UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DOS BANCOS MÚLTIPLOS COM CARTEIRA COMERCIAL
NO DESENVOLVIMENTO DA SOCIEDADE BRASILEIRA.
Feito por: Humberto Gomes
Orientadora
Ana Claudia Mourissy
Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O PAPEL DOS BANCOS MÚLTIPLOS COM CARTEIRA COMERCIAL
NO DESENVOLVIMENTO DA SOCIEDADE BRASILEIRA.
Apresentação de monografia à Universidade
Candido
Mendes
em
cumprimento
às
exigências do Curso da Pós-Graduação, para
obter título de especialista em Gestão em
Instituições Financeiras.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por dom da vida e que me ilumina me inspira, e de ser a luz para os
meus caminhos.
Fruto de muito estudo, dedicação e persistência, este trabalho contou com apoio a
colaboração de muitas pessoas, as quais dedico os meus agradecimentos especiais.
Agradeço aos meus pais Adelina e Joaquim e toda a minha família por serem exemplo
de vida, dedicação e amor, mesmo distante, deu e dá a sustentação necessária à minha trajetória
e todos os amigos que conquistei durante todo esse tempo.
À Profª. Drª. Ana Claudia Mourissy, pela eficiente orientação, grande disposição
durante a realização deste trabalho.
A todos os professores do curso, pela dedicação, apoio e amizade. Aos colegas, pelo
companheirismo, pela compreensão e colaboração prestada durante o curso.
A persistência é o caminho de êxito!!!
3
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Deus, aos meus
pais e aos meus irmãos e amigos todo
o apoio que deram para mais um
sonho realizado.
4
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
08
CAPÍTULO I - Evolução histórica e funções dos Bancos Comerciais ou Múltiplos
10
CAPÍTULO II - A Organização dos Bancos Múltiplos com Carteira Comerciais no
Brasil
17
Caracterização dos Bancos Comerciais
27
CAPÍTULO III - Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento dos Bancos
Comerciais com Carteira Comercial
31
Equipamentos com mais opções estimulam auto-atendimento
34
Integração Social
37
CONCLUSÃO
44
BIBLIOGRAFIA
45
5
SIGLAS
ABN AMRO da Holanda
BACEN = Banco Central
BB = Banco do Brasil
BC =Banco Central
BCC = Banker, Charnes e Cooper
BMCC = Bancos Múltiplos Carteira Comercial
BNDES = Nacional de Desenvolvimento Econômico
BOVESPA = Bolsa de Valores de São Paulo
CENPEC = Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária
CEs = Caixas Econômicas
CMN = Conselho Monetário Nacional
COSIF = Sistema Financeiro Nacional
DEA = Data Envelopment Analysis
FEBRABAN – Federação Brasileira das Associações de Bancos
FGTS = Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
FUSSESP = Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo
IMS = Instituto Moreira Salles
M1= Meios de Pagamento
MEC = Ministério de Educação e Cultura
ONG´s = Organização Não Governamentais
PABs = Postos de Atendimento Bancários
PLR = Participação nos Lucros ou Resultados
SBPE = Sistema brasileiro de poupança e empréstimo
SUMOC = Superintendência da Moeda e do Crédito
UNICEF = Fundo das Nações Unidas para a Infância
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RESUMO
O principal objetivo deste artigo consiste em analisar o discurso dos bancos múltiplos
com carteira comercial acerca do desenvolvimento da sociedade brasileira e suas práticas. Visa
analisar a importância e o discurso dos bancos múltiplos acerca do desenvolvimento e suas
práticas estão de acordo com as teorias atuais sobre o tema. Para isso foi realizada uma
pesquisa profunda em diversos livros de autores brasileiros e internacionais, buscando-se um
conceito amplo e aplicável das suas ações. Com conceito bem definido, a etapa seguinte
consistiu em saber quais são as visões de diversos bancos múltiplos com carteira comerciais
nacionais e internacionais, considerados, os mais populares no Brasil. Com o intuito de
averiguar o que essas instituições estão obtendo de resultados em suas funções sobre o
desenvolvimento social. O resultado mostra que, perante a sociedade, os resultados são
palpáveis. Verificou-se também, que a teoria divulgada pelos bancos está coerente com o que
os autores estudados conceituam. Na prática, porém, sempre pendem para alguma dimensão
específica do desenvolvimento. Elas influenciam os resultados de diversos setores da
economia, assim como as atividades das empresas, comunidades, governos e até na vida das
pessoas.
Percebe-se, então, a importância do segmento financeiro para o desenvolvimento
sustentável por meio de iniciativas e ações que privilegiam a qualidade de vida das pessoas. O
aumento do consumo e a produtividade excessiva colaboram para o desequilíbrio das várias
dimensões necessárias para o bem estar social.
Palavra Chave: O papel dos bancos múltiplos com carteira comercial no
desenvolvimento da sociedade brasileira.
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INTRODUÇÃO
A transparência na divulgação de informações no âmbito do mercado de capitais é de
fundamental importância, tendo em vista a forte influência deste mercado no desenvolvimento
econômico do país e na captação de recursos de longo prazo para as empresas. Segundo
Martinez (2004), a ampla divulgação de informações, além de trazer benefícios investidores,
analistas e sociedade, traz benefícios à própria companhia. Isso porque quanto maior a
qualidade e a transparência das informações prestadas ao mercado, maiores serão as chances de
atração de investimentos com baixo custo de capital.
Diante deste contexto, as empresas devem estar cada vez mais comprometidas com
uma boa política de divulgação de informações, pois este é um importante instrumento de
valorização da empresa e fortalecimento do mercado de capitais. Ressalta-se também, a
necessidade da presença do contador na construção e disponibilização destas informações com
qualidade, tempestividade e coerência.
O propósito deste artigo é responder ao problema: qual é a importância dos bancos
múltiplos ou comerciais no desenvolvimento da sociedade brasileira? A pesquisa é classificada
como: básica, predominantemente quantitativa e exploratória (SILVA, 2001). Tem como
procedimentos técnicos uma pesquisa bibliográfica elaborada a partir de materiais publicados
principalmente em livros, periódicos e materiais disponibilizados na internet.
Esta pesquisa objetiva destacar a importância do mercado de capitais, que esses
bancos emitem para bem da sociedade e enfatizarem a necessidade do disclosure nas
informações divulgadas pelas companhias e o papel do contador nesse processo, apresentar os
instrumentos facilitadores da melhoria da sociedade além de conhecer qual o nível de
transparência apresentado pelos oito maiores bancos múltiplos que atuam no mercado brasileiro
e que representam 69% dos ativos totais deste segmento. Com o intuito de analisar a evolução
no nível de transparência das informações divulgadas nas demonstrações contábeis
obrigatórias, foi utilizado um score de pontuação atribuída pela autora e, indicadores de
transparência de empresas consideradas como benchmarking em análise de companhias de
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capital aberto. Para verificação do atual nível de financiamentos que eles dão foram
consultados os sites dos bancos na internet, de modo a consultar quais informações gerenciais
estão sendo disponibilizadas espontaneamente por esses bancos.
Verificou-se ao final desta pesquisa que o governo e os órgãos reguladores exercem
importante papel na evolução do nível de disclosure das informações societárias (obrigatórias)
apresentadas pelos bancos múltiplos, e que, o segmento bancário ainda não possui participação
ativa nos segmentos do Novo Mercado e os Níveis Diferenciados de Governança Corporativa
da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), apesar de estes segmentos terem sido criados
com o intuito de trazer maior transparência e credibilidade ao mercado brasileiro.
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CAPÍTULO I
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS FUNÇÕES DOS BANCOS COMERCIAIS OU
MÚLTIPLOS
Antes de analisar as transformações atuais dos bancos comerciais ou múltiplos, e até
para melhor compreendê-las, fiz um breve resgate de suas origens e da evolução de suas
funções.
A origem dos bancos comerciais ou múltiplos, bancos de troca ou bancos de depósito
como também eram chamados, está associada às atividades dos negociantes de moedas
estrangeiras, os money managers ou money changers (CRUMP, 1981, p.144), os quais se viram
obrigados a manter depósitos seguros e passaram, por isso, a chamar-se de banqueiros. Eles já
eram conhecidos na Grécia e na Roma Antiga. Floresceram também na China e em cidades do
Oriente Médio, como Cairo e Damasco. Passando por um declínio durante a Idade Média,
porque a concessão de empréstimos entrava em choque com a objeção religiosa da usura, seu
reflorescimento e consolidação no Ocidente deram-se na Itália Renascentista, especialmente na
cidade de Veneza, donde passaram depois para as cidades de Amsterdam e Hamburgo.
Galbraith afirma que a atividade bancária pertence aos italianos: "As casas bancárias de Veneza
e Gênova são as precursoras reconhecidas dos bancos comerciais modernos regulares"
(GALBRAITH, 1983, p.20). Vera Smith (1990, p.24), ao estudar a evolução dos bancos na
Inglaterra, sugere que, à medida que o Banco da Inglaterra foi concentrando em suas mãos o
monopólio da emissão monetária, os bancos de emissão se transformaram em bancos de
depósito, o que não deixa de ser uma nova forma de participar do poder de emissão,
formalmente concentrado no Banco Central.
