momento da sua carreira? Melhor foi liderar o time que conquistou o primeiro Brasileiro da história do Corinthians. O pior foi ficar de fora da Copa de 1990. O Lazaroni foi um dissimulado, pra não dizer outra coisa. Sua relação com os juízes também nunca foi muito boa... Só me arrependo da cusparada no José Aparecido. Os juízes são incompetentes, mas ganham pouco e a maioria é vitima. Em poucas palavras, a surpresa e o mico deste Brasileirão? O Ceni fazer gol e ser ainda o melhor goleiro do país. O mico é o Leão, que foi ganhar um milhão no Goiás e caiu em dois meses. MUSEU DO FUTURO O reprovado projeto do Morumbi para a Copa de 2014 Recusado pela CBF por questões alegadamente técnicas, o projeto do Morumbi para a Copa 2014 resistiu o quanto pode, até pela falta de alternativas na cidade. Mas o anúncio do futuro estádio do Corinthians é o golpe de misericórdia. A reforma do Morumbi, orçada em R$ 265 milhões, foi projetada pelo arquiteto paulista Ruy Ohtake com a colaboração do escritório alemão GMP, que fez trabalho semelhante no estádio olímpico de Berlim. Juntos, eles reformularam a proposta inicial mudando a cobertura e criando um edifício anexo para áreas de apoio. Esforço em vão. A não ser que o São Paulo decida levar o projeto adiante para depois esfregar na cara dos que dele desdenharam. Quem duvida? FRASE DA SEMANA “ Passar por aqui sem ser campeão vai ter gosto de nada Técnico Silas, novo encrencado do Flamengo, que vai precisar de muito tempero e melhores ingredientes para fazer um time saboroso Gabriel Penna Muito além da janela Encerrada a janela de transferência de futebolistas para a Europa, é hora de fazer o balanço dos estragos e remendos. Mas antes, ufa! Que balcão de negócios é esse, minha gente? Quem temia pela perda do seu craque pode finalmente se acalmar. Para os coitados dos técnicos, agora fica mais fácil planejar com o que se tem na mão, ao menos até a próxima temporada. Neste ano, olhando bem, os torcedores brasileiros temos até motivos para comemorar. Afinal, continuamos com nossos preciosos Tardellis, Elias e outros mais. Claro que alguns Hernanes, Sandros e Taisons nos deixaram. Mas longa é a lista também dos repatriados que, em alguns casos, até voltaram mais cedo do que de costume. Ufa! Continuamos com nossos Tardellis, Elias e outros mais. Claro que alguns Hernanes e Taisons nos deixaram. Mas longa é a lista dos repatriados Sem falar, claro, no histórico dia do fico de Neymar, e depois Ganso. Não se sabe até quando isso vai durar, mas o fato é que não é sempre que seguramos estrelas diante de propostas multimilionárias. Estranho imaginar que a Europa vem patinando numa crise. Dinheiro, ao que parece, não é problema, especialmente para os reis da Espanha. A questão é saber quem gasta melhor. Não seria difícil apostar no Real que, sob os auspícios de José Mourinho, desembolsou quase 200 milhões de euros para levar, entre outros, as revelações alemãs Özil e Khedira. Com uns trocados a menos, o Barça não ficou muito atrás e buscou David Villa e Javier Mascherano. Em geral, jogadores em ascensão que prometem um embate de altíssimo nível. Agora, eu, que não sou o Silvio Berlusconi, estou pagando pra ver no que vai dar esse festivo time do Milan. A diretoria rossonera abriu o cofre dias antes do fim da janela. Encontrou um Ibrahimovic encostado no Barcelona e um Robinho renegado no Manchester City. Pagou, dizem, 18 milhões de euros para juntar o ex-santista com o também malemolente Ronaldinho Gaúcho. Pensaria duas vezes. Está certo que nos meses que antecederam a Copa a dupla mostrou em seus times alguns lampejos dos craques que já foram (ou que poderiam ser). A questão é se esse encontro despertará instintos outros de que os dois também compartilham. Problema não. Se não der bom futebol, algum samba sai. Coisa que o chefão também gosta. 