XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental
VI-050 - ÁREAS VERDES NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO: ANÁLISES,
TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS
Maria Claudia Mibielli Kohler(1)
Bióloga, mestranda em Saúde Pública pela FSP/USP, com especialização em Gestão
Ambiental. Atuação profissional na área de Meio Ambiente. Atualmente leciona Ciências
no ensino fundamental.
Marcelo de Andrade Romero
Arquiteto. Professor Livre - Docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.
Coordenador dos Cursos de Especialização em Gestão Ambiental da Faculdade de Saúde
Pública da USP. Coordenador da Área de Conservação de Energia do NUTAN - Núcleo de
Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo da USP. Vice-Chefe do Departamento
de Tecnologia de Arquitetura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.
Elizabeth de Faria Penhalber
Bióloga. Mestre em ecologia, com especialização em Gestão Ambiental. Coordenadora de Meio Ambiente da
Cervejaria Brahma.
Maria Teresa Miraglia Cortes
Advogada. Geógrafa. Socióloga. Especialização em Gestão Ambiental, leciona “Introdução à Sociologia” e
“Sociologia do Direito” nas Faculdades de Direito da Universidades UNIP / Campus Marquês de São Vicente
e UNIBAN/ Campus Osasco. Consultora em Direito Ambiental, advogando na capital.
Viviane Benini Cabral
Advogada, com especialização em Gestão Ambiental. Leciona Direito Processual Penal no Prima Cursos
Jurídicos e Diretora do Fórum Nacional de proteção e Defesa Animal.
Endereço(1): Rua Monte Alegre, 625 - casa 1 - Perdizes - São Paulo - SP -CEP: 05014-000 - Brasil - Tel: 113679-9225 - e-mail: [email protected]
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo delimitar e analisar a evolução histórica da formação e ocupação das
Áreas Verdes da Cidade de São Paulo, assim como estabelecer um diagnóstico da situação atual,
vislumbrando a construção de um cenário (perspectivas e projeções) para o ano 2020 e almejando o
estabelecimento de diretrizes para políticas públicas de Áreas Verdes, visando a elevação da qualidade de
vida da população. O trabalho também apresenta e discute os diversos critérios existentes para a
contabilização das áreas verdes na grande São Paulo e os índices aceitáveis nacionais e internacionais, ou
seja parques e jardins públicos, calçadas da malha urbana, áreas particulares, canteiros em sistemas viários,
etc.
PALAVRAS-CHAVE: Áreas Verdes, Clima, Conservação da Fauna e Flora, Poluição, Qualidade de Vida.
INTRODUÇÃO
São Paulo, dentre as maiores cidades mundiais, no que tange a densidade populacional, assim como as
demais, apresenta inúmeros problemas relacionados à qualidade de vida da população. Entre os quais se
insere a má distribuição das áreas verdes. Tal situação originou-se do desordenado crescimento populacional
e urbano.
Observa-se, atualmente, o desrespeito às leis de uso e ocupação do solo, assim como as de zoneamento
urbano. Os loteamentos irregulares são claro exemplo deste comportamento.
Soma-se a esta problemática a não conscientização da sociedade, seja pela própria cultura difundida na não
conservação de áreas verdes, seja pela ineficiência dos órgão públicos.
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Pretendemos com este trabalho enfatizar a importância das áreas verdes nos centros urbanos como
organismo regulador de aspectos, tais como: drenagem, poluição, equilíbrio climático, preservação da fauna e
flora e da própria espécie humana.
Caracterizamos a situação atual da cidade, redefinindo índices e descrevendo algumas das áreas verdes,
estabelecendo alguns cenários para 2020.
DEFINIÇÕES DE ÁREAS VERDES E SUAS IMPLICAÇÕES NO CLIMA E NA QUALIDADE DE VIDA
Diversas são as definições de áreas verdes. Citamos abaixo algumas delas.
a) Segundo Rosa Kliass (1987), Áreas Verdes Urbanas, são espaços abertos com predominância de
cobertura vegetal , que variam de acordo com o grau de intervenção do homem. Podem ser enquadradas em
três categorias: Áreas Vedes Naturais, Áreas Verdes Urbanizadas e Áreas Verdes de Cultivo.
- Áreas Verdes Naturais são aquelas poupadas à ocupação e institucionalmente podem se apresentar como
Parques, Reservas, ou áreas não edificantes.
- Áreas Verdes de Cultivo, são geralmente aquelas junto às cidades que constituem o seu cinturão verde.
Nesta categoria podem ser incluídos até mesmo os reflorestamentos econômicos.
- Áreas Verdes Urbanizadas constituem a categoria mais complexa. Englobam desde pequenos parques até os
bairros verdes, passando por áreas institucionais. É o verde resultante do desenho urbano, desde o
planejamento que define onde, como e quanto construir, assim como, onde e quanto de espaço aberto ser
deixado até o projeto paisagístico que define como tratá-lo.
b) Pela Resolução Conjunta IBAMA - SMA/SP 2/94 Áreas Verdes são logradouros públicos com cobertura
vegetal de porte arbustivo-arbóreo, não impermeabilizáveis, visando a contribuir para a melhoria da
qualidade de vida urbana, permitindo-se seu uso para atividades de lazer.
c) Pelo Documento Qualidade Ambiental (1985) - Prefeitura Mário Covas temos como Áreas Verdes
Urbanas os espaços abertos caracterizados pela predominância de cobertura vegetal: áreas agrícolas,
cemitérios - parques, áreas verdes, espaços arborizados dos lotes ( público e privado).
d) A SEMPLA (Secretaria Municipal do Planejamento, 1995) considera Áreas Verdes qualquer parque,
praça, canteiro, área ajardinada e equipamento.
E como Parques Urbanos os verdes públicos com dimensões significativas tanto do ponto de vista da
significância do seu potencial paisagístico, quanto do atendimento à recreação pública. Categorias: Parques
de Preservação, Parques de Proteção, Parques de Recreação, Parques especiais (zoológicos e outros parques
temáticos).
e) O Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado do Município de São Paulo considera Área Verde aquela
de propriedade pública ou privada delimitada pela Prefeitura com objetivo de implantar ou preservar
arborização e ajardinamento, visando assegurar condições ambientais e paisagísticas, podendo ser
parcialmente utilizada para a implantação de equipamentos sociais.
A IMPORTÂNCIA DAS ÁREAS VERDES
INFLUÊNCIA DAS ÁREAS VERDES NO CLIMA URBANO
As áreas verdes urbanas constituem-se em importantes instrumentos para a regulação do clima urbano,
manutenção da biodiversidade, controle de poluição atmosférica e sonora, atenuação da erosão e inundação
na malha urbana, além dos aspectos paisagísticos, de lazer e recreativos na cidade.
Howard, já em 1818, realizou estudo pioneiro sobre o clima de Londres e concluiu que o centro da cidade é
mais quente do que as áreas adjacentes.
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A vegetação tem um importante papel na proteção contra a insolação prolongada, reduzindo o desconforto
térmico causado pela urbanização, além de servir de parâmetro para avaliar a qualidade de vida nas cidades.
As temperaturas de áreas urbanas em lugares pobres em vegetação alcançam valores superiores àqueles
analisados em áreas densamente ocupados com vegetação. Já quando medida em áreas verdes e com a
presença de reservatórios de águas, são registrados valores menores. Com o aumento da temperatura nas
cidades, ocorre uma diminuição da umidade relativa.
