FACULDADES INTEGRADAS DO BRASIL
JÉSSICA VIEIRA SOARES
SITE PRÓXIMA DOSE: NOVAS FORMAS DE ATINGIR USUÁRIOS NO
JORNALISMO ON-LINE
CURITIBA
2012
TERMO DE APROVAÇÃO
Jéssica Vieira Soares
SITE PRÓXIMA DOSE: NOVAS FORMAS DE ATINGIR
USUÁRIOS NO JORNALISMO ON-LINE
Trabalho de conclusão de curso aprovado com nota 10,0 como requisito
parcial para a obtenção do grau de bacharel em Comunicação Social – Jornalismo
pelas Faculdades Integradas do Brasil – Unibrasil, mediante banca examinadora
composta por:
Prof. Ivan Alexander Mieszczanczuk e presidente
Prof. Felipe Harmata Marinho
Prof. Rodrigo Fiorin
Curitiba, 28 de Novembro de 2012.
JÉSSICA VIEIRA SOARES
SITE PRÓXIMA DOSE: NOVAS FORMAS DE ATINGIR USUÁRIOS NO
JORNALISMO ON-LINE
Trabalho de conclusão de curso apresentado
como requisito para obtenção do grau de
bacharel em Jornalismo nas Faculdades
Integradas do Brasil – UniBrasil.
Orientador: Prof. Me. Ivan Mieszczanczuk.
CURITIBA
2012
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo discutir e refletir sobre um tema importante nos
tempos contemporâneos: a cultura de Internet e a difusão de conteúdo
consequentemente intensificado por meio de redes sociais. Espera-se, nesta
pesquisa, debater não somente este termo (seus significados e comportamentos
para além do jornalismo estabelecido, por meio da produção e compartilhamento de
memes, tendências, etc), mas todos os detalhes que fazem parte deste cenário de
conteúdo interativo e globalizante. Linguagens, grupos, comportamentos, gostos e
interações são as marcas de uma nova maneira de analisar a comunicação e
discutir sobre tal.
PALAVRAS-CHAVE
Cultura de Internet, comportamento do usuário, jornalismo on-line, Geração Y.
ABSTRACT
This work aims to discuss and reflect about an important theme in contemporary
times: the Internet culture and the consequent content spread that is intensified
through social networks. It is expected, in this research, to debate not only this term
(its meanings and behaviors beyond the established journalism, through the
manufacture and sharing of memes, tendencies etc.), but all the details which are
part of this more globalizing and interactive content scenario. Languages, groups,
behaviors, tastes and interactions are the marks of a new way to analyze
communication and discuss about it.
KEYWORDS
Internet culture, user behavior, on-line journalism, Generation Y.
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 9
2.
DELIMITAÇÃO DE TEMA ....................................................................................................11
2.1
O que é cultura?..............................................................................................................11
2.2
Surgimento da Internet ...................................................................................................13
2.3 A cultura de Internet: um fenômeno neocomunicacional .................................................15
2.4 A linguagem da cultura de Internet ....................................................................................17
2.5 Os memes e virais como forma de comunicação .............................................................19
2.6 Os grupos formados na cultura de Internet e a Geração Y e Z .......................................22
2.7 O comportamento da Geração Y ........................................................................................25
2.8 A Geração Z .........................................................................................................................26
2.9 O SEO ...................................................................................................................................26
3.
PROBLEMA ............................................................................................................................29
4.
OBJETIVOS ...........................................................................................................................29
4.1 Objetivo geral .......................................................................................................................29
4.2 Objetivos específicos ...........................................................................................................29
5.
JUSTIFICATIVA ....................................................................................................................30
5.1 A técnica SEO ......................................................................................................................32
6.
REFERECIAL TEÓRICO ......................................................................................................35
6.1 A cibercultura e o ciberespaço ...........................................................................................35
6.2 A inteligência coletiva ..........................................................................................................36
6.3 Os atores, laços sociais e o capital social .........................................................................37
6.4 A Internet e o surgimento do jornalismo cultural on-line ..................................................38
6.5 O conteúdo da rede como foco ..........................................................................................42
6.6 Jornalismo opinativo como forma de interação .................................................................43
6.7 A cultura de participação e o jornalismo colaborativo ......................................................46
7.
METODOLOGIA ....................................................................................................................48
7.1 Pesquisa bibliográfica ..........................................................................................................48
7.2 Pesquisa quantitativa...........................................................................................................50
Gráfico 1 .................................................................................................................................52
Gráfico 2 .................................................................................................................................52
Gráfico 3 .................................................................................................................................53
Gráfico 4 .................................................................................................................................53
Gráfico 5 .................................................................................................................................54
Gráfico 6 .................................................................................................................................54
Gráfico 7 .................................................................................................................................55
Gráfico 8 .................................................................................................................................55
Gráfico 9 .................................................................................................................................56
Gráfico 10 ...............................................................................................................................56
Gráfico 11 ...............................................................................................................................57
Gráfico 12 ...............................................................................................................................57
Gráfico 13 ...............................................................................................................................58
Gráfico 14 ...............................................................................................................................58
DELINEAMENTO DO PRODUTO ........................................................................................60
8.
9.
a)
Considerações gerais.........................................................................................................60
b)
Estrutura do conteúdo ........................................................................................................62
c)
Escolha dos colaboradores ...............................................................................................62
d)
Tipo de conteúdo e concorrência ......................................................................................63
e)
Publicidade ..........................................................................................................................64
f)
Redes Sociais .....................................................................................................................65
g)
Layout ..................................................................................................................................65
h)
O SEO .................................................................................................................................66
i)
Custos..................................................................................................................................66
j)
Periodicidade ......................................................................................................................67
CRONOGRAMA ....................................................................................................................68
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................69
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................71
ANEXOS ........................................................................................................................................77
ANEXO I – Questionário elaborado no Google Docs .............................................................78
ANEXO II – Página do Blogspot com questionário da pesquisa quantitativa .......................82
ANEXO III – Pedido de preenchimento do questionário nas redes sociais ..........................83
ANEXO IV - Pedido de preenchimento do questionário no Fórum UOL Jogos ...................85
ANEXO V – Página de agradecimento quando o questionário não aceitava respostas .....86
ANEXO VI – Pedido e confirmação do registro de domínio ...................................................87
ANEXO VII – Pedido de desenvolvimento do layout e recibo de compra do template........88
ANEXO VIII – Texto e comentários do youPix ........................................................................89
ANEXO IX – Notícia on-line do site INFO sobre o Jornal do Brasil .......................................96
ANEXO X – Notícia do site TechTudo sobre o meme 'Luiza no Canadá' .............................97
ANEXO XI – Notícia do site TechTudo sobre o meme 'Para nossa alegria' .........................99
ANEXO XII – Pesquisa Ibope Media sobre o uso do Google ..............................................101
ANEXO XIII – Pesquisa Ibope sobre o uso de Internet no Brasil ........................................102
ANEXO XIV – Certificado de participação no Papo Universitário sobre Geração Y ..........105
ANEXO XV – Artigo de Klaus Junginger sobre SEO no Jornalismo ...................................106
ANEXO XVI - Manual de postagens para colaboradores .....................................................108
ANEXO XVII – Layout do produto pronto...............................................................................114
ANEXO XVIII – Acessos no site mensurados pelo Google Analytics .................................119
ANEXO XIX – Tráfego de usuários pela rede social Facebook ...........................................125
ANEXO XX – Hospedagem cedida pela FastCom................................................................126
ANEXO XXI – Organograma do site.......................................................................................127
ANEXO XXII – Redes sociais do site Próxima Dose ............................................................128
ANEXO XXIII – CD de dados com versão PDF e backup do produto.................................130
9
1. INTRODUÇÃO
Próxima Dose 1 é um site sobre cultura de Internet e as vertentes que fazem
deste tema um dos assuntos mais comentados em rede por uma geração que ama a
tecnologia e que, com ela, possui muitos detalhes em comum, inclusive o
nascimento. Contudo, como entender este universo de conteúdo informacional
rápido, globalizante e interativo? Que tipo de conteúdo quer esta geração?
De fato, a Internet revolucionou o modo de consumir e produzir conteúdo em
rede. A explosão comunicacional e tecnológica fez com que surgisse na web2 novos
comportamentos sociais, linguagens, grupos distintos e altamente segmentados
pelos valores de interação e compartilhamento. Deste modo, este presente trabalho
procura trazer discussões e reflexões sobre um tema característico deste recente
cenário: a cultura de Internet e a consequente propagação de conteúdo que se
intensifica por meio de redes sociais.
A importância do estudo na comunicação está intrinsecamente ligada,
portanto, com o novo modo de produzir informação jornalística. No caso da
pesquisa, do jornalismo cultural on-line. Contudo, não se pode pensar em conteúdo
sem antes citar o público que se pretende atingir. E este é um dos pontos que
trazem reflexões para todo o trabalho. Sabe-se que a Geração Y3 é um viés atuante
em todo o cenário tecnológico e informacional, e que este é o único grupo que
cresceu com a Internet e que fez dela parte complementar, e, às vezes, total de sua
vida em sociedade.
Outro ponto para ser destacado é a pesquisa sobre conteúdo colaborativo e a
Search Engine Optimization (SEO). O primeiro tópico destaca-se pela grande teia
chamada web 2.0 e todos os envolvidos que, de alguma forma, contribuem para que
o conteúdo gerado em rede seja direcionado, especifico e interativo. O segundo,
popularmente chamado de SEO, cumpre, juntamente com os buscadores para
pesquisa, organizar a web e tornar o conteúdo visível entre milhões e milhões de
páginas que se multiplicam todos os dias.
1
http://www.proximadose.com.br/
Termo explicitado nas próximas páginas.
3
Termo explicitado nas próximas páginas.
2
10
Para fundamentar este trabalho foram utilizadas as teorias de cibercultura de
Pierre Lévy (1999) com alguns conceitos de interação em redes sociais de Recuero
(2009). Por meio deste estudo, verificou-se a grande capacidade dos usuários
interagirem pelas suas afinidades e disponibilidades de construir em rede laços e
valores permanentes e característicos deste novo cenário. Como salienta Lévy
(1999, p. 136), criou-se a inteligência coletiva que proporciona uma espécie de
coprodução, na qual não há apenas uma participação na construção no sentido da
obra, mas plena interatividade com todos que estão em rede.
Devido ao termo cultura de Internet ser um tema recente, procurou-se
elaborar uma pesquisa bibliográfica para buscar por autores que, de alguma forma,
citavam ou estudavam o assunto. Percebeu-se neste momento, o quão complexo
era o tema e, ao mesmo tempo, tão pouco explorado. A maioria dos autores usados
como referência para esta pesquisa, escreveu artigos sobre o assunto e serviu como
base fundamental para as presentes reflexões.
A pesquisa quantitativa também foi um método essencial para discutir como o
produto seria delineado para a Geração Y. Este grupo consolida-se como a mais fiel
à rede e surge, assim, a interação entre os membros, pois, como assinala Costa
(2005, p. 40), "uma das características mais evidentes das comunidades pessoais e
redes sociais é o sentimento de confiança mútua que existe entre as pessoas do
grupo e de poder incluí-las no universo de referência".
Espera-se com esta pesquisa, promover discussões e reflexões não só sobre
a cultura de Internet, mas todos os detalhes que fazem parte deste conteúdo cada
vez mais globalizante e interativo. Linguagens, comportamentos, gostos e interação
são marcas de um novo jeito de enxergar a comunicação e discutir sobre tal.
11
2. DELIMITAÇÃO DE TEMA
2.1 O que é cultura?
Ao longo dos anos, vários autores criaram teorias para definir o surgimento,
desenvolvimento e a capacidade da cultura ser um elemento intrínseco ao ser
humano. Laraia (2001, p. 16) coloca o homem como o centro da evolução cultural,
afirmando que foi com a possibilidade da comunicação oral que os indivíduos se
tornaram capazes e mais eficientes, sendo, desta forma, os únicos animais
possuidores de cultura. Mas como definir
esta palavra com capacidade
transformadora na mente dos seres pensantes? A cultura, segundo Edward Taylor4
(apud Laraia, 2001, p.16) é "todo o comportamento aprendido, tudo aquilo que
independe de uma transmissão genética". Em outras palavras, isto quer dizer que a
partir do momento que o homem passa a viver em sociedade, ele começa a
assimilar um conteúdo que independe do laço familiar, da transmissão de pai para
filho. Desta forma, o autor conclui que a cultura acaba se tornando um objeto de
estudo, devido às suas consequências e regularidades. A cultura, na visão de Laraia
(2001, p. 24), é uma consequência de toda a ação gerada a partir do esforço de
todos.
O homem é o resultado do meio cultural em que foi socializado. Ele é um
herdeiro de um longo processo acumulativo, que reflete o conhecimento e a
experiência adquiridas pelas numerosas gerações que o antecederam. A
manipulação adequada e criativa desse patrimônio cultural permite as
inovações e as invenções. Estas não são, pois, o produto da ação isolada
de um gênio, mas o resultado do esforço de toda uma comunidade
(LARAIA, 2001, p. 24).
Na concepção do autor, a cultura não é composta por indivíduos inteligentes,
só isso não basta. É preciso de variados instrumentos para que tais pessoas
exerçam a criatividade para revolucionar. E é assim que acontece nos dias atuais
com o advento da Internet. Cada experiência aprendida é replicada continuamente,
sendo transmitida e criando um interminável processo de acumulação (LARAIA, 2011,
p. 24). Do mesmo modo, Santaella (2003, p. 43, 46, 125) complementa afirmando
que sempre houve um consenso de que a cultura está intrinsecamente ligada com
4
A primeira definição de cultura que foi formulada do ponto de vista antropológico, pertence a Edward
Tylor, no primeiro parágrafo de seu livro Primitive Culture, de 1871 (LARAIA, 2001, p. 17).
12
ações e ideias que os indivíduos, quando estão em determinada tradição, aprendem,
compartilham e avaliam. Mas quando os indivíduos são postos em contato,
conseguem absorver as características culturais um do outro, gerando um processo
