UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI Douglas Vinícius de Souza Amaral Icaro Radyr Rocha Leite Joel Camargo Filho Otávio Augusto Frascareli Silva Mapeamento das Condições dos Pavimentos Rígidos de Determinadas Vias da Cidade de São Paulo SÃO PAULO 2011 2 Douglas Vinícius de Souza Amaral Icaro Radyr Rocha Leite Joel Camargo Filho Otávio Augusto Frascareli Silva Mapeamento das Condições dos Pavimentos Rígidos de Determinadas Vias da Cidade de São Paulo Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi Orientador: Célio Daroncho SÃO PAULO 2011 3 Douglas Vinícius de Souza Amaral Icaro Radyr Rocha Leite Joel Camargo Filho Otávio Augusto Frascareli Silva Mapeamento das Condições dos Pavimentos Rígidos de Algumas Ruas na Cidade de São Paulo Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi Trabalho____________ em: ____ de_______________de 2011. Célio Daroncho____ Nome do Orientador ______________________________________________ Nome do professor da banca Comentários:_________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4 Aos nossos pais, amigos e colegas de curso que sempre nos deram apoio moral, encorajamento e força para darmos prosseguimento nesta jornada. 5 AGRADECIMENTOS Ao Professor Célio Daroncho da Universidade Anhembi Morumbi por sua confiança, orientação e disponibilidade. Ao Professor Wilson Shoji Lyomasa da Universidade Morumbi pelas orientações e auxílio na elaboração do presente trabalho. 6 RESUMO Destacando que devido ao intenso tráfego de veículos de diversos tipos, tamanhos e pesos pelas vias da cidade de São Paulo, muitas delas já possuem faixas exclusivas para tráfego de veículos pesados chamadas Corredores de Ônibus; e que nestas faixas devido a características como a alta durabilidade e baixo custo de manutenção, optou-se pela aplicação de Pavimento Rígido como solução de projeto, este trabalho busca analisar as condições de determinadas vias após serem submetidas a constante fadiga proporcionada pelo intenso fluxo de veículos bem como mapear pontos onde houve a aplicação de Pavimento Rígido pelas diversas regiões da cidade e apresentar a característica deste tipo de pavimento. Palavras Chave: Pavimento Rígido, mapeamento, vias, análise visual. 7 ABSTRACT Noting that due to the intense traffic of vehicles of various types, sizes and weights in São Paulo city’s streets, many of them have exclusive lanes for heavy vehicles named “Corredores de Ônibus” or Bus Lanes, and due to the characteristics such as high durability and low maintenance cost of those lanes, it was opted for using the rigid pavement as a project’s solution, this paper aims to analyze the conditions of certain roads after being subjected to constant fatigue caused by the traffic of heavy vehicles and map points where the use of the Hard Floor around various regions of the city and present the characteristic of this type of flooring. Key Worlds: Concrete Pavement, mapping, lanes, visual analysis. 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Estrutura de Pavimentação (Vias Romanas, 2004) .................................. 21 Figura 2 - Comparativo da transferência de carga. (ACPA,2011) ............................. 23 Figura 3 – Tipos de Bases Manual de Pavimentação (DNIT, 2006).......................... 24 Figura 4 - Estrutura básica de um Pavimento Rígido (ACPA, 2011) ......................... 26 Figura 5 - Esquema de drenagem de pavimentos rígidos (ACPA, 2011) .................. 27 Figura 6 - Tipos de juntas normalmente utilizadas .................................................... 28 Figura 7 - Eficiencia das barras de transferência (ACPA, 2011) ............................... 28 Figura 8 - Fissuras de Canto (DNIT, 2010) ............................................................... 35 Figura 9 - Placa Dividida (DNIT, 2010) ...................................................................... 37 Figura 10 - Esborcinamento ou Quebra de Canto (DNIT, 2010) ............................... 38 Figura 11 - Esborcinamento de Juntas ...................................................................... 38 Figura 12 - Escalonamento ou degrau nas juntas (DNIT, 2010) ............................... 39 Figura 13 - Alçamento de Placas, (DNIT, 2010) ........................................................ 41 Figura 14 - Placa “bailarina” (DNIT, 2010)................................................................. 44 Figura 15 - Cruzamento entre Avenida São Gabriel e 9 de Julho (Fonte: Foto Autores).............................................................................................................. 53 Figura 16 - Avenida João Dias (Fonte: Foto Autores) ............................................... 54 Figura 17 - Corredor de ônibus Avenida Engenheiro Arruda Pereira (Fonte: Foto Autores).............................................................................................................. 55 Figura 18 – Trechos em pavimentação rígida Avenida Auro Soares de Moura (Foto: Google Maps/Autores) ....................................................................................... 57 Figura 19 - Trechos em pavimento rígido Estrada de Itapecirica (Foto: Google Maps/Autores) .................................................................................................... 58 Figura 20 - Trecho em pavimento rígido Av. Francisco Morato (Foto: Google Maps/Autores) .................................................................................................... 59 Figura 21 - Fissura transversal em frente ao terminal Barra Funda (Fonte: Foto Autores).............................................................................................................. 60 Figura 22 - Remendos com pavimento asfáltico (Fonte: Foto Autores) .................... 61 Figura 23 - Degrau em fissura transversal no pavimento (Fonte: Foto Autores) ....... 62 Figura 24 - Fissura longitudinal em placas contínuas (Fonte: Foto Autores) ............ 63 9 Figura 25 - Remendo em pavimentação flexível (Fonte: Foto Autores) .................... 63 Figura 26 - Pavimento rígido sentido centro e flexível sentido bairro (Fonte: Foto Autores).............................................................................................................. 65 Figura 27 - Execução de drenagem e sub-lastro (Fonte: Foto Autores) .................... 65 Figura 28 - Execução de armação e material para execução de juntas retração, que são serradas no restante do pavimento (Fonte: Foto Autores) .......................... 66 Figura 29 - Patologia 1: Barra Funda (Fonte: Foto Autores) ..................................... 67 Figura 30 - Patologia 2: Barra Funda (Fonte: Foto Autores) ..................................... 68 Figura 31 - Patologia 3 - Barra Funda (Fonte: Foto Autores) .................................... 68 Figura 32 - Palogia 1: Estrada de Itapecerica (Fonte: Foto Autores) ........................ 69 Figura 33 - Patologia 2: Estrada de Itapecerica (Fonte: Foto Autores) ..................... 70 Figura 34 - Patologia 3: Estrada de Itapecerica (Fonte: Foto Autores) ..................... 70 Figura 35 - Patologia 4: Estrada de Itapecirica (Fonte: Foto Autores)....................... 71 Figura 36 - Método de seleção de amostragem, inspeções em campo (Fonte: Norma DNIT 060/2004, alteração Autores) .................................................................... 73 Figura 37 - Área inspecionada avenida Auro Soares - Barra Funda (Foto: Google Maps/Autores) .................................................................................................... 74 Figura 38 - Ficha de inspeção Avenida Auro Soares - Barra Funda (Fonte: Tabela feita por Otávio Augusto Frascareli Silva, baseada na Norma DNIT060/2004) .. 75 Figura 39 - Área inspecionada Estrada de Itapecirica (Foto: Google Maps/Autores) 76 Figura 40 - Ficha de inspeção Estrada de Itapecerica Fonte: Tabela feita por Otávio Augusto Frascareli Silva, baseada na Norma DNIT060/2004) ........................... 77 10 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura e Trânsito DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem DER-SP Departamento de Estradas de Rodagens do Estado de São Paulo CNT Confederação Nacional de Transito SEST Serviço Social do Transporte SENAT Serviço Nacional de Aprendizagem ASTM American Society of Technical and Materials AASHTO American Association of State Highway and Transportation Officials PCS Pavimento de Concreto Simples PCA Pavimento de Concreto Armado PCAC Pavimento de Concreto Armado Duplo PCPRO Pavimento de Concreto Protendido PCPM Pavimento de Concreto Pré Moldado WT Pavimento Whitetopping WTUD Pavimento Whitetopping Ultradelgado ACPA American Concrete Pavement Association 11 EMTU Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos METRO Companhia do Metropolitano de São Paulo FEPASA Ferrovia Paulista S.A 12 LISTA DE SÍMBOLOS Não há símbolos. 13 SUMÁRIO p. 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 16 1.1 OBJETIVOS ................................................................................................................... 17 1.2 JUSTIFICATIVAS .......................................................................................................... 17 1.3 ABRANGÊNCIA ............................................................................................................ 18 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................... 19 2 MÉTODO DE TRABALHO .......................................................................................... 20 3 MATERIAIS E FERRAMENTAS ................................................................................. 20 4 PAVIMENTAÇÃO .......................................................................................................... 21 4.1 CARACTERÍSTICAS E TIPOS DE PAVIMENTOS ................................................. 22 4.1.1 Pavimentos Flexíveis .............................................................................................. 23 4.1.2 Pavimentos Semi-Rígidos ..................................................................................... 25 4.1.3 Pavimentos Rígidos ................................................................................................ 25 4.1.3.1 Pavimento Concreto Simples (PCS) ........................................................ 29 4.1.3.2 Pavimento de Concreto Armado ( PCA) ........................................................ 29 4.1.3.3 Pavimento de Concreto Com Armadura Continua (PVAC) ................... 29 4.1.3.4 Pavimento de Concreto Protendido (PCPRO) ........................................ 30 4.1.3.5 Pavimento de Concreto Pré-moldado (PCPM)....................................... 30 4.1.3.6 Pavimento Whitetopping (WT) ................................................................. 30 4.1.3.7 Pavimento Whitetopping Uitradelgado (WTUD) ..................................... 30 14 4.2 PATOLOGIAS ............................................................................................................ 31 4.2.1 Causas dos principais tipos de patologias ...................................................... 33 4.2.2 Principais patologias encontradas em pavimentos rígidos ........................ 34 4.2.2.1 Fissuras ..................................................................................................... 34 4.2.2.2 Esborcinamentos ...................................................................................... 37 4.2.2.3 Escalonamentos........................................................................................ 38 4.3 MANUTENÇÃO ............................................................................................................. 44 4.3.1 Defeitos Recuperáveis ................................................................................. 45 4.3.2 Defeitos Irrecuperáveis ................................................................................ 46 4.3.3 Práticas de Conservação de Pavimentos Rígidos .......... Erro! Indicador não definido. 5 PAVIMENTOS RIGIDOS NA CIDADE DE SÃO PAULO ....................................... 49 5.1 DEFINIÇÃO DOS LOCAIS .......................................................................................... 49 5.2 CRITÉRIO DE LEVANTAMENTO .............................................................................. 49 5.3 ATIVIDADES DE CAMPO ........................................................................................... 50 5.4 PONTOS MAPEADOS ................................................................................................. 50 5.5 PONTOS DE ESTUDO ................................................................................................. 57 5.5.1 Avenida Auro Soares de Moura Andrade – Barra Funda .......................... 59 5.5.2 Estrada de Itapecerica (Corredor de ônibus) ............................................. 61 5.5.3 Avenida Professor Francisco Morato (Corredor de ônibus) ..................... 64 5.6 RESULTADOS OBTIDOS EM TODOS OS LOCAIS (DEFEITOS PREDOMINANTES OBTIDOS EM CAMPO) ................................................................... 66 15 5.6.1 Avenida Auro Soares de Moura Andrade – Barra Funda .......................... 