DEVOLUÇÃO GARANTIDA CORREIOS I N F O R M E R. RAUL PIRES BARBOSA, 116 - CEP. 79.040.150 BAIRRO MIGUEL COUTO - CAMPO GRANDE - MS gropecuário i n f o r m e a g r o p e c u a r i o @ t e r r a . c o m . b r | MALA DIRETA POSTAL CONTRATO ECT/DR/MS E SINDICATO RURAL DE CG CONTRATO Nº 2204060234 Informativo oficial do Sindicato Rural de Campo Grande-MS Ano XX - Nº 275 - MAIO/2009 Campo Grande-MS w w w. s r c g . c o m . b r HOMENAGEM DO SINDICATO RURAL DE CAMPO GRANDE ÀS MÃES SUL-MATO-GROSSENSES. Representando abaixo algumas, entre muitas... À elas, a nossa profunda admiração! Maria Auxiliadora D´Avila Oliva Márcia Fachini Marcela Lemos Monteiro Maria Lizete Brito Dalila Spengler Tereza Cristina C. Costa Dias ÍNDICE OPINIÃO..........................................PÁG. 2 EDITORIAL........................................PÁG. 3 Eleonor Cristina Coelho Maura Corrêa Carolina Leite de Barros VITRINE TECNOLÓGICA...................PÁG. 4 PECUÁRIA DE CORTE.......................PÁG. 5 AGRICULTURA.................................PÁG. 6 PECUÁRIA LEITEIRA..........................PÁG. 7 ENCONTRO DO LEITE.............PÁGS. 8 a 15 INFORME PUBLICITÁRIO...............PÁG. 16 ASSOCIAÇÕES................................PÁG. 17 PORTEIRA ABERTA.........................PÁG. 18 COLUNA JURÍDICA.........................PÁG. 19 Maria Elizabeth A.M. Ribeiro Maria Luiza Stuhrk Moreli Teixeira Arantes EVENTOS........................................PÁG. 20 2 – Campo Grande-MS, MAIO de 2009 OPINIÃO INFORME AGROPECUÁRIO Somos todos “ocupantes de má fé”? Valfrido M. Chaves Quem comanda nossa politica indigenista, onde a fina flor é a expansão de Aldeias em cima de propriedades particulares e legítimas, é um grupo com ideologia clara e definida. Seu Norte é a impactação da propriedade privada e, através disto, o enfraquecimento de nosso Estado democrático e de direito. Sua estratégia é a criminalização da História brasileira, coisa muito bem vista quando fomos paraticamente impedidos de comemorarmos os 500 anos da “Descoberta do Brasil”. Para essa gente, nossa História é um “crime continuado” e tal leitura tem um objetivo: destruir nossa autoestima coletiva e aguçar conflitos étnicos, levandonos à aceitação de projetos messiânicos, como aquele proposto pela ideologia que direciona a politica indigenista no governo Lula. O catecismo desse grupo é o marxismo-leninismo, para o qual a propriedade é um roubo e a fronteira é uma invenção do Estado burguês. Eles não escondem seus conceitos de ninguém. Por isso não há menor preocupação, por parte da Funai e do Governo atual, com as sequelas de rancor, frustração, injustiças e ódios que estão deliberadamente sendo construidos, através da politica indigenista em curso. O governo atual tem bilhões para emprestar ao FMI, milhões para doar a índios paraguaios e bolivianos, mas não pode comprar terras para nossos índios. Pouco importa que as terras sobre as quais se pretende fazer a expansão das aldeias tenham sido vendidas aos pioneiros pelo Império ou pela República, e nem que os pioneiros que as adquiriram tenham sido atraidos para nossas fronteiras por politi- cas públicas, justamente para povoar e garantir fronteiras. A partir de um laudo antropológico que soa tal qual um tribunal do Santo Ofício soava para aqueles definidos como heréticos ou bruxos, o pioneiro rural é definido como “ocupante de má fé” e todos os seus direitos, até seculares, vão para o lixo. Essas são as conclusões a que podemos chegar, baseados nos fatos que até aqui temos, infelizmente, presenciado. Os atos de vandalismo e terrorismo que explodem, manipulados e financiados do exterior, como os vistos em Japorã, são absolutamente ignorados pelo Ministério Público Federal, em seu aspecto de violação de direitos óbvios e que exigiriam consequências legais para os que rasgam as páginas da Constituição Federal, expulsando cidadãos de suas casas e propriedades. Afinal, origens étnicas ainda não autorizam crimes. Qual a saída, se os norteadores da politica indigenista em curso vivem num “outro universo” em que os valores são outros e o aguçamento dos conflitos é a mais fina flor da “praxis” que sua ideologia inspira? Quem não sabe que o estímulo ao conflito étnico no Brasil faz parte desse projeto geral de aguçamento da luta de classes? Que podemos esperar e que poderemos fazer diante do que nos ameaça se, simplesmente por sermos proprietários, já estamos definidos como ladrões? Quando vamos encarar os fatos e construir uma prática consistente face ao que nos ameaça o nosso já frágil Estado Democrático e de Dreito? Valfrido M. Chaves é Pantaneiro e Psicanalista Carne não dá lucro – Parte II – Não deveríamos copiar o modelo americano Pedro Eduardo de Felício Na primeira parte falei da “maldição da matança”, por estar irritado como todo mundo do ramo deve estar com os acontecimentos recentes. Pode ser que a “maldição” seja de outra natureza, que o leitor irá concluir por si mesmo ao final do artigo. Voltando ao tema inicial, quem pensa que a matança de gado dá lucro é porque não fez as contas ou errou na planilha. Sei disso porque, em algum momento da vida, tive que aprender a fazer as contas para encontrar, partindo do preço de venda da carne com osso, quanto a empresa poderia pagar pela arroba do boi. A conclusão a que sempre chegava é de que não dava para comprar. Mas se o frigorífico não comprar boi, então ele faz o quê? É preciso comprar e fazer a mágica de obter uma receita maior do que a despesa via aumento da eficiência no abate, especialmente na economia de mão de obra, energia e outros insumos, e de uma excelente capacidade para vender bem. Surge disso a chamada economia de escala, ou seja, se a rentabilidade por boi abatido é muito baixa, então, é preciso aumentar o volume de gado, até mesmo extrapolando a capacidade horária de matança e refrigeração e o número de horas trabalhadas. E, de novo, vender muito bem, principalmente exportar para a Europa. Bem, se a empresa abate muito gado ganhando pouco por unidade, o que acontece se ela passa a perder um tanto por cabeça? Obviamente, ela perderá muito mais do que perdia antes, não é? Quanto à comercialização, é bom por as barbas de molho, porque se já é difícil vender para supermercados em tempos de prosperidade, imagine-se o que acontece numa recessão. E se os países importadores encontrarem algo tecnicamente errado e decidirem com isso justificar um protecionismo escancarado? E o filé mignon a 13,90 reais no supermercado? E tudo isso acon- tecendo em anos de escassez de gado para abate, porque se abateu muito em anos anteriores, de grande procura. O que fazer? O problema é que qualquer indivíduo que conheça o setor e tenha um mínimo de bom senso, agindo como observador antevia que tudo isso poderia acontecer em algum momento. Mas, agindo como executivo de empresa, talvez não tivesse alternativa se não apoiar a expansão desenfreada, e foi o que aconteceu nas principais empresas do setor, pois havia financiamento a custo baixo ou investimento, ou ambos. Sei que isto pode ser a super simplificação de um problema muito mais complexo e, obviamente, não entendo de economia, mas também não me sinto mal por isso. Se até mesmo alguns bancos e empresas que podem pagar os mais caros economistas do mundo estão quebrando, quem precisa ser entendido na ciência que explica, no futuro, o que deu errado no passado? Quando eu ouvia alguém dizer que este ou aquele país compraria toda a carne que fosse produzida, eu sempre pensava, mas até quando comprará? E o dia que não comprar mais? Já havia acontecido antes com a carne suína exportada para a Rússia e com a própria carne bovina para o Chile. Outro aspecto que sempre me preocupa é a questão social. Fico indignado quando me dizem que estão construindo frigoríficos para dois ou três mil bois, a tal economia de escala. Sempre penso em quantas famílias irão viver nas vizinhanças dessa indústria atraídas pela oferta de empregos. Mas, e quando ela tiver que ser paralisada, seja por uma recessão, seja porque a oferta de gado na região já não é suficiente, quem vai lidar com o problema social desse desemprego, com a falta de comida, falta de assistência médico-hospitalar, falta de material escolar para as crianças, e tantos outros problemas que nem é preciso mencionar. Vão dizer que é assim mesmo, que isto acon- tece em outros setores, da indústria automobilística à que constrói aviões. Mas eu digo que não precisa ser assim, que não temos que copiar os frigoríficos americanos ou as fábricas de automóveis, porque a mão de obra de frigorífico tem características muito peculiares, é um pessoal de baixa empregabilidade em outros setores, um pessoal de poucas letras. E não precisa ser assim, também, porque uma unidade frigorífica deve ser pequena, 800 a 1200 bois/dia (há quem se espante com tal sugestão), leve no sentido de que possa ser desmontada e transferida para outro local onde haja maior oferta de matéria prima, ou seja, mais gado e mão de obra abundante Quem estuda um pouco da história dos matadouros (de Chicago e São Paulo, por exemplo, na primeira metade do século 20), de onde eles já estiveram e para onde foram, sabe que uma indústria dessas não é feita para ser eterna. Quantos matadouros nós conhecemos que, com o passar do tempo, ficaram cercados por loteamentos, avenidas, comércio? Por que copiar os Estados Unidos com a sua concentração de confinamentos e seus matadouros para milhares de bovinos? Do meu ponto de vista, isto é copiar o que está errado, que deu certo por um tempo, mas não tem sustentabilidade, seja nas questões do meio ambiente, seja da mão de obra, e até na controvertida questão da contaminação da carne. Este modelo está baseado numa política de produção de milho a preços baixos que não vem ao caso agora, mas que é intensiva na utilização de insumos agrícolas, e tem sido muito criticada em termos de sustentabilidade. Será que podemos ser diferentes, que podemos criar uma legislação que nos dê um diferencial num mundo que sente, agora, como nunca, a premência de produzir alimentos do modo mais natural possível? Para dar apenas alguns exemplos, por que não limitar a capacidade de um matadouro, ou de um confinamento de gado? Por que não impor limites ao grau de concentração das empresas do setor e proíbi-las de possuírem gado em quantidades tais que possam prejudicar a liberdade concorrencial que deveria vigorar na comercialização dessa matéria prima? O que nos impede de normatizar um setor que está carente de regulação? O que estimula o nosso banco de desenvolvimento, que deveria ser social, a financiar a concentração da indústria da carne em tão poucas empresas? Fico muito irritado quando ouço coisas do tipo: “Ah! Este projeto tem ser implantado assim porque foi feito um cálculo de viabilidade econômica que apontou que ele só será viável...”, por exemplo, “se a empresa tiver 150 mil cabeças no confinamento para evitar que falte gado na entressafra”, ou então, “se tiver uma capacidade de abate de 250 cabeças/hora”. Minha vontade é dizer parem com isso, joguem fora esse projeto, convoquem algumas pessoas experientes no ramo de atividades, gente que conheça um pouco de história, geografia, ecologia, e sociologia para uma reunião, e vamos começar do zero. Não aceito que me venham com soluções de planilha de computador. Para finalizar, nós estamos carentes de diretrizes, de linhas de ação. Ninguém ousa discordar daquilo que está crescendo e se multiplicando, dando lucros, por isso algum dia a casa cairá. É só ver o que está acontecendo com o sistema financeiro mundial. Carne não dá lucro para os matadouros; negociações sólidas é que são lucrativas em qualquer setor econômico; matar boi é coisa para, onde possível, ser terceirizada. Os empreendimentos devem ser sustentáveis, ambiental e socialmente corretos, devem crescer devagar e não depender de bancos jamais. Pedro Eduardo de Felício é Professor titular da FEA-UNICAMP Campo Grande-MS, MAIO de 2009 – EDITOR IAL INFORME AGROPECUÁRIO 3 Gripe “A”, sanidade animal e outras cepas A situação assustou, virou lenda e até piada do homem mais poderoso do mundo, o presidente Barack Obama. A gripe A, batizada no início de “gripe suína”, estremeceu o mercado produtivo mundial. Afinal, porque “gripe suína” se não eram os animais quem transmitiam o problema que já matou 53 seres humanos e deixou outros 4.691 doentes. Nenhuma morte, contudo, no Brasil. Os debates sobre a doença levaram ao inevitável pensamento: E a sanidade animal sul-mato-grossense? Será que vai resistir a esse novo mal? Como estarão os nossos rebanhos? E a resposta vem: Muito bem, obrigada. Conforme a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), existem 261 granjas comerciais de suínos em Mato Grosso do Sul. São 41.300 matrizes e 638.101 