24 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 ECONOMIA DE PALAVRAS Paulo Lima Soraggi Energia do governo sacaneia Zé Bicho Zé Bicho singra com sua Variante. Peito aberto de poeira. Traz suprimentos para sua venda. Por entre as taiobas dá para ver o lago. É a represa da hidrelétrica de Furnas. As águas abarcam o centro-oeste e o sul de Minas. Quando falta alguma coisinha, é só dar uma chegadinha no Zé Bicho. Tem pimenta cumari, pitante de palha. Até champignon. Em Pontevila, Sô Joaquim frita traíra. Sem “espinho”, para o freguês da capital não reclamar. Em frente ao balcão das quitandas, um banco de madeira mais comprido do que aqueles de igreja. Ali o povo se empoleira depois da roça. Domingo é bom pedir frango ao molho pardo com angu e quiabo. Mas é bom passar antes para encomendar. Dona Olga, mulher do Joaquim, é “sistemosa”. Se ela acorda nervosa, não há santo que prove seu temperinho. É quando a Nem, filha dela, fica toda prestimosa, mas aquelas panelas de ferro não a obedecem bem. A turistada de carteirinha, já acostumada com Dona Olga e seu temperamento condimentado, lota as mesas de madeira grossa. Quando a comida fumega nas panelas, sacerdotalmente colocadas na mesa, Sô Joaquim pousa uma garrafa de pinga na nossa frente. Mas a pinga não é para a gente. No alto da pedalada da conversa, um braço, sem quê nem pra quê, invade o corredor das palavras e atinge a mesa. É Sô Joaquim que vem tomar cachaça, escondido da Dona Olga. E o povo come, dá uma olhadinha para a pracinha da capela e vê o lago de Furnas encontrar o céu no vermelho da tarde. O gavião carcará plana sua monarquia no meio do redemoinho de tudo quanto é passarinho. Próximo aos clubes e condomínios na beira d’água, fica o Carrefurnas. O Gordo é o executivo do hipermercadinho. Suas filhas trabalham nos dois caixas. Moram num mundo onde não se conversa sobre sindicâncias. No clímax da temporada lotada, filas espinhadas, Marcinha interrompe o caixa para atravessar o meio da encrenca. Bate um papinho com a mãe, ralha com o irmão que se maquiava com recheio de bolacha, desfila de volta por entre carrancas a la manifestantes do Greenpeace. Marcinha é exemplar do mundo que estamos por terminar de sepultar. Em agosto foi inaugurado o Furnas Resort Park. Minha banda tocou lá para o nosso total embasbacamento. Os aviões a cochilar na pista de pouso. As piscinas como naqueles filmes do Elvis Presley em Acapulco. A cozinha que nos convida para morar. Os empregos gerados a perder de vista. Felicidades como essas demoraram a se instalar ao redor da represa que alimenta a hidrelétrica desde 1965. As primeiras águas inundaram florestas genealógicas de muitos fazendeiros e agricultores. Vidas que tiveram sua arqueologia transferida para outro sítio. Tantas desapropriações trouxeram gemidos e suicídios que ainda ecoam apesar das tentativas de compensação sopradas pelo governo. Depois da água da dor, a água da flor. Furnas irrigou o florescimento da agropecuária, da pesca e do turismo nos 34 municípios abraçados pelo lago. São centenas de empreendimentos, milhares de empregos. Festas, festivais, folguedos que atraem gente que chega de hidroavião ou que pega o ônibus da Viação Seriema do Sul. Por esses dias, lá fui comprar mandi, o melhor peixe para se fazer ensopado. Na plaquinha, “Vende peixe-se”. E, mais uma vez, o verbo se fez carne. Mas não coloque leite de coco. Eis que vem agora o Plano Anual de Operação de Energia. Divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, o troço aponta que o nível dos reservatórios do Sudeste ficará com apenas 39% do seu volume. A medida seria necessária para produzir a energia torrada no crescimento do PIB. A represa de Furnas corre o risco de ter vida seca por três anos, pois vai ter de transferir água para reservatórios magros de outros estados. E de segurar a onda de novas hidrelétricas. Os turistas do Mar de Minas vão se contentar com uma poça d’água? Os biguás querem saber quem vai pagar os prejuízos de 34 municípios. E os paturis estão preocupados com o Zé Bicho. Paulo Lima Soraggi é escritor,músico e graduado em letras. Por esses dias, lá fui comprar mandi, o melhor peixe para se fazer ensopado. Na plaquinha, “Vende peixe-se”. Eis que vem agora o Plano Anual de Operação de Energia. Com isso a represa de Furnas corre o risco de ter vida seca por três anos, pois vai ter de transferir água para reservatórios magros de outros estados. E de segurar a onda de novas hidrelétricas. Os turistas do Mar de Minas vão se contentar com uma poça d’água? Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 25 PEQUENOS ABSURDOS Mariella Lazaretti Os desserviços do servidor Naquela manhã acordei sem novos e-mails. Meu iPhone não baixara mais do que as 51 notificações guardadas da noite anterior. Senti um pânico líquido correndo nas veias junto com o café da manhã: aquele não seria um belo dia estressante, seria um dia pleno de instintos assassinos. Por uma ou duas vezes, a Locaweb, nosso servidor na empresa, falhou fragorosamente em sua tarefa básica, gerando transtorno e prejuízos na produção de revistas e eventos. Ficar sem serviço de e-mails, hoje em dia, é como ver seu carro ser levado por uma enchente. Uma mistura de revolta e desolamento. Você sabe que vai ter de brigar com a prefeitura. E isso cansa. No momento em que constatei a pane, sabia que meu desespero não estaria tão somente circunscrito ao fato de ter um dia perdido e prejuízos financeiros certos — meu pavor mesmo era ter de pedir satisfações à Locaweb. Você já tentou falar com eles? Lá (seja onde lá for) não existe pessoa. São apenas gravações que empurram o idiota pendurado na linha em um labirinto de escaninhos vazios até que se retorne à tecla 1. É uma tarefa que exige preparo físico e espiritual, força interior e têmpera. Em suma, que você seja Gandhi. De fato, em nosso escritório os emails não caíram e não cairiam mais sem que soubéssemos o motivo. A Locaweb simplesmente tirou-nos do ar sem aviso prévio ou satisfação. E, como viemos a saber no processo kafkiano que se desenrolou a seguir, fez o mesmo com uma centena de empresas. Estávamos de volta aos meios de comunicação dos anos 80. Foi como protagonizar o filme A Origem, um pesadelo dentro do pesadelo. Às onze horas, nosso encarregado de tratar do assunto diretamente com a Locaweb, um sujeito branco e sereno como a Virgem Maria, já estava vermelho como um carpaccio de salmão. Só notei a gravidade de seu estado, quando a secretária postou-se ao seu lado com uma singela bolsinha de primeiros socorros, enfileirando como uma bóia salva-vidas na tormenta a gaze, o remédio de cólicas e duas Cibalenas. Era o que ela podia oferecer ...e era a melhor oferta do dia. Colocamos o advogado na parada. Ele soube pelo diretor da Locaweb, Francisco Zapata, que nossa empresa fora riscada do mapa por mandar muito spam. Silêncio dramático em toda editora. Cada um dos funcionários, quando comunicados do fato, tentava imaginar se teria sido o causador do flagelo. Seria a lista de amigas de escola com as quais tentei marcar uma reunião na semana passada? Seriam os e-mails enviados para minhas irmãs? OK, elas são muitas, mas acho que cinco irmãs não configuram spam. Recuperados do absurdo, dissemos a uma só voz, ISSO NÃO FAZ O MENOR SENTIDO! Sessão Kafka. Liguei para a assessoria de imprensa da Locaweb, a Burson-Marsteller, mas o telefone da multinacional também era uma secretária eletrônica que caía em outra secretária eletrônica indefinidamente. Entrei no Twitter soltando chispas pelas ventas. Gritei na página da Burson-Marsteller para alguém atender o (maldito) telefone, e em seguida na página da Locaweb, onde notei que estava atrasada: a lista de xingamentos já era longa, pelos mesmos motivos alegados a nós. Ali no Twitter descobrimos que a Trend Micro, serviço de segurança que identifica o número de conexões feitas pelos usuários e presta serviços a Locaweb, seria a autora da desgraça. Ao identificar spams, a partir de não sei quais critérios, a Trend Micro teria mandado uma lista negra de empresas para Locaweb. Esta, sem averiguar ou notificar, tirou as empresas do ar — deixando claro que nos considera a todos piratas da internet. Rolando na lama para reverter o dia, conseguimos que a Trend Micro admitisse o erro e nos tirasse da lista malvada. Mas com a Locaweb não houve diálogo — senhor Zapata fincou pé na acusação. Provas contra nós, nenhuma. Às 15h50, a assessora da Burson-Marsteller entrou em contato comigo, admitindo falhas técnicas da parte de sua cliente Locaweb. Então eu disse que ninguém deve tirar uma empresa do ar sem mais nem menos, e ela disse: “Ninguém notificou?”