Seminário: “o SiStema Cantareira e o abaSteCimento de água na região metropolitana de São paulo” Seminário: “o SiStema Cantareira e o abaSteCimento de água na região metropolitana de São paulo” Realizado em 22 de novembRo de 2007 local: cÂmaRa municipal de São paulo – Salão nobRe iniciativa: veReadoR auRélio nomuRa (pv) Seminário “o SiStema Cantareira e o abaSteCimento de água na região metropolitana de São paulo” (RepRodução das apResentações feitas duRante o semináRio) Seminário: “o SiStema Cantareira e o abaSteCimento de água na região metropolitana de São paulo” Realizado em 22 de novembro de 2007, no Salão Nobre da Câmara Municipal Iniciativa Aurélio Nomura (PV) Créditos das Imagens Reprodução das Apresentações feitas no “Seminário: “O Sistema Cantareira e o Abastecimento de Água na Região Metropolitana de São Paulo” ISA: “As fotografias e mapas aqui reproduzidos integram a publicação “Cantareira 2006 - Um olhar sobre o maior manancial de água da RMSP”, do Instituto Socioambiental.” Créditos das fotos: Iatã Cannabrava/ISA e Rosimeire Rurico Sacó/ISA. Créditos dos mapas: Laboratório de Geoprocessamento/ISA Capa: ISA - Laboratório de Geoprocessamento, Março/2007. Base cartográfica digitalizada a partir das cartas 1:50.000 do IBGE. Uso do solo de 2003, interpretado pelo ISA a partir da imagem LANDSAT 7 ETM, cena 219/76 de 02/02/2003. Fotos de capa de Iatã Cannabrava/ISA. OUTROS MAPAS, GRÁFICOS e FOTOS: Divulgação/reprodução Em 1974, durante o governo militar, o Ministério das Minas e Energia autorizou que fossem captadas as águas do Sistema Cantareira, na Bacia do rio Piracicaba, para abastecer, por um período de 30 anos, uma parcela significativa da população da Região Metropolitana de São Paulo. Considerando-se prejudicados pela medida do Governo Federal, os municípios da Bacia do rio Piracicaba se mobilizaram e na revisão da autorização, ou seja no ato da outorga de captação da água no Sistema Cantareira, houve um acordo entre a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Governo do Estado de São Paulo, para que os Municípios da Bacia do rio Piracicaba tivessem a água necessária para abastecimento de suas populações, mas que também fosse garantida a água necessária para a Região Metropolitana da Capital. Esse acordo foi coordenado na Região da Bacia pelos Comitês (Paulista e Nacional) das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí e envolveu o DAEE e a Sabesp. Embora a outorga devesse ser emitida pela ANA, diante do acordo que se configurou com ampla participação social, a Agência assinou o acordo, em tela, com o DAEE que concedeu a Outorga à Sabesp ficando, essa responsável pelo cumprimento das condições previstas. Passaram-se 3 (três) anos, desde agosto de 2004 quando foi assinada a Outorga para a Sabesp, momento em que o Município de São Paulo, beneficiado com o Acordo Regional firmado com a Bacia do rio Piracicaba sente-se no dever de avaliar o cumprimento dos termos pactuados por parte dos Órgãos Governamentais do Estado de São Paulo e especialmente a Sabesp. Devemos considerar que a Outorga concedida em agosto de 2004 terá validade por 10 anos, devendo ser revista e reeditada, após verificação do cumprimento das exigências que nela estão expressas, bem como elucidadas nos Anexos que a fundamentam e incorporam. Como a outorga se deu em um movimento de conflito pelo uso da água envolvendo a Região Metropolitana de São Paulo e a Bacia Hidrográfica do rio Piracicaba, a avaliação proposta pela Câmara Municipal de São Paulo sob o formato de Seminário, antecipa outras condições de conflito que poderão se estabelecer, caso os órgãos e as entidades governamentais negligenciem no cumprimento dos acordos e termos firmados. O fato da Câmara Municipal de São Paulo se encontrar envolvida na Revisão e Avaliação do Plano Diretor do Município, torna este Seminário ainda mais importante. O município de São Paulo deve ter conhecimento dos instrumentos de infra-estrutura sob os quais está fundamentada nossa programação de desenvolvimento sustentável. A água, para abastecimento público e para desenvolvimento das atividades produtivas deve ser considerada com absoluta prioridade. É com base nesta exposição de motivos que propomos a realização deste Seminário, que visa tratar da Outorga e do planejamento para abastecimento de água do Município de São Paulo, bem como da integração da Região Metropolitana com o Sistema Cantareira, localizado na Bacia Hidrográfica do rio Piracicaba. Sumário 5 6 8 Cerimonial Vereador aurélio nomura (pV) AdvogAdo, vereAdor dA CâmArA muniCipAl de São pAulo, relAtor do plAno diretor do muniCípio de São pAulo, Autor dA iniCiAtivA do requerimento pArA reAlizAção deSte Seminário dr. paulo maSSato YoShimoto diretoriA metropolitAnA dA SAbeSp, repreSentAndo neSte Ato A SeCretáriA eStAduAl de SAneAmento e energiA do eStAdo de São pAulo, drA. dilmA Seli penA 16 dr. gilVan Sampaio 24 dra. leila de CarValho gomeS 30 dra. pilar Cunha 36 dr. geSner de oliVeira membro do grupo de interAção bioSferA-AtmoSferA do inpe. AbordAndo o temA: “A águA nA CApitAl de São pAulo e o riSCo diAnte dAS mudAnçAS ClimátiCAS” repreSentAndo dr. ubirAjArA tAnuri felix, Superintendente do depArtAmento de águA e energiA elétriCA (dAee) do eStAdo de São pAulo, reSponSável pelA ConCeSSão de outorgAS pArA oS rioS de domínio do eStAdo de São pAulo, emitente dA outorgA no SiStemA CAntAreirA, nA bACiA do rio pirACiCAbA, por delegAção de CompetênCiA dA AnA CoordenAdorA do progrAmA mAnAnCiAiS do inStituto SoCioAmbientAl – iSA preSidente dA SAbeSp – reSponSável pelo Cumprimento dA outorgA e pelo SAneAmento báSiCo do muniCípio de São pAulo. AbordAndo o temA: “SituAção do forneCimento de águA nA CApitAl, projeção pArA oS próximoS 10 (dez) AnoS e o eStágio dA Arte no Cumprimento doS termoS de outorgA” 44 dr. JoSé maChado 48 dr. JoSé roberto triColi 52 dr. miron rodrigueS da Cunha 56 prof. Cláudio antonio de mauro grAduAdo em CiênCiAS eConômiCAS (1976) pelA fACuldAde de eConomiA e AdminiStrAção dA univerSidAde de São pAulo (uSp). póS-grAduAdo em CiênCiAS eConômiCAS (1977/78) pelA univerSidAde eStAduAl de CAmpinAS (uniCAmp). ex-prefeito de pirACiCAbA, ex-deputAdo eStAduAl, diretor - preSidente dA AgênCiA nACionAl de águAS (AnA), orgAniSmo reSponSável pelA emiSSão de outorgAS em rioS de domínio dA união prefeito de AtibAiA, preSidente do Comitê nACionAl (federAl) dAS bACiAS doS rioS pirACiCAbA, CApivAri e jundiAí, órgão do SiStemA nACionAl de gerenCiAmento doS reCurSoS HídriCoS reSponSável pelA CoordenAção nA bACiA do ACordo pArA A ConCeSSão dA outorgA preSidente dA fundAção AgênCiA dA bACiA HidrográfiCA do Alto tietê geógrAfo, ex-prefeito de rio ClAro (Sp), preSidente doS ComitêS (pAuliStA e nACionAl) durAnte A ASSinAturA do ACordo pArA ConCeSSão dA outorgA; AtuAl ASSeSSor pArlAmentAr dA AgênCiA nACionAl de águAS 62 dr. luiz auguSto aquino 68 dr. eduardo loVo paSChoalotti preSidente dA SAnASA reSponSável pelo SAneAmento báSiCo no muniCípio de CAmpinAS, prinCipAl uSuário de águAS do Setor de SAneAmento báSiCo, loCAlizAdo à juSAnte do SiStemA CAntAreirA viCe-preSidente doS ComitêS (pAuliStA e nACionAl) e repreSentAnte do Setor de uSuárioS dA indúStriA (CieSp- limeirA) nA bACiA do rio pirACiCAbA laboratório de geoprocessamento/iSA Cerimonial Senhoras, senhores e autoridades, boa tarde. rio-executivo do Consórcio PCJ; engenheiro Luciano Costallat, as- Sejam todos bem-vindos à Câmara Municipal de São Paulo. sessor técnico da Seplama da Prefeitura Municipal de Campinas; Por iniciativa do vereador Aurélio Nomura (PV), daremos ini- Sr. Roberto Pedroso Carvalho, representando neste ato o profes- cio ao seminário sobre o tema “O Sistema Cantareira e o Abaste- sor Fábio Nunes, vereador de Santos; engenheiro Dalton Edson cimento de Água na Região Metropolitana de São Paulo”. Messa, presidente da Delegacia Sindical do Grande ABC, dos Sin- Compõem a mesa,também, as seguintes autoridades e personalidades: dicatos dos Engenheiros do Estado de São Paulo; e agradecemos a todos os representantes das Subprefeituras de São Paulo. Para presidir este evento convidamos o vereador Aurélio No- Agradecemos ainda e acusamos o recebimento das mensagens mura (PV), relator do Plano Diretor do Município de São Paulo e enviadas pelas seguintes autoridades: Dr. José Serra, governador proponente deste seminário. Dr. Paulo Massato Yoshimoto, da do Estado de São Paulo; Dr. Gilberto Kassab, prefeito do Municí- Diretoria Metropolitana da Sabesp representando neste ato a pio de São Paulo; Dr. Antonio Carlos Caruso, presidente do Tribu- Dra. Dilma Seli Pena, secretária estadual de Saneamento e Ener- nal de Contas do Município de São Paulo e do vice-presidente e gia do Estado de São Paulo e ex-diretora da Agência Nacional conselheiro, Edson Simões; Sr. Sidnei Beraldo, secretário de Estado de Águas, durante a Outorga do Sistema Cantareira; Dr. Gilvan da Gestão Pública; Dr. Luis Roberto Barradas Barata, secretário Sampaio, membro do Grupo de Interação da Biosfera-Atmos- de Estado da Saúde; e ainda dos vereadores: Adilson Amadeu; fera do Inpe, que abordará o tema: “A Água na Capital de São Antonio Goulart; Beto Custódio; Chico Macena; Cláudio Prado; Paulo e os Riscos das Mudanças Climáticas”; Dra. Leila de Car- Claudinho de Souza; Domingos Dissei; Edvaldo Estima; Juscelino valho Gomes, diretora de Outorga do DAEE, representando o Gadelha; Lenice Lemos; Toninho Paiva e Ushitaro Kamia. Agrade- Dr. Ubirajara Tanuri Felix, superintendente do Departamento de cemos as mensagens do Dr. Paulo Skaff, presidente da Fiesp; Sr. Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo, responsável pela Luiz Carlos Garcia, auditor fiscal do Tributário Municipal; Sra. Ivone concessão de Outorga para os rios de domínio do Estado de São Dankauska, representante da Subprefeitura da Capela do Socorro; Paulo, emitente da Outorga do Sistema Cantareira na Bacia do Sra. Elisabete Missio, coordenadora-geral da Secretaria Especial Rio Piracicaba, por delegação de competência da ANA; professor Municipal de Participação e Parceria; Sr. Adilson Roberto Dias, do Dr. Cláudio Antonio de Mauro, presidente (Paulista e Nacional) Observatório de Política Social do SAS Ipiranga; Sr. Felipe Augusto, dos Comitês das Bacias do Piracicaba, Jundiaí e Capivari duran- representante da Secretaria Estadual de Relações Institucionais; Sr. te a assinatura do Acordo para Concessão da Outorga; Dr. Luiz Ignácio Tadayoshi Moriguchi, diretor presidente da Beneficência Augusto Aquino, presidente da Sanasa, responsável pelo Sane- Nipo-Brasileira de São Paulo; Sra. Rosa de Lima, do Comitê Bra- amento Básico do Município de Campinas, principal usuário de sileiro da Construção Civil; Grupo Ere; deputado estadual Marco água do setor de saneamento básico localizado na jusante do Bertaiolli; e do Consulado Geral do Japão em São Paulo. Sistema Cantareira; Dr. Miron Rodrigues da Cunha, diretor-presidente da Fundação Agência da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê; Dra. Pilar Cunha, subcoordenadora do Programa Mananciais do Mensagem do Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Antonio Carlos Rodrigues: Instituto socioambiental ISA, que abordará o tema: “Cantareira Boa tarde a todos. Em razão de um compromisso inesperado, 2006: Um Olhar Sobre o Maior Manancial de Água da Prefeitura não foi possível participar da abertura deste importante seminá- Municipal de São Paulo”. rio, que tem como tema “O Sistema Cantareira e o Abastecimen- Gostaríamos de registrar e agradecer a presença das seguin- to de Água na Região Metropolitana de São Paulo”. Em primeiro tes personalidades que se apresentaram a este cerimonial: Sra. lugar, quero parabenizar o vereador Aurélio Nomura (PV) pela Marli Jeanne Wor, representando o Dr. Caio Luiz de Carvalho, iniciativa de realizá-lo, na Câmara Municipal de São Paulo, com a presidente da São Paulo Turismo; Sr. Rogério Dirks Lessa, re- participação de especialistas. Tenho certeza de que os assuntos a presentando a Secretaria Municipal de Gestão; Sr. Gilmar Alta- serem tratados vão despertar grande interesse e resultados mui- mirano, diretor de Comunicação Universidade da Água, repre- to positivos. Agradeço a presença de todos. Obrigado. sentando neste ato o secretário Ricardo Montoro, da Secretaria Vereador Antonio Carlos Rodrigues. Municipal de Participação e Parceria; Dr. Jô Tatsumi, presidente Anunciamos as palavras do vereador Aurélio Nomura (PV), que da Aliança Cultura do Brasil-Japão; Sr. Alexandre Vilella, secreta- conduzirá os trabalhos. Vereador aurélio nomura (pV) AdvogAdo, vereAdor dA CâmArA muniCipAl de São pAulo, relAtor do plAno diretor do muniCípio de São pAulo, Autor dA iniCiAtivA do requerimento pArA reAlizAção deSte Seminário Boa tarde a todos. maior de água, 3.500 litros por segundo, conforme prevê a Ou- Gostaria de saudar todas as autoridades que compõem a torga assinada entre o Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios mesa, as que estão no Plenário, as que não puderam comparecer Piracicaba, Capivari e Jundiaí, o DAEE, e a Sabesp. Passados três e ter assento à mesa e gostaria, ainda, que todos se sentissem anos, desde agosto de 2004, quando a Outorga foi assinada, a prestigiados como se estivessem compondo a mesa. Sabesp ainda não apresentou um projeto que reduza sua de- Minhas senhoras, meus senhores. O Sistema Cantareira é pendência do Sistema Cantareira. Assim, a Câmara Municipal responsável por 50% do abastecimento de água da região me- de São Paulo sente-se no dever de avaliar o cumprimento dos tropolitana de São Paulo e, atualmente, está operando com cer- termos pactuados por parte dos órgãos governamentais, deven- ca de 29% de sua capacidade de armazenamento, incluindo a do o acordo ser revisto e retificado. Como a Outorga se deu em reserva técnica, equivalente a 10% do volume total do sistema, movimento de conflito pelo uso da água, envolvendo a região acrescido anos atrás, quando da grande estiagem. Para se ter metropolitana de São Paulo e a Bacia Hidrográfica do Rio Pira- uma idéia da gravidade da escassez de água, a Sabesp (já) está cicaba, a avaliação proposta para a Câmara Municipal de São operando no limite, ou seja: a totalidade da produção de água é Paulo, sob o formato deste seminário, antecipa outras condi- consumida integralmente. Para enfrentar o problema, a Sabesp ções de conflito, que poderão se estabelecer caso os órgãos e fez com que as torneiras de parte da população de São Paulo, as entidades governamentais negligenciem o cumprimento dos principalmente de moradores da zona leste, parasse de receber acordos e dos termos firmados. água do Sistema Cantareira e passasse a recebê-la do Sistema Neste sentido, vamos dar inicio a este Seminário. Gostaria, do Alto Tietê. Mas há outros problemas para enfrentar: a falta então, de passar a palavra ao Dr. Paulo Massato Yoshimoto, dire- de água na região de Campinas, Piracicaba e, principalmente, na tor da região metropolitana da Sabesp, neste ato, representando cidade de Sumaré, que já enfrenta o rodízio no abastecimento. a secretária estadual de Saneamento e Energia do Estado de São O Sistema Cantareira está liberando para o interior um volume Paulo, Dra. Dílma Seli Pena. Vereador Aurélio Nomura (PV) iatã Cannabrava/iSA Reservatório do RIo Juqueri dr. paulo maSSato YoShimoto diretoriA metropolitAnA dA SAbeSp, repreSentAndo neSte Ato A SeCretáriA eStAduAl de SAneAmento e energiA do eStAdo de São pAulo, drA. dilmA Seli penA maCro-metrópole pauliSta Rio de Janeiro CAMPINAS 4,8 milhões hab. PARAÍBA 1,7 milhões hab. Bacia do Alto Tietê SOROCABA 1,4 milhões hab. BAIXADA SANTISTA 1,65 milhões hab. Boa tarde a todos. Boa tarde aos nossos companheiros de mesa, a várias nascentes das Bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Já foi colegas, todos conhecidos. Em nome da secretária Dilma, eu queria citada pelo vereador a condição de abastecimento dessa região. A parabenizar a iniciativa desta casa, da Câmara Municipal de São leste nós temos a região do Paraíba, também um rio federal, com Paulo, do vereador Aurélio Nomura (PV), por trazer a discussão, algo em torno de 1,7 milhões de habitantes, quase, já, uma região democratizar essas informações sobre o sistema tão importante que metropolitana, de Jacareí chegando até mais ou menos à cidade é a disponibilidade de água para abastecimento público da região de Aparecida, uma mancha urbana única ao longo da Dutra. Res- metropolitana de São Paulo, não com toda propriedade, com cer- salta-se que aqui, há um conflito a nível federal, porque essa água teza, da Secretária Dilma, mas vamos tentar fazer uma exposição serve para geração de energia elétrica em Furnas, no Estado do Rio breve e rápida. de Janeiro, e serve também para o abastecimento de toda a região Bom, então, rapidamente, tentaremos demonstrar a situação de metropolitana do Rio de Janeiro. A oeste nós temos ali a regigião abastecimento de água na nossa região metropolitana de São Paulo. do Rio Sorocaba, com algo em torno de 1,4 milhões de habitantes. É necessário primeiro sair, extrapolar um pouco a região metropolita- Além da nascente do Rio Sorocaba, temos a nascente do Sorocaba na de São Paulo, através desta foto de satélite, que mostra a região Mirim, que nasce na região metropolitana de São Paulo, no muni- metropolitana de São Paulo, basicamente coincidindo com os limites cípio de Vargem Grande e de Cotia. Ao sudeste, a nossa Baixada da Bacia do Alto Tietê. Nós temos aqui concentrados algo em torno Santista, o nosso litoral, que vários de vocês conhecem, caminhando de 20 milhões de habitantes, num Rio Tietê que nasce a cerca de de Peruíbe até Angra, um único aglomerado urbano, uma grande 70 quilômetros daqui do centro de São Paulo, no município de Sa- avenida e, muito próximo à vertente, a Serra do Mar que é onde es- lesópolis. Ao norte nós temos a região metropolitana de Campinas, tão todas as águas que abastecem a Baixada Santista. Também aqui com algo em torno de 4,8 milhões de habitantes, também próxima há uma restrição hídrica bastante forte, devido à proximidade com as nascentes. Bom, também é do conhecimento de várias pessoas os piores, nós temos ali o Alto Tietê, com 65 m³ por habitante, por aqui que há uma restrição, em razão da referência de disponibili- ano, e depois o pior é Piracicaba, Capivari e Jundiaí, principalmente dade da classificação da ONU para ser auto-sustentado do ponto as nascentes, os municípios que estão localizados nas nascentes do de vista hídrico. Ocorre que a Bacia tem de contar com perda em Capivari e do Jundiaí. Nós temos de separar um pouco essas bacias, torno de 2.500 m³ por habitante por ano e a região metropolitana temos de analisar de forma diferenciada o Piracicaba, pois era uma de São Paulo, hoje segundo os dados do DAEE, face ao crescimento bacia um pouco maior e o Capivari, Jundiaí (eles sim são uma ba- populacional, com algo em torno de 165.000 m³ por habitante por cia) são umas bacias muito pequenas, cujas nascentes estão aqui ano, ou seja, nós temos aqui na região metropolitana de São Paulo no limite, também na bacia do Alto Tietê nascente, numa região na Bacia do Alto Tietê uma região de estresse hídrico – um conceito com alta taxa de crescimento demográfico. Depois nós temos ali o bem norte-americano. Nós temos muito pouca água para uma po- Sorocaba, uma região também bastante critica. Já estamos falando pulação que, cada vez mais, continua crescendo a uma taxa muito de bacias com algo em torno de 400 m³ por habitante, por ano de mais civilizada que é da década de 1970 e mais que ainda continua- disponibilidade hídrica, e são regiões que continuam a crescer popu- mos crescendo a uma taxa em torno de 1,5% ao ano. Em torno de lacionalmente com atividades econômicas muito fortes. A região da um número absoluto, 20 milhões, nós temos de disponibilizar água Baixada Santista também está entre as criticas, e o Paraíba lá, que para cerca de 250 mil, 300 mil habitantes que estão nascendo aqui apesar de um pouco mais distante também é uma bacia critica, do na região metropolitana de São Paulo todo ano, mas isso não é uma ponto de vista de abastecimento e principalmente onde começa a prerrogativa da região metropolitana de São Paulo. O próprio estudo haver os conflitos do uso da água ou para abastecimento público ou do DAEE classifica todas as bacias hidrográficas e nós estamos ali, para a diluição dos esgotos gerados na Bacia. mananCiaiS da rmSp Bom, esses são os mananciais que abastecem a região metropolitana: A Cantareira, já disse o vereador, contribui com algo em torno de 48 a 50%; o Alto Tietê, que está produzindo hoje cerca de 10,m³, portanto responsável por aproximadamente 15%; Rio Claro, um dos sistemas mais antigos da região metropolitana, que aproveitou a nascente do Rio Claro, na Serra do Mar e produz algo em torno de 3,7 m³/seg. No Rio Grande há um manancial, é o braço da represa Billings, que 2 7 6 8 abastece principalmente os municípios do ABC produzindo 3 cerca de 4,8 m³/seg. O Guarapiranga, o segundo hoje principal manancial da região metropolitana, produz 14 m³/seg, abastece algo em torno de 3 milhões, 3,1/2 milhões de pessoas principalmente da região sul da capital de São Paulo. O Alto Cotia, nosso sistema mais antigo, produz 1,2 m³/seg, é um sistema mais antigo, é de 1917. Hoje várias adutoras do Sistema Alto Cotia ainda continuam em perfeito funcionamento 1] Cantareira 2] Alto Tietê 3] Rio Claro 4] Rio Grande 5] Guarapiranga 6] Alto Cotia 7] Baixo Cotia 8] Rib. Estiva mesmo com 90 anos de idade; deve ser um dos sistemas de produção de água mais antigos do Brasil. O Baixo Cotia abastece o município da região oeste, Itapevi e Jandira uma região totalmente carente de disponibilidade hídrica; não há nenhum manancial próprio para atender esses municípios da região oeste – Itapevi, Jandira, Barueri. E o Ribeirão da Estiva é um sistema produtor integrado ao grande sistema, mas abastece o município de Rio Grande da Serra. Bacia do Alto Tietê, já pela escassez hídrica, hoje conta com SiStema integrado metropolitano F. MORATO sistema de barragens, barramentos que regularizam as água Sistema Cantareira Sistema Alto Tietê F. DA ROCHA ARUJÁ CAIEIRAS odo de estiagem no inverno. Se não fosse assim, o Rio Tietê GUARULHOS Sistema Baixo Cotia ITAQUA MOGI DAS CRUZES BARUERÍ ITAPEVÍ POÁ JANDIRA . OS A S C O CARAPICUÍBA V.G. PAUL. S.C. DO SUL EMBU DIADEMA COTIA MAUÁ água durante 365 dias no ano para essa população, para o STO. RIBEIRÃO ANDRÉ PIRES R.G. SERRA Sistema Ribeirão da Estiva EMBU GUAÇU S.LOURENÇO DA SERRA S.B .D O C A M PO Sistema Guarapiranga dos afluentes que compõem o rio Tietê é que é possível dispor SUZANO ITAP. DA SERRA Sistema Rio Claro Sistema Rio Grande alto tietÊ 1,% abastecimento público. Essas barragens, esse sistema estrutural hidráulico da Bacia do Alto Tietê, foi sendo construído desde o início do século passado, desde 1900, para a geração de energia elétrica e junto com as obras executadas pelo governo Importãncia Relativa de Cada Sistema Produtor – Vazão Média Últimos 12 Meses rio Grande ,% não teria condições de forma nenhuma de atender à demanda para o abastecimento público. Somente com a regularização F. DE VAS. SÃO PAULO T. DA SERRA . Sistema Alto Cotia que caem durante o verão para serem aproveitadas no perí- rio claro ,% alto cotia 1,% baixo cotia 1,% rib. estiva 0,1% do Estado, através do Departamento de Água e Energia Elétrica. Compõem essas barragens, que barram as águas desde as nascentes, ou seja, o sistema produtor do Alto Tietê, Guarapiranga e Bilings, que são barramentos que permitem a regula- GuarapiranGa 1,0% cantareira ,% rização da água, do que chove aqui na bacia do Alto Tiete. De outra forma, a vazão crítica do Rio Tietê na Sessão de Controle Quer dizer, todos esses sistemas produtores distribuídos, ou na Bacia do Alto Tietê ou no caso Cantareira na Bacia do Rio Piracica- 10 de Pirapora de Bom Jesus é algo em torno de 25 m³/seg, é isso, nosso Q7-10, chamado em um linguajar, de general, é a vazão ba, PCJ, quando produzida água potável, têm um sistema integra- de sete dias consecutivos com período de retorno de dez anos, do. Aqui está o esquemático do Sistema Adutor Metropolitano; ali ou seja, o evento pode acontecer a cada dez anos. A vazão no em cada cor mais ou menos, área de influencia de cada produtor, Rio Tietê seria somente 25 m³/seg (cá entre nós, não passa de por exemplo, o laranja, abastece, o sistema produtor Cantareira, o um córrego, não é um rio, 25 m³/seg é um córrego). O Tietê dá roxo na leste é o Alto Tietê, o amarelo é o Rio Claro, o sistema mais muito uma imagem de ser um rio grande, mas é principalmente azul é o sistema Rio Grande, verde é o Guarapiranga, marronzinho pelos barramentos. O Rio Tietê é também um rio barrado e nós lá na oeste é o sistema Baixo Cotia, e o outro amarelinho um pouco temos na verdade lagos dentro da área urbana da cidade de para cima é o sistema Alto Cotia. Então é assim com esse sistema. São Paulo, senão ele seria um rio de muito menor porte. Claro Com grandes sistemas, com grandes tubulações de nós tiramos que devido às enchentes vão aparecer volumes muito grandes, água de várias, das várias estações de tratamento e distribuímos principalmente pela impermeabilização que nós temos já na para 20 milhões de habitantes da Grande São Paulo. região metropolitana do Estado de São Paulo, mas olhando SiStemaS produtoreS da rmSp um pouco a Bacia do Piracicaba, a gente nota que não existe nenhum grande barramento que permitiria a regularização e aproveitamento dessas águas da bacia do Rio Piracicaba após a barragem. As barragens do Sistema Cantareira – não sei se é preciso dizer para dar uma olhada mais – são aquela mancha, é uma bacia do Sistema Cantareira, na bacia do Piracicaba. Depois, o restante é o Rio Piracicaba e o Jaguari, que se juntam, e a gente não percebe nenhum grande barramento que permitisse regularizar as águas nos períodos