ODEBRECHT # 144 • ano XXXVI • set/out 2009 Novo projet o g r á f ic o I N F O R M A A segurança como objetivo e valor Argentina amplia sua rede de gasodutos Indianos recebem treinamento em Triunfo Atuação internacional O olhar contemporâneo odebrecht informa 2 Líbia, 2009. A Odebrecht participa da odebrecht informa foto: almir bindilatti construção do Terceiro Anel Rodoviário de Trípoli, uma autopista de 24 km de extensão, com duas vias e seis faixas de tráfego. Aqui, no verão, as equipes enfrentam um calor de até 50ºC. Trinta anos depois de sua estreia internacional em Charcani V, a Odebrecht vive a experiência da multiculturalidade, conhece novos cenários e realiza novas obras, mas com os mesmos compromissos e, sobretudo, com o mesmo Espírito de Servir. ODEBRECHT INFORMA 04 segurança 144 Empresas da Odebrecht atingem marcas históricas 07 gasoduto Gasduc III: gás natural para cidades fluminenses A partir da esquerda, Justino Amaro (angolano), Ziad Hage (libanês), Carol Yeo (singapurense) e Javier Chuman (peruano). Foto de Roberto Rosa. 08 argentina País amplia sua rede de gasodutos 12 braskem 7 anos Os números de uma trajetória de crescimento 14 república dominicana Projeto agrícola muda a vida de 28 famílias 16 atuação internacional Odebrecht completa 30 anos de trabalho no exterior 24 22 16 12 19 04 19 água Limeira prorroga contrato com a Foz do Brasil 20 treinamento Profissionais indianos se capacitam em Triunfo 24 peru Inaugurado trecho da Rodovia IIRSA Norte 28 produção agrícola Famílias assentadas se organizam para produzir 14 seções 03 11 22 27 30 32 giro gente entrevista perfil notas da redação argumento 02 Olhos novos para o novo Desde outubro de 1973, quando foi criada no formato de um pequeno boletim interno, Odebrecht Informa vem acompanhando a trajetória de crescimento da Organização Odebrecht. Nesse tempo, a revista tem se renovado constantemente e mudado suas características gráficas e editoriais para se adequar às transformações da Organização em novos ambientes culturais e negócios. Nesta edição, Odebrecht Informa inaugura outro capítulo em sua história. A mudança decorre, mais uma vez, das necessidades de comunicação dos integrantes da Organização, a qual, desde o fim de 2008, vive um novo momento, com novos líderes nos negócios e com um grande número de pessoas recém-chegadas atuando nas diversas empresas. Além disso, diante das novas demandas do mundo do trabalho e das contínuas transformações tecnológicas que impactam as comunicações, percebeu-se a necessidade de produzir uma revista mais ágil, cujo conteúdo possa ser apreendido pelos leitores de forma mais rápida e mais eficaz. Com o novo projeto, que o leitor começa a conhecer nas 32 páginas desta edição, Odebrecht Informa continuará a lançar, a cada dois meses, um olhar amplo sobre as realizações dos integrantes da Odebrecht. E, para que isso continue a ocorrer com eficiência e eficácia, continuará aberta para perceber as mudanças em curso e adaptar-se a elas com olhos novos. Pois não adianta olhar para o novo com olhos velhos. A verdadeira renovação só ocorre quando o novo é visto com novos olhos, como aconselhou o escritor Oswald de Andrade na célebre frase que dá título a este editorial. As mudanças buscam oferecer melhor legibilidade e um apuro estético ainda maior à publicação, mas não alteram o seu caráter. A revista continua com o mesmo objetivo de quando foi criada, há 36 anos: servir de instrumento de comunicação interna e externa e de elemento de integração para as equipes da Organização Odebrecht, em apoio aos negócios e ao desenvolvimento pessoal e profissional de cada um. ODEBRECHT Fundada em 1944, a Organização Odebrecht atua nas áreas de Engenharia e Construção, Óleo e Gás, Engenharia Ambiental, Realizações Imobiliárias, Investimentos em Infraestrutura, Química e Petroquímica e Etanol e Açúcar. Seus 85 mil Integrantes estão presentes em países da América do Sul, América Central, América do Norte, África, Europa e Oriente Médio www.odebrechtonline.com.br Videorreportagem > Uma viagem pela Rodovia IIRSA Norte, no Peru > Cinta Costera e Rodovia Madden-Colón: obras no Panamá > Foz do Brasil Limeira: concessão renovada > Novo rumo para a Comunidade de Mata do Sossego Acervos online > Acesse os números anteriores de Odebrecht Informa, dos Relatórios Anuais da Odebrecht S.A. desde 2002, da Reunião Anual da Organização Odebrecht desde 2002 e de publicações especiais (Edição Especial sobre Ações Sociais, 60 anos da Organização Odebrecht, 40 anos da Fundação Odebrecht e 10 anos da Odeprev) Responsável por Comunicação Empresarial na construtora norberto odebrecht s.a. Márcio Polidoro Responsável por Programas Editoriais na construtora norberto odebrecht s.a. Karolina Gutiez Coordenadores nas Áreas de Negócios Nelson Letaif Química e Petroquímica • Miucha Andrade Etanol e Açúcar • José Cláudio Grossi Óleo e Gás • Daelcio Freitas Engenharia Ambiental • Sergio Kertész Realizações Imobiliárias Coordenador na Fundação Odebrecht Vivian Barbosa Coordenação Editorial Versal Editores Editor José Enrique Barreiro • Editor Executivo Cláudio Lovato Filho • Arte e Produção Gráfica Rogério Nunes • Editora de Fotografia Holanda Cavalcanti • Infografia Adilson Secco • Ilustrações Juliana Russo • Projeto Gráfico Noris Lima Tiragem 8.350 exemplares • Pré-impressão e impressão Pancrom Redação Rio de Janeiro (55) 21 2239-1778 • São Paulo (55) 11 3030-9466 email: [email protected] 03 Primeira concretagem A equipe do Consórcio Construtor Santo Antônio (CCSA) comemorou em 17 de julho um importante acontecimento nas obras da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia: o lançamento da primeira camada de concreto. Essa etapa da obra foi antecipada, o que possibilitará que a geração de energia comece em dezembro de 2011, um ano antes da data constante do contrato de concessão. A concretagem foi feita à margem direita do rio, perto de onde ficarão as casas de força e um grupo de oito unidades de turbinas tipo Bulbo, do total de 44. O Governador de Rondônia, Ivo Cassol, o Prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho, e o Presidente do Conselho de Administração da Santo Antônio Energia S/A, Felipe Jens, presenciaram o evento. Santo Antônio produzirá 3.150 megawatts (MW). Mais de 5.700 pessoas trabalham atualmente na construção da hidrelétrica. Etapa concluída Foi concluído em junho o trecho de 261 m da linha de recalque (feita de polietileno de alta densidade) do Sistema de Disposição Oceânica Jaguaribe, obra mais conhecida como Emissário Submarino de Salvador. O método utilizado foi o Furo Direcional, um processo que minimiza o impacto socioambiental, pois evita a escavação de valas profundas e a interdição de ruas e avenidas. A passagem do tubo consumiu dois dias. O trabalho envolveu a mobilização da comunidade do bairro da Boca do Rio, que recebeu informações detalhadas sobre cada passo da operação. Outra conquista da equipe da Odebrecht na obra foi a chegada, no dia 12 de agosto, do Pipe Jacking ao Poço 3, depois de 454 m perfurados. O equipamento de escavação passará por uma manutenção de rotina e iniciará, em setembro, a partir do Poço 4, o penúltimo trecho da etapa terrestre, com 400 m de extensão. O último trecho, com 490 m, parte do Poço 4 em direção ao mar, para se conectar ao Emissário Submarino (3.800 m de extensão) numa profundidade de 10 m a 400 m. Mecanização 100% Os dados reforçam o compromisso da ETH de praticar as melhores técnicas em sua produção de etanol, energia elétrica e açúcar: os índices de mecanização do plantio e da colheita de cana da Unidade Eldorado da empresa atingiram 100% e os fornecedores de cana da unidade também atingiram um índice elevado: 86%. Na Argentina, obra vai possibilitar aumento da produção anual de combustível O equipamento tem nome grande e sua missão é crucial: a Planta Reformadora Catalítica Contínua que a Construtora Norberto Odebrecht (CNO) construirá na cidade de La Plata, Província de Buenos Aires, para a petrolífera YPF, expandirá a capacidade da Petroquímica La Ensenada e da Refinaria de La Plata, e permitirá o aumento da produção anual de combustível premium de 6 milhões de m3 para 8 milhões de m3. A planta também produzirá 200 mil t de compostos aromáticos e 15 mil t de hidrogênio por ano. Vencedora da licitação para executar a obra, a CNO assumiu o desafio de colocar a nova unidade em operação em 2012. Os investimentos