Boletim da CCI TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA CORREGEDORIA DAS COMARCAS DO INTERIOR Salvador, 23 de maio de 2013 Ano 2 Nº 5 Correição revela caos em Luís Eduardo Magalhães A c o r r e i ç ã o g e r a l a u x i l i a r e s J o s é C a r l o s circular de nove páginas para a estruturais, além de um quadro extraordinária realizada em Rodrigues e Ícaro Matos, além Presidência do Tribunal de absolutamente desértico no Luís Eduardo Magalhães, dos servidores Adriano Villar, Justiça – com cópia para o p l a n o f u n c i o n a l , c u j a s entre os dias 30 de abril e 3 conseqüências são de maio, revelou a situação desastrosas para a imagem dramática por que passa a do Poder Judiciário da Bahia, comarca do Oeste do além, evidentemente, dos Estado, numa das regiões efeitos devastadores no que mais ricas da Bahia. tange ao cumprimento da missão jurisdicional diante Praticamente não tem daquela comunidade”, servidores e os serviços conforme um trecho do judiciários são documento. implementados mercê da boa vontade da Prefeitura O corregedor pede também que disponibiliza mais de que seja realizado concurso trinta servidores, aluga o público pela Presidência ou, prédio onde funciona o como alternativa, delegada à fórum, além de fornecer C o r r e g e d o r i a , todo o material de imediatamente, competência expediente necessário para realizar concurso para o trabalho. público específico e dirigido O Corregedor das Comarcas do Interior, desembargador Antonio Pessoa Cardoso, falando aos servidores para a comarca de Luís To d a a s i t u a ç ã o f o i da comarca durante a cerimônia de abertura dos trabalhos de correição. Eduardo Magalhães, constatada pela comitiva da visando ao provimento, Corregedoria das Elizângela Silva, Alexandro Conselho Nacional de Justiça ainda que parcial, mas, ainda C o m a r c a s d o I n t e r i o r, Carreiro e Ana Tereza Ávila. relatando a “situação de assim, emergencial, das vagas presidida pelo corregedor Ao final dos trabalhos, o a b s o l u t a a u s ê n c i a d e d i s p o n í v e i s n o q u a d r o Antonio Pessoa Cardoso, e corregedor enviou ofício ao condições materiais e infra- funcional daquela localidade. que contou com os juízes O Corregedor das Comarcas do Interior, desembargador Antonio Pessoa Cardoso, durante a audiência com advogados que atuam na comarca de Luís Eduardo Magalhães. Da esquerda para a direita: Claudemir da Silva Pereira, juiz titular da comarca, José Carlos Rodrigues do Nascimento, juiz auxiliar da Corregedoria, Pedro Rogério de Castro Godinho, juiz titular da comarca e Icaro Almeida Matos, juiz auxiliar da Corrgedoria, na solenidade de encerramento da correição. Nosso Contato Corregedoria das Comarcas do Interior Sala 301 - Prédio Anexo do TJBA 5ª Av. do CAB, nº 560 Salvador/BA - Brasil CEP – 41.745-971 Recepção Geral – (71) 3372-5088 E-mail: [email protected] Site: http://www.tjba.jus.br/corregedoria Facebook: http://www.facebook.com/CorregedoriasBA Chefia de Gabinete CCI Secretaria - (71) 3372-5122/5645 Assessoria Jurídica - (71) 3372-1847 Fax - (71) 3372-5557 Publicação Mensal da CCI Equipe Responsável Núcleo de Informática e Comunicação das Corregedorias Boletim da CCI TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA CORREGEDORIA DAS COMARCAS DO INTERIOR 2 Geral I Técnicos das corregedorias visitam Trabalhadora Rural ganha apoio da Tribunal de Justiça de Sergipe Corregedoria de Sergipe. Durante dois dias – 9 e 10 de maio – o grupo participou de r e u n i õ e s técnicas, nas quais tiveram acesso às informações s o b r e o s programas Equipe do TJBA em visita a Corregedoria Geral da Justiça de Sergipe desenvolvidos Conhecer sistemas e procedimentos relativos ao pela corte do estado vizinho. controle dos cartórios judiciais Os servidores foram recebidos e extrajudiciais, que podem ser pela corregedora-geral da trazidos para a Bahia. Esse foi Justiça, desembargadora o objetivo da visita dos S u z a n a M a r i a C a r v a l h o servidores Divalmir Pires, Oliveira, e pelos juízesAdriano Villar, Carla Weber, corregedores Francisco Alves Elka Dantas e João Paulo Júnior e Anuska Rocha Souza. Pereira, ao Tribunal de Justiça Tribunal de Justiça perde juiz em acidente de moto Banner oficial do programa PNDTR A Corregedoria das Comarcas do Interior voltou a colaborar com a Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário para a aplicação do Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural, o PNDTR. Por meio de Portaria, o corregedor Antonio