67 5.6.2 Estrada de Itapecerica (Corredor de ônibus) ............................................. 69 6 CONDIÇÕES ATUAIS DAS VIAS ESTUDADAS .................................................... 72 6.1 AVENIDA AURO SOARES DE MOURA ANDRADE – BARRA FUNDA ........... 74 6.2 ESTRADA DE ITAPECERICA .................................................................................... 76 7 CONCLUSÕES .............................................................................................................. 78 8 RECOMENDAÇÕES..................................................................................................... 80 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 81 ANEXO A - FOTOS DOS PRINCIPAIS TIPOS DE PATOLOGIAS ............................... 1 APÊNDICE A – MAPEAMENTO DE PONTOS EM PAVIMENTAÇÃO RÍGIDA NA CIDADE DE SÃO PAULO ..................................................................................................... 4 APÊNDICE B – MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE PAVIMENTOS RÍGIDOS SEGUNDO NORMA DNIT 060/2004 – PRO E NORMA DNIT 062/2004 – PRO ....... 20 16 1 INTRODUÇÃO A sociedade se encontra em constante transformação, melhorar e desenvolver as tecnologias que se aplicam no dia-a-dia, novos conceitos de durabilidade e de qualidade de bens e serviços fazem parte dos objetivos que norteiam este nova mundo. Tendo em vista esse quadro, a interação dos deslocamentos de pessoas e bens entre si que surge nesta concepção de sociedade é demasiado crescente, requerendo mais e mais investimentos em sistemas de transportes inteligentes, eficazes e econômicos, destaca-se neste trabalho a concepção de vias construídas nestes preceitos visando uma redução do tempo de viagens, desgaste de veículos e vias, melhoria de tráfego, diminuição dos impactos ao meio ambiente e a melhoria da vida de todos. Numa megalópole como São Paulo que possui condições diversas como os fatores climáticos e tipos de solo diferenciados de em cada região da cidade, veículos de carga com variados pesos e dimensões que atravessam as vias de diferentes formas, se faz necessário a aplicação de tipos de pavimentos que atendam as expectativas dos diversos tipos de utilizações, levando em conta, o desempenho ao longo dos anos do pavimento, a conservação dos veículos, as manutenções preventivas ou corretivas nas vias, causadas principalmente pela alta frequência do trânsito de veículos de grande porte em conjunto em conjunto às intempéries presentes na região. Levando em consideração as peculiaridades de uma grande cidade e seus diversos problemas estruturais urbanísticos, o Pavimento Rígido tende a contribuir para o melhoramento das vias da cidade de São Paulo com suas características marcantes como: possuir durabilidade comprovadamente superior a do pavimento asfáltico, a evolução do controle tecnológico do concreto presente em sua execução o que garante uma boa aderência e qualidade elevada. Apesar do alto custo de implantação, os benefícios garantidos por este pavimento faz com que seu custo final seja considerado competitivo, deixando claro que o Pavimento Flexível por sua vez, apesar de apresentar as condições estruturais menos avantajadas que um pavimento de concreto pode também ser a solução mais viável devido ao seu tipo de utilização, portanto a escolha do tipo do pavimento depende das condições técnicas e econômicas. 17 Por possuir grande versatilidade o Pavimento Rígido pode ser utilizado nas mais variadas aplicações como aeroportos, instalações industriais, pontes, túneis, vias urbanas, estradas e rodovias, sempre se adaptando as exigências de projetos e aos mais diversos e severos requisitos técnicos, possuem resistência a produtos derivados do petróleo, quando bem executados geram menores custos de operação nos veículos, safando os sistemas de freios, de suspensão e pneumático de maiores desgastes, por possuir melhor capacidade de reflexão da luz os gastos com iluminação da via são reduzidos, na sua superfície é executada uma texturização melhorando a drenagem reduzindo a possibilidade de ocorrer aquaplanagem. A redução do gasto com combustível, número reduzido de intervenções devido à necessidade de obras de manutenção impactam na diminuição de congestionamentos e conseqüentemente a diminuição de emissões de gases prejudiciais a atmosfera e a nossa saúde são entre muitas das possíveis melhorias proporcionadas pelo Pavimento Rígido. 1.1 OBJETIVOS Mapear alguns pontos de grande circulação nas vias de veículos na cidade de São Paulo, onde foi aplicado o Pavimento Rígido, para o levantamento e classificação de suas condições; Evidenciar o impacto do grande tráfego de veículos na maioria das vias mapeadas pela cidade de São Paulo; Descrever as patologias mais encontradas e propor prováveis ações para recuperação das condições de segurança e conforto da via nos estudos de caso, Provar se a Pavimentação Rígida é realmente uma boa solução para melhoria do tráfego da cidade de São Paulo. 1.2 JUSTIFICATIVAS Pensando em garantir o bom funcionamento do sistema de transporte em uma grande cidade se fazem necessárias as utilizações de novas estratégias, tecnologias e o desenvolvimento de produtos com grande qualidade e durabilidade. 18 A aplicação da pavimentação rígida pode possibilitar benefícios na dinâmica do dia-a-dia de um sistema de transporte destacando fundamentalmente sua comprovada alta durabilidade. Esta característica pode proporcionar a redução de transtornos provocados pelas inúmeras intervenções de eventuais manutenções, conseqüentemente de certa forma reduzir prejuízos causados por congestionamento. Este trabalho vem no intuito de mapear, alguns pontos de grande circulação de veículos pesados nas vias da cidade de São Paulo evidenciar alguns locais onde houve emprego da Pavimentação Rígida como solução de projeto, utilizá-los como objeto de estudo analisando seu comportamento no decorrer do tempo sob ação de constante tráfego pesado e buscar prováveis ações de recuperação de das condições das vias analisadas. 1.3 ABRANGÊNCIA O trabalho apresentado tem como foco os seguintes itens: Apresentação do conceito de Pavimento; Tipos de Pavimentos mais utilizados; Características técnicas do Pavimento Rígido; Tipos de patologias do Pavimento Rígido; Manutenção da Pavimentação Rígida; Fazer o mapeamento de algumas vias da Cidade de São Paulo onde houve a aplicação do pavimento rígido; Evidenciar e classificar as condições da via dos estudos de caso; Propor prováveis ações para melhoria das condições das vias do estudo do caso. Os temas que não serão abordados neste trabalho são: Execução de projetos de pavimentos rígidos; Execução de projetos de pavimentos flexíveis; Dimensionamento de pavimentos rígidos; Pavimentos flexíveis; Pavimentos semi-rígidos. 19 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO O trabalho aborda as idéias fundamentais do que é um pavimento; características e tipos de pavimentos; Conceitos de Pavimentação Flexível e SemiRígidos; Conceitos de Pavimentação Rígida. Trás também as patologias mais encontradas na Pavimentação Rígida que se manifestam devido à utilização no decorrer do tempo e submetido tráfego intenso; a manutenção da pavimentação rígida nos métodos mais corriqueiros. Será abordado o Mapeamento de alguns pontos de aplicação de Pavimentação Rígida na cidade de São Paulo; Estado de Conservação por meio de avaliação visual; Estudo de utilização em dada situação; Apontamentos e estudos das patologias encontradas e alguns reparos. 20 2 MÉTODO DE TRABALHO O presente trabalho se desenvolverá a partir do estudo dos tipos de pavimentos mais utilizados nas principais vias brasileiras hoje o Pavimento Flexível e o Pavimento Rígido, deixando claro que o foco principal se dará à pavimentação Rígida. Inicialmente serão levantadas as características principais fundamentais de cada tipo de pavimentação destacando fatores determinantes, ou seja, o que há de melhor na empregabilidade de cada um para comprar e escolher qual o melhor pavimento atende as necessidades técnicas para cada situação levantada no trabalho, defenderemos também questões fundamentais para o uso do Pavimento Rígido: estudo de caso, custo e benefício, relacionamento com meio ambiente, reações as agressões com o passar do tempo, mapeamento de trechos com pavimentação rígida na cidade de São Paulo e seu estado de conservação. 3 MATERIAIS E FERRAMENTAS Nesse trabalho foram utilizadas máquinas fotográficas de alta definição para fotografar e filmar alguns locais de aplicação do pavimento rígido na cidade de São Paulo. Tabelas e textos serão desenvolvidos no pacote Microsoft Office 2010 usando Microsoft Excel 2010 e Microsoft Word 2010 utilizando de seus recursos de interface intuitiva com ferramentas de cálculo e de construções gráficas. Além de veículos automotores para diversas visitas em certos pontos de grande circulação de veículos na cidade de São Paulo e Órgãos e departamentos de Manutenção e Construção de Vias. Usaremos também nestas saídas trena, giz, paquímetro para constatação de algumas patologias quando necessário. 21 4 PAVIMENTAÇÃO Neste capitulo serão abordados temas de estrema relevância para compreensão do funcionamento e estudo das pavimentações, levando em conta os tipos de pavimentos mais utilizados nos grandes centros urbanos do Brasil, mas tendo foco principal à Pavimentação Rígida tema deste trabalho. Quando se pensa em Pavimento, do latim “pavimentu”, uma de suas definições é superestrutura constituída por um sistema de camadas de espessuras finitas, assentados sobre um semi-espaço considerado teoricamente como infinito (infraestrutura ou terreno de fundação) a qual é designada de subleito (Manual do DNIT, 2006). Entre outras funções tem o papel de aumentar a resistência do terreno natural sobre o qual foi aplicado, empregando materiais com maiores capacidades de suporte, gerando uma superfície durável a fim de servir para a circulação de pessoas e veículos. Resistindo aos esforços verticais e horizontais oriundos do tráfego, ações climáticas e outras, possibilitando assim o melhoramento das condições de rolamento dando mais conforto e segurança aos usuários. Sua utilização na forma citada acima é mais antiga que se possa imaginar, uma das primeiras formas de pavimentação foram as estradas e calçadas romanas que eram construídas em várias camadas tipicamente alisadas, que possuíam grandes pedras e bermas delineadas. Uma das suas possíveis estruturas seria a apresentada pela figura 1: Figura 1 - Estrutura de Pavimentação (Vias Romanas, 2004) Leito terraplanado e sulcos laterais para o escoamento de água, fundação com grandes pedras irregulares e ligadas por argamassa, camada de cascalho ou outro material como fragmentos de tijolos com uma camada de cal hidráulica bem 22 pisada, argamassa de areia grossa ou de gravilha e cal preparada a quente em camadas regulares, uma camada aplanada de pedra poligonal de granito ou quartzo e finalizando eventualmente, uma camada fina, lisa e suave de cal, areia e cimento com uma laje logo acima. Foram vias vitais para o desenvolvimento e expansão Império Romano. Uma hipótese é que a idéia tenha surgido porque nas ruas das cidades romanas, já se pregava o conceito de melhorar a salubridade pública e facilidade a sua limpeza, no que diz respeito a veículos, atendia principalmente o tráfego de veículos rodados com baixa velocidade. Analisando estas vias com conceitos técnicos da Engenharia dos dias de hoje a via romana era construída procurando a solução mais eficiente em termos econômicos e funcionais, adaptando às condições do terreno e do clima envolvente, recorrendo por regra aos materiais existentes nas proximidades da via. 4.1 CARACTERÍSTICAS E TIPOS DE PAVIMENTOS Os principais tipos de pavimentos utilizados nas vias da Cidade São Paulo são Flexíveis (na grande maioria) e Rígidos (em corredores de ônibus e em algumas vias de circulação rápida). A análise estrutural, o comportamento e suas características, nos dois tipos de pavimento, estão fundamentadas segundo os Manuais do DNIT na fadiga causadas pela ação de cargas repetitivas, no caso da Pavimentação Rígida, combater a erosão da fundação do pavimento e o escalonamento das juntas, já na Pavimentação Flexível a fissuração progressiva na camada superior asfáltica e o perda de continuidade do maciço. Segundo a American Concrete Pavemente Association (ACPA) historicamente, os pavimentos foram divididos em duas grandes categorias, rígidos e flexíveis. Estas definições clássicas, em alguns casos, são uma simplificação excessiva. No entanto, os termos rígidos e flexíveis fornecem uma boa descrição de como as calçadas reagir às cargas e ao meio ambiente. As diferênças essenciais entre os pavimentos flexíveis e os rígidos, são que os pavimentos flexíveis, geralmente necessitam de base, sub base e leito de maior espessura para transferência de carga, devido a menor capacidade estrutural do pavimento flexível as cargas pontuais no pavimento flexível alcançam faixas maiores 23 do subleito. Os pavimentos rígidos por possuir a capacidade estrutural do concreto fazem uma distribuição maior das cargas, podendo assim eliminar algumas subcamadas. Conforme mostrado na figura 2 (ACPA, 2011) Figura 2 - Comparativo da transferência