serão de US$ 348 milhões. A YPF, que possui refinarias nas províncias de Buenos Aires, Mendoza e Neuquén, calcula que a demanda por combustíveis premium crescerá 33% nos próximos nove anos. 04 segurança Trabalhador da Base Macaé em plataforma da Petrobras na Bacia de Campos: programas motivacionais, planos e ações de prevenção odebrecht informa iuscidu ipsusci psusto od delisse doluptat. É um trabalho de todos e de cada um Empresas da Odebrecht chegam a marcas históricas de tempo de trabalho sem acidentes, fruto da consciência e da mobilização de suas equipes texto Thereza Martins / fotos Eduardo Barcellos Em terra ou em alto-mar, na escavação de túneis dentro de montanhas ou na execução de serviços em altitude, a exposição a riscos é inerente à engenharia e construção. Na Odebrecht, a segurança no trabalho é discutida em contrato, na composição do orçamento e no planejamento das atividades diárias. É um assunto que faz parte da cultura da Organização. É um valor – assumido pelas equipes, onde quer que estejam. O resultado do comprometimento e do empenho de todos e de cada um são as marcas recentemente atingidas (veja quadro). “O índice de 20 milhões de HHT (homens/horas trabalhadas) é fruto de intenso treinamento, conscientização, conversas diárias nos TDTs (Treinamentos Diários do Trabalho), comprometimento dos líderes e das equipes, além dos investimentos em equipamentos de segurança”, diz Marcelo Penna, Diretor de Contrato da Base Macaé (RJ). A Base Macaé é responsável por projetos de engenharia, planejamento, fornecimento de material, montagem e manutenção industrial de quatro plataformas de petróleo e gás da Petrobras instaladas na Bacia de Campos, no litoral fluminense, entre outros contratos. Tanto a Base Macaé quanto o Terminal de Cabiúnas da Petrobras (também em Macaé e no qual a Odebrecht realiza a montagem de tubulações e válvulas) são enormes canteiros de obra, nos quais há movimentação de cargas pesadas, risco de deslizamentos, trabalho de solda em altura e de pintura em espaço confinado. Nas plataformas offshore, de exploração de petróleo, o cenário é ainda mais hostil e as condições, mais estressantes. A combinação de óleo e gás em um mesmo ambiente representa risco de explosão. O grau de risco 4, o mais alto atribuído pelo Ministério do Trabalho, indica perigo máximo. “A Petrobras e a Odebrecht Óleo e Gás (OOG) são bastante rigorosas na classificação de acidente de trabalho. Esse rigor exige a busca da excelência em tudo o que se faz”, diz Edney Coutinho dos Santos, da OOG, Responsável por Saúde, Segurança no Trabalho e Meio Ambiente (SSTMA). Nada é mais importante do que o envolvimento, a dedicação e a persistência das equipes. Os incidentes (quase acidentes) e os acidentes sem afastamento são investigados e analisados, o que gera programas motivacionais, planos e ações de correção e prevenção. Ferramentas como qualimetria, auditoria comportamental e programas desenvolvidos pela empresa permitem que a OOG mantenha sua capacidade de produção com eficiência, qualidade e em conformidade com as metas de SSTMA. As diretrizes da OOG-Base Macaé atendem aos requisitos das normas OHSAS 18001: 2007 e à NBR ISO 14001: 2004. CONQUISTAS NO BRASIL E NO EXTERIOR No Polo Petroquímico de Camaçari, a Construtora Norberto Odebrecht (CNO) presta serviços de construção e montagem à Braskem. Desde janeiro de 2004, a Construtora realizou cinco paradas para implantação de melhorias operacionais, obras de modernização em várias unidades da empresa, muitas vezes com a planta em operação, e outros grandes investimentos nas unidades de negócio. “Em momentos de pico, chegamos a 6 mil trabalhadores. Isso significa um acréscimo de seis odebrecht informa 6 foto: Márcio Lima Os nÚmeros da OOG e da CNO vezes em relação ao nosso efetivo no site. Cada integrante é um multiplicador de padrões e procedimentos; ele faz parte de um grande esforço de valorização da vida”, diz Rildo Gomes, Responsável por SSTMA. “O enorme contingente de pessoas aumenta a complexidade da rotina em campo. As equipes parceiras também são treinadas e conscientizadas com foco em segurança.” No Projeto Braskem, as ações de treinamento correspondem a uma média de 5,7% das horas trabalhadas. Para a melhoria contínua, a CNO adota as práticas dos sistemas internacionais de gestão ISO 9001, ISO 14001 (Meio Ambiente) e OHSAS 18001 (Segurança e Saúde Ocupacional), nos quais é certificada. O mesmo rigor com a segurança é praticado nas obras do Complexo Portuário da Planta de Exportação de Gás Natural Liquefeito, da odebrecht informa Entre junho e agosto, a Odebrecht Óleo e Gás (OOG)-Base Macaé e a Construtora Norberto Odebrecht (CNO) atingiram marcas históricas em segurança no trabalho. Nos últimos 40 meses, foram mais de 38 milhões de homens/horas trabalhadas sem acidentes com afastamento. O cálculo da TFCA (Taxa de Frequência de Acidentes com Afastamento) considera o número de acidentes com afastamento ocorridos a cada milhão de horas trabalhadas. Peru LNG, com 5 milhões de HHT sem acidentes com afastamento desde o início da obra (Consórcio CDB Melchorita – Odebrecht Perú, Saipem e Jan de Nul). “Todos os esforços e investimentos têm como meta atender à política de zero acidente”, afirma Paulo Saldanha, Responsável por SSTMA. Na República Dominicana, um outro marco, construído a partir do início da obra: integrantes e parceiros que trabalham na construção da Hidrelétrica de Palomino, no noroeste do país, comemoraram 4,26 milhões de HHT sem acidentes com afastamento. O desafio inicial foi capacitar as pessoas. Boa parte dos trabalhadores foi contratada nos povoados vizinhos, cuja atividade de sobrevivência sempre foi a agricultura. “Começamos a ensinar o básico, como a importância do uso de botas, capacete e luvas, o que para eles era novidade. A partir daí, passamos aos conhecimentos técnicos e específicos por função e atividade”, conta Francisco Sawaguthi, Responsável por SSTMA. As charlas diárias incluem rezas ou missas campais, em respeito à cultura religiosa local. “Em engenharia e construção, os riscos fazem parte da atividade diária. Por isso precisam ser mapeados e conhecidos, e esse conhecimento deve ser compartilhado pelo líder com sua equipe. A análise, a aplicação de controles e o monitoramento são um processo contínuo”, avalia Sérgio Leão, Responsável por Segurança no Trabalho e Meio Ambiente na Odebrecht. “O excesso de confiança deve sempre ser evitado. Um ponto comum à história de recordes e sucessos a que chegamos é o fato de não admitirmos que mesmo as mais simples tarefas sejam executadas se não tiverem sido avaliadas sob a ótica e os critérios da segurança no trabalho.” gasoduto 07 Um senhor gás para crescer foto: ARQUIVO ODEBRECHT Gasduc III vai escoar gás natural da Petrobras para municípios fluminenses texto Edilson Lima Trecho do Gasduc III: transporte de gás produzido no Espírito Santo e na Bacia de Campos Projetado para escoar a produção de gás natural da Petrobras no Espírito Santo e na Bacia de Campos para municípios do Rio de Janeiro, o gasoduto Gasduc III, com 183 km de extensão, interligará o Terminal de Cabiúnas, em Macaé (RJ), à Estação de Compressão de Campos Elíseos da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), em Duque de Caxias (RJ). Será o gasoduto de maior capacidade já construído no país. Poderá transportar até 40 milhões de m3/dia. Em agosto de 2008, o consórcio Odetech – formado pela Odebrecht (líder) e Techint Engenharia – assinou contrato com a Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG), empresa da Petrobras, no valor de R$ 640 milhões, para construção e montagem da linha-tronco e do sistema de fibra ótica do gasoduto, com 104 km de extensão, ligando Macaé (Cabiúnas) a Cachoeiras de Macacu (embocadura do túnel, na Serra do Gavião), ambas no Estado do Rio de Janeiro. A conclusão dessas obras está prevista para 15 de novembro de 2009. Os 13 km iniciais já foram construídos e entraram em operação em 12 de abril, suprindo as usinas termelétricas Mario Lago e Norte Fluminense, em Macaé. O trecho de 104 km, com Cabiúnas e Cachoeiras de Macacu em suas extremidades, é o Pacote I. Cruzará outros três municípios: Rio das Ostras, Casimiro de Abreu e Silva Jardim. No pico da obra, de agosto a setembro, o número de trabalhadores chegou a 2.800. O consórcio está desenvolvendo programas para formação profissional, dinamização do comércio local