A intensidade de radiação solar, a umidade do ar, a precipitação e a circulação do ar, são alguns dos fatores
que afetam as condições do meio urbano. O tipo de superfície, o suprimento extra de energia dispensado, a
ausência de vegetação, a poluição do ar e as características dos materiais de edificação também influenciam
no clima da cidade.
O papel dos vegetais interceptando, absorvendo, refletindo e transmitindo radiação solar, diminuem a
formação de ilhas de calor nas cidades e interferem na direção e velocidade dos ventos, sendo extremamente
eficientes na melhoria do clima urbano.
Um dos fatores responsáveis pela formação das ilhas de calor, segundo ERINKSEN (1978) in LOMBARDO
(1990), é a redução do resfriamento causado pela diminuição da evaporação devido a poucas áreas verdes e
ao transporte de água da chuva através da canalização.
Segundo SOBRAL (1996), nos meses de inverno o fenômeno de “ilha de calor” adquire maior intensidade no
município de São Paulo. O mapeamento das variações de temperatura na cidade, processados pelo Instituto
Oceanográfico da USP, a partir da análise de imagens geradas pelo satélite Landsat 5, registrou uma variação
de temperatura entre a área mais central, próximas às calhas dos rios Tietê, Tamanduateí e Aricanduva, que
são também as áreas mais poluídas, e as regiões periféricas, ainda cobertas por vegetação, chegando a 10º C,
em um mesmo momento. Entre essas regiões poluídas e os bairros arborizados e parques dentro da mancha
urbana, a diferença de temperatura chega a 5º C (BITTENCOURT, PEREIRA & PENHALBER 1994).
Comprova-se, mais uma vez, que as áreas mais quentes da cidade são aquelas com menos áreas verdes e
maiores índices de poluição atmosférica. Essa temperatura também está relacionada à impermeabilização do
solo, ausência de arborização, maior demanda de energia proveniente de máquinas industriais e automóveis
e, consequentemente, maior quantidade de poluentes no ar. Esse fenômeno, conhecido como “ilha de
calor”, é bastante dinâmico e intensifica-se nos dias de sol e poluição elevada.
A INFLUÊNCIA DAS ÁREAS VERDES NA AMENIZAÇÃO DA POLUIÇÃO URBANA
Os poluentes atmosféricos presentes no ar da cidade de São Paulo são bastante diversos, encontrando-se
material particulado, dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx), hidrocarbonetos (HCL), ozona
(O3) e monóxido de carbono (CO). Variam também quanto ao tamanho, forma e densidades de partículas em
suspensão, além de suas características variarem muito de local para local.
As partículas em suspensão são importantes em relação à saúde, pois sendo facilmente inaladas, causam
problemas respiratórios. Elas também responsáveis pela redução da visibilidade e tomam parte na reação
com outros poluentes.
Dados coletados nas estações de monitoramento do ar da CETESB localizadas próximas as áreas verdes
(Cerqueira César e Parque do Ibirapuera) mostram redução significativa de poeira inalável no ar. Isso leva a
crer que uma política de arborização urbana poderia contribuir em atenuar os índices de poluição anunciados
freqüentemente.
O dióxido de enxofre (SO2) presente no ar da cidade de São Paulo é resultado da queima de combustível
fóssil para aquecimento e produção de energia para veículos e indústrias. O dióxido de enxofre, junto com os
óxidos de nitrogênio (NOx) tem um papel importante na formação da chuva ácida, causando impactos sobre a
vegetação e mananciais de água, além de danos ao patrimônio histórico e arquitetônico expostos ao ar livre.
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A estação do Parque do Ibirapuera apresenta, dentro da mancha urbana, os mais baixos índices de SO2,
indicando o importante papel das áreas verdes na melhoria da qualidade do ar da cidade.
Se considerarmos que uma árvore isolada pode transpirar, em média, quatrocentos litros de água por dia,
gerando um efeito refrescante equivalente a cinco aparelhos de ar condicionado com capacidade de duas mil
e quinhentas Kcal, trabalhando 20 (vinte) horas por dia, verificamos o significado da necessidade de maior e
melhor distribuição arbórea pela cidade.
A refrigeração e filtragem do ar dependem da quantidade de folhas. É o seu volume que controla o efeito e
não o tamanho da área verde. Assim, quanto maior o diâmetro da árvore, maior sua copa e consequentemente
maior o número de folhas. Portanto, tem maior importância a qualidade da vegetação e não a sua quantidade.
Segundo SOBRAL (1996), o calor e a poluição vêm causando mudanças no padrão de distribuição das
chuvas que caem sobre a cidade, tanto no espaço quanto no tempo. Estações meteorológicas das regiões mais
centrais, mais quentes e poluídas, têm registrado totais pluviométricos mais elevados, conforme mostra a
tabela 1 abaixo:
Tabela 1: Distribuição da chuva exibida em espaço e tempo.
Período
setor sul
setor centro
1936 – 1989
1.3305,5 mm
1.461,7 mm
Fonte: adaptado de SOBRAL, 1996, pag 28
setor norte
1.434,0 mm
Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE/SP. In: Oliveira, Sílvio. A poluição do ar e as alterações
climáticas na cidade de São Paulo.
“As chuvas têm-se precipitado, cada vez mais, sob a forma de tempestades. As enchentes sempre foram uma
forma de inundação natural dos rios, onde o excesso de água era absorvido pela várzeas e pelo solo. A
escassez de áreas verdes e a crescente impermeabilização dos solos aumenta o escoamento superficial das
águas e diminui a infiltração, agravando as enchentes nas cidades. A expansão das áreas impermeabilizadas
(dos 1.500 km2 de áreas urbanizadas, mais de 900 km2 são impermeabilizadas), faz com que,
constantemente, aumente a vazão máxima dos canais de drenagem e diminua o tempo de concentração das
águas. Só a zona urbana do município de São Paulo apresenta cerca de 468 pontos críticos de enchentes. O
ritmo do agravamento desse problema é alarmante a cada ano e cada vez mais difusa na malha urbana”
(Sobral, 1996).
A erosão do solo é outro sério problema relacionado a drenagem urbana. Quanto maior é a temperatura do
solo, maior é a sua oxidação, portanto maior a sua decomposição e, consequentemente, a erosão em lençol e
lixiviação (MORO, 1976). As áreas verdes, estrategicamente localizadas, diminuem o escoamento
superficial, reduzindo a erosão, a sedimentação, além de protegerem os mananciais.
O distúrbios climáticos, a elevação das temperaturas e o agravamento das enchentes estão em grande parte
relacionados com a escassez de áreas verdes na cidade assim como a sua má distribuição. A ampliação dessas
áreas sem dúvida melhorariam em muito o clima, a poluição do ar e as enchentes. Porém, as áreas
atualmente disponíveis são muito caras e bastante raras e, muitas das áreas destinadas para praças e jardins,
tem sido invadidas por ocupações irregulares.
A IMPORTÂNCIA DAS ÁREAS VERDES NA QUALIDADE DE VIDA DAS CIDADES
Nas áreas urbanas, principalmente nas regiões metropolitanas em que a densidade de ocupação é maior e as
indústrias convivem com as zonas residenciais e de lazer, os espaços verdes, independente de sua modalidade
ou qualidade de sua cobertura vegetal, exercem importância fundamental na qualidade de vida da sociedade,
influenciando tanto nos aspectos físicos quanto psicológicos dos indivíduos.