de carga. (ACPA,2011) 4.1.1 Pavimentos Flexíveis Nesse tópico traçaremos as principais características dos pavimentos mais utilizados em vias urbanas da cidade de São Paulo e nas brasileiras, a fim de levantar parâmetros comparativos, para escolha da utilização dos casos mapeados no trabalho. Na Pavimentação Flexível a estrutura de um pavimento flexível pode ser constituída por um revestimento betuminoso sobre uma base granular ou de solo estabilizado granulometricamente (MEDINA, 1997). Segundo Medina (1997) revestimento é a camada, tanto quanto possível impermeável, que recebe a ação direta do tráfego, a base é a camada que se destina a reduzir as deformações de tração no revestimento, já a sub-base é a camada complementar do subleito, indicado quando não for aconselhável construir o pavimento diretamente sobre o subleito. Enfocando os Revestimentos Flexíveis Betuminosos, elementos constituídos por associação de agregados e matérias betuminosos, destacam-se os Revestimentos por Penetração modalidade que envolve dois tipos distintos de execução, por penetração invertida e por penetração direta. No caso Revestimentos 24 Betuminosos por Penetração Invertida são executados através de uma ou mais aplicações de material betuminoso, seguidas de idêntico número de operações de espalhamento e compressão de camadas de agregados com granulometria apropriadas, os Revestimentos Betuminosos por Penetração Direta são executados através do espalhamento e compactação de camadas de agregados com granulometria apropriada, sendo cada camada, após compressão, submetida a uma aplicação de material betuminoso e recebendo ainda na ultima camada uma aplicação final de agregado miúdo. Existe também o Revestimento por Mistura, o agregado é pré-envolvido com o material betuminoso antes da compressão, podendo ser executados de duas maneiras: Pré-misturados a Frio ou Pré-misturado a Quente (DNIT, 2006). Já os Revestimentos Flexíveis por Calçamento executados em paralelepípedos (blocos regulares de pedra sobre colchão de regularização), alvenaria poliédrica (camadas de pedras irregulares sobre colchão de regularização), blockrets (peças pré-moldadas hexagonais de concreto) e blocos intertravados conhecidos também como Pavers (peças pré-moldadas de concreto de diferentes formatos). A utilização destes tipos de pavimento, em rodovias caiu consideravelmente, na medida em que se intensificou a utilização de pavimentos asfáltico e de concreto, porém muito utilizados em vias públicas ainda hoje. A base que o recebe tem papel importante na definição da capacidade estrutural de um pavimento, o solo na qual o pavimento está sendo sustentado é primordial para um bom comportamento da estrutura do pavimento, cada uma dessas bases, que são demonstradas na figura 3, tem as suas características, descritas a seguir. Figura 3 – Tipos de Bases Manual de Pavimentação (DNIT, 2006) 25 Base e Sub-Bases Granulares geram uma estabilização granulométrica e são as camadas constituídas por solos, britas de rochas, de escoria de alto forno, ou ainda, pela mistura desses materiais, os Macadames Hidráulicos e 29000 consistem de uma camada de brita de graduação aberta de tipo especial (ou brita tipo macadame), que, após compressão, tem os vazios preenchimentos pelo material de enchimento, constituído por fino de britagem (pó de pedra) ou mesmo por solos de granulometria e plasticidade apropriada, as Bases e Sub- Bases Estabilizadas (com aditivos) possuem processos tecnológicos e construtivos semelhantes às granulares por estabilização granulométrica, diferente apenas em alguns detalhes. (Solocimento, Solo Melhorado com Cimento, Solo-cal, Solo Melhorado com Cal, Solobetume e Bases Betuminosas Diversas) já as Bases e Sub-Bases Rígidas são camadas, caracteristicamente de concreto de cimento. Esses tipos de bases e subbases têm acentuada resistência à tração, fator determinante no seu dimensionamento. Podem ser distinguidos dois tipos de concreto o plástico e o magro (DNIT, 2006). 4.1.2 Pavimentos Semi-Rígidos Caracteriza-se por uma base cimentada por algum aglutinante com propriedades cimentícias como, por exemplo, por uma camada de solo cimento revestida por uma camada de cimento Portland ( DNIT, 2006). 4.1.3 Pavimentos Rígidos Aquele em que o revestimento tem uma elevada rigidez em relação às camadas inferiores e, portanto, absorve praticamente todas as tensões provenientes do carregamento aplicado. Exemplo típico: pavimento constituído por lajes de concreto de cimento Portland (DNIT, 2006). Os pavimentos rígidos que são definidos pela camada de rolamento ser elaborada com concreto, podendo elas serem executadas de diversas formas – como em pré moldados ou a execução in loco, e cada uma delas, segundo Professor José Tadeu Balbo (Pavimentos de Concreto, 2009) pavimentos feitos em bloco Inter 26 travado apesar de se enquadrarem na definição de pavimentos de concreto, não devem ser tratados por possuírem comportamento radicalmente diferente dos pavimentos rígidos. As aplicações e métodos construtivos de pavimentos rígidos, segundo a ACPA, são muito versáteis possuindo uma gama de variações, que podem ser utilizados em calçadas utilizadas para o simples tráfego de pedestres como podem suportar a carga de grandes aeronaves, evidenciando que nem todos os pavimentos de concreto são iguais devido as suas diversas utilizações. Porém os pavimentos rígidos possuem uma estrutura semelhante sendo consistido de uma série de elementos importantes, como mostrado na Figura 4. Figura 4 - Estrutura básica de um Pavimento Rígido (ACPA, 2011) Segundo ACPA, um subleito razoavelmente uniforme é ideal para qualquer pavimento de concreto, como as vias podem ser longas encontram-se diferentes tipos de solo, com isso é necessário à utilização de camadas adicionais, a base e a sub-base. A base é uma fina camada de material com maior granulometria, como o cascalho e a brita, que serve para estabilizar a camada superior do pavimento de forma uniforme. Bases permeáveis possuem material de grande granulometria, a quantidade de materiais finos e pequenos é muito inferior dos que os encontrados 27 na sub-base, para água fluir livremente através dessa base, sendo coletada através de tubo corrugado e tecido filtrante, ver figura 5. Figura 5 - Esquema de drenagem de pavimentos rígidos (ACPA, 2011) As juntas de um pavimento de concreto servem para fazer a transferência de carga, realizando uma ligação mecânica entre as lajes. Os tipos de juntas são de contração, construção e isolamento. . Sendo que na definição da ACPA “a eficiência da conexão mecânica das lajes é expressa como a eficiência de transferência de carga.” As juntas de construção são as que provém a ligação mecânica entre as faixas de rolamento, sendo que as juntas de contração são responsáveis por controlar as contrações naturais do concreto, contração térmica e umidade, sendo normalmente serradas, Já as juntas de isolamento servem para que não ocorra a transferencia de tensões do pavimento rígido para os elementos externos como bueiros, sarjetas, canaletas de drenagem entre outras. Essas juntas, que induzem a criação de fissuras que fazem com que os fluidos infiltrem na base do pavimento, devem ser providas de material selante, de acordo com a ACPA as principais funções da selagem das juntas é evitar a infiltração para as camadas inferiores do solo que podem causar a degradação da base, sub-base e subleito, resultando em uma possivel perda da capacidade estrutural, também para evitar as infiltrações de líquidos que podem causar a oxidação da barra de trânsferência e também para evitar a entrada de material incompressivel. O método mais comum de selagem de juntas em pavimentos urbanos é a utilização de asfalto quente para a selagem, por meio de corte do pavimento e posterior aplicação do material, porém também podem ser utilizados 28 materiais como o silicone, enchimento das juntas com argamassa e também o uso de juntas de compressão, ver figura 6, selantes não possuem a vida útil tão grande podendo assim serem deteriorados. Figura 6 - Tipos de juntas normalmente utilizadas Para que seja provida essa transferência de carga, as juntas necessitam das barras de transferência para promover a ligação mecânica entre lajes. A baixa eficiência de barras de transferência pode gerar problemas citados mais a frente como quebra de canto e bombeamento. As barras fornecem uma conexão mecânica entre as lajes de forma sem restringir a movimentação horizontal conforme figura 7. Figura 7 - Eficiencia das barras de transferência (ACPA, 2011) 29 4.1.3.1 Pavimento Concreto Simples (PCS) As principais características são: um concreto de alta resistência em relação aos concretos estruturais para edifícios, que combate os esforços de tração na flexão gerados na estrutura, por não possuir armadura para isso. A presença de juntas serradas na contração 9 para controle de retração) pouco espaçadas é marcante (BALBO, 2009). Também citado como PCS no Manual de Pavimentos Rígidos (DNIT, 2005) os pavimentos de concreto simples dotados de barras de transferência, são placas de concreto simples interligadas com barras de aço liso, postadas na meia seção das jutas transversais. 4.1.3.2 Pavimento de Concreto Armado ( PCA) Nos pavimentos de concreto armado trabalha em regime de compressão no banzo comprimido, mas sem sofrer esmagamento. No banzo tracionado estão as armaduras resistentes aos esforços de tração, o que faz dele um concreto convencional armado. Há juntas serradas porém de modo mais espaçado que no PCS (BALBO, 2009). 4.1.3.3 Pavimento de Concreto Com Armadura Continua (PVAC) O pavimento de concreto do PCAC tolera a fissuração da retração, transversalmente, de modo aleatório. À armadura contínua, colocada um pouco acima da linha neutra, na seção transversal da placa, cabe a tarefa de manter as faces fissuradas fortemente unidas. Não se executaram juntas de contração nesse pavimento, com exceção das construtivas (BALBO, 2009). 30 4.1.3.4 Pavimento de Concreto Protendido (PCPRO) As placas de concreto protendido (tecnologia na qual se utilizam cordoalhas ou fio de protensão, e possui uma necessidade de uma menor quantidade de aço na seção de concreto) permite placas de grandes dimensões planas e de menores espessuras, trabalhando em regime elástico (BALBO, 2009). 4.1.3.5 Pavimento de Concreto Pré-moldado (PCPM) As placas de concreto pré-moldadas atendem à necessidade de transporte. São normalmente fabricadas sob medida, com elevado controle e precisão para a rápida substituição de placas em pavimentos de concreto deterioradas (BALBO, 2009). 4.1.3.6 Pavimento Whitetopping (WT) O emprego de concreto para restauração de superfícies de pavimentos, como outra nova camada de rolamento, seja sobre pavimentos asfálticos ou de concreto teve sua evolução desde os primórdios da década de 1920 (McGhee; Azyildirim, 1992, apud. BALBO, 2009), de acordo com Balbo (2009), e os pavimentos whitetopping consistem na adição de uma nova camada de revestimento de um antigo pavimento asfáltico de concreto, que poderá ser em PCS, PCA, PCAC, PCPRO ou PCPM, de acordo com os seus respectivos padrões construtivos dessas soluções. 4.1.3.7 Pavimento Whitetopping Uitradelgado (WTUD) O pavimento WTUD consiste de uma camada delgada de concreto, de elevada resistência, lançada sobre uma antiga superfície asfáltica fresada, que apresenta placas de pequenas dimensões e trabalha por flexão e deflexão. As juntas de contração são serradas com espaçamentos pequenos em geral, utilizando-se concreto de alta resistência (BALBO, 2009). 31 4.2 PATOLOGIAS O termo Pavimento para a maioria das pessoas se trata de caminho natural beneficiado pelo homem que permite nos deslocar de um ponto ao outro com toda a segurança, conforto e rapidez. E na utilização correta de materiais duráveis e economicamente viáveis que permitem desenvolver pavimentos que apresentem características que atendam aos padrões de qualidade de nossa atual sociedade. Entre as características esperadas para estes pavimentos destacam-se a alta resistência a brasão sem comprometer o conforto, emprego de um projeto geométrico correto que proporcione a minimização de acidentes em primeiro lugar e a redução do consumo de combustíveis, seja ambientalmente corretos, além de dispor do benefício de economizar energia, possua estanques muito bem drenados, ou seja, que garanta longa vida útil e bons serviços prestados à sociedade (BALBO, 2009). A Confederação Nacional do Transporte e o SEST SENAT apresentaram a Pesquisa CNT de Rodovias 2010, um estudo completo sobre a situação das rodovias brasileiras. Com o levantamento, os transportadores atendem à necessidade de informações confiáveis que conduzam a reflexões sobre a construção da infra-estrutura de transporte que a sociedade deseja. A pesquisa analisou 90.945 km da malha rodoviária do Brasil e mostrou que se pode gastar em uma viagem, até 100% a mais, por causa de eventuais despesas com manutenção do veículo, demonstrou também, o estado calamitoso de muitas das rodovias tornando seu trajeto muitas vezes intransitável.