de cheia, acumulando nos períodos de verão, chuvosos, e aproveitando o período de inverno. Eu acho que esse é o grande mérito da Outorga: procurar otimizar a capacidade de regularização do Cantareira Este também é um mapa, uma foto temática do centro produtor da região metropolitana. Eu só queria destacar que na para também atender às demandas da região de Piracicaba, Bacia de Piracicaba, nos períodos das estiagens. ampliação da oferta Curto prazo – ppp alto tietê a alternativa. Também é uma alternativa de reversão de água. Claro que serão submetidos a todos os estudos e todos os debates. Aliás, teremos um grande embate aí, para buscar mais água para atender o crescimento da população da região metropolitana de São Paulo. Desde 1997, a Sabesp, que é uma empresa que sobrevive pela venda do serviço de saneamento básico, água potável e também coleta de esgoto, vem implementando o programa de uso racional da água, aliás com forte participação do vereador Aurélio Nomura (PV), buscando a redução do consumo ou desperdício de água desses 20 milhões de habitantes. Parece uma contradição, já que temos de vender água, mas é claro para a empresa que nós temos de ter uma atuação am- IMPlANTAçãO DAS OBRAS: n Ampliação da Estação de Tratamento de Água de 10 para 15 m³/s n Construção de 17,7 km de adutoras com diâmetros entre 400 e 1.800 mm bientalmente responsável. Não adianta ficar vendendo mais água se não temos de onde tirar mais água para fornecer a essa população. Esse é um projeto com muito bons resultados. Em 1998 e 1999 o con- n Construção de 4 reservatórios com capacidade total de 70.000 m³ sumo médio residencial na região metropolitana de São Paulo estava n Booster, estações elevatórias e obras acessórias em torno de 19 m³ por ligação, por mês, e hoje, decorridos dez anos de programa de uso racional da água, o consumo médio residencial PRESTAçãO DE SERVIçOS DE : n Manutenção de barragens n Tratamento e disposição final do lodo n Manutenção civil e eletro mecânica na região metropolitana de São Paulo é algo em torno de 13,6 – 13,8 m³ por residência, por mês. Então, é uma redução bastante significativa; esse projeto só foi e tem sucesso pela adesão dos principais n Serviços auxiliares de adução e entrega fabricantes de materiais hidráulicos sanitários, que aportaram recursos n Serviços Gerais para desenvolvimento tecnológico de equipamentos economizadores A curto prazo, a Sabesp está atuando na ampliação do sistema produtor do Alto Tietê graças a uma parceria público-privada que já está no mercado, já está disponível aí e pretendemos ampliar, de água. Portanto, os nossos grandes fabricantes de materiais hidráulicos sanitários hoje já dominam a tecnologia de uso racional da água. Claro eles estão sendo beneficiados, também são bons exportadores de equipamentos para o resto do mundo. passar de 10 m³/seg para 15 m³/seg praticamente utilizando toda a disponibilidade hídrica na Bacia do Alto Tietê. ampliação da oferta - médio/longo prazo reduCao de perdaS: ação de efiCiênCia operaCional, ambiental e de redução de CuStoS Número total de ligações de água: 3,6 milhões REDuçãO DE 1 l/SEG REPRESENTA: n Perda Real: 42 l/seg: (25.000 pessoas) n Perda Aparente: R$ 230 mil/mês REDuçãO DE 1M3/SEG REPRESENTA REDuçãO: n 0,6 Mw/h: R$ 604 mil/mês n R$ 80 mil/mês produtos químicos POSTERGA INVESTIMENTOS Ou PRODuçãO DE ÁGuA CRéDITO DE CARBONO O outro processo forte em que estamos atuando é na redução de nossas perdas. Perda é o nosso calcanhar de aquiles, como os A médio e longo prazos são estas as alternativas. Estamos de- todos setores de saneamento brasileiro, mas estamos atuando com senvolvendo os projetos e aí já começamos a buscar água, pensando investimentos fortes para redução de perdas. E depois de muitos em buscar novas águas para atender o crescimento populacional da anos e muitos recursos investidos nesses programas de perdas, nós capital de São Paulo e os municípios da região metropolitana na Bacia conseguimos, neste ano, reduzir 2 pontos percentuais de perdas na do Rio Juquitibá, que é um formador do Rio Juquiá, ali a sudeste – é região metropolitana, caindo dos 32% para algo em torno de 30%, 11 isso na região metropolitana de São Paulo. Nos municípios em que ção de perda de 01 litro por ligação por dia na perda real significa operamos, nós estamos com algo em torno de 22, 23% de perdas economizar 42 lt/seg, ou seja, vazão suficiente para abastecer uma na distribuição. Nós só queremos esclarecer que também vendemos cidade de algo em torno de 25 mil habitantes. Na perda aparente, água por atacado a vários municípios da região metropolitana, como cada redução de 01 lt/seg significa um aumento de faturamento Santo André, Mauá, Guarulhos, Mogi das Cruzes, Diadema e São ou deixamos de perder nossa arrecadação (algo em torno de R$ Caetano do Sul. São municípios para os quais vendemos água por 230.000,00 – duzentos e trinta mil reais por mês). A redução de 1 atacado. Entregamos a água tratada nos reservatórios e o processo metro cúbico por segundo na produção de água significa uma eco- de distribuição de água é de responsabilidade de empresas ou autar- nomia de 0,6 megawatt por hora. É uma ação ambiental muito forte quias municipais. Então, a redução dos 2 (dois) pontos porcentuais essa redução de consumo de energia elétrica. A Sabesp deve ser a 32% para 30%, leva em consideração essa produção de água total, segunda maior consumidora de energia elétrica do Estado de São e na nossa distribuição estamos em algo em torno de 22%, 23% de Paulo. Deixamos cada 01 m³/seg na redução da produção de água perdas. Acho que é um esforço muito forte, pois a cidade, a região, e com isso deixamos de gastar R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) por é de grande porte, e a nossa infra-estrutura é uma infra-estrutura mês, só em produtos químicos, sem considerar o custo da disposição já antiga. Nós temos muitas redes com 50, 60 anos de idade e um dos aterros sanitários que hoje está em torno de R$ 90,00 (noventa processo de substituição de algo em torno de 40.000 quilômetros reais) por tonelada mais o transporte do lodo, que é algo em torno de rede é extremamente dispendioso e deve ser feito de uma forma de R$ 20,00 (vinte reais), até os nossos aterros sanitários. Ela poster- planejada, para que haja a redução dos vazamentos em redes e ra- ga os investimentos, produção de água, e nós estamos trabalhando mais. E só para lembrar aos senhores e às senhoras que a perda não para tentar caracterizar esse programa de redução de perda, para é só de água, existe uma perda de água que foi consumida, mas não produção de crédito de carbono. foi faturada, a outra parcela é aquela chamada de perda real, que é devida a vazamentos. As perdas na distribuição, hoje, na região atendimento à outorga - Cantareira metropolitana estão algo em torno de 30% e são assim divididas: 60% de perda em decorrência dos vazamentos e 40% por perda 1 comercial decorrente, em grande parte, da existência de grandes aglomerados de baixa renda, favelas e áreas não regularizadas. Muitas invasões de terrenos ocorrem na região metropolitana de São Paulo e por uma parcela da população que não tem condições de ter seu lote regular. Hoje, somente na capital de São Paulo, estimamos junto com a Prefeitura de São Paulo algo em torno de 3 milhões de pessoas morando em áreas irregulares, ou favelas, onde nós não podemos, por força de lei, atuar para a redução das perdas. Mas estamos trabalhando muito fortemente junto com a Prefeitura por um processo de regularização fundiária dessas áreas e, em conseqüência, pela regularização dos sistemas de abastecimento de água e de coleta de esgoto. É só dar alguns indicadores, a redução de perdas é um programa nosso, forte, prioritário dentro do nosso planejamento estratégico, que junto a Sabesp ele é demonstração inequívoca para nós de uma ação; é uma grande eficiência operacional. Também é NOVA OuTORGA: 06/08/2004 A 06/08/2014 BANCO DE ÁGuAS COBRANçA PElA TRANSPOSIçãO DE BACIA: n R$ 0,015/m3 – R$ 12 milhões/ano um programa ambiental já que proporciona benefícios ambientais EXIGêNCIAS: fortes em questão de custos. O indicador que internacionalmente n Rede de Monitoramento Quali-Quantitativa está sendo adotando hoje é o litro por ligação por dia. Esse é o indicador que a International Water Association vem tentando impor n levantamento Planialtimétrico e Batimétrico das Represas ao mundo para substituir o porcentual, porque o percentual não n Atualização de Estudos Hidrológicos do Sistema permite comparação entre cidades de porte de complexidade urba- n Esgotamento Sanitário dos Municípios de Jusante do Sistema nas diferentes. Então, o indicador mais adequado segundo a IWA é esse indicador litros por ligação por dia. Considerando que nós temos 3.600 milhões de ligações aqui em São Paulo, cada redu- n Redução de Dependência do Sistema: em função do incremento operacional de outros sistemas na RMSP Uma das exigências da Outorga é montar uma rede notória da água do Sistema Cantareira, a região, a Sabesp não, pois quali-quantitativa em toda bacia; já está praticamente pronta. a população da região metropolitana de São Paulo não pode Estamos desenvolvendo um levantamento planialtimétrico e ba- prescindir dessa água; não temos onde buscar 30 m³/seg para timétrico das represas. Tivemos um problema na licitação, mas já continuar abastecendo. Já mostrei: em volta da Bacia do Alto está contratado. Há um certo questionamento sobre esses volu- Tietê não existe de onde puxar essa água. Quer dizer, existe, mes decorridos 30 anos de existência dessas represas: se houve sim, é só ter recurso e buscar lá em Barra Bonita, 100, 200, 250 muito assoreamento, se não houve muito assoreamento, e então quilômetros de distância de São Paulo, a um custo, que eu acho, estamos refazendo um estudo de batimetria, a partir do cálcu- que a sociedade brasileira não está em condições de pagar. Só lo da confirmação ou retificação dos volumes armazenados nas podemos cobrar uma água relativamente barata, a R$10,00 (dez represas. Outra exigência era o tratamento de esgoto. Estamos reais), R$ 11,00 (onze reais) por 10.000 l/seg de água, se nós atuando com vários investimentos. Recentemente, inauguramos fizermos investimentos adequados, se a gente passar a fazer in- a ETE (Estação de Tratamento de Esgotos) Itatiba há questão vestimentos, buscar recursos, a grandes distâncias. Com certeza, de uma, duas semanas. Estamos com linha de financiamento já em pouco tempo teremos tarifas de países com níveis de escas- acertada com o Banco Mundial para o Programa Mananciais e sez que nós temos aqui na Bacia do Alto Tietê e que 70%, 80% para fazer o tratamento de esgoto de Bragança; em todos os dessa população não teria condições de pagar. Nós temos uma municípios da região está melhorando o nível de tratamento. discussão sobre a renda no país e cerca de 70%, 80% dos nos- Quer dizer, estamos contribuindo para eliminar esse conflito en- sos clientes ganham até 3 salários mínimos, e algo em torno de tre água para abastecimento público versus água para diluição 40% ganham entre meio a um salário mínimo por mês, quer di- de esgoto da Bacia do Piracicaba, e a redução de dependência zer, uma tarifa muito superior não permitirá a universalização do desse sistema. Eu acho que estamos trabalhando muito forte- abastecimento de água que nós já conquistamos aqui na região mente no programa perdas. Com certeza, ele é um grande ala- metropolitana de São Paulo. Era isso, de forma muito rápida, vancador para redução, minimização de nossa dependência. Eu não é? Uma “overview”, uma paisagem rápida na nossa visão de acho que é impossível a Sabesp dizer não vamos mais depender Operação do Sistema Cantareira. 1 Vereador aurélio nomura Obrigado, Dr. Massato. Gostaria de comunicar que está denador da Agênda 21 do Macro Norte, da Secretaria do Verde fazendo parte desta mesa o vereador José Police Neto, líder e do Meio Ambiente. Passo a palavra ao Dr. Gilvan Sampaio, do governo nesta Casa. Anuncio também a presença do sub- membro do Grupo de Interação da Biosfera e Atmosfera do prefeito de Parelheiros, Dr. Walter Tesch, do professor Euclides Inpe que fará um relato a respeito da situação da água em São Buzetto, vereador de Piracicaba, e do Dr. Bernard Anton, coor- Paulo e os riscos das mudanças climáticas. 1 Dr. luiz Aquino, Dra. leila, Dr. Paulo, Dr. Aurélio Nomura, Dr. Gilvan, Dr. Cláudio de Mauro e Dr. Miron (da esq. p/ a dir.) iatã Cannabrava/iSA 1 Reservatório Jaguari e Jacareí dr. gilVan Sampaio membro do grupo de interAção bioSferA-AtmoSferA do inpe. AbordAndo o temA: “A águA nA CApitAl de São pAulo e o riSCo diAnte dAS mudAnçAS ClimátiCAS” Boa tarde a todos os presentes, especialmente ao vereador Aurélio Nomura (PV) pela iniciativa, e para os demais integrantes da mesa. Para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe SiStema ClimátiCo Resultado de complexas interações entre diversos subsistemas é um grande prazer estar aqui falando deste tema tão recorrente hoje, que são as mudanças climáticas, e aqui eu faço uma ressalva: sabemos que as mudanças climáticas estão ocorrendo, mas infelizmente alguns setores da mídia estão fazendo um desserviço, colocando a questão do aquecimento global como algo duvidoso, e não é, pois já estamos passando por aquecimento global, e eu vou apresentar aqui alguns dados que indicam isso, e que indicam que nós, daqui da cidade de São Paulo, podemos ter como um dos principais impactos o abastecimento de água como um todo, então a apresentação é um pouco mais geral. Eu começo com esta imagem: uma fotografia tirada da Estação Espacial Internacional, uma bela imagem que mostra a atmosfera da Terra, e quando nós paramos para pensar o que é a atmosfera da Terra, olhando, por exemplo o prédio lá do Banespa, nós podemos ver a bandeira do Estado de São Paulo tremulando, ou seja estamos dentro de um fluído, a atmosfera da Terra é muito fina em relação a ela. E se nós balançarmos o nosso braço es- 1 tamos sentido esse fluido chamado atmosfera, assim como está tremulando a bandeira ali, assim como os aviões voam. O que aconteceria num fluído se, por exemplo, nós estivéssemos dentro de uma piscina, ou imaginássemos que, por exemplo, esta mesa fosse uma piscina; se colocássemos o dedo dentro da água aqui nessa piscina isso geraria uma onda que chegaria do outro lado, da mesma forma ocorre na atmosfera. Como nós estamos dentro do fluído, é claro com densidade muito menor do que a Acontece que quando nós olhamos esse sistema fechado percebemos que ele é composto por diversos mecanismos, diversas engrenagens, é como se estivéssemos olhando um daqueles relógios antigos: quando você abre o relógio e olha para dentro dele, vê que ele é composto por diversas engrenagens e essas engrenagens trabalham para movimentar dois ponteiros. Aqui, da mesma forma, nós temos diversas engrenagens e a bateria do relógio é o sol, a radiação solar, só que as engrenagens todas interagem. Por isso, e ao modificarmos uma engrenagem, nós alteramos o funcionamento das demais engrenagens. Também esta é uma grande dificuldade relacionada ao aquecimento global. Acontece que, sobretudo no século XX, nos últimos 30 a 50 anos, principalmente a partir da 2ª Guerra Mundial, nós estamos colocando uma quantidade muito grande de gases na atmosfera. água, qualquer impacto que ocorre em um determinado ponto desse fluido pode gerar a propagação de ondas, e essas ondas então podem potencialmente influenciar regiões remotas. Essa é a grande questão do aquecimento global. Nós não podemos hoje pensar só na cidade de São Paulo, quando falamos de aquecimento global, nós temos pensar no planeta, e pensar no planeta como um todo, porque o planeta é um sistema fechado. O que acontece em regiões como por exemplo o Oceano Pacifico tem influência aqui na cidade de São Paulo. O fenômeno El Niño, de que muitos de vocês já devem ter ouvido falar, exerce influência no aquecimento da água do Oceano Pacífico Equatorial. Esse fenômeno quando ocorre, apesar de estar no Oceano Pacífico, A figura nos mostra a evolução dos últimos 2.005 anos da con- modifica o clima na América do Sul, América Central, América centração de alguns gases na atmosfera. Vejam por exemplo o di- do Norte, Europa, África, Ásia, e Oceania. Então, nós estamos óxido de carbono, que é a linha vermelha. Sua concentração vinha dentro de um sistema fechado, e esse é o foco da grande discus- vindo, vinha vindo e quando chega ao final do século XX, há um são sobre o aquecimento global. salto muito grande, assim como de outros gases como o metano, o óxido e o nitrogênio. O que significa isso? Significa realmen- Da mesma forma aumenta o nível do mar. Na nossa costa te que as atividades humanas vêm despejando uma quantidade do Estado de São Paulo, o aumento médio está na ordem de assombrosa de gases na atmosfera. Então as emissões são muito 3,5 mm por ano. São 35 mm por década, são 350 mm por grandes, sim. século, certo? É então uma mudança lenta, mas que causa real- global mean temperatureS are riSing faSter with time WARMEST 12 yEARS: 1998, 2005, 2003, 2002, 2004, 2006, 2001, 1997, 1995, 1999, 1990, 2000 mente bastante preocupação. Existem observações de mudanças de fenômenos meteorológicos inclusive aqui na cidade de São Paulo. Eu vou falar daqui a pouco o que pode impactar o abastecimento de água. Então no mundo todo existem realmente estações e diversas regiões; não é o caso da cidade de São Paulo. Se vocês analisarem a tendência da chuva aqui, constatarão que em relação as últimas décadas ela se mantém na mesma tendência. Agora, a freqüência de eventos intensos de chuvas vem aumentando como também em outras regiões do mundo. Vou mostrar isso daqui a pouco. SeCaS eStão aumentando em muitoS lugareS Aí acontece esse tipo de coisa. Quando nós olhamos a temperatura (e a temperatura se mede no mundo todo, desde 1.850) na cidade de São Paulo desde 1893, nós observamos que isso aqui é o desvio em relação ao período de 30 anos, de 1961 a 1990, e nós observamos que a partir da década de 60, principalmente, há um aumento da temperatura. Esse aumento da temperatura nos últimos cem anos, essa curva, nos últimos 50 anos, essa linha, vejam que mudou a inclinação da curva. O que isso significa? Significa que esse aquecimento está se acelerando e, quando nós olhamos a evolução da temperatura média global desde 1850, constatamos que os anos mais quentes já registrados, desde 1850, são os que sucedem os de 1990. Então realmente, alguma coisa está acontecendo no planeta, o planeta está aquecendo, tanto que quando nos olhamos os dados, e aqui no estado de São Paulo. existem diversas estações meteorológicas (uma das mais antigas é o Mirante de Santana), nós observamos que lá na América do Sul os tons avermelhados indicam regiões onde há o aumento da temperatura. Vejam que existem poucas regiões azuladas no globo onde está havendo a diminuição da temperatura em geral; há um aumento da O mais importante padrão espacial do Índice de Severidade de Seca de Palmer (PDSI) - 1900 a 2002. Componente da série temporar responde pela maior parte da tendência do PDSI. Os impactos observados no aquecimento global já indicam secas mais intensas e mais prolongadas. Há mudanças extremas de temperaturas observadas e isso também vem ocorrendo aqui na cidade São Paulo com menor freqüência de dia e noites frias e geadas, maior freqüência de dias e noites quentes e ondas de calor que também ocorrem aqui, evidências observacionais de aumento da intensidade de furacões no Atlântico Norte. Este mapa mostra as regiões que estão mais freqüentemente passando por episódios de secas, ou períodos de estiagens prolongadas e isso também inclui a cidade de São Paulo. SudeSte da amériCa do Sul: aumento na intenSidade e freqüênCia de diaS Com ChuVa intenSa (1951-2000) Observações R10 mm temperatura sobretudo no Hemisfério Norte. tendênCia do níVel médio do mar entre 1955 e 2003 Índice R10 Número de dias com chuva acima de 10 mm/dia Este outro mostra a mudança da intensidade da chuva, como Fonte: IPCC 2007 mm/ano dissemos. O volume da chuva não está mudando. O que está mudando é a freqüência com que ela ocorre. Está chovendo a mesma 1 quantidade em menos tempo. O que significa isso? Isso significa que por causa da urbanização aumenta o número de casos de chuva mais intensa e aí, quando nós olhamos, por exemplo, pró- tempestades severas, de ondas de calor, de secas prolongadas, ximo a São José dos Campos (e eu não coloquei aqui São Paulo, de incêndios florestais, e em contraponto para mostrar que não porque São Paulo é difícil) parece que não, mas a tendência é a têm relação direta com o aquecimento global, os vermelhos são mesma de São Paulo. Mas alguém podia também lembrar a ques- os terremotos, tsunamis e as erupções vulcânicas. As projeções tão da ilha de calor urbano. Eu peguei aqui uma estação mais indicam o quê? As projeções do painel intergovernamental de preservada sobre esse ponto de vista desde que ela foi instalada. mudanças climáticas são do qual os pesquisadores do Inpe fa- E veja o que acontece: zem parte. São cerca de 2.500 pesquisadores de todo o mundo. entre 76 e 75 o número de caso de chuvas intensa nesse perío- Eles produzem esses relatórios a cada cerca de 3, 4, 5 anos, base- do foiAgua deFunda 23 casosCampinas por ano. À medida que o tempo passa isso vem ando-se em cenários. Os cenários são compostos, por exemplo, aumentando e entre 1996 e 2005, o número de casos de chuvas de baixos sinais de emissões de gases de efeito estufa, o que aqueCimento em São paulo 35 Frequência de Noites Quentes (TN90P) 30 Frequência de Noites Frias (TN10P) 30 25 intensas passou a ser 45. O que significa isso? Dobrou praticamente 25 significa que a humanidade, a partir de agora, vai começar a o número de episódios de chuvas intensas, ou seja, mudou a carac15 emitir cada vez menos poluentes na atmosfera; vai haver mais terística da chuva, só que chuva intensa10 significa o que? Se a chuva 10 uso de energias renováveis; e a economia global vai utilizar cada 20 20 FREQuêNCIA DE NOITES E DIAS QuENTES 15 5 5 0 0 cai com maior velocidade, e ai vocês que são especialistas em água, vez menos petróleo. Neste caso, é o primeiro painel. muito mais que eu, que sou em atmosfera, se ela cai com maior 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 40 25 Frequência de Dias Quentes (TX90P) Frequência de Dias Frios (TX10P) velocidade, o que vai acontecer? Vai escoar mais, escoando mais, 35 aqueCimento global futuro 20 estamos potencialmente mais suscetíveis à ocorrência de enchen30 FREQuêNCIA DE NOITES E DIAS FRIOS 25 15 tes, deslizamentos de encostas, e erosão de solo, e essa é uma coisa 20 10 15 que10 é medida, nós estamos observando isso. 5 5 0 0 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 Temos a estação da Água Funda em frente ao zoológico no Parque do Estado na cidade de São Paulo, e a estação de Campinas. Dados de 1950 até 2005 – o gráfico superior à esquerda indica a freqüência de noites quentes. Então, vejam, à medida que o tempo passa vai aumentando a freqüência de noites quentes. A freqüência de dias quentes também vai aumentando, mas a tendência não é tão clara, do lado direito; em cima há diminuição de noites frias e a diminuição de dias frios. Então, há realmente um aumento da temperatura, o que também tem potencial impacto no abastecimento de água, no consumo de água. temporal global trend of the number of great natural diSaStreS O último painel, chamado A2, mostra, a humanidade crescendo como vinha fazendo nas últimas décadas, ou seja, sem 16 muita preocupação e utilizando como principal fonte de ener- flood 14 Numbers of events 1 Storm 12 earthquak/tsunami, volcanic eruption gia os derivados do petróleo. Em qualquer um dos casos, 2020 10 others (Heat wave, cold wave, florest fire) e 2029, há um aumento da temperatura em toda a América 8 do Sul. No final do século XXI, principalmente, o aumento da 6 temperatura também está presente. Isso é consenso na comu- 4 nidade científica: a temperatura estará aumentado. Em relação 2 0 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 à chuva, o que nós observamos? O volume de chuva durante o verão praticamente não muda, muda a característica da chuva No mundo todo os desastres naturais vêm aumentando. como já dissemos, mas o inverno se torna cada vez mais seco, Vejam que entre 1950 e 2004, à medida que o tempo passa, mais quente, o que também é um problema para o abasteci- aumenta a quantidade de casos de enchentes. Claro também mento de água. mudançaS na preCipitação para 2090-2099 (% relatiVa a 1980-1999) para Cenário a1b Veja este aqui. É um dia qualquer de 1999, quase dez horas da manhã. A temperatura é de 31º Celsius na região central da cidade, enquanto nas regiões em que há mais vegetações a temperatura é de 24º Celsius, então existe um gradiente muito forte da temperatura. Aumento das chuvas na Bacia do Prata no verão Distribuição Espacial das Áreas Verdes na Cidade de São Paulo (Representação Esquemática) Distribuição Espacial da Temperatura do Solo no final da estação seca (Representação Esquemática) Satélite Landsat 7 - Cena 03/09/2000 (10h00 aprox.) Processamento: Prof. Dr. Teodoro Isnard Ribeiro de Almeida Satélite Landsat 7 - Cena 03/09/1999 (10h00 aprox.) Processamento: Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente - ATLAS/SVMA/PMSP Diminuição das chuvas no Brasil no inverno Então, no Brasil, o que nós principalmente esperamos para o futuro com o aumento da temperatura média global? O que já vem acontecendo, só que com mais freqüência nas próximas décadas, que é a maior freqüência de desastres naturais. Quais são eles? Normalmente é a freqüência de eventos meteorológicos extremos, tais como: ondas de calor, tempestades severas, inundações, enxurradas, vendavais e secas prolongadas. As pessoas já percebem que a característica da chuva já mudou, já percebem que a intensidade da chuva está um pouco maior nos últimos anos. No caso do Sudeste, os cenários pessimistas indicam o aumento da ordem de 3º a 6ºC da Fonte: ATLAS AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO - FASE I: “Diagnósticos e Bases para a Definição de Políticas Públicas para as Áreas Verdes no Município de São Paulo”. Unidades Climáticas Urbanas da Cidade de São Paulo. Autores: Prof. Dr. José Roberto Tarifa, Gustavo Armani. temperatura, com aumento dos episódios de chuvas intensas. Já o Quando nós olhamos esse mesmo mapa e confrontamos com o cenário mais otimista indica aumento de 2° a 3ºC da temperatura e que está aqui, atentatamos para a vegetação. Olha lá o que acon- também o aumento dos episódios de chuvas intensas e irregulares. tece: onde mais tem vegetação, a temperatura é mais baixa, onde Todo habitante de megacidade convive com mudanças climáticas há tem menos vegetação a temperatura é mais alta. Então nós sabemos muitas décadas, caso de São Paulo, antes a “terra da garoa”. Houve que isso também contribui para o aquecimento global de uma forma um aumento da temperatura da cidade em virtude da urbanização direta. Além disso, os poluentes que são lançados pelas cidades mo- e seus efeitos, o chamado de “ilha de calor”. Olhando um mapa da dificam as nuvens que modificam as chuvas. Por exemplo, estudos temperatura da cidade de São Paulo observamos muito claramente feitos na região metropolitana de São Paulo indicam que a caracte- que na região mais urbanizada, digamos assim, a temperatura é mui- rística das chuvas muda de acordo com o dia da semana em relação to maior: 31º C. ao final de semana e feriado. Elas ficam mais intensas e ficam mais eStimatiVa daS temperaturaS A partir de dados do Satelite lANDSAT intensas por quê? O ponto A aqui é o ponto central; indica onde há maior incidência de chuva mais intensa, em virtude do aumento da quantidade de poluentes na atmosfera. Isso também faz modificar outro sistema: se você tem mais poluente na atmosfera você induz uma maior ocorrência de raios, e ai veja o que acontece. 