Pessoa Cardoso determinou que cartórios do Registro Civil das Pessoas Naturais de 15 comarcas e distritos judiciários permaneçam abertos nos dias determinados, para a realização do evento. A Portaria também incumbe aos juízes, titulares ou substitutos, no limite das suas Jurisdições, fiscalizar a concretização e eficácia do ato. Tribunal Pleno determina afastamento de juiz Sessão do Pleno do Tribunal de Justiça da Bahia Foto extraída da Internet O juiz Marcelo Luiz Santos Freitas, titular da Comarca de Nova Soure, morreu após um grave acidente de moto no último dia 4 de maio. O magistrado, que completaria 37 anos no dia 14 de julho, dirigia o veículo quando se chocou com uma caminhonete S10, na BR-116, próximo ao povoado de Trindade, no município de Cícero Dantas. O juiz seguia para Paulo Afonso, na região do Vale do São Francisco, onde participaria de um encontro de motociclistas. Marcelo Luiz Santos Freitas foi nomeado em 22 de dezembro de 2005 e tomou posse no ano seguinte, em 13 de janeiro. Como juiz substituto passou por Salvador, Vitória da Conquista, Euclides da Cunha, Parapiranga e Nova Soure, comarca de entrância inicial onde assumiu como na condição de juiz titular. Em reunião plenária no dia 17 de abril, os desembargadores do Tribunal de Justiça, por unanimidade, decidiram pelo afastamento cautelar do juiz Luiz Roberto Cappio por 90 dias de suas funções como magistrado. Os desembargadores julgaram um processo administrativo movido pelo Ministério Público que elencava problemas de relacionamento do juiz com três promotores da Comarca de Monte Santo, com os servidores e com o delegado de polícia local. Ainda de acordo com a ação, havia baixa produtividade. Em um trecho da ação, o Ministério Público diz que o “magistrado age em total desrespeito à própria função judicante e que os Promotores de Justiça se recusam a realizar audiência presidida pelo Representado. E, também, “observou que Juiz de Direito é ríspido e utiliza palavras de baixo calão, chegando a jogar os autos de processos, com violência, sobre a mesa”. O Pleno apurou a representação de nove advogados contra o magistrado que, a pedido do desembargador Castelo Branco, será submetido a um exame de sanidade mental. Boletim da CCI TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA CORREGEDORIA DAS COMARCAS DO INTERIOR 3 Geral II Universidade Corporativa do TJBA ganha reconhecimento nacional Os números impressionam. Em apenas três anos de atividades, são quase 4 mil servidores capacitados em um total de 350 mil horas/aula. A Universidade Corporativa do Tribunal de Justiça da Bahia comemora os resultados que estão revolucionando a prestação jurisdicional em todas as comarcas do estado. É o resultado de uma aposta na valorização do servidor e do magistrado do Poder Judiciário baiano. O curso Capacitação em Práticas Judiciárias, que trabalha competências essenciais, específicas e estratégicas, por grupo funcional, atingiu em 2011, 2,4 mil funcionários espalhados nos cartórios judiciais da capital e em 27 comarcas no interior. Foram abordados temas como C a p a c i d a d e s Comportamentais, Cidadania Organizacional, Ética, Serviço Público, Desenvolvimento de Lideranças Judiciais, Temas Contemporâneos do Direito, dentre outros. A tecnologia ajuda. Enquanto que em Salvador o curso foi presencial - em salas de convenções em um hotel da cidade, no interior as aulas foram telepresenciais, transmitidas diretamente do estúdio da FGV/Direito Rio, primeira parceira do Programa, para os salões do Júri das comarcas polo. E para completar, todos os servidores e juízes que participam dos cursos receberam tablets, como recurso didático. Não há utilização de papel. Todo material didático e todas as informações acadêmicas estão disponíveis com acesso mediante login e senha pessoal. Em 2012, agora em parceria com o Instituto de Direito Público, o IDP, a Unicorp reedita o curso Capacitação em Práticas Judiciárias para mais 1,3 mil servidores que não conseguiram participar em 2 0 11 . N e s t e c a s o , u m a novidade: a unificação do curso na capital. O Tribunal de Justiça arca com as despesas de deslocamento e paga as diárias dos servidores do interior. Foi a e stratégia encontrada para atender comarcas que possuem número insuficiente de servidores para formação de turmas locais. Mas o programa não para. A Capacitação em Práticas Judiciárias está no nível Av a n ç a d o , a p r o f u n d a n d o conhecimentos relativos às práticas de trabalho. São 40 horas/aula, desenvolvendo