------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL -1- 2ª Antologia Poética- Literária AVBL Academia Virtual Brasileira de Letras ************************************** Edição Histórica Editora AVBL ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL -2- Editora AVBL www.avbl.com.br - www.editora.avbl.com.br www.virtualismo.avbl.com.br - www.ebooks.avbl.com.br e-mails: [email protected] - [email protected] Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) LETRAS, AVBL – Academia Virtual Brasileira 2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica AVBL -- Bauru/SP Editora AVBL, 2006. -- Bauru/SP 189p. il. 15 X 21 cm. ISBN 85-98219-09-6 1. Poesia Brasileira. 2. Contos Brasileiros I. Título. 06-1109 CDD-869.91 Copyright © AVBL - 2006 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL -3- SUMÁRIO Apresentação Prefácio 5 7 AUTORES Ana Paula Correa – Guarulhos/SP – Brasil Ana Suely Pinho Lopes – Brasília/DF – Brasil Cássia Vicente – Jataí/GO – Brasil Ceres Marylise – Vitória da Conquista/BA – Brasil Clélio Costa Carreira – Campinas/SP – Brasil Clevane Pessoa – Belo Horizonte/MG – Brasil Eduardo Gomes – Salvador/BA – Brasil Edvaldo Rosa – São Paulo/SP – Brasil Ermindo Gomes Rocio – Manaus/AM – Brasil Fátima Cardoso – Recife/PE – Brasil Fátima Fontenele – Salvador/BA – Brasil Genaura Tormin – Goiânia/GO – Brasil Gerson F. Filho – Rio de Janeiro/RJ – Brasil Heldemarcio Ferreira – Recife/PE – Brasil Iracema Zanetti – Belo Horizonte/MG – Brasil João Carlos (Rother) – Osasco/SP – Brasil João Sevivas – Catro Daire – Portugal José Carlos da Silva Primaz – Albufeira – Portugal Leni Chiarello Ziliotto – Serafina Corrêa/RS – Brasil Manuel C. Amor – Rio Maior – Portugal Márcia Cavalliere – São João de Miriti/RJ - Brasil Marcial Salaverry – Santos/SP – Brasil Margot de Freitas Santos – Juiz de Fora/MG – Brasil Maria Inês Simões – Bauru/SP – Brasil Maria José Zanini Tauil – Rio de Janeiro/RJ – Brasil Maria Loussa – Goiana/GO – Brasil Maria Luiza S. Castelari – Nova Andradina/MS – Brasil Marici Bross – São Paulo/SP – Brasil Masé Frota – Rio de Janeiro/RJ – Brasil Meg Klopper – Niterói/RJ – Brasil Mifori – São José dos Campos/SP – Brasil Millie – Balneário Camburiú/SC – Brasil Nanci Rossi Faria – Santo André – SP – Brasil Nídia Vargas Potsh – Tijuca/RJ – Brasil 9 11 15 17 21 25 29 33 37 41 45 47 51 55 59 63 67 71 75 79 83 87 89 93 97 101 105 109 111 115 119 123 127 131 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL -4- Natália do Vale – Leça do Balio – Portugal Odete Ronchi Baltazar – Florianópolis/SC – Brasil Oscar Calixto – Maceió/AL – Brasil Pedro Valdoy – Lisboa – Portugal Pilar Casagrande – Rio Claro/SP – Brasil Pinhal Dias – Amora – Portugal Rivkah Cohen – Brasília/DF – Brasil Rosimeire Leal da Motta – Vila Velha/ES – Brasil Sandra M. Julio – Sorocaba/SP – Brasil Sandra Ravanini – Campinas/SP – Brasil Sarah Rodrigues – Belém/PA – Brasil Shirlei Mello – Indaiatuba/SP – Brasil Solange Rech – Florianópolis/SC – Brasil Sonia Emidia Santos Maciel – Capim Grosso/BA – Brasil Teka Jorge – São Paulo/SP – Brasil Yara Nazaré – Brasília/DF – Brasil Informações 135 139 141 145 149 151 155 157 159 161 165 169 173 177 181 185 189 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL -5- APRESENTAÇÃO Segunda Antologia Poética-Literária AVBL – Edição Histórica. AVBL – Academia Virtual Brasileira de Letras fundada em 09/05/2001. Nosso empenho: difundir a Literatura Virtual e divulgar novas criações que venham definir nossa Época Literária. Além dos sites que transmitem nossas idéias e ideais, também nos preocupamos em registrar nossa participação nas escritas através do mundo "real" em 2004 lançamos pela AVBL nossa Primeira Antologia Poética - Edição Histórica, onde reunimos 118 autores de 16 países em quatro continentes, no Brasil participaram 45 cidades de 16 estados. Inovação na arte, na agilidade da comunicação através da Internet. Em 2005 publicamos a Antologia Literária "Virtualismo - Escola de Autores, Escritores e Poetas Virtuais (Do Virtual para o Real) outro marco dentro desta nova Época Literária. É maravilhoso quando colocamos nossas vidas em um sonho, mais ainda quando observamos que este sonho se torna realidade. Não podemos nos esquecer que a cada etapa, a cada desenvolvimento de nossos projetos contamos com pessoas que possibilitam nossa caminhada e neste caminhar, os escritores, leitores e amigos são todos incentivos mágicos que nos conduzem para realizações. Agradecemos pela colaboração e participação de todos, quer seja na publicação ou na leitura desta Antologia e de nossos Sites-Projetos, onde cada poesia cada texto é colocado de maneira a engrandecer nossa Literatura “Real” e “Virtual”. A todos, agradecemos e boa leitura. Maria Inês Simões Membro Efetivo e Fundadora da AVBL www.avbl.com.br www.ebooks.avbl.com.br www.virtualismo.avbl.com.br www.editora.avbl.com.br ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL -6- "SER Poeta Virtual é desvendar segredos de linguagens-sentimentos em época atual. É transformar escritas-poesias-pensamentos, em bytes deste momento. UniveRsaL!" Maria Inês Simões ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL -7- PREFÁCIO Por todo sentimento, por toda magia, pura poesia. Acumulada e então exposta nesses versos, complexos, arrumados, outros dispersos. Paira o amor, na emoção da letra do poeta. Que multiplicado entre personagens, são pura poesia. Quando chegou aquele momento onde o coração extravasou paixão deixando fluir o lírico caldo de sensações, que leva ao sonho, que arranha o profano, e na insanidade do momento toca o céu. Como se o infinito fosse logo ali, do outro lado da ilusão. Os lugares onde descansam, nessas páginas a sua espera, a paixão, o amor à saudade, e toda sensação, que só precisam dos teus olhos para que cheguem e se instalem, para acariciar a alma. Um magnífico momento para alimentar o espírito, que se desidrata, na aridez dos momentos atuais. Trafegue, navegue, viaje, no conteúdo fértil e generoso. Uma dádiva, ofertada por todo aquele que por pena ou prêmio, tornou-se um escriba de Deus. Gerson F. Filho. Membro Efetivo e Fundador da AVBL www.avbl.com.br www.poesiapoesias.com.br ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL -8- "SOMOS e vamos. SER, sendo e sido. Até onde a alma alcança. Pois, não de matéria se faz à esperança. Mas de toda palavra. Que abraça. Um coração de criança." Gerson F. Filho ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL -9- ANA PAULA CORRÊA www.ebooks.avbl.com.br/biblioteca1/anapaulacorreia.htm Guarulhos/SP – Brasil OCASO Ontem o que me disse? Que nesses dias que seguirão A tua saudade em mim não insiste, E que eu não escute as vozes do coração. Hoje lhe digo em verso Que minha paixão não vingou, Que não me aqueceu o teu abraço, Que nos meus sonhos já não te vejo. Amanhã o futuro se tornará presente, Sua pessoa continuará ausente, Minha cama cada vez mais quente, E sem ninguém para me fazer contente. Mas já que minhas lágrimas secaram, E um mundo de ilusões nos separam. Vou tentar esquecer-te de vez... Tentar te esquecer mais uma vez. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 10 - SOU FRASE? QUEM SABE! Para mim um ponto não basta. Não sou final, um ponto e vírgula talvez; Todo o meu corpo fala Sou palavra, cada pedaço, toda vez. O trema no tremor das mãos cinqüentonas. Circunflexo na circunferência dos olhos. Tenho um til viúvo no coração, Que assedia a cedilha em seus sonhos. Sou exclamação da cabeça aos pés! A interrogação, em mim, adereço se faz. Onde a cabeça sempre a quer, E na alma, seria tenaz? Redimo as reticências nos contos...soltos... Craseando a duras penas essas mãos compulsivas Dois pontos, na outra linha, parágrafo, Abre aspas, travessão: “- Quero aqui fazer um parênteses (vírgula), aguda é a dor que sinto em não fazer aquilo que me é suscito” (fecha aspas). ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 11 - ANA SUELY PINHO LOPES www.usinadeletras.com.br e www.bdb.org.br Brasília/DF – Brasil DOMINGO Teatro vazio, palco vasto Rio em vagos passos Anônimo ator, cenas incertas Cortinas desviadas Busca do m’encontro. Tentativa de preencher um canto No anônimo monólogo do domingo Busca do se perder Risco do se achar! ENTREGA AO DESTINO As asas do destino confundem ausência e pendor da emergência. liberdade em gritos libera desejos presos de sonhos acordados vivos e irreais! Na busca incansável vôo imaginário o coração acredita ser possível num céu deslumbrante o misterioso tornar-se alçável. CEARÁ - BRASÍLIA E tudo acontece quando começo a sonhar... O céu de Brasília se torna o mar do Ceará e navego em suas nuvens... Sem o mar do Ceará, vôo no céu de Brasília e fujo em suas ondas. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 12 - LICENÇA IMAGINÁRIA Seres verdadeiros Almas irreverentes Nós mesmos... Alimento desejos Fantasias C’licença para nós Noutra realidade sonhada Apenas enganos, Próximos, Fantasiando um viver Olhares lânguidos, Mãos aquecidas, Pensamentos curvos, Toque côncavo-convexo Por que sim? Por que não? Encontros de braços, Abraços de almas. Confusas palavras, desejos, lugares, sem hora para acontecer... Pura fantasia! CRESCENDO Chão molhado de sentimentos, Solidão voluntária, Abraços sem braços, Canção sem letra, Estrada sem fim, Início da maturidade! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 13 - SÔNIA Saudade Sonho da eternidade desejo de encontrar o passado. Paixão pelo vivido, ouvido, aprendido. O aperto que não pode se libertar, As graças pelo feito, pelo não feito. A gratidão especial pela convivência, O carinho pelo ensinamento, Pelo visto, A grandeza de espírito, O exemplo de ser humano. A certeza de que fostes dos maiores presentes de Deus! Resta, Agradecer e viver seus ensinamentos! TEMPO Vez ou outra Rumo a estrada dos desejos Flutuantes curvas em tempo Incessante ânsia de beijos Longa viagem penso O hoje que ainda é quase nada O vento dirige ao relento e Marca o velocímetro do eterno Ao alcance do seu limite É o sonho real Presente no presente! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 14 - POETAS Poetas resgatam o passado Gritam o silêncio de corações vazios e silenciam a suave melodia de almas completas Poetas recriam a vida Quando dentro de si A arte de viver Representa o final do espétaculo vivo Poetas celebram os poetas a cada verso escrito Substantivam o atrito De ternuras infinitas. Ana uma singela homenagem a sua obra Encontros Encantos . (Leandro Alves) NATAL Enigmas, paradigmas, Recuo, encontro, Solidão, escuta, Olhar para dentro, nós, fora, outros, Reclusão, inclusão, Aprendizagem, de ficar bem para estar melhor para o Próximo! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 15 - CÁSSIA VICENTE www.cassiavicente.com Jataí/GO – Brasil Faço da poesia exercício diário de você.. AQUELE DIA Depois daquele dia não pude mais dormir tua voz ecoa em meus ouvidos ouvindo nas entrelinhas uma melodia triste entoando o canto "porque você partiu?..." Depois daquele momento tão feliz que senti meu coração chora por um dia ter ido embora... Depois daquelas palavras que ainda soam gostosas não deixei mais de pensar "porque foi que desisti?..." Depois daquele momento meus dias não são mais os mesmos minha calma se transformou em espera porque tem que ser assim?... Poderia ter deixado as lembranças do passado guardadas dentro do peito no entanto sem perceber que seria tanto deixei escapar pra dentro do coração um contentamento descontente... ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 16 - Minh'alma está em êxtase teu perfume a deixou assim... ....perfumada... TRANSPARENTE Um dia...você apareceu... do nada ressurgiu tão transparente que não tive dúvidas era você de volta pra mim... Pra mim...transparente... colocou teus sentimentos tão claros...tão a prova que não pude duvidar fez renascer em mim...você! Você! que de repente...apareceu num oi...com toda graça que só você tem me fez sorrir...sentir... que ainda ha tempo de ser feliz... Ser feliz... ...só pra nós dois... pros outros...ah! deixa pra lá prefiro pensar em nós... transparentes ao brilho de nós dois... ...Gostar de você não é um simples gostar é um verdadeiro amar! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 17 - CERES MARYLISE http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=537 Vitória da Conquista/BA – Brasil SOU... Sou tragédia secular que assombra a humanidade, Língua áspera de areia que lambe o rosto da paz E a primeira a cuspir minha flecha de amazona. A que disfarça ambições dos senhores insensatos, E ecoa entre as masmorras, cativas da ignorância. O mundo inteiro ouviu, o soar dos meus tambores E o céu, muitos gemidos, sufocados nas trincheiras. Finquei em cada nação, a cor da minha bandeira Deixando em cada lugar, só espanto e cicatrizes, Que conheceram de perto, minhas noites sem fronteiras. Lutei contra todo acordo, disseminei muitas dores. Parindo todos os filhos, reguei meu sangue na Terra. E assim eu sigo amando, feliz a cada conflito Que acontece nos campos, nas ruas e nas famílias... Sou todo tipo de GUERRA e cresço sem me dar trégua. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 18 - COM AS PALAVRAS Com as palavras, fiz caminhos poderosos, permiti silêncio e diálogo para encurtar distâncias. Com as palavras, ultrapassei horizontes, passei por terras e mares e segui mais adiante. Com as palavras, aprendi toda a História, temperei a minha pátria, expus o avesso sem glória. Com as palavras, combati desigualdades e provei do gosto amargo, defendendo a liberdade. Com as palavras, entendi da humanidade, e a cada dia me espanto com suas faces, disfarces. Com as palavras, me reviso a cada instante, e ainda me refaço como simples caminhante. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 19 - DÁI-NOS ALMA, SENHOR! Lágrima escondida na clausura Dos olhos já cansados do infinito. A que não cura o silêncio e a amargura, Que não é queixa e não emite um grito. Aquela que não dá trégua e consolo. A que fere, cega e atormenta. A que não tenta mostrar-se e ficar nua E faz a pena interminável e lenta. Cântaros secos a assomar aos olhos Estáticos, vazios e sem brilho. Que enche o coração e o consome Na dor que chega sem mandar aviso. Manancial retido na garganta Que no silêncio do ser não se dilui. Onde não nasce o alívio da esperança Mas sempre vem aos olhos e não flui. A que não podem ver porque escondida Na angústia incessante e rotineira. É preciso meu Deus, que haja alma! Mas muitos não têm alma para vê-la. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 20 - TRISTE NOITE DE ANO NOVO Nesta noite em que todos comemoram A morte de um ano insuportável, De desordens e tantas incertezas, As mãos se buscam ainda em efusão Para um desejo de paz alvissareira. Passam pessoas vestidas de loucura, Paira no ar o hálito dos ébrios, Parece que a cidade está histérica... Esta é a noite em que todos se esquecem Das contas, das partidas, das tristezas. E aos pobres homens dormindo nas calçadas, Dizem palavras de alento aos infelizes Como se o tempo marcado pelos homens Mudasse realmente cada história, E apagasse todas nossas cicatrizes. Ó tempo que és o último e o primeiro, Tu que passas entre cinzas e enfeites, Tu que avanças com ruídos, tempestades, Tu que não morre, nem carrega nossas cruzes, Põe nos meus olhos outra forma de acolher-te! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 21 - CLÉLIO COSTA CARREIRA Campinas/SP – Brasil A JANELA DO CASARÃO Quando criança olhava o mundo, aquele mundo lá, sobre a serra. Olhava da janela da casa da minha avó, ali eu nasci, ali quase todos os nossos nasceram. Um casarão enorme com janelas enormes, janelas que mostravam quase tudo que meus olhos de menino podiam ver. Daquela janela da sala, ao lado da porta, sobre a poltrona, eu via: Vi muitos dias nascerem, vi a lua, a grama crescer, vi os frutos da mangueira amadurecerem ao sol de verão, de lá, via os Homens, morro acima, qual formigas, caminhando indo não sei onde, via as carroças com seus burros, pesadas, levando talvez esperanças. Muitas crianças brincavam no descampado ao lado do rio, vi as enchentes, nas chuvas, e, as brincadeiras no barro. Vi muitas vezes minha doce mãe subir a trilha que levava ao casarão, seus passos jovens, já me pareciam pesados e sofridos então, quantas histórias ali se contou, à beira daquela janela nas noites frias do inverno da serra. Ali eu vi o mato e as crianças crescerem, muita gente nasceu e morreu ali. A janela era tudo naquela época , de lá se via o mundo de lá se viam os sonhos, de lá se via no horizonte um mundo, meu, melhor. Ali eu cresci, criança de muitos sonhos olhados daquela janela, ainda hoje recordo, o reboco preto de umidade e fungo da casa velha, muitas imagens do futuro estavam ali estampadas, muita coisa aconteceu daquilo que vi dali, dentre aqueles batentes fortes: coisas boas e ruins são vistas e lembradas ainda. Tinha ate um manso filete de água límpida que alimentava duas grandes piscinas, entre os brilhos da água, quais diamantes, corriam sonhos vindos de longe, de não sei onde, sonhos não sei de quem, hoje não correm mais, os sonhos findaram tal como a água que sumiu ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 22 - Hoje, tanto tempo depois, ainda me sinto olhando por aquela janela, vejo muito daqueles sonhos ainda não realizados, parecem infindos, não sei, talvez acabem um dia, nem sei como. É como se ainda estivesse lá, ainda menino naquelas roupas rotas, já usadas, de outras crianças, ainda dá para ver a camisa branca sem alguns botões e os pés descalços, ainda dá para ver os sonhos que passavam por ali muito daquilo se apagou na memória muito daquilo se viveu e está por viver ainda, muitos daquela gente ainda cruzarão todos os caminhos traçados. Os batentes ficaram corroídos, há de ser o preço a ser pago, O pedágio da passagem das vidas que por ali fluíam Certamente todos deixaram suas marcas ali marcas da vida, marcas dos sofrimentos de todos marcas de todas as felicidades vividas. Aquela janela era mágica, sem dúvida. LÁGRIMAS FRIAS Céu de estrelas incontáveis a pino as três Marias imponentes no céu sem lua O vento frio açoita a mata densa porteira aberta, os galhos da paineira se movem os bambus se vergam e emitem um som triste mata triste e silenciosa alma triste e silenciosa uma gota de água salgada corre a face a luz apagada no poste, outrora acesa prenúncios do fim de uma era dores infindas dores dos sonhos não vividos das felicidades não sentidas das esperanças tolhidas lágrimas novas lágrimas frias ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 23 - PIANO As flores na sala, o piano com as fotos da família minha cabeça em seu colo macio, a lembrança muitos sonhos tudo gravado, tudo o que os meus olhos puderam ver um piano mudo a espera dos seus dedos longos a espera da música que nunca será tocada nunca será ouvida um silêncio, o silêncio de suas palavras muitas vezes desperto-me com seu doce carinho tem um dom, nao usa seus cabelos sempre presos toques suaves seus detalhes de adorno enfeitam a minha vida dão luz, cativam-me encantam-me mesmo na distância sinto sua presença vive em mim revive em mim a cada momento a brisa mansa traz sempre o seu perfume o cheiro da sua pele fresca os quadros nas paredes a paisagem dos telhados vista da janela seu jeito manso de dizer meu amor uma porta um caminho de ir-se. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 24 - OUTONO 2 Manhã linda de sol e clima ameno, a brisa leve deste outono balança a copa das arvores derrubando as folhas secas. O chão se mistura com frutos e folhas da velha figueira pássaros de muitas espécies se nutrem dos pequenos figos e muitas vezes ensurdecem o ambiente com suas brigas. Um tanto de minha angústia se mistura ao canto das aves um tanto da minha tristeza se faz presente no ar fresco, aperta o peito, numa mistura de ansiedade e prazer, mistura de alegria com sua ausência. Os olhos se fecham e o perfume de sua pele invade. Invade, entra com o ar pelo meu peito e inunda, sua imagem toma conta de meus sentidos, sinto-me torpe, pleno de sua presença, e sonho : sonho a saudade; sonho a vontade; sonho a saudade: só a saudade, só saudade. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 25 - CLEVANE PESSOA DE A. LOPES http://www.clevanepessoa.net/blog.php Belo Horizonte/MG – Brasil POR QUE? (para Eduardo) Belo Horizonte,MG,14/11/2005 Porque partiste antes que eu reafirmasse meus votos, novamente o amor chegasse as juras eu renovasse, um novo tempo nascesse, qual estrela que morresse e anos- luz depois brilhasse? Encontro marcado, desejo incendiado, e o fogo apagado e o sonho negado, registro de morte. Adeus sem adeus, sei que nossos eus depois desse corte, hão de se reunir... Então até breve, na alma,a neve faz tempestade bloqueia caminhos, mas eu caminho... Todo o carinho guarda-me a alma, lembro,calma, o prazer o ser, o ter... Por que não pude partir contigo no mesmo instante ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 26 - em que a Morte,a bipartir, nosso coração ,que amante ao outro estava colado arrancou-te aqui da terra? Qual o ciclo que se encerra? Ah,não seguir lado a lado traz um vazio constante... Na cabeça,um grande nó, agora que sigo só, a saudade a atormentar, um século num instante... Por que?... NECESSIDADE Amanhar A terra do amor (promete messe de flor e parece mar!)... TRÊS POETRIX,NUM MIX (I) Pés de fada passos no ar: asas de luz. (II) Pés nas mãos: pesos de seda pele a pele. (III) Pés de bebê: quinta-essência do cetim. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 27 - ACTO Olhar desfocado lábio intercalado (boca em completude suores em açude, saliva em fio/riacho escorre) Peito infla coração rufla mamilo cresce adaga intumesce você, garfo, eu colher. gemo/arfo homem/mulher fusão. Con/fusão fuso horário da petit- mort: orgasmo o gamo a gazela o hierogamus... Os órgãos, os grãos ocultos, a produção dos micro organismos potencializados dizem Amém... A MEU PAI, LOURIVAL PESSOA DA SILVA Quando nasci, minha doce mãe adolescente com a franqueza das mulheres nordestinas, me disse feia - veias azuis na cabecinha, um jeito talvez, de pessoa inacabada mas meu pai, vendo feliz, suas duas meninas, me disse linda, ao segurar-me ao colo: "Já nasceu de olhos arregalados, olhando o mundo e me namorando" dizia em solo cantante ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 28 - (repetido anos a fio à magricela que eu era) Segurava-me - contava ela - todo cheio de cuidados aconchegada ao seu cheiro de homem e de ternura Por causa desse decreto masculino, Do protótipo de primeiro namorado em minha alma feminina, cresci numa aura de beleza genuína, tornei-me essa mulher, de si, segura sem nenhum medo do bicho macho... Da sua rede, aprendi a distinguir certas constelações e estrelas, olhando para o céu noturno faiscante, e tornada, por ele, numa eterna viajante do imaginário e do real... geografia ao vivo e todas as regras de ortografia, o prazer de ser, aprender e saber, oriundos das boas-vindas do primeiro dia Sou assim, dada a entender e respeitar as gentes porque jamais uma garota foi de tal modo respeitada. Sem ser desconfiada, sou prudente, mas confiante na bondade alheia... Exijo apenas lealdade, pois ele dizia que mentira é coisa mais que feia e não se trai sequer à própria pessoa... Por ele, quis crescer, ser eu mesma, Sempre vendo nas criaturas, uma coisa muito boa... Hoje, octogenário, olha-me com os olhos esverdeados e me entende, sem que eu precise dizer nada... O impossível é imprevível só até acontecer... ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 29 - EDUARDO GOMES www.egomes.com.br – [email protected] Salvador/BA - Brasil VIÚVA NEGRA! Quero gozar do prazer dos teus beijos, Mesmo que me espreites com o teu tridente deletério! O teu mistério é o teu amor e o teu desejo, De devorar todo o calor do meu viver! No devaneio de tua teia paradisíaca, Estou no meio do descompasso do meu coração! A tua ceia é o meu leito de vida e de morte, Sou seu consorte, que enfrenta a morte por teu tesão! Aracnídea rainha de deleite nocivo... Mortífera amante de negro sorriso... Sou o mercenário, que vende a vida pelo teu coito! És meu calvário! Meu veneno convidativo!!! Nos armários dos sobrados tempestivos, Ou no canto das muralhas, sou um morto vivo! 18/08/2001 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 30 - JESUS EM CONTRIÇÃO! Senhor, do amor, vivi num turbilhão, E por ti, senti sofreguidão! Pois em meu mundo, segundo, Era teu, o meu pendão! Senhor, o ardor, me inflama o coração, E escrevi, mil versos de paixão! Um andarilho, teu filho, Do deserto, que atormenta a minha razão! Senhor, estou, feliz por ter o pão, E olhar e amar esta feição! Por ser da terra, materna, A semente que brotou desta união! Senhor calor e paz em comunhão, Em prantos eu canto num refrão! Pois no exílio, teu filho, Entendeu que o amor é a salvação! 03/04/2000 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 31 - MEU RÉQUIEM! Selem minha cripta, N’argamassa pura! Velem minha lisura, Nu’a cerimônia atípica! Lágrimas d’eternas, Nos peitos d’amarguras, Ferem ad candura, Nossas almas fraternas... Cantem-me o réquiem de Mozart, E o prelúdio de La Traviata... Nu’a voz doce; doce de mulher, Tereza Stratas! Celebrem minha morte, um brindice, Num porto rubro; rubro d’amor! Que sentirei vosso pesar, vosso adeus... 26/06/2003 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 32 - CAPITALIZANDO IMBECIS! Ao 11 de setembro de 2001!!! Das frontes e das pontes desta batalha inglória, Urge a história de nossas vias errantes! Partidários dos metais que ante a massa insurgem-se, Lutam por erários ante a, prevaricações carnais! Nos anais da ignorância que os exasperam, Vivem honorários dos artifícios involutivos! Embriagados pelo coito cujo dinheiro resvala, Em antítese desprovêem os raquíticos! De malícias imbecis e capitalizações cegas, Cedem as pregas para as regras do imponderável! Calvário cujo inventário prediz parca sabedoria! Alegorias das origens mais servis, Da submissão da sapiência à intolerância, Na ganância mesmo guardam a própria gala! 25/09/2001 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 33 - EDVALDO ROSA www.sacpaixao.net São Paulo/SP – Brasil AMADA MINHA AMADA! A mada, encosta a tua face em meu peito, M ascara teu pranto com meus afagos, A rranca de teu seio as tuas dores, tuas mágoas... D errama em mim as suas lágrimas, A pós sequeas com um sorisso em tua face! M imosa flor em teus cabelos, I nda que uma flor solitária, N ão te esqueças da beleza dela, H oje morrendo presa em suas madeichas, A flor mesmo assim seu perfume exala! A ssim se dores te corroem o peito, M uda a forma de encarrar a vida, A inda que ela não se modifique com um passe de mágica, D esperta teu olhar para o que te cerca, A mor estou a teu lado, lado a lado na longa jornada! 28/03/2006 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 34 - ANELO DE MINHA ALMA! Sinto em mim o calor de teu olhar enrubescer a minha face, meus olhares submergir em tua luz, minha voz tornar-se murmurios, ante a tua voz! Meu coração a sair pela boca, quando a tua tez se deixa tocar pelos dedos meus... Quando meus braços, feito laços procuram circundar-te o corpo teu! Fim de noite, dia amanhecendo! Sinto o teu perfume invadir-me! E a tua presença, em todo o meu campo de visão... É nosso primeiro encontro, que se renova com todo encanto, a cada novo instante em que estamos juntos, e me sinto feliz! É esta felicidade, o mais profundo anelo de minha alma, o desejo incontido de meus sentidos, de meu coração, que só em ti se acalma! 29/04/2006 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 35 - MEU CORPO É TUA CASA! Meu amor estou a tua espera, desde a hora da partida, na verdade nem devias ter ido embora, e agora só espero a tua vinda! Batem á porta insistentemente, minha mente sente que és tú lá fora, meus olhos encharcam-se em lágrimas, quando veem que não é você que bate á porta! A campainha grita loucamente, meus ouvidos te presentem como que se ouvir-te ouvisem agora! Que silêncio, profundo de morte, quando chegando á porta não estas presente! Estou em meio as cortinas, meio escondida, para ver-te antes que me vejas... Uma sombra passa pelos meus olhos focados lá fora, meus olhos se enchacam de lágrimas... Choram por ver chegar a hora de nosso encontro... Apresso o passo, não quero perder-te, correndo chego á porta, antes que bata, ou a campainha toque, que possa com sua chave abrir a porta, minha casa já esta aberta para a sua presença, entre, entre sem demora, meu corpo é tua casa, entre e se refresca, Entra e fique á vontade! 02/12/2005 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 36 - ENTREGA! Ofereci meu peito desnudo, para a sua face recostar-se! Sentindo o perfume de seus cabelos, meus sentidos tocar e inflamar! Num movimento continuo sou eu que recosto a teu colo, a sentir o movimento de seus seios, embalar-me! E o som forte de sua vida, a me ninar! Me abraças, e entre o nó de seus membros, tú me acolhes e guarda! Subito, mirados nossos olhares, vemos para alêm de nós... E nossos lábios se tocam, e nossas bocas se consomem, sob um longo e profundo beijo! E nós nos recolhemos, um no outro, e nos esquecemos, um no outro, após... Sem tempo, de pensar no tempo, em que nos consumimos um no outro,atados. Por um beijo molhadissimo de carinho e desejo! 13/10/2005 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 37 - ERMINDO GOMES ROCIO www.ebooks.avbl.com.br/biblioteca1/ermindogomesrocio.htm Manaus/AM – Brasil A VIDA E O ROCIO Assim como o rocio que na calada da noite, recende o ar com o cheiro da terra molhada, mesmo ausente teu perfume se faz presente, trazendo mil recordações de ti minha amada. Aviva a tua presença tal qual a noite que cai, meus pensamentos divagam e eu me ponho, ao bruxulear lume da lua que aos pouco vai, a me transportar para meu mundo de sonho. Do arrebol preluzem os raios de sol – amanhece. Obumbram meus olhos ao se abrirem à realidade, você se foi e como a lua meu coração entristece, A Lua porque ao nascer o sol já se vai ao poente, eu porque com o raiar do dia acordo para verdade: Só com a Lua em meus sonhos, há tenho presente. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 38 - A VIDA E O OUTONO É outono, as folhas secam, suspiram, e desmaiam... Lá no alto das árvores, estremecem, e descem, incógnitas tremulantes, descrevendo no espaço, suas últimas ondulações. No chão imóveis, retornam ao eterno berço, ressequidas e enrugadas, como que cansadas, e esgotadas de uma dura existência. Quem passa as ouvem estalarem suplicantes sob os pés, como a gemer de dor e angustia... Quem sabe elas não choram, e lamentam a viçosa juventude, quando sob a cálida luz das estrelas sentiam o vento acariciar-lhes as faces? quando soberanas da estação qual um verde e pujante tapete cortavam o céu azul, desafiando orgulhosas o soberano sol de verão? Sim elas choram e lamentam o brilho ofuscante do sol que não mais verão... pois que já serão pó no próximo verão... É outono, as folhas caem... ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 39 - A VIDA E A UTOPIA Embriagado sou de teu perfume, suspiro te-la em amoral amplexo, desejo este perdido no sonial lume, deste meu estranho sonho desanexo. Inebriado por todos teus sabores, provo todas as matizes do prazer, nesta volúpia envolvente de cores, delibo o néctar na taça do teu ser. Mera quimera deste sonho complexo, embalado numa utopia de mil traços, do amor que só sobrou um cadexo. Assim se dos devaneios vou vivendo, aconchegado á noite em teus abraços, escarmentado na vida vou morrendo. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 40 - A VIDA E O VENTO Sou vento, sou poderoso, sopro folhagens, rasteiro, sopro os cumes, altaneiro, corro planícies, alteroso, Ondulo areias nas praias, às ondas lego mil ósculos, sou forte venço obstáculos, se calmo balanço catraias. Assim procuro meu destino, o coração suspirando ao leu, sussurra por teu amor bizantino. Condenado calço meu escarpes, como brisa fraca, sob este céu, desolado, sucumbo aos teus pés. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 41 - FÁTIMA CARDOSO www.ebooks.avbl.com.br/biblioteca1/fatimacardoso.htm Recife/PE – Brasil COGNOME ANJO SEM ASAS MERGULHO NA ETERNIDADE, ENCONTRO AMORES LUCIDOS, DESEJOS ADORMECIDOS, PUDORES APODRECIDOS. ENTRE TEIAS DA INTOLERÃNCIA AMARRO MINHAS ALGEMAS. VOO ENTRE LAGRIMAS , DESCARTO FRUSTAÇÕES, LASTIMO TODAS AS DESILUSÕES. SOU LUXO, SOU ROMANTICA, SOU DIVA, PORQUE TENHO QUE TER PACIÊNCIA , AGUENTAR A VULGAR INDIFERENÇA, ESPALHADA POR AÍ... SOU ANJO...LUCIFER TALVEZ... PECADO - ORIGINAL- DESEJO REVELAR O INUTIL DE TI EM MIM NA VIDA ,NA ALMA, NA RAZÃO. MISTERIO ABSOLUTO DOS PRAZERES QUE CONCEDO AOS HOMENS POR DINHEIRO BIZARRAS CRIATURAS QUE NO AUJE DA LUXURIA COGNOMINARAM-ME ... _ANJO_ ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 42 - MINHA VERDADE NÃO QUERO UMA VIDA INDOLENTE QUERO SER INDECENTE ME PERDER EM GOZO E PAIXÃO NA MAIS SEDUTORA LIBERTINAGEM SENTINDO DESEJOS INCONTROLAVEIS A LIBIDO SERÁ MINHA LINGUAGEM PRA TE CHAMAR " AMOR..." VIVENDO PRAZERES SEM CRETINAGEM ORGASMOS MULTIPLOS SELVAGEM DESFRUTO CONTIGO O MAIS LOUCO , PROFUNDO, DESPUDORADO, TESÃO... ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 43 - O QUE É O AMOR ? AMOR NÃO SE APRENDE AMOR NÃO SE COMPREENDE AMOR SE VIVE ALUCINADAMENTE AMOR NÃO SE PEDE, AMOR SE CONCEDE, AMOR SE ENTREGA, AMOR É CORPO COM CORPO, É COISA DE PELE, É ENERGIA É LUZ, É CONSUMAÇÃO, É PRAZER, É LOUCURA. AMOR É TUDO AMOR É NADA PRA QUE ENTENDER, PRA QUE QUESTIONAR, AMOR NÃO SE CHAMA, AMOR ACONTECE, SE O AMOR É SURDO, SE O AMOR É CEGO, BARGANHE O AMOR BANDIDO AMOR AMOR COMPRADO, AMOR VENDIDO, AMOR SEM ESCRÚPULO, AMOR ,AMOR CHAMA QUE SE ACENDE, CENTELHA QUE SE APAGA... ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 44 - QUEM SOU EU ?... HOJE VAGUEIO PELO MUNDO NA TERRA DO NADA NÃO SEI QUE FIZ PRA ME SENTIR TÃO SOLITÁRIA NO MEIO DA MULTIDÃO NÃO FAÇO PARTE DESSE MUTIRÃO, SOU AQUELA QUE VIVE SEM NUNCA TER NASCIDO. POR QUE O MUNDO ME ESQUECEU ?... SOU UM CÓDIGO, SOU UM NÚMERO SEM IDENTIDADE, SOU NADA AMARGO AS TENTATIVAS QUE FIZ PARA SOBREVIVER. NO MEU PEITO SÓ FLEXAS DISPARADAS PELOS HOMENS PARA AUMENTAR A MINHA DOR EU SOU AQUELA QUE O MUNDO NEM CONHECEU E SE CONHECEU JÁ ESQUECEU... ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 45 - FÁTIMA FONTENELLE www.ebooks.avbl.com.br/biblioteca1/fatimafontenelle.htm Salvador/BA – Brasil VOCÊ NÃO ME AMOU Você nunca me amou como disse como me fez acreditar não foi pelo nosso encontro que você esperou e não cavalgou o alazão dos sonhos ao contrário aguardou, machucou movido a tua covardia a espóra não me amou nem depois nem hoje nem nunca acreditei todas as vezes quando rompia as noites ao teu lado mas não me amavas nenhum tempo nenhuma hora do tamanho que se pode medir acredito sim que já me machucou mesmo antes de nos termos visto você nunca me amou sou pra você como versos sem cores esquecidos por ai afora sem nenhum sabor por isso lamento mas você não me amou. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 46 - AMIGO Não perca a razão Não se entregue a paixão Não se degenere Por causa de tesão Procure pensar com lucidez Faça como a águia Que aos quarenta anos nasce para uma nova vida um novo amanhecer E rasga o horizonte com o vôo de renascimento Assim seja você Renasça todos os dias Não esqueça suas origens E viva de maneira intensa Porque é rápido a partida E você nem sabe pra onde Porque na realidade mesmo Você nem sabe quem é Viva com algo de seu a escolha do seu caminho Assim aprenderá também que teu amigo de hoje poderá ferir-te muito um dia Assim sendo o teu melhor amigo é aquele que tu vês, refletido no teu espelho. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 47 - GENAURA TORMIN www.ebooks.avbl.com.br/biblioteca1/genauratormin.htm Goiânia/GO – Brasil ACALANTO PARA ISABELLA A chuva molhava a terra, Exaurindo o cheiro de relva. O dia chegou colorido, debulhado em sorrisos. A tarde se fez amena, se fez terna... Nas asas do vento, no colo da brisa, Chegava a Isabella, a bela Isa, A filha da minha filha, a minha neta! Uma centelha do amor, um botão em flor. Palavras inexistem, são arcaicas, obsoletas. Só as lágrimas afagam sentimentos acalentados No silêncio etéreo de um sonho tão bonito. Uma visita antecipada de um anjo querido, Prestes a sair do paraíso Para fazer parte da nossa família. Doce personagem onírica, Onde a inocência desenhava-lhe o rosto redondo, De olhos azuis, a balbuciar pequenas palavras. Desde então, na ânsia da espera, Fiquei a vê-la no espelho do meu coração, Na gostosura de sabê-la neta, Estrofe do meu poema, lira de minha canção. O sonho virou realidade! Chegou a Isabella! A estampa doce de gentinha miúda. E pude ver envolta em panos, A mesma criança do meu sonho Qual novelo de lã, floco de algodão... Imagem tão bem guardada Nas retinas e no coração. Esgueiram-se murmúrios de felicidade. Posso mirar-lhe os olhos, Duas safiras, dois luzeiros, De paz e alegria, mensageiros. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 48 - SÍNDROME DO NINHO VAZIO Na primavera nasceu a nossa filha, linda, sadia, uma flor! Um sonho realizado, o meu corolário de amor. Arrumei o cabelo, maquiei o rosto, E vesti um penhoar bordado de vermelho Para conhecê-la no berçário, Embora já trocássemos carinhos diários. O coração bateu forte e o meu ser enterneceu-se. Sem poder conter o pranto, postei-me a agradecer. O meu presente era ela: o bebê mais lindo daquele dia, Feito de amor, com as fímbrias da alma em harmonia, Sob a guarda do coração enamorado. Da primeira palavra, eu não posso esquecer. Quando a descobri de pé, sorrindo para mim; Os primeiros passos, o primeiro dentinho... Ah, isso, nunca esqueci, até parece que estou a ver. E a vida virou uma primavera, cheia de anjinhos. Mais três irmãozinhos vieram para nos fazer companhia E encher a nossa vida de alegria. Lembro-me do primeiro dia de aula, da palavra MAMÂE, Desenhada com a sua letrinha, das redações, dos poemas, Das bonecas nas casinhas... e dela, como professorinha, A ensinar aos irmãozinhos com tanto carinho. Do sucesso na escola, dos passeios de veraneio, Do papai Noel que dava moedinhas. Entusiasmados, eles guardavam nos cofrinhos. Que alegria era a nossa família! Depois, eles cresceram: faculdade, bacharelado... E nós torcendo em cada vitória, chorando nas formaturas, Nas aprovações de concursos, nas investiduras de cargos... Sentíamo-nos também vencedores, Pois a felicidade dos filhos sempre foi a nossa realização. E como esses filhos cresceram! Em tamanho e em valores, fazendo-nos felizes. A cada ano, um deixava o aconchego do lar, Para o próprio caminho palmilhar Ao lado de um grande amor. Até que o último filho partiu. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 49 - O ninho ficou vazio, solitário... Desapareceram as risadas, as conversas, O afeto de todo fim de tarde. Esconderam-se, feito estrelas em noites de chuva. Tudo ficou triste, nem a lua ficou por companhia. Somente saudades daquele convívio, daquela alegria... Agora, a "síndrome do ninho vazio". Um tédio ambulante passeia pela casa, Os ecos se formam pelos cantos em soluços inaudíveis. As camas sem hóspedes, sem donos... As luzes não se acendem mais. Tudo ficou desnecessário! Falta a alegria, falta o vozerio... Há um gosto de saudade impregnado no ar. À mesa, as cadeiras desocupadas, Parecem encharcadas de abandono. Os talheres não mais têm vida, Não tamborilam sobre a mesa. Tudo se resumiu em dois lugares marcados. Justamente como começamos: eu e seu pai. Hoje, mais experientes, Pois conseguimos superar as dificuldades, Vivenciar a dor e encaminhar vocês Na trilha do bem, na trilha do amor. Resta-nos o sentimento de dever cumprido. Embora longe dos nossos cuidados, Do nosso carinho, do afeto diário, Sempre seremos nós os pais de vocês. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 50 - VINÍCIUS Minha criança querida, Astro dos sonhos meus, Galho de minha árvore, Filho do filho meu. Feito floco de algodão, Bochechas de leite e mel, Você é uma fofura, Presente vindo do Céu. És filhote-passarinho, Em elos de alegria, No universo destes versos, Em que tu és poesia. Encantas a minha vida Nos veios da emoção, Entrelaçado em abraços, Juntinho do coração. Escreverás a história De um tempo que já passou, De uma vovó poetisa Que a você muito amou. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 51 - GERSON F. FILHO www.poesiapoesias.com.br Rio de Janeiro/RJ – Brasil NÓS. Porque eu perguntaria o porquê do infinito, Se toda essa intensidade que eu pressinto, Vem de ti, grande parte, para assim constituir; Uma imensa e verdadeira morada de amor. Indo até onde o sonho de tão sonhado se ignora. Pois de tudo, nada mais importa, nada mais exorta. Porque já não mais se separa a noite da aurora. Não é mais possível procurar aresta no equilíbrio. Porque para ser totalmente teu, tu foste só minha. E para ser totalmente minha, ultrapassamos a linha. O limite que estabelecia a identidade de nós dois. Sendo assim nós; totalmente, e tudo, ficamos a sós. Fazendo meu, teus lábios em eterno e doce sorriso, Fazendo-me teu, com a certeza do rubor do arrebol. ÊXTASE. Quero! Escorregar, Para dentro dos teus desejos. E finalmente topar; Com o receio, Dos teus anseios. Para assim desnudá-los. Quando o prazer fluir, E no eco escutar então, O grito! Contido no rompante, Dos trajes do recato. Um olhar perdido, Entre lençóis... ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 52 - O SILÊNCIO DE UM AR. O que tanto de firmamento, Curva-se ao encantamento? São todos os tantos minutos, De vela insuflada ao vento. Enquanto o tempo balança, E toda monotonia alcança. O desejo gira em cata-vento. Procura rumo, e esperança. Quanto de idílio por verdade. No carinho da bruma fria. No hálito quente da saudade. Aonde a recordação aquece, Por todo silêncio de um ar, Murmurando tua voz em prece. NÚCLEO. Flutua em furta-cor Todo desejo e o ardor, Da hora mais bela. Da vírgula singela. Que se dispõe em riso. Como se fosse preciso, Conhecer o sorriso, De um intenso amor. Aquele que só por ausência, Alimenta a vontade. De ser só saudade. A falta de motivo, Que ocupa um coração. A queda sem precipício. O silêncio e a multidão... ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 53 - MEU BEM. Meu bem, Moro no teu olhar. Entre reflexos, pálpebras, E todo limite do sonhar. Entre véus, brumas. Aonde a monotonia, Se oculta; na sombra, De uma intensa saudade. Onde o verso, Fica mais pesado. Aonde a rima do poeta, Esse desajeitado, Escorre dos teus olhos, Devido a uma ausência, Que encharca, o teu, E o meu coração. Mais uma vez, No canto aonde ecoa, O suave cântico, De uma solidão... Meu bem... INSUSTENTÁVEL. Aturdir parâmetros, Com critérios em exaspero, Minha receita ímpar! Para uma imersão total. Nesse magma de pensamentos. Que ao eclodir na alma, Incendeia a razão. Paixão! Tudo aquilo, Que não cabe em si. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 54 - EXAGERO. Tempo. Que me supera. Tempo, que me devora. Devoro-te também, Bem aonde tu não tens, Discernimento. Na introdução do sonho; Inserido nas letras, Que escrevo. Porque quando penso, Vejo o alvorecer da a hora. E o anoitecer, De todo consenso. Esgarçando propositalmente, Toda lógica, Só por contentamento. RODA, BOLA E ILUSÃO. Hoje brinquei de bola. Cai no chão, não fui embora. Porque no céu algo convida, É um papel! É uma pipa. Cantei cantiga cantei em roda. Corri no tempo, corri agora. Atrás do sorriso que foi ao vento Atrás do sonho da estória. Busquei no grito, o infinito. Fazendo eco com o assovio. Só para mexer com tudo isso. Para mostrar que o amor e lindo. Nascendo num beijo doce, Da criança que vive sorrindo. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 55 - HELDEMARCIO FERREIRA www.paralerepensar.com.br/heldemarcio.htm Recife/PE – Brasil VISÕES por Heldemarcio Leite Ferreira O olho enxerga A fé que é cega A paixão que é cega E o ódio que me cega Ante a dura realidade O olho enxerga Mentiras ditas como verdades Nascendo em frase dissimulada A flor que jaz na alma amargurada Padecendo em ressentimento O olho enxerga O cristalino do tempo Na transparência das horas A lágrima que ainda não choras Retida em rancor mais profundo O olho enxerga O caminhar pelo mundo Na tessitura da vida A beleza da alma escondida No poema que a ausculta O olho enxerga Aquilo que a mente oculta Na quadratura dos cantos A solidão nos recantos Adormecidos do coração O olho enxerga O que nega a emoção Das palavras sem consistência ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 56 - O sentido da conveniência Expresso em fatos distorcidos O olho enxerga Pedaços de sonhos perdidos Dispersos pela amplidão Prazeres que surgem e se vão E que levam ao fundo do nada O olho enxerga A busca obstinada Pelas coisas que não têm sabor A ausência carente do amor Na tristeza que não termina O olho enxerga A luz em meio à densa neblina Mostrando o caminho seguro A porta que encerra o futuro Até onde a vista alcança. LABIRINTO por Heldemarcio Leite Ferreira Meus olhos na imensidão d´outro oceano se perdem distantes no arco (da) íris. Meu coração ex- cravejado de saudade na pulsação bruta das dores se dilata. E as horas passam... sobre mim Elas sempre vem e vão como marés. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 57 - Eis o mistério de todo ser preso em si mesmo num labirinto a abrir portas e buscar saídas. Eis a sentença a ser cumprida de vir ver a vida do lado de fora e achar-se por dentro em algum sentido. ESPELHOS por Heldemarcio Leite Ferreira Pelo visto tudo é imagem, cenas projetadas na memória Impressões virtuais do real refletidas em densa miragem Marcas indeléveis do olhar sob o disfarce de uma lágrima Expandindo sinais do espírito do etéreo além, do alumbrar Vagas palavras, grãos de luz divagam em tantas reflexões Dispersas e esparsas visões sobre todos os cantos do poeta Agora o tempo a tudo contem e o futuro se anuncia luminoso Como "lâmina/animal - espelho que tudo reflete e nada retem". ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 58 - VISIONÁRIO por Heldemarcio Leite Ferreira Faço arder meus poemas Como quem guia seus versos Por essas veredas sem luz Onde meus passos errantes Procuram por terras azuis Quando imagens de antes Refletem o que sou, serei e fui Porque o destino adiante É como um rio que flui. Faço em palavras cruzadas Para que sejam lidos com alma Diante do espelho que oferece Para quem vê além das imagens Sobre o todo que permanece Aonde vão levar as tais viagens Depois que o corpo se entorpece Por isso, reflito em mensagens Visões que o tempo não esquece. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 59 - IRACEMA ZANETTI www.ebooks.avbl.com.br/biblioteca1/iracemazanetti.htm Belo Horizonte/MG – Brasil ALEGRIA, ALEGRIA, ALEGRIA Alegria, Alegria, Alegria, palavra que exprime um sentimento, Que nos faz ver as cores da vida por um novo prisma! Alegria é o estado natural de euforia de dois seres apaixonados! É a alma, o coração as lágrimas de felicidade... De uma mulher ao tornar-se mãe! Alegria é ver crianças sorrindo, irmãos se abraçando! Ouvir o canto das águas e os passarinhos fazendo coro. Alegria é andar descalça sobre a relva molhada... É sentir o perfume das flores do campo... Tomar banho de cachoeira e avistar entre as árvores... Um raio de sol curioso! Alegria é sentar à beira de um lago, Dar migalhas de pão nas boquinhas dos peixinhos! Alegria é passar férias na fazenda e acordar com o canto do galo... Sentir o cheiro do pão exalar do forno à lenha! Subir nas árvores, comer pitanga, amora e jabuticaba no pé! E, se as férias forem na praia... Andar descalça na areia, Subir ao topo dos morros... Avistar a linha do horizonte... E imaginar como será o outro lado de lá! Alegria é despencar num mergulho louco nas águas verdes do mar... Pegar onda como jacaré, sentar no alto dos rochedos, À espera da rebentação nos molhar da cabeça aos pés... Mergulhar à procura de estrelas do mar, deitar nas areias da praia... Esperar a lua nascer e sob sua luz...Namorar, namorar, namorar! Hoje eu gostaria de ver uma revoada de pombos correio, Que nem mais se ouve falar. Segurar a mão da minha netinha... E com ela gritar: Alegria, Alegria, Alegria... Sem saber se rir ou chorar, mas saber com certeza... Amar, Amar e Amar...! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 60 - MINHAS DECLARAÇÕES Não sinto que teu amor seja fugaz! Fugaz é o momento que passa breve E ligeiro, quando estamos lado a lado! Teu amor não me embaralha, Nunca me perderia de mim mesma, Para ser somente "Amor" O amor que me pedes é muito pouco! Sou amor absoluto! Possuo o toque de amor em minhas mãos, Em meus dedos, em meus braços... Em minha boca, em meu olhar! Meu corpo possui todo o amor que desejar! A luz de meus olhos são faróis a clarear... Os caminhos de amor que nos esperam... Em todas as dimensões! Amo-te tanto, que o meu amor não condenso... Mas o expando eternidade afora! Não engulo o que resta de mim... Sei que estou inteira! Uno-me a ti intrinsecamente, para juntos... Nos perdermos de amor literalmente! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 61 - MEDO Se ainda sentes em meu sorriso a esperança... Por que em tua mente a cristalizaste? Se tu sentes tanto medo... Por que sempre escolhes caminhos a esmo? Volta, desvia-te das florestas escuras Que te causam desespero... O tempo não espera somente à noite Espera às madrugadas! Os passos que passam e ouves... São teus próprios passos! No espaço passa a noite... Só teu medo é que não passa... Solidão porquê...? Se meu sorriso esperançoso ainda vês? Não é meu o grito que ouves Nas sombras da noite... É o eco que te responde... Exageras... Olhos cegos não vêem... Mas os teus mesmo nas trevas me fitam! Deixa o tempo, a noite, teus passos... Deixa tudo passar... Vem me buscar, meu desejo é te ajudar! Vem aquecer-me agora... Na hora, no tempo na noite... Faze teu passo que passa, voar! Eis o tempo de a esperança retornar! Cristais já não existem... Tua memória os dissolveu. Da noite que não passa... Restamos tu e eu! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 62 - AH COMO EU GOSTARIA Ah como eu gostaria de ser dona de teus pensamentos, De teus desejos, de teu sono e sonhos... Gostaria de ser o ar que respiras, Para continuar eternamente dando-te vida! Gostaria de ser teu alimento, para dar-te vigor, Pelo resto de teus dias! Gostaria de ser a fonte de água fresca e cristalina... Para saciar tua sede e manter em ti mais vida ainda! Gostaria de ser teu perfume, entranhar em tua pele, E sentir em teu corpo meu próprio aroma! Gostaria de ser a luz-guia de teus olhos... Para levá-lo a ver o sol, a chuva, o mar, o céu a lua... Gostaria de ser tuas mãos para tirar as pedras Dos teus caminhos e te apontar a direção do paraíso... Gostaria de ser teu coração, sentir teu ouvido sobre ele, Atento ao som descompassado a cada pulsar de vida! Gostaria de ser cada parte de ti para sentir se a chama De teu amor por mim ainda brilha como devia... Mas morrem aqui os meus desejos, Por eu não poder ser nada do que queria! Porém, posso querer, e ser tua... Pelo resto dos meus dias...! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 63 - JOÃO CARLOS (ROTHER) www.poetarebelde.com Osasco/SP – Brasil LEITO VAZIO Lágrimas de um sonho lembrado Matando aos pouco meu viver, Sentindo o amor de um passado Solidão terrível de o meu padecer. As noites passam e a paz que almejo Ficou retida no leito da desilusão. Leito ao qual estou atado com desejo Por tantas noites de amor e paixão. Quando em meu coração penetraste Lágrimas alegres rolaram de emoção, Para agora descobrir que ousaste Entregar meu amor a esta escuridão. Hoje sou o baralho de um jogador, Que na derrota, seu amor chama. Queria ser a garrafa do bebedor, Mitigando a sede de quem ama. Pelas mentiras que hoje são realidades Clamo pelo meu tempo que foi vadio. Ainda cercado de dor e saudades Leito solitário... Teu lado continua vazio. MEU REFLEXO Meu reflexo na vidraça escura, Imagens de vidas que me subjugam. Reflexos de amores em desventura, Lágrimas que meus olhos enxugam! Meu reflexo de rosto carcomido, Transformado em ínfima fumaça De arrogante orgulho desmedido, Hoje apenas uma inútil carcaça! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 64 - Meu reflexo de gargalhada demente, Esfumaçado tempo que perdura! Sombra de um passado pungente, Retratado em uma negra pintura! Meu reflexo de corações parelhos, De imponderáveis palavras sonoras E imagens refletidas nos espelhos Reflexos vazios, ausente de auroras! PALAVRAS AO VENTO Existência de palavras trágicas Que florescem na influência De sons nas bocas mágicas Das inocentes consciências. Palavras solfejadas sem energia, Sussurradas nos ouvidos acolhedores. Murmúrios de amor e harmonia, Antes e durante enredos vencedores. Vozes roucas parecendo espinhos Mas transbordando de saudade. São palavras feitas de carinhos, Companheiras fiéis da felicidade. A beleza do amor está na natureza Dos sons que florescem no nascimento, Afastando para muito longe a tristeza De impuras palavras jogadas ao vento. PASSADO E FUTURO Proponho nos encontrarmos no futuro, Para que possamos falar do passado, Já que o presente continua impuro, De palavras e traições manchado. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 65 - Proponho que ele seja um lugar sem calor, Sem luz e sem estrelas, apenas escondido, Para que possamos conclamar nossa dor, Os risos alegres de choro contido. Proponho ainda, que seja na rua, Numa esquina qualquer, olhando A tua vestimenta linda, mas nua De queixumes e amor implorando. Proponho, que hoje no presente, Seja tudo esquecido ou lembrado. Que meu amor hoje indolente, Seja o presente, quando for passado! FARRAPO HUMANO Criatura de corpo atormentado Que te fundes no leito da rua, Teu sofrido espírito dilacerado Tem apenas a proteção da lua! Desiludido da vida e esquecido Na penumbra alada, ser abstrato, Amante da bebida de sabor perdido, De lembranças vivas do anonimato! Amas a profana garrafa que levas Nos braços, do futuro em acolhida. Vives neste sujo mundo das trevas Que te tira o futuro nesta vida. Desceste ao insano poço profundo Farrapo humano iluminado pela lua! Sem ódios nem amores deste mundo, Repousa nos excrementos da rua, ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 66 - TENTEI Tentei matar minha inspiração, Para pesadelo tornar-se sonho, espargindo luz à escuridão E às palavras negras que componho. Tentei não escrever o indecifrável Para as dores do mundo amenizar, Mas ele continua implacável E a guerra continua a matar. Tentei escrever temas de amor Que brilhassem nos meus floreios, Tentei sobrepujar a dor Perdi amigos nos meus anseios. Tentei até ser jardineiro do mundo, Plantando flores para poder amenizar O sofrimento, a dor e o ódio profundo. Tentei, com meus versos, a dor cicatrizar. Tentei tudo para acabar com a ambição, Mas sou apenas um visionário incapaz, Cuja ilusão era sonho, apenas emoção, Pois o mundo continua matando a Paz. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 67 - JOÃO SEVIVAS Catro Daire/Portugal EU SEI Neste dia eu sei Todos os dias foram dias Cheios de noites Neste dia eu sei Todas as noites foram noites Cheias de dias Nesta noite deste dia Eu sei Neste dia desta noite Eu sei Tu és o meu dia Tu és a minha noite Tu és toda poesia Eu sei ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 68 - OS DEDOS Vê os meus dedos dobrados Vê esses senhores Que nunca se dobraram por ninguém Não olhes para eles Vê antes o que eles viram Sente depois o que eles sentiram Não são meus, são teus Não os quero, toma-os leva-os e decifra Esta dor feita escrita ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 69 - MARINHEIRO Cansado de nada fazer e tudo inventar amarro o barco e vou para o cais ver as gaivotas Desafiadoras dizem-me que não há tempestadades Uma taberna pega-me na mão e dá-me um copo a cheirar a maresia, engulo duas pataniscas É o anzol que me chama, para onde? Não sei Disforme tudo me sai dos olhos e eu não caibo em mim Tiro o lápis e o quadriculado secos de sal enquanto pouso a boina, companheira amiga que me lê o suor Escrevo e as palavras navegam sem destino, deixai-as correr, como as gaivotas sem praia Olho o vento e o meu barco é um banco mais sábio do que eu e sigo, como sempre, a olhar as letras como Estrelas de um céu que não é meu onde entram e saem cometas, bússolas, gente No meu canto encontro alguma paz, quero esquecer, esquecer-me Ser um peixe, uma pedra, um barco, uma rede É difícil estar aqui O meu lugar não sei aonde é, se calhar entre as ondas E bebo mais dois copos de sede As gaivotas gritam, o mar agita, o vento sopra O meu barco chama por mim, quer enfrentar, o doido, quer enfrentar O quê? Não sei Caem do céu, vêm do mar, dos meus olhos, bátegas de vida Vou desamarrar o barco e morrer em qualquer porto Levo o mesmo lápis o mesmo quadriculado, o mar nem me viu Recolhi-me no barco em silêncio, mais âncora, mais fundo e temi o vento Abri todas as garrafas, bebi o sabor, todo o cheiro desse mar que me vencia em gotas de água que rasgavam As velas do beliche dos meus olhos e subi a custo entre vagas traídas que me culpavam Os braços seguiam à frente, a boca beijava a doçura de outra água Cobri os lábios de dentes, subi ao leme agarrei-me e abri o peito onde todas as letras se afogavam O sentido, a leitura era outra, temi repetir o que antes me enganara Olhei o barco de gasta madeira, os dedos eram os mesmos, mas o mar estava ali ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 70 - Salpicava-me mordia-me, as ondas cobriam-me, desnudavam-me, nada era igual Prendi nas mãos todas as estrelas e corri para a praia onde as gaivotas filosofavam a loucura Saborando a companhia do mar, do barco, das ondas, do vento, da chuva Da boina e das mãos que abriam a mesma página da vida A SOLIDÃO A solidão é uma flor Leva-nos a mão, dá-nos o silêncio É cinzenta e triste a cheirar a céu A solidão não é da terra ou do chão É mais casa sem janelas Bocados de boca sem ar e sem bocas Nem véus, ela é mais poeira Cortinas, repoeteiros, persianas E menos pestanas, olhos e horizontes A solidão é uma jeira sem terra Uma refeição sem slimento, um prato sem comida Um garfo sem dentes A solidão é um desgaste, um bocado de nuvens trituradas pelo humano A solidão é um dia que não acaba Na escuridão da noite Aonde os hábitos se lavam entre as estrelas E tudo se repete ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 71 - JOSÉ CARLOS DA SILVA PRIMAZ Albufeira – Portugal POR AMOR Sinto lágrimas quentes, ... correndo p’lo meu rosto Sinto aquela força louca, ... apertando no meu peito Sinto angústia, Sinto tristeza e tanta, tanta, dor ... Mas também sinto a paz e o calor Das Sagradas Palavras tão Amadas, Abençoadas, Que me ajudam, a sentir, e compreender O que neste mundo, por mim, Ele tanto passou, O que é sofrer e... morrer, Por todos nós, Por Amor ! (J. Carlos – Setembro 2005 ) ( Um sentimento, Um desejo, Uma recordação, por o BÁB o Arauto da Fé Bahá’i ) ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 72 - SER POETA É ... Ser poeta é, sentir na alma, um eterno fogo sempre arder, É sentir a dor no coração, de tanto nesta vida, já sofrer, É sentir, como será morrer, de um grande e belo amor ... Ser poeta é, ver no nada, todo o encanto e a beleza da poesia, É sentir no peito, o desejo de viver entre a dor e alegria, É sentir dentro de si, a paciência, no momento de sentir a própria dor ... Ser poeta é, neste mundo amar quem nunca, neste mundo, nos amou, É sentir a dor, de que alguém nos ama, e depois nos abandonou, É sentir que em cada verso, da sua alma, um pouco lá vai deixar ... Ser poeta é, querer ser aquilo, que nesta vida, eu não sou, É sentir na fantasia dum sonho, só realidade, naquilo que sonhou, É sentir e continuar a amar alguém, que nos vai abandonar ... Ser Poeta é ... É encontrar na vida, os sons duma linda e bela sinfonia, É sentir e ver em tudo, os versos e a beleza da poesia, É ver o mundo, com lentes coloridas, no olhar ... É morrer e é viver, É desejar e é não ter, É amar, e é... sofrer ! (J. Carlos – Novembro 2005 ) ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 73 - DESEJO DO MEU DESEJO Ó Desejo do meu Desejo... que neste mundo encontrei Deixa que meus olhos, nos teus olhos, se afundem, e deixa os nossos corpos, com doçura, se abraçarem ... Deixa que o meu corpo, com o teu corpo, se confundem, num desejo louco, para sempre, neste mundo, se amarem. Deixa que o meu sorriso, mil alegrias, te transmitam, e deixa as minhas palavras, com mil histórias, te enternecer ... Deixa que mil carícias, afaguem o teu rosto, e mal se sintam, para que teus olhos se cerrem de doçura e de prazer . Deixa que meus olhos, mergulhem no verde lago do teu olhar e aceita que minhas mãos afaguem, com ternura, os teus cabelos ... Deixa que os meus lábios, dos teus bebam, até a minha sede saciar para que o meu corpo, em mil contactos, estremeça com o teu . Para sentir vibrar teu corpo no êxtase do desejo e sentir teus lábios quentes, os meus incendiar, Deixa soltar teu fogo e teu amor, que eu não vejo para, nessa fogueira ardente, para sempre, me queimar. Deixa que, nos tempos que nos restam, os meus braços te abracem para, viver-mos a alegria do momento, antes de vir o nosso anoitecer, depois deste tempo da beleza, que nos foge, e já nos deixa lentamente ... Deixa então, desejo meu, que nossos corpos ternamente se enlacem e se fundam, no êxtase da loucura e do prazer, para sempre se unirem, e juntos, viverem também eternamente. (J. Carlos – Setembro 2005 ) ( E um dia, naquele dia, naquela praia, para sempre, eternamente, nos encontramos ) ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 74 - DESEJOS Desejei que mil rosas desprendessem suas pétalas para, docemente, atapetarem o caminho onde pisaste Desejei que a brisa espalhasse o amor de Tuas palavras para chegarem às longínquas terras, por onde não andaste Desejei que mil moitas de alfazema existissem e perfumassem suavemente o ar que respiraste Desejei andar nas mesmas pedras do caminho e beijar o pó do chão, por onde um dia Tu passaste. Desejei sofrer na minha carne, as dores que Tu tanto sofreste e sentir o amor do mundo, que foi o Teu maior desejo; Desejei viver a vida triste, que neste mundo, Tu viveste foi um desejo; foi aquilo porque, afinal, eu tanto almejo. Desejar que Teus ensinamentos, não mais me abandonassem, são desejos, desejos que neste mundo eu quis sentir, para que, as Tuas Sagradas Palavras, nunca me deixassem Desejar, que elas sejam, para sempre, a razão do meu viver, são desejos para que no dia em que, deste mundo, eu partir à muito, muito tempo, eu já tenha deixado de sofrer. ( J. Carlos – Setembro 2005 ) ( Na tristeza, Na angústia, Na dor ... o desejo sincero de que os ensinamentos e as bençãos de Bahá’u’lláh nunca me abandonem) ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 75 - LENI CHIARELLO ZILIOTTO www.lenichiarello.com.br Serafina Corrêa/RS – Brasil ESPERANÇA O fogo canta a lenha. Com o vento vem a palavra soprada com cuidado... Passam pelo céu do momento lembranças de justiça de criança crescida sentada hoje no colo do mundo no ritmo do mar com desejos embalados na sinfonia do olhar. *********************************************** HORIZONTES Fecham-se portas, quando teus projetos são outros, quando teu futuro é mais. Outros caminhos são a glória, novos rumos são teu ideal... Não chores o que não foste, tudo é para ser mais... O brilho do sol sempre é... após a noite sem luz, A lua sempre brilha, mesmo atrás de nuvens negras. A força do universo está na alma verdadeira. A beleza da vida é nossos sentimentos. A felicidade é o amor maior, amor ao teu semelhante. Olha para cima, lá estão as estrelas, ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 76 - lá é teu lugar. Se o vento fechou a janela, bateu na tua cara, é o grande sinal, este mundo já não te merece. És muito mais! *********************************************** OPÇÃO Faz tempo, muito tempo, que minha mão não faz o movimento do coração, não registra minha emoção. Tem tempo de espera Tem tempo de poda Tem tempo de produção Não tenho mais tempo Não tenho tempo para o sol Não tenho tempo para a lua Não tenho tempo para ficar nua Faz tempo, muito tempo, que não tenho tempo... Meus filhos se foram, eu continuo sem tempo para um beijo de bom dia, para um pai nosso ou ave-Maria. Quem não perdeu tempo foi o tempo... Cantou o tempo todo ao som da chuva, perfumou o ar ao movimento de cada primavera. Sorriu para a vida com o canto dos pássaros, refrescou os pés que dedicaram tempo ao orvalho. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 77 - O tempo viveu seu tempo. Eu? Não percebi que perdi meu tempo, dedicando tempo a um tempo que não segurou meu tempo e, em tempo, decidi dar um tempo. Sento-me, neste momento, na varanda, olho o sol se pondo, respiro fundo esse tempo, percebo meu amor sorrindo. Vivo, em tempo, um bom tempo. *********************************************** CAMINHO Sua ideologia, como sempre tendenciosa não ingênua, encara-me todo dia, cobra-me toda hora, como você quer que eu seja. São os seus interesses! Você me quer, como você quer! Sua sagacidade não demonstra sua dominação, não diz, de cara, que me quer como vassala, que não aceita contestação, ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 78 - me deturpa me inverte me inventa sofisticadamente me toma me domina em nome de Deus em nome do prazer em nome de um carinho em nome de um nome em nome de um sonho. Essa sua força que me toma por força esconde-se no dizer: sou sua serva das minhas necessidades, algumas vitais, outras banais... Me passa a conversa, diz que salva minha alma, me faz uma cruz na testa, se diz meu escravo - com pose de rei Sua ideologia prende você a você mesmo e, como cientista fiel à sua ideologia, afasta-se da simplicidade do bom senso do sensível do inteligente do óbvio, não se permite ver-me aqui querendo um beijo um passeio na lua um jeito de ficar nua minha alma na sua. Resta-me olhar o olhar do seu olhar. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 79 - MANUEL C. AMOR Rio Maior – Portugal QUEBRA ROTINA Se hoje eu não tivesse acordado às seis e quarenta e cinco quando deveria ter acordado pontualmente às seis e quarenta. Se hoje ao acordar não tivesse sentido aquele antigo amargo na boca que me obriga ainda estremunhado àquela corriqueira e velha operação matinal de bocejar o sabor dentífrico. Se não tivesse acendido o primeiro cigarro do dia enquanto numa clandestina ansiedade esperava que a primeira chávena de café se enchesse Se não tivesse sentido o stress matinal de ter que sair de casa pontualmente às sete e quarenta e cinco Se não tivesse lembrado de repente que hoje é sexta-feira dia de todos os acontecimentos agoirados, e de todas as santas bruxas e duendes se acoitarem no bolso esquerdo da minha camisa branca Se nada tivesse acontecido Talvez estivesse na Constelação das Labaredas Rindo-me De todas as rotinas que obriguei a alterar. Abril 2006 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 80 - PARTO NA AVENTURA SONHADA Parto na aventura sonhada de ser marinheiro vogando ao sabor da chuva no domínio de todos os mares que escondem sereias de cabelos reluzentes nas noites assombrosas de lua cheia. Meu destino é o sem destino de um qualquer cais, onde me esperas e espero encontrar-te anunciada aventura dos lençóis enrugados borrascas nocturnas, amor raivoso, violento, intermitente na pressa da partida inevitável que eu não me demoro em parte alguma. Passo e não peço lágrimas nem despedidas desaguando nos nossos corações. levo comigo rostos múltiplos, cheiros acres, bocas de ouro para poder compartilhar a estrela da manhã. Out. 2005. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 81 - ROMANCE Olho nos teus olhos Digo: amo-te. Fazes muxoxo Baixas teu olhar Ficas calada. Levantas os olhos Olhas nos meus olhos Perguntas: verdade? Fico calado. Criando ambiente. Olho nos teus olhos Digo: verdade. Fixas teu olhar no meu Nos teus lábios Sai uma voz trémula: A quantas já disseste isso? Desvio dos teus olhos os meus Fixo os copos em cima da mesa Na minha cabeça interrogo-me Quantos já te disseram isso? Ficamos calados Pego na tua mão. Tu seguras a minha Partimos o meio do salão Rodopiar no som da rumba. Luanda 1988 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 82 - QUOTIDIANO Quando chegas trazes sorrisos imanentes nos teus olhos abstractos. Fico sem sentido para te beijar Ou perguntar se está bom tempo lá fora Ou se vistes cravos a chorar nesta tarde de Abril. Mesmo assim digo: Amor. Tu dizes olá. Mentalmente envio-te mil beijos. Beijos que recusas e acusas-me de te não beijar. Sentas-te no sofá, fechas os olhos finges que partes num voo em fuga de ti mesma.. Sei que não te acompanho nesse voo. Não faço parte do mapa dos teus itinerários Mas não digo nada para que as palavras não percam o sentido nem transformem insolúvel a questão desta vida desavinda «com o mundo que há neste mundo» Abril 2006 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 83 - MÁRCIA CAVALLIERE [email protected] São João de Miriti/RJ – Brasil CANTO EM CONTO Eu estava lá. Viva. A brisa de janeiro acariciava meu rosto e enchia de oxigênio meus pulmões enraizados de jequitibá. Nada mais importava. Só nós dois. Dos trilhos, o estalar das faíscas misturava-se com os matizes da paisagem de Santa Teresa. Arcos da Lapa. O balançar do bondinho. Como mãos a balançar um berço. As mãos sagradas, abençoadas, dos braços afáveis do Cristo Redentor. O convite das curvas. Sinuosas. Insinuantes. Como doce morena deitada à beira-mar exibindo o seu delicioso Pão de Açúcar. Que nada! Os homens preferem as louras! Geladas, a bem da verdade. E acompanhados dos amigos. De copo. De corpo. No campo, o abraço apertado. Emocionado. A peitada de macho. Vai mais, vai mais, vai mais, garotinho! Entrou. Gooooool!!! Faz a festa ! Faz a festa! Quem é o pai da criança? O craque da camisa número 10. E no Maraca. O gigante que bate um bolão. E brilha a minha estrela solitária. Te procuro na multidão rubro-negra. Retoco a maquiagem. Póde-arroz. Passo apressada. Com licença. Com licença. E ensurdeço na bandinha do Bangu. Bate aquela fome. Uma parada pro bacalhau. Meu olhar seco ainda te procura. Mas é hora da sesta. Então, lembrome das tardes reais, ou melhor, imperiais, quando no Jardim Botânico brincávamos apaixonados ao redor de tuas palmeiras centenárias. Muitas vezes, sentados na relva fria, teu carinho me aquecia nas cordas de um violão: Você é linda, mais que demais. Você é linda, sim. Onda do mar, do amor que bateu em mim. Sem dúvida, formávamos um par perfeito. Dulcinéia e Dom Quixote. Julieta e Romeu. Lua e Sol num eclipse total. De tanto amor meu coração explodia em canções e deixava as notas gravadas nas calçadas. Melodias emprestadas. Eu sei. Confesso. Por meu bom Noel. Não o da barba branca, mas Rosa. Por isso dizem que as rosas não falam, simplesmente as rosas exalam o perfume que roubam de ti. Ah!!! É verdade! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 84 - Mas então... a decepção. Dribles do coração. Como susto de espelho que se quebra, de repente, estalei. Acabei no chão, aos cacos. Te vi nos braços de outras mulheres. Garotas de Ipanema. Musas do Carnaval. Rainhas de baterias. Luiza Brunet. Até na Confeitaria Colombo você foi visto com a princesinha do mar. Volto pra casa abatida. Desencantada da vida. No metrô, a próxima estação. Central do Brasil. Confusão. Meu coração partido faz baldeação. Não dá pra evitar. Revoltada, resolvo revidar. Foi quando eu fui pra Califórnia. Viver a vida sobre as ondas. Porém, ser artista de cinema não estava no roteiro do meu destino. Escritora, talvez. Então, o que deveria ser muito mais do que um sonho, virou um pesadelo sem você, pois, longe de ti, tudo parou. Ninguém sabe o que eu sofri. Descobri que amar é um deserto e seus temores. De súbito, eu, carioca da gema, quebrei a casca e despertei pra vida, que é bonita. É bonita e é bonita! Percebi, ainda a tempo, que a poligamia era a tua melhor virtude. Afinal, quem poderia te conhecer e não te amar? É inevitável. Me arrependi. No quarto, travesseiros soltos. Roupas pelo chão. Deixei os lençóis macios e o menino do Rio deitado. Dormindo. Lindo! Mas não poderia ficar. Não era paixão. Era dor de traição. Pego o avião e no compasso do Tom, volto pra casa. Minha alma canta. Vejo o Rio de Janeiro. Estou morrendo de saudade! Afinal, esquecer detalhes tão pequenos de nós dois era impossível. Reencontro você, numa atitude sedutora, encantadora! Ginga maneira. Reuniu tua gente boa, hospitaleira e me recebeu com alegria. Esbanjando calor pra lá de quarenta graus você chegou bem pertinho e me disse baixinho:Fica. Fica comigo. Não pude resistir a essa empreitada final. Era muito calor humano! Das juras de amor que trocamos, uma ficou gravada na areia molhada de Copacabana. Estará sempre guardada na minha lembrança: Eu sei que vou te amar. Por toda a minha vida eu vou te amar. Meu grande amor, Riomar. Rio que não é rio e que é mais mar que o mar. É amar. Esse Rio me atravessa... ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 85 - VÓ BELINHA Querubina de nascimento, Belinha por apelido, avozinha do coração. Lembro-me bem de, ainda pequena, ficar aos pés daquela velhinha de olhos azuis, de corpo franzino, de pele enrugada e coque de fios brancos bem no alto da cabeça. Vovó, mesmo. Sempre que vinha à nossa casa, trazia, agarrado às mãos, um saco de papel e, dentro dele, umas bananadas açucaradas deliciosas. Eram as minhas favoritas! Mal sabia ela que não só adoçava a minha boca mas, também, meu coração. De vez em quando, no meio da tarde, ouvíamos palmas - pois nunca tocava a campainha - e em seguida, um gritinho rouco: "Ô, de casa!" Eu saía em disparada, de cabelos longos ao vento, para abrir o portão, pois já sabia que era ela. Então lhe dizia: _ A bênção, vó! _ Deus te abençoe, mô filo! (Era sua maneira mais encantadora e carinhosa de me chamar) . Tome aqui; vovó trouxe pra você! Então, me entregava, toda contente, o saquinho das bananadas. E no abraço apertado que lhe dava, nem precisava agradecer. Entrávamos. No aconchego da sala, seus poemas me encantavam e me faziam viajar no pensamento. Mesmo quando sua mente, já cansada, falhava e ela ficava se esforçando para puxar da memória algumas partes que lhe fugiam, ainda assim, meu coração batia mais forte e me ardia no peito a expectativa de ouvir seus versos até o final. Muitas vezes, corria, com minha mãozinha de criança, a copiar os poemas, que me declamava com tanto entusiasmo, na intenção de aprender a declamálos também. Suas visitas eram sempre assim: um momento de muita alegria! E quando íamos à sua casa? Ah! Aí a festa era completa! Naquele quintal enorme, de terra, em meio a plantas e flores, brincávamos de pique-esconde, amarelinha, pular corda, passar o anel; essas coisas que são privilégio só da infância. Mas a melhor parte era ouvir a vovó dizer: "Criançada, vem lanchar, porque saco vazio não pára em pé!" (Ah, a vovó! Ditados e frases feitas eram a sua especialidade!) ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 86 - Ao entrarmos naquela casinha de quarto, sala, banheiro e cozinha que mais parecia de boneca, branquinha, de janelas azuis, tão aconchegante, que delícia era ver a mesa forrada com uma toalha xadrez vermelho e, sobre ela, bolo de fubá, biscoitos amanteigados, bolinhos de chuva e café com leite quentinho! Sinto tanta saudade! Certo dia, minha mãe chega à casa e me diz: "Vem, filha! Precisamos pedir a Deus pela vovó. Ela se sentiu mal de madrugada e foi levada, às pressas, para o hospital." Na minha ingenuidade de criança não entendi a gravidade do problema. Nas muitas vezes que fomos ao hospital, fiquei como que perdida, sem explicações precisas. Até que um dia, sua vozinha rouca me deixou órfã; órfã de voz de avó; órfã de versos encantados, de bananadas açucaradas. Naquele momento, pude perceber que, quando um corpo dorme no subterrâneo, sua alma sobe como um rojão e explode em versos. Foi assim que aprendi a amar a poesia. Com ela, a minha avó Belinha. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 87 - MARCIAL SALAVERRY www.ebooks.avbl.com.br/biblioteca2/marcialsalaverry Santos/SP – Brasil A ARTE DE ESCREVER A Arte de escrever, é a melhor fuga que pode haver... Enquanto estamos escrevendo, não estamos sofrendo, dos problemas, vamos esquecendo... Só para a arte estamos vivendo. Para outros tempos nos transportamos, para outros mundos nos mudamos... Não sabemos mais onde estamos, em nosso interior mergulhamos. É uma doce loucura, que acaba com qualquer tortura... Alivia a nossa mente, não nos deixa ficar demente. Assim, fora da realidade, nossa única verdade é aquilo que escrevemos, e das letras nós fazemos nossa arma justiceira, e até acabamos com a bandalheira... Escrevemos o que sonhamos... e depois quando acordamos, estamos com as baterias recarregadas, as dificuldades serão melhor enfrentadas... Enquanto estivemos a sonhar, nossas forças conseguimos recuperar. Poetas... artistas... escritores... Não abandonemos nossos pendores. Se esse talento temos... não o abandonemos. Se nosso destino é escrever, é o que devemos fazer. Vamos continuar a escrever, para o mundo entreter... ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 88 - Escrevendo... sempre escrevendo, continuaremos vivendo... Mesmo após nossa passagem, quando estivermos em outra viagem... Nossos nomes serão falados... Sempre seremos lembrados... ESPIRITO SEMPRE JOVEM Se o corpo mostra os sinais do tempo, é apenas ligeiro contratempo, somente pelo corpo sentido... O tempo já vivido, é apenas uma viagem, enquanto dura esta passagem... Temos que nos manter em atividade, pois a vida é nossa felicidade... Se o corpo se cansa, o espírito descansa... se o corpo diz para, o espirito diz vai para... Idade é algo relativo, para quem se mantém ativo, tendo sempre disposição e amor no coração... Essse é o grande segredo, que da velhice nos tira o medo... Manter a alma jovem, em permanente estado de amor... Amar a vida, amar na vida, amar toda a vida, amar durante toda a vida... ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 89 - MARGOT DE FREITAS SANTOS http://margotfreitassantos.zip.net/inicio/index.html Juiz de Fora/MG – Brasil MÁSCARA Ontem fui fantasia, hoje sou realidade. A verdade em minh`alma brota. Já não tenho medo, venci barreiras, Da máscara, só ficou a interioridade! Sem ocultar minha real identidade, Peregrinando cantarei meus versos. Pelo mundo, emanarei sensibilidade, Posso não agradar, pode ser o inverso. Emoção e paixão levarei na bagagem. Quero crescer, quero florescer. Se ontem fui Margot F & S, Hoje sou Margot de Freitas Santos. Renascida, transparente, Sem máscara para me esconder! MULHER Você é parte da natureza, É a mais bela obra do Criador! Você é força que impulsiona a vida, É a sublimação do verdadeiro amor! Você é terra onde a semente brota, Você é ar que mantém a vida, Você é água que deságua em prantos, Você é fogo que aquece a vida. Você mulher... fantasia e razão , Tão diferente ao mesmo tempo igual, Você é candura, é luz que brilha, É realidade sem petrificar o coração! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 90 - MENINO DO SINAL Menino quando te vejo Parado naquele sinal, Em tua face, percebo Uma alegria que não é real. Menino quando te vejo Com malabares na mão, Sinto um arrepio e percebo Como a vida é desigual. Poucos segundos... É o tempo que tens Para tentar convencer, E míseras moedas recolher! Quisera poder um dia Não mais te encontrar ali E feliz, seguir sorrindo. Sonhando! Acreditando! Que um futuro de esperança Tenha nascido para ti. CRIANÇA CIGANA Não sou mais uma criança Que vivia a sonhar, Sob o alpendre da janela E um grande brilho no olhar. Mas guardo a recordação, Ao ver as famílias ciganas Bem perto de minha casa, Por uns tempos pernoitar. E quando a noite chegava O som do violino ecoava, Das frestas da minha janela, Extasiada, inerte, eu ficava. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 91 - A fogueira clareava a noite Ciganos em roda cantavam, No meio a mais bela cigana Ao som do violino dançava. Minha imaginação flutuava Deixando a fantasia emanar, Imaginando ser eu a cigana Ao som do violino a dançar! Ah! Como tenho saudades De momentos da infância, Das frestas daquela janela Que me deixavam sonhar. GANGORRA DOS SONHOS Noite...silêncio. A cidade dorme. Saudades me fazem companhia! Divago...sublime monólogo, Falo...escuto...respondo...retruco! O tempo corre. Não permite paradas. Mas a memória, essa é minha aliada, Com ela, posso parar o tempo. E resgatar as relíquias guardadas. Minha gangorra! Ah! Que saudade! Base de ferro cravada no chão. Correntes fortes levavam-me ao céu Cobrindo de sonhos o meu coração. Minh`alma clama o leve balanço. Brisa suave no rosto sentir. E no remanso misterioso do vai e vem, De novo sonhar! De novo sorrir! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 92 - FOLHA SECA Qual árvore frondosa, um dia foste. Folhas verdejantes, tua alma, Caule viçoso, tua estrutura, Flores perfumadas, tua alegria. O cotidiano, de ti roubou a alegria. Folhas verdejantes, mutaram...secaram. Sugaram-te a seiva, trazendo a agonia. Foste secando, esfacelando...ruindo. Teu corpo...como o caule reclinou. Folhas secas, rodearam teu corpo. Mas o coração pulsava, guerreava. Descompassado, insistia...exasperava. As folhas secas adubaram teus pés, As lágrimas alimentaram tuas raízes. Fortaleceste, reergueste...floriste. Mulher! Árvore frondosa... ressurgiste! BUSCANDO O AMOR Dei asas a imaginação e comecei a sonhar, rompi com a realidade sem pressa consegui voar. Planei por campos floridos, imitando com esplendor a delicadeza sincronizada do pequenino beija flor. Voei! Planei! Sem pressa procurei, o amor queria encontrar. Voltei. Vou esperar. Um dia me encontrará! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 93 - MARIA INÊS SIMÕES www.misimoes.virtualismo.com.br Bauru/SP – Brasil PEQUENOS CONTOS SUOR Dói o corpo enquanto goteja água salgada por entre frestas de um ser que nestas arestas finge viver a vida feliz. Dói à consciência entre a demência dos filhos perdidos, pede clemência mastiga a raiva desta imprudência e vive assim. Procura refúgio no vício, no lixo a cata da lata que vende em troca do luxo de ter o ar que respira. Inspira podridão nesta dimensão onde é o bicho dos bichos na luta na caça e sem raça se deixa vencer é só mais um ser... TEMPOS MODERNOS X TEMPOS ANTIGOS Conheci a gata no orkut, uma fera... linda. Na foto a deusa da perfeição. Loura, cabelos longos, olhos azuis, corpo estrutural. Marcamos encontro, final de semana passado. Maior decepção. Se te conto, pura enganação photoshop na certa, a garota tinha cabelos curtos, olhos claros mas nem tanto, gordurinhas para todos os lados. O que me intriga é como alguém pode se submeter a uma lipo-virtual e propagar imagem falsa do real. Diante de mim vi outra pessoa. Cara, mas me bastava saber que o cérebro ainda era o mesmo e isso me instigava. Atração fatal assim mesmo. Ah!!! Esse PC nunca muda... FALANDO DE WEB Aquele F(d)P travava o sistema, nada de inserir, nada de deletar, nada de tocar. Nada de rodar midis ou wavs naquelas noites solitárias, onde o teclado se fazia magistral, mas era apenas virtual. A imagem trabalhada fazia festa por si naquele sorriso imperdível. Quem não viu aquele sorriso e se encantou? Mas o F(d)P travava e não dava recursos do trabalho ser terminado, mas quem disse que deveria ser acabado? Em um provedor de memórias existe um site pela metade. Ficou o sorriso mal acabado. As recordações de um sonho por estar. E uma alma não desnuda por ser. O jeito é voltar ao trabalho. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 94 - MAIS UMA VEZ... Magricela queria dar só mais um recado. Odeiooooo este desgraçado, que em noites de estrelas e buscas eternas disse que era seu amor, bandido... Vai saber o que queria, sentir-se importante? Pra quê? Se não pode mais sentir os meus passos. Desagrado? Sei que não comporto o que mais poderia ser apreciado... Não sou vazia. E vamos em frente. Foi só mais um desacerto, um conserto que não deu certo. A música não tocou e a fantasia não rolou. Só ficou no desejo. Que pena seria tão interessante conquistar as estrelas, pisar planetas inexplorados. E ficar ao seu lado. O que fazer se o tempo contrário, contradisse o sentido do querer. Mais uma vez... VIDAS PASSADAS Aquelas aquarelas são bicolores. Não sentia o ontem, o hoje era a razão e o amanhã o coração. Só pensava nele. “Quem sabe um dia” pensava Mira, não que quisesse conquistar o até então inconquistável. Mas pensava nele como se pensa naquele sonho que não aconteceu por não ser colorido, talvez tenha passado despercebido. Ela não queria que fosse assim. Aguardaria as cores, todas elas quando chegasse à hora de dizer sim. PROCURA Se os sábios e intelectuais não te dizem nada, procura a verdade nas folhas que caem, nas flores que nascem e nos animais que perambulam, procura na semente que vinga e naquela que morre porque assim tinha que ser, não deixe de ler o poeta, por mais pequenino que seja ele sente a vida e chora por ela, não olhe as bandeiras elas nada sabem, apenas tremulam embaladas pelos ventos, quando há vento. Observa onde existe serenidade acompanhada de sonhos, não se deixe enganar, sonhos não são objetivos e existe uma larga distância entre os dois. Faça sempre o que diz seu coração e sempre procure a verdade dentro dele, o coração também se engana, sou prova viva desta afirmação. A paixão confunde, nada faça movido por este sentimento, quanto muito se entregue a ele mas com a consciência de que será ferido. O amor é verdadeiro, e por ele vença você mesmo, seu mais terrível inimigo. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 95 - MARCA Não seria fácil se fosse profunda, superficial tatuagem do tempo. Imigrante oculta de um pesadelo, só você. Não reside em tempo seguro, pensamento em sobrevôo real aflição. Perturba o sonho na “rimação”. Nada, a não ser uma marca usada de um contratempo. Naquela hora, naquele espaço, naquele universo. Sem teto, em flagelo de conquista planetário-imaginário, visões rasas, meteóricas, nada mais. Formada de aspectos e espectros cultivados neste solo mãe gentil. Em céu azul-jeans desbotado na liberdade de expressão, sem verdades, sem raízes. Apenas imagens de mentiras e contradições. SER HUMANO - Kkkkkkkkkkkkkkkkkk. Enganei um bobo na casca do ovo - Ei que brincadeira é esta... - Toma lá dá cá - E como se brinca? - É fácil, olha no olho e imita o outro, sorria igual, fale igual, minta igual, toque igual, sonhe igual, beije igual, seja igual. - Isso é fácil?????? É nada eu não conseguiria. - Claro que consegue, quer tentar? - Vamos lá. - Gosto muito de você. - Gosto muito de você. - Quero sair com você. - Quero sair com você. - Veja um motel, vamos? - Não pergunte duas vezes. - Perdeu... Não repetiu kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. - Ahããããããããããããã começa de novo. - Você tem que aprender a repetir. - Não posso ter fala própria? - Não... Já disse... Minta igual... - Gosto muito de você. - kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Enganei um bobo na casca do ovo... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 96 - TEORIA DO CAOS Uma borboleta bateu suas asas, a partir deste movimento em algum lugar formou-se um tornado. Uma simples caipira amou um homem da cidade, com todas as suas forças com toda a sua alma, com todos os seus sonhos, com todas as suas esperanças. Em cada toque a pureza transformação. Em cada beijo um ser em ebulição. E fizeram amor. O mundo ainda existe???. Penso... Onde a teoria do caos teria falhado. Com certeza não falhou... LINDINHO Dê ctrl + C, cola em mim. Ctrl + v, copia assim. Imagens perfeitas sonhos, ilusões e poesias. Na programação vida a fim. Ctrl + Alt + Del ai vem o perigo. Um projeto apenas no virtual. Alguém se cansou, finalizar o antigo e velho sistema. Mudam-se os tempos. Tudo fica mais claro. Era só um programa. Travou o processo. Reset... PILOTANDO O MUNDO Pise no freio o tempo continua acelerado. Que frio faz em pleno verão. As chuvas e os tornados já mataram sem direção. Não existe raça, cor ou país. Todos sofrem no planeta aprendiz. De que adianta ter governantes, homens que se dizem de ação? E ai vem o comando do cão, metralhando o povo inocente. Exigindo favores indecentes. Ou dá ou morre e conseguem assim. O piloto sumiu, com certeza entregou o cargo a outra realeza. E os tripulantes? Já aceitaram a desgraça. Cair em pleno vôo ou dirigir em massa esta grande ameaça. Até que enfim?... ELL@ Poesia e tecnologia, paixões iguais. Seus beijos e desejos puramente virtuais. O “toc Toc” do ICQ com hora marcada, o som de e-mails chegando, coração em disparada. Ell@ queria o outro, sem assimilação formatou vida perfeita. Em contradição. Castelos, areias, palavras. Emoção! Ele era o “sem” limite de sua imaginação. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 97 - MARIA JOSÉ ZANINI TAUIL Rio de Janeiro/RJ – Brasil www.coracao.bazar.nom.br SONETO DO ADEUS A quanto minha dor resiste? mesma chama rubra, mesmo arder Jesus, Senhor! Que noite imensa e triste! Faz-me dormir, pois preciso esquecer Os galos anunciam a alvorada Andorinhas prontas a amanhecer Já levanta a noite espreguiçada Outro dia pra chorar e pra sofrer E já na tarde alta o sol poente Sozinha na janela a contemplar Os trágicos perfis do horizonte Outra noite e você já bem distante A tropeçar na sua errante sombra Eu a lembrar teu lenço branco a acenar ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 98 - SONETO DE ASSÉDIO Erguendo as mãos em gestos recolhidos E por querer-te assim, sem que me queiras Em ti vivem a roçar os meus sentidos E a intuição ainda diz que me desejas Ando atrás de ti sem que me vejas Rasgo versos na noite e sei de cor Sinto teu cheiro onde quer que estejas E nunca se amará ninguém melhor O teu olhar sobre mim hoje é mais terno A vida, meu amor, vamos vivê-la Curtos momentos podem ser eternos E se sou a noite, sem estrelas e luar Abra dentro de mim o sol nascente E no lago de meu corpo vem nadar ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 99 - SONETO DE DES (AMOR) Meu sonho foi tão bom…foi tão bonito Mas voou pra longe, qual gaivota mansa Embora mintas bem... não te acredito Contigo morre o sonho e a esperança Vislumbrei nos teus olhos desleais Teu coração, que é de puro granito Digo-te adeus...já não te quero mais E entre sentimentos negros me agito Foste tudo, foste nada...a desgraça Aquele que vive e que já morreu Aprendi que na vida tudo passa Surpreende, no entanto, fantasia louca De envolver-te num ardente abraço E por um segundo... sugar a tua boca! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 100 - SONETO DAS ESTAÇÕES Por quantas primaveras, por quantos verões Nos perguntamos sempre em vozes magoadas Entre enchente, vazantes ou ondas tribuladas O amor a rolar entre outonos... mares eternos Presa em abraços sob esses céus tão ternos Repouso no teu corpo bronze de verão Em meus beijos escutas, minha voz te excita Dentro de nós bramem líquidos de paixão Tua alma, assim, meu coração aprisiona E o teu, em mim palpita, canta, geme e chora O triste estribilho de nossa canção de amor E quando tu vais embora, tua voz persiste Surda, lenta, ofegante e quente...sempre triste Em meus ouvidos nos invernos a cantar: te amo! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 101 - MARIA LOUSSA http://www.santosloussa.com Goiana/GO – Brasil ES-CRE-VER Escrever foi o que sempre quis. As palavras declaram nossa emoção e o que diz o coração. Nossos sentimentos, lamentos e desabafos, sem medo de ser feliz. Escrever nos faz sentir melhor eliminam bloqueios, rancores dissabores, que nos entristecem e crescem se não falecem. Escrever descreve o mosaico e o prosaico que a vida oferece, aquece com fatos tristes e alegres e nosso dia-a-dia fortalece. Escrever é olhar e encarar esse realismo, pintar a aquarela da arte encantar com o lirismo do mundo que faço parte. Minhas mãos escrevem fatos reais da existência vivida. Não sou poeta, mas vivo em festa sou apaixonada pela vida. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 102 - VIVER É participar descobrir ser e estar em cada instante verdadeiro por inteiro. É ser livre mesmo em pensamentos vivenciar o amor procurando, cada dia, ser melhor. É cantar, é sorrir, ser criança na simplicidade no coração cultivar a bondade. É ter fé sabendo que novo dia surge para enfrentar para viver e sonhar. Viver é ter vida entendendo o significado de tudo ser o que você é sem nenhum receio qualquer. Não existe nenhuma receita cada um vive o que sente alguns estão na aurora outros já vão embora. Enquanto se vive planta-se sementes germinam, crescem, florescem os frutos, nem todos colherão o trabalho de suas mãos. Viver é constituir família ter filhos e com eles brincar ser amigo, proporcionando prazer sem pensar em algo receber. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 103 - Viver é escutar é também enxergar tudo que a vida oferece consciente que nada esquece. Viver é ter gratidão por toda graça recebida com alegria no coração. A ÚLTIMA VIAGEM Depois de um cansativo dia de trabalho, Julio volta para casa com aquela preocupação de reencontrar bem sua esposa e seus filhos. Na cidade grande sabe-se quando sai de casa, mas nunca se sabe exatamente quando chega, em face o trânsito intenso, às vezes até congestionado, pela ocorrência de algum acidente. Júlio mora em Luzarina e trabalha em Belo Horizonte - MG., numa subestação da Linha Férrea RRFSA. Faz esse percurso de 200 Km diariamente, há alguns anos. O meio de transporte mais acessível financeiramente para Júlio é através do velho Trem de Ferro. Julio saíra de seu trabalho com destino à sua cidade e como ele, muitos outros procuravam esse meio de transporte seguro e econômico. O trem balança e alguns passageiros até cochilam, cansados pela labuta do dia. Depois de algum tempo de viagem, Júlio, felizmente conseguiu um lugar para se sentar. Alguns dos seus companheiros de trabalho ficaram na primeira estação. Ele prossegue viagem, pois desceria na última estação, ou seja, em Luzarina, onde tomaria outra condução, um ônibus talvez ou uma Van que o levaria até a sua casa. Durante a viagem e em meio tantas pessoas, nosso personagem observa jovens e adultos numa movimentação permanente, pois o Trem estava cheio. Entre essas muitas pessoas ele destaca um rosto de mulher. Seu semblante lhe chamou a atenção tendo em vista a ansiedade que refletia. Tinha sobre seus ombros uma sacola de plástico com alguns poucos pertences. Aquela mulher, de certa forma chamou tanto a atenção de Julio que não mais a perdeu de vista. Em seguida, observa em suas mãos uma lanterna. Ela esticava seu braço como quem queria focalizar, em cada parada, alguém que parecia estar procurando. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 104 - Em cada parada, por mais rápida que fosse aquela mulher avidamente procurava alguém. Para se seguir o desenvolver dos acontecimentos, é preciso deixar fluírem os pensamentos e cumprir o que está estabelecido. É preciso ter coragem e abrir mão de valores. É preciso aceitar as novas maneiras de ser e estar. Para se seguir a trilha traçada, além de coragem é preciso ter fé, disciplina, sabedoria e paciência.Aprendendo vivemos, e vivendo estamos a aprender. Você precisa ser você mesmo, isto é, ser autêntico. Júlio, no trajeto desta sua viagem não parou de preocupar com aquela mulher, que até então não sabia quem era e quem ela tanto procurava. Seria um filho, o marido ou outro familiar? A mulher, por sua vez ignorava a presença de Julio, pois seu pensamento estava na pessoa de sua procura, no possível e almejado encontro. Chega o momento em que ambos se aproximam, tecem um diálogo e essa senhora se identifica com o nome de Lina e declara que procura por seu filho que há anos não se encontram. Tivera informações que seu filho morava naquela cidade de Luzarina. Agora aproximava a chegada na estação final. Todos os passageiros se preparam para o desembarque. Todos motivados em seus pensamentos, as conversas mantidas, o sono despertado. Cada um deixa sua poltrona e vislumbra lá fora um cenário não comum. Acontecera horas atrás uma exposição de artesanatos, e muitos ainda guardavam o material que não fora vendido. De longe a D. Lina parece perceber a presença de um moço, cujas características eram as de seu filho, apesar de estar bem mais velho. À medida que aproximava, aumentava a certeza. De repente, D. Lina ao receber o lindo sorriso do filho, é tomada por uma eletrizante emoção, corre em sua direção, precipitando-se nas escadarias da estação de alto a baixo. Estendida no solo, sem voz, rapidamente aproximam-se dela seu filho e o suposto amigo, Júlio. É chamado com urgência o Serviço de Bombeiros. Os minutos que se seguiram foram como uma eternidade! O Serviço de Bombeiros após os primeiros socorros de praxe, levou D. Lina para o Serviço Médico mais próximo. Não havia mais muito a ser feito, D. Lina veio a falecer em face uma hemorragia interna. Júlio e Ulisses, o filho de D. Lina, puderam compartilhar solidariamente de suas experiências e tornaram-se grandes amigos. Seus dias seguintes foram de reflexões. Assim é a vida: para muitos, esta foi uma viagem usual. Para D. Lina foi a última viagem. À medida que os anos passam vamos tomando conhecimento do mundo e suas adversidades e também oportunidades. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 105 - MARIA LUIZA S. CASTELARI Nova Andradina/MS – Brasil == UMA LAGRIMA QUE CAI == MEUS OLHOS ESTÃO TRISTES, MINHA ALMA SEM ACALENTO, MEU CORPO MOLHADO DE CHUVA, GELADO, SEM PROTEÇÃO AO RELENTO... EM MINHA FRENTE UMA PORTA FECHADA, LÁ DENTRO UM CORAÇÃO... PEDINDO QUE ME AFASTE, PONDO FIM AO SOFRIMENTO POR UM AMOR PROIBIDO QUE COM BRAVURA ENFRENTO!! MEUS OLHOS QUE ESTAVAM TRISTES, AGORA CHORAM, EU SEI PORQUE... AS LAGRIMAS E OS PINGOS DA CHUVA, MISTURAM-SE SEM PERCEBER E JUNTAS FORMAM ENXURRADAS, AS RUAS Á PERCORRER. O SOM EMITIDO POR ELAS FALAM DE UM AMOR IMPOSSÍVEL, O AMOR ENTRE EU E VOCÊ!! A CHUVA QUE É PIEDOSA LOGO SE RETIROU, DEIXANDO APENAS AS LÁGRIMAS TESTEMUNHANDO MINHA DOR!! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 106 - == PRECISO DE UM AMIGO == DEUS!! PORQUE PERMITES A TRISTEZA? AS INCERTEZAS DO CORAÇÃO... DEIXANDO UM FILHO TEU Á SOFRER, SEM DECISSÃO... DEUS!! PORQUE ESTA LAGRIMA? QUE DOS MEUS OLHOS CAEM... MOLHANDO MINHA FACE, SALGANDO MINHA BOCA, DEIXANDO-ME SÓ INSATISFAÇÃO!! ESTOU TRISTE!! NÃO SEI, SE É POR TÍ, NÃO SEI SE É POR MIM.. OU POR ALGUÉM, SERÁ? NÃO SEI!! NÃO TENHO COM QUEM FALAR. UM OMBRO, UM COLO, UM ACONCHEGO, UM AMIGO, PRA ME ESCUTAR!! ENTÃO TE PROCUREI, PRÁ PODER TE DIZER DEUS!! PRECISO MUITO DE VOCÊ. SEI QUE PODES ME ENTENDER, ME OUVIR, ME ACONSELHAR. VAÍS ME CARREGAR NO COLO, ATÉ TUDO SE ACALMAR!! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 107 - == QUARTA ESTRÊLA == QUANDO PEDI Á DEUS, PARA ELA ME PROTEGER, TAMBÉM PEDI COISAS BOAS, ASSIM INCLUÍ VOCÊ!! E ELE ME RESPONDEU. POSSO LHE DAR QUALQUER COISA, QUALQUER COISA QUE DESEJAR... MAS, NÃO ME PEÇAS FILHOS, ESSES NÃO POSSO LHE DAR!! NÃO FIQUE TRISTE COMIGO, POIS, VOU FAZE-LÁ ENTENDER... VOCÊ, NÃO ESCOLHE OS FILHOS, SÃO ELES QUE ESCOLHEM VOCÊ... SÓ ELES DECIDIRÃO, O NINHO PARA ONDE VÃO!! ENTÃO O TEMPO PASSOU, VOCÊ ESCOLHEU NOSSO NINHO E COMO MÃE, ME ACEITOU. FIQUEI TÃO FELIZ COM ISSO, QUE NOVAMENTE PROCUREI DEUS!! PEDI QUE ME AJUDASSE, E SER MÃE ME ENSINASSE... MAS, DEUS SORRINDO ME DISSE. NÃO TENHO RECEITA DE MÃE!! O ÚNICO INGREDIENTE QUE POSSO LHE ENTREGAR, É ABRIR SEU CORAÇÃO, PARA QUE POSSA AMAR, AMAR E AMAR!! O RESTO, AVIDA OFERECE, NÃO TENHA MEDO DE TENTAR... TENS COLO, TENS BRAÇOS E ABRAÇOS, NADA MAIS VAIS PRECISAR!! POR ISSO AQUI ESTOU, PRÁ LHE FALAR, OBRIGADA!! POR TER ESCOLLHIDO-ME COMO MÃE... TAMBÉM QUERO DEIXAR, Á SUA DISPOSIÇÃO, PARA QUANDO PRECISAR, MEU COLO, MEU ABRAÇO E TAMBÉM MEU CORAÇÃO. QUE APRENDEU Á TI AMAR, AMAR E AMAR!! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 108 - == COMO EU AMO VOCÊ == AGORA TE VENDO ASSIM ACHO QUE POSSO DIZER, ESTOU APAIXONADA POR VOCÊ!! SEUS POEMAS, TUDO FIZERAM PARA QUE ISSO ACONTECESSE, NÃO FUI CAPAZ DE EVITAR... ENTÃO TOMEI CORAGEM E AQUI ESTOU, FALANDO-TE DO MEU AMOR!! DESSA COISA QUE ME ARREBENTA, QUE TORTURA MEU CORAÇÃO, ESSA DISTÂNCIA ENTRE NÓS DOIS, DEIXANDO-ME ASSIM, SEM CHÃO... VOCÊ, ACHA QUE É AMIZADE, EU TENHO CERTEZA QUE NÃO!! SOU SALVA PELAS PALAVRAS, QUE POR E-MAIL CHEGAM Á MIM. É COMO OUVI-LAS DE TEUS LÁBIOS, É COMO SE ESTIVESSE AQUI!! ELAS TEM CHEIRO, TEM COR E LENDO-AS DE VAGARZINHO, POSSO SENTIR SEU CALOR!! OUVIR ATÉ A TUA VOZ, DIZENDO PALAVRAS DOCES, TRANSMITINDO AMIZADE SEM FALAR DO SEU AMOR!! MAS, O QUE ME IMPORTA, É SABER QUE PENSAS EM MIM.. MESMO QUE SEJA ASSIM... E COMO JÁ LHE FALEI,HOJE TOMEI CORAGEM, VIM AQUI PRÁ TE DIZER.. NOSSA, COMO EU AMO VOCÊ!! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 109 - MARICI BROSS www.maricibross.com São Paulo/SP – Brasil AUSÊNCIAS Ausências, tristes ausências Boas ou más, na memória estão Esquecer ou não É coisa do coração. Coisa de alma. Enfim, ai estão E com carinho guardemos As boas, que trazem O ente querido ao nosso coração. Se esta pessoa é querida Com certeza em nosso coração Faz sua morada Pois sua ausência É o mais doce lembrar. Um lembrar de alegria. Um lembrar de amor Que gostamos e relembramos SP- 08-06-04 –1:13h JANELA DA VIDA Meu olhar vagueia Num horizonte sem fim Vai longe e alcança Belos momentos, tão bem vividos São momentos de vida São momentos de amor Momentos tão vividos E que lá estão Os contemplo de minha janela De minha Janela da Vida. SP 08-04-04 - 10:32h ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 110 - FIOS DE CABELO Fios de cabelo São pedaços de mim. São sonhos e devaneios Da noite que se foi São alentos de saudade São partículas de sonhos São o estar e o ficar Nesta vontade louca De contigo ficar. São momentos Trazem saudades De você, e teu amor. Pra que partir, Se contigo quero ficar. SP, 06-05-05 11:55h. DESAFIOS Desafios de uma vida Desafios que participo São energias que os movem São caminhos que trilhamos. São espaços de luz A nos impulsionar Num seguir de grande luta Num seguir para a vitória. Num seguir de vencer. Chegar...Atingir Nesta vida A que nos propomos Num ato de perseverança Num ato de amor. SP, 21-04-06. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 111 - MASÉ FROTA Rio de Janeiro/RJ – Brasil www.sonhosempoesia.com ! MEU PASSADO / MEU PRESENTE ! Recolho-me em silêncio amigo... nele vejo refletir lembranças marcantes tatuadas com marcas indeléveis nitidamente sentidas, provocando suspiros inesperados em pensar o quanto fomos e o quanto ainda sentimos ,ao entrelaçarmos nossos olhares inesperadamente ! Nossos encontros antes tão aguardados... planejados com muito amor na ansiedade de nos encontrarmos, me deixavam à toda hora , em idas e vindas, porém acalmadas quando em pressentimentos chegavas sem demora ! Teu olhar penetrante conseguia... estontear-me , quando tua imagem eu via , confirmando assim o quanto por ti me apaixonara, provocando no coração batidas aceleradas , um sabor diferente que na boca acentuou-se *um quase ...agridoce .* Nestas lembranças saudosas... filme presente ... do meu passado retornando-o ... encontro-me ainda jovem, zelando e aninhando com amor e paixão... na ideal temperatura em câmara a conservação , para que fique sempre eternizado...e guardado Meu Jovem Coração ! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 112 - ! AMORES EM DESAFIOS ! Rodeando aos ventos...Abandono-me ao relento! Envolvo-me em ventanias... entre amores, desejos Desalinhos... contornando desafios em direções Bravias,contra marés em espirais ondas de ilusões. Temporais causais ocasionaram dores,desamores... Guardei no estaleiro ,os" velejadores"pensamentos Desnorteados em ondas marinhas , onde os amores Acolhidos acomodaram-se no cais dos sentimentos. Aguardei que o fluxo em refluxo... como retaguarda Amenizasse... para retornar sonorizadas harmonias Ressoando melodias ,submergindo-os em ventanias. Finalmente ... Paira o Sol não mais em tempestade Encaminhando rumos em marés amenas que virão Guardando meu amor... fazendo jus ao teu coração. ALMA & POESIA Alma ... na poesia se faz presente Poesia... nela deita-se e faz da alma Calorosamente ativar os sentimentos Unindo corações embalando a mente. Dores... alegrias, despertam latentes Expressam e desconhecem o linguajar Dispersando de esguelha o veraz sonhar Revivendo do passado, efêmero presente. Poesia...naprimazia dita o que nela sente Seguindo as noites decorrer na escuridão Espera; o fulgor do dia como sobrevivente. Deleito-me em ideais casualmente no tempo Harmonizo o enredo, conduzo-me à inspiração Palavras oportunamente batem forte o coração. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 113 - !...TRISTEZA...! Escuta agora este desabafo Meu amor próprio está ferido Mágoas que sinto, muito ardem Sonhos vivos em descompassos. Resolvi... Procurar agora, amainar meu coração, Encontrando meus primeiros passos... À preencher este vazio, acolhendo nova paixão. Desisti... De ser prisioneira,sem poder andar, Cheia de amor como regalo a entregar... Delírios indivisíveis em doação. Recolhida... Acariciei sentimentos e procurei me amar, O silêncio ouviu meus pensamentos... Aquecendo meu corpo,e minh´alma a abraçar . Tristeza... Nem me apercebi...mas O tempo passou ! Transformou ! E eu não vi !!! ESPELHO DO AMOR Pensamentos perfurados Absorvidos em turbilhão no espiral do Tempo! Amores venerados em vermelhaços de emoção Desbotados com o Tempo! Queixumes encasulados a espera do perdão Na fusão do Tempo! Obstáculos contornados Agasalhados no coração Aleatoriamente no Tempo! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 114 - ! FANTASIAS DA MADRUGADA ! Silêncio nas manhãs ... Pressinto que vais despertando Meu olhar absorvido no teu corpo matreiro em desejos mil, embriaga-me alimentando e perfilando loucas imaginações retidas em minha mente reavivando emoções com teu cheiro... em sublimado ardor. Meus sonhos apostos... surgem sem demora, ardentes pretensões vorazes ... querentes exaltados... desnudando meus desejos explodindo fantasias que ora vivi em emoções d´uma madrugada em vigília de paixões... Torna-se inevitável... que te fale baixinho devaneando compassos ritmados...descompassadas loucuras ansiosas em deleite... segredando meus pensamentos a colorir tua mente... Nossos espaços rescendem a fragrância do viver... ... unindo-se a dançar ... completando e rodopiando em transes... secretas alternâncias a nos favorecer Agora em cadências sapientes ... ! Frenéticos para Amar ! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 115 - MEG KLOPPER www.megklopper.recantodasletras.com.br Niterói/RJ – Brasil ALBATROZ - SER LUZ Minh'alma vagueou pra te encontrar Para ver a luz do seu olhar... Te abraçar, te acariciar Te abrir, te fechar, te estontear E no silencio do teu sono te abraçar Tal e qual chuva miudinha a molhar Deixei minha lágrima pingar Correr pelo seu rosto, te afagar Minhas mãos intrépidas a te tocar Meu coração carente a te chamar Como albatroz, seguindo por além-mar Buscando no mesmo lugar, sem pestanejar Armadilhas do destino, assaz, cruel a castigar Arrebatada, mas crescendo a cada despertar Sempre atenta para não desanimar Os predadores ficam a espreitar Um desatino, uma virada, um cochilar O Albatroz não fecha os olhos para descansar Dorme de olhos abertos, resiste até a noite terminar Firme e forte, continua incólume a confiar É sentinela reverente, não se importa em se alimentar Não quer saber quãos perigos irá enfrentar Não procura presas fáceis nem deseja se abrigar Não quer lugar seguro para dormir, para deitar Não quer remédios para sua dor ou suas chagas curar Seus olhos petrificados ficam abertos a congelar A ferida que tem não está a se mostrar Ela dói, mas ele não deixa de sonhar Imagina o dia que ainda vai chegar Em que calmo e tranqüilo poderá voar ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 116 - Elevando-se alto para a paz conquistar Sua alma prisioneira de um corpo livre a louvar A imensidão do céu,do oceano, a preamar Pássaro solto, esperto, aconchego, lar É luz, é vida, é herói que sabe lutar Suas asas firmes encostam n'água a desafiar Sua sorte é não poder chorar A natureza não lhe deu lágrimas para derramar Dia após dia, lua após lua se mantém firme a procurar O que será que ele quer achar? Será determinação para continuar? Uma casa para morar? Quem cruze as suas águas e se afogue no seu mar? É isso que ele está há muito a esperar... Uma companhia para que possa conviver e amar Eu sou uma fêmea Albatroz a reinar Num mundo de sonhos, de arte, de amores a desfilar De luzes, de cores, querendo atravessar Em meu cadafalso interno nunca deixo de tentar A esperança que me move, me faz caminhar Sua imagem vem em meus sonhos passear O meu desejo utópico e idéias que rompem meu pensar E eu, desgarrada de toda sorte, ansiando avistar Que a luz de outros olhos venham me iluminar Como a dança das águas ao luar Refletindo um mundo de estrelas a brilhar Tremeluzindo na cadência das ondas, pra lá e pra cá Chegará o dia, afinal, e tudo vai se ajeitar E eu poderei em suas águas navegar Um lampejo, um sonho, um lindo despertar Continue à eternidade, Águia soberana, Águia do Mar! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 117 - É NOITE... A noite nascia, findo o crespúsculo, alforria! Embalsamada era a tarde por estros de fantasia Expressão de amor, sentimento puro que inebria Salve musas, pórticos, odes e mágica poesia! Véu que esconde a noite, de soslaio encapuzada Entoa o som de harpas, cordoalha de Inspiração Vaga por caminhos diversos, empoeirada e cansada É isso, estamos a sós eu, o tempo e a solidão Falamos de vento, de brisa, de lua e de mar Exaltamos à natureza, relva, folha seca, raiz Como o bailar de ÉVORA que, de pés desnudos, Em meio a lama mole da terra, dança feliz Acendam as luzes, a noite chegou erma lá fora No palco das letras, ouço choro de recém-nascido Na escuridão surgem estrelas livres e reluzentes A lua cheia, cândida orbita, cio dos animais contentes Na madrugada, mostre o seu rosto desconhecido Salve Jorge! Mate o dragão, cavalheiro destemido! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 118 - AMOR A DOIS Meu amor, segurei a tua mão Acelerei sua respiração Vi o seu olhar, escutei seu coração.. No meu covo íntimo, senti sua emoção Sussurrei em seu ouvido e com esse teu jeito, garrido e sentido, Parecendo um desconhecido, Te contei sonhos já vividos. A noite rompeu a madrugada e se fez dia Minh'alma eu despi, me embeveci Me encantei... Te conheci No melhor dia que vivi Joguei fora a cautela, a timidez Me enchi de euforia, te senti Quando finalmente em seus braços Mulher, amada, amante me descobri Saí da utopia e vivi a realidade.. Descobri sua verdade Vi a cor do teu calor Saciei minha vontade Ouvi o teu gemido Fiz de mim o seu abrigo Você sentiu prazer comigo Eu me embalei e me embolei contigo. Diante da noite encapuzada... ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 119 - MIFORI São José dos Campos/SP – Brasil http://geocities.yahoo.com.br/mifori_poemas/index.htm LÁGRIMAS DE EMOÇÃO O que estava acontecendo Era mais que eu imaginara: Tantas vezes eu sonhara Que com ele fazia amor. Mas, jamais pensara, Que chegar àquele nível De ternura e intimidade, Fosse tão maravilhoso! Carinhos!... Doce caricia! Um novo e delicioso tormento, Que eu queria mais e mais. No brilho do seu olhar A doçura pressenti E a emoção de um grande amor. Lágrimas nublaram meus olhos. Em seus braços protetores Abandonei-me feliz. TROVAS SOBRE ONDAS Nas ondas do vento vem uma brisa refrescante que quando atingem meu bem torna-o um ser edificante. Ondas que induzem verdades dão vida, alegram ,comandam os ritmos na sociedades que sabem por onde andam. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 120 - NUANCES DE AMOR Logo se acostumaram Às luzes da cidade E neste dia esqueceram De contemplar as estrelas. Não mais viram O esplendido luar. Sem tempo pra namorar, Deixaram de sentir as belezas De um alvorecer, De um pôr-do-sol, De apreciar a linda natureza. Trocaram o prazer de viver Pelos bens materiais. E sem os bens imateriais Tornou-se triste o seu entardecer! PALAVRAS DITAS AO VENTO Resolvi dizer Com tempo Ao vento, Antes que passasse Sem me ouvir, Sem me ver Que todos merecem Viver, Experimentar, A magia de amar. Que os desejos E as fantasias Que brotam nos corações, São ardentes paixões, Emoções que surpreendem Corajosos homens, Valorosas mulheres, Que se encontram Na procura, Na luta, Por um grande amor. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 121 - EVOLUÇÕES Virgindade não é mais a condição de pureza, conceito errado, jamais impedirá a realeza. Se tu gostas de transar, toma cuidado também. Preservativo é pra usar com amor, como convém. Algo sério é o casamento. Não sociedade falida. Não veja esse sacramento, como uma união desvalida. ACEITAÇÃO Impõe meu ato aceitar com atitude confiante, se souberes conquistar, só com carícias constantes. Há que cultivar o amor como a rosa que floresce, na fartura e no louvor carinhos, assim, mereces. Serei teu lírio flutuante neste lago cristalino, com o vento refrescante, adormeço no teu ninho ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 122 - FIM DE OUTONO A temperatura Diminuíra sensivelmente. Mesmo assim, Os raios de Sol Deixaram o entardecer Muito bonito! E a noite surgiu... Maravilhosa! Assuntos triviais Davam leveza Ao clima entre nós. Tal como a natureza, Nos sentimos Belos e formosos. E ao invernarmos, Os sonhos se realizaram. Como senhora do mundo, Leve como um beija-flor Voando perto do Sol, Eu naveguei nas nuvens, Sem rumo... Nas asas da paixão. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 123 - MILLIE www.millie.art.br Balneário Camburiú/SC – Brasil adeus... transporto-me mansamente nas asas do amor para dizer-te adeus... olho-te e vejo que estas sonhando... dormes com a felicidade estampada na face e a paz no coração... quero despedir-me sem acordar-te falarei baixinho e meu beijo selará este adeus... se ouvires o meu pranto por favor não me olhes... preciso encontrar coragem agora pois ainda és dono do meu coração... mas a hora é esta e não posso mais adiar... escolhi este dia de chuva pois minhas lágrimas se diluirão nela... meu amor... deixo-te as estrelas cintilando para que continues sonhando... o mar azul com grandes ondas celebrando nossa paixão... esta praia de areias quentes onde marcas ainda falam do nosso amor... ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 124 - deixo-te ainda... minhas letras traduzidas em versos sempre louvando nosso amor... o calor do meu abraço refugio das tuas aflições... e este grande amor que guardarei na eternidade... Millie - SC 17/10/2006 lágrimas de poeta... lágrimas de poeta são letras perdidas no tempo... a dor da paixão traduzida em versos... o silêncio cantado em prosa... a saudade derramada em poemas... lágrimas de poeta são vazios n'alma... desertos de emoções sem canções... mares sombrios sem o canto das sereias... praias desertas sem noites de luar... lágrimas de poeta... ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 125 - uma explosão da dor perdida nos labirintos do amor... mas enquanto um poeta sonhar haverá lágrimas a rolar... Millie - SC 07/10/2006 labirinto de emoções... e quando a incógnita surgiu fechei os olhos e deixei-me ir... como encontrar-me? é uma pergunta dificil de responder... a saudade levou-me a conhecer novos caminhos e deslizar num labirinto de emoções... o que aconteceu? preciso recordar por quantas vidas passei... por quantas veredas andei quantos caminhos cruzei... quantas luas pratearam o meu mar em quantas constelações pude sonhar... tantas vezez deitada ao sol sonhei amar e nas areias quentes tentei não chorar... senti o silêncio da eternidade e refiz o caminho das estrelas... e ao perceber tua presença amada encontrei-me neste labirinto de emoções... e revivendo no brilho da luz do universo voltei aos teus braços para ser feliz... Millie - SC 26/09/2006 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 126 - não posso mais calar... não sei o que a vida me reserva nem quanto tempo pra falar preciso contar-te agora o que não posso mais calar... dizer-te do meu amor da solidão que me trás falar da saudade imensa que a tua falta me faz... gritar minha verdade ao mundo sem mais nada me importar dizer o quanto te amo e sem ti não quero ficar... chorar no silêncio da noite deixar as lágrimas rolar sentir vontade de um beijo que nunca vai chegar... não posso mais calar nesta noite de luar quando meu coração morre por tanto te amar... recolho pedaços de mim que ao mar entregarei junto com a dor pungente que aqui eu deixarei... parto na certeza de algum dia te reencontrar e em qualquer tempo ou dimensão voltaremos a nos amar... Millie - SC 24/07/2006 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 127 - NANCI ROSSI FARIA http://meusretalhos.blig.ig.com.br Santo André – SP – Brasil LEMBRANÇAS DO MEU PAI (Tributo ao pai) Fiquei pensando ... durante dias ... queria muito escrever e fazer do meu jeito, uma homenagem a ele ... que se foi e deixou na minha vida, um vazio difícil de preencher. Não sabia como começar ...É tão fácil e ao mesmo tempo difícil falar de alguém especial!! Fácil, porque são muitas as lembranças, vozes, sons e cheiros ... difícil é resumir tudo isso! Bom ... preciso começar de alguma forma. Não tenho lembranças do colo, do afago, do beijo, sentimentos por onde todos começam suas narrativas! Era muita timidez, aquela coisa de "pai não se aproxima demais da filha". O que vão pensar? Um abraço, um beijo, no aniversário, no Natal, tá de bom tamanho!! Lembro de um pai sempre trabalhando, com pouco ou nenhum tempo livre, querendo suprir as necessidades da casa. Fazia sua parte do homem, do provedor, que sonhava com um futuro melhor para sua família. E hoje, pensando como adulta, o respeito por isso, era o que acreditava e o fazia se sentir bem, mas a criança sentia sua falta; nunca nos levava prá passear; não conversava nem brincava. Mas, o carinho do olhar, a preocupação com nossa saúde, higiene, a segurança do lar, sempre foi presente ... Ia para o trabalho às cinco da manhã, deixava na mesa, a sopinha de café com leite e pão, prá filha mais velha, eu, que me levantava junto, ele fechava a porta e jogava a chave por debaixo dela quando saia, e eu sempre dizia: Vai com Deus! E ele, solene respondia: Fica você com Ele! Aos sábados, descontraído, sonhando em voltar para o interior, cantava, acompanhando Tonico e Tinoco num programa de rádio (talvez por isso eu ame a música sertaneja). Ele sempre foi meu herói, meu modelo, meio que distante, mesmo assim, difícil foi achar alguém do mesmo sexo que se aproximasse dessa visão esteriotipada! Trabalhou muitos anos (todos que me lembro!), cuidando de um poço artesiano, junto a um grande amigo, o pai de Jerry Adriani, só Jair na época, garoto gordinho e cantador e que depois, por longo tempo se tornou meu ídolo, meu sonho! Esse sonho se foi, dando lugar a outros. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 128 - Sou sonhadora, herança que meu pai me deixou. E hoje, emocionada, pulando muitos pedaços de história, pois ela é longa demais, penso que, depois de todos os tropeços da vida, da descoberta de que ele não foi tão herói assim, já não importa quem meu pai tenha sido, o que importa é a minha lembrança e meu amor por quem ele foi ... e é essa lembrança que me faz seguir adiante, sempre honesta e sincera, emotiva e humana, cheia de esperança e principalmente agradecida por ele ser MEU PAI ! ago./04 VIDA (Tributo a mãe) Vida, sofrida, dolorida quando se vão nossas flores perde-se o chão, as cores, nosso jardim se enche de dores. Vida, transitório e difícil existir quando se sabe o que está por vir esquece-se da alegria, dos sonhos o chôro vem, não se sabe mais sorrir. Quando alguém muito amado essa vida precisa deixar não há palavra que possa segurar a vontade enorme de chorar. Vida de provas e expiações aprendizados batendo a nossa porta mas essa não é a verdadeira é a outra, a plena que importa. Só resta agradecer o tempo permitido o crescimento mútuo, o doce conviver esperando o feliz reencontro no embalo do seu eterno acalanto. Prá você mãezinha, com todo amor que cabe no meu coração. Segue na Luz e em Paz minha querida Bela !!! nov./05 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 129 - TRIBUTO AO AMOR MAIOR! (Tributo ao filho) Num lindo entardecer de setembro, Deus achou por bem, além da primavera, me enviar o maior de todos os presentes. Você meu filho querido. Um bebê tranquilo, saudável e risonho. Sem febres, mau humor, dores de barriga. O tempo correu, célere. Num abrir e fechar de olhos, esse bebê se tornou uma criança feliz, arteira e dorminhoca. Mais uma piscadela, e eu me via às voltas com um «aborrecente» questionador, e inquieto ... "porque não, não é resposta", lembra ??? Como num estalar de dedos, me defrontei com o homem responsável, íntegro, batalhador e amigo, que sabe e não tem vergonha de amar, sonhar e chorar. Me lembro de todos os momentos felizes que me deu, dos não tão felizes também, como por exemplo, gostar tanto da quinta série e repeti-la por três vezes. Queria sumir, morrer, (coisa de mãe professora). Criança danada!!! Lembro muito bem dos sustos, das quedas, pontos em todo lugar do corpo, literalmente, da cabeça aos pés. Mais tarde, morria quando você demorava prá chegar, renascia ao te ver voltar, sorriso no rosto, são e salvo, remexendo meus cabelos e dizendo "fica fria, tô aqui ..."e meu coração desmanchava num abraço. Recordo ainda do pavor em te deixar alçar vôo, e da alegria que senti quando percebi que já sabia voar! Dos nossos momentos de enorme carinho e companheirismo, e também das brigas homéricas. Dos sorrisos e lágrimas que compartilhamos... da irritante metaleira no último volume... do choro convulsivo ... das sonoras gargalhadas ... Das idas ao Morumbi, e eu, chorando aqui, te procurando na tela da televisão. Irreverente, tolerância "zero", talvez como eu ! E de tantas e tantas outras recordações que hoje na minha memória passeiam. Se for escrever tudo, é claro que dá um livro (quem sabe um dia ...), mas sei também que você não gosta de ler! Resumindo ... então !!! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 130 - Sempre achei que você fosse um anjo, que Deus mandou prá tornar meus dias muito mais felizes. E como todo anjo, você precisava e buscava sua anjinha, prá te acompanhar rumo ao futuro, à felicidade, ao céu. E ela apareceu, disfarçada de menina, com coração e cabeça de mulher. E como já disse tantas vezes, Deus não me deu uma filha, mas muito esperto, percebeu a mancada, reparou a tempo, e me mandou a Fabi, minha nora, minha amiga, minha filha, meu amor. Meu filho, meu anjo, que assim como eu, ama o Mar, ama música, ama a vida, ama sonhar ! Nunca o considerei só meu, você é filho da Lua (Jaci) nasceu dela e do meu coração. E hoje, quando vocês meus anjos se casam, nós duas de mãos e corações entrelaçados, rogamos a Deus, que lhes traga, e vocês conservem, essa almejada Felicidade !! Te amo muito meu filho ! Te amo minha filha, seja bem-vinda ! Que benção ter "reencontrado" vocês! Com muito ORGULHO ... ... sua mãe. 08/05/04 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 131 - NATÁLIA DO VALE www.nataliavale.com Leça do Balio – Portugal CIRCUITO DO “AMOR” Ao “Amor” fiz um convite, Para um circuito fazermos, Apelando ao seu intuito, De forma a não nos perdermos. Começámos pelas crianças Frágeis, sós e abandonadas, Sempre me enchendo de esperanças, Que assim fossem, um pouco acarinhadas. A viagem seria longa e dura, Neste “Mundo” de perdidos, Mas nele o “Amor” perdura, Auxiliando os desprotegidos. Mas o meu “Amor” reclamou, De tantas desgraças lhe mostrar, Ele desejava e encontrou, Alguém, especial, a quem amar. Carinho e ternura recebi, Desse amor apaixonado, Hoje, abençoo aquele convite, Ao “Amor” efectuado. 05.02.2006 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 132 - “LEMBRANÇAS DA MINHA TERRA” Lembranças de terras longínquas, Que não mais tornarei a ver, Aquelas terras vermelhas, Que um dia me viram nascer… Na minha memória permanecerão, Pela recordação a ela ligada, Terra que abandonei com emoção, Terra minha… muita amada. Lembranças de lindos pôr de sol Abrasadores, quentes e assinalados Que mais pareciam um lençol, Laranja, vermelhos e acetinados… Jamais se apagarão em mim, Lembranças tão fortes e marcantes, Pois fizeram parte de mim… Da minha vida, em todos os instantes. Hoje, resta-me a saudade, De uma terra abandonada, Que permanecerá p’ra eternidade, E será sempre bem lembrada. Nela ficaram as lembranças, Da minha meninice e adolescência, Mas não perdi as esperanças De a ela voltar e ali lembrar, Histórias que para as contar, Irão ser rebuscadas No mais ínfimo da minha consciência. 04.12.2005 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 133 - NO ALCANCE DA LIBERDADE Com a liberdade sonhei um dia Quando as grilhetas meus punhos cortavam, No porão do negreiro que partia Da terra natal que todos adoravam. Presa da fé que depositara Em promessas de uma vida melhor, Oh, tristeza! Logo ali verificava, Eram vãs e tudo seria ainda pior. Escravatura, comércio vil, De seres humanos viris, O lucro foi sua finalidade Nem que para isso Todos ficassem privados De sua Liberdade… Quando finalmente alcançada, Velha e cansada me sentia, Era tarde… e já não sentia A tão ansiada Felicidade Por ter alcançado a Liberdade. 18.05.2005 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 134 - PUZZLE DA VIDA Num “puzzle” Se tornou a minha vida, Cujas peças tento encaixar, Sinto-me completamente perdida, Sem saber onde as colocar. É um desafio que aceito, Fazendo tudo a meu jeito, Seguindo valores a preceito, Com uma enorme dor no peito… Peça a peça escolherei, Aquelas que mais amei, Prontamente as colocarei, E não mais as perderei. Neste conjunto total, Os amigos são também Peças do puzzle que, por sinal, Eu prezo muito bem. Uma a uma, lentamente, Vou vendo com o coração, Seu encaixe é permanente, Com carinho e emoção. E neste puzzle da vida, Hei-de por fim encontrar, A chama que andava perdida, Por não ter a quem amar. 10.02.2006 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 135 - NÍDIA VARGAS POTSH Tijuca/RJ – Brasil www.nidiavargaspotsch.ebooknet.com.br O SINALEIRO DA ESPERANÇA! Rejeição! Recolhimento do eu, num silencio total, numa dor surda, num prantear solitário, do vazio de um coração ... Geringonça que fere, migalha minguada de desamor, magoando fundo, esfiapando a alma, em toda e qualquer direção. Tal e qual um camaleão de muitas cores, repleto de novos amores, perverso no seu entrelaçar mimético ... Rejeição! Coração pendente em debandada pro nada. Sente-se doente, com a vista velada, a procura de uma solução, um caminho para se resguardar ... se reerguer ... As dificuldades do presente, o faz repensar o passado, em busca de um outro sentido para viver. Quem sabe, nesse ínterim, possa ouvir, como o canto de uma cigarra, o Sinaleiro da Esperança, tocando harmoniosamente, como num leve e breve sussurrar, a melodia de um novo e belo amor ... Rio, 12/06/2004 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 136 - VISÃO FRAGMENTADA ... Espelho de enigmas onde meu interior reflete ousadamente ... Mostra o outro lado, a face oculta, obscura, que ninguém mais vê. Insensato é querer saber e procurar-me em ti, porque pouco me revelas a cerca do meu destino ... do meu eu ... Tudo não passa de uma visão efêmera, onde o olhar fixou-se apenas num breve, triste e palido reflexo daquilo que ousei ser um dia ... Rio, 2003. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 137 - NOSSO TEMPO, SE FOI ... Olhe em minha direção perceba com o coração, com o âmago da sua alma, o quão pueril este amor que se perdeu ... Doeu e doeu muito fundo, profundo, percorreu entranhas esmigalhadas de dor, de ressentimentos, mágoas, rancores ... De tantos amores, só este ficou a maltratar. Quem sabe, por ser o desejado e ser o rejeitado, por ser o esperado e ser o excluído? Não, não olhe mais para mim, agora. Nosso tempo, se foi! Escorreu feito água da chuva em ralo quebrado, pingando pra fora de mim ... Rio, 10/03/2006 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 138 - ETERNOS DESAFIOS ... Viver! Emoção incontida a cada amanhecer ... Sobreviver! Emoção extravasada a cada entardecer ... Tempos difíceis, momentos decepcionantes, onde descrenças e desilusões calam fundo em nossos corações já tão machucados ... Para onde a Roda da Vida nos leva? Mentiras, artimanhas, falsidades, engôdos, são a tônica da época, do jeitinho desavergonhado para muitos ... A infeliz lei da vantagem que só prejuízo nos traz. Nossa luta, por vezes inglória, haja jogo de cintura, está em sair dignamente de tudo isso que nos apresentam como sendo prática verdadeira e certa. Deveria ser vetado o direito de ferir ou brincar com as emoções e os sentimentos alheios. Mas sem ferir ou machucar nosso semelhante, será possível sair desta, me pergunto? Ou por "tabela" seremos respingados, se não entrarmos nesta "famigerada dança" ? Fica a dúvida cruel ... Mais do que a dúvida, a certeza de que uma luta insana nos espera ... VIVER, nos tempos atuais, eis o nosso ETERNO DESAFIO !!! Rio, 29/03/2006 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 139 - ODETE RONCHI BALTAZAR Florianópolis/SC – Brasil www.odetepoesias.com.br O CÉU QUE INVENTAS Escrevo cristais em papéis que voam para a tua fronte, mas não me decifras... mesmo quando caem em gotas na tua boca. Calado, não me dizes dos amores que espero ou das alegrias que quero. Sequer me convidas para a festa que em segredo preparas para teus amores incertos. Sequer me levas em tuas asas nos vôos que intentas, solitário anjo, que me visita nas minhas insônias... (tantas...) Dá-me, por favor, uma linha do teu destino para que eu possa bordar, finalmente, teu nome junto ao meu neste céu que ora inventas... ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 140 - CANTIGA PARA UM AMOR IRREAL Contigo, meus dedos ligeiros, dividem palavras e acentos, neste mundo inconsistente: partitura inacabada de promessas, bebidas nas noites insones... Lugar de solitários arpejos, afônicos versos, murmúrios e desejos, querendo ter asas reais. Impossível vôo, impossível reverso, nessa minha vida tão cheia de ais. Fosses um pouco mais e serias a minha manhã de sol. Fosses um pouquinho só a mais e serias minha canção em dó... Mas és tão pouco! Só quase... Inda não és, e não serás, tampouco. Agora, me vou: já esperei demais por este amor sem beijos. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 141 - OSCAR CALIXTO www.oscarcalixto.com Maceió/AL ENTRE AS NOTAS DO PIANO Busco Entre as notas do piano Criar um acorde que se não me engano Fará lembrar nosso amor este ano Uma música que seja forte, mas que seja romântica A bem da verdade que ela seja quântica Para dizer através do som produzido Quem nem sempre é fácil ser seduzido Que seja então a música como o poema De preferência igual àqueles que não tenham métrica Pois sem métrica é o sabor da vida de quem ama E quem ama não se engana: O amor não tem um pingo de ética Ele chega, se acomoda e não informa Por quanto tempo permanece E até se esquece De dizer que pode ir embora Enquanto a gente fica fora de forma E passando os dias, a gente se engana Mas o amor tem seus motivos É sempre eclético e aparece em várias formas O amor é um ser elucidativo Porém, é inútil dizer que nem sempre ele é cativo Pois quem se apaixona não se engana: Apenas ama e ama ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 142 - ALGO ROMÂNTICO Hoje Quero te dizer algo romântico Não importa o que eu diga Quero que seja romântico Que não seja apenas um poema que descreve Mas algo que libere todo o seu eu Para mim Dizer-te de todo o amor que sinto De todo o carinho Que guardo bem perto de ti Dizer de como fico contente quando te vejo E que quando te desejo Apenas um beijo Me leva a caminhos sem fim Hoje Já não sou o mesmo de ontem E certamente não serei o mesmo amanhã Talvez me sinta um outro de mim a cada dia, A cada final de dia, a cada manhã No divã, eu me consulto em agonia Procurando dentro de mim Alguma outra alegria Mas a minha patologia É saudade de você Todo o resto é só sintoma ou fantasia Hoje Quero acordar ao seu despertar E permanecer assim até novamente Teu sono chegar Zelando por ti Para que nada nessa vida perturbe O seu descansar Hoje Eu quero seu amor para mim E sobre o futuro não quero pensar Quero apenas te dizer algo romântico Do tamanho do quanto de eterno Essa vida puder conservar ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 143 - CAIXA REGISTRADORA OU PEDAÇOS DE MIM Você Que me rebaixou Que me jogou na lata do lixo Que me fez render-me em seu capricho Que derramou sobre mim seu veneno insano Que me embebedou com seu ódio de caráter mundano Você Que me enganou Que me usou e me fez um rabisco Que nunca me deu rosas e acabou-me com isso Que me fez deixar de ser o que fui num passado promisso Que desatou sobre mim seu lamento muquirano e não soube fazer nada além disso Você Que me logrou Que me desistimulou e deixou-me elíptico Que me veio com prosa e me fez acreditar que eu era paralítico Que me sujou com sua lama podre e me fez pensar que a cama é lugar para ficar catalíptico Você me encerrou e merece ser paga, ser paga por isso Eu Que me ocultei Que me deixei enganar e me fiz rebaixar Eu que nem sei, que nem sequer me amei por tanto tempo te amar Que me joguei nos braços do pranto e ainda assim minhas rosas quis te dar Eu agora deixo de tentar me indagar Quero que recolha seu passado de mim Quero que me recorte dos seus planos E abra esta porta sem danos para darmos início ao fim Que nunca mais me olhes do jeito que me olhas aqui E, ao partir, que não te recordes de nada que vivemos enfim Tudo o que foste e o que não foste, tudo isso serás para mim O tanto que amei e deixei de amar, tudo isso me trará algum jasmin E eu, que não seu, viverei leve e solto assim ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 144 - Provando que a verdade de quem realmente se gosta É querer amar-se primeiro e aos outros por fim. UM CANTO PARA A LUA Poder olhar pra ti, lua Inteira, sem sombra, nua É poder sair de mim um instante E fazer de tudo que eu pense Um verso que eu cante. Sob teus raios, embebidos na pele, Descanso meu corpo totalmente entregue. Sob tua claridade, lua Eu não sou mais poeta, Sou apenas seta, meta correta, uma rua. Quem dera todos os raios que surgissem no mundo fossem de ti, oh lua Pois embanhado em teus braços estaria eternamente E crente Que um homem que chora e principalmente aquele que sente Não pode ser o mesmo que os outros, se estiver ele solto na tua rua, Eu me entregaria para ti, lua. Entregaria minha alma por inteiro, Deixaria me levares para o espaço, Onde tudo que eu faço se tornaria leve E onde, em breve, eu me tornaria um astro E circularia em torno de ti. Quão bom seria ser teu satélite, Estar em tua órbita e, inerte, Deixar que meus pensamentos sobre ti se diluíssem E eu me tornasse parte de um mundo celeste. Onde o motivo de toda minha poesia seria você. E tudo que em rima eu dissesse, seria apenas um canto pra você. Minha lua Nua Rua sua Eu sou ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 145 - PEDRO VALDOY www.ebooks.avbl.com.br/biblioteca3/pedrovaldoy.htm Lisboa – Portugal ECOS Os ecos soam como campainhas através de montanhas e rasgam o silêncio Atravessam minha alma ensanguentada pelo ardor de um amor perdido na penumbra São laivos de esperança no sentir de neblinas cobertas pelo coração amargurado e sentido Os ecos ressoam e transportam uma amada esquecida pelo tempo na ausência de uma rosa São a esperança de um regresso prematuro talvez desejável para quem te amou. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 146 - A AMIZADE A amizade deve ser como um rio que se renova se expande A verdadeira amizade continua mesmo em alturas de tempestade As horas sentem-se nos corações dos amigos na cavalgada longínqua na serenidade dos tempos Por tempos difíceis ela é perene como uma rosa que chora como um dilúvio. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 147 - POETA PERDIDO Sou um poeta que anda na solidão dos tempos por terras desbravadas à procura de meu amor eterno Sou alguém esquecido a ver o Sol a beijar as areias da praia por tempos incógnitos pela maravilha dos sons dos rouxinóis pelas abelhas delicadas com seus beijos à flor natureza Procuro o rouxinol do amor por terras de Portugal em ruas atapetadas de cetim e sentir o odor da natureza coberta de nenúfares para o beijo intransponível inesquecído. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 148 - PRIMAVERA As folhas nasciam no milagre da natureza com a chegada das andorinhas e do céu o vento cantava Sentia-se no ar o odor das flores beijadas pelas abelhas na maravilha de um jardim As crianças brincavam no brilho do ar no encanto da estação serena e tranquila. ONDULAÇÃO (Poetrix) O navio dançava nas ondas com suavidade e a festa ia animada. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 149 - PILAR CASAGRANDE www.ebooks.avbl.com.br/biblioteca3/pilarcasagrande.htm Rio Claro/SP – Brasil CONFISSÃO De que serve a existência sem amores Sobre este grande amor de eternos prantos? A vida sem amor não tem encantos, É um jardim melancólico e sem flores. Todos os atrativos que há na terra, Tesouros, glórias, colossais riquezas, Não tem as seduções, nem as belezas, Que o olhar da amada criatura encerra. Hoje mais do que nunca eu te desejo, Formoso lírio de meiguice estranha. Hoje que o teu desvelo me acompanha Nesta penosa lida em que me vejo. Quantas venturas e felicidades Nos esperam sorrindo alegremente Como há de ser o nosso lar contente Sem aflições, sem dor, sem ansiedades. Entre mútuos sorrisos e carinhos, Sempre os mesmos afagos permutando, As nossas almas viverão gorjeando, Como um casal de passarinhos. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 150 - A RESSURREIÇÃO DO POETA Nem o condor nos píncaros dos montes, Nem as nuvens dourando os horizontes, No êxtase do arrebol; Nada igualou teu pensamento altivo, O teu verso era um braseiro vivo, Era o espectro do sol. A terra mãe chamando por teu nome, Na saudade que o tempo não consome, Esperava-te em vão; Mas a morte, estendendo-te as mãos frias, Não julgava, talvez, que voltarias, Nesta ressurreição! A poesia é a expressão suprema da coragem, Que importa o horror da tétrica voragem Da perpétua mudez, Se ao fim da longa estrada percorrida, Tivesse o poeta mais do que uma vida, Morresse ele outra vez? Foste grande em espírito e bondade, Mas agora és maior na eternidade, Pela glória do Ser. Se a terra foi teu culto e o teu anseio, Dorme feliz no seu gelado seio, Pois teus versos para sempre vão viver... ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 151 - PINHAL DIAS www.pinhaldias.com Amora – Portugal "DENTRO DE MIM A POESIA" Dentro de mim a poesia Veloz coração que bate Ao ritmo de bom compasso! É sangue que corre na alma Fluído, manejado em pura veia… A Poesia toda ela assim reage, Sonetando! Cantando amor! Foi o poeta, foi "BOCAGE"! Na primária… um menino mimado! Em redacções fiquei honrado Não é segredo, nem mistério! Um livro amigo me foi presenteado! Enviado p'lo Ministério! Em 1959... Esta veia que laureia... Mel em sua colmeia! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 152 - NOSSA LÍNGUA! SEMPRE! CAMONIANA! Tempos houve! Não satisfez a prisão! Cumpriu p'la metade em penas de lei! Sempre lá escreveu a bem da nação, Neste mérito! Foi solto p'lo Rei. Camões! Ele sempre via mais por um… Eloquentes que usam sempre dois… Hoje famoso! E tem seu premium! Cumprida nossa história depois. Não é necessário por termos dois olhos P'ra escrever muitos versos aos molhos À nossa querida Pátria Lusitana. Camões brilhando com olhos da mente Foi um grande poeta realmente Nossa língua! Sempre! Camoniana! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 153 - PÉS DESCALÇOS QUE FALAM POR SI Sejam pés brancos, amarelos ou negros São sempre pés dignos de sua caminhada! Dos pés bem calçados aos descalços Deviam ser pés bem tratados, Muito bem conservados. Pés descalços que falam por si! Fazem realçar em plástico moldado, Por atilhos, tiras entre dedos Bem se livram de enredos Caminhando o dia inteiro Por serem pés iluminados! Livres! Pés de mensageiro! Com sua imagem de pobreza Vingam outros em riqueza! Fortes e fracos mas, são afirmados! Ainda hoje co-habitam entre nós Pés descalços que falam por si! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 154 - UM SER QUE VIVE! Foi num passado Mal ou bem aproveitado!? Que nem sempre dita tudo! Muitas ficam por contar... Não sentindo essa vergonha Bem ela se verga com humildade. Então! Satisfaço a caridade! Ao dosear essa lembrança Fica a nostalgia! De certos sonhos... Vividos! Quimeras de alguns... Mal foram convertidos! Pendulado, nessa sonância Idealizados outros... Sonhos que foram perdidos! Em estrada de mendigos Indagando os seus castigos! Catalogando certas aventuras Que resvalaram em bermas Predestinadas desventuras... Será isto um valor Kármico? Este Kármico ficará em história A história que é montada Narrada no dia seguinte... A vida me fez crer Por tudo! Em aprender! Vivendo! Neste mundo saber estar! Conjugando o verbo amar! Um ser que vive! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 155 - RIVKAH COHEN www.rivkah.com.br Brasília/DF – Brasil INJUSTIÇADOS Tal qual pedra jogada, vamos fazendo marola. Umas nos importamos, outras nem mais lembramos, mas não deixaram de espirrar, ficarem lá, fazerem bolas, provocarem ondas.. Qualquer hora, assim como quem não quer nada, meio sonsa, uma se mostra, traz o passado de volta e olha nós, nos achando injustiçados! Afinal, estávamos tão comportados! E como feras agimos, falamos e seguimos, nunca lembrando das pedras.. rivkahcohen ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 156 - PENSANDO EM VIVER Quantas vezes uma grande mão tirou meu chão? Uma,duas ou foram seis? Olha, não foi fácil! Uma dor que transpassava e muito, muito, maior que eu! No início olhava assustada para aquele grande precipício e a vontade era de ficar parada e deixar doer.. Mas o mundo que julgava ter acabado estava alí e tudo continuava, apesar de mim! Engatinhando e não enxergando quase nada recomeçava minha caminhada até me refazer. Hoje olho e acho graça quando alguma coisa quer me fazer sofrer.. Eu que não sou boba nem nada, não ando mais desarmada e com essa carapaça, agora, posso pensar em viver! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 157 - ROSIMEIRE LEAL DA MOTTA http://www.rosimeire.xpg.com.br/ Vila Velha/ES INTÉRPRETE DO CORAÇÃO Combinação harmoniosa e expressiva de sons. Melodia agradável aos ouvidos. A platéia acompanha hipnotizada, a fragrância da música que lhe desperta os sentidos. Espalham-se na atmosfera acordes suaves e envolventes! Emanação aromática que faz bailar em pensamentos. Dominação perfeita das notas musicais! O vento desarrolhou o frasco do salão. O perfume instrumental atravessou fronteiras. Aplausos soaram no palco fortemente, quando o violino chorou emocionado ao revelar os sentimentos daquele que o tocava. NAS MÃOS DE DEUS Sendo senhor de si e de suas ações, partiu pelas estradas da vida. Abandonou o porto onde ancorava seu navio. O mapa já estava traçado, contudo, recusava-se a aceitar. Não deu ouvidos àquela voz interior que lhe acenava. Rejeitou os conselhos dos seus pais. Cruzou oceanos e continentes. Travou combate consigo mesmo. Vazio. Perdeu-se. Maturidade. Sabedoria. Regressou ao lar paterno. Amanheceu um novo dia. Renasceram os seus sonhos... Rebelde que lutava contra o seu destino, entregou suas armas. Ninguém foge dos planos de Deus, o que Ele determina, assim será! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 158 - GOTAS DE SENTIMENTOS Pequena porção de sentimentos. Pingo. Escorre aos poucos de um conta-gotas interior. A quantidade é ministrada pela alma. A dose é adequada ao momento. Uma pitada de alegria e outra de tristeza, temperando as emoções, colorindo o espírito. Respira fundo. O meu “eu” é tímido e romântico. Aroma de lavanda envolve o ambiente. Cor-de-rosa. O coração abraça a vida. Expressão viva da existência! Sensibilidade à flor da pele! Gotas de mim em forma de letras, deslizam por este papel... ENSINAMENTOS DO SOFRIMENTO Lesões produzidas na alma por impacto de instrumento perfurante. Feridas abertas com perda de substâncias: amor-próprio e lágrimas escorrem pela face... Chagas, aparentemente, incuráveis. Princípio imaterial da vida marcado por cicatrizes extensas. O “eu” total foi esmagado. A natureza moral e emocional conheceram experiências traumatizantes. Todo o seu ser foi provado na fornalha da aflição. A tempestade e a guerra interior se acalmaram. Houve uma purificação na fonte da existência. Amanheceu um novo dia. Nasceu em si, uma pessoa com um outro olhar! Compreendeu os ensinamentos do sofrimento. Aprendeu a sorrir! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 159 - SANDRA M. JULIO www.estrelasluzindosaudade.com.br Sorocaba/SP – Brasil MAIS UM DIA... Nos cruzamos numa esquina qualquer do tempo... Bebi do teu olhar o doce licor da magia... Tua voz reverberou sonhos e devaneios. Hoje, como num balé, as lembranças do teu rosto despiram meu olhar. Desalinharam todas as emoções e pousaram num horizonte, onde a saudade calou ecos dos tresloucados desejos, que passeavam em minh’alma carente. Numa introspectiva cumplicidade aconcheguei-me nos braços da noite... Chorei um amor impossível, depois me embriaguei de solidão. Na vigília das horas, paredes nuas aguardavam decisões... Deitei-me aos meus pés implorando respostas, senti o vento num esquecido afago desalinhando meus cabelos e as lágrimas tentando afogar o turbilhão de ânsias que ecoavam vacilantes pelos labirintos do meu ser. Folhearam-me amorosamente as horas, sinalizando caminhos e dedilhando o contorno dos meus medos, deveres e obrigações... Pelo silêncio transbordaram estéreis esperanças... Despontou o primeiro raio de sol, assim dobrei incertezas e atrevidas lembranças, coloquei nos lábios um sorriso (imaginando teu beijo), guardei teu retrato e segui na incerteza de mais um dia. 10/04/06 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 160 - LÚDICO AMOR... Sonhos floriram em minh’alma... Quando o outono se fez primavera, Desabrochando utópicas fantasias... Doces frutos d’um antigo tempo, Ali, entre os seios da noite Dormitava um futuro de ilusões... Onde o ímpeto da adolescência Esquecia medos e seguia... Despertaram-me os gritos do silêncio... Sorrateiros, percorreram secretos desejos, Desnudaram realidades e seguiram... Deixando em mim, uma cascata de paz. Ainda adormeço no aconchego das tuas asas, Ouvindo os sussurros de estrelas... Que a cada noite despertam, Embriagando-me deste lúdico amor. 01/03/06 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 161 - SANDRA RAVANINI http://www.recantodasletras.com.br/autores/deltadevenus Campinas/SP A NOITE DOS CRISTAIS QUEBRADOS (Dedicado à Rivkah Cohen e ao povo Judeu) Nada mais há nos dizeres que já foram ditos, tanto brio nos castiçais, ao bento pão sagrado no calafrio, se na noite dos cristais quebrados, a chacina açoitava a benção dos ritos. Por que descrevo a velha história tão gasta, enquanto Déborah cria, quando por pouco creio eu, o que foi feito de Ana diante da Suástica, brilhou a estrela de Davi, se Isaac morreu? O trem, noite e dia bebia sangue dos farrapos, um frio inimigo ia levando os decanos, os coturnos esmagavam os pobres capachos, no conluio da farda, calava-se o Vaticano. Àqueles judeus com seus salmos e cantos de paz, se choram as Saras no campo de concentração, um terminal pensamento na câmara de gás, de volta ao pó, os muitos Cohens na cremação. Pranteiam os corpos das jovens e filhas violadas, lágrimas vãs, foi o choro na Ravina da Vovó, rasteando os andrajos na fé dos algemados; sem dó!... Seqüelas e memórias, Levy morreu só! Voam in memoriam partículas da nobre Raquel, nas lembranças tão tristes dum ébrio entardecer, trilham agora as raízes dos filhos de Israel, noutros campos que não semeiem o canto “Heil Hitler” ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 162 - ESTRELA DOS MEUS SONHOS Tinha nas mãos uma doce lua em contemplação, deitando um caudal de luz cessando toda tortura, nos olhos cheio de estrelas irrigando tanto chão, reverdecendo desertos finando quantas agruras. Inda quão pouco tinha de olhos tão cálidos, num êxtase puro sorvendo um beijo ébrio, amanhecendo em tal fetiche aclamado em trejeitos hipnóticos, mil risos sóbrios. Será o soberano astro Sol em despedida emanando odores nos vapores da fermenta, ou um pratear alquimista na junção da liga com beijos ao vento fazendo a lua ciumenta? Será redenção na face do perdão, um sublime pôr em cantatas de anjos secando fontes de rebeldia, ou um coração cego na vastidão de tanto amor na isenta nudez d’alma rasteando a utopia? Só sei que guardarei daquela linda tarde, o flerte ao relento florindo brisa campestre, atando tal vão na complexão das tuas partes, no renascer já distante do hálito cipreste. Surgem afora ares numa liberta revoada, levito no som da orquestra o enredo do amor; luzam estrelas culminando em sonho colorado num compêndio final ante autor e o criador! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 163 - DEVANEIOS Não sei qual febre de ausência me serve de console, quando eu aporto no berço dos meus quantos devaneios, nas constelações que dentro de mim explodem o teu nome, nas campinas que eu sonho dormem todos os meus receios. Dista o corpo da alma se do cromo vista o cruzeiro, pois no encontro deito à beira-mar em plenitude, numa seiva que escorre dos meus olhos tanto anseio, quando noutros olhos vertem as lágrimas do meu açude. Então seca o pranto quando descanso nesse outeiro, beijo a solitude e num páramo faço o leito, bebo orvalho e ouço nuvens pelos alpes que vagueio, sinto um festival de estrelas no solo do teu peito. CANÇÃO DA PAZ Canto a harmonia branca apaziguando todas as raças, a purificação dos credos em silenciosa oração matinal, a pele de todas cores, num arco-íris em estado de graça, tais vozes de mil crianças, entoando um coro angelical. A verde bandeira da natureza em defesa dos animais, as mãos do caboclo repartindo o grão saciando a fome, o brilho de um olhar infantil voltando ao seio dos pais, os mares despoluídos, canto anil em meu e em teu nome. Ao pássaro que à arca retornou com o ramo de oliveira, a suave poesia feito um incenso como as flores-de-jesus, a música divina retirando todo guerreiro da trincheira, e a canção da paz estiando o pranto com chuvas de luz. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 164 - MINUANO É minha a boca que cala o amor, o ódio e a dor; mata-me o espelho uns olhares: são os meus, meu Deus! De onde herdei o dom do silêncio e do penhor se a indigna moeda olha os meus olhos vendo um réu? Os cílios em flor desabrocham em orvalho noturno: são as lágrimas legadas ao breu; enquanto a alma beija o cisne em canto, eu calo a língua, e apago a labareda do apogeu. Sou a voz da cachoeira afogando um adeus, a fala excluída e os ecos de mares distantes, esmaecendo o coral... tão ébrio como dantes. Soa uma luz afora e creio que nela vou eu, vôo na cor da aurora azul, vejo o mirante, a alba em anil... poeira ao minuano, eu somente. RÉPLICA Vêem como eu vozeio minha tamanha tristeza, se nem o encontro do rio e do mar me acalma? Quando afogo-me no dissabor de quantas proezas, tão incerta embriago-me no sal de minha alma. De onde vem tanta tristeza feito revelia, qual impulso suicida da hora amordaçada? Pego dela o que resta e num gesto sinfonia, ergo braços num protesto e encerro a toada. Sabe-se lá donde gotejo constante incerteza, naufrago no côncavo mistério sem um convexo, enveredo na ramagem duma fria profundeza, e entristeço outra vez se vejo meu reflexo. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 165 - SARAH RODRIGUES http://cliente.argo.com.br/~sarahrodrigues Belém/PA – Brasil TEU RISO De tua face O meu rosário Tece o nu Da minha face E como se me enlaçasse Vem a tua face A dizer-me do Inevitável encanto Que em mim Se crava e que De ti perfuma... Nada é breve Sempre que te vejo O meu olhar Se perde na paixão E o coração Se desarruma... Teu riso é a luz Do meu... Tão e tanto Que por encanto O meu sorriso É teu! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 166 - MINHA BELÉM Belém – menina morenacheia de orgulho e de brio. Bela, formosa, serena qual lindo sonho de rio. Teus chãos parecem mais vastos! -Há no teu peito gemidosTeus horizontes mais bastos de mistérios escondidos... Ao contemplar noite e dia teu Ver-o-Peso bonito, penso que o céu é baía e a baía, o infinito! Apraz-me ver a revolta, das tardes nesta cidade, da chuva que vai e volta num murmurar de saudade... No ar o teu cheiro cheiroso, cheiro de Patichouli, no braço, o abraço gostoso, na boca, o gosto açaí. No teu Teatro da Paz, a platéia se derrama e aplaude aquele que faz a boa comédia e o drama. Toda noite tem seresta, no cantinho dos artistas, o Bar do Parque faz festa para os da terra e os turistas. O Presídio São José, hoje Pólo Joalheiro, foi convento e foi até, morada de prisioneiro. Lá, ouvi soluços sem pousos, gemidos e muito mais... Umas, querendo os esposos; outras, querendo seus pais! Casa das Onze Janelas, que outrora fora hospital, hoje parecem mais belas ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 167 - numa aquarela imortal. Com aquele porte nobre que o Guará e a Garça têm, no Mangal o rico e o pobre são recebidos tão bem! No mês de outubro, na data do Círio de Nazaré, olho a Berlinda enfeitada com rosas de amor e fé. Ante a imagem peregrina, da Virgem, com devoção, reza o povo à Mãe divina, todos num só coração. A emoção me faz chorar, me fascina e me detém, ao ver Maria passar abençoando Belém! Terra de moças faceiras, que nos encanta e seduz. És Cidade das Mangueiras, cheia de verde e de luz! PAI! Pai! Quando tu partiste desta vida, morri de angústia por te ter ausente, e hoje a saudade é lágrima dorida, como se falecesse de repente. Agradeço-te pai! O amor, a vida, e dou graças a tudo em minha mente, porque és hoje no céu a paz sentida. a lembrança do meu maior presente. Deus! Protege com vosso amor profundo esse amigo, o melhor, que achei no mundo, que do meu coração ele não sai!.. Para que eu fique assim, postas as mãos, e eu veja em minha mãe e em meu irmãos a imagem sempre viva de meu pai! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 168 - SER UM POETA? UM LOUCO? O que dizer daquele que derrama no turbilhão da vida, o pensamento? Direi que sua loucura é verde flama a sucumbir da estória, o sentimento? O poeta e a loucura: o casamento da vida que de vidas, nos proclama um riso dentro da alma como um vento a nos soprar os sonhos de quem ama. Ser louco e ser poeta é ser somente o que de certas lutas, o presente. O que de certos dons, uma resposta. Dentre este ser poético do louco, o louco do poeta é sempre pouco, já que de tudo a gente gosta. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 169 - SHIRLEI MILANE DE MELLO www.shirleibomdia.blig.ig.com.br São Paulo/SP – Brasil COMO FOI? Será que me apaixonei por seu sorriso? Será que comecei a te amar no seu olhar? Talvez me encantei com teu jeito de falar Talvez me enfeiticei com seu modo de andar Observando seus porques me perguntei porque também Observando seus talvez me interessei em ir além Te conhecendo pouco a pouco quis mais te conhecer Te conhecendo mais um pouco tive medo de perder Perder o seu sorriso que tanto me encantou Perder seu jeito meigo que muito me emocionou Queria te ter perto, ter para mim o seu calor Queria te ter longe, não sentir todo esse amor MENSAGEM DA ERA DE AQUÁRIO Os homens estarão em estado natural quando olharem para os rios e sentirem-se parte deles.... Sentirem-se como a água que corre para o mar; Quando olharem as flores dos campos e perceberem nelas um oceano de paz, uma porta para se integrarem conscientemente com a verdade; Quando ouvirem o canto dos pássaros e compreenderem o que eles dizem sobre a sabedoria manifestadora do sol, da benevolência das chuvas e da vasta natureza do universo; Quando lerem nos olhos dos animais que eles estão pedindo um agrado e palavras carinhosas; Quando, de olhos fechados, continuarem a perceber as cores do universo; Quando com um simples gesto de suas mãos acalmarem a ira dos homens ou o desespero das pessoas doentes; Quando uma palavra de amor e um sorriso, iluminarem o caminho de todos; Quando se conscientizarem do estado natural, do estado sem ego... Serão iguais aos rios, mares, flores, pássaros: vastos, plenos como o universo e conscientes do Divino Ser... Quando os homens retornarem a consciência do Divino conhecerão o real significado do Amor Supremo. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 170 - DESEJO Se no mundo eu soubesse que existisse um coração que só por mim palpitasse, de amor em terna expansão no meu peito findariam as mágoas e bem feliz eu seria então. E se esse homem fosse lindo, lindo como os anjos são se tivesse a tez morena e olhos com expressão verdes, verdes que matassem e que morressem de paixão impondo, sempre tiranos, um jogo de sedução. Se seus cabelos fossem escuros, lá loiros é que não! E se quedassem revoltos ao encontro de minha mão se a fronte pura e serena brilhasse de emoção se tivesse os lábios rubros e beijasse com paixão. Se a voz fosse harmoniosa como da harpa a vibração se fosse suave e chorosa que geme na solidão apaixonada e sentida como do bardo a canção. E se esse homem formoso que me aparece em visão, com espírito contente em busca de inspiração, possuísse uma alma ardente fosse de amor um vulcão por ele daria tudo... a vida, o céu, a razão!!!! ACIMA DA TEMPESTADE Você já voou acima da tempestade? Quando o mundo parece estar ruindo, caindo aos pedaços, a escuridão riscada por raios o barulho ensurdecedor dos trovões e a vida parece estar acabando, Então o mundo se eleva e você se vê entre as nuvens a escuridão à sua volta com medo de ser atingido por um raio distraído... De repente tudo muda você olha ao redor e não há nuvens nem raios o barulho dos trovões está distante tão distante como uma lembrança de infância. E tudo que resta da tempestade existe abaixo de você sem poder te tocar. Você sabe que uma hora terá que descer, enfrentar a chuva e o frio mas por enquanto só fica ali aproveitando a calmaria a tranquilidade de pairar acima de seus temores acima da escuridão.... Você já se sentiu assim? Como voando acima da tempestade? Me sinto assim em minha vida por alguns momentos, agora como se eu estivesse apenas flutuando sobre as nuvens, raios e trovões que existem povoam meu momento... Olho de cima para minha vida e sei que tenho que descer enfrentar meus monstros de frente mas fico por aqui aproveitando por mais um instante a calma e a paz de voar por sobre a tempestade. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 171 - MEU SUSTENTO... Dizer que estou com saudades já até virou rotina talvez nem te convença mais, mas, desculpe dizer novamente, só que realmente estou com saudade! Ultimamente mais que o normal, se é que é possível, me falta sua voz, seu riso, seu sorriso sincero ou semblante sério sua presença mesmo ausente, mesmo distante fisicamente, sempre foi um dos pilares da minha existência. Mesmo não te vendo te sabia próximo, mesmo não nos falando te sabia ali... Mas hoje eu me sinto desamparada, perdida, esquecida, carente... Provavelmente é algo momentâneo, algo bobo, irracional, que o faria dizer: “Gatinha, calma, isso passa, a vida é assim, não desanima, ergue a cabeça, sorria, vá em frente” Mesmo que não falasse nada disso, só sorrisse ou só me olhasse, o que preciso é sua presença física, preciso de um abraço, pegar suas mãos... preciso, necessito sua voz, contando problemas, ou falando da vida, banalidades... Sinto falta de alguém, você, me puxar para o real e me fazer ver que eu sou maior, mais forte, que os problemas, pessoas, que me deprimem. Mesmo que nunca tenha te dito claramente você sempre foi meu porto, um tipo de âncora, a referência quando me sentia perdida minha estrela, meu guia, o norte, o dia... Quando me perdia em suposições e sonhos te saber ai me dava vontade de continuar... e faz tanto tempo que nos falamos, que ouvi sua voz, mas hoje, mais que sempre, mais que antes estou sozinha, com saudade pode parecer estranho, engraçado, mas tem momentos que sinto que só você me entende ou então compreende e mesmo sem concordar procura opinar sem me ferir Sei que também deve ter seus problemas mas, se tiver um tempinho, me manda um oi algo onde eu possa me sustentar algo que me garanta que ainda está ai para mim e que me diga que eu possa seguir, continuar sabendo que se precisar de um ombro para chorar eu o terei em você, meu amigo, criança, consolo, apoio no toque do violão, “Vitrine Viva” da vida, esperança, caminho, brincadeiras, carinho, amor... ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 172 - PARA VOCÊ LEMBRAR DE MIM Para você lembrar de mim seu coração não me esquecer escrevo esta poesia pensamento todo em você Na confusão do dia a dia, na indecisão de uma dúvida seus olhos iluminam o caminho a seguir Mesmo separados pelo tempo, a distância entre nós sem estarmos nunca juntos, quando quiser pensar em mim lembre dos sorrisos derramados, os versos não declamados, as madrugadas em silêncio, apenas no toque das mãos, que ficavam entrelaçadas imaginando uma continuação de um romance inexistente, só real na imaginação Para você lembrar de mim, seu coração poder recordar meus lábios esperando um beijo seu, nos encontros de amigos, na dor de qualquer coisa, ou ciúme bobo que senti, quando não te vi ali não te soube ao lado meu Meus olhos buscando você, para me apoiar na caminhada O tempo é como inimigo: tão rápido quando estou contigo tão lento quando não te vejo, aprofundando esta ferida causada pela sua ausência.... Quisera por toda eternidade escrever os sentimentos de você... Para você lembrar de mim, seu coração não me esquecer escrevi esta poesia e a dedico a você! INDECISÃO Medo de amar, medo de achar E de perder... De repente posso encontrar E ser feliz. Mas, amor, será que existe? Não será ilusão que persiste Em querer me alucinar? Paixão... Não será imaginação? Ter você me completa, Mas a idéia de te perder me desperta Então, eu paro e penso: Te dispenso!! Sem querer que você vá Porque eu sei que vou te amar... ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 173 - SOLANGE RECH Florianópolis/SC – Brasil FAZ-TE AO LARGO Não sejas o barco inerte que enferruja, preso ao cais, temendo a noite e a procela. Faz-te ao largo - mangas arregaçadas, braços firmes no remo sem medo de te expor. Ajusta as velas, arrosta o nevoeiro. É possível que, além dele, num mundo que não se vê, o teu amor te espere preso a um resto de naufrágio. Faz-te ao largo antes que o náufrago sucumba e percas o teu amado. Ousa, enfrenta, arroja-te, sente o pulsar do cosmo, que viver é definir-se, viver tem gosto de briga. Ah!, não sabes quanto é estéril a vida dos barcos que apodrecem sozinhos, mudos e tristes, sempre a olhar para o nada. SAUDADE Saudade, às vezes me espanto por te sentir tão pesada. Como pode pesar tanto um saco cheio... de nada? ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 174 - IMENSO AMOR O MEU Imenso amor o meu, de tal jaez Que minha alma, liberta da couraça Do egoísmo, da mágoa, da aridez, Vive no espaço que esse amor lhe traça. Dia após dia, mês depois de mês, Sigo teus passos, preso à tua graça. És a resposta a todos os porquês E a afirmação de que nem tudo passa. Quando disseste “vem comigo”, eu vim Pois eras a esperança, eras meu sonho Mais divino, mais puro, mais pudico. Como a lei natural impõe um fim, Morra eu, que de matéria me componho, Mas nunca morra o amor que te dedico. SÓ PODE SER O AMOR Uma dor, que não dói mas me machuca, Nó que não corto por gostar que prenda, Saudade que aparece sem agenda, Cadeia que eu me fiz, minha arapuca. Lição que não ensina mas educa, Segredo que a razão jamais desvenda, Paz que enche de perfume a minha tenda, Febre sem causa, comichão maluca. Este bem, este mal, que me freqüenta, Que ora é calma, ora é fúria de tormenta, Que faz de mim um bobo sonhador, Tem nome, sim, e eu desvairado o sigo, Sem saber se é meu prêmio ou meu castigo, Pois é tudo isto, e muito mais, o amor. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 175 - SALMO DO POETA O poeta florescerá para bem do homem. Ele há de retemperar a esperança quando a multidão se sentir desnutrida, carente do pão da palavra. Com a bíblia dos seus versos e o cajado da mensagem, o poeta guiará a humanidade, fazendo prazerosa a travessia da vida. Seus poemas serão antídoto para a ignomínia, porque vergastarão a mentira, restaurando a crença no puro e no belo. O poeta há de ser como o galho do chorão que, ao se debruçar sobre as águas do rio, recupera a seiva em época de estiagem. E assim alimentado, alimentará o seu povo. Eterno embaixador de deuses intemporais, o poeta não clamará no deserto, mas na alma angustiada das gentes. ANJO Aos poucos, fui tomando este jeito de anjo. A culpa é da poesia, que me obriga a viver nas nuvens para melhor tecer as palavras. CONTABILIDADE Acostumado a viver de poesia, contabilizo como haveres financeiros as rimas ricas. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 176 - O PREÇO DO AMOR Enganas-te, mortal, quando tu pensas Que no campo do amor só nascem flores. Ervas daninhas há, de negras cores, Na forma de ciúmes e de ofensas. A paixão anula o ego, abala as crenças, E vai contigo aonde acaso fores. Porém, quão fortes sejam os temores, Mais as amarras se apresentam densas. Pois, para compensar os desenganos, Deus Cupido permite a nós, humanos, O amor pleno em momentos bem fugazes. Se podes reparar mágoas e danos E tens o amor para lembrar mil anos, Chorar tristeza é mal que tu te fazes. SONETO DA PAIXÃO ETERNA Bem sei o quanto a minha amada é linda Pois dessa formosura me alimento E são muitos os versos que eu invento No afã de preparar a sua vinda. Talvez ela nem venha (dor infinda!) Ou se mostre incorpórea como o vento, Beijando as minhas faces num momento, Só para apaixonar-me mais ainda. Ah! – se pudesse crer... Reencarnação! É que o ardor com que vivo essa paixão Não cabe dentro de uma só jornada. Eu morto, o anjo dirá: “Amigo, à lida. Vai viver esse amor em nova vida, Pois sabemos quão bela é tua amada!” ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 177 - SONIA EMIDIA SANTOS MACIEL Capim Grosso/BA – Brasil RESPLANDECE Chore... Deixe extravasar teu sentimento. Permita que teu espírito se tranqüilize. Sorria... Torne a esperança o teu lema. Faça com que o teu eu se sinta feliz. Cante... Liberte tua voz para o mundo. Arranque toda dor que te sufoca. Ouse... Enfrente com coragem os obstáculos. Arrisque até mesmo o que parece impossível. Sonhe... Acredite que virão sempre dias melhores. Deseje alcançar até o inatingível. Perdoe... Elimine todo ressentimento que te deprime. Mantenha o teu coração sereno. Ame... Compartilhe com o outro lágrimas e risos. Fiquem em paz consigo e com o mundo. Viva... Busque na tua essência a sabedoria. Brilhe e faça resplandecer a tua luz em outras vidas. 10.06.2001 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 178 - TEMOS NOSSOS SONHOS Siga seus sonhos Eles lhe levarão Na direção mais certa Para a sua conquista É preciso coragem Renúncia, doação E humildade dentro do coração Siga-os então... Voe o mais alto Que você puder Diga a si mesmo: Nunca perco a fé Vença os tropeços Levante e siga a intuição E lembre que com os sonhos vem a emoção, Mas... encontre a razão Siga em frente Esqueça o que passou Ou leve contigo O que de bom restou Deixe que o vento Sopre a teu favor E lembre que com os sonhos, também, vem a dor Mas ...se encontre no amor ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 179 - AMA ME COMO SE FOSSE MINHA PRIMEIRA VEZ Chega devagar Olha em meus olhos Abraça-me docilmente Beija-me carinhosamente Despe-me calmamente Toca-me suavemente Diz-me palavras de amor Ama-me como se fosse a minha primeira vez E que esse momento venha sem medo, sem furor, sem dor Torna-me uma deusa e/ou uma mulher num desabrochar de uma flor Seduz com o teu olhar o meu entregar E quando o fogo do desejo arder de não mais pudermos controlar Entrelaça o meu corpo num encantador arrebatar E leva-me a descobrir o verdadeiro extasiar Prova meu néctar, saboreia meu mel E leva-me ao nosso céu. E que esse rito seja o início Da passagem pro infinito Da libertação de um grito Contido no íntimo do mais íntimo 23/06/2001 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 180 - SENTIMENTO ETERNO Você é a marca do amor que em mim começa E estará onde ele termina e jaz Pois em todos os momentos de minha vida De agora até que eu morra Este sentimento por ti permanecerá Você me faz voar sem asas Me faz sonhar os sonhos mais impossíveis Me faz guardar os segredos mais irreveláveis Me faz despir os complexos mais dissimulados Me faz repensar nos valores mais absolutos Me faz imaginar momentos outrora não vividos Me faz explodir os desejos mais contidos Me faz ousar me permitir... Me faz ter tua companhia mesmo na dor de tua ausência Me faz chorar de saudade mesmo tendo tua presença Me faz sentir na essência do amor prazer e dor Me faz criar poesias com e sem rima Me faz revelar momentos de auto-estima Me faz enxergar o mundo e a mim mesma através dos teus olhos O mundo, com seus encantos e desencantos diante dos homens A mim mesma, como um ser frágil diante do amor e de Deus. Em mim há muito de você Desfazer-me de você é o mesmo que desfazer-me Perdendo você estarei perdendo a mim mesma Este sentimento que tenho por ti será eterno Porque tu és e serás O único que permitirei permanecer no meu coração e na minha alma, Para sempre... 16.01.2001 ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 181 - TEKA JORGE www.tekajorge.com.br São Paulo/SP – Brasil RENASCIDA Passaram os anos e as horas estão cada dia mais curtas. Tenho a impressão que tudo se passou com outrem. As situações efêmeras já não me abalam. A minha alegria de hoje é real e pura Cada momento é verdadeiro longo ou curto intenso imortal. Em minha alma, gravadas estão lembranças lindas Realidades ocultas que deixarei um dia aqui Vivência de uma nova era infinda e bela Oportunidade concedida e única Maturidade sofrida sentida vida pregressa vida atual Voltei transformada e liberta de um passado triste Reatei meus laços com minha caminhada Observei os passos dados e o que faltava Imaginei o que fazer ainda de mim Deixei de lado a minha dor continuei enfim realizei sim. Renascida aprendi com as histórias que vivi É possível continuar e até desanimar Tropeçar , mas levantar sorrir estou aqui assim tão firme porque não faz de mim a vida o que quiser mas faço eu dela o que puder. Digo aos que amam o que sinto, sem vergonha Nada falo se não for preciso Sinto as flores e o seu perfume Olho as pessoas como nunca as tivesse visto Sorrio com as crianças elas são parte de mim Dou bom dia ao sole boa noite a lua Espero sempre feliz um novo dia ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 182 - O COMEÇO O dia estava tranqüilo e tão ensolarado, Tudo parecia estar em seu lugar As pessoas agindo de maneira comum Móveis e objetos me olhavam de forma mais sensível Que a mesmice dos dias passados Quem podia imaginar que até a noite Nada de tão diferente estava para acontecer Continuei em meus afazeres rotineiros Meu peito doía de solidão e abandono Como se estivesse a me despedir de coisas Do meu jeito olhei tudo e cada coisa como a me despedir Fui ao jardim e vi minhas azaléias Brancas e rosas parecerem tão normais O sol brilhava forte em minha testa Comecei agindo, limpando e cozinhando , as mesmas atitudes de todos os dias pareciam automáticas, e eu uma daquelas mulheres robóticas Sequer podia imaginar que tudo mudaria tão rápido Minha cabecinha quase infantil nada atingia Tinha certeza de que esse era meu lugar e minha moradia Meus olhos nada viam além Meus filhos alimentados me esperavam brincando Tomei banho , perfumada e feliz, sorri Brinquei com os dois, contei-lhes uma história O sono chegou e cantei para adormecerem e sonhar Deitei e tão cansada cochilei profunda e mansamente Foi quando ele chegou com cheiro de rua e chorei ao escutar palavras que não entendia desmaiei Bem de longe podia ainda ouvir sua voz alta e rude Dizia para eu acordar e parar de fingir Voltar, ficar e explicar o que tinha feito o dia inteiro E quanto mais sua voz se levantava, O meu medo aumentava e foi aí que Sem nada perceber ou querer Parei de ouvir sua voz e comecei a ver meu corpo ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 183 - O MEDO Aconteceu tudo tão rápido que de repente sem perceber Eu estava enxergando meu corpo solto no ar Flutuava como se estivesse voando solta Me vi branca e de tão branca não me enxergava Assustada queria entender onde estava ou para onde iria Mas não existia nada perto de mim Só névoas sem fim Passeava pelas nuvens que de tão alvas e transparentes me fizeram sentir parte do firmamento A sensação demorada e cheia de medo ocultou o tempo Tentava andar e não conseguia porque estava solta uma mistura de medo e liberdade infinita Mas mesmo sem entender nada me deixei levar Nas névoas sem fim Comecei a perceber que entre as nuvens tinham árvores Enormes e em seus galhos longos muitos flocos brancos As árvores se abriram e entre elas um caminho Mas não era de terra, mais parecia algodão Um vulto claro iluminado pegou minha mão Entramos nesse caminho andando devagar E meu medo passou E nesse instante percebi realmente que não estava aqui Em cada lado desse caminho vi pessoas parentes Entes queridos que também estavam ali Eu olhava tudo com deslumbramento e alegria Tive a certeza de estar morta e salva Feliz segui em frente curiosa Ouvi uma voz Fixei meus olhos atentamente precisava ver se sonhava Mas era verdade eu estava vivenciando tudo Meus avós e outros espíritos sorriam para mim, foi quando o ancião que ainda segurava minha mão pediu que eu parasse mas eu queria seguir, chegar perto daquelas duas crianças que sorriam e me chamavam; - mamãe , somos nós seus filhos , e foi aí que chorei então . ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 184 - AMADA Quando abro meus olhos nas manhãs mesmo com sono Viajo sempre em minhas orações plangentes e fortes Divago no retrospecto de minha vida certa ou errada Acabo de rezar e meu coração se enche de amor Como se cada prece se completa num abraço Então me sinto lépida e rápida me levanto. Quanta coisa acontecida, e certamente farta. Que situações seriam estas que me faltaram. Revigorada em minha alegria de viver Agradeço por quanto sou amada. Solto meus cabelos e sinto o beijo do vento. Vivo minha vida simplesmente como sou. Da mesma forma a vida me retorna Intensamente relembro situações. Comuns ou não, o que tem, já não importa. Sei que estou vivendo minha vida como ela é. Sou passageira, peregrina, que retém lembranças. Mas o que com certeza eu tenho em minha alma, Jamais sabotei meus sentimentos, Certamente fui e sou ainda muito amada. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 185 - YARA NAZARÉ www.yaranazare.com Brasília/DF – Brasil NUVEM TRANSPARENTE Diante de um quê de tristeza A mulher, olhar fixo nas estrelas Derrama uma lágrima sorrateira Que aflora na sua face rosada Pelas suas marcas de expressão Que o passar do tempo inexorável Desenhou com toda perfeição. Seu rosto esboça um terno sorriso E seu semblante volta a serenar Em instantes esquece a dor sentida Pois no peito traz a doce esperança De que dias melhores vão chegar. Percorre pelos caminhos floridos Nas alamedas enfeitadas de cores No ar sente o aroma das flores Seu íntimo deseja com veemência Ter vida tranquila, alegre e feliz. No céu as nuvens transparentes Permitem que veja pássaros a voar Sob a luz do sol que brilha a dizer... Calma! Felicidade existe em todo lugar E tu mulher, enxuga esta tua lágrima Tenhas sempre contigo a certeza A felicidade para ti logo chegará! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 186 - NOSSO SÓTÃO No sótão da nossa morada Guardo somente as lembranças Dos momentos bem vividos Releio tuas ternas palavras Escritas no papel amarelado Pelo tempo já transcorrido. Contemplo pela janela A nossa estrada florida Onde por ela passamos Arquitetando os planos De realizar nossos sonhos E tantas vezes trocamos Carícias e juras de amor. Observo a chuva miúda Caindo gota por gota Regando o nosso jardim Faz co que exale o cheiro De terra molhada e fértil Que realça a riqueza Do colorido das flores Que nós dois plantamos Com sementes escolhidas E hoje colhemos os frutos De um doce e terno viver ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 187 - ALEGRATA Ando em largas passadas Canso e diminuo com calma O ritmo dos meus passos Em busca de um caminho Que me leve ao lugar desejado. Não, não quero ir "pra Pasárgada" O poeta Manuel Bandeira já foi E muito contente, por lá ficou Com tudo de bom que encontrou. Mas já fiz a minha escolha Seguir as cores do arco-íris Para chegar em Alegrata E se ela existe... não sei Mas com certeza a inventei Em momento de lucidez! Não importa se lá não tem... A rainha com falsa demência Nem um lendário peixe-boi Pra suas histórias me contar. Não, não vou me importar Se o rei um amigo já tem. O que sei é que lá terei O que sempre procurei. Um sorriso estampado Em cada face animada Um brilho de intensa alegria Em cada olhar que avistar A sinceridade sendo a base Dos seres que vivem lá. Seres de todas as cores Que falem o idioma de amores Mesmo sem grande saber... Sendo em qualquer remoque O que importa é querer ser! Em Alegrata estarei segura ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 188 - Com o processo a garantir O direito de eu ser feliz. De escolher com liberdade Ser insana ou comedida Viver longe da mesquinhez Sem tristeza, sem melancolia. E quando o dia se findar Como o poeta, vou deitar Agradecer, sorrir e sonhar... Que em Alegrata estou a chegar! A ROSA Ainda guardo a rosa Daquela noite de encantos Que abrandou o meu pranto De saudade da espera. Guardei-a entre as páginas Do meu livro preferido E já ressecada pelo tempo Ainda guarda o perfume E as lembranças distantes Da lida e troca de carícias Dos momentos bem vividos Dos sorrisos divididos Foram... e são tantos... Tão presentes em nós dois! ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 189 - TÍTULO: 2ª ANTOLOGIA POÉTICA-LITERÁRIA EDIÇÃO HISTÓRICA - AVBL Autores: Diversos 189 páginas COORDENAÇÃO-GERAL Maria Inês Simões e Gerson F. Filho CAPA Maria Inês Simões Ruth Lara Godoy EDITORA AVBL www.avbl.com.br www.ebooks.avbl.com.br www.virtualismo.avbl.com.br www.editora.avbl.com.br e-mail: [email protected] AVBL Academia Virtual Brasileira de Letras - Copyright © Direitos reservados segundo legislação em vigor Proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização dos autores. ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 190 - ------------------------------------------------------------------------------2ª Antologia Poética-Literária / Edição Histórica – AVBL - 191 -