CONTEXTO
Ano I
Número 1
Outubro de 2014
Carioca
Botafogo - Catete - Centro - Jardim Botânico
Site: XXXXXXXXXXX
A INDÚSTRIA DA DEGRADAÇÃO
Foto: Olhoverde - Moscatelli
Francamente
Entrevista
pág. 3
Psicologia
Dependência química
pág. 4
Meio Ambiente
A industria da degradação
pág. 5
Vista aérea da estação de tratamento de esgoto à margem da Baía de Guanabara
D
a mesma forma que ficou famosa a “indústria da seca” do
Nordeste brasileiro, na Região Sudeste, criou-se outra importante fonte de renda para alguns espertalhões da iniciativa privada e do
poder público: a indústria da degradação! É incrível a imaginação maquiavélica ou mais “mudernamente”
falando, o fértil empreendedorismo
do lado sombrio da força de alguns de
nossos maus empresários firmemen-
te associados com representantes da
classe política brasileira.
Quando olho o tenebroso espetáculo de degradação ao qual o
moderno administrador público tupiniquim gerou nos corpos dágua da
paisagem considerada patrimônio
mundial pela Unesco, chego à conclusão de que tudo aquilo não é gerado
aleatoriamente. Existe um claro propósito! E o propósito é o de faturar
muita grana a qualquer custo ambien-
tal e social. Avaliando os pífios resultados ambientais gerados pelo monumental Programa de Despoluição
da Baía de Guanabara, consumidor
de 1.2 bilhões de dólares nos últimos
vinte anos, fruto da mais profunda
certeza da impunidade em relação
ao uso e abuso do dinheiro público
por “aloprados ambientais”, chega-se
à singela avaliação, segundo caciques
da estatal Cedae, de que ocorreram
denominados “equívocos técnicos”!
Tecnologia
Perigos da Internet
pág. 6
Filosofia & Educação
Salve Arariboia!
pág. 7
EDITORIAL
Possui formato tabloide, com circulação quinzenal em quatros bairros do Rio
de Janeiro (Botafogo, centro, Catete, Jardim Botânico). Vamos levar ao leitor, uma variedade de informações, prezando sempre pela imparcialidade e
respeito, veiculando críticas, anseios e assuntos que contribuam com a sociedade. Nosso Jornal também preocupa-se com o incentivo à arte e cultura,
oferecendo notícias, serviços, informações sobre os temas.
Consciente do crescimento tecnológico, o ‘Contexto Carioca’ , utilizará equipamentos de alta tecnologia e profissionais em constante atualização. O site
do Jornal será um veiculo onde o leitor poderá desfrutar de um conhecimento
vasto em diversas áreas, além disso, a nossa página no Facebook e no twitter
possibilitará uma interação direta entre os leitores e o jornal.
EXPEDIENTE:
Fundador:
Geisler Vanil A. Silva
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Geisler Vanil A. Silva
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Jornalista Responsável/diagramação
Domingos Octávio Dias Ferran Souza - Reg: 35391RJ
\contextocarioca
TIRAGEM: 10.000 exemplares
Geisler Vanil
Os dados e as opiniões inseridos na presente publicação são
de exclusiva responsabilidade dos seus autores.
O futuro começa agora!
Crônicas
Geisler Vanil
O
A RUA DA MINHA CASA
ntem revivi uma experiência da
minha infância, na rua da casa onde
passei bom tempo da minha vida.
Talvez pelo nome bastante sugestivo
para uma criança, curti mais a infância.
Monteiro era o nome da minha rua, assim
como esse escritor que foi o maior contista
de livros infantis, que conseguia passar o
encantamento pela vida, e o fazia de forma
que leva qualquer criança a ler suas obras
ou assistir alguma peça, a viajar para uma
outra dimensão.
Essa rua parecia ter essa mesma
inspiração, conseguia nos transportar para
um outro plano, de forma que o mundo se
tornava maravilhoso. E olha que nunca
tínhamos lido Monteiro Lobato, sequer
sabíamos quem era.