animais. Das granjas, oito são certificadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Estas estão em Dourados, Jateí, Ivinhema, Rio Brilhante e Brasilândia. Do rebanho suíno sul-matogrossense são exigidas as mesmas condições de controle do gado bovino. O rígido controle dos animais é reconhecido pelo Mapa e nada deixa a dever dos principais produtores mundiais. E os embar- gos foram direcionados para eles. Os Estados Unidos, onde há cerca de 2.000 casos da doença e três mortes, perderam por quase uma quinzena o direito de exportar para a Rússia e China. Os dois mercados se fecharam ao saber da notícia. O embargo, contudo, foi retirado, não pelo poderio norteamericano, mas pela constatação de que eles, sim, os suínos, nada tinham a ver com a doença que daquele continente espalhou-se como um rastilho de pólvora pelo mundo. Na última semana de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que, até que se prove ao contrário, os suínos não são responsáveis pela doença, pela nova modalidade de influenza que tem atingido tão só os humanos. Batizada, agora, de influenza A (H1N1) ou gripe A (H1N1), a doença já apresenta variações e, em que organismos? Humanos, é claro. Mas ainda que tivessem atingido animais, a doença é uma prova de que o serviço sanitário animal sul-mato-grossense tem feito a lição de casa. Por ter um rebanho de porte médio, o controle torna-se mais rígido e a prevenção tem maiores efeitos. O que resta é lamentar a falta de vigilância do I N F O R M E gropecuário i n f o r m e a g r o p e c u a r i o @ t e r r a . c o m . b r | sistema de saúde para justamente nós, sim, novamente, os humanos. Caso as autoridades sanitárias mexicanas tivessem alertado em tempo a OMS, menos mortes teriam ocorrido. Em tempo: Os sintomas da gripe suína são similares aos da gripe comum, porém, mais agudos. Segundo o Ministério da Saúde, é comum o paciente apresentar uma febre repentina acima de 38 graus, acompanhada de problemas COLABORARAM NESTA EDIÇÃO O Sindicato Rural de Campo Grande agradece a colaboração das seguintes pessoas, na elaboração desta edição do Informe Agropecuário: Pedro Eduardo de Felício, Francisco Maia, Guaraci Vieira de Almeida, Dênis Vilela, Osvaldo Piccinin, Embrapa-Gado de Corte, Valfrido M. Chaves, Associação Sul-Mato-Grossenses dos Produtores de Novilho Precoce, Tortuga, Eduardo Riedel (Famasul), Newton Pohl Ribas (Mapa), Renato Andreotti, Rodrigo Alvim, Benno Henrique Weigert Doetzer (Emater), Silvio Henrique Ribeiro Balduino, Fernando Bueno (Tortuga), Marcus Vinicius Morais de Oliveira, Thiago Bernadino de Carvalho, Renato Vaz de Macedo, Ademar da Silva Júnior e Eduardo C. Leal Jardim. COLABORE VOCÊ TAMBÉM Participe você também enviando críticas, sugestões, análises do conteúdo divulgado, artigos, crônicas e comentários. Fale com a produção: (67) 3042-7587 ou pelo email: [email protected] | Nosso site: www.srcg.com.br Presidente José Lemos Monteiro Diretores Ruy Fachini Filho Gilson Ferrucio Pinesso Dênis Afonso Vilela Rafael Gratão Oscar A. Viana Stuhrk Wilson Igi WWW.SRCG.COM.BR MALA DIRETA POSTAL CONTRATO ECT/DR/MS E SINDICATO RURAL DE CG CONTRATO Nº 2204060234 Informativo oficial do Sindicato Rural de Campo Grande-MS w w w. r u r a l c a m p o g r a n d e . c o m . b r SINDICATO RURAL DE CAMPO GRANDE - TRIÊNIO 2007/2009 DIRETORIA como tosse, dor de cabeça, dor nos músculos e nas articulações e dificuldade na respiração. Os sintomas podem ter início no período de três a sete dias após contato com o influenza A (H1N1). A gripe de origem suína não é contraída pela ingestão de carne de porco, mas por via aérea, de pessoa para pessoa, principalmente por meio de tosse ou espirro e de contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas, e em locais fechados. Conselho Fiscal Laucídio Coelho Neto Abílio Leite Barros Carlos E. F. Dupas Armando L. Nocera Maria Eduarda Thedim Julio C. Vitoriano Fone: (67) 3341-2696 - 3341-2758 Delegados Efetivos: RUA RAUL PIRES BARBOSA, 116 José Lemos Monteiro Rodolfo Vaz de Carvalho B. MIGUEL COUTO – CAMPO GRANDE – MS EDITOR: JOSÉ ROBERTO DOS SANTOS [email protected] TEXTOS: ALEXSSANDRA MESSIAS | SANDRA LUZ Departamento Comercial ANA RITA BORTOLIN - 9604-6364 (67) 3026-5014 | 3042-7587 Envie artigos, textos, comentário e sugestões para o Informe Agropecuário, para o e-mail [email protected] Produção: VIA LIVRE COM. E AGROMARKETING (67) 3042-7587 Av. Américo Carlos da Costa, 320 Jd. América – Parque Laucídio Coelho Campo Grande - MS TIRAGEM: 10.000 EXEMPLARES Data de entrega de matérias: 25 de cada mês. Circulação: Dia 1º de cada mês 4 – Campo Grande-MS, MAIO de 2009 VITRINE TECNOLÓGICA INFORME AGROPECUÁRIO Pesquisadores da Embrapa participam de estudos sobre o genoma bovino Novas ferramentas terão impacto direto nos programas de avaliação e melhoramento genético de bovinos É inédito: está desvendado o genoma do bovino. O projeto de pesquisa está publicado na renomada revista científica Science e foi divulgada para a imprensa nacional pela Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O trabalho que contou com a participação de pesquisadores de três unidades da Embrapa foi liderado pelo Baylor College of Medicine (BCM), pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA – ARS) e pela Universidade de Georgetown e levou seis anos de estudos. Participaram dos trabalhos – genoma bovino e do mapa haplotípico bovino (hapmap bovino), mais de 300 cientistas de 25 países. Eles descobriram que o genoma bovino é composto por pelo menos 22 mil genes e apresenta altos níveis de conservação em sua estrutura quando comparado ao genoma humano. Segundo os pesquisadores da Embrapa Gado de Corte Luiz Otávio Campos da Silva, e Flábio Ribeiro Araújo, a Unidade contribuiu nos estudos com informações de animais da raça Nelore de propriedade da Embrapa. “O estudo envolveu 19 raças, sendo 17 bovinas e duas afins (gênero Bubalus). Foram analisados cerca de 25 indivíduos de cada raça totalizando 500 animais”, informam os pesquisadores da Embrapa Gado de Corte que participaram em Brasília da entrevista coletiva. O seqüenciamento do genoma é uma ferramenta a mais e de grande valia, explicam os especialistas da Embrapa Gado de Corte. “Ela vai somar com outras ferramentas existentes propiciando o aumento da precisão de resultados que objetivam maior produção com sustentabilidade, eficiência e qualidade do produto final”. Para o melhoramento animal os trabalhos ora divulgados são muito importantes e contribuirão para uma série de avanços na genética animal. “Com essa nova ferramenta poderemos selecionar com maior confiança os animais superiores para produzir uma geração futura, assim como reduzir o espaço de tempo para alcançar o progresso genético resultante desta prática”, exemplifica Luiz Otávio. Com as ferramentas do melhoramento a tendência é em um curto espaço de tempo alcançar uma pecuária mais eficiente e desenvolvida resultando em impactos positivos na economia. Os pesquisadores fazem projeções futuras visan- do alcançar índices de produção cada vez mais atrativos e desejáveis. “Até a metade da próxima década, por volta de 2015, a exemplo do que já acontece com a raça holandesa, será possível apresentar estudos mostrando valores genômicos do zebu que será disponibilizado para os interessados”, adianta Luiz Otávio. Vale acrescentar que a exemplo do Sumário de Touros, hoje disponível, este novo trabalho com os valores genômicos trará uma fotografia mais precisa das diferenças genéticas entre os animais envolvidos. Informações mais detalhadas sobre o trabalho de seqüenciamento do genoma bovino poderão ser obtidas no site http:/ /www.embrapa.br Senar promove curso de derivados do leite em Corguinho Diretor do SRCG, Dênis Vilela, fala no encerramento do curso, em Corguinho Foi realizado no distrito de Taboco, localizada no município Corguinho, o curso de “Fabricação Caseira de Derivados do Leite”. As aulas foram ministradas de 27 a 30 de abril pela técnica do Senar-MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Mauvina de Arruda. De acordo com o diretor do Departamento do Leite do Sindicato Rural de Campo Grande, Denis Afonso Vilela, os cursos são realizados para capacitar os pequenos produtores rurais para que tenham mais eficiência e lucro na produção. A chefe do Departamento de Agricultura e Pecuária da prefeitura de Corguinho, Thalita de Andrade Buss, informou que 15 pessoas fizeram o curso que serviu para instruir os profissionais que já atuam com a pecuária leiteira. Segundo ela, a economia do distrito onde residem aproximadamente 800 habitantes é basicamente ligada ao leite. “Todo o leite coletado nas pequenas propriedades rurais vai para a Associação de Produtores de Leite do distrito de Taboco, onde recebe os processos de purificação e segue para o mercado consumidor local”, explica. Na quarta edição do curso de “Fabricação Caseira de Derivados do Leite”, os moradores de Corguinho aprenderam a fazer doce de leite pastoso e em barra, queijo, requeijão, ricota, iogurte e bebidas lácteas. No mês de maio o Senar em parceria com o Sindicato Rural da Capital realiza os cursos de Doma Racional dia 11 deste mês, Construção de Cerca de Arame Liso (18/05), Cultivo de Orquídeas (19/05). Já no dia 25 estarão iniciando as aulas de: Artesanato em Palha de Milho, Administração da Pequena Empresa Rural e Adestramento de Eqüinos (rédeas). Os cursos tem duração de uma semana. Informações pelos telefones: 67 3341-2151 INFORME AGROPECUÁRIO PECUÁRIA DE CORTE Campo Grande-MS, MAIO de 2009 – Novilho Precoce MS reúne cadeia da carne na Capital A Associação SulMato-Grossense dos Produtores de Novilho Precoce promove no próximo dia 22 de maio o I Encontro Novilho Precoce MS. O evento pretende reunir pecuaristas e técnicos para discutir a “Cadeia Produtiva da Carne Bovina: da Produção a Comercialização”. O encontro acontece no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, das 8 às 18 horas, na Capital. A programação reunirá palestrantes represenNovilho precoce: Machos de 13 pesos e 500 quilos tando a cadeia produtiva organização da cadeia da carne”. da carne, sendo um produtor, um frigoOs resultados deste evento serão rerífico, um varejo, uma trading e um anasumidos em um documento a ser encalista de mercado. Juntamente com os parminhado a Secretaria de Desenvolvimenticipantes a Novilho Precoce MS irá disto Agrário, Produção, Indústria, Comércutir os entraves que dificultam a comercio e Turismo (Seprotur) de modo a concialização do produto pecuário e alinhatribuir na tomada de decisões por parte var possíveis alternativas que possam da política pública estadual. contornar os gargalos do setor. O seminário conta com o apoio do O objetivo do evento é que cada seGoverno do Estado, através da Seprotor apresente uma visão do seu negócio tur, Embrapa Gado de Corte, Alvorada com detalhamento dos problemas enfrenProdutos Agropecuários, Sementes Pontados na rotina diária e ao mesmo temto Alto e Suplementar Nutrição Animal. po cada setor deverá apresentar sugesSERVIÇO tões de melhoria no relacionamento com Aos interessados o investimento é os outros elos da cadeia produtiva da de R$ 40,00. Para os associados da Nocarne. Segundo o presidente da Associvilho Precoce MS o investimento é de ação, Nedson Rodrigues, “é importante R$ 20,00. Outras informações pelo teletrocar conhecimento entre os elos, asfone (67) 3324-7082 ou pelo site sim poderemos propor soluções que possam trazer benefícios e melhorar a www.novilhoms.com.br. PROGRAMAÇÃO 08h00 – Credenciamento 08h30 – ABERTURA Nedson Rodrigues - Presidente Associação dos Produtores de Novilho Precoce do MS 08h45 – “Entendendo a Cadeia Produtiva da Carne: Problemas e Soluções” Sérgio De Zen - Professor do Departamento de Economia da ESALQ/USP 09h45 – Debate Moderador do debate: Antonio João de Almeida - Diretor Técnico da Novilho Precoce-MS 10h15 – “O Varejista na Cadeia Produtiva da Carne” Luiz Carlos Paschoal - Diretor Nacional de Açougue do Supermercado Carrefour 11h15 – Debate Moderador do debate: Antonio João de Almeida - Diretor Técnico da Novilho Precoce-MS 11h45 – ALMOÇO COM DEGUSTAÇÃO DE NOVILHO PRECOCE 13h30 – “A Visão do Produtor na Cadeia Produtiva e suas Sugestões” Nedson Rodrigues - Presidente Novilho Precoce MS 14h20 – Debate Moderador do debate: Ezequiel Rodrigues do Valle - Diretor de Marketing da Novilho Precoce MS 14h50 – “O Papel do Frigorífico na Cadeia Produtiva como Elo de ligação Entre Produtor e Consumidor Final” Cristiano Botelho – Ger. de Compras Contratuais do Frigorífico Bertin Celso Affonso Filho – Ger. de Derivativos Agropecuários do Frigorífico Bertin 15h40 – Debate Moderador do debate: Ezequiel Rodrigues do Valle - Diretor de Marketing da Novilho Precoce MS 16h10 – Intervalo 16h30 – “Mercado Europeu: Oportunidades e Ameaças” Paulo Gustavo Schmitz - Representante da Trading Vion no Brasil 17h20 – Debate Moderador do debate: Ezequiel Rodrigues do Valle - Diretor de Marketing da Novilho Precoce MS 17h50 – Encerramento CAPACITANDO, INFORMANDO E DEFENDENDO O SINDICATO RURAL DE CAMPO GRANDE CONVIDA: • DATA: 13/05/2009 (quarta-feira) TEMA: “O futuro do comercio internacional de produtos agrícolas: multilateralismo, regionalismo ou bilateralismo?” – Professor Manfred Nitsch - Nascido em 11.02.1940 em Gernrode, Alemanha - 1960 - 1964 Estudos universitários em economia, administração de empresas, educação e linguagens em Goettingen (Alemanha), Genebra (Suíça), Middlebury College em Middlebury, Vt. (USA), e Munique (Alemanha); título: “Diplomado em professor de negócios (business teacher); estágios em indústrias, bancos e na UNESCO.1965-1968 Doutorado em economia e sociologia pela Ludwig Maximilian Universidade de Munique.1967-1971 Professor assistente para administração de empresas na Universidade de Munique LOCAL: SINDICATO RURAL DE CAMPO GRANDE ENDEREÇO: R.Raul Pires Barbosa,116 – HORÁRIO: 19H30 JOSÉ LEMOS MONTEIRO - [email protected] Presidente SRCG CONFIMAR PRESENÇA PELO TELEFONE (67)3341-2151 www.srcg.com.br [email protected] 5 6 – Campo Grande-MS, MAIO de 2009 AGRICULTURA INFORME AGROPECUÁRIO Estiagem tirou R$ 461 milhões da produção de grãos As perdas na produção de grãos de Mato Grosso do Sul com a estiagem já somam R$ 461 milhões neste ano, considerando a soja, algodão e milho safrinha. A informação foi divulgada na quarta-feira (6 de maio) em entrevista coletiva concedida pelo vice-presidente da FAMASUL (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Eduardo Riedel. Ele destacou que a entidade já está se articulando junto ao governo federal e agentes financeiros para garantir que o produtor tenha acesso a crédito para financiar a próxima safra. Os recursos serão fundamentais para viabilizar a permanência na atividade em vários municípios de Mato Grosso do Sul. A estiagem afetou 1,4 milhão dos 1,7 milhão de hectares plantados no Estado, em diferentes níveis. No caso da safrinha de milho, a produtividade esperada é de 2,5 mil quilos por hectare. A perda média é de 35%, concentrada especialmente no centro-Sul. Significa, apenas no caso desta cultura, R$ 299 milhões a menos. Abalados pela estiagem que provocou redução média de 9% na safra de verão, os agricultores apostavam na safrinha para recuperar o prejuízo e foram surpreendidos pela estiagem precoce. Em março, conforme boletins da Embrapa Agropecuária Oeste, choveu 40% menos que a média histórica para o período e abril teve a maior estiagem do período dos últimos 30 anos. A pecuária de leite e a de corte também foram fortemente afetadas, com redução expressiva nos índices de produtividade. Sete municípios já decretaram situação de emergência: Batayporã, Caarapó, Douradina, Dourados, Laguna Caarapã, Sidrolândia e Maracaju. Outros devem decretar emergência. Essa situação será discutida amanhã, durante reunião na Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), que terá início às 9 horas. CAPACITANDO, INFORMANDO E DEFENDENDO O SINDICATO RURAL DE CAMPO GRANDE CONVIDA: • DATA: 18/05/2009 (segunda-feira) COMO PROTEGER O PREÇO DO BOI USANDO CONTRATOS FUTUROS • TEMA 1: FLUTUAÇÃO DO PREÇO DO BOI E FATORES QUE INFLUENCIAM CONTRATOS DA BOLSA Palestrante: João Pedro Cuthi Dias – Consultor de Fomentos do Centro-Oeste BM&F Bovespa Tempo: 00:45 minutos • TEMA 2: OPERAÇÕES NA BOLSA Palestrante: Marcelo Gumieiro – Coinvalores S/A Tempo: 00:30 minutos • TEMA 3: SEGURO DE PREÇOS NO ESTADO DE SÃO PAULO Palestrante: João Sampaio – Sec. de Agricultura do Estado de São Paulo LOCAL: SINDICATO RURAL DE CAMPO GRANDE ENDEREÇO: R.Raul Pires Barbosa,116 HORÁRIO: 19H30 JOSÉ LEMOS MONTEIRO - [email protected] Presidente SRCG CONFIMAR PRESENÇA PELO TELEFONE (67)3341-2151 www.srcg.com.br [email protected] Riedel: Crise no campo vem desde 2005 A partir da homologação pelo Ministério Nacional da Integração, o decreto de situação de emergência ampara os municípios com liberação de recursos extras pelo governo federal e também na negociação do financiamento contratado pelos produtores que tiveram lavouras atingidas. O problema é que a estiagem deste ano não é um fator isolado. Riedel destacou que a crise no campo já vem desde 2005 e resulta de uma somatória, que passa pelos sucessivos anos de problemas climáticos (de 2005 a 2007), desvalorização do dólar frente ao real, que pressionou a renda do produtor, e juros elevados. Com a crise financeira internacional, no fim de 2008, o acesso ao crédito que já estava difícil, devido ao alto índice de endividamento do produtor, ficou ainda mais restrito. Tomando como exemplo o Banco do Brasil, que opera 94% do custeio oficial, Riedel afirma que menos de 20% dos produtores conseguiram acessar o crédito. A iniciativa privada, que costuma financiar cerca de 40% da safra, também se retraiu no mercado. Para este ano as perspectivas são preocupantes. “Precisamos encontrar uma forma de o produtor acessar o crédito. Também é necessária a estruturação da política agrícola, de um seguro rural que atenda às necessidades do produtor”, destaca. Hoje, por exemplo, 17% dos 900 mil hectares plantados com milho safrinha em Mato Grosso do Sul estão segurados, mas os produtores não devem receber o seguro porque isso só ocorre a partir da produção de 1,8 mil quilos por hectare. “Da maneira como é concebido hoje o seguro rural não atende às expectativas do campo”, diz Riedel. Para avançar no seguro, pondera, é preciso destravar algumas questões, como o fundo de catástrofe, é necessária entrada de novas seguradoras e uma política pública que subvencione o prêmio. Começa vacinação contra aftosa Bovídeos de 19 estados e do Distrito Federal começam a ser imunizados contra a febre aftosa, a partir da próxima sexta-feira (1º), na primeira etapa da campanha nacional de vacinação contra a doença de 2009. Em maio, receberão a imunização os rebanhos do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Sergipe e Tocantins, além do Distrito Federal. No Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná serão imunizados apenas os bovinos e bubalinos com até 24 meses de idade. Na primeira etapa do ano passado, foram vacinados 149.564.596 bovídeos. Até o final do ano, a meta é aplicar em torno de 390 milhões de doses de vacinas nas duas etapas de vacinação, em todo o Brasil. Além de imunizar o rebanho, os produtores rurais também devem comprovar a vacinação, nas agências de defesa agropecuária dos estados. CALENDÁRIO/MS Em Mato Grosso do Sul, as propriedades, localizadas na região do Pantanal, têm a opção de vacinar todo o rebanho ou em maio/junho (01/05 a 15/06) ou em novembro/dezembro (01/11 a 15/12). A zona de Alta Vigilância do Mato Grosso do Sul vacina todo o rebanho bovino e bubalino no período de 1º de abril a 15 de maio e de 1º de outubro a 15 de novembro. Em Mato Grosso, as propriedades pantaneiras realizam vacinação anual de todo o rebanho no mês de novembro. Confira o calendário completo da Campanha Nacional de Vacinação de Febre Aftosa 2009, no site: www.agricultura.gov.br (Mapa) INFORME AGROPECUÁRIO PECUÁRIA LEITEIRA Campo Grande-MS, MAIO de 2009 – 7 MS conhece as ações do MAPA para pecuária leiteira O Assessor Especial para Assuntos de Defesa Sanitária Animal do Ministério da Agricultura (MAPA), Newton Pohl Ribas, visitou a Capital na quarta-feira (6), especialmente para apresentar os detalhes dos projetos previstos para o Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite (PNQL) em 2009. O evento ocorreu na Secretária de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur). Direcionado às instituições ligadas ao desenvolvimento de políticas econômicas e sociais no âmbito da pecuária leiteira do Estado, o evento contou com a participação dos representantes de todos os órgãos ligados a Seprotur, Secretaria Secretária de Estado de Trabalho e Assistência Social, Secretaria Estadual de Fazenda, Secretaria Estadual de Educação, Superintendência Federal de Agricultura em MS (SFA/MS), Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS), e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado (Sebrae/MS). Newton Pohl Ribas lembrou que o PNQL, instituído pela Instrução Normativa (IN) 51/ 2002, é voltado à segurança alimentar do produto nacional junto aos mercados Interno e Externo; sanidade do rebanho nacional e a viabilidade econômica financeira de toda a cadeia produtiva. Em 2009, dentre as principais ações estão a consolidação da Rede Brasileira de Laboratórios de Controle da Qualidade do Leite (RBQL), também instituído pela IN 51, que deve ganhar novos laboratórios. Dentre as ações propostas para o ano, “O governador André Puccinelli tem hoje como um ponto importante de suas políticas públicas o leite, e logo em breve veremos nascer importantes projetos que consolidaram a atividade”, conclui. Além de técnicos da Seprotur e de suas vinculadas – Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) e Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) – também participaram da reunião as Secretarias de Estado de Trabalho e Assistência Social, de Fazenda e de Educação, Superintendência Federal de Agricultura em MS (SFA/MS), Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS), e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado (Sebrae/MS). Nelson Pohl Ribas apresenta detalhes do Programa Nacional de Qualidade do Leite estão a filiação do Brasil junto a principal entidade internacional do setor lácteo - FIL/ IDF (International Dairy Federation - Bruxelas/Bélgica), os esforços concentrados ao combate da fraude do leite e a criação de um programa de Análise de Rebanhos Leiteiros, com Foco na gestão de propriedades leiteiras (Produção, reprodução, nutrição, manejo, acasalamento com classificação para tipo, qualidade do leite e sanidade). Outro importante avanço será o credenciamento dos laboratórios de Qualidade do Leite como entidades rastreadoras do SISBOV (Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos). Ribas explicou que as unidades passaram a monitorar os produtores que aderirem voluntaria- mente ao sistema. “Por meio de amostras de leite mensais vamos construir o histórico destas analises”, e destacou, “este padrão de controle será um valioso instrumento para atestar a qualidade de nosso produto, aprimorar a gestão de nossos rebanhos, além de importante ferramenta às auditorias realizadas pelos países interessados na compra do leite brasileiro”. Para a secretária Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, a vinda de Ribas ao Estado é reflexo do empenho do governo estadual em apoiar a pecuária leiteira. Ela acredita que nestas oportunidades é possível debater as diretrizes e estratégias nacionais, alinhar ações e aprimorar os projetos regionais. 6º Dia de Campo Genética Aditiva Hélio Coelho & Filhos Dia 16/05/09 apartir das 8hs (horário MS) na Fazenda Canaã - Terenos/MS. Apresentação de Resultados de um rebanho avaliado. Informações (67) 3321-5166 8 – Campo Grande-MS, MAIO de 2009 ENCONTRO DO LEITE INFORME AGROPECUÁRIO Sindicato promove Encontro Técnico do Leite dia 18 O Sindicato Rural de Campo Grande promove no dia 18 de maio o 12º Encontro Técnico do Leite, a partir das 7 horas. Para o diretor do departamento leiteiro da entidade, Dênis Afonso Vilela, é uma grande oportunidade para o produtor rural conhecer novas tecnologias e adquirir mais informações sobre o setor. “Tecnologia não é fabricar galpão, é conhecer e implementar novas técnicas relacionadas ao manejo de pastagem, uso adequado de medicamentos como o carrapaticida e além disso, verificar o que é mais rentável ao bolso do pecuarista”, aponta o diretor. Dênis Vilela menciona que a lotação é outro fator que deve ser verificado numa propriedade rural. “Com um número menor de animais e mais espaço para se alimentar o gado se torna mais produtivo. Já que come mais pastagem”, justifica. O produtor afirma que as palestras sobre o setor leiteiro são para informar os pecuaristas e incentivá-los a ir ao mercado e verificar as preferências do consumidor. “Hoje há dois tipos de produtores: Os que comercializam o leite a R$ 0,70 o litro e, os que entregam a R$ 0,35 por não saber impor preço sobre a qualidade do seu Dênis: É preciso incentivar o produtor produto”, comenta. Para ele, com novas metodologias o produtor pode baixar os custos diversificando a produção e avaliando o que é melhor para a sua área. As melhores raças bovinas para produção de leite são: jersey, girolando, gir leiteiro, normando, guernsey, pitangueiras e holandês. Além de ser mais barato do que nos outros estados brasileiros, o leite sul-mato-grossense é “quase orgânico”, pois, quando fica confinado o animal