De Cecco (1987) generaliza esse aspecto fundamental da atividade bancária ao afirmar
que: "Com o surgimento do banco moderno de depósito, contudo, o privilégio monetário do
soberano começou a ser partilhado com o sistema bancário. (...) Os bancos, principalmente pelo
fato de que criam dinheiro, concedendo empréstimos a seus clientes, começaram a competir
com o soberano em uma das mais cobiçadas e protegidas prerrogativas. (...) [Em virtude disso],
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eles logo se tornaram economicamente mais importantes que o próprio soberano" (DE CECCO,
198, p.2).
Ao se verem revestidos do poder de criarem dinheiro, os bancos encontraram a pedra
filosofal. A importância do aparecimento dos bancos de depósito e de seu papel na economia é
tal que determina um marco no desenvolvimento da própria teoria monetária, pois a que
precede o fenômeno dos bancos de depósito é pouco significativa se comparada com a teoria
monetária que incorpora o papel dos bancos de depósito na economia e suas implicações para a
teoria econômica. Como ressalta ainda De Cecco: "O aparecimento dos bancos de depósito
constitui uma verdadeira revolução em dois sentidos: uma revolução técnica representada no
uso de cheques, descontos, giros, casas de compensação e transferências de fundos via
telégrafo. Representou também uma revolução na teoria econômica, pois a teoria monetária
antes dos bancos de depósito estava preocupada com os aspectos fiscais do dinheiro, que era
visto como 'as finanças do soberano' (...). Estudar quais são precisamente os poderes que os
bancos exercem sobre a economia e como os usam, constitui o campo da moderna teoria
monetária. Como restringir e fazer o melhor uso dos poderes que os bancos exercem sobre a
economia é o assunto dos debates da moderna política monetária" (DE CECCO, 1987, p.2).
No mesmo sentido apontado por De Cecco, Victória Chick (1994) analisa a
repercussão da evolução das práticas bancárias para a teoria da poupança e do investimento.
Através de uma descrição estilizada de sua evolução, com base no caso inglês, ela analisa o
fortalecimento do poder dos bancos em criarem dinheiro. Nessa evolução, distingue cinco
períodos. No seu início, pequenos, numerosos e semi isolados geograficamente, os bancos são
fundamentalmente receptores de depósito, e os débitos em conta não são formas usuais de
pagamentos; como, nesse estágio de desenvolvimento bancário, as poupanças ainda
determinam os depósitos, os bancos não passam de meros intermediários, sem o poder de
criarem crédito; as poupanças são, assim, uma precondição para os novos investimentos. Eles
passam a usar os depósitos como meio de pagamento. Com alguma concentração decorrente da
redução do número e do aumento do seu tamanho médio, os bancos passam a receber saldos de
transações e a poder emprestar "dinheiro que não possuem", ou seja, os bancos criam moeda a
11
partir dos depósitos à vista, ainda que limitados pelas restrições das reservas. Com isso, o
investimento passa a prescindir da poupança prévia, para depender da expansão do crédito
bancário, limitado pelo requerimento das reservas impostas pelo Banco Central. O
multiplicador bancário é uma boa descrição do processo de criação monetária pelos bancos,
nessa fase. A dimensão passiva de suas atividades está no fato de que não atuam na busca de
novos depósitos.
Desenvolve-se o mercado de empréstimos interbancários, permitindo aos bancos
obterem reservas adicionais junto ao sistema bancário e fazendo com que se acelere o processo
multiplicador dos depósitos, mas sem alterar a cadeia do estágio anterior. Surge o Banco
Central, como emprestador de último recurso. Podendo contar com a assistência do BACEN, os
bancos tornam-se mais agressivos no atendimento da demanda por crédito e expandem o
crédito além das reservas. O BACEN controla a assistência de liquidez através da taxa de
desconto e de outras medidas operacionais. Caracteriza-se pela administração do passivo, com
todas as suas consequências teóricas e práticas, que caracterizam as atividades bancárias na
atualidade.
Essa breve descrição feita por Victória Chick é sugestiva para realçar pelo menos dois
pontos importantes: primeiro, o papel econômico dos bancos evoluiu de uma posição de
intermediação passiva para uma ação ativa, e essa mudança implica mudança teórica sobre a
relação poupança/investimento; segundo, justamente num período em que eles parecem ter
desenvolvido ao máximo seu papel econômico e seu poder privado de criação monetária, são
desafiados pela concorrência de outros atores no desempenho de suas funções, de modo a
questionarem sua própria existência.
O Brasil tem o maior e, provavelmente, o mais complexo sistema financeiro na
América Latina. O desenvolvimento do sistema financeiro brasileiro nos trinta anos passados
foi profundamente marcado pelo processo inflacionário vivido pelo país. As reformas
institucionais, os choques de taxas de juros, e as grandes mudanças nas normas nesse período
foram determinadas em grande medida pelo processo de combate à inflação. A ascensão e
12
queda de instituições, instrumentos financeiros, bem como os padrões da organização da
indústria o número de bancos, o número de instituições, e o grau de concentração têm, por
outro lado, respondido não só ao ambiente inflacionário, como também as políticas corretivas
em diferentes oportunidades.
A maioria do arcabouço regulatório relativo aos mercados financeiros se originou na
reforma realizada pelo governo militar em meados dos anos 60, que reconstruiu todo o sistema
financeiro. A lei nº 4.595 de 31/12/1964 é a espinha dorsal da reforma financeira, enquanto a
lei nº 4.728 de 14/07/1965 regula os mercados de capitais. Os objetivos da reforma foram
recuperar a capacidade do setor público de obter financiamento não inflacionário; neutralizar os
efeitos da inflação na intermediação financeira e nos incentivos para atrasar o pagamento de
impostos; e definir um sistema financeiro especializado dirigido à intermediação eficiente da
poupança doméstica e capaz de gerar a base para o desenvolvimento de um mercado de capitais
dirigido a prover fundos de longo prazo para investimento.1
A concepção básica da reforma de 1964/1965 era a de um sistema financeiro com
instituições especializadas. Com a criação do Banco Central (BACEN) que absorveu a maioria
das funções de autoridade monetária do Banco do Brasil (BB) e da Superintendência da Moeda
e do Crédito (SUMOC), o papel regulador do conselho da SUMOC passou a ser exercido pelo
Conselho Monetário Nacional (CMN). Quanto ao Banco do Brasil, a ideia era convertê-lo
gradualmente num banco comercial e retirar progressivamente seu papel de financiador do
gasto público.
Segundo o espírito da reforma, bancos comerciais se limitariam a prover crédito de
curto prazo com base em depósitos à vista. As financeiras proveriam crédito ao consumidor
lastreado em letras de câmbio. Os bancos de investimento seriam a principal instituição
responsável por criar um mercado de capitais de longo prazo. Eles emitiriam depósitos a prazo,
administrariam pacotes de financiamentos destinados a projetos de longo prazo, e fariam
1 Boas referências para a análise da reforma financeira de 1964/1965 são Simonsen (1969), Sochaczewsky (1980),
e Montoro (1982).
13
operações de subscrição (underwriting). As sociedades de crédito imobiliário e instituições
similares proveriam crédito hipotecário com base em cadernetas de poupança. Essas últimas
instituições atuariam supervisionadas pelo Banco Central (BC), que também atuaria como um
emprestador de segunda linha fazendo uso dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço (FGTS).
2
A avaliação da reforma após quase trinta anos de seu início nos dá várias lições. Uma
delas é a comprovação de que o sistema financeiro que emergiu da reforma dos anos 60 foi
muito menos segmentado em mercados estanques do que a existência de instituições separadas
nos levaria a supor. A importância de grupos financeiros liderados por um banco comercial
teve que ser reconhecida quando bancos maiores foram chamados a absorver firmas menores
insolventes. Nesse processo, os bancos absorvedores gozaram de benefícios creditícios sob a
justificativa de prevenir crises de confiança que poderiam surgir de falências localizadas.
Outra lição é relativa às dificuldades colocadas pelos mecanismos de indexação do
sistema financeiro quando a taxa de inflação está sujeita a choques. Comprovou-se haver muito
pouco espaço para gerenciar a taxa de correção monetária de forma a prevenir que a
instabilidade da taxa de inflação fosse transmitida ao sistema de indexação financeira sem
comprometer a confiança dos poupadores no sistema.
A reforma financeira introduziu a dívida indexada do governo como forma de permitir
a colocação de dívida de longo prazo num ambiente de alta inflação. Inicialmente, acreditou-se
que a indexação fora bem sucedida. Entretanto, a incerteza quanto ao compromisso do governo
de manter a indexação de seus passivos atrelada ao nível de preços levou à generalização das
operações de recompra operações nas quais o poupador/instituição financeira recebe o título do
BACEN com o compromisso deste de recomprá-lo no dia seguinte. Ou seja, títulos públicos de
maturidade de dois a cinco anos não eram de fato retidos pelo público, mas pelos
2 O FGTS é um fundo formado por uma contribuição de 8% sobre a folha salarial mensal de todos os
empregadores, destinado a financiar desemprego temporário ou aposentadoria.
14
intermediários financeiros que tinham que refinanciá-los sob a forma de depósitos à vista que
rendiam a assim chamada overnight rate, o custo básico de reservas bancárias.