No início ela não tinha nem asfalto,
era um pó misturado com umas pedras
pequenas que dava uma dor no pé quando
resolvíamos andar descalço. E quando
chovia era um Deus nos acuda.
As poucas casas que lá haviam tinham
uma condição de construção um pouco
precária, mas com moradores fascinantes,
cada um com histórias de vida que nos
levava a ficar imaginando todas as situações
que eles nos contavam.
Era como se Monteiro Lobato tivesse
escrito um conto para aquela rua, pegou
os melhores personagens e deu a eles os
nomes mais bacanas.
Olha os personagens: Dona Evarista,
Seu Calango, Dona Filinha, Meraci, José
do Porco, Seu Moacir, Rosa... passar pela
vida sem dizer o meu muito obrigado por ter
feito parte dessa história com vocês, seria
injusto.
Toda tarde era certo, tinha pelada
marcada na rua, era uma festa. Todos se
reuniam, tiravam o time que sempre devia
ser uma dupla, porque senão não havia
condição de jogo. Os gols eram feitos
com chinelo, e toda ocasião de jogo era
impossível não ter um que não saía com a
tampa do dedão machucada, com alguma
parte do corpo ralado ou com o pé esfolado,
o calçamento da rua deixava a desejar.
Assistir televisão era na casa da Dona
Meraci e do seu José do Porco, dado a hora
dos programas preferido de todos, a casa
ficava cheia de criança, já não pedíamos
nem mais licença, quando ela via, a casa já
estava cheia.
Tempo bom esse, hoje essa rua se
modernizou, tem asfalto, a construção das
casas já é de boa qualidade. Os personagens
mudaram e a história agora é outra.
Ontem lá estava eu, prestes a tomar
meu banho e me aprontar para a minha
viagem, quando um grupo de crianças que
talvez desconheçam toda a história daquela
rua e de seus personagens, pegaram seus
chinelos e fizeram os gols, tiraram o time
e começaram a pelada. Eu vi aquilo e era
como se eu tivesse voltado no tempo, olhei
para o relógio, olhei para aquelas crianças
jogando felizes naquela mesma rua que
tivera marcado a minha infância e resolvi:
vou jogar uma partida.
Tirei o chinelo para lembrar os velhos
tempos e cai na graça daquele jogo com
aqueles meninos. Foi encantador, por sorte
não machuquei o dedão, mas sai com o pé
todo esfolado. Não faz mal, o que valeu foi
ter revivido de alguma forma aquele bom
tempo.
Ao Monteiro que eu não sei se era o
Lobato, esse conto é o melhor de todos da
sua criação e história. Pelo fato que você
conseguiu cumprir suas palavras e o seu
desejo, dizia ele:
“Ainda acabo fazendo livros onde
as nossas crianças possam morar”. E
de fato aquela rua era um livro onde nós
morávamos.
3
FRANCAMENTE
ENTREVISTA COM A DRª MARIA LUCIA F. T MOSCATELLI,
TECNOLOGISTA DO JARDIM BOTÂNICO
N
ascida na cidade do Rio
de Janeiro, Maria Lúcia F
T Moscatelli, residiu e estudou em Copacabana. Fez sua
graduação em Engenharia agronômica na Universidade Rural
do Rio de Janeiro, onde também
realizou vários estágios, a maior
parte deles na área de saúde
vegetal, realizou seu mestrado
e doutorado em agronomia. Na
Embrapa Agrobiologia, logo após
a graduação fez dois anos de
aperfeiçoamento e toda a parte
experimental da pós-graduação.
As teses foram focadas no estudo e no controle biológico de um
besouro que causa danos significativos à leguminosas como:
feijão, soja e caupi. Trabalhou na
área de perícia ambiental e também como consultora em fitossanidade. Em 2002 começou a
trabalhar no Instituto de Pesquisa
Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Em 2004 inaugurou o Laboratório de Fitossanidade, setor que
cuida da saúde da coleção viva e
faz pesquisas nessa área.
