CONTEXTO Ano I Número 1 Outubro de 2014 Carioca Botafogo - Catete - Centro - Jardim Botânico Site: XXXXXXXXXXX A INDÚSTRIA DA DEGRADAÇÃO Foto: Olhoverde - Moscatelli Francamente Entrevista pág. 3 Psicologia Dependência química pág. 4 Meio Ambiente A industria da degradação pág. 5 Vista aérea da estação de tratamento de esgoto à margem da Baía de Guanabara D a mesma forma que ficou famosa a “indústria da seca” do Nordeste brasileiro, na Região Sudeste, criou-se outra importante fonte de renda para alguns espertalhões da iniciativa privada e do poder público: a indústria da degradação! É incrível a imaginação maquiavélica ou mais “mudernamente” falando, o fértil empreendedorismo do lado sombrio da força de alguns de nossos maus empresários firmemen- te associados com representantes da classe política brasileira. Quando olho o tenebroso espetáculo de degradação ao qual o moderno administrador público tupiniquim gerou nos corpos dágua da paisagem considerada patrimônio mundial pela Unesco, chego à conclusão de que tudo aquilo não é gerado aleatoriamente. Existe um claro propósito! E o propósito é o de faturar muita grana a qualquer custo ambien- tal e social. Avaliando os pífios resultados ambientais gerados pelo monumental Programa de Despoluição da Baía de Guanabara, consumidor de 1.2 bilhões de dólares nos últimos vinte anos, fruto da mais profunda certeza da impunidade em relação ao uso e abuso do dinheiro público por “aloprados ambientais”, chega-se à singela avaliação, segundo caciques da estatal Cedae, de que ocorreram denominados “equívocos técnicos”! Tecnologia Perigos da Internet pág. 6 Filosofia & Educação Salve Arariboia! pág. 7 EDITORIAL Possui formato tabloide, com circulação quinzenal em quatros bairros do Rio de Janeiro (Botafogo, centro, Catete, Jardim Botânico). Vamos levar ao leitor, uma variedade de informações, prezando sempre pela imparcialidade e respeito, veiculando críticas, anseios e assuntos que contribuam com a sociedade. Nosso Jornal também preocupa-se com o incentivo à arte e cultura, oferecendo notícias, serviços, informações sobre os temas. Consciente do crescimento tecnológico, o ‘Contexto Carioca’ , utilizará equipamentos de alta tecnologia e profissionais em constante atualização. O site do Jornal será um veiculo onde o leitor poderá desfrutar de um conhecimento vasto em diversas áreas, além disso, a nossa página no Facebook e no twitter possibilitará uma interação direta entre os leitores e o jornal. EXPEDIENTE: Fundador: Geisler Vanil A. Silva Conselho Editorial: Domingos Octávio Dias Ferran Souza Geisler Vanil A. Silva Web Designer e Analista de Mídias Sociais Gilberto Junior Jornalista Responsável/diagramação Domingos Octávio Dias Ferran Souza - Reg: 35391RJ \contextocarioca TIRAGEM: 10.000 exemplares Geisler Vanil Os dados e as opiniões inseridos na presente publicação são de exclusiva responsabilidade dos seus autores. O futuro começa agora! Crônicas Geisler Vanil O A RUA DA MINHA CASA ntem revivi uma experiência da minha infância, na rua da casa onde passei bom tempo da minha vida. Talvez pelo nome bastante sugestivo para uma criança, curti mais a infância. Monteiro era o nome da minha rua, assim como esse escritor que foi o maior contista de livros infantis, que conseguia passar o encantamento pela vida, e o fazia de forma que leva qualquer criança a ler suas obras ou assistir alguma peça, a viajar para uma outra dimensão. Essa rua parecia ter essa mesma inspiração, conseguia nos transportar para um outro plano, de forma que o mundo se tornava maravilhoso. E olha que nunca tínhamos lido Monteiro Lobato, sequer sabíamos quem era. No início ela não tinha nem asfalto, era um pó misturado com umas pedras pequenas que dava uma dor no pé quando resolvíamos andar descalço. E quando chovia era um Deus nos acuda. As poucas casas que lá haviam tinham uma condição de construção um pouco precária, mas com moradores fascinantes, cada um com histórias de vida que nos levava a ficar imaginando todas as situações que eles nos contavam. Era como se Monteiro Lobato tivesse escrito um conto para aquela rua, pegou os melhores personagens e deu a eles os nomes mais bacanas. Olha os