e preservação do meio ambiente. Implantou três centros de inclusão digital para a comunidade e os trabalhadores, em Macaé, Rio das Ostras e Silva Jardim. Até novembro, serão alfabetizadas mais de 1.400 pessoas, integrantes da comunidade e do consórcio, como resultado de parcerias com a Secretaria de Educação de Silva Jardim; Associação de Moradores do Bairro Aroeira e provedor de banda larga Via Cabo, em Macaé; e Associação de Moradores do Bairro Palmital, em Rio das Ostras. Será o gasoduto de maior capacidade já construído no país odebrecht informa 08 argentina A en ergi a pa ssa por aqu i A condução e o tratamento do gás se intensificam durante o inverno e o ritmo das obras fica mais acelerado odebrecht informa Planta compressora que compõe o projeto: adequação do gás para o consumo •O projeto passará por 13 províncias com diferenças significativas de topografia, clima e cultura. •6 plantas compressoras já estão em funcionamento, três estão em implantação e seis ainda serão construídas. •Cerca de 70% do gás natural é destinado à Província de Buenos Aires. •Todas as plantas compressoras possuem pequenas plantas ecológicas, cuja função é realizar o tratamento primário dos efluentes produzidos pelos equipamentos e assegurar sua destinação correta. Ampliação de gasodutos é a principal iniciativa do Governo argentino para aumentar a distribuição de gás, o mais importante componente da matriz energética do país texto Fabiana Cabral / fotos Holanda Cavalcanti A Argentina possui a maior frota de veículos movidos a gás natural do mundo: são mais de 1,7 milhão de carros. Dotado de grandes reservas de gás natural, o país, que consome 15 vezes mais gás por habitante do que o Brasil, adotou, na década de 70, o combustível limpo como fonte de energia, após a crise do petróleo. De lá para cá, a população e a economia cresceram, e os esforços do Governo argentino para aumentar a distribuição de gás, também. O Projeto de Ampliação de Gasodutos é a principal iniciativa nesse contexto. Há mais de 20 anos presente na Argentina, a Odebrecht é a responsável pelas obras desde 2006, contratada pelas empresas Cammesa (Compañia Administradora del Mercado Mayorista Eléctrico S.A.) e Albanesi. O desafio: instalar 1.800 km de gasodutos de norte a sul do país – dos quais 1.000 km já estão executados, com os outros 800 km a serem instalados até o fim de 2010 – e construir e ampliar a potência de 15 plantas compressoras para adicionar 13 milhões de m3/dia de gás no mercado consumidor até o mesmo ano. Desta meta, 7 milhões de m3/dia já estão sendo utilizados pelo país. O gás natural deve chegar ao consumidor final com boa qualidade – em condições de temperatura, pressão e volume adequadas. Em sua trajetória, desde a origem nas reservas naturais até a utilização em lares e indústrias argentinas, o gás passa por plantas compressoras, cuja função é, justamente, adaptá-lo para o consumo. “Quando o combustível chega a uma planta compressora, controlada remotamente de Buenos Aires, passa por quatro etapas”, explica Arlindo Facadio, da Odebrecht, Diretor do Contrato. A primeira é o Sistema de Filtragem, onde são retirados as impurezas e os líquidos. Após o processo, o gás é comprimido e, em seguida, resfriado. Depois do Sistema de Medição, volta para o gasoduto e segue seu percurso até o consumidor. A condução e o tratamento do gás se intensificam durante o inverno e o ritmo das obras fica mais acelerado. Entre julho e agosto, novas plantas compressoras entra- odebrecht informa “Este projeto vai ampliar em 14,3% a capacidade total de transporte e fornecimento de gás natural na Argentina. Isso significa mais energia limpa de norte a sul do país” [ Flávio Faria ] ram em operação. No sul, as plantas General Cerri, General Conesa e Saturno, localizadas na Província de Buenos Aires, e Rio Seco, situada na Província de Santa Cruz, e no norte, a Planta de Leones, na Província de Córdoba. “Este projeto vai ampliar em 14,3% a capacidade total de transporte e fornecimento de gás natural na Argentina. Isso significa mais energia limpa de norte a sul do país”, ressalta Flávio Faria, DiretorSuperintendente da Odebrecht na Argentina. odebrecht informa Livros, computadores, tecidos e argila “Durante a instalação da planta compressora no município de General Conesa, na Província de Rio Negro, a Odebrecht desenvolveu o Projeto Libros y Rincones de Lectura em 16 escolas urbanas e rurais e em uma escola especial. As instituições de ensino receberam 5.500 livros e materiais escolares, e foram estimuladas a criar espaços de leitura. A iniciativa tem auxiliado na educação de 2.200 crianças. A Odebrecht também impulsionou a inclusão digital com a instalação de uma sala de informática e a disponibilização de instrutores para ministrar cursos com o uso de diversos softwares na Biblioteca Popular de General Conesa. Em sete meses, 300 pessoas, de 6 a 68 anos, já receberam certificados do curso de informática. “A procura foi tão grande, que abrimos turmas aos sábados. Mesmo assim temos uma lista de espera”, conta a professora Paola Molina. Mais ao sul do país, a Odebrecht, em parceria com a Prefeitura local, lançou no início de agosto, no município de San Julián, Província de Santa Cruz (região onde foi instalada a Planta Compressora Rio Seco), programas de capacitação de novos profissionais para o incremento do processo de industrialização da cerâmica, e de jovens para receberem conhecimentos transmitidos por tecedeiras experientes. A empresa forneceu os instrumentos de trabalho, os fornos e o apoio de técnicos especializados. 11 por eliana simonetti Vontade de ferro Com 13 anos de Odebrecht, Dimas Dellamagna Salvia é Diretor de Contrato das obras do sistema de diques de Nova Orleans, nos Estados Unidos. Diariamente pedala às margens do Rio Mississipi, pratica corrida e natação. ”A cidade oferece facilidades, e o clima quente e úmido é estimulante”, explica. Em outubro, participará do Ironman Triathlon do Havaí. Vai nadar 3,8 km, pedalar 180 km e correr 42 km, sem interrupção. Uma grande vitória. Um ano atrás, sedentário e pesando 90 kg, Dimas foi parar na UTI, com hipertensão. Depois do susto veio a mudança radical. Hoje, aos 33 anos, ele pesa 70 quilos e é triatleta. foto: Denise Cruz Dimas vai disputar o Ironman do Havaí Família, futebol e o bairro foto: Denise Cruz Daphne está sempre nos estádios Filha de cubanos nascida nos Estados Unidos, Daphne Di Pasquale (ao centro na foto) foi selecionada, 18 anos atrás, para uma vaga de recepcionista na Odebrecht, então recém-instalada no país. Há quatro anos é Responsável por Pessoas. É casada e mãe de dois filhos – um rapaz e uma garota, ambos apaixonados praticantes de futebol. “Passo os fins de semana em estádios”, diz. Mas também gosta de passear pelas ruas arborizadas do bairro onde mora, Miami Lakes. Ali, Daphne recomenda um local pouco frequentado por turistas: “O restaurante Italy Today, na Main Street, oferece pratos, sorvetes e cafés saborosos”. Um jovem e uma marca Yuri Tomina Carvalho era estagiário da Braskem quando apresentou seu trabalho de conclusão do curso de Publicidade sobre o potencial da marca da companhia. Tinha 23 anos. “A ideia de que a Braskem é uma petroquímica de classe mundial está consolidada. É preciso avançar, mostrar que ela tem uma filosofia amadurecida de valorização do ser humano e do meio ambiente, que desenvolve soluções para melhorar a vida de todos”, defendeu. Passou dois meses no Canadá, estudando inglês, depois casou-se com Geraldine Di Lucca, socióloga com militância na causa da sustentabilidade – tema que passou a ocupar mais espaço no seu dia a dia. Hoje, aos 26 anos, Yuri cursa MBA em Administração e, satisfeito, compõe a equipe que está inaugurando o novo posicionamento da marca Braskem. foto: holanda cavalcanti Yuri trabalha na nova identidade da Braskem odebrecht informa braskem 7 anos foto: Arquivo braskem 12 Instalações da Braskem em Paulínia: um dos principais investimentos para a expansão da empresa Uma história em números Texto Danielle Espósito A data é marcante, talvez até mística para muitos. Afinal existem muitas teorias em torno do número 7. E o fato é que o sétimo aniversário da Braskem, celebrado em 16 de agosto de 2009, representa a conclusão de uma fase para a companhia, para seus integrantes e para o setor petroquímico. Desde 2002, quando foi criada, a Braskem não para de crescer. Com seu modelo de negócios, que integra a primeira e a segunda gerações petroquímicas, vem conquistando espaço de ponta no âmbito regional e destacando-se como líder de mercado na América Latina e como a terceira maior empresa petroquímica das Américas. Mais recentemente, a Braskem teve sua condição de líder evidenciada por alavancar, em parceria com a Petrobras, o novo desenho do setor petroquímico brasileiro, com a integração das empresas nas quais a estatal detinha participação nos polos de Triunfo (RS) e Paulínia (SP). Confira a seguir alguns números da trajetória de sete anos da Braskem. odebrecht informa fotos: Arquivo braskem A produção gerada nas 18 unidades da empresa chega a mais de 60 países em todo o mundo. R$ 50 milhões, em média, são destinados anualmente a pesquisa e desenvolvimento. Os investimentos programados para 2009 devem atingir R$ 900 milhões, incluindo expansão de capacidade produtiva, novos projetos e paradas programadas. 