Drª Maria Lucia F. T Moscatelli,
é um prazer tê-la como nossa
primeira entrevistada. Por qual
motivo você escolheu fazer
Engenharia Agronômica?
Escolhi cursar engenharia
agronômica porque gostava de
plantas e queria viver no interior.
Pensava na época que passaria
a vida em uma fazenda.
Aqui no Brasil tivemos grandes
entomologistas que marcaram
a história, como Carlos Chagas, Osvaldo Cruz entre outros. Como se dá o papel dos
entomologistas no contexto
dos grandes centros urbanos?
Dependendo da área de conhecimento, atualmente os entomologistas em grandes centros
urbanos atuam basicamente em
instituições de pesquisas, universidades, órgãos de saúde pública
e empresas particulares. Como há
uma concentração dessas instituições nos grande centros, os estudos abrangem o enorme campo
da entomologia, não ficando restritos às pragas e vetores urbanos
de importância médica e/ou veterinária ou ao estudo de pragas no
paisagismo e arborização urbanos. Entretanto, as condições dos
grandes centros constantemente
agravadas como: pobreza, aglomeração de pessoas, poluição
entre outras, favorecem nesses locais o desenvolvimento de pesquisas e estratégias para o controle
de tais pragas.
não é válida e o maior desafio é
preservar árvores antigas. A redução dos focos de pragas passa
então a depender do controle do
ambiente. Na prática, o desafio diário é incorporar na rotina do arboreto, atividades que beneficiem as
árvores, como: a retirada de tocos
e galhos podres, de plantas parasitas (erva-de-passarinho, figueira
mata-pau entre outras), equilibrar
proporções de lianas e trepadeiras
de interesse sobre as copas das
árvores, oferecer adubação e irrigação adequadas, controlar pragas com eficiência, preservando
insetos predadores e a fauna de
vertebrados, entre outras.
cupim de solo Coptotermes gestroi e o cupim arborícola Nasutitermes corniger.
Visconde de Albuquerque,
no Leblon, levando à morte uma
fileira de exemplares de figueiras
sagradas. Muitas árvores com
cupins de solo e outras pragas
poderiam ser tratadas com sucesso, mas sem tratamento perde-se árvores de valor como o
ipê, o pau-ferro, o oiti e outras.
Com certeza as ações do poder
público em relação à preservação e otimização das árvores urbanas são insuficientes.
Existe alguns problemas fitossanitários que são de certa forNesse período a frente do la- ma simples de serem resolviboratório, qual foi o projeto de dos. Como pulgão, cochonilha,
maior importância para a pre- amarelamento, entre outros.
servação da flora e da fauna de Você poderia indicar algum
uma forma geral?
produto biológico ou algum
controle alternativo aos nosNa área em que atuo, um sos leitores. E de modo simEm sua função dentro do Jar- projeto que teve bastante visibi- ples orientá-los a como identidim Botânico como responsá- lidade foi o de “Revitalização das ficar esses problemas.
vel pelo laboratório de fitossa- Palmeiras-Imperiais do Jardim Bonidade. Quais foram os maiores tânico”. Havia uma alta perda de
Os insetos sugadores, puldesafios encontrados durante palmeiras por uma doença desco- gões e cochonilhas são relativaesses 12 anos de serviço pres- nhecida. Através do projeto, a do- mente fáceis de controlar, mas se
tado?
ença causada pelo fungo Cerato- multiplicam com muita rapidez. É
cystis paradoxa foi diagnosticada. bom retirar as partes mais afetaNo começo o desafio foi Os focos, palmeiras mortas e to- das e aí então pulverizar a planmontar uma estrutura de labora- cos, foram eliminados. As palmei- ta com um inseticida à base de
tório que possibilitasse trabalhar ras receberam tratamento e adu- vários extratos vegetais. Vários
com fitossanidade. Pesquisas são bos, e mudas bem desenvolvidas produtos naturais já são vendidos
especialmente voltadas para árvo- foram repostas. Hoje ocorrem per- prontos em lojas de jardinagem,
res produzindo frutos ou para cor- das ocasionais, mas é necessário devendo apenas ler a bula para
te, madeira. Exemplares antigos eliminar prontamente focos do fun- acertar na diluição com água. É
como os do Jardim Botânico são go e de vetores: palmeiras mortas bom repetir a aplicação após dez
atacados por pragas e microrga- e tocos. Com menos visibilidade, dias para se certificar de que tonismos cuja indicação de controle há dois anos desenvolvemos um dos os sugadores tenham sido
é o abate e a substituição por uma projeto de monitoramento árvore eliminados.