conteúdos que otimizem as atividades dos oficiais de J u s t i ç a Av a l i a d o r e s , d o s servidores dos Juizados Especiais e dos cartórios do 1º e do 2º Grau. É a Unicorp garantindo a formação continuada. Foi concluído em meados de maio o curso de Capacitação em Prática Administrativa com duas turmas, em um total de 100 horas/aula para 90 servidores. O público-alvo são os servidores que atuam nas áreas de: recursos humanos, orçamento, planejamento, finanças, administração geral, etc, com disciplinas essenciais para o desempenho das atividades inerentes a esses segmentos. A Unicorp a partir de 2012 também oferece cursos para magistrados. O Curso de Extensão – Aperfeiçoamento da Prática Jurídica para juízes e desembargadores, com100 horas/aula, é credenciado pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM) e foi oferecido na modalidade presencial para três turmas na capital. No interior o curso acontece na modalidade telepresencial nos polos de Barreiras, Feira de Santana, Ilhéus, Juazeiro, Senhor do Bonfim, Teixeira de Freitas e Vitória da Conquista. A Universidade Corporativa é também parceira da Universidade Federal da Bahia e da Escola de Magistrados da Bahia - EMAB no Mestrado de Profissionais de Segurança Pública, Justiça e Cidadania e no Curso Modular em Atividade Judicante, ambos destinados a juízes. Com tantas atividades e resultados positivos, não tardou o reconhecimento nacional. O grupo de trabalho instituído pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para elaborar a Política Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Servidores do Poder Judiciário elegeu a UNICORP TJBA representante da Região Nordeste. Também integram o grupo mais nove membros, com seus respectivos representantes institucionais: CNJ, Justiça Federal, Justiça do Trabalho, Justiça Militar, Justiça Eleitoral, TJ de Santa Catarina – Região Sul, TJ do Mato Grosso do Sul – Região Centro-Oeste, TJ de Rondônia., Região Norte e TJ de São Paulo – Região Sudeste. O aniversário de três anos será comemorado em 7 de julho. Em 2010, uma placa comemorativa marcava o início dos trabalhos da Unicorp, uma universidade corporativa de gente grande. A Corregedoria das Comarcas do Interior recomenda a participação dos servidores nos cursos da UNICORP. Mosteiro de São Bento vai restaurar livros dos cartórios extrajudiciais Livros de cartórios extrajudiciais de todo o Estado, com informações preciosas, que contam um pouco da história da Justiça e do Brasil, serão recuperados graças à parceria firmada entre o TJBA, as corregedorias Geral da Justiça e das Comarcas do Interior, e o Mosteiro de São Bento. O termo de cooperação técnica, assinado no início de maio, terá duração de cinco anos e prevê a r e s t a u r a ç ã o d e aproximadamente 1,7 mil livros. Os documentos serão restaurados nas dependências do mosteiro, o mais antigo das Américas, localizado no centro da cidade. Mas, inicialmente, os livros serão levados para o Tribunal, onde uma equipe da Secretaria da Tecnologia e Modernização irá digitalizar os documentos, antes de enviá-los para o Centro de Pesquisa e Documentação do Livro Raro do Mosteiro de São Bento. Reunião com membros das Corregedorias, NDI, SETIM e Mosteiro de São Bento Conselho Nacional de Justiça segue com correição na Bahia Com o objetivo de verificar o funcionamento das equipes dos setores administrativos, judiciais e extrajudiciais, o Conselho Nacional de Justiça baixou Portaria, no dia 3 de maio, informando a continuidade das atividades da Corregedoria Nacional de Justiça no Tribunal de Justiça da Bahia. A Portaria, assinada pelo corregedor Nacional de Justiça, ministro Francisco Falcão determina que os trabalhos aconteçam das 9h às 18h. Os juízes auxiliares da Corregedoria Nacional de Justiça terão a colaboração do juiz de Direito Daniel Issler, do Tribunal de Justiça de São Paulo, e de três servidores da Receita Federal. Boletim da CCI TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA CORREGEDORIA DAS COMARCAS DO INTERIOR 4 5ª Região Visita Regimental: problemas se repetem nas comarcas O corregedor Antonio Pessoa Cardoso e o juiz auxiliar Ícaro Matos cumpriram visita regimental, entre os dias 7 e 10 de maio, a 12 comarcas situadas na região do semiárido baiano. Em todas elas, as reclamações se repetiam, principalmente sobre carência de servidores, insegurança no fórum e falta de pagamento de substituições. Teofilândia - O que mais chamou a atenção foi o funcionamento do Fórum de forma improvisada