personagens: Dona Evarista, Seu Calango, Dona Filinha, Meraci, José do Porco, Seu Moacir, Rosa... passar pela vida sem dizer o meu muito obrigado por ter feito parte dessa história com vocês, seria injusto. Toda tarde era certo, tinha pelada marcada na rua, era uma festa. Todos se reuniam, tiravam o time que sempre devia ser uma dupla, porque senão não havia condição de jogo. Os gols eram feitos com chinelo, e toda ocasião de jogo era impossível não ter um que não saía com a tampa do dedão machucada, com alguma parte do corpo ralado ou com o pé esfolado, o calçamento da rua deixava a desejar. Assistir televisão era na casa da Dona Meraci e do seu José do Porco, dado a hora dos programas preferido de todos, a casa ficava cheia de criança, já não pedíamos nem mais licença, quando ela via, a casa já estava cheia. Tempo bom esse, hoje essa rua se modernizou, tem asfalto, a construção das casas já é de boa qualidade. Os personagens mudaram e a história agora é outra. Ontem lá estava eu, prestes a tomar meu banho e me aprontar para a minha viagem, quando um grupo de crianças que talvez desconheçam toda a história daquela rua e de seus personagens, pegaram seus chinelos e fizeram os gols, tiraram o time e começaram a pelada. Eu vi aquilo e era como se eu tivesse voltado no tempo, olhei para o relógio, olhei para aquelas crianças jogando felizes naquela mesma rua que tivera marcado a minha infância e resolvi: vou jogar uma partida. Tirei o chinelo para lembrar os velhos tempos e cai na graça daquele jogo com aqueles meninos. Foi encantador, por sorte não machuquei o dedão, mas sai com o pé todo esfolado. Não faz mal, o que valeu foi ter revivido de alguma forma aquele bom tempo. Ao Monteiro que eu não sei se era o Lobato, esse conto é o melhor de todos da sua criação e história. Pelo fato que você conseguiu cumprir suas palavras e o seu desejo, dizia ele: “Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar”. E de fato aquela rua era um livro onde nós morávamos. 3 FRANCAMENTE ENTREVISTA COM A DRª MARIA LUCIA F. T MOSCATELLI, TECNOLOGISTA DO JARDIM BOTÂNICO N ascida na cidade do Rio de Janeiro, Maria Lúcia F T Moscatelli, residiu e estudou em Copacabana. Fez sua graduação em Engenharia agronômica na Universidade Rural do Rio de Janeiro, onde também realizou vários estágios, a maior parte deles na área de saúde vegetal, realizou seu mestrado e doutorado em agronomia. Na Embrapa Agrobiologia, logo após a graduação fez dois anos de aperfeiçoamento e toda a parte experimental da pós-graduação. As teses foram focadas no estudo e no controle biológico de um besouro que causa danos significativos à leguminosas como: feijão, soja e caupi. Trabalhou na área de perícia ambiental e também como consultora em fitossanidade. Em 2002 começou a trabalhar no Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Em 2004 inaugurou o Laboratório de Fitossanidade, setor que cuida da saúde da coleção viva e faz pesquisas nessa área. Drª Maria Lucia F. T Moscatelli, é um prazer tê-la como nossa primeira entrevistada. Por qual motivo você escolheu fazer Engenharia Agronômica? Escolhi cursar engenharia agronômica porque gostava de plantas e queria viver no interior. Pensava na época que passaria a vida em uma fazenda. Aqui no Brasil tivemos grandes entomologistas que marcaram a história, como Carlos Chagas, Osvaldo Cruz entre outros. Como se dá o papel dos entomologistas no contexto dos grandes centros urbanos? Dependendo da área de conhecimento, atualmente os entomologistas em grandes centros urbanos atuam basicamente em instituições de pesquisas, universidades, órgãos de saúde pública e empresas particulares. Como há uma concentração dessas instituições nos grande centros, os estudos abrangem o enorme campo da entomologia, não ficando restritos às pragas e vetores urbanos de importância médica e/ou veterinária ou ao estudo de pragas no paisagismo e arborização urbanos. Entretanto, as condições dos grandes centros constantemente agravadas como: pobreza, aglomeração de pessoas, poluição entre outras, favorecem nesses locais o desenvolvimento de pesquisas e estratégias para o controle de tais pragas. não é válida e o maior desafio é