Com o aumento do risco do emprestador e do tomador devido à alta e volátil inflação,
o sistema financeiro viu-se às voltas com novos problemas. O risco do emprestador significou
que os ativos financeiros acabaram sendo quase moedas, cuja liquidez precisava ser garantida
pelo Estado. Consequentemente, o Estado tornou-se o devedor em última instância tanto ao
emitir dívida pública quanto ao garantir grande parte dos ativos indexados privados, como
cadernetas de poupança. O risco do tomador sob alta inflação remete ao problema da
fragilidade financeira associados a tomar emprestado ao longo prazo com taxas nominais
incertas.3
Firmas tomadoras de empréstimo em situações como essas tendem a requerer um
seguro contra o risco de falência que só pode ser dado pelo Estado. No caso de fundos para
empréstimos de longo prazo, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE,
depois BNDES) limitou a correção monetária anual máxima em 20%. Toda a vez que a
inflação excedeu a esta cifra, subsídios foram dados aos tomadores dos empréstimos.4 O
resultado final foi aumentar ainda mais o papel do Estado na intermediação financeira, e a
dívida pública era a forma pela qual a poupança era direcionada aos investimentos prioritários.
Como se poderia esperar, houve um enorme inchaço do sistema financeiro causado
pelo longo período que o país tem vivido sob alta inflação. Como se sabe, o imposto
inflacionário torna a retenção de moeda profundamente onerosa, fazendo com que os agentes
façam uso intenso do sistema bancário, o qual oferece aplicações líquidas e com rendimentos
quase iguais à inflação. Os custos de transação associados em converter tais aplicações em
3 Uma descrição bastante interessante dos efeitos da inflação na fragilidade financeira no sentido de Minsky se
encontra em Dreizzen (1985). O autor mostra como a incerteza quanto ao serviço da dívida pode converter um
esquema coberto (hedged scheme) num esquema especulativo quando as receitas nominais não acompanham o
nível geral de preços, o qual serve de base para a indexação financeira.
4 Najberg (1989) estimou o montante total dos subsídios oriundos desta limitação da correção monetária.
15
moeda são consideravelmente reduzidos se mantém uma conta bancária na mesma instituição.
Quando a inflação se eleva, o mesmo ocorre com a receita de seignorage associada com um
dado montante de moeda, tornando o sistema bancário mais rentável. A luta por coletar o
imposto inflacionário, num ambiente marcado pela existência de um grande número de normas
regulando as taxas de juros, leva a uma alta proporção de depósitos à vista em M1. Embora o
montante de moeda que constitui a base da receita de seignorage seja reduzido, a proporção
dessa receita que é coletada pelo sistema bancário aumenta.5
O sistema financeiro brasileiro deve necessariamente sofrer uma profunda reforma nos
próximos anos, reforma esta umbilicalmente ligada com o esforço de estabilização econômica.
Providencialmente, estão sendo discutida pelo Congresso Nacional a regulamentação do Artigo
nº 192 da constituição brasileira, promulgada em 1988, referente ao novo desenho do sistema
financeiro nacional. Acredita-se que profundas reformas possam advir da(s) lei(s) a serem
votadas pelo legislativo para substituírem as leis 4.595 e 4.728, anteriormente citadas.
Sem embargo, algumas das reformas necessárias já se iniciaram. Em 1988 foi criado o
banco múltiplo, que permitiu que as diversas instituições financeiras de um mesmo
conglomerado financeiro pudessem atuar de direito como uma só pessoa jurídica. Esta
mudança revogou oficialmente o espírito da reforma financeira de 1964/1965. Além da criação
do banco múltiplo, ficou mais fácil a criação de novos bancos, uma vez que foi extinto o
instituto da carta patente.
5 Para uma análise desse processo na experiência inflacionária brasileira, veja, por exemplo, Bodin de Moraes
(1986).
16
CAPÍTULO II
A Organização dos Bancos Múltiplos com Carteira Comercial no
Brasil.
Os bancos comerciais foram o grupo mais importante de instituições depositárias,
tanto em termos de número de tamanho. Desempenham funções semelhantes às das instituições
de poupança, ou seja, recebem depósitos (passivos) e fazem empréstimos (ativos). Os passivos
dos bancos comerciais geralmente incluem diversos tipos de outras fontes de fundos além de
depósitos, ao passo que seus empréstimos são de natureza mais ampla, incluindo empréstimos
para financiamento de pessoas físicas, empresas e móveis. A atividade dos bancos comerciais
também é regulamentada separadamente das instituições de poupança.
Uma série de eventos e fatores vem mudando drasticamente as características do
ambiente de negócios dos bancos comerciais ao redor do mundo. A globalização, aberturas de
mercados, aumentos de investimentos em tecnologia de informação são alguns dos mais
importantes fatores que estão criando um novo cenário de forças competitivas nestes mercados
e impondo mudanças e preocupações nas organizações bancárias. Bancos são instituições de
intermediação financeira que buscam auferir um ganho ou spread em operações que de um lado
pagam certa remuneração a quem se interessa em emprestar recursos financeiros recebendo,
por outro, remuneração supostamente maior daqueles que necessitam de recursos emprestados.
Estas organizações obtêm lucros com a prestação de serviços podendo ser analisadas
com respeito a seus desempenhos. Análises de eficiências de sistemas produtivos implicam o
estudo e levantamento de fronteiras de produção e/ou de custos e/ou de rentabilidades. A
fronteira de produção apresenta o conjunto de unidades produtivas que, dado um paradigma
tecnológico, obtêm máxima quantidade de produto para um conjunto de insumos ou fatores de
produção e são consideradas eficientes quando comparadas a outras unidades de produção
similares ou do mesmo setor industrial. A fronteira separa duas regiões: a de inviabilidade, já
que não seria possíveis dadas às restrições tecnológicos do momento, alcançar um nível de
produção maior que aquele da fronteira para um dado nível de alocação de fatores de produção
e a região de ineficiência que contém organizações que apresentam um nível de produção
17
menor que aquele da fronteira, para um dado conjunto de fatores de produção. Uma medida de
ineficiência pode ser considerada como a distância, num gráfico de entradas (fatores de
produção) e saídas (total de produção), entre a observação da unidade ineficiente até a fronteira.
A obtenção das fronteiras pode ser feita por dois grupos de técnicas diferentes
baseadas em buscas paramétricas ou não-paramétricas. As técnicas de buscas paramétricas
baseiam-se na estimação das fronteiras por meio de métodos estatísticos ou econométricos onde
algumas hipóteses são necessárias para a calibração dos modelos. Por outro lado, as chamadas
técnicas não-paramétricas buscam o levantamento das unidades consideradas eficientes através
da resolução de programação linear. Este trabalho se utiliza de uma técnica não-paramétrica
muita utilizada para a análise de eficiência produtiva: a DEA (Data Envelopment Analysis) que
se trata de uma técnica inicialmente desenvolvida por Charnes, Cooper e Rhodes (1978), que
permite uma estimativa da eficiência global de produção e posteriormente estendida por
Banker, Charnes e Cooper (1984). Esta última modelagem, conhecida por BCC, vem ampliar o
potencial de análise da modelagem DEA na medida em que possibilita com que o pesquisador
possa decompor a eficiência técnica em eficiência técnica pura e eficiência de escala,
relacionada a supostas deseconomias de escala.
A grande vantagem da obtenção da fronteira eficiente por uma técnica não-paramétrica
como a modelagem DEA é que ela não necessita de hipóteses sobre as funções de produção e
de custos das empresas analisadas, como seria necessário no caso de adoção de alguma das
técnicas paramétricas. Por outro lado, a fronteira obtida simplesmente retrata eficiências
relativas entre as várias unidades produtivas analisadas, não podendo ser encarada como a
verdadeira fronteira eficiente para todo o setor industrial estudado. A fronteira alterar-se-á com
a introdução e/ou retirada de quaisquer empresas do modelo construído.
As modelagens DEA do tipo BCC para analisar as eficiências globais de produção
além de decompô-la em eficiências técnica e de escala de 19 dos maiores bancos que atuam no
mercado brasileiro. Foram utilizadas três variáveis ditas de entrada (input) e quatro variáveis de
saída (output). Ativo Total, despesas de pessoal e outras despesas administrativas figuram
como as variáveis de entrada enquanto Operações de Crédito, Operações de Crédito de Longo
18
Prazo, Aplicações em Tesouraria e Rentabilidade da Atividade Bancária (em %) foram
utilizadas como as variáveis de saída. Todos os dados são referentes a dezembro de 2003.
Os resultados apontam os bancos de menores ativos totais como àqueles de maiores
índices de eficiência global. Contudo, a principal fonte das ineficiências foi apontada como a
deseconomia de escalas, isto é, grandes partes dos bancos estariam atuando com deseconomias
de escalas o que permitiria inferir a necessidade de algumas fusões ou aquisições, o que por
outro lado, mostrou-se bastante comum nos últimos anos não só no mercado brasileiro.