A arborização ajuda a caracterizar a paisagem das ruas, praças e parques, contribuindo para dar noção de
espaço ao ser humano e realçar o ambiente físico da cidade.
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A tabela 2 demonstra a influência positiva das área verdes em relação a dinâmica ambiental urbana:
Tabela 2: Influência das áreas verdes em relação à dinâmica ambiental.
Influência das áreas verdes
em relação à
- ação purificadora por:
. fixação de poeiras e materiais residuais;
. depuração bacteriana e de outros microorganismos;
Composição atmosférica
. reciclagem de gases através dos mecanismos fotossintéticos;
. fixação de gases tóxicos.
- luminosidade e temperatura: a vegetação ao filtrar a radiação solar
suaviza as temperaturas extremas;
- umidade e temperatura: a vegetação contribui para conservar a umidade
do solo, atenuando sua temperatura;
- reduz a velocidade do vento;
Equilíbrio solo-clima-vegetação
- mantém as propriedades do solo: permeabilidade e fertilidade;
- fornece abrigo à fauna existente;
- influencia no balanço hídrico.
- amortece os resíduos de fundo sonoro contínuo e descontínuo de caráter
estridente, que ocorrem nas grandes cidades.
Nível de ruído
Fonte: Adaptada de LOMBARDO (1990).
A REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
A Grande São Paulo, conforme estabelecida pela Lei Complementar Federal no. 14, é formada por 39
municípios e 137 distritos, ocupando uma área de 8.051 Km2. Em 1994 possuía quase 16 milhões de
habitantes, concentrando 18% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Entre os números podemos citar:
concentração de 300 das 1000 maiores empresas nacionais e estrangeiras instaladas no país; 20 dos maiores
bancos; 23% da frota nacional de veículos.
A Grande São Paulo possui altitude média de 750 m, possuindo a maior parte de seu território situada na
bacia do Alto Tietê, no denominado Planalto Paulistano. Engloba ainda parte de outras bacias como a do rio
Sorocaba a oeste, do rio Jundiaí ao norte, do rio Paraíba a leste, dos rios Capivari, Itatinga e Itapanhaú ao sul
e do rio Ribeira de Iguape ao sudoeste (figura 1).
No restante de seu território predominam declividades que variam entre 20 e 40% ou maiores, de forma
localizada, com amplitudes topográficas que não superam os 400 m. Encontramos ao norte e noroeste as
serras do Itaqui, da Cantareira, do Bananal e da Pedra Branca; a leste a serra do Itapeti; a leste, sul e sudoeste
a morraria do Embu, que faz contato com o rebordo da Serra do Mar.
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O Planalto Paulistano, que ocupa a parte central da Região Metropolitana de São Paulo - RMSP, é
constituído por planícies aluviais e colinas suavemente onduladas da bacia sedimentar de São Paulo, através
da qual correm as águas do rio Tietê e de seus afluentes. Abrange mais de 60% do território metropolitano e
devido ao seu relevo bastante suave, ocorreu aí uma intensa urbanização, que se estendeu inclusive às várzeas
e vertentes, apresentando-se hoje quase totalmente desprovido de matas - com exceção aos parques presentes
na região, especialmente o Parque do Estado.
A porção mais leste da bacia sedimentar de São Paulo caracteriza-se por menor urbanização e
desenvolvimento de agricultura e exploração de minérios, devido às condições favoráveis de clima e solo.
Nesta região encontram-se ainda capoeiras, em geral, nas regiões de vertentes íngremes.
Na região da Morraria do Embu encontramos nas regiões de relevo mais rebaixado um acelerado processo de
urbanização, uso hortigranjeiro e reflorestamento, enquanto as regiões de morros altos e acidentados
concentram grande parte das matas remanescentes na RMSP, extensas áreas de capoeira e reflorestamento.
Esta região possui importante função de proteção e sustentação do sistema urbano.
Ao norte encontramos uma extensa área montanhosa em grande parte recoberta por matas protegidas por
legislação, como é o caso da Serra da Cantareira, por capoeiras, reflorestamentos e áreas urbanizadas
dispersas.
A leste, na Serra do Itapeti, encontramos um clima mais seco e quente que o restante da Região
Metropolitana de São Paulo e portanto a cobertura vegetal desta região também é distinta, caracterizada no
passado pela presença de manchas de cerrado. A ocupação urbana é pouco intensa e as atividades de
agricultura e pecuária não são muito dinâmicas. Hoje, o remanescente vegetal caracteriza-se por manchas de
mata, capoeiras e formações secundárias arbustivo-herbácea.
A área que compreende a bacia do rio Sorocaba possui relevo bastante acidentado e extensa rede de drenagem
favorecendo o desenvolvimento da agricultura, chácaras de lazer e urbanização periférica.
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Figura 1: Divisão Geográfica da Região Metropolitana de São Paulo. Extraído de EMPLASA (1994).
Evolução Histórica de Parques na Cidade de São Paulo
Fatores relevantes como o potencial paisagístico da área (tipo de relevo, cobertura vegetal existente e,
posteriormente, as represas), os modelos de políticas urbanas adotadas (tanto públicas quanto privadas) e a
participação da sociedade, devem ser considerados quando analisados os processo de ocupação urbana e a
própria evolução dos parques na cidade de São Paulo.
Devemos considerar que a mancha urbana era bastante diferente nos períodos analisados e portanto, os
índices apresentados na tabela 3 - Evolução das áreas verdes no Município de São Paulo (modificação de São
Paulo, 1996), em anexo, devem ser analisados como a parcela de áreas que foram transformadas pelo poder
público em áreas de lazer para a população.
Os índices são obtidos pela seguinte fórmula :
Índice área verde (m2/hab) = total de área verde (m2)
número de habitantes
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Até 1860 havia no município apenas o Jardim Público e o Largo 7 de Abril (atual Praça da República). O
índice de áreas verdes era 4,57 m2/hab.
No período de 1860 a 1890 nenhuma nova área foi criada e a população no período dobrou de tamanho (de
31.000 para 69.000 hab.) fazendo com que o índice caísse para 2,21 m2/hab.
Entre 1890 e 1920 a população aumentou para 579.000 hab., ou seja, um aumento de quase 10 vezes o
número anterior. As áreas verdes públicas, no entanto, não aumentaram na mesma proporção, a área total
apenas dobrou com a inclusão de 4 pequenos parques e praças, entre eles o Jardim Aclimação, que na época
tratava-se de um parque privado, que era utilizado para lazer público.
No período subsequente (1920-1950), no entanto, observou-se uma evolução neste sentido através da criação
de grandes parques, que hoje ainda representam áreas verdes significativas no município. São eles o Parque
do Estado (atual Fontes do Ipiranga) com área de 6.315.000 m2, o Parque do Jaraguá com 4.888.400 m2 e o
Horto Florestal com 1.740.000 m2. O índice deste período foi o maior já observado, 6,54 m2/hab.
No período de 1950-1980 nove novos parques foram criados, entre eles o Ibirapuera, o Parque do Carmo e o
Parque Anhanguera. Os dois primeiros possuem importante valor social para a cidade e o último representa
uma grande área verde do município (9.500.000 m2). Neste período ainda, tivemos a destruição do Parque
Dom Pedro e de parte do Parque Trianon para a construção do MASP. O índice observado nessa época foi de
3,14 m2/hab.