(SILVA, 2008) Os defeitos mais comuns na Pavimentação Rígida estão geralmente ligados ao emprego de técnicas executivas e materiais inadequados associado a uma manutenção rotineira, que é exigida para este tipo de estrutura de concreto armado, podem ocorrer com diferentes graus de severidade e freqüências. Tendem a se agravar no decorrer do tempo com o uso. As patologias que ocorrem em pavimentos de comportamento rígido podem ser de caráter Estrutural ou Funcional. Quando o pavimento de uma via perde sua capacidade em suportar as cargas provocas pelo tráfego nos deparamos com Patologias Estruturais, geral mente ocorre o aparecimento de trincas transversais e 32 inserções de trincas que se estendem por toda a espessura da placa. Principais causas destas trincas são corte pouco profundo, atraso na serragem ou corte das juntas, desalinhamento das barras de transferência, reflexão de trincas do concreto compactado com rolo, restrição de subfase, recalque da fundação e reação ÁlcaliAgregado (SILVA, 2008). As Patologias Funcionais afetam a segurança e as condições de dirigibilidade do pavimento como, por exemplo, rugosidade, o polimento superficial, emissão de ruído, defeito de superfície. Tais patologias não se estendem por toda espessura da placa de concreto armado e geralmente se situam no máximo no terço médio superior da espessura da placa. Há alguns agregados (areia e brita) que na presença de elevados teores de álcalis do cimento geram uma reação expansiva, desde que a umidade relativa seja superior a 80%. Esta reação é denominada reação Álcali-Agregado e pode ser álcali-sílica (agregado com sílica reativa), álcalisilicato ou álcali-carbonato (rochas carbonáticas). Para evitar esta patologia antes do uso de qualquer agregado, deve-se realizar o ensaio de expansão, que no caso de rochas que contenha sílica reativa usa-se o método ASTM C-1260, enquanto para agregados dolomíticos provenientes de rochas carbonáticas usa-se à ASTM 1105 e a NBR 10340 (SILVA, 2008). A retração hidráulica é caracterizada pela perda de água adsorvida e ocorre após o endurecimento do concreto. Sabe-se que quanto maior a quantidade de água de amassamento (l/m³) do traço, tanto maior será espessura da camada de água adsorvida e, por conseguinte, maior retração hidráulica e maior probabilidade de fissuração logo, deve-se utilizar traços de concreto com menores consumos de água (l/m³). Os Cimentos contendo em sua composição menores teores de escória o que também reduzem a retração hidráulica desde que o consumo de água seja o mesmo. A retração hidráulica é inevitável, a menos que o concreto esteja em um ambiente cuja umidade relativa seja de 100%. As causas das fissuras de retração hidráulica são excesso de água do traço (l/m³) e a falta de cura. A rugosidade pode ser causada por saliências, as quais são devidas a problemas durante a execução (vassouramento, sobra de concreto descarregado sobre o concreto endurecido, etc.) (SILVA, 2008). O polimento da superfície pode ser devido à colocação de lona, para proteger o concreto da chuva, podendo causar problema de segurança se não for corrigido e os defeitos de superfície podem ser causados pela retração plástica do concreto, de 33 laminação, erosão, marcas de patas de cachorro/cavalo e de pneumáticos. Entendese por retração plástica do concreto a retração devido à evaporação da água de amassamento, causada pela ação do vento e sol forte, além de baixa umidade relativa, (antes de o concreto endurecer). As fissuras de retração plástica são finas mais ou menos paralelas, às vezes aleatórias, que ocorrem e virtude de alguma falha na cura inicial do concreto (produto de cura eficaz, falta de cura química, taxa de produto de cura muito baixa, etc.), ou excesso de retardamento do início de pega do cimento. Segundo a “American Concrete Pavement Associaton” (A.C.P.A.), as fissuras de retração plástica raramente deterioram ou influenciam a qualidade de dirigibilidade do pavimento. Elas tem uma profundidade inferior a 6 cm conforme nossas medições e não permitem a entrada significativa de água no pavimento. Portanto, somente as trincas cujas aberturas ou larguras (W) sejam iguais ou maiores do que 0,6 mm deveram ser tratadas (SILVA, 2008). A delaminação consiste na retirada da pele (camada de superfície) do concreto e pode ser causado pela passagem do “Bull-Float”, quando há água exsudada (proveniente da água de amassamento) na superfície do concreto, aprisionando-a superficialmente, sendo que a erosão superficial pode ser causada pela ação da água da chuva. Às vezes durante a construção do pavimento, quando o concreto está na fase plástica ou estágio inicial de endurecimento, cavalos, cachorros e bicicletas trafegam sobre o mesmo, causando pequenos defeitos superficiais. Existindo também os defeitos de superfície, cuja largura seja inferior a 3,5 cm e comprimento a 15,00 cm (área de 52,5 cm²), não afetam a qualidade de dirigibilidade do pavimento (baseado na A.C.T.A.) .” (SILVA, 2008). 4.2.1 Causas dos principais tipos de patologias Os defeitos em pavimentos de concreto podem surgir de diversas origens e “são decorrentes de deficiências, tanto no projeto como na sua execução, como também podem ser decorrentes de uma falta de manutenção permanente ou de uma operação inadequada” (DNIT, 2010, p. 57). Caso haja deficiências nas investigações e estudos preliminares no trecho a ser pavimentado, e “os impactos exercem grande importância na definição dos parâmetros de projeto e na definição dos métodos executivos” (DNIT, 2010, p. 57). A 34 principal influencia que a falta de investigação causa são a não determinação da capacidade de suporte do subleito e da sua uniformidade, estudos incompletos de agregados, estudos incompletos de traços de concreto. Quando se tratam de deficiências de projeto os defeitos podem derivar de um dimensionamento deficiente do pavimento, projeto geométrico inadequado das placas do pavimento, projeto inadequado das juntas e projeto de drenagem inadequado. As principais deficiências executivas que podem surgir durante a realização da obra são: o emprego de agregados graúdos com excesso de pó, existência de juntas frias devido ao atraso do lançamento do concreto, atraso na serragem das juntas, corte deficiente das juntas em profundidade inadequada, colocação deficiente dos dispositivos de transferência de carga (barras de transferências), não tratamento imediato das placas bailarinas e descuido na remoção imediata de produtos agressivos ao concreto lançado no pavimento. 4.2.2 Principais patologias encontradas em pavimentos rígidos A Pavimentação Rígida submetida à constante uso no decorrer do tempo desenvolve patologias o que já se é esperado pelo desgaste e fadiga do material. Não dada à devida atenção a manutenção rotineira que ele exige este tipo de pavimento estas patologias são agravadas o que gera novas patologias cada vez mais severas, As principais patologias encontradas em pavimentos rígidos são: 4.2.2.1 Fissuras Fissuras: As fissuras são descontinuidades que ocorrem na placa de concreto, que não são previstas no projeto do pavimento. As fissuras podem ser: Fissuras de Canto Geralmente ocorre na forma de semicírculo e são também denominadas “Diamond cracking”, em referência a sua forma quando em todos os cantos de quatro placas comuns. Estão associadas ao vencimento da resistência com fadiga do concreto na 35 região ou à espessura insuficiente de placa em relação ao tráfego real. É a fissura que intercepta as juntas a uma distância de, no máximo, 1,8 m das bordas ou juntas do pavimento (longitudinal e transversal), medindo-se a partir do seu canto. Observar Foto 2 em anexo I e Figura 8 (DNIT, 2010, p. 29). Métodos de reparo: Selagem, remendo parcial. Figura 8 - Fissuras de Canto (DNIT, 2010) Fissuras Lineares: São fissuras que atingem toda a espessura da placa de concreto, dividindo-a em duas ou três partes.Quando as fissuras dividem a placa em quatro ou mais partes, o defeito é denominado de "placa dividida" (DNIT, 2010, p. 31). Fissuras em Feixes / Fissuras Transversais: Ocorrem tanto em direção transversal quanto longitudinal, próximas a bordas e ou a fissuras preexistentes, com formato de fissuras próximas e paralelas. Trata-se de progressão de fissuras de canto ou lineares, e estão associadas à baixa resistência do concreto à compressão. Também podem ser causadas por ciclos de congelamento e descongelamento em climas temperados. Métodos de reparo: Nada a fazer ou selagem (DNIT, 2010, p. 31). Fissuras Longitudinais: São fissuras paralelas a direção do tráfego estão normalmente associadas ao consumo de resistência à fadiga do concreto ou a insuficiência de sua espessura. Se posicionadas na proximidade de juntas longitudinais, normalmente resultam na retração 36 de secagem do concreto por atraso de serragem de junta ou por serragem em espessura insuficiente. Métodos de reparo: Selagem; retrofit, remendo parcial de placa (DNIT, 2010, p. 31). Fissuras diagonais são provocadas por deficiência no suporte da fundação, ou são oriundas da formação simultânea de fissuras transversal e longitudinal. Fissuras de canto: podem ser devido falta ou deficiência dos dispositivos de transmissão de carga nas juntas, subdimensionamento da espessura do pavimento; recalque diferencial da fundação do pavimento e empenamento dos cantos da placa. Fissuras não direcionadas: tem como causa a retração plástica, que é aquela que ocorre no concreto antes do início da sua pega, sendo formada praticamente sem a necessidade de nenhuma energia, pois o concreto ainda não iniciou a sua fase de endurecimento, não tendo ainda nenhuma resistência (DNIT, 2010, p. 32). Fissuras Transversais: Manifestam-se paralelamente às juntas transversais das placas de concreto. Se posicionadas mais ao centro das placas, ocorrem por consumo da resistência à fadiga do concreto em longo prazo. É também possível resultarem da baixa resistência do concreto ou de espessura insuficiente em relação ao tráfego. Quando posicionas nas proximidades de juntas transversais, normalmente resultam da retração de secagem do concreto por atraso de serragem de junta ou por serragem em espessura insuficiente. Métodos de reparo: Remendo parcial (DNIT, 2010, p. 31). Placa Dividida / Fissuras em Mapas ou Carcaça de Tartaruga: Em geral, a causa mais comum para este defeito é excesso de desempenamento que causa excesso de pata na superfície, a qual rapidamente fissura, inclusive por retração plástica. Uma conseqüência 37 rápida disso é o efeito do deslocamento ou desagregação superficial, que é outro defeito. Atípica carcaça de tartaruga é encontrada quando há sinais de reação Alcalis-agregados no concreto o que geralmente leva anos ou décadas para acontecer. Ver figura 9 (DNIT, 2010, p. 32). Métodos de reparo: Nada a fazer substituição da placa. Figura 9 - Placa Dividida (DNIT, 2010) 4.2.2.2 Esborcinamentos O esborcinamento é um defeito ligado a ação do tráfego nas proximidades das juntas, mas comum quando há problemas de serragem ainda verde, causa de pequenas quebras que tendem a progredir com o tempo também por excesso de argamassa no local ou ela ausência de agregados resistentes nestas regiões da placa. Métodos de reparo: Remendos parciais. Existem dois tipos de esborcinamento que são: Esborcinamento ou quebra de canto: São quebras que aparecem nos cantos das placas, tendo forma de cunha, que ocorrem em uma 38 distância não superior a 60 cm do canto (ver Apêndice A Foto 4). Ver figura 10. Este defeito difere da fissura de canto, pelo fato de interceptar a junta num determinado ângulo (quebra em cunha), ao passo que a fissura de canto ocorre verticalmente em toda a espessura da placa (DNIT, 2010, p. 32). Figura 10 - Esborcinamento ou Quebra de Canto (DNIT, 2010) Esborcinamento de juntas: O esborcinamento das juntas se caracteriza pela quebra das bordas da placa de concreto (quebra em cunha) nas juntas, com o comprimento máximo de 60 cm, não atingindo toda a espessura da placa (Apêndice A - Foto 5) Ver Figura 11 (DNIT, 2010, p. 32). Figura 11 - Esborcinamento de Juntas 4.2.2.3 Escalonamentos 39 Os principais tipos de escalonamento são: Escalonamento ou degrau nas Juntas: Defeito em que duas placas sucessivas não estão niveladas nas juntas, o que causa um degrau, bastante inconveniente ao rolamento dos veículos. Normalmente associado á perda de suporte da placa e ao recalque diferencial entre duas placas. Pode também ocorrer em fissuras transversais e longitudinais ao longo do tempo. Ver figura 12 Caracteriza-se pela ocorrência de deslocamentos verticais diferenciados e permanentes entre uma placa e outra adjacente. (DNIT 2010)Métodos de reparo: Substituição da placa ou nivelamento por fresagem na região afetada (DNIT, 2010, p. 30). Figura 12 - Escalonamento ou degrau nas juntas (DNIT, 2010) Escalonamento com Acostamentos ou Entre Faixas de Rolamento: Muitas vezes trata-se de um defeito construtivo por falha do nivelamento entre as faixas de rolamento de acostamento. Com tudo pode ocorrer mesmo entre faixas de rolamento caso em que a gênese mais comum é a perda de suporte da placa e o recalque diferencial entre duas placas. Métodos de reparo: Substituição da placa ou nivelamento por fresagem na região afetada; recapeamento asfáltico. Demais patologias encontradas: 40 Falha na selagem das juntas: É qualquer avaria no selante que possibilite o acúmulo de material incompressível na junta, ou que permita a infiltração de água. As