de continuidade chamado de aculturação. O resultado do engajamento entre as
pessoas constrói uma estrutura simbólica baseada na troca do conhecimento que
possuem. O valor agregado nessa relação é chamado de capital social, termo este
que será explicitado mais adiante.
Leslie White (apud Laraia 2001, p. 29) faz uma observação sobre o
comportamento dos indivíduos a partir do momento em que eles se tornam seres
culturais. O autor diz que o homem foi capaz de passar do estágio animal para o
humano porque soube como gerar símbolos, que moldam comportamentos e
perpetuam civilizações, tornando, nesta perspectiva, o meio de ingresso para viver
em comunidade. Surge o sujeito sociológico, uma das três definições criadas por
Hall (2003, p. 11) e que define o indivíduo que não é autossuficiente e que depende
dos símbolos, sentidos e valores para se socializar.
A problemática da cultura, segundo Laraia (2001, p. 42), está no fato de que
ela é algo maior que o próprio indivíduo, ou seja, nenhuma pessoa consegue
participar ativamente de todos os elementos que envolvem sua cultura. Isso nos faz
crer que tal afirmação surge como uma justificativa para o surgimento de
tribos/grupos
com
afinidades
específicas
em
sociedades
complexas
da
contemporaneidade, reafirmando, assim, a identidade cultural do sujeito que vive em
comunidade. Hall (1997, p. 02) enfatiza ainda que a mídia encurta a velocidade e o
sentido de cultura passa a ser mais local, ou seja, apesar de histórias distintas e
fusos horários diferentes, o comportamento dos usuários é global porque os
conteúdos viajam e se tornam próximos aos indivíduos.
Hall (1997, p.06) levanta outros questionamentos interessantes sobre a
cultura e que servem como embasamento para este presente estudo. Uma de suas
principais reflexões diz que a cultura não pode ser mais estudada como algo sem
importância, secundária e o autor defende que o termo deve ser visto como algo
constitutivo, determinante. Porém, Hall (1997, p.13) faz uma observação:
13
Não é que “tudo é cultura”, mas que toda prática social depende e tem
relação com o significado: consequentemente, que a cultura é uma das
condições constitutivas de existência dessa prática, que toda prática social
tem uma dimensão cultural. Não que não haja nada além do discurso, mas
que toda prática social tem o seu caráter discursivo (HALL, 1997, p. 13).
Outra observação feita por Du Gay (apud HALL, 1997, p. 02) é que a
revolução da informação e das tecnologias tem papel fundamental para esta
mudança social que ainda está se desenvolvendo e que possibilita a expansão das
relações sociais. Em outros termos, os indivíduos anulam distâncias entre si, numa
relação que pode ocorrer em qualquer lugar do mundo. E isso, de modo algum,
significa a ausência de uma vida local em tempo e espaço. "Significa apenas que a
vida local é inerentemente deslocada — que o local não tem mais uma identidade
“objetiva” fora de sua relação com o global" (DU GAY, 1994 apud HALL, 1997, p.
02).
2.2 Surgimento da Internet
Esta pesquisa parte do princípio de que a Internet já é um elemento do
cotidiano e está presente em estudos de milhares de indivíduos por todo o mundo. É
claro que a rede ainda não é um elemento do cotidiano de milhares de pessoas e
ainda produz os excluídos como será especificado mais adiante. Porém, estudá-la já
é um passo para torná-la algo democratizante e presente de uma cultura que muda
constantemente e que a cada dia se torna mais rápida. O conceito de Internet vem
para dar base ao termo que será explicitado nas próximas páginas, deste modo, é
importante analisar as raízes deste processo para, logo após, incitar as devidas
reflexões sobre os novos processos culturais que ocorrem em rede.
Segundo Pinho (2003 p. 24), o surgimento da conectividade entre
computadores (não se compreende aqui a Internet que se conhece hoje) iniciou-se
durante o período de Guerra Fria5, onde a organização do Departamento de Defesa
norte-americano, a Arpa (Advanced Research Projects Agency), fundou, em 1969, a
5
Durante a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos e a União Soviética foram aliados na luta
contra a Alemanha nazista. Derrotado o inimigo comum, os antigos aliados se transformaram em
adversários, surgindo, assim, a Guerra Fria - conflito entre duas potências que não chegou a um
confronto armado, mas ideológico. Disponível em: http://educacao.uol.com.br/historia/guerra-fria-2-oque-estava-em-jogo-no-conflito-entre-eua-e-urss.jhtm. Acesso em: 07/08/2012.
14
Arpanet – uma rede de computadores que garantia a comunicação emergencial em
caso de ataques. O autor complementa que, com o desenvolvimento desta nova
plataforma, várias universidades queriam assiná-la, porém, como se tornou difícil
gerenciar a rede devido ao número cada vez maior de sites, o órgão foi dividido em
dois segmentos: a própria Arpanet, com fins não militares e a Milnet, com finalidade
militar.
A partir de então, os sistemas de rede tornaram-se, cada vez mais,
elaborados e a organização das informações dos arquivos conectados ficaram mais
eficientes. Surge, segundo Pinho (2003, p. 41), a Internet. O termo nasceu da
expressão inglesa "INTERaction or INTERconection between computer NETworks",
ou seja, conexão entre computadores. Em curto espaço de tempo, a Internet passou
a ser reconhecida como um novo meio comunicacional e hoje é vista como uma
mídia, apesar de suas peculiaridades com relação aos meios já tradicionais.
A velocidade de disseminação da Internet em todo o mundo deve
transformá-la efetivamente na decantada superestrada da informação.
Oferecendo notícias, entretenimento, serviços e negócios, a rede mundial
ainda é um novo meio de comunicação que rivaliza com a televisão, o jornal
e outros veículos de troca e difusão da informação (PINHO, 2003, p. 49).
Carvalho e Rosa (2008, p.03) chegam a conclusão de que este novo modo de
comunicação é "um rompimento com uma série de conceitos que a comunicação de
massa, em seus diversos instrumentos, imprime no fazer social", ou seja, não há
como negar que esta é uma nova plataforma que une culturas e molda
comportamentos. Para Santaella (2003, p.18), o desenvolvimento das tecnologias
relacionadas à informática, principalmente depois da explosão de telecomunicações,
permitiu que as sociedades passassem a contar com uma gigante rede de troca de
informações.
Segundo Takahashi (2000, p. 95), a Internet brasileira teve grande impulso
nos grupos científicos ao longo da década de 90, e vem expandindo empresas de
setores privados desde 1995. Ainda que tardiamente, o país viu nesta plataforma
uma forma de organizar a comunicação, melhorando as atividades, sobretudo
comerciais. Pinho (2003, p. 39) cita a criação do Comitê Gestor da Internet no
15
Brasil6. Tal órgão é responsável por coordenar o uso da rede no país e contribuir
para o desenvolvimento dos serviços de Internet no Brasil atualmente. Segundo
Moura (2002, p. 24), em 1997, a rede já havia se consolidado no Brasil, e alguns
milhares de internautas já trocavam e-mails, faziam downloads e acessavam todo o
tipo de informação, com muitos sites já em português. Hoje, segundo o autor, "a
Internet ganhou um grande aliado, que está cada vez mais presente no dia-a-dia até
mesmo das classes brasileiras mais populares: o telefone celular".
Como enfatiza Pinho (2003), a velocidade com que a Internet se disseminou e
se transformou fez com que ela passasse a oferecer os mesmos serviços que a TV
ou jornal, por exemplo. Esta 'rivalidade', trazida como reflexão pelo autor, faz com
que existam algumas diferenças entre o meio de comunicação tradicional e a rede
digital. Logo, questões como instantaneidade, interação e custos de produção, são
itens que fazem a diferença e faz com que a Internet se diferencie, dê passos à
frente.
A interatividade da rede mundial é muito valiosa pra os que queiram dirigir
mensagens e informações específicas para públicos de interesse. Na
Internet, a organização não está falando para uma pessoa, mas sim
conversando com ela (PINHO, 2003, p. 54).
Contudo, é necessário se adequar àquilo que o usuário deseja. Moura (2002,
p. 31) fala que somente os sites que se adaptarem a estas mudanças serão vistos
como exemplo de sucesso e copiados, como aconteceu com os portais, por
exemplo. Surge o conteúdo on-line, feito para informar e interagir. E a plataforma
possibilita o nascimento de novos comportamentos, dentre eles, a cultura de
Internet.
2.3 A cultura de Internet: um fenômeno neocomunicacional
A cultura de Internet surge mediante a evolução dos termos citados
anteriormente, ou seja, a cultura e a Internet. A fusão destes dois termos (cultura de
Internet) é algo recente, que ainda esta em constante difusão e aprendizado,
contudo, é um elemento característico da evolução comunicacional na web. Deste
modo, o usuário cresceu usando a rede e se modificando junto a ela, principalmente
pela troca de símbolos, chamado teoricamente de capital social e que será
6
http://www.cgi.br/
16
explicitado mais adiante. Compartilhamentos, interações, imagens que substituem
palavras e vídeos, tomaram conta deste novo cenário fazendo com que o conteúdo
se tornasse coletivo e interativo.
Em um período de tempo impressionantemente curto, o computador
colonizou a produção cultural. Uma máquina que estava destinada a
mastigar números, começou a mastigar tudo: da linguagem impressa à
música, da fotografia ao cinema. Isso fez da ‘cibernética a alquimia do
nosso tempo e do computador seu solvente universal. Neste, todas as
mídias se dissolvem em um fluxo pulsante de bits e bytes’ (LUNENFELD,
apud SANTAELLA, 2003, p. 20).
Neste recente ambiente de interação, Marshall (2011, p.04)7 enfatiza que as
comunidades criadas neste cenário cibernético não são estruturadas da mesma
forma como no mundo real ou off-line. A comunicação, altamente globalizada, faz
com que pessoas interajam e construam uma cultura particular, e a web8 auxilia
neste processo, facilitando a própria comunicação e a propagação de conteúdo.
Surge, desta forma, a cultura de Internet e seus elementos que serão estruturados a
seguir.
A cultura de Internet tem por característica modificar o espaço ou pelo menos
levantar discussões sobre o meio tanto cibernético quanto o situado fora dele (o real
ou off-line). As interações proporcionadas por esta nova plataforma cheia de
possibilidades, são fundamentais para que o conteúdo seja replicado, conhecido e
até mesmo levado para o meio off-line, onde será introduzido em conversas de
grupos comuns. Para este propósito, Lemos e Lévy (2009, p. 103) citam Howard
Rheingold9 para diferenciar uma comunidade a fim de compartilhar ideias da simples
agregação eletrônica. Segundo os autores, as comunidades são construídas mais
pela interação do que pela tecnologia envolvida no meio. Assim, os usuários acabam
sendo fundamentais para o desenvolvimento e manutenção desses interesses em
comum e, consequentemente, do conteúdo compartilhado. Portanto, não se deve
7
Tradução da autora para: “Virtual communities are not structured in the same way as real-world
communities. Constraints of geography and status do not come into play: what matters is a common
interest. But a diverse collection of people, perhaps drawn from all parts of the world and united by
only a common interest, needs to construct its own culture. The network facilitates this with
communication and the spread of memes” (MARSHALL, 2011, p. 04).
8
Segundo o dicionário Michaelis (TREVISAN e WEISZFLOG, 2012) Web é uma variação do termo
WWW (sigla de World Wide Web) que significa uma 'teia de alcance mundial, que interliga
documentos através de vínculos de hipertexto'.
9
Jornalista americano que popularizou o debate sobre comunidades virtuais em seu livro Virtual
Comunities, de 1993 (LEMOS e LÉVY, 2009, p. 103).
17
desprezar a importância dessas comunidades construídas em rede, nem mesmo os
conteúdos no qual replicam entre si.
Percebe-se, deste modo, que o que mais caracteriza este novo cenário da
web é seu conteúdo específico, ou seja, a cultura de Internet assume várias
linguagens e se segmenta conforme o nicho/grupo. Neste contexto, estão as
informações relacionadas aos games, tecnologia e redes sociais, por exemplo. Logo,
a cultura de Internet se caracteriza por um espaço distinto das mídias tradicionais e
a existência deste público que participa em rede é uma realidade cada vez mais
emergente na Internet.
Diante deste cenário de troca de informações constantes e intensas, o
jornalismo on-line consegue trazer nuances de vários nichos e assim agregar
conteúdo em uma única plataforma – solidária, segmentada para um público
específico e com conteúdo que propaga por meio de redes sociais. Para tanto,
propõe-se refletir primeiramente sobre os principais elementos que formam a cultura
da Internet: linguagem, as replicações que acontecem no meio (chamados
conceitualmente de ‘memes10’) e os grupos formados nesse cenário.
2.4 A linguagem da cultura de Internet
A linguagem textual sofreu modificações com o advento da Internet. Os textos
ficaram mais interativos com técnicas que Santaella (2001, p. 394) chama de
hipermídia, ou seja, atributos utilizados para leitores não lineares, que determinam
como o conteúdo deve ser lido e que assimilam a ideia não necessariamente lendo
todo o texto, mas por meio de artifícios como os chamados, negritos e hiperlinks
(conteúdos fora do texto). Deste modo, a introdução de vídeos e fotos, por exemplo,
complementam o novo processo de comunicação e transmissão das notícias na
rede. Contudo, algo que chama atenção na cultura de Internet são os discursos e
termos peculiares que acabam sendo características do grupo que aprecia o
assunto.
10
Conceito do termo 'meme' no tópico 2.5 deste presente trabalho.
18
No dia 29 de março de 2012, um artigo intitulado “Pelo direito de usar o
11
corrão ”, escrito pela curadora do site youPix12, Beatriz Granja, levantou uma
discussão sobre a nova linguagem usada na web. De certa forma, desde o inicio da
Internet a linguagem está se modificando e as palavras e seus respectivos tempos
verbais podem ter outro significado dependendo do contexto onde são inseridos.
Contudo, o que se percebe pela análise deste artigo on-line escrito por Beatriz
Granja, é que há preconceito com este novo modo de escrever. Bagno (2009), não
trata de novas mídias, nem cultura de Internet, mas, analogicamente, seu estudo
defende as várias formas de escrever e de falar e não vê problemas de adaptar e
modificar o que foi estabelecido como norma padrão.
A norma padrão não faz parte da língua, isto é, não é um modo de falar
autêntico, não é uma variedade do português brasileiro contemporâneo. Ela
só aparece e, ainda sim, nunca integralmente obedecida, em textos escritos
com alto monitoramento estilístico, nos quais, porém, já é bastante
significativa a presença das inovações linguísticas próprias da verdadeira
língua dos brasileiros (BAGNO, 2009, p.12).
No entanto, é importante salientar que Bagno (2009, p.154) não quer
subverter as formas de falar e escrever em sociedade. O autor aponta que, em
termos de linguagem, cada característica tem o seu valor e que todos os critérios de
valorização dependerão de uma série de fatores. A exemplo, está a gíria e o
palavrão, que devem ser falados no lugar certo, no contexto adequado e com as
pessoas certas. Em outras palavras, a linguagem passa por um ponto de adequação
e aceitabilidade. Analogicamente, pode-se comparar a pesquisa com a linguagem da
cultura de Internet que conta com um público segmentado e aberto as novas
estruturas linguísticas que, segundo Galli (2002, p.04), levam a um novo modelo de
comunicação.
A linguagem da Internet tem seus pressupostos que, naturalmente, estão
caminhando para um novo modelo de comunicação. A Internet já se
transformou num veículo de comunicação com uma linguagem acessível à
maior parte dos hiperleitores. Desse modo, há uma exploração dos termos
dessa área, os quais são transferidos para o contexto social e divulgados
como uma linguagem global. (GALLI, 2002, p. 04).
11
Disponível em: http://youpix.com.br/colunistas/pelo-direito-de-usar-o-corrao/. Acesso em:
28/04/2012 – Anexo VIII desta pesquisa.
12
http://www.youpix.com.br
19
Nota-se, portanto, que o novo modo de se comunicar na Internet e em nichos
formados por esta nova plataforma, rompe com qualquer tradicionalismo ou barreira
linguística. Os usuários passam a usar neologismos e com eles se identificam e
interagem. Tal comportamento já possui nome e variados pesquisadores, inclusive
muitos deles usados nesta pesquisa, começaram a estudar o fenômeno e gerar
algumas conclusões sobre o assunto. Laraia (2001, p. 28), por exemplo, vê a
linguagem humana como um produto da cultura, ou seja, o indivíduo só cresce
culturalmente e faz a cultura existir porque soube desenvolver, com o passar do
tempo, um processo comunicacional – que mais tarde, se transformaria em virtual.
É importante salientar que tais estudos estão em constante transformação,
visto que este processo comunicacional é recente e com discussões ainda tímidas
sobre o principal item que embasa a cultura de Internet: os memes e os virais.
2.5 Os memes e virais como forma de comunicação
Meme é uma expressão criada por Richard Dawkins em seu livro “O Gene
Egoísta”, publicado em 1976. A partir de uma abordagem evolucionista e biológica,
Dawkins compara a evolução cultural com a evolução genética, onde o meme é o
“gene” da cultura, que se perpetua através de seus replicadores, as pessoas
(RECUERO, 2009, p.123).
Marshall (2011, p. 03)13 ainda complementa que a capacidade da Internet
para a disseminação destes memes é uma tendência para a homogeneidade da
cultura mundial. Ou seja, o conteúdo é constantemente replicado em vários lugares
do mundo, não impondo, desta forma, limites territoriais ou culturais para exercer os
variados efeitos. Portanto, os memes assumem caráter global e se replicam e se
modificam conforme a necessidade do usuário. Tal disseminação ficou conhecida
como viral. O termo viral, segundo Oliveira e Barichello (2010, p. 35), é uma analogia
de um processo biológico de transmissão rápida aplicada ao contexto digital, ou
seja, o conteúdo (assim como um vírus) tem capacidade de se propagar de maneira
13
Tradução da autora para: “It has been argued that the Internet's capability to spread memes across
the world both accurately and instantaneously supports a tendency towards homogeneity in world
culture (Heylighen, 1996). Memes can appear at much the same time in different parts of the world
regardless of geographical and cultural boundaries to exert their effects” (MARSHALL, 2011, p. 03).