Nas últimas duas décadas, no entanto, foi o período em que mais parques foram criados, 18 no total. Com
área de 9.297.106 m2, o Parque Ecológico do Tietê (Parque Estadual) representa a maior área criada no
período, ficando a seguir o Parque Villa Lobos com 717.000 m2. O Parque Villa Lobos possui a
particularidade de ter sido construído sobre um aterro de inertes.
SITUAÇÃO ATUAL DAS ÁREAS VERDES NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
Parques
O município de São Paulo, apesar de ter sofrido intensa transformação no uso do solo, ainda possui áreas
com florestas nativas, concentradas principalmente em sua zona rural. Áreas com matas cercadas pela malha
urbana são extremamente raras e, por isso mesmo, de fundamental importância para o conhecimento
científico e para conservação. Dentre estas áreas destacam-se os parques públicos. Os parques, além de
possuirem funções recreacional e de controle da qualidade ambiental para a cidade, são refúgios de
biodiversidade e locais fundamentais para o desenvolvimento de atividades educativas, que permitem à
população o reconhecimento da importância da preservação do patrimônio genético da vegetação e da fauna
local (Garcia, 1995), além de serem importantes espaços voltados ao lazer.
A tabela 4, em anexo, obtida no Departamento de Parques e Áreas Verdes da Secretaria Municipal do Verde
e do Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo, considera as áreas verdes de uso público - parques
municipais, estaduais e unidades de conservação (reservas e áreas protegidas) - existentes no Município de
São Paulo divididas por Administração Regional.
Existem no município de São Paulo 30 parques municipais sob a responsabilidade do DEPAVE Departamento de Parques e Áreas Verdes (SVMA). Além dos parques municipais encontramos também 9
parques estaduais, cujas funções são atreladas aos objetivos das secretarias que os criaram, por exemplo, o
Parque Ecológico do Tietê, que pertence a Secretaria de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras e funciona
como amortecimento às enchentes do Rio Tietê. Encontramos, ainda, dentro da malha urbana a Reserva
Ecológica do Morumbi.
Categorias de Parques (segundo Argentino Jr., SVMA)
-
Parques Históricos: Parques mais antigos, que abrigam esculturas, elementos arquitetônicos de valor
cultural, além de vegetação significativa. Na sua maioria são áreas tombadas. Ex: Parques da
Independência, da Luz, Tenente Siqueira Campos, Burle Marx, Ibirapuera e Aclimação.
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-
-
Parques Metropolitanos: Parques que pelo seu tamanho e localização abrigam muitos equipamentos de
lazer tais como escolas, museus, quadras poliesportivas, teatros, restaurantes, com grande fluxo de
população. Ex : Parques do Ibirapuera e do Carmo.
Parques Esportivos: Possuem infra-estrutura para a prática de esportes em geral, como o fator principal
de atração da população. Ex: Parques Cidades de Toronto, Vila Guilherme e CEMUCAM.
Parques Florestais: Possuem maciços arbóreos significativos e compactos, com condições de abrigar
fauna variada. Ex: Parques dos Eucaliptos, Anhanguera e Alfredo Volpi.
Parques de Vizinhança: Por apresentarem pequena infra-estrutura de lazer e esportiva, atraem apenas à
população local. Incluem-se aí a maioria dos parques. Ex: Parques Buenos Aires, Aclimação, Chico
Mendes, Jardim Felicidade, Conceição, Lion Clube Tucuruvi, Luiz Carlos Prestes, Nabuco, Piqueri,
Previdência, Raposo Tavares, Raul Seixas, Rodrigo de Gaspari, Santo Dias, São Domingos, Severo
Gomes, Vila dos Remédios e Guarapiranga.
Os 30 parques municipais apresentam realidades bastante diversas, variando em extensão, vegetação,
equipamentos e contexto social. Além das atividades de lazer desenvolvidas diariamente pelo público usuário,
outras atividades complementares são promovidas pelas diferentes divisões do DEPAVE, Secretarias
Municipais, outras instâncias governamentais e entidades civis, tais como: investigação científica, educação
ambiental, cursos, produção de mudas, atendimento médico-veterinário, eventos artísticos e culturais
(MARCHINI & SILVA FILHO,1993).
O gerenciamento das atividades e administração dos parques municipais compete a Divisão de Manejo e
Conservação de Parques. As tarefas de limpeza e conservação são realizadas por empresas contratadas e as
demais tarefas são realizadas por servidores municipais. A orientação técnica e a fiscalização das atividades
são realizadas pela equipe de engenheiros agrônomos da Divisão, onde cada um é responsável por um grupo
de parques. A parte administrativa é conduzida a parte, por um administrador (MARCHINI & SILVA
FILHO,1993).
Entre os parques municipais, o maior deles é o Parque Anhanguera que se localiza na região norte, próximo
a Serra da Cantareira, e ocupa área de 9.500.000m2. Sua implantação ocorreu na década de 70, através da
aquisição da área pela Prefeitura. Pequena parte de sua área é aberta ao público e a maior parte é reflorestada
com eucaliptos. Ocorrem matas ciliares ao longo das linhas de drenagem e lá encontramos mamíferos de
porte e rica avifauna (São Paulo, 1988). Neste parque está localizado o Centro de Reabilitação de Animais
Silvestres (CRAS) e o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) administrados pelo DEPAVE.
A seguir aparecem os parques do Carmo com 1.500.000 m2 e do Ibirapuera com 1.584.000 m2. O parque do
Carmo é um importante centro de lazer para os habitantes da zona leste e está localizado dentro da Área de
Proteção Ambiental Parque e Fazenda do Carmo, definida pela lei estadual 6409/89. A Secretaria Estadual
do Meio Ambiente com a cooperação da Prefeitura do Município elaborou a Regulamentação APA, definindo
áreas de preservação permanente, mantendo-se nelas apenas as trilhas existentes, para fins de pesquisa ou
visitas monitoradas e áreas de uso ligadas ao lazer. O parque possui remanescente de mata ciliar e mata
atlântica nativa. Sua fauna é composta por muitas aves e mamíferos de pequeno porte. Parte do parque é de
propriedade da COHAB-SP e o parque faz limite norte-leste com um de seus conjuntos habitacionais, o
PROFILURB. Este conjunto habitacional não possui ligação com a rede de esgotos local, sendo seus esgotos
lançados nos córregos da região, o que acarreta queda da qualidade do ambiente aquático do parque,
acarretando danos a sua fauna. Além disso, observam-se outros fatores de degradação do parque que podem
ser atribuídos a ocupações irregulares (ESPUNY et al. 1993)
O Parque do Ibirapuera localizado na região sul do Município é o parque mais popular da cidade, por sua
localização, dimensões e tratamento dos espaços. Foi implantado na Várzea do Ibirapuera, formada pelos
córregos Caguaçu e Sapateiro, que originaram os grandes lagos ali existentes. Teve início com o saneamento
da área e implantação do viveiro de plantas por Manequinho Lopes em 1928, quando foram plantados os
eucaliptos para melhorar a drenagem do solo. Foram plantadas, também nesta época, diversas espécies
nativas e exóticas (São Paulo, 1988). Em seu interior encontramos hoje o Museu de Arte Moderna, a Bienal
de São Paulo, o Pavilhão Japonês, Viveiro Manequinho Lopes e a Divisão Técnica de Medicina Veterinária e
Biologia da Fauna/ DEPAVE 3. O Viveiro, desativado de sua função primitiva de fornecer mudas para a
arborização da cidade, funciona para a formação de vasos, multiplicação de plantas rasteiras e apoio para
cursos de jardinagem.