Posteriormente, uma análise de regressão permitiu encontrar uma suposta explicação para o
nível de eficiência global obtido nas modelagens DEA. Ativo Total figurou como a variável de
principal poder explicativo (com coeficiente negativo) seguida por Operações de Crédito de
Longo Prazo (com coeficiente positivo) o que implica que bancos menores e/ou com grandes
operações de crédito de longo prazo apresentam-se como aqueles mais eficientes.
A organização dos bancos comerciais no Brasil sofreu profunda mudança a partir da
Resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) nº 1.524, de 21/09/1988, a qual cria o
Banco Múltiplo. Como já citado na introdução, o espírito da reforma financeira dos anos 60 era
o de instituir um sistema financeiro compartimentalizado, no qual cada instituição especializada
proveria crédito para uma dada finalidade (investimento fixo compra de bens de consumo
durável, aquisição da casa própria, crédito de curto-prazo). A realidade posterior à reforma
demonstrou que o sistema que dela se originou era muito menos compartimentalizado do que
queriam os seus formuladores.
Diversas instituições atuavam simultaneamente em diferentes segmentos do mercado
financeiro, frequentemente através de um sistema comum e integrado de agências bancárias.
Embora diversos serviços fossem oferecidos numa mesma agência de um banco comercial
envolvendo a financeira, o banco de investimento, a seguradora, ou outras instituições
financeiras do mesmo conglomerado a realidade jurídica era a existência de pessoas jurídicas
distintas, cada uma das quais obrigadas a integralizar diferentes níveis de capital. A concepção
do Banco Múltiplo foi a de racionalizar o sistema, reduzindo os custos através da fusão das
19
diversas instituições então existentes numa única instituição financeira, com personalidade
jurídica própria.
São também chamados de Bancos de Depósitos. Representam a grande maioria. São
os mais comuns. Realizam, principalmente, operações de crédito a curto prazo, tais como:
descontos, antecipações, aberturas de crédito, serviços auxiliares de cobranças, transferências
de fundos, custódia de títulos e valores etc...
Instituições bancárias que se caracterizam por serem empresas públicas e sociedades
de economia mista especializadas em financiamentos a médio e longo prazos, empregando,
para tal, capital próprio ou de terceiros. É formas privadas de serviço público bancário.
Estes Bancos constituem a base do subsistema monetário, diferindo-se das demais
instituições financeiras pela sua principal operação passivas de captação de depósito à vista em
conta corrente, ou seja, criar sob efeito multiplicador a principal convenção de moeda (a moeda
escritural) que é constituída pelos depósitos à vista. Assim os agentes econômicos que realizam
estes depósitos, movimentam seus saldos como “meios de pagamentos”, emitindo cheques. Em
decorrência dessa capacidade, os Bancos Comerciais são objeto da permanente vigilância das
autoridades monetárias, onde as mesmas zelam da liquidez e solvabilidade controladas do
efeito multiplicador do circuito depósitos – empréstimos – depósitos, assim orientando a
aplicação dos recursos captados por estas instituições. Todavia, este controle da expansão da
oferta monetária, decorrente do efeito multiplicador dos depósitos à vista no sistema bancário, é
exercido por intermédio de três instrumentos da política monetária: as operações de mercado
aberto, as operações de redesconto e a exigência de recolhimento compulsório. “Por meio
destes instrumentos, as autoridades monetárias regulam indiretamente a massa dos meios de
pagamentos gerada pelos Bancos Comerciais. Submetidos a esses mecanismos clássicos de
controle direto e indireto, os Bancos Comerciais atuam em uma faixa específica do mercado
financeiro, atendendo basicamente a operação de curto e médio prazo”. (ROSSETI, José
Paschoal, Economia Monetária, pág. 454). Contudo, pelas Normas e Instruções do Banco
Central os Bancos Comerciais tem como maior objetivo o de proporcionar suprimento oportuno
20
e adequado dos recursos necessários para financiar, a curto e em médio prazo, o comércio, a
indústria, as empresas prestadoras de serviços e as pessoas físicas.
Essencialmente, realizam operações de participação ou de financiamento para
suprimento de capital fixo ou de movimento, mediante aplicação de recursos próprios e coleta,
intermediação e aplicação de recursos de terceiros. Subsidiariamente, podem também manter
serviços de colocação no mercado e emissões de títulos ou valores imobiliários, de
intermediação nas operações com a Bolsa de Valores, de administração de carteira, custodia e
recebimento de rendimentos de títulos ou valores mobiliários etc. Importante ressaltar que,
diversamente do que ocorrem com os bancos comerciais, as operações creditícias dos bancos de
investimento não podem ter prazo inferior a um ano.
Os bancos têm desempenhado um relevante e incontestável papel no desenvolvimento
socioeconômico da sociedade brasileira. No plano do interesse social a importância da
atividade bancária tem sido tal, que os Estados tiveram que assegurar seu controle e direção e
acabaram se tornando também banqueiros eles próprios. E, no plano dos interesses particulares,
não é menor a significação das operações bancárias, a ponto de nenhum indivíduo e nenhuma
empresa poderem renunciar aos serviços prestados por estas instituições, seja para efetuarem
seus pagamentos, seja para obterem créditos. Mas o que vem a ser propriamente esta instituição
denominada "banco"? Diversas são as conceituações jurídicas sobre o que seja "banco".
Embora variem na forma, são coincidentes no fundo, posto que tenham como fulcro o tipo de
atividade exercida por ele.
J. X. Carvalho de Mendonça definiu bancos como sendo "empresas comerciais, cujo
objetivo principal consiste na intromissão entre os que dispõem de capitais e os que precisam
obtê-los, isto é, em receber e concentrar capitais para, sistematicamente, distribuí-los por meio
de operações de crédito", servindo, assim, como intermediários entre os que ofertam capitais e
os que os procuram.
Fran Martins, no entanto, entende que a função dos bancos supera a de simples
intermediários de crédito: "Chamados de intermediários do crédito, na realidade os bancos são
21
mobilizadores do crédito, agindo sempre como sujeito das operações e dos contratos que
realizam. São, portanto, empresas comerciais que têm por finalidade realizar a mobilização do
crédito, principalmente mediante o recebimento, em depósito, de capitais de terceiros, e o
empréstimo de importâncias, em seu próprio nome, aos que necessitam de capital".
Configurada a atividade principal do "banco" como de intermediação, segundo uns, ou
de mobilização do crédito, segundo outros, sinteticamente podemos defini-lo como sendo a
organização empresária que tem como atividade principal a negociação de crédito, oriundo de
recursos próprios ou de terceiros e que pratica ainda outras atividades acessórias, mas sempre
almejando viabilizar a principal, conforme veremos adiante. Entretanto, a despeito do que
ocorre no cotidiano, e até em dispositivo legal brasileiro (Lei 4.595/64, art. 17), mister se faz
distinguir "instituição bancária" de "instituição financeira". Banco é espécie do gênero
instituição financeira. Mais precisamente: as instituições financeiras podem ser bancárias ou
não bancárias. As primeiras criam moeda escritural, enquanto as segundas apenas influem na
velocidade de circulação da moeda. Além disso, só os bancos podem receber de modo habitual,
fundos do público, sob forma de depósito, e utilizá-los por sua própria conta para negociarem
créditos e executarem atividades acessórias. Já as instituições financeiras não bancárias só
podem utilizar seus próprios capitais ou fundos que profissionalmente não recebam do público
sob forma de depósito.
A implantação do Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional
(COSIF) a partir de junho de 1988 tornou possível a compatibilização dos registros contábeis
das diversas instituições financeiras que se transformariam em bancos múltiplos. Sem essa
uniformização dos procedimentos contábeis, não teria sido possível a criação do banco
múltiplo.
A outra grande modificação introduzida pela Resolução 1.524 foi o fim da cartapatente. Anteriormente à Resolução 1.524, a constituição de um banco comercial exigia a
compra da referida carta-patente de um banco comercial pré-existente. A constituição de um
banco múltiplo com carteira comercial depende apenas de serem obedecidas às normas vigentes
22
(capitalização mínima, administradores capacitados, etc.), e não mais da compra da cartapatente. A Resolução 1.524 acabou, portanto, com a era cartorial do sistema bancário.
Reproduzimos abaixo o texto principal da Resolução 1.524 do CMN, de 21/09/1988.
Resolução 1.524 do CMN, de 21/09/1988:
I - Facultar aos bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de
desenvolvimento, sociedades de crédito imobiliário e sociedades de crédito,
financiamento e investimento a organização opcional em uma única instituição
financeira, com personalidade jurídica própria, nos termos da legislação em
vigor.
II - Estabelecer que a organização das instituições financeiras referidas no item
anterior, através de processos de fusão, incorporação, cisão, transformação ou
constituição direta, dependa de prévia autorização do Banco Central do Brasil,
observado o disposto no Regulamento anexo a esta Resolução.
III - Permitir o acesso ao sistema de organização ora criado, desde que
previamente autorizado pelo Banco Central do Brasil e atendidos os níveis
mínimos de capitalização, de instituições financeiras independentes, instituições
financeiras não-vinculadas ao controle de um mesmo grupo de acionistas,
sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e sociedades corretoras
de câmbio, títulos e valores mobiliários, estabelecido que, para estas últimas, o
acesso dar-se-á através da constituição de qualquer instituição financeira como
pessoa jurídica autônoma à corretora.