. E eu: “O funcionário encontrou um aviso no e-mail em algum momento do dia de hoje, enviado às 22h45 do dia anterior”. “Ãnh”, ela disse. Na editora, dois contratos bancários sumiram, a aprovação de uma revista e dois sites se perderam no limbo do servidor, uma campanha publicitária não foi publicada na edição que fechava naquele dia, junto com centenas de e-mails que não conseguimos mais acessar. Tarde da noite fizemos uma migração às pressas para o servidor GMail e falamos em ações imediatas para o dia seguinte: 1) manter a ação contra a Locaweb e 2) comprar um desfribilador para a caixa de primeiros socorros da secretária. Assim estamos preparados para enfrentar mais uma década de tecnologia facilitadora. Luís Colombini é jornalista e editor. Ficar sem serviço de emails, hoje em dia, é como ver seu carro ser levado por uma enchente. Uma mistura de revolta e desolamento. Você sabe que vai ter de brigar com a prefeitura. E isso cansa. No momento em que constatei a pane, sabia que meu desespero não estaria somente circunscrito ao fato de ter um dia perdido e prejuízos financeiros certos 26 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 VIDA “A cada dia que passa quero ser uma pessoa mais simples” Marco Nanini TEXTO C RI S T I NA RAM ALHO FOTOS F ERNANDO S O U ZA — Pega nos meus peitos. — Como? — Pega, menino! Bastou apalpar os peitos de Dercy Gonçalves, a dona do deboche no Teatro das Nações, em São Paulo, e o magrelo Marco Nanini, 21 anos, sentiu que alguma coisa ali mudaria seu rumo para sempre. O rosto dele fervia. As risadas jorravam na plateia. Era 1969, o AI-5 tentava calar na marra as bocas célebres de Chico Buarque, Augusto Boal, mas até os “hômi” tinham medo da doidivana Dercy. Pobre de quem dividisse a cena com ela. E era a noite daquele menino, o Nanini. O pernambucano Marco Antonio Barroso Nanini mal tinha saído da escola de teatro no Rio. Preferia ficar só observando o movimento, se arrastava no palco de vergonha, mas entendeu na hora a claque do destino: ali estava a saída. Em cena ele podia tudo. Podia fazer rir. Podia ser quem bem quisesse. Nem precisava ser engajado para mudar as pessoas por duas horinhas que fossem. “O teatro foi minha salvação”, diz o Nanini hoje, aos 62 anos, ao Outlook, nesta entrevista no Galpão Gamboa, no Rio. Um espaço que criou para ensaiar e que está abrindo saídas para muito mais gente. Ali ele e seu sócio e amigo Fernando Libonati oferecem, de graça, aulas de luta, abrem espaço para a terceira idade e exibem espetáculos para os estivadores, as donas de casa, as crianças do pedaço. Ali ele observa e sente a maior ternura pelos brasileiros simples, que pegam ônibus, batalham, rebolam para caber na vida real e, em casa, abrem uns sorrisões ao se reconhecerem no Lineu de A Grande Família. Ou se derretem no cinema com o Odorico Paraguassu na versão de O Bem Amado. Brasileiros de todos os estilos também choraram de rir em O Mistério de Irma Vap, peça que até entrou no Guinness pelos 11 anos consecutivos em cartaz com o mesmo elenco (ele e Ney Latorraca), e foi parar no cinema. Nanini, mais de 40 anos de novelas, peças e filmes que grudaram na memória do país,virou verbete de artista genial. Discreto ele continua. Só desatina no palco, como em Pterodátilos, direção de Felipe Hirsch, que estreou ontem no Rio. Nessa violenta crítica ao consumismo, ei-lo na pele curta da Emma, atarantada menina de 15 anos. “Eu estava crente que era uma garotinha em cena, aí vi o vídeo da peça e me achei um velho ridículo, pulando. Não quero mais ver nada que eu faço.” Ainda prefere olhar os outros. Acha que as pessoas o respeitam — até os abusados do Pânico ou CQC — porque ele fica na dele. Não palpita. Gosta de aprender. Com os atores jovens. Com o Gerald Thomas, o elenco da TV, o Guel Arraes. Com os riscos. “No palco sou completamente despudorado, nada me constrange”, diz Nanini. Então vamos fazer pronta justiça. Obrigada, Dercy. Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 27 28 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 VIDA FOTO DIVULGAÇÃO Irma Vap no cinema: versão da peça que ficou 11 anos em cartaz com Nanini e Ney Latorraca V Você nunca fez teatro engajado, mas criou este espaço (Galpão Gamboa, na zona portuária do Rio) para a comunidade. Como resolveu botar a mão na massa, no trabalho social? Tudo começou porque eu estava procurando uma sala de ensaio. Aí saímos, o Nando (Fernando Libonati, faz-tudo de Nanini) e eu, procurando espaços grandes, pé direito alto, olhamos tudo, até que nos deparamos com esse prédio maravilhoso. Fomos fazendo aos poucos, um trabalho lento, todo bancado por nós, não tem nenhum patrocínio. Fizemos essa sala, com tudo ótimo, o piso, as cadeiras, a luz, e aos poucos precisávamos ocupar os espaços. Um amigo meu, o figurinista Antonio Guedes, procurava um lugar para um atelier de figurino, criar as roupas, fazer pesquisas, veio e ocupou o segundo andar. E outro amigo, o Alex, que dá aulas de lutas, muay thai, e agora uma luta chamada kali, veio também e dá aulas gratuitas no terceiro andar. A comunidade toda tem aulas de graça. O compromisso é não faltar. Faltou sem justificativa séria, sai. Precisa ter algum tipo de compromisso. E a coisa foi crescendo. Tempos atrás, você disse que se emocionava com os brasileiros simples, o garçom, a faxineira. Aqui, convive com o pessoal da Gamboa, como é essa relação? Maravilhosa. Eu já tinha esse desejo forte de fazer algo, dar minha contribuição, até dava uma ajuda financeira de rotina para um orfanato, um asilo, mas queria criar algo, só não sabia como fazer. Agora que consegui estou adorando. Adoro esse convívio, pessoas de idades diferentes, uma gente digna, batalhadora, honesta. Converso com os faxineiros, com as mulheres, com os moradores daqui, muitos são estivadores. Adoro conversar, observar, aprender. Como quando você era um ator jovem e fazia turnê só com uma calça e duas camisas e achava tudo lindo. E era lindo, tinha um frescor, a paixão pelo teatro, a vontade de acertar, não era esse consumismo todo que está aí, cada vez mais voraz. Hoje é tudo muito rápido, atores jovens da TV já ganham muito, no meu tempo ninguém pensava em comprar carro ou apartamento antes dos 40 anos, imagina! E as aulas de luta, de onde vem isso? Você já lutou alguma vez? O Alex propôs, queria um espaço, achei ótimo. Lutei até jiu-jítsu, mas foi uma luta geriátrica (risos), para experimentar. A luta é democrática, a pessoa enfrenta a situação e só conta com ela, com seu corpo, ajuda a conquistar auto-estima. Fico impressionado com as crianças aqui, paramentadas, de luvas enormes. Vejo esses meninos com uma coragem, uma galhardia. Esse projeto não tem patrocínio. Está mais difícil conseguir apoio nesse governo, nessa política? Muito mais difícil. Tem esse projeto aí agora no Congresso do (ministro da Cultura) Juca Ferreira, de modificar a lei de incentivo (Nando entra para dizer que o teatro é a única arte que não terá 100% de isenção), uma loucura. Até agora banquei tudo, mas não sei como vai ser. Sem apoio não dá. Comecei por minha conta porque não sei pedir, não tenho nenhuma habilidade, e queria mostrar um trabalho feito, mostrar que é possível. Agora posso pedir apoio. Mas fui classificado como “consagrado”, estou na lista dos consagrados. (Nanini se refere a matéria na Folha de S.Paulo na qual aparecia na lista de artistas consagrados, ou que não precisariam da lei Rouanet.) Aí ficou pior para o meu lado. E você está remontando Pterodátilos, uma peça que critica tão profundamente o consumo. Isso reflete seu momento? É o momento que vivemos. A gente, o Nando, o Felipe (Hirsch, o diretor), nós achamos que a peça está muito atual, e quando montamos da primeira vez, oito anos atrás, fizemos ela e outro texto do (autor americano) Nicky Silver, em dois atos. Na época o Felipe mostrou os textos do Nicky para a Marieta (Severo) e eu, ficamos enlouquecidos, adoram os aquilo. Mas eu sempre quis montar o Pterodátilos integral, sozinho. Surgiu a oportunidade. É uma peça de agora, que fala de um funcionário de alto posto que foi demitido, é o fim dele porque não existem mais empregos de altos postos fáceis de achar. E é uma família emergente, de uma voracidade, uma loucura pelo consumo. É como essa coisa que a gente lê nos jornais: abre uma loja de helicópteros, ou de carros milionários, e todo mundo compra tudo. O Lineu não mudou. Acho que a atual classe C é que mudou e ficou mais parecida com a Grande Família