se alimenta de casca de cana, farelo de soja e milho, oriundos da própria fazenda, explica Denis. . Com a globalização a balança comercial varia de acordo com o que é cotado no mundo. Por exemplo, se a produção é inviável ou apresenta queda no exterior, aumenta a procura no Brasil. Um dos fatores que podem ser analisados com a abertura de mercados no Mercosul é que a Argentina enviou mais produtos ao País, principalmente derivados de leite. Na opinião do diretor do Sindicato, na hora de verificar os custos e calcular a produção o produtor tem que impor preços para revender seus produtos. Uma prática adotada no Estado é do produtor vender o leite e receber do laticínio 30 dias depois, muitas vezes sem saber o valor final que será pago pelo produto. Segundo Denis Vilela, o mercado de leite para o pecuarista não é bom, já que não conhece a necessidade dos clientes. Mato Grosso do Sul é um grande exportador de leite in natura atende principalmente os estados do Paraná e São Paulo, não industrializa por isso não lucra com derivados como: leite em pó, UHT, pó para biscoito ou sorvete. “O fato amarra a pecuária de leite por que o cenário é ruim”, relata. SANIDADE Hoje, a sanidade do gado é relativamente boa, na opinião de Wilson Igi, veterinário e diretor do Sindicato Rural de Campo Grande. Se as principais vacinas contra febre aftosa, brucelose, tuberculose, mastite, clostridioses forem aplicadas corretamente, o rebanho está livre de doenças. Conforme o veterinário, na região de planalto, durante todo o mês de maio, os animais de zero a 24 meses devem ser vacinados contra aftosa. A vacinação contra brucelose deve ser feita nas fêmeas de três a oito meses. “Com os programas de erradicação, que torna as vacinas obrigatórias, a sanidade do gado bovino melhorou muito”, conta o veterinário. Renato Andreotti ensina a escolher o melhor carrapaticida O PhD Animal Health da Embrapa Gado de Corte, Renato Andreotti e Silva, explica que o carrapato-do-boi (Rhipicephalus Boophilus) microplus é um dos principais problemas do produtor, considerando que o Brasil é um país tropical e favorece a sua ocorrência durante o ano todo. No dia 18 de maio, às 9h, na sede Sindicato Rural de Campo Grande, o médico veterinário fará a palestra: ‘Qual é o melhor carrapaticida para o rebanho bovino’. “Por meio do controle eficaz de carrapatos o produtor consegue reduzir seus custos e o final apresentar um produto de qualidade superior. Sempre há uma preocupação com os ganhos, mas também precisa haver uma atenção especial com a qualidade”, destaca o cientista Renato Andreotti. Os prejuízos econômicos causados pelo parasita ocorrem em diferentes graus dependendo do nível da sua infestação associado a fatores fisiológicos dos bovinos. Os danos à pecuária bovina são decorrentes da ação direta, caracterizados por espoliação sangüínea, anemia, prurido, irritação, quedas no peso e na produção dos animais, predisposição à instalação de miíases e desvalorização dos couros, inclusive levando a morte de animais. De forma indireta os animais são agen- tes causadores de doenças como a tristeza parasitária bovina e pelos gastos com a aquisição de medicamentos e de mão-de-obra especializada para o tratamento dos animais, além das perdas com os bovinos que vão a óbito, quando não adequadamente tratados. Os carrapatos são tratados de acordo com os critérios e as conveniências do produtor. A ação se realizada de forma incorreta, acarreta em contaminação ambiental, dos produtos de origem animal (leite e carne) e intoxicação da pessoa que aplica o carrapaticida. “O controle do carrapato não acontece e ainda ocorre a disseminação da resistência das populações de carrapatos aos carrapaticidas e aumenta os prejuízos econômicos”, revela. “No controle do carrapato o produtor reduz o custo, melhora a produção de gado de leite e de corte, diminui os resíduos químicos lançados no meio ambiente, reduzindo consideravelmente o impacto ambiental”, emenda. Informações sobre o ciclo de vida do carrapato, suas relações com as variações de temperatura e umidade, manejo das pastagens são essenciais para escolha do produto adequado a ser utilizado no controle dos carrapatos e melhor época para aplicálos, da maneira mais correta e o menor nú- INFORME AGROPECUÁRIO mero de vezes possível, ou seja, um controle estratégico. No site da Embrapa é disponibilizado um link que informa a coleta e envio de carrapatos ao laboratório, localizado na Embrapa Gado de Corte. É necessário um agendamento, via correio eletrônico para o envio das amostras. A escolha do carrapaticida deve ser feita por meio de testes específicos e os produtos são selecionados a partir dos resultados. Entre 35 e 40 dias os resultados estão prontos e são válidos somente para a propriedade onde foi realizada a coleta dos carrapatos. Para mais informações envie um e-mail para: [email protected] ENCONTRO DO LEITE Campo Grande-MS, MAIO de 2009 – 9 Rodrigo Alvin aborda mercados nacional e internacional do leite Renato Andreotti palestra às 9 horas F•R•A•S•E•S••• “O agronegócio é responsável por um terço dos empregos, das exportações e do PIB brasileiro. É um grande negócio que já não pertence aos produtores. Já é da sociedade brasileira, portanto, é uma questão de Estado proteger esse segmento.” Kátia Abreu, presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). “A falta de conhecimento gerencial, da parte do produtor, é o maior entrave na eficiência da pecuária leiteira”. Paulo Machado, coordenador da Clínica de Leite/ESALQ-USP. “ Trabalhar com leite exige dedicação em tempo integral, amor, otimismo e uma equipe motivada para superar as dificuldades”. Olavo Barbosa, principal produtor de leite do Brasil. “A implantação das boas práticas da produção de leite habilitará o País a produzir leite seguro e de qualidade para o consumidor brasileira e atender as exigências de exportações”. Duarte Vilela, chefe-geral da Embrapa-Gado de Leite. “Produzir leite pode ser lucrativo, desde que o negócio seja conduzido com planejamento, tecnologia e foco claro nos objetivos”. Roberto Hugo Jank, produtor de leite da região de Descalvados (SP). Durante o 12° Encontro Técnico do Leite, o presidente da CNA (Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Rodrigo Alvin, tratará da “Situação do mercado interno e externo do leite”. Na palestra que ocorrerá às 8h, do dia 18, ele falará dos preços, custos, meios de captação e balanço do mercado do leite nacional e internacional. De acordo com o palestrante, em resposta ao forte estímulo do ano de 2007 e ao primeiro semestre de 2008, a produção de leite inspecionado no Brasil cresceu 7,5% no último ano, segundo o IBGE. No entanto, o setor lácteo assim como outros sofreu com o agravamento da crise mundial. O ICAP-L (Índice de Captação de Leite) do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) apresentou uma queda de 8% em janeiro desse ano ante ao mesmo mês do ano passado, refletindo o desaquecimento do setor. Conforme o Centro, o preço médio do leite em março de 2009, nos principais estados produtores foi de R$ 0,60. Em um ano, houve uma redução de 17,30% no valor nominal do preço do leite, enquanto os custos aumentaram 9,67%. Os dados foram apresentados pela Embrapa Gado de Leite. Alvin afirma que nos painéis de custo de produção realizados pelo Projeto Campo Futuro da CNA, constatou-se que os custos operacionais efetivos se encontram superiores ao preço leite. O que significa que a atividade leiteira está sendo antieconômica, e “para o produtor conseguir custear as despesas tem lançado mão de matrizes e animais de recria, na maioria das vezes para frigoríficos, onde o valor recebido é menor”. Em suas pesquisas ele pôde concluir que os preços do leite em pó no mercado internacional chegaram a valores abaixo das médias históricas, até abril a cotação média segundo a USDA foi de US$ 2 mil a tonelada, deixando as exportações pouco atrativas. Outro fator que prejudica os produtores é que só no primeiro trimestre de 2009, as importações de leite em pó foram de 21,5 mil toneladas, praticamente a mesma quantidade importada durante todo o ano de 2008. CURRÍCULO Rodrigo Sant’Anna Alvin é produtor rural na Zona da Mata Mineira; engenheiro agrônomo formado na Universidade Federal de Viçosa (UFV); preside a Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ele também é coordenador da Comissão de Produção Primária da Fepale (Federação Pan-Americana do Leite); preside a Láctea Brasil e o Sindicato Rural de Volta Grande (MG); é vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais; e membro do Comitê Assessor Externo da Embrapa Gado de Leite. 12 – Campo Grande-MS, MAIO de 2009 ENCONTRO DO LEITE INFORME AGROPECUÁRIO Agrônomo da Emater ensina irrigação noturna em pequenas propriedades O engenheiro agrônomo do Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural), Benno Henrique Weigert Doetzer, ministrará palestra sobre a implantação e o sucesso do PIN (Programa de Irrigação Noturna) nas pequenas propriedades rurais do Paraná. O evento acontecerá no auditório do Sindicato Rural de Campo Grande, às 10h15 min, no dia 18 de maio. Antes da palestra serão entregues a credencial e o material de apoio necessário. Na palestra, Benno Doetzer tratará de quatro bases para falar da irrigação nas propriedades rurais. No primeiro tópico abordado pelo mestre em ciências do solo é informado que foi definido pelo fórum da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) a possibilidade de obter descontos que vari- am de 60% a 70%, conforme a classe do consumidor, para aqueles que adotarem a irrigação no período noturno. Na segunda parte da palestra, o coordenador da área de meio ambiente do Emater tratará dos procedimentos de melhoria no sistema de distribuição de energia. “Cerca de 90% das propriedades do Estado do Paraná contavam com energia elétrica insuficiente na hora da geração por causa de uma rede de baixa potência. Agora com as modificações e inclusive, o aumento da potência de captação de água melhorou o uso na irrigação”, menciona Benno. O meio ambiente também foi contemplado junto com as medidas tomadas pelo IAP (Instituto Ambiental do Paraná), órgão vinculado a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e que obedece as determinações Benno Henrique Weigert, da Emater do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente). Dessa forma, o Estado fez uma parceria, onde se simplifica o processo de licença ambiental para pequenos produtores que precisam captar água para irrigar sua plantação. “Até 10 hectares o produtor pega uma licença na Emater para produzir. Quem oficializar o uso do PIN fica isento de taxa. A renovação da licença ocorre a cada 6 anos”, aponta. Além disso, o processo vale tanto para outorga da água quanto para a licença ambiental. A liberação acontece após 30 dias do pedido de licença. O último item apontado na palestra será a parceria firmada entre o Banco do Brasil e o governo do Estado do Paraná para aquisição de equipamentos de irrigação para produtores da agricultura familiar. No convênio o produtor financia 1% ao ano, em cima do valor do maquinário. Se fosse de acordo com o financiamento bancário, a porcentagem seria em torno de 2% a 5%. “A diferença do juro cobrada pelo banco é paga pelo governo por meio do FDE (Fundo de Desenvolvimento do Estado) que foi facilitado pela Agência de Fomento”, finaliza. Desafios e soluções para o agronegócio Os empresários e produtores rurais que queiram se informar sobre as melhores maneiras de enfrentar a crise e ainda conhecer as oportunidades que o momento apre- senta poderão participar da palestra: “Desafios e soluções para o agronegócio frente a conjuntura econômica atual”, promovida pelo Sebrae e ministrada por Silvio Henrique Ribeiro Balduíno. O evento acontece no dia 18 de maio, às 13h, na sede do Sindicato Rural de Campo Grande. O gestor do projeto, Silvio Balduíno, conta que na palestra ele irá contextualizar a crise em relação ao meio rural. “Irei contar desde o momento em que estourou a crise mundial entre setembro e outubro do ano passado, marcado com a queda do banco Limon Brothers, o reflexo no País e no agronegócio brasileiro”. Além disso, será apresentada a projeção mundial e brasileira de 2009 a 2019 feita pela assessoria do Mapa (Mi- nistério da Agricultura e Pecuária) focando nas oportunidades de negócios para o produtor rural. Entre os temas abordados na palestra estão: a dinâmica da crise; os impactos dela na economia e no agronegócio. “A palestra é importante para que o empresário tenha uma idéia de como enfrentar a crise da perspectiva de seu negócio”, explica Balduíno. A proposta também dá dicas de como realizar uma boa administração rural com gerenciamento e Silvio Balduíno: A crise mundial passada a