11 milhões de toneladas de resinas termoplásticas e outros petroquímicos e químicos intermediários são produzidas anualmente. Mais de 4.500 pessoas trabalham na empresa. R$ 23 bilhões foi o faturamento da empresa em 2008. Mais de 220 patentes já foram depositadas. A Braskem fechou 2008 com 53% de participação no mercado brasileiro de polipropileno e 50% de polietilenos (alta densidade, linear e baixa densidade). São 1.400 clientes diretos no Brasil e 360 no exterior. Evolução dos indicadores de ecoeficiência desde 2002: redução de 13% no consumo de água; redução de 1% no consumo de energia; redução de 48% no volume de efluentes líquidos; redução de 66% de resíduos sólidos. Projetos de internacionalização em desenvolvimento em três países: Venezuela, Peru e Bolívia. O número de acionistas saltou de 4.911 em 2002 para 18.412 em 2009. O valor de mercado da Braskem passou de US$ 200 milhões em 2002 para US$ 2,3 bilhões em 2009. A circulação de ações da empresa (free float) cresceu de 25% em 2002 para 61,4% em 2009. odebrecht informa 14 república dominicana Famílias produtivas Programa social na obra da Hidrelétrica de Palomino tem como foco a agricultura familiar e também abrange a criação de pequenos animais e a promoção de ações de saúde e educação texto Leonardo Maia / fotos Luciano Andrade Luzia de la Cruz é responsável pelo controle da produção agrícola em Guayuyal, pequena comunidade na zona de influência da Hidrelétrica de Palomino, que está sendo construída pela Odebrecht na República Dominicana. Ela cuida do rateio do faturamento, que é proporcional ao volume de trabalho de cada uma das 28 famílias de Guayuyal. Firme em seu propósito de ser justa, Luzia nunca deixa de levar consigo o formulário de controle. “A produção tem melhorado cada vez mais. A alface, por exemplo, foi uma das culturas que mais rendeu, então vamos focar nela e na acelga, na próxima safra”, diz. Com tino para a administração, Luzia é respeitada na comunidade, localizada na província de San Juan, uma das mais pobres do país, na região sul. O projeto agrícola, iniciado pela comunidade em outubro de 2008 como contribuição da Odebrecht para o desenvolvimento de Guayuyal, tem previsão de expansão para outras seis localidades. odebrecht informa No projeto de Educação Ambiental, na área de influência da obra, a Odebrecht conta com a parceria da Fundação Sur Futuro, liderada pela dominicana Melba Grullón. Participaram dos cursos 294 estudantes da rede pública e representantes das comunidades. “Nosso papel é identificar a aptidão, desenvolvê-la e dar todo o apoio para que a comunidade dê continuidade ao projeto de forma independente. Em Guayuyal, 88% da população tiram da agricultura o seu sustento”, afirma Pedro Schettino, Diretor de Contrato da hidrelétrica, que ficará pronta em 2011 e gerará 80 MW, essenciais para diminuir a dependência da República Dominicana do petróleo, o principal componente de sua matriz energética. O programa social em Palomino, além do foco na agricultura familiar, abrange também a criação de pequenos animais e a promoção de ações de saúde, mais voltadas às mulheres e crianças, e educação, com cursos na área ambiental. A utilização da irrigação e as técnicas empregadas, como o sistema de ciclos de produção e a não utilização de agrotóxicos, colaboraram para o aumento da produtividade. Em menos de um ano, o programa já permitiu um acréscimo de US$ 79 na renda de cada uma das famílias. Entre as principais culturas estão as de feijão, alface, acelga, couve, cebola, pimentão, abóbora, milho, e café. A produção mensal é de mais de 500 kg, com as vendas somando “A produção tem melhorado cada vez mais” US$ 1.100 mensais. A maior parte ainda é absorvida pelo canteiro de obras da Odebrecht, mas a intenção é aumentar a produção e vender em mercados das comunidades próximas. Outra melhoria foi a reforma da estrada de acesso a Guayuyal, intransitável em tempos chuvosos. Jesús Medina, um dos representantes mais atuantes da comunidade, foi um dos beneficiados. “Antes, as pessoas trabalhavam separadas. Hoje somos unidos e temos uma terra exclusiva para o cultivo. Esse novo acesso é muito bom, pois minhas duas filhas que moram longe podem me visitar”. A família de Jesus e todas as outras de Guayuyal serão beneficiadas também com novas casas. O projeto construtivo saiu de um concurso realizado entre os jovens [ Luzia de la Cruz ] parceiros do contrato. Os vencedores foram William Suzaña, Jose Guillermo Hernandez e Maria Victoria Peralta, que vão orientar os moradores. “Nossos integrantes darão o apoio técnico de engenharia e nós, os recursos; mas a casa tem de ser conquistada pela comunidade. Ela precisa se envolver diretamente na construção, isso não se discute”, diz Cláudio Castro, Responsável pelos Programas Sociais da Odebrecht na República Dominicana. comunidade recebe As esposas dos integrantes da Odebrecht na República Dominicana arrecadaram e doaram roupas, alimentos e pequenos fogões para as famílias de Guayuyal. Jesús Medina com a família: união e trabalho odebrecht informa 16 atuação internacional Um certo jeito de estar no mundo Integração cultural marca a presença das equipes da Odebrecht no exterior, uma história que completa 30 anos em 2009 texto Cláudio Lovato Filho Javier Chuman é peruano e trabalha como Diretor de Contrato em Angola. Carol Yeo, nascida em Singapura, mora em Paris e corre o mundo como integrante da equipe de Pessoas e Organização da VicePresidência Internacional. Ziad Hage, advogado libanês, está na Líbia. Justino Amaro nasceu em Angola, é Responsável por Folha de Pagamento e Relações Sindicais, e permanece em seu país natal, por enquanto. Eles estão na foto de capa desta edição. São a face contemporânea da atuação internacional da Odebrecht, que em 2009 completa 30 anos. De 1979, ano do início das atividades fora do Brasil, no Peru, a 2009, com presença em quatro continentes, a Odebrecht percorreu um caminho em que uma certeza, mais do que todas as outras, prevaleceu: a de que, esteja onde estiver, seu maior diferencial sempre será sua cultura empresarial. Cultura que preconiza a integração e formação de talentos locais. Pessoas como Javier, Carol, Ziad e Justino, preparadas para fazer a diferença em seus próprios países e para viver na plenitude a odebrecht informa experiência internacional como expatriados, representando a Odebrecht e seus princípios mundo afora. Como embaixadores da Organização. “A Tecnologia Empresarial Odebrecht é o nosso principal fator de diferenciação aos olhos do cliente internacional, que percebe a nossa prioridade: a valorização do ser humano”, diz Genésio Couto, Responsável por Pessoas e Organização na VicePresidência América Latina (menos Venezuela) e Angola, país ao qual a Odebrecht chegou há 25 anos. Muita coisa mudou nessas três décadas de trabalho fora do Brasil. “A empresa amadureceu muito”, afirma José Cláudio Daltro, Responsável por Administração e Finanças na Venezuela. Ele próprio um pioneiro da atuação internacional (trabalhou na construção da Hidrelétrica de Charcani V, no Peru, a primeira obra da Odebrecht fora do Brasil), José Cláudio ressalta: “Qualificamos muito a chegada do expatriado aos países, oferecendo um apoio cada vez mais amplo para ele e a família, e, com isso, aprimoramos a nossa capacidade de adaptação”. Experiente na vida fora do Brasil, com passagens também pela Argentina e o Chile, José Cláudio admite que, em 1979, aos 24 anos de idade, sentiu medo do