26 C lapa Sé Brás Saúde Móoca 29 C 24 C 31 C Efeito de “Ilha urbana de Calor” na Grande Sao Paulo 3/9/1999 09:57 horas Fonte: http://atlasambiental.prefeitura.sp.gov.br 1 Aqui o mapa da densidade de raios entre 1999 e 2003 feito pelo Inpe, mostra onde mais ocorrem raios durante esse queimadaS período: São Paulo, São José dos Campos, Campinas, regiões mais industrializadas. Então, modifica também a característica da chuva em virtude dos poluentes da atmosfera, e isso é outro grande problema para o abastecimento de água. SETEMBRO 2003 – 57308 2004 – 68252 2005 – 62728 2006 – 37285 2007 – 26132 é faCtíVel reduzir o deSmatamento? 2004: 2o mais alto desmatamento na Amazônia Brasileira (27,362 km²) 2005 e 2006: 30% redução 2007: tendência de diminuição? DESFlORESTAMENTO ANuAl AMAzONIA 35000 30000 29059 27362 0 25000 23266 23750 21050 20000 18161 17770 17383 17259 18226 18165 14896 15000 13786 13730 18900 14040 13227 11030 10000 5000 0 77/88 * 88/89 89/90 90/91 91/92 92/94 ** 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 "01/02" "02/03" "03/04" "04/05" "05/06" Fonte: Inpe (www.inpe.br) O grande problema brasileiro frente ao aquecimento global advém das mudanças dos usos da terra, por derrubadas de florestas e queimadas; 75% das emissões brasileiras de CO 2 vêm dessas mudanças de usos da terra, e ocorrem principalmente na Amazônia. Emissões brasileiras de CO 2 por processos industriais são cerca de 2%, geração de energia cerca de 23%. O grande problema é que o desmatamento da Amazônia ocorre a taxas muito grandes. Aí muita gente pode Aí ocorre aquele tipo de coisa: as queimadas na Amazônia pensar: o que tem a ver a Cantareira com a Amazônia? Por ocorrem principalmente nesta região chamada Arco de Desflo- que que ele mudou de assunto agora? Ora, o desmatamento restamento da Amazônia. Cada ponto desse aqui é a intensidade da Amazônia vinha vindo a uma taxa, até 1995, da ordem da queimada que ocorre principalmente pela invasão da pecuá- de um Estado de Sergipe por ano de área desmatada! Houve ria e da agricultura em direção à floresta. Pergunto de novo: o diminuição nos últimos 2 (dois) anos, mas em relação ao ano que tenho a ver, eu aqui em São Paulo, com o Sistema Cantareira passado já houve um aumento. e a Amazônia? des. Conseqüentemente, esses ventos são desviados para o Sul; não hP a 200 ET Fluxo de umidade da Amazônia 300 é à toa que aqui nós temos um pantanal. Então, há o transporte de Alísios de NE 400 Energy balance 500 600 LLJ 700 800 900 1000 w ind T d Altiplano MCS em direção ao Sul. Aliás, se você for disso você vai ao Paraguai, à Bolívia, ou à na Argentina, verá lá tem pantanal também e a Bacia Amazônia Ta N EQ vapor da água do Oceano Atlântico, mais o da floresta amazônica do Paraná e Itaipu. Todo o transporte de água vem do Norte para o 20o W Bacia do Prata Sul. Acontece que durante o verão esse transporte de vapor de água é desviado para a região Sudeste, e é por isso que fica chovendo 3, 4, 5, 6, 7 dias direto, o que recarrega os reservatórios. Só que aí você faz o seguinte: eu estou aqui na cidade de São Paulo, qual a 40o W 60o W O Jato de Baixos Níveis ao leste dos Andes (SAllJ transporta umidade atmosférica da Amazônia para o SE/S Brasil-N. Argentina (Bacia do Prata) preocupação que eu devo ter em relação à floresta amazônica. Parte da água que está aqui dentro deste copo vem transportada por esse processo, principalmente durante o verão. Acontece que você vai lá e corta a floresta, e com isso vai diminuir o bombeamento de água, porque você coloca grama ou soja ou qualquer outra coisa. Quando é que mais se recarregam os reservatórios? Durante o A profundidade de raízes das florestas é de 25, 20 metros, o que verão, pois as chuvas que chegam à cidade de São Paulo vêm prin- retira muita água. Se você coloca grama, 1 metro no máximo, soja, cipalmente das frentes frias, que vêm do Sul do Brasil; vem também também 1 metro no máxímo, vai diminuir o bombeamento de água à brisa marítima que entra na cidade de São Paulo por volta das para a atmosfera. Conseqüentemente, vai diminuir o bombeamento 14 horas, 15 horas durante o verão e ai provoca aquelas pancadas de água para o Sul e para o Sudeste. Então, o que nós temos a ver isoladas no final da tarde. Também ocorre um fenômeno pelo qual com a Amazônia? Boa parte da água que está aqui também vem de muitos de vocês já devem ter passado, sobretudo durante o Ano lá, e é essa água que vem durante principalmente o verão quando Novo e no Carnaval, porque isso é típico de verão. Você se prepara há o maior carregamento dos reservatórios inclusive o do Cantareira, para passar o réveillon na praia; prepara as malas, pega as crianças, como bem sabemos. Então apesar de estarmos na cidade de São pega o carro e desce a serra em direção ao litoral. Fica lá 3 horas, 4 Paulo, no Brasil, a lição de casa número 1 é também preservar a horas para chegar isso ocorre só de madrugada. Todo mundo dorme Amazônia, porque ela faz parte muito importante do ciclo hidrológi- e quando acorda vê que está chovendo, e fica chovendo durante co da América do Sul. O que o Estado de São Paulo pode fazer para todo o dia. No dia seguinte: chuva; no outro dia chuva novamente resolver o problema das mudanças climáticas globais? A busca de e é esse tipo de chuva que mais recarrega os reservatórios, não é um balanço apropriado de mitigações de emissões, adaptação deve isso? De onde vem a água que abastece essa chuva? De onde está ser iniciada imediatamente. Eu diria que existe aí uma iniciativa con- vindo à água? A água vem deste sistema aqui. Quando nós olhamos creta de Carbono. Isto na interpretação deles, hoje, tem que ser feito a América do Sul, isso no verão, vemos, aqui a Cordilheira dos An- realmente com urgência. É claro, os estudos ainda são macro nas re- des. Quem já esteve em Natal, Fortaleza, deve ter sentido os ventos giões por falta de detalhes sobre, por exemplo, o bairro tal, o que vai alísios. Aqui, sopram durante todo o ano e entram aqui na região, ocorrer etc. E aí, vereador Nomura, que é o relator do Plano Diretor, tanto é que chove praticamente toda tarde em Belém por conta uma das coisas que nos precisamos fazer na cidade de São Paulo é o dele. Esse vento carrega umidade do Oceano Atlântico Norte em mapa de vulnerabilidades frente às mudanças climáticas. Isso é algo direção ao continente. A floresta também faz o quê? A experiência bastante importante! Há hoje diversas iniciativas do governo federal de criança em escola mostra o que ocorre: ela pega a planta da mãe, como, por exemplo, agora está montada uma rede muito grande de coloca em um saco plástico e o que acontece? Depois de algum estudos sobre as mudanças climáticas, e o Inpe está liderando. Essa tempo, a planta está retirando a água do solo. O plástico vai ficar rede é composta por diversos institutos de pesquisas e de universida- molhado, ou seja, a floresta bombeia muita água para a atmosfera des de todo o país. A Fapesp acabou de aportar R$ 15.000.000,00 e todo esse vapor de água vai formar nuvens de chuva. Só esse (quinze milhões) para melhorar os estudos. Nós temos de andar nes- bombeamento da água que a floresta faz, é o resultado de 50% sa direção. Então, como já foi dito, as mudanças climáticas não são da chuva que ocorre na Amazônia, e 50% de chuva que ocorre na assunto para depois de amanhã. Não é daqui a cinqüenta anos. Nós Amazônia é muita água. Quanto a que esse vapor de água, o que estamos passando por isso hoje, e a preservação ambiental tem im- acontece? Os ventos estão vão se dirigindo para cá, chegam mais pacto muito grande no sistema de abastecimento de água, inclusive aqui e encontram os Andes, e não conseguem ultrapassá-los os An- no da Cantareira. Muito obrigado. 1 Vereador aurélio nomura (pV) Obrigado, Dr. Gilvan. Convido para ocupar lugar à mesa, os Capivari e Jundiaí; Eduardo Lovo Paschoalotti, vice-presidente doutores Gesner de Oliveira, presidente da Sabesp, responsável do Comitê e representante do setor dos usuários da Indústria da pelo cumprimento da Outorga e pelo Saneamento Básico do Mu- Bacia de Piracicaba, e a doutora Pilar Cunha, representante do nicípio de São Paulo; José Machado, diretor-presidente da Agên- Instituto Sócio Ambiental. cia Nacional de Água; o prefeito de Atibaia, José Roberto Tricoli, presidente do Comitê Nacional das Bacias dos Rios Piracicaba, Gostaria de passar a palavra à Dra. Leila de Carvalho Gomes, diretora de Outorga do DAEE. Dra. leila e Dr. Paulo iatã Cannabrava/iSA Rio Jaguari (dez/2003) dra. leila de CarValho gomeS repreSentAndo dr. ubirAjArA tAnuri felix, Superintendente do depArtAmento de águA e energiA elétriCA (dAee) do eStAdo de São pAulo, reSponSável pelA ConCeSSão de outorgAS pArA oS rioS de domínio do eStAdo de São pAulo, emitente dA outorgA no SiStemA CAntAreirA, nA bACiA do rio pirACiCAbA, por delegAção de CompetênCiA dA AnA Boa tarde a todos, em nome do superintendente da DAEE, Dr. derivar até 33 m³/seg das águas provenientes do famoso sistema, Ubirajara, que é quem faria esta apresentação. Vamos representá- envolvendo, com essa finalidade, os Rios Jaguari, Cachoeira, Ati- lo, pois foi chamado, de última hora, para uma reunião na Prefei- bainha e Juqueri. O que aconteceu ao longo desses anos? Em 30 tura de São Paulo. anos, surgiram a Lei Estadual de Recursos Hídricos, a Lei Nacional Nós sentimos a preocupação da Câmara, no próprio texto do de Recursos Hídricos, as quais estabeleceram as políticas. Houve a convite para este seminário, com relação aos órgãos gestores que criação de Comitês de Bacias Hidrográficas e dos sistemas de ge- efetivamente acompanham essa Outorga, e de que forma o fa- renciamento de recursos hídricos – tanto Nacional como Estadual. zem. Vamos fazer um breve histórico de como essa Outorga acon- Em 2004, então, como resultado de tudo isso, aconteceu essa teceu. Acredito que algumas pessoas, aqui presentes, estão tendo negociação sobre o Sistema Cantareira, no instante em que sua pela primeira vez o conhecimento de que forma tudo aconteceu. Outorga precisou ser renovada. Para os senhores terem idéia, o DAEE costuma emitir uma quantidade grande de Outorgas por ano. No ano de 2007 nós chegamos a 4.500 Outorgas. Então, qual o significado especial dessa Outorga do Sistema Cantareira, em particular? Por tudo Fevereiro Sabesp requer ao DAEE a renovação da Outorga que a envolve, por todo o quadro que já foi aqui apresentado, Abril DAEE contrata consultoria Maio 1os relatórios técnicos da consultoria 03/maio Agência da Bacia do Alto Tietê “Posição para a discussão da renovação da Outorga do Sistema Cantareira” também para nós técnicos, que trabalhamos com recursos hídricos, foi extremamente especial. Porque nos ensinou a negociar. Além dos estudos, devidamente questionados durante todo o processo, muito bem elaborados por técnicos da ANA, do DAEE e hiStóriCo – 2004 por consultores, com análises exaustivas de séries de vazões e de dados de chuvas, que levaram à elaboração das propostas técnicas, a nossa grande diferença, nesse ato de Outorga, em relação a todas 01/junho Deliberação CBH-PCJ (nº 07/2004) “Recomendações para o estabelecimento das condições para concessão da Outorga” as outras foi a questão da negociação. Por sua importância para as populações envolvidas e para os Comitês de Bacias Hidrográficas, DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA inúmeras reuniões foram realizadas. Delas participaram técnicos da ANA e do DAEE, junto com pessoas dos Comitês do Piracicaba e do Alto Tietê e de suas Câmaras Técnicas. hiStóriCo – 1974 5 de agosto de 1974 Portaria MME nº 750 autoriza a Sabesp a derivar até 33 m³/seg das águas provenientes dos rios Jaguari, Cachoeira, Atibainha e Juqueri. Em fevereiro de 2004, a Sabesp requereu essa nova Outorga. Em abril, o DAEE contratou uma consultoria – basicamente, da Escola Politécnica da USP. Em maio do mesmo ano, nós já tínhamos os primeiros relatórios técnicos. Em 3 de maio, foi feita uma primeira discussão sobre esse relatório, na Agência de Bacia do Alto Tietê. Em junho, uma deliberação do PCJ, denominada de “Recomendações para o estabelecimento das condições para Finalidade: abastecer a Grande São Paulo concessão da Outorga”, iniciou ativamente o processo de discus- Prazo: 30 anos (agosto 2004) sões e negociações. Nesse primeiro documento do PCJ, já eram apontadas condicionantes que normalmente não são encontra- DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA das nas demais Outorgas do dia-a-dia do DAEE. Quem já teve a oportunidade de ler as Outorgas publicadas no Diário Oficial sabe Pela importância dos temas discutidos e deliberados e por todos que normalmente ela é dada em relação às vazões. Se há condi- os órgãos e pessoas envolvidos, essa Outorga é um marco diferen- cionantes, são muito específicas. Por exemplo, sobre a operação ciado, e vamos falar um pouquinho sobre ela. de uma barragem. Nos casos de águas subterrâneas, há condi- Nós tínhamos, no início de 2004, a Outorga do Sistema Canta- cionantes relativas à qualidade das águas. No entanto, com tanto reira que havia sido concedida, anteriormente, pelo Ministério de detalhamento, efetivamente, foi a partir desse documento e das Minas e Energia, por um prazo de 30 anos. Autorizava a Sabesp a negociações que iniciamos. hiStóriCo – 2004 13/jul - Reunião (Brasília) - ANA / DAEE / SERHS - volumes dos reservatórios - vazões de retirada; regras de partição - curvas de aversão a risco - cenários - banco de águas - grupo de operação do sistema - Resolução Técnica ANA / DAEE - operação SC - Resolução ANA – delegação na área do PCJ - Convênio ANA / São Paulo / Minas Gerais 13/jul - Nota Técnica Conj. ANA / DAEE - Subsídios para outorga do SC e definição das condições de operação dos reservatórios DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA Em 20 de julho, houve uma reunião na Agência da Bacia do Alto Tietê, onde os estudos foram apresentados e submetidos a uma ampla discussão. Essa reunião durou umas 4 ou 5 horas e terminou com a aprovação dos estudos. Observamos que em nenhum momento houve questionamentos sobre a base técnica dessa Outorga. A grande negociação, efetivamente, foi sobre as vazões a serem retiradas e sua partição, além das condicionantes. Na seqüência, houve uma apresentação dos estudos para o Comitê PCJ, em Campinas, contando, na ocasião, com a participação da Dra. Dilma, nossa atual secretária, que era diretora da ANA. Lembramo-nos, outro dia, de que ela foi a nossa relatora da Nota Técnica, o que fica para os anais. Houve, ainda, reuniões plenárias do CBH-PCJ, uma em Piracica- Em 13 de julho de 2004, houve uma reunião em Brasília, na ANA, ba e outra em Campinas, e, aí sim, a ANA já tinha acordado com a em conjunto com o DAEE e a Secretaria Estadual de Recursos Hídri- minuta de portaria. As condicionantes, que já tinham sido exausti- cos onde, em função também dos estudos técnicos elaborados pela vamente discutidas, foram apresentadas ao Comitê. consultoria, foram discutidos alguns dos itens mostrados no slide. Alguns, podemos dizer, eram novidade no Brasil, não só para nos- Finalmente, em 6 de agosto de 2004, foi expedida pelo DAEE a Portaria 1213/04, de Outorga, publicada no Diário Oficial. so Estado. Por exemplo, a criação de um banco de águas. Já nessa reunião, então, discutiu-se a questão dos volumes dos reservatórios, Vamos falar de uma forma rápida sobre a portaria, sem entrar das vazões de retirada, da partição das vazões de retirada, do banco nos detalhes técnicos. A respeito disso, trouxemos, para distribui- de águas, da criação de um grupo de operação do sistema, além da ção aos senhores, cópias de documentos relativos à Outorga do proposta de Resolução da ANA, em que ela delegaria ao DAEE, e ao Sistema Cantareira. São 20 conjuntos para distribuir a quem quiser. IGAM, as Outorgas das bacias do Piracicaba, do Capivari e do Jundiaí Contêm a íntegra da Portaria DAEE 1213/04 e duas resoluções da (PCJ). Discutiu-se, também, uma outra Resolução ANA, conjunta com ANA. Temos, também, em CD-ROM, se interessar a alguém. o DAEE, específica sobre a operação do Sistema Cantareira. Posteriormente, foi celebrado um convênio entre a ANA e os governos dos Estados de Minas e de São Paulo, especificamente para a Bacia PCJ, portaria daee 1.213, 06/08/2004 Jaguari - Jacareí estabelecendo condicionantes técnicas para a concessão de Outorgas nas bacias do PCJ (pelo DAEE e pelo IGAM). Por quê? Para possibilitar Cachoeira X2 a garantia de vazões afluentes aos reservatórios do sistema sem que Bacia do Alto Tietê haja novos conflitos com relação à Outorga do Sistema Cantareira. Também em 13 de julho, foi emitida uma Nota Técnica conjunta Atibainha Túnel 5 ANA/DAEE para subsidiar essa Outorga e definir questões relativas à operação dos reservatórios. Bacia do Rio Piracicaba X1 X=X1 + X2 Máxima Média Mensal portaria daee 1.213, 06/08/2004 Concessão de vazões máximas médias mensais - 31 m³/seg: reversão Atibainha – Juqueri (Túnel 5) - 33 m³/seg: retirada do Juqueri ➠ Elevt. Sta. Inês ➠ ETA Guaraú Rio Juqueri Paiva Castro X = 36 m³/s X 1 = 31 m³/s X2 = Mínima = 1 m³/s 33 5 m³/s m³/s para RMSP DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA Continuando, a Outorga concedeu, para a Sabesp, a derivação Sistema Equivalente - Reservatórios Jaguari-Jacareí + Cachoeira + Atibainha 978.000.000 m³ de uma vazão máxima média mensal de 31 m³/seg, na reversão do, Novo nível de referência para o reservatório Jaguari-Jacareí Atibainha (bacia do Piracicaba) para o Rio Juqueri (Alto Tietê). Do denominado, Túnel 5, que transfere água do reservatório do Rio Juqueri, a vazão de retirada (máxima média mensal) é de 33 m³/seg. DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA Essa vazão é destinada à ETA do Guaraú, para tratamento, e poste- rior distribuição para o sistema da RMSP. co indicam qual a vazão máxima mensal que poderá ser retirada do Os três reservatórios dos Rios Jaguari-Jacareí, Cachoeira e Ati- Sistema no mês subseqüente, como previsão. No desenrolar do mês bainha, formadores do rio Piracicaba, constituem um conjunto que seguinte, eventualmente, tanto a Sabesp como o PCJ podem soli- foi denominado de Sistema Equivalente. A soma de seus volumes citar alterações em suas vazões de retirada, em função de chuvas úteis é de 978 milhões de metros cúbicos. Segundo a última nota abundantes ou de uma estiagem muito forte. É comum recebermos técnica da ANA, no final de outubro o volume acumulado no Siste- 2 ou 3 comunicados eletrônicos por mês do grupo de controle que ma Equivalente era de 279.000.000 m³, ou seja, de 28,6% do total dita essas operações. útil. Sofreu uma redução 6%, durante outubro. Em função dos estudos elaborados para essa Outorga, aos quais portaria daee 1.213, 06/08/2004 – art. 5o nos referimos no início, foi feita uma negociação entre ANA, DAEE e Sabesp para uma mudança no nível de referência do reservatório Jaguari-Jacareí. O nível mínimo operacional anterior era 829,0 m. Esse Total máximo por região Prioridade Região 1 2 mínimo operacional foi alterado para a cota 820,0 m, permitindo a RMSP 24,8 89,2% 6,2 75,6% 31,0 X1 inclusão de mais 212.000.000 de m³ ao volume útil do Sistema Equi- PCJ 3,0 10,8% 2,0 24,4% 5,0 X2 27,8 100% 8,2 100% 36,0 X valente. Brincamos que “o morto ficou vivo”. A dimensão desses volumes mostra a importância da atualização das informações sobre os reservatórios, como expressam as condicionantes da Outorga, sendo Total por prioridade muito importante a conclusão dos estudos contratados pela Sabesp. (vazões em m³/seg) A partir das atualizações dos volumes dos reservatórios, por meio de DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA levantamentos topográficos e batimétricos, os estudos hidrológicos e hidráulicos poderão ser revistos e atualizados. Vamos falar, então, da grande preocupação dos senhores, que O slide mostra um desenho esquemático do Sistema Cantareira. é, segundo nossa percepção, de que forma a ANA e o DAEE estão Não vou entrar em detalhes, agora. Depois podemos falar, se alguém monitorando a execução das ações previstas nas condicionantes e se interessar, pois são questões essencialmente técnicas de como se dá de como está o desenvolvimento de cada uma delas. Primeiro, gos- a operação do sistema, em função dos volumes dos reservatórios. A taria de informá-los de que, se essa preocupação existe da parte máxima vazão média mensal que pode ser retirada do Sistema Equiva- dos senhores, existe também por parte dos usuários do Piracica- lente é de 36 m³/seg. Parte (X 1) vai para a Sabesp, pelo rio Juqueri (31 ba. Existe, com a certeza, a cobrança dos Comitês e, mais, ANA e m³/seg, no máximo), e parte (X 2) é descarregada para jusante das bar- DAEE recebem regularmente cobrança dos Ministérios Públicos. A ragens, para os formadores do rio Piracicaba (5 m³/seg, no máximo). ANA, do Federal, e nós, DAEE, dos dois, Federal e Estadual. Tem sido comum recebermos cobranças do Ministério Público, de como portaria daee 1.213, 06/08/2004 REGRA OPERACIONAl O limite de vazão de retirada do Sistema Equivalente é definido por meio de curvas mensais em função do estado do Sistema Equivalente (volume) Máxima média mensal = 36 m³/seg PARTIçãO DA VAzãO DE RETIRADA DO SE RMSP (Sabesp) – máxima de 31 m³/seg Bacia do rio Piracicaba (PCJ) - máxima de 5 m³/seg Regra de partição estabelecida na Portaria de Outorga art. 5º BANCO DE ÁGuAS Volumes não utilizados permanecem armazenados para posterior retirada a Sabesp vem atendendo às condicionantes expressas na Portaria DAEE 1213/2004. Vamos ver como está, no momento, a situação do atendimento às exigências de cada uma das condicionantes por parte da Sabesp. portaria daee 1.213, 06/08/2004 art. condicionante prazo situação 11 Plano de contingência 12 m. contratado 12 Monitoramento 06 m. concluído 13 Curvas cota x volume 12 m. contratado 14 Revisão hidrológica e hidráulica 12 m. Vinculado art 13 DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA Esses são os valores máximos permitidos. Todo final de mês o estado do Sistema Equivalente é analisado pela ANA e pelo DAEE. Em função do volume disponível, e do mês, curvas de aversão a ris- DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA Plano de Contingência. firmado pela Sabesp, com o Comitê PCJ, e as ações estão em an- Não sei se os senhores sabem do que se trata. Mas é o seguinte: damento. Sobre esse tema, o Dr. Paulo, diretor da Sabesp, já deu todos os operadores de reservatórios de barragens devem ter, para situações extraordinárias, seja de estiagem, seja de cheia, um plano de contingência, em que são previstas ações para minimizar riscos e prejuízos por operações indevidas. Esse plano já foi contratado e esclarecimentos. portaria daee 1.213, 06/08/2004 art. condicionante prazo situação 15 Termo de compromisso - tratamento de esgotos 03 m. firmado em 23/12/04 16 Redução da dependência do Sistema Cantareira 30 m. relatório não atendeu - em andamento será montado com os dados hidrológicos e hidráulicos atualmente disponíveis. Após a conclusão dos levantamentos que permitirão a elaboração de novas curvas cota-volume, o plano de contingência será revisto e atualizado. Monitoramento qualitativo. O DAEE e a ANA entendem que essa condicionante já foi atendida pela Sabesp. Foram instalados equipamentos de estações de monitoramento (Dr. Gesner deve estar acompanhando isso). Todos 17 Programas permanentes - perdas; uso racional; reúso DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA os meses, o grupo técnico de monitoramento recebe os dados coletados. Desse grupo fazem parte DAEE, ANA, Cetesb e Comitês. O artigo XVI é o mais polêmico. Refere-se à redução da depen- E quando eu falo “Comitês”, quero dizer “todo mundo”: o setor dência da Sabesp em relação ao Sistema Cantareira. A Sabesp nos usuário, a