Actas do Congresso Internacional Espaço Atlântico de Antigo Regime: poderes e sociedades
Comissão de Honra
Presidente da República
Ministro da Ciência e Ensino Superior
Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação
Secretário de Estado Adjunto e da Educação
Embaixador de Cabo Verde
Reitor da Universidade Nova de Lisboa
Presidente do Instituto de Investigação Científica Tropical
Professor Doutor António Manuel Hespanha
Professor Doutor Artur Teodoro de Matos
Professor Doutor Joaquim Romero de Magalhães
Presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia
Presidente do Instituto Camões
Presidente do Instituto Portugues de Apoio ao Desenvolvimento
Presidente da Cãmara Municipal de Lisboa
Presidente da Cãmara Municipal de Oeiras
Banif
Sumol
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Apresentação
Comissão Científica
Maria Emília Madeira Santos
(Departamento de Ciências Humanas /Instituto de Investigação Científica Tropical)
João Paulo Oliveira e Costa
(Centro de História de Além Mar/Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/Universidade Nova de Lisboa)
Consuelo Varela
(Escuela de Estudios Hispano Americanos – Sevilha – CSIC)
Isabel Castro Henriques
(Departamento de História/Faculdade de Letras/Universidade de Lisboa)
Iva Maria Cabral
(Serviços de Documentação e Informação Parlamentar/Assembleia Nacional de Cabo Verde)
José Damião Rodrigues
(Universidade dos Açores – Centro de História de Além Mar/)
Luiz Felipe de Alencastro
(Université de Paris 4/Sorbonne – Centre d’Etudes du Brésil et de l’Atlantique Sud)
Maria Beatriz Nizza da Silva
(Universidade de São Paulo)
Maria do Socorro Ferraz
(Universidade Federal de Pernambuco)
Rosa Cruz e Silva
(Arquivo Histórico Nacional de Angola)
Stuart B. Schwartz
(Yale University)
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Actas do Congresso Internacional Espaço Atlântico de Antigo Regime: poderes e sociedades
Comissão Executiva
Miguel Jasmins Rodrigues
(Departamento de Ciências Humanas /Instituto de Investigação Científica Tropical)
André Teixeira
(Centro de História de Além Mar/Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/Universidade Nova de Lisboa)
Ângela Domingues
(Departamento de Ciências Humanas /Instituto de Investigação Científica Tropical e Centro de História de AlémMar)
Lêda Oliveira
(Universidade do Algarve)
Maria Manuel Torrão
(Departamento de Ciências Humanas /Instituto de Investigação Científica Tropical)
Ana Rita Domingues
(Centro de História de Além Mar/Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/Universidade Nova de Lisboa)
Pedro Lage Correia
(Centro de História de Além Mar/Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/Universidade Nova de Lisboa)
.
Secretariado
Cátia Carvalho e Maria do Céu Diogo
(Centro de História de Além Mar/Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/Universidade Nova de Lisboa)
Sofia Lopes
(Instituto de Investigação Científica Tropical)
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Apresentação
Apresentação
A lusofonia define-se hoje como património comum de um conjunto de países situados nas duas
margens do Atlântico e que, de uma ou de outra forma, surgem no contexto do que era então o império
português do Atlântico, que não gozando nunca do privilégio de agente único neste cenário, acabou por
deixar como património comum, entre tantas outras coisas, a língua portuguesa.
O estudo desta realidade merece, desde há largo tempo, a atenção de muitos investigadores e
parece particularmente importante incentivar e promover a troca de experiência e conhecimento entre
as diferentes historiografias nacionais presentes neste espaço, salvaguardando as suas diferentes
tradições como factor de enriquecimento mútuo de todas elas.
O Antigo Regime (séculos XV-XVIII) neste espaço atlântico, tem como uma das principais
entidades integradoras o que poderemos chamar Império Português do Atlântico, tornando assim
necessário tanto o seu estudo enquanto conjunto, como o de cada uma das suas partes e sectores
constitutivos.
A época em apreço assiste, no entanto, e neste mesmo contexto espacial, à presença de várias
outras potências europeias, que procuram também protagonizar, de formas várias, o papel de ponto
central de império, tornando-se assim indispensável incluí-las na análise desta temática.