preservar árvores antigas. A redução dos focos de pragas passa então a depender do controle do ambiente. Na prática, o desafio diário é incorporar na rotina do arboreto, atividades que beneficiem as árvores, como: a retirada de tocos e galhos podres, de plantas parasitas (erva-de-passarinho, figueira mata-pau entre outras), equilibrar proporções de lianas e trepadeiras de interesse sobre as copas das árvores, oferecer adubação e irrigação adequadas, controlar pragas com eficiência, preservando insetos predadores e a fauna de vertebrados, entre outras. cupim de solo Coptotermes gestroi e o cupim arborícola Nasutitermes corniger. Visconde de Albuquerque, no Leblon, levando à morte uma fileira de exemplares de figueiras sagradas. Muitas árvores com cupins de solo e outras pragas poderiam ser tratadas com sucesso, mas sem tratamento perde-se árvores de valor como o ipê, o pau-ferro, o oiti e outras. Com certeza as ações do poder público em relação à preservação e otimização das árvores urbanas são insuficientes. Existe alguns problemas fitossanitários que são de certa forNesse período a frente do la- ma simples de serem resolviboratório, qual foi o projeto de dos. Como pulgão, cochonilha, maior importância para a pre- amarelamento, entre outros. servação da flora e da fauna de Você poderia indicar algum uma forma geral? produto biológico ou algum controle alternativo aos nosNa área em que atuo, um sos leitores. E de modo simEm sua função dentro do Jar- projeto que teve bastante visibi- ples orientá-los a como identidim Botânico como responsá- lidade foi o de “Revitalização das ficar esses problemas. vel pelo laboratório de fitossa- Palmeiras-Imperiais do Jardim Bonidade. Quais foram os maiores tânico”. Havia uma alta perda de Os insetos sugadores, puldesafios encontrados durante palmeiras por uma doença desco- gões e cochonilhas são relativaesses 12 anos de serviço pres- nhecida. Através do projeto, a do- mente fáceis de controlar, mas se tado? ença causada pelo fungo Cerato- multiplicam com muita rapidez. É cystis paradoxa foi diagnosticada. bom retirar as partes mais afetaNo começo o desafio foi Os focos, palmeiras mortas e to- das e aí então pulverizar a planmontar uma estrutura de labora- cos, foram eliminados. As palmei- ta com um inseticida à base de tório que possibilitasse trabalhar ras receberam tratamento e adu- vários extratos vegetais. Vários com fitossanidade. Pesquisas são bos, e mudas bem desenvolvidas produtos naturais já são vendidos especialmente voltadas para árvo- foram repostas. Hoje ocorrem per- prontos em lojas de jardinagem, res produzindo frutos ou para cor- das ocasionais, mas é necessário devendo apenas ler a bula para te, madeira. Exemplares antigos eliminar prontamente focos do fun- acertar na diluição com água. É como os do Jardim Botânico são go e de vetores: palmeiras mortas bom repetir a aplicação após dez atacados por pragas e microrga- e tocos. Com menos visibilidade, dias para se certificar de que tonismos cuja indicação de controle há dois anos desenvolvemos um dos os sugadores tenham sido é o abate e a substituição por uma projeto de monitoramento árvore eliminados. muda nova, de variedade resisten- à árvore que reduziu drasticamente. Como o valor da coleção é his- te duas espécies de cupins que Geisler Vanil tórico e científico, essa alternativa causavam a morte de árvores: o 4 PSICOLOGIA DEPENDÊNCIA QUÍMICA O uso de drogas acompanha a humanidade desde sempre, contudo o seu uso na perspectiva histórica sempre se deu em circunstancias culturais e religiosas ao passo que hoje se ornou um problema de saúde pública. O usa de narcóticos e álcool em nossa sociedade tem sofrido um drástico aumento nos últimos tempos. Segundo pesquisas realizadas desde a década de 80 pelo CEBRID (Centro Brasileiro de Informações sore Drogas), apontam um aumento de consumo de álcool e do tabaco atingindo pessoas de diversas camadas sociais e diferentes faixas etárias. O comportamento assumidos por estes indivíduos atinge não somente a ele, mas seus familiares e todos que estão à sua volta, gerando um aumento da criminalidade, onde se incluem o tráfico de drogas e de pessoas, assaltos, sequestros