limpo planejamento adequado e sem prejudicar o desenvolvimento sustenCURRÍCULO tável. Silvio Henrique Ribeiro Balduino é médico “Temos que adaptar o modelo de proveterinário, possui MBA em gestão empresarial dução que possa ser protegido para não pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) é consultor danificar o meio ambiente e gerar lucro e instrutor do Sebrae e do Senar. Trabalha como para os empresários. Também enfatizo a facilitador no programa Empreendedor Rural, questão social para que o lucro seja dividié consultor do programa Gestão Sindical (Plado com o empregado para que ele saia sanejamento Estratégico Sindicatos Rurais). Tamtisfeito e com um bom salário”, avalia Balbém desenvolve metodologias de planejamenduíno. to estratégico para o Sebrae e atua na consultoOs interessados também podem agenria de empresas urbanas e rurais nas áreas de: dar uma avaliação diagnóstica com o conplanejamento, finanças, liderança, desenvolvisultor em sua propriedade pelo telefone mento humano, desenvolvimento territorial e 3389-5585. projetos de viabilidade. INFORME AGROPECUÁRIO Campo Grande-MS, MAIO de 2009 – ENCONTRO DO LEITE 13 Suplementação mineral na pecuária de leite Os interessados em obter informações sobre as deficiências minerais existente nos alimentos volumosos fornecidos para bovinos de leite e a necessidade de suplementação mineral não podem perder a palestra: “Suplementação mineral na pecuária de leite”. Ela será proferida no dia 18 de maio, às 14h, pelo engenheiro agrônomo, Fernando de Oliveira Bueno, da Tortuga Cia Zootécnica Agrária de Mato Grosso do Sul. De acordo com o engenheiro será avaliado como a má suplementação afeta a produção de leite, além disso, serão mostradas as formas de alimentação que favorecem a reprodução dos animais e dão bons resultados financeiros aos pecuaristas. Conforme o técnico é conhecido por todos que trabalham com nutrição que existem três tipos de dieta: a do nutricionista, a do tratador e a que a vaca consome, sendo o ideal que elas estejam o mais próximo possível uma da outra. Na maioria das fazendas do Brasil o manejo nutricional tem sido negligenciado e rotinas de monitoramento não são feitas de forma diária. A nutrição representa 60 a 70% do custo de produção, por isso, não pode ser conduzida de forma tão solta nas fazendas. Se houver a negligência do manejo da nutrição em uma fazenda, a composição do leite do leite pode ser afetada. O que deixa o preço final do produto mais baixo. Além de ocasionar queda de produção e perda de receita, abala a saúde das vacas, e aumenta o descarte. Também piora a reprodução, pois eleva o intervalo entre partos e, em longo prazo, afeta a produção e o descarte de animais. Em via de regra, a suplementação mineral, visa por definição, adicionar à dieta de pasto dos animais os minerais deficientes nas forrageiras para evitar doenças e a morte dos animais. “Por exemplo: ao suplementar ao animal minerais deficientes nas forrrageiras dos pastos, não apenas se está corrigindo sua dieta, como também contribuindo, em certa medida, para restituir ao solo parte dos mesmos nutrientes, perdidos por meio do pastejo ou por outros meios”, explica. “A parcela dos minerais suplementados passa pelo trato intestinal sem ser absorvido e soma-se às perdas endógenas do organismo animal, sendo incorporados ao solo por meio das fezes e urina”, continua. MINERAIS DEFICIENTES Nem todos os minerais essenciais para bovinos, que são em número de quinze, têm as mesmas chances de se apresentarem de- Ingredientes Fosfato bicálcico Sulfato de zinco Sulfato de cobre Sulfato de cobalto Iodato de potássio Selenito de sódio Melaço em pó Cloreto de sódio Quantidades (kg/100 kg) Cria Recria Engorda 50,000 1,500 0,300 0,020 0,025 0,010 2,000 46,145 42,000 1,600 0,350 0,018 0,020 0,008 1,500 54,504 38,000 1,300 0,250 0,015 0,018 0,007 1,000 59,410 Fonte: Embrapa Gado de Corte Fernando: “Existem três tipos de dieta” ficientes em pastagens tropicais. Análises de realizadas pelo laboratório da Embrapa Gado de Corte, têm indicado os seguintes minerais como os mais do Centro-Oeste são eles: sódio, fósforo, zinco, cobre e cobalto. O cálcio e o magnésio apresentam níveis adequados. Enquanto que o potássio, o ferro e o manganês mostram concentrações nas forrageiras muito acima das exigências nutricionais de bovinos. Por medida de segurança o iodo e selênio devem integrar as misturas minerais para a maioria das pastagens da região. A adoção de suplementação mineral mais específica deve necessariamente passar pela análise laboratorial de amostras representativas dos pastos da propriedade, colhidas da maneira correta e na época certa. Para aqueles que não querem descer a tal nível de detalhamento, abaixo há sugestões fornecidas pela Embrapa de formulações minerais para as principais categorias de rebanho (cria, recria e engorda) durante o período chuvoso, sob condições de pastagens cultivadas em solos de cerrado. Os consumos médios diários estimados das misturas acima são, respectivamente, 70 g para vacas em produção, 50 g para novilhos/novilhas (250-300 kg) e 60 g para bois de engorda (400 kg). Nestas quantidades, as misturas são capazes de su prir, em média, um terço das demandas diárias de fósforo e cálcio de cada categoria de bovinos e às exigências totais de todos os demais minerais incluídos nas fórmulas (zinco, cobre, cobalto, iodo, selênio, cloro e sódio). Além das misturas minerais tradicionais, existem no mercado misturas minerais múltiplas (sal proteinado), que são suplementos minerais, contêm uma fonte protéica (ou uréia), uma energética, e vitaminas. Essas misturas podem ser utilizadas durante o período de lactação, quando as necessidades minerais, protéicas e energéticas são maiores, ou durante o período seco, quando a disponibilidade de alimento é reduzida e de baixa qualidade nutricional. Fernando de Oliveira Bueno é formado em engenharia agronômica, pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos de São Paulo) desde 2002. Aos 32 anos atua como assistente técnico comercial de gado de leite da Tortuga Cia Zootécnica Agrária de Mato Grosso do Sul. 14 – Campo Grande-MS, MAIO de 2009 ENCONTRO DO LEITE INFORME AGROPECUÁRIO Câmara setorial também é tema de palestra no SRCG Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nos últimos 30 anos a produção de leite brasileira aumentou 340%, passando de 8 bilhões de litros em 1974 para mais de 25,7 bilhões em 2008. O leite é um dos mais importantes setores do agronegócio brasileiro, gerando milhares de empregos diretos e indiretos, tendo, portanto, uma inigualável importância social e econômica no País. Para tratar da situação dos produtores de leite no Estado, o mestre em zootecnia Marcus Vinicius Morais de Oliveira ministrará a palestra no dia 18 de maio, às 15h, onde será discorrido o “Panorama econômico da cadeia produtiva do leite e o papel da Câmara Setorial do Leite no MS”. O evento ocorre na sede do Sindicato Rural de Campo Grande. De acordo com o professor, o leite tem importância social já que mais de 80% do leite comercializado é oriundo de pequenas propriedades, com caráter familiar, e com produções inferiores a 300 litros de leite por dia. Nos laticínios de MS, cerca de 40% da produção destinam-se ao mercado local e 60% ao mercado externo e outros estados. “A venda a outros estados resume-se em leite ‘in natura’ e mussarela que possuem baixo valor agregado”, comenta o pesquisador. Em 1996, o Brasil tinha 1,81 milhões de produtores de leite, destes MS tinha 29.579 profissionais. Dez anos depois passou a ter 1,34 milhões, ou seja, houve uma queda de 26% no número de produtores no País. Enquanto que o Estado passou a ter 23.541 produtores, cerca de 20% a menos do total. Atualmente, aqui são produzidos 2,52 litros de leite de vaca por dia. “Os fatos indicam que a produção de leite no Estado tem tido um crescimento vegetativo, e, conseqüentemente não tem conseguido elevar sua participação no efetivo produzido no País, estando esses números atrelados ao sistema de manejo empregado pelos produtores rurais”, explica. Essa baixa produtividade é justificada por aspectos tecnológicos como um sistema misto de produção de leite e carne sem a capacitação de mão-obra para exercer a atividade e a predominância de genética de gado de corte. Outra razão é o manejo de pastagens inadequado e a falta de um ponto de nivelamento onde a produção chegue a 3,5 mil litros/ha/ano. Atualmente, MS produz menos de 1 mil litros/ha/ano. Além disso, o uso de gramíneas inadequadas para produção de leite acaba por dificultar a produção, o manejo de desmama típico de gado corte não é o ideal para o animal que dará leite. A realização de apenas uma ordenha por dia, a falta de cuidados na higiene na ordenha pode ocasionar uma mastite e interferir na qualidade do leite; e a escassez de ações de associativismo e cooperativismo entre produtores dificulta o acesso ao processo. Outro problema ainda com relação ao aspecto tecnológico é a falta de informações gerenciais das propriedades rurais para tomada de decisão como; identificação de animais, livro caixa, controle sanitário, controle reprodutivo, custos de produção etc. Por outro lado, “o Estado de MS tem grande potencial para o desenvolvimento da pecuária leiteira em sistema de pastejo. Detendo terras propícias, clima favorável e disponibilidade de grãos e subprodutos para alimentação do rebanho. Fatores que o credenciam a produzir leite com elevada competitividade”, destaca. Para uma produção eficaz é “mais fácil tecnicamente triplicar a produção de uma vaca que produz 2,5 litros do que aumentar em 10% uma que produza 20 litros, e, não são necessários grandes investimentos para ganhar produtividade”, contextualiza. O leite tem capacidade de concorrer e conviver com outras culturas de alta rentabilidade que possuem disponibilidade de terras sub-utilizadas para aumento da produção, por isso é uma atividade altamente atrativa, principalmente para pequenos produtores. Está em estudo o PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional), que propõe soluções para alterar a situação que se encontra a cadeia produtiva do leite de MS. O Plano traçará estratégias a serem seguidas nos próximos 10 anos sobre o perfil das linhas que deverão ser enfocadas no Estado de maneira sustentável e economicamente rentável. Entre elas estão: sistemas tecnológicos de produção de leite; remuneração diferenciada pela produção e qualidade do leite; programa de capacitação continuada; fomento do Centro de Referência em Produção e Beneficiamento de Leite no Estado (UEMS-Leite); melhoria genética do rebanho leiteiro; criação de um fundo financeiro e recuperação da infra-estrutura de acesso as propriedades rurais. Além disso, o PDI prevê fomento a pesquisa, aumento do consumo de leite beneficiado; crédito rural, energia elétrica; estímulo a adoção de práticas associativas entre produtores de leite; divulgação das ações da câmara setorial da cadeia produtiva do leite; medidas tributárias e isenções fiscais. Também implantará um mecanismo de acompanhamento de preços do leite e o Conseleite/MS (Conselho de Leiteiro de Mato Grosso do Sul). Para o professor, apesar da pouca expressividade no contexto nacional, a cadeia produtiva do leite possui grande importância socioeconômica para o Estado, por isso, as políticas de desenvolvimento estão sendo delineadas no sentido estimular a cadeia. “A baixa produtividade pode ser vista como ameaça mas, também como uma grande oportunidade de surpreender o mercado nacional devido a semelhança de outros Estados”, finaliza.Atualmente leciona na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, faz consultoria das revistas Ciência Rural e Revista Brasileira de Zootecnia / Brazilian Journal of Animal Science, além de ser editor do jornal Correio do CDTA (Centro de Difusão de Tecnologia Agropecuária). O professor é membro do conselho deliberativo do CDTA e preside a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite no Estado. DADOS DE SIF E SIE De acordo com a Superintendência Federal de Agricultura, o Estado possui 12 usinas de beneficiamento de leite com certificação do Serviço de Inspeção Federal e 20 fábricas de laticínios conveniadas ao SIF. INFORME AGROPECUÁRIO ENCONTRO DO LEITE Campo Grande-MS, MAIO de 2009 – 15 Pesquisador mostra como calcular custo de produção O pesquisador da Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), Thiago Bernardino de Carvalho, abordará no 12º Encontro Técnico do Leite o tema: “Como calcular o seu custo de produção”. A palestra será realizada no auditório do Sindicato Rural de Campo Grande, às 15h45min. O evento acontece no dia 18 de maio, a entrega da credencial e do material de apoio é feita no período da manhã. Thiago Carvalho aponta