Como em vários outros domínios existe já um significativo trabalho feito, mas que nem sempre
se encontra amplamente divulgado e, por acréscimo, é sempre mais o que falta fazer… Incentivar a
definição de projectos futuros, seja qual for o seu âmbito, e promover a sua divulgação no conjunto da
comunidade científica lusófona, parece assim constituir uma questão central que passa tanto pela
organização de linhas e equipas de investigação, como pela criação e difusão de adequados
instrumentos de trabalho, nomeadamente no que concerne seja aos fundos documentais, seja aos
respectivos inventários.
Finalmente, embora se tenha vindo a assistir a um crescente número de contactos entre as
várias historiografias nacionais presentes neste espaço, parece necessário pensar também a criação de
uma plataforma organizada de intercâmbio.
A organização do congresso pretende dar continuidade a este tipo de iniciativa, alargando a
plataforma de intercâmbio agora proposta a um e-journal e a outros espaços de divulgação e debate
científico. No sentido de cumprir este propósito, pretende-se ainda dar uma periodicidade regular às
reuniões internacionais e criar outras a nível intermédio.
A Comissão Executiva
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Actas do Congresso Internacional Espaço Atlântico de Antigo Regime: poderes e sociedades
Sessão de abertura
Presidente: Leopoldo Guimarães – Reitor da Universidade Nova de Lisboa
Simoneta Luz Afonso – Presidente do Instituto Camões
Fernando Ramôa Ribeiro – Presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia
João Sàágua – Director da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de
Lisboa
Maria Emília Madeira Santos – Departamento de Ciências Humanas do Instituto de Investigação
Científica Tropical - Comissão Científica do Congresso
João Paulo Oliveira e Costa – Director do Centro de História de Além-Mar da Faculdade de
Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
Ângela Domingues (em representação de Jorge Braga de Macedo, Presidente do Instituto de
Investigação Científica Tropical)
Miguel Jasmins Rodrigues – Departamento de Ciências Humanas do Instituto de Investigação
Científica Tropical - Comissão Executiva do Congresso
Intervenção Inicial:
Permitir-me-ão que, em primeiro lugar, em meu nome pessoal e em nome da Comissão Executiva,
agradeça ao magnífico Reitor e ao Presidente do Conselho Directivo desta Faculdade a cedência
graciosa das instalações em que decorre o congresso, bem como às entidades cujo apoio permitiu
a sua realização: Instituto Camões, Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, Fundação
para a Ciência e Tecnologia, Câmaras Municipais de Lisboa e Oeiras, BANIF, Grupo Sumol e
Romeira Flores.
Seja-me ainda permitido, a título pessoal, manifestar os meus agradecimentos ao Centro de
História de Além Mar, na pessoa do seu Director, Professor João Paulo Oliveira e Costa, pelo
empenho com que ultrapassou largamente o seu papel de co-organizador do congresso tanto mais
que sem o contributo do CHAM, o projecto poderia correr o risco de não se realizar.
Não quero deixar de referir expressamente a colaboração voluntária de todos aqueles que,
quer durante a preparação, quer nos próximos quatro dias, de uma forma menos visível, mas
indispensável, irão garantir o bom funcionamento do Congresso, bem como de todos os membros
da Comissão Científica, cuja colaboração e empenho foram determinantes na organização deste
Congresso.
Finalmente, cumpre-me também uma palavra de especial agradecimento a todos quantos
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Apresentação
consideraram valer a pena participar e cuja presença tanto nos honra e incentiva.
Na conferência inaugural deste congresso, o Professor António Manuel Hespanha,
importante referência para muitos de nós, quer pela concordância quer pela discordância, irá falarnos das motivações que levam os investigadores a colocar certas questões e não outras, ou, por
outras palavras, à importância do presente para a interrogação do passado. Por mim, em meu
nome pessoal e em nome da organização deste congresso, preocupar-me-ei com as que se
prendem com as condições técnicas, metodológicas e materiais do que, repetindo a frase de um
velho mestre, é o ofício de historiador. De novo por outras palavras, como preparar-nos, desde já,
para um futuro tão próximo que é já quase presente. Na verdade, o ofício de historiador ainda
continua, de algum modo, a exercer-se segundo as velhas regras de um artesanato que se exerce
com tanto mais proficiência quanto mais denso é o calo de artesão, quanto mais anos, longos
anos, se levou a ganhá-lo.