e mortes no transito dentre outros agraves. Vamos entender, o que é a dependência Química? É é uma doença não contagiosa e sim contagiante, que causa impacto nas relações familiares e sociais, atingindo de forma avassaladora a economia principalmente doméstica. Quando existe um membro da família usando droga, o comportamento dos familiares é em função do usuário deteriorando o bem estar de todos. “A dependência caracteriza pela ingestão de qualquer droga MPB TOP Lenine A Mancha- http://www.kboing.com.br/lenine/1-1001839/ A Rede- http://www.kboing.com.br/lenine/1-48950/ Aquilo que dá no coração- http://www.kboing.com.br/lenine/1-1046092/ Chão- http://www.kboing.com.br/lenine/1-1096864/ Dor de amor -http://www.kboing.com.br/lenine/1-1302516/ Eu sou meu guia -http://www.kboing.com.br/lenine/1-1022253/ Osvaldo Lenine Macedo Pimentel, conhecido apenas como Lenine, é um cantor, compositor, arranjador, escritor, letrista e músico brasileiro. Ocupa a cadeira 38 como acadêmico correspondente da Academia Pernambucana de Letras. Nascimento: 2 de fevereiro de 1959 (55 anos), Recife, Pernambuco que altere seu comportamento seja ela licita ou ilícita que o indivíduo não consegue conter seus impulsos e faz uso compulsivamente dessa substância (OMS, 2009)”. Ela passa ser essencial em sua vida e não tem uma causa única, mas se estabelece como produto de vários fatores que atuam ao mesmo tempo. Segundo a OMS (2009) “a dependência química é considerada uma doença que requer cuidados específicos como qualquer outra. Pode ser tratada e controlada e controlada devendo ser encarada simultaneamente como doença crônica e um problema social gravíssimo”. Corresponde a um estado mental e muitas vezes físico, que resulta da interação entre o organismo vivo e uma droga! “Caracteriza-se por um comportamento de tornar a droga para experimentar seu efeito psíquico e evitar o desconforto provocado por sua ausência (filho S.1995)”. “Entretanto, há resistência muito grande por parte dos usuários quanto a aceitar que o consumo de drogas é uma doença (Drumond e Drumond F,1998)”. Para a Sociedade Americana de Medicina da Adicção – ASAM, “a dependência química é definida como doença crônica, primaria, cujo desenvolvimento e manifestações são influenciados por fatores genéticos, psicossociais e ambientais”. Gisele Leopoldino - Psicóloga TURISMO Trem do Corcovado No dia 09 de outubro o Trem do Corcovado fez 129 anos. Inaugurado em 1884 pelo Imperador D. Pedro II, o Trem do Corcovado já levou papas, reis, príncipes, presidentes da república, artistas e cientistas em seus vagões e é mais antigo que o próprio Cristo Redentor. É também um passeio ecológico. O trem atravessa a maior floresta urbana do mundo: O Parque Nacional da Tijuca, um pedaço da mata atlântica. E quem viaja pela Estrada de Ferro do Corcovado ajuda a manter a floresta: o trem é elétrico e, por isso, não polui; além disso, parte da arrecadação da bilheteria é destinada ao IBAMA para a conservação da mata. Fica a dica para os cariocas que ainda não se aventuraram nesse passeio. Dayse caldas Guia de Turismo 19.022462.96-7 5 MEIO AMBIENTE E A INDÚSTRIA DA DEGRADAÇÃO quívocos técnicos que resultaram em estações de tratamento de esgoto que apenas funcionam com metade de sua capacidade (Estação da Alegria) ou que nunca funcionaram (Estação de São Gonçalo), enquanto praticamente toda a bacia hidrográfica foi transformada em valões de lixo e esgoto. Pois é, no país onde pilantragem virou “malfeito” e pilantras são lúdicos “aloprados”, imaginem o sinônimo de “equívocos técnicos”? Ora, ora, imaginem onde deve ter ido parar boa parte desse bilhão e tantos milhões de dólares diante dos resultados ambientais irrisórios que observamos em 70% das margens da pobre baía. Infelizmente, entendo que não devem ter ido parar no que se esperava, ou seja, na melhoria efetiva, na prática, da qualidade ambiental da Baía de Guanabara que até hoje sufoca em rios de merda e lixo. Mas a Baía de Guanabara não está sozinha nessa linha de montagem de monstrengos ambientais consumidores de bilhões de dólares ou reais. Há alguns meses atrás por meio da imprensa foi tornado público, fato do que boa parte dos