principais falhas observadas no material selante são má qualidade ou inadequabilidade do material rompimento (por tração ou compressão), extrusão do material, crescimento de vegetação, endurecimento (oxidação) do material, perda de aderência às placas de concreto, quantidade deficiente de selante nas juntas. (DNIT, 2010, p. 31).Este defeito esta normalmente ligado ao clima, ou seja, aos efeitos de umidade, calor e secagem dos elementos de selagem de juntas. Métodos de reparo: Resselagem. Polimentos de Agregados: Trata-se da presença de agregados polidos e lisos na superfície, que ficam expostos, e não mais envolvidos por argamassas. Agregados de excelente qualidade evitam este tipo de ocorrência em longo prazo. Métodos de reparo: Nada a fazer ou nova ranhura. Buracos: As reentrâncias côncavas observadas na superfície da placa são oriundas da progressão de outros defeitos já existentes, como as fissuras profundas e generalizadas, escamação, lasqueamento, desgaste superficial, bem como o emprego de concreto de baixa qualidade ou resultantes da evolução de outros defeitos, como a desagregação de fissuras em feixes ou mesmo a partição do concreto em pequenas peças. O concreto vai sofrendo recalque juntamente com a base e o subleito, o mesmo vai sendo arrancado por ação dos veículos. Métodos de reparo: Remendo parcial (DNIT, 2010, p. 35). Alçamento de Placas ou Esmagamento: Também denominado “blow up” na literatura internacional. Causado por pressão e esmagamento de placa contra placa em juntas muito solicitadas por esforços horizontais. Este tipo de defeito era mais comum em tempos 41 em que se empregavam duas camadas de concreto para a placa, em locais de frenagem de veículos pesados (FHWA, 2003) Ainda, segundo Manual de Recuperação de Pavimentos Rígidos (DNIT, 2010) Desnivelamento das placas nas juntas ou fissuras transversais e, eventualmente, na proximidade de canaletas de drenagem e obstáculos fixos, tais como encontros de ponte, fundações de prédios ou intervenções feitas no pavimento. (Observar Apêndice A – Foto 1). Ver figura 13. Métodos de reparo: Remendo parcial ou total e colocação de junta de expansão (DNIT, 2010, p. 35). Figura 13 - Alçamento de Placas, (DNIT, 2010) Remendos: são correções de defeitos que já existiram com tudo, remendos de má qualidade podem apresentar uma série de inconvenientes (fissuras nos cantos e afundamentos), prejudicando a qualidade de rolamento. Métodos de reparo: Novo remendo. Bombeamento de Finos: O fenômeno esta relacionado à saturação de camadas inferiores que por pressão neutra explosão a água aprisionada para cima nas juntas e fissuras. Este movimento ascensional da água carrega partículas de solos para as bases, contaminando-as, e estas partículas posteriormente são eliminadas também pelas juntas mostrando uma coloração típica de solo. Métodos de reparo: Selagem, de juntas e fissuras; injeção de grout na base. (Federal Highway Administration, U.S Departament of Transportation) Desgaste superficial O desgaste superficial do pavimento, bem como a sua escamação e o lasqueamento, são provocados pelas 42 seguintes causas emprego de concreto de baixa qualidade, emprego de agregados sujos ou com pó aderente excesso de água de mistura no concreto, concreto com exsudação elevada por deficiência de finos e descolamento da pasta ou argamassa de cobrimento, devido ao acúmulo de água na superfície do pavimento depois do seu acabamento, que costuma ser evitado pela raspagem da superfície do concreto. Este tipo de defeito tende a progredir, tornando o pavimento desconfortável ao tráfego, além de originar a formação de buracos no pavimento (DNIT, 2010, p. 31). Abertura de Junta : É o aumento indesejável do espaçamento entre duas placas, exatamente na junta. As juntas podem se abrir por ausência de ligação entre as placas sob a ação de esforços horizontais. Essa abertura apresenta o inconveniente de aumentar o nível de ruídos durante o rolamento. Situações deste tipo facilitam bastante o surgimento de esborcinamentos em juntas pela ação dos veículos. Métodos de reparo: Enchimento de junta. Assentamento: Este defeito pode ser decorrente de deficiência ou falta de uniformidade no suporte da fundação, projeto ou execução deficiente da sub-base. No caso da execução de pavimento com fôrmas trilho, fôrmas deslizantes ou utilizando dispositivos de apoio das placas vibratórias, as saliências e depressões podem ser decorrentes das ondulações dos locais onde se apoiam estes dispositivos ou equipamentos de vibração e acabamento, devido a estas ondulações serem transmitidas para o pavimento (DNIT, 2010, p. 43). Grande Reparo: Entende-se como "grande reparo" uma área do pavimento original maior que 0,45 m², que foi removida e posteriormente preenchida com um material de enchimento (DNIT, 2010, p. 31). 43 Pequeno Reparo: Entende-se como pequeno reparo uma área do pavimento original menor ou igual a 0,45 m², que foi removida e posteriormente preenchida com um material de enchimento (DNIT, 2010, p. 31). Quebras localizadas: De acordo com Manual de Recuperação de Pavimentos Rígidos (DNIT, 2010) são áreas das placas que se mostram trincadas e partidas, em pequenos pedaços, tendo formas variadas, situando-se geralmente entre uma trinca e uma junta ou entre duas trincas próximas entre si (em torno de 1,5 m) (DNIT, 2010, p. 32). Placa dividida: A divisão de uma placa em quatro ou mais partes se deve às fissuras que ocorrem nestas placas nos diversos sentidos (transversal, longitudinal e diagonal). A causa deste defeito está relacionada com as causas que deram origem a estas fissuras. Considerando a existência de várias fissuras, e em diversos sentidos, em uma mesma placa, isto pode ser decorrente das seguintes anomalias que são deficiência no suporte da fundação do pavimento subdimensionamento da espessura do pavimento e fadiga do concreto. (DNIT, 2010, p. 29). Falha na selagem das juntas: Quando estas fissuras são pequenas, elas podem ser decorrentes da ação de raios ultravioletas, que incidem no material selante, quando ele ainda está em processo de cura e não recebe nenhuma proteção contra a ação destes raios. As fissuras maiores podem ser decorrentes de esforços aplicados sobre o selante, pela passagem de veículos ou por vibrações, enquanto ele está ainda em processo de cura (DNIT, 2010, p. 32). Passagem de nível: São defeitos que ocorrem em passagens de nível, consistindo em depressões ou elevações próximas aos trilhos (DNIT, 2010, p. 32). 44 Fissuras superficiais (rendilhado) e escamação: As fissuras superficiais (rendilhado) são fissuras capilares, que ocorrem apenas na superfície da placa, tendo profundidade entre 6 mm e 13 mm, que apresentam tendência a se interceptarem, formando ângulos de 120°. A escamação caracteriza-se pelo descolamento da camada superficial fissurada, podendo, no entanto, ser proveniente de outros defeitos, tais como o desgaste superficial (DNIT, 2010, p. 32). Placa “Bailarina”: é a placa cuja movimentação vertical é visível sob a ação do tráfego, principalmente na região das juntas, como mostrado na Figura 14 (DNIT, 2010, p. 34). Figura 14 - Placa “bailarina” (DNIT, 2010) 4.3 MANUTENÇÃO O levantamento de defeitos nas placas e nos demais elementos de concreto é o primeiro passo para a determinação da atividade de manutenção que com o uso no dia-a-dia e a má execução durante a obra fizeram que sua vida útil diminuísse aumentando cada vez mais a procura de restauração. No Brasil devido à pequena 45 quantidade de rodovias existentes com pavimento rígido de concreto armado pouco se fez até hoje em termos de normatização quando se trata de catalogação e cadastramentos de defeitos bem como seus inventários explicitando uma nomenclatura nacional mesmo que sendo para o estabelecimento de diretrizes de restauração de modo geral todo este processo fica sob a responsabilidade de um especialista que inspeciona a pista de rolamento por observação visual ou remota. Para o pavimento rígido executado em concreto armado se faz necessária uma prática de conservação com usuais manutenções rotineiras. Como mencionado acima a manutenção de um pavimento rígido pode ser preventiva com o emprego de ações e procedimentos que preservem a condição estrutural do pavimento retardando assim o processo de deterioração, a selagem de juntas e fissuras situamse nesta categoria ou pode-ir de reparações se consistir de reparações localizadas capazes de capazes de restaurar a condição estrutural do pavimento. São considerados reparos localizados, para efeito de conservação: Reparação de juntas e cantos esborcinados; Reparos parciais abrangendo ou não toda a espessura da placa, substituição de placa de forma não ultrapassar 3,5% da área total pavimentada (DNIT, 2005). 4.3.1 Defeitos Recuperáveis São aqueles cujas causas que lhe deram origem podem ser eliminadas após sua recuperação, a quantidade e a extensão também determinam a viabilidade de recuperação. Os principais defeitos recuperáveis são: Fissuras transversais e longitudinais Escalonamento ou degrau nas juntas Resselagem das juntas Desgaste superficial Bombeamento Quebras localizadas Esborcinamento dos cantos de bordas e juntas Fissuras tipo rendilhado 46 Buracos A recuperação de um defeito tem por finalidade restabelecer as condições originais do pavimento (DNIT, 2010, p. 64). 4.3.2 Defeitos Irrecuperáveis Quando a placa apresenta defeitos e a recuperação não é possível, é considerado um defeito irrecuperável. Os principais defeitos irrecuperáveis são: Alçamento das placas Fissuras de canto Placa dividida Buracos As causas que podem dar origem não podem ser eliminadas pela recuperação do defeito, tais como deficiências na fundação, subdimensionamento ou fadiga do pavimento, deficiência no dispositivo de transmissão de carga nas juntas e a grande extensão e quantidade (DNIT, 2010, p. 66). 4.3.3 Praticas de Conservação de Pavimentos Rígidos São denominadas práticas de conservação desde pavimentos rígidos as práticas manutenção usuais rotineiras. As práticas mais comuns são: Resselagem de Juntas: Faz-se a limpeza da junta removendo todo o material selante e outros existente com auxílio de ferramentas manuais (formão, serra de disco, ponteira, etc.), completa-se as limpeza das paredes com jato de ar comprimido.Antes de aplicar o selante, se necessário garante-se o fator de forma do reservatório de com fita plástica na profundidade conveniente para não ocorrer vazamento. Realiza-se selagem das juntas com material apropriado a quente ou a frio no local ou com prémoldados. 47 Selagem de fissuras: Usual para fissuras lineares longitudinais, diagonais e transversais com abertura máxima de 1,5 mm sem desnivelamento. Corta-se com uma serra de disco os cada lado da fissura numa profundidade de 25 mm sendo a distância máxima entre os dois cortes de 30 mm, remove-se a sujeira do local com pincel ou vassoura e utiliza-se a limpeza com ara comprimido, aplica-se 0o material selante necessário. A fissura sendo muito irregular, impossibilitando o corte com a serra, indica-se o apicoamento de suas bordas, ao longo de toa a extensão numa seção retangular de no máximo de 30 mm de profundidade e largura, se faz a limpeza como citado anteriormente e aplica-se o material selante apropriado. Para fissuras de retração plástica recomenda-se a injeção e selagem de produtos à base de resina epóxica ou aplicação de endurecedores superficiais do tipo flúor silicato de zinco, por exemplo, estes apresentam maior facilidade de aplicação utilizando vassouramento sobre a superfície fissurada de solução de 20% a 30° de concentração. Recuperação de juntas esbocinadas: Corta-se o concreto com serra de disco diamantado com profundidade de 2 a 1,5 cm, segundo uma linha paralela a junta distando dela aproximadamente 15 cm, removese o concreto entre a junta e o corte com martelete até a profundidade necessária e nivela-se a base a grosso modo, limpa-se com jato de ar, recomenda-se aplicação de jato de areia caso para remover partes soltas ou fracamente aderidas, certificas-se que as paredes estão devidamente secas e limpas e aplica-se uma pintura de ligação com pasta a base de resina epóxica de 1 a 2 mm, exeto quando utilizar talisca ou isopor para recompro a junta. Lança-se o concreto com consumo mínimo de 350 kg/m³ e agregado 1/3 da espessura da reparação, faz-se textura superficial como no resto da pavimento, o concreto deve ser curado inicialmente com cura química e posteriormente com sacos de estopa constantemente úmidos durante ao menos 7 dias. 48 Recuperação de resgate superficial e Escavação: Esta recuperação na agrega toda a espessura da placa 49 5 PAVIMENTOS RIGIDOS NA CIDADE DE SÃO PAULO A cidade de São Paulo possui uma das maiores áreas urbanas do mundo, dotada de um número enorme de ruas e avenidas pavimentadas por onde se desenvolve pesado e intenso tráfego de diversos tipos de veículos. Esmagadoramente em tais vias está aplicada a Pavimentação Flexível, porém, o objetivo deste trabalho é mapear outro tipo de pavimentação que é usada em menor escala, mas possui características surpreendentes que se adaptam as necessidades de um grande centro urbano, a Pavimentação Rígida. 