Ao mesmo tempo o país vê o consumo crescente da classe C, a classe da Grande Família. O Lineu e sua família começaram, nessa versão, na era FHC, estão no Lula. Mudou algo? Não, a dramaturgia não alterou. Quando o Vianinha (Oduvaldo Vianna Filho, autor original) criou esses personagens, fez com muita consistência. Eles sempre foram a classe C, continuam sendo, e parecem modernos por conta do jogo de cintura. Acho que a atual classe C é que mudou e ficou mais parecida com a Grande Família. Você já disse que criou um Lineu bovino. Continua assim? Continua, porque o Lineu é o chefe dessa família. Ele não pode ser caricato, ou bobo, porque é quem dá estabilidade. Outros personagens cumprem esse papel mais engraçado, como o Agostinho. O Lineu é sério, correto, dá o peso. FOTO ARQUIVO PESSOAL Magrelo, hiponga, na novela O Cafona, de 1971: era sua estreia na TV, como Julinho Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 29 Passo mal com a realidade. Tenho de tomar floral, não posso com o real 30 | Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 VIDA Não é um Homer Simpson, o pai que é uma piada. Aliás, o William Bonner causou polêmica quando disse que fazia o Jornal Nacional para o homem comum, o Homer Simpson. Você vê o Lineu na definição? Acho que o Bonner fez uma licença poética, quis dar humor, falar do homem comum, o espectador. O Lineu não tem nada de Homer. Quando Irma Vap estava há 11 anos em cartaz (de 1986 a 1997), aquela loucura toda, você parou a peça dizendo “Ou a gente acaba com a peça ou a peça acaba com a gente”. Depois de dez anos de Grande Família, ela acaba com você? Ainda não senti isso, mas o enjôo, a repulsa da rotina vem do dia para a noite, né? Por enquanto vamos colorindo, fazendo o que é possível. Também os roteiristas são muito bons, os atores são ótimos, o programa é a base da TV, o núcleo familiar. A novela é um núcleo familiar. O elenco, a direção de arte, tudo é ótimo, tenho muita sorte com meus elencos, com as equipes, sempre. O programa não me dá trabalho. Irma Vap teve muitas histórias absurdas... A peça virou um monstro, tinha vida própria, as pessoas se excitavam demais, perdiam o controle. Uma vez teve um policial que tentou dar uma carteirada para entrar de graça na peça e, irritado, esbofeteou a produtora. Fiquei morto de ódio, saí correndo atrás dele, de vestido, maquiagem e salto alto. Bom, no dia seguinte, a força pública estava lá. Coisas assim aconteciam direto. Tinha de tudo, eu dizia para o Ney (Latorraca): “acho que não tenho nada com isso, caí aqui por acaso”. A gente tinha de acabar. Já o filme (de 2006, direção de Carla Camuratti) foi ótimo, gosto mais do roteiro original do que das cenas que eram da peça. Um dia você também desistiu das novelas (parou em Pedra Sobre Pedra, em 92, voltou em 99, e parou de vez). Não quer fazer nunca mais? Nunca mais. Porque ela também é incontrolável, é uma coisa enorme, uma desorganização, você chega e tem de esperar horas. Quando comecei, um capítulo era muito menor. A última novela que fiz foi Andando Nas Nuvens (1999), porque eu era amigo do diretor (Denis Carvalho), insistiram muito, eu era o protagonista. Não trabalho mais em ambiente desagradável, eu sofro muito. Depois dessa só fiz especiais e seriados. A novela não está perdendo a audiência? As pessoas não gostam mais, não assistem tanto. FOTO CAROL SACHS Na peça Pterodátilos, que estreou ontem no Rio, ele faz a adolescente Emma, de 15 anos A TV aberta está perdendo audiência. Mas muita gente vê. Irma Vap virou um monstro, tinha vida própria, as pessoas se excitavam demais, perdiam o controle Tem o problema da superexposição. Como você, um “consagrado”, que sempre se diz sem traquejo social, lida com isso? Eu consegui um certo respeito, acho que porque sou muito na minha, não vou a coisas públicas, não me exponho. Tem coisas como estreia de filme. Tenho de ir lá, vão todos esses, o Pânico, o CQC, mas me respeitam, e eu respeito o trabalho deles. Assisto Pânico e CQC como espectador, me divirto, mas de vez em quando vejo o que fazem e digo: “Ainda bem que não fazem isso comigo”. Agora com a internet aumentou mais ainda essa coisa de entrevistas, paparazzi, é uma