População de São Paulo concorda com controle mais eficaz ao tabagismo, como aponta pesquisa inédita ACT/Datafolha Nove entre cada dez paulistanos aprovam a lei estadual antifumo e a proibição total de aditivos de aroma e sabor nos produtos derivados do tabaco Pesquisa da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), encomendada ao Instituto Datafolha, e realizada entre abril e maio de 2013, mostra que a população da cidade São Paulo apoia a adoção de medidas de controle do tabagismo. Foram feitas 1096 entrevistas, com pessoas de 16 anos ou mais, dentre as quais 221 declararam-­‐se fumantes. A aprovação da lei estadual antifumo é generalizada entre os paulistanos (91%) e há, praticamente, consenso de que ficou mais agradável freqüentar locais públicos fechados após a implementação da medida, que entrou em vigor em 2009. Mesmo entre os fumantes, o índice de aprovação mantém-­‐se alto: sete entre dez concordam com a lei. De acordo com a pesquisa, 89% da população da cidade também concorda com a implementação de medidas proibitivas ao fumo em âmbito nacional. Na verdade, legislação neste sentido foi sancionada pela Presidência da República em dezembro 2011, mas ainda não está sendo aplicada em todo o País porque falta, por exemplo, regulamentar, justamente, os locais onde não se poderá fumar. Vale lembrar que, nos municípios ou estados nos quais há legislações específicas, estas estão em vigor e as experiências são positivas, como na cidade de São Paulo, onde o consumo de cigarro diminuiu pela metade já no primeiro ano de vigência da lei. No Rio de Janeiro, a lei existe, também, há quase quatro anos. Em 2009, dois mil estabelecimentos comerciais cariocas foram multados, porque permitiram a presença de fumantes. Em 2012, foram apenas três. “Apesar da intensa manifestação da sociedade civil nestes últimos dois anos, a tão esperada regulamentação nacional não só não foi apresentada e aprovada, ainda, como carece de transparência em todo o processo”, avalia a diretora executiva da ACT, Paula Johns. Outro dado que merece destaque é o apoio dos paulistanos à proibição dos aditivos de aroma e sabor ao cigarro. A pesquisa aponta que 76% dos entrevistados são favoráveis à resolução da ANVISA, que prevê a total retirada deste tipo de produto do mercado até março de 2014. Menta, cacau, baunilha, morango, por exemplo, são aditivos utilizados para camuflar o gosto ruim e tornar o ato de fumar mais agradável, especialmente para quem experimenta o fumo pela primeira vez. Ou seja, os cigarros saborizados acabam se tornando porta de entrada para o vício. “Esta é a questão do momento. Os fabricantes precisarão cessar a produção dos cigarros com aditivos em setembro deste ano e parar de vender em 2014. Claro que a indústria do tabaco está apelando como pode para reverter a situação, com ações judiciais pelo País afora. Questionam, inclusive, a legitimidade da ANVISA para atuar neste sentido, o que não tem cabimento algum. Precisamos vigiar de perto todo este processo, qualquer vitória da indústria será um grande retrocesso e pode abrir um grave precedente para a continuidade da política nacional de combate ao tabagismo”, acredita Paula. A pesquisa ACT/Datafolha também constatou que a maioria da população paulistana é favorável à adoção de medidas de redução de consumo dos cigarros: ·∙ 75% são favoráveis ao aumento de preços e impostos de cigarros; ·∙ 76% apóiam que os cigarros sejam vendidos embaixo do balcão, como já acontece em outros países (Inglaterra, Escócia, Canadá); ·∙ 76% concordam que a exposição do cigarro estimula o consumo e a compra, principalmente pelos mais jovens. “Os adultos fumantes sabem perfeitamente bem onde comprar suas marcas preferidas. Não precisam de letreiros luminosos e atraentes para decidir qual cigarro fumarão. Esses letreiros são para atrair novos consumidores, especialmente os jovens. Esconder os cigarros da visão do público em geral é uma tendência mundial e uma questão de ética”, conclui Paula. Para ler a pesquisa na íntegra, http://www.actbr.org.br/uploads/conteudo/806_lei_ALT_PDV.pdf acesse: 
Download

População de São Paulo concorda com controle mais eficaz ao