Analise da Teoria Unificada de Aceitação e Uso de Tecnologia em uma Grande Rede Interorganizacional de Cooperação Autoria: Juliano Nunes Alves, Breno Augusto Diniz Pereira Resumo O presente estudo pretende analisar as relações entre rede e associados quando da aceitação e o uso de tecnologias da informação. A metodologia utilizada foi um estudo de caso único interpretativo utilizando de maneira qualitativa o modelo UTAUT de Venkatesh, et al. (2003) em uma rede composta por 256 associados e abrangendo um total próximo a 600 lojas. Os resultados encontrados comprovam que tanto para a gestão da rede quanto no associado é possível perceber que os fatores desempenho esperado; expectativa de esforço; influência social e condições facilitadoras são determinantes para aceitação e uso das tecnologias em redes. 1 INTRODUÇÃO O que leva a adoção de uma nova tecnologia da informação? Seriam as características da tecnologia em si? São indivíduos dentro da rede que influenciam? A rede que influencia? A expectativa de esforço não suporta a expetativa de desempenho ao adotar um sistema?, Como sua interação através de uma rede social formada pela rede interorganizacional levam a esses profissionais experimentarem uma nova tecnologia, ou os recursos cognitivos e situacionais necessárias para a sua utilização? Se esses fatores são realmente importantes nas decisões de aceitação de profissionais, eles são interligados? Se assim for, como se relacionam e quais são os mecanismos interferem nas decisões de aceitação? Existem determinantes como tempo de empresa, tempo na rede, formação e tamanho da empresa? Tais questões têm amplas implicações práticas, bem como teórico, porque os benefícios esperados a partir dos investimentos em TI são realizados apenas quando eles são adotados por seus usuários pretendidos e utilizado posteriormente, além disso, é inegável, a revolução continua em TI moveu para além do domínio de apoiar gestores e usuários de negócios. Em relação à adoção ou comportamento de uso de tecnologia, em si Bobsin; Visentini; Rech (2009), a partir de uma revisão bibliográfica demonstraram que existe certa tendência de se estudar a aceitação e o uso de tecnologias móveis e ambientes virtuais, mas não se podem fazer generalizações. Percebe-se, ainda, que são poucos os estudos que realmente preocupamse em analisar o uso de Sistemas de Informação nas organizações. Existem diversas razões para as empresas cooperarem em redes horizontais que refletem desde as diferenças de objetivos estratégicos, posições de mercado, ações atuais e possíveis das outras empresas até o status corrente da própria empresa (PEREIRA, 2005). A questão básica para muitas empresas com carência de alguns recursos essenciais é fazer a escolha entre desenvolver a necessidade tecnológica dentro da empresa, ou adquiri-la fora (ALVES, 2011). Para tanto, o objetivo deste artigo foi analisar por meio do modelo UTAUT (Unified Theory of Acceptance and Use of Technology), o caso das redes horizontais de cooperação. Assim, pretendeu-se identificar os fatores que influenciam direta ou indiretamente a aceitação e a intenção de uso de tecnologias de informação e em um segundo momento o que pode ser feito utilizando esse modelo para gerar maiores trocas de informação e novos benefícios. Como benefícios da pesquisa, espera-se que o presente estudo contribua para que tanto o caso analisado quanto outras redes e seus associados possam entender os fatores determinantes e moderadores que impactam na adoção e utilização de um sistema interligando a troca de informações e ao mesmo tempo gerar benefícios. Também, possa proporcionar aos gestores de sistemas e projetos da rede possam ter uma eficiência e eficácia tanto no planejamento quanto na execução e gestão desses relacionamentos por meio dos sistemas (DA SILVA, 2009). 2 REFERENCIAL TEÓRICO Nos últimos anos, nota-se a rápida evolução e disseminação da TI, isto é, aquela tecnologia que, inclui sistema de informação, processamento de dados, telecomunicações e automação, modificou significativamente as responsabilidades gerenciais. Apareceram novos departamentos, investimentos significativos em hardware e software, treinamentos, etc. Os impactos da TI incidem sobre diferentes áreas funcionais das empresas e também sobre um amplo espectro de indústrias (PORTER; MILLAR, 1985). Esses impactos podem ser traduzidos em vantagem competitiva se forem tratados como elementos fundamentais e transformadores da sociedade e organizações, a ponto de que posam ser traduzidas em suporte para os relacionamentos e as ações entre a cadeia de suprimentos, parceiros e consumidores (SILVEIRA; ZWICKER, 2006). 2 Além disso, a TI desde os meados de 2000, exerce um papel estratégico buscando contribuir para uma vantagem competitiva tem-se fundido de forma rápida e profunda nas empresas de todo o mundo. Mais do que estar presente, ela atinge praticamente todos os setores das empresas, sendo um elemento necessário não só a manutenção dessa vantagem competitiva, mas para o funcionamento em si dessas organizações (FERRIGOLO, 2000). Portanto, estudar como podem ser mais bem aceitos e utilizados os sistemas é um desafio para as empresas modernas devido à evolução e a necessidade constante de renovação dessas vantagens competitivas. E uma das formas abordadas pela literatura é a Teoria Unificada de Intenção e Uso de Tecnologia (UTAUT) criado pelos autores Venkatesh et al., (2003), melhor descrito na próxima seção. 