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Além destes encontramos mais 27 parques municipais na cidade com tamanhos que variam entre 13.335 m2,
como o Parque dos Eucaliptos no Campo Limpo, e 195.000 m2, como o Parque Raposo Tavares localizado no
Butantã (figura 2).
Distribuição dos Parques Municipais por Área
total - 30 parques
0%
7%
0 - 49.999 m2
0% 3% 0%
50.000 - 99.999 m2
10%
100.000 - 149.999 m2
40%
150.000 - 199.999 m2
200.000 - 999.999 m2
1.000.000 - 2.000.000 m2
2.000.000 - 4.999.999 m2
23%
5.000.000 - 9.999.999 m2
10.000.000 - 50.000.000 m2
17%
Figura 2 – Distribuição dos Parques Municipais por Área Ocupada
Distribuição dos Parques Estaduais por Área
total - 9 parques
22%
0%
0 - 49.999 m2
11%
11%
50.000 - 99.999 m2
100.000 - 149.999 m2
150.000 - 199.999 m2
200.000 - 999.999 m2
1.000.000 - 2.000.000 m2
11%
23%
11%
11%
2.000.000 - 4.999.999 m2
5.000.000 - 9.999.999 m2
10.000.000 - 50.000.000 m2
Figura 3 - Distribuição dos parques estaduais por área ocupada
Entre os parques estaduais, encontramos as maiores áreas verdes dentro do município (figura 3). A maior
área pertence ao Parque Estadual da Serra do Mar com 44.322.946m2. Este parque abrange diversos
municípios da região metropolitana e do litoral de São Paulo com área total de 309.938 hectares. A vegetação
é de Mata Atlântica típica de encosta e compreende o cinturão verde sobre a Serra do Mar. Sua fauna inclui
mamíferos de grande porte. Trata-se de um dos poucos remanescentes de Mata Atlântica no estado.
Outra área bastante expressiva no município é o Parque Estadual da Cantareira, com área de 40.519.593 m2,
que faz parte da Reserva Estadual da Cantareira. Esta reserva foi criada no fim do século passado para
garantir a captação de água para abastecimento de São Paulo. A reserva tem cobertura florestal em
praticamente toda sua extensão, que é considerada de preservação permanente pelo Código Florestal
Brasileiro, sendo sua flora formada principalmente pela Mata Atlântica, aparecendo também áreas
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reflorestadas pelo Instituto Florestal (SÃO PAULO, 1988). Entre a fauna, relativamente rica, encontramos
pequenos carnívoros, macacos, morcegos, pacas, cotias, veados, répteis, anfíbios e aves. Este parque possui
diversos equipamentos para lazer e camping. Em área contígua encontra-se o Parque Estadual Alberto
Löfgren, sede do Instituto Florestal e do Horto.
Estas duas áreas descritas fazem parte de complexos de vegetação localizados nos limites sul e norte do
município, respectivamente, não estando englobados pela malha urbana. As demais áreas estaduais situam-se
dentro da área urbana. São elas:
O Parque Estadual (ex Parque Ecológico do Tietê) com área de 9.297.106 m2 dos quais apenas 2.500.000 m2
são abertos ao público. O projeto original do parque possuía plano paisagístico de Roberto Burle Marx, de
onde surgiu o Centro Recreativo de Cangaíba. Este centro foi implantado em antiga região de “portos de
areia”, em terrenos recompostos por aterros sanitários. É equipado para o lazer e seus sete lagos formados
sobre as áreas de extração de areia, são utilizados para recreação náutica. É constituído por pequenos
agrupamentos de eucaliptos e outras árvores remanescentes das antigas chácaras que ocupavam a área (SÃO
PAULO, 1988). Em suas várias ilhotas, comunidades de mamíferos são estudadas, especialmente macacos.
O Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (ex Parque do Estado) é um importante remanescente de mata no
interior do município. A área tornou-se parque em 1928, devido provavelmente a existência de cabeceiras do
Córrego Ipiranga, elemento de importante conotação histórica na emancipação política do Brasil (SÃO
PAULO,1988). Em sua área de 5.428.156 m2 encontram-se atualmente o Instituto de Botânica, o Jardim
Botânico, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, o Instituto Astronômico e Geofísico da USP, a
Fundação Parque Zoológico de São Paulo, o Simba Safari e o Parque da Água Funda. A maior parte de sua
área é ocupada por uma Reserva Biológica, constituída por vegetação remanescente de mata do planalto
paulista.
O Parque do Jaraguá está sob administração da Secretaria do Meio Ambiente. Sua área de 4.888.400 m2
abrange os picos do Jaraguá e o Bico de Papagaio (1.127 e 1.135 m de altitude). A área do sopé possui menor
declividade, áreas represadas e equipamentos de lazer, enquanto na área que abarca os picos podem ser
encontrados três mirantes que permitem visualizar a cidade. Nos picos foram construídas torres de
retransmissão que hoje fazem parte da paisagem de São Paulo.
Os demais quatro parques estaduais possuem área entre 1.740.000 m2 (Parque Alberto Löfgren) e 115.200
m2, Parque Fernando Costa (ex Água Branca). Este último é uma das mais importantes áreas de lazer da
cidade, recebendo visitantes de diferentes regiões. Foi construído para ser sede dos serviços de produção
animal da Secretaria da Agricultura em 1929.
Em termos de Administrações Regionais encontramos uma distribuição bastante distinta em relação a área
ocupada por parques em m2. A AR-CS Campo Limpo, por englobar o parque estadual da Serra do Mar,
possui a maior área de parque 44.322.946m2, enquanto a AR-SA Santo Amaro possui a menor área, apenas
34.900m2, referentes ao Parque Severo Gomes (tabela 5).
Áreas Particulares e Vias Públicas
Os dados analisados acima referem-se a áreas públicas. Segundo Silva (1993), no entanto, o município de
São Paulo possui dentro da área urbana 74,8 km2 de áreas verdes situadas em terrenos particulares e parcelas
do sistema viário densamente arborizadas e não discriminadas de propriedades particulares via satélite. Este
autor traz, ainda, em seu artigo uma tabela com índices de arborização de alguns bairros do município que
foi transcrita abaixo:
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Tabela 6: Índice de arborização de bairros do município de São Paulo, divididos por blocos
Bairros
Índice de arborização (%)
Centro Histórico, predominância horizontal
Americanópolis
0,4
Brás
0,5
Brasilândia
2,1
Campo Limpo
0,6
Ermelino Matarazzo
0,2
Parque Edu Chaves
0,0
São Mateus
0,2
São Miguel Paulista
1,0
Vila Formosa
0,2
Peruche
1,0
Vila Clementino
1,7
Centro Histórico, predominância vertical
Av. Paulista
12,8
Moema
5,3
Indianópolis
8,7
Bairros Verdes
Alto de Pinheiros
27,1
Chácara Flora
52,7
Jardins
33,6
Jardim São Bento
16,4
Morumbi
46,8
Pacaembu
22,7
Bairros com predominância industrial
Santo Amaro
2,3
Tamanduateí
0,8
Podemos verificar que há uma significativa diferença entre os bairros no que diz respeito também a
arborização, com predominância da mesma nos ditos bairros-jardins.
Os bairros jardins surgiram de bairros da aristocracia cafeeira, tais como Campos Elíseos e Higienópolis,
porém sua concepção de divisão da terra em lotes e ocupação com casas são deste século. O primeiro bairro
criado foi o Jardim América, pela Companhia City, de capital francês e inglês, em 1915, seguido pelo
Pacaembú em 1925. Sua característica é de ruas curvilíneas, com lotes irregulares de tamanho e recuo
suficiente para a implantação de jardins e quintais (SÃO PAULO, 1988).