desconhecido, mas a vontade de se desenvolver falou mais alto. “Mudei para crescer.” O aprofundamento da capacidade de adaptação aos países é um objetivo levado às últimas – e melhores – consequências na Odebrecht. O propósito é ser local onde quer que a empresa esteja. “Para isso é crucial que os expatriados se integrem ao país, no âmbito da comunidade e do canteiro de obras, e que a empresa qualifique e integre trabalhadores locais. Esses dois fatores são decisivos”, diz Genésio Couto. A necessidade de qualificar e integrar trabalhadores locais é uma convicção desde os primórdios da internacionalização da Odebrecht. “Não existe possibilidade de sobrevivência sem formar integrantes locais”, diz Paulo Rocha, Responsável por Pessoas e Organização na VicePresidência Internacional, que abrange Estados Unidos, Portugal, África (menos Angola) e Emirados Árabes fotos: arquivo odebrecht Ponte Orinoquia, na Venezuela, e Hidrelétrica de Capanda, em Angola: símbolos da trajetória internacional da Odebrecht odebrecht informa Odebrecht no mundo: ontem e hoje Unidos. “Os líderes da Odebrecht em cada país precisam ser agentes de transformação, têm de querer ver florescer talentos, porque isso é estratégico, já que nossa visão é de longo prazo. Os locais têm de crescer. É o compromisso e o desafio que todos devem ter”, ele acrescenta. Mas como formar e integrar jovens talentos locais em países de quatro continentes e preservar a cultura empresarial? “Nosso grande desafio é transmitir a filosofia empresarial”, argumenta José Cláudio Daltro. Seja através de programas como o de Introdução à Cultura Odebrecht e o Jovem Construtor, seja, sobretudo, nas relações interpessoais no cotidiano de trabalho, os líderes procuram transmitir os princípios e os valores da TEO. “São as pessoas que fazem isso”, explica José Cláudio. Portanto, ele sustenta, não há nada que seja mais importante do que contar com pessoas comprometidas com a empresa, motivadas, que conheçam a sua cultura, se identifiquem e se motivem com ela, odebrecht informa A Odebrecht tem integrantes originários de 54 países. Depois do Brasil, os países com maior número de profissionais da Odebrecht são Angola, Venezuela, Peru, Panamá e República Dominicana. pessoas que queiram mudar para crescer, que desejem ter vivência e visão de mundo e que sejam humildes para respeitar e aceitar as idiossincrasias de cada país. Para isso, um dos atributos daqueles que vão para o exterior é a capacidade de compreender que, em termos individuais, o mais importante é poder desfrutar da oportunidade de viver uma valiosa experiência pessoal e profissional. Com a experiência de quem já viveu e trabalhou em dois países além do Brasil (Equador e Angola), Genésio Couto enfatiza: “É preciso ser curioso, querer conhecer o país e a sua realidade; ser humilde, para aceitar a cultura e as suas diferenças, e ser tolerante com as dificuldades para poder ensinar. Quem chega, tem de trazer algo novo; quem sai, tem que deixar um legado”. Aos brasileiros que vão para sua primeira experiência internacional, Genésio adverte: “Não se pode ter o Brasil como referência. Isso atrapalha a inserção na realidade local”. Aos expatriados, brasileiros ou não, ele dá um conselho – na verdade, faz um pedido enfático: “É preciso evitar o gueto!” Em seus 65 anos de existência, a Odebrecht participou de projetos em 35 países. Hoje atua nas três Américas, na África, na Ásia (com destaque para o Oriente Médio) e na Europa. Seus integrantes falam português, espanhol, inglês, árabe e diversos outros idiomas. São várias religiões e tradições. “É preciso aguçar a percepção sobre o outro”, diz Paulo Rocha. “Nosso foco são as pessoas”, arremata José Cláudio Daltro. água Uma cidade que sabe o que quer Em Limeira, no interior de São Paulo, empresa Foz do Brasil tem sua concessão estendida até 2039 texto Júlio César Soares fotos Edu Simões Recém-batizada de Foz do Brasil Limeira, a então Águas de Limeira chegou à cidade, no interior de São Paulo, em 1995, para iniciar uma concessão de 20 anos. Nesses 14 anos, Limeira viu seu perímetro urbano quase duplicar, de 82 km2 para os atuais 156 km2, e o número de habitantes saltar de 225 mil para 275 mil. “A cidade cresceu, precisamos crescer com ela”, diz o Diretor de Operações da Foz do Brasil Limeira, Sandro Stroiek. O Plano Diretor da cidade, aprovado recentemente pelo poder público municipal, indica os caminhos e o ritmo de crescimento em Limeira. “A Prefeitura fez reuniões nos bairros e chegou à conclusão que eram necessárias medidas para os serviços de água e esgoto chegarem aos novos consumidores”, explica Renê Aparecido Franco, DiretorPresidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), autarquia responsável pela fiscalização do sistema em Limeira. Instalações da Foz do Brasil Limeira: serviços vão chegar a novos consumidores Em junho de 2009 foi publicada pela Prefeitura a prorrogação do contrato de concessão com a Foz do Brasil Limeira, que continuará responsável pelo fornecimento de água e tratamento de esgoto na cidade até 2039. O investimento total será de R$ 286 milhões. “Nos próximos 14 anos, teremos uma nova ampliação da Estação de Tratamento de Água (ETA), a execução de 16 km de adutoras e a construção de novos reservatórios”, anuncia Stroiek. O apoio da comunidade atesta a qualidade da concessão em Limeira e justifica sua prorrogação. Jaqueline dos Santos Conceição, 17 anos, natural de Romaria (MG) e recém-chegada à cidade, destaca: “Além do ótimo atendimento, como o Laboratório Móvel, que vai até as casas, a água é de excelente qualidade”. CONTEÚDO EXTRA NA EDIÇÃO ONLINE www.odebrechtonline.com.br 19 20 treinamento Profissionais indianos durante seu treinamento em Triunfo: Braskem é referência mundial para a Basell Indianos, tchê! Dezoito profissionais da Índia visitam o Polo Petroquímico de Triunfo para aprender a trabalhar com uma tecnologia de produção de polietileno que a Braskem adquiriu da Basell texto Luciana Moglia / fotos Ricardo Chaves odebrecht informa Impossível não perceber a presença daquela turma simpática circulando pelas instalações da Braskem no Polo de Triunfo (RS). Eram 18 indianos que estavam em Triunfo para aprender a trabalhar com uma tecnologia de produção de polietileno que a Braskem adquiriu da Basell. No refeitório, atraíam olhares também por conta da alimentação diferenciada – muito saudável: os indianos abusam das saladas e das frutas, e grande parte do grupo era vegetariana. O que não os impediu de visitar uma churrascaria gaúcha para conhecer a dança típica do Rio Grande do Sul. Esse não foi o primeiro grupo estrangeiro a participar de treinamentos nas plantas da Braskem. Nos últimos três anos, as unidades de polietileno e polipropileno receberam visitantes da Arábia Saudita, da Alemanha, da Rússia e do Irã. A vinda dos indianos confirma que a Basell tem na Braskem uma referência em âmbito mundial e sua base de treinamento na América Latina. Procedente da Indian Oil Corporation, o grupo chegou ao Brasil em 20 de julho para participar de um treinamento de 20 dias nas três plantas Slurry PE 5, que utilizam a tecnologia Hostalen, desenvolvida pela Basell para a produção de polietileno. A mesma tecnologia foi adquirida pela empresa indiana, que até o fim do ano deverá iniciar a operação de uma unidade de polietileno com capacidade de 300 mil t/ano. O grupo foi treinado por instrutores da Basell procedentes da Alemanha e da Índia, e teve a supervisão de Eros Ramos, Responsável pela Unidade Polietileno da Braskem em Triunfo, e do engenheiro de produção Rafael Matos, encarregado de acompanhar todas as visitas às plantas durante as tardes, após as aulas teóricas das manhãs, que abordaram temas como a química da reação e catalisadores, polimerização e extrusão. “Encontramos na Braskem um ótimo ambiente para realizarmos nossos treinamentos. As plantas têm excelente nível e todas as pessoas se mostraram muito amigas, nos acolheram bem e nos passaram informações”, disse Vatti Suresh Babu, um dos indianos. Os treinamentos não foram proveitosos apenas para os visitantes. “Ao participar das aulas práticas nas plantas, nos atualizamos com os instrutores da Basell e trocamos informações com os colegas”, comenta Rafael Matos. O grupo de brasileiros era formado por gerentes de produção, responsáveis por operações industriais, engenheiros de produção e operadores com idades entre 20 e 50 