IV - Condicionar a faculdade de que trata esta Resolução ao compromisso de
participação da instituição resultante ou de nova instituição no mecanismo
garantidor de créditos que vier a ser instituído.
V - Manter a redução de exigências de capital e patrimônio líquido prevista, em
normativo específico, para os bancos comerciais de pequenos e médios portes
23
em funcionamento e para os bancos comerciais com sede nas regiões de atuação
da
Superintendência
do
Desenvolvimento
do
Nordeste-Sudeste,
Superintendência do Desenvolvimento da Região Centro-Oeste-Sudeste que
optarem pela faculdade prevista nesta Resolução.
VI- Estabelecer para as demais instituições em funcionamento que optarem pela
faculdade prevista nesta Resolução, exceto para os bancos comerciais de grande
porte, redução de 30% (trinta por cento) das exigências de capital e patrimônio
líquido mínimos.
VII - Assegurar às instituições financeiras resultantes do processo de fusão,
incorporação, cisão ou transformação:
a) autorização das carteiras necessárias a manter as operações atribuídas
às instituições que lhe deram origem; e
b) rede de agências instaladas ou não e demais dependências necessárias à
manutenção de todos os pontos de atendimento mantidos pelas instituições
sucedidas, respeitada a categoria e a natureza da agência ou dependência existente na
instituição de origem.
VIII - Determinar que a autorização para funcionamento da nova instituição
resultante do processo implica cancelamento automático das autorizações concedidas
para o funcionamento ou dependência das instituições originais.
IX - Facultar que, transitoriamente à adoção do sistema de organização ora
previsto, as instituições financeiras celebrem, com autorização prévia do Banco
Central
do
Brasil,
acordos
operacionais
através
de contratos
específicos,
independentemente dos convênios usuais de prestação de serviços. As operações
decorrentes de tais acordos serão realizadas por conta e risco do contratante
cessionário, que deverá escriturá-las e que será o responsável primeiro pela sua
regularidade, bem como pela solvência das operações conveniadas.
24
X - Assegurar às instituições em funcionamento que não optarem pelo sistema de
organização previsto nesta Resolução, o exercício de suas atividades de acordo com as
normas regulamentares a elas aplicava.
XI - Autorizar o Banco Central do Brasil a baixar as normas necessárias à
execução do disposto nesta Resolução.
XII - Estabelecer que esta Resolução entre em vigor na data de sua publicação.
O artigo 1º do capítulo I do regulamento anexo à Resolução 1.524 estabelece que os
bancos múltiplos possam operar através de cinco carteiras distintas - das quais podem escolher
um mínimo de um e duas máximo de quatro - a saber:
a) carteira comercial: regulamentação dos bancos comerciais;
b) carteira de investimentos: regulamentação dos bancos de investimento;
c) carteira de desenvolvimento: regulamentação dos bancos de desenvolvimento;
d) carteira de crédito imobiliário: regulamentação das sociedades de crédito
imobiliário; e
e) carteira de crédito, financiamento e investimento: regulamentação das
sociedades de crédito, financiamento e investimento.
Com base na Resolução 1.524, diversos bancos comerciais tornaram-se bancos
múltiplos, operando uma carteira comercial. Alguns, entretanto, por razões distintas,
frequentemente ligadas ao controle acionário disperso entre membros controladores, não
optaram pela faculdade prevista na Resolução 1.524, permanecendo como bancos comerciais.
Os bancos estrangeiros também fazem parte desse grupo de bancos que demoraram a
se decidir pela transformação em múltiplos. Esse atraso está associado frequentemente ao
aumento de capital por parte da matriz do banco no exterior, à autorização dos agentes
25
normativos dos países de origem, ou à definição da nova composição acionária do banco
múltiplo proporcional à antiga participação nas instituições.
Como exemplo, pode citar o caso do Banco Holandês, uma filial do ABN AMRO da
Holanda, que se tornou banco múltiplo recentemente, após ter recebido um aporte de capital da
matriz da ordem de US$ 15 milhões. O Banco de Boston também está interessado em
incorporar à sua estrutura de banco múltiplo atual (carteira de crédito imobiliário, financeira, e
de investimento) uma carteira de banco comercial, através da desativação de sua filial no
Brasil. O processo está aguardando autorização do Federal Reserve Board (FED) nesse sentido.
O Citibank está dando início à sua transformação em banco múltiplo.
Outro exemplo típico é o do maior banco privado brasileiro- Bradesco: como o
controle acionário de seu banco de investimento estava bastante pulverizado, o Bradesco teve
que negociar com os sócios estrangeiros o ajuste da parte que tinham na antiga instituição. O
Sanwa Bank, japonês, que participava com 10% do capital do banco de investimento ficou com
0,91% do banco múltiplo. O Deutsch Bank tinha 5% e agora 0,45%; o Societé Generale de 3%
ficou com 0,27%; o austríaco Creditanstalt tinha 1% passou para 0,09%, o mesmo ocorrendo
com o holandês ABN AMRO. O Bradesco estima uma redução de custos anuais da ordem de
US$ 600 mil com a incorporação do banco de investimento, envolvendo só a contabilidade, a
apresentação e a publicação de balanço que agora não existem mais. Além disso, a existência
de um só caixa permitirá ao banco múltiplo diluir os eventuais prejuízos de uma carteira,
compensando com os lucros de outra carteira.
A regulamentação dos bancos comerciais e dos bancos múltiplos com carteira
comercial é praticamente a mesma. Para evitar repetições desnecessárias, quando nos
referirmos doravante a bancos comerciais, estaremos nos referindo tanto aos bancos
comerciais, que permaneceram com tal denominação (BC), quanto aos bancos múltiplos que
operam uma carteira comercial (BMCC). Passamos agora a descrever sucintamente a
caracterização das operações que constituem os bancos comerciais.
26
2.1. Caracterização dos Bancos Comerciais
Banco Comercial é a instituição financeira bancária privada ou pública,
constituída sob a forma de sociedade anônima, especializada basicamente em operações de
curto e médio prazo. Os bancos comerciais são classificados em:
a) Público Federal - formado pelos bancos cuja maioria do capital social
pertença ao Governo Federal de forma direta ou indireta;
b) Público Estadual - formado pelos bancos criados por lei específica cuja
maioria do capital social pertença ao Estado onde tenham sede;
c) Privado Nacional - formado pelos bancos cuja maioria do capital social ou
seu controle pertençam a pessoas físicas ou jurídicas brasileiras de forma direta
ou indireta;
d) Privado Nacional com controle estrangeiro - formado pelos bancos sob
controle estrangeiro com ou sem maioria do capital votante;
e) Privado Nacional com participação estrangeira - bancos com participação
estrangeira relevante, no caso de mais de 10% do capital votante, inclusive os de
característica binacional; e
f) Estrangeiro (filial no País) - formado pelas dependências de bancos
constituídos ou sediados no exterior.
A constituição e o funcionamento do banco comercial dependem de prévia e expressa
autorização do Banco Central. A autorização para funcionamento tem prazo indeterminado de
vigência. Dependem de prévia autorização do Banco Central:
a) transferência de sede ou de agências;
b) instalação de novas agências e postos de serviços;
27
c) alteração no valor do capital social;
d) a prática de operações de câmbio;
e) emissão de ações preferenciais ao portador;
f) transformação, fusão, incorporação, encampação e cisão; e
g) alterações estatutárias.
O funcionamento de bancos estrangeiros depende de autorização do Governo Federal,
expedida através de decreto do Poder Executivo. O CMN aplica à dependência do banco
estrangeiro que funcione no País as mesmas vedações ou equivalentes restrições que vigorem
na praça de sua matriz, em relação ao banco brasileiro ali instalado ou que nela deseje se
estabelecer. Além disso, o banco comercial constituído ou sediado no exterior está sujeito às
leis e aos tribunais brasileiros, quanto aos atos ou operações que pratique no Brasil.
O principal objetivo dos bancos comerciais é proporcionar o suprimento adequado de
recursos necessários para financiar, a curto e médio prazo, o comércio, a indústria, as empresas
prestadoras de serviço e as pessoas físicas. Para atender este objetivo, os bancos comerciais
podem:
a) descontar títulos;
b) realizar operações de abertura de crédito, simples ou em conta-corrente;
c) realizar operações especiais, inclusive de crédito rural, de câmbio e
comércio internacional;
d) captar depósitos à vista e a prazo fixo;
e) obter recursos junto a instituições oficiais de desenvolvimento;
f) obter recursos no exterior para repasse; e
28
g) efetuar operações acessórias ou de prestação de serviços, inclusive mediante
convênio com outras instituições.
A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é uma atividade típica dos
bancos comerciais, configurando-os como instituições financeiras monetárias. Dessa forma, foi
facultado às caixas econômicas existentes o acesso, através da Resolução nº 1.607 do CMN, de
27/04/1989, ao sistema de transformação em bancos múltiplos, já que elas também captavam
depósitos à vista. Entretanto, os bancos múltiplos originados de caixas econômicas podem no
máximo operar a carteira comercial e a carteira de crédito imobiliário.