que a palestra ensinará o produtor a usar a ferramenta de cálculo para verificar o ‘custo da produção, pastagem, sanidade, suplementação dentro da sua propriedade’. “Analisaremos os gargalos como por exemplo: na hora em que se aumenta o rebanho em que medida se ganha”, indaga o pesquisador. Num segundo momento, serão mostradas as alternativas para aumentar a produtividade, a alimentação e o manejo do rebanho no pasto. “Isso servirá para o produtor ter um lucro maior na imposição de preços e na comercialização dentro do mercado”, comenta Carvalho. Hoje, o preço do leite pago aos produtores em março aumentou nos esta- dos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Bahia. De acordo com o Cepea para a “média nacional” o reajuste foi de 1,78% no valor bruto. Isso sem descontar 2,3% de CESSR (ex-Funrural) e o frete que juntos representam 1 centavo a mais por litro. Assim, a média brasileira paga ao produtor em março foi de R$ 0,6087/litro. Altas de preço deram fôlego aos produtores do Rio de Janeiro e de Mato Grosso do Sul. No mercado fluminense, o preço médio foi de R$ 0,5587/litro em março, aumento de 1,4 centavo de real por litro (valor bruto) ou de 2,52%. Para os produtores sul-mato-grossenses, com o litro a R$ 0,497, houve um aumento de 2,2 centavos de real por litro (valor bruto), equivalente a 4,6%. Consultados sobre a expectativa para o próximo pagamento, 48,8% dos representantes de laticínios e cooperativas acreditam em estabilidade dos preços. Enquanto 45,3% estimam novos aumentos, o fato representa 50,4% do volume coletado pelo Centro de pesquisa. No mercado de derivados, de janeiro para fevereiro, os preços no mercado atacadista do estado de São Paulo apre- Outro fundamento de grande importância para a definição do preço ao produtor é o volume captado. Em fevereiro, o Índice de Captação de Leite do Cepea foi 2,8% menor que o de janeiro, queda normal para o período. Já o recuo de 8,6% em comparação com fevereiro de 2008 pode ser preocupante à medida que sinaliza a desmotivação dos produtores. Thiago: “Analisaremos todos os gargalos” sentaram aumento médio de 1,7%, e no acumulado do ano, de 1,6%. Os derivados que têm maior relação com o preço do leite ao produtor são o leite UHT (caixa) e o leite em pó. Em fevereiro, a relação entre os preços do leite ao produtor e do UHT voltaram para o patamar “histórico” 2,2, depois de meses com vantagem para o produtor. Já em comparação com o leite em pó, a relação esteve em 14 litros de leite ao produtor para 1 quilo de leite em pó, enquanto que a média de 2007 foi de 15,5 e a de 2008, de 14,3. CURRÍCULO Thiago Bernardino de Carvalho é bacharel em ciências econômicas pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, USP (Universidade de São Paulo); é mestre em Economia Aplicada pela USP. Atualmente trabalha como pesquisador responsável pela equipe de custo de produção de pecuária de corte do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). O economista também é membro-pesquisador da rede internacional Agribenchmark que avalia o custo de produção na pecuária de corte mundial. De maio a julho de 2007, viveu na Alemanha onde pesquisou o Instituto de Economia Agrícola do Centro de Pesquisa em Agricultura do Governo Federal – Federal (Agricultural Research Centre (FAL) – em inglês). Novas tecnologias garantem o controle definitivo da erosão Com o tão propagado aquecimento global, fato comprovado e que há muito tempo vem preocupando autoridades de todo o mundo, e, com o aquecimento a ocorrência cada vez mais agressiva de chuvas fora de padrões e de época tradicionais, as atenções se voltam especialmente para a proteção do meio ambiente, principalmente diante das erosões, voçorocas e outras espécies de sedimentações que acontecem com bastante freqüência em regiões de todo o Mato Grosso do Sul. Técnicas de correção de solo, aliadas às modernas tecnologias aplicadas pela empresa Destra Serviços Agrícolas, mostram que esse cuidado deve ser adotado principalmente nessa época, depois da temporada de chuvas. Este é tempo ideal para o controle das erosões que tanto degradam o solo e reduzem a produção e a produtividade agropecuária regional. Com as chuvas cada vez mais agressivas, cada vez que se adia a adoção de soluções para o problema, também se contabiliza mais custos, mais despesas e mais prejuízos para o solo e para o produtor rural, podendo uma simples erosão evoluir para um quadro de açoreamento, o que torna o controle mais oneroso e mais complexo. Em Mato Grosso do Sul há 29 anos, com atividades voltadas especificamente para o melhoramento de áreas destinadas às atividades agropecuárias, a Destra Serviços Agrícolas tem tecnologias para a correção definitiva do problema da erosão do solo. E, com isso, o produtor rural se ajusta às normas ambientais e escapa dos efeitos catastróficos de multas e outras sanções impostas pela legislação ambiental brasileira. A correção definitiva do solo é possível por meio de instalação de drenos em disposição semelhante a do sistema Controle de erosões começa através de estudo individual, garante empresa de MS circulatório humano. Pedras britadas são usadas no processo que atende a profundidade necessária de cada caso, individualmente. O método tem sido utilizado em propriedades de Mato Grosso do Sul com eficácia de 100%, recupe- rando a capacidade produtiva do solo para o cultivo de pastagens e grãos. Mais informações: Destra – (67) 3321-1634 Sr. Uruo (9981-3849) [email protected] 16 – Campo Grande-MS, MAIO de 2009 INFORME PUBLICITÁRIO INFORME AGROPECUÁRIO Suplementação protéica na seca – Hora de ganhar dinheiro Renato Vaz de Macedo, Médico Veterinário Campo Grande – MS (67) 9984-1569 [email protected] A Suplementação protéica para animais em pastejo tem sido cada vez mais utilizada no período da seca. Nessa época a qualidade da planta forrageira é reduzida e conseqüentemente o desempenho animal é menor. Várias técnicas de suplementação animal têm sido adotadas com o intuito de convivermos com a sazonalidade da produção das forrageiras tropicais. Entre essas técnicas, podemos citar o semiconfinamento e o confinamento. Além dessas, outras tecnologias de alimentação tem estado em evidência como o fornecimento de alimentos energéticos na seca e mais recentemente nas águas. Entretanto, quando falamos em nutrição de animais em crescimento (recria), nenhuma dessas técnicas é mais viável economicamente que a Suplementação Protéica de baixo consumo na seca. Os Suplementos protéicos de baixo consumo são aqueles que fornecem até 1 gr de produto para cada quilo de peso do animal. Desse modo um animal com 300 kg consumirá em torno de 300 gr de produto. A adoção de concentrados protéicos na seca, quando utilizados de forma adequada, apresentam bons retornos econômicos. O benefício econômico será mai- or quanto maior for o valor da arroba e melhor o potencial genético dos animais.. O Ponto de equilíbrio do Ganho de Peso adicional para pagar o investimento está na Tabela 1. Assim,, para um valor de arroba de R$ 72,00, caso os animais estejam ganhando 250 gr/dia a mais do que ganharia em uma suplementação apenas com sal mineralizado, mostra que o lucro adicional seria de R$ 69,30/cabeça. É importante ressaltar que há uma relação positiva entre o lucro da tecnologia e a taxa de lotação animal, sendo esta variável de extrema importância no sentido de se potencializar a produtividade e lucratividade (R$/ hectare) da propriedade. Observa-se que quanto maior a taxa de lotação, maior será o resultado em termos de lucro adi- cional por área. É natural que taxas de lotação mais elevadas serão decorrentes da intensificação do sistema de produção mediante a adoção de pastejo rotacionado e adubação.. No entanto, mesmo com uma taxa de lotação de 1,3 UA/ha , que é relativamente fácil de se obter, a tecnologia de suplementação protéica de baixo consumo proporcionará R$ 138,60 a mais de lucratividade/ha. (Tabela 2) Por outro lado, no caso de terminação de bois, a Suplementação Protéica de alto consumo, conhecida também como suplementação energética, é a mais indicada. A meta desta tecnologia é aumentar em até 90 kg o peso dos animais no período de entressafra. Portanto, sistemas que abatem bois com 500 kg não necessitam confinar ou semiconfinar animais entre 420 e 460 kg, pois esses poderão ser abatidos com o uso de proteinados de alto consumo e na época do ano de melhores valores da arroba (outubro). Suplementos de alto consumo são aqueles que fornecem entre 2 a 4 gr/kg de peso do animal, desse modo um animal de 420 kg consumirá em torno de 1200 a 1600 gr/dia. As informações de beneficio/custo (R$ lucro por R$ investido) e retorno financeiro por animal estão na Tabela 3. Concluindo, lembramos a todos que no período de seca, nossos rebanhos na grande maioria perdem peso, criando o famoso boi sanfona, engorda-emagrece. Tendo em vista o alto valor das terras e as margens de lucro da pecuária de corte cada vez mais estreitas, devemos ter em mente que um dos melhores investimentos que podemos fazer é suplementarmos os animais no período de seca e incrementarmos as taxas de desfrute e conseqüentemente a lucratividade do negócio. ASSOCIAÇÕES INFORME AGROPECUÁRIO Campo Grande-MS, MAIO de 2009 – 17 Famasul elege nova diretoria dia 13 de junho Encerrou-se na quarta-feira, dia 29 de abril, o prazo estabelecido para o registro de chapas das eleições da diretoria da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul). A eleição que determinará a diretoria para o triênio 2009-2011 será realizada no próximo dia 13 de junho de 2009, sábado, das 8h às 14h, na sede da instituição em Campo Grande/MS. De acordo com o Documento de Registro de Chapa, foi registrada uma única chapa para concorrer à eleição da FAMASUL dentro do prazo estabelecido em edital publicado no dia 14 de abril de 2009, na página 45 do Diário Oficial do Estado de Mato Grosso do Sul. A chapa é encabeçada pelo atual presidente da Famasul, Ademar Silva Junior (foto), e os principais representantes da diretoria como o atual vice-presidente, Eduardo Riedel; o diretorsecretário, Dácio Queiroz, e diretora-tesoureira, Maria Lizete Brito, se mantem na chapa (confira ao lado). Conforme prevê o regimento eleitoral da instituição, o documento encontra-se afixado desde a última quinta-feira (30) nos murais da Federação. CHAPA 01 DIRETORIA Efetivos Ademar da Silva Júnior Eduardo Correa Riedel Suplentes Apparecido Fernandes Severino José da Fonseca Conselho de Vice-Presidentes Aristóteles Ferreira Júnior Leonardo Mendonça Thomaz Christiano da Silva Bortolotto Maurício Koji Saito Paulo César Bozoli Mario Jorge F. Pedroso Manoel Bertoldo Neto Manoel Simões Júnior Elzio Neves Barboza João Passos da Silva Edílson Santos Pontelli Osório Luiz Straliotto Durval Ferreira Filho Rudimar Artur Borgelt Cacildo Dagno Pereira José Claudio Pozzobon Daniel de Souza Paulo Sanches Paes 1º Secretário 2º Secretário 3º Secretário Dacio Queiroz da Silva Luiz Carlos Pantalena José Lemos Monteiro Adilson Correia dos Santos Paulo Cardim Luiz Antonio F. Ribeiro 1º Tesoureiro 2º Tesoureiro 3º Tesoureiro Maria Lizete B. M. Brito Almir Dalpasquale José Armando C. Amado Olirio F. de Vasconcelos Aristeu Pereira Nantes Italívio Coelho Neto Efetivos Otávio Álvares Monteiro Reinaldo Alves dos Santos João Nelson Lyrio Suplentes Domingos Martins de Souza Jesus Camacho Sandro Luiz Mendonça Efetivos Ademar da Silva Junior Suplentes Roosevelt Roque dos Santos Antonio Ferreira dos Reis Geovano Feliciano do Prado Presidente 1º Vice-Presidente CONSELHO FISCAL CONSELHO DE REPRESENTANTES Com chapa única, Acrissul confirma nova diretoria dia 15 O fim do prazo, terça-feira, 28, para inscrição no processo eleitoral da Acrissul confirmou o consenso em torno da chapa encabeçada pelo pecuarista e empresário de comunicação Chico Maia (foto). Sem outra chapa concorrente, está prevista para 15 de maio próximo a eleição para referendo da diretoria que estará à frente de uma das mais tradicionais e representativas organizações de classe de Mato Grosso do Sul. Na expressão do futuro presidente Chico Maia, “a construção do consenso confirma o avanço de um processo de conscientização de classe, que vem sendo construído ao longo dos anos”. Fundada em janeiro de 1931, então como o nome de ‘Centro dos Criadores do Sul de Mato Grosso’, a Acrissul - Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul é responsável pela Expogrande, uma das mais importantes feiras agropecuárias do Brasil. Presidida nos últimos dez anos pelo pecuarista Laucídio Coelho Neto, a Acrissul tem se firmado crescentemente como entidade representativa de um setor que está na vanguarda da biotecnologia, situando a pecuária sul-mato-grossense dentre as de melhor qualidade do Brasil. Conferir ainda mais