anos. “Esse tipo de programa é importante para as equipes se atualizarem sobre inovações”, afirma Eros Ramos. “Encontramos na Braskem um ótimo ambiente para realizarmos nossos treinamentos. As plantas têm excelente nível e todas as pessoas se mostraram muito amigas, nos acolheram bem e nos passaram informações” [ Vatti Suresh Babu ] Eros RAMos, Responsável pela Unidade Polietileno da Braskem em Triunfo “Esse tipo de programa é importante para as equipes se atualizarem sobre inovações” odebrecht informa 22 com HERCULANO BARBOSA O coração no convés Nascido em Pedra Azul, no nordeste de Minas Gerais, Herculano de Almeida Horta Barbosa iniciou a carreira de engenheiro na Odebrecht Perfurações Ltda (OPL), em 1983. Trabalhou em plataformas em alto-mar por quatro anos e assumiu postos de liderança no escritório do Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1998. Naquele ano, a Organização se retirou do setor. Herculano retornou em 2006 para ser Diretor de Contratos da Odebrecht Óleo e Gás (OOG), sucessora da OPL e então recém-constituída. Como DiretorSuperintendente da empresa, está empenhado na formação de uma nova geração de engenheiros e tripulantes dispostos a vencer desafios e a crescer junto com a empresa em mais um capítulo de sua história de pioneirismo. texto Thereza Martins / foto Américo Vermelho odebrecht informa OI – O trabalho em plataformas é de altíssimo risco, do ponto de vista da segurança no trabalho. Você viveu alguma situação difícil nesse sentido? Herculano – Vivi algumas. A mais difícil de todas, em meados da década de 1980. Eu era Gerente da Plataforma Norbe V, em Natal, quando houve um blow out (vazamento de gás) na Norbe III. Toda a tripulação foi transferida para a Norbe V. Junto com a Petrobras, cliente da OPL, formamos uma equipe – incluindo integrantes que estão de volta à empresa, como José Pitta e Pedro Mathias – que se revezou durante um mês e meio para controlar a situação. O barulho do gás vazando era absurdo. Muito acima da capacidade do ouvido humano. Além disso, havia risco de explosão a qualquer momento. Foi um trabalho de enorme coragem e competência de toda a equipe. Houve um acidente, mas, por sorte, sem nenhuma vítima fatal. foto: Almir bindilatti foto: Arquivo odebrecht Odebrecht Informa – Nos tempos de estudante, você já tinha vontade de trabalhar na área de exploração de petróleo? Herculano Barbosa – Não. Meu objetivo era trabalhar em construção civil, fazer pontes e viadutos. Mas coincidiu de a OPL, constituída havia poucos anos, estar selecionando jovens engenheiros para um estágio de três meses na plataforma de petróleo Norbe I. Fui muito bem orientado e tive um ótimo aprendizado. Na ocasião, o encarregado do sistema elevatório da plataforma deixou a empresa e fiquei como auxiliar no posto. Pouco depois, ainda durante o estágio, fui convidado para substituí-lo. Plataformas Norbe III e Norbe VI: marcos na história da OPL, que têm prosseguimento com a OOG OI – Quais foram suas maiores alegrias profissionais? Herculano – Sob minha gerência, nunca houve um acidente fatal, mesmo durante as situações mais críticas. Um importante indicativo do trabalho em equipe. Outra grande alegria foi ver o desenvolvimento profissional de pessoas da operação que ajudei a formar. Muitas delas são agora encarregados e gerentes em outras empresas. Há também os colegas e amigos engenheiros que cresceram comigo na Odebrecht. Entre eles, José Pitta, hoje responsável técnico pela construção da plataforma de exploração semissubmersível Norbe VI, que a OOG está executando para a Petrobras em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, e Pedro Mathias, Diretor de Contrato das Norbes VIII e IX, dois navios em construção na Coréia do Sul. OI – Quais são os principais desafios da OOG neste momento? Herculano – Com a OOG, a Odebrecht retornou ao segmento de perfuração de petróleo em um momento especialmente oportuno. A Petrobras está gerando oportunidades para empresas brasileiras atuarem em águas ultraprofundas, um setor dominado por companhias estrangeiras. A OOG participou e saiu vencedora de duas importantes licitações para construir e operar as Norbes VI, VIII e IX, em contratos de longo prazo. Temos profissionais com experiência em águas profundas, mas precisamos de muitos outros. A tecnologia para perfurar e explorar poços de até 12 mil metros de profundidade [3 mil metros de lâmina d’água e 9 mil metros de poço] exige uma tripulação altamente qualificada, que já está sendo preparada. OI – Quais são as perspectivas de atuar na exploração da camada de pré-sal? Herculano – Haverá grande demanda de serviço para o desenvolvimento desses campos. No momento, a OOG está acompanhando o movimento dos clientes para ampliar seu leque de atuação. OI – O futuro aponta em que direção? Herculano – A OOG atua em um segmento dominado por empresas internacionais, mas temos objetivos ambiciosos. Queremos aprimorar nossa qualificação para continuar a atender clientes em qualquer lugar do mundo. odebrecht informa 24 peru Um corredor na cordilheira Trecho I da IIRSA Norte, com 125 km, será um vetor de desenvolvimento para Yurimaguas e Tarapoto, cidades antes conectadas por uma trilha de terra texto Rodrigo Vilar / fotos Guilherme Afonso O ano é 2009, estamos em meados de fevereiro e os últimos 100 m dos 125 km do Trecho I da IIRSA Norte parecem intransponíveis. A menos de um mês da inauguração da obra pelo Presidente Alan García, as equipes de engenharia e de produção da Odebrecht buscam uma solução para vencer um dos setores mais complicados da Cordilheira Escalera, região montanhosa da Alta Floresta peruana: uma plataforma muito estreita, espremida por um paredão de rocha, que limita a passagem da estrada pela encosta. Diante dessa barreira natural, odebrecht informa a equipe da empresa supervisora, contratada pelo Governo peruano e responsável pela fiscalização do projeto, recomenda ao consórcio construtor (83% Odebrecht e 17% Graña y Montero) que faça uma única faixa nesse trecho com extensão de 500 m. O problema parece estar resolvido, mas quando Ricardo Paredes, Responsável por Produção, leva a orientação para Eleuberto Antonio Martorelli, Diretor de Contrato, este não concorda. Olhar fixo no peruano Paredes, Martorelli lança o desafio: “Há 500 anos vocês construíram Machu Picchu e não conseguem finalizar esses 100 m? O sonho do nosso cliente é o de uma estrada de integração sulamericana, e a obra não pode ficar limitada por um trecho de mão única”. Ricardo e o Responsável por Engenharia, o brasileiro André Guimarães, reúnem suas equipes, voltam à prancheta e dias depois retornam com a solução: utilizar o recurso da Terra Armada, que, não por coincidência, emprega o mesmo conceito construtivo utilizado pelos incas em Machu Picchu. Assim, a equipe consegue entregar o Trecho I a tempo para a inauguração no dia 17 de março, incluindo o trecho de 500 m com duas pistas. Essa história destaca apenas um dos desafios enfrentados na etapa entre Yurimaguas e Tarapoto. Em três anos de trabalho, grandes obstáculos foram superados. Um projeto inicial que muitas vezes não correspondia às características geológicas e topográficas da região; a necessidade de construir preservando uma área de proteção ambiental com uma das mais ricas diversidades de fauna e flora do mundo; chuvas fortes; deslizamentos de terra e, por fim, a reestruturação, na metade da obra, do consórcio de construção, são alguns exemplos. Oscar Salazar, Responsável AdministrativoFinanceiro, salienta um dos fatores decisivos para o equacionamento das dificuldades: “A integração sul-americana começou dentro da obra. Víamos peruanos, bolivianos, chilenos, brasileiros, equatorianos e argentinos, todos trabalhando em sinergia”, relata. “A união da equipe foi crucial.” O Trecho I é o único que precisou ser construído a partir do zero, do total de seis trechos que compõem os 955 km da IIRSA Norte. Viabilizada dentro de um modelo de parceria público-privada (PPP) para construção, reabilitação e operação da rodovia, a IIRSA Norte liga o porto marítimo de Paita, no Oceano Pacífico, ao porto fluvial de Yurimagua, na Amazônia peruana. A estrada atravessa as regiões de Piura, Lambayeque, Cajamarca, Amazonas, San Martín e Loreto. “Estamos tornando possível o surgimento de um corredor seguro com padrão internacional. Queremos que a IIRSA Norte seja um exemplo para o processo de concessão no