Os bairros jardins caracterizam-se pela ocupação predominantemente residencial e de baixa densidade. Estes
bairros surgiram de loteamentos destinados a população de alta renda, em cujos contratos de venda ficavam
estabelecidas restrições ao uso e ocupação do solo. Estas restrições impostas visavam garantir uma qualidade
ambiental ao bairro e sua não descaracterização futura e foram incorporadas a legislação municipal de uso e
ocupação do solo. Nestes bairros, em geral, é vetada a verticalização e são restritas as possibilidades de
adensamento, o que garante a preservação destas áreas verdes. Suas ruas são bastante arborizadas e como os
lotes são maiores do que em outras regiões da cidade, suas áreas livres são ocupadas por vegetação, inclusive
arbórea (SILVA, 1993).
Estes bairros ocupam uma superfície significativa das regiões sul e oeste, contrapondo-se a verticalização que
predomina na cidade. Mais recentemente, surgiram os bairros - jardins em áreas periféricas da cidade, junto
às represas da Zona Sul e nos contrafortes da Serra da Cantareira, na Zona Norte (SÃO PAULO, 1988).
A tabela 7 a seguir mostra a localização dos bairros - jardins dentro do município de São Paulo.
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Tabela 7: Localização dos bairros - jardins no município de São Paulo.
Bj01
Horto Florestal, Vila Albertina
Bj12
Jd. Europa, Jd. Paulistano
Bj02
Tremembé
Bj13
Vila Nova Conceição
Bj03
Alto da Lapa
Bj14
Jardim Novo Mundo
Bj04
Alto de Pinheiros
Bj15
Brooklin
Bj05
Cidade Universitária
Bj16
Vila Lusitânia
Bj06
Jd. Bandeiras, Sumaré
Bj17
Granja Julieta, Hípica
Bj07
Sumaré
Bj18
Chácara Flora
Bj08
Pacaembu
Bj19
Vila Nova Caledônia
Bj09
Jardim São Bento
Bj20
Áreas arborizadas
Bj10
Morumbi
Bj21
Interlagos
Bj11
Jardim América
Bj22
Loteamento Sete Praias
Fonte: Cia. City
Entre a área com ocorrência de vegetação arbórea, 80% delas são de propriedade particular. Além dos
bairros-jardins, sua maior parte está localizada em terrenos vazios de zonas da cidade ainda em processo de
ocupação. Estas últimas representam preocupação maior quanto a sua preservação, pois o crescimento destas
zonas trará a eliminação destas áreas, hoje arborizadas (SILVA, 1993).
Estas áreas ainda não ocupadas podem ser caracterizadas por terrenos que, por sua situação morfológica,
demandam maiores investimentos para urbanização, sendo resguardados para uma etapa de maior
valorização. São ocupadas por vegetação herbácea com eucaliptais remanescentes de antigos reflorestamentos
e também por vegetação de porte e valor que merecem ser preservada (SÃO PAULO, 1988).
Através dos dados, percebe-se que os bairros mais arborizados são aqueles onde predominam a população de
média e alta renda. Nos demais bairros da cidade observam-se índices de áreas verdes e de arborização em
propriedades particulares muito baixos.
A distribuição das áreas verdes, como se observa, portanto, está intimamente relacionada a questão
habitacional principalmente em áreas de população de baixa renda. Observamos na cidade várias áreas de uso
comum ocupadas por assentamentos clandestinos e um total desrespeito a legislação urbanística no que diz
respeito a ocupação de lotes particulares. Observa-se o desrespeito ao percentual de área construída, o recuo
obrigatório é ignorado e os quintais são totalmente construídos ou ocupados, aumentando ainda mais a
carência de áreas verdes nestas regiões da cidade, onde as áreas verdes públicas praticamente inexistem
(SILVA,1993).
O mesmo se observa em bairros industriais, onde a inexistência do verde é quase total, trazendo um
desconforto ainda maior a população que passa a maior parte do seu dia nestes locais de trabalho.
Distribuição das Áreas Verdes
A tabela 8, apresentada em anexo, considera o total de áreas verdes do município segundo critérios da
Secretaria Municipal de Planejamento (SEMPLA), que engloba parques, praças, canteiros, áreas ajardinadas
e equipamentos, para o cálculo do índice de áreas verdes por habitante.
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A distribuição percentual destas áreas pode ser vista na figura 4 .
Distribuição das Áreas Verdes no Município de São Paulo
total - 136.986.694m 2
Praças
5%
Áreas Ajardinadas
Canteiros 2% Equipamentos
1%
3%
Parques
89%
Figura 4 - Distribuição das áreas verdes no município de São Paulo.
Analisando os dados da tabela 8 percebemos que as ARs Perus, Jaçanã-Tremembé e Capela do Socorro são as
que possuem os maiores índices de áreas verdes em m2 por habitante. Estes índices, no entanto, refletem a
existência dos maiores parques do Município que estão localizados nestas ARs. O índice de 144 m2/hab de
Perus reflete, ainda, a baixa densidade demográfica da região e portanto deve ser analisado com cuidado.
A seguir encontramos ARs com índices entre 10 e 20 m2/hab. Estas áreas também possuem influência
significativa da área ocupada por parques. São elas Freguesia do Ó, Pirituba-Jaraguá, Ipiranga, Penha e
Santana.
A seguir aparece um bloco de ARs com índices entre 4,1 e 9,9 m2/hab que compreende as ARs de Ermelino
Matarazzo, Vila Mariana, Butantã, Pinheiros, Lapa e Itaquera. Verificamos que nestas regiões aparecem
valores elevados em parques, praças e canteiros. Lapa, por exemplo, apresenta a maior área de praças do
município e Butantã a maior área de canteiros, a segunda maior área ajardinada e terceira área em praças. A
influência de parques nestas ARs não é tão acentuada.
Apresentando índices entre 2,0 e 3,0 m2/hab aparecem as regionais Móoca, Sé, Casa Verde, Vila Maria, São
Miguel-Itaim Paulista. São Miguel, por exemplo, apesar de ter grande área em parques e praças possui
população muito densa. É a segunda regional em número de habitantes.
As demais regionais apresentam índices menores que 1,9 m2/hab e entre elas encontramos as ARs de Santo
Amaro, Campo Limpo, São Mateus, Aricanduva, Jabaquara, Guaianazes e Vila Prudente. A maior parte
delas não possui nenhum parque em sua área e as áreas de canteiros e praças não são tão expressivas. A ARCampo Limpo é a mais populosa do município (884.826 hab.), e apesar de apresentar a maior área em
equipamentos e boa expressão em áreas ajardinadas e parques, seu índice é de apenas 1,6 m2/hab.
Obtemos, desta forma, um índice de 13,4 m2/hab no município de São Paulo. Este número supera o índice
proposto pela ONU de 12 m2/hab, no entanto, deve ser analisado com restrições.
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Se excluirmos os parques estaduais da Cantareira e Serra do Mar, que situam-se nos extremos norte e sul do
Município sobre as serras de mesmo nome, por estarem na zona rural e não na área urbana, este índice cai
para 5,10 m2/hab, o que representa melhor a situação da cidade de São Paulo.