própria Sabesp, etc. A médio e longo prazos, esse moni- apresentou, em fevereiro de 2007 (no começo do ano), um relatório toramento permitirá melhores avaliações quantitativas e qualitati- sobre essa situação. O DAEE e a ANA solicitaram que esse relatório vas sobre as águas do Sistema Cantareira. seja um pouco mais detalhado e que um cronograma das ações a Curvas cota-volume dos reservatórios. serem desenvolvidas seja juntado a esses estudos. A Sabesp teve um pouco de dificuldade na contratação desses Por fim, temos os programas permanentes, que estão em an- serviços. Em função disso, tivemos de prorrogar algumas vezes o damento. A ANA também acompanha esse assunto por meio da prazo para sua consecução. Afinal, os serviços estão sendo executa- apresentação de relatórios. dos. A partir desses levantamentos serão atualizadas as curvas que Gostaríamos de finalizar dizendo, ao senhor vereador, que sua relacionam as cotas dos reservatórios e seus respectivos volumes. preocupação é uma preocupação nossa. Já emitimos milhares de Com isso, serão revistos os estudos hidrológicos e hidráulicos. As Outorgas pelo DAEE, mas essa é especial por seu caráter oficial, por condicionantes que dependem dessas informações serão, então, sua importância relativa ao abastecimento das regiões do Alto Tietê satisfeitas. Pode ser que DAEE e ANA cheguem à conclusão da ne- e do Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Falo pela ANA, também, já que cessidade da revisão das curvas de aversão a risco, o que irá alterar trabalhamos em conjunto, acompanhando todos os acontecimen- as vazões de retirada, vinculadas a essas curvas. tos passo a passo. Além de toda a cobrança do Ministério Público e O artigo XV da Portaria de Outorga diz respeito a um termo de compromisso para o tratamento de esgotos dos municípios da região do PCJ, dentro de prazos determinados. O compromisso foi de todos os atores envolvidos na questão. Nos colocamos à disposição para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários. Obrigada. Vereador aurélio nomura (pV) Obrigado à Dra. Leila. Chamo agora a Dra. Pilar Cunha, do Instituto Socioambiental – ISA, para apresentar um diagnóstico do Sistema Cantareira. Pilar Cunha, do ISA iatã Cannabrava/iSA Reservatório Jacareí em dezembro de 2003 dra. pilar Cunha CoordenAdorA do progrAmA mAnAnCiAiS do inStituto SoCioAmbientAl – iSA Boa tarde a todos. Em nome do vereador Aurélio Nomura (PV), eu cumprimento os integrantes da mesa e agradeço a oportunidade de estar aqui para apresentar o resultado desse diagnóstico que Cantareira 2006 Cinco bacias hidrográficas formadoras a gente fez ao longo dos últimos três anos e que ficou pronto e foi 45,3% publicado no início deste ano. Esperamos que possa contribuir um Jaguari pouco para o debate desta mesa. Eu sou Pilar Cunha, geógrafa, coordenadora adjunta do Programa Mananciais do Instituto Socioambiental. O ISA é uma organização não-governamental que foi fundada em 1994, tem atuação em âmbito nacional e aqui na região metropolitana de São Paulo nós trabalhamos há mais de dez anos, com o monitoramento da situação dos mananciais que abastecem a região metropolitana de São 8,9% Jacareí 17,2% Cachoeira 13,8% Atibainha Paulo. Temos estudos publicados sobre a Billings, a Guarapiranga e 14,8% agora este último sobre a região do Sistema Cantareira. Juqueri Esse projeto foi financiado pelo Fundo Estadual de Recursos Hídri- 0 cos, FEHIDRO, e seguiu as seguintes etapas de trabalho para chegar São 12 municípios que estão; total ou parcialmente, inseridos às conclusões. Ele é um estudo muito baseado na interpretação do na região no sistema, sendo 4 deles no Estado de Minas Gerais e 8 uso do solo e informações que foram produzidas a partir da análise no Estado de São Paulo. Portanto são 2 Estados que estão ligados desses dados, dados espaciais que são gerados através das interpre- de alguma forma com a gestão desse território. São 6 reservatórios tações de imagens de satélites, alem do cruzamento desses dados e 5 bacias hidrográficas que estão interligadas artificialmente atra- com informações que foram levantadas junto aos órgãos públicos e vés de túneis, canais, bombas e que trazem a água até a estação de às organizações não-governamentais atuantes na região, responsá- tratamento de água. veis pela gestão do sistema e dos municípios. Essas são as 5 bacias: do Rio Jaguari, do Rio Jacareí, do Rio Ele seguiu diversas etapas de produção. Algumas etapas foram Cachoeira, do Atibainha, do Juqueri, sendo que a bacia do Jaguari desenvolvidas somente dentro do Instituto Socioambiental, como ocupa quase metade da área total do sistema e é a mais importante toda a elaboração da base cartográfica e interpretação do uso do no que se refere à produção de água. É importante ressaltar que solo; oficinas na região para levantamento de informações e che- quatro bacias estão sob a responsabilidade do Comitê do PCJ. Ja- cagem dessas informações junto aos representantes dos municípios guari, Jacareí, Cachoeira e Atibainha, e a Bacia do Rio Juqueri está e de organização da sociedade civil e também representantes de inserida no Comitê do Alto Tietê. É um elemento a mais para a ges- órgãos do governo estadual e finalmente um trabalho novamente tão desse sistema, que não está inteiramente sob responsabilidade interno de analise dos dados que foram gerados e produção de de um único Comitê de Bacia. uma publicação que contém a totalidade dos dados produzidos e A contribuição de quantidade de água produzida por bacia é que está disponível. Inclusive aqui tem os alguns exemplares que esta: a maioria da água vem da Bacia do Jaguari. Os reservatórios podem ser distribuídos, e no Instituto Socioambiental a gente tem Jaguari e Jacareí são interligados e acabam sendo operados com para quem tem interesse. A distribuição é gratuita. Também está um reservatório único. 5 m³/seg do Cachoeira, 4 m³/seg do Atibai- disponível no site para download (www.mananciais.org.br). nha, 2 m³/seg do Juqueri. Essa é a estrutura hidráulica do sistema, Esta é uma apresentação bem resumida, para não ser muito o caminho que a água percorre desde as cabeceiras até chegar longa; tem mais dados nesse estudo. Como caracterização geral aqui na estação de tratamento de água: a água vem descendo por do sistema, ele abrange uma área de 2.280km . Produz em média gravidade até a represa de Paiva Castro, é bombeada através da 33 mil litros de água por segundo, que abastece quase metade da estação elevatória de Santa Inês para a represa de Águas Claras, região metropolitana de São Paulo, e dentro da área total do siste- que fica no alto da Serra da Cantareira, e é dali levada para a es- ma nós estimamos por meio de dados do censo do IBGE de 2000, tação de tratamento de água do Guaraú de onde ela sai para ser aplicando taxa de crescimento dos municípios, uma população de distribuída para a região metropolitana de São Paulo. Esta imagem 139 mil habitantes para 2006. é vista a partir da Serra da Cantareira, que dá pouca dimensão da 2 quantidade de gente que é abastecida por um sistema que, apesar Em relação à interpretação do uso do solo que foi feita no pe- de muito grande, pode-se ver pelos dados do estudo, está em uma ríodo de 1989 a 2003, nós temos o seguinte retrato da região em situação de fragilidade. 2003: 70% da área é ocupada por aquilo que nós chamamos de Cantareira 2006 Municípios inseridos no Sistema Cantareira “Campos Antrópicos”, ou seja, são áreas de pastagens, agricultura, mineração, reflorestamentos. São áreas com algum tipo de atividade econômica. Não são áreas de ocupação urbana, porém são muito frágeis e estão mais abertas à ocupação urbana. 3% apenas 45% da região é ocupada por usos urbanos, uma porcentagem bastante MG reduzida em relação à área total do Sistema. Apenas 21% desta 55% grande área conta com remanescente de Mata Atlântica, o que foi SP bastante surpreendente para nós, que imaginávamos que essa região seria mais preservada do que Bacias Hidrográficas da Billings e Guarapiranga, porém a Bacia da Billings tem quase metade da sua área coberta de Mata Atlântica, apesar da urbanização bastante intensa. Então, é uma região bastante degradada. Outros 3% da área está ocupada por reservatórios. Em relação à parcela desses territórios que está protegida, quase 100% dela está inserida em unidade de conservação, porém das Essa é a área abrangida pelo Sistema, os quatro municípios de 3 APAs existentes na região, nenhuma delas foi regulamentada, o Minas Gerais – Itapeva, Extrema, Camanducaia, Sapucaí-Mirim –, e que significa que essa proteção é frágil e praticamente não existe. os 8 municípios do Estado de São Paulo – Vargem, Bragança, Joanó- 12% do território está inserido nas áreas de proteção aos manan- polis, Piracaia, Nazaré Paulista, Mairiporã, Franco da Rocha e Caiei- ciais – a Bacia do Juqueri – e apenas 0,5 % é efetivamente protegi- ras–, que tem uma parcela bem pequena de seus territórios inserida do, devido à parcela do município de Mairiporã que está dentro dos na área que produz água para o Sistema. Desses 12 municípios, 8 parques estaduais de Cantareira e Juqueri. deles não contam com nenhuma parcela dos esgotos gerados com Cantareira 2006 tratamento. Dos 4 municípios mineiros, nenhum tem tratamento uso do solo 2003 dos esgotos e dos 8 municípios paulistas, 4 deles apenas levam parte do esgoto coletado para as estações de tratamento. O destino dos esgotos coletados e não tratados são os rios e as represas da região, dentro ou fora da área que abastece o Sistema Cantareira. 70% uso antrópico (campos antrópicos, agricultura, mineração, reflorestamento) 3% Cantareira 2006 Disposição de lixo no Sistema Cantareira Disposição 6 dos 12 municípios depositam dentro dos limites do Sistema Alta e média densidade, ocupação dispersa, condomínios e chácaras 21% Mata Atlântica e várzeas 3% Reservatórios lixões Em 2 municípios (Camanducaia/MG e Vargem/SP) Aterros Em 4 municípios (Extrema e Itapeva/ MG, Joanópolis e Piracaia/SP) gumas tendências de alteração do uso do solo na região. Pudemos Coleta Seletiva Apenas em 1 município (Extrema/MG) notar que houve desmatamento. Mesmo com a pequena quanti- Avaliando os dados de 1989 a 2003, nós pudemos observar al- dade que ainda existe de Mata Atlântica na região, o desmataEm relação à disposição dos resíduos sólidos, as situações tam- mento continuou ocorrendo e nesse período foi equivalente a 200 bém são semelhantes. Dos 12 municípios, 6 deles têm área de dis- campos de futebol por ano, o que não é pouco para uma região posição dos resíduos sólidos dentro do limites do Sistema. Em dois que já conta com pouca vegetação. Houve aumento das áreas deles ainda há lixões, ou seja, nem são aterros sanitários, e isso sem urbanas também, o que está ocorrendo numa velocidade bastan- dúvida acaba gerando um resíduo que é mais prejudicial aos corpos te alta: 33% de aumento das áreas urbanas, principalmente da d’águas. ocupação dispersa, ou seja, áreas de condomínios, loteamentos, 1 chácaras, principalmente ligada aos usos de fim de semana, lazer, segunda moradia. Várias cidades da região bragantina estão adquirindo características de cidade dormitório. Pessoas que vivem lá, suas casa são lá, porém trabalham na região metropolitana de São Paulo. Ocorreram também 10% de aumento nas áreas de Cantareira 2006 Evolução da qualidade da água entre 1987 a 2004 Informações da Sabesp para 20 pontos de monitoramento (tributários e reservatórios) campos antrópicos, que são as áreas de passagens ou outras áreas abertas, sem usos definidos. Qualidade da água é boa Tais alterações seguem mais ou menos a seguinte dinâmica: áreas de Mata Atlântica estão sendo desmatadas para dar lugar a áreas de campo antrópico, reflorestamento e ocupação dispersa. As áreas já abertas – campos antropicos – estão dando lugar a áreas de agricultura, de ocupações dispersas ou de média média densidade. As áreas de ocupações dispersas estão se Todos os tributários, com exceção do Camanducaia, apresentaram tendência de piora nos parâmetros Bacia do Juqueri tem a maior contribuição para a piora da qualidade da água do sistema (ocupação urbana sem saneamento e poluição difusa) adensando, ou seja, existe uma tendência de abertura de mais áreas do território, de urbanização e de adensamento das áreas que já foram urbanizadas. Avaliamos também alguns dados de qualidade da água, a partir de dados que a Sabesp produz com seus pontos de monitoramento. iatã Cannabrava/iSA A qualidade da água do sistema é boa, porém todos os tributários, com exceção do Camanducaia, apresentaram tendência de piora nos parâmentos de qualidade da água. Isso pode estar relacionado ao período de estiagem e ao aumento da concentração dos poluentes, mas também ao aumento das áreas urbanas sem saneamento adequado. A Bacia do Juqueri, que conta com uma área urbanizada já bastante grande, tem a maior contribuição na piora da qualidade da água do sistema. Cantareira 2006 Ocupação de APPs “hídricas” 3% APPs ocupadas por usos urbanos 70% APPs ocupadas por usos antrópicos 73% Total de APPs ocupadas Reservatório Jaguari em dezembro de 2003 No período de 1999 a 2004, a região metropolitana de São Paulo passou por um período de estiagem bastante intensa, que teve reflexos fortes na região e que levou ao esvaziamento dos reservatórios Jaguari, Jacareí e Cachoeira. Eles ficaram bastante próximos da secura, os leitos dos rios expostos, o que acabou levando uma piora da qualidade da água, porque aumentou a concentração dos poluentes. Desde então, as represas não con- A Bacia do Juqueri é a que possui maior parcela das APPs preservadas (36%), as demais têm mais de 80% das APPs desmatadas seguiram se recuperar totalmente e agora, com este período de pouca chuva, elas acabaram passando por um processo de di- Avaliamos também a situação da APPs – áreas de preservação minuição dos níveis bastante rápido. Na data de hoje o nível do permanente – definidas pelo Código Florestal. Através de geopro- sistema é de 33,2%, que seria menor ainda, se usássemos como cessamento, nós conseguimos avaliar as APPs “hídricas”, ou seja, as parâmetros os níveis pré-Outorga. É um nível que está baixo, faixas em torno das nascentes, corpos d’águas e reservatórios. Elas mas que tomara agora que com a chuva volte a se recuperar. ocupam 16% da área total do Sistema. A situaçao das APPs segue Estas são fotos do período de estiagem, quando os reservatórios a situação do uso do solo. 73% da APPs (70% por usos antrópicos ficaram bastante comprometidos. Nós esperamos não ver nova- e 3% por usos urbanos) estão ocupadas por usos desconformes mente uma situação tão crítica. com o que seria o adequado de acordo com a legislação. Elas estão ocupadas por usos urbanos, usos antrópicos e não contam mais res de educação ambiental que estão se formando também com a com vegetação. A Bacia do Juqueri, apesar de ser mais urbanizada, participação de diversos municípios da região e outros projetos de é também a mais preservada, provavelmente por conta da presença recuperação de águas degradadas. do Parque Estadual da Cantareira dentro de seus limites. Essa foto No caso do Sistema Cantareira, o grande desafio é a gestão. mostra uma APP ainda preservada e essas são fotos de áreas que Não existe um Comitê de Bacia que cuide do Sistema como um deveriam contar com vegetação e que estão bastante degradadas, todo. Apesar de a maior parte da água ser produzida nos limites alteradas, ou com usos urbanos, ou com usos antrópicos. do PCJ, a água chega na Bacia do Alto Tietê, e não existe um Co- Como conclusão deste estudo nós identificamos algumas ameaças mitê único que seja responsável pela região do Sistema como um à integridade da região: 73% do território já está alterado por ativida- todo, conforme foi dito. Por isso, o forte papel dos municípios no des humanas e está havendo a expansão de silvicultura sobre áreas de que diz respeito à região. Quem tem responsabilidade de legislar Mata Atlântica e não somente sobre áreas que já estão abertas; au- sobre o uso do solo são os municípios, e é superimportante que a mento de 33%, das áreas urbanas – e pelo que vemos isso é uma ten- característica de produtor de água seja cada vez mais interiorizada dência que deve se acentuar com a quantidade de novos condomínios pelas gestões municipais e que os seus Planos Diretores e suas leis e oferta do mercado imobiliário na região –; 73% das APPs alteradas; de uso do solo levem isso em conta, assim como na hora de pla- falta de regulamentação das APAs existentes na região; ausência de nejar os empreendimentos imobiliários e outros empreendimentos um ordenamento territorial regional que leve em conta a característica econômicos que estão em andamento na região. É isso. Agradeço, de produtor de água; baixos índices de coleta e tratamento de esgoto; boa tarde a todos. piora da qualidade da água e crescente demanda da região metropolitana por água, e ainda uma falta de política no controle dessa Cantareira 2006 demanda, que vai um pouco ao encontro dessa busca de alternativas, Recomendações além do Sistema Cantareira, para abastecer São Paulo. Como recomendações, o estudo indica regulamentação das APAs e recuperação das áreas degradadas, focando e priorizando as APPs e as matas ciliares; criação de incentivos para o envolvi- Regulamentar as APAs existentes na região Recuperar áreas degradadas, principalmente as APPs e matas ciliares mento dos proprietários com a produção de água; ampliação de índices de coleta de tratamento de esgotos nos municípios da região; fomento às ações de educação ambiental e fiscalização de empreendimentos imobiliários. Acho que é importante ressaltar que há algumas iniciativas muito interessantes ocorrendo na região, como é o caso do programa Criar incentivos e envolver os proprietários com a produção de água Ampliar os índices de coleta e tratamento de esgoto nos municípios da região Fomentar ações de educação ambiental produtor de água; da experiência que já está em andamento em Extrema, baseada no pagamento por serviços ambientais, que nós acreditamos que seja uma alternativa da região; coletivos educado- Fiscalizar empreendimentos imobiliários Vereador aurélio nomura (pV) Obrigado, Dra. Pilar. Encontram-se entre nós o companheiro ve- Passo agora a palavra ao Dr. Gesner de Oliveira, presidente da reador José Rolin e os representantes do prefeito de Mairiporã, Dr. Sabesp, responsável pelo cumprimento da Outorga e pelo Sanea- Lourenço de Fontes Feitosa e Mário Sérgio Romaro. mento Básico no Município de São Paulo. Gesner de Oliveira, da Sabesp PPP Alto do Tietê dr. geSner de oliVeira preSidente dA SAbeSp – reSponSável pelo Cumprimento dA outorgA e pelo SAneAmento báSiCo do muniCípio de São pAulo. AbordAndo o temA: “SituAção do forneCimento de águA nA CApitAl, projeção pArA oS próximoS 10 (dez) AnoS e o eStágio dA Arte no Cumprimento doS termoS de outorgA” Muito obrigado, e reitero nossos agradecimentos já expressos aqui pelo meu colega de Diretoria, Dr. Paulo Massato, a essa iniciativa, cumprimento a todos, na pessoa do nosso presidente, vereador Dr. Aurélio Nomura (PV), e quero na verdade complementar a exposição do meu colega, o Dr. Massato, que chamou a atenção para várias ações específicas no Sistema Cantareira. Eu queria chamar a atenção para alguns compromissos do nosso programa de trabalho, que envolve a questão-chave do abastecimento da região metropolitana e, Sete diretrizeS de trabalho da SabeSp... 1] Investimentos: metas mais ambiciosas e focadas 2] Nova relação com municípios 3] Transformação da Sabesp em uma empresa de soluções ambientais 4] Cooperação com órgãos das diferentes esferas de governo naturalmente, questões que repercutem sobre o sistema Cantareira. 5] Proatividade comercial e institucional Quero dizer que as apresentações que nos antecederam, chamaram 6] Estímulo sistemático à inovação a atenção para aspectos fundamentais, em particular essa última 7] Sustentabilidade financeira apresentação, que aborda aspectos muito importantes e nós estamos novamente atentos e muito contentes em participar de encontro como este para que estas questões surjam. Vou tomar a liberdade de Vamos relembrar um pouquinho o programa de trabalho, falar apresentar alguns slides rapidamente para não tomar muito tempo, dos compromissos da Sabesp e projetos estruturantes e investimentos e chamar a atenção para três aspectos fundamentais. que afetam diretamente o PCJ. Do ponto de vista das diretrizes, do nosso programa de trabalho, eu vou destacar todas, mas vou chamar prinCipaiS pontoS... Sabesp está engajada em uma nova era de relacionamento com os municípios e a sociedade Sabesp é parte integrante do conjunto de atores comprometida com a proteção do meio ambiente Sabesp assume o compromisso de universalizar os serviços de saneamento em SP até 2018 a atenção para estas duas que já destacamos, e essa nova relação com os municípios, e aquilo que nós chamamos e entendemos da Sabesp como uma empresa de soluções ambientais. Nós entendemos que a nossa missão não é apenas ser uma empresa tradicional de água e esgoto, mas o que a sociedade reclama é uma empresa de soluções ambientais, e é nesse sentido que nós gostaríamos de trabalhar. diretrizeS para o meio ambiente... 1] Nova política ambiental da empresa aprovada em Em primeiro lugar, nós estamos empreendendo muito esforço para estabelecer um canal permanente de água com todos os municípios e naturalmente muito nos honra estar aqui nesta Casa no Município de São Paulo. O segundo ponto é que nós entendemos que o nosso papel é de proteção do Meio Ambiente e obviamente não somos os únicos atores, portanto reiteramos nosso compromis- consulta e audiências públicas 2] Obtenção da ISO 14.001 em 10% das unidades operacionais da empresa até 2010 3] Maximização das oportunidades de participação no mercado de carbono 4] Maximização do aproveitamento de oportunidades na geração eficiente de eletricidade so que é o de participar dessa coalizão de proteção ao Meio Am- 5] Elaboração de balanço ambiental - 2008 biente, que sabemos ser uma preocupação fundamental na prote- 6] Integração na carteira do Índice de Sustentabilidade ção dos mananciais, no uso racional dos recursos hídricos, e queria chamar a atenção para o fato de que o compromisso com o Meio Ambiente na Sabesp, não é um complemento ao nosso programa Empresarial – ISE da Bovespa - 2009 7] Diversificação na destinação final do lodo de ETAs e ETEs de trabalho, e reiterar que o compromisso com o Meio Ambiente é a razão de ser da Sabesp. Em terceiro lugar, eu queria ressaltar para Para o Meio Ambiente, nos assumimos vários compromissos. Eu um desafio que nós nos colocamos, que é universalizar um serviço chamaria a atenção para a nova política ambiental da empresa, que de tratamento no espaço de uma década. Isso é uma meta muito foi discutida em audiências públicas e depois numa consulta pública ambiciosa que nos colocamos e gostaríamos de mostrar repercus- de cem dias. Gostaríamos de compartilhar com a Câmara, com o sões para os Municípios do PCJ e também alguns aspectos para o Comitê do PCJ e receber sugestões para essa nova política. Não vou Município de São Paulo. detalhar as várias diretrizes para economizar tempo. Queria esclare- cer também que estamos num esforço muito grande de renovação Aqui estão as metas até 2018, com essa proposta ambiciosa de dos nossos contratos com vários municípios. Na semana passada, o 100% de tratamento, e vou mencionar rapidamente alguns projetos governador e a secretaria Dilma Pena estiveram presentes na ceri- estruturantes, não todos, um deles, APPs, Dr. Massato já mencionou, mônia de assinatura do convênio com o Município de São Paulo em mas que é particularmente importante pelo entorno, pelo conjunto, que nós começamos a trilhar um caminho de estabilidade contra- para a condição de contorno dessa situação do Cantareira. tual e certamente, de compromisso, e aqui a figura do Dr. Massato é fundamental no compromisso com investimentos, sobretudo na utilização racional dos recursos hídricos e no esgotamento sanitário. SabeSp eStá engaJada em importanteS proJetoS para Cumprir Seu CompromiSSo Com o Saneamento ambiental... Temos a satisfação de ter mais de centena de leis autorizativas nesse processo de renovação dos contratos de concessão. Temos metas ambiciosas de elevação, de manutenção do abastecimento de água, elevação da cobertura de coleta de esgoto, e tratamento de PPP Onda limpa Projeto Tietê Córrego limpo Mananciais esgoto. Eu vou retomar o tema depois para os municípios do PCJ. Essas são médias para os 367 municípios em que atuamos. Depois Temos aqui um projeto fundamental que aumenta a produção eu vou chamar a atenção para alguns compromissos nas áreas que de água no Alto Tietê, conseqüentemente reduz dinamicamente nos interessam mais de perto. Aqui nos organizamos ao longo do nossa dependência da Cantareira, o projeto Tietê, que é fundamen- tempo, nessa meta de universalização do tratamento de esgoto que tal para aquela meta de tratamento de esgoto e coleta no trata- é crucial para o Meio Ambiente. mento de esgoto. O Programa Mananciais, por sua vez, é essencial, pois nós compartilhamos com todos as preocupações em relação aos mananciais desde as situações mais criticas, da Guarapiranga e metaS da SabeSp para 2007-2010... Bilings, até a situação que foi apresentada aqui pelo ISA em relação Abastecimento de água – 2007: 100% ➠ 2010: 100% ao Cantareira, um programa que muda o panorama do esgotamen- Coleta de esgoto – 2007: 78% ➠ 2010: 84% to sanitário da Baixada Santista, que é um programa que na verdade Tratamento de esgoto – 2007: 63% ➠ 2010: 82% afeta um conjunto do Estado de São Paulo, afinal de contas há a população flutuante da Baixada Santista, mais de 1 milhão de pessoas, e o programa Córrego Limpo, em que a Diretoria Metropolitana Já em 2010, aqui estão as nossas unidades de negócio. Em novamente tem um papel importante na solução de problema que 2010 nós teremos quatro unidades de negócio com 100 % de tra- afeta a vida do paulistano. Queria lembrar esses Programas aqui, já tamento de esgoto, compreendendo quase 200 municípios, com que foi mencionada a Parceria Público- Privada do Alto Tietê, que é 100% de tratamento, e conforme assumimos recentemente numa fundamental para o aumento da oferta de água produzida. reunião do Comitê, em 2012 já teremos várias unidades inclusive unidades envolvendo Capivari e Jundiaí com 100% de tratamento eSCopo do proJeto de esgoto. A região metropolitana, como será mencionado mais OBRAS tarde, vai envolver um esforço maior ainda, bastante ambicioso que » Ampliação da Estação de Tratamento de Água de 10 para 15 m³/seg passa por saneamento do Tietê. » Construção de 17,7 km de adutoras com diâmetros entre 400 e 1.800 mm deSafio da déCada: uniVerSalizar a Coleta e o tratamento de eSgoto! 