país. Por isso, ter um sócio como a Odebrecht é muito importante”, explica Hjalmar Marangunich Rachumi, Diretor Geral de Concessões e Transportes do Ministério de Transportes e Comunicação, ressaltando que a obra é um vetor de integração e desenvolvimento para os povos da região norte do Peru. É isso o que se vê ocorrer, a passos largos, em Yurimaguas e Tarapoto, cidades de 160 mil e 50 mil habitantes, respectivamente, antes conectadas apenas por uma trilha de terra, na qual um veículo demorava em média nove horas para transpor os 125 km. “Isso em tempo bom, porque quando chovia podíamos levar dois dias para atravessar, muitas vezes em odebrecht informa O recurso da Terra Armada emprega o mesmo conceito construtivo utilizado pelos incas em Machu Picchu cima de caminhões, sem nenhuma segurança”, relembra Adolfo Fasanando, jornalista e morador de Tarapoto. Hoje, o mesmo trecho é percorrido em duas horas de carro e já existe uma empresa com uma frota de oito ônibus novos, com ar-condicionado, fazendo transporte regular entre as cidades. Em um dos locais mais bonitos da estrada, onde a consórcio construiu um mirante e uma trilha ecológica que leva à Cachoeira de Ahuashiyacu, ponto turístico odebrecht informa Ricardo Paredes explica o método da Terra Armada (ao lado): o passado ajudando o futuro. Acima, Mary Carmen (à esquerda) no Restaurante El Dorado: nova clientela da Cordilheira Escalera, Manuel Bernales, 70 anos, membro da Associação Alto Ahuashiyacu, diz nunca ter visto tanto movimento de turistas. “Tem gente vindo de todas as regiões do Peru e de outros países. A associação contou 5 mil visitantes na cachoeira em julho deste ano; no mesmo mês do ano passado foram 2 mil.” Chegando a Yurimaguas, que só tinha acesso a outras cidades pela trilha de terra e pelo porto fluvial, é possível constatar que o fluxo recente de pessoas vindas pela IIRSA Norte está mudando a economia da cidade. A gerente do restaurante El Dorado, Mary Carmen del Aguila Pérez, comemora a chegada da nova clientela. “Hoje temos clientes de todas as partes dessa região e de outros países, como Bolívia e Chile. O movimento diário dobrou e passamos de quatro para seis funcionários. Tem muito mais trabalho, melhor assim.” CONTEÚDO EXTRA NA EDIÇÃO ONLINE www.odebrechtonline.com.br 27 O futuro já é! texto Marcus Neves / foto Elisa Ramos Ela é baiana, mas está plenamente adaptada ao estilo de vida carioca. Ticiana Leon, 28 anos, transferiu-se em 2006 para o Rio de Janeiro com a missão de coordenar o Tributo ao Futuro. Criado em 2004 pela Odebrecht S.A., esse programa permite aos integrantes da Organização Odebrecht investirem em projetos apoiados pela Fundação Odebrecht, com a contrapartida da dedução dos valores investidos do Imposto de Renda a pagar. Ticiana, filha única dos dentistas Noel e Leila, formada em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e ex-estagiária do Programa Jurídico da Fundação Odebrecht, está feliz com os resultados que o Tributo ao Futuro vem alcançando. Desde 2006, a arrecadação de recursos do programa tem registrado um crescimento médio de 100% ao ano. E ela ainda quer mais. “No início era uma ‘eu quipe’”, diz Ticiana, com seu humor característico. Hoje ela lidera uma equipe de três pessoas e faz questão de dividir o sucesso de sua missão com outras duas pessoas: Renato Baiardi, membro do Conselho de Administração da Odebrecht S.A., e Maurício Medeiros, Presidente Executivo da Fundação Odebrecht. “Sem a confiança deles eu não teria conseguido”, diz Ticiana. “Mas ainda há muito trabalho pela frente.” Uma das maiores razões da motivação de Ticiana vem da experiência que viveu como integrante da equipe de Projetos da Fundação. Ela passou dois anos e meio no Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Baixo Sul da Bahia. “Vi de perto como se desenvolvem os capitais produtivo, humano, social e ambiental, para o crescimento de jovens e suas comunidades, em uma região historicamenrte carente de investimentos sociais”, ela diz. “Vi de perto como se desenvolvem os capitais produtivo, humano, social e ambiental, para o crescimento de jovens e suas comunidades” odebrecht informa 28 produção agrícola Terreno fértil para a realização Na comunidade de Mata do Sossego, famílias assentadas Assentamento Mata do Sossego: desenvolvimento humano, social e ambiental vivenciam uma nova forma de organização texto Mariana Menezes fotos Almir Bindilatti No município de Igrapiúna, no Baixo Sul da Bahia, a comunidade do assentamento Mata do Sossego experimenta uma nova proposta de organização da produção agrícola. Com orientação técnica e apoio administrativo, integrou-se à Cooperativa dos Produtores de Palmito do Baixo Sul (Coopalm) e aumentou sua renda média familiar mensal de R$ 150 para R$ 700. As 82 famílias assentadas eram desarticuladas, improdutivas e conviviam com altos índices de violência. Após um processo de mobilização e seleção, 39 delas iniciaram o cultivo do palmito de pupunha. A comunidade evoluiu não só em relação à renda, mas em termos de desenvolvimento humano, social e ambiental, tornando-se exemplo de assentamento. odebrecht informa “Não houve intervenção. Construímos conjuntamente o futuro desejado, e este sonho partiu da própria comunidade” [ Roberto Lessa ] Uma parceria com o Banco do Brasil, com a contratação de operações de crédito rural via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), torna possível a atividade produtiva. “O recurso é liberado de uma única vez para a Coopalm, que repassa as parcelas aos produtores, respeitando o calendário agrícola”, explica Roberto Lessa, que acompanhou a comunidade desde o início do mobilizados para aprender Agenor de Souza e outros 63 cooperados da Mata do Sossego se mobilizaram quando não conseguiram a quantidade necessária de mudas de pupunha para o início do plantio em 2007. Aprenderam novas técnicas e implantaram um germinador comunitário, passando a produzir suas próprias mudas. O resultado foi acima do esperado e, na época, o excedente foi vendido para abastecer seu antigo fornecedor. projeto, em 2005, e hoje é responsável pelo Núcleo de Aliança Cooperativa da Fundação Odebrecht, instituição que também apoia a iniciativa. A Coopalm acompanha os financiamentos, a elaboração de projetos e a prestação de contas. Com assistência técnica, os moradores da Mata do Sossego plantaram 50 hectares com recursos liberados pelo Pronaf previstos para apenas 39 ha de plantio. “Estamos alcançando o que sempre sonhamos”, comemora o agricultor José Marculino dos Santos. palmito certificado O palmito produzido pela Coopalm tem os certificados ISO 9001 (Gestão da Qualidade), ISO 14001 (Gestão Ambiental), APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle), além do Rainforest Alliance Certified, que auxilia o consumidor a identificar produtos agrícolas de origem responsável. CONTEÚDO EXTRA NA EDIÇÃO ONLINE www.odebrechtonline.com.br odebrecht informa 30 foto: Acervo FIEB José Mascarenhas recebe comenda José de Freitas Mascarenhas, Responsável por Desenvolvimento de Oportunidades e Representação na Odebrecht S.A, recebeu no dia 20 de agosto a Ordem do Mérito Industrial 2009, em cerimônia no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), em Salvador. A Ordem do Mérito Industrial é a mais importante comenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e destaca anualmente personalidades que contribuem para o desenvolvimento da economia. José Mascarenhas foi indicado pela Fieb e homologado pelo Conselho da Ordem do Mérito da CNI, formado por cinco presidentes de federações de indústria. A comenda foi entregue por Armando Monteiro, Presidente da CNI, na presença de líderes empresariais e políticos, além de colegas, familiares e amigos do homenageado. Angolanos na ETH Howard Gardner, um dos mais famosos psicólogos cognitivistas do mundo, participou do ciclo de palestras Fronteiras Braskem do Pensamento, em 18 de agosto, no Teatro Castro Alves, em Salvador. O tema de sua exposição foi “Educação no Século XXI”. Professor da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, Gardner falou sobre o conceito da Teoria das Inteligências Múltiplas (IMs), desenvolvido por ele em 1983. A psicologia tradicional defende que as pessoas possuem apenas uma inteligência, enquanto a teoria das IMs descreve nove tipos: linguística, lógico-matemática, musical, espacial, interpessoal, intrapessoal, corporal, naturalista