muda nova, de variedade resisten- à árvore que reduziu drasticamente. Como o valor da coleção é his- te duas espécies de cupins que
Geisler Vanil
tórico e científico, essa alternativa causavam a morte de árvores: o
4
PSICOLOGIA
DEPENDÊNCIA QUÍMICA
O
uso de drogas acompanha a humanidade desde
sempre, contudo o seu
uso na perspectiva histórica sempre se deu em circunstancias culturais e religiosas ao passo que
hoje se ornou um problema de
saúde pública.
O usa de narcóticos e álcool
em nossa sociedade tem sofrido
um drástico aumento nos últimos
tempos.
Segundo pesquisas realizadas desde a década de 80 pelo
CEBRID (Centro Brasileiro de
Informações sore Drogas), apontam um aumento de consumo de
álcool e do tabaco atingindo pessoas de diversas camadas sociais e diferentes faixas etárias.
O comportamento assumidos
por estes indivíduos atinge não
somente a ele, mas seus familiares e todos que estão à sua volta,
gerando um aumento da criminalidade, onde se incluem o tráfico
de drogas e de pessoas, assaltos,
sequestros e mortes no transito
dentre outros agraves.
Vamos entender, o que é a
dependência Química?
É é uma doença não contagiosa e sim contagiante, que
causa impacto nas relações familiares e sociais, atingindo de
forma avassaladora a economia
principalmente doméstica. Quando existe um membro da família
usando droga, o comportamento
dos familiares é em função do
usuário deteriorando o bem estar
de todos.
“A dependência caracteriza
pela ingestão de qualquer droga
MPB TOP
Lenine
A Mancha- http://www.kboing.com.br/lenine/1-1001839/
A Rede- http://www.kboing.com.br/lenine/1-48950/
Aquilo que dá no coração- http://www.kboing.com.br/lenine/1-1046092/
Chão- http://www.kboing.com.br/lenine/1-1096864/
Dor de amor -http://www.kboing.com.br/lenine/1-1302516/
Eu sou meu guia -http://www.kboing.com.br/lenine/1-1022253/
Osvaldo Lenine Macedo Pimentel, conhecido apenas como Lenine,
é um cantor, compositor, arranjador, escritor, letrista e músico brasileiro. Ocupa a cadeira 38 como acadêmico correspondente da Academia Pernambucana de Letras.
Nascimento: 2 de fevereiro de 1959 (55 anos), Recife, Pernambuco
que altere seu comportamento
seja ela licita ou ilícita que o indivíduo não consegue conter seus
impulsos e faz uso compulsivamente dessa substância (OMS,
2009)”.
Ela passa ser essencial em
sua vida e não tem uma causa
única, mas se estabelece como
produto de vários fatores que atuam ao mesmo tempo.
Segundo a OMS (2009) “a
dependência química é considerada uma doença que requer cuidados específicos como qualquer
outra. Pode ser tratada e controlada e controlada devendo ser
encarada simultaneamente como
doença crônica e um problema
social gravíssimo”.
Corresponde a um estado
mental e muitas vezes físico, que
resulta da interação entre o organismo vivo e uma droga! “Caracteriza-se por um comportamento
de tornar a droga para experimentar seu efeito psíquico e evitar o
desconforto provocado por sua
ausência (filho S.1995)”. “Entretanto, há resistência muito grande
por parte dos usuários quanto a
aceitar que o consumo de drogas
é uma doença (Drumond e Drumond F,1998)”.
