O Autor Carlos Carlos Frederico B. Loureiro Abrange o assunto Emancipação, partindo de alguns questionamentos: Por que tantos educadores ambientais falam em emancipação? E porque emancipação é uma palavra repleta de sentidos que dão identidades a certas perspectivas da educação ambiental e a educadores e integrantes de movimentos sociais preocupados com a superação da crise civilizatória que vivenciamos? O que significa emancipar-se? O que se deseja com a emancipação humana? Ela é um sonho inexequível, uma utopia ou uma possibilidade histórica? Na filosofia emancipação significa liberdade e autonomia. São processos que se vinculam as condições e as possibilidades em uma sociedade e uma determinada época. Liberdade: refere-se a eliminação de limites por meio da ação e do conhecimento gerado pelos agentes sociais ( práxis ), com o objetivo de se ampliar ás possibilidades pessoais de realização e o potencial criador humano. Autonomia: Significa estabelecer condições de escolha em que os sujeitos individuais ou coletivos não sejam dependentes de outrem para conhecer e agir, seja o estado o partido, uma elite econômica, politica ou intelectual, um filantropo ou uma empresa. A prática emancipatória se define pela ação e construção dialógica em condições igualitária de conhecer, falar, se posicionar, decidir e ter o justo acesso ao patrimônio cultural que a humanidade gerou até aqui. Instaurar um processo educativo ambiental capaz de potencializar, sinalizar e consolidar alternativas que rompam com os comportamentos, valores, atitudes, estilos de vida e formas de produção que são dominantes na sociedade, transformando-as. Este e´ o sentido que a emancipação adquire na educação ambiental. Assumir a emancipação como pressuposto da educação ambiental exige de cada um de nós reflexão, conhecimento, critica e autocritica, exercício politico e compromisso social em torno de mudanças profundas e da consolidação de “sociedades sustentáveis”. Pontos relevantes na emancipação na educação ambiental: - Conhecer o que é específico do ato educativo, qual é a função social desempenhada pela Educação Ambiental, como esta se insere na politica educacional do país e nas politicas públicas em geral, Conhecer também as estruturas curriculares e analisar como o ambiental é cabível em tais estruturas implementadas no Brasil. - Entender os mecanismos de apoio a projetos e a relação destes com a formação do cidadão para atuar em sua realidade, Boas ações não bastam em si mesmas. Precisam ser problematizadas em um contexto, reconhecendo limites, avanços e tensionamentos que o processo estabelece. Ao se montar e realizar uma atividade de Educação Ambiental é imprescindível saber com quem se está dialogando, em favor do quê e para quê. - Resgatar um conceito formidável apresentado por Gramsci (1995), o de educação omnilateral ( Educação que trabalha com as nossas múltiplas dimensões formativas ). Ao educador ambiental cabe atuar no sentido de garantir acesso universal á informação ,ao conhecimento produzido e aos diferentes saberes. Isto implica em se pensar a prática educativa contemplando : conhecimentos ecológicos, filosóficos e sócio histórico; vivências corporais e sensoriais; dramatizações e experiências lúdicas; atividades de pintura, musicais, e esportivas; e o aprendizado de técnicas que permitam a tomada de consciência sobre os principais meios utilizados na criação dos bens de consumo. Isto é garantir um diálogo complexo com o mundo e no mundo. - Fortalecer o ensino publico e a relevância da atuação do professor na transmissão, recriação e problematização do que geramos de cultura e até aqui enquanto humanidade. - Fortalecer a ação de educadores ambientais em movimentos sociais e nos grupos em maior estado de vulnerabilidade socioambiental. - Consolidar a relação escola- comunidade e a construção de canais de participação e diálogo. - Continuar o processo de organização de redes e outras institucionalidades que nos dão identidade e que permitem maior interlocução e pressão na definição das diretrizes de Estado. - Ampliar e investir nas estratégias de qualificação e formação de participantes em diferentes níveis e grupos sociais. - Intervir nas politicas de educação e de meio ambiente no país, garantindo ações compatíveis com a Educação Ambiental e sua universalização.