vigor a esse estratégico setor de pesquisa e geração tecnologia é um dos propósitos da chapa de consenso. Ampliar as opções de valorização desse potencial de qualidade, especialmente através do fortalecimento a Expogrande como evento internacional, é também uma das metas de destaque na plataforma da futura diretoria presidida por Chico Maia. Para Chico Maia, a chapa única expressa uma espécie de pacto da pecuária estadual para superar desafios estruturais e uma conjunta de graves dificuldades. “Isso exige a soma de todas as competências e da criatividade do setor”, diz Maia. Presidente: FRANCISCO MAIA 1º Vice JONATHAN PEREIRA BARBOSA 2º Vice RICARDO GOULART CARVALHO 3º Vice DÁCIO QUEIROZ SILVA 1º Secretário CÉSAR M. GONÇALVES FILHO 2º Secretário HABIB REZEK JUNIOR 3º Secretário REGINALDO DONIZETE PIVETA 1º Tesoureiro LUIZ DA COSTA VIEIRA NETO 2º Tesoureiro ANDRÉ DUARTE 3º Tesoureiro ALESSANDRO OLIVA COELHO DIRETORES: ROBERTO FOLLEY COELHO GILSON FERRUCIO PINESSO MARCELO PINTO DE FIGUEIREDO PAULO CÉSAR DE MATOS OLIVEIRA WILSON MARTINS JALLAD ANTÔNIO DE SOUZA SALGUEIRO OSMAR PEREIRA BASTOS GERALDO DE ALMEIDA PEREIRA SUPLENTES: ALEXANDRINA MARQUES BRUNO PEDROSSIAN FELIPE COELHO NILSON PAULO RICARTES OLIVEIRA NILSON DE BARROS DENILSON LIMA DE SOUZA LEONARDO CHAVES JALLAD ELISA MARIA AZAMBUJA MARIA AUXILIADORA DE CASTRO ARCANGELO LOACIR DA SILVA Sindicato de Amambai prepara XXI exposição diretoria do Sindicato Rural de Amambaí já começou a se movimentar para a realização da XXI Expobai a ser realizada entre os dias 9 e 13 de setembro próximos. A primeira reunião aconteceu na sede do Sindicato no último dia 27 e contou com a presença dos diretores e habituais voluntários que nos últimos anos têm proporcionado à população do Cone Sul, exposições de alto nível e sempre com grandes atrações. Neste ano, quando completa sua maioridade, o presidente do Sindicato Christiano Bortolotto não quer deixar por menos. Pretende superar todas as outras edições, inclusive a do ano passado, muito elogiada por todos que a freqüentaram. Para começar. É pensamento da diretoria, proporcionar maior conforto aos visitantes, assim como uma melhor distribuição dos stands, restaurantes e praça de alimentação visando o fácil acesso das pessoas. Algumas obras serão realizadas no Parque de Exposição para a acomodação da nova configuração que certamente será aprovada por todos. CONSELHO: SÉRGIO DIAS CAMPOS ULYSSES AZUIL DE A SERRA NETO GUILHERME BUNLAI EDUARDO MACHADO METTELO JUNIOR “NENI” JOÃO DOMINGUES JERÔNYMO SOBRINHO GUI OLINTHO MACEDO ANTONIO CARLOS DINIZ LINHARES ELZA DÓRIA PASSOS JOSÉ ANTÔNIO FELICIO LUIZ CARLOS LOPES FERREIRA THIAGO ARANTES OSWALDO POSSARI AUGUSTO MAURÍCIO DA C. M. WANDERLEY OSMAR FERREIRA DUTRA RENÊ CAETANO PAULELA PAULO CÉZAR ZANDAVALLI LUCIANO LEITE DE BARROS JANETE SOUZA MORAIS ORLEI SARAVI TRINDADE EDUARDO OLIMPIO MACHADO NETO SUPLENTES: RODRIGO BUANAIM DE CASTRO WILSON NOBUYUKI IGI MARIA EDUARDA CORREA DA COSTA THEDIM FLÁVIO REGIS WANDERLEY RENATO PERON COELHO ANTÔNIO JOSÉ PINHEIRO SARAIVA JOSÉ FERNANDO COSTA RICARDO CHEDID CARLOS RAZUK CARLOS THEODORO ANDRADE JURGIELEWICZ 18 – Campo Grande-MS, MAIO de 2009 PORTEIRA ABERTA Rugas do tempo Osvaldo Piccinin Gosto de apreciar o entardecer, assim como ficar horas a fio vendo a chuva cair. Não me incomoda o zunido do vento forte na minha janela, e também me emociono vendo o raiar do dia, principalmente quando estou no Pantanal, nagevando nas águas turvas do Rio Paraguai. “Para mim o vento que assobia é cantiga de ninar”. Nestas horas não tenho dúvida da existência de Deus, pois sinto sua presença em cada gesto da natureza; até mesmo quando eles são brutos e devastadores. “Tudo está em seu lugar, graças a Deus”! Já tive muita pressa de fazer dez anos, depois quinze, depois dezoito, vinte e um etc. Hoje tento segurar os ponteiros do relógio para retardar o tempo, mas é em vão. Ele nasceu para passar e cumpre religiosamente sua missão. Quando a ansiedade nos domina, o tempo torna-se moroso, indolente, te- mos a sensação de que às vezes precisamos empurrar o dia com as mãos para vê-lo passar mais rápido. Algum sábio, provavelmente dois deles, um ansioso e o outro, quiçá, vaidoso, inventaram respectivamente, o relógio e o espelho. Estes dois utensílios fazem parte de nosso cotidiano e nos perseguem por toda vida. Somos seus reféns e todo santo dia, é a mesma rotina: ao acordar conferimos a hora, bem como a nossa aparência no espelho. Checamos se apareceu mais uma nova ruga no velho rosto, mais um cabelo branco entre tantos, aliás, no início até nos damos ao luxo de arrancá-los, mas logo em seguida aparecem tantos e tantos, que desistimos. Este processo de envelhecimento é praticamente imperceptível em nosso dia a dia. S ó nos damos conta que o tempo passou quando olhamos para as fotos antigas e Movimento dos trabalhadores sem terra (MST), a realidade dos fatos Guaraci Vieira de Almeida Nos anos 1970,em viagens pelo interior do Estado de São Paulo, com destino a Belo Horizonte (MG), na companhia de minha mulher e duas filhas, contemplávamos alinda paisagem formada pelo verde das plantações de milho e soja,e pelo branco dos rebanhos de gado Nelore.Saudades,muitas saudades daquela época. Esta bela paisagem dos campos paulistas só era desfigurada nos finais de tarde, quando cruzávamos por caminhões toldados e lotados dos chamados boias frias. Eram homens,mulheres e crianças sujos e maltrapilhos,que voltavam dos trabalhos na lavoura . Distribuição de terra é da alçada do poder público, e, em razão disto, tornase problema crônico,dada a falta de vontade política ou a ação de governo populista, que, em cumplicidade com maus companheiros, alimenta, artificialmente, a esperança dos trabalhadores. Em Mato Grosso do Sul, o programa de colonização (Dourados, Mundo Novo), pela sua timidez,não resultou em solução da questão agrária no Estado. Diante da inoperância dos governos, os trabalhadores começaram a movimentar-se sob o comando de líderes. Os boias frias estavam entre os primeiros trabalhadores recrutados.Os contingentes do movimento social foram crescendo,e hoje vivem em acampamen- tos e assentamentos improdutivos, precariamente assistidos pelo governo. Os trabalhadores são assentados em áreas,muitas vêzes, de solo arenoso, impróprio para o plantio de grãos e sem assistência técnica.Vivem de esmola do governo (cestas básicas) e,às vezes,muitos trabalhando como boias frias em fazendas vizinhas. Lamentavelmente, o movimento social, sob a liderança do Sr. João Stédile e outros fundamentalistas, deu início à prática condenável de invasão de propriedades rurais, apoiada e revigorada pelo governo Lula,ao não dar continuidade à decisão do governo anterior de não desapropriar fazendas invadidas. A continuar do jeito que está, verdadeira reforma agrária nunca acontecerá. Persistirão a baderna,a agitação no campo e a intranqüilidade dos produtores rurais. Nós, produtores rurais, temos que ser os primeiros a exigir a reforma agrária, rejeitando o confronto armado, pressionando o governo e clamando por medidas preventivas e ações mais rápidas. Não podemos trabalhar em situação de intranqüilidade e sujeitos a ataques traiçoeiros, sob o comando de radicais, que já deveriam ter sido submetidos ao rigor da lei. Guaraci Vieira de Almeida Produtor rural [email protected] para a idade de nossos filhos e netos. Às vezes achamos que os amigos envelheceram mais rápido que nós e este também pode ser um sinal dos tempos idos, sem nos esquecer que depois dos cinqüenta entramos na fase do “Condor”, nenhuma semelhança com o pássaro, apenas com dor aqui com dor ali. Há algum tempo atrás achamos que minha velha mãe gostaria de fazer uma plástica de rejuvenescimento. Seu rostinho miúdo de oitenta anos, por sinal muito enrugado, não deixa nenhuma dúvida que o tempo deixou lá suas profundas marcas. Claro que ela se negou a aceitar nosso presente e nos deu a entender que tinha orgulho de suas rugas, pois elas eram testemunhas de uma vida toda de dedicação á família. Cada vinco de sua face carrega uma história que nos enche de orgulho, como filhos. Quando a questionei o porquê dela não aceitar, tive uma resposta simples, mas sábia e verdadeira. Disse-me ela: - É bobagem tirar as rugas, porque por dentro vou continuar parecendo uma velha. Você está certa INFORME AGROPECUÁRIO mãe, afinal cada ruga de seu rosto é um tijolinho que ajudou construir sua longa e bonita história de vida, na maioria do tempo muito sofrida. Com rugas ou sem rugas o mais importante é a certeza do nosso dever cumprido. Tenho inveja, no bom sentido, daquelas pessoas que chegam aos oitenta anos com saúde e lucidez, tendo criado e dado educação a todos os filhos, ter conhecido todos os netos e não ter enterrado nenhum de seus queridos entes mais próximos. Isso é uma dádiva de Deus! Digo sempre aos meus filhos que se eu tiver a graça de ser um desses premiados octogenários, arrumarei minha malinha discretamente e aguardarei o “homem” me chamar, pois creio que nossas cortinas se abrirão num outro cenário na eternidade. Afinal não conheço ninguém que ficou para semente ou será que existe? E VIVA AS RUGAS DO TEMPO! [email protected] Bambu, um negócio interessante Luis Fernando Schardong Que o plantio de florestas de madeiras comerciais de ciclo médio e longo (12 a 25 anos) é um excelente negócio não restam dúvidas. Planejar um florestamento em escalas e anuais com árvores de boa madeira e bom rendimento, sem esquecer assistência técnica, é garantir um futuro financeiro tranqüilo. Algumas espécies são verdadeiras máquinas de fotossíntese, transformando a energia solar em madeira bruta e de boa qualidade. Não é difícil de se concluir que o prazo que a floresta necessita para se desenvolver renderá bons dividendos, adotar o hábito de formar uma parcela de floresta para industrias de beneficiamento de madeira todos os anos é uma ótima estratégia de longo prazo, uma boa receita para se passar de geração em geração, receita no bom sentido, $ ! Florestas são investimentos seguros por diversos motivos; mercado abrangente e firme, alta rentabilidade frente ao capital investido, baixo custo de manutenção até o corte final, caso queira, pode deixar a floresta em pé para melhor momento de comercialização, beneficiar a madeira na fazenda agrega mais valor, bons motivos não faltam. Por outro lado, vem chamando a atenção um novo produto neste mercado tão antigo, o bambu. O mercado mundial vem receben- do de braços bem abertos este singelo vegetal, por ser altamente sustentável, ecológico e resistente, o bambu rachado, serrado, aplainado, colado e prensado pode formar ripas, caibros, vigas, tabuas, pisos e pranchas que substituem a madeira. Temos em muitos Municípios do nosso Estado um bambu nativo, conhecido por todos como “TAQUARUSSÚ”, este bambu tem boas qualidades para construção civil e beneficiamento, podendo se transformar em produto de exportação de nosso Estado se bem trabalhado, se você tem este bambu em sua propriedade, preserve-o, e passe a informação adiante, lembrando que em APP não se pode manejar sua produção. Plantar uma pequena área com bambus comerciais pode lhe trazer muitos benefícios como: acompanhar o desenvolvimento da cultura, verificar quais espécies tem boa adaptação em sua propriedade além de formar um banco de matrizes para futura ampliação de área ou comércio de mudas, brotos para alimentação, colmos para artesanato, construção, lenha, industria de beneficiamento(no futuro), proteção contra ventos e erosão, e o que mais a sua imaginação oferecer. Trata-se de um nicho de mercado que pelos sinais, esta dando certo e tem futuro. [email protected] Campo Grande-MS, MAIO de 2009 – COLUNA JURÍDICA INFORME AGROPECUÁRIO 19 Da desobrigatoriedade (e desnecessidade) de cartões de ponto para estabelecimentos com menos de 10 empregados O art. 4º do Decreto 73.626/73 (Normas Regulamentadoras do Trabalho Rural) determina seja aplicado o art. 74 da CLT nas relações de trabalho rural. Dispõe este art. 74/CLT que o horário de trabalho deverá constar de um quadro organizado conforme modelo expedido pelo Ministério do Trabalho, e afixado em lugar bem visível. E, segundo o parágrafo 2º deste dispositivo legal “para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico ... devendo haver pré-assinalação do período de repouso”. Conforme se pode observar, a obrigatoriedade de adoção de controles de ponto é para estabelecimentos com mais de dez empregados, no entanto alguns empregadores vêm adotando tais controles em estabelecimentos com menos de dez empregados, achando, conforme informações pessoais colhidas por nós, que estão não só cumprindo a lei, como beneficiando-se, pois passam a ter a posse de um documento, com assinatura do empregado, confirmando o suposto real