5.1 DEFINIÇÃO DOS LOCAIS Fundamentando-se nos objetivos do trabalho, buscou-se determinar os locais para mapeamento partindo de informações do trajeto habitual que cada um dos integrante do grupo percorre em seu dia-a-dia, através de informações de pessoas conhecidas dos integrantes, de taxistas e motoristas de ônibus. Elencados estes locais iniciaram-se as saídas de campo e o mapeamento, em dado momento esvaíram-se as possibilidades de novos pontos a serem mapeados o que então a necessidade da buscar a novos pontos para o mapeamento, visando solucionar este problema surgiu a idéia de buscar estes locais através de fotos de satélite disponibilizada na internet no Google Maps, pois a coloração clara da pavimentação rígida de destaca em meio a cidade. Somados os pontos já levantados aos outros localizados e julgados relevantes com o auxílio da utilização deste recurso foram mapeados trinta e um pontos espalhados pela cidade, dando a devida atenção em localizar pontos no Centro, Zona Sul, Zona Oeste, Zona Norte, Zona Leste da Cidade de São Paulo. 5.2 CRITÉRIO DE LEVANTAMENTO Para atuar de maneira eficaz nas saídas de campo e assim desenvolver os objetivos do presente trabalho foram utilizados critérios para o mapeamento. Os pontos foram julgados importantes pela localização nas regiões da cidade, tráfego em que é submetido, extensão. Com os pontos predeterminados buscou-se 50 primeiramente observar o estado de conservação do pavimento, escolher o melhor local para registro fotográfico que melhor retratasse o estado de conservação para todos os trechos com pavimentação rígida da via, logo depois se buscava registrar possíveis patologias baseando-se nas caracterizações mostrada nos manuais do DNIT, dado o registro fotográfico quando encontradas. Percorria-se toda a via para observação de todos os trechos de pavimentação rígida nela executados. 5.3 ATIVIDADES DE CAMPO Nas saídas para a investigação no campo utilizou-se para acessar e percorrer as vias e localizar os pontos com pavimentação rígida objetos de estudo deste trabalho, veículos motorizados de propriedade dos integrantes do grupo ou ônibus do sistema de transporte público da cidade. Para medir o comprimento das placas e algumas patologias utilizou-se trena calibrada de 5 metros ou medidas não padronizadas como passos e pés. Os dias escolhidos para o mapeamento foram os mais convenientes para todos do grupo aos finais de semana, no restante da semana participava quem tivesse maior disponibilidade e interesse pelo estudo de caso, nestas ocasiões durante a semana, o mapeamento se processava em duplas na grande maioria do tempo. 5.4 PONTOS MAPEADOS Após todo o levantamento realizado através de visitas a campo e análises de imagens de radar, encontrou-se a aplicação de pavimentação rígida em diversos pontos da cidade. Esses pontos estão descritos e são encontrados nas diversas zonas de São Paulo, sendo os mapas demonstrados no apêndice “A” explicitando os pontos em que existe essa aplicação. Via que cruza a Marginal Tiete por meio de ponte, é utilizada para ligação entre o bairro da Casa Verde com a região do Centro e da Avenida Paulista, constata-se que na Avenida Ordem e Progresso, existem trechos com pavimento rígidaem seu corredor de ônibus, nos pontos de parada, além da alça de acesso da Ponte do Limão sentido marginal Tietê. 51 Na Avenida Santos Drumont, importante via de ligação a avenida Tiradentes e as avenidas da zona norte da cidade, em seu encontro com a Praça Campo de Bagatelle, existe um pequeno trecho na rotatória com emenda do pavimento flexível para o rígido. O Terminal Rodoviário do Tietê possui seu acesso de veículos e ônibus vindo da Rua Coroa sentido Avenida Cruzeiro do Sul, com pontos de pavimento rígido em todo seu contorno, com seu término logo ao final do terminal. Na Avenida Marquês de São Vicente, existe trechos alternados de pavimento rígido, estando o inicio na Praça Doutor Pedro Corazza, e nos pontos de ônibus em frente ao CT do São Paulo, Nacional e Palmeiras, sendo o seu término no final da Rua Norma Pieuruccini Gianotti, que faz parte do corredor, no cruzamento com a Avenida Rudge. Avenida Marquês de São Vicente, trechos alternados de pavimento rígido, estando o inicio na Praça Doutor Pedro Corazza, e nos pontos de ônibus em frente ao CT do São Paulo, Nacional e Palmeiras, o seu término é junto com o final da Rua Norma Pieuruccini Gianotti, que faz parte do corredor, no cruzamento com a Avenida Rudge. Situada no limite da zona Norte com a Zona oeste da cidade a Avenida Edgar Facó possui um trecho de seu corredor de ônibus com utilização de pavimento rígido, com inicio na Rua Santa Romana, e término na Praça da Amália G. Solitari. O acesso as cidades como Taboão da Serra e Itapecirica, é realizada pela Avenida Professor Francisco Morato na zona Oeste da cidade, o trecho de pavimento rígido tem início no cruzamento com a Rua Ladislau Peter, e está presente em toda a extensão do corredor de ônibus e seu término é no encontro com a Ponte Eusébio Matoso. É importante constatar que o trecho de pavimentação rígida está em construção e ainda não está concluído. Avenida da zona oeste da cidade que surgiu juntamente com o terminal multiuso da Barra Funda, a Avenida Auro Soares de Moura Andrade, trecho de pavimento rígido com inicio pouco após a passagem abaixo do Viaduto Antártica, no ponto de saída do terminal urbano de ônibus, sendo finalizado até a entrada principal do Memorial da América Latina, algumas vias de acesso como a rua Tagipuru também são em pavimentação rígida. Também dentro da proposta que foi criado o terminal Barra Funda, as ruas do entorno da estação que são a rua Robert Bosch, rua Pedro Machado e rua Gustav Willi Borghoff, possuem trechos com pavimento rígido com inicio na Rua José de 52 Oliveira Coutinho até o acesso ao Terminal Rodoviário da Barra Funda. Este acesso do terminal que é do outro lado da Avenida Auro Soares de Moura Andrade, é onde os ônibus rodoviários tem acesso. Avenida Francisco Matarazzo, pontos de Pavimento Rígido no encontro com Avenida Pompéia (em frente ao Teatro Clássico Brasileiro), e outros trechos distribuídos nos pontos de ônibus estendidos por toda Avenida, em frente ao Shopping Boubon (em toda a extensão), Estádio Palestra Itália e Mc Donald’s, pequeno trecho com inicio na Rua Da Germaine Burchard até metros do Viaduto Antártica. Trecho com inicio na esquina com a Rua Ministro Godói até a Avenida Doutor Adolfo Pinto. Entre as Avenidas Rebouças e Avenida Eusébio Matoso na zona Oeste, próximo ao shopping Eldorado existe o Túnel Fernando Vieira de Mello, que faz o cruzamento subterrâneo com a Avenida Brigadeiro Faria Lima, toda sua extensão é em pavimento rígido, o início é próximo com o cruzamento entre a avenida Rebouças e a rua Pedroso de Moraes e término na intersecção entre a avenida Francisco Morato com a rua Cap. Prudente. Na Praça Jácomo Zanella na Lapa de Baixo, zona Oeste da cidade, possui um trecho pavimentação rígida no corredor de ônibus, com inicio no cruzamento com a Rua Corcovado e término na alça de acesso da Avenida Ermano Marchetti. A Rua Heitor Penteado na zona Oeste da cidade, realiza a ligação entre a Lapa e as regiões da Vila Madalena e Avenida Paulista, o trecho em pavimentação rígida é em frente ao Metrô Vila Madalena, com acesso ao ponto de ônibus próximo a Praça Brisa da Bocaina. Próxima ao parque Villa Lobos, na região Oeste da cidade, a Avenida Queiroz Filho que realiza a ligação da Avenida Jaguaré com a Rua Cerro Corá, possui um trecho de pavimentação rígida em seu corredor de ônibus e também no encontro com a Avenida Imperatriz Leopoldina pavimentação rígida total, com inicio próximo a Praça Apecatu e término no cruzamento com a Avenida Padre Pereira de Andrade. Em tornos da Zona Sul foi verificado que a Avenida Ibirapuera possui trechos com Pavimento Rígido com pontos alternados, sendo de uso para ônibus e automóveis, com seu inicio na Avenida Vereador José Diniz até a Esquina com a Avenida Moacir. Os pontos de ônibus localizado nos quarteirões das Avenidas Rouxinol, Jurecê e Avenida República do Líbano também possuem trechos com esta pavimentação. Em toda a extensão do corredor lateral, da pista destinada aos 53 ônibus, a Avenida Vereador José Diniz é com pavimento rígido, com seu inicio na esquina com a Rua da Fraternidade até o encontro com a Avenida Ibirapuera. Importante via de ligação entre a região central e as zonas Sul e Oeste da cidade, a Avenida Nove Julho possui em toda sua extensão um corredor de ônibus em pavimento rígido, com inicio na saída do movimentado Terminal Bandeira de ônibus, próximo ao metro Anhangabau no largo do Anhangabau, com seu término na esquina da Avenida São Gabriel, ver figura 15. Ressaltasse que esse trecho faz parte do corredor de ônibus até o Terminal Santo Amaro. Figura 15 - Cruzamento entre Avenida São Gabriel e 9 de Julho (Fonte: Foto Autores) A Avenida Juscelino Kubitschek que realiza a ligação entre as Avenidas Sena Madureira e 23 de Maio com a Marginal Pinheiros, possui trechos de pavimentação rígida em seus túneis, sendo o túnel Presidente Jânio Quadros, que elimina o cruzamento com a Avenida Santo Amaro, e o túnel Ayrton Senna que atravessa subterraneamente todo o parque do Ibirapuera e faz a ligação com as avenidas citadas acima. Situada na região Sul da cidade, o corredor de acesso a cidades do ABC e Diadema possu pavimento rígido em seu corredor de ônibus, esse corredor compreende as avenidas Roque Petroni, Vicente Rao, Vereador João de Luca até a Cupecê, sendo que na avenida Roque Petroni o corredor de ônibus, tem início na esquina da Rua Bacaetava prolongando-se pela Avenida Professor Vicente Rao, 54 Avenida Vereador João de Luca até a Avenida Cupecê na altura da esquina com a Rua Baquirivu. A Avenida João Dias, ver figura 16, que faz a ligação entre a ponte João Dias e a Avenida Santo Amaro, na zona Sul, possui os pontos de parada de ônibus em pavimento rígido sendo localizados nas esquinas com rua Bento Branco de Andrade Filho, rua Vicente Placona, rua Oswald de Andrade, rua Antonio Bandeira e em frente à Praça Adão Helfenstein. Figura 16 - Avenida João Dias (Fonte: Foto Autores) A Estrada de Itapecerica via que liga a cidade de Itapecerica e Rodovia Régis Bitencourt a zona Sul da cidade de São Paulo possui em sua faixa da esquerda, que é o corredor de ônibus, pavimentação rígida por toda sua extensão, tendo início próximo ao Terminal João Dias, passando também pelo Terminal Capelinha tendo seu final na Avenida Ellis Maas no Terminal do Capão Redondo. O Aeroporto de Congonhas, peculiar por se situar dentro da cidade, possui uma via de tráfego em pavimento rígido em frente do terminal de embarque e desembarque de passageiros e a via que ligada com a Avenida Washington Luís por meio do Túnel Paulo Autran. 55 Também pertencente ao corredor de ônibus que liga o Terminal Bandeira e o Terminal Santo Amaro na zona Sul, a Avenida Santo Amaro possui em praticamente toda sua extensão, especificamente no corredor de ônibus, a pavimentação rígida, tendo seu início na alça de acesso da Avenida João Dias até a Avenida São Gabriel na entrada do Túnel Takeharu Akagawa. Apesar de possuir uma utilização menos intensa que as outras vias citadas a Avenida Onze de Julho, na esquina com a Rua Afonso Celso na Vila Mariana, possui um pequeno trecho de pavimentação rígida. Um dos maiores corredores da cidade de São Paulo, sendo ainda prolongado até ao terminal de Diadema, a Avenida Engenheiro Armando Arruda Pereira, ver figura 17, possui seu corredor de ônibus em Pavimento Rígido, com inicio na Rua Eugenia até a Avenida Antônio Piranga. Figura 17 - Corredor de ônibus Avenida Engenheiro Arruda Pereira (Fonte: Foto Autores) Na alça de acesso entra a Avenida Radial Leste e o Viaduto Bresser, na zona leste da cidade, possui um trecho em pavimento rígido. Abaixo da Via Elevada Presidente Artur da Costa e Silva, o minhocão, a Avenida Gal. Olímpio da Silveira, que liga o centro da cidade com a Avenida Francisco Matarazzo na zona Oeste da cidade, possui trechos de seu corredor de ônibus em pavimento rígido, com início no Largo Padre Péricles até a Avenida São João. 56 No centro da cidade o Largo do Paissandu, que é utilizado também como terminal para diversas linhas de ônibus da cidade, e seus entornos são utilizados o pavimento rígido, abrangendo a Rua Conselheiro Crispiniano, que liga o Theatro Municipal de São Paulo com o largo do Paissandu, e também a Rua Coronel Xavier de Toledo aonde se localiza a Prefeitura Municipal da Cidade de São Paulo. No final do expresso leste na Avenida do Estado, existe um trecho do corredor de ônibus com pontos de Pavimento Rígido por toda sua extensão, tendo inicio no cruzamento com o viaduto Mercúrio e termino na Rua Cléa Duarte. Os túneis presentes na Avenida Prestes Maia, no centro da cidade de São Paulo, possuem pavimentação rígida, sendo que esse túneis são os que passam abaixo da Avenida Ipiranga e também o que faz acesso às avenidas Nove de Julho e 23 de Maio. No centro da cidade também possuem trechos com pavimentação rígida na Avenida Rio Branco após o viaduto Engenheiro Orlando Murgel que liga a avenida a Avenida Rudge, e o término é após o cruzamento com a Avenida Ipiranga, já próximo ao Largo do Paissandu. O trecho em pavimento rígido é somente para o tráfego dos corredores de ônibus 