em uma casa que não é compatível com a instalação dos cartórios. A Vara Cível funciona em uma sala com menos de oito metros quadrados para abrigar os servidores e cerca de 3.500 processos. O Registro Civil funciona na antiga garagem da residência. Banheiros são u t i l i z a d o s p a r a armazenamento de objetos e processos arquivados. Araci - O Fórum tem boa estrutura e , apesar da carência de servidores, os cartórios encontram-se organizados. Um aspecto de importante contribuição para o funcionamento da comarca foi a disponibilização, pela Prefeitura, de um veículo para cumprimento de mandados e ordens judiciais. Tucano - Também se destaca a boa estrutura do Fórum. A comarca considerável volume processual. A carência de servidores também é uma realidade, sobretudo, por conta dos cartórios extrajudiciais ainda sob responsabilidade do TJ até outorga da delegação. Os servidores mencionaram que a população se ressente da falta de promotor de Justiça titular apesar da atenção dispensada pelo substituto. Ribeira do Pombal - Apesar da recente reforma no prédio do fórum, mostra-se necessário a ampliação em razão do volume processual da comarca, sobretudo, em função das novas varas previstas na LOJ. Servidores insuficientes para a demanda de serviço. População se ressente da falta de defensores públicos na comarca. Paripiranga - As Varas Cível e Criminal demostraram a realização de inspeções anuais contínuas para p o s s i b i l i t a r o acompanhamento dos serviços prestados na Comarca. Ponto de destaque a parceria com a Faculdade AGES, com excelente infraestrutura, viabilizando o funcionamento do Balcão da Justiça e da Cidadania e do Juizado informal como instrumentos de redução de demanda e estímulo à conciliação. Cícero Dantas - Pelo volume da comarca, é um pleito a instalação da 2ª Vara Cível, conforme previsão na LOJ. Os Juizados Especiais também contam com quadro funcional próprio, mas a Vara do Sistema de Juizados não foi instalada. Ponto de destaque a gestão processual e cartorária levada a cabo pelas duas magistradas da comarca, inclusive, tendo sido recolhido material elaborado pela juíza Cristiane Menezes (Manual de Procedimentos) para a análise da Comissão de Estudo do Código de Normas dos Cartórios Judiciais. Jeremoabo - Os magistrados titulares informaram que vêm dando cumprimento às recomendações feitas na inspeção realizada pela Corregedoria das Comarcas do Interior na comarca no início do ano. Destaque para o Projeto realizado na Vara da Infância e da Juventude "Criança Brincando e se Transformando". A extensão territorial da Comarca é imensa, englobando quatro municípios, o que dificulta os serviços judiciais, sobretudo, pela falta de transporte regular. Paulo Afonso - Intenso volume processual, agravado com o recebimento do acervo da desativada comarca de Glória. Servidores insuficientes. Fórum inadequado ao funcionamento das unidades judiciárias, seja pelo aspecto, seja pela falta de espaço. OAB e Defensoria enfatizaram a necessidade de provimento das duas Varas Criminais, sem magistrados titulares, sobretudo, pelo imenso número de presos provisórios (383). Anuncia-se que a comarca foi indicada para realização de mutirão conforme solicitação do CNJ, que deve ocorrer em breve. Houve participação da sociedade pauloafonsina na reunião com o corregedor, quem participou de evento na Faculdade Sete de Setembro, falando para os estudantes de direito sobre a estrutura do Poder Judiciário. Na ocasião o Juiz Auxiliar da CCI, Icaro Almeida Matos, palestrou sobre a importância do estágio na formação do profissional do direito. Antas - A comarca não dispõe de servidores em número suficiente. Nos cartórios judiciais, escreventes desempenham a função de escrivães há mais de 20 anos. Rachaduras também são visíveis no prédio do fórum. Chorrochó - Partindo de Paulo Afonso, para continuar à viagem regimental em direção à Chorrochó, Abaré e Curaçá, necessário foi seguir por estrada do Estado de Pernambuco, em razão das péssimas condições da estrada baiana. Assim, a equipe da corregedoria passou por Petrolândia, Floresta, Belém do São Francisco, até atingir o Trevo do Ibó, retornando ao estado da Bahia. Com a desativação de comarcas no interior, os processos oriundos de Rodelas e Macururé foram encaminhados para Chorrochó. Entretanto, há necessidade de redimensionar o espaço dos cartórios, além de dotá-los de estantes e armários suficientes para acomodar adequadamente todos os processos. Os feitos oriundos de Rodelas e Macururé