loucura, uma enxurrada de informação. Para o lançamento do (filme) O Bem Amado, em um dia dei 112 entrevistas, fiquei 12 horas falando, é absolutamente extenuante. Você não tem jeito de ser plugado. Não mesmo. Não tenho Skype, Facebook, nada disso. Nem dou entrevista por telefone, a não ser em casos específicos, com hora marcada. Não gosto de falar ao telefone, quero ver com quem estou falando, senão não flui a conversa. Incomoda trabalhar com gente jovem, inexperiente na TV, que às vezes seleciona atores só pela imagem? Não. Na maioria das vezes esses jovens têm algum talento, para chegar num horário nobre tem de ter algo. Talvez não tenham experiência, mas têm talento. E as pessoas precisam começar de algum lugar. Aqui, no teatro, tem esses dois jovens na peça, são ótimos, adoro Outlook | Sexta-feira, 3.9.2010 | 31 FOTO DIVULGAÇÃO FOTO FELIPE PANFILI Exatamente. É para atingir a emoção. O personagem só tem sentido quando a gente consegue atingir a emoção no brilho, no colorido, no sentimento. trabalhar com jovens, a troca, o jogo de cena. Mas no teatro é mais complicado, porque é um jogo, dá a bola, devolve, você não pode jogar buraco com uma pessoa que não sabe jogar. Gosto de criar, juntar jovens, aprendo com eles. Com Nando Libonati, que cuida da vida real para Nanini há 25 anos Foi daí, da criação coletiva, que surgiu a ideia da Casa de Hóspedes (Nanini montou um mini hotel, com três apartamentos, para artistas que trabalham nas produções da sua produtora, Pequena Central)? Isso foi o seguinte: eu queria a tal sala de ensaio, um espaço de criação. A mesma história do Galpão Gamboa. Estávamos procurando, achamos um casarão lindo em Botafogo, pensamos em fazer um restaurante, o Nando precisava de uma sala administrativa para a Pequena Central. Não dei palpite nisso. Passo mal com a realidade. Tenho de tomar floral, é um horror, não posso com o real. Mas e os projetos? Eu queria um espaço para a criação, juntar autores, fazer leituras, fomos convidando pessoas. E quem vinha precisava se hospedar, então comprei a casa em frente, que já tinha três apartamentos feitos, e só aprimoramos. Tem todo o conforto de uma suíte especial de um hotel cinco estrelas, lençol bom, arrumadeira, tudo, pelo preço de um quarto standard de um quatro estrelas. E tenho um terceiro sobrado, que deve funcionar como base de produção. Só para artistas ou alguém pode querer alugar? Só para os artistas que estão trabalhando conosco. Eles adoram, é tudo pertinho, ficam dois meses ou mais. O Felipe (Hirsch) está lá, o Elias Andreato ficou lá. Você sofre com o real, mas ajuda a escolher elenco, equipe, dos espetáculos que faz ou produz? Eu não suporto isso, fico nervoso de ter de escolher, explicar. Às vezes sugiro um nome, se gosto do trabalho da pessoa, eles (Nando e equipe) vêm sempre cheios de opções, deixo com eles. Você costumava criar pastas para compor seus personagens, com pesquisas, fotos, ainda faz isso? Agora uso o computador, vejo no Google, uma maravilha. Não sei mexer direito, escrevo no Word, mas junto todas as referências. São pesquisas só para mim, para eu compor melhor o personagem, ir entrando nele. Agora para O Bem Amado, por exemplo, pesquisei muito sobre as cores e frutas do Nordeste. Esse processo é também sensorial, de cheiros, memórias? Tem coisas como estreia de filme. Tenho de ir lá, vão todos esses, Pânico, CQC. Eles me respeitam e eu respeito o trabalho deles. Assisto Pânico e CQC, me divirto, mas de vez em quando vejo o que fazem e digo: ‘Ainda bem que não fazem isso comigo’ Você escreveu uma peça (Descasque o Abacaxi Antes da Sobremesa, em 1973), e declarou que não suportou se expor. A escrita expõe mais que o palco? Muito mais. Não aguentei. Nunca mais escrevo. Também dirigiu poucas peças. Parei de dirigir, tenho dificuldade. Gosto de observar a criação do ator, é uma oportunidade de levar um conceito. Mas dirigir é assim: durante a preparação, todo mundo te pergunta tudo. Tá boa essa roupa? Esse objeto é aqui que entra? A luz é assim? Tudo você tem de controlar. Uma peça é uma embarcação, tem de ter um bom calado. Antes da estreia, você é Como Lineu, há dez anos na TV retratando um pouco da gente responsável por tudo. Depois Quero saber um pouco da sua relação da estreia, ninguém nem te com a cidade. Você chegou num Rio cumprimenta, ninguém te olha na cara. dourado, em 1958, bossa nova, Brasil Você chega no teatro e não tem nem um campeão do mundo. Como está o Rio lugar para botar a sua sacola. 