57 5.5 PONTOS DE ESTUDO Foram selecionados para o estudo de caso 3 pontos onde se foi empregada a pavimentação rígida na Cidade de São Paulo. Os pontos são: Ponto 1 – Avenida Auro Soares de Moura Andrade; Ponto 2 – Estrada de Itapecerica (corredor de ônibus); Ponto 3 – Avenida Francisco Morato (Corredor de ônibus Campo Limpo-RebouçasCentro) O Ponto 1 – Avenida Auro Soares de Moura (trechos próximos a Estação Palmeiras Barra Funda de Metrô – Linha 2 Vermelha) foi selecionado para realização do devido estudo de caso pois se trata de um local onde a aplicação de pavimento rígido aconteceu já a um grande espaço de tempo comparando a diversos outros pontos pois o mesmo foi inaugurado em 1989 junto com Memorial da América Latina e Estação da Barra Funda, ser um local de intensa circulação de veículos pesados e leves, possuir importância cultural e histórica para a cidade e é um local de conhecimento da maioria dos paulistanos. Ver figura 18. Figura 18 – Trechos em pavimentação rígida Avenida Auro Soares de Moura (Foto: Google Maps/Autores) 58 Já o Ponto 2 – Estrada de Itapecerica (corredor de ônibus) está no estudo de caso por se tratar de um corredor de grande extensão com 6,2 km, possuir mais de 10 anos de idade, ter um dos maiores fluxos de ônibus por interligar os bairros de Campo Limpo, Capão Redondo e Jardim São Luis a Santo Amaro e ao Centro fazem a ligação entre áreas residências a áreas industriais/escritórios/serviços. Ver figura 19. Figura 19 - Trechos em pavimento rígido Estrada de Itapecirica (Foto: Google Maps/Autores) A seleção do Ponto 3 – Avenida Francisco Morato (Corredor de ônibus Campo Limpo-Rebouças-Centro) ocorreu por possuir um grande números de trechos com pavimentação rígida, se trata de um trecho do corredor de ônibus Campo Limpo-Rebouças-Centro que possui 17,2 km de extensão. Tal corredor foi inaugurado em 2004 e gerou uma polêmica na Gestão da Prefeita Marta Suplicy pois em muitos trechos da via que um ônibus não pode ultrapassar outro ônibus em um ponto de embarque, o que gera filas no corredor que além de receber 38 linhas de ônibus municipais recebe também 7 linhas da EMTU – Intermunicipais. É motivo 59 para seleção deste ponto o fato de que neste momento estão ocorrendo obras de ampliação dos trechos de pavimentação rígida. Ver figura 20. Figura 20 - Trecho em pavimento rígido Av. Francisco Morato (Foto: Google Maps/Autores) 5.5.1 Avenida Auro Soares de Moura Andrade – Barra Funda No final da década de 80, a região da Barra Funda passou por uma transformação em sua estrutura, região anteriormente dominada por fábricas teria a implantação do Terminal Intermodal da Barra Funda e do Memorial da América Latina, sendo duas das mais importantes obras da cidade. A criação de um novo terminal de grande dimensões, que atendesse aos mais diversos tipos de transporte, como EMTU, CPTM, Metro, ônibus de circulação urbana e ainda Linhas da antiga FEPASA, se fez necessário devido a explosão demográfica que chegou a São Paulo durante a década de 70 e 80. Em contrapartida o Memorial da América Latina devia se encontrar em um local de fácil acesso aos paulistanos e aos moradores das demais localidades, sendo implantado e construído juntamente com á Estação Barra Funda que atenderia a todas essas solicitações e a Avenida Auro Soares de Moura 60 Andrade via que interligaria estes dois pontos teria que possuir uma qualidade adequada as solicitações dos mais diversos tipos de veículos. A Avenida Auro Soares de Moura Andrade foi selecionado para realização do devido estudo de caso pois é um local de intensa circulação de veículos pesados e leves, possui importância cultural e histórica para a cidade e é um local de conhecimento da maioria dos paulistanos. A visita na via foi realizada em um sábado no dia 06/08/2011, nota-se que o pavimento possui algumas patologias e estas não influem de forma expressiva ao tráfego como se observa na figura 21, levando-se em conta que esse pavimento foi inaugurado no final da década de 80, as suas condições podem ser consideradas boas, devido ao tempo de vida já bastante longo, já como a vida útil de um pavimento rígido sem manutenção é de 20 anos, existem pavimentos que evidentemente ainda são daquele período. Como visto em muitos pontos da cidade de São Paulo as ações corretivas dos pavimentossão feitas em desacordo com os manuais e especificações do DNIT, a figura 22 mostra uma manutenção na Avenida Auro Soares de Moura Andrade. Figura 21 - Fissura transversal em frente ao terminal Barra Funda (Fonte: Foto Autores) 61 Figura 22 - Remendos com pavimento asfáltico (Fonte: Foto Autores) 5.5.2 Estrada de Itapecerica (Corredor de ônibus) A Estrada de Itapecerica é uma grande via da cidade de São Paulo que liga de certa forma a região metropolitana de São Paulo ao Município de Itapecerica da Serra, nesta via encontra-se em pleno funcionamento o Corredor de Ônibus Itapecerica - João Dias - Santo Amaro que liga os bairros de Campo Limpo, Capão Redondo e Jardim São Luis a Santo Amaro e ao Centro, inaugurado no ano 2000. Seu trecho contínuo com pavimentação rígida que encontra-se apenas nos corredores de ônibus inicia-se na esquina da Avenida João Dias com a Avenida Geovanni Gronchi segue até o Terminal Capão Redondo na Esquina com a Avenida Ellis Maas, totalizando cerca de 4 km deste tipo de pavimento. O comprimento total do corredor é de 6,2 km de extensão e se estende até o final da Avenida João Dias encontro com a Avenida Santo Amaro. Ao se percorrer toda a extensão da via observando a pavimentação rígida, visita realizada no dia 23 de agosto de 2011, nota-se um estado de conservação pior que o das demais vias da cidade, mas aparentemente atende as propostas esperada de uma pavimentação rígida gerando ainda segurança, rapidez e certo 62 conforto ao usuário, a rapidez é comprometida nos horários de pico. Percorrendo-se o trecho abordo de um dos ônibus bi-articulado do sistema de transporte da cidade sente-se constante 1 e causando trepidações e sacolejos em certos pontos a se atingir velocidade próxima a limite da via 50km/h devida a degraus na pista de rolamento como mostradas na figura 23. Ao se caminhar ao longo da via encontra-se uma infinidade de patologias provocadas por diversos motivos que serão descritos e diagnosticados posteriormente segundo os preceitos dos manuais do DNIT e outras referências citadas neste trabalho mostradas na figura 24. No trecho da Estrada de Itapecerica analisado entre as Ruas Manuel Burgos e Rua João Damasceno, observa-se também que existe uma manutenção corretiva mas não muito constante e nem eficaz, com manutenções que não são de acordo com as especificações do DNIT conforme a figura 25, como observados em outros pontos da cidade. Figura 23 - Degrau em fissura transversal no pavimento (Fonte: Foto Autores) 63 Figura 24 - Fissura longitudinal em placas contínuas (Fonte: Foto Autores) Figura 25 - Remendo em pavimentação flexível (Fonte: Foto Autores) 64 5.5.3 Avenida Professor Francisco Morato (Corredor de ônibus) Avenida Professor Francisco Morato é uma via muito importante para a Cidade de São Paulo por fazer a ligação entre a Marginal Pinheiros, as Rodovias Régis Bittencourt e Raposo Tavares, além de ser umas das possíveis rotas para se chegar ao Estádio do Morumbi e o Bairro de Campo Limpo. Por esta Avenida passa o Corredor de Ônibus Campo Limpo-Rebouças-Centro que tem em sua totalidade 17,2 Km de extensão, possui o segundo maior movimento de ônibus da cidade com cerca de 420 ônibus por dia, perdendo apenas para a Rua Teodoro Sampaio. É também de certo modo ligação entre a região Metropolitana de São Paulo ao Município de Taboão da Serra e cidades vizinhas. Ao se percorrer a Avenida Professor Francisco Morato em veículo automotivo, visita realizada dia 20 de agosto de 2011, observou-se a aplicação da pavimentação rígida no corredor de ônibus somente nos pontos de ônibus, no dia a Avenida encontrava-se em obras sendo que o sentido de ida ao centro estava mais avançado figura 26, para ampliação deste tipo de pavimentação criou-se uma faixa contínua de pavimento rígido entre as esquina com a Avenida Morumbi até esquina com Avenida General Francisco Morazan. Observou-se também que o projeto da obra não vem de encontro a resolver um problema presente na via que é possuir muitos trechos em que um ônibus não pode ultrapassar outro ônibus em um ponto de embarque, o que ocasiona filas no corredor. Os trechos em pavimento rígidos a mais antigos estão em sua totalidade em bom estado, possuindo apenas pequenas patologias irrelevantes para circulação, garantindo a segurança e também o conforto para os usuários deste pavimento. Podemos observar nesta Avenida algumas fases de construção do Pavimento Rígido na via desde a sua drenagem, escavação e execução de lastro de brita, até as fases finais de execução como armação colocação das barras de transferência e execução de juntas, algumas dessas fases mostradas nas figuras a seguir figura 27 e figura 28. 65 Figura 26 - Pavimento rígido sentido centro e flexível sentido bairro (Fonte: Foto Autores) Figura 27 - Execução de drenagem e sub-lastro (Fonte: Foto Autores) 66 Figura 28 - Execução de armação e material para execução de juntas retração, que são serradas no restante do pavimento (Fonte: Foto Autores) 5.6 RESULTADOS OBTIDOS EM TODOS OS LOCAIS (DEFEITOS PREDOMINANTES OBTIDOS EM CAMPO) Dado o levantamento dos pontos com Pavimento Rígido pela Cidade de São Paulo, algumas vias se destacaram devido as suas singularidades de aplicação e pela intensidade de tráfego nelas encontradas. Como se procura vias em estado crítico e de diferentes aplicações as vias demonstradas a seguir, dentre as mapeadas foram as que apresentaram as condições de patologias mais críticas e também aplicações mais diversas. 67 5.6.1 Avenida Auro Soares de Moura Andrade – Barra Funda Caracterizadas por se encontrar nas bordas das placas e com distância de no máximo 1,8 metros até o encontro das juntas transversais e longitudinais, a fissura de canto, demonstrada na figura 29, apresenta todas as características citadas no item 4.3.1 da revisão bibliográfica, podendo ter sido gerada devido ao vencimento da resistência devido à fadiga do concreto ou à espessura insuficiente da placa. Por um pavimento antigo pode-se afirmar que está fadigado e pode ter ocorrido dimensionado para solicitações menores que as atuais. Figura 29 - Patologia 1: Barra Funda (Fonte: Foto Autores) Como se observa na figura 30 as fissuras longitudinais são encontradas na extensão de diversas placas, tendo indícios também de que na primeira existe uma fissura transversal, tanto as fissuras longitudinais quanto as transversais ocorrem devido por consumo da resistência a fadiga do concreto, insuficiência da espessura em relação às cargas do tráfego da via ou até mesmo concreto abaixo da resistência do concreto. À evidências de um pavimento antigo, fadigado e despreparado para as condições atuais. 68 Figura 30 - Patologia 2: Barra Funda (Fonte: Foto Autores) Apesar de se parecer muito com as fissuras de canto, a figura 31 apresenta um típico esborcinamento de canto, também citado como quebras de canto, dentre as suas peculiaridades em relação às fissuras de canto é suas menores dimensões, estes defeitos podem ser devido à ausência de elementos de transferência de carga no local. Figura 31 - Patologia 3 - Barra Funda (Fonte: Foto Autores) 69 5.6.2 Estrada de Itapecerica (Corredor de ônibus) Na figura 32 existem fissuras em todas as direções da placa essas fissuras que se assemelham a mapas são caracterizadas segundo o DNIT como placa dividida, e também denominada de carcaça de tartaruga, esses defeitos são decorrentes do excesso de desempenamento da superfície, que se fissura rapidamente devido à retração plástica, também pode ocorrer devido a reações álcali-agregados, porém é um efeito que ocorres em um longo espaço de tempo. Figura 32 - Palogia 1: Estrada de Itapecerica (Fonte: Foto Autores) Manutenções em pavimentos rígidos devem ser feitas de acordo com os preceitos do DNIT, no caso a seguir observa-se um esborcinamento acentuado das juntas da via que foi reparada com material betuminoso (Asfalto), está manutenção não segue as indicações e os procedimentos de manutenção, porém podem ter sido feitas para que o tráfego não fosse prejudicado figura 33. 