TÍTULO: A BIOÉTICA NO COTIDIANO DA MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE AUTORE(S): DE SOUZA VMR. KRAUSE MFD. MOREIRA SNT. INSTITUIÇÃO: Universidade Federal do Rio Grande do Norte INTRODUÇÃO A medicina de família e comunidade é uma área da medicina que vem ganhando destaque nas últimas décadas, principalmente após a implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), o qual utiliza a Atenção Primária à Saúde como foco de suas intervenções. Ainda assim, a dinamicidade desse modelo de saúde requer um enfoque bioético para melhor compreender os dilemas que surgem no cotidiano comunitário. OBJETIVOS Este trabalho pretende apresentar um panorama em que é necessária a discussão sobre os dilemas éticos que se apresentam aos profissionais de saúde da estratégia saúde de família. METODOLOGIA Pesquisados os termos pri ary are , fa ily edi i e e ioethi s no Portal de Periódicos CAPES/MEC com exclusão de resultados prévios a 2008, foram encontrados 300 artigos, dos quais 4 foram selecionados para revisão. Além dos artigos, também foi consultado o Tratado de Medicina de Família e Comunidade, organizado pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade com o objetivo de juntar conhecimentos sobre a área e ajudar os profissionais da saúde. RESULTADOS Identificaram-se três focos de entraves bioéticos no contexto da APS: a relação do profissional com as famílias, o convívio entre os diferentes profissionais da equipe multidisciplinar, e os transtornos oriundos da organização do SUS. O relacionamento bastante próximo entre os profissionais de saúde com as famílias costuma acarretar situações em que não se sabe definir até quando a equipe multiprofissional pode intervir no estilo de vida de cada família, podendo causar um desrespeito à autonomia desses moradores. Dessa maneira, existe certa dificuldade em delimitar as responsabilidades específicas de cada integrante da equipe multiprofissional, fato esse contribuinte para a geração de conflitos entre os componentes da equipe, mesmo quando um dos princípios da APS é o trabalho coletivo. Além disso, um sistema de saúde complexo como o SUS necessita de um nível de organização virtuoso para que se ponham em prática as ideias propostas com sua criação. Assim, por vezes afloram vicissitudes como a ausência de privacidade no atendimento ao paciente, o que desrespeita o princípio da não-maleficência. Então, notam-se entraves bioéticos complexos e do dia a dia das comunidades brasileiras. CONCLUSÃO De tal forma, portanto, a bioética também deve ter espaço de discussão na APS, tendo em vista a ocorrência de empecilhos que possam prejudicar a relação equipe de saúde-comunidade. Faz-se necessário, a discussão conjunta sobre as atribuições de cada profissional e os dilemas específicos que surgem no cotidiano. Para tudo, no entanto, a principal ferramenta para uma relação ética na APS é a empatia, propiciando uma visão holística na comunidade. Refêrências: DOMINGUEZ MARQUEZ, Octaviano; MANRIQUE NAVA, Carolina. Bioética y calidad en la atención de primer contacto y de salud pública. Acta bioeth. [online]. 2011, vol.17, n.1, pp. 31-36. ISSN 1726-569X. http://dx.doi.org/10.4067/S1726-569X2011000100004. GUSSO, Gustavo; LOPES, José Mauro Ceratti (Org.). Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, formação e prática. Porto Alegre: Artmed, 2012. REGO, Sergio; GOMES, Andréia Patrícia; SIQUEIRA-BATISTA, Rodrigo. Bioética e Humanização como Temas Transversais na Formação Médica. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 4, n. 32, p.482-491, 03 jan. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbem/v32n4/v32n4a11>. Acesso em: 29 ago. 2015. SEOANE, Antonio Ferreira. A percepção de médicos e enfermeiros da Atenção Básica sobre a humanização nos serviços de saúde. 2012. Tese (Doutorado em Serviços de Saúde Pública) - Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-06112012-103201/>. Acesso em: 2015-08-29. VIDAL, Selma Vaz et al. A Bioética e o Trabalho na Estratégia Saúde da Família: uma Proposta de Educação. Revista Brasileira de Educação Médica, Viçosa, v. 3, n. 38, p.372-380, 10 jun. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbem/v38n3/12.pdf>. Acesso em: 29 ago. 2015.