pescadores da Baía de Sepetiba já sabia, há pelo menos três décadas, ou seja, o lançamento criminoso de toneladas de resíduos químicos produzidos pela estação do Guandu, como subproduto do tratamento que a mesma efetua nas águas pútridas que abastecem a maior parte da região metropolitana do Rio de Janeiro. Diversas vezes fui informado por pescadores da região de que de tempos em tempos enormes volumes de peixes apareciam mortos próximos da foz do rio que despeja os rejeitos químicos da estação do Guandu na Baía de Sepetiba. Quando colocado à frente desse fato pela imprensa, o “responsável” confirma a situação como se fosse a coisa mais banal possível, informando como de praxe naquele discurso básico no gerúndio que a estatal está pensando, avaliando o que irá fazer. É nisso que eles, os “iluminados governamentais” vão pensando, visto que estão acima do bem e do mal, o então secretário de ambiente do estado exige uma solução para os próximos não sei quantos dias, que provavelmente serão prorrogados até que o assunto se decante como os produtos químicos no fundo da Baía de Sepetiba. Alguém será processado? Que nada! Afinal, são todos simples companheiros aloprados! Quando você passa o olhar pelas lagoas da Baixada de Jacarepaguá, a situação é a mesma. Muitos números, percentuais, litros de esgoto tratado, centenas de milhões de reais investidos que em nada refletem a podridão e a imundície da bacia hidrográfica local e do sistema lagunar. Também não é para menos tamanha suntuosidade! Imaginem, pagamos mensalmente para a estatal uma conta cuja metade do valor diz respeito ao fornecimento de água e a outra metade por coleta e tratamento de esgoto. Ops! Mas qual tratamento? Se você encontrar algum rio que tenha água pura na Cidade Maravilhosa é um puro milagre. Praticamente toda a bacia hidrográfica foi transformada num imenso valão de esgoto, seja no Canal da Visconde de Albuquerque, em pleno Leblon, no Canal do Mangue, no centro da cidade, ou nos “rios” Sarapuí e Iguaçu em Duque de Caxias,marina da Glória, enseada de Botafogo, tudo é esgoto. Portanto, é claro, muita gente vem pagando por serviços que simplesmente não são prestados no maior processo de estelionato ambiental e a maior fábrica de fazer dinheiro que este estado já teve! Simplesmente paga-se por um serviço, não se recebe e fica por assim mesmo! Não é a toa que a estatal continua e continuará sendo a caixa preta intocável do estado do Rio de Janeiro, e os corpos dágua continuarão as latrinas, pois disso depende o lucro da indústria da degradação! De tempos em tempos, ocorrem aqueles encontros de escoteiros ambientais, onde todos mostram sua “expertise” no assunto, com marchas, peitos de fora, caras pintadas e onde para marcar presença na mídia, com todo estardalhaço se liberam mais alguns milhões, bilhões, trilhões de dólares, reais, euros, ienes para a recuperação disso e daquilo que invariavelmente irão escoar pelo ralo da impunidade, do jeitinho esperto tupiniquim e pelos equívocos técnicos de concepção. A recuperação efetiva não interessa, pois caso contrário os empréstimos não irão mais acontecer e a linha de montagem idealizada por “aloprados ambientais” acaba parando e aí como é que fica o financiamento das campanhas de nossos futuros “líderes”? Infelizmente, soluções objetivas com resultados rápidos não interessam, senão a máquina dos “equívocos técnicos” se torna obsoleta. Fato é que em dois anos teremos a Olimpíada na cidade do Rio de Janeiro, e seu ambiente continua profundamente degradado, com muita grana concentrada, com muitas idéias, promessas e factóides midiáticos extraordinários de palanque, mas ação que é boa sem “equívocos” bilionários, até o momento nada. Mais uma vez, o tempo será o vilão dos resultados ambientais pífios segundo nossos “eficientes” administradores. Será aquela frase de praxe: “Não deu tempo!”