UMA ESCOLA SEM MUROS Coleção BH. A cidade de cada um lança livro sobre o Colégio Estadual Quem hoje passa pelos muros que cercam o Colégio Estadual Central pouco vislumbra de seu glorioso passado. Mal se vê que, por trás deles, o prédio ostenta arquitetura assinada por ninguém menos que Oscar Niemeyer e, o mais triste, não se imagina que a escola já foi uma das mais ricas jóias da coroa do ensino público desde o tempo do imperador Pedro II e celeiro de grandes nomes da vida pública nacional. É sobre o apogeu e a derrocada de uma das mais importantes instituições de ensino do Brasil o livro Colégio Estadual, escrito pelo jornalista Renato Moraes para a coleção BH. A cidade de cada um. O lançamento de Colégio Estadual é no dia 13 de setembro, sábado, às 11h, na Livraria Mineiriana. O projeto BH. A cidade de cada um, viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, tem o patrocínio da CBMM. Apogeu e queda Em uma escola sem muros, com uma estrutura semelhante à universidade com direito a reitor, cátedras e congregação, por entre as colunas de Niemeyer, os alunos se estendiam em longas conversas sobre filosofia, arte, história, política e religião. Obstinados, acreditavam que podiam concretizar, com suas idéias e opiniões, os sonhos de uma geração. E o tempo mostrou que tinham razão. Por aquele recinto vanguardista, sem paralelo na então provinciana Belo Horizonte de meados do século passado, passaram nomes como Dilma Rousseff, Humberto Werneck, Tostão, Henfil e seu irmão Betinho, Elke Maravilha, Fernando Brant, Silviano Santiago e Lucas Mendes. Ainda nos tempos do Ginásio Mineiro, lá estudaram também Aníbal Machado, Milton Campos, Fernando Sabino, Hélio Pelegrino, entre tantos outros No Colégio Estadual de então, liberdade era a palavra e aos alunos cabia a decisão de assistir ou não as aulas, sem advertências ou punições. As regras eram claras, havia de se respeitar o limite de 25% de faltas e, o principal, conquistar média nas dificílimas avaliações, compatíveis com o alto nível dos professores e suas aulas. Do apogeu à queda, anunciada pela promulgação do Ato Constitucional nº5, em dezembro de 1968, o colégio viu, aos poucos, serem minados os princípios que ao longo de décadas o haviam alçado à condição de formador de alguns dos mais influentes pensadores das artes, ciências e da política brasileira. Breve história A história do Colégio Estadual começa ainda em 1854, com a instalação do Liceu Mineiro em Ouro Preto, primeiro estabelecimento de ensino público criado em Minas Gerais. Em 1890, o antigo Liceu é suprimido, criando um estabelecimento de instrução secundária dividido em externato e internato, sob a denominação de Ginásio Mineiro. Em 1898, o externato do Ginásio Mineiro transferido de Ouro Preto para Belo Horizonte e em março de 1943 foi autorizado a funcionar como Colégio, com a denominação de Colégio Estadual de Minas Gerais. Em fevereiro de 1954 foi celebrado pelo estabelecimento o centenário de sua fundação e, em março de 1956, passou a funcionar no atual local, com as obras projetadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer. O passado mais distante da instituição também guarda alunos memoráveis como Artur Bernardes, Raul Soares, Afonso Pena Júnior e Getúlio Vargas - que teve a trajetória no colégio interrompida por um nebuloso homicídio envolvendo um de seus irmãos. Em 2014, o colégio comemora 160 anos de história. O autor Nascido em Belo Horizonte, Renato Moraes integrou a geração dos rebeldes sonhadores dos anos 1960, década em que estudou no Colégio Estadual. Desistiu de ser arquiteto para se tornar cineasta, sonho abortado em seu nascedouro pelo recrudescimento da ditadura militar. Tornou-se jornalista e ingressou na revista Veja, em São Paulo, no ano de 1973, como o mais jovem membro da redação. Passou pelos principais veículos de comunicação do país, como a Folha de S. Paulo, da qual foi editor do caderno Ilustrada e um dos responsáveis pela criação do tablóide dominical Folhetim. Ex-editor-executivo da Revista Imprensa, criou e dirigiu, também, as revistas Abre Alas, FIA e Maturidade, e é autor do guia sobre bares e botequins de BH, entre outras obras. BH. A cidade de cada um Idealizada pelos jornalistas José Eduardo Gonçalves e Sílvia Rubião, a série tem como objetivo resgatar a memória afetiva da cidade por meio da crônica literária. Os escritores, tendo como ponto de partida sua própria história de vida, falam sobre lugares, fatos e personagens, sem se prender à história oficial. Em 2011, a coleção BH. A cidade de cada um foi contemplada com o Prêmio Gentileza Urbana do Instituto dos Arquitetos do Brasil de Minas Gerais (IAB-MG). O prêmio faz parte de uma campanha que visa estimular iniciativas que contribuam para a melhoria da qualidade de vida urbana, criando e recriando a cidade mais amável, aprazível e humana. Os leitores e todos aqueles que queiram enriquecer a memória do bairro encontram no website www.bhdecadaum.com.br um espaço para contar as suas próprias histórias. Os outros títulos da série Também fazem parte da coleção os seguintes títulos: Lagoinha, de Wander Piroli, Mercado Central, de Fernando Brant, Estádio Independência, de Jairo Anatólio Lima, Rua da Bahia, de José Bento Teixeira de Salles, Fafich, de Clara Arreguy, Parque Municipal, de Ronaldo Guimarães, Praça Sete, de Angelo Oswaldo de Araújo Santos, Livraria Amadeu, de João Antonio de Paula, Sagrada Família, de Manoel Lobato, Pampulha, de Flávio Carsalade; Cine Pathé, de Celina Albano; Caiçara, de Jorge Fernando dos Santos; Carmo, de Alberto Villas e Lourdes, de Lucia Helena Monteiro Machado; Colégio Sacré Coeur de Marie, de Marilene Guzella Martins Lemos; Carlos Prates, de Humberto Pereira; Morro do Papagaio, de Márcia Cruz; Maletta, de Paulinho Assunção; Montanhez, de Márcio Rubens Prado; Santa Tereza de Libério Neves, Serra do Curral, de Luís Giffoni, Serra, de Nereide Beirão, Padre Eustáquio, de Jeferson de Andrade, Centro, de Antonio Barreto e Mineirão, de Tião Martins. SERVIÇO BH. A cidade de cada um lança título sobre o Colégio Estadual Local: Livraria Mineiriana, Rua Paraíba, 1419 - Savassi Data: Sábado, 13 de setembro de 2014 Horário: 11h Preço: R$ 20,00 Entrada franca Assessoria de imprensa e comunicação Conceito Comunicação Estratégica Rômulo Medeiros / (31) 3225-1888 [email protected] Rua Alagoas, 1314 sala 408 - Savassi – BH