No Brasil a criação de Bancos se estabeleceu pela lei nº 4.728165, disciplinando o
mercado de capitais, fixando às diretrizes para o desenvolvimento do país, assim estruturando o
sistema de distribuição de títulos ou valores mobiliários. Os Bancos Comerciais operam em
segmento de intermediação financeira, canalizando recursos de médio e longo prazo, para
suprir capital fixo ou de giro das empresas. Assim, com as diversas possibilidades para captar e
repassar os recursos, de origem interna e externa, estes fazem com que haja uma ampliação do
sistema de intermediação com maiores prazos, facilitando o processo de capitação do setor
privado. Em meio a este segmento, os Bancos de comerciais, devem apoiar iniciativas que
visem; a fortalecer o capital social das empresas, com subscrição ou aquisição de títulos e
valores mobiliários para o investimento ou a revenda no mercado de capitais; Incentivar a
melhoria produtiva e da competitividade das empresas em escala global; promover a
incorporação e desenvolvimento de tecnologia de produção, o aperfeiçoamento gerencial, à
formação e aprimoramento de pessoal técnico podendo patrocinar programas de assistência
técnica. Porém há limitações quanto à destinação de recursos para atendimento das empresas ou
entidades controladas direto ou indiretamente pela União, pelos Estados ou Municípios, pois os
Bancos Comerciais são controlados pela Autoridade Monetária. Mas sua vinculação está em
fortalecer a estrutura privada de produção, contando em sua estrutura técnica, com serviços
especializados de avaliação de projetos onde assessoram empresários para a realização de
negócios. Estes atuam também quanto ao montante das operações por clientes, e quanto ao total
de suas operações passivas em relação as seus recursos próprios. Pode-se indagar que o
29
segmento de operação destes Bancos é ainda reforçado por dispositivos locais que vedam a
estes bancos a destinação de recursos para empreendimentos imobiliários, atendidos por outras
instituições financeiras. Contudo, para atender suas operações, estes podem captar recursos no
país e no exterior. A capitação interna é feita mediante depósitos a prazo fixo.
30
CAPÍTULO III
Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento dos Bancos
Comerciais com Carteira Comercial.
Estas sociedades surgiram espontaneamente no país nos primeiros anos do pós-guerra,
para atender à demanda de crédito a prazo médio e longo. Assim são intermediários financeiros
não-bancários que atuam no mercado de crédito, onde a destinação ao financiamento da compra
de bens de consumo de uso durável é por usuários finais. Com a criação destes “bancos”,
passaram a concentrar suas operações no mercado de crédito para o consumidor. Contudo, suas
operações ativas, são realizadas junto às unidades familiares, cujo adquirem bens finais
duráveis de consumo, ou a empresas comerciais que tomam estes recursos e os repassam aos
consumidores. Assim as operações passivas são realizadas com a venda de letras de câmbio.
Rossetti (Introdução à Economia, 2000: 644) defini a SCI e a APE como:
“São intermediários não bancários especializados na concessão
de empréstimos e
financiamentos de médio e de longo prazo
para a aquisição de habitações por unidades familiares. Integram
o sistema brasileiro de poupança e empréstimo, SBPE, do qual as
caixas
econômicas,
CEs,
vão
além
do
financiamento
habitacional, concedendo empréstimos e financiamentos também
para projetos de interesse social, nas áreas de saúde saneamento
básico, educação e cultura e implantação de projetos de
urbanização”.
A concessão de crédito é determinada pela análise bancária em relação a expectativa
futuro cenário macroeconômico e do setor em que insere o tomador, pela, possibilidade do
devedor honrar com sua obrigações e, segundo Paula (2001), os colaterais dados uma garantia
da operação. Deste modo a instituição financeira (Bancos Comerciais), segundo abordagem de
31
Minsky (1986), terá como tarefa estruturar uma operação de crédito que seja capaz de ser
honrada pelo tomador.
“Antes de um uma visão clara sobre como o tomador
de empréstimos irá operar na economia para banco
emprestar dinheiro, ele deve ter auferir o dinheiro
e pagá- lo. Minsky, 1986, p.232 apud PAULA, 200,
p. 294-295)”.
Os critérios para oferta de crédito dependem não só da situação do tomador, mas
também do cenário macro e das expectativas. Um momento de crescimento econômico leva a
atitudes ousadas dos agentes financeiros, estabelecendo critérios menos perigosos para
concessão de crédito menos rigorosos para concessão de crédito e, posteriormente, a obtenção
de empréstimo passa a ser mais ágil e fácil. Agora, em um momento pessimista, a composição
da carteira dos ativos estará de voltada para ativos mais líquidos (exemplo, títulos da divida
pública) e as aplicações em empresas privadas serão maioria, demonstrando maior rigor na
liberação dos recursos destinados a esta finalidade.
3.1 - A evolução de crédito na sociedade brasileira
Com fins das receitas oriundas do floating inflacionário, as instituições financeiras
(Bancos Comerciais) tiveram que alterar as suas estratégias de concorrência e promover
operações que fossem demandas pela população, tanto pelas famílias como pelas empresas,
objetivando manter níveis altos de deficiência e lucratividade. De fato, a estabilidade da
economia não somente alterou a forma de atuação da firma bancaria, mas seu campo de
influência atingiu toda a população de consumidores e produtores. Sendo esta influência,
determinada pelo aumento de demanda por crédito.
32
Por outro lado, a instituições bancárias perderam acesso aos
ganhos inflacionários. Por outro lado passaram a prover
políticas ativas de expansão dos empréstimos, sobretudo de curto
prazo, beneficiando-se do aumento da demanda por crédito. O
estado de confiança criado pela expectativa de estabilização dos
preços levou os consumidores, sobretudo os de renda mais baixa,
ampliar a demanda por bens de consumo duráveis, devido ao
aumento real e a preservação do poder de compra dos salários
associados à queda da inflação. (Cintra, 2006, p.32).
3.2 - Expansões da rede de atendimento proporcionam comodidade e
segurança
O crescimento da rede de agências, postos de atendimento, rede de caixas eletrônicos,
do Internet Banking e a criação de uma rede complementar de atendimento por meio de
convênios com lotéricas, correios, farmácias e supermercados, vêm permitindo reduzir as filas
nas agências e ampliar o volume de serviços prestados, com mais conforto e eficiência para a
sociedade. Com o objetivo de criar comodidade e aumentar a segurança para os clientes, os
bancos concentraram mais investimentos na ampliação do número de postos de atendimento
(PABs), Postos de Atendimento Bancários com funcionários nas empresas e estabelecimentos
comerciais, e dos postos eletrônicos, cujo horário de funcionamento é mais amplo que o das
agências. Consciente de seu papel social, o sistema financeiro vem realizando grandes
investimentos para ampliar as facilidades de acesso para clientes e usuários de seus serviços.
Esses investimentos permitiram a rede bancária receber e processar quase 2,2 bilhões de
documentos para a sociedade, órgãos públicos e concessionários de serviços básicos, com
conforto, agilidade e segurança cada vez maiores.
33
3.3 - Equipamentos com mais opções estimulam auto-atendimento
O crescimento da oferta de equipamentos de autoatendimento visa expandir a
prestação de serviços, permitirem operações em horários ampliados e reduzir filas nas agências,
suprindo as necessidades básicas dos clientes com comodidade e eficiência. Cada vez mais
sofisticadas, as modernas ATMs são simples de operar e projetadas para realizar com segurança
múltiplas transações, substituindo com vantagens os dispensadores de cédulas.
3.4 - Transações com cartões crescem e reduzem uso de cheques
A maior utilização dos cartões magnéticos reflete o grau de adesão à Tecnologia da
Informação. O crescimento do número de cartões de crédito mais ou menos (75%) foi o dobro
do verificado com o número de contas correntes mais ou menos (80%). As transações com
cartões aumentaram 15,9%, enquanto o número de cheques compensados caiu 1,4%. Confirmase a tendência de utilização mais intensa de cartões múltiplos, que permitem aos clientes não só
ter acesso aos serviços bancários, mas também parcelar e administrar seus pagamentos.
3.5 - Empregos voltam a crescer e mulheres se destacam
A participação de homens e mulheres nos quadros de pessoal dos bancos se manteve
estável, mas com participação feminina crescente no alto escalão, conforme se verifica em
cargos de diretoria. Também chama a atenção uma discreta elevação no número de postos de
trabalho, revertendo tendência dos últimos anos.
3.6 - Bancos patrocinam anualmente 2,6 cursos por bancário
A preocupação dos bancos em formar e manter suas equipes de funcionários
permanentemente atualizadas fica demonstrado no expressivo aumento no número de
34
seminários e cursos. Em 2001, cada bancário participou em média de 2,6 eventos de
treinamento.. O programa de concessão de bolsas de estudos, parciais ou integrais, beneficia
um número maior de bancários a cada ano e reforça o empenho dos bancos em melhorar cada
vez mais a qualificação de seu quadro de pessoal. Uma indicação clara do bom nível de
qualificação dos bancários pode ser conferida no nível de escolaridade, com mais de 90% da
força de trabalho do sistema composta por pessoas com curso superior completo (36%) e que
completaram o segundo grau (55%). Chama a atenção, também, o salto no número de
profissionais com curso de mestrado e doutorado. Em 2004, eles eram 12.000 e, no ano
passado, passaram para 48 mil. Considerando apenas as pessoas físicas, o patrimônio dos
bancos, de R$ 98 bilhões, pertence à cerca de 4,5 milhões de investidores. Desse total, 108 mil
são bancários (26,8% do quadro), que têm ações das instituições em que trabalham, e os 4,4
milhões restantes são investidores que vêem nos papéis de bancos uma boa oportunidade de
investimento e de formação de patrimônio.