. Deu para fazer o que o tempo permitiu e acabará prevalecendo o “puxadinho ambiental”, igualzinho ao que ocorreu nos Jogos Pan Americanos. Muita obra “a toque de caixa”, com aqueles aditivos maravilhosos, horas extras, visando ganhar o tempo deliberada e intencionalmente perdido, engrenagem azeitada da indústria do quanto pior, melhor. O Brasil, sua história, sua classe política, seus administradores públicos, são assim, e são dessa forma “aloprada de ser”, pois conhecem por dentro a sociedade que tem nas mãos e sua natural apatia diante dos desmandos governamentais. Reitero que nunca as autoridades brasileiras tiveram no passado e no presente, intenção de recuperar coisa alguma na Baía de Guanabara, pois sua recuperação, inviabiliza a maravilhosa indústria da degradação, da qual tantas campanhas políticas dependem sob os catatônicos olhares de uma sociedade acostumada à pagar e não receber. Mario Moscatelli - Biólogo Mestre Em Ecologia 6 TECNOLOGIA D INIMIGO OCULTO: OS PERIGOS DA INTERNET urante as últimas décadas, a internet tornou-se um dos pilares da sociedade. Através dessa grande rede global de computadores, dispomos de acesso a praticamente tudo: podemos conversar, com recurso da webcam, com pessoas no mundo todo, estudar, buscar emprego, fazer compras, etc. Mas, para aproveitar os benefícios que a internet proporciona , é preciso tomar alguns cuidados básicos para proteção da privacidade e segurança virtual, evitando assim, problemas futuros. Ter um bom antivírus com firewall e manter o sempre computador sempre atualizado é essencial, mas outras medidas tam- bém precisam ser tomadas: Muito cuidado ao ler emails, nunca abra links suspeitos, essa é a forma mais comum de propagação de vírus e outras pragas virtuais. Trocar a senha da conta de tempos em tempos das redes sociais e sites com informações sigilosas. Use senhas fortes, mesclando números, símbolos e letras, é muito importante também usar senhas diferentes para cada rede social, pois no caso de uma conta ter sido invadida, as outras estão fora de perigo. Usar redes públicas Wifi são um risco potencial devido à frágil segurança, mesmo usuários com pouca experiência em informá- tica, podem instalar programas que tem a função de interceptar e capturar dados de trafegam pela rede. Caso seja necessário o uso destas redes, é aconselhável desabilitar o compartilhamento de arquivos e impressoras, pois estes aumentam as portas abertas no computador. Não utilize redes públicas gratuitas para fazer transações bancárias; senhas de banco é o principal alvo de ladrões virtuais. Programas que oferecem criptografia de rede e de arquivos fornecem uma proteção extra para o seu computador. Ao usar computadores em lan house, use sempre o navegador em modo privado (navegação anônima) para abrir no Google, use os atalhos de teclado Ctrl+Shift+N. No mozzila Firefox o atalho no teclado é Ctrl+ Shift+P. A Navegação Privativa permite que você navege na Internet sem guardar informações sobre os sites e páginas que você visitou. Estas são algumas das dicas para manter a privacidade e segurança na internet. Mas lembre-se que para evitar problemas, é preciso também mudança de comportamento. O uso responsável e o bom senso na hora de divulgar as informações pessoais nas redes sociais são essenciais para aproveitar o melhor que a internet tem para oferecer. Domingos Octávio Dias ESPAÇO ARTE C aros e caras, a partir de agora nossas redes se misturaram. Eu não os conhecia, nem vocês a mim. Isso mudou, nos aproximamos, ainda bem, pois todos estamos produzindo conteúdos, postando nossas ideias e visões de mundo, chegando até nem sabemos aonde, interagindo cada vez com mais pessoas e suas potencialidades, expandindo mentes e conexões possíveis, e isso é bom, afinal, os outros são nós. Ao dizer isso, penso em Rimbaud, o poeta, e MD Magno, a psicanálise brasileira. Primeira sugestão da coluna: leiam alguma coisa desses dois e desfrutem (depois falamos). E, então, começamos assim: somos resultantes complexas, tudo nos concerne e afeta. ARTEFOTOS É claro que trazemos nossas formações de origem (acumuladas desde quando éramos pouco mais que bactérias), mas vamos nos conformando ao longo dessa vida por um triz, através de artifícios e artefatos, emaranhados numa rede de redes de outros, buscando sentidos e gozos, atuando, artista. O trabalho que aplico a esse nosso início de conversa mistura essa reflexão, com um grafite que descobri no muro do Jóquei e onde falo na primeira pessoa. Fiz