20
gigantesca, como se fosse uma 'epidemia'. Ainda segundo a autora, tal palavra foi
usada pela primeira vez por Jeffrey Rayport, professor da Escola de Negócios de
Harvard, que elaborou um artigo chamado "O Vírus do Marketing", no qual
explanava sobre o poder do viral para atingir um mercado consumidor. Assim,
surgem os conteúdos para web pensados previamente para se tornarem memes, ou
seja, sofrer replicação até que sejam conhecidos por todos, até mesmo por aqueles
que, necessariamente, não são o público-alvo.
Os memes, desta forma, podem estar em vídeos, áudios, fotografias,
ilustrações, textos, pessoas e mensagens gráficas, sendo esta última a que mais
influencia na linguagem da web e redes sociais. Não é por acaso que se criou um
novo processo comunicacional e comportamental baseado nestas replicações. A
linguagem e os diferentes grupos são exemplos de como os memes influenciaram e
influenciam a cultura da Internet e como podem interferir diretamente no
comportamento do usuário. Um exemplo prático de utilização de memes em rede no
Brasil é o viral 'Para nossa alegria'. No início de março de 2012, dois irmãos e a mãe
deles fizeram um vídeo da música gospel 'Galhos Secos' e disponibilizaram no site
YouTube14. No final deste mesmo mês, o vídeo tornou-se um meme nas redes
sociais, sendo comentado, compartilhado e visto muitas vezes. Informações15 sobre
o assunto foram pautas de grandes portais de notícia e tecnologia e, em menos de
dois meses, o vídeo alcançou a marca de 21.433.200 visualizações. Outro exemplo
de replicação de conteúdo foi o meme ‘Luiza no Canadá’ - este se caracteriza pela
ação da publicidade em criar memes para vender produtos. Uma família tradicional
da Paraíba decidiu participar de um comercial para lançar um novo empreendimento
imobiliário na região. Em certo momento o patriarca, Geraldo Rabello, decide
comentar que sua filha Luiza não estava participando da propaganda, porque havia
viajado para o Canadá. O fato, irrelevante para a promoção do edifício, se tornou um
meme. A notícia do site TechTudo16 do dia 17 de janeiro de 2012 explicou o fato e
toda sua repercussão na web.
14
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=K02Cxo3fAC8.
Acesso em: 03/04/2012.
15
Disponível em: http://www.techtudo.com.br/artigos/noticia/2012/03/entenda-para-nossa-alegria-onovo-meme-que-e-sucesso-na-Internet.html. Acesso em: 02/06/2012 - Anexo XI desta pesquisa.
16
Disponível em http://www.techtudo.com.br/curiosidades/noticia/2012/01/entenda-o-meme-luiza-nocanada.html Acesso em 02/06/2012 - Anexo X desta pesquisa.
21
Ao analisarmos o Google Insights 17 para pesquisa, por exemplo, notamos a
ascensão do termo meme no fim de 2011 e começo de 2012 (Ver figura 1). Mas por
qual motivo os usuários do Google procuraram tanto por este termo? Para Recuero
(2006, p. 02), a Internet é a plataforma ideal para replicações. Além de facilitar a
propagação, é um potencial agregador para que estas informações não
desapareçam.
Figura 1 – Google Insights: a pesquisa acima, realizada 21 de abril de 2012 para o termo meme, é um
exemplo de pesquisa realizada no Google Insights. Tal ferramenta, permite que qualquer internauta
possa pesquisar determinado termo e automaticamente gerar um gráfico com as conclusões. Neste
caso, pretendia-se saber o volume de pesquisa sobre o termo “meme”. Como filtro, ou seja, como
delimitação de pesquisa, definiu-se país como Brasil e todas as sub-regiões. O período, no entanto,
só pode ser estabelecido de 2004 adiante porque é uma limitação da própria plataforma. Percebe-se
que o termo “meme” sofreu um progresso abrupto no ano passado e continua em ascendência até o
mês de realização da pesquisa. As hipóteses podem ser variadas, contudo, devido a grande
exposição de virais e vídeos comentados pela grande mídia, a curiosidade pelo termo deve ter se
intensificado entre os internautas nos anos de 2010 e 2011.
Os próprios replicadores de memes criam maneiras para que tal mensagem
comunicacional - os memes - não seja esquecida pelos seus usuários. Uma forma é
compartilhar os conteúdos nas redes sociais ou criar um banco de dados com uma
17
http://www.google.com/insights/search/
22
compilação de todos os memes elaborados no mundo. Alguns exemplos de
armazenamento de conteúdos da cultura de Internet são os sites Meme Generator18
e o Know Your Meme19, ambos americanos; e no Brasil os celeiros de memes e
cooperação são os Fóruns Vale Tudo20, do UOL Jogos e a própria rede social
Facebook21. Assim, os memes costumam não ser esquecidos, mas perdem a
visibilidade devido aos outros conteúdos que aparecem na rede em sequência de
tempo relativamente curtos.
Recuero (2009, p. 90) exemplifica a propagação de memes para evidenciar
que a Internet e cultura digital precisam necessariamente de cooperação para que
atinjam o conhecimento de todos, ou seja, não basta apenas uma plataforma de
nível comunicacional global, é preciso interação entre usuários. Neste processo, as
redes sociais acabam sendo fundamentais para que o conteúdo atinja seu objetivo:
ser replicado o máximo possível. Em outros termos, a difusão de informações só
ocorre porque há pessoas que propagam conteúdo e, desta forma, interagem entre
si, ou seja, sem cooperação não há grupo.
2.6 Os grupos formados na cultura de Internet e a Geração Y e Z
A participação dos usuários em rede faz com que surjam comunidades
sustentadas pelo que Hall (1997, p. 05) chama de ciber-identidades. Estes grupos
substituem as interações reais pelas virtuais e a cultura age como um mecanismo de
construção da própria identidade. Mas quem são estes replicadores que fazem dos
memes algo tão conhecido, estudado e característico de uma nova cultura que se
forma na web? A partir do momento que os usuários começam a interagir na rede
pelas afinidades que possuem, formam-se, desta maneira, grupos específicos. A
cultura de Internet moldou ideais e comportamentos e trouxe denominações como
Geeks, Nerds, Hipsters e Older Schools. Silva (2009, p. 04) trata do assunto pelo
viés do avanço tecnológico que possibilitou que tais interações pudessem acontecer
e que a expansão da comunicação atingisse níveis globais. Contudo, Correa (2005,
p. 09) alerta para o fato de que as tecnologias podem auxiliar muito na interação
18
http://memegenerator.net/
http://knowyourmeme.com/
20
http://forum.jogos.uol.com.br/
21
http://facebook.com/
19
23
entre as pessoas, mas não representam a obrigatoriedade, já que o contato global é
realizado apenas se o usuário quiser, pois a Internet não tem o poder de manipular o
público. E ainda, segundo a autora, analisando este fenômeno do tribalismo da
cibercultura (termo a ser explicado posteriormente), é possível descrever outros
fatos que ocorrem, tanto no ciberespaço como na vida off-line como os adereços e
estilos que invadem os cenários urbanos.
Segundo Vianna (apud Carvalho, 2010, p. 10), os grupos de usuários da
Internet podem ser separados em diferentes gerações na esfera social e para
compreendê-las é preciso criar uma percepção de que cada uma delas foi criada por
um conjunto de crenças, valores e prioridades de sua época. Desta forma, as
gerações se tornam produtos históricos com diferentes hábitos de consumo.
Analisando os fatores envolvidos historicamente, os usuários que têm convivido
mais com a Internet do que outros é a Geração Y, público que possui no máximo 30
anos e que conviveu diretamente com a web 2.0 (GOOSSEN, 2009, p.15). Contudo,
historicamente falando, é necessário traçar um panorama sobre as gerações
anteriores e entender como se iniciou o comportamento do grupo atual.
Na pesquisa de Damasceno e Vidal (2011, p. 06) foram delimitadas duas
gerações que antecedem a atual Geração Y: são os Baby Bommers e a Geração X.
Goossen (2009, p. 16), por sua vez, evidencia três gerações anteriores à Y, porém,
cada um possui suas peculiaridades de como veem a Internet e o modo de se
comportar em rede. Segundo o autor, os tradicionalistas são os membros da
primeira geração. Nascidos entre 1922 e 1945, usam a Internet de modo restrito e
superficial. Logo após, vem a geração Baby Boomers22. Nascidos entre 1946 a
1964, esta geração pós Segunda Guerra Mundial, estava no auge da carreira e
usava a Web 1.0 (menos interação e conectividade). A geração X, nascida entre os
anos de 1965 a 1985, adotam a tecnologia porque cresceram no período de
evolução da Web 1.0. A Geração Y é a mais recente e vem mudando, não só o
cenário da Internet, mas também o cenário econômico e político por onde passam.
22
A origem da palavra 'Baby Boomer' é relativa ao crescimento da natalidade, ou seja, o “boom” de
bebês no pós-guerra, sobretudo, nos Estados Unidos, quando os soldados retornavam à pátria. São
pessoas que viveram os movimentos estudantis, os Beatles, as ditaduras na América Latina e a luta
contra poderes tiranos, a Guerra do Vietnã, o movimento hippie, a Tropicália no Brasil e viram a
chegada
do
homem
à
lua
em
1969.
Disponível
em:
http://www.metaanalise.com.br/inteligenciademercado/index.php?option=com_content&view=article&i
d=4241:geracao-y-geracao-x-e-baby-boomers-sinergia-ou-cisao-em-projetos&catid=1:ponto-devista&Itemid=353. Acesso em: 21/10/2012.
24
Nascidos após o ano 1985 e se delimitam até 1995, esta geração nasce sem
Internet, mas cresce com a tecnologia e espírito da web 2.0 (mais interação e
conectividade) e mantém um número impressionante de relacionamentos na rede.
Desta forma, estabelece-se um conflito de gerações tanto no âmbito da Internet
quanto o situado fora dele.
Aparentemente, os Baby Boomers e os Tradicionalistas não conseguem
entender as diferenças culturais presentes na geração. Os Baby Boomers
perguntam: 'Quem tem tempo de escrever e ler blog, se inscrever em
comunidades, apresentar suas opiniões, postar vídeos bobos para
estranhos e coisas parecidas? Enquanto isso, os membros da Geração Y se
espantam que as pessoas de gerações anteriores tenham tempo de se
enfiar atrás de um jornal ou voltam para casa e assistem a programas de
televisão (GOOSSEN, 2009, p. 16).
De fato, a Geração Y é a que mais representa uma mudança significativa no
modo de usar a Internet e de consumir a informação pelo comportamento
tecnológico que possuem. Em resumo, segundo Tapscott (apud CARVALHO, 2010,
p. 11), a Geração Y cresceu juntamente com os avanços tecnológicos e, portanto,
apresenta um fascínio pela tecnologia, como jogos eletrônicos e Internet e certa
facilidade em manuseá-las. É na Geração Y também que se encontra outro
fenômeno interessante. O autor menciona que esta geração faz parte de uma cultura
de inúmeros nichos e tribos que compartilham diversos gostos e interesses. Um
exemplo está na cultura Geek. São, em sua grande maioria, integrantes da Geração
Y e que, fissurados em tecnologia, segundo Tocci (2009), se aprofundam no assunto
em que gostam pela interação.
O surgimento da cultura geek representa não uma moda repentina, mas
uma dimensão recém-visível da identidade que demonstra como diversas
culturas podem ser construídas através da integração do uso da mídia e
23
aculturação social na vida cotidiana (TOCCI, 2009) .
Mas os Geeks acabam sendo apenas um exemplo dos grupos que são
formados com o advento da Internet. Correa (2005, p. 06) pesquisa este fenômeno
de interações e chega a conclusão de que o usuário navega na Internet e se depara
com pessoas nas quais possui alguma afinidade. Deste modo, o individuo tem a
23
Tradução da autora para: “The emergence of geek culture represents not a sudden fad, but a newly
visible dimension of identity that demonstrates how dispersed cultures can be constructed through the
integration of media use and social enculturation in everyday life”. Disponível em:
http://repository.upenn.edu/dissertations/AAI3395723/. Acesso em 22/03/2012)23
25
possibilidade de contribuir e participar da rede como uma estratégia de
sociabilidade, promovendo o resurgimento do cultural na vida social. Miranda (2011,
p. 97) apresenta outra problemática nas interações da Geração Y na web: o nicho
está cercado por um excesso de informações pelas variadas mídias e são motivados
pela superexposição, seja em páginas pessoais na Internet ou contato globalizado
com outros jovens, e que tal comportamento tornou-se aceitável devido à adoção de
métodos para quebrar o tédio. Para tanto, Carvalho (2010, p. 11) ainda cita a
simultaneidade da Geração Y. São pessoas com extrema capacidade de deixar
vários aparelhos ligados ao mesmo tempo e que conseguem, mesmo assim,
assimilar o conteúdo.
2.7 O comportamento da Geração Y
Outro ponto para ser destacado entre os membros da Geração Y é seu
imediatismo com relação ao mercado de trabalho. Diferente da Geração X que
permanecia na mesma empresa por pelo menos 10 ou 20 anos, os jovens da
Geração Y não querem ficar estagnados e não se importam em conhecer outros
campos de estudo e de trabalho. Em análise constatada por Miranda (2011, p. 98),
os jovens entrevistados pela autora, de longe apresentaram apego ao local de
trabalho. A Geração Y quer trocar constantemente de empregador. Tal
característica, segundo a autora, está associada ao imediatismo e a necessidade de
renovar os momentos de diversão, juntamente com a ânsia de resultados rápidos ao
invés de planejamento. Assim como na vida on-line, que caminha em alta velocidade
comunicacional e comportamental.
Contudo, mais do que uma moda, a Geração Y representa uma readequação
na forma de escrever e de produzir conteúdo. De acordo com Ferrari (2004, p. 53),
diferentemente dos veículos impressos que precisam atingir o maior número de
possíveis leitores, passando também pelos assinantes, a mídia digital atinge o
individuo da rede com vontades e preferências editoriais bem definidas que
cresceram com o videogame e outros aparatos eletrônicos.
26
Os jovens entre 18 e 25 anos são hoje os potenciais consumidores da nova
mídia interativa. São eles que se sentem atraídos por um amplo leque de
recursos que vão desde compras on-line, home-banking, jogos,
entretenimento, até um acesso direto às oportunidades de pesquisa e
educação à distância (FERRARI, 2004, p. 53).
Ferrari (2004, p. 53) finaliza afirmando que esta geração raramente lê jornal
impresso porque dificilmente paga por esta mídia, já que pode acessar o site favorito
para ter as informações que necessita. É importante mencionar que a autora em
todo o seu livro não faz qualquer menção ao termo Geração Y, mas o grupo citado
no trecho é característica da geração estudada neste trabalho.
2.8 A Geração Z
Como enfatizam Barbosa e Cerbasi (2009, p. 25), a Geração Z engloba todas
as pessoas que nasceram após o ano 2000 e convivem com uma série de gadgets,
Internet banda-larga, jogos on-line e videogames. Logo, poderia ser mencionada
nesta pesquisa a interferência da Geração Z na cultura de Internet, contudo, esse
nicho ainda está em desenvolvimento e os impactos midiáticos sofridos por esta
geração são bem menores, visto que o grupo já possui um grande conhecimento
sobre a rede. Diferentemente da Geração Y que viveu a fase dos trabalhos
escolares feitos sem a ajuda de um computador.
No presente trabalho, a importância da Geração Z, portanto, é secundária,
mas não se pode deixar de levá-la em consideração, já que eles serão um potencial
público do site posteriormente. Segundo os autores Marcelo e Gustavo Boog (2012,
p. 54), este grupo é diferente do anterior porque pensam mais na sustentabilidade,
além de se comunicarem muito bem digitalmente. Eles entrarão para o mundo
organizacional daqui a poucos anos (a partir de 2015).
2.9 O SEO
Quanto ao uso do SEO no conteúdo jornalístico deste presente trabalho, fazse necessário para atender às necessidades de um usuário que vivencia uma
explosão comunicacional, onde os mecanismos de busca tornam-se essenciais para
27
a realização de um filtro de conteúdo por meio de palavras-chaves inseridas em uma
caixa de pesquisa. Alvarez (2011, p. 07) diz que para fazer parte das melhores
colocações desse filtro, é necessário adequar o site com técnicas e procedimentos
que fazem com que ele se torne relevante para os mecanismos de busca, obtendo
assim, um bom posicionamento. Ainda segundo a autora, com essa visibilidade
conquistada, será mais fácil atrair pageviews24, trazer usuários até o site e
conquistar relevância em meio a tantas outras páginas. Carvalho e Rosa (2008, p.
28) ainda acreditam que a informação neste novo cenário digital perdeu o caráter
monopolístico e não existem barreiras para a propagação de conteúdo. Sai na frente
quem melhor otimizar.
Mas os mecanismos de buscas surgiram bem antes desta explosão
comunicacional. Segundo Bridge (apud MOREIRA e ROMÃO 2010, p. 03), em 1990,
dois estudantes da McGill University em Montreal, chamados Alan Emtage e Bill
Heelan, criaram o Archie, a primeira ferramenta de busca construída por meio de
diretórios, ou seja, um banco de dados. Contudo, este sistema não é como se
conhece hoje. A busca era simples e contava com arquivos disponíveis em número
bem menor.
Com o passar dos anos, a tecnologia e o aprimoramento desta nova
ferramenta foi evidente. Formas de buscadores mais eficientes foram estudadas
para que o mecanismo fosse fiel ao que o usuário desejasse pesquisar. Segundo
Moreira e Romão (2010, p. 03), só em 1998 surge o Google que se tornou a maior
ferramenta de busca, graças a sua rapidez e recursos que iam além do search.
Muito depois, em 2009, surge o Bing, o mecanismo de busca criado pela Microsoft e
concorrente direto do Google nos dias atuais.
Para Moreira e Romão (2010, p. 03), os mecanismos de buscas, sejam eles
Yahoo!, Google ou Bing, por exemplo, podem se utilizar de diversos robôs para a
coleta de informações e armazenagem no respectivo banco de dados citados
anteriormente. Tal banco de dados cria um processo chamado de indexação
automática, ou seja, ele cria mecanismos para que tal termo possa ser achado
novamente. Contudo, os autores salientam que, nos dias atuais, há diversos
mecanismos de buscas e que cada um tem seu modo diferente de executar as
24
Visualizações de página.
28
tarefas solicitadas pelo usuário e isso ocasiona diferentes resultados dependendo da
ferramenta de busca que se utiliza.
29
3. PROBLEMA
Como aliar jornalismo on-line/cultural/opinativo e técnicas de SEO para produzir
um site com conteúdo sobre cultura de Internet para a Geração Y?
4. OBJETIVOS
4.1 Objetivo geral
Levantar discussões sobre cultura de Internet e de como o tema pode ser usado
na produção de conteúdo para a Geração Y. A abordagem terá como mídia um site
com arquitetura SEO e utilização de redes sociais para a interação com o usuário.
4.2 Objetivos específicos