ainda permanecem em caixas, amontoadas no chão dos cartórios cível e criminal. Abaré - Não há sede própria, funcionando precariamente em uma casa residencial pequena e inadequada à prestação dos serviços. O curioso é que foi iniciada a construção do fórum por empreiteira que abandonou as obras, dando prejuízos a comerciantes da cidade e ao próprio Tribunal, havendo necessidade de acompanhar a questão de perto para efetivar a construção da sede própria e responsabilizar os causadores dos danos. Fica o agradecimento aos servidores da comarca pela recepção da equipe da Corregedoria com maravilhoso almoço. Curaçá - Saindo de Abaré, novamente foi necessário trafegar por estrada pernambucana, passando por Cabrobó, Orocó e Santa Maria da Boa Vista, aonde atravessamos o Rio São Francisco de balsa, chegando à Curaçá. Assim foi encerrada a visita, chamando atenção o péssimo estado de conservação da casa oficial destinada à moradia do magistrado. Sem condições de habitar o imóvel, o juiz Adriano Sandes paga aluguel. O fórum também carece de espaço para melhor atender à população e de segurança. Também fica o agradecimento da corregedoria pela atenção que foi dispensada pelos servidores e magistrado da comarca, tendo o roteiro sido encerrado com delicioso lanche. Boletim da CCI TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA CORREGEDORIA DAS COMARCAS DO INTERIOR 5ª Região TEOFILÂNDIA 5 ARACI TUCANO RIBEIRA DO POMBAL PARIPIRANGA CÍCERO DANTAS JEREMOABO PAULO AFONSO Boletim da CCI TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA 6 5ª Região CORREGEDORIA DAS COMARCAS DO INTERIOR ANTAS CHORROCHÓ ABARÉ CURAÇÁ ERRATA Na última edição de número 4 do boletim da Corregedoria das Comarcas do Interior publicado em 23 de abril de 2013, deixamos de publicar a foto que retrata o encontro do Corregedor e do juiz auxiliar com os servidores da PIRITIBA comarca de Piritiba. Alertados sobre a falha, publicamos, com grande destaque, a foto ao lado que registra este e n c o n t r o acontecido na Visita Regimental à comarca de Piritiba durante os dias 20 a 22 de março deste ano. Boletim da CCI TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA CORREGEDORIA DAS COMARCAS DO INTERIOR 7 2ª Região Sem estrutura, comarca de Luís Eduardo Magalhães pede socorro Uma comitiva formada pelo corregedor Antonio Pessoa Cardoso, os juízes auxiliares José Carlos Rodrigues e Ícaro Matos e os servidores Adriano Vi l l a r, E l i z â n g e l a S i l v a , Alexandro Carreiro e Ana Tereza Ávila visitou Luis Eduardo Magalhães, no oeste do Estado, para a realização de uma correição geral extraordinária. A ação, prevista na Portaria 97/2013, foi determinada a partir de dados levantados pela Corregedoria das Comarcas do Interior quanto à precariedade das condições de funcionamento da comarca. Os trabalhos foram iniciados na manhã de 30 de abril, no fórum local, com uma audiência que contou com a presença dos juízes titulares Pedro Godinho e Claudemir Pereira, e todos os servidores. Ainda na mesma manhã, foi a vez da reunião com representantes da sociedade civil. O presidente do Sindicato de Produtores Rurais, Vanir Koll; o representante do Banco SICREDI, Abel de Oliveira; o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Luís Eduardo Magalhães, Carlinhos Pierozan; o bispo Ricardo Knupp, 2º vicepresidente da Associação de Pastores de Luís Eduardo Magalhães e advogados, também estiveram na audiência. O presidente da OAB local, o advogado Carlos César Cabrini, presente ao encontro, disse que a comarca pede “socorro”.De acordo com ele, há problemas na distribuição de processos, a exemplo de pedidos liminares que não são apreciados em tempo. Já o advogado Gilvan Almeida, presidente do Clube dos Advogados de Luís Eduardo Magalhães, afirmou que muitos colegas já buscam o foro de Brasília devido aos problemas na comarca. Já o vereador Jarbas Rocha informou que a Câmara Municipal cede cinco funcionários para o Poder Judiciário. Em seguida, o prefeito Humberto Santa Cruz Filho pediu a palavra e lembrou que, além de doar uma área para a construção do novo fórum da comarca, se não houvesse o compromisso de ceder os funcionários, poderia construir duas escolas por ano no município. O prefeito disse que, no futuro próximo, terá que retirar os funcionários cedidos do fórum em respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal. E, finalmente, pediu que a Comarca de Luís Eduardo Magalhães seja a primeira a ter os problemas resolvidos, já que foi a primeira a passar