Tal ofício, assente num trabalho altamente qualificado e executado com a maior perfeição,
tem, no entanto, cada vez mais dificuldades em competir, no plano da produtividade, num mundo
crescentemente marcado por modos de vida e tecnologias que se baseiam na divisão do trabalho,
na organização, na comunicação, na cooperação, na convergência de esforços… E falo aqui de
uma organização e cooperação entre pares, e não propriamente do velho ofício, com mestres,
companheiros e aprendizes. Refiro-me, portanto, a uma cooperação segundo a escala em que hoje
temos que trabalhar e utilizando também as metodologias que as ciências da informação nos
facultam, e as tecnologias próprias do mundo da comunicação em que nos movemos.
O congresso terá tanto mais significado quanto conseguir constituir-se como um primeiro
passo dessa caminhada: contribuir para a organização dos investigadores em torno do espaço
atlântico de Antigo Regime, tema que será abordado de forma aprofundada no seu último painel.
A Comissão Executiva está desde já particularmente satisfeita com o largo número de
adesões que a iniciativa suscitou, e também por se ter conseguido um tão amplo número de
comunicações e, em particular, um tão apreciável número de contributos provenientes do mundo
lusófono e de investigadores que sobre ele se debruçam. Se mais não houvesse, seria já muito
gratificante. Mas a ambição é, de facto, ir mais longe, e fazer com que o Congresso constitua o
ponto de partida para a construção de um espaço organizado de cooperação, debate de ideias e
formação.
São em grande número, até devido à riqueza dos nossos arquivos para o estudo da temática
que hoje aqui nos une, os investigadores estrangeiros entre nós, oriundos de espaços que
inclusivamente ultrapassam os da lusofonia, mas que pelo seu objecto de estudo acabam por nela
se mover. Portugal tem assim o importante papel de os acolher, de lhes criar condições de
trabalho, de os integrar de forma efectiva, de se enriquecer com todos os contributos, através da
convergência, da mobilização de esforços, da promoção do debate, da discussão, da troca de
ideias, tudo isto de forma organizada, de modo a promover a integração dos que cá estão, criar
condições para os que gostariam de vir (tantas vezes forçados a desistir ou optar por destinos
alternativos), e garantir a manutenção de laços com os que por cá passaram. Neste domínio,
acredito que a presença, na própria Comissão Executiva, de alguém que prepara em Portugal as
suas provas de doutoramento, não só aviva a consciência e a premência desta necessidade, como
corresponde a um passo, embora modesto, no caminho e na definição do rumo que pretendemos
trilhar.
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Actas do Congresso Internacional Espaço Atlântico de Antigo Regime: poderes e sociedades
Excelentíssimos Senhores Presidente do Instituto Camões, Presidente da Fundação para a
Ciência e Tecnologia, Presidente do Conselho Directivo, magnífico Reitor, reiteramos o
agradecimento por todo o apoio até agora concedido. Temos fortes expectativas de poder, num
futuro próximo, agradecer-vos muito mais…
Miguel Jasmins Rodrigues
António Manuel Hespanha – Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa
Conferência de abertura:
PDF texto
Porque nos interessa hoje o Atlântico de ontem?
António Manuel Hespanha
Faculdade de Direito – Universidade Nova de Lisboa
É sempre avisado supor que algum interesse nos dirige a vontade de saber.
Frequentemente, é mais importante desvendar esses interesses subterrâneos do que contar o que
acabámos por descobrir por causa deles; já que eles marcam tanto as respostas como as
perguntas.
Na primeira metade do séc. XIX, o Atlântico interessou os europeus e os americanos que se
perguntaram sobre a possibilidade de nações bi-hemisféricas; ou seja, foi tematizado,
longitudinalmente, sob o impacto da crise do sistema colonial euro-americano e das revoluções
independentistas que se seguiram. Na segunda metade do século, tema atlântico foi o da
escravatura e do tráfico negreiro, vórtice cujo impacto se fez sentir até ao Índico e ao mar da
China. A partir dos finais do século, depois de abolida a escravatura nos Estados Unidos, em Cuba
e no Brasil, o Atlântico é o cenário de outra grande diáspora, desta vez sobretudo europeia, mas
também com prolongamentos indianos, chineses e japoneses. Na II Guerra Mundial e durante
décadas do pós-guerra, o Atlântico torna-se no núcleo de um paradigma político e quase
civilizacional, mais ou menos equivalente ao chamado "Mundo Livre". Mas, paradoxalmente, o
tema da escravidão e da diáspora africana volta a ser evocado, já nos anos sessenta, sob a
inspiração do movimento das independências africanas. Tingindo-se, de novo, este inocente mar,
com sombras doridos e acusadoras, que obscureciam essa glória de berço (e prometido futuro) da
liberdade. As comemorações hispano-portuguesas dos Quintos Centenários deslocaram, de novo,
a imagem do Atlântico para o período dos "encontros civilizacionais". Terminadas as
comemorações e feitas delas balanços contraditórios, perdida -neste mundo globalizado- a
centralidade do Atlântico, que é que nos leva a nós -portugueses, espanhóis, brasileiros,
angolanos, caribenhos, norte-americanos, franceses e ingleses, entre outros- a pensar a história do
Atlântico, como especial cadinho de sociedades e cenário de poderes?