70 Figura 33 - Patologia 2: Estrada de Itapecerica (Fonte: Foto Autores) As juntas longitudinais da Estrada de Itapecirica possuem um desnível visível entre placas, a figura 34 explicita essa situação, esse defeito pode ocorrer devido a perda do suporte da placa ou também pelo recalque diferencial entre as duas placas. Figura 34 - Patologia 3: Estrada de Itapecerica (Fonte: Foto Autores) 71 Como se observa na figura 35 as fissuras longitudinais são encontradas na extensão de diversas placas, tanto as fissuras longitudinais quanto as transversais ocorrem devido por consumo da resistência a fadiga do concreto, insuficiência da espessura em relação às cargas do tráfego da via ou até mesmo concreto abaixo da resistência do concreto. Como também citado na figura 22 da Avenida Auro Soares de Moura Andrade. Figura 35 - Patologia 4: Estrada de Itapecirica (Fonte: Foto Autores) 72 6 CONDIÇÕES ATUAIS DAS VIAS ESTUDADAS O estudo de condições de um pavimento rígido já executado e sem um acompanhamento da fase de obras, se faz muito superficial devido a carência de informações e projetos, com isso existem alguns conceitos nacionais que indicam qual o grau de severidade das patologias e qual a condição global de um pavimento. Apesar dos pavimentos terem sido executados em acordo com as normas municipais, e o tipo de tráfego ser diferente à um trafego rodoviário, essas normas se encaixaram bem aos estudos necessários. Ao trafegar nas vias e executar inspeções visuais por meio das normas do DNIT 060/2004 PRO e DNIT 062/2004, que são normas de cunho nacional e direcionadas para o estudo de pavimentos rodoviários, que se obtêm graus de severidade ligados ao índice IPC, que é um índice que varia da subtração da severidade das patologias encontradas, sendo no máximo 100 e no mínimo 0, demonstrado seus métodos na apêndice “B”. Os pavimentos que passaram pela inspeção de qualidade do pavimento foram a Estrada de Itapecirica situada no extremo sul da cidade de São Paulo, e a Avenida Auro Soares de Moura Andrade situada na frente do Terminal Barra Funda, um dos mais movimentados do país, devido a vida desses pavimentos serem mais longas e já apresentarem sinais do tráfego que a solicitou, as vias em pavimento rígido da Avenida Francisco Morato, que está em período de obras mas contém alguns trechos já ativos de tráfego não apresentavam defeitos visíveis e foram descartados do estudo. Para determinação de amostragem por trecho foi utilizado o método de amostragem sistemática por meio de ábaco, obtido na norma DNIT 060/2004 PRO, sendo que valores adotados para o devio padrão “S” é igual a 10 e o numero total de amostras do trecho “N” é igual a 25. Obtendo-se o valor de numero total de amostras inspecionadas “n” de 10, ver figura 36. 73 Figura 36 - Método de seleção de amostragem, inspeções em campo (Fonte: Norma DNIT 060/2004, alteração Autores) Com isso a quantidade de placas que foram inspecionadas em cada uma das vias selecionadas foi igual a 10 placas, levando em conta os graus de severidade de cada patologia encontrada e as relatando nas fichas de acompanhamento do apêndice “B”. Os critérios de avaliação são levando em conta os defeitos mais recorrentes em pavimentos rígidos, e com graus de severidade definidos na norma DNIT 062/2004, sendo que os graus são A (alto), M (médio) e B (baixo). A medida que o grau de severidade aumenta, maior é o seu VDT (Valor deduzível total), que será corrigido e posteriormente subtraído do valor IPC 74 6.1 AVENIDA AURO SOARES DE MOURA ANDRADE – BARRA FUNDA O local estudado (ver figura 37) possui uma pequena extensão e foi escolhido devido á frenagem, ser ponto onde param muitos veículos de passeio devido ao desembarque para acesso ao terminal e também de ônibus municipal de passageiros. Figura 37 - Área inspecionada avenida Auro Soares - Barra Funda (Foto: Google Maps/Autores) As inspeções realizadas utilizando os conceitos da norma DNIT 060/2004 PRO, foram realizados no dia 10/10/2011, onde foram obtidos os resultados de forma visual, de que a via se encontra em bom estado devido ao pequeno grau de 75 patologias de grande porte encontrado e a maioria de suas placas se encontrar em boas condições (ver figura 38 e apêndice “B”). Figura 38 - Ficha de inspeção Avenida Auro Soares - Barra Funda (Fonte: Tabela feita por Otávio Augusto Frascareli Silva, baseada na Norma DNIT060/2004) 76 6.2 ESTRADA DE ITAPECERICA Os corredores de ônibus da Estrada de Itapecerica possuem uma larga extensão, o local estudado é próximo da chegada do terminal (ver imagem 39) foi escolhido devido ao maior número de linhas que trafegam nos pontos de ônibus nas proximidades ao terminal. Figura 39 - Área inspecionada Estrada de Itapecerica (Foto: Google Maps/Autores) Observando a ficha de inspeção do pavimento da Estrada de Itapecerica, realizada no dia 26/10/2011, já se observa um estado de conservação muito ruim (ver figura 40 e apêndice “B”), o que pode interferir no tráfego, pois possui uma série de degraus de altura relevante, placas divididas e com fissuras de canto de grande intensidade. 77 Figura 40 - Ficha de inspeção Estrada de Itapecerica Fonte: Tabela feita por Otávio Augusto Frascareli Silva, baseada na Norma DNIT060/2004) 78 7 CONCLUSÕES Devido às grandes dimensões da cidade de São Paulo e as suas características de tráfego intenso, se faz necessário a utilização de pavimentação boa o suficiente para que não aconteça constantes interferências que atrapalham a fluidez do trânsito de veículos. A falta de infra-estrutura e investimentos em sistemas de transporte, principalmente em Malha Ferroviária, METRÔ sem contar a falta de planejamento e fiscalização na criação de centros comerciais e regiões de moradia dos trabalhadores deixam como principal meio de locomoção pela cidade o transporte por meio de ônibus. O pavimento rígido é uma ótima saída para melhoria do tráfego de veículos pesados nas faixas exclusivas pois, os mesmos exigem mais do pavimento, no caso do Pavimento Flexível acaba se deteriorando com maior facilidade gerando mais intervenções para manutenções. Levando em consideração estas características mapeamos grande parte dos pontos da cidade onde se utilizou a pavimentação rígida e obtivemos um panorama de que existem poucas vias com este tipo de pavimentação na cidade, o maior número delas com grande extensão são corredores de ônibus e que a manutenção preventiva muitas vezes não é realizada em tempo hábil, já a manutenção corretiva é mais utilizada e muitas vezes devido a falta de investimento é executada de forma emergencial provisório aplicando-se métodos e tipos de materiais inadequados, gerando assim grande impacto ao trânsito e diminuindo a vida útil do pavimento. Os corredores de ônibus nos trechos da região central encontram-se em sua maioria com excelente condição pois foram realizadas obras recentes deixando um pavimento rígido novo. As patologias encontradas estão catalogadas e caracterizadas nos manuais e normas de pavimentação rígida rodoviárias do DNIT, apesar do fato do pavimento rígido ter sido aplicado em vias urbanas, por isso optamos por fazer uma análise de suas condições de forma visual conforme Norma DNIT 061/2004 – 060/2004 - PRO, devido à carência de informações para esta situação. Com isso, analisa-se que as cargas devido à aceleração e frenagem dos veículos de grande porte sem contar as falhas de execução e de projeto, são os grandes inimigos dos pavimentos rígidos nas vias estudadas neste trabalho e 79 mesmo tendo um comportamento melhor que os pavimentos flexíveis para estas situações também sofre grande desgaste surgindo muitas patologias.. As manutenções de pavimentos rígidos se fazem necessárias na cidade de São Paulo, principalmente nas vias mais antigas longe do centro que por sinal recebem uma das solicitações mais intensas a fadiga. 80 8 RECOMENDAÇÕES Nas vias brasileiras pouco se usou a tecnologia de pavimentação rígida, por suas informações encontrarem-se escassas quando se trata de sua utilização para áreas urbanas a utilização de mecanismos de avaliação de pavimentos rodoviários se faz necessária, com isso as informações que balizam os estudos das condições de pavimentos rígidos urbanos não recebem o tratamento adequado quanto as suas características. Como as implicações do tráfego nas cidades são diferentes a de rodovias, devido a intensidade de tráfego e maior exigência em frenagens, é importante que haja um sistema de avaliação de pavimentos com esta utilização, para que a manutenção se torne mais eficaz. 81 REFERÊNCIAS ACPA – AMERICAN CONCRETE PAVEMENT ASSOCIATION. Concrete Pavement Fundamentals – Disponível em: <http://www.pavement.com>. Acesso em: 15 de agosto de 2011. BALBO, JOSÉ TADEU – Pavimentos de Concreto - São Paulo – Oficina de Textos – 2009. CNT – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE. Pesquisa CNT de Rodovias. Disponível em: <http://www.cnt.org.br>. Acesso em: 02 de maio de 2011. DNIT – DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA E TRANSPORTE. Manual de Recuperação de Pavimentos Rígidos – Publicação IPR-737 - 2010. Disponível em: <http://www.dnit.gov.br/ >. Acesso em: 15 de abril de 2011. DNIT – DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA E TRANSPORTE. Manual de Pavimentos Rígidos – Publicação IPR-714 – 2005. Disponível em: <http://www.dnit.gov.br/ >. Acesso em: 15 de abril de 2011. DNIT – DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA E TRANSPORTE. Manual de Pavimentação – Publicação IPR-719 – 2006. Disponível em: <http://www.dnit.gov.br/ >. Acesso em: 15 de abril de 2011. DNIT – DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA E TRANSPORTE. Pavimento Rígido – Inspeção Visual – Procedimento – Norma DNIT 060/2004 – PRO. Disponível em: <http://www.dnit.gov.br/ >. Acesso em: 20 de agosto de 2011. DNIT – DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA E TRANSPORTE. Pavimento Rígido – Defeitos – Terminologia – Norma DNIT 061/2004 – TRE. Disponível em: <http://www.dnit.gov.br/ >. Acesso em: 20 de agosto de 2011. DNIT – DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA E TRANSPORTE. Pavimento Rígido – Avaliação Objetiva – Procedimento – Norma DNIT 062/2004 – PRO. Disponível em: <http://www.dnit.gov.br/ >. Acesso em: 20 de agosto de 2011. 82 PMSP – PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO – SECRETARIA DE INFRA-ESTRUTURA URBANA. IP – 07 Dimensionamento de Pavimentos de Concreto. Disponível em: < http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/infraestrutura>. Acesso em: 20 de agosto de 2011. MEDINA, J. - Mecânica dos Pavimentos - Rio de Janeiro - Editora UFRJ - 1997. SILVA, ENGº PAULO FERNANDO A. - Manual de Patologias e Manutenção de Pavimentos – 2ª Ed. – Pini, 2008. VIAS ROMANAS. Vias Romanas em Portugal. Disponível em: http://viasromanas.planetaclix.pt/vrinfo.html>. Acesso em: 28 de maio de 2011. < ANEXO A - FOTOS DOS PRINCIPAIS TIPOS DE PATOLOGIAS 1. Alçamento de placas (DNIT, 2010) 2. Fissura de canto (DNIT, 2010) 2 3. Placa dividida (DNIT, 2010) 4. Quebra de canto (DNIT, 2010) 3 5. Esborcinamento de juntas (DNIT, 2010) 6. Placa bailarina (DNIT, 2010) 4 APÊNDICE A – MAPEAMENTO DE PONTOS EM PAVIMENTAÇÃO RÍGIDA NA CIDADE DE SÃO PAULO Pontos de ônibus da Avenida Ordem e Progresso e alça de acesso da ponte da Casa Verde: Acesso a Avenida Santos Dumond na rotatória da Praça Campo de Bagatelle: 5 Terminal Rodoviário do Tiete acesso de veículos de e ônibus para o interior do terminal: Pontos do corredor de ônibus da Avenida Marquês de São Vicente e Rua Norma Pieruccini Gianotti: 6 Pontos do corredor de ônibus da Avenida Edgar Facó: Pontos do corredor de ônibus da Avenida Professor Francisco Morato: 7 Terminal Palmeiras – Barra Funda, Avenida Auro Soares de Moura Andrade: Entornos Terminal Palmeiras – Barra Funda, Rua Robert Bosch, Rua Pedro Machado e Rua Gustav Willi Borghoff. 8 Pontos do corredor de ônibus da Avenida Francisco Matarazzo e trecho final da Avenida Pompéia (Entre Matarazzo e Turiassú): Túnel Fernando Vieira de Mello, entre Avenida Rebouças e Avenida Eusébio Matoso: 9 Corredor de ônibus na praça Jácomo Zanella – Lapa: Acesso ao metrô Vila Madalena: 10 Corredor de ônibus na Avenida Queiroz Filho: Corredor de ônibus na Av. Vereador José Diniz e Av. Ibirapuera: 11 Corredor de ônibus na Av. Nove de Julho: 12 Túnel Ayrton Senna e Túnel Presidente Jânio Quadras – Av. Juscelino Kubitschek: Corredor de ônibus da Av. Roque Petroni, Av. Professor Vicente Rao, Av. João Vito de Luca e Av. Cupecê: 13 Corredor de ônibus da Av. João Dias: Corredor de ônibus da Estrada de Itapecerica: 14 Via de acesso ao Aeroporto de Congonhas: Corredor de ônibus da Av. Santo Amaro e Av. São Gabriel: 15 Rua Padre Machado/Av. Onze de Julho, esquina com a Rua Afonso Celso – Vila Mariana: Corredor de ônibus na Av. Eng. Armando Arruda Pereira, Próximo ao Metro Jabaquara: 16 Alça de acesso entre o Viaduto Bresser e a Radial Leste: Corredor de ônibus na Av. Gal. Olímpio da Silveira e Av. São João: 17 Largo do Paissandu e entornos, Rua Conselheiro Crispiniano: Ruas em frente a Prefeitura e Theatro Municipal de São Paulo: 18 Pista central da Av. do Estado: Tuneis da Avenida Prestes Maia: 19 Pontos de ônibus da Avenida Rio Branco: 20 APÊNDICE B – MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE PAVIMENTOS RÍGIDOS SEGUNDO NORMA DNIT 060/2004 – PRO E NORMA DNIT 062/2004 – PRO Modelo de ficha de avaliação: 21 Exemplo de croqui das patologias encontradas: 22 Ábaco de determinação do Valor Deduzível Corrigido (VDC): Escala de avaliação do ICP: 23 Ábacos dos tipos de defeitos encontrados pelos valores deduzíveis pelas suas porcentagens de ocorrência. 1. Alçamento de placa: 2. Fissura de Canto 24 3. Placa dividida 4. Escalonamento ou Degrau de Junta 25 5. Defeitos na selagem das juntas 6. Degrau com Acostamento (Não aplicado) 7. Fissuras Lineares 26 8. Grandes reparos existentes > 0,45 m² 9. Pequenos reparos < 0,45 m² 27 10. Desgaste superficial 11. Bombeamento 28 12. Quebras localizadas 13. Passagem de Nível 29 14. Fissuras superficiais, rendilhamento ou escamação do concreto 15. Fissuras de retração 30 16. Esborcinamento ou quebra de canto 17. Esborcinamento de juntas 31 18. Placa Balairina