Este índice é bastante baixo se comparado com o de outras cidades como Buenos Aires, 9 m2/hab, Curitiba,
16 m2/hab, Londres, 71 m2/hab e Los Angeles, 111 m2/hab (EMPLASA), e com o próprio índice da ONU, no
entanto, não é claro como este índices são calculados. Para a cidade de São Paulo, por exemplo, na literatura
aparecem números bastante diferentes sobre este parâmetro, cuja variação se baseia na classificação de áreas
verdes: alguns autores consideram no cálculo apenas parques municipais, parques municipais e estaduais,
apenas áreas públicas (parques, praças, canteiros, etc.) ou ainda áreas públicas e particulares.
Esta heterogeneidade demonstra que a simples citação de um número, nem sempre reflete a realidade da
cidade, só para São Paulo, por exemplo encontramos valores entre 3,59 m2/hab (FRANCO et al. 1993) e 13,4
m2/hab (obtido neste trabalho).
Comparação entre os Índices
Observa-se que o índice de áreas verdes pode basear-se em diferentes critérios e assim sendo, diferentes
valores são obtidos. Na tabela 9 pretendemos demonstrar a heterogeneidade de índices que pode ser obtido
para o Município de São Paulo.
Tabela 9: Índices de áreas verdes ( m 2 ) por população (hab) no município de São Paulo.
Tipo de área verde
Área (m2)
População (hab.)
Índice (m2/hab)
Parques municipais
14.698.119
10.220.783
1,44
Parques municipais e estaduais – total
121.927.120
10.220.783
11,93
Áreas públicas (parques, canteiros, etc.)
136.986.694
10.220.783
13,40
Áreas públicas e particulares
211.786.694
10.220.783
20,72
Quando consideramos o total do município, englobamos áreas verdes da zona rural que não encampam a
malha urbana. Considerando apenas a zona urbana do município, temos a seguinte situação:
Tabela 10: Índice de áreas verdes ( m 2) população ( hab) na zona urbana do município de São Paulo.
Tipo de área verde
Área (m2)
População (hab.)
Índice (m2/hab)
Parques municipais
Parques municipais e estaduais - total
Áreas públicas (parques, canteiros, etc.)
Áreas públicas e particulares
14.698.119
37.084.581
52.144.155
126.944.155
10.220.783
10.220.783
10.220.783
10.220.783
1,44
3,63
5,10
12,42
Consideraremos, portanto, como indicativo da cidade de São Paulo o valor 12,42 m2/hab. Este total de áreas
verdes representa 15% da superfície da área urbana de São Paulo, que é de 870 km2, como mostra a tabela
11, que apresenta um comparativo entre as áreas do município.
Tabela 11: comparação de áreas do município.
Área total do município
Área urbana
áreas de terrenos
sistema viário
1.512 km2
870 km2
610 km2
236 km2
Fonte: EMPLASA 1980, in Silva (1993).
A distribuição das áreas verdes na cidade, segundo os critérios considerados, pode ser vista na figura 5
abaixo.
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Distribuição das áreas verdes no Município
Parques municipais
12%
Parques estaduais
18%
Áreas particulares
58%
Demais áreas
públicas (canteiros,
praças, etc.)
12%
Figura 5: Distribuição das áreas verdes na área urbana do Município de São Paulo.
TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS
O município de São Paulo possui hoje 12,4 m2 de áreas verdes por habitante, considerando: parques
municipais, parques estaduais, canteiros em vias públicas, calçadas arborizadas. Este número é equivalente
ao recomendável pela ONU (12m 2 / hab), apesar de verificamos que em muitos pontos da cidade predomina a
ausência de verde. Isto demonstra que não basta quantificarmos as áreas e sim que devemos analisar sua
distribuição espacial, quando o foco diz respeito aos aspectos relacionados à qualidade de vida.
Para elaborarmos um cenário para o ano de 2020 consideramos, para os cálculos, uma taxa de crescimento
populacional de 0,3% ao ano (Ribeiro, 1996) e obtivemos, desta forma, uma população de 11.015.580
habitantes neste ano. Com base nessa população, analisaremos os seguintes cenários:
Cenário 1) Se não houver alterações na quantidade de áreas verdes, apenas sua manutenção até 2020,
observaremos uma queda no índice para 11,52 m2/hab.:
Área (m2)
126.944.155
População (hab.)
11.015.580
Índice (m2/hab)
11,52
Cenário 2) Se buscarmos a manutenção do índice, deverá ocorrer um aumento proporcional no tamanho das
áreas verdes, segundo a tabela abaixo:
Área (m2)
136.593.192
População (hab.)
11.015.580
Índice (m2/hab)
12,4
Ou seja, será necessário um incremento de 9.649.037m2 de áreas verdes em 20 anos (aproximadamente a
área do parque Anhanguera). Este aumento representa 8% do total de área hoje existente e deverão estar
distribuídas em áreas onde a predominância de vegetação é menor. Para tal, é necessário que haja o
comprometimento político e institucional do poder público na criação de áreas verdes e a manutenção das
áreas já existentes. A participação da sociedade é também fundamental nesse processo.
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CONCLUSÕES
-
O trabalho diagnosticou que o índice de área verde por habitante no município de São Paulo está dentro
dos padrões internacionais recomendáveis, ou seja, 13,4 m2/ habitantes, sendo que a ONU recomenda 12
m2 /hab.
-
Apesar do índice de m2 a .v / hab encontrar-se nos padrões internacionais, o trabalho constatou que
existe uma enorme desigualdade na sua distribuição causando desigualdades na qualidade do ar e
consequentemente no clima, presença de fauna, no equilíbrio do solo e vegetação, no ruído urbano e no
fenômeno das ilhas de calor.
-
Ressente-se, no município de São Paulo, de mapeamento atualizado em escala apropriada capaz de
indicar, com precisão, regiões propícias a serem preservadas, transformadas ou mantidas como áreas
verdes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Tabela 3: Evolução das áreas verdes no Município de São Paulo (modificado de São Paulo,1996).
Ano
Áreas Verdes
População
Índice
Anterior a 1860
143.428
31385
4,57
1860-1890
143.428
64.934
2,21
1890-1920
326.527
579.033
0,56
1920-1950
13.933.627
2.189.096
6,37
1950-1980
26.680.135
8.493.226
3,14
1980-1996
37.084.581 10.220.783
3,63
E v o l u ç ã o d o s P a r q u e s n a á re a U r b a n a
4 0 .0 0 0 .0 0 0
3 7 .0 8 4 .5 8 1
3 5 .0 0 0 .0 0 0
3 0 .0 0 0 .0 0 0
2 6 .6 8 0 .1 3 5
m2
2 5 .0 0 0 .0 0 0
2 0 .0 0 0 .0 0 0
1 3 .9 3 3 .6 2 7
1 5 .0 0 0 .0 0 0
1 0 .0 0 0 .0 0 0
5 .0 0 0 .0 0 0
1 4 3 .4 2 8
1 4 3 .4 2 8
3 2 6 .5 2 7
A n te r io r a 1 8 6 0
1 86 0-1 89 0
1 89 0-1 92 0
0
1 92 0-1 95 0
1 95 0-1 98 0
1 98 0-1 99 6
Ev o lu çã o d a P o p u la çã o
1 20 00 0 00
1 0 .2 2 0 .7 8 3
1 00 00 0 00
8 .4 9 3 .2 2 6
h ab .