O número de pessoas físicas que são acionistas de bancos aumenta expressivamente,
reafirmando a confiança da população no desempenho das instituições financeiras em nosso
País. Os bancários foram beneficiados com o aumento do lucro das instituições financeiras em
2001, recebendo R$ 1,3 bilhão a título de Participação nos Lucros ou Resultados (PLR). A
distribuição da PLR favoreceu principalmente os bancários que recebem menores salários.
A responsabilidade social dos bancos começa dentro de casa, oferecendo uma gama
significativa de benefícios para seus funcionários, como ajuda alimentação, assistência médica
e odontológica, auxílio-creche e auxílio-transporte. Para tanto, aumentam a cada ano os
investimentos nestas áreas.
A maioria dos bancários é composta por uma população madura, mas a participação de
profissionais com mais de 50 anos aumentou de forma significativa, passando de 12,9 mil, em
2000, para mais de 20 mil, em 2001. O aumento desse grupo – mais experiente – nos quadros
dos bancos contribui sobremaneira para um maior desenvolvimento profissional de toda a
equipe, e evidencia o interesse das instituições financeiras em reter os talentos que forma.
Os bancários com mais de 10 anos de atuação na mesma instituição são maioria,
representando 61% de todo o quadro do sistema, no final de 2005. Chama a atenção, no
35
entanto, o crescimento no grupo de profissionais com mais de 20 anos de casa, que passou de
76,9 mil para 98,7 mil entre 2007 e 2008. A presença mais intensa de profissionais com maior
experiência acumulada ao longo dos anos é benéfica para o sistema como um todo, pois, além
de os mais jovens terem um importante apoio durante o aprendizado, o grupo mais maduro
assegura o cumprimento de normas e procedimentos fundamentais para o bom funcionamento
do sistema.
A comparação dos resultados anuais com base na última coluna da tabela diminui a
possibilidade de distorções que poderiam ocorrer em função de resultados anuais positivos ou
negativos excepcionais e atípicos. A divisão média de resultados confirma a preponderância da
participação dos empregados, com 61% contra 22% do governo e 16% dos acionistas. O valor
total dos resultados distribuídos foi obtido somando-se o Resultado bruto da intermediação
financeira com as Receitas de prestação de serviços e outras receitas subtraídas das despesas,
mais o Resultado de participações em controladas e coligadas.
3. 7 - Investimentos dos Bancos Comerciais na Área de Educação
O poder transformador da educação vem motivando os bancos a investir cada vez mais
em projetos nessa área. Uma das ações sociais e comunitárias mais amplas e perseverantes do
sistema bancário para a educação e a profissionalização de crianças, jovens e adultos começou
em 1956, com a inauguração da Fundação São Paulo de Piratininga, hoje conhecida como
Fundação Bradesco. O objetivo de seu principal fundador, Amador Aguiar, era “visitar o
amanhã”. Atualmente, são 60 escolas, com previsão de encerrar 2012 com 205 mil alunos,
distribuídos por 25 estados e no Distrito Federal. Nos últimos seis anos, os recursos da
Fundação Bradesco aplicados em educação somaram R$ 562,4 milhões. Em 2008, a previsão é
de mais R$ 119,7 milhões.
36
3.8 - Integração Social
O Banco do Brasil, em 2001, destinou R$ 87,2 milhões a ações e programas
comunitários. Na área de educação: Integração AABB Comunidade, BB Educar e Escola
Campeã. Um de seus principais programas, o BB Educar, de alfabetização de jovens e adultos,
utiliza a metodologia Paulo Freire, desde seu lançamento, há dez anos, e já alfabetizou 71.432
pessoas em sala de aula, com a participação de 3.700 alfabetizadores.
O projeto estimula os alunos para, após a alfabetização, ingressarem no ensino formal.
Outro projeto da Fundação Banco do Brasil, Escola Campeã, procura melhorar a qualidade do
ensino público fundamental. Implementado em 52 municípios, atende um milhão de alunos
matriculados.
3.10 - Melhorando o Ensino
O Itaú criou a dois anos a Fundação Itaú Social, consolidando programa iniciado em
1993, para desenvolver projetos e apoiar entidades e movimentos nas áreas de educação e
saúde para a melhoria da qualidade de vida de populações menos favorecidas. Os gerentes das
agências são os agentes dos programas de cidadania do banco. São eles que acolhem e
encaminham os projetos para o Comitê de Programas e Patrocínios da Fundação.
Em 2008, com investimentos de R$ 45 milhões, a instituição atingiu mais 254
municípios, elevando para 600 as cidades beneficiadas pelo Projeto Melhoria da Educação no
Município. Para 2012, estão programados investimentos mínimos de R$ 55 milhões em
projetos destinados ao Ensino Fundamental e à Saúde Pública. Em sua história, o programa do
Itaú já apoiou 550 projetos, com investimentos superiores a R$ 80 milhões. Seus principais
parceiros, na área de educação, são o UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e o
Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária). Com o
Prêmio Escrevendo o Futuro, o Itaú inicia este ano um novo programa para fortalecimento da
escola pública.
37
Outros bancos, além de manterem suas ações de cidadania, investem também em
projetos sociais de ONG´s e de outras instituições de cunho comunitário que atuam na área de
educação. Entre eles: ABN Amro Real, BBA Creditanstalt, Banco de Paribas, Banco de
Brasília, BEM – Banco do Estado do Maranhão, JP Morgan, Sul América, Amazônia, Banco
do Estado do Pará, Nossa Caixa, Sudameris, Triângulo, Votorantim, Safra, Citibank e
Multistock.
3.11 - Bancos na Escola
No ano passado, um grupo de instituições financeiras de origem estrangeira – ABN
Amro Bank, BBV, Citibank, BankBoston, JP Morgan, Lloyds TSB e Merrill Lynch, além do
MEC, UNICEF e Instituto Ayrton Senna, pais, alunos, mestres, dirigentes da educação e
lideranças comunitárias começaram a aprender como gerir e auditar os recursos destinados à
escola pública, com o objetivo de investir em educação de uma forma bastante criteriosa. A
fase piloto do projeto Banco na Escola foi implantada em 75 escolas de ensino fundamental e
médio da cidade de São Paulo. No segundo semestre de 2012, deverá ser ampliada para mais de
1500 escolas municipais da cidade, onde estudam em torno de 1200 mil alunos. O projeto
emprega as principais habilidades dos bancos: conhecimento, estratégia, execução, espírito de
equipe e busca permanente de resultados. Na sua primeira fase participaram aproximadamente
200 voluntários dos bancos aliados que definiram os produtos e as estratégias de ação. Com
apoio técnico da Oficina de Idéias, montaram protótipos de jogos, planilhas, calendários, livros,
painéis para estimular e facilitar a comunicação escola-aluno comunidade e literatura sobre
formação de grêmios. Foram escolhidas as escolas da Zona Leste para a implantação da
segunda fase do projeto. Em seguida, passaram a aperfeiçoar os produtos através dos encontros
com pais, alunos e mestres. De acordo com os coordenadores do Banco na Escola, menos de
um terço das escolas do projeto piloto contavam com um grêmio estudantil no ano passado.
Com o início dos trabalhos propostos pelo Banco na Escola, foram criados vários grêmios e,
juntamente com eles, os espaços de informática. Atualmente, mais de dois terços das escolaspiloto possuem grêmios.
38
Os integrantes do Banco na Escola entendem que o sucesso na escola é fundamental
para o desenvolvimento pessoal e social e que toda a organização tem responsabilidade social e
pode fazer diferença ao dividir o conhecimento de sua área de atuação. A comunidade escolar
(professores, pais e alunos) deve participar da gestão da escola, contribuindo ainda mais
efetivamente com a qualidade de ensino.
3.13 - Capacitação Profissional
3.13.1 - Criando Oportunidades
Ações com foco em capacitação profissional para aumentar as chances das pessoas de
ingressarem e se desenvolverem no mercado de trabalho são realizadas pelo HSBC que, entre
outros projetos, contribui com a Escola Salesiana do Trabalho; o JP Morgan, que colabora com
o Centro de Profissionalização de Adolescentes (CPA); e diversas outras instituições, a
exemplo do Lloyds TSB, Itaú, Nossa Caixa, Citibank e Unibanco. Esses trabalhos são
desenvolvidos por meio de cursos específicos, como os ministrados na área de informática, ou
apoiando financeiramente instituições que desenvolvem trabalhos de formação em diversas
áreas como artesanato, cerâmica, padarias etc.
3.14.2 - Inclusão Digital
Também é importante para os bancos ampliar o número de jovens com acesso e
conhecimento das novas tecnologias. Entre os bancos que participam de programas de combate
à exclusão digital, estão Santander- Banespa, HSBC, e Caixa Econômica Federal.