Porventura, apenas porque todos somos daqui, deste lado do mundo; porque foi o Atlântico
que nos uniu (ou nos desuniu). Esta resposta parece, porém, demasiado óbvia e simplista.
Seguramente, a memória do passado espevita ainda, por outras razões, os nossos interesses.
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Apresentação
Questões, não resolvidas, de identidades; contas, mal saldadas, de responsabilidades; projectos,
mal explicados, de hegemonias; sentidos, mal esconjurados, de fracassos e perdas; nostalgias,
mal saciadas, de grandezas perdidas. Muito de tudo isto pode ser mais pressentido do que
positivamente descrito e explicado. Mas um esforço profundo de catarse poderia ajudar-nos muito
a todos. Sendo que a história também ganhava com isso. Aproveitar-se-á esta conferência
inaugural para ensaiar um par de ilustrações de como algumas intenções subliminares podem
condicionar a história que se faz hoje deste espaço Atlântico.
Da esquerda para a direita: Miguel Jasmins Rodrigues, Maria Emília Madeira Santos, Ângela Domingues,
Fernando Ramôa Ribeiro,Leopoldo Guimarães, João Sàágua, Simoneta Luz Afonso, António Manuel Hespanha,
João Paulo Oliveira e Costa
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Actas do Congresso Internacional Espaço Atlântico de Antigo Regime: poderes e sociedades
Painel: A organização dos investigadores e Sessão de encerramento
Moderador: Ângela Domingues – Departamento de Ciências Humanas – Instituto de
Investigação Científica Tropical - Comissão Executiva do Congresso.
Comunicação de encerramento:
O Congresso Internacional O espaço atlântico de Antigo Regime: poderes e sociedades
propôs-se reunir, durante quase uma semana, um grupo de competentes especialistas na área da
História do Atlântico, composto por historiadores, mas também por cientistas de outras áreas das
Ciências Sociais e Humanas, e considerar o tema numa perspectiva pluridimensional e
interdisciplinar. Este esforço conjugado contribuiu para clarificar e explicar melhor a complexidade
de processos transcontinentais que modificaram, de forma profunda e definitiva, os indivíduos, as
nações e as sociedades que neles tomaram parte.
Durante largo período de tempo este oceano teve um papel mais importante do que o de
mera “estrada de ligação” entre as grandes massas continentais. Esta placa giratória não se
limitou a unir três continentes - a América, a Europa e a África -, permitindo a circulação de
pessoas, produtos, capitais, serviços e ideias e dando origem a uma economia triangular que
definiu os seus vértices nos reinos europeus, nas colónias americanas e nos portos negreiros. É,
portanto, certo que através deste oceano circulavam indivíduos - não só africanos, como
conquistadores brasílicos, colonos reinóis, lançados, degredados, vendedores de cachaça e
«multidões de gente grosseira»; transportavam-se mercadorias; traziam-se motivações
económicas e ambições políticas; transplantavam-se técnicas de destruição, mas também de
construção; adaptavam-se novas culturas que alteravam os hábitos alimentares regionais e
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Apresentação
também homens europeus que no Brasil se «ambientavam» aos climas adversos africanos e, nas
duas margens do oceano, adaptavam experiências colonizadoras a realidades específicas.
Como se isso não bastasse, a centralidade deste espaço possibilitou ainda a incorporação
do Novo Mundo na economia internacional. Foi por este oceano que se estabeleceram as ligações
entre a Europa e o Oriente, através da navegação articulada com outro oceano, o Índico; através
dele construíram-se e fortaleceram-se relações de complementaridade e identidade colonial entre
as duas margens do Atlântico Sul.