2009 2010 2012 » Construção de 4 reservatórios com capacidade total de 70.000 m³ 2018 SERVIçOS Baixo Tietê e Grande (RT) Lins Pardo e Grande Franca Baixada Santista Santos Baixo Paranapanema Pres. Prudente » Booster, estações elevatórias e obras acessórias Vale do Paraíba S.J. dos Campos Alto Paranapanema Itapetininga Vale do Ribeira Registro Capivari – Jundiaí Itatiba Região Bragantina Bragança Paulista litoral Norte Caraguatatuba Médio Tietê Botucatu » Manutenção de barragens » Tratamento e disposição final do lodo » Manutenção civil e eletromecânica Região Metropolitana São Paulo » Serviços auxiliares de adução e entrega » Serviços gerais Vou passar rapidamente aqui, porque já foram comentados na exposição do Dr. Paulo, as obras e os serviços envol- manCha de poluição – 2001 vidos nesse Projeto. Apenas, chamo a atenção para o fato de que essas ações envolvem também um salto do ponto de vista tecnológico no tratamento na destinação final do lodo da Extensão da Mancha 120 km MENOR Anhembi porto feliz Salto ETA, e ressaltar a importância e a dimensão do Projeto Tietê, barragem do rasgão barragem edgar de Souza proJeto tietê – 1ª e 2ª etapaS guarulhos itaquaquecetuba São Paulo barragem de pirapora rio tietê Nascente Salesópolis rio pinheiros rio tamanduateí SP - Capital FINANCIAMENTO BID: MAIS DE uS$ 1,5 BI represa guarapiranga » Expansão da rede coletora de esgotos represa billings » Redução da poluição de 160 km do rio Tietê » Expansão dos serviços de coleta para mais de 2 milhões de pessoas » Redução da taxa de mortalidade infantil Em 2001 já houve uma redução significativa de 120 quilômetros. na mancha de poluição. » Aumento da capacidade de tratamento de esgotos manCha de poluição Estimativa a partir de 2008 Extensão da Mancha 160 km MENOR Anhembi porto feliz Salto barragem do rasgão barragem edgar de Souza guarulhos itaquaquecetuba São Paulo barragem de pirapora rio tietê rio pinheiros nas suas primeira e segunda etapas, bem como os ganhos que já foram obtidos muitas vezes na região metropolitana; esses ganhos rio tamanduateí Nascente Salesópolis SP - Capital represa guarapiranga ainda não são percebidos, mas já houve uma redução da mancha represa billings de poluição ao longo do Rio Tietê, significativa. manCha de poluição – 1990 Nós pretendemos com a conclusão da segunda etapa do pro- Antes da 1ª Etapa do Projeto Tietê jeto Tietê, que ocorre agora (2007 e 2008) uma redução final de 160 quilômetros nessa mancha de poluição. Nós gostaríamos de Totalmente poluído e sem vida aquática Anhembi compartilhar aqui uma aflição que nós temos, porque verificamos os grandes avanços que isso representa. Mas por outro lado, tam- porto feliz Salto barragem do rasgão barragem edgar de Souza guarulhos bém temos muita pressa e constatamos que é uma situação dramá- itaquaquecetuba São Paulo barragem de pirapora tica em várias regiões do Estado; muitas vezes, não se vêem esses rio tietê rio pinheiros rio tamanduateí SP - Capital Nascente Salesópolis avanços, o que prejudica o andamento do próprio projeto. Estamos neste momento trabalhando nas etapas futuras do Projeto Tietê, represa guarapiranga que são muito importantes para o esgotamento sanitário. Aqui vale represa billings a comparação com a situação do paciente que é submetido a um tratamento difícil e que ainda não vê os resultados, mas ele precisa persistir para que realmente a cura aconteça. Nós estamos nessa fase e gostaríamos de realmente compartilhar aqui nesta Casa, com Essa era a situação em 1990. as várias autoridades presentes, este fato. reSultadoS da 2ª etapa – Coleta e tratamento 1990 2001 População: 16 milhões Esgoto gerado na RMSP programa onda limpa benefiCia toda a região metropolitana e a baixada SantiSta... População: 17,6 milhões 64% coletado Esgoto gerado na RMSP 24% tratado 2008 Projeção População: 20 milhões 63% tratado 79% coletado Esgoto gerado na RMSP 84% coletado » 1100 km de Redes Coletoras, Coletores Tronco, Interceptores, Emissários 70% tratado » 120.000 ligações Domiciliares » 101 Estações Elevatórias » 7 Estações de Tratamento de Esgoto » 1 Emissário Submarino – Praia Grande » Melhoria e Ampliação – Emissário Submarino de Santos / São Vicente Mas os avanços são notáveis. Nós precisamos identificar as limitações, corrigir os erros, mas ao mesmo tempo reconhecer os avanços. Nós passamos ali, do início da década de 90, de 24% do esgoto tratado para 70% na região metropolitana, abrangendo uma população já hoje de 20 milhões de habitantes. Então, aqui são os interceptores do Tietê, e há uma perspectiva de futuro. Quando nós olhamos adiante, nós estamos justamente preocupados em não haver uma descontinuidade do projeto, em realmente terminarmos essa segunda etapa e avançar. Isso significa muito mais tratamento de esgoto, significa uma repercussão bastante positiva em vários municípios mencionados. eStá em andamento o maior programa de Saneamento ambiental da baixada SantiSta... Novamente nós estamos olhando uma região do Estado, mas que afeta um conjunto do Estado, que dizer, a população beneficiada, muito maior do que a população fixa desses nove municípios da Baixada. programa Córrego limpo... » Nº de Córregos Priorizados: 42 » Córregos já despoluídos: 6 » Área (km²): 204 » População (hab.): 2,45 milhões » R$ 1,05 bilhão em coleta e tratamento de esgoto » Elevação dos índices de atendimento ( 95%) Jul/06 » Todos os 9 municípios da RMBS serão beneficiados Total de investimentos na RMBS em 2007-11: R$ 1,55 bi Jun/06 Córrego Carandiru/Carajás – São Paulo Finalmente, um programa que nós consideramos fascinante. Eu sempre digo isso ao Dr. Paulo, que ele lidera um programa realmente fundamental para o paulistano, e um programa que pode ser replicado em vários municípios, de despoluição dos córregos. São O Programa Onda Limpa, que por sua vez afeta a Baixada 42 córregos que estarão despoluídos até o final do ano que vem, Santista, envolve uma concentração sem precedentes e um es- e já há avanços notáveis: aqui a gente coloca a foto antes e depois forço de investimento na região; 95% de tratamento será colo- do córrego Carandiru/Carajás, e chamamos a atenção para seis cór- cado na Baixada até 2010, envolvendo um Programa de dimen- regos que já foram despoluídos e vários outros córregos que estão sões muito importantes. em processo de despoluição. ... outroS SeiS deVem eStar deSpoluídoS até o final do ano SabeSp atua em 22 muniCípioS na região do pCJ... PCJ » lago do Parque Toronto 62 municípios (58 - SP e 4 - MG) » lago do Horto Florestal (Pedra Branca) SABESP » Córrego do Ipesp 22 municípios (15 – R e 7 –M) » Córrego do Sapateiro (é o córrego que forma o lago do Ibirapuera) » José Araujo Ribeiro » Córrego Caxingui E aqui é muito importante a participação da comunidade. Esse Programa envolve R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões de reais) de investimentos, um esforço grande da Prefeitura, um esforço do governo em parceria com a Sabesp. O mais importante é que ele envolve a comunidade e esse esforço só será bem-sucedido se houver uma participação grande da Comunidade, e é isso que nós estamos compartilhando aqui com os senhores e as senhoras. Aqui temos outros córregos que até o final do ano (até dezembro), pretendemos ter despoluído. São alguns como o Parque Toronto, o Horto Florestal, 0 Ipesp e assim por diante. SabeSp reafirmou em itatiba 28/08/07 Seu CompromiSSo Com o Comitê e ConSórCio do pCJ » Hoje a Sabesp já é participante dos programas do PCJ • FEHIDRO • Cobrança pelo uso da água » A Sabesp também busca soluções conjuntas para mais de um município, por meio de soluções integradas » Engajamento, em conjunto com os demais atores da Bacia do PCJ, para a antecipação de um plano global para o tratamento de esgoto com recursos da cobrança pelo uso da água Lembramos aqui os 62 municípios envolvidos, Temos 22 municípios operados pela Sabesp, mas novamente aqui, e essa orientação da secretária é muito clara, e do governador, não há discriminação entre aqueles municípios em que operamos e aqueles em que não operamos. Nosso compromisso é com todo o Estado, é com todos os municípios, com a participação, de outras empresas, outras concessionárias, com as prefeituras, para uma solução global do problema. SabeSp rumo à uniVerSalização... » Índices de cobertura na região ainda estão aquém do desejado » Compromisso com a universalização dos serviços até 2012 Então, eu queria chamar a atenção para o nosso diagnóstico: os índices de cobertura da região estão insatisfatórios, quer dizer, nós estamos insatisfeitos com eles e queremos mais rapidamente aumentar os índices de cobertura, e temos esse compromisso de universalização até 2012. Estamos muito conscientes de que isso vai envolver novos investimentos, como ocorreu em novas obras de estações de tratamento de Paulínia, inauguradas este ano. No passado, de 1995 a 2006, fizemos um investimento da ordem de R$ 430.000.000,00 (quatrocentos e trinta milhões de reais) com a média ano de R$ 36.000.000,00 (trinta e seis milhões de reais) e o nosso programa Nós tivemos uma reunião recente em Itatiba em agosto deste de investimento prevê R$ 500.000.000,00 (meio bilhão de reais) até ano, em que reafirmamos os nossos compromissos com o Comi- 2012, envolvendo o dobro em termos de média anual de investi- tê e o Consorcio do PCJ, seja na participação dos programas do mento, quer dizer, realmente há o compromisso, no nosso programa PCJ através do FEHIDRO e da cobrança pelo uso da água, seja de investimento, para que isso ocorra e, naturalmente, nós estamos na formulação das soluções conjuntas integradas. Aqui é impor- falando de recursos da Sabesp. Mas estamos abertos a mobilização tante a antecipação de um plano global para o tratamento do de recursos de outras formas que podem acelerar esse programa de esgoto. Reiteramos, pois, algumas das metas estabelecidas para investimentos. Nós sabemos que, se a gente puder acelerar esse pro- a região do PCJ. grama será muito importante para o Meio Ambiente. eVolução doS índiCeS de Coleta de eSgoto no pCJ eVolução doS índiCeS de tratamento de eSgoto no pCJ Atingir metas até 2012 95 ou + 100 Atingir metas até 2012 95 ou + 95 ou + 95 95 ou + 100 95 ou + 95 ou + 95 81 80 80 75 79 76 75 66 65 66 54 50 50 33 26 25 25 0 21 0 Piracicaba Capivari 2005 2010 Jundiaí 2012 Aqui estão algumas evoluções dos índices de coleta de esgoto se- Piracicaba Capivari 2005 2010 Jundiaí 2012 Aqui, as metas de tratamento para atingir até 2012. parando, aí, para Piracicaba, Capivari e Jundiaí. A idéia é atingir essas metas até 2012, perdão, eu falei das metas de coletas. relembrando oS prinCipaiS pontoS... Portanto reitero, vereador, e nosso coordenador deste evento, que queremos realmente um canal permanente de diálogo. Quere- » Sabesp está engajada em uma nova era de relacionamento com os municípios e a sociedade mos colaborar mais, assumimos os compromissos que foram mencio- » Sabesp é parte integrante do conjunto de atores comprometida com a proteção do meio ambiente ambiental exige um conjunto de atores, do qual nós fazemos parte, » Sabesp assume o compromisso de universalizar os serviços de saneamento em SP até 2018 Queremos realmente colocar essa meta ambiciosa de universalização, nados, entendemos que essa tarefa de recuperação de saneamento e temos um papel importante, e que temos uma missão importante. reiterá-la aqui, para fazer valer a aquela nossa colocação de que a proteção ambiental não é um complemento, um adorno para a nossa imagem, é a razão de ser da Sabesp. Obrigado. 1 Vereador aurélio nomura (pV) Obrigado, Dr. Gesner de Oliveira. Aproveitando a oportunida- ma Córrego Limpo. Anuncio também a presença do vereador Jonas de, farei um apelo. Nós estamos discutindo na Câmara a revisão Santarosa, líder da bancada do PT em Americana; e do sr. Nelson do Plano Diretor de São Paulo, e dentro dessa revisão existe uma Antonio Pinotti, do Lions Club-Centro de Piracicaba e presidente da proposta de criarmos um parque linear às margens do Córrego do Comissão da Reversão da Água do Rio Piracicaba, que entrega um Ipiranga. Embora conste do nosso Hino Nacional, ele é maltratado, documento para todos os membros da mesa. Chamo agora o Dr. infelizmente, e nós precisamos trabalhar na sua recuperação, visto José Machado, diretor-presidente da Agência Nacional de Água, ser um ícone da nossa cidade e de nosso País. Assim sendo, faço organismo responsável pela emissão de Outorga dos Rios dos do- um apelo para que o Córrego do Ipiranga possa constar do Progra- mínios da União. dr. geSner de oliVeira Se me permite, presidente, eu tomo a liberdade de me antecipar ga está lá. As obras de despoluição terão início em 2008 e deverão ao nosso caríssimo presidente da ANA apenas para dizer que é um ser concluídas até dezembro, compromisso nosso, do Dr. Massato compromisso nosso, no Programa Córrego Limpo. A sua lembrança e meu. Nós o convidamos para verificar, na ocasião, que o córrego foi muito oportuna. No Programa Córrego Limpo, o Córrego Ipiran- Ipiranga estará despoluído. José Machado Rio Camanducaia rosimeire rurico Sacó/iSA dr. JoSé maChado grAduAdo em CiênCiAS eConômiCAS (1976) pelA fACuldAde de eConomiA e AdminiStrAção dA univerSidAde de São pAulo (uSp). póS-grAduAdo em CiênCiAS eConômiCAS (1977/78) pelA univerSidAde eStAduAl de CAmpinAS (uniCAmp). ex-prefeito de pirACiCAbA, ex-deputAdo eStAduAl, diretor - preSidente dA AgênCiA nACionAl de águAS (AnA), orgAniSmo reSponSável pelA emiSSão de outorgAS em rioS de domínio dA união Prezado vereador Aurélio Nomura (PV), prezados integrantes da do num padrão de uso irracional da água. Temos experiências em mesa, senhoras e senhores. Boa tarde a todos e a todas. Gostaria de andamento, experiências pilotos que estão dando certo, há sinais re- em primeiro lugar agradecer o convite para participar desta mesa. almente de que podemos enfrentar isso, mas evidentemente nós es- Gostaria também de enaltecer a iniciativa extremamente oportuna tamos correndo contra o prejuízo, porque São Paulo continua cres- que espero tenha desdobramentos, porque este é um assunto da cendo, São Paulo continua consumindo muita água, continua des- maior relevância, não apenas para São Paulo, não apenas para a Ba- perdiçando muita água, praticando um uso totalmente perdulário de cia do Rio Piracicaba, mas para o País. Por quê? Porque esta experiên- Recursos Hídricos, como se a água fosse uma coisa infinita, que pode cia de gestão que nós estamos empreendendo na Bacia do Piracica- ser usada à vontade, que nunca vai faltar. Nós estamos vivendo uma ba, na Bacia do Alto Tietê; essa conexão que existe entre a Bacia do situação em que a região metropolitana de São Paulo tira um absur- Piracicaba e a Bacia do Alto Tietê através do Sistema Cantareira; a do de água da Bacia de Piracicaba, tirando água de uma região que formulação extremamente engenhosa do banco de águas que consta também está crescendo, que também está num processo com um da Outorga do Departamento de Águas e Energia Elétrica para a re- padrão absolutamente inadequado de crescimento, com todos os versão das águas da Bacia do Piracicaba para o abastecimento da aspectos especulativos de ocupação do solo que o relatório do ISA região metropolitana de São Paulo; todo o processo democrático e mostra com muita clareza. A Outorga do Cantareira foi dada em participativo que aconteceu durante a renovação dessa Outorga, 1974, época em que o nosso País vivia debaixo de uma ditadura mi- houve o papel destacado da Sabesp, do DAEE, da Secretaria de Ener- litar. Foi uma Outorga de cima para baixo, autoritária. A Outorga de gia e Saneamento, do Comitê do PCJ, do Consórcio do PCJ, da Agên- 2004 já foi feita sob a égide da lei paulista das águas, a lei 7633 de cia Nacional de Águas, das Comunidades; enfim, isso tudo é uma 1991, e da lei nacional das águas, a lei 9433 de 1997, leis que indu- experiência extraordinária que se constitui num paradigma para o zem à gestão participativa das águas. Neste contexto atual, você já nosso País. É bom lembrar que o Brasil está celebrando este ano 10 tem na Bacia do Rio Piracicaba um comitê robusto que é o Comitê anos de vigência da sua Lei das Águas. Dez anos é período muito PCJ, a nossa “menina dos olhos”, um comitê altamente, qualificado, curto, muito pequeno para um desafio monumental de um País que participativo, de tradição, e que falou: olha, não haverá renovação não fez a lição de casa no passado. As gerações passadas não cuida- dessa Outorga assim de qualquer jeito, não; hoje eu estou na ANA, ram do Meio Ambiente, não cuidaram das nossas águas, e nos lega- portanto eu tenho de ter uma maneira diferente de olhar diante da ram um déficit ambiental, um déficit de formulação de gestão, de complexidade da gestão de recursos hídricos do país. Mas, por oca- planejamento, de regularização de água; portanto, esta nossa gera- sião da Outorga do Cantareira, eu estava lá em Piracicaba, era mem- ção é que está tendo sobre os seus ombros a responsabilidade de bro do Comitê, da direção do Consórcio, portanto, eu estava olhan- equacionar um problema extremamente complexo, olhando o pano- do da ótica dos interesses da região na qual eu estava politicamente rama nacional e, em particular, olhando a problemática, objeto desta inserido. Bom, mas de todo modo a Outorga que foi assinada no dia audiência pública. Eu, Gesner, já perdi muito cabelo, e vejo que você 6 de agosto de 2004 foi produto de uma grande e extraordinária também e acredito que vamos continuar perdendo e muitos que es- negociação, constituindo-se num dos melhores exemplos que este tão aqui vão realmente perder cabelo. Por quê? Porque nós estamos País tem de negociação democrática, participativa, na qual todos os diante, talvez, do maior conflito pelo uso da água do nosso País, atores puderam se expressar com a total liberdade de colocar seus conflito que está instalado aqui nesta região. A região metropolitana pontos de vista e as suas exigências. Tanto que a Outorga não foi de de São Paulo pelo seu tamanho e pela sua complexidade é um exem- 30 anos, foi de 10 anos, sabiamente de 10 anos. O prazo já está plo do padrão de desenvolvimento insustentável que vigorou neste correndo, três anos já se passaram e essa Outorga tem condicionan- país. Vindo há pouco do aeroporto para cá, fiquei observando a in- tes que colocam com muita clareza o seguinte: Nós precisamos nos sustentabilidade do trânsito de São Paulo. Isso é uma bomba de efei- entender e verificar qual é o padrão de desenvolvimento que nós to retardado, é uma coisa absolutamente insustentável o que está queremos, porque daqui até 2014, se tudo continuar como está, se acontecendo, do ponto de vista de planejamento, do ponto de vista nada mudar em termos de uma visão diferente, uma atitude diferen- de um padrão de desenvolvimento adequado. E na área de Recursos te, o conflito vai ser complicado, e aí o DAEE vai ter de mediar isso, a Hídricos não é diferente, porque nós continuamos ainda perseveran- ANA vai ter de mediar. Isso vai ser uma coisa meio complicada porque evidentemente que a sociedade inserida ali dentro daquele contexto Comitê do Alto Tietê a dar passos mais robustos em direção à gestão, da Bacia de Piracicaba não vai aceitar tacitamente a renovação da porque o Alto Tietê ainda está em debito com a sociedade brasileira, Outorga se nada prosperar, se nada mudar. Existe um item na Outor- e não só com a sociedade paulista; esse Comitê precisa ser mais ga, que a Dra. Leila mencionou, que acredito seja o ponto central agressivo, mais ousado. Por quê? Porque, por exemplo, a cobrança desta audiência pública, que é o Artigo 16, da Portaria de Outorga do pelo uso da água nas bacias paulistas já se iniciou na bacia do Paraíba DAEE, que diz que São Paulo, através da Sabesp, tem de apresentar do Sul e na bacia do Piracicaba, mas não na bacia do Alto Tietê. A alternativas para o seu abastecimento que representem diminuição cobrança pelo uso da água é uma ferramenta de gestão importantís- ao longo dos próximos anos da dependência do Sistema Cantareira. sima e embora pareça ser impopular implantá-la não podemos vacilar Essa foi exigência interposta na Outorga a pedido do Comitê PCJ, porque o problema ambiental dos recursos hídricos no Sistema Can- porque a população da Bacia do Piracicaba quer seu rio de volta, nas tareira é sério, é grave, como bem demonstrou aqui a companheira condições em que se encontrava há 30 e tantos anos. Pode parecer do ISA. Acho que isso também é uma coisa que deveria ser prioriza- uma exigência descabida, mas esse é o pomo da discórdia que nós, da, ou seja, o resgate das condições do entorno, porque aquilo lá é com altivez e elevado espírito público, temos de enfrentar. O fato é um manancial e nessa escalada de degradação que vai indo, daqui a que nesta escalada de um crescimento insustentável que ainda vigora pouco esse manancial não poderá ser usado nem por São Paulo e no Brasil, eu pergunto se daqui até 2014, data em que expira a atual nem por Piracicaba. Não é possível a gente acreditar que isso possa Outorga do Sistema Cantareira, nós vamos ter as condições adequa- acontecer. Bem, evidentemente eu estou fazendo um discurso muito das para uma negociação pacífica em torno da sua renovação. Eu sei, exigente, muito afirmativo, mas eu não posso deixar de sublinhar o por exemplo, que a Sabesp cogitou, não sei se ainda cogita, que uma amadurecimento que houve nesse processo, um amadurecimento das alternativas para equacionar o abastecimento da capital é buscar muito grande. A Outorga do Cantareira é modelo para o País, eu água no Paraíba do Sul; pois bem, vai ser outra complicação, porque diria que ela deve ser uma referência inclusive internacional, dada a a Bacia da Paraíba do Sul tem seu Comitê também altamente organi- situação, o contexto em que ela foi elaborada, com forte participa- zado que vai realmente colocar: mas espera ai, vocês vão tirar água ção de vários atores. Então, eu acredito que o caminho está dado, daqui por quê? Como é que fica? A alternativa é buscar água no Vale o caminho tem um rumo que é a implementação da gestão de re- do Ribeira? No Médio Tietê, a que custo? Enfim, vereador Nomura, cursos hídricos, de acordo com o que a lei preconiza, e não pode- eu fiz questão de colocar as coisas nestes termos, com a dramaticida- mos deixar de dar seqüenciamento a todas essas ações que o Ges- de necessária para impressionar esta platéia, pois aqui há represen- ner colocou aqui e outras que precisam ser colocadas. Queria, tantes tanto da Bacia do Alto Tietê como da Bacia de Piracicaba e a portanto, dizer que a ANA está atenta para essa situação aqui da Câmara Municipal de São Paulo faz muito bem em colocar este as- região de São Paulo, da região do PCJ, estamos acompanhando de sunto na pauta, porque não vamos querer discutir isso apenas em perto o que está acontecendo. Evidentemente que o nosso sistema, 2014, certo? Temos de discutir agora, imediatamente. A Dra. Leíla e ainda bem que seja assim, é um sistema de pactuação, a ANA colocou muito bem: o Departamento de Águas e Energia Elétrica re- entende, e acredito que a DAEE também entende, que não tem o cebeu uma delegação da ANA para dar a Outorga e, portanto, fazer menor cabimento a gente simplesmente usar o poder de polícia a gestão do Sistema Cantareira, mas a ANA mantém em última ins- para resolver o problema dessa magnitude, dessa complexidade. tância a sua prerrogativa legal de fiscalizar, e nós estamos fiscalizan- Isso significaria dar um tiro no pé, não serve para nada, o que vale do. Recentemente, o Dr. Gesner esteve em Brasília, já conversamos é o amadurecimento da visão dos homens públicos e também da sobre uma situação preocupante de baixo volume útil no Sistema comunidade, que precisa também participar e atuar no sistema de Cantareira. Aliás, eu queria dizer, Gesner, aqui em público, o seguin- gestão das águas. A Outorga do Cantareira é um pacto, é isso que te: como presidente da Sabesp, você é um presidente presente, não tem de ser entendido, e esse pacto não pode ser quebrado, e tem é um presidente ausente. Isso é uma coisa muito importante, porque mais: esse pacto se exaure no ano de 2014 e quando chegarmos lá eu acho que a Sabesp é uma empresa que tem envergadura e status ele terá de ser refeito em outras bases, não nas atuais. Portanto, de uma grande empresa; ela tem uma responsabilidade muito gran- vereador Nomura, o senhor está de parabéns pela iniciativa de co- de nesse processo, então precisa de um presidente que esteja à altu- locar este tema em debate, como debate central da cidade de São ra, com responsabilidade de enfrentar, de frente, os problemas e os Paulo. Bom, eu não entrei em considerações de caráter técnico, desafios e de colocar com franqueza as dificuldades que a Sabesp porque eu acho que esse aspecto já foi exaustivamente colocado; está tendo para descortinar as soluções, para dar conta do abasteci- eu fiz questão de sinalizar os desafios políticos que temos pela fren- mento de São Paulo. É preciso, sim, haver uma forte interação entre te. Esta é a contribuição que eu gostaria de deixar para esta audiên- o Comitê do PCJ e o Comitê do Alto Tietê, e eu queria exortar o cia. Muito obrigado Vereador aurélio Nomura (PV) Muito obrigado, Dr. José Machado. Como sempre, uma pessoa discutindo o futuro, o que exige a realização de um trabalho am- brilhante, tanto que preside a ANA. Gostaria de comunicar que se biental junto às crianças. E o trabalho apresentado é de excelente encontra presente o deputado Fábio Porchát, e Raimundo Menin, qualidade. Convido agora, para participar desta apresentação, o ambos diretores da Academia Latino Americana, que desenvolve meu companheiro do Partido Verde, o nosso prefeito de Atibaia, trabalho de Educação Ambiental, e estão apresentando aqui, na Dr. José Roberto Tricoli, presidente do Comitê da PCJ e responsável saída, um vídeo que deve ser visto, porque na realidade estamos pela coordenação na Bacia do acordo para concessão da Outorga. 