horário de trabalho cumprido por este. Em tese, em interpretação leiga, até parece que há vantagem ao empregador. Ledo engano, no nosso modesto entendimento, e assim nos pronunci- BOLETIM INFORMATIVO – MARÇO 2009 Mão-de-obra e serviços SALÁRIO MÍNIMO RURAL: R$ 465,00 MÉDIA/R$: N° INFORMAÇÕES Técnico Agrícola 942,60 02 Inseminador 545,71 02 Encarregado de Máquinas 620,13 01 Op. de Máquinas de Esteira 933,80 04 Tratorista - pneus 530,32 04 Motorista 602,77 02 Capataz de Campo 981,36 06 Retireiro 490,76 05 Peão Campeiro (tralha própria) 554,40 07 Praieiro/Caseiro (serv. manuais) 464,80 04 Cozinheira 464,80 04 Diária Bruta (empreiteiro) 23,00 02 Doma de Cavalo (gratificação) 248,12 03 Aceiro Leve/KM (pé da cerca) Aceiro Pesado/KM (1,5 mts cada lado) Roçada de Pasto Pesado/Há (manual) Roçada de Pasto Leve/Há (manual) Tirar e Lampinar Poste 3,30 03 Tirar e Lampinar Firme 5,20 05 Tirar e Lampinar Palanque (3,20mts) Fincar Poste 4 fios c/ balancins 3,30 03 Fincar Poste 4 fios s/ balancins 3,30 03 Trator de Esteira D-4 / hora 140,00 01 Trator de Esteira D-6 / hora 200,00 03 Trator de Pneu Traçado 140 CV acima/hora 111,19 01 Pá carregadeira W-20 / hora 99,43 01 Motoniveladora / hora 150,00 01 Caminhão Caçamba Trucado / hora 65,00 02 Caminhão Caçamba Toco / hora 50,00 02 Colheita de Grãos (mecanizada) 5 a 8% do Valor do Produto FONTE: -ASSOCIAÇÃO RURAL DO VALE DO RIO MIRANDA OBSERVAÇÕES: TODOS O VALORES CONSTANTES NESTE BOLETIM, SÃO VALORES BRUTOS SEM QUAISQUER DESCONTOS, JÁ ACRESCIDOS DE TODOS OS BENEFÍCIOS. amos pelas razões abaixo: Primeiramente, porque o ônus incumbe a quem alega, sobretudo quando se trata de tentativa de prova de fato excepcional que, no caso, são as horas extraordinárias, pois o normal se presume (trabalho em horário normal de 44 horas por semana, no caso de trabalho rural). Em outras palavras, em uma ação judicial quem tem o dever de provar horas extras é o empregado, havendo ou não controles de ponto (art. 818/CLT). Assim, se em qualquer hipótese a responsabilidade para provar labor extraordinário é do empregado, e mediante prova testemunhal, que o judiciário entende, via de regra, prevalecer sobre a documental, não faz sentido o empregador adotálos, levando a Juízo documento sob o qual está desobrigado. Além do mais terá de gastar com MERCADO AGROPECUÁRIO MERCADO BOVINO | BOI | Para 30 dias | C. grande Frigorífico Arroba Kg carcaça Bertin R$ 71,00 R$ 4,73 Friboi R$ 67,00 R$ 4,46 MERCADO BOVINO | VACA | Para 30 dias C. Grande Frigorífico Arroba Kg carcaça Bertin R$ 65,00 R$ 4,33 Friboi R$ 63,00 R$ 4,20 Obs: Cotações de 06/05, para animais rastreados, coletadas nos frigoríficos. Fonte: Midiamax MERCADO FUTURO (BM&F) - DIA 08/05 Venc. Mai/09 Jun/09 Jul/09 Ajuste (R$/@) 77,55 79,51 82,35 Var. (R$) 0,35 0,47 0,59 C. A. 6.748 570 1.291 Esalq/BM&F - Boi gordo Data 06/05 07/05 08/05 Vista 77,86 77,92 77,78 Prazo 79,10 78,78 78,57 Fonte: BeefPoint, IEA, CentroBoi, Faeg, Deral/ Seab/PR, Minas Bolsa, Banco Central e BM&F LEITE PAGO AO PRODUTOR: R$ 0,48 (Tipo C) Fonte: Ceasa - 11/05/2009 GRÃOS Preço pago ao produtor Soja - saca de 60 kg R$ 42,20 Milho - saca de 60 kg R$ 17,00 SUÍNOS Preço pago ao produtor Arroba R$ 28,50 Fonte: Ceasa MS - 11/05 Kg vivo R$ 1,90 aquisição ou confecção dos mesmos, ensinar o empregado a usá-los, conferir as anotações para verificar se foram feitas corretamente, com a devida rubrica diária ou assinatura ao final do mês pelo empregado. Enfim, atrai para si um encargo desnecessário. A dois, porque os empregados rurais geralmente têm dificuldades em lidar com documentos, podendo fazer anotações equivocadas, o que constituir-se-ía em prejuízo à validade do controle de ponto, não surtindo, pois, o efeito jurídico tão esperado pelo empregador. A três, na hipótese do empregador pretender ele mesmo fazer a anotação em substituição ao empregado, a fim de evitar o fato acima, colocará em dúvida a veracidade do controle de ponto, pois embora não haja obrigação legal de anotação exclusivamente pelo empregado, não corresponde, em tese, à realidade, na medida que não está o empregador sempre presente nos horários que exigem as devidas anotações, embora haja, posteriormente, a aposição da assinatura do trabalhador. A quatro, porque se houverem anotações com horários invariáveis, britânicos, tais controles de ponto passam a não ter validade pelo judiciário, conforme entendimento dominante, salvo raras exceções, pois é impossível o empregado, todos os dias, olhar para o relógio e esperar o horário exato de entrada e de saída para iniciar e terminar a sua jornada de trabalho, segundo entendimento constante da Súmula 338, III, do TST. Neste caso, pode até mesmo o juiz, e aqui não há nenhum absurdo, diante da evidente distorção da realidade, inverter o ônus da prova, por levar a Juízo, o empregador, documento inidôneo, residindo aqui a gravidade da questão. Enfim, o empregador que possuía os controles de ponto, perde o direito de aproveitá-los, pelo seu mau uso. E, o pior, passa a ter de provar os horários consignados em tais documentos. Cabe destacarmos as dúvidas a este respeito suscitadas pelo jurista Mozart Victor Russomano, na obra Comentários à CLT, vol. I, Ed. Forense, 15ª ed, assim lecionando: Encontramos, muitas vezes, pequenas empresas anotando a assiduidade em pequenos cadernos feitos para esse fim. Neles só quem escreve é o empregador. Que valor jurídico podem ter esses cadernos se o empregado não os rubrica, se são confeccionados longe de sua fiscalização? Que prova podem fazer em juízo em benefício do empregador, que foi quem os anotou, livremente? Tudo exposto, não recomendamos a adoção de controles de ponto para estabelecimento com menos de dez empregados. E, para os demais, jamais lançar horários invariáveis, britânicos. Eduardo C. Leal Jardim Assessor Jurídico SRCG 30.04.2009 20 – Campo Grande-MS, MAIO de 2009 EVENTOS INFORME AGROPECUÁRIO Tortuga promove II Simpósio de Confinadores O II Simpósio Tortuga de Confinamento de Bovinos de Mato Grosso do Sul foi aberto com a presença de confinadores e palestrantes do Estado e do País. A Tortuga Cia Zootécnica Agrária de MS existe desde 1954 e se firmou como líder de mercado vendendo produtos de nutrição e saúde animal. De acordo com o engenheiro agrônomo e gerente da empresa, Raul Marcos Gaspar, a “Tortuga tem como compromisso promover o progresso da pecuária brasileira e difundir as novas tecnologias ligadas ao campo”. A primeira palestra foi ministrada pelo zootecnista e professor do Departamento de Ruminantes da Unesp (Universidade Estadual Paulista), de Botucatu, Mario de Beni Arrigoni, que tratou dos “Sistemas de produção intensiva para bovinos jovens”. Para ele, o ideal é que o produtor diminua o tempo de recria que hoje detém 47% do tempo de produção e invista mais na cria que ocupa 22%, e engorda com 31%. “Eficiência é sinônimo de economia. É melhor baixar os custos de produção abatendo 20 dias antes o animal e investindo mais na cria, porque falta vaca no mercado, e na engorda onde tem menos produtores investindo”, aponta. Segundo o professor, a Brascan Cattle S/A investe na cria dos animais e possui lotes de cabeças acima de 245 quilos. Por isso são mais caros no creep feeding dos últimos dois meses. “O desmame ocorre entre o sétimo e oitavo meses. Os bois são jovens e superprecoces, o que dá maior rentabilidade e lucro aos confinadores. Todos os anos os animais são disputados nos leilões”, analisa o professor. A interação entre ‘animal e coxo’ é mais eficiente, econômica e lucrativa. A segunda palestra, que abordou o tema “Manejo estratégicos em confinamentos” foi discorrida pelo zootecnista Ruy Felipe Morais, que evidenciou as diferentes necessidades de cada região. “Cada região tem sua vocação, por isso temos que buscar o que é mais eficiente para o animal”. Logo na entrada do animal na propriedade é preciso realizar o manejo sanitário que inclui a vermifugação, vacina e ADE injetável. “Hoje um da diminuiu 32%. De outubro de 2008 a março de 2009, os preços destes produtos caíram no mercado interno, mas não diminuiu a demanda, segundo o consultor. Ou seja, as grandes redes varejistas continuam faturando em cima dos clientes. “Em uma década, houve crescimento de 650% no volume exportado e 1.000% nos faturamentos”. O engenheiro indica que a relação boi versus bezerro é boa para o Brasil que tem mais potencial que outros mercados. Segundo o diretor da Scot Consultoria, a produção do Uruguai está no limite. A economia da Argentina está em frangalhos e há auto-embargo. A União Européia é pouco competitiva e os Estados Unidos estão com os custos em alta. Na Austrália a seca impede a produção. No perfil a longo prazo traçado por ele, o aumento de consumo da carne bovina até 2017 chegará a 41%. O evento ocorreu no Novotel, no dia 05 de maio das 8h às 18h. Evento em Campo Grande reuniu diretores da empresa, técnicos e confinadores animal magro pode representar 85% do custo de produção, mas se o preço do animal é menor, depois da engorda, isso se reflete em lucro”, conta. No período da tarde, o médico veterinário do Departamento Técnico da Tortuga e organizador do evento, Lessandro Dossi realizou a terceira palestra sobre “O perfil atual dos confinamentos em Mato Grosso do Sul”. Ele começou explicando que o rebanho sulmato-grossense gira em torno de 19 milhões de cabeças, representando 10% do rebanho nacional. O abate anual chega a 4,8 milhões de animais, 10% do abate nacional. Dados da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) apontam que dos 3.979.727 animais abatidos no Estado no ano passado, 17.078.53, ou seja, 42,9% das cabeças eram de fêmeas. Noutros estados, 690.050 cabeças de gado de MS foram abatidas, isso representa 17,3% do total. Outro fato destacado pelo veterinário é a vantagem de diversificação da pastagem entre o boi e o pé de eucalipto, por exemplo. “Boi na sombra não é desvantagem para o produtor. Se der problema com o gado tem as árvores para revender para a indústria”, contextualiza. O Estado possui um confinamento adequado para 20 mil cabeças de gado em Brasilândia, 20 estabelecimentos que comportam de cinco a 21 mil animais, 76 locais que são capazes de abrigar de um mil a cinco mil animais e 100 confinamentos suportam até mil cabeças. A proposta do confinamento dentro da propriedade de gado de corte do MS é Leandro Dossi, da Tortuga, é o realizador do evento TORTUGA que o local permita dobrar a produção de A Tortuga possui atualmente quatro carne numa mesma área. Mas sem planejaUnidades Industriais de Nutrição Animal em mento o confinamento não é lucrativo. Para funcionamento: Mairinque/SP, São Vicente/ Lessandro Dossi, os 197 confinamentos deSP, Lavras/MG e Pecém/CE. Além disso, há um vem investir em tecnologia. “O planejamenLaboratório de Saúde Animal no bairro de to do fornecimento diário da alimentação, a Santo Amaro, em São Paulo/SP, além de quajornada de trabalho padrão e a adequação tro centros experimentais, uma centena de de mão-de-obra, ajudam no trabalho”. unidades demonstrativas de campo, laboraConforme ele, a dieta de confinamentórios de controle de qualidade, centros de to de grão inteiro não é recomendável. desenvolvimento de produtos e equipe téc“Dentro da dieta, o animal precisa de 35% nica própria. de amido para ser bem nutrido, entretanA Tortuga também expandiu sua atuação to, a alimentação com grão inteiro equipara mais de 17 países na América Latina e vale a 70% de amido. O gado ficou mais Europa: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, magro na avaliação que fizemos durante Costa Rica, El Salvador, Equador, Guatemala, um mês na fazenda Cassadinha”, inforHonduras, Itália, México, Panamá, Paraguai, mou. Peru, Republica Dominicana, Uruguai, VeneJá o último palestrante, engenheiro agrôzuela e outros, com a presença de técnicos e nomo e diretor da Scot Consultoria, Alcides equipe de vendas especializada. Torres, traçou a “Situação atual e perspectiA empresa foi a primeira indústria da vas da pecuária brasileira”. O consultor coAmérica Latina a conquistar a Certificameçou informando que nos últimos anos o ção Internacional de Boas Práticas de Faabate da fêmea aumentou porque o preço bricação Nível 3, reconhecido pelo Gloda arroba estava ruim. “Melhora o preço dibalGap. minui o abate da fêmea”. As épocas em que a arroba do boi tinha bons preços foram as dos anos de 2003 a 2007. Ele explicou que nos últimos anos a única coisa que diminuiu o preço da arroba foi a crise financeira mundial. “Essa crise é pior que a de 1929, por isso, tem que se investir e ajudar as empresas”, comenta o diretor. Depois da crise o preço do boi caiu 15% , do bezerro teve queda de 16%, a carcaça também teve o preço reduzido em 15% e a carne exporta- Mario de Beni Arrigoni, professor da Unesp (Botucatu)