2.1 Teoria Unificada de Intenção e Uso de Tecnologia (UTAUT) Na literatura existem vários modelos teóricos desenvolvidos, principalmente a partir de teorias em psicologia e sociologia, utilizados para explicar a aceitação da tecnologia e uso. Uma revisão e síntese de oito teorias / modelos de uso da tecnologia resultou na teoria unificada de aceitação e uso da tecnologia (UTAUT) a qual centraliza os fatores determinantes em críticos e em contingências relacionadas com a previsão da intenção comportamental de usar uma tecnologia e uso de tecnologia, principalmente em contextos organizacionais (VENKATESH et al., 2003). Com base em uma revisão da literatura existente, Venkatesh et al. (2003) desenvolveram UTAUT como uma síntese global de pesquisas anteriores de tecnologia de aceitação Quadro 1, chegando a um modelo que tem quatro construções principais (ou seja, a expectativa de performance, expectativa de esforço, influência social, e condições facilitadoras) que influenciam a intenção comportamental de usar uma tecnologia e/ou uso da tecnologia conforme Figura 1. Expectativ a de Intenção Comportamental Expectativ a de Comportam ento de Uso Influência Social Condições Facilitador Gênero Idade Experiência Voluntariedade do Uso Figura 1. Modelo de Teoria Unificada de Aceitação e Uso da Tecnologia (UTAUT) Fonte: Venkatesh et al., (2003) Nesta teoria, os autores determinam como percebido na Figura 1, quatro construtos como determinantes diretos da intenção de comportamento de uso: a) expectativa de desempenho; b) expectativa de esforço; c) influência social e c) condições facilitadoras. Melhores descritos na seção fatores do UTAUT. O modelo UTAUT, Figura 1, prevê ainda quatro construtos moderadores da intenção e uso da TI: o gênero, a idade, a experiência do indivíduo e a voluntariedade. A experiência refere-se ao grau de familiaridade do usuário com o sistema em questão, familiaridade esta adquirida através de uso prévio da tecnologia; e a voluntariedade contempla o grau em que o usuário acredita ser obrigatório ou não o uso do sistema em seu trabalho (VENKATESH et 3 al., 2003). E que nesse trabalho serão utilizadas duas perspectivas sobre a TI: a da gestão da rede e no contexto do associado como visualizado na Figura 2. Desempenho Esperado Aceitação Uso Expectativa de Esforço Influência Social Integrante da Rede Gestão da Rede Benefícios Condições Facilitadoras Figura 2. Modelo de Pesquisa Proposto para Aceitação e Uso de Tecnologia em Redes Fonte: Adaptado de Venkatesh et al., 2003 2.2 Fatores da Teoria Unificada de Aceitação e Uso de Tecnologia (UTAUT) Sobre o construto, a expectativa de desempenho, pode-se afirmar que quanto as pessoas veem um sistema, tais como a Internet ou a tecnologia móvel, é útil para atingir os seus objetivos e metas na sua rotina no trabalho ou em sua casa (VENKATESH et al., 2003). O conceito de expectativa de desempenho, incluindo a utilidade percebida, tem sido considerado a mais poderosa ferramenta para explicar a intenção de se utilizar um sistema, independentemente do tipo de ambientes, que seja obrigatório ou voluntário. A expectativa de desempenho foi construída por Venkatesh (2003, p. 447) a partir de cinco constructos já existentes: utilidade percebida (DAVIS, 1989; DAVIS et al., 1989), motivação extrínseca (THOMPSON et al., 1991), vantagem relativa (MOORE;BENBASAT, 1996) e expectativa de resultado (COMPEAU; HIGGINS, 1995, JOHNSON; MARAKAS, 2000). Expectativa de desempenho pode ser considerado como o "grau em que um indivíduo acredita que o uso do sistema oferecido irá ajudar a alcançar ganhos de desempenho em suas atividades" (VENKATESH et al. 2003). Expectativa de desempenho é uma adaptação do modelo UTAUT (DAVIS, 1989; COMPEAU; HIGGINS, 1995; VENKATESH et al, 2003; JACK et al, 2007; KHOLOUD, 2009). O segundo fator considerado no modelo é a expectativa de esforço, o qual Venkatesh et al. (2003) definiram como o grau de facilidade associada ao uso do sistema. Tal construto da UTAUT se originou a partir de três construtos de diferentes teorias: a) Facilidade de uso percebida do modelo TAM e TAM2 (DAVIS, 1989; DAVIS et al., 1989); b) Complexidade do modelo MPCU (THOMPSON et al., 1991); e c) Facilidade de uso do modelo IDT (MOORE; BENBASAT, 1991). Para Davis (1989), haverá maior aceitação de certa tecnologia quanto maior for a facilidade de uso percebida. Embora os dados empíricos de Davis et al. (1989) comprovam a relevância da utilidade percebida em relação à facilidade de uso percebida, esta última 4 dimensão também forneceu boa explicação para a aceitação ou não da tecnologia (BAUER, 2008). Portanto, pode-se considerar que expectativa de esforço é definida como o grau de facilidade associada com a utilização do sistema, sendo referente à quantidade de esforço percebido que o usuário precisa colocar para aprender e operar o mesmo. Essa expectativa