Para a Sociedade Americana de Medicina da Adicção –
ASAM, “a dependência química
é definida como doença crônica,
primaria, cujo desenvolvimento e
manifestações são influenciados
por fatores genéticos, psicossociais e ambientais”.
Gisele Leopoldino - Psicóloga
TURISMO
Trem do Corcovado
No dia 09 de outubro o Trem do Corcovado fez 129 anos.
Inaugurado em 1884 pelo Imperador D. Pedro II, o Trem do Corcovado já levou papas, reis, príncipes, presidentes da república,
artistas e cientistas em seus vagões e é mais antigo que o próprio
Cristo Redentor. É também um passeio ecológico. O trem atravessa a maior floresta urbana do mundo: O Parque Nacional da
Tijuca, um pedaço da mata atlântica.
E quem viaja pela Estrada de Ferro do Corcovado ajuda
a manter a floresta: o trem é elétrico e, por isso, não polui; além
disso, parte da arrecadação da bilheteria é destinada ao IBAMA
para a conservação da mata.
Fica a dica para os cariocas que ainda não se aventuraram nesse
passeio.
Dayse caldas
Guia de Turismo
19.022462.96-7
5
MEIO AMBIENTE
E
A INDÚSTRIA DA DEGRADAÇÃO
quívocos técnicos que resultaram em
estações de tratamento de esgoto
que apenas funcionam com metade
de sua capacidade (Estação da Alegria) ou que nunca funcionaram (Estação de
São Gonçalo), enquanto praticamente toda a
bacia hidrográfica foi transformada em valões
de lixo e esgoto.
Pois é, no país onde pilantragem virou
“malfeito” e pilantras são lúdicos “aloprados”,
imaginem o sinônimo de “equívocos técnicos”? Ora, ora, imaginem onde deve ter ido
parar boa parte desse bilhão e tantos milhões
de dólares diante dos resultados ambientais
irrisórios que observamos em 70% das margens da pobre baía. Infelizmente, entendo
que não devem ter ido parar no que se esperava, ou seja, na melhoria efetiva, na prática,
da qualidade ambiental da Baía de Guanabara que até hoje sufoca em rios de merda e lixo.
Mas a Baía de Guanabara não está sozinha
nessa linha de montagem de monstrengos
ambientais consumidores de bilhões de dólares ou reais. Há alguns meses atrás por meio
da imprensa foi tornado público, fato do que
boa parte dos pescadores da Baía de Sepetiba já sabia, há pelo menos três décadas, ou
seja, o lançamento criminoso de toneladas de
resíduos químicos produzidos pela estação
do Guandu, como subproduto do tratamento
que a mesma efetua nas águas pútridas que
abastecem a maior parte da região metropolitana do Rio de Janeiro.
Diversas vezes fui informado por pescadores da região de que de tempos em tempos
enormes volumes de peixes apareciam mortos próximos da foz do rio que despeja os rejeitos químicos da estação do Guandu na Baía
de Sepetiba. Quando colocado à frente desse
fato pela imprensa, o “responsável” confirma
a situação como se fosse a coisa mais banal
possível, informando como de praxe naquele discurso básico no gerúndio que a estatal
está pensando, avaliando o que irá fazer.
É nisso que eles, os “iluminados governamentais” vão pensando, visto que estão
acima do bem e do mal, o então secretário de
ambiente do estado exige uma solução para
os próximos não sei quantos dias, que provavelmente serão prorrogados até que o assunto se decante como os produtos químicos no
fundo da Baía de Sepetiba. Alguém será processado? Que nada! Afinal, são todos simples
companheiros aloprados!
Quando você passa o olhar pelas lagoas da Baixada de Jacarepaguá, a situação é
a mesma. Muitos números, percentuais, litros
de esgoto tratado, centenas de milhões de reais investidos que em nada refletem a podridão e a imundície da bacia hidrográfica local
e do sistema lagunar.