Este Congresso assumiu-se também como mais um resultado da parceria frutuosa
estabelecida, desde há algum tempo, entre o Centro de História de Além-Mar da Faculdade de
Ciências Sociais e Humanas/Universidade Nova de Lisboa e o Departamento de Ciências
Humanas do Instituto de Investigação Científica Tropical que têm sabido desenvolver e consolidar
trabalho em áreas de investigação afins, nomeadamente por iniciativa do fundador do CHAM,
Professor Doutor Artur Teodoro de Matos, e do actual director, Professor Doutor João Paulo
Oliveira e Costa.
Contudo, foi vontade dos organizadores do Congresso que esta iniciativa não se limitasse a
acontecimento episódico. Apesar de existirem associações de história nacionais e supranacionais
que organizam os seus membros em torno de uma temática, um período de tempo ou um
personagem, e que têm uma função catalizadora de mérito reconhecido na divulgação de livros e
revistas especializados, na realização de encontros científicos e exposições, actividades de
formação e promoção de debates, reconheceu a Comissão Executiva do Congresso que os
investigadores especializados em Ciências Sociais e Humanas dos países da CPLP e outros se
podiam agrupar ou reagrupar numa organização ou fórum dedicada ao estudo da História do
Atlântico.
Nesse sentido, criámos a Associação Científica Internacional O Atlântico lusófono de
Antigo Regime, cujos membros fundadores serão todos os que tendo participado neste congresso
o desejem, e composta por associados individuais e colectivos/institucionais. O objectivo da
Associação consiste em, através da institucionalização da História do Atlântico, promover a
interacção entre os membros desta rede, fomentando o debate científico de acordo com a maior
diversificação possível de abordagens, perspectivas e metodologias e, assim:
1. Promover um melhor conhecimento do espaço atlântico;
2. Fazer uma abordagem interdisciplinar ao estudo do Atlântico.
3. Incentivar a conceptualização de novos temas;
4. Partilhar os recursos intelectuais e a investigação entre os membros da rede;
5. Fomentar orientações académicas e trocas institucionais entre investigadores.
Com o intuito de dar cumprimento a destes objectivos, a Associação propõe-se divulgar os
projectos que se executam nesta área, quem os executa e em que instituições decorrem e as
publicações que originam, por forma a ultrapassar um isolamento que se pretende que seja cada
vez menor entre os investigadores das Ciências Sociais do Atlântico Lusófono, beneficiando as
pessoas que trabalham em áreas afins e entidades académicas e de investigação.
A Associação ambiciona ser, particularmente, um “espaço” privilegiado de uma interacção
colegial - porque é importante que os resultados de projectos concluídos sejam apresentados, que
pontos de situação de trabalhos em curso sejam debatidos e que novos colegas a trabalhar em
temas semelhantes se conheçam; um “espaço” partilhado por todos os investigadores - os que
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Actas do Congresso Internacional Espaço Atlântico de Antigo Regime: poderes e sociedades
incidem as suas perspectivas de análise na expansão europeia no Atlântico, na construção e
fortalecimento de impérios poderosos e no desaparecimento de pequenas sociedades, nos
colonos, nos colonizadores e nos colonizados; nos conquistadores e nos conquistados, de acordo
com o amplo leque de perspectivas que o trabalho conjunto de historiadores, antropólogos,
sociólogos, linguistas, historiadores de arte, da geografia, da cartografia histórica, da ciência, pode
perspectivar.
Ângela Domingues
Jorge Braga de Macedo – Presidente do Instituto de Investigação Científica Tropical
Maria Fernanda Bicalho – Universidade Federal Fluminense
Iris Kantor – Universidade de São Paulo
José Manuel dos Santos Perez – Universidade de Salamanca
Miguel Jasmins Rodrigues – Departamento de Ciências Humanas – Instituto de Investigação
Científica Tropical
Maria Iva Cabral – Serviços de Documentação e Informação Parlamentar da Assembleia Nacional
de Cabo Verde
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Apresentação
Moções aprovadas
Moção nº 1
Os investigadores reunidos no Congresso Internacional O espaço atlântico de Antigo Regime: poderes
e sociedades, considerando a necessidade e a vantagem da criação de uma plataforma permanente de
contactos, aberta a todos os que desenvolvem trabalho ou se interessam pela referida temática,
decidem criar uma associação científica, sem fins lucrativos, destinada a promover a discussão, o
debate, a troca de ideias e de informação. Esta iniciativa terá como base as duas instituições
associadas à realização deste Congresso: o Departamento de Ciências Humanas do Instituto de
Investigação Científica Tropical e o Centro de História de Além-Mar da Faculdade de Ciências Sociais e
Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
A Comissão Executiva deste Congresso responsabiliza-se, num curto espaço de tempo, a constituir
uma Comissão Instaladora com investigadores representativos de países lusófonos e outros que se
dedicam ao estudo desta temática.