de esforço está no modelo UTAUT e nos estudos oriundos desse modelo (DAVIS, 1989; COMPEAU; HIGGINS, 1995; VENKATESH et al., 2003; JACK et al., 2007; KHOLOUD, 2009). Outro fator é o da influência social, a qual é o grau em que um indivíduo percebe que outras pessoas importantes acreditam que ele deveria usar o sistema, e também é abordada por Venkatesh et al. (2003) a partir de três construtos: a) Norma subjetiva dos modelos TRA, TAM2, TPB, DTPB (DAVIS et al., 1989; TAYLOR; TODD, 1995); b) Fatores sociais do modelo MPCU (THOMPSON et al., 1991); e c) Imagem do modelo IDT (MOORE; BENBASAT, 1991). Por fim, no modelo um dos fatores que também influencia tanto a intenção de uso quanto ao uso do sistema são as condições facilitadoras, que para Venkatesh et al., (2003), representam o construto que mensura o grau em que um indivíduo acredita que existe uma infraestrutura organizacional e técnica para suportar o uso do sistema. Esse fator é formado da mesma forma que os anteriores a partir de três construtos: a) Controle percebido do comportamento do modelo DTPB (TAYLOR; TODD, 1995); b) Condições facilitadoras do modelo MPCU (THOMPSON et al., 1991); e c) Compatibilidade do modelo IDT (MOORE; BENBASAT, 1991). Sendo, portanto, um fator que serve de apoio para os usuários em termos de hardware e software necessário para trabalhar com um sistema em rede interorganizacional e ao mesmo tempo proporcionar compatibilidade com os outros sistemas que os associados utilizam independente do sugerido pela rede. O "facilitador" condição variável é utilizado também no modelo original UTAUT (VENKATESH et al., 2003). Por fim, apresenta-se uma síntese dos fatores principais da UTAUT no Quadro 2. Quadro 2 – Síntese dos Fatores principais da UTAUT Construto Definição Origem Expectativa de “Grau em que um indivíduo Utilidade Percebida (TAM/TAM2 e desempenho acredita que o uso do sistema vai DTPB) ajudá-lo a atingir ganhos no Motivação extrínseca (MM) resultado do trabalho” Adequação da função (MPCU) Vantagem relativa (IDT) Expectativa de resultados (SCT) Expectativa de esforço “Grau de facilidade associada ao Facilidade de uso percebida uso do sistema” (TAM/TAM2) Complexidade (MPCU) Facilidade de uso (IDT) Influência social “Grau em que um indivíduo Norma subjetiva (TRA, TAM2, TPB, percebe que outras pessoas DTPB) importantes acreditam que ele Fatores sociais (MPCU) deveria usar o novo sistema”. Imagem (IDT) Condições “Grau em que um indivíduo Controle percebido do facilitadoras acredita que existe uma comportamento (DTPB) infraestrutura organizacional e Condições facilitadoras (MPCU) técnica para suportar o uso do Compatibilidade (IDT) sistema”. Fonte: Venkatesh et al., 2003. 5 A utilização do modelo UTAUT contribuiu para o avanço da pesquisa sobre a aceitação dos recursos tecnológicos no caso das redes horizontais de cooperação. E a seguir, apresenta-se a operacionalização e as estratégias utilizadas no presente estudo. 3 MÉTODO O método utilizado foi um estudo de caso o qual segundo Yin (2010, p. 39-40) é uma investigação empírica que pode ser compreendido como um método abrangente não limitado a uma única tática de coleta de dados isolada, mas permite, por meio do estudo, iluminar um determinado fenômeno, de modo que novos sentidos sejam descobertos ou proposições se confirmem. O estudo de caso trata-se, portanto uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo em profundidade e em seu contexto de vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente evidentes e pode incluir variações que se compõem de um único caso ou de múltiplos casos (YIN, 2010). O tipo de estudo de caso escolhido para o presente estudo foi um caso único de natureza interpretativo, pois como apresenta Godoy (2010, p. 124): O estudo de caso interpretativo, além de conter uma rica descrição do fenômeno estudado, busca encontrar padrões nos dados e desenvolver categorias conceituais que possibilitem ilustrar, confirmar ou opor-se a suposições teóricas [...] por meio de um conjunto integrado de conceitos e do relacionamento entre eles, sendo obtidos a partir de dados empíricos, coletados no campo e explicitamente identificados. O caso único escolhido foi uma Rede denominada Alfa, do setor farmacêutico por ser considerada uma das maiores rede de associativismo do Rio Grande do Sul e por atender alguns pré-requisitos para ser considerado como um caso único. O primeiro fator que justifica a escolha do caso é o fato de ser um caso crítico no teste de uma teoria a UTAUT buscando investigar aceitação e uso de tecnologia em redes organizacionais pelo fato de o caso escolhido ser representativo ao abranger os associados em diversas fases de desenvolvimento e contemplando com isso os indicadores teóricos Quadro 2 do modelo UTAUT. Outra justificativa é que o caso escolhido não utiliza um sistema de informações único, possibilitando uma maior discussão a respeito dos aspectos relacionados à aceitação e ao uso de um único sistema, fato que merece ser analisado em profundidade gerando uma contribuição significativa para formação do conhecimento e da teoria em redes. Nessa linha o caso único justifica-se como uma possível