Também não é para menos tamanha
suntuosidade! Imaginem, pagamos mensalmente para a estatal uma conta cuja metade
do valor diz respeito ao fornecimento de água
e a outra metade por coleta e tratamento de
esgoto. Ops! Mas qual tratamento? Se você
encontrar algum rio que tenha água pura na
Cidade Maravilhosa é um puro milagre. Praticamente toda a bacia hidrográfica foi transformada num imenso valão de esgoto, seja
no Canal da Visconde de Albuquerque, em
pleno Leblon, no Canal do Mangue, no centro
da cidade, ou nos “rios” Sarapuí e Iguaçu em
Duque de Caxias,marina da Glória, enseada
de Botafogo, tudo é esgoto. Portanto, é claro,
muita gente vem pagando por serviços que
simplesmente não são prestados no maior
processo de estelionato ambiental e a maior
fábrica de fazer dinheiro que este estado já
teve! Simplesmente paga-se por um serviço,
não se recebe e fica por assim mesmo!
Não é a toa que a estatal continua e
continuará sendo a caixa preta intocável do
estado do Rio de Janeiro, e os corpos dágua
continuarão as latrinas, pois disso depende o
lucro da indústria da degradação!
De tempos em tempos, ocorrem aqueles encontros de escoteiros ambientais, onde
todos mostram sua “expertise” no assunto,
com marchas, peitos de fora, caras pintadas
e onde para marcar presença na mídia, com
todo estardalhaço se liberam mais alguns milhões, bilhões, trilhões de dólares, reais, euros, ienes para a recuperação disso e daquilo
que invariavelmente irão escoar pelo ralo da
impunidade, do jeitinho esperto tupiniquim e
pelos equívocos técnicos de concepção.
A recuperação efetiva não interessa,
pois caso contrário os empréstimos não irão
mais acontecer e a linha de montagem idealizada por “aloprados ambientais” acaba parando e aí como é que fica o financiamento
das campanhas de nossos futuros “líderes”?
Infelizmente, soluções objetivas com resultados rápidos não interessam, senão a máquina
dos “equívocos técnicos” se torna obsoleta.
Fato é que em dois anos teremos a
Olimpíada na cidade do Rio de Janeiro, e seu
ambiente continua profundamente degradado, com muita grana concentrada, com muitas idéias, promessas e factóides midiáticos
extraordinários de palanque, mas ação que
é boa sem “equívocos” bilionários, até o momento nada.
Mais uma vez, o tempo será o vilão dos
resultados ambientais pífios segundo nossos
“eficientes” administradores. Será aquela frase de praxe: “Não deu tempo!”. Deu para fazer o que o tempo permitiu e acabará prevalecendo o “puxadinho ambiental”, igualzinho
ao que ocorreu nos Jogos Pan Americanos.
Muita obra “a toque de caixa”, com aqueles
aditivos maravilhosos, horas extras, visando
ganhar o tempo deliberada e intencionalmente perdido, engrenagem azeitada da indústria
do quanto pior, melhor.
O Brasil, sua história, sua classe política, seus administradores públicos, são assim,
e são dessa forma “aloprada de ser”, pois conhecem por dentro a sociedade que tem nas
mãos e sua natural apatia diante dos desmandos governamentais.
Reitero que nunca as autoridades brasileiras tiveram no passado e no presente, intenção de recuperar coisa alguma na Baía de
Guanabara, pois sua recuperação, inviabiliza
a maravilhosa indústria da degradação, da
qual tantas campanhas políticas dependem
sob os catatônicos olhares de uma sociedade
acostumada à pagar e não receber.
Mario Moscatelli - Biólogo Mestre Em Ecologia
6
TECNOLOGIA
D
INIMIGO OCULTO: OS PERIGOS DA INTERNET
urante as últimas décadas,
a internet tornou-se um
dos pilares da sociedade.
Através dessa grande rede global
de computadores, dispomos de
acesso a praticamente tudo: podemos conversar, com recurso da
webcam, com pessoas no mundo
todo, estudar, buscar emprego,
fazer compras, etc.