46 José Roberto Tricoli iatã Cannabrava/iSA Reservatório Cachoeira dr. JoSé roberto triColi prefeito de AtibAiA, preSidente do Comitê nACionAl (federAl) dAS bACiAS doS rioS pirACiCAbA, CApivAri e jundiAí, órgão do SiStemA nACionAl de gerenCiAmento doS reCurSoS HídriCoS reSponSável pelA CoordenAção nA bACiA do ACordo pArA A ConCeSSão dA outorgA Boa tarde a todos. Vocês vão perceber que, no ponto critico, no momento critico Quero cumprimentar o vereador Aurélio Nomura (PV), que pre- de estiagem, saltamos de 17 (dezessete) para 5 (cinco). Nos piores side esta sessão e também é relator do Plano Diretor do Município momentos, a gente acaba tendo de 22 (vinte e dois) para 7 (sete), de São Paulo. Cumprimentar todos da mesa, dizer que é muito e é esse o número proporcional que representa a situação que aco- importante essa iniciativa. Quero fazer uma deferência especial ao meteu a nossa região desde a implantação do Sistema Cantareira. presidente da ANA, o Dr. José Machado, pela articulação que a Ou seja, foram-nos nos retirado mais de 2/3 das águas, não é isso? Agência tem feito no âmbito de interesse dos Comitês. Reconhe- Evidente que isso representou um impacto direto e imediato naque- cer na pessoa do Gesner, presidente da Sabesp, que realmente a le momento nas cabeceiras, porque as áreas inundadas provocaram Sabesp está com uma postura diferente. No decorrer dos tempos, um grande declínio na economia da região, nas terras mais férteis, desde inclusive a discussão da Outorga, é nítida a diferença de com- regiões de produção agrícola, rural, enfim, mas, com o decorrer do portamento da Sabesp. A gente percebe que há uma disposição de tempo, isso foi refletindo no médio Piracicaba, na região de Campi- mudar, pelo planejamento proposto, efetivamente vamos ter me- nas, mais adiante na própria cidade de Piracicaba. Essa situação ge- lhores e diferentes momentos do que tivemos até aqui. rou a organização da sociedade, em função do conflito. Na verdade Queria dizer que tenho apenas três anos de militância como presi- há uma conjunção muito forte de intenções de todos os municípios dente do Comitê, mas há uma história enorme por trás do Comitê do e o segmento de todos. Eu vou fazer algumas considerações, mas Piracicaba, que tem 13 anos de existência. É o Comitê Estadual mais evidentemente quem vai falar melhor é o próprio Cláudio de Mauro, antigo do Brasil. O Comitê veio antes do Consórcio, e foi resultado do porque ele foi presidente do Comitê por seis anos e liderou como tal próprio Movimento da Sociedade Civil, que se organizou nitidamente o episódio da Outorga, e também mas com certeza, o Paschoalotti e fortemente em Piracicaba, mas também em toda a extensão da que está aqui e representa a Sociedade Civil, sendo vice-presidente Bacia do Piracicaba. A verdade é que o Sistema Cantareira mudou do nosso Comitê desde a sua origem. Portanto certamente eu sou drasticamente a condição dos rios da nossa região, como podemos quem tem menos bagagem... Mas eu queria lembrar, então, o que notar nesses comparativos, do ano de 1961 a 2001, quarenta anos, já foi o ato, assinado por todos os segmentos publicados em junho as vazões medidas da ponte do Rio Atibaia no município de Itatiba. de 2004. A a partir daí, a ANA tem feito junto com DAEE relatórios VAzõES MÍNIMAS MENSAIS (m3/seg) VAzõES MÍNIMAS MENSAIS – POSTO BAIRRO DA PONTE EM ITATIBA NO RIO ATIBAIA ANO JAN FEV MAR ABR MAI JuN Jul AGO SET OuT NOV DEz 1961 46,83 44,01 45,41 34,55 25,83 20,08 17,27 13,70 10,05 8,98 13,10 16,23 2001 11,11 16,00 14,62 7,42 6,58 6,65 5,00 3,80 3,68 6,44 4,88 10,25 VAzõES MÁXIMAS MENSAIS (m3/seg) VAzõES MÁXIMAS MENSAIS – POSTO BAIRRO DA PONTE EM ITATIBA NO RIO ATIBAIA ANO JAN FEV MAR ABR MAI JuN Jul AGO SET OuT NOV DEz 1961 116,75 55,61 89,62 52,63 50,14 31,10 25,83 21,20 20,08 21,65 31,73 35,21 2001 63,67 58,47 40,29 37,93 26,12 16,30 11,03 10,33 15,80 48,10 36,71 104,74 VAzõES MéDIAS MENSAIS (m3/seg) VAzõES MéDIAS MENSAIS – POSTO BAIRRO DA PONTE EM ITATIBA NO RIO ATIBAIA ANO JAN FEV MAR ABR MAI JuN Jul AGO SET OuT NOV DEz 1961 67,14 50,36 62,35 44,10 36,98 27,65 22,24 17,87 15,16 14,72 19,65 25,23 2001 24,50 30,61 19,51 13,62 10,16 8,41 7,34 6,64 6,63 16,35 15,40 36,84 sistemáticos, periódicos, De 2004 a 2007, desde o início da Outorga, haver uma situação, uma conformação diferente no futuro. Enfim percebemos que existe uma pequena mancha que representa o pior esses relatórios são feitos como eu disse; rotineiramente, pactuados momento. Mas a gente não está em um bom momento de vazão sempre e publicados em comunicados conjuntos por ANA e DAEE, ou mesmo no nível da represa. Temos hoje em torno de 1/3 do nível, regulados mensalmente, bimensalmente, respeitando o que foi e como toda situação, quer dizer, quando há conflito, quando falta pactuado nos s de Outorga. O relatório de outubro de 2007 afirma água, você estabelece uma discussão, e você tem de ter um regra- o seguinte: efetivamente foi praticada no período uma vazão média mento adequado para enfrentar isso. de transferência de 28.3 para metropolitana e deferente 8.3 para a Bacia do Piracicaba. O que interessa hoje para nós é entender esse quadro de prazo de início e término das exigências... Tem um qua- VazõeS CaraCteríStiCaS do reSerVatório CaChoeira – outubro/2007 dro de status atual, esse relatório é da Sabesp, disponível no nosso site, do PCJ... Também faltou dizer que quem acompanha esses dados é a Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico, e o Comitê 35 30 tem onze Câmaras Técnicas de extrema integração. Enfim, há uma Vazão (m3/s) 25 extrema tolerância, do ponto de vista da atuação dos membros do 20 15 Comitê do PCJ para com a Sabesp. Por quê? Vocês vão perceber 10 que há sempre prorrogação de alguma exigência prevista no ato 5 31/10/07 30/10/07 29/10/07 28/10/07 27/10/07 26/10/07 25/10/07 24/10/07 23/10/07 22/10/07 21/10/07 20/10/07 19/10/07 18/10/07 17/10/07 16/10/07 15/10/07 14/10/07 13/10/07 12/10/07 11/10/07 10/10/07 09/10/07 08/10/07 07/10/07 06/10/07 05/10/07 04/10/07 03/10/07 02/10/07 01/10/07 0 Data q afluente q retirada jusante da Outorga. Tem coisa que efetivamente está concluída, mas, por exemplo, primeiro item: Plano de Contingência, que a Dra. Leila já explicou o que é; inicialmente eram dois meses, aí prorrogou para q túnel 6 36 meses, e ainda está em andamento, não está concluído. E por aí vai. Entendemos que quando damos um passo à frente sempre VazõeS CaraCteríStiCaS do reSerVatório atibainha – outubro/2007 há esse questionamento de todos os itens pactuados. Percebemos que há uma preocupação dos agentes envolvidos, atores, mas principalmente por parte do Comitê, para pactuarmos. Não está dan- 35 30 do para cumprir, vamos dar mais um prazo, mas isso também tem Vazão (m3/s) 25 um certo limite. Há um item, o 16, por exemplo, o que fala das 20 15 providências para que se viabilizem, para fazer estudos e projetos, 10 5 para viabilizar redução da dependência do Sistema Cantareira, ali31/10/07 30/10/07 29/10/07 28/10/07 27/10/07 26/10/07 25/10/07 24/10/07 23/10/07 22/10/07 21/10/07 20/10/07 19/10/07 18/10/07 17/10/07 16/10/07 15/10/07 14/10/07 13/10/07 12/10/07 11/10/07 10/10/07 09/10/07 08/10/07 07/10/07 06/10/07 05/10/07 04/10/07 03/10/07 02/10/07 01/10/07 0 Data q afluente q retirada jusante q túnel 6 Bol. Mon. Sistema Cantareira, Brasília, v. 2, n. 11, p. 1-11, nov. 2007 ás, da região metropolitana, das águas do Sistema Cantareira. Isso já deveria estar sendo concluído, porque foi estabelecido há trinta meses, lá em 2004. Foi protelado, foi prorrogado, está contido no encaminhamento do Plano Diretor de Abastecimento, mas não está efetivamente concluído. O Comitê PCJ tem feito uma série de E a gente concorda com tudo o que foi falado anteriormen- ações em conjunto a Sabesp e o DAEE para combater perda, para te. Desenvolvemos modelo adequado, democrático e participativo que a gente reduza efetivamente consumo abusivo, o desperdício. para enfrentar esse conflito, somos atores de um grande processo, Isso está sendo bom. Há uma série de programas que incentivam herdeiros, descendentes de histórias, e essas condições fazem com isso, como a cobrança pelo uso da água. Nos rios federais já está que a gente tenha um papel extremamente responsável. A gente implantada, nos estaduais está em andamento. Estamos colhendo tem de entender o processo histórico, tem de entender a posição frutos agora, e eu ressaltaria o projeto produtor de água, um proje- que cada um ocupa, os agentes, e poder trabalhar as equações to piloto, apoiado e articulado em conjunto com a ANA, o Comitê, desste conflito. Se a região metropolitana tem em torno de 8,8 mi- a parte Limeira e a parte Paulista, um piloto em Extrema. Esse pro- lhões abastecidas pelo Cantareira, como a Dra. Pilar colocou, o Pi- jeto já está sendo ampliado, a gente já tem previsto o investimento racicaba é 50% disso. Nós temos uma população próxima de 50%, R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), para a próxima etapa. Estão em torno de 50%, e que, em fator populacional, isto é, até nos previstos R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) para investimento índices de crescimento populacional do que a própria população produtor de água nas cabeceiras, e proposta de Emenda Parlamen- metropolitana de Campinas. Isso é o IBGE quem diz. Temos meta- tar. Então, temos feito uma série de ações para cumprir nossa parte de de população supera tem hoje a região metropolitana, e pode no âmbito da nossa região. É estratégico que a Sabesp entenda a importância de concluir o que está pactuado há três anos. Dos 61 mitê é construído e instituído para falar de água, e quando falamos ou 62 municípios, 15 ainda não assinaram o contrato com a Sabesp de regulamentação de área de proteção ambiental, estamos falan- para que tenhamos o Plano de Recuperação e Implantação do Siste- do de outros itens, mas, notadamente, é questão de uso parcial de ma de Tratamento de Esgoto, ponto importantíssimo. Eu quero des- solo e não há necessidade de que seja feita de uma forma linear. tacar isso, porque não é uma obrigação. Porque o Comitê do PCJ Falo como prefeito: se o município do lado do meu município fizer tem 2/3 dos municípios com autarquias municipais e somente 1/3 é uma regra mais tolerante do que toda a restrição que eu possa Sabesp em torno disso. Neste caso, existe aqui, pactuada na Outor- fazer no meu município, ele concorre de uma forma extremamente ga, a exigência de que os municípios também têm de cumprir a sua desequilibrada; ele forja um mau comportamento que deseduca. obrigação. Então, todo mundo tem de fazer a sua parte. Eu acho de Estou falando porque existe isso. Há município próximo do nosso que a Dra. Pilar, na exposição dela, foi extremamente oportuna. O que tem represa, cuja área urbana é exatamente todo município e trabalho do Instituto Socioambiental, é um equalizador no sentido decretou com Mário Brani o município inteiro. Então, toda a área de que cada um faz a sua parte, mas ela destacou uma coisa que é passível de loteamento, de ocupação, mas quem deve fazer essa eu acho importante, que existem as APPas nas cabeceiras. A regu- regulamentação é o governo do Estado, não há possibilidade, ou lamentação das APPas é crucial para combater tudo aquilo que está alguma agência regional transferir a responsabilidade, eu acho que apontado. Isso quer dizer, em doze, em quinze anos, quase vinte a Sabesp pode nos ajudar... Isso vai proporcionar que os municí- anos, cresceu 33% toda uma área urbana dessa região de cabecei- pios possam praticar planejamento. Eu queria terminar a minha fala ra; isso, 33%, é isso que cresceu. Mas, vamos entender o que acon- agradecendo imensamente a oportunidade. Sei que os que vão me tece. Os municípios das cabeceiras, de portes médio e pequeno, suceder, principalmente o Paschoalotti e o Cláudio Mauro, vão dar não têm estrutura técnica ou financeira para bancar planejamento ênfase em alguns pontos que eu talvez tenha deixado de comentar. integrado. Aliás, não cabe a cada município desenvolver a sua regra Agradeço e cumprimento demais. Ao Aurélio por essa iniciativa que de uso da ocupação do solo. Se existe uma APPa, a regulamentação é extremamente estratégica para o Plano Diretor e para essas sita- é regional e isso de que vir de quem. De um organismo regional. ções estruturantes, como questão da água e do planejamento de Também não cabe ao Comitê assumir esse encargo, porque o Co- conflito do percurso. Obrigado. 0 Vereador aurélio nomura (pV) Obrigado, prefeito José Roberto Tricoli. Como havíamos de uma reunião, do Colegiado, do Secretariado. Convido, a conversado anteriormente com o Dr. Gesner de Oliveira, ele já seguir, o dr. Miron Rodrigues da Cunha, presidente da Funda- havia assumido compromissos anteriormente mas fez questão ção Agência da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, a nos expor de comparecer aqui, e agora deverá nos deixar para participar suas considerações. Miron Rodrigues da Cunha e os demais integrantes da mesa iatã Cannabrava/iSA 1 Reservatório Atibainha e Rodovia Dom Pedro II dr. miron rodrigueS da Cunha preSidente dA fundAção AgênCiA dA bACiA HidrográfiCA do Alto tietê Boa tarde a todos. Eu inicio minha fala preocupado com meu A situação de escassez hídrica no Alto Tietê já é antiga. Se não cabelo, uma vez que o Dr. José Machado já tem sinalizado com unirmos todas as forças, o Poder Público: estadual e municipal e a so- freqüência que a Bacia do Piracicaba não vai fornecer mais água ciedade civil, e fundamentalmente a educação ambiental, que deve para nós. Se não tratarmos de produzir água, e defender a nossa ser intrínseca à primeira infância, na escola, dotando-se de expressiva Bacia na linha do tempo, teremos grande ênfase nessa disputa em carga horária para educar tanto jovens, adultos e idosos, a situação se um futuro próximo; temos de estar muito preparados para discutir agravará ainda mais. Quem educa é a vida e o professor dá os cami- com o Dr. Machado, e como ele é amigo, é melhor conversar agora, começar a tomar as providências, senão o futuro será árduo. CaraCterização baCia alto tietê – bat discursos, elaboramos documentos técnicos, não somos especialistas em educação. Vê-se atualmente uma má alocação de recursos do FEHIDRO em pequenos programas de educação que possuem carga » 35 municípios horária de duas, três horas – isso é dispersão de dinheiro público. É cla- » Aprox.18 milhões de habitantes ro que existem ONGs competentes, organizadas e que aplicam bem o » Área da BAT: 5.985 km² recurso, mas é impossível pensar nessa pulverização do jeito que está. » Peso da população da RMSP no Brasil: 9,28% O fortalecimento de CBHs como, por exemplo, o PCJ, sempre ci- » Peso do PIB da RMSP no PIB Nacional: 18% tado, utilizou-se do apoio primordial da sociedade civil, do governo; » Área da BAT sobre a área do Brasil: 0,07% de um total de 8.514.215,3 km² agregou conhecimento da escola Luís de Queiroz – Esalq, ou seja, » Disponibilidade recomendada pela ONu: – 2.000 m³/hab./ano – A BAT possui 201 m³/ habitante/ ano – 1/10 do valor indicado pela ONu nhos, não somos nós os ambientalistas, que fazemos isso. Proferimos Eu não vou falar de indicadores e de dados, somente de dois dados bastante relevantes. Nós, da Bacia do Alto Tietê, representamos 18% do PIB Nacional e 9,3% da população do País. Se não tivermos água reuniram-se as inteligências da região e de fora dela. Da mesma maneira, a Bacia do Alto Tietê, que também possui a Universidade de São Paulo, inúmeras Universidades particulares, não o faz, por falta de vontade política, falta de unidade da sociedade civil. São esses os aspectos que estão muito desagregados nesta gigantesca região metropolitana que possui 36 prefeituras e 20 milhões de habitantes. Por exemplo, se não existir e for colocado em prática para dar ao nosso povo, às nossas indústrias, aos nossos serviços, a si- um Plano de Macrodrenagem “falar que vão limpar o rio Tietê, isso tuação se complicará. Por outro lado, mesmo que o Comitê PCJ queira é brincadeira!!”, Há municípios com mais de um milhão e meio de fornecer quantidade de água suficiente para nós, ele não poderá fazê- habitantes, lançando esgoto in-natura no Tietê e seus afluentes. lo, porque a água não será mais suficiente a eles e casa em que falta “Isso é enxugar gelo!” Vamos limpar o Tietê ou não? pão dá uma briga danada”. Então, temos como alternativa para nosso Dentre as alternativas de minimização dos problemas de nossa Comitê implantar a cobrança pelo uso da água, pois o recurso exis- bacia, temos: o aumento da produção da água no SPAT – Sistema tente no Fundo Estadual não é suficiente visto o tamanho de nossos Produtor do Alto Tietê, a proteção das matas ciliares, educação am- problemas, e essa cobrança poderá contribuir fortemente aos nossos biental com enfoque no uso racional, “são empreitadas para muitos trabalhos, e assim “teremos cabelos, cabelos para serem arrancados”. carecas, para milhares de carecas a resolverem isto”. CaraCterização baCia alto tietê – bat » Disponibilidade da BAT: Disponibilidade de 63 m³/ seg (para uso urbano) e a capacidade de produção do sistema integrado é de 67,7 m³/seg. » Quanto a BAT recebe do PCJ: O Sistema Cantareira importa 31,3 m³/seg dos reservatórios localizados nas cabeceiras dos Rios Atibaia, Atibainha, Cachoeira e Jaguari da Bacia PCJ. » Perdas da Sabesp: estima-se 30% do total produzido » A demanda urbana média da BAT: – Em 2000 era de 64,97 m³/seg ; – Em 2010 a demanda média será de 69,76 m³/s queStõeS para o debate 1) Como o Município de São Paulo, com suas complexidades, características e abrangências, pode trabalhar para melhorar o gerenciamento de recursos hídricos da BAT? » Reduzindo sua demanda; » Minimizando perdas e roubos de água; » Reduzindo consumo; » Reduzindo uso não sustentável e não racional; » Contribuir no fortalecimento da gestão de Recursos Hídricos. Eu tenho alguns questionamentos a deixar aqui para o audi- é exacerbada ao seu tamanho; a água é mal distribuída e mal utili- tório, porque eu não vou mais falar de estatísticas, nem de dados zada, e uma boa porção está contaminada. “Isto é coisa de louco, desses que estão aí. Nós temos de reduzir a demanda, minimizar ter água e importá-la de outras regiões e exportar parte para uma as perdas, reduzir o consumo, contribuir para o fortalecimento de terceira.” Nós estamos com um problema muito sério, seríssimo! As gestão dos recursos hídricos em geral, em que o melhor canal para cabeceiras de um rio sempre geraram guerras. Vejam, por exemplo, o fortalecimento é o Comitê de Bacia. É aqui nós temos um Comitê o lamentável caso de Israel, nas colinas de Golan, onde nasce o Rio que é composto por 36 prefeituras, portanto administração pública Jordão. Imaginem, aqui, os produtores rurais em desenvolvimento entre uma infinidade de atores. na região de Piracicaba. Mais de 900 quilômetros de distância que A nossa “megalópole” possui uma Secretaria do Verde e do percorre o Rio Tietê, a demanda de água que haverá. Meio Ambiente muito competente, com programas de revitalização de rios, e outros mais. Temos de melhorar a integração. Um exemplo é o desalinhamento entre o Plano Diretor de uma cidade e o Plano da Bacia Hidrográfica “que chega a ser de quilômetros”. Não se pode conceder um Plano Diretor sem considerar o Plano da Bacia Hidrográfica, pois ele é que dirige a questão ambiental e de preservação em geral. A questão da água é fundamental, porém não se pode pensar na água isoladamente, como dito pelo Dr. José Machado em uma reunião recente em Foz do Iguaçu que propôs e criou naquele momento um Fórum de Integração para discutirmos dia vinte e seis deste mês , aqui em São Paulo, a questão da integração entre bacias. Já que esse conceito é fundamental a todo sistema, é bom lembrar que a palavra sistema implica em organismos vivos, sistêmicos e integrados. A questão da interação da água assemelha-se a do corpo humano, “se houver falha em um órgão, Então, como palavra final, temos de fortalecer os Comitês, prin- o problema se transfere ao sistema todo”. A partir dessa simples cipalmente este aqui, que tem de ser o maior comitê do País, e aqui comparação, pode-se introduzir a questão da união da Sociedade há muito dinheiro para pagar pelo uso da água. São 18 milhões Civil com o Poder Público, com educadores e com vereadores, que para contribuir com centavos e melhorar a produção e a qualidade fazem uma gestão sempre provocativa. da água. Então, vamos trabalhar! Continuar trabalhando! Como estamos A Sabesp, o DAEE, a sociedade civil e as prefeituras têm de se batalhando há muitos anos, e enquanto presidente da Agência Alto juntar e fazer campanha de tal forma que o povo se torne parcei- Tietê, meu cabelo diminui de tanta preocupação, mas continuo for- ro, como se fosse campanha de vacinação. Se não houver unidade te assim como o Dr. José Machado. Nós estávamos discutindo a na parceria, um esforço comum com campanhas bem dirigidas, o questão da falta d’água, que com o aumento da demanda, ficará povo não contribui. O povo não suja o metrô, porque ele é bom, caríssima. Fala-se em importar água de 300 quilômetros de distân- e lá anda povão, aos milhões, como eu também. A questão está cia– “isso é coisa de louco”. Talvez se esse dinheiro fosse direcionado na estratégia mesmo, de um plano de gestão correta, comando e as regiões produtoras de água, aumentando a disponibilidade hídri- vontade. O Poder Público, que tem poder até de polícia, deve ter ca, melhorando a qualidade da água, essa sim seria uma alternativa realmente a vontade para isso. Então, os meus indicadores, conti- à falta de água na região metropolitana de São Paulo. “Não é que nuarei com eles guardados aqui. Uma boa tarde para vocês, pois falte água nesta Bacia, ela possui muita água, porém a população com indicadores não faremos muita coisa, não... Vereador aurélio Nomura (PV) Obrigado, Dr. Miron Rodrigues da Cunha. Chamo agora o professor Cláudio Antonio de Mauro, que foi o presidente dos Comitês Paulista e Nacional da PCJ e, atualmente, é assessor parlamentar da ANA. 54 Cláudio Antonio de Mauro iatã Cannabrava/iSA Barragem e Reservatório Paiva Castro prof. Cláudio antonio de mauro geógrAfo, ex-prefeito de rio ClAro (Sp), preSidente doS ComitêS (pAuliStA e nACionAl) durAnte A ASSinAturA do ACordo pArA ConCeSSão dA outorgA; AtuAl ASSeSSor pArlAmentAr dA AgênCiA nACionAl de águAS Em primeiro lugar, quero desejar uma boa tarde a todos. Vim a Sabesp teve presença efetiva e merece nossa saudação. Mais que matar minhas saudades. É um momento muito especial para o ve- isso, devo destacar que na oportunidade o superintendente do DAEE, reador Dr. Aurélio Nomura, por isso, o cumprimento pela iniciativa. Dr. Ricardo Borssari, o secretário de Energia Saneamento e Obras, Afinal de contas, o Município de São Paulo está discutindo e re- Dr. Mauro Arce, o coordenador de Recursos Hídricos do Estado de vendo seu Plano Diretor, e o vereador Aurélio Nomura (PV) exerce São Paulo, Dr. Rui Brasil, tiveram uma posição firme de colaboração a responsabilidade de ser o relator desse Plano Diretor. Além da e de participação ativa para que o processo se desse de uma forma responsabilidade, essa missão se reveste de muita importância. E democrática, respeitadora dos interesses da média e baixa Bacia do seria inadequado que São Paulo, ao fazer ou rever seu Plano Dire- Rio Piracicaba. Destaco, ainda, a efetiva participação da Dra. Leila, tor, não se dedicasse a saber se existe disponibilidade de água para que também representava o DAEE, juntamente com o engenheiro abastecimento público. Então, esse assunto é de absoluta emer- Luiz Roberto Moretti, que já acumulava a função de secretário-exe- gência, merecendo ser tratado exatamente neste momento. Ainda cutivo dos Comitês PCJ e responsável pelo DAEE no Médio Tietê, mais quando todo o mundo analisa os relatórios elaborados pelos com sede em Piracicaba. Mas é indispensável reconhecer o decisivo cientistas abordando o aquecimento global e, por conseqüência, trabalho desenvolvido pela Agência Nacional de Águas (ANA) coor- as mudanças climáticas a que submetem o planeta Terra. O verea- denando e mediando os interesses. Na época, tivemos a Dra. Dilma dor Dr. Aurélio teve a competência, a capacidade de perceber que Pena, atual secretária do governo do Estado de São Paulo e a desta- neste momento o assunto, como diversos outros, é importante, a cada presença do Dr. Benedito Braga, ambos representando a ANA, exemplo de: o transporte na região metropolitana; o abastecimento juntamente com sua equipe técnica. A presença do Estado de Mi- e a circulação de pessoas e de mercadorias; a construção e a expan- nas Gerais, através do IGAM, também teve muita importância, em são urbana. As políticas de desenvolvimento sustentável devem ser vista de que o Estado