experiência que pode ser apresentada de maneira independente em diversas outras redes. A coleta de dados foi da mesma forma realizada seguindo os preceitos de Yin (2010, p. 95), onde deve-se obedecer a um protocolo formal, o qual tem o objetivo de dirigir-se a um único ponto dos dados, a teoria UTAUT e o protocolo foi aplicado a dois entrevistados por meio de entrevistas em profundidade onde inicialmente apresenta-se uma introdução e finalidade do estudo, passando por um roteiro semiestruturado adaptado do instrumento quantitativo sugerido por Venkatesh et al., (2003) e finalizando com uma avaliação do que foi obtido durante a coleta dos dados. Os entrevistados foram o gestor administrativo e o gestor de tecnologia da informação da rede, os quais foram selecionados por se tratarem pessoas chaves dentro da organização e responsáveis por todas as fases de escolha e implementação dos sistemas utilizados pelos associados e pela rede. A coleta dos dados foi por meio de entrevistas semiestruturadas buscando compreender os significados que os entrevistados atribuem às questões e situações relativas ao tema de interesse e complementas com o exame de documentos primários e secundários para corroborar e ampliar as evidências oriundas das entrevistas realizadas em três encontros 6 totalizando em torno de 200 minutos. Onde seguindo uma estratégia de modelo lógico adaptado do modelo Utaut de Venkatesh et al., 2003 visualizado na Figura 2. Esse processo de coleta de dados vai ao encontro do que aborda Eisenhardt (1989, p. 534) ao tratar estudo de caso como “uma estratégia de pesquisa que foca no entendimento da dinâmica presente em um determinado local”. A existência de múltiplas fontes de evidência no estudo de caso se deve, segundo a autora, à combinação de métodos de coleta de dados, como arquivos, entrevistas, questionários e observações. No caso da rede alpha por ser uma fonte que irá proporcionar parâmetros para futuros pesquisadores e estudos em outras redes. O procedimento de analise dos dados considerado mais adequado foi a analise de conteúdo, pois como afirma Chizzotti (2006) e Mozzato; Grzybowski (2011) a escolha do procedimento mais adequado depende do material a ser analisado, dos objetivos da pesquisa e da posição ideológica e social do analisador, pois os dados em si constituem apenas dados brutos, que só terão sentido ao serem trabalhados de acordo com uma técnica de análise apropriada. Outro fator decisivo na escolha da analise de conteúdo segundo Freitas; Cunha; Moscarola (1997) está no seguimento de alguns pré-requisitos para ser válida, como: qualidade da elaboração conceitual feita a priori pelo pesquisador, da exatidão com que ela será traduzida em variáveis, do esquema de análise ou das categorias e, em definitivo, da concordância entre a realidade a analisar e estas categorias. Portanto, baseado em uma analise de conteúdo sugerida por Flick (2009) influenciado por Mayring (1983) seguiu-se os seguintes passos: síntese da análise de conteúdo, por meio da omissão de enunciados; análise explicativa de conteúdo, com o esclarecimento de trechos difusos, ambíguos ou contraditório; por fim, a análise estruturadora de conteúdo, por meio da estruturação no nível formal relativo ao conteúdo. 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS A seguir apresenta os resultados do presente estudo em dois momentos, no primeiro apresenta-se o caso estudado com base nos dados obtidos dos documentos obtidos junto à rede e posteriormente uma analise a partir das entrevistas realizadas na rede sobre os sistemas disponibilizados na rede com base nos fatores influenciadores na aceitação e uso de tecnologias na rede. 4.1 O caso Rede Alfa A Rede Alfa foi fundada em 1947, formaram uma associação com o objetivo de melhor qualificar os farmacêuticos e a atividade de venda de medicamentos. Os propósitos iniciais são caracterizados como operacionais e a associação, dentre outras funções, assessorava os associados nas questões legais que envolviam o negócio, como alvarás e certificações. O cenário, no entanto, foi mudando ao longo do tempo e o grupo formado por proprietários de vinte farmácias de Porto Alegre – RS e região metropolitana de farmacêuticos sentiu a necessidade de ter uma relação mais próxima a fim de enfrentar a concorrência existente no ramo de farmácias e em 1999 passaram a fazer parte do Programa Redes de Cooperação do Rio Grande do Sul. Além disso, a evolução histórica reflete nas características presentes hoje na Rede Alfa, tais como o espírito de amizade e cooperação entre associados. E isso reflete na preocupação para que o atendimento prestado à comunidade seja com seriedade e responsabilidade. E em questão de estrutura a Rede possui quase seiscentas farmácias associadas, em duzentos e quatorze municípios do Rio Grande do Sul. Ao todo, são duzentos e cinquenta e seis proprietários e mais de três mil colaboradores. E apesar do crescimento, fortemente 7 enraizados em sua missão, visão e valores estão às relações de amizade, responsabilidade e parceria entre os associados, proporcionando o crescimento e a melhoria constante do serviço prestado aos gaúchos. Outro ponto de