Mas, para aproveitar os benefícios que a internet proporciona , é preciso tomar alguns cuidados básicos para proteção da
privacidade e segurança virtual,
evitando assim, problemas futuros. Ter um bom antivírus com
firewall e manter o sempre computador sempre atualizado é essencial, mas outras medidas tam-
bém precisam ser tomadas:
Muito cuidado ao ler emails,
nunca abra links suspeitos, essa
é a forma mais comum de propagação de vírus e outras pragas
virtuais.
Trocar a senha da conta
de tempos em tempos das redes sociais e sites com informações sigilosas. Use senhas fortes,
mesclando números, símbolos
e letras, é muito importante também usar senhas diferentes para
cada rede social, pois no caso de
uma conta ter sido invadida, as
outras estão fora de perigo.
Usar redes públicas Wifi são
um risco potencial devido à frágil
segurança, mesmo usuários com
pouca experiência em informá-
tica, podem instalar programas
que tem a função de interceptar
e capturar dados de trafegam
pela rede. Caso seja necessário o
uso destas redes, é aconselhável
desabilitar o compartilhamento
de arquivos e impressoras, pois
estes aumentam as portas abertas no computador. Não utilize
redes públicas gratuitas para fazer transações bancárias; senhas
de banco é o principal alvo de
ladrões virtuais. Programas que
oferecem criptografia de rede e
de arquivos fornecem uma proteção extra para o seu computador.
Ao usar computadores em
lan house, use sempre o navegador em modo privado (navegação
anônima) para abrir no Google,
use os atalhos de teclado Ctrl+Shift+N. No mozzila Firefox o
atalho no teclado é Ctrl+ Shift+P.
A Navegação Privativa permite
que você navege na Internet sem
guardar informações sobre os sites e páginas que você visitou.
Estas são algumas das dicas para manter a privacidade e
segurança na internet. Mas lembre-se que para evitar problemas,
é preciso também mudança de
comportamento. O uso responsável e o bom senso na hora de
divulgar as informações pessoais
nas redes sociais são essenciais
para aproveitar o melhor que a internet tem para oferecer.
Domingos Octávio Dias
ESPAÇO ARTE
C
aros e caras, a partir de
agora nossas redes se
misturaram. Eu não os
conhecia, nem vocês a mim.
Isso mudou, nos aproximamos,
ainda bem, pois todos estamos
produzindo conteúdos, postando
nossas ideias e visões de mundo, chegando até nem sabemos
aonde, interagindo cada vez com
mais pessoas e suas potencialidades, expandindo mentes e conexões possíveis, e isso é bom,
afinal, os outros são nós.
Ao dizer isso, penso em
Rimbaud, o poeta, e MD Magno,
a psicanálise brasileira. Primeira
sugestão da coluna: leiam alguma coisa desses dois e desfrutem (depois falamos).
E, então, começamos assim: somos resultantes complexas, tudo nos concerne e afeta.
ARTEFOTOS
É claro que trazemos nossas formações de origem (acumuladas
desde quando éramos pouco
mais que bactérias), mas vamos
nos conformando ao longo dessa
vida por um triz, através de artifícios e artefatos, emaranhados
numa rede de redes de outros,
buscando sentidos e gozos, atuando, artista.
O trabalho que aplico a esse
nosso início de conversa mistura essa reflexão, com um grafite
que descobri no muro do Jóquei
e onde falo na primeira pessoa.
Fiz algumas variações, com um
aplicativo simples que uso para
tratar minhas fotos. Pensei em
cortar essas fotos em tiras verticais e intercalar as versões diferentes da mesma foto numa única montagem, criando um certo
estranhamento e até mesmo um
jogo para o observador atento.
Mas, fotografia é arte? E
quando alteramos digitalmente,
intervimos na foto com tintas e
objetos, ousamos no suporte e
na (não)moldura, misturamos linguagens artísticas, produzindo
Grafite manipulado digitalmente
fotocoisas – ainda é fotografia?
Já viram que temos muito
para conversar sobre artefotos
e, por que não, sobre a própria
vida. Aguardem.