8 00 00 0 0
6 00 00 0 0
4 00 00 0 0
2 .1 8 9 .0 9 6
2 00 00 0 0
3 13 85
6 4 .9 3 4
A n te r io r a 1 8 6 0
1 86 0-1 89 0
5 7 9 .0 3 3
0
1 89 0-1 92 0
1 92 0-1 95 0
1 95 0-1 98 0
1 98 0-1 99 6
E v o l u ç ã o d o Í n d i c e d e Á r e a s V e rd e s (P a r q u e s d a Á re a U rb a n a )
7 ,0 0
6 ,3 7
6 ,0 0
5 ,0 0
m 2 /h a b
4 ,5 7
4 ,0 0
3 ,6 3
3 ,0 0
2 ,0 0
3 ,1 4
2 ,2 1
1 ,0 0
0 ,5 6
0 ,0 0
A n te r io r a 1 8 6 0
1 86 0-1 89 0
1 89 0-1 92 0
1 92 0-1 95 0
ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
1 95 0-1 98 0
1 98 0-1 99 6
19
XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental
Tabela 4: Relação de parques da cidade de São Paulo e respectivas áreas, agrupados por Administração
Regional.
Administração Regional
Parque
CS
JT
FÓ
PR
IP
Capela do Socorro
Jaçanã, Tremembé
Freguesia do Ó
Perus (Parque Anhanguera)
Ipiranga (Parque do Estado)
PJ
Pirituba, Jaraguá
PE
ST
Penha
Santana
VM
IQ
Vila Mariana
Itaquera
MP
São Miguel, Itaim Paulista
PI
Pinheiros
EM
BT
Ermelino Matarazzo
Butantã
CL
Campo Limpo
LA
Lapa
SÉ
Sé
MO
MG
JA
Móoca
Vila Maria, Vila Guilherme
Jabaquara
SA
VP
SM
G
AF
CV
Santo Amaro
Vila Prudente
São Mateus
Guaianazes
Aricanduva, Vila Formosa
Casa Verde
Est. Serra do Mar
Est. Cantareira
Est. Cantareira
Anhanguera
Independência
Fontes do Ipiranga
Jardim Felicidade
Rodrigo de Gaspari
São Domingos
Cidade de Toronto
Jaragua
Pq. Estadual
Lions Clube Tucuruvi
Alberto Lofgren
Est. Cantareira
Ibirapuera
Carmo
Raul Seixas
Chico Mendes
Santa Amélia
Pq. Estadual
Ten. Siqueira Campos
Villa Lobos
Povo
Pq. Estadual
Alfredo Volpi
Previdência
Raposo Tavares
Luis Carlos Prestes
Reserva Ecol. Morumbi
Santo Dias
Eucaliptos
Burle Marx
Guarapiranga
Vila dos Remédios
Fernando Costa
Aclimação
Buenos Aires
Luz
Piqueri
Vila Guilherme
Conceição
Nabuco
Severo Gomes
Adm. Área Parque
E
E
E
M
M
E
M
M
M
M
E
E
M
E
E
M
M
M
M
M
E
M
E
E
E
M
M
M
M
UC
M
M
M
M
M
E
M
M
M
M
M
M
M
M
TOTAL
44.322.946
26.508.845
11.508.559
9.500.000
161.300
5.428.156
28.800
39.000
80.000
109.100
4.888.400
7.566.739
23.700
1.740.000
2.502.189
1.584.000
1.500.000
33.000
61.600
34.000
971.127
48.600
717.000
185.000
759.240
142.400
91.500
195.000
27.100
15.600
134.000
13.335
138.279
152.605
109.800
115.200
112.200
25.000
113.400
97.200
62.000
15.000
31.300
34.900
2
Total Parques(m )
44.322.946
26.508.845
11.508.559
9.500.000
5.589.456
5.145.300
7.566.739
4.265.889
1.584.000
1.533.000
1.066.727
950.600
759.240
471.600
438.219
225.000
250.600
97.200
62.000
46.300
34.900
121.927.120
Administração: M - municipal; E - estadual; UC - unidade de conservação
Fonte: Dossiê São Paulo / 95 - SEMPLA - PMSP cedido pelo DEPAVE / SMA
ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
20
XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental
Tabela 8: Distribuição das áreas verdes públicas da cidade de São Paulo por Administração Regional.
Adminstração Regional
PR
JT
CS
FÓ
PJ
IP
PE
ST
EM
PI
VM
BT
LA
IQ
MO
MP
SÉ
CV
MG
SA
CL
SM
AF
JA
G
VP
Perus
Jaçanã, Tremembé
Capela do Socorro
Freguesia do Ó
Pirituba, Jaraguá
Ipiranga
Penha
Santana
Ermelino Matarazzo
Pinheiros
Vila Mariana
Butantã
Lapa
Itaquera
Móoca
São Miguel, Itaim Paulista
Sé
Casa Verde
Vila Maria, Vila Guilherme
Santo Amaro
Campo Limpo
São Mateus
Aricanduva, Vila Formosa
Jabaquara
Guaianazes
Vila Prudente
TOTAL
Parques
9.500.000
26.508.845
44.322.946
11.508.559
5.145.300
5.589.456
7.566.739
4.265.889
759.240
950.600
1.584.000
471.600
225.000
1.533.000
97.200
1.066.727
250.600
62.000
34.900
438.219
46.300
-
Praças
34.103
270.000
336.500
182.370
311.958
233.286
185.673
173.240
152.600
431.064
184.713
445.925
690.623
342.000
316.331
306.991
478.184
105.500
303.080
410.952
285.979
141.944
111.872
186.703
52.769
200.640
Áreas
Canteiros Ajardinadas
1.350
7.000
200.100
62.400
33.010
334.255
189.553
174.604
11.800
215.632
133.960
900.930
143.957
106.330
261.573
67.568
272.230
70.000
306.494
221.128
18.930
251.065
80.600
5.064
24.500
17.050
121.927.120 6.875.000 4.111.083
Equipamentos
700
56.475
156.000
31.200
64.000 131.600
113.600
4.000
13.480 173.399
165.986 292.439
6.311
2.510
7.350
14.000
2.905
21.800
24.390
288.530
77.312
127.443
26.065
10.500 210.000
277.291
30.281
8.118
3.520
33.015
9.565
22.500
17.550
326.905 123.155
285.780 369.630
22.000
37.456
12.680 286.000
151.920
34.130
Total
2
(m )
9.592.628
26.973.045
44.923.546
11.884.929
5.607.868
6.343.876
8.400.390
4.622.554
944.990
1.622.001
1.927.063
2.184.297
1.213.088
2.201.830
982.676
1.452.924
1.043.594
198.000
689.124
1.117.040
1.398.538
393.009
214.472
275.523
375.949
403.740
2.116.454 1.957.037 136.986.694
População Índices
2
Estimada m /hab
1995
66.616
144,0
223.782
120,5
533.987
84,1
586.970
20,2
345.490
16,2
430.512
14,7
578.991
14,5
353.592
13,1
100.462
9,4
270.744
6,0
327.532
5,9
399.251
5,5
284.754
4,3
540.591
4,1
362.452
2,7
668.495
2,2
481.872
2,2
92.739
2,1
328.500
2,1
580.139
1,9
884.826
1,6
333.029
1,2
190.540
1,1
249.634
1,1
457.176
0,8
548.107
0,7
10.220.783
Fonte: Dossiê São Paulo / 95 - EMPLA - PMSP, cedido pelo DEPAVE da SVMA, adaptado de SEMPLA 1995
ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
21
13,4
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