Discutir como as diferentes gerações (em especial a Y) se comportam na web
e de como consomem informação;

Saber se a utilização de redes sociais, buscadores e técnicas de SEO fazem
diferença para que o usuário acesse o conteúdo a que se propõe;

Proporcionar ao usuário reflexões relevantes sobre o comportamento em
rede;

Gerar conteúdo no qual os usuários possam interagir, comentando e
compartilhando.
30
5. JUSTIFICATIVA
A presente justificativa está organizada em três pilares que serão explicadas nos
próximos tópicos a importância do tema: escolha de público, escolha dos assuntos e
escolha de plataforma midiática para gerar conteúdo e fomentar análises finais.
A intenção deste estudo é promover uma discussão em torno da cultura de
Internet e de como o jornalismo on-line pode participar deste processo por meio de
um site direcionado para a Geração Y. O próprio nicho (Internet) utilizado para o
tema do trabalho já é um diferencial. Mas o conteúdo em si pode ser considerado
singular pela estratégia que utilizará: a hipermídia e o SEO. Aliados, farão do
conteúdo algo mais tecnologicamente pensado, otimizado e buscado.
Os principais sites de notícia pertencem às grandes empresas midiáticas que
possuem um verdadeiro monopólio da informação. Baseando-se neste conteúdo já
existente, a principal ideia do projeto é passar informação de maneira mais
personalizada, nos moldes convencionais do Jornalismo de universalidade e
periodicidade, porém, mais conciso, dialógico e direcionado ao público que já
citamos na presente delimitação de tema: a Geração Y.
Enquanto o jornalismo de massa busca transmitir informações padronizadas
pela linguagem jornalística a partir de um centro irradiador de emissão, a
informação que trafega pela Internet é tão diversificada quanto forem os
interlocutores que a produzem e a consomem (ALZAMORA, 2006, p. 02).
Atualmente, sabemos que a evolução das mídias é uma realidade e o que quer
saber com este presente estudo é identificar o que está acontecendo no cenário online. Negroponte (2001, p. 157) chama esta esfera atual de pós-informação e o
público que se forma nela é bem caracterizado, ou seja, o conteúdo é feito em uma
espécie de encomenda e a informação é extremamente personalizada .
Logo, optou-se pela segmentação de público pela Geração Y, que ilustra de
uma maneira personificada o que Negroponte (2001) afirma na teoria evidenciada, e
também o que Lévy (1999) chama de inteligência coletiva, tema este que será
tratado com mais detalhes na fundamentação teórica. Outro fato relevante para a
escolha do público, é que este nicho é composto por pessoas que gostam de usar a
Internet, logo "como o leitor está acessando as notícias on-line, há mais chances de
31
ele se interessar por matérias relacionadas à Internet do que leitores de jornais ou
espectadores de TV” (DUBE25 apud FERRARI, 2004, p. 47).
O tema proposto para embasar esta pesquisa e servir de base para a
construção do produto, vem da importância e discussão em plataformas específicas.
Como já citado anteriormente, o artigo26 publicado no dia 29 de março de 2012 no
youPix27, site que é hoje um dos mais conhecidos a abordarem o assunto, levantou
uma série de discussões sobre o uso de memes, linguagens e demais itens ligados
a Internet. Será isto a superficialidade do conteúdo da rede? O texto escrito por
Beatriz Granja diz que não. Nos 20 comentários publicados na página virtual até o
dia 22 de abril do mesmo ano, 11 eram a favor do artigo e da cultura de Internet.
Uma opinião que chama bastante atenção é o de Maíra:
Maíra, 30 de março de 2012, às 10:41: "Vamos um dia contar aos nossos
filhos como era a vida antes dos memes. Acho sensacional ter a
oportunidade de presenciar uma mudança cultural (e social) dessa
magnitude e ainda ter consciência do que está vendo. Sorte a nossa".
A criação de conteúdo está voltada para estas vontades da Geração Y.
Entusiastas de temas on-line que ainda estão em constantes modificações. Logo, a
criação de um site em formato blog para discutir a cultura da Internet é a maneira
mais coerente para causar reflexões sobre o tema. Afinal, é somente por meio de
uma ferramenta como esta que se consegue interagir com mais proximidade e
rapidamente com o usuário da Internet. A ideia não fluiria de uma maneira que se
propõem em um meio impresso, por exemplo, porque a interação existe de forma
moderada e mais lenta do que em uma plataforma que está em constante
atualização.
Para causar reflexões sobre o tema cultura de Internet, não basta apenas
conhecer as linguagens, grupos ou conteúdo replicado. É importante discutir como
tal fenômeno acontece e que meios utiliza para ser reconhecido e pesquisado.
Como embasamento teórico para análise, escolheu-se Lévy (1999) e seus estudos
sobre cibercultura, bem como os fenômenos que o envolvem, como a inteligência
25
Jonathan Dube é editor e publisher do Instituto Americano de Imprensa e fez sugestões de como
escrever textos on-line em um chat de discussão do Poynter Institute, da Flórida (FERRARI, 2004, p.
47).
26
Artigo e comentários na íntegra no Anexo VIII desta pesquisa.
27
http://youpix.com.br/
32
coletiva, atores sociais e capital social. O autor é um dos principais teóricos da área
virtual e sua bibliografia é vasta no que diz respeito a este assunto.
A importância do tema está justamente em discutir as relações provocadas
pela cultura de Internet e de como o jornalismo on-line pode adequar seu conteúdo a
fim de instigar o usuário à participação. Discutir este processo de metamorfose da
cibercultura é o primeiro passo para analisar as constantes modificações do
jornalismo cultural on-line. Segundo dados do Ibope28, referentes à pesquisa
divulgada no dia 10 de abril de 2012, 79,9% das pessoas tem acesso a Internet no
Brasil até o quarto trimestre de 2011. Ao primeiro momento isto parece um número
baixo, já que a população brasileira chega a quase 190 milhões de habitantes.
Contudo, vale salientar que o uso da Internet só está crescendo, já que comparado
com o mesmo período do ano de 2010, o aumento foi de 8%.
5.1 A técnica SEO
As empresas viram nos buscadores uma chance de alavancarem os negócios
por meio da inclusão paga no banco de dados. Segundo Fragoso (2008, p.194), um
novo modelo de vendas foi inaugurado em 1997. Era a "seleção paga", onde tais
empresas só pagavam ao buscador quando eram clicadas na rede. E ainda segundo
a autora, somente no final do ano 2000, "o Google começou a exibir alguns
resultados pagos, mas ao contrário da maioria das outras ferramentas, não os
mesclou
com os resultados orgânicos".
Deste
modo,
estabelece-se
uma
diferenciação gráfica na página de busca do Google entre links pagos e links de
relevância.
Desta maneira, surge o Search Engine Optimization (SEO) para tornar o
conteúdo 'buscável’ sem qualquer uso de dinheiro para isto. Ricota (apud ALVAREZ,
2011, p. 07) cita que o SEO é um conjunto de técnicas que possuem o objetivo de
melhor posicionar páginas do website em mecanismos de busca pela simples
pesquisa.
Para tanto, Jarvis (2010, p. 44) cita algumas dicas importantes para
compreender e usar as técnicas de SEO. Dentre elas estão: perceber se o conteúdo
28
Disponível em:
http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=6&proj=PortalIBOPE&pub=T&
db=caldb&comp=pesquisa_leitura&nivel=null&docid=9725B59E0CD6FC43832579DC005A03D9.
Acesso em: 28/04/2012 – Anexo XIII desta pesquisa.
33
que se deseja elaborar é buscado no Google; Ser claro nas informações e estruturar
as páginas de acordo com o que é mencionado.
Assim, para definir uma estratégia SEO e tornar o conteúdo conhecido pelo
mecanismo de busca, é preciso se adequar às regras deste que é, atualmente, um
dos principais buscadores para pesquisa, o Google. Segundo Moreira e Romão
(2010, p. 05), a técnica de SEO pode ser divida em fatores internos e externos, ou
seja, métodos utilizados dentro da página do site e métodos utilizados fora da
página. A primeira técnica se utiliza da arquitetura da página do site, estruturando-a
para que possua os termos específicos de busca (palavras-chaves que traduzam a
essência do site) e que o buscador entenda os objetivos do site por meio das
palavras-chaves utilizadas. O fator externo é entender como os outros sites
trabalham,
para
assim
planejar
o
conteúdo
que
se
deseja
produzir.
A Google é nosso modelo para pensar de modo diferente porque seu
sucesso é singular. A Hitwise, que mede o tráfego na Internet, informou que
a Google deteve 71 % das buscas nos Estados Unidos e 87% no Reino
Unido em 2008. [...]. A Google não declara mais quantos servidores
administra – as estimativas giram em torno de milhões – e parou de declarar
quantas páginas monitora, mas quando começou, em 1998, ela indexava 26
milhões de páginas; em 2000, rastreava um bilhão; em meados de 2008,
um trilhão de páginas. Em 2007 e novamente em 2008, diz o Millward
Brown BrandZ Top 100, Google era a marca número um em todo o mundo
(JARVIS, 2010, p. 05).
No SEO, portanto, se intensifica o uso da linguagem da Internet e conteúdo
previamente pensado para atender às exigências do público-alvo; e números não
faltam para tornar o Google o padrão de técnica de SEO para ser usado neste
presente trabalho. Dados do Ibope Media29, em 2011, apontam que a cada 60
segundos 664.445 buscas são realizadas no Google, tornando-se, assim, o
buscador mais utilizado da atualidade.
Deve-se atentar ao fato de que não necessariamente precisa-se alterar o
estilo textual para se adequar as técnicas de SEO. O resultado para um bom
posicionamento orgânico no Google (sem pagar) e demais buscadores para
pesquisa, é o conteúdo que o site oferece e as palavras-chaves que utiliza para ser
buscado.
29
Disponível em: http://www.ibope.com.br/maximidia2011/lupa_internauta_brasileiro.pdf. Acesso em:
02/06201 - Anexo XII desta pesquisa.
34
É absolutamente normal que um jornalista queira preservar seu estilo na
hora de escrever. Tem a ver com a precisão na hora de transmitir uma
informação e está, em outra instância, relacionado à liberdade editorial, sem
a qual o jornalismo pode perder credibilidade e prejudicar a reputação do
site de notícias (JUNGIGER, 2011)30.
Para determinar as palavras-chaves, faz-se necessário a utilização de
ferramentas para observação de termos, neste caso, algumas são pagas e outras
fornecidas gratuitamente. As gratuitas, por exemplo, são o Google Suggest
(sugestões do buscador abaixo da caixa de pesquisa) e o Google Trends31. Algumas
ferramentas pagas são: Google Adwords32 e SEO Moz33. Contudo, deve-se analisar
a intenção do usuário perante o conteúdo que se quer criar, ou seja, como o
internauta buscará pelo conteúdo no mecanismo de busca.
30
Disponível em: http://computerklaus.com/seo-cotonete-palavras-chave-no-jornalismo. Acesso em:
02/06/2012 - Anexo XV desta pesquisa.
31
http://www.google.com.br/trends/
32
https://adwords.google.com.br/
33
http://www.seomoz.org/
35
6. REFERECIAL TEÓRICO
6.1 A cibercultura e o ciberespaço
Diante das novas tecnologias, novos comportamentos e termos surgiram para
explicar o que está acontecendo atualmente na Internet. Dentre os conceitos, o qual
mais se destaca é o da cibercultura. Lévy (1999, p. 93) define o ciberespaço34 como
um lugar de comunicação aberto pela interconexão mundial. Em outras palavras,
isto significa a digitalização das informações na web. Ainda, segundo o autor,
provavelmente "esta digitalização tornará o ciberespaço o principal canal de
comunicação e suporte de memória da humanidade". Santaella (2003, p.72) também
estuda o ciberespaço e dá um significado para o termo de uma forma bem
característica. Para a autora, o ciberespaço é marcado pela comunicação entre
indivíduos por meio da convergência ainda não regulamentada.
Para Lemos (2008, p. 39), a cibercultura é uma estrutura midiática ímpar,
afinal, o usuário pode produzir e publicar informações em tempo real e colaborar em
rede. Para tanto, o autor cita blogs e podcasts como exemplos de plataformas que
auxiliam nos processos de compartilhamento. Contudo, Alzamora (2001, p. 06)
enfatiza que o suporte característico deste novo cenário digitalizado, de longe
representa a ‘morte’ dos veículos midiáticos impressos, uma vez que a nova
plataforma redimensiona a função dos meios anteriores que lhe servem de
referência. Em outras palavras, a Internet traz consigo um misto de mídias em uma
só, seja pelo texto do impresso, juntamente com o audiovisual característico da TV e
o podcast, com suas origens no rádio.
O processo, cada vez mais presente em estudos, é consequência de toda
uma evolução do usuário e da Internet neste ciberespaço. Como enfatiza Brito
(2011, p.02), toda informação contida na Internet passou a ser mais importante à
medida que as pessoas começaram a se interessar mais. Segundo o autor, "a
proximidade entre os indivíduos é uma consequência do amadurecimento da
Internet como meio de comunicação. Tal como aconteceu na televisão e no rádio".
34
Na pesquisa de Lévy (1999, p. 92), o termo ciberespaço foi usado pela primeira vez em 1984 por
Willian Gibson, no romance de ficção cientifica chamado Neuromante. Para este autor, o ciberespaço
é um universo de redes digitais, um campo de conflitos entre multinacionais que representavam uma
nova fronteira econômica e cultural.
36
Surge, deste modo, o que Santaella (2003, p. 171) chama de ciberarte. Para a
autora, o termo surge de um conceito mais amplo que a arte que é apenas
digitalizada,
a
ciberarte
surge
da
transmissão
e
interconexão
via
rede.
Transformando o cenário em algo interativo e de expressão.
Na ciberarte, ou arte interativa como querem alguns, não se trata apenas de
que o artista crie ambientes de interação, de colaboração, de incorporação
e de imersão para o usuário-receptor, ambientes que levam de roldão,
misturando em trocas sucessivas e mesmo simultâneas, as tradicionais
divisões de papéis entre emissor e receptor e ampliam sobremaneira, com a
sua condição interativa, a tradição das artes expositivas-contemplativas e
mesmo das artes participativas (SANTAELLA, 2003, p. 175).
Lévy (1999, p. 236) cita obstáculos para o desenvolvimento da cibercultura.
Freios institucionais, políticos e culturais, bem como a desqualificação frente às
novas tecnologias e o atraso tecnológico de países em desenvolvimento são
considerados para o autor itens que retardam a cibercultura.
Deste modo, discutir a cibercultura torna-se essencial para compreender esta
nova lógica social e comunicacional tratada anteriormente. Pode parecer
complicado, ao primeiro momento, mas a cibercultura está cada vez mais presente
na vida de todos em um modo virtual de produzir informações tanto para o
jornalismo on-line quanto para qualquer outro tipo de conteúdo na web.
6.2 A inteligência coletiva
Um processo recorrente e que caracteriza a cibercultura é o dialogismo que
existe entre seus participantes. Se comparado com o jornalismo tradicional, a
cibercultura dá passos à frente no que Lévy (1999) chama de inteligência coletiva e
seu suporte gerencial: o ciberespaço. Lemos (2010, p. 25) trata este termo como
uma liberação da emissão e circulação da palavra em redes abertas e mundiais
criando uma interconexão planetária e fomentando uma opinião pública, ao mesmo
tempo local e global. Em outras palavras, isto representa uma nova forma de
produzir conteúdo, já que o usuário intervém no processo comunicacional. O tema é
pertinente para estudar a cibercultura porque a presente pesquisa trata diretamente
sobre o comportamento do usuário na rede.
37
Um dos aspectos essenciais para a consolidação de comunidades pessoais
ou redes sociais é, sem dúvida, o sentimento de confiança mútua que
precisa existir em maior ou menor escala entre as pessoas. A construção
dessa confiança está diretamente relacionada com a capacidade que cada
um teria de entrar em relação com os outros, de perceber o outro e incluí-lo
em
seu
universo
de
referência
(COSTA,
2005,
p.
40).
Outro modo de pensar sobre os reflexos da cibercultura na vida do usuário da
Internet é analisando o que é produzido em rede. A cibercultura e a inteligência
coletiva têm o 'poder' de interligar usuários e fazer com que os mesmos interfiram no
processo de produção. Em outros termos, “o 'espectador' é chamado a intervir
diretamente na atualização (a materialização, a exibição, a edição, o desenrolar
efetivo aqui e agora) de uma sequência de signos ou de acontecimentos"
(LÉVY,1999, p.136).
No ciberespaço, o "eu" também se torna desterritorializado. Ele está cada
vez menos ligado a uma localização física, a uma classe social, a um corpo,
um sexo, ou a uma idade. Isso não significa, evidentemente, que não
teremos mais corpo orgânico, sentimentos humanos, nem relações
fundadas na vizinhança física, classes ou faixas etárias (LÉVY, 1999. p.
202).
Para Lévy (1999, p. 136) a inteligência coletiva também proporciona uma
espécie de coprodução, onde não há apenas uma participação na construção no
sentido da obra. Nota-se que a participação do individuo é essencial na cibercultura
e este novo cenário é cada vez menos excludente. Deste modo, tal fenômeno não
pode ser visto como uma 'utopia tecnológica' mas uma emancipação de usuários
que se utilizam destas técnicas atualmente. Lemos (2006, p. 40) ainda salienta que
um princípio fundamental da cibercultura é a "necessidade de emitir em rede, trocar
pedaços de informação, distribuir e que, desde os primórdios, a Internet se
configurou como um espaço de conexão e compartilhamento".
6.3 Os atores, laços sociais e o capital social
Como visto, a cibercultura e o ciberespaço apresentam os critérios
fundamentais para que a inteligência coletiva exista e, também, como forma
consequente, aconteça outros três fenômenos denominados laços, atores e capital
social. Segundo Lévy (1999, p. 130), a cibercultura se torna a expressão do que se
38
pode chamar de laços sociais que seriam improváveis nas relações off-lines, onde
prevalecem as hierarquias. O novo modo de interação proporcionado pela
cibercultura possibilita compartilhamento do saber e colaboração. Deste modo,
formam-se as comunidades virtuais, desterritorializadas e livres, onde cada usuário
pode dialogar por interesses comuns.
Segundo Recuero (2009, p. 25), os atores sociais são as pessoas que fazem
parte da rede e que, em maior ou menor grau, moldam as estruturas sociais por
meio da interação ou, segundo a autora, constituem os laços sociais. Deste modo, o
Twitter e perfis no Orkut, por exemplo, são representações de atores sociais,
enquanto que os atores sociais propriamente ditos são os usuários que se utilizam
destes mecanismos para poder interagir mostrando personalidade e individualidade
no ciberespaço. Ainda segundo a autora, a interação entre os atores sociais é o
elemento fundamental para que os laços sociais aconteçam. Granovetter (apud,
RECUERO, 2009, p. 42) estabelece dois tipos de laços sociais: os fortes e os fracos.
O primeiro se caracteriza pela proximidade e o segundo pelas relações esparsas.
Outra característica dos laços sociais, enfatizada por Recuero (2009), é que estes
são mantidos a distância, ou seja, são mais flexíveis, uma vez que estão dispersos
no espaço. Em outras palavras, houve uma desterritorialização de laços devido aos
novos espaços de interação proporcionados pelo ciberespaço.
Segundo Costa (2005, p. 36), o capital social pode ser entendido como a
capacidade de interação dos indivíduos, mesmo os conhecidos do mundo real ou
aqueles mais distantes que apenas se conhecem pelo mundo virtual. Deste modo, o
capital social é a capacidade dos indivíduos produzirem suas próprias comunidades