As tarefas da Comissão Instaladora serão as seguintes:
1. Apresentar uma proposta de estatutos a divulgar através da Internet, recolhendo e incorporando
as sugestões dos investigadores que queiram participar na elaboração do texto definitivo;
2. Proceder a todas as diligências necessárias à constituição legal da referida associação;
3. Promover debates, mesas redondas, conferências;
4. Desenvolver e implementar formação pós-graduada, tendo como destinatários estudiosos
oriundos sobretudo de países lusófonos, podendo, para o efeito, celebrar protocolos com as
entidades adequadas;
5. Angariar os meios necessários à construção e manutenção de um portal que constitua adequado
veículo de ligação e intercâmbio entre os investigadores e estudiosos da temática em questão.
O mandato desta Comissão Instaladora durará até à realização do 2º Congresso, durante o qual
deverá ter lugar a eleição dos corpos sociais estatutariamente previstos.
Lisboa, 5 de Novembro de 2005
Moção nº 2
No âmbito do ponto 5 da Moção nº 1, relativo à construção e manutenção de um portal, deverá ser
criada uma revista electrónica, vocacionada para a publicação de trabalhos originais, mas também
para a ampla divulgação de trabalhos já existentes e que, actualmente, chegam com dificuldade ao
público do mundo lusófono.
A referida revista deverá tentar obter integração nas listas de referência, dotando-se, para o efeito,
de um adequado corpo de consultores científicos. A revista deverá dispor de um Conselho de
Redacção, cuja constituição ficará a cargo da Comissão Instaladora mencionada na moção nº 1,
representativa dos investigadores especialistas desta matéria.
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Actas do Congresso Internacional Espaço Atlântico de Antigo Regime: poderes e sociedades
Miguel Jasmins Rodrigues, enquanto Presidente da Comissão Executiva deste Congresso
desempenhará as funções de secretário da revista.
Lisboa, 5 de Novembro de 2005
Moção nº 3
Considerando o interesse da discussão, do debate e da troca de ideias presencial, os investigadores
reunidos no Congresso Internacional O espaço atlântico de Antigo Regime: poderes e sociedades,
propõem desde já a organização de um segundo congresso, que deverá ficar a cargo de uma
comissão executiva constituída, desde já, por Maria Fernanda Bicalho, da Universidade Federal
Fluminense, por Íris Kantor, da Cátedra Jaime Cortesão da Universidade de São Paulo, e por Luiz
Carlos Villalta, da Universidade Federal de Minas Gerais, que deverá ter lugar ao longo do ano de
2008, no Brasil, e desenvolverão os melhores esforços no sentido de as instituições em que estão
integrados apoiarem e suportarem esta iniciativa.
Sugerem igualmente que seja dada continuidade e periodicidade a este evento, propondo aos
países africanos de língua oficial portuguesa presentes neste Congresso que se candidatem à
organização e realização de um terceiro congresso.
Lisboa, 5 de Novembro de 2005
ADENDA: Na sequência da leitura desta moção, o investigador Lourenço Gomes, Director
Departamento de História da Escola Superior de Educação de Cabo Verde, com o apoio
investigadora Iva Maria Cabral, Directora dos Serviços de Documentação e Informação
Assembleia Nacional de Cabo Verde, ofereceu-se para auscultar as autoridades cabo-verdianas
sentido de tentar organizar o 3º Congresso, a realizar em Cabo Verde em 2010, por ocasião
aniversário da independência
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do
da
da
no
do
Apresentação
Da esquerda para a direita: Miguel Jasmins Rodrigues, Jorge Braga de Macedo, João Paulo
Oliveira e Costa, Maria Emília Madeira Santos
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Actas do Congresso Internacional Espaço Atlântico de Antigo Regime: poderes e sociedades
Secretariado de Apoio ao Congresso
Da esquerda para a direita: Maria d’Ávila, André Teixeira, Ana Torradinhas, Ana Rita
Domingues, Maria do Céu Diogo, Cátia Carvalho, Isabel Almeida
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Propostas de Comunicao - Centro Virtual Camões