é fornecedor de águas das nascentes dos Rios tratadas efetivamente e a água envolve tudo isso. Se não tivermos Jaguari e Atibaia, formadores do Rio Piracicaba. Complementando claro que há disponibilidade hídrica para as políticas de desenvol- essas presenças e oferecendo base técnico-científica, participaram vimento, para as políticas habitacionais, para expansão das redes, pesquisadores da USP, em especial, o Professor Rubens la Laina, que é claro que o planejamento será capenga, absolutamente equivo- reuniram dados efetivos, mostrando a situação dos reservatórios cado, e hoje já não se vive mais o período autoritário da ditadura no Sistema Cantareira. Tivemos na Bacia atitudes firmes em que os militar em que o planejamento impunha as políticas e, com uma Comitês formaram um grupo de trabalho específico para tratar da “penada”, se dava uma Outorga para 30 anos, como aconteceu renovação da Outorga. O GT – Cantareira se reuniu, durante onze no Sistema Cantareira, o que afetou diretamente a Bacia do Rio dias, em períodos diferentes, em localidades diferentes. Cada reu- Piracicaba. Nestes novos “ares”, a sociedade brasileira conquistou nião durou em média nove horas, para que pudesse haver acordo, “status de cidadania”. Com muita justiça e em tempo, ela quer par- quase sempre alcançando consenso para a construção da posição ticipar ativamente dos processos de discussão, de formulação das adotada pelos Comitês PCJ. Os participantes dos Comitês das Bacias políticas locais, regionais e nacionais. A sociedade brasileira quer dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, relativamente ao assunto, co- participar do processo de construção do seu espaço de vida, do seu letaram dados, efetivaram análises e compreensão das informações território, e é isso que está acontecendo efetivamente neste mo- da situação vigente. É importante dizer que o GT – Cantareira teve mento, neste debate, nesta discussão. Por isso, reitero meus cum- presença constante, nas suas reuniões, do presidente dos Comitês primentos ao vereador Aurélio Nomura (PV) pela promoção deste PCJ, do eterno e “patrimoniado” vice presidente representante da importante encontro da Câmara Municipal sobre São Paulo com a indústria paulista, o Eduardo Paschoalotti, e do secretário Executivo água que abastece a população da região metropolitana. Luiz Roberto Moretti. Ou seja, a Diretoria Executiva dos Comitês, de Quero agradecer ao Dr. Paulo Massato, que durante todo o pro- fato, esteve presente e coordenou os trabalhos. O atual presidente cesso de discussão para renovação da Outorga teve presença cons- dos Comitês, prefeito de Atibaia, Beto Tricoli, também participou de tante, ele e o engenheiro Hélio de Castro, que também participou diversas reuniões do GT – Cantareira. ativamente. Por eles podemos dizer que a Sabesp esteve presente Um ponto de princípio para orientar nossos debates é o fato e participou ativamente de todo o processo de discussão. Relembro de que os Comitês PCJ em nenhum momento disseram: a água a figura do engenheiro Milton Pelegrine, representando a Sabesp é nossa, nos pertence e ninguém “tasca”. Em outras palavras, a Regional, ajudando e acompanhando na coleta de dados; portanto, Bacia do Piracicaba tem a compreensão, e eu posso dizer que tem, porque à época como presidente dos Comitês e como coordenador instrumentos de Gestão dos Recursos Hídricos e paga pelo uso dos do GT–Cantareira, que trabalhou na preparação da perspectiva re- recursos hídricos, praticamente sem inadimplência e tem tradição gional sobre a Outorga, nas reuniões que realizamos, nos debates e compromisso com as lutas democráticas. Como disse muito bem promovidos em diversos municípios, sempre se colocou o seguinte: o diretor-presidente José Machado e também a representante do a água é de domínio da União ou é de domínio do Estado. A água DAEE, Dra. Leila, no momento em que construímos um acordo, não é de uma região específica; contudo, a população deseja ser muito “costurado”, não há como burlar. Vejam o que aconteceu: tratada com a dignidade de quem já tinha disponibilizado uma de- tivemos uma reunião que ocorreu no dia 5 de agosto de 2004 no terminada quantidade de água. Esse assunto tem de ser tratado Salão Vermelho da prefeitura de Campinas, com a presença do pre- com a compreensão de que essa população tem antecedentes his- sidente da ANA, do secretário Mauro Arce, do superintendente do tóricos e forte simbiose com a Água. Vejam que o Hino de Piracica- DAEE. Dra. Leila estava presente, assim como Dr. Paulo Massato ba fala do Rio Piracicaba, e aí, de repente, o município é reduzido e Dr. José Machado. Nós fizemos um acordo de “gente adulta”, em sua disponibilidade hídrica de 100 m³/seg para 10m³/seg e para encerrando o debate. Até aquele momento estávamos construindo 8 m³/seg. Aquele lindo e imenso rio, passou a ser atravessando a com muita negociação um bom acordo. No dia 5 de agosto de pé pelas pessoas simplesmente dobrando a barra da calça e pulan- 2004 ainda não tínhamos fechado um acordo e a Outorga vencia do de rocha em rocha, ou de “pedra em pedra”. Um rio piscoso, no dia 7 de agosto, ou seja, 2 dias depois. Concluímos o acordo no que possuia papel decisivo para a região, com uma relação cultu- dia 5 e a Outorga foi assinada no dia 6. ral absolutamente fundamental para a vida das pessoas que vivem Reunião com todos esses atores e que permitiu concluirmos o naquela região, deixou de ser o fornecedor de água para abasteci- acordo ocorreu no dia 5 de agosto, no Salão Vermelho da prefeitura mento público e o município teve de transferir sua captação. Isso de Campinas. No acordo está prevista a redução da utilização do tudo tem de ser compreendido e a região passou a considerar o Sistema Cantareira para o abastecimento da região metropolitana seguinte: quando fizeram a primeira Outorga, nós não tivemos a de São Paulo. Isso não deixou qualquer tipo de dúvida, ficou acer- possibilidade de opinar e participar, mas agora mudou de figura, tado e absolutamente inquestionável. Qualquer risco de romper o mas agora nós queremos participar dessa discussão. Na época, os acordo nesse único item significa romper um acordo construído du- Comitês das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí chegaram rante anos e que neste momento temos a oportunidade de debater. a fazer reunião com o Comitê do Alto Tietê, em Mairiporã. A Dire- Não será possível apresentar soluções que sejam justificadas pelo toria dos Comitês PCJ foi recebida no gabinete pela prefeita Marta crescimento populacional e, portanto, apenas com o estancamento Suplicy, que era presidente do Comitê do Alto Tietê, para mostrar dos números da captação no Sistema Cantareira para abastecer a a gravidade da situação e como é que as Bacias PCJ gostariam de região metropolitana de São Paulo. Temos “ouvido falar” que são tratar o assunto. Portanto, a Bacia do Piracicaba em nenhum mo- buscadas alternativas para maior “disponibilização” de água para mento disse: devolvam a nossa água, vocês não terão mais água a região metropolitana de São Paulo, o que não implicaria redução da Bacia do Rio Piracicaba em São Paulo. Havia o reconhecimen- da dependência do Sistema Cantareira. to de que isso seria absolutamente inviável, não havia cabimento No Brasil, o hábito do planejamento no setor de águas, muitas em fazer uma coisa com esse teor de confronto. Mas havia e há a vezes, tem uma característica indesejável. Há o hábito de fazer a ges- necessidade de tratar o assunto com a responsabilidade de quem tão da água unicamente com visão de abundância, que considera trabalha na construção de um processo democrático pelo qual tem e estimula aumento de demanda. Aumenta a demanda e com isso suas afinidades. Mas é importante que os senhores saibam que a aumenta também a oferta, numa perspectiva das “leis do mercado”. Bacia do Piracicaba se mobilizou. Não é este o processo que tem de ser trabalhado em áreas e situações Hoje, tenho a alegria de estar ao lado do meu amigo, diretor- de escassez como acontece na região metropolitana de São Paulo. presidente da ANA, José Machado, ocupando uma função de as- Essa cultura de planejamento e consumo tem de ser modifica- sessoria. Ambos oriundos dessa Bacia Hidrográfica que está mo- da, o modelo tem de ser outro. A manutenção do modelo implica bilizada. Não se trata de uma Bacia que se mobilizou e parou. É a ter de buscar água cara, cada vez mais distante, com dificuldades mesma região paulista que enfrentou o debate sobre a construção, tecnológicas e em novas áreas de conflitos. Se tiver de buscar água em Americana, da Usina Termoelétrica de Carioba 2. É a mesma cara, terá de pagar e cobrar preços mais elevados pela água. Quem região que apresentou ao Conselho Estadual do Meio Ambiente a não está disposto a fazer trabalho de mudança do modelo terá posição que exigiu da AMBEV, para ficar com mais água e ampliar de se comprometer com maiores custos sem produzir problemas e sua produção, que assumisse o tratamento de água e esgoto de conflitos com outras regiões e populações. Jaguariúna. É a mesma Bacia que tem implantado todos os seus O Brasil como um todo, mas especialmente a região metropo- litana de São Paulo, tem de buscar o aproveitamento das águas de de identificar as ações nessa direção. Já se passaram três anos da chuvas, ou não é? A capital paulista vive transbordando em água Outorga e havia compromissos que tinham de ser resolvidos no de chuva. Quando chove em São Paulo, o trânsito fica impraticável, primeiro ano, e não foram cumpridos. Claro, existem dificuldades, não é verdade? A Sabesp vai continuar permitindo que essa água há problemas que a região vai compreender. Mas a região não vai seja jogada fora, desperdiçando essa água que vai se misturar aos absolutamente compreender, se isso se prolongar por muito tem- esgotos dos Rios Tamanduateí, Tietê e Pinheiros, entre outros? É po. Por isso, a realização deste debate, deste Seminário é tão bem possível aproveitar essa água que deixa de infiltrar e não alimenta recebida. O mesmo é importante, e precisa de repetições contínuas, o lençol freático, diante da imensa impermeabilização? Essa água talvez daqui a um período de tempo se deva fazer um outro encon- tem de ser aproveitada, bem como temos de fazer política de reúso. tro com estas características para que a Sabesp possa efetivamente Não podemos desperdiçar os esgotos que são tratados nas Estações demonstrar os avanços que já adotou e conseqüentemente os re- de Tratamento de Esgotos. É possível dar uma utilização adequada sultados que já obteve. É claro que se a Sabesp já conseguiu fazer para essas águas, fora do consumo humano. a redução em 70% da poluição da Bacia do Tietê, como afirmou o O vereador Dr. Aurélio Nomura (PV) teve um projeto de lei apro- Dr. Gesner, em algum momento isso vai aparecer, a população vai vado aqui na Câmara Municipal de São Paulo, estabelecendo que sentir o enorme benefício em favor da saúde pública. A população as unidades habitacionais de condomínios tenham medição indivi- vai sentir que tem menos esgotos lançados in natura nos corpos dualizada para o consumo de água, não é assim? Isso é mudança de água e que os esgotos estão sendo tratados, havendo avanços. de cultura. Vejam que há elementos de nossa cultura que precisam Bem, a Bacia do Piracicaba, na verdade, tem posições muito claras ser modificados. Havia muita gente que consumia mais água do a respeito do assunto; ela discutiu o tema em grande profundidade. que o necessário diante do rateio que se fazia para o pagamento O processo foi um amplo e democrático debate que incluiu, além nos prédios de apartamentos. Havia gente que desacreditava na das onze reuniões de nove horas em média cada, audiências pú- possibilidade de fazer as medições individualizadas; aí vem a legis- blicas em setores diferentes, em municípios distintos na Bacia. Há, lação de São Paulo que está modificando tais hábitos. ainda, disponibilidade, por parte dos serviços de água, de executar Em Campinas também há trabalho dessa maneira para mudan- a sua parte. Claro que o Dr. Aquino, que é o presidente da Sanasa, ça dos hábitos perdulários, visando a incorporação de hábitos mais vai nos contar que Campinas já está tratando mais de 50% dos seus cuidadosos no uso da água. esgotos. Na época da Outorga, em agosto de 2004, somente cerca A Sabesp, que no meu entendimento colaborou efetivamente de 20% de esgotos eram tratados (se não me falha a memória). na revisão da Outorga do Sistema Cantareira em 2004, me deu Isso é uma demonstração de que a região está fazendo a sua parte, um susto quando neste evento ouvi o Dr. Paulo Massato. Eu tive a como disse o prefeito Beto Tricoli, o presidente dos Comitês PCJ. As impressão de que o Dr. Paulo afirmou que não há como conseguir Bacias adotaram o cuidado de implementar o Programa Produtor uma redução na captação do Sistema Cantareira para abastecer a de Água, que foi gestado com a Agência Nacional de Águas e tem região metropolitana de São Paulo e que a metodologia utilizada o apoio integral da ANA, para ser implantado e ampliado. As Bacias implicava apenas a redução das perdas do sistema de distribuição PCJ bancaram a experiência, oferecendo o primeiro recurso. Signi- de água. Mas depois ouvi a posição oficial do presidente Gesner de- fica dizer que elas estão interessadas em aumentar a disponibilida- monstrando que a Sabesp está buscando alternativas para diminuir de de água de nossos rios. Os produtores de água são entendidos a pressão e por isso a captação no Sistema Cantareira, conforme o como aqueles que têm suas nascentes preservadas, cuidadas, que que determina a Outorga. Isso significa dizer que eu ouvi equivoca- fizeram políticas de recuperação das áreas de preservação perma- damente o que manifestou o Dr. Paulo Massato. Tenho certeza de nentes que conseqüentemente mudam a posição e o afloramento que eu entendi errado, pois anotei o que disse o Dr. Gesner: “... a da disponibilidade hídrica. Trata-se de um processo de preservação, Sabesp vai reduzir a dependência do Sistema Cantareira...”, portan- e conseqüentemente de conservação também. to, vai cumprir o acordo. Isso é absolutamente fundamental, como já tive oportunidade de afirmar anteriormente. Bem, a Outorga no Sistema Cantareira tem todos aqueles itens já referidos. Eu os havia destacado para me referir a cada um deles, O presidente dos Comitês das Bacias do Piracicaba, Capivari mas diante das exposições que me antecederam, não cabe mais e Jundiaí, prefeito de Atibaia, Beto Tricoli, afirmou que a região essa abordagem, que já foi cumprida com muita qualidade. Quero da Bacia do Piracicaba concorda em fazer acordos, firmar prazos destacar mais uma vez a importância da experiência da concessão juntamente com a Sabesp, o DAEE e a ANA. A responsabilidade da Outorga no Sistema Cantareira, firmada em agosto de 2004. oficial por fazer análise e definir critérios é da ANA e do DAEE por O DAEE e a ANA possuem equipes técnicas e têm posição política delegação, e a região vai aceitar, certamente. Mas a região tem clara, como expressou aqui nosso diretor-presidente. Nosso projeto de vida e os compromissos pessoais são voltados de tratamento. Assim, essa água permanecia como uma “reserva para a construção de novas relações sociais, a construção de uma nova de risco”. A partir de 2004, essas águas passaram a fazer parte da- cultura de não desperdício de água, no relacionamento com a água. quelas que estão disponíveis para atender a região metropolitana Isso pode ser feito, deve ser feito. No meu entendimento, se a Sabesp de São Paulo ou para os cursos médio e baixo do Rio Piracicaba. já conseguiu reduzir o consumo médio por habitação de 19 m³ para Portanto, quando se fala que o Sistema Cantareira está com 32% 13 m³, conforme se afirmou aqui, isso já é uma demonstração muito de disponibilidade, isso significa 10% ou 12% em relação aos nú- consistente e importante, que precisa ser ampliada cada vez mais e meros que se considerava antes de agosto de 2004. Se não tiver- que tem de ser implementada em outros municípios da região me- mos chuvas realimentando os reservatórios, no próximo ano esta- tropolitana de São Paulo e também das Bacias Piracicaba, Capivari e remos com uma situação de risco para o abastecimento público. A Jundiaí. São Paulo não pode continuar convivendo com as grandes gestão é absolutamente necessária. Mesmo assim, é indispensável enchentes, mas deve implantar tecnologias urbanas que permitam comentar e reconhecer os avanços que foram obtidos por meio o aproveitamento de uma parte dessa quantidade enorme de água dessa Outorga. Como todos os que me antecederam reconhecem, disponibilizada em episódios pluviométricos, dando-lhe uso nobre e o modelo da Outorga do Sistema Cantareira de agosto de 2004 é diferenciado, fazendo-se a gestão das águas das chuvas. referência para todo o Brasil. Foi uma Outorga negociada, dialo- Vejam: há três anos, nesta época, tínhamos chegado a uma gada e se estabeleceu um pacto que deve ser preservado. Quem situação em que os níveis dos reservatórios do Sistema Cantareira vai ganhar com isso é o Sistema de Gerenciamento dos Recursos estavam praticamente em zero. Antigamente, não se levava em Hídricos do Brasil. Estamos demonstrando que somos capazes de conta a água armazenada nos fundos das represas. Essas águas estabelecer a Gestão das Águas, nas mais difíceis situações de con- eram conhecidas como “águas mortas”. Esse nível das represas era flitos. Mas agora a fase é de demonstrarmos que somos capazes entendido como inadequado para o processo de recalque utilizado também de honrar os compromissos pactuados. Conseqüente- com as bombas. Essa água era entendida como inadequada para mente, teremos construído a credibilidade necessária para o con- se oferecer ao consumo, diante dos riscos de promover problemas vívio humano. Trata-se da seriedade que deve fazer parte de todas técnicos no processo de bombeamento das águas para as estações as relações sociais e políticas. Vereador aurélio Nomura (PV) Obrigado, professor Cláudio de Mauro. Convido o Dr. Luiz Augusto Aquino, presidente da Sanasa, responsável pelo saneamento básico de Campinas e principal usuário das águas do setor de saneamento básico localizado no Sistema Cantareira, a tomar a palavra. 60 Dr. Paulo é observado pelos integrantes da mesa: Dr. Luiz Aquino, Dra. Leila, Dr. Aurélio Nomura, Dr. Gilvan e Dr. Cláudio de Mauro (da esq. p/ a dir.) rosimeire rurico Sacó/iSA 1 Área de reflorestamento do Sistema Cantareira dr. luiz auguSto aquino preSidente dA SAnASA reSponSável pelo SAneAmento báSiCo no muniCípio de CAmpinAS, prinCipAl uSuário de águAS do Setor de SAneAmento báSiCo, loCAlizAdo à juSAnte do SiStemA CAntAreirA Falar depois de todo esse pessoal que falou ficou difícil; eu te- que jamais poderia ser dispensado. Sou eu presidente da Sanasa de nho de “me virar nos trinta” de qualquer maneira. Mas, primeiro Campinas, uma cidade com um milhão e duzentos mil habitantes e, boa tarde a todos e a todas. Eu queria cumprimentar a Dra. Leila, portanto, estamos juntos, com os demais municípios que compõem na pessoa da qual eu cumprimento a todas as mulheres aqui pre- esse Comitê, de braços dados. E de braços dados, em todos os sen- sentes, e ao vereador Aurélio Nomura (PV), por essa brilhante idéia. tidos, eu vou dizer aqui para vocês uma história, eu gosto muito de Enfim, eu cumprimento toda a mesa e todos os masculinos que aqui contar história: Por que o carnaval carioca dá certo? Quando se vai estão para que eles não fiquem enciumados. Eu estou aqui com escolher o samba-enredo, todo mundo fala em seu próprio enredo. a missão complicada de representar o irmão mais velho, do outro Depois que se escolheu o caminho, todos os sambas-enredos que lado, ou seja, do lado da Bacia de Campinas, que é certamente a perderam vão à frente do seu “Jackson”. E o que significa isso? maior cidade do PCJ em todos os sentidos: em sentido de contri- Que a partir da assinatura da Outorga valem os artigos 15 e 16. buição, sentido de volumes e sentido de sujeira também. Então nós Quem não estiver contente, ou quem não estiver cumprindo, vai somos, pelo nosso tamanho, a Sabesp do outro lado, dez vezes atravessar o samba, e a gente que precisa de água do outro lado, menores, mas com dez vezes menos problemas do que certamente não vai admitir, como no do samba, é simplesmente o cumprimento o Dr. Paulo enfrenta. Eu espero que até a década de 2014 ele esteja daquilo porque, muito bem dito pelo Dr. Machado, muito bem dito com cabelo; não precisa estar tão branco como o do Paschoalotti, por quase todos que estavam aqui, nós brigamos o tempo todo: porque ficaria assim, ridículo, esse volume de cabelo tão branco. Eu para chegarmos a esse acordo, escolhemos o samba-enredo, ras- queria aqui, vereador, parabenizá-lo. Eu faço minhas palestras com gamos todo o resto, aquilo passou a ser a nossa fé. Então quero extremo bom humor, eu acho que o bom humor faz parte de nossa mostrar hoje aqui para vocês, como é que o maior município que vida e nós precisamos entender o sentido da vida com um pouco está do lado da Bacia do PCJ está se comportando em relação ao de bom humor, mas esse seu procedimento neste caso de hoje me artigo 15, que é o compromisso que nós assumimos com o samba lembra muito o Alex Periscinoto, quando ele disse uma frase que enredo vencedor. Então, eu vou passar rapidamente aqui só para marcou a minha vida: é o caso, acaso das coisas, veio na hora cer- historização. Olha, sou o primeiro a apresentar isso aqui. ta, a coisa certa. Este Seminário, cinco anos à frente, já não teria mais sentido. Ele veio no exato momento e faz lembrar também o região hidrográfiCa do paraná meu chefe quando me dizia: Quando é que se procura emprego? Quando se está empregado. Quando é que se deve ir ao médico? Quando se está bom. E quando é que se discute a crise? É quan- Goiás do a gente está em paz. Então, se hoje nós temos uma Outorga, Mato Grosso do Sul aparentemente construída, em paz, muita discussão, mas, depois Brasília PARANAÍBA Goiânia Minas Gerais que nós assinamos essa Outorga, nós dissemos, olha, é isso que vale, acho que nós temos de começar a nos preparar para 2014. É isso que hoje eu queria mostrar aqui: o que é que a Sanasa em Uberlândia Uberaba PARANÁ Campo Grande Ribeirão Preto Campinas vem fazendo, em particular no tratamento de esgoto e, em particular, quanto aos problemas que nós temos e àqueles a que nós nos unimos a responsabilidade, que nós assumimos no artigo a gente no bom sentido, porque ali coloca para a gente obrigações severas, tanto para o tratamento de esgoto, quanto a recarga do Campinas Dourados São Paulo Londrina TIETÊ PARAGUAI 15. Se o artigo 16 pega a Sabesp, o artigo 15 pega a gente. Pega GRANDE Curitiba PANANAPANEMA ITAGUAÇÚ Sta. Catarina lençol freático, e o controle de perdas. Então, quando nós falamos de gestão, qualquer que seja a gestão, a primeira coisa que a gente lembra: Quanto entra? Não vou gerenciar quanto entra. Sai? Quan- Fonte: Plano Nacional de Recursos Hídricos – Documento Base de Referência. ANA to é que sai? Mas às vezes a gente esquece de gerenciar o ponto Nós estamos aqui na Divisão Hidrográfica Nacional do Paraná, que perde e aí cabe 10 m³ e perdemos 50%. Ora bolas! Joguei isso aí eu vou passar muito rápido, porque todo mundo já passou, fora 50% de todo o meu trabalho, sobretudo, 50% de um bem isso aí é da geografia, todo mundo conhece bem. unidadeS de gerenCiamento de reCurSoS hídriCoS do eStado de São paulo Turvo S. José dos Grande Dourados Sapucai Grande Então este é nosso Sistema Cantareira que a gente vem discutindo tanto. Volume Útil do SiStema equiValente (%) Minas Gerais 100 Baixo Tietê Aguapeí 90 Pardo Tietê Batalha Tietê Jacaré Peixe Pontal do Paranapanema 80 Mogi Guaçu Médio Paranapanema Mantiqueira Piracicaba Capivari e Jundiaí Tietê Sorocaba Alto Paranapanema 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 70 Paraíba do Sul Alto Tietê 60 Volume (%) Mato Grosso do Sul Baixo Pardo apresentar só este aqui, porque foi o mais bonito de todos. 50 40 30 20 28,56 % 22,47 % Litoral Norte 10 Paraná Ribeira do Iguape Litoral Sul Baixada Santista - Período Fonte: Relatório de Qualidade das Águas Interiores do Estado de São Paulo – 2006 (Cetesb) Isso aqui é o que compõe as nossas redes, e aqui começa uma história muito importante que é uma região, e o que não falta é conflito, tem conflito por demanda, tem conflito pela água, e tem conflito, sobretudo, pela poluição hídrica, e vigente. Todos os conflitos que a gente viu, isso todo mundo já sabe, é um sistema, é uma região, é uma hidrovia muito grande, hidrelétrica muito grande que vem dificultar e que se a gente não tomar cuidado acaba com a água e com a energia elétrica, e, sobretudo, os rios que todo mundo já viu. É isso, não estamos num mar de rosas, não. Os nossos rios, muito poucos têm uma classificação. Nós estamos em uma região de regular para baixo. Olha, estamos numa região de imensos conflitos, estamos numa região onde a qualidade da água é complicada. Se nós não tomarmos providências, é claro que isso estoura em algum momento e não está longe. A gente já vê aqui o volume do sistema sempre. Estamos em setembro de 2007, situação complicadíssima, com 28,56%, e essa aqui é nossa reserva, tanto quanto da Sabesp. Aqui é só parte de ilustração, não é provocação nenhuma, não; é a nossa Bacia. Nós não vamos conviver até 2014 com esse processo, não dá para uma região que cresce, como nós estamos crescendo, a região metropolitana de Campinas e toda a região que compõe a Bacia do PCJ e o crescimento acelerado, seja industrial, seja agrícola, resistir a essa demanda de água, ou seja, nós temos de cobrar realmente o artigo 16. Disso a gente não tem como abrir mão, Dr. Machado e Dr. Paulo. Vocês sabem muito bem por quê. Agora vem o primeiro item de nossos compromissos. Começamos então a falar o que estamos fazendo. Se disser que eu tenho uma obrigação, eu tenho de mostrar o que estamos fazendo, para que todos saibam que nós no momento mesmo não estamos parados. baCiaS hidrográfiCaS do piraCiCaba, CapiVari e Jundiaí e do alto tietê Vazão de reSerVa no banCo daS águaS SABESP CBH -PCJ Classificação: Ótima Boa 50 2004 2006 2005 2007 45 40 Vazão (m3/s) Regular Ruim Péssima 35 34,72 m3/s 30 25 20 15 15,24 m3/s 10 5 set/04 dez/04 mar/05 jun/05 set/05 dez/05 mar/06 jun/06 set/06 dez/06 mar/07 jun/07 set/07 dez/07 Meses A primeira ação pela qual nós somos responsáveis é a contribuição de recarga para o lençol freático. Aqui em Campinas nós já fizemos duas ações em 2006. O nosso prefeito, Dr. Hélio, já criou As duas juntas, dêem uma olhada, bom nível e ótimo, muito realmente a lei de proteção e vamos trabalhar. Agora, estamos tra- pouco aqui na nossa Bacia, aqui a Bacia do Alto Tietê, e eu vou balhando na elaboração do Plano dos Recursos Hídricos. Por quê? Porque sabemos que a recarga do lençol freático é de extrema im- anos a gente sabe que passa muito rápido. A partir daí, co- portância para que continuemos a sonhar, sonhar com mais água, meçamos em 2000, e todas elas estão funcionando: Capivari, sonhar com mais indústria, sonhar com mais emprego, sonhar com CDHU, Samambaia, Terras do Barão, Vó Pureza e Piçarrão (esta uma sociedade um pouco melhor do que a que nós temos. Então, em 2005). eu acho que estamos bem. O artigo 15 também coloca que até 2014 nós deveremos estar com aproximadamente 95% do nosso ViSão geral – SiStema de eSgotamento esgoto tratado. Essa é a obrigação que foi colocada, é isso que foi 2000 abordado, é isso que está no meu samba-enredo. 