Claudison Rodrigues -Artista
7
FILOSOFIA & EDUCAÇÃO
SALVE ARARIBOIA!
Filósofos de Paus, de Copas, de Espada e de Ouros... e o Verdadeiro Filósofo: o Curinga!
Salve Arariboia!
Como prometido no artigo precedente, explico aqui a minha
concepção do Filósofo enquanto um Curinga.
É necessário explicar, pois há uma sutileza a ser considerada; e os homens modernos, ávidos por classificar, categorizar,
rotular; sempre apressados no auge de sua pseudo sabedoria,
desaprenderam a ler e ruminar as palavras... Digerem-nas com
tanta rapidez, que elas passam quase intocadas pelos seus tubos digestivos cerebrais... E, portanto, nunca entendem nada:
apenas aquilo que previamente já desejavam entender! Não é
à toa que em nossa Era Moderna continua a superabundar a ignorância; sobretudo entre os instruídos! Mais um paradoxo para
nos envergonharmos.
Um Curinga é uma carta que destrói com nossas pretensões classificatórias... Ela faz parte do baralho, como o Filósofo
faz parte de seu tempo. Mas ela se recusa a participar dos conjuntos pré-estabelecidos! Não se enquadra! E quando a usamos,
em determinados jogos, como “substituta” de alguma carta, ela
se torna ali, no meio daquelas de mesmo naipe, um sinal ainda
mais evidente de sua contradição: quanto mais tentamos uniformizar o Curinga, mais óbvio fica o fracasso da tentativa.
Assim como o Filósofo, desde Tales de Mileto recusando as
crenças pré-existentes: ele quer algum outro. Demolindo o edifício das certezas, sua habitação é o questionamento.
Bom, uma tal postura tem sido vilipendiada ao longo dos
séculos; em parte, porque ainda somos uma espécie muito necessitada de certezas. Exemplo triste: os religiosos podem até
discordar entre si, mas ninguém os deixa tão perplexos do que
um descrente completo – Como pode não acreditar em nada? –
eles perguntam.
Todavia existe um fato na História da Filosofia que também
ajuda a explicar este problema: a confusão provocada pelo ceticismo e pela pós-modernidade. Vou deter-me nisso no próximo
artigo.
Assim falam os que nascem póstumos... quem tiver ouvidos, ouça!
Gerson Stumbo
COTIDIANO CARIOCA
PICHADORES DO BEM
O mutirão Árvore sem
Risco foi uma iniciativa inédita
dentro do arboreto do Jardim
Botânico do Rio de janeiro –
visitantes inscritos ajudaram
a tratar as árvores e bambus
feridos por estiletes e outros
objetos cortantes. Muita gente não sabe, mas riscar os
troncos e caules pode provocar doenças nas plantas e até
levá-las à morte. A técnica de
tratamento foi desenvolvida e
testada pelo Laboratório de Fitossanidade (saúde das plantas) do Jardim Botânico.
As
pessoas
realizam
esse ato de “riscar as árvores e
bambus” no sentido de marcar
a história, deixar um legado. E
muitas fazem pelo fato de acharem a prática permitida uma
vez que elas veem os bambus
e algumas árvores com o dano.
Esse trabalho realizado
hoje com iniciativa do Laboratório de fitossanidade, serviu
como utilidade pública e muito
educativo.
Não risque nas árvores,
ajude a cuidar!
Geisler Vanil
Grupo pintando com a calda, o Eucalipto que estava todo riscado.
8
GASTRONOMIA
Palha Italiana
1 lata de leite condensado
3 colheres de sopa de chocolate em pó
1 colher de sopa de margarina
1/2 pacote de biscoito de maizena (quebradinho)
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MODO DE PREPARO
Em uma panela colocar leite condensado, chocolate em pó e a margarina.
Levar ao fogo até soltar do fundo, apagar o fogo e misturar o biscoito.
Untar um tabuleiro e colocar ainda quente.
Quando estver frio, cortar em quadrados e passar no açucar frio.
Nilda Chaves
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