e existencial. Segundo Gardner, ao contrário dos testes psicométricos (Q.I.), que reduzem a inteligência da pessoa a um número, as nove inteligências abrem um mundo de possibilidades. Outro tópico bastante discutido: odebrecht informa as "cinco mentes" que ele considera essenciais para o futuro. Segundo Gardner, os indivíduos do século XXI têm de saber administrar suas atividades (mente disciplinada), distinguir as informações que lhes são úteis (mente sintetizadora), ir além do que já é conhecido (mente criativa), saber conviver com a diversidade (mente respeitosa) e ser bons trabalhadores e cidadãos (mente ética). “Quem não é letrado, não tem conhecimentos básicos ou pelo menos uma área de expertise estará ou desempregado ou trabalhando para alguém que tenha essas habilidades”, resumiu. O Fronteiras Braskem do Pensamento terá prosseguimento em 29 de setembro, com a participação do ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 2007, Eric Maskin. No dia 16 de outubro será a vez da psicanalista Maria Rita Kehl. Fechando o ciclo 2009, o jornalista Tom Wolfe fará palestra em 11 de novembro. Sessenta integrantes da Biocom, empresa angolana que produz açúcar e álcool, estão passando por um programa de treinamento na Unidade Eldorado da ETH Bioenergia. Até o fim de 2009, receberão aulas teóricas e práticas nas áreas agrícola, industrial e administrativa. Serão 1.200 horas de atividades. Compromisso nacional No dia 25 de junho, as cinco unidades da ETH Bioenergia aderiram ao Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-açúcar. Ao todo, 303 unidades produtoras, cerca de 75% de todas as unidades em operação no país, assinaram o documento, que prevê a regularização e a redução da terceirização de trabalhadores e a criação de soluções que requalifiquem aqueles que foram afetados pela crescente mecanização do plantio e da colheita. Caminhada na Venezuela A Primeira Caminhada Braskem na Venezuela, realizada em 29 de agosto, em Caracas, permitiu aos cerca de 100 participantes apreciarem a agradável paisagem do Parque del Este. O evento promoveu a integração da equipe da Braskem e de seus familiares com os parceiros da estatal Pequiven (Petroquímica da Venezuela) e da Construtora Norberto Odebrecht (CNO), e celebrou os três anos da Braskem na Venezuela, além do sétimo aniversário de formação da empresa. Segundo João Batista Matos, integrante da Braskem que reside em Caracas desde setembro de 2008, “a caminhada proporcionou a integração das famílias que vivem na Venezuela e reforçou o compromisso da companhia com a saúde e a qualidade de vida das pessoas”. Emma Marisol Delgado, venezuelana que trabalha na área de Plantas Industriais da CNO, afirmou: “Este tipo de evento, mais do que promover as relações interpessoais, contribui para estreitar os laços e o sistema de comunicação, favorecendo o trabalho em equipe”. Na opinião de Samir Dib, integrante da Pequiven alocado ao projeto da Propilsur (empresa constituída pela Pequiven e pela Braskem), a caminhada não foi apenas um evento de atividade física, mas, sobretudo, uma oportunidade para “estreitar ainda mais os laços que unem a Braskem e a Venezuela e, em particular, a Braskem e a parceira Pequiven”. De um lado, medo, culpa e isolamento, decorrentes dos sa-crifícios pessoais – sobretudo a redução do tempo para convívio com a família e os amigos. De outro, aumento da segurança profissional, da autoconfiança e da disciplina. Tudo isso foi apon-tado pela pesquisadora Maria Rosa Trombetta, da Universidade de São Paulo (USP), em sua dissertação de mestrado, após ter entrevistado participantes do Programa de Formação em Finanças da Organização Odebrecht, com atividades predominantemente online. O trabalho de Maria Rosa teve como objetivo verificar os resultados obtidos pelos “estudantes-executivos” ao incorporarem atividades educacionais corporativas online a sua rotina. Conclusão da pesquisadora: “Os ganhos cognitivos e afetivos em relação à atividade educacional online superam as perdas, contribuindo para o desenvolvimento pessoal e profissional”. Tiro de Guerra fotos: almir bindilatti foto: arquivo braskem Entre perdas e ganhos, a busca pelo crescimento A partir da esquerda, Heraldo Rocha, Deputado Estadual; Ramiro Campelo, Prefeito de Valença e Diretor do Tiro de Guerra; General de Divisão Mário Matheus de Paula Madureira, Diretor do Serviço Militar do Exército; General Marius Teixeira Neto, Comandante Militar do Nordeste; Roselidiana Viana Farias, Presidente da Câmara de Vereadores de Valença; Norberto Odebrecht, Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Odebrecht, e General João Francisco Ferreira, Comandante da 6ª Região Militar A inauguração do Tiro de Guerra de Valença, no Baixo Sul da Bahia, em 29 de julho, é fruto de uma parceria entre a Prefeitura de Valença e a Fundação Odebrecht, que investiu R$ 871 mil na construção das instalações. Os Tiros de Guerra são órgãos de formação de reserva do Exército brasileiro e contribuem para a fixação dos jovens em suas cidades de origem. O General Marius Teixeira Neto, Comandante Militar do Nordeste, afirmou: “Um estado ou país só pode crescer e se desenvolver se agir de forma harmônica, com todos os segmentos da sociedade envolvidos”. odebrecht informa 32 por Paulo Nassar A comunicação é essencial a Por isso, deve ser transparente, percebida como vontade do gestor, e revelar, em todas as suas relações, o sentido de perenizar e valorizar a humanidade A importância da comunicação para as organizações, como elemento estratégico de gestão, é inquestionável, sobretudo hoje, quando a tecnologia faz com que todos sejam tudo ao mesmo tempo: funcionário, consumidor, formador de opinião, acionista, etc. Segundo Philip Kotler, professor da Kellogg School of Management, da Universidade Northwestern, dos Estados Unidos, “a importância das informações transmitidas pelas empresas passou a ser menor do que a das criadas pelo consumidor”, o que nos dá a medida do deslocamento de forças no mercado, diante das quais as empresas buscam o reequilíbrio. odebrecht informa Nesse contexto, vale lembrar a célebre hierarquia das necessidades humanas, representadas na pirâmide de Abraham Maslow (1908-1970), em cuja base estão as necessidades fisiológicas, seguidas, de baixo para cima, das necessidades de segurança, sociais, de estima e autorrealização. O atendimento delas, de maneira a valorizar a gestão, só é viabilizado por meio de uma boa comunicação, cujo eixo está no desempenho equilibrado da empresa nos âmbitos econômico, social e ambiental. Portanto, a comunicação é a essência das relações – dentro e fora dos muros da empresa – e permeia a vida de todos nós. Dela, muitas vezes resulta o sucesso ou o fracasso de uma empreitada. Na organização, ela é essencial para a sua própria existência. Por isso, deve ser transparente, percebida como vontade do gestor, e revelar, em todas as suas relações, o sentido de perenizar e valorizar a humanidade, além de atuar diretamente nos rituais, no diálogo, na identidade, na cultura e na memória daquele grupo de pessoas que a constitui. Paulo Nassar é Diretor-Geral da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial e Professor da Escola de Comunicações e Artes da USP Peru, 1979. A Odebrecht participava da foto: arquivo odebrecht construção da Hidrelétrica Charcani V, obra que exigiu a perfuração de 13 km de túneis nas rochas fragmentadas do vulcão Misti, na Cordilheira dos Andes, a uma altitude de 3.600 metros, em região de frequentes tremores de terra e com temperatura de até 18ºC negativos. Foi assim, nesse ambiente desafiador, que um grupo de pioneiros deu início à atuação internacional da Odebrecht. foto: Dario de freitas Acreditar Silvana Maria da Silva conquistou uma profissão. Ela trabalha como carpinteira em Jeceaba, Minas Gerais. Formou-se em junho no Programa de Qualificação Profissional Continuada – Acreditar. Criado nas obras da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, em construção no Rio Madeira, em Rondônia, o Acreditar está sendo implantado em projetos com a participação da Odebrecht em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, e encontra-se em fase de pré-implantação na Líbia. De Rondônia para o mundo árabe, o Acreditar vai se consolidando como uma iniciativa de capacitação dotada de potencial para transformar o cenário da formação profissional no Brasil e em outros países.