5% de tratamento secundário Tratamento Secundário SiStemaS de afaStamento e tratamento de eSgoto – portaria 1213/04, art. 15 ETE Alphaville - 1998 ETE Terras do Barão - 2004 ETE Anhumas - 2007 ETE Vó Pureza - 2004 ETE CIATEC - 1994 ETE Villa Reggio - 2000 ETE Arboreto - 2000 ETE Piçarrão - 2005 Bacia do Ribeirão dos Quilombos ETE Sta. Rosa - 1996 ETE Samambaia - 2001 ETE Icaraí - 1996 Bacia do Rio Atibaia ETE CDHU - 2000 Em 2007 já temos 65% de esgoto tratado. 2000 – 5%; – 2007 – 65%. Valor investido por uma empresa do tamanho da Sanasa: mais de R$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de reais), parte Bacia do Rio Capivari desta operação, da Sanasa, parte do governo federal. Como o governo federal vem procedendo nesse processo de saneamento? Nós estamos jogando tudo nesse processo. Mas agora se eu parasse aí, Isso aqui é Campinas. Campinas tem três bacias: a Bacia do e dissesse: Está bom, né? Está pronto, 65%, mas que beleza, eu Rio Atibaia, a Bacia do Ribeirão dos Quilombos (que vai para o Rio já posso ir embora para casa, descansar um pouquinho. A região Atibaia) e a Bacia do Capivari. Isso aqui é Campinas. não pára. A região que faz parte da Bacia do PCJ não pára, e aí já estamos em construção, para término em 2008, da estação de ViSão geral – SiStema de eSgotamento tratamento do esgoto do Capivari, a estação de tratamento Barão Geraldo, ou seja, ao final de 2008 Campinas atingirá mais de 87% 1990 2% de tratamento primário Tratamento Primário Tratamento Secundário ETE Alphaville - 1998 do seu esgoto tratado. Mas por que não falar 2008 já chegou, por que não ir embora para casa? 2008. Faltam quantos anos? Só sete. Mas o samba-enredo fala: 2015. Você vai ter de cantar este sambaenredo na avenida: Olé, olé, olá, 95% não pode abaixar. ETE CIATEC - 1994 ViSão geral – SiStema de eSgotamento ETE Sta. Rosa - 1996 ETE Barão Geraldo ETE Icaraí - 1996 ETEs existentes ETEs em construção Obras Em Construção 2008– 87,45% ETE Terras do Barão - 2004 ETE Alphaville - 1998 ETE Anhumas - 2007 ETE Vó Pureza - 2004 Em 1990, Campinas tinha 2% de tratamento primário. Olha a dimensão do problema que a gente tinha. Aí começamos a construir estações de tratamento em Campinas, que foi até 94; Santa Rosa em 96; Icaraí em 96; Alphaville em 98. Iniciamos ETE Villa Reggio - 2000 ETE Arboreto - 2000 ETE Piçarrão - 2005 ETE Sta. Rosa - 1996 ETE CDHU - 2000 em 2014. Quanto tempo a gente tem? Catorze anos. E Catorze ETE Samambaia - 2001 ETE Icaraí - 1996 em 2000 com 5% de tratamento secundário. Olhem só: em 2000, 5% de tratamento secundário. Compromisso de 95% ETE Sousas ETE CIATEC - 1994 ETE Capivari - SPE E aí já estão projetadas para até o início de 2010 a ETE Boa Vista, Índice de Perdas das Capitais a ETE San Martim, a ETE Nova América, a ETE Capivari I, e a ETE Capi- 90% vari II. É isso aí, em 2010 nós pretendemos chegar ao utópico 100%. 80% Utópico porque a movimentação urbana não permite que você chegue 70% aqui, e quando você pensa que chegou, já tem uma movimentação 60% 50% urbana, e a gente já tem de correr lá. Mas certamente acima do que 40% o nosso samba-enredo está pedindo, a gente vai chegar, ou seja, em 30% o nosso prefeito e sabe que não, ele jamais deixaria alguém parar. Agora o índice que temos hoje em Campinas para abastecimento de água, 10% 0% to Ri Ve o Br lho a M nco an M aus ac ap Re á c Cu ife ia M bá ac Te eió re S si Fl ão na or L Ca ia uí m nó s po p G olis ra Ri Boa nd e o de Vis Ja ta n Sa eir lv o ad o N r a A tal ra Fo ca rt jú al Cu eza rit Pa iba lm a Be s lé Jo V m ão itó Po Pe ria s Be rto soa lo A H leg or re iz o G nte Sã oiâ o nia Pa u Br lo as íli a enredo pediu. Podia parar aí? Claro que não. O Dr. Machado conhece 20% Po r 2010 nós estaremos quatro anos na frente daquilo que nosso samba- é de 98%. A minha cidade já está abastecida com água, o índice de E aqui é o terceiro ponto: o combate das perdas. Eu queria mostrar coleta de esgoto já chega a 91%, o nosso tratamento de esgoto, como aqui uma reportagem que saiu na Folha de São Paulo no dia 17/11/07: vocês viram 65%, com a nossa meta em 2010, chega nestes utópicos o “Brasil desperdiça 45% de sua água”. Ora bolas! Nós aqui discutin- 100%, do utópico da locomoção urbana na cidade. Esses aqui são do como manter mananciais, fazer tudo, e desperdiçamos! E aí eu vou alguns dados de atendimento de água, a distribuição de água urbana. contar aqui mais uma historinha. Durante o período de estiagem, me Aqui, em termos de coleta de esgoto, 54%, nós estamos com mais de perguntam todo dia: Escuta, não vai ter mais racionamento de água na 90%. E esse aqui, é, em termos de tratamento de esgoto – lembrar cidade? Não. Mas não é possível, está todo mundo falando de raciona- que o total do Brasil é 14% –, estamos com 65%. Investimentos de mento. Não vai ter. Mas eu sabia e não contei para eles ainda o segredo; quatro anos, mais de R$ 400.000.000,00. Por quê? Porque nós acredi- o segredo eu conto para vocês aqui. São três providências que qualquer tamos na limpeza da bacia, e eu sou o grande poluidor, eu sou maior lá, empresa de saneamento tem de ter. Primeiro, saber coletar água em lâ- sou o maior poluidor. Se eu não pensar assim, a bacia toda pena, o Rio minas rasas, porque quando há estiagem nem todo mundo sabe captar Piracicaba. Razão pela qual Campinas fez um aporte de capital de em- água em lâminas rasas. Segundo: saber fazer o tratamento da água, préstimo para construir uma Estação de Tratamento de Esgoto noutro quando a qualidade que chega não é tão boa. E terceiro: realmente fazer município, porque não adianta recebermos um rio sujo e devolver um o controle de perdas. Aí sim, se tudo isso der errado, eu posso falar. Falar rio pior. A gente entende que, quanto mais limpo chegar para nós, mais com São Pedro: Oh São Pedro! Dá uma ajudazinha aí, manda chover um limpo passaremos para a frente. Então esses são os nossos índices. pouco. Para que a gente use normalmente. E esse São Pedro é o grande programa de Combate a perdaS portaria 1213/04, art. 15 Reportagem da Folha de São Paulo de 17/11/2007: “Brasil desperdiça 45% da água captada” São Paulo 3.456 2.391 1.064 30,8% responsável por tudo isso. Na verdade, as empresas, sejam estaduais, sejam municipais, sejam elas quais forem, precisam aprender que São Pedro é a ultima instância nossa, porque nós, técnicos, ganhamos para evitar pedir para São Pedro fazer chover, só em último caso. Vou aprender a captar em lâminas rasas, tratar a sua água com qualidade, quando ela chega com qualidade ruim. É por isso que o controle de perdas faz parte disso aí; por isso, Campinas não teve problema na estiagem, mes- Rio de Janeiro 2.899 Produção Consumo Perdas 1.353 Milhões de litros por dia 1.546 53,3% Salvador Belo 757 Horizonte 627 357 397 400 52,9% 230 36,8% mo se ficasse mais dois meses sem chover. E seria um problema nosso, nós estávamos em 94 com 37,7% de perda de distribuição. Hoje nós estamos com 24,6%, e a nossa meta é 1 ponto percentual por ano num todo, ou seja, eu tenho que bater nos 20%. Por quê? Porque a hora que eu tiver um índice de tratamento de esgoto teoricamente 100%, a hora que eu tiver com a minha carga do lençol freático, do jeito que a Lei manda, com um índice desse tamanho, eu posso acertar com a Sabesp do outro lado e com a outra Bacia para discutir, em paz é claro, mas fiz o meu dever de casa. E podem ter certeza de que nós lá no PCJ faremos nossa lição de casa. Por isso acho que nós temos todo o direito de cobrar, e que todos façam a mesma coisa, independente de sexo, cor ou religião e, sobretudo, tamanho, porque nesta história tamanho não é documento. Muito obrigado. Vereador aurélio Nomura (PV) Obrigado, Dr. Aquino. Chamamos agora o Dr. Eduardo Lovo Paschoalotti , vice- presidente do Comitê Paulista e Nacional do PCJ e representante do setor de usuários da indústria CIESP– Limeira, na Bacia do Rio Piracicaba. 66 Eduardo L. Paschoalotti Barragem do Rio Jaguari dr. eduardo loVo paSChoalotti viCe-preSidente doS ComitêS (pAuliStA e nACionAl) e repreSentAnte do Setor de uSuárioS dA indúStriA (CieSp- limeirA) nA bACiA do rio pirACiCAbA Boa tarde a todos. Eu quero aqui em nome do vereador Aurélio ficou cheia de terra e mato. Na época, a prefeitura criou, ou melhor Nomura (PV) parabernizar a iniciativa de se promover esta discussão. instalou, a garagem municipal, dentro do antigo leito do rio. Então, Estava até comentando com o meu vizinho de mesa, que é uma hoje quando precisamos de água na Bacia e abrem-se as comportas coisa que deveríamos discutir, não só quando se lembrasse na véspe- do Sistema Cantareira, para receber a água que é necessária para o ra do vencimento da Outorga. Isso é uma coisa que deveria ser vista abastecimento dos municípios à jusante, Piracaia inunda. É a única ano a ano. Então eu quero mais uma vez parabernizar e cumprimen- cidade da região que tem uma inundação nos meses de agosto e tar os outros membros da mesa. Trata-se de uma iniciativa muito setembro. Quanto mais seco estiver o tempo, maior inundação ele importante. Nós sabemos já de muito tempo que a história nos diz tráz. Por isso o Comitê vem trabalhando nesses últimos anos, para que pela água muitas guerras, muitos desentendimentos existiram junto com o DAEE, disponibilizado dinheiro da cobrança para cons- em nível mundial e é com este conhecimento que temos de traba- truir um novo canal para que a região tenha uma resposta mais rá- lhar muito, para tentar evitar isso. Eu que integro o Comitê, desde a pida, às necessidades dos municípios e para todos os usuários da sua fundação, participo muito, com diversos amigos, que até estão Bacia. Mas a Bacia, como já foi dito, vem fazendo o seu dever de aqui presentes hoje, da discussão da Outorga do Sistema Cantareira casa, como o Dr. Aquino já citou anteriormente. Estamos fazendo e o Comitê PCJ. É um exemplo de tudo isso que foi dito aqui hoje. relatórios, estudando, contratando estudos para ter um profundo Temos noção das responsabilidades, temos técnicos capacitados em conhecimento da situação. Não dá para saber o que realmente é Outorga, mas eu vou seguir a linha do nosso amigo e presidente da necessário ser feito sem ter pleno conhecimento das necessidades. Sanasa, Dr. Aquino, para dizer que o Comitê, dentro daquilo que foi Temos aí uma série de trabalhos em andamento, e um relatório que abordado durante a discussão da Outorga, está trabalhando. Esta- ficou pronto, e nos mostra dados talvez um pouco preocupantes, mos trabalhando e trabalhando com afinco, estamos fazendo a nos- mas são dados que já dão uma visão de que a Bacia esta trabalhan- sa parte. O Sistema Cantareira, como já foi dito aqui, é uma obra de do. Estamos pensando que em 2014 todo mundo vai cumprir sua engenharia fenomenal, e para quem elaborou o projeto, para quem parte da Outorga. Nós vamos cumprir a nossa e vamos exigir tam- trabalhou nisso aí, e por muitos anos e décadas, tem de se tirar o bém que a outra parte cumpra a sua, porque sabemos que mais chapéu. É uma obra de engenharia feita sem nenhum alarde, prati- anos menos anos, nós da bacia do PCJ, não poderemos poder dispo- camente na surdina, na época do governo militar. Vocês vêem que nibilizar toda essa água que hoje a Sabesp pega para o abastecimen- por 30 /40 anos praticamente o problema de abastecimento de 50% to da Grande São Paulo. A nossa Bacia também tem suas necessida- da Grande São Paulo foi sanado, mas é uma obra polêmica, pois des. Esse relatório nos tem mostrado que a população, por mais que como foi feita na época em que não existia uma legislação ambien- a gente tenha feito um trabalho nisso aí, tem aumentado de 2002 a tal como existe hoje, deixa alguns resultados, vamos dizer assim, em 2006. Já passamos de 4.450.000 para 5.200.000 de habitantes na termos ambientais, de atendimento às populações do entorno do Bacia, e as cidades com menos de 25.000 habitantes, houve uma empreendimento, como deveria ser, totalmente inaptos a qualquer redução em seu número e um aumento dos municípios com mais de análise que se fizer. Hoje esse Sistema Cantareira acho que jamais 150.000 habitantes, ou seja, está tendo uma concentração da popu- teria sido feito, ou seria feito em bases bem diferentes daquilo que lação nas cidades. Isso tudo é uma questão preocupante. No Comi- foi preestabelecido na época da sua construção, trinta anos atrás. tê, a gente vem trabalhando junto às indústrias, junto aos CIESPs de Quando começou o movimento para a renovação da Outorga, como toda a região e hoje apenas 8% do efluente industrial ainda não é já foi dito pelos palestrantes anteriores, isso causou na nossa região tratado, 92% do efluente industrial já é tratado; em nível de ser alguns fatos pitorescos. Nós temos uma pequena cidade que faz considerado como ótimo. Os 8% restantes, são pequenas indústrias parte da nossa Bacia (a Bacia tem 67 Municípios), o município de que estão interligadas às redes de alguns municípios que ainda não Piracaia. O pessoal que participa do grupo de monitoramento até têm o seu sistema de tratamento funcionando. Então, hoje a gente sabe que quanto mais seco o ano na região, a notícia do jornal de pode disponibilizar a liberação de recursos e 70% dos recursos que Piracaia é ”Piracaia inundada”, porque é quando o PCJ precisa que o Comitê arrecada tanto com a cobrança quanto com sua participa- se abram as comportas do Sistema Cantareira para atender às suas ção no FEHIDRO são destinados principalmente para o tratamento demandas de água. Quando foi feito o Sistema Cantareira sem ne- de esgoto doméstico; os outros 30% ficam nos demais programas nhum estudo à jusante, sem nada sobre defesas ambientais, a antiga que nós vamos comentar daqui a pouco. A nossa preocupação na calha do rio, onde corriam as águas que foram represadas, assoreou, Bacia é com os esgotos domésticos e a gente fica contente quando vê o presidente da Sanasa, o Dr. Aquino, citar números grandiosos, água, por isso a gente também tem tudo isso aí. Nós também fize- principalmente para uma cidade do porte de Campinas. Mas nós mos uma apresentação para ser aprovada, a renovação da cobran- temos municípios pequenos que têm dificuldades para alavancar re- ça em Foz do Iguaçu e também, na semana passada em Brasília, cursos e são esses que a gente pretende atender com os financia- na câmara técnica de cobrança (CTCOB) de assessoria do Conselho mentos. A Sabesp está ainda um pouco atrasada naquilo que vem Nacional de Recursos Hídricos, que é o órgão máximo junto à ANA, prometendo, ou seja, tratamento de esgoto nas cidades operadas do Sistema Nacional de Recursos Hídricos. Temos uma câmara téc- por ela nas Bacias PCJ. O nosso presidente da Sabesp, já foi embora, nica que foi criada em 2006 de uso e conservação de água no meio mas fica aí um recado para o companheiro. A região de Bragança rural. Essa câmara uniu-se a nossa agência e ao pessoal das univer- Paulista ainda aguarda a implantação da sua ETE. Qquando o PCJ sidades, principalmente Esalq/USP e da área agrícola da Unicamp começou a funcionar em 1993, já se falava no tratamento de esgoto para elaborar mecanismos de cobrança que incentivem o uso de de Bragança Paulista e hoje, quase 15 anos depois, continua do melhores práticas de irrigação. Isso tudo para fazer um melhor uso mesmo jeito, ou seja, não tem nada pronto e é uma cidade que está da água. Também é um sistema de gestão em que trabalhamos na cabeceira da nossa Bacia, importantíssima, só para vocês verem o muito. Temos ainda conforme já foi dito pelo nosso presidente, problema que a Bacia enfrenta. Se fizermos uma divisão entre dispo- Beto Tricoli, o Programa de Gestão Municipal de Recursos Hídricos, nibilidade hídrica e demanda, obtemos números negativos, ou seja, que é um plano de recursos hídricos municipal envolvendo a área da metade da Bacia para baixo, todo mundo que captar água, essa agrícola; o uso e a ocupação do solo dentro do município, na área água já foi esgoto uma vez lá em cima. Nesse caso, quando fala que rural, são uma prerrogativa do prefeito de cada municipio. Portan- bebe uma água de má qualidade, tanto como os municípios abaixo, to, não adianta falarmos de gestão de Recursos Hídricos se não têm é realmente água de má qualidade. Necessitamos de tratamen- houver envolvimento do município. Para isso, o Comitê contratou to, e é um mais caro que o outro. Eu moro em Americana, que fica uma consultoria e foi elaborado um projeto de lei, que está sendo bem abaixo de Campinas e Paulínia, e a gente fala que se for para entregue, juntamente com os ensinamentos e as premissas com beber um copo de água aqui em São Paulo e um copo de água lá em cursos e seminários, aos municípios da Bacia, para que eles implan- Americana, não tenha dúvida, pode pegar de qualquer torneira aqui tem esse projeto de lei (após passar pelas Câmaras Municipais) e e beber. Quanto a nossa lá... Tem épocas do ano em que infelizmen- o façam a funcionar como mais um programa de gestão – como te a nossa água não dá nem para tomar banho; tem uma série de inclusive o Dr. Aquino comentou. Temos também um Plano Diretor algas, enfim, um cheiro horrível. Mas, como eu estava dizendo, o de Florestas para aumento da proteção dos nossos mananciais, ou Comitê está fazendo o dever de casa, o índice de tratamento nosso seja, um plano que visa à produção de água. Temos participado do tem aumentado, o índice de perdas tem diminuido, porque o Comi- programa produtor de água da ANA juntamente com os municí- tê tem um programa de distribuição de recursos. Cada município pios mineiros da nossa Bacia, e tudo isso deixa claro que estamos pode solicitar recursos oriundos da cobrança de recursos hídricos, fazendo nossa lição de casa. Quando iniciamos o trabalho no Co- alguma coisa hoje aí em torno de 35 milhões de reais/ano. Para soli- mitê de Bacia, em 1993, a nossa Bacia como um todo tinha 3% de citar recurso, cada município tem de estar vinculado a um programa esgoto tratado; era realmente uma condição crítica. Hoje já esta- de perdas nas redes de abastecimento e isso tudo é o que vai aju- mos indo para 33% e, com essa nova estação de Campinas, talvez dando a fazer nossa lição de casa, dentro do que estabelecem aque- cheguemos até próximo de 50% dos esgotos domésticos tratados les itens da Outorga. Nós somos o único Comitê que tem um convê- na Bacia. Estamos assim investindo bastante, o que deu para ver nio com a Secretaria do Meio Ambiente, DAIA. Todos os novos nesse novo Relatório de Situação 2004/2006. Houve uma redução empreendimentos que pleiteiam instalação em nossa Bacia, antes de no consumo, ou seja, a demanda de água dentro da Bacia teve a SMA/DAIA se manifestar favorável ou desfavoravelmente, passam uma redução de 1/2%, ainda um número pequeno, 1/2% de uso por uma análise em uma câmara técnica do Comitê de Bacia, em doméstico e 1% de uso industrial, ou seja, o próprio sistema de que é analisada e verificada a sua interferência na área de Recursos gestão já está chegando e influenciando as pessoas, criando uma Hídricos. Os grandes loteamentos também são analisados, porque consciência de que precisa ser feita uma economia nesse recurso. não adianta ficar barrando indústria e deixando os loteamentos Isso aumentou a demanda que era de 38 m³/seg e foi para 41 m³/ avantajados. seg. Tivemos um ganho de algo em torno de 3 m³/seg na disponi- Aprovamos agora, esses dias, um loteamento grande lá em bilidade hídrica da Bacia, isso como um todo no somatório dos três Campinas. Há alguns outros empreendimentos grandes que pas- rios principais que compõem a nossa Bacia. Com isso, senhores, sam, mas são exaustivamente discutidos no Comitê, porque nós eu queria só deixar claro que nós do Comitê temos trabalhado sabemos que a nossa região é uma região crítica em termos de bastante. Volto a parabenizar o vereador Aurélio Nomura (PV), pela colocação do assunto na pauta desta Casa. Acredito que é uma está a disponibilidade hídrica na Bacia. Infelizmente, a região per- discussão que deveria estar sempre fazendo parte da pauta desta deu uma perspectiva de mais de 3.500 empregos diretos. Prefeito Casa, para que se veja como está andando o dever de casa de cada nenhum gosta de perder isso; os prefeitos já sabem disso, que é um dos envolvidos e o nível de seriedade de nosso trabalho. Nossa uma coisa difícil. Mas por quê? Porque eles queriam se instalar em Bacia foi consultada há poucos dias por um pool de empresas, da um lugar inadequado, não havia água suficiente para outorgá-los. Toyota, que queria se instalar na região. Nós já temos uma fábrica Foram embora. Acho que vão para a Bacia do médio Tietê/Soroca- da Toyota em Indaiatuba, cidade da Bacia. O objetivo era trazer ba, ou coisa desse tipo. Mas a nossa Bacia tem de se conscientizar: mais fábricas para a produção de peças dessa montadora, para nossa água é escassa. Nós precisamos realizar um trabalho sério e serem produzidas e utilizadas aqui e serem exportadas a outros isto é o que a gente vem fazendo em companhia dos amigos dos países. Foram aos orgãos do Estado para pedir o licenciamento, e Comites PCJ presentes aqui. É isso que eu queria dizer, e muito o Estado disse: primeiro vocês vão ao Comitê para ver como é que obrigado a todos. Vereador aurélio nomura (pV) 0 Obrigado, Dr. Eduardo Paschoalotti. Tínhamos imaginado fa- estar preparando também esta Revisão. É mister que possamos zer uma rodada de debates, mas, como temos de entregar o sa- ter um rumo sobre a Outorga para sabermos como traçar o pla- lão às 17h30, e começamos o seminário atrasados devido a uma nejamento da cidade de São Paulo. Sabemos que alguns lugares série de contratempos, todas as perguntas serão encaminhadas da nossa cidade mostram uma carência dessas discussões, temos aos componentes da mesa e respondidas. Peço desculpa a todos, falta de dados, falta de recursos, mas estamos reaprendendo a mas às 18 horas começará uma sessão solene e, portanto, não planejar a nossa cidade. Participo de uma comissão de debates podemos retardar muito o processo, face à necessidade de prepa- sobre o Aeroporto de Congonhas, em que fica claro que a fal- ro deste salão. Gostaria, mais uma vez, de agradecer a presença ta de planejamento é um processo crônico extremamente sério e das autoridades, dos componentes desta mesa, dizendo quanto que dificilmente vai ser resolvido em curto prazo. Com relação ao foi importante esta tarde, apesar de extremamente cansativa, pois Sistema Cantareira, acredito que, sem dúvida nenhuma, com as nós ficamos mais de quatro horas abordando o tema. Acredito que personalidades que compõem esta mesa e a vontade de acertar este Seminário marca o início de outros debates que nos permiti- demonstrada, certamente não vamos ficar carecas. Gostaria de rão acompanhar passo a passo as ações que estão sendo desen- pedir desculpa ao coronel Oscar Teresa Pinheiro do Carmo, porque volvidas pelas autoridades competentes, cobrando efetivamente o ele veio até aqui também para fazer algumas perguntas, e pelo que a Sabesp, o DAEE, a ANA, o governo do Estado e o Comitê atraso isso não será possível. Mas está aqui o prefeito Tricoli que do PCJ vêm realizando em prol de minimizar os problemas, para é o presidente do Comitê da Bacia PCJ, com quem poderá ter um que em 2014 possamos chegar a um bom termo. Essas ações são contato imediato, pois acredito que as questões a serem levan- de fundamental importância para balizarmos a discussão do pla- tadas pelo coronel sejam pertinentes, e está aqui a autoridade nejamento das nossas cidades. Temos um projeto encaminhado à máxima para responder em nome da Bacia. Agradeço mais uma Câmara Municipal de São Paulo, em que se discute a Revisão do vez a presença de todos, peço desculpas pelo avançado da hora, Plano Diretor tendo em vista o Estatuto da Cidade e é importante e esperamos contar com todos para um próximo seminário, uma que a maioria das cidades localizadas dentro da Bacia PCJ devam próxima reunião. Muito obrigado e parabéns. Platéia no Salão Nobre da Câmara Municipal 71 Seminário “o SiStema Cantareira e o abaSteCimento de água na região metropolitana de São paulo” Seminário “o SiStema Cantareira e o abaSteCimento de água na região metropolitana de São paulo”