onde criam valores como crescimento e desenvolvimento. Logo, uma interação que
pode ser considerada uma riqueza.
6.4 A Internet e o surgimento do jornalismo cultural on-line
Como se notou até o momento, o campo de estudo escolhido para esta
pesquisa está centrado no âmbito da cultura de Internet e as vertentes que
envolvem este nicho. A delimitação do tema está nos moldes do jornalismo cultural
on-line onde usuário e notícias estão amplamente conectados por informações
rápidas e multimidiáticas. Neste cenário, onde informação e usuário se intercruzam,
39
Recuero (2009, p. 116) fala sobre a pluralidade de conteúdo na rede. Segundo a
autora, o surgimento da web possibilita que os usuários interajam e difundam
informações de uma forma muito mais rápida. Logo, esta transformação na forma de
interagir, cria novos canais e pluralidade de novas informações circulando entre
grupos. Um ponto defendido por Lemos (2006)35 é que, com o advento desta nova
plataforma midiática, pôde-se concluir que a mídia massiva (televisão, jornais,
rádios) acaba sendo erroneamente chamada de meio de comunicação de massa.
Segundo o autor, estes acabam assumindo a função apenas informativa e formação
de uma opinião pública.
Logo, a Internet não impõe regionalidade pelo seu caráter globalizado e
interativo. Apesar da criação de sites com conteúdos jornalísticos voltados para
cidades e municípios, o conteúdo em si, replicado pelos usuários na rede – seja
tecnologia, cultura ou qualquer outro tema, pode ser acessado em qualquer lugar do
mundo partindo do interesse do usuário e de uma navegação não linear por meio de
hiperlinks que direcionam para outros conteúdos (PINHO, 2003, p. 50). Desta
maneira, o estudo desta pesquisa pretende discutir questões em voga neste mundo
cibernético em âmbito nacional e, porque não, mundial. Afinal, é somente desta
forma que as informações da cultura de Internet se tornam conhecidas entre as
comunidades virtuais.
Outro detalhe importante surgido com a Internet é que a rede possibilita uma
instantaneidade nunca vista na história do jornalismo. Como enfatiza Silva (2009,
p.12), o advento da Internet possibilitou o surgimento de novas ideias e propostas.
De acordo com Lévy (1999, p.32), "as tecnologias digitais surgiram como uma
infraestrutura para que o ciberespaço pudesse se formar e se transformar em um
lugar de sociabilidade, como também um novo mercado para adquirir e compor
informação e conhecimento". Deste modo, por mais que veículos impressos tragam
conteúdo e tenham credibilidade na forma de conceber a informação, a Internet vem
como um agregador de conteúdo rápido e que, como já foi dito, está em constante
modificação, seja pelo jornalista, seja pelo usuário que produz comentários.
Contudo, Pinho (2003, p.52) salienta que este conteúdo em altíssima velocidade de
difusão, não pode ser considerado um pioneirismo da Internet, até mesmo porque o
35
Disponível
em:
http://abciber.org/publicacoes/livro1/textos/cibercultura-como-territoriorecombinante1/. Disponível em: 06/09/2012.
40
rádio e a televisão foram os responsáveis por introduzirem e consagrarem as
coberturas de eventos esportivos em tempo real.
Lévy (1999, p. 237) acredita que este percentual de pessoas conectadas só
tende a aumentar progressivamente, visto que será cada vez mais barato se
conectar. No entanto, o autor salienta que qualquer avanço comunicacional
representa uma exclusão, desta maneira, este número baixo de pessoas que
possuem acesso à rede não é uma exclusividade da Internet, o mesmo fenômeno
ocorreu com a televisão e o telefone. "O fato serve como impulso para que o meio
comunicacional e processo de adaptação se torne melhor cada vez mais".
A Internet traz junto consigo a difusão de pensamentos e novas linguagens
que ultrapassam o mundo virtual. Esta hibridização entre linguagens, segundo
Alzamora (2006), nada mais é que uma consequência da evolução do jornalismo
cultural que se utiliza destes aspectos para a criação de novos estilos e conceitos.
Ao longo do século 20, o jornalismo cultural consolidou um estilo próprio de
jornalismo, frequentemente associado ao experimentalismo e ao hibridismo
de linguagens que marcaram a atividade desde seus primórdios. Em
meados do século passado, quando ocorreu a definitiva profissionalização
da atividade jornalística, o jornalismo cultural misturou aspectos das
linguagens literária e jornalística, contribuindo, assim, para a criação do
Novo Jornalismo36 (ALZAMORA, 2006, p. 06).
Desta forma, Schulze (2006) traz uma reflexão do jornalismo on-line que se
adequou a Internet, fazendo com que as informações fossem inseridas e
direcionadas para uma plataforma alternativa:
A entrada de jornais na Internet inaugura um novo veículo de comunicação
que reúne características de todas as outras mídias e que tem como
suporte as redes mundiais de computadores. O jornalismo on-line
representa uma revolução no modelo de produção e distribuição das
37
notícias (SCHULZE, 2006) .
Como se percebe, as primeiras experiências do jornalismo on-line iniciaramse no final dos anos 80 nos EUA, quando jornais impressos viram nesta plataforma
uma nova maneira de alcançar usuários a partir de sistemas de videotexto. Desta
16
O novo jornalismo, cujas técnicas dialogam com a linguagem literária, incluindo monólogos
interiores e relatos detalhados dos fatos, alterou as bases conceituais sobre as quais se erigiu
tradicionalmente a noção de informação jornalística associada à objetividade (ALZAMORA, 2006, p.
06).
37
Disponível em: http://amigonerd.net/trabalho/31311-jornalismo-on-line-a. Acesso em: 24/03/2012.
41
forma, o jornalismo on-line iniciou uma possibilidade maior de interação entre
usuários e propagação da noticia de forma mais rápida, garantindo desta maneira, a
universalidade esperada (SCHULZE, 2006). A desterritorialização, afirmada por
Recuero (2009, p. 42), descentraliza conteúdos e, por consequente, atinge maior
número de usuários neste novo espaço de interação social. Consequência de laços
sociais mantidos a distância, porém com muitas informações em comum.
Ferrari (2004, p. 28) explica que o primeiro site jornalístico brasileiro foi o
Jornal do Brasil criado em maio de 1995. É importante lembrar que este mesmo
veículo midiático foi pioneiro ao também ser o primeiro veículo impresso nacional a
ser
somente
on-line
em 201038.
Segundo
a autora,
criaram-se
grandes
conglomerados de empresas de informação que deram os primeiros passos na
Internet no Brasil. São elas: as Organizações Globo, o Grupo Estado, Grupo Folha e
Editora Abril – detentora de audiência e receita publicitária. No mundo, os sites
Yahoo!, MSN e AOL Time Warner formam os mais visitados da rede - Portais39 de
conteúdo variado e muitas informações atualizadas em tempo real.
Tanto usuário quanto jornalista tiveram que se adequar a um novo modo de
ver e produzir informação. Os vídeos, áudios, textos não lineares devido à
introdução de links estão entre os elementos que compõem o novo modo de
escrever jornalístico. Desta forma, Ferrari (2004) enfatiza que universidades passam
a oferecer especialização para abastecer o mercado com profissionais mais
preparados.
Canavilhas (2007,
p.
11) enfatiza
que
a
estrutura
utilizada
convencionalmente dos jornais impressos como a pirâmide invertida já não podem
ser mais aplicadas à web integralmente, contudo, muitas pessoas ainda aplicam o
conceito na rede, mesmo sabendo que a plataforma é um modo diferente de se
comunicar.
Há também, segundo a autora, uma definição que está ganhando espaço: é o
ciberjornalismo. Esta categoria cria e mantém blogs, media chats, escreve em fóruns
ou todas as tarefas que incluem produções textuais. Ao traçar o perfil do
ciberjornalista, Ferrari (2004, p. 41) cita características que denominamos neste
presente trabalho de Geração Y. Segundo a autora, o ciberjornalista é jovem, mexe
em várias mídias ao mesmo tempo e com grande facilidade, mas para ser um
38
Mais informações em: http://info.abril.com.br/noticias/Internet/jornal-do-brasil-ficara-somente-naInternet-13072010-15.shl. Acesso em: 28/04/2011 - Anexo IX desta pesquisa.
39
Portal: página na Internet com chamadas para conteúdos díspares que podem reunir milhões de
pessoas conectadas ao mesmo tempo (FERRARI, 2011, p. 30).
42
repórter, mais do que ter um português culto e multitarefa, é necessário saber
organizar a informação a cada necessidade editorial.
6.5 O conteúdo da rede como foco
Até o momento, a pesquisa citou o que é cultura de Internet e as
características que fazem dela uma plataforma nova e com linguagens, grupos e
conteúdos totalmente únicos e característicos. Notou-se a importância da
cooperação entre os grupos para replicar conteúdos e a construção do ciberespaço
para a evolução de termos como inteligência coletiva e capital social. Contudo, o
meio para que estas interações aconteçam ainda não foi citado. Não se refere aqui
em plataforma, mesmo porque a Internet já foi mencionada, mas de um meio para
que estes fenômenos sejam colocados em discussão e, ao mesmo tempo, tornem o
conteúdo, além de informação para a Geração Y, um registro do que se tem feito
para este público. Desta forma, destaca-se o jornalismo segmentado em cultura online.
Piza (2003, p. 11) cita o lema da revista londrina Spectator para exemplificar
um dos princípios do jornalismo cultural, ou seja, tirar a filosofia envolvida dos
gabinetes, assembleias e academias e levá-las para outros lugares que, até então,
eram espaços menos propícios para debates, como as casas de chá. Com o
advento da Internet, o jornalismo então, ganhou um novo espaço além destes
citados e, ainda, está em constante desenvolvimento, agora na web. A principal
característica do jornalismo cultural na Internet é que ele consegue ser atualizado
constantemente e atingir de modo mais rápido o usuário, seja por meio de conteúdo
na rede em plataforma digital através de sites e portais ou por redes sociais
(Teixeira, 2002, p. 05). Alzamora (2001, p. 12) discute a linguagem diferenciada para
explicar de que forma o jornalismo cultural esta presente na web. Segundo a autora,
a hipermídia é uma forma de representar o jornalismo cultural on-line que ainda não
se organizou adequadamente com tantos recursos possíveis como elementos
sonoros, visuais e verbais.
Mas como entender a interatividade do jornalismo cultural on-line? Como os
usuários estão inseridos neste processo de comunicação? Canavilhas (2006, p. 03)
aponta que o usuário agora pode publicar sua opinião de forma imediata e receber
43
uma resposta. Como o próprio autor enfatiza, a notícia funciona como um 'tiro de
partida' a fim de trazer discussões para os leitores. Ao final, o autor chega a
conclusão de que textos na rede com mais comentários enriquecem a notícia e são
bem vistas pelos leitores.
Exige-se um pouco mais do jornalista cultural na Internet, assim como
enfatizou Ferrari (2004). Alzamora (2001, p. 13) trata desta questão como um novo
desafio para a profissão. Não basta apenas copiar e colar as notícias do impresso, o
mercado na Internet exige profissionais mais hábeis não somente pelas novas
tecnologias que afloram neste cenário, mas pelas interações que surgem entre
usuário e jornalista, ou seja, surge um jornalismo cultural duplamente on-line: em
forma e conteúdo. Mais do que nunca, a função do jornalista em si, tanto no cenário
cultural, quanto em qualquer outra editoria, está em filtrar as informações para o
usuário e interagir com eles.
Isso não significa o abandono das dimensões ética e lógica, nem
informativa e opinativa. Pelo contrário, significa maiores possibilidades de
se construir e otimizar mensagens que mesclem essas dimensões com o
intuito de torná-las mais abertas às transformações culturais que emergem
dos atuais comportamentos mutantes decorrentes das interações sociais
mediadas pela rede (ALZAMORA, 2001, p.13).
Desta maneira, o jornalismo cultural na Internet representa um novo processo
comunicacional que ainda está em modificação. A estrutura das informações
possuem macetes específicos e Brito (2011, p. 79) diz que o conteúdo on-line,
cultural ou de qualquer outra editoria, "deve ser sucinto, estonteante, breve e
arrebatador". Já Alzamora (2001, p. 07), vê a linguagem como item fundamental do
jornalismo cultural on-line para construir um jeito novo de elaborar mensagens e de
retratar os novos comportamentos surgidos neste novo cenário da web.
6.6 Jornalismo opinativo como forma de interação
Não há como negar que a opinião no jornalismo sempre foi algo muito
presente entre os veículos tradicionais e agora também na Internet. Os blogs
ganham espaço como uma plataforma capaz de conduzir usuários e torná-los fiéis
44
ao conteúdo que é escrito. Segundo Campo (2012)40, a origem do jornalismo está na
sua ascendência opinativa e isto é altamente comprovado pelo panfletismo
ideológico realizado durante o período de revolução francesa, em 1789. E assim
permaneceu nas escolas de jornalismo, onde o conteúdo era tendencioso seguindo
os princípios do grupo proprietário do jornal, algo que ainda ocorre em várias
cidades do país. Ainda segundo o autor, a partir do momento que o jornalismo
passou a ser algo profissionalizado, cada gênero criado nas editorias dos jornais
passou a contar com características e valor especificado.
Analisar como surge a opinião de grupos menores e como esta é aceita pelos
usuários (grupos maiores) é a chave para demonstrar como acontece a interação.
Campo (2012) evidencia que a lógica da opinião no jornalismo não está
simplesmente no conteúdo textual explanado e assinado pelo indivíduo, mas no
corte de uma foto e escolha de destaque para cada matéria. Melo (1985, p. 113) cita
vários gêneros opinativos na construção do jornalismo. Alguns dos exemplos que o
autor faz questão de citar é o comentário, o artigo e a coluna. O primeiro tem por
finalidade ser uma opinião dos próprios jornalistas que trabalham nos veículos
midiáticos em que atuam. Trata-se de um texto produzido em cima dos fatos, da
atualidade. O autor ainda menciona que nem sempre o comentarista dá uma opinião
explicita, mas seu pensamento fica implícito por meio da argumentação. Já o artigo,
outro gênero opinativo enfatizado pelo autor e que pode ser reconfigurado aos
moldes do jornalismo digital, tem por objetivo ser uma matéria jornalística em que
quem escreve desenvolve um argumento e apresenta a opinião.
Na visão jornalística, e seguindo a classificação de Melo (1985, p. 121), o
artigo seria mais doutrinário do que científico, ou seja, tem o objetivo de apresentar
ao leitor outra perspectiva para os fatos da atualidade. O artigo científico, por sua
vez, tem o objetivo de trazer à tona novos conceitos, porém não é comum nos
jornais, mas está se tornando cada vez mais usado na Internet, já que as notícias da
rede estão sendo moldadas e se transformando a partir dos conceitos criados pelos
próprios usuários, por exemplo. Por isso, esse modelo de texto, segundo Bordenave
(apud MELO, 1985, p. 94), trata-se de um "artigo de convencimento direto, porque
sua tarefa consiste em ir apresentando ao leitor uma série de argumentos que
40
Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos/da010520026.htm. Acesso em:
18/08/2012.
45
conduzem a aceitar a nova descoberta ou ao uso de uma nova tecnologia", desta
forma, o artigo científico situa-se no segmento de jornalismo especializado e finaliza:
A verdade é que, sendo colaboração espontânea ou solicitação nem
sempre remunerada, o artigo confere liberdade completa ao seu autor.
Trata-se de liberdade em relação ao tema, ao juízo de valor emitido, e
também em relação ao modo de expressão verbal (MELO, 1985, p. 94).
Melo (1985, p. 126) ainda diz que escrever um artigo não é exclusividade de
um jornalista e que tal atividade pode ser realizada por um colaborador, pesquisador
ou um convidado que se interesse e tenha entendimento sobre o assunto em
questão. Por último, o autor fala sobre o gênero opinativo chamado de coluna. A
coluna é uma seção especializada contida periodicamente em jornais e revistas e é
assinada e escrita em estilo pessoal. Descobre fatos que ainda não aconteceram e
orientam a opinião pública, mas não deixa de ter o caráter informativo. Segundo Luiz
Amaral (apud CAMPO, 2012), quem escreve uma coluna precisa ser experiente e
saber o que diz. É uma opinião que precisa ser realizada com mais segurança, já
que ela vai além da notícia, do que todos já sabem.
Não há dúvida de que, com o advento da plataforma digital, os usuários da
rede e os produtores de conteúdo tiveram a oportunidade de interagir e, dessa
forma, também opinar sobre os mais variados assuntos de interesse. Esta
multiplicidade de opiniões, segundo Carvalho e Rosa (2008, p. 02), se tornou
intrínseco ao comportamento humano e promove um processo de interação na rede.
Junior (2009, p. 02) ainda alerta para o processo de flexibilização das notícias, na
qual este controle das mídias tradicionais não funciona da mesma forma na Internet.
Apesar de haver um monitoramento, as notícias contidas na rede, segundo o autor,
transformaram-se em um bem social, ou seja, não pertencem exclusivamente às
empresas de comunicação e profissionais de jornalismo como antigamente.
Carvalho e Rosa (2008, p. 02) criam hipóteses para a formação deste
processo chamado pelos autores de origem da opinião pública. A consciência
coletiva gera manifestações e líderes de grupos se expressam sobre o assunto por
meio de blogs e outros meios de divulgação. Deste modo, conseguem representar o
todo e buscar, desta forma, os interesses deles. Segundo Simões (apud
CARVALHO e ROSA, 2008, p. 02), quando afetam as decisões organizacionais,
estes agentes de influencia passam a se chamar stakeholders, grupos "que se
46
interessam sobre algum assunto em particular e partilham sua opinião com outros
interessados, sendo geradores de uma informação até de mais valor do que a
informação veiculada por órgãos oficiais". E assim surge a cultura da participação.
6.7 A cultura de participação e o jornalismo colaborativo
A democratização da informação com o advento da Internet e o surgimento
das redes sociais, faz com que surja a produção colaborativa e o nascimento do
usuário. Segundo Lupton (1990, p.73), trata-se de um sujeito dominante dessa nova
era. Um indivíduo formado por necessidades e limitações cognitivas que tem
expectativas diferentes daqueles que liam jornal. Eles querem produzir, não apenas
contemplar.
Shirky (2011, p. 23) vai mais além e acredita que a colaboração (o fazer
informação) reside também no compartilhar, ou seja, criar conteúdo não é apenas
um ato pessoal, mas também social. Ainda segundo o autor, os participantes são
pessoas diferentes, que agem como se fizessem parte do evento e se tornassem
parte do processo comunicacional.
A grande tensão na mídia sempre foi o fato de que liberdade e qualidade
são objetivos conflitantes. Sempre houve gente disposta a argumentar que
o aumento da liberdade para publicar não compensa a queda da qualidade
média; Martinho Lutero observou, em 1569; “A multiplicidade de livros é um
grande mal. Não há limite para esta febre de escrever; qualquer um pode
ser autor, alguns por vaidade, para ganhar fama e criar um nome; outros
pelo mero ganho material” (SHIRKY, 2011, p. 46).
Shirky (2011) é entusiasta da rede e não vê problemas nesta intensa
replicação de conteúdo feita pelos usuários, já que ela permite a experimentação no
formato. Com o compartilhamento, a disseminação é generalizada rapidamente e os
custos com a produção são quase nulos. Seguindo a lógica da reprodução em série