por uma correição geral. À tarde, ainda no dia 30, foi a vez de uma audiência exclusiva com os advogados que militam na comarca. O corregedor lembrou, no início da audiência, que entre 2010 e meados de 2012 cerca de mil servidores pediram aposentadoria, o que não justificaria o argumento de que não há orçamento suficiente para a realização de concurso. Disse ainda que existem 4 mil petições não cadastradas na comarca. O presidente da OAB local afirmou que os maiores problemas estão na Vara Cível. Segundo ele, a unidade é desorganizada, apresenta processos sumidos desde 1997 e que as movimentações lançadas no sistema não condizem com a realidade. Os advogados também lembraram dos problemas nos cartórios extrajudiciais. Após os trabalhos realizados nos cartórios das varas Crime e Cível, foi promovida uma audiência para marcar o encerramento dos trabalhos de correição. O Salão do Júri do Fórum recebeu magistrados, servidores, promotores e advogados que ouviram do juiz auxiliar José Carlos Rodrigues do Nascimento um breve resumo das atividades desenvolvidas na comarca. Na foto a esquerda, o corregedor fala aos servidores da comarca. Ao centro, foto dos processos inspecionados no cartório da vara crime. Por fim, a direita tem-se o registro da sala de bens apreendidos. Inspeção à delegacia de Luís Eduardo Magalhães onde se vê as péssimas condições das celas. Inspeção também se estenderam aos cartórios extrajudiciais. Boletim da CCI TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA CORREGEDORIA DAS COMARCAS DO INTERIOR 8 3ª Região Corregedor visita Itiruçú, Maracás, Jitaúna, Ipiaú, Itagibá e Ubatã Itiruçú, Maracás, Jitaúna, Ibirataia, Ipiaú, Itagibá e Ubatã. Foram essas as comarcas visitadas pelo Corregedor Antonio Pessoa Cardoso e pela juíza auxiliar Patrícia Cerqueira de Oliveira durante os dias 23 e 24 de abril, em mais uma visita regimental promovida pela Corregedoria das Comarcas do ITIRUÇU Em Itiruçu, local da primeira parada, a união dos servidores – todos uniformizados com brasão da Justiça, numa iniciativa própria - contrasta com as péssimas condições de trabalho na comarca, sem juiz titular há vários anos. A juíza substituta, titular de Jaguaquara – município distante 20 quilômetros – não pôde comparecer por estar adoentada, conforme atestado médico enviado. Não há promotor de Justiça – num município com aproximadamente 20 mil habitantes -, e a queixa onipresente também está ali: falta de segurança. Os servidores pediram equipamentos de informática e uma conexão mais rápida à Internet. Nos extrajudiciais, destaque para o cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais, que já adota o livro de folhas soltas. MARACÁS JITAÚNA Cidade que localiza-se a 166,88 km de Itabuna, fica entre as margens do Rio Preto e o Rio de Contas, e entre Ipiaú e J e q u i é . T e m aproximadamente 15.000 habitantes, conforme dados publicados pelo IBGE em 2010. Durante a visita, a comitiva identificou um problema i n c o m u m e m J i ta ú n a : a comarca não dispõe de recursos para a realização de júris, devido a um problema no sistema de comunicação com a Unidade Gestora. Não há como p a g a r, p o r e x e m p l o , alimentação dos jurados e dos réus. Há juíza titular, mas que não compareceu por estar de licença. A comitiva identificou que existe a necessidade de instalação do Sistema de Controle de Certidões, o SCC no cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais. Interior. Há poucos juízes titulares em comarcas – apenas em Ipiaú, Jitaúna e Ubatã. A sugestão é que haja prioridade na designação de magistrados aprovados no concurso público para a região. A situação é grave. ITIRUÇU MARACÁS O juiz titular de Amargosa, comarca a 170 quilômetros de Maracás, é o substituto da comarca. De acordo com os servidores, o magistrado comparece semanalmente ao fórum, despacha e sentencia. Mas é grande o número de processos – o município tem aproximadamente 25 mil habitantes - e, por isso, o corregedor sugeriu que fossem implantados Juizados Informais de Conciliação, previstos na Resolução 9/2009 do Tribunal Pleno. Os cartórios extrajudiciais dos distritos judiciários de Ibitiguira e Nova Itaípe foram transferidos para Planaltino, a cerca de 30 quilômetros de distância, para onde não há transporte regular. Há um problema a mais que requer parceria com a prefeitura. O cartório de Registro de Imóveis e de Títulos e Documentos, em Maracás, já adota o livro de folhas soltas. Os servidores pedem a troca dos equipamentos de informática