destaque está na amizade com os clientes fazendo com que se comprometam com um atendimento de qualidade, oferecendo boas práticas farmacêuticas e de comércio, sem esquecer a responsabilidade e ética na atividade farmacêutica. Buscando identidade própria e reconhecimento, a Rede Alfa possui um layout padrão em todas as farmácias, que envolve as cores e a logomarca da rede. Além disso, por meio de diversas mídias de forma conjunta entre os associados à Rede proporciona promoções e divulgação dos mais de cento e cinquenta produtos de marca própria. Em relação às negociações, a Rede Alfa possibilita compras conjuntas, o que favorece as associadas, proporcionando redução de custos. Salienta-se que há uma liberdade, sendo que cada farmácia determina o seu volume de compras, de acordo com sua demanda. Sendo assim atualmente a Rede Alfa é a maior rede associativista de farmácias no estado do Rio Grande do Sul e no Brasil, possibilitando aos seus associados crescimento tanto em termos de conhecimento específicos da área quanto em conhecimentos gerais de mercado, além de reconhecimento, pela representatividade que a marca possui. A Rede Alfa tem sua estrutura organizacional ampla, demonstrando preocupação na profissionalização dos serviços. É composta pela Diretoria, com Presidente, Vice Presidente, 1º Diretor Administrativo e Financeiro, 2ª Diretor Administrativo e Financeiro, Diretor de Marketing, Diretor de RH, Diretor de Patrimônio, Diretor Jurídico e Secretário; pelo Administrativo, com Diretor Executivo Administrativo, Analista Administrativo e Auxiliar Administrativo; pelo Comercial, com Gerente Comercial, Diretor Executivo Comercial, Auxiliar Comercial, Supervisor de Campo, Assessor Comercial e Assistente Comercial; pelo Financeiro, com Auxiliar de Contabilidade; Imprensa, com Jornalista; Marketing, com Gerente de Marketing e Analista de Marketing; RH, com Supervisor Administrativo; pela TI com, técnico de Informática; além de Consultores e Promotores de Vendas. Por fim, destaca-se segundo entrevistados que a preocupação da Rede Alfa em proporcionar produtos e serviços de qualidade é reflexo da sua história, seus valores e sua estrutura organizacional, onde todos os elos da Rede interagem, gerando benefícios aos associados e à comunidade atendida. 4.2 Fatores que explicam Aceitação e Uso de Tecnologia (Sistemas de Informação) na Rede Com o objetivo de determinar quais os fatores que explicam a aceitação e o uso de um sistema de informação sob a ótica dos gestores que ocupam posições estratégicas na organização, foram avaliadas quatro dimensões: Expectativa de desempenho, Expectativa de esforço, Influência social e Condições facilitadoras, sendo essas dimensões de acordo com o modelo proposto por Venkatesh et al., 2003. Portanto, em redes de cooperação onde é oferecido um ou vários sistemas de informação estudar a aceitação da tecnologia torna-se relevante a ponto de conseguir melhorias e avanços no compartilhamento de informações e conhecimentos entre os associados e com isso uma manutenção dos relacionamentos e geração de novos benefícios (ALVES, 2011). Sendo assim, em relação à expectativa de desempenho na rede nota-se conforme relato dos entrevistados que apesar de serem disponibilizados três tipos de sistemas e existir um canal de comunicação via sistema informatizado existe uma grande diferença entre os associados, pois nota-se que os mais esclarecidos e organizados conseguem usufruir muito do sistema e também participar do ambiente disponibilizado pela rede. Por outro lado, os 8 menores em estrutura possuem certa dificuldade de usufruir por não necessitarem de todos os recursos. Uma das possíveis explicações para este fato para Sá, 2006, pode ser pelo conceito de valor percebido, onde segundo Woodruff (1997, p. 141) por meio da aceitação da diversidade de significados e, considerando os pontos em comum e os pontos divergentes, afirma que valor percebido é preferência percebida pelo consumidor em relação a um produto, proveniente da sua avaliação acerca dos seus atributos, de seu desempenho e das suas consequências em termos de facilitação dos seus objetivos na situação de uso. Ou seja, por mais que o resultado esperado seja aceito como positivo isto não necessariamente gera percepção de valor o suficiente para garantir a contratação do serviço ou no caso da adoção do sistema, pois os atributos são definidos conforme o tamanho e o nível de esclarecimento quanto à gestão organizacional. Também quanto à expectativa de desempenho pode-se analisar a percepção da rede com a utilização do sistema onde o principal relato foi de que no momento em que a rede tiver uma condição de agrupar informações geradas nos associados poderá ter uma gestão mais adequada aos interesses do associado, o que hoje é realizado não de maneira tão rápida como desejado pelo fato de ocorrer somente nas assembleias promovidas pela rede. E para o associado no momento que for possível realizar essa concentração das informações a rede poderá estar proporcionando novos recursos desenvolvidos dentro da necessidade do seu dia a dia e não como hoje ocorre que as demandas de atualização dos sistemas são mais