de livros, Shirky (2011, p.23) faz uma comparação com a Internet. A experimentação
faz com que existam coisas boas e ruins, traz diversidade e coisas que, de alguma
forma, beneficiam a sociedade. Lemos (2008, p. 57) diz que os conteúdos criados
em rede, como fotos e vídeos não são mais feitos para ficarem guardados, a lógica
está exatamente na circulação, a fim de reforçar os laços sociais já citados
anteriormente. O que acontece como consequência, é que os indivíduos criam
47
nichos, comunidades que têm muito em comum, ou como Malini (2008, p. 84) chama
de "habitat de comunicação". O autor diz que sites baseados nesta lógica só
funcionam devido à colaboração e moderação de usuários, criando assim, uma
"cultura generalizada de colaboração" sem passar por qualquer tipo de hierarquia.
É claro que muita gente capaz de produzir informação em rede pode criar um
excesso de conteúdo, muitas vezes pouco aproveitado. Malini (2008, p. 88)
problematiza a seguinte questão: seria então o começo de um culto ao amadorismo?
Andrew Keen (apud MALINI, 2008, p. 88) acredita que o excesso de autores na rede
acaba por gerar falta de qualidade e de credibilidade e ainda diz que muitas pessoas
são melhores lendo um jornal do que se expressando na Internet. Porém, a análise
de Rheingold (apud MALINI, 2008, p. 89) é mais otimista e tal autor acredita que as
informações depositadas na web são parte do conhecimento e estado de ânimo do
usuário que quer em troca manter ou aumentar seus laços sociais.
Bauman (2007) não analisa a Internet, mas sua visão de capital social e
comunidade são contrárias a toda esta análise entusiasta. Ao analisar as fábricas
fordistas, o autor evidenciou que havia outras habilidades apreendidas no trabalho.
Era a solidariedade se transformando em capital social, um capital que não podemos
vender ou trocar, mas que está presente entre os membros de determinada
comunidade. O autor ainda apresenta um aspecto positivo e negativo de se viver em
comunidade: um grupo de pessoas que se unem por interesses comuns nada mais é
do que uma alternativa inventada pelos próprios indivíduos para escapar de um
espaço público deteriorado. Contudo, quanto mais estas pessoas permanecem
convivendo apenas pelo que é conveniente, como o autor diz "na companhia de
outras 'como elas'", elas desaprendem a conviver com um universo distinto ao seu.
Opiniões contra e a favor, todos os caminhos nos levam a um processo
comunicacional gerado na Internet. Gilmor (apud MALINI, 2008, p. 92) acredita que
o crescimento do jornalismo participativo nos ajudará a ouvir. Dará, finalmente,
poder de fala, para aqueles que ninguém ouvia até então.
48
7. METODOLOGIA
Para o presente trabalho foi realizada uma pesquisa quantitativa e uma
pesquisa bibliográfica, ou seja, foi elaborado um questionário com perguntas que
abordavam questões referentes às linguagens usadas na rede, bem como pesquisa
de livros que, de alguma forma, tratavam do assunto mencionado neste estudo. A
pesquisa bibliográfica, neste caso, foi um método importante para que se
estabelecessem maneiras de como prosseguir com o restante da pesquisa. Foi
preciso realizar um levantamento de literatura para saber o que os teóricos já
haviam falado sobre o assunto e quais teorias foram criadas para compreender esta
nova lógica comunicacional.
O objetivo da pesquisa quantitativa é utilizar uma amostragem para saber
opiniões de um grupo no qual se quer gerar conteúdo. O interesse está em saber se
eles compreendem do que se trata a cultura de Internet e de que maneira
compartilham e consomem informação na rede. Para sustentar a pesquisa
quantitativa e elaboração do questionário, buscou-se por autores que, de algum
modo, estudam os valores das interações no meio virtual, a colaboração entre
usuários para geração de conteúdo e a maneira pela qual eles encontram as
informações na rede.
7.1 Pesquisa bibliográfica
Como a cultura de Internet é um conceito recente e que reflete diretamente no
comportamento de uma geração, optou-se pela pesquisa bibliográfica a fim de saber
o que já foi trabalhado sobre o assunto e de que forma tal conceito está inserido na
sociedade atualmente. O objetivo, além de sustentar a própria pesquisa em si, é
estabelecer reflexões sobre este novo processo comunicacional que, de forma
totalmente
adversa
dos
veículos
midiáticos
anteriores,
estabelece
novos
comportamentos, linguagens e conteúdos na chamada web 2.0.
Stumpf (2011, p. 52) vê a pesquisa bibliográfica como uma organização do
conhecimento, ou seja, a 'explosão documentária' fez com que aumentasse em
tamanho e complexidade o número de trabalhos publicados e demais informações
sobre a especialidade estudada. Deste modo, é necessário selecionar a literatura
49
pertinente entre milhares de publicações. Para tanto, a bibliografia básica foi
composta por livros de teóricos como Lévy (1999) e Recuero (2009). O primeiro se
destaca pelo estudo da cibercultura, ou seja, o desenvolvimento da coletividade em
rede e demais processos relacionados com o progresso da Internet. Já Recuero
(2009), preocupa-se com a interatividade por meio de redes sociais e os elementos
que compõem este novo cenário. Partindo-se deste princípio, a pesquisa
bibliográfica ganhou forma e, deste modo, seguiu-se pela busca de artigos
científicos reconhecidos por apresentação em grandes eventos de comunicação e
artigos científicos em língua estrangeira. Para este último, teve-se o cuidado de
traduzir coerentemente, por meio do conhecimento do idioma da própria
pesquisadora e pela segunda opinião conseguida por um jornalista e professor
fluente na língua.
A pesquisa bibliográfica sobre jornalismo cultural on-line foi uma metodologia
importante para determinar como usar a plataforma em beneficio do usuário.
Buscou-se, deste modo, as teorias de Ferrari (2004) e Alzamora (2001). Outro ponto
a ser destacado é o estudo sobre técnicas de SEO e mecanismos de busca que
funcionam como um filtro para que o usuário encontre o que precisa na Internet.
Como ainda são poucos os livros que tratam do assunto, fez-se necessário a
pesquisa na Internet. Páginas de sites específicos, portais de noticias factuais e
produção de vídeos sobre o comportamento da geração aqui evidenciada, não foram
descartados. Para tanto, os links de pesquisa são mencionados ao rodapé da página
ou como anexo ao fim do trabalho.
Percebeu-se pela pesquisa bibliográfica, a escassez de conteúdo sobre o
assunto. Apesar de muitos teóricos citarem em suas pesquisas o que são memes,
games ou virais, não foi encontrado um conteúdo específico sobre cultura de
Internet. O que mais se destaca são as reportagens de revistas noticiosas ou
segmentadas que abordam o assunto de uma maneira mais despojada.
O
mesmo
acontece
com
o
estudo
sobre
gerações.
A
Geração
Y,
especificamente, é tratada em muitas bibliografias pelo viés do mercado de trabalho
e de como eles se relacionam neste setor onde se exige tantas responsabilidades. O
meio cultural, de comportamento e linguagem são pouco abordados, mas fazem
toda a diferença na hora de compreender como esta geração pensa e consome
informação.
50
Desta forma, esta pesquisa se torna importante, principalmente, por fazer com
que o estudo e o produto a que se propõem sejam um passo para que as pessoas
discutam mais sobre o assunto e reflitam sobre este novo comportamento que, cada
vez mais, moldam o processo comunicacional e influenciam no conteúdo
globalmente compartilhado por meio da rede.
7.2 Pesquisa quantitativa
Para Novelli (2011, p.164), a pesquisa quantitativa, também chamada de
pesquisa de opinião, ultrapassa os limites da técnica de pesquisa e se torna a
própria expressão da opinião pública. Foi escolhido este método de pesquisa visto
que há vasta quantidade de dados consequentes de muitos entrevistados. Outros
detalhes positivos também são mencionados como: a inexistência de barreiras
geográficas, baixo custo de aplicação e viabilidade de análises estatísticas.
Desta maneira, para analisar o comportamento do usuário na rede bem como
sua opinião sobre o conteúdo da Internet, elaborou-se um questionário quantitativo
por meio de perguntas fechadas, ou seja, a estrutura das perguntas não permitia
argumentação ou qualquer tipo de resposta que não fosse às citadas na pesquisa.
Foram elaboradas 14 questões simples, de fácil assimilação e estruturadas usando
o formulário do Google Docs41, tal ferramenta permite a análise em tempo real, bem
como disponibiliza os gráficos e porcentagens à medida que os voluntários dão sua
contribuição. Para simplificar e encurtar a URL disponibilizada pelo Google para
compartilhar o formulário, optou-se por hospedá-lo em uma página gratuita do
Blogger42. Logo, o endereço para os internautas responderem a pesquisa era
suaopiniaoparatcc.blogspot.com.br. Criou-se um layout básico e com elementos que
remetessem ao que era perguntado.
Elaborou–se o questionário43 partindo do principio básico da metodologia
citada por Novelli (2011, p. 169): título, apresentação do acadêmico, descrição breve
de objetivos e importância da opinião das pessoas que estão respondendo a
pesquisa. Logo, as perguntas se seguem pelas mais simples e, após, as mais
específicas com relação direta com todo o estudo proposto. O questionário
41
https://docs.google.com/
http://www.blogger.com/
43
Anexo I desta pesquisa.
42
51
quantitativo foi preferencialmente compartilhado entre pessoas que, de alguma
forma, tinham afinidade com o tema e que usavam o mínimo da rede.
Para que o trabalho de pesquisa fosse conhecido, o link descrito
anteriormente foi enviado para diversos e-mails44 do contato pessoal, redes sociais45
e grupos temáticos de fóruns virtuais46. O endereço ficou disponível do dia 13 de
maio de 2012 a 19 de maio de 2012. Os seis dias foram suficientes para que o
questionário obtivesse 200 respostas. É importante evidenciar que algumas
somatórias de cada pergunta não somam a quantidade exata de respostas obtidas,
visto que alguns usuários tinham a opção de não responder a pergunta do
questionário. Para tanto, elas não foram eliminadas porque, durante a análise, ficou
evidenciada a coerência de respostas em outras questões. Deste modo, estabelecese nesta presente pesquisa o caráter de amostragem. Segundo Novelli (2011,
p.168), "a estatística possui ferramentas que garantem, com bastante confiabilidade,
a representatividade de uma amostra". Para este presente trabalho foi determinado
a pesquisa probabilística, ou seja, "a amostra é selecionada de maneira aleatória, e
as pessoas concorrem em iguais condições".
a) Análise da pesquisa quantitativa
As 14 questões procuraram englobar todas as possibilidades de respostas. Os
gráficos e porcentagens gerados na sequência desta análise foram elaborados pelo
sistema Google Docs47.
44
Anexo III desta pesquisa.
Anexo III desta pesquisa.
46
Anexo IV desta pesquisa.
47
https://docs.google.com/
45
52
Gráfico 1 - Quantos anos você tem?
A estrutura dessa pergunta fundamentou-se nos estudos de gerações
descritos na delimitação de tema. O objetivo era analisar quais dos grupos eram
maioria na pesquisa neste primeiro momento. Deste modo, concluiu-se pela
amostragem que a Geração Y representa mais que metade das pessoas que
responderam o questionário (67%).
Gráfico 2 - Qual sua renda mensal?
A renda mensal não teve um critério específico de divisão. Procurou-se
apenas englobar todas as possibilidades de renda (de R$ 0,00 a quantidade X de
renda) estabelecidas pelo salário mínimo de R$ 622,00. Observa-se que a maioria
das pessoas participantes desta pesquisa (43%) possui renda de até R$ 1870,00
(arredondamento). É importante lembrar que o mínimo proposto nesta pesquisa é o
salário vigente desde primeiro de janeiro de 2012 para o Brasil inteiro. Não se
delimitou como Paraná, visto que pessoas de outras regiões poderiam responder
livremente este questionário devido ao caráter globalizante da web.
53
Gráfico 3 - Qual seu grau de escolaridade?
O grau de escolaridade quis evidenciar o perfil de pessoas que estavam
respondendo a pesquisa. Observa-se que a grande maioria (quase metade) possui
ensino superior incompleto.
Gráfico 4 - Você usa buscadores para pesquisa com que frequência?
O objetivo desta pergunta era comprovar o que muitos estudos já
evidenciavam, inclusive os citados neste trabalho. O uso de buscadores é a chave
para a organização da web, tão cheia de conteúdo e explosão comunicacional.
Nesta pesquisa, apenas cinco pessoas não usam buscadores e o fato é
legitimamente comprovado pelo número de horas que permanecem na rede - em
alguns casos, menos de uma hora. A pergunta também se tornou um critério para
delineamento do produto, visto que, o site proposto contará com estratégias básicas
de Search Engine Optimization (SEO). Yamaoka (2011, p. 147) diz que precisamos
conhecer como os mecanismos de pesquisa funcionam para saber elaborar um
plano de busca para que se destaque nesta ‘megabiblioteca’ encontrada em nossa
vida digital.
54
Gráfico 5 - Quanto tempo você permanece na Internet diariamente?
Percebe-se por esta pergunta que a amostragem desta pesquisa possui um
caráter Heavy User, ou seja, usam com frequência a rede. De maneira praticamente
empatada, os usuários permanecem na rede de quatro a mais que sete horas.
Gráfico 6 - Quais são seus principais veículos para adquirir informação na
Internet?
Conclui-se com esta pergunta que os portais de notícias não representam
uma unanimidade quando o assunto é adquirir informação na rede. Apesar de
apresentar o maior número de respostas, viu-se que blogs, sites opinativos e redes
sociais estão em constante progresso e garantindo assim, credibilidade entre os
usuários. Um grande passo para que o produto possua essencialmente redes
sociais e que o usuário seja informado por meio delas também, mas, claro, sem
esquecer-se de manter a credibilidade da página oficial.
55
Gráfico 7 - Você vê a Internet como meio de informação de credibilidade?
Percebe-se com esta pergunta que os usuários desta pesquisa têm pleno
conhecimento de que as informações contidas na rede podem não representar um
caráter totalmente verossímil. Mais da metade dos entrevistados acreditam que a
rede pode ser vista como meio de informação de credibilidade, partindo do principio
de que é preciso conhecer o veículo no qual se está adquirindo a informação. Um
ponto positivo para as 61 pessoas que confiam na Internet contra sete que não
confiam.
Gráfico 8 - Quais assuntos você mais se interessa quando navega?
Nesta pergunta os entrevistados poderiam escolher mais que uma opção. O
objetivo era entender por quais assuntos os usuários mais se interessam e, desta
forma, delinear o produto com estas informações. Deste modo, de acordo com a
pesquisa, os assuntos mais procurados são tecnologia, cultura e notícias factuais.
Contudo, abre-se um espaço considerável para que os demais assuntos sejam
abordados, já que eles obtiveram um número alto de respostas.
56
Gráfico 9 - Como você gosta de obter as informações na Internet?
Esta pergunta tem como princípio entender a aceitabilidade de outros
conteúdos que não sejam os textos para adquirir informações. Logo, percebe-se que
os usuários da amostragem gostam de consumir informações multimidiáticas. É
claro que vídeos, imagens e podcasts não estarão presentes em uma única
postagem. É necessário saber mesclar estes itens para não criar um excesso
comunicacional e, provavelmente, rejeição do usuário.
Gráfico 10 - O que você mais gosta na Internet?
O conceito de inteligência coletiva, teoricamente explicado por Lévy (1999), é
visto na prática nesta questão. Percebe-se que os usuários que responderam a
pesquisa gostam de se conectar para interagir, criar grupos e se informar. Jogar
games on-line e downloads, apesar de serem práticas de conteúdo na Internet, não
chegam a representar ¼ dos entrevistados.
57
Gráfico 11 - O que você mais procura nas redes sociais?
Observa-se nesta questão que o compartilhamento é o que move as redes
sociais, afinal, 75 entrevistados veem nesta plataforma uma forma de interagir e,
porque não, demonstrar o que pensam e dividir com os amigos suas opiniões.
Gráfico 12 - O que você acha dos virais/memes da Internet?
Esta questão é a que define a essência do produto. Com análise das
respostas, concluiu-se que todos os usuários participantes sabem o que é meme e
têm uma opinião formada sobre o assunto: tal elemento da web pode servir como
entretenimento, mas de longe podem representar o todo em uma plataforma
comunicacional. Nas porcentagens acima, deve-se alertar para o fato de que o
meme é mais bem visto do que mal visto, ou seja, a soma das alternativas
consideradas mais positivistas ultrapassam as respostas da primeira, totalmente
contrária.
58
Gráfico 13 - Com relação aos memes, de que maneira os utiliza para se
expressar na web?
Esta pergunta demonstrou uma contrariedade com relação à questão anterior.
Como evidenciado, a maioria das pessoas que responderam a pesquisa não
compartilham, nem criam memes, porém, o outro grupo que obteve a segunda maior
marca em respostas compartilha porque acha engraçado. Apesar dessa segunda
alternativa não obter o maior número de respostas, é a que mais evidencia o
comportamento do usuário na web, afinal, é por meio do compartilhamento que os
memes se tornam conhecidos, assim como evidenciado na fundamentação teórica.
Gráfico 14 - O que você acha da linguagem da Internet?
Mais da metade dos entrevistados responderam que não há problemas na
linguagem da Internet, porém, o espaço precisa ser delimitado, ou seja, os termos
usuais da Internet são coerentes com a Internet e nada mais. Uma boa justificativa
para a escolha da plataforma, visto que um material midiático impresso ou de TV
não seriam coerentes com estas opiniões.
59
b) Conclusões da pesquisa quantitativa
Dentre todas as perguntas analisadas, conclui-se que a maioria dos usuários
participantes desta pesquisa quantitativa pertence à Geração Y (entre 19 a 29 anos),
são pessoas que ainda não terminaram a faculdade e usuários assíduos da rede
que não possuem preconceito algum em usar buscadores de pesquisa mais que 10
vezes por dia. Contudo, o mais relevante nesta pesquisa foi entender como produzir
conteúdo para esta geração. Memes podem ser usados, mas não podem
representar o todo; O conteúdo, na medida do possível, precisa conter, além do
texto, vídeos, imagens e podcasts. E claro, o produto precisa estar nas redes sociais
para garantir que mais usuários tenham acesso às informações e que o conteúdo
seja compartilhado entre usuários.
O estudo também concluiu que os usuários não veem problemas em uma
linguagem mais solta e estão abertos às novas possibilidades. E que o objetivo
fundamental, independente de qualquer linguagem ou conteúdo, é garantir
credibilidade para com os usuários da rede.
60
8. DELINEAMENTO DO PRODUTO
a) Considerações gerais
O produto é um site com estrutura blog48 sobre cultura de Internet, ou seja,
tratará especificamente sobre os fatos que ocorrem em rede, mesclando opinião,
colaboração e informação. Para delimitar os assuntos, procurou-se dividir os
conteúdos da página em três eixos específicos e que foram, de alguma forma, temas
explorados nesta presente pesquisa e produto: Internet (por ser algo presente e
plataforma essencial para os novos jornalistas), colaboração (pelo fato de que a web
possibilita interação com usuários onde os mesmos podem opinar e trazer fatos
novos, até então, desconhecidos e pouco explorados pelos veículos de massa), e
comportamento (constante 'metamorfose' sofrida por uma geração que já faz o uso