3.15.1 - Fundo Social de Solidariedade
Articular ações sociais para proporcionar melhor qualidade de vida para a população e
oferecer estrutura para a atuação dos agentes multiplicadores junto à comunidade são alguns
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dos objetivos do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo (Fussesp). Para isso, a
entidade estabelece parcerias com Fundos Sociais de Solidariedade Municipais, sociedade civil
e iniciativa privada. Entre os bancos que apóiam o programa: Bradesco, Nossa Caixa e
Santander-Banespa.
3.16.1 - Na área da Cultura
3.16.7 - Privilegiando a arte
A maioria dos bancos concentra volume significativo de seus investimentos sociais na
área cultural. Dos bancos que forneceram informações para o Balanço Social, a maior parte
desenvolveu ações no ano passado, somando investimentos próximos de R$ 100 milhões.
Os projetos culturais dos bancos privilegiam a cultura brasileira. Os patrocínios ou os
apoios são dirigidos às festas locais, peças teatrais, edição de livros, gravação de cd´s, festivais
de música, de dança, teatro, bandas, gincanas culturais, congressos, seminários, premiações,
entre outros.
3.17.8 - Atuação abrangente
O HSBC colaborou no ano passado com oito instituições de Curitiba, no Paraná, onde
mantém um coral de 140 crianças. Também patrocinou o Festival de Dança de Brasília, as
peças teatrais Dia das Mães e Visitando Sr. Green e o livro da artista plástica Leila Pugnaloni,
investindo R$ 2,5 milhões. Desde 1997, a atuação do Itaú Cultural se assenta no tripé de
fomentar, formar e difundir a arte contemporânea brasileira.
No ano passado, completou 15 anos de atividades, direcionando R$ 26,7 milhões para
atividades como a do Projeto Rumos, que engloba artes visuais, cinema e vídeo, literatura,
musicais, cênicos, novas mídias, design, oficinas e cursos de formação, além de projetos
educacionais. Os projetos do Itaú Cultural já conquistaram 10 prêmios e atraíram 265.331
visitantes. Já o Mercantil do Brasil apostou em 11 projetos regionais, principalmente em Minas
Gerais. Entre eles, Arte de Viver Minas, Resgatando e Contanto Histórias e Semana Integrada
de Cultura no Centro Universitário de Lavras. Entre os livros culturais produzidos pelos bancos
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em 2001 destacaram-se Litoral do Brasil, do Banco Zogbi; O Brasil na Visão do Artista – A
natureza e as artes plásticas, do Sudameris; e A História Comparada Brasil-Argentina, editado
pelo BBA Credistantalt, que também patrocinou concurso de fotografia e participou da Revista
Bravo. O Santander investiu R$ 12,6 milhões na criação do Santander Cultural, em Porto
Alegre, no Rio Grande do Sul, projeto com ações em quatro eixos – artes visuais, música,
cinema e reflexão, onde foram promovidos importantes eventos em 2001, como a III Bienal de
Artes Visuais do MERCOSUL. Evangelho Segundo Jesus Cristo, com a participação da atriz
Maria Fernanda Cândido, e Rei Lear, estrelado por Raul Cortez, foram dois espetáculos
patrocinados pela Nossa Caixa. A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil investiram
aproximadamente R$ 36 milhões em cultura, no ano passado. Patrocinou diversos espetáculos
teatrais e exposições, como a Divina Comédia de Salvador Dali, Tesouros Artísticos da China e
Miró Gravador. Entre outros projetos apoiados por esses três bancos, destaque para Nelson
Rodrigues – 60 anos de Teatro, Bienal 50 anos – Uma homenagem à Ciccillo Matarazzo, IX
Mostra de Teatro Amador em Ourinhos e Resgate da Memória Nacional. O Bradesco
participou de mais de 50 projetos em áreas como cinema, teatro, música, exposições e dança.
Com investimentos de R$ 8,4 milhões, viabilizou eventos de grande repercussão, como as
peças Os Lusíadas e Quem tem medo de Virgínia Wolf? A Bienal Internacional do Livro e
Exposição Egito Faraônico.
Inicialmente, os planos eram de oferecer apenas oficinas culturais, com cursos de
teatro, música e escultura em pedra sabão, por exemplo. Mas o projeto acabou crescendo e,
ainda no primeiro semestre do ano passado, a Agência Cultural passou a dar também alguns
cursos de qualificação profissional, como informática e secretariado. Para tanto, o BRP contou
com algumas parcerias. No caso do curso de informática, um cliente do banco ofereceu os
equipamentos e, no de secretariado, um grupo de secretárias da cidade montou programa de
dois meses e ministra as aulas. Essas parcerias comprovam a boa receptividade de propostas de
conjugação de esforços entre empresas, funcionários e clientes, especialmente na área social.
A única exigência para fazer os cursos gratuitos da Agência Cultural voltados para a
população de baixa renda, é que o jovem entre 10 e 17 anos esteja matriculado na escola. A
norma visa estimular o jovem a ir a escola a valorizar seu empenho com a própria educação. O
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Banco Ribeirão Preto investiu aproximadamente R$ 100 mil na instalação e manutenção da
Agência Cultural. Em 2001, cerca de 500 jovens participaram dos cursos oferecidos pelo
projeto.
3.18.9 - Percorrendo o Brasil
Os Centros Culturais do Banco do Brasil, localizados em São Paulo, Brasília (DF) e
Rio de Janeiro, contribuem para a difusão da arte e da música popular brasileiras, promovendo
eventos itinerantes e shows de música apresentados em várias cidades brasileiras. Para
participar dos eventos do Circuito Cultural BB, o público doa um quilo de alimento nãoperecível e livros infantis ou adquire seu ingresso a preços populares. Assim, a população local,
além de apreciar exposições ou cantar com seu ídolo da MPB, tem a oportunidade de colaborar
com obras de caráter social.
3.20.10 - Banco de Talentos
Os bancários, com habilidades artísticas participam, a oito anos, do Banco de Talentos,
projeto cultural da FEBRABAN – Federação Brasileira das Associações de Bancos. Na edição
do ano passado, foram selecionados trabalhos das modalidades de Artesanato, Canto Coral,
Contos, Escultura e Poesia. O evento não atribui classificações ou distribui prêmios aos
selecionados, tendo como principais objetivos valorizar, identificar e promover os trabalhos dos
bancários. Organizado, em ciclos bienais, contempla nos anos pares as modalidades de
Fotografia, Música e Pintura.
O Banco de Talentos da FEBRABAN já editou oito livros com a reprodução dos
trabalhos dos artistas, dois livros de poemas, um de contos, 20 calendários artísticos e nove
CDs. Foram produzidos, também, três festivais de teatro, cinco espetáculos musicais, dezenas
de sessões de leitura de contos e poemas, além de centenas de apresentações dos corais.
O Circuito Cultural do Banco do Brasil percorreu 25 cidades do País (17 capitais e 8
municípios do Interior), com mais de 200 artistas nacionais. Participaram 270 mil pessoas, que
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doaram 41 toneladas de alimentos a instituições filantrópicas. A arrecadação em bilheteria, de
R$ 250 mil, foi revertida em benefício de ações sociais.
O Instituto Moreira Salles (IMS), criado e administrado pelo Unibanco, dedica-se,
desde 1990, à promoção de iniciativas culturais inéditas, que ele próprio concebe e executa.
Entidade civil sem fins lucrativos, o IMS mantém centros culturais nos estados do Rio de
Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, que lhe permitem operar como circuito integrado. Coordena
também as atividades dos Espaços Unibanco de Cinema, desde 1995, por meio de uma rede de
salas de exibição no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza e Juiz
de Fora. Os projetos apoiados pelo IMS são de médios e longos prazos e têm, entre seus
objetivos, contribuir para a formação e aprimoramento do público. Suas cinco áreas principais
de atuação são fotografia, literatura, cinema, artes plásticas e MPB. Muitos outros bancos
investiram em cultura em 2001 e até hoje eles investem.
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CONCLUSÃO
Os bancos múltiplos ou comerciais possuem uma função essencial para promoção e
sustentação do crescimento econômico, através da criação dos meios de pagamento para
atender a demanda da população e as indústrias oferecendo custos compatíveis com acesso fácil
e seguro.
A facilidade e eficiência em que firma bancária possui para a criação de meios de
pagamento é notória. Os estudos de caso demonstram ainda que os bancos selecionados
desenvolvam atividades de responsabilidade social por acreditar que tais ações geram valor
para o acionista no longo prazo, além de beneficiar a sociedade como um todo.
Os estudos de caso desenvolvidos parecem corroborar tal visão, ao apresentar
evidências de que os programas de responsabilidade social agregam valor às empresas que os
desenvolvem, através da atração e fidelização de clientes, melhora do clima organizacional,
redução do custo de capital e criação de ativos intangíveis como reputação.
O trabalho procurou ainda abordar quais os benefícios esperados da adoção de práticas
de responsabilidade social e os públicos-alvos destas ações, dando ênfase ao modo como
instituições financeiras, especificamente, avaliam tais questões. Futuras pesquisas podem
procurar avaliar benefícios esperados por empresas de outros setores, comparando possíveis
diferenças de percepção dos resultados esperados, bem como de motivações.
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