imposições do governo por meio de legislações do que por interesse da rede ou de seus associados. Ao analisar a segunda dimensão sugerida pelo modelo Utaut – expectativa de esforço nos relatos que um desafio está na aproximação dos usuários avançados dos usuários médios. Pois hoje a interligação na rede acontece nas reuniões e demais informações são obtidas e trocadas entre associado e rede via e-mail ou contato telefônico e entre associados não se possui via qualquer tipo de sistema. Por exemplo, a rede ao iniciar um novo projeto precisa telefonar para todos os associados demandando tempo e esforço. Fato que não aconteceria se existisse uma integração do associado via sistema com a rede. Pelas entrevistas nota-se que a Rede possui uma preocupação com a interligação de informações dentro da rede e que isso é um fator que poderia contribuir para uma melhoria nos processos e reduzir no esforço do associado em se comunicar e melhorar seus processos. Quanto ao esforço em utilização do sistema está na aprendizagem necessária para adequar-se aos sistemas sugeridos pela rede e para utilizar a intranet implantada pela rede, no momento em que a maior reclamação dos usuários já foi de suporte e às vezes ocorre ainda mas é muito pouco porque na rede os treinamentos representam o segundo maior custo da rede perdendo só para marketing. Um ponto importante está na dificuldade em algumas regiões de reunir os associados por não existir um sistema único, o que pode ser percebido em um dos softwares utilizados na rede, no qual a rede consegue ter uma adesão maior com mais de cento e poucos associados facilitando a promoção de treinamentos mesmo eles estão dispersos. Analisando essa dimensão expectativa de esforço pode-se considerar que é um fator determinante na intenção de uso do sistema o que pode ser facilmente identificado no presente estudo e sugere-se em outros pelo fato de como um dos relatos obtidos demonstra que o associado não tem necessidade de passar utilizar o sistema. O associado muito pequeno na periferia em Porto Alegre ele já está informatizado, aonde não há informatização é no interior e ai entra diversos fatores como cultura da internet, ele não briga pelo mercado da cidade, ele não tem sistema de informação etc... é o associado que vê o cliente uma vez por mês, não sabe nem se comunicar via email com a rede... não é vantajoso para ele ter sistema e isso se torna um fator importante na expectativa de esforço (Gestor TI). 9 Portando nessa dimensão corrobora-se no contexto das redes a proposição realizada por outros estudos quanto a expectativa de esforço como determinante na intenção de uso. Ver Venkatesh et al. (2003); Almeida (2012); Filenga; Netto (2012). A terceira dimensão analisada foi a influencia social a qual pode no presente estudo relacionar a intenção de uso e a aceitação sob o viés da rede quanto do associado. Os relatos puderam contribuir para confirmar que para a rede o papel da influencia social é importante para aceitação e utilização tanto que fez uma pesquisa junto ao associado elencando mais de cento e poucos itens que poderia ser inserido no sistema em desenvolvimento e o associado não chegou num consenso de quais seriam os mais importantes, exigindo da rede disponibilização de 3 tipos de sistemas. Isso percebe-se a influencia social que a rede exerce é relativamente baixa e quase que exclusiva nas assembleias/reuniões pois os sistemas básicos (planilhas eletrônicas) são mais adotadas e utilizadas pelos associados do que os sistemas sugeridos. Uma estratégia a ser seguida para melhorar essa dimensão de influencia social é percebida em um dos relatos onde: A rede deveria executar um acompanhamento desse associado que mesmo sendo pequeno investiu em tecnologia e ver se esse investimento gerou resultado e utilizar isso como um case de sucesso para os demais que ainda estão resistentes a adoção de novas tecnologias. [...] E deixar um pouco a visão de que só os grandes investem. A gente vive num mundo toma lá e dá cá, porém esse associado do excel não pode ser desprezado porque ele pode ser mais comprometido que outro que utilize so o sistema sugerido pela rede (Gestor de TI). Nesse ponto a rede está buscando melhorias para poder ter um papel importante nessa dimensão e isso pode ser percebido no apoio que a rede atualmente oferece ao associado em questões de tecnologia da informação. O apoio que a rede oferece é nossa estrutura e o departamento de tecnologia da informação que gerencio. Para essas questões e para ajudar nos projetos relacionados a informática e tecnologia. Temos a ideia de crescer nesse ponto em relação principalmente ao uso de recursos da internet (Gestor Administrativo) Ao relacionar a questão da influencia social com a aceitação e intenção de uso pode-se afirmar que na rede não é perceptível como determinante, pois os associados percebem pelos relatos obtidos de pesquisas realizados pela rede que por mais que a rede apresente benefícios ele só adere se sentir que os sistemas resultarão em melhores desempenhos. Na literatura esses resultados vão ao encontro, por exemplo, do estudo de Chismar; Meier (1992) que os associados tendem a