da Internet, seja pelo simples entretenimento ou de trabalho). O nome escolhido
para o site foi Próxima Dose49 em analogia ao comportamento rápido de consumir
informação da geração para qual se pretende criar o conteúdo. ‘Dose’, neste caso,
seria o conteúdo informativo.
O site trabalhará com jornalismo colaborativo e opinativo e, para tanto,
contará com pessoas envolvidas com Internet para contribuir com conhecimento,
avaliações e elaboração de conteúdo que acharem pertinentes. Para organizar a
estrutura das postagens do site, foram elaboradas categorias e subcategorias que
traduzem o espírito atual da Internet. Em cada uma delas é possível inserir vídeos,
incorporar gráficos e utilizar imagens com ou sem legenda. Também há espaço para
o público comentar e responder aos comentários anteriores. No menu principal
temos:
Autores: página destinada à reunião de todos os colaboradores. Link para textos
que escrevem no site.
Categorias: reunião de textos produzidos de acordo com as categorias principais,
que são:
- Comportamento – Vivemos uma realidade em que o acesso à Internet representa
uma mudança na conduta do usuário. Questões como liberdade de expressão,
48
49
Termo explicitado mais adiante.
http://www.proximadose.com.br/
61
segurança na web e privacidade são alguns dos temas pertinentes e que moldam
comportamentos.
- Memes – Esta seção se preocupa com as questões de conteúdo, com o que os
usuários compartilham e por que fazem isso. Essa nova lógica de conteúdo é
amplamente colaborativa e discutir sobre esta nova lógica de produção e
comunicação é muito pertinente.
- Pessoas – Assim que conteúdos são compartilhados, alguns indivíduos se
destacam pelo que produzem em rede. Seja por entretenimento ou contestação, a
Internet está aí para provar que o usuário comum, de sua própria casa, pode opinar
e discutir sobre os mais variados assuntos, sem mais depender, como já foi
devidamente apresentado neste presente trabalho, da comunicação massiva do
rádio ou da televisão. Neste tópico, também constarão possíveis entrevistas com
essas pessoas que se destacam no cenário on-line.
- Trending – As opiniões em textos, imagens ou vídeos viram tendência e acabam
por gerar uma discussão. Assim, surge a seção 'Trending'. Com uma compilação
dos acontecimentos que marcaram a rede.
- Webesfera – Tópico geral, de coisas que acontecem em rede. Seria uma seção,
sem maior aprofundamento ou reflexão, se assemelhando quase ao conteúdo
noticioso.
Vídeos: Vídeos de destaque possuem uma única página (para quem quer ver
somente vídeos).
Contato: página com endereço, telefone e e-mail.
Sobre o site: espaço explicativo sobre informações e objetivos do site.
A estrutura da página virtual permite que um submenu seja criado para as
subcategorias, ou seja, seções que possuem importância secundária, mas que são
relevantes para organizar os conteúdos para a usabilidade do usuário. Assim, este
submenu, que também se encontra na página inicial, contém os seguintes tópicos:
Games – Críticas livres sobre jogos lançados na rede.
Apps – Críticas e compilações de aplicativos usados no celular.
Redes Sociais – Fatos que ocorrem nas redes sociais e também críticas sobre elas.
Resumão – Coluna fixa no site, escrita todas as sextas-feiras, sobre o que de mais
importante/relevante ocorreu em rede. Como o próprio nome diz, um resumo do
62
conteúdo semanal elaborado por meio de links de textos do site Próxima Dose e
também de outros veículos noticiosos.
Como se percebe, todas as categorias e subcategorias envolvem a Internet e
o espírito das mudanças que ela traz consigo. E para dar mais ênfase à estratégia
de colaboração e aproximação para com o público-alvo, optou-se pelo formato blog.
A plataforma blog, ou seja, site com estrutura de textos que se sobrepõem em
ordem cronológica tornou-se muito popular por ser de fácil manuseio, configuração e
ainda reservar domínio de forma gratuita. As duas plataformas mais utilizadas são o
Blogger50 (Blogspot) e Wordpress51 (que possui versão paga chamada de
wordpress.org). Para o produto deste presente trabalho foi utilizado o wordpress.org,
devido a sua facilidade de personalização como escolha de domínio e temas
compatíveis com esta plataforma que deixa o layout mais profissional.
b) Estrutura do conteúdo
A estrutura dos conteúdos postados segue um padrão devidamente
especificado no Manual de Postagens para Colaboradores52. No geral é uma
postagem em blog normal, porém com algumas normas como o uso de SEO (uso de
negritos, tags e otimização de URLs), inserção de vídeos e imagens e configuração
do texto para aparecer corretamente na página inicial.
c) Escolha dos colaboradores
Os critérios para a escolha dos colaboradores foram simples, porém,
essenciais para que o projeto funcionasse. Deu-se destaque para as pessoas que
sabiam escrever com argumentos, gostavam de Internet e tudo o que envolve a rede
e que, de alguma, pudessem contribuir com conhecimento em áreas específicas. O
processo de colaboração se daria pelo compartilhamento de seus conhecimentos
por meio de textos e opiniões pertinentes para o público-alvo. Abaixo, um pequeno
perfil dos colaboradores, que, de acordo com os estudos, pertencem à Geração Y e,
ao todo, somam-se em sete perfis.
50
http://www.blogger.com/
http://pt-br.wordpress.com/
52
Documento elaborado pela própria autora com todas as observações pertinentes sobre como fazer
o texto e postá-lo no site. Anexo XVI desta pesquisa.
51
63
Carolinne Moraes: (24 anos) É jornalista formada pela Universidade Positivo.
Atualmente trabalha como redatora on-line e dentre seus interesses estão games e
Internet.
Cleyton Muniz: (18 anos) É estudante de Marketing na Universidade Tuiuti do
Paraná, mantém um blog53 e um dos seus maiores vícios é o Twitter.
Jéssika Alves: (21 anos) É formada em Educação Física (licenciatura) pelas
Faculdades Integradas do Brasil e vê na Internet uma grande plataforma
comunicacional tanto para ensinar quanto para estudar e discutir sobre tal. Ainda
tem vontade de fazer Jornalismo e gosta bastante da área pelo que já pesquisou.
Possui um blog54 de reflexões e poemas.
Larissa Ilaídes: (23 anos) É jornalista formada pelas Faculdades Integradas do
Brasil, redatora on-line e especialista em organização de campanhas de links
patrocinados e SEO.
Liriane Kämpf: (27 anos) É estudante do 4º período de Jornalismo das Faculdades
Integradas do Brasil e grande entusiasta da cultura digital. Possui um blog55 onde
coloca suas reflexões pessoais.
Matheus Godoy: (22 anos) É estudante de computação na Universidade
Tecnológica Federal do Paraná e é viciado em games e cultura on-line. Atualmente,
é estagiário de desenvolvimento de sites na empresa FastCom.
Maximilian Rox: (21 anos) É estudante de Computação na Universidade
Tecnológica Federal do Paraná e de Jornalismo na Universidade Positivo.
Atualmente é colaborador em alguns sites de games e possui um blog56 pessoal.
d) Tipo de conteúdo e concorrência
Para exemplificar o tipo de conteúdo que o produto se propõe, foram
especificados abaixo alguns blogs e sites que seguem lógica semelhante ao
conteúdo do produto.
Querido Leitor57: O blog hospedado no portal R7 está há oito anos no ar e é escrito
pela jornalista Rosana Hermann. O conteúdo das postagens é extremamente
53
http://nebekand.blogspot.com.br
http://jessika-a.blogspot.com.br/
55
http://lkapenasdiferente.blogspot.com.br/
56
http://jogoserio.wordpress.com/
57
http://noticias.r7.com/blogs/querido-leitor/
54
64
opinativo, misturando textos que trazem novidades da web ou reflexões com um viés
diferente sobre algum assunto em voga na rede. A linguagem é solta e convida o
leitor a se manifestar sobre o assunto o qual abordou.
Link Estadão58: Espaço de cultura digital do jornal Estadão escrito por alguns
colaboradores que abordam os mais diversos assuntos relacionados à web (de
gestão de empresas na Internet até o último viral que todo mundo está comentando).
Os que mais se destacam e têm características do que se propõem este produto são
os blogs internos de Alexandre Matias (Impressão Digital) e Rodrigo Martins
(Trending Topics). Porém, há outros textos no site que podem servir de referência.
youPix59: Site que mais referencia a proposta do site. O conteúdo é em formato
blog, os textos são todos assinados e conta com colunistas que escrevem
periodicamente. O youPix se tornou o maior site de cultura de Internet porque
investe para que este termo seja conhecido na prática. Para tanto, é organizado o
youPix Festival que iniciou-se em São Paulo e que, agora, está com edições em
Porto Alegre e Rio de Janeiro. A linguagem é solta, usa os termos comuns da rede e
a participação dos leitores é intensa em todas as postagens, inclusive nas redes
sociais.
Proxxima60: Este site assemelha-se a parte de notícias do site. O conteúdo deste
veículo é parecido com grandes portais, porém, seu foco é a cultura digital
associada às novidades em redes sociais, tecnologia em apps (aplicativos),
marketing on-line e games. Tudo de uma forma mais impessoal, sem tanta opinião.
A parte opinativa está na seção dos autores que não fogem à regra dos assuntos
procurados em rede.
e) Publicidade
A princípio, o site não contará com publicidade, pois é necessário que a
página cresça em número de acessos e fidelize público antes de organizar um
planejamento de marketing. Porém, há espaço para eventuais banners de possíveis
anunciantes. Outro projeto é a criação de uma 'tabela de preços' para compartilhar
com interessados em anunciar.
58
http://blogs.estadao.com.br/link/
http://youpix.com.br/
60
http://www.proxxima.com.br/
59
65
f) Redes Sociais
Para se aproximar do leitor e fazer com que outras pessoas compartilhem e
conheçam o conteúdo do site, optou-se pelas redes sociais mais populares entre os
usuários: Facebook61, Twitter62 e Google Plus63.
g) Layout
A escolha do layout foi feita por meio de um agregador de temas chamado
Themeforest64. Lá, é possível escolher por layouts com possibilidade de
compatibilidade Wordpress. Para escolher o tema foram utilizados critérios como
usabilidade, acessibilidade e possibilidade de customização. Optou-se por letras
grandes, bem como imagens em destaque com alto nível de resolução. O plano de
fundo é branco com pequenos pontilhados, elemento este que contrasta com as
cores mais coloridas e com a própria logo, elaborada em vermelho-vinho.
No menu principal, há links que facilitam a navegação do usuário. É possível
ver um pequeno perfil de todos os autores, visualizar todos os textos escritos
navegando pelos conteúdos por meio das categorias específicas, conferir os vídeos
postados que permanecem em destaque na home e saber mais informações sobre o
site e contato para eventuais dúvidas do público. A estrutura blog também permite
conhecer os colaboradores por meio dos perfis pessoais e ainda é possível
comentar ou entrar em contato direto com cada um por meio de redes sociais. Tudo
para que o usuário se sinta mais familiarizado com o que procura (assuntos
relacionados à Internet).
Na página inicial65 é possível visualizar as quatro postagens mais recentes
que se revezam em formato flash, ou seja, passam e repassam durante
determinando tempo fazendo com que a página seja animada e mais interativa aos
olhos dos usuários. A compilação de vídeos em destaque também tem esta
funcionalidade. Os botões para receber atualizações de conteúdos e redes sociais
61
http://www.facebook.com/proximadose. Anexo XXII desta pesquisa.
https://twitter.com/proximadose. Anexo XXII desta pesquisa.
63
https://plus.google.com/u/0/104555151634886417735/posts. Anexo XXII desta pesquisa.
64
http://themeforest.net/
65
Ver anexo XVII desta pesquisa.
62
66
são disponibilizados logo no início da página. No rodapé, é encontrado as últimas
atualizações no Twitter e link para a postagem mais popular.
É importante lembrar que a pesquisa quantitativa foi algo fundamental para o
desenvolvimento do produto. Com as respostas, foi possível delimitar a linha
editorial, dar ênfase à caixa de busca para usabilidade e utilizar as redes sociais e
campo de comentários para que o público possa interagir.
h) O SEO
A criação de conteúdos com estratégia SEO vem para trazer um diferencial,
fazendo com que mais pessoas acessem os textos à medida que são postados no
site (princípio da universalidade). Afinal, além de ser uma ferramenta nova, ainda
são poucos os sites de noticias que utilizam SEO em seu conteúdo. A técnica se
torna essencial, portanto, para que os usuários busquem com maior facilidade o que
procuram em rede. Utilização de negrito, URL amigável e imagens nomeadas
corretamente são algumas das formas de deixar o conteúdo 'buscável' em
mecanismos de pesquisa. Para que isto seja um padrão do site, tudo foi explicitado
no já citado Manual para Colaboradores66 e para controle de acessos a técnica
utilizada foi o Google Analytics67. Tal ferramenta, permite visualizar dados com
grande precisão, como permanência de usuário no site, quais os textos mais
acessados e tráfego advindo de redes sociais. Os dados68 do site Próxima Dose
estão disponibilizados ao final desta pesquisa.
i) Custos
Os gastos com o projeto foram o de registro de domínio69 no valor de R$
30,00, compra de um template Wordpress no valor de R$ 89,0070 e contratação71 de
um designer para customizar o layout no valor de R$ 70,00. A hospedagem72 do site
66
Ver anexo XVI desta pesquisa.
https://www.google.com/analytics/
68
Ver anexo XVIII desta pesquisa.
69
Ver anexo VI desta pesquisa.
70
Ver anexo VII desta pesquisa.
71
Ver anexo VII desta pesquisa.
72
Ver anexo XX desta pesquisa
67
67
será realizada pela empresa FastCom Internet Solutions, sem qualquer tipo de
custo73.
j) Periodicidade
Um estudo74 realizado pelas empresas Hi-Midia e pela M.Sense comprovou
que a Internet é menos utilizada nos finais de semana. Assim, como um estudo da
empresa Scup, que também comprovou que o acesso ao Facebook, maior rede
social atualmente75, é bem menor nos sábados e domingos. Por isso, deu-se mais
ênfase para as postagens durante a semana, criando uma agenda para os
colaboradores de segunda a sexta. A ideia era para que, pelo menos, houvesse uma
postagem todos os dias. Deste modo, a agenda de postagem foi elaborada da
seguinte forma:
-Segundas-feiras: Jéssika Alves/Jéssica Soares
-Terças-feiras: Cleyton Muniz/Jéssica Soares
-Quartas-feiras: Maximilian Rox/ Larissa Ilaídes
-Quintas-feiras: Matheus Godoy/ Liriane Kämpf
-Sextas-feiras: Carolinne Moraes/ Jéssica Soares
-Sábados, domingos e feriados: postagens somente nas redes sociais ou
eventuais textos de colaboradores que encontraram conteúdos pertinentes que
possuem validade, ou seja, assuntos que todas as pessoas estão comentando.
73
A autora deste presente projeto trabalha na FastCom e a hospedagem é uma cortesia dos
proprietários da empresa.
74
Pesquisa completa disponível em: http://www.slideshare.net/Hi-Midia/hi-mdia-msensehorarionobre.
Acesso em 07/10/2012.
75
Para mais informações, acessar o infográfico realizado pela UOL Tecnologia sobre os números que
envolvem esta rede social. Disponível em: http://tecnologia.uol.com.br/album/2012/08/03/maior-redesocial-do-mundo-facebook-tem-numeros-estratosfericos-conheca.htm#fotoNav=1.
Acesso
em:
07/10/2012
68
9. CRONOGRAMA
Análise das pesquisas
Delineamento do produto
Execução do projeto
Defesa
MAIO
ABR
X
X
X
X
X
DEZ
Metodologia
NOV
Fundamentação teórica
OUT
Delimitação do tema
SET
Justificativa
AGO
Objetivos específicos
JUL
Objetivo geral
JUN
Definição do problema
MAR
ATIVIDADES
FEV
PERÍODO DE EXECUÇÃO DO PROJETO (MONOGRAFIA E PRODUTO) – 2012
X
-
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
69
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este presente trabalho de conclusão de curso buscou como objetivo principal
discutir, por meio de um site, a cultura de Internet e como esta plataforma consegue
moldar comportamentos e linguagens em uma geração que está em constante
transformação. Para tanto, optou pela colaboração de usuários da rede e também de
especialistas em assuntos que poderiam agregar de alguma forma ao tema
proposto.
Deste modo, o problema desta pesquisa se delimitou a saber quais eram as
possibilidades de gerar conteúdo para uma geração que consome informação de
forma rápida e que faz uso de buscadores muitas vezes por dia. Assim, a
metodologia se seguiu com dois tipos de pesquisas que foram essenciais para a
formulação do produto: a pesquisa quantitativa - com 14 questões que visavam
analisar o comportamento da Geração Y em rede, como consomem informação e de
que forma se comunicam com outras pessoas -, e a pesquisa bibliográfica, que tinha
por objetivo trazer maiores reflexões para o trabalho e ainda saber o que teóricos já
haviam falado sobre a cultura de Internet e participação.
Ambas as pesquisas
trouxeram resultados positivos: na pesquisa quantitativa foi possível saber que o
grupo pesquisado era a Geração Y, que este grupo é altamente conectado, ainda
não terminaram a faculdade, confiam em portais de notícias, mas reservam um
espaço de seu tempo para os meios alternativos de noticias como blogs e até
mesmo as redes sociais.
Na pesquisa bibliográfica foi possível perceber que o assunto ainda é pouco
abordado por pesquisadores brasileiros e, por isso, o estudo deste presente trabalho
se torna importante justamente pelo fato de trazer reflexões sobre um modo
comportamental/comunicacional que, neste momento, está acontecendo e que faz
parte da Internet - plataforma que também pode ser considerada algo recente, ao
observarmos no estudo que a população brasileira ainda possui seus excluídos,
apesar dos constantes avanços tecnológicos investidos na área.
Percebeu-se que o trabalho atingiu seu objetivo geral de proporcionar um
conteúdo diferenciado para a Geração Y e a arquitetura SEO também permitiu que a
quantidade de acessos fosse considerável para apenas um mês e meio de
postagens - E os dados são comprovados pelo uso do Google Analytics.
70
Outro detalhe que deve ser considerado é o estudo da cibercultura e
inteligência coletiva, trazido pelo teórico Lévy (1999). Na prática, foi possível analisar
que, ao dar voz a pessoas que gostam de Internet, o público se sente mais atraído e
motivado a comentar, ou no caso das redes sociais, curtir e compartilhar.
Todas as reflexões apontadas pelo estudo e pela elaboração do site,
evidenciam a necessidade de se discutir mais a Internet e o que os usuários e
jornalistas fazem com este meio que se tornou uma nova forma de se comunicar e
interagir. A necessidade de criar um conteúdo diferenciado e que consiga atrair
usuários é uma discussão cada vez mais presente, já que páginas e mais páginas
on-lines se multiplicam todos os dias e o endereço que souber utilizar melhor os
mecanismos de pesquisa e aliar isso a um ótimo conteúdo informativo, por vezes,
opinativo e que traduza o que o público-alvo deseja, consegue se destacar.
71
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Atlas, 2011.
77
ANEXOS
78
ANEXO I – Questionário elaborado no Google Docs
TCC - Jornalismo On-line e Cultura de Internet
Oi, você que, gentilmente, decidiu responder este pequeno questionário! Meu nome
é Jéssica, estudo Jornalismo na UniBrasil (Curitiba) e estou elaborando um Trabalho
de Conclusão de Curso sobre cultura de Internet. O objetivo é levantar discussões
sobre o comportamento do usuário na rede e de como o conteúdo da web influencia
nisso tudo. Mais do que nunca sua opinião é importante. Responda com carinho e
sinceridade! :) E calma! As perguntas não são tão difíceis assim! ;)
1) Quantos anos você têm?