50 anos depois? Essa cidade é apaixonante para mim, me Nesse papo te vejo perguntando tudo acolheu lindamente. Adoro o Rio, ao Nando, e você diz que não é bom a arquitetura, tenho paixão pelo centro da de memória. Como decora os textos? cidade, gosto de ir a lugares como o CCBB Decoro fácil, mas depois da cena feita (Centro Cultural Banco do Brasil). já esqueci. Você está mais magro, está se cuidando mais? Perdi 17 quilos, estou fazendo ginástica cinco vezes por semana, preciso ter agilidade, já estou com 62 anos. Faço a (personagem) Emma, 15 anos. Vi uma vez o vídeo da peça e quis morrer, me achando um velho gordo desajeitado, que horror! Precisava fazer alguma coisa. Estou com um personal trainer, o mesmo que dá aulas no Galpão. Você sempre fumou? (Nanini fumou bastante durante a entrevista, mas apagou o cigarro para as fotos, porque não quer dar mau exemplo.) Fumo desde os 36 anos, comecei em A Mão na Luva (peça de Vianinha, de 1984). Fumava cigarrilhas, passei para o cigarro. Sou do contra. Antes era moda fumar, eu nunca fumava. Agora que ninguém mais fuma, tô fumando. Mas sei que não é bom exemplo, então não apareço fumando. A violência te assusta? Já assustou mais, (a cidade) já esteve muito abandonada, hoje não me assusta mais, o governador, o prefeito, estão fazendo um trabalho bonito, estão recuperando o Rio. E as Olimpíadas? Acho uma temeridade, mas tem um lado bom, a cidade ganhou, vai ser a sede, vamos esperar. Você diz em quem vai votar? Não. Como você se vê daqui a dez anos? Ah, não tenho a menor ideia. Não consigo planejar minha vida, dez anos então. Tenho uns projetos, coisas que nem devia falar, possibilidades de caminhos. Penso em montar Senhorita Julia (de Strindberg), A Mão Na Luva, fazer repertório de peças curtas. A cada dia que passa quero ser uma pessoa mais simples. MAKING OF Havia opções de fotos mais alegres, uma delas quase pastelão, de Nanini e eu gargalhando. Escolhi essa pela delicadeza da imagem e do momento. Falávamos da vida, da dificuldade que temos de lidar com a realidade. Conversamos por mais de duas horas no Galpão Gamboa, lembramos de outras vezes em que nos encontramos: no apartamento dele em São Paulo, e na casa onde ele mora, encarapitado no alto do morro diante da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio, uma espécie de chácara muito verde, cozinheira boa fazendo assado. Horas depois, fui vê-lo na pré-estreia da sua peça Pterodátilos no Teatro das Artes, na Gávea. Ele se despediu de mim doce como sempre, ainda no palco. Então não aguento, tenho de me gabar que já dividi de verdade o palco com Marco Nanini: em outubro de 2005 tive o privilégio de ser escolhida para entregar a ele um prêmio, Bom do Brasil, no Espaço Promon, em São Paulo. Naquela noite, éramos só sorrisos. FIM DE PAPO Fantasia FOTO ARQUIVO PESSOAL Aos seis anos, Marco Nanini de caipira já antevia, bidu, que a vida real não teria a mesma graça. Ele nasceu em Recife, mas rodou cidades desde cedo. Seu pai era maître do glamouroso hotel Amazonas, em Manaus, e Nanini, encantado, via passar os grã-finos com suas joias, sua irrealidade e suas risadas desinibidas. O pai era duro de verdade: se o pequeno Marco comesse com os talheres errados ou botasse os cotovelos na mesa, era obrigado a parar de jantar e ir para o quarto. “Minha mãe era mais suave, mais amorosa.” Os Nanini mudariam para o Rio em 1958. O pai só permitiu que ele trabalhasse se também frequentasse a missa.Incumbido de ler a epístola, Nanini fazia na Igreja Santa Terezinha um curso de impostação vocal aos sábados. Ali no mesmo espaço havia um grupo de teatro infantil. Anos depois, a fama só o faria titubear uma vez: na novela Feijão Maravilha (1979), quando contracenou com Eliana Macedo, a rainha das chanchadas da Atlântida. “Ela não entendeu nada, era uma senhora, uma dona de casa, mas fiquei sem fala diante da minha estrela favorita de menino.”