não ser capazes de observar os benefícios funcionais nos sistemas, mas somente comparar se os benefícios dos sistemas atualmente utilizados (em alguns casos simples planilhas de dados) com os benefícios de outros associados com o sistema. Isso, os autores definem como decisão seguida por dois estágios. No primeiro estágio associados comparam o quanto esse novo sistema se ajusta cada parte do sistema existente em sua organização e quais os custos envolvidos, bem como, quais processos precisam ser ajustados e no segundo estágio comparando esses resultados do primeiro estágio com os obtidos por outros associados ao usar o sistema sugerido. A última dimensão analisada no modelo proposto de aceitação e uso da tecnologia é as condições facilitadoras para a aceitação e o uso pelos seus associados. Nas entrevistas e nos documentos obtidos nos três encontros pode-se ponderar algumas relações entre a dimensão tanto no nível de gestão quanto de associado. 10 Uma das ações está na melhoria da relação entre Rede e associado está na consciência de que o sistema não possui uma ferramenta para troca de informações tanto entre associado e rede quanto associado – associado, tendo somente um canal via sistema (e-mail e intranet) entre rede e associado e outro através de doze promotores de campo guiados por um gerente regional que por meio de visitas loja a loja coletam informações e repassam informações. Para melhorar essas condições facilitadoras na rede está sendo implementado um sistema, o qual dever agilizar a troca de informação direta entre rede e associados e com isso gerar benefícios diretos devido ao fato de que cada consultor de campo irá poder fazer um acompanhamento do que cada associado está desenvolvendo e com a interlocução com a rede promover a partilha de conhecimento e possíveis novos benefícios. Outra condição facilitadora que a rede oferece aos seus associados quanto a adoção e uso dos sistemas de informação sugeridos é por meio de uma software house para cada tipo de sistema, a qual é responsável por prestar o treinamento inicial e as atualizações. Quanto à facilidade de uso do sistema, percebe-se que os sistemas seguem três linhas conforme o seu tipo. Um mais barato, um médio preço e um mais caro. O mais avançado é online proporcionando o associado estar fora da loja e ter informações na hora. Por outro lado, todos conseguem atender as principais exigências e solicitações dos associados, porém um com mais facilidade e outro com mais demora no retorno das informações. Um relato mostra uma metáfora quanto a facilidade proporcionada em cada um dos sistemas: Nesse ponto eu faço uma metáfora para melhor expor sobre isso. Ir pra praia de carro, o usuário que utiliza o sistema mais completo esse é como o individuo que tem um carro de luxo pra ir a praia. Os outros dois sistemas posso dizer que é um carro mais popular, ou seja, todos conseguem ir a praia ou utilizar o sistema só que uns tem mais conforto que outros. O sistema tem interface mais amigável em um e nos outros tem que executar mais comandos para ter os mesmos recursos (Gestor de TI). Outra condição que precisa ser melhorado nessa dimensão para a rede como um todo está na dificuldade que tanto a rede quanto seus associados possuem ao utilizar diversos sistemas e tipos de informações diferenciadas. Uma das facilidades proporcionadas para unificação das informações de negociações para a rede foi a partir da disponibilização exclusivamente dos acordos entre rede e fornecedores via intranet, exigindo um acesso formal de todos os associados. Possibilitando o aumento da adesão a essa tecnologia pelos associados tendo hoje dos 256 proprietários abrangendo em torno hoje de 600 lojas, apenas 6 associados não utilizam essa tecnologia disponibilizados pela rede. Outra demonstração da aceitação está no acesso mensal em torno de 10 a 12 mil acessos ao ambiente da intranet Porém ainda o tempo de permanecia é baixo. Já para o associado ainda persiste uma resistência em adotar o sistema sugerido pela rede pelo fato de que o que acontece em cada farmácia é diferenciado precisando uma personalização no sistema e isso tem custos individuais resultando em uma adoção parcial. Essa adoção parcial se traduz em uma assimetria de informação entre a gestão da rede e seus associados e dificultando tanto a geração de benefícios quanto a manutenção dos benefícios existentes. Uma alternativa que os gestores da rede relataram está na pretensão de ter um sistema que consiga se adequar de tal forma que funcione mesmo com as grandes diferenças de configuração nos associados. Pois, na rede por ser um número grande de associados a diferenças são significativas tendo tanto associados agressivos que movimentam grandes 11 quantidades de produtos e informações quanto outros que compra só o que precisa movimentando menos informações. Pode ser verificado em um dos relatos. Tem associado na rede que é grande só que ele não faz uma gestão muito apurada. Ele até tem um sistema caro só que ele não usa nem 10% dos recursos que a rede oferece, só utiliza o compra, venda e estoque. Já tem outros utilizam completo o sistema e ainda brigam para que o relatório X possa