Menos de 10 anos;

Entre 10 a 18 anos;

Entre 19 a 29 anos;

Entre 30 a 45 anos;

Mais de 46 anos.
2) Qual sua renda mensal?

Menos de um salário mínimo;

Entre 1 a 3 salários mínimos;

De 4 a 6 salários mínimos;

Mais de 6 salários mínimos.
3) Qual seu grau de escolaridade?

Ensino médio incompleto;

Ensino médio completo;

Ensino superior incompleto;

Ensino superior completo;

Possui especialização;

Mestrado/Doutorado.
79
4) Você usa os buscadores para pesquisa com que frequência? (Google, Bing,
Yahoo, etc)

Não uso buscadores para pesquisa;

Uso de uma a cinco vezes por dia;

Uso de cinco a 10 vezes por dia;

Mais de 10 vezes por dia.
5) Quanto tempo você permanece na Internet diariamente?

Menos de uma hora;

De 1 a 3 horas;

De 4 a 7 horas;

Mais que 7 horas.
6) Quais são seus principais veículos para adquirir informação na Internet?

Portais de notícias. Ex: Globo.com;

Blogs e demais sites alternativos/opinativos;

Redes sociais;

Não usa a Internet para adquirir informações do cotidiano.
7) Você vê a Internet como meio de informação de credibilidade?

Sim;

Não;

Depende dos veículos visitados na rede.
80
8) Quais assuntos você mais se interessa quando navega? Você pode escolher
mais de uma opção!

Tecnologia

Cultura

Esportes

Games

Noticias factuais

Internet (Virais, memes, etc.)

Outros assuntos
9) Como você gosta de obter as informações na Internet?

Por meio de podcasts;

Vídeos;

Imagens;

Quando possível, todos os itens citados juntos;

Quando possível, somente um dos itens por postagem/notícia.
10) O que você mais gosta na Internet?

Das redes sociais/ interação que ela possibilita;

Da facilidade com que se obtêm as informações;

De jogar games on-line;

De serviços como downloads de filmes e músicas;
11) O que você procura nas redes sociais?

Informações, notícias;

Aumentar meu círculo de amizades;

Compartilhar coisas que julgo interessante;

Não possuo redes sociais na Internet.
81
12) O que você acha dos virais/memes da Internet? (Ex: Para nossa alegria;
Pôneis Malditos)

Algo desnecessário, inútil;

Demonstração da cultura, habilidades, opinião;

Engraçado, mas sem utilidade;

Manifestações com características engraçadas, mas que muitas vezes
são críticas sérias ao governo ou problemas da atualidade;

Uma característica atual das redes sociais, como Facebook.
13) Com relação aos memes, de que maneira os utiliza para se expressar na
web?

Não compartilho nem crio memes;

Uso para protestar; Mostrar minha opinião;

Compartilho porque acho engraçado;

Porque meus amigos usam e isso se torna uma linguagem comum entre
os membros.
14) O que você acha da linguagem da Internet? (Adaptações como 'vc' e 'todos
chora')

Um problema linguístico grave de pessoas que não sabem se expressar
na web;

Não vê problemas, a menos que ela não ultrapasse o virtual e chegue ao
real;

Não vê problemas e acha bacana que ela ultrapasse os limites da rede e
se torne um novo modo de se comunicar;

Todos, em alguma medida, fazem uso, independentemente do grau de
escolaridade.
82
ANEXO II – Página do Blogspot com questionário da pesquisa quantitativa
83
ANEXO III – Pedido de preenchimento do questionário nas redes sociais
Facebook e Twitter e e-mail pessoal
84
85
ANEXO IV - Pedido de preenchimento do questionário no Fórum UOL Jogos
86
ANEXO V – Página de agradecimento quando o questionário não aceitava mais
respostas
87
ANEXO VI – Pedido e confirmação do registro de domínio
88
ANEXO VII – Pedido de desenvolvimento do layout e recibo de compra do
template
89
ANEXO VIII – Texto e comentários do youPix
90
91
92
93
94
95
96
ANEXO IX – Notícia on-line do site INFO sobre o Jornal do Brasil
97
ANEXO X – Notícia do site TechTudo sobre o meme 'Luiza no Canadá'
98
99
ANEXO XI – Notícia do site TechTudo sobre o meme 'Para nossa alegria'
100
101
ANEXO XII – Pesquisa Ibope Media sobre o uso do Google
102
ANEXO XIII – Pesquisa Ibope sobre o uso de Internet no Brasil
103
104
105
ANEXO XIV – Certificado de participação no Papo Universitário Gazeta do Povo
sobre Geração Y (25/04/2012)
106
ANEXO XV – Artigo de Klaus Junginger sobre SEO no Jornalismo
107
108
ANEXO XVI - Manual de postagens para colaboradores
MANUAL DE POSTAGENS
WORDPRESS
www.proximadose.com.br
109
Caro colaborador:
É sempre muito legal contar com pessoas que possam, de alguma forma,
contribuir com conhecimento. Você, que aceitou colaborar com o site Próxima Dose,
tem uma missão nestes próximos dois meses: produzir conteúdo de acordo com a
lógica deste projeto.
Mas, afinal, como podemos definir tudo isso? O site Próxima Dose é um
trabalho de conclusão de curso em jornalismo desta que vos escreve. A intenção,
resumidamente falando, é produzir conteúdo on-line para o público jovem
(Geração Y), focado em cultura de Internet e tudo o que envolve a rede. Nas
próximas páginas, serão explicitados como devem ser os conteúdos e o foco para as
postagens. Não se desespere! Se você está lendo isso é porque enxerguei em você
um grande potencial para escrever algo bacana sobre o que gosta. 
Outro detalhe importante: a lógica do conteúdo colaborativo e opinativo é
simplesmente deixar que as pessoas se expressem livremente, dando os mais
variados pitacos sobre os assuntos de interesse na Internet. Descobriu um viral?
Um game novo? Uma nova tendência na web? Ou simplesmente quer discutir um
comportamento específico surgido neste novo cenário? Fique à vontade para dar
corpo e identidade ao que pode ser um bom site sobre cultura de Internet.
Como tudo nessa vida exige uma organização, separei alguns tópicos abaixo
que devem ser lidos com atenção para não comprometer a lógica do projeto, ou
seja, perda de foco. Vamos lá? Prontos para começar? Estou muito contente em
poder contar com você!
Here we go!
Jéssica Soares
[email protected]
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 Construção do usuário e perfil (O Gravatar)
O site tem uma estrutura inicial na home que possibilita que os últimos
autores que postaram apareçam. A criação do perfil é essencial para que os
visitantes saibam um pouco mais de vocês, quem vocês são e porque estão
postando aquilo que escreveram. Primeiramente, é preciso cadastrar um usuário e
senha para que você tenha acesso a parte de postagem, para tanto, vou utilizar o
e-mail que entrei em contato com você e crio um usuário e senha de acesso.
Depois disso, você pode alterar a descrição de perfil, foto e senha. A foto tem um
detalhe especial: você não consegue trocá-la em sua página de usuário do
Wordpress, é preciso criar uma conta no site Gravatar (https://pt.gravatar.com/). Lá
tem todos os passos necessários para você inserir sua foto do perfil. Se quiser que a
sua imagem apareça vinculada ao site nas buscas do Google, faça uma verificação
de e-mail (mais informações neste link http://www.tecmundo.com.br/tutorial/23870google-como-mostrar-a-sua-foto-quando-alguem-faz-uma-busca.htm).
 Postagem
Depois de criado um usuário, senha e construção do pequeno perfil, você terá
acesso ao painel do Wordpress pelo endereço: www.proximadose.com.br/wp-admin.
Para compreender como funcionam as postagens, separei alguns tópicos
importantes que podem ajudar neste processo.
- Periodicidade
O ideal é que contenha, pelo menos, duas postagem todos os dias. Para
melhor organização, cada colaborador tem seu dia específico para postar (Ver
agenda na planilha do docs), porém, é preciso que todos estejam atentos ao que
está rolando na Internet para não perdermos o timing da notícia. Desta forma, é
muito importante manter a comunicação por meio do grupo criado no Facebook
(http://www.facebook.com/groups/300987623341702/). Lá, podemos sugerir pautas
(de repente você descobriu algo incrível, mas não é seu dia de postar. Neste caso
há duas saídas, passe o conteúdo para o colaborador do dia ou você tem livrearbítrio para escrever), tirar dúvidas ou conversar sobre algum tema em especial.
111
- A imagem destacada
A estrutura do site permite que duas imagens destacadas de cada postagem
sejam colocadas na home. A primeira (e maior) deve ser a imagem mais bonita (boa
resolução) porque ela estará em evidência e não precisa, necessariamente, estar na
postagem. Já a menor, que aparece na aba de "Últimos Posts", é escolhida da
galeria de imagens inseridas na postagem. Ela pode ser em formato JPG e o
processo para inseri-la é simples: no painel 'editar post' há um campo chamado
'Configurar imagem destacada', é só clicar neste link, entrar na galeria de imagens já
inseridas e escolher qual você quer. Clique em 'Mostrar' e, ao invés de inserir no
post, você clica em 'Usar como imagem destacada'. Pronto, está inserida a imagem.
- O uso de SEO
Não, você não precisará entender tudo de SEO para elaborar as postagens,
no entanto, algumas ações são legais para otimizar ao mínimo cada texto. A URL da
postagem pode ser personalizada como quiser. Tente usar as palavras que definem
o texto, por exemplo: você falou sobre o vídeo do Nissim Ourfali? A URL poderia ser
algo do tipo http://www.proximadose.com.br/video-nissim-ourfali. Também vale usar
negrito para os pontos e palavras principais do texto e as imagens também devem
ser otimizadas e separadas por hífen (menos aquela da home). No painel de
postagem, há no rodapé um plug-in (All in One SEO Pack) no qual se deve inserir
um título e descrição para aparecer melhor otimizado no Google. É obrigatório o
preenchimento deste elemento, respeitando o limite de caracteres do plug-in SEO
(Se este plug-in não estiver sendo visualizado de imediato, clique para editar uma
postagem, vá em 'opções de tela', no cabeçalho do painel do Wordpress, e marque a
opção 'All in One SEO Pack'). Veja o exemplo:
112
- Limite de caracteres
Não há limites de caracteres para cada postagem. O ideal é que você explane
a ideia, explique seu propósito.
- Categorias
É imprescindível que cada post seja encaixado em pelo menos uma das
categorias do site.
- Uso de tags
É imprescindível que cada post contenha pelo menos três tags.
- Linguagem
A linguagem pode (e deve) ser solta, em uma espécie de conversa com o
leitor. Utilize músicas, vídeos e fotos para ilustrar a postagem. Somente em fotos
mais conhecidas, atente ao uso de créditos (fotógrafo ou homepage de onde a
imagem foi retirada). A ideia é que você traga um viés diferente do que está
sendo explorado nos veículos tradicionais. Ao invés de apenas tornar público,
dê sua opinião, provoque. Um exemplo bem bacana é o post de Rosana sobre o
viral do Nissim (http://noticias.r7.com/blogs/querido-leitor/2012/08/19/por-que-rimosde-nissim-ourfali/).
-O resumo
O campo 'resumo' serve para melhorar a estética da home. Se este campo
não estiver aparecendo em seu painel, clique em uma postagem qualquer, vá ao
cabeçalho e clique em 'opções de tela'. Lá, você marca a opção resumo. Pronto. O
campo aparece logo após a postagem. Neste espaço você coloca o primeiro
parágrafo de seu texto para que ele apareça certinho tanto no destaque, lá na
imagem maior, quanto nas menores.
 Comentários
Os comentários não são aprovados imediatamente, eles vão para aprovação
no campo 'Comentários' do painel Wordpress. O autor da postagem recebe uma
113
notificação no seu e-mail quando há um comentário pendente. É interessante
responder, caso não queira, eu respondo.
 Redes sociais
Ficarei responsável por postar os conteúdos na rede. Aproveito a
oportunidade para passar os links das redes sociais. Convide seus amigos para
curtir, seguir e compartilhar!
 http://www.facebook.com/proximadose
 https://twitter.com/proximadose
 https://plus.google.com/u/0/104555151634886417735/posts
 Outras regrinhas básicas:

Seja criativo, crie uma linguagem que mostre quem você é. Para tanto, não
copie conteúdo de outros sites e tenha argumentos que sustentem sua
opinião, evitando os meros 'achismos'.

As imagens (atente aos direitos autorais) devem estar sempre centralizadas,
nomeadas com o assunto tratado na postagem (melhor para os mecanismos
de buscas) e dê preferências àquelas que estejam em boa resolução. Com
relação à legenda, fica a seu critério.

Escreva seu texto e negrite-o no Word. Assim, você consegue realizar uma
melhor revisão, sem deixar que alguns errinhos passem despercebidos. Na
hora de colocar no Wordpress, justifique-o.

Só publique depois de revisar e visualizar previamente (Url está correta?
O post está com tags? Preenchi o campo resumo? Preenchi o campo de
SEO? Configurei a imagem destacada? Nomeei corretamente as
imagens? UFA!

Utilize fontes confiáveis para escrever e não deixe de consultar mais de uma
se houver dúvida sobre o assunto. Se mesmo assim as indagações
persistirem, não publique de imediato. Consulte a mim ou o grupo no
Facebook.
114
ANEXO XVII – Layout do produto pronto76
a) Cabeçalho
b) Destaque em galerias
c) Últimas postagens
76
CD com gravações de funcionalidades do site: anexo XXIII desta pesquisa.
115
d) Últimos colaboradores que postaram e galeria de vídeos ao lado
e) Rodapé da página
f) Página de ERRO 404
116
g) Modelo de página de postagem
117
118
119
ANEXO XVIII – Acessos no site mensurados pelo Google Analytics
a) Número de visitas
As postagens do site começaram, oficialmente, no dia 17 de setembro de 2012.
Os gráficos, portanto, mensuram os conteúdos desta data até o dia 26 de Outubro
de 2012. Na visão geral de visitantes, é possível perceber uma acentuação de
acessos que ultrapassam o número 400. A hipótese para o ligeiro aumento se deve
ao fato da grande procura por saber do que se tratava o "Mendigo de Curitiba77" que
polemizou, recentemente, as redes sociais. Também é possível concluir que,
durante estes 39 dias de atividade do site, a página recebeu 2.489 visitas e a
duração média destas visitas foi um pouco mais de quatro minutos, o que mostra
interesse pelo conteúdo por parte dos usuários.
77
Disponível em: http://www.proximadose.com.br/mendigo-de-curitiba/
120
b) Tráfego de pesquisa orgânica
Analisando o pico de tráfego da pesquisa orgânica, é possível perceber que mais
da metade dos usuários chegaram ao site pelo uso de buscadores. Abaixo do
gráfico, as palavras mais procuradas no período. Percebe-se que as palavras mais
procuradas são referentes ao conteúdo escrito sobre o "Mendigo de Curitiba".
Conclui-se, então, a importância de escrever sobre fatos momentâneos que estão
sendo comentados e procurados pelo público-alvo.
121
c) Origens do tráfego
No Google Analytics, também é possível analisar as outras origens de tráfego dos
usuários. Assim, pode-se perceber que o produto cumpriu com um de seus
principais objetivos: a utilização de SEO para que os usuários encontrem o conteúdo
que desejam. Liderando o gráfico, foram 1.054 acessos por pesquisa orgânica no
Google. Um ponto positivo também para os usuários que chagaram ao site por meio
da rede social Facebook.
122
d) Localização
Na ‘localização’, é possível saber a origem dos visitantes, ou seja, de que país
eles acessaram o site. A lista inclui lugares como França, Indonésia e Estados
Unidos.
123
e) Páginas mais visitadas
Abaixo, um ranking com as páginas mais visitadas no site durante o período
de postagens. O símbolo (/), que está na primeira posição, significa página inicial.
124
f) Tráfego por dispositivos móveis
Na ferramenta, também é possível verificar o acesso via mobile, ou seja,
acesso ao site que não seja de um computador pessoal. É possível verificar que o
número de acessos é pequeno, mas considerável para pensar em configurar uma
versão mobile futuramente.
125
ANEXO XIX – Tráfego de usuários pela rede social Facebook
O uso do Facebook se iniciou ao mesmo tempo com as postagens do site.
Desde a data de início, a rede social agregou 91 fãs na página e atingiu, até mesmo,
os amigos desses fãs. Houve uma quantia considerável de compartilhamentos e os
dados concedidos pela própria rede mostram que, em média, de 50 a 60 pessoas
visualizaram os conteúdos postados.
126
ANEXO XX – Hospedagem cedida pela FastCom
127
ANEXO XXI – Organograma do site
Autores
128
ANEXO XXII – Redes sociais do site Próxima Dose
g) Facebook
129
h) Twitter
i) Google Plus
130
ANEXO XXIII – CD de dados com versão PDF do presente trabalho e backup do
produto (visualização off-line)
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