algumas variações, com um aplicativo simples que uso para tratar minhas fotos. Pensei em cortar essas fotos em tiras verticais e intercalar as versões diferentes da mesma foto numa única montagem, criando um certo estranhamento e até mesmo um jogo para o observador atento. Mas, fotografia é arte? E quando alteramos digitalmente, intervimos na foto com tintas e objetos, ousamos no suporte e na (não)moldura, misturamos linguagens artísticas, produzindo Grafite manipulado digitalmente fotocoisas – ainda é fotografia? Já viram que temos muito para conversar sobre artefotos e, por que não, sobre a própria vida. Aguardem. Claudison Rodrigues -Artista 7 FILOSOFIA & EDUCAÇÃO SALVE ARARIBOIA! Filósofos de Paus, de Copas, de Espada e de Ouros... e o Verdadeiro Filósofo: o Curinga! Salve Arariboia! Como prometido no artigo precedente, explico aqui a minha concepção do Filósofo enquanto um Curinga. É necessário explicar, pois há uma sutileza a ser considerada; e os homens modernos, ávidos por classificar, categorizar, rotular; sempre apressados no auge de sua pseudo sabedoria, desaprenderam a ler e ruminar as palavras... Digerem-nas com tanta rapidez, que elas passam quase intocadas pelos seus tubos digestivos cerebrais... E, portanto, nunca entendem nada: apenas aquilo que previamente já desejavam entender! Não é à toa que em nossa Era Moderna continua a superabundar a ignorância; sobretudo entre os instruídos! Mais um paradoxo para nos envergonharmos. Um Curinga é uma carta que destrói com nossas pretensões classificatórias... Ela faz parte do baralho, como o Filósofo faz parte de seu tempo. Mas ela se recusa a participar dos conjuntos pré-estabelecidos! Não se enquadra! E quando a usamos, em determinados jogos, como “substituta” de alguma carta, ela se torna ali, no meio daquelas de mesmo naipe, um sinal ainda mais evidente de sua contradição: quanto mais tentamos uniformizar o Curinga, mais óbvio fica o fracasso da tentativa. Assim como o Filósofo, desde Tales de Mileto recusando as crenças pré-existentes: ele quer algum outro. Demolindo o edifício das certezas, sua habitação é o questionamento. Bom, uma tal postura tem sido vilipendiada ao longo dos séculos; em parte, porque ainda somos uma espécie muito necessitada de certezas. Exemplo triste: os religiosos podem até discordar entre si, mas ninguém os deixa tão perplexos do que um descrente completo – Como pode não acreditar em nada? – eles perguntam. Todavia existe um fato na História da Filosofia que também ajuda a explicar este problema: a confusão provocada pelo ceticismo e pela pós-modernidade. Vou deter-me nisso no próximo artigo. Assim falam os que nascem póstumos... quem tiver ouvidos, ouça! Gerson Stumbo COTIDIANO CARIOCA PICHADORES DO BEM O mutirão Árvore sem Risco foi uma iniciativa inédita dentro do arboreto do Jardim Botânico do Rio de janeiro – visitantes inscritos ajudaram a tratar as árvores e bambus feridos por estiletes e outros objetos cortantes. Muita gente não sabe, mas riscar os troncos e caules pode provocar doenças nas plantas e até levá-las à morte. A técnica de tratamento foi desenvolvida e testada pelo Laboratório de Fitossanidade (saúde das plantas) do Jardim Botânico. As pessoas realizam esse ato de “riscar as árvores e bambus” no sentido de marcar a história, deixar um legado. E muitas fazem pelo fato de acharem a prática permitida uma vez que elas veem os bambus e algumas árvores com o dano. Esse trabalho realizado hoje com iniciativa do Laboratório de fitossanidade, serviu como utilidade pública e muito educativo. Não risque nas árvores, ajude a cuidar! Geisler Vanil Grupo pintando com a calda, o Eucalipto que estava todo riscado. 8 GASTRONOMIA Palha Italiana 1 lata de leite condensado 3 colheres de sopa de chocolate em pó 1 colher de sopa de margarina 1/2 pacote de biscoito de maizena (quebradinho) PUBLICIDADE 2 MODO DE PREPARO Em uma panela colocar leite condensado, chocolate em pó e a margarina. Levar ao fogo até soltar do fundo, apagar o fogo e misturar o biscoito. Untar um tabuleiro e colocar ainda quente. Quando estver frio, cortar em quadrados e passar no açucar frio. Nilda Chaves PUBLICIDADE 3 PUBLICIDADE 1 PUBLICIDADE 4