ser melhorado e tratamos ele como um gestor mesmo e um usuário avançado (Gestor TI). Portanto, na visão da rede seria bom ter um sistema em cloud computing onde os sistemas estariam em um ambiente virtual e as trocas seriam mais rápidas e a gestão otimizada como um todo na rede. Esses resultados corroboram com outros estudos realizados em redes interorganizacionais como, por exemplo, o de Nidumolu (1995) que afirma existir influencia positiva entre investimentos especializados em um sistema interorganizacional (EDI) e aspectos de estrutura e clima dos relacionamentos entre associados e rede, pois as interações verticais tendem a aumentar bem como um clima positivo transacional na rede. Por fim, percebe-se que o modelo UTAUT é válido no caso estudado conseguindo apresentar tanto o quanto é importante e se apresenta cada um dos quatro fatores norteadores para a rede quanto para os associados, bem como permitiu fazer uma relação aos benefícios gerados na rede, indo ao encontro do modelo proposto na Figura 2. CONSDIERAÇÕES FINAIS O objetivo deste trabalho foi identificar e analisar as variáveis sugeridas no Modelo Unificado da Teoria de Aceitação e de Uso de Tecnologia (UTAUT) de Venkatesh et al. (2003) em uma grande rede de cooperação situada no Rio Grande do Sul. O modelo foi analisado na perspectiva da Gestão da Rede e consequentemente a contribuição para os Associados. Na análise dos resultados, verificou-se que claramente o comportamento do modelo na rede se caracteriza de uma maneira e para o associado de outra, devido desalinhamento entre os interesses do associado em relação aos interesses coletivos. Por isso, a aceitação de tecnologias pela rede como um todo tem grandes chances de ocorrer de forma precipitada se for definido uma única estratégia, e o caminho verificado a partir dos resultados está na realização de projetos sistemáticos com associados chaves e dentro da rede. Com isso uma maior probabilidade de conseguir uma expectativa de desempenho e condições facilitadoras muito superiores à expectativa de esforço do associado com isso exercendo um papel de influencia social sobre a intenção de uso como melhor descrito na Figura 3. 12 Condições Facilitadoras Expectativa de Desempenho Influência Social Uso Aceitação Expectativa de Esforço Associado Gestão da Rede Influência Benefícios Longo do Tempo Figura 3 – Resultados da Pesquisa Fonte: Elaborado pelo autor Com base nos resultados pode-se sugerir uma possível associação das dimensões propostas no modelo UTAUT com a geração de benefícios ao longo do tempo. Também, nota-se que a aceitação e utilização com o tempo tende a ser uma necessidade e não uma opção para os associados. Especificamente, em relação ao caso estudado pode-se afirmar que no momento que a rede conseguir melhorar a integração entre os sistemas associados e rede – rede e associados irá ter condições de quem sabe ter uma gestão mais eficaz por meio de um software único de gestão na Rede alimentado por diversos sistemas em funcionamento nos associados. E assim como o estudo realizado por Alves (2011, p.87) que a geração de benefícios em redes está na constante troca de conhecimento e informação entre a rede e os parceiros, ou seja, quanto maior a concordância, maior é a criação de benefícios para com a rede e a utilização de um software e consequentemente adoção de novas tecnologias contribui para a geração de novos benefícios. Sobre o presente estudo apresentam-se algumas limitações: ser um caso único e de natureza qualitativa não demonstrando estatisticamente as relações e o poder de cada uma das dimensões no uso e na aceitação; falta de uma analise longitudinal sobre o fenômeno; acompanhar em associados de tamanho diferente as variáveis do estudo. Mas pode ser considerado como um contraponto aos estudos em redes e em aplicação quantitativa do modelo UTAUT, pois pode em profundidade reconhecer algumas outras variações que podem ser discutidas em futuros estudos. Como sugestões para futuras pesquisas no âmbito das redes horizontais é a aplicação do modelo UTAUT com acréscimos de variáveis como mecanismos de governança de TI quanto no alinhamento estratégico da rede. Por fim, os resultados encontrados no presente estudo puderam demonstrar que o uso e a aceitação de tecnologias no caso estudado são influenciados por alguns aspectos importantes como uma adequada governança de TI a qual pode ser realizada como afirma De Haes; Van Grembergen (2004) através de uma comunicação centrada em duas vias entre os envolvidos, bem como, por meio de um bom relacionamento participação / colaboração entre negócios (rede e associados) com a TI de cada associado. E também quanto mais alinhados forem os interesses e os sistemas maiores serão aceitos e utilizados as novas tecnologias sugeridas pela rede. 13 6 REFERÊNCIAS ALMEIDA, R. Analise dos Fatores Determinantes à Adoção de Rede Social Corporativa com Aplicação do Modelo UTAUT. In: Enanpad, XXXVI, 2012, Rio de Janeiro. Anais do XXXVI Encontro da Anpad. Rio de Janeiro: Anpad, 2012. ALVES, J. N. Gestão de Redes: A arte da geração de novos benefícios. 2011. 130 f. 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