e melhorias no serviço de Internet. JITAÚNA Boletim da CCI TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA 3ª Região CORREGEDORIA DAS COMARCAS DO INTERIOR IBIRATAIA Distante 356 Km de Salvador e com aproximadamente 20 mil habitantes (dados do IBGE publicados em 2010), Ibirataia não conta com juiz titular. Quem responde pela comarca é a juíza de Direito titular da Vara Crime de Ipiaú. Foi identificado, de pronto, que os servidores são comprometidos com os serviços. Mas, quase um uníssono no estado, há reclamação quanto à falta de pagamento pela acumulação de funções, devido à carência de servidores. Assim como em Jitaúna, a comarca sofre com a falta de recursos devido à deficiência no sistema das Unidades Gestoras. IBIRATAIA IPIAÚ ITAGIBÁ O município de Itagibá possui 16.000 habitantes, conforme dados publicados pelo IBGE bo ano de 2010. Na Visita Regimental, verificou-se que a comarca, assim como muitas outras, não possui juiz titular e faltam servidores. O fórum necessita passar por uma ampliação a fim de comportar toda a demanda judicial da 9 IPIAÚ Mais estruturada, a comarca de Ipiaú conta com Varas Cível e Criminal, e um Juizado Especial Cível. Mas há deficiências. O juiz da Vara Cível responde pelo Juizado e o fórum, apesar de bem organizado, necessita de ampliação para guardar o acervo de processos. Ainda sobre os juizados, a comitiva foi informada que não há ato de instalação da unidade, o que impossibilita a realização de concurso e a designação de população. Não existem salas para a audiência, nem tampouco para advogados. Durante inspeção feita no fórum local, a Assistência Militar sugeriu no relatório produzido, a instalação de cofres, grades e cerca elétrica como medidas de urgência para garantir a segurança de servidores, magistrados e dos jurisdicionados. ITAGIBÁ UBATÃ Munícipio do sul da Bahia distante 367 Km de Salvador e com uma população de aproximadamente 26.000 habitantes, conta com varas Cível e Criminal. A comarca possui apenas um juiz titular para lidar com feitos do Crime. Durante a Visita Regimental e, após reunião com o corregedor, ficou determinado que fossem UBATÃ juiz. Também constatou-se que 426 petições iniciais aguardavam despacho na Vara Cível e uma ação de improbidade administrativa aguarda despacho há três anos. Servidores também reclamam da dificuldade de deslocamento da comarca até Salvador, nos casos em que é preciso passarem pela Junta Médica. Assim, pedem para que, nestes casos, o o perito se desloque até Ipiaú a fim de examinar o servidor. priorizados os mandados de segurança e as ações de improbidade administrativa. Constatou-se ainda que não há processos de réu preso com excesso de prazo. Porém, existem feitos sobre homicídios sem designação de júri, problema resolvido apenas em março último com a chegada de promotor titular na comarca. Boletim da CCI TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA CORREGEDORIA DAS COMARCAS DO INTERIOR 10 Com a Palavra Desembargador Antonio Pessoa Cardoso Corregedor das Comarcas do Interior do Tribunal de Justiça da Bahia COMARCAS OU FILIAIS? As comarcas, no judiciário, são como as filiais na empresa privada. A matriz é representada pelo tribunal, de onde parte o comando para o desenvolvimento da atividade de prestação de serviços. A desativação de 43 comarcas na Bahia deu-se porque, segundo o gestor, não atendiam às condições para continuarem funcionando; diz que não havia número mínimo de feitos ajuizados anualmente, além de insignificante arrecadação de custas judiciais. A medida extrema causou surpresa e aborrecimento às respectivas c o m u n i d a d e s ; induvidosamente, houve algum erro, na instalação ou na desativação. Já dissemos que há muitas semelhanças entre a atividade pública e a privada. Na instalação de uma comarca (filial) -, busca-se prestação de serviço, enquanto o gestor na área privada quer lucro. Portanto, enquanto em uma, empresa privada, quer-se mais dinheiro, na outra, atividade pública, procura-se distribuir geograficamente melhor os serviços judiciais para facilitar o acesso do cidadão. A lei enumera requisitos para instalação de uma comarca, tais como a extensão territorial, a população, o colégio eleitoral, o aforamento anual de feitos contenciosos, o "edifício do fórum em condições adequadas, contendo instalações condignas para os advogados, representantes da Defensoria Pública e do Ministério Público", as "casas residenciais condignas, que permitam a Juízes, Promotores de Justiça e Defensores Públicos residirem na Comarca", a "cadeia pública em condições de segurança". A empresa não abrirá as portas sem um local adequado, sem os produtos para oferecer ao consumidor, sem um chefe e sem os funcionários. Não se pode nem se deve instalar uma unidade judiciária sem obediência aos requisitos legais, porquanto além de enganar ao cidadão, criará expectativa que poderá ser desfeita em pouco tempo, levando sérios danos de toda ordem ao erário público e à comunidade. As unidades judiciarias do interior do Estado da Bahia, na sua absoluta maioria, não tem um gestor para conduzir a prestação do serviço, o juiz, além de faltar os outros participantes diretos da atividade, o promotor e o defensor público; ausentes ainda os servidores, indispensáveis para movimentar a máquina judiciária. Mas a omissão não para por aí, pois não existe nem o edifício, onde deverá ser prestado o serviço, o fórum. Nem se fala em cadeia pública, outro requisito anotado na lei, pois as existentes são fétidas e desprovidas de qualquer segurança ou higiene. Aliás, os juízes, cônscios de seus deveres, tem interditado muitas dessas unidades prisionais, porque absolutamente abandonadas pelo gestor público. Com todas essas deficiências, a atividade jurisdicional foi iniciada e sabia-se, antecipadamente do desfalque na estruturação da comarca. Se houve estudos, mostrando condições para abertura da unidade, estúpido erro cometeu o gestor público, porque não se preencheu os requisitos mínimos e elementares, estatuídos na lei. Podia-se ter a área geográfica, a população, mas faltavam o ‘edifício do fórum em condições adequadas’, os servidores e o juiz, além da infraestrutura funcional. É o mínimo que se podia exigir, pois, como iniciar uma atividade sem os personagens principais e sem o local para o trabalho? Assim, os poucos servidores, colocados naquela comarca, obrigam-se a sacrificar sua saúde e a própria família, quando exercem a função pública em ambiente promíscuo sem a mínima segurança e desprovido de higiene; merecem, como já dissemos, adicional de periculosidade, pois até a vida fica exposta, diante da absoluta falta de segurança e de condições do imóvel indicado para os serviços judiciários. Esses abusos grosseiros, consistentes na instalação da comarca, sem juiz, sem promotor, sem servidor, sem edifício para o fórum, impedem naturalmente o aforamento anual de feitos, a arrecadação mínima e a movimentação dos processos. Mas, registre-se que essa situação se manteve e devia ser endireitada pelos gestores seguintes, que não se preocuparam em defender o erário público e ‘deixou-se como está para ver como vai ficar’. A situação do judiciário, no interior do Estado, é tão dramática que não causa surpresa, nem constrangimento o fato de ocorrer o fenômeno denominado de prescrição de crimes, ou seja, a extinção da punibilidade, porque os operadores do direito não aplicaram a lei num prazo estabelecido; demorou demais, ficou inerte sem se manifestar. Des. Antonio Pessoa Cardoso. Corregedor das Comarcas do Interior. O homicídio, por exemplo, exige que o Estado-juiz decida pela punição ou absolvição em 20 anos, passados os quais, é-se compelido a arquivar o processo do criminoso. O certo de tudo isso é que o gestor, que se propõe a desativar a comarca, contribui enormemente para dificultar a vida do povo sofrido do interior, porquanto suspende-se uma série de atividades jurisdicionais, que ficam disponíveis, a partir de então, noutra unidade que pode está distante mais de 100 quilômetros. E o pior é que o jurisdicionado, que se desloca para buscar uma certidão, uma sentença, vai encontrar maiores obstáculos, vez que seu processo pode nem está cadastrado na comarca agregadora, apesar de passado mais de um ano. Se o Tribunal buscou diminuir os custos, o que não constitui motivo para desativar uma comarca, sabe-se que as despesas, se diminuíram foi muito pouco, pois algumas delas desativadas mantém os serviços extrajudiciais no prédio do fórum, além de pagar os servidores que optaram para continuar na unidade fechada. O reconhecimento de falta de condições para funcionamento da comarca é posição bastante p e r i g o s a p a r a o g e s t o r, porquanto, na situação atual, restam poucas comarcas com observância da lei. Inclui-se no rol unidades de grande porte, mas que não tem juiz, promotor, defensor, nem servidores. A